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Em colaboração com Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável Estudo realizado às empresas cotadas em Portugal KPMG EM PORTUGAL

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Page 1: Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável · âmbito do desenvolvimento sustentável e na avaliação da percepção que as empresas têm do impacto dos temas éticos,

Em colaboração com

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento SustentávelEstudo realizado às empresas cotadas em Portugal

KPMG EM PORTUGAL

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Coordenação do EstudoCristina Vaz Tomé, KPMG Advisory - Consultores de Gestão, Lda.Isabel Ucha, Euronext Lisbon

Elaboração do EstudoCristina Vaz Tomé, KPMG Advisory - Consultores de Gestão, Lda.Isabel Ucha, Euronext LisbonIsabel Guimarães, KPMG Advisory - Consultores de Gestão, Lda.Vera Santos, KPMG Advisory - Consultores de Gestão, Lda.Luís Santos, KPMG Advisory - Consultores de Gestão, Lda.

Este estudo, realizado pela KPMG Advisory - Consultores de Gestão, Lda. com o apoio da Euronext Lisbon, pretende aferir a abordagem das empresas cotadas na Euronext Lisbonàs questões relacionadas com a sustentabilidade.

O objectivo do estudo consistiu na identificação das oportunidades que surgem no âmbito do desenvolvimento sustentável e na avaliação da percepção que as empresas têm do impacto dos temas éticos, económicos, sociais e ambientais na sua actividade. Adicionalmente, este estudo pretende ainda analisar a maturidade do tema e dar a conhecer as principais dificuldades encontradas na definição e implementação de estratégias de sustentabilidade nos diversos sectores de actividade.

Metodologia e âmbito

O estudo consistiu na realização de um questionário online dirigido às 51 empresas cotadas na Euronext Lisbon e complementada pela realização de 15 entrevistas a gestores de topo das empresas participantes. O estudo decorreu entre os meses de Junho e Setembro de 2008. Os resultados obtidos foram analisados pela KPMG.

Caracterização das empresas participantes

Ao questionário responderam 28 empresas, que constituem a amostra e que cobrem cerca de 80% da capitalização bolsista de todas as empresas cotadas (incluindo nacionais e estrangeiras). Estas empresas distribuem-se pelos seguintes sectores:

Banca;

Alimentar;

Construção;

Energia;

Transportes e Infra-estruturas;

Recursos Básicos;

Telecomunicações;

Serviços Financeiros;

Viagens e Lazer;

Produtos Industriais;

Tecnologia.

Sobre o Estudo

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 2

© 2008 KPMG Advisory - Consultores de Gestão, Lda., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG Internacional, uma cooperativa suíça. Todos os direitos reservados. Impresso em Portugal. A KPMG e o logótipo da KPMG são marcas registadas da KPMG Internacional.

Page 3: Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável · âmbito do desenvolvimento sustentável e na avaliação da percepção que as empresas têm do impacto dos temas éticos,

01 Mensagem da KPMG 04

02 Mensagem da Euronext Lisbon 06

03 Sumário Executivo 08

04 Estratégia de Sustentabilidade 12

05 Integridade e Ética 24

06 Abordagem ao Risco 28

07 Alterações Climáticas 32

08 Oportunidades da Sustentabilidade 40

Índice

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 3

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01 Mensagem da KPMG

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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O lançamento deste estudo, com o apoio da Euronext Lisbon, surge num contexto de preocupação crescente pelos riscos e oportunidades decorrentes da sustentabilidade (leia-se, preocupações: económicas, ambientais e sociais).

Neste sentido, considerámos oportuno entender de que forma as empresas sujeitas a maior escrutínio de mercado, como sejam as empresas cotadas, estão a percepcionar estes riscos e de que forma é que lhes estão a dar resposta, entendendo-os como oportunidades para o negócio.

Pretendemos, também, identificar o grau de maturidade desta “consciência sustentável”, por parte das empresas cotadas, no sentido de confirmar o quão preparadas as empresas estão para incluir temas como a ética, as questões ambientais e as questões sociais nos seus processos de negócio.

Neste contexto, procurámos estruturar o estudo em cinco grandes planos, considerados essenciais para o tema em análise:

Estratégia de Sustentabilidade (Capítulo 4);

Integridade e Ética (Capítulo 5);

Abordagem ao Risco (Capítulo 6);

Alterações Climáticas (Capítulo 7);

Oportunidades da Sustentabilidade (Capítulo 8).

Em Portugal, ainda não existe regulamentação que obrigue as empresas, do sector privado, a tomarem determinadas iniciativas no âmbito do desenvolvimento sustentável. Por este motivo, consideramos positivos os resultados obtidos neste estudo que revelam a acção voluntária que as empresas cotadas já estão a desenvolver nesta matéria.

Gostaríamos de agradecer às empresas pelo seu empenho e tempo investido no preenchimento dos questionários e aos seus representantes pela sua participação nas entrevistas, sem os quais o estudo não teria sido possível realizar.

Pedro Subtil

Partner, KPMG Advisory -Consultores de Gestão, Lda.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 5

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02 Mensagem da Euronext Lisbon

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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A Euronext Lisbon está empenhada em que as empresas e a sociedade portuguesa se desenvolvam de forma equilibrada e sustentada. O tema deste estudo é de extrema relevância para a sobrevivência e competitividade das empresas e das sociedades a longo prazo. Os países mais desenvolvidos e as empresas mais avançadas demonstram hoje uma grande preocupação pela temática da sustentabilidade ou, também designada, responsabilidade corporativa. Portugal e as empresas portuguesas devem alinhar com esta tendência, que reflecte progresso e responsabilidade.

A NYSE Euronext, e em particular a Euronext Lisbon, partilham o dever cívico de promover a sustentabilidade das empresas, e em concreto das empresas cotadas em Portugal, como manifestação de responsabilidade para com o meio em que se inserem, e como testemunho de idoneidade.

Este estudo, produzido em colaboração com a KPMG, integra-se num conjunto de estudos realizados por esta consultora, e que são hoje uma referência a nível mundial. Esta é também uma forma de trazermos a realidade das empresas portuguesas para este universo do conhecimento.

A sustentabilidade, nos seus três pilares fundamentais –económico, social e ambiental – tem que ser transversal a toda a actividade empresarial, fazer parte do ADN das organizações, desde a definição da estratégia até às mais básicas tarefas operacionais, não devendo quedar-se por uma mera preocupação superficial ou cosmética.

A par dos desafios que a sustentabilidade coloca às empresas e às sociedades, em particular dos riscos que se podem correr pela ausência de uma estratégia de sustentabilidade eficaz, háque realçar as oportunidades que dela derivam e que devem ser atentamente procuradas e aproveitadas. Desta constatação surgiu o tema do trabalho ora apresentado “Riscos e Oportunidades da Sustentabilidade para as Empresas Cotadas”.

O universo deste estudo são as empresas cotadas em Bolsa em Portugal. Trata-se de um universo particularmente relevante no que respeita a inovação e desenvolvimento das melhores práticas de gestão. Também pela sua maior visibilidade, as empresas cotadas devem constituir bons exemplos e atébenchmarks para as empresas do seu ramo de actividade e para o tecido empresarial em geral.

