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Jornal Informativo da Diocese de Crateús

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Page 1: Roceiro Maio Junho de 2012
Page 2: Roceiro Maio Junho de 2012

02 R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES.Mai/Jun - 2012

Palavras dos BisposPalavras dos BisposPalavra do BispoPalavra do Bispo

Meu novo endereço: Av. Frei Serafim, 1693 - Centro - Teresina-PI 64.000-020 - [email protected] - Fone: (86) 3222.3021

Há 14 anos atrás, o Roceiro estampava a notícia da minha nomeação para Crateús, sucedendo o saudoso Dom Antonio Fragoso. Venho agora lhe dizer: muito obrigado pela nossa caminhada conjunta, estou de saída para Teresina - PI.

A Formação continuou e se ampliou com “Escola Catequética”, “Escola de formação política”, “Escola de Liderança”, “Escola de Cidadania”, “Escola Bíblica” e outras. Para a formação especial dos candidatos ao ministérios ordenados, reabrimos a Comunidade Vocacional, que a partir de 2002 recebeu o nome “Comunidade Vocacional Imaculada Conceição” e que desde dezembro de 2012 tem sede própria, na Comunidade de Charito - Paróquia de Ipueiras.

Como é do conhecimento de todos, aos 22 de fevereiro último no Papa Bento XVI me transferiu para a Arquidiocese de Teresina, Igreja a que devo pastorear a partir de 06 de maio vindouro.

Eu que vim para a querida Diocese de Crateús, pensando em permanecer até completar os 75 anos, veja-me agora a caminho...

Foi significativa a data da nomeação, quarta-feira de cinzas, início da caminhada para a Páscoa, momento de êxodo. Êxodo para mim, que devo migrar para um novo campo de missão! Êxodo para a Igreja de Crateús, que parte para um novo momento. Pela primeira vez a Diocese vai experimentar intervalo entre um bispo e outro. Entre Dom Fragoso e seu sucessor, não houve “sede vacante” porque fui ordenado bispo pela próprio Dom Fragoso e assumi o pastoreio da Diocese na mesma ocasião. Agora não! Após a minha saída, o Colégio de Consultores (07 padres) elegerá o “Administrador Diocesano”, o qual deverá reger a Diocese até a chegada do novo Bispo, o 3º Pastor Diocesano!

Foram 14 anos! Passaram ligeiro! Como toda caminhada houve altos e baixos, momentos de intensa comunhão e alegria, bem como momentos de tensões e perplexidades. Venceu sempre o desejo de priorizar a evangelização e a unidade.

Como é natural, a Igreja, como povo peregrino, vai carregan-do a bagarem das suas origens e acolhendo os desafios e os dons, que o Espírito vai suscitando ao longo dos tempos.

Não basta só preservar o que já se adquiriu, é preciso aperfeiçoar e avançar! Sendo assim, erigimos oficialmente em cada Paróquia os Conselhos de Pastoral e de Assuntos Econômicos, acolhemos outras Pastorais e Movimentos Eclesiais, tais como a Pastoral do Dízimo e o Encontro de Casais com Cristo (ECC).

Nestes anos a Diocese, após tempo hábil de discernimento, abriu a Escola Diaconal, da qual já saíram 4 Diáconos Permanentes em 2011 e recebeu 4 Congregações Religiosas masculinas, 7 femininas e uma Nova Comunidade!

Nestes 14 anos foram ordenados 11 padres dos quais 6, oriundos da própria Diocese.

A Catedral do Senhor do Bonfim foi “dedicada” aos 09 de

agosto de 2004 e a “Imaculada Conceição” proclamada Padroeira da Diocese no dia 24 de maio de 2008.

Alegro-me por ter feito duas Visitas Pastorais a cada Paróquia (de uma semana!) e já recomeçava a 3ª rodada, quando veio a transferência. Momento feliz foi a Peregrinação com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima em 2003, agregando tantas pessoas afastadas! Os Encontrões das CEBs em significativas datas Diocesanas, as reuniões do CDP e Assembleias Diocesanas foram momentos privilegiados de sentir o pulsar do coração da Diocese, em seus anseios e realizações!

Congressos como os da Pastoral Vocacional, da Legião de Maria, dos Acólitos e do Terço dos Homens foram espaço para troca de experiências e animação pastoral!

Para mim foi um tempo rico de aprendizagem, de caminhar com uma Igreja rica de experiências e originalidades!

Procurei me colocar na escuta, contribuir com os dons que Deus me concedeu e partilhar com os devidos organismos diocesanos as propostas que a realidade foi sugerindo.

Continuaremos próximos! A amizade não tem fronteiras! Os laços construídos na missão permanecem. A Arquidiocese de Teresina se limita com a de Crateús (na paróquia de Parambu); Crateús e Independência já foram Piauí e a realidade Nordeste e Semiárido nos são comuns.

Nesta hora de partida, tocam-me profundamente o coração tantos gestos e palavras de reconhecimento e afeto. É um privilégio ser acolhido, como ministro de Cristo, entre um povo até 14 anos atrás desconhecido! Deus lhes pague por tudo!

Se fui para a Igreja de Crateús o 2º bispo, a Diocese será para sempre para mim a primeira Diocese, a quem desposei com verdadei-ro amor.

Oremos uns pelos outros! Preciso recomeçar! Vocês ficarão em meu coração e minha prece! Em Teresina, sempre me encontrarão de braços abertos para lhes acolher!

Voltar a Crateús será uma exigência do coração! Que a Imaculada Conceição, padroeira da Diocese, lhes guarde sempre sob seu manto, na fidelidade ao Evangelho de Cristo.

Com meu abraço amigo de pastor:

Agradeço a todos a colaboração dedicada, a compreensão para comigo em meus limites e falhas e as orações que sempre me fortaleceram na caminhada.

CAMINHAR É PRECISO...

Catedral de Crateus

Catedral de Teresina

Dom Jacinto Brito Bispo de Crateús

Page 3: Roceiro Maio Junho de 2012

03R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES. Mai/Jun - 2012

DioceseDioces eFalecimento do pai de Pe Alexandre

Pe Alexandre Fonseca

No dia 05/03 faleceu em Fortaleza, aos 87 anos, Aluísio Matias, pai do padre Alexandre. Ele iniciou sua escolarização aos doze anos. A escola ficava a maia légua de sua casa, em Santa Rosa, Caucaia.

Às vezes precisava dormir debaixo de um pé de mufumbo, durante o percurso, para não desmaiar, devido à fome. Só aos 40 anos, já casado e com filhos, concluiu o ensino médio. Sempre foi um homem de leitura. Desde criança eu olhava ele anotar em uma folha à parte as palavras que não conhecia para, em seguida, pesquisá-las no dicionário. Aos 55 anos concluiu o Curso de Pastoral Catequética, na Escola Arquidiocesana de Pastoral Catequética. Aos 64 anos graduou-se em Teologia, no Instituto de Ciências Religiosas, da Arquidiocese de Fortaleza. Aos 67 anos concluiu uma especialização (latu sensu) em Administração Escolar, na UVA. Enveredou no caminho do magistério, mas não vingou. Certa vez, o padre da paróquia de Antonio Bezerra ofereceu um espaço, no final da missa, para que fossem lida mensa-gens. O escritor Aluísio desabrocha. Logo depois descobre que seus textos poderiam ser publicados na seção Carta ao Editor, do jornal Diário do Nordeste; e no Caderno do Leitor, do jornal O Povo.

Sua prosa de veia poética eternizou-se em seu primeiro livro Mensagem para a vida, coletânea de textos publicados nos dois maiores jornais de Fortaleza. Matricula-se no curso livre de criação literária na Universidade Sem Fronteira, para terceira idade. Envereda nos caminhos da poética. Poesias forjadas, muitas vezes, madruga-das à dentro. Quantas vezes eu vi meu pai, feito ferreiro, martelando as palavras aquecidas pelo fogo de seu espírito poético, martelando, martelando, martelando até deixá-las capazes de exprimir o amor, eterno inexprimível. Aos 94 anos, com três livros publicados e um no prelo, começa a estudar francês, encantado pela poesia escrita naquela língua.

Orgulhava-se em dizer que era escritor e poeta membro da Academia de Letras dos Municípios do estado do Ceará - ALMECE; da Associação dos Jornalistas e Escritores do Brasil - AJEB; da União Brasileira de Trovadores, Seção Fortaleza - UBT; e da Associação Cearense dos escritores - ACE. Colaborador de várias publicações e participantes de concursos de poesia em nível nacional. Aluísio Matias homem teimoso e criativo na arte da vida. Homem que desde menino sonhava voando. Sonho que o acompanhou por toda vida. Como ele mesmo expressou: “sonhos muito altos e duradouros, como se fosse um pássaro”.

Agora, como menino homem voa nos braços de Deus e de Nossa Senhora, cuidando de todos nós, até o dia de nosso reencontro.

II Seminário dos 250 anos

Salete Vale - Tauá

No dia 02 de março, no Centro Pastoral São José, em Tauá, aconteceu o II Seminário dos 250 das Igrejas de Tauá e Flores, o evento foi uma sequência da III Conferência Munici-pal de Cultura e c o n t o u c o m u m público de mais de 100 participantes. Na abertura feita por Salete Vale fez-se uma memória do I Seminário acontecido em 2011, em seguida Pe. Mauricio falou sobre os 150 Anos do Cólera Morbos em Tauá; logo após, o Prof. Clóvis Jucá e a

Prof. Adelaide Pereira, da UFC, apresentaram o resultado inicial da pesquisa sobre Arquitetura Colonial Rural nos Inhamuns. Foi apresen-tado o calendário das atividades comemorativas, previstas para o ano de 2012, que constam além do Seminário já realizado, divulgação nas festas de São José e Jesus, Maria José em Marrecas, na Semana do Município, nas festas juninas e no dia 7 de setembro; Feira do Livro como prévia da Bienal do Livro de 2012; Inauguração da Capela - Memorial do Cólera no Bairro Alto Nelândia; Cavalgada e Exposição de fotos e objetos antigos na festa de Nossa Senhora do Carmo em Flores; Exposição de fotos e documentos na festa de Nossa Senhora do Rosário; Finalização com lançamento de livro sobre a pesquisa realizada pelos professores da UFC.

Foi sugerido pelos participantes do seminário o registro em fichas, de fotografias antigas, formando o “Álbum de Famílias dos Inhamuns”. Esperamos ter um ano bastante movimentado e trabalhan-do a Memória, a Preservação e o Compromisso.

Irmã AdirceObrigada pela notícia da Diocese de Crateús, a qual, trago no

coração com muito carinho. Colocar-me a serviço nesta diocese, foi a maior escola da minha vida. Aprendi muito com este povo querido. Estou em sintonia com todos vocês na expectativa da chegado do novo bispo e torcendo para que assuma o "Projeto de uma Igreja popular e libertadora". Passei a notícia à irmã Luzia e irmã Emília. Quando chegar o novo bispo, favor comunicar-me. Obrigado por tudo o que aprendi na convivência com vocês. A todos (as) conhecidos (as) o meu abraço fraterno.

CIMI: Pastoral Indigenista na Diocese de Crateús

Pe Alexandre Fonseca

Nos dias 20 a 23/02 estiveram em Novo Oriente as missionárias Auta e Daniele, do Conselho Indigenista Missionário, Regional Nordeste (CIMI NE). Elas fazem parte da Equipe Missionária de Alagoas. A diocese de Crateús é a região do Ceará onde se concentra o maior número de etnias indígenas do Ceará. O Movimento Indígena já está organiza-do em sete dos quatorze municípios da nossa diocese (Crateús, Poranga, Novo Oriente, Quiterianópolis, Parambu, Monsenhor Tabosa e Tamboril). Nos demais os povos ainda vivem em silêncio resistente, ou seja, ainda não desencadea-ram seu processo de luta pelo reconhecimento territorial e étnico. Mas isto se fará, certamente, em breve.

Compromissos no Regional13º Intereclesial das CEBs: A Equipe de Coordenação do

Intereclesial das CEBs apresentou uma síntese do Seminário Nacional e a III Ampliada Nacional das CEBs, que aconteceu de 23 a 26/01 no Crato. Tema do Seminário: Justiça e profecia a serviço da vida; CEBs, romeiras do Reino no campo e na cidade. Pastoral da Comunicação: 3º Encontro Nacional com o tema: Identidade e missão. De 19 a 22/07 em Aparecida - SP. Leigos: 1º Encontro das realidades leigas do Regional NE1. 01 a 03/junho/2012. em Iguatu. Cada diocese deve preparar um cadastro de todas as expressões de leigos presentes nas dioceses. Escolas Diaconais: Encontro Nacional de Formadores em agosto, em Manaus. 3ª Romaria da Catequese: 25 e 26/agosto em Sobral.

Homenagem aos mortos pelo Cólera

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CartasCartas

04 R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES.Mai/Jun - 2012

Páscoa no Assentamento

Comunidade de Angicos - Tauá

A irmã Ailce veio animar uma manhã de oração na sexta Feira santa. Lembramos a páscoa do tempo de Moisés e vimos como foi parecido com nossa história quando éramos moradores, sem terra e sem casa. Umas pessoas trabalhavam fazendo tijolos na cerâmica de Tauá e se alegraram porque nunca mais deram um dia alugado. Outros moravam num cortiço de São Paulo que "não é lugar pra criar os filhos". Voltaram para terra, vivem do roçado e agora têm um quintal bonito cheio de canteiros e de flores. Chico Cunha lembrou que quando era morador nunca teve a alegria de receber alguém em casa na Semana Santa porque deviam cuidar da casa e das visitas do patrão e que agora tem a alegria de receber os filhos e os amigos. Neta se alegrou porque pode tiram a manhã para participar do retiro da comunidade e no passado era obrigada a cozinhar na casa grande e nunca podia ter uma folga para participar da comunidade nos dias de festa. Deus nos livre de vender essa terra que Deus nos deixou como herança.

