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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
REVITALIZAÇÃO DOS MERCADOS PÚBLICOS DE JOÃO PESSOA-
PB E O BEM-ESTAR DOS COMERCIANTES E CLIENTES
André de Castro Pereira Macedo
Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB
Aléssio Tony Cavalcanti de Almeida
Professor do Departamento de Economia - UFPB
RESUMO
Este trabalho evidencia a reforma dos mercados públicos do município de João Pessoa e o
bem-estar de seus comerciantes e clientes, partindo-se da idéia que o Estado pode intervir não
rigidamente no Mercado. Nesse sentido, tem-se que o conceito “bem-estar” pode ser visto a
partir de uma medida de satisfação dos agentes levados em conta na pesquisa, para isso foi
necessário recorrer aos trabalhos de Araújo e Oliveira e de Ramos e Ávila (2000) que
tratavam sobre tal assunto. Assim, o presente estudo tem por objetivo geral averiguar se a
ação da Prefeitura Municipal de João Pessoa em requalificar os mercados públicos está
proporcionando satisfação aos principais agentes envolvidos, feirantes e clientes. Este artigo é
uma pesquisa empírica e teórica com ênfase num estudo de campo. Desse modo, no intuito de
medir o bem-estar dos atores estudados aplicou-se três tipos de questionário no Mercado
Central: dois para comerciantes (separando-se um dos trechos reformados e outro das partes
não revitalizadas) e um para clientes. A pesquisa se processou no Mercado Central de João
Pessoa – durante os dias 09, 10 e 11 de novembro de 2011. Por fim, os resultados mostram
que os comerciantes dos trechos reformulados apresentam vários indícios que sua satisfação
cresceu, exceto alguns feirantes insatisfeitos (devido à redução das vendas); enquanto aqueles
não abrangidos pela requalificação estão descontentes porque desejam melhorias nos
principais aspectos do mercado. Já os clientes estão, no mínimo, satisfeitos e atribuem muita
importância para a reforma, além de apontarem a higiene como maior benefício.
Palavras-chave: Revitalização, Mercados públicos, Bem-estar.
1 - INTRODUÇÃO
O artigo aborda a regulação do Estado perante o Mercado e, a partir disso, verifica-se
qual tipo de relação entre eles se encaixa oportunamente ao propósito do trabalho. Nesse
sentido, salienta-se que a idéia adotada é a de que o Estado possa intervir no Mercado, de
forma específica (ou seja, apenas quando houver necessidade). Partindo-se desse pressuposto,
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escolheu-se uma ação governamental – a reforma dos mercados públicos pessoenses – com
intervenção não rígida, cujo propósito é averiguar se está existindo bem-estar para vendedores
e consumidores desses ambientes.
Explica-se que antes de avaliar a satisfação de comerciantes e clientes concernente às
etapas de reestruturação dos mercados públicos de João Pessoa era fundamental possuir
entendimento e conhecer os principais conceitos do termo “bem-estar”, de acordo com os
propósitos do estudo.
Cumpre salientar que os locais, objeto de estudo, são os mercados públicos do
município de João Pessoa – os quais já tenham sido remodelados ou que estejam na iminência
de receberem as obras de requalificação. Assim, o tema trata do seguinte: “Revitalização dos
Mercados Públicos de João Pessoa e o Bem-Estar dos comerciantes e clientes”.
A problemática central consiste em verificar se a ação de intervenção do governo
municipal em remodelar os mercados públicos da cidade propiciou conforto a feirantes e
compradores. O problema passou a ser investigado entre o mês de outubro e dezembro, do
ano 2011, cujo foco se voltou apenas para o mercado central de João Pessoa. A idéia deste
tema surgiu, especialmente, a partir dos pontos inerentes à relação entre Estado, Governo e
Mercado e à situação de bem-estar dos indivíduos.
Dessa forma, a adoção do tema se justifica devido à importância de verificar o grau de
satisfação dos atores sociais contemplados por determinada medida do Governo (na figura do
Poder Executivo Municipal). Em outras palavras, busca-se identificar se a ação
governamental vem proporcionando conforto a vendedores e compradores finais dos
mercados públicos do município de João Pessoa, notadamente o mercado central.
Relata-se que este artigo é relevante devido à escassez de pesquisas relacionadas aos
mercados públicos de João Pessoa, bem como de trabalhos que abordem o bem-estar dos
comerciantes e clientes desses mercados, tratando-se, portanto, de um estudo inovador para o
caso paraibano, o qual pode servir de sustentação para elaboração de outros trabalhos ou
pesquisas na área.
Neste contexto, o objetivo geral da presente pesquisa é apurar se a atuação do Estado
(por intermédio da Prefeitura Municipal de João Pessoa) – pautada na política de
reinvestimento dos mercados públicos da cidade – propiciou satisfação aos principais agentes
envolvidos: comerciantes (feirantes) e clientes (consumidores).
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2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No que concerne ao referencial teórico, tem-se que nas próximas subseções serão
tratados os seguintes tópicos: papel do Estado relacionado ao Mercado; conceitos de bem-
estar; mercados públicos do município de João Pessoa e os seus aspectos jurídicos que
protegem e estabelecem regras para a correta estruturação de tais estabelecimentos públicos.
2.1 O papel do Estado relacionado ao Mercado
Este estudo contempla algumas idéias dos Estados de Bem-estar social e Neoliberal –
onde o Mercado não é auto-regulável e que o Estado pode ser intervencionista, desde que esta
intervenção não seja rígida e autoritária.
A partir das leituras de Coelho (2009), é possível inferir que a semelhança ao Estado
de Bem-estar social se deve ao fato do Estado ser interventor do Mercado, através do uso de
políticas públicas, proporcionando a seus indivíduos um mínimo de igualdade social e padrão
de contentamento e conforto; enquanto o Estado Neoliberal é devido à proposta da
intervenção no Mercado apenas de forma específica, ou seja, em determinadas esferas das
relações econômicas, a exemplo do mercado de trabalho e do mercado de bens e serviços.
Para fins do artigo, a intervenção ideal do Estado no Mercado será aquela realizada de
forma específica (quando realmente haja necessidade), de modo que o Mercado seja
competitivo, não seja completamente livre ou altamente regulado.
Além de Coelho (2009), para outros esclarecimentos acerca do papel e das funções do
Estado, pode-se consultar Rua (2009).
2.2 Entendendo o “Bem-Estar”
Segundo Siqueira e Padovan (2004 apud ARAÚJO e OLIVEIRA, p. 10-12), observa-
se que a definição de bem-estar está sendo desenvolvida, após que se conseguiu dividi-la em
dois componentes: objetivo e subjetivo. O componente objetivo baseia-se nos níveis de
padrão de vida; enquanto o subjetivo é a forma como o indivíduo percebe a qualidade de vida.
“O conceito de bem-estar no trabalho é formado por três componentes: satisfação no
trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo. Tais
componentes são chamados de vínculos positivos com o trabalho – satisfação e envolvimento
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– e com a organização – comprometimento afetivo” (SIQUEIRA; PADOVAN, 2004, apud
Araújo e Oliveira).
Já para Ramos e Ávila (2000), a avaliação do bem-estar de uma sociedade é uma tarefa
complexa, que engloba vários fatores, além dos de natureza econômica. A tendência tem sido
concentrar a atenção na renda da sociedade e de seus indivíduos, privilegiando dois fatores
para avaliar o bem-estar: a “eficiência econômica”, representada pela renda média da
população, e a “justiça social”, retratada pela distribuição da renda.
Mediante pesquisa no Dicionário de termos de comércio – SICE, quanto à medição do
consumidor, se vislumbram benefícios singulares resultantes do consumo de bens e serviços.
Em tese, o bem-estar individual é definido pela própria avaliação da pessoa quanto a sua
satisfação, em termos de preços e renda. A medição exata do bem-estar do consumidor requer
informações sobre preferências individuais.