Esta é a primeira vez que se realiza um estudo com este âmbito em Portugal, indo assim constituir uma base de comparação para o futuro. Da análise realizada realça-se que as empresas portuguesas revelam um interesse e compromisso crescentes com os temas da responsabilidade corporativa. Existem naturalmente ainda muitos desafios a enfrentar e muitas oportunidades a explorar, mas estamos confiantes que as empresas portuguesas saberão prosseguir o caminho da sustentabilidade.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 7

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Miguel Athayde Marques

Presidente do Conselho de Administração da Euronext LisbonMembro do ManagementCommittee da NYSE Euronext

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03 Sumário Executivo

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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Este é o primeiro estudo que se faz em Portugal sobre o impacto dos temas éticos, económicos, sociais e ambientais na gestão empresarial nas empresas cotadas. Como se trata de um estudo que não tem base de comparação nacional, sempre que considerado pertinente fazemos comparações com estudos internacionais semelhantes realizados pela KPMG.

Estratégia de Sustentabilidade

Verifica-se um elevado compromisso com estes temas por parte das empresas cotadas, que se reflecte no facto de a grande maioria (89%) referir que tem já uma estratégia de sustentabilidade e cerca de dois terços dos inquiridos (68%) considerarem os temas do desenvolvimento sustentável integrados nos processos de negócio. As principais dificuldades apontadas para a implementação de uma estratégia passam, essencialmente, pela gestão fragmentada destes temas e pela dispersão geográfica. No que toca à monitorização destas temáticas, revela-se que ainda existe margem para melhoria.

Temas Relevantes

Todos os temas relacionados com o conceito de desenvolvimento sustentável foram considerados relevantes pela maior parte das empresas, existindo, no entanto, uma pequena percentagem dos inquiridos que considera os temas ambientais, nomeadamente a avaliação dos passivos ambientais, o impacto na preservação da biodiversidade, o cálculo e compensação de emissões, como menos relevantes.

Modelo de Governo de Sustentabilidade

Os inquiridos foram unânimes em referir que os temas relacionados com a sustentabilidade são geridos de forma transversal às empresas. O Conselho de Administração foi mencionado por 68% dos inquiridos como sendo o órgão responsável pela dinamização, implementação e comunicação da estratégia da sustentabilidade. Consideram também que os órgãos de gestão deveriam ser avaliados pelo seu desempenho, contudo apenas 61% têm processos de avaliação formais. De salientar também que mais de dois terços das empresas referem que o modelo de governo adoptado representa adequadamente os interesses dos vários stakeholders. No entanto, parece haver ainda uma relativa assimetria no tratamento dos interesses dos mesmos, dando-se mais relevância aos interesses dos accionistas e menos relevância aos colaboradores ou clientes e outras entidades externas, havendo aqui também margem para melhoria.

Abordagem ao Risco

Outra constatação importante consiste no facto dos temas associados ao desenvolvimento sustentável começarem a estar formalizados nos modelos de risco das empresas. Cerca de 75% dos inquiridos referem ter um modelo de gestão de risco, que inclui temas éticos, económicos e sociais, e planos de acção para mitigação dos riscos.

O tema do desenvolvimento sustentável constitui um processo voluntário para o sector privado.

Não existe regulamentação, àparte de alguma ambiental ou de recomendações da CMVM, que obrigue as organizações a adoptar e comunicar determinadas práticas no âmbito dos temas éticos, económicos, ambientais e sociais.

O processo resulta, essencialmente, da pressão de determinados grupos de stakeholders, destacando-se entre os principais, os accionistas e analistas, parceiros ou concorrentes, colaboradores e clientes.

Neste contexto, consideramos como bastante positivos os resultados do presente estudo, se tivermos em conta o facto de se tratar de um processo voluntário no âmbito da sustentabilidade.

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(…) defrontamos com uma verdadeira emergência planetária. A crise climática não é um tema político, constitui um desafio moral e espiritual para toda a humanidade. É também a nossa maior oportunidade para elevar a consciência global. (…)

Fonte: Al Gore, Discurso da cerimónia de atribuição do Prémio Nobel da Paz, 2007

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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A pouca importância dada actualmente aos temas ambientais, deverá sofrer alterações no futuro. Não sóa maior sensibilização das empresas para a importância dos impactes ambientais na gestão do negócio, como também a nova legislação ambiental que entrará em vigor, como resultado das orientações regulamentares relativamente à adopção de políticas de maior eficiência energética e protecção ambiental, contribuirão para a alteração desta perspectiva. A título de exemplo, referimos a nova Directiva de Responsabilidade Ambiental que transpõe o princípio do Poluidor-Pagador para o Direito Português.

GreenwashingExpressão inglesa utilizada para caracterizar as organizações que comunicam determinadas práticas ambientais que não correspondem à sua actuação real.

Gestão do Capital Humano

Cerca de 96% das empresas consideram importante a existência de uma política de formação e de desenvolvimento profissional, contudo apenas 71% têm implementado um registo organizado de competências dos seus colaboradores e do respectivo processo de desenvolvimento.

Alterações Climáticas

O Estado é visto pelas empresas como o principal impulsionador e o agente com maior poder de influência do sector privado no combate às alterações climáticas. É também visto como o maior responsável pela definição de standards a seguir pelas empresas, pela educação e aumento da sensibilização dos diferentes stakeholders para estes temas.

No entanto, as empresas já adoptam medidas que lhes permitem ser mais eficientes do ponto de vista ambiental e com isso contribuir na prevenção das alterações climáticas. As medidas mais comuns são:

Separação de resíduos e reciclagem de produtos (89%);

Instalação de equipamentos energicamente eficientes (79%);

Criação de programas de formação e sensibilização (79%);

Utilização de produtos reciclados (68%);

Cálculo da pegada de carbono (57%).

Um aspecto menos positivo, relacionado com as medidas adoptadas, resulta de que apenas 36% dos inquiridos afirmam ter objectivos definidos para todas as medidas implementadas.

Oportunidades da Sustentabilidade

A quase maioria das empresas vê como principais oportunidades, nos temas da sustentabilidade, a capacidade de melhorar a imagem junto das comunidades, de melhorar a reputação, de melhorar o desempenho operacional e a abordagem ao risco.

Contudo, com base na análise dos resultados do estudo, para que estas oportunidades sejam efectivas e para que as empresas não sejam acusadas de greenwashing, espera-se no futuro que as empresas se empenhem na:

Definição e monitorização de objectivos e Key Performance Indicators (KPI’s) que reflictam a estratégia da empresa nestas matérias;

Integração dos temas éticos, económicos, sociais e ambientais a montante e a jusante da cadeia de abastecimento;

Criação de mecanismos de indexação do desempenho da empresa nestes temas, à avaliação de desempenho dos colaboradores.

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04 Estratégia de Sustentabilidade

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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Integração na EstratégiaA incorporação dos temas éticos, económicos, sociais e ambientais na estratégia de negócio é adoptada pela maioria das empresas inquiridas (89%), das quais 64% asseguram que esses temas estão relacionados com os objectivos do negócio. Destas, 75% afirmam que a estratégia abrange as diferentes áreas de negócio e as diferentes geografias onde têm presente a sua actividade.

