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RICARDO ANTUNES
SO PAULO / LISBOA
WWW.RICARDOANTUNES.COM
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Foto:arquivoRicardoAntunes
esta edio de Maro a Revista Ilustrar pela primeira vez passa amarca das 100 pginas, o que significa que desde a primeira edio o volume deinformao de qualidade no parou de crescer.
So 100 pginas sempre focadas na ilustrao, na arte e na cultura, e mais do quetudo, no lado humano do artista. Tecnologia e computadores so interessantes, maso que conta mais o talento, e nisso que a Revista Ilustrar se empenha em mostrar.
E a revista volta este ms com convidados de diversos estilos, idades, gneros elocais, uma sopa cultural e artstica.
Comeamos com o trabalho grfico de Carlos Arajo, direto de Braslia, mostrandoseu portfolio; depois temos o quadrinista Roger Cruz, de So Paulo, abrindo seussketchbooks; na seo Memria tem a histria do italiano Angelo Agostini e da primeirahistria em quadrinhos no Brasil.
O passo a passo de Elias Silveira, que vem de Ilha Solteira (interior de So Paulo)mostrando como se faz a capa da Revista Mad, e as 15 perguntas vo para o consagradoartista Juarez Machado, que mora em Paris.
A seo internacional fica por conta do jovem artista americano Francis Vallejo, ecomo sempre, temos as colunas de Brad Holland, desta vez contando uma histriaengraada que aconteceu a partir de simples esboos, e da coluna de Renato Alarco,sobre os tropeos e dificuldades de um ilustrador iniciante tentando entrar no mercado.
Espero que gostem... dia 1 de Maio tem mais.
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Dia 1 dia de Ilustrar...
com 100 pginas.
EDITORIAL ..........................................................................2 PORTFOLIO:Carlos Arajo .....................................................4 COLUNA INTERNACIONAL:Brad Holland ..........................11 INTERNACIONAL:Francis Vallejo .........................................13 SKETCHBOOK:Roger Cruz ...................................................21 MEMRIA:Angelo Agostini .....................................................28 STEP BY STEP:Elias Silveira ................................................33 COLUNA NACIONAL:Renato Alarco ...................................39 15 PERGUNTAS PARA: Juarez Machado .............................41 CURTAS............................................................................... 50 LINKS DE IMPORTNCIA .............................................. 51
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evistaIlustrar
DIREO, COORDENAO E ARTE-FINAL:Ricardo Antunes [email protected] DE ARTE:Neno Dutra - [email protected]
Ricardo Antunes - [email protected]:Ricardo Antunes - [email protected]:COLABORARAM NESTA EDIO:
ILUSTRAO DE CAPA:Francis Vallejo - [email protected]: [email protected] DE REPRODUO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada,postada, distribuda e divulgada livremente, desde que seja na ntegra, gratuitamente,sem qualquer alterao, edio, reviso ou cortes, juntamente com os crditosaos autores e co-autores.Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seo.
Helena Jansen - [email protected] Luiz Rosso - [email protected]
Angelo Shuman: (Divulgao) - [email protected] Dantas: (A. Agostini) - [email protected] Carvalho: (A. Agostini) - [email protected] Buher: (A. Agostini) - [email protected]
Montalvo Machado: (Brad Holland) - [email protected] Quintana: (A. Agostini) - [email protected] Escola de Arte: (A. Agostini) - www.pandora.art.brMundo HQ: (A. Agostini) - www.mundohq.com.br
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omo se sabe, a Revista Ilustrar um projeto
totalmente gratuito, por acreditarmos na importncia emse divulgar informao de qualidade, alm de prestigiaros maiores talentos do mercado nacional.
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O I N C I O
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PORTFOLO:CARLOSARAJOCARLOS
ARAJO
rtista grfico e ilustrador, Carlos Arajotem um estilo de ilustrao muito prprio e fcilde se reconhecer, atravs de personagens feitoscom silhuetas graciosas e cheias de vida.
Ex-designer grfico, ex-web designer, comuma passagem pela animao e um enorme
interesse por quadrinhos, Carlosjuntou todas essas influncias
e o resultado acabou sendoum estilo bastante grficoe moderno.
Com apenas dois anos atuandooficialmente como ilustrador,
teve o reconhecimentointernacional ao ser convidado aparticipar dos anurios LuerzerSpecial: 200 Best IllustratorsWorldwild e American Illustration.
A seguir Carlos conta um poucode sua vida, seus projetos e sua
participao no Rabisco Ilustrado.
Foto:arq
uivoCarlosArajo
C
ar
losArajo
Tudo comeou quando me pediram paradesenhar um repolho e... no, no foi nadadisso! A histria, de forma resumida, : antesde me dedicar ilustrao, eu trabalhei duranteoito anos como designer grfico.
Com o tempo, fui percebendo que os trabalhosque eu gostava mais eram aqueles que mepermitiam criar ilustraes. Ento, em 2008decidi focar minha carreira em ilustrao.
Parece simples quando dito dessa forma -"acordou de manh num dia qualquer e decidiuser ilustrador" - mas a verdade que ocaminho foi um pouco mais comprido...
Apesar de querer me dedicar ilustrao, euno tinha uma ideia clara de como ou ondecomear uma carreira de ilustrador, mas sorte minha em 2007 houve a exposioIlustrando em Revista da Abril. E tinha tambmuma tal de avaliao de portflio, o que me
pareceu uma grande oportunidade de receberfeedback de um diretor de arte. Fui l e leveimeu portfolio e foi o Bruno D'Angelo(http://yellojellocomics.blogspot.com) -irmo do Kako (www.kakofonia.com) - quemolhou meu trabalho.
Foi uma conversa muito boa, o Bruno umcara muito bacana e inteligente, meesclareceu um monte de dvidas e - o maisimportante - me deu confiana suficientepara seguir em frente com a ideia de serilustrador. Ha, ha! tudo culpa dele!
Em 2008, os primeiros trabalhos forameditoriais para a Abril e a partir da, as coisascomearam a andar rpido...
Mais trabalhos foram chegando, me associei SIB, precisei encontrar um agente e em2009 veio o Lerzer's 200 Best, o AmericanIllustrator, mais trabalhos, exposies etc.
A
CARLOS ARAJO
BRASLIA
www.silbachstation.com
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I N F L U N C I A S
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PORTFOLO:CARLOSARAJO
PORTFOLO:CARLOSARAJO
Desde sempre eu achava que seriaquadrinista. Eu escrevia e desenhavaquadrinhos o tempo todo... Durante anosera a nica coisa que me interessava.
Por isso, Charles Schulz definitivamente uma influncia desde o incio.
Meus personagens tm formas simples, os
olhos so pontos, traos simples so usadospara fazer o nariz ou a boca e isso tem, comcerteza, relao com o Charlie Brown...
Outro ilustrador cujo trabalho me causougrande impresso foi o Rene Hargreaves,
D E S E N H O A N I M A D OE S I L H U E T A S
com os personagens expressivos da srieMr. Men (aqui no Brasil foi batizado de "Turmado Joo Ningum"... Quem inventa essesnomes, afinal?)
Gosto muito do trabalho do Heinz Edelmann(mais conhecido pelo design do filme YellowSubmarine e pela mascote da Expo 92 emSevilla).
Mais tarde, uma influncia importante foramos trabalhos do espanhol Javier Mariscal(Capas do New Yorker e mascote dasOlimpadas de Barcelona). Eu adorava a srieSeor Mundo no jornal El Pas.
Quando decidi cursar Desenho Industrial,foi porque eu adorava desenhar mquinas,engrenagens complexas, motores, essascoisas complicadas.
Na poca meu desenho era parecido pelomenos, era o que me diziam com ostrabalhos do Geoff Darrow (Hard Boiled,Matrix) ou do Masamune Shirow (Ghost InThe Shell), cheios de detalhes complexos,com centenas de pecinhas interligadas...
Mais ou menos no meio do curso (que eununca terminei) eu fiquei de saco cheio dessetipo de coisa... Durante dois anos fuigradativamente simplificando as formase as composies at que meus desenhosse tornaram bem parecidos com desenhosde criana...
A cabea do personagem era uma bola meiotorta, os olhos eram pontos, os braos e pseram ovais, riscos simples sugeriam dedos,detalhes da roupa ou do rosto. Era um tantobizarro, meus colegas diziam "Voc
est louco? Voc sabe desenhar efica fazendo essa m...??" Pois ...!
Mas o que estava acontecendo eraque eu estava desconstruindo omeu trabalho e tentando encontraro que realmente fazia sentido paramim.
Fui fazendo uma lista de coisas que faziamsentido e que tinham importncia, porexemplo: "caranguejos", "flores", "cachorros","engrenagens", "mquinas malucas","arquitetura" ou ainda "pontos ou crculospara desenhar os olhos", "nem sempre necessrio desenhar as sobrancelhas ou
o nariz", "nuvens podem ser assim", "rvorespodem ser assado"... Era uma listabem ampla!
possvel perceber esse processo nasilustraes: por exemplo, as engrenagensdo carrossel em To Grassland Stationlembram flores, coisas desse tipo...
Comecei a experimentar silhuetas porqueeu gosto do teatro de sombras chins,desde pequeno eu era maluco com essetipo de coisa.
Elas foram o ponto de partida, passei aincorporar alto-contraste, cores e texturas...
O trao lembra papel recortado e se eupudesse o usaria de verdade para fazer asilustraes, mas por uma questo depraticidade e tempo, uso computador(tambm mais fcil para corrigir!)...
Depois desse processo todo o meu estilo -ou melhor, prefiro usar o termo tcnico "jeito"- de ilustrar foi surgindo.
mais fcil ilustrar quando eu consigoimaginar uma narrativa por trs da imagem.E eu tenho esse universo onde minhasilustraes acontecem.
Por isso muitas das minhas ilustraesparecem parte de algo maior, como se fossemcenas de um filme animado, de uma pginade quadrinho ou de um mesmo mundo.
