rio de janeiro, cidade maravilhosa?

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA JULIANA VELOSO D’ALBUQUERQUE A IMPORTÂNCIA DOS PORTOS SECOS PARA A LOGÍSTICA DAS CIDADES PORTUÁRIAS Rio de Janeiro 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA POLITÉCNICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA

JULIANA VELOSO D’ALBUQUERQUE

A IMPORTÂNCIA DOS PORTOS SECOS PARA A LOGÍSTICA DAS CIDADES

PORTUÁRIAS

Rio de Janeiro

2015

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1

JULIANA VELOSO D’ALBUQUERQUE

A IMPORTÂNCIA DOS PORTOS SECOS PARA A LOGÍSTICA DAS CIDADES

PORTUÁRIAS

Trabalho de Conclusão apresentado ao CURSO DE

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em

Engenharia Urbana.

Rio de Janeiro

2015

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2

Ficha Catalográfica

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola Politécnica.

Curso de Especialização em Engenharia Urbana

A importância dos Portos Secos para a logística das cidades portuárias. Cidade do Rio

de Janeiro por Juliana Veloso d’Albuquerque – Rio de Janeiro, 2015.

53 p. Trabalho de Conclusão – 2015

1. Portos Secos. 2. Cidades Portuárias. 3. Logística

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3

JULIANA VELOSO D’ALBUQUERQUE

A IMPORTÂNCIA DOS PORTOS SECOS PARA A LOGÍSTICA DAS CIDADES

PORTUÁRIAS

Rio de Janeiro

2015

_______________________________________________

Orientador, Prof. Frédéric Monié, D. Sc. PEU/UFRJ

_________________________________________________

Coordenador, Profa. Rosane Martins Alves, D. Sc. PEU/UFRJ

Page 5: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

4

Este trabalho é dedicado aos meus pais, por

todo apoio dado ao longo da minha vida

para que pudesse alcançar meus objetivos,

aos meus avós que estiveram sempre por

perto, ao meu namorado por todo carinho e

atenção durante esse período e em especial

aos amigos que fiz durante o curso.

Page 6: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

5

Agradecimentos

Agradeço aos colegas do Curso de Especialização em Engenharia Urbana da UFRJ

pelo contínuo suporte e incentivo ao desenvolvimento das habilidades necessárias a conclusão

do curso. Reconhecimento que se estende a Profª. Rosane Martins Alves, coordenadora do

PEU/UFRJ, que com beleza e profissionalismo conduziu o curso, e ao Professor, Fréderic

Monié, por sua orientação.

Page 7: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

6

“A atividade portuária traz consigo uma série

de alterações nas dimensões econômicas,

socioculturais, espaciais e ambientais da

cidade, através de influências que

chamaremos de “externalidades” que podem

acarretar perturbações significativas no

ambiente natural e urbano, a exemplo do

desarranjo dos centros urbanos devido aos

intensos fluxos rodoviários de cargas pesadas

e por vezes perigosas e a degradação das

áreas urbanas próximas devido à

obsolescência da própria estrutura portuária”

(PORTO; TEIXEIRA, 2002)

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7

RESUMO

Com o avanço do comércio exterior, constata-se que para ser competitiva, a cidade

portuária tem que possuir uma logística eficiente de transporte de carga, desde as zonas

produtoras até o destino final. Diante deste parâmetro chega-se a conclusão de que os Portos

Secos necessitam de ter fácil acesso a vias, meios de transportes e zonas produtoras,

localizando-se em áreas estratégicas.

Palavras-chave: Logística. Vias. Meios de Transportes. Porto Seco.

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8

ABSTRACT

To become competitive, the port city must have efficient cargo transportation logistics

from the production areas to the final destination specially because the development of

foreign trade. Therefore, it is concluded that the dry ports need easy access to roads, transport

means and producing areas and to be located in strategic areas.

Keywords: Logistics, Cargo transportation, Dry Port

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9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12

1.1. Contextualização ........................................................................................................ 12

1.2. Motivação de Estudo ................................................................................................. 13

1.3. Objetivo do Trabalho ................................................................................................. 13

1.4. Metodologia ............................................................................................................... 14

2. SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO ......................................................................... 15

2.1. A Importância do Setor Portuário para Economia ..................................................... 16

2.2. Problema do setor portuário brasileiro ....................................................................... 18

2.3. Evolução do Comércio Exterior ................................................................................ 19

2.4. Uso de Contêineres .................................................................................................... 20

3. A MULTIMODALIDADE E O TRANSPORTE INTERMODAL ................................. 21

3.1. Transporte Multimodal .............................................................................................. 22

3.2. Terminal Intermodal .................................................................................................. 22

4. A IMPORTÂNCIA DO PORTO PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES: . 24

5. ESTAÇÃO ADUANEIRA DO INTERIOR - EADI (PORTO SECO) ............................ 25

5.1. Vantagens dos portos secos ....................................................................................... 26

5.2. Implantação dos Portos Secos .................................................................................... 27

5.2.1. Benefícios dos portos secos segundo sua localização ........................................ 28

5.3. A situação dos portos secos no Brasil ........................................................................ 28

5.4. Portos Secos brasileiros ............................................................................................. 30

6. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PORTUÁRIA NO RIO DE JANEIRO .................... 33

6.1. Infraestrutura portuária do Rio de Janeiro ................................................................. 33

6.1.1. Acesso Rodoviário .............................................................................................. 34

6.1.2. Acesso Ferroviário .............................................................................................. 36

6.1.3. Acesso Aquaviário .............................................................................................. 37

6.2. Portos Secos no Rio de Janeiro .................................................................................. 38

6.2.1. Porto Seco do Rio de Janeiro (São Cristóvão) ................................................... 38

6.2.2. Porto Seco de Mesquita ...................................................................................... 39

6.2.3. Porto Seco de Resende ....................................................................................... 41

6.3. Diagnóstico da intermodalidade e multimodalidade no Rio de Janeiro .................... 43

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 47

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10

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 48

ANEXOS: ................................................................................................................................. 52

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11

INDICE DE FIGURAS:

Figura 1: Localização dos portos brasileiros ............................................................................ 15

Figura 2: Porto de Santos ......................................................................................................... 16