No universo total das empresas inquiridas, 25% consideram que a estratégia de sustentabilidade não está integrada com a estratégia de negócio e com os processos da empresa, tratando-se de um tema gerido de forma paralela ao negócio.

Apenas 11% das empresas, apesar de não terem definida uma estratégia para a sustentabilidade, estão a pensar dar os primeiros passos nesta área.

De realçar o facto de todas as empresas terem referido que consideram relevante a integração dos aspectos relacionados com o desenvolvimento sustentável na sua estratégia de negócio.

Outro aspecto relevante, que demonstra alguma evolução na abordagem a estes temas, é o facto de cerca de dois terços das empresas (68%) considerarem a sustentabilidade como Parte integrante nos processos de negócio, afirmarem ter Objectivos definidos considerando o curto, médio e longo prazo e Englobarem na estratégia as várias empresas e geografias onde estão presentes.

G1. Caracterização da estratégia de sustentabilidade

Verifica-se um elevado compromisso com estes temas por parte das empresas cotadas, que se reflecte no facto de a grande maioria (89%) referir que tem já uma estratégia de sustentabilidade. Destes, cerca de dois terços dos inquiridos (68%) consideram a sustentabilidade como parte integrante dos processos de negócio.

G2. Na sua empresa existe uma estratégia de sustentabilidade?

Sim64%

Sim, mas não integrada no

negócio25%

Não / Para Breve

11%

57%

68%

68%

68%

75%

As necessidades e expectativas dos diferentesstakeholders são considerados na definição da

estratégia

Os objectivos são definidos considerando o curto,médio e longo prazo

A estratégia engloba as várias empresas e diversasgeografias onde actua (âmbito)

A sustentabilidade é parte integrante dos processos denegócio

As estratégias são definidas tendo em consideração asespecificidades das diferentes geografias/áreas de

negócio

As necessidades e expectativas dos diferentes stakeholders são consideradas na definição da

estratégia

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Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 13

G3. Integração da estratégia de sustentabilidade na estratégia global de negócio das empresas do PSI 20

Estratégia não integrada na estratégia

global24%

Estratégia integrada na estratégia

global76%

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De acordo com um estudo internacional realizado em 2008 pela KPMG1, a definição de uma estratégia de sustentabilidade, associada a objectivos concretos e a indicadores que permitem avaliar o seu nível de desempenho, constitui a tendência das maiores empresas presentes no índice Global Fortune 250. Neste estudo internacional, 73% das empresas têm definida uma estratégia e objectivos de sustentabilidade, o que poderáresultar num reforço do compromisso que as empresas cotadas estão a assumir para com estas temáticas (cerca de 75% dos inquiridos).

MonitorizaçãoA adopção de indicadores para monitorização do desempenho éum aspecto que tem ainda espaço para melhorar. Das empresas que dizem ter uma estratégia de sustentabilidade integrada no negócio, 54% afirmam ter um sistema de informação de gestão que integra os indicadores que medem o desempenho no âmbito do desenvolvimento sustentável.

Este padrão não é muito diferente do revelado pelo estudo internacional da KPMG, referido anteriormente, que demonstra existir também uma diferença significativa entre as empresas que têm uma estratégia definida (73%) e deste grupo, as que têm um sistema de informação que permite gerir e reportar a informação que diz respeito aos temas éticos, económicos, sociais e ambientais relevantes (64%).

Num estudo semelhante realizado no final de 2007 pela KPMG2

às empresas cotadas italianas, 74% das empresas dizem ter a estratégia de sustentabilidade com objectivos definidos e mensuráveis. No entanto, para estes objectivos, pouco mais de metade das empresas adopta indicadores para monitorização do seu desempenho.

Uma das faces mais visíveis das empresas no contexto da responsabilidade corporativa, traduz-se no apoio dado às comunidades, através de donativos, acções pro bono, acções de voluntariado, entre outros. Das empresas que participaram no estudo, 64% não fazem a avaliação do impacto das suas contribuições na comunidade, contudo, deste universo, mais de metade (61%) afirmam estar já a desenvolver ou a implementar mecanismos de avaliação do impacto das suas medidas de apoio à comunidade. De realçar que as empresas que afirmam medir o impacto das acções de apoio à Comunidade pertencem ao PSI 20.

1 KPMG International Survey of Corporate Responsibility Reporting 20082 KPMG, La gestione della Corporate Responsibility nelle società quotate alla Borsa Italiana, 2007

Os resultados do presente estudo permitem aferir que as empresas cotadas na Euronext Lisbon estão alinhadas com as tendências internacionais, no que respeita àdefinição de uma estratégia e de objectivos para o desenvolvimento sustentável.

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Neste âmbito, existe ainda algum trabalho a desenvolver no que respeita à adopção de mecanismos de monitorização do impacto na comunidade, dos apoios concedidos pelas empresas e, inclusive, na criação de condições para que as entidades visadas prestem contas às empresas sobre os apoios recebidos.

“As organizações têm a capacidade de influenciar positivamente o desenvolvimento da sociedade. Para o demonstrar, é necessário que meçam os seus impactos e, com essa evidência, adaptem os seus modelos de negócio e as estratégias futuras, no sentido de optimizar a sua contribuição quer para os seus accionistas quer para a sociedade como um todo. Trata-se de agir para além da conformidade e construir uma perspectiva mais holística de criação de valor para o negócio e para as comunidades onde exercem a sua actividade.”

Fonte: WBCSD, “Why Measure? – the business case brief”, Março 2008

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 15

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G4. A sua Empresa promove a avaliação sistemática do impacto das medidas de apoio à comunidade (sejam contribuições financeiras ou outras) que desenvolve?

32% 39%25%

4%

Sim, as medidas de apoioà comunidade são

avaliadas com base nosseus efeitos para o

negócio

Não, as medidas de apoioà comunidade não são

avaliadas, mas está a serdesenvolvido um

processo de avaliação

Não, as medidas de apoioà comunidade não são

avaliadas porque aEmpresa não consideraessa avaliação como

suficientemente relevante

A Empresa não promovea realização de acções de

apoio à comunidade

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Índices de Sustentabilidade

Os índices de sustentabilidade são constituídos pelas empresas que, fazendo parte de determinados índices financeiros, destacam-se não só pelos melhores resultados financeiros mas também pelo desempenho ao nível de governo, ético, ambiental e social.

A presença em índices de sustentabilidade constitui, por isso, uma referência para as empresas cotadas pelo elevado nível de requisitos exigidos. A maioria das empresas cotadas consideram importante estar presente nos índices, contudo cerca de metade (46%) considera que não tem capacidade para responder aos requisitos exigidos.

Os índices de sustentabilidade de referência são o Dow Jones Sustainability Index3 e o FTSE4Good4 e mais recentemente o Low Carbon 100 Europe da NYSE Euronext. Actualmente, começam a surgir outros índices locais com os mesmos princípios como é o caso do “Índice de Sustentabilidade Empresarial” da Bovespa.

