rl.art.br · web viewuniversidad privada del este. facultad de ciencias de la educaciÓn. maestrÍa...

185
UNIVERSIDAD PRIVADA DEL ESTE FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN MAESTRÍA EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO: O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO COM ALUNOS DO 6º AO 9º ANO- SÉRIES FINAIS DE TRES ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE NHAMUNDA Lia Costa do Nascimento

Upload: trinhminh

Post on 13-Apr-2018

216 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDAD PRIVADA DEL ESTEFACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN

MAESTRÍA EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN

TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO: O USO DAS NOVAS

TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO COM

ALUNOS DO 6º AO 9º ANO- SÉRIES FINAIS DE TRES

ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE NHAMUNDA

Lia Costa do Nascimento

PRESIDENTE FRANCO – PARAGUAY

2017

UNIVERSIDAD PRIVADA DEL ESTEFACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN

MAESTRÍA EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN

TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO: O USO DAS NOVAS

TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO COM

ALUNOS DO 6º AO 9º ANO- SÉRIES FINAIS DE TRES

ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE NHAMUNDA

Lia Costa do Nascimento

Trabalho apresentado à Universidad Privada Del Este – UPE, no curso de mestrado em Ciencias da Educação, como requisito de avaliação parcial para

obtenção do título de Mestra.

Orientador: M.Sc. Jhoel David Esquivel Vera

Aprovada por:

Prof. Mg. Felisa Idolina V. Rodríguez Vda. de Medina ________________________Presidente

Prof. Dr. Cecilio Arnaldo Rivas Ayala ________________________Secretário

Dr. Ramón Alberto Daniel Medina Rodríguez ________________________Membro avaliador interno

Nota: _____ ( ____________ )

ii

Nº Letras

Data: _____ /_____ /_____DEDICATÓRIA

Ao meu Deus (pai amável), à meus filhos (meus

amores), ao meu pai Vicente Barbosa do

Nascimento (meu incentivador, in memorian) e à

minha mãe Maria Nizete Costa do Nascimento.

(minha educadora amável e incansável, in

memorian). A todos vocês, meus amores, dedico

este trabalho!

iii

AGRADECIMENTOS

Agradecimento maior ao meu Deus, aos meus filhos Damark Costa do

Nascimento, Maria de Nazaré Nascimento Pontes, Luciano Nascimento Pontes,

Janderson Nascimento Pontes, Heider Nascimento Pontes, parceiros, pelo

incondicional apoio, aos meus colegas de curso que me ajudaram nos momentos

mais difíceis nesta caminhada, A meus irmãos e irmãs aqui representados por ela

Libia Maria Nascimento Saraiva. Esta dissertação foi construída a partir do

sacrifício e da tomada de tempo que, por vezes, seria dedicado a vocês. Esta

dissertação, portanto, é nossa.

Chega-se a um importante momento: o de agradecer a profissionais

destacados que sempre foram amigos, professores e pontos constantes de apoio

nesta caminhada, a Universidad Privada del Este e a seus diretores, por seu apoio

permanente a nossa formação continua por vezes nebulosa, já que para se achar a

iluminação em uma dissertação de mestrado necessário é caminhar bastante até se

ver a luz no fim do túnel depois de muito trabalhar, ao amigo professor e Profº.

Dr Ramiro Thamay Yamane por sua ajuda incondicional nesta caminhada e ao

meu orientador Profº MSc. Jhoel David Esquivel Vera.

iv

DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE

E RESPONSABILIDADE

Eu, Lia Costa do Nascimento, de nacionalidade brasileira, respondo que os

resultados da pesquisa que eu apresento no relatório final, antes de obter o título

de Mestre em investigação científica, são absolutamente originais autênticos e

pessoais.

Como tal, declaro que o conteúdo, conclusões e efeitos jurídicos e

acadêmicos que emergem do trabalho da pesquisa proposta e após a apressentação

deste documento será de minha exclusiva responsabilidade jurídica e acadêmica.

Lia Costa do Nascimento

R.G. Nº 07364181-0

v

ÍNDICEPortada iFolha de aprovação iiDedicatória IIIAgradecimentos IVLista de abreviaturas, siglas, VIIISímbolos e sinais VIIIResumo IX Abstract XCAPÍTULO I IntroducciónIntrodução 1Perguntas 6Central 6Específicas 6OBJETIVOS 7Geral 7Específicos 7Hipótese 7ANTECEDENTES 11CAPÍTULO II 1REFERENCIAL TEÓRICO 1UNIDADE I 13FORMANDO DOCENTES PARA UM MUNDO DIGITAL 13Assumindo um compromisso pedagógico com a utilização da tecnologia 23PRÁTICAS PEDAGOGICAS DOS EDUCADORES DE NHAMUNDÁ AMAZONAS 33UNIDADE II 35NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA 35Usando o computador como ferramenta de ensino 37Currículo escolar / computador 42Contribuições das novas tecnologias em sala de aula 43Uso dos computadores pelas crianças e seus beneficios 44COMPUTADORES EM SALA DE AULA 45A INTERNET NA ESCOLA 47ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO 48Laboratório 48Conexão com a Internet 48e) Equipe de Suporte 49CAPÍTULO III 16METODOLOGIA 16Enfoques 50Nivel de investigação 50Campo de ação 51Público alvo 51Amostras 51CAPÍTULO IV 52APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS PARA DISCUSSÃO 52

vi

ESCOLA (A) AM 52ESCOLA (B) GM 53ESCOLA ( C ) ENERY 54- Qual a justificativa para gostar de Informática? 61- O uso do computador realmente contribui para o aprendizado? 62NOSSA PESQUISA EM AÇÃO NAS TRÊS ESCOLAS SELECIONADAS 62A tabela 1 representam a escola (A) com 235 alunos. 63A tabela 2 representa a escola B com 478 alunos. 64A tabela 3 representa a escola C 375 alunos. 64Tabela 4, representa as escolas A, B, e C – As atividades que os alunos não gostavam de fazer no computador 64A Tabela 5- Representa as respostas das escolas A, B e C; respectivamente. 65O uso de software na escola 68CAPÍTULO V 52CONCLUSÕES E PROPOSTAS 52CONCLUSÃO 73REFLEXÃO PESSOAL 75REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 77ANEXOS 1223. VOCÊ TEM UTILIZADO ESSA TECNOLOGIA PARA MINISTRAR SUAS ATIVIDADES ACADÊMICAS? SIM ( ) NÃO ( ) 14EM CASO DE RESPOSTA NEGATIVA, INDIQUE O MOTIVO ASSINALANDO UMA DAS HIPÓTESES: 1429. CONSIDERA AS CONDIÇÕES DE TRABALHO, SALARIAIS, AMBIENTE ENTRE COLEGAS, CLASSE DE AULA, COMO FATORES MOTIVACIONAIS PARA REALIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS? SIM ( ) NÃO ( ) 1530. COMO CONSIDERA A MOTIVAÇÃO DOS DOCENTES DA SUA REPARTIÇÃO FACE A AO USO DE NOVAS TECNOLOGIAS? 15Alunos e professores do turno vespertino no auditório da Escola Estadual Professor Gilberto Mestrinho 20RELAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DENHAMUNDÁ/AM 24

vii

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS,

SÍMBOLOS E SINAIS

(TIC) Tecnologias de Informação e Comunicação.

(ZDP) Zona de desenvolvimento proximal

(TDIC) Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação

(PCNs e PCNEM) Parâmetros Curriculares Nacionais

(UEA) Universidade do Estado do Amazonas

(EDUCOM) Educação com Computador

(PROINFO) Programa Nacional de Informática na Educação

(EaD) Educação a Distância

viii

RESUMO

As mudanças provocadas com o advento da tecnologia trazem a tona

questionamentos em relação à postura de qualquer profissional e, sobretudo, do

profissional da educação diante do seu compromisso frente a seus aprendizes e da

sociedade a qual ele pertence, onde não basta conhecer, mas necessita-se

diversificar a forma de trabalho e as propostas pedagógicas, que hoje têm ligação

direta com o processo tecnológico emergente. Neste sentido, a pretensão deste

trabalho é a de investigar e buscar caminhos que transformem a maneira de se

apresentar os conteúdos, ligando-os com o computador, buscando diversidade e

inovações na sala de aula, promovidas com o uso da tecnologia. Esta iniciativa

parte da constatação de que a realidade de grande parte das escolas hoje consiste

na subutilização dos laboratórios de informática no desempenho das atividades

docentes, com elevada taxa de ociosidade dos computadores. O trabalho conjunto

de desenvolvimento de atividades baseadas principalmente em softwares, somado

ao contínuo acompanhamento e observação das atividades em sala de aula

possibilitaram não apenas verificar a efetividade de propostas baseadas na

capacidade intrínseca de manipulação de dados e informações e sua representação

gráfica e apresentação, oferecidas pelo computador, mas principalmente pela

oferta, ao aluno, de um novo ambiente de aprendizado, marcado principalmente

pela interatividade e pela atratividade, e que, ao mesmo tempo, atua no sentido de

preparar o futuro cidadão a gerenciar uma tecnologia que encontra-se no cerne de

toda a atividade promovida pelas sociedades contemporâneas. Entre as

constatações amplamente vantajosas de uma prática metodológica e mesmo

pedagógica calcada nos laboratórios de informática, uma importante percepção

que se extraiu foi a da grande necessidade de estabelecimento prévio de objetivos

e de estratégias de realização destes objetivos, sob risco de desperdício e de

ineficácia de todo um processo de preparação e pesquisa realizado pelo professor.

Palavras chave: Computador, Tecnologia, Conhecimento.

ix

ABSTRACT

The changes provoked with the coming of the technology bring the surface

questions in relation to the posture of any professional and, above all, of the

professional of the education before it is commitment front their learning and of

the society which he belongs, where it is not enough to know, but it is needed to

diversify the work form and the pedagogic proposals, that today have direct

connection with the emerging technological process. In this sense, the pretension

of this work is the one of to investigate and to look for roads to transform the way

to present the contents, tying them with the computer, looking for diversity and

innovations in the classroom, promoted with the use of the technology. This

initiative breaks of the verification that the reality of great part of the schools

today consists of the sub-use of the computer science laboratories in the acting of

the educational activities, with high tax of idleness of the computers. The united

work of development of activities based mainly on software’s, added to the

continuous attendance and observation of the activities in classroom just made

possible not to verify the effectiveness of proposals based in the intrinsic capacity

of manipulation of data and information and it graphic representation and

presentation, offered by the computer, but mainly for the offer, to the student, of a

new learning atmosphere, marked mainly by the interactivity and for the

attractiveness, and that, at the same time, it acts in the sense of preparing the

future citizen to manage a technology that is in the core of all the activity

promoted by the contemporary societies. Among the verifications thoroughly

advantageous of a methodological and same practice pedagogic stepped on at the

computer science laboratories, an important perception that it extracted was the

one of the great need of previous establishment of objectives and of strategies of

accomplishment of these objectives, under waste risk and of inefficacy of whole a

preparation process and research accomplished by the teacher.

Keywords: Computers, Technology, Knowledge.

x

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

O objetivo principal nesta pesquisa visa analisar que tipo de modificação

está acontecendo no processo de trabalho docente com a implantação de novas

tecnologias educacionais, bem como novas posturas do profissional perante tais

inovações. É de nosso interesse averiguar até que ponto as novas  tecnologias têm

contribuído para o ensino aprendizagem, e também fazermos um estudo

minucioso nas 03  escolas selecionadas do município de Nhamundá no Estado do

Amazonas, com  a finalidade  de contribuirmos com os gestores, coordenadores,

professores,  alunos; quanto à  importância do uso das  novas tecnologias no

processo da produção do conhecimento.

No Município de Nhamundá há 85 escolas sendo sua maioria no interior,

as escolas situadas na zona rural mais de 90% não possuem aparato tecnológico e

nem internet e por esses e outros motivos, resolvemos concentrar nossa pesquisa

tomando como amostra apenas 03 escolas da sede do Município; isso devido as

grandes dificuldades, que teríamos para a locomoção, pois essas escolas

encontram-se a longas distancias; onde seu acesso depende de recursos e como

estamos desenvolvendo uma pesquisa com recursos próprios, decidimos

concentrar nossa pesquisa na sede do Município.

Queremos deixar claro que na realidade gostaríamos de poder visitar um

número maior dessas unidades escolares, para termos uma ideia melhor do

problema proposto em nossa pesquisa, queremos deixar claro que como

pesquisadores fizemos uma cuidadosa investigação do fenômeno nas três

escolas por nós pesquisadas.

Com esses parâmetros em mãos e visando a obtenção dos dados

necessários, na elaboração desta pesquisa cientifica, visitamos estas escolas e

entrevistamos os gestores, coordenadores, professores e alunos; visando averiguar

que tipo de transformação está acontecendo no trabalho docente. Isso é sem

duvida fundamental para uma análise das possíveis implicações na categoria

docente decorrente das novas tecnologias.

Em nível local, questiona-se: os professores das escolas pesquisadas

utilizam os recursos computacionais aplicados ao ensino? Os laboratórios de

1

informática são utilizados de maneira adequada, isto para uso pedagógico e com

objetivos pré-estabelecidos pelos professores?

Com este intuito foi por nós sugeridas algumas hipóteses que ao longo

desta pesquisa serão de grande valia em nossas analises e conclusões.

- Uma das hipóteses abordada neste trabalho é de que o computador aguça

a curiosidade dos alunos. Segundo o teórico Nilbo Ribeiro Nogueira, é

incontestável o fascínio que o computador provoca nos alunos, independente de

suas idades.

- As aulas no laboratório de informática são as mais esperadas pelos

alunos?

-Percebe-se como é grande a expectativa para se sentarem em frente de um

Computador?

-As atividades são realizadas com mais entusiasmo e satisfação?

-A participação de professores em um grupo de estudos em informática

aplicada ao ensino poderá viabilizar a utilização de alguns ambientes

computacionais em conexão com os conteúdos que estão sendo trabalhados em

sala de aula.

- Essa capacitação em grupo de estudos e o assessoramento nas atividades

Iniciais com alunos nas escolas viabilizarão e tornará mais frequente a utilização

dos laboratórios de informática nas escolas da rede pública.

- O uso dos softwares realmente contribui para o aprendizado?

- O uso das novas tecnologias possibilita o desenvolvimento de atividades

de maneira construtiva e permitem que o aluno interaja com o conteúdo

ministrado. O aluno deixa de ser assistente (passivo) para assumir o papel de

construtor do seu conhecimento.

O computador aguça a curiosidade dos alunos? É incontestável o fascínio

que o computador provoca nos alunos, independente de suas idades segundo

(Nogueira, 2002).1

É notável como os alunos se sentem importantes e aos poucos se tornam

autônomos no uso da máquina, mesmo os que não sabem utilizar o computador.

1 NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos Projetos: uma jornada interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das múltiplas inteligências. 3 ed. São Paulo:2002.

2

São poucos os que não se aventuram a descobrir como funciona, vão clicando e

abrindo janelas aleatoriamente, descobrindo uma infinidade de coisas.

O que os alunos dizem a respeito do uso do computador e sobre a pesquisa

na Internet “Gosto de escrever e desenhar no computador porque desenvolve a

leitura a inteligência a pintura e outras coisas” (Grupo - As curiosas).

“O computador desenvolve minhas habilidades e inteligência. É tudo que

eu preciso”.

“Quando estou usando o computador eu me sinto uma ótima pessoa como

se eu soubesse tudo sobre computador”.

O uso do computador requer certas ações que são bastante efetivas no

processo de construção do conhecimento. Quando o aprendiz está interagindo com

o computador ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu

desenvolvimento mental conforme (Valente, 1998). 2

Nesta pesquisa procuraremos identificar e descrever os fatores motivações

do corpo docente e discentes e gestores quanto ao uso de novas tecnologias

(computadores e outros). No processo de construção do conhecimento.

- Discutir as possibilidades das Tecnologias de Informação e Comunicação

como estratégia inovadora e suas contribuições para as soluções de problemas que

afetam a Educação, buscando soluções que contribuam para o pleno

desenvolvimento da educação;

- Explorar práticas pedagógicas em diversas disciplinas com o auxílio de

ambientes computacionais;

- Discutir com gestores, coordenadores, professores e alunos como

implementar alternativas de utilização dos recursos computacionais pode

contribuir na melhoria da prática docente e discente.

No desenvolvimento desta pesquisa apresentamos as etapas: o capitulo I

refere-se à introdução onde aborda conceitos de contextualização do tema em

discussão, procurando apresentar elementos e aspectos que possam traçar um

panorama da questão do conhecimento nas sociedades e na escola. O capitulo II

analisamos: A formação do professor para o uso das novas tecnologias; No

capitulo III veremos: Práticas Pedagógicas dos educadores de Nhamundá

2 VALENTE, José Armando. Organizador: Computadores e Conhecimento –Repensando a Educação 2ª ed. São Paulo. UNICAMP/NIED. 1998.

3

Amazonas; no capitulo IV enfocamos: Novas tecnologias em sala de aula. No

capitulo V analisaremos os novos espaços de atuação do educador com as novas

tecnologias; em seguida checaremos os resultados. Na sequência veremos as

considerações finais; em seguida o leitor poderá encontrar a conclusão da pesquisa

e por fins as referencias e os anexos onde se pode checar muitos dados

importantes da pesquisa.

O simples uso de computadores não garante nenhum avanço. É preciso

que professores e alunos cumpram seus papéis para que o processo seja válido.

Esses papéis precisam ser definidos, pois diferem totalmente dos papéis já

estabelecidos pela escola que não utiliza uma metodologia de uso da tecnologia. O

professor passa de informador/emissor de conhecimento para facilitador da

aprendizagem. O aluno, por sua vez, passa de ouvinte/receptor para

corresponsável pelo seu aprendizado.

4

LEVANTAMENTO DO PROBLEMA

Vivemos em um mundo globalizado, onde as mudanças ocorrem a cada

minuto e percebemos como professores que o setor educacional em sua maioria

continua a usar métodos ultrapassados.

O simples uso de computadores não garante nenhum avanço. É preciso que

professores e alunos cumpram seus papéis para que o processo seja válido. Esses

papéis precisam ser definidos, pois diferem totalmente dos papéis já estabelecidos

pela escola que não utiliza uma metodologia de uso da tecnologia. O professor

passa de informador/emissor de conhecimento para facilitador da aprendizagem.

O aluno, por sua vez, passa de ouvinte/receptor para corresponsável pelo seu

aprendizado.

"A educação faz parte desse tecido social e sua participação no contexto da

sociedade é de grande relevância, não só pela formação dos cidadãos que atuam

nesta sociedade, mas e principalmente, pelo potencial criativo que ao homem está

destinado no seu próprio processo de desenvolvimento." (Grinspun,1999). 3

Reforça-se a constatação de que a escola não pode excluir-se dessa

realidade. Os alunos precisam sentir que seus professores são atuais e atuantes. As

metodologias aplicadas pelos educadores devem corresponder às realidades

vividas pelos alunos no seu dia-a-dia e, mais do que nunca, essas tecnologias

disponíveis devem ter sua função educativa, participando da construção do

conhecimento, principalmente em se tratando de alunos de escolas públicas.

Dentro desta perspectiva há questões sobre como preparar o professor para atuar

nessa nova realidade.

3 GRINSPUN, Mírian P.S. Zippin. Educação Tecnológica. In: Educação Tecnológica desafios e perspectivas. Mírian P.S. Zippin Grinspun (org). São Paulo: Cortez, 1999.

5

PERGUNTAS

Central

Que recursos tecnológicos utilizam nos seus laboratórios as três escolas do

Município de Nhamundá do Estado do Amazonas para melhorar a qualidade do

ensino e aprendizagem dos alunos?

Específicas

1. Quais são os recursos tecnológicos de que dispõem as três escolas do

Município de Nhamundá?

2. Dispõem os professores da formação tecnológica para orientar o

aprendizado dos alunos com instrumentos informáticos?

3. Gostam os alunos de trabalhar com os recursos tecnológicos para sua

aprendizagem?

6

OBJETIVOS

Geral

Investigar as tecnologias das três escolas do Município de Nhamundá

Estado do amazonas se usa seu laboratório para melhorar a qualidade do ensino e

aprendizagem dos alunos.

Específicos

1. Fazer um levantamento das tecnologias das três escolas no município de

Nhamundá

2. Investigar se os alunos gostam de trabalhar com as tecnologias:

computadores, tabletes, celulares na sala de aula como complemento mediador de

aprendizagem usando a internet para acesso aos conteúdos ministrados pelos

professores.

3. Investigar se os professores tem formação na área tecnológica para

trabalhar com os alunos usando esses meios como instrumento pedagógico na sala

de aula.

Hipótese

- As aulas no laboratório de informática são as mais esperadas pelos

alunos?

A escola (C) é a única que possui um laboratório de informática, no qual os

alunos podem ter acesso a internet e também terem orientações de informática; em

uma entrevista com alunos desta escola pudemos perceber que os alunos tem

interesse maior quando tem aulas no laboratório.

As aulas no laboratório de informática com certeza trazem grande satisfação,

pois é justamente nesta oportunidade que o aluno pode ter um contato real com o

computador e terá a oportunidade de realizar ele mesmo sua pesquisa diretamente

da internet, contudo na maioria das escolas pesquisadas no município de

7

Nhamundá no Estado do Amazonas, não foi essa a condição que encontramos.

Havia laboratórios de informática em duas das escolas pesquisadas, porem não

estavam funcionando devidamente acarretando grandes prejuízos para a educação

de seus alunos.

Os laboratórios de informática precisam ter equipamentos em números

compatíveis com sua utilização prevista. Os computadores devem ser interligados,

formando uma rede local (LAN), de preferência com software que permita ao

professor acompanhar, a partir de seu computador, as atividades desenvolvidas em

qualquer computador do laboratório.

O software utilizado nas estações da rede deve estar previamente instalado

em um servidor central. Mas cada computador precisa dispor também de drive,

disco rígido local, pen drive, Datashow, celulares, laptops que poderão ser

utilizados pelos alunos quando for necessário.

É importante que haja um estrito controle de vírus de computador, com o

emprego de um programa antivírus adequado e atualizado com frequência.

