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Revolução estudantil de 1969 Na década de 60, Portugal vivia dominado pelo Salazarismo, onde predominava a censura á imprensa e a perseguição àqueles que se opunham ao regime, mas após a trágica queda de Salazar de uma cadeira a 3 de Agosto de 1968, abriu espaço para um novo regime. Surgiu então Marcello Caetano, que apostou na educação e que “abriu” a esperança de que Portugal poderia alcançar e superar o caminho das outras nações da Europa Ocidental. Com isto, o Governo nomeou uma Comissão Administrativa que ia liderar a Associação Académica de Coimbra, no entanto os estudantes, insatisfeitos por não serem representados no Senado, fizeram um baixo assinado, solicitando a realização de eleições livres realizadas em Fevereiro de 1969. Neste seguimento, a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, é convidada para a inauguração da Faculdade de Matemática, ao qual os estudantes aceitaram o convite, mas pretendiam intervir na cerimónia em que esta foi recusada pois a Universidade já estava a ser representada pelo Reitor. Nessa manhã, em frente ao edifício que seria inaugurado, milhares de estudantes mostravam cartazes com palavras de ordem como «Ensino para todos» e «Estudantes no Governo da Universidade». Lá dentro, os altos dignitários inauguravam o edifício com uma cerimónia solene, onde participaram o Reitor e o Ministro da Educação, até que a dado momento, Alberto Martins, Presidente da AAC pede a palavra ao Presidente da República ao qual este a nega e a cerimónia acaba repentinamente, e mais tarde os estudantes em solidariedade foram alvos de carga policial em frente á sede da PIDE, e Alberto Martins será preso á porta da AAC. E assim, o dia 17 de Abril ficara marcado como o início da Crise Académica de Coimbra, decretando também o luto académico que consistia em greves às aulas. No final desse mesmo mês, José Hermano Saraiva que era ministro da Educação Nacional decreta publicamente que os estudantes estão a desrespeitar, sediar e insultar o Chefe de Sofia Lopes nº 17 12º F Prof. Dália Neves

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Revolução estudantil de 1969

Na década de 60, Portugal vivia dominado pelo Salazarismo, onde predominava a censura á imprensa e a perseguição àqueles que se opunham ao regime, mas após a trágica queda de Salazar de uma cadeira a 3 de Agosto de 1968, abriu espaço para um novo regime.

Surgiu então Marcello Caetano, que apostou na educação e que “abriu” a esperança de que Portugal poderia alcançar e superar o caminho das outras nações da Europa Ocidental.

Com isto, o Governo nomeou uma Comissão Administrativa que ia liderar a Associação Académica de Coimbra, no entanto os estudantes, insatisfeitos por não serem representados no Senado, fizeram um baixo assinado, solicitando a realização de eleições livres realizadas em Fevereiro de 1969.

Neste seguimento, a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, é convidada para a inauguração da Faculdade de Matemática, ao qual os estudantes aceitaram o convite, mas pretendiam intervir na cerimónia em que esta foi recusada pois a Universidade já estava a ser representada pelo Reitor.

Nessa manhã, em frente ao edifício que seria inaugurado, milhares de estudantes mostravam cartazes com palavras de ordem como «Ensino para todos» e «Estudantes no Governo da Universidade». Lá dentro, os altos dignitários inauguravam o edifício com uma cerimónia solene, onde participaram o Reitor e o Ministro da Educação, até que a dado momento, Alberto Martins, Presidente da AAC pede a palavra ao Presidente da República ao qual este a nega e a cerimónia acaba repentinamente, e mais tarde os estudantes em solidariedade foram alvos de carga policial em frente á sede da PIDE, e Alberto Martins será preso á porta da AAC. E assim, o dia 17 de Abril ficara marcado como o início da Crise Académica de Coimbra, decretando também o luto académico que consistia em greves às aulas.

No final desse mesmo mês, José Hermano Saraiva que era ministro da Educação Nacional decreta publicamente que os estudantes estão a desrespeitar, sediar e insultar o Chefe de Estado. Como resposta, cerca de 4000 estudantes participaram na Assembleia Magna em que repudiavam as afirmações do Ministro da Educação Nacional. Entretanto, o Ministro encerra a Universidade até aos exames e a 28 de Maio, 6 mil estudantes reuniram-se para distribuir flores e balões sob forma de protesto com o objetivo de alertar a população para a situação e assim erguer as suspensões, processos e não marcação de faltas durante o luto.

Na época de exames, Coimbra é sobrecarregada por polícias que se diriam para a Universidade onde apenas entravam professores e alunos que quisessem fazer exames, no entanto em Julho alterada uma lei em que

Sofia Lopes nº 17 12º F Prof. Dália Neves

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exige todos os estudantes que não tenham feito os exames, fossem prestar serviço militar. Revoltados com toda aquela opressão, os estudantes que eram jogadores aproveitaram a participação na Taça de Portugal para publicamente manifestarem as suas posições, em que tiveram forte adesão contra o regime, mostrando a força estudantil.

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