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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL Usina Termelétrica Barra do Rocha I Julho/2011 Empreendimento Consultoria

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RIMARELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTALUsina Termelétrica Barra do Rocha I Julho/2011

Empreendimento Consultoria

Sumário

O QUE É O EMPREENDIMENTO?3 OS PROGRAMAS AMBIENTAIS9

COMO SERÁ A CONSTRUÇÃO E A OPERAÇÃO DA UTE BARRA DO ROCHA I?6 EQUIPE TÉCNICA12

APRESENTAÇÃO1 CONHECENDO A REGIÃO7

QUAL A IMPORTÂNCIA DA UTE BARRA DO ROCHA I?4 CONSIDERAÇÕES FINAIS10

QUEM FARÁ O EMPREENDIMENTO?2 OS IMPACTOS AMBIENTAIS

E AS MEDIDAS PROPOSTAS8

SOBRE O PROJETO DE ENGENHARIA DA UTE BARRA DO ROCHA I5 GLOSSÁRIO11

06

09

10

12

16

20

24

37

68

74

76

80

Este Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) apresenta de forma simpli-

fi cada os principais resultados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)¹

do empreendimento denominado Usina Termelétrica (UTE) Barra do

Rocha I, no município de Barra do Rocha, na região sul do Estado da Bahia.

Tanto este RIMA, como o EIA, são exigências da Política Nacional de Meio

Ambiente — Lei n° 6.938, de 1981², pois a UTE Barra do Rocha I é uma ativi-

dade que utilizará recursos naturais e que poderá causar degradação ou

poluição ambiental, caso não sejam tomados os devidos cuidados.

No RIMA, encontra-se uma descrição básica do empreendimento, das

atividades a serem realizadas nas etapas de construção e operação, e a sua

importância para a região e para o país. Também serão apresentadas as

características do meio ambiente da região, descrição esta utilizada como

base para se avaliar quais os impactos que poderão ocorrer no ambiente

com a instalação da UTE. E, para a minimização ou mitigação destes

impactos, foram propostas uma série de medidas ambientais, que darão

origem a programas ambientais específi cos, apresentados neste RIMA.

O EIA e o RIMA estarão disponíveis para consulta à toda população da

Área de Infl uência da UTE Barra do Rocha I.

1 O EIA é um instrumen-to fundamental para se entender as modifi cações que um empreendimen-to pode causar no meio ambiente de uma região. E assim, pensar em formas de diminuir ou acabar com as alterações que causa-rem prejuízos, e estimular as que tragam benefícios. No EIA, são consideradas as características físicas da região estudada, como o clima e relevo, as biológicas (fauna e vegetação) e tudo o que envolver a população que vive na região.

2 O órgão ambiental res-ponsável pela coordenação do licenciamento ambiental da UTE Barra do Rocha I, re-gulando e fi scalizando todo o processo, é o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA).

APRESENTAÇÃO1

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS6 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 7

A empresa responsável pelo projeto de implantação da UTE Barra

do Rocha I é a PETROBRAS — Petróleo Brasileiro SA, localizada

na Av. República do Chile, nº 65 – Centro – Rio de Janeiro –

RJ – CEP: 20031-170. O contato com a empresa pode ser feito através

dos telefones (21) 3229-2661 e (21) 3229-4708 (Sra. Daniele Lomba ou

Leonardo Clemente).

Para que a PETROBRAS obtenha a Licença de Localização (LL) do empre-

endimento e possa implantar a UTE Barra do Rocha I é necessário que o

Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), vincu-

lado à Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, aprove os estudos ambien-

tais e realize a audiência pública para ouvir os comentários e sugestões da

população da Área de Infl uência da UTE Barra do Rocha I.

O EIA/RIMA foi elaborado pela Habtec Engenharia Ambiental, empresa de

consultoria especializada e legalmente habilitada para o desenvolvimento

de estudos desta natureza. A Habtec tem sede na cidade do Rio de Janeiro

e encontra-se registrada, sob o nº 198.582, no Cadastro Técnico Federal

de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, do Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

QUEM FARÁ O EMPREENDIMENTO?2

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS8 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 9

1 O SIN liga as geradoras de energia, como hidre-létricas e termelétricas, das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte do Norte até os centros consumidores — residências e indústrias, por exemplo — através das linhas de transmissão (LTs) espalhadas por todo o território brasileiro.

O empreendimento da PETROBRAS é o projeto de uma Usina

Terme létrica denominada Usina Termelétrica (UTE) Barra

do Rocha I. A UTE Barra do Rocha I prevê uma capacidade

instalada de 600 MW (megawatts), o sufi ciente para abastecer mais de

400.000 residências.

Toda energia gerada pela UTE Barra do Rocha I terá como destino a Subes-

tação Funil, da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), que por sua

vez fará a distribuição dessa energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN)¹.

Quais os objetivos do empreendimento?

A construção da UTE Barra do Rocha I tem como objetivo gerar energia

elétrica a partir da queima do gás natural para atender à necessidade cres-

cente de energia, em especial na Região Nordeste do Brasil.

Onde deverá ser construída a UTE Barra do Rocha I?

O terreno onde será construída a UTE Barra do Rocha I localiza-se no

município de Barra do Rocha, região Sul da Bahia, na divisa com outros dois

municípios, Ipiaú e Gongogi, e a uma distância de 378 km da capital Salvador.

A área do município de Barra do Rocha é de 208,36 km² e, de acordo com

o Censo Demográfi co do IBGE feito em 2010, sua população é estimada

em 6.336 habitantes.

O QUE É O EMPREENDIMENTO?3

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS10 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 11

Usina Termelétrica

Foto: Petrobras

as hidrelétricas, evitando, assim, a necessidade

de perío dos de racionamento de eletricidade nos

momentos de poucas chuvas.

Como uma fonte de energia alternativa às hidrelé-

tricas, a PETROBRAS propõe uma usina termelétrica

operada a gás natural¹, combustível que tem aumen-

tado cada vez mais a sua participação na matriz

energética do país, já correspondendo a 12,3% do total

das fontes de energia usadas no Brasil, de acordo

com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

A proposta da PETROBRAS está alinhada com o Plano

Prioritário de Termelétricas (PPT), estipulado pelo

Decreto nº 3.371, de 24/02/2000, criado a partir da

necessidade de reduzir a dependência do Brasil em

relação à matriz hidrelétrica.

Uma das principais vantagens para o meio ambiente

em relação ao uso do gás natural na geração de

energia elétrica, principalmente quando comparado a

outros combustíveis fósseis como o carvão e o óleo

combustível, é a reduzida emissão de gases poluentes,

como o óxido de enxofre e o monóxido de carbono, e

de fuligem, durante a sua queima.

Outro ponto positivo do gás natural para o meio

ambiente é o seu transporte através de gasodutos,

como o Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC), o

que elimina o fl uxo de veículos transitando pelas

estradas, bem como os custos e riscos de arma-

zenagem e manuseio, a exemplo do que acon-

tece com os combustíveis líquidos, como o óleo

combustível. Além disso, o gás natural não corrói

as tubulações por onde passa, evitando o risco de

vazamentos.

Outra vantagem das termelétricas é o tempo necessá-

rio para construção, em média 3 anos, enquanto uma

usina hidrelétrica demora entre 6 e 8 anos para entrar

em operação.

1 O gás natural é um com-bustível fóssil encontrado em jazidas junto ao petró-leo, tanto nos campos ter-restres, como nos campos localizados no mar.

Atualmente, os órgãos governamentais bra-

sileiros identifi cam um aumento expressivo na

demanda por energia elétrica em todo o país,

o que leva à necessidade de expansão do parque de

geração de energia existente no Brasil.

Para que isso aconteça, é fundamental o inves-

timento na construção de usinas hidrelétricas

(UHEs), pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)

e termelétricas.

Mesmo o Brasil apresentando um grande poten-

cial hídrico, o que é essencial para a implantação

das UHEs e PCHs, este tipo de empreendimento

depende dos períodos de chuvas, que variam bas-

tante no país. Isso pode ser visto nos momentos de

seca, quando o nível de água diminui e prejudica

a geração de eletricidade pelas hidrelétricas. Daí a

importância em se buscar outras fontes alternativas

de energia, que complementem de maneira efi ciente

QUAL A IMPORTÂNCIA DA UTE BARRA DO ROCHA I?

4

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS12 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 13

1 O Programa Luz para Todos (LpT) foi lançado em 2003 pelo Governo Federal com o objetivo de acabar com a exclusão elétrica no país, privilegiando a popu-lação da zona rural sem acesso à energia elétrica.

2 O Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC) se estende por 974 km entre os estados do Espírito Santo e da Bahia e passa por 51 municípios.

Por que uma UTE na Região Nordeste?

Segundo informações da Empresa de Pesquisa Ener-

gética (EPE), a Região Nordeste tem apresentado um

forte crescimento no consumo de energia elétrica,

principalmente com o início do Programa Luz Para

Todos (LpT)¹ em 2003, que tem impulsionado o

consumo residencial. Como uma forma de atender

a essa demanda crescente de energia elétrica, a

PETROBRAS optou por instalar nesta Região a UTE

Barra do Rocha I.

A UTE Barra do Rocha I será localizada em uma área

de cerca de 20 hectares (equivalente a 20 campos de

futebol), próxima ao Rio de Contas, de onde será feita

a captação de água para o empreendimento. Este

terreno está situado às margens da Rodovia BR-330,

no município de Barra do Rocha.

Este local foi escolhido pela proximidade com o

Rio de Contas, e por conta da facilidade de receber

gás natural através de um ramal de distribuição do

Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC)².

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS14 15USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I

Exemplo de subestação de recebimento de energia

elétrica para onde vai a energia produzida pelas UTEs

Foto: Petrobras

Trecho da BR-330, no município de Barra do Rocha

Foto: Acervo Habtec

SOBRE O PROJETO DE ENGENHARIA DA UTE BARRA DO ROCHA I

5

AUTE Barra do Rocha I irá operar em ciclo combinado, uma

tecnologia que tem sido aplicada em todo o mundo com grande

sucesso graças a sua maior efi ciência na geração de energia e

redução signifi cativa no nível de gases liberados para a atmos fera. A UTE

terá capacidade para gerar 600 megawatts de energia elétrica.

Esta tecnologia assim é chamada pela existência de duas turbinas —

uma a gás e outra a vapor — que funcionam de maneira complementar.

Na primeira turbina, a gás, acontece a geração de energia por conta da

queima do gás natural. Esta queima libera gases que serão recuperados

pela caldeira que irá gerar vapor para movimentar a segunda turbina, pos-

sibilitando o seu funcionamento e, novamente, gerando energia.

Componente Função

Dois turbogeradores a gás natural A queima do gás natural aciona os turbogeradores que giram e, por serem

conectadas a um gerador de eletricidade, produzem energia elétrica.

Duas caldeiras de recuperação

de calor

Resfriam o gás produzido nos turbogeradores, para que possa ser

aproveitado no turbogerador a vapor.

Uma câmara de combustão É o local onde será queimado o gás natural que movimentará

os turbogeradores a gás natural.

Um turbogerador a vapor O vapor gerado nas caldeiras de recuperação de calor movimenta

o turbogerador a vapor, que gira e produz energia elétrica.

Duas torres de resfriamento Resfriam o vapor gerado no turbogerador a vapor, que se transforma em

água e volta a ser usado nas caldeiras de recuperação de calor.

Uma subestação de energia Transmite, distribui, protege e controla a energia elétrica que será

conduzida até a Subestação Funil pelas linhas de transmissão.

Quatro linhas de transmissão para a

interligação da Subestação de Entrada,

da UTE Barra do Rocha I à Subestação

Funil de propriedade da CHESF.

As linhas de transmissão conduzem a energia gerada na termelétrica até

a Subestação Funil.

No quadro a seguir estão os componentes principais da UTE Barra do Rocha I e sua respec-

tiva função na estrutura da UTE.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS16 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 17

A UTE Barra do Rocha I ainda conta com os seguintes

componentes auxiliares:

• Sistema de recebimento e medição de

gás natural;

• Sistemas de segurança e controle da ope-

ração da UTE;

• Sistemas de captação de água e disposição

de efl uentes;

• Sistema de tratamento de água e efl uentes.

Como será o funcionamento

da UTE Barra do Rocha I?

Um gasoduto de distribuição interligará o gasoduto

GASCAC à UTE Barra do Rocha I. A previsão de con-

sumo de gás natural da termelétrica é de 45.630 m³

por hora.

Este gás natural será direcionado à câmara de combus-

tão da turbina, onde será queimado. Ao se expandirem,

os gases resultantes desta queima acionam a turbina,

associada ao gerador de energia. O movimento de

ambos é o que produz, de fato, a energia elétrica.