Figura 3: Engarrafamento de caminhões que seguiam para o Porto de Santos ........................ 18

Figura 4: Evolução Histórica de Movimentação de Cargas no Brasil ...................................... 19

Figura 5: Terminal de Contêineres em Abu Dhabi .................................................................. 20

Figura 6: Terminal Intermodal de Dallas-Fort Worth .............................................................. 22

Figura 7: Porto de Santos ......................................................................................................... 24

Figura 8: Porto Seco - Resende, RJ. ......................................................................................... 25

Figura 9: Retração da atividade econômica começou a ser sentida em 2014........................... 30

Figura 10: Porto do Rio de Janeiro ........................................................................................... 33

Figura 11: Zoneamento do Porto do Rio de Janeiro ................................................................. 34

Figura 12: Conexão do Porto do Rio de Janeiro com a sua Hinterlândia ................................. 34

Figura 13: Principais Acessos Rodoviários ao Porto do Rio de Janeiro .................................. 35

Figura 14: Desenho Esquemático do Acesso Ferroviário ao Porto .......................................... 36

Figura 15: Acesso Ferroviário ao Porto do Rio de Janeiro....................................................... 37

Figura 16: Localização dos Portos Secos do Estado do Rio de Janeiro ................................... 38

Figura 17: Porto Seco de Nova Iguaçu – Mesquita .................................................................. 40

Figura 18: Porto Seco da Multiterminais em Resende – RJ ..................................................... 43

Figura 19: Mapa da Malha Rodoviária do Rio de Janeiro ........................................................ 44

Figura 20: Divisão de Trechos das Rodovias da Hinterlândia do Porto do Rio de Janeiro...... 45

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12

1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Com a globalização, e a evolução do comercio exterior, a distribuição dos

produtos desde os locais de produção ao destino final exige um elevado nível de

competitividade. No entanto, essa atividade gerou ao longo dos anos um saldo negativo

as cidades litorâneas e ao meio ambiente, devido ao pouco investimento recebido, a

infraestrutura inadequada e aos gargalos logisticos. Diante desta perspectiva, a ideia de

que o porto deve se integrar a cidade, adequando uma gestão sustentável à dinâmica

urbana, melhoraria a qualidade de vida nestas cidades e o meio ambiente, trazendo

benefícios a médio e longo prazo.

Atualmente as cidades portuárias são vistas como protagonistas do processo de

“globalização”, sofrendo uma transformação radical do seu espaço urbano, assumindo o

papel de instrumento de desenvolvimento através da movimentação de carga, por

diversos modais de transporte. Porém, essa movimentação nem sempre vem

acompanhada de um planejamento urbano e de transportes adequados, o que acarreta

em perda de sincronia entre as atividades portuária e a cidade, tornando-se, um

obstáculo para o desenvolvimento econômico da cidade e consequentemente de seu

porto. É fundamental haver uma melhoria na infraestrutura aquaviária e terrestre nos

portos, pois o aumento da eficiência logística reduz os custos e melhora o nível dos

serviços prestados, gerando efeitos positivos a economia do pais.

Page 14: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

13

1.2. Motivação de Estudo

Com o aumento do fluxo comércial de mercadorias, as cidades portuárias

tornaram-se o foco deste processo, onde atualmente encontram-se degradadas, com

portos saturados e logística de movimentação de carga defasada, gerando perda de

tempo e dinheiro. Com isso, trás-se a discussão de que os portos secos, são uma

alternativa viável para melhorar a situação tanto das cidades, que passam a receber um

fluxo equilibrado de carga, como dos portos que ganham agilidade e competitividade.

1.3. Objetivo do Trabalho

“A eficiência e a dinâmica de um porto não se limitam apenas às instalações

e à capacidade dos navios, mas principalmente ao seu entorno, dadas as

atividades produtivas que fazem uso dos seus serviços, ou seja, sua

hinterlândia” ( MONIÉ e VIDAL, 2006, p.977).

Mostrar que com os portos superlotados, e com o fluxo de cargas em

desequilibrio, os portos secos tornam-se uma alternativa viável, capaz de agilizar a

movimentação de carga nos portos, melhorar a competitividade das empresas

brasileiras, agilizando o escoamento das mercadorias, além de oferecerem serviços

adicionais aos quais os portos não estão preparados para executar.

Os portos secos devem localizar-se próximos aos grandes centros industriais e

comerciais, tornaram-se um importante elo na logística aduaneira das operações de

comércio exterior brasileiro, ajudando a reduzir custos e prazos, contribuindo para o

crescimento da economia, melhorando a relação entre o Porto e cidade, possibilitando

Page 15: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

14

integração dos diversos modais de transporte de carga, diminuindo a distancia entre as

zonas produtoras e o destino final das cargas.

1.4. Metodologia

A metodologia adotada foi à pesquisa exploratória e qualitativa, com objetivo de

fornecer embasamento para dissertação. A escolha deste método justifica-se pela

diversidade de informações sobre a logística de transporte no país, revitalização urbana,

portuária e portos secos.

Para a coleta de dados serão utilizadas, pesquisas bibliográficas sobre os

assuntos relacionados, a partir da procura em livros, periódicos e artigos de eventos

acadêmicos e sites de órgão competentes.

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15

2. SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO

O sistema portuário brasileiro, um dos mais antigos segmentos da economia,

dado que o transporte aquaviário era utilizado para transportar imigrantes vindos da

Europa, desde a colonização do país.

De acordo com a Secretaria de Portos, atualmente o sistema portuário brasileiro

é constituído por trinta e sete portos públicos organizados, localizados em sua maioria

ao longo de mais de 7,4 mil km da costa brasileira, sob a administração de Companhias

Docas, concessionárias estaduais ou privadas, ligadas à Secretaria Especial de Portos

(SEP) da Presidência da República e diversos terminais de uso privativo e instalações

portuárias privadas, operando cargas próprias e de terceiros.

