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Escola Secundária de Santa Maria da Feira História Revolução democrática portuguesa Ana Sofia Dias Gomes Nº 5 9ºD 30 De Maio de 2014 1

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Page 1: Revolução democrática portuguesa

Escola Secundária de Santa Maria da Feira

História

Revolução democrática portuguesa

Ana Sofia Dias Gomes

Nº 5 9ºD

30 De Maio de 2014

Manuel Luís de Lima e Silva

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Page 2: Revolução democrática portuguesa

Introdução

Neste trabalho vou explicar os acontecimentos e as motivações que levaram ao Golpe Militar de 25 de Abril de 1974, mencionar os sucessivos acontecimentos, descrever o processo revolucionário (salientando-se as divergências dos projectos políticos em confronto), mencionar as consequências do processo de descolonização dos antigos territórios não autónomos, caracterizar a organização da sociedade democrática a partir da Constituição de 1976 e ainda, identificar as principais transformações e problemas económicos e sociais até 1986.

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ÍndiceIntrodução....................................................................................................................................2

Antecedentes................................................................................................................................4

RECUSA DA DEMOCRACIA E OPOSIÇÃO DEMOCRÁTICA...........................................................5

Guerra Colonial........................................................................................................................6

O Marcelismo-A Liberalização fracassada................................................................................6

25 de Abril de 1974......................................................................................................................7

Descolonização.............................................................................................................................8

A Constituição de 1976 e o restabelecimento da democracia....................................................10

PODER CENTRAL.....................................................................................................................10

PODER LOCAL.........................................................................................................................11

PODER REGIONAL...................................................................................................................11

Problemas de desenvolvimento económico após o 25 de Abril:.................................................11

Medidas da EU.......................................................................................................................12

Conclusão...................................................................................................................................13

Web grafia e bibliografia............................................................................................................14

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Antecedentes

Após a Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve a mesma feição autoritária, ignorando a “onda” democrática que se espalhava na Europa.

Economicamente, Portugal passava por um período conturbado, um atraso evidente. Não acompanhava o crescimento económico do resto da Europa, estava estagnada pelo mundo rural e pela migração, ocorreu um considerável surto industrial e urbano e as colónias tornaram-se alvo das preocupações.

A agricultura era o sector dominante, mas pouco desenvolvida e com baixos índices de produtividade.

Existia dois tipos de estruturas agrárias: no Norte predominava o minifúndio (pequena propriedade) e no Sul estendiam-se propriedades imensas (latifúndios), que se encontravam subaproveitadas.

Como outros países, Portugal aplicou um modelo de desenvolvimento “por planos”:o I Plano (1953-1958) - Indústria química e metalúrgica; o II Plano (1959-1964) Plano hidroeléctrico nacional. o III Plano (1968-1973) -> nova política económica

A produção industrial estava orientada para a exportação, Portugal tinha como prioridade à industrialização em relação à agricultura e estimulou-se a concentração industrial.

Durante a década de 30 e 40, as emigrações eram reduzidas, mas na década de 60, as emigrações portuguesas aumentaram, tendo contribuído para esse surto migratório, o êxodo rural, a mão-de-obra para os países europeus, os salários superiores e a fuga à Guerra Colonial.

O surto industrial traduziu-se no crescimento do sector terciário e na progressiva urbanização do país. Deu-se o crescimento das cidades e a concentração populacional. Em Lisboa e Porto propagaram-se os subúrbios. A expansão urbana não foi acompanhada da construção das infra-estruturas necessárias, aumentando as construções clandestinas: proliferando os bairros de lata, degradaram-se as condições de vida (incremento da criminalidade, da prostituição…).

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RECUSA DA DEMOCRACIA E OPOSIÇÃO DEMOCRÁTICA

Em 1945, após a vitória da democracia sobre os fascismos, Salazar encenou uma viragem política a fim de preservar o poder antecipando a revisão constitucional, dissolvendo a Assembleia Nacional, convocando eleições antecipadas (“tão livres como na livre Inglaterra”). A oposição democrática concentrou-se em torno do MUD (Movimento de Unidade Democrática), cujo objectivo principal era concorrer às eleições para combater o regime Salazarista. O impacto deste movimento, deu início à chamada oposição democrática.

