revista_ilust_17

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    ricardo antunes

    so paulo / Lisboa

    [email protected]

    www.ricardoantunes.com

    Msica, editorial

    e muito mais...cada nova edio da Ilustrar novos pontos de interesse vo surgindo,

    e nesta edio 17 acabamos por abordar mais a rea musical e editorial, comum resultado de encher os olhos.

    Na seo Portfolio temos Fernando Lopes, ilustrador de Braslia que trabalha parao jornal Correio Braziliense em ilustraes cheias de inuncias artsticas, e oSketchbook ca por conta do gacho Mateus Santolouco, direto de Porto Alegre,que alm de desenhos incrveis utiliza papis pouco comuns para os sketches.

    Na seo 15 perguntas a entrevista cou com o veterano carioca Mario Bag,onde apresenta uma extensa carreira trabalhando com capas de discos eilustrando revistas e livros, muitas vezes escritos por ele prprio.

    O Passo a Passo uma imagem do prximo catlogo Imaginabilis V, com umagrande ilustrao 3D produzida pelo Estdio DR2 (e com uma dedicatriatoda especial feita pela lha de Rafael de Lima, um dos scios do estdio).

    Na seo Internacional temos a presena de Derek Riggs, ilustrador inglsmundialmente conhecido por fazer as capas dos lbuns do Iron Maiden,numa conversa que vai muito alm da banda.

    E como sempre, com as colunas imperdveis de Brad Holland, dessa vez falandosobre suas desventuras com os peixes, e Renato Alarco, sobre quatro acordese a pressa em alcanar o sucesso, com ilustraes de Plnio Fuentes.

    Espero que gostem, e dia 1 de setembro tem mais...

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    EDITORIAL: ................................................................2

    PORTFOLIO: Fernando Lopes ........................................4

    COLUNA INTERNACIONAL: Brad Holland ............11 INTERNACIONAL: Derek Riggs ................................15

    SKETCHBOOK: Mateus Santolouco ..............................25

    STEP BY STEP: DR2 Ilustrao ................ ...................33

    COLUNA NACIONAL: Renato Alarco ......................37

    15 PERGUNTAS PARA: Mario Bag ..........................39

    CURTAS ....................................................................... 50

    LINKS DE IMPORTNCIA .......................................51

    DIREO, COORDENAO E ARTE-FINAL: Ricardo [email protected]

    DIREO DE ARTE: Neno Dutra - [email protected] Ricardo Antunes - [email protected]

    REDAO: Ricardo Antunes - [email protected]

    REVISO: Helena Jansen - [email protected]

    COLABORARAM NESTA EDIO: Angelo Shuman (Divulgao) - [email protected]

    ILUSTRAO DE CAPA: DR2 Ilustrao - [email protected]

    PUBLICIDADE: [email protected]

    DIREITOS DE REPRODUO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada, postada,distribuda e divulgada livremente, desde que seja na ntegra, gratuitamente, sem qualqueralterao, edio, reviso ou cortes, juntamente com os crditos aos autores e co-autores.

    Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seo.

    Foto:

    arquivoRicardoAntunes

    ENDEREO DA REVISTA: www.revistailustrar.com

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    C o l a b o r a r a m n e s s a e d i o :Gostaria de colaborar

    com a Ilustrar?

    omo se sabe, a Revista Ilustrar um projeto totalmente

    gratuito, por acreditarmos na importncia em se divulgar informaode qualidade, alm de prestigiar a excelncia prossional.

    Mesmo assim, muitos amigos e leitores escrevem perguntandoconstantemente onde se pode comprar a Revista Ilustrar, ou deque forma seria possvel enviar donativos para ajudar a revista.

    Comprar no possvel, ela continuar sendo gratuita e digital,mas j que os pedidos so tantos, ento a Ilustrar passa a teragora um espao de mecenato.

    Todos os i nteressados em ajudar a manter a revistagratuita podero colaborar com donativos em qualquervalor, e a revista divulgar a cada edio um espaoaberto aos colaboradores.

    uma oportunidade de ter seus contatos divulgadosna mais prestigiada revista de ilustrao do Brasil,e tambm ser uma forma de ajudar a mantera revista gratuita a todos.

    Para saber como proceder e receber mais detalhes,entre em contato atravs do e-mail:

    [email protected]

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    FERNANDOLOPES

    Em 1962, aos 4 anos, fui morar no Chilecom meus pais. Permanecemos l atmeus 17. Essa experincia de vida foideterminante para mim. Vivenciamosmomentos histricos, com seu terrveldesenlace no golpe militar, em setembrode 1973. No ano seguinte seguimos para

    Costa Rica. Eu retornei ao Brasil dois anosdepois. As lutas durante o governo Allendee a tragdia vivida no Chile transparecemno tom muitas vezes sombrio e crtico deminhas ilustraes.

    Em 1971, primeiro ano do governo Allende,conheci o psiclogo chileno Rolando Toro,criador da Biodanza. Eu namorava suafilha Pilar, e fiz alguns desenhos paraela. Rolando viu os desenhos e quis meconhecer. Sua apreciao e seu estmuloforam fundamentais. Props a realizaode uma exposio, que fizemos umano depois. Eu ia sua casa quase quediariamente. ramos vizinhos de bairro,e recebi forte inuncia da nova terapiaque ento se iniciava, num processo do

    qual participei.

    Naquele momento, Rolando era para mimum velho professor, que dava aulas naUniversidade do Chile. Levou aos teatrosJuegos de Psicodanza, mescla de arte eteoria. Viajamos com esse espetculo pordiversas cidades chilenas, naqueles anosagitados. A inuncia libertria desseamigo poeta, desenhista, danarino,falecido h poucos meses, aos 86 anos,me acompanhar por toda a vida.

    Depois, frequentei a Escola de Artes Visuaisdo Parque Lage, no Rio, por trs anos,durante a gesto de Rubens Guerchmann.Alm de Guerchmann, artista POP e grande

    gura, foi importante estudar com IsabelPonz, Dionsio del Santo, Celeida Tostes eHlio Eichbauer, entre outros mestres. Como artista Roberto Magalhes descobri boasanidades. Mstico, sua maneira carioca,tornou-se a mais importante refernciadesses anos, para mim.

    No posso deixar de falar de Miguel Navarroy Caizares, pintor espanhol, meu tatarav.Fundou a Escola de Belas Artes da Bahia(atual EBA), em 1877. Belos quadros edesenhos seus adornam a casa onde passeia infncia, no Rio, e meu apartamento,

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    em Braslia. Seu amor pelo desenhopermanece vivo, visvel em suas obras.

    Talvez devido s inuncias desse ilustreantepassado acadmico, acabo de obtermeu Bacharelado em Artes na Universidadede Braslia. Havia comeado diversos cursosde Arte e Comunicao, em diferentespases, sem conseguir termin-los. Destavez, fui at o m. Atualmente frequento ocurso de Licenciatura, e pretendo continuara estudar.

    rabalhando

    principalmente como mercado de Braslia,Fernando Lopes umilustrador e artista quese destaca pelas diversasinuncias que teve.

    Essas inuncias voda psicologia pintura

    expressionista, dopassado vivido no Chiles preocupaes polticase sociais, sempre coma criao de imagensinteligentes, muitas vezescom crticas sociaisou polticas.

    E tudo isso se reete nacolaborao que faz para oCorreio Braziliense, o principal

    jornal de Braslia.

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    fernando lopes

    braslia

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    www.flickr.com/photos/fclope

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    Trs grandes escolas inuenciam

    fortemente meu trabalho: expressionismo,cubismo e surrealismo. O expressionismoreete o drama e a hipocrisia social, coma qual se mascaram os temas da dor, dasexualidade e da opresso.

    O artista alemo George Groz foi meu dolo,por uns tempos. O cubismo representaa liberdade formal, a possibilidade deum ataque construtivista imagem. algo moderno, muito signicativo.

    Finalmente, est o surrealismo, que nosdeixa em total l iberdade para imaginar.

    E X P R E S S I O N I S M O ,C U B I S M O

    E S U R R E A L I S M O

    A potica surrealista abre as portas dametfora, indispensvel ao ilustrador.Mas, acima dessas inuncias, permanecea vivncia latino-americana, que meapresentou muito cedo ao equatorianoOswaldo Guayasamin e vertente latina

    do surrealismo, com o chileno RobertoMatta e o cubano Wilfredo Lam.

