revista_ilust_22

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    ENDEREO DO SITE: www.revistailustrar.com

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    ricardo antunes

    so paulo / Lisboa

    [email protected]

    www.ricardoantunes.com

    Street art e muito mais...

    hegamos em maio com uma nova edio da Revista Ilustrar,trazendo sempre novos convidados e tentando explorar novas reas ondeo desenho, a pintura, a ilustrao e o design possam estar interligados.

    Desta vez fomos atrs de algo que ainda no havamos falado narevista, entrevistando um dos mais talentosos exemplos em street art naInglaterra, a dupla de artistas Miss Bugs (autores da capa desta edio),onde conversamos um pouco sobre arte de rua e sobre o trabalho queeles vm produzindo.

    Temos tambm Lupe Vasconcelos na seo Portfolio, apresentando umtrabalho delicado e cheio de graa, e Rogrio Vilela no passo a passo, com

    uma ilustrao para capa de livro utilizando o programa Painter.Na seo Sketchbook temos o artista de computao grca AlexandreEschenbach, e na seo 15 perguntas entrevistamos Laurent Cardon,ilustrador e animador francs radicado no Brasil, com uma enormeexperincia em diversos pases, em especial na sia.

    E como de costume, temos a coluna de Renato Alarco, contando adivertida histria de como um rinoceronte o ensinou a cobrar. E este msno vamos ter a coluna de Brad Holland, que est de frias.

    Espero que gostem, e dia 1 de julho tem mais.

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    EDITORIAL: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

    PORTFOLIO: Lupe Vasconce los . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4INTERNACIONAL: Miss Bugs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    SKETCHBOOK: A lexandre Es chenbach . . . . . . . . . .. 20

    STEP BY STEP: Rogr io V i l e la . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . 27COLUNA NACIONAL: Renato A larco . . . . . . . . . . . . . .31

    15 PERGUNTAS PARA: Lau ren t Cardon . . . . . . . .. 35

    ESPAO ABERTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48

    CURTAS.............................................................. 59

    LINKS DE IMPORTNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

    DIREO, COORDENAO E ARTE-FINAL: Ricardo [email protected]

    DIREO DE ARTE: Neno Dutra - [email protected] Ricardo Antunes - [email protected]

    REDAO: Ricardo Antunes - [email protected]

    REVISO: Helena Jansen - [email protected] NESTA EDIO:

    ILUSTRAO DE CAPA: Miss Bugs - www.missbugs.com

    PUBLICIDADE: [email protected]

    DIREITOS DE REPRODUO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada, postada,distribuda e divulgada livremente, desde que seja na ntegra, gratuitamente, sem qualqueralterao, edio, reviso ou cortes, juntamente com os crditos aos autores e co-autores.

    Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seo.

    Angelo Shuman (Divulgao) - [email protected]:

    arquivoRicardoAntunes

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    J est venda na loja da Reference Press o livro Sex & Crime: The Book CoverArt of Benicio, 60 pginas cheias das mais incrveis e sensuais pin-ups, feitas por

    um dos mais geniais artistas do Brasil, o grande ilustrador Benicio.No blog da editora h um preview do livro: http://tinyurl.com/beniciopreview

    So 3 opes para comprar, saiba como no link abaixo:

    http://tinyurl.com/referencepress

    Ou ento v direto para a loja da Reference Press: www.referencepress.com

    E para conhecer as futuras novidades, acompanhe a Reference Pres em seu blog:

    http://referencepress.blogspot.com

    Reference Press. A sua referncia em arte.

    "SEX & CRIME"

    J venda!

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    LUPE

    VASCONCELOS

    Assim como muitos ilustradores,desenho desde criana.

    Apesar disso, s cogitei a possibilidadede fazer dessa inclinao uma carreiraquando estava prestes a fazer ovestibular.

    Por pouco no virei veterinria!Resolvi ento fazer bacharelado emArtes Visuais na UFG.

    Trabalhei como designer por algunsanos, mas acabei percebendo queno gostava, e comecei a buscaroportunidades na rea de ilustrao.

    No princpio z de tudo, incluindoilustraes cientcas de anatomiaveterinria e mapas, e em 2006consegui meu primeiro emprego comoilustradora, em um jornal dirio.

    A partir da fui montando meuportfolio, e desde 2007 tenhotrabalhado como freelancer, fazendolivros didticos, revistas, livrosinfantis, quadrinhos e pinturas.

    Em 2010 completei o mestrado emCultura Visual, e o tema foi justamenteilustrao do livro infantil.

    ascida em Goinia-GO, ilustradora

    graduada em Artes Visuais e mestreem Cultura Visual na UFG, Luciana

    Vasconcelos, mais conhecida comoLupe, trabalha exclusivamente com

    ilustrao desde 2006, com focono mercado editorial.

    Vem desenvolvendo ilustraespara livros infantis, didticos erevistas, em tcnicas diversascomo digital, aquarela, grate,acrlico, guache e mista, alm detrabalhos pessoais em pintura.

    Participou de diversasexposies, alm de ajudar

    a organizar o Coletivo FakeFake. Atualmente reside

    em TerespolisRJ.O C O M E O

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    LUPE VASCONC ELOS

    Terespolis - RJ

    [email protected]

    www.lupevision.com

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    Foto:arquivoLupeVasconcelos

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    Minha maior inuncia at hoje temsido a literatura. Sempre gostei muitode ler, e isso inuenciou muito o meumodo de ver o mundo.

    Meu estilo de desenho sempre bastantenarrativo, e mesmo quando estou pintandouma tela, por exemplo, tenho em menteuma histria que se passa dentro daimagem e que continua para alm dela.

    Livros infantis sempre me fascinaram,e dentre meus artistas favoritos estomuitos ilustradores.

    So inmeros para citar (e sempre meesqueo de algum), mas aquele quemais tem me inuenciado visualmente,e sobretudo na maneira de representar, sem dvida o sueco John Bauer.

    P R I N C I P A I SI N F L U N C I A S

    A ilustrao infantil ser sempre amenina dos meus olhos.

    Desde criana sou fascinada pelasilustraes de livros, e percebo quemuitos grandes artistas trabalham

    nesta rea, embora nem semprerecebam o merecido reconhecimento.

    Depois de escrever uma dissertaode mestrado sobre o assunto, percebio quo importante a narrativa visualque acompanha o texto em um livroinfantil.

    um espao onde o olhar da criana(ou do adulto!) pode conhecer a histriadentro da histria, que a interpretaoque o ilustrador faz do texto.

    H sempre algo de inusitado nesseuniverso, algo de mgico que muito

    me atrai.

    Acho que a ilustrao infantil o lugardo impossvel, e por isso ela possuiesse magnetismo to poderoso quemobiliza tantas pessoas apaixonadas!

    O Fake Fake foi criado em 2008, poralunos e ex-alunos do curso de DesignGrco da UFG, como um coletivo cujoobjetivo era mostrar o trabalho dos

    jovens ilustradores de Goinia.

    Houve uma exposio naquele mesmoano, que foi muito bem recebida, e em2009 fui convidada a participar. Fizemosento um evento que envolvia, alm daexposio, palestras e workshops.

    A ideia era colocar Goinia no mapada ilustrao brasileira, mostrar queexiste um movimento nesse sentido nacidade. Os eventos foram amplamentedivulgados em diversos veculos(incluindo a Ilustrar), reetindo o sucessoda iniciativa. Embora eu no estejamais participando do coletivo, continuoacreditando muito em seu potencial.

    O Fake Fake , por exemplo, responsvelpela realizao da verso goianado Bisteco Ilustrado, o EmpadoIlustrado, que mesmo tendo poucotempo de existncia j virou tradioentre estudantes e prossionais da reade artes na cidade.