Construindo a vida nova

Gonçalinha - Brilhante/Independência

Quero partilhar com você, leitor, um pouco da nossa caminha-da. Em março, celebramos São José, refletindo sobre a água, como estamos respeitando, reaproveitando e no dia 26/03, participamos da Romaria das águas, em nossa região. Trabalhamos a CF, fizemos um estudo sobre a saúde, com a participação de animadores/as de 6 comunidades e agentes de saúde. Juntos, fizemos um levantamento: como anda a saúde de nossa comunidade e vimos que precisamos agir para fazer valer os nossos direitos. Também, decidimos reativar a nossa farmácia viva. A Semana Santa foi vivida e celebrada com muita intensidade, um tempo forte de partilha e oração. No domingo de Páscoa, recolhemos os vários sinais da ressurreição na comunidade - a presença de Jesus ressuscitado no meio dos pobres. Uma pessoa de 85 anos que é daqui e mora em Fortaleza disse, no final: “nunca tinha vivido uma semana santa tão bonita!”

Comunidade: sinal do ressuscitado

Tânia e Francisco, São Jerônimo - Independência

Queremos falar com vocês sobre a nossa perseverança na caminhada. Fizemos os encontros da Quaresma, participamos da 9ª Romaria das Águas e celebramos a Semana Santa, com muita fé e entusiasmo. Um destaque para o almoço comunitário, na 5ª Feira Santa. As lições que ficaram: precisamos acreditar mais nos irmãos e irmãs, para dizermos que cremos em Deus; é na comunidade que a gente encontra Jesus ressuscitado; quando a gente trabalha unido, vence todo obstáculo.

Jesus está vivo entre nós

Mazé, São Vicente - Independência

Nós, da Paróquia de Independência, iniciamos nossa prepara-ção para a Páscoa, na 4ª feira de cinzas, quando realizamos a Assembleia Paroquial, para firmar o plano de 2012. Durante a Quaresma, começamos a trabalhar a primeira prioridade do plano: visitar as famílias dos bairros, com uma atenção especial às pessoas acamadas, que receberam a visita do padre, com os sacramentos. Fizemos um diagnóstico junto às famílias, onde constatamos o descaso do SUS para com o povo. Vimos muita indignação, por causa do atendimento. Por isso, vimos que se faz necessário reivindicar um atendimento de qualidade, a fim de que a saúde possa se espalhar por todos os cantos. A Semana Santa foi um tempo forte, quando refletimos sobre nossa vida pessoal, comunitária e social. Vimos o que não está de acordo com o projeto de Deus e que precisa mudar. Nas celebra-ções penitenciais, tivemos oportunidade de refletir sobre isso. Houve muitos gestos de partilha, dos dons e dos alimentos, muitos almoços comunitários, em quase todas as ruas, contando com grande participa-ção. Finalmente, a festa da ressurreição, que foi bem participada e alegre. Isso nos faz crer que Jesus está vivo no meio de nós.

Via Sacra do Bezerra e Sousa - TauáVia Sacra do Bezerra e Sousa - Tauá

Semana Santa

Tica e ETA - Altamira/Tauá

Domingo de Ramos fizemos a procissão saindo da casa da Chiquinha e encerrando na Capela com a benção dos ramos e a celebração. Quarta feira das trevas, realizamos um mutirão para limpar o mato e podar as plantas em volta da Capela. Quinta Feira aconteceu a celebração da Missa com o lava pé e a partilha do almoço com a participação da comunidade e da família de seu Vicente Deodato e dona Dionísia. Sexta Feira, realizamos a Via Sacra nas famílias com a participação da comunidade de Belo Monte. Domingo de Páscoa foi linda a celebração com uma boa participação na Capela. A neta Elidia leu um bonito Cordel com a história comovente do casal.

A grande Via Sacra de Poranga

Ir. Margareth - Poranga

A grande Via Sacra que o povo cristão de Poranga gosta fazer todo ano, ultrapassou as anteriores. Os jovens que a prepararam e dramatizaram, escolheram de caminhar nos bairros todos. Nada menos de 3 horas de caminhada no sol quente. As multicoloridas sombrinhas amparando do sol. Umas pessoas de pé descalços; outras visitando os doentes e idosos no caminho; os banquinhos de jogo parando um momento; as casas oferecendo água aos que caminha-vam e cantavam os benditos da cruz no som. A cada parada, os jovens dramatizaram a estação, com muito sentido, que ajudou entrar no mistério do sofrimento do inocente. Poucos, uns pela idade avançada, não puderem acompanhar até o fim e voltaram na igreja, esperando para a celebração da sexta-feira santa. Quanto ao jejum, este ano na serra o beijou foi fraco. Só apareceram uns poucos, comprados, por quem fez meio de manutenção com o beijou semanal para a feira. Mas a partilha funcionou nas comunidades, na quinta-feira santa. Concluímos esta festa maior com a procissão do Ressuscitado.

Semana Santa em Sucesso

Sandra Maria Veras de Sousa - Sucesso

A Semana Santa foi celebrada com grande participação da comunidade. Celebramos a morte, a paixão e a ressurreição de Jesus Cristo com muito amor, dedicação e reflexão sobre nossa caminhada de fé e solidariedade cristã. Pudemos contar com a participação em todos os dias da semana, do Padre Paulo Rogério que já conquistou a amizade e o carinho, como também com a presença do seminarista Aurenilson que contribuiu bastante com os trabalhos, dedicando-se à juventude, visitando as escolas, conhecendo a realidade de nossos jovens e cativando a amizade de muitos. Um momento de fervor especial foi o encontro com a juventude. Foi surpreendente a participa-ção em massa dos jovens que nos trouxe grande satisfação e entusi-asmo. Os jovens puderam louvar a Jesus Cristo, refletir e compreender o verdadeiro sentido da Semana Santa, enchendo-nos de alegria e cientes de que Jesus Cristo é o nosso guia.

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CartasCartas

05R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES. Mai/Jun - 2012

Formação de Ministros da Palavra

Pe Alexandre Fonseca

No dia 24/03 aconteceram, consecutivamente, nas Regiões de Cabeça da Onça, Três Irmãos, Palestina, Jaguaribe e Sede encontros de formação de Ministros da Palavra. Trata-se de um enorme reforço de novas lideranças nas comunidades que sempre têm a Palavra de Deus como lâmpada para iluminar a caminhada.

Renascimento da comunidade

Roginaldo - Independência

A localidade São José, da região da Cachoeira do Fogo, conta com umas 40 famílias. Há alguns anos atrás a equipe paroquial fez visitas por lá e tentou começar uma comunidade, a pedido de algumas famílias, mas não vingou. Tempos depois, várias pessoas começaram organizar-se como uma comunidade eclesial de base, realizando novenas, catequese e outras atividades religiosas. Também, cultivan-do, nos seus quintais, plantas medicinais, fruteiras e hortaliças.

Em março, fizemos uma visita, contando com a participação de 10 pessoas das comunidades de Espírito Santo e Cachoeira do Fogo I e II. Foi um dia de acolhida, escuta, troca de experiência e partilha de vida. Saímos todos animados e na certeza que conseguimos reanimar aquela comunidade, ficando o compromisso de se reunirem, semanal-mente, para a celebração da vida, à luz da Palavra de Deus. E nós de nos encontrarmos, de novo, no dia 20 de maio, para visitar a comunida-de de Espírito Santo.

Viva São José

Diego - Baixio/Quiterianópolis

A comunidade de Baixio festejou o seu padroeiro São José. Foi um tempo muito forte e marcante para a comunidade, ao meio dia rezávamos o terço na capela e a noite a novena festiva muito bem participada por todas as categoria que vinham homenagear, pelas famílias, pelas pastorais e pelas comunidades vizinhas. Sempre víamos no olhar de cada devoto a fé de pedir um bom inverno e agradecer pelas bênçãos recebidas.

Esse ano ficou marcado por dois fatos que chamaram muito a atenção da nossa comunidade, o primeiro é que nunca vimos antes tanta participação nas novenas, todas as noites a igreja ficava lotada, e outro fato muito triste que nos abalou é que no dia 18, na novena das comunidades, uma senhora veio a cometer o suicídio, enforcando-se, a notícia abalou a todos, mas confiantes em Deus celebramos a novena e festejamos no dia seguinte São José com a missa e 1ª Eucaristia, em seguida uma procissão já com a chuva caindo. Agradecemos a Deus por mais este ano e pedimos a proteção para todas as nossas famílias.

Festa de padroeiro

Emília Sampaio - Jatobá dos Umbelinos/Crateús

Com fé e confiança no Senhor Jesus e animados pela missão de festejar a nossa festa da comunidade a cada ano com muito fervor e alegria, no amor de Santa Vicenta Maria. Os Festejos acontecerão de 22 a 25 de maio. O tema será: "Com Santa Vicenta Maria queremos vivenciar o amor em Cristo". Recebemos todos com muita alegria.

Festa de São José sem chuvas

Lúcia Rodrigues, Luiza, Erlania, Tereza e Toinha Costa

Mais uma vez as comunidades da região de Ematuba se juntaram para preparar e assumir a festa de São José. Ao longo de um mês a imagem visitou as comunidades da região e, durante o novená-rio, visitou famílias de Ematuba. As novidades deste ano: o assumir de uma noite pela região de Oliveiras, de Tamboril e a homenagem dos vaqueiros, com uma partilha entre as famílias e uma ótima cantoria no final. Foram várias as iniciativas na parte financeira: leilão, bingo e coletas, com muitas doações de devotos e devotas.

Foi grande a participação, tudo num clima de muita alegria e paz. Todas as pessoas participantes da festa voltaram para casa na esperança de que as chuvas pudessem mudar o quadro de tristeza da região, quando as águas vão ficando escassas, faltando forragem para os animais e tudo ficando difícil para a população. Infelizmente, elas não vieram, mas é tempo de botar em prática tudo que já sabemos sobre a convivência com a seca.

No dia 23 de Março de 2012 estivemos reunidos os três bairros. Estação, Vila Saboia e Carnaúbas para fazermos, um resgate da memória da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição . Éramos um grupo de vinte e oito pessoas , algumas artigos animadores, catequis-tas, jovens e outros mais. Alguns animadores daquela época teciam comentários, como se deu os primeiros passos, para realizações de reunião, celebrações e associação de moradores. Eram feitos diversos trabalho em benefícios dos mais necessitados. Os lindos trabalhos catequéticos, com show, teatro, brincadeira, quadrilhas . O artesanato foi um marco, na Paróquia , era um grupo de trinta e oito pessoas eram elas : rendeiras, crocheteira, bordadeiras, incluindo ate algumas comidas típicas. Recebiam doação de varias cidades. E apoia de pessoas muito importantes, como Dom Fragoso, Irmã Mertys entre outro. Os cantos daquela época também muito marcantes que ao recordamos particularmente, nos emociona bastante.

As Santas Missões, também foram inesquecíveis sempre ficando um gesto concreto na comunidade como por exemplo a construção de uma casa para uma família que precisava. Foi gratifi-cante a de certa forma, uma injeção de animo para nos animadores e catequista dessa nova geração, afinal ele também tinham dificuldades naquela época mais, muita força de vontade e coragem para levarem em frente, trabalho tão bonito que certamente ficaram eternamente registrados na historia da Paróquia.

Aparecida, Ipueiras

Nossa CapaEm tempo de pouca

chuvas não podemos desani-mar. Precisa resistir, firmes como as pedras, aprendendo a viver nesta terra, das plantas e dos animais nativos que aprenderam a se encolher um pouco, nos tempos de estiagem, para logo voltar á plenitude da vida e do esplendor, com as primeiras chuvas do novo inverno, que sabemos, vai voltar a nos alegrar. Ninguém pode perder a esperança. Na galeria de fotos contemplamos os sorrisos e a luz da inteligência viva presente nos rostos das crianças, dos jovens, dos homens e mulheres do nosso sertão.

Resgate da memória

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JovensJov ens

06 R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES.Mai/Jun - 2012

Assembleia da PJR A Cruz dos Jovens

Agradecimento

Leoniza e Genezilda - Marruás

Agradecemos ao Pe. Almir pelo tempo que nos acompanhou. Foi pouco, mas valeu. Você veio trazer o apoio que estávamos precisando na hora certa. Te desejamos tudo de bom e que Deus possa sempre estar do seu lado, te ajudando e abençoando em todos os momentos de sua vida. Te amamos de coração, esperamos que você possa voltar a nossa comunidade. Estamos te esperando de braços abertos. Te agradecemos por tudo.

Terceira Cine PJ

Edivaldo Martins

A Pastoral da Juventude de Tauá planejou e realizou em 28 de abril a 3ª edição do CINE PJ. Com a finalidade de arrecadar fundos para a aquisição de materiais e a realização de algumas programa-ções vindouras, ainda em 2012. Um dos principais objetivos é trocar algumas vestes utilizadas em apresentação nas missas, bem como, participar de momento de estudo, reflexão, louvor e adoração, como é o caso do Tabunópolis (Encontro da Área Sul), Romaria da Juventude que acontecerá em Independência e outros.

