revista_ilust_11

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    Foto:arquivoRicardoAntunes

    ontinuando no empenho em mostrar todos os gneros deilustrao, nesta edio a Revista Ilustrar mostra outros aspectos da profisso,comeando com o trabalho de Luiz Rosso, que se dedica uma rea poucocomentada: a produo de cenrios para desenhos animados, conceptboardse matte paintings.

    Na sesso Sketchbook temos o trabalho formidvel de Marcelo Braga, diretorde arte que deixou as agncias de publicidade para fundar a bem-sucedidaMacacolndia, e na sesso Memria relembramos a trajetria de um dosmarcos da ilustrao e dos quadrinhos de guerra, Igncio Justo.

    No passo a passo temos algo novo: no o passo a passo de uma ilustrao,

    mas de um livro inteiro, mostrando o brilhante projeto "36 Vistas do CristoRedentor", criado pelo renomado ilustrador Renato Alarco.

    Na sesso Internacional temos a presena de Alberto Ruiz-Diaz com suasmulheres pr l de maravilhosas.

    E no final da revista temos a divulgao dos finalistas e tambm do vencedordo primeiro concurso criado pela Revista Ilustrar, com o apoio da Wacom,onde o primeiro lugar coube a Fernando Mosca, com uma ilustrao inspiradaem Alphonse Mucha.

    Uma edio bem recheada, e espero que gostem.

    Dia 1 de Setembro tem mais...

    DIREO, COORDENAO E ARTE-FINAL:Ricardo Antunes [email protected] DE ARTE:Neno Dutra - [email protected]

    Ricardo Antunes - [email protected]:Ricardo Antunes - [email protected]:COLABORARAM NESTA EDIO:

    ILUSTRAO DE CAPA:Fernando Mosca - [email protected]: [email protected] DE REPRODUO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada, postada,distribuda e divulgada livremente, desde que seja na ntegra, gratuitamente,sem qualquer alterao, edio, reviso ou cortes, juntamente com os crditosaos autores e co-autores.Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seo.

    2b

    EDITORIAL .........................................................................2 PORTFOLIO:Luiz Rosso .......................................................4 INTERNACIONAL:Alberto Ruiz-Diaz ..................................11 SKETCHBOOK:Marcelo Braga ..............................................18 MEMRIA:Igncio Justo .....................................................24 STEP BY STEP:Renato Alarco ..........................................31 ESPECIAL / CONCURSO ILUSTRAR:..........................38 CURTAS............................................................................... 42 LINKS DE IMPORTNCIA ............................................43

    R

    evistaIlustrar

    Helena Jansen - [email protected]

    Angelo Shuman (Divulgao) - [email protected] Gil Tokio (Fotografia - Igncio Justo) - [email protected]

    Diferentes cenrios...

    C

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    http://www.popmidia.com.br/ads/links/redir.asp?link=146http://www.popmidia.com.br/ads/links/redir.asp?link=149http://www.popmidia.com.br/ads/links/redir.asp?link=146
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    F A M L I A D EA R T I S T A S

    LUIZ ROSSO

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    PORTFOLO:LUIZROSSO

    eto de Nico Rosso,uma das mais emblemticasfiguras da ilustrao no Brasil,

    o qumico de formao e ilustradorpor afinidade, Luiz Rosso, acaboupor trilhar um caminho diferentedaquele que o av famososeguiu, se dedicando produode cenrios, conceptboards ematte paintings para desenhosanimados e filmes.

    O resultado fez com que se tornasseuma das maiores referncias nomercado brasileiro dentro da reade cenrios, trabalhando paraconhecidos anncios de TV,videoclips e desenhos animados.

    Recentemente passou a produzircenrios tambm para filmes daWalt Disney, o que permitiu aentrada para o mercado exterior.

    Foto:arq

    uivoLuizRosso

    L

    uizRosso

    Lembro-me de meu av desenhando. Papele lpis estavam sempre disposio em seuestdio. E eu tentando copi-lo (sem xito).

    Com meu desenho j em mos, era saguard-lo terminar a pintura da capa parareceber dele a paleta de cores: um semicrculode vidro grosso de aproximadamente 30 cm;um verdadeiro manual de misturas e

    composies cromticas.

    Um pouco mais adiante cheguei a fazer opreeenchimento com nanquim de pginasde quadrinhos, ou seja as famosas reascom "X".

    Isso no requeria conhecimento, nemhabilidade.

    Apesar de receber um dinheirinho extrapelo trabalho, este no rendia, pois passavaa maior parte admirando o desenho,

    a composio, e as solues encontradaspara resolver a cena.

    Quando ele deixava o estdio para ir lecionar,minha misso era o preenchimento e,principalmente, no danificar nada na suaausncia, para no pr a perder o trabalhode um dia inteiro.

    Pouco depois do AVC (*ver revista Ilustrarn 1), com sua superviso, cheguei at acolorir um trabalho iniciado por ele, com

    Ecoline, material que nunca tinha utilizado.

    Nestes momentos e mesmo noutros, nuncame passou pela cabea a hiptese de metornar um profissional da rea.

    Nunca houve um direcionamento explcitoquanto minha profisso. Estava assim livrepara escolher o que me deixasse mais feliz.

    Mas juntamos todas essas lembranas nabagagem, para depois, finalmente, us-lasna nossa vida profissional.

    N

    luiz rosso

    So paulo

    [email protected]

    www.rosso.com.br

    Filme O Grilo Feliz

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    O U T R A SI N F L U N C I A S

    5b5a

    PORTFOLO:LUIZROSSO

    PORTFOLO:LUIZROSSO

    Outras influncias vieram dos livros quefolheava na grande biblioteca que meuav possua: Tin Tin, Asterix, Billiken,Domenica del Corrieri.