Empresas Portuguesas presentes em Índices de Sustentabilidade (referência Outubro 2008)

FTSE4GoodBESBrisaPT ZON

Muito importante, mas considero que a

Empresa não tem capacidade para

responder aos requisitos46%

Muito importante, estamos presentes e/ou constitui um objectivo da Empresa passar a integrar estes índices

36%

Não considero relevante

4%

Não tenho certeza das vantagens

14%

DJSIEDP

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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3 http://www.sustainability-index.com4 http://www.ftse.com/Indices/FTSE4Good_Index_Series/index.jsp

G5. Que importância dá à presença da sua Empresa em Índices de Sustentabilidade (DJSI, FTSE4Good ou outros)?

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DificuldadesA dispersão geográfica e a diversidade de negócios, associadas à necessidade de uma estratégia de sustentabilidade consistente e adaptável, bem como a gestão dos temas da sustentabilidade dispersos pela empresa, são apontadas por 50% das empresas como as principais dificuldades encontradas no âmbito do desenvolvimento sustentável.

Neste contexto, as quatro principais dificuldades assinaladas pelas empresas são:

Gestão fragmentada dos temas da sustentabilidade (50%);

Dispersão geográfica e diversidade de negócios (50%);

Desconhecimento ou dificuldade na obtenção de informação e cálculo de Indicadores (32%);

Necessidade adicional de recursos humanos (29%).

25% das empresas inquiridas menciona que tem dificuldade em incorporar o tema da sustentabilidade no negócio da empresa

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 17

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G6. Maiores dificuldades sentidas no desenvolvimento do tema sustentabilidade (% de empresas)

50% 50%32% 29% 25% 18% 18% 18% 14% 11% 7%

Gestãofragmentada dos

temas dasustentabilidade

Dispersãogeográfica e

diversidade denegócios

Desconhecimentoou dificuldade na

obtenção deinformação e

cálculo deindicadores

Necessidadeadicional de

recursos humanos

Dificuldade deincorporação do

tema dasustentabilidadeno negócio da

Empresa

Percepção dasustentabilidade

como tendo baixovalor

acrescentado parao negócio

Dificuldade nadeterminação do

risco e do impactedas alteraçõesclimáticas no

negócio

Fracoenvolvimento doscolaboradores nodesenvolvimentodestas matérias

Necessidadeadicional derecursos

financeiros

Pouco consensosobre qual deveser o limite da

responsabilidadesocial da Empresa

Outras

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“(…) estou convencido que as empresas, cada vez mais, entendem que o sucesso do negócio e a sua capacidade de gerir proactivamente aspectos ambientais, sociais e de governo são lados da mesma moeda (…)”

Fonte: Georg Kell, Director Executivo do Global Compact das Nações Unidas in KPMG International Survey of Corporate Responsibility 2008

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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Temas RelevantesA abrangência do conceito de sustentabilidade implica uma análise multidisciplinar do tema, incidindo essencialmente sobre as vertentes ética, económica, social e ambiental.

Quando questionadas sobre quais os temas a que atribuem mais importância, no âmbito do conceito de sustentabilidade, o tema mais importante, considerado por 93% das empresas, é a Cultura de Empresa Baseada em Princípios de Integridade e Ética seguido da Competitividade e Resultados Financeiros(86%), Gestão da Marca e Gestão do Capital Humano (ambos com 79%).

Estes resultados estão em linha com os resultados obtidos no estudo internacional realizado pela KPMG5 em 2008, que revela que os temas relacionados com a ética e integridade estão a ganhar peso relativamente a temas como a gestão do risco.

Ainda no âmbito da ética e integridade, 96% das empresas consideram importante a existência de Códigos de Conduta.

Dentro dos temas considerados pouco relevantes pelas empresas, a Avaliação dos Passivos Ambientais foi considerado por 21% das empresas um tema menos importante. Ainda dentro dos temas considerados menos relevantes, 14% dos respondentes consideraram pouco importante a Preservação da Biodiversidade e 7% afirma não reconhecer a importância do Cálculo da Pegada de Carbono e da Compensação das Emissões.

Nas entrevistas realizadas, os temas considerados como mais importantes foram, tal como os resultados do inquérito, os temas da Competitividade e Resultados Financeiros, da Gestão da Marca e da Gestão do Risco.

- Avaliação de Passivos Ambientais- Impacto sobre a Preservação da

Biodiversidade- Cálculo da Pegada de Carbono e

Compensação de Emissões

Temas considerados menos importantes

+ Cultura de Empresa Baseada em Princípios de Integridade e Ética

+ Competitividade e Resultados Financeiros+ Gestão da Marca+ Desenvolvimento do Capital Humano

Temas considerados mais importantes

5 KPMG International Survey of Corporate Responsibility Reporting 2008

G7. Importância dada à cultura de empresa baseada em princípios de integridade e ética

Muito Importante93%

Bastante Importante

7%

G8.

Todos os temas são considerados relevantes para a maioria das empresas. No entanto, uma pequena percentagem de empresas considera os temas ambientais como pouco relevantes.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 19

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G7. Importância dada ao cálculo da pegada de carbono e compensação das emissões

Sem importância7%

Pouco Importante7%Bastante Importante

54%

M uito Importante32%

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Gestão do Capital HumanoAs pessoas têm um papel central na gestão das organizações e, consequentemente, nos resultados que se pretendem obter ao nível do desempenho ético, económico, social e ambiental. Questões como o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e a Vida Profissional, Oportunidades de Carreira, Avaliação de Desempenho, Transparência na Comunicação, Políticas de Responsabilidade Corporativa, entre outros, são cada vez mais importantes nos processos de atracção e retenção de talentos. A quase totalidade das empresas (99%) considera o tema Política de Atracção e Retenção de Talentos muito importante, logo seguido pelo tema Política de Formação e Desenvolvimento Profissional (96%). Contudo, apenas 71% das empresas dispõem de um registo organizado de competências dos seus colaboradores e do respectivo processo de desenvolvimento.

No que diz respeito à inclusão de critérios de avaliação de desempenho, relacionados com temas éticos, económicos, sociais e ambientais, as empresas estão ainda numa fase pouco madura. Pouco mais de metade adopta critérios deste tipo na avaliação de gestores e de responsáveis das áreas, directamente, ligadas ao desenvolvimento sustentável.

De salientar também, no que diz respeito aos processos de gestão de aprendizagem e conhecimento, a tendência na criação de processos mais inovadores como resultado da crescente utilização de Tecnologias de Informação. Cerca de 64% das empresas desenvolveram Plataformas (Intranet ou outros suportes) de gestão do conhecimento directamente relacionadas com os processos de trabalho, e em 57% das empresas estão implementados Sistemas de recolha e tratamento de ideias de Colaboradores.

No que se refere ao modelo de avaliação de desempenho, o estudo revela que os critérios relacionados com a sustentabilidade aplicam-se, sobretudo, ao nível dos quadros directivos, uma vez que é a este nível que são definidas as linhas de actuação nestas temáticas. Estes resultados permitem aferir que este é ainda um assunto não contemplado por todos os níveis hierárquicos das empresas.