    Quando morei em Costa Rica, o contato comculturas antigas e cidades maias da AmricaCentral tambm zeram minha cabea.

    A cultura hispano-americana riqussima,desnecessrio dizer. O Chile, especialmente,possui uma tradio humanista, potica epoltica que nos faria muito bem conhecermelhor. O fato de o Brasil estar de costaspara a Amrica Latina nos empobrecede forma lamentvel.

    A tcnica deve ser usada paraapresentar um clima, umdeterminado tom que se deseja.Muitas vezes, sinto que um desenhobem-acabado no representa aatitude que quero expressar. Algo deinsatisfao e de protesto acompanha

    a mancha, a velocidade e a sujeira.Quero provocar no espectadordeterminada sensao, at mesmoanterior leitura da imagem. Destemodo, a boa tcnica consiste numaadequada relao entre o desenhoe seu contedo.

    Para isso contamos com o usocriativo da composio e da textura,alm de outros elementos comoa cor e a pincelada.

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    Quando comecei a ilustrarprossionalmente, pensavaem fazer livros infantis. Defato, fui morar em So Paulo,em 1980, trabalhando no livro

    O Equilibrista, de minha xarFernanda Lopes.

    Em 30 anos de prosso medediquei ilustrao mdicae anatmica, aos selos postais,entre os quais destaco os quehomenageiam Ayrton Senna eGuimares Rosa, e tambm aoutros trabalhos editoriais. Foina imprensa que encontrei umespao onde posso, literalmente,carregar nas tintas.

    No jornal meu estilo encontrouum lugar para se desenvolver,adaptado dramaticidade

    do cotidiano.Ainda quero fazer coisas paracrianas, voltadas percepodo fantstico e da natureza.

    Sinto que, depois do curso deArtes Plsticas na UnB, queimais curioso em relao pintura e gravura,que tive oportunidadede retomar.

    Ao mesmo tempo,a ilustrao, como dizo pintor-lsofo norte-americano Mark Tansey,est em vantagemretrica comrelao pintura.

    Ns, ilustradores,contamos como uso plenoda metforae do humor.

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    No conseguiria entender meu trabalhona imprensa, principalmente no CorreioBraziliense, onde estou h mais de 13 anos,como algo desvinculado da poltica.

    Para mim, o homem poltico o homemque tem opinio sobre a realidade em quevive. Levo esse conceito aos meus alunos,nas ocinas de Ilustrao editorial, comoa primeira questo a ser colocada diantede um tema: o que ele signica para voc?

    A fora de uma ilustrao est napresena de um elemento de convico,de experincia pessoal. A responsabilidadedo ilustrador pode ir alm do ato de traduzirum determinado contedo em forma visual.No se trata apenas de criar imagensem funo de um texto, mas de refazeruma leitura. Isso um ato de criao quepodemos considerar poltico.

    O exerccio da crtica social obedeceaos mesmos princpios. Tambm

    determinado pela vivncia e pelapercepo crtica do ilustrador.

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    O trabalho como ilustrador me trouxealguns prmios, entre eles dois WladimirHerzog de Direitos Humanos. Representammuito para mim.

    Na ilustrao precisamos descobrir, acada dia, uma forma diferente de traduziros fatos a partir da crueza com que soapresentados no jornal.

    Os procedimentos de edio, comoa diagramao, a hierarquizao dasnotcias e o prprio tom em que elas so

    P R M I O W L A D I M I R H E R Z O G

    escritas, vm carregados de uma pretensaobjetividade. Para destacar-se dessecontexto, a ilustrao pode empregardiversas estratgias.

    O objetivo chamar a ateno do leitor,tornando-o espectador e provocandonele a reflexo crtica, por meio daleitura da imagem. O encanto estarno estranhamento diante de uma gurainslita, ou na beleza dos traos, ou aindana sutileza de tons e cores. Costumochamar isso de processo potico.

    preciso seduzir o leitor, mesmo ao falarde coisas ruins como a tortura e a morte,da corrupo dos corpos ou das almas.

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    Rio Beira-Mar

    por Brad Holland

    No sei o que acontece entre o peixee eu. Nunca fui um louco por peixe.Na verdade, s pesquei uma vez naminha vida, no Arkansas, em um vero,quando eu era criana. Eu peguei umpequeno peixe-lua numa enseadanaquele dia e imediatamente sentipena por isso. Nunca fui pescar denovo. Talvez por isso eu tenha feitotantas pinturas de peixes. Quem sabe?Se eu pudesse entender as minhaspinturas eu seria um gnio.

    Algum me escreveu uma vezdizendo que meus peixes so arqutipos

    platnicos. Talvez, mas eu duvido disso.Na maior parte das vezes eu s osinvento assim, ento quo platnicospodem ser? Outra pessoa escreveudizendo que eles podem ser metforas.Isso possvel tambm, masmetforas de qu?

    Em The Flounder, o novelista alemoGnter Grass tem um peixe falante quenarra a histria da raa humana. Issoparece ser excessivamente existencialpara um peixe, mesmo um que sejaalemo. Nos Estados Unidos, quandopensamos em um peixe que fala,ns pensamos em Don Knotts (umhumorista americano). No, eu achoque os peixes nas minhas pinturasso s peixes.

    Um projeto recente fez o nmero depeixes no meu catlogo inchar. Umadesigner trabalhando com uma empresade arquitetura me trouxe o redesignde um restaurante de peixes e frutosdo mar do Cassino Rio, em Las Vegas.

    No comeo ela disse que queria usartrabalhos antigos do meu arquivo. Nonal, o hotel Harrah (dono do CassinoRio) encomendou 23 novas pinturas.

    O projeto comeou com uma pintura deum peixe que eu tinha colocado no sitede portfolios Workbook. A designerviu e me chamou para perguntar se eutinha mais no meu estoque. Eu tinha,mas sugeri que o cliente estaria melhorservido se eu zesse um trabalho novo.Eu salientei que aquelas pinturas noestoque teriam que ser cortadas ouesticadas para caberem nos espaosque estavam destinados a elas. Umnovo trabalho poderia ser desenhadopara encaixar certo. Claro que haviaoutras razes.

    As pinturas do meu arquivo reetemdiferentes estados de esprito e perodosde execuo. Uma srie como essa,eu pensei, deveria ter um trabalho quefosse consistente em estilo e estado deesprito. Eu queria que essas pinturasfossem simples, brilhantes e maisgrcas do que narrativas.

    A equipe de produo estava abertapara a ideia de encomendar umtrabalho novo, mas parecia insegurasobre como seguir com isso. Tenteifaz-lo to fcil quanto possvel paraeles. Comecei enviando a eles dezsketches a lpis, e depois mais dez.Quando eles gostaram do que viramenviei a eles mais vinte ou trinta. Issoparecia fazer o truque.

    Apesar de eles terem dito que adoraramos sketches, no ouvi mais nada delespor mais ou menos dois meses. Penseique eles tivessem perdido o interesse.Ento de repente ligaram para discutiros termos. Eles queriam 28 pinturas nototal, 5 do arquivo e 23 novas pinturas.Eles j tinham escolhido as 23, massugeriram que se eu tivesse outraspreferncias eu deveria me sentir livrepara fazer substituies.

    Uma vez que as pinturas erampretendidas para um espao pblico,ns concordamos que elas deveriam

    ser entregues como largas impressesgicle em telas. Eu sugeri um impressorcom quem j tinha trabalhado antes.Ele e eu propusemos lidar com aproduo inteira, fornecendo asimpresses do Harrah j com moldurae prontas para instalao.

    Meu impressor um consultor daHewlett Packard e trabalha com umadas maiores impressoras a jato de tintacom 12 cores da empresa. Ele mora ameio quarteiro de mim, ns estvamosaptos a colaborar facilmente.

    O calendrio de entrega me exigia a

    mdia de uma pintura a cada trs dias,mas como a minha tendncia comearmuitas coisas ao mesmo tempo eterminar todas juntas, eu enviei ao Tomas artes nalizadas em lotes, quatroou cinco de cada vez. Ele as imprimia,montava, emoldurava, colocava osuporte, e ento as enviava por FedExpara Las Vegas. Ns enviamos o ltimopar de impresses uns dias antes daabertura do restaurante.

    Apesar de eu ter feito pinturas depeixes durante toda a minha carreira,essa foi a primeira vez que z umasrie deles. Na verdade, o primeirolivro para o qual z ilustraes coloridasera um livro sobre a vida marinha, quez quando era garoto, trabalhando na

    Hallmark, em Kansas City.