    Lembro-me das revistas com os carimbos"cortezia do editor", de diversos gneros,muitos com outros quadrinistas, tais como:

    Shimamoto, Colonnese, Jayme Cortez, eilustradores: Manuel Vtor, Bencio,Lanzellotti, Igncio Justo.

    Deixo bem claro que os nomes citadosaqui so os que vieram minha memriadaquela poca.

    Quando me profissionalizei e at os diasde hoje, passei a me inspirar em muitosoutros artistas, nomes conhecidos pelamaioria e no seria o caso de elenc-los.

    Filme Fbrica de Mgicas

    Anncio Toddynho

    Concept Arctia

    D A Q U M I C AP A R A O D E S E N H O

    A minha opo pela qumica veio daquela

    parte "smia" e admirao pela profisso domeu pai que foi qumico, e trabalhou,principalmente, na rea de alimentos emempresas como a Kibon e a Maguari.

    Interessante que ele percorreu o sentidoinverso e "smio" comeou no desenho.

    Eu j via a qumica em outro lugar. Nastintas e pigmentos, assuntos sempreabordados em famlia. Meus tios so donosde uma empresa de tintas e vernizes (equmicos tambm).

    E se pensarmos em gentica? Isso no qumica?

    A minha "viagem" para o mundo do desenhose deu com o falecimento do meu av.

    Por que s nos damos conta da importnciado que temos quando as perdemos?

    Como primeiro passo decidi cursar a EscolaPanamericana de Arte. E os caminhos davida vo se bifurcando e outras escolhasteriam que ser tomadas.

    Em certo momento teria que decidir seassumiria o cargo (concursado) de OficialLegislativo da Assemblia Legislativa doEstado de So Paulo. No assumi em proldo desenho.

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    D E S E N H OA N I M A D O

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    PORTFOLO:LUIZROSSO

    PORTFOLO:LUIZROSSO

    Bem, tinha que sobreviver do desenho e,com pasta debaixo do brao, fui luta.Isto em 1983, mais ou menos. Nasentrevistas algo me assombrava. Ao meapresentar era inevitvel a pergunta:

    O que voc do Nico Rosso?

    A partir da resposta estava diante deum dilema. Comparaes eram,inevitavelmente, feitas. Teria que serigual? Melhor? Se fosse menos serviria?Trabalhar com algo que no fossediretamente ligado aos trabalhos do meuav (digo ilustrador, capista e quadrinista),seria a sada.

    A sorte ajudou. A trs quadras de ondemorava havia uma casa com um estilodiferente, nada que dissesse o que faziamali, mas os comentrios de todos do bairroeram que produziam desenho animado;

    meu conhecimento de desenho animadona poca era Pica-Pau, Z Colmeia e Disney(risos).

    Contatos na redondeza me fizeramconhecer a secretria da Start DesenhosAnimados (estdio que na poca produziaos comentadssimos comerciais da Sharp)e deixei a minha pasta (ou seria portfolio?)para apreciao.

    No fui chamado para uma entrevista deimediato e cheguei a retirar a pasta edeix-la novamente com novos desenhos

    por achar que os anteriores no tinhamagradado. Insisti, e quando menosesperava fui chamado.

    Entrevista marcada com Walbercy,compareci sem saber o que me aguardava.No estava ali candidato vaga alguma.No estava l atravs de um anncio de

    jornal solicitando profissionais.

    De uma coisa tinha certeza; aquelapergunta no iria me assombrar. Saudaesiniciais feitas, me apresentei; reparei emminha pasta ao lado da sua mesa deanimao; quebrado o gelo e ouvindoalguns comentrio sobre meu trabalho,eis que no melhor estilo de um roteiro deterror (assunto que nunca me assombrou,pois minha leitura preferida eram osquadrinhos de terror) surge a pergunta:"Voc parente do Nico Rosso?"

    Dito de forma diferente mas com aquelemesmo efeito.

    Fui apresentado a todos do estdio comoneto do Nico Rosso em um "tour" dedemonstrao de como era a produo deum comercial.

    Como minha falta de experincia era tcita,fui convidado a tentar um teste na reade cenrios (BGs). Teste iniciado e mesmosem ter terminado, outra frase me marcou:

    - Vou confiar no NOME. Passe na secretariae veja quais documentos voc precisaprovidenciar. Est contratado;conversaremos de salrio amanh.Outra batalha a vencer.

    Concept Gatorade

    O S C E N R I O S

    No poderia deixar esta oportunidadeescapar.

    A partir deste dia s respiraria desenhoanimado. Em especial, cenrios.

    Foram dias e noites, alis, muitas noitessem dormir. Durante trs anos neste

    estdio s fiz isso, que chamarei deespecializao.

    Naquela poca o mercado de animaoconcentrava-se em poucas mos - mercadoeste que s se ampliaria com o adventoda computao grfica.

    Neste ltimo perodo produzindo comerciaispara a televiso comecei a ser procuradopor outros estdios.

    Decidi ento que ao invs de trabalhar fixo

    em um estdio seria melhor produzir paratodos na forma de freelance.

    Meu ingresso na Start coincide com oscomerciais da Sharp, com os personagensque muitos, na poca, acreditavam serda Sharp, mas na verdade so personagemdo longa metragem "O Grilo Feliz" deautoria do Walbercy, lanado em 2001.

    Isso mesmo: trabalhei nos comerciais eno longa em duas fases. A primeira,quando era fixo, e, depois, como freelance.

    Outros comerciais: Cotonetes Johnson's,Bubblegummers, Faber-Castell.

    Como freelance para diversos estdios

    colaborei nos seguintes comerciais:Variguinho, Lolo (Milkybar), Toddynho,Bond Boca (Cepacol), Mveis Taurus,Kinder Ovo, Fbrica de Mgicas, ColeoMoranguinho, Bamerindus, Nikito,Yakult,Guaran Ta, Vicki, Rodasol, Lacta,Barateiro e outros.