O cine PJ foi realizado em 2 sessões, a primeira infantil, com um filme bíblico em desenho animado, e, a segunda, juvenil, com o filme “O 4º Rei Mago”. Na ocasião, muitas crianças e jovens poderão assistir as sessões. Mais uma vez agradecemos a todos que se empenharam na realização de mais este momento.

PJ na Missa da Ressurreição

Edivaldo Martins

A Pastoral da Juventude de Tauá preparou e assumiu a missa festiva da ressurreição de Cristo, ocorrida em 08 de abril. Com uma boa participação da população Tauaense toda a programação da missa transcorreu normalmente e foi presidida pelos Padres Denilson Furtado e Almir Camelo. Na ocasião, a PJ-Tauá realizou ao final da missa um momento de homenagem desenvolvida como despedida ao Padre Almir, que deixou a Paróquia de Tauá no dia 11 de abril. Padre Almir estava acompanhando a PJ desde antes de ordenar-se padre, ficando assim, o Padre Denilson a frente da PJ. Nós da Pastoral da Juventude queremos desejar Boa Sorte ao Padre Almir e desejar que seja muito bem recebido em Quiterianópolis, assim como, agradecer por tudo que Almir e Denilson já fizeram pela Pastoral da Juventude, bem como, toda equipe paroquial de Tauá.

Destaque-se que Padre Denilson já ficou a frente da PJ de Tauá por muitos anos e mais uma vez retorna.

Pensando no futuro

Romário, Leidiana e Cleidiana, Brilhante - Independência

O nosso grupo de jovens retoma os trabalhos em prol da arborização da comunidade. Preocupados com o ambiente, pensa-mos em uma maneira de arborizar, mas economizando água que, em nosso sertão, é um tanto escassa. Resolvemos plantar frutíferas que servem para sombra e a produção de frutas, alimentos para as famílias.

Na oportunidade, foram plantadas 226 mudas (cajueiro, mangueira, goiabeira, ateira, laranjeira, mamoeiro e outras). Nós do grupo de jovens, ficamos muito felizes por mais uma etapa cumprida.

1º Tabunópolis de 2012

Edivaldo Martins

As Pastorais da Juventude de Tauá, Parambu e Quiterianópolis já se articulam para a realização do 1º Tabunópolis de 2012 que acontece em Quiterianópolis, no mês de maio. O Tabunópolis é o encontro das paróquias da área sul. Se dando da seguinte maneira, a paróquia que recebe os jovens, administra o evento com momentos de estudo, louvor, reflexão e assuntos diversos, as demais paróquias participam de forma ativa de toda programação e acontece um encontro em cada paróquia por ano, totalizando 3 encontros anuais. Esse momento é bastante propício para a integração dos grupos, no que se refere à planejamento e realização do plano de ação das pastorais junto às paróquias.

Dia 14/04 foi realizado a 4ª Assembleia paroquial da PJR do município de Quiterianópolis. Na assembleia discutimos o tema da saúde no município, estado e país, a campanha dos agrotóxicos e Educação. A assembleia foi o dia inteiro e foi um momento de forma-ção, confraternização e reflexão sobre nossa caminhada de jovens formadores dos ideais.

Olá amigos do Roceiro, nos dias 4 a 6 de Março em nossa diocese passou a cruz da Jornada Mundial da Juventude e o Ícone de Nossa Senhora. Foi um momento de fé e aprofundamento do sentido de nossa missão de jovens. Durante esses dias os nossos jovens puderam se encontrar em gestos de fraternidade e juntos celebrar a fé em Cristo.

A recepção da cruz aconteceu na Área Sul na Paróquia de Parambu, em seguida foi para Área Centro recebida em Crateús e terminou a jornada na Área Norte na paróquia de Nova Russas. Durante esses dias as paróquias das Áreas celebravam na paróquia em que a cruz estava. Parabéns aos jovens de nossa diocese pela bonita festa. Que a cruz de Cristo seja sempre a nossa cruz.

Pela coordenação Pe. Adriano - Quiterianópolis

PJR de Quiterianopolis

Page 7: Roceiro Maio Junho de 2012

TrabalhadoresTrabalhadores

07R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES. Mai/Jun - 2012

A situação do invernoA CPT reuniu representantes de todos os municípios para fazer

um balanço da situação do inverno. A situação é preocupante em todos os municípios da região. Os dados estatísticos da Funceme, ajudam a dar uma ideia da situação, mas precisa lembrar que trata-se de médias por municípios e as chuvas desse período são concentradas em uns poucos lugares deixando muito do território em situação bem pior!

A EFA precisa de sua ajudaEstamos lançando a Campanha Amigo(a) Solidário(a) da

Escola Família Dom Fragoso de Independência, com o objetivo de mobilizar recursos para a manutenção dos jovens que estão em nossa Escola e de toda sua estrutura. Nossas necessidades são muitas e os recursos são muito poucos. Além do mais, neste ano, não temos chuvas. O açude está seco, as cisternas já recebem água trazida pelo carro pipa, a água dos poços profundos é salgada, a plantação é sustentada com muito sacrifício, os animais perdem a qualidade, emagrecendo muito. A cada mês, em dois grupos diferentes, 127 jovens passam pela Escola, além de 11 monitores (as), da Equipe de Formação e eventuais visitas. Diminuindo a possibilidade de produzir, temos que comprar mais. É claro que nada supera a força da partilha. Sempre há uma saída. A turma se empenha para fazer da melhor forma, mas não é suficiente. Nossas dívidas no comércio aumentam dia-a-dia. A Campanha Amigo (a) Solidário (a) sugere a doação de R$ 250,00 por ano, podendo ser ofertada numa das seguintes modalida-des: R$ 50,00 em cinco meses; R$ 125,00 em dois meses; R$ 250,00 em parcela única. Sua doação pode ser depositada em nome da Associação Escola Família Agrícola de Independência, Banco do Brasil, Agência 1071-5, Conta Corrente 17326-6. Solicite sua ficha cadastral por esse endereço: [email protected] ou pelo telefone (88) 9702.6677 - TIM. Fale da EFA Dom Fragoso a outras pessoas e, quem sabe, convide-as para serem amigas solidárias de nossa Escola. Não queremos acumular, mas ter o suficiente para garantir esse projeto de educação de jovens no semiárido, acreditando que "o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus não é nada".

MUNICÍPIOArarendáCrateúsIndependênciaIpaporangaIpueirasMons. TabosaNova RussasNovo OrienteParambuPorangaQuiterianópolisTamborilTauá

ABR-

50,04,87,0

19,0-

26,013,6

-11,0

-25,015,8

MAR45,0

150,057,0

111,3157,422,8

151,578,150,075,037,065,045,5

FEV57,0

111,076,2

164,7300,476,2

147,568,2

141,0175,0154,0114,0171,3

JAN64,095,862,09,0

98,640,018,0

105,0118,084,0

140,038,292,0

TOTAL166,0406,8200,0292,0575,4139,0343,0264,9309,0345,0331,0242,2324,6

AÇUDEArneiroz 2CarnaubalRealejoBarra VelhaCupimJaburuSão JoséFarias de SouzaFlor do CampoParambuColinaCarãoSucessoFavelasTriciVárzea do Boi

126,7330,2812,0446,621,52

51,413,154,57

46,002,470,79

10,512,71

21,127,67

11,63

Depois do levantamento da situação, foram recolhidas sugestões para enfrentar os maiores desafios e cada município já comunicou as datas das reuniões em que vão ser concretizadas as propostas levantadas.

Água: - Os carros pipa distribuir a água da Estação de Tratamento da Cagece; - Encher as cisternas com água própria para beber logo, antes das águas piorarem; - Maior controle sobre os carros pipa;

Poços: instalar bombas em todos os poços já cavados e lacrados, ou com bombas quebradas; - Cavar novos poços; - Controlar a utilização de herbicidas.

CONAB: - Reabrir a CONAB em Tauá; - A Conab fazer as entregas na sede de cada município, para diminuir as despesas de transporte; - Colocar a disposição dos cidadãos, em cada município, estoques de produtos alimentares para regular os preços dos alimentos básicos;

Cartão cidadão: - Ampliar o número das famílias atendidas até alcançar o 100% das famílias que estão nos critérios de cadastramen-to; - Ampliar o atendimento do programa de compra combinada da produção com repasse para as associações.

Produção nos molhados: - Intermediação pública para garantir o acesso ao plantio nos molhados dos açudes com contratos de concessão de uso, abertura de passagens, cancelas, cercas...;- Intensificação dos controles para garantir a qualidade das águas represadas.

Trabalho: - Intensificação dos projetos em parceria com as Associações para calçamentos de estradas, passagens molhadas, prédios de interesse público; - Retomada da construção de cisternas de placa; - Ampliação do Pro-Jovem rural.

Financiamentos e assistência técnica: - Subsidiar os juros nos projetos que visam a sustentação dos rebanhos; - Assistência técnica a criadores e apicultores para resistir no tempo de estiagem; - Controle das doenças que atacam os rebanhos enfraquecidos.

Mandala da EFA Dom Fragoso

Eliézio Belizário - Monitor da EFA D. Fragoso

A mandala é uma das 18 unidades produtivas da EFA Dom Fragoso. A ela, estão agregados dois pomares, com a produção de frutíferas variadas.

E por isso, chamamos este setor produtivo de Complexo Mandala. Este sistema de produção tem nos proporcionado cultivar práticas adequadas de convivência com o semiárido, junto aos/as educandos/as.

Encontra-se produzindo: cebolinha, coentro, rúcula, tomate, macaxeira e banana. Como ele é feito por etapas e compartimentos, sua principal produção, durante o mês de março, veio do pomar dos citros, onde foram colhidos: 35 kg de tangerina e 38,900 kg de limão. Além de todas essas vantagens, este setor tem nos proporcionado boa alimentação, pois toda a produção obtida é utilizada como comple-mento nas refeições da EFA.

E isso é bastante incentivador para a formação dos/as jovens, que vão se tornando mais conscientes na construção do Bem Viver.

Educação e lixo

Assentamento Bonifácio/Tauá

A Educação Para a Convivência no Semiárido é o eixo central trabalhado pela EEIF Eliseu Menezes da Costa, com 220 alunos, na comunidade do Assentamento Bonifácio. O foco do trabalho dos estudantes está voltado para o lixo, crianças e jovens abraçaram a causa com um trabalho de sensibilização na comunidade. O tema abraçado gerou uma enorme discussão. Os estudantes envolvidos no projeto foram verificar de perto o destino final dos resíduos sólidos, elaboraram um documento para o Prefeito Municipal solicitando providências.

Outro problema levantado pelos estudantes foi a perfuração de um poço nas imediações da escola para que possam dar continuidade ao Projeto Horta na Escola. Outra reivindicação é uma quadra de esportes cobertas para que a juventude possa desenvolver o esporte.

QUADRA INVERNOSA DOS 4 PRIMEIROS MESES DO ANO

QUANTIDADE DE ÁGUA ARMAZENADA ATÉ ABRILMILHÕES L

64,3134,5338,1642,8833,4144,3239,5737,3741,3328,9624,3140,0727,1070,1746,3022,40

%MUNICÍPIO

Crateús

Arneiroz

IpaporangaNova RussasNovo Oriente

ParambuQuiterianópolis

Independência

Tamboril

Tauá

Page 8: Roceiro Maio Junho de 2012

TrabalhadoresTrabalhadores

08 R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES.Mai/Jun - 2012

Entre em contato com ROCEIRO:Fone/Fax: (88) 3691.2366

[email protected]

Impressão: Gráfica Farias - Fone: 3437.1398Capa/Diagramação : Jefferson Luís e Pe. Maurizio

Impressão: Gráfica Farias - Fone: 3437.1398Capa/Diagramação : Jefferson Luís e Pe. Maurizio

Assassinatos três sem terra

CPT

A CPT denuncia o assassinato de 3 trabalhadores sem terra, que no dia 24 de março ceifou as vidas de Milton Santos Nunes, Clestina Leonor Sales Nunes, e Valdir Dias Ferreira. Não é possível que a vida humana seja desconsiderada pela voracidade do agronegócio e pelas ações de grupos armados, ligados a latifundiários. As famílias sem terra acampadas na Fazenda São José dos Cravos, estão vivenciando na carne a paixão e morte de Jesus Cristo. O sangue derramado se junta ao sangue de Jesus e de tantos outros irmãos e irmãs, martirizados por causa de conflitos agrários e dos crimes do agronegócio. O ser humano tem o direito sagrado a terra, base da vida. Não é justo que famílias fiquem acampadas sob tensão e em condições inumanas, enquanto sobra terra, nas mãos de uns poucos. Não é justo que monoculturas, como a da cana, se espalhem tomando territórios, para satisfazer as necessidades de lucro do mercado. Não é justo que a constituição que defende a função social e ambiental da terra, não seja aplicada e não se desapropriem os latifúndios.

Ocupação em CrateúsCerca de 200 famílias organizadas pelo MST e a Frente Social

Cristã ocuparam no dia 11/04 uma fazenda urbana em Crateús. A área de propriedade do fazendeiro Helder Leitão conta com três mil hectares improdutivos, não cumprindo com nenhuma função social da terra estabelecida pela Constituição Federal. Pedro Neto, da coordenação do MST afirma: “A ocupação é consequência do grande número de sem teto existente no município. Não justifica um latifúndio improdutivo do tamanho desta propriedade na região" e destaca a importância da luta conjunta entre o campo e a cidade, ao acumular forças para a luta de classes em geral.