Os gases que saem da turbina são levados para a

caldeira de recuperação, onde aquecem a água e

passam a gerar vapor. Este vapor produzido aciona

a turbina à vapor (ciclo combinado) e passa a gerar

mais energia elétrica.

O vapor liberado pela turbina a vapor é resfriado e torna-se

condensado, pois se transforma em gotículas de água. Este

vapor condensado, ao ser resfriado nas torres de resfria-

mento, pode ser usado novamente como água a ser trans-

formada em vapor na caldeira de recuperação de calor.

Toda a energia gerada irá para a subestação de energia,

chamada Subestação de Entrada da UTE Barra do

Rocha I, localizada no terreno da UTE, que será o

ponto de controle e transferência para as quatro linhas

de transmissão ligadas à Subestação Funil, da CHESF.

Essas quatro linhas de transmissão de 138 kV serão cons-

truídas sobre faixas que atravessarão os municípios de

Barra do Rocha, Ubaitaba e Ubatã, no Estado da Bahia.

Para abastecer a UTE Barra do Rocha I, será necessária

a captação de 750 m³ de água por hora do Rio de

Contas, que passará por uma estação de tratamento

de água (ETA) instalada na própria UTE antes de ser

utilizada, enquadrando-se os parâmetros (pH, dureza

etc) dentro das especifi cações técnicas.

Já o tratamento dos demais efl uentes contaminados e

oleosos produzidos pela UTE Barra do Rocha I será feito

em uma Estação de Tratamento de Despejos Industriais

(ETDI). Os efl uentes domésticos serão tratados na Estação

de Tratamento de Efl uentes Sanitários compacta. Por sua

vez, todas as águas pluviais serão direcionadas para a ETDI.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS18 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 19

Planta de Usina Termelétrica a ciclo combinado

Infográfi co: Pictorama Design

Canteiro de Obras

O canteiro de obras se localizará dentro da área da UTE

Barra do Rocha I e será composto de escritórios, almoxa-

rifados, banheiros, ofi cinas, salas de reuniões etc, possibili-

tando toda a infraestrutura de apoio necessária à execu-

ção dos serviços de construção e montagem da UTE.

Todos os efl uentes, resíduos sólidos, ruídos e emissões

gerados serão monitorados e mantidos dentro dos

padrões normativos.

Terraplanagem

A terraplanagem será feita, primeiramente, removendo

20 cm da camada superfi cial de solo orgânico para

posterior uso na recomposição vegetal da área. Após

a retirada da camada de 20 cm, será feita a movimen-

tação de terra em toda a área da propriedade, com a

realização de pequenos cortes nas partes mais altas do

terreno e aterramento das partes mais baixas, bus-

cando, assim, o nivelamento do terreno em atendi-

mento às cotas do projeto.

3 Concluída a obra, o empreendedor entra com processo no INEMA de pe-dido de LO para operação da UTE. Para concessão desta licença, é apresen-tado dentro do processo o atendimento a todas as condicionantes descritas na LI concedida anterior-mente para implantação da obra. Após a verifi cação do cumprimento dessas condicionantes e aprova-ção pelo órgão ambiental, a LO é concedida.

Para a implantação da UTE Barra do Rocha I é necessária a obten-

ção de três licenças ambientais, para as seguintes fases: a Licença

de Localização (LL)1 para aprovação do projeto; Licença de

Implantação (LI)2 para a construção, e Licença de Operação (LO)3. Todas

essas licenças são concedidas pelo órgão ambiental após a aprovação dos

estudos. A previsão para implantação da UTE é estimada em 42 meses.

Para a construção da UTE Barra do Rocha I, será mobilizado um número

médio de 500 trabalhadores, com um número máximo de 1.600 trabalha-

dores no momento de pico da obra. Já para a fase de operação, prevê-se

a contratação de 78 funcionários. Estes trabalhadores deverão ser qualifi -

cados e treinados para as funções que exercerão.

As empresas contratadas pela PETROBRAS para construção e montagem

do empreendimento darão prioridade à contratação de mão de obra local,

desde que os candidatos atendam à qualifi cação necessária para a função.

Construção e Operação da UTE Barra do Rocha I

A construção da UTE Barra do Rocha I será feita em diversas etapas, a

começar pela montagem do canteiro de obras, terraplanagem, construção

civil, montagens dos equipamentos e tubulações, instalação das linhas de

transmissão e teste dos equipamentos para a operação.

Durante a operação da UTE, será adotado o Sistema de Supervisão e Con-

trole das Operações. Serão também monitoradas as emissões atmosféricas,

os efl uentes e resíduos gerados e os níveis de ruídos.

COMO SERÁ A CONSTRUÇÃO E A OPERAÇÃO DA UTE BARRA DO ROCHA I?

6Canteiro de obras

Foto: Acervo Habtec

1 A LL é concedida pelo órgão ambiental do Esta-do da Bahia - INEMA. Por se tratar de um empreen-dimento com potencial poluidor, antes da conces-são da licença pelo INE-MA, são apresentados pelo empreendedor os estudos ambientais e de risco do empreendimento. Após a aprovação desses estudos e consulta à população através de audiência pública, o INEMA emite parecer concedendo a LL.

2 Após o atendimento das condicionantes da LL, o empreendedor solicita ao INEMA através de um pro-cesso, o pedido de LI para implantação do empreen-dimento. Após a análise do processo pelo órgão ambiental, são emitidos comentários e pedidos de esclarecimentos do projeto, que atendidos pelo empreendedor e aprovados pelo órgão, possibilitam a concessão da licença.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS20 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 21

Construção e Montagem da UTE Barra do Rocha I

Para implantação da UTE Barra do Rocha I, serão construídas:

Parte Civil - bases para assentamento dos equipamentos, prédios adminis-

trativos, estruturas de concreto para apoio das tubulações, canaletas para

passagem de cabos elétricos, sistema de drenagem, arruamentos, calça-

das, rede elétrica para iluminação etc.

Parte de Montagem - estruturas metálicas, montagem de tubulação,

montagem de equipamentos, como: torres, caldeiras, turbinas, geradores,

transformadores, estação de tratamento de água (ETA), estação de trata-

mento de efl uentes (ETE), emissário etc.

Instalação das Linhas de Transmissão (LT)

Para a implantação das quatro linhas de transmissão, será necessá-

ria a limpeza do terreno, com a remoção da vegetação nos pontos

onde serão construídas as bases de concreto para apoio da estrutura

da torre. Essas torres suportarão os cabos de aço que transportarão a

energia até a Subestação de Funil. Ao longo das LTs, será delimitada

uma faixa de servidão¹ de 60 metros de largura para a segurança da

operação e das comunidades do entorno.

Controle Distri buído (SDCD), que irá incorporar todas

as funções de controle dos turbogeradores a gás e

a vapor, das caldeiras, das torres de resfriamento e

sistemas auxiliares.

O SDCD também promoverá a completa integração,

via rede de comunicação de dados, com todos os

sistemas de controle e segurança dos demais equipa-

mentos da UTE.

Sistema de Monitoração Contínua das Emissões

Este sistema possibilitará o monitoramento das emis-

sões de gases nas chaminés das caldeiras, monito-

rando as concentrações dos seguintes gases: monó-

xido de carbono (CO), óxido de nitrogênio (NO₂) e

óxido de enxofre (SOx).

Testes e Pré-Operação

Antes de começar a operar, a UTE Barra do Rocha I

deverá passar por uma série de atividades denomi-

nadas comissionamento. Nesta fase, serão realiza-

dos testes, calibrações, inspeções, operações iniciais

e todo tipo de verifi cação necessária para defi nir

os ajustes a serem feitos, para que as operações

sejam iniciadas de modo seguro e de acordo com o

projeto inicial.

Sistema de Supervisão e Controle das Operações

Todas as funções e equipamentos da UTE Barra do

Rocha I serão operados e monitorados cons tan -

temente pelo Sistema de Supervisão e Controle

das Operações, baseado em um Sistema Digital de

1 A faixa de servidão é estabelecida para garantir a segurança da operação e da comunidade. Possui, na sua totalidade, largura de 60 metros.

Gasoduto

Foto: Manu Dias/Agecom

Ilustração Faixa de Servidão

Infográfi co: Pictorama Design

Subestação de energia elétrica dentro de UTE

Foto: Petrobras

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS22 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 23

CONHECENDO A REGIÃO7A

defi nição da Área de Infl uência (AI)¹ é uma etapa importante

do processo de análise ambiental, pois a partir dela é determi-

nado o limite (ou a distância máxima a partir da UTE) onde serão

realizados os estudos ambientais. No caso da UTE Barra do Rocha I, os

critérios levaram em consideração a legislação ambiental brasileira, as

características do empreendimento e do ambiente, considerando os

meios físico, biótico e antrópico ou socioeconômico².

Por se tratar de um empreendimento com características mistas, todas as

instalações internas e externas da UTE Barra do Rocha I serão avaliadas.

Considerando a unidade industrial localizada nos limites do terreno, as

faixas de servidão para a passagem das linhas de transmissão e as faixas

de dutos de captação de água e dutos para descarte de efl uentes.

Partindo da delimitação de uma área que permitiu conhecer os ambientes

“natural” (físico-biótico) e “antrópico” (socioeconômico) da região, foram

estabelecidas três cate gorias de áreas segundo o tipo de impacto previsto:

Área de Infl uência Indireta (AII), Área de Infl uência Direta (AID) e Área Dire-

tamente Afetada (ADA).

1 Espaço que poderá ser afetado direta ou indire-tamente pelos impactos provocados pelo empre-endimento, em suas fases de projeto, implantação e operação.

2 Meio físico: abrange os aspectos do clima, da qualidade do ar, relevo, solos, recursos hídricos, aquíferos, recursos mine-rais, entre outros.

Meio biótico: envolve o estudo da vegetação, dos animais e das áreas protegidas.

Meio antrópico ou socio-econômico: relaciona-se aos estudos sobre a organização social e econômica da população, as características culturais e históricas das comunida-des que vivem, trabalham ou circulam no entorno do empreendimento.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS24 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 25

Área de Infl uência Indireta (AII)

A Área de Infl uência Indireta (AII) é aquela real ou

potencial mente sujeita aos impactos indiretos da

construção ou operação das estruturas que com-

põem a UTE Barra do Rocha I. Como os impactos

indiretos são diferentes nos meios natural (físico

e biótico) e antrópico, e nos ambientes terrestre e

aquático, as áreas de infl uência para cada um desses

meios são diferentes.

Deste modo, para os meios físico e biótico, a área de

infl uência indireta do empreendimento foi defi nida,

no trecho terrestre, como a área interna com um raio

de 5 km do centro da planta da unidade, incluindo

também 5 km de cada lado das faixas de captação de

água e descarte de efl uentes e 1 km para cada lado da

diretriz da faixa das linhas de transmissão elétrica. Para

o ambiente aquático, foram defi nidos, separadamente,

5 km a jusante do ponto de captação e 5 km a jusante

do ponto de descarte no Rio de Contas.

Já a caracterização do meio antrópico entende

como Área de Infl uência Indireta da planta industrial

do empreendimento, o território dos municípios de

Barra do Rocha, Ipiaú, Itagibá e Gongogi. A análise

dos impactos gerados pelos dutos de captação de

água e descarte de efl uentes leva em conta os muni-

cípios de Barra do Rocha e Gongogi, e, para as linhas

de transmissão, serão considerados os municípios de

Barra do Rocha, Ubatã e Ubaitaba.

Área de Infl uência Direta (AID)

A Área de Infl uência Direta (AID) é aquela real ou

potencialmente sujeita aos impactos diretos da

implantação e operação da UTE Barra do Rocha I.

Para os meios físico e biótico, a AID foi considerada

a mesma, já que se prevê que estes meios devem ser

impactados de forma semelhante. Foi defi nida para a

planta industrial uma área de 2 km de raio a partir do

centro da área de implantação da UTE. Com relação

ao duto de captação de água e ao duto de descarte

de efl uentes, foi considerada uma faixa de 400 metros

para cada lado, a partir do centro da faixa dos dutos.

A AID abrange, ainda, um corredor de 200 metros de

largura, para cada lado das faixas das linhas de trans-

missão, a partir das bordas.

Para caracterização do meio antrópico, foi defi nida

como AID uma área de 2 km de raio a partir do centro

da área da UTE e incluindo a sede do município de

Barra do Rocha. A AID do meio antrópico também

abrange 400 metros de largura a partir das bordas da

faixa do duto de captação de água, como também do

duto de descarte de efl uentes. Para as linhas de trans-

missão, foi considerado um corredor de 200 metros

de largura a partir das bordas das faixas das LTs.