O conceito de bem-estar usado no artigo buscou identificar se houve melhoria para
comerciantes e clientes dos mercados públicos, dentro de suas expectativas. Assim, o nível de
satisfação destes indivíduos foi medido, no mínimo, pelos elementos: infra-estrutura, higiene,
segurança, ventilação, acesso ao local, estacionamento e volume de vendas (para os feirantes).
2.3 Administração Pública e Sustentação jurídica
Para Rua (2009), a Administração Pública consiste num conjunto de agências e de
servidores profissionais, mantidos com recursos públicos e encarregados da decisão e
implementação das normas necessárias ao bem-estar social e das ações de gestão pública.
É possível observar que um dos grandes desafios para os gestores públicos é superar a
visão fragmentada das análises. Um mercado público ou shopping que geram emprego e
movimentam a cidade, também podem ocasionar grande congestionamento, por não possuir
adequadas vias de acesso. O desafio consiste em todas as áreas do conhecimento que
interferem no processo de aprovação urbanística e ambiental buscarem uma nova síntese que
supere a visão fragmentada das análises, implicando uma decisão mais abrangente e que gere
melhor qualidade de vida (PRESTES, 2003).
No contexto dos mercados públicos, há ações de fiscalização de higiene em ambientes
públicos, no município de João Pessoa, que são norteadas pelo código de posturas municipal
(lei complementar 07/95).
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Para nosso estudo, são relevantes os artigos 3º e 4º deste código, preceituando que o
Poder Executivo Municipal deve zelar pela higiene, visando à melhoria do ambiente, da saúde
e do bem-estar da população dos mercados públicos e feiras livres.
O código de posturas, em seu art. 113, relata a colocação das bancas de jornais,
revistas, livros e fiteiros. Afirma-se que será permitido colocar bancas que estejam fora das
áreas dos mercados públicos, desde que obedeça às algumas exigências. Como exemplo: uma
banca de jornal que se instala fora de qualquer área abrangida por algum mercado público de
João Pessoa, desde que seu espaço não obstrua o trânsito de pessoas no passeio público.
2.4 Mercados Públicos
Os mercados públicos de João Pessoa aglomeram uma variedade de comerciantes,
com perfis de vendas diversificados e que abastecem a população. Nesses boxes são ofertados
diversos tipos de bens: frutas, verduras, carnes, ervas, itens de artesanato, etc.
Cumpre salientar que inúmeros bairros desta cidade possuem seus próprios mercados
públicos, tais como o Mercado: Central; de Cruz das Armas; da Torre; de Jaguaribe; do
Valentina; do Peixe; do Bessa; do Geisel; dentre outros.
Entretanto, o enfoque se situará tão somente sobre mercado central, pois é o mais
importante dos mercados públicos da cidade; abrange o maior quantitativo de feirantes; além
de ser objeto de investigação quando do estudo de campo, já que contempla trechos
reformados e não reformados (o que atende a proposta do artigo).
Segundo a Prefeitura Municipal de João Pessoa, a requalificação dos mercados está
sob incumbência dos seguintes agentes planejadores e executores: Secretaria de Planejamento
(SEPLAN); Secretaria de Infra-Estrutura (SEINFRA); e Secretaria de Desenvolvimento
Urbano (SEDURB).
A seguir, haverá subdivisões de modo a situar possíveis trabalhos já existentes sobre a
temática trabalhada no artigo; conhecer os investimentos realizados em alguns mercados
públicos na capital pessoense; conceituar os principais atores sociais envolvidos; abordar os
programas de capacitação desenvolvidos nos mercados; e pontuar alguns eventos ocorridos.
2.4.1 Pesquisas acerca dos mercados públicos de João Pessoa
Há escassez de pesquisas que discutem o papel dos mercados públicos, porém, quanto
ao município em tela, encontrou-se um trabalho (especificamente) tratando do mercado
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central: “Pelas ruas do mercado, o pulsar de velhos costumes e novos anseios. O desafio da
requalificação do Mercado Central de João Pessoa – PB”, de Coutinho e Vidal (2007).
Assim, segundo Coutinho e Vidal (2007), o mercado central foi construído na década
de 1940, no intuito de contribuir para a modernização do espaço urbano da cidade. No final
do século XX verificou-se que, antes do processo de reformulação, o mercado havia sido
invadido por usos incompatíveis e estranhos à sua função precípua de abastecimento, tais
como: borracharia, consertos mecânicos e atividades ilícitas (a exemplo da prostituição e do
tráfico de drogas). A comercialização de gêneros alimentícios tornou-se secundária, devido à
exploração imprópria do espaço público.
Somente a partir de 2002, o poder público idealizou projetos de melhorias do Mercado
Central definindo a inserção das novas edificações entre os galpões que buscassem abrigar
ordenadamente todos os comerciantes devidamente cadastrados e que desenvolvessem
atividades compatíveis com a finalidade de um mercado público.
A partir de Coutinho e Vidal (2007), depreende-se que a primeira etapa do Mercado
Central ocorreu em dezembro/2006, com a demolição da antiga Quadra G, dando lugar ao
edificado Pavilhão 01. A proposta de intervenção ocorreu de forma compartilhada com os
feirantes que apresentaram sugestões e contribuíram para o seu enriquecimento (o prédio
passou a receber 184 comerciantes de frutas e verduras). Já o Pavilhão 02, inaugurado em
agosto/2007, abriga cerca 115 boxes destinados à venda de raízes, frutas e verduras.
2.4.2 Investimentos
Mediante informações fornecidas pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (2011),
pode-se relatar os investimentos em alguns mercados:
Mercado Central – as obras tiveram início em 2006 e atualmente se encontram 70%
licitadas (sendo que deste total, 60% já foram entregues aos comerciantes e à população). O
investimento até o momento é de R$ 8.671.635,69 e a expectativa é que até 2012 o projeto
seja concluído, contemplando 1.207 comerciantes cadastrados pela entidade municipal.
Mercado da Torre – inaugurado em novembro de 1962 – após décadas, sofre sua
primeira requalificação (iniciando em 2011) com previsão de entrega para o fim de 2012.
Serão investidos cerca R$ 6 milhões e a obra será executada em uma única etapa.
Mercado de Cruz das Armas – também chamado de Mercado Sindolfo Freire, suas
obras foram iniciadas em 2010 para atender à reivindicação de comerciantes e moradores do
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bairro. No momento, iniciou-se a construção da última etapa da reforma e tais obras, pelo
novo cronograma, deverão ser entregues até o início de 2012 e tem investimento total
aproximado de R$ 2 milhões.
Mercado do Peixe, em Tambaú – a nova estrutura (que conta com 11 boxes
estruturados para atendimento, preparo, armazenamento, apoio e banheiros, incluindo
unidades adaptadas para deficientes físicos) foi reconstruída e entregue à população no início
de 2010. O custo foi orçado em R$ 600 mil e beneficia direta e indiretamente,
aproximadamente 400 trabalhadores, dentre pescadores e comerciantes.
Mercado do Bessa – concluiu-se as obras em novembro/2009, e o Governo Municipal
ergueu 24 boxes fixos e 50 barracas padronizadas para a feira livre de verduras e legumes.
2.4.3 Atores Sociais
O artigo pretende verificar o bem-estar de dois atores dos mercados públicos de João
Pessoa: feirante/comerciante e cliente/consumidor. Assim, se faz importante conceituá-los.
A partir do Portal Brasil Profissões, tem-se uma definição para feirante: “é o
profissional que trabalha nas feiras livres, que são espécies de aglomerações de comerciantes
de produtos alimentícios e afins”. O feirante tem a responsabilidade de levar às suas barracas
produtos de boa qualidade e procedência, além de ofertar à sua clientela bons preços.
Com base neste Portal, pode-se citar que as feiras, geralmente, acontecem nas ruas e
oferecem aos consumidores: frutas; legumes; verduras; carnes; peixes frescos; alimentos
prontos (como pastéis); e outros tipos de produtos para o lar, bijuterias e até mesmo roupas.
