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PRIMAVERA DO LESTE - MT 2017
ROMI-SCHNEIDER GOMES FRANÇA DE ASSIS
CONTRACEPTIVOS ORAIS E O RISCO TROMBÓTICO
PRIMAVERA DO LESTE - MT
2017
CONTRACEPTIVOS ORAIS E O RISCO TROMBÓTICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIC - Primavera do leste, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.
Orientador: Equipe de tutores
ROMI-SCHNEIDER GOMES FRANÇA DE ASSIS
CONTRACEPTIVOS ORAIS E O RISCO TROMBÓTICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIC - Primavera do Leste, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Primavera do Leste-MT, 06 de dez. de 2017
“Eu posso não ter ido para onde eu
pretendia ir, mas eu acho que acabei
terminando onde eu pretendia estar”.
Douglas Adams.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus por permitir qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha
vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаsеm todos оs momentos.
Agradeço а todos os professores pоr proporcionar о conhecimento nãо apenas
racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе
formação profissional.
E о qυе dizer а você meu amado esposo, companheiro de todas as horas Fábio
José. Obrigada pеlа paciência, pelo incentivo, pela força е principalmente pelo
carinho, hоjе estamos colhendo, juntos, оs frutos dо nosso empenho! Esta vitória é
muito mais sυа dо qυе minha!!! Obrigado meu Amor.
Obrigado ao meu filho Rhaynner pela compreensão das ausências, da distância
durante um certo tempo, pela força que sempre me dar quando falo que estou
cansada. Obrigado meu amado filho.
A minha filha e guerreira Kadchary, tenho muito a agradecer, pois dividiu esta
estrada de ida e vinda para outra cidade, todos os dias, sempre me apoiando e me
fazendo crer que iríamos conseguir, e aqui estamos filha, perto da conquista. Te amo
filha.
Agradeço a todos aqueles qυе dе alguma forma estiveram е estão próximos dе
mim, fazendo esta vida valer cada vеz mais а pena, familiares, amigos e colegas de
curso.
ASSIS, Romi Schneider Gomes França. Contraceptivos Orais e o risco trombótico.2017. 34 fl. Trabalho de Conclusão de Curso Farmácia – UNIC, Primavera do Leste-MT, 2017.
RESUMO
Anticoncepcionais são medicamentos que possuem em sua composição os esteróides
sintéticos estrógeno e progesterona, isolados ou associados. São indicados
principalmente para mulheres que desejam controlar a natalidade. Á fim de melhorar
a orientação contraceptiva, para as mulheres, que possam ter alguns dos fatores de
risco, como; fumantes, hipertensas, obesas, e portadoras diabetes mellitus.Este
trabalho de revisão bibliográfica, escreve os dados das informações mais recentes da
literatura científica acerca da influência dos contraceptivos hormonais em relação a
trombose.
Palavras-chave: Anticoncepcional oral; pílula anticoncepcional; mecanismo de
ação;tromboembolismo.
ASSIS, Romi Schneider Gomes France. Oral contraceptives and thrombotic risk. 2017.
34 fl. Course Completion Work Pharmacy - UNIC, Spring of the East - MT, 2017.
ABSTRAT
Contraceptives are drugs that contain the synthetic steroids estrogen and
progesterone, either alone or in combination. They are indicated mainly for women
who wish to control the birth rate. In order to improve contraceptive guidance, for
women, they may have some of the risk factors, such as; smokers, hypertensive,
obese, and carriers of diabetes mellitus. This bibliographic review, writes data from the
latest scientific literature on the influence of hormonal contraceptives on thrombosis.
Keywords: Oral contraceptive; contraceptive pill; mechanism of action;
thromboembolism
LISTA DE ILUSTRAÇÕES (OPCIONAL)
Figura 1 – Triade de Virchow ....................................................................................11
Figura 2 – Cartelas de pílulas.....................................................................................16
Figura 3 – Congestionamento das veias....................................................................26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC - Anticoncepcional oral
ACO - Anticoncepcional combinado oral
AP - Antecedentes pessoas
AF - Antecedentes familiar
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AVC – Acidente vascular cerebral
AVCI - Acidente vascular cerebral isquêmico
AVCH - Acidente vascular cerebral hemorrágico
Cos – Contraceptivos orais
COC – Contraceptivo oral combinado
Diu – Dispositivo intra-uterino
EAM - Enfarte agudo do miocárdio
EP – Embolia pulmonar
Ets – Efeitos trombóticos
FDA – Food and Drug Administration
TV – Trombose venosa
TVE – Trombose venosa encefálico
TVP – Trombose venosa profunda
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................10
1. RISCO TROMBOTICO.............................................................................................11
1.1TECIDO SANGUÍNEO..................................................................................13
1.2 CASCATA DE COAGULAÇÃO....................................................................14
2.CONTRACEPTIVOS ORAIS(COA)..........................................................................15
2.1HORMÔNIOS...............................................................................................17
2.2 EFEITOS ADVERSOS.................................................................................20
3. COA X FATOR TROMBOTICO...............................................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................28
REFERÊNCIAS............................................................................................................29
10
INTRODUÇÃO
De acordo com Gregory Pincus em 1956, foi sintetizado o primeiro
medicamento para o tratamento de distúrbios menstruais, sendo este considerado o
primeiro anticoncepcional oral.
Depois desta aprovação, a primeira pílula anticoncepcional, ganhou força entre
as mulheres que viram esse método anticonceptivo como uma libertação, pois agora
podiam escolher quantos filhos teriam.
Mas, como qualquer outro fármaco, os contraceptivos orais, possuíam efeitos
adversos,pois existem complicações pelo seu uso. Cuja prescrição deve vir
acompanhada de exames investigatórios quanto a fatores de risco hereditários e até
mesmo metabólicos.