Figura 1: Localização dos portos brasileiros

Fonte: Ministério dos Transportes (2011)

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16

Figura 2: Porto de Santos

Fonte: http://ruralcentro.uol.com.br/noticias/sistema-portuario-brasileiro-presidente-da-cna-

destaca-que-novo-sistema-sera-eficiente-73295

2.1. A Importância do Setor Portuário para Economia

Podemos dizer que o setor portuário vai muito além da ligação entre zonas

produtora e consumidora, o setor portuário gera empregos, desenvolve cidades,

contribui para melhor distribuição de renda e reduz a distância entre diversos pontos do

país. O setor portuário está ligado ao desempenho do comércio exterior, sendo de

extrema importância para a economia e seu papel estratégico no plano de crescimento

econômico. Porém, a movimentação de cargas nos portos brasileiros ainda é pouco

expressiva se comparada com a movimentação isolada de cada um dos dez maiores

portos do mundiais.

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17

Tabela 1: Principais Portos do Mundo no Transporte de Cargas

Fonte: Institute of Shipping Economics and Logistics

Tabela 2: Movimentação Total dos Portos / Terminais (Mil/t.)

Fonte: ANTAQ

Uma gestão de investimentos adequados na área permitiria ao país desfrutar de

melhor infraestrutura de transporte e melhorar seu potencial competitivo, pois não existe

crescimento econômico sem infraestrutura, para que possa atender aos seus objetivos.

Viabilizar o transporte de mercadorias, integrar os modais de transportes de fato,

minimizariam os desperdícios de recursos e otimizaria sua utilização.

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18

2.2. Problema do setor portuário brasileiro

Figura 3: Engarrafamento de caminhões que seguiam para o Porto de Santos

Fonte: https://jornaloexpresso.wordpress.com/2013/07/31/portos-estrangulados-estradas-saturadas-

frete-caro-assim-e-o-brasil-exportador/

Como os portos encontram-se saturados, as embarcações chegam a aguardar dias

pelo carregamento ou descarregamento em alguns terminais brasileiros, caminhões

ficam horas na fila para descarregar, além de armazéns insuficientes, rodovias em

péssimo estado, malha ferroviária precária e a falta de hidrovias para o escoamento de

safras, fazem com que o país perca a competitividade no comércio exterior.

A falta de fluidez dos caminhões e navios, a escassez de armazéns geram custos,

e atualmente, o custo médio de demurrage1 de um navio parado, pode ultrapassar US$

30 mil por dia, prejudicando a competitividade do país.

1 Demurrage: Sobre-estadia. Multa determinada em contrato, a ser paga pelo contratante de um navio,

quando este demora mais do que o acordado em contrato nos portos de embarque ou de descarga.

Page 20: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

19

2.3. Evolução do Comércio Exterior

“O comércio exterior brasileiro vem se consolidando nas ultimas décadas,

porém sua representatividade no contexto internacional é inexpressiva diante

da capacidade produtiva que possui, e que o desempenho positivo que vem

sendo apresentado é resultado de circunstancias econômicas e financeiras

aliadas a taxa de crescimento do comercio mundial, do que por mudanças na

estrutura política externa do Brasil. “ (SILVA, 2008)

O Brasil possui um setor portuário que movimenta anualmente mais de 700

milhões de toneladas dos mais diversos tipos de cargas e responde sozinho por mais de

90% das exportações, evidenciando sua importância para a balança comercial brasileira.

Figura 4: Evolução Histórica de Movimentação de Cargas no Brasil

Fonte: ANTAQ

O aquecimento econômico observado na ultima década foi resultado, do forte

crescimento das exportações mundiais. Paralelamente, surge também uma nova ordem

econômica, com países como Brasil, China, Rússia e Índia ganhando cada vez mais

destaque no cenário mundial.

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20

2.4. Uso de Contêineres

Figura 5: Terminal de Contêineres em Abu Dhabi

De acorodo com GULLO (2007), a conteinerização é uma importante inovação

em logística que revolucionou o comércio internacional, a manipulação das mercadorias

que antes exigia um trabalho brutal de força humana, e havia risco de danos à carga, ao

manipulador, além de facilidade de roubo, hoje com a utilização de contêineres

padronizados, o tempo de carregamento e descarregamento em portos diminuiu,

otimizou espaços de armazenamento e possibilitou a utilização intermodal no transporte

de cargas, tornando todo o processo rápido, seguro e eficaz.

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21

3. A MULTIMODALIDADE E O TRANSPORTE INTERMODAL

Podemos verificar muitas limitações físicas e econômicas, para o transporte de

carga de longa distancia num só modal de transporte, hoje é difícil pensar, que um

produto possa sair do extremo norte dos Estados Unidos rumo ao sul do Brasil, por

meio de um único modal, sem que se perca muito tempo nessa travessia. A

multimodalidade está inerente à movimentação de produtos, especialmente em longas

distâncias.

A intermodalidade pode ser definida como: transporte de carga que utiliza dois

ou mais modos de transporte de forma integrada, sem manipular a mercadoria nos

intercâmbios de modo.

A eficácia da intermodalidade não está vinculada somente às modalidades

envolvidas, ela depende principalmente das condições de infraestrutura urbana e de

transporte. No nível das operações e funções de transporte, novas tecnologias e serviços

de informação e comunicação permitem melhorar a utilização das capacidades

existentes, por meio de planejamento.

O desenvolvimento do transporte intermodal nos portos, demanda de uma

hinterlândia estruturada ao longo dos corredores de transporte, por este motivo o estudo

das hinterlândias é fundamental quando se estuda o multimodal e o transporte

intermodal.

Page 23: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

22

3.1. Transporte Multimodal

O Transporte Multimodal é regido por um único contrato, no qual utiliza dois ou

mais modais de transporte, da origem ao destino. Compreende, além do transporte, os

serviços de coleta, consolidação, movimentação, armazenagem de carga e entrega, todas

as etapas indispensáveis à execução da tarefa. Atualmente é voltado quase que

exclusivamente para o setor rodoviário, com pequena participação dos demais modais

de transporte, impactando para implantação da operação multimodal no Brasil.

O Transporte Multimodal é de extrema importância para o desenvolvimento

econômico, com a integração com os portos secos, o Brasil poderia alavancar o

escoamento de cargas pelo país e até mesmo para o mercado internacional, dando maior

agilidade no tratamento aduaneiro e no acesso das mercadorias pelos consumidores.

3.2. Terminal Intermodal

Figura 6: Terminal Intermodal de Dallas-Fort Worth

Page 24: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

23

A estrutura das cadeias de transporte é definida, pela utilização dos sistemas de

transporte de carga. Esses sistemas de transporte se caracterizam pela transferência

sequencial de bens entre os pontos de origem e destino.