    I L U S T R A OI N F A N T I L

    C O L E T I V OF A K E F A K E

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    Bom, as tatuagens tm aumentado,e j so dez!

    A maioria dos desenhos eu mesmacriei, tatuados por dois grandes amigostatuadores.

    Sempre gostei de desenho, noimportando a mdia (pele, muro, papel,tela...), e a tatuagem, alm de tudo,permite um controle sobre a aparnciaque dicilmente se teria de outra forma.

    uma maneira que encontrei deexpressar meu amor pelo desenho!

    Foi uma experincia relativamentecurta, mas foi bastante interessante.

    ramos eu e uma amiga, e duranteesse perodo tatuei coisas bemdiversas, de desenhos prprios safamadas estrelinhas.

    A tatuagem bem diferente dodesenho convencional, um trabalhosicamente mais desgastante, a peleoferece outro tipo de resistncia aotrao, e as regras de desenhoe colorizao so outras.

    Acabei descobrindo que no era

    bem o trabalho dos meus sonhos.

    preciso saber lidar com pessoase seus melindres, e isso foi medesgastando, de forma queeventualmente passei o controledo estdio para a minha amiga, queinclusive hoje uma das tatuadorasmais conhecidas de Goinia.

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    T R A B A L H A N D OC O M O T A T U A D O R A

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    A ilustrao editorial, denitivamente,tem sido meu foco nos ltimos anos,e meu ramo preferido de atuao.

    A ideia de criar uma imagem a partirde um texto, fazer uma interpretao

    (ou reinterpretao) de uma narrativaou um conceito escrito por outra pessoa sempre desafiadora para mim.

    A ilustrao editoral em geral umpouco mais livre do que a publicitria;me parece que na primeira, a tendncia o editor dar uma liberdade maior aoilustrador para criar a imagem.

    Em especial nos livros infantis, o que sev so trabalhos cujo cunho artstico bastante evidente, um espao onde oilustrador ca mais livre para dar vida sua viso do texto.

    J trabalhei (e ocasionalmente aindatrabalho) com publicidade, e a relaoentre diretor de arte e ilustrador umtanto diferente, talvez at um poucomais subordinada.

    Minha meta trabalhar apenas para omercado editorial - e em meus projetospessoais, claro.

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    MISSBUGS

    Com uma carreirarelativamente recente comoartistas dedicados a streetart, Miss Bugs j deixou umamarca forte e presente naInglaterra, pas de origem dosdois, e tambm fora dela, ondeaos poucos vo expandindo

    horizontes.

    Nessa expanso j se contamexposies em diversos lugares,entre eles New York, transitandocom desenvoltura entre as ruase galerias de arte, levando seustrabalhos, painis e instalaesa todos.

    A rpida entrevista que tivemosaconteceu no meio da preparaopara a prxima exposio dos dois.

    Miss Bugs o pseudnimo do casalde artistas britnicos que desde 2007

    juntou foras para se tornar umadas novas expresses da arte naInglaterra, com um trabalho de street

    art de forte impacto grco, saltandologo para galerias de arte.

    O casal prefere manter o anonimato,por isso nem os nomes reais e nemas fotos aparecem, mas o nomeMiss Bugs no tem nenhum grandemistrio por trs: eram apelidos queambos tinham, e acabaram juntandoesses apelidos apenas para criarum nome coletivo para poderemapresentar o trabalho que produziam.

    Miss a garota, nascida no Pas deGales, que se mudou para Bristolquando tinha 12 anos. Bugs, o rapaz,nasceu e cresceu em Bristol.

    Os dois se conheceram em Bristol emum barco-pub chamado Thekla, e anosdepois se mudaram para Londres, em2001, onde vivem at hoje.

    Ambos j tinham um trabalho prpriocomo artistas, no comeo separadose com um estilo bem diferente doque fazem hoje, mas com a parceriacomearam a revolucionar a arte derua por meio de um trabalho queutiliza diversos cones urbanos.

    INTRODUO

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    miss Bugs

    Inglaterra

    [email protected]

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    Para ns difcil separar galeria dearte e arte na rua. Para ns, grandeparte da arte tem um propsito, ondequer que seja mostrada. Alguns dosartistas mais controversos e com viso

    de futuro ao longo da histria tm sidoexibidos em galerias.

    Suponho que para alguns artistas issofaz mais sentido quando seu trabalho visto na rua se o seu assunto exige estecontexto. Mas este tambm do mesmomodo no ambiente de uma galeria.

    A partir de Keith Haring uma parte da ar tede rua passou a ter status de ar te, sendoexpos ta em ga le r ias de ar t e . Acha queessa a evoluo natural da arte de r uaou expor em ga le r ias descarac t e r i zar ias u a o r i g e m t ran s g re s s o ra? Sim - no sei direito porque esta

    diviso continua dentro da arte / artecontempornea / arte de rua, etc.

    Eu diria que tem mais a ver com oscomentadores do que os prpriosartistas.

    Os artistas vo fazer o trabalho que certo para si mesmos. O ambientedas obras pode ser importante para oartista e seu modo de trabalhar e darao seu trabalho mais impacto, tantona galeria como na rua.

    E no s e n t i do c o n t r r i o , a c ha qu ea a r t e t r ad i c i o na l d e g a l e r i ane c e s s i t a r i a i r pa ra a s r u a s aoencont ro do pb l i co?

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    As cidades so feitas de muitas ruas,ento eu acho que quanto maior acidade, mais h arte de rua. ;)

    A ar t e de rua uma mani fe s taot p i c a de g rande s c i dade . P o r qu econs ide ram que i s so aconte a?

    Foi h um tempo atrs, mas foi grande- ns tivemos um momento mau. uma das nossas cidades favoritas evamos voltar em breve para o nossoshow no Brooklyn Gallery.

    Apesar de no se parecer com umaexposio numa galeria, mas maiscomo uma grande obra de instalao...

    Vocs prpr io s f i ze ram uma expos i orecen te em Nova Yo rk . Como fo i e ssaexper inc ia?

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    Ns sempre pensamos em ns comocriadores de imagens... Usamosimagens para contar histrias danossa cultura e sociedade, como um

    fotojornalista que capta uma narrativaj existente.

    Mas nos aproximamos de nossoimaginrio gracamente, utilizando

    colagem, stencil, serigraa e cargas deoutros materiais...

    As imagens que usamos so muitasvezes roubadas de publicidadecomercial ou outros artistas e marcas.

    Ns as sequestramos para contar umaoutra histria dentro do nosso trabalho -muitas vezes o assunto sobre o mundo

    da arte em si e como ele funciona... oucomo no nosso projeto mais recente,

    Cut Out and Fade Out, as imagens sousadas para transmitir uma declaraomais pessoal sobre as memrias.

    O t raba lho de vocs envo lve quasesempre cones pop do passado e dopresen te , c r iando um imaginr iogrf i co que re f le t e de a lguma fo rma asoc iedade a tua l . Esse s cones se r iamre f lexo de um mundo onde ho je o mai simpor tan te a imagem?

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    Com o nosso mais recente projecto dearte de rua, Cut Out and Fade Out,mencionado acima, estamos usando arua para entrelaar com a arte.

    Assim, a rua ajuda a transmitir a nossamensagem, que neste caso sobre

    memrias desaparecendo e momentosfugazes, do tempo que nos lembramosquando voltamos a visitar um lugar.

    Ento, para responder sua pergunta,o trabalho no o ltro; neste caso, aprpria rua ltra nosso trabalho.

    A ar t e de rua func ionar ia como f i l t ro ,captando o mundo ao redo r?

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    Sim, ns admiramos Damien Hirst -temos nos reapropriado de algumas desuas obras dentro do nosso trabalho.

