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Rio Cidade Sustentável: um projeto de infraestrutura urbana e transformação social com foco em sustentabilidade.

Realização: CEBDS.

Relatório sobre progresso na transformação social das comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia no bairro de Leme, Rio de Janeiro.

Apresentado para: Rio+20 Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

Junho de 2012.

Rio Cidade Sustentável: A Sustainable Development and Social Infrastructure.

Project Sponsored by CEBDS.

Progress Report on community-based transformation of Chapéu Mangueira and Babilônia favelas in Leme, Rio de Janeiro.

Presented to: Rio+20 United Nations Conference on Sustainable Development.

June 2012.

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Rio Sustainable City (hereafter identi�ed as RCS, after the initials of its Portuguese title Rio Cidade Sustentável) was conceived out of the idea that CEBDS should bring together its member companies to think about jointly developing a set of sustainability actions. These would target deprived urban populations of Rio de Janeiro, and focus on problems considered most urgent by residents. The project also sought to involve the public sector in order to facilitate planned actions and to ensure alignment with actions already planned by government for these same areas. The project sought to break with the model of philanthropy traditionally associated with the involvement of business in poor urban areas. Instead, it was designed to place emphasis on the e�ciency of actions that were socially just, economically viable and environmentally responsible.

The pioneering initiative by CEBDS, broke with two patterns of behavior. Firstly, it promoted a constant interaction between business, the public sector and communities. Secondly, it brought sustainability into the daily life of Rio de Janeiro communities, thereby turning what had been an abstract concept into something of practical use to the lives of residents of Chapéu Mangueira and Babilônia communities. The selection of these communities was in�uenced by very special moment in the history of Rio de Janeiro, thanks to the introduction by the Rio state government of Police Paci�cation Units (UPPs) in areas that had been controlled by drug tra�ckers.

The fact that the UN’s Rio+20 Conference on Sustainable Development was to take place in the city, gave us an opportunity to present the project to delegates and participants. This also allows us to demonstrate how developments within Brazil are aligned with the most advanced thinking on sustainability issues. These show that the time has come for all economic and social actors to rethink their responsibilities in order to deliver a new model of development. The methodology used by RCS can be replicated by other communities in the city of Rio, across Brazil, and around the world in other countries experiencing a social reality similar to that in our country.

The challenge has been a huge one, for time was short and the project highly innovative. Between the �rst meeting and the Rio+20 conference, just 12 months elapsed. Nevertheless, RCS managed to bring together 12 core partner companies and �ve sponsoring institutions. Together these have made the project execution possible. We have encountered many di�culties, and we have learned much. We have discovered that the challenges were greater than we had imagined, but so too were the results. Our thanks goes out to all those who accepted the challenge of participating, and of sharing their learning with us.

We would like especially to thank the communities of Chapéu Mangueira and Babilônia for the trust, the dignity and the warm welcome they extended to the project teams from CEBDS. We would also like to thank Axia Sustainability, our execution partners, and both the state and city governments of Rio de Janeiro for all their help in making this project possible.

This project was inspired by A Solution Landscape for Turku and Vision 2050 – a new agenda for business, both published by the World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

Marcus BicudoChairman CEBDS, CEO Philips Latin America

Marina GrossiPExecutive President, CEBDS

CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) is a Brazilian association helping business to play a leadership role in sustainable development and in coordinating links between di�erent branches of government, the private sector, and civil society.

Introductory Note

O Rio Cidade Sustentável nasceu da ideia do CEBDS de reunir suas empresas associadas para pensarem de maneira integrada em uma forma de desenvolver em conjunto ações de sustentabilidade em áreas urbanas carentes do Rio de Janeiro, com foco nos problemas considerados prioritários para os moradores. A iniciativa também buscou o envolvimento do poder público a �m de facilitar e potencializar as ações planejadas no escopo deste projeto, além de alinhar aos programas de governo já desenvolvidos nestas localidades. O projeto apostou na e�ciência de ações socialmente justas, ambientalmente responsáveis e economicamente viáveis.

A iniciativa do CEBDS, pioneira no Brasil, quebrou dois importantes paradigmas. Inicialmente, ao promover a aproximação e a constante interlocução entre as empresas, o poder público e as comunidades. E também ao levar a sustentabilidade para o dia a dia de duas comunidades carentes do Rio de Janeiro, transformando esse conceito em algo prático na vida dos moradores da Babilônia e do Chapéu Mangueira. A escolha dessas comunidades se deveu especialmente ao momento histórico por que passam no Rio de Janeiro, em razão da instalação das Unidades de Polícia Paci�cadora (UPPs) em áreas antes dominadas pelo trá�co de drogas.

A realização da Rio+20 era uma oportunidade para apresentar o projeto aos participantes da Conferência da ONU e mostrar que o país está a�nado com os mais avançados pensamentos sobre sustentabilidade no mundo e que é possível pensar em sustentabilidade em áreas mais pobres, repensando as responsabilidades de todos os atores na implementação de um novo modelo de desenvolvimento. A metodologia do Rio Cidade Sustentável pode ser replicada por outras comunidades do Rio, do Brasil e de outros países com realidade semelhante à nossa.

O desa�o foi imenso, pois o prazo era curto e o projeto bastante inovador. Entre a primeira reunião do projeto e a Rio+20 tínhamos apenas 12 meses. Ainda assim, o Rio Cidade Sustentável conseguiu reunir 12 empresas patrocinadoras e cinco apoiadores que tornaram possível sua realização. Enfrentamos diversos obstáculos, mas aprendemos muito. Como todo processo inovador, enfrentamos grandes desa�os, mas os resultados foram compensadores. A todos que aceitaram o desa�o de compartilhar esse aprendizado o nosso muito obrigado.

Também agradecemos a acolhida e a con�ança dos moradores do Chapéu Mangueira e Babilônia, que receberam o projeto e a equipe do CEBDS. Agradecemos ainda aos nossos parceiros na execução, a Axia Sustentabilidade, e ao Governo do Estado e Prefeitura do Rio de Janeiro pelo apoio para viabilização do projeto.

Nos inspiraram nesse trabalho, os relatórios A Solution Landscape for Turku e o Vision 2050 – a new agenda for business, ambos do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

Marcos BicudoChairman do CEBDS, CEO da Philips América Latina

Marina GrossiPresidente Executiva do CEBDS

O CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) é uma associação civil que lidera os esforços do setor empresarial para a implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil, com efetiva articulação junto aos governos, empresas e sociedade civil.

Carta deapresentação

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ÍndiceCEBDS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

Introduction . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07

Opportunity and Vision. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

The Place . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Rio de Janeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Chapéu Mangueira e Babilônia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

The Stakeholders

Private Sector . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Residents e Associations . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Public Sector . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Opinion Formers . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

The Organising Themes

Context: Seeds of Sustainability . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 18

Personal Story : Andréa da Silva Barcelos and Cleber Teixeira Sales. . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Purpose: aligning Stakeholder Needs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Relationships: Structures and strategies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Personal Story : Rosalina dos Santos Moura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Knowledge: Measuring Development . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

The Seven Action Areas

Cooperative Housing Retro�tting . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Personal Story : Alexsandro da Silva Bernardino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Green Urban Infrastructure . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Personal Story : Reina Maria Pereira da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

Organic Urban Agriculture . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Personal Story : João Batista da SIlva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Sustainability in Schools and Homes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Entrepreneurship and Professional Training . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Personal Story : Regina Tchelly . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

Cooperative Solid Waste Management . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

Personal Story : Cristiane da Silva de Oliveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

Community-Based Tourism . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

Personal Story : Percília da Silva Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Re�ections . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Moving forward with RCS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

About Axia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Credits . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

CEBDS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07

Oportunidade e Visão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

O Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Rio de Janeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Chapéu Mangueira e Babilônia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Os Stakeholders

Empresas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Moradores e Associações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Setor Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Formadores de Opinião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Organização dos Temas

Contexto: As Sementes da Sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

História de Moradores: Andréa da Silva Barcelos e Cleber Teixeira Sales . . . . 19

Propósito: Alinhar as Necessidades dos Stakeholders . . . . . . . . . . 20

Relacionamento: Estruturas e Estratégias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

História de Morador: Rosalina dos Santos Moura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Conhecimento: Medindo o Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

As Sete Frentes de Atuação

Frente de Melhoria Habitacional Sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

História de Morador: Alexsandro da Silva Bernardino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Frente de Infraestrutura Urbana Verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

História de Morador: Reina Maria Pereira da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

Frente de Agricultura Urbana Orgânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

História de Morador: João Batista da SIlva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Frente de Sustentabilidade nas Escolas e nos Lares . . . . . . . . . . . . . . 45

Frente de Desenvolvimento de Empreendedores Locais . . . . . . . . . 46

História de Morador: Regina Tchelly . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

Frente de Gestão de Resíduos Sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

História de Morador: Cristiane da Silva de Oliveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

Frente de Turismo Comunitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

História de Morador: Percília da Silva Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Re�exões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Próximos passos com o RCS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Sobre a Axia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Créditos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

Índice

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Introduction

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O RCS foi lançado no início de 2011, e, após a Rio+20, continuará a servir como um caso referência para as melhores ações de natureza participativa voltadas ao desenvolvimento urbano, tanto no Brasil, quanto no mundo. Esperamos que vocês acompanhem nosso progresso.

Welcome to this progress report on the status of Rio Cidade Sustentável (RCS) for the Rio+20 United Nations Conference on Sustainable Development.

RCS is a human-interest project that brings the key themes of social transformation and urban infrastructure improvement under the umbrella of sustainability. It is sponsored by the Brazilian Business Council for Sustainable Development (CEBDS), the Brazilian a�liate of World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

The project partnered with 12 companies and received sponsorship from another �ve institutions. These are:Co-Chairs: Banco Itaú and Banco Bradesco.Core: Even, Philips, Michelin, Votorantim and Dow Brasil, Hydronorth.RSE: Goodyear, Souza Cruz, Vale, and Coca-Cola.Sponsors: Caixa Econômica Federal, Instituto Pereira Passos, Sebrae and Firjan.

The project addresses the challenges of sustainable development in urban settings, and the opportunities for achieving the transition to a Green Economy.

Two favelas, or deprived urban communities located in Rio de Janeiro’s southern zone, provide the setting. The project helps to raise self-determination and boost social and economic opportunities for these communities, while strengthening integration with the rest of the city.

Who bene�ts from this project?

This project is based on the concept of full citizenship. Residents of the two communities have secured solutions that they wanted. Full citizenship means engaging in full dialogue within the community and with other stakeholders. Through the multi-stakeholder dialogues, some residents were able to talk about their needs and real interests.

Local government and its o�cials, for long excluded from areas plagued by violence, have been able to re-establish an open dialogue and talk in a climate of growing con�dence. This proves it’s possible to talk openly with the community about long-term housing solutions.

Bringing together municipal authorities and residents has proved a growth experience for both. And learning how to work more closely with industry, has been a boon for the city authorities. The transition to a greener economy depends on extending dialogue between the public sector, private sector and community. Private enterprise, above all, has bene�ted in ways beyond simply o�ering goods and services. In the years after the 1992 Earth Summit, it was accepted that sustainability was the responsibility of governments and civil society, but not of industry. On the eve of Rio+20 however, perceptions have changed.

So by “climbing the hilltop” to experience �rst-hand the conditions at the bottom of Brazil’s demographic pyramid, industry stands to learn much. Those companies participating in the project are helping to change the pro�le of Brazilian consumers in the emerging social classes.

Companies have certainly brought technology, green knowhow, commitment to sustainability and discipline to the table. But thanks to the sensibility with which their representatives participated in debates, and the agility dedicated to �nding creative solutions, the learning has not been one-sided.

As an example, industry has witnessed �rst-hand the paradox that some of the least fortunate end up paying the most for goods and services not adapted to their needs. Adapting products and processes will create new markets, save resources, eliminate waste, and stimulate sustainable growth.

RCS is aligned with wider initiatives to transform Rio de Janeiro in the run-up to sporting mega-events of 2014 and 2016. It shows how business engages with sustainable development, both learning from and teaching other stakeholders.

RCS was launched in early 2011, and after Rio+20 it will continue to serve as a reference case for best-in-class participatory actions in urban development, both in Brazil and beyond. We hope you will follow our progress.

Bem-vindos ao relatório de progresso do projeto Rio Cidade Sustentável (RCS) para a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável).

O RCS é um projeto de interesse humano, que coloca os temas-chave de transformação social e de melhoria urbana sob o guarda-chuva da sustentabilidade. Esta iniciativa é realizada pelo CEBDS com patrocínio de 12 empresas e quatro apoiadores. São eles: Itaú, Bradesco, Even, Philips, Michelin, Votorantim, Dow Brasil, Hydronorth, Goodyear, Souza Cruz, Vale, Coca-Cola, Caixa Econômica Federal Instituto Pereira Passos, Sebrae e Firjan.

O projeto aborda os desa�os do desenvolvimento sustentável em áreas urbanas, e as oportunidades para alcançar a transição para uma Economia Verde.

Duas comunidades urbanas do Rio de Janeiro, com índice de desenvolvimento humano inferior ao da zona Sul, onde está localizada. foram o ambiente escolhido para aplicação deste piloto. O projeto ajuda a promover a autodeterminação, incentivar oportunidades sociais e econômicas, e a fortalecer a integração destas comunidades ao tecido urbano da cidade.

Quem se bene�cia com esse projeto?

Os moradores das duas comunidades foram criteriosamente consultados para assegurar soluções que atendessem às suas necessidades. O projeto se baseou no conceito de que cidadania plena signi�ca envolver-se em diálogo integrado na comunidade com a participação de outros atores que raramente entravam em uma comunidade. Através dos diálogos com múltiplos stakeholders, os moradores tiveram a oportunidade de expor seus reais interesses e necessidades.

O poder público local e seus colaboradores por muito tempo ausentes destas áreas marcadas pela violência, têm sido capazes de reestabelecer um diálogo aberto com a população, contribuindo para um clima de crescente con�ança. Prova disso é que hoje é possível discutir abertamente com a comunidade sobre as soluções de habitação de longo prazo.

A aproximação entre as autoridades municipais e os moradores provou ser uma experiência de crescimento para ambos. Assim como as oportunidades de um trabalho mais estreito com as empresas também se mostra como uma nova solução para a Prefeitura. A transição para a economia verde depende de um diálogo mais profundo entre empresas, poder público e moradores.

Para a iniciativa privada os ganhos com o projeto vão muito além da oportunidade de apresentar seus produtos e serviços. Logo depois da Rio92, pensava-se que sustentabilidade era uma responsabilidade dos governos e da sociedade civil somente, e não das empresas. Às vésperas da Rio+20, essa percepção é outra.

Empresas que “subiram o morro” aprenderam bastante sobre o comportamento destes moradores que estão ganhando mais, ascendendo a uma nova classe social e mudando o per�l do consumidor médio brasileiro. Participando do projeto estas empresas trouxeram tecnologia, competências e comprometimento com o tema da sustentabilidade. Mas graças à sensibilidade com que suas equipes participaram das discussões, e à agilidade em encontrar soluções criativas, o aprendizado foi ainda maior para todos.

Como exemplo de aprendizado, as indústrias se depararam com o paradoxo de que alguns destes moradores, justo os de menor renda na comparação com os do entorno da cidade, acabam pagando mais por bens e serviços que não estão adaptados às suas necessidades. Através da consequente adaptação de produtos e serviços, novos mercados poderão ser criados, permitindo economia de recursos naturais, pela redução do desperdício, e �nanceiros contribuindo assim para um crescimento mais sustentável.