Entre a origem e o destino podem existir pontos de apoio, de função transitória,

os pontos de transbordo ou armazenagem, correspondem a pontos onde se desenvolvem

funções intermodais na movimentação de mercadoria. Estas físicas e tecnológicas dos

terminais intermodais são variadas de acordo com o tipo de produtos transportados, as

modalidades de transporte utilizadas, as funções que desempenham, sua posição em

relação aos centros de produção ou aos clientes, as condições geográficas, entre outros.

Em geral, oferecem o transbordo de uma modalidade para outra, bem como serviços

auxiliares, tais como entrepostos aduaneiros, oficinas de manutenção e escritórios de

seguros.

O objetivo de um terminal intermodal é melhorar a logística de um espaço

específico ou hinterlândia, contribuindo com a cadeia de transporte dos produtos através

da mudança de uma modalidade para outra. Transfere-se, parte das atividades

desenvolvidas no porto para um porto seco, evitando assim congestionamentos das

áreas portuárias e aeroportuárias. Quando os terminais intermodais contam com uma

conexão direta para o porto ou gateway nascem os termos “zona de atividade logística”,

ou “porto seco”.

Page 25: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

24

4. A IMPORTÂNCIA DO PORTO PARA O DESENVOLVIMENTO DAS

CIDADES:

Figura 7: Porto de Santos

De acordo com SANTANA (2005), os portos são capazes de fazer circular grandes

fluxos de mercadorias, o que os torna a estrutura principal das relações entre mercados

regionais e o mercado internacional. O porto encontra na dinâmica urbana os recursos

empresariais, humanos, sociais e políticos necessários à sua ação. Tendo uma relação de troca

e complementaridade entre porto e a cidade, tornando-se então, o elo central desta articulação

entre a atividade portuária e os mercados, criando assim meios capazes de contribuir no

desenvolvimento local.

Sendo assim os portos e cidades portuárias aparecem como espaços estratégicos na

reestruturação produtiva e a perspectiva das cidades portuárias, onde o porto, longe de afastar-

se da cidade, nela penetra cada vez mais estreitamente, se liga à questão do desenvolvimento

local.

Page 26: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

25

5. ESTAÇÃO ADUANEIRA DO INTERIOR - EADI (PORTO SECO)

Figura 8: Porto Seco - Resende, RJ.

Fonte: http://www.multiterminais.com.br/en/dry-port-resende-rj (acessado em 10/09/2015)

O porto seco pode ser um grande complexo logístico integrado, com manuseio,

armazenagem, aduana, industrialização e centro de distribuição. Com objetivo de aliviar o

fluxo de mercadorias nos portos, aeroportos e pontos de fronteira de todo país. Os Portos

Secos contam com um posto fixo da receita federal que faz com que o desembaraço ganhe

maior agilidade, funcionam como extensões dos recintos de zona primária, transferindo os

controles aduaneiros para os EADI e desobstruindo os portos. Toda a zona dos Portos Secos,

ficam sob jurisdição aduaneira.

Atualmente a grande maioria dos Portos Secos no Brasil, se concentra na região

Sudeste, aproximadamente 66% do total destas unidades e onde o Estado de São Paulo fica

com 48% deste percentual. Os portos secos se estabeleceram próximo às regiões onde as

Page 27: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

26

atividades industriais são mais desenvolvidas e os acessos para distribuição das mercadorias

são, pelo menos, aceitáveis (portos, aeroportos, rodovias federais e estaduais, ferrovias).

O desafio dos portos secos atualmente, é melhorar a logística de transporte de cargas

entre os variados modais de transporte, auxiliando o escoamento de cargas pelas cidades,

desobstruindo-as com a transferências de parte das cargas para os EADI, para que possam

receber todo tratamento aduaneiro e a partir dali, seguir para distribuição da carga pelo país.

Os portos secos são de grande auxilio, pois apresentam tarifas mais baixas, do que os

terminais portuários e oferecem os serviços aduaneiros necessários para importação e

exportação de mercadorias, com a vantagem de estar fora da área portuária, contribuindo para

a desobstrução dos portos.

5.1. Vantagens dos portos secos

Promover uma integração entre os diversos modais de transporte, com acesso

facilitado a um grande porto. Atualmente, os portos secos são importantes centros logísticos,

capazes de receber mercadorias no seu processo inicial e proceder com a montagem,

etiquetagem, separação, armazenagem e distribuição. Se no passado era considerado apenas

um local de armazenamento, hoje ele oferece tecnologias de ponta, capazes de gerenciar toda

a logística aduaneira, tanto na importação quanto na exportação.

E com um volume de cargas ainda muito inferior aos portos marítimos, uma vez que

não executa os serviços operacionais de um porto, como carregar ou descarregar navios, os

portos secos oferecem vantagens como a agilidade do desembaraço aduaneiro. Como o tempo

de espera é menor, economiza-se com a armazenagem. Os serviços de despacho aduaneiro

também são mais baratos quando comparados aos aeroportos ou portos marítimos.

Page 28: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

27

5.2. Implantação dos Portos Secos

Para implantação de um porto seco, deve-se incentivar o uso de diversos modais de

transporte de carga, devido aos benefícios que se obtém deles, em harmonizar os fluxos

devido à sua característica de terminal satélite.

O porto seco é um terminal intermodal que desenvolve funções próprias de um

gateway ou porto marítimo, que se encontra diretamente interligado através de rodovias ou

ferrovias, podendo executar alguns serviços portuários. As vantagens que um porto seco

oferece a sua hinterlândia ajudam a desafogar o porto marítimo, obtendo-se vantagens como:

custo menor de movimentação de contêineres.

A ligação intermodal e as instalações adequadas, acelerando suas operações, o

que leva a positivas implicações monetárias.

Desde o ponto de vista geral, a utilização de portos secos diminui o custo

generalizado das unidades de consolidação dos despachos de carga.

