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ISSN 0370-6583 RODRIGUÉSIA Revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro Volume 36 Número 60 Julho/Setembro 1984 *\ 154 iv 1 25

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ISSN 0370-6583

RODRIGUÉSIARevista do Jardim Botânico do Rio de JaneiroVolume 36 Número 60 Julho/Setembro 1984

*\

154iv

1 25

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ISSN 0370-6583

RODRIGUÉSIARevista do Jardim Botânico do Rio de JaneiroVolume 36 Número 60 Julho/Setembro 1984

SumárioPolígalasdo Brasil-I. Seção Acanthocladus (Kl.ex Hassk.) Chod. (Polygalaceae) 3Maria do Carmo Mendes Marques

Cianof íceas: um peculiar e importante grupo de microorganismos 11Francisco Perlingeiro Neto

A nervação foliar das Sapindáceas do Estado do Rio de Janeiro — I. GêneroPaullinia L. e Thinouia Planch. et Triana 17M. da C. ValenteNilda Marquete Ferreira da SilvaJosé Fernando A. Baumgratz

Parapiptadenia Brenam (Leguminosae-Mimosoideae) — Estudo taxonômicodas espécies brasileiras 23Marli Pires Morim de LimaHaroldo Cavalcante de Lima

Polígalas do Brasil-III. Seção Gymnospora Chod. do gênero Polygala L.(Polygalaceae) 31Maria do Carmo Mendes Marques

Morfologia dos frutos alados em Leguminosae-Caesalpinoideae — MartiodendronGleason,Peltophorum (Vogel) Walpers,Sclerolobium Vogel, Tachigalia Aublete Schizolobium Vogel. 35Elisabete de Castro OliveiraTânia Sampaio Pereira

Uma nova espécie de Kielmeyera Martius endêmica do Paraná 43Nagib Saddi

Pouteria psammophila var. psammophila — Sapotaceae: Eleição do lectotypus 45Aydil Grave de AndradeJosé Cardoso de Andrade

Miconias do Estado do Rio de Janeiro. Seção Chaenantheria Naudin(Melastomataceae) 47José Fernando A. Baumgratz

Rodriguésia Rio de Janeiro V.36 n. 60 p. 3-80 jul./set. 1984

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Novas Espécies de Kielmeyera Martius (Guttiferae) do sudeste brasileiro 59Nagib Saddi

Bumelia obtusifolia var. excelsa (Sapotaceaè), quixabeira: Inventário dosespécimens remanescentes na Ilha de Paquetá (Baía da Guanabara,Rio de Janeiro) 65José Cardoso de AndradeAydil Grave de Andrade

Células de Transferência em Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. (Compositae). 69Sônia Maria de CarvalhoCecília Gonçalves CostaElliot W. Kitajima

Anatomia do desenvolvimento floral de Cássia multijuga Rich.(Leguminosae-Caesalpinoidae) 73Delphos José GuimarãesGerusa Brunow FontenelleBenedicto Antônio Duarte de Oliveira

Publicação trimestral do Jardim Botânico do Rio de Janeiro — Administração: Coordenadoria de Editoração - Rua Jardim Botânico,1008 - CEP 20460 - Rio de Janeiro - telefone: (021) 274-4346- Editor-Científico: Graziela Maciel Barroso (Jardim Botânico do Rio deJaneiro e Projeto Radam-Brasil} - Coordenador Editorial: Cícero Silva Júnior - Projeto Gráfico e Edição de Arte: Pedro Paulo Del-

pino Bernardes (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq) - Copidesque: Maria Inês Adjuto Ulhoa -

Fotografia: Cyntia Kremer e Mário da Silva — Circulação: Maria Lúcia Monteiro Guilhermino — Comissão Permanente de Publicações doJardim Botânico: Ariane Luna Peixoto (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Carmem Lúcia Falcão Ichaso (Jardim Botânicodo Rio de Janeiro — IBDF); Cecília Gonçalves Costa (Jardim Botânico do Rio de Janeiro - IBDF); Cordélia L. Benevides de Abreu (Jar-dim Botânico do Rio de Janeiro - IBDF); Dorothy S. Dunn de Araújo (Departamento de Conservação Ambiental - FEEMA); HaroldoCavalcante de Lima (Jardim Botânico dó Rio de Janeiro - IBDF); Honório da Costa Monteiro-Neto (Universidade Estadual do Rio deJaneiro, Jardim Botânico do Rio de Janeiro - IBDF); Margareth Emmerich (Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro -

UFRJ); Raul Dodsworth Machado (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ); Wanderbilt Duarte de Barros (IBGE/Departamen-to de Análise de Sistemas de Recursos Naturais) - Presidente da Comissão de Publicações: Graziela Maciel Barroso (Jardim Botânico doRio de Janeiro - IBDF) - Presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF: Mauro Silva Reis - Diretor do Jar-dim Botânico do Rio de Janeiro: Carlos Alberto Ribeiro De Xavier — Composição e Impressão: Fórmula Gráfica Editora Ltda. - Setorde Indústrias Gráficas - Quadra 4 - Lote 374 - Fone: 226-0457 • BrasíliaDF.

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Polígalas do Brasil-I. SeçãoAcanthocladus (Kl. ex Hassk.) Chod(Polygalaceae)

Maria do Carmo Mendes Marques1 0 presente trabalho trata do estudo taxonômico da seção Acanthocladus (Kl. exHassk.) Chod. Esta seção engloba quatro espécies e duas variedades que são ilustradascom desenhos analíticos de flores e frutos, padrão de nervação e epidermes foliares.Descrevemos pela primeira vez, o fruto de P. pulcherríma e acrescentamos duas varie-dades à antiga sistemática da seção. Para a identificação das espécies e variedades da se-ção Acanthocladus, uma chave analítica é apresentada.

Pesquisadora em botânica do JardimBotânico do Rio de Janeiro

Este trabalho contou com o auxflio do CNPq.

A autora agradece ao CNPq, ao padre EmanuelRondon de Amarante, dra. Graziela Maciel Bar-roso, dr. John J. Wurdack, José Fernando A.Baumgratz e às diversas instituições nacionais6 estrangeiras pelo empréstimo do material deherbário conforme relação do material exami-nado.

Introdução

Polygala L. é o gênero mais numero-so dentro das Poligaláceas. Habita em to-do o mundo, mas é especialmente abun-dante nas áreas neotropicais. Em nossaflora são conhecidas, aproximadamente,180 espécies.

Chodat (1893:1) estabeleceu dez se-ções para o gênero: Phlebotaenia (Griseb.),Acanthocladus (Kl. ex Hassk.), Hebecar-pa, Semeiocardium (Zol.), Hebeclada, LI-gustrina, Gymnospora, Brachtropis (DC),Chamaebuxus e Polygala "Orthopolyga-

Ia". Destas, apenas cinco têm representan-tes no Brasil: Acanthocladus (Kl. ex Has-sk.), Ligustrina, Gymnospora, Hebecladae Polygala.

Iniciamos o nosso trabalho pelo estu-do das espécies integrantes da seção Acan-thocladus (Kl. ex Hassk.) Chod.

Chave para identificação das seçõesA. Carena com ápice simples, levemente

emarginado.a. Sépalas caducas no fruto. Árvores

pequenas ou arbustos. Inflorescên-cias em fascículos umbeliformesaxilares . . I — Seção Acanthocladus

(Kl. ex Hassk.) Chod.aa.Sépalas persistentes no fruto. Sub-

arbustos ou ervas. Inflorescências

terminais, axilares, extra-axilares ouopositifólias, em rácemos longos oucurtos.

b. Sépalas externas superiores livresentre si.

c. Cápsulas elípticas, orbiculares,oblongas ou ovadas. Sementes ca-runculadas. Disco circundando abase do ovário; ovário glabro e sés-sil. Presença de glândulas cilíndricaslaterais à base do pecíolo e, fre-qüentemente, na raque da inflores-cência . II — Seção Ligustrina Chod.

cc.Cápsulas liriformes. Sementes não-carunculadas. Disco ausente; ováriopiloso e estipitado. Ausência deglândulas laterais à base do pecíoloe na raque da inflorescência

. . lll — Seção Gymnospora Chod.bb.Sépalas externas superiores conadas

em sua maior parte.... IV - Seção Hebeclada Chod.

AA. Carena cristadaV — Seção Polygala Chod.

Seção Acanthocladus (Kl. ex Hassk.)Chod.

Resultados

Morfologia

HabitusArbustos ou pequenas árvores de cau-

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60)'3-10, jul./set. 1984

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le cilíndrico, lenhoso, glabro e muito ra-mificado.

RamosRamos curtos, oliváceos, branco-acin-

zentados ou pardacentos, cilíndricos, es-triados, subpatentes, crassos, glabrescen-tes e, freqüentemente, desfolheantes (P.pulcherrima, P. scleroxylon, P. albicans)ou tênues e pilosos {P. klotzschii), prolon-gados em espinhos, alternos ou, muitasvezes, opostos e espinhosos no centro dabifurcação.

FolhasFolhas alternas (P. pulcherrima, P.

klotzschii), opostas ou subopostas (P.scleroxylon, P. albicans), com pecíolo gla-bro ou pubérulo, casianho-escuro etransversalmente rugoso. Lâmina elíptica,orbicular, oblonga, lanceolada ou ovada,base cuneada, aguda, obtusa, arredondadaou, levemente, cordada, ápice agudo, ate-nuado, cuspidado, subobtuso, acuminadoou arredondado e, às vezes, emarginado,coriacea ou subcoriácea (P. pulcherrima,P. scleroxylon, P. albicans) ou rígido-membranácea (P. klotzschii), glabra (P.pulcherrima, P. scleroxylon, P. albicans)ou pubérula na face inferior (P. klotzs-chii), de margem plana ou subrevoluta.Padrão de nervação broquidódromo. Epi-dermes adaxial e abaxial, em vista frontal,com células de paredes retas (P. pulcher-rima, P. scleroxylon, P. albicans) ou si-nuosas (P. klotzschii); estômatos do tipoanomocítico, restritos apenas à face infe-rior.

InflorescênciasInflorescências em fascículos umbeli-

formes, sésseis ou providos de pedúnculocurtíssimo, de 0,5-1,0mm de comprimen-to [P. klotzschii). Pedicelos longos ou cur-tos, glabros [P. pulcherrima, P. klotzschii,P. albicans) ou pubérulos (P. scleroxylon),tribracteolados na base. Bractéolas quaseiguais entre si, de membranáceas a subcar-nosas, pubérulas no dorso e ciliadas nasmargens, persistentes ou caducas.

Indumento0 pêlo é sempre simples, unicelular e

aguçado. A pilosidade é pequena, e a inci-dência de caducidade é grande, de modoque as partes vegetativas adultas são ge-ralmente glabras (apenas P. klotzschiiapresenta uma maior concentração de pê-

los no caule, nos ramos e na face abaxialdas folhas).

FloresFlores alvas, amarelas, alvo-amarela-

das, amarelo-douradas ou azuladas, mem-branáceas ou subcarnosas. Sépalas cadu-cas no fruto {P. pulcherrima apresenta, àsvezes, as sépalas externas persistentes, jáas sépalas internas são cedo caducas);as ex-ternas são livres, desiguais entre si, glabrasou pubérulas no dorso, ciliadas nas mar-gens; as internas pouco maiores que a ca-rena, de levemente assimétricas a simétri-cas, glabras ou glabras na face externa epubérulas na interna, com bordos infleti-dos, ciliados ou não. Carena com ápicesimples, levemente emarginado. Pétalas la-terais 4: duas rudimentares, soldadas àbainha estaminal e duas internas, bem-de-senvolvidas, menores, atingindo ou supe-rando o comprimento da carena, pilosasna face interna e ciliadas nos bordos atéacima da porção mediana, glabras em di-reção ao ápice, subcarnosas, concrescidasaté mais ou menos 1/5 de sua altura coma bainha estaminal. Estames 8, com os fi-letes unidos até pouco acima da parte me-diana; filetes livres, glabros; anterasoblongas ou elípticas e deiscentes obli-

quamente, apresentando o ápice levemen-te emarginado; grãos de pólen policolpo-rados e equiaxiais. Ovário glabro; estiletecurvo, estreitando-se levemente, em dire-ção ao ápice que apresenta estigma termi-nal e emarginado.

FrutosCápsulas oblatas, sésseis ou levemen-

te estipitadas, emarginadas ou não no ápi-ce, subcarnosas, freqüentemente assimé-tricas pelo atrofiamento de um dos lócu-los. Sementes suborbiculares, pilosas ouglabras; tegumento enegrecido ou casta-nho-avermelhado quando seco; carúnculagaleada, não-apendiculada; endospermaausente; embrião crasso e subgloboso; co-tilédones carnosos, semiglobosos, plano-convexos, muito maiores que o eixo hi-pocótilo-radícula; eixo hipocótilo-radícu-la impresso (P. pulcherrima) ou proemi-nente (P. klotzschii) no ápice dos cotilé-dones.

Descrição da seção

Seção Acanthocladus (Kl. ex Hassk.)Chod.Chodat, Mem. Soe. Phys. et d'Hist. Nat.Genève, 30(8) :114.1889 et 31, part. 2(2):6.1893; Marques, Rodriguésia 31(48):86.1979.

Acanthocladus Kl. ex Hasskarl, PlantaeJunghunianae part. 2:184.1852; Chodat,loc. cit. pro syn; Hutchinson, The Gen. ofFlow. Pl. 2:340.1968.

Arbustos ou árvores pequenas. Ra-mos subpatentes, prolongados em espi-nhos. Inflorescências axilares, em fascícu-los umbeliformes. Sépalas externas livresentre si, geralmente caducas no fruto, asinternas sempre caducas; carena com ápi-ce simples; pétalas rudimentares presen-tes. Cápsula oblata; semente suborbicular,com carúncula galeada e não-apendicula-da; endosperma ausente; embrião crasso esubgloboso.

T\po:Polygala Klotzschii Chod.

O nome Acanthocladus foi dado peloautor em alusão aos ramos que são pro-longados em espinhos.

A seção Acanthocladus engloba qua-tro espécies e duas variedades. No Brasil,elas ocorrem nos seguintes estados: Ama-zonas. Ceará, Bahia, Espírito Santo, Riode Janeiro, São Paulo, Mato Grosso,Goiás e Paraná.

Chave para o reconhecimento das espécies

A. Folhas alternas.a. Árvores de 3-14m de altura. Lâmi-

na foliar 9-25cm de comprimento e3-8,5cm de largura (figura 1 - nP 1),coriacea, com células das epider-mes, superior e inferior, em vistafrontal, de paredes retas. Florescom 10-15mm de comprimento;pedicelo com 15-18mm de compri-mento (figura 2 - nPsl e 5). Cápsulacom 10-12mm de comprimento e20-22mm de largura, emarginadano ápice (figura 4 - nP 1); sementesglabras; carúncula pregueada (figura4 - nP 2); embrião com o eixo hipo-cótilo-radícula impresso no ápicedos cotilédones (figura 4 - nP3) . . .

1 - P. pulcherrimaaa.Arbustos de 0,80-1,5m de altura.

Lâmina foliar com 2,2-5,0cm decomprimento e 1,0-2,7cm de largu-ra (figura 1 - nP 2), rígido-membra-nácea, com as células das epider-mes, superior e inferior, em vistafrontal, de paredes sinuosas. Florescom 5,5-6,4mm de comprimento;pedicelo com 4-6mm de compri-mento (figura 2 - nP 6). Cápsulacom 4,0-5,5mm de comprimento e5,5-7,0mm de largura, emarginada

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:3-10, jul./set. 1984

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ou não no ápice (figura 4 - nPs 4 e4a): sementes pilosas: carúnculacarnosa, não-pregueada (figura 4 -nP 5); embrião com o eixo hipo-cótilo-radícula proeminente no ápi-ce dos cotilédones (figura 4 - n? 6)

. . . 2 - P. klotzschiiAA. Folhas opostas ou subopostas

b. Árvores com cerca de 15m de ai-tura. Pedicelo puberulo (figura 2 -

nP10). Pétalas laterais rudimenta-res com 2,5-3,0mm de compri-mento, clavado-oblongas (figura 3nP 22). (Lâmina foliar com6-14cm do comprimento e 2,5-6,0cm de largura, elíptica ou lan-ceolada (figura 1 - nP 3). Florescom 6-8mm de comprimento (fi-gura 2 - nP 10); pedicelo com 5-8mm de comprimento)

3 - P. scleroxylonbb. Árvores pequenas ou arbustos

com 1,0-6,0m de altura; pediceloglabro; pétalas laterais rudimenta-res com 0,5-1,2mm de compri-mento, oblongas. •c. Lâmina foliar com 6,0-8,0cm

de comprimento e 3-5,3cm delargura, de estreitamente a lar-gamente elíptica ou ovada,base obtusa ou arredondada,ápice agudo ou subobtuso (fi-gura 1 - nP 4); pedicelo com10-12mm de comprimento (fi-gura 2 - nP 14), bractéolas ca-ducas

. . . 4.P. albicans var.albicanscc. Lâmina foliar com 3,5-5,5

(6,4)cm de comprimento(1,9-3,5cm de largura, elípti-ca); pedicelo com 6-8mm decomprimento; bractéolas per-sistentes.d. Lâmina foliar de ápice ob-

tuso a arredondado (figura1 - nP 5), (base obtusa,arredondada ou levementecordada; fruto imaturo e-marginado e levemente ala-do) (figura 4 - nP 7).... 4.1 - P. albicans var.

silvaedd. Lâmina foliar de ápice

agudo ou cuspidado (fi-gura 1 - nP 6), (base agu-da, obtusa ou levementecordada; fruto não emar-

ginado e não alado) (figu-ra4- nP9)

. ... 4.2 ~P. albicans var.caraçaensis

Descrição das espécies

Polygala pulcherrima Kuhlm.

J.G. Kuhlmann, Arch. Inst. Biol. Veg.,Rio de Janeiro, 2(1 ):83.1935.Securidaca corytholobium Benn. in Mar-tius, Fl. Bras. 13 (3):68 p., t. 26, ramosflorifer et florum analysis (non ramusfructifer). 1874.

Árvores de 3-14m de altura, belíssi-mas, com raminhos pardacentos e glabros.Folhas alternas; pecíolo com 4-6mm decomprimento, glabro; lâmina com 9-25cmde comprimento e 3,0-8,5cm de largura,elíptica, oblonga ou, mais freqüentemen-te, lanceolada, base aguda ou obtusa, ápi-ce agudo ou atenuado, coriacea, glabra,de margem plana e inteira. Epidermesadaxial e abaxial, em vista frontal, comcélulas de paredes retas. Inflorescênciasde 4-16 flores; pedicelos com 15-18mmde comprimento, tênues, eretos, glabros;bractéolas com 0,8-0,9mm de compri-mento e 0,5-0,6mm de largura, ovadas ousuboblongas, persistentes, subcarnosas.Flores de 10-15mm de comprimento, azu-ladas, membranáceas; sépalas externasovadas, arredondadas no ápice (às vezespersistentes no fruto); as superiores de4-6mm de comprimento e 3,2-3,8mm delargura; a inferior de 6-8mm de compri-mento e 4-4,2mm de largura; sépalas in-ternas com 10-15mm de comprimento e6-1 Omm de largura, elípticas ou suborbi-culares, levemente unguiculadas, levemen-te assimétricas, ciliàdas ou não nas mar-

gens. Carena com 7-12mm de comprimen-to; pétalas laterais internas com 7-13mmde comprimento, atingindo ou pouco su-

perando o comprimento da carena, oblon-

gas, de ápice arredondado, levemente pi-losas próximo às margens externas de am-bas as faces, desde a base até mais ou me-nos 1/4 de seu comprimento; pétalas rudi-mentares com 1,5-2,0mm de comprimen-to e 0,8-1,Omm de largura, ovadas ouoblongas, de ápice obtuso a arredondado.Bainha estaminal glabra, levemente cilia-da nas margens até acima da porção me-diana; filetes livres com cerca de'4,5mmde comprimento, anteras com 0,6mm decomprimento. Ovário com 2,2-3,0mm decomprimento e largura, de orbicular aobovado, emarginado no ápice; estiletesubgeniculado, levemente recurvado na

porção superior. Cápsula 10-12mm longa,20-22mm lata, emarginata, subcarnosa etleviter rugosa, brevissime stipitata. Semi-na circiter 3,3mm longa, 3,6mm lata,

subsphaerica, in ápice truncata, glabra,tegimento nigrescenti vel brunneo-subru-bro (in statu sicco), exalbuminosa; carun-cuia galeata, haud appendiculata, carnosaet corrugata. Embryo crassus et subglobo-sus, in ápice truncatus, cotyledonibus car-nosis, semiglobosis, plano-convexis, multomaioribus quam axis hypocotylo-radicu-laris impressus in ápice cotyledonum.

Sintipos: Espírito Santo, Linhares,Rio Doce, margens do Rio Juparana, leg.J.G. Kuhlmann 101 (30/03/1934), RB.Espírito Santo, Bananal, leg. P.P. Velho76 (10/1924), R;isosintipo, RB.

Distribuição geográfica: Brasil, nosestados do Espírito Santo e Bahia.

Esta espécie foi encontrada em matasde tabuleiro e em capoeiras, com floresnos meses de abril, junho, agosto, outu-bro e novembro e frutos no mês de agos-to. Seu nome procede do latim pulcher-rimus, a, um (= belíssimo), em alusão à be-leza da planta.

Material examinado: Espírito Santo:margens da Lagoa do Juparana, Linhares,Rio Doce. Árvore de 4-5m de altura, florazul, leg. Kuhlmann 101 (30/03/1934)RB; Bananal, leg. P.P. Velho 76 (10/1924), RB; ibidem, lado esquerdo de acei-ro com Silvestre Milanez, km 0,498. Emfloresta alta, árvore mais ou menos com12m e fuste mais ou menos com 7m, D APcom 18cm, 0 da copa mais ou menos 5m.Flor e botão roxo, fuste cilíndrico e cascaáspera, leg. I.A. Silva 110 (08/11/1979);Linhares, km 10 da rodovia a Bananal la-do N. Árvore de 7m de altura, flor azul.Mata. Leg. T.S. Santos 2017 (01/10/1971), Cepec; Reserva Florestal LinharesCVRD. Próximo à Estrada 143A6talhão601. Árvore com mais ou menos 14m dealtura, com fuste de mais ou menos 10mde altura. Crescendo em mata de tabulei-ro, com flor roxa, leg. J. Spada 239 (09/04/73). Bahia: Ilhéus, Plantação de cacau,Árvore de 6m de altura x 10cm de diâ-metro. Flores azuladas, cálice arroxeado;estames marrons, leg. J. Almeida 5 e T.S.Santos 5 (01/08/1968), Cepec; ibidem.Árvore de 10m de altura x 15cm de diâ-metro, flor azulada, leg. T.S. Santos 1706(16/06/1971), Cepec; ibidem. Plantaçãode cacau. Planta com 3cm de altura, fru-to roxo quando maduro, leg. J. L. Hage52 (12/08/1971), Cepec; Itabuna, Juçari.Mata. Árvore de 3m x 3cm de diâmetro,flores azuis, estames brancos. Coleção demadeira, leg. R.S. Pinheiro 128 (20/07/

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:3-10, jul./set. 1984

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1967) Cepec; Itaimbé vale do Rio Pardo.Árvore de 6m de altura, fruto verde. Ca-poeira, leg. T.S.S. 1.865 (20/08/1971),Cepec; Itamaraju — Fazenda Boa Vista,leg. M.T. Monteiro 23.504 (26/07/1971).Flores azuis bastante perfumadas. Ma-deira dura; Taboquinhas x Uruçuca. Árvo-re de 5m, flor branca com mancha azul naparte interna. Capoeira, Leg. T.S. Santos1.773 (15/07/1971), Cepec; Una, Fazen-da São Rafael, margem do Rio Aliança.Plantação de seringa. Árvore de lOm dealtura, flores azuis, estames brancos,R.S. Pinheiro 313 (26/10/1967), Cepec.

Polygala klotzschii Chod.

Chodat, Mém. Soe. Phys. et d'Hist. Nat.Genève 30 (6):114.1889 e 31, part. 2(2):6, t. 13, fig. 5-7.1893; Marques, Rodri-guésiaW (48):88.1979.Mundia brasiliensis St. Hil. in Saint-Hilai-re, Jussieu et Cambessèdes, Fl. Bras. Mer.2:57, t. 92. 1829; Hassk., Plantae Junghu-nianae part. 2:184. 1852 pro syn. Acan-thocladus brasiliensis.Acanthocladus brasiliensis Kl. ex Hassk.,loc. cit.; Bennett in Martius, Fl. Bras. 13(3):46. 1874; Chodat, loc. cit. pro syn.

Arbusto com 0,80-1,50m de altura,com raminhos oliváceos e pubérulos. Fo-lhas alternas; pecíolo com 1-1,5mm decomprimento, pubérulo; lâmina com 2,2-5,0cm de comprimento e 1,0-2,7cm delargura, de estreitamente elíptica a orbi-cular, base cuneada, ápice subobtuso, fre-qüentemente emarginado, rígido-membra-nácea, puberula na face inferior, de mar-gem plana ou subrevoluta. Epidermesadaxial e abaxial, em vista frontal, comcélulas de paredes sinuosas. Inflorescên-cias de 2-4 flores, providas de um pedún-culo curtíssimo de 0,5-1 mm de compri-mento; pedicelo com 4-6mm de com-primento; bractéolas de 0,6-0,9mm decomprimento e 0,4-0,5mm de largura,oblongas, membranáceas, persistentes.Flores com 5,5-6,5mm de comprimento,alvas, de ápice anilado ou alvo-amarela-das; sépalas externas membranáceas; assuperiores de 2,8-3,1 mm de comprimen-to 1,8-2,0mm de largura, elipticas ou ova-das, de ápice agudo ou obtuso; a inferiorcom 4,2-4,5mm de comprimento e 2,0-2,2mm de largura; sépalas internas com5,5-6,5mm de comprimento e 5,4-6,0mmde largura, obovadas e levemente ungüi-culadas, levemente assimétricas, ciliadasnas margens. Carena com 5,5-6,0mm decomprimento; pétalas laterais internas

com 6-6,5mm de comprimento, atingindoou superando um pouco o comprimentoda carena, oblanceoladas, de ápice arre-dondado, pilosas na face interna e ciliadasnos bordos até acima da porção mediana,subcarnosas; pétalas rudimentares comcerca de 1-1,2mm de comprimento e 0,5-0,7mm de largura, ovadas de ápice obtu-so. Bainha estaminal glabra, ciliada namargem até acima da porção mediana.Ovário com 1,0-1,2mm de comprimento e0,8-1,Omm de largura, elíptico, séssil, nãoou pouco emarginado no ápice; estiletecom o terço apical curvo, formando umângulo de mais ou menos 90°. Cápsulacom 4,0-5,5mm de comprimento e 5,5-7,0mm de largura, séssil, emarginada ounão no ápice, não-alada, freqüentementeassimétrica pelo atrofiamento de um dosloculos. Sementes pilosas, subesféricas;carúncula galeada, não-apendiculada, car-nosa, lisa, truncada na base e afinandopara o ápice; endosperma ausente; em-brião crasso e subgloboso; cotilédonescarnosos; semiglobosos, plano-convexos,muito maiores que o eixo hipocótilo-radí-cuia que está proeminente no ápice doscotilédones.

Holótipo: leg. Saint-Hilaire s.n. (P)."Nascitur in sylvis prope praedium vulgoFazenda de Puipitinga et prope urbem S.Pauli".

Distribuição geográfica: Brasil, nosestados de Mato Grosso, Rio de Janeiro,São Paulo e Paraná.

Esta espécie foi encontrada em matapluvial, orlas de mata, campos e próximaa capoeiras, florescendo nos meses de ju-nho, setembro e outubro. Conhecida vul-garmente pelos nomes de laranjinha-do-mato, laranjeira-brava, limãozinho. Seunome klotzschii foi dado por Chodat emhomenagem ao botânico alemão JohannFriedrich Klotzsch (1805-1860) que a de-terminou como Acanthocladus brasilien-sis, não a descrevendo porém.

Material examinado: Mato Grosso:leg. Dobereiner et Tokarnia 882 (09/09/1972), RB; Amambaí, idem 895 (19/08/1973), RB. São Paulo: Campinas, leg. J.de Barros s.n. (1894), RB; Itapetininga,leg. S.M. de Campos 65 (01/10/1959),US; Santa Bárbara do Oeste, leg. G. Eiten,L. Eiten e I. Mimura 5.712 (26/08/1964)SP; Vinhedo, Estação de tratamento deágua, leg. H. Makino, s.n. (23/09/1977),SP. Paraná: leg. J.C. Lindeman e J.H. deHaas 2753 (17/10/1966), U.

Ao descrever P. klotzschii, Chodatdeu como uma das localidades da espécie,a província do Rio de Janeiro, porém ain-da não conseguimos a referida espécieneste estado, nem tivemos êxito na obten-ção do material solicitado, que pudessecomprovar a localidade citada.

P. scleroxylon DuckeDucke, Tropical Woods, 50:35. 1937.

Árvore com cerca de 15m de altura,com raminhos, geralmente, opostos e espi-nhosos no centro de bifurcação, cinza-es-branquiçados e glabros. Folhas opostas ousubopostas; pecíolo com 4-5mm de com-primento, glabro; lâmina com 6-14cm decomprimento e 2,5-6,0cm de largura,elíptica ou lanceolada, levemente assimé-trica, muitas vezes dobrada na base, baseobtusa, ápice agudo, acuminado, cuspida-do ou, raramente, arredondado e emargi-nado, subcoriácea, glabra, de margem pia-na e inteira. Epidermes adaxial e abaxial,em vista frontal, com células de paredesretas. Inflorescências de 4-6 flores; pedi-celos com 5-8mm de comprimento, ere-tos, pubérulos; bractéolas com 1,2-1,5mm de comprimento e 1,6-2,0mm delargura, ovadas, persistentes. Flores com8-9mm de comprimento, amarelas, sub-carnosas; sépalas externas elipticas, deápice obtuso, pubérulas no dorso e nabase da face ventral; as superiores com2,2-3,0mm de comprimento e 2,2-2,3mmde largura; a inferior com 3,3mm de com-primento e 2,8mm de largura; sépalas in-ternas com 8-9mm de comprimento e7-8mm de largura, obovadas, longamen-te ungüiculadas na base, não-ciliadas nasmargens, amarelo-ouro. Carena com 7-8mm de comprimento, ungüículo ciliadonas margens, amarelo-ouro; pétalas rudi-mentares com 2,5-3,0mm de comprimen-to, clavado-oblongas, de ápice arredonda-do; pétalas laterais internas com 6,5-7,0mm de comprimento, menores ou atingin-do o comprimento da carena, oblongas,arredondadas no ápice, ungüiculadas nabase, pubérulas internamente da porçãomediana até quase a base, amarelo-clarase obscuramente violáceas para o ápice.Bainha estaminal um pouco ungüiculadana base, puberula externamente na por-ção mediana próxima às margens; fileteslivres com cerca de 1,8-2,0mm de compri-mento; anteras com 0,4mm de compri-mento. Ovário com 1,6mm de compri-mento e largura, orbicular, levemente esti-pitado; estilete com o terço apical forte-

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mente recurvado. Fruto não visto porDucke e por nós.

Holótipo: Amazonas, Humaitá, RioMadeira, mata de várzea entre o rio e olago Baraíso, leg. Ducke s.n. (26/06/1936), RB 29.038, com lenho 287 (Yale33.814).

Observação: Embora no protólogo deP. scleroxylon, Ducke tenha dado ao le-nho, depositado na xiloteca do JardimBotânico do Rio de Janeiro, o número287, este refere-se a uma espécie de legu-minosa, coletada por ele e também doAmazonas. Os números correspondentesà espécie citada são 822 e 793.

Esta espécie foi encontrada em matade várzea, florescendo no mês de junho.Seu nome, scleroxylon, procede do grego(skléros, á, on = duro e xylon, ou = ma-deira) e naturalmente, se refere ao lenhoda planta.

Distribuição geográfica: Brasil, no Es-tado do Amazonas.

Material examinado: Amazonas -

Humaitá, Rio Madeira, mata de várzea en-tre o rio e o Lago Paraíso, árvore peque-na, flor amarela, leg. Ducke s.n. (26/06/1936), RB.

Polygala albicans (Benn.) Grond. var. albi-cans

Grondona, Darwiniana 8 (2-3):291, fig. 1.1948; Marques, Rodriguesia 31 (48):95.1979, p.p.P. bicolor Vell., Fl. Flum. 290. 1829(1825), non H.B.K., 1821; idem, Fl.Flum. Icon. 7:59.1831 (1827);BennettinMartius, Fl. Bras. 13 (3):46. 1874, prosyn. Acanthocladus albicans.Acanthocladus albicans Benn. in loc. cit.;Chodat, Mém. Soe. Phys. et d'Hist. Nat.Genève, 30(8) :113, t. 32, fig. 2. 1889 et31, part. 2(2):7. 1893, pro syn. Polygalabennettii.P. bennettii Chod., loc cit.; Grondona,loc. cit., pro syn.

Arbusto ou árvore pequena com1-6m de altura, com raminhos cinza-es-branquiçados, esparsamente pubérulos,depois glabros. Folhas opostas ou sub-opostas; pecíolo com 4-6mm de compri-mento; pubérulo; lâmina de 6-8,0cm decomprimento e 3,0-5,3cm de largura, deestreitamente a largamente elíptica ou

ovada, base obtusa ou arredondada, ápi-ce agudo ou subobtuso, de subcoriácea acoriacea e lúcida quando adulta, de mar-gem plana, glabra. Epidermes adaxial eabaxial, em vista frontal, com células deparedes retas. Inflorescências com 3-8 fio-res; pedicelos de 10-12mm de compri-mento, glabros ou glabrescentes; bractéo-las de 0,9-1,Omm de comprimento e 1,0-1,2mm de largura, oblatas ou orbiculares,caducas, subcarnosas. Flores com 6,8-8,8mm de comprimento, amarelo-claras ouazuladas; sépalas externas com 2,2-2,6mmde comprimento e 2,3-2,8mm de largura,oblatas ou suborbiculares, subcarnosas;sépalas internas com 6,8-8,8mm de com-primento e 6,6-7,0mm de largura, estrei-tamente elípticas, simétricas, glabras naface externa e pubérulas na interna, dabase até pouco acima da porção mediana,ciliadas nas margens. Carena com 5,0-7,0mm de comprimento; pétalas rudimenta-res com 1,0-1,2mm de comprimento e0,5-0,7mm de largura, oblongas, de ápicearredondado; pétalas laterais internas com4-7mm de comprimento, mais curtas oudo mesmo comprimento da carena,oblanceoladas, de ápice arredondado, pi-losas na face interna e ciliadas nos bordosaté acima da porção mediana, subcarno-sas. Bainha estaminal pubérula na face ex-terna e ciliada na margem até acima da

porção mediana. Ovário com 2,6-2,8mmde comprimento e 1,8-2,0mm de largura;estilete com o terço apical curvo, forman-do um ângulo de mais ou menos 90°.Fruto não visto por nós. Segundo Chodat(1893:8): "cápsula orbicular, não emargi-nada, sublenhosa, destituída das sépalascaducas, mais larga que longa (9-12mm),talvez subcarnosa. Semente esférica, gla-bra nítida, pardo-vilácea,arilada. Arilo pa-piráceo, patente, não adpresso à sêmen-te". Segundo Grondona (1948:293):"cápsula largamente orbicular de 9-11,9-19, 12-13, 13-15mm de comprimentoe largura, respectivamente, emarginada,com ambos os lóculos desenvolvidos ouum abortado. Semente globosa de 4,5-5,0mm de diâmetro, glabra, tegumentonegrusco, cascudo, arilo esbranquiçado,em forma de capuz, de base truncada".

