Órgão de divulgação do senado federal lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, luiz...

12
Ano XIII — Nº 2.524/113 — Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007 EDIÇÃO SEMANAL Órgão de divulgação do Senado Federal e mais... PERGUNTE AO SENADOR FRASES VOZ DO LEITOR AGORA É LEI FOTO DA SEMANA Página 9 cidadania Conheça melhor a estrutura que cerca o chefe do Executivo, sua organização e competências. Além dos ministérios, a Presidência da República contará em 2007 com cerca de R$ 1,2 bilhão em recursos para investimento e aproximadamente 4.850 funcionários requisitados. A instituição chamada Presidência da República PÁGINA 12 Lula toma posse e promete reformas política e tributária O presidente reeleito Lula chega ao Congresso com o vice José Alencar para a sessão solene de posse, presidida por Renan Calheiros. Apesar da chuva em Brasília, cerca de 10 mil pessoas assistem à solenidade. O número de populares é muito inferior aos pelo menos 150 mil da posse para o primeiro mandato, em 2003 PÁGINAS 2 A 8 Como foi a nova posse de Lula, presidente reeleito com mais de 58 milhões de votos O discurso do presidente: o que promete Lula para os próximos quatro anos de governo Confira a galeria com as imagens que marcaram a cerimônia de posse Depois de décadas de instabilidade política, o Brasil se firma como a quarta maior democracia do mundo A trajetória de Lula, o homem que disputou cinco eleições para a Presidência da República ROOSEWELT PINHEIRO CÉLIO AZEVEDO JANE ARAÚJO

Upload: others

Post on 20-Mar-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

Ano XIII — Nº 2.524/113 — Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007 EDIÇÃO SEMANALÓrgão de divulgação do Senado Federal

e mais...PERGUNTE AO SENADOR

FRASES

VOZ DO LEITOR

AGORA É LEI

FOTO DA SEMANA

Página 9

cidadania

Conheça melhor a estrutura que cerca o chefe do Executivo, sua organização e competências. Além dos ministérios, a Presidência da República contará em 2007 com cerca de R$ 1,2 bilhão em recursos para investimento e aproximadamente 4.850 funcionários requisitados.

A instituição chamada Presidência da República

PÁGINA 12

Lula toma posse e promete reformas política e tributária

O presidente reeleito Lula chega ao Congresso com o vice José Alencar para a sessão solene de posse, presidida por Renan Calheiros. Apesar da chuva em Brasília, cerca de 10 mil pessoas assistem à solenidade. O número de populares é muito inferior aos pelo menos 150 mil da posse para o primeiro mandato, em 2003

PÁGINAS 2 A 8

Como foi a nova posse de Lula, presidente reeleito com mais de 58 milhões de votos

O discurso do presidente: o que promete Lula para os próximos quatro anos de governo

Confira a galeria com as imagens que marcaram a cerimônia de posse

Depois de décadas de instabilidade política, o Brasil se firma como a quarta maior democracia do mundo

A trajetória de Lula, o homem que disputou cinco eleições para a Presidência da República

ROO

SEW

ELT

PIN

HEI

RO

CÉLI

O A

ZEVE

DO

JAN

E AR

AÚJO

Page 2: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

2Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007

Reeleito, presidente Lula toma posse no Congresso

especial

POSSE Cerca de 10 mil pessoas estiveram na Praça dos Três Poderes, contra pelo menos 150 mil em 2002

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse no car-go, para o qual foi reeleito, na segunda-feira, 1o de janeiro de 2007. Ele chegou ao Congresso Nacional em carro aberto, em momento de estiagem da forte chuva que caía sobre Brasília desde a madrugada. Lula foi empossado pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros, em sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados.

No discurso de posse, Lula reafirmou que sua prioridade é defender os interesses dos mais pobres e destacou entre seus principais feitos durante o primeiro mandato a defesa dos direitos humanos, do meio ambiente e das minorias. Renan Calheiros, em breve pronuncia-mento, afirmou que todo esforço será pouco para concretizar re-formas que permitam “reduzir impostos, gerar mais empregos e levar o país a crescer em bases

sustentáveis”.Na Mesa da sessão solene que

deu posse a Lula e ao vice-pre-sidente José Alencar, estavam, além de Renan Calheiros, o pre-sidente da Câmara, Aldo Rebelo, e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Ferreira Mendes. O novo mandato dos chefes do Executi-vo, reeleitos em 29 de outubro e diplomados em 14 de dezembro deste ano, vai de 1o de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2010.

A cerimônia da posse do pre-sidente reeleito teve poucos espectadores. Dos 1.250 convi-dados, compareceram cerca de 400. Entre os ex-presidentes da República, apenas o senador José Sarney (PMDB-AP) compareceu. Fernando Collor de Mello e Ita-mar Franco não vieram, apesar de convidados. O Plenário da Câmara não estava lotado e os parlamentares presentes eram na maioria deputados e senadores

da base de apoio ao governo. A população também compareceu em pequeno número. A primeira posse de Lula, em 2003, teve público estimado entre 150 mil e 200 mil pessoas. Desta vez, os organizadores não esperavam mais que 30 mil e a Polícia Militar calculou em 10 mil o número de populares presentes.

A sessão solene de posse es-tava prevista para começar às 16h e teve início com pequeno atraso, às 16h18. Lula chegou ao Congresso acompanhado da esposa, Marisa Letícia, do vice José Alencar, e da esposa dele, Mariza Gomes. Subiram a rampa juntamente com Renan e Aldo Rebelo. No Salão Negro do Congresso, foram recebidos por parlamentares, entre eles José Sarney, Romero Jucá (PMDB-RR) e Romeu Tuma (PFL-SP).

Durante a sessão, Lula e Alen-car fizeram o juramento de cum-prir a Constituição, observar as

leis e promover o bem geral do povo brasileiro. O termo de posse foi lido pelo 3o secretário do Con-gresso, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO). O presidente e o vice assinaram o termo, assumindo oficialmente os cargos. Após a execução do Hino Nacional pela Banda dos Fuzileiros Navais, o presidente da República iniciou seu discurso.

Encerrada a solenidade, Lula deixou o prédio do Congresso pela rampa, quando ouviu nova-mente a execução do Hino Nacio-nal, desta vez a cargo da Banda do Batalhão da Guarda Presidencial, passou em revista as tropas e foi saudado com uma salva de 21 tiros de canhão. Em seguida, dirigiu-se ao Palácio do Planalto, para participar de cerimônia e proferir um discurso ao público presente na Praça dos Três Pode-res. Shows de música na praça, a partir das 18h30, encerraram as comemorações da posse.

Renan Calheiros (D), presidente do Senado, e Aldo Rebelo (E), presidente da Câmara, recebem o presidente Lula e o vice José Alencar para a posse no Congresso

A cerimônia de posse do presidente Lula para o segun-do mandato contou com a presença de aproximadamen-te 90 representantes da comu-nidade diplomática sediada em Brasília como convidados. Entre eles, embaixadores, encarregados de negócios e representantes de organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

Ao contrário do que ocorreu quatro anos atrás, na posse para o primeiro mandato, não estiveram presentes chefes de Estado estrangeiros. Eles não foram convidados pelo governo brasileiro, em virtu-de das previstas dificuldades de agenda. A realização da cerimônia no primeiro dia do ano, na avaliação do Palácio do Planalto, poderia dificultar a viagem a Brasília por parte de líderes de outros países.

Cerimônia não inclui chefes de Estado

Após ser empossado pelo Congresso e já portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia, e do vice-presidente, José Alencar, que também trazia sua esposa, Mariza Gomes. De lá, ovacionado por cerca de 10 mil pessoas que compare-ceram à Praça dos Três Poderes, Lula atribuiu os recentes ataques criminosos no Rio de Janeiro, que ele classificou de “terrorismo”, à “degradação da estrutura da sociedade brasileira”.

– Isso tudo é resultado da perda dos valores e precisa ser resolvido dentro de casa. A família precisa ser a base. Não adianta culpar as autoridades, pois a crise

é resultado de erros históricos de toda a sociedade. Por isso, todos precisam assu-mir sua responsabilidade – disse.

Em 20 minutos de discurso de impro-viso, Lula agradeceu especialmente à população que o elegeu. Compareceram à cerimônia no Palácio do Planalto, que contou com a participação dos Dragões da Independência e da Banda Marcial dos Fuzileiros Navais, cerca de mil convidados, entre ministros de Estado, governadores e parlamentares – entre os quais o presidente do Congresso, Renan Calheiros –, repre-sentantes diplomáticos, membros do PT, de entidades sindicais, movimentos sociais e cidadãos beneficiados pelos programas desenvolvidos no primeiro mandato.

Dez mil pessoas compareceram a solenidade no Palácio do Planalto

O senador Marco Maciel (PFL-PE) apresentou proposta de emenda à Constituição (PEC 51/06) que altera a data de posse do presidente da Repú-blica, dos governadores de estado e do Distrito Federal e também dos prefeitos. A nova data seria 3 de janeiro – e não mais 1º de janeiro. Com a mudança, o chefe do Executivo que estiver deixan-do o cargo terá poder de decisão sobre o Orçamento dos dois primeiros dias (1º e 2 de janeiro) do mandato de seu sucessor.

O senador argumenta que, para res-guardar o Orçamento do primeiro ano de mandato do governante recém-eleito, a PEC estabelece que, durante os dias 1º e 2 de janeiro, poderão ser realiza-

das apenas as despesas constitucionais ou legais do respectivo ente federado (União, estados, Distrito Federal ou municípios) e as despesas correntes de “caráter inadiável e relevante”.

A PEC determina ainda que, nos dois primeiros dias de 2011, o cargo de pre-sidente da República será exercido pelo presidente da Câmara – e, em caso de impedimento, o será sucessivamente pelo presidente do Senado e pelo presi-dente do Supremo Tribunal Federal.

No caso dos governadores, a proposta estabelece que o cargo será exercido, nos dois primeiros dias de 2011, pelo presidente da assembléia legislativa; no dos prefeitos, o cargo será ocupado pelo presidente da câmara municipal.