Também a diferença registada entre 96% das empresas que consideram importante a política de formação e desenvolvimento profissional e as que efectivamente têm um processo formal de registo de competências (71%), poderá gerar ineficiências e dificuldades na gestão e desenvolvimento de carreiras.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 20

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G9. Empresas que adoptam critérios de avaliação relacionados com o desenvolvimento sustentável (% de empresas)

64% 57% 54% 50% 50% 43%29%

Quadros directivos(primeiras linhas)

Áreas directamenteligadas à

sustentabilidade

Quadros directivos(segundas linhas)

Administração Chefias Colaboradores Não sãoconsideradoscritérios de

avaliação ligados àsustentabilidade

Page 21: Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável · âmbito do desenvolvimento sustentável e na avaliação da percepção que as empresas têm do impacto dos temas éticos,

Modelo de GovernoAs questões relativas ao Modelo de Governo têm ganho destaque nos últimos anos, como resultado de um conjunto diverso de factores, nomeadamente, pelo âmbito mais alargado de operação das empresas, pelas pressões de diferentes stakeholders, pelos escândalos relacionados com a ética e a integridade, e por pressões regulamentares. No estudo realizado,todas as empresas consideram muito importante a existência de um Modelo de Governo onde os Interesses dos Diversos Stakeholders são devidamente enquadrados, onde os Órgãos de Gestão têm a Composição Adequada e onde os Órgãos de Gestão são Avaliados pelo seu Desempenho.

Este facto é reforçado pela resposta de 68% das empresas que mencionam que o Modelo de Governo instituído responde às preocupações dos stakeholders, de transparência, integridade e responsabilidade.

Contudo, as respostas foram unânimes na eleição dos accionistas como sendo o grupo de stakeholders cujos interesses são representados formalmente pelos diversos membros do Conselho de Administração ou da Comissão Executiva. No entanto, relativamente aos restantes stakeholders,o resultado não é tão positivo, os clientes e colaboradores são mencionados por 32% das empresas, seguidos pelo poder local (14%). Os restantes grupos de stakeholders têm representatividade muito baixa.

No que respeita à existência de mecanismos, critérios e procedimentos para avaliar periodicamente o desempenho dos diversos órgãos de gestão, 61% dos inquiridos afirma ter um processo implementado para a avaliação dos membros da Comissão Executiva.

54%46%

Muito Importante Bastante Importante

G10. Importância dada pelas empresas ao facto dos órgãos de gestão serem avaliados pelo seu desempenho

Os inquiridos consideram que os órgãos de gestão deveriam ser avaliados pelo seu desempenho, contudo apenas 61% têm processos de avaliação formais.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 21

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G11. Empresas com mecanismos implementados de avaliação dos orgãos de gestão (% de empresas)

61%46% 43%

21%

Comissão Executiva Comités/Conselhos(Auditoria, Risco,Sustentabilidade,

outros)

Conselho deAdministração

Não estão definidosmecanismos para

avaliação da gestão detopo

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G12. O actual Modelo de Governo da sua Empresa responde a quais dos seguintes aspectos?

75%

75%

71%

86%

79%

82%

68%

14%

25%

22%

7%

14%

18%

28%

11%

7%

7%

7%

4%

Estrutura adequada do Conselho deAdministração/Comissão Executiva

Alinhamento com objectivos da Gestãode Topo

Informação adequada à gestão de topo

Promoção da realização de auditorias internas/externas

Cumprimento da legislação em vigor

Existência de valores que orientam comportamentos

Transparência, integridade,responsabilidade

Concordo Tendo a concordar Poderia melhorar

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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Modelo de Governo de Sustentabilidade

Os temas relacionados com o desenvolvimento sustentável são geridos de forma transversal às empresas, não se manifestando um padrão em função do sector a que as empresas pertencem.

A Administração foi mencionada, por 68% dos inquiridos, como sendo o órgão com maior responsabilidade pela dinamização, implementação e comunicação da estratégia da sustentabilidade. As principais áreas sobre as quais é referida maior responsabilidade, a seguir à Administração, são as áreas de Comunicação, o Conselho de Sustentabilidade e as áreas de Recursos Humanos e de Ambiente.

Na opção Outros são também referidas as áreas de Risco, Compliance, Relações com Investidores e a área de Segurança (ver gráfico 13).

De referir que existe um grupo de empresas (11%) que mencionam as Fundações como um dos órgãos através dos quais estes temas são endereçados. No entanto, o facto de existir uma Fundação não significa que as empresas não devam assumir as suas responsabilidades no contexto do desenvolvimento sustentável.

68% das empresas inquiridas mencionam a Administraçãocomo um dos órgãos responsáveis pela dinamização, implementação e comunicação da estratégia de sustentabilidade

61%das empresas inquiridas referem a área de Comunicação como uma das áreas responsáveis pela dinamização, implementação e comunicação da estratégia de sustentabilidade

46%das empresas inquiridas indicam o Conselho de Sustentabilidade como um dos órgãos responsáveis pela dinamização, implementação e comunicação da estratégia de sustentabilidade

G9. Áreas referidas com responsabilidade pela dinamização, implementação e comunicação da estratégia no âmbito da sustentabilidade (% de respostas)

68%61%

54%46%

39% 39% 39% 39%

18%11% 7%

Administração Comunicação RecursosHumanos

Conselho daSustentabilidade

(ou outradenominação)

Qualidade M arketing Sustentabilidade Ambiente Outras Fundação Não estãodefinidas

responsabilidades

G13. Áreas referidas com responsabilidade pela dinamização, implementação e comunicação da estratégia no âmbito da sustentabilidade (% de empresas)

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 23

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05 Integridade e Ética

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O código de conduta é, hoje em dia, um instrumento cada vez mais importante e muitas vezes indispensável nas empresas, para o esclarecimento e fortalecimento dos valores das organizações.

Um código de conduta, devidamente implementado, contribui para o reforço da posição estratégica da empresa, para a sua identidade e reputação, para a melhoria da cultura e do clima organizacional e, consequentemente, para a melhoria dos resultados financeiros.

Deste modo, é genericamente aceite que as questões relacionadas com a ética e integridade assumem, na actualidade, uma importância fulcral nas relações profissionais.

Quando inquiridos individualmente sobre as acções desenvolvidas para reforçar e monitorizar o comportamento, baseado em princípios de ética e de integridade, 61% das empresas afirmam ter implementado um código de conduta. Este resultado fica um pouco aquém dos resultados esperados neste estudo, pelo facto de que a adopção de um código de conduta é uma das recomendações da CMVM sobre o governo das sociedades cotadas.

61%das empresas analisadas afirmam ter um código de conduta

40%afirmam avaliar a aderência dos colaboradores e fornecedores aos princípios de ética e integridade

32%das empresas analisadas referem ter um código de conduta de fornecedores

G14. Importância dada à existência de códigos de conduta

Pouco Importante

4%

Bastante Importante

18%

Muito Importante78%

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“(…) a reputação também está posta em causa. Estou convencido de que as atitudes do público, dos consumidores e de todos os stakeholders farão com que as empresas reconsiderem a sua responsabilidade social corporativa em relação ao nosso planeta. Futuros colaboradores também questionarão se a sua empresa ésuficientemente sustentável.”