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P A P E R T O Y S
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PORTFOLO:CARLOSARAJO
PORTFOLO:CARLOSARAJO
Paper toy um desafio divertido... bacanaver uma criao sua em trs dimenses eque se pode pegar com as mos.
Eu gosto de fazerpaper toys que usemsomente uma pgina e que tenham algumafuno, seja marcar pginas de um livroou segurar cartes de visita.
Essa histria comeou porque teve umperodo que eu estava lendo vrios livrosao mesmo tempo e fiz um marcador depgina que parecia um dinheiro debrinquedo. Era o Dollarito.
R A B I S C O
Era uma coisa engraada e til - pelomenos enquanto os livros de papelcontinuarem existindo - e pensei que serialegal disponibilizar isso para downloadno meu site.
Eu achava que ningum iria dar bola, masa quantidade de downloads me surpreendeu.As pessoas realmente curtiram o Dollarito!Talvez seja aquele que mais fcil de semontar: s dobrar uma vez e pronto!
O seguinte foi atendendo a um convitepara participar da srie Speakerdog. Foimais fcil, a proposta era personalizar ummodelo j pronto.
Como me informaram que a srie era popularcom crianas, fiz um veculo maluco bemcolorido com um monte de engrenagense jeito de caranguejo.
Mas opaper toyque mais fez sucesso foi oDentuo. Eu o criei porque queria algo quesegurasse cartes de visita ou bilhetes domesmo tamanho na minha mesa, que melembrasse das coisas... Acho que muita gentequeria algo assim...
Curiosamente, eu sou muito ruim na horade monta-los! Sujo tudo de cola, me cortoe risco a mesa com o estilete (para odesespero da minha mulher)...
O Rabisco (www.rabiscao.com.br) oencontro de ilustradores de Braslia, queacontece "religiosamente" todos os mesesna creperia Tio G, aqui na Capital daDiverso. Os organizadores dessa muvucaso o ilustrador Werley Khroling(www.werley.com.br) e eu. Temos atum patrono: o So Tantus, ha, ha!
Em 2008 tive a oportunidade de visitar oBisteco Ilustrado e na ocasio comenteicom o Kako que seria muito legal setivesse algo do tipo em Braslia. Mas eus tive tempo de organizar isso quase umano depois, mas o timing no podia sermais perfeito.
Atravs do maior frum de ilustraodo Brasil, o Ilustragrupo(http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo),pude entrar em contato com ilustradoresde Braslia que manifestaram interesseem um encontro nos moldes do BistecoIlustrado... Fomos trocando e-mails,acertando os detalhes e quando vimos,
o Rabisco virou realidade.
O Rabisco hoje rene bastante gente e o principal motivo pelo qual eu aguardoansiosamente as sextas-feiras da segundasemana de cada ms. muito bomencontrar outros ilustradores, conversare trocar experincias.
Espero que o Rabisco continue crescendo(j estamos precisando de uma rea maiordentro da creperia!) e que possamosreceber mais ilustradores, no apenas deBraslia, mas - quem sabe? - de outrosestados tambm.
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O U T R O SE V E N T O S
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PORTFOLO:CARLOSARAJO
PORTFOLO:CARLOSARAJO
O ilustrador uma criatura solitria. Ficaali debruado na prancheta, desenhando...
Acredito que eventos de ilustradores soimportantes porque preciso "sair datoca", olhar ao redor e encontrar os colegasde profisso, isso nos fortalece.
Se no for possvel um encontro ao vivo,participe e acompanhe de grupos dediscusso, como o Ilustragrupo ou blogsinteressantes como SFG!(http://sugarfrostedgoodness.blogspot.com)ou Little Chimp Society(http://thelittlechimpsociety.com).
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P R O J E T O SF U T U R O S
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PORTFOLO:CARLOSARAJO
PORTFOLO:CARLOSARAJO
Em 2010 espero ter bastante trabalho.Nos ltimos meses eu tenho recebido vriose-mails perguntando como fazer paracomprar meus trabalhos na forma deposters, etc.
Ento, no momento estou estudando quala melhor forma de oferecer esses prints.
Tem uma coleo de adesivos decorativosque ser lanada ainda neste primeirosemestre.
Outros produtos, postais e agendas, porexemplo, estaro disponveis no segundosemestre, se tudo der certo.
Estou escrevendo um quadrinho (umprojeto que queria realizar faz muitotempo...); e um novopaper toypara osmeninos e meninas de 8 a 80 anos deversair em outubro. Isso s o que possorevelar no momento...
Este ano ser um ano muito especial, poisserei pai pela primeira vez. No sei como,
ou se, isso vai afetar minhas ilustraes.
Ficaro mais coloridas? Talvez... O traovai ficar mais bonitinho? Sei l... Ilustrarfaz bem alma (e com um pouco de juzo,pro bolso tambm) e at agora tem sidouma jornada muito gratificante.
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PORTFOLO:CARLOSARAJO
PORTFOLO:CARLOSARAJO
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PORTFOLO:CARLOSARAJO
PORTFOLO:CARLOSARAJO
Carlos Arajo representadonos Estados Unidos por:
Store 44 Reps: www.store44.com
Carlos Arajo representadona Europa por:
The Organisation: www.organisart.co.uk
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COLUNANTERNACIONALBRADHOLAND
Foto:arq
uivoBradHolland
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dHolland
Alguns anos atrs eu estava fazendodesenhos para um romance de um roteiristade Hollywood, Clair Huffaker. "O Cowboye o Cossaco", era uma espcie de Red Riverencontrando Doctor Zhivago. Fiz esboosa lpis para o livro, o autor gostou muitoe pediu mais. Eu fiz mais. Ento um diaele telefonou e pediu para me encontrar.E no disse o porqu.
Poucos dias depois, ligou novamentepara dizer que ele e Slim Pickens, atorcowboy, tinham voado de Hollywood equeriam falar comigo. Estavam hospedadosem uma sute no Hotel St. Regis. Ele disseque trouxe Slim junto porque Slim era
um artista cowboy variado e que tinha sidocavaleiro de rodeio antes de se tornar ator.
Disse que Slim seria apenas a pessoa queme daria algumas dicas sobre os detalhesdos meus esboos. Disse que adorou osdesenhos que eu tinha feito para o livro,mas que eu tinha comeado alguns detalheserrados: apetrechos de cowboy - calas devaqueiro (chaparreira) e chapus e esporase selas. Alm disso, ele disse, queria queos cowboys fossem mais viris do que eu ostinha desenhado. Disse me que Slim poderiaexplicar porque os personagens dosdesenhos deveriam todos parecer como Homem do Marlboro.
Bem, eu no estava disposto a desenhar oHomem do Marlboro, mas um dos meusfilmes preferidos era o Dr. Strangelove (no
Clair, Slim, Dali e Eu
por Brad Holland
Brasil, "Dr. Fantstico"), onde Slim Pickensinterpreta um piloto de B-52 que cavalgauma bomba de hidrognio caindo na Rssiacomo um cavalo chucro. Como eu poderiaperder a chance de passar a tardeconversando assuntos de cowboy comele? Ento juntei tudo e me dirigi paraa Av. Cinquenta e Cinco com a Quinta.
Era feriado de So Patrcio (St. Patrick'sDay) e, quando cheguei ao St. Regis, asute de Pickens era como uma espcie declube, com celebridades e autores indo evindo o dia todo. Um dos visitantes foi umeditor da Editora Simon and Schuster, aeditora de Clair. Ele era um velho sujeitodos jornais que apareceu de repente nomeio da tarde, usando um desses grandeschapus de papelo verde que bbadosusam no Dia de So Patrcio. Ele passoua tarde toda com o chapu na cabea,contando histrias e piadas sujas emantendo uma limusine espera lembaixo.
O editor ficou me chamando de "garoto".Certa hora, quando Clair tinha deixadoa sala, ele disse: "Ei garoto, vocprovavelmente quer saber por que estamospublicando este livro, certo? Voc nunca
jogou dados, garoto? Sabe o que acontecequando algum faz rolar um sete? Voccontinua jogando os dados, certo? porisso que estamos publicando este livro".Eu lhe disse que peguei o sentido e elevoltou para me contar piadas, que acabeipor esquec-las todas.
Brad holland
Estados unidos
www.bradholland.net
Bem, por volta das cinco horas, eu tinhabebido Wild Turkey com estes personagenspor horas. Algum comeou a acender asluzes e eu percebi que estava ficando escurol fora. Ento notei que o editor tinha idoembora e de alguma forma, eu tinhaherdado o seu chapu de papelo.
Ainda no consigo lembrar como acabeiassim. Mas l estava eu, sentado no sofcom Slim Pickens, usando um grandechapu verde brilhante, falando de FredericRemington e Charlie Russell e do velhooeste, e rabiscando cowboys e cavalos eselas com uma caneta esferogrfica em umgrande envelope pardo onde tinha dentroos meus desenhos.
Slim no pensou muito sobre FredericRemington - e ele poderia ter dito que eutinha usado as pinturas de Remington comomodelo de como os cowboys se vestem.Eu disse que gostava de Remington.
Bem, voc sabe que Remington no eraum cowboy de verdade", disse me Slim.Apenas um sujeito da costa leste que nopegou bem os detalhes em suas pinturas.Agora, o velho Charlie Russell, l estavaum verdadeiro cowboy. Voc pode confiarnas pinturas de Charlie Russell".Inevitavelmente Slim comeou a falar sobreos westerns, em seguida sobre filmes, eento sobre seus filmes.
Eu disse-lhe que o meu filme favorito, comele, era o Dr. Strangelove: "Aquela cenaonde voc monta a bomba uma dasmaiores cenas de cinema de todos ostempos", eu disse. Ele pareceu satisfeito
ao ouvir isso, mas disse: "Diabos, vocsabia que o filme era para ser umacomdia? Eu no".