    Por exemplo, zemos nossas spinpaintings (pintura em telas girandosobre um eixo) como um reexo

    das spin paintings de Damien Hirst.Muito do nosso trabalho explora a

    propriedade de ideias, estilos detrabalho e as relaes e repercussesque os artistas tm uns com os outros.

    Hirst um mestre em colher criaesde outras pessoas; no caso da spinpainting j tinha sido feito muitasvezes antes, por outros, como AlfonsSchilling.

    A grande coisa sobre Hirst que ele

    pode pegar as coisas que foram feitasmuitas vezes antes, colocar sua marcaem cima delas e torn-las icnicas.

    Vocs j dec lararam a lgumas vezesse rem admi radores de DamienH i r s t . D e qu e f o rm a o t r aba l ho de l ei n f l u e n c i a r i a o t r aba l ho de vo c s ?

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    Como todo artista, ns esperamoscausar uma impresso, mesmo queseja apenas em um pequeno momento.

    Caso contrrio, no haveria nenhum

    sentido em criar...

    Sempre se fa la sobre a in f lunc ia quet i v e m o s . . . m as qu a l a i n f l u n c i a qu e vocs gos tar iam de exe rce r com ot raba l ho de vo c s na s o u t ra s pe s s o a s ?Que mensagem gos tar iam de passar?

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    ALEXANDRE

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    O sketchbook importante de vriasmaneiras, onde estudo e aprimoromeu trao, experimento tcnicasnovas, fao colagens, uso matriasnovos e diferentes como, por exemplo,testar as tintas do meu lho.

    Alm do mais o sketchbookme ajuda a relaxar; por exemplo,ca muito mais agradvel poderdesenhar enquanto espero seratendido para uma consultamdica.

    ascido em 1969,Alexandre Eschenbach formadoem Publicidade e Propaganda pelaESPM em So Paulo, e trabalhacom computao grca h maisde 20 anos, boa parte deles naprodutora Vetor Zero.

    J trabalhou em projetos como aTartaruga e o Siri da Brahma

    (como animador), e hoje emdia trabalha como diretor deComputao Grca na Vetor Zero,alm de estudar pintura realistacom Maurcio Takiguthi.

    Apesar do intenso trabalho emcomputao, Alexandre contasobre a importncia dosketchbook e apresenta algunsde seus trabalhos.

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    so paulo

    [email protected]

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    Foto:AlexandreEschenbach

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    Com o sketchbookcomecei a me desbloquear,exteriorizar ideias, criarmuito mais; tenho feitomuitas coisas cada vezmais autorais e vejo cadavez mais meus trabalhos

    com uma cara prpria.Trabalho com animao3D e ele me ajuda a sairdo mundo virtual, assimcomo me ajuda a entenderaquilo que estou fazendodentro deste mundovirtual, como testaruma determinada poseou movimento no papelantes de aplicar no 3D.

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    Aprendi com o Renato Alarco, no cursoDirio Grco, que o sketchbook umespao meu e desde ento deixei de mepreocupar em fazer algo pra mostrar paraos outros e comecei a me soltar, a fazero que me agrada, o que me d na telha.

    Para me ajudar em meus trabalhosdecidi ter vrios sketchbooks, cadaum com uma funo: tenho um queca sempre no carro pra desenhar

    durante o trnsito, outro para fazerestudos de temas e desenvolverpersonagens e thumbnails, outrocom papel mais resistente que usopara trabalhos mais nalizados ouonde uso tinta e um para as aulas demodelo vivo, que fao toda semanana produtora onde trabalho.

    Tenho usado muita tinta, canetas,carvo e tudo o mais que tiver direito;enfim muita experimentao!

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    Adoro desenhar pessoas,principalmente seus rostos. Gostotambm de animais, em especial soufissurado por polvos e dinossauros;tatuagens tambm me agradambastante.

    Cada um deles me agrada por motivosnicos e especiais: os dinossaurosporque so monstros que existiram

    e me fascina pensar que eles andavampela Terra; os polvos, por serem umtanto aliengenas e me identico comeles, pois sou meio multitaskinge adoraria ter tentculos para meajudar e, por m, as tatuagens, queme fascinam pelo fato de serem umaforma de arte no prprio corpo, nestecaso os temas orientais so meuspreferidos, so lindos!

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    ROGRIO

    VILELAm dos mais talentosos

    ilustradores da atualidade, RogrioVilela quem dirige a Fbrica deQuadrinhos, um dos maiores emais bem-sucedidos estdios deilustrao, quadrinhos e animaodo Brasil.

    Dono de um talento nico para fazer

    diversas coisas ao mesmo tempo, esempre de forma bem feita, Vilela desenhista, ilustrador, quadrinista,roteirista, escritor, dublador, um doscriadores do site de humor MundoCanibal e, mais recentemente,comediante de stand up.

    Mas como ilustrador que RogrioVilela apresenta aqui o passo apasso de uma ilustrao para a capade um livro da Editora Devir.

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    Cada artista deve ter um jeito de pintar

    digitalmente. Eu tenho um processoque talvez no seja o mais fcil ou maiscorreto, mas o que mais se aproxima minha experincia em pintar de formatradicional, usando pincis e tinta acrlica.

    Desde os primeiros Photoshops sem layers,tentava encontrar esse caminho. Mas sfoi com o programa Painter que encontreium meio de me aproximar do que queria,na arte digital, com o que fazia e faocom tintas reais. Trabalhar com pixels compensador, mais rpido, mas traz,no processo, algumas armadilhas.

    Uma delas tentar usar muitas

    ferramentas do programa, usar muitaparafernlia. Eu uso 20% dos recursos doPhotoshop e 10% do Painter. Uso o Painterpara pintar e o Photoshop pra ajustar ascores e layers. E dar o toque nal.

    Basicamente uso o pastel seco do Painterpara obter um efeito de acrlica, pormais estranho que possa parecer. E opapel que preparava com tas adesivas

    e gesso, uso-os agora como layers,

    transparentes ou no, de papis ecolagens previamente escaneados.

    Pinto a partir de um tom mdio, sempre.E, dele, trago os tons mais claros e osmais escuros. Abrir brilhos talvez a partemais bacana e mais difcil no processo.

    Se eu prero pintar digitalmente ou emtela ou em papel preparado? No preroum ao outro. Depende do objetivo edo prazo. O processo serve apenaspara um objetivo. Diverso. Se no medivirto pintando ou desenhando, algumacoisa est errada.

    Anal, antes de escolher a ilustraocomo forma de ganhar dinheiro, escolhipor gostar de fazer aquilo. Assim comoo quadrinho. Ou a comdia. Ou adublagem. Ou a escrita.

    Depois de sonhar, nada melhor do queacordar. E lembrar do sonho como ummotor para novas coisas. E no me venhamcom essa discusso toda sobre arte

    1 Esboo da ideiaconcebida eescolha dosfundos a seremusados comobase de cor nailustrao.

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    Rogrio vilela

    so paulo

    [email protected]

    http://rogeriovilela.com

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    3Denio do desenho nal com a participao do ilustrador OtvioCarielo; depois scanneado e tratado

    Desenho em layer transparente e aplicao do meio tom e dos fundoscomo base de cor

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    Tratamento dos volumes, sombreados e fundo com o programa Painter Tratamento das luzes e detalhes com o programa Painter; e no passoseguinte a nalizao

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    O Rinoceronte

    Que Me Ensinou

    A Usar Contratos

    por Renato Alarco

    Aquele foi o primeiro contrato onde viescrito meu nome e CPF, o primeiro queeu usei na minha carreira prossional esem dvida o primeiro que eu tive queassinar na vida.