Área Diretamente Afetada (ADA)

A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde aos

locais que sofrerão intervenções diretas das obras

para construção da UTE, como: atividades de terra-

plenagem, escavações para construção de bases de

concreto, implantação de sistemas de drenagem,

instalação de dutos enterrados etc. Já nas faixas de

servidão para implantação das linhas de transmissão,

as intervenções serão pontuais, estando limitadas aos

locais onde serão construídas as bases das torres. Para

o duto de captação de água e para o duto de descarte

de efl uentes, a intervenção direta será ao longo de

toda a faixa de servidão.

Destaca-se a realização de estudos de acompanha-

mento previstos (modelagens e monitoramentos) que

serão implementados durante a operação e ao longo

de toda a vida útil da UTE. Esses estudos fornecerão

dados sobre os impactos previstos que foram conside-

rados nos estudos ambientais, sinalizando a neces-

sidades de ajustes, como exclusão ou inclusão de

novos estudos ou monitoramentos. Como exemplos,

podem ser citados os estudos de captação de água,

de descarte de efl uentes, de emissões atmosféricas,

de geração de resíduos e de geração de ruídos.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS26 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 27

O ambiente onde será

construída a UTE Barra do Rocha I

O Ambiente Natural (Meios Físico e Biótico)

O ambiente natural de uma região abrange as caracte-

rísticas biológicas (fl ora e fauna, terrestre e aquática) e

físicas, como: solos, as águas (rios e lagos) e o clima.

De acordo com os recursos naturais disponíveis, é pos-

sível traçar o perfi l socioambiental da área de estudo e

algumas das atividades econômicas da região.

A região do empreendimento encontra-se dentro

dos limites do Bioma Mata Atlântica¹, na porção

sudeste do Corredor Central da Mata Atlântica.

Apesar disto, não existem Unidades de Conservação

na região de infl uência do futuro empreendimento.

Esta região também está na Bacia Hidrográfi ca do

Rio de Contas e contempla parte do território dos

municípios de Barra do Rocha, Gongogi, Ubaitaba,

Ubatã, Ipiaú e Itagibá.

O solo da região apresenta características favoráveis

para a agricultura e para a pecuária e um grande

potencial para exploração de recursos minerais.

1 Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o bioma da Mata Atlântica ocupa uma área de 1.103.961 Km², correspon-dendo a 13% do território brasileiro. É constituída, principalmente, por mata ao longo da costa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, passando pelos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e parte do terri-tório do estado de Alagoas,

Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernam-buco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. A Mata Atlântica apresenta uma variedade de formações e engloba um diversifi cado conjunto de ecossistemas fl orestais com estrutura e composições de vegetação bastante diferenciadas, acompanhando as caracte-rísticas climáticas da região onde ocorre.

Tanto que existem atualmente 23 processos mine-

rários de extração de areia para construção civil;

minérios de ouro, níquel, chumbo, ferro e granulito

para uso industrial.

Outro fator determinante nas formações das fl o-

restas da região, além do solo, é o clima. A área de

infl uência da UTE Barra do Rocha I está localizada

na zona de transição entre a região litorânea úmida

e a região semiárida. Nesta região, ocorrem menos

chuvas do que no litoral e a temperatura não varia

tanto, com médias entre 18,1°C e 22,3°C.

Estas características climáticas de chuvas e tempe-

ratura, aliadas à nebulosidade e ventos baixos cons-

tantes, somados à boa qualidade do ar favorecem a

agricultura e à pecuária, já que grandes variações cli-

máticas prejudicam o desenvolvimento dos rebanhos.

É esta a combinação de fatores climáticos e de solo

que permite na região a ocorrência da Mata Atlântica.

Historicamente a região caracterizava-se pela pre-

sença de Floresta Ombrófi la Densa. Desde os tempos

coloniais, quando eram feitas retiradas de madeira

para impulsionar a navegação, começou um processo

de desmatamento e fragmentação fl orestal.

Coruja-buraqueira

(Athene Cunicularia)

Foto: Acervo Habtec

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS28 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 29

No início do século passado, além do desmatamento

para extração de madeira, houve desmatamento para

conversão em pastagens e plantações, principalmente

no sudeste do Estado, com o predomínio de plan-

tações de cacau (Theobroma cacao). Atualmente a

cobertura vegetal é quase que totalmente ocupada

por áreas de plantio de cacau e por vegetação antro-

pizada, porém ocorrem em menor escala áreas de

brejos e trechos de Floresta Ombrófi la Densa em início

de desenvolvimento.

Uma das principais atividades econômicas nesta região

é a monocultura do cacau e seu cultivo asso ciado a

espécies nativas de Mata Atlântica, sistema conhecido

como Cabruca. Este sistema agrossilvicultural consiste

na substituição da vegetação dos estratos médio e infe-

rior da fl oresta pelo plantio do cacau, que é plantado

sob a proteção das árvores mais altas, de forma descon-

tínua e circundado por vegetação natural. Nestas áreas

de Cabruca, o solo é protegido da erosão e algumas

espécies de animais não perdem o seu habitat.

Na área do empreendimento (UTE Barra do Rocha I

e Linhas de Transmissão) a cobertura vegetal original

(Mata Atlântica) foi fragmentada e hoje em dia, exis-

tem nesta região remanescentes fl orestais e siste-

mas de Cabruca (ambas nas Linhas de Transmissão)

e pastagem com árvores isoladas (no terreno da UTE

Barra do Rocha I).

Apesar do intenso processo de retirada de vegetação,

na Área de Infl uência Indireta da UTE Barra do Rocha I,

ainda existem em pontos isolados espécies de bromé-

lias (família Bromeliaceae) e árvores como o jacarandá-

da-Bahia (Dalbergia nigra), gonçalo-alves (Astronium

fraxinifolium) e pau-brasil (Caesalpinia echinata).

Esta fragmentação do habitat também afeta os animais,

sendo a principal causa da extinção das espécies,

além da caça predatória.

Na região da futura UTE Barra do Rocha I, foram regis-

tradas algumas espécies de animais endêmicas da Mata

Atlântica, como o arapaçu-rajado (Xiphorynchus fuscus),

a saíra-lagarta (Tangara desmaresti), a saíra-sete-cores

(Tangara seledon), o sanhaçu-de-encontro-amarelo

(Tangara ornata) e o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius).

Nenhuma das espécies registradas está presente nas

listas de espécies brasileiras ameaçadas de extinção.

Como refl exo da ocupação dos seres humanos na

área do empreendimento, é fácil encontrar algu-

mas espécies invasoras que se adaptam facilmente

aos habitats urbanos e antrópicos, e que, devido

ao aumento do número de indivíduos, muitas vezes

substituem as espécies nativas, que acabam desapare-

cendo do local. São exemplos de espécies invasoras

encontradas na região do empreendimento: a garça-

vaqueira (Bubulcus íbis), o canário-da-terra (Sicalis

fl aveola), o bico-de-lacre comum (Estrilda astrid) e o

pardal-doméstico (Passer domesticus). Essas espécies

foram registradas nos habitats alagados, campos aber-

tos, capoeira e área urbana.

Das espécies com possível existência na área do

empreendimento, poucas estão presentes em alguma

lista de fauna brasileira ameaçada de extinção. As

espécies rato-do-cacau (Callistomys pictus) e gato-do-

mato (Leopardus tigrinus) apresentaram índice vulnerá-

vel pela lista do Ministério do Meio Ambiente, o  que

signifi ca que essas espécies sofrem risco de extinção

no médio prazo, caso não sejam adotadas ações para

reverter esta situação.

O Rio de Contas

A UTE Barra do Rocha I estará localizada em área

próxima ao Rio de Contas. Este rio, hoje em dia,

apresenta suas características originais bastante

modifi cadas devido ao desenvolvimento de atividades

econômicas na região, como a agricultura irrigada e a

mineração, e pela ocupação de aglomerações urbanas

presentes ao longo de sua extensão.

Como resultado das alterações às suas margens, o

Rio de Contas apresenta má qualidade ambiental.

Destaca-se que a bacia do Rio de Contas representa

uma área onde as atividades industriais e grandes

centros urbanos não são signifi cativos, mas por outro

lado, possui polos de agricultura irrigada e mineração,

o que pode ter infl uenciado no aumento da tempera-

tura do rio ao longo dos anos, além de infl uir direta-

mente na qualidade das suas águas.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS30 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 31

Mata encontrada na Área de

Infl uência da UTE Barra do Rocha I

Foto: Acervo Habtec

Área de pastagem encontrada na região

Foto: Acervo Habtec

Fruto do cacau, uma importante

fonte de renda da região

Foto: Acervo Habtec

Saruê, Gambá (Didelphis imperfecta)

Foto: Acervo Habtec

O Meio Antrópico

O processo de ocupação colonial do sul do estado

da Bahia foi iniciado no século XVI, com a coloniza-

ção portuguesa e a formação dos primeiros povoa-

dos e a exploração econômica da madeira. A partir

do século XVIII, a região passou por um momento

de grande desenvolvimento econômico gerado pelo

cultivo do cacau.

Desde a metade do século XIX — e por quase 150 anos

— o cacau foi símbolo de status, poder e riqueza

entre as fazendas na região de Ilhéus e de Itabuna,

na Bahia. Na região da futura UTE Barra do Rocha I

existem proprie dades rurais, que na década de 1980

eram grandes plantações de Cabruca (pés de cacau no

interior da Mata Atlântica). No fi m da década de 1980,

o fungo vassoura-de-bruxa tomou conta dos pés de

cacau e diminuiu a safra dos anos seguintes.

Por isso, muitos fazendeiros desistiram da plantação

de cacau. Alguns acabaram dividindo suas proprie-

dades rurais e vendendo lotes menores, outros retira-

ram a cabruca para a plantação de árvores frutíferas,

enquanto que outra parte dos proprietários rurais

transformou suas terras em pasto para gado.

Na Área de Infl uência Direta do empreendimento, não

existem aglomerações de pessoas. Apenas proprie-

dades rurais que abrigam instalações como residências

de funcionários, sede da fazenda, currais, galpões e

outras construções. Poucos proprietários moram nas

fazendas, que fi cam aos cuidados de funcionários.

A decadência da “era do cacau” também levou ao

êxodo rural, ou seja, saída de pessoas do campo para

as cidades, aumentando a urbanização da região.

Durante os anos da exploração cacaueira, as cidades

do sul da Bahia começaram a crescer graças ao

dinheiro gerado pela produção do cacau. Porém, após

a crise da vassoura-de-bruxa, essas mesmas cidades

continuaram o seu crescimento, dessa vez por conta

da ida de pessoas que perdiam seus empregos no

campo e iam para as cidades em busca de oportuni-

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS32 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 33

Rio de Contas

Foto: Acervo Habtec

Fazenda encontrada na região

Foto: Acervo Habtec

dades. Este processo aconteceu de maneira desor-

denada, pois as cidades não tinham a infraestrutura

necessária para receber estes migrantes.

Durante esse momento de crise, a vegetação também

foi prejudicada, pois muitos fazendeiros derrubaram

a mata original, que era importante para o cultivo do

cacau pelo sistema de cabruca, para dar lugar às pasta-

gens para criação de gado. Com as pastagens, o solo

fi ca mais sujeito ao desgaste causado pela erosão.

Por esse motivo, alguns componentes ambientais

naturais (água, solo, vegetação, e fauna) sofreram

grande pressão durante os anos, desde a coloniza-

ção da região. As cidades sem saneamento básico, o

desmatamento da Mata Atlântica, a erosão do solo,

e a perda de habitat e caça de animais são impactos

de longa data, que, com o tempo, foram moldando a

realidade ambiental da atual região do sul da Bahia.

Outro problema enfrentado pelos municípios estu-

dados localizados às margens do Rio de Contas é a

emissão de esgoto doméstico sem tratamento nesse

mesmo rio que é usado por esses municípios para

a captação e distribuição da água a população, sem

qualquer tipo de tratamento. Essa situação favorece a

contaminação dos moradores por doenças como a

esquistossomose, também conhecida como barriga

d’água.

A UTE Barra do Rocha I será instalada no município de

Barra do Rocha, e por isso, poderá infl uenciar a dinâ-

mica social e econômica dos outros municípios próxi-

mos, como Gongogi, Ubaitaba, Ubatã, Itagibá e Ipiaú.

Os Censos Demográfi cos do IBGE dos últimos anos

mostram que todos estes municípios, assim como

o estado da Bahia, apresentaram baixo crescimento

No âmbito estadual, são encontradas na AII a BA-120 e a BA-130. A BA-120

atravessa os municípios de Ipiaú, Ubatã e Gongogi, enquanto a BA-130

passa por Itagibá e percorre todo o Estado da Bahia.