Em 1949, a oposição democrática apoiou Norton de Matos nas eleições presidenciais, concorreu contra o candidato do regime, Óscar Carmona. Era a primeira vez que um candidato da oposição concorrera à Presidência da República e a campanha voltou a entusiasmar o País.

Porém, face a uma severa repressão, Norton de Matos apresentou a sua desistência pouco antes das eleições e Óscar Carmona venceu as eleições.

Em 1958, ocorreu novas eleições presidenciais, a vez de Humberto Delgado. Criticou a ditadura, foi apelidado de “general sem medo” e anunciou a intenção de demitir Salazar caso viesse a ser eleito. Houve uma grande mobilização popular e o governo procurou limitar-lhe os movimentos, acusando-o de provocar “agitação social, desordem e intranquilidade pública”.´

Saiu vencedor das eleições o candidato do regime, Américo Tomás. Porém a credibilidade do Governo ficou profundamente abalada. Salazar alterou a forma de eleição do Presidente que passou a ser eleito por colégio eleitoral. Humberto Delgado vai para o exílio e é assassinado pela PIDE em 1965.

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Guerra Colonial

Durante a década de 50, a União Indiana pretendia a integração das cidades de Goa, Damão e Diu no seu território. Portugal recusou-se a discutir o tema e Surgiram os primeiros movimentos independentistas.

Na década de 60

o Dezembro de 1961 – A União Indiana invade as cidades de Goa, Damão e Diu;

o 1961 – Ataques às fazendas do norte de Angola e às prisões de Luanda;o 1963 – Alastramento das insurreições a Guiné-Bissau;o 1964 – Alastramento das insurreições a Moçambique. o A guerra só terminará em 1974 com a revolução de 25 de Abril.

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O Marcelismo-A Liberalização fracassada

Em 1968, Salazar sofreu um acidente e ficou incapacitado para dirigir o governo. É substituído por Marcello Caetano.

Pôs em prática uma política: Primavera Marcelista – uma política no sentido de uma maior liberdade e democratização, marcada por grandes hesitações e contradições, recusou discutir a questão da Guerra Colonial e governou segundo o princípio da continuidade.

Acção governativa:o Área politica – Maquilhagem das instituições

PIDE DGS (Direção Geral de Segurança) Censura Exame prévio

União Nacional Acção Nacional Popular Autorização do regresso dos exilados políticos como Mário Soares´

o Área Social - Maquilhagem das instituições Criação da ASDE (Assistência na Doença dos Servidores do Estado) Instituição do subsídio de Férias e de Natal Atribuição de pensões aos trabalhadores rurais e de profissões mais

modestas Criação de nova legislação sindical

o Área Educativa Maior acesso ao ensino Renovação dos conteúdos Escolaridade obrigatória

Nas Eleições Legislativas de 1969, participou a oposição nas eleições após 44 anos, demonstrou-se a abertura política, porém, as eleições marcadas por limitações à liberdade de voto aumentou a contestação nos meios universitários, fabris e militares.

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25 de Abril de 1974

Em Abril de 1973, reuniu-se o 3º Congresso da Oposição Democrática, passando a defender-se os 3 D’s: Descolonização, Desenvolvimento e Democrática.

Em Fevereiro de 1974, o General Spínola publicou o livro Portugal e o Futuro, defendia uma solução política para resolver a Guerra Colonial e a liberalização do país.

Causas:o Insistência na Guerra Colonial;o Equiparação dos oficiais milicianos aos oficiais do quadro;o Falta de liberdade;o Dificuldades económicas.

Estas causas para a Revolta Militar levaram à criação do MFA (Movimento das Forças Armadas).

Capitães mensageiros recebem de Otelo Saraiva de Carvalho cartas com as instruções para as acções a levar a cabo na noite de 24 para 25. Recebem ainda um exemplar do jornal a Época, como identificação, destinada às unidades participantes.

Na manhã de 24 saiu uma notícia discreta no jornal da República chamando a atenção dos seus leitores para a emissão do pograma Limite dessa noite, na Rádio Renascença.

É transmitida pela rádio a canção “E depois do Adeus”, interpretada por Paulo de Carvalho. Esta canção marca o início das operações militares.

Na manhã de 25, o pograma Limite da Rádio Renascença transmite a canção Grândola Vila Morena de José Afonso. Esta canção é a senha que indica ao MFA que as operações militares começaram e são irreversíveis.