Ele me disse que tinham filmado em umset de filmagens em Londres e estava deressaca de uma noite de bebedeira. Elehavia conhecido alguns pilotos de B52 emum bar, na noite anterior, e os trouxe juntopara que pudessem v-lo filmar a cena.Ficaram "realmente impressionados", disseele, com a simulao do B52 no set. "Elesse perguntaram como Stanley tinha
conseguido todos os detalhes corretosdo cockpit." Isso era para ser informaosigilosa.
De repente, o telefone tocou na sute dohotel. Clair atendeu e levou a chamada aum dos quartos - ele tinha conseguido seafastar muito bem do lugar onde estavamas celebridades at aquele momento. Entoele voltou alguns minutos depois para dizera Slim que "as aeromoas esto a caminho".Entendi a dica e por minha conta vi queera hora de pegar a estrada.
Demorou mais alguns minutos para Slimencerrar sua histria: contou como osfigures na Columbia Pictures saram daprimeira apresentao de Dr. Strangelove,atordoados e sem fala, certos de que Kubricktinha criado uma prola.
Mas Clair corta a histria para dizer queprecisava ter uma palavra comigo, emparticular. Ele me levou para outra sala ens ficamos ali, com as luzes apagadas.Era como estar falando com uma sombra.
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Texto 2010 Brad Holland Desenhos 1973 Brad HollandExcerto de uma entrevista com Irene Gallo, diretor de arte, Tor BooksDesenhos do Cowboy e os Cossacos, por Clair Huffaker, Trident Press,Nova Iorque 1973
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COLUNANTRNACIONALBRADHOLAND
COLUNANTERNACIONALBRADHOLAND
Clair me disse que esse livro era muitoimportante para ele. Ele havia escrito seuprimeiro romance, logo aps a graduaona Universidade de Columbia; tinha"estudado l com Van Dorne".
Embora se passasse no longnquo west, e leescreveu seu romance na Biblioteca Pblicade New York. Foi comprado pelo cinema ese tornou logo um sucesso, como um filmede Elvis Presley.
OK, ento agora ele era um roteirista desucesso. Mas novelas ainda eram o negcioverdadeiro. Ele mencionou Irwin Shaw,James Michener. O trabalho deles foi grandenos filmes, mas eles eram reconhecidoscomo romancistas. Ele queria que "OCowboy e os Cossacos" fosse um best-seller, um filme de sucesso.
Ele disse que meus desenhos eram timos,mas no viris o bastante. Era importanteque todos os vaqueiros tivessem um olharviril. Pense em John Wayne, ele me disse.
Pense no Homem do Marlboro.
Quando voltei para a sala da frente, asaeromoas tinham chegado e estavam coma suas bebidas. Slim estava encantando-as com histrias dos filmes. Eu tirei meuchapu de papelo para todos, disse ei-tenho-que-ir, e me despedi. Do lado defora percorri as salas do St. Regisprocurando os elevadores no meio de vriasoutras portas. Finalmente achei a correta,apertei o boto para descer e esperei. Tudo minha volta era um borro.
O elevador chegou, a porta se abriu e lestava Salvador Dal.
Perfeito. Quem mais eu deveria esperarencontrar em um elevador em um diacomo esse?
OK, ento eu estou ali, olhando para Dal.Ele est olhando para mim. Eu tinha umchapu de papelo verde brilhante nacabea e um grande envelope pardo debaixodo brao. Dal estava vestindo um longocasaco de peles e culos de aro de tartaruga.Gala, sua esposa, estava em p ao ladodele. Ela tinha um casaco de pelescombinando e culos - na verdade, elespareciam quase idnticos, exceto que obigode de Dal tinha sido encerado.
Bem, como voc diz ol a Salvador Dal?Felizmente eu estava vestido para omomento. Tirei meu grande chapu verdepara ele e entrei. Ficamos ali, ombroa ombro. Havia vrias outras pessoasaglomeradas em torno de ns, masningum falou.
Ento eu vi Dal armar sua cabea comoum cachorrinho, olhando de canto de olhopara os meus rabiscos feitos com canetaesferogrfica no envelope grande.
"Voc um artista?", perguntou ele. Fiqueisurpreso que ele falava ingls.
Sim", eu disse. "Eu sou como voc".
"De onde voc ?, perguntou ele.
"Ohio".
"Ohio!", exclamou. "Cleveland! Todosgostam de Dal em Cleveland!". Ele pareciasatisfeito de poder demonstrar o seuconhecimento do meio-oeste americano.
"Bem, eles podem amar Dal em Cleveland",disse eu. "Mas eu venho de uma pequenacidade chamada Fremont, onde eles achamque Dal um louco de merda".
Por uma frao de segundo, havia umsilncio atordoador no elevador, mas Dalcomeou a rir instantaneamente. Os outrossorriram. Gala congelou. Eu j tinha vistoseu rosto em pinturas de Dal desde queeu tinha 17 anos, mas ela no se pareciacom a Virgem Santa naquele dia ou a Ledacom um Cisne. Ela olhou para mim comuma cara de Medusa, ento voltou o olharpara o marido como se dissesse: "Olhe paravoc! Voc Dal! E voc est conversandocom um idiota com um chapu de papelo!"
Bem, foi um passeio curto at o saguo.
Salvador e eu - ns j estvamos nostratando pelo primeiro nome ento -desejamos um ao outro uma vida boa eseguimos caminhos separados.
Eu nunca mais vi nenhum dessespersonagens novamente. Mais tarde, soubeque Dal viveu no St. Regis e muitas vezesutilizou o King Cole Bar como uma espciede escritrio. Eu no acho que "O Cowboye os Cossacos" tornou-se um filme, masquando fiz meus desenhos, desenhei SlimPickens como um dos personagens. Apenasno caso de eles um dia chegarem a fazero filme, ele teria uma parte j pronta.
Alguns anos atrs um homem me enviouum e-mail, pedindo um conjunto completode cpias do livro. Depois de receb-los,ele escreveu para perguntar se havia algumaanedota por trs dos desenhos. Eu disseque tentaria escrever algo e enviar paraele, mas nunca tenho tempo para isso.
Talvez eu deva enviar-lhe um linkpara este artigo.
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radHolla
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FRANCIS
VALLEJO
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Foto:arq
uivoFrancisVallejo
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ncisVallejo
INTERNACIONALFRANCISVALJO
pesar de ter apenas24 anos de idade, o ilustrador americanoFrancis Vallejo tem chamado a ateno domercado e dos ilustradores em geral peloenorme talento.
Com um grande interesse pelas artes plsticas,e, em especial, pela arte russa, Francis temse mostrado um grande pesquisador, sempre
em busca de absorver novos estilos outendncias.
Tambm um artista muito empenhado, comuma produo de trabalhos profissionais,pessoais e sketches bastante volumosa.
Para os que tiverem interesse em acompanharseu trabalho, suas pesquisas e seus estudos,uma boa forma segui-lo pelo Twitter, ondeconstantemente compartilha o material quedescobre.
DURANTE A SUA VIDA VOC SE MUDOU ALGUMAS VEZES,SEMPRE COM GRANDES DISTNCIAS (FARMINGTON -DETROIT - SARASOTA). TODAS ESSAS MUDANAS TMINFLUENCIADO DE ALGUMA FORMA A SUA FORMAO
ARTSTICA?
Sim, tm. Embora eu tivesse trs anos quandome mudei de Farmington para Detroit, ento,naturalmente, no me lembro dessa mudana.
Eu vivi em Detroit por 15 anos at me mudarpara Sarasota para estudar na Ringling Collegeof Art and Design por 5 anos, e frequentar aIllustration Academy por duas vezes.
A maior parte, se no toda a minha formaoartstica, aconteceu em Sarasota. Eu aprendiquase tudo com os instrutores da IllustrationAcademy.
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FRANCIS VALLEJO
ESTADOS UNIDOS
www.francisvallejo.com
George Pratt deu aulas na Illustration Academye em Ringling, e sua influncia muito grandena maior parte do meu trabalho.
Estar em diferentes ambientes tambm ampliao seu vocabulrio visual.
Dito isto, viajar uma prioridade minha.
ONDE VOC VIVE HOJE?
Estou atualmente vivendo em Detroit,Michigan.
No entanto, em trs meses estarei mudandopara Austin, Texas, para uma oportunidadeincrvel.
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INTERNACIONALFRANCISVALJO
INTERNACIONALFRANCISVALJO
VOC UM GRANDE PESQUISADOR DE TCNICAS, ESTILOSE PINTORES, COM GRANDE INTERESSE PELA PINTURA DOSCULO 19/20. NUMA POCA EM QUE A PINTURA DIGITAL CADA VEZ MAIS USADA, O QUE O ATRAI NA PINTURATRADICIONAL?
Eu gosto de arte digital, mas apenasuma tcnica. Por ser muito rpida, omundo acelerado de hoje a tornou umaferramenta valiosa.
A arte digital muitas vezes imita com perfeioas tcnicas tradicionais, mas ainda assim ummeio no qual as chances de fazer algo parecidocom o que outros j fazem se potencializa.
Tambm muito fcil de se prevenir acidentes. uma pena que muitos jovens artistas usama tcnica digital como padro, sem no entantoexplorar outras mdias.
Alm disso, ter um original uma grande
sensao. Eu trabalhei digitalmente por umtempo, mas depois que acabava o trabalhosentia um vazio, pois tudo que eu obtinhapelos meus esforos era um arquivo. A faltade tangibilidade me incomodou.
O fato do trabalho tradicional, criado mopor uma pessoa ser um objeto singular, especial. H apenas um original. E no mundo
digital, bom que haja esse encontro comuma pintura feita com tinta.
Colocar voc, com o nariz colado, diante deuma pintura e perceber onde o artista espalhoutudo e como ordenou as pinceladas umas nasoutras uma sensao poderosa.
Se um dia eu conseguir ter o meu trabalhono nvel em que as pessoas queiram colocarl o nariz e ver as pinceladas de perto entoeu ficarei muito feliz!
E COMO VOC V A PINTURA CONTEMPORNEA?