A melhor forma de utilização dos equipamentos é a que prevê dois alunos

por computador, o que encoraja o intercambio e o trabalho conjunto. No entanto,

o espaço físico deve permitir também, ocasionalmente, a reunião de equipes

maiores em torno de um único computador.

Todas as conexões físicas precisam ficar protegidas contra acidentes, mas

os estudantes devem ser encorajados a ver e entender a forma como as diversas

artes são interconectadas.

É recomendável a instalação de um computador em cada sala de aula

interligado em uma rede local, que pode abranger toda a escola. Durante uma

aula, o professor poderá utilizar o equipamento para apresentar conteúdos

multimídia, que tanto podem estar no computador local ou disponível no servidor

da rede.

Os professores também podem usar esse computador para enviar notas e

outros dados dos alunos para um servidor central. É preciso ter na sala de aula o

equipamento necessário para projetar a tela do computador, para que possa ser

vista por todos os alunos.

8

FUNDAMENTAÇÃO

As novas tecnologias informacionais de comunicação, notadamente os

computadores, celulares, tabletes e demais softwares têm transformado de forma

radical a vida de nossa sociedade nos últimos anos. No que tange à educação, a

discussão sobre o papel das novas tecnologias educacionais no processo de

ensino-aprendizagem é de extremo interesse para se discutir os rumos que a

educação vai tomar com sua inserção.

Nossa pesquisa visa principalmente analisar que tipo de modificação está

acontecendo no processo de trabalho docente com a implantação de novas

tecnologias educacionais, bem como novas posturas do profissional perante tais

inovações.

Trabalhar com a educação é uma experiência que proporciona um

aprendizado da transformação de informações em conhecimento, e este

conhecimento em sabedoria. É isto que dá ao ser humano o poder de saber optar

refletindo e até gerenciando autonomamente suas opções; para isso a inteligência

possibilita condições de transferir os conhecimentos de uma área para outra,

fazendo assim, a inter-relação dos conhecimentos já estruturados.

O interesse pelo tema desta pesquisa tem suas origens na necessidade de

mudanças da prática pedagógica, principalmente no que se refere aos novos

papéis que o professor deverá desempenhar, nos novos modos de formação que

possam prepará-lo para o uso pedagógico do computador, bem como em sua

atitude frente ao conhecimento e à aprendizagem.

Entendemos que essa pesquisa justifica-se pelo fato de viabilizar um

repensar do uso adequado das novas tecnologias em ambiente escolar de forma

que esta possa contribuir de  maneira  precisa  com a formação a capacitação dos

educando e educadores não só para com o mercado de trabalho, mas também para

viver bem preparado para esta sociedade que está em constante avanço

tecnológico.

Por todos esses motivos acreditamos que nossa pesquisa se justifica, pois a

mesma tem a intenção de dar uma alerta a esse tipo de docente, que insiste em

usar métodos pedagógicos ultrapassados, em suas atividades profissionais.

9

Este trabalho não tem o objetivo de provar que o uso das tecnologias

melhora efetivamente o processo de ensino e da aprendizagem, mas sim buscar

subsídios para uma análise sobre o tema.

10

ANTECEDENTES

O presente trabalho tem como tema: Tecnologias e educação: o uso das

novas tecnologias aplicadas à educação com alunos do 6º ao 9º ano séries finais da

escola Gilberto mestrinho do município de Nhamundá.

O referido trabalho faz uma reflexão a respeito do uso das novas

tecnologias nas salas de aula com alunos e professores das três escolas

investigadas nesta pesquisa.

Esta pesquisa foi desenvolvida para ser apresentada no curso de maestria

em Ciências da Educação na Universidade Del Este - UPE como exigência para

obtenção de título de mestra.

Muitos pesquisadores já trabalharam este tema e muitos já fizeram

publicações a cerca do tema como os que citamos no referencial teórico deste

trabalho, dentre eles D’Ambrosio (1986), Trahtemberg ( 2000), Freitas (1992)

Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br São Paulo 2016 , intitulado

Educação e Tecnologias no Brasil: um estudo de caso longitudinal sobre o uso das

tecnologías de informação e comunicação em 12 escolas públicas. É um artigo

muito interesante de uma pesquisa realizada por um grupo de pesquisadores do

estado de São Paulo onde levaram quatro anos para concluir seus trabalhos.

Os autores desta publicação fazem uma abordagem do uso das tecnologías

no Brasil onde ressaltam aquilo que ja sabemos más, vale apena repetir que:

“A escola é um local de aquisição e, também, de produção de conhecimento.

Muitas vezes, por conta de os obstáculos enfrentados pelas escolas serem muitos,

a ênfase na apresentação das demandas se sobrepõe aos relatos de ações que,

apesar de aparentemente simples e de pequenas proporções, revelam grandes

avanços: escolas nas quais os alunos se agrupam para producir uma plataforma de

troca de conhecimentos; professores que buscam formação por compreenderem a

necessidade de aprimorar ou de inovar as metodologias utilizadas; diretores,

coordenadores e professores que se unem para refletir sobre como as tecnologías

podem auxiliar no aprendizado dos alunos”(Comitè gestor, 2016)

11

Neste estudo, o grupo de pesquisadores enfoca a importancia de se

trabalhar com as tecnologías em sala de aula, tendo em vista os alunos levarem

muito tempo usando os meios de comunicação, como por exemplo, o viral do

século que é a internete e nela vem as redes sociais que são os meios mais eficazes

para os profesores aproveitarem para fazerem a divulgação dos seus trabalhos e

interagirem com seus alunos, outra boa do uso das tecnologías em sala de aula é

fazer uma boa aula de língua Portuguesa devido a imensidade de erros

ortográficos nos facebook e Whatssap.

Portanto, são inúmeros os trabalhos realizados porém, não se tem a certeza

se os alunos aprendem quando estão ao mesmo tempo utilizando os (TIC) e terem

de ouvir a explicação do profesor ao mesmo tempo que digitam no celular ou

notebook, ainda há muito a se pesquisar para se ter mais certeza quanto ao uso das

novas tecnologías aplicadas a educação.

12

CAPÍTULO II

REFERENCIAL TEÓRICO

UNIDADE I

Formando docentes para um mundo digital

Os profissionais da educação defrontam-se hoje com exigências de ordens

diversas no sentido de incorporarem à sua prática em sala de aula as tecnologias

de informação e comunicação (TICs)4. Documentos oficiais como os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs e PCNEM) recomendam o uso dessas tecnologias:

"É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos

como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em

relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as

demandas sociais presentes e futuras." (BRASIL, 1998, p. 96)5 "As tecnologias da

comunicação e da informação e seu estudo devem permear o currículo e suas

disciplinas." (BRASIL, 1999, p. 134) Esses documentos apresentam-se como

diretrizes norteadoras do ensino e exercem certa influência na atuação docente,

mas é da relação cotidiana com os alunos que vem a demanda – às vezes,

impiedosa e até mesmo pouco criteriosa – pela diversificação de recursos e

aproveitamento das possibilidades desses nas atividades educacionais.

Apesar das grandes dificuldades pelo não funcionamento adequado dos

laboratórios de informática nas escolas do município de Nhamundá; muitos dos

alunos das escolas em que aconteceu a pesquisa são uma geração que incorporou

tecnologias, como o computador e o telefone celular, à sua rotina, sejam no lazer,

na comunicação pessoal ou nas tarefas da escola.

O profissional em educação jamais poderá se dar ao luxo de ignorar essa

realidade; pois o mundo está em constantes transformações e de forma muito

rápida, e não resta alternativa se não aderir essas mudanças aperfeiçoando-se cada

4 A expressão tecnologias da comunicação e da informação está sendo usada aqui com referência apenas a uma parte dos recursos tecnológicos que permitem o trânsito de informações: "Os meios eletrônicos que incluem as tecnologias mais tradicionais, como rádio, televisão, gravação de áudio e vídeo, além de sistemas multimídias, redes telemáticas, robótica e outros". Apesar de os PCNs trazerem um conceito mais amplo das TICs, compreendendo "[...] os diferentes meios de comunicação (jornalismo impresso, rádio e televisão), os livros, os computadores etc." (BRASIL, 1998, p. 135), o conceito mais restrito foi adotado com o objetivo de fazer um recorte na presente abordagem.5 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

13

dia com as novas tecnologias. Só assim, poderá corresponder as expectativas de

seus alunos.

A formação de professores sempre foi um ponto de grande discussão em

todas as épocas e instâncias educacionais. Com a inserção do computador, grande

ícone das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), no

ambiente escolar, não poderia ser diferente.

Desde as primeiras iniciativas de se introduzir o computador nas escolas

públicas brasileiras, vê-se um movimento dos órgãos federais, para capacitar

professores com o intuito de potencializar seu uso na prática pedagógica. No

entanto, o trabalho com o computador na educação requer habilidades

particulares, de professores e alunos, para sua utilização no processo ensino-

aprendizagem.

O século XXI trouxe aos educadores um grande desafio, e necessitamos

estar preparados para interagir com uma geração mais atualizada e mais

informada. Porque os modernos meios de comunicação liderados pela Internet,

permitem o acesso instantâneo à informação, e os alunos têm mais facilidade para

buscar conhecimento por meio da tecnologia colocada à sua disposição.

Nossas práticas didáticas, nesta nova realidade, devem privilegiar a

construção coletivos dos conhecimentos mediados pelas tecnologias, na qual o

professor é o agente proativo que intermedia e orienta esta construção.

Entendemos que essa nova realidade só se dará com uma inovação

pedagógica fundamentada no construtivismo sócio interacionista, que com os

recursos da informática levará o educador a ter mais oportunidade de compreender

os processos mentais, os conceitos e as estratégias utilizadas pelo aluno, e, com

esse conhecimento mediar e contribuir de maneira mais efetiva nesse processo de

construção do conhecimento, como salienta Valente, (1999, p.22)6.

O papel do educador está em orientar e mediar às situações de

aprendizagem para que ocorra a comunidade de alunos e ideias, o

compartilhamento e a aprendizagem colaborativa para que aconteça a apropriação

que vai do social ao individual, como preconiza o ideário Vygotsky. O professor,

pesquisando junto com os educandos, problematiza e desafia-os, pelo uso da

6 VALENTE, José. Informática na Educação: uma questão técnica ou pedagógica? Pátio, ano 3, n. 9, p. 20-23, Porto Alegre, maio/jul., 1999.

14

tecnologia, à qual os jovens modernos estão mais habituados, surgindo mais

facilmente à interatividade.

Nessa proposta pedagógica, torna-se cada vez menor a utilização do

quadro-negro, do livro-texto e do professor conteúdista, enquanto aumenta a

aplicação de novas tecnologias. Elas se caracterizam pela interatividade, não-

linearidade na aprendizagem (é uma ‘teia’ de conhecimentos e um ensino em

rede) e pela capacidade de simular eventos do mundo social e imaginário. Não se

trata, porém, de substituir o livro pelo texto tecnológico, a fala do docente e os

recursos tradicionais pelo fascínio das novas tecnologias. Não se pode esquecer

que os mais poderosos e autênticos "recursos" da aprendizagem continuam sendo

o professor e o aluno que, conjunta e dialeticamente, poderão descobrir novos

caminhos para a aquisição do saber.

O que é, realmente, importante frisar é a interação, a atuação participativa

que é necessária em qualquer tipo de aula com ou sem tecnologia. Essa interação é

importante para que o educando vivencie a negociação de significados que irá

iniciá-lo na aprendizagem de uma prática social que será permanente na vida do

cidadão do próximo milênio: a construção da inteligência coletiva (MELLO,1999,

Internet)7.

Nesse contexto, centraliza-se o objetivo desta pesquisa: refletir sobre o

papel/competências do professor, neste processo de mediar a interação, utilizando

recursos tecnológicos de maneira criativa, na busca da construção coletiva do

conhecimento. Isto implica uma análise da mudança do paradigma educacional e

da função do professor na relação pedagógica, focalizando as inovações

tecnológicas como ferramentas para ampliar a interação.

Uma análise do uso das novas tecnologias aliadas ao processo de

mudanças como professora temos participado deste processo; e o que se percebe é

certa resistencia de alguns colegas; que ainda insistem em praticas pedagogicas

ultrapasadas; e o que se pode ver é que; os alunos na sua maioria não têm

alcançado os objetivos almejados pela proposta pedagogica da atual conjuntura.

7 MELLO, Guiomar Namo de Uma escola para formar corações bem informados e cabeças bem-feitas. As diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio. Revista Digital Pólo (Internet), 29/07/1999.

15

Sabemos que a educação precisa ser repensada e que é preciso buscar

formas alternativas para aumentar o entusiasmo do professor e o interesse do

aluno. Qual o papel da tecnologia nesse processo de mudança? A aplicação

inteligente do computador na educação é aquela que sugere mudanças na

abordagem pedagógica, encaminhando os sujeitos para atividades mais criativas,

críticas e de construção conjunta.

Os recursos tecnológicos facilitam a passagem do modelo mecanicista para

uma educação sociointeracionista, ainda que a realização de um novo paradigma

educacional dependa do projeto político-pedagógico da instituição escolar, da

maneira como o professor sente a necessidade desta mudança e da forma como

prepara o ambiente da aula. É importante criar um ambiente de ensino e

aprendizagem instigante, que proporcione oportunidades para que seus alunos

pesquisem e participem na comunidade, com autonomia.

A interação implica processo de comunicação que não é linear (não se

apresenta como estímulo-resposta), mas representa uma comunicação em rede,

(como um rizoma), um processo interativo com alternância de papéis, conexão,

heterogeneidade, multiplicidade. Assim, usar o computador como um simples

‘quadro-negro’ ou um ‘clicar’ de páginas, não gera motivação e nem explora todo

o potencial deste recurso, além de não ser considerado interativo, mas, sim,

reativo. Como explica (Primo,1999)8 a interação é mútua quando implica em

negociação e é reativa quando se resume ao estímulo-resposta. O computador é

uma ‘ferramenta’ que intermedia a ação do professor e o aprender do aluno, é um

auxiliar, sempre disponível e muito útil quando bem utilizado.

É a partir da criteriosa escolha dos softwares educativos e da adequada

utilização da Web (com todas as suas funcionalidades, entre elas o hipertexto) que

podemos almejar maneiras de trabalho mais ousadas e até mais interativas.

A simples ‘transmissão de conteúdos’ realizada através do computador e

da Web não possibilita espaço para que o aluno crie, aprenda, produza, torne-se

cidadão do mundo. É necessário que o aluno ‘ensine’ ao computador e por isso a

seleção de softwares que permitem essas atividades são as linguagens de

programação, como BASIC, Pascal, LOGO; os softwares denominados de

8 PRIMO, Alex. Seria a multimídia de fato interativa? (Internet), 19/08/1999. http://ultra.pucrs.br/famecos/rf6alex.html

16

aplicativos, como Base ou um processador de texto; ou os softwares para

construção de multimídia. Em suma, a tecnologia facilita a transmissão da

informação, mas o papel do professor continua sendo fundamental na escolha e

correta utilização da tecnologia, dos softwares e seus aplicativos para auxiliar o

aluno a resolver problemas e realizar tarefas que exijam raciocínio e reflexão.

Diversos são os tipos de aplicativos que o professor pode escolher,

dependendo dos objetivos da disciplina, conteúdo, características dos educandos e

proposta pedagógica da escola. (Cortelazzo, 1999, p.22-23)9 apresenta uma

classificação de softwares em: software de informação (só transmite a

informação), tutorial (ensina procedimentos), de exercício e prática (exercícios de

instrução programada), jogos educacionais (jogos de cunho pedagógico),

simulação (simulam situações da vida real), solução de problemas (situações

problemáticas para o aluno solucionar), utilitários (executam tarefas pré-

determinadas), software de autoria (programas específicos), aplicativos (realizam

uma tarefa com diversas operações); enfim, é grande a lista de softwares e mídias

que são simples exercícios de memória ou que auxiliam na construção contínua do

sujeito individual e coletivo, mas, sobretudo colaborativo, solidário e humano.

Planejar uma aula com recursos de multimeios exige preparo do ambiente

tecnológico, dos materiais que serão utilizados, dos conhecimentos prévios dos

alunos para manusear estes recursos, do domínio da tecnologia por parte do

professor, além de seleção e adequação dos recursos à clientela e aos objetivos

propostos pela disciplina.

“Para melhor avaliar os recursos computacionais a serem utilizados, sugere-se

alguns critérios de qualidade e avaliação dos softwares quanto aos resultados da

aprendizagem. Por exemplo, quanto tempo os alunos precisam para aprender os

comandos? Que tipo de atividade será realizada com o uso desse software? É

possível o trabalho de grupo? A interface permite o feedback com estratégias

inteligentes e abertas a informações com assistência e decisões dos usuários? O

software proporciona o desenvolvimento da autonomia do aluno, promovendo

9 CORTELAZZO, Iolanda. Computador para interação comunicativa, Comunicação e Educação, São Paulo, n.º 16, p. 19-25, set./dez., 1999.

17

uma aprendizagem com graus de dificuldade controlada pelo próprio usuário?”

(TORRES, 2000, p.39-40)10.

As aulas desenvolvidas por meio do computador, dos diferentes softwares

e da Internet poderão ser presenciais – com auxílio do professor ou de tutores – e

a distância.

Não analisaremos a educação à distância como modalidade de ensino, mas

gostaríamos de ressaltar a importância da utilização dos recursos virtuais no

ensino presencial, quando em alguns momentos/etapas possa haver interatividade

virtual, por meio do correio eletrônico. Muitos professores já recebem trabalhos

dos alunos virtualmente, avaliam e enviam a avaliação por e-mail ou utilizam os

recursos da Internet para pesquisa. Um início de autonomia e independência

acontece quando os alunos trabalham nos computadores da escola sem a presença

do professor e orientados por tutores.

Na sala de aula o uso do computador melhorou a qualidade da

apresentação das lâminas do retroprojetor, através do aplicativo PowerPoint, que

tanto pode ser utilizado para fazer lâminas para utilização no retroprojetor como

para ser apresentado, de forma mais dinâmica, com o uso da multimídia (data

show, também conhecido como canhão).

No entanto, a tecnologia na sala de aula não se refere exclusivamente ao

computador. A TV e o vídeo, também devem ser bem analisados e planejados

para se constituírem num recurso de enriquecimento e interatividade. A técnica do

cine-fórum, por exemplo, é uma forma de levar os alunos a refletir e dialogar

sobre o tema do filme, relacionando-o ao conteúdo da disciplina. Novamente,

como na escolha dos softwares, temos que ter critérios para a escolha do filme e

um roteiro básico da aula com o uso do vídeo. Os critérios para a escolha dos

vídeos/filmes devem ser adequados ao assunto, aos alunos, simplicidade, precisão,

facilidade de manuseio, atratividade, validade e pertinência, que também

recomenda a utilização de fichas e guias de avaliação dos filmes para orientar a

discussão.

10 TORRES, Vladimir. Planejamento de uma aula com uso de computador como recurso multimeio, Tecnologia Educacional, v. 29, n. 150/151, p. 38-41, Rio de Janeiro, jul./dez., 2000.

18

Podemos utilizar a televisão como recurso pedagógico e propor atividades

críticas, criativas e variadas a partir da programação da TV e de canais específicos

(como TV Escola, Canal Futura, TVE), discutindo os programas com os alunos, a

fim de analisar, por exemplo, “os elementos da gramática audiovisual e compará-

los à gramática de outras linguagens, descobrindo como cada um destes elementos

contribui para construir a narrativa” (Feldman, 1997, p. 20)11. A autora sugere, em

seu artigo, pontos para reflexão e sugestões de atividades, a fim de melhor

aproveitar os recursos existentes na comunidade, desenvolver o espírito crítico e

participativo dos alunos, levando o professor a estimular a curiosidade do aluno

para buscar a informação mais relevante, saber lidar com esta informação e não

apenas consumi-la. Ao criar o ambiente de aprendizagem, o professor coordena o

processo de análise e crítica dos dados apresentados, contextualiza-os,

transformando a informação em conhecimento.

As tecnologias de comunicação estão provocando profundas mudanças em

nossas vidas, mas os professores não precisam ter “medo” de serem substituídos

pela tecnologia, como também não precisam concorrer com os aparelhos

tecnológicos ou com a mídia. Eles têm que unir esforços e utilizar aquilo que de

melhor se apresenta como recurso nas escolas e universidades. O educador precisa

se apropriar desta aparelhagem tecnológica para se lançar a novos desafios e

reflexões sobre sua prática docente e o processo de construção do conhecimento

por parte do aluno.

Fala-se tanto na utilização dos recursos tecnológicos nas instituições

educacionais atualmente que parece novidade. No entanto, experiências

educativas com o uso da informática nas escolas e universidades brasileiras

surgiram na década de setenta, reforçadas nos anos oitenta e mais enfatizadas na

década de noventa, com o surgimento das novas tecnologias e do apelo da mídia

eletrônica. O início do novo milênio trouxe ainda maior ênfase para a utilização

das tecnologias na educação, com uma abrangência maior, surgindo a educação a

distância, não só com o uso do computador mas também de outros recursos, como

a teleconferência e videoconferência.

11 FELDMAN, Márcia. TV na escola: nem Deus nem o Diabo na Terra do Sol, Presença Pedagógica, v. 3, n.º 17, p. 16-23, Belo Horizonte, set./out., 1997.

19

No município de Nhamundá no Estado do Amazonas, o governo

implantou o ensino médio na modalidade “TECNOLOGICO” neste sistema o

aluno assiste às aulas via um aparelho de televisão onde pode interagir com

professor e tem um professor “monitor” para orienta-lo e em especial tirar

dúvidas; neste sistema há várias escolas em pleno funcionamento. As áreas

beneficiadas foram às comunidades onde o Estado não tem como manter uma

escola em horários regulares, devido a favoritos fatores tais como: longa distancia

número suficiente de alunos e professores.

Estamos convictos da necessidade do professor não temer e, sim, dominar

a máquina e aproveitar o potencial da tecnologia em proveito de um ensino e uma

aprendizagem mais criativa, autônoma, colaborativa e interativa. Muitas pesquisas

já têm sido realizadas demonstrando a importância da informática nos cursos

universitários (GELLER, 1995)12 e alguns autores sugerem que a informática

possibilita o resgate do papel social e da cidadania, a partir da rápida e eficiente

disseminação da informação e do conhecimento na sociedade (Lampert, 2000,

p.169)13.