    Nas aberturas em animao, dosprogramas Show da Xuxa e Trapalhes.

    E os videoclips "A Luz de Tieta" de CaetanoVeloso e "Cegos do Castelo" da bandaTits.

    P R O J E T O SE N V O L V I D O S

    Anncio Yakult

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    C A R A C T E R S T I C A SD E U M C E N R I O

    D O S A N N C I O SP A R A A D I S N E Y

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    PORTFOLO:LUIZROSSO

    PORTFOLO:LUIZROSSO

    Em 1989, Haroldo G. Neto havia retornadodos EUA aps estudar e trabalhar nosestdios Disney. Convidou-me para aproduo de um piloto.

    Antevendo a possibilidade de produziros seriados aqui no Brasil, colaborei comcenrios para o seriado "DuckTales".

    Aprovado, passou a produzir os episdiosdos "Ursinhos Gummi" (Gummi Bears)do qual no participei.

    Trabalhando somente nos seriados"Bonkers", "Goof Troop" e "Aladdin" sendoque neste ltimo, no episdio "MoonlightMadness", tenho nos crditos a direode arte.

    Isto com certeza abriu as portas parao mercado internacional.

    Videoclip Tieta Anncio Yakult

    No meu modo de ver, os cenrios tmcaractersticas prprias que os diferemde uma ilustrao.

    Baseio-me no cinema tradicional, ondeelementos de composio da cena,iluminao e clima ajudam a animaoa contar a histria. O cenrio o palcoonde os personagens contracenaro.

    Veja por exemplo as imagens que ilustraroesta matria. Aqui sero apenas ilustraes.J nos seus respectivos filmes, adquiremnova conotao.

    Deixaro de ser estticos e, na composiofinal, ganharo movimentos de cmera,

    zoom in e zoom out, travelingdos planos (over lays) e ganharomovimentos prprios simulando umaparalaxe.

    Focagem e desfocagem dando a impressode profundidade de campo. Isso sem contaros efeitos de ps-produo que poderoser adicionados.

    Em certos momentos, o cenrio nem temque ser percebido; j em outros, poderser o protagonista da cena. Como numasinfonia, quando um instrumento solaos outros fazem a base, sempre emperfeita harmonia.

    Filme Fada Fofa

    Filme O Grilo Feliz

    Filme Nikitos

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    C O N C E P T B O A R D &M A T T E P A I N T I N G

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    PORTFOLO:LUIZROSSO

    PORTFOLO:LUIZROSSO

    Concept CCAAFilme Boticrio

    Matte painting C&A

    Viu a necessidade, atenda! A frase no minha, de um personagem de desenhoanimado.

    Aqueles testes de cores que eu fazia antesde comear o trabalho na busca da melhorsoluo, os conceptboards, tornaram-seuma necessidade de mercado.

    Ento por que no produzi-los? Vriasprodutoras procuram este tipo de trabalhoem vrios nveis e detalhamento, seja parauma direo de arte, desenvolvimento de

    ambientes para CG e 2D, apresentaoao cliente. Nesta onda passei a fornecero matte painting.

    Lambram se Star Wars e Raiders of theLost Ark? Muitos daqueles cenrios nuncaexistiram realmente, o live action foicomposto com pinturas em vidro alterandoassim a cena.

    Atualmente, nada mais que uma pinturadigital, convincente com a cena que ir

    alterar.

    Utiliza-se o matte painting tambm emanimao 3D com o intuito de reduziros custos e tempo de renderizao.

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    PORTFOLO:LUIZROSSO

    PORTFOLO:LUIZROSSO

    Filme Toddynho

    Concept Cheetos

    P R O J E T O S

    F U T U R O S

    Continuar trabalhando, principalmente emcinema de animao 2D e 3D, que agora

    j parte de alguma sequncia protica(AGTCTG ou ser em CAGTACG?!) nosmeus genes e continuar resgatando todaa obra do meu av que perdeu-se como acidente em seu estdio (*ver RevistaIlustrar n 1).

    Concept Cheetos

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    PORTFOLO:LUIZROSSO

    PORTFOLO:LUIZROSSO

    Concept Arctia

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    ALBERTO

    RUIZ-DIAZ

    11 b11a

    Foto:arquivoAlbertoRuiz-Diaz

    A

    lb

    ertoRuiz-Diaz

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    artista, ilustrador, escultore designer grfico Alberto Ruiz-Diaz

    conseguiu um feito notvel: optoupor deixar de lado uma longa e slidacarreira na poderosa DC Comicspara mudar radicalmente de vida.

    Abriu a sua prpria editora parapublicar, no comeo, seus prprios

    desenhos.

    O resultado a Brandstudio Press,editora que publica hoje alguns dos

    mais cobiados livros de ilustraoe personagens do mercado, nos de autoria de Alberto mas devrios outros artistas.

    Alberto conta um pouco sobre asua trajetria, sobre a editorae sobre suas obsesses.

    CONTA-SE QUE VOC FOI UMA CRIANA MUITO CURIOSA.E EXISTE UMA HISTRIA QUE DIZ QUE, AOS 5 ANOS DEIDADE, VOC DESENVOLVEU UMA CERTA OBSESSO PORFSICA, E AOS 7 ANOS DE IDADE PUBLICOU OS SEUS

    PRIMEIROS PENSAMENTOS SOBRE O TEMA.ISSO VERDADE?

    Heh, heh! Isso foi uma piada. Eu realmenteno lembro o que estava fazendo quandotinha 5 anos. bem possvel que eu estivesseapenas molhando a minha cama.

    No entanto, eu desenvolvi de alguma formauma obsesso com o sexo feminino, porvolta dos 7 ou 8 anos.