Marco Maciel quer posse em 3 de janeiro

CÉLI

O A

ZEVE

DO

Page 3: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

3especialBrasília, 2 a 8 de janeiro de 2007

POSSE

Lula defende reformas política e tributária

Objetivos para o segundo mandato incluem ainda crescimento econômico e educação de qualidade

As reformas política e tri-butária deverão ser as prioridades legislativas do

governo, segundo anunciou na segunda-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronun-ciamento feito no Plenário da Câ-mara dos Deputados após tomar posse para seu segundo mandato. Ele declarou que o fortalecimento do sistema democrático brasileiro dará “nova qualidade” à presença do país na cena mundial.

– A reforma política deve ser prioritária no Brasil. Convido todos os senhores para nos sen-tarmos à mesa e iniciarmos o seu debate e urgente encaminhamen-to, ao lado de outras reformas im-portantes, como a tributária, que precisamos concluir – afirmou ele aos parlamentares.

Segundo o presidente, ainda não se inventou “ferramenta mais importante” que a política para a solução dos “problemas dos povos”. Apesar do grande descré-dito existente hoje em relação à política, observou, esta nunca foi tão “imprescindível” como agora. Por isso, ele sugeriu a busca de consensos que “não eliminem nossas diferenças”.

– Neste dia inaugural de meu novo mandato, não peço a nin-guém que abandone suas convic-ções. Não desejo que a oposição

deixe de cumprir o papel que dela esperam os que por ela livremente optaram. Quero pedir-lhes apenas que olhemos mais para o que nos une do que para o que nos separa – sugeriu Lula.

Ao se referir à reforma tributá-ria, o presidente reeleito anunciou a intenção de consolidar, em harmonia com o Congresso e com os estados, a legislação unificada do Imposto sobre a Circulação de Mer-cadorias e Serviços (ICMS). Para isso, defendeu a simpli-ficação de normas e a redução do nú-mero de alíquotas, com previsão de se implantar um único imposto de valor agregado a ser distribuído “automaticamente” para a União, os estados e os municípios.

– Esse conjunto de iniciativas significa o reforço das linhas mes-tras da política macroeconômica, com a redução da taxa real de juros – disse Lula, que anunciou ainda a intenção de expansão da oferta de crédito, para que alcan-ce, até 2010, o equivalente a 50% do produto interno bruto (PIB).

O presidente adiantou que neste mês será lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Por meio desse instrumento, ex-

pôs, será possível “destravar” a economia nacional e obter um crescimento mais acelerado. A seu ver, o Brasil não pode conti-nuar como uma “fera presa numa rede de aço invisível”.

Lula disse ainda que a educação de qualidade será prioridade em seu segundo mandato. O país deverá empenhar-se, como adian-tou, em superar os grandes défi-

cits educacionais e, ao mesmo tempo, transformar o país em uma sociedade de conhecimento. De acordo com o presidente, o Brasil pretende “resolver as pendências do

passado e ser contemporâneo do futuro”. Uma das iniciativas nesse sentido será, como ele informou, a informatização de todas as es-colas públicas do país.

Lula definiu a política externa dos últimos quatro anos como “motivo de orgulho”, com sua “clara opção” pelo multilateralis-mo. Ele observou que o país fez da América do Sul o centro de sua política externa.

– O Brasil associa seu destino econômico, político e social ao do continente, ao Mercosul e à Comunidade Sul-Americana de Nações – assinalou.

Presidente reeleito chamou parlamentares para debater mudanças

Lula discursa durante a sessão solene do Congresso para sua posse como presidente da República, ladeado por Aldo Rebelo (E), Renan Calheiros e José Alencar

O presidente do Senado, Renan Calheiros, declarou, em discurso durante a cerimônia de posse do presidente Lula, que a sociedade exige ser ouvida com maior freqüência e ser atendida. A sociedade clama por melhorias no dia-a-dia e o último pleito demonstrou que a percepção de conforto econô-mico foi decisiva no resultado, acrescentou o senador.

Renan afirmou que, nesse processo, o espaço da oposi-ção é sagrado e a voz crítica é imprescindível. Ele disse que se busca uma conjugação de vontades com propósitos de-terminados como meio seguro de superação das apreensões nacionais.

– A pregação instando todos a colaborar não deve ser rece-bida com reservas. Hoje fica claro que esta convocação deve contar, principalmente, com a oposição, vital em qualquer democracia e que reúne valo-rosos quadros na busca do bem coletivo – observou.

O presidente do Senado acrescentou que Lula, com responsabilidade e aguda e rara sensibilidade adquiridas em sua trajetória única, soube diagnosticar e compreender os desejos da sociedade e, verifi-cada a opção pela continuidade

do seu governo, convocou o Brasil para uma conciliação.

Renan Calheiros frisou ser necessário criar um ambiente para amplo diálogo que permita fazer as reformas, reduzir im-postos e distribuir mais renda, gerar mais investimentos, mais empregos e crescer ainda mais em bases sustentáveis.

Sistema político pede modernizaçãoRenan também defendeu a

modernização do sistema políti-co, a simplificação dos tributos e a discussão das novas formas de cooperação entre a União e os demais entes da Federação.

– Quem morreu não foi a éti-ca, quem apodreceu foi o nosso sistema eleitoral uninominal, sistema no qual o eleitor vota em candidatos individuais em vez de votar em programas e partidos – declarou.

Na opinião do senador, a segunda posse do presidente Lula é um marco da democra-cia brasileira, que está a cada dia mais vigorosa, robusta e madura. Mas ele ressalvou que a democracia é um modelo de governo que não se pretende acabado.

– Como ela nunca está com-pleta, é necessário refazê-la diariamente – afirmou.

Sociedade exige ser ouvida, afirma Renan

O que disseram os senadores

José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente da República, afirmou que o primeiro item da pauta do novo governo deve ser a reforma política. Ao destacar que Lula assume o segundo mandato com mais experiência, Sarney disse esperar que o presidente faça um governo melhor e corresponda às expectativas da população.

Serys Slhessarenko (PT-MT) elogiou o presidente Lula por iniciativas como a de dar status de ministério à Secretaria Nacional da Mulher. A senadora lembrou, entretanto, que, apesar dos grandes avanços no atendimento aos direitos das mulheres, ainda é preciso conquistar o fim da discriminação e da violência contra elas.

CÉLI

O A

ZEVE

DO

Aloizio Mercadante (PT-SP) disse esperar que as prioridades do novo mandato sejam pautadas pelo crescimento econômico, uma vez que, na sua opinião, o processo inflacionário está controlado. Para isso, segundo o senador, é necessário que o governo tenha coragem para fazer os ajustes necessários na política econômica.

Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que Lula, em seu discurso de posse, expressou compromisso com o povo brasileiro, em especial com as pessoas mais pobres. O senador destacou, entre os pontos relevantes do discurso, a ênfase que o presidente pretende dar ao desenvolvimento econômico, à educação e à distribuição de renda.

Augusto Botelho (PT-RR) declarou que sua principal expectativa para o próximo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é ver algumas reformas implementadas, particularmente a reforma política. O senador destacou que, dentro do escopo dessa reforma política, o instituto da reeleição precisa ser extinto.

Cristovam Buarque (PDT-DF), que disputou a Presidência da República nas eleições de 2006, disse que vai cobrar as promessas feitas por Lula no discurso de posse, em especial sobre a prioridade para uma educação de qualidade. O senador avaliou o discurso como um dos mais bonitos feitos por Lula, mas lembrou que é preciso saber se não passou de retórica.

Page 4: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

4

POSSE

Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007 especial

Solenidade reúne 10 mil pessoas na Esplanada

Do desfile em carro aberto pela Esplanada à chegada ao Congresso, veja os principais momentos

Cerca de 10 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, compareceram à Esplanada dos Ministérios

para a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda-feira. A chuva que caiu sobre Brasília desde a madrugada pode ter contribuído para a redução do público. O presidente reeleito desfilou pela Esplanada em um momento de estiagem e chegou em carro aberto ao Congresso Nacional. O feriado de ano-novo foi apontado também como responsável pelo baixo comparecimento de convidados à solenidade, que não contou com a presença de chefes de Estados e de governos estrangeiros. Veja, a seguir, as principais imagens da posse presidencial.

Nas fotos 1 e 2, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia chegam ao Congresso Nacional após desfile pela Esplanada dos Ministérios

Manifestantes agitam as bandeiras do PT e do PCdoB (foto 5). No Plenário da Câmara dos Deputados (foto 6), convidados assistem à cerimônia de posse do presidente

Na foto 3, o cortejo presidencial segue pela Esplanada dos Ministérios. O presidente Lula e o vice José Alencar (ao centro da foto 4) são recebidos pelos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (E), e do Senado, Renan Calheiros

RICA

RDO

STU

CKER

T/PR

ANTO

NIO

CRU

Z/AB

R

FÁBI

O P

OZZ

EBO

M/A

BR

JAN

E AR

AÚJO

MO

REIR

A M

ARIZ

FÁBI

O P

OZZ

EBO

M/A

BR

Page 5: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

5

POSSE

Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007 especial

Depois de anunciar prioridades para o segundo mandato, Lula fala ao povo no parlatório do Planalto

Já empossado, Lula acena na chegada ao Palácio do

Planalto (foto 4) e discursa no parlatório (foto 5).

Mesmo com a forte chuva que caiu sobre Brasília desde

a madrugada de segunda-feira, cerca de 10 mil pessoas compareceram à solenidade

de posse e ocuparam a Esplanada dos Ministérios

Observado por Renan Calheiros (foto 1), Lula anuncia as reformas política e tributária como prioridades de seu segundo mandato. Na foto 2, o presidente passa tropa em revista após a solenidade de posse. Na foto 4, ministros e parlamentares (entre eles o presidente do Senado) cumprimentam o chefe do Executivo

MO

REIR

A M

ARIZ

CÉLI

O A

ZEVE

DO

MO

REIR

A M

ARIZ

JAN

E AR

AÚJO

GER

ALD

O M

AGEL

AJA

NE

ARAÚ

JO

Page 6: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

6especialBrasília, 2 a 8 de janeiro de 2007

Lula se reelegeu com a maior votação da história brasileira, em termos absolutos, e recebeu 60,83% dos sufrágios válidos

POSSE

Com a maior votação da história brasileira em ter-mos absolutos, o presi-

dente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi reeleito para mais um mandato presidencial nas elei-ções gerais de 2006. O então can-didato disputou o segundo turno com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), e recebeu 58,3 milhões de votos, ou 60,83% dos sufrágios válidos. Alckmin obteve 37,5 milhões de votos, ou 39,17% dos válidos.