Dia mundial da água

Tica - Altamira

A comunidade se reuniu para fazer a limpeza no prédio da Associação, caixa de água, casa de comando elétrico e uma faxina geral dentro do prédio. À tarde, aconteceu uma reunião da Associação com a participação do Banco do Nordeste com o objetivo de assinatura de convênio do aval solidário entre o Banco e Associação para desenvolver projetos Pronaf para beneficiar os agricultores familiares na linha da compra de animais, custeio agrícola, compra de ração e de convivência com o semiárido, como poço profundo, pequenos açudes, Kit de irrigação... Por conta da situação climática, os trabalhadores decidiram aguardar mais um pouco para não contrair dívidas, já que estamos vivenciando um momento de seca.

No dia 25, domingo, aconteceu a 9ª Romaria das Águas de Independência. Após uma série de atividades, ao longo da “Semana da Água”, na cidade e nas comunidades rurais, tivemos a culminância, com a Romaria. Uma ocasião para celebrar as iniciativas de convivên-cia com o semiárido; de partilhar as experiências de uso das nossas águas e reuso das águas da pia ou do banheiro (cultivo de fruteiras no quintal urbano ou rural); de refletir sobre o direito de todas as famílias ao acesso à água para o consumo humano e animal, para fazer a produção e para o tempo de escassez. Desde 2004, a CPT paroquial, buscando, sempre, somar com outras pastorais e movimentos sociais, tem conseguido sensibilizar e mobilizar, sobretudo a cidade para tal evento. Desta vez, nossa Romaria foi à comunidade de Floresta, a 20 km da cidade. O tema, em comunhão com todo semiárido nordestino: “Soberania hídrica para a soberania alimentar”. Contamos com a participação de cerca de 400 pessoas da cidade e várias comunidades do interior. Cada comunidade organizou seu transporte, além de vários outros, de famílias que aderiram à proposta. Em todo o percurso, um carro de som com músicas que nos falavam das águas, sobretudo no semiárido. O trajeto nos carros foi até o açude novo da Floresta, onde fomos acolhidos e informados do que tem significado a conquista da terra e da água para as 40 famílias que fazem parte daquele assenta-mento, há 23 anos. Tivemos uma caminhada de 2 km, debaixo de uma neblina, num tempo em que as chuvas estão escassas. Pareceu-nos um sinal de Deus. Num ambiente muito bonito e acolhedor, celebra-mos a eucaristia e, em seguida, tivemos a partilha da merenda: os líquidos que a comunidade preparou: café, leite, chás, caldo de peixe e os sólidos que todos levaram. Uma partilha muito farta, organizada em três casas da comunidade. Das 5 da manhã, horário da saída da cidade, às 9h00, sem sol e com neblina, um tempo de muita alegria e felicidade para quem foi e quem nos acolheu.

CPT Independência

Força da organizaçãoEm visita à comunidade Santa Luzia, zona rural de

Independência, podemos constatar mais uma vez a força da organização do povo. Após aproximadamente 10 (dez) anos de espera e solicitações ao poder publico e representantes do povo (prefeitos e vereadores) a disponibilização de recursos para fazer a piçarragem da estrada que liga Santa Luzia ao distrito de Iapi, que fica intrafegável no período invernoso, que embora terem prometido nunca cumpriram. A Comunidade Santa Luzia, que conta com cerca de 60 famílias, de forma organizada procuraram resolver o problema da estrada com recursos próprios, ou seja, cada membro de uma família colaborou com uma certa quantia em dinheiro inclusive os aposentados que contribuíram com R$ 100,00 cada, assim como pessoas que são filhos/as da terra e residem no sul e sudeste do país ou em outras cidades fizeram doações para a realização da obra. “conseguimos arrecadar o suficiente para pagar 40 horas de trabalho do trator que está colocando a piçarra, estamos com cerca de 10 homens e em torno de 30 famílias que estão participando diretamente do trabalho, quem não colaborou com dinheiro está colaborando com a mão de obra...” – disse o senhor José Tertuliano (Zequinha Terto) líder comunitário, que ainda frisou - “depois de iniciarmos a obra vieram alguns vereadores querendo participar do feito, mas não aceitamos pois quando os procuramos eles não nos ajudaram agora que conseguimos os recursos próprios querem aparecer, é lamentável pois já pagamos muitos impostos e sabemos que vem recursos suficientes para isso.” A comunidade Santa Luzia já referencia e destaque-se pela organização e força de vontade das famílias que fazem aquela comunidade, existem muitas outras iniciativas como: quintais produtivos, construção de cisternas de placa (através de consorcio na comunidade), criação de caprinos com a produção de queijo (leite de cabra), fabricação de redes com sacolas de plástico etc. Em pleno ano de 2012 em que as eleições se aproximam fica aí um alerta para nossa população, o povo organizado tem poder de mudar a realidade.

Oriel de Sousa e Zequinha Terto

Romaria das ÁguasRomaria das Águas

Missa no Assentamento Floresta

Page 9: Roceiro Maio Junho de 2012

CidadaniaCidadania

09R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES. Mai/Jun - 2012

Condenado o prefeito de Quiterianópolis O prefeito de Quiterianópolis foi condenado duas vezes na

mesma semana pelo Tribunal de Contas dos Municípios. Pela primeira vez Francisco Vieira Costa Filho foi condenado a devolver R$ 617.748,49 (multas e débito) em função da desaprovação, com nota de improbidade administrativa das Contas de Gestão do exercício financeiro de 2008; o dia depois foi condenado de novo em relação a prestação de Contas irregular em 2009 com nota de improbidade administrativa a devolução aos cofres do Município R$ 306.278,28 em multas e débito. As faltas graves imputadas foram o não repasse de consignações ao INSS, FMSS e BB, ausência de processos licitatórios e contratos, além da ausência de instrumento legal para a concessão de diárias e divergência no saldo financeiro. Mantidas as decisões, o prefeito já está enquadrado na Lei da Ficha Limpa e está inelegível.

Comunidade ameaçada de remoção

Socorro Pestalozzi - Fortaleza

É sempre bom receber essa partilha do "Roceiro"! Convivemos, em Fortaleza, agora já metrópole, com uma comunidade ameaçada de "remoção" o que significa despejo, desrespeito pelo direito à moradia, tendo como desculpa a Copa de 2014. A partir dos encontros da quaresma sentimos que o subsídio que tínhamos em mão não correspondia à nossa realidade. E falamos da necessidade de elaborar a nossa cartilha. Vamos tentar seguir o exemplo de vocês, e procurar iniciar com a ideia do mês de maio. Pe. Bernardo, que passa por Fortaleza esses dias, celebrou conosco o 5º domingo da Quaresma. Infelizmente não estive presente (estava em Tauá), mas, para a comunidade foi uma alegria e mais esperança. Obrigada

Um terço da população está na escolaO Ceará é o estado do Nordeste que tem a melhor colocação

no nível de instrução fundamental e médio incompleto no ano de 2010. Pela pesquisa do Ipece são 1,24 milhão de pessoas, o equivalente 17,5% da população. O Ceará passou de 11,3% da população em 2000 para 17,5% em 2010 na frequência escolar no nível médio de ensino, com um incremento de 55,1% enquanto, no mesmo período, o incremento do Nordeste foi de 44%. Outros níveis de ensino no Ceará também cresceram, como, por exemplo, a graduação, com 113,2%; a pós-graduação, com 687,1% cento e a “creche”, com variação de 41,9% em 2010 em relação a 2000. O Ceará, que tem população de 8,5 milhões de habitantes tem 2,8 milhões de pessoas frequentando algum nível de ensino; número que corresponde a 33% da população.

As cidades do Ceará não se sustentamEnquanto a Assembleia Legislativa discute a criação de novos

municípios no Ceará, um estudo realizado pela Federação das Indústrias revela que 85,5% das cidades cearenses não conseguem se sustentar com recursos próprios, dependendo diretamente das transferências realizadas pelos governos estadual e federal. A pesquisa mostra que os 54 municípios criados no Brasil nos últimos dez anos não geram sequer 20% de sua receita. Apesar desses resultados, a pressão política visando a emancipação de municípios permanece. Atualmente, o Estado tem aproximadamente 30 projetos de emancipação de distritos. Eles já foram aprovados pela Assembleia Legislativa, mas aguardam a realização dos plebiscitos para a decisão das populações.

Paralisação dos servidores municipais

Equipe da FM Independência

O Sindicato dos Servidores de Independência, desde o ano passado, garantiu o pagamento do piso salarial dos professores/as da rede pública municipal, porém está havendo grandes perdas por parte dos professores graduados. Antes do Plano de Cargos e Carreiras de 2009, a diferença salarial do nível médio para o graduado era de 20%, em 2010 caiu para 8% e em 2011, para 3%. Professores/as resolveram paralisar suas atividades, em forma de protesto, no dia 13/03. Em passeata, foram à Câmara Municipal, depois do almoço comunitário no Centro Pastoral, 300 professores dirigiram-se à Prefeitura, para uma audiência com o Prefeito Bezaliel Pedrosa, defendendo um percentual de 25% entre nível médio e graduado. O prefeito recebeu a categoria, mas simplesmente agendou a negociação para o dia 26, quando afirmou de não poder dar o aumento, que quanto ao plano de cargos e carreiras, tinha até o fim do ano para cumprir e que o pessoal entrasse na justiça para garantir os direitos negados. Ficou agendada uma segunda mesa de negociação, para o dia 11/04, já com o diagnós-tico, mostrando que há condição das reivindicações serem atendidas. Nessa data, porém, Bezaliel não compareceu e já soubemos do retorno do prefeito afastado.

O Movimento de Mulheres de Tauá nasceu no início da década de 1990, já com o objetivo de celebrar a Semana da Mulher e dar apoio às mulheres vítimas de violência. Durante todos esses anos, temos acompanhado inúmeros casos de violência doméstica, estupros, assassinatos; sendo que, em alguns casos, ajudamos através de manifestações e apoio a levar os agressores e assassinos a julgamen-to e condenação. Esse ano de 2012, em virtude do alto índice de assassinatos de mulheres em nível do estado e, principalmente, do Município de Tauá, demos prioridade, na Semana da Mulher, ao tema da "Violência contra as mulheres". Nos encontros realizados em cada bairro, participaram 210 mulheres. Não foi abordado somente o tema da violência, como também da Saúde Pública e das políticas públicas para as mulheres. Todas as mulheres que participaram das reuniões foram unânimes ao relatar que já sofreram algum tipo de violência, seja verbal (palavrões, xingamentos), psicológica, moral, patrimonial (quando o marido ou companheiro destrói objetos de casa ou pessoa-is, quando não reconhece os direitos da mulher, em caso de separa-ção...). No momento, acompanhamos o caso da professora Antonia Rosiane, desaparecida em Tauá no dia 02 de dezembro, sendo que seu corpo foi encontrado carbonizado, um mês após o desapareci-mento, no município de São Miguel do Tapuio- PI. Identificado através da arcada dentária no Instituto Medico Legal de Teresina - PI. O principal suspeito é Ismael Costa, com quem ela vivia. Durante esse período de apuração dos fatos, a cada mês, temos feito manifestações exigindo das autoridades responsáveis, imediatas providências para que prevaleça a justiça.

Chichica, Associação das Mulheres- Tauá

Semana das Mulheres em Tauá

PENTECOSTES DIA DAS CEBsVAMOS GUARDAR A

MEMÓRIA DA COMUNIDADE

Manifestação na frente do Fórum

Page 10: Roceiro Maio Junho de 2012

CF - SaúdeCF - Saúde

10 R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES.Mai/Jun - 2012

Pastoral da Saúde no Hospital

Teresa Cristina - Pastoral da Saúde - Tauá

A Pastoral da Saúde da São Camilo- Hospital Dr. Alberto F. Lima de Tauá, iniciou suas atividades no iniciou do mês de agosto, e conta hoje com uma equipe de doze voluntários para visitas semanas e participam de algumas atividades extras hospitalar. A Pastoral tem como objetivo ser uma presença Samaritana juntos aos que sofrem, cuidando levando uma palavra de conforto e esperança a todos. É uma das principais áreas de atuação dos Camilianos. Sua inserção social passa por três dimensões solidária, comunitária e política-institucional. O trabalho aos poucos esta dando passos de crescimento e algumas atividades são realizadas tais como; Celebração. Eucarística: Prestar solidariedade as comunidades em situação de vulnerabilidade; visitas aos leitos; celebração da vida através da comemoração de datas importantes na saúde e de acordo com o calendário Camiliano; encontros com voluntários. Uma das ações assumidas durante essa quaresma está sendo os encontros com os cuidadores de idosos, considerando o grande numero de pessoas idosas que passam por essa instituição está nascendo uma preocupação de se trabalhar com os cuidadores dessas pessoas no intuito de amenizar o peso do dia a dia.

Na sala de educação infantil e escola ativa trabalhamos o tema da CF: Fraternidade e a saúde pública. Falamos dos Quintais produti-vos: Apresentamos um vídeo sobre quintais produtivos e a importância de ter uma boa saúde se alimentando bem. Para encerrar, convidamos uma pessoa muito conhecida da comunidade, a dona Antonia para fazer um chá para nós e nos falar sobre a medicina alternativa com o uso dos chás. Também trabalhamos o tema obesidade, destacando a importância de se fazer exercícios como brincar, andar de bicicleta, caminhar para não adquirir o mal da obesidade. Lembramos a importância de uma boa alimentação baseada em produtos naturais que podemos plantar no quintal da nossa casa, como frutas, verduras, ervas medicinais.