    Meus primeiros livros para a Hallmarktinham sido pequenos livros de brindeem preto e branco, supostamente deuma natureza inspiradora: A Sagacidadee a Sabedoria de John F. Kennedy, ASagacidade e a Sabedoria de Papa JooXXIII, A Sagacidade e a Sabedoria deAbraham Lincoln. Eu tambm tinhafeito um par de livros de feriados comexcertos de Les Misrables, The Robeand The Legend of the Christmas Rose.Eu tinha feito livros pop-up coloridosde Robin Hood e Christmas Carol. Maso livro do mundo marinho, embora

    no seja grande, foi meu primeiro livrointeiramente colorido com ilustraesde pgina inteira. Tive de faz-lo comum prazo apertado e muito do que seisobre pintura eu ensinei a mim mesmofazendo essas trinta pinturas emacrlica em trinta dias.

    Devido Hallmark no estar mesmo nonegcio dos livros, meus projetos eramanmalos. Isso signicava que os livros

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    que eu fazia tinham de ser aprovadospelo mesmo comit que selecionava oscartes de boas-festas da companhia. El nos deparamos com um probleminha.

    uma doutrina do design da Hallmarkque os animais em seus cartestenham de ser amigveis. Coelhosso as criaturas preferidas; mesmoporcos fonhos so considerados um

    risco marginal para se jogar por a.O consumidor mdio, se dizia nasinstalaes, considerava porcos emuitos outros animais como sendo

    no-amistosos. Contudo eu vim comum livro cheio de baleias, tubares,lulas gigantes, enguias e linguados.Isso colocou uma tenso na habilidadedos membros do comit em segurara lngua deles. Em particular a minhabaleia azul, com a sua longa bocacurvando para baixo, fez carregar aartilharia deles. Todos concordaramque a coisa tinha um aspecto irritvel.No poderia eu encontrar um jeitode consertar a boca?

    Eu salientei ao comit que essa aforma como a baleia azul se parece.Isso no era obra minha e no era meuproblema consertar. Eu notei o princpiodarwiniano - embora a frase fosse deSpencer - que era a sobrevivncia

    do mais apto, no do mais bonitinho.Fidelidade com a natureza, eu disse,no era compatvel com redesenhara sionomia da baleia azul para ir aoencontro das especicaes de pessoasque pensam que Deus deveria terdesenhado as bestas do campo separecendo com o coelho Tambor (deBambi). Claro que aquilo no deu emnada. Conserte a boca, eles disseram.

    To ridcula quanto a ordem parecia, euestava grato que as outras 29 pinturashaviam escapado de suas atenes.A boca da baleia se tornou o nicofoco do descontentamento deles. Notinha jeito, eu estava comeando adescer uma ladeira escorregadia. Eusabia que se fosse repintar a boca dabaleia, rapidamente eles iriam me terbrincando com as bocas dos tubares,garoupas e enguias. Ento eu decididar a eles o que queriam - de formainquestionvel.

    Usando guache - eu tinha feito a

    pintura em si em acrlica - eu pinteium par de lbios vermelhos brilhantese sorridentes na baleia azul. Entoadicionei um brao emborrachadopreto com uma luva de Mickey Mouseacenando para as pessoas. Por umaboa medida, adicionei um balo dedilogo. Agora a baleia estava dizendo

    Tudo bem?. Eles queriam uma baleiaamistosa, pensei, ento aqui est.

    No dia seguinte levei a nova baleiamelhorada de volta ao comit e dissea eles alegremente que eu tinha feitoo que eles haviam pedido. Claro queos membros do comit no eram

    estpidos. Eles esperavam esse tipo decoisa da minha parte, mas uma vez quecomplacncia satrica era desconhecidana Hallmark, e j que nunca poderiamprever a forma que deveriam lidarcomigo, eles nunca tinham pensadocomo coordenar uma respostaamadurecida.

    A diretora de arte salvou o dia. Elame enxotou dali e disse ao comitque iria lidar com a questo ela prpria.

    E assim fez. Ela me chamou naquelatarde e me disse que se eu lavasseaqueles lbios de Marilyn Monroe, aluva do Mickey Mouse e o balo como Tudo Bem? ela daria o ok para olivro. Eu limpei, ela aprovou, e o livrofoi impresso sem alteraes. Tantoquanto sei, no existem cartas deconsumidores enfurecidos por causada baleia mal-humorada com a boca

    desagradvel.

    Texto e imagens 2010 Brad Holland www.bradholland.net

    Para o vdeo de Brad Holland trabalhando nesse projeto, veja em:

    http://confab.richardsolomon.com/2009/02/09/brad-holland-talks-about-his-work

    Claro que tudo isso aconteceu vriosanos atrs, numa galxia muito, muitodistante.

    No existem episdios semelhantes naspinturas recentes para o Cassino Rio. Opessoal do Harrah foi exemplar e umprazer trabalhar com eles.

    Os melhores trabalhos muitas vezes

    fazem as histrias menos interessantes.

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  • 8/4/2019 revista_ilust_17

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    DEREKRIGGS

    O ilustrador e designer ingls Derek Riggsnasceu em 1958 em Portsmouth, na costasul da Inglaterra, e cou mundialmenteconhecido como o ilustrador da maioria dascapas da banda de heavy metal Iron Maiden.

    Derek j contou inmeras vezes emdiversas entrevistas sobre como comeouessa parceria, e muitas dessas entrevistasesto disponveis na internet. Basicamente,os produtores do Iron Maiden procuravam

    um trabalho diferente, e um deles jconhecia o trabalho de Derek.

    Ento ele foi chamado e, depois dos acertosiniciais, acabou fechando um contratode exclusividade que durou anos, ondecriou vrias das mais emblemticas capasda banda, alm de posters e materialpromocional, sem dizer do prprio Eddie,o personagem smbolo da banda.

    Ao longo dos anos nem tudo correu bem,

    undialmente famoso pelasemblemticas capas que fez dos lbunsda banda Iron Maiden, o ingls DerekRiggs tem trabalhado h longos anospara o mercado fonogrco, que almdas capas inclui tambm materialpromocional, como posters, banners,camisetas etc.

    Seu personagem mais emblemtico,Eddie, acabou se tornando smbolo daprpria banda por mais de uma dcada,alm de ter sido cultuado pelos fs.

    Desde que decidiu no produzir mais ascapas do Iron Maiden, Derek continuailustrando lbuns para diversas outrasbandas, alm de ilustrar para clientesde diversas reas.

    Tivemos uma conversa com Derek,falando sobre aspectos mais profundosde sua vida e de sua carreira.

    I N T R O D U O

    uma vez que comeou a haver muitapresso e interferncias nas capas, at queo contrato terminou e Derek preferiu deixaro Iron Maiden e se dedicar a outras bandase outros trabalhos.

    Dez anos depois do ltimo trabalho para oIron Maiden, Derek Riggs decidiu voltar ailustrar mais uma vez o personagem Eddie,agora para a capa do mais recente livrocom uma compilao de seus trabalhos.

    Muitas pessoas, em especial fs do IronMaiden, fazem inmeras perguntas sobreo personagem Eddie, sobre como seriasua personalidade e sobre suas bizarrices,mas Derek taxativo: Eddie no tempersonalidade, apenas um desenhode capas de discos, mais nada.

    E algo que pouca gente sabe que DerekRiggs comeou ilustrando capas de lbunsde jazz... o rock s veio depois.

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    derek Riggs

    inglaterra

    [email protected]

    http://derek.server311.com

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    Foto:arquivoDerekRiggs

  • 8/4/2019 revista_ilust_17

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    No, s o que acabei ilustrando.Comecei tentando pintar capas delivros, mas os editores eram muitolimitados no que queriam e no erao que eu queria pintar.

    Tambm eu no era um artista muitobom na poca, ento no conseguimuito trabalho. Fazer capas de lbunsera um pouco menos agitado e por issopoderia fazer mais do que eu queria,e pagavam mais dinheiro.

    Todas as formas de imagem soimportantes na criao da cultura pop,e no apenas a ilustrao. Algunsmsicos acham que toda sobre amsica, mas eles esto errados. A

    cultura pop nunca foi s da msica.Trata-se de vesturio, imagem,pertencer a algum lugar, a algumtipo de minoria tribal ou comunidade.Provavelmente , em ltimo lugar,sobre a msica.