Fonte: Lord Nicholas Stern, Climate Changes your Business, KPMG 2008

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Um factor considerado relevante, que pode contribuir para que os códigos de conduta não sejam vistos como instrumentos de gestão e não sejam, efectivamente, implementados e adoptados por todos os colaboradores nas empresas, é o facto de existir uma diferença relevante entre as empresas que afirmam possuir um código de conduta (61%) e as que afirmam avaliar a sua aderência aos princípios de ética e de integridade (40%). As empresas referiram também como temas relevantes: a adopção dos códigos de conduta da casa mãe, e a comunicação interna permanente sobre a importância da conduta e da ética no modelo de negócio (opção Outras do gráfico 15).

Num estudo realizado pela KPMG6 e a Universidade de Erasmussobre códigos de conduta às empresas presentes no índice Global Fortune 200, concluiu-se que a maior parte das empresas monitorizam o cumprimento dos princípios e valores vigentes no código de conduta. No entanto, muitas das empresas ainda encaram como um desafio a avaliação da eficácia destes códigos.

Uma tendência que tem vindo a assumir um peso cada vez maior na gestão da cadeia de abastecimento, é a adopção de um código de conduta para fornecedores. A implementação deste tipo de código é mencionada por 32% das empresas inquiridas neste estudo.

Este tema assume especial relevância em sectores onde as cadeias de abastecimento têm grande impacto no produto final com consequências ao nível do risco e da reputação da empresa. Neste contexto, as empresas começam a entender que o resultado do seu desempenho, e impacto nos stakeholders, não depende apenas da sua actuação mas também do desempenho dos seus parceiros ao longo de toda a cadeia de abastecimento.

Para reforçar este aspecto foi referido nas entrevistas realizadas que existe uma tendência, por parte dos responsáveis das empresas, em requerer aos seus principais fornecedores que cumpram com o seu código de ética, sendo o impacte ambiental um dos aspectos mais referidos como estando incluído nos códigos de conduta e nos contratos a estabelecer com os seus fornecedores.

61% 46% 39% 32% 32% 14% 11%

Implementação de um código deconduta de co laboradores

Definição de procedimentos emeios de comunicação de

situações de irregularidade, quegarantam a confidencialidade e a

protecção dos delatores

Avaliação da aderência docomportamento dos

colaboradores/fornecedoresaos princípios de ética e

integridade

Implementação de um código deconduta de fornecedores

Formação sobre integridade eética

Nenhuma das anterio res Outras

G15. Acções desenvolvidas pelas empresas para reforçar e monitorizar condutas baseadas em princípios de ética e de integridade (% de empresas)

6 KPMG, Business Codes of the Global 200: their Prevalence, Content and Embedding, 2008

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 27

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06 Abordagem ao Risco

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A gestão do risco está bastante relacionada com o Modelo de Governo das empresas na medida em que os gestores pretendem mitigar os riscos no processo de tomada de decisão, com base no máximo de informação disponível.

A existência de modelos de gestão do risco são uma evidência da forma como as empresas endereçam este tema. Neste contexto, é importante avaliar se as empresas integram temas relacionados com aspectos éticos, económicos, sociais e ambientais no seu modelo.

A ligação com os temas da sustentabilidade é clara se considerarmos as diferentes perspectivas dos stakeholders mais relevantes para a empresa e a necessidade de incorporar e entender o impacto no desempenho da empresa dos temas éticos, económicos, ambientais e sociais.

Das empresas que participaram no estudo, pertencentes aos vários sectores, 75% afirmam ter um modelo de gestão de risco que inclui temas relacionados com a sustentabilidade. Neste universo, 29% refere que não foram identificados e avaliados riscos específicos associados ao ambiente ou relacionados com o impacto das alterações climáticas.

Os mecanismos referidos como estando incluídos na abordagem ao risco, por ordem decrescente de importância, são:

Definição de planos de acção para mitigação do risco (75%);

Definição de mecanismos sistemáticos de identificação de riscos de curto, médio e longo prazo (68%);

Gestão da Crise (64%);

Monitorização de riscos de forma contínua (64%);

Definição dos níveis de risco em que a empresa está disposta a incorrer (43%).

De realçar que os riscos são mutáveis ao longo do tempo pelo que a monitorização deve ser feita de forma sistemática, bem como a avaliação interna sobre o nível de risco a que a empresa está disposta a incorrer.

Os temas associados ao desenvolvimento sustentável começaram a estar formalizados nos modelos de risco das empresas. Cerca de 75% dos inquiridos referem ter um modelo de gestão de risco, que inclui temas relacionados com a sustentabilidade, e planos de acção para mitigação dos riscos.

G14. Está definido um modelo para gestão de risco, no âmbito da sustentabilidade?

46%

29%

25%

Sim

Sim, mas não foram identificados e avaliados os riscos específicos associados aoambiente e/ou nomeadamente com as alterações climáticas

Não

G16.

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Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 29

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Tendo presente o conceito de sustentabilidade, a percepção das empresas relativamente aos principais riscos a que se encontram expostas, são os Riscos Reputacionais, referido por 82% das empresas, seguidos pelos Riscos Legais e Económicos.

Na rubrica Outros, no gráfico 17, foi referido um risco cada vez mais importante para o sector industrial, a escassez de matérias-primas, que resulta da crescente procura de determinadas matérias para sectores que operam nas energias alternativas.

Um dos aspectos a realçar, é o facto do risco económico, que resulta em impactos directos no desempenho do negócio, não ser entendido, por 61% dos inquiridos, como um risco no âmbito do desenvolvimento sustentável.

Nas entrevistas realizadas, os riscos referidos como os mais relevantes para as empresas foram:

Riscos reputacionais e impacto na marca;

Dispersão geográfica e diversidade das áreas de negócio, o que implica uma análise mais rigorosa sobre aspectos e contextos socio-económicos, locais e específicos, de cada negócio;

Surgimento de legislação mais exigente, nomeadamente ambiental;

Impacte ambiental dos produtos e serviços disponibilizados pelas empresas, o que implicará maior exigência na inovação de produtos e processos mais eficientes e num maior controlo da cadeia de abastecimento.

Exemplos de Riscos

Riscos reputacionais - perda da confiança por parte dos principais stakeholders.

Riscos legais - coimas, sanções e outras acções legais.

Riscos económicos -diminuição do volume de vendas, aumento de custos, desvalorização bolsista.

Riscos ambientais - poluição das águas, desequilíbrio dos habitats naturais.

Riscos físicos - danos em instalações, aumento dos prémios dos seguros.

Riscos de quebras no negócio como resultado das alterações climáticas - cheias, seca, entre outros fenómenos climáticos.

G17. Riscos identificados pelas empresas no âmbito da sustentabilidade (% de empresas)

82%

43% 39% 32% 25% 18% 11%

Reputacionais Legais Económicos Ambientais Físicos AlteraçõesClimáticas

Outros

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 30

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“O conhecimento e a gestão do risco é cada vez mais vista como um pré-requisito para um controlo efectivo da actividade, tanto no sector privado como no sector público.(…) a incerteza no curto e médio prazo é tão alta quanto o foi durante uma década.A incerteza pode resultar na falta de acção em lidar com riscos globais menos imediatos (…) mas, a não actuação em riscos de longo prazo, só irá enfraquecer a capacidade de gerir desafios do futuro.”

