risco e vulnerabilidade
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Conceitos e reflexões sobre riscos e vulnerabilidade e suas aplicações e implicações na saúde pública.TRANSCRIPT
Risco e Vulnerabilidade
Prof. Fernando A. SilvaPMSP/SMS
Risco
É a possibilidade da ocorrência de um evento (futuro) acontecer ouatingir determinada área, população ou indivíduo.
Usos do termo risco:
Automedicação traz riscos a saúde;Aumenta o risco de acidentes nos finais de semana;Eventos de grande porte, como a copa do mundo, traz riscos devandalismo;Hábitos saudáveis diminuem risco de doenças;Pessoas de maior renda social tem risco diminuído de adoecerquando expostos a agentes patogênicos quando comparadas as demenor renda social.
É A PROBABILIDADE DE SE OBTER UM RESULTADO QUE GERA AGRAVO,
UM EFEITO ADVERSO
OU DE ESTAR PRESENTE UM FATOR QUE AUMENTE A PROBABILIDADE
DESSA OCORRÊNCIA
A percepção do RISCO e a reação dependem :
Experiência prévia
Informação
Valores adquiridos
Processo de aprendizagem
“Não se deve brincar com Fogo”
Risco está relacionado a uma probabilidade e é usado para definir asaúde do homem, dos animais , plantas e ecossistemas.
Risco está diretamente relacionado aos hábitos e estes podem seragrupados da seguinte maneira:
Hábitos que reduzem os riscos = Fatores protetores
Hábitos que aumentam os riscos = Fatores de risco
O Risco está diretamente relacionado aos Fatores do risco e estesdeterminam as ações a serem desenvolvidas para enfrenta-los.
FATOR DE RISCO; O que são?
Chama-se fator de risco a qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde.
São elementos com grande probabilidade de desencadear ou estar associado a um evento indesejável comprometendo o equilíbrio saúde – doença.
PessoaisBaixa Auto-estima Impulsividade Vítima de Abuso Sexual
FamiliaresConflitos Intra-familiares Autoritarismo Permissividade
EscolaresFalta de Compromisso com o estudo Repetência Evasão
SociológicosExplosão Demográfica Vizinhança Social Deteriorada Acesso fácil à droga Sedentarismo Mídia
FATORES DE RISCO
Prosseguindo; na população existem grupos mais suscetíveis aadoecer, chamado de Grupo de Risco.
Corresponde a uma população sujeita a determinados fatores oucom determinadas características, que a tornam mais propensa ater ou adquirir determinada doença e/ou sofrer algum agravo.
Ampliando a visão dos grupos de risco chegou-se ao conceito deComportamento de Risco – que é a identificação de característicascomuns entre as pessoas que aumentam as chances de ocorrênciade um agravo ou doença.
VULNERABILIDADE
O conceito surgiu para ampliar a visão sobre os problemas de saúde.
Tem origem na área dos direitos humanos e se refere a indivíduosfragilizados na garantia da promoção e proteção de seus direitos.
O que é Vulnerabilidade?Vulnerabilidade é definida como o estado de indivíduos ou gruposque, por alguma razão, têm sua capacidade de autodeterminaçãoreduzida, podendo apresentar dificuldades para proteger seuspróprios interesses devido a déficits de poder, inteligência,educação, recursos, força ou outros atributos.
Pode ser analisada na dimensão individual, social e institucional.
“A vulnerabilidade faz parte da condição humana, tanto quanto a capacidade que temos de enfrentá-la no exercício de nossa humanidade. Ao analisarmos os riscos ambientais, a vulnerabilidade é expressão simultânea da liberdade humana e de seu abuso.”
Marcelo Firpo Porto – Uma ecologia política de riscos
DETERMINANTES DA VULNERABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL
AUMENTO DO TAMANHO DA POPULAÇÃO
URBANIZAÇÃO E AUMENTO DA DENSIDADE EM PÓLOS URBANOS
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA POR EXPOSIÇÃO A PRODUTOS TÓXICOS
DESGATE POR OBESIDADE E OUTROS PROBLEMAS DO CONSUMO
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E PERDA DA BIODIVERSIDADE
COMERCIO E CONSUMO DE ANIMAIS SELVAGENS
AUMENTO DA MOBILIDADE POR INSTABILIDADE NO TRABALHO
PERSISTÊNCIA DE BOLSÕES DE MISÉRIA
DESIGUALDADE SOCIAL E EXPANSÃO DO CIRCUITO INFERIOR URBANO
Segundo Ayres et al. -. A vulnerabilidade individual compreende osaspectos biológicos, emocionais, cognitivos, atitudinais e referentesàs relações sociais.
A social é caracterizada por aspectos culturais, sociais e econômicosque determinam as oportunidades de acesso a bens e serviços.
A vulnerabilidade institucional ou programática refere-se aosrecursos sociais necessários para a proteção do indivíduo a riscos àintegridade e ao bem-estar físico, psicológico e social.
Segundo os mesmo autores, a vulnerabilidade depende dacombinação dos elementos dos três domínios no momento atual.Depende também das experiências relativas a cada um deles, nopassado, e de como as pessoas lidaram e lidam com as facilidades eas dificuldades da vida.
CRISES RECENTES DE ABRANGÊNCIA NACIONAL EINTERNACIONAL
SENTIMENTO DE CRESCENTE AUMENTO DAS INCERTEZASE DAS VULNERABILIDADES
DIFERENTES EXPRESSÕES DE SOFRIMENTO DIFUSO NASSOCIEDADES
CENÁRIO GLOBAL CARACTERIZADO POR PARADOXOS E INCERTEZAS
Uma nova segmentação da população urbana é produzida,com aqueles integrados ao circuito principal, osdenominados vulneráveis, por sua inserção no circuitoinferior, dinâmico mas inseguro, e os excluídos, aqueles quenão conseguem mais trabalho ou outra fonte de renda, eacabam perdendo até mesmo sua condição de cidadania.
(Sabroza, P.C, 1999)
O processo de globalização e de restruturação traz comoconseqüência a forte segmentação da sociedade em pelomenos três pedaços: excluídos, vulneráveis e integrados. Seráque transitamos da pluralidade da reforma urbana para a suafragmentação?
(Ribeiro,L.C.- Globalização, Fragmentação e Reforma Urbana,1994)
Bibliografia:Aleixo, N. C. R., Sant´Anna Neto, J. L.: Percepção e Riscos,Abordagem Socioambiental do Processo Saúde-Doença; Mercator,Fortaleza, v.10, n.22, p.191-208, 2011. www.mercator.ufc.br.
http://www.epsjv.fiocruz.br/pdtsp/index.php?livro_id=6&area_id=2&capitulo_id=77&autor_id=&arquivo=ver_conteudo_2: GráciaMaria de Miranda Gondim; Do Conceito de Risco ao da Precaução:entre determinismos e incertezas.
8. Ayres JRCM. O conceito de vulnerabilidade e as práticas desaúde: novas perspectivas e desafios. In: Czeresnia D, Freitas CM,organizadores. Promoção da saúde: conceitos, reflexões,tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p.117-39.