    Lembro de v-lo saindo de dentro deuma velha mquina Remington verdeclara, linha a linha, devagar e constante

    sob aquele barulhinho sincopadotlec telec tlec plim tlec telec tlec,datilografado em duas cpias compapel carbono pelas mos hbeis dosecretrio particular do meu cliente. Aaparncia do documento era tosca, masseu valor perante a lei era slido, issoeu vim a descobrir mais tarde.

    Eu era um estudante de design calouro,ainda a um par de anos distante decompletar 20. Gostava de desenhare, quando surgia a oportunidade deganhar algum dinheiro criando umasartes para os meus primeiros clientes,o acerto era sempre de boca mesmo.

    Valia a palavra e, mais que isso, nofazia sentido burocratizar a relao comum camarada que s queria de mim

    a arte do cartaz do show de rock dasua banda, ou ento aquele amigoque pedia uma fora para comeara sua primeira aventura comercialno promissor ramo das camisetassurfwear. Pra qu assinar papel se

    ns era tudo brdi?

    S que um dia aconteceu. E o primeirocontrato que eu tive que assinar parafazer um trabalho envolvendo desenhosurgiu, no por uma repentina tomadade conscincia da minha parte, massim pela pura e simples imposio deum cliente.

    Quem me levou quele trabalho foiuma arquiteta e amiga da minhairm. Ela morava no nosso quarteiroe havia me visto crescer, portanto jsabia que eu gostava de desenhar, quecurtia ler quadrinhos e agora ela tinhaouvido falar que eu estava levando

    aquilo mais a srio. Ao telefoneperguntou se eu estaria interessadoem um trabalho que ela achava quetinha tudo a ver comigo. Hum sim,claro!, eu respondi.

    Ela me contou ento que conheciaum senhor muito distinto s decaminhadas no calado da praia, frisoubem e que ele havia perguntado sepor acaso ela poderia indicar algum

    rapaz que soubesse desenhar, pois

    ele estava precisando contratar algumpara fazer os desenhos de uma cartilhade trnsito. A arquiteta pensou em mimna hora.

    No dia seguinte mesmo telefonei parao nmero que ela havia me passado. Osujeito do outro lado da linha vamoscham-lo de Dalton nesta histria tinhavoz distinta e pausada, e me pareceumesmo muito no e educado. Ele meperguntou se eu poderia comparecer a

    uma reunio naquela semana para nosconhecermos.

    No dia combinado juntei os desenhose uns trabalhinhos de faculdadenuma pasta e me despenquei daBaixada Fluminense para Copacabana(viagenzinha de uns 60 km). Com opapelzinho do endereo na mo, salteido nibus e fui caminhando por umasruas arborizadas paralelas avenidaque costeava o mar. Estava preocupado

    em chegar pontualmente ao meuencontro e meus passos apressadostornaram aquele calor das 9:45 damanh bem pouco agradvel. Eu iarepetindo mentalmente o endereo medida que avanava pela calada depedras portuguesas e via os nmerosdos prdios mudarem em ordemdecrescente. Minha camisa - sociale caretssima - j estava grudada napele das costas e tinha os dois botessuperiores desabotoados. A cinco

    minutos da hora combinada com ocliente mais importante da minha vida,eu via que a minha beca e a aparnciade bom prossional j comeavam a sedesmilinguir.

    Ento os nmeros que eu vinharepetindo mentalmente nos ltimos5 quarteires nalmente apareceramdiante dos meus olhos na forma degrossas letras de bronze axadas nafachada de um imponente edifcio.

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    renato alarco

    Rio de janeiro

    [email protected]

    www.renatoalarcao.com.br

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    Foto:arquivoRenatoAlarco

    JeanGalvo

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    Era de fato um palcio, sua fachadatinha linhas quadradas e robustas e,rente calada, estava um pesadoportal de bronze polido emoldurandopequenos painis de vidro bisotado.

    Um legtimo representante da pocaurea do Art Deco no Brasil, pensei.Mentira. Na hora s achei a arquiteturado prdio fodona e que s devia morarmilionrio ali.

    Ajeitei a camisa dentro da cala,abotei-a, passei a mo no cabelosuado (eu ainda os tinha) e enchio peito. Aproximei-me do interfonee, antes de apertar o boto,numa espiada rpida por uma das

    janelinhas, vi que dentro daquelaportaria caberia facilmente um nibus.

    Informei meu nome ao porteiro e, doisminutos depois, um zumbido e umcatlang fez com que a imensa portase destrancasse. Dali at eu chegarao elevador lembro que caminhei

    quase uns vinte passos sobre o piso

    Ele me conduziu por um apartamentoimenso, decorado sem exageros, atchegarmos a um aposento onde haviaapenas uma mesa de escritrio bemsimples, 3 cadeiras, o cho de carpeteazul-marinho um tanto gasto e asparedes encardidas.

    No havia livros e a nica decoraoera uma ampliao fotogrca de umaspessoas ao lado do presidente brasileiroJuscelino Kubitschek.

    Meu jovem, voc deseja uma gua?,perguntou o sr. Dalton. Sim, obrigado.

    Aguarde que vou buscar, ele disseantes de sair. Quando voltou trouxecom ele, alm da minha gua, umsenhor alto e barrigudo, que vestiacamiseta de malha sem mangas,bermudas e alpargatas.

    Ento esse o nosso desenhista? odesconhecido falou alto e com voz debartono. Ele era de fato um sujeitoespaoso e muito vontade ali no

    ambiente. Saquei logo que tratava-sedo manda-chuva na parada.

    Mostrei-lhes meus desenhos e oscoroas gostaram bastante. Entome apresentaram o projeto: umacartilha de trnsito em quadrinhospara distribuio em escolas primriasde todo o Brasil. Fiquei entusiasmadocom aquela oportunidade, pois almde ser um projeto do bem, ou seja,informativo e educacional, havia aquelelance de para todo o Brasil que,para os meus ouvidos juvenis, soavaquase como um precoce estrelato naprosso.

    O roteiro da histria era do prpriosr. Dalton que, aps l-lo e intercal-lo com diversas observaes sobreas cenas que eu deveria desenhar,entregou a mim as 12 folhasdatilografadas.

    Faa o seu melhor e voc ver comoo sucesso deste projeto ser timopara alavancar o seu incio de carreira,

    de granito, negro como um piano deorquestra sinfnica. Puxei a suntuosamaaneta de lato polido da porta demadeira de lei.

    O interior do elevador tinha umacabamento luxuoso, botes corde marfim e portas pantogrficasdouradas, tudo em perfeito estado deconservao. Apertei o nmero que oporteiro havia me informado. Haviaperguntado ele, antes, qual era oapartamento . o nico no andar,ele me respondeu.

    Fui recebido porta pelo sr. Dalton,que usava um terno azul-marinhoe sapatos estilo vulcabrs bemengraxados. Estava elegante, mas nomais que um maitre de restaurante.

    disse-me ele com um sorriso decomercial de pasta de dentes.

    Sa do palcio Art Deco caminhandoem nuvens, Poxa, eu nem me formeie j vou publicar para todo o Brasil,devo ter pensado. Mas foi somentequando estava no ponto de nibus quedei-me conta de que havia esquecidocompletamente de dizer na reunioquanto cobraria para fazer os desenhos!

    Naquele tempo existia um aparelhorevolucionrio chamado fax, com oqual transmitiam-se documentos pelalinha telefnica. Foi com uma daquelasmquinas incrveis que enviei meuoramento no dia seguinte.

    Estava com vergonha de ligar para osr. Dalton e falar assim, abertamente,de dinheiro, ento, quando a pessoaatendeu eu disse apenas: Por favor,o sinal de fax! e apertei o send.