Já o consumidor pode ser definido com base no art. 2º do Código de Defesa do
Consumidor (1990): “é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final”.
2.4.4 Capacitação
Segundo a Prefeitura Municipal de João Pessoa, em outubro de 2011, as obras de
construção do galpão II do Mercado Central foram concluídas e os 64 novos boxes estão à
disposição dos comerciantes cadastrados pela SEDURB. Para atender às expectativas dos
novos clientes com tal galpão, o poder público estaria investindo na qualificação dos feirantes.
Ainda, segundo a Prefeitura, estações digitais foram expandidas para os mercados da
Capital, através do Projeto Estação Digital na capital, onde o órgão municipal teria
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implantado tele centros nos mercados públicos, beneficiando os comerciantes com cursos de
informática e acesso à internet.
Entretanto, essas e outras questões sobre cursos e capacitações poderão ser melhores
corroboradas a partir do estudo de campo, por intermédio da aplicação dos questionários
(especificamente aos feirantes), onde se investigará se eles já receberam algum treinamento e
se possuem conhecimento do Projeto de Estação Digital e se já participaram.
2.4.5 Eventos extras
Mediante informações da Prefeitura Municipal de João Pessoa, nesse ano de 2011,
foram organizados eventos nos mercados públicos, onde o mercado central foi palco da “Festa
do Milho”, organizada pelos proprietários de boxes em parceria com a Associação dos
Comerciantes do Mercado Central e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDURB).
Teve também o “São João dos Mercados”, em que o Mercado Central foi o primeiro
cenário escolhido pela Prefeitura. Além disso, o mesmo recebeu atrações musicais, a exemplo
de trios de forró que animaram comerciantes e clientes do maior mercado público do Estado.
2.4.6 Medidas inovadoras
Da mesma forma que há escassez de trabalhos publicados, a partir de pesquisas na
internet, pôde-se constatar que há poucos mercados públicos no Brasil que possuem página
virtual na internet – a exemplo do Mercado Municipal de Curitiba e do Mercado Público
Central de Porto Alegre – os quais demonstram sua história; os bens/serviços que ofertam;
informações específicas (como fechamento do mercado para processo de revitalização); etc.
Assim, ações dessa natureza devem acarretar maior transparência, visibilidade e atratividade,
além de aguçar a curiosidade em se visitar tais locais.
Outro exemplo a destacar é o da Prefeitura do Recife, que através da Secretaria de
Serviços Públicos do Recife, disponibiliza um site com alguns serviços relativos aos
mercados públicos, como: histórico, horário das feiras e informações sobre ambulantes.
Um caso a se destacar diz respeito à salutar ação desenvolvida pelo município de
Sumé, na Paraíba. Essa Prefeitura instituiu um Regulamento para funcionamento dos
mercados municipais e dos boxes (através da Lei nº 973/2009).
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3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O objetivo deste artigo é “mensurar” o bem-estar dos comerciantes e clientes do
Mercado Central de João Pessoa/PB. Informa-se que foi escolhido apenas esse mercado
público porque: é o maior da cidade – em termos de estrutura física, quantitativo de
comerciantes, fluxo de clientes; foi aquele que recebeu a maior parcela de investimentos do
órgão municipal para sua requalificação; e possui uma característica relevante para a pesquisa,
pois tem trechos reformados e não reformados.
Para atender ao proposto, e ao consultar Zanella (2009), verifica-se que a metodologia
leva em consideração os tipos de pesquisa, a saber: empírica, teórica e estudo de campo.
A pesquisa aplicada ou empírica é devido ao deslocamento ao campo para conversar
com pessoas. Segundo Ferrari (1982, apud Zanella 2009), essa ferramenta também contribui
para o planejamento de novas pesquisas ou mesmo para a compreensão teórica de setores do
conhecimento.
O estudo de campo pesquisa situações reais, onde se observam a pouca profundidade e
amplitude (investigar um grupo de pessoas de forma não exaustiva).
Por fim, a pesquisa teórica se justifica pela escolha de um grupo aleatório de pessoas
(vendedores e consumidores), presentes no mercado público central, que responderam há
várias perguntas elaboradas em forma de questionário. Pretende-se coletar opiniões sobre a
satisfação dos comerciantes e clientes.
Desse modo, o bem-estar dos atores sociais se mediu através de 03 (três) tipos de
questionários aplicados no Mercado Central de João Pessoa – sendo dois destinados aos
comerciantes e outro aos clientes. Em todos os questionários foram propostas perguntas com
objetivo de investigar o perfil socioeconômico dos entrevistados. Nas proposições dos três
questionários são evidenciadas respostas que contemplam os principais elementos das
reformas: infra-estrutura, higiene, segurança, ventilação, acesso ao local e estacionamento.
Esses questionários foram aplicados no Mercado Público Central de João Pessoa,
durante os dias 09, 10 e 11 de novembro de 2011. Salienta-se que foram entrevistadas 100
(cem) pessoas, com a seguinte distribuição: 67 comerciantes e 33 consumidores.
O critério utilizado para escolha dos vendedores a serem entrevistados foi simples:
bastava que o mesmo tivesse seu comércio estabelecido nas instalações do mercado central.
Enquanto isso, para os clientes, utilizou-se a seguinte sistemática: abordar uma pessoa que
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estivesse comprando algum bem neste mercado ou que estivesse passando pelo local (neste
caso, era necessário perguntar se esta pessoa era consumidora do mercado).
3.1 Questionário aplicado aos clientes
Este tipo de questionário se refere aos clientes/consumidores. Ele é dividido em dois
tópicos (perfil socioeconômico e bem-estar). Para tais atores, foram elaboradas apenas seis
perguntas sobre os fatores socioeconômicos e mais oito sobre as características do bem-estar.
A princípio, faz-se importante salientar que para descobrir o perfil socioeconômico
dos clientes era necessário preencher as seguintes indagações: o nível educacional (em termos
de escola); o meio de transporte utilizado quando se vai comprar; o ramo de trabalho; etc.
Diferentemente do questionário dos vendedores, para os consumidores só bastava
responder a mais um tópico – perfil do bem-estar. As oito perguntas tinham o intuito de medir
a satisfação desses atores quanto às obras de requalificação; se as reformas foram importantes;
o contentamento sobre o acesso ao mercado; e se os gastos aumentaram após tais ações.
3.2 Questionários aplicados aos comerciantes
Salienta-se que foram dois tipos de questionários, os quais são mais abrangentes que o
anterior. A princípio, cada questionário tem duas etapas a serem analisadas: o comerciante do
mercado central a ser entrevistado, trabalha no trecho já reformado ou não – desta indagação
que surge a separação entre os dois tipos de questionários; e a segunda será uma especificação
dos feirantes, de modo a conhecer qual o tipo de venda predominante. A partir dessa
fragmentação, o questionário dos vendedores contempla 04 (quatro) tópicos subdivididos nas
seguintes seqüências de perfis: socioeconômico; bem-estar (parte não reformada); bem-estar
(parte reformada); e bem-estar (parte não reformada e reformada).
Buscou-se selecionar mais feirantes dos trechos remodelados, pois é fundamental para
o estudo investigar se as revitalizações do mercado central trouxeram ou estão trazendo
alguma forma de contentamento a esses trabalhadores. Desse modo, para cumprir tal objetivo,
do total de 67 vendedores, entrevistou-se aleatoriamente da seguinte forma: 52 trabalhadores
dos espaços reformados e 15 de ambientes não requalificados.
Cumpre salientar o planejamento desta forma de entrevista. Inicialmente, para
descobrir o perfil socioeconômico dos feirantes foram aplicadas 10 (dez) perguntas, dentre
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elas podemos citar: quantas pessoas residem com você; quantos televisores possui; se tem
computador; se tem automóvel; se o box/espaço é de sua propriedade; etc.