O REGULAMENTO ADUANEIRO BRASILEIRO indica que um porto seco é um

tipo especial de terminal alfandegado de uso público, situado em zona secundária que

compreende todo o território nacional não ocupado por porto ou aeroporto – estes últimos

constituem a zona primária – destinado à prestação, por terceiros, dos serviços públicos de

movimentação e armazenagem de produtos sob controle aduaneiro. Os serviços prestados nos

portos secos podem ser delegados a pessoas jurídicas de direito privado que tenham como

principal objeto social, cumulativamente ou não, a armazenagem, a guarda ou o transporte

desses produtos.

Page 29: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

28

As atividades devem satisfazer os requisitos requeridos pela legislação brasileira, além

de a empresa operadora do porto seco manter um sistema específico de controle, no qual

devem conter informações sobre entrada, a permanência e a saída das mercadorias envolvidas

nas operações sob regimes aduaneiros suspensivas.

Cada porto seco é uma infraestrutura dinâmica, as funções desenvolvidas por ele não

são estáveis, cada terminal desdobra-se em novas capacidades e funções segundo as

características e a sua situação.

5.2.1. Benefícios dos portos secos segundo sua localização

Para enfrentar a grande demanda de fluxo produzido pelo movimento de produtos para

exportação, os transportadores e os operadores portuários tem que ampliar a área das suas

hinterlândias vinculando-as a determinados portos secos, com o objetivo de fortalecer sua

competitividade. Os portos secos podem trazer benefícios ambientais, sociais e econômicos,

impactando na qualidade da sua hinterlândia.

5.3. A situação dos portos secos no Brasil

Embora sejam considerados agentes de simplificação, agilidade e economicidade para

as empresas importadoras e exportadoras, os portos secos vêm recebendo poucos

investimentos e alguns, inclusive, em razão da ociosidade, com objetivo de desafogar os

portos, a principal função desses portos é receber, armazenar e agilizar o despacho da carga

que chegas aos portos marítimos, com intuito de não causar a paralisação dos terminais.

Com a implantação da Lei dos Portos, em 1993, e a privatização dos terminais

marítimos, e com os investimentos feitos pela iniciativa privada os portos secos tiveram que

mudar radicalmente seu modelo de negócio e gestão. Hoje, os portos secos são verdadeiros

Page 30: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

29

complexos logísticos, cada vez mais agregando valor às mercadorias, realizando serviços

especiais, investindo em Tecnologia e, gerenciando a cadeia logística.

Os portos secos têm ganhado grande importância no desenvolvimento do comércio

exterior, além de promover o escoamento das mercadorias das Zonas Primárias e minimizar o

acúmulo de cargas nos Terminais de Passagem e Operação de Navios, oferecem operações

mais rápidas, personalizadas e próximas aos centros industriais e comerciais, com rodovias e

linhas férreas, permitindo, inclusive, operações consolidadas com logística nacional, picking

fracionado de produtos e serviços de distribuição direta de um só local, reduzindo custos e

prazos para os clientes finais.

Os portos secos conquistaram confiabilidade e estabeleceram uma gestão profissional

adequada à demanda das empresas, através de investimentos em TI, capacitação de pessoas e

infraestrutura (armazéns e equipamentos), oferecendo, um diferencial de serviços de

armazenagem e movimentação de cargas com alto grau de excelência operacional, conjugados

ao atendimento comercial e negociações personalizadas aos seus clientes.

Os portos secos no Brasil não são tão explorados devido ao desconhecimento e à falta

de divulgação dos diversos benefícios fiscais e logísticos que podem oferecer ao setor de

comércio exterior.

Page 31: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

30

Figura 9: Retração da atividade econômica começou a ser sentida em 2014

O atual cenário econômico instável e a alta do dólar derrubaram as operações nos

Portos Secos do país, o de Juiz de Fora, no ano passado, chegou a atingir 90% da capacidade,

atualmente, opera com cerca de metade de sua capacidade. Os reflexos da crise começaram a

ser sentidos em meados de 2014, após um período de quatro anos em que foi registrado

volume considerável de mercadorias, a partir de então, foi registrada queda acentuada nos

volumes de importação.

A nossa economia é mais importadora do que exportadora, com isso a alta do dólar

influencia diretamente no fluxo de importação. Embora a alta do dólar seja de certa forma

benéfica para a exportação, importações de equipamentos e produtos acabados acabam sendo

postergados.

5.4. Portos Secos brasileiros

Em 1970, o Governo Federal criou as Centrais Aduaneiras de Interior, com o objetivo

de descentralizar os serviços aduaneiros, que eram realizados apenas nas zonas primárias de

Page 32: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

31

comércio exterior, ou seja, nos portos e aeroportos. Mais tarde, essas centrais foram

renomeadas para Estações Aduaneiras Interiores (EADIs). Atualmente denominadas Portos

Secos pelo art. 724 do Decreto 4.543 de 27/12/2002, são terminais de carga alfandegados de

uso público, situados em zona secundária (fora do porto organizado). O principal objetivo dos

Portos Secos é interiorizar serviços aduaneiros, executados pela Secretaria da Receita Federal,

aliviando os fluxos de importação e exportação de mercadorias nos portos, aeroportos e

pontos de fronteira do país. De forma geral, e com o intuito de reduzir custos operacionais, as

instalações dos Portos Secos são localizadas próximas a regiões produtoras ou consumidoras.

Nos Portos Secos, são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho

aduaneiro de mercadorias e bagagens de importação e exportação. A cargo da Secretaria da

Receita Federal também estão os serviços de conferência e desembaraço aduaneiro.

No Brasil existem diversos portos secos em funcionamento, e muitos ainda estão em

processo de aprovação ou licitação, dentre os portos secos brasileiros a maior concentração

deles está no estado São Paulo. Os portos brasileiros estão situados nos estados:

Goiás – Porto Seco Anápolis.

Mato Grosso – Porto Seco de Cuabá.

Mato Grosso do Sul – Porto seco de Corumbá.

Amazonas – Porto seco de Manaus.

Pará – Porto Seco de Metrobel.

Pernanbuco – Porto Seco do Recife.

Bahia – Porto Seco Salvador I e II.

Minas Gerais – Porto Seco Grambel, Porto Seco Juiz de Fora, Porto Seco de

Varginha, Porto Seco de Urbelândia e Porto Seco de Uberaba.

Page 33: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

32

Espírito Santo – Porto Seco de Vitória I, II e II.