Lectótipo: Vellozo 7: t. 59. 1831(1827). "Habitat silvis maritimis. RegiiProedii S. Crucis. Floret Sept.".

Distribuição geográfica: Argentina eBrasil, no Estado do Rio de Janeiro.

O epíteto albicans, do latim, signifi-

cando esbranquiçado, foi dado porBennett pela coloração esbranquiçada dosramos apresentada no material estudado.Segundo Grondona (1948:291), Chodatao subordinar o gênero Acanthocladus aogênero Polygala, não utilizou o epítetoalbicans por acreditar que já estivesse ocu-pado por outra espécie de Polygala, po-rém, ele ao revisar a bibliografia, não en-controu nenhuma espécie classificadacom esse binômio. Como também nãoencontramos esse epíteto no levantamen-to bibliográfico que fizemos, adotamos acombinação feita por Grondona.

Material examinado: Rio de Janeiro— Praia Grande, Morro do Cavalão, leg.Glaziou 5.820, S,F,C

Polygala albicans (Benn.) Grond. var. s/7-vae Marq.

Frutex, 2m longus. Petiolus 1,5-3,0mm longus, glaber ou glabrescens; lamina4,5-6,4cm longa, 2,2-3,5cm lata, ellipticavel ovata, basi rotundata vel leviter corda-ta, ápice obtusa vel rotundata, raro emar-ginata; bracteolae persistentes. Fructus(immaturus) in ápice emarginatus et levi-ter alatus.

Holótipo: leg. N.T. Silva 4.830, MG;isótipo RB.

Distribuição geográfica: Brasil, no Es-tado de Goiás. .

Material examinado: Goiás — RioAraguaia, Rio Coco, margem esquerda.Vegetação de várzea. Solo arenoso. Ar-busto escandente de 2m de altura, frutoverde imaturo. Coleção de madeira, leg.N.T. Silva 4.830 (15/08/1978), MG, RB.

Polygala albicans (Benn.) Grond var. cara-çaensis (Glaz.) ex Marq.

P. caraçaensis Glaziou, Buli. Soe. Bot.France 52. Mém. 3:28. 1905, nomem nu-dum.

Frutex vel parva arbor, 1-5m longa, ra-musculis saepe bifurcis, aculeis in médioforcipis praeditis. Potiolus 1,5-3,Ommlongus, glaber vel glabrescens; lamina 3,5-5,5cm longa, 1,5-2,7cm lata, elliptica, ba-si acuta vel leviter cordata, ápice acuta velcuspidata, basi nervi centralis in facie ven-trali pubérula. Inflorescentiae 3-4 flori-bus; pedicelli 4-6mm longi; bracteolaepersistentes. Carena unguiculo intus pilo-so et marginibus ciliato. Cápsula 17mm

Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(601:3-10, jul./set. 1984

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longa, 18mm lata, in ápice haud emargi-nata. Semina sphaerica, sparse puberula,carúncula corrugata.

Holótipo: leg. Glaziou 14.493 (B);isótipos (K, P, G). "Entre Inficionado etCaraça, dans le campo, Minas, n. 14.493.Arbuste, fl. blanchatres. Juin-juillet. C, inherb. Berol., Kew., Paris, Genev., etc."

Distribuição geográfica: Brasil, nosestados do Ceará, Bahia e Minas Gerais.

Encontramos material coletado comflores nos meses de janeiro, abril e junhoe frutos no mês de outubro. O epíteto ca-raçaensis foi dado por Glaziou em alusãoà localidade típica.

Material examinado: Bahia — Itajúdo Colônia a Feirinha, 12km de estradaao W. Arbusto de 5m de altura, frutosverdes. Solo pedregoso, leg. T.S. Santos404 (02/10/1969), Cepec; Utinga, arbus-to de 2,0m de altura, de caule cinza-claro;corola branca com labelo roxo, contatode caatinga arbórea aberta com florestaestacionai arbórea aberta, leg. J.E. Brazão3 (16/06/1978), RB; Ibipeba, FazendaSão Vicente, árvore de mais ou menos 4mde altura, espinhos na madeira, flores ai-vas, uma das pétalas com uma parte azul,

perfumada, leg. F.B. Ramalho 103 (27/04/1972). Ceará - Serra do Baturité (Ser-ra do Bezouro), sítio Serrinha. Árvorecom muitos espinhos, flor amarelo-claro,com muito perfume, leg. T.N. Guedes s.n.(01/1958), RB. Minas Gerais - Entre In-ficionado et Caraça, dans le campo, leg.Glaziou 14.493 (1885), G.

ConclusõesA seção Acanthocladus (Kl.ex Hassk.)

Chod. está constituída de espécies muitoafins, formando uma seção natural e bem-delimitada.

A filotaxia, o comprimento e a con-sistência da lâmina foliar, a forma das cé-lulas epidérmicas, em vista frontal, da lâ-mina foliar, o comprimento do pedicelo,a forma da carúncula e a inserção do eixohipocótilo-radícula nos cotilédones, têm

grande importância na delimitação das es-

pécies, permitindo que elas sejam fácil-mente reconhecíveis.

Mesmo recorrendo-se a vários herbá-rios de instituições nacionais e estrangei-ras, a escassez de material de P. scleroxy-lon é muito grande, impossibilitando ummelhor estudo da mesma e permitindo asuposição de que seja uma espécie rara danossa flora.

Abstract

The present work involved thetaxonomic study of the sectionAcanthocladus (Kl. ex Hassk.) Chod.This section is represented by 4 speciesand 2 varieties which are ilustred through

analycal drawings of flowers and fruits,venation patterns and epidermises of theleaves. The fruit of the P. pulcherrima isdescribed by first time and 2 varieties areadded to the older systematic treatmentof this section. For the recognition ofspecies and varieties a key is alsopresented.

2

Figura 1Aspecto geral da nervação foliar de: 1 -P. pulcherrima Kuhlm.;2 -P. klotzschii Chod.;3 - P. scleroxylon Ducke; 4 - P. albicans (Benn.) Grond. var. albicans; 5 - P. albicansvar. silvae Marq.; 6 - P. albicans \iar.caraçaensis (Glaz.) ex Marq.; 7 - Epidermes adaxiale abaxial de P. klotzschii Chod.; 8 - P. albicans (Benn.) Grond. var.albicans.

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Figura 2Flores, sépalas externas, uma das duas sépalas internas e brácteas de: 1,2,3,4 - P. pul-cherrima Kuhlm. cl;5 -P. pulcherrima Kuhlm.cl flor,-6,7,8,9-/°. /WoízscrV/Chod.cl; 10,11,12,13 - P. scleroxylon Ducke cl; 14,15,16,17 - P. albicans (Benn.) Grond. var. a/6/'-cans cl; 18,19,20,21 - P. albicans (Benn.) Grond. var. caraçaensis (Glaz.) ex Marq. cl.

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Figura 3Carena, uma das duas pétalas laterais, androceu e gineceu de:1,2,3,4 - P. pucherrima Kuhlm.; 5,6,7,8 - P. klotzschii Chod.;9,10,11,12 - P. scleroxylon Ducke.; 13,14,15,16 - P. albicans(Benn.) Grond. var. albicans; 17,18,19,20 - P. albicans (Benn.)Grond. var. caraçaensis (Glaz.) ex Marq. Corola evidenciando apétala rudimentar soldada à bainha estaminal de: 21 - P. pulcher-rima; 22 - P. scleroxylon; 23 - P. albicans (Benn.) Grond. var.albicans.

Figura 4Fruto, semente e embrião de 1,2,3 - P. pulcherrima Kuhlm.; 4,5,6, - P. klotzschii Chod. Fruto imaturo e brâcteas de 7,8,9 - P. ai-bicans (Benn.) var.silvae Marq. Fruto, semente e brâcteas de 10,11,12 - P. albicans (Benn.) Grond. var. caraçaensis (Glaz.) exMarq.

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£|9ura Figura Figura 7

Síntipo de Polygala pucherrima Kuhlm. Polygala pulcherrima Kuhlm. com fruto Polygala klotzschii Chod. (leg. Dobereiner(leg. Khulmann 101, RB). (leg. J.L. Lage 52, CEPEC.) et Tokarnia 882, RB).

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Figura Figura 9Holótipo de Polygala scleroxylon Ducke Polygala albicans (Benn.) Grond. (leg.(leg. Ducke s.n., RB). Glaziou 5.820, C).

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Figura 10Polygala albicans (Benn.) Grond. var.s/7vae Marq. (leg. N.T. Silva 4.830, MG).

Figura 11Polygala albicans (Benn.) Grond. var.caraçaensis (Glaz.) Marq. (leg. Glaziou14.493, B).

10 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) :3-10, jul./set. 1984

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Cianofíceas: um peculiar e importantegrupo de microorganismos

Francisco Perlingeiro Neto1 Diante das crescentes pressões geradas pelos inúmeros problemas enfrentados atual-mente pela sociedade moderna, torna-se imperativo um maior conhecimento dos re-cursos naturais renováveis à nossa disposição. Este trabalho se propõe a difundir os co-nhecimentos sobre um grupo de organismos pouco abordado e demonstrar as possibili-dades de aproveitamento do mesmo em benefício do homem.

Engenheiro civil, especialização emenergia nuclear, ex-funcionário da Nu-clebrás, a tua/mente fazendo cursos deespecialização sobre meio ambiente eeconomia.

O autor agradece ao prof. Paulo Occhioni, chefedo Departamento de Botânica do Instituto deBiologia da UFRJ.

Introdução

Na década que se inicia, depara-se oser humano com desafios relacionados aoseu meio ambiente jamais conhecidos an-teriormente e que, se não enfrentados atempo, certamente se constituirão em gra-ve ameaça à qualidade de vida que repre-senta em si a razão de ser do progresso eda tecnologia. A explosão demográfica,a escassez de alimentos e os problemas so-ciais dela decorrentes, a progressiva exaus-tão dos recursos naturais, a crise energéti-ca e os altos índices de poluição resultan-tes de um consumismo abusivo e de umaindustrialização excessiva, parecem indi-car que devemos reavaliar com urgência avalidez de caminhos adotados no passadoe procurar meios mais harmoniosos de re-lacionamento com a natureza.

Tendo este espírito em mente procu-ramos, através deste trabalho, contribuirpara uma visão global de um grupo de or-ganismos que, como outros, pode tornar-se importante aliado do homem na resolu-ção dos problemas acima citados.

Características e peculiaridades

As Cianofíceas, comumente denomi-nadas algas azuis, são organismos de di-

mensões caracteristicamente microscópi-cas, embora possam assumir, na forma co-lonial, dimensões distinguíveis a olho nu.Apresentam formas unicelulares livres oucoloniais e filamentosas, ramificadas ounão, com estrutura celular relativamentesimples do ponto de vista morfológicopor serem destituídas de organelas porta-doras de dupla membrana, tais como, cio-roplastos, mitocôndrias e núcleo indivi-dualizado. São, portanto, organismos pro-carióticos, do que resulta uma questiona-da posição sistemática por parte de algunscientistas contemporâneos que os consi-deram bactérias (Stanier et ai., 1978), em-bora tenham sido até hoje tradicional-mente estudados e classificados como ai-gas pelos botânicos. Deve-se notar que asdiferenças entre os tipos de pigmentos edetalhes no processo de fotossíntese pare-cem demonstrar que os dois grupos ape-nas se encontram em nível evolutivo deorganização semelhante e que provável-mente evoluíram a partir de ancestraisdistintos, ainda que durante o mesmo pe-ríodo geológico. Admite-se, atualmente,em virtude da descoberta de formaçõesfósseis (estromatolitos) originadas porCianofíceas, datando 2,8 bilhões de anos,serem estes os prováveis organismos res-ponsáveis pela presença inicial de oxigê-nio livre na atmosfera terrestre (Bold eWynne, 1978).

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Possuem clorofila a, carotenos, xan-tofilas e duas biliproteínas características:c-ficOcianina e c-ficoeritrina. Dispõem-seos pigmentos sobre lamelas denominadastilacóides, situadas na região periférica docitoplasma e combinações dos mesmos re-sulta na grande variedade de coloraçãoapresentada por suas células: verde-azula-da, verde, olivacea, amarela, alaranjada,rósea, vermelha, purpúrea, castanha oumesmo quase negra. Nesta diversidade decores influi também a eventual pigmenta-ção do envoltório mucilaginoso do qual amaioria das espécies é dotada. A substân-cia de reserva, específica do grupo, éconstituída por um polissacarídeo deno-minado amido das Cianof íceas.

Acreditava-se que apresentavam ape-nas processos assexuados de reprodução,porém foi constatado o fenômeno de con-jugação em Anacystis niculans (Bazin,1968), envolvendo recombinação gene-tica.

Nas Cianof íceas, a motil idade se res-tringe às formas vegetativas e é represen-tada por movimentos de deslizamento eoscilação em formas filamentosas das fa-mílias Oscillatoriaceae e Nostocaceae eapenas por deslizamento em algumas uni-celulares; algumas espécies de Oscillatoríaapresentam ainda rotação de seus tricô-mas com sentido determinado, que parecetraduzir um valor específico. A origem detais movimentos é ainda discutida, sendoporém possivelmente fruto de secreção demucilagem através de minúsculos porosna parede celular. Os representantes plan-tônicos do grupo, apresentam eficienteadaptação a este tipo de habitat, pela pre-sença em seu citoplasma de cavidades de-nominadas pseudovacúolos, cujo conteú-do, de constituição ainda não esclarecida,os possibilitam manter-se flutuando semdepender dos movimentos da massad'água.

A taxonomia das Cianof íceas consti-tui-se em outro dos muitos aspectos polê-micos que as envolvem. Bornet e Flahault(1886-1888) e Gomont (1892) dão gran-de importância em seus trabalhos à di-mensão e cor das células, bem como à es-trutura do envoltório de mucilagem,como caracteres taxonômicos. Drouet eDailly (1956) e Drouet (1958) questio-nam a classificação baseada nestes carac-teres e reduzem de forma drástica o nú-mero de espécies descritas por seus ante-cessores.

Um dos fatos marcantes que cercamas Cianofíceas é a extraordinária diversi-dade de ambientes onde ocorrem. Apre-sentam grande tolerância à temperaturapodendo ser encontradas tanto em águastermais de até 85°C (Copeland, 1936)como nas regiões desérticas e extrema-mente frias de Victoria Land na Antártica(Friedman, 1976), consideradas o ambi-ente mais hostil do planeta. Habitam emsua maioria os ambientes aquáticos, tan-to dulcícolas quanto marinhos, nos quaisfazem parte do plâncton e do benthos; asformas bentônicas podem ser epifitas, en-dofíticas, epizóicas, epilíticas, fixas atroncos e galhos ou ainda perfurantes emconchas de gastrópodos. Sua enorme re-sistência à dessecação lhes permite habitarlagos e poças temporários. Grande nume-ro de espécies é indiferente à salinidade,podendo ser encontrada tanto em ambi-entes marinhos como dulcícolas (Drouet,1977), não sobrevivendo, entretanto, emmeio com pH inferior a4.0 (Brock, 1973).

Habitam ainda grande número de am-bientes subáreos, sendo encontradas emrochas gotejantes, na ficoflora caracterís-tica dos musgos, em barrancos, pedras emuros úmidos, e em troncos de árvoresonde haja razoável umidade. No solo,ocorrem tanto na superfície como no in-terior deste, podendo subsistir a 2m deprofundidade quando então encontramosespécies heterotróficas. Finalmente, exis-tem espécies em íntimas associações comoutros organismos: em simbiose com fun-gos constituindo líquenes, com vegetaissuperiores como no caso de Nostoc sp., notecido cortical de raízes de espécies deCycas e no talo de Anthoceros carolinia-nus, e com protozoários, ascídeas e es-ponjas quando são então denominadascianelas. A ocorrência de representantesdo gênero Oscillatoría no trato digestivodo homem e de outros animais (Lange-ron, 1924; Petit, 1926) e de Anabaenaazollae infestando indivíduos do gêneroAzolla, são considerados casos de parasi-tismo. As Cianofíceas são, por outro lado,passíveis de serem infestadas e lisadas porvírus específicos denominados cianófagos.

Importância

São aqui considerados importantesquaisquer eventos em que intervenham asCianofíceas, sem que sejam necessária-mente benéficos ao homem ou mensura-veis em termos econômicos.

Fixação de nitrogênio molecular

No início do segundo quarto do sécu-Io, comprovou-se pela primeira vez a ca-pacidade de assimilação por uma alga azulde nitrogênio molecular (Drewes, 1928).No entanto, apenas recentemente demons-trou-se a viabilidade do aproveitamentodas Cianofíceas como fixadoras de N2(Stewart, 1970; Venkataraman, 1972).Tal fato reveste-se de grande importânciaem função dos altos custos de produçãode fertilizantes artificiais nitrogenados eda premente necessidade de se desenvol-verem processos biológicos de fixaçãodeste essencial elemento. De igual impor-tância foi a constatação de que as Ciano-fíceas liberam para o meio circundantegrandes quantidades de nitrogênio combi-nado, principalmente sob a forma de poli-peptídeos e em menor escala, de aminoá-cidos livres (Stewart, 1963; Fogg e Patt-naik, 1966; Jonese Stewart, 1969a).

É reconhecida a importância que a fi-xação de nitrogênio por algas azuis de-sempenha na produtividade de arrozais(Singh, 1961; Fogg, 1971b). A inocula-ção de arrozais com estes organismos éatualmente prática corrente na índia, Ja-pão e República Árabe Unida. Em ambi-entes aquáticos dulcícolas que suportamcriação de peixes é também considerávelsua contribuição para a produtividade demeio, sendo esta estimada em até 33%(Horne e Viner, 1971). Por outro lado,cumpre notar que esta capacidade podetornar-se indesejável sob o enfoque de eu-trofização excessiva de lagos, quando po-dem aumentar a carga anual de nitrogêniocombinado em até 40% (Granhall e Lund-gren, 1971).

Toda a evidência até o presente mo-mento, indica serem as Cianofíceas as úni-cas, dentre os grupos algais, a apresenta-rem esta capacidade (Stewart, 1971b).Dentre as espécies com maior potencialde fixação, estão as dos gêneros Nostoc,Cylindrospermum, Aulosira e Calothríx.

Microflora dos solos

A importância econômica da flora al-gal e em particular das Cianofíceas, embo-ra de difícil avaliação, é provavelmenteconsiderável, especialmente em solos úmi-dos. Enquanto que os vegetais superioressão sabidamente controladores importan-tes de erosão, deve-se ressaltar o fato deque as Cianofíceas desempenham igual

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papel em solos áridos ou já erodidos. Estafunção é desempenhada de duas maneirasdistintas: as espécies portadoras de envol-tório mucilaginoso com superfície rugosa,agregam as partículas do solo enquantoque as de bainha firme formam malhas in-tricadas nas quais as partículas ficam reti-das (Halperin, 1969). As Cianofíceas sãoainda de vital importância para aestabili-zação do teor de nitrogênio nos solos tro-picais e temperados, sendo possivelmentegrande parte do ganho deste elemento de-vido à presença destes organismos (Henri-ksson, 1971; Watanabe, 1971).

Por fim, é indubitável a contribuiçãodas Cianofíceas na transformação de subs-tâncias inorgânicas em matéria orgânica,desempenhando papel relevante no enri-quecimento dos solos onde ocorrem. São,além disto, as invasoras pioneiras em áreasvulcânicas ou erodidas, iniciando os ciclosde sucessão vegetal (Alexander, 1967). Ascondições favoráveis para o crescimentoabundante de Cianofíceas, quais sejam:pH alcalino + baixo potencial de redox +alta taxa de C/N, foram determinadas porSingh (1961).

Alimento

Na procura de novas fontes de pro-teínas, em função do sempre crescenteaumento da população mundial, as algascomeçam a despertar interesse em cientis-tas de vários países. No que concerne àsCianofíceas, algumas espécies de compro-vado valor protéico já estão sendo utiliza-das. Em Taiwan (Formosa) uma espéciemarinha é usada no preparo de doces ouno complemento de outros pratos (Fan,1953); Nostoc spp. são aproveitadas sobvárias formas de alimento nas costas doOceano Ártico, Tibet, Japão, China, For-mosa, Paquistão, Equador, Bolívia e Peru;populações negras da República do Chadutilizam desde tempos remotos Spirulinamáxima como alimento. A análise bioquí-mica desta alga revelou alto conteúdoprotéico (63%-68% do peso seco) e vita-mínico (vitaminas C,Bi ,B2,B6,B12, bioti-na, ácido pantotênico e provitamina A).No México, o Instituto Nacional de Ia Nu-trición programou a utilização deSpiruli-na sp. como alimento de lactantes e crian-ças, pela sua incorporação em diversosprodutos alimentícios (Halperin, 1971).As pesquisas que se realizam atualmentena França e no México com esta espécie.Permitem prever a importância que alcan-Cará seu cultivo nas zonas áridas e semi-

áridas, onde já é crítica a escassez de pro-teínas. Ainda esta mesma alga constitui-seno principal alimento de peixes e flamin-gos no Lago Naburu e de outros lagos doRift Valley, na África.

Águas de abastecimento

Sabe-se que os organismos vegetaisfotossintetizantes produzem oxigênio deinteresse não só para a respiração dos ani-mais aquáticos como também para a oxi-dação bioquímica de matéria orgânica eestabilização de esgotos, contribuindomuito para melhorar as características daágua potável tornando-a, inclusive, maispalatável; é também indiscutível o papel ¦

preponderante que desempenham na de-puração natural ou artificial de esgotos,especialmente no caso de tratamento daschamadas "lagoas de oxidação" (Branco,1962). Podem, entretanto, constituir-seem presença incômoda no caso de seremtóxicas ou causadoras de mau odor ou sa-bor. Dentre as algas azuis, algumas espé-cies são reconhecidamente causadoras deodores repugnantes, como por exemploalguns representantes dos gêneros Anaba-ena, Microcystis e Aphanizomenon.

A origem destes problemas encontra-se nos produtos de decomposição, quan-do eventualmente ocorre grande prolifera-ção dos organismos e sua subseqüentemorte. Palmer (1959) cita oito espéciesde Cianofíceas causadoras de odores e sa-bores indesejáveis e onze como obturado-ras dos filtros de areia nas estações de tra-tamento d'água. O mesmo autor cita ain-da quinze espécies de Cianofíceas comopurificadoras de águas contaminadas.

Corrosão

Algumas Cianofíceas são responsa-veis, direta ou indiretamente, por corro-são em concreto, ferro e aço. No quediz respeito ao concreto, supõe-se que abainha gelatinosa das algas juntamentecom os ácidos carbônico, oxálico e silíci-co que produzem, sejam as causas da cor-rosão que torna o concreto poroso e desa-gregável (Oborn e Higginson, 1954).Quanto ao aço, foi constatada a presençade Oscillatoria sp. em tanques metálicosexpostos à luz do sol, nos quais produziuextensos rombos (Myers, 1947).

Genética

Estudos genéticos envolvendo Ciano-

fíceas começaram a ser realizados somen-te no início dos anos 60. Durante estes úl-timos anos, não obstante, as pesquisasdemonstraram possuírem estes organis-mos resposta similar à de outros organis-mos vivos a estímulos mutagênicos. Ocampo de genética em Cianofíceas já éhoje reconhecido como de potencial valorpara a agricultura (Ladha e Kumar, 1978).Poderá não só auxiliar no aprimoramentogenético e melhor exploração das espéciesfixadoras de nitrogênio, como tambémpossibilitar no futuro, tentativas de trans-ferir para organismos eucarióticos a infor-mação genética para fixação de N2.

Avanços neste campo poderão tam-bém solucionar problemas diversos taiscomo a teoria endosimbiótica da origemdos cloroplastos, o estabelecimento desimbioses artificiais entre algas azuis e ou-tros organismos, bem como o controle dapoluição das águas por meio da produçãode mutantes resistentes a agentes poluído-res específicos (Kumar, Sharma e Bisaria,1974).

Toxinas

A primeira referência de que se temnotícia a respeito de intoxicação e mortede animais produzidas por uma alga é de1878 em Adelaide, Austrália1. Nesta oca-sião, ocorreu intensa floração da Cianofí-cea Nodularia spumigena no Lago Alexan-dria, provocando morte rápida em carnei-ros, cavalos, cães e porcos que ingeriramsuas águas. Atualmente, é extensa a rela-ção de casos de intoxicação por águascontendo Cianofíceas de diversos gêneros,dos quais o mais citado como causador deefeitos tóxicos é o gênero Microcystis(Branco, 1959). Com menor freqüência,são citados casos envolvendo Anabaena,Gloeotrichia, Trichodesmium, Lyngbya,Nodularia, Aphanizomenon e Coelosphae-rium dentre outros.

Na sua grande maioria, os casos men-cionados afetaram animais e não seres hu-manos. Além do caso anteriormente cita-do, são diversos os relatos de morte de ga-do e aves domésticas em outros países.Olson (1955) cita a morte de 150.000 pa-tos no Canadá; Bóssenmaler (1954) relataa morte sistemática de aves aquáticas mi-gratórias no Lago Whitewater, Manitoba,

1 Em carta enviada por G. Francis à re-vista Nature, publicada no nÇ 18

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com a perda de cerca de 60.000 aves ape-nas no verão de 1949; Ingram (1954) re-fere-se à morte de milhares de cabeças degado no Transwaal e nas Bermudas; Mui-lor (1944) cita a morte de mais de mil pa-tos na Província de Santa Fé, Argentina;Oliveira et ai. (1956) associa uma das mo-dalidades de mortandade de peixes na La-goa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, auma Cianofícea; Satô et ai. (1963/1964)relacionam floração marinha de Trichodes-mium erythraeum à tradicional "Febre deTamanduré", em Pernambuco. Admite-seque notícias sobre intoxicação de animaisnão são mais freqüentes devido a umatendência natural dos veterinários e cria-dores de atribuírem perdas de gado a cau-sas mais patentes e melhor conhecidas(Olson, 1951).

As referências sobre intoxicação hu-mana são raras e o caso mais conhecido éo de uma criança canadense que faleceulogo após haver ingerido água de uma ma-nancial onde proliferavam Cianofíceas2.Por outro lado foram comprovados casosde dermatite aguda em banhistas, provo-cados por Lyngbya majuscula (Grauer eArnold Jr., 1961). São também conheci-dos muitos casos de gastroenterites pro-duzidos por águas tratadas, provenientesde mananciais onde haviam ocorrido fio-rações de algas azuis. Em 1930, 10.000pessoas em West Virgínia, U.S.A., foramafetadas apesar da água ingerida haver si-do tratada com os mais modernos proces-sos de purificação (Ingram e Prescott,1954); os mesmos autores citam aindaepidemias gastrointestinais relacionadas aestas algas em Washington, Weston, Sister-ville e outras localidades americanas. Es-tuda-se ainda a possibilidade de serem asCianof íceas as causadoras de enfermida-des de origem desconhecida, tais como a"febre do feno", a moléstia de Haff e ou-trás (Palmer, 1959).

Biogás

Estão sendo desenvolvidos atualmen-te na Inglaterra, projetos residenciaisenergeticamente auto-suficientes, pelaobtenção de gás metano através da degra-dação anaeróbica de biomassa provenien-te de algas cultivadas na cobertura das re-sidências (Steadman, 1975). Devido àstemperaturas elevadas que estas algas te-

Apud Branco, 1959.

riam de suportar em climas quentes, pare-ce-nos que seriam as Cianof íceas o grupode algas a ser empregado no desenvolvi-mento de tais projetos em nosso país.

Ambientes marinhos

Segundo Oliveira Filho (1977), asCianofíceas apresentam, ao que parece,uma importância insuspeitada nos ambi-entes marinhos. Este seria, pois, um novoe vasto campo para pesquisa envolvendoas Cianofíceas.

Poluição

Diversas espécies de Cianofíceas sãocomprovadamente seguras indicadoras depoluição das mais variadas origens (Pai-mer, 1959). Este autor cita, junto com es-pécies de outros grupos algais, algas azuiscomo indicadoras de contaminação domar e estuários, de despejos industriais,tais como, cobre e sais.

Abstract

In face of the growing pressurescaused by the complex problems withwhich modern society is actuallyconfronted, it becomes extremelynecessary a better understanding of thenatural resources that surrounds us. It isthe proposal of this paper to discussvarious aspects concerning a group oforganisms that can be more important toman than has been thought of, up to thismoment.

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A nervação foliar das Sapindáceas doEstado do Rio de Janeiro —I. Gênero Paullinia L. e ThinouiaPlanch. et Triana

M. da C. Valente'Nilda Marquete Ferreira da Silva2José Fernando A. Baumgratz21

No presente trabalho os autores apresentam o estudo da nervação e epiderme foliar dasespécies dos gêneros Paullinia L. e Thinouia Planch. et Triana, ocorrentes no Estado doRio de Janeiro e assinalam dois padrões de nervação simples e um misto.

Pesquisadora do Jardim Botânico doRio de Janeiro e bolsista do CNPq.Pesquisadora do Jardim Botânico doRio de Janeiro e bolsista do CNPq.Bolsista do CNPq.

Os autores agradecem ao CNPq.

Como no momento desperta o nossointeresse a flora do Estado do Rio de Ja-neiro, apresentamos neste trabalho um es-tudo da nervação e epiderme foliar das es-pécies dos gêneros Paullinia L. e ThinouiaPlanch. et Triana, ocorrentes nesta área.

Nosso objetivo visa não só acrescen-tar novas informações aos caracteres mor-fológicos destas espécies, como tambémsubsídios às pesquisas taxonômicas, pa-leobotânicas, filogenéticas, ecológicas.

Material e métodos

Espécies estudadas

Paullinia carpopodea Camb., Paulliniacastaneifolia Radlk., Paullinia coriaceaCasar., Paullinia elegans Camb., Paulliniaferruginea Casar., Paullinia marginataCasar., Paullinia meliaefolia Juss., Paul/i-nia micrantha Camb., Paullinia racemosaWawra, Paullinia rubiginosa Camb., Paulli-nia seminuda Radlk., Paullinia spicataBenth., Paullinia trigonia Vell., Paulliniathalictrifolia Juss., Paullinia weinmanniae-folia Mart., Thinouia compressa Radlk.,Thinouia scandens Triana et Planch.

Material botânico

0 material utilizado foi obtido nos

herbários do Jardim Botânico do Rio deJaneiro (RB) e Museu Nacional do Rio deJaneiro (R).

Métodos

Na diafanização das folhas emprega-mos a técnica de Strittmatter (1973:127).As mesmas foram coradas com safraninahidroalcoólica a 5% e montadas em xaro-pe de Apathy.

Para o estudo das epidermes utiliza-mos material de herbário dissociado pelamistura de Jeffrey (ácido nítrico e ácidocrômico a 10% em partes iguais) e monta-mos a preparação em glicerina aquosa a50%.

Para a realização dos desenhos queilustram o trabalho, usamos o microscó-pio ótico Carl Zeiss, com câmara clara emdiferentes escalas de aumento.

Resultados

Nervação

No estudo da vascularização foliardas 15 espécies do gênero Paullinia L.,encontramos dois padrões simples eum misto: broquidódroma em P. car-popodea Camb. (figura 1), P. coriacea

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60):17-22, jul./set. 1984 17

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Casar, (figura 3 - nP 1), P. elegans Camb.(figura 4 - nP 1), P. ferruginea Casar, (fi-gura 5 - nP \),P. marginata Casar, (figura6 - nP 1), P. micrantha Camb. (figura 8 -

nP 1), P. racemosa Wawra (figura 9 - nPs1, 2), P. rubiginosa Camb. (figura 10 - nP1), P. thalictrifolia Juss. (figura 13-nP 1),P. trigonia Vell. (figura 14 - n9 1) e P.weinmanniaefolia Mart. (figura 15 - nP 1);craspedódroma emP. castaneifolia Radlk.(figura 2 - nP 1) eP. seminuda Radlk. (fi-

gura 11 - nP 1) e craspedrobroquidódro-ma em P. meliaefolia Juss. (figura 7 - nP1) e P. spicata Benth. (figura 12 - nP 1).

No gênero Thinouia encontramos o

padrão broquidódroma em T. compressaRadlk. (figura 16 - nP 1) e T. scandensTriana et Planch. (figura 17 - nP 1), se-

gundo a classificação de Ettingshausen(1861) e Fellipe e Alencastro (1966).

As nervuras secundárias são alternas,ascendentes; nervuras terciárias axiais e la-terais; rede de nervação densa, exceto emP. thalictrifolia Juss. As pseudo-secundá-rias presentes em P. coriácea Casar., P.meliaefolia Juss., P. racemosa Wawra, P.rubiginosa Camb., P. trigonia Vell. e naespécie T. scandens Triana et Planch.

Na região do bordo a vascularização éanastomosada em P. rubiginosa Camb. eP. spicata Benth., enquanto nas demaisespécies ela é não-anastomosada com pe-quenas ramificações.

As terminações vasculares são simplese múltiplas com reforços helicoidais.

Caracteres morfológicos

IndumentoConstituído por pêlos unicelulares

em P. carpopodea Camb., P. castaneifoliaRadlk., P. ferruginea Casar., P. meliaefoliaJuss., P. rubiginosa Camb., P. seminudaRadlk. e P. thalictrifolia Juss. e pluricelu-lar unisseriado em P. rubiginosa Camb. eP. seminuda Radlk.