Em seguida, há uma separação entre os vendedores a depender do local de trabalho –
se ele já foi beneficiado ou não com a reforma. Assim, existem questionamentos específicos
para feirantes que trabalham em trechos ainda não revitalizados e para aqueles que labutam
em trechos já requalificados.
Assim, se o feirante estivesse trabalhando na parte não reformada do mercado, ele
responderia às perguntas contidas nos tópicos 1 e 2, sendo que depois passaria para etapa 4, a
saber: primeiro responde as dez indagações sobre as questões socioeconômicos; depois vai
para a segunda etapa (que contem apenas quatro questionamentos sobre tal trecho); e por fim
presta informações acerca do tópico 4, pois todos os comerciantes devem responde-lo, já que
faz menção a todas as instalações físicas do mercado central.
Semelhantemente ocorre com os vendedores que estão locados nos trechos
reformados, onde a diferença é que do tópico 1 o feirante vai responder ao bloco 3 de
perguntas. Para eles a seqüência é: primeiro responde as dez indagações sobre os traços
socioeconômicos; depois passa para a terceira etapa (contendo sete perguntas sobre o bem-
estar relativo à parte revitalizada); e por fim presta informações acerca do tópico 4.
Dessa maneira, por último, se aplicou 07 (sete) perguntas sobre o nível de bem-estar
geral de todos os vendedores do Mercado Central, incluindo aqueles dos trechos reformados,
bem como os dos não requalificados. Esse segmento final da pesquisa destina-se a investigar:
se os comerciantes já receberam algum tipo de capacitação por parte da Prefeitura; em caso
afirmativo, se acharam proveitoso; se possuem conhecimento da estação/ilha digital; se o
acesso ao mercado os agrada; se vier trabalhar de carro, será que consegue estacionar
próximo; e foi indagado também qual seria a importância dessa revitalização do mercado.
4 - ANÁLISE DE RESULTADOS
Durante os dias 09, 10 e 11 de novembro de 2011 aplicou-se três tipos de
questionários a 100 pessoas do Mercado Público Central de João Pessoa, sendo: 67
comerciantes e 33 consumidores. Entrevistou-se mais vendedores dos locais requalificados
pela Prefeitura (52% do total), pois o intuito da pesquisa é medir a satisfação desses feirantes
após as reformas. Informa-se que este tópico será destrinchado em: perfil socioeconômico dos
entrevistados; avaliação do bem-estar dos comerciantes e medição do bem-estar dos clientes.
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4.1 Perfil Socioeconômico dos entrevistados
Primeiramente se deve separar clientes de vendedores. Ressalta-se que todos os
entrevistados responderam a essa natureza de indagação, porém dependendo do
enquadramento do indivíduo, a natureza da pergunta era diferente.
4.1.1 Vendedores
Pressupõe que os comerciantes dispõem de mais tempo e atenção que os clientes, o
que ensejou a aplicação de 10 questionamentos. Consta-se que todos os trabalhadores dos dois
trechos responderam às mesmas questões.
Do grupo de 67 entrevistados, 52,24% são mulheres; 55,22% são brancos; 77,61% tem
entre 30 e 59 de idade; 34,33% possuem escolaridade até o ensino médio; e 38,81% residem
com mais de três pessoas. A seguir, apresentam-se as demais informações deste perfil:
Tabela 1: Percentual das principais respostas socioeconômicas dos vendedores
Perfil Socioeconômico Assertivas
que mais se
repetiram
Percentual da
maioria
entrevistada,
por assunto
Quantidade de televisores: só um 41,79%
Se possui computador em
casa? não 56,72%
Se possui automóvel? sim 50,75%
Se o BOX é de sua
propriedade? sim 74,63%
Se possui outro trabalho? não 86,57%
Fonte: Elaboração própria.
Com base nas respostas, pode-se inferir que – no contexto geral – os feirantes do
mercado central possuem uma renda razoável para mediana. Isso se explica pelos seguintes
fenômenos: praticamente todos possuem, pelo menos, um televisor em casa (41,79%);
43,28% possuem computador; 50,75% dispõem de automóvel; 74,63% alegam que os boxes
são de suas propriedades; e por fim, a enorme parcela dos trabalhadores (86,57%) não
apresenta outro trabalho – neste caso, isto pode ser tido como fator limitante de maior renda.
Já os comerciantes dos trechos reformados (52 entrevistados) encontram-se
praticamente na mesma situação socioeconômica. No entanto, identificamos dois contrastes:
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houve equilíbrio no número de televisores, 38,5% possuem um aparelho e 38,5% apresentam
dois aparelhos; e ocorreu uma inversão quanto à posse de automóvel, pois 48,1% possuem.
No tocante aos vendedores dos trechos não revitalizados, eles acompanham a análise
global, diferindo em dois itens: residem com menos pessoas do que aqueles que estão na parte
reformada, caindo para três moradores; e houve uma discrepância quanto à posse do
automóvel, já que 60% possuem este bem.
4.1.2 Consumidores
Foram criadas 06 questões que tratam do sexo, raça, idade, escolaridade, meio de
transporte usado ao se descolar para o mercado e do ramo de trabalho. Destaca-se que a maior
parcela das entrevistas foi realizada com o público feminino (63,64%).
Percebe-se que das 21 entrevistadas, a maioria das consumidoras: são brancas
(71,43%); tem entre 30 e 59 anos de idade (61,90%); possui formação escolar até a faculdade
(28,57%); deslocam-se ao mercado através de ônibus (52,38%); e apresentam outros ramos de
profissão (38,10%), tais como – são aposentadas, domésticas ou não trabalham.
Ao analisar todos os clientes, verifica-se apenas uma mudança: no geral, quanto à
escolaridade, os compradores do mercado concluíram até a 4ª série, mas não completaram a 8ª
série; ou conseguiram concluir o ensino médio (totalizando 54,55% os dois grupos). Outro
ponto a se destacar diz respeito ao ramo de trabalho pesquisado, pois dos entrevistados,
praticamente, a mesma quantidade de clientes é profissional autônomo (27,27%) ou apresenta
outras formas de obter renda (30,30%) – a exemplo dos aposentados.
Assim, vislumbra-se que os consumidores são de cor branca; estão na faixa etária
adulta, entre 30 e 59 anos de idade; possuem algum tipo de instrução, não sendo totalmente
ignorantes – já que estudaram, no mínimo, até a 4ª série e no máximo concluíram a faculdade;
utilizam como meio de transporte, predominantemente, o ônibus para ida ao mercado; e
possuem outras formas de obtenção de renda (muitos são aposentados ou autônomos).
Logo, acerca do perfil socioeconômico é possível concluir que os compradores tem
alguma formação escolar (mesmo que mínima), o que tende a aumentar o nível de
entendimento das perguntas e a sincronizar melhor as respostas com a atual situação do
mercado. Além disso, eles estão na idade de exercerem a força produtiva de trabalho, pois se
dedicam a trabalhar de forma autônoma para a comunidade. Por outro lado, outros estão em
situação de aposentadoria e já atingiram a terceira idade (60 anos ou acima).
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No tocante ao sexo, mesmo que a maioria tenha sido do público feminino, isso não
implica, na prática, que prevaleçam compradores mulheres. Justifica-se porque muitas pessoas
não contribuíram e as mulheres foram mais aptas e suscetíveis a colaborar com a pesquisa, o
que refletiu no campo amostral.
Com relação ao transporte, pelo fato dos clientes utilizarem mais o ônibus como
locomoção até o mercado, não significa que eles não possuam veículo. Podem preferir usar
aquele transporte, pois enfrentavam dificuldades em encontrar estacionamento, por exemplo.
4.2 Avaliação do Bem-estar dos Comerciantes
O nível de contentamento dos vendedores foi mais explorado que os clientes. Houve
separação entre os beneficiados com a reforma e os não contemplados. Dessa forma, o
questionário tratou do perfil do bem-estar desses atores, através de três blocos: o trecho
reformado; o trecho não reformado e a interseção entre os dois trechos. Por fim, realizaram-se
comparações entre as duas partes.