O MFA ocupa pontos estratégicos fundamentais: RTP, Emissora Nacional, Rádio Clube Português, Aeroporto de Lisboa, Quartel General, Estado Maior do Exército, Ministério do Exército, Banco de Portugal e Marconi.

Marcelo Caetano anuncia que está disposto a render-se e pede a comparência no Quartel do Carmo de um oficial do MFA de patente não inferior a coronel.

O General Spínola, mandato pelo MFA, negoceia com Marcelo Caetano a rendição do Governo, no Quartel do Carmo.

Marcelo Caetano rende-se. Ele e os ministros que o acompanhavam são transportados pela chaimite BULA para o Posto de Comando do Movimento no Quartel da Pontinha.

Na rua António Maria Cardoso, onde ficava a sede da PIDE/DGS, morrem 4 pessoas e 45 ficam feridas, vítimas dos disparos dessa policia sobre os manifestantes.

No dia 26 de Abril, a PIDE/DGS rende-se, a Junta de Salvação Nacional apresenta-se ao país, através da RTP. O MFA envia para a Madeira Marcelo Caetano, Américo Tomás, César Moreira Baptista e outros elementos afectos ao antigo regime. O General Spínola é designado residente da República e os presos políticos de Caxias e do Peniche são libertados.

Entre os dias 27 a 30 de Abril, o MFA apresentou o seu pograma, Mário Soares tornou-se líder do Partido Socialista e Álvaro Cunhal, líder do Partido Comunista.

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Descolonização Com a Ditadura que já tanto tinha atrasado Portugal face aos países da Europa, o

principal objectivo era implantar uma Democracia de modo a livrar o nosso país da tensão vivida até ao 25 de Abril de 1974.

Com a Democracia, a população poderia exprimir as suas opiniões que tinham sido guardadas com rancor naqueles longos anos da Ditadura. A população poderia vir a saber as verdadeiras notícias do dia até agora censuradas pelo Estado Novo. Ou seja, com a democratização a liberdade estava alcançada.

As colónias portuguesas queriam a independência, mas Salazar não queria de todo diminuir o seu Império.

Após a Revolução dos Cravos o M.F.A negociou a independência das colónias, que além dos problemas causados, era uma despesa extra para Portugal.

Foi em 1973 que se iniciou a descolonização de África, dando a independência das colónias portuguesas.

Foi com a declaração unilateral da República da Guiné-Bissau que a comunidade internacional reconheceu a sua independência.

As restantes colónias de Portugal conseguiram a independência em 1975, excepto Macau e Timor.

Quando se deu a descolonização mais de 800 mil indivíduos regressaram a Portugal.

Como sabemos Portugal tinha problemas económicos, e a chegada de tanta gente ao país agravou ainda mais o seu estado, sobretudo a nível de desemprego.

Por outro lado a integração desta população na sociedade Portuguesa não foi fácil devido à diferença de culturas, aos problemas humanos, provocados pela separação de familiares, ao abandono de regiões onde viviam, trabalhavam e onde tinham os seus bens, causando marcas que nunca mais se apagariam.

Mas há sempre quem consiga dar a volta à situação e muitos deles recomeçaram as suas vidas, com novas profissões contribuindo para dinamizar alguns sectores da indústria portuguesa.

Nos territórios independentes a evolução política não foi fácil devido à existência de guerras civis, destruição de aldeias e cidades, morte e a desorganização económica levaram a que alguns destes países vivessem uma longa crise económica e social, em que muitas destas crises ainda se mantêm.

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A Constituição de 1976 e o restabelecimento da democracia

Um ano depois da Revolução, em 25 de Abril de 1975, foi eleita a Assembleia Constituinte, que teria a missão de elaborar e aprovar uma Constituição democrática.

As eleições para a Assembleia Constituinte foram as primeiras eleições livres. Vários partidos políticos puderam concorrer e todos os cidadãos com mais de 18 anos, agora também incluindo as mulheres, exerceram o seu direito de voto.

A Constituição foi aprovada em 1976 e consagrava os princípios democráticos: o Direito à educação o Liberdade de expressão o Liberdade sindical e direito à greve o Direito de reunião e associação o Direito e dever de votar

Também estabeleceu a nova organização política do país, diferenciando as funções ou competências dos vários órgãos de poder.