EsclerócitoAcompanhando os feixes vasculares

em P. micrantha Camb., P. racemosa Wa-wra, P. weinmanniaefolia Mart. e T. com-pressa Radlk.

Terminais e acompanhando os feixesem P. carpopodea Camb., P. castaneifoliaRadlk., P. elegans Camb., P. ferrugineaCasar., P. marginata Casar., P. meliaefolia

Juss., P. rubiginosa Camb., P. seminudaRadlk. P. spicata Benth. e na espécieThinouia scandens Triana et Planch.

GlândulasSão observadas em P. carpopodea

Camb., P. ferruginea Casar., P. marginataCasar., P. meliaefolia Juss., P. micranthaCamb., P. rubiginosa Camb. eP. thalictri-folia Juss.

Idioblastos cristalíferosCom drusas em grande quantidade,

apenas em P. elegans Camb.

Presença de estômatos, apenas na epi-derme abaxial, dos tipos anomocítico eanisocítico.

Abstract

In the present paper the authors

propose the study of the v,enation and

epidermis of the leaves of the species ofthe genus Paullinia L. and ThinouiaPlanch. et Triana, occurring in the stateofRio de Janeiro and mark out two simplevenation patterns and one mixed.

Bibliografia

ETTINGSHAUSEN, K.R. von. Die Blatt-skelette der Dycotyledoneen mit be-sonderer Rücksicht auf die Untersu-chung und Bestimmung der FossilenPflanzenreste, XLVI + 308, p. 273,figs. in text, 95 pr., Wien. 1861.

FELLIPE, G.M. & ALENCASTRO, F.M.M.R. de. Contribuição ao estudo danervação foliar das Compositae dosCerrados - I. Tribus Helenieae, He-liantheae, Inuleae, Mutisieae e Sene-cionae. II Simpósio sobre o Cerrado.An. Acad. Brás. Ciênc, 38 (Suple-mento): 125-156, 123 figs. 1966.

STRITTMATTER. CG.D. Nueva técnicade diafanizacion. Boi. Soe. Arg. Bot.15(1):126-129. 1973.

Figura 1Paullinia carpopodea Camb. - 1.1a - aspecto geral da nervação; 2 - detalhe do bordo; 3 -

detalhe da rede; 4 - epiderme abaxial, em vista frontal; 5 - epiderme adaxial, em vistafrontal; 6 - terminação vascular, com esclerócitos.

18 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:17-22, jul./set. 1984

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Figura 2Paullinia castaneifolia Radlk. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 -detalhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - terminação vascular, com esclerócitos.

Figura 3Paullinia coriacea Casar. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - deta-lhe do bordo; - 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - termina-ção vascular.

Figura 4Paullinia elegans Camb. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - deta-lhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, em vistafrontal; 5 - epiderme abaxial em vista frontal; 6 - terminaçãovascular com esclerócitos.

Figura 5Paullinia ferruginea Casar. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - de-talhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - terminação vascular, comesclerócitos; 5 - epiderme adaxial, em vista frontal; 6 - epidermeabaxial, em vista frontal.

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:17-22, jul./set. 1984 19

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Figura 6Paullinia marginata Casar. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 -detalhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - epiderme abaxial em vista frontal;6 - detalhe deum pêlo glandular; 7 - terminação vascular, com esclerócitos.

Figura 7Paullinia meliaefolia Juss. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - de-talhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - detalhede um pêlo glandular; 7 - terminação vascular, com esclerócitos.

Figura 8Paullinia micrantha Camb. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 -detalhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - termina-ção vascular; 7 - epiderme abaxial, em vista frontal, evidencian-do um pêlo glandular.

Figura 9Paullinia racemosa Wawra. - 1.2 - aspecto geral da nervação; 3 -detalhe do bordo; 4 - detalhe da rede; 5 - epiderme adaxial, emvista frontal; 6 - epiderme abaxial, em vista frontal; 7 - termina-ção vascular.

20 Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(601:17-22. jul./set. 1984

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Figura 10Paullinia rubiginosa Camb. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - de-talhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, em vis-ta frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - terminaçãovascular, com esclerócitos.

Figura 11Paullinia seminuda Radlk. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - de-talhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - termina-ção vascular, com esclerócitos.

A 4k*tâsRmiâ^ilillL w£&?E i Iffw ;

Figura 12Paullinia spicata Benth. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - deta-lhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, em vistafrontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - terminaçãovascular, com esclerócitos.

Figura 13Paullinia thalictrífolia Juss. - 1 - aspecto geral da nervação; 2-de-talhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - detalhedo estômato; 7 - terminação vascular, com esclerócitos.

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Figura 14Paullinia trigonia Vell. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 - detalhedo bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, em vistafrontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - terminaçãovascular.

Figura 15Paullinia weinmanniaefolia Mart. - 1 - aspecto geral da nervação;2 - detalhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme abaxial,em vista frontal; 5 - epiderme adaxial, em vista frontal; 6 - termi-nação vascular.

Figura 16Thinouia compressa Radlk. - 1 - aspecto geral da nervação; 2 -detalhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme adaxial, emvista frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 - termina-ção vascular.

Figura 17Thinouia scandens Triana et Planch. - 1 - aspecto geral da nerva-ção; 2 - detalhe do bordo; 3 - detalhe da rede; 4 - epiderme ada-xial, em vista frontal; 5 - epiderme abaxial, em vista frontal; 6 -terminação vascular, com esclerocitos; 7 - terminação vascular.

22 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) :17-22, jul./set. 1984

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Parapiptadenia Brenam (Leguminosae-Mimosoideae) — Estudo taxonômicodas espécies brasileiras

Marli Pires Morim de Lima1Haroldo Cavalcante de Lima2

O gênero Parapiptadenia Brenan (Leguminosae — Mimosoideae: Tribo Mimoseae) estárepresentada no Brasil por quatro espécies. Os autores redescrevem, ilustram e reavaliamos caracteres morfológicos usados na delimitação dos táxons. São apresentados tam-bém chave para identificação das espécies e mapa de distribuição geográfica. Sinonimi-za-se P. rígida var grandis Lindman e propõe-se uma nova combinação para Piptadeniazehntneri Harms. (Parapiptadenia zehntnerí (Harms.) M.P. Lima et Lima).

Bióloga da Divisão de Vegetação doProjeto Radambrasil, Jardim Botânicodo Rio de Janeiro.Biólogo do Jardim Botânico do Rio deJaneiro e bolsista do CNPq.

Os autores agradecem ao CNPq; aos curadoresdos herbários; ao dr. Geraldo CP. Pinto, da Di-visão de Vegetação do Projeto Radambrasil; àora. Graziela Maciel Barroso e a Ronaldo Mar-quete.

Introdução

O gênero Parapiptadenia foi descritopor Brenan (1963) para incluir as duas es-pécies de Piptadenia sensu lato, P. pteros-perma e P. rígida. Atualmente a grandemaioria dos taxonomistas vêm concordan-do com este conceito.

Ao observar-se novas coleções prove-nientes de herbários nacionais e estrangei-ros verificou-se a necessidade de uma rea-valiação dos caracteres morfológicos uti-lizados na delimitação dos táxons deParapiptadenia.

Iniciando os estudos para uma revi-são taxonômica de gênero, neste trabalhosão redescritas e discutidas as espéciesbrasileiras.

Histórico

Brenan (1955) observou que as espé-cies do gênero Piptadenia possuíam dife-rentes tipos de frutos e de sementes. Ba-seando-se principalmente nestas diferen-ças propôs o seu desmembramento em vá-rios gêneros, entre os quais Anadenanthe-ra, Pseudopiptadenia (= Monoschisma),Newtonia, Goldmania, Piptadenia e Pty-rocarpa, que possuem representantes naflora brasileira. Ao gênero Piptadenia

sensu stricto ficaram subordinadas apenasP. pterosperma e P. rígida. Em trabalhoposterior, Brenan (1963), devido a pro-blema de tipificação, reconheceu comoválido o nome Piptadenia para as espéciesdo gênero que havia denominado Ptyro-carpa. Portanto, surgiu a necessidade decriar o novo táxon, Parapiptadenia, paraincluir as espécies P. pterosperma e P. ri-gida.

0 desmembramento de Piptadeniaproposto por Brenan foi aceito porBurkart (1969) e confirmado, através deestudos palinológicos, por Guinet (1981).Burkart, neste trabalho, subordinou aogênero Parapiptadenia mais uma espécie:P. excelsa (Griseb.) Burkart.

Vaz e M.P. Lima (1980) identifica-ram entre as espécies de Piptadenia umnovo táxon de Parapiptadenia e propuse-ram a seguinte combinação: P. blanchetii(Bentham) Vaz et M.P. Lima.

No presente trabalho os autores pro-põem uma nova combinação :P. zehntneri(Harms) M.P. Lima et Lima.

Posição sistemática e afinidadesgenéricas

Segundo a mais recente classificação

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60)23-30, jul./set. 1984 23

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de tribos da subfamília Mimosoideae(Lewis e Elias, 1981), Parapiptadenia per-tence à tribo Mimoseae Bronn juntamentecom um grupo de gêneros afins denomi-nado "Piptadenia

group". Considerando-se este grupo, os gêneros Piptadenia, New-tonia, Pseudopiptadenia (= Monoschisma)e Goldmania são os que apresentam maio-res afinidades com Parapiptadenia. Os ca-racteres morfológicos mais importantesna distinção destes táxons são mostradosno quadro 1.

Considerações sobre germinação

O processo germinativo foi realizadocom sementes de P. pterosperma, coleta-das no Parque do Jardim Botânico do Riode Janeiro. A germinação é do tipo fane-roepígea, segundo as definições de Ngapud Duke e Polhill (1981). Após as se-mentes terem sido colocadas para germi-nar, no décimo dia surge o eixo hipocóti-lo-radícula. Assim que os cotilédones li-bertam-se da testa e se expandem emergeo epicótilo com os dois primeiros eófilos

pinados, alternos, com sete pares de folio-los (M.P. Lima, 1982), (figura 1-j).

Distribuição geográfica

O gênero atualmente consta de cincoespécies, sendo que P. blanchetii, P.

pterosperma, P. rígida e P. zehntneri sãorepresentantes da nossa flora (mapa 1) eocorrem em tipos diferentes de vegetação.P. blanchetii e P. zehntneri, até o momen-to, só foram encontradas na Região Nor-deste (Bahia, Pernambuco e Ceará). Umadistribuição mais ampla é registrada paraP. pterosperma (Bahia, Minas Gerais, Es-

pírito Santo e Rio de Janeiro) e para P.rígida (São Paulo, Paraná, Santa Catarinae Rio Grande do Sul). Esta última tam-bém ocorre na Argentina, Uruguai e Para-

guai. A única espécie do gênero que atéo momento não foi encontrada em nossaflora é P. excelsa citada por Burkart(1969) como ocorrente na Argentina.

Outras considerações sobre a distri-buição fitogeográfica, associadas com osrespectivos tipos de vegetação, são traça-das no tratamento taxonômico de cadaespécie.

Tratamento taxonômico

Parapiptadenia Brenan, Kew Buli. 17:228,1963.

Árvores inermes, folhas bipinadas, pi-nas com 2-26 pares de folíolos; glândulassésseis próximas à base do pecíolo, entreos últimos pares de pinas (raro ausente) eentre os últimos pares de folíolos (raroausente), pecíolo e raque cilíndricos e ca-naliculados. Inflorescéncias espiciformescom pedúnculos cilíndricos e esfriados;brácteas caducas e geminadas; bractéolasoval-lanceoladas, côncavas e acuminadas;botões florais globosos ou elipsóides. Fio-res sésseis, vinosas ou amarelo-esverdea-das; cálice campanulado; corola com cin-co pétalas lanceoladas, concrescidas nabase; androceu com dez estames, fileteslevemente concrescidos na base, anteraselipsóides com glândula caduca; gineceucom ovário estipitado; estigma punctifor-me. Legume plano-compresso, plicado,cartáceo a subcoriáceo, margens levemen-te espessadas e sinuosas. Sementes aladas,plano-compressas, membranáceas, semendosperma; embrião com cotilédonesplanos, cordado-obreniforme-transverso-oblongos, plúmula diferenciada em pinas.

Espécie genérica

P. rígida (Benth.) Brenan

Chave para identificação dasespécies de Parapiptadenia

— Folhas com 1 (2) pares de pinas, 2-3pares de folíolos . . . A.P. blanchetii

Folhas com 3-8 pares de pinas, 5-26pares de folíolos.

— Flores amarelo-esverdeadas; folíoloslinear-falcados com nervura submar-ginal; frutos com até 1,8cm de lar-gura I.P. rígidaFlores vinosas; folíolos oblongos,obovado-oblongos, ovado-oblongosou obovados; frutos com mais de 1,8cm de largura.

— Raque foliar e inflorescência de to-mentosas a pubescentes; face dorsaldos folíolos pubescentes; folhas com4-8 pares de pinas; pétalas membra-no-carnosas 2.P. pterosperma

Raque foliar e inflorescência glabras;face dorsal dos folíolos glabras oucom um tufo de pêlos próximo aopeciólulo; folhas com 3-4 pares de pi-nas; pétalas membranáceas

3. P. zehntneri

Parapiptadenia rígida (Benth.) Brenan,Kew Buli. 17:228, 1963; Burkart, Fl.Uust. Catarinense (Leguminosae-Mimosoi-

deae): 262, 1979. - Figura 2 (k, I, m),mapa 1.

Piptadenia rígida Benth., Hook. Journ.Bot. 4:338, 1841; Trans. Linn. Soe. Lon-don 30(3):369, 1875, Mart Fl. Brás. 15(2):278. 1876.Acácia angico Martius, Syst. Mat. Veg.Brasil: 53. 1843, n. nudun.Piptadenia rígida var. grandis Lindman,Bihang Kgl. Sv. Vet. Akad. Handlg. 24,3(7):36 1898, Syn. nov.

Árvore de pequeno a grande portecom 5-35m de altura. Final dos râmulostomentosos ou glabrescêntes; estipulas(caducas) não-observadas, estipelas ausen-tes. Folhas com 4-7 pares de pinas; pecío-Io com 2-4cm de comprimento com a fa-ce superior, pubescente ou glabro, comglândula séssil, alongada; raque pubescen-te com 5-9cm de comprimento, com ousem glândula entre os últimos pares de fo-líolos. Pinas com 12-26 pares de folíolos,pecíolo e raque da pina de tomentosos apubescentes com 6,5-9cm de compri-mento, com glândula entre o último (ra-ramente no último e penúltimo) par defolíolos. Folíolos linear-falcados (o últi-mo par obovado-falcado) com 0,5-1 cmde comprimento e 0,1-0,3cm de largura,ápice agudo, base assimétrica, e obtusa ousubtruncada; face superior esparso pubes-cente a glabra, face inferior pubescente,margem ciliada, nervura principal submar-ginal; peciólulos curtos, glabros, com0,2-0,3mm de comprimento; espigas com5,5-9cm de comprimento; pedúnculoesparso-tomentoso, (1-2mm de compri-mento); raque tomentosa (4,5-8cm decomprimento). Brácteas pubescentes;bractéolas persistentes, pubescentes. Fio-res amarelo-esverdeadas com 3-4mm decomprimento. Cálice tomentoso a pubes-cente com 0,4-0,7mm de comprimento.Corola glabra ou externamente esparso-pubescente em direção ao ápice com1,4-1,8mm de comprimento, pétalasmembrano-carnosas, estames com filetesglabros com 2,5-3,5mm de comprimento,anteras com 0,4-0,5mm de comprimento.Ovário estipitado (estipite com 0,8-1 mmde comprimento). Legume com 8-12cmde comprimento e 1,4-2cm de largura; es-tipite com 0,7-1 cm de comprimento. Se-mentes ovado-orbiculares com 7-13mmde comprimento e 13-15mm de largura.

TipoBrasil

tipos - B?,

- Sellow (síntipos — K; isosín-S, GO, SI).

24 Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(60) :23-30, jul./set. 1984

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Observação: O material de Kew, utilizadopor Bentham na descrição da espécie, in-clui flores e frutos na mesma exsicata(Sellow s/n). O material de Berlim, prova-velmente destruído, é representado na co-leção de fotótipos do Field Museum ofNatural History por duas exsicatas (flores- Sellow 879; frutos - Sellow 77). Faz-senecessário um estudo de todo o materialtipo para uma futura escolha do lectótipo.

Nomes vulgaresAngico-vermelho, angico, angico-ver-

dadeiro, angico-cedro, angico-dos-montes,angico-do-banhado, paricá, guarucaia.

HabitatEspécies com ampla dispersão nas

matas subtropicais do sul-sudeste brasilei-ro, Paraguai, Uruguai e Argentina. Kleinin Burkart (1979) cita que esta é umaárvore característica e exclusiva das mataslatifoliadas da Bacia do Rio Uruguai eseus afluentes, e irradia-se por toda a de-pressão central, bem como pelos vales dosrios da Bacia do Jacuí no Rio Grande doSul. É uma espécie heliófila, freqüente-mente observada nas associações secunda-rias.

Distribuição geográficaBrasil (São Paulo, Paraná, Santa Cata-

rina e Rio Grande do Sul), Argentina, Pa-raguai e Uruguai.

P. rígida é bem distinta das demais es-pécies brasileiras e caracteriza-se, princi-paln^ente, pelas flores amarelo-esverdea-das e pelos folíolos linear-falcados comnervura principal submarginal.

P. rígida vargidndis Lind. é aqui sino-nimizada, pois os caracteres usados porLindman (1898) para distingui-la da vartípica, não são constantes e variam nomesmo indivíduo.

Material examinadoArgentina — Corrientes, Estância

Garruchos, ayo Chimiray, 06/02/1972 A.Krapovikas, CL. Cristóbal et alii 21.043(ICN).

Brasil - Sellow, s.n. K (tipo). Paraná:Chopinzinho, Reserva Indígena, 04/1973G. Hatschbach 30.846 (HB, RB);Chopin-zinho, Reserva Indígena, 24/11/1972 G.Hatschbach 30.846 (MBM); Guarapuava,16/06/1967 G. Hatschbach e H. Hass16.536 (HB); Lago Guarapuava, 06/06/1967 G. Haas 16.536 (MBM); Matelândia,

18/06/1967 G. Hastchbach 16.571 e H.Haas (MBM); Matelândia, Céu Azul,17/06/1967 G. Hatschbach 16.559 e H.Haas (HB); Matelândia, Céu Azul, 17/06/1967 G. Hatschbach 16.559 e H. Haas(MBM); Prudentópolis, Guaramiranda,05/11/1963 E. Pereira 7.675 e G. Hatsch-bach, H.H. 10.292 (HB, RB). Rio Grandedo Sul: lhering 91 (R); Cachoeira, 07/01/1902 Malme 1.007 (R); Parque dos Pi-nheiros, Farroupilha, 05/09/1978 LiaMartan et alii s.n. (HAS); Pólo Petroquí-mico, 10/05/1977 I. Ungaretti 251(HAS); Santa Cruz, Dutra s.n. (R). SantaCatarina: Chapecó (27°06'S x 52°37'W)16/12/1964 L.B. Smith e R.M. Klein1.438 (R); Fachinal dos Guedes (26°57'Se 52°12'W) 09/12/1964 L.B. Smith eR.M. Klein 13.915 (R); Ibirama, 12/10/1956 Reitz e Klein 3.814 (ICN); Itapiran-ga (27°16'Se53046'W) 18/12/1964 L.B.Smith e Klein 14.116 (R); Joacaba,27/02/1957. L.B. Smith e Klein 11.907(R); Passo do Socorro, Lajes, 03/02/1963P.R. Reitz 6.507 (HB); São Miguel doOeste, 05/1961 Schultz 2.677 (ICN); SãoMiguel do Oeste, 19/12/1964 L.B. Smithe Klein 14.171 (R); Tuputinga, CamposNovos, 21/12/1962 Reitz e Klein 14.393(HB). São Paulo: Campo Largo, 10/11/1936 F.C. Hoehne e A. Gehrt s.n. (HB);Piracicaba, Escola Superior de AgriculturaLuiz de Queiroz 13/10/1961 Edm. Perrei-ra 5.917 e Pabst 5.746 (HB).

Paraguai — Dep. Central, Capiata,20/04/1975 P. Arenas 1.177 (HB); Colo-nia Risso, Rio Apá, 30/10/1893 Malme1.102 (R).

Parapiptadenia pterosperma (Benth.)Brenan, Kew Buli. 17:228. 1963. - Figu-rasl e 2 (a, b, e, f, g); mapa 1.

Piptadenia pterosperma Benth., Hook.Journ. Bot. 4:338, 1841; Trans. Linn.Soe. London 30(3) :367, 1875; Mart. Fl.Bras. 15(2):275, 1876.

Árvore de pequeno a grande portecom 4-22m de altura. Final dos rámulospubescentes ou glabros; estipulas caducaslanceoladas, estipelas ausentes. Folhascom 4-8 pares de pinas, pecíolo pubescen-te com 1,5-4cm de comprimento, comglândula oblonga; raque pubescente com4-12cm de comprimento, com ou semglândula entre os últimos pares de pinas.Pinas com 7-22 pares de folíolos; pecíoloe raque da pina de tomentosos a pubes-centes com 4,0-10,0cm de comprimento.

possuindo glândula entre o último e pe-núltimo par de folíolos. Folíolos oblon-gos ou ovado-oblongos (os terminais obo-vados ou obovado-oblongos) com 0,4-1,4cm de comprimento e 0,2-0,7cm delargura, ápice obtuso, base assimétrica,oblíqua e obtusa, face superior esparso-pubescente, face inferior pubescente ouesparso-pubescente, margem glabra ou es-parso-ciliada, nervura submediana; pe-ciólulos curtos, pubescentes com 0,2-0,5mm de comprimento. Espigas com7-14cm de comprimento, pedúnculopubescente a glabro com 1-2,5cm de com-primento; raque tomentosa a pubescente.Brácteas pubescentes ou glabras; bractéo-las persistentes ou tardiamente caducas,tomentosas a pubescentes. Flores vinosascom 3,5-5mm de comprimento. Cálicepubescente a glabrescente, 0,6-1 mm decomprimento. Corola glabra com 1,8-2,3mm de comprimento, pétalas mem-brano-carnosas. Estames com filetes gla-bros com 3-4mm, anteras com 0,4-0,6mm,Ovário estipitado (estipite com 0,9-1,3mm de comprimento). Legume com9-22cm de comprimento e 2,5-3,5cm delargura. Sementes transverso-oblongas outransverso-elípticas com 12-15mm decomprimento e 2-2,9mm de largura.

TipoBrasil - Sellow s.n. (holótipo - K;

isótipo — B?).

Nomes vulgaresAngico-vermelho, angico-pedra, cana-

fístula-preta.

HabitatÁrvore ocasional das matas baixas

próximas ao litoral (Rio de Janeiro e arre-dores) e nas "matas de tabuleiro" do sulda Bahia e norte do Espírito Santo. Re-centemente têm sido encontrada nas ma-tas altas próximas às nascentes do RioDoce (MG). Uma população disjunta foitambém encontrada nas "matas secas"perto do Sítio do Mato (BA). Este tipo devegetação, como refere Lima (no prelo),apresenta uma flora muito relacionadacom as formações florestais atlânticas.

Distribuição geográficaBrasil (Bahia, Espírito Santo, Minas

Gerais e Rio de Janeiro).

Esta espécie apresenta afinidadescom P. zehntneri. Distingue-se, principal-mente, pelo indumento da raque foliar,da inflorescência e dos folíolos. Quanto à

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) :23-30, jul./set. 1984 25

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variação em relação ao tamanho dos fo-líolos, observou-se que estes apresentam-se maiores nas árvores novas ou nos ramosde rebrotação.

Material examinadoBrasil - Sellow s.n., K. (tipo). Bahia:

Santa Cruz de Cabrália, a 7 km ao nordes-te da Estação Ecológica Pau-Brasil, 28/11/1979 S. Mori, A.M. de Carvalho e D.Halloran 13.048 (RB); Sítio do Mato, P.Campos Porto 2.481 (RB). Espírito San-to: Collatina, Rio Doce, 01/12/1943 J.G.Kuhlman 6.578 (RB); Linhares, ReservaFlorestal do Vale do Rio Doce, 18/12/1980. A. Luna Peixoto 1.536 (RB). MinasGerais: Figueiras, Córrego do Durão, RioDoce, 11/09/1930 J.G. Kuhlman 346(RB); Reserva Florestal do Vale do RioDoce, 30/08/1973 G. Martinelli, D. Sucree J.F. Silva 50 (RB). Rio de Janeiro: CaboFrio, Armação dos Búzios, 02/10/1980Marta Leitman 6 (RB); cultivado no Jar-dim Botânico, 09/10/1980 H.C. de Limae M.P.M. de Lima 1.552 (RB); cultivadono Jardim Botânico, 02/10/1939 J.G.Kuhlman s.n. (RB); São Pedro da Aldeia,Campo Redondo (22°49'S x 42°04'W),07/04/1981 M. Messias 58 (RB, HRB).

Parapiptadenia Zehntneri (Harms) M.P.Lima et Lima, comb. nov. — Figura 2 (c,d, h, i,j);mapa 1.

Piptadenia zehntneri Harms, Notizb. Bot.Gart. Mus. Berlin Dahlem 8:712. 1924.

Árvore de pequeno até grande portecom 3-18m de altura. Final dos râmuiosglabros; estipulas caducas lanceoladas, es-tipelas ausentes. Folhas com 3-4 pares depinas, pecíolo glabro com 1,3-3,5cm decomprimento com glândula de globosa aoblonga; raque glabra com 3-8,3cm decomprimento, sem glândula entre os últi-mos pares de pinas. Pinas com 5-9 paresde folíolos; pecíolo e raque da pina gla-bros com 2,5-6,5cm de comprimento,com glândula entre o último (raramenteentre o penúltimo) par de folíolos oblon-gos ou ovado-oblongos (os terminais obo-vados ou ovado-oblongos) com 0,8-2,4cmde comprimento e 0,5-1,3cm de largura,ápice obtuso, retuso ou arredondado, ba-se assimétrica, oblíqua e obtusa, face su-perior glabra, face inferior glabra ou comtufo de pêlos próximos ao peciólulo, mar-gem glabra, nervura mediana, pecióluloscurtos, glabros ou raramente pubescentescom 0,5-1 mm de comprimento. Espigascom 5,5-8,5cm de comprimento; pedún-

culo glabro com 0,7-1,1 cm de compri-mento; raque glabra. Brácteas glabras oupubescentes no ápice; bractéolas caducas,glabras. Flores vinosas com 4-5mm decomprimento. Cálice glabro com 0,6-1 mmde comprimento. Corola glabra com2-2,4mm de comprimento, pétalas mem-branáceas. Estames com filetes glabroscom 4-4,5mm de comprimento; anterascom 0,4-0,6mm de comprimento. Ováriolongo estipitado (estipite com 1,5-2mmde comprimento). Legume com 9,8-2lemde comprimento e 1,8-3,6cm de largura.Sementes transverso-oblongas com 1,2-1,5cm de comprimento e 1,8-2,1 cm delargura.

TipoBrasil — Bahia: Lapa, a caminho de

Caiteté, Lagoa dos Patos, 19/11/1912.Zehntner 579 (holótipo — B, isótipo — R,RB).Observação: O número de Zehntner cita-do na obra original é 4.093. Porém, exa-minando o material, observou-se que onúmero de coleta é 579. Provavelmente onúmero 4.093 refere-se ao número da co-leção de duplicatas de Zehntner e Lutzel-burg enviadas a Berlim.

Nomes vulgaresGuanabira, faveiro, fava, guanambira-

da-mata, angico-monjolo, inhambira, angi-co.

HabitatÁrvore ocasional nas caatingas nor-

destinas. Segundo o dr. Geraldo Pinto, doProjeto Radambrasil (comunicação pes-soai), esta espécie tem sido encontrada namata acatingada (mata estacionai deci-dual) e com maior freqüência na caatingaarbórea.

Distribuição geográficaBrasil (Bahia, Pernambuco). Citada

para o Ceará (Sertão do Inhamuns e Cha-pada do Apodi) por Fernandes e Bezerra(1982).

Esta espécie mostra afinidades comP. pterosperma. Distingue-se, principal-mente, por apresentar a raque foliar, in-florescência e foi íolos glabros.

Material examinadoBrasil - Bahia: Bom Jesus da Lapa

(Lat. 13°30'24"S/Long. 43°25'15"W),Luiz Carlos O. Filho 34 (RB, HRB); Jaco-bina. Tábua (Lat. 11°16'S/Long. 41°06'W), 26/08/1981 Roberto P. Orlandi 453(RB, HRB); Lagoa dos Patos - Caiteté -

Lapa, 19/12/1912 Zehntner 579 (RB)-Lapa a caminho de Caiteté, iy/i i/i»iiZehntner 579, R. (tipo); Pindaí (Lat.14°19'S/Long. 42°42'W) 16/03/1981G.C.P. Pinto 171 (RB); Serra de Itiubaabout 6 km E. of Itiuba,. (39°48'W e 10°41'S), 19/02/1974 R.M. Harley 16.198(RB). Pernambuco: arredores de Afrânio,20/04/1971 E.P. Heringer et alii 202(RB); entre Rajada e Afrânio, 21/06/1952A. Lima e M. Mag. 52-1.059 (R); Chã daSerra Negra, Inaja, 02/05/1951 Dárdanode A. Lima 51-923 (RB).

Parapiptadenia blanchetii (Benth.) Vaz etM.P. Lima, Rodriguésia 32(55):35. 1980.- Figura 2 (n, o, p); mapa 1.

Piptadenia blanchetii Benth., in Mart. Fl.Bras. 15(2):280. 1876.

Árvore de porte mediano com 5m dealtura. Final dos râmuios glabros; estípu-Ias caducas lanceoladas; estipelas ausen-tes. Folhas com 1-2 pares de pinas, pecío-Io glabro com 2,5-4cm de comprimento,sem glândula entre os últimos pares de pi-nas. Pinas com 2-3 pares de folíolos; pe-cíolo e raque da pina glabros com 3-5,5cm de comprimento, com ou sem glân-dula entre o último par de folíolos. Folio-los obovados, obovado-oblongos ou su-borbiculares (os terminais obovados) com1,7-3,6cm de comprimento e 1-2,9cm delargura, ápice obtuso ou arredondado, ba-se assimétrica, oblíqua, obtusa ou arre-dondada, face superior glabra, face infe-rior glabra, margem glabra, nervura me-diana, peciólulos curtos, glabros com1-1,5mm de comprimento. Espigas com6-8,2cm de comprimento; pedúnculo gla-bro com 1,4-1,7cm de comprimento; ra-que glabra. Brácteas glabras; bractéolasglabras. Flores vinosas com 4-4,5mm decomprimento. Cálice glabro com 0,5-0,8mm de comprimento. Corola glabracom 1,5-2,1 mm. Legume com 13-16cmde comprimento e 2,5-3cm de largura. Se-mentes transverso-el ípticas com 1-1,2cmde comprimento e 1,5-1,9cm de largura.

TipoBrasil - Bahia, Serra de Jacobina.

Blanchet 3.295 (holótipo - W; fotótipo-RB).

HabitatAté o momento, esta espécie só foi

encontrada na caatinga arbórea e nasáreas de contato entre caatinga arbórea efloresta estacionai.

26 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:23-30, jul./set. 1984

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Distribuição geográficaBrasil - Bahia.

Espécie bem-distinta que se caracteri-za, principalmente, pelas folhas com 1-2Pares de pinas e 2-3 pares de folíolos.

Taubert (1892) descreveu P. blan-chetii var glazioviana. Examinando o ma-terial tipo desta variedade (Glaziou s.n. -K,R), observou-se que tal espécime possuicaracteres que o distinguem bastante der. blanchetii (inflorescência com raquepubescente, bractéolas lanceoladas e fio-res pediceladas "amarelentas"). Tais ob-servações levam a crer que a variedadecriada por Taubert (l.c.) trata-se de umtáxon do gênero Piptadenia. Porém, a es-cassez de material e a ausência de frutos•mpedem de se definir a sua verdadeiraPosição taxonômica.

Material examinadoBrasil - Bahia: Amargosa, 26/10/

1978 (Lat. 13°59'10"S/Long.39°38'37"W) Adonias Araújo 123 (HRB, RB); Serrada Jacobina, Blanchet 3.295 (RB fototi-po).

Abstract

The genus Parapiptadenia Brenan(Leguminosae-Mimosoideae: TribeMimoseae) is represented by four speciesin Brazil. The authors present theyaluation of morphological descriptions,illustrations, identifications keys andgeographic distributions of the species.Piptadenia rigida var grandis Lindman is

synonimized and a new combinationfor Piptadenia zehntneri Harms ispresented (Parapiptadenia zehntneri(Harms) M. P. Lima & Lima).

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Caracteres - - Q 8 « i f |\ Morfológicos § | g Sg =õ & :È

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Gêneros \

Parapiptadenia + - _ + _(+)

Goldmania — + + __ +

Pseudopiptadenia — + ____

Newtonia -- + + __

Piptadenia (+) + __ + (±) (±) -

Quadro 1.Caracteres morfológicos importantes para identificação dos gêneros afins de Parapiptadenia.

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) :23 30, jul./set. 1984 27

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7\.-* Santa Catarina

• -vRio Grande do Sul

P. blanchetii

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P. rígida

¦ P. zehntneri

Mapa 1.Distribuição geográfica das espécies brasileiras de Parapiptadenia.

28 Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(601:23-30, jul./set. 1984

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Figura 1Caracteres morfológicos gerais de Parapiptadenia: (P. pterosperma).a - Inflorescencia; b - flor; c - gineceu; d - antera; e - detalhe do tubo estaminal; f - fruto; g - semente; h - embrião; i - eixo hipocóti-lo-radícula e plúmula; j - plântula.

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60)23-30, jul./set. 1984 29

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Figura 2Caracteres morfológicos das espécies de Parapiptadenia.Botão floral e raque da inflorescência: a-b - (P. pterosperma); c-d - (P. zehntnerí); faces ventral e dorsal e formas dos folíolos: e-g(P. pterosperma); h-j - (P. zehntnerí); k-m - (P. rígida); n-p - (P. blanchetii).

30 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) 23-30, jul./set. 1984

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Polígalas do Brasil-ISeção Gymnospora Chod. dogênero Polygala L (Polygalaceae)

Maria do Carmo Mendes Marques1 A revisão das espécies da seção Gymnospora Chod. é apresentada. Duas espéciessão citadas para o Brasil e uma para o Suriname. Uma espécie foi colocada em sinoní-mia. Para o reconhecimento das espécies consta uma chave analítica.

Pesquisadora em botânica do JardimBotânico do Rio de Janeiro e bolsistado CNPq.