4.2.1 Trecho reformado
A distribuição dos feirantes indagados nessas instalações do mercado foi:
Tabela 2: Percentual de feirantes entrevistados, por tipo de venda, no trecho reformado
Tipo de venda predominante Quantidade de
entrevistados
(reformado)
Em
(%)
Carnes (branca ou vermelha) 3 5,77
Verduras/ legumes 7 13,46
Frutas 8 15,38
Artesanato 3 5,77
Outros: frios, laticínios, bebidas, massas,
lanches, doces, almoços, calçados, etc. 31 59,62
TOTAL 52 100,00 Fonte: Elaboração própria.
Após o primeiro passo (separar os feirantes por trecho), era importante identificar qual
o tipo de venda predominante. Assim, o questionário contemplou as seguintes opções: carne
15
branca/vermelha; verduras/legumes; frutas; artesanato; serviços; e outro (qualquer venda que
não se encaixasse nas anteriores).
Para fins do artigo, a abordagem dos comerciantes desses trechos será dividida em três
grupos: 1) Frutas, verduras e legumes; 2) Carnes e Artesanato; e 3) Demais comerciantes.
Com isso, é possível inferir que dos 15 feirantes entrevistados no galpão de frutas,
verduras e legumes, praticamente a metade deles (46,67%) não está satisfeita com a reforma
do mercado. Explica-se que o principal motivo disso é que 73,33% desse grupo sofreu
decréscimo em suas vendas (ficaram piores ou péssimas). Foi questionado aos comerciantes o
motivo dessa queda e, na concepção deles, os principais fatores que justificam tal
acontecimento são: ausência de um estacionamento para os clientes deixarem seus veículos
estacionados; falta segurança no local e boa parte acredita que antes da reforma era melhor,
pois trabalhavam no formato de feira livre (ficando mais próximos da população).
Verifica-se que 60% dos vendedores de frutas, verduras e legumes relatam que o
elemento de menor satisfação – aquele que mais precisa melhorar – é o estacionamento. Este
componente é tão fundamental para o bem-estar que, segundo os mesmos, está sendo um dos
entraves da redução das vendas. A insatisfação deles com a revitalização é tanta que a maioria
(66,67%) sente menos desejo ou estímulo para vir trabalhar.
Percebe-se que eles preferiam as condições de trabalho antes dos processos de
requalificação. Mesmo assim, significativa parcela deles – 73,33% – acredita que a infra-
estrutura ou a higiene foram os únicos pontos satisfatórios da reformulação.
No que tange aos vendedores de carnes e itens de artesanato (06 pessoas), dois terços
(2/3) deles estão somente satisfeitos com as requalificações; enquanto um terço (1/3) está
bastante satisfeito ou teve suas expectativas superadas. A explicação pode estar em dois
elementos do bem-estar: a higiene e as vendas. Quanto ao primeiro, 83,33% dos comerciantes
acreditam que a higiene foi o fator que mais melhorou após a reforma. Já a comercialização
dos produtos não decaiu, ficando estagnada (para 66,67%), isto é, permaneceu do mesmo jeito
que antes das revitalizações.
Com esse cenário – regular para favorável – os referidos feirantes afirmam que, neste
momento, estão trabalhando em condições dignas (83,33%) e se sentem mais estimulados ou
encorajados para trabalharem depois da remodelação (83,33%). A única ressalva é que
metade deles (50%) entende que a maior carência do mercado é a ausência de um
estacionamento, que isso precisa melhorar muito.
16
Por fim, será relatado o grupo 3 – os demais comerciantes (31 entrevistados que
vendem frios, bebidas, doces, almoços, calçados, etc.). A respeito do grau de satisfação,
constatou-se que a maioria está muito ou extremamente satisfeita (48,39%); que 29,03% está
satisfeita; e que uma minoria (22,58%) está pouco agradada ou indiferente, conforme
discriminado abaixo:
Gráfico 1: Percentual do grau de satisfação do grupo 3 (demais comerciantes) quanto à reforma.
Fonte: Elaboração própria.
Com relação ao volume de vendas, houve equilíbrio entre as respostas: 32,26%
acredita que as vendas estão iguais; 22,58% relata melhoras; 16,13% visualiza piora, enquanto
outra mesma proporção aponta melhora significativa; e 12,90% afirma que ficaram péssimas.
Portanto, desses dados, pode-se inferir que 70,97% do grupo 3 teve suas
comercializações elevadas ou permaneceram estáveis. Esse fenômeno é refletido em dois
índices: na satisfação (77,42% de aprovação); e no aumento do estímulo e desejo de vir
trabalhar depois das obras de reformulação (67,74% dos entrevistados).
Por outro lado, o restante dos vendedores (29,03%) não está contente porque ocorreu
uma diminuição em suas vendas. Para eles, a ausência de estacionamento e a pouca ou
insuficiente segurança do local foram os responsáveis por tal fenômeno. Assim, esses
elementos seriam os causadores do não bem-estar dos feirantes que estão vendendo menos.
Contudo, para ambos os trabalhadores – que estejam vendendo mais ou menos – o
estacionamento e a segurança são os itens de maior carência, pois dos 31 que responderam à
questão, 45,16% apontam o primeiro e 32,26% realçam que o segundo deve melhorar.
17
De modo geral, além do crescimento das vendas, da satisfação e da vontade de
trabalhar, houve também uma acentuada aceitação quanto à forma de exercer a atividade
laboral. Isso porque após a revitalização do mercado, 80,65% consideram que estão
trabalhando em condições dignas, isto é, em situação melhor que antes.
Quanto à análise global (montante dos 52 entrevistados), há um aspecto a ser
melhorado – o estacionamento, para 50% deles. Porém, percebe-se que todos os comerciantes
instalados nesses trechos do mercado apresentam indicadores que refletem o bem-estar e
evidenciam que estão realizados com a reestruturação. Isso porque se constatou o seguinte:
maior benefício: foi a higiene para 57,69%;
estão trabalhando de forma digna: 71,15%;
mais estimulados a trabalhar: 53,85%;
34,62% estão satisfeitos e 28,85% estão muito satisfeitos com a reforma; e
importância da obra: para 50% foi muito importante.
4.2.2 Trecho não reformado
Como o intuito do artigo é evidenciar se houve contentamento com as obras de
reforma, os comerciantes situados nesses trechos não foram muito explorados. Com isso,
foram questionados somente 15 feirantes das partes não requalificadas:
Tabela 3: Percentual de feirantes entrevistados por tipo de venda no trecho não reformado
Tipo de venda predominante Quantidade
de
entrevistados Em (%)
Carnes (branca ou vermelha) 2 13,33
Frutas/ verduras/ legumes 3 20,00
Artesanato 1 6,67
Outros: frios, laticínios, bebidas, massas, lanches,
almoços, calçados, etc. 9 60,00
TOTAL 15 100,00
Fonte: Elaboração própria.
Para tais atores, foram elaboradas 04 perguntas: o que mais precisa ser melhorado; se
existe algum fator que não precisa ser melhorado; como você prevê a comercialização dos
produtos, após a reforma; e se na sua opinião, você trabalha em condições dignas.
18
Quanto à primeira indagação, aproximadamente 50% reivindica que todas as
alternativas propostas (infra-estrutura, higiene, segurança, ventilação, acesso ao local e
estacionamento) sejam objeto de melhoria; enquanto 26,67% desses trabalhadores acreditam
que tão somente a higiene deve ser tornada melhor.
No tocante a segunda pergunta, houve praticamente uma unanimidade, onde 93,33%
relatam não haver nada positivo e que deixasse de ser aperfeiçoado. Apenas um vendedor de
frutas frisou que a segurança não precisaria ser melhorada.