Se voc est se referindo ao expressionismoabstrato e pintura elitista semelhante, eu noentendo. Sou ainda muito jovem, ento talvezeu no tenha estudo suficiente para apreci-la, mas neste momento eu no ganho nadaao olhar para ela.
Gosto de artistas contemporneos que trazemboas idias, associadas a uma slida formaotcnica.
Eu acredito que eles possam ser chamadosrealistas ps-modernos. Artistas como SophieJodoin, Kanevsky Alex e Jenny Saville.
Mas o que os diferencia de outros artistascontemporneos que eles tm a habilidadede produzir uma imagem slida aps a ideiaque tiveram inicialmente.
Infelizmente, muito do trabalhocontemporneo puramente baseadona ideia, sem o artista empregar um meio oucapacidade slida para transformar a ideiaem algo tangvel.
James Jean um bom exemplo de um artistaque tem muitas ideias abstratas loucas, mas
suas excepcionais habilidades de desenho epintura lhe permitem produzir essas ideiasem um alto nvel.
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E A SUA OPINIO SOBRE A ILUSTRAO QUE TEM SIDOFEITA ATUALMENTE?
muito estimulante. Artistas como SamWeber, Gary Kelley, e Sterling Hundley estocriando imagens incrveis.
As oportunidades para os ilustradores tm seexpandido em vrios caminhos diferentes. Poroutro lado, os prazos so muito apertados e
mais e mais pessoas esto fazendo direo dearte, estando despreparadas para essa funo.
Assim, como j disse, outros caminhos seapresentam para que o ilustrador exploreessas diferentes condies de ofertas detrabalho. Eu acho que importante encontrara rea que melhor permite criar o trabalhoque voc deseja.
DEPOIS DA FACULDADE VOC FEZ O IMPORTANTE CURSODA ILLUSTRATION ACADEMY. COMO ESSA EXPERINCIA
AFETOU O SEU TRABALHO?
Participar da Illustration Academy foi a melhordeciso da minha vida! Eu estava trabalhandopuramente sem instinto antes da Academy.
Depois de passar o vero de 2008 e 2009como estudante eu senti que tinha finalmenterecebido o conhecimento para entender o que necessrio para se construir uma imagembem sucedida.
A maioria dos meus processos de trabalhoso baseados em torno das ideias centraisque aprendi no meu tempo com os instrutores.
De igual importncia foram os relacionamentosque tive a sorte de construir com os instrutorese estudantes. Todos eles so extremamentetalentosos e muito agradveis de se terao redor.
Tenho a sorte de contar com muitas pessoasda Academy como meus amigos.
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INTERNACIONALFRANCISVALJO
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DEPOIS VOC FOI ACEITO NO INSTITUTO DE PINTURA REPIN,PARTE DA ACADEMIA DE ARTE DA RSSIA. QUAL A SUA
ATRAO PELA ARTE RUSSA?
Fui aceito para a Repin, mas inda no deupara assistir s aulas, espero ir no futuro.
Arte russa a minha favorita. A segunda bemprxima a arte ilustrativa americana, seguida
da pintura acadmica francesa.
Durante a ascenso do modernismo, emmeados de 1900, a nica regio no mundoonde ainda estavam ensinando desenho epintura acadmicos foi a Rssia.
Sem a sua escola, a maior parte doconhecimento adquirido ao longo de inmerosanos de histria da arte teria sido perdido.
O que acho surpreendente sobre arte russa a paixo que evidente no trabalho. Quando
eu estava pesquisando sobre a escola Repinderam este exemplo:
"No importa a pintura que voc est tentandofazer, se uma pintura monumental combase histrica, ou uma natureza morta de umcubo, voc sempre deve colocar paixo emcada pincelada.
Faa dessa pintura do cubo algoverdadeiramente seu e transmita a emooque voc sente a respeito desse cubo."
Sinto que esse tipo de intensidade estpresente em grande parte do trabalho deles.Isso, e o fato de que eles estavam fazendoilustraes incrveis antes que o termo malexistisse.
Eu sinto como se Repin fosse um dos maioresilustradores de todos os tempos.
QUE DIFERENAS SENTE ENTRE A ARTE RUSSA E A ARTEDO OCIDENTE?
Como eu mencionei, a arte russa enfatiza aemoo. Agora pegue o trabalho figurativode representao, por exemplo.
Ele est passando por um ressurgimento, noOcidente, com a nfase colocada na precisoda representao e da tcnica.
O trabalho russo assume que as habilidadestcnicas esto presentes, mas o foco geral
que a obra comunique a emoo do temae do artista.
O desenvolvimento de uma voz pessoal altamente valorizada.
Um conceito interessante que a arte ocidentalse concentra no glamouroso, no estilo devida de classe superior, enquanto a arte russatradicionalmente focaliza a vida da classetrabalhadora.
Tendo sido criado em uma famlia detrabalhadores em uma das cidades mais
industrializadas do mundo, eu de certa formame identifico com essa esttica.
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E NA SUA PRPRIA ILUSTRAO E PINTURA,QUAL O DIFERENCIAL QUE PROCURA BUSCAR?
No meu trabalho, estou procura deautenticidade e honestidade.
Tenho dificuldade em falar sobre o meutrabalho neste momento, j que tenhoapenas 24 anos e ainda estou procurado que que eu estou tentando dizer.
Mas um dos meus heris Norman
Rockwell. A capacidade que um elementotem em se relacionar com outro e queest incorporado em todas as suaspinturas algo que eu estou buscando.
No que diz respeito ao foco, estoutrabalhando rumo aos quadrinhos, livrosilustrados e trabalhos pessoais de galeria.
QUAIS OS TEMAS QUE VOC TEM MAISINTERESSE EM EXPLORAR?
Msica e figura humana so os temas emque eu gosto de me concentrar.
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VOC TEM TAMBM UM GRANDE INTERESSE PORQUADRINHOS. QUE DIFERENA SENTE EM TERMOS DEEXPRESSO ENTRE QUADRINHOS E ILUSTRAO?
Os quadrinhos realmente testam a capacidadede fazer pintura e desenho. Eu gostaria dedizer aos meus amigos que eu no tinha ideiaque no sabia desenhar at comear adesenhar sequencialmente.
s vezes, em ilustraes temos a oportunidadede dar um acabamento mais refinado s
imagens, mas nos quadrinhos onde voctem que aprender a desenhar com confianae rapidez.
Para mim, pessoalmente, s vezes percomuita energia quando estou longamenteenvolvido em uma ilustrao, j que estouolhando para a mesma imagem por umperodo to longo.
O que gosto nos quadrinhos que voc podecriar um grande nmero de imagens diferentesem um curto espao de tempo.
A oportunidade de experimentar coma produo de uma imagem - ou seja,composio, forma e narrativa - literalmentese apresenta vrias vezes a cada pgina.
O desafio de criar imagens arrebatadoras e
compreensveis usando apenas preto e branco, um desafio que eu encaro com grandealegria. Por outro lado, acho que a ilustraocontempornea realmente oferece aoportunidade de se fazer experincias visuais.
Artistas como Bill Sienkiewicz e George Prattgerenciam a ponte entre esses dois lados,que um territrio muito estimulante!
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APESAR DE TODA EXPOSIO QUE A INTERNET PERMITEHOJE EM DIA, ACHA QUE FALTA UMA ATENO ESPECIAL
AOS NOVOS TALENTOS?
Eu no tenho certeza. Estou constantementedescobrindo talentos incrveis diriamente.
S acho que alguns artistas no colocammuita nfase na exposio de seus trabalhospara as massas, que absolutamente legal.
Como ilustradores temos essa mentalidadede que o nosso trabalho precisa ser vistopor tantas pessoas quanto possvel.
Mas alguns artistas no esto preocupadoscom isso. Eles podem estar vivendo satisfeitospelo mundo e trabalhar em um estdio, quelhes permite criar imagens e se sustentar.
Mas esses artistas podem ser alguns dosmelhores. Dmitri Belyukin por exemplo.
Eu vi apenas 3 ou 4 exemplos do seu trabalho,mas ele tem criado alguns dos melhorestrabalhos que eu vi nos tempos modernos!
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ROGER
CRUZ
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Foto:arquivoRogerCruz
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m dos mais conhecidos artistasdo Brasil e do exterior, Roger Cruz muitoconhecido pelo seu trabalho de quadrinhos,em especial com as grandes publicaes nosEstados Unidos.
Mas Roger teve um longo caminho desdeo incio como assistente de arte em agnciasde publicidade, e mais tarde como letrista
para histrias em quadrinhos.
Anos depois, j atuando como ilustrador equadrinista, foi um dos fundadores do estdio
Fbrica de Quadrinhos (do qual j se desligou)e tambm da Quanta Academia de Artes.
Hoje se dedica mais aos quadrinhos,em especial para a Marvel, e a vrios
projetos pessoais, incluindo ossketches, mostrados aqui ecomentados por Roger.
Penso que no sketch, no desenho feito semmuito compromisso, podemos encontrarsolues inesperadas para o trao, formae cor.
E tais solues podem ser incorporadascomo solues grficas no resultado final.Na maioria das vezes, prefiro meus desenhos
U
ROGER CRUZ
so paulo
www.rogercruzbr.blogspot.com
s no esboo e as aquarelas mais soltas.
Algumas folhas de sketch que produzo sobastante caticas, com desenhossobrepostos e inacabados.
Mas alguns desenhos perdidos na confusoacabam indicando bons caminhos.
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No costumousar moleskinesou cadernosde desenho.
Prefiro usarpranchetas de colocom diversos tiposde papel e procurousar materiaisdiversos paradesenhar e pintar.
Geralmenteuso lpis bemmacio, canetasdescartveis ou decaligrafia e aquarela,pela facilidadede transporte.
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Penso que desenhar com frequncia, oque para mim quer dizer todos os dias, uma das melhores maneiras deaprender.
