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PRIVACIDADE/INTIMIDADE São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação.Art. 5º, inciso X, da Constituição Federal Prof. Ronaldo Alves de Andrade 1

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Page 1: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

PRIVACIDADE/INTIMIDADE

“São invioláveis a intimidade, a vida

privada, a honra e a imagem das

pessoas, assegurado o direito a

indenização pelo dano moral

decorrente de sua violação.”

Art. 5º, inciso X, da Constituição

Federal

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Page 2: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

CONCEITO

• PRIVACIDADE. Deriva de “privatus”, que

significa fora do Estado, que pertence ao

indivíduo, que é livre para dele dispor,

independentemente de autorização ou

comunicação à administração pública. Esse

direito foi reconhecido pela primeira vez na carta

inglesa que reconheceu no art. 39, o direito do

homem de não ser posto fora de suas terras e

nem privado de sua liberdade, salvo por

julgamento justo.

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Page 3: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

CONTEÚDO DO DIREITO À PRIVACIDADE

• Os direitos à privacidade englobam todos os aspectos

da personalidade do homem atinentes à sua privacidade

e intimidade, tais como sigilo da correspondência, ao

domicílio, proteção dos dados pessoais, liberdade sexual

e vida familiar.

• DISTINÇÃO ENTRE INTIMIDADE E PRIVACIDADE. Na

verdade a privacidade é gênero da qual a intimidade é

espécie, entretanto, esta última diz mais respeito a

intimidade dos sentimentos do homem ou lhes são mais

sensíveis, como raça, opção sexual e política, credo etc.

Rigth to be alone.

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Page 4: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

TEORIA DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS.

Heinrich Hubmann.

1953

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Page 5: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

MORTE DA PRIVACIDADE

• Câmeras de segurança, câmeras de monitoramento do

trânsito, facebook, twiter, instagran, snapchat, etc.

• Impossível preservar a privacidade, aquela esfera maior

da personalidade, só nos resta a esfera interna, a da

intimidade ou do segredo, onde reside nossos

sentimentos mais profundos, aqueles que

compartilhamos com poucas pessoas ou com ninguém.

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Page 6: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

LIMITAÇÃO DO DIREITO À PRIVACIDADE

•O direito à privacidade termina onde

começa o interesse público (colisão de

direitos fundamentais). Assim, o direito à

privacidade cede ao interesse público. Ex.

Os provedores de acesso nos USA foram

intimados a violarem E-mails para

possibilitar a descoberta dos responsáveis

pelo ataque terrorista de 11 de setembro de

2001.

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Page 7: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

VIOLAÇÃO DA PRIVACIDADE EM AMBIENTE DE

INTERNET

•FORMAS DE VIOLAÇÃO. Dá-se, dentre

outras formas, pela violação da

correspondência eletrônica, pelo uso não

autorizado de informações constantes em

bancos de dados (venda de bancos de

dados), remessa de correspondência não

autorizada (SPAM) e coleta não autorizada

de dados (cookies).

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Page 8: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

DADOS PESSOAIS • CONCEITO. Qualquer informação relativa à identificação

da pessoa, como nome, endereço, profissão etc.

• DADOS SENSÍVEIS. Dados relacionados à esfera íntima

da pessoa, tais como aos referentes à saúde, religião,

filiação política, sexo.

• PROTEÇÃO JURÍDICA. Direito da personalidade. Art.

5º, inc. X, da CF e art. 43 do CDC.

• BANCO ELETRÔNICO DE DADOS. Estrutura de

captação e conservação organizada de dados pessoais

em eletrônico.

• TRATAMENTO DE DADOS. Operação de

armazenamento e ordenação de dados, de maneira a

permitir avaliação, pesquisa, seleção, comparação e

extração de dados.

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Page 9: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

VALOR ECONÔMICO DO DADO

PESSOAL • DADO PESSOAL COMO INFORMAÇÃO. O valor

agregado do dado pessoal atine a conhecer o

consumidor para fornecer produtos e serviços de seu

interesse, além, é claro, de fomentar o consumo

• DADOS EM MASSA. Para que tenha valor efetivo, há

necessidade de um grande número de informações, pois

dados sem grande expressão numérica, em geral, são

insuficientes para formar um banco de dados.