Quanto aos sítios arqueológicos¹ encontrados na região, foi identifi cado

apenas um sítio na Área de Infl uência da UTE, precisamente no município

de Ipiaú, o sítio Fazenda Prata. Neste sítio, foram encontrados vasos e

panelas dos primeiros grupos humanos que habitaram o local. Porém,

informações levantadas em 2006 para a realização do Estudo de Impacto

Ambiental do Projeto Santa Rita para lavra e benefi ciamento de minério de

níquel em Ipiaú e Itagibá apontam a existência de sete sítios arqueológicos

no município de Itagibá, mas que ainda não foram registrados no cadastro

do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Comunidades Indígenas, Comunidades Quilombolas e Populações Tradicionais

Não foram identifi cadas terras indígenas ou comunidades quilombolas nas

áreas de infl uência determinadas para a UTE Barra do Rocha I. Atualmente, os

registros da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) mostram que o local mais

próximo com presença de população indígena encontra-se no município

de Camamu, a cerca de 50 km da Área de Infl uência Indireta do empreendi-

mento, onde encontram-se indivíduos do grupo Pataxó Hã Hã Hãe.

Em relação às comunidades tradicionais, existem comunidades pesqueiras

nos municípios de Ubaitaba, no distrito de Ipirauna, e em Ubatã, de acordo

com informações obtidas junto às Prefeituras Municipais.

1 Local no qual os seres humanos que viveram em um passado distante deixaram algum vestígio de suas atividades, como ferramentas, pinturas, sepulturas etc.

de população. Em Barra do Rocha, por exemplo, a

população diminuiu, o que mostra que a região deixou

de ser produtiva após a “crise do cacau”, quando houve

redução da produção e a necessidade da população

buscar lugares onde pudesse ter acesso a oportunida-

des de emprego.

Para reverter esta situação de baixo desenvolvimento, os

governos municipais e empresários da região do Vale do

Rio de Contas fi zeram uma grande mobili zação, identifi -

cando as potencialidades regionais e se articulando para

recuperar a economia e as condições sociais da região.

Após esta mobilização, foram elaborados os Projetos

do Polo de Desenvolvimento do Vale do Rio de

Contas e o Projeto Porto Sul Bahia. Como resultado

prático deste plano de ação para revitalizar a região, foi

instalada a Mineração Mirabela, localizada a aproxima-

damente 8 km da área onde se pretende instalar a UTE

Barra do Rocha I. Os resultados imediatos deste plano

de ação estão no número de admissões de trabalha-

dores para os projetos em implantação nos municípios

de Barra do Rocha, Gongogi, e Ubatã.

Entre os municípios que compõem a Área de Infl uência

do empreendimento, o de maior população e infraestru-

tura é Ipiaú, localizado entre duas rodovias federais. Ipiaú

também é referência para os municípios vizinhos quanto

aos serviços de atendimento hospitalar e comércio.

O sistema de transportes da Área de Infl uência Indireta da

UTE Barra do Rocha I é composto por rodovias estaduais

e federais, por uma ferrovia em construção e por um

aeroporto, situado no município de Itagibá. Em relação às

rodovias que compõem a AII, menciona-se a BR-330, que

liga a BR-101 até a BR-116. Esta rodovia faz a ligação entre

os estados da Bahia, Piauí e Maranhão. Outras rodovias

federais localizadas na AII são a BR-030 e a BR-101.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS34 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 35

OS IMPACTOS AMBIENTAISE AS MEDIDAS PROPOSTAS

8

Quando são cruzadas as informações do empreendimento

e do ambiente da região onde se pretende implantá-lo, são

identifi cados os impactos que podem ser gerados pelos

aspectos das atividades de planejamento, construção e operação da

UTE Barra do Rocha I.

Os impactos identifi cados são classifi cados segundo os meios e os

fatores ambientais em que incidem e critérios defi nidos por metodologia

específi ca para que possam ser avaliados e que se identifi quem e se

proponham as medidas e os programas adequados para cada um desses

impactos. No quadro a seguir são apresentadas as formas de classifi cação

desses impactos.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS36 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 37

Classifi cação Defi nições

Qualifi cação Positivo

Quando o impacto resulta na melhoria ambiental.

Negativo

Quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental.

Incidência Direta

Impacto ocorre a partir de uma simples relação de causa e efeito.

Indireta

Impacto resultante de uma reação secundária.

Permanência ou duração Temporário

Seus efeitos só serão sentidos durante a ação geradora ou durante um

horizonte temporal conhecido compatível com o período de duração

da atividade.

Permanente

Seus efeitos permanecem mesmo após o fi m da ação que gerou o

impacto. Também se refere aos impactos em que o tempo de retorno

às condições originais do ambiente sem a ação da atividade seja

desconhecido ou superior ao período de duração da atividade.

Cíclico

Seus efeitos ocorrem de acordo com variações ambientais associadas

à sazonalidade.

Momento ou desencadeamento Imediato

Impacto em que os efeitos surgem imediatamente após a ação.

Médio prazo

Iimpacto em que efeitos surgem num período de tempo após a ação,

porém dentro do período de desenvolvimento da atividade.

Longo prazo

Impacto em que efeitos somente poderão ser detectados após o fi m

das atividades.

Classifi cação Defi nições

Grau de reversibilidade Reversível

Quando as condições naturais são restabelecidas.

Parcialmente reversível

Quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental.

Irreversível

Quando não são restabelecidas as condições originais.

Abrangência espacial Local

Seus efeitos se restringem à Área de Infl uência Direta (AID)

do empreendimento.

Regional

Seus efeitos incidem sobre a Área de Infl uência Indireta (AII)

do empreendimento.

Extrarregional

Seus efeitos extrapolam a região correspondente à

Área de Infl uência Indireta.

Magnitude Baixa

Quando a intensidade da alteração, considerando sua abrangência

espacial e temporal, é baixa para o fator ambiental avaliado.

Média

Quando a intensidade da alteração, considerando sua abrangência

espacial e temporal, é média para o fator ambiental avaliado.

Alta

Aquele cuja intensidade da alteração, considerando sua abrangência

espacial e temporal, é alta para o fator ambiental avaliado.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS38 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 39

Já a importância dos impactos, classifi cada em pequena, média ou grande, é defi nida com base

nos critérios de cumulatividade e caráter estratégico apresen tados no quadro a seguir.

Classifi cação Defi nições

Cumulatividade Simples

Impacto que não apresenta interação com outro(s) impacto(s).

Cumulativo

Apresenta algum tipo de interação com outro(s) impacto(s).

Caráter estratégico Estratégico

Quando incidem sobre um fator ambiental de relevante interesse coletivo

ou nacional.

Não-estratégico

Quando não incidem sobre tais recursos.

Classifi cação Defi nições

Mitigadoras Quando a ação resulta na prevenção ou redução dos efeitos do 

impacto ambiental negativo.

Potencializadoras Ação que tem como objetivo aumentar as consequências de um 

impacto positivo.

Compensatórias Quando a ação objetiva compensar um impacto ambiental negativo e

não mitigável, através de melhorias em outro local, dentro ou fora da área

de infl uência da atividade.

De controle Ação que objetiva controlar e monitorar os possíveis impactos e verifi car

a sua efi cácia.

Além destes critérios gerais, para a avaliação da importância, são também levados em conside-

ração critérios específi cos, como, por exemplo, períodos críticos (defeso, migração de peixes,

entre outros), estado de conservação e importância biológica, socioeconômica e cultural identifi -

cada na área estudada.

Medidas Ambientais

Depois de identifi cados e avaliados todos os impactos ambientais, são propostas medidas que

têm como objetivo diminuir ou compensar os impactos negativos sobre o meio ambiente da

região onde será implantada a UTE Barra do Rocha I.

As medidas são importantes ferramentas de gestão ambiental, podendo reduzir as consequên-

cias das alterações ambientais identifi cadas. Estas medidas podem estar agrupadas em Progra-

mas Ambientais, apresentados no próximo capítulo deste RIMA.

As medidas podem ser classifi cadas como: mitigadoras, potencializadoras, compensatórias ou

de controle. Especifi camente as medidas mitigadoras e potencializadoras podem ter sua efi cácia

avaliada em baixa, média ou alta.

Impactos e Medidas Associadas

Do total de impactos, a maioria está restrita à fase de construção, o que justifi ca a necessidade

do acompanhamento da gestão ambiental do empreendimento desde o início das obras.

Outros impactos estendem-se pelas fases de operação da UTE Barra do Rocha I e merecem

destaque devido à necessidade de ações contínuas ao longo da vida útil da UTE.

Os impactos são listados de acordo com a fase do empreendimento em que aparecem.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS40 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 41

Entre esses 24 impactos, foram identifi cados 20 impactos negativos e 4 impactos positivos.

Todos os impactos positivos incidem sobre o meio socioeconômico.

Os impactos ambientais estão descritos a seguir, acompanhados das medidas propostas para

eliminar ou diminuir os negativos e potencializar os considerados positivos.

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Esclarecimento da População e Autoridades da

Área de Infl uência a respeito do empreendimento

Mitigadora Média

Desenvolvimento de Ações de Educação Não Formal Compensatória —

Ações de desenvolvimento dos fornecedores da 

Área de Infl uência

Potencializadora

Mitigadora

Média

Média

Programas Ambientais Associados

Programa de Comunicação Social

Programa de Educação Ambiental

Programa Ambiental de Construção

Fase de Planejamento

Componente AmbientalPopulação da Área de Infl uência

ImpactoGeração de expectativas

A geração de expectativas é um impacto negativo e

sua incidência indireta, pois está associado ao anúncio

do empreendimento e não, aos impactos gerados pela

UTE Barra do Rocha I. Este impacto foi considerado

imediato, por levantar as expectativas antes mesmo

do início das atividades, ainda nas fases de estudos

e planejamento, embora também possa se estender

para as fases de implantação e operação da UTE.

A geração de expectativas alcança uma abrangência

regional, já que vai além das imediações da área de

implantação da UTE Barra do Rocha I, podendo levar

a um aumento do afl uxo populacional para o local.

Entretanto, trata-se de um impacto temporário e

reversível, tendendo a ser reduzido ao longo da vida

útil do empreendimento. Ainda assim, sua importância

foi entendida como alta.

Para a avaliação deste impacto, foi considerado o

cenário econômico e social pouco dinâmico em

que se encontram os municípios inseridos na AII,

por conta das crises pelas quais passou o principal

produto gerador de renda, o cacau. Assim, a notícia

de implantação de um empreendimento com as

características da UTE Barra do Rocha I, sob respon-

sabilidade da PETROBRAS, poderá causar repercus-

são entre os grupos da sociedade a serem afetados

direta ou indiretamente.

13. Interferências e Alteração no Uso e Ocupação

do Solo

14. Pressão sobre a Infraestrutura de Serviços

Públicos Essenciais

15. Pressão sobre a Infraestrutura de Disposição

Final de Resíduos Sólidos

16. Aumento do Tráfego Rodoviário

17. Geração de Emprego e Renda

18. Interferências sobre o Patrimônio Histórico

e Arqueológico

Fase de Operação

19. Alteração nas Descargas Hídricas na Calha

e no Regime Hídrico do Rio de Contas

20. Interferências sobre o Uso da Água no

Rio de Contas

21. Alteração na Paisagem

22. Aumento da Arrecadação Tributária

23. Dinamização da Economia Regional

24. Incremento na Disponibilidade de Energia Elétrica

Fase de Planejamento

1. Geração de Expectativas na População

Fase de Construção

2. Alteração na Qualidade do Ar

3. Alteração nos Níveis de Ruídos

4. Alteração na Qualidade das Águas Superfi ciais

5. Início ou Aceleração de Processos Erosivos

e Movimentos de Massa

6. Interferência em Comunidades Aquáticas

7. Interferências sobre a Vegetação

8. Interferências sobre a Fauna Silvestre

9. Interferência em Áreas Legalmente Protegidas

10. Interferência ou Alteração no Cotidiano

da População

11. Aumento do Afl uxo Populacional

12. Alteração do Cotidiano da População

devido ao Aumento das Emissões de

poeira e Ruídos

42 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 43

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Gerenciamento de Emissões Atmosféricas Controle —

Monitoramento da Qualidade do Ar Controle —

Umedecimento do Terreno Mitigadora Média

Planejamento das Atividades da Obra Preventiva Alta

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Gerenciamento de Ruídos Controle —

Planejamento das atividades de obra Mitigadora Alta

Fase de Construção

Componente AmbientalAr

ImpactoAlteração na qualidade do ar

Na fase de construção, como durante toda a vida útil

do empreendimento, serão realizadas atividades gera-

doras de emissões atmosféricas, que poderão alterar

a qualidade do ar na área de inserção do empreendi-

mento, embora estas estejam de acordo com o que é

determinado pela legislação ambiental.

Ainda assim, deve ser observado que a UTE Barra do

Rocha I irá utilizar gás natural como fonte primária

de combustível, o que é vantajoso do ponto de vista

ambiental, pois a composição do gás natural não

apresenta enxofre e favorece a redução signifi cativa

de impactos na qualidade do ar, quando comparado

a outros combustíveis como diesel, óleo combus-

tível e carvão.