Em seguida, constatou-se que 73,33% dos comerciantes acreditam que depois da
reforma suas vendas irão continuar razoáveis ou ficarão boas. O restante (26,67%) não está
animado, pois imagina que a comercialização tornar-se-á ruim ou péssima.
A maioria dos trabalhadores ainda não abrangidos pela reformulação do mercado está
insatisfeita. Tanto que 46,67% afirma que trabalha em condições razoáveis, mas que podem
melhorar e 20% não concordam com a sua situação de trabalho, pois não a considera digna.
Porém, há aqueles que se sentem realizados (33,33% julgam trabalhar dignamente).
Se analisarmos isoladamente, por exemplo, os feirantes de frutas, verduras e legumes
veremos mudanças quanto à regra geral, a saber: 33,33% consideram que as vendas ficarão
péssimas e apenas 33,33% acreditam que serão boas; insatisfação no tocante às condições
dignas de trabalho, tendo em vista que 66,67% não concordam com sua atual situação.
4.2.3 Interseção do bem-estar referente aos dois trechos do mercado
Os 67 feirantes foram avaliados e as perguntas tinham por intuito averiguar a
existência de cursos de capacitação, o contentamento quanto ao acesso e a medição da
importância atribuída às obras do mercado. Posteriormente, criou-se um campo específico
para apresentação de sugestões para todos os vendedores.
No contexto geral, verifica-se que os feirantes não estão devidamente qualificados,
seja porque a prefeitura não ofertou cursos ou ainda pela falta de interesse desses
trabalhadores. O fato é que 61,19% nunca recebeu treinamento, mas tem interesse; enquanto
uma parcela considerável (25,37%) nunca recebeu e acredita que não seja importante. Logo,
apenas 13,44% (09 feirantes) já participaram, pelo menos uma vez, de algum curso ou
capacitação. Daqueles que receberam, 100% afirmam ter sido proveitoso ou muito proveitoso.
No que tange a estação digital, 89,55% não sabem que a prefeitura planejou inserir tais
espaços de informática e só 10,45% tem conhecimento desse projeto. Já o acesso ao mercado
19
é tido como um ponto positivo, pois 86,57% gostam porque é central. O restante (13,43%)
não está conformado, pois: acha muito precário; não é de seu agrado; ou é indiferente.
Questionou-se também aos vendedores se os mesmos vierem ao mercado de carro, onde o
estaciona. Do público entrevistado, só 32,84% vem ao trabalho de carro.
Tem sido verificado que o estacionamento seria o principal elemento que falta para
promover a satisfação dos comerciantes. Mesmo assim, antagonicamente a isso, dos 22 que
vem trabalhar de carro, 54,55% relataram deixar seus veículos estacionados próximos do
mercado. Outro dado importante é que 18,18% disseram que pagam para estacionar, ou seja,
conseguem estacionamento privado.
Visualiza-se que 61,19% dos entrevistados atribuem alto grau de importância – sendo
muito ou excelente – à reformulação do mercado. Para 28,36%, as reformas foram só
importantes; 10,45% creditam pouca importância e ninguém achou que foi sem importância.
Adotando-se os vendedores dos trechos reformados, observam-se distinções quanto
aos resultados globais: a) cursos de capacitação – 51,92% nunca receberam e tem interesse,
30,77% nunca receberam e não acham importantes e 17,31% já participaram, uma ou mais
vezes; e b) proporção daqueles que vão trabalhar de carro – houve uma decaída para 28,85%.
No tocante aos comerciantes dos trechos não reformulados, tem-se:
a) cursos de capacitação – 93,33% nunca receberam e tem interesse, enquanto 6,67%
nunca receberam e não acham importante. Nenhum feirante desse grupo sofreu capacitação;
b) acesso ao mercado – 73,33% acham bom porque é central, enquanto o restante
(26,67%) acredita ser muito precário, não se agrada ou é indiferente;
c) quanto à reforma – para 53,33% foi muito importante e 33,33% foi só importante.
Além das indagações, houve sugestões oriundas de 22 vendedores, onde 36,36%
correspondeu a feirantes das partes não revitalizadas e 63,64% das partes reformadas. Esse
levantamento contabilizou 29 sugestões ao todo e apresentou, praticamente, a mesma
proporção: 34,48% oriundas dos trechos não reformados e 65,52% dos remodelados. Assim,
pôde-se constatar que a maioria do número de reivindicações – 27,59% (8/29) – tem por alvo
a construção de um estacionamento. Além disso, na ótica desses atores, seria fundamental –
para o mercado central – ações e projetos que contemplem, ao menos:
20
Tabela 4: Percentual das principais sugestões concedidas pelos comerciantes do mercado
Sugestões em (%)
Construção de estacionamento 27,59
Implantação de terminais de caixas eletrônicos 13,79
Investimento na segurança do local 13,79
Término da reforma 6,90
Não mudar de local de trabalho, após a reforma 6,90
Outras 31,03
TOTAL 100,00 Fonte: Elaboração própria.
Faz-se essencial destacar a situação dos vendedores menos privilegiados quanto às
obras de reforma. Nesse sentido, verificou-se que das 10 sugestões, as mais apresentadas
pelos feirantes dos trechos não requalificados foram: a implantação de terminais eletrônicos
(30%) e a permanência no mesmo local de trabalho, após a reforma (20%).
4.2.4 Comparativos entre os dois trechos
Comparando as respostas dos feirantes de ambos os trechos (reformados e ainda não),
verificam-se entendimentos diversificados, conforme quadro abaixo:
Quadro 1: Comparativo entre as principais respostas dos feirantes, por trechos
Bem-estar dos
Comerciantes
Assertivas que mais se repetiram
Trecho Reformado Trecho Não reformado
Quanto às
melhorias
57,69% julgam apenas a
higiene como maior benefício
das obras.
53,33% desejam que todos os itens
propostos (infra-estrutura, higiene,
segurança, ventilação, acesso e
estacionamento) sejam melhorados.
Ainda precisa
melhorar ou não?
De acordo com 50% dos
entrevistados, o estacionamento
ainda precisa ser aperfeiçoado.
Para 93,33% não há nada positivo e que
não precisasse ser melhorado, até o
momento.
Vendas dos
bens/produtos
Para 30,77%, após as
requalificações, as vendas
ficaram estáveis (do mesmo
jeito).
40% desses feirantes estão
esperançosos com as reformas, pois
acreditam que as suas vendas tornar-se-
ão boas.
Trabalhar em
condições dignas
71,15% acreditam que agora
estão trabalhando de forma
digna.
46,67% afirmam trabalhar em
condições razoáveis, mas que podem
melhorar.
A importância da
reforma
50% desses trabalhadores
consideram que a reformulação
foi muito importante.
53,33% relatam que a revitalização foi
muito importante.
Fonte: Elaboração própria.
21
A respeito disso, as duas questões com os maiores contrastes são:
No que tange as vendas: os que trabalham nas partes revitalizadas não sofreram
alterações, já aqueles que não foram abrangidos pela reforma possuem boas
perspectivas (pois a maioria crer que elas melhorarão);
No tocante ao trabalho: os da reforma afirmam trabalhar em condições dignas, já os
não reformulados julgam trabalhar em situações razoáveis.
4.3 Medição do Bem-estar dos Clientes
Diferente dos feirantes – que foi dividido em 3 blocos com total de 18 indagações –
foram instituídas 08 perguntas, devido à disponibilidade dos clientes.
De modo geral, dos consumidores entrevistados, 42,42% apontam a higiene como
melhor elemento depois da requalificação. Por outro lado, quanto ao que precisa aperfeiçoar,
33,33% relatam que a segurança deixa a desejar. Outro dado é que 100% afirmam que antes
da reforma nada era satisfatório.
Informa-se que 90,91% aprovam o acesso ao mercado, ou seja, é bom porque é
central. Destaca-se que 1/3 (um terço) do total vai ao mercado de veículo. Porém, quanto ao
estacionamento, dos 11 que se deslocam de veículo, 36,36% os deixa estacionado próximo e
outros 36,36% deixa estacionado em qualquer canto.