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Page 10: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

COOKIE

• DEFINIÇÃO. Cookie é um pequeno software instalado

no disco rígido de um computador, que funciona como

um motor de busca, nele armazenando informações

sobre os hábitos do internauta na rede, permitindo ao

“dono do cookie” recolhê-las quando o internauta

acessar a rede novamente.

• TIPOS:

1. Executável. Spywares. Capta informações e as

envia ao “chefe”.

2. Não executável. Tem a finalidade de customizar a

relação cliente/fornecedor.

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Page 11: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

USO LEGAL DO COOKIE

• A instalação de qualquer software para colher dados diretamente do computador de quem quer que seja só pode ser feita com autorização do usuário, pois constitui invasão de privacidade, até porque em geral o usuário não tem como saber quais informações estão colhidas.

• Um exemplo prático de espionagem divulgado pela Revista Eletrônica Consultor Jurídico (www.conjur.com.br) é com relação ao jogo utilizado pelas crianças, chamado “Coelho Malvado”, CD-ROM educativo lançado nos EUA pela Mattel, a criadora da boneca Barbie. Oculto no software, o programa registrava como a criança utilizava o videogame e enviava furtivamente os dados para o servidor da Mattel, enquanto o computador estava conectado com a internet. A empresa dispunha, assim, de um cadastro, constantemente atualizado, com dados a respeito de milhares de famílias. Isso durou até o momento em que o processo foi descoberto e provocou um veemente protesto de pais norte-americanos indignados. Os responsáveis pela Mattel tentaram explicar que o único objetivo desse sistema era enviar às famílias softwares atualizados dos jogos. Mas a Mattel acabou retirando o "espião".

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Page 12: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

EQUACIONAMENTO DA QUESTÃO DA

PRIVACIDADE NA INTERNET.

• DADOS EXIGÍVEIS. Só poderiam ser exigidos os

essenciais para o estabelecimento da relação

jurídica pretendida pelas partes.

• POLÍTICA DE TRATAMENTO DOS DADOS

PESSOAIS. Quem recebe os dados deve

divulgar amplamente como eles serão usados e

para que finalidade.

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Page 13: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

VENDA DE BANCO DE DADOS

•BANCO DE DADOS. A discussão aqui é

saber se o dono desse banco pode ou

não transferí-lo para terceiros sem

violar o direito à privacidade?

•NÃO. O dado é de propriedade da pessoa,

assim, não pode ser transferido sem sua

expressa autorização.

•SIM. Quando autorizado pelo titular dos

dados. Muitos captadores de dados obtém

essa autorização quando da captação.

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Page 14: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

CAPTAÇÃO DE DADOS

• ATIVIDADE ECONÔMICA LIVRE. Qualquer interessado

pode explorar, observadas as regras de preservação dos

direitos da personalidade dos titulares dos dados.

• REALIDADE DO MERCADO. Os dados são coletados e

inseridos em banco de dados, tratados e seus titulares

não têm conhecimento deste fato

• AUTORIZAÇÃO AUTOMÁTICA. As pessoas autorizam o

uso de seus dados, sem sequer notarem que fizeram, na

maior parte das vezes para poderem utilizar um serviço

oferecido gratuitamente, como nos sites de aplicativos,

mutos oferecendo o acesso com a utilização de dados do

facebook, inclusive com o compartilhamento dos

contatos, ou seja, com utilização de dados cruzados.

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Page 15: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

RESPONSABILIDADE CIVIL

• DONO DO BANCO DE DADOS (provedor, fornecedor,

dono de aplicativos). Qualquer divulgação que cause

dano ao titular dos dados sujeita o titular do banco de

dados a indenizar.

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Page 16: Ronaldo Andrade - Proteção de Dados

CASO APPLE

• FBI X APPLE. Recusa da Apple em prover backdoor

para possibilitar acesso à informações em aparelho de

propriedade de terrorista.

• COLISÃO DE DIREITOS.

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BUSCA EM APARELHO CELULAR

• SUPREME COURT OF THE UNITED STATES

• RILEY v. CALIFORNIA CERTIORARI TO THE COURT

OF APPEAL OF CALIFORNIA, FOURTH APPELLATE

DISTRICT, DIVISION ONE No. 13–132. Argued April 29,

2014—Decided June 25, 2014

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CASO WHATSAPP

• ORDEM JUDICIAL. Informação referente a troca de

mensagens.

• PROVEDOR DE APLICAÇÃO. Obrigação só de guarda

de logs por seis meses. Não existe obrigação de guardar

mensagens.

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