Nos ltimos anos, tenho dedicadobastante tempo aos estudos com aquarelagastando muito papel e pastilhas deaquarela.
fcil perceber a evoluo quandopraticamos com frequncia. E, tudo o
que produzo em sketchs, inevitavelmenteaparece nos trabalhos.
J recebi propostas para produzir imagensusando as tcnicas que usei em sketches.
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Com relao aos temas, notem nenhum que eu goste mais,mas um que eu no gosto nemum pouco so: automveis!No gosto de nenhum que fizat hoje.
Talvez eu precise encarar odesafio e desenhar uma centenadeles para encontrar umasoluo.
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ANGELO
AGOSTINI
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talo-brasileiro Angelo Agostini temuma importncia fundamental na histria e cultura do Brasil,uma vez que ele foi o primeiro artista a produzir uma histriaem quadrinhos no pas (e um dos primeiros do mundo),
e foi tambm fundador da Revista Illustrada, umadas primeiras revistas satricas a circular no Brasil.
A revista, que circulou entre 1876 e 1898, eratoda produzida e ilustrada por Angelo Agostini,fazia crticas mordazes poltica, economia,
sociedade e igreja, e tinha uma forteposio abolicionista e republicana, quandoo Brasil ainda era Imprio sob a coroa de
Dom Pedro II e com uma sociedadeescravocrata.
Sua tiragem semanal era em tornode 4 mil exemplares, bastantepara a poca, e continha 8pginas com uma visobastante crtica mas semprebem-humorada dos fatosdo momento.
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angelo agostini
ITLIA / BRASIL
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MEMRIA:ANGELOAGOSTINI
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Apesar disso, a revista sempre gozou degrande independncia e liberdade editorial,e foi um grande sucesso na poca porfalar de forma direta e clara ao pblico,onde as ilustraes ajudavamimensamente a explicar suas opinies.
Considera-se que muito da degradaoda imagem pblica de D. Pedro II na pocase deve s crticas ferozes publicadas naRevista Ilustrada.
Angelo Agostini nasceu em Vercelli, regiode Piemonte, Itlia, no ano de 1843 epassou a infncia em Paris, acompanhandoa me, a cantora lrica Raquel Agostini.Aos 16 anos (em 1859), mudou-se paraSo Paulo e, cinco anos depois, iniciou acarreira como cartunista e editor ao fundaro jornal Diabo Coxo primeiro jornalilustrado da capital paulista.Em 1865 o Diabo foi fechado e, em 1866,Agostini voltou carga lanando a revistaO Cabrio. Crtica e polmica, a publicaofoi falncia um ano depois, aps ter tidoinclusive sua sede depredada por
populares, em virtude das constantescrticas do cartunista ao clero e aosescravagistas paulistanos. Foi nas pginasde O Cabrio, porm, que Agostini lanousua primeira histria ilustrada, AsCobranas.Cansado da perseguio em So Paulo,Agostini mudou-se ainda em 1867 para oRio de Janeiro, onde prosseguiudesenvolvendo intensa atividade em favorda abolio da escravatura com direitoa inmeras charges ironizando o governode Pedro II e importantes figuras dasociedade carioca. No Rio colaborou, entreoutras, com as revistas O Mosquito e VidaFluminense.Nas pginas desta ltima publicou, em 30de janeiro de 1869, Nh-Quim, ouImpresses de uma Viagem Corte primeira HQ brasileira e sem dvida umadas primeiras do mundo, anterior inclusive The Yellow Kid, que por conveno
estabelecida pelos Estados Unidos muitasvezes apontada como a primeira histriaem quadrinhos.
Em 1 de janeiro de 1876, Agostini fundoua Revista Illustrada, na qual criou umanova HQ em 1883, com o personagem ZCaipora, que dava ttulo histria. Caiporaseria publicado tambm nas revistas OMalho e Don Quixote.Em 1884, uma aluna de Agostini, Abigailde Andrade, chamou a ateno do mestre,que era casado, mas comeou a seenvolver romanticamente com a pupila.Abigail foi a nica mulher a receber umamedalha de ouro por trabalhos expostosno Salo Imperial naquele ano e recebiagrandes elogios da crtica.Agostini conseguiu manter o romanceescondido, a princpio, e em 1886 elevoltava a chamar ateno com seutrabalho: publicou todas as aventuras de
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Z Caipora em fascculos para muitos,a coletnea considerada como a primeirarevista de quadrinhos com um personagemfixo a ser lanada no Brasil.Em 1888, porm, o relacionamento comAbigail se tornaria um escndalo degrandes propores na sociedade cariocacom o nascimento da filha do casal,Angelina. Agostini, ento, foi obrigado ase mudar com a moa e o beb para Paris.
Nesse perodo a Revista Illustrada passoupara as mos do caricaturista Pereira Neto,
que aos poucos deixou de public-la comregularidade.
Em 1890, ainda em Paris, Angelo Agostinie Abigail tiveram um novo beb, destavez um menino, Angelo. Mas o garotofaleceu ainda pequeno e, logo depois dele,Abigail tambm morreu.Agostini voltou ento ao Brasil com a filha,Angelina que viria a se tornar umapintora reconhecida no Rio de Janeiro,que faleceu em 1973 e fundou a
revista Don Quixote (1895-1906), almde colaborar com a famosa revista dequadrinhos Tico-Tico. O autor publicou ZCaipora at 1906 e, quatro anos depois,em 28 de janeiro de 1910, faleceu nacapital carioca.Em 1984 foi estabelecido o dia 30 de janeirocomo Dia do Quadrinho nacional, emhomengem a Angelo Agostini. No mesmoano foi estabelecido pela Associao dosQuadrinistas e Caricaturistas do Estadode So Paulo o prmio Angelo Agostini,dado anualmente aos grandes destaques
na rea de quadrinhos.
Neste ano de 2010 comemora-se 100 anosda morte de Angelo Agostini.
Para que a data no passasse em brancouma srie de exposies esto sendoorganizadas para homenagear este genialartista, no permitindo que a sua obraseja esquecida.
A Escola de Arte Pandoraorganizou emjaneiro uma exposio de professores,alunos, notveis caricaturistas equadrinistas, atuais e do passado, e estaexposio foi ampliada, seguindo para oCCLA (Centro de Cincias, Letras e Artes,de Campinas-SP)em maro e de l irpara a Unicamp, tambm em So Paulo.
Haver trs mesas-redondas que irodiscutir a vida de Agostini, alm daexposio com trabalhos de Alan Souto
100 Anos sem Angelo Agostini
Maior, Amorim, Bernardelli, Bira Dantas,Bordallo Pinheiro, Caio Yo, Clovis Lima,Edgar Franco, Eduardo Vetillo, FabianoCarriero, Head (Fabrcio), Laerte, LeandroDoro, Matheus Moura, MarceloMantovani,Marcio Marchini, MarioMastrotti, Mauricio Rett, Matheus Mazzari,Moretti, Morettini, Nei Lima, Pacheco, RiceAraujo, Siqueira, Toni d'Agostino,
Uenderson e Will.
Todos estes artistascriaram obraspreparadas exclusivamente como parteda exposio em honra ao grande artistaque foi Angelo Agostini.
Veja aqui as imagens da exposio e daprimeira mesa-redonda:
http://chargesbira.blogspot.com
Bira Dantas: [email protected]
DJota Carvalho: [email protected]
Joo Buher: [email protected]
Ricardo Quintana: [email protected]
Pandora Escola de Arte: www.pandora.art.br
Mundo HQ: www.mundohq.com.br
A Revista Ilustrar agradece pela especial ajuda nesta matria a:
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ELIAS
SILVEIRA
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Foto:arquivoEliasSilveira
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A princpio este passo a passo seriasomente da capa da edio defevereiro, mas durante a montagem
achei proveitoso incluir tambm algunsexemplos das capas anteriores. Espero quegostem.
Definido o tema da capa, tudo comea comum brainstorm via MSN entre mim e o editorda Mad, Raphael Fernandes. Lapidada a ideiainicial, fao um esboo e sobre ele mais umaou duas sesses de MSN. Esboo definido,inicio a arte-finalizao. No sigo umasequncia muito rgida e lgica na arte-finalizao, geralmente tenho a imagem finalidealizada, ento intuitivamente vou finalizandopartes da capa de forma aleatria.
Defino que tcnicas usar durante o processo.
radicionalmente a Revista Madmantm um artista fixo para ilustrar suascapas, e desde 2008 o artista responsvel o ilustrador Elias Silveira.
Natural de Andradina, interior de SoPaulo, Elias viveu seus primeiros 30 anosem Ilha Solteira, 10 deles comodesenhista da Unesp.
Em 1999 foi morar em Bauru, ondese graduou em Desenho Industrialtambm pela Unesp.
A partir de 2005 trabalhou um perodocomo assistente do ilustrador AdelmoBarreira, e logo depois passa a ilustrardiversas publicaes da Editora AltoAstral, e mais para frente tambm coma Editora Panini.
Elias ir mostrar com exclusividadeo passo a passo da capa da ediode carnaval da Mad.
T
ELIAS SILVEIRA
Ilha Solteira - SP
http://eliassilveira.blog.uol.com.br
Especificamente nestas ilustraes no buscoo hiper-realismo.
Na verdade, o que fao brincar com estapossibilidade, tanto que muitos elementos dacapa, como objetos, luzes e sombras etc.,destoam um pouco da essncia do que umailustrao hiper-realista (cito como exemplonesta capa, o Toruk, que apesar de ser umpersonagem 3D, foi forosamente retratadona capa em 2D, tanto que aparece apenasuma das asas).
Este passo a passo mostra como fao umamistura de diferentes formas de ilustrar emuma mesma capa. As referncias foram obtidasde material de divulgao do filme na internet(vdeos/trailers e fotos) e acervo pessoal defotos de folhagens e texturas.
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Para o ambiente onde ospersonagens estariaminseridos, utilizei algumas
imagens extradas do trailerdo filme e fotos de vegetao etexturas que eu mesmo fotografocom uma cmera digital de4Megapixels.