    Meia hora depois, o telefone tocoue era o sr. Dalton para dizer quehaviam achado um pouco caro o meupreo e que gostariam de saber se

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    eu tinha interesse em participar deoutros projetos, possivelmente paradistribuio na Amrica Latina.

    Sim, claro! eu respondi, entusiamado.Ento vamos trabalhar neste primeiro

    projeto dentro de um valor um poucomais em conta, pois ainda vamos terque apresentar seu trabalho a diversasprefeituras e governos de estadopelo Brasil afora, e, somente quandofecharmos algumas vendas, queteremos mais dinheiro para pagar avoc o preo que pedir.

    Sim, sr. Dalton, claro, vou revisar omeu preo inicial.

    Muito obrigado por sua compreensoele respondeu.

    Com o oramento aprovado, comecei afazer os desenhos. O ritmo estava indo

    muito bem, eu enviava os desenhos lpis por fax, eles faziam suasanotaes e me reenviavam de volta.Com o ok eu partia para a nalizao.Logo eu j estava terminando avigsima quarta pgina de um total detrinta e duas.

    Foi ento que a faculdade de designcomeou a exigir mais do meu tempo

    Quando nalmente adentrou o recinto,j chegou falando rispidamente comigo,como se eu fosse um funcionrio seu.

    rapaz, como que voc medesaparece assim? Que merda essa? Trouxe o meu trabalho pronto?.Tentei explicar o motivo do atraso e fuiinterrompido por ele diversas vezes.Finalmente consegui dizer-lhe quandopoderia entregar as pginas restantes.Enquanto o velho deslava suagrosseria, notei que se parecia muitocom um dos homens naquela foto doJuscelino, s que l ele era bem maisnovo. O sujeito deve ser algum generalde pijama, ex-torturador, sei l. Tinha anesse de um rinoceronte.

    menino, preste ateno, voc vai terque assinar agora um contrato comigodisse ele, eu no sei se amanh vocvai sumir do mapa e me deixar namo, vociferou. Me diga j seu nomecompleto, identidade, CPF e endereo.

    O sr. Dalton, que at ento ouviatudo em silncio e de mos para trs,estava em um canto do escritrio.Logo colocou-se postos diante deuma velha mquina de escrever ecomeou a bater o contrato.

    Em seguida, leu o documento emvoz alta e, quando o chefe assentiu,girou o cilindro da mquina liberandoos papis. O rinoceronte barrigudodisse apenas Trate de assinar a no X,menino. Depois pegou a papelada daminha mo e a entregou ao sr. Dalton,dizendo E voc, Dalton, assine aqui.

    Eram vrios trabalhos para entregar,reunies de grupo de estudo, provas degeometria descritiva e, para complicarainda mais, eu havia sido escolhidorepresentante dos alunos do meu cursonas reunies de professores.

    Ento o trabalho na cartilha de trnsitofoi aos poucos perdendo o ritmo atque nalmente parou. J havia sepassado quase duas semanas sem queeu desse notcias ao sr. Dalton.

    Quando ele ligou, estava um tanto aitoe quis marcar uma reunio o quantoantes pois seu chefe andava um poucotenso com meu sumio.

    Expliquei o problema e ele educadamenteinsistiu para que eu arrumasse um tempopara estar presente em uma reunionaquela mesma semana, se possvel

    no dia seguinte. Levei comigo para areunio mais duas pginas da cartilha.Daquela vez o sr. Dalton me recebeucom menos sorrisos.

    Pediu para que eu aguardasse o seuchefe o barrigudo que viria juntar-se a ns na reunio. Eu ouvi o chefebatendo seus cascos no piso de tacosem direo ao escritrio.

    Fui embora daquela reunio com orabo entre as pernas e uma cpia dodocumento.

    O projeto da cartilha foi entregue nadata combinada e, na ocasio, eu noesqueci de perguntar ao sr. Daltonquando receberia o meu pagamento. Elepediu que eu aguardasse um contatodeles em breve, para tratar do assunto.

    Passaram-se duas semanas e nada.Decidi ligar e ouvi dele a mesmaresposta de antes, e ainda, que o chefetinha diversas reunies marcadas eestava para apresentar o projeto aosinteressados.

    J havia se passado mais de um msdesde a entrega dos originais. Telefoneide novo e a resposta permanecia amesma. Ento, em um belo dia tomei acoragem de dizer a ele:

    Senhor, desculpe a insistncia,mas que eu no posso esperarindenidamente por isso.

    Do outro lado da linha o homem mepediu apenas pacincia, pois aqueleseria o primeiro de muitos projetos quefaramos juntos.

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    Ento resolvi fazer diferente. Na ligaoseguinte chamei pelo chefe do sr.Dalton e expliquei a ele o problema.Ele, literalmente, me deu um esporroao telefone.

    Rapaz, pare de encher o saco, voc svai receber quando vendermos a cartilhapara as prefeituras interessadas. No hdinheiro para pag-lo enquanto isso noacontecer!. E bateu o telefone na minhacara. Ah, aquilo no.

    Conversei com o pai da minhanamorada, que era advogado, eele escreveu uma carta para o meucliente usando aquele curioso linguajar

    jurdico que inclua expresses comoinduvidosa certeza. Era uma carta-advertncia, que dava a eles umprazo para me pagarem, antes que euentrasse com uma ao no tribunal depequenas causas.

    Enviei duas cartas de cobrana e nada.Ento decidi abrir uma ao contra ocliente, na verdade, contra a pessoacujo nome estava no contrato, ogentleman sr. Dalton. O documento queprovava a nossa relao prossional foi

    justamente o contrato que o chefe delehavia exigido para se garantir caso eusumisse.

    No dia marcado para a audincia deconciliao, cheguei cedo ao forum,que cava a uns poucos quarteires daminha casa. Eu tinha minhas dvidasde que o sr. Dalton pudesse vir de tolonge para me dar satisfaes.

    Enquanto a minha vez no era

    anunciada, pude assistir a algumasaudincias sendo arbitradas ali,na hora, pelo juiz. Era mesmo umpequeno circo de misrias humanasUma mulher processava sua vizinhaporque esta havia se apropriado doslhotes de sua porca.

    S que a criatura deu luz sua prole noterreno da vizinha, e a verdadeira donada porca, apesar de informada disso,

    nunca se interessou em ir l sabercomo estava seu animal, deixando porconta da vizinha cuidar do bem-estarda parturiente e de seus rebentos

    Havia tambm um processo contra doispintores de parede que trabalhavamna reforma de uma casa. Durante asemana em que estavam de servio esozinhos na casa, a conta de telefoneregistrou vrias chamadas para umservio de tele-sexo cuja localizao erana Rssia. O valor da conta estava nacasa dos milhares

    Enm, o meu nome foi chamado.Aps l-lo, o juiz perguntou voc parente da Creuza?. Sim, sousobrinho e alhado dela, disse umtanto preocupado. Ah sim, mandeum abrao para sua tia, diga que foifulano, grande amigo dela dos temposde ginsio do Colgio Leopoldo.

    Claro, mando o abrao sim. Oravejam, o juiz era amigo da minhafamlia Essa t no papo, pensei

    O sr. Dalton s apareceu na segundachamada. Quando me viu sentadoali na sala apinhada de gente veiologo chegando perto para me pedirdesculpas. O juiz estipulou a datade pagamento para aquela semanae deniu uma multa diria a partirdaquela data. O meu oponente aceitousem pestanejar.

    Com a grana comprei um belo presentepra minha namorada e o troco gasteiem compras de supermercado paradoar para algumas famlias pobres

    que minha me costumava ajudar.O meu pior cliente foi tambm o queme ensinou a melhor lio. Passei ausar contratos antes de comear todoe qualquer trabalho.

    Aprendi tambm a nunca conar emrinocerontes de alpargatas. E se fossemamigos de algum ex-presidente darepblica, conaria menos ainda.