O presidente Lula permanece no governo brasileiro até o dia 1º de janeiro de 2011, quando transferirá a faixa presidencial a seu sucessor. É o 39º presidente do país, o primeiro operário e o primeiro líder de um partido de esquerda na história do Brasil.

Ele liderou a disputa durante todo o período eleitoral e obteve chances reais de vitória logo

no primeiro turno, mas a crise política e vários escândalos en-volvendo o Congresso Nacional fizeram a população esperar para reelegê-lo. Seus principais con-correntes, além de Alckmin, fo-ram os senadores Heloísa Helena (PSOL-AL) e Cristovam Buarque (PDT-DF). A expressiva votação no segundo turno – quando se constatou a redução de mais de 2,5 milhões de votos para Alck-min – indica que a maioria dos votos dos oponentes migrou para o presidente reeleito.

No primeiro turno, Lula obteve 48,61% dos votos válidos (46,6 milhões); Alckmin, 41,61% (39,9 milhões); Heloísa Helena, 6,85% (6,5 milhões) e Cristovam Buar-que, 2,64% (2,5 milhões). Os de-mais candidatos juntos somaram 0,27%. O petista foi vitorioso em 16 estados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. O

tucano venceu em 11 estados, em especial nos das regiões Sudeste e Sul, e também no exterior. Por causa dessa característica, a imprensa e alguns analistas políticos chegaram a dizer que o Brasil havia se dividido entre pobres e ricos, com os primeiros apoiando Lula e os segundos, Alckmin.

No segundo turno, Lula re-cebeu 77% dos votos válidos nos nove estados nordestinos, o que significa quase 20 milhões de votos. O menor índice que obteve na região foi em Sergipe (60%) e o mais expressivo, no Maranhão (85%). Essas unida-des da Federação respondem por 40% do eleitorado do país e foram as mais beneficiadas pelo incremento da rede social, marca da gestão Lula.

Alckmin venceu em sete es-tados, incluindo os três do Sul,

e em São Paulo. Quando se comparam os dois turnos das eleições, fica evidente a redução dos sufrágios favoráveis a Ge-raldo Alckmin, que perdeu 2,5 milhões de votos distribuídos por todas as regiões. No Nordeste, no primeiro turno, Alckmin atingiu mais de 6,5 milhões de votos; no segundo, ficou com pouco mais de 5,7 milhões. Na região Sudeste, recebeu mais de 19 milhões, inicialmente, e depois pouco mais de 18,3 milhões. No Centro-Oeste, caiu de mais de 3,5 milhões de votos no primeiro turno para quase 3,2 milhões. No Norte, ele obteve pouco mais de 2,4 milhões de votos na primeira votação e 2,2 milhões na segun-da. Na região Sul, a única em que foi vitorioso, o número de sufrágios também diminuiu, de 8,3 milhões para pouco mais de 8 milhões de votos.

A eleição deste ano, coordena-da pelo Tribunal Superior Eleito-ral (TSE), contou com a partici-pação de mais de 101 milhões de eleitores, ou pouco mais de 81% do eleitorado apto a votar.

A abstenção somou 18,99% do eleitorado (quase 24 milhões de pessoas). Dos 101.998.221 votos apurados para presidente da Re-pública (incluídos os depositados em países estrangeiros), 93,96% foram válidos (95.838.220), 1,32% em branco (1.351.448) e 4,71% nulos (4.808.553).

Os tribunais eleitorais coman-daram 2.980 zonas eleitorais (361.408 seções eleitorais) nos 5.565 municípios de todos os estados brasileiros e Distrito Fe-

deral. Os brasileiros residentes no exterior puderam votar em 292 seções eleitorais ao redor do planeta, totalizando 40.883 votos, pouco menos da metade do eleitorado apto a votar.

No dia 14 de dezembro de 2006, Lula e José Alencar rece-beram das mãos do presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, os diplomas de reeleitos para o quadriênio 2007-2011. Na ocasião, Lula sentenciou: “Aca-bou-se o voto de cabresto neste país”. Para o presidente reeleito, “os brasileiros podem comemo-rar a solidez e a maturidade da democracia brasileira”.

Durante a cerimônia, Marco Aurélio festejou os 16 anos inin-

terruptos desde o reinício das eleições diretas no Brasil e disse que o único caminho possível para o país é o aperfeiçoamento das garantias democráticas.

A apuração do segundo turno terminou às 14h42 do dia 30 de outubro, mas o resultado já era incontestável pouco depois das 20h do dia 29 de outubro.

Presidente foi reeleito com mais de 58 milhões de votos

Depois de três tentativas frus-tradas – concorreu em todas as eleições desde o fim do regime militar, em 1989, 1994 e 1998 –, em 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para a Presidência da República. Derrotou José Serra (PSDB) no segundo turno com 61,3% dos votos válidos. Lula investiu na ampliação da rede social e uni-ficou os benefícios concedidos pelo governo anterior, como o Bolsa Escola e o Auxílio-Gás, no chamado Bolsa Família.

Seu governo teve bom desem-penho em diversas áreas. As exportações cresceram signifi-cativamente. Pesquisa do IBGE mostrou que a pobreza no país diminuiu 19% na gestão Lula. Segundo o Ministério do Traba-lho, foram criados 4,8 milhões de vagas com carteira assinada, desde a posse. A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, e o risco-país, no mandato de Lula, estão cada vez menores, apesar das críticas que a equipe econômica, considerada conser-vadora, recebe até mesmo do vice-presidente, José Alencar.

O primeiro mandato foi mar-cado por denúncias e escân-dalos, envolvendo sobretudo membros do governo e par-lamentares. Lula enfrentou quatro CPIs (Bingos, Correios, Mensalão e Sanguessugas) e críticas do setor do agronegó-cio. A oposição atacou ainda a atuação na política externa, que priorizou contatos com a América Latina e a África. Pelo aumento da violência no Brasil, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, o governo federal também levou sua par-cela de culpa, uma vez que o contingenciamento de verbas para o setor foi elevado.

Segundo o artigo 14 da Cons-tituição federal, os chefes do Poder Executivo poderão ser eleitos para um único período subseqüente. No caso de Lula, por exemplo, ele apenas poderá disputar novamente o cargo de presidente da República a partir de 2014, embora possa concor-rer, já em 2010, a qualquer outro cargo do Executivo (governador ou prefeito), bem como a cargos do Legislativo (senador, deputa-do federal, deputado estadual e vereador), desde que renuncie à Presidência da República até seis meses antes do pleito.

Está na pauta do Senado subs-titutivo do senador Tasso Jereis-sati (PSDB-CE) a uma proposta de emenda à Constituição (PEC 41/03), de autoria do senador Sibá Machado (PT-AC), que acaba com a possibilidade de reeleição.

Lula disputou todas as eleições presidenciais a partir de 1989

Em 2010, Lulanão poderá maisser candidatoa presidente

Mais de 100 milhões de brasileiros foram às urnas

O Nordeste foi a região em que Lula teve maior vantagem: 77,13% dos votos válidos. No Sudeste, perdeu apenas em São Paulo

GER

ALD

O M

AGEL

A

GER

ALD

O M

AGEL

ARO

GER

IO C

ASSI

MIR

O/F

OLH

A IM

AGEM

O 39º presidente do país deve permanecer à frente do governo brasileiro até o dia 1º de janeiro de 2011

Page 7: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

7

Desde a primeira Constituição, de 1891, o Brasil adotou o siste-ma de governo presidencialista. O regime foi mantido na Consti-tuição de 1988. Em 1993, por plebiscito, a maioria da popula-ção optou por conservar tanto a forma de governo republicana como o sistema presidencialista, que só foi interrompido na his-tória da República por um breve período parlamentarista, entre 1961 e 1963, durante o mandato do presidente João Goulart.

Nas repúblicas presidencialis-tas, o presidente eleito acumula as funções de chefe de Estado e de governo. Cabe a ele escolher os ministros que vão auxiliá-lo na execução do programa de go-verno. Nesse regime, os Poderes Executivo, Legislativo e Judici-ário funcionam em harmonia, mas de forma autônoma.

No parlamentarismo, o pre-sidente responde apenas pela chefia de Estado, função pre-dominantemente honorária, e a chefia de governo é delegada a um representante escolhido de forma indireta, pelo Legisla-tivo. As monarquias modernas também se organizam de acor-do com o parlamentarismo. Enquanto o rei é figura mais simbólica, o chefe do Executivo é o primeiro-ministro, também chamado de premiê ou chan-celer.

Ao adotar a organização fede-rativa, a primeira Constituição brasileira incorporou experiên-cia nascida cerca de cem anos antes, nos Estados Unidos. Nas federações, os estados desfrutam de grande autonomia em relação ao governo central, inclusive jurídica, administrativa e fiscal.

No exercício de suas prerrogati-vas, elaboram e aprovam a sua própria lei orgânica.

Ainda são freqüentes debates em que se confrontam vantagens e desvantagens do sistema presi-dencialista no qual, para gover-nar, o presidente precisa sempre barganhar com o Legislativo. Já no parlamentarismo, o primeiro-ministro governa com apoio da maioria do Parlamento. Quando essa maioria aprova um voto de desconfiança, o gabinete de ministros fica obrigado a pedir renúncia. Ou seja, o Parlamen-to exerce poder maior, mas as condições de estabilidade para quem governa não estão sempre pré-asseguradas, como avalia o cientista político Octaciano Nogueira: “O que garante estabi-lidade aos regimes é a qualidade de suas instituições”.

Desde que a República foi es-tabelecida no Brasil, em 1889, o país já teve 34 brasileiros no exercício de sua Presidência, sem contar os integrantes de duas juntas provisórias de governo. Poucos tiveram a oportunidade de chegar ao cargo por mais de uma vez. Uma das exceções foi Getúlio Vargas – único presiden-te a assumir a função em dois períodos distintos, totalizando 18 anos de poder, sendo que apenas da última vez por eleição direta, mandato interrompido pelo trágico suicídio.

Na lista das exceções estão ainda Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – o primeiro a ser reeleito. FHC é um dos 22 governantes que chegaram ao posto por eleições diretas, incluindo os vice-presi-dentes eleitos que assumiram a Presidência (exceto os ocupantes do cargo apenas durante viagens do titular). Nove presidentes assumiram o governo por elei-ções indiretas – excetuando-se Vargas, que também iniciou seu primeiro mandato dessa manei-ra. Outros quatro governaram de forma provisória.