    Caso contrrio, por que os fs demetal sempre se parecem com osfs de metal e no com gerentes debanco? Por que os fs de msica rapsempre tm a mesma aparncia? Porque beatniks so do jeito que so eos hippies, com um look de roqueirosantigos e os fs da msica dance?

    Todos eles so distintos e gruposminoritrios facilmente identicveis.Eles tm a sua prpria aparncia, estiloe ponto de vista. Realmente no se apenas sobre a msica, nunca foi.

    Dito isto, se a msica uma porcaria,ento no vai vender de qualquermaneira (a maioria das vezes). Tambmvoc no pode vender msica apenascom a msica, no possvel.

    Todos os lugares onde voc podeanunciar usam a mdia visual, comorevistas, pginas web, televiso etc.,e a maneira mais ecaz de fazer

    propaganda visual com uma imagem,por isso eles precisam de uma imagempara obter o seu ponto de vista.

    Olhe para todos os sites de downloadde msica. Quantas pessoas perdemtempo para ouvir cada um dos novoslanamentos? Nenhuma, essa aquantidade. Basta escolher aquelesque voc gosta de ver e ouvi-los. Euaposto que alguns desses downloads

    D U R A N T E A N O S V O C T R A B A L H O UQ U A S E Q U E E X C L U S I V A M E N T EP A R A A I N D S T R I A F O N O G R F I C A .P A R A V O C , I L U S T R A R P A R AM S I C A D I F E R E N T E D E I L U S T R A RP A R A O U T R A S R E A S ?

    P A R T E D A F A M A D O I R O N M A I D E NS E D E U P E L A I M A G E M Q U E V O C A J U D O U A C O N S T R U I R , A T R A V SD O P E R S O N A G E M E D D I E . C O M OV O C V H O J E A I M P O R T N C I AD A I L U S T R A O N A F O R M A OD A C U L T U R A P O P ?

    nunca vendeu nem mesmo uma nicaunidade. No porque eles no sobons, talvez eles nunca tiveram aateno de ningum. Voc tem quechamar a ateno de algum para faz-loquerer ouvir a sua msica.

    H esse velho ditado que voc podecolocar algo em um saco de papelmarrom e isso vai vender, mas naverdade bobagem. Isso foi tentado

    pelo Led Zepplin l em meados de1970, quando eram a maior banda domundo - e as vendas eram to baixasque tiveram que mudar a capa.

    O lbum foi chamado de Houses ofthe Holy e comeou a ter vida emum saco de papel marrom. Alguns fsnem sequer perceberam que tinhasido lanado, e outros, vendo as capas,no compraram porque achavam queestavam rasgadas.

    Tudo se resume ao fato de que amsica no existe num vcuo; competecom outras msicas em um mercado

    enorme, global e se voc no usartodos os truques que as outras pessoasusam para vender a sua msica,provavelmente voc ser ignorado.Nem sempre, mas o mais provvel(mas msicos sempre acham que elesso especiais...).

    Alm disso voc precisa de imagenspara merchandising (camisetas etc.),porque so principalmente as camisetasque o sustentam nas turns. Muitasbandas no fazem muito do show real,elas tm que vender camisetas parater um lucro. E para fazer camisas vocprecisa de uma boa imagem.

    Voc sabia que o negcio da msicasobrevive apenas com dez por centodos mais vendidos?

    Apenas os dez por cento de CDslanados realmente do lucro, o restofalha, e a indstria sobrevive sobre oslucros dos dez por cento mais vendidos.A situao da indstria do cinema muito semelhante.

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    H A V I A M U I T A I N T E R F E R N C I A N AC R I A O D A S C A P A S P O R P A R T ED O S P R O D U T O R E S ?

    C O M O I L U S T R A D O RR E S P O N S V E L P E L A C A P AD O S D I S C O S D E U M A B A N D AI M P O R T A N T E , Q U E T I P OD E P R E S S E S S O F R E U D O SP R O D U T O R E S P A R A G A R A N T I RU M A B O A V E N D A D E D I S C O S ?

    Bom, tem as presses que voc aceita.No nal dos anos 80, o Iron Maidenqueria vender mais e mais CDs eem vez de fazerem melhores discoseles colocaram mais e mais pressoem mim para chegar a capas mais

    escandalosas.

    Esta no uma presso que estoudisposto a aceitar e uma das razespelas quais eu deixei o emprego. Minhanica responsabilidade fazer a melhor

    capa que eu posso com as ideias que meforam dadas, ou permitidas para usar.

    Eu no sou pago o suciente para aceitarqualquer outro tipo de presso. Se asbandas querem vender mais discos,elas podem fazer uma msica melhor.

    Algumas bandas com que trabalheina verdade passaram menos tempono estdio de gravao do lbumdo que eu gastei fazendo a capa.

    Isso mostra uma terrvel falta decompromisso com suas prpriascarreiras. Eu acho que eles estocontando com a minha participaopara torn-los ricos...

    A maioria das pessoas muitas vezesme d alguma ideia do que eles quereme depois me deixam com isso; quasesempre funciona, s vezes no. svezes as ideias no so to boas ouco do lado errado da ponte e acabopor produzir algo que no o queeles queriam.

    Algumas pessoas querem imagensque so completamente inapropriadas

    para capas de lbuns de metal.

    s vezes tm ideias que tento colocarem uma imagem; mostro-lhes oesboo e eles do o OK, mas quandoa ilustrao est acabada, e se parecemuito com o esboo, eles decidemque anal no gostam e tentam fazercom que a culpa seja minha.

    E algumas coisas soam como boasideias, mas quando voc as tempintadas, simplesmente no parecemto boas como soavam.

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    Sim, muitos deles. Na verdade,algumas bandas que tiveram capasmuito ruins nos seus primeiros lbuns,realmente afundaram suas carreiras.

    Lanar um lbum e, em seguida, tentarrelan-lo com uma capa diferente um espao muito ruim para estar.

    uma situao difcil de recuperarse no tiver uma base de fs muitogrande e bem estabelecida.

    E D O P O N T O D E V I S T A D A SV E N D A S , H O U V E C A S O S E M Q U EA I L U S T R A O D A C A P A E R A M A I SI M P O R T A N T E Q U E O D I S C O ?

    Bem, s roubo. uma violao das leisinternacionais de copyright. Mas boa sorteseria provar de onde eles tiveram as ideias.

    U M P R O B L E M A C O M U M H O J E E M D I A C O MA I N T E R N E T S O I D E I A S O U I M A G E N SR O U B A D A S D E S I T E S E U T I L I Z A D A S E M O U T R OL A D O , E C O M V O C J A C O N T E C E U D EU T I L I Z A R E M I D E I A S S U A S S E M P E R M I S S O E MF I L M E S . C O M O V E S S A S I T U A O ?

    E Q U A L A S U A O P I N I O S O B R E O F U T U R OD O S D I R E I T O S A U T O R A I S C O M A I N T E R N E T ?

    fodido. As pessoas roubam o tempotodo. Quando voc usa uma imagem semo consentimento escrito um roubo. Issorealmente no faz nenhuma diferena sevoc est fazendo dinheiro com isso ou no.

    Desenhar uma capa de um lbum na sua jaqueta um roubo, desenhar uma tatuagem de umacapa do Iron Maiden em seu brao violaode direitos autorais e, portanto, roubo.

    A nica razo porque voc no processado que no vale o esforo ou o custo de contratarum advogado para process-lo. Louco, no?

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    Eu ainda tenho sintomas, mas elesno so to maus como eram porvolta de 1980.

    V O C S O F R E D E M . E . , S N D R O M ED E F AT I G A C R N I C A , E T E V EI N T O X I C A O P O R M E T A LP E S A D O , O Q U E U M AC E R T A I R O N I A . C O N S E G U I UT R A T A M E N T O ?

    C O M O A F E T O U O S E UT R A B A L H O ? M U I T O SI L U S T R A D O R E S C O M E S S AD O E N A P R E C I S A ME V I T A R T I N T A A L E O . . .

    Esta uma das razespelas quais eu passei ausar computadores parafazer arte, so menostxicos para mim.

    Eu agora fao todasas minhas imagensusando umcomputador;dicilmente usareitinta de novo.

    Passei muitos anos espera da tintasecar. E isso no muito excitante,voc sabe.

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    Eu tenho me entediado muito.