Fonte: World Economic Forum, Global Risk Report, 2008

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 31

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07 Alterações Climáticas

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As alterações climáticas surgiram nos últimos tempos como um dos temas mais importantes no âmbito da responsabilidade corporativa, resultado da pressão dos meios de comunicação, consumidores, investidores, Organizações Não Governamentais (ONGs) e do Estado. As alterações climáticas podem trazer diferentes riscos para as empresas, como os riscos físicos, regulamentares, de litigação e reputacionais, segundo um estudo da KPMG7 realizado em 2008 sobre o impacto das alterações climáticas no gestão das empresas.

Quando as empresas cotadas são inquiridas sobre que entidades têm responsabilidades no combate às alterações climáticas, o Estado surge a liderar como o agente com maior responsabilidade ao nível da Influência que deve ter nas empresas através da Liderança pelo Exemplo (referido por 48% dos inquiridos), na Definição de Standards (37%) logo seguido do papel que deve ter na Educação e Aumento da Sensibilização sobre o Tema (36%).

As empresas aparecem em segundo lugar como o agente com maior responsabilidade, sendo-lhe atribuída maior responsabilidade na Educação e Aumento da Sensibilização para o Tema seguido do Investimento em Tecnologia.

De realçar o facto das ONGs, entidades com um papel interventivo na sociedade, nomeadamente as ONGs com preocupações ambientais (ONGAs), não aparecerem destacadas com responsabilidades neste âmbito.

7 KPMG, Climate Changes your Business, 2008

O Estado é referido por pouco mais de metade das empresas (54%) como o principal impulsionador para o sector privado definir uma estratégia de prevenção ou combateàs alterações climáticas.Esta opinião é partilhada pelas empresas dos sectores financeiro e do sector industrial que participaram no estudo.

G18. Entendimento da responsabilidade de cada entidade no combate às alterações climáticas (% das empresas)

36% 37%

48%

26%

12%

16%

12%14%13%

15%18%

10%

29%

22%20%

26%

10% 10%

24%

20%

Educação e Aumento daSensibilização

Definição de Standards Influência dosComportamentos Através

do Exemplo

Investimento emTecnologia

Estado ONGs Associações Sectoriais Empresas Indivíduos

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As empresas estão conscientes da necessidade de adoptarem medidas concretas para endereçar a questão das alterações climáticas. Com a importância que o clima e o carbono têm hoje em dia, e na perspectiva de mais legislação, espera-se das empresas mais divulgação sobre a pegada de carbono e os riscos que lhe estão associados.

Mas medir as emissões e tomar acções para as reduzir, é apenas o primeiro passo na definição de uma estratégia de prevenção para as alterações climáticas.

As empresas têm também que olhar para o futuro.

Quais os riscos e as oportunidades que se esperam com mais regulamentação, com a alteração do clima e com um futuro mais restrito em carbono?

Como é que as empresas podem continuar a ser competitivas quando as regras do jogo se alteram?

Aproxima-se uma era de inovação, na qual as empresas deverão alterar e adaptar os seus produtos e serviços para evitar riscos e, num futuro próximo, explorar as oportunidades resultantes das alterações climáticas.

Fonte: KPMG International Survey of Corporate Responsibility Reporting 2008

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Das entidades inquiridas, 64% consideram que a empresa dáimportância e dispende os recursos necessários na prevenção das alterações climáticas.

Se compararmos os resultados obtidos com o estudo realizado pela KPMG no Reino Unido, ClimateChange Business LeadersSurvey8:

Cerca de 11% das empresas da EuronextLisbon e 19% das empresas do estudo internacional, afirmam que as alterações climáticas não assumem elevada importância no seu negócio;

As empresas da Euronext Lisbon (54%) dão maior peso ao Estado como maior impulsionador na adopção de políticas neste contexto, em comparação com as empresas do estudo internacional (32%). Este facto é interessante, uma vez que no Reino Unido a legislação incentiva as empresas a tomarem medidas concretas na prevenção das alterações climáticas.

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G19. Considera que na sua empresa é dada importância e são dispendidos os recursos necessários na prevenção

das alterações climáticas?

Sim64%

Não25%

Não sei11%

8 KPMG, Climate Change Business Leaders Survey, 2007

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Segundo o estudo realizado pela KPMG em 2008 no Reino Unido, Climate Change Business LeadersSurvey, com base num inquérito efectuado a empresas presentes no FTSE 350, 19% dos inquiridos afirmam que as alterações climáticas não assumem elevada importância no seu negócio e apenas cerca de um quarto (27%) refere as alterações climáticas como uma das suas nove prioridades estratégicas.

Cerca de 86% dos executivos entrevistados, responsáveis pelas empresas analisadas, afirmam que as empresas ainda não definiram uma estratégia para responder às alterações climáticas. Apesar de 81% dos inquiridos, no âmbito deste estudo, afirmarem ter uma percepção global sobre as alterações climáticas, apenas 49% afirmam entender as implicações das alterações climáticas e da redução das emissões de dióxido de carbono no seu negócio.

No que se refere ao agente que melhor poderácontribuir para o estabelecimento de uma estratégia de prevenção e combate às alterações climáticas, cerca de 32% nomeiam o Estado como o maior impulsionador na adopção de políticas neste contexto.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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Medidas AdoptadasDo ponto de vista mais operacional, as empresas transmitiram que já adoptaram um conjunto de medidas que lhes permite ser mais eficientes na utilização dos recursos e em minimizar o seu impacte ambiental.

As principais medidas adoptadas, por mais de metade das empresas, são:

Separação de resíduos (89%);

Reciclagem de produtos (89%);

Instalação de equipamentos energicamente eficientes (79%);

Criação de programas de formação e sensibilização (79%);

Utilização de produtos reciclados (68%);

Cálculo da pegada de carbono (57%).

De destacar também o facto de 50% das empresas utilizarem energias renováveis. Destas, metade pertencem ao sector industrial, 43% ao sector de serviços e 7% ao sector financeiro.As principais medidas adoptadas pelas empresas cotadas na Euronext Lisbon são semelhantes às medidas adoptadas pelas empresas presentes no índice FTSE 350, que participaram no estudo realizado em 2007 pela KPMG9 no Reino Unido. A grande diferença está no facto de 21% das empresas que estão neste índice já terem atingido, ou estão em vias de atingir, o estado de“Carbono Neutra” e de 47% terem feito revisões aos seus modelos de negócio. Em Portugal, 29% dos inquiridos referem terem feito a avaliação e revisão do seu modelo de negócio em função das implicações das alterações climáticas na empresa.

9 KPMG, Climate Change Business Leaders Survey, 2007

G19. Medidas desenvolvidas pelas empresas (% de empresas)

89% 89%79% 79%

68%57% 50%

39% 36% 29% 25% 28%

Separação de resíduos Reciclagem de produtos

Instalação/Utilização de equipamentos energeticamente eficientes Programas de educação, formação e/ou sensibilização em medidas amigas do ambiente.

Utilização de produtos reciclados Determinação da pegada de carbono

Utilização de energias renováveis Apoio a organizações ligadas ao combate das alterações climáticas

Política de viagens Avaliação e revisão do modelo de negócio em função das implicações das alterações climáticas na Empresa

Compra de créditos para compensação de emissões Outros

G20.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 37

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das empresas consideram os passivos ambientais nas análises financeiras que realizam.32%

das empresas têm conhecimento dos objectivos de longo prazo estipulados pelo Governo na prevenção e combate às alterações climáticas.