Tias Isabel e Inaura - Sito Lagoa/Carrapateiras

Jovens na CF

Pastoral da Educação - Independência

No mês de março, uma equipe da Paróquia de Independência, visitou todas as oito escolas da cidade. Em grande parte, foi de sala em sala, nos três turnos, conversando com os/as estudantes sobre a Campanha da Fraternidade - Fraternidade e saúde pública. Também, com educadoras/es. Isso, depois que cada escola já tinha trabalhado a temática. No geral, foi uma oportunidade muita rica para mantermos contato com essa turma que, em grande parte, não participa das atividades da comunidade eclesial. Sentimos, na maioria, interesse na discussão, a compreensão que, de fato, temos direito à saúde e esse direito não está sendo respeitado; que a prevenção é mais importante e mais barato do que a que trata da cura. E, por isso, precisamos cobrar das autoridades, pois sabemos que há recursos, o problema é a corrupção, o desvio de verbas. Também, que muito podemos fazer para viver com saúde: garantindo uma alimentação saudável, fazendo atividades físicas, cuidando da higiene pessoal e do ambiente em que vivemos, tendo uma boa convivência com as outras pessoas - na escola, na vizinhança, cultivando a fé em Deus e participando da comunidade. Um segundo passo, este ano, será a celebração pascal, uma em cada turno para atender a todos que tiverem gosto, como também outros/as jovens e adolescentes que não estão nas escolas.

CF em Novo OrienteA CF 2012 na paróquia São Francisco observou os já tradicio-

nais princípios metodológicos ver, julgar e agir. Apresentamos os principias passos dados: Participação na formação em nível diocesa-no; Formação em nível paroquial; Planejamento das atividades: Novenas nas casas; Ofício da quaresma, às 6h da manhã; Via sacra; visita aos doentes nas residências e no hospital; vista às escolas; rearticular da Pastoral da Saúde; elaboração de um projeto para o Fundo Diocesano de Solidariedade; Cada comunidade fará sua avaliação e no dia 14/04 acontecerá a avaliação em nível paroquial.

Açude Mulungu é contaminadoJosé da Silva Souza, o Dedé, um jovem de 21 anos sofreu

acidente durante o carnaval e faleceu poucos dias depois no hospital em Fortaleza onde tinha sido transferido do Hospital de Tauá depois do acidente. O rapaz estava se recuperando bem, mas uma bactéria que se instalou em seu pulmão, causou sua morte por melioidose. Ao cair no açude, Dedé quase se afogou e a água penetrou em seu pulmão. Os exames feitos no Lacen em Fortaleza com amostras da água do açude, confirmaram as suspeitas de contaminação por várias bactérias do Açude Mulungu, situado à 3 km de Tauá, em direção de Santa Tereza. Mana da Ir. Siebra depois de 40 anos

Altina Maria Siebra P. Barreto

Não imaginam o meu contentamento sempre que recebo, hoje, via e-mail, o querido jornal, pequeno em tamanho, mas um gigante se considerarmos todo seu conteúdo. Sua leitura reanima-me, faz-me crer na possibilidade de um mundo mais justo e igualitário. Há anos acompanho todo o trabalho realizado pelas comunidades da Diocese de Crateús. Minha admiração por este pedacinho de meu Ceará teve início nos anos 1968/1969, quando fui ensinar no Colégio Regina Pacis a pedido de minha mana Ir. Siebra, bem conhecida de vocês. Nessa época, além das aulas no Colégio, engajei-me em movimentos de alfabetização de adultos e evangelização nos bairros. Conviver com D. Fragoso, com a equipe da diocese foi uma experiência enriquecedora e, portanto, inesquecível. Aprendi a olhar melhor para meu irmão, ver suas necessidades, valorizar os seus direitos e, sobretudo, tomei consciência de minha parcela de responsabilidade para tornar este mundo melhor. Devo parte de minha aprendizagem de vida e amadurecimento a esse tempo que estive entre vocês. Vim continuar meus estudos na cidade grande, casei, tive filhos e já sou avó. Daqui desta selva de cimento, onde mal conhecemos o vizinho, acompanho, com alegria profunda, o trabalho participativo das comunidades nas construções de casas e cacimbas, na preparação das roças, no plantio, na colheita, nas experiências compartilhadas de receitas para alimentação, na valorização das nossas plantas medicinais, nos estudos e vivência da Bíblia, na preparação e orienta-ção dos seus membros nos sacramentos e em todas as festas do calendário da igreja católica. Parabenizo-os por esta luta contínua e incessante em busca de um mundo mais humano, solidário e cristão. O Pai tem visto seus esforços e, creiam, serão recompensados. Vocês vivem a verdadeira Páscoa. Que bom seria se todas as dioceses tivessem esta vivência! Recebam minha admiração e abraço fraterno.

Saúde numa linguagem infantil

Crianças da Escola Antonia Maria da Conceição

Page 11: Roceiro Maio Junho de 2012

11R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES. Mai/Jun - 2012

Plantando organização e colhendo mel

Francisco - Independência

Queremos lembrar que, em abril, nossa Associação de Apicultores e apicultoras de Independência, fez um ano de fundação. No momento, fizemos uma comemoração, na sede do STTR, com vários parceiros presentes. Estamos percebendo a importância dessa atividade, pois mesmo com poucas chuvas, alguns grupos fizeram uma boa colheita de mel. Isso vem estimulando o surgimento de novos apicultores. Mateus, um garoto de Santa Cruz, fez um cordel, contando os passos que demos até agora. No final, tivemos uma bonita partilha.

As abelhas fogem As abelhas fogem O período de estiagem prolongado que está ocorrendo na

região do semiárido nordestino vem provocando o abandono de enxames dos apiários, e também da natureza, pois estes insetos possuem aguçada percepção das mudanças climáticas que ocorrem num raio de até 200 quilômetros. Como as chuvas estão ocorrendo de forma irregular em todo o estado, aquelas regiões mais favorecidas apresentam no momento um suporte alimentar mais rico para as abelhas, composto pelas espécies nativas mais resistentes à seca, tais como o velame, marmeleiro, malva branca, mufumbo, jurema, sabiá. Este fenômeno natural vem estimulando os enxames a fugirem dos seus locais de origem, devido a fome, em busca de refúgio nas regiões mais fartas em alimento como forma de sobrevivência. Em resumo, as abelhas procuram se mudar de locais mais secos para as regiões mais favoráveis em flores e água, nos períodos escassos, como forma de sobreviverem frente ao cenário de fome que se agrava a cada dia.

Como ajudar as abelhasNeste caso, os apicultores que possuem os seus apiários nas

regiões com maior florada, isto é, com oferta de alimentos, são beneficiados pois passam a capturar os enxames voadores que para lá se dirigem, em processo de abandono, elevando o índice de colmeias povoadas no seu plantel. Para reduzir o índice de perda de enxames nos apiários: 1. manter as colmeias sombreadas; 2. ofertar água próximo ao apiário, em caso de escassez; 3. inspecionar periodica-mente o apiário para controlar os inimigos naturais: - abelhas pilhado-ras (que buscam atacar as comédias para roubar alimento), isto se faz através da redução do alvado das colmeias; -formiga taioca (saraça): só atacam os enxames durante a noite e são controladas através de barreiras físicas (cal ou água colocados em volta dos suportes das colmeias). Pode também serem usadas latas de leite em pó vazias, com pequenos furos na tampa e contendo garapa de açúcar, espalha-das no apiário, funcionando como armadilhas, de modo que as formigas conseguindo entrar para recolher o alimento, ficam presas no seu interior., morrendo afagadas. - traça da cera: apesar de não causarem nenhum prejuízo direto às abelhas, quando presentes nas colmeias, denunciam o declínio populacional das famílias, advertindo o apicultor para investir nas práticas de manejo direcionadas para o aumento populacional das colmeias atacadas. 4. suprir a carência alimentar das abelhas: assim como todo animal as abelhas precisam de alimento para se manterem fortes e produtivas.

Substitutos do mel e do pólenPortanto, é necessário que os apicultores coloquem no

planejamento da sua propriedade a formação de suporte forrageiro estratégico para suas abelhas, visando atender às necessidades nutricionais destes animais nos momentos de seca, tanto quanto ao alimento energético, quanto ao protéico. Substituto do Mel (energéti-co): caldo de cana, mel de cana, xarope de açúcar, xarope de rapadura e o próprio mel da abelha (quando impróprio para o consumo humano); Substituto do Pólen (protéico): farelo de soja, milho, goma, vagem da algarroba, vagem de jatobá. Atenção: estes produtos devem ser ofertados para as abelhas na forma micronizada, isto é, em pó como a goma. Informamos que o Sebrae - Crateús vem promovendo um projeto chamado Rede Apis, que tem como objetivo promover o desenvolvimento da apicultura no território Inhamuns - Crateús, por meio de ações de capacitações e consultorias técnicas e gerenciais, contemplando os pequenos apicultores que atuam de forma associati-va. Maiores informações podem entrar em contato com o Sebrae- Crateús (88) 3691.2060 ou Paulo Airton (88) 9921.5873

"Garantir o verde às futuras gerações aqui no semiárido". Os alunos da Escola de Calumbi, próxima quarta feira, dia 11/04 planta-ram 200 mudas das espécies Ipês do Brasil com floração nas cores branco, amarelo e lilás. As famílias da comunidade e os estudantes se comprometeram a cuidar das plantinhas e, com certeza, dentro de quatro anos, a nossa comunidade irá respirar o verde além de contemplar as mais belas árvores floridas do Bioma Caatinga, graças a parceria da Estação Ecológica da Aiuaba e PARISC. Outras Escolas como as de Cachoeirinha, Santa Tereza e Inhamuns se preparam para plantar mudas em suas comunidades.

Calumbi/Tauá

Ipês branco, amarelo e lilásIpês branco, amarelo e lilás

Nas proximidades da Escola Maria do Livramento tem uma nascente que num passado recente abastecia as famílias da redonde-za também nos tempos de estiagem, porque nunca secava. Atualmente está desprezado, entupido por lixo, com as encostas desmatadas. Os alunos da Escola realizaram um mutirão e fizeram a limpeza do local. Já planejaram de plantar mudas de Ipês todo em redor. Essas crianças quiseram "chamar a atenção da sociedade e das autoridades" para a importância da preservação do olho de água de extrema importância para a cidade. O Olho d'Água é um patrimônio natural, é dever de todo cidadão zelar integrando ao Parque da Cidade essa área e os riachos que abastecem o primeiro açude da seca que alguns conhecem como "a lagoa".

Olho de águaOlho de água

Alunos da Escola de Calumbi

Alunos da Escola Maria do Livramento - Tauá

Page 12: Roceiro Maio Junho de 2012

Importância do mel como Importância do mel como produto alimentício e curativoproduto alimentício e curativo

As Páginas de Saúde são preparadas pela Ir. Ailce - TauáSaúdeSaúde

12 R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES.Mai/Jun - 2012

Estamos procurando os e-mails de animadores das CEBs e Agentes de pastoral que trabalharam na Diocese e gostariam de receber a edição eletrônica de O Roceiro.

Importância do mel como produto alimentício e curativo

Desde os tempos mais remotos se conhece o valor nutricional do mel. O homem primitivo usava o mel na conservação de carnes e frutas, como curativo e prolongador da vida. A Bíblia diz que Deus entregou ao seu povo (Ex 3,5) uma “terra onde corre leite e mel”. A sabedoria popular afirma que o mel é o melhor amigo do estômago. De fato o mel ajuda na assimilação dos alimentos, é útil em caso de prisão de ventre. Normaliza a acidez e a secreção do suco gástrico, faz passar a azia, as náuseas e as dores de pessoas que têm úlcera no tubo digestivo, pois o mel possui propriedades cicatrizantes. É um produto altamente nutritivo, rico das vitaminas A, B, C, E, K, P, de diversos sais minerais, como cálcio, sódio, potássio, ferro e de antibióticos naturais. O mel é de fácil digestão e absorção.

O uso do mel tem efeito imunológico, antibactericida, analgésico, expectorante. Não corre risco de contaminação, pois no mel não se desenvolvem bactérias ou micróbios. É eficaz contra tosse, sinusite, rouquidão, bronquite, gripes, resfriados, problemas nos rins e vias urinárias, controle da bexiga, artrite, má digestão, gastrite, úlcera, colite, prisão de ventre, cãibras, anemias e fadigas. Tem poder cicatrizante, atuando eficazmente nos ferimentos, queimaduras, furúnculos e carbúnculos. Por conter baixo índice de sacarose, não provoca cáries. Na fase de desenvol-vimento da criança, favorece a fixação de cálcio. Quanto aos adultos, o mel pode ser tomado puro pela manhã, em jejum.

Tratamento com melTratamento com melTratamento com melPara crianças: Adoçar mingaus, leite, chás, sucos...Câimbras: tomar 2 colheres (chá) a cada refeição.Controle da bexiga: para as crianças que urinam na cama: tomar 1 colher de mel ao deitar ajuda a reter o líquido do corpo durante o sono, além de atuar como calmante.Doenças de fígado: substituir o açúcar em todos os alimentos e bebidas com o mel. Auxilia na eliminação de toxinas e aumenta a resistência contra as infecções.Doenças de rins: Pode usar o mel com suco de rabanete (1 copo diário) ou, em caso de cálculos renais, com suco de limão e azeite de oliva (1 colher de sopa, 3 vezes ao dia).