Este trabalho contou com o auxilio do CNPq.

A autora agradece ao CNPq e às diversas insti-tuições nacionais e estrangeiras, pelo emprésti-m° do material de herbário, conforme relaçãod° material examinado.

Introdução

Ao dar prosseguimento ao estudo dogênero Polygala L. {Polygalaceae Brown)do Brasil, apresentamos as espécies da se-ção Gymnospora Chod.

Descrição da seção

Seção Gymnospora Chod.

Chodat, Mem. Soe. Phys. et d'Hist. Nat.Genève 31, part. 2 (2):87.1893; Marques,Rodriguésia 31 (48): 145. 1979.

Erva ou subarbusto, 0,13-0,60m dealtura. Raiz axial nodosa. Caule cilíndri-co, mal estriado, pouco ou muito ramifi-cado, subglabro na base, piloso em dire-ção ao ápice (pêlo simples, unicelular eaguçado). Ramos lenhosos, cilíndricos,delgados, sinuosos ou não, pubérulos. Fo-lhas alternas, curto-pecioladas; pecíolo2,0-4,Omm de comprimento, pubérulo; lâ-mina elíptica, suborbicular, orbicular,ovada ou lanceolada, base obtusa e, porvezes, abruptamente cuneada, ápice obtu-so, retuso, agudo ou acuminado, membra-nácea, subdiáfana, puberula a glabriúscu-Ia, de margem plana ou subrevoluta. Pa-drão de nervação broquidódromo. Epi-dermes adaxial e abaxial, em vista fron-tal, com células de paredes sinuosas; es-

tômatos do tipo anomocítico, restritosapenas à face inferior. Racemos simples,terminais ou axilares, laxifloros; raque si-nuosa ou não, pilosa; pedicelo 2,0-7,5mm de comprimento, pubérulo, tribrac-teolado na base. Bractéolas membrana-ceas, pubérulas no dorso e ciliadas namargem, caducas ou persistentes, a cen-trai lanceolada e duas vezes maior que aslaterais (P. violoides) ou triangular e pou-co maior que as laterais (P. blanchetii).Flores alvas ou violáceas, membranáceas.Sépalas persistentes no fruto; as externassão livres e quase iguais entre si, pubéru-las no dorso e ciliadas na margem, elíp-ticas, estreitamente oblongas ou lanceola-das, ápice subobtuso, agudo ou atenua-do (P. violoides), obtuso ou arredondado(P. blanchetii); as internas de elípticas aobovadas, pubérulas nas duas faces ousomente na face dorsal, ciliadas na mar-gem e maiores que a carena. Carena comápice simples, trilobada, lobo centralemarginado, lobos laterais plicados; peta-las laterais internas, do mesmo compri-mento ou maiores que a carena, lorifor-mes, um tanto curvas, de ápice obtuso,pilosas na face interna até mais ou menos1/3 de sua altura, concrescidas cerca de1/3 da sua altura com a bainha estami-nal; pétalas rudimentares escamiformes,obtusas e soldadas à bainha estaminal.Estames 8, com os filetes unidos em sua

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maior extensão; bainha estaminal ciliadaaté mais ou menos a metade de sua altura;filetes livres muito maiores que o compri-mento das anteras; anteras oblongas. Ová-rio ei íptico ou obovado, longamente esti-pitado {P. violoides) ou levemente estipi-tado {P. blanchetii), piloso, estilete geni-culado, 2-3 vezes maior que o compri-mento do ovário, dilatado na sua porçãosuperior e levemente emarginado no ápi-ce; estigma lateral e bilabiado. Cápsulaséssil ou curtamente estipitada. Sementescom tegumento muito tênue e desprovi-das de qualquer excrescência, isto é, não-carunculadas, não-estrofioladas e não-ari-ladas.

Tipo:/', violoides St. Hil.

O nome Gymnospora, que provémdo grego e significa esporo nu ou commembrana delgada, foi dado por Chodattalvez em alusão ao tegumento muito tê-nue das sementes, como de P. violoidesSt. Hil, por exemplo.

A seção é representada por três espé-cies: P. violoides St. Hil., P. blanchetiiChod., que ocorrem no Brasil nos estadosdo Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais eRio de Janeiro, e P. stypulata Chod., cita-da apenas para Suriname, distinguindo-sedas brasileiras por apresentar, segundoChodat (1893:89), estipulas duras e cur-tas, semelhantes aos acúleos triangulares elargos das rosas, e ovário glabro.

Chave para o reconhecimento dasduas espécies brasileiras

1 — Flores 6-8mm de comprimento. Brac-teóla central lanceolada, 1,8-2,2mmde comprimento (figura 1-m), duasvezes maior que as laterais; pedicelo2-6mm de comprimento. Ovário lon-gamente estipulado, (figura 1-h, r) . .

1 — P. violoides.— Flores 9-10mm de comprimento. Brac-

teóla central triangular, 0,5-0,7mm decomprimento (figura 1-v), pouco mai-or que as laterais; (pedicelo 6-7,5mmde comprimento). Ovário curtamenteestipitado (figura 1-x)

2 - P. blanchetii

Descrição das espécies

P. violoides St. Hil (Fig. 1 -1, s)

Saint Hilaire in Saint Hilaire, Jussieu et

Cambessedes, Fl. Bras. Mer. 2:48. 1829;Bennett in Martius. Fl. Bras. 13(3):5, t. 1(habitus cum analysi) et 30A, fig. 2 (se-men). 1874; Chodat, Mém. Soe. Phys. etd'Hist. Nat. Genève 31, part. 2(2) :87, t.17, fig. 1-5. 1893; Marques, Rodriguésia31 (48): 145.1979.= P.pedicellaris St. Hil, loc. cit.:47; Ben-nett, loc. cit. p.p.= P. globosa Pohl ex Bennett, loc cit.,pro syn.= P. violoides St. Hil. var. pedicellaris(St. Hil.) Chod., loc. cit.:88, syn. nov.

Lâmina foliar 3,0-10,0cm de com-primento, 2,0-4,0cm de largura, elíptica,suborbicular ou ovada, base obtusa, épiceobtuso, retuso ou agudo. Racemos 4-10cm de comprimento; pedicelo 2-6mm decomprimento; bractéola central lanceola-da, 1,8-2,2mm de comprimento, de ápi-ce atenuado, duas vezes maior que as late-rais. Flores 6-8mm de comprimento; sépa-las externas estreitamente oblongas oulanceoladas, de ápice subobtuso, agudo ouatenuado; as internas pubérulas na facedorsal. Ovário longamente estipitado.Cápsula 11,0-12,0mm de comprimen-to, 5,0-6,0mm de largura, liriforme, curta-mente estipitada, emarginada, com mami-Io central, formado pela base do estilete,pilosa, levemente alada, subcarnosa,maior que as sépalas internas. Sementes4,8-5,0mm de comprimento, 2,4-2,5mmde largura, ovada, tomentosa; tegumentoverde-escuro, mais ou menos membrana-ceo; endosperma membranoso; embriãoreto com cotilédones elípticos, muitomaiores que o eixo hipocótilo-raiz.

HolótipoLeg. Saint Hilaire 1.003 du Cat. BI.

(P); isótipo (P):fotótipo (US, F. 34.982)."Nascitur in sylvis primaevis, prope prae-dium Canna braba in parte orientali pro-vincie Minas Gerais".

Distribuição geográficaBrasil, nos estados do Espírito Santo,

Minas Gerais e Rio de Janeiro. Esta plantafoi encontrada nas matas e margens de es-tradas, em altitudes de 700-740msm,florescendo de novembro a abril.

Material examinadoEspírito Santo - Barra do Juparaná-

Mirim, leg. Kuhlmann 257, RB.

Minas Gerais — leg. Saint Hilaire1.003 du Cat. Bi (isótipo de P. violoidesSt. Hil.), P; idem 2.177 du Cat. B2 (isóti-

po de P. pedicellaris St. Hil.), P; idem (fo-tótipo), US-F-34.982; leg. Widgren s.n.,UPS; leg. Schwacke 11.828 (9/1895), RB;Lagoa Santa, leg. Damazio s.n., RB; Fa-zenda de Sobrada, alt. 710msm, leg.Ynes Mexia 5.287, BM, MO, GB, U, S, F;Viçosa, Fazenda do Deserto, idem 5.404(11/12/1930), BM, US, MO, F.

Rio de Janeiro— leg. Burchell 2.851,GH; leg. Glaziou 8.312, RB, S; leg. Riedels.n., UPS; idem 343, R; leg. Widgren 878,S; Jacarepaguá, leg. Ule s.n. (1898), HBG;Praia Grande ao Morro do Cavalão, leg.Glaziou 9.352 (3/2/1878), R.F; Sapo-pemba, leg. Schwacke s.n., R; Paraíba doSul, Fazenda do Sobral, idem s.n. (26-29/11/1881), R; Tijuca, leg. W. Belo2 (1884),R.

Saint Hilaire, ao criar P. pedicellaris,caracterizou-a pela dimensão do pedicelo,com cerca de 10-12mm de comprimento.Examinamos o isótipo da espécie citada(leg. St. Hilaire 2.177 du Cat. B2) e ou-tros exemplares, sem encontrarmos, con-tudo, a dimensão apontada por St. Hilai-re e comprovada por Chodat ao conside-rá-la como variedade, razão pela qual a si-nonimizamos com P. violoides. (Fig. 1 -

P. blanchetii Chod (Fig. 1 -1, z)

Chodat, loc. cit.: 88= P. pedicellaris auet. non St. Hinett, loc. cit. p.p.

Ben-

Lâmina foliar 5,0-10,0 cm de compri-mento, 1,5-3,0cm de largura, ovada oulanceolada, acuminada. Racemos termi-nais, subcorimbosos; raque curtíssima,0,5-1, Ocm de comprimento, pedicelo6-7,5mm de comprimento; bractéolasquase iguais entre si, mínimas, 0,5-0,7mmde comprimento, triangulares. Flores 3-10mm de comprimento; sépalas externaselípticas, de ápice obtuso a arredondado;as internas pubérulas nas duas faces. Ová-rio curtamente estipitado. Fruto não vis-to por nós. Segundo Chodat (1893:89):cápsula séssil, 1/4 mais curta que as alaspersistentes, elíptica, obcordada, leve-mente pubescente.

SíntiposMartius, Sellow 66, Blanchet 2.385

(G). "Habitat in Brasília: in silvis ad Al-mada Prov. Bahia Mart.; Sello 66; Mart.Blanchet 2.385".

Distribuição geográficaBrasil, no Estado da Bahia.

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Material examinadoBahia - leg. Blanchet 2.385 (1836), G.

P. violoides St. Hil. e P. blanchetiiChod. são espécies muito afins.

Os caracteres que se revelaram de im-portância sistemática, foram a morfologiae tamanho das bractéolas e, em menorgrau, o tamanho da flor e da estípite doovário.

Abstract

The revision of the species of section

Gymnospora Chod. is presented. Twoespécies are cited for the Brazil and onefor Suriname. One species was placed insynonymy. For the recognition of speciesa key has been introduced.

Bibliografia

BENNETT, A.W. Polygalaceae in Martius,Flora Brasiliensis 13(3): 1 -82, t. 1 -30.1874.

CHODAT, R. Monographia Polygalacea-rum. Mémoires de Ia Societé de Phy-sique et d'Histoire Naturelle de Ge-

neve 31, part. 2(2):XII + 500 p., t.13-35. 1893.

MARQUES, M.C. Revisão das espécies dogênero Polygala L. (Polygalaceae) doEstado do Rio de Janeiro. Rodrigué-s/a31(48):69-339. 1979.

SAINT HILAIRE, A.F.C.P. de. Polyga-leae in Saint Hilaire, Jussieu et Cam-bessèdes, Flora Braziliae Meridionalis2:5-75,1.83-96. 1829.

c rj W~s\y k

Figura 1Polygala pedicellaris St. Hil. cl:a-b - lâmina foliar; c - flor; d - sépalas externas;e - uma das duas sépalas laterais internas; f - carenac'; g - pétala lateral interna; h - gineceu; cl; i - fruto; j - semente; k - embrião. Polygala violoides St. Hil. cl; I - flor; m - brácteas;n - sépalas externas; o - uma das duas sépalas laterais internas; p - carena, pétala lateral interna; q - androceu, pétala rudimentar; r -gineceu; s - androceu, pétala lateral interna. Polygala blanchetii Chod. cl; t - lâmina foliar; u - flor; v - brácteas; w - sépalas externas;x - gineceu; z - uma das duas sépalas laterais internas.

Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(601:31-34, jul./set. 1984 33

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Figura 2Tipo deP violoides St. Hil. (P).

Figura 3Tipo de P. pedicellaris St. Hil. (P).

Figura 4Síntipo de P blanchetii Chod. (G).

34 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) :31-34, jul./set. 1984

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Morfologia dos frutos alados em Legu-minosae-Caesalpinoideae — Martioden-dron Gleason, Peltophorum (Vogel)Walpers, Sclerolobium Vogel, Tachiga-lia Aublet e Schizolobium Vogel.

Elisabete de Castro Oliveira1Tânia Sampaio Pereira1

0 presente trabalho prende-se a um estudo sobre morfologia dos frutos e sementesde cinco gêneros da subfamília Caesalpinoideae que possuem como característica co-mum o fato de apresentarem frutos samaríformes. Os resultados serviram para a e/abo-ração de uma chave para a identificação dos gêneros, contribuindo para os estudos ta-xonômicos.

Bióloga do Jardim Botânico do Rio deJaneiro — Laboratório de Análise deSementes - LAS do Jardim Botânicodo Rio de Janeiro e pesquisadora doCNPq.Bióloga do Jardim Botânico do Rio deJaneiro - Laboratório de Análise deSementes - LAS do Jardim Botânicodo Rio de Janeiro.

As autoras agradecem ao CNPq e ao biólogoHaroldo Cavalcante de Lima.

Introdução

O estudo sobre a morfologia de fru-tos e sementes se faz necessário devido àimportância dessas estruturas na identifi-cação botânica. Este fato aliado à escassezde bibliografia sobre o assunto, acarretamaiores dificuldades quando só se dispõedesse material, fato comum nos setoresque só recebem frutos e sementes paraanálise.

Dentro da subfamília Caesalpinoi-deae, os gêneros Martiodendron Gleason,Peltophorum (Vogel) Walpers, Sclerolo-bium Vogel, Tachigalia Aublet e Schizolo-bium Vogel foram selecionados levando-se em consideração a presença de frutossamariformes nos mesmos. Além disto,as espécies estudadas são todas de ocor-rência no Brasil e possuem aproveitamen-to econômico.

Poucas descrições foram encontradaspara os frutos e sementes desses gêneros.

Bentham et Hooker (1862), Bentham(1870) foram os que apresentaram maiorquantidade de informações sobre os cincogêneros em questão. Abordaram quanto àmorfologia geral do fruto, semente e em-brião, apresentando na primeira obra ilus-trações de algumas espécies, exceto de

Tachigalia. Entretanto, as descrições nãopermitem uma separação rápida dos gene-ros, pela forma como são apresentadas ascaracterísticas.

Corrêa (1926, 31, 52, 74 e 75) refe-re-se ao legume de algumas espécies deforma muito sucinta, detendo-se mais noaproveitamento econômico.

Com relação ao tipo de fruto. Barro-so et alii (em preparação) define sâmaracomo "um fruto monocarpelar ou pseu-domonocarpelar, pela atrofia de carpelosmonospermos, nos casos mais típicos;com projeções alares, desenvolvidas de pa-redes ovarianas". Dentro da classificaçãoapresentada pelo mesmo autor, dois dosgêneros aqui estudados enquadram-se notipo sâmara (Martiodendron e Peltopho-rum) e o restante foi citado como tendocriptosãmaras pois "o pericarpo apresentaduas porções distintas — a externa, quepode se separar em duas valvas distintas,como em Schizolobium, ou romper-seirregularmente, como em Sclerolobium eTachigalia, e a interna, membranacea oucoriacea, indeiscente, que encerra a únicasemente."

Material e métodos

O material estudado pertence às cole-

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:35-42, jul./set. 1984 35

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ções dos herbários da Fundação Estadualde Engenharia do Meio Ambiente (GUA),do Instituto de Pesquisas Agropecuáriasdo Norte (Ipean), do Museu Nacional doRio de Janeiro (R) e do Jardim Botânicodo Rio de Janeiro (RB); o material vivofoi coletado no Parque Florístico do Jar-dim Botânico do Rio de Janeiro e do Mu-seu Nacional.

Foram aceitas as identificações cons-tantes nas etiquetas das referidas cole-ções, feitas pelos especialistas. No casodas espécies não-determinadas, as observa-ções foram feitas a nível de gênero parasua identificação. Foram estudadas so-mente as espécies ocorrentes no Brasil.

O material para estudo quando seco,foi reidratado por fervura em água e exa-minado sob microscópio estereoscópico.Padronizaram-se as descrições que seprenderam, sobretudo, às característicasmorfológicas do fruto e da semente.

Na distribuição geográfica levou-seem consideração todas as excicatas exami-nadas, quer tivessem frutos ou não. Entre-tanto, para o estudo proposto inicialmen-te, só foram considerados em materialconsultado, as excicatas com frutos.

Resultados

Chave para identificação dos gêneros comfrutos samariformes em caesalpinoideae

1 - Frutos oblongos ou oblongo-lanceo-lados.

- Frutos com alas largas, conspí-cuas, e superfície com nervaçõesramificadas e anastomosadas,mais finas e densas nas alas; gla-bra; núcleo seminífero delimita-do por duas nervuras conspícuas;epicarpo não-destacável nos fru-tos maduros (sâmara) (Fig. 1) . .

Martiodendron2' - Frutos com alas não-conspícuas

e superfície tenuamente nervadano sentido longitudinal; pubes-centes ou puberulenta; epicarpodestacando-se no fruto maduro,deixando à mostra um mesoen-docarpo com fibras predominan-tes no sentido longitudinal emais densas sobre o núcleo semi-nífero (criptosâmara) (Fig. 5) . .

TachigaliaV - Frutos lanceolados ou elípticos.

- Frutos com alas estreitas, afinan-

do-se em direção ao ápice e su-perf ície puberulenta, com nervu-ras predominantemente no senti-do longitudinal e sobre o núcleoseminífero; epicarpo não-desta-cável nos frutos maduros (sâma-ra) (Fig. 2) Peltophorum

3" - Frutos com alas muito estreitasquase imperceptíveis e superfíciequase lisa, apresentando pou-quíssimas nervuras no sentidolongitudinal ou rugosidades so-bre o núcleo seminífero; epicar-po destacando-se nos frutos ma-duros apresentando um meso-en-docarpo mais fortemente nerva-do no sentido longitudinal emtoda a região do núcleo seminí-fero (criptosâmara) (Fig. 3-4). . .

Sclerolobium1" - Frutos claviformes.

4 - Frutos com uma ala basal, estrei-tando-se gradualmente em dire-ção ao pedúnculo, superfícienervado-reticulada conspícua;epicarpo se abre em duas valvas elibera o meso-endocarpo pardo,papiráceo, tênue-nervado com asemente única na porção apical.(criptosâmara) (Fig. 6)

Schizolobium

Descrição dos gêneros

Martiodendron Gleason (figura 1)Gleason, Phytologia 1:141. Jan. 1935.T.: M. excelsum (Bentham) Gleason (Mar-ti usa excelsa (Bentham).

Sâmara de 7,0-21,0cm de compri-mento x 1,0-7,5cm de largura. Contornolongitudinal oblongo-lanceolado de ápicee base agudos; às vezes, um pedúnculo ar-ticulado se encontra preso no fruto. Su-perf ície castanha, com pouco brilho, comnervações ramificadas e anastomosadas.Da base do fruto parte uma nervura maisforte que se bifurca em direção ao ápice,sem se encontrar neste; estas duas nervu-ras mais conspícuas delimitam o núcleoseminífero onde se encontra uma sementena posição mediana. Nas alas, semelhantesem tamanho, a nervação é mais fina edensa, principalmente em direção aos bor-dos. Tegumento externo coriáceo-papirá-ceo, com as nervuras formando reticuladodenso. Na região do núcleo seminíferodesprende-se um segundo tegumento deconsistência semelhante, tenuamente ner-vado.

transversal elípticos. Testa membranácea,castanho-escura; endosperma escasso,elástico após fervura em água. Embriãodo tipo espatulado: cotilédones foliáceos,esverdeados, com três nervuras tênues;plúmula reduzida; eixo radícula-hipocóti-Io curto.

Distribuição geográfica: Minas Gerais,Espírito Santo, Piauí, Maranhão, Pará,Amazonas, Roraima, Amapá e Acre.

Material consultado: Martiodendrone/atum (Ducke) Gleason - Pará, Rio Ta-pajós, leg. A. Ducke (11/09/1916), carpo-teca 16, RB.

M. e/atum (Ducke) Gleason var.occidentale (Ducke) Koeppen - Amazo-nas, Humaytá, Rio Madeira, leg. A. Ducke(09/06/1936), det. A. Ducke, RB 35.074.

M. excelsum (Benth.) Gleas. - Ama-zonas, Jarci, Rio Branco, leg. J.G. Kuhl-mann nP 58 (1915), det. H.C. Lima RB2.817. Amazonas, leg. J.M. Pires, P. Ca-valcante, H. Magnago & N.T. Silva nP14.501 (30/04/1974), det. H.C Lima, RB176.127. Roraima, Boa Vista, EstradaBoa Vista-Caracaraí (BR-174), Km 58,leg. Prance, Stweward, Ramos, Farias eMonteiro (31/01/1969), R 124.052.

M. mediterraneum (Mart. ex Benth.)Koeppen - "Pau de arara" — EspíritoSanto, Município de Conceição da Barra,próximo de Taquara, leg. A. Mattos & A.Magnanini nP 48, det. H.C. Lima, RB87.933. Maranhão, Codó, leg. A. Ducke(17/06/1907), det. H.C. Lima, RB 10.987.Piauí, a 64 km de Picos em direção à Ara-ripire, leg. A. Castellanos nP 25.371 (05/08/1964), det. H.C. Lima, GUA 04.140.

M. parvifolium (Amsh.) Koeppen -Pará, Município de Alemirim, MonteDourado, Estrada Perimetral, leg. M.R.Santos nP 42 (28/11/1978), det. A.S.L.da Silva, Ipean. Piauí, Município de SeteCidades, Parque Nacional, leg. G.M. Bar-roso (1977), det. G.M. Barroso, RB181.129.

Peltophorum (Vogel) Walpers (figura 2)Walpers, Repert. 1:811. 1842. (nom.cons.)T.: P. vogelianum Walpers, nom. illeg.(Caesalpinia dúbia C. Sprengel, P. dubium(C. Sprengel) Taubert).

Semente de contornos longitudinal Sâmaras de 5,0-9,5cm de comprimen-

36 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) :35 42, jul./set. 1984

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to e 1,0-2,5cm de largura. Contorno lon-gitudinal lanceolado ou elíptico com ápi-ce agudo e base estreitada. Superfície cas-tanho-avermelhada, puberulenta, comnervuras predominantemente no sentidolongitudinal; estas são mais fortes na re-giao central, delimitando o núcleo seminí-fero o qual se estende até o ápice. As alassao de tamanho semelhante, estreitas, afi-nando-se em direção ao ápice do fruto;nelas as nervuras são mais tênues. Epicar-Po castanho-avermelhado, papiráceo, re-coberto por curtos pêlos ferrugíneos,muito tênue e aderente ao mesocarpo oqual é fibroso-papiráceo. Endocarpo liso efino. Sementes de uma a quatro por fruto.

Semente de contorno longitudinalovado e transversal, elíptico; superfície li-sa, brilhante, amarelo-esverdeada. Testamembranácea. Na parte basal-lateral en-contra-se um hilo oval, micrópila visível erafe curta e fina, oposta à micrópila. En-dosperma transparente, apresentandoconsistência elástica após fervura. Em-brião do tipo espatulado: cotilédones fo-liáceos, plúmula pequena, eixo radícula-hipocótilo curto.

Distribuição geográfica: Santa Cata-rina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,Minas Gerais, Distrito Federal, MatoGrosso do Sul, Bahia, Espírito Santo e Pa-raíba.

Material consultado: Peltophorumdubium (Spreng.) Taub. — "amendoimfalso, angico, angico-bravo, angico-canga-lha, barbatimão, cabelo de negro, cambuí,canafístula, farinha seca, faveiro, guaru-caia, pau vermelho, sebrasil, tamboril,tamboril branco" — Bahia, Igaporá, lat.13°48'54"S, long. 42°41'25"W, leg. Ser-gio Barros da Silva (01/04/1980), det.M.P. de Lima, RB 203.102. Espírito San-to, Cachoeiro do Itapemirim, Sítio Cora-marca em frente ao BNH, leg. V.F. Ferrei-ra nP 1.742 (10/05/1981), det. H.C. Li-ma, RB 204.364. Minas Gerais, Funilân-dia. Fazenda das Rosas, leg. J.B. Silva nP04 (25/03/1969), det. J.B. Silva, RB142.523. Minas Gerais, Fazenda das Anti-lhas, Tombos, leg. M. Barreto n9 5.822(15/08/1935), R 33.027. Minas Gerais,Município de Pedro Leopoldo, leg. G.Santos (10/12/1927), carpoteca 2.287,RB. Paraíba, Areia, Engenho Sipilho, leg.P.C. Fevereiro nP 260 & V. P. BarbosaFevereiro nP 518 (17/01/1977), det. H.C.Lima, RB 177.839. Rio de Janeiro, Gua-nabara, São Cristóvão, Quinta da Boa Vis-

ta, próximo ao Museu Nacional, leg. A.G.Andrade (16/12/1963), det. F. Atala,GUA 03.147. Rio de Janeiro, ReservaFlorestal n° 2 (av. Itororó, em frente àcasa nP 1.042), leg. Luiz Antônio de Sou-za & Irenice Silva nP 8 (21/01/1978), det.H.C. Lima, RB 189.628. Rio de Janeiro,Avelar, leg. Gastão Machado Nunes (11/1925), RB 20.338. Rio de Janeiro, Praiade Botafogo, leg. Luiz Emygdio nP 2.556(09/02/1967), R 130.888. Rio de Janei-ro, Avelar, Posse, leg. Machado Nunes nP15 (1931), R 24.121. Rio de Janeiro, leg.Jacintha Lima (04/10/1944), carpoteca3.449, RB. Santa Catarina, Município deChapecó, Água do Chapecó, leg. Castella-nos nP 24.893 (04/03/1964), det. E.C.Oliveira e T. Sampaio, GUA 03.402. SãoPaulo, Piracicaba, leg. Paulo de Souza(07/10/1927), carpoteca 2.282, RB.

Sclerolobium Vogel (figuras 3 e 4)Vogel, Linnaea 11:395. 1837.L J.: S. denudatum Vogel (vide Dwyer,Lloydia 20: 76. Jun. 1957).

Criptosâmaras de 5,5-7,0cm de com-primento e 2,1-3,3cm de largura, de con-torno longitudinal elíptico, ou de 15,0-11,Ocm de comprimento e 3,0-3,8cm delargura e de contorno longitudinal lanceo-lado. Ápice freqüentemente apiculado ebase estreitada. Superfície castanho-es-cura, opaca ou com pouco brilho, glabra,quase lisa, apresentando pouquíssimasnervuras ou rugosidades sobre o núcleo se-minífero. Alas muito estreitas, quase im-

perceptíveis. Epicarpo papiráceo, casta-nho-escuro, destacável nos frutos madu-ros. Mesocarpo castanho-claro, fibroso,com nervações predominantes no sentidolongitudinal e sobre a região do núcleoseminífero, permitindo um destaquemaior das alas. Endocarpo com menoresfibras que o mesocarpo e partindo-se nosentido transversal. Número de sementes

por fruto: uma a três, sendo mais freqüen-te uma, situada na parte mediana.

Sementes de contorno longitudinaloblongo, às vezes um pouco mais largasna parte basal; contorno transversal elípti-co. Na parte basal-lateral apresenta hilocircular, micrópila, estrof íolo e rafe, estesdois últimos, não muito conspícuos. Su-perfície lisa. Testa fina, membranácea.Endosperma escasso. Embrião espatulado:cotilédones foliáceos, amarelos, plúmulapequena, eixo radícula-hipocótilo curto.

Distribuição geográfica: São Paulo,

Rio de Janeiro, Minas Gerais, EspíritoSanto, Goiás, Distrito Federal, MatoGrosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Pará,Amazonas, Amapá e Rondônia.

Material consultado: Sclerolobiumaureum Benth. — "angá-ucú, fede, gonça-Io do campo, pau bosta, ingá do cerrado etaxi preta" — São Paulo, Mogi-Guaçú, leg.A.Mattos 410 e Rizzini, carpoteca,3.453,RB. Minas Gerais, Paraopeba, leg. Rizzini(05/11/1961), carpoteca 2.856, RB.

S. beaurepairii Harus — Rio de Janei-ro, Represa Camariu, Jacarepaguá, leg. J.G. Kuhlmann, det. G.M. Barroso, RB763. Rio de Janeiro, Tijuca, Vista Chine-sa, leg. J.G. Kuhlmann (17/04/1928), car-poteca 2.299, RB.

S. chrysophyllum Poepp. et Endl. —"tachirana" — Rio de Janeiro, FazendaBoa Fé, leg. H.P. Velloso nP421 (16/05/1953), det. H.P. Velloso, R 38.432.

S. denudatum Vog. — "cacheta ama-rela, cacheta preta, passuaré" — Rio deJaneiro, Grotão da Vista Chinesa, leg. Pes-soai do Horto Florestal (17/04/1928), RB139.305.

5. glaziovii Taub. - Rio de Janeiro,Estrada da Vista Chinesa, próximo à Esta-ção Biológica, leg. J.P. Lanna SobrP (18/01/1971), det. L.B. & S.F. Smith, GUA07.963.

S. goeldianum Hub. - "tachizeiro" —Amazonas, Rio Negro, Barcelos, A. Ducke(17/06/1905), RB 17.029. Amazonas,Acajutuba, Baixo Rio Negro, leg. A.Ducke nP 682 (22/03/1941), RB 50.756.Amazonas, Ig. Caju, Rio Capim, Inst.Agron. do Norte, leg. R.L. Fróes nP24.113 (24/03/1949), RB 102.562. Pará,Rio Cupim, leg. J. Huber (13/07/1897)RB. 10.947.

S. guianense Benth. — Pará, sub-baseMarapi, à margem do Rio Marapi, leg. N.A. Rosa nP 252, Ipean 145.966.

S. macropetalum Ducke — Amazo-nas. Rio Negro, entre Ilha das Flores eS.Felipe, 67°10'W - 0°17'N; Q. SA-19-XB, leg. N.T. Silva nP 3.850 (19/05/1975), Ipean 148.442.

S. Paniculatum Vog. — "carrão deferreiro, jacaranda canzil, taxi, tinguizão"— Distrito Federal, Parque Nacional de

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:35-42, jul./set. 1984 37

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Brasília, leg. E.P. Heringer nP 9.307 (05/01/1964), det. Rizzini, RB 120.630.Goiás, Planaltina de Goiás, lat. 15°30'31 "S/long. 47°49'46"W, leg. Sérgio Bar-ros Silva e Jacimo Oliveira nP 6 (22/06/1978), det. H.C Lima, RB 302.241. MatoGrosso do Sul, Fazenda Santo Antôniodo Formoso, 14°24' lat. S X 55°50'long. W, leg. Dilson Lima Amaral nP 168(26/03/1980), det. H.C. Lima, RB 7.413;leg. H. Velloso nP 1.256 (20/06/1946),det. H.C. Lima, RB 87.370. Minas Gerais,Paraopeba, leg. Rizzini (11/1961), carpo-teca 2.888, RB. Rondônia, Vilhena, lat.12°09'S/long. 60°08'W, s/ leg. (04/04/1977), det. G.M. Barroso, Nildae Irenice,RB 178.938.

S. paraensis Hub. - "tachi branco" -Amazonas, Região do Jari, Monte Doura-do, leg. Emanoel Oliveira (03/02/1968),Ipean 124.328. Pará, Região do Jari, Es-trada entre Planalto A e Tinguelim, Km16, Leg. Nilo T. Silva (22/12/1970),Ipean 136.481.

S. rugosum Mart. — "ingá-uçú, inga-zeira brava" — Bahia, a 16 km de Seabra,altitude 980m, leg. Adonias P. de AraújonP 270 (20/03/1980), det. H.C Lima& M.P. de Lima, RB 201.058.

Tachigalia Aublet (figura 5)Aublet, Pl. Guiane 372. Jun. 1775.T.: T. paniculata Aublet

Criptosâmaras de 7,3-12,0cm decomprimento e 2,8-3,0cm de largura.Contorno longitudinal oblongo de baseaguda e ápice obtuso, às vezes, acumina-do. Superfície castanho-escura, opaca, te-nuamente nervada no sentido longitudi-nal, pubescente ou puberulenta, sem alasconspícuas. Epicarpo castanho-escuro,papiráceo, destacando-se facilmente nofruto maduro. Mesocarpo castanho-claro,com fibras predominantemente no senti-do longitudinal, mais densas no núcleo se-minífero, delimitando as alas estreitas ede tamanho semelhante; endocarpo maisescuro, papiráceo, intimamente unido aomesocarpo. Uma única semente localiza--se na parte mediana do fruto.

Semente de contorno longitudinaloblongo e contorno transversal, estreito-elíptico. Estruturas basais: hilo, micrópi-la, estrofíolo e rafe não muito visíveis.Testa papirácea. Endosperma presente.Embrião espatulado: cotilédones folia-

ceos, esverdeados, com três nervuras tê-nues; eixo radícula-hipocótilo curto.

Distribuição geográfica: Rio de Janei-ro, Minas Gerais, Espírito Santo, MatoGrosso, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia.

Material consultado: Tachigalia mui-tijuga Benth. — "caixeta, caxeta preta, in-gá de lavras" — Rio de Janeiro, defronteda Pedra Grande, Obras Públicas, leg.Francisco Gonçalves da Silva, nP 790 (13/03/1941), det. J.G. Kuhlmann, RB81.693. Rio de Janeiro, Matas do "PaeRicardo", leg. P. Ochioni nP 203 (05/04/1945), det. G.M. Barroso, RB 52.903;Rio de Janeiro, Estrada da Vista Chinesa,Km 2, em frente ao Decam, leg. C Angeli(16/02/1976), GUA 11.444. Rio de Ja-neiro, Tijuca, (1961), carpoteca 2.541,RB. Rio de Janeiro, Horto Florestal, Matadas Obras Públicas, leg. J.G. Kuhlmann(15/08/1927), carpoteca 2.293, RB.