Nas folhagens do primeiroplano utilizei duas fotosque tirei nas minhas
sesses fotogrficas dereferncias.Sobre elas dei algumas pinceladase utilizei as ferramentasDodge/Burn Tool para dar maisvolume.
Depois de finalizado,dupliquei (Crtl/Cmd+J) acamada das folhagens,
apliquei um Gaussian Blurde 3%, ajustei esta camada para
o modo de mesclagem Lighten ereduzi a opacidade para uns 40%- isso cria aquele efeito fog bemsuave, dando a sensao daquelasimagens de sonho. Em seguidamesclei as duas camadas.
Na arte dos Nativos Neumane Neytiri, fiz o contorno limpo emuma camada e o colori com um pincel
duro usando o recurso da trava detransparncia, suavizei o lado internodo contorno com Blur Tool.
Criei uma camada abaixo e fiz umpreenchimento chapado com a cor base,e, com Dodge/Burn Tool, defini as reasde luz e sombra, e Blur Tool para suavizaras transies. Os detalhes fiz com o pincelHard Round 3 pixels.
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Aps finalizada a pintura copieia camada, conservei apenas asreas de pele, apliquei o filtro
Texturizer/Sandstone para simulara textura da pele.
Depois de assentar a cabeatemplate, aumentei a testado Neuman, dupliquei a
camada da cabea e comHue/Saturation ajustei a cor da pele;alguns retoques e, na sequncia,utilizando como referncia uma fotode divulgao do filme, pintei as listrasem uma camada em modo Multiply.
Em seguida, em outra camada,a pintura dos olhos.
Criei Cabeas template do Neumanpara usar como suporte para todasas cenas e Neuminhos do canto
superior das capas.
Minha verso do Neuman uma fusodas caractersticas fsicas do Neuman
de Norman Mingo como de Mark Fredrickson,
respectivamente oprimeiro e o atualcapista a retrat-lo.
Para a versocom lngua de fora,busquei refernciasnas capas de
Carlos Chagas.
Diminui a opacidade para 80% e mescleicom a original.Para a textura de tecidoda camiseta e shorts do Neuman useio filtro Texture/Canvas.
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Ferramentas bsicas que utilizeina pintura do Leonopterix: 2 tiposde pincis - um para detalhes
e contornos e o outro para aspinceladas maiores e mescla de cores,Smudge e Blur Tool para uniformizar.
Em seguida, uma camadacolorizada no modo de mesclagemColor para definir as cores.
Mesclei (Ctrl/Cmd+E) com acamada de pintura e em SelectiveColor fiz ajustes para diminuir
a invaso de uma cor no espaoda outra.
Exemplo: nos amarelos da imagem, diminuio excesso de ciano, e assim por diante.
Pintei as manchas da pele emuma camada em modo Dissolve,criei uma nova camada sem
objeto e mesclei com a anterior,e ento apliquei Gaussian Blur, dosei aopacidade em 90% e mesclei com a camadado animal.
Com Dodge/Burn Tool realcei as luzes,sombras e alguns brilhos da pele. Finalizando,o filtro Texturizer/Sandstone que aplico parasimular a textura da pele, com os mesmosprocedimentos utilizados no Neumane Neytiri.
Usando meu template de cabeado Neuman, inseri os culos; naslentes utilizei uma camada em
modo Multiply 90%.
Em seguida dupliquei (Crtl/Cmd+J) duas vezese em cada uma delas ajustei Hue/Saturationpara simular as duas cores das imagens 3D,desloquei cada uma para um lado e mescleiestas duas camadas, dosei a opacidade em30% em modo Multiply.
Ento mesclei com a camada original.
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camada da imagem flateada, como ocomando Merge Visible, mas mantmas camadas originais intactas.
Converti a imagem para CMYK e emImage/Adjustments/Selective Colors fizos ajustes de cor.
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Estes ajustes utilizo em todasas minhas ilustraes.Finalizada a imagem, mesclei
todas as camadas visveis(Ctrl/Cmd+Shift+Alt/Options+E).
Este procedimento cria uma nica
Dupliqueiesta novacamada
e apliqueiFilter/Other/High Pass.
Eliminei as cores emImage/Adjustments/Desaturate.
Mudei a camada para omodo Overlay e ajusteia opacidade em torno de30% (aqui prevalecea percepo de queporcentagem a mais
adequada). Esteprocedimento melhorao foco da imagem.
Mesclei com a camadainferior e apliqueiFilter/Noise/Add Noiseentre 1 e 2%, um poucode rudo para deixara imagem com umaaparncia mais natural. isso, espero que tenha sido proveitoso este tutorial. Gostaria de agradecer
imensamente Revista Ilustrar por esta oportunidade.
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Foto:arquivoRenatoAlarco
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COLUNANACIONALRENATOALARCO
Faa o teste: jogue uma pedra para o alto,bem alto. Pode esperar, ela deve cair nacabea de algum ilustrador.
Esta , obviamente, uma maneira tosca eum tanto imprecisa de se realizar o censoda nossa profisso. Experimentemos entoobservar atentamente as revistas, capasde livros, propagandas, estampas decamisetas, cartazes, os muros das cidades,navegar pela internet e ainda atentar paraos mil e um suportes criados graas evoluo tecnolgica (como adesivos deparede, embalagens customizadas, telasde celulares, banners, etc).
As ilustraes esto por toda parte! Comoainda no foram inventados robs oucomputadores capazes de criar ilustraes,conclui-se que cada uma destas imagensnasceu da cabea criativa de algum ilustrador.O bvio ululante nos diz que o mercado estaltamente propcio para quem ilustra.
Ser?
um fato digno de comemorao percebera retomada da nossa atividade apsalgumas dcadas em relativo ostracismono cenrio das artes grficas para o
consumo de massa. Na dcada de 1990,especialmente, a situao era de tal formadesrtica para os desenhistas, que chegou-se at mesmo a falar na morte da ilustrao.
Surfando a GrandeOnda de Hokusai
por Renato Alarco
O contedo visual da maior parte daspublicaes, da publicidade e das chamadaspeas grficas informativas de entoapoiava-se quase que exclusivamenteem fotografia e tipografia, em detrimentode ilustraes.
O fenmeno seguia se alastrando at que,finalmente, renomadas revistas de designsoaram o alarme com a publicao deartigos contundentes alertando para osriscos que o fim da nossa atividade traria,sendo o mais grave deles o atrofiamentode um importante aspecto da cultura visualde nossa sociedade.
dessa poca a criao da ICON, aIllustration Conference, um esforo muitobem orquestrado de grandes profissionaisda rea no sentido de resgatar a importnciada arte da ilustrao.
Dez anos depois v-se que a estratgia foivencedora, tendo a conferncia se tornado
um marco e tambm um polo agregadorde artistas tarimbados e tambm deaspirantes.
O resultado mais visvel daquela iniciativa este cenrio do qual falvamos logo nosprimeiros pargrafos. A ilustrao retornouao mapa das artes grficas; desenhosilustrados voltaram a ser cool e osilustradores desengavetaram seus lpis,tintas e reacenderam seus pixels.
Estamos de novo na moda. Mas por quantotempo?
Renato Alarco
Rio de janeiro
www.renatoalarcao.com.br
Um nova gerao de ilustradores hoje bates portas do mercado cheia de vontadepara surfar esta onda (escrevo esta linhae imediatamente me vem mente a lindagravura de Hokusai). de fato uma lindaonda.
Este ano mal comeou e eu recebi umnmero recorde de e-mails de jovensartistas me perguntando como se tornarum ilustrador. justamente para eles que
decidi escrever este artigo.Houve um tempo - e no to distante assim- em que ainda era possvel encontrarilustradores empregados e com carteiraassinada. Hoje, sabemos, o ilustrador praticamente o exrcito de um homems, aprendendo na experincia diria asdores e alegrias de ser um free-lancer.
O que acontece depois que se entra nomercado? Quanto cobrar? Como dizer noa um contrato aviltante? Como conseguirviver de ilustrao num mundo que, emboraseja ricamente decorado com imagens,promove com a mesma intensidade a
cultura do grtis? O jovem artista que sonhacom uma carreira de ilustrador tem muitasperguntas.
Um colega de profisso certa vez meescreveu para falar desta ansiedade quealguns jovens artistas tm de entrar decara no mercado. Disse ele: Eles queremum lugar ao sol, mas no sabem que entreo incio e o fim existe algo grande demaispra se engolir de uma vez s, e que sechama MEIO. Esta imagem no deixa deser curiosa, e traz em si uma realidade daprofisso: no basta publicar o primeirotrabalho, h que se publicar comregularidade.
Hoje na maior parte dos casos o ilustrador o cara que desenha, o que atende otelefone, o que prepara oramento, o quevai reunio, o que negocia o contrato, oque passa nota, o que administra a contabancria e at o que serve o cafezinho.
Para o novato fundamental compreenderque, uma vez ingressando na arenaprofissional como ilustrador, saber desenharou conceituar visualmente torna-se, na
sua vida de free-lancer, uma tarefacomparvel, em importncia, todas asoutras (exceto servir o cafezinho, coisa quequalquer um faz).
Mas no pensem que a vida de free-lancer ruim. Diria que ela apenas diferente,ou que tem suas vantagens e desvantagens.
Ela permite por exemplo que o seu dia de
folga seja uma tera ou que o seu horriode trabalho seja das 10 da noite s 6 damanh. Ela tambm requer planejamentoe uma boa dose de disciplina porque afinalo patro e o empregado so figurasembutidas numa mesma pessoa.
Este ano completo 15 anos como ilustradorprofissional, uma trajetria que comeouexatamente na semana em que apresenteimeu projeto de concluso no curso deDesign Grfico. Dali fui direto a uma redaode jornal apresentar minhas ilustraessobre a infncia marginal brasileira econsegui convenc-los a public-las em umensaio de 4 pginas na revista semanal.
Na mesma semana tocou o telefone pelaprimeira vez com um pedido srio detrabalho: ilustrar a capa da biografia doHerbert de Souza, o Betinho. Dei sorte.Desde ento meu telefone no parou detocar com encomendas de projetos.