Problema do aparelho digestivo: o mel diminui a acidez ajudando em caso de gastrites ou úlceras. Em caso de enterites e diarreia infecciosa, misturar bem 1 colher (sopa) de mel em 1 copo de água morna, previamente fervida. Tomar 2 horas antes e 3 horas depois do almoço.Problema do aparelho respiratório: acalma a tosse e ajuda na expectoração de secreção da faringe, traqueia e brônquios.

Alimente-se Bem

BROAS DE FUBÁ: Misturar bem 2 xícaras de fubá; 1 xícara de farinha de trigo; 4 colheres de gordura derretida ou óleo; 2 xícaras de coalhada; 1 colher de bicarbonato de sódio; 1 colher de fermento em pó; 2 ovos; 1 pitadas de sal e erva doce; 1 ½ xícara de mel. Formar as broas e assar.

CARNE DE SOJA: Colocar 2 copos de carne de soja em água quente e deixar repousar, depois espremer. Picar 1 cebola média e o alho. Fritar até dourar e refogar a carne de soja. Salgar e acrescentar cheiro verde e temperos a gosto. Querendo pode colocar ovos ou sardinhas.

SUCOS E BEBIDAS NATURAIS: Os sucos de fruta e vegetais frescos contêm vitaminas e sais minerais essenciais à saúde e à longevidade. Os sucos de frutas frescas purificam o organismo e os sucos de verduras são regeneradores e construtores.

SUCO DE BATATA DOCE: Bater no liquidificador batata-doce com leite ou água e canela. Tomar gelado.

SUCO DE CASCA E ABACAXI: Tire a casca do abacaxi, depois de lavá-la bem e ferve-la um pouco, colocá-la no liquidificador com água, mel ou rapadura ou açúcar, a gosto. Coar e servir gelada.

SUCO DE COUVE COM LIMÃO: Bater no liquidificador 3 limões com casca, bem lavados, 2 folhas de couve, bem lavadas, 1 litro de água. Coar na peneira fina, adicionar açúcar, mel ou rapadura e servir gelado. Pode-se acrescentar ou substituir o limão por caju, abacaxi ou sua casca, ou laranja.

SUCO DE MILHO VERDE: Retire os grãos das espigas cortando com uma faca; coloque os grãos no liquidificador junto com 1 litro de leite e 1/2 litro de água. Bata até ficar uma mistura homogênea; passe pela peneira e coloque numa panela. Adicione açúcar ou rapadura ou mel. Leve ao fogo baixo, sem parar de mexer, por 30 minutos ou até engrossar bem. Deixe esfriar. Bata novamente no liquidificador, junto com mais 1 litro de leite e 1/2 litro de água. Enquanto esfria, cubra com um plástico filme, rente ao suco (diretamente sobre o suco e não sobre a panela), para evitar a formação de uma nata grossa proveniente do amido do milho; caso forme, descarte-a. Sirva gelado.

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SaúdeSaúde

13R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES. Mai/Jun - 2012

Há diferentes métodos para se extrair as substâncias ativas das plantas. Troque informações com as pessoas que têm experiência: há plantas que podem ser usadas no seu todo, porém de muitas são utilizadas somente as folhas e as flores.

No preparo das tinturas, o álcool de cereais é melhor de que a água porque conserva para mais tempo e tem mais poder para extrair o princípio ativo das plantas. Porém não podem ser usadas por períodos prolongados para não causar dependência alcoólica. Deve ser usado o álcool a 70º. Caso seja usado o álcool de 96º deve-se adicionar água fervida (misture 30 ml de água em 70 ml de álcool). Nunca use álcool comum e sim de cereal ou uma bebida forte, como cachaça ou vinho branco. Para extrair das cascas todo princípio ativo, dando origem à tintura, precisa deixar as cascas no álcool por 20 ou 30 dias. Certas tinturas a base de plantas não podem ser ingeridas. Devem ser usadas externamente, como pomadas para fricção local. Use a planta conforme o tratamento e na quantidade de 200 gramas para 1 litro de álcool, se verde, e 100 gramas, se seca.

Use a tintura de acordo com a doença, levando em conta a idade da pessoa. Observe atentamente a prescrição do número de dias, os horários e as medidas. Precisa muita atenção e cuidado no preparo das tinturas, pois se está lidando com a saúde das pessoas. É importante conhecer o princípio ativo de cada planta, isso é a substância que cura e conhecer também, as contra-indicações, ou seja, o que pode fazer mal. É bom colocar rótulos nas tinturas logo após a sua distribuição nos vidros. O rótulo deve conter: nome da tintura; a erva básica utilizada; o modo de usar; a data de fabricação; o período de sua validade; orientação para que o produto seja guardado em lugar seco e escuro.

O costume popular de enterrar garrafas com plantas medicinais tem seu valor científico, pois, com a ajuda do calor natural da terra, da energia e do escuro, desperta-se melhor o princípio ativo das plantas. Deve-se evitar o uso de vários tipos de plantas numa mesma tintura.

GASTRITE- Ralar a batatinha crua, descascada e espremer num pano até obter um suco. Tomar durante 3 semanas, antes das refeições, começando com 50 ml e aumen-tando aos poucos, até chegar a 100ml, em caso de acidez estomacal, enjoo, vômitos, arrotos e úlcera.- Não tomar água durante as refeições.- Não tomar bebida alcoólica, não fumar, não comer frituras e outras gorduras.

Como preparar tinturas naturais

Tratamento Natural

ÚLCERA ESTOMACAL- Ralar uma batata-doce pequena e misturar com 1 colher de

mel. Tomar todos os dias durante 10 dias, Interromper e tomar durante mais 10 dias. Ralar uma batata inglesa, misturar com 1 colher de mel e tomar durante mais 10 dias, até ficar bom,

- Ralar uma cenoura media e misturar em um copo de água. Tomar um copo de manhã e outro à noite.

DOENÇAS DE ESTOMAGO- Fazer chá de cordão-de-são-francisco e tomar a vontade.- Ralar noz-moscada e pôr 1 colher (café) numa xícara, completar com água quente e abafar. Tomar 3 vezes por dia.- Lavar bem 8 folhas de boldo, macerar num pilãozinho e colocar numa xícara de água fria. Esperar um pouco e tomar sem açúcar.- Lavar bem e bater no liquidificador 4 folhas de couve em um copo de água e tomar de manhã, em jejum.- Comer bastante agrião em salada ou tomar o suco.

- Aquecer água com folhas de couve e eucalipto. Umedecer um pano e aplicar sobre a dor.- Fazer emplastro de fubá com gengibre e aplicar ainda quente sobre o local da dor.- Ferver raiz de melão-de-são-caetano e fazer compressas quentes sobre o local da dor.

REUMATISMO COM DEFORMAÇÕES E

INCHAÇOS- Ferver 3 a 5 colheres e folhas de abacateiro picadinha com 2 litros de água durante 3 minutos. Coar bem e tomar 3 xícaras por 30 dias seguidos.- Ferver 2 litros de água com um punhado de Artemísia e urtigas. Banhar as partes doloridas a noite, antes de deitar.

- Deixar de molho à noite, em 1 xícara de água, 1 colher de linhaça e 5 ameixas pretas sem açúcar. Tomar em jejum, diversos dias.- Tomar sucos de cenoura ou limão.- Misturar 1 colher de mel um copo de água e tomar de gole em gole.- Amassar 2 dentes de alho numa colher de azeite de oliva. Ingerir aos poucos.

PRISÃO DE VENTRE- Tomar ½ copo de água morna com 1 colher (sopa) de farelo de trigo integral. O farelo também pode ser misturado na sopa ou em outros alimentos líquido.- Tomar 1 colher (sopa) de azeite de oliva à noite, ao deitar.- Tomar 20 gotas de limão, durante 30 dias seguidos.

Mande suas perguntas e partilhe suas receitas mais gostosas, feitas com os produtos da nossa terra.

REUMATISMOQuase sempre a causa principal é a impureza do sangue que pode ser combatida com alimentação natural, água de boa qualidade, chás e tinturas.O que ajuda e como usar:- Comer salada de alface todos os dias.- Tomar suco de couve, cenoura e beterraba ou de pepino e cenoura.- Comer salada de tomate e tomar o suco.- Curtir o confrei, ou o caroço de abacate em álcool. Usar o álcool em massagens e fricções no local afetado.- Tomar chá de chapéu de couro.- Bater no liquidificador 1 maço de agriões, mel, 2 dentes de alho, 2 cebolas e suco de limão. Tomar 4 colheres ao dia.- Colocar 1 caroço de abacate maduro ralado e folhas de eucalipto em 1 litro de álcool. Deixar em infusão por3 dias e usar para massagear o local da dor.

Page 14: Roceiro Maio Junho de 2012

As Páginas de Liturgia são preparada pelo Pe. Machado - IndependênciaLitúrgiaLitúrgia

14 R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES.Mai/Jun - 2012

Não chegando a safra... o que e como celebrar?Cantamos, com o salmo 126(125): “quem vai, penando vai/ semeando a semente/ mas chegou a safra/ a

gente vem contente”. Este ano, porém, a grande maioria nem conseguiu semear, as chuvas não chegaram. A gente continua penando e se perguntando: onde buscar ânimo para celebrar? E celebrar o quê? Como? É um grito abafado que se ouve por todos os lados. Mas, há quem diga: é num tempo como este que mais precisamos da força de Deus e dos irmãos para não cair na tentação de ir embora, de desesperar...

1. Mas, “Como cantar a Deus...?” (Sl 137)Foi num contexto muito parecido com o nosso (semiárido) que

o povo hebreu experimentou Deus e entendeu a sua presença no dia a dia, na busca da vida e da liberdade. E, dai concluiu que não podia cantar a Deus em terra estranha, não dava para louvá-lo numa situação de cativeiro. Por isso mesmo, fazer a celebração e buscar a liberdade são coisas que andam juntas. Nem faz sentido ficarmos só louvando o Deus que é Liberdade permanecendo numa situação de negação da liberdade. Daí porque não podemos parar, cruzar os braços, fechar a boca, porque a safra não veio. É preciso, mais do que nunca, a gente fortalecer a convivência com o semiári-do. O que fizemos até aqui não foi suficiente. Ainda tem muita gente sem acesso à terra e à água, e, por isso, está numa situação de maior vulnerabilida-de.

2. “A dor nos ensina a gemer”

Temos muito a aprender com as crianças, mesmo recém-nascidas que, quando estão com fome, choram e não se calam se não aprece comida, mesmo que alguém tente enganá-las com uma chupeta. Também, com qualquer pessoa que sofre uma dor: ela geme, mesmo que tente dar uma de durona. Assim, deve ser com a nossa comunidade. Assim, deve acontecer em nossa liturgia, na celebração da comunidade. Ela deve ser um canto de dor, o choro do faminto e do sedento de pão e de justiça. O que não faz sentido são as pessoas ficarem isoladas, sofrendo e chorando cada qual no seu canto. Na medida em que vamos nos juntando, dando-nos as mãos, sentido a força um do outro, o ânimo começa a mudar. A gente se sente com mais força para buscar a saída. Vamos celebrar, então, a dor e o sofrimento e, sobretudo, a esperança-certeza de que o nosso Deus Javé continua conosco, na busca da libertação. Foi para isso que Jesus deu a vida por nós.

3. “Quem chora hoje, amanhã se alegrará...” Esta é a primeira parte do refrão de outra versão do Sl 126, que

completa: “quem espera em Deus nunca vai desanimar”. Não é um consolo barato, como aquele dado à criancinha, mas algo que brota da confiança em Deus que não abandona seu povo, que não nos deixa numa situação de sofrimento. Por isso, o amanhã pode ser diferente e será. Será porque continuaremos trabalhando para que os direitos do povo do semiárido sejam respeitados. Que a conquista da cisterna seja

para todas as famílias e que aprendam a usá-la bem, sem desperdício, para não faltar água no tempo de menos chuvas. Que toda família tenha acesso à terra e à água para o consumo e para a produção de alimentos. Que todas as famílias reaprendam a guardar a água não somente nos açudes, mas, também, nas barragens subterrâneas, evitando a evaporação. Que a educação, em todas as escolas, possa ser contextuali-zada, despertando os/as estudantes para a permanência no campo, mas de modo decente e feliz. Com essas e outras iniciativas, o sertão mudará. conseguiremos viver bem, com muita ou com pouca chuva.

4. Um jeito nordestino de celebrar

Celebrar bem, em nossas comuni-dades, então, não é fazê-lo de acordo com o estilo da TV ou de qualquer comunidade de outras regiões. É procurar falar com Deus do nosso jeito nordestino, a partir da nossa realidade e das nossas necessidades. É cantar a caminhada, nos tons e ritmos que são nossos. É assumir o desafio de contar com a participação de todos/as, sobretudo daquelas pessoas que não são ouvidas noutros ambientes, que não têm direito à palavra, porque não falam conforme ensina a gramática ou a teologia oficial. Por tudo isso, vamos preparar bem as nossas

celebrações: contemplando nossa realidade; falando a Deus e escutando a sua Palavra que vem iluminar nossa realidade; pergun-tando-nos o que fazer, ao longo de cada semana, para que a nossa vida seja, sempre mais, conforme a vontade do Pai.