A galeria dos que exerceram, de fato, o cargo poderia ter con-

tado com Tancredo Neves. Esco-lhido por processo indireto no final do regime militar, Tancredo foi, no entanto, hospitalizado na véspera da posse e morreu víti-ma de diverticulite aguda, tendo assumido o vice, José Sarney. Foi a segunda vez no país que um presidente morreu antes da posse. Em 1918, Rodrigues Alves faleceu antes de assumir seu segundo mandato. O vice, Delfim Moreira, governou até a realização de novas eleições.

O general Costa e Silva morreu no curso do mandato, em 1969. Os militares baixaram ato consi-derando o cargo vago e impedi-ram a posse do vice, o civil Pedro

Aleixo. Assumiram o governo conjuntamente os comandantes das três Forças Armadas até a pos-se do general Emílio Garrastazu Médici. Bem antes, em 1909, Afonso Pena também faleceu no exercício do cargo.

Durante a Nova República, além da doença de Tancredo, o país foi abalado pelo processo de impeachment contra o primeiro presidente eleito diretamente de-pois do período militar. Empos-sado em 1990, Fernando Collor de Mello enfrentou denúncias de corrupção e renunciou, o que não impediu a sessão de julgamento, que concluiu por sua inabilitação política por oito anos.

Parlamentarismo foi adotado por dois anos

República já teve 34 presidentes

Indonésia, a terceira maior democracia do mundo, registrou 155.048.945 eleitores no último pleito

Getúlio Vargas (E) foi o único presidente a assumir a função em dois períodos distintos, totalizando 18 anos de poder

Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007 especial

POSSE Desde a primeira Constituição, de 1891, o Brasil República adotou o sistema de governo presidencialista

Em número de habitantes – 182 milhões – e de elei-tores – 125,9 milhões –, o

Brasil é a quarta maior democra-cia do mundo. Perdeu o terceiro lugar para a Indonésia, que, em 3 de julho de 2004, realizou o primeiro turno da primeira elei-ção direta para presidente da República na sua história.

Na sua mais recente eleição, a Indonésia registrou 155.048.945 eleitores entre seus 235 milhões de habitantes. O país conquis-tou a independência em 1949, depois de quatro anos de guerra contra os holandeses, e viveu sob regime militar comandado pelo general Suharto durante 32 anos, até 1998.

A mais populosa democracia é a da Índia, com 1,1 bilhão de habitantes e 668 milhões de eleitores. O país realiza eleições desde 1947, quando conquistou a independência da Inglaterra, que

a dominava desde 1800. A Índia é a segunda nação mais populosa do planeta – a primeira é a China, com 1,3 bilhão de habitantes.

Os Estados Unidos são a segun-da democracia mais populosa, com 298 milhões de habitantes (215,7 milhões em idade de vo-tar), sendo que 122.267.553 par-ticiparam das últimas eleições. O voto não é obrigatório no país e a abstenção chegou a 43%.

Embora com status de maior Estado do planeta m extensão territorial, com 17 milhões de km², a Rússia, onde também o voto é facultativo, é a quinta democracia, com 141 milhões de habitantes, dos quais 100 milhões em idade de votar. Em 14 de março de 2004, 70 milhões de eleitores participaram da re-eleição do presidente Vladimir Putin, que obteve 70% dos vo-tos na disputa com mais cinco candidatos.

O Brasil republicano realizou em outubro a 29ª eleição para presidente, mas a prática eleitoral do país existe desde o Brasil-Co-lônia, quando as governanças locais escolhiam seus represen-tantes. A primeira eleição dessa época de que se tem notícia ocorreu em 1532, para eleger o Conselho Municipal da Vila de São Vicente, em São Paulo.

A primeira eleição presidencial na República, realizada em 1891, teve como vencedor o marechal Manuel Deodoro da Fonseca. Em-bora a Constituição determinasse eleições diretas, as disposições transitórias previam eleições in-diretas para o governo.

As demais eleições no Brasil-República ocorreram nos anos de 1894, 1898, 1902, 1906, 1910, 1914, 1918, 1919, 1922, 1926, 1930, 1934, 1938, 1945, 1950, 1955, 1960, 1964, 1966, 1969, 1974, 1978, 1985, 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006.

De 1964 a 1985, o Brasil viveu sob regime militar e os brasileiros não votaram para pre-sidente da República. A eleição do primeiro ci-vil após esse período se deu ainda indiretamente, por meio de um colégio eleitoral.

Em 15 de maio de 1985, a Emenda Constitucional 25 res-tabeleceu eleições diretas para presidente e vice-presidente da República, em dois turnos. A Constituição de 1988 determinou que o período de mandato do

presidente seria de cinco anos. A Emenda Constitucional 5/94 reduziu o mandato para quatro anos e a Emenda 16/97 permitiu a reeleição dos chefes do Exe-cutivo para um único período subseqüente.

Com a aprovação da Lei 9.504/97, pretendeu-se, segun-do o Tribunal Superior Eleitoral, dar início a uma fase em que as normas das eleições sejam mais duradouras. Mas o Congresso já aprovou novas normas para aperfeiçoar a legislação eleitoral, e outros projetos com o mesmo objetivo deverão ser examinados na próxima legislatura.

Brasil é uma das quatro maiores democracias

País realizou em outubro a 29ª eleição da República

A primeira eleição presidencial do país, realizada em 1891, teve como vencedor o marechal Manuel Deodoro da Fonseca

FOTO

: EM

MET

L.

BRO

WN

/FLI

CKR

FOTO

: FO

LHA-

IMAG

EM

Page 8: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

8especialBrasília, 2 a 8 de janeiro de 2007

Em sessão solene do Congresso, tomam posse os presidentes Sarney (1985), Collor (1990), Itamar Franco (1992) e Fernando Henrique (1995, primeiro mandato)

O Congresso entrou em recesso no último dia 23, devendo reto-mar seus trabalhos no dia 2 de fevereiro. No período, poderão ser exercidas algumas ativida-des legislativas pela Comissão Representativa do Congresso – composta por oito senadores e 17 deputados federais, com os respectivos suplentes.

Cabe a essa comissão zelar pelas prerrogativas do Congresso, das duas Casas e dos parlamenta-res, bem como pela preservação da competência do Parlamento.

Apesar do recesso, haverá dois momentos em que o Congresso fará reuniões: em 1º de janeiro, para posse do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, e em 1º de fevereiro, para posse dos par-lamentares eleitos em outubro.

Senadores que compõem a Comissão Representativa: Bloco Parlamentar da Minoria (PFL/PSDB) – titulares: Demostenes Torres (PFL-GO), Edison Lobão (PFL-MA) e Lúcia Vânia (PSDB-GO); suplentes: Jonas Pinheiro (PFL-MT), Alvaro Dias (PSDB-PR) e Arthur Virgílio (PSDB-AM); PMDB – titulares: Renan Calhei-ros (AL) e Ney Suassuna (PB); suplentes: Maguito Vilela (GO) e Luiz Otávio (PA); Bloco de Apoio ao Governo (PT/PL/PSB/PRB) – titulares: Paulo Paim (PT-RS) e Roberto Saturnino (PT-RJ); suplentes: Ideli Salvatti (PT-SC) e Serys Slhessarenko (PT-MT); PDT, PTB. PSOL e PCdoB – titu-lar: Heloísa Helena (PSOL-AL); suplente: Cristovam Buarque (PDT-DF).

Comissão Representativa atua durante o recesso

Senadores assumem em 1º de fevereiro

POSSE Norma constitucional disciplina ordem de substituição e sucessão, no caso de impedimento ou de vaga

A Constituição de 1988, no capítulo II, artigo 80, determina que, em caso

de impedimento ou vacância do cargo de presidente, assume o vice-presidente. Na impossibili-dade de ambos, são chamados a exercer o cargo, pela ordem, os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2006, o presidente do Se-nado, Renan Calheiros, assumiu interinamente a Presidência da República por duas vezes. Na primeira, o presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva foi à Argentina para um encontro com os presi-

dentes Néstor Kirchner, daquele país, Evo Morales, da Bolívia, e Hugo Chávez, da Venezuela, para discutir a crise do gás boliviano. Na segunda ocasião, Lula foi à Áustria participar da IV Cúpula de chefes de Estado da União Européia e da América Latina. Em ambas, o vice-presidente, José Alencar, e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, também estavam em viagem ao exterior.

Na história recente do país, três situações ilustram como pode ser delicada a questão da sucessão, que, embora possua pressupostos constitucionais, passa também por decisões políticas condiciona-das por momentos de crise.

Após a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, o vice João Goulart assumiu o poder, após longo impasse. Para impe-dir um golpe de estado, o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, liderou a Campa-nha da Legalidade. O objetivo era garantir a normalidade institucio-nal e a posse de Jango. Para evitar um confronto entre legalistas e forças golpistas, surgiu uma so-lução conciliatória: João Goulart, herdeiro político de Getúlio Var-gas, assumiu a Presidência, mas sob o regime parlamentarista. Por dez meses, o então deputado Tancredo Neves exerceu a função de primeiro-ministro. Após o ple-

biscito que reinstituiu o presiden-cialismo, em 1962, Jango pôde finalmente exercer seu mandato com plenos poderes. Mas só até 1964, quando foi derrubado por um golpe militar.

Em 1985, ao fim de 21 anos de ditadura, o país viveu novo drama. Eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral como o primeiro presi-dente civil desde 1964, Tancredo Neves caiu doente no dia da posse. Assumiu o vice, José Sarney, sob a ameaça de um retrocesso na transição à democracia. O então presidente do Congresso Ulysses Guimarães via a possibilidade de um novo golpe militar.

Em 1989, na primeira eleição

direta para presidente desde 1960, foi eleito o ex-governador de Ala-goas Fernando Collor de Mello. Em 1992, Collor foi afastado por impeachment, após os escândalos envolvendo seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, investigado por uma comissão parlamentar de inquérito. Com o impeachment, o vice Itamar Fran-co assumiu e conduziu o país até 1994. Em 1º de janeiro de 1995, Itamar passou a faixa presiden-cial ao seu ex-ministro Fernando Henrique Cardoso, reeleito em 1998. Era o primeiro presidente democraticamente eleito, em 48 anos de história, a governar até o fim de seu mandato.