7". myrmecophylla Ducke — "tachi-

zeiro preto" — Pará, Belém, leg. A. Ducke(06/11/1922), carpoteca 454, RB.

T. paniculata Aubl. — Acre, Proj.Radam, sub-base de Cruzeiro do Sul, SB-18-ZD, leg. L.R. Marinho nP 160 (12/02/1976), Ipean 151.609. Mato Grosso, RioArinos, leg. J.G. Kuhlmann (12/1914),det. Hoehne, R 2.594.

Schizolobium Vogel (figura 6)Vogel, Linnaea 11:399. 1837.T.:S. parahyba (Vell.) Blake

Criptosâmaras de 8,5-14,0cm decomprimento e 3,0-5,5cm de largura.Contorno longitudinal claviforme. Super-fície castanha, opaca, glabra, contornadapor uma nervura bem forte de onde par-tem outras mais tênues que se ramificame anastomosam formando um retículo.Fruto constituído por duas valvas forma-das pelo epicarpo duro, lenhoso, o qual seapresenta com nervuras fortes na parte in-terna, formando um denso reticulado.Dentro, encontra-se o meso-endocarpopapiráceo, castanho-claro, envolvendouma única semente localizada na parteapical. Na maturidade as valvas se abrem,liberando a semente envolta pelo meso-endocarpo alado.

Semente de 3,0-2,5cm de compri-mento e 1,8-1,5cm de largura. Contornolongitudinal e transversal ei ípticos. Super-fície castanho-escura, lisa. Na parte basal-

lateral encontram-se o hilo, a micrópila,um pequeno estrofíolo e a rafe. Sementepétrea. Após fervura, a testa pode ser des-tacada apresentando-se coriacea; endos-perma de consistente a elástica. Embriãodo tipo espatulado: cotilédones grandes,foliáceos, amarelo-esverdeados, com ner-vura central tênue; plúmula grande; eixohipocótilo-radícula curto.

Distribuição geográfica: Santa Cata-rina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Ja-neiro, Bahia, Pernambuco, Pará, Amazô-nia, Rondônia.

Material consultado: Schizolobiumamazonicum Huber ex Ducke — Territó-rio de Rondônia, 70-150 km da rodoviaeste de Porto Velho, alt. 70-170m, leg.Basset Maguire, J. Murça Pires, Célia K.Maguire, Nilo T. Silva nP 56.744 (21/09/1963), RB 153.948. Pará, leg. João MurçaPires e R.P. Belém (agosto/1970), IAN128.728.

Schizolobium parahyba (Vell.) Blake— "guapuruvu, guarapuru, bacurubu, pão-canoa, pau tambor" — Pernambuco, Reci-fe. Dois Irmãos, Jardim Botânico; leg. J.Vasconcelos nP 366 (27/12/1961), det.A. Lima, R 112.189. Bahia, Itabuna, Ro-dovia Uruçuca a Taboquinha, leg. T.S.Santos nP 2.201 (22/11/1971), RB87.070. Rio de Janeiro, Anellar, leg.Gastão Machado Nunes (11/1925), RB20.339. Rio de Janeiro, leg. SchwackenP 3.195 et Saldanha nP 984, RB 38.789.Rio de Janeiro, Obras Públicas, leg. Cia-rindo Lage e F. Gonçalves (24/09/1937),det. J. Aguiar, RB 82.204. Rio de Janei-ro. Mata do Horto Florestal, leg. pessoaldo Horto Florestal (30/09/1928), det. P.O Fevereiro et V. Perazzo RB 157.822.Rio de Janeiro, Corcovado, leg. L. Riedelet B. Luschnatt nP 1.125 (10/1832), RB84.448. Rio de Janeiro, Ilha Grande,Praia do Sítio Forte na encosta, leg. Do-rothy Araújo nP 3.134 (24/04/79), GUA15.023. Rio de Janeiro, Estrada de FerroCentral do Brasil, Inspetoria Florestal, es-pécie nP 14 corte (07/10/32) árvore 14P.det. Freire, R 27.576. Rio de Janeiro, leg.Glaziou (1879), R 67.012. Minas Gerais,Belo Horizonte, leg. M. Barreto nP 5.819(30/03/1935), R. 33.022. Santa Catarina,Brusque, leg. p. R. Reitz nP 1.822 (22/08/1947), R. 85.503. Santa Catarina,Brusque, leg. H. Veloso nP 46 (03/02/1950), det. A. Burkart, RB 1.288.087.

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Conclusões

Os frutos dos gêneros estudadosconstituem um bom caráter para a identi-ficação botânica.

Dos aspectos morfológicos observa-dos, a forma, a superfície e a aderência ounão do epicarpo no fruto maduro foramos que se mostraram mais fortes para adiferenciação dos gêneros. Nos gêneros, aforma do fruto permite a identificaçãodas espécies.

As sementes, quer seja pela sua cons-tituição, quer seja pela falta de caracterís-ticas marcantes não se apresentaram co-mo um bom caráter para a identificação.

Dentre os caracteres comuns a todos°s gêneros, encontramos o contornotransversal apresentando-se plano-compri-mido, a semente reversa e o embrião dotipo espatulado, onde foram observadasdiferenças no desenvolvimento da plúmu-Ia nos cinco gêneros estudados. Entretan-fo, nem esse caráter, nem o tamanho fo-rarn considerados, devido à pequenaamostragem de sementes que se apresen-taram adequadas para o estudo.

Abstract

This work deals with the morphologyof fruits and seeds from f ive generabelonging to the subfamilyCaesalpinoideae which have a commoncharacteristic: samariform fruits. Theresults were used to make a key for the'dentification on the genera studiedas a contribution to the studiesof taxonomy.

Bibliografia

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DWEYER, J.D. 1957. The tropical ameri-can genus Sclerolobium vogel (Cae-salpinoideae). Lloydia. Cincinnati 20:67.118.

1

Figura 1 Escalas - A: figs. 1,5, 6e 7; B:figs. 2, 3 e 4.Martiodendron mediterraneum (Mart. ex Benth.) Koeppen; 1 -nervação dos bordos do fruto; 3 - semente em corte transversal; 4 -lium (Amsh) Koeppen; 5 - fruto. M. excelsum (Benth.) Gleason;var. occidentale (Ducke) Koeppen; 7 - fruto.

fruto; 2 - detalhe daembrião. M. parvifo-6 - fruto. M. ela tum

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1 a b I li I

^^ V/Figura Escalas - A: figs. 1-6; B: figs. 7-11.Peltophorum dubium Spreng.; 1 a 6 - frutos: variações dos mesmos; 7 - semente; 8 - semente, vista basal; 9 - semente em corte trans-versai; 10 - embrião; 11 -eixo radicula-hipocótilo e plúmula.

a b ce^*-- --^/ ^1 "L 41 9^^^=^ ^-^ 18V

Figura 3 Escalas - A: figs. 3-7; B: figs. 16-18; C: figs. 1-2; 8-13.Sclerolobium aureum Benth.; 1 - fruto; 2 - fruto sem epicarpo; 3 - semente; 4 - semente, vista basal; 5 - semente em corte transver-sal; 6 - embrião; 7 - eixo radicula-hipocótilo e plúmula. S. denudatum Vog.; 8 - fruto; 9 - fruto sem epicarpo. 5. goeldianum Hub.-10 - fruto; 11 - fruto sem epicarpo. S. glaziovii Taub.; 12 - fruto. S. paniculatum Vog.; 13 - fruto; 14 - semente; 15 - semente, vistabasal-lateral; 16 - semente em corte transversal; 17 - embrião; 18 - eixo radicula-hipocótilo e plúmula.

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Figura 4 Escalas- A: figs. 7-11; B: figs. 1-6; 12-16.Sclerolobium guianense Benth.; 1 - fruto; 2 - fruto sem epicarpo. S. macropetalum Ducke; 3 - fruto; 4 - fruto liberando o epicarpo.& paraensis Hub.; 5 - fruto; 6 - fruto sem epicarpo; 7 - semente; 8 - semente, vista basal; 9 - semente em corte transversal; 10 - em-brião; 11 - eixo radicula-hipocótilo e plúmula. S. rugosum Mart.; 12 - fruto. S. subbulatum Ducke; 13 -fruto; 14- fruto sem epicar-Po. S. chrysophyllum Poepp. et Endl.; 15 - fruto; 16 - fruto sem epicarpo.

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Figura Escalas - A: figs. 4-7; B: figs. 1-3; 8-11.Tachigalia multijuga Benth.; 1 - fruto; 2 - fruto sem epicarpo; 3 - posição da semente no fruto; 4 - semente; 5 - semente em cortetransversal; 6 - embrião; 7 - eixo radicula-hipocótilo e plúmula. T. myrmecophylla Ducke; 8 - fruto; 9 - fruto sem epicarpo. T.pani-culata Aubl.; 10 - fruto; 11 - fruto sem epicarpo.

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9^~~^~^^--^_^ yyFigura 6 Escalas - A: figs. 1-2; 8-9; B: figs. 3-7.Schizolobium amazonicum (Hub.) Ducke; 1 - fruto; 2 - fruto sem epicarpo; 3 - semente; 4 - semente, vista basal; 5 - semente em cor-te transversal; 6 - eixo hipocótilo-radícula e plúmula; 7 - embrião. S. parahyba (Vell.) Blake; 8 - fruto; 9 - fruto sem epicarpo.

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Uma nova espécie de Kielmeyera Mar-tius endêmica do Paraná

Nagib Saddi1 Como resultado da revisão monográfica do gênero Kielmeyera Martius (Guttiferae), anova espécie denominada K. paranaensis Saddi é proposta. Esta entidade mostrou-seendêmica ou regionalmente distribuída em certas localidades no Estado do Paraná, sen-do uma das poucas e restritas espécies do gênero Kielmeyera a ocorrer na vegetaçãocampestre no Sul do Brasil.

Ph.D. pela University of Reading, In-g/aterra. Diretor-curador do HerbárioCentral da Universidade Federal deMato Grosso.

0 autor agradece à Universidade Federal de Ma-to Grosso, Sub-Reitoria de Pesquisa e Ensino dePós-Graduação.

Introdução

O conhecimento da atual distribuiçãogeográfica do gênero Kielmeyera mostrouque todas as cinco regiões naturais doBrasil (Saddi 1982:84) são contempladascom entidades desse gênero. Dentro daconhecida amplitude máxima de distribui-ção geográfica das espécies de Kielmeyerano Brasil, a região Sul, unicamente o Esta-do do Paraná, conta apenas com duas es-pécies, K. coriacea Mart. e K. paranaensisSaddi. Embora essas duas entidades pos-sam convergir-se em duas distribuiçõesgeográficas (e até ecológicas parcialmen-te), elas são, entretanto, morfologicamen-te divergentes e taxonomicamente nãorelacionadas entre si.

Por outro lado, K. paranaensis mos-trou-se com afinidades taxonômicas e fe-neticamente bastante próxima de K. va-ríabilis Martius. Embora a semelhançamorfológica seja acentuada entre essasduas entidades alopátricas é, todavia, nascaracterísticas foliares, incluindo princi-palmente a textura e a venação, que am-bas separam-se uma da outra. Em comple-mento, K. paranaensis que se mostrou res-tritamente distribuída em algumas locali-dades no Paraná (e.g. Jaguariaíva e Sen-gés), nas circunvizinhanças da divisa como Estado de São Paulo, contrasta nitida-

mente com a ampla distribuição de K.variabilis que ocorre desde Mato Grosso,Mato Grosso do Sul e Goiás até MinasGerais e São Paulo. Maiores informaçõessobre as distribuições geográfica e ecoló-gica das espécies de Kielmeyera são anali-sadas por Saddi (1982). O tratamento ta-xonômico das espécies do gênero emquestão, como também as hierarquias su-pra-específicas das espécies aqui discuti-das são consideradas por Saddi (19821984).

Diagnose da espécie

Kielmeyera paranaensis Saddi, sp.(Sect. Platypleura Saddi). Foto 1.

nov.

Imprimis textura venarum co/oroquefoliorum, forma bracteorum, sepa /isquescariosis, glandulis staminum distincta.Ab omnibus fere speciebus generis prae-sertim distributione geographica differt.A K. variabili Mart. textura co/oroquefoliorum, nervis venisque utrinque promi-nentibus et perspicuis, longitudine petio-lorum bractearumque differt. Etiam dig-noscitur a K. corymbosa Mart. atque K.coriacea Mart. sepalis scariosis.

Suffrutex vel frutex parvus, ramisbasalibus vulgo frequentibus, interdumramis lateralibus dispositis, 80-170cm

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:43-44, jul./set. 1984 43

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altus; cortice tenui haud suberoso. Ramivel ramuli glabri, teretes, longitudinalitersulcatiatque subti/iter striati, brunnescen-tes vel brunneo-lutescentes, interdumbrunneo-cinerascentes; cortice subtili, lae-vi, integro. Folia (6-)7-10 x (2-)3-4.5(-5)cm, oblonga vel haud raro elliptica, glabra,membranacea vel subcoriacea, translúcidavel subtranslucida, utrinque áspera, rarius-ve subtus laevia, supra olivacea vel viridi--lutescentia, infra brunneo-lutescentia(vulgo duplo colorata); basi rotundataatque abrupte cuneata, interdum simplici-ter cuneata; ápice obtusa, interdum retu-sa; nervus centra lis gla ber, supra pia nus,ápice infra fortiter carinatus; nervi secun-darii inter sese intervallis 4-6(-8) mmdistantes, utrinque fortiter manifesti, be-ne evoluti, raro subprominentes, crassi,subtus magis detergibiles; venae distinctae,utrinque prominentes vel insignis, sub ti lesvel crassae, dense reticulatis, infra vulgomagis detergibiles. Petiolus (7)8-12(-15)mm longus, glaber, teres, gracilis, vulgohaud alatus, supra planus vel interdumsubcanaliculatus. Inflorescentia in race-mos simplices, interdum rácemos biftoros,vulgo corymbiformes, rariusve flores soli-tarii ad ápices ramo rum inserta, pauciflo-ra, Ia xiflor a, abbreviata vel pau Io foliaexcedens; pedúnculo (5-)10-15(-23)cmlongo, glabro, a ramulis colore ac regione

transiente haud distincto; pedicellis(15-)20-50(-90) mm longis, glabris, supe-rioribus minoribus, inferior ibus majoribus;bradeis oblongis vel anguste ellipticisac lanceolatis vel oblongo-lanceolatis, gla-bris, inferioríbus majoribus (35-J40-60(-70) x (15-)20-30(-40)mm, petiolatis,superioribus minor ibus 15-35(-40) x5-10(-15)mm, subpetiolatis; bractéo lis2-4 x 1-2mm, ovatolanceolatis. Floresalbi. Sépala 4-6(7) x (4)5mm, ovata velovato-oblonga, glabra, haud ciliata; basiapiceque obtusa. Pétala (20-Í25-40 x15-25mm, glabra, haud ciliata, reflexaerecta ve. Antherae 1-2.75 x 0.6-mm.Stigma capitato-trilobulatum; lobulis stig-maticis unilocularibus, septo incompleto.Cápsula seminaque non visa.

Typus: Brasília, Paraná, Jaguariaíva;campestris; 20-xii-1915, Dusén 17455(holotypus RB; isotipi K, NY, S, Z).

Nomen specificum a Província Meri-dionali Brasiliensi derivatum. Crescitvalde frequens in locis campestribus Para-naensibus.

Bibliografia

SADDI, N., A taxonomic revision of thege-nus Kielmeyera Martius (Guttiferae).

Ph.D. Thesis, University of Reading,England, U.K. 1982.

SADDI, N., Some new taxa in Kielmeyera(Guttiferae). Kew Bulletin 39(4):729-740. 1984.

Foto 1Espécime tipo de K. paranaensis Saddi

44 Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(60)43-44, jul./set. 1984

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Pouteria psammophila var. psammophi-Ia — Sapotaceae: Eleição dolectotypus

Aydil Grave de Andrade1José Cardoso de Andrade2

Durante a II Guerra Mundial o holótipo de Pouteria psammophila var. psammophilafoi destruído. Neste trabalho o lectotipo deste taxon é escolhido.

Pesquisadora e professora do Departa-mento de Botânica do Museu Nacional.Mestre em botânica pela UFRJ, profes-sor de biologia do Estado e em ciênciasdo Município do Rio de Janeiro.

Os autores agradecem ao prof. Gilbert Bocquet,do Conservatoire et Jardin Botaniquesde Gene-ve, ao dr. B. Leuenberger, do Botanischer Gar-ten und Botanisches Museum Berlin-Dahlen e àsra. Paula H. Laclette, do Museu Nacional.

Baehni (1942) ao rever PouteriaAubl. reconheceu duas variedades no tá-xon P. psammophila as quais, segundo ele,se distinguem pela base do limbo, assim:var. psammophila — "basisaepius subine-qualiter rotundata vel aequaliter obtusa";e a var. xestophylla — "basi aequalibusacutis vel obtusiusculis".

O lectotypus da var. xestophylla en-contra-se em Bruxelas (BR) —Andrade &Andrade (1984), mas o holotypus da var."típica" estabelecida por Baehni (op. cit.)— "Brésil, dans les sables, Cabo Frio; leg.Prince de Wied s.n.", o qual estaria depo-sitado no herbário do museu de Berlim,não mais existe: "It was among the mate-rial destroyed during the war", Leuenber-ger (in litteris, 1984).

Elegemos pois, para/ecfoíypt/s da var.psammophila, uma duplicata doada peloMuseu de História Natural de Paris ao her-bário do Conservatório e Jardim Botânicode Genebra — G (vide figura) e que foiexaminada pelo próprio Charles Baehni.

Lectotypus: "Brésil (Rio de Janeiro),leg. Weddel n° 107, 1858" (G).

Pouteria psammophila (Mart.) Radlk.

var. psammophila Baehni = Labatia psam-mophila Mart. Herb. Fl. Brás. 173 (1837);

- Lucuma psammophila A.DC. in DCProdr. 8:167 (1844); Mart. Fl. Brás. 7:76(1863); = Pouteria psammophila (A.DC.)

1^H B* ^iii \\\W

Pouteria psammophila var. psammophila- lectotypus: "Brésil

(Rio de Janeiro)leg. Weddel 107, 1858" - (G). Escala:5c m

Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(601:45-46, jul./set. 1984 45

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Radlk. Sitzb. Math. phys. Cl. Akad. Wiss. pusofPouteriapsammophila \iar.psammo- ceae: Eleição do Lectotypus. BradeaMünchen 12:333(1882); = Guapeba phila was destroyed. In this paper the 4(7):41-48. 1984.psammophila Pierre, NOt. Bot. Sap. 42 lectotypus for this taxon is chosen. BAEHNI, C Mémorie sur les Sapotácée IIpsammophila Pierre, Not. Bot. Sap. 42 _ |_e genre Pouteria. Candolleá 9:(1891); = Pouteria psammophila (A.DC.) 147476 (P. psammophila: 244-245).Radlk. var. typica Baehni, Condollea Bibliografia 1942.9:244-245(1942). LEUENBERGER, B. "In litteris". Bota-Abstract ANDRADE, A.G. de & ANDRADE, J.C nischer Garten und Botanisches Mu-

de. Pouteria psammophila var. xesto- seum Berlin-Dahlem. Konigin-Luise-During the II World War the holoty- phylla (Miq. & Eichl.) Baehni-Sapota- -Strasse 6-8, D-1000 Berlin, 33.1984.

46 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:45-46, jul./set. 1984

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Miconias do Estado do Rio de JaneiroSeção Chaenanthera Naudin (Meias-tomataceae)

José Fernando A. Baumgratz1 O autor apresenta neste trabalho o estudo taxonômico das espécies do gênero MiconiaRuiz et Pav., integrantes da seção Chaenanthera Naud., ocorrentes no Estado do Riode Janeiro. O tratamento dado à seção assinala três espécies e duas variedades, comdescrições, ilustrações e fotografias, salientando o tipo de deiscência e forma das an-teras, ocorrência de domácias, margem das folhas, pilosidade da inflorescência, hipan-to, ovário e fruto. Também são apresentadas novas sinonímiaspara as espécies típicasde M. pusilliflora e M. rigidiuscula, bem como uma chave analítica para o reconheci-mento das espécies e variedades.

Biólogo do Jardim Botânico do Rio deJaneiro e bolsista do CNPq.

O autor agradece às Dras. Graziela Maciel Bar-roso e Maria do Carmo M. Marques; ao CNPq;aos Drs. H. Merxmúller e H. Roessler, do Bota-nische Staatssammlung; ao Dr. J.J. Wurdack, doSmithsonian Institution; aos diretores e curado-res das instituições nacionais e estrangeiras, peloempréstimo de suas coleções conforme relaçãomaterial examinado.

Introdução

Dando prosseguimento ao estudo ta-xonômico do gênero Miconia Ruiz et Pav.para o Estado do Rio de Janeiro (Baum-gratz, 1980 e 1982), apresentamos nestetrabalho as integrantes da seção Chaenan-thera Naud.

Em vista da grande afinidade entre asespécies desta seção é freqüente encon-trarmos o material dos herbários identif i-cados de maneira imprecisa ou mesmo in-correta. Vem contribuir ainda para estefato a natureza duvidosa no que diz res-peito à deiscência das anteras.

Realizando uma investigação minu-ciosa nas obras princeps das espécies e,conseqüentemente, da referida seção, ob-servamos que ao longo da história, dife-rentes foram as interpretações feitasquan-to à caracterização desta seção e seustaxa, que estão baseadas, principalmente,no processo de deiscência da antera. Poressa razão é comum haver, na literatura,uma controvérsia quanto ao tipo de deis-cência, ora descrita como rimosa ora co-mo poricida, para algumas das espécies.

A deiscência rimosa das anteras não éum caráter muito comum na família Me-lastomataceae e seu estudo vem a ser de

grande importância para o conhecimentoda filogenia do gênero e, conseqüente-mente, da família. Deste modo, não en-quadramos nesta seção as espécies M. late-crenata (DC.) Naud., M. sellowiana Naud.,M. inaequidens (DC.) Naud., M. elaeoden-dron (DC.) Naud. eM. urophylla DC, ini-cialmente levantadas para a área em estu-do, em virtude da deiscência poricida desuas anteras. Também não as incluímosem outra seção por necessitarem ainda denovas investigações de seus caracteresmorfológicos essenciais à sua sistemática ede supormos que estas espécies possam vira constituir uma nova seção para o gêneroMiconia, uma vez que se trata, provável-mente, de um grupo de transição entreaqueles de deiscência rimosa e poricida.

Material e métodos

Neste estudo taxonômico utilizamoso material botânico obtido das coleçõesdepositadas nos herbários do Jardim Bo-tânico do Rio de Janeiro, Museu Nacionaldo Rio de Janeiro e do Herbáriq Bradea-num, bem como o de outras instituiçõesestrangeiras, cedido por empréstimo, exa-minando, quando possível, os tipos dostaxa.

Para análise dos detalhes florais decada espécie, clarificamos inicialmente

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suas peças florais em NaOH a 5%, que emseguida foram submetidas a hipocloritode sódio a 50% e posteriormente lavadasem água corrente e montadas em água-gli-cerina a 50% para observação em visãofrontal.

Na diafanização das folhas emprega-mos a técnica de Strittmatter (1973), uti-lizando um pequeno recurso técnico. Co-mo as folhas das espécies em pauta sãomuito membranáceas foi necessária a co-locação de lâminas sobre as mesmas, antesde se iniciar todo o processo técnico, umavez que elas já em NaOH começavam aenrolar-se, danificando-se totalmente.Mesmo realizando tal técnica à quente(em estufa a 50°C) e, neste caso, utilizan-do NaOH + álcool 96°C, verificamos omesmo comportamento anterior. Por estarazão o material permaneceu sob lâmina

por cerca de 24 horas, até ser submetidoao hipoclorito de sódio. Em seguida con-tinuamos normalmente o processo, coran-do as folhas com safranina hidroalcoólicaa 5% e montando-as em xarope de Apa-thy. As mesmas foram fotografadas e ob-servadas em visão frontal para estabelecer-mos os padrões de nervação e detalhes dabase, margem e ápice foliar.

No estudo da nervação e forma dasfolhas adotamos o conceito de Hickey(1974) e na classificação das domácias ode Stace (1965). Para a observação e ilus-tração das domácias utilizamos materialdiafanizado.

Para a realização dos desenhos queilustram o presente trabalho usamos mi-croscópio óptico e estereoscópico, comsuas respectivas câmaras claras em dife-rentes escalas de aumento.

Resultados

Seção Chaenanthera Naudin

Naudin, Ann. Sei. Nat. sér. 3(16):238.1851, p.p.; Cogniaux in Martius, Fl. Brás.14(4):388. 1887, p.p.; idem in A. et C.De Candolle, Mon. Phan. 7:856. 1891,p.p.Cremanium Don, Mem, Wern. Soe. 4:310.1823, p.p.; DC, Prodr. 3:191. 1828, p.p.Chariantheae DC, loc. cit.:196; Benth. inHook., Journ. Bot. 2:287. 1840.Chaenopleura Rich. ex DC, loc. cit.:197;Benth. in Hook., loc. cit.:315; Gardn. inHook., Lond. Journ. Bot. 2:349. 1843;

Benth. et Hook., Gen. PI. 1:764. 1862.Pleurochaenia Griseb., Fl. Brit. W. Ind.Isl. 1(2)260. 1860; Benth. et Hook., loc.cit., pro syn.Eurychaenia Griseb., loc. cit.:258; Benth.et Hook., loc. cit., pro syn.Chaenopleura Crueg. in Griseb., loc. cit.:259.Hypoxanthus Rich. ex Benth. et Hook.,loc. cit., p.p.; Triana, Trans. Linn. Soe.Bot. 28:100. 1871, p.p.

Naudin (1851) caracterizou esta se-

ção pela deiscência rimosa das anteras,com uma ou duas rimas, enquanto Cog-niaux (1887) acrescentou ainda as florestetrâmeras ou petâmeras, pequenas, comcálice campanulado ou subesférico, delimbo persistente ou decíduo, truncadoou brevemente lobado, com a face exter-na dos lobos freqüentemente tuberculada,pétala geralmente obovada, de ápice ar-redondado ou retuso, anteras pequenas,lineares, quase retas, com o conectivo co-mumente pouco prolongado abaixo doslóculos, base inapendiculada ou raramen-te com um curto apêndice.

Entretanto, de acordo com nossasobservações podemos assinalar como ca-racterística principal desta seção a deis-cência rimosa das anteras, feita por ape-nas uma rima, desde o ápice até à base,sobre a região do septo na face ventral esua forma oblonga quando deiscentes.Ainda como características desta seçãoencontramos as flores tetrâmeras ou pen-tâmeras, cálice 4-5-lobado, com os lo-bos caducos e apresentando a porção me-diana carnosa e aguda dorsalmente, co-nectivo levemente prolongado abaixo doslóculos, inapendiculado ou breve calcara-do em M. crassinervia Cogn. e M. solmsiiCogn. (Cogniaux, 1887), fruto com 1-3sementes por lóculo, obovadas, convexasno dorso, testa lisa (com exceção de M.hypoleuca Triana, que possui de 13-20sementes por lóculo, triangulares).

Como características comuns às espé-cies estudadas podemos também assinalar:ramos — cilíndricos, achatados em dire-

ção ao ápice e glabrescentes; folhas — sim-

pies, decussadas, pecioladas, sem estípu-las; pecíolos estriados e glabrescentes; pa-drão de nervação com três nervuras curvi-nérvias, proeminentes na face dorsal, sub-paralelas, de desenvolvimento perfeito,sendo a mediana mais espessa em relaçãoàs laterais, ocorrendo ainda duas nervuras

paralelas aos bordos, inconspícuas; inflo-

rescência — sinflorescências terminaiscom tirsos parciais, apresentando no eixoprincipal e nos parciais uma, raro duasflores terminais (figura 7); ramos decus-sados com bractéolas na base, caducas;flores — alvas, hermafroditas, actinomor-fas, diplostêmones, com bractéolas cadu-cas na base; lobos do cálice caducos emembranáceos, com a porção medianacarnosa e aguda dorsalmente; hipantocampanulado; pétalas livres, de oblongasa obovadas, apresentando no ápice papi-las de cutícula estriada em ambas as fa-ces; estames livres, exsertos; anteras bite-cas, com o conectivo levemente prolonga-do abaixo dos lóculos, inapendiculado;filetes achatados, geniculados e glabros;ovário ínfero, trilocular (às vezes dois ló-culos em M. rigidiuscula), com um óvulopor lóculo; estilete dilatado no ápice, gla-bro; estigma truncado; fruto — baga, glo-boso ou subgloboso; sementes obovadas,convexas no dorso, com testa lisa e fulvo--pardacenta.

Chave para Identificação dos Taxa

1 - Presença de domácias do tipo marsupi-forme, axilar-primárias, na face dorsalda lâmina foliar (figura 3(1 e 1a) e fi-gura 8(2)); ovário glabro, às vezes, pul-verulento;2- Folhas com margem inteira, às ve-

zes, levemente ondulada (figura 3(2)e figura 4(2))

. . . .M. pusilliflora var. pusilliflora2- Folhas com margem serreada, den-

tada ou crenulada, principalmenteda região mediana para o ápice;3- Folhas com margem dentada ou

crenulada (figura 4(1)); ramos dainflorescência e hipanto revesti-dos densamente de diminutospêlos estrelados; fruto com dimi-nutos pêlos estrelados, bem evi-dentes no ápice e na base

. .M. pusilliflora var. intermedia3- Folhas com margem 2/3-serreada

para o ápice (figura 8(1 e 3)); ra-mos e hipanto glabrescentes; fru-to glabro (figura 9(7))

M. hymenonervia1- Ausência de domácias na face dorsal

da lâmina foliar (figura 11(1)); ováriocom pêlos estrelados no ápice;4- Ramos, pecíolos e face dorsal da

lâmina foliar glabrescentes. . . M. rigidiuscula var. rigidiuscula

4- Ramos, principalmente os das ex-tremidades da planta, pecíolos e asnervuras principais na face dorsal da

48 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(601:47-58, jul./set. 1984

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lâmina foliar densamente revestidosde diminutos pêlos estrelados fer-rugíneos

. .M. rigidiuscula var.purpurascensMiconia pusilliflora (DC.) Naud.

Naudin, Ann. Sei. Nat. sér. 3(16):171.1851; Wurdack, Sellowia 14:163. 1962.

Árvore pequena, de 3-6m de altura.Pecíolos com 0,5-1,8cm de comprimen-to; lâmina foliar de 5-18,5cm de compri-mento e 1,6-6,3cm de largura, de elípti-ca a lanceolada, base agudo-cuneada oudecorrente, raro obtusa, com ápice ate-nuado-caudado, às vezes falcado, mem-branácea, com a face ventral glabra e a fa-ce dorsal glabrescente, provida de doma-cias do tipo marsupiforme, axilar-primá-rias; padrão de nervação acródromo su-prabasal.

Sinflorescências de 6-21 cm de com-primento, com pedúnculo nulo ou de 0,4-1,3cm de comprimento; bractéolas de0,5-0,9mm de comprimento, de ovadasa lanceoladas, ciliadas nos bordos e gla-brescentes na face dorsal. Flores com2,5-3mm de comprimento, subsésseis, te-trâmeras ou pentâmeras; cálice de 0,4-1,3mm de comprimento, com os lobos deápice obtuso; hipanto com 1,2-1,7mmde comprimento; pétalas com 1,3-2,1mm de comprimento, com ápice arredon-dado; anteras com 1-1,3mm de compri-mento; filetes com 1,2-1,8mm de com-primento; ovário de 0,5-0,7mm decomprimento, glabro; estilete com 2-2,6mm de comprimento. Fruto de 2-3mmde largura e comprimento, 8-10 costado;sementes de 1,8-2,1 mm de comprimen-to.M. pusilliflora (DC.) Naud. var pusilliflora(Figs. 1,3e5).

Cremanium pusilliflorum DC, Prod. 3:194. 1828; Triana, Trans. Linn. Soe Bot.28:120. 1871, pro syn. M. pusilliflora Tr;Cogn. in Martius, Fl. Bras. 14(4):403.1888, pro syn. M. pusilliflora Tr; idem inA. et C De Candolle, Mon. Phan. 7:864.1891, pro syn. M. pusilliflora Tr.; Wur-dack, loc. cit., pro syn. M. pusilliflora(DC) Naud.Chaenopleura lanceolata Gardn. in Hook.,Lond. Journ. Bot. 2:349. 1843; Naud.,loc. cit.245, pro syn. M. gardnerianaNaud.; Triana, loc. cit., pro syn.M. pusil-liflora Tr.; Cogn. in Martius, loc. cit., prosyn. M. pusilliflora Tr.; idem in A. et C.

De Candolle, loc. cit., pro syn. M. pusil-liflora Tr.

Chaenopleura parviflora Gardn., loc. cit.:348; Naud., loc. cit., pro syn. M. parvi-flora Naud.; Triana, loc. cit., pro syn. M.pusilliflora Tr.; Cogn. in Martius, loc. cit.,pro syn. M. pusilliflora Tr.; idem in A. etC. De Candolle, loc. cit., pro syn. M.pusilliflora Tr.Chaenopleura densiflora Gardn., loc. cit.:349; Naud., loc. cit., pro syn. M. densiflo-ra Naud.; Triana, loc. cit., pro syn. M.pusilliflora Tr.; Cogn. in Martius, loc. cit.,pro syn. M. pusilliflora Tr.; idem in A. etC. De Candolle, loc. cit., pro syn. M.pusilliflora Tr.Miconia Gardneriana Naud., loc. cit.;Triana, loc. cit., pro syn. M. pusillifloraTr.; Cogn. in Martius, loc. cit., pro syn.M. pusilliflora Tr.; idem in A. et C DeCandolle, loc. cit., pro syn. M. pusillifloraTr.Miconia parviflora Naud., loc. cit.; Cogn.in Martius, loc. cit., pro syn. M. pusilli-flora Tr.; idem in A. et C. De Candolle,loc. cit., pro syn. M. pusilliflora Tr.Miconia densiflora Naud., loc. cit.; Cogn.in Martius, loc. cit., pro syn. M. pusilliflo-ra Tr.; idem in A. et C. De Candolle, loc.cit., pro syn. M. pusilliflora Tr.Miconia pusilliflora Triana, loc. cit.; Cogn.in Martius, loc. cit.:402; idem in A. et C.De Candolle, loc. cit.; Pereira, Arq. Jard.Bot. Rio Jan. 18:187, fot. 2. 1964.Miconia pusilliflora (DC.) Naud. var ma-jor Cogn. in Martius, loc. cit.:403; idem inA. et C. De Candolle, loc. cit.:865. Syn.nov.