O conceito do RCS está alinhado também com iniciativas mais amplas para transformar a cidade do Rio de Janeiro durante a preparação para os megaeventos esportivos de 2014 e 2016. O projeto mostra como as empresas se envolvem com o desenvolvimento sustentável, tanto ensinando como aprendendo com os demais envolvidos.

IntroduçãoCEBDS

CEBDS – Brazilian Business Council for Sustainable Development – is the lead sponsor for RCS in collaboration with the City administration and State Government of Rio de Janeiro. The partnership includes Axia Sustainability and the sponsoring companies.

CEBDS is a not-for-pro�t organisation comprising over 70 74 leading companies in Brazil. It was founded in 1997, to promote sustainable development in companies. CEBDS is an a�liate of the World Business Council for Sustainable Development (WSBCD), which has more than 60 national or regional councils operating across 30 countries.

The RCS project was initiated by CEBDS chairman Marcos Bicudo and CEBDS President Marina Grossi, to demonstrate that sustainable development is the result of cooperation between private and public sectors, and communities.

CEBDS was the �rst Brazilian institution to work with the concept of the ‘triple bottom line’. Today it is a knowledge resource and leader in the practice of sustainability in companies and coordinating debates between the public and private sectors, academics and society.

CEBDS

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é o realizador do Rio Cidade Sustentável e conta com a colaboração da Prefeitura e Governo do Estado do Rio de Janeiro, além da parceria da Axia Sustentabilidade e das empresas patrocinadoras.

O CEBDS é uma associação privada sem �ns lucrativos criada em 1997 para promover o desenvolvimento sustentável nas empresas. Reúne 74 dos maiores grupos empresariais do Brasil e integra a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) com cerca de 60 conselhos em mais de 30 países em todos os continentes. O projeto RCS foi idealizado por Marcos Bicudo, chairman, e por Marina Grossi, presidente executiva do CEBDS, para demonstrar que o desenvolvimento sustentável é resultado da colaboração entre os setores púbico, privado e a sociedade civil.

O CEBDS foi a primeira instituição no país a trabalhar com o conceito do Triple Botton Line. É hoje uma referência para o conhecimento e a prática da sustentabilidade nas empresas e para a articulação entre os diversos atores do debate, ou seja, setor empresarial, público, academia e sociedade.

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• Um sistema dinâmico e interdependente Adotando uma perspectiva sistêmica que seja capaz de se adaptar e evoluir, o RCS e a Axia Sustentabilidade, sua parceira de implementação, usam uma estrutura circular de quatro elementos composta por: Contexto; Propósito; Relacionamento e Conhecimento (páginas 18 a 25).

Nosso ponto de partida foi o de pesquisar o contexto das duas comunidades para construir uma declaração de visão geral que pudesse guiar nossas ações. Em seguida, tentamos fazer com que todos os stakeholders compartilhassem tomadas de decisão coletivas e alinhadas com o propósito do projeto. Depois de décadas de exclusão social, era natural que se levasse tempo para construir um relacionamento de con�ança entre moradores, autoridades públicas e empresas.

Em termos práticos, essa visão foi aplicada a sete Frentes de Atuação orientadas a resultados (páginas 26 a 51) e de�nidas a partir de consultas às comunidades. Com foco na melhoria do cenário construído, de aperfeiçoar o habitat e de gerar oportunidades para a criação de negócios, as Frentes de Atuação criadas estão transformando as duas comunidades do Leme.

Nem todos os resultados dos programas baseados em valores humanos podem ser avaliados em medidas quantitativas. O RCS a�rma a importância de rastrear dignidade, autoestima e a “habitabilidade” das moradias ou da própria comunidade como principais indicadores. A oportunidade proporcionada pelo RCS foi mostrar que, fazendo melhor uso do planejamento e das habilidades de execução comumente existentes no setor privado, essas comunidades podem percorrer um longo caminho na construção de seus próprios futuros sustentáveis.

Uma cidade com aproximadamente mil favelas não sentirá muita diferença pela transformação de duas pequenas comunidades. Porém, um projeto bem executado pode ter efeitos duradouros de demonstração, tornando-se referência para programas de larga escala do setor público em colaboração com organizações privadas e sociedade civil.

O RCS mostra como planejamento especializado bem direcionado, habilidade de execução e ação colaborativa in�uenciam a mudança. Acima de tudo, o projeto RCS tem como base uma visão sistêmica de um futuro sustentável.

Como resultado das entrevistas com os principais envolvidos, o RCS de�niu alguns dos elementos-chave da cidade sustentável, tais como:

• Um modelo de governança que estimula colaboração público-privadaMúltiplos stakeholders trabalhando em conjunto podem promover uma mudança signi�cativa ao adotar uma estrutura conceitual com uma abordagem nova para a governança de projetos complexos. Colaboração efetiva entre os setores público e privado pode ajudar a enfrentar os desa�os do desenvolvimento sustentável.

• Uma tecnologia social que apoie a transformação urbanaEm uma época em que o Rio de Janeiro passa por rápidas mudanças, é importante resolver o desa�o da transformação sustentável, voltando-se aos aspectos humanos. Ouvir as comunidades é uma das chaves para agregar e compartilhar uma visão para o futuro.

• A dynamic and interdependent system Adopting a systemic perspective that’s able to adapt and evolve, RCS and its implementation partner Axia use a circular, four-element framework composed of: Context; Purpose; Relationships, and Knowledge (pages 18-25).

Our starting point was to research the context of the two communities and then construct a general vision statement to guide our actions. Next we needed to get all stakeholders sharing in collective decision-making and aligned with the project’s purpose. After experience of social exclusion, it took time for residents to build trusting relationships.

In practical terms, this vision was applied to seven results-oriented Action Areas which grew out of consultation with the communities. With a focus on enhancing the built environment, improving the habitat, and creating opportunities for work or business creation, these Action Areas are already transforming the two Leme communities.

Not all results of people-based programs can be assessed in quantitative measures, so RCS tracks dignity, self-esteem and the overall “livability” of homes or the community itself as main indicators. The opportunity provided by RCS was to show that by making best use of planning and execution skills commonly deployed in the private sector, these communities can go a long way in building their own sustainable futures.

A city with a thousand favelas will not become a di�erent place when two small communities are transformed. Yet a single well-executed project can have on-going demonstration e�ects for large-scale public sector programs in collaboration with private organizations and civil society.

RCS shows how very targeted planning expertise, execution skills, and collaborative action will in�uence change. Above all, the RCS project is based upon a systemic vision of a sustainable future.

As a result of interviews with the main stakeholders, RCS de�ned key elements of the sustainable city as:

• A governance model fostering public/private collaborationMultiple stakeholders working together can achieve signi�cant change by adopting a conceptual framework that takes a fresh approach to the governance of complex projects. E�ective collaboration between private and public sectors can help meet sustainable development challenges.

• A social technology to support urban transformationAt a time when Rio de Janeiro is undergoing rapid change, it is important to resolve the challenge of sustainable transformation focused on people. Listening to communities has been the key to building and sharing a vision of the future.

Oportunidade e Visão

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Opportunity andVision

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O LocalThe Place

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Rio de Janeiro

Brazil’s best-known cultural artefacts, carnival, soccer and samba, come from the hilltop communities of Rio. In recent years, the city’s image has been dominated by con�icts in the favelas.

Scattered across the hilly tropical landscape of a city that’s home to 6.5 million people, are 968 favelas or informal communities built around land invasions (where in many cases the authorities turned a blind eye). Around 1.5 million people, or 23 percent of the population live in favelas, some of which have existed for a century. Some communities are a century old.

Despite their proximity, Rio’s ‘haves’ and ‘have nots’ lived in a state of mutual exclusion. Now, thanks to the historic moment made possible by Rio’s status as host city for the 2014 World Cup and 2016 Olympic Games, comes the opportunity for reconciliation.

It’s often believed that Rio de Janeiro’s favelas are a relatively recent response to chaotic urban development. In fact many are based on century-old land invasions.

Two programs have in�uenced the recent history of these communities. In 1995, the Inter American Development Bank-funded the Favela: Bairro project which worked with 73 communities to integrate them into the fabric of the rest of the city of “asphalt,” as it’s known. Then in 2011 came Morar Carioca, which integrates urban infrastructure and housing projects.

Although the future looks bright, the greatest fear of the community is the possibility of a return to the darkness of a recent past marked by drug-related violence. Although only a tiny minority were involved with crime, the majority had to live with the stigma of adverse public opinion, even though in truth they were the principal victims of the drug tra�cking and armed gangs.

The best way of avoiding any return to the past is to guarantee young people the prospect of jobs and improved earnings. By o�ering training and career opportunities, the private sector can do much to ensure young people are not tempted by the easy money o�ered by the drug economy.

Industry can help too by encouraging young people to choose as their role models, not the self-styled popular heroes of the drug business, but entrepreneurs, company employees and even public servants engaged in worthy pursuits. The people who set an example to the community by their own success – and in turn bring more success to the community, are �gures like Cristiane da Silva de Oliveira of the Favela Inn, or David Vieira Bispo, the well-known proprietor of the Bar do David.

Forgiving and forgetting the past will require all sides of Rio society to concentrate on a common purpose through the building of structures that foster communication and collaboration. Rio’s rising energy and self-esteem will be further boosted through this reconciliation process, thereby integrating the city on a sustainable basis.

Rio de Janeiro

As comunidades dos morros do Rio de Janeiro têm uma íntima ligação com alguns dos mais conhecidos ícones culturais do Brasi, como samba, carnaval e futebol. Porém, nos últimos anos, a imagem da cidade ficou marcada pelos conflitos nestas áreas.

Espalhadas por toda a paisagem tropical montanhosa de uma cidade que é o lar de 6,5 milhões de pessoas, encontram-se 968 comunidades, surgidas a partir de ocupação de terras, realizadas muitas vezes com a conivência das autoridades públicas. Cerca de 1,5 milhão de pessoas, ou 23% da população, moram em comunidades, sendo que, algumas delas existem há um século.

No Rio de Janeiro, apesar de as pessoas de maior poder aquisitivo viverem geograficamente muito próximas das pessoas de menor renda, são dois mundos que não se misturam. O momento histórico que a cidade vive e a aproximação de dois megaeventos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, inspiram uma grande oportunidade de reconciliação.

Acredita-se, muitas vezes, que as comunidades do Rio de Janeiro sejam uma resposta ao desenvolvimento urbano caótico. Na verdade, muitas têm origem em centenárias ocupações de terras.

Dois programas municipais marcam a história recente destas comunidades: o Favela: Bairro, de 1995, realizado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que buscava a integração de 73 comunidades ao asfalto e o Morar Carioca Verde, de 2011, que coordena as ações e programas de habitação e infraestrutura urbana na cidade.

Embora o futuro pareça brilhante, o grande medo das comunidades pacificadas é a possibilidade de um retorno ao passado recente, marcado pela violência do tráfico de drogas. Ainda que apenas alguns estivessem envolvidos com o crime, a maioria teve que conviver com o estigma da opinião pública, hostil aos moradores de comunidades, muito embora na realidade estes tenham sido as principais vítimas do tráfico e das milícias.

A melhor maneira de evitar qualquer retorno ao passado é garantir aos jovens a perspectiva de emprego e renda que valham a pena. Ao oferecer treinamento e oportunidades de carreira, o setor privado contribui para a tentativa de garantir que os jovens não se rendam ao dinheiro fácil dos esquemas do tráfico.

O setor empresarial também pode ajudar a incentivar os jovens a tomarem como modelos de referência pessoas que batalham para alcançar uma boa posição no mercado de trabalho, empresários ou funcionários públicos envolvidos em atividades dignas, em vez de anti-heróis populares que comandam o tráfico de drogas. Nas duas comunidades em que o RCS atua, há moradores que são excelentes exemplos para os jovens, como o David Vieira Bispo, proprietário do famoso Bar do David no Chapéu Mangueira e como a Cristiane da Silva de Oliveira, administradora do hostel Favela Inn, entre outros aqui retratados.

Perdoar e esquecer o passado vai exigir que todos os segmentos da sociedade carioca se concentrem em um objetivo comum, através da construção de estruturas que favoreçam a comunicação e colaboração. A energia e a autoestima emergentes no Rio serão reforçadas por esse processo de reconciliação, integrando assim a cidade em uma base sustentável.

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O Local The Place

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encontros foram realizados na comunidade, sobretudo para garantir que parceiros externos tivessem plena consciência da realidade das duas comunidades do Leme.

Residents and Associations

The 6,000 residents living in 1,300 homes in the Babilônia and Chapéu Mangueira communities, located right above the high-end Leme neighbourhood, are well-placed to experience ground-breaking sustainable development solutions.

These established communities trace their origins back to land invasions a century ago, and unlike some other favelas have a stable population with some access to social services, schooling, and employment in the nearby region.

Since 2009 the communities have enjoyed improved security and freedom, thanks to the establishment of a UPP (Unidade de Polícia Paci�cadora) precinct with 100 police o�cers. UPPs are part of a new public security model delivered by the state government to expel drug tra�ckers and armed gangs, thereby making possible the execution of social programs and the approximation of police and the communities.

The communities are well organized to participate in the development process and to engage in dialogue with other stakeholders, by means of residents’ associations representing the population. (Associação de Moradores da Babilônia,�Associação de Moradores do Chapéu Mangueira).

Since paci�cation, a myriad of organizations or volunteer groups o�er social programs, without always being able to listen to community needs. The team responsible for RCS, was, by contrast, determined it should not be “one more project” in a long list that fail to engage the population or deliver program continuity.

By listening to residents’ concerns and engaging closely with groups representing them, RCS gives these stakeholders a strong sense of ownership and trust. All meetings were held within the community, not least to ensure external stakeholders had full awareness of the realities of life in the Leme favelas.

Private Sector

Twelve companies and four institutions accepted the invitation from CEBDS to jointly carry out the RCS project in the Babilônia and Chapéu Mangueira communities located in Leme, in Rio’s southern zone.

This group of partners, whose businesses cover a broad range of activities, took up the challenge of participating in this project. RCS very clearly shows how sustainable development, when carried out in urban environments and with underprivileged populations, is the result of active cooperation between the public sector, private enterprise, the communities themselves, and other sections of civil society.

These partner companies brought to RCS a fundamental contribution that guaranteed success during development of the project. This was to contribute their skills not only in o�ering products and services, but also to help with areas such as education and research, directed especially towards the promotion of sustainability.

These companies, by con�rming their willingness to work on a unique project whose special contribution is the close cooperation of di�erent change agents, also gained something special. This was the ability to show their credentials and to gain closer understanding of how the public sector operates, as well as to deepen their understanding of the behavior of this important group of new consumers.

Partner and sponsor companies and organizations are:Co-Chairs: Banco Itaú and Banco Bradesco.Core: Even, Philips, Michelin, Votorantim and Dow Brasil, Hydronorth.RSE: Goodyear, Souza Cruz, Vale, and Coca-Cola.Sponsors: Caixa Econômica Federal, Instituto Pereira Passos, Sebrae and Firjan.

Empresas

Doze empresas do setor privado e mais quatro instituições aceitaram o convite do CEBDS para juntos realizar o projeto Rio Cidade Sustentável nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme, Zona Sul do Rio.