5ª Semana Social Brasileira: A participação da sociedade no processo de democratização

Pe. Alexandre

Tema: A participação da sociedade no processo de democratização do Estado - Estado para que e para quem? A 5ª Semana Social Brasileira foi aprovada na 49ª Assembleia Geral da CNBB como “um convite à sociedade brasileira para se colocar na perspectiva do cristianismo libertário inaugurado pelo primeiro bispo destas terras latino americanas, Bartolomeu de las Casas, no Chiapas, que questionou profundamente o Estado que se pretendia implantar em nosso continente. Ele próprio afirmou, diante da rainha, que o verbo rapere (roubar) estava sendo conjugado aqui por todas as pessoas, em todos os tempos e todos os lugares. Compreendeu a dimensão social da eucaristia, que, celebrada com a apropriação das terras indígenas e de escravidão, era como sacrificar um filho diante do pai. Sendo ele um encomendeiro (proprietário de índios), libertou os índios que se encontravam sob seu domínio, suspendeu a celebração da eucaristia e se empenhou na luta pela libertação dos indígenas espoliados e escravizados. Hoje, a luta pelo Estado que queremos se inspira nos indígenas, sistematizado no ideal de uma sociedade do Bem Viver. Bem viver é sinônimo de “vida boa”, o que hoje denomi-namos de “qualidade de vida” e o Evangelho chama de “Vida em plenitude” Jo 10,10. O Seminário Regional de preparação acontecerá no dia 18/05.

Page 15: Roceiro Maio Junho de 2012

LitúrgiaLitúrgia

15R ce roo i A VOZ DAS COMUNIDADES. Mai/Jun - 2012

Nossa vida à luz do mistério pascalNossa vida à luz do mistério pascalMAIO JUNHO

ASSINATURAS: Na Diocese - R$ 7,00 pelos Correios: Brasil - R$ 15,00

Mande notícias da sua comunidade para [email protected] até o dia 15 de junho

06: Domingo da videira e dos ramos (começa a 5ª semana da Páscoa) At 9,26-31 * Sl 21(32) * Jo 15,1-8

èJesus ressuscitado se manifesta nas pessoas que se doam

- Como está a união e organização de nossa comunidade? E dela com a nossa região?

- Que frutos bons nossa comunidade tem produzido?ÜVamos combinar como será a festinha das mães, para que

seja integrada com a celebração da comunidade.

03: Domingo da Santíssima Trindade Dt 4,32-34.39-40 * Sl 32(31) * Mt 28,16-20

èA Trindade é modelo para nossa comunidade. - Como estamos descentralizando o poder, o saber e os bens,

entre nós? - Em que essa experiência nos ajuda a buscar o mesmo para a

sociedade?Ü Vamos conversar sobre a situação do nosso lugar: alimen-

tos para às famílias, água para o consumo humano e animal...; a ração para os animais, etc. A partir disso, vamos

27: Domingo de Pentecostes/ Dia das CEBs At 2,2-11 * Sl 67(68) * Jo 20,19-23

èJesus ressuscitado nos envia o seu Espírito, nosso guia e advogado.

- Quando nos sentimos guiados pelo Espírito? - Que situações difíceis enfrentamos em que sentimos o Espírito

nosso advogado?Ü Vamos combinar a preparação (ou comunicar o plano) da

Coroação de Nossa Senhora.

20: Domingo da Ascensão do Senhor (começa a 7ª semana da Páscoa) At 1,1-11 * Sl 47(48) * Mc 16,15-20

èJesus volta ao Pai, mas nos confia a continuidade dos passos

- O que precisamos dar para avançar nessa direção?- Como estamos ajudando a comunidade a conquistar o bem

viver (a vida em plenitude)?ÜVamos planejar a festa de nossa comunidade, para a

próxima missão

13: Domingo do mandamento novo/ Dia das Mães

(começa a 6ª semana da Páscoa) At 10,25-27.34-35.44-48 * Sl 98(97) * Jo 15,9-17

èJesus ressuscitado nos deixa um novo mandamento: amar como ele nos amou.

- Quais são, entre nós, as práticas concretas desse mandamen-to de Jesus?

- O que precisa mudar em nossa comunidade para que ela siga esse mandamento de Jesus?

Ü Vamos convidar algumas mães para dar um testemunho por ocasião da celebração.

07: Festa do Corpo de Cristo Ex 24,3-8 * Sl 116(115) * Mc 4,26-34

èJesus se faz comida e bebida para que ninguém sofra fome ou sede.

- Qual é a realidade das nossas famílias, no tocante ao alimento e à água?

- O que estamos fazendo ou devemos fazer para superar essa situação difícil?

Ü Vamos apresentar o resultado da nossa proposta de ação para as autoridades e combinar a entrega.

10: Domingo dos verdadeiros parentes de Jesus(começa a 10ª semana do Tempo Comum)

Gn 3,9-15 * Sl 129 (128) * Mc 3,20-35

èJesus nos lembra da condição para sermos de sua família

- O que Deus está querendo de nós, de nossa comunidade? - Avaliando a nossa comunidade, em que ela está fazendo a

vontade de Deus? Ü Como é que foi o encaminhamento do nosso documento às

autoridades? Quem vai acompanhar? Como?

17: Domingo da parábola das sementes (começa a 11ª semana do Tempo Comum)

Ez 17,22-24 * Sl 92(91) * Mc 4,26-34

èJesus é a força de Deus para guiar os pequenos - Como são tratadas as pessoas mais pobres de nossa comuni-

dade? - Como elas se sentem em nossa comunidade?Ü Vamos preparar o ambiente festivo para a próxima celebra-

ção, dia de São João; também, alguma coisa para comer, juntos.

24: Domingo do profeta João Batista/ Dia do Migrante

(começa a 12ª semana do tempo comum) Is 49,1-6 * Sl 139(138) * Lc 1,57-66.80

èJesus é anunciado e batizado por seu primo João - Por que o profeta João Batista tornou-se tão querido? - Por que muitos migrantes voltam à sua terra, por ocasião do

São João?ÜVamos realizar a festinha de São João. Podemos dramatizar

o evangelho, para torná-lo mais vivo.

Mês de Maio 2012 É um mês de oração, um mês missionário em que vamos visitar todas as

famílias da comunidade.Procure na Secretaria

de sua Paróquiao livrinho que vai ajudar a preparar melhor estes momentos de oração.

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Mai/Jun - 2012

Escola de Cidadania

Escola de Cidadania

Escola de Cidadania

1 - INTRODUÇÃO:Estamos iniciando uma bonita caminhada de estudo, de convivência, de entre ajuda, de busca por uma sociedade atuante e participativa, de

resgate aos valores e inserção na realidade. É a Escola de Cidadania, que convida você a entrar nessa ciranda e a cantar: “Por isso, vem, entra na roda com a gente, também, você é muito importante, vem”!

- O que vocês entendem por: Escola de Cidadania? (depois de escutar os seus pensamentos, podemos completar):- Escola, de fato, é um local ou um momento da vida, em que a gente aprende a ler, escrever, apreciar a realidade, a vida, aprende a

conviver, enfim, aprende a “ser gente”- Cidadania - é uma palavra de origem grega. Para esse povo, Cidade era o lugar da moradia. Cidadão era quem morava na Cidade.

Cidadania era o exercício de participação na vida social, política e econômica da Cidade. Para nós, hoje, o sentido de Cidadania é mais amplo. Consideramos Cidadão, Cidadã, quem exerce a sua cidadania, lutando por seus direitos e pela transformação da sociedade, cumprindo seus deveres em qualquer lugar, onde se encontre, seja no Campo ou na Cidade. Assim, Escola de Cidadania será para nós uma oportunidade de estudarmos, juntos, de aprendermos e ensinarmos como viver e conviver na Comunidade, no Município, no País, no Mundo. Devemos desenvolver, então, a Cultura, mobilizando a vocação de servir própria da Humanidade. Nós, Cidadãos e Cidadãs, devemos ser conscientes das nossas responsabilidades, (Direitos e Deveres) frente a tantas lutas marcadas por massacres, violências, exclusão. Há um longo caminho a percorrer: a questão indígena, a questão agrária, posse e uso da terra, a concentração da renda nacional, a desigualdade social o desemprego... Precisamos tomar posição diante desses problemas. Há uma necessidade imensa de ações consistentes e de efeitos estruturais. A Escola de Cidadania deve ajudar-nos, nesse sentido, e levar-nos a vivenciar, diante dessa realidade que nos cerca, uma atuação consciente, em defesa da vida.

2 - OBJETIVOS DA ESCOLA DE CIDADANIATudo o que fazemos na vida exige de nós a clareza do que desejamos atingir. São os nossos objetivos. É verdade que o mundo abre as

portas para quem sabe o que deseja alcançar. Por isso é importante que firmemos os objetivos dessa Escola. Vejamos se as expectativas de vocês correspondem a esta proposta, que poderemos assumir:

- Conhecer a realidade, o mundo, a partir do local, onda moramos (ver)- Ajudar as nossas Lideranças a lerem e a apreciarem a conjuntura e aprofundarem essa visão à luz da Ciência e da Fé (iluminar)- Motivar para uma ação política, coerente com a Fé, buscando melhorar as condições de vida e a transformação da Sociedade, em que

vivemos (agir)

3 - TEMAS QUE AJUDARÃO A DESENVOLVER ESSES OBJETIVOS:1 - Cidadania e nossa identidade;2 - Os projetos de sociedade/educação política permanente e campanha eleitoral;3 - O Semiárido Brasileiro;4 - Movimentos Sociais e a Relação de Gênero.

4 - ROTEIRO QUE PODEMOS SEGUIR, PARA FACILITAR O NOSSO ESTUDO:1. Preparar bem o Ambiente: (É fundamental para estimular os Participantes, organizar bem o ambiente, usar símbolos, conforme o tema).2. Acolhida criativa: (para aquecer o coração, com uma dinâmica ou canto)3. Apresentação dos Participantes: (no início ou dos Novos, quando houver)4. Apresentação do Tema de cada encontro: (Destacar bem o tema e apresentar com um refrão. É bom pedir para repeti-lo).5. Memória do encontro anterior (lembrar o que foi importante, inclusive o compromisso) 6. Estudo do tema - apresentação - (é importante utilizar, aqui, recursos, que facilitem uma boa compreensão do tema).7. Trabalho de grupo para responder às perguntas feitas e refletir

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1. Iniciaremos nosso momento de reflexão, convidando você a retomar dentro de si um tempo de resgate as suas origens, sua historia, sua família e assumir o compromisso do autoconhecimento, tornando-se sujeito da construção de sua própria identidade.

Mais afinal de contas o que é mesmo identidade?A identidade pode ser definida como sendo um conjunto de

caracteres próprios e exclusivos de uma determinada pessoa. Este conceito, entretanto, está ligado às atividades da pessoa, à sua história de vida, ao futuro, sonhos, fantasias, características de personalidade e outras características relativas ao indivíduo. A identidade permite que o indivíduo se perceba como sujeito único, tomando posse da sua realidade individual e, portanto, consciência de si mesmo. A identidade não é só o que a pessoa aparenta, ela agrupa várias ideias como a noção de permanência, de pontos que não mudam com o tempo e é definida a partir do meio que o cerca e das opções de escolhas de cada sujeito, ou seja a identidade se constrói a partir das causas e identificações que assumimos no decorrer da vida.

2. Para refletir em grupo:- Quem sou Eu?- De onde Vim?- Por que Vim?- Pessoas e Grupos com que fiz aliança- Que luzes apontam o texto do Êxodo para nossa IdentidadeApós a partilha do grupo pode-se ler o poema:

3. Texto bíblico para aprofundar: Êx. 3. 7- 15

Mai/Jun - 2012

1. Organização da produção e distribuição das riquezas Podemos falar em duas maneiras de organizar a produção e distribui-ção de riquezas numa determinada sociedade. Essas formas surgiram ao longo da história e sempre tiveram como motivação básica a necessidade de sobrevivência da espécie humana. Enquanto invenção histórica essas formas nasceram, evoluíram e se modifica-ram ao longo do tempo e cada uma reivindica para si a verdade sobre o jeito correto de tratar da economia na relação entre as pessoas.

O Capitalismo: Uma dessas formas, chamamos de capitalis-mo, que nasce no momento em que os trabalhadores se organizam em vilas, que na época chamavam-se burgos. Lá se fabricavam artefatos de couro, madeira, metal e começaram a vender esses produtos ou sua mão de obra. Daí nasceu palavras como: mercado, comércio, capital, burguesia. O mundo urbano. Desde o período do escravismo, quando surge o princípio da escassez começou a destruição ambiental que se agravou com o capitalismo, que também é chamado de liberalismo e sempre visa acumular, concentrar e lucrar, usando como meios a mão de obra barata, exploração desordenada da natureza, submissão de nações inteiras ao poderio dos países mais ricos, exaltação do mundo urbano e abandono dos pequenos agricultores; grandes áreas de terra nas mãos de latifundiários, devastação de florestas e expulsão de povos nativos para dar lugar ao agronegócio (monocultura de soja, trigo, fazenda de gado para exportação). No capitalismo quem dita as regras é o capital, o mercado, através dos empresários e banqueiros nacionais e internacionais. É a lei do Estado mínimo. O governo tem pouca força pra impedir a ganância dos poderosos.

O Socialismo: Para se colocar contra o capitalismo um grupo de intelectuais criaram o socialismo, no início do século XX. Esse sistema se desenvolveu no leste europeu. Na verdade o socialismo seria o ponto culminante da história da sociedade, onde todas as classes sociais teriam os mesmos direitos. O Evangelho já anunciava esse sonho de Deus, um mundo igualitário. O Comunismo seria um estágio (a economia estatizada, ou seja, controlada pelo Estado). Este ideal socialista sofreu abalos, mas deixou raízes profundas e hoje somos herdeiros deste sonho.

