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RUÍDO Rogerio Sgura Minnicelli R2-Medicina do Trabalho Santa Casa São Paulo-2009

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Page 1: Rogerio Sgura Minnicelli R2-Medicina do Trabalho Santa Casa São Paulo-2009

RUÍDORogerio Sgura MinnicelliR2-Medicina do Trabalho

Santa Casa São Paulo-2009

Page 2: Rogerio Sgura Minnicelli R2-Medicina do Trabalho Santa Casa São Paulo-2009

Conceitos básicos

Som: qualquer vibração que pode ser ouvida

16 – 20000 Hz Ruído (higiene do trabalho): “é o

fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão, em função da frequência. Para uma dada frequência podem existir variações de diferentes pressões”

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Conceitos básicos

Nível de pressão sonora (NPS) = decibel → é a intensidade do som

Frequência do som: nº de vibrações na unidade de tempo

Nível de potência sonora: para especificar o ruído do equipamento, cálculos de isolamento e estimativa de ruído que uma fonte produz a uma determinada distância

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Conceitos básicos

Nível de decibel compensado: é a forma pela qual o ouvido se manifesta para uma mesma PS em frequências ≠

Nível equivalente de ruído: NR-15 → o aumento em 5 dB dobra a equivalência de energia → dobra o risco de dano auditivo

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Tipos de ruído

Ruído contínuo e intermitente contínuo > 15 minutosintermitente > 1 seg e < 15

min Ruído de impacto = picos de energia

acústica< 1 seg duração e > 1 seg

intervalo

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Efeitos do ruído sobre organismo

Irritabilidade, nervosismo, vertigens ↑FC, ↑PA, vaso constrição periférica Variam entre os indivíduos

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Efeitos sobre aparelho auditivo

1- Ruptura MT = deslocamento intenso de ar, com variação brusca e elevada de PS

120 dB → desconforto130 dB → prurido + dor leve ≥ 140 dB → dor intensa, ruptura,

luxação de ossículos orelha

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Efeitos sobre aparelho auditivo

2- Perda Auditiva por Trauma Sonoro:Temporária (recuperação gradual)Permanente → neurosensorial

irreversívelAudiometria: lesão típica “gota

acústica”Evolução lenta ≠ ruptura MT (> 5

anos)

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Instrumentos de medição

1- medidor de intensidade sonora:opera no circuito de Compensação

“A” circuito de Resposta Lenta

(slow)próximo ao pavilhão auricular

2- Audiodosímetro = uso pessoal

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Dosímetros de ruído

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Limite de tolerância

NR-15: “concentração ou intensidade máxima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral”

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Limite de tolerância

Nível de Ruído dB Máxima Exposição Diária Permissível

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

95 2 horas

100 1 hora

105 30 minutos

110 15 minutos

115 7 minutos

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Limite de tolerância

LT para Impacto:dosímetro ruído → circuito de resposta rápida (“fast”)

circuito compensação “C”

130 dB com EPI

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Avaliação Ocupacional

Efeito danoso do ruído depende:1- NPS nas diferentes frequências2- tempo de exposição diária3- ausência de proteção 4- suscetibilidade (“ouvidos de cristal”)

Ruído X Insalubridade Ruído X Aposentadoria Especial

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Avaliação Ocupacional

Controle da fonte:1- isolamento2- substituição por equipamento + silencioso3- manutenção periódica do maquinário4- programar operações5- engrenagens metálicas → plástico

Controle do trabalhador: ↓ T de exposição

EPIs

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Perda Auditiva Induzida pelo Ruído - PAIR

Trauma acústico: instalação súbita por ruído repentino, grande intensidade. Ex: explosões

Perda auditiva temporária: mudança temporária do limiar da audição; logo após exposição ruído intenso; regressão espontânea em minutos, horas ou dias. Ex: casa noturna

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PAIR

Perda auditiva permanente: exposição excessiva a alto nível de ruído, em anos; instalação lenta e progressiva; destruição órgão de Corti = neurosensorial → compromete altas frequências, bilateral