No tocante a questão das compras, se o cliente passou a gastar menos depois das
revitalizações, houve divergência entre os mesmos, a saber: 45,45% afirmam que nada
mudou; 30,30% acreditam que passaram a gastar mais; e 24,25% entendem que as obras de
remodelação não interferiram nos preços.
Por fim, observa-se que 72,73% do público total atribui o seguinte grau para a
reforma: muito importante ou excelente; enquanto apenas 9,09% acham que a mesma foi
pouco ou sem importância. Destaca-se ainda que 48,48% estão só satisfeitos com a
requalificação e 36,36% estão muito satisfeitos.
5 - CONCLUSÕES
Em linhas gerais, os comerciantes dos trechos reformulados possuem indicadores que
refletem o bem-estar, porque se constatou que a maioria: julga a higiene como o benefício das
obras; acredita que está trabalhando de forma digna e com mais estímulo; está satisfeita com a
22
reforma e a considera muito importante. Entretanto, a ressalva é os feirantes de frutas,
verduras e legumes que estão insatisfeitos com a reforma, pois preferiam as condições
anteriores – trabalhar em espaços abertos (maior contato com os clientes). Em suma, eles
tinham mais satisfação quando o comércio era desenvolvido em forma de feira livre. Somado
a isso alegam que a inexistência de estacionamento também tem prejudicado suas vendas.
Por outro lado, verifica-se que os trabalhadores não abrangidos pela requalificação
estão precisando alavancar o bem-estar, tendo em vista que a maior parcela está insatisfeita.
Isso se explica porque eles desejam que todos os elementos propostos sejam melhorados, isto
é, a infra-estrutura, higiene, segurança, ventilação, acesso e estacionamento. Acrescente-se a
isso o fato deles afirmarem que trabalham em condições razoáveis, mas que podem melhorar.
Levando-se em consideração as reivindicações desse último grupo, analisa-se que
muitos desejam a implantação de terminais de caixa eletrônicos e outros não aprovam a
reformulação, pois tem receio de mudarem de local após a conclusão das obras. Mesmo
descontentes, julgam que a revitalização foi muito importante.
No que tange aos clientes, basicamente, temos dois grupos: os que estão satisfeitos e
os muito satisfeitos com a requalificação do mercado central. Além disso, a maior parte
atribui: muito importante ou excelente para a reforma. Eles aprovam o acesso ao mercado –
que é central – e apontam a higiene como o elemento que mais melhorou depois das obras.
Quanto aos fatores que precisam melhorar para propiciar bem-estar aos entrevistados,
verifica-se que os feirantes que receberam revitalização apontam a ausência do
estacionamento como item crucial. Isso tem afetado de alguma forma o desempenho deles na
execução das atividades laborais, tanto que para os vendedores de frutas, verduras e legumes
este é um dos principais responsáveis pela redução das vendas. Já para o grupo 3 (demais
comerciantes), além do estacionamento, a segurança também precisa ser aperfeiçoada.
Como já se verificou, os vendedores dos trechos não reformulados estão descontentes
com sua atual situação, devido a vários fatores. Praticamente a totalidade desse público relata
que não há algo que não precise ser melhorado.
Por fim, quanto os consumidores, existem poucas insatisfações ou considerações.
Destaca-se que 100% afirmam que antes da reforma nada era satisfatório. Segundo eles, as
obras de revitalização não alteraram seus gastos quanto às compras. E diferentemente dos
vendedores, para tais atores o que mais precisa ser aperfeiçoado é a segurança.
Cumpre ressaltar que durante a realização da pesquisa destinou-se um espaço para
sugestões dos feirantes dos dois trechos, tendo por base o anseio dos mesmos em proporem
23
melhorias ou reivindicarem itens necessários para existência ou elevação do bem-estar. Diante
disso, segundo os trabalhadores, os três elementos mais recorrentes que o mercado central
carece (nessa ordem) são: estacionamento, segurança e terminais de caixas eletrônicos.
Considerando a relevância do mercado central para o município e que as ações da
gestão pública devem ser pautadas na transparência, sugere-se uma medida ao órgão
municipal de João Pessoa: viabilizar a construção de uma página virtual na internet. Caso esse
plano inovador seja salutar, o ente pode expandi-lo para outros mercados públicos da cidade.
Isso seria fundamental para os comerciantes – que teriam seus bens e serviços
divulgados à população – e para o público (pois, reforçaria para quem é cliente e poderia
atrair mais pessoas que não conheçam ou não sejam usuárias do mercado). Essa ferramenta
pode ser importante para alavancar, indiretamente, o bem-estar de feirantes e consumidores.
Mini Currículo
André de Castro Pereira Macedo
Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB – em 2008).
Autor dos Artigos Científicos “Os Direitos Autorais da Era Digital” e “Em Busca de uma Compreensão
Conceitual acerca de Despesas Públicas”.
Atualmente, exerce o cargo de contador na Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) especificamente no
Distrito Sanitário Especial Indígena da Paraíba – que é um órgão federal ligado ao Ministério da Saúde.
Contato: [email protected]
24
REFERÊNCIAS
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Impacto das percepções dos valores organizacionais e da confiança do empregado na
organização. Programa Institucional de Apoio à Iniciação Científica – Universidade Federal
de Uberlândia – UFU. Disponível em
<http://www.seer.ufu.br/index.php/horizontecientifico/article/viewFile/3965/2953>. Acesso
em: 13 out. 2011.
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Código de Posturas do Município de João Pessoa - Lei Complementar nº 07, de Agosto de
1995. Disponível em:
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25
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Anais da V Conferência das Cidades, realizada em dez. 2003. Disponível em:
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ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de Estudo e de Pesquisa em
Administração. Florianópolis – Especialização – CAPES: UAB, 2009.
26
APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO 01 APLICADO AOS CONSUMIDORES DO
MERCADO CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
MODALIDADE A DISTÂNCIA
Pesquisador: André de Castro Pereira Macedo
Orientador: Aléssio Tony C. de Almeida
Questionário (Cliente/Consumidor)
I. Perfil Socioeconômico
Questão 01: Sexo:
1. ( ) Masculino 2. ( ) Feminino
Questão 02: Como você se considera:
1. ( )Branco 2. ( )Preto 3. ( ) Indígena 4. ( )Pardo 5. ( )Amarelo
Questão 03: Qual a sua idade? 1. ( ) 15 a 29 anos 2. ( ) 30 a 59 anos 3. ( ) 60 anos ou mais
Questão 04. Até que série você estudou?
1. ( ) Nunca estudou ou não completou a 4ª série (antigo primário)
2. ( ) Completou até a 4ª série, mas não completou a 8ª série(antigo ginásio).
3. ( ) Completou a 8ª série, mas não completou o Ensino Médio(antigo 2º grau).
4. ( ) Até o Ensino Médio.
5. ( ) Até a Faculdade.
6. ( ) Não sei.
Questão 05. Qual o seu meio de transporte até o mercado? 1. ( )Carro 2. ( )Ônibus 3. ( )Táxi 4. ( )Carona 5. ( )Outro
Questão 06. Qual o seu ramo de trabalho?
1. ( )Comércio 2. ( )Indústria 3. ( )Serviços
4. ( )Empresa Privada 5. ( )Autônomo 6. ( )Servidor Público
7. ( ) Outro: ________________
II. Perfil do Bem-estar
27
1) DEPOIS da reforma, o que mais melhorou?
1. ( ) Infra-estrutura 2. ( ) higiene 3.( ) segurança 4. ( ) ventilação
5. ( ) o acesso ao local 6. ( ) todos 7.( ) outro:__________________
2) Mesmo APÓS a reforma, o que ainda precisa melhorar? 1. ( ) Infra-estrutura 2. ( ) higiene 3.( ) segurança 4. ( ) ventilação
5. ( ) o acesso ao local 6. ( ) estacionamento 7.( ) outro: __________________
3) ANTES da reforma, havia algo que não precisaria ser melhorado (pois já era
satisfatório)?