O poder político está organizado em:o PODER CENTRALo PODER LOCALo PODER REGIONAL

PODER CENTRAL

o Presidente da República – É eleito por cinco anos como o representante da República Portuguesa. Compete-lhe a aprovação das leis, a nomeação e demissão do Primeiro-Ministro e a marcação da data das eleições.

o Governo – É constituído pelo Primeiro-Ministro e por um conjunto de Ministros e Secretários de Estado. O governo administra o país e faz cumprir as leis.

o Assembleia da República – É constituída por deputados, pertencentes a vários partidos políticos e eleitos por quatro anos. Os deputados fazem as leis, discutem e aprovam o programa do governo e fiscalizam as acções do governo.

o Tribunais – Nos tribunais aplica-se a justiça, julgando-se aqueles que não cumprem as leis

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PODER LOCAL

o Assembleia Municipal – Constituída pelos deputados municipais, nesta assembleia discutem-se e apresentam-se propostas para resolver os problemas do município (constituído por várias freguesias).

o Câmara Municipal – Formada pelo Presidente, Vice-Presidente e vereadores. Manda executar as decisões aprovadas na Assembleia, tais como a construção de escolas primárias, instalações desportivas e estradas, recolha de lixo, instalação de saneamento e água.

o Assembleia de Freguesia – Constituída pelos deputados da freguesia.o Junta de Freguesia – Formada pelo Presidente e vogais. A Junta de

Freguesia confere comprovativos de residência, informa e solicita obras à Câmara Municipal e zela pelos bens públicos da freguesia, tais como os jardins, os cemitérios, feiras e mercados ao ar livre, etc.

PODER REGIONAL

o A Constituição de 1976 criou as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, devido ao seu afastamento relativamente ao continente e ao desejo dos seus habitantes. As regiões autónomas têm órgãos de governo próprios:

Assembleia Regional - faz as leis da região autónoma e fiscaliza as actividades do Governo.

Governo Regional - faz executar as leis de cada região autónoma. Estes órgãos do poder regional são eleitos por 4 anos, pelos cidadãos de cada

arquipélago. No entanto, as regiões autónomas também estão dependentes do Poder Central, como qualquer outra região de Portugal.

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Problemas de desenvolvimento económico após o 25 de Abril:

Baixa produtividade da agricultura e o atraso técnico da indústria foram agravadas por outros problemas;

Instabilidade política no período pós 25 de Abril; Independência das colónias; Perda de grande parte dos mercados coloniais; Crise petrolífera internacional da década de 1970.

Esta situação foi ligeiramente alterada pela assinatura do “Acordo de Comércio Livre” ente a CEE e Portugal. Porém, só foi alterada completamente com a adesão de Portugal à CEE.

Em 28 de Marco de 1977, Portugal pediu a sua adesão à CEE. Objetivos da adesão:

o Portugal pretendia integrar-se: Num bloco político e económico forte. Numa comunidade cujas ideias são a democracia, a liberdade, a

cooperação e a solidariedade. Como perdeu as colónias e os seus mercados, virou-se para a Europa para

conseguir recuperar da crise. Portugal teve que aplicar uma série de reformas para melhorar a agricultura, a

indústria, as vias de comunicação, a educação, formação profissional, etc. Portugal conseguiu melhorar as suas condições socioeconómicas dos portugueses

e houve um reforço do papel do nosso país na comunidade internacional. A 12 de Junho de 1985, no jardim do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, Portugal

assinou o tratado de adesão à CEE e, a partir de 1 de janeiro de 1986, Portugal passou a fazer parte da CEE. Iniciou-se, então, uma nova fase no processo de desenvolvimento do país

Medidas da EU

Em 1992, através da assinatura do Tratado de Maastricht, a CEE passou a ter a designação de EU (União Europeia). Tomou também uma série de novas medidas:o Maior participação do cidadão na vida comunitária;o Cidadania europeia paralela à cidadania nacional;o Maior solidariedade entre os estados membros o Maior número de meios para garantir a segurança e a paz

Adaptação das instituições da República Portuguesa aos compromissos europeus.

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Conclusão

Essa revolução instaurou a democracia e devolveu a esperança ao país. Sua filosofia principal se baseava em um programa de três D: democratizar, descolonizar e desenvolver. A data passou a ser conhecida como o Dia da Liberdade.

Aqui está um vídeo relativamente aos poucos minutos da ditadura e o início da democracia:

o https://www.youtube.com/watch?v=ti8AsJZdbDU#t=23

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