    A Revista Ilustrar agradece a participao especial de Jean Galvo nas ilustraesdesta seo:

    [email protected]

    http://jeangalvao.blogspot.com

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    JeanGalvo

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    LAURENT

    CARDONfrancs Laurent Cardon

    reside em So Paulo desde 1995.Formado pela escola de animaoLes Gobelins, de Paris, ele foisupervisor de sries de animaoe de longas-metragens de diversosestdios na Coreia, na China, naFrana e na Espanha, alm de tersido diretor de arte de um estdiofrancs de animao 2D no Vietn.

    Hoje ele um dos responsveis peloStudio Citronvache, e entre seustrabalhos mais conhecidos estoas diversas campanhas do tigre daKelloggs, a srie de animao daFaber Castell, e as inesquecveisbaratas e pernilongos do InseticidaRaid. Posteriormente, Cardon passoua ilustrar livros infantis no Brasil,onde j teve duas de suas criaespremiadas pela FNLIJ.

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    Eu acho que todo desenhista, emalgum momento da vida, em suacarreira, sonha em dar vida aos seuspersonagens ou poder passear nos seusprprios cenrios. A animao umaextenso da ilustrao.

    Me fascina pensar que a partir de

    uma sequncia de desenhos xos sepode criar a iluso do movimento, ariqueza de decompor o movimento e asemoes em 24 imagens por segundo.

    Aplicar de uma maneira ldica asregras da fsica, como cai uma gota,transcrever o peso de um objeto, oequilbrio de um corpo... fez com queat hoje, quando ando na rua, coobcecado em imaginar como um ou

    outro movimento seria reproduzidoem animao e em quantas imagens.

    Quer seja o jeito de andar de umapessoa, um garom servindo o cafno restaurante, ou a mudana deperspectiva subindo uma escada rolantede shopping center.

    Desde cedo eu tinha muita vontade deentrar no mundo do desenho animado,mas achava (nos anos 80) que s

    existia a escola da Disney na California.O resto era tudo atelis. Quando descobria existncia da escola LES GOBELINS,em Paris, no pensei duas vezes.Recebi assim uma formao clssica,tradicional, de desenho animado, masdevo a essa escola uma abertura ao lmede animao em geral, com sensibilizaomulti tcnica e um bom conhecimentoda linguagem cinematogrca.

    Voc comeou sua carreira ocado emdesenho animado. O que mais o atraiuna animao?

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    laurent cardon

    So Paulo / frana

    [email protected]

    http://citronvache.com.br

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    Foto:arquivoLaurentCardon

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    Eu gosto de criar e contar histrias,independentemente do suporte, mas anarrao cinematogrca me fascina.

    Na leitura de um livro o leitor temque fazer um esforo para visualizar apartir de palavras o universo descritopelo autor.

    No livro ilustrado ou na histria emquadrinhos, o visual existe, mas o leitortem que recriar, entre os quadros,o que no foi mostrado e dar umacontinuidade visual para dar vida histria.

    Mas nesses dois casos o leitor temtempo para se impregnar danarrativa; pode fechar o livroe retomar quando quiser.

    No lme no funciona assim, vocimpe plateia um ritmo de leituraem um prazo denido e ela tem

    que esquecer que um lme umconjunto de uma infinidade de

    cortes, de planos, e ter uma iluso decontinuidade, entender o espao ondeos personagens se movem, mesmoque no seja explicitamente revelado.

    O pblico vive o instante sem passadonem futuro, convive e se emocionacom imagem, sons e msica... essamanipulao da plateia me interessamuito, e essa iluso do realfunciona se voc domina a linguagem

    cinematogrca.

    E qual a importncia da linguagemcinematogrica para voc?2

    Na minha opinio, quem queraprender a desenhar deve passarpor um aprendizado acadmico,quem quer fazer lmes deve conheceras regras cinematogrcas, paraaplic-las ou para transgredi-las(e saber porqu).

    Hoje eu consagro uma parte do meutempo lecionando cinema em escolasde animao e cinema para ajudar as

    crianas a verem os lmes de outramaneira.

    E qual o melhor caminho para seadquirir esse conhecimento?3

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    uma pergunta que mereceria muitaspginas de resposta. No caso da

    Frana ou da Espanha, tudo comparvel do ponto de vistaprossional. Cada produotem suas diculdades, suas

    experincias pessoais.

    No caso da sia, as diculdades sodiversas, mas recorrentes sob o olharocidental. Na sia em particular eutrabalhei como supervisor de animao,por um lme ou uma srie de cada vez.

    O que no ca limitado s direode animao, mas em controlar todasas etapas do processo de fabrio dolme, e resolver, na medida do possvel,

    todos os problemas artsticos ou tcnicosna ausncia do diretor.

    No caso do Vietn, fui como diretorartstico de um estdio de animaofrancs, responsvel pelas produesque entravam no estdio: sries,longas, clips... e responsvel pelaqualidade artstica do que saa.

    Posio delicada de responder sexigncias das produtoras estrangeirase defender os interesses do estdiovietnamita ao mesmo tempo.

    A primeira dificuldade a

    comunicao dentro doestdio, sem dvida.

    Exceto Hong Kong ouSingapura, pouca

    gente fala inglsnessa rea...muitas vezes

    voc ca acompanhado de um tradutorpara cada uma das suas palavras, oque no o meio mais confortvel parase comunicar.

    A segunda diculdade lidar comqualidade e prazo. Parece sim, lugarcomum, mas as condies de produona sia so tais que precisam de muita

    gente para responder aos prazos cadavez mais curtos.

    A sia tem essa tradio de ter estdiosde animao que s trabalham paraprodues estrangeiras. Alguns estdiostm um nvel bom, claro, mas a cadeiade produo to grande que s vezeso supervisor tem que ser malevel parano exigir sempre o melhor, mas osuciente para que seja passvel e queno prejudique a compreenso do lme.

    Isso um desao, mas no deixa de serinteressante. At obriga voc a procurarsolues ecientes sem ter que mandar

    refazer tudo, sabendo que os animadoresso pagos por segundo aprovado, e quese voc no aprova logo a cena de umanimador ele no vai receber por isso.

    A terceira diculdade o trabalhode recurso humano. O ambiente detrabalho muito segmentado, masem cadeia, como um estdio deanimao, cria frequentemente umadesresponsabilizao do indivduo frente qualidade e aos erros. Me parece queexiste pouco respeito do indivduo comoprossional na sia, em geral.

    Assim a concorrncia interna e apreocupao em ganhar dinheiro somaiores em detrimento da qualidadee da motivao. Enquanto deixam deser idealistas, tenho a impresso que,no ocidente, nessa rea da criao,as pessoas so mais autnomas eentusiasmadas, qualquer que sejamas condies do emprego.

    Voc tem uma larga experinciatrabalhando com animao em diversospases (Frana, Espanha, Brasil, 2 anose meio no Vietnam, 2 anos e meio naChina, 2 anos na Coreia do Sul). Quaisas maiores diiculdades proissionaisque encontrou nessas viagens?

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    Trabalhando como diretor de animaona sia, sempre achei que no existiauma prosso mais legal para mecomunicar e entender a cultura e apsicologia de um povo por passar horascom animadores discutindo sobre aatuao ou dramaticidade em umacena, imagem por imagem...

    O que faz rir ou chorar um asitico,como a antecipao da gag e comoexpressar uma emoo?

    Muitas gags europeias no faziameles rirem, e muitos trechos destoryboard tinham que ser explicados

    em detalhe para eles incorporarem acena e convencer que isso ia fazer riro ocidente, s por questo de cultura.