A problemática deste trabalho se faz necessário para esclarecer os efeitos do
anticoncepcional, e quais os seus riscos trombóticos. Tem como objetivo geral, avaliar
os efeitos dos anticoncepcionais orais e o desenvolvimento desse risco trombótico. E
como objetivos específicos; descrever o mecanismo de ação do anticoncepcional oral,
o funcionamento da cascata de coagulação, tipos de trombose, e pesquisar uma
correlação entre o uso de anticoncepcionais orais e os eventos trombóticos.
Por meio de revisão bibliográfica e análise de trabalhos disponíveis na
literatura, como artigos nacionais e internacionais obtidos das bases de dados
PUBMED (US National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Eletronic Library), Revistas da
área de saúde, livros e monografias.
Os critérios estabelecidos para a busca são de referências que estejam
devidamente nominados, datados, de preferência em revistas científicas, conselhos,
protocolos e legislação e, para tanto, devem estar em textos completos, em português,
sejam gratuitos e que sejam datados no período de 2004 a 2016.
Os descritores que foram utilizados para a coleta de dados são: “Mecanismo
de ação do Anticoncepcional oral combinados”, “Tromboembolismo”,
“Anticoncepcional oral” e outros que levem a informações que possam ser
apresentadas no trabalho de forma a responder aos objetivos propostos.
1.RISCO TROMBOTICO
11
O termo trombose se originou do grego trombos, que tem o significado de
coágulo sanguíneo formado dentro do vaso venoso ou arterial. Em 1856, Virchow
lançou as bases fisiopatológicas das tromboses e descreveu os fenômenos
determinantes das alterações responsáveis pelos sinais e sintomas característicos
dos diferentes quadros clínicos desta patologia: lesão endotelial, alteração do fluxo
sanguíneo e hipercoagulabilidade, essa teoria recebe o nome de triade de Virchow
(COTRAN, 2005).
A figura 1esclarecea teoria da Triade de Virchow, como as potenciais causas
de trombose.
FIGURA 1- Tríade de Virchow
Fonte: https://www.medicinanet.com.br
[...]“A trombose consiste na formação ou desenvolvimento de um trombo no
interior dos vasos sanguíneos, veias e artérias, ocasionando uma oclusão total ou
parcial do vaso”(PICCINATO, 2008, p. 477- 486).
Os eventos trombóticos (ETs) pode ocorrer em qualquer parte do copo ou seja,
ocorre em praticamente todo o organismo, sendo os membros inferiores os mais
acometidos em cerca de 90% dos casos, e caracterizam assim um quadro clínico de
trombose venosa profunda (TVP) (MONTEIRO, 2008).De acordo com Vieira (2007),
acredita-se que os episódios de TVP sejam multicausais pela combinação de
predisposição genética com fatores ambientais, mas também pode se apresentar em
pessoas que façam uso de contraceptivos, e não tenham a menor idéia de que façam
parte de algum quadro de risco (puerpério, viagem prolongada, uso de COCs,
obesidade, etc.).
12
Tendo-se em conta que o uso dos COC (Contraceptivo oral combinado) de
baixa dosagem também estão ligados a enfartes e acidentes vasculares, o Speroff
(2005), explica;
Conforme Speroff (2005) O uso de COC de baixa dosagem (menos de 50 μg de etinilestradiol), não está associado a risco aumentado de enfarte agudo do miocárdio (EAM), a acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) ou hemorrágico (AVCH) em mulheres sem fatores de risco.
Esses trombos podem ser gerados no sistema cardiovascular em qualquer
local, diferenciando pelo tamanho ou forma e denominados pelo seu lugar de origem
e as condições que levaram a sua formação, se transformando assim em um risco
gravíssimo já que quando os sintomas aparecem, podem causar danos irreversíveis
(KUMAR et al., 2005).
Mulheres com predisposição a doenças cardiovasculares e que utilizam
contraceptivos hormonais têm apresentado risco elevado para trombose arterial. Este
risco está diretamente relacionado ao estrogênio presente na composição destes
medicamentos (BRITO; NOBRE; VIEIRA, 2011).
A trombose venosa é a formação de trombos (coágulos) no sistema nervoso
superficial ou profundo, provocando oclusão total ou parcial da veia. Os trombos
formam-se espontaneamente ou como resultado de lesão parietal traumática ou
inflamatória. Aplica a denominação de Trombose Venosa Profunda (TVP) quando os
trombos atingem o sistema venoso profundo e trombo flebite superficial quando as
veias superficiais são acometidas (PADOVAN, et al., 2015).
A prevalência de distúrbios hereditários associados a aumento do risco de
trombose é mais alta que a de distúrbios hemorrágicos hereditários (HOFFBRAND;
MOSS, 2013). Segundo Rang; Dale (2016), “[...] enfatizam essa patologia trombótica
e tromboembólica como comum, e que tem consequências graves como infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral, trombose venosa profunda e embolia
pulmonar”[..].
A predisposição genética e os fatores de risco são citados várias vezes.
Assim como Vieira (2007), Brito et al. (2010), também corrobora coma ideia de que o tromboembolismo venoso sejamulticausal pela combinação de predisposição genética com influência de fatores de causa externa, como puerpério, viagem prolongada, uso de contraceptivos orais combinados, obesidade e outros. Porém, cerca da metade dos episódios de tromboembolismo venoso é idiopático, ou seja, sem causa (hereditária ou adquirida) conhecida para o evento.
13
1.1 TECIDO SANGUÍNEO
O sangue é um tecido fluido, formado por uma porção celular que circula em
suspensão num meio líquido, o plasma (LORENZI, 2013). Segundo Bonzzini (2004),
o sangue é um líquido complexo no qual estão suspensos diversos tipos celulares.