    No desenhei nada nessa poca, s dispendi

    O

    Alberto ruiz-diaz

    Estados unidos

    [email protected]

    www.brandstudio.com

    uma quantidade terrvel de tempoobservando e admirando mulheres.

    A minha obsesso no tinha nada a ver comsexo, eu s achava que suas formas eramfascinantes e eu estava intrigado com oquanto elas eram diferentes dos homens.

    Eu podia sentar na minha janela por horass para v-las caminhando. Estavahipnotizado com o quanto elas eramgraciosas, curvilneas e cheias de vida nessapoca e ainda sinto da mesma forma hoje.

    As mulheres so os mais belos seres criadospor Deus!

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    Correto! Mesmo ainda bem novo euvisualizava professores, sacerdotes,

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    Eu trabalhei com a DC Comicspor muito tempo. No como umartista de quadrinhos, mas sim

    como um designer grfico.

    A melhor parte estava em daremvrios e diferentes projetos parase trabalhar neles.

    COMO ERA DE SE PREVER, AQUELAS TEORIAS SOBREFSICA NO FORAM LEVADAS A SRIO PELACOMUNIDADE CIENTFICA, MAS SEUS DESENHOSDA POCA CHAMARAM A ATENO DOSPROFESSORES, CERTO?

    VOC CHEGOU A TRABALHAR DURANTEMUITO TEMPO COM UMA DAS GRANDESEDITORAS DE QUADRINHOS. QUAL FOI APARTE BOA DESSE PERODO?

    Eu nunca chamei a mim mesmode ilustrador profissional.

    No trabalhei nessa rea pormuito tempo, no penso emmim como um.

    Eu sempre admirei muito grandesilustradores e para ser bastantesincero, no comeo da minhaconfusa adolescncia eu penseiem me tornar um ilustradorfamoso, mas eu no chamo o quefao de Ilustrao, pelo menosno no sentido tradicional.

    Eu uso essa palavra comoa maioria das pessoas usam

    papel higinico ou sabonete.

    Eu no sou apaixonado porrtulos, mas se fosse necessriodescrever o que eu fao, acho quea palavra mais prxima seria"cartunista".

    A PARTIR DA, COMO SE LANOU COMOPROFISSIONAL DE ILUSTRAO?

    Fsica e arte fazem parte de umacoisa muito maior para mim.

    E ISSO O FEZ DESISTIR DA FSICA EESTUDAR ARTES?

    Ter o meu trabalho avaliadoe alterado por uma comissode marqueteiros sem talento,disfarados de "criativos".

    E A PARTE RUIM?

    policiais e outras figuras de autoridadecomo mentirosos, tiranos, predadoressexuais e hipcritas.

    Eu tinha muitas razes para justificara minha maneira de pensar.

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    San Diego Comi-Con

    enorme e importante paramim porque os nossos livrose nosso trabalho ficamexpostos adiferentes tiposde pblico.

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    A COMI-CON HOJE UMA DASMAIORES FEIRAS DE QUADRINHOSDO MUNDO, ONDE VOC TEMPARTICIPADO J H ALGUNS

    ANOS. O QUE ELA REPRESENTAPARA VOC?

    Temos que fazer umadistino entre os quadrinhosde super-heris das grandescorporaes (Marvel e DC) edo resto.

    Quadrinhos corporativos soconchas patticas, eles no

    fazem qualquer dinheiro porqueo pblico muito limitado.

    Esses quadrinhos so mantidos vivoss para alimentar os negcios comfilmes e o negcio de licenciamentode personagens (brinquedos, roupas,

    jogos de vdeo, etc.)

    Os melhores quadrinhos esto sendoproduzidos por editoresindependentes e individuais, maspoucos deles fazem uma vidadecente no meio; a maioria doscriadores de quadrinhos estoapenas espera de um acordo

    para um filme ou um acordopara um brinquedo ou umacordo para um jogo.

    A maioria dos quadrinhosamericanos hoje so umadroga.

    COMO V HOJE O DESENVOLVIMENTODO MERCADO DE QUADRINHOS?

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    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    Porque eu sou louco. No sou felizquando algum tem controle sobreo meu sustento.

    Eu no sou bom em trabalhar em umambiente de equipe, eu odeio que medigam o que fazer, vindo de pessoasque desprezo.

    Toda a minha vida fui me preparandopara este momento.

    EM DETERMINADO MOMENTO DA SUA CARREIRA,VOC DEIXOU TODO O TRABALHO DE UMA VIDA,TRABALHANDO COM A DC, PARA RECOMEAR DOZERO, ABRINDO A SUA PRPRIA EDITORA,

    A BRENDSTUDIO PRESS.POR QUE TOMOU ESSA DECISO?

    Estou mais feliz e mais saudvel do quenunca e menos incisivo para explosesviolentas.

    E COMO ESSA DECISO MUDOU A SUA VIDA?

    Eu amo todos os aspectos da Pop Art:caricatura, quadrinhos, desenho depersonagem, animao, design grfico,design de livros e direo de arte,ilustrao, design, design de brinquedose jogos, mas a minha nica obsesso desenhar, esculpir e pintar mulheres.

    OS SEUS TRABALHOS SO MARCADOS PELOSDESENHOS DE MULHERES, SEMPRE MUITO ATRAENTES.ESSA CONTINUA SENDO A SUA OBSESSO?

    E ser at o dia em que eu morrer.

    E CONTINUA SENDO AINDA HOJE?

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    Escultura ensina-me a desenhar o quevoc no consegue ver. Ela me ajuda aperceber e aprofundar a formas que vejona minha cabea.