Este grupo de parceiros, que representa uma gama diversi�cada de atividades, encarou o desa�o de participar do projeto que, de forma nítida, mostra que a sustentabilidade, nas áreas menos desenvolvidas das cidades, nasce como fruto de uma cooperação entre setor privado, poder público, comunidades e instituições da sociedade civil.

As empresas parceiras trouxeram para o RCS fundamental contribuição para garantir o sucesso no desenvolvimento do projeto, aplicando suas competências não só no que diz respeito aos seus principais produtos e serviços, como também em ações de educação e pesquisa com foco na sustentabilidade.

Ao a�rmarem a disposição para atuar neste projeto, cuja força está na articulação e na troca entre os vários agentes de transformação, as empresas, além de apresentar seus produtos e serviços, também puderam aprender mais sobre a forma de atuação do poder público e sobre o comportamento e o per�l de um consumidor que vem ampliando a cada ano o seu poder de compra.

As empresas que patrocinam o Rio Cidade Sustentável são:Co-Chairs: Itaú e Bradesco. Core: Even, Philips, Michelin, Votorantim, Dow Brasil e Hydronorth. RSE: Goodyear, Souza Cruz, Vale e Coca-Cola. Os apoiadores do projeto são: Caixa Econômica Federal, Instituto Pereira Passos, Sebrae e Firjan.

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Moradores e Associações

Os 6.000 moradores das 1.300 residências das comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira estão a poucos metros da praia do Leme, em zona nobre do Rio, e passam pela experiência de receber soluções inovadoras de desenvolvimento.

A origem dessas comunidades remonta ao século passado e, diferentemente de outras comunidades, têm uma população estável com algum acesso a serviços sociais, escolas e oportunidades de emprego na região próxima.

Desde 2009, a Babilônia e Chapéu Mangueira desfrutam de maior segurança, graças à instalação de uma Unidade de Polícia Paci�cadora (UPP), que conta com 100 policiais. As UPPs fazem parte de um novo modelo Segurança Pública do Governo do Estado do Rio de Janeiro retoma áreas antes dominadas por tra�cantes ou milicianos, promove a aproximação entre a população e a polícia e fortalece políticas sociais nas comunidades bene�ciadas.

O Chapéu Mangueira e Babilônia estão bem organizadas para participar do processo de desenvolvimento e para dialogar com outros stakeholders, por meio das associações de moradores (Associação de Moradores da Babilônia e Associação de Moradores do Chapéu Mangueira).

Desde a paci�cação, muitas organizações e grupos voluntários oferecem programas sociais aos moradores, mas nem sempre são capazes de ouvi-los. A equipe do RCS estava determinada a fazer com que este não fosse “mais um projeto” em uma longa lista que muitas vezes falha em envolver a população ou em garantir a continuidade de seus programas.

Ao ouvir as preocupações dos moradores e se envolver em estreitacolaboração com grupos que os representam, o RCS dá a esses stakeholders um forte senso de propriedade e con�ança. Todos os

Os Stakeholders The Stakeholders

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Opinion Formers

For decades, Rio de Janeiro’s shantytown communities have been the subject of public debate. This in turn has sparked a lively debate between between many expert commentators in several areas of knowledge. Those involved in this area also take part in the RCS dialogue process via the Advisory Council.

The RCS Advisory Council is composed of:

Jaime Lerner is an internationally respected urbanist and advisor to the UN who is Brazil’s foremost authority on sustainable solutions in urban environments. As a former governor of Paraná state and mayor of its capital Curitiba, he forged much of Brazil’s current thinking on sustainability and appropriate urban transport solutions.

ISER is Rio’s religious studies institute, which hosts an inter-faith movement responsible for the building of trust, dialogue and peace between communities. Its executive secretary Pedro Strozenberg is an expert on promoting citizenship and sustainable relationships in society.

COPPE is the federal university of Rio de Janeiro’s postgraduate school of engineering. As well as being a reference model for universities and research institutions across Brazil, it is a center of excellence for putting science and technology in service of development. Professor Segen Esteven is a respected authority on maritime environments.

BNDES (National Bank for Economic and Social Development) is Brazil’s federally-owned development bank, responsible for funding long-term infrastructure and social development programs. Sérgio Weguelin is deputy managing director of the bank’s environmental division.

Formadores de Opinião

Durante décadas, as comunidades do Rio de Janeiro têm sido foco de discussões polêmicas na opinião pública, alimentando o debate entre especialistas das mais diferentes áreas do conhecimento.

Integram o Conselho Consultivo do RCS:

Jaime Lerner, urbanista respeitado internacionalmente e assessor da ONU. É uma das principais autoridades no Brasil sobre sustentabilidade no ambiente das cidades. Como ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, fomentou grande parte do pensamento atual do Brasil sobre sustentabilidade e soluções de transporte urbano.

ISER é o Instituto de Estudos da Religião que se dedica à causa dos direitos humanos e da democracia. Seu secretário executivo, Pedro Strozenberg, é um especialista em promoção de cidadania e de relacionamentos sustentáveis com a sociedade.

COPPE é a escola de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e um centro de excelência modelo para universidades e institutos de pesquisa em todo o país. O professor Segen Esteven é uma respeitada autoridade em ambientes costeiros.

BNDES é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social responsável por �nanciamentos de longo prazo para infraestrutura e para programas de desenvolvimento social. Sérgio Weguelin é o diretor adjunto da divisão de meio ambiente do banco.

Public Sector

The 2014 World Cup, the 2016 Olympics and the massive makeover of Rio de Janeiro triggered by these sporting mega-events, is galvanizing Brazil’s public sector. Federal, state and municipal levels are all working to improve city infrastructure and living conditions for millions of people. Together they are carrying out the paci�cation of communities a�ected by the drug tra�c, and the installation of transport infrastructure and other programs designed to increase the quality of life for citydwellers.

The city administration is working hard to regain trust and bene�t communities, in this phase of the city’s very rapid transition. It’s a delicate balance to protect housing rights for poor communities, while at the same time reducing the numbers living at risk.

A key goal for CEBDS is to work together with municipal authorities to build capacity in executing green infrastructure projects. Governance of the RCS project runs through an Executive Council.

Setor Público

A realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 desencadearam uma maciça reforma do Rio de Janeiro. As esferas federal, estadual e municipal estão trabalhando para melhorar a infraestrutura da cidade e as condições de vida de milhões de pessoas. Juntas, planejam e executam a paci�cação de comunidades dominadas pelo trá�co, as obras de infraestrutura viárias e os programas de melhoria da qualidade de vida da população.

A Prefeitura vem trabalhando para recuperar a con�ança dos moradores e bene�ciar as comunidades nesta fase de rápida transição da cidade. É um equilíbrio delicado proteger os direitos de habitação em comunidades pobres e ao mesmo tempo reduzir o número de moradias de risco.

Uma meta chave para o CEBDS é trabalhar em conjunto com as autoridades municipais e o Conselho Consultivo criando competências para a execução de projetos de infraestrutura urbana verde.

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Context: The Seeds of Sustainability

Putting the Green Economy where it matters most – into the context of daily life – is all about providing appropriate solutions to meet basic needs for housing, work, food, health, education and infrastructure.

The real sustainability challenge isn’t just about cleaning up communities or cutting their resources use – it’s a holistic approach to social issues as well.

The RCS project’s objective is to create replicable solutions in urban infrastructure and social organization that promote sustainable development. This pilot should demonstrate how the private sector could use its skills and capacities to respond to community needs, by o�ering best-in-class sustainability solutions.

So the context of RCS is wider and deeper than the favela itself. A sustainable urban economy will be created by industry and the public sector learning to understand and answer to real people needs at community level.

We also believe that showcasing urban sustainability as a dynamic community process built around constant interaction and organized systems thinking, will have an important demonstration e�ect for other cities in Brazil and beyond.

RCS occupies a small niche within the city’s much larger, publicly-managed urban improvement programs. With RCS, stakeholders from government, business and the community are learning from each other what sustainability means in practical, everyday terms.

For industry, mastering the Green Economy means adapting products and services to new markets and new consumers. Demographic surveys show that over the last 20 years, the gain in purchasing power for Brazilian families represents a huge new market for appropriate products.

Nor should the integration and improvement process be allowed to create new social exclusion. Transforming favelas into more sustainable communities calls for shared vision and participatory planning for the future.

Addressing the complexity of human interactions and �nding dynamic systems to resolve this evolutionary challenge in fragile urban infrastructure settings, is the mind-set behind RCS.

The RCS project therefore, is an experiment designed to help de�ne sustainability in more holistic terms. It also provides a test-case for business to show its commitment not just to planet and pro�t, but to people as well.

This pilot project seeks to show how two small hilltop communities in the Leme district (Chapéu Mangueira and Babilônia), can be integrated into urban life without losing their distinctive identity, self-determination or legal right to their own homes.

So RCS is a pilot project showing how private enterprise, under the management of CEBDS, can actively participate in the city’s transformation.

Contexto: As Sementes da Sustentabilidade Colocar a Economia Verde onde mais importa – dentro do contexto da vida cotidiana – pode ser traduzido por oferecer soluções adequadas para atender às necessidades básicas de moradia, trabalho, alimentação, saúde, educação e infraestrutura.

O desa�o real da sustentabilidade não é simplesmente a limpeza da comunidade ou cortar o uso dos recursos, mas é também uma abordagem holística às questões sociais.

O objetivo do projeto RCS é criar soluções replicáveis em infraestrutura e organização social que promovam desenvolvimento sustentável. Esse piloto deve demonstrar o quanto o setor privado pode usar suas habilidades e capacidades para atender às necessidades da comunidade, ao oferecer as melhores soluções sustentáveis.

Assim, o contexto do RCS é mais amplo e mais profundo do que a comunidade em si. Uma economia urbana sustentável será criada pelo setor empresarial e público ao ser capaz de aprender, entender e suprir as reais necessidades da comunidade.

Também acreditamos que, ao mostrar a sustentabilidade urbana como um processo de comunidade dinâmico, construído com base em frequente interação e pensamentos de sistemas organizados, o projeto terá um importante efeito demonstrativo para outras cidades dentro e fora do Brasil.

O RCS ocupa um pequeno nicho se comparado aos amplos programas de melhoramento urbano da cidade administrados pelo poder público. Com o RCS, os stakeholders do governo, das empresas e da comunidade estão aprendendo uns com os outros o que sustentabilidade signi�ca na prática.

Para a indústria, dominar a Economia Verde signi�ca adaptar produtos e serviços a novos mercados e a um novo per�l de consumidor. Estatísticas demográ�cas recentes apontam que o ganho de renda das famílias brasileiras nos últimos 20 anos representa um enorme e novo mercado para produtos apropriados.

O acesso às melhorias não deve permitir uma nova forma de exclusão social. Transformar comunidades em lugares mais sustentáveis pede visão compartilhada e planejamento participativo para o futuro.

A proposta do RCS é lidar com a complexidade das interações humanas e encontrar sistemas dinâmicos que resolvam este desa�o revolucionário em cenários de infraestrutura urbana frágil.

O projeto RCS, portanto, pode ajudar a de�nir sustentabilidade em termos mais holísticos. Também oferece um piloto para que a visão de negócio possa mostrar seu compromisso não apenas com o planeta e com o lucro, mas também com as pessoas.

Este projeto-piloto procura mostrar como duas pequenas comunidades no bairro do Leme, Chapéu Mangueira e Babilônia, podem ser integradas à vida urbana sem que os moradores percam a sua identidade distinta, a autodeterminação ou o direito sobre suas próprias casas.

O projeto RCS é, portanto, uma experiência que mostra como a iniciativa privada, sob a gestão do CEBDS, pode participar ativamente da transformação da cidade.

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tory Andréa da Silva Barcelos e Cleber Teixeira Sales

O casal Andréa e Cleber, conhecido como Lau, que vive no Chapéu Mangueira há 11 anos, se envolveu com o projeto desde o início, quando o CEBDS e a Axia Sustentabilidade iniciaram a abordagem na comunidade realizando pesquisas para identi�car quais eram as necessidades dos moradores e como eles idealizavam o futuro das duas comunidades. Essa experiência deixou uma lição: “Aprendi a valorizar tudo o que vem para a comunidade”, diz Andréa.

Andréa e Lau, que têm quatro �lhos e um neto, viram no projeto uma oportunidade de empreendedorismo - eles faziam 210 lanches por dia durante três meses para os cursos de capacitação da Frente de Melhoria Habitacional Sustentável e para a O�cina Audiovisual. “O lucro que tivemos com esse trabalho fez uma diferença enorme na minha vida. Me ajudou muito, com esse dinheiro consegui pagar dívidas e comprar o material escolar dos meus �lhos”, conta Andréa.

Junto com uma amiga, Sara Esteves, Lau está ansioso para cuidar do decomposteiro da Frente de Resíduos Orgânicos. “Gosto de reciclagem, Andréa também sempre gostou e aprender a transformar lixo em adubo vai ser uma boa para mim”, diz Lau.

Andréa da Silva Barcelos and Cleber Teixeira Sales

Mobilizing a community brings business opportunities. Hungry participants in RCS-sponsored construction and audio-visual skills courses needed 210 packed lunches a day for three months – so Andréa and Cleber (known as Lau) were ready to sell them. The experience transformed life for the couple, who with their 4 children have been living in Chapéu Mangueira for 11 years. “The income from the catering has made a huge di�erence,” says Andréa. “We’ve paid o� all our debts and have been able to buy new school books for the children.”

Her partner Lau is also getting involved in the Organic Waste Recycling initiative and is keen to take charge of composting activities. “I’ve always liked recycling, and transforming waste into compost shouldn’t be di�cult for us,” he says.

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Organizaçãodos Temas

The Organizing Themes

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Purpose: Aligning Stakeholder Needs

Sustainable development poses a challenge to societies built around competition, because collaboration is the central pillar of any truly Green Economy. In complex urban environments, promoting new forms of governance to de�ne the way private and public sectors should work together, is the path toward sustainability.

If such collaboration is to bene�t all participants it must be in a purposeful relationship. This means each player is not simply thinking from a one-sided perspective, but is actively seeking outcomes that are more than “the sum of the parts.”

RCS coordinators hold regular weekly round-table meetings bringing together public and private sector representatives, as well as local residents and third sector participants. This dialogue to review questions from di�erent perspectives, is essential to align interests and objectives.

Dialogue has been crucial to the RCS journey, right from the 2011 visioning process, though the residents’ assembly and feedback sessions. Initially, 21 stakeholders were interviewed, including the heads of residents’ associations and the police head of the UPP (Police Paci�cation Unit), as well as policymakers, o�cials and NGO representatives.

Then local residents were trained to conduct interviews with 50% of all community households. Facilitators conducted regular feedback sessions with the help of residents’ associations. The result is a dynamic process in which residents have an important and on-going stake, supported by local NGOs or residents’ associations.

This calls for attentive listening and learning on the part of the private sector, to discover “where is the demand and how can we satisfy it?” And seeing the positive opportunities for green urban infrastructure made possible by low-impact technologies, is of bene�t to public sector partners.

Other initiatives such as urban organic agriculture and entrepreneurship/tourism were identi�ed as major opportunities to address what surfaced in the initial research as a fundamental issue for residents: local job opportunities to enable residents, especially women, to remain close to their families and homes.