O impacto de alteração na qualidade do ar provocado

nas fases de implantação e operação da usina pode ser

considerado negativo e regional, pois a área afetada

pode superar os limites da região do empreendimento.

Por outro lado, é classifi cado como temporário, pois,

com o fi m da fase de implantação e operação da

usina, o impacto não mais atuará na área do empreen-

dimento, e reversível, já que as condições ambientais

serão restabelecidas após o término da operação da

usina. Sua importância foi avaliada como média.

Programas Ambientais Associados

Programa de Controle da Poluição

Programa de Controle e Monitoramento da Qualidade do Ar

Programa de Educação Ambiental

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programas Ambientais Associados

Programa de Controle da Poluição

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Componente AmbientalNível de ruído

ImpactoAlteração dos níveis de Ruídos

A alteração dos níveis de ruídos é um impacto nega-

tivo, considerado direto, imediato, por se manifestar

desde o início das obras de implantação e operação

do empreendimento e local, por não extrapolar a área

de infl uência do empreendimento.

Considerando o curto período de obras, quando

ocorrerão os maiores transtornos à população,

como também a distância do empreendimento, em

relação às áreas residenciais mais densa mente ocu-

padas, este impacto foi avaliado como temporário

e reversível.

Este impacto foi avaliado como de média importância,

pois embora os maiores transtornos para a população

ocorram no período das obras de implantação, na

fase de operação ainda perma necerão, porém em

menor escala.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS44 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 45

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Gerenciamento de Efl uentes Líquidos Controle —

Monitoramento da Qualidade da Água Controle —

Planejamento das Atividades de Obra Mitigadora Alta

Identifi cação e Controle de Processos Erosivos Controle —

Recuperação de Áreas Degradadas Mitigadora Alta

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Planejamento das atividades de obra Mitigadora Alta

Identifi cação e controle de processos erosivos Controle —

Recuperação de áreas degradadas Mitigadora Alta

Recomposição da paisagem Compensatória —

Recuperação de áreas de preservação permanente (APP) Mitigadora Alta

Programas Ambientais Associados

Programa de Controle da Poluição

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

Programa de Controle dos Processos Erosivos e Assoreamento

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programas Ambientais Associados

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa de Controle dos Processos Erosivos e Assoreamento

Programa de Reposição Florestal

Programa de Compensação Ambiental

Componente AmbientalÁguas superfi ciais

ImpactoAlteração na qualidade das águas superfi ciais

Este impacto foi avaliado como negativo, pois cau-

sará uma modifi cação nas condições originais do

ambiente. Como essa alteração vai acontecer com

o início do lançamento de efl uentes, o impacto é

imediato e local, de acordo com o estudo de mode-

lagem de dispersão de efl uentes, e será confi rmado

através do monitoramento da qualidade das águas

superfi ciais do Rio de Contas. Este impacto também é

temporário e reversível.

É importante destacar que os efl uentes somente serão

lançados no Rio de Contas após receberem o trata-

mento adequado e de acordo com a determinação da

Componente AmbientalSolos

ImpactoInício ou Aceleração de Processos Erosivos e

Movimentos de Massa

Devido às mudanças na estrutura do solo e conse-

quente alteração da qualidade das águas superfi ciais

esse impacto foi classifi cado como negativo. No

caso dos processos erosivos, é um impacto direto e

permanente pela relação de causa e efeito com as

atividades de terraplenagem e de implantação das

torres de transmissão. Já em relação à intensifi cação

dos processos de assoreamento, pode-se considerar

como impacto indireto, por ser uma consequência

decorrente da intensifi cação da erosão.

legislação vigente, daí o seu entendimento como um

impacto de baixa importância.

A avaliação deste impacto foi feita tendo em vista os

cinco tipos de efl uentes a serem gerados pela UTE Barra

do Rocha I e descartados no Rio de Contas. São eles: o

i) sistema de águas limpas, ii) sistema sanitário, iii) sistema

contaminado, iv) sistema oleoso e v) sistema químico,

sendo que, desses cinco, os dois últimos sistemas, o

oleoso e químico, serão gerados apenas na fase de

operação do empreendimento. Também foram consi-

deradas as alterações promo vidas pela implantação dos

dutos de captação de água e descarte de efl uentes.

A sua ocorrência começa a partir do início das

atividades construtivas, por isso, este impacto é

imediato. O impacto decorrente dos processos

erosivos é irreversível e o assoreamento, parcial-

mente reversível.

A importância deste impacto foi classifi cada como

de pequena importância, devido às características

topográfi cas e dos solos da região e do tipo de inter-

venção do empreendimento.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS46 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 47

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Gerenciamento de efl uentes líquidos Controle —

Planejamento das atividades de obra Mitigadora Alta

Identifi cação e controle de processos erosivos Controle —

Acompanhamento das Alterações nas

Comunidades Aquáticas

Controle —

Programas Ambientais Associados

Programa de Controle da Poluição

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa de Controle dos Processos Erosivos e Assoreamento

Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos

Componente AmbientalComunidades aquáticas

ImpactoInterferência em comunidades aquáticas

O impacto causado pelo descarte de efl uentes sobre

a biota aquática (plâncton, bentos e ictiofauna) foi

considerado negativo, de incidência direta e indireta e

de abrangência local. Pôde ser avaliado como imediato,

visto que este impacto se refl etirá a partir da alteração da

qualidade da água. Considerando a operação da usina, o

impacto foi avaliado como temporário e reversível.

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Planejamento das atividades de obra Mitigadora Alta

Identifi cação e controle de processos erosivos Controle —

Recuperação de áreas degradadas Mitigadora Alta

Recomposição da paisagem Compensatória —

Recuperação de áreas de preservação permanente (APP) Mitigadora Alta

Controle da supressão de vegetação Mitigadora Média

Componente AmbientalVegetação

ImpactoInterferência sobre a vegetação

As alterações causadas por este impacto são de

natureza negativa, com efeitos diretos em relação

aos indivíduos a serem suprimidos de fato e indiretos

quando se tratar das populações e da comunidade

vegetal afetada pelas alterações de habitat e efeitos de

borda, associadas ao processo de supressão. Os efei-

tos destes impactos serão permanentes, no caso da

vegetação removida para a instalação da planta, aces-

sos permanentes e torres da linha de transmissão. Mas

os efeitos podem ser considerados também como

temporários quando se tratar da vegetação removida

para a passagem dos cabos das linhas de transmissão.

Da mesma forma, o impacto pode ser classifi cado

como irreversível nas áreas de implantação da planta

industrial, acessos permanentes e locação das torres

da linha de transmissão e parcialmente reversível nas

áreas afetadas para a passagem dos cabos da linha de

transmissão.

O momento de desencadeamento poderá variar

entre imediato — em função da remoção da cober-

tura vegetal e ação direta sobre indivíduos, e médio

prazo — resultante das alterações na composição

e/ou abundância das populações dentro da comuni-

dade vegetal.

Este impacto é classifi cado como local, por estar

restrito aos remanescentes fl orestais e às áreas de

instalação da Linha de Transmissão.

Considerando-se fatores como espécies endêmicas,

raras e/ou ameaçadas e a baixa intensidade dos efei-

tos cumulativos do impacto de supressão da vege-

tação e do efeito de borda, a importância é avaliada

como média.

Este impacto foi também avaliado como sendo de

pequena importância, uma vez que os efl uentes

somente poderão ser lançados no corpo hídrico após

o devido tratamento e enquadramento na legislação

vigente (Resolução CONAMA n°430/2011).

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS48 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 49

Programas Ambientais Associados

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa de Controle dos Processos Erosivos e Assoreamento

Programa de Reposição Florestal

Programa de Compensação Ambiental

Programa de Controle de Supressão de Vegetação

Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna Silvestre

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Gerenciamento de Ruídos Controle —

Planejamento das Atividades de Obra Mitigadora Alta

Conservação da Fauna Silvestre Mitigadora Alta

Monitoramento da Fauna Silvestre Controle —

Programas Ambientais Associados

Programa de Controle da Poluição

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna Silvestre

Programa de Supressão de Vegetação

Componente AmbientalÁreas legalmente protegidas

ImpactoInterferência em áreas legalmente protegidas

Este impacto negativo se dará de forma direta.

Será de abrangência local, incidindo somente nas

imediações da área de implantação da unidade.

O mesmo foi avaliado ainda como permanente,

imediato e irreversível. Os efeitos deste impacto

poderão ser observados no fi nal da fase de cons-

trução da UTE Barra do Rocha I, quando ocorre

Componente AmbientalFauna silvestre

ImpactoInterferências sobre a fauna silvestre

O impacto sobre a fauna é qualifi cado como

negativo, de incidência direta (no caso dos atrope-

lamentos de animais, caça de animais, da geração

de ruídos e do uso da chaminé) e indireta (no caso

da perda de habitat por supressão de vegetação),

temporário, reversível e de longo prazo. Mesmo

com uma incidência direta e indireta, seus efeitos

serão sentidos imediatamente após o início das

intervenções. Este impacto apresenta uma abran-

gência local.

A área do futuro empreendimento é marcada por

ações antrópicas, o que contribui para a reduzida

ocorrência de vertebrados terrestres. A área é consi-

derada como prioritária para a conservação de

invertebrados e aves, mas não foram encontradas

espécies ameaçadas de extinção, apenas espécies

endêmicas da Mata Atlântica. Considerando também

a extensão espacial e temporal dos efeitos e a resi-

liência de populações naturais, o impacto sobre

a fauna silvestre local apresenta média importância.

O impacto sobre a fauna, apesar de existir e agir

sobre os indivíduos, não será grande o bastante para

alterar a população das espécies de maneira irreversí-

vel. Assim, com o tempo, as populações atingirão suas

condições originais.

a implantação da faixa de captação e descarte, e

permanecerá depois de cessada a atividade que o

causou. Este impacto atua em conjunto com outros

fatores antrópicos de pressão em APPs e incide

sobre uma área legalmente protegida com funções

diversas. Assim, o impacto pode ser considerado

como de média importância.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS50 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 51

Programas Ambientais Associados

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa de Controle dos Processos Erosivos e Assoreamento

Programa de Reposição Florestal

Programa de Compensação Ambiental

Programa de Controle de Supressão de Vegetação

Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna Silvestre

Componente ambientalPopulação da área de infl uência

Impacto Interferência ou alteração no cotidiano da população

A construção da UTE Barra do Rocha I irá gerar um

aumento do tráfego nas vias próximas ao empreendi-

mento, uma vez que será necessária a movimentação

de equipamentos pesados e materiais, assim como

o transporte de trabalhadores nas vias de acesso do

local selecionado para a instalação da UTE. Também

serão produzidos ruídos pelas máquinas e equipa-

mentos utilizados nas atividades de construção, assim

como poeira nos trabalhos de movimentação de terra

na área do canteiro de obras.

Dessa forma, este impacto é percebido como de natu-

reza negativa e considerado direto, por incidir direta-

mente sobre a população; imediato, por se manifestar

desde o início das obras de implantação e operação

do empreendimento; regional, por extra polar a área

onde serão realizadas as obras, afetando, inclusive, o

fl uxo na Rodovia BR-330 e os demais municípios do

entorno e que fazem parte da AII.

Por outro lado, é entendido como um impacto

tempo rário, pois seu tempo de duração está

diretamente vinculado, inicialmente, ao período de

cons trução do empreendimento, e, depois, à fase

de operação, e reversível, com o fim da fase de

implantação da UTE, será sentida sensível diferença

em relação ao fl uxo de veículos nas vias de acesso

ao empreendimento e à geração de ruídos por conta

da sua cons trução. Sua importância foi entendida

como média.

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Esclarecimento da população e autoridades da área

de infl uência a respeito do empreendimento

Mitigadora Média

Desenvolvimento de ações de educação não-formal Compensatória —

Gerenciamento de riscos e emergências locais Controle —

Umedecimento do terreno Mitigadora Média

Gerenciamento de Ruídos Controle —

Planejamento da Implantação das Vias de Acesso Mitigadora Média

Implantação de sinalização e redutores de velocidade Mitigadora Média

Estabelecimento de faixas de servidão administrativa

e indenizações

Mitigadora Média

Capacitação Ambiental dos Trabalhadores Mitigadora Média

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Planejamento das Atividades de Obra Mitigadora Alta

Recuperação de áreas degradadas Mitigadora Alta

Recomposição da paisagem Compensatória —

Apoio à criação de Unidade de Conservação Compensatória —

Recuperação de áreas de preservação permanente (APP) Mitigadora Alta

Controle da supressão de vegetação Mitigadora Média

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS52 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 53

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Desenvolvimento de Ações de Educação Não Formal Compensatória —

Ações de desenvolvimento dos fornecedores da

Área de Infl uência

Potencializadora

Mitigadora

Média

Média

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Esclarecimento da População e Autoridades da

Área de Infl uência a respeito do empreendimento

Mitigadora Média

Gerenciamento de Emissões Atmosféricas Controle —

Umedecimento do Terreno Mitigadora Média

Gerenciamento de Emissões de Ruídos Controle —

Planejamento das Atividades de Obra Mitigadora Alta

Programas Ambientais Associados

Programa de Educação Ambiental

Programa de Comunicação Social

Programa Ambiental de Construção

Componente ambientalPopulação da área de infl uência

ImpactoAumento do afl uxo populacional

Diante dos empregos que podem ser gerados no

momento de construção da UTE Barra do Rocha

I, estima-se que pessoas se desloquem para os

municípios próximos da UTE Barra do Rocha I.