Rio de Janeiro – Porto Seco do Rio de Janeiro; Porto Seco de Iguaçu e Porto

Seco de Resende.

São Paulo – Porto seco de Bauru; Porto seco de Campinas I e II; Porto seco de

Franca, Porto seco de Ribeirão Preto; Porto seco de Santos I, II, II e IV; Porto

seco de Guarujá; Porto seco de Jacareí; Porto seco de São Paulo II, II e III;

Porto seco de Guarulhos II e II; Porto seco de São Bernardo do Campo I e II;

Porto seco de Suzano; Porto seco de Santo André; Porto seco de Baueri; Porto

seco de Sorocaba; Porto seco de São José do Rio Preto; Porto seco de Taubaté;

Porto seco de Jundiaí Porto seco de Piracicaba; Porto seco de São Sebastião.

Paraná – Porto Seco Curitiba I e II, Porto Seco de Foz do Iguaçu (em

fronteira); Porto Seco de Maringá; Porto Seco de Paranaguá; Porto Seco de

Cascavel.

Santa Catarina – Porto Seco de Itajaí I e II.

Rio Grande de Sul – Porto Seco de Caxias; Porto Seco de Novo Hamburgo;

Porto Seco de Canoas; Porto Seco de Jaguarão (em fronteira); Porto Seco

Sant’Ana do Livramento I e II (em fronteira); Porto Seco de Uruguaiana I e II

(em fronteira).

Atualmente as regiões Sul e Sudeste concentram o maior número de Portos Secos,

devido a sua industrialização, pois é onde se concentra um grande percentual das empresas no

Brasil.

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33

6. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PORTUÁRIA NO RIO DE JANEIRO

6.1. Infraestrutura portuária do Rio de Janeiro

Figura 10: Porto do Rio de Janeiro

Fonte: Companhia Docas do Rio

O litoral recortado do Rio de Janeiro traz uma vantagem competitiva na construção e

operação de portos, pela variedade de acidentes geográficos com águas abrigadas,

possibilitando a construção de portos ao longo da linha costeira do estado.

O Porto do Rio de Janeiro é um porto marítimo de uso público localizado na Baía de

Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro. Inaugurado em julho de 1910, atualmente está sob

administração da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). Atualmente conta com 6.740

m de cais contínuo, divididos em três trechos: Cais da Gamboa, Cais de São Cristóvão e Cais

do Caju.

A área do porto organizado do Rio de Janeiro abrange todos os cais e píeres de

atracação, armazéns, pátios, edificações em geral e vias internas de circulação rodoviária e

Page 35: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

34

ferroviária. A infraestrutura marítima é composta pelos acessos aquaviários, áreas de fundeio,

bacia de evolução e áreas adjacentes.

Figura 11: Zoneamento do Porto do Rio de Janeiro

Fonte: Google Earth, PDZ (2009); Elaborado por LabTrans.

6.1.1. Acesso Rodoviário

Os principais acessos rodoviários ao Porto do Rio de Janeiro, se da por meio de

rodovias federais, BR-101, BR116 e BR-040 e rodovias estaduais RJ-071 e RJ-083.

Figura 12: Conexão do Porto do Rio de Janeiro com a sua Hinterlândia

Fonte: Google Maps; Elaborado por LabTrans

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35

BR-101: A rodovia cruza toda região litorânea do Brasil, sendo no Rio de

Janeiro, o trecho de acesso ao porto é formado pela Avenida Brasil, trecho

urbano de 56km de extensão. O acesso também pode ser feito pela Rodovia

Rio-Santos, que segue em direção ao litoral norte do estado de São Paulo.

BR-116: Rodovia Presidente Dutra, com extensão de 142,2km no Rio de

Janeiro, no trecho entre Rio de Janeiro – Teresópolis – Além Paraíso,

concedido a CRT.

BR-040: principal rodovia que liga o rio de Janeiro a Juiz de Fora, MG, com

extensão de 179,9km concedidos a CONCER.

RJ-071: conhecida com Linha Vermelha a rodovia com extensão de 21km, liga

o Rio de Janeiro a São joão de Meriti, passando por Duque de Caxias.

Figura 13: Principais Acessos Rodoviários ao Porto do Rio de Janeiro

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36

As vias que dão acesso ao entorno portuário, são de maneira geral, consideradas um

gargalo. As condições de pavimentação, porém o que o caracteriza como gargalo é o intenso

conflito entre o tráfego urbano e o de entrada ou saída do porto.

6.1.2. Acesso Ferroviário

O acesso ferroviário ao Porto do Rio de Janeiro é realizado por uma linha da MRS

Logística. Segundo informações do Projeto Porto do Rio Século XXI (Rio em Movimento;

2012), o porto dispõe de 77 km de linhas ferroviárias, que têm pouquíssima utilização. O Cais

da Gamboa é atendido por linhas férreas que correm paralelamente, três com bitola mista para

a ferrovia e uma para guindastes.

Todo o tráfego ferroviário no Porto do Rio de Janeiro é realizado a partir do pátio do

Arará, da MRS, localizado nas imediações do porto. A imagem a seguir ilustra o traçado do

acesso da ferrovia ao porto.

Figura 14: Desenho Esquemático do Acesso Ferroviário ao Porto

Fonte: Projeto “Porto do Rio Século XXI” (Rio em Movimento; 2012)

As interferências enfrentadas pela ferrovia na região metropolitana do Rio de Janeiro e

no entorno da região portuária são hoje alguns dos principais problemas operacionais da MRS

no acesso ao pátio do Arará. Os trens que se destinam a esse local também sofrem

Page 38: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

37

interferências dos trens de passageiros da Supervia. Além disso, as estruturas físicas para

manobra e cruzamentos são deficientes.

Figura 15: Acesso Ferroviário ao Porto do Rio de Janeiro.

6.1.3. Acesso Aquaviário

A baía de Guanabara é abrigada de todos os ventos que sopram na área, porém, deve

se dar atenção, ao vento Noroeste que ocorre nas tardes de calor intenso, forte e acompanhado

de chuvas, com perigo para os navios fundeados.

Page 39: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

38

O acesso aquaviário é feito por um canal com 18,5 km de extensão, 200 m de largura

mínima e 17 m de profundidade. A próxima figura mostra o acesso ao porto.