For the system to operate harmoniously and all stakeholders to function well together, a disinterested facilitator is valuable. In addition, experience shows the value of de�ning contexts and getting intentions clearly aligned, well before moving to the execution phase.

This approach has delivered very clear sense of purpose, validated at each step by the community. All RCS actions are based on this inclusive model of social organization.

Propósito: Alinhar Necessidades dos Stakeholders

O desenvolvimento sustentável impõe um desa�o às sociedades estruturadas sobre a competição, porque a colaboração é o pilar central de qualquer Economia verdadeiramente Verde. Em ambientes urbanos complexos, promover novas formas de governança, onde os setores público e privado trabalham em conjunto, é o caminho em direção à sustentabilidade.

Para que tal colaboração bene�cie todos os participantes, ela deve estar fundamentada em um relacionamento com propósito. Isso signi�ca que cada ator não pensa simplesmente em um lado só da perspectiva, mas sim que está buscando resultados que são mais do que “a soma das partes”.

Os gestores do RCS fazem reuniões de mesa-redonda regulares, colocando juntos representantes dos setores privado e público, assim como moradores locais e instituições interessadas. Este diálogo que avalia questões partindo de diferentes perspectivas é essencial para alinhar interesses e objetivos.

O diálogo tem sido crucial para a jornada do projeto RCS, desde o processo de construção da visão em 2011. Inicialmente, 21 stakeholders foram entrevistados, incluindo os presidentes de associações de moradores e o chefe da UPP (Unidade de Polícia Paci�cadora), bem como legisladores, funcionários públicos e representantes de ONGs.

Em seguida, os moradores locais foram treinados a conduzir entrevistas com 50% de todos os membros da comunidade. Facilitadores promoveram sessões de feedback regulares contando com a ajuda das associações de moradores. O resultado é um processo dinâmico no qual os moradores têm uma importante e contínua participação, com apoio das ONGs locais e das associações de moradores.

Isso exige um atento processo de escuta e aprendizado por parte do setor privado, para descobrir “onde está a demanda e como podemos satisfazê-la?”. Enxergar que há oportunidades de viabilizar a infraestrutura verde através do uso de tecnologias de baixo impacto foi de grande benefício aos parceiros do setor público.

Outras iniciativas, tais como Agricultura Urbana Orgânica e Empreendedorismo e Turismo local, foram oportunidades para responder a questões fundamentais dos moradores identi�cadas na pesquisa inicial: oportunidades de empregos locais para permitir que residentes, especialmente mulheres, pudessem �car próximos de suas famílias e casas.

Para o sistema operar harmoniosamente de forma que todos os stakeholders possam sair ganhando, é fundamental contar com um facilitador neutro. Além disso, a experiência mostra que é fundamental de�nir contextos e deixar as intenções claramente alinhadas antes de passar para a fase de execução.

Esta abordagem trouxe consigo um sentido muito claro de propósito, que ia sendo validado a cada etapa pela comunidade. Todas as ações da RCS são baseadas nesse modelo inclusivo de organização social.

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Relationships: Structures and Strategies

For any relationship of trust to develop, the needs of all parties must be addressed. People should be empowered to �nd solutions for their problems based on their own resources and creativity.

RCS organisers believe that building relationship strategies to take account of all stakeholder needs, is fundamental to assuring a ‘virtuous circle’ of transformation can begin.

RCS identi�ed local residents’ needs with the help of a wide-ranging survey - allowing some to say that for the �rst time they felt they had a chance to participate in building solutions for their community.

The experience underlined the importance of a governance structure that takes account of the views of local residents and their leaders, as a part of the decision-making process for achieving sustainable development goals.

RCS has a multi-layer governance structure with a systemic approach to the development process – all built upon a shared vision of a sustainable future. This “systemic thinking” helps stakeholders to change/improve perceptions, to build trust and reach a new consensus on how to take control of the change process.

Ultimately, of course, relationships of trust are based upon mutual bene�t. For the public authorities, the private sector and for those communities which bene�t from interventions that go beyond paternalism.

For example, residents believe housing security is central to leading more sustainable lives. So relocating residents in new settlements on the edge of the city, far away from their current lives, would require them to rely on the use of the existing public transport. For that reason, believes RCS advisory council member Jaime Lerner: “Separating work from where you live runs counter to sustainability. Living close to the workplace means better quality of life, fewer greenhouse gas emissions and an overall gain for the economy.”

Favela dwellers want access to the skills and opportunities that will increase their independence and self-determination. So RCS is heavily focused on transferring skills and training from within the domain of private enterprise, to ensure residents can, quite literally, rebuild their lives and their homes.

Within the wider context of sustainability, building solid relationships between industry, community and public authorities, helps to generate a climate well suited to the development of participatory citizenship.

Relacionamentos: Estruturas e Estratégias

Para que qualquer relacionamento de con�ança se desenvolva, as necessidades de todas as partes precisam ser tratadas. Deve-se capacitar e permitir que as pessoas encontrem soluções para seus problemas com base em seus próprios recursos e criatividade.

Os organizadores do RCS acreditam que construir estratégias de relacionamento para se inteirar de todas as necessidades das partes interessadas é fundamental para garantir que um “círculo virtuoso” de transformação possa ter início e continuidade.

O RCS identi�cou as necessidades dos moradores locais com a ajuda de um amplo levantamento – o que permitiu que algumas pessoas a�rmassem que, pela primeira vez, haviam tido a chance de participar da construção de soluções para sua própria comunidade.

A experiência pôs em evidência a importância de uma estrutura de governança que leva em conta as visões dos moradores e de seus líderes, como parte de um processo de tomada de decisões para atingir as metas de desenvolvimento sustentável.

O RCS tem uma estrutura de governança composta de diferentes níveis que re�ete uma abordagem sistêmica para tratar do processo de desenvolvimento – tudo construído a partir de uma visão compartilhada de um futuro sustentável. Este “pensamento sistêmico” ajuda os stakeholders a incrementar suas percepções, a construir con�ança e a alcançar um novo consenso sobre como contribuir para o processo de mudança.

Em última análise, é claro, relações de con�ança são baseadas em benefício mútuo, para o poder público, por promover uma aproximação com moradores e iniciativa privada, e para as comunidades, que recebem intervenções que vão além do paternalismo. Os habitantes das comunidades querem acesso às quali�cações e oportunidades que aumentarão sua independência e autodeterminação. Portanto, o RCS está fortemente focado em transferência de competências e treinamentos provenientes da iniciativa privada, para assegurar que os moradores possam reconstruir suas vidas e suas moradias.

Dentro de um contexto mais amplo de sustentabilidade, a construção de sólidas relações entre as empresas, a comunidade e as autoridades públicas resulta em um ambiente propício para a formação de um cidadão mais participativo. Essa é a base para reconstruir a con�ança pública. Não apenas nas comunidades deste projeto-piloto, nem mesmo em comunidades de outras cidades brasileiras, mas sim em toda e qualquer megacidade emergente onde existam desigualdades similares.

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Knowledge: Measuring Development

The Rio+20 United Nations Conference on Sustainable Development provides an important milestone for the RCS project, just 12 months after its inception and at an early stage in the execution of community work programs.

However, because of its dynamic, people-based nature, RCS will always be viewed as “work in progress” where the transformation of the Chapéu Mangueira and Babilônia communities is continuous and never-ending.

Because the building of a sustainable city is an evolutionary process, the governance model needs a simple way to demonstrate how all participants are constantly learning and reacting to changes. Therefore, capturing, measuring and sharing knowledge about the on-going progress of the RCS project is vital.

This has led to a set of high-level indicators, which is more likely to stimulate discussion and spread awareness of true sustainable development in urban areas, than using a narrow set of backward-looking metrics. The commonly-used metrics showcasing energy and resource e�ciency don’t always capture the wider sustainability picture in low-income communities.

So the RCS team created a set of dynamic monitoring indicators (seen in diagram below) that can guide further initiatives and benchmarks for public and private sector participants. This favors an at-a-glance matrix system that shows overall progress, instead of numbers. This has led to the adoption of a set of indicators and objectives connected with the type of development that needs to be fostered.

Our “sustainability indicators” include the same subjective categories that residents themselves use to measure their own living standards: comfort, dignity, security, self-esteem, health. Availability or electric power, drinking water and local job opportunities complete the picture. We then assess how each of the RCS Action Areas contributes to these goals.

In order to spread knowledge about these “sustainability indicators” and about the community’s transformation, one of the project´s initiatives focuses on education and communication. Throughout 2012 the local elementary school in Leme, St Thomas Aquino, is creating space in its curriculum for lectures, demonstrations and classes about sustainability, the future that students can look forward to, and their expectations for employment. Another important aspect of this task force is to re-establish the connection between parents and school – thereby widening the scope of the education process.

CEBDS conceived a pilot plan that would improve the quality of life of communities in Rio de Janeiro, and then to share this learning and best practice in other Brazilian cities with a similar social fabric, and then perhaps worldwide.

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ry Rosalina dos Santos Moura

Há sete anos separada do ex-marido, Rosalina, moradora do Chapéu Mangueira onde vive com três �lhos, encontrou no Rio Cidade Sustentável a oportunidade de se emancipar como mulher. Sem poder contar com a ajuda do seu ex-companheiro nas reformas emergentes da casa e sem condições de pagar por um pedreiro, Rosalina decidiu iniciar o curso de pedreiro, nas capacitações em construção civil da Frente de Melhoria Habitacional Sustentável.

Hoje, depois de 10 anos vivendo as consequências de não ter janelas e nem a laje impermeabilizada em casa, ela mesma é capaz de fazer as reformas de que precisa e ainda conta com a ajuda dos colegas de curso nos mutirões para tornar a sua casa um local mais digno de viver.

“Agora não terei mais vergonha de convidar minha patroa para me visitar. Vou ter mais orgulho da minha casa”, declara Rosalina, que, além de se sentir mais independente, pela primeira vez poderá olhar para o futuro através das janelas de sua casa.

Rosalina dos Santos Moura

For ten years, Rosalina’s house in Chapéu Mangueira had neither windows nor a waterproofed roof, and for the last seven years she’s had no husband either. But thanks to RCS, she was �nally able to take matters into her own hands, learning practical building skills and teaming up with volunteers from the Housing Retro�t action front. Now, when Rosalina (who lives there with her three children) looks out through her new windows she can survey a bright future, already made better through the restored dignity that comes with a better home.

“I’ll never again be ashamed of inviting my employer to come visit me. Now I’m proud of my house,” says Rosalina.

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Trabalho Local Local Employment

Saúde Health

Conforto Comfort

Água Water

Energia Energy

Segurança Security

Dignidade/ Auto Estima Dignity/Self-esteem

Melhorias Habitacionais

Home Improvements

Agricultura Urbana

UrbanAgriculture

Infra-estrutura Urbana Verde

GreenInfra-structure

ResíduosSólidos

SolidWaste

TurismoEmpreendedorismo

TourismEntrepeneurship

Sustentabilidadenas Escolas e Lares

SustainabilitySchool and Home

Conhecimento: Medindo Desenvolvimento

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, fornece um marco importante para o projeto RCS, apenas 12 meses após a sua criação e em um estágio inicial na execução de programas de trabalho.

No entanto, o RCS será sempre visto como "trabalho em andamento" por sua dinâmica e natureza baseada em pessoas. Isso reforça que o processo de transformação das comunidades do Chapéu Mangueira e Babilônia é contínuo e interminável. Dado que a construção de uma cidade sustentável é um processo evolutivo, o modelo de governança precisa ser simples para demonstrar o quanto todos os participantes estão constantemente aprendendo e reagindo a mudanças. Por isso, capturar, medir e compartilhar conhecimento sobre o processo em andamento do projeto RCS é vital.

Isso levou à criação de um conjunto de indicadores de alto nível que busca estimular discussões e disseminar a conscientização do desenvolvimento sustentável verdadeiro em áreas urbanas, em vez de usar apenas as métricas tradicionais que olham para trás. Os indicadores comumente usados para visualizar energia e e�ciência de recursos nem sempre capturam o quadro mais amplo de sustentabilidade em comunidades de baixa renda.

Assim, a equipe do projeto RCS propôs um conjunto de indicadores de monitoramento dinâmicos (visto na tabela abaixo) que pode direcionar futuras iniciativas e pontos de referência para participantes dos setores público e privado. Isso favorece um sistema prático de matrizes que demonstra progresso global, resultando na adoção de um conjunto de indicadores e objetivos conectados com o tipo de desenvolvimento que precisa ser promovido.

Desse modo, nossos “indicadores de sustentabilidade” incluem as mesmas categorias que os moradores dessas comunidades usam para medir seus próprios padrões de vida: conforto, dignidade, segurança, autoestima, saúde, disponibilidade de energia elétrica, água potável e oportunidades de emprego locais completam o quadro. Em seguida avaliamos como cada uma das Frentes de Atuações do RCS contribuiu para essas metas.

A �m de disseminar conhecimento sobre estes “indicadores de sustentabilidade” e sobre a transformação da comunidade, uma das iniciativas do projeto foca em educação e comunicação. Ao longo do ano de 2012, a escola municipal do Leme, Santo Tomás de Aquino, vem criando um espaço em seu currículo para palestras, o�cinas demonstrações e aulas sobre sustentabilidade, o futuro que os alunos podem esperar, e suas expectativas de emprego. Outro aspecto importante dessa força-tarefa é auxiliar no restabelecimento de conexão entre os pais e a escola, ampliando a e�cácia do processo de educativo.

O CEBDS concebeu um projeto-piloto com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes de comunidades no Rio de Janeiro, para então disseminar este aprendizado e melhores práticas em outras cidades do Brasil que convivem com realidades semelhantes, e mesmo fora do país. Compartilhar esse conhecimento sobre sustentabilidade é a contribuição brasileira para a rede WBCSD.

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Melhoria Habitacional Sustentável

Habitação é o tema mais relevante para os moradores das comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia. A equipe do RCS identi�cou a necessidade de um programa para auxiliar os moradores a fazer melhorias em suas próprias casas. Esse programa consiste em capacitação na área de construção civil, acesso a crédito facilitado, aquisição de material a preço acessível, orientação técnica especializada e organização de mutirões de reforma.

Cinco empresas patrocinadoras, associadas ao CEBDS, contribuíram com habilidades técnicas, treinamento e execução para a Frente de Melhoria Habitacional Sustentável, tornando-a a maior das sete Frentes do projeto RCS.

O RCS iniciou a Frente fornecendo capacitação e treinamento em técnicas de construção civil e mobilizando programas de voluntariado para realizar obras nas casas dos moradores que se inscreveram na Frente. Durante um período de 3 meses, 187 moradores foram treinados em cursos para aprender um novo ofício, entre eles: pedreiro, eletricista, bombeiro hidráulico e serralheiro. Cada curso teve a duração de 160 horas e um terço das vagas foi ocupado por mulheres.

Através da contribuição da Votorantim Cimentos, Votorantim Metais e Instituto Votorantim e suas competências e metodologias de treinamento em construção civil foi possível proporcionar cursos de capacitação e melhoria das casas de moradores das comunidades, além de ampliar as perspectivas para o mercado de trabalho. De acordo com a Votorantim, essas são formas de gerar rápidos resultados e ao mesmo tempo apoiar o desenvolvimento econômico e social da cidade.