Destaca-se que nem todas as pessoas que forem

para a região serão absorvidas pelo mercado de

trabalho local.

Assim, este impacto ambiental foi avaliado como

negativo e regional, por interferir em uma área

de abrangência que extrapola as imediações da planta

da UTE. Foi caracterizado, ainda, como temporário,

Componente ambientalPopulação da área de infl uência

ImpactoAlteração do cotidiano da população devido ao

aumento das emissões de poeira e ruídos

Durante as fases de instalação, operação e desati vação

da UTE Barra do Rocha I são esperados a geração de

poeira e aumento dos níveis de ruídos na área de infl u-

ência, o que poderá ser um incômodo à popu lação

que vive próxima à área do empreendimento ou que

circula em suas proximidades.

Por esse motivo, o impacto é negativo, imediato e local,

por estar restrito à área da UTE Barra do Rocha I locais no

seu entorno. Por outro lado, é temporário e reversível,

pois termina com a desativação da UTE Barra do Rocha I

e as condições iniciais da área retornam ao normal, sendo,

nesse sentido, sua importância avaliada como pequena.

Programas Ambientais Associados

Programa de Comunicação Social

Programa de Educação Ambiental

Programa Ambiental de Construção

Programa de Controle da Poluição

imediato e parcialmente reversível, pois um número

elevado de pessoas poderá permanecer na cidade

na expectativa de integrarem o quadro de funcioná-

rios da UTE Barra do Rocha I na fase de operação

do empreendimento, em outros empreendimentos

que possam vir a se instalar futuramente na região,

além da possibilidade de serem absorvidas pela

economia local.

Sua importância foi entendida como grande, devido às

consequências relacionadas à pressão sobre a infraes-

trutura urbana e à saúde pública.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS54 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 55

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Estabelecimento de faixas de servidão administrativa

e indenizações

Mitigadora Média

Programas Ambientais Associados

Programa de Estabelecimento da Faixa de Servidão Administrativa e Indenizações

Componente AmbientalUso e ocupação do solo

ImpactoInterferências e alteração no uso e ocupação do solo

Este impacto, de natureza negativa, foi considerado

direto, imediato, local, permanente e irreversível,

uma vez que, implantado o empreendimento em

parcela da Agropecuária Grande Vale, o solo será

alterado completamente, não voltando às condições

originais. Tendo em vista também que a área impac-

Componente ambientalInfraestrutura urbana

ImpactoPressão sobre a infraestrutura de serviços públicos essenciais

Diante das condições de infraestrutura de serviços

públicos essenciais na AII, que apresenta proble mas

até mesmo para a população que vive nesses muni-

cípios, entende-se este impacto como negativo, de

grande importância e de abrangência regional, por

ocorrer apenas nos municípios delimitados como

AII, porém extrapolando as imediações da área da

planta. É imediato, temporário e reversível, pois

uma vez terminadas as atividades de construção,

a possível concentração de população tende a

diminuir e, como consequência, a pressão sobre os

serviços essenciais.

Para a avaliação deste impacto, foi considerado o

número de trabalhadores necessário para a fase de

construção da UTE, e posterior operação, quando este

número será bem menor. Além dos 1.600 trabalhado-

res previstos para o período de pico das obras, e dos

78 para a operação da UTE, estima-se que se desloque

para a Área de Infl uência uma proporção de 3 pessoas

para cada um desses trabalhadores, se for conside-

rado, por exemplo, que eles podem levar consigo suas

famílias, ou aqueles motivados pela possibilidade de

conseguir algum emprego.

Também foi levada em conta toda a infraestrutura

de serviços públicos essenciais existente atualmente

nos municípios da Área de Infl uência Indireta, como

serviços de saúde, transporte, saneamento, educação,

lazer e turismo.

Programas Ambientais Associados

Programa de Educação Ambiental

Programa Ambiental de Construção

Programa de Comunicação Social

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Desenvolvimento de Ações de Educação Não Formal Compensatória —

Ações de desenvolvimento dos fornecedores da

Área de Infl uência

Potencializadora

Mitigadora

Média

Média

Programas Ambientais Associados

Programa de Comunicação Social

Programa de Controle da Poluição

Programa de Controle e Monitoramento da Qualidade do Ar

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

tada é de aproximadamente 2% da propriedade, que

as atividades realizadas na Agropecuária Grande Vale

não serão paralisadas e que o empreendimento será

implantado em uma pequena parcela da proprie-

dade, este impacto foi considerado de pequena

importância.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS56 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 57

Programas Ambientais Associados

Programa de Educação Ambiental

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa de Controle da Poluição

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Esclarecimento da população e autoridades da área de

infl uência a respeito do empreendimento

Mitigadora Média

Planejamento da Implantação das Vias de Acesso Mitigadora Média

Implantação de sinalização e redutores de velocidade Mitigadora Média

Programas Ambientais Associados

Programa de Comunicação Social

Plano Ambiental da Construção

Componente AmbientalNível de Tráfego Rodoviário

ImpactoAumento do tráfego rodoviário

Considerando a fase de implantação da UTE,

entende-se este impacto como sendo negativo,

direto e regional, por abranger uma área que vai

além das imediações onde será desenvolvida a

atividade. Foi avaliado, ainda, como temporário,

reversível e imediato, por cessar tão logo sejam

concluídas as atividades e ocorrer desde o início

da construção da UTE.

Considerando a concentração da demanda e frequên-

cia de viagens de automóveis em um espaço de

tempo limitado — entre os Anos 2 e 3 de construção —

e das condições razoáveis de conservação da principal

rodovia de acesso ao empreendimento, pavimentada

e sinalizada, este impacto deve causar intensifi cação

signifi cativa do tráfego e, por isso, foi considerado com

de média importância.

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Desenvolvimento de ações de educação não-formal Compensatória —

Planejamento das atividades de obra Mitigadora Alta

Gerenciamento e controle dos resíduos sólidos e

produtos químicos

Controle —

Capacitação Ambiental dos Trabalhadores Mitigadora Média

Componente AmbientalInfraestrutura de Disposição de Resíduos

ImpactoPressão sobre a infraestrutura de disposição fi nal de

resíduos sólidos

Este impacto caracteriza-se como negativo, direto e

imediato. Devido à localização das áreas de disposi-

ção fi nal dos diferentes tipos de resíduos gerados, é

classifi cado como regional, visto a possibilidade de

destinar os resíduos gerados em locais fora da área de

infl uência do empreendimento, sendo ainda irrever-

sível e permanente, tendo em vista principalmente a

redução da vida útil dos aterros que receberão parte

dos resíduos gerados.

Adicionalmente, foi classifi cado como de média

importância, diante da reduzida oferta de alternativas

adequadas para a disposição fi nal dos resíduos na

região.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS58 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 59

Programas Ambientais Associados

Programa de Comunicação Social

Programa Ambiental de Construção

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Ações de desenvolvimento dos fornecedores da

Área de Infl uência

Potencializadora

Mitigadora

Média

Média

Prioridade à contratação de serviços na Área de Infl uência Potencializadora Média

Componente ambientalNível de emprego e renda

ImpactoGeração de emprego e renda

Um empreendimento como a UTE Barra do Rocha I

terá a capacidade de gerar, durante o pico da cons-

trução, até 1.600 empregos diretos, e em sua ope-

ração, cerca de 78. Além disso, devem ser contabili-

zados os empregos indiretos criados em função de

uma maior dinamização no setor econômico regional.

Assim, este impacto foi avaliado como positivo, direto

em relação à geração de empregos diretos e indireto,

quanto à geração de empregos indiretos, sobretudo se

for considerada a grande demanda por empregos nas

localidades do entorno onde será instalada a UTE.

Classifi ca-se também como regional e temporário,

por levar à geração de empregos nos municípios

da AII e em demais localidades próximas, e em

um determinado intervalo de tempo, pois uma vez

concluídas as obras, os postos de trabalho tendem

a diminuir.

É, ainda, imediato e parcialmente reversível, pois

a capacitação profi ssional adquirida nas atividades

de implantação deverá contribuir para o possí-

vel reaproveitamento desta mão de obra pelo

mercado de trabalho brasileiro. Já sua impor-

tância foi conside rada grande, ao se analisar as

características deste impacto e sua infl uência

na economia local e regional com os empregos

diretos e indiretos gerados nos municípios da

Área de Infl uência.

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Planejamento das atividades de obra Mitigadora Alta

Diagnóstico, prospecção e resgate arqueológico Mitigadora Alta

Programas Ambientais Associados

Programa Ambiental da Construção

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa de Prospecção e Resgate do Patrimônio Arqueológico e de Proteção do Patrimônio Histórico-Cultural

Componente AmbientalPatrimônio histórico e arqueológico

ImpactoInterferências sobre o patrimônio histórico e

arqueológico

Em caso da eventual descoberta de sítios arqueo-

lógicos na Área de Infl uência deste empreendi-

mento, o impacto causado por sua implantação

deverá ser considerado negativo, de incidência

direta, permanente e com desencadeamento

imediato, uma vez que os efeitos se manifestam a

partir do momento da implantação do canteiro de

obras e das demais estruturas do empreendimento.

Este impacto pode ser considerado irreversível e de

abrangência local, pois é restrito à área onde será

implantando o empreendimento. Levando em con-

sideração a necessidade de preservação de possíveis

sítios em uma área de grande interesse para a Arque-

ologia, tendo em vista a antiguidade e continuidade

da ocupação da região, este impacto é classifi cado

como de grande importância, visto que, caso seja

descoberto algum vestígio arqueológico na área, este

patrimônio será considerado um bem público e sua

destruição é considerada crime contra o Patrimônio

Nacional.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS60 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 61

Programas Ambientais Associados

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

Programas Ambientais Associados

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Monitoramento da Qualidade da Água Controle —

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Monitoramento da Qualidade da Água Controle —

Fase de Operação

Componente ambientalCalha e regime hídrico do Rio de Contas

ImpactoAlteração nas descargas hídricas na calha e no regime

hídrico do Rio de Contas

Durante toda a fase de construção e operação da usina,

será realizada captação de água para abasteci mento e

descarte de efl uentes no Rio de Contas e serão lançados

efl uentes dos sistemas de tratamento esgotos domésti-

cos e de águas limpas. E, na fase de operação da usina,

deverão ser gerados também efl uentes contaminados,

oleosos e químicos. Destaca-se que esses lançamentos

só serão feitos após o devido tratamento e de acordo

com os padrões estabelecidos em legislação específi ca,

de modo a causar o mínimo impacto no ambiente.

Ainda assim, este impacto pode ser classifi -

cado como negativo, de abrangência regional,

imediato, tempo rário e reversível, uma vez que

ocorrerá apenas enquanto houver lançamento

de efl uentes e captação de água. Sua impor-

tância é entendida como grande, pois o lança-

mento de efl uentes poderá alterar ainda mais

a qualidade do Rio de Contas nas épocas de

estiagem, além da possibilidade de impactar os

demais usuários do rio.

Componente ambientalCalha e regime hídrico do Rio de Contas

ImpactoInterferências sobre o uso da água no Rio de Contas

Durante as fases de implantação e de operação da

Usina Termelétrica Barra do Rocha I, o abastecimento

de água será realizado através de captação de água do

Rio de Contas, que passará por uma estação de trata-

mento interna ao empreendimento.

É importante considerar que o uso da água neces-

sário para a operação da UTE Barra do Rocha I irá

se somar aos demais já existentes, como irrigação,

geração de energia, mineração e abaste cimento

público.