    PARA CONHECER MAIS:

    http://brandstudiopress.blogspot.com

    http://www.brandstudio.com

    http://processjunkie.blogspot.com

    http://scribblettes.blogspot.com

    http://signeersessies.blogspot.com

    http://gusarapos.blogspot.com

    A PARTIR DOS DESENHOS VOC COMEOU ADESENVOLVER TAMBM A ESCULTURA. DE QUE

    MANEIRA ELA O AJUDA NA PERCEPO DO SEUDESENHO?

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    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    Estou ciente de alguns ilustradores, masdevo confessar que no conheo tantoquanto eu gostaria.

    POR FIM, TEM CONHECIMENTO DA PRODUO DEILUSTRAO NO BRASIL?

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    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

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    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

    INTRNACIONALALBERTORUIZ-DIAZ

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    MARCELO

    BRAGA

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    Foto:arquivoMarceloBraga

    Ma

    rceloBraga

    SKECTHBOOK:MARCELOBRAGA

    iretor de arte que deixou aagncia de publicidade DPZ, onde trabalhava,para se dedicar exclusivamente ilustrao,Marcelo Braga fundou, junto com mais trsamigos, um dos mais atuantes estdios deilustrao do Brasil, a Macacolndia.

    Nascido em So Carlos (SP), desenha desdecriana, influenciado pelos quadrinhos,desenhos animados e amigos, e em 2000

    se formou em Desenho Industrial pela Unespde Bauru (SP).

    Sua entrada na DPZ aconteceu, principalmente,por causa de uma pasta cheia de rabiscos -mais do que pelo portflio de design, que,segundo ele, passou batido na avaliao daagncia.

    Foi dentro da agncia que descobriu que queriaser ilustrador e no diretor de arte, e da paraa Macacolndia foi um passo.

    Marcelo abre para a Revista Ilustrar sua coleode sketchbooks.

    D

    MARCELO BRAGA

    so paulo

    [email protected]

    http://diburros.blogspot.com

    Pra mim o sketchbook se tornou essencial. importante poderdesenhar a qualquer hora e quase em qualquer lugar.

    Nunca d pra saber quando voc vai ter uma ideia legalpra um personagem - ou ento um personagem

    pronto aparece no meio do seu almooe praticamente pede pra ser desenhado.

    Voc tambm pode querer anotar alguma coisa ou desenharuma casa caindo aos pedaos que t bem

    na frente do ponto de nibus.

    D pra carregar pra toda partee um jeito de ter vrios

    desenhos num lugar s, sem apreocupao de organizar um monte

    de folhas, papis e guardanapos quede outra maneira iriam pro lixo.

    Por outro lado, muita coisa quedevia ir pro lixo, tambm no vai.

    Fica no caderninho um retratomais honesto do trabalho,para o bem e para o mal.

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    SKECTHBOOK:MARCELOBRAGA

    SKECTHBOOK:MARCELOBRAGA

    S o fato de voc ter um sempre porperto j te garante horas de desenhoque, sem ele, no existiriam.

    Como tudo na vida, desenhar gostar epraticar, e como pra mim o sketchbookno tem funo alm dessa, posso soltaro trao, testar outras tcnicas, mudarminha letra, inventar uma piada, rafearuma ideiazinha, enfim, encher as pginascom o que der vontade e depois comearum novo.

    Quando comecei a usar esses cadernosno percebia algumas coisas, masconforme fui acumulando sketchbooks,comecei a notar as mudanas pelas quaismeu desenho foi passando, como foievoluindo, quais eram as influncias eas bobagens que eu pensava em cadapoca.

    um bom registro, pq voc comea arelacionar outros eventos da sua vidapor aquelas pginas, onde estava quando

    desenhou aquilo, comquem estava, o que estavapensando.

    Todas essas experincias acabamenriquecendo muito o trabalho, a maneirade ver o trao e de pensar o desenho.

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    SKECTHBOOK:MARCELOBRAGA

    SKECTHBOOK:MARCELOBRAGA Nos meus caderninhos os temasvariam muito; costumo passar

    por fases.

    Tem a fase do lpis, da caneta, dosamigos, dos rafes de HQs, do desenhode observao ou at da viagem total.

    Pra mim, variar o mais interessante - seeu vejo que estou me repetindo de algumaforma, j mudo o enfoque e tento outra coisa.

    Costumo at enjoar momentaneamentedos cadernos; se isso acontece continuoem outro.

    por isso que tenho alguns comeadosem estgios diferentes, mas quelentamente vo ao mesmo tempose completando.

    O importante pra mim poder, dentrodos limites dessas pginas encadernadas,cultivar a liberdade de rabiscar o que quiser.

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    IGNCIO

    JUSTO

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    Foto:Gi

    lTokio

    Ig

    ncioJusto

    MEMRIA:GNCIOJUSTO

    Todavia, quando conheceu NicoRosso, que o apresentou EditoraContinental, comeou a ganhardinheiro pelos seus trabalhos,fazendo quadrinhos de guerra eterror, passando a conviver com

    ascia em 12 de fevereirode 1932 aquele que viria a seroficial da aeronutica TenenteBenedicto Igncio JustoSiqueira, mas que mais tardeficou conhecido apenascomo Igncio Justo, grandeilustrador e quadrinistadedicou boa parteda vida criando histrias

    e ilustraes retratandoa vida militar e a guerra.

    Publicou sua primeira histriaem quadrinhos, "Aventuras de

    Paulinho" (homenagem a umprimo), em 1942, pouco antes decompletar 10 anos de idade, noSuplemento Juvenil, de Adolfo Aizen.

    Desde ento, manteve-se, at 1959,desenhando como simples passatempo.

    N

    Igncio justo

    So Paulo

    www.ignaciojusto.hpg.ig.com.br

    artistas que, como ele, seconsagrariam: Shimamoto, Delb,Jayme Cortez, Getlio Delphin,Igayara, Osvaldo Talo, Maurcio,Gedeone, Izomar, Colonnese, Zallae Lyrio Arago, entre outros.