Constituição define linha sucessória

Dois ex-presidentes da Repú-blica, Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1998 e 1999-2003), foram senadores antes de assumir o mais alto cargo público do país.

Itamar Franco, 76 anos, enge-nheiro – duas vezes prefeito de Juiz de Fora (MG) e duas vezes senador por Minas Gerais – foi eleito vice-presidente da Re-pública de Fernando Collor de Mello em 1989. Assumiu inte-rinamente com o impeachment de Collor em 1992. Ameaçado pela inflação, foi o presidente

que lançou o Plano Real, im-plementado pelo seu então ministro da Fazenda, Fernan-do Henrique Cardoso. Itamar deixou a Presidência com alto índice de popularidade.

Fernando Henrique Cardoso, 75 anos, sociólogo, foi senador por São Paulo e chanceler no primeiro período do governo Itamar Franco. Como presidente da República, FHC conseguiu manter a estabilidade monetária e efetuou privatizações de gran-des empresas estatais, como a Telebrás e a Companhia Vale do Rio Doce.

José Sarney (PMDB-AP) e Fer-nando Collor de Mello (PRTB-AL) são dois ex-presidentes da República que farão parte da composição do Senado na nova legislatura – 2007-2011.

Sarney, de 76 anos, esteve à frente dos destinos do país entre 1985-1990, depois de já ter exer-cido dois mandatos de senador (1971-1979 e 1979-1985), este último incompleto em função de sua escolha para vice-presidente pelo Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves presidente da República (janeiro de 1985). Tancredo adoeceu em março de 1985 e, com a sua morte, no mês seguinte, Sarney assumiu o

governo efetivamente.Na sua administração, foi ins-

talada a Assembléia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição em 1988. No setor econômico, adotou em 1986 o Plano Cruzado, que congelou preços e salários, para pôr fim à inflação. Após o mandato pre-sidencial, elegeu-se três vezes senador pelo Amapá, em 1990, 1998 e 2006.

O estreante senador Fernando Collor de Mello volta a exercer mandato político depois de 14 anos. Empossado presidente em 1990, depois de vencer em uma disputa acirrada, em segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva

(1989), Collor tornou-se o mais jovem presidente eleito pelo voto direto depois do regime militar, mas foi destituído em 1992 e te-ve os direitos políticos cassados por oito anos. Em sua carreira, constam mandatos de prefeito de Maceió (1979), deputado federal (1983-1986) e governador de Ala-goas (1987-1989).

Para vencer a inflação, ele instituiu o Plano Collor, que re-sultou em confisco da poupança e congelou preços e salários. Seu governo extinguiu empresas estatais, reduziu a presença do Estado na economia e permitiu importações por meio de altera-ções na política cambial.

Os 27 senadores eleitos em outubro passado tomarão posse em reunião preparatória do Senado no dia 1º de fevereiro, véspera do início da sessão legislativa ordinária de 2007.

A Secretaria Geral da Mesa já fez um primeiro contato com os novos senadores, enviando manual com informações sobre a posse e os seus primeiros dias de mandato.

Segundo Raimundo Carreiro, secretário-geral da Mesa, cada senador terá direito a credenciais para seus convidados. Duas das credenciais, ex-plicou, dão acesso aos 54 assentos disponíveis na tribuna de honra do Plenário. As demais serão concedidas para a galeria do Plenário, que dispõe de 80 cadeiras.

Para serem empossados, os senadores eleitos têm várias providências a tomar. Um dos docu-mentos que devem encaminhar à Secretaria Geral da Mesa do Senado é o diploma que receberam do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O eleito deverá apresentar declaração de bens e de renda, incluindo todos os passivos de sua pró-pria responsabilidade, do cônjuge ou companheiro ou de pessoas jurídicas por ele controladas, desde

que de valor igual ou superior à remuneração mensal de senador.

Outra exigência é a entrega de cópia da sua declaração de Imposto de Renda e do cônjuge, referente ao ano anterior, além de declaração de Atividades Econômicas ou Profissionais, ainda que delas se encontre transitoriamente afastado, com a respectiva remuneração ou rendimento, até mesmo quaisquer pagamentos que continuem a ser efetuados por antigo empregador.

A legislação prevê ainda que o parlamentar eleito apresente, antes da posse, Declaração de Interesse, em que se diga impedido de participar na discussão e votação de determinadas matérias, caso o seja. Essa exigência do Código de Ética é para tornar públicas suas participações em empresas, fazendas ou outras pessoas jurídicas, e os passivos e dívidas que possuem, com os res-pectivos credores.

Os novos senadores devem encaminhar, até o fim da primeira reunião preparatória, comunica-ção sobre sua filiação partidária, o nome político (pelo qual o parlamentar é conhecido durante o mandato) e o dos seus suplentes.

Dois ex-presidentes na nova legislaturaItamar e Fernando Henrique também foram senadores

TAD

ASH

I NAK

AGO

MI/

FOLH

A IM

AGEM

CÉLI

O A

ZEVE

DO

LULA

MAR

QU

ES/F

OLH

A IM

AGEM

Page 9: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

opinião 9

Frases

Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007

Foto da Semana

O presidente da República, Luiz

Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado,

Renan Calheiros, e o ministro da

Educação, Fernando Haddad, participam

da cerimônia em que foi assinada

medida provisória que regulamenta o Fundeb, criado por

emenda constitucional promulgada pelo

Congresso no dia 19 de dezembro. Já em

2007, calcula-se que o Fundeb movimentará

R$ 43 bilhões em favor da educação básica,

com recursos da União, estados e municípios

“Nosso governo nunca foi nem é populista. Este governo foi, é e será popular. Temos de criar alternativas de trabalho e produção para os beneficiários dos nossos programas de transferência de renda”

Luiz Inácio Lula da Silva, no Plenário da Câmara, depois que tomou posse no segundo mandato como presidente.

“A sociedade recusou a hegemonia nas mãos de um segmento. Entre a Presidência da República, Senado, Câmara, governos estaduais e assembléias legislativas, o poder foi repartido”

Renan Calheiros, na cerimônia de posse presidencial, lembrando que Lula entendeu o recado das urnas e “convocou o Brasil para uma conciliação”.

“O Brasil é uma potência mundial em termos de recursos e tem que fazer jus a isso. Temos um amplo número de leis e essa legislação, especialmente a que diz respeito à questão ambiental, está sendo implementada. As prioridades nessa área e na área social já foram definidas pela própria sociedade”

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, ao destacar os compromissos do ministério no segundo governo Lula.

“Agora chegamos a um momento de avanço, de fazer as reformas sociais. Mas jamais vamos voltar àquela idéia de primeiro crescer para depois dividir. Desenvolvimento significa crescer o que for possível e ao mesmo tempo já ir dividindo”

Waldir Pires, ministro da Defesa, explicando que tipo de desenvolvimento vai ser buscado no segundo governo Lula.

“Vamos esperar para ver se não foi uma bela retórica ou se foi mesmo um instrumento de transformação de como devem ser os discursos”

Cristovam Buarque, que elogiou o discurso de posse de Lula.

“A gente espera que mude, para as pessoas não serem tão sacrificadas”

Serys Slhessarenko, defendendo mudança na data de posse, para que ninguém tenha que passar o ano-novo longe da família, como aconteceu com ela.

Voz do Leitor

Sugestões, comentários e críticas podem ser enviados por carta (Praça dos

Três Poderes, edifício Anexo I, Senado Federal, 20º andar,

CEP 70165-920, Brasília-DF), e-mail ([email protected]) ou telefone (0800

61-2211).

Pergunte ao SenadorPOLÍTICA

“O assistencialismo e os fa-vores pessoais ainda estão ge-rando relações de dependência na política, como nos tempos do voto de cabresto. Cuidar da saúde, educação, segurança, saneamento e emprego é obri-gação do Estado com o povo. Somente uma boa educação política poderá mudar a situação do país.”Antonio Cleiton Brilhante Sousa, de Pentecoste (CE)

CPI

“Sugiro uma CPI para inves-tigar o destino de 2 milhões de cartilhas repassadas pela Subsecretaria de Comunicação Institucional (Secom) ao PT. É um absurdo que um órgão do governo federal repasse recursos públicos a um partido político dessa forma. O Ministério Pú-blico deveria investigar a pos-sível prática e se houve ato de improbidade. Será difícil para o presidente Lula dizer que não sabia da existência de 2 milhões de exemplares publicados pela própria Presidência da Repú-blica.”Murilo Augusto de Medeiros, de Mamanguape (PB)

MULHERES E SALÁRIO

“Gostaria de elogiar as con-quistas que o Brasil vem ga-nhando pela idoneidade de parlamentares mulheres, como a Lei Maria da Penha. Tenho grande satisfação em saber que uma mulher pode concorrer à Presidência da República e obter número expressivo de votos. Também gostaria de sugerir que se faça um referendo para que a população vote se aprova ou não o salário dos parlamentares.”Ronaldo Rodrigues de Souza, de São Paulo (SP)

CONFISCO

“Em 1990 a então ministra da economia Zélia Cardoso de Melo

anunciou que 80% do dinheiro das cadernetas de poupança e fundos de investimentos fica-riam bloqueados. O dinheiro só pôde ser sacado depois de 18 meses, em 12 parcelas. Na época, a decisão indignou os brasileiros. Recentemente, foi apresentado ao Congresso o Projeto de Lei 137/04, de autoria do deputado Nazareno Fonteles, que visa criar a poupança frater-na a título de suporte a projetos sociais. Isso será um atentado contra o nosso patrimônio, caso aconteça. Estaríamos correndo o risco de um novo confisco?”Wanderlei Agape Vieira, de Curitiba (PR)

APOSENTADOS E PENSIONISTAS

“Senhores senadores, bus-quem soluções com referência aos aposentados e pensionistas do INSS, pois eles estão com os salários defasados. Deveria pre-valecer o reajuste de 16,67%.”Alexnaldo de Santana Santos, de Catu (BA)

ESPORTISTAS

“Sugiro a criação de um pro-jeto de lei para que, na contra-tação de qualquer esportista, se exija o ensino médio, pois essa seria uma forma de incentivar o estudo de crianças que mui-tas vezes abandonam a escola para serem esportistas, princi-palmente jogadores de futebol, achando que o estudo não tem serventia.”Fernando Melo, de Igarassu (PE)

SÃO FRANCISCO

“Parabenizo o Senado pela liberação de verba para a trans-posição do rio São Francisco. Acredito que essa medida aca-bará com a miséria de várias comunidades que sofrem a humilhação e o transtorno do carro-pipa.”Rildo Alves de Oliveira, de Desterro (PB)

GÁS BOLIVIANO

Oberdan Meijon Silva, de Poços de Caldas (MG)

“O que o Congresso Nacional tem feito para defender o Brasil com relação à compra de combustível boliviano e como os parlamentares agem para que a Petrobras não perca a nacionalidade?”