    Gosto de pintar coisas diferentes, equando comecei a pintar tentei entrarem capas de livros, mas realmente squeriam um nmero muito restrito decoisas nas capas dos livros, ento emvez disso fui para as capas de lbuns.

    uma espcie de ironia. Fui para capasde lbuns porque eu tinha mais opes

    sobre os temas a pintar.E ento comeou a fazer sucesso eagora todas as capas de CD s queremhorror e monstros (principalmentezumbis) e eu me tornei limitado denovo e por isso estou entediado eprocurando outras coisas para fazer.

    Mas eu continuo fazendo capasde CD, s vezes.

    E D E P O I S D E A N O S P I N T A N D ON O E S T I L O H E A V Y M E T A L ,H O U V E T A M B M U M A C E R T A

    I N T O X I C A O P O R E S S E E S T I L OO U I S S O M E S M O O Q U E G O S T AD E P I N T A R ?

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    D E P O I S D E 1 0 A N O S V O C V O L T O UA I L U S T R A R U M A I M A G E M D E E D D I EP A R A A C A P A D O S E U M A I S R E C E N T EL I V R O , R U N F O R C O V E R .A L M D A C O L E O C O M P L E T AD A S I M A G E N S D E E D D I E , O Q U EM A I S O L I V R O T R A Z ?

    O livro uma coleo de todasas imagens Iron Maiden que nspoderamos encontrar.

    Tambm tem alguns esboos de

    algumas das capas, e no ltimo terodo livro esto todas as imagens que noso Maiden. No todo o meu trabalhofora do gnero Maiden porque spudemos dispor de um nmero limitadode pginas, pelo que acabamos porescolher as imagens principais.

    Tambm tem cerca de 50.000 palavras.Elas so de uma entrevista que zemosao longo de dois dias sobre a criao detodas as obras de arte e um monte deoutras coisas.

    Est disponvel a partir do meu sitehttp://www.derekriggs.com e disponveltambm na Amazon.com e Ebay.

    Se voc for para o Ebay, no compre os

    estupidamente caros em segunda mo;eles no so diferentes dos novos, ok?Eles so apenas estupidamente caros,s isso. Eu tentei manter o custo dolivro barato, o mais baixo possvel, paraos fs, em parte devido ao elevado preodos portes.

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    MATEUS

    SANTOLOUCO

    O sketchbook funciona de duas formaspra mim. Eu gosto da sensao de terum livro em branco pedindo para serpreenchido, e at por isso, s vezesacabo fazendo desenhos com umacabamento mais aprimorado doque um rascunho.

    Mas, ao mesmo tempo, ele tambmum espao para desenhar de formadesprendida e experimental (emgeral desenho nele sentado na

    cama, enquanto assisto TV).

    gacho Mateus Santolouco comeoua carreira como publicitrio, quase sempre focadoem ilustrao, animao e design de personagem,mas por volta de 2006 largou tudo para se dedicaraos quadrinhos.

    Publicou duas mini-sries, 2Guns e Cover Girl,pela Boom! Studios, participou das antologias24Seven e Wonderlost, ambas da Image Comics,produziu em parceria com Shannon Denton,

    Keith Giffen e Rob Worley a Graphic Novel TheRevenant, da Desperado Comics, foi desenhistaregular da srie Fall of Cthulhu, baseada namitologia de H.P. Lovercraft, da Boom! Studiose participou da antologia Halloween Special#08 da DC Comics.

    No incio de 2009 comeou a trabalhar coma Marvel Comics, onde participou do especialRampaging Wolverine, e atualmente estproduzindo a mini-srie Dark Reign: Lethal Legion,alm de participar do projeto autoral coletivoMondo Urbano www.mondourbano.com

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    Mateus Santolouco

    Porto alegre

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    www.santolouco.com

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    Foto:arquivoMateusSantolouco

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  • 8/4/2019 revista_ilust_17

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    Acho que nessas horas emque voc est desenhandoapenas por desenhar,sem uma preocupaocom o resultado final,que solues e estilos maisautnticos aparecem.

    Eu realmente descobri queconseguia fazer certas tcnicasusando o sketchbook comoterreno de treino.

    Acho que eu tenho umainclinao para o fantsticoe a co cientca.

    Acho que tambm gosto desimbolismos, humor e arte derua. s vezes misturo tudo.

    Isso vai muito do momento.

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  • 8/4/2019 revista_ilust_17

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    Uma das coisas que ainda acreditoestar devendo a prtica com tinta.Apesar de j ter testado coisas comacrlica e aquarela, eu aprendi a colorirno computador e ele ainda meumelhor amigo quando cores entramem cena.

    Mesmo gostando dos desenhosem preto e branco, ou com tons devermelho, que fao nos sketches,eu tenho a mania de adicionar cores

    digitais posteriormente. s vezesj estou pensando nisso duranteo desenho; noutras, sinto anecessidade de faz-lo depois.

    De qualquer forma, tento no pirarmuito sobre isso, fao o que estou am, e at pra falar sobre isso, tenhoque parar e analisar o que acontecenaturalmente no meu processo.

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  • 8/4/2019 revista_ilust_17

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    Eu nunca tive um sketchbookpropriamente dito. Meus rascunhossempre foram feitos em agendas,cadernos ou qualquer pedao de papelque estivesse na minha frente.

    Foi s por volta de 2006 que comecei

    a rabiscar nesses cheios de folhasbrancas. E isso acabou mudando umpouco a relao que eu tinha com essaplataforma, vamos dizer assim.

    Acho um livro em branco algo muitoinstigante. Particularmente, me d vontadede preench-lo e ter um artbook feito mo, no que diz respeito s ilustraes.Ento acabo produzindo desenhos j

    nalizados, ou quase, nesses livros; cobrincando com composio e temas,tentando torn-lo numa coisa nica e umregistro do que eu estava experimentandocom meu trao naquele perodo.

    Nem sempre d certo; entre umailustrao nalizada e outra, acabofazendo rascunhos tambm. Foi por issoque comecei a buscar outros materiaispara rabiscar, como listas telefnicas.

    No s pelo fato da reutilizao dopapel gerar um resultado interessante,mas tambm pra soltar a mo e no sepreocupar em como o desenho vai sair,s desenhar desapegadamente.

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    DR2

    ILUSTRAO 17 anos no mercado,

    o Estdio DR2 Ilustrao atende asprincipais empresas do Brasil.

    No incio, o estdio era composto somentepelos scios Rafael de Lima e DilmaIgnacio; entretanto, devido crescentedemanda por novas linguagens, o estdiocomeou a agregar outros prossionais equipe para atender as mais diversasencomendas.

    Atualmente, a equipe formada por noveprossionais de diversas reas comoIlustrao, 3D e Fotograa, tendo porobjetivo a busca do melhor resultado.

    Quem quiser acompanhar os novosprojetos do estdio basta car atento aoblog (www.drdois.blog.br) e acompanharos passos da DR2 no Twitter(http://twitter.com/monstrostudio).

    Antes de mais nada gostaramosde agradecer ao convite supersimptico do Ricardo e dizer queestamos muito contentes em

    participar da Revista Ilustrar.

    Separamos uma ilustra deuma srie de 14 imagens,desenvolvidas para a capa e asaberturas de cada segmento docatlogo Imaginabilis V, ondetodas as cenas possuem emcomum um personagem comuma asa, o que d unidade srie, alm de fazer um linkcom a marca Imaginabilis, quese utiliza de uma borboletaMonarca como simbologia.

    Desenvolvemos um layout paracada abertura, buscando sempre

    amarrar a cena com o seurespectivo segmento.

    A imagem escolhida para serdivulgada na Revista referente abertura do segmento Design,onde a proposta da ilustraofoi fazer uma associao comdesign industrial.

    Aps aprovao de todos oslayouts, iniciamos o processode produo, envolvendo todauma equipe de prossionais,

    alm da DR2, para produziras fotos das personagens queusamos nas cenas. Equipe estaque cou cargo do pessoaldo Imaginabilis.

    Fotos concludas! hora entode botar a mo na massa!

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    DR2 Ilustrao

    so paulo

    [email protected]

    www.drdois.blog.br

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    Foto:arquivoDR2Ilustrao

    A Imagem

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    Optamos por construir toda

    a cena em 3D: o cenrioe tambm o corpo da modelo, poisqueramos um resultado mais prximodo layout - linguagem mais paraquadrinhos, rementendo a personagema uma imponncia de super-heri.