Assessoria técnica especializada em projetos de construção, com a participação de arquitetos, engenheiros e mestre de obras é fornecida pela Construtora Even. Esses especialistas auxiliam os moradores a entender as prioridades de reformas em suas casas alcançando padrões mais adequados de saúde e segurança.

Para a Even, o aprendizado com o RCS foi a importância da união dos setores público e privado, pois, juntos podem trazer mudança e�caz e fazer a diferença para a vida das pessoas. Em muitos casos, a energia e o dinamismo dos voluntários foi maior do que se esperava. Isso foi possível com o alinhamento dos parceiros do projeto.

Para a maioria dos moradores que precisam comprar materiais de construção, o acesso a crédito é essencial e foi disponibilizado pelo Bradesco. Mas da experiência com o Rio Cidade Sustentável, o banco está empenhado em projetar novos produtos com características especí�cas para atender este novo mercado em expansão. Isso deve ampliar o acesso ao crédito para os que têm di�culdades de reunir documentação formal ou histórico de crédito.

O Bradesco acredita que, uma vez que as comunidades estão bem preparadas, faz sentido desenvolver novos produtos adaptados às suas necessidades. No entanto, leva tempo para que produtos bancários sejam desenvolvidos e recebam aprovação regulatória. O Bradesco realizou também palestras de educação �nanceira para os alunos do curso.

Entregar materiais de construção apropriados em terreno íngreme e de difícil acesso também ofereceu oportunidades de aprendizado para o setor empresarial.

Para fornecer materiais de construção básicos a baixo custo, o RCS acordou com a Votorantim, Dow, Hydronorth, Deca e Incefra taxas reduzidas através de uma loja de materiais de construção local.

A Dow está fornecendo competências e tecnologia com o Eco Telhado Branco, produto da Hydronorth, que amplia a re�exão solar do telhado oferecendo maior conforto térmico e impermeabilidade.

Para os moradores dos morros cariocas, sem acesso rodoviário, o transporte de material de construção representa um fardo enorme.

Subindo encostas ou escadarias, as pessoas têm que literalmente carregar nas costas sacos de 50 kg de cimento, areia ou cal a �m de construir ou reformar suas casas. Sacos de cimento menores e técnicas de construção que façam uso menor de recursos volumosos são claramente uma necessidade desse público.

Programas de trabalho em mutirão requerem algumas adaptações culturais: exigem empenho constante e �exibilidade de todos os participantes para adaptar o trabalho à mão-de-obra disponível. É vital, também, que líderes emergentes sejam identi�cados e integrados ao grupo de pro�ssionais capazes de gerenciar projetos. O RCS simplesmente pôs o processo em movimento, mas desenvolvimento adicional é necessário.

Durante o ano de 2012, a implantação de programas de trabalho voluntário e a execução de mais projetos de modernização validarão a proposta de que melhorar o parque habitacional consiste em manter in situ moradores que estão ali há muito tempo. Essa é uma opção mais sustentável do que realocação em grande escala.

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As Sete Frentes de Atuação

1200 casas nas duas

comunidades(dados IBGE)

93 alunos capa- citados nas

áreas de cons- trução civil

85 famílias envolvidas

14 casas sendo reformadas

2 casas concluídas

26 alunos atuantes nos mutirões de

obras

12 mutirões de obras realiza- dos aos �nais

de semana

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For most residents needing to purchase construction materials, access to credit is vital. Banco Bradesco made available a pre-existing commercial credit line, and the bank is now committed to designing new products to serve this market. This should widen access to credit for those unable to show formal documentation or credit history.

Bradesco believes that once the communities are well prepared, it would make sense to develop new products speci�cally adapted to their needs. However, banking products take time to develop and receive regulatory approval. Delivering construction materials appropriate for the hilly terrain has also o�ered learning opportunities for the business sector. To provide basic construction materials at low cost, RCS arranged with Votorantim, Dow, Hydronorth, Deca and Incefra to o�er reduced rates for basic products through a local retail outlet.

Elsewhere, Dow is providing skills and technology in �elds such as low energy lighting and high re�ective roof coating for thermal comfort. Dow’s contribution, in partnership with Hydronorth, as to provide waterproof coatings or membranes for roo�ng. This re�ective thermal coating also reduces the temperature inside buildings, bringing extra comfort to residents.

Outcomes included the retro�tting of 17 homes, with eight mutirão collaborative work programs undertaken and more than 25 residents actively engaged. The key lessons are that both participants in this action front and the wider community bene�t hugely from rising self-esteem and the dignity that comes from hands-on work to improve domestic well-being, comfort and pride.

Cooperative work programs require some cultural adaptation: they call for constant engagement and �exibility from all participants to match available labor to the jobs in hand. It’s vital, too, that emerging leaders are identi�ed and integrated into a group of professionals able to manage projects. RCS simply set the process in motion, but further development is necessary.

During 2012, the rollout of volunteer work programs and the execution of more retro�t projects will validate the proposal that improving existing housing stock and keeping long-established residents in situ, is a more sustainable option than relocation and/or full-scale redevelopment.

Cooperative Housing Retro�tting

Housing is the single most important issue of concern to inhabitants of Chapéu Mangueira and Babilônia communities.

The RCS team identi�ed the need for a cooperative program helping residents to retro�t their own homes. This called for: mapping of the area’s main housing problems; teaching building skills to residents; providing access to credit for buying materials at competitive prices; organizing collaborative building initiatives (known as mutirão in Brazil), and providing expert advice on construction.

Five CEBDS industry partners contributed skills, training and execution to the Cooperative Housing Retro�tting action front, making it the largest of the seven RCS programs.

RCS began by providing extensive skills training in current construction techniques, and by coordinating volunteer programs to carry out works on a selected number of homes. During a 3-month period, 93 residents were trained in courses to learn a new trade as bricklayers, electricians, plumbers, with another 20 trained as metal fabricators. Each course ran for 160 hours and up to a third of the places went to women.

Through the agency of its not-for-pro�t Foundation three subsidiaries -- Votorantim Cimentos, Votorantim Metais and Votorantim Siderurgia – all contributed expertise and the group’s construction training methodology. Helping people to improve their own homes, and to acquire skills to allow them to enter the labor market, are, according to Votorantim, ways of generating rapid results while supporting the city’s social and economic development.

Expert technical advice on building projects from architects and engineers is provided by Even Construction. These experts help residents prioritize their building work to raise overall health and safety standards and delivered quality results in a timely manner.

For Even, the learning was that when private and public sectors come together, the two can bring change e�ectively, and make a di�erence to many lives. In many case the energy and dynamism of volunteers made much more achievable than had been believed possible. All this contributed to the conviction that alignment of project partners makes a huge di�erence.

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The Seven Action Areas

1,200 houses in the two

communities(source: Brazilian Institute of

Geography and Statistics)

93 people trained in

construction skills

85 families involved

14 houses being refurbished

2 home refurbishments

completed

26 trainees active in the construction

volunteers team

12 volunteer projects

completed during weekends

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História de Morador Personal Story

Alexsandro da Silva Bernardino Antes de se inscrever nos cursos de capacitação em construção civil, Alexsandro pretendia usar suas economias para fazer a festa de aniversário de 2 anos de seu �lho em um bu�et, pois não via condições de receber os amigos em casa. Com as orientações que recebeu do projeto, Alexsandro decidiu aplicar seu dinheiro na reforma da sua casa e fazer a festa de seu �lho ali mesmo. Decisão que foi a porta de entrada para ele se orgulhar do local onde vive.

Alexandro agradece aos colegas de mutirão que o ajudaram a reformar sua casa e diz que quer contribuir com toda a comunidade com o que aprendeu no curso. “Esse é o espírito de coletividade que pulsa no coração da comunidade. Eu quero somar com meus amigos para ajudar nas reformas da casa deles”, declara Alexsandro em clima de festa.

Alexsandro da Silva Bernardino

Alexsandro da Silva Bernardino had planned to spend his savings on renting a special location in which to throw his son’s second birthday party, because he didn’t dare to receive friends at home. But he changed his mind, after attending the bricklayer course sponsored by the RCS Housing Retro�t action team -- and spent the money on - retro�tting his home, and had his son’s party right there.

This decision, and the volunteer help Alexsandro received during the rebuild, has opened up a new sense of civic pride and encouraged him to use his new building skills to help neighbors. In fact, the party’s just beginning. “There’s a new spirit of sharing that beats in the heart of our community. Now I want to join up with my friends to help them �x up their own houses,” he says.

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Infraestrutura Urbana Verde

Melhores condições de acesso e visibilidade noturna para ampliar a segurança em áreas públicas são os pilares da Frente de Infraestrutura Urbana Verde.

Aqui, o setor privado ajuda a comunidade a alcançar suas metas de desenvolvimento sustentável encorajando o setor público a procurar as melhores opções em infraestrutura urbana verde para uso na comunidade em programas que pretendem melhorar acessos, principalmente facilitando a chegada de serviços emergenciais.

As soluções propostas nesta frente também geraram uma discussão importante sobre a necessidade de reavaliação futura dos critérios de compras do poder público incluindo o foco sustentabilidade.

O Rio Cidade Sustentável acompanhou o projeto de construção de moradia popular da Secretaria de Habitação do Rio de Janeiro, o HAB 2, que está sendo construído na Babilônia. Engenheiros, arquitetos e técnicos envolvidos no projeto contribuíram para que os edifícios atendessem aos critérios de certi�cação de construção sustentável exigidos pelo Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal, apoiadora do Rio Cidade Sustentável. A construção tem capacidade para receber 16 famílias e atende aos 32 critérios de construção sustentável exigidos pelo Selo, dentre seis categorias: Qualidade Urbana, Projeto e Conforto, E�ciência Energética, Conservação dos Recursos Materiais, Gestão da Água e Práticas Sociais.

Melhorar a condição das vias e calçadas da comunidade possibilita também uma referência de reciclagem responsável e criativa. O uso de granulados de pneus, no �m do ciclo de vida, substituindo 20% de pedras brita no concreto de calçadas, proporciona durabilidade 60% maior do que a usada em calçadas convencionais. E, é claro, é um exemplo público dos benefícios da reciclagem.

Através do projeto a fabricante de pneus Michelin doou à prefeitura mais de 30 toneladas de granulados de pneus para a reforma de 700 metros de calçadas ao longo da Ladeira Ary Barroso, o principal acesso às comunidades.

Com o objetivo de contribuir na melhoria da luminosidade e, consequentemente, da segurança nas duas comunidades, a Philips forneceu a prefeitura iluminação de ampla e�ciência energética para instalação nos principais acessos. A Philips avalia que participar desta frente de atuação foi uma oportunidade de estimular a visão da empresa sobre inovação sustentável.

Melhor infraestrutura pública, como por exemplo iluminação de rua, também bene�ciará o turismo dentro das comunidades. A pesquisa do RCS mostra que 28% dos participantes do levantamento acredita que melhor acesso e infraestrutura ajudariam o turismo. Isto é importante porque, enquanto 78% dos moradores do Chapéu Mangueira disseram que tinham esperança de ganhar dinheiro com o turismo, 38% desses respondentes disseram que a comunidade não estava ainda pronta para recebê-los por motivos como segurança noturna.

Assim, além dos benefícios de menor consumo de energia e de reciclagem, melhor infraestrutura verde promove segurança nas comunidades do Rio. Isto, por sua vez, encoraja o turismo, outra atividade econômica que ajuda a comunidade a determinar seu próprio futuro, criando uma visão mais ampla de sustentabilidade.

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pavimentação de 700

metros de calçadas com 30 toneladas de granulado de borracha

economia anual de

6815 kwh/ano na iluminação

pública em LED

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Green Urban Infrastructure

Better roads and better night-time visibility for improved security in public areas are the key pillars of the green urban infrastructure Action Front.

Here, the private sector can help the community achieve its sustainable development goals by encouraging the public sector to procure best-in-class green urban infrastructure in the favela when building better access, especially for the emergency services.

Solutions proposed for this action front also generated a lively dialogue about the need to reassess the criteria used by the public sector for making purchasing decisions.

The Rio Cidade Sustentável project has accompanied the construction of popular housing being built at the Babilônia community by the Rio de Janeiro Housing Secretary, the HAB 2. Engineers, architects and technicians involved in the project contributed so that the buildings met the criteria for certi�cation of sustainable construction required by the CAIXA’s Blue House Seal (Caixa Econômica Federal, the Federal Saving and Loans Bank), the Rio Sustainable City supporter. The construction will make it possible to receive 16 families, and meets 32 criteria of sustainable construction required by the Seal, from among six categories: Urban Quality, Project and Comfort, Energy E�ciency, Material Resource Conservation, Water Management and Social Practices.

Improving access creates a demonstration example of responsible and creative waste disposal and recycling. The use of ground-up residues from old car and truck tyres as an additive to the concrete to make sidewalks provides 60% greater durability over conventional sidewalks. And of course, it’s a very public example of the bene�ts of recycling.

Tyre-maker Michelin moved to address the issue by o�ering the City administration over 30 tonnes of ground car tyres for the new 700 metres of sidewalks along the Ary Barroso road going up to the RCS communities. Both public and private sectors had something to learn from the experience, in terms of optimizing coordination and understanding timetables.

To improve lighting and security for the communities, Philips o�ered the City administration energy-e�cient street lighting. For Philips, partnering with the action area provided an opportunity to further the company’s vision of sustainable innovation, delivered by means of advanced lighting solutions.

This generated fruitful dialogue on how to make public sector procurement policies more sustainability-focused. Many municipal purchase decisions are based on initial price, rather than considering energy consumption and overall life-cycle cost. Overall there is a need for better understanding of how industry can deploy best-in-class solutions at community level.

So in addition to the bene�ts of lower energy consumption and recycling, better green infrastructure promotes security in the Rio communities. This in turn encourages tourism and other economic activity that helps the community to determine its own future, creating a wider vision of sustainability.

Resurfacing of 700 meters of

paving with 30 tonnes of

granulated rubber

Annual savings of 6815

kwh/year of energy from LED-powered street lighting

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História de Morador Personal Story

Reina Maria Pereira da Silva Moradora da Babilônia desde 1989, dona Reina vive numa pequena casa de um quarto e sala com seus três netos e ajuda a sustentar a família com seu trabalho como faxineira. Seu otimismo e determinação em mudar a vida aos 57 anos a fez procurar o curso de pedreiro do projeto, após ver uma reportagem na TV que mostrava mulheres no nordeste do Brasil fazendo obras em construção civil. Dona Reina, que planeja fazer em sua casa uma caixa d’água para captar água da chuva, também participa da Agricultura Urbana Orgânica e está desenvolvendo uma horta em seu quintal.

Segundo ela, o projeto gerou impacto na comunidade e causou um sentimento de mudança principalmente pelos mutirões de obras e pelo aprendizado com as hortas, inciativas com as quais ela se envolveu no Rio Cidade Sustentável. “O sentimento de troca comunitária vêm sendo recuperado de forma muito positiva. Há mais interesse em aprender e o projeto traz elementos que fazem a vida mudar para melhor”, explica dona Reina.

Reina Maria Pereira da Silva

Inspired by a TV report on Brazilian women working on construction projects, 57 year-old Reina Maria Pereira da Silva volunteered to join the bricklaying course o�ered by the RCS Housing Retro�t action team. Thanks to her new skills, she’s building a new storage tank to capture rainwater for the house in Babilônia where she lives with her three grandchildren.