1. ( ) infra-estrutura 2. ( ) higiene 3. ( ) segurança
4. ( ) ventilação 5. ( ) o acesso ao local 6. ( ) estacionamento
7. ( ) outro:_________________________
4) Na sua opinião, qual a importância dessa reforma?
1. ( ) sem importância 2.( ) pouco importante 3.( ) importante
4. ( ) muito importante 5.( ) excelente
5) Você (cliente), qual seu grau de satisfação APÓS a reforma?
1. ( ) indiferente 2. ( ) pouco satisfeito 3.( ) satisfeito
4.( ) muito satisfeito 5.( ) superou as expectativas
6) O que você acha do acesso ao mercado?
1. ( )Muito Precário 2. ( )Não me agrada 3. ( ) Sou indiferente
4. ( )É bom, porque é central 5. ( )Outra:_________________________
7) Quando vem ao mercado de veículo, onde você o deixa estacionado?
1. ( )Muito longe 2. ( )Em qualquer canto 3. ( )Próximo
4. ( )Estaciono no mercado 5. ( )Pago estacionamento privado
8) APÓS as reformas, você passou a gastar menos (comprando em = quantidade)?
1. ( )sim, to economizando 2. ( )não, pelo contrário, gasto mais
3. ( )nada mudou 4. ( )a reforma não interferiu nos preços
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APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO 02 APLICADO AOS FEIRANTES DO MERCADO
CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
MODALIDADE A DISTÂNCIA
Pesquisador: André de Castro Pereira Macedo
Orientador: Aléssio Tony C. de Almeida
Questionário (Feirante/Vendedor)
- Mercado Público Central:
1ª) ESCOLHA: situação de reforma:
1. ( ) Trecho Reformado
2. ( ) Trecho NÃO Reformado
2ª) ESCOLHA: qual o tipo de venda predominante?
1. ( )Carne branca/vermelha 2.( )Verduras/legumes 3.( ) Frutas
4.( )Artesanato 5. ( )Serviços 6.( )Outro
I. Perfil Socioeconômico
Questão 01: Sexo:
1. ( ) Masculino 2. ( ) Feminino
Questão 02: Como você se considera:
1. ( )Branco 2. ( )Preto 3. ( ) Indígena 4. ( )Pardo 5. ( )Amarelo
Questão 03: Qual a sua idade? 1. ( ) 15 a 29 anos 2. ( ) 30 a 59 anos 3. ( ) 60 anos ou mais
Questão 04. Até que série você estudou?
1. ( ) Nunca estudou ou não completou a 4ª série (antigo primário)
2. ( ) Completou até a 4ª série, mas não completou a 8ª série(antigo ginásio).
3. ( ) Completou a 8ª série, mas não completou o Ensino Médio(antigo 2º grau).
4. ( ) Até o Ensino Médio.
5. ( ) Até a Faculdade.
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Questão 05. Quantas pessoas moram com você? 1. ( )uma 2. ( )duas 3. ( )três 4. ( )mais que três
Questão 06. Você possui quantos televisores? 1. ( )um 2. ( )dois 3. ( )três 4. ( )quatro 5. ( )nenhum 6. ( ) Outro
Questão 07. Você possui computador em casa?
1. ( )Sim 2. ( )Não
Questão 08. Você possui automóvel?
1. ( )Sim 2. ( )Não
Questão 09. Este BOX é de sua propriedade?
1. ( )Sim 2. ( )Não
Questão 10. Você possui outro trabalho?
1. ( )Sim. Qual? __________________ 2. ( )Não
II. Perfil do Bem-estar (responder se for vendedor da parte NÃO reformada)
1) O que mais precisa ser melhorado aqui?
1. ( ) Infra-estrutura 2. ( ) higiene
3. ( ) segurança 4. ( ) ventilação
5. ( ) o acesso ao local 6. ( ) estacionamento
7. ( ) outro:_________________________
2) Existe algum fator que não precisa ser melhorado?
1. ( ) Infra-estrutura 2.( ) higiene 3.( ) segurança
4.( ) ventilação 5.( ) o acesso 6.( )outro: ____________________
3) Após a reforma, como você acredita que será a comercialização dos produtos?
1.( ) péssima 2.( ) ruim 3.( ) razoável 4.( ) boa 5.( ) muito boa
4) Na sua opinião, você trabalha em condições dignas?
1. ( ) não 2. ( ) sim 3. ( ) razoável, mas pode melhorar
III. Perfil do Bem-estar (responder se for vendedor da PARTE REFORMADA)
1) DEPOIS da reforma, o que mais melhorou?
1. ( ) Infra-estrutura 2. ( ) higiene
3. ( ) segurança 4. ( ) ventilação
5. ( ) o acesso ao local 6. ( ) todos
7. ( ) outro:____________________
2) Mesmo APÓS a reforma, o que ainda precisa melhorar?
1. ( ) Infra-estrutura 2.( ) higiene
3. ( ) segurança 4. ( ) ventilação
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5. ( ) o acesso ao local 6. ( ) estacionamento
7. ( ) outro: __________________
3) Na sua opinião, como ficou a venda dos produtos/serviços APÓS a reforma?
1.( ) péssima 2.( ) piorou um pouco
3.( ) ficou do mesmo jeito 4.( ) melhorou
5.( ) melhorou significativamente
4) Se as vendas caíram após a reforma, no seu ponto de vista, qual foi o principal motivo
disso? (OBS: Caso as Vendas tenham diminuído)
1. ( ) mudança interna do local me prejudicou (a localização anterior era melhor)
2. ( ) o espaço/instalações do Box ficou menor
3. ( ) os meus preços precisaram ser aumentados
4. ( ) outro motivo: _______________________________
5) APÓS a reforma, você está trabalhando em condições dignas?
1. ( ) não, a situação de trabalho piorou
2. ( ) estou do mesmo jeito
3. ( ) sim, as condições melhoraram
6) Você (feirante), se sente satisfeito com as obras de reforma realizadas?
1. ( ) sou indiferente 2. ( ) pouco satisfeito 3.( ) satisfeito
4.( ) muito satisfeito 5.( ) superou as expectativas
7) APÓS a reforma, você tem mais vontade e desejo de vir trabalhar?
1. ( ) não 2. ( ) sim 3. ( )não mudou nada
IV. Perfil do Bem-estar (parte NÃO reformada E reformada)
1) Quanto a cursos de capacitação/treinamento oferecidos pela Prefeitura, você:
1. ( )nunca recebeu e não acha importante
2. ( )nunca recebeu, mas tem interesse
3. ( )participou uma vez
4. ( )participou mais de uma vez
5. ( )outro
2) Caso tenha recebido algum curso de capacitação/treinamento, como você avalia isso
para o desenvolvimento de seu trabalho:
1. ( )pouco proveitoso 2. ( ) proveitoso 3. ( )muito proveitoso
3) Você sabe se há alguma Estação/ilha digital no mercado, que fornece cursos de
informática e acesso à Internet?
1. ( )sim 2. ( )não
4) Caso haja Estação/ilha digital neste mercado, você tem ou já teve acesso?
1. ( )sim 2. ( )não
5) O que você acha do acesso ao mercado? 1. ( )Muito Precário 2. ( )Não me agrada
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3. ( )Sou indiferente 4. ( )É bom, porque é central
5. ( )Outra resposta:_____________________________________________
6) Caso venha trabalhar de carro, onde você o deixa estacionado?
1. ( )Muito longe 2. ( )Em qualquer canto 3. ( )Próximo
4. ( )Estaciono no mercado 5. ( ) Outro: _______________________________
7) Na sua opinião, qual o grau de importância em reformar o mercado?
1. ( ) sem importância 2.( ) pouco importante
3.( ) importante 4. ( ) muito importante
5.( ) excelente atitude
SUGESTÕES:
________________________________________________________________