6.2. Portos Secos no Rio de Janeiro

Atualmente o estado do Rio de Janeiro possui três portos secos em operação: o do Rio

de Janeiro, em São Cristóvão, de Mesquita, localizados na Região Metropolitana, próximos ao

Porto do Rio de Janeiro e ao Aeroporto do Galeão, e o de Resende, na Região do Médio-

Paraíba, próximo ao polo automobilístico.

Figura 16: Localização dos Portos Secos do Estado do Rio de Janeiro

6.2.1. Porto Seco do Rio de Janeiro (São Cristóvão)

Em dezembro de 1996, a empresa Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda. obteve

a permissão para operar o terminal alfandegado de São Cristóvão. O porto seco está

Page 40: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

39

localizado no bairro de São Cristóvão, próximo a Av. Brasil, no município do Rio de Janeiro.

As principais vias de acesso são a BR-101 e a Linha Vermelha. Além disso, está a uma

distância de 4 km do Porto do Rio e a 12 km do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro

(Galeão). A área total existente é de 11,7 mil metros quadrados, sendo 8,5 mil destinados à

armazenagem. A área climatizada dos armazéns conta com 1,4 mil metros quadrados,

incluindo uma câmara frigorífica. Além disso, o porto tem estrutura para movimentação de

contêineres frigorificados.

O Terminal oferece todas as modalidades de armazenagem características dos Portos

Secos, bem como serviços de movimentação, pesagem, unitização e desunitização,

acondicionamento e reacondicionamento de cargas. Também são realizadas atividades como

coleta de amostras, colocação de lacres, etiquetagem e marcação, com a finalidade de atender

as exigências do comprador estrangeiro. Os regimes aduaneiros praticados pelo Porto Seco do

Rio de Janeiro são:

Entreposto Aduaneiro

Exportação no regime de Depósito Alfandegado Certificado – DAC/ DUB

Depósito Especial Alfandegado - DEA

Drawback

Desembaraço sobre rodas

Declaração de Trânsito Aduaneiro - DTA

6.2.2. Porto Seco de Mesquita

O Porto Seco de Mesquita é o primeiro terminal alfandegário de despacho aduaneiro

de exportação e importação do Estado do Rio de Janeiro. Em 1994, a empresa Transportes

Page 41: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

40

Marítimos e Multimodais São Geraldo Ltda. venceu o processo de licitação aberto para a

instalação de um terminal alfandegado no então município de Nova Iguaçu, tornando-se sua

permissionária, fato que se estende até os dias de hoje. Atualmente, o porto é denominado

Porto Seco de Mesquita, uma vez que está localizado na região que posteriormente se

emancipou e se tornou o município de Mesquita.

Figura 17: Porto Seco de Nova Iguaçu – Mesquita

Fonte: http://www.tmm.com.br/br/conteudo/conteudo.php?id=1

O principal acesso rodoviário à estrutura do porto é a Rodovia Presidente Dutra, no

trecho localizado no bairro de Rocha Sobrinho. Além disso, está a uma distância de 30 km do

Porto do Rio de Janeiro, a 75 km do Porto de Sepetiba e a 15 km do Aeroporto Internacional

Antônio Carlos Jobim (Galeão). O porto conta uma área total de 163 mil metros quadrados,

oferecendo uma área alfandegada de 38 mil metros quadrados. Desta, 14 mil metros

quadrados são destinados à armazenagem, incluindo armazéns químicos e climatizados, 7.500

posições pallets e área administrativa com dependências para Receita Federal, Ministério da

Saúde e Ministério da Agricultura. Além disso, um pátio pavimentado de 23 mil metros

quadrados da área alfandegada é estruturado para a movimentação de caminhões e contêineres

refrigerados. Dentre as atividades prestadas pelo Porto Seco de Mesquita, está o

armazenamento climatizado de medicamentos à temperatura de 20°C, o armazenamento de

mercadorias nacionais ou importadas já nacionalizadas, além do acondicionamento,

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41

recondicionamento e montagem de mercadorias importadas, submetidas ao regime de

entreposto aduaneiro. Os regimes praticados por este porto são:

Depósito Alfandegado Certificado;

Depósito Alfandegado Público;

Drawback;

Entreposto Aduaneiro;

Exportação;

Exportação Temporária Beneficiamento Passivo;

Importação;

Manifesto Internacional de Cargas/Declaração de Trânsito Aduaneiro;

Trânsito Aduaneiro.

O porto atende a clientes de diversos tipos, como indústrias, estaleiros, empresas

ligadas à prospecção de petróleo, indústrias químicas, farmacêuticas e automobilísticas, e

usinas termelétricas. Dentre os tipos de produtos que são movimentados, destacam-se os

produtos siderúrgicos, chegando a 100 vagões por dia. O sistema de monitoramento do porto

é dado através de câmeras de vídeo instaladas no local. Além disso, toda a frota utilizada pela

empresa é rastreada por satélite, minimizando o risco de extravio de cargas.

6.2.3. Porto Seco de Resende

Em 1999, a empresa Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda. venceu o processo

de licitação e se tornou permissionária do Porto Seco de Resende. No ano de 2001, o porto

iniciou suas operações. Localizado no município de Resende, na região do Vale do Paraíba,

Page 43: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

42

Rio de Janeiro, tem como principal área de atuação a Região Sudeste do Brasil. Está a 130 km

do município do Rio de Janeiro, a 150 km do Sul do Estado de Minas Gerais, a 260 km do

Aeroporto de Guarulhos, a 360 km do Porto de Santos e a 380 km do município de Campinas

(Viracopos). Além disso, o porto está próximo a Academia Militar das Agulhas Negras –

AMAM -, facilitando a liberação de cargas controladas pelo Exército Brasileiro. O porto

conta com uma área total de 234 mil metros quadrados, sendo apenas 6,7 mil equivalente a

área de armazéns. Os principais clientes que operam no terminal são indústrias dos setores

químico e automobilístico.

Assim como o Porto Seco do Rio de Janeiro, o Porto Seco de Resende oferece serviços

de armazenagem, movimentação, pesagem, unitização e desunitização, acondicionamento e

recondicionamento de cargas. Também são realizadas atividades como coleta de amostras,

colocação de lacres, etiquetagem e marcação. Os regimes aduaneiros praticados são:

Entreposto aduaneiro;

Exportação no regime de Depósito Alfandegado Certificado – DAC/ DUB;

Depósito Especial Alfandegado;

Drawback;

Desembaraço sobre rodas;

Declaração de trânsito aduaneiro – DTA.