And the water will also help Reina Maria’s second RCS project: tending vegetables she’s growing in her back garden, after receiving training from the Organic Urban Agriculture team. Selling this produce will help supplement her income as a cleaner. More than the money, however, it’s the shared energy of the RCS project that inspires Reina Maria: “It’s so positive to be part of a sharing community,” she says. “We all want to learn, and these projects are helping us to make our lives better.”

Organic Urban Agriculture

There’s no greener activity than growing food at home, while selling any surplus to sustain the community. This creates part-time work, and allows residents to both improve their family´s diet and supplement their incomes by selling their produce locally.

Small-scale urban agriculture o�ers economic, social and health bene�ts, especially in communities where there may be poor access to information about healthy lifestyles and good nutrition habits.

Residents of the two Leme communities have strong a�nities with urban agriculture. And there is clearly a local market: around half the residents in both communities said they eat fresh vegetables daily.

Of course, not everyone has natural “green �ngers.” With sponsorship from Souza Cruz (BAT), SEBRAE (Brazil’s small business support agency), the City Parks and Gardens Foundation, Rio Hortas, and ISER (Institute of Religious Studies), RSC interviewed and selected candidates who �tted the pro�le for this task.

Souza Cruz sponsored the action area go help residents and the community develop additional income, to encourage urban agriculture, but above all to further the transformation process.

Only those residents whose properties have su�cient space for creating gardens, and who passed a thorough personal interview to determine their a�nity with the activity, were selected.

The training of residents was designed to prepare them to become semi-professional urban market gardeners. With 180 hours of training, they learned how to make their gardens productive right through the year. At the same time, seminars taught them about healthy eating, more e�cient use of foodstu�s, and the use of organic fertiliser.

As well as receiving training, residents get a starter kit with equipment, seeds and other inputs for growing organic green vegetables. In addition, houses and yards are being adapted for vegetable growing. Yards are levelled o� while �at roofs and other suitable spaces for planting were prepared and made waterproof.

Gardens are easy to install using movable modules of cement �bre roof tiles or big canvas bags as planters. As the number of roof gardens multiplies, the green e�ect is aesthetically pleasing. Green roof coverings will also help to cool down houses and so increase comfort.

Despite strong initial interest, we saw some dropout during the training period, leaving the action front with 15 trainees. The project organisers feel, however, that some trainees will return, while new volunteers will come forward once they see the bene�ts of the program and the success of early adopters.

Alongside the formal classes, seminars on healthy nutrition and good use of usable food waste (from banana peel cakes to pumpkin skin jelly) are scheduled.

Agricultura Urbana Orgânica

Poucas atividades são tão sustentáveis quanto cultivar alimentos em casa e vender o excedente aos vizinhos. Isso gera trabalho de meio período e permite aos moradores aprimorar a dieta familiar, além de suplementar seus rendimentos com a venda da produção excedente.

A agricultura urbana em pequena escala oferece benefícios econômicos, sociais e de saúde, especialmente em comunidades onde pode haver acesso de�ciente a informações sobre estilos de vida saudável e bons hábitos de nutrição.

Os moradores das duas comunidades do Leme têm forte a�nidade com a agricultura urbana. Há claramente um mercado local: cerca de metade dos moradores em ambas as comunidades a�rmaram comer verduras frescas diariamente.

Com patrocínio da Souza Cruz, e apoio do SEBRAE, Fundação Parques e Jardins, Rio Hortas, e ISER (Instituto de Estudos da Religião), o RCS entrevistou e selecionou candidatos com o per�l para esse ofício.

A Souza Cruz patrocinou esta Frente para ajudar os moradores e a comunidade a desenvolver um rendimento adicional, a encorajar a agricultura urbana, mas acima de tudo a promover um processo de transformação.

Somente os moradores cujas propriedades têm espaço su�ciente para cultivar hortas e que passaram por uma entrevista pessoal minuciosa, para determinar seu grau de a�nidade com a atividade, foram selecionados.

O programa de ações da Frente consistiu em identi�car preferências de consumidores; treinar os moradores para manter as hortas; organizar produções contínuas de verduras e legumes, e ao mesmo tempo fazer planos para garantir vendas da produção excedente.

A capacitação dos moradores tem como objetivo quali�cá-los como agricultores urbanos semi-comerciais. Com 180 horas de treinamento, eles aprendem a tornar sua hortas produtivas o ano todo. Em paralelo às aulas, são realizadas outras atividades como seminários sobre alimentação saudável, aproveitamento total dos alimentos e o bom uso dos resíduos orgânicos.

Ao mesmo tempo, lajes e quintais habilitados recebem adaptações como nivelamento e impermeabilização a �m de abrigarem os cultivos. As hortas são fáceis de instalar usando módulos móveis de telhas de �brocimento ou sacos de tecido como locais de plantio. Conforme o número de hortas de telhado se multiplica, o efeito verde será esteticamente agradável. As coberturas verdes também ajudarão a refrescar as casas, aumentando o conforto térmico.

Apesar do forte interesse inicial, testemunhamos algumas desistências durante a capacitação que se estabilizou com 15 alunos permanentes. A equipe do projeto, porém, avalia que algumas pessoas poderão retomar a iniciativa e outras se interessarão a medida que forem comprovando os benefícios e sucesso dos primeiros a adotarem a prática. No ambiente da comunidade, onde o espaço é restrito, áreas para hortas sempre serão escassas.

41

20 vagas para capacitação em manutenção de

hortas e alimentação

saudável

20 places for skills training in

tending vegetable gardens and

understanding healthy eating

17 alunosinscritos

17 students signed up

7 hortas em espaços

privados na comunidade

(4 lajes e 3 quintais)

7 vegetable gardens in private

property within community

(3 back yards and 4 �at roofs)

1 horta em projeto social

One vegetable garden in

community space

Estimativa de total de

alimentos produzidos:

1200 kg**Considerando condições

ideais de cultivo

Estimate of total weight of

vegetables produced: 1,200 kg*

*Under ideal growing conditions

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História de MoradorPersonal Story

João Batista da Silva João Batista, 55 anos, é aposentado, mora no Chapéu Mangueira e tem como principal hobby passear nas áreas verdes da reserva ecológica da Babilônia, mas estava há anos na ociosidade, fumava quatro maços de cigarro por dia acompanhados de dois litros de café numa rotina sedentária que fugia do seu controle. As iniciativas do projeto Rio Cidade Sustentável trouxeram a ele uma oportunidade de transformação. João se inscreveu no curso de Bombeiro Hidráulico das capacitações da Frente de Melhoria Habitacional e devido ao seu apreço pela natureza, logo se interessou pela frente de Agricultura Urbana Orgânica.

Hoje João Batista está mais presente na vida cotidiana da comunidade, participa dos mutirões, se ocupa com as melhorias da própria casa e com a manutenção de sua horta. “Está sendo ótimo para mim, tenho uma ocupação, sinto que minha saúde melhorou e até parei de fumar”, desabafa João ao dizer o quanto sua vida mudou nos últimos meses.

João Batista da Silva

Sustainability helps us to transform ourselves. That’s what 55 year-old João Batista – formerly a heavy smoker with a dangerously sedentary lifestyle – discovered when he learned plumbing skills on a RCS training course that’s part of the Housing Retro�t program.

Today a much healthier João is an active member of volunteer teams �xing up houses in the community, as well as refurbishing his own home. “This has been fantastic for me. I’m busy and my health has improved so much that I’ve even given up smoking,” he says. That’s not all: always a nature lover and a keen gardener, João is today actively involved with the Urban Organic Agriculture movement in the Chapéu Mangueira community.

43

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Sustainability in Schools and Homes

The reduction of human impacts on the environment calls for behaviour change and an increase in awareness of sustainable practices. So education plays a key role in the process of long- term change.

One of the most important resources for delivering this transformation is the school. The aim of this action front is to bring together what is learned in school and what is learned in the home, with a focus on acquiring behaviour patterns based upon sustainability.

That is how the RCS project began working in the city-administered St Tomás Aquinas school in Leme. It has 300 pupils between the ages of 6 and 15 – about 70% of them drawn from the two communities of Babilônia and Chapéu Mangueira.

The objective is for pupils and teachers to become replicators of the sustainability message, becoming e�ective exponents of the principles of sustainable living. This reinforces the links between the school, families, parents and the community.

Key topics to be studied through 2012 include; Energy; Water; Forests; Geology and Recycling. The program is sponsored by Banco Itaú, and by Goodyear. These sponsors brought to the school their experience with sustainability-based education initiatives.

Banco Itaú’s two social foundations (Fundação Itaú Social and Instituto Unibanco) supported the initiatives to forge closer links between community, the school and its students; to develop the students’ future potential by encouraging a broader approach to education, and to encourage students to remain in school for longer.

The action plan o�ers special classes, �lm shows, workshops, drama and other educational activities. All these classes are designed to exchange knowledge and to widen the concept of learning, as well as to encourage pupils to spend longer in school.

Sustentabilidade nas Escolas e nos Lares

A redução do impacto humano no meio ambiente exige mudança de comportamento por meio da conscientização de práticas sustentáveis. E a educação tem papel fundamental nesse processo de transformação a longo prazo.

Um dos importantes caminhos para favorecer essa transformação é a escola, aproximando ao máximo o que é ensinado do que é vivido em casa, com foco na aquisição de hábitos apoiados nos preceitos da sustentabilidade. Assim, o projeto Rio Cidade Sustentável chegou na Escola Municipal Santo Tomás de Aquino, no bairro do Leme, cujo contingente de 300 alunos é cerca de 70% formado por crianças e jovens das comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira.

O objetivo dessa frente de atuação é que os alunos e também os professores tornem-se e�cientes replicadores das práticas de sustentabilidade, reforçando os laços entre escola, alunos, pais e a comunidade como um todo.

Os principais temas integrados ao programa da escola no ano letivo de 2012 foram: Energia, Água, Florestas, Geologia e Reciclagem. A frente tem patrocínio do Banco Itaú e da Goodyear, que levaram para o ambiente escolar sua experiência com ações educativas com foco na sustentabilidade.

O programa da Frente oferece aulas especiais, exibição de �lmes, dramatizações, o�cinas, entre outras atividades educacionais, para possibilitar a troca de experiências e encorajar uma abordagem mais ampla da educação, além de estimular o aluno a �car mais tempo na escola.

45

Intervenção na Escola Municipal

local Santo Tomás de Aquino

258 alunos atendidos

44 atividades realizadas para pais, alunos e

professores

56 professores envolvidos

Working with the local municipal

school, St Thomas Aquinas

258 students enrolled

44 di�erent activities

undertaken with parents, students

and teachers

56 teachers involved

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Estudo de potencia- lidades turísticas locais �nalizados

Completion of mapping of potential locations for

tourism activity

Empreendedores locais atuantes nas ações de de-

senvolvimento turístico

Local entrepreneurs involved in actions to

develop tourism potential

Ações de incentivo a formalização de

empreendedores locais

Incentives and quali�cations training for

local entrepreneurs

Intervenções em gestão e sustentabilidade em empreendimento local

Management and sustainability interventions

in local business projects

História de MoradorPersonal Story

Regina Tchelly

Empreendedora nata da comunidade, Regina Tchelly desenvolveu seu projeto pessoal que é sucesso na mídia e na região onde mora, o Favela Orgânica. Inspirada na sua paixão por cozinhar, Regina faz o�cinas sobre o aproveitamento total de alimentos, desenvolvendo deliciosas receitas com partes de alimentos que antes eram vistos como lixo. Cascas de legumes e frutas viram prato principal em qualquer cozinha por onde Regina passa.

Aos 30 anos e com duas �lhas, Regina divide seu tempo entre seu trabalho como faxineira, sua família, reuniões para divulgar seu projeto e o�cinas do Favela Orgânica. Ela logo viu no Rio Cidade Sustentável uma grande porta para ampliar o conceito que há cerca de um ano desenvolve por iniciativa própria. “O Rio Cidade Sustentável ampliou minha rede de relacionamentos e deu espaço para as mulheres se colocarem em posições antes ocupadas prioritariamente pelos homens”, conta Regina, que por meio da o�cina de reaproveitamento total de alimentos, do Favela Orgânica, integrou tanto na programação da frente de Sustentabilidade nas Escolas e nos Lares quanto a de Agricultura Urbana Orgânica.

Regina Tchelly

Even before RCS came along, Regina Tchelly was a model of sustainable behavior in the community, leading creative cookery workshops she branded as ‘Favela Orgânica.’ With her passion for teaching homemakers how to turn disregarded kitchen scraps into delicious and nutritious meals, this 30 year-old mother of two was already something of a local media star.

Now, RCS is helping Regina and Favela Orgânica to grow further. As well as leading workshops for the community in two of the action fronts (Organic Urban Agriculture and Sustainability in Homes and Schools), Regina expects to present her project at the 2012 CEBDS annual conference. And she has events planned to ensure her work with Favela Orgânica will be seen by many visitors to Rio+20. “RCS has helped to widen my network, and it’s helped to give women access to domains that were previously exclusive to men,” says Regina.

Entrepreneurship and Professional Training

Developing sustainable business opportunities within the community in order to bring greater resilience to the local economy, is a core objective for RCS.

The location of the communities in Rio’s southern zone with its surrounding natural beauty and cultural heritage, has helped to inspire the tourism-related commercial aspirations of residents. As the project evolved we noted a strong link between the Action Areas of entrepreneurship and local tourism. Amongst these priority activities are foodservice, hospitality and handicrafts.

The objective of this action area is to develop local entrepreneurship and promote tourism with a focus on the area’s outstanding natural beauty, and the community’s cultural heritage.

To achieve the goals of these Action Areas, the organizers �rst needed to create a strategic plan for developing tourism and to map local features. Then, to help develop existing community-based economic activity, residents were o�ered training and business skills, in addition to micro�nancing facilities. The action area was sponsored by Banco Itaú, with support from SEBRAE.

The RCS project team developed a special program to help business builders. An on-site team of specialists, plus periodic workshops are made available to advise on how to establish a business. Other actions include surveys to identify opportunities and de�ne the extra skills needed to deliver quality to customers. Banco Itaú also makes available micro�nance to support entrepreneurs already active in the community.

Banco Itaú helped to provide access to micro-credit, and to o�er education and guidance in the use of credit and banking products. Overall, the bank sought to gain experience in, and to expand its role as a transformation agent.

Research showed that a majority of residents of both Chapéu Mangueira and Babilônia would like to engage in tourism-related commerce. But it was found they encountered di�culties such as lack of �nance. Within this scenario, RCS helped residents to reinforce their commercial skills, to widen their expertise, and to help them operate in a world of small or very small businesses.

Attracting tourists has therefore become an important element in the development of commercial activity in the communities. To help with this process, a communications module was added to this action area in order to train residents in audio-visual skills so they could show visitors aspects of their communities. The audio-visual workshop developed by RCS brought together 15 young residents and community members who sought to develop their skills in this area.

Challenges for the four workshop leaders included: stimulating creative and critical thought; encouraging sustainable entrepreneurship; and widening cultural horizons of the young participants. The outcomes of the audio-visual training course included news videos about RCS and �lms about sustainability. For their �nal piece of work, trainees were encouraged to create a video documentary telling the community’s own story of RCS, for use by CEBDS with audiences at the Rio+20 Sustainability Summit.

Desenvolvimento de Empreendedorismo Local

Desenvolver oportunidades de negócios sustentáveis dentro da comunidade a �m de fortalecer a economia local é um objetivo central para o RCS.