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    Seu esprito guerreiro o faria, a partirde ento, tentar uma malogradacampanha pela nacionalizaodas histrias em quadrinhos, queresultou num cisma. Na editora,permaneceram ele, Rosso e algunsdesenhistas iniciantes.

    Ingressou, em 1954, na Infantaria doCPOR (Curso de Preparao de Oficiais

    MEMRIA:GNCIOJUSTO

    MEMRIA:GNCIOJUSTO

    da Reserva), de So Paulo, de lsaindo como tenente. No prosseguiuna carreira militar, porm, apaixonou-se por aviao.

    E em 1956 entrou para o Aeroclubede So Paulo, tendo se aprofundadonos estudos da aviao mundial suporte para suas histrias de guerra e feito muitos voos pelo Brasil.

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    MEMRIA:GNCIOJUSTO

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    Sempre manteve nas suas histriasem quadrinhos, a despeito de quaisquergovernos, suas mensagens dehumanismo, em todos os seus traose tramas, desde o gnero de guerraao terror.

    Isso se comprova nos trabalhospublicados em todas as editoras quedesfrutaram dos seus excelentestrabalhos, como a Taika, a Pan

    Juvenil, a Edrel e a Abril, com fartasinformaes polticas, realistas edidticas, revolucionando a narrativadas histrias em quadrinhos.

    Inclusive, desenhado histrias "semquadrinhos", isto , sem contorno nasmontagens dos quadros, fato queaconteceria com bastante frequncianas histrias em quadrinhos modernasdos super-heris americanos, j naera da computao grfica.

    Quando deixou de desenhar paraa Editora Taika (que sucedeu aOutubro, sucessora da Continental),em 1971, tornou-se um dos principaiscolaboradores da MeC, de Minamie Cunha, egressos da Edrel.

    Foi responsvel, direta ouindiretamente, pelo lanamentode dezenas de artistas, que sealimentavam, artstica eculturalmente, das suas aulas noestdio que chamava de "barraco",

    como: Pedro Mauro Moreno (h anos,radicado nos Estados Unidos),Salathiel de Holanda, com quem fez"Samurais" (Combate n 30, Taika,s.data), Natanael Fuentes, Jos LuizPinto, Egberto Barbosa, Lincoln Ishida,Aparecido Cocolete, Wanderley Felipe,Antnio Fernandes Filho (TonyFernandes), Agenor Silva, IngoPassolde, Alcione Arauda (publicitria)e Marcos Silva (ilustrando naEspanha), entre outros.

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    Com um trabalho alicerado nos claros-escuros, nas consistentes pinceladas

    e nos vigorosos traos, que marcariamseu estilo inconfundvel, fez centenasde histrias em quadrinhos, de todosos gneros.

    Artista culto e de grande discernimento,comanda seus traos de acordo coma necessidade da obra, como nasuavidade da excelente obra sobrehistrias do Exrcito, Marinha eAeronutica brasileiros, publicadono Almanaque Disney (Editora Abril,1972 a 1973), ou como nos cartunsfeitos para ilustrar piadas de revistasda Editora Edrel, em 1970, mostrando-

    se ecltico e desenvolto, como poucos(desenhou, tambm, histrias desamurais, de folclore e de ficocientfica).

    especialista em anatomia (humanae animal), material e assuntos blicos,desde armamentos medievais amodernos avies de bombardeio,qualidade destacada no livro "A Tcnicado Desenho", de Jayme Cortez.

    MEMRIA:GNCIOJUSTO

    MEMRIA:GNCIOJUSTO

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    Seu trabalho foi levado a Okaido(Japo), na dcada de 1980, por KaiokoOgawa, tornando-se grande destaque.

    Fez as mais belas e fascinantes histriasde guerra do acervo quadrinsticonacional, narrando desde as tramasmais fantsticas s mais realistas daFora Expedicionria Brasileira, nacampanha de Monte Castelo, Itlia, naSegunda Guerra Mundial.

    Igncio Justo foi grande homenageadodurante a premiao do HQMix de2006, e hoje leva uma vida tranquila,fazendo pintura em telas.

    Fonte:

    www.ignaciojusto.hpg.ig.com.br

    MEMRIA:GNCIOJUSTO

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    RENATO

    ALARCO

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    Foto:ar

    quivoRenatoAlarco

    R

    enatoAlarco

    STEPBYSTEP:RENATOALARCO

    Para as ilustraes deste livro useiaquarela e lpis apenas.

    O desenho , certamente, um elementode fundamental importncia nestascomposies, ficando a pintura s vezesem posio secundria. s vezes gostomais de desenhar do que de colorir.

    Produzi desenhos nos locais onde estive,esquema on the spot, e tambm produziatravs de fotos que fiz.

    esta vez a Revista Ilustrar irmostrar um passo a passo diferente. No de uma

    ilustrao, mas o projeto de um livro inteiro.

    Renato Alarco, um dos mais prestigiadosilustradores do Brasil, publicou recentemente

    um livro intitulado 36 Vistas do CristoRedentor, uma srie de ilustraes tendo comotema central a famosa esttua no Rio de Janeiro,

    que aparece sempre de forma direta

    ou indireta nas imagens.O livro teve como inspirao e ponto de

    partida a famosa srie de gravuras 36Vistas do Monte Fuji, criadas peloartista japons Katsushika Hokusai

    por volta de 1830, mas asimagens foram transportadaspara a realidade atual do Rio.

    Alarco tambm fala doprocesso de criao e de pesquisa

    at chegar no resultado final do livro.

    D

    Renato alarco

    rio de janeiro

    [email protected]

    www.renatoalarcao.com.br

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    STEPBYSTEP:RENATOALARCO

    STEPBYSTEP:RENATOALARCO

    O processo de criao destas aquarelassobre o Redentor aproximou-me doregistro plein air, e mesmo da dinmicado fotojornalismo, quando somosdesafiados a sair a campo e registraro mundo tal qual ele se apresenta diantedos nossos olhos.