Nem todo mundo comea a carreirada mesma maneira. Ento, que estratgiasgenricas deveriam ser adotadaspor aqueles que desejam entrarno mercado de ilustrao?
a
rte:Tia
goLacerda/Elcerdo
Ilustraes por Tiago Lacerda / Elcerdo
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COLUNANACIONALRENATOALARCO
COLUNANACIONALRENATOALARCO Quais os melhores conselhos que ele deve
ouvir e seguir antes de dar este passo?
Prepare-se bem estudando muito desenho,pintura analgica ou digital, experimentandocom colagem, preenchendo dzias desketchbooks. Seja curioso e faa-se deesponja para tudo de visual que nossacultura j produziu: cinema, quadrinhos,artes plsticas, revistas, livros, arte urbana,vdeo... Uma vez no mercado, voc podedescobrir que o tempo para isso vai ser
escasso demais.
Considere trabalhar como assistente de umartista, mesmo que por um salriorelativamente baixo. Esta umaoportunidade de aprender coisas que noesto no currculo regular de nenhumaescola.
Existe o bom grtis e o mau grtis. Tenhasabedoria para diferenci-los.
Participe de listas de ilustradores na internet.Informe-se, v a palestras, exposies,inscreva-se em cursos. Pergunte-semodestamente: que outros recursos voc
cr que precisa para alcanar seus ideais?V atrs deles.
Aproxime-se de outros jovens artistas namesma situao que voc. Forme grupospara intercmbio de ideias, crticas. Crieum blog coletivo onde os membrosexercitem-se semanalmente sobre algumtema. Com sorte isto evolui para algumprojeto coletivo legal. Ou ao menosconquista-se amigos para uma vida inteira.
Um belo dia voc vai precisar de umportfolio, um excelente portfolio com pelomenos 12 imagens. Mas antes de gastarenergia nele faa-se a seguinte pergunta:
qual o mercado de ilustrao, veculo oumdia, para os quais deseja trabalhar? Issovai fazer uma diferena enorme no conjuntodo seu portfolio.
Monstrinhos, magos barbudos soltandoraios das mos, guerreiras peitudasbrandindo espadas sobre seus cavalosalados, cabecinhas de personagens ao lue aquele retrato hiperrealista da sua queridaav, reprodues perfeitas de quadrosfamosos... Quer um argumento para retirar
tudo isso do seu portfolio? V a uma bancade jornais e folheie todas as revistas. Duvidoque encontre muitas delas com estes temasimpressos.
Se, num suco de laranja com 12 laranjas,apenas uma delas estiver podre, todo osuco ter gosto ruim. O mesmo acontececom o seu portfolio.
Leia muito. Se um dia voc se tornarilustrador vai ter que gostar de ler. E alm
disso a sua cultura geral vai frequentementeser chamada ao na hora de criar seusdesenhos e argumentar em defesa delescom os seus clientes.
Ter talento no suficiente. No bastabotar o ovo, tem que cacarejar (e muitobem afinado!). Tenha um site ou blog comos seus melhores trabalhos. Nada de incluirfotos daquela ltima micareta em PortoSeguro, ou filmezinhos do Youtubemostrando as suas aventuras em estiloJackass. Seja profissional.
Se o seu interesse trabalhar no mercadoeditorial, v s grandes livrarias e folheie
as revistas e livros. Anote o nome daquelasque publicam ilustraes. Este o primeiropasso da sua estratgia de autopromoo:quem voc quer que receba o seu materialpromocional? Onde descobrir o contato dosseus futuros clientes?
Elabore seu promo (ou materialpromocional). Faa uma pea grfica comum design interessante o bastante parano ser jogado fora assim que aterrissarna mesa do seu futuro cliente. Lembre-se,ele(a) uma pessoa ocupada e sua mesa
j tem coisas demais.
Outra dica importante ler de cabo a rabo
o Guia do Ilustrador, que est disponvelgratuitamente para download na internet.H informaes preciosas ali:
www.guiadoilustrador.com.br
E finalmente, qual o prazo - realista -que voc ir conceder a si prprio paraatingir seu objetivo?
Lembre-se que h um mundo l fora quequer suas ilustraes. Mos obra!
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rte:TiagoLacerda/Elcerdo
A Revista Ilustrar agradece a participao especial de Tiago Lacerda / Elcerdo:
http://el-cerdo.blogspot.com http://revistabeleleu.wordpress.com
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JUAREZ
MACHADO
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Foto:arquivoJuarezMachado
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Nasci em Joinville em 1941. Comeo daII Guerra Mundial. Sempredesejei serartista (mando um desenho que fiz aos3 anos de idade, um tanque de guerra).
Numa cidade unicamente industrial nohavia nenhum ambiente artstico, comcerteza eu era o nico menino que queriaser artista na vida.
Todos os outros queriam ser mdicos,engenheiros, mecnicos ou operrio
de fbrica. Apanhava fisicamente dosprofessores do colgio Bom Jesus porpassar o meu tempo de classe desenhando.
A matria que eles estavam dando eu jsabia, poisjtinha estudado em casa;o nvel intelectual e de sensibilidade dosprofessoresera nulo.
Com isso fui rotulado de aluno-problemae aprendi a me isolar dentro de minhaimaginao e comecei a criar no papele no barro o meu universo.
m dos mais brilhantes equeridos artistas do Brasil, Juarez Machadotem uma longa carreira de sucesso, comuma produo de obras que surpreende.
Incansvel e atuante, Juarez trabalha comdesenho, gravura, escultura, cenrio, tevesketches na TV (onde participava at comommico em seus prprios quadros), mas foi
na pintura que teve projeo internacional.Morando desde 1986 em um edifcio histricoem Paris, nesta entrevista Juarez fala um poucosobre sua vida, seu trabalho, do gosto pelamsica e pelo carinho que tem por suaresidncia.
Conta tambm sobre o grave problemaque teve na coluna em decorrncia de umgigantesco mural, o belssimo O Grande Circo,e fala sobre a maior dica que pode darsobre Paris.
VOC NASCEU EM JOINVILLE,ESTUDOU EM CURITIBA, TRABALHOUNO RIO DE JANEIRO POR 20 ANOS EMORA EM PARIS DESDE 1986. COMO
CADA UMA DESSAS ETAPAS MARCOU ASUA FORMAO?
U
Ju
arezMachado
JUAREZ MACHADO
BRASIL / FRANA
www.jmachado.com
Tentei terminar a minha vida escolar omais rpido possvel para partir em buscade meu sonho: Escola de Belas Artes,frequentar museus, galerias, bibliotecas,conversar com outros artistas, viajar eviajar, ver obras de arte, conhecerescritores, poetas, ir ao teatro, concertos,palestras e cinema... pois ao conversarcom um sapateiro s se falar de sapato.
Aos 19 anos, feliz, parti para Curitiba,
Escola de Arte, trabalhei em televisoe teatrocomo cengrafo, ator.
Desenhei para os jornais da cidade, fizminhas primeiras exposies, ganhei meusprimeiros prmios em pintura, desenhoe escultura.
Com rgua e compasso desenhei em linhareta a minha vida. Cinco anos mais tardeme formei pela Escola de Msica e BelasArtes do Paran.
No dia seguinte tomei um nibus e fuipara um centro maior, Rio de Janeiro.Comecei tudo de novo: televiso, teatro,
esposies, jornais, revistas, capa de disco,capa de livros, novos amigos artistas,ditadura militar, passeatas, psicanlise,liberao sexual, liberdade da mulher,plula anticoncepcional, praia, drogae Bossa Nova.
Tudo isto na praia de Ipanema, que napoca ditava o novo comportamento parao resto do Brasil. Enfim, todas estas cidadese mais tantasoutras foram meconstruindoa partir de um projeto que jestava pronto, l longe, na minha infncia.
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Ainda no tenho este pensamento"onde vou envelhecer?"; talvez no
envelhea... ser mais prtico!!!
PARIS A SUA PARADADEFINITIVA?
FALAR DE PARIS, E MAIS AINDA,DE MONTMARTRE, ONDE RESIDE, FCIL E BASTANTE COMUM.MAS O QUE VOC ENCONTROU
EM PARIS QUE NO ENCONTROUEM LADO NENHUM?
Sobre cada lugar em que morei sempreevitei fazer comparaes e sim adies.A soma de todas as experincias que d
ao homem a riqueza de vida.Nos meus 68 anos de idadej montei 36casas, cada uma foi de um grande prazer,foi como construir um barco e com eleviajar pela vida. Adoro brincar de casinha.
J morei em Londres, New York, Veneza,Strasbourg, Pont-Mousson, St. Paul deVence, Nice, Boston, Los Angeles, semfalar de Curitiba, Rio, Florianpolis e Paris- e de todos estes lugares fiz minha ptria.
Meu ateli em Paris foi construdo em 1896especialmente para a funo de ateli deartista.
Situado nas colinas de Montmartre,na Rue des Abbesses, onde ilustresmoradores viveram, como Theo e seuirmo Van Gogh; Toulouse Lautrec, Picasso,Modigliani, Van Dongen, Max Jacob e tantosoutros. Sinto orgulho de fazer parte destahistria.
Prdio de6andares, patrimnionacional,todos os andares so atelis comgrandes janelas de vidro. O meu atelifica no 2 e 3 andares, o resto do prdio minha residncia.
VRIAS VEZES VOC J SE REFERIUCOM CARINHO AO SEU ATELI EMPARIS, UM GRANDE ESPAO EMMONTMARTRE, EM UM EDIFCIO
DO FINAL DE 1800. FALE UM POUCOSOBRE A IMPORTNCIA DESSE ESPAONA SUA VIDA.
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15PERGUNTASPARA:JUAREZMACHADO Este lugar muito mais que umparaso pessoal, meu templo, onde vivo,
trabalho e, melhor, recebo os mil amigos,daqui e de l,que passam para dizer um"Bonjour Maitre" ou tomar uma taa dechampagne.