Folhas com margem inteira, às vezeslevemente ondulada em direção ao ápice(figura 4(2)), ramos da inflorescência e hi-panto com pêlos estrelados esparsos e f ru-tos glabros.

Área de dispersão no Brasil — Nosestados do Espírito Santo, Minas Gerais,Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarinae Paraná.

Espécie ocorrente em matas pluviaise capoeiras de altitude, em formações deencostas e capões de restingas. Atravésdos dados fornecidos pelas etiquetas deherbário ele floresce nos meses de janeiroa junho e frutifica nos meses de maio aagosto, sendo conhecida pelo nome vulgarde "Pixirica" segundo Wurdack (1962) e"Guamirim/felpudo" segundo Pio Corrêa(1926-78). Ainda de acordo com este

autor a espécie em questão apresenta cas-ca lisa, fina, pardo-escura, com ramos pur-púreos quando jovens e cinzento-escurosposteriormente; fornece madeira branca,compacta, macia e leve, rachando-sefacilmente durante a secagem e tendo cur-ta durabilidade, talvez podendo ser utili-zável na fabricação de papel; conhecidacomo "caitá" na Argentina.

De Candolle (1828) cita para Crema-nium pusilliflorum "Floribus decandris" eCogniaux (1887/88) para M. pusilliflora"floribus 5-meris". Por sua vez, Wurdack(1962) assinala para esta última espécieflores "4-meri" e questiona o caráter"5-meri", salientando que todas as cincocoleções citadas por Cogniaux possuem,predominantemente, flores tetrâmeras.Ao examinarmos o material disponível,também observamos uma maior freqüên-cia de flores tetrâmeras para a espécie ti-pica, enquanto que em M. pusilliflora var.intermedia a predominância foi de florespentâmeras. Assim, acreditamos que nestecaso também ocorra, tanto para a espécietípica quanto para a variedade, flores te-trâmeras e pentâmeras, visto uma variaçãosemelhante de tal caráter (flores pentâme-ras e hexâmeras) já ter sido assinalada porBaumgratz (1982) para espécies de seçãoTamonea (Aubl.) Cogn.

Material examinado: Rio de janeiro —Serra dos Órgãos, leg. Gardner 399, 400,401 (3/1838), G, W, GH; idem, ibidem401, S; idem, Teresópolis, leg. E. Pereira379 (21/4/1944), RB, HB; idem, margemdo rio Paquequer, leg. C. Rizzini 426(24/2/1949), RB; Itatiaia, lote 30, 800m,leg. A.C. Brade 18.822 (5/2/1948), HB,RB; idem, lote 88, ibidem 17.177 (17/2/1942), RB; idem, ibidem 17.499 (25/2/1945), RB; idem. Serra da Mantiqueira,Morro Mirante, leg. E. Pereira 56B (20/2/1943), HB, RB; Petrópolis, leg. Wawra33 (1879), W; Serra de Petrópolis, varian-te nova. Vale do Jacob, leg. A.P. Duarte4.671 et E. Pereira (1/4/1959), HB, RB;Teresópolis, leg. J. de Moura 177 (2/1888), BR; idem, leg. A. Samp. 2.352 (4/1917), R; idem, leg. A. Ab. 551 (2/4/1959), HB; Nova Friburgo, leg. P. Capell(24/1/1952), RB; Restinga de Jacarepa-guá, leg. A.P. Duarte 5.240 (6/1960), HB;entre Gávea e Tijuca, leg. Glaziou 163 (4/5/1862), R; Canta Gallo, leg. Peckolt 303(6/1859), BR (Holótipo de M. pusillifloravar. major); St. Antônio do Imbé, leg.A.C. Brade 11.728 et Santos Lima (4/1932), R; leg. Glaziou 3.967, 10.766, BR;

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ibidem 1.095 (1867), BR; ibidem 16.010(1887), BR,G.

M. pusil/iflora (DC.) Naud. var. interme-dia Cogn. (Figs. 2 e 4)

Cogn. in Mart., Fl. Bras. 14(4)403. 1888;idem in A. et C. De Candolle, Mon. Phan.7:865.1891.

Melastoma suaveolens Raddi, Melast. Bras.:26, pl.4, fig.4. 1828 (separata da MemoireDelia Societa Italiana delle Scienze 20).

Difere da espécie típica por apresen-tar folhas com margem dentada ou crenu-lada (figura 4(1)), principalmente da re-

gião mediana para o ápice, ramos da inflo-rescência e hipanto revestidos densamentede diminutos pêlos estrelados e frutostambém com este tipo de pêlo, bem-evi-dente no ápice e na base.

Síntipo: Leg. Glaziou 8.458 (BR,S);Restinga de Mauá, ibidem 8.459 (1876),C, S; Genoveia, leg. Pohl 1.233 (W); Foto-síntipo (F).

Área de dispersão no Brasil: nos esta-dos do R io de Janeiro e São Paulo.

Material examinado: Rio de janeiro —

leg. Glaziou 8.458, BR, S; Restinga deMauá, ibidem 8.459 (1876), C, S; idem,ibidem 8.439 (8/6/1876), R; Genoveia,leg. Pohl 1.233, W; Suruhy, leg. J. deMoura 254 (5/1888), BR; Petrópolis, Qui-tandinha, leg. O.C Gois et O. Alves s.n.(1948), RB; Itatiaia, Picada Nova, Maram-ba, 1.300m, leg. A.C Brade 17.246(21/3/1942), RB; idem, 1.200m, leg. W.D. de Barros 701 (21/3/1942), RB; SãoPaulo — Alto da Serra, leg. Puttemons

(1907), BR.

Miconia hymenonervia (Raddi) Cogn.(Figs. 6-9)

Cogn. in Mart., Fl. Bras. 14(4):399. 1888;idem in A. et C De Candolle, Mon. Phan.7:862. 1891; Wurd., Sell. 14:163. 1962;Per., Arq. Jard. Bot. Rio Jan. 18:188, fot.3. 1964.Melastoma hymenonervia Rad., Melast.Bras.:27, pl.4, fig.3. 1828 (separata daMemorie Delia Societa Italiana delleScienze 20).

Pequena árvore de 2-3m de altura.Pecíolos com 0,6-1,6cm de comprimen-to; lâmina foliar de 6,5-17cm de compri-mento e 1,5-4,5cm de largura, elíptica,

às vezes ovada, raro oblonga, com base deaguda a cuneada, ápice atenuado, margem2/3-serrada para o ápice e 1/3-inteira nabase, membranácea, glabrescente em am-bas as faces, apresentando na face dorsaldomácias do tipo marsupiforme (Stace,1965), axilar-primárias; padrão de nerva-ção acródromo suprabasal.

Sinflorescências (figura 7) de 4,5-14,5cm de comprimento, glabrescentes;pedúnculo nulo ou de 0,6-1,3cm de com-primento; bractéolas de 0,6-0,9mm decomprimento, de ovadas a lanceoladas, ci-liadas nos bordos. Flores com 2,1-3,1 mmde comprimento, subsésseis, tetrâmerasou pentâmeras; cálice de 0,4-0,6mm decomprimento, com os lobos de ápice agu-do a obtuso; hipanto de 1 -1,6mm de com-primento, glabrescente; pétalas de 1,3-1,9mm de comprimento, com ápice de ar-redondado a retuso e apresentando, àsvezes, pêlos estrelados em ambas as facese no bordo; anteras de 1,2-1,8mm decomprimento; filetes de 1,5-2mm decomprimento; ovário de 0,6-0,8mm decomprimento, glabro; estilete de 2,1-3mm de comprimento. Fruto de 2-3mmde largura e comprimento, 8-10 costado,glabro, às vezes pulverulento; sementesde 2-2,3mm de comprimento.

Área de dispersão no Brasil: nos esta-dos de Minas Gerais, Rio de Janeiro, SãoPaulo, Santa Catarina e Paraná.

Espécie ocorrente em matas pluviaisda planície litorânea. De acordo com osdados fornecidos pelas etiquetas de herbá-rio, ela floresce nos meses de março a ju-nho e frutifica nos meses de fevereiro amarço, sendo conhecida pelo nome vulgarde "Jacatirão" segundo Wurdack (1962).

Raddi (1828) cita para Melastomahymenonervia flores pentâmeras. Porém,examinando o material coletado por Gla-ziou (n°. 1.088) e também visto por Cog-niaux (1887/88), observamos apenas fio-res tetrâmeras. Entretanto, este utiliza emsua chave analítica, bem como na descri-ção de Miconia hymenonervia, o caráter"flores 5-meri". Wurdack (1962) tambémcita para esta espécie flores pentâmeras.Apesar de termos observado o pequenoengano cometido por Cogniaux, acredita-mos que esta espécie também tenha am-bos os tipos de flores, tetrâmeras e pentâ-meras, como foi o concluído anterior-mente para M. pusil/iflora var. pusil/iflorae var. intermedia.

Material examinado: Rio de janeiro - Pe-trópolis, ad Retiro, leg. Glaziou 1.088 (4/3/1867), BR, C, R, F; idem, na mata, leg.C. Diogo 938 (10/3/1965), R; EstradaRio-Petrópolis, leg. J.G. Kuhlmann 6.156(25/3/1941), RB; In sylvis maritimis pro-pe Mauá, leg. E.M. (14/5/1875), R.

Miconia rigidiuscula Cogn.

Cogn. in Mart., Fl. Bras. 14(4):398,pl.82,fig.1. 1888; idem in A. et C. De Candolle,Mon. Phan. 7:862. 1891; Wurd., Sell. 14:162. 1962; Per., Arq. Jard. Bot. Rio Jan.18:187, est.4. 1964.

Árvore pequena, de 2-12m de altura.Pecíolos com 0,5-1,8cm de comprimen-to; lâmina foliar de 5-16,5cm de compri-mento e 1-4,5cm de largura, de elíptica alanceolada, base agudo-cuneada, ápiceatenuado-caudado, às vezes falcado, mar-gem 2/3-serrada para o ápice e 1/3-inteirana base, rígido-membranácea, glabrescen-te na face ventral; padrão de nervaçãoacródromo basal ou suprabasal.

Sinflorescências de 5-13cm de com-primento, com diminutos pêlos estrela-dos; pedúnculo nulo ou de 0,5-1 cm decomprimento; bractéolas de 0,3-1,2mmde comprimento, de ovadas a lineares,com pêlos estrelados na face dorsal ouapenas na margem. Flores com 2,8-3mmde comprimento, sésseis ou subsésseis,pentâmeras; cálice de 0,4-1,3mm decomprimento, com os lobos de ápice agu-do; hipanto com 1,2-1,7mm de compri-mento, revestido de diminutos pêlos es-trelados; pétalas de 1,5-2,1 mm de com-primento, com o ápice de obtuso ar-redondado, às vezes emarginado; anterasde 1,3-1,6mm de comprimento; filetesde 1,8-2,1 mm de comprimento; ováriode 0,5-0,7mm de comprimento, com pê-los estrelados no ápice; estilete de 2-2,7mm de comprimento. Fruto de 2,8-3mmde comprimento e 2,6-3,5mm de largura,glabrescente; sementes de 2-2,5mm decomprimento.

M. rigidiuscula Cogn. var. rigidiuscula(Figs. 10-13)

M. rigidiuscula Cogn. var.parvifolia Cogn.in Mart., loc. cit.:399;idem in A. et C DeCandolle, loc. cit. Syn. nov.

Ramos, pecíolos e face dorsal da lâ-mina foliar glabrescentes, com os esparsospêlos estrelados pardacentos.

Síntipo: Rio de Janeiro, leg. Glaziou

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11.967 (1881), C, G,BR, RB; Tijuca, ibi-dem 5.859 (18/5/1872), C, BR.

Área de dispersão no Brasil: nos esta-dos do Rio de Janeiro, São Paulo, SantaCatarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Espécie crescendo em matas de alti-tude, capoeiras e áreas de restinga. Deacordo com os dados fornecidos pelas eti-quetas de herbário, ela floresce e frutificanos meses de março a julho, sendo conhe-cida pelo nomes vulgares de "Pixirica" se-gundo Wurdack (1962) e Pio Corrêa(1926/78) e de "Pixiricão" (RB 76.145).

Material examinado: Rio de Janeiro:Mesa do Imperador, leg. A.P. Duarte4.804 et E. Pereira (18/5/1959) RBidem, leg. E. Pereira 4.901 (26/5/1959),HB; Estrada da Vista Chinesa, leg. S. Tec-nologia (21/5/1957), RB; Copacabana,leg. J. de Moura 125 (7/1887), BR; Tiju-ca, leg. Glaziou 5.859 (18/5/1872), C,BR; Serra dos Órgãos, km 6,5, leg. C. Riz-zini 473 (7/3/1949), RB; idem, Picada doFrade, leg. E. Pereira 715 (4/4/1953),RB, R; leg. Glaziou 2.576 (1868), C, W,BR; ibidem 11.967 (1881). C, G, BR, RB;ibidem 16.003 (1887), BR.

M. rigidiuscula Cogn. var. purpurascens

Cogn. in Mart., Fl. Bras. 14(4):399. 1888;idem in A. et C. De Candolle, Mon. Phan.7:862. 1891.

Difere da variedade anterior por apre-sentar os ramos, principalmente os das ex-tremidades da planta, pecíolos e as nervu-ras principais na face dorsal da lâmina fo-liar densamente revestidos de diminutospêlos estrelados ferrugíneos.

Holótipo: Rio de Janeiro, leg. Glaziou593 (1867), (BR); Isótipo: leg. Glaziou593 (C).

Área de dispersão no Brasil: no esta-do do Rio de Janeiro.

Material examinado: Rio de Janeiro:Leg. Glaziou 593 (1867), BR, C.

Discussão e Conclusões

Podemos observar que ao longo dahistória diferentes foram as interpretaçõesfeitas quanto à caracterização dos taxa in-tegrantes da seção Chaenanthera, princi-

palmente no que diz respeito à deiscênciadas anteras. Em função desta característi-ca as espécies foram, freqüentemente,agrupadas ou separadas em posições dis-tintas e, conseqüentemente, novas seçõesou subseções foram estabelecidas, o quevem a confirmar a natureza duvidosa des-te caráter.

Talvez uma das principais razões quecontribuiu para dificultar a delimitaçãodos taxa foram os termos e as expressõesutilizadas para descrever, morfologica-mente, a deiscência das anteras, a saber:"poro in riman non abeunte" (Naudin,1851); "poro máximo et fere ad medianantherarum longitudinem in riman pro-dueto" (Naud., loc. cit.); "antherae rimaúnica rimisve duabus dehiscentes — scili-cet poris ab ápice usque ad basin lóculo-rum produetis" (Naud., loc. cit.); "poro

magno deorsum in rimas 1 v. 2 longitudi-nales produeto dehiscentes" (Benth. etHook., 1862); "poro máximo in rimanquasi birimosam antice produeto dehis-centes" (Cogn., 1891). Podemos perce-ber, desta maneira, que houve uma grandedificuldade para definir o tipo de deiscên-cia das anteras.

Assim, através do exame criteriosodos tipos, juntamente com as respectivasdescrições e caracterizações descritas nasobras princeps, concluímos que a deis-cência rimosa das anteras, para as espéciesdesta seção, faz-se por apenas uma rima,desde o ápice até a base, sobre a regiãodo septo na face ventral.

As espécies exluídas por nós destaseção (M. elaeodendron, M. inaquidens,M. latecrenata, M. sellowiana e M. uro-phylla) apresentam as anteras com umporo largo e oblíquo (figura 14), que po-de, às vezes, atingir a região mediana doslóculos na face ventral, um septo residualna área da deiscência, que se torna grada-tivamente inconspícuo para o ápice e an-teras obovadas quando deiscentes. Wur-dack (1962) já havia assinalado para M.sellowiana "anthers obliquely and widely1-pored (with residual dissipiment)", sa-lientando, no final, que esta estrutura daantéra é semelhante àquela da seção Glos-socentrum. Observamos que em relação àsespécies excluídas por nós, este caráter émuito similar e, dentre elas, é em M. uro-phylla que ele se apresenta melhor desen-volvido (figura 14(6)). Analisando o ma-terial desta espécie, inclusive o tipo, nota-mos que este quando seco pode conduzir

a uma identificação duvidosa, pois sugerea deiscência rimosa. Porém, vimos que es-ta nunca atinge a base da antéra e raro ul-trapassa sua região mediana.

A oportunidade de observar umexemplar de M. latecrenata em plena fio-ração no Parque Nacional da Serra dosÓrgãos (leg. J.F.A. Baumgratz 215 et ai.RB 222.635) possibilitou-nos uma melhorinterpretação de tão peculiar estrutura.Suas flores alvas apresentavam os esta-mes dispostos radialmente, com os filetescurvos para baixo e geniculados, anteraseretas e deiscência introrsa (posição típi-ca de anteras poricidas) (figura 14(1)).Deste modo, não podemos deixar de rela-cionar este tipo morfológico com sua bio-logia floral, principalmente no que dizrespeito à adaptação aos polinizadores esob este ponto de vista seria um procedi-mento por demais simplista caracterizar-mos tal deiscência como rimosa apenaspara facilitar nosso trabalho taxonômico,ignorando, conseqüentemente, uma ten-dència evolutiva do gênero Miconia, queesta deiscência evidentemente sugere. En-tretanto, supomos que no processo dedeiscência, sob o ponto de vista anatômi-co, o fenômeno da diferenciação tissularque implica na formação do poro sejasemelhante àquele que ocorre numa deis-cência rimosa, porém com algumas parti-cularidades. Assim, somente após estudosontogenéticos poderemos esclarecer a realinterpretação anatômica deste processo.

Vankatesh (1955) assinalou para ogênero Mouriri (Melastomataceae) a ocor-rência de um grau de transição em relaçãoà deiscência longitudinal das anteras, sa-lientando que este gênero apresenta umaforte tendência em restringir o compri-mento da rima na região apical, indican-do, deste modo, a evolução do mecanis-mo poricida. Semelhante comportamentotambém foi observado por nós no gêneroMiconia, onde uma significativa e interes-sante plasticidade a respeito do processode deiscência poricida, identifica nas es-pécies excluídas uma estrutura de transi-ção dentro do gênero, levando-nos a con-cluir ser esta estrutura um estádio inter-mediário entre a rima propriamente ditae o poro, grau de deiscência altamente es-pecializado e encontrado na maioria dasMelastomatáceas. Conseqüentemente, es-tas espécies constituirão um grupo detransição dentro do gênero Miconia.

Ainda como conclusão deste nosso

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trabalho podemos assinalar que a seçãoem pauta está constituída de três espéciese duas variedades para a área em estudo.

M. pusilliflora (DC.) Naud. var. majorfoi sinonimizada com M. pusilliflora (DC.)Naud. var pusilliflora e M. rígidiusculaCogn. var. parvifolia Cogn. com M. rigi-diuscula Cogn. var. rígidiuscula.

Concordamos com a correção feitapor Wurdack (1962) em relação ou autorda espécie M. pusilliflora, onde salientaque Naudin (1851) transferiu Cremaniumpusilliflorum para o gênero Miconia pri-meiro do que Triana (1871) e que M.pusilliflora Beurl. trata-se, na verdade, deuma outra espécie (M. beuríingii Triana).Porém, face ao já exposto anteriormente,não concordamos com este autor quandoassinala para M. latecrenata deiscência ri-mosa.

As domácias, também conhecidas sobos nomes de formicárias, mirmecodomá-cias e bolsas foliares, ocorrem, freqüente-mente aos pares, na face dorsal das folhasde M. hymenonervia e M. pusilliflora. Elasvariam de tamanho, podendo ser muitopequenas ou bem-desenvolvidas e, às ve-zes, em algumas folhas de um mesmoexemplar, elas são incospícuas e até mes-mo inexistem e, em outras, ocorrem ape-nas num lado da lâmina. Porém, em todosestes casos o exemplar nunca deixa deapresentá-las, não impedindo, portanto,sua correta identificação.

Nas Melastomataceas a morfologia eorientação das nervuras principais das lâ-minas foliares constituem uma de suasprincipais características. Freqüentemen-te elas apresentam-se proeminentes na fa-ce dorsal e juntamente com a disposiçãocurvinérvia e subparalela, proporcionam aexistência natural de domácias. Atravésnão só de observações de campo, comotambém do exame de material de herbá-rio, podemos dizer que estas estruturas es-tão potencialmente presentes nesta famí-lia, principalmente nos gêneros cujas fo-lhas são nitidamente completas e bem de-senvolvidas, como por exemplo em Mico-nia, Leandra, Tibouchina, Como/ia, Os-saea, entre outros.

A proeminência destas nervuras, prin-cipalmente na região basal, é um fatorpreponderante, pois as axilas formadaspela nervura mediana com as laterais con-secutivas constituem verdadeiros abrigos

naturais para pequenos organismos e on-de, muitas vezes, também encontramos apostura de ovos ou diminutos casulos.Nestas regiões formam-se, freqüentemen-te, pequenas cavidades ou reentrâncias,rasas ou profundas, em forma de V, nãohavendo necessariamente a existência deuma membrana ou bolsa especializada co-mo nos gêneros Tococa e Topobea. Estetipo de domácia já foi assinalado porBaumgratz (1982) para algumas espéciesde Miconia e observado, em campo, nosgêneros acima mencionados. Já em espé-cies de Leandra, Ossaea e Tibouchina porexemplo, a densa pilosidade na face dor-sal das folhas, principalmente nas referi-das regiões axilares, constitui, também,um perfeito abrigo para os pequenos orga-nismos, tendo os pêlos uma importantefunção de apoio e proteção.

Ainda sobre estas estruturas podemoscitar as observações de Schnell (1967) pa-ra duas espécies de Meiastomataceae. Es-tudando as bolsas foliares de Maieta guia-nensis Aubl., assinalou que em decorrên-cia do fenômeno da anisofilia cada nó doramo apresentava uma folha normalmenteprovida de mirmecodomácia eaoutra.detamanho menor, sem a bolsa. Ele tambémobservou tais estruturas em Tococa guia-nensis Aubl., associando-as com a hetero-filia manifestada nos ramos de plantas jo-vens cultivadas, do primeiro ao quarto nó.O primeiro par de folhas não teria mirme-codomácias e a partir do segundo, haveriauma folha perfeitamente desenvolvidacom uma bolsa foliar normal, enquanto aoutra teria uma bolsa atrofiada. Gradati-vãmente, esta estrutura se desenvolveriaaté formar um par de folhas com mirmeco-domácias igualmente desenvolvidas.

Nas espécies por nós estudadas e já ci-tadas acima, não observamos nenhumadessas correlações assinaladas por SchnellNotamos que em relação a um mesmo nóas domácias podem assim se apresenta-rem: aos pares e idênticas em ambas as fo-lhas; aos pares e as de um folha seremmais desenvolvidas do que na outra; aospares em uma folha e na outra ocorrendoapenas num lado da lâmina; aos pares emambas as folhas, sendo uma das domáciasmais desenvolvida do que sua vizinha (fi-gura 3(1a)). Também é válido salientarque a ocorrência destes diferentes aspec-tos morfológicos pode se dar em qualquernó dos ramos, independente de sua locali-zação e no que diz respeito a anisofilia,este não é um caráter constante para as

espécies em pauta e, portanto, nenhumacorrelação pode ser feita.

Considerações anatômicas e evoluti-vas sobre estas estruturas foram apresen-tadas por Gonçalves Costa (1977) no es-tudo anatômico de Miconia theaezans(Bonp.) Cogn.

Outro caráter que merece ser ressalta-do, refere-se ao tipo de fruto encontradonas espécies aqui estudadas. Trata-se deum fruto carnoso, oligospérmico, com umpericarpo delgado, sem polpa sucosa en-volvendo as sementes e havendo uma deli-mitação nítida dos lóculos pelos septostambém carnosos. As sementes são bemdesenvolvidas em relação ao tamanho dofruto e ocupam, praticamente, todo o es-paço locular.

Miconia Ruiz et Pav. é um gêneromuito bem-representado em nossa flora esua taxonomia sempre foi considerada di-fícil em virtude do grande número de es-pécies. Vem ao encontro deste fato nãosó a criação de novas espécies, que muitasvezes não estão integradas nas seções esta-belecidas por Cogniaux (1887/88), comotambém a falta de uma revisão genéricaou mesmo a nível de seção que esclareçaos reais caracteres específicos. Por essa ra-zão, acreditamos que somente através deum estudo sistematizado, constante e cri-terioso, novas contribuições serão dadasa tão interessante grupo, contribuindo noconhecimento de sua linha evolutiva.

Abstract

In this work the author presents a ta-xonomic study of the genus Miconia Ruizet Pav., section Chaenanthera Naudin,occurring in the State of Rio de Janeiro.The tratment given to the section marksout three species and two varieties withdescriptions, illustrationsand photographs,emphasizing the type of dehiscence andthe shape of the anthers, the occurrenceof domatias, the margin of the leaves, aswell as a study of the hairiness of the in-florescence, hypanthium, ovary and fruit.New synonyms are placed to M. pusilli-flora and M. rígidiuscula, and a key forthe recognition of the species and varie-ties are presented too.

Bibliografia

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Figura 1M. pusilliflora (DC.) Naud. var.pusilliflora

Figura 2Síntipo de M. pusilliflora (DC) Naud. var. intermedia Cogn.

Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(601:47 58, jul./set. 1984 53

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Figura 3M. pusilliflora (DC.) Naud. var. pusilliflora: 1 e 1a - bases foliares, evidenciando sua nervação e as domácias; 2 - detalhe do ápice fo-liar e sua nervação.

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Figura 4M. pusilliflora (DC.) Naud. var. intermedia Cogn.: 1 - detalhe da margem foliar e sua nervação; M. pusilliflora (DC.) Naud. var.pusilliflora; 2 - detalhe da margem foliar e sua nervação; 3 - flor; 4 - cálice e hipanto; 5 e 5a - pétalas.

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l flí liFigura 5W. pusilliflora (DC.) Naud. var. pusilliflora: 1 - bractéola; 2 - inserção da bractéola no ramo da inflorescência; 3 - estame: a - facelateral, b - face ventral, c - face dorsal; 4 - gineceu; 5 - fruto; 6 - sementes: a, b, c - face dorsal, d - face ventral.

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Figura 6M. hymenonervia (Raddi) Cogn.

Figura 7Esquema parcial da sinf lorescência de M. hymenonervia, eviden-ciando terminações dos eixos principal e secundários.

Figura 8M. hymenonervia (Raddi) Cogn.: 1 - detalhe do ápice foliar e sua nervação; 2 - base foliar, evidenciando sua nervação e as doma-cias; 3 - detalhe da margem foliar e sua nervação; 4 - flor; 5 - bractéola; 6 - ápice do estilete e estigma.

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Figura 9/W. hymenonervia (Raddi) Cogn.: 1 - pétala; 2 - inserção dasbractéolas e flor no ramo da inflorescência; 3 - estame; 4 - cálicee hipanto; 5 - antera; 6 - gineceu; 7 - fruto; 8 - sementes: a - fa- Figura 10ce dorsal, b - face ventral. M- rigidiuscula Cogn. var. rigidiuscula.

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Figura 11Aí. rigidiuscula Cogn. var. rigidiuscula: 1 - base foliar e sua nervação; 2 - detalhe da margem foliar e sua nervação; 3a e b - detalhedos ápices foliares e sua nervação.

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) =47-58, jul./set. 1984 57

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Figura 12 Figura 13M. rigidiuscula Cogn. var. rigidiuscula: 1a e b - bracteolas; 2 - M. rigidiuscula Cogn. var. rigidiuscula: 1 - hipanto; 2a e b -flor; 3a, b, c - pétalas; 4 - cálice. estames; 3 - fruto; 4 - sementes: a, b, c - face dorsal, d - face ven-

trai.

Figura 141 - flor de M. latecrenata; 2 - detalhe da antera de M. latecrenata; 3 - estame de M. sellowiana; 4 - estame de M. inaequidens; 5 - esta-me de M. elaeodendron;6 - estame de M. urophylla.

58 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) :47-58, jul./set. 1984

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Novas Espécies de Kielmeyera Martius(Guttiferae) do sudeste brasileiro

Nagib Saddi1 Decorrente da investigação e de um detalhado estudo biotaxonômico do gênero Kiel-mey era Martius (Guttiferae), oito novas espécies, K. insignis, K. rizziniana (ambas doEstado do Rio de Janeiro), K. decipiens (do Estado de São Paulo), K. albopunctata, K.divergens, K. occhioniana, K. rufotomentosa e K. sigillata (todas do Espírito Santo),são aqui descritas e ilustradas. Características geográficas e ecológicas como também asafinidades taxonômicas das espécies são também apontadas.

Ph.D. pela University of Reading, In-glaterra. Diretor-curador do HerbárioCentral da Universidade Federal deMato Grosso.

0 autor agradece à Universidade Federal de Ma-to Grosso, Sub-Reitoria de Pesquisa e Ensino dePós-Graduação (SPG) e ao Dr. Carlos ToledoRizzini e ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Introdução

Uma detalhada revisão monográficado gênero Kielmeyera Martius permitiuuma profunda avaliação de suas caracte-rísticas morfológicas e o estabelecimentode novas entidades infra-genéricas. Dentrodos limites de variações morfológicas emKielmeyera, as características vegetativase florais mostraram-se responsáveis peloestabelecimento das seguintes novas espé-cies denominadas K. insignis, K. rizziniana,K. decipiens, K. albopunctata, K. diver-gens, K. occhioniana, K. rufotomentosa eK. sigillata.

Uma ampla investigação dos parâme-tros das distribuições geográfica e ecológi-ca das espécies de Kielmeyera, especial-mente no Brasil, revelou que K. insignisocorre em uma restrita área de florestamontanhosa (Serra dos Órgãos)e K. rizzi-niana está limitada a uma vegetação silves-tre litorânea (Recreio dos Bandeirante'"),ambas no Estado do Rio de Janeiro, en-quanto K. decipiens, embora ocorrendoem mata costeira (Boracéia), é todavia en-contrada no Estado de São Paulo. Deacordo com o material examinado todasessas espécies são distintas em suas distri-buições geográficas e elas não mostraram--se taxonomicamente relacionadas entresi.

0 seguinte par de espécies simpátri-cas e taxonomicamente afins, K. albo-punctata e K. occhioniana, ocorre em Es-pírito Santo e ambas as entidades na Re-serva Florestal de Linhares. Além de suasdivergências morfológicas, a primeira es-pécie ocorre amplamente em densa e altamata costeira, localmente denominadamuçununga, e às vezes em uma vegetaçãomais aberta e baixa regionalmente chama-da nativo, enquanto a última entidade en-contra-se limitadamente distribuída e ge-ralmente restrita ao Talhão 403, nas ime-diações do córrego João Pedro, em vege-tação silvestre costeira particularmenteconhecida como mata de tabuleiro. Poroutro lado, K. rufotomentosa eK. sigilla-ta são duas espécies simpátricas porémnão taxonomicamente relacionadas entresi. Este par de espécies encontra-se distri-buído nas vizinhanças de Colatina ou Pan-cas no Espírito Santo e ambas as entida-des ocorrem em mata costeira baixa po-rém distante do litoral.

Em complemento, K. divergens tam-bém ocorre em Espírito Santo, todaviamostrou-se restrita às circunvizinhançasde Pedra Pintada (imediações da divisacom o Estado do Rio de Janeiro), e vicejaem vegetação silvestre costeira com pai-meiras.

Rodriguésia, Rio de Janeiro. 36(601:59-64, jul./set. 1984

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Maiores detalhes sobre a distribuiçãogeográfica e ecológica, bem como umcompleto tratamento taxonômico das es-pécies aqui tratadas são encontrados emSaddi (1982). As hierarquias superiores àsquais pertencem as espécies aqui propôs-tas são também analisadas por Saddi(1982, 1984d). Descrições de outras espé-cies de Kielmeyera que mostraram-se ta-xonomicamente relacionadas com as men-cionadas neste trabalho são encontradasem Saddi (1984a, 1984b, 1984c). Asabreviações dos herbários citados seguemHolmgren, Kueken & Schofield (1981);todavia, a abreviação SHMT refere-se aHerbarium Mattogrossense Saddianum(Cuiabá, MT).

Diagnose das espécies

Kielmeyera insignis Saddi, sp. nov. (Sect.Callodendron Saddi). Foto 1.

Praecipue venis, sepalisque ovato-elli-ptiicis, antherísque oblongo -rectangulari-bus eglandulosis recedit. Ab affinibus dis-tinguitur: K. gracili Wawra forma magni-tudineque sepalorum; K. decipiente Saddifoliis membranaceis, forma apiceque sepa-lorum; K. excelsa Camb. Atque K. rizzi-niana Saddi textura, nervis venisque folio-rum, forma sepalorum, petiolis longiori-bus; K. petiolari Mart. margine sépalo-rum, nervis venisque laminorum, foliismembranaceis; K. membranacea Casar,atque K. rufotomentosa Saddi praecipueantherísque rectangularibus eglandulosis.

Arbor silvatica typica, c. 10m alta.Trunci rhytidoma haud crassum, esubero-sum. Rami vel ramuli glabrí, brunnescen-tes vel brunneo-lutescentes; cortice laevi,interdum ad basin in lâminas membrana-ceas parvas, variabiles soluto. Folia(8-) 10-13 x (3.5-)4-5.5cm, ellipticaad obovato-ellipticam, glabra, membrana-cea, translúcida, utrinque áspera, pallidevirídia vel brunneo-virescentia (concolorasive paene discolora); basi cuneata, aequa-lia vel subaequalia; ápice obtusa, in statusicco vulgo falciformia, subacuta; nervusmedius glaber, supra immersus; nervi se-cundarii (3)4-6(7)mm intervallis distan-tes, utrinque manifesti, supra haud crassi,prominentes, infra crassi, bene evolutiatque manifesti; venae utrinque manifes-tae, reticulatae, supra prominentes, subti-les, infra elevatae, crassae. Petiolus 35-50mm longus, glaber, gracilis, supra cana li-culatus. Inflorescentia in rácemos ramo-sos, bifloros, corymbiformes, prope vel

inter folia sita, laxiflora, pauciflora; pe-dunculo c. Wcm longo, glabro, a ramuliscolore ind ist ineto et regione transientedistincto, bracteato; pedicellis 15-40mmlongis, glabris, bibracteo latis; bracteis in-ferioribus 15-60 x 10-30mm, foliis si-milibus, plerumque basi inflorescentiaeaggregatis; bracteis superioribus atquebracteolis non visis. Flores a Ibi. Sépala(7)8-11 x 7-12mm, late ovato-elliptica,glabra, haud ciliata; basi obtusa; ápiceobtusa vel rotundata (sépala exteriora) acrotundato-emarginata (sépala interiora);dorso calcarata; margine vulgo exteriori-bus plicata. Pétala 30-40(-45) x 20-25mm, glabra, haud ciliata. Antherae2-2.25 x 1-1.25mm, oblongo-rectangu-lares. Ovarium glabrum; stigma capitato--trilobulatum; lobulis stigmaticis unilocu-laribus. Cápsula seminaque haud suppe-tunt.