    Quanto ao fundo,este foi modelado

    no MODO com formasgeomtricas simples comoesferas, cubos e planos.

    Na sequncia estes

    elementos foramtransportados para oZBRUSH com o objetivo deaproveitar a diversidade demateriais que o programaoferece, usufruir seu recursode pintura em 2.5 D, almde podermos aplicar maiselementos na cena em umtempo hbil o que noocorreria se os mesmosfossem aplicados no MODO.

    Para a modelagem da mulher foi utilizado

    um mesh, j existente e posicionado emcena de acordo com o ngulo sugeridono layout e na foto da modelo. A partirdeste posicionamento modelamos aspeas como corpete, mangas, botas,asas e os cabos de alimentao.

    J para a texturae volume dosobjetos zemos asUVs e optamos porutilizar mapas debumps paraas ranhuras emapas de speculare reexos para

    a captaode ambiente.

    No render nospreocupamosem casar ailuminao da cenacom a iluminaoda foto da modeloe para isto usamosmuitas point lightscom a nalidadede enfatizar algunsdetalhes.

    Aps a renderizaoda imagem,comeamos aps-produo.

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    No cenrio aplicamostexturas sobrepostas

    e trabalhamos a iluminao a mde criar um clima interessante.

    Desenvolvemos uma atmosferaexterna na cpula para contrastarcom o cenrio interno, alm de aplicartexturas nas reas metlicas dapersonagem para dar mais realismo cena.

    Aplicamos a foto da cabea e ombrosno corpo 3D, ajustamos a iluminaoe cores e construmos parte do cabelo.

    6-Criamos um efeito de raios deenergia nos cabos conectados nas asase, por m, mais alguns ajustezinhosna iluminao e um blur aqui ou ali.Pronto!

    Esperamos que tenham gostadodo trabalho e que a explicaodo processo tenha contribudode alguma forma para os colegas.

    Grande abrao e at a prxima

    oportunidade.

    Rafael de Lima e equipe DR2

    Ficha tcnica:

    Pea: Abertura do Segmento Design do CatlogoiMAGiNABiLiS VDireo de Criao e Arte: Aguinaldo Baldim Filho(iMAGiNABiLiS) e Rafael Lima (DR2 Ilustrao)Modelo: Karine Louback (Ten Model Management)Make-up: Beto FranaStyling: Juliana Rebecchi

    Fotografa: Wel Calandria

    Ilustrao: DR2 IlustraoAtendimento: TatiLayout: Toco3D: Srgio CarreirasPs-produo: Rafael de Lima

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    Alguns Acordes

    e a Verdade

    por Renato Alarco

    H um famoso vdeo no YouTube noqual 3 msicos demonstram ao vivoum fato curioso: um grande nmerode canes de sucesso tem na suaestrutura apenas 4 acordes.

    Tome-se como exemplo All Alongthe Watchtower, que faz parte dalista 500 Greatest Songs of All Timeda revista Rolling Stone. Gravadaoriginalmente por Bob Dylan em 1967,e no ano seguinte por Jimmy Hendrix,ela reapareceu quase 20 anos depois

    no documentrio Rattle and Hum,sobre a Banda U2. Ali constatamosque a cano de fato to simples queos msicos irlandeses ensaiam suaspoucas notas apenas alguns minutosantes de adentrar o palco. Uma vez lem cima, talvez embalado pelo calor domomento, o cantor Bono permitiu-seat a heresia de acrescentar algumaslinhas poesia original de Bob Dylan:

    All I got is a red guitar (tudo o quetenho uma guitarra vermelha)Three chords (3 acordes)And the truth (e a verdade)

    Foi a simplicidade de uns poucosacordes no lugar certo a frmulaingnua seguida por jovens quequeriam mudar o mundo com uma

    cano de cada vez. Cantando a plenospulmes suas verdades absolutasalguns encontraram no caminhofama, sucesso e rios de dinheiro.

    Frequentemente vejo-me buscandoe tecendo correlaes entre msica

    e artes visuais. Na verdade nesteexerccio mental me interessam maisos aspectos prticos e nada prximosdas abstraes de Kandinski. Pergunto-me apenas se existiria para ns,ilustradores, uma frmula comparvela estes mgicos acordes musicais;talvez algo simples assim, mas quenos orientasse por um caminhocerto de sucesso em nossa arte.

    A ilustrao hoje, sem dvida,uma arte popular. Seu apelo,especialmente com o pblico jovem, imenso. Muitos sonham com umacarreira nesta prosso em que fama,

    sucesso e dinheiro (algum pensouem sexo fcil?) no so exatamenteaspectos muito comuns. O que serque eles buscam?

    Vivemos em uma poca diferentedaquela dos tempos de Woodstock. Huma certa urgncia no ar, uma pressaque explica no somente o alto ndicede cesarianas, puberdades precocese spams de Viagra, mas que tambmpotencializa os desejos de sucesso,armao, reconhecimento e... grana!

    Neste contexto, o que me parece sera necessidade mais urgente do jovemaspirante a ilustrador so as frmulasinstantneas que o levem mais rpidode A a Z, sendo A o seu estado atuale Z a carreira dos artistas por quemele tem maior admirao.

    H que se comear logo! O aspirantequer ver seu trabalho publicado a

    qualquer preo (inclusive a zero reais).Para isso vale qualquer lugar: posterde parede, camiseta, adesivo, blog ourevista. Ele luta por cada pixel efmeroonde possa expor o que chama de

    minhas ilustras. um investimento,acredita. Ele quer que todo mundo (oupelo menos seus seguidores do twitter...)veja sua arte, vote no seu desenho, sejaparceiro na sua estrada para o estrelato,todos no ritmo da cano:

    Tudo o que tenho um computador,3 softwares grcos e a vontade deme expressar

    Recentemente dois amigos ilustradoresme contaram da experincia que tiveramem uma anlise de portfolios da qualparticiparam a convite de um grandeevento de ilustrao. A impresso delesno foi das melhores: jovens artistas alguns ainda com espinhas na cara trouxeram portfolios nos quais oaspecto mais evidente era a completaausncia de um objetivo especco.Havia l meninas cujo interesse erailustrar livros infantis mas que traziamem suas pastas mangs, emos evampiros tristonhos; garotos mostravamseus sketchbooks cheios de desenhos depersonagens (monstrinhos) grate,

    e outros trouxeram desenhos feitos comlpis de cor sobre papel de xerox. Meuscolegas no economizaram palavras:

    Essa meia dzia de desenhos tudo oque voc produziu de melhor at hoje?.

    Rasgue isso! No tenha a coragem demostrar pra ningum at conseguirfazer 10 vezes melhor.

    Olhares de perplexidade surgiram diante

    daquelas palavras duras, proferidas na

    lata e sem a anestesia do falso elogiopreliminar. Algumas lgrimas correram;teve gente que se emputeceu e bempoucos manifestaram gratido porterem sido orientados com tamanhasinceridade. Se alguns daqueles jovensdesistiram da ideia de ser ilustrador,aquela pode ter sido a deciso que ospoupou de um futuro para o qual noestavam propriamente aptos a seguir.Que sejam felizes.

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    Rio de janeiro

    [email protected]

    www.renatoalarcao.com.br

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    Foto:arquivoRenatoAlarco

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    Meus colegas veteranos condenciaramno ter notado em quase nenhumdaqueles jovens a atitude certa,o desejo de aprender, a sede deaprimorar-se, mas somente a vontadede entrar logo de cara no mercadoe comear a ganhar dinheiro comilustrao. Dentre os que se achavam

    prontos, cou evidente que a auto-estima era na realidade um vernizque cobria o auto-engano. No primeiro

    trabalho que pintasse, aquele repertrioralo de ideias e tcnicas no conseguiriase sustentar.

    Tenho uma srie de documentriossobre ilustradores brasileiros e emum deles o artista Rui de Oliveiracondencia que, antes de ser ilustrador,trabalhou como boy, bancrio,industririo e comercirio. Vindode uma famlia de recursos modestos,o garoto Rui preferiu aprenderdesenho antes de propriamente viverde desenho. A sbia deciso daquelefuturo artista foi educar-se primeiro:estudou anatomia (a partir de um livropresenteado por seu irmo mais velho),participou de um curso de pintura noMAM (o Museu de Arte Moderna doRio), consumiu avidamente cinema,leu e releu livros e mais livros, enm,fez-se de esponja para todos oscontedos que lhe seriam teisl na frente.