O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) responde:

O Congresso Nacional debateu muito esse assunto, Oberdan, e achou pela sua maioria que a posição correta era a de reconhecer a soberania do governo da Bolívia e a soberania daquela nação para declarar a nacionalização dos hidrocarbonetos e indenizar a Petrobras. Isto é o que tem sido feito. O governo, ao mesmo tempo em que adotou esta posição, está negociando as indenizações com o governo boliviano. O papel dos parlamentares, nesse caso, tem sido o de debater o assunto, e nós consideramos que o melhor, nesse momento, é seguir a política que o governo vem adotando.

Agora é lei

A proposta que faculta aos órgãos do Judiciário informatizarem integralmente o processo judicial para torná-lo acessível na internet já é lei (11.419/06). A iniciativa, da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), foi acolhida em 2001 pela Comissão de Legislação Participativa e agora sancionada pelo presidente da República. O projeto vai agilizar os processos judiciais, criando suporte jurídico para expandir e uniformizar informações.Com a nova lei, as partes envolvidas em um processo judicial ou seus advogados poderão encaminhar ao juiz competente peças judiciais, como petições pela internet. Uma das novidades introduzidas pelo Senado ao projeto aprovado na Câmara estabelece a divulgação do Diário da Justiça on-line e o processo virtual, a exemplo do sistema já implantado nos tribunais regionais federais. A publicação eletrônica substitui qualquer outro meio e publicação oficial, para efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exigem intimação ou vista pessoal. O recurso da internet poderá ser aplicado aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais. Quanto à assinatura eletrônica dos documentos, foram fixadas normas de identificação: assinatura digital baseada em certificado digital emitido por autoridade certificadora credenciada, na forma de lei específica e cadastro de usuário no Judiciário. Para utilização de meio eletrônico será obrigatório o credenciamento prévio do Judiciário, a ser disciplinado pelos próprios órgãos. A lei prevê, ainda, a criação de um cadastro único para o credenciamento.Uma grande vantagem para as partes será a extensão do prazo para envio de peças até a meia-noite. Hoje, o prazo expira no final do expediente do fórum ou tribunal, geralmente às 19h. Caso haja problema técnico que impeça o acesso ao sistema, o prazo será prorrogado até o primeiro dia útil seguinte à correção da falha.

Processos judiciais informatizados

JOSÉ

CRU

Z

Page 10: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

10programação

O programa O Senado é Mais Brasil, da Rádio Senado Ondas Curtas, apresenta nesta quarta-feira, no qua-

dro “Viver da Terra”, uma entrevista com o biólogo Edison Souza sobre a produção e comercialização de cogumelos, alimento altamente nutritivo que pode ser uma fonte de renda para muitos produtores.

No domingo, a emissora apresenta o ra-dioteatro Falamos Igual, baseado em poema da escritora Maria Odete da Costa Semedo, da Guiné-Bissau. O conto foi produzido pe-los alunos do curso de radioteatro, oferecido pela Academia de Formação Profissional da Rádio alemã Deutsche Welle. O Senado é Mais Brasil vai ao ar de segunda a domin-go, das 7h às 10h, e na sexta até as 9h. Os ouvintes podem participar com sugestões e

pedidos ligando para o Alô Senado, no 0800-61-2211.

Nilson Lima e Toda PalavraO músico Nilson

Lima, cearense radicado em Brasília, é o intérprete entrevistado pelo programa Es-cala Brasileira, que a Rádio Senado reprisa nesta quinta-feira, às 23h. Com uma carreira iniciada nos festivais da década de 1980 e 1990, Nilson Lima lançou em 2006 o CD Toda Palavra, em que interpreta canções de mestres da música nacional, como Cigano, de Fagner; Promessa, de Clôdo Ferreira e Dominguinhos; Quem Saberia Perder, de Sá e Guarabira; e Explode Coração, de Domin-

guinhos. Nas palavras do músico e amigo Clôdo Ferreira, “as canções escolhidas pelo artista são amorosas, costuradas por melodias elaboradas, arranjos refinados e letras de rara sensibilidade. A voz de Nilson Lima também está à vontade, porque canta o que quer”.

No programa, Nilson canta Asa Partida, Janela do Tempo,Toda Palavra, Alucinação, Sete Estrelo, Cigano, Explode Coração e Forte Fortaleza.

Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007

A programação da Rádio e da TV Senado está sujeita a alterações em função do trabalho dos senadores no Plenário e nas comissões

Rádio Senado

TV Senado

SEGUNDA-FEIRA

1h – Cidadania 12h – Especiais2h30 – Fala Cidadão3h – Idéias3h30 – Entrevista 14h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Idéias5h30 – Fala Cidadão6h – Cidadania 27h – Especiais7h30 – Entrevista 28h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Especiais/Comissões12h – Idéias12h30 – Entrevista 313h – Cidadania 313h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Conversa de Músico19h30 – Cidadania 420h30 – Entrevista 421h – Jornal do Senado21h30 – Plenário

(reapresentação)

TERÇA-FEIRA

1h – Cidadania 42h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 44h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 17h – Especiais7h30 – Entrevista 18h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Comissões (ao vivo)13h – Cidadania 213h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Cores do Brasil/

Comissões19h30 – Cidadania 3/Comissões20h30 – Entrevista 321h – Jornal do Senado21h30 - Plenário

(reapresentação)

QUARTA-FEIRA

1h – Cidadania 32h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 3

4h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 47h – Especiais7h30 – Entrevista 48h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Comissões (ao vivo)13h – Cidadania 113h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Cores do Brasil/

Comissões19h30 – Cidadania 2/Comissões20h30 – Entrevista 221h – Jornal do Senado21h30 – Plenário

(reapresentação)

QUINTA-FEIRA

1h – Cidadania 22h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 24h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 37h – Especiais7h30 – Entrevista 38h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Plenário (ao vivo)13h – Cidadania 413h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Cores do Brasil/

Comissões19h30 – Cidadania 1/Comissões20h30 – Entrevista 121h – Jornal do Senado 21h30 – Plenário

(reapresentação)

SEXTA-FEIRA

1h – Cidadania 12h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 14h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 27h – Especiais7h30 – Entrevista 2

8h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Plenário (ao vivo)13h – Cidadania 314h15 – Jornal do Senado 14h30 – Plenário/Comissões

(reapresentação)19h30 – Cidadania 420h30 – Entrevista 421h – Jornal do Senado21h30 – Conversa de Músico22h – Debate Brasil/

Espaço Cultural23h30 – Idéias24h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?

SÁBADO

1h – Cidadania2h – Idéias2h30 – Jornal do Senado3h – Especiais3h30 – Entrevista4h – Fala Cidadão4h30 – De Coração5h – Especiais5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania7h – Idéias7h30 – Entrevista8h – De Coração8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais9h30 – Leituras10h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?11h – Idéias11h30 – Especiais12h – Jornal do Senado 12h30 – Entrevista13h – Fala Cidadão13h30 – Cidadania14h30 – Conversa de Músico15h – Espaço Cultural16h – Debate Brasil/Especiais17h – Entrevista17h30 – Idéias18h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?19h – Cidadania20h – Leituras20h30 – Fala Cidadão21h – Jornal do Senado21h30 – Espaço Cultural23h – Idéias23h30 – De Coração24h – Espaço Cultural/

Entrevista

DOMINGO

1h – Cidadania2h – Fala Cidadão2h30 – Jornal do Senado3h – Especiais3h30 – Entrevista4h – Idéias4h30 – De Coração

5h – Especiais5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania7h – Fala Cidadão7h30 – Entrevista8h – Jornal do Senado8h30 – De Coração9h – Especiais9h30 – Idéias10h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?11h – Fala Cidadão11h30 – Especiais12h – Jornal do Senado12h30 – Entrevista13h – Idéias13h30 – Cidadania14h30 – Espaço Cultural16h – Debate Brasil/Especiais17h – Fala Cidadão17h30 – Entrevista18h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?19h – Cidadania20h – Conversa de Músico20h30 – Leituras21h – Idéias21h30 – Espaço Cultural23h – Fala Cidadão23h30 – De Coração24h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?

TV A CABO

NET, Canbras TVA, Canbras e Video Cabo

TV POR ASSINATURA

Sky, Directv e Tecsat

ANTENA PARABÓLICA

Sistema analógico:

Satélite - B1

Transponder - 11 A2 Polariza-ção: Horizontal

Freqüência - 4.130 MHz

Sistema digital:

Satélite - B1

Transponder - 1 BE (Banda Estendida), Polarização: Ver-tical

Freqüência - 3.644,4 MHz

Freqüência (Banda - L) - 1.505,75 MHz

Antena - 3,6 m

PID - Vídeo: 1110 / Áudio: 1211 / PCR: 1110

Receptor de Vídeo/Áudio Digi-tal NTSC MPEG-2 DVB

Symbol Rate - 3,2143Ms/s

FEC - ¾

UHF

Canal 51, no Distrito Federal

Como sintonizar

FM

Freqüência de 91,7MHz, em Brasília e regiões vizinhas

ONDAS CURTAS

Freqüência de 5990 KHz, na faixa de 49 metros no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e norte de MG

INTERNET

No endereço www.senado.gov.br/radio, por meio do Real Player ou Windows Media Player

ANTENA PARABÓLICA

Aponte a antena para o sa-télite Brasilsat B1 e ajuste o receptor na freqüência 4.130 MHz; polarização: horizontal; e transponder – 11 A2

Como sintonizar

TODOS OS DIAS

6h - Matinas7h55 - Cidadania Dia-a-dia21h50 - Cidadania Dia-a-dia

(reprise)