Typus: Brasilia, Rio de Janeiro, Serrados Órgãos; 5-iv-1870, Glaziou 3878(holotypus C; isotypi C, K, P, RB).

Speciem insigni appellavi propter ha-bitat peculiarem et imprimis formam se-palorum; his statim recognoscitur interaffinioríous.

Kielmeyera rizziniana Saddi, sp. nov.(Sect. Callodendron Saddi). Foto 2.

Praecipue venis, sepalis orbicularibuset leviter ob latis, antherísque oblongo--rectangularibus discernitur. A K. excelsaCamb. forma apiceque sepalorum, nervisvenisque infra valde elevatis et a K. mem-branacea Casar, forma, magnitudine ac se-pala eciliata,petalis haud ciliatis, antheris-que longioribus, nervis venisque subtusfortiter elevatis differt. Etiam dignoscitura K. decipiente Saddi forma, latitudineapiceque sepalorum, petiolo vulgo minoreet a K. petiolari Mart, sepalis haud scario-sis, nervis lateralibus laxis, nervis venisquesubtus magis elevatis. Differt praeterea aK. gracili Wawra forma et latitudine sepa-lorum, nervis venisque infra fortiter pro-duetis, foliorum textura crassiore, petiolobrevi et a K. insigni Saddi praecipue for-ma sepalorum, petiolo brevi foliisquecrassioribus.

Arbor c. 10m alta. Truncus 20-25cmdiâmetro, haud suberoso. Rami vel ramuliglabrí, cinerascentes vel brunneo-cineras-centes; cortice tenui, integro, pelliculasubtili cinereo-albescente obtecti. Folia(7-)8-11(-12) x (2.5-)3-4.5(-5) cm, obo-

vato-oblonga vel oblonga usque obovato-¦elliptica, glabra, coriacea vel subcoriacea,satis translúcida, utrinque manifeste aspe-ra, supra brunnescente-nigrescentia velbrunneo-virescentia, infra viridi-lutescen-tia vel pallide virídia (vulgo duplo colora-ta); basi cuneata; ápice rotundata, retusa,interdum emarginata; nervus central isglaber, supra immersus; nervis (5)6-9(10)mm intervallis distantibus, utrinque forti-ter manifestis, crassis, supra prominenti-bus, infra fortiter elevatis, magis manifes-tis; venis utrinque fortiter manifestis, den-se reticulatis, supra elevatis, subtilibus, in-fra fortiter produetis, crassis Petiolus 15-25mm longus, glaber, supra canaliculatus.Inflorescentia e cymulis tri floris paniculi-formibus, raríusve e racemis simplicibusvel bifloris composita, inter folia inserta,ampla, compactiflora, multiflora; pedun-culo 5-10cm longo, glabro, a ramuliscolore ac regione transiente haud distinc-to, bracteato; pedicellis 1-2cm longis,glabris, bibracteolatis; bracteis inferíori-bus 40-70 x 10-20mm, glabris, foliissi milibus; bracteis superioribus 15-30 x5-15mm, oblongis vel obovato-oblongis,interdum ellipticis, glabris; bracteolis 3-5x 2-3mm, ellipticis vel ovato-ellip-ticis, glabris, deciduis. Flores albi. Sépala(6)7-8(9) x 7-9(10)mm, orbicularia siveleviter oblata, glabra, haud ciliata; basirotundata; ápice rotundata dei obtusa,interdum retusa; margine in statu siccoexterioribus vulgo plicata. Pétala 25-30 x15-20mm, glabra, non ciliata. Antherae1-1.75 x 0.5-0.9mm, oblongo-rectangu-lares. Ovarium glabrum; stigma capitato-¦trilobulatum; lobulis stigmaticis unilocu-laribus. Cápsula 10-13cm longa; semina30-40 x 15mm, núcleo seminífero cen-trali, c. 20 x 12mm.

Typus: Brasilia, Rio de Janeiro, Re-creio dos Bandeirantes, in latere ad ocei-dentem vergente. Pedra de Itaúna; arbor inloco perhumido interdum inundato, soloargillaceo-arenoso, in restinga alta; truncuslatescente; 30-Í-1973, Saddi RJ-02 (ho-lotypus RB; isotypi G, HB, K, M, MO,NY, RB, RFA, S, SHMT, SP, UB, US,W).

Appellavi hanc speciem in honorembotanice Carlos Toledo Rizzini, e HortoBotânico Fluminis Januarii, Brasil.

Kielmeyera decipines Saddi, sp. nov.(Sect. Callodendron Saddi). Foto 3.

Imprimis foliis supra scrobiculatislonge petiolatis, sepalis ovato-lanceolatis

60 Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) 59-64, jul./set. 1984

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vel ovato-ellipticJs, antherisque oblongo-¦rectangularibus abhorret. A K. graciliWawra fo/iis magis consistentibus supraoptime scrobiculatis, nervis venisque infraelevatis, nervis lateralis laxioribus, loconatali et a K. excelsa Camb. forma folio-rum, nervis venisque infra fortiter conspi-cuis, petiolo longiore differt. Etiam a K.insigni Saddi et a K. rízziniana Saddi for-ma apiceque sepalorum differt. Etiam aK. membranácea Casar, antherisque lon-gioríbus, margine sepalorum atque petalo-rum haud ciliatorum et a K. petiolariMart. forma sepalorum his haud scariosisrecedit.

Arbúscula vel arbor, interdum frutex,4-7m alta. Trunci rhytidoma haud eras-sum, non suberosum. Rami vel ramuli g/a-bri, brunnescentes vel brunneo-cineras-centes; cortice tenui, integro, interdum inlâminas irregulares longas et angustas de-corticante. Folia (6-)7-11 x 3-5cm,oblonga rariusve oblongo-ovata, glabra,coriacea, translúcida vel subtranslucida,utrinque áspera, supra brunneo-virescen-tia vel pallide viridia, infra viridilutescen-tia (fere concoloraj; basi cuneata, aequa-lia vel fere asymmetrica; ápice obtusahaud retusa, in statu siceo vulgo subacuta,immo ápice falcata; nervus centralis gla-ber, supra immersus; nervi secundarii intersese intervallis (4)5-7mm distantes, suprasubpatentes, subtiles, prominentes, infrafortiter manifesti, crassi, elevati, magisdistineti; venae utrinque reticulatae, supraindistinetae, prominentes, tênues, infrafortiter manifestae, perspicuae, crassae.Petiolus 3-4(-5jcm longus, glaber, supracanaliculatus. Inflorescentia in rácemoscorymbiformes, prope vel inter folia in-seita, compacta, pauciflora; pedúnculo8-13cm longo, glabro, a ramulis coloreac regione transiente haud distineto, brac-teato; pedicellis 1 -2cm longis, glabris,bibracteolatis; bracteis inferioribus 50-65 x 20-30mm, glabris, foliis similibus;bracteis superioribus desunt; bracteolis5-6 x 3-4mm, ovato-lanceolatis, gla-bris. Flores albi. Sepala 5-8 x 3-7mm,ovato-lanceolata vel ovato-elliptica, inae-qualia, glabra, haud ciliata; basi obtusa;ápice acuminata (sepala exteriora) vel eus-pidata, introrsae connata (sepala interio-ra). Pétala 40-50 x 20-25mm, glabra,haud ciliata. Antherae 1.5-2.25 x 0.6-0.8mm, oblongo-rectangulares. Ovariumglabrum; stigma capitato-trílobulatum;lobulis stigmaticis unilocularibus. Cápsulac. 12cm longa; semina 40-50 x 15-20mm, núcleo seminífero c. 20 x 15mm.

Typus: Brasília, São Paulo, Salesópo-lis, Boracéia; arbor c. 7m; flores albi;10-Ü-1960, Handro 0. 919 (holotypusRB;isotypi HB.SP, US).

Nomen speciei a decipere derivatum;K. decipiens cum K. petiolari ob petiolosaequi longos facile nego tio confunditur.

Kielmeyera albopunctata Saddi, sp. nov.(Sect. Prolifera Saddi Ser. NeglectaeSaddi). Foto 4.

Praecipue foliis nervis lateralibus den-sis, supra immersis, infra obsoletis, cor-pusculis resiniferis orna tis, forma sepalo-rum, antherisque glandulosis recedit. Abaffinibus distinguitur: K. neglecta Saddisepalis angustioribus, laminis supra laevi-bus, nervis lateralibus tenuiter supraimmersis; K. elata Saddi foliis textura te-nuioribus ápice obtusis, nervis venisquesupra immersis irregularíter parallelifor-mibus, subtus plerumque deficientibus;K. oechioniana Saddi foliorum texturacrassiore, nervis lateralibus approximatis,supra immersis, laminis constanter dense-que punetis resiniferis obviis ornatis; K.sigillata Saddi foliis compactinerviis mi-nus consistentibus, basi saepe cuneatis,antherisque glandulosis; K. rupestri A.P.Duarte basi foliorum cuneatis, venis supraimmersis, inflorescentia peta/isque majo-ri bus, antherisque glandulosis; K. rugosaChoisy statura arbórea, forma magnitudi-neque foliorum.

Arbor vel arbúscula 2-6(-18)m alta,30-50cm diâmetro. Rami vel ramuliglabri, cinerascentes, brunneo-cinerascen-tes vel brunneo-lutescentes; cortice haudcrasso, integro, interdum in pellicuias par-vas atque angustas decorticante. Folia(6-)7-12(-16) x (3-)3.5-6(-7)cm, brevi-ter atque late oblonga usque ad ellip-ticam, glabra, subcoriacea, translúcida velfere translúcida, utrinque laevia, suprapallide brunnescentia, subtus brunneo-lu-tescentia (concolora sive paene disco/ora);basi cuneata; ápice obtusa interdum retu-sa; lamina in statu siceo punetis clarisdensis contra lucem inspecta instruetis;nervus medius glaber, supra immersus;nervi secundarii venaeque utrinque indis-tineti, supra immersi, subtus deficientes,plani vel fere p/ani, priores (2)3(4)mmintervallis distantes, densi, ultimae irregu-lariter paralleli atque laxe intrincati. Pe-tiolus (10-) 15-25(-30)mm longus, glaber,supra canaliculatus. Inflorescentia e cy-mulis tríflorís paniculiformibus composi-

tis, corymbiformibus, paulo folia exce-dens, multiflora, compacta; pedúnculo13-15cm longo, glabro, a ramulis colore

ac regione transiente indistineto, abundetransverse fisso, bracteato; pedicellis10-15mm longis, glabris, bibracteolatis;bracteis inferioribus 40-70 x 15-35mm,glabris, foliis similibus; bracteis superio-ribus bracteolisque 3-5 x 1-3mm, ovatisvel ovato-lanceolatis, glabris. Flores albi.Sepala 3-5(6) x 2-3(4)mm, oblonga velovatooblonga, aequalia aut subaequalia,glabra, haud ciliata; basi apiceque obtusa.Pétala 30-50 x 20-30mm, glabra, haudciliata. Antherae 1.5-2.75 x 1-1.21mm,oblongo-rectangulares. Ovarium glabrum;stigma capitato-trílobulatum; lobulis stig-maticis unilocularibus. Cápsula c. 13cmlonga; semina 60-70 x 18-22mm, núcleoseminífero c. 20 x 15mm.

Typus: Brasília, Espírito Santo, Li-nhares, Reserva Florestal, BR-101, Estra-da X-1; arbor 18m alta, 48cm diâmetro,valde frequens, in silva ab incolis dieta'muçununga', solo arenoso; flores albiodoriferi; truncus lactescentes, haud sub-erosus; specimina statura máxima interomnia quae vide; 23-M-1978, Saddi ES-15(holotypus RB; isotypi BR, C, G, M, P,RB, S,SP, SHMT).

Nomen specificum e punetulis trans-lucidis foliorum formatum.

Kielmeyera divergens Saddi, sp. nov. (Sect.Prolifera Saddi Ser. Rupestres Saddi). Fo-to 5.

Praecipue textura basique foliorum,nervis venisque supra prominulis, formasepalorum, antherisque rectangularibuseglandulosis recedit. Ab affinibus distin-guitur: K. rupestri AP. Duarte forma fo-liorum, nervis secundariis laxis, inflores-centia ampla atque longa, sepala petalis-que majoribus; K. sigillata Saddi texturabasique foliorum, nervis lateralibus laxio-ribus supra prominulis; K. rugosa Choisyforma magnitudine basique foliorum, pe-tiolis longioribus, nervis lateralibus laxis,antherisque eglandulosis; K. marauensiSaddi praecipue habitat et forma sepalo-rum.

Arbúscula. Trunci rhythidoma haudcrassum, integrum. Rami vel ramuli glabri,brunneo-nigrescentes vel cinerascentes;cortice tenui, integro, interdum in pellicu-las membranáceas parvas atque angustasdecorticante. Folia (8-)9-13(-14) x (4-)

Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(60)59-64, jul./set. 1984 61

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5-7cm, elliptica rariusve ovato-elliptica,glabra, membranacea, haud translúcida,utrinque laevia, brunneo-nigrescentia (in-fra fere pallidiora), supra interdum aspe-rula; basi rotundata vel subrotundata;api-ce rotundata vel obtusa, interdum retusa;nervus medius glaber, supra immersus;nervi secundaríi 5-7(-10)mm intervallisdistantes, utrinque subpatentes, subtiles,supra prominuli, ad médium subcanalicu-lati, subtus subimmersi, lateraliter corru-gati; venae utrinque indistinctae, promi-nulae vel subprominulae, tênues, supra re-ticulatae, infra subreticulatae. Petiolus20-30mm longus, glaber, robustus, supracanal iculatus. Inflorescentia racemifor-mis, abbreviata, inter folia sita vel pauloexcedens, pauciflora, laxiflora; pedúnculo9-15cm longo, glabro, a ramulis colore acregione transi ente indistincto, bracteato;pedicellis 10-15(-20)mm longis, glabris,bibracteolatis; bracteis inferioríbus 45-60(-70) x 17-25(-30)mm, glabris, foliis simi-libus; bracteis superioribus bracteolisquedesunt. Flores albi. Sépala (4)5-6 x 4-6mm, late ovata ad ovato-elliptica, suba-equalia, glabra, haud ciliata; basi apicequeobtusa. Pétala 35-40 x 15-20mm, glabra,haud ciliata. Antherae 1.9-2.75 x 0.1-lmm, oblongo-rectangulares. Ovariumglabrum; stigma capitato-trílobulatum; lo-bulis stigmaticis uni/ocu/aribus. Cápsulaseminaque desiderantur.

Typus: Brasília, Espírito Santo, PedraPintada; e collectore crescit in silva palmisinstructa; ii-1917, Luetzelburg 7199 (ho-lotypus RB; isotypi M, R).

Ob divergentian cum K. rupestri, cuiaffinior appellatur.

Kielmeyera occhioniana Saddi, sp. nov.(Sect. Prolifera Saddi Ser. Neglectae Sad-di). Foto 6.

Praecipue textura foliorum, nervis se-cundaríis laxis atque supra subprominen-tibus, foliis stríis vel lineis resiniferis orna-tis, forma sepalorum, antherisque glandu-losis, lobulis stigmaticis vulgo septis ca-rentibus recedit. Ab affinibus distingui-tur: K. albopunctata Saddi foliis membra-naceis, nervis lateralibus laxioribus; K.elata Saddi textura foliorum haud revolu-torum; K. neglecta Saddi imprimis fabricaglandulis staminibus, foliis satis membra-naceis; K. rupestri A.P. Duarte atque K.sigillata Saddi statura, foliis basi vulgocuneatis antherisque glandulosis; K. rugo-sa Choisy statura, forma foliorum, petio-

lis longioribus; K. membranacea Casar,praesertim antheris oblongo-rectangulari-bus.

Arbor silvatica, statura magna, 10-30m alta, 15cm diâmetro. Trunci corticecrasso, in lamellas irregulares soluto. Ra-mi g/abri, vulgo foliis destituti, cineras-centes, cortice tenui, in pellicuias mem-branaceas longas atque angustas copiosesoluto. Ramuli glabri, gracili ores, brun-nescentes vel atro-brunnei, cortice subtili,integro, membranaceo-exfolioso. Folia(9-) 10-16(-18) x (4-)5-6cm, elliptica vellate oblonga, glabra, membranacea, satistranslúcida, utrinque laevia vel asperula,supra brunneo-cinerascentia vel virescen-tia, infra viridi-lutescentia vel virescente-cinerascentia (vulgo pallidiora); basiabrupte cuneata; ápice rotundata vel ob-tusa usque retusa; nervus medius glaber,supra immersus; nervi secundaríi venae-que utrinque tenui ter patentes seu indis-tincti, subtiles, priores 4-6(7)mm interva-His distantes, utrinque prominentes, ulti-mae subreticulatae, supra leviter promi-nentes, subtus prominentes, Petiolus (15-)20-25(-30)mm longus, glaber, supra cana-liculatus. Inflorescentia e cymulis tríflorisvel floribus geminatis paniculiformibuscomposita, corymbiformis, abbreviata,prope vel inter folia inseria, multiflora,compacta; pedúnculo (8-)10-13cm longo,glabro, a ramulis colore indistincto sedregione transiente distincto, bracteato;pedicellis 7-15mm longis, glabris, bibrac-teolatis; bracteis inferioríbus 20-70 x (8-)10-30mm, oblongis vel oblongo-lanceola-tis and oblongo-obovatis, glabris; bracteissuperioribus bracteolisque 2-4 x 1-3mm,ovatis vel ovato-lanceolatis, glabris. Floresalbi. Sépala (4)5-6 x 3-5(6)mm, ovata velovato-elliptica, subaequalia, glabra, haudciliata; basi apiceque obtusa. Pétala 20-25(-30) x 10-15mm, glabra, haud ciliata.Antherae 1.5-2.5 x 0.75-1mm, oblongo-rectangulares. Ovarium glabrum; stigmacapitato-trílobulatum; lobulis stigmaticisunilocularibus. Cápsula seminaque desunt.

Typus: Brasilia, Espírito Santo, Li-nhares. Reserva Florestal, Talhão 403, invicinia viae 142; arbor c. 30m alta, truncoc. 24m alto suffulta, in silva ab incolisdieta 'Tabuleiro'; flores albi; quandoquenomine vernaculari 'leiteira' fide collecto-re nuncupata; 23-iii-1973, Spada 223 (ho-lotypus RB; isotypi CVRD, RB).

Appellavi hanc speciem in honoremclarissimi botanici Paulo Occhioni, in Uni-

versitate Federali Fluminis Januaríi, Bra-s/7, professor Botanices.

Kielmeyera rufotomentosa Saddi, sp. nov.(Sect. Brachyanthera Saddi). Foto 7.

Imprimis basi foliorum, inflorescen-tia indumento rufotomentoso obtecta,antherisque quadrangularibus, glandulisstaminum, pollinis granulis in monadisobhorret. A K. membranacea Casar, atqueK. paniculata Rusby basi foliorum rotun-data, inflorescentia rufotomentosa et a K.appariciana Saddi textura venisque folio-rum differt. Inter alias generis antherisquequadrangularibus redactis typica. Distin-guitur etiam a K. excelsa Camb. peduncu-lis pedicellisque pilosis et a K. rízzinianaSaddi praecipue forma sepalorum. Differtpraeterea a K. gracili Wawra et a K. insigniSaddi venis foliorum indumentoque pilo-so pedunculorum pedicellorumque.

Arbúscula c. 2m alta. Trunci corticesubtili, esuberoso. Rami vel ramuli infer-ne glabri, superne puberuli, atrocastanei;cortice subtili, integro. Folia (7-)8-10(-11) x (3.5-)4-6cm, elliptica, glabra,membranacea, satis translúcida, utrinquelaevi, pallide viridia vel viridi-lutescentia(fere concolora); basi rotundata; ápice ro-tundata vel obtusa, interdum subapiculatavel subretusa; nervus centra lis glaber, su-pra immersus; nervi secundaríi (5)6-8(-10)mm intervallis distantes, utrinquecrassi, tenuiter patentes, supra prominuli,ad médium subcanaliculati, lateraliter cor-rugati, infra prominentes, circa médiumfusa; venae utrinque indistinctae, densereticulatae, supra prominulae, tênues,subtus prominentes, crassae. Petiolus 15(-20)mm longus, glaber, supra canalicula-tus. Inflorescentia e cymulis trífloris co-rymbiformibus in panículas aggregatis,prope vel inter folia inseria, contracta,multiflora, compactiflora; pedúnculo 6-10cm longo, rufotomentello, a ramuliscolore indistincto sed regione transi en-te distincto, bracteato; pedicellis 4-8(-W)mm longis, rufotomentosis, bractéo-latis; bracteis inferioríbus (1.5-)2-6(-8) x(1.5-)2-3cm, ellipticis vel elliptico-orbicu-laribus usque fere oblatis, glabris; bracteissuperioribus bracteolisque non visis. Fio-res albi. Sépala 3-4 x 1-2mm, ovato-lan-ceolata, aequalia, rufotomentosa, ciliata;basi obtusa; ápice acuta vel subacuta. Pe-tala 10-15 x 5-8mm, ápice tomentella, ci-liata. Antherae 0.5-0.75 x 0.5-0.75mm,quadrangulares. Ovarium glabrum; stigmaclavatum; lobulis stigmaticis biloculari-bus. Cápsula seminaque desunt.

62 Rodriguesia, Rio de Janeiro, 36(601:59-64, jul./set. 1984

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Typus: Brasília, Espírito Santo, RioPanças, Colatina; arbor usque 2m alta;flores albi odoriferi; 8-xii-1943, KuhlmannJG. 6648 (holotypus RB; isotypi NY,RB).

Nomen speciei a tomento in flores-centiae derivatum; K. rufotomentosa cumK. membranácea (cum K. excelsa commu-tata) mui tis notis praesertim vegeta ti vis si-millima et facile confunditur.

Kielmeyera sigillata Saddi, sp. nov. (Sect.Prolifera Saddi Ser. Rupestres Saddi). Fo-to 8.

Praecipue textura, lamina basique fo-liorum, nervis venisque supra immersis,subtus fere planis, forma sepalorum, an-therisque eglandulosis recedit. Ab affini-bus distinguitur: K. reticulata Saddi foliisperfecte oblongis, laminis supra segmenta-to-canaliculatis, venis subtus planis velsubplanis; K. rupestris A.P. Duarte atqueK. divergente Saddi nervis laminisque su-pra foliorum; K. albopunctata Saddiatque K. occhioniana Saddi et K. neglectaSaddi antherisque eglandulosis, basi folio-rum vulgo obtusis; K. argentea Choise etK. rugosa Chosiy statura, foliis oblongismajoribusque.

bris, bibracteolatis; bracteis inferioribus50-80 x 25-35mm, glabris, foliis similibussed minoribus; bracteis superioribus brac-teoUsque non visis. Flores albi. Sepala 5-7x 5-6mm, late ovata ad ovato-ellipticam,aequalia vel fere aequalia, glabra, haud ci-liata; basi apiceque obtusa. Pétala 30-35(-40) x 15-20mm, glabra, haud ciliata.Antherae 1.75-2.75 x 0.75-1 mm, oblon-go-rectangulares. Ovarium glabrum; stig-ma capitato-trilobulatum; lobulis stigma-ticis unilocularibus. Cápsula seminaquehaud suppetunt.

Typus: Brasília, Espírito Santo, Pan-cas-Colatina; specimen 4-5m altum; floresalbi; 20-XÜ-1966, Emygdio et ai. 2540(holotypus RB; isotypi R, RB).

Nomen specificum e sigilla, quae an-

glice seal, mark orsign, ob folia supra evi-denter sulcis notata.

Abstract

As a result of an investigation anddetailed taxonomic studies of the genusKielmeyera Martius, eight new speciesnamely, K. insignis, K. rizziniana (bothfrom the State of Rio de Janeiro),K. decipiens (from the State of São

Paulo), K. albopunctata, K. divergens,K. occhioniana, K. rufotomentosa andK. sigillata (ali from the State of EspíritoSanto), are here described and illustrated.Their distributional geographical andecological features, as well as theirtaxonomic relationships are alsodiscussed.

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ra (Guttiferae). Kew Bulletin 39(4):729-740. 1984d.

Frutex vel arbuscula 4-5m altus. Ra-mi vel ramuli glabri, brunneo-cinerascen-tes vel atrobrunnescentes; cortice haudcrasso, integro, in lâminas membranáceasparvas atque angustas soluto, albescente-cinerascentes. Folia (10-)11-15(-17) x (4-)4.5-6(-6.5)cm, oblonga, glabra, coriaceaad crasse coriacea, haud translúcida, utri-que laevia, supra brunneo-virescentia velbrunneo-lutescentia, subtus viridi-lutes-centia vel pallide brunnea (valde pallidio-ra); basi obtusa atque interdum abruptecuneata; ápice obtusa, interdum subretu-sa; lamina supra scrobiculata, intense seg-mentato-canaliculata; nervus medius gla-ber, supra planus vel fere planus;nervi ve-naeque utrinque tenuiter patentes ad in-distincti, subtiles, supra immersi, infra fe-re plani, priores 3-5mm intervallis distan-tes, ultimae supra dense reticulatae, infrasubreticulatae. Petiolus (15-)20-25(-30)mm longus, glaber, supra subplanus. In-florescentia in racemos subramosus, pro-pe folia sita, pauciflora, laxiflora; pedun-culo 8-15cm longo, glabro, a ramulis colo-re ac regione transiente haud distincto,bracteato; pedicellis 10-15mm longis, gla-

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Foto 1Espécime tipo de K. insignis Saddi

Foto 2Espécime tipo de K. rizziniana Saddi

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60) 59-64, jul./set. 1984 63

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Foto 3Espécime tipo de K. decipiens Saddi

Foto 4Espécime tipo de K. albopunctata Saddi

Foto 5Espécime tipo de K. divergens Saddi

Foto 6Espécime tipo de K. occhioniana Saddi

Foto Foto 8Espécime tipo de K. rufotomentosa Saddi Espécime tipo de K. sigillata Saddi

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Bumelia obtusifolia var. excelsa (Sapo-taceae), quixabeira: Inventário dos es-pécimens remanescentes na Ilha de Pa-quetá (Baía da Guanabara, Rio de Ja-neiro)

José Cardoso de Andrade1Aydil Grave de Andrade2

Os autores fazem um inventário das "quixabeiras" (Bumelia obtusifolia var. excelsa)existentes na Ilha de Paquetá (Baia da Guanabara, Rio de Janeiro). Eles sugerem a

preservação dos exemplares nativos como "banco de sementes" para a obtenção de

plantas destinadas a serem utilizadas nos projetos de recomposição paisagística da ilhae outras localidades.

Mestre em botânica pela UFRJ, profes-sor de biologia do Estado e em ciênciasdo Município do Rio de Janeiro.Pesquisadora e professora do Departa-mento de Botânica do Museu Nacional.

Os autores agradecem aos moradores residen-tes à Rua Alambary Luz 436 e 584 e Praia daMoreninha 126; à dona Ada Maria Coaracy; aoprof. Rogér Pierre H. Arlé, ao dr. Andrade.

Bumelia está restrita ao Novo Mundo;da região central dos Estados Unidos aosul do México, América Central, índiasOcidentais e América do Sul, até ao norteda Argentina (CLARK, 1942).

B. obtusifolia Roem. & Schult. var.excelsa (DC.) Miq., conhecida como qui-xabeira, encontra-se ameaçada de extin-ção (Andrade, Carauta & Andrade, 1981e 1982), uma vez que pode ser incluídaentre os táxons, cujo número de indiví-duos tem diminuído a um nível crítico oucujo habitat tem sido drasticamente redu-zido (Lucas & Synge, 1977 — apud Carau-ta et alii, 1981), o que vem acontecendo,aliás, com nossa flora litorânea.

Paquetá é uma "ilha-arquipélago"

(Lamego, 1964), isto é, que se formou pe-Ia deposição de sedimentos arenosos entrevárias pequenas ilhas próximas umas dasoutras (e movimento geológico de emer-são — cf. Backheuser, 1918 e Sternberg,1944).

Quando se retalharam as duas sesma-rias primitivas (que dividiam a Ilha aomeio, pela Ladeira do Vicente), a divisãodas propriedades deu lugar à formação denumerosas chácaras. 0 crescimento da po-pulação da Ilha, a profunda alteração dascondições de existência, o mecanismo das

partilhas por herança, o contínuo aumen-to do valor da propriedade imobiliária, amaior incidência de tributos e outras cau-sas concomitantes, têm convergido paraincentivar e acelerar a subdivisão das pro-priedades extensas em porções ou lotes ca-da vez mais diminutos (Coaracy, 1964).

Todo esse processo de ocupaçãoaconteceu primeira — e principalmente —

nas planícies arenosas, habitat da quixa-beira. Esta, por apresentar ramos jovensespinescentes, grande porte, frutos semvalor comercial e que

"sujam tudo", foiquase que totalmente eliminada de Paque-tá e, pelas mesmas razões, de outras loca-lidades de nosso litoral como, por exem-pio: Arraial do Cabo e Cabo Frio.

Paquetá (incluindo a Ilha dos Lobos)conta hoje com 36 quixabeiras; 29 dasquais aparentando idade avançada e algu-mas atingindo altura de aproximadamente12m.

Com o intuito de preservar essesexemplares como "banco de sementes"visando, como medida de preservação, oseu aproveitamento em projetos de re-composição paisagística da própria Ilha ede outras localidades, relacionamos todosos exemplares de Bumelia que encontra-mos em Paquetá (quadro 1 e figura 1).

Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(60). 65-68, jul./set. 1984 65

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B. obtusifolia var. excelsa frutificaabundantemente de dezembro a início demarço. Devido ao látex presente em seusfrutos, não a recomendamos para áreas deestacionamento de veículos, mas para jar-dins, praças, orla marítima e fendas emrochedos, pois também se desenvolvemem tais substratos, embora prefiram solosprofundos e permeáveis.

As folhas pequenas e brilhantes quan-do jovens, dão um belo efeito ao vento. Acopa oferece sombra acolhedora e as fio-res, insignificantes, exalam aroma adoci-cado.

Segundo D'Orbigny (1945), uma dú-zia delas (Bumelia sp.) foram introduzidasem jardins europeus.

Enviamos sementes de quixabeiras dePaquetá à Secretaria de Agricultura do Es-tado do Rio de Janeiro e a uma firma de

paisagismo, na esperança de que sejamcultivadas em seus hortos. Ao Departa-mento da Ecologia do Museu Nacional,também oferecemos sementes para estu-dos de germinação.

Como medida educativa, enviaremosexemplares deste trabalho ao Departa-mento de Parques e Jardins do Municípiodo Rio de Janeiro, à XXI Região Admi-nistrativa; à Biblioteca Regional de Paque-tá; ao Ginásio Pedro Bruno; aos residentesnos endereços citados (quadro 1) e à As-sociação de Moradores da Ilha.

Exemplares de Bumelia obtusifoliavar. excelsa, coletadas em Paquetá, foram

por nós enviados às seguintes instituiçõescientíficas, onde serão preservadas paraeventuais estudos: Botanischer Gartenund Botanisches Museum Berlin-Dahlem,British Museum-Natural History, Conser-vatoire et Jardin Botaniques de Ia Ville deGenève, Herbário "Alberto Castellanos"do Centro de Botânica da FEEMA-RJ.,Jardin Botanique National de Belgique,Museu Nacional do Rio de Janeiro e Swe-dish Museum of Natural History, U.S.National Herbarium, Smithsonian Institu-tion.

Atualmente, o conceito de conserva-

ção é amplo e não deve estar restrito ape-nas às reservas biológicas e parques nacio-nais. Ele se estende também às áreas ocu-padas pelo homem (cf. Geiser, 1982). EPaquetá é uma dessas áreas, onde deve-mos aproveitar o potencial estético de

exemplares da flora (figuras 2 e 3) e pro-mover o replantio com espécies nativas.

Abstract

The authors make an inventory dethe "quixabeiras" (Bumelia obtusifoliavar. excelsa) existing in the Island of Pa-quetá (Guanabara Bay, Rio de Janeiro).

They suggest the preservation of thenative samples as a "seed bank" to obtainplants to be used in landscape recomposi-tion in that island as well as in othersplaces.

Bibliografia

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Quadro 1Quixabeiras nativas na Ilha de Paquetá. Levantamento realizado em março de 1984.

Logradouros Propriedades-nv Observações

Praia do Catimbaú Três exemplares perto da lavanderia do Preventório

Praia das Gaivotas 634 Três no quintal e um na calçada(= Ribeira; = Pr. Marechal Floriano)

Praia José Bonifácio {= Praia da Guarda) Um no terreno da CE DAE (Esgotos)53 Um na calçada

Oito no Parque Darke de Mattos

Praia Manuel Luís í= Praia dos Frades) Um na calçada de terreno de esquinacom a Rua Luís de Andrade

Praia da Moreninha 126 Um no meio-fio e outra após a Pedra

Praia Pintor Castagneto [¦ Pr. dos Coqueiros) 104 Um na calçada156 Um no jardim (severamente podado)

Praia dos Tamoios (na região do Buraco) 1222 Um junto a uma pedra1080 Um junto ao muro

Rua Alambary Luz 436 Um na calçada584 Um na calçada, interrompendo o seguimento do muro

592 (!) Dois no quintal, perto do muro

Rua Cerqueira 16 Dois sobre o muro de pedra do Preventório(exemplares jovens, com aproximadamente 1,50m)

Rua Dr. Lacerda Um na calçada da propriedade n? 53 da Pr. J. Bonifácio

Rua Príncipe Regente 87 Um no meio da rua, defronte ao n9 citado

I lha dos Lobos Dois exemplares

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jfv^fl ® Exemplares de quixabeiras Sa- f ^^^yFVV • -\sJKf CSÈS) Morros (terrenos arqueanos*) Vf / {\J,

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Figura 1Distribuição das Quixabeiras na Ilha de Paquetá — 1 - Estação das barcas; 2 - Ilha dosLobos; 3 - Ladeira do Vicente; 4 - Parque Darke de Mattos; 5 - Praia do Catimbaú; 6 -Praia das Gaivotas; 7 - Praia José Bonifácio; 8 - Praia Manuel Luís; 9 - Praia da Moreni-nha; 10 - Praia Pintor Castagneto; 11 - Praia dos Tamoios (Buraco); 12 - Rua Alamba-ry Luz; 13 - Rua Cerqueira; 14 - Rua Dr. Lacerda; 15 - Rua Príncipe Regente.