    H muitos jovens ilustradores queso verdadeiramente talentosos, semdvida. Convidei um deles para sermeu assistente. Suas tarefas seriam:pesquisa, limpeza dos meus esboos noPhotoshop, digitalizao de artes nais,atender o telefone, ir ocasionalmenteaos Correios e ao banco (ambos a 2quarteires daqui) etc. Expliquei aotelefone as atribuies do cargo e,antes mesmo que eu informasse o valordo salrio, ele disparou: e se eu zeralgum desenho no seu estdio, comocar a questo da autoralidade?.Apenas respondi a ele que jamaiscolocaria minha assinatura em umdesenho feito por outra pessoa.

    A conversa desandou um tanto dalipra frente e desisti de contrat-lo, poisminha intuio sugeriu que havia algode errado na atitude por trs daquelapergunta.

    Certa vez o grande fotgrafo JamesNachtwey postou numa lista onlinede fotgrafos um anncio para vagade assistente no-remunerado emseu estdio. A proposta elevou

    algumas vozes em reclamaocontra aquilo que julgavam ser umaexplorao de mo-de-obra gratuita.Eu particularmente vi ali umamaravilhosa oportunidade.

    Se tivesse 20 e poucos anos e surgissepara mim a chance de aprender comum artista mais experiente, isto teriatrazido enormes ganhos de contedo eme poupado anos de autodidatismo emdiversas questes da vida prossional.

    Estude os mestres, copie-os e repitadiversas vezes o que eles produziramat que aquilo se torne parte de suanatureza intuitiva. Esta uma fraseque poderia ter sado da boca de umgnio da msica como John Coltrane(debruado sobre suas partituras deStravinski e Villa Lobos), como tambmde um simples professor de aquarelasugerindo ao seu aluno que estude afundo a obra de John Singer Sargent.Como se pode notar, msica e artesvisuais tm muito em comum.

    Os 4 acordes bsicos que explicam osucesso de tantas msicas pop algoque no encontra qualquer correlaoem nosso universo de artes visuais.No acredito tampouco que existamfrmulas - alm de alguns bons anosde estudo, quilmetros de boas leiturase prtica de tcnicas - para se chegara resultados dignos de gurar em seuportfolio de ilustrao.

    De qualquer maneira, tomo a liberdadede listar 4 ideias bastante simples, quepodem ajudar, e muito, a sua carreiracomo ilustrador desde o incio:

    1) Seja excelente*2) Saiba se autopromover3) Saiba cobrar4) Seja rpido entre a encomendae a entrega do trabalho

    * Alguns iro perguntar mas qual o segredo por trs do item 1?.Qual a frmula? Talvez oculta naletra de Forever Young, de BobDylan? Quem saber?

    A Revista Ilustrar agradece a participao especial de Mrio Proena / Pl nio Fuentesnas ilustraes desta seo: [email protected]

    http://pliniofuentes.blogspot.com

    http://www.ickr.com/photos/marioproenca_illustrations

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    Proena/PlnioFuentes

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    Eu desenhava desde criana, masacho que estava evitando seguir acarreira de ilustrador porque achavamuito solitria.

    Antes eu havia feito um semestre de

    Comunicao na UFRJ, mas foi um

    E AOS 20 ANOS FOI ESTUDAR NAESCOLA DE BELAS ARTES DO RIODE JANEIRO. ERA A ESCOLHA MAISPRXIMA DA MSICA?

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    Eu no era politizado, mas, na Escola,convivia com gente que era. E eleseram quase paranicos.

    Frequentemente, implicavam comalgum aluno ou professor e diziam:

    Esse cara deve ser informante do SNI(Servio Nacional de Informaes).

    EM 1976, QUANDO VOC FEZ ABELAS ARTES, VIVAMOS NO AUGEDA DITADURA MILITAR. COMO ERA OENSINO DE ARTE NESSA POCA? SENTIAALGUMA DIFERENA EM RELAO LIBERDADE DE EXPRESSO?

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    asco e, como eu j estava fazendodesenhos para silk-screen, achei queera o caminho mais natural. Fiz outrovestibular e entrei pra Belas Artes.E dizia, brincando: Ganhar a vidacom desenho deve ser melhor quetrabalhar.

    Foi uma grande surpresa descobrirque na Belas Artes havia dezenas

    de msicos prossionais.

    Nosso professor de desenho artsticoque trabalhava para o programaAmaral Neto Reprter foi o alvomaior das desconanas (Amaral Netoera um apresentador de TV e polticoque era chamado pelo Pasquimde Amoral Nato).

    Larguei a Escola dois anos depois. Euno me sentia estimulado, mas demaneira alguma posso dizer que oensino era fraco porque essa mesmaescola formou muita gente boa queest a at hoje.

    Depois de largar a escola, procureia publicidade, que foi uma grandedecepo. Procurei uma editora ecomecei a publicar vinhetas na seode utilidades domsticas e contos deamor. Eu nem lia os contos inteiros.

    Desenhava um casal, uma fotorasgada e s vezes uma rosa cada.Sempre dava certo. Tomei coragem,

    juntei tudo que eu tinha publicadoem jornais de msica (que nunca mepagaram), meti dentro de um lbumde fotograas (!!!) e fui atrs dasgravadoras.

    COMO ILUSTRADOR VOC FEZ VRIASCAPAS DE DISCOS. UMA FORMA DEJUNTAR ESSAS DUAS PAIXES OU FOIUM ACASO?

    4Na poca, a indstria fonogrcagostava muito de degrads e eu jtinha desenvolvido uma tcnica toscade aergrafo com mscaras de Contacttransparente. No faltava trabalho.

    Era The Best of de tudo que sepossa imaginar: Country, Disco Music,Samba, Funk, Love Songs...

    E pagavam bem. Se compararmosos valores daquela poca comos de hoje em dia, eles pagavamMUITO bem. Vendia-se at degrads( srio...).

    O diretor de arte pedia: Quero umdegrad de vermelho pra amarelocom 31 cm de altura.

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    Quando criana, sem dvida foram osquadrinhos: Ferdinando (Lil Abner, deAl Capp), Batman (aquele desenhadopelo Dick Sprang), Capito Marvel doC.C. Beck e o Homem Borracha doJack Cole.

    Adorava o Luiz S, desenhistacearense (hoje quase esquecido) queeu via nas vinhetas de cinema e nas

    QUAIS FORAM AS SUAS PRINCIPAISINFLUNCIAS COMO ILUSTRADOR?

    5gurinhas de chiclete. E tambm o

    Perer do Ziraldo, que tinha grandeapelo grco.

    Pra ser sincero, nessa poca, eu viamais as guras do que lia...

    Mais tarde, adolescente, lgico que agrande inuncia foi o Crumb, quandodei de cara com a capa do CheapThrills da Janis Joplin e com o queera publicado aqui pela revista Grilo.

    Rapaz, uma das coisas que eu mearrependo de no ter procurado mermar mais cedo no mercado editorial.Sem dvida o que d mais liberdade.

    O mercado fonogrco naquela pocaera quase como o da publicidade.

    Pelo menos no meu caso, pois a maiorparte das capas que eu ilustravadependia mais da opinio do vendedordo que do diretor de arte (Capa preta

    J COMO PROFISSIONAL, VOCTEM ATUADO EM MERCADOS MUITOVARIADOS, COMO O EDITORIAL, OPUBLICITRIO E O FONOGRFICO.QUE DIFERENAS SENTE ENTREESSES MERCADOS?

    6nem pensar pois, apesar do Dark Sideof the Moon car dcadas nas paradas,os vendedores achavam que capaescura no vendia disco!).

    Ilustradores faziam quase semprecoletneas. Era produto pra vendere no se discutia...

    verdade que pelas gravadoraspassaram grandes diretores de arte

    e designers que no perdiam tempodiscutindo com pessoas que tratavamdiscos como sabo em p.

    Ah, teve uma exceo: o ElifasAndreato, que fez dezenas de capasautorais na dcada de 1970.

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    No incio, foi do mercado. Quandoeu chegava nas gravadoras parapegar uma capa, quase sempre erarecebido pelo diretor de arte como American Showcase em cima damesa cheio de stickers amarelos

    marcando as pginas.

    E o diretor falava o que queria:uma coisa neste estilo aqui,(virava a pgina) pode ser mais oumenos por aqui. Como lanavamtoneladas de discos de vrios estilosde msica, as capas danavamconforme a msica.