    Apresento algumas ilustraes dolivro na forma de desenhos linearesem tonalidades castanhas, em buscade um contraponto com outras artesonde h a presena de cores intensase os volumes so mais trabalhados.

    O convite para ilustrar um livrocom36 vistas do Cristo Redentorchegou a mim como uma grandesurpresa.

    A editora Casa 21 j havia publicadouma srie com belos livrosilustrados sobre diversas cidadesbrasileiras, e, dentre o rol de artistascom quem haviam trabalhadoestavam profissionais pelos quais

    eu tenho profunda admirao, comoo italiano Mattotti, o francs Jano,o argentino Nine e tambm colegasbrasileiros de talento excepcionalcomo Llis, Guazelli e MarceloQuintanilha.

    Fazer parte deste time foi umagrande honra e tambm umaresponsabilidade que pesou muitodurante os meses de trabalho queeste projeto exigiu de mim.

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    STEPBYSTEP:RENATOALARCO

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    A regra primordial foi buscar qualquerCristo, menos o do carto postal.

    Para isso cheguei a subir nosguindastes abandonados do cais doporto, s para chegar at a cabine esentar-me na cadeira do operador paradali ver o Cristo Redentor na paisagem.

    Ao longo deste projeto muitas vezesme perguntei, at que distncia ainda

    possvel ver o Cristo Redentorpaisagem? Que pessoas, quepersonagens vivem sob seu olhar?Que janelas o emolduram?

    O enquadramento e os temasbuscam de alguma maneiraestabelecer um dilogo com oobservador, lev-lo a locaisdesconhecidos do Rio de Janeiro,mostrar maneiras novas deobservar lugares familiares, ouento, simplesmente estimularalguns voos da imaginao.

    O projeto 36 Vistas do Cristo

    Redentor parte de antecedenteshistricos pelo mundo afora, ondeartistas diversos sentiram-seatrados por algum elemento dapaisagem e fizeram dele o temacentral de uma srie de imagens.

    Atrado pela fora mgica e simblicado Monte Fuji, o artista japonsKatsushika Hokusai (1760-1849)foi quem mais se destacou na tarefade represent-lo graficamente, tendocriado duas maravilhosas sries dexilogravuras sobre a montanha.

    A primeira, 36 Vistas do Monte Fuji,

    que na verdade reunia 46 imagens,foi inteiramente realizada em cores,e dela fazia parte a famosa gravuraA Grande Onda.

    A segunda, 100 vistas doMonte Fuji, foi apresentada numacoleo de trs livros ilustrados,produzida inteiramente em tonsde preto e cinza.

    Desenhar o Cristo envolveu um longotempo de pesquisa, no qual foram feitasdiversas incurses na paisagem cariocaem busca de ngulos e temasinteressantes.

    Nestes passeios onde tive o Redentorcomo bssola, foram produzidas

    perto de 2000 fotografias, diversosvdeosde curta durao, esboos eaquarelas,enfim toda uma pesquisaque resultou em um material muitorico visualmente.

    Tive tambm a valiosa oportunidadede ir a locais e conhecer pessoasque, de outra forma, no conseguiria.

    A Grande Onda, Katsushika Hokusai

    www.spideronthefloor.com/jordan

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    O tema do meu projeto de concluso de curso foi um ensaiovisual ilustrado sobre a cidade do Rio de Janeiro.

    Aos vinte e poucos anos eu me vi percorrendoruas em que jamais havia pisado antes, praase muitos locais recnditos da cidade.

    Foi l que descobri os personagensdo meu projeto, por ondetransitavam, onde dormiam,que conversavam, como viviam.

    Ao subir e descer favelas,desenhar, fotografar econversar com pessoas,estava em busca de maishistrias, j compreendendoque o texto a prpria costelade onde nasce a ilustrao.

    Foram visitas a barracos no topode favelas, de onde pude desfrutarde panoramas privilegiados;passeios na cabine das modernasbarcas que trafegam na Baa deGuanabara, e mesmo a belezasilenciosa do cemitrio So Joo Batista,onde repousam brasileiros notveiscomo Carmem Miranda, FranciscoAlves, Santos Dumont e Tom Jobim.

    36 Vistas do Cristo Redentor a voltacompleta de um crculo cujo traadoiniciei por volta do ano de 1994.

    Na poca, eu era um jovemestudante de design grfico, j emvia de me formar pela Escola deBelas Artes da UFRJ.

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    CONCURSO

    CAPA ILUSTRAR

    Foto:arquivoFernandoMo

    sca

    F

    ernandoMosca

    C

    FERNANDO MOSCA

    so paulo

    [email protected]

    www.oldblackgallery.com

    1 lugar

    Inspirar-se em Mucha, eu acredito que umadas coisas mais fceis - basta olhar para qualqueruma de suas obras e inspirao no falta.

    Agora escolher Alphonse Mucha para ser o panode fundo desse projeto, isso sim tem umaexplicao: conversando com um amigo, meassustei com o tamanho entusiasmo com que elefalava de um desses novos virais da internet queacabara de bater na porta de seu endereoeletrnico.

    Eram as obras de um ilustrador que, segundoesse meu brother, conseguia um valor afetivo,um saudosismo de uma poca em que no

    vivenciamos... blblbl ... mas o que mais mechamou a ateno foi que ao descobrir de quemse tratava eu vi que estava tendo um mal-entendido.

    Esse amigo pensou que realmente Mucha eracontemporneo, um ilustrador atual que buscaem sua tcnica mais purista, uma volta aoselementos naturais de ilustrao do passado.