Com o adequado emprego da tecnologia, o professor deverá ser o elemento

fundamental nesta mudança de mentalidade e atitude, inclusive com uma nova

visão a respeito do erro não mais como punição, mas como oportunidade para

aprender, desenvolver a autonomia e a flexibilização de um sistema rígido,

centralizado e controlador.

O educador exercerá um trabalho mais intelectual, mais criativo, mais

colaborativo e participativo e estará preparado para interagir e dialogar – junto

com seus alunos – com outras realidades fora do mundo da escola. É esta rede de

informações e conexões que torna o ensino não-linear e colabora para a

organização da inteligência coletiva distribuída no espaço e no tempo, como nos

ensina (Lévy,1999)14. Cria-se um coletivo inteligente onde nada é fixo, mas não

tem desordem, pois são coordenados e constantemente avaliados. Interagir neste

12 GELLER, Marlise. Informática na educação: as opiniões de alunos do curso de pedagogia. Porto Alegre: ago./1995. (Dissertação de Mestrado em Educação, PUCRS.)13 LAMPERT, Ernâni. O professor universitário e a tecnologia, Educação, ano XXIII, n.º 42, p. 157-172, Porto Alegre, nov., 2000.14 LÉVI, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1999.

20

meio equivale a reconstruir um mundo comum que pensa diferentemente dentro

de cada um de nós, porém contribui para a construção coletiva do saber.

A mudança de paradigma requer um exercício muito intenso por parte da

escola para repensar a dimensão da ‘distribuição do espaço e do tempo’

necessários às transformações e por parte do professor, refletindo sobre sua

prática, porque ela representa o abrir mão da “certeza” do que se está propondo

naquele momento e, acima de tudo, da crença de que o professor deve conhecer

tudo como o grande mestre, o sábio. Desta visão, passamos para um professor

consciente do seu papel de mediador no processo de construção do conhecimento

do aluno. Construção esta que passa pela interatividade com materiais/recursos e

colegas em ambientes de aprendizagem disponibilizados pelo professor e pela

escola moderna.

Queremos frisar, contudo, como argumenta (Kenski, 1998)15, que o fato de

vivermos a era digital e enfrentarmos os desafios constantes, oriundos das novas

tecnologias no cotidiano de nossas vidas, não significa que queiramos professores

adeptos incondicionais – ou de oposição radical – ao ambiente eletrônico. Ao

contrário, significa nos apropriarmos de conhecimentos tecnológicos que

permitam dominar a máquina, criticamente, conhecê-la para saber de suas

vantagens e desvantagens, riscos e possibilidades, para poder transformá-la em

ferramenta útil, em alguns momentos, e dispensá-la em outros.

Essa nova proposta pedagógica tem que ser pensada, criticamente, pois

transforma a relação pedagógica ainda em prática, atualmente, ampliando a

interação. A transição do modelo tradicional conteudista para o novo modelo

interativo professor aluno-máquina-tecnologia-conteúdo, não é fácil, apresenta

muitas resistências, pois impõe a quebra de paradigmas e de toda uma formação

acadêmica e vivência profissional. Além disso, requer um preparo do aluno para

interagir com o recurso computacional.

O professor passa da escola centrada nos conhecimentos, onde o Mestre

tem domínio absoluto do que está propondo para uma visão de professor que, ao

construir o conhecimento junto com seus alunos, questiona, duvida, enfrenta

15 KENSKI, Vani Novas tecnologias: o redimensionamento do espaço e do tempo e os impactos no trabalho docente Revista Brasileira de Educação, n. 8, p. 58-71, Brasília, mai/ago., 1998.

21

conflitos, contradições e divergências, enriquecendo tais ações pelo apoio na

tecnologia.

E será que, mesmo vivendo numa era digital, todos os alunos de uma

turma têm conhecimentos tecnológicos prévios necessários para que aconteça esta

interatividade entre professor – aluno – tecnologia? É outra questão que surge ao

educador quando prepara o ambiente de aprendizagem computacional, pois

convivemos com as diferenças.

A adoção de novas tecnologias no ensino não tem um objetivo em si

mesma, mas é um recurso no processo de ensinar e aprender para alcançar os fins

educacionais almejados. Vivemos uma época de grandes transformações. O

desenvolvimento científico gera, entre outros produtos, um enorme avanço na

tecnologia e no conhecimento. Como consequência, conhecimento virou tema

obrigatório surgindo à expressão ‘sociedade do conhecimento’ segundo

(Assmann, 1998, p. 24) e também ‘sociedade da informação’.

Enquanto a expressão ‘sociedade da informação’ enfatiza a importância da

tecnologia educacional para a rápida atualização e socialização dos conteúdos, a

‘sociedade do conhecimento’ se refere à aquisição dos conhecimentos através da

interpretação e processamento da informação. Com os recursos da mídia digital,

trazendo novas formas de circulação das informações e a exigência de mais

qualidade na educação, para a inserção no mercado de trabalho, passou-se a

questionar a sociedade da informação – rápida divulgação das informações – para

o desenvolvimento do conceito de sociedade do conhecimento, que exige

competência para analisar e processar essa informação.

Todas essas expressões encaminham para diversas análises dos

pressupostos da educação. Importa, no momento, pensar que tipo de educação

queremos? Será que estamos preparando nossos alunos para enfrentar papéis

funcionais nesta nova economia? Com a competitividade do mercado, teremos

empregos? Empregabilidade? Se precisamos de indivíduos com mais autonomia e

competências para se desempenhar no mercado de trabalho, temos que mudar

nossa maneira de ensinar e aprender! Os alunos precisam interagir com os

conhecimentos e auto organizar-se. Para Assmann, a educação só alcançará a

qualidade desejável quando gerar experiências de aprendizagem, criatividade para

22

construir conhecimentos e habilidade para saber acessar fontes de informação

sobre os mais variados assuntos (p. 21)16

Assumindo um compromisso pedagógico com a utilização da tecnologia

Entende-se que as mudanças pelas quais passa a sociedade exigem um

sistema educacional renovado. O mercado de trabalho precisa de pessoas mais

qualificadas, com mais conhecimento (e não só informação), mas também muito

mais criativas, que pensem, tenham iniciativa, autonomia, domínio de novas

tecnologias e competência para resolver as questões que se apresentam no

cotidiano da vida.

O estabelecimento de um clima organizacional aberto, inovador e

investigativo é atribuição não só do professor, mas de toda escola a qual,

valorizando a invenção e a descoberta, possibilita a aprendizagem sociointerativa.

Neste ambiente, educadores e educandos aprendem a problematizar, conviver com

a incerteza e a divergência e juntos encontrar o caminho.

Nessa perspectiva, espera-se do educador a competência para ser o

mediador de todo processo de construção do conhecimento, com recursos

tecnológicos, favorecendo a interação e a autonomia num clima de cooperação e

colaboração, para auxiliar na construção de um ‘andaime’, que ajude o aluno no

desenvolvimento da zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Essa proposta

vygotskyana sustenta que a aprendizagem se processa num ambiente

eminentemente interativo, de natureza social, no qual o aluno se apropria dos

conhecimentos, na interação com seus pares, intermediado pelo professor. Neste

processo dialético, aberto, transparente, despreconceituoso é que se cria um clima

favorável à interação professor – aluno – máquina – conteúdo – tecnologia –

mediações propostas.

Normalmente, quando falamos em interação e interatividade, logo

lembramos do computador – aula com uso da tecnologia – mas queremos

focalizar, também, a necessidade da interação como atuação participativa dos

16 ASSMANN, Hugo. Metáforas novas para reencantar a educação: epistemologia e didática. 2. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998.

23

alunos, com ou sem tecnologia na sala de aula, apesar de sabermos que vivemos

uma era tecnológica.

O que faz a diferença é como o professor utilizará esta tecnologia,

aproveitando seu potencial para desenvolver novos projetos educacionais. Isto

quer dizer que a diferença didática não está em usar ou não os recursos

tecnológicos, mas no conhecimento de suas possibilidades, limitações e na

compreensão da lógica que permeia a movimentação entre os saberes no atual

estágio da sociedade tecnológica (KENSKI, 1998, p. 70)17.

A escola não pode mais ficar fechada em suas próprias paredes, mas

também significa que o aluno, fora da escola, tem acesso à Internet e toda à mídia

e deve aprender a selecionar e distinguir o que é científico ou mera divulgação

sem fundamentação teórica. É uma nova visão de escola, inserida na era

tecnológica e na sociedade digital que não se caracteriza pela exclusão ou

oposição aos modelos anteriores de aquisição e utilização de conhecimentos

armazenados na memória, humana ou cibernética. Sua característica mais

significativa é a ampliação de possibilidades e o envolvimento; marcadamente sua

prática socioconstrutiva. Esta moderna e irreversível tecnologia está afetando o

modo de ensinar e de aprender.

Analisando o impacto que a mídia tem e a forma como a pessoa processa a

informação, concluiríamos pela necessidade de reconceitualizar o ensino e nossas

metodologias. Aí reside a importância do papel do professor: ser insubstituível,

mesmo com o uso da mais moderna tecnologia, sua função é a de organizar o

ambiente de aprendizagem, escolher os recursos e softwares, realizar a

intervenção pedagógica, quando necessária, reorganizar as atividades, ou seja,

levar à auto-organização, interagindo, construindo, junto com os alunos, as

situações e simulações.

Nenhum recurso/técnica/ferramenta, por si só, é motivador; depende de

como a proposta é feita e se está adequada ao conteúdo, aos alunos, aos objetivos,

enfim, ao projeto pedagógico da instituição. Estimular e motivar é apresentar um

desafio a ser enfrentado, uma situação-problema a resolver, não um obstáculo

intransponível. É orientando o aluno nos processos de interação e interiorização,

17 KENSKI, Vani Novas tecnologias: o redimensionamento do espaço e do tempo e os impactos no trabalho docente Revista Brasileira de Educação, n. 8, p. 58-71, Brasília, mai/ago., 1998.

24

num clima estimulador, que mais facilmente ele compreenderá a si e aos outros,

como sugere Moran:

Por meio da interação entramos em contato com tudo o que nos rodeia;

captamos as mensagens, revelamo-nos e ampliamos a percepção externa. Mas a

compreensão só se completa com a interiorização, com o processo de síntese

pessoal, de reelaboração de tudo o que captamos por meio da interação.

Portanto, o professor precisa repensar a sua prática pedagógica. Que linha

segue? Que espaço ocupam os alunos nesta prática? Que paradigma educacional

na contra acolhida neste contexto? Como é possível a mudança de modelos pelo

professor? Como o professor alcança isto leva-nos à pergunta: como fazer a

passagem do modelo tradicional de ensino para uma proposta interacionista e/ou

sociointeracionista com o uso das novas tecnologias? Esse tema remete à

educação continuada, que leve o professor a se questionar, refletir sobre sua

prática, os conteúdos, a metodologia, os recursos e, assim, encontrar novos

caminhos que apresente professores e alunos como ‘colaboradores’, utilizando os

recursos multimediáticos em conjunto, para realizarem buscas e trocas de

informações, criando um novo espaço de ensino - aprendizagem em que ambos

aprendem.

Há uma preocupação crescente, em todo o território nacional, com a

informatização das escolas e com a formação de recursos humanos qualificados,

passando a ser este o quesito indispensável para o desenvolvimento. Programas de

formação inicial e continuada e múltiplas possibilidades de atualização existem

hoje, inclusive com a educação à distância, que são pontos fundamentais da

profissionalização docente. Outra proposta é realizar a formação continuada na

própria instituição escolar mediante reflexão compartilhada com toda a equipe, na

forma de grupos de estudo.

Em uma sociedade digital e em permanente transformação, o professor

deve estar preparado para capacitar seus alunos a desenvolverem competências

para resolver situações complexas e inesperadas e necessita, também, encarar a si

mesmo e a seus alunos como uma equipe de trabalho com desafios novos e

diferenciados a vencer e com responsabilidades individuais e coletivas a cumprir.

25

É consenso que não há planejamento rígido, regras intransigentes, todavia,

não há desordem. Há necessidade de um bom planejamento para que a tecnologia

atinja os efeitos desejados. Isto significa que há uma adequada escolha dos

recursos e softwares, negociação e estabelecimento de consenso entre os

participantes para atender aos interesses de todos, tendo sempre em vista o

objetivo maior comum: aprender. Dessa forma, o planejamento é participativo e

interdisciplinar, as ações são coordenadas e avaliadas constantemente.

Deve haver uma incessante busca do equilíbrio pela interatividade, do

prazer de trabalhar em conjunto, do desejo de aprender. Concluímos que para

reforçar nossas ideias. Diante desta realidade, torna-se necessário que as escolas

passem a trabalhar visando à formação de cidadãos capazes de lidar, de modo

crítico e criativo, com a tecnologia no seu dia-a-dia. Cabendo à escola esta função,

ela deve utilizar como meio facilitador do processo de ensino-aprendizagem a

própria tecnologia com base nos princípios da Tecnologia Educacional.

No momento atual, a proposta inovadora do uso do laptop educacional na

relação, ou seja, uma máquina para cada aluno de uso individual e particular

retoma esta questão e amplia a necessidade de uma capacitação específica e

significativa para professores em atividade.

Essa constante evolução tecnológica da sociedade contemporânea o

governo brasileiro sentiu a necessidade de mudanças e inovações no campo

educacional. Na década de 80 iniciou-se uma caminhada para a implantação de

computadores nas escolas públicas brasileiras, tendo como referência experiências

de outros países, como Estados Unidos e França.

Apesar da influência externa, o uso do computador em nossas escolas

diferencia-se dos outros países. No Brasil, a implantação dos computadores busca

uma mudança na prática pedagógica, uma mudança na educação. Nos Estados

Unidos e na França, por já ter um nível de ensino superior ao nosso, buscou-se

mais uma familiarização do aluno com a máquina (VALENTE, 1999)18.

A influência exercida por estes dois países foi mais no sentido de ressaltar

os pontos positivos e minimizar os pontos negativos. No caso do Brasil, a 18 VALENTE, José Armando. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: UNICAMP, 1999. Disponível em: <http://www.gied.ffalm.br/artigos/SociedadeConhecimento.pdf#page=10>. Acesso em: 24 set. 2009.

26

implantação dos computadores na educação não apresenta um resultado positivo

maior por várias razões, desde a falta de máquinas nas escolas, o que atrapalha a

introdução da informática na educação, até um processo de formação de

professores deficiente. A formação de professores para implantar transformações

pedagógicas significativas requer uma nova abordagem que supere as dificuldades

em relação ao domínio do equipamento e ao conteúdo ministrado pelo professor

(VALENTE; ALMEIDA, 1997)19.

Para que os professores não se intimidem com a inserção das Tecnologias

Digitais de Informação e Comunicação na escola, é necessário que se prepare uma

formação consistente que dê subsídios para o desenvolvimento de atividades em

sala de aula, unindo conhecimentos teóricos e práticos.

Uma formação superficial dos professores para o uso do computador e

mais especificamente do laptop reflete diretamente na prática em sala de aula. O

suposto domínio das ferramentas contidas nos equipamentos não é suficiente para

a promoção de aulas mais dinâmicas, em que o aluno atue como centro do

processo de construção de sua própria aprendizagem. Os professores, muitas

vezes perdidos, procuram conduzir as atividades baseadas em seus conhecimentos

prévios sobre informática. As inúmeras possibilidades apresentadas pelas

máquinas e suas ferramentas são pouco ou quase nada explorados em prol da

aprendizagem.

Um adequado curso de capacitação para a utilização das TDIC em sala de

aula deve possibilitar uma nova visão do trabalho docente. A familiarização com o

computador e suas ferramentas faz com que o professor não se amedronte com a

inserção da tecnologia na escola, ao contrário, com a apropriação destes recursos

o professor se lançará constantemente a novos desafios estando em comunhão

com o universo de seus alunos. E refletindo sobre sua prática contribuirá

positivamente para a construção do conhecimento por parte do próprio aluno

(FARIA, 2004)20.

19 VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Fernando José de. Visão analítica da informação na educação no Brasil: a questão da formação do professor. Revista Brasileira de Informática na Educação, n. 1. 1997. Disponível em: <www.sbc.org. br/biliotecadigital/download.php?paper=924>. Acesso em: 13 ago. 2008.20 FARIA, Elaine Turk. O professor e as novas tecnologias. In: ENRICONE, Délcia. (Org.). Ser professor. 5 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. p. 57-72. Disponível em: http://aprendentes.pbworks.com/f/prof_e_a_tecnol_5%5B1%5D.pdf> Acesso em: 03 de fev. 2009.

27

Os professores devem estar em constante processo de formação. Com a

inovação tecnológica no início da segunda década deste século, deverá se oferecer

uma formação específica para o domínio do laptop, possibilitando aos professores

o conhecimento suficiente para que não se sintam perdidos quanto ao seu uso.

Deve existir uma formação que permitia aos professores conhecer os recursos para

a aprendizagem que a máquina potencializa na sua relação com a Internet.

Segundo Almeida (2007)21, em uma formação voltada para o uso dos

laptops educacionais, é necessário destacar as especificidades da máquina em

relação à suas características de conectividade, mobilidade e imersão, bem como à

importância na reorganização de tempos, espaços e relações sociais.

Contudo, não basta apenas transportar a escola para o século XXI,

equipando-a com recursos tecnológicos de última geração, é preciso preparar,

motivar e qualificar significativamente os professores para que estes tragam as

inúmeras possibilidades de construção de conhecimento da era tecnológica para

dentro e fora da sala de aula como propulsor da aprendizagem.

Paulo Freire (1984) defendeu a integração de espaços de conhecimento,

através da inserção de recursos computacionais e de comunicação através de

redes, fazendo da escola um espaço privilegiado de interação e ao mesmo tempo

virtual. Segundo ele,

A educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem ela, utilizar

computadores na educação, em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade

crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Depende de quem o usa, a favor

de que e de quem, e para quê. O homem concreto deve se instrumentalizar com os

recursos da ciência e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua

humanização e de sua libertação. (FREIRE, 1979, p. 22)22

21 ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Tecnologias digitais na educação: o futuro é hoje. In: ENCONTRO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, 5, 2007, Rio de Janeiro. Tecnologias digitais na educação: o futuro é hoje. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, 2007. Disponível em:http://etic2008.files.wordpress.com/2008/11/pucspmariaelizabeth.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2009.22 FREIRE, P. Educação e mudança. 14a. edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. Coleção Educação e comunicação.

28

Assim, alunos, educadores e pesquisadores podem colaborar para a

construção do conhecimento, criando elos entre este e as tecnologias da

informação.

Informática e computadores provocam mudanças nos currículos e essas

terão consequências na capacitação de professores. Além de necessitar de

elementos de ciência do computador e informática deveremos também prepará-los

para ensinar de uma nova maneira. (D’Ambrosio, 1986) 23 comenta ainda sobre o

relacionamento dizendo que “temos agora um triângulo estudante – professor –

computador, onde anteriormente apenas existia o relacionamento estudante –

professor. Os estudantes por sua vez, têm novas expectativas com respeito ao

ensino geral.” Observa-se, também, mudanças na dificuldade de problemas e

exercícios.

O uso do computador muda a ordem de dificuldade dos exercícios e

também viabiliza a resolução de várias maneiras para o mesmo exercício. Todas

essas possibilidades apontadas pelos autores dependem da participação efetiva dos

professores no processo de ensino e aprendizagem. É necessário que o professor

esteja preparado para pré-estabelecer metas quando do uso do computador, ou

seja, desde a escolha do software que irá utilizar bem como a adequação do uso

deste software aos seus objetivos pedagógicos.

A falta de preparo e informação do professor em relação aos recursos

tecnológicos contribui para que a informática educacional se torne um processo

frustrante.

Os tempos atuais são tempos de profundas transformações tecnológicas. A

rápida evolução e difusão de novas tecnologias, em particular as associadas aos

computadores estão a alterar significativamente não apenas os processos de

produção de bens materiais, mas também os processos de difusão das experiências

e, conseqüentemente, os modos de viver em sociedade. Este ritmo evolutivo em

termos tecnológicos é acompanhado (e possibilitado) por um volume crescente do

conhecimento humano nas mais diversas áreas do saber. Nunca como hoje, se

tornou tão necessário o desenvolvimento de capacidades ao nível da gestão e 23 D´AMBROSIO, Ubiratan. Da realidade à ação: reflexão sobre educação e matemática. 4 ed. São Paulo: Summus, 1986.

29

manipulação de informação, de modo a permitir uma interação eficaz com o

mundo que nos rodeia.

A sociedade do futuro será "uma sociedade que verá, provavelmente, o seu

sucesso baseado na capacidade de acesso e tratamento/organização de

informação" (Freitas, 1992)24. Uma sociedade em que mais do que saber, interessa

acender à informação a aumentar em cada dia que passa; e saber trabalhá-la

formulando perguntas inteligentes.

Cada vez mais as pessoas terão necessidade de partilhar experiências,

informações e conhecimentos. Em nossa perspectiva, dada à complexidade e

especificidade de algum hardware e software, esta troca de experiência entre

pessoas portadoras de deficiência é também enriquecedora. Aos mais diversos

níveis - local, regional, nacional, internacional e mundial - os desafios que se

colocam à sociedade exigem competências de gestão, organização e manipulação

de informação, aliadas a um forte espírito de solidariedade e de cooperação.

Trabalhar em cooperação, ser o nó de uma rede humana, é a oportunidade

de partilhar experiências e ter acesso a novo "Know-how"25 sobre certos domínios.

Neste sentido, podemos quando afirmar: Que é agora largamente reconhecido que,

nos domínios em rápida transformação, como os relacionados com a educação e a

formação, a informação mais útil e atualizada não se encontra nas bases de dados,

mas antes na memória coletiva dos grupos de utilizadores que operam nesses

domínios.