    A coisa funcionava mais ou menosassim: se Disco tem que ter umbrilho de cegar os olhos. Se deCountry pode ser menos saturada,mais terra, pode ser at feita lpis

    de cor. Msica nordestina, umaxilogravura cai bem... Fazendo umaanalogia com a msica, era umtrabalho para msico de estdio.

    O estilo muito denido diminuaa quantidade de trabalho.Vou dar um exemplo: duranteos 15 anos que atuei na indstriafonogrca, vi apenas UMA capado Ziraldo que no fosse relacionadacom o seu trabalho autoral.

    Era uma capa linda de umacoletnea do Ivan Lins, Milton

    Nascimento, Gonzaguinha eCaetano. O Bencio fez muitas,acho que a maioria era de Carnaval.

    Eu vi uns vinte originais do Benciomofando (literalmente) nos arquivosde uma gravadora. Eu at tenteiroubar alguns, mas era difcilesconder Cartes Schoeller Durexpor baixo da camisa...

    INDEPENDENTEMENTE DA READE ATUAO, VOC TEM UMAGRANDE VARIEDADE DE ESTILOS.ESSA VARIEDADE UMANECESSIDADE DO MERCADOOU SUA?

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    Adoro, mas no fao a menor ideiaporqu... verdade que minha meera pernambucana, mas eu nunca fuia Recife e nunca tive em casa uma

    orientao cultural neste sentido.

    Acho que pode ter vindo da paixopela msica, pois desde pequeno faziaumas adaptaes de msicas da JovemGuarda e era bom de rima.

    Mas o que eu z nestes quatrolivros publicados NO literatura decordel, pois escrito em quadras e os

    ENTRE ESSES ESTILOS, UM QUE UMACONSTANTE EM SEUS TRABALHOSSO ILUSTRAES DO GNERO DELITERATURA DE CORDEL. COMO UMCARIOCA DA TIJUCA SE INTERESSOUPOR ESSE GNERO?

    8cordelistas h 100 anos s admitemsextilhas. Acho isso bem chato, pois slimita a riqueza dos versos. Voc caobrigado a criar trs rimas por estrofee quase sempre forado a buscarrimas em verbos no innitivo.

    Vou dar um exemplo: eu estava criandoumas sextilhas e escrevi no nal dosegundo verso a palavra Amaznia,

    e no nal do quarto verso a palavracerimnia.

    Achei muito bonito, mas para serliteratura de Cordel eu precisavade uma terceira rima para o sextoverso. Begnia (a or) no existe naAmaznia, insnia, amnia, Snia...

    Tive que descartar o verso...

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    Na Belas Artes z algumas. Na Escolahavia timos professores de xilo elitograa. Depois que sa, nunca maisz xilo. S simulei algumas, destinadasa projetos grcos.

    AS ILUSTRAES DE LITERATURA DECORDEL SO TRADICIONALMENTEFEITAS EM XILOGRAVURA. VOCCHEGOU A FAZER EXPERIMENTOSEM XILO OU SEMPRE TRABALHOUEM DIGITAL?

    9Eu inventei uma frmula barata descratchboard: misturava um pote deguache branco ordinrio com a mesmaquantidade de Cola Polar e aplicavatrs camadas sobre um carto duplex.

    Esperava secar, esboava o nanquime depois raspava com o estilete.

    Fiz uma capa do Luiz Gonzaga comessa tcnica. Depois, s z digitais.

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    Aconteceu h 10 anos. Fui chamadopra fazer uma ilustrao sobre folclore,lendas e mitos.

    Quando li a matria e me vi quase umignorante no assunto, pesquisei e fuiconhecendo o universo fantstico dosmitos brasileiros.

    Achei que seria incrvel representar oBicho-Papo, do qual existem muitasvariantes no s no Brasil, mas nomundo inteiro.

    VOC TAMBM TEM PRODUZIDOALGUNS LIVROS DENTRO DOS TEMASDAS LENDAS, CONTOS MATUTOS EFOLCLORE BRASILEIRO, ONDE, ALMDE ILUSTRADOR, VOC TAMBM AUTOR DOS TEXTOS. DE ONDE VEMO INTERESSE PELAS LENDAS?

    10

    Por incrvel que parea, o meu livrome d mais trabalho, pois sou capazde cortar estrofes inteiras, depois deprontas, s pra poder encaixar umailustrao se eu achar que ela vai carmelhor do que mil palavras.

    Com o de outros escritores cacomplicado voc falar pra ele cortaruma parte que voc acha redundante.

    Mas o que eu mais detesto encherlinguia... Colocar vinhetinhas praencaixar o texto num derminadonmero de pginas...

    Acho at que nos livros em queeu fui escritor e ilustrador exagereiem algumas pginas, que carampesadas, com muita informao.

    ALM DE OUTROS DOIS LIVROSANTERIORES COM TEMAS

    SEMELHANTES, RECENTEMENTEVOC LANOU O LIVRO MENTIRASCAIPIRAS. ACHA MAIS DIFCILILUSTRAR O PRPRIO TEXTO?11

    Mais ou menos. Penso mais no que euNO quero desenhar. Odeio desenharmultides, pois no sei compor umailustrao com muitas pessoas.

    Tambm no sei desenhar cavalos.

    AO ESCREVER, VOC J VAI PENSANDONAS ILUSTRAES OU S DEPOIS DOTEXTO PRONTO?1

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    Se no tiver alternativa, prero meconcentrar num detalhe do texto edeixar esses elementos subentendidos.

    Com o cavalo at d pra enganar, mascom multido difcil... Se o textodiz: ...milhares de pessoas aplaudema chegada da cavalaria..., eu tlascado...

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    O primeiro contato que eu tive comilustrao infantil foi atravs da revistaCincia Hoje das Crianas.

    Encarar de primeira uma publicaoque no subestima a inteligncia dascrianas e que tem como diretor de arteo Walter Vasconcelos, ilustrador donode um trao mpar, covardia... Chegaa ser fcil agradar aos dois pblicos.

    OUTRA REA EM QUE VOC ATUABASTANTE NA DE ILUSTRAOINFANTIL, MAS QUE MUITOAPRECIADA TAMBM POR ADULTOS,DEVIDO SUA QUALIDADE GRFICA.EXISTE ALGUMA PREOCUPAO EMATENDER ESSES DOIS PBLICOS OUO FOCO MESMO S O INFANTIL?

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    Ultimamente z pouca coisa parapublicidade.

    Pelo que vejo, acho que a publicidadeest mais interessada em ilustraodecorativa, complementos e fundospara fotos.

    Mas no posso me aprofundar noassunto pois estou afastado. Sobre omercado fonogrco, no preciso falar,pois todo mundo viu o que aconteceu...

    E sobre o editorial, acho que pagampouco para o trabalho que envolve.

    DO PONTO DE VISTA DOILUSTRADOR E DO ESCRITOR,COMO V O MERCADO ATUAL?1

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    Existe, mas no brasileira. oStruwwelpeter, do alemo HeinrichHoffmann, que no sculo XX foiadaptado no Brasil como JooFelpudo.

    Hoje seria politicamente incorreta.At o anti-racismo tratado de

    forma cruel.

    Puro humor negro... Foi adaptadarecentemente pelo ilustradoramericano Bob Staake.

    EXISTE ALGUMA LENDA OU CONTOQUE GOSTARIA DE ILUSTRAR/ESCREVERE QUE AINDA NO O FEZ?1

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    GUIA DO ILUSTRADOR- Guia de Orientao Profssional

    ILUSTRAGRUPO - Frum de Ilustradores do Brasil

    SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil

    ACB / HQMIX - Associao dos Cartunistas do Brasil / Trou HQMIX

    UNIC - Unio Nacional dos Ilustradores Cientfcos

    ABIPRO - Associao Brasileira dos Ilustradores Profssionais

    AEILIJ -Associao de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

    ADG / Brasil - Associao dos Designers Grfcos / Brasil

    ABRAWEB - Associao Brasileira de Web Designers

    CCSP - Clube de Criao de So Paulo

    www.guiadoilustrador.com.br

    http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo

    www.sib.org.br

    www.hqmix.com.br

    http://ilustracaocientica.multiply.com

    http://abipro.org

    www.aeilij.org.br

    www.adg.org.br

    www.abraweb.com.br

    Aqui encontrar o contato da maior parte das agncias de publicidadede So Paulo, alm de muita notcia sobre publicidade:www.ccsp.com.br

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