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Fatores que Influenciam PA – menos o ruído

Constitucional (“ouvido de cristal”) Traumatisos de crânio, face e orelha Medicamentos ototóxicos Diabetes, HAS Vasculites Infecções Produtos químicos

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Diagnóstico PAIR

Anamnese clínico – ocupacional: tipo de função, uso de EPI, história ocupacional atual e pregressa

Auto avaliação Uso de medicações, hábitos, doenças,

antecedentes mórbidos Ex físico geral Ex específico: otoscopia

audiometria tonal aérea

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Audiometros

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-10 0102030405060708090

100110120

• Audiograma em formato gráfico

• 250 500 1000 3000 6000 2000 4000 8000 Hz

dB

Audiograma em formato tabular

data 250 500 1000 2000 3000 4000 6000 8000DE

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Critérios Avaliação Audiométricos – Portaria N˚ 19 – MT 1994

Audiogramas dentro dos limites aceitáveis = todos os limiares ≤ 25 dB

Perda > 25 dB, em 1 ou + frequências, entre 3000 e 6000 Hz, com formato em “colher” (gota acústica)

Perda > 25 dB sem características de PAIR

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Seguimento Audiométrico PCA – Programa de Conservação Auditiva Levantamento audiométrico funcionários

da área de risco Audiometrias periódicas Piora significativa (Portaria 19, MT 1994)

= piora ≥ 15 dB entre as audiometrias de referência

Melhora significativa = média aritmética de cada frequência ≥ 5 dB entre audiometrias de referência

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Evolução ∕ Prognóstico

Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, 1999:

PAIR quase nunca é profunda ≤ 40 dB baixas e médias frequências ≤ 75 dB altas frequências Cessada exposição = parada progressão Perdas neurosensoriais = irreversíveis Melhor procedimento → PREVENÇÃO

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Condutas – MT e PS, 1998

1- estabelecer, ou não, Nexo-Causal: exposição ruído → perda auditiva

2- estabelecer, ou não, incapacidade originada pela perda auditiva

3- sobre a notificação do problema (CAT) 4- sobre a necessidade de

encaminhamento ao especialista 5- necessidade de reabilitação

profissional 6- possibilidade de entrar no PCA

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Nexo-Causal e Inaptidão

Evidência audiométrica que corresponda com o tipo, intensidade, dose e tempo de exposição ao ruído

Incapaz: comprometimento grave, risco de agravamento, mesmo com EPC e EPI, ou desempenho profissional comprometido por causa da perda auditiva – Ferreira 1998

Page 28: Rogerio Sgura Minnicelli R2-Medicina do Trabalho Santa Casa São Paulo-2009

Nexo-Causal e Inaptidão Portaria 19 MT, 1998: “a perda auditiva

induzida por níveis de pressão sonora elevados, por si só, não é indicativa de inaptidão para o trabalho”

“a perda auditiva, no exame audiométrico admissional, não deve desclassificar o trabalhador para o exercício profissional, pois além de não interferir em sua capacidade laborativa, pode não ser de origem ocupacional”

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Etapas Relacionadas ao Trabalhador

Ex audiométrico → locais onde ruído médio > 80 dB

Audiometrias pré-admissionais e periódicas

Priorizar eliminação ou atenuação de ruído no local de trabalho

Fornecer EPI

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Caso clínico Mulher, 58 anos, natural Bahia, procedente

Taboão há 33 anos, 5ª série Controle de qualidade indústria têxtil, admitida

em 1990 (operadora de máquina) , jornada 8 h/dia Sempre utilizou protetor auricular, 87 dB local 1973-74: embalagens para flores 1978-80: costureira Familiares reclamam do volume da TV, zumbidos

bilaterais há 3 anos; sem prejuízo das atividades diárias

Ex: nível de conversação adequado, otoscopia sem alteração

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Audiometria

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