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Figura 2A placa de concreto ao pé da quixabeirasituada à Rua Príncipe Regente cumpre afunção de preservar o espécimen.

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BFigura 3a) no Parque Darke de Mattos, uma velhaBumelia é rodeada por um quiosque; umaescada de concreto que serpenteia o tron-co, dá acesso ao topo da árvore; b) o se-guimento do muro foi interrompido, evi-tando o abate de uma quixabeira nativaà rua Alambary Luz.

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Células de Transferência em Vernoniascorpioides (Lam.) Pers. (compositae).

Sônia Maria de Carvalho1Cecília Gonçalves Costa2Elliot W. Kitajima3

Os autores descrevem as células de transferência relacionadas ao floema terminal dasnervuras foliares de Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. (Compositae), concluindo queas mesmas pertencem ao tipo a, segundo Pate & Gunning (1969).

Professor assistente do Departamentode Biologia Vegetal do Instituto deBiologia da UFRRJ.Pesquisador do Jardim Botânico doRio de Janeiro e bolsista do CNPq.Professor titular do Departamento deBiologia Celular da UnB.

Introdução

Durante o desenvolvimento de umtrabalho sobre a anatomia vegetativa deVernonia scorpioides (Lam.) Pers. (Carva-lho, 1983), verificou-se que os cloroplas-tos da bainha parenquimática dos feixesmenores das nervuras ocorrentes na lâmi-na foliar dessa espécie, apresentam carac-terísticas que os distinguem daqueles ob-servados nas demais células clorenquimá-ticas. Esta constatação conduziu a umaanálise a nível de microscopia eletrônica,com a finalidade de esclarecer o assunto.

0 exame das eletromicrografias pro-porcionou a oportunidade de verificar,entre os elementos floemáticos das termi-nações vasculares, a ocorrência de célulascom características parietais próprias,cuja análise levou ao desenvolvimentodeste trabalho.

Tomando por base a literatura con-sultada, acredita-se que pela primeira vezsão feitas referências a tais células emuma planta brasileira, dado que os inúme-ros estudos desenvolvidos sobre o tema, apartir de 1965, têm sido calcados em ma-terial exótico.

Material e métodos

0 material utilizado neste trabalhoocorre espontaneamente no campus daUniversidade Federal Rural do RiodeJa-neiro e foi coletado na Área Experimentaldo Instituto de Biologia.

Foi identificado pela dra. GrazielaMaciel Barroso e está depositado no Her-bário Escola Nacional de Agronomia, sobonP RBR 1.408.

As observações ao MO foram efetua-das em preparações provisórias, obtidasde material recém-coletado, provenientedo nono nó, depois de clarificado pelo hi-poclorito de sódio comercial a 50% e co-rado pelo safrablau (Burger & Teixeira,comunicação pessoal).

O material empregado na observaçãode ultra-estrutura, também provenientedo nono nó, foi pré-fixado em glutaral-deído a 3% e submetido às técnicas refe-ridas por Richardson & ali. (1960).

Resultado

Entre os elementos floemáticos cons-

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titutivos das terminações vasculares da lá-mina foliar de Vernonia scorpioides(Lam.) Pers., foram observadas célulascompanheiras, cujas paredes secundáriasde natureza celulósica, desenvolvem pro-jeções internas, acompanhadas em toda asua extensão pela membrana plasmática(figuras 1 a 3).

Essas figuras evidenciam que tais pro-jeções estão situadas em toda a periferiacelular e podem apresentar os mais varia-dos aspectos - de curtas, à semelhança depapilas, a longas e cilíndricas ou ramifica-das em maior ou menor grau, às vezes emforma de Y. As fotos 1-6 mostram váriasprotuberâncias cortadas transversalmente,imersas no citoplasma, o que comprovaque as mesmas acompanham toda a super-fície celular.

O citoplasma dessas células é denso,com inúmeras mitocôndrias providas decristas abundantes e densamente agrupa-das. Essas mitocôndrias se dispõem fre-qüentemente, nas proximidades das proje-

ções parietais. Foram também evidencia-dos cloroplastos alongados, dotados degrana com inclusões lipídicas, desprovidosde amido, além de elementos de RE rugo-so, ribossomas e dictiossoma conspícuo(figuras 1-6).

A figura 6 permite ainda visualizaruma significativa concentração de mito-côndrias nas paredes das células parenqui-máticas adjacentes às células companhei-ras em que ocorrem tais projeções.

Discussão e conclusões

Gunning, Pate & Briarty (apud Pate& Gunning, 1969) chamam a atenção pa-ra células pouco comuns portadoras deprojeções internas da parede secundáriaque ocorrem no parênquima floemáticodas nervuras menores da lâmina foliar.Referem ainda que tais células são dota-das de citoplasma denso, núcleos grandes,algumas vezes lobados, abundante RE ru-goso e numerosas mitocôndrias.

A existência dessas projeções propor-ciona a exposição de grande área superfi-

ciai de membrana plásmica ao ambienteextracitoplasmático, daí acreditarem osdiversos autores que tais células desempe-nhem um papel eficiente no que se refereao transporte lateral de solutos a curtadistância (Esau, 1977;Cutter, 1978).

Inicialmente, tais elementos foramchamados "células de transferência" emalusão a esse desempenho e posteriormen-te, o termo foi também aplicado a célulasencontradas em outras situações anatômi-cas e funcionais que também têm suasmembranas plásmicas grandemente au-mentadas pela presença de projeções pa-rietais internas (Gunning & Pate, 1969).

Pate & Gunning (1969), estudando975 espécies pertencentes a 242 famíliasde angiospermas, concluíram que, entreas dicotiledôneas, as células de transfe-rência são mais freqüentes em plantas her-báceas, enquanto entre as monocotiledô-neas, foram assinaladas apenas em poucosgêneros de hábito lenhoso.

Nesse mesmo trabalho, eles definiramquatro tipos básicos de células de transfe-

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Figura 1Vernonia scorpioides (Lam.) Pers — Terminação vascular emcorte transversal (x 19.140) - TC - elemento de tubo crivado;CT - célula de transferência; pi - projeções parietais internas;PF - células de parênquima floemático; n - núcleo; cl - cloro-plasto; m - mitocôndria.

Figura 2Terminação vascular em corte transversal (x 16.000) - TCelemento de tubo crivado; CT - célula de transferência; PFcélula de parênquima floemático.

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Figura Figura 4Detalhe da Figura 2 — célula de transferência (x 25.000) — pi Detalhe de uma célula de transferência (x 50.000) — pi - proje-projeções parietais internas; n - núcleo;cl-cloroplasto; m - mito- ções parietais internas; cl - cloroplasto; m - mitocôndria; d -còndria; I - inclusão lipídica. dictiossoma; re - retículo endoplasmático rugoso.

rência: tipo a — células companheiras alta-mente especializadas, com protuberânciasparietais distribuídas por toda a periferiada célula, embora algumas vezes menosnumerosas nas paredes contíguas ao ele-mento de tubo crivado; tipo b — célulasespecializadas do parênquima floemático,nas quais as protuberâncias são bem de-senvolvidas nas paredes que tocam os ele-mentos de tubo crivado; tipo c — repre-sentado por células do parênquima do xi-lema; tipo d — compreendendo células dabainha do feixe que ficam em contatocom os elementos xilemáticos. Nestesdois últimos tipos, as protuberâncias de-senvolvem-se apenas nas paredes contí-guas aos elementos traqueais.

As observações feitas em V. scorpioi-des (Lam.) Pers. permitiram concluir pelapresença de células de transferência do ti-po a, ou seja, células companheiras alta-

mente especializadas, apresentando alémdas projeções parietais, citoplasma densoe numerosas mitocôndrias caracterizadaspor suas cristas abundantes e conspícuas,agrupadas densamente. Essas mitocôn-drias estão localizadas nas imediações dasprojeções parietais e sua proporção e seuaspecto estão perfeitamente de acordocom as referências de Gunning & Steer(1975), segundo os quais a conformação eo número de mitocôndrias nas células detransferência indicam que elas estão rela-cionadas ao maior consumo de energia re-querida para o bombeamento de solutosatravés da membrana plásmica. Na espécieem estudo, foram ainda detectadas mito-côndrias condensadas junto às paredes dascélulas parenquimáticas adjacentes às cé-lulas de transferência do tipo a, o que pa-rece sugerir que as mesmas estejam asso-ciadas, de certa maneira, ao desempenhodestas últimas.

Abstract

The transfer cells related to theterminal phloem of the minor veinsin the leaves of Vernonia scorpioides(Lam.) Pers. (Compositae) are described.We conclude that these cells belong to thea type described by Pate & Gunning(1969).

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Figura 5Detalhe da figura 1 (x 58.000) evidenciando parte de uma célulade transferência: cl - cloroplasto; m - mitocôndria; ep - espes-samento parietal primário; es - espessamento parietal secundário;pi - projeções parietais internas; 1 - inclusões lipídicas.

Figura 6Parte de uma terminação vascular (x 25.000): TC - elemento detubo crivado; CT - célula de transferência; PF - célula de parên-quima floemático; cl - cloroplasto; m - mitocôndrias com cristasabundantes, densamente agrupadas.

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Anatomia do desenvolvimento floral deCássia multijuga Rich. (Leguminosae-Caesalpinoidae)

Delphos José Guimarães1Gerusa Brunow Fontenelle2Benedicto Antônio Duartede Oliveira*

No estudo anatômico da flor de Cássia multijuga Rich., chamou-nos atenção as seguin-tes ocorrências: desenvolvimento não simultâneo dos verticilos florais;presença de teci-do nectarífero nos frisos laterais das anteras; desenvolvimento simultâneo das célulasesporogênicas em todas as sete anteras; pêlos p/urice/ulares de receptáculo com conteü-do rico em açúcar; presença de pólen fértil em todas as anteras; estratos esclerifiçadosabaixo da epiderme da-antera, o que impede a deiscência rimosa.

Pesquisador do Jardim Botânico doRio de Janeiro e bolsista do CNPq.Professora adjunta do Instituto de Bio-logia da UFRJ.Professor assistente-doutor do Institu-to de Biociências, Letras e CiênciasExatas de São José do Rio Preto -Unesp e bolsista do CNPq.

Introdução

Dando continuidade ao estudo daanatomia do desenvolvimento floral deespécies do gênero Cássia L., seleciona-mos para o presente trabalho Cássia mui-tijüga Rich., subgênero Senna, por seruma espécie brasileira de interesse paisa-gístico. Segundo dados bibliográficos, es-ta espécie ocorre nos estados de MinasGerais, São Paulo, Bahia, Espírito Santo,Pará, Alto Amazonas e Rio de Janeiro(Bentham, 1870).

Seus representantes são árvores quepossuem de 7-1 Om de altura, vegetamem matas secundárias, florescendo numafaixa anual que abrange de dezembro amaio.

0 estudo da anatomia floral de váriasespécies de Cássia tem fornecido interes-santes resultados, principalmente em rela-ção à estrutura e comportamento das an-teras.

Portanto, o presente trabalho visanão só fornecer subsídios para o conheci-mento da anatomia floral de mais uma es-pécie brasileira, como também contribuirna interpretação de ocorrências ligadas aocomportamento dos insetos, polinizado-res ou não, durante suas visitas a estas fio-res.

Material e métodos

O material botânico utilizado para opresente trabalho foi coletado no Parquedo Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Um exemplar representativo da espécieencontra-se depositado no Herbário destainstituição, sob o número 223.561.

Os botões florais em diferentes está-dios de desenvolvimento, assim como asflores adultas foram fixados em F.A.A. a50%. Com a finalidade de se observar oprocesso de divisão das células — mãesdos grãos de pólen, bem como de todas ascélulas do tapetum, foi necessário que emparte do material coletado se fizesse umadupla fixação com uma prefixação emglutaraldeído a 2% tamponado com caco-dilato de sódio durante quatro horas, epós-fixação durante uma hora em tetróxi-do de ósmio a 1% tamponado com caco-dilato de sódio. A seguir as peças foramsubmetidas ao processo de desidrataçãosegundo os métodos clássicos da Micro-tecnia Vegetal (Johansen, 1940).

Os cortes foram feitos em micrótomorotativo com uma espessura média de dezmicrômetros, e submetidos a uma duplacoloração com safranina e verde-rápido.

Foram usadas duas técnicas para a

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germinação dos grãos de pólen de ambosos tipos de antera: a convencional, comágar-amido de batata-dextrose, e umaoutra, que nos fornecem melhores resul-tados, utHizando-se macerado de gineceuem solução aquosa açucarada entre 5 e10%. A solução foi filtrada e espalhada emlâmina de vidro e sobre ela semeados osgrãos de pólen. Foram feitas observaçõesao microscópio em intervalos de 30 minu-tos.

A estrutura do grão de pólen foi de-terminada examinando-se o material deflores totalmente desabrochadas em gela-tina glicerinada entre lâmina e lamínula(Laboriau, 1973).

Os testes histoqu únicos, em antera,pêlos e ovário, foram efetuados em mate-rial fresco impregnando-se os seguintesreagentes: floroglucina clorídrica (Johan-sen, 1940) para evidenciar a presença delignina; reagente de Fehling (Mc Lean &Ivimey Cook, 1958) para registrar a pre-sença de açúcares.

Os trabalhos de fotomicrografia fo-ram realizados em microscópio binocularóptico.

Resultados

A inflorescência é terminal, em paní-cuias acropétalas, flor andrógena, diali-pétala, zigomorfa, com pétalas ungüicula-das, de coloração amarela na flor adulta.Bractéolas caducas. Pedicelo tomentoso,com tricomas simples. Sépalas 5, desiguais,as duas externas menores, elípticas ousubelípticas, côncavas, tomentosas pelaface dorsal; três internas obovado-orbicu-lares, levemente côncavas, dorsalmentepubérulas. Pétalas 5, desiguais, ungüicula-das, pubérulas na face dorsal, com os pê-los geralmente acompanhando as nervu-ras. A pétala maior é assimétrica, falcado--ovada, vascularizada por três nervurasque se ramificam e dicotomizam em dire-ção às margens, anastomosando-se fre-qüentemente; as demais elípticas; todassão vascularizadas por uma nervura princi-pai e as secundárias formam arcos, excetono ápice que se ramificam e dicotomizamem direção à margem. O androceu é cons-tituído por três estames maiores, quatromenores e três estaminódios. Os trêsmaiores têm antenas curvas com o ápicerostrado onde se localizam duas pequenasfendas longitudinais. Os quatro menoresdispõem-se aproximadamente no mesmo

plano, dois a dois e suas anteras são quaseretas, com o ápice curtamente rostrado.

Filetes espessos com anteras rígidas,providas, além do sulco ventral, de outrodorsal e lateralmente de um friso longitu-dinal que vai da base até às proximidadesdo ápice. Os estaminódios apresentamuma expansão laminar no ápice, renifor-me nos laterais e suborbiculares no cen-trai, com os bordos ligeiramente ondula-dos e mais espessados. Ovário longo, cur-to, densamente tomentoso, com o ápiceglabro. No botão, o ovário é quase reto eocupa uma posição central, em relação àsdemais peças florais. A medida que se de-senvolve, ocorre o fenômeno da enantios-tilia e passa a ocupar uma posição lateral,ora à direita, ora à esquerda. No receptá-culo, na inserção das sépalas e pétalasocorrem formações glandulares.

Descrição anatômica

O corte transversal mediano do botãofloral revela uma pré-floração imbricadaascendente (foto 1), típica para o gêneroCássia (Eichler & Baillon, apud Schulze,Menz, 1964).

Sépalas

Numa fase bem inicial de desenvolvi-mento do botão floral, as sépalas já semostram diferenciadas, enquanto os verti-cilos mais internos, androceu e gineceu,são meristemáticos.

Uma epiderme uniestratificada acha--se diferenciada nas duas faces, com célu-las de tamanhos e formas desiguais (foto2), localizando-se as maiores na região me-diana e diminuindo à medida que se apro-ximam dos bordos, quando as duas epi-dermes se tornam justapostas. Posterior-mente, as células epidérmicas apresentam--se mais longas no sentido periclinal, re-vestem-se de uma cutícula que se insinuapelas paredes anticlinais, tornando-se es-pessa e estriada na sépala adulta. Na faceabaxial ocorrem estômatos e tricomas unie bicelulares, de paredes grossas. As epi-dermes limitam um parênquima cujo nú-mero de estratos varia até oito. Neste teci-do encontram-se idioblastos portadoresde drusas de oxalato de cálcio.

A medida que a sépala se desenvolve,os meatos entre as células parenquimato-sas aumentam de tamanho, formando fi-nalmente lacunas grandes e numerosas nasépala adulta.

Os feixes vasculares, cujo número va-ria conforme a altura que tenham sido fei-tos os cortes transversais, são do tipo co-lateral com floema mais abundante que oxilema.

Pétalas

Num botão jovem, em seção transver-sal, a pétala mostra na sua face abaxialtrês regiões convexas que correspondemàs três nervuras principais do mesofilo(foto 3). São revestidas por uma epidermeuniestratificada de células mais altas doque largas (foto 4), cujo tamanho diminuiem direção aos bordos.

Numerosos pêlos ocorrem principal-mente na epiderme abaxial nas fases jo-vens, mas à medida que a pétala se desen-volve, o número de pêlos se torna aproxi-madamente igual em ambas as epidermes.Estes são unicelulares, alongados, com ba-se ligeiramente mais alargada que o ápice.

Na pétala adulta, as células epidérmi-cas com desiguais tamanhos, possuemuma parede periclinal externa acentuada-mente convexa, com cutícula de superfí-cie estriada que se prolonga até quase ametade das paredes anticlinais. Estômatosocorrem apenas na epiderme abaxial.

O parênquima, a princípio, é estrati-ficado, com até oito estratos na região dasnervuras, reduzindo para três nos bordos.

Com o desenvolvimento da pétala, oparênquima começa a apresentar irregula-ridade na disposição de suas células, aprincípio somente próximo às nervurasprincipais, estendendo-se mais tarde portodo o mesofilo, tornando-se numa pétalaadulta acentuadamente lacunoso

Os feixes vasculares variam de tama-nho, localizando-se nas regiões correspon-dentes às costelas.

O floema é bem mais abundante queo xilema, deixando mostrar seus elemen-tos componentes: vasos crivados, célulascompanheiras e parênquima. Os elemen-tos condutores do xilema dispõem-se emgrupos, em média de quatro elementosem cada grupo, sendo o protoxilema vol-tado para a epiderme adaxial.

Os feixes vasculares menores acham--se contornados por uma bainha de parên-quima.

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Androceu

Cortes transversais medianos de to-dos os estames de um botão floral jovemapresentam a mesma forma, aproximada-mente o mesmo tamanho e uma mesmafase de desenvolvimento. Revestem-se deuma protoderme, com células ligeiramen-te mais longas do que largas, núcleosconspícuos e localizados na região media-na da célula. 0 interior da antera é preen-chido por um meristema fundamental,com meatos muito raros e pequenos que setornam mais conspícuos após a diferen-ciação do parênquima. Na região do co-nectivo ocorrem três maciços procambiais,dois laterais e um central no qual começaprimeiramente a diferenciação dos ele-mentos do floema, achando-se este poucorepresentado pelos seus elementos carac-terísticos. Posteriormente ocorre a dife-renciação do xilema, formando-se final-mente feixes vasculares do tipo anficrival,onde o tecido floemático é visivelmentemais abundante do que o xilemático.

O feixe vascular central, numa anteraadulta, está contornado por uma bainhaconstituída por vários estratos, com célu-las de paredes muito espessas lignificadas,assemelhando-se a fibras. Esta bainha setorna contígua aos estratos subepidérmi-cos, também esclerificados, na constric-ção mediana da antera.

Em cada um dos quatro ângulos daantera, destaca-se um conjunto de célulasesporogênicas que são um pouco maioresque as do meristema fundamental e inten-samente coráveis pela safranina (foto 5).Num estágio um pouco mais avançado, aepiderme é constituída por células maio-res e mais alongadas no sentido anticlinal,exceto na região mediana da antera, com

paredes periclinais externas levementeconvexas e revestidas por uma delgada eu-tícula.

As células esporogênicas aumentamem número, passando a se dispor em arco,o qual se acentua com o desenvolvimentoda antera. Cada arco é constituído de atétrinta células em seção transversal da an-terá, evidenciando núcleos grandes e nu-cléolos conspícuos.

Entre a epiderme e as células esporo-gênicas localizam-se de 6-7 estratos pa-rietais parenquimatosos, cujas células va-riam de tamanho e se alongam periclinal-

mente (foto 6). Destes estratos, os maisexternos que se localizam imediatamenteabaixo da epiderme, tornar-se-ão escleri-ficados em fase posterior de diferenciaçãoda antera. O mais interno, que contornaas células esporogênicas constituirá o ta-petum. As células do tapetum crescemcentripetamente, tornam-se ordenadas ena maioria binucleadas (foto 7). A seguir,estas células desprendem-se das camadasparietais, pela face externa, em conse-qüência do alongamento periclinal destesestratos, levando à formação de uma cavi-dade que dará origem ao saco polínico(foto 8). As células esporogênicas au-mentam gradativamente de tamanho,afastam-se umas das outras e envolvem-sede uma substância mucilaginosa poucocorável. Posteriormente, estes elementoscelulares considerados como as células--mães do pólen, sofrem meiose produzin-do as tétrades, com disposição tetraédrica(foto 9). Entretanto, em algumas célu-las-mães não ocorre a divisão reducional,elas apenas aumentam de tamanho, adqui-rem forma esférica e posteriormente umaparede semelhante à de um grão de pólen.Em seguida, as tétrades se afastam e assuas células se liberam no interior do sacopolínico. Enquanto isto, a porção restan-te do tapetum perde gradativamente suaorganização em conseqüência da reabsor-ção pelos grãos de pólen, restando apenasvestígios presos à face interna do saco po-línico.

Nas fases mais jovens do desenvolvi-mento das anteras, quando estas ainda seencontram constituídas de tecidos meris-temáticos, evidencia-se na região medianade cada teca, uma reentrância formadapor células protodérmicas de menor tama-nho. Esta reentrância corresponde ao iní-cio da formação do friso lateral da antera(foto 10). Em fases seguintes de desenvol-vimento, cada reentrância acentua-se gra-dativamente formando então uma invagi-nação onde as células epidérmicas sofremdivisões sucessivas tanto no sentido peri-clinal como no anticlinal. Constitui-se as-sim um maciço de pequenas células comdisposição irregular, que se caracterizampor possuir paredes muito delgadas, cito-plasma denso e fortemente corável pelasafranina, núcleos e nucléolos conspícuos(foto 11). Pelas características evidencia-das acima, e pelos resultados obtidos atra-vés de testes histoquímicos que registra-ram a presença de açúcares, considera-seeste maciço celular, como um tecido denatureza secretora.

Ladeando o maciço de natureza se-cretora, as células do estrato subepidérmi-co alongam-se no sentido anticlinal, to-mando finalmente um arranjo em paliça-da. Formam-se assim, gradativamente, ámedida que a antera se desenvolve, duasprojeções igualmente desenvolvidas, emforma de crista, que envolvem cada ladodo maciço secretor e se estendem até oápice deste, terminando aí (foto 12).

Numa antera adulta, (fotos 11 e 12)as células epidérmicas são maiores e maisalongadas no sentido anticlinal, a paredepericlinal externa é convexa e revestidapor uma cutícula espessa com superfícieestriada (fotos 11 e 12). Nesta mesma fa-se, os estratos parietais subepidérmicosque revestem toda a antera se apresentamlignificados, deixando mostrar numerosaspontuações simples, núcleos grandes econteúdo denso. Esta lignificação ocorretambém nas camadas abaixo do maciçode células secretoras, assim como na pare-de periclinal interna das células em paliça-da que constituem cada crista.

Cortes transversais em diferentes ní-veis da antera mostram a presença de doissacos polínicos em cada teca, separadospor uma expansão parenquimatosa do co-nectivo. Aproximando-se do ápice, esteparênquima é reabsorvido, passando cadateca a apresentar um só saco polínico.

Os grãos de pólen são eliminados poruma fenda que ocorre no ápice de cadateca. Todas as sete anteras possuem grãosde pólen de um mesmo tamanho, do tipotricolporado, subprolato e germinamigualmente formando tubos polínicos (fo-tos 13 e 14).

No receptáculo floral ocorrem nume-rosos pêlos geralmente grupados em pe-quenos tufos e localizados entre as basesde todas as peças dos verticilos florais (fo-to 15). Estes pêlos são alvos, pluricelula-res, cilíndricos, longos, ligeiramente es-treitados na base e revestidos de uma eu-tícula, e reagiram positivamente aos testesde Fehling e de Schiff, evidenciando por-tanto, a presença de açúcar.

Estaminóide

Na fase adulta, constitui-se de umaporção central que corresponde ao pro-longamento do filete, e de duas expansõeslaterais que apresentam na região dos bor-dos uma reentrância formada pela invagi-nação da epiderme (foto 16).

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As células epidérmicas que se locali-zam na invaginação se alongam no sentidoanticlinal, e na base desta, se dividem pe-riclinalmente. Nas demais regiões do esta-minóide, estas células são de tamanho me-nor, com parede periclinal externa conve-xa e recoberta por uma cutícula espessade superfície estriada.

O parênquima é constituído de célu-las heterodimensionais, com poucos mea-tos. O feixe vascular, em número de umou dois, é do tipo anf icrial.

Gineceu

O ovário jovem em seção transversal,mostra a soldadura dos bordos do carpe-Io, que se inicia na sua face superior (foto17). A superfície do capelo é contornada,tanto externa como internamente pelaprotoderme, constituída de células em ge-ral quadrangulares, com núcleos grandes enucléolos conspícuos distribuídos na re-

gião mediana das células. Na face internasuas células são menores e na face exter-na, certas células se alongam, dando ori-gem com o crescimento do ovário a pêlosunicelulares e bicelulares alongados.

O meristema fundamental, que dá lu-

gar por posterior diferenciação ao parên-quima, preenche todo o carpelo, e neledistribuem-se três porções procambiais,sendo a inferior de maior tamanho e re-curvado e as duas superiores pequenas,dispostas simetricamente em relação à li-nha de soldadura do carpelo.

Posteriormente no lóculo, junto àsmargens de soldadura do carpelo, for-mam-se duas projeções globosas que cor-respondem ao início do primórdio semi-nal e que são originadas por divisões su-cessivas, no sentido anticlinal e periclinal,de células localizadas imediatamente abai-xo da protoderme. Pelo crescimento doprimórdio seminal deferenciam-se o funí-culo, a nucela e os integumentos, consti-tuindo estes últimos duas expansões queinicialmente envolvem apenas parcialmen-te a nucela, e por crescimento posteriorpassam a envolvê-la totalmente, exceto naregião da micrópila (foto 18).

O integumento externo cresce mais

que o interno, e se acha constituído dequatro estratos.

No centro da nucela evidencia-se acélula-mãe do microsporo, de tamanho

grande. Nesta fase, nota-se o alongamentodo funículo e acentuada curvatura do pri-mórdio, característica para o tipo anátro-po (foto 19).

Os feixes vasculares são do tipo cola-teral, onde o floema é mais abundanteque o xilema.

Discussão e conclusões

O estudo da anatomia floral de Cássiamultijuga Rich. mostrou-nos que os verti-cilos florais se diferenciam acropetamen-te, segundo os padrões normais de desen-volvimento da flor (Fahn, 1978).

As anteras na espécie estudada, em-bora de tamanho e forma desiguais mos-tram um mesmo tipo de deiscência e sãoestruturalmente iguais, ao contrário doobservado em algumas espécies do subgê-nero Senna (Venkatesh, 1957).

Os frisos localizados na região lateraldas anteras constituídos de um maciçocelular de origem epidérmica, são de natu-reza secretora, conforme indicou o testede Fehling e o de Schiff. A natureza se-cretora dessa epiderme é também confir-mada pela presença de paredes celularesmuito delgadas, núcleos grandes, cutículaextremamente fina e pelo conteúdo densoque apresenta (Fahn, 1978). Isto nos levaa crer que se trata de nectários florais nãoestruturados, opinião baseada em estudosfeitos por Zimmerman (1932), Frey-Wys-sling & Haüsermann (1960) (in Fahn,1978).

Este tecido secrêtor foi anteriormen-te observado em outras espécies do gene-ro, com C. silvestris (Fontenelle, 1979),C. canna (Gonçalves Costa, 1982).

As duas cristas que ladeiam o maciçode natureza secretora, constituídas pelocrescimento centrípeto das células subepi-dérmicas, são características semelhantesàs descritas por Venkatesh (1957) para C.auriculata.

Constatamos na espécie em pauta aocorrência de três estratos esclerificadosabaixo da epiderme e de um número va-riável destes, com disposição em arco,abaixo do tecido de natureza secretora.Tais camadas esclerenquimatosas, emboranão sejam consideradas por alguns autorescomo uma camada fibrosa típica, foramobservados também por Gonçalves Costa

(1982) em C. canna e por Venkatesh(1957) em C. auriculata e C. obtusifolia.Como o processo de lignificação nestesestratos envolve totalmente a parede dacélula e o estrato é contínuo em toda aantera, concordamos que a antera é impe-dida de se abrir lateralmente mesmo queela esteja exposta a uma atmosfera deumidade relativa baixa.

O tapetum é do tipo secrêtor (Esau,1959) e suas células tornam-se binuclea-das. O núcleo do tapetum divide-se antesdas células-mães do pólen iniciarem ameiose com formação detétrades. Adivi-são das células-mães do pólem ocorre si-multaneamente numa mesma antera, dan-do origem às tétrades com arranjo tetraé-drico. Tais ocorrências citadas acima fo-ram observadas em outras espécies do gê-nero, tais como C. silvestris (Fontenelle,1979), C. occidentalis (Venkatesh, 1957).

A formação simultânea de todas asetapas que levam â formação dos grãosde pólen ocorrem não só numa mesma an-terá, mas também em todas as anteras deuma mesma flor, observação esta discor-dante com a de Venkatesh (1957) para osubgênero Fístula e com a de Fontenelle(1979) para C. silvestris.

As anteras de C. multijuga mostramem cada teca dois sacos polínicos, maspróximo do ápice estes se funsionam emconseqüência da reabsorção do parênqui-ma. Esta ocorrência foi observada para vá-rias espécies de Cássia por Venkatesh(1957) em C. occidentalis e C. auriculata,por Fontenelle (1979) em C. silvestris epor Gonçalves Costa (1982) em C. canna.

Os grãos de pólen, tanto das anterasmaiores quanto das menores germinamem meio de cultura adequado, sendo, por-tanto, todos férteis. Isto faz coincidircom o observado em C. canna (GonçalvesCosta, 1982), C. bacilaris (Bowers, 1975),C. ramosa var. marítima (Pinheiro, 1979)e C. macranthera (Guimarães, et alii,1984).

A ocorrência de um grande númerode tricomas pluricelulares com conteúdoaçucarado, segundo os testes de Fehling ede Schiff, localizados no receptáculo fio-ral, nos levou a admitir tratar-se de nectá-rios florais, uma vez que estes não impli-cam obrigatoriamente em órgãos especiais,podendo até mesmo ser um epiderme pro-dutora de açúcar (Fahn, 1978). O tipo de

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pêlo secretor nectarífero observado em C.multijuga não concorda com nenhum dostipos desta categoria descritos por UPHOF(1962). Entretanto, se assemelham comos encontrados em C. silvestris (Fontene-lie, 1979), C. canna (Gonçalves Costa,1982), C. macranthera (Guimarães, et alii,1984).

Os estaminóides também estéreis emC. multijuga mostram uma sutura ao lon-go das suas margens, proveniente da inva-ginação das células epidérmicas nesta re-gião, ocorrência já descrita por Venkatesh(1957) para C. auriculata.

0 gineceu, assim como os primórdiosseminais, mostram na espécie estudada,um desenvolvimento semelhante ao de C.silvestris (Fontenelle, 1979).

Abstract

In the anatomical study of the flowers.Cássia multijuga our attention was calledto the following occurencis the not simul-taneous development of floral verticils;the presence of nectariferous tissue in thefriezed side of the anthers; simultaneousdevelopment of the sporogenicus cells inall of the seven anthers, pluricell hair re-ceptacle containing a substance rich insugar; the presence of fertile-polen in allof the anthers; sclerified extracts underthe epidermis of the anthers hindering therimose dehiscense.

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Foto Foto 2Diagrama floral mostrando o padrão imbricado ascendente, ti- Aspecto geral da sépala num estádio jovem (280x).pico para o gênero Cássia (75x).

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Foto 3Aspecto geral da pétala no botão floral (145 x).

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Foto 4Pétala em fase jovem de desenvolvimento (140 x).

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MPBHBBBW ^^¦^^BB^B^-i^Br**». "^•^í^FifjaBljBr*)^*. ^* *.j_jf-' »*. BHHH^HHHHuHII^BHMr 0^W 'imwJt+^^m^^^^ w*mrFoto 5Aspecto geral das anteras jovens (145 x).

Foto 6Um ângulo da antera, mostrando as células esporogênicase os estratos parietais (600 x).

.ÍMK£r,í'" ¦^^^^Nm*^- ¦¦Foto 7Tapetum constituído de células binucleadas (600 x).

Foto 8Aspecto geral da antera, evidenciando tapetum e células esporo-gênicas (140 x).

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Foto 9Células esporogênicas em fase de tétrade (600 x)

Foto 10Antera jovem, em fase inicial de formação dos frisos laterais(140 x).

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Foto 11 Foto 12Região correspondente ao friso lateral da antéra, mostrando o Detalhe do tecido secretor e das cristas (250 x).maciço de natureza secretora ladeado por duas cristas (140 x).

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x yoi «^^HHI^HBüFoto 13 Foto 14Tubos polínicos formados pelos grãos de pólen das anteras me- Grãos de pólen das anteras maiores, com longos tubos políni-nores(120x). cos (120 x).

Foto 15Pêlos localizados no receptáculo floral.

Foto 16Estaminóide mostrando no bordo uma invaginação (140 x)

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Foto 17Ovário em fase inicial de desenvolvimento (145 x).

Foto 18Primórdios seminais junto às margens de soldadura do carpelo(140 x).

Foto 19Primórdio seminal evidenciando funículo, integumentos enucela (140 x).

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Secretaria de Cultura do MEC