Desse modo, esse impacto foi considerado negativo

e imediato. É também reversível, pois com o fi m da

captação de água não haverá mais o impacto. Devido

à importância do Rio de Contas para o abastecimento

da população e indústrias locais, é um impacto regio-

nal e de média importância

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS62 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 63

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Ações de desenvolvimento dos fornecedores

da Área de Infl uência

Potencializadora

Mitigadora

Média

Média

Prioridade à contratação de serviços na Área de Infl uência Potencializadora Média

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Identifi cação e controle de processos erosivos Controle —

Recuperação de áreas degradadas Mitigadora Alta

Recomposição da paisagem Compensatória —

Programas Ambientais Associados

Programa de Controle dos Processos Erosivos e Assoreamento

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programa Ambiental de Construção

Programa de Reposição Florestal

Componente AmbientalPaisagem

ImpactoAlteração na paisagem

A alteração na paisagem foi considerada um impacto

negativo, de incidência direta, com duração perma-

nente e cujo desencadeamento é imediato, visto que

os efeitos se manifestam a partir da implantação do

canteiro de obras e das demais estruturas do empreen-

dimento, e perdurará com a UTE já construída e em

fase de operação. Este impacto pode ser considerado

irreversível e de abrangência local, uma vez que é res-

trito à área onde será implantando o empreendimento.

Embora as condições ambientais anteriores não se

restabeleçam, o empreendimento irá interferir em

uma área com baixa ocupação antrópica, onde não

foi constatada a utilização para o desenvolvimento

de atividades de turismo ou lazer. Trata-se, ainda,

de um impacto considerado de simples resolução.

De forma geral, este impacto foi avaliado como

sendo de pequena importância.

Programas Ambientais Associados

Programa de Comunicação Social

Programa Ambiental de Construção

Componente AmbientalArrecadação tributária

ImpactoAumento da arrecadação tributária

Com o início das atividades de implantação da UTE

Barra do Rocha I, será necessária a aquisição de diver-

sos materiais, insumos e equipamentos, o que poderá

aumentar a arrecadação tributária, tanto local, como

regional, e também o número de trabalhadores assala-

riados no município onde será instalada a UTE Barra

do Rocha I e nos demais municípios em seu entorno.

Está previsto, principalmente, o aumento da arreca-

dação de impostos durante a construção vinculados

à circulação de mercadorias e serviços (ICMS), à

aquisição de produtos industrializados (IPI) e à pres-

tação de serviços (ISS), resultando, assim, no aumento

de receitas municipais, estaduais e federais.

E na fase de operação da UTE, o município de Barra

do Rocha, receberá os impostos correspondentes

aos percentuais estabelecidos pela legislação para

a classe de atividade desenvolvida pelo empreendi-

mento e conforme o volume da produção. Tendo

em vista o baixo dinamismo econômico observado

neste município, entende-se que um empreendi-

mento como a UTE Barra do Rocha I terá signifi cativo

impacto no orçamento local, o que poderá levar

à melhoria dos serviços públicos e da qualidade

ambiental do município.

Este impacto foi considerado de natureza positiva,

de abrangência extrarregional, pois o aumento da

arreca dação de impostos terá refl exos também na

arrecadação do Estado da Bahia, temporário, imediato

e parcialmente reversível, pois a dinamização da eco-

nomia e os tributos arrecadados asseguram que parte

do montante dos investimentos permanecerá como

retorno de receitas revertidas para a sociedade, e de

grande importância.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS64 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 65

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Componente ambientalOferta de energia elétrica

ImpactoIncremento na disponibilidade de energia elétrica

A avaliação deste impacto demonstrou a sua natureza

positiva e abrangência extrarregional, por contribuir

para o Sistema Integrado Nacional, ainda que para o

atendimento da demanda regional. É, ainda, temporá-

rio, reversível e imediato, ocorrendo tão logo sejam

iniciadas as operações da UTE Barra do Rocha I, e de

grande importância.

Isso porque, durante a operação da UTE, a produção

de energia como atividade fi m do empreendimento

disponi bilizará maior oferta de energia no Sistema

Interligado Nacional (SIN), diante da capacidade insta-

lada de 600 MW, contribuindo, ainda que localmente,

para o desenvolvimento nacional, principalmente

em um momento em que o Governo Federal busca

a diversifi cação da matriz energética nacional, para

além das hidrelétricas.

Programas Ambientais Associados

Programas Ambientais Associados

Programa de Comunicação Social

Programa Ambiental de Construção

Medidas Ambientais Associadas Classifi cação Efi cácia

Ações de desenvolvimento dos fornecedores da

Área de Infl uência

Potencializadora

Mitigadora

Média

Média

Prioridade à contratação de serviços na Área de Infl uência Potencializadora Média

Componente AmbientalEconomia regional

ImpactoDinamização da economia regional

Durante a fase de construção da UTE Barra do Rocha I,

espera-se o aumento da circulação monetária nos

municípios próximos à UTE, em consequência do

aumento do consumo e estímulo ao comércio, gera-

ção de impostos, necessidade de aluguel de imóveis,

entre outros.

Devem ser levados em conta também os trabalhado-

res contratados localmente que passarão a receber

salários fi xos e, portanto, estimularão o consumo local,

proporcionando maior movimentação no comércio,

nos impostos e nos serviços.

Já na fase de operação, embora a geração de empre-

gos seja menor do que a observada ao longo da

etapa de construção, o município de Barra do Rocha

passará a contar com o percentual de impostos defi -

nido em legislação para atividades deste tipo. Esse

aumento na arrecadação também poderá levar à

dinamização da economia do município, caso estes

impostos sejam investidos em melhorias para Barra

do Rocha.

Trata-se, portanto, de um impacto positivo, de abran-

gência regional, por benefi ciar os municípios próxi-

mos à AII, de médio prazo, tendo em vista que seus

efeitos demoram certo tempo para se refl etir na eco-

nomia regional como um todo, e temporário, pois,

concluídas as atividades de construção e operação da

UTE, a circulação monetária diminuirá.

Quanto ao grau de reversibilidade, este é um impacto

parcialmente reversível, pois a dinamização do setor

econômico iniciada na construção e operação da

UTE poderá acarretar em outros avanços em termos

econômicos para o município de Barra do Rocha e

nos demais no entorno da UTE. Sua importância é

entendida como média.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS66 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 67

OS PROGRAMAS AMBIENTAIS9P

ara mitigar os impactos avaliados como negativos e aumentar

a efi cácia daqueles considerados positivos, foram propostas

27 medidas ambientais já apresentadas no capítulo anterior,

relacionadas aos seus respectivos impactos.

Por sua vez, estas medidas estão reunidas em Programas Ambientais,

como forma de garantir sua implementação e apresentação de forma

sistemática e periódica ao órgão ambiental estadual.

Tais programas deverão ter a participação direta ou indireta do empreen-

dedor como responsável pelas ações de execução, fi scalização e controle.

Para a implantação dos Programas Ambientais o empreendedor deverá

contar com um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)¹, que consiste em

um conjunto de atividades e ações planejadas para gerir e administrar a

relação do empreendimento com o meio ambiente.

Para este acompanhamento, foi defi nida uma estrutura que deverá ser

implementada com o apoio do Programa de Comunicação Social (PCS).

Após a obtenção da Licença de Localização (LL), os planos e programas

ambientais serão detalhados no Plano Básico Ambiental (PBA) a ser elabo-

rado pela PETROBRAS e anexado ao processo de solicitação da Licença

de Instalação (LI).

Os Programas de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos

Ambientais para a gestão ambiental são apresentados a seguir.

1 A UTE Barra do Rocha I é um empreendimento de grande porte e de alta complexidade. Diante deste quadro, foram identifi cados 24 impactos ambientais associados a 27 medidas classifi cadas como: mitiga-doras, potencializadoras, de controle e compensatórias, relacionadas em 15 progra-mas ambientais.

A implementação des-ses planos e programas ambientais será feita de forma planejada, utilizando a metodologia do sistema de gestão integrada. O SGA também possibilita o acompa nhamento e controle de todas as ações neces sárias à sua execução com qualidade, prazo e custo adequado.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS68 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 69

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

Foto: Acervo Habtec

Programa de

Comunicação Social (PCS)

Foto: Acervo Habtec

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

Foto: Acervo Habtec

Programa de Educação Ambiental (PEA)

Foto: Acervo Habtec

Sistema de Gestão Ambiental

Programa de Comunicação Social (PCS)

O Programa de Comunicação Social (PCS) tem

como objetivo criar e manter os canais de comuni-

cação necessários para o bom relacionamento da

PETROBRAS e das empresas contratadas com popu-

lação afetada direta ou indiretamente pelo empreen-

dimento, de maneira que as informações circulem

adequadamente, evitando interferências e garantindo

a qualidade das ações.

Programa de Educação Ambiental (PEA)

O Programa de Educação Ambiental (PEA) busca pro-

porcionar aos trabalhadores da obra e à população da

Área de Infl uência do empreendimento um conheci-

mento maior das questões ambientais específi cas da

região, evitando práticas nocivas ao meio ambiente,

como desmatamento, caça, poluição das águas, desti-

nação inadequada dos resíduos etc.

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

Diante da alternativa de lançamentos de efl uentes nas

águas do Rio de Contas, torna-se necessário monitorar os

parâmetros de qualidade da água para avaliar as possíveis

alterações que possam ocorrer durante a operação da UTE.

Programa de Controle e Monitoramento da Qualidade do Ar

Este Programa tem como objetivo monitorar a

qualidade do ar após as emissões atmosféricas que

passarão a acontecer com o início da operação da

UTE Barra do Rocha I.

Programa de Controle da Poluição (PCP)

O Programa de Controle da Poluição tem como obje-

tivo implantar todas as ações para controle dos possí-

veis pontos geradores de poluição, tanto na fase de

construção como na operação do empreendimento.

Programa Ambiental de Construção (PAC)

O Programa Ambiental da Construção (PAC) integra as

ações e medidas que deverão ser executadas durante

a implantação do empreendimento, minimizando os

impactos ao meio ambiente. Este Programa também

contempla o treinamento e a capacitação de mã0 de

obra a ser implantados pelas empresas contratadas

pela PETROBRAS para execução das obras.

Programa de Controle dos Processos Erosivos e Assoreamento

Durante a construção das unidades da UTE Barra

do Rocha I, como: a planta industrial, o duto para

captação de água, o duto de descarte de efl uentes e

as linhas de transmissão poderão ocorrer impactos

no solo diretamente afetado por incidência de chuvas

na região. Para monitorar essas mudanças e minimi-

zar os impactos ao meio ambiente, será implantado

o Programa de Controle dos Processos Erosivos

e Assoreamento.

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

Este Programa tem como objetivo recuperar ou recom-

por as áreas degradadas provenientes da implantação

do empreendimento, como: construção de acessos,

áreas de canteiros de obras, parque de armazenamento

de equipamentos e tubulação, de forma a mantê-las

nas mesmas condições, ou em condições melhores de

quando foram recebidas.

Programa de Apoio à Criação e Consolidação de Unidades de Conservação

Este Programa visa atender o Decreto Estadual

nº 11.235/2008, fi xado pelo Estado da Bahia, estabele-

cendo a obrigato riedade de compensação ambiental

para empreendimentos e atividades com potencial

de geração de impacto ambiental negativo. Ainda,

segundo a Lei nº 9985/2000 (Art. 36), que defi ne

o Sistema Nacional de Unidades de Conservação

(SNUC), a implantação de um empreendimento de

signifi cativo impacto ambiental deve ser acompa-

nhada do apoio à implantação e manutenção de

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS70 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 71

dos procedi mentos necessários às indenizações aos

proprietários com terras afetadas.

Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna Silvestre

Este Programa está associado ao impacto de Inter-

ferência sobre a Fauna Silvestre. De acordo com a

legislação de proteção da fauna nativa, os impactos

identifi cados precisam ser mitigados ou compensados,

através da execução de ações voltadas para a conser-

vação da fauna local.

Programa de Reposição Florestal

O Programa de Reposição Florestal tem como obje-

tivo adequar o empreendimento às exigências legais

decorrentes da supressão de vegetação e intervenção

em Áreas de Preservação Permanente (APP) descritas

na Resolução CONAMA Nº 369/06. De acordo com

o Art. 5º, § 2º desta resolução, a reposição fl orestal

1 Os plânctons são orga-nismos microscópicos que vivem nos sistemas aquáticos, como rios, lagos e mares e servem de alimento para vários outros seres vivos. Já os bentos são seres que vivem em algum subs trato, como rochas e areia. Os insetos e o esquis tossoma (causa-dor da esquistossomose ou barriga d’água) são exemplos de bentos. E a ictiofauna é o conjunto de peixes que vivem em determina do local.

Unidade de Conser vação (UC) do Grupo de Proteção

Integral ou do apoio fi nanceiro à(s) Unidade(s) de

Conservação já regularmente constituída(s). Segundo

a legislação devem ser priorizadas Unidades de Con-

servação (UCs) locali zadas na região a ser afetada

pelo empreendimento.

Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos

Por conta das alterações que podem ocorrer no Rio

de Contas devido ao descarte de efl uentes, foi desenvol-

vido o Programa de Monitoramento dos Ecossistemas

Aquáticos para acompanhar qualquer tipo de mudança

na biota aquática (plâncton, bentos e ictiofauna)¹ do rio.