A localização das duas comunidades na Zona Sul do Rio, com a oferta de beleza natural e patrimônio cultural signi�cativos, soma-se às aspirações dos moradores em direção às atividades econômicas relacionadas ao turismo. Assim, ao longo da atuação do projeto, observou-se a forte relação entre as frentes de Desenvolvimento do Empreendedorismo Local e de Turismo. Entre os empreendimentos que se destacam estão os segmentos de gastronomia, artesanato e hospedagem.

Para atingir os objetivos das frentes, já relacionadas, foi preciso criar um plano estratégico que começou pelo mapeamento das potencialidades locais. Em apoio ao desenvolvimento das atividades econômicas existentes nas comunidades foram oferecidos treinamento, orientação técnica de negócios, além de acesso a micro�anciamento. A frente é patrocinada pelo Itaú e tem apoio do Sebrae.

Com apoio do SEBRAE e patrocínio do Itaú, a equipe do projeto RCS desenvolveu um programa especial para ajudar os construtores de negócios. Uma equipe de especialistas ofereceu o�cinas periódicas para aconselhar como estabelecer um negócio. Outras ações incluíram levantamentos para identi�car oportunidades e de�nir habilidades extras para entregar qualidade aos negócios. O Itaú também disponibilizou micro�nanciamentos para apoiar empreendedores já ativos na comunidade.

O Itaú ajudou a fornecer acesso ao microcrédito e orientação �nanceira. O banco procurou expandir seu papel como um agente da transformação.

Pesquisas realizadas pelo projeto mostraram que a maioria dos moradores, nas duas comunidades, gostariam de se envolver no comércio ligado ao turismo, mas enfrentam algumas barreiras como, por exemplo, a falta de �nanciamento. Com base neste cenário, o RCS direcionou o trabalho para o desenvolvimento das habilidades dos moradores/empreendores, tanto para ampliar suas competências, como para auxiliá-los a lidar com o mundo das micro e pequenas empresas.

A atração de turistas torna-se então uma importante etapa do processo de desenvolvimento do empreendedorismo nas comunidades. E para ajudar nesse objetivo, foi incluído nessa frente um módulo de comunicação com o objetivo de capacitar moradores em técnicas audiovisuais para que eles pudessem mostrar mais sobre as comunidades em que vivem. A O�cina Audiovisual do Rio Cidade Sustentável agrega 15 jovens moradores e freqüentadores das duas comunidades, que buscam oportunidade de aprimorar seus talentos.

Quatro o�cineiros aceitaram o desa�o de estimular pensamento crítico e criativo, o empreendedorismo sustentável, a ampliação do repertório cultural e iniciar a formação audiovisual desses jovens. Entre as produções dos alunos estão matérias jornalísticas sobre o RCS, vídeos sobre sustentabilidade. Para o trabalho �nal, os alunos foram motivados a realizar um videodocumentário com a visão das comunidades sobre a realização do Rio Cidade Sustentável para ser exibido durante a Rio+20 nos espaços do CEBDS.

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Cooperative Solid Waste Management

Managing waste is a major challenge. The lack of su�cient storage space for waste or vehicular access for municipal services, the distance from public waste collection points, have all meant that Rio’s favelas have had to deal with chaotic disposal practices which create health and sanitary risks.

Today, well-ordered communities must be e�ective at managing the waste they produce. So recycling waste of all types o�ers bene�ts in terms of health and hygiene, aesthetic considerations, self-esteem – and of course the environment. It also provides economic opportunities.

Regular waste collection is one of the top priorities of these Rio communities.The need to manage trash better and for the community to employ “garis” or refuse collectors is a regular concern with community spokespersons. Residents feel their quality of life and self-assurance is directly a�ected by the cleanliness of their environment.

The need to manage waste better, and thereby help communities to enjoy better quality of life and raised self-con�dence, was the driver for the CEBDS team seeking out a workable solution for composting organic waste. The solution, developed by a Rio de Janeiro teacher, Luiz Toledo, requires only a very small space.

As well as being a more hygienic solution for these communities, operating the composters will allow some residents to earn money by selling the composted soil produced from waste material by this process. A resident who is interested becomes the caretaker of the community composter. It is estimated that a single composter measuring 3m (length) x 30cm (width) x 1.40m (height) can process the organic waste generated by 50 families.

Souza Cruz is the sponsor for this project, which includes training for its maintenance and operation. Not only does it create local jobs, it also reduces carbon emissions by avoiding waste transportation to far-away land�ll areas. Once fully operational this recycling model can be replicated to other areas in Rio and beyond where there is no adequate municipal collection of organic waste.

To handle the collection and disposal of recyclable waste, Coca-Cola Brasil and Light have joined up to showcase an innovative solution.

Coca-Cola Brasil sponsored the installation of an “Ecopoint” for the community to manage and store the materials collected by the recycling initiative. This reinforces the work of an already operational recycling program sponsored by Light.

Gestão de Resíduos Sólidos

Gestão de resíduos é um grande desa�o. A falta de espaço su�ciente para o armazenamento do lixo, a di�culdade de acesso para os veículos dos serviços municipais de limpeza e a distância dos pontos de coleta demonstram que as comunidades do Rio de Janeiro têm que lidar com práticas de coleta caóticas que geram riscos à saúde. Hoje em dia, comunidades bem organizadas devem ser e�cazes na gestão dos resíduos que produzem. Assim, a reciclagem de resíduos de todos os tipos oferece benefícios em termos de saúde e higiene, de questões estéticas, ambientais e de autoestima, além de oferecer oportunidades econômicas.

A coleta de lixo regular é uma das principais preocupações dos moradores das comunidades do Rio. A necessidade de gerenciar melhor o lixo é uma preocupação comum entre os porta-vozes da comunidade. Os moradores sentem que a sua qualidade de vida e autocon�ança são diretamente afetadas pela limpeza de seu ambiente.

A necessidade de gerenciar melhor o lixo, como forma de ajudar as comunidades a terem maior qualidade de vida e autocon�ança, motivou a equipe do CEBDS a buscar uma solução para descompostar os resíduos orgânicos. O equipamento, criado pelo professor do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Toledo, ocupa pouco espaço.

Além de uma solução para auxiliar na limpeza das comunidades, o processo de operação do decomposteiro também possibilita a geração de renda com a venda do húmus que é produzido a partir do lixo. Um morador interessado na atividade passa a ser o zelador do decomposteiro. Estima-se que o equipamento com 3m (comprimento) x 30 cm (largura) x 1,40m (altura) possa receber o lixo orgânico gerado por 50 famílias.

A Souza Cruz é a patrocinadora desta iniciativa, que inclui treinamento para a sua manutenção e operação. Esta Frente não só cria empregos locais, mas também reduz as emissões de carbono ao evitar o transporte dos resíduos para áreas de aterros sanitários distantes. Uma vez que plenamente operacional, este modelo de reciclagem pode ser replicado em outras localidades, onde não houver coleta municipal adequada de resíduos orgânicos.

Para lidar com a coleta e eliminação de resíduos recicláveis, a Coca-Cola Brasil e a Light se uniram para apresentar uma solução inovadora. A Coca-Cola patrocinou a instalação de um Ecoponto para armazenamento de coleta seletiva, realizada por moradores, em apoio ao programa de reciclagem da Light já existente nas duas comunidades.

O “Light Recicla” é um programa piloto que recolhe materiais recicláveis, tais como garrafas PET, caixas de leite, vidro, latas de alumínio e diferentes tipos de plásticos, oferecendo desconto nas contas de Luz dos moradores das comunidades que entregam seus resíduos ao programa.

His

tóri

a de

Mor

ador

Pers

onal

Sto

ry Cristiane da Silva de Oliveira

Cristiane mora no Chapéu Mangueira desde que nasceu. Hoje, aos 40 anos, cuida de seus quatro �lhos e administra o albergue Favela Inn, a principal hospedagem da comunidade com capacidade para 18 pessoas. A maioria dos hóspedes é estrangeira, turistas interessados em conhecer de perto uma comunidade carioca favorecida pela vista de frente para o mar.

Cris, como é chamada na comunidade, participa do grupo de desenvolvimento turístico comunitário promovido pelo SEBRAE através do RCS, que ampliou seu repertório no que diz respeito a soluções para otimizar o Hostel. “Participei de palestras e consultorias que nos mostravam como podíamos melhorar, não só para o hostel, mas para toda a comunidade. Não tenho nem como agradecer. É simplesmente ter a consciência de aprender e passar pra frente as informações”, diz a administradora do Favela Inn.

Cristiane da Silva de Oliveira

When foreign visitors staying at the 18-bed Favela Inn want to know more about Chapéu Mangueira and its community, chances are they’ll ask owner and long-time resident Cristiane da Silva de Oliveira. 40 year-old hostel-owner Cris, as she’s known, is constantly working on ways to improve the tourists’ experience by giving them better insights in to life on the hilltop. In the process, the Inn has become a respected feature of community life.

The entrepreneur and mother of four participates actively in lectures or advisory workshops organized by RCS and Sebrae as part of the tourism action area, and says the whole community has bene�ted from opening up to tourism. “Of course I’m grateful. But it was simply a matter of listening, learning, and then passing on what we’d found out,” she says.

49

Implementaçãode decomposteiro

para gestão de resíduos orgânicos

Construction of composter for

management of solid organic wastes

Estudo de geração de

resíduos sólidos na comunidade

Management study for solid

wastes generated in the community

Capacitação de equipe moradores locais para gestão do decomposteiro

Training of local team of residents to

manage the composting process

Instalação em andamento de

Ecoponto para cole- ta de lixo reciclável

Installation of "Ecopoint" for

collection of recyclable waste materials

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Community-Based Tourism

If Rio’s tropical beauty is a major drawcard for tourists, then for those living on the city’s forested hillsides, it represents a tangible asset. ‘Greener’ can and should mean ‘richer’.

The close proximity of Rio’s best beaches, plus stunning views of the sea, mean the Leme communities have been attracting tourists for many years. Two hostels welcome younger tourists, and there’s an ecotourism venture managed by the Babilônia Reforestation Cooperative.

With visitor security assured thanks to the UPP, the opportunity today is to use rising revenues from now-fashionable “favela tourism” as a means of encouraging local businesses by celebrating community heritage and culture. At the same time, guided tours provide an opportunity to educate visitors in this unique community approach to sustainability in the favela.

The community tourism action area is focused on creating both the physical space and the knowledge transfer necessary to attract, inform and engage visitors. As the �ow of tourists linked to the 2014 and 2016 mega-events grows, so commercial opportunities will increase.

Already, tourism and the revenues it brings represents a clear aspiration for residents who have seen other favelas bene�t from small hotels for foreign visitors, short-term vacation rentals etc. Would-be entrepreneurs think about setting up bars, restaurants or shops to serve tourists.

RCS conducted a survey to assess the tourism potential of the two communities, and to create a planning document that will support local e�orts to spread awareness and attract visitors. This initiative was sponsored by SEBRAE (Brazil’s privately-managed association of small businesses) and SINDRIO (the Rio state business owners’ association of bars, restaurants and hotels).

The resulting action plan is to create a Babilônia/Chapéu Mangueira Tourism Hub, which will integrate a network of other tourism hubs throughout the city, which is set up to generate a tourist package to be sold to tourists at hotels, travel agencies, etc, through the network integration. It means that the package will guarantee local ownership of tourist services, boosting business for restaurants, hostels, trekking guides, handicraft stores and the like.

Other cities have shown how natural beauty can be enhanced, rather than destroyed by new urban infrastructure. As favelas become integrated into the city, the opportunities for sustainable tourism should bene�t residents.

Turismo Comunitário

Se a beleza natural do Rio de Janeiro é um importante atrativo para os turistas, para os moradores de regiões naturalmente privilegiadas da cidade esse é um ativo tangível. Nesses lugares “ser mais verde” pode e deve signi�car “ser mais rico”.

A proximidade de algumas das praias mais bonitas do Rio de Janeiro, além de vistas deslumbrantes sobre o mar, tem atraído turistas por muitos anos às comunidades do Leme. Dois albergues acolhem os visitantes mais jovens e há um empreendimento de ecoturismo gerido pela Cooperativa de Re�orestamento Babilônia.

Com segurança garantida pela UPP, a oportunidade hoje é de usar as receitas crescentes provenientes do atual "turismo nas comunidades" como um meio de incentivar as empresas locais, celebrando o patrimônio e a cultura da comunidade. Ao mesmo tempo, visitas guiadas proporcionam uma oportunidade para compartilhar com os visitantes esta abordagem da sustentabilidade na comunidade.

A Frente de Turismo Comunitário está focada em criar o espaço físico e a transferência de conhecimento necessários para atrair, informar e envolver os visitantes. Conforme cresce o �uxo de turistas ligados aos megaeventos de 2014 e 2016 crescem também as oportunidades de exposição de iniciativas como esta fundamentada nos valores da sustentabilidade que se relacionam aos valores esportivos ao incentivar o espírito de equipe, a disciplina, a perseverança e a esperança de que é sempre possível mudar o jogo.

O turismo e as receitas que ele gera representam uma clara aspiração dos moradores que viram outras comunidades se bene�ciarem de pequenos hotéis para visitantes estrangeiros, aluguel de férias de curto prazo etc. Candidatos a empresários pensam em estabelecer bares, restaurantes ou lojas para atender turistas.

O RCS realizou uma pesquisa para avaliar o potencial turístico das duas comunidades e criou um documento de planejamento que irá apoiar os esforços locais para difundir a conscientização e atrair visitantes. Esta iniciativa foi apoiada pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SINDRIO (Sindicato de Bares, Restaurantes e Hotéis).

O plano de ação resultante é criar um polo de turismo nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, que fará parte de uma rede de outros polos de turismo con�gurado para gerar pacotes turísticos a serem oferecidos nos hotéis, agências de viagens, através da integração em rede. Isso signi�ca que o pacote vai garantir a apropriação local dos serviços turísticos, o aumento de negócios para restaurantes, pousadas, guias de caminhadas, lojas de artesanato e a�ns.

Outras cidades têm mostrado como a beleza natural pode ser reforçada em vez de destruída pela nova infraestrutura urbana. Conforme as comunidades forem se integrando à cidade, as oportunidades para o turismo sustentável deverão bene�ciar os moradores.

His

tóri

a de

Mor

ador

Pers

onal

Sto

ry Percília da Silva Pereira

Moradora da Babilônia há 65 anos, Dona Percília é símbolo de grande mãe da comunidade. Determinada e sempre com uma palavra de sabedoria na ponta da língua é presidente da Associação dos Moradores da Babilônia e há 23 anos fundou a Escolinha da Tia Percília que preza por difundir a cultura, as artes e o reforço escolar.

Com 20 bisnetos e três tataranetos, Dona Percília está presente em todas reuniões e atividades em prol a comunidade. Para ela, sustentabilidade é aquilo começa e tem uma perpetuidade. “Esse é um grande projeto. Dar dignidade ao morador é torna-lo sustentável. É dinheiro do povo voltando para benefício do próprio povo. Pra mim o Rio Cidade Sustentável e o Morar Carioca Verde da Prefeitura são um sonho realizado”, diz dona Percília em tom de alegria.

Percília da Silva Pereira

There’s no doubting the wisdom, good humor and experience of the matriarchal Percília da Silva Pereira, who is President of the Babilônia Residents’ Association and for over two decades has been running “Aunt Percília’s infant school.”

Proud of her 20 great grandchildren and 3 great-great grandchildren, Percília is a constant presence at meetings and community activities where she reinforces the importance of art, culture and education. RCS and City-sponsored programs are “a dream come true,” she says happily. This, she believes, is just the start for sustainability. “This is a fantastic project which helps give residents back their dignity, while encouraging sustainable behavior. Ordinary people are bene�tting from public funds.”

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Collaborative multi-stakeholder solutions development is not an easy task. During this year-long pilot project, businesses, public sector and communities covered by the scheme had the opportunity to experiment with innovations in this uncharted territory and learn from them.

Based on this learning, private enterprise will now be able to think systematically about the resources and new investments necessary to serve this new market, and how to conduct e�ective research on the needs of these new consumers. So all of society, and not just the communities, bene�ts when the private sector engages with these new consumers.

For example, o�ering bulky products that cannot be delivered by truck and must be expensively carried by hand, forces favela residents to pay proportionately more for basic goods. Companies from the construction industry involved in the project, learned that there are great opportunities to o�er the right products in the right packaging for the needs of these consumers. This will reduce wastage and create economic bene�t.

The rise of a new economic class C in Brazil creates huge opportunities for businesses to serve the bottom of the social pyramid. This however, calls for close understanding of the needs of this population. Appropriate products seldom translate into lower-quality or cheaper versions of products sold to a�uent consumers. Companies that are able to innovate and design products to meet the needs of these consumers will become more competitive and win new markets. At the same time they will contribute to improving the standard of living and brining a more digni�ed lifestyle to low-income populations.

In the beginning of this report, we mentioned purposeful relationships. In order to create such relationships, speci�c purpose statements must be clear to all stakeholders involved at the very beginning of the joint work, and must be periodically revisited to correct or realign the course as often as necessary. Decision makers in each task force must convene, say, monthly, to address project implementation developments and come up with new/improved solutions in order to reach the desired outcome – and to better understand how each player’s actions in�uence the work of the other players.

Desenvolver soluções de modo colaborativo com multi-stakeholders não é uma tarefa fácil. Durante um ano de duração o projeto, as empresas, o setor público e as comunidades atendidas tiveram a oportunidade de testar inovações nesse território e aprender com isso.

Com base neste aprendizado, o setor empresarial vai ser capaz de pensar sistematicamente sobre os recursos e os novos investimentos necessários para atender esse novo mercado, além de realizar uma pesquisa e�caz sobre as necessidades do novo per�l de consumidores.

Toda a sociedade, não apenas os moradores das comunidades, se bene�cia quando o setor empresarial interage plenamente com esses consumidores. Da mesma forma, oferecer produtos volumosos que não podem ser entregues por caminhões e que têm que ser carregados manualmente a um custo alto, obriga os moradores das comunidades a pagar proporcionalmente mais pelos bens básicos. Os representantes da indústria da construção civil que participaram do projeto perceberam que há um grande potencial para a criação de produtos que possam oferecer material na medida certa para a necessidade desses moradores, gerando mais economia e evitando o desperdício. Para muitas empresas, descobrir como se tornar indispensável nesses novos mercados vai garantir a sua existência continuada.

O aumento da nova classe C no Brasil cria enormes oportunidades para as empresas, o que requer uma profunda compreensão das necessidades dessa população. As organizações que conseguirem inovar e adequar seus produtos e serviços às necessidades desses consumidores serão mais competitivas e conquistarão novos mercados. Paralelamente, contribuirão para garantir melhor qualidade de vida e dignidade às famílias de baixa renda.

No início deste relatório, nós mencionamos relações intencionais. A �m de criar tais relações, as declarações de propósito especí�co devem estar claras para todos os stakeholders envolvidos no início do trabalho conjunto, e ser periodicamente revistas para corrigir ou realinhar o curso quantas vezes for necessário.

Depois de décadas convivendo com a ine�ciência e desatenção do poder público e com pouquíssimo acesso aos bens de consumo, as populações das comunidades do Rio de Janeiro começam a con�ar um pouco mais nas ofertas de instituições públicas e privadas. Tradicionalmente, o que vem de graça não tem o devido valor e acaba não perdurando. Por isso, a abordagem do RCS é comemorar cada avanço como uma conquista. Aprender a valorizar e cuidar da infraestrutura pública como bens comuns tem sido um aprendizado fundamental para os moradores. Em termos de criação de capacitação individual, cada nova habilidade pro�ssional aprendida merece um diploma e uma salva de palmas.

Esta grande parcela da população da cidade está pronta para assimilar soluções que vão da educação à habitação, ao crédito, ao transporte, mas todas devem se adequar às realidades e circunstâncias especí�cas. Este é o desa�o que temos pela frente, e que apenas começou a ser tratado pelo RCS e por sua metodologia de gestão de sistemas complexos.

Um grupo de múltiplos stakeholders foi criado como subproduto deste projeto para abordar o desa�o de melhoria de moradias das famílias de baixa renda. Reúne outras organizações que trabalham com o mesmo tema no Brasil (ONGs, fornecedores de materiais de construção, as organizações de crédito, acadêmicos, governo local, moradores etc) para desenvolver uma solução baseada na experiência coletiva, abrangendo crédito, assistência técnica e fornecimento de materiais de construção.

Finalmente, a chave da aprendizagem para todas as partes tem sido a necessidade de reconciliação e de deixar para trás velhos preconceitos, o que só é possível se todos os lados compartilharem um novo espírito de cooperação. O que simboliza o espírito do RCS é sentarem-se todos ao redor da mesma mesa para criar relacionamentos de con�ança. Conforme a con�ança aumenta, mais os parceiros percebem que alinhar seus interesses servirá para o benefício de todos.

Por outro lado, as abordagens paternalistas, que durante tanto tempo têm impregnado diversas iniciativas ao redor do mundo, ameaçam o novo modelo de desenvolvimento dessas populações. Estamos enfrentando agora um período de transição entre as antigas e novas visões de desenvolvimento.

No futuro, algumas famílias que há pouco tempo formavam a base da pirâmide poderão aproveitar os benefícios da educação e capacitação graças a projetos cooperativos. Nas comunidades em que vivem, vão surgir empresários bem sucedidos ou prestadores de serviços quali�cados, com empregos técnicos bem pagos. Vai levar algum tempo para alguns conseguirem colocar de lado a exclusão e seguir essas pegadas pioneiras. No entanto, acreditamos �rmemente que todos os projetos destinados a garantir o desenvolvimento sustentável para comunidades de baixa renda devem aderir a esta abordagem.

After decades of being o�ered little by the vagaries of Brazil’s economic system and taking no part in decisions about public infrastructure, Rio’s slum populations are becoming more con�dent about what’s being o�ered to them by the private and public sectors. What comes free traditionally hasn’t been valued or carefully maintained; so the RCS approach is to celebrate every advance as a conquest. Learning to value and care for public infrastructure as shared assets, has been a key learning for residents. In terms of individual capacity-building, each new professional skill learned deserves a diploma and a round of applause.

This very large portion of the city’s population is ready to take in solutions that go from education to housing to credit to transportation – but they must �t their speci�c and di�cult circumstances. That is the challenge that lies ahead, and which has only just begun to be addressed by RCS and its proposed complex systems management methodology.

A multi-stakeholder group has been created as a by-product of this project to address the retro�tting challenge for low-income family homes. It brings together other organizations working with the same theme in Brazil (NGOs, construction materials suppliers, credit organizations, academics, local government, residents) to develop a solution, based on the collective experience, encompassing credit, technical assistance and construction materials supply. This should all be delivered in one package. It also aims to present speci�c public policy regulations to foster the implementation of such solutions – in true purposeful relationship style.

Finally, the key learning for all parties has been the need for reconciliation and a casting aside of old prejudices, if all sides are to share a new cooperative spirit. What symbolizes the RCS spirit is getting everyone around the same table to create relationships of trust. As trust increases, so partners see that aligning their interests will be to the greater bene�t of all.

By contrast, paternalistic approaches, which for so long have pervaded some initiatives around the world, continue to threaten the new model of development. We are now facing a transition period between the old and new visions of development.

In future, some families at the bottom of the pyramid will be able to harness the bene�ts of education and capacity-building thanks to cooperative projects. From among these communities will emerge successful entrepreneurs, or skilled service providers with well-paid technical jobs. It will take some time for others to set aside exclusion from the workplace and follow in the footsteps of these early adopters. However, we �rmly believe that all projects designed to deliver sustainable development for low-income communities should adhere to this approach.

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Reflexões Reflections

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RCS is a pilot project with great potential. The idea starts on a single hilltop in Rio de Janeiro, but it could yet spread across the other hilltops in the city and the world.

Throughout Brazil, and in the cities of every high-growth emerging nation, there is an urgent need for adaptable working models of community-driven sustainable development that can bring together the public sector, private enterprise, and low-income populations.

The prize is an acceptable lifestyle for hundreds of millions – if not billions – of people. Whether the community is called a slum, poblacion, shantytown, favela, hutong or township: these unplanned communities ringing the world’s great cities are now among humanity’s most populous habitats.

According to UN-Habitat there are already one billion slumdwellers. And this number could triple to three billion by the year 2050, when two thirds of humanity’s predicted nine billion inhabitants will live in sprawling mega-cities.

These places should be the world’s number one priority – whether in terms of sustainable resource use, social stability or the search for human dignity. Already, communities are reaching out to each other: Bombay slumdweller organizations are meeting with Brazilian counterparts.

RCS, by focusing on “how to do it” and establishing tools and methodologies for open cooperation, rather than more prescriptive style of organization, is seeking a model that can have a useful demonstration e�ect regardless of culture.

By using the global networking strengths of its a�liation with WBCSD and by demonstrating the project to world leaders, opinion-formers and policymakers at Rio+20, CEBDS hopes to show that private enterprise can make a signi�cant contribution to global sustainability issues. We are con�dent the RCS model will eventually lend its name to many other Sustainable Cities beside Rio de Janeiro.

O RCS é um projeto-piloto com grande potencial de desenvolvimento. A ideia tem início em duas pequenas comunidades do Rio de Janeiro, mas poderia ainda se espalhar por outros morros da cidade e diferentes regiões do Brasil e do mundo.

Por todo o Brasil, e nas cidades de cada uma das nações emergentes, há uma necessidade urgente de modelos de trabalho de desenvolvimento comunitário sustentável adaptáveis, que possam unir o setor público, a iniciativa privada e a população de baixa renda.

O prêmio é um estilo de vida aceitável para milhões de pessoas. Essas comunidades não planejadas circundando grandes cidades do mundo estão agora entre os habitats mais populosos da humanidade.

De acordo com o UN-Habitat já há um bilhão de moradores em tais comunidades, que pode triplicar para três bilhões até 2050, quando dois terços da humanidade prevista em nove bilhões de habitantes viverão em imensas megacidades.

Esses lugares deveriam ser a prioridade número um do mundo, seja em termos de utilização sustentável dos recursos, de estabilidade social ou de busca por dignidade humana.

O projeto Rio Cidade Sustentável, ao concentrar-se em "como fazer" e criar ferramentas e metodologias de cooperação ampla, ao invés de um estilo de organização mais prescritivo, está buscando um modelo que pode ter um efeito de demonstração útil, independentemente da cultura.

Ao utilizar os pontos fortes da rede global de sua a�liação com o WBCSD e ao demonstrar o projeto aos líderes mundiais, aos formadores de opinião e aos responsáveis políticos na Rio+20, o CEBDS espera demonstrar que a empresa privada pode fazer uma contribuição signi�cativa quando se trata de questões globais de sustentabilidade. Estamos con�antes de que o modelo RCS acabará por emprestar seu nome a muitas outras cidades sustentáveis, além do Rio de Janeiro.

Axia is an innovative consultancy dedicated to helping clients redesign or transform their businesses in response to the opportunities generated by sustainable development. Axia uses established methodologies to administer complex, multi-stakeholder projects with creativity and �air, while fully respecting collaborative working practices and shared vision.

We work with companies, institutions and foundations to help deliver a wider vision that in turn can transform competitive market environments into spaces for collaboration, always respecting human values in order to achieve the goals of sustainability while creating added value to the shareholders. Axia is working with to recognize sustainability plans in schools, while we also help corporate clients to enter the sustainability index of listed companies.

We have delivered complex projects in the �elds of infrastructure, education, consumer goods and of course RCS, together with CEBDS. In all cases, Axia takes a strategic approach to project governance by mapping the needs and expectations of all stakeholders, identifying priorities, and measuring outcomes. From sustainable supply chains to sustainable communities, Axia is committed to helping partners reach a mature, holistic recognition to their needs and goals.

Axia Sustainability is a subsidiary of Axia Value Chain.

A Axia Sustentabilidade é uma consultoria em sustentabilidade com a missão de orientar empresas na re�exão do melhor posicionamento e na transformação de seus negócios em resposta aos desa�os impostos pelos diversos temas da sustentabilidade. Reconhecida pela gestão de projetos complexos e com múltiplos stakeholders, a Axia possui metodologia baseada na visão sistêmica e com criatividade valoriza o relacionamento colaborativo e a perspectiva compartilhada.Com uma visão ampli�cada abrangendo o mapeamento de todas as partes interessadas em seu negócio, a Axia Sustentabilidade tem a expertise de transformar o mercado competitivo em um ambiente colaborativo onde todos ganham com o desenvolvimento sustentável.

Sempre respeitando os valores humanos, a �m de atingir as metas de sustentabilidade, essa consultoria tem a capacidade de ciar valor agregado para os acionistas. A Axia possui também projetos para orientar e estabelecer planos de sustentabilidade em escolas

Realizamos projetos complexos nas áreas de infraestrutura, educação, bens de consumo e, claro, o projeto RCS, juntamente com o CEBDS. Em todos os casos, a Axia adota uma abordagem estratégica para governança de iniciativas, mapeando as necessidades e expectativas de todos os stakeholders, identi�cando prioridades e medindo resultados. De cadeias de suprimentos sustentáveis a comunidades sustentáveis, a Axia está empenhada em ajudar parceiros a alcançar um reconhecimento maduro e holístico para as realidades emergentes de um mundo mais sustentável.

A Axia Sustentabilidade é uma subsidiária da Axia Value Chain.

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Próximos passos com o RCS

Sobre a Axia Sustentabilidade

About Axia Sustainablility

Moving Forward with RCS

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Créditos/ Credits

Publicação / Publication:

CEBDS

Execução e Produção / Concept and Execution:

Axia Sustentabilidade

Redação / Text:

Nextar Communications

Desenho e Coordenação / Design and Project Management:

Fábia Malburg e Luciana Reigada Lopez

Tradução / Traduction:

Eliana Clara Bremer Cyrillo

Equipe CEBDS / CEBDS Team:

Lia Lombardi, Luciana Neto, Sueli Mendes

Conceito e Execução / Concept and Execution:

Axia Sustentabilidade

Equipe Axia / Axia Team:

Mario Lima (Gerente do Projeto), Hugo Soares, Sabrina Frizzo,

Alexandra Lichtenberg, Luciana Reigada Lopez, Ana Carolina Morello.

Entrevistas / Interviews:

Luciana Reigada Lopez.

Fotos / Photos:

Celso Pupo, Luciana Reigada Lopez, Nathalia Pires Rodrigues, Arthur

Vianna.

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