Neste contexto o acesso a redes de comunicação à distância poderá

significar a interação direta com especialistas de determinadas áreas do

conhecimento, onde os utilizadores dessas redes podem pedir assistência e onde

podem receber de outros utilizadores, quer respostas que satisfaçam as suas

necessidades, quer sugestões sobre o local onde podem encontrar a informação ou

parecer especializado que procuram. A este nível, e apitando as palavras de

24 Freitas, J. C. (1992a). As NTIC na Educação: Esboço para um Quadro Global; in J. Correia de Freitas e V. Duarte Teodoro (eds), Educação e Computadores, Lisboa: Ministério da Educação, Gabinete de Estudos e Planeamento, série: Desenvolvimento dos sistemas Educativos.25 Know-how é um termo em inglês que significa literalmente "saber como". Know-how é o conjunto de conhecimentos práticos (fórmulas secretas, informações, tecnologias, técnicas, procedimentos, etc.) adquiridos por uma empresa ou um profissional, que traz para si vantagens competitivas.

30

(Freitas, 1992)26, "a humanidade terá nas novas tecnologias da informação e

comunicação um auxiliar precioso no sentido de uma verdadeira disponibilização

da informação por todos".

Viver numa sociedade cada vez mais alicerçada em poderosas redes de

comunicação implica novas mentalidades, novas destrezas e novas exigências;

permitindo estabelecer novas conexões entre as tecnologias mais prometedoras

tendo em vista as necessidades de formação para a sociedade dos anos 90 e do

próximo milênio.

Na sociedade do conhecimento, com as novas tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC), a aprendizagem se reflete em todos os ângulos da sociedade.

A vida na Sociedade do Conhecimento e da Informação, das telecomunicações, da

Internet, do mundo virtual, da reconstrução do conhecimento e da mundialização

de conceitos, ideias e tecnologias, surge à complexidade do mundo, com uma

exposição a incontáveis informações.

Nos últimos anos, muito sistema de ensino tem vindo a repensar os seus

objetivos e modelos de funcionamento, procurando renovar-se e adaptar-se às

novas exigências da sociedade atual. De entre os fatores que têm tornado

necessário um repensar da escola, contam-se os rápidos desenvolvimentos

tecnológicos a que estamos a assistir na sociedade e que, por um imperativo desta,

se têm repercutido, de alguma forma, na prática educativa.

Segundo (Trahtemberg, 2000, p. 6)27, “El profesor deberá acompañar al

alumno em el proceso de organizar la realidad y la información que lo rodea, para

que pueda hacer um uso productivo de ellas y construir su próprio conocimiento.

¿Pueden los profesores lidiar com estos retos?”

26 Freitas, J. C. (1992a). As NTIC na Educação: Esboço para um Quadro Global; in J. Correia de Freitas e V. Duarte Teodoro (eds), Educação e Computadores, Lisboa: Ministério da Educação, Gabinete de Estudos e Planeamento, série: Desenvolvimento dos sistemas Educativos.27 TRAHTEMBERG, Leon. El impacto previsible de lãs nuevas tecnologias em la enseñanza y la organización escolar. Revista Ibero-Americana de Educación. OEI. N. 24, septiembre/diciembre, 2000. Disponível em http://www.oei.es/revista.htm. Acesso em 23/11/06.

31

Práticas pedagógicas dos educadores de Nhamundá, Amazonas

Nhamundá um municipio localizado a cerca de 375 km da capital do Estado;

enfrenta problemas semelhantes a outras unidade da federação; porém nossa

pesquisa pôde constatar sérios problemas em relação a infraestrutura nas escolas;

se constatou que a maioria das escolas que visitamos possuem laboratorio de

informatica; mas o que se viu foram computadores ultrapassados;e o pior estão

em desuzo, devido a problemas que foram surgindo ao longo do tempo e não

foram resolvidos.

Na maioria destas escolas o laboratório de informatica, já funcionou

normalmente. Afirma uma das diretoras; que em um dia chuvoso caiu um raio e

danificou o sistema e desde esse dia o laboratorio deixou de ser uzado pelos

aluno. Sengudo ela antes do problema, o laboratorio beneficiava alunos e

comunitários.

(Ponte, 2000, p. 2)28 destaca que o processo de apropriação das TICs, além

de ser necessariamente longo, envolve duas facetas as quais não se pode

confundir: a tecnológica e a pedagógica. Assim, não é de admirar as atitudes dos

professores em relação às tecnologias de informação e comunicação:

“Alguns olham-nas com desconfiança, procurando adiar o máximo possível o

momento do encontro indesejado. Outros usam-nas na sua vida diária, mas não

sabem muito bem como as integrar na sua prática profissional. Outros, ainda,

procuram usá-las nas suas aulas sem, contudo, alterar as suas práticas. Uma

minoria entusiasta desbrava caminho, explorando incessantemente novos

produtos e ideias, porém defronta-se com muitas dificuldades como também

perplexidades”.

Para problematizar um tema tão polêmico, inicialmente se faz necessário

conhecer um pouco a história da chegada dessas tecnologias às escolas e as 28 PONTE, João Pedro da. Tecnologias de informação e comunicação na formação de professores: Que desafios? Revista Ibero-Americana de Educación. OEI. N. 24, septiembre/diciembre, 2000. Disponível em http://www.oei.es/revista.htm. Acesso em 23/11/06. RAMAL, Andrea Cecília. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

32

mudanças provocadas nos saberes exigidos do professor. Posteriormente, a partir

da análise dos dados coletados junto a professores das escolas pública de

educação básica, localizada em Nhamundá/AM, procuraremos situar à questão

nesse contexto particular (ensino fundamental médio e graduação) a fim de ter um

panorama dos recursos tecnológicos mais usados pelos professores, e verificar os

fatores que impedem ou dificultam o uso das tecnologias na prática desses

profissionais e conhecer a opinião do grupo; participante da pesquisa sobre as

características necessárias para a utilização das tecnologias com fins educacionais.

33

UNIDADE II

Novas tecnologias em sala de aula

No contexto da nova LDB, por exemplo, espera-se das novas tecnologias,

uma educação mais atraente, com efeitos especiais e ênfase nas imagens, sem se

perceber que pode-se estar aprimorando o lado da informação tecnológica, que

não deixa de ser relevante, mas em detrimento da formação sólida e crítica:

O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito

na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o

pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade... (LDB

9394/96, Seção II Art. 32, 1996)29.

E é com essas lacunas, que o processo de inovação tecnológica na área

educacional resultou nos últimos anos em experiências não tão bem sucedidas,

pois essas tecnologias trouxeram questionamentos que vão além do nível técnico,

chegando à esfera cultural e social; são os problemas das necessidades novas, dos

conteúdos a serem criados e dos novos usos que estão sendo inventados e tendem

a desenvolverem-se aceleradamente, segundo uma dinâmica própria diferente do

que presenciamos até então na educação.

O uso de laptops, celulares e tablets é cada vez mais frequentes dentro das

salas de aula por parte dos alunos; as novas tecnologias permitem acesso rápido à

informação e a interação online através das redes sociais; os professores também

adotam a tecnologia em favor de uma aula mais dinâmica e interativa.

Como educadora atuando na rede municipal e também da Estadual do

município de Nhamundá temos procurado fazer uso dos recursos tecnológicos;

temos percebido que o aproveitamento é bem melhor quando se dá uma aula

usando as novas tecnologias. Os alunos ficam atentos ao que se está expondo; por

vezes usamos o Datashow para assistirmos a um filme relacionado ao assunto em

29 L.D.B. – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei n. 9.394/96, Brasília, 1996.

34

questão; em outras ocasiões usamos slides e o que verificamos é uma melhor

absorção do assunto; e por ocasião das provas; o aproveitamento se justifica o uso

destes recursos pedagógicos.

Infelizmente na escola (B), nem todas as salas de aula possuem Datashow;

aparelho indispensável, para a execução de uma boa aula; a diretoria tentando

amenizar o problema fez uma mesa ambulante com Datashow, som e outros

equipamentos para tentar ajudar os professores em suas aulas; mas o problema

ainda está longe de ser resolvido; entendemos que deveriam ter mais mesas

adaptadas com este sistema; e sem duvida solucionaria o problema.

O computador tem sido uma ferramenta indispensável em nossas aulas e

acreditamos que, o docente que tem feito uso deste recurso só tem a ganhar tanto

em qualidade quanto em aproveitamento.

Como adepto ao uso dessas tecnologias, e liberal quanto à utilização por

parte dos alunos, um dos professores entrevistado, disse que não há como negar a

importância das novas tecnologias.  Para ele o acesso à informação fica mais

rápido, fica mais objetivo, então no aspecto de informação, afirma: é necessário

que o aluno entenda a diferença entre o entretenimento e o conhecimento, e ter

consciência respeitando os limites desse uso dentro da sala.

É consenso entre os educadores entrevistados; que o aluno deve entender

que a informação que ele consegue acessar prontamente, nem sempre se torna

conhecimento. É necessário transformar informação em conhecimento, e isso não

é um processo digital, e sim um processo cerebral, de estudo e pesquisa.

Para a maioria dos entrevistados; os professores devem estar preparados

para entender esse novo momento e utilizar essas novas ferramentas a seu favor,

instigando o aluno a buscar a informação.  Os professores também adotam

algumas dessas ferramentas para agregar conhecimento, dar dinâmica e

contextualizar suas aulas. O professor deve saber adequar o conteúdo e didática da

aula para usar essas ferramentas como complemento, lembrando que nem todos os

alunos estão totalmente inclusos nessa nova era digital.

  Cerca de 80% dos alunos que entrevistamos responderam que acreditam

que interagem mais quando a aula tem recursos audiovisuais, e que isso já é uma

tendência. Acreditamos que o uso dessas novas tecnologias influencia no

35

aprendizado e permite maior interação do professor com a sala. Os alunos

aprovam a utilização desses recursos, mas devemos estar alerta, pois o aluno

precisa estar empenhado em aprender mesmo não tendo laptop ou celular.

Usando o computador como ferramenta de ensino

A motivação para introduzir os computadores nas escolas tem objetivos

socioeconômicos e políticos. Preparar os futuros cidadãos para o trabalho ou para

o lazer, na sociedade da informação.

O decorrer dos tempos e as convulsões sociais têm, aos poucos contribuído

para o aumento da população escolar que, em simultâneo, se tem alargado, uma

tanto indiscriminadamente, às classes social e culturalmente mais arredada das

letras. Esta situação propiciou a heterogeneidade da população escolar que

acolhida por uma instituição, regra geral economicamente desfavorecida e

arraigada a modelos escolares conservadores, não conseguiu criar as condições

capazes de se sobreporem às diferenças socioculturais dos indivíduos e

asseguradoras do sucesso escolar de todos quantos a freqüentam.

Concomitantemente, tornou-se obrigatório um período de escolaridade que tem

vindo a ser aumentado, sem que a Escola tenha revisto, de forma concludente, a

sua forma de ser e de estar. Tal fato tem-se refletido, de um modo geral, no

agravamento das taxas de não aproveitamento, traduzido pelas reprovações

escolares, e pelo aumento da taxa de abandono escolar.

Vivendo-se, no final deste século, o início de uma nova Era, a das Novas

Tecnologias (da informação e da comunicação), e quando os Sistemas Escolares

apostam, na sua quase totalidade, em Reformas Educativas conducentes a estudos

que, com maior ou menor pendor interdisciplinar, por um lado, conduzam a

situações mais próximas da realidade vivida pelos alunos, e por outro, incidam na

utilização e exploração dos meios informáticos. Cabe aos professores, no seu

conjunto, a realização de experiências que de forma interligada possam servir de

ponto de partida e base de trabalho a um outro tipo de ensino que se pretende,

realmente, novo.

36

O computador apresenta um conjunto de características que o tornam bastante

adequado às tarefas do processo de ensino e aprendizagem, Blanco (1989)30 de

que podemos enumerar:

- Disponibilidade - como qualquer aparato eletromecânico, inerte, necessita de

energia para se tornar operacional. Desde que ligado e após uma primeira

seqüência interna de instruções/operações coloca-se à disposição do utilizador;

- Interatividade - pelas características físicas da própria máquina é facilmente

perceptível que qualquer trabalho a desenvolver com o computador (mesmo

considerando o modelo mais tradicional, unidade central de processamento,

monitor e teclado) obriga a uma atividade atuante sobre diferentes canais

sensoriais do operador. A imagem, por vezes acompanhada de som, e o tacto,

apelam à atenção do indivíduo estimulando um quase diálogo; a interatividade

entre o homem e a máquina, facilitadora da percepção e retenção da informação

manipulada. Esta característica tenderá a tornar-se cada vez mais dialogante uma

vez que as investigações desenvolvidas são efetuadas no sentido de possibilitar a

interação verbal. Na verdade nada está no intelecto sem que primeiro tenha

passado pelos sentidos, então o computador pode ser um bom propiciador desta

passagem, quando bem utilizado;

- Capacidade de memória - colocando de lado os aspectos psicológicos

subjacentes ao conceito de memória humana, ou os aspectos técnicos que encaram

e informam o conceito de memória dos computadores, aqui entende-se, de forma

global, a memória como a capacidade de armazenamento e processamento de

dados com função informativa, quando os mesmos são encarados como elementos

inerentes ao processo de comunicação. E, sob este ponto de vista, o computador

leva grande vantagem ao ser humano;

- Conforme diversos autores que consultamos "o número de respostas corretas

durante a aprendizagem cresce em função do número de apresentações da tarefa",

embora experiências mais recentes apontem para o fato de o número dessas

repetições não ser o elemento preponderante da memorização, não deixam de

referir a sua relativa importância no processo da aprendizagem. Ora o computador

30 Blanco, E, Dias, P; Silva, B; (1989). Tecnologia Educativa - Bases Teóricas. Braga: Universidade do Minho.

37

detém uma grande capacidade repetidora, quase mecânica, que superando a maior

paciência, objetividade e perseverança do melhor dos mortais, pode ser utilizada

no processo de ensino e aprendizagem, completando e facilitando a atividade de

alunos e professores;

- Adaptabilidade - embora só por si o computador não se adapte, realmente, a

diferente situações, dado não se tratar de um ser mutante, os programas que corre

é que se podem adaptar ao utilizador favorecendo, assim, uma diferenciação

pedagógica mais adequada a cada indivíduo. Mas desta solidariedade máquina-

programa, resulta uma adaptabilidade que pode oferecer atividades de

recuperação, remediação e/ou enriquecimento conforme as características do

aluno/utilizador;

- Capacidade de análise - pela interatividade proporcionada, espera de

resposta, e pelos conceitos cybernéticos em que assenta a sua utilização, pode

proporcionar a realimentação imediata do sistema. A cada resposta entrada pelo

aluno/utilizador corresponde uma análise e validação da mesma, em tempo real, o

que pode facilitar, por isso, a efetivação de uma auto-avaliação;

- Capacidade audiovisual - se o tratamento da imagem analógica é difícil,

porque é seqüencial, a sua digitalização, ou codificação numérica, veio criar um

leque de possibilidades até há pouco tempo inexistentes. Os avanços da

microeletrônica refletiram-se nas novas capacidades visuais (e áudio) alcançadas

pelos novos computadores. O encarar da imagem como uma matriz apresentou a

novidade de se poder trabalhá-la, por software, em qualquer momento e em

qualquer das suas características físicas (luminância, crominância, contraste)

ponto a ponto.

Segundo Valente (1998)31, às novas capacidades gráficas, a possibilidade de

tratar o som de forma digital abriu caminho a uma "multi-representação ligada à

utilização de linguagens distintas para explicar e representar o mesmo fenômeno".

Assim, os modelos "construídos" em computador não sendo reais também o não

são totalmente abstratos, são entes híbridos, "abscretos" , que colocados em

presença do aluno lhe facilitam a percepção, a compreensão e a construção da

imagem mental, cognitiva, conducente à aprendizagem.

31 VALENTE, José Armando. Organizador: Computadores e Conhecimento –Repensando a Educação 2ª ed. São Paulo. UNICAMP/NIED. 1998.

38

O uso dos computador pelos alunos dá-lhes mais controlo, confiança e poder

no que estão a fazer; nas escolas, o computador tem sido utilizado

fundamentalmente em dois campos: na gestão escolar (onde, tal como num

escritório, é usado em atividades ligadas à contabilidade, organização das turmas,

processamento de salários, registro dos alunos e professores) e como instrumento

de trabalho no próprio processo educativo.

Isto leva-nos a falar das aplicações do computador na educação (que envolve

os dois pontos atrás referidos) e no papel do computador no ensino (que se refere

apenas ao último ponto). A utilização do computador no ensino é feita de duas

formas distintas, uma ativa em que o computador tem um papel preponderante e

uma em que o computador é um instrumento, um meio de ensinar.

Outra aplicação que o computador está a ter no ensino é como recurso

material, elemento de consulta de determinados tópicos como História, carreiras

ou operação de máquinas, ajudando os alunos nas suas investigações e projetos de

trabalho.

Sintetizando passo a enunciar os seguintes modos de classificar, numa visão

do computador disseminador de conhecimento, o papel do computador no ensino,

segundo (Lutterodt, Sarah e Austin Gilbert, (1982)32

1. Computador como tutor - programas que pretendem instruir e guiar o aluno

na sua aprendizagem ou processos de pensamento.

2. Computador como instrumento - o aluno usa as aplicações do computador e

manipula a informação.

3. Computador como aprendiz - o aluno ensina (programa) o computador

4. Computador como elemento de consulta - permite uma pesquisa sobre

determinados temas. O computador não é um mero substituto do professor, mas

uma ferramenta de trabalho, para ser utilizado tanto quanto possível pelo próprio

aluno.

Desta forma torna-se vital desenvolver desde muito cedo nas crianças as

capacidades de saber onde procurar a informação pretendida, selecioná-la,

interpretá-la, orientar o seu processamento, avaliar os respectivos resultados.

32 Lutterodt, Sarah e Austin Gilbert (1982). O Computador na Escola. Perspectivas, 12,4,434-456.

39

Torna-se igualmente importante saber usar o computador como um instrumento

de comunicação. O computador só por si não é um fator de progresso.

A introdução do computador no ensino não deve ser feita de forma

precipitada. Deve-se ter em consideração a reflexão sobre os objetivos

educacionais visados, a forma de os concretizar, de avaliar os resultados e os

processos de formação a utilizar para que os professores venham a assumir um

papel radicalmente novo.

Uma aprendizagem ativa acontece quando existe um envolvimento ativo

dos alunos no processamento da informação, o mesmo é dizer que quando o aluno

tem a possibilidade de fazer - -manipular, sentir, desenvolver - ele próprio

interioriza mais facilmente os conceitos novos nos já existentes.

O computador é uma ferramenta que pode contribuir grandemente para a

concepção destes tipos de ambientes de aprendizagem, ao permitir que conceitos

dantes unicamente verbalizados sejam manipulados informaticamente através da

imagem e do som, tornando-se muito mais evidentes e interessantes. Ambientes

que insistem os alunos a atingir os objetivos educacionais desejados, isto é, que

permitam que os alunos demonstrem as suas capacidades num dado domínio, que

lhes forneça o desenvolvimento necessário para competências e processos de

desenvolvimento de aprendizagem.

Segundo nossas pesquisas entendemos que um programa de informática

educativa deveria reforçar a aquisição de competências meta cognitivas e

estratégicas de aprendizagem que envolvem a explicitação e a reflexão sobre os

conhecimentos dos alunos (falhas e concepções incorretas versus aspectos

positivos), assim como o reforço dos seus métodos de pensamento e atividades de

aprendizagem (poderosos versus débeis).

Utilizar pura e simplesmente o computador na sala de aula, não significa

que ele esteja a ser usado como meio para a aquisição de conhecimentos,

capacidades e atitudes. Para que isto aconteça, é necessário que esteja inserido

num ambiente de ensino ativo. Mas não só, ou talvez mesmo em primeiro lugar,

é necessário que os professores tenham conhecimento da eficácia dos programas,

características técnicas, área curricular e nível de ensino, objetivos, dados sobre

a sua eficácia relativamente a outro método alternativo; para que tenham a

40

oportunidade de usar este potente meio de ensino - aprendizagem, tirando o

máximo partido das suas potencialidades e permitindo aos alunos serem eles os

principais atores, num cenário que eles próprios, dentro do possível, construam.

Entendemos que dentro deste contexto, os professores se sentirão mais

profissionais, educadores com "E" maiúsculo, como é muitas vezes comentado.

Currículo escolar / computador

A utilização das TICs no ambiente escolar contribui para essa mudança de

paradigmas, sobretudo, para o aumento da motivação em aprender, pois as

ferramentas de informática exercem um fascínio em nossos alunos. Se a

tecnologia for utilizada de forma adequada, tem muito a nos oferecer, a

aprendizagem se tornará mais fácil e prazerosa, pois “as possibilidade de uso do

computador como ferramenta educacional está crescendo e os limites dessa

expansão são desconhecidos” Valente (19993)33.

O computador serve para preparar projetos que os alunos tenham em

mente. Por exemplo: levar a cena a peça de Gil Vicente. Neste campo o

computador será usado para uma busca intensiva no que respeita ao modo de

falar, ambientes e trajes.

Com a ajuda do computador o desenho do cenário, iluminação e outros

aspectos da produção serão produzidos em vídeo.

Os modos de aprender e reagir ao mundo externo serão igualmente

afetados e moldados à medida que a tecnologia altera o ambiente.

O sistema educativo deverá ser responsável pela preparação das pessoas

para o mundo em mudança, através da integração da utilização informática no

currículo escolar e fornecer aos estudantes as capacidades e os conhecimentos

necessários para a sua adaptação às transformações que vão tendo lugar à sua

volta.

33 VALENTE, J. A. Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: UNICAMP. 1993.

41

Contribuições das novas tecnologias em sala de aula

Incrementar a valorização pessoal dos alunos ao permitir-lhes aprender,

explorar, criar, solucionar problemas, arriscar hipóteses, cometer erros e corrigi-

los num ambiente pacífico e independente de ameaças explícitas ou implícitas.

O computador servirá para estimular a imaginação dos alunos e permitir-

lhes opções, bem como, projetos mais criativos. Contribuirá para ajudar os alunos

a assumirem um certo grau de responsabilidade pela sua educação, contribuindo

para que atinjam um estatuto de estudantes autônomos. A utilização da

informática em todas as áreas curriculares exercerá um forte impacto nas

intenções e objetivos curriculares. Tanto os alunos como os educadores se

encontrarão num processo de aprendizagem simultânea, podendo desta forma

resultar num tipo de relacionamento cooperativo diferente. Reforçando o conceito:

aprendizagem é um processo/projeto de vida não limitado à escolaridade.

A informática pode vir a ser importante na motivação, participação e

interação entre estudantes.Os estudantes quer sejam do ensino pré-primário,

passando pela Educação Especial, ensino secundário e até adultos possuem

diversidades, interesses, estilos de aprendizagem e antecedentes sociais e

econômicos individuais.

O desenvolvimento físico, intelectual e emocional desenvolvem-se nos

estudantes em ritmos diferentes. A variedade de aprendizagem individual possui

vários estilos: visuais, auditivos, verbais e sinestésicos.

O hardware e o software podem ajudar todos os alunos, em particular

alunos que aprendam uma segunda língua, deficientes e adultos, num

desenvolvimento autônomo que tenha em conta necessidades e capacidades

individuais.

Os computadores podem ajudar os alunos a comunicar de diversas formas.

Podem ajudar os alunos com dificuldades orais ou físicas a comunicar através da

utilização de dispositivos amplificadores.

Produções multimídia permitem aos alunos a utilização de uma variedade

de métodos de apresentação (texto, som, animação, gráficos, etc.) para se

exprimirem.

42

Alunos de comunidades geograficamente isoladas podem aceder

instantaneamente a fontes de outros ambientes de aprendizagem ou comunicar

com outros alunos em localidades diferentes.

A tecnologia tem evoluído ao longo dos tempos surgindo novas profissões

e as tradicionais vão sofrendo um rápido processo de evolução. Os métodos e as

técnicas de trabalho tem um prazo de duração cada vez menor, sendo renovadas

ou substituídas por novos métodos e novas técnicas de trabalho.

Segundo o tecnólogo Denis Alcides Rezende34 a Tecnologia da Informação

(TI) e seus emergentes recursos evoluíram muito nesses últimos 45 anos,

favorecendo a formação das pessoas e repercutindo na gestão dos negócios. A

evolução integrada dessa tríade (TI, pessoas e gestão), por sua vez, contribuiu para

o desenvolvimento de organizações inteligentes, que se caracterizam pela

disponibilidade de sistemas de informações de apoio aos processos decisórios

operacionais, gerenciais e estratégicos, com reflexos diretos nos resultados das

empresas.

O saber baseado na memorização extensiva e na simples apreensão de

técnicas repetitivas vai-se desvalorizando. Por outro lado as capacidades de

trabalho em grupo, de fazer julgamentos críticos, de selecionar informação

necessária à resolução dos problemas, saber interpretar e trabalhar as capacidades

de assumir riscos tomar decisões tornam-se mais importantes. Desta forma o

sucesso escolar dependerá da forma como a escola promover o desenvolvimento

das capacidades cognitivas mais complexas.

Uso dos computadores pelas crianças e seus beneficios

O computador aguça a curiosidade dos alunos? Bem essa é uma de nossas

hipóteses que procuramos checar cuidadosamente e pelas entrevistas pode se

perceber que; as crianças são curiosas e questionadoras por natureza. Isso se deve

ao fato de estarem, a todo o momento, descobrindo o mundo ao seu redor e se

desenvolvendo mental e fisicamente. Usar essa curiosidade em favor do

34 Denis Alcides Rezende é tecnólogo em Processamento de Dados, administrador, mestre em Informática pela UFPR, doutor em Gestão da Tecnologia de Informação pela UFSC e professor da FAE Business School. E-mail: [email protected]

43

aprendizado é uma forma eficiente de ensinar e transformar os pequenos curiosos

em jovens intelectualmente ativos.

Para que uma criança ou adolescente sinta vontade de ir atrás de uma

resposta é preciso que existam dois fatores: uma relação direta do conteúdo

apresentado com o seu dia a dia e um desafio lançado pelo professor. Fazer da

sala de aula um laboratório ou conduzir as matérias fora das quatro paredes são

ótimas alternativas para instigar os alunos à necessidade de aprender mais.

Sobre o uso do computador na educação, o pesquisador Eduardo O. C.

Chaves 35 expõe que o computador deve ser visto como um meio auxiliar de

ensino na tentativa de reduzir os índices de repetência e evasão escolar, além de

capacitar e preparar o aluno para uma sociedade informatizada.

A criança aprenderá a operar com destreza com o teclado. Descobrirá que

os enganos e outras espécies de erros não são tolerados. Desvendará o curso

lógico de complicados pensamentos. Será forçada a decompor em pequenos

passos os problemas vastos e gerais. Sentir-se-á recompensada pelos êxitos,

parciais, ou finais, do seu trabalho com o computador. Aprenderá a melhorar e

aperfeiçoar os programas por ela própria escritos. Desenvolverá as suas

capacidades e juízos estéticos.

Outra vantagem do computador para as crianças e jovens é o tirarem do

uso dos seus problemas a resolução de problemas concretos.

Computadores em sala de aula

Em nossos dias podemos perceber que a tecnologia está presente em

todos os lugares e que a informática faz parte de nossas vidas e intensifica essa

presença a cada dia. Pouco a pouco o computador tem se tornado um aparelho

inclusive corriqueiro em nossa sociedade e mais cedo ou mais tarde todos terão

que aprender a conviver com essas máquinas tanto na vida pessoal como na vida

social.

Portanto, na educação não é diferente. Como Gianolla, 2006, p. 12:

35 Chaves, Eduardo O. C., “O Computador na Educação”, acessado por meio de http://scholar.google.com, palavras-chaves: “computador e a educação”

44

“Como uma derivação natural desses contextos múltiplos cotidiano, a escola

também convive com todo esse processo de informatização sob diversos

aspectos, seja no controle administrativo e financeiro, na utilização do

computador como ferramenta auxiliar do processo de ensino/aprendizagem e nas

questões do cotidiano trazidas até a sala de aula.”36 (GIANOLLA, 2006, p. 12)

No entanto, para se ter uma adequada utilização dessa tecnologia em sala

de aula, é imprescindível que se haja uma preparação da escola, dos professores e

de todo os profissionais ligados à educação de forma mais direta. Pois é notável e

claro os problemas causados pelo mau uso do computador no ambiente escolar,

como por exemplo, jogos violentos, imagens pornográficas, diálogos inadequados,

quando se poderia utilizar-se dessa rica ferramenta para o aperfeiçoamento

inesgotável do saber.

Embora esta seja uma ferramenta riquíssima em face de sua capacidade de

armazenamento de informações, devemos levar em consideração que este

equipamento não fora desenvolvido para fins pedagógicos. Daí a importância de

se olhar com criticidade e buscar, em meio às teorias e práticas, o bom uso deste

recurso.

Como afirma GIOLLA, 2006; “Há duas categorias de programas que

podem ser utilizados nas atividades escolares”. São elas:

1. Aplicativos de uso geral, utilizados como auxiliares no ensino.

2. Programas desenvolvidos com finalidades didáticas.

a) Aplicativos de Uso Geral

-Processador de texto – Tem utilidade imediata nas tarefas escolares;

Possibilita que os alunos apresentem melhores seus trabalhos e agiliza a produção,

permitindo que sobre mais tempo para o estudo dos conteúdos. É igualmente útil

aos professores, pois facilita a criação de testes e exercícios.

Além disso, a produção guardada em arquivos pode ser aperfeiçoada e

reutilizada depois.36 GIANOLLA, RAQUEL. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO COTIDIANO.3. ED. SÃO PAULO: CORTEZ, 2006.

45

- Programas de desenhos, de ilustrações e de tratamento de imagens –

Usada para gerar ilustrações ou para o trabalho com gráficos em Matemática,

Geometria e Física.

- Banco de dados – Muito útil nas áreas que reúnem grande quantidade de

informações, como Biologia e História. Um aluno interessado pode usá-lo para

compilar informações sobre um determinado assunto e apresentar um trabalho em

forma de relatório. Também ajuda o professor a organizar seu material didático.

Grandes quantidades de informações podem ser recuperadas facilmente, sempre

que for preciso orientar o trabalho de um estudante ou responder perguntas de

ultima hora.

- Programas de apresentação – São programas flexíveis o suficiente para

serem usados de várias formas, enriquecendo as aulas com seus recursos

Multimídia. Se a escola não dispõe de um hardware especifico para a projeção da

tela do computador, eles permitem a impressão de transparências para

retroprojetores ou slides para projetores comuns. Vêm com diversos fundos –

prontos para serem utilizados, como telas – e fontes (tipos de letras). Podem

incluir ainda som, animação, trechos de vídeos.

b) Aplicativos Didáticos

A popularização da multimídia tem estimulado o lançamento de grande

quantidade de títulos didáticos em CD-ROM. Há opções para todos os níveis

escolares, voltados para atender a itens específicos dos currículos. A utilização

desses materiais na escola requer um critério cuidadoso por parte de professores,

pais e alunos.

A Internet na escola

A Internet, especialmente a Web: é um recurso precioso para a educação, pois

coloca à disposição de estudantes e professores uma quantidade imensa de

informações. Através da Internet, é possível, por exemplo, “visitar” museus,

46

universidades e bibliotecas do mundo inteiro, selecionando o que há de melhor em

todas as áreas de cultura.

Professores e alunos podem se manter atualizados e trocar experiências,

via novos grupos, por exemplo, com colegas do mundo todo. Muitas instituições

mantêm sites com conteúdos voltados especificamente para o uso escolar. Há

também uma grande quantidade de imagens disponíveis na Internet. Depois que

um arquivo de imagem é baixado para um computador local, seu conteúdo pode

ser usado em multimídia computadorizada ou impresso em papel.

Segundo Garcia37 a educação, a Internet pode ser considerada a mais

completa, abrangente e complexa ferramenta de aprendizado do mundo. Podemos,

através dela, localizar fontes de informação que, virtualmente, nos habilitam a

estudar diferentes áreas do conhecimento.

Estratégias de implementação

Embora a informatização de uma escola envolva inúmeros aspectos técnicos, o

foco principal é o ensino e deve-se garantir a integração entre os profissionais da

área técnica e os da área pedagógica. Confira algumas estratégias para a

implementação.

Laboratório

Software de videoconferência pode ser utilizado para debates entre alunos

de diferentes salas. Esse recurso também pode ser usado como rede interna de

televisão, quando for necessário todos os alunos da escola simultaneamente.

Conexão com a Internet

A conexão com a Internet é fundamental nos projetos de informatização

da escola. Dependendo da previsão do numero de acessos simultâneos, pode haver

a necessidade de um tipo de conexão especial, utilizando uma linha telefônica

37 Paulo Sérgio Garcia. A Internet como nova mídia na educação Rede. Disponível em: http://www7.rio.rj.gov.br/iplanrio/sala/textos/03.pdf . Acessado em: 22.04.2009.

47

privativa de alta largura de banda e um contrato especifico com um provedor. No

caso de redes locais, geralmente um computador é conectado à Internet,

funcionando então como servidor de acesso para todos os outros computadores da

rede local. Uma solução econômica seria utilizar o servidor como área de

armazenamento, conectando-o à internet apenas periodicamente.

c) Biblioteca virtual e outros programas

Além de ensinar o uso de computadores e de programas, o laboratório de

informática também é um espaço para complementar o aprendizado de todas as

disciplinas do currículo. Para isso, é preciso formar e manter atualizada uma

biblioteca virtual e outros tipos de software de conteúdos didáticos e

paradidáticos.

A escola poderia adotar uma política de empréstimos de software, como

numa biblioteca comum.

O aspecto legal não pode ser negligenciado em relação aos software

educativo e de rede, sistemas operacionais e todos os outros programas utilizados.

Fuja sempre dos software piratas.

e) Equipe de Suporte

Os computadores e programas ainda são sujeitos a falhas de diversas

naturezas e, por isso, é importante ter um ou mais profissionais da área técnica

permanentemente na escola.

Em instalações pequenas, um único profissional de suporte pode dar conta

dos problemas de software, hardware e rede e funcionar como consultor para os

professores.

Em instalações maiores, pode haver a necessidade de um profissional para

cada uma dessas funções, ou de equipes técnicas ainda maiores.

48

CAPÍTULO III

METODOLOGIA

Enfoques

Esta pesquisa de investigação é de enfoque qualitantivo e quantitativo de

cunho exploratório de caráter dedutivo em que faremos visitas nas escolas do

Município de Nhamundá Estado do Amazonas Brasil, nas quais selecionamos

cuidadosamente conforme os objetivos de nossa pesquisa e verificamos as que

possuem laboratório de informática, em seguida, nos deslocamos até a Assessoria

Pedagógica a fim de coletar dados sobre o número de professores e suas

respectivas disciplinas existentes em cada escola pretendida.

Dessa forma, foram coletados dados de interesse da pesquisa através de

questionários, que foram utilizados, nas referidas escolas; por fim entrevistamos,

coordenadores, gestores, professores e alunos.

Os dados foram coletados e trabalhados por meio de questionários, com

perguntas abertas e fechadas referentes ao assunto a ser abordado no decorrer da

pesquisa, bem como dados pessoais, formação acadêmica, formação profissional,

formação em informática e utilização e visão dos professores.

Para categorizar nossos dados utilizamos parte das categorias elencadas

por Sena, são elas: descrença pedagógica, ilusão, motivação, abertura e

engajamento. Dentro da concepção inicial do professor, intentamos observar os

modelos dos quais os professores mais se aproximam, não querendo, com isso,

classificá-lo, pois compreendemos que tais concepções são pessoais, únicas e

diferenciadas.

Nivel de investigação

Esta pesquisa tem um cunho exploratório de caráter dedutivo em que

fizemos visitas nas escolas do Município de Nhamundá Estado do Amazonas

Brasil, nas quais selecionamos cuidadosamente conforme os objetivos de nossa

pesquisa e verificamos as que possuem laboratório de informática, em seguida,

nos deslocamos até a Assessoria Pedagógica a fim de coletar dados sobre o

número de professores e suas respectivas disciplinas existentes em cada escola

pretendida.

50

Campo de ação

O referido trabalho será realizado em tres (03) escolas Escola Estadual

Amazonino Mendes, Escola Estadual Enery Barbosa dos Santos e Escola Estadual

Professor Gilberto Mestrinho, localizadas no municipio de Nhamunda Estado do

Amazonas-Brasil, onde primeiramente desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica

para contribuir com a discussão teórica sobre o uso das novas tecnologias pelos

profissionais da educação, e para isso buscamos várias referências que nos

ajudaram a entender melhor essa temática, com levantamento de leitura

exploratória e seletiva de livros, dissertações, teses e artigos científicos, a fim de

ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, conferir significado mais

amplo aos resultados, relacionando com o problema em questão.

Público alvo

123 alunos das tres escolas selecionadas do Ensino Fundamental e médio

Amostras

100% que equivale a 3 gestores e 1 coordenador

Técnicas de dados seleccionados

Pesquisa nas 3 escolas selecionadas

Instrumentos de avaliação e dados

Questionários, com perguntas abertas e fechadas

51

CAPÍTULO IV

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS PARA

DISCUSSÃO

Para compreendermos melhor essa problemática elaboramos um

questionário com perguntas pertinentes; quanto ao uso das novas tecnológicas nas

praticas pedagógicas dos professores em nosso município; e conforme os gráficos

abaixo podem chegar a algumas conclusões que nos ajudarão nesta pesquisa.

Portanto, façamos uma análise:

Em quanto à preparação dos professores para uso de recursos

tecnológicos com fins pedagógicos, obtivemos os resultados que se

observamos a continuação:

ESCOLA (A) EBS

Gráfico 1

Uso das NTC Professores

Usam NTCUsam as vezesNTCNão usam NTCNão opinaram

Lia da Costa Nascimento em 12/06/2017. Escola Amazonino Mendes -

Nhamundá Am

Conforme o gráfico acima foi constatado que 95% dos professores

entrevistados, fazem uso das novas tecnologias em suas ações pedagógicas; já 3%

declaram usarem às vezes, os que não utilizam 1%; os que não opinaram apenas

52

1%; neste contexto e pelo que se pode observar a escola (A) tem um índice

elevado de professores que tem aproveitado as novas tecnologias em suas praticas

educacionais; e se pode observar que isso tem influenciado os alunos a também

terem gosto pelo novo método de aprender.

ESCOLA (B) GM

Uso das NTC Professores

Usam NTCUsam as vezesNão usam NTCNão opinaram

Fonte: Pesquisa realizada por Lia da Costa Nascimento em 13/05/2017 Nhamundá

Am

O gráfico acima representa a escola (B) e se percebe que 80% tem usado

as novas tecnologias como ferramenta pedagógica em suas praticas docentes;

enquanto que 10% usam as vezes esses recursos; mas pelas respostas que

obtivemos em nossa entrevista 5% responderam que não usam essas novas

tecnologias e outros 5% não opinaram; isso deixa claro que nesta escola ainda há

uma certa resistência por parte de alguns, e outro motivo por não usarem; se

constatou que nem todas as salas de aula possuem condições para uso em especial

de Datashow; e a direção ainda está procurando resolver o problema com

algumas alternativas; com o uso de um carrinho móvel, contendo caixa de som e

Datashow adaptados que podem ser levados junto com o professor para as salas

que não possuem esses recursos

53

ESCOLA ( C ) AM

Usam NTC Professores

Usam NTCUsam as vezes NTCNão usam NTCNão opinaram

Fonte: Pesquisa realizada por Lia da Costa Nascimento em 14/06/2017.

Nhamundá Am

Na escola (C) tivemos as seguintes situações conforme gráfico acima: 87%

de seus docentes tem feito uso das novas tecnologias; 6% declaram que às vezes

tem usado esses recursos, outros 3% disseram não usarem, e por último 4%

preferiram não opinarem a respeito do uso das novas tecnologias.

Observando os gráficos acima ficou claro que apesar de todo o

desenvolvimento que tem ocorrido no mundo moderno ainda há resistência por

parte de alguns professores em usarem esses recursos em suas práticas

pedagógicas.

No anexo de número 01 disponibilizamos um dos questionários que foi

respondido por um dos professores; lá poderá o leitor ficar sabendo melhor o que

foi inquerido de cada educador a respeito do uso das novas tecnologias em suas

praticas pedagógicas.

Muito se têm discutido, principalmente nas últimas duas décadas, a

respeito do uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas,

entretanto a discussão envolvendo educação e tecnologia não é tão recente e não

teve início com a expansão "popularização" do acesso aos computadores pessoais.

54

Essa acepção torna-se mais plausível se tomado o conceito de tecnologia no

sentido adotado por Carneiro (2002, p. 49)38, que usa o termo tecnologias

referindo-se aos recursos já amplamente utilizados na escola, como lousa, giz,

livro didático, lápis, inclusive a linguagem e a exposição oral e, ainda, a própria

instituição escola. Para nós, tais recursos fazem parte da tecnologia da educação,

juntamente com a TV, o retroprojetor, o vídeo e o computador. Por outro lado, é

preciso reconhecer que a tecnologia, em muitos momentos, foi responsável pelo

surgimento de novas formas de acesso ao conhecimento.

Segundo Niskier (1993, p. 40)39, a radiodifusão com finalidades

educativas, nasceu no Brasil em 1923, quando foi fundada a Rádio Sociedade do

Rio de Janeiro, que transmitia programas de literatura, radiotelegrafia e telefonia,

de línguas, de literatura infantil entre outros. Mais tarde, surgiu a Teleducação

cuja experiência mais significativa – o Telecurso 2º grau – teve início em 1977,

numa parceria entre a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Padre Anchieta

(NISKIER, 1993, p. 73)40. Já o uso da informática na educação passou a ser objeto

de estudo ainda no final da década de 1970, por meio do projeto Educação com

Computador (EDUCOM) – o qual se constituiu como "[...] a primeira ação oficial

e concreta para levar os computadores até as escolas públicas." (TAJRA, 1998, p.

14)41

A Unicamp foi uma das universidades que se constituiu como centro-

piloto de estudo. Em 1979, deu início à pesquisa da adaptação da linguagem logo

original para o português, com o objetivo de criar versões nacionais para os

comandos. Niskier (1993, p. 102) destaca que, nesse projeto, "[...] o aluno, em vez

de uma atitude passiva diante da máquina, interage diretamente com ela,

transformando um processo de aprendizagem completamente diferente do usual: o

aluno está constantemente ensinando o computador." também "[...] as diferenças

de oportunidade entre a escola pública e a particular, cada vez mais

informatizada." Por outro lado, ela ressalta que "[...] pouco se discute quais os

modos de informatização que estão sendo trabalhados e com que finalidade."

38 CARNEIRO, Raquel. Informática na educação: representações sociais do cotidiano. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002.39 NISKIER, Arnaldo. Tecnologia educacional: uma visão política. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.40 NISKIER, Arnaldo. Tecnologia educacional: uma visão política. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.41 TAJRA, S. F. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 1998.

55

As primeiras vítimas das “encantantes melodias das novas tecnologias”

teriam sido os profissionais da informática, do comércio eletrônico e os web-

jornalistas; o próximo alvo das sereias seriam os educadores.

Os autores apontam algumas bandeiras da nova educação, citando o

estímulo à criatividade, o acesso à educação de qualidade, a pedagogia de

projetos, a educação por toda a vida e centrada no aluno; entretanto, para Blikstein

e Zuffo (2003, p. 25)42, “[...] as respostas concretas a esses desafios ainda são raras

e difusas.” Na sua opinião, essas tecnologias são vistas como possibilidade de

solução para todos os problemas da educação. Eles ressaltam ainda que as

vantagens propagandeadas pelos defensores do ensino com o uso das tecnologias,

como a atualização profissional via ensino a distância (EaD), por exemplo,

exigem uma análise cuidadosa. Como dizem os autores, citando o pesquisador

francês Eric Barchechat, “[...] assistimos a um processo de transferência da

responsabilidade pela atualização profissional (e da culpa da eventual estagnação

pessoal) da empresa para o empregado, assim como boa parte dos seus custos.”

(BLIKSTEIN e ZUFFO, 2003, p. 30) Por mais que a lógica do consumo esteja se

aproximando cada vez mais da educação, ainda assim, comparar a lógica das

empresas à lógica das escolas parece uma antecipação de um futuro catastrófico,

maquiavélico, sem saída para quem acredita que a educação não é um negócio.

Talvez as políticas públicas para o ensino superior estejam colocando as

universidades no mesmo patamar das empresas, mas isso não teve início com as

tecnologias de informação e de comunicação. Independentemente dessa

“novidade”, “a transformação do conhecimento científico e tecnológico em um

produto comercializável” é um processo evidente principalmente em algumas

áreas das universidades há muito tempo. Blikstein e Zuffo (2003, p. 33, grifos do

autor) “carregam nas tintas” ao apresentar o quadro da situação dos professores e

alunos nas universidades, citando Nobre, que “[...] alerta para a tendência de

proletarização da atividade educacional, aumento da velocidade, padronização do

trabalho, maior disciplina e supervisão gerencial, menor autonomia e a

contaminação da lógica de redução de custos e aumento da lucratividade.” Não

42 BLIKSTEIN, Paulo; ZUFFO, Marcelo Knörich. As sereias do ensino eletrônico. In: SILVA, M. (Org.) Educação online. São Paulo: Edições Loyola, 2003. p. 23-38. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

56

obstante os senões apresentados, os autores sinalizam aspectos positivos da

internet, como a anonimidade, a eliminação de distâncias entre as pessoas, a

descentralização de conhecimento, entre outros.

Destacam, por outro lado, o valor da internet como matéria-prima de

construção na educação em detrimento de seu uso como mídia de transmissão de

informações (BLIKSTEIN; ZUFFO, 2003, p. 36)43. Essa posição um pouco mais

receptiva se aproxima de algumas opiniões de Kenski, pedagoga e doutora em

educação, Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Memória, Ensino

e Novas Tecnologias (MENT). Ela não ignora, por exemplo, que há um comércio

de programas com baixa qualidade didática, elaborados por equipes de técnicos

que não entendem de educação; esses materiais são adquiridos acriticamente por

diretores e professores. Mas a autora encara de um modo mais otimista as

possibilidades de entrar nesse "embate":

“Uma das soluções para esse impasse está na possibilidade de educadores

também participarem das equipes produtoras dessas novas tecnologias

educativas. Para isso é preciso que os cursos de formação de professores se

preocupem em lhes garantir essas novas competências. Que ao lado do

saber científico e do saber pedagógico, sejam oferecidas ao professor as

condições para ser agente, produtor, operador e crítico dessas novas

educações mediadas pelas tecnologias eletrônicas de comunicação e

informação” (KENSKI, 2003, p. 49-50)44.

A autora também reconhece que, na maioria das escolas brasileiras, as

tecnologias digitais de comunicação e de informação "[...] são impostas, como

estratégia comercial e política, sem a adequada reestruturação administrativa, sem

reflexão e sem a devida preparação do quadro de profissionais que ali atuam”.

No municipio de Nhamundá no Estado do Amazonas; o governo mantem

um programa de teleaula, no qual os alunos da zona rural podem concluir o 43 BLIKSTEIN, Paulo; ZUFFO, Marcelo Knörich. As sereias do ensino eletrônico. In: SILVA, M. (Org.) Educação online. São Paulo: Edições Loyola, 2003. p. 23-38. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetroBVs curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.44 KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP: Papirus, 2003.

57

ensino médio em um sistema de ensino adistancia denominado (tecnologico);

neste sistema os alunos podem assitir as aulas ao vivo e interragir tirando suas

duvidas com os professores e também contam com um monitor que lhes ajuda

com duvidas que possam ter surgido durante a aula.

Este sistema está em pleno funcionamento em varias comunidades que

estão em lugares longincos e de dificil acesso. As comunidades indigenas estão

sendo beneficiadas com este programa do governo; são oferecidos cursos de

formação ensino medio e até graduação na área de formação de professores pela

Universidade Estadual do Amazonas (UEA); o curso de nivel superio oferecido

neste sistema é o de pedagogia que prepara novos professores a nivel de primeiro

e segundo grau; com este programa o governo espera resolver a grande falta de

educadores nestas comunidades.

Na escola (C) o programa (tecnologico); está contribuindo com alunos que

trabalham durante o dia e só tem tempo para estudar no periodo noturno;

conversamos com alguns destes alunos que estudam neste sistema e segundo eles

o estudo é muito proveitoso; chegando a dizer que estão tendo um aproveitamento

bem melhor do que no sistema tradicional; cabe resaltar que pora ser aceito no

programa o aluno deve ter acima de 16 anos.

Entendemos que esta pesquisa está fazendo com que se reflita sobre a

educação em nosso municipio; algo que antes não tinhamos parado para pensar.

Atualmente a (UEA) está oferencendo um curso de graduação em gestão de

negocios e outro de licenciatura em letra, estes novas graduados em breve poderão

agregar novos conhecimentos que serão de grande valia não só para as suas vidas

profissionais como para nossa comunidade.

Programas como esse precisam continuar não só em nosso municipio, mas

em todo o Estado do Amazonas, minimizando o problema da falta de educadores

qualificados para exercer suas funcões. Á pouco tempo atraz nossas comunidades

contavam com profissionais sem o devido preparo e Ainda há em algumas

comunidades professores que estão atuando somente com formação de nivel

médio; algo incocebivel em um mundo em pleno desenvolvimento e de rapidas

transformações em especial na área tecnologica.

58

O governo do Amazonas não tem medido esforços para solucionar o

problema da qualificação de profissionais na área da educação, haja visto como ja

citamos os diversos programas criados e outros que estão sendo estudados para

futura implantação; pelas analises que foram feitas em nossa pesquisa acreditamos

que muito em breve o Estado passará a obter melhores resultados a nível local e

nacional; algo tão desejado por todos nos profissionais da educação.

No que respeita as visitas às escolas, se apresentam os resultados que

seguem:

1. Observamos nesta pesquisa, que há mais alunas/sexo feminino

matriculadas no ensino fundamental do que masculino. Já no ensino médio se vê

um porcentual maior de alunos (sexo masculino). Pela pesquisa que fizemos,

concluímos que essas diferenças ocorrem devido a muitos destes alunos se

ausentarem da sala de aula para ajudarem suas famílias na lavoura. E no ensino

médio eles veem morar e estudar na cidade, então entendemos que o percentual de

alunos do sexo masculino presentes em sala de aula supera ao sexo feminino.

2. A intervenção didática na sala de aula apontou que os professores:

Desejam aprender e vivenciar novas aprendizagens relacionadas

com a tecnologia digital e multimídia;

As maiores dificuldades que enfrentam no ensino das disciplinas

são:

Os livros didáticos são muito complexos para os alunos;

Que há muito conteúdo para expor;

Falta de Datashow adaptados em todas as classes.

Não há computador para todos os professores

Laboratório de informática por vezes não funciona e por esse

motivo os alunos não têm tanto interesse em visitar o local.

59

Internet lenta: típico das cidades do interior de nosso Estado

(Amazonas)

Computadores obsoletos no laboratório de informática (muitos

se encontram em desuso).

Há professores que ainda não dominam as novas tecnologias

muitos dos quais por não dominarem esses recursos; constatou-

se que há professor que recebeu computador do programa;

professor na era digital, porém nunca fez uso por não ter

domínio do aparelho e com a falta de uso esse recurso com o

tempo até deixou de funcionar; trazendo grandes prejuízos aos

alunos.

Ficou comprovada que os alunos têm grande motivação pelas

aulas quando usados os recursos tecnológicos; percebeu-se que

o aprendizado ocorre com maior eficiência e há um

aproveitamento maior; fato esse comprovado em nossa pesquisa.

Há um interesse maior do grupo quando se usa dos recursos

tecnológicos; percebe-se que há um fascínio e a mente é

aguçada levando o aluno a uma aprendizagem real e mais

duradoura.

As atividades são realizadas com mais entusiasmo e satisfação?

3. Os alunos pesquisados quanto ao entusiasmo e a satisfação

apresentaram claros indicativos de melhora. A entrevista mostrou que no início

das atividades os alunos se colocavam numa posição defensiva, por não

conhecerem e ter medo do novo, comportamento característico dos que se

percebem orientados, mas após este primeiro contato, após se envolverem e se

familiarizarem com a atividade, apresentaram várias características de alunos que

se percebem, como previa a nossa hipótese.

Desta forma, nossos resultados evidenciam que a atividade pedagógica

proposta trouxeram melhoras para o perfil motivacional dos alunos.

60

- O computador aguça a curiosidade dos alunos? Bem essa é uma de

nossas hipóteses que procuramos checar cuidadosamente e pelas entrevistas pode

se perceber que; as crianças são curiosas e questionadoras por natureza. Isso se

deve ao fato de estarem, a todo o momento, descobrindo o mundo ao seu redor e

se desenvolvendo mental e fisicamente. Usar essa curiosidade em favor do

aprendizado é uma forma eficiente de ensinar e transformar os pequenos curiosos

em jovens intelectualmente ativos.

- Qual a justificativa para gostar de Informática?

Conforme nossa pesquisa esta hipótese foi confirmada de forma

satisfatória pelos entrevistados; segundo suas respostas se pode concluir que o

gosto pela informática se dá em decorrência dos grandes avanços tecnológicos.

O gosto pela informática segundo os alunos entrevistados; vem devido ao

grande interesse em participar das redes sociais; além de segundo eles terem

acesso a milhares de informações uteis no dia a dia.

Nas escolas onde não há laboratório de informática e nem aulas sobre o

assunto e os professores fazem pouco uso dos recursos tecnológicos essa hipótese,

não pode ser considerado de forma satisfatória pelos entrevistados; isso deixa

claro que é necessário, repensarmos nossas praticas pedagógicas.

Também ajuda a reforçar uma necessidade urgente em investimentos na

educação continuada de professores e profissionais que atuam na escola e em

especial secretarias, bibliotecas e outros setores da escola.

Os alunos entrevistados deixaram claro que adoram essa nova realidade e

por vezes nós mais velhos ficamos sem entender tudo isso, mas pela nossa

pesquisa ficou claro que nós professores necessitamos estar mais por dentro desta

nova realidade, pois do contrario não acompanharemos mais nossos alunos e

corremos o serio risco de tornar nossas aulas algo obsoleto.

- O uso do computador realmente contribui para o aprendizado?

61

Pelas analises em nossa pesquisa ficou comprovado que realmente o

computador quando usado de forma correta ele é um elemento fundamental no

processo ensino aprendizado, disso não temos a menor duvida.

Essa hipótese nos dá dois vieses interessantes; na primeira poderíamos

afirmar sim que o seu uso contribui para um aprendizado; na segunda podemos

dizer que há quem use essa ferramenta tecnológicas para outros fins que na

realidade não são tão benéficos; mas acreditamos que se houver uma boa

orientação essa situação poderá com o tempo melhorar.

4. Conforme nossas pesquisas realizadas nas Escolas da região de sua

abrangência, observou-se que poucas escolas têm contemplado o uso das novas

tecnologias em sala de aula. E que os professores pouco utilizam o instrumental

tecnológico disponível, como softwares para trabalhar os conteúdos em sala de

aula.

Bem isso reforça a necessidade de haver um investimento por parte dos

governantes em uma educação continuada que visse o aperfeiçoamento dos

educando de um modo geral.

Nossa pesquisa em ação nas três escolas selecionadas

Nos estudos realizados nas escolas de Nhamundá Amazonas Brasil, do

Ensino Fundamental e médio, durante o ano de 2016, mostraram que a utilização

de computadores era deficiente; As observações foram registradas por ocasião de

nossa visita.

Nas três escolas visitadas e observadas, há laboratórios de informática em

apenas duas. A escola A, não há laboratório de informática; na escola B,

observamos que o laboratório possuía 15 computadores, porem no momento esses

computadores estão sendo utilizados somente para cursos de informática, segunda

a direção não está havendo internet por que houve alguns problemas com um que

danificou o sistema e até o momento ainda não foi concertado o sistema por falta

de recursos; há um computador ligado a internet na sala dos professores e outros

três na diretoria e secretaria este todos ligados por rede wifi. A escola C,

encontramos 20 computadores; nesta escola o laboratório está em fase de

62

implantação e por esse motivo ainda não possui computador ligado a internet, há

quatro computador ligado a internet, sendo este de uso da administração e

professores.

Apresentaremos, em seguida, as respostas do questionário aplicado no mês

de setembro de 2016, com alunos das escolas A, B e C. Perfazendo um total de

123 que responderam a um questionário sobre as aulas de Informática Educativa.

Dos 123; 50 alunos nunca tiveram aulas com computadores.

Apenas a escola (C) possuía Internet disponível para os alunos, no entanto

110 alunos responderam que navegavam na Internet fora da escola, enquanto 13

nunca haviam tido acesso a ela. Dos que utilizavam a Internet, 80 alunos

buscavam entretenimento ou jogos, 10 alunos respondeu que buscava novos

amigos e 20 realizavam pesquisas para a escola e para adquirir conhecimento e

informação; 80 alunos responderam que gostariam de ter aulas de informática.

A tabela 1 representam a escola (A) com 235 alunos.

Tabela 1 – As atividades que os alunos gostam de fazer no computador

Atividades Número de respostas

Digitar texto, desenhar e jogar

Digitar texto e jogar

Digitar texto

Digitar e navegar na Internet

Digitar e desenhar

Não sabe

Total

20

9

6

5

3

5

48

Escola (A) 48 alunos responderam ao questionário

A tabela 2 representa a escola B com 478 alunos.

Tabela 2 – As atividades que os alunos gostam de fazer no computador

Atividades Número de respostasDigitar texto, desenhar e jogar 17

63

Digitar texto e jogarDigitar textoDigitar e navegar na InternetDigitar e desenharNão sabeTotal

5446440

Escola (B) 40 alunos responderam ao questionário

A tabela 3 representa a escola C 375 alunos.

Tabela 3 – As atividades que os alunos gostam de fazer no computador

Atividades Número de respostasDigitar texto, desenhar e jogarDigitar texto e jogarDigitar textoDigitar e navegar na InternetDigitar e desenharNão sabeTotal

156335335

Escola (C) 35 alunos responderam ao questionário

Tabela 4, representa as escolas A, B, e C – As atividades que os alunos não

gostavam de fazer no computador

Tabela 4

Atividades Número de respostasProdução de textosLidar com programas difíceisNão tem atividade que não gostaNão sabeProvas práticasTotal

1318553007123

A maioria utiliza o computador como uma máquina sofisticada de

entretenimento eletrônico. Os 13 alunos que responderam gostar de digitar textos,

responderam também que não gostam de produzir textos. Afinal, digitar texto é

uma coisa, produzir texto é outra coisa, exige esforço mental e criatividade.

Nessas observações, percebemos que os alunos queriam aprender com a

máquina, mas a falta de um laboratório de informática adequado tem sido um

64

empecilho. Nosso questionamento é qual a justificativa para gostar de

Informática?

A Tabela 5- Representa as respostas das escolas A, B e C; respectivamente.

Posição dos alunos que gostam de Informática

Por que gostam de Informática? Nº de respostas.É importante para encontrar um emprego ou trabalho no futuro

10

Aprende melhor e/ou aperfeiçoa o conhecimento

30

Aprende sobre computador ou informática

35

É importante e/ou interessante 30Descobre coisas novas 15Não responderam 15Outras razões: auxilia na prática; gosta da professora; é divertido; é fácil

3

Total de alunos 123123 alunos foram entrevistados nas escolas (A, B e C)

Dessas escolas pesquisadas, 118 alunos disseram que gostavam das de

Informática e 5 disseram que não gostavam. Os 5 alunos que responderam não

gostar de Informática acrescentaram que não entendiam nada de computadores,

apesar de terem frequentado cursos informática. Além disso, eles eram

considerados os alunos problemas porque tinham dificuldades de aprendizagem

em outras disciplinas.

As respostas indicam que aprender informática é essencial para garantir o

futuro. A ideia que está presente nas representações desses alunos em relação à

Informática é a da preparação do indivíduo para o mercado de trabalho abstrato.

Isso nos leva a questionar, mas que tipo de trabalho vai restar com a

Informatização da sociedade? Será que usando o computador, o sujeito aprende

mais e melhor ou aprimora o conhecimento? Tais posicionamentos explicitam a

65

manifestação de utopias, para usar a expressão de Nóvoa (1995, p.8)45, “que

conduziriam ao eclipse dos professores”.

Do ponto de vista da modalidade de ensino, há um predomínio em

entender a utilização dos computadores, como “máquinas de ensinar”, ou seja, um

recurso a mais para instruir o estudante no processo de transmissão de

informações atualizadas, como era o papel da televisão e do vídeo.

Mas será que os mediadores tecnológicos estariam a serviço da

democratização do conhecimento? Que tipo de conhecimento seria necessário na

formação escolar? O que ensinar e o que aprender diante da perspectiva do fim

dos empregos que se estabelece na sociedade? Receber o conhecimento atualizado

é necessário, no entanto, na educação formal a apropriação do conhecimento não

advém necessariamente da informação atualizada, mas essencialmente da

assimilação e apropriação do conhecimento historicamente acumulado.

Vivemos um processo de mudança na educação e nas demais

organizações. Quando perceberam que a educação pode ser lucrativa, os grandes

grupos econômicos abriram um mercado gigantesco investindo em instituições

educacionais informatizadas com equipamentos de última geração, em nome da

qualidade total. Isto porque há uma crença de que a informatização vai solucionar

com rapidez os problemas do ensino, como se pensava no passado. Além disso, a

educação é considerada um caminho fundamental para transformar a sociedade.

Mas será suficiente o acesso rápido às informações relevantes? Por que?

Há um vazio de conteúdo. As novas gerações estão contaminadas pela epidemia

das redes virtuais de informações. A disponibilidade de todos os signos,

religiosos, educativos, ideológicos, científicos, tecnológicos, sociais, econômicos,

políticos, jurídicos, comerciais, psicológicos, sexuais, artísticos, críticos e

acríticos, etc. alimenta as redes. A proliferação de tudo misturado traz a ilusão,

para os usuários, de estarem atualizados para atender as exigências do mundo

contemporâneo.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, em seu caderno de Introdução, no

capítulo específico sobre Tecnologias da Comunicação e da Informação,

enfatizam a importância dos recursos tecnológicos na sociedade contemporânea.

45 NOVOA, A. (Org.). Profissão professor. Porto Codex/Portugal: Porto Editora, 1995.

66

Esses recursos tecnológicos incluem os meios impressos como livros, jornais e

revistas e os meios eletrônicos, como rádio, televisão, gravação em áudio e vídeo,

computadores, multimídias, redes telemáticas, robótica, Internet e outros.

As tecnologias da comunicação, além de serem veículos de informações,

possibilitam novas formas de ordenação da experiência humana, com múltiplos

reflexos, particularmente na cognição e na atuação humana sobre o meio e sobre

si mesmo. A utilização de produtos do mercado da informação – revistas, jornais,

livros, CD-ROM, programas de rádio e televisão, home-pages, sites, correio

eletrônico –, além de possibilitar novas formas de comunicação, gera novas

formas de produzir o conhecimento. Há alguns anos não existia a possibilidade de

comunicação on-line entre pessoas fisicamente distantes.... Essas mudanças nos

processos de comunicação e produção de conhecimento geram transformações na

consciência individual, na percepção do mundo, novos valores e nas formas de

atuação social.

Desde a infância, os estudantes convivem com algum tipo mídia eletrônica

como o rádio, a televisão, o aparelho de som, e alguns possui um computador, ou

trabalham com ele, e outros também navegam na Internet. A utilização de

computadores e, especialmente da Internet, contribuem para melhorar a prática de

ensino, porque tais recursos possibilitam o acesso rápido às informações

atualizadas, e permitem também a troca de informações e debates por meio de

grupos de discussão. Há uma possibilidade real de trocar conhecimento e

informações com pessoas de todas as partes do mundo conectadas à rede.

Estes recursos da Informática prometem melhorar o processo de ensino,

porque oferecem auxilio pedagógico e material atualizado tanto para o educador

quanto para os alunos. O computador é considerado um recurso que facilita a

aprendizagem, mas exige dos docentes uma fundamentação teórica e

metodológica para desenvolver um ambiente de aprendizagem que mobilize os

estudantes para o conhecimento na escola. Trata-se de um instrumento com

potencial para estimular a motivação do aprendiz, se a utilização deste recurso

estiver num ambiente desafiador. A máquina por si só não se traduz em um

elemento motivador. O projeto de trabalho com a tecnologia da informação e

comunicação deve ser interessante, caso contrário, os alunos perdem a motivação.

67

O uso de software na escola46

Podemos observar alguns tipos de recursos didaticos ligados as novas

tecnologias como rádio, computador, câmeras fotográficas, Tv, e outros dessa

natureza em que podemos fazer uso com o objetivo de alcançarmos melhores

resultados em sala de aula e desta forma aguçarmos a mente dos alunos para um

interesse maoir pelas novas tecnologias e com certeza teremos um aprendizado

mais eficiente.

O uso de Softwares é de suma importância na educação; disso ninguém

tem duvidas. Esta indagação atualmente tem sido objeto de estudo e discussão

entre os especialistas em informáticas educativas, produtoras de softwares,

professores e alunos, afinal trata-se da implantação da informática em muitas

escolas públicas que tanto almejam sair do estado de inércia e transformarem-se

em centros de construção do saber via novas tecnologias da informação.

Hipótese: Mas uma indagação é oportuna: o computador na escola vem

resolver os problemas educacionais que afligem toda uma sociedade, tais como

evasão, repetência, dificuldades de aprendizagem dos alunos, má formação dos

professores e péssimas condições de trabalho no ambiente escolar?

A introdução de "mais uma máquina" no âmbito educacional não vem

sanar todos os problemas citados acima, haja vista que a origem dos mesmos é

complexa e envolve fatores sócio-políticos e econômicos.

Além de uma política social que valoriza e incentiva o trabalho do

professor necessário se faz reformularmos conceitualmente o papel do educador

nessa nova era, através de estudos constantes e discussões que venham contribuir

com nossa formação e consequentemente impulsionar ações que façam da escola

um espaço de construção do saber científico-cultural.

Precisamos utilizar este momento de modernização física das escolas, ou

seja, a introdução dos computadores como pretexto para repensarmos todo o

processo educacional: Que homem a escola quer formar? para qual sociedade? E

46 AZEVÊDO, Wilson. A vanguarda (tecnológica) do atraso (pedagógico): impressões de um educador online a partir do uso de ferramentas de courseware. Disponível em <www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/vanguarda.html>. Acesso em: 18/01/2004.

68

que postura metodológica o educador pode construir para a formação desse novo

indivíduo?

É sabido que a sociedade precisa ter como meta a formação de homens

críticos, atuantes, capazes de transformar sua realidade em busca de uma melhor

qualidade de vida: com saúde e moradia para todos, melhoramento nas relações

interpessoais e um convívio equilibrado com a natureza, sendo assim cabe aqui

discutirmos e projetarmos como a escola poderá contribuir para a formação desses

indivíduos com a utilização de instrumentos tecnológicos.

Utilizar o computador é um dos passos para a concretização das metas

educacionais citadas acima pois encontramos neste recurso a possibilidade de

armazenar dados, intermediar a comunicação em tempo real entre pessoas do

universo, simular situações reais, pesquisar informações nas mais diferentes

ciências e utilizar softwares educativos. Este último, nosso principal objeto de

estudo, por ser alvo de críticas de especialistas em informática educativa e meio

de comercialização por parte de produtores.

Hipótese: - O uso dos softwares realmente contribui para o aprendizado?

Embora alguns softwares contribuam de forma significativa com as

propostas pedagógicas progressistas por possuírem características tais como:

interatividade, comunicabilidade, abertura para divulgação da criatividade dos

alunos, estimula a pesquisa e possibilita a construção e socialização do saber

coletivo; não significa que o uso e aplicação destes venham transformar o ensino.

É preciso que os educadores conheçam uma infinidade de softwares, analise-os

criticamente e utilize-os em consonância com seu projeto pedagógico e com as

necessidades de sua classe.

A utilização competente de softwares poderá contribuir para uma educação

igualitária e emancipadora ou servir de instrumento alienante se estes: não

estiverem inseridos num projeto pedagógico sério e com objetivos claros, como se

pode observar: "o software por si não educa, o professor como mediador é

necessário" e ainda se estes apenas contemplarem conteúdos livrescos camuflados

por efeitos especiais próprios dos acessórios eletrônicos.

69

Os softwares possuem aspectos pedagógicos e técnicos que devem ser

levados em consideração no momento de escolha para isso é preciso conhecê-lo

segundo suas características:

Tipo de software

Aspectos pedagógicos Aspectos técnicos

AUTORIA programável, auxílio ás aulas do professor, abertura para registro de pesquisas

pelos alunos , possibilita feed back

interface amigável

aceita animação ligação com

outros programas

imagens de vídeo

possibilidade de inserir formas gráficas com movimento

REFERÊNCIA baseado em atividades de exercício (behaviorista)

não interativo não interdisciplinar Subsidia pesquisas escolares

interface amigável

SIMULAÇÃO lança desafios para os alunos construirem hipóteses e buscarem soluções

possibilita realizar um trabalho interdisciplinar

1. interface amigável

APOIO CURRICULAR

baseado na robótica ( ARS Consult)

possibilita a construção do conhecimento pelos alunos

aberto para a programação interativo interdisciplinar importância no processo de

construção e não no produto

interface amigável

fácil instalação e desinstalação

Análise realizada com base nos critérios de análise de softwares elaborados durante o III encontro

Nacional do PROINFO (Pirenópolis- GO) promovido pelo MEC.

70

Para Lima (2009)47, softwares fechados são livros didáticos eletrônicos que

passam um conhecimento cristalizado e cobram através de questionários respostas

sempre corretas colocando o aprendiz numa verdadeira Educação bancária onde o

erro deve ser punido com tiros, errado, risos de ironia de Extra Terrestres, e frases

do tipo Tente novamente, ou seja a violência impõe ao aprendiz o sentimento de

inutilidade , mostra o fracasso como natural e próprio daqueles que erram e que a

única saída para não ser punido é repetir até acertar.

Introduzir tais softwares em nossas aulas como "produto moderno", por ser

um CD-ROM caríssimo a ser instalado em um MICROCOMPUTADOR, é antes

de tudo uma prática questionável, trata-se do uso e aplicação de uma ferramenta

de alienação modernizada, ou melhor, é estarmos contribuindo para uma

modernização conservadora do processo educativo, onde evoluem-se os

instrumentos e conserva-se a estrutura de educação bancária onde o professor

transmite e o aluno acumula informações de forma a crítica.

Infelizmente aproveitando a falta de oportunidade dos professores em

estudarem sobre softwares, algumas empresas posicionam-se da seguinte forma:

"os professores não estão preparados para utilizarem softwares abertos, preferem

os fechados" postura que expressa claramente o quanto produtores de softwares

fechados dependem da alienação e da postura pedagógica tradicional para

investirem em softwares deste tipo e venderem mais, mantendo assim o status

quo.

A preocupação com a formação dos educadores é evidente, uma vez que a

prática do educador que media a construção do saber dos alunos e possibilita-os

ver o mundo, ler nas entrelinhas a realidade conforme aponta (Lima 2009)48:

Enunciamos que: “o professor deve construir situações lógicas que

possibilite o aluno aprender com mais facilidade". Daí a importância do professor

na escola atual, comprometer-se politicamente com o ensino e preparar situações

que desencadeiem o saber com o uso das novas tecnologia, escolher junto com os

47 LIMA, Adriana dos Santos Marmori. Software na escola: Possibilidade de melhorias da educação ou alienação Modernizada? Disponível em: http://www.geocities.com/Athens/Crete/3359/softwareAdriana.htm. Acessado em 20.04.2009.48 LIMA, Adriana dos Santos Marmori. Software na escola: Possibilidade de melhorias da educação ou alienação Modernizada? Disponível em: http://www.geocities.com/Athens/Crete/3359/softwareAdriana.htm. Acessado em 20.04.2009.

71

alunos os softwares que lhes acrescentarão algo em sua formação, buscar a

interação homem máquina no sentido do primeiro dominar o segundo e utilizá-lo

a seu benefício.

A análise de software nos possibilita afirmar que os professores precisam

resgatar a autoconfiança no seu poder de educar, de formar cidadãos, de planejar

ações significativas para o desenrolar da aprendizagem do aluno, de aprender a

aprender a utilizar a multiplicidade de instrumentos que poderão enriquecer o seu

trabalho. Precisa descobrir que para além da recompensa financeira atualmente

"em baixa" do seu trabalho, existe em suas mãos o compromisso e a

responsabilidade de educar numa escola que "deve ser capaz de construir um

projeto político-pedagógico de qualidade, orientado pelos princípios da justiça

social" (afirmativa retirada do texto final produzido no III encontro nacional do

Proinfo-Programa de Informática Educativa/MEC realizado em Pirenópolis-GO) .

A confiança em si e a autonomia para decidir como trabalhar a educação

utilizando ou não softwares educativos, passa por um grande desafio que é a

inversão não parcial mas, total de paradigmas educacionais. Esta necessidade de

transformação hoje está presente em muitos discursos de profissionais envolvidos

na área, numa tentativa de contribuir para a mudança de postura do educador, ou

seja, de transmissor de conhecimentos para desafiador de aprendizagem.

A possibilidade da melhoria da educação com implantação da informática

nas escolas e consequentemente a utilização de softwares, depende muito mais da

postura política do educador em escolher produtos não alienantes e que venham

subsidiar seu trabalho de classe em direção a uma prática construtivista, do que a

inserção a crítica de softwares no ambiente escolar. O primeiro passo para a

mudança da educação com certeza está sendo lançado a partir de eventos que

promovam a reflexão e consequentemente uma transformação da ação como os

organizados pelo PROINFO/MEC. Lima (2009)49

49 LIMA, Adriana dos Santos Marmori. Software na escola: Possibilidade de melhorias da educação ou alienação Modernizada? Disponível em: http://www.geocities.com/Athens/Crete/3359/softwareAdriana.htm. Acessado em 20.04.2009.

72

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES E PROPOSTAS

CONCLUSÃO

Diante do que até o momento foi exposto, é necessário atentar para as

inúmeras possibilidades que esse novo espaço educacional nos proporciona.

Aos discentes, a possibilidade de superar limites geográficos e temporais

acessando a informações que os conduza ao conhecimento e à formação

profissional como nunca antes se houvera proposto, permitindo que essa grande

fatia de desfavorecidos deixe de fazer parte das estatísticas alarmantes de baixa ou

nenhuma educação.

Aos docentes, a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, trocar

informações e experiências entre mestres, bibliotecas virtuais e aprendizes, uma

vez que a educação com base tecnológica tem como um dos principais objetivos

induzirem à pesquisa, levando cada um, seja ele discente ou docente, a construir o

seu próprio conhecimento, seu banco de dados intelectual.

Assim o professor tem a função de facilitar, instigar, promover, incentivar,

assumindo uma parceria com o aluno e deixando aquela antiga imagem retrógrada

de "detentor do conhecimento".

É claro que sempre haverá prós e contras, vantagens e desvantagens como

em todas as esferas, mas os resultados comprovam o avanço educacional que

essas novas tecnologias trouxeram e isso é um fato que não podemos negar

mesmo aqueles que oferecem resistência a essa nova realidade de ensino. Fica a

critério de cada um o modo e a finalidade de utilização das ferramentas tangíveis e

intangíveis que a tecnologia proporciona tanto em âmbito educacional como em

qualquer outro segmento, uma vez que as intenções humanas são imprevisíveis e

implícitas em cada um. Afinal quem pode garantir que em um espaço construído

para ministração de aulas tradicionais e presenciais não haja pessoas mal

intencionadas e desinteressadas?

Mesmos os mais otimistas não podem acreditar que os meios virtuais que

as novas tecnologias educacionais proporcionam, seja a solução para a erradicação

da falta de conhecimento. Em uma análise realista da história do homem, sempre

observamos diferenças de classes que facilitam ou dificultam o acesso à

informação.

73

Sempre haverá excluídos. A proposta que essa nova tecnologia nos traz é a

possibilidade de diminuirmos consideravelmente esses números estatísticos

deprimentes de pessoas sem acesso à educação e à formação profissional. 

A tendência nesse novo segmento é avançar e se aprimorar cada vez mais,

uma vez que as novas tecnologias estão a serviço de todas as camadas e

segmentos sejam eles sociais, culturais, educacionais e comerciais. Precisamos

aprender a conviver e a sobreviver na nova terra pós-dilúvio que marca um novo

tempo na educação, àqueles que não aprenderem a se relacionar com essas novas

ferramentas ficará cada vez mais limitados, tanto na vida profissional como na

intelectual uma vez que as grandes bibliotecas e fontes de pesquisa estão sendo

registradas em um imenso banco de dados virtual e isso já é uma realidade quer as

pessoas gostem ou não.

É necessário que todos estejam atentos para as novas perspectivas que

estão sinalizando para o futuro da educação, deixando de lado preconceitos, e os

famosos paradigmas tão questionados nos meios acadêmicos.

Essas novas perspectivas devem ser vistas como desafios e oportunidades

de crescimento e caso algo dê errado, terá a oportunidade de ser corrigida como

toda nova boa ideia, todo bom novo projeto em fase de teste.

É preciso otimismo e empreendedorismo diante dos desafios propostos,

pois consiste em uma oportuniza a possibilidade de provar-se que discurso

atualmente defendido é verdadeiro no que referimos à inclusão sócio educacional,

rompimento de paradigmas e processo de aprendizagem continuada para todos.

Concluímos esta pesquisa com a certeza de um dever comprido e

esperamos ter contribuído com a comunidade acadêmica; queremos deixar claro

que ainda há muito a ser investigado sobre o tema que não se esgota. Sugerimos

que outros pesquisadores continuem a explorar o tema; nós mesmos temos

intenção de fazermos um aprofundamento maior num futuro próximo.

74

REFLEXÃO PESSOAL

O presente trabalho coloca-se simultaneamente numa perspectiva crítica e

otimista. Crítica em relação à escola atual, que manifestamente não satisfaz as

necessidades nem dos alunos nem da sociedade. Crítica em relação ao imobilismo

que continua em muitos casos a ser a força dominante procurando desculpar e

justificar o que é inaceitável e não tem muitas vezes razão de subsistir. Crítica,

ainda, em relação a diversas perspectivas de utilização dos computadores que

estão longe de conter o poder inovador que muitas vezes se lhe atribuem. Otimista

porque na sociedade é cada vez mais aceite que a escola tem de evoluir de forma a

passar a ser, ela própria, um fator de progresso e inovação social e se

multiplicarem os projetos e as atividades que apontam nesse sentido.

Otimista porque a nossa experiência vivida mostra a evidência que é

realmente possível que o computador pode ser um valioso instrumento auxiliar no

processo ensino/aprendizagem.

A sociedade atual sofre mudanças profundas que chocam com os nossos

hábitos e concepções bem estabelecidas, pondo em causa os nossos sistemas de

valores. Pergunta-se; estaremos capazes de nos adaptar a viver numa sociedade

em permanente transformação? Ou se perderemos a nossa identidade deixando-a

alienar-se; que contrição o pode o computador dar para a modificação das práticas

pedagógicas?

É constantemente feito um forte apelo aos professores para utilização dos

computadores na sua prática pedagógica.

Coburn e outros afirmam que "tentando explorar ao máximo a capacidade

interativa dos computadores nas escolas, entre outros problemas, os educadores

enfrentam o desafio de saber como usá-los".

Nossa pesquisa consta duma reflexão sobre a necessidade do computador na

prática pedagógica, em geral.

Embora a literatura especializada seja bastante produtiva em relação ao tema

em estudo, o nosso objetivo implica que a dissertação inclua, para além da

reflexão teórica, uma vertente empírica, onde pretendomos verificar até que ponto

os computadores são realmente utilizados pelos professores de Educação, com

75

todas as suas potencialidades, como teoricamente é proposto, e quais os fatores

que, na sua perspectiva interferem na sua utilização.

Ao terminar gostariamos de reforçar uma ideia que foi deixada já ao

longo de todo este trabalho, é importante que se produzam e divulguem

programas informáticos educativos ajustados às necessidades dos currículos, é

importante que esses programas sejam interativos e que promovam uma

aprendizagem cognitiva, mas sem os restantes elementos que constituem o círculo

escolar - professores, equipamentos, sem novas atitudes de ensino - não valerão de

nada esses programas. Por isso é necessário que nos cursos de especialização em

Educação Especial seja dada formação tão exaustiva, tanto quanto possível na

área das TIC porque necessita ser estruturada como um todo e não

individualmente, equipando escolas, atualizando os planos curriculares,

permitindo aos professores uma permanente atualização profissional (formação

contínua) de forma a proporcionar a existência de um espaço/escola em que se

possa desenvolver um ensino ativo. O Saber deve ser, sempre que possível,

complementado pelo Saber Fazer!

76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSMANN HUGO. (1989) Metáforas novas para reencantar a educação:

epistemologia e didática. 2. ed. Piracicaba: UNIMEP.BLANCO, E, DIAS, P; SILVA, B; (1989). Tecnologia Educativa - Bases Teóricas. Braga:

Universidade do Minho.

D´AMBROSIO, UBIRATAN.(1986) Da realidade à ação: reflexão sobre

educação e matemática. 4 ed. São Paulo: Summus,

FELDMAN, MÁRCIA. TV na escola: nem Deus nem o Diabo na Terra do Sol,

Presença Pedagógica, v. 3, n.º 17, p. 16-23, Belo Horizonte, set./out., 1997FREITAS, J. C. (1992a). As NTIC na Educação: Esboço para um Quadro Global; in J. Correia de

Freitas e V. Duarte Teodoro (eds), Educação e Computadores, Lisboa: Ministério da

Educação, Gabinete de Estudos e Planeamento, série: Desenvolvimento dos sistemas

Educativos.

GELLER, MARLISE. (1995)Informática na educação: as opiniões de alunos do

curso de pedagogia. Porto Alegre: ago. (Dissertação de Mestrado em

Educação, PUCRS.)

LAMPERT, ERNÂNI.(2006) O professor universitário e a tecnologia, Educação,

ano XXIII, n.º 42, p. 157-172, Porto Alegre, nov., 200

GIANOLA, RAQUEL. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO

COTIDIANO.3. ED. SÃO PAULO: CORTEZ.

Grinspun, Mírian P.S. Zippin.(1999) Educação Tecnológica. In : Educação

Tecnológica desafios e perspectivas. Mírian P.S. Zippin Grinspun (org).

São Paulo: Cortez.

KENSKI, VANI. (1998) Novas tecnologias: o redimensionamento do espaço e do

tempo e os impactos no trabalho docente Revista Brasileira de Educação,

n. 8, p. 58-71, Brasília, mai/ago.

LÉVI, PIERRE.(1999) A inteligência coletiva: por uma antropologia do

ciberespaço. São Paulo: Loyola.

MELLO, GUIOMAR. Namo de Uma escola para formar corações bem

informados e cabeças bem-feitas. As diretrizes curriculares nacionais para

o ensino médio. Revista Digital Pólo (Internet), 29/07/1999.

77

NOGUEIRA, NILBO RIBEIRO. (2002) Pedagogia dos Projetos: uma jornada

interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das múltiplas inteligências. 3 ed.

São Paulo.

TORRES, VLADIMIR.(2000) Planejamento de uma aula com uso de computador

como recurso multimeio, Tecnologia Educacional, v. 29, n. 150/151, p. 38-

41, Rio de Janeiro, jul./dez..

SENA, REBECA MOREIRA.(2005) Evolução das concepções de professores

de matemática sobre informática educativa, a partir de um curso de

capacitação. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de Mato

Grosso, Instituto de Educação.

VALENTE, JOSÉ. Informática na Educação: uma questão técnica ou pedagógica?

Pátio, ano 3, n. 9 p. 20-23, Porto Alegre, mai/jul., 1999.

VYGOTSKY, L. S. (1988) Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Referencias eletrônicas

AZEVEDO, WILSON. A vanguarda (tecnológica) do atraso (pedagógico):

impressões de um educador online a partir do uso de ferramentas de

courseware. Disponível em

<www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/vanguarda.html>. Acesso

em: 18/01/2004.

FARIA, ELAINE TURK. (2006) O professor e as novas tecnologias. In:

Enricone, Délcia. (Org.). Ser professor. 5 ed. Porto Alegre: Edipucrs,

2006. p. 57-72. Disponível em: http://aprendentes.pbworks.com/f/prof -

e_e_a_tecnol_5%5B1%5D.pdf>Acesso em: (03 de fev. 2016)

ALMEIDA, MARIA ELIZABETH BIANCONCINI de. (2007) Tecnologias

digitais na educação: o futuro é hoje. In: Encontro de Educação e

Tecnologias de Informação e Comunicação, 5, 2007, Rio de Janeiro.

Tecnologias digitais na educação: o futuro é hoje. Rio de Janeiro:

Universidade Estácio de Sá.. Disponível em:

http://etic2008.files.wordpress.com/2008/11/pucspmariaelizabeth.pdf>.

Acesso em: 19 fev. 2009.

78

PRIMO, Alex. Seria a multimídia de fato interativa? (Internet), 19/08/1999.

http://ultra.pucrs.br/famecos/rf6alex.html CORTELAZZO, Iolanda. Computador

para interação comunicativa, Comunicação e Educação, São Paulo, n.º 16,

p. 19-25, set./dez., 1999.

79

ANEXOS

ANEX0 01

QUESTIONÁRIO A APLICAR AOS GESTORES E DOCENTES DAS

ESCOLAS PESQUISADAS NHAMUNDÁ AMAZONAS

Estimados (as) Gestores (as) Professores,

Estimaria imenso contar com a sua colaboração no preenchimento do presente

questionário. O mesmo objetiva colher dados para a elaboração de um trabalho de

pesquisa junto de três Escolas no Município de Nhamundá Estado do Amazonas.

Prezado (a) Gestor e Professor, garanto-lhe que as suas respostas merecerão toda a

confiabilidade. Os dados coletados são condição ao Curso de Mestrado em

ciências da Educação da UNIVERSIDAD PRIVADA DEL ESTE - Paraguai; por

ocasião da defesa da minha dissertação de mestrado. Desde já agradeço a sua

colaboração.

LIA COSTA DO NASCIMENTO

Nome completo

Professor (a)

Sexo: ( )Masc. ( ) Fem. Idade: anos – Período: ( )Mat. ( )Vesp. ( )Not.

Formação acadêmica: Licenciatura Plena em Letras

Disciplina (s) que leciona: Língua Portuguesa

Carga horária: .............

Tempo de serviço:

Curso: Semestre/Ano:

Instituição de Ensino em que leciona:

QUESTÕES

1. Você já participou de algum curso de informática voltada para o uso das novas

tecnologias na educação? ( )SIM ( ) NÃO/*...........

2. Você é usuário de informática? ( )SIM ( )NÃO

3. Você possui computador em casa? ( )SIM ( )NÃO

4. Você possui impressora em casa? ( )SIM ( )NÃO

5. Você possui endereço de e-mail? ( )SIM ( )NÃO

6. Você possui cursos na área de informática ? ( )SIM ( )NÃO

Caso positivo, quais?....................................................................................

7. Você divulga seu endereço de e-mail para seus alunos? ( )SIM ( )NÃO

Por que ? Falta de estrutura pelos alunos

8. Você possui um site/homepage no ciberespaço para disponibilizar materiais de

apoio didático aos seus alunos? ( )SIM ( )NÃO

9. Para que você utiliza o computador? ...................................................................

10. Você envia materiais de apoio didático, como tarefa previa, aos alunos para

que eles trabalhem fora da sala de aula? ( )SIM ( )NÃO

Por que ? Porque os alunos não possuem equipamentos de informática

11. Você possui internet? ( )SIM ( )NÃO

12. Você incentiva os alunos a utilizarem os computadores nas tarefas escolares?

( )SIM ( )NÃO

13. Seus alunos lhe solicitam orientações sobre conteúdo das aulas por e-mail?

( )SIM ( )NÃO

Caso positivo, em que consistem essas orientações?