    Se voc pede para pontuar naanimao os acentos de um dilogocom movimentao da sobrancelha,eles podem te olhar como peixe frito(na medida do possvel).

    Porque os asiticos tm pouca mobilidadenas expresses do rosto e movimentoscorporais mais contidos (fora nas cenasde luta... rsrs), isso uma grandecaracterstica da animao oriental.

    Meu trabalho na sia era, entre outrascoisas, fazer de tal maneira que asprodues estrangeiras no fossemimpregnadas de um estilo mang ouderivado, s se fosse especicamenterequisitado. O que dava muito trabalho,posso garantir.

    Apesar de que boa parte da produonesses pases tenha sido de produesrancesas ou americanas, houve algumtipo de infuncia cultural ou artsticado local onde se encontrava? Como issoacaba aetando o trabalho?

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    O mang japons pasteurizou muitoa animao asitica. Difcil hoje falarde animao coreana ou chinesa ouvietnamita; animao asitica , antesde tudo, animao japonesa, semcruzar o estilo mang. Sou suspeitopara falar disso porque, apesar de ter

    passado mais de 7 anos na sia, nocresci com a cultura de mang e nome identico com essa linguagem,tanto de ilustrao como de linguagemcinematogrca.

    Nenhum trabalho meu tem essainuncia. O Myhasaki uma ilhaparadisaca no meio disso.

    De que orma o mang inluencia?6

    Quando era adolescente, eu gostavamuito de desenhar com canetaRotring, s vezes com lente, para fazerminiaturas ou pranchas cientcas deanatomia... sempre muitos detalhes.

    Eu tive tambm minha fase muitodisneyiana. Preciso de atitude,preciso de expresso, etc. Mas comcerteza foi a animao que fez explodirmeu trao e comecei a dar muitaimportncia ao movimento.

    Hoje eu vejo um lme da Disney e alinha no me emociona mais. Eu gosto

    de ver lmes ou livros que se destacamno grasmo com trao mais autoral.

    Talvez o desenho animado tenhame deixado mais impaciente por terpassado tanto tempo nalizando pilhasde desenhos. At as minhas animaes,hoje, fogem da nalizao de trao.

    Eu gosto de rough e de guardar a

    espontaneidade do trao original.Ultimamente, no s simpliquei minhalinha como comecei a desestrutur-la.

    Eu gosto de deixar o trao correr coma mo mole de maneira aleatria nagranulao do papel, deixar um traotremido. Estou cando preguioso oumais potico rsrs.

    A animao exige um trabalho intenso,desenhando muito, rpido, o dia todo.Isso acabou aetando posteriormente oseu trabalho como ilustrador?

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    Quando as pessoas analisam meu trabalho,sempre comentam que nos meus livros eutenho um olhar muito cinematogrco.

    ngulos, iluminao, composio... isso vemdo storyboard e da animao, com certeza,mais particularmente do LAYOUT de animao(que chamamos de planejamento, no Brasil.)

    Estabelecimento de cenrio, personagens ecmera, etapa depois do storyboard e antes daanimao, posto que trabalhei durante anos.

    Meu primeiro livro foi um livro infantil,da Ed. Salamandra, Um n na Cabea,escrito por Rosa Amanda Strausz.

    Hoje, o que eu mais gostaria, seriareilustrar esse livro... no ilustrariadaquela maneira. Eu me encontrei

    muito no livro para crianas comose fosse um lme sem o peso daanimao, onde existe a liberdadede experimentar tcnicas diversas.

    E depois de ter trabalhado tantosanos com lmes de publicidade noBrasil, tive de repente a sensaode fazer, no mundo da edio, umacoisa til e durvel, com a qual meidentico mais hoje.

    Ter feito as animaes do lme OMundo em Duas Voltas da famliaSchurmann, deu uma orientaonova no meu trabalho em livroinfanto-juvenil, uma outra direoque escolhi, talvez sob a inunciade Gustave Dor, com todorespeito, que eu admiro muito.

    Recebi muitas propostas deilustrao realista ou semi-realistaem seguida. Que, para ser bemsincero, hoje est me perseguindomais do que eu gostaria.

    Depois de muitos anos se dedicando animao, ao storyboard e se enveredandona ilustrao, oi no Brasil que voccomeou a se dedicar ao livro inantil, edepois ao livro inanto-juvenil. Para voc,qual o maior atrativo no livro inantil?

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    Com o livro infantil descobri umadireo que foi decisiva para mim: o

    livro de imagem, mais prximo dostoryboard e animao... A gente noperde as razes!

    Muitas vezes, lendo livros infantis,eu me dou conta de que a ilustraose sustenta em si e que o texto noacrescenta muito narrao, ou quea imagem redundante do texto.

    Isso mais um assunto vasto. Umaresposta concisa pode parecer muitosimplria, mas sem dvida vemosdiferenas entre essas 3 culturas.

    Quando vejo os catlogos de ilustraoinfantil americana me parece maisclssica, conservadora. Menos ousada,mais aceptisada, muitas vezes maisrealista que a ilustrao europeia.

    No saberia dizer muito bem oporque, talvez nos Estados Unidosa preocupao com a educaodos jovens se enquadre mais no

    bonitinho ou politicamente correto,formatado e censurado? Talvez aproximidade dos pases europeusfuncionou mais culturalmente queo isolamento dos Estados Unidos?Ou talvez seja porque se l mais na

    Eu acho, para um ilustrador, umterreno muito rico, muito interessantede se aventurar...

    Ainda mais que o governo brasileiroest pedindo livros de imagens paraas escolas.

    Lancei meu primeiro livro autoral no

    ano passado pela Editora tica: CalmaCamaleo! (que est virando coleo naEditora Biruta). E um outro livro, Flop,as Aventuras de um Peixinho Japonsna China, que est para ser lanado.

    Europa, o que deixou o livro maispopular, mais acessvel?

    Ou talvez seja porque existe umariqueza cultural, artistca, e tradio dedesenho, mas no sei se os americanosgostariam dessa explicao.

    Alguns dizem que os franceses e osingleses so mais ousados e cnicos naliteratura infantil, menos conformistas,com menos censura... talvez. No Brasilo livro evoluiu muito de 10 anos para c.

    No s porque existe uma preocupao,

    hoje, em educao infantil e o governoinveste muito nisso, mas tambmporque o livro infantil se revelou comouma obra de arte em si, tanto quetodas as editoras investem muito emreilustrar colees de livros antigos.

    Esse mercado em plena expanso noBrasil deixou brotar uma nova geraode ilustradores, muito criativos, masenfrenta limitaes.

    Com a dedicao oo livro inantil,algo mudou na sua percepo comoilustrador?

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    A produo de livros inantis muitodierente na Europa, nos Estados Unidose no Brasil. Que dierena v nessestrs mercados?

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    Agora existe um dilema para as editoras. O focopara o governo brasileiro , antes de tudo,permitir o acesso fcil do livro infantil - comodo livro em geral - nas escolas, por isso aseditoras conscientes disso tm que ter livroscom contedo fortemente educativo, altamentedecodicados pela censura escolar, e baixar o

    preo do livro evitando artifcios como capadura, papel importado, cortes diferenciados,para conquistar as compras do governo, ummercado incontornvel para suasubsistncia.

    Agora, mesmo assim,lamento que, fora asrevistinhas - queno classicarianessa categoria- o livro infantilseja ainda tocaro no Brasil.

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    um fato: ao entrar no metr em Paris,se v todo mundo com livro na mo,e ao entrar no metr de So Paulo se

    v que pouca gente ca lendo (senoesporadicamente, livros tcnicos ou deautoajuda... mas isso outro assunto).