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA

7h - Crônicas Musicais7h10 - Música e Informação8h - Senado Notícias8h30 - Plenário em Destaque19h - Voz do Brasil19h30 - Jornal do Senado20h - Música e Informação21h - Crônicas Musicais (reprise)21h10 - Música e Informação22h - Senado Notícias24h - Música e Informação

DE SEGUNDA A QUINTA-FEIRA

14h - Plenário (ao vivo)

DE TERÇA A SEXTA-FEIRA

9h - Senado Repórter10h - Comissões (ao vivo)13h40 - Senado Notícias

SÁBADO E DOMINGO

7h - Música e Informação9h30 - Música e Informação21h - 180 Anos do Senado22h - Música e Informação

SEGUNDA-FEIRA

9h - Senado Resumo10h - Senado Notícias (reprise)11h - Senado Resumo (reprise)12h - Conexão Senado13h40 - Senado Notícias23h - Brasil Regional (reprise)

TERÇA-FEIRA

23h - Jazz & Tal (reprise)

QUARTA-FEIRA

23h - Música do Brasil (reprise)

QUINTA-FEIRA

23h - Escala Brasileira (reprise)

SEXTA-FEIRA

9h - Plenário (ao vivo)12h - Música e Informação13h40 - Senado Notícias14h - Música e Informação18h - Senado Resumo20h - Reportagem Especial23h - Improviso Jazz (reprise)

SÁBADO

8h - Encontros com a Música Brasileira

9h - Prosa e Verso10h - Especial (reprise)11h - Música Erudita12h - Senado Resumo (reprise)13h40 - Música e Informação15h - Autores e Livros16h - Música do Brasil17h - Música e Informação18h - Improviso Jazz19h - Senado Resumo (reprise)20h - Escala Brasileira

DOMINGO

8h - Brasil Regional9h - Autores e Livros (reprise)11h - Música do Brasil15h - Música Erudita (reprise)16h - Prosa e Verso17h - Reportagem Especial

(reprise)18h - Encontros com a Música

Brasileira (reprise)20h - Jazz & Tal

Ondas Curtas tem o “Viver da Terra”

Em programa da Rádio Senado Ondas Curtas, especialista fala sobre os cogumelos: uma alternativa alimentar nutritiva

FLIC

KR

Page 11: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

11

O Serviço de Apoio Técnico da Consultoria Legislativa do Senado organizou o Banco de Leis do Idoso, que pode ser aces-sado na página da consultoria na internet. O endereço é www.senado.gov.br/web/conleg/Ido-so/Assunto/idoso.htm.

O trabalho surgiu da dificul-dade de se encontrar em uma única fonte de pesquisa toda a legislação concernente ao idoso – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, segun-do o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03).

Houve a preocupação de não se limitar à legislação superior (leis complementares, leis or-dinárias, decretos) e integrar à legislação inferior (resoluções, portarias). Estão arrolados mais de 700 atos normativos, in-cluindo a legislação federal e as normas jurídicas do Distrito Federal, dos estados e de suas

capitais.Para o levantamento dos

atos de hierarquia superior, foi utilizada a base de dados “Legislação” mantida pelo Se-nado, complementada pelas informações da “Base de Legis-lação Federal”, da Presidência

da República. Para as normas de hierarquia inferior, foram utilizadas as páginas na internet dos ministérios, executivos e assembléias legislativas, câma-ras municipais, organizações não-governamentais e outras instituições.

Os serviços de Cerimonial do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional

realizaram no sábado um ensaio geral da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice José Alencar. Segundo a diretora da Secretaria de Relações Públicas do Senado, Juliana Guaracy Rebelo, o objetivo do ensaio foi garantir que o percurso previsto se realizasse com a maior precisão.

– Cumprimos todo o itinerário como se fosse o dia da posse, com figurantes no lugar dos verdadeiros protagonistas, mas com direito a carro presidencial, subida na rampa do Congresso e todos os demais detalhes do cerimonial militar que um evento desse porte exige – explicou.

O ensaio é previsto no próprio protocolo dos cerimoniais do Planalto e do Congresso e ocorre a cada posse presidencial. A ceri-mônia segue o estabelecido pelo decreto que aprova as normas do cerimonial público (Decreto 70.274/72) e dura cerca de uma hora e trinta minutos.

O documento prevê que o presidente e seu vice seguem da Catedral de Brasília para o Con-gresso em automóvel, escoltados por batedores do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e ainda pelos Dragões da Independência. Ao chegarem, sobem a rampa e

são recebidos pelos presidentes do Senado e da Câmara na en-trada principal do Congresso. Depois, sempre acompanhados pelos presidentes das duas Casas do Congresso, o presidente da República e seu vice atravessam o Salão Negro do Congresso e o Salão Verde da Câmara, para chegar ao Plenário da Câmara, onde, em sessão solene do Con-gresso Nacional, ouvem o Hino Na-cional executado pela Banda de Fu-zileiros Navais. Em seguida, prestam o compromisso cons-titucional.

De acordo com o cerimonial da solenidade, compete ao 1º secretário do Congresso fazer a leitura do termo de posse, assinado pelo presidente, pelo vice-presidente e pelos integrantes da Mesa. Em seguida, o presidente do Senado os declara empossados.

Logo após a posse, o presidente faz seu primeiro pronunciamen-to. O presidente do Congresso faz também um discurso e declara encerrada a sessão.

O presidente e o vice saem do Plenário em direção à rampa principal do Congresso, nova-mente acompanhados pelos presidentes do Senado e da

Câmara. Antes de cumprirem o último itinerário, retornando ao Palácio do Planalto, eles ouvem o Hino Nacional, executado pela Banda do Batalhão da Guarda Presidencial, com salva de 21 tiros de canhão.

O presidente da República, a convite do comandante da Guar-da de Honra, passa em revista a tropa mista do Exército, da

Marinha e da Ae-ronáutica e então segue no automó-vel presidencial em direção ao Palácio do Planalto.

O cerimonial des-ta vez garantiu que o presidente Lula

e seu vice José Alencar fossem acompanhados de suas respec-tivas esposas, Marisa Letícia e Mariza Gomes, partindo em car-ro aberto do Palácio do Planalto até a Catedral de Brasília, para assistir à missa da posse.

Durante a cerimônia somente os funcionários com crachá de identificação individual feito pe-las polícias da Câmara e do Sena-do especialmente para o evento tiveram acesso ao Congresso. Os cerca de 1.200 convidados tiveram de apresentar os convi-tes individuais. A população só teve acesso à parte externa do Congresso.

Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007 institucional

MESA DO SENADO FEDERALPresidente: Renan Calheiros 1º Vice-Presidente: Tião Viana2º Vice-Presidente: Antero Paes de Barros1º Secretário: Efraim Morais2º Secretário: João Alberto Souza3º Secretário: Paulo Octávio4º Secretário: Eduardo Siqueira CamposSuplentes de Secretário: Serys Slhessarenko, Papaléo Paes, Alvaro Dias e Aelton Freitas

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro Silva

Diretor da Secretaria Especial de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretor de Jornalismo da Secretaria Especial de Comunicação Social: Helival Rios

Diretor do Jornal do Senado: Eduardo Leão (61) 3311-3333

Editor-chefe: Valter Gonçalves JúniorEdição: Djalba Lima, Edson de Almeida, Flávio Faria, Iara Altafin, Janaína Araújo, José do Carmo Andrade, Juliana Steck e Suely Bastos.Reportagem: Cíntia Sasse, João Carlos Teixeira, Mikhail Lopes, Paula Pimenta, Sylvio Guedes e Thâmara Brasil.

Diagramação: Ana Rita Grilo, Iracema F. da Silva, Henrique Eduardo, Osmar Miranda e Sergio Luiz Gomes da Silva Revisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida e Miquéas D. de MoraisTratamento de Imagem: Edmilson Figueiredo e Humberto Sousa LimaArte: Bruno Bazílio e Cirilo QuartimArquivo Fotográfico: Elida Costa (61) 3311-3332Circulação e Atendimento ao leitor: Shirley Velloso Alves (61) 3311-3333

Agência Senado Diretora: Valéria Ribeiro (61) 3311-3327 Chefia de reportagem: Denise Costa,

Davi Emerich e Moisés de Oliveira (61) 3311-1670Edição: Rafael Faria e Rita Nardelli(61) 3311-1151

www.senado.gov.br E-mail: [email protected] Tel.: 0800 61-2211 – Fax: (61) 3311-3137Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo I do Senado Federal, 20º andar 70165-920 Brasília (DF)

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado em conjunto com a equipe de jornalistas da Agência Senado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

SENADO

O programa Interlegis (Comu-nidade Virtual do Poder Legisla-tivo) registrou em 2006 mais de 10 mil acessos por dia. Criado em 1997, numa parceria entre o Senado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o programa celebrará essa primei-ra década como um sucesso na proposta de ajudar a modernizar e a interligar os Legislativos de todo o país.

Mais de 4,2 mil câmaras legis-lativas, das 5.565 de todo o Bra-sil, já aderiram a essa comunida-de virtual. Em 2006, o Interlegis trouxe a público os resultados do

I Censo do Legislativo Brasileiro, uma radiografia das casas parla-mentares dos municípios.

O 1º secretário do Senado e diretor nacional do Interlegis, Efraim Morais (PFL-PB), afirma que a principal missão dessa comunidade virtual é tornar mais transparente o desempenho do parlamentar. “Esta tecnologia possibilita também uma comu-nicação mais estreita do povo com seu representante na Câ-mara Alta, podendo assim fazer denúncias, elogios, solicitações e saber o que acontece no Congres-so Nacional”, diz o senador.

Interlegis registrou em 2006 mais de 10 mil consultas Ensaio para a posse

mobilizou funcionários

Só funcionários com crachá especial tiveram acesso ao Congresso

Na internet, Banco de Leis do Idoso

Trabalho organizado pela Consultoria Legislativa do Senado inclui desde leis federais a normas municipais sobre os idosos

O padre capu-chinho francês Clemente Fou-lon, dito Claude d’Abbeville, este-ve no Maranhão em 1612, durante quatro meses. A primeira edição da sua obra Histó-ria da missão dos padres capuchi-nhos na ilha do Maranhão e suas circumvisinhan-ças foi publicada em Paris, em 1614. A coleção de obras raras da Biblioteca do Senado contém exemplar de 1874, traduzido por Cezar Augusto Marques.