____________________________________________________________

14 Você incentiva os alunos a pesquisaram na Internet? ( )SIM ( )NÃO

15. Na sua opinião, a instituição deve motivar o docente na utilização das novas

tecnologias a produção do conhecimento? Sim ( ) Não ( )

Em caso de resposta positiva, como? ...................................................................

16. As escolas onde você leciona possuem salas de informática?

( )SIM ( )NÃO

17. Você costuma utilizar a sala de informática da escola? ( )SIM ( )NÃO

18. A Instituição de Ensino para a qual você leciona oferece um espaço virtual

oficial, como Portal de Comunicação on-line, para que os professores possam

depositar seus materiais de apoio didático? ( )SIM ( )NÃO

19. Qual é sua opinião quanto ao uso de computadores nos auxilio a produção dos

conhecimentos da aprendizagem em escolas e em salas de aula?

Excelente ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Satisfatória ( ) Débil ( ) Mau ( )

20. Como classifica o uso dessa ferramenta tecnológica nesta instituição nesta

Instituição, na produção do conhecimento?

Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Satisfatória ( ) Débil ( ) Mau ( x)

21. A utilização desta tecnologia tem sido motivada nesta instituição na produção

do conhecimento? Sim ( ) Não ( x)

22. Na sua opinião, quais são os motivos que levam o docente a utilizarem essa

tecnologia na produção do conhecimento?

Elevação do título docente e discente ( ) Prestigio para a instituição ( )

Contribuir para o crescimento educacional ( ) Outro ( ) Qual?............

23. Você tem utilizado essa tecnologia para ministrar suas atividades acadêmicas?

Sim ( ) Não ( )

Em caso de resposta positiva, que tipo?..........................................................

24. O que lhe impulsionou a realizar tal tecnologia?

....................................................................................................................

Em caso de resposta negativa, indique o motivo assinalando uma das hipóteses:

Falta de tempo ( ) Sobrecarga horária ( ) Falta de condições financeiras ( )

Falta de interesse ( ) Falta de apoio institucional ( )

Outro ( ) Qual? ____________________________________________

25.Que incentivo institucional desejava receber para motivá-lo na utilização desta

tecnologia na produção do conhecimento?

Incentivo financeiro ( ) Fornecimento dos materiais tecnológicos ( ) Incentivo

moral ( ) Outro ( ) Qual? ........................................................................................

26. Como considera o incentivo institucional dado ao docente na utilização de

novas tecnologias na produção do conhecimento?

Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Satisfatório ( ) Débil ( ) Mau ( )

27. O que lhe motiva a utilização de novas tecnologias na produção do

conhecimento acadêmico?

Maior interesse dos discentes ( ) Mais facilidade para se alcançar os objetivos

propostos ( ) Outro ( ) Qual ( )? ________________________

28. Você é contra ou a favor do uso do celular em sala de aula por seus alunos;

com objetivos educacionais? Sim ( ) Não ( )

Justifique sua resposta Facilitar o acesso à conteúdos

29. Considera as condições de trabalho, salariais, ambiente entre colegas, classe

de aula, como fatores motivacionais para realização de novas tecnologias? Sim

( ) Não ( )

30. Como considera a motivação dos docentes da sua repartição face a ao uso de

novas tecnologias?

Excelente ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Satisfatória ( ) Débil ( ) Mau ( )

31. Você recebe ajuda dos seus superiores para a utilização dessas novas

tecnologias na produção do conhecimento? Sim, ( ) Não ( ) As vezes ( )

32. Como avalia o seu desempenho quanto ao uso destas novas tecnologias na

produção do conhecimento?

Excelente ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Satisfatória ( ) Débil ( ) Mau ( )

ANEXO 02

QUESTIONARIO DE PESQUISA PARA ALUNOS DAS ESCOLAS

BRASILEIRAS DE NHAMUNDÁ AMAZONAS

MAESTRIA EM CIENCIAS DA EDUCAÇÃO

LIA COSTA DO NASCIMENTO

Nome completo aluno(a)................................................................

Sexo: ( )Masc. ( )Fem. Idade: 15 anos

Curso:....................................................................................

ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GILBERTO MESTRINHO.

QUESTÕES

Primeira parte:

1. Você é usuário de informática? ( )SIM ( )NÃO

2. Você possui computador em casa? ( )SIM ( )NÃO

3. Você possui impressora em casa? ( )SIM ( )NÃO

4. Você possui endereço de e-mail? ( )SIM ( )NÃO

7. Você gosta das aulas com o uso do computador? ( )SIM ( )NÃO

8. Você costuma visitar a sala de informática?( )SIM ( )NÃO

9. Se a respostas anterior foi positiva diga que tipo de atividade você gosta de

fazer quando visita a sala de informática?

10. Aproximadamente, quantas vezes por semana você utiliza o computador?

( ) 1 ( ) Até 2 ( ) Até 3 ( ) Até 4 ( ) acima de 4 vezes.

11. Você prefere ler textos no computador ou textos impressos em papel ( )

livros, apostilas, revistas) ?

12. Você gostaria que seus professores usassem mais o computador em sala de

aula? ( )SIM ( )NÃO

Segunda Parte:

Atividades que gosta de fazer com o computador

1. Digitar textos, desenhar e jogar ( ) SIM ( )NÃO

2. Digitar texto e jogar ( ) SIM ( )NÃO

3. Digitar texto ( ) SIM ( )NÃO

4. Digitar e navegar na internet ( )SIM ( )NÃO

5. Digitar e desenhar ( )SIM ( )NÃO

6. Não sabe ( )SIM ( )NÃO

Atividades que não gosta de fazer no computador

Marque com um circulo o número que representa a atividade que você não

gosta.

1. Produzir textos, 2. Lidar com programas difíceis 3. Não tem atividade que não

gosta

4. Desenhar 5. Não sabe 6. Prova pratica

ANEXO 03

OS DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Entrevista

Entrevista – (A) incentiva os professores a usarem os recursos

tecnológicos: como Datashow, computador e outras mídias. Conversamos com o

coordenador para saber um pouco mais sobre a experiência da escola (A) e os

desafios na formação de professores.

Quais os maiores desafios que a escola enfrenta na formação de

professores? Você acredita que os professores estão, no geral, bem preparados

atualmente?

Encontramos inúmeros desafios em nosso Núcleo de Formação. A

começar pelo fato de o governo oferecer um curso gratuito (cetam).

Outro desafio é transformar o espaço escolar de Educação em espaço de

Formação de Professores.

Atualmente na escola (A), está ocorrendo um curso de informática voltada

para o uso da novas tecnologias e não percebemos a presença de professores, e

sim os comunitários e estudantes da escola (A) e também de outras escolas.

O que me preocupa de verdade é a formação daqueles que coordenam

esses professores! Na minha opinião, os coordenadores pedagógicos e os diretores

de escolas que já passaram por aqui não possuem uma boa formação para exercer

a sua função.

No caso específico de tecnologia educacional, como os professores veem o

assunto? Há uma boa receptividade ao uso da tecnologia na educação? Você acha

que os professores estão preparados para isso?

Os professores ainda encontram muita resistência para se relacionarem

com o computador, por exemplo. Na escola (A) o uso de e-mails é o meio que

encontramos para nos comunicarmos sobre questões organizacionais, bem como

textos, escritas sobre a rotina e outros contatos. O uso em sala de aula é mais

difícil ainda. Não podemos negar a força da intenete para questões referentes à

pesquisa. Procuro orientar os professores para que façam um bom uso desse meio

de informação, diferenciando a coleta de informações da pesquisa propriamente

dita.

Sinto que, aos poucos, professores e escolas acabarão se rendendo às

maravilhas tecnológicas! O computador é a primeira delas.

O que deve fazer o professor que deseja melhorar sua formação? Quais os

aprendizados (informática, filosofia, aprofundamento na sua matéria específica

etc.) que seriam essenciais para um professor atualmente para interagir melhor

com os alunos em sala de aula?

O que digo para os professores da minha Escola é que eles precisam

mergulhar nas múltiplas possibilidades culturais que a nossa cidade e o nosso país

oferecem! Cinema, teatro, música, leitura, são alguns itens essenciais para uma

boa formação pessoal. É preciso também se utilizar de meios como o computador

para fazer outros “mergulhos” também. A qualidade da experiência vivida é

fundamental para sua multiplicação no meio em que vive. É muito gostoso escutar

um professor em sala de aula contando sobre um filme que assistiu, a emoção de

haver terminado algum livro ou sobre a arquitetura do centro de São Paulo, vista

num entardecer de sábado! Além de encontrar e atribuir um valor formativo para

essas vivências, o professor não pode deixar de ler, conversar com outros

professores e escrever bastante.

Entrevista com diretor: Raimundo Osmar da Escola Amazonino Mendes

Nhamundá Am. 2016

ANEXO 04

PROJETO CELULAR EM SALA DE AULA

Alunos e professores do turno vespertino no auditório da Escola Estadual

Professor Gilberto Mestrinho

Ramiro, T. Lia, C. N. (22.09.2016) alunos do 6º ao 9º ano: Escola Estadual

Professor Gilberto Mestrinho. Nhamundá-Am .

O projeto celular em sala de aula, e o que se pode ver é uma concentração de

todos os alunos, apreensivos e sobre tudo curiosos assistindo a peça teatral em

defesa do celular. Todos emperrando um bom resultado e claro torcendo para que

o celular em sala de aula fosse vencedor.

Anexo 05

PESQUISADORA COM SEUS ALUNOS APRESENTAÇÃO DE PROJETO

Ramiro, T. (22.09.2016) Pesquisadora Lia Nascimento. Escola Estadual

Professor Gilberto Mestrinho. Nhamundá-Am

Anexo 06

PROJETO CELULAR NA SALA DE AULA

Lia, C. N. (22.09.2016) Pesquisadora Lia Nascimento. Escola Estadual Professor

Gilberto Mestrinho. Nhamundá-Am

Os alunos da escola GM presentearam os presentes com uma rica

apresentação do projeto o celular na sala de aula. Na oportunidade os alunos

apresentaram uma peça teatral na qual o celular foi apresentado como uma

ferramenta de aprendizado em sala de aula; tal peça contou com um cenário muito

interessante teve juiz, advogado, promotor, testemunhas contra e a favor do uso

do celular em sala de aula; também contou com um júri popular que fez a

avaliação e a votação por fim do julgamento fictício a juíza deu o veredito que

teve como resultado a absolvição do celular como uma ferramenta a ser usado no

cotidiano dos alunos em sala de aula.

Anexo 07

Lia, C. N. (22.09.2016) Pesquisadora Lia Nascimento. Escola Estadual Professor

Gilberto Mestrinho. Nhamundá-Am

Lia, C. N. (22.09.2016) Pesquisadora Lia Nascimento. Escola Estadual Professor

Gilberto Mestrinho. Nhamundá-Am

Nesta foto podemos observar a advogada de defesa, argumentando da

importância do uso do celular em sala de aula como ferramenta pedagógica

indispensável no ensino aprendizagem.

ANEXO 08

RELAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES

DENHAMUNDÁ/AM

1-ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ENERY BARBOSA DOS SANTOS –

2-2-2-GILBERTO MESTRINHO

3-ESCOLA ESTADUAL GOVERNADOR AMAZONINO MENDES -

CENTRO

4-CENTRO RURAL DE ENSINO COM MEDIACAO TECNOLOGICA DE

NHAMUND - GILBERTO MESTRINHO

5-ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GILBERTO MESTRINHO - SANTO

ANTONIO

6-ESCOLA ESTADUAL INDIGENA GOVERNADOR EDUARDO BRAGA -

7-ESCOLA ESTADUAL SAO SEBASTIAO DO COROCORO -

8-CENTRO DE EDUCACAO TECNOLOGICA DO AMAZONAS - CETAM -

SANTO ANTONIO

9-ESC EST FURTADO BELEM - GILBERTO MESTRINHO

10-ESC DEP GLAUCIO GONCALVES -

11-CENTRO URBANO DE ENSINO COM MEDIACAO TECNOLOGICA DE

12-12-12NHAMUNDA - GILBERTO MESTRINHO

13ESC MUNICIPAL PADRE ZEZINHO FINLANDIA - CENTRO

14ESC JULIO FURTADO BELEM -

15ESC SANTA MARIA -

16CENTRO EDUCACIONAL SANDRA BRAGA - CENTRO

17ESC INDIGENA JOAO DIONIZIO DO NORTE I -

18CENTRO EDUCACIONAL VITORIA REGIA - CENTRO

19ESC SAGRADO CORACAO DE JESUS -

20ESC SAO SEBASTIAO -

21ESC DEPUTADO ENEAS GONCALVES -

22ESC NOSSA SENHORA DA CONCEICAO -

23ESC MANOEL PEREIRA DE SOUZA -

24ESC SANTA RITA DE CASSIA -

25ESC SANTISSIMA TRINDADE -

26ESC SAO RAIMUNDO -

27ESC INDIGENA RIOZINHO -

28ESC SANTO ANTONIO -

29ESC SANTISSIMA TRINDADE -

30ESC NOSSA SENHORA DA SAUDE -

31ESC NOSSA SENHORA DAS GRACAS -

32ESC NOSSA SENHORA DE LOURDES -

33ESC NOSSA SENHORA DO PERPETUO SOCORRO -

34ESC GENEZARE -

35ESC SANTA LUZIA -

36ESC PRIMAVERA -

37ESC SANTA LUZIA -

38ESC SAGRADO CORACAO DE JESUS -

39ESC SANTA TEREZINHA -

40ESC SAO JOSE -

41ESC XISTO PINHEIRO -

42ESC BENEDITO CAMPOS -

43ESC SAO FRANCISCO -

44ESC INDIGENA JOAO DIONIZIO DO NORTE II -

45ESC SAO FRANCISCO -

46ESC RAQUEL S DOS SANTOS -

47ESC SAO MIGUEL -

48ESC GAIVOTA -

49ESCOLA PARAISO –

50ESC SANTA MARIA –

51ESC ROSA DE SARON -

52ESC SAO JOSE -

53ESC RAIMUNDO MELO DA SILVEIRA -

54ESCOLA MUNICIPAL LUZ DO SABER -

55ESC DONA MARTA - NHAMUNDA

56ESC INDIGENA CAFEZAL -

57ESC SAO BENEDITO -

58ESC NOSSA SENHORA DA ASSUNCAO -

59ESC VENEZA -

60ESC INDIGENA AREIA -

61ESC NOSSA SENHORA DA CONCEICAO -

62ESC SANTA ISABEL -

63ESC GALILEIA -

64ESC SANTA ANA -

65ESC INDIGENA DEXMUND DEXBY SHIRE -

66ESC SANTA RITA -

67ESC INDIGENA JOAO RAIMUNDO TAMHAWA -

68ESC SAO JORGE -

69ESCOLA MUNICIPAL NOSSA SENHORA DA APARECIDA -

70ESC DUARTE DE OLIVEIRA -

71ESC PEDRO SILVA -

72ESC INDIGENA XAKWARU -

73ESC INDIGENA PEDRO WARAKA -

74ESCOLA MUNICIPAL SAO PEDRO -

75ESC NOSSA SENHORA DE NAZARE -

76ESCOLA INDIGENA BILONTRA -

77ESC RAIMUNDO JACAUNA -

78ESC CRISTO REI -

79ESC NOSSO SENHOR DO BOMFIM -

80ESC ULISSES GUIMARAES -

81ESC SANTA IZABEL -

82ESC SETE ILHAS -

83PROGRAMA DE ERRADICACAO DO TRABALHO INFANTIL DE

NHAMUNDA - PETI - SANTO ANTONIO

84ESC NOSSA SENHORA DO ROSARIO -

85ESC SANTA FE -

Fonte: IBGE 2

ANEXO 09

ALUNOS REALIZANDO ATIVIDAS NO COMPUTADO

Lia, C. N. (10.09.2016) alunos do 7º ano: Escola Municipal Professor José

Gaudêncio: Nhamundá-Am

ANEXO 10

ALUNOS REALIZANDO ATIVIDAS NO COMPUTADOR

Lia, C. N. (10.09.2016) alunos do 7º ano: Escola Municipal Professor José

Gaudêncio: Nhamundá-Am

ANEXO 11

RESPOSTAS INSTRUMENTO DE PESQUISA SOBRE EDUCAÇÃO E USO

DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO

Em sua opinião, que características são necessárias ao professor para a utilização

das tecnologias com fins educacionais? (P1 –P32) professores interrogados

P1 – As características de um professor-pesquisador, curioso, interessado nas

inovações pedagógicas tecnológicas, porém crítico e flexível para aprender com

os alunos e em interação com o grupo, quando não familiarizado com as novas

tecnologias.

P2 – Discutir, fundamentalmente discutir com colegas os usos, limites e

possibilidades do uso das tecnologias.

P3 – Ser um usuário; estar atualizado com relação ao q/ é produzido e difundido

nessa área, ter acesso aos meios, nem sempre disponíveis.

P4 – Atualização permanente, inclusive quanto ao uso das novas tecnologias;

disponibilidade de tempo para tal; iniciativa e desejo de querer usar as novas

tecnologias com fins educacionais.

P5 – domínio do uso das tecnologias; criatividade na sua utilização; planejamento

prévio das atividades.

P6 – atualização constante desse professor (autonomia profissional); misto de

criatividade e planejamento dos conteúdos escolares; clareza de que tais"

recursos" tecnológicos são "RECURSOS" apenas.

P7 – Ter vontade de aprendê-las, ter como usá-las na escola. Falta incentivo!

P8 – Primeiro o professor deve conhecer, selecionar o que e com o que trabalhar...

algo que complete os conhecimentos traçados pelo professor como necessários,

dentro dos seus objetivos.

P9 – Conhecimento e necessidade.

P10 – Ser bem informado e saber relacionar os temas com os recursos

disponíveis; ter claro que a tecnologia são meios p/ estimular, ilustrar e

possibilitar outro olhar p/ o que está sendo debatido.

P11 – Abertura para aprender constantemente tanto sobre as tecnologias como

sobre o uso que os alunos fazem dessas tecnologias.

P12 – Atualização e interesse.

P13 – Gostar dessas tecnologias e saber usá-las.

P14 – O professor deve atualizar-se e buscar conhecimentos na área para poder

utilizar a tecnologia com segurança e facilidade.

P15 – Conhecimento das tecnologias existentes e de suas utilizações, e acesso a

elas.

P16 – Pelo menos ter conhecimentos básicos de informática.

P17 – Domínio da operação das máquinas.

P18 – Acho que o professor de modo geral tem que ter a facilidade de aceitar

desafios, que neste caso seria o de qualificar e atualizar sobre as tecnologias

educacionais mais recentes. Neste sentido, acho que um projeto de pesquisa

poderia atender esta demanda e ao mesmo tempo, avaliar a procura e o interesse

dos profissionais da escola.

P19 – Necessita primeiramente conhecer as tecnologias disponíveis e saber bem

utilizá-las, para depois propor um trabalho pedagógico com os alunos.

P20 – Conhecimento, equipamento adequado e apoio técnico.

P21 – Conhecimento das mesmas.

P22 – Ter interesse e vontade de buscar atualização profissional.

P23 – Ser criativo. Ser instrumentalizado, atualizado.

P24 – Boa vontade.

P25 – Acesso ao material pedagógico e aos recursos tecnológicos, curiosidade e

desejo em realizar novas experiências educacionais.

P26 – Capacidade para usar tais tecnologias como apoio/complemento, não

permitindo que esta prática substitua a atividade do professor; saber dosar o seu

uso.

P27 – É preciso ter domínio das TICs e desejar inseri-las no cotidiano da sala de

aula.

P28 – Penso que o prof. necessita inicialmente ter o desejo da "aventura"; daí pra

frente precisa estar aberto ao novo e ter espírito de pesquisador para encontrar as

possibilidades pedagógicas adequadas.

P29 – Interesse.

P30 – Saber usar essas tecnologias. Saber relacionar tecnologia com educação.

P31 – Ter a percepção de que a tecnologia utilizada é um recurso a mais para suas

aulas. É um meio que pode, tanto ajudar, quanto comprometer.

P32 – Conhecer e utilizar adequadamente a seus objetivos

Fonte: 03 escolas objeto da pesquisa Agosto-Setembro/2016. Nhamundá

Amazonas -Brasil

ANEXO 12

Fotos de algumas escolas visitadas Nhamundá Amazonas-Brasil

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR JOSÉ GAUDENCIO

Lia, C. N. (07.09.2016) Escola Municipal Professor José Gaudêncio: Nhamundá-

Am

ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GILBERTO MESTRINHO

Lia, C. N. (07.09.2016) Escola Estadual Professor Gilberto Mestrinho:

Nhamundá-Am

ESCOLA ESTADUAL AMAZONINO MENDES

Lia, C. N. (07.09.2016) Prédio da Escola Estadual Amazonino Mendes.

Nhamundá-Am

ESCOLA ESTADUALPROFESSORA ENERY BARBOSA DOS SANTOS

Lia, C. N. (07.09.2016) Prédio da Escola Estadual Professora Enery Barbosa dos

Santos. Nhamundá - Am

ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR GILBERTO MESTRINHO

Lia, C. N. (07.09.2016) Prédio da Escola Estadual Professor Gilberto Mestrinho –

Nhamundá -Am

Alunos utilizando o laboratório de informática da Escola Estadual Professor

Gilberto Mestrinho

Lia. C, N, (08/09/2016) Alunos do 8º ano no laboratório de informática da Escola

Gilberto Mestrinho: Nhamunda – Am.

PESQUISADORA LIA COSTA DO NASCIMENTO COM SEUS ALUNOS EM

ATIVIDADE NA SALA DE AULA

Ramiro, T. (08/09//2016) Pesquisadora Lia Nascimento em sala de aula da Escola

Gilberto Mestrinho Nhamundá - Am

Laboratorio de informatica Escola Estadual Professor Gilberto Mestrinho

Lia, C. N. (08.06.2016) Laboratório da Escola Estadual Professor Gilberto

Mestrinho. Nhamundá-Am

SALA DA SECRETARIA

Lia, C. N. (08.06.2016) Laboratório da Escola Estadual Professor Gilberto

Mestrinho. Nhamundá-Am