    Expliquei que o ilustrador, como ele falou,viveu entre o final de 1800 e o incio do sculopassado; falei tambm que ele pode serconsiderado o av das pinups - e diante da cara

    de putz, que viagem me caiu a f icha de queele tinha uma certa razo.

    Alphose Mucha moderno pra caramba, oilustrador hoje parece ter se cansado de todasaquelas ferramentas tecnolgicas, ou melhor, aaparncia de ter usado determinada ferramenta,e percorre o caminho inverso atrs de mestrese dicas nas entrelinhas de seus trabalhos.

    Ento surgiu esse concurso - e trabalhar comMucha tinha tudo a ver com essa proposta, almde se tratar de um grande mestre, grandessssimomestre, tem tambm essa minha vontade debuscar tcnicas e referncias diferentes de tudo

    aquilo que j experimentei.A Calliope Le Muse, como chamei esse desenho, tudo isso, a ideia de ter uma musa para inspiraros desenhistas e uma homenagem ao mestreque inspira tantos com suas artes.

    A revista Ilustrar para mim sempre sintetizouisso, se as musas so estmulos visuais que nosdespertam a vontade de desenhar cada vez mais,a revista alm de prestar uma homenagem aquem tem mestria, tambm causa esse impulsode me fazer correr para a prancheta depois decada edio.

    hegou ao fim o primeiro concursopromovido pela Revista Ilustrar com o apoioda Wacom, onde o vencedor tem a suailustrao publicada na capa desta edio,assim como tambm ganha uma novssimatablet Wacom Intuos 4.

    O vencedor deste primeiro concurso foi oilustrador e diretor de arte Fernando Mosca,com um trabalho que conseguiu reunirtodas as qualidades que uma ilustraodeve ter: no s um desenho produzidoe pensado dentro do tema proposto, mas

    tambm com cuidado no projeto grfico,prevendo a sua utilizao final.

    A proposta de Fernando Moscaenvolve todo o universo deAlphonse Mucha, um dos maiores

    expoentes da Art Nouveau.

    Mosca fala um pouco sobre comodesenvolveu o seu trabalho.

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    ESPECIALCONCURSOCAPALUSTRAR

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    ESPECIALCONCURSOCAPALUSTRAR

    ESPECIALCONCURSOCAPALUSTRAR

    Leandro Substance Felipe Duarte Victor Marcello Toco / DR2

    Elias Silveira Rodrigo Windt Edson Lovatto Thiago Soares Ribeiro

    osselecionados

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    ESPECIALCONCURSOCAPALUSTRAR

    ESPECIALCONCURSOCAPALUSTRAR

    Newton Coutinho Jeucken Greg Medeiros Caio Majado

    Mathias Townsend Elias Silveira Antonio Ezequiel Walter Junior

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    ESPECIALCONCURSOCAPALUSTRAR

    ESPECIALCONCURSOCAPALUSTRAR

    Julia MM Carlos Rocha Eldes Fernanda Chiella

    Carlos Caminha Tharcizio Olivenbaum Adriano Ambrosio Julio Brilha

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    CONCURSO ILUSTRARTE

    90 ANOS DA BAUHAUS

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    CURTAS

    70 ANOS SEM MUCHA

    No dia 14 de julho se comemora os 70anos da morte de Alphonse Mucha,artista checo nascido em Ivancice.

    Prolfico, foi pintor, escultor, designer,joalheiro e ilustrador brilhante, sendoum dos mais destacados artistas domovimento Art Nouveau, graas aoextremo bom gosto e elegncia nacomposio de seus trabalhos edelicadeza nas linhas e figuras.

    Como ilustrador se destacam emespecial seus trabalhos para os diversosposters dos espetculos da atriz francesaSarah Berhnardt.

    www.muchafoundation.org

    www.mucha.cz

    www.museumsyndicate.com/artist.php?artist=192

    http://serurbano.wordpress.com

    14 anos, deixou marcas profundas,influenciando diversos artistas,escolas e pases.

    Depois de vrias perseguies, a escolafundada pelo arquiteto Walter Gropiusfoi encerrada no auge do regime nazistaem 1933, por ter sido considerada umafrente comunista.

    http://tinyurl.com/cdhw7a

    No ms de Abril a Rede Globo deTeleviso produziu atravs do seuprograma Arquivo N um excelentedocumentrio sobre a Bauhaus, e essedocumentario est agora disponvelna ntegra na internet.

    Neste ano de 2009 a famosa escola dearte, arquitetura e design de vanguardaalem completa 90 anos de fundao,e apesar de ter existido por somente

    Portugal tem realizado com sucesso aimportante Bienal Internacional deIlustrao para a Infncia - ILUSTRARTE,e as candidaturas para a Bienal deste

    ano j esto abertas. Imperdvel, tantopara participar quanto para visitar:

    www.ilustrarte.net/PT/ilustrarte09.htm

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    GUIA DO ILUSTRADOR- Guia de Orientao Profissional

    ILUSTRAGRUPO - Frum de Ilustradores do Brasil

    SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil

    ACB / HQMIX- Associao dos Cartunistas do Brasil / Trofu HQMIX

    UNIC - Unio Nacional dos Ilustradores Cientficos

    ABIPRO - Associao Brasileira dos Ilustradores Profissionais

    AEILIJ - Associao de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

    ADG / Brasil - Associao dos Designers Grficos / Brasil

    ABRAWEB - Associao Brasileira de Web Designers

    CCSP - Clube de Criao de So Paulo

    www.guiadoilustrador.com.br

    http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo

    www.sib.org.br

    www.hqmix.com.br

    http://ilustracaocientifica.multiply.com

    http://abipro.org

    www.aeilij.org.br

    www.adg.org.br

    www.abraweb.com.br

    Aqui encontrar o contato da maior parte das agncias de publicidadede So Paulo, alm de muita notcia sobre publicidade.www.ccsp.com.br