Crise do socialismo: Com a crise do socialismo, o capitalismo se impôs ao mundo sob o nome de neoliberalismo se tornando ainda

1° Encontro:

Cidadania e nossa identidade:

2° Encontro:

Os projetos de sociedade educação política permanente

e campanha eleitoral

8. Partilha dos Grupos.9. Aprofundamento do tema: (Quem estiver coordenando, poderá animar uma reflexão sobre esse resultado e concluir como achar necessário). 10. Gesto Concreto: (É importante, em cada encontro, sugerir um gesto concreto que pode ser individual ou coletivo).11. Avaliação e encaminhamentos para o próximo encontro12. Conclusão: (Canto ou Oração)Estamos disponibilizando para aprofundamento nas comunidades, bairros, grupos e movimento a proposta de quatro Encontros que irão

nos ajudar a compreender e retomar nossa caminhada ainda com mais fervor exercendo a nossa cidadania e participação na transformação de nossas vidas e realidades.

TRADUZIR-SE (Ferreira Gullar)

Uma parte de mimé todo mundo:outra parte é ninguém:fundo sem fundo.

Uma parte de mimé multidão: outra parte estranheza e solidão.

Uma parte de mimpesa, pondera:outra parte delira.

Uma parte de mimé permanente: outra partese sabe de repente.

Uma parte de mimé só vertigem:outra parte, linguagem.Traduzir-se uma partena outra parte- que é uma questãode vida ou morte -será arte?

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1. O planeta Terra é imenso. Está dividido em 5 continentes: Ásia, África, Europa, Oceania, America; há em muitos países divididos em estados. Vivemos no continente americano; no país Brasil, que é dividido em regiões. A nossa região é a nordeste e o nosso Estado é o Ceará. Cada região do mundo possui um tipo próprio de clima, de solo, de animais, de vegetais... e diferentes tipos de gente, culturas e costumes. O mundo é uma beleza! E em nosso nordeste podemos dividi-lo em quatro climas:

- O solo do Litoral- (zona da mata atlântica) tem muita umidade faz calor moderado;

- O solo do agreste- é terra de transição entre o litoral e o sertão (Lugares bem secos e outros bem úmidos)

- O solo das serras- (aqui no Ceará) tem terra mais fofa e mais funda, mais úmida e mais frio;

- O solo do sertão- é mais pedregoso e mais raso. A água seca com rapidez; faz muito calor, chove 2 a 4 meses ao ano e cai de forma irregular;

Outra palavra sinônima do sertão é semiárido. Semi quer dizer quase ou meio, e Árido igual a seco. Semiárido é a região meio seca, não chega a ser deserto, embora possa virar se não tomarmos medidas urgentes de preservação e conservação do solo e da água; o semiárido guarda muita vida, muita riqueza é aqui onde sonhamos viver feliz com nossa família. A região semiárida do Brasil não abrange todo o Nordeste, pega um pedacinho de Minas Gerais, passando pela Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e parte do Maranhão. Ocupa 800 mil quilômetros quadrados ou 58% do território do nordeste.

Estrutura do solo: O solo não é feito só de terra é formado de duas partes: uma cheia e outra oca. Um torrão de terra boa é assim:

- A parte cheia é formada pelos minerais (areia, barro, cascalho e matéria orgânica) que é tudo o que já teve vida.

- As partes ocas são os poros, os buraquinhos, metade de um solo bom é oco. É nos poros onde fica a água e o ar que a planta precisa. Quando não tem matéria orgânica, a terra perde os poros, então fica dura e seca, o ar e a água não consegue mais entrar, “vira terra cansada”

- Tipos de Solo no Sertão: (Arenoso, pedregoso, tem massapé, não deixa água penetrar, não deixa as plantas criarem raízes profundas)

As raízes encontram logo após a camada fofa, a rocha dura, impermeável, parece vidro. O solo resseca rápido, as plantas da caatinga perdem mais cedo as folhas, entrando no estado de descanso é a hibernação da seca.

Uma curiosidade importante: Quando vemos as plantas do Sertão sem folhas pensamos que estão mortas, mais é o jeito que elas “descobriram” para sobreviver. As folhas retiram do caule, que por sua vez retira da terra a água para matar a sede, daí ficam verdes. Como a terra está sem água, as plantas “perdem” as folhas para economizar água e reservam nas raízes somente o necessário para manter a seiva viva. Quando chove tudo fica verdinho rapidamente. Por isso os cactos (mandacaru, xique- xique, palma) e também a oiticica, o juazeiro ficam

mais selvagem e devastador. Globalização é o nome atual do capitalis-mo neoliberal, que entre outras facetas tem quatro pilares de sustenta-ção: a técnica, a ciência, a indústria e o lucro. A globalização mudou a relação entre as pessoas, porque dá prioridade à relação das pessoas com as coisas e subordina o resto. Mudou a relação com Deus. Agora é um Deus individual, Deus-mercadoria em detrimento do Deus dos pobres, da vida, da comunidade!

Os dois maiores problemas do mundo, hoje: O estresse do planeta: a terra não suporta mais tanta pressão,

poluição. Basta acompanhar a quantidade de catástrofes ecológicas que estão acontecendo.

A desigualdade no consumo: dois quintos da população não têm acesso ao mundo da globalização, estão abaixo do piso mínimo. Um quinto da humanidade consome nove vezes acima do teto do nível de sustentabilidade do planeta. Somos hoje mais de seis bilhões de habitantes. Se todos quisermos viver um nível como os EUA precisa-ríamos mais três planetas como o nosso. Daí é insustentável o modo de vida e de consumo dos países ricos. O Brasil e o sertão entraram nessa onda de consumismo!

Educação política permanente e Campanha EleitoralÉ preciso identificar os problemas concretos da comunidade e

lutar por soluções comuns, que possam melhorar a qualidade de vida de todos, bem como reivindicar ao poder público tudo que não podemos fazer somente com nossos esforços. É necessário fazermos a educação política todos os dias através da participação e da conscientização. Devemos participar das lutas e manifestações organizadas e também das campanhas eleitorais para renovar e transformar o poder. Contudo o momento eleitoral não é o determinan-te, mas a sadia expressão de nosso engajamento diário por igualdade e justiça. A política diária em favor do bem é como a correta circulação do sangue que purifica a vida a cada instante.

- Você notou algumas mudanças no jeito de produzir e consumir em sua família e na comunidade nos últimos anos? Quais? Por quê?

- Existem trabalhos ou atividades comuns em sua comunida-de? Quais? O que chama a atenção nesses trabalhos?

- Como diferenciar no dia-a-dia a educação política e a campanha eleitoral?

- Como podemos reforçar cada vez mais o trabalho pelo bem comum, pela partilha e bem viver em nossa comunidade?

3. Textos bíblicos para aprofundar - Isaías 65,17-24; Mateus 20,1-16.

2. Para refletir em grupo:

O semiarido brasileiro

3° Encontro:

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* Este Encarte foi preparado por Adriano da Cáritas Diocesana, Rogério, Pe Géu e Irmã SiebraMai/Jun - 2012

verdes todo o tempo, porque reservam muita água dentro de si. É a sabedoria escondida na natureza. Por outro lado, a criação de cabras e ovelhas que se baseia na vegetação nativa é uma boa saída para garantir a sobrevivência das famílias do Sertão.

Água no semiárido: Nosso planeta é formado por dois terço de água e um terço de terra. Por isso é chamado de planeta água. Dessa água 97,5% é salgada e 2,5% é doce e grande parte da água doce é gelo, fica acumulado nas geleiras dos polo Norte e Sul. Somente 0,63% de água doce está disponível para o consumo humano, é aquela que vem das chuvas.

Porque Chove mais no Litoral do que no Sertão? A Causa é esta: os ventos trazem o ar úmido do mar para a terra firme. Daí no litoral chove logo por causa da mudança de temperatura que fica mais fria. O ar não conseguem mais carregar tanta umidade e por isso chove. O mesmo acontece quando os ventos empurram o ar para a zona da mata e para cima das montanhas. Quando os ventos levam esse ar para o sertão, ele esta com pouca umidade, já é um vento seco. Assim no Sertão chove menos do que em outras partes do Brasil e do Nordeste. Em nossa região as chuvas caem entre os meses de fevereiro a maio. Tem uma precipitação de 700 milímetros a um metro por ano. Este volume de água não é pouco. Acontece que a forma irregular como a chuva cai, ou seja não se sabe ao certo a quantidade, nem o tempo certo, nem a distancia entre uma chuva e outra. Por isso os agricultores plantam na esperança de ter boa colheita, o que nem sempre acontece.

Importante: E ainda tem gente que diz que no Nordeste não chove. Devemos achar um jeito como segurar essa água para a roça, para os animais e para a casa.

- O que estamos descobrindo com esse nosso encontro sobre semiárido?

- O que já sabíamos e queremos partilhar?- Que iluminação está palavra de Deus nos traz?- Que compromisso podemos assumir para melhorar nosso

jeito de viver no semiárido?3. Texto bíblico para aprofundar: Gn 1,9-13

2. Para refletir em grupo:

1. Certamente você vem acompanhado com muito carinho os temas trabalhados neste encarte, queremos agora lhe fazer um convite creio que você vai gosta de fazer. Vamos olhar para a nossa comunidade, e fazer uma reflexão sobre o nosso lugar, mas, desta vez olhando para a participação das pessoas nos diversos serviços existente em nosso lugar. Para tão missão creio que é necessário saber o numero de famílias que moram em nossas comunidades, quantas crianças/adolescente, jovens/ adulto e pessoas idosas, mas também quantos homens e quantas mulheres. Com esses dados em mão vamos olhar como é a participação das mulheres na vida da Comunidade? Associação, Delegacia Sindical? E outros Movimentos? Certamente você ficou surpreso ao identificar o quanto é grande a atuação das mulheres nas comunidades. Todos sabemos que em nível do Ceará, do Brasil e de mundo inteiro, não é diferente: as mulheres tem um papel determinante!

História dos movimentos sociais do campo e o movimento de mulheres camponesas

O tempo da transição: Brasil, final da década de 70 e início de 80, período de transição do regime militar e ditatorial para o civil e democrático. É o momento de efervescência dos movimentos sociais. Na cidade e no campo é época de reflexão crítica a cerca da realidade do país, de mobilização e participação popular para a defesa da liberdade política e para conquista de novos direitos sociais. A Igreja, através de sua linha mais crítica, baseada na Teologia da Libertação que se difundia rapidamente por toda América Latina, colabora para esta mobilização através das CEBs. Surgem, além de vários movimen-tos sociais, também novos partidos de esquerda, dentre os quais o Partido dos Trabalhadores - PT.

A crise financeira e fiscal: No entanto, não é somente no contexto de conquistas sociais, de participação e mobilização popular que se está envolto. A realidade que se coloca é também de uma assoladora crise financeira e fiscal em todo país e continente. No campo, acrescenta-se ainda o contexto de concentração de terras, de políticas de defesa dos latifúndios, do capital internacional e das agroindústrias, além de um contexto de assustador empobrecimento do trabalhador rural, o que ocasiona um movimento de migração para as cidades, nunca observado antes em tamanha proporção. Experimenta-se assim, nesta década e nas que se seguiram, o acirramento da questão social no campo e, em consequência, o aumento do êxodo rural e o inchaço das periferias dos centros urbanos. Agora, nas falações dos técnicos do governo, a palavra chave é mais produtividade. De novo, só os grandes proprietários são privilegiados. As culturas de exportação têm todas as prioridades. A terra valoriza mais ainda e ao agricultor sem posses resta amargar a cidade grande. Entre os anos 70 e 80 mais de 16 milhões de pessoas saíram do campo.

A resistência camponesa: Mas este também é o período de resistência camponesa. Assim como aconteceu na época de Canudos (BA), do Caldeirão (CE) e do Contestado (SC e PR), grupos de camponeses começam a se organizar e se mobilizar na luta por terra e por direitos sociais. Iniciam-se as ocupações de terra, que posterior-mente levam ao surgimento do MST Os camponeses e as campone-sas começam a se descobrir e se colocar no cenário político brasileiro como sujeitos, construindo, ou retomando a partir de então, a constru-ção de uma identidade camponesa coletiva de luta social, política, econômica e ideológica contra o capital.

As Mulheres camponesas: Do mesmo jeito as mulheres, também começam a participar das mobilizações sociais e a reivindicar seus direitos de igualdade em relação aos homens e de participação política. Nas reuniões, as mulheres falavam sobre a terra, a política agrícola, o reconhecimento dos direitos da mulher. Pela primeira vez a mulher participava de forma organizada e tinha como objetivos, a sindicalização e o reconhecimento da profissão. Em maio de 1983, 28 mulheres se reuniram em Itaberaba e fundaram o primeiro núcleo do Movimento de Mulheres Agricultoras. Discutem questões como aposentadoria, saúde e política agrícola, educação, reforma agrária, falta de terra e discriminação. Enfim, sua identidade renovada pela vivência na militância engajada na luta pelo acesso aos direitos, pela valorização da mulher e do homem camponeses, pela igualdade social e pela transformação da sociedade, valorizando a cultura e o trabalho do campo e colocando para a sociedade a urgência em discuti-lo e reconhecê-lo.

2. Para refletir em grupo:- Quais são os principais movimentos sociais que atuam em

nossa região?- Qual a contribuição das mulheres nos movimentos sociais,

nas CEBs, nas lutas? Ainda há discriminação?- Quais as conquistas mais importantes dos movimentos?- O que estamos descobrindo com esse nosso encontro sobre

semiárido?3. Texto bíblico para aprofundar: Gn 2,18-23

Movimentos sociais e relação de gênero

4° Encontro:

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