Page 44: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

43

Figura 18: Porto Seco da Multiterminais em Resende – RJ

Fonte: http://www.multiterminais.com.br/porto-seco-resende-rj

6.3. Diagnóstico da intermodalidade e multimodalidade no Rio de Janeiro

Atualmente no estado, o modal rodoviário é o principal modal de transporte de carga

no elo entre o porto marítimo e os portos secos, e a predominância deste sobre os demais

modais reflete um processo de incentivo às rodovias que se iniciou na década de 60, quando a

malha rodoviária federal pavimentada começou a crescer em um ritmo mais acelerado. A

partir desse momento, o modal rodoviário passou a representar cerca de 60% do volume de

cargas transportado no país, percentual que se mantém até os dias de hoje. A principal

consequência do desequilíbrio da matriz de transportes é o impacto nos preços aplicados por

tonelada/quilômetro nos diferentes modais. O excesso de oferta de transporte rodoviário, cria

uma forte concorrência com os outros modais de transporte, o que inibe o investimento em

modais intensivos em custos fixos, como o ferroviário, por exemplo.

Porém um dos problemas do setor rodoviário são as deformações que as vias asfálticas

sofrem devido ao clima brasileiro e o peso das cargas transportadas pelos caminhões,

reduzindo a durabilidade e o desempenho destas estradas. Sabe-se que rodovias com má

qualidade geram efeitos sobre a qualidade de vida da população e ocasionam aumentos do

custo operacional, do consumo de combustível, da emissão de poluentes e do risco de

Page 45: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

44

acidentes. O estado de conservação e geometria das rodovias, por exemplo, influenciam na

velocidade de tráfego, nos riscos de acidentes e, inclusive, em muitos casos, na facilitação à

ação de criminosos.

Além de rodovias más conservadas, outro fator de gargalo na malha nacional é a

geometria dos trechos rodoviários. Muitos destes são de pista simples e isso interfere

diretamente na capacidade de tráfego, reduzindo substancialmente, a velocidade média de

tráfego. As rodovias de pista dupla proporcionam maior mobilidade e segurança. Outro

problema é a falta de contornos rodoviários municipais, que são importantes, pois diminuem o

tráfego urbano, reduzindo a propensão à formação de engarrafamentos e à emissão de

poluentes nas áreas mais densamente povoadas. Além disso, a retirada dos caminhões e

veículos de carga do fluxo normal das vias urbanas ajuda a preservá-las, mantendo-as em boas

condições, por mais tempo, para movimentação de veículos de transporte público –

metropolitano – e de passeio.

Figura 19: Mapa da Malha Rodoviária do Rio de Janeiro

Fonte: Ministério dos Transportes

Page 46: rio de janeiro, cidade maravilhosa?

45

Além disso, a elevação dos riscos de acidentes, avarias de carga e emissão de

poluentes são indicadores importantes relacionados às condições das rodovias, principalmente

pelo fato da matriz de transportes brasileira ser predominantemente rodoviária e esse modal

ser mais poluentes que os demais.

O principal acesso terrestre ao Porto do Rio de Janeiro é constituído pela BR-040, que

permite ligação com o Centro-Oeste, pela BR-101, para conexão Norte-Sul via litoral, e pela

BR-116, para conexão Norte-Sul via interior. O acesso terrestre se dá no início da Av. Brasil,

nos bairros do Caju e São Cristóvão. A região é um entroncamento viário de acesso ao centro

da cidade do Rio de Janeiro, com interligação da Av. Brasil, Av. Rodrigues Alves, a Ponte

Rio-Niterói e a Linha Vermelha. Com grande volume de tráfego e engarrafamentos ao longo

do dia, o acesso aos terminais de contêineres por dentro do bairro do Caju fica frequentemente

congestionado.

Figura 20: Divisão de Trechos das Rodovias da Hinterlândia do Porto do Rio de Janeiro

Fonte: Google Maps; Elaborado por LabTrans.

Atualmente o acesso ferroviário representa cerca de 3% do volume do que é

movimentado pelo porto do Rio de Janeiro. A única linha férrea que acessa o Porto

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atualmente é operada pela MRS Logística, através do trecho Japeri-Manguinhos-Terminal do

Arará-Porto.

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47

7. CONCLUSÃO

Com a atual crise politica e economica que atinge o país, a tentativa de equilibrar a

economia com a balança comercial positiva, a exportação é uma das alternativas viáveis para

um país rico em recursos naturais e materias primas como o Brasil. Através da integração

entre portos secos e a logística multimodal podemos dar mais agilidade, tornando o processo

logístico menos burocrático, evitando o congestionamento e degradação das cidades

portuárias. Nossos portos não toleram mais crescimentos sem investimentos em

infraestrutura.

Os portos estão sobrecarregados, com espaços insuficientes e logística ineficiente,

gerando perda de tempo, dinheiro e competitividade, tanto localmente quanto no cenário

internacional, o que torna o porto seco uma alternativa viável para melhorar a situação.

Através de portos secos as exportações já chegam ao porto marítimo prontas para o embarque,

diminuindo tráfegos, esperas e burocracias no local de embarque, simplificando o processo de

exportação e importação, trazendo agilidade e ganhos econômicos e melhorias para as cidades

portuárias.

Ademais, os portos secos se especializaram em oferecer soluções personalizadas às

necessidades comerciais das empresas e se fixaram próximos aos grandes centros industriais e

comerciais, atuando de forma eficaz, trazendo economia e aumento de rentabilidade nos

negócios internacionais dos mais diversos setores.

Hoje, não há dúvida que estes terminais alfandegados em zonas secundárias se

tornaram um importante elo na logística aduaneira das operações de comércio exterior

brasileira, reduzindo custos e prazos e contribuindo para o crescimento da economia nacional.

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48

8. REFERÊNCIAS

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ANEXOS:

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Anexo 1: Mapa da Malha Rodoviária do Estado do Rio de Janeiro (fonte: Ministério dos Transportes