    Preocupa sim, mas co mais triste depensar que no Brasil, particularmente,as novas geraes entraro na erado livro digital (ainda vai demorar)sem ter curtido plenamente o livroconvencional. Entramos numa era

    nova do audiovisual, onde a imagemem movimento vai predominar.

    Difcil acreditar que isso no vai induzira uma perda de interesse na leitura,mas me esforo para no acreditar queisso venha a acontecer to cedo, se ospais e as escolas incentivarem a leiturae atiarem a imaginao das crianas.

    O livro infantil ser cada vez mais

    interativo com suporte digital; podeser uma boa coisa, vamos ver, massou mais pessimista em realao aofuturo do romance, da leitura deprazer sem imagem.

    Quem j se aventurou a ler umromance digital mal consegue car2 horas xando uma tela com linhaspequenas.

    Na Frana se l muito, em oposio cultura de massa que tem severiicado na maioria dos pases, eisso acaba aetando diretamente aqualidade da produo dos livros emgeral, e mais ainda o livro inantil.Acha que o mundo em geral andaperdendo o interesse pela leitura?

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    Quando minhas lhas eram pequenaseu contava muitas histrias na cama,no carro; e em cada viajem para aFrana eu comprava toneladas de livros

    infantis, naquela poca no tinha apretenso de escrever livros, maselas sempre me viam desenhando.

    Hoje nenhuma escolheu o desenhocomo expresso, mas elas leemcompulsivamente. No o melhorcaminho?

    E no caso das crianas, na sua opinio,qual a importncia da leitura e doestmulo desde cedo para a culturavisual?

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    Para ser bem sincero, no sei muitobem o que mais gosto e queroprivilegiar... so fases.

    Mas depois da publicidade e dos anostrabalhando em produes grandes

    de animao, estou fazendo tudo paraconsagrar meu tempo em trabalhospessoais ou ser muito mais seletivo- enquanto posso - nos trabalhos deencomenda.

    Em animao acabei recentemente olme de abertura do festival de animaoVoix DEtoile, na Frana. Esse tipo de

    projeto a curto prazo me interessa,como qualquer lme que me deixeexperimentar tcnicas novas.

    Estou tambm com vrios projetosde curtas de animao. S tenho umpouco de preguia hoje.

    Eu fao menos storyboards depublicidade agora, prefiro focar no

    shootingboard de longa metragem.

    Nesses ltimos tempos o que mais fao,fora as aulas de cinema em escolas,so os livros infantis e infanto-juvenis.

    No paro de receber encomendas eestou cheio de inspirao para futuroslivros autorais.

    Hoje, qual o seu maior prazer emtrabalhar: animao, storyboard,ilustrao ou ilustrao de livrosinantis?

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    diego de almeida

    rio de janeiro - RJ

    [email protected]

    www.almeidaarts.com

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    Marcos Behrens

    rio de janeiro - RJ

    [email protected]

    www.marcosbehrens.com.br

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    Jonatas Ca mpos

    CONTAGEM - MG

    [email protected]

    www.jonatascampos.art.br

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    Pacha Urbano

    Rio de Janeiro

    [email protected]

    www.pachaurbano.com

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    Joelson Souza

    curitiba - pr

    [email protected]

    www.biguebangueblog.wordpress.com

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    A Revista Ilustrar abriu espao paraos leitores, fs e amigos que queiram

    ter seus trabalhos divulgados na maisimportante revista de ilustrao do Brasil,por meio da seo Espao Aberto.

    Para participar simples: mande um e-mail com o ttuloESPAO ABERTO para [email protected] o nome, cidade onde mora, e-mail e site que pretenda verpublicados, uma autorizao simples de publicao dos trabalhosna revista, e no mnimo 7 ilustraes a 200 dpi (nem todas poderoser usadas).

    A Ilustrar vai disponibilizar para cada artista selecionado4 pginas inteiras. Por isso escolham seus melhores trabalhos;esta pode ser a oportunidade de ter seus trabalhos publicadosao lado dos maiores prossionais do mercado.

    Espao Aberto, a sua entrada na Revista Ilustrar.

    Como participar

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    oelsonSouza

    K I L L ER COV ER S OF TH E WEEK

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    BLOG DE JAYME COR T EZ

    P I N -U P AN T ES E D EPO I S

    K I L L ER COV ER S OF TH E WEEK

    ES CU LP I N DO COM G U A

    Um dos mais importantes etalentosos ilustradores que oBrasil j teve, Jayme Cortezfaleceu em 1987, deixando um

    legado artstico incomparvel.

    Nesse ano de 2011 nalmenteum grande amigo do Jayme,Fabio Moraes, e o lho doartista, Jayme Cortez Filho, se

    juntaram para tentar resgatarem um blog todo o material queJayme Cortez produziu, almde disponibilizar fotos einformaes sobre a vidadesse grande artista.

    Aos poucos o site vai sendoabastecido com material, entosempre vale a pena voltar paraver as novidades:

    http://jaymecortez.blogspot.com

    Se voc gosta de capas de livros, deilustraes vintage e capas de livroscom ilustraes vintage, ento esse blog para voc.

    O blog Killer Covers Of The Week dedicadoa pulp ction, aqueles livrinhos de bolsobaratos com histrias cheias de aventuras,

    mas dedicado especialmente a livros decrime-co.

    A pesquisa que fazem tima, e apesarde que teoricamente seja dedicado aocontedo dos livros, na verdade o blogadora mesmo as ilustraes das capas,dando diversas dicas de entrevistas comilustradores e links para outros sites.

    Sem falar que boa parte das capas doslivros so apresentadas em uma boaresoluo, tima pedida para oscolecionadores:

    http://killercoversoftheweek.blogspot.com

    Para os fs de Gil Elvgren,o grande ilustradoramericano que dedicou avida toda fazendo pin-ups,

    uma boa notcia: existeum site muito bacana quemostra as fotos que oprprio Elvgren produziae usava como refernciaspara as suas ilustraes.

    http://tinyurl.com/625pehd

    O artista plstico japons ShinichiMaruyama tem um trabalho muitointeressante e diferente: elefotografa jatos de gua e de tinta,em movimentos minuciosamentepreparados e estudados, paraconseguir resultados surpreendentes.

    No nal as fotos cam parecendopinturas abstratas altamenteexpressivas ou esculturas cheias devida e movimento.

    Tambm tem alguns vdeos, mostrandoo processo:

    http://www.shinichimaruyama.com

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    GUIA DO ILUSTRADOR- Guia de Orientao Profssional

    ILUSTRAGRUPO - Frum de Ilustradores do Brasil

    SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil

    ACB / HQMIX - Associao dos Cartunistas do Brasil / Trou HQMIX

    UNIC - Unio Nacional dos Ilustradores Cientfcos

    ABIPRO - Associao Brasileira dos Ilustradores Profssionais

    AEILIJ -Associao de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

    ADG / Brasil - Associao dos Designers Grfcos / Brasil

    ABRAWEB - Associao Brasileira de Web Designers

    CCSP - Clube de Criao de So Paulo

    TUPIXEL - Maior banco de dados de ilustradores do Brasil

    www.guiadoilustrador.com.br

    http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo

    www.sib.org.br

    www.hqmix.com.br

    http://ilustracaocientica.multiply.com

    http://abipro.org

    www.aeilij.org.br

    www.adg.org.br

    www.abraweb.com.br

    Aqui encontrar o contato da maior parte das agncias de publicidadede So Paulo, alm de muita notcia sobre publicidade:www.ccsp.com.br

    www.tupixel.com.br

    Dia 1 de Julho tem mais... dia 1 dia de IlustrarDia 1 de Julho tem mais... dia 1 dia de Ilustrar

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    Receba detalhes da produo einformaes extras sobre ilustrao,

    arte e cultura, acompanhando a revistade trs formas diferentes na internet:

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