A Ordem dos Frades Menores Capuchinhos surgiu por volta de 1520, quando o padre Matteo da Bascio, originário da região de Marche, na Itália, se deu conta de que a roupa vestida pelos franciscanos não era do mesmo tipo que a vestida por São Francisco de Assis. Assim, ele fabricou um capuz pontudo (origem da denominação capu-chinho), deixou a barba crescer e começou a andar descalço.

Apesar da oposição de seus superiores, em 1528 ele obteve a permissão do papa Clemente VII para viver como um eremita e ir onde quisesse para rezar pelos pobres. Matteo logo teve

a companhia de outros.

Os capuchi -nhos realizaram missões no Brasil de 1612 a 1615, durante a tentati-va de criação da França Equino-cial. No entanto, adotaram 1642 como o ano da instalação oficial da ordem no país. Após serem cap-

turados pelos holandeses em São Tomé e trazidos para o Bra-sil, foi nesse ano que Maurício de Nassau lhes permitiu o traba-lho missionário. A presença da ordem teria uma grande influên-cia no país. São os capuchinhos, por exemplo, os fundadores da aldeia de Nossa Senhora dos Remédios do Rio de Contas (1657), núcleo da atual cidade de Itacaré, na Bahia.

A obra de d’Abbeville é um clássico da etnografia indígena. Ao análisá-la, o bibliófilo Ru-bens Borba de Moraes salientou que “a narrativa da viagem é a principal fonte francesa pu-blicada sobre esta tentativa de colonização do Norte do Brasil e contém informação valiosa a respeito da religião e astrono-mia dos tupis, não encontrada em nenhuma outra obra”.

ABBEVILLE, Claude d’. História da missão dos padres capuchinhos na ilha

do Maranhão e suas circumvisinhanças. Tradusida e annotada pelo Dr. Cezar

Augusto Marques, 1874.

As resenhas e as imagens de obras raras, veiculadas quinzenalmente neste espaço, são produzidas pela Biblioteca do Senado. Mais informações podem ser obtidas no site www.senado.gov.br/sf/biblioteca, pelo e-mail sbib@senado.

gov.br ou pelo telefone (61) 3311-3943.

A missão dos padres capuchinhos no Maranhão

OBRAS RARAS

GER

ALD

O M

AGEL

A

Page 12: Órgão de divulgação do Senado Federal Lula toma posse e ...portando a faixa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado da primeira-dama,

Ano V Nº 155 Jornal do Senado – Brasília, 2 a 8 de janeiro de 2007

Conheça a Presidência da República

Geral

Praça dos Três Poderes, Palácio do PlanaltoBrasília (DF) – CEP 70150-900

Casa Civil – (61) 3411-1221

Secretaria Geral – (61) 3411-1225

Ouvidoria da Controladoria Geral da União

(É possível denunciar irregularidades em

qualquer esfera do governo)SAS, quadra 01, bloco A, edifício Darcy Ribeiro — Brasília (DF) – CEP 70070-905

Portal do governo federal www.brasil.gov.br

Site da Presidência da Repúblicawww.presidencia.gov.br

Constituição federalwww.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm

Propostas e projetos de lei em tramitação

PEC 32/05 – Torna obrigatória a sabatina dos indicados para o cargo de ministro de Estado pelo Senado. Autor: senador Tião Viana (PT-AC).

PEC 52/01 – Altera a Constituição, mo-dificando as competências do Congresso e da Presidência da República quanto a acordos de comércio internacional.

Autor: ex-senador Roberto Requião.

PLS 242/05 – Regulamenta a Constituição, definindo que os indicados para os cargos de presidentes das autarquias, fundações e empresas públicas serão sabatinados pelo Senado. Autor: senador Tião Viana.

PLS 157/04 – Autoriza a criação da Ouvidoria Geral da República. Autor: senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Saiba mais

Em época de eleição e pos-se, fala-se muito da pessoa do presidente, um tanto de

suas propostas e um pouco me-nos de suas atribuições e deveres e dos recursos de que dispõe para realizar seu trabalho.

Além dos 26 ministérios – que possuem funcionários e orça-mentos próprios –, a Presidência da República terá em 2007 cerca de R$ 1,2 bilhão em recursos

para investimento e aproxima-damente 4.850 funcionários, re quisitados de todos os níveis e setores da administração pública, que estarão a postos para auxiliar o presidente.

Conheça neste Especial Cida-dania um pouco mais sobre a es trutura que cerca o chefe do Exe cutivo – a organização e competências da Presidência da República.

São atribuições e deveres do presidente, entre outros: nomear e demitir os minis-

tros de Estado e adminis-trar o governo federal;

propor leis ao Congresso, editar medidas provisórias com força de lei, vetar, sancionar, promulgar e publicar as leis;

decidir sobre a adminis-tração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públi-cos;

manter relações com outros países, celebrando trata-dos, convenções e atos internacionais, sujeitos a confi rmação pelo Congres-so Nacional;

decretar estado de defesa, estado de sítio e interven-ção federal nos estados, exercer o comando das Forças Armadas e nomear seus comandantes;

enviar a mensagem e o plano de governo, o Plano Plurianual, o projeto de Lei de Diretrizes Orçamen-tárias e as propostas de Orçamento Geral da União ao Congresso, prestando contas do que foi feito no ano anterior;

nomear, após aprovação pelo Senado, os ministros do Supremo Tribunal Fe-deral (STF) e dos tribunais superiores, o procura-dor-geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central;

declarar guerra e celebrar a paz, desde que autorizado pelo Congresso Nacional.

Gabinete pessoal – Coordena a agenda, res ponde pela secretaria particular, cerimo-nial, ajudância-de-ordens e controle da cor-respondência não-ofi cial e dos documentos privados do presidente.

Casa Civil Assiste e assessora o presidente na

co or denação e integração das ações do governo, fi scalizando e avaliando a atuação dos ministérios e órgãos da administração federal.

Verifi ca se os atos presidenciais estão de acordo com a Constituição e as demais leis e analisa os projetos de lei em tramitação no Congresso.

Publica e preserva os atos ofi ciais. Executa a administração da Presidên-

cia e da Vice-Presidência da Repúbli-ca.

Operacionaliza o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

Executa a política de certifi cação digi-tal.

Secretaria Geral – Auxilia preparando a agenda, preparando os discursos, elaboran-do análises e estudos e criando instrumen-tos de consulta e participação popular.

É também esse órgão que cuida das po-líticas e dos programas para a juventude, além de defi nir e executar a comunicação e divulgação do governo (é quem convoca as redes obrigatórias de rádio e televisão), gerindo a publicidade e os patrocínios.

Secretaria de Relações Institucionais – Responde pelas relações com o Congresso, partidos políticos, estados e municípios.

Gabinete de Segurança Institucional – Assessora o presidente em assuntos militares e de segurança e coordena as ati-

vidades de inteligência e de segurança da informação. É o responsável pela segurança pessoal do presidente e do vice e dos seus familiares e auxiliares, além da segurança dos palácios e residências presidenciais.

Coordena e integra as ações do governo de combate ao tráfi co e uso de drogas, além de apoiar o Conselho de Defesa Nacional.

Advogado Geral da União – Assessora o presidente e o Executivo em assuntos de na-tureza jurídica, dirige a Advocacia Geral da União e representa a União perante o STF.

Secretaria de Imprensa e porta-voz – Responsável por assessorar o presidente no contato com os jornalistas.

Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – Assessora o presidente na defi nição de políticas para as mulheres, buscando promover a igualdade e combater a discriminação.

Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – Assessora na formulação de polí-ticas para a pesca e a aqüicultura.

Secretaria Especial dos Direitos Hu-manos – Trata das políticas de promoção e proteção dos direitos humanos.

Secretaria Especial de Políticas de Pro-moção da Igualdade Racial – A missão desse órgão é tomar iniciativas para dimi-nuir as desigualdades raciais no país.

Controladoria Geral da União – Respon-sável pela defesa do patrimônio público, transparência da gestão, controle interno, auditoria pública, corregedoria, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria.

Comissão de Ética Pública – Criada para rever as normas de conduta ética na administração federal, elaborar e propor um novo código de conduta.

Para decidir, o presidente pode ainda recorrer ao:

Conselho da República – Para consultas sobre temas como estabilidade das instituições democráticas, intervenções federais, estado de defesa e estado de sítio.

Conselho de Governo – Para apoio no que se refere à estabilidade das instituições e problemas emergentes, de grave complexidade e implicações sociais.

Conselho de Defesa Nacional – Dá parecer sobre assuntos ligados à soberania nacional e à defesa do Estado democrático.

Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – Assessora o presidente na formulação de políticas e de diretrizes para o desenvolvimento econômico e social.

Conselho de Segurança Alimentar – Ajuda o presidente a traçar as diretrizes para que o país garanta o direito humano à alimentação.

Conselho de Política Energética – Avalia as atividades e as perspectivas do setor energético, elaborando relatório sobre a situação e sugerindo mudanças.

Conselho de Integração de Políticas de Transportes – Propõe medidas para a integração dos transportes aéreo, aquaviário e terrestre.

Constituição defi ne deverese atribuições

A equipe do chefe do ExecutivoConselhos auxiliam na tomada de decisões

A visita é permitida aos domingos, das 9h30 às 14h30, para grupos de até 25 pessoas. O roteiro, com duração de 25 minutos, permite admirar obras de arte assinadas por artistas consagrados, além da arquitetura do prédio e da Esplanada dos Ministérios.

As escolas também podem agendar visitas de alunos pelos telefones (61) 3411-2317/2318 ou por meio de mensagem para [email protected].

Visite o Palácio do Planalto

Soldados do Batalhão Dragões da Independência respondem pela segurança do Palácio do Planalto

FOTO

: RO

SE B

RASI

L/AB

r

São crimes de responsabi-lidade os atos do presidente da República que atentem contra a Constituição, espe-cialmente se forem contra: a existência da União e

o livre exercício dos poderes Legislativo e Judiciário, e do Ministério Público;

o exercício dos direi-tos políticos, individuais e sociais; a segurança interna

do país; a honestidade e trans-

parência da administração; a lei orçamentária e o

cumprimento das leis e das

decisões judiciais.Caso seja acusado de um

desses crimes e a acusação for aceita por dois terços da Câmara dos Deputados, o presidente será julgado pelo Senado. Se for acusado por crime comum, cabe ao STF o julgamento.

O que o presidente não pode fazer