Constitui o principal sistema de transporte do corpo, de modo, que todas as funções
que lhes são atribuídas são inteiramente dependentes da circulação. Portanto, as
funções do sangue são estreitamente ligadas às do sistema circulatório, que se
encarrega de criar a energia necessária para que o sangue circule e seja, assim,
distribuído por todo o organismo.
Os três importantes componentes hemostáticos envolvidos neste equilíbrio são
os vasos (endotélio e restante parede vascular), as proteínas plasmáticas (pró-
coagulantes, anticoagulantes e do sistema fibrinolítico) e as plaquetas que devem ser
normais em número e em função, pois se um desses fatores entrar em desequilíbrio,
causará um evento trombótico (LIMA, 2006).
“A ativação das plaquetas leva a formação de um tampão hemostático, que
interrompe o sangramento e, em seguida, é reforçado pela fibrina. A importância
relativa de cada processo depende do tipo de vaso(arterial, venoso ou capilar) que foi
lesado"(RANG; DALE, 2016, pag. 293).
As plaquetas, formam a primeira resposta a qualquer situação em que haja ruptura da estrutura endotelial. Há algum tempo considerávamos que as tromboses arteriais eram totalmente “plaquetárias”, ao contrário das tromboses venosas, em que o papel da plaqueta parecia mais secundário. Na verdade, estudos mais recentes têm demonstrado que a presença da plaqueta é marcante em ambas situações de trombose. A ruptura do endotélio do vaso sanguíneo libera substâncias que são estimulantes para que ocorra o primeiro fenômeno fisiopatológico no que concerne à plaqueta(PREVITALI; BUCCIRELLI, 2011).
Assim quando ocorre uma lesão vascular, independentemente do “agente
agressor”, a exposição do colágeno subendotelial e da membrana basal conduz à
adesão e agregação plaquetárias e ativação da coagulação, levando à formação de
um trombo hemostático que previne a saída de sangue do compartimento vascular e
permite os eventos de reparação subseqüentes (LIMA, 2006).
O sangue deve permanecer líquido no interior vascular, e, mesmo assim, corre
o risco de coagular rapidamente quando exposto a superfícies não endoteliais em
locais que sofreram uma lesão vascular. Quando há uma formação de trombos
intravasculares, ocorre ativação de um sistema de fibrinólise para restaurar essa
14
fluidez (MAJERUS; TOLLEFSEN, 2010).Na vigência de uma lesão vascular ocorre
uma ativação nos componentes da homeostasia, visando manter a perda excessiva
de sangue. Assim, no caso de uma lesão endotelial ocorre a ativação da cascata de
coagulação que culmina em formação de um tampão hemostático formado por fibrinas
e plaquetas (GIRIBELA, 2007). Para tentar reverter o quadro são ativados os
anticoagulantes naturais: antitrombina e proteínas C e S, que tentam degradar os
fatores de coagulação. Além disso, o sistema fibrinolítico atua na degradação da
fibrina já formada (MOTA et al., 2011).
1.2 CASCATA DE COAGULAÇÃO
“[...] A coagulação sanguínea é a concessão de sangue líquido em coagulo. O
evento principal é a conversão de fibrinogênio solúvel em fibras insolúveis de fibrina
por ação da trombina, o último passo de uma cascata enzimática[...]” (RANG & DALE,
2016, pag. 293).
Embora a TVP ocorra com frequência em pacientes sem qualquer antecedente
ou predisposição, sua incidência é maior em algumas situações, por decorrência do
estado de hiper coagulabilidade, diminuição de atividade fibrinolítica e imobilidade,
pacientes submetidos a traumas,doenças malignas, idade avançada, falência
cardíaca,imobilização prolongada, obesidade, varizes, uso de hormônios femininos,
que favorecem a ocorrência de trombose (ORRA, 2008).
[...]”Quando as Plaquetas são ativadas são ativadas, elas sofrem uma
sequência de reações que são essenciais para a hemostasia, importante para
cicatrização dos vasos sanguíneos lesados e desempenham um papel na inflamação”
[...](RANG; DALE, 2016, pag. 301).
Segundo Rang; Dale (2016). A ativação de pequenas quantidades de cada fator
catalisa a formação de quantidade ainda maiores do fator seguinte, que catalisa a
formação de quantidades ainda maiores do próximo, e, assim, sucessivamente; e
consequentemente, a cascata funciona como um mecanismo de amplificação.
15
2.CONTRACEPTIVOS ORAIS(COA)
Começou há mais de 2000 anos, a história dos anticoncepcionais, onde os
primeiros representantes dessa classe apresentavam arsênico, estricnina e mercúrio,
em sua composição e causavam complicações tóxicas, levando até mesmo a morte.
Em 1928 o hormônio progesterona, componente ativo do corpo lúteo, foi identificado
e se mostrava eficaz para proteger a gestação. Seguiram-se assim muitos estudos e
observações, onde identificou-se outro hormônio, envolvido na fertilidade, chamado
estrógeno, mais tarde, pesquisas mostraram que ambos esteróides ovarianos
constituíam dois grupos hormonais (SILVA, 2006, p. 847-857).
Sua aprovação para comercialização foi dada três anos antes, como indicação de uso no tratamento de distúrbios da menstruação, trazia o alerta de provocar infertilidade, e esse efeito adverso foi o que fez com que sua procura atingisse um número alarmante de 500 mil mulheres pelo seu efeito colateral, efeito esse que fez sucesso enorme, pois as mulheres procuravam um método que lhes dessem o direito de escolher quantos filhos queriam ter, e sendo assim passou a ser indicado pelo Food and Drug Adminitration (FDA), órgão norte-americano responsável pela regulamentação de fármacos, para uso como contraceptivo (LAGE, 2015).
No Brasil sua comercialização iniciou 2 anos mais tarde (HARLT, 2016).Antes
do advento das pílulas combinadas não existia nenhuma forma verdadeiramente
eficaz e reversível de controle da natalidade. A introdução da pílula combinada foi
vista como o fim da longa busca pelo método reversível perfeito de controle da
natalidade. Estava descoberto um agente que se julgava altamente efetivo, seguro,
fácil de usar e barato (ARIE et al., 2007).O anticoncepcional oral, se diferem por
marca, quantidade de hormônio, como mostra a figura 2.
FIGURA 2- Cartela de pílulas
Fonte -PHILIPPE HUGUEN / AFP
16
Os anticoncepcionais hormonais, incluindo os anticoncepcionais orais, são os
métodos contraceptivos reversíveis mais eficientes disponíveis e também são os mais
utilizados no planeta, se excluirmos a China onde o método mais utilizado é o
dispositivo intrauterino (DIU). Nos países desenvolvidos, em torno de 18% das
mulheres casadas ou unidas alguma vez, usam anticoncepcional oral combinatória
(AOC) sendo esta proporção de 75% nos países em desenvolvimento, o que
representa milhões de mulheres em todo o mundo, incluindo o Brasil
(BAHANONDESet al.,2011).
Também chamados de pílulas anticoncepcionais, os esteróides utilizados com
a finalidade básica de impedir a gravidez, mais também são utilizados em muitas
outras situações. Além da contracepção, esses fármacos possuem outros benefícios
como, redução de cistos ovarianos, câncer ovariano e endometrial e doença mamaria
benigna; menor a incidência de doença inflamatória pélvica (DIP) e gravidez ectópica
(tubária);melhora nos sintomas pré-menstruais e, da dismenorreia e da endometriose
e também o fluxo no ciclo menstrual (SOUZA, 2015).
A contracepção hormonal não para, a sua evolução, vem sendo uma das áreas
em que a investigação farmacêutica tem-se debruçado, e procurado cada vez mais
fabricar medicamentos que tenham a função de anuovulação, mais que causem
menos efeitos colaterais mesmo assim, segundo Baptista et al. (2007).
As pílulas podem ser classificadas combinadas que contém apenas
progestogênio ou as minipílulas; as pílulas combinadas contêm apenas um estrogênio
associado a um progestogênio, enquanto a minipílula é composta por progestogênio
isolado. As combinadas dividem-se ainda em monofásicas, bifásicas e trifásicas. Nas
pílulas monofásicas, a dose dos esteroides é constante na cartela que contem de 21
a 22 comprimidos. As bifásicas contêm de dois a três tipos de comprimidos com os
mesmos hormônios em proporções diferente (BRASIL,2011).
A classificação dos AO em gerações, frequentemente adotada, parece variar
substancialmente, não havendo consenso entre diferentes publicações. Essa
classificação parece ter razões puramente cronológicas e comerciais (momento do
lançamento do produto no mercado farmacêutico), referindo-se a dose de EE e tipo
de progestogêno unicamente ou, ainda, não apresentando definição clara. Primeira
geração: AO com 50µg ou mais de EE, geralmente combinado com estronas.
Segunda geração: AO com 35-30µg de EE, associado a levonorgestrel ou norgestrel.
17
Terceira geração: AO com 30µg ou menos de EE, associado a desogestrel, gestodeno
ou norgestimato. AOC não classificados em gerações: acetato de ciproterona e
drospirenona (LUBIANCA,2010).
Os contraceptivos orais representam um método anticoncepcional reversível.
Segundo (CIRNE, 2014; BRITO et al., 2011) o anticoncepcional oral é constituído por:
(a) uma combinação de dois derivados sintéticos do estrogênio e da progesterona
(hormônios produzidos, naturalmente, pelo organismo da mulher), o etinilestradiol e
um progestativo existente no mercado.
(b) um progestagênio isolado sem o componente estrogênico, designado de pílula só
com progestativo.
[...] “Avanços na contracepção têm oferecido às mulheres mais opções de
escolha, com alta eficácia e boa segurança, associadas à praticidade, facilidade e
melhor conveniência de uso” [...] (GUAZZELLI et al., 2008).
O Ministério da saúde, define que a assistência em
anticoncepção pressupõe a oferta de todas as alternativas de métodos
anticoncepcionais aprovados pelo Ministério da Saúde, bem como o
conhecimento de suas indicações, contraindicações e implicações de
uso, garantindo à mulher, ao homem ou ao casal os elementos
necessários para a opção livre e consciente do método que a eles
melhor se adapte. Pressupõe, ainda, o devido acompanhamento
clínico-ginecológico à usuária, independentemente do método
escolhido (BRASIL,2011).
2.1 HORMÔNIOS
Os hormônios segundo Parker et al. (2012) são mensageiros químicos que
produzem alguns efeitos específicos sobre as células distantes ou não do seu ponto
de origem, transmitindo sinais lentos e duradouros, utilizando-se do sistema
circulatório para se distribuírem para diferentes tecidos.
Contracepção hormonal oral com combinação de hormônios estrógenos e progestagênos representam um método de contracepção reversível que se utiliza no mais mundo, isso por conta do seu elevado grau de eficácia e também pelas vantagens que medicamente tem apresentado em algumas situações clínicas como diminuição do fluxo menstrual e tratamento da dismenorreia e acne (VARELLA, 2011).
Estrogênios são importantes no desenvolvimento e manutenção do sistema
reprodutor feminino e das suas características sexuais secundárias. Causam diversos
18
efeitos biológicos nos órgãos-alvos, onde os principais são: ovário, estímulo do
crescimento folicular; no útero; crescimento do endométrio; na vagina, conificação das
células epiteliais; no cérvix, aumento da produção do muco cervical com diminuição
da viscosidade; e na hipófise, promoção da secreção das gonadotrofinas hipofisárias
(KOROLKOVAS; FRANÇA, 2010).
Segundo Korolkovas; França (2010), os também chamados progestinas, são
hormônios sexuais femininos. Os naturais são secretados principalmente pelo corpo
lúteo (durante o ciclo menstrual das mulheres não grávidas e durante o início da
gravidez) e placenta (após as primeiras semanas da gravidez). O progestogênio
natural mais abundante é a progesterona, sendo biossintetizada a partir do colesterol
via pregnenolona e serve como precursora de androgênios, estrogênios e
adrenocorticóides. Os progestogênios comercializados em nosso meio são:
algestona, alilestrenol, clormadinona, desogestrel, didrogesterona, drospirenona,
etinodiol, etonogestrel, gestodeno, gestrinona, hidroxiprogesterona, levonorgestrel,
linestrenol, medroxiprogesterona, megestrol, nomegestrol, norelgestromina,
noretisterona, norgestimato, norgestrel, normetandrona, progesterona e trimegestona
(KOROLKOVAS; FRANÇA, 2010).
Segundo Corleta (2011), fala que os progestogênos são esteróides que podem
ser sintéticosou naturais. A progesterona é o único progestagêno natural, ou seja,
produzido pelo corpo humano. Os progestogenos sintéticos são chamados de
progestinas, e exercem funções semelhantes às da progesterona, além de
apresentarem manutenção da sua atividade terapêutica quando administrados por via
oral, o que não ocorre com a progesterona (BATISTA, 2004).As modificações na
atividade de cada tipo de progestina, acontecem porque são induzidas por
modificação na estrutura ou conformação da molécula original, sendo assim cada tipo
pode determinar uma ação diferente no organismo(VIGO et al., 2011).
Os progestagênios se classificam, em gerações, de acordo como foram sendo
introduzidos no mercado. De primeira geração que incluem a norestisterona; os de
segunda geração incluem onorgestrel, levonorgestrel e norgestriona; e os de terceira
geração são o desogestrel, gestodeno, acetato de ciproterona e drosperinona (LOBO;
ROMÃO, 2011).
19
O etinilestradiol tem a capacidade de induzir alterações muito significativas no
sistema de coagulação, como: aumentar os fatores de coagulação no caso dos
fibrinogênio, e dos fatores VII, VIII, IX, X,XI e XII, reduz os inibidores naturais da
coagulação como a proteínas S e antitrombina. E levando a uma resistência adquirida
da proteína C, sendo assim, exames que dosam a proteína C avaliam globalmente a
homeostasia, visto que esse é o marcador mais importante de risco de trombose em
usuários de contracepção hormonal (BRITO, 2010).
As pílulas anticoncepcionais contendo apenas progestógeno, denominadas
“minipílulas” inibem a ovulação em cerca de 50% das mulheres. O mecanismo
primário de ação é tornar espesso mucocervical. Porém, esse mucocervical se
mantém espesso por somente cerca de 20 horas, o que faz com que sua efetividade
diminua durante as últimas horas antes da próxima dose (ARIE et al., 2007).
Os AO compreendem combinações de estrógenos e progestógenos (AO
combinados, por exemplo etinilestradiol + levonorgestrel) e aqueles que só contêm
progestógenos (AO agente progestogênicos, por exemplo levonorgestrel e
noretisterona). Esses representantes foram os listados na Rename 2010 (BRASIL,
2010). etinilestradiol ou o seu éster 3-metilado, mestranol, continuam a ser o
componente estrogênico de todos os ACO (BAPTISTA et al., 2007).
O principal mecanismo de ação entre os hormônios combinados é a inibição da
ovulação resultante do bloqueio na liberação das gonadrotofinas pela hipófise. Além
disso, causam transformações tanto no muco cervical, quanto no endométrio, que se
torna pouco desenvolvido, assim como na motilidade tubária (GUAZZELLI, 2008).
[...]“O uso dos contraceptivos orais deve ser realizado de forma contínua, tendo
como consequência efeitos adversos que variam desde alterações leves e reversíveis
como hiper-pigmentação e alterações de peso, até manifestações clínicas graves,
como os eventos tromboembólicos“[...] (RANG, DALE e RITTER, 2001).
Estudos vêm sendo realizados com o objetivo de reduzi-la ao máximo a fim de
minimizar seus efeitos colaterais. Entretanto, ainda não foi possível eliminar tais
efeitos (VANHYLCKAMA VLIEG et al., 2009; JUNGE et al., 2011).
20
2.2 EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversos dos estrógenos incluem sensibilidade de mama, náusea,
vômito, anorexia, retenção de sal e água, resultando em edema, e risco aumentado
de tromboembólica. Usados de modo intermitente, para terapia de reposição hormonal
na pós-menopausa, os estrógenos causam sangramento semelhante a da
menstruação (RANG; DALE, 2007).
Efeitos adversos são dependentes da dosagem do hormônio estrógeno, tipo de
progestagêno, via de administração e suscetibilidade da usuária (POLI, 2016).
Contraceptivos não recomendados a mulheres com um ou mais dos problemas
citados; Pílula com hormônios combinados; Trombose venosa profunda ou embolia
pulmonar; Mutações genéticas que aumentam o risco de trombose; Tabagismo;
Enxaqueca; Hipertensão sem controle; Múltiplos fatores de risco (idade avançada,
fumo, diabetes e hipertensão); Doença vascular; Doença cardíaca isquêmica;
Acidente vascular cerebral (AVC); Hipertensão pulmonar; Doenças nas válvulas
cardíacas; Câncer de mama nos últimos cinco anos; Diabetes com danos aos rins,
olhos ou nervos; Tumores hepáticos (SEGATTO,2015).
Foi um sucesso global até que se acumularam os relatos dos sérios efeitos
colaterais. Sobrevieram os processos contra o fabricante. Até o ano passado, a Bayer,
fabricante do Yaz® e Yasmin®, principais pílulas que combinam a drospirenona com
etinilestradiol, havia pagado US$ 1,7 bilhão para liquidar 8.200 ações de pacientes e
familiares na Justiça americana. Mais casos estão pendentes em tribunais estaduais
e federais dos Estados Unidos (SEGATTO, 2015).
Em 31 de outubro de 2011 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) solicitou que os profissionais de saúde notificassem à agência sobre qualquer reação adversa em mulheres que tomavam o anticoncepcional contendo o hormônio drospirenona, mesmo que as mesmas já estivessem descritas na bula, discutissem sobre os possíveis riscos trazidos pelo medicamento e que eduquem seus pacientes no sentido de reconhecer sinais e sintomas de tromboembolismo pulmonar. Indicou que as pacientes em uso seguissem as recomendações médicas (ANVISA, 2011).
Nos Estados Unidos, todos os (ACO) apresentam na bula aviso sobre o risco
de desenvolvimento de problemas cardiovasculares, incluindo tromboembolismo, em
mulheres com idade superior a 35 anos e fumantes, pois essas estão dentre a
estatística das mulheres que tem um, ou mais de um fator de risco(FDA, 2011).
21
3 COA X FATOR TROMBOTICO
A publicação resultante da Reunião Nacional de Consensos de Contracepção
de 2011 refere que COs de 3.ª geração, contendo desogestrel ou gestodeno, foram
associados com um aumento de risco de TEV duas vezes superior aos que contêm
levonorgestrel. Nos COs com acetato de ciproteron a este risco foi quatro vezes
superior. Recentemente, também os COs com drosperinona foram comparados aos
que contem levonorgestrel, tendo-se encontrado um aumento de risco de TEV
(PACHECO et al., 2011).
Os contraceptivos combinados estão associados a importantes efeitos adversos reconhecidos e preocupantes, em particular, o tromboembolismo venoso (TEV), caracterizado pela formação de coágulo que se desenvolve em veia periférica, normalmente nos membros inferiores, podendo migrar para órgãos vitais, como o pulmão, e resultar em embolia, com danos irreversíveis, levando até mesmo a morte (FDA, 2011).O risco de desenvolver um coágulo sanguíneo pode ser um fenômeno que ocorrer em maior escala pela utilização de qualquer tipo de pílula contraceptiva em comparação a sua não utilização (FDA, 2011).
Segundo Souza (2015), no decorrer de muitos anos foram feitos estudos que
evidenciaram que o uso de contraceptivos hormonais orais à longo prazo poderia
ocasionar uma trombose, entretanto, isso não ocorre com todas as mulheres que se
fazem o uso de anticoncepcionais, mais deve se observar aquelas que tem um dos
fatores de risco.
A trombose venosa (TV) consiste na formação de um trombo nas veias, sendo
uma consequência de uma alteração do equilíbrio normal dos mecanismos da
hemóstase. E podem ser classificadas como trombose venosa superficiais ou
profundas, conforme o sistema venoso envolvido (SOUZA, 2015).
Até finais de 1995, o risco de tromboembolismo venoso esteve associado
exclusivamente à dosagem de estrógeno; pensava-se que o componente
progestagênico não era relevante (CHRISTO et al., 2010).
Surgiram assim três estudos, publicados em simultâneo, que reportaram um
aumento para o dobro de incidência de trombose em mulheres utilizadoras de COC,
com baixa dose de estrogênio, mas cujo progestativo era de terceira geração
(desogestrel e gestodeno), por comparação a COC com levonorgestrel (segunda
geração). O risco associado a COC com progestagénios de 3ª geração foi superior no
período inicial de utilização, com pico de incidência aos 3 meses, mas depois
manteve-se constante com o uso a longo termo (CHRISTO et al., 2010).
22
O tromboembolismo venoso (TV) é uma doença grave, correspondendo à
doença vascular mais comum após enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular
cerebral.Embora raramente fatal, é frequentemente responsável por uma elevada
mobilidade,associada à síndrome pós-trombótica. É representado por dois principais
eventos clínicos: a trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP), que
estão muitas vezes associados a um quadro clínico único, em que a TVP evolui para
EP (PREVITALI, 2011).
A (TVP) caracteriza-se pela formação de um coágulo no interior de uma veia.
Ela pode ocorrer em diferentes partes do corpo, e com grande frequência acomete os
membros inferiores. Uma parte desse coágulo pode se desprender e seguir pela
circulação, acometendo dessa forma outro órgão. Esse fenômeno é chamado de
embolia. A embolia pulmonar é um exemplo potencialmente grave desse tipo de
complicação (COLOMBO et al.,2016).
Outra desvantagem é que esse medicamento está associado a casos de
trombose mesentérica, sendo mencionado como causa de infarto intestinal há mais
de um século (SIMÃO et al., 2008). As tromboses venosas e as arteriais também têm
sido associadas. Fatores como estase sanguínea e a hipercoagulabilidade são
responsáveis pela estimulação do tromboembolismo venoso, ao passo que a
trombose arterial será desencadeada por lesão do endotélio. O risco a essa patologia
está relacionado à dose do componente estrogênico, o etinilestradiol, que, quando
presente na corrente sanguínea, provoca aumento na formação da trombina, assim
como elevação dos fatores de coagulação e diminuição dos inibidores, gerando efeito
pró-coagulante leve (BRITO; NOBRE; VIEIRA, 2011).
No que diz respeito a conduta clínica, deve se ter como base a avaliação de
todos os potenciais riscos e benefícios, deve estar ligado ao método e aos
antecedentes pessoais (AP) e familiares (AF) da mulher. Será recomendado fazer um
rastreamento de trombofilias hereditárias em mulheres com AP ou AF de TE venoso.
Essas mulheres que tem antecedentes pessoais de TE venoso ou uma possível
trombofilia hereditária, não deve fazer uso de COC oral. Os COC de 3ª geração não
deve ser prescrito a mulheres com fatores de risco para TE venoso (LOBO; ROMÃO,
2011).
23
Contudo, na paciente que apresenta trombose prévia ou trombofilia (herdada
ou adquirida) é contraindicado o uso de COCs, independente da via de administração.
Em contrapartida, os progestagênios isolados, seja qual for a via de administração, e
os métodos contraceptivos não hormonais, como dispositivo com cobre, são
permitidos segundo critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde). Para as
mulheres de risco trombótico incluindo as obesas, presença de síndrome metabólica,
tabagistas, idade superior 40 anos e antecedente familiar de trombose, é indicada a
utilização de contraceptivo hormonal isolado como melhor escolha para contracepção,
entretanto, o uso de etinilestradiol (EE) é permitido exceto em mulheres tabagistas
com idade ≥ 35 anos. Com isso, é preferível o uso de COCs com levonorgestrel, pois
ele apresenta menor risco de trombose quando associado ao EE (BRITO; NOBRE;
VIEIRA, 2010).
[...] “O processo regulador capaz de manter o sangue em estado líquido e de estancar sangramentos quando há uma lesão vascular, sem permitir uma coagulação intensa, chama-se de hoeostasia, quando se tem algumas condições normais, os mecanismos anticoagulantes vão prevalecer sobre os do pró-coagulantes” [...] (PADOVA; FREITAS (2014,pag.73-77).
Inicialmente, achava-se que a trombose era resultado apenas da dose de
estrogênio utilizado. Porém, em 1995, demonstrou-se que COCs contendo
progestagênios de terceira geração (gestodeno, desogestrel) associavam-se a um
risco duas vezes maior de trombose do que os CO que continham progestagênios de
segunda geração como o levonorgestrel. Ainda de acordo com o mesmo autor, quanto
mais efeito androgênico (ou menos poder estrogênico) tem o progestagênio associado
ao etinilestradiol, menor o risco de trombose a que esse COC está associado. Assim,
os COCs com levonorgestrel têm menor risco para TV do que aqueles com
desogestrel ou gestodeno, uma vez que esses últimos são menos androgênicos que
o primeiro (VIEIRA, 2007).
Como antes citado, os efeitos mais severos dos anticoncepcionais relatados e
observados são a trombose venosa profunda e a arterial. Os estrogênios aumentam
a síntese de diversas proteínas hepáticas e tem um efeito pró-trombóticos bem
estabelecido. Não há dúvida de que os anticoncepcionais orais combinados
aumentam o risco de tromboembolismo duas a quatro vezes, mas o tromboembolismo
fatal entre as mulheres jovens é extremamente raro (1% dos casos) e este aumento
do risco deve ser equilibrado com o risco de 5 a 10 vezes maior associado com a
24
gravidez normal. Em 1995 e 1996, uma série de relatórios mostraram que o risco de
trombose foi duas vezes maior com contraceptivos orais combinados que contêm os
progestogênios de terceira geração (desogestrel e gestodeno) em comparação com
aqueles com as pílulas de segunda geração contendo levonorgestrel (FINOTTI, 2015;
BRITO et al., 2011).
Conforme Colombo et al. (2016). Colombo explica que as pílulas podem
provocar um desequilíbrio no sistema de coagulação do organismo, e diante do
excesso de proteínas pró-coagulantes, atribuídas principalmente ao hormônio
estrogênio, aumentam as chances de formação de trombos.
Em virtude do aumento da incidência de trombose influenciada por
contraceptivos compostos pela mesma dose de estrogênio e diferentes
progestagênios, é possível verificar que o efeito hiper-coagulante do contraceptivo oral
combinado não é somente dependente da dose de estrogênio, mas da
“estrogenicidade total” da formulação estroprogestiva. A estrogenicidade eleva com o
aumento da dose de estrogênio, porém, diminui com o aumento da atividade
antiestrogênica do progestagênio (STOCCO, 2011).
Segundo Pinto (2014), em dezembro desse mesmo ano, teve a publicação pela
agência do documento Ouvidor Recomenda nº2 de 2014, e ficou enfatizado a respeito
dos efeitos adversos dos anticoncepcionais. Esse departamento recomendou, que as
classes médicas e farmacêuticas tivesse uma atitude diferente para a cultura
informativa em relação a esses medicamentos: realizando exames prévios para
análise de possível tendência a trombofilia, informar sempre as pacientes sobre a
possibilidade da ocorrência do tromboembolismo, levar em consideração outros
métodos contraceptivos e orientar sobre sintomas para num diagnóstico precoce, se
tenha mais informações que possam levar a um diagnóstico mais rápido. A ouvidoria
considerou outras alternativas, que seria a colocar nos rótulos de contraceptivos
hormonais orais (CHO) uma advertência em relação ao ”Risco de trombose”, igual ao
que ocorre nas embalagens de cigarros (PINTO, 2014).
Em um estudo de Febrasco (2017) envolvendo caso e controle não se
confirmou associação entre uso de contraceptivos orais e infarto do miocárdio, bem
como não houve diferença entre representantes de segunda e terceira geração.
Mulheres que toleraram infarto tinham outros fatores de risco cardiovasculares (em
88% dos casos). Das mulheres com menos de 45 anos que apresentaram um episódio
25
de infarto, 87% não utilizavam contraceptivos. O tabagismo associou-se intensamente
à ocorrência da doença, de modo que usuárias púberes que querem manter sua saúde
cardiovascular precisam reduzir o fumo.
Mais recentemente, foi demonstrado o aumento do risco também aplicado a
comprimidos contendo drospirenona e acetato de ciproterona (Dinger et al, 2007;
Martinez et al, 2012). Conjuntamente, o risco de trombose arterial está aumentado
levemente e pode desencadear acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio, mas
em contraste com a trombose venosa profunda nenhum efeito do tipo de
progestogênio foi observado (Lidegaard et al, 2012). Esse mesmo estudo, demonstrou
que o risco foi ligeiramente mais elevado em mulheres que tomam pílulas com 30 ou
40 ug de etinilestradiol em comparação com aquelas que tomam pílulas com 20 ug. O
tabagismo, hipertensão e a idade são fatores de risco.
independentes e deve ser levado em conta ao estimar o risco individual de
trombose arterial quando for usado o anticoncepcional oral.
Uma entrevista no site do Dr. DrauzioVarella(2012), um comitê da Inglaterra
comprovou que a alta dosagem de estrogênio estava associada ao tromboembolismo.
O médico entrevistado, o Dr. José Mendes Aldrighi, ainda alerta para as dores de
cabeça, um dos sintomas primários de algumas complicações. [...]“Se a jovem
apresentar dor de cabeça intensa sem nenhuma outra causa aparente, suspende-se
a pílula anticoncepcional e acompanha-se a evolução do quadro. A mesma conduta é
adotada quando aparecem alterações visuais, como a diplopia (visão dupla), ou a
perda da visão lateral, para afastar a hipótese de estarmos diante de um problema
vascular causado pela pílula”[...]. Ou seja, não são hipóteses, são fatos que
demonstram os problemas dos contraceptivos orais.
[...]”Os anticoncepcionais não aparecem como substâncias totalmente inócuas
e os profissionais da medicina sempre salientam a importância do médico para indicar
a pílula ideal para cada mulher” [...] (MENEZES, 2010, p. 5).
Por outro lado, os malefícios dos anticoncepcionais hormonais podem ser
desde efeitos simples como náuseas e distensão abdominal provocados pelo
estrogênio, ou alteração de humor e pequenas hemorragias causadas pela
progesterona, como problemas mais sérios de acidente vascular, infarto do miocárdio
e câncer que podem levar a morte (FINOTTI, 2015).
26
A figura 3, mostra uma imagem que indica como o anticoncepcional funciona,
sua ação, efeito, e complicações, e também faz um breve comentário sobre os tipos
de pílulas.
FIGURA 3- Congestionamento nas veias
Fonte: Carolina Ambrogini e Claudio Bonduki, ginecologistas da UNIFESP.
27
Essa figura, faz um fechamento de tudo o que foi relatado nesse trabalho, pois
fala dos tipos de pílulas e seus efeitos, como um medicamento que aparenta ser tão
inofensivo e que comprado muitas das vezes sem nenhuma prescrição, pode ser tão
perigoso e causar tantas complicações para a saúde das usuárias deste medicamento
e que não sabem ou desconhecem que possuem algum dos fatores de risco já citados
nesse trabalho.
28
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os anticoncepcionais orais foram inicialmente produzidos e lançados no
mercado com altas dosagens hormonais de estrogênio e progesterona, e tinha o
intuito de tratar de distúrbios hormonais em seguida que foi utilizado para inibição da
ovulação, no entanto, estas altas dosagens submetiam a mulher a uma série de efeitos
colaterais.
Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos colaterais e os riscos
trombóticos advindos do uso de anticoncepcional oral. Por mais, que este
medicamento traga inúmeras vantagens deve-se ter cuidados primordiais ao inicia seu
uso. Há que se levar em conta os fatores de risco associados, o que torna assim os
COs contraindicados no caso de mulheres que possuem fatores de risco como a
idade, uso de tabaco, diabetes mellitus, enxaqueca, hipertensão, dislipidemia, lúpus
eritematosos sistemáticos ou em caso de gravidez e lactação.Uma anamnese
cuidadosa prévia por parte do prescrito, buscando identificar fatores que
diagnostiquem os riscos, é muito importante e deve sempre ser feito.
Em suma, os anticoncepcionais orais possuem risco para o desencadeamento
da trombose, e outras doenças principalmente naquelas mulheres que tem alguma
predisposição genética facilitando a ocorrência do trombo, pois o anticoncepcional
associado com outro fator de risco tem maior possibilidade de gerar trombose.
Portanto é importante utilizar os contraceptivos orais combinados de forma adequada
e com acompanhamento médico, pois muitas mulheres fazem uso indiscriminado
desse medicamento, e é nessa situação que se encontra o perigo, portanto, é
fundamental a paciente ter conhecimento prévio sobre os riscos e benefícios dos
COCS, de acordo com seu histórico clínico o médico prescreverá o melhor método
contraceptivo a ser utilizado.
Ressaltando a importância do profissional farmacêutico, uma vez que, muitas
mulheres procuram este para obterem esclarecimento e indicação de métodos
anticoncepcionais, e este sendo o portador do conhecimento deve saber orientar
corretamente sua paciente, e não lhe dispensando um anticoncepcional como se
fosse mais um medicamento para febre. Deve orientar essa mulher a procurar um
ginecologista para que lhe prescreva o anticoncepcional correto.
29
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