ACABOU SE TORNANDO UMAESPCIE DE PARASO PESSOAL?
S consigo trabalhar com msica, tantoaqui como no Rio h caixas de som pelacasa toda. Certas pessoas acendem velasou incenso ou mesmo usam flores paraabenoar o ambiente; eu deixo a msicatocar, a voz dos anjos.
Detesto msica folclrica ou qualquerespcie de hino. S escuto msica clssica,boaBrasileira (que termina logo apsa Bossa Nova) e muito Jazz.
Acabo de inaugurar uma bela exposioem Paris, Galerie Valmay, 22 Rue de Seine;
Jazz-Danse. Est para sair o livro comtodas as obras, 45 quadros.
E A IMPORTNCIA DA MSICAENQUANTO VOC PINTA?
VERDADE QUE TEM UM RDIOLIGADO 24 HORAS POR DIA?
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Nesta poca, ousei e me permiti trabalharem todosos campos das artes visuais.
Pinturas, desenhos, gravuras, cenografias,
desenhos para capas de caderno,camisetas, ilustraes, desenhos de humorpara vrias revistas e jornais, no s noBrasil como no exterior, publicaes delivros sem texto (fui o primeiroa criarestes livros, usando apenas a imagemcomo linguagem), fazia um trabalho socialnuma clnica de psicanlise com crianase pr-adolescentes, me comunicandosomente atravs da mmica, desenhoe gestos.
Neguei completamente a palavra faladaou escrita. A teoriaera que quando umacriana aprende a falar tambm aprendea mentir, ela mais honesta no gestodoque na comunicao verbal ou escrita.
A POCA EM QUE MOROU NO RIOFOI O PERODO EM QUE MAIS ATUOUCOMO ARTISTA GRFICO,TRABALHANDO EM DIVERSAS REAS,
AT COMO MMICO EM SEUS QUADROSPARA O PROGRAMA FANTSTICO, DA TV
GLOBO. ESSE FOI UM PERODO DEEXPERIMENTAO EM VRIOS CAMPOSOU DE EXPRESSO TOTAL?
7Quando nasci, desceu um anjo emcasade minha me e disse: - "Vai, artista, serJuarez Machado na vida".
Portando, em todas as reas das artesvisuais tenho domnio.
At mesmo a apresentao de um pratode comida ou uma estampa de tecido ouas prprias roupas e sapatosque uso.
ENTO DESSA COMUNICAOEXCLUSIVAMENTE VISUAL EMTANTAS REAS, EXISTE ALGUMCAMPO EM QUE VOC TENHA
PREFERNCIA EM SE EXPRESSAR?
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Os personagem que desenho ou pinto notm olhos, deixo em aberto para oespectador do meu trabalho criar o "seu"olhar. As figuras no so cegas; vocque imagina o que elas veem, da omistrio.
UMA DAS GRANDESCARACTERSTICAS DOS SEUSTRABALHOS, TANTO EM
ILUSTRAO QUANTO NAPINTURA, SO OS OLHOS DE SEUS
PERSONAGENS, SEMPRE ENIGMTICOS.PODERIA COMENTAR SOBRE ELES?
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No tem a ver com os quadrosde Modigliani, tem muito mais com asesttuas greco-romanas.
S VEZES OS OLHOS DE SEUSPERSONAGENS REMETEMVAGAMENTE PINTURA DEMODIGLIANI... VOC TEVE
ALGUMA INFLUNCIA DELE OU DEALGUM ARTISTA DE OUTRA FASE?
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Em todo o meu trabalho tento provocaro "seu imaginrio", apenas dou o comeode uma histria; segundo a sua cultura,imaginao, desejos, medos, vergonhas,prazeres, que vai continuar e terminara histria que apenas iniciei numaimagem.
Os olhos so o espelho de "sua alma"
e no da minha.
ACHA QUE OS OLHOS SO O ESPELHODA ALMA E REFLETEM NOSSOSSENTIMENTOS?1 1
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Ainda dentro deste jogo de "faz de conta"coloco num tempo irreal, no tem nadade nostalgia, muito menosde passado,mas um tempo e um cenrio que vocconhece mas no viveu.
Mais uma vez, provoco o "seu" imaginrio,dando a magia do mistrio, oquestionamento, o ser e no ser, o damentira que pode ser verdade, porquesempre ser a "sua" verdade.
TAMBM SE PERCEBE EM SUASPINTURAS UM CERTO CLIMANOSTLGICO, COM
AMBIENTAO E O CHARME DEOUTROS TEMPOS. O MUNDO ERA
MELHOR NO PASSADO? Quando um artistafaz seu prprio retratoou pinta o retrato de algum, no significaque ele quer registrar a beleza dele prprioou do retratado e sim o poder que o artistatem de fazer parar o tempo.
O retrato atravs de uma foto um"instantneo", da o nome. No paraimortalizar, masoretratado viver maistempo. No o caso das pessoas queperdem horas nas filas do banco ou nosatrasos dos avies... na hora de morrereste tempo no ser descontado.
VOC TEM DIVERSOSAUTORRETRATOS FEITOSDURANTE SUA CARREIRA...O JUAREZ MACHADO
BOM MODELO?
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Esta pergunta completa a anterior. Quandofiz a minha primeira cirurgia dacoluna,no hospital em Paris fiz vrios autorretratosem pastel, pois estava com muito medode morrer.
Acabei fazendo mais trs cirurgias emuitomais autorretratos. Hoje tenho uma belacoleo de quadros e mais seis parafusosde titnio e duas hastes para sustentaros ossosfrgeis de minha coluna.
Tudo graas ao sofrido mural o "GrandeCirco"... mas nada grave, s di quandopenso.
UM DOS SEUS VRIOS TRABALHOS O BELSSIMO MURAL O GRANDECIRCO PARA O PORTAL DEENTRADA DO CENTREVENTOS CAU
HANSEN, CENTRO DE EVENTOSCULTURAIS EM JOINVILLE, MAS QUECUSTOU UM PROBLEMA EM SUA COLUNA.COMO ISSO AFETOU SEU TRABALHO? Conheo muito bem Paris e a Frana
inteira, porm no dou ideia alguma deprograma turstico: sempre no agrado,acham muito caro ou muito longe ou muitofrio, ou muito antigo.
Estudem antes; quando vim pela primeiravez (era aluno daEscola de Belas Artes)sabia de cor, como dizem os franceses"par coer" (traduo: "pelo corao")todas as estaes demetr, museus,monumentos e praas, o resto foramdescobertas.
POR FIM, PARA VOC QUECONHECE BEM A CIDADE, QUESUGESTES DARIA A UM ARTISTAVISITANTE PARA CONHECER EM
PARIS E QUE FOGE DOS ROTEIROSTURSTICOS?
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WORK IN PROGRESS
Quem nunca teve curiosidade em ver as cartas originais deVan Gogh? Aquelas mesmas que ele enviou durante a vida para
o irmo Theo, contando suas agruras e desventuras.Agora o Museu Van Gogh, de Amsterd, disponibilizou na netas cartas originais para consulta e, para facilitar a vida, aindatem a traduo para o ingls e um menu bastante detalhado,
j separando inclusive as cartas com sketches, que so super!
So nada menos que 902 cartas disposio... e at queVan Gogh tinha uma letra bonitinha:
INDUSTRIAL DESIGN SERVED
AS CARTAS DE VAN GOGH
TUDO SOBRE PRODUO GRFICA
Esqueceu os detalhes entre bitmap e vetorial? No sabe a diferenaentre impresso rotogrfica, flexigrfica e serigrfica? Nem fazideia do que seja retcula estocstica?
No se aflija, companheiro, seus problemas acabaram. O ProfessorRickardo (no, nada a ver com o editor desta revista) ajuda emtodos esses assuntos com dezenas de manuais, alm de indicaruma lista enorme de sites onde poder fazer um complementode pesquisa, incluindo tutoriais. Tudo de graa:
O site Industrial Design Servedmostra o que existe de melhor emdesign de novos projetos, que vaidesde pregador de roupa e clipsa carros esportivos e iates.
D vontade de ter tudo, tamanhobom gosto e inteligncia deconcepo de cada projeto.
Sem dvida um site de refernciapara quem curte design, e, dequebra, o menu ainda faz pontecom sites de moda, motion graphics,fotografia e tipografia, todos coma mesma qualidade:
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CURTAS
Esse um site simples mas muitobacana e merece destaque.
Se chama Work In Progress, e tal comoo nome indica, apresenta vrios trabalhoscom um passo a passo, sem explicaro processo, mas mostrando em umaanimao GIF a evoluo de cadailustrao.
O site recente, comeou no ano passadocomo parte do frum de ilustraoespanhol ArtBox, e j tem uma legiode seguidores e colaboradores, comoAdam Hughes:
www.artboxforum.com/wip
www.industrialdesignserved.com
www.vangoghletters.org
http://www.rickardo.com.br/prodgraf/tx_aulas.htm
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GUIA DO ILUSTRADOR- Guia de Orientao Profissional
ILUSTRAGRUPO - Frum de Ilustradores do Brasil
SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil
ACB / HQMIX- Associao dos Cartunistas do Brasil / Trofu HQMIX
UNIC - Unio Nacional dos Ilustradores Cientficos
ABIPRO - Associao Brasileira dos Ilustradores Profissionais
AEILIJ - Associao de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil
ADG / Brasil - Associao dos Designers Grficos / Brasil
ABRAWEB - Associao Brasileira de Web Designers
CCSP - Clube de Criao de So Paulo
www.guiadoilustrador.com.br
http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo
www.sib.org.br
www.hqmix.com.br
http://ilustracaocientifica.multiply.com
http://abipro.org
www.aeilij.org.br
www.adg.org.br
www.abraweb.com.br
Aqui encontrar o contato da maior parte das agncias de publicidadede So Paulo, alm de muita notcia sobre publicidade.www.ccsp.com.br