40%

das empresas estão conscientes das acções que têm de ser desenvolvidas para fazer frente às alterações climáticas e estão a desenvolver estratégias nesse sentido.

46%

das empresas têm consciência da legislação actual no âmbito da sustentabilidade e estão a desenvolver acções para estar em conformidade.

50%

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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ObjectivosUm aspecto menos positivo na definição e implementação das medidas referidas anteriormente, resulta do facto de apenas 36% dos inquiridos mencionarem que têm objectivos definidos para a maioria das medidas implementadas, 36% tem objectivos definidos apenas para algumas medidas e as restantes não têm, de todo, objectivos definidos (29%).

MotivosQuando questionadas sobre se os motivos que levam as empresas a adoptar medidas de gestão dos recursos mais eficientes são por uma questão de reputação, 60% dos inquiridos referem que não. Mais de metade acredita que as empresas podem efectivamente ajudar a resolver o problema das alterações climáticas.

De salientar ainda, neste contexto, que o aumento do custo da energia é considerado por 75% das empresas como o tema sobre o qual as empresas estão mais focadas no âmbito do seu impacto nas alterações climáticas. Mais de metade das empresas inquiridas (54%) afirmam entender as implicações, os riscos decorrentes das alterações climáticas e as consequências para o negócio, caso não sejam tomadas medidas. Mencionam também que se empenham em fazer um pouco mais do que os requisitos legais em matéria de alterações climáticas.

Estratégia da União Europeia para limitar as alterações climáticas

O consumo de energia estána origem de 80% das emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia.

A União Europeia, no âmbito do seu compromisso de luta contra as alterações climáticas, apresentou, no início de 2007, uma nova política da energia, como forma de compromisso expresso. Esta política visa uma economia de baixo consumo de energia, mais competitiva e mais duradoura e estabelece até2020 de um modo geral:

A redução em 20% das emissões de gases com efeito de estufa;

O aumento em 20% da eficiência energética;

O aumento em 20% da quota das energias renováveis.

A redução no consumo de energia e a maior utilização de energia renovável conduzem à redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 39

G20. Considera que as medidas adoptadas pelas empresas são desenvolvidas por uma questão de reputação?

21%

39%

29%

11%

Sim, o tema é visto como umaforma de melhorar a reputaçãoda Empresa

Sim, mas é importante que aEmpresa contribuasimultaneamente para ocombate das alteraçõesclimáticas

Não, as Empresas podemefectivamente ajudar a resolvero problema das alteraçõesclimáticas

Não, a gestão das emissões degases com efeitos de estufaconstituem uma boa prática

Sim, mas é importante que aEmpresa contribuasimultaneamente para ocombate das alteraçõesclimáticas

Não, as Empresas podemefectivamente ajudar a resolvero problema das alteraçõesclimáticas

Não, a gestão das emissões degases com efeitos de estufaconstituem uma boa prática

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08 Oportunidades da Sustentabilidade

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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Desafios para o FuturoDe acordo com as empresas inquiridas, a Melhoria da Imagem junto das Comunidades e a Melhoria da Reputação são consideradas como as principais oportunidades apontadas como resultados da adopção de uma estratégia de sustentabilidade.

Mais de metade das empresas consideram também como muito importantes a Melhoria do Desempenho Operacional e de Gestão, a Melhoria da Abordagem ao Risco e a Melhoria do Diálogo com Stakeholders.

Nas entrevistas realizadas foram também identificadas, maioritariamente pelos inquiridos, as seguintes oportunidades resultantes da adopção de uma estratégia de sustentabilidade:

Maior envolvimento com os stakeholders;

Melhoria da eficiência energética;

Redução de custos;

Abertura para novos mercados.

A integração dos princípios da sustentabilidade na actividade das empresas resulta, deste modo, na identificação de diversas oportunidades de negócio ou de melhorias de gestão, consoante a abordagem e estratégia desenvolvidas e o sector de actividade.

Algumas dos desafios que as empresas terão para o futuro são:

A definição e implementação de objectivos e indicadores para monitorização de desempenho das empresas ao nível ético, económico, social e ambiental e que reflictam a estratégia empresarial nestas matérias;

A criação de mecanismos que permitam a indexação do desempenho das empresas nestas matérias, ao desempenho dos Colaboradores;

A revisão dos modelos de gestão de risco;

A monitorização dos Códigos de Ética e de Conduta implementados;

A Integração dos princípios adoptados no âmbito do desenvolvimento sustentável a montante e jusante da cadeia de abastecimento.

G22. Que oportunidades identifica no âmbito da sustentabilidade?

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 41

89%86%

82%79%

75%

64%57%

54%46% 46%

Melhoria da imagem junto das comunidades

Melhoria da reputação

Melhoria do desempenho operacional e de gestão

Melhoria da abordagem ao risco

Melhoria do diálogo com stakeholders

Maior capacidade de atrair e reter talentos

Redução de custos

Valorização dos títulos em bolsa

Desenvolvimento de novas linhas de negócio e/ouentrada em novos mercados

Criação de novos produtos e serviços

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A abordagem das empresas aos riscos e oportunidades ligados à sustentabilidade tem alguns vectores comuns

das empresas analisadas consideram existir oportunidades, no âmbito da sustentabilidade, para melhorar a abordagem ao risco.

78%

das empresas analisadas admitem a existência de riscos reputacionais directamente ligados à

sustentabilidade, enquanto que apenas 39%considera a existência de riscos económicos.

82%

das empresas analisadas admitem a existência de riscos legais directamente ligados àsustentabilidade.

43%

Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável

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Riscos e Oportunidades do Desenvolvimento Sustentável 43

Empresas que participaram no estudo (*):

AltriBanifBanco Comercial PortuguêsBanco Espírito SantoBanco SantanderBrisa – Auto-Estradas de PortugalCimpor – Cimentos de PortugalCorticeira AmorimEDP – Energias de PortugalFutebol Clube do PortoGalp Energia SGPSGLINTT – Global Intelligence TechnologiesMota-EngilPortucelPortugal TelecomREN – Redes Energéticas NacionaisSoares da Costa Construção Sociedade Comercial Orey AntunesSomague Engenharia (Sacyr Vallehermoso)Sonae CapitalSonae IndústriaSport Lisboa e BenficaSumolisZon Multimédia

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(*) Empresas que afirmaram que gostariam de ter o nome revelado no estudo.

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Contactos

Pedro Subtil, PartnerAv Praia da Vitória, 71 - A, 11º1069-006 LisboaTelf. 210110098Fax. 210110124e-Mail: [email protected]

Cristina Vaz Tomé, ManagerAv Praia da Vitória, 71 - A, 11º1069-006 LisboaTelf. 210110042Fax. 210110124e-Mail: [email protected]

A informação contida neste documento é de natureza geral e não se aplica a nenhuma entidade ou situação particular. Apesar de fazermos todos os possíveis para fornecer informação precisa e actual, não podemos garantir que tal informação seja precisa na data em que for recebida/conhecida ou que continuará a ser precisa no futuro. Ninguém deve actuar de acordo com essa informação sem aconselhamento profissional apropriado para cada situação específica.

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