Programa de Estabelecimento da Faixa de Servidão Administrativa e Indenizações

Este Programa deverá assegurar a correta implantação

das faixas de servidão, assim como o cumprimento

Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna Silvestre

Foto: Acervo Habtec

Programa de Reposição Florestal

Foto: Acervo Habtec

referente à supressão de vegetação em APP, deverá

ocorrer na sub-bacia da área que sofreu intervenção.

Programa de Controle de Supressão de Vegetação

A supressão de vegetação é uma atividade necessá-

ria para a implantação da UTE Barra do Rocha I, pela

necessidade de corte de árvores e arbustos para o

preparo do terreno para a instalação da planta indus-

trial, do canteiro de obras, das áreas de empréstimo,

áreas de bota-fora, da faixa do duto de captação de

água, da faixa do duto de descarte de efl uentes e da

faixa das linhas de transmissão. Este Programa busca

garantir que a supressão cause o mínimo de impacto

Programa de Prospecção e

Resgate do Patrimônio Arqueológico

Foto: Acervo Habtec

ambiental e seja feita em atendimento à legislação

ambiental, com solicitação de licença específi ca para

a atividade.

Programa de Prospecção e Resgate do Patrimônio Arqueológico

Este Programa pretende preservar o patrimônio

arqueo lógico que pode vir a ser encontrado na área de

implantação do empreendimento durante a sua cons-

trução. O Programa está alinhado com a legislação

ambiental vigente e pretende assegurar que não sejam

descaracterizados sítios pré-históricos, históricos e os

bens tombados pelo Patrimônio que possivelmente se

encontrem na área da UTE Barra do Rocha I.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS72 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 73

CONSIDERAÇÕES FINAIS10

A Usina Termelétrica (UTE) Barra do Rocha I, a

ser instalada no município de Barra do Rocha,

na região sul do Estado da Bahia (Região

Nordeste), quando estiver em operação, terá a capa-

cidade de gerar 600 MW de energia, o sufi ciente para

abastecer mais de 400 mil residências.

A construção da UTE acontecerá em um momento

em que o Brasil necessita de energia para continuar o

seu crescimento industrial e garantir que sua popu-

lação tenha acesso à energia elétrica. E a Região

Nordeste é, atualmente, uma das que apresenta maior

demanda por energia.

Em paralelo, o Governo Federal tem estudado alter-

nativas mais confi áveis de complementação da matriz

energética brasileira, predominantemente hidrelétrica.

Isto porque tal matriz é sujeita ao regime de chuvas, o

que a torna bastante vulnerável.

Nesse sentido, as termelétricas a gás natural têm se mos-

trado mais atrativas, tanto do ponto de vista comercial,

como ambiental. Em termos comerciais, trata-se de um

tipo de planta industrial que leva, em média, até 3 anos

para começar a operar, uma vez iniciadas as suas obras,

tempo considerado curto. Em termos ambientais, as

novas tecnologias disponíveis permitem um aproveita-

mento máximo do combustível utilizado e uma redução

signifi cativa do material a ser emitido para a atmosfera.

É importante também considerar o aumento da parti-

cipação do gás natural na matriz energética brasileira,

consequência da sua disponibilidade crescente.

Embora sejam gerados alguns impactos ambientais

sobre o município de Barra do Rocha e aos municípios

vizinhos, serão adotadas medidas para minimizar os

impactos negativos e potencializar os impactos posi-

tivos, a exemplo da dinamização da economia local.

É importante destacar, ainda, que a energia produzida

pela UTE Barra da Rocha I irá se somar ao Sistema

Integrado Nacional (SIN), benefi ciando todos os esta-

dos e municípios do Brasil.

A Usina Termelétrica Barra do Rocha I foi considerada

técnica e ambientalmente viável, por produzir energia

elétrica através de um combustível de baixo poder

de poluição (gás natural) que aliado a tecnologias

adequadas e aos Programas e Medidas de controle e

proteção ambiental, terá os impactos ambientais nega-

tivos signifi cativamente reduzidos.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS74 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 75

GLOSSÁRIO11

Afl uxo

Chegada de pessoas, por exemplo, no caso do afl uxo

de população.

Agrossilvicultura

É o cultivo de produtos agrícolas em conjunto com a

formação vegetal típica de fl oresta.

Águas superfi ciais

São as águas que podem ser vistas na paisagem, inde-

pendente de sua profundidade, como por exemplo, os

rios, lagos e mares.

Aspectos

Conjunto de ações específi cas do empreendi-

mento em cada etapa (planejamento, construção

e operação).

Atmosfera

É camada de gases que envolvem o planeta.

Bacia Hidrográfi ca

É uma área banhada por um rio principal e pelos rios

afl uentes e subafl uentes (rios que banham os afl uentes

do rio principal).

Biota

Todas as espécies de plantas e animais, ou seja, seres

vivos, que existem em uma área.

Calha

É a largura ocupada por um rio.

Comunidades Quilombolas

São grupos étnicos, predominantemente constitu-

ídos por população negra rural ou urbana, que se

auto defi nem a partir das relações com a terra, o

parentesco, o território, a ancestralidade africana, as

tradições e práticas culturais próprias.

Comunidades Tradicionais

Exercem suas práticas com um cuidado em relação

ao ambiente natural, com o objetivo de manter e

preservar os recursos explorados. Para estas popu-

lações, o extrativismo deve ser sinônimo de sustenta-

bilidade, de um modelo de desenvolvimento que

considera os aspectos sociais, ambientais, econômi-

cos e culturais de seu grupo. Entre essas populações,

podem ser incluídas as comunidades indígenas e de

pesca artesanal.

Condicionante

Uma condicionante ambiental é uma exigência do

órgão ambiental à empresa interessada por conta de

algum processo de licenciamento.

Corredor Central da Mata Atlântica

É uma área equivalente a 12 milhões de hectares que

cobre parte dos estados da Bahia, Espírito Santo e

Minas Gerais. Pode ser comparado a um mosaico de

diferentes usos e ocupação da terra, que integra par-

ques e reservas naturais, áreas de cultivo e pastagem,

centros urbanos e atividades industriais e abriga uma

grande diversidade biológica.

Efl uentes

São os líquidos e gases gerados por atividades

humanas, como a indústria, e liberados para

o ambiente.

Endêmica

É uma espécie de animal ou de planta que vive apenas

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS76 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 77

em um lugar específi co, ou seja, sua área de abran-

gência é bastante limitada.

Erosão

É a destruição ou desgaste do solo e das rochas que o

formam, pela ação da água (chuvas, por exemplo), do

vento, entre outras.

Espécies invasoras

Também chamadas de espécies exóticas, são encon-

tradas em locais que não são os seus de origem.

Fator Ambiental

Característica do ambiente que sofreu impacto pelas

atividades em cada etapa do empreendimento.

Floresta Ombrófi la Densa

É uma mata perene, ou seja, está sempre verde, e é bas-

tante densa. Apresenta árvores de até 40 metros de altura.

Gasoduto

Tubulação utilizada para transportar o gás natural do

local de produção ao local onde será consumido.

Habitat

É o local habitado por um ser vivo ou um grupo de

seres de uma mesma espécie.

Impacto Ambiental

Efeito causado no meio ambiente pelas alterações

provocadas por atividades modifi cadoras realizadas

pelo ser humano ou em consequência dessas.

Impactos

Qualquer alteração que ocorre no ambiente, seja ela

positiva ou negativa.

Jusante

É o lado da corrente do rio contrário ao da nascente e

para onde correm as águas.

Matriz energética

É toda a oferta de energia que existe no país, para ser

transformada, distribuída e consumida.

Medidas

Ações necessárias à manutenção da qualidade

ambiental e social da área.

Meios

Características físicas, biológicas e socioeconômicas

do ambiente.

Mitigadoras

Previne ou reduz determinado impacto.

Modelagens

São modelos elaborados para prever as alterações que

possam acontecer no ambiente.

Movimentos de massa

Ocorrem quando há algum tipo de deslizamento de

terra ou de rochas, por exemplo.

Pequenas Centrais Hidrelétricas

Conhecidas como PCHs , são usinas hidrelétricas de

pequeno porte, de capacidade instalada superior a

1 MW e inferior a 30 MW, e com área do reservatório

menor do que 3 km².

Pluma

É a área abrangida por efl uentes despejados em um

determinado local.

Programas

Transformação de medidas mais complexas em pro-

jetos para execução, acompanhamento e avaliação

constante.

Regime hídrico

É a disponibilidade de água do solo.

Resíduos sólidos

Conhecidos popularmente como “lixo”, podem ser de

vários tipos, como vidros, plástico, metais, papéis etc.

Sazonalidade

É a característica de eventos que acontecem sempre

na mesma época do ano.

Subestação

Instalação elétrica de alta potência, que contém

equipamentos para transmissão, distribuição, prote-

ção e controle de energia elétrica. Funciona como

ponto de controle e transferência em um sistema de

transmissão elétrica, direcionando e controlando o

fl uxo energético, transformando os níveis de tensão e

funcionando como pontos de entrega para consumi-

dores industriais.

Termelétricas

É uma instalação industrial usada para geração

de energia elétrica/eletricidade a partir da ener-

gia liberada em forma de calor, normalmente por

meio da combustão (queima) de algum tipo de

combustível renovável ou não renovável, como o

gás natural.

Topográfi ca

Relaciona-se à superfície da terra.

Unidades de Conservação

São partes do território nacional sob regime espe-

cial de administração, ao qual se aplicam garantias

adequadas de proteção de seus recursos ambientais.

A unidade de conservação é gerida pelo Sistema

Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

(Snuc), constituído pelo conjunto das unidades de

conservação federais, estaduais e municipais. O Snuc

é vinculado ao Conselho Nacional do Meio Ambiente

(Conama).

Usinas Hidrelétricas

São usinas que geram energia elétrica a partir da

força da água que provoca a movimentação de suas

turbinas. Sua capacidade instalada é maior do que a

das PCHs, acima de 30 MW.

Vazão

É o volume de água de um rio.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS78 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 79

Nome Classifi cação Registro Profi ssional Cadastro Ibama

Alex Silva de Carvalho Biologia CRBio 78.167 3030970

Aline Barros Martins Geografi a CREA/RJ 2006127524 900531

Ana Luiza Machado Moreira Biologia CRBio 42 995/02 2527811

Anderson Eduardo Silva de Oliveira Biologia CRBio 02 38.505/02 339543

Andressa de Oliveira Spata Comunicação

Social

* 4897378

Bruno Mattiello Engenharia

Florestal

CREA/SC 084405-7 37782060

Bruno Rafael de Oliveira Cunha Engenharia Civil CREA/RJ 2009122520 635935

Claudia Ribeiro Barbosa Biologia CRBio-02 7329 1683150

Fábio Augusto Gomes Vieira Reis, DCs

Geologia CREA 5.061.028.240 438897

Felipe Bottona Biologia CRBio 78.818/02 3536609

Flávia Teixeira Amancio da Silva, MSc.

Biologia CRBio-02 32.792/02 888880

Giselle da Silveira Abilio Oceanografi a * 521176

Gustavo de la Reza, MSc. Biologia /

Super visão Geral

CRBio-02 15.29/02 206009

Lucilia do Carmo Giordano, DCs. Ecologia * 2725536

Mônica Gripp Tavares Direito OAB/RJ 144202 1911317

Patrícia Marques Golodne Biologia CRBio-02 71736 4934011

Paulo Leal, DSc. Geografi a CREA/RJ 82.1.01681.5-D 199693

EQUIPE TÉCNICA 12A seguir, estão relacionados os profissionais da Habtec Engenharia Ambiental

que participaram da elaboração deste RIMA.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS80 USINA TERMELÉTRICA BARRA DO ROCHA I 81

Nome Classifi cação Registro Profi ssional Cadastro Ibama

Rafaela Dias Antonini, MSc. Biologia CRBio 32.785/02 251189

Tatiana dos Santos Rocha Geografi a CREA/RJ – 2.008.136.201 3111630

Tatiane Moraes Ecologia * 1583356

Thaís Minatel Tinós Geografi a CREA/SP 5147533 5147533

Thiago Laurindo Biologia CRBio 65.003/02 614393

Viviane Severiano dos Santos Biologia CRBio 02 32365/02 210150

Equipe de Apoio

Adeilson Barboza Nascimento

Beatriz Oliveira Pereira (estagiária)

Celso Tadeu Santiago Dias

Dalvaro Alves de Oliveira

Flávia Santana (estagiária)

Juliana Mendes Monteiro (estagiária)

Leonardo de Souza Dias

Luciana Flaeschen

Otávio Samôr, MSc.

Rodrigo Felipe Junior

Silvia Barbosa da Silva Pires

Pictorama Design (projeto gráfi co, infográfi cos e diagramação)

* Profi ssionais sem registro de classe.

Esta equipe responsável contou com uma equipe de apoio, relacionada a seguir:

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS82