revista santa casa nº 2

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Revista da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, nº 2

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Page 1: Revista Santa Casa Nº 2
Page 2: Revista Santa Casa Nº 2

2

Dr. Humberto Gomes de MeloProvedor

Dr. Artur Gomes NetoDiretor médico

Dr. Paulo de LiraDiretor Administrativo/Financeiro

Benedito de Lira

Douglas Apratto Tenório

Duílio Marsiglia

Euclides Ferreira de Lima

Giovani A. C. Albuquerque

João Augusto Sobrinho

José Macário Barbosa

José Peixoto dos Santos

Marcos Davi Lemos de Melo

Monsenhor Pedro T. Cavalcante

Mesa Administrativa

Antonio NoyaAssessor de Comunicação 44 MTE/AL

Theodomiro Jr.Jornalista 535 MTE/AL

Sílvio RomeroFotografia e arquivo

Revista produzida pela

Assessoria de Comunicação da

Santa Casa de Misericórdia de Maceió

SumárioCompromissoDiretor médico quer ampliar número de procedimentos renais3Coração20 anos do primeiro transplante cardíaco4RinsPioneirismo em Alagoas6Educação continuadaHospital é cenário para prática multiprofissional7

Atendimento exclusivoSUS: gestantes são atendidas por fisioterapeutas antes e após parto11Câncer de pênisCampanha alerta homens

Instituto da MulherEquipamento agiliza exame de icterícia20

Em meio à greve...Pediatria inicia cirurgias infantis de Otorrinolaringologia 18

TecnologiaLaser elimina cálculo renal13

ConquistaSanta Casa é Acreditada8

Hospital Nossa Senhora da GuiaProfissionais desestimulam mamadeira no pós-parto 22

Rodrigo RamalhoUnidade centraliza Ambulatório e Cardiologia 26

Câncer de tireóideQuarto terapêutico é o único em Alagoas 24

12

Oncologia na EstradaExames preventivos podem evitar 45% dos óbitos por câncer

Ética MédicaCâmara setorial pode minimizar judicialização da Saúde30EnvelhecimentoIdosos podem (e devem!) ser ativos32

Obesidade mórbidaCirurgia devolve qualidade de vida a pacientes34

ArtigoMorte súbita cardíaca14TreinamentoSanta Casa investe em curso ACLS 16

28

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

Page 3: Revista Santa Casa Nº 2

Ao celebrarem 21 anos do primeiro transplante de

rim em Alagoas, realizado, inclusive, na Santa Ca-

sa de Maceió, os especialistas alagoanos que trou-

xeram a técnica para o Estado não têm muito o que come-

morar.Até outubro de 2009, segundo o Datasus, foram rea-

lizados apenas oito transplantes, o que deixou o Estado em

penúltimo lugar, superando apenas o Mato Grosso, que

registrou irrisórios três procedimentos.

Numa comparação entre cidades do Nordeste, a situa-

ção é ainda mais preocupante. Maceió perde feio até para

municípios do interior de outros estados, como Caruaru

(PE). Com apenas 300 mil habitantes, a cidade pernambu-

cana registrou até outubro de 2009, nada menos que 37

transplantes renais, contra apenas dois realizados na capi-

tal alagoana, cuja população é três vezes maior. Quando

consideramos o total de transplantes entre os dois Estados,

Pernambuco contabilizou 151 intervenções enquanto Ala-

goas apenas oito.

O presidente da Associação dos Doen-

tes Renais Crônicos, José Nilton da Silva, a-

firma que o Estado possui cerca de mil

pacientes dependendo da hemodiálise pa-

ra viver, dos quais uma parcela poderia se

libertar do tratamento por meio do trans-

plante intervivos. “O ser humano pode viver com apenas

um rim, o outro pode ser doado, sem comprometer a saúde

e a qualidade de vida do doador”, disse José Nilton, sendo

confirmado pelo nefrologista Arnon Farias e pelo urologis-

ta Mário Ronalsa.

“Cerca de 40% dos pacientes em hemodiálise têm

condições clínicas para se submeter a um transplante”, dis-

se o cirurgião torácico Artur Gomes Neto, que recentemen-

te recebeu um rim novo após 20 anos de convívio lento e

gradual com a hipertensão, que afetaram o sistema urinário

e quase o levaram a fazer diálise.

Na condição de diretor médico da Santa Casa de Ma-

ceió,Artur Gomes Neto chamou para si a responsabilidade

de estimular o transplante intervivos na

instituição. Para tanto, vem mantendo di-

versas reuniões com os médicos Arnon Fa-

rias e Mário Ronalsa para garantir um fluxo

contínuo de transplantes.

“A Santa Casa de Maceió está firman-

do o compromisso de manter a logística

necessária ao transplante de rins, cujo foco principal são os

exames de compatibilidade entre os doadores”, explicou o

médico Arnon Farias. “O importante é que o estímulo ao

transplante de rins é uma decisão da alta direção da Santa

Casa de Maceió. O que é uma boa notícia para os doentes

renais”, destacou Mário Ronalsa.

Diretor médico querampliar número de transplantes renais

COMPROMISSO

ATÉ OUTUBRO

DE 2009, CARUARU

REGISTROU 37

TRANSPLANTES

MACEIÓ, APENAS DOIS

Artur Gomes Neto reúne especialistas alagoanos

3Revista da Santa Casa de Maceió

www.santacasademaceio.com.br

Page 4: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br4

Alagoas celebra 20 anos do primeiro transplante cardíaco

Coração

Há 30 anos, por iniciativa dos médicos José Wander-

ley Neto, Daniel Torres, Cid Cavalcante,Antônio De

Biase e Gilvan Dourado, foi criado o Serviço de Ci-

rurgia Cardíaca da Santa Casa de Maceió, que viria se tor-

nar referência em todo o País. Para celebrar os 30 anos da

primeira cirurgia cardíaca e os 20 anos do primeiro trans-

plante de coração realizado em Alagoas, a Santa Casa de

Maceió promoveu um encontro especial no Hotel Jatiúca.

O Simpósio de Transplante Cardíaco foi marcado por

homenagens aos nove pacientes transplantados no Estado

- com direito a placas e bolo de aniversário - e aos médicos

participantes. O diretor médico da Santa Casa de Maceió,

Artur Gomes Neto, representou o provedor Humberto Go-

mes de Melo no evento.

Page 5: Revista Santa Casa Nº 2

Médicos Paulo Brofman, Haroldo Khoury

Maués, Ricardo Carvalho, José Glauco

Lobo Filho, José Teles de Mendonça e

Domingo Braile participaram de simpósio

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 5

Cirurgiões cardiovasculares de renome em todo o País

presentes em Maceió explanaram sobre os avanços da ci-

rurgia cardíaca e as novas técnicas desenvolvidas no Brasil

e no mundo, destacando a importância do trabalho realiza-

do pela equipe coordenada por José Wan-

derley Neto, chefe do Serviço de Cirurgia

Cardiovascular da Santa Casa e diretor do

Instituto de Doenças do Coração de Ala-

goas.

“As sementes que plantamos ao lon-

go desses anos estão sendo colhidas, isso

se deve ao empenho dos cerca de 300

profissionais da Santa Casa em ajudar as

pessoas, principalmente as mais carentes.

Alagoas se emancipou no mapa científico

e saiu da dependência dos estados do Sul

e do Sudeste, passando a ser protagonista

brasileiro na cirurgia cardíaca”, disse José

Wanderley Neto.

Já o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Car-

diovascular, Gilberto Barbosa, evidenciou o pioneirismo de

Alagoas e de José Wanderley na Santa Casa de Maceió.

“Alagoas desponta no cenário nacional pela sua importan-

te contribuição para o avanço da medicina cardiovascular,

servindo de espelho para os outros estados da Federação

ao transmitir novos conhecimentos científi-

cos e tecnologias. Isso é motivo de muito

orgulho”, afirmou Gilberto Barbosa.

Em sua apresentação “Pioneiros da Ci-

rurgia Cardíaca no Brasil”, o renomado

pesquisador e professor Domingo Marcoli-

no Braile, fundador do Instituto Domingo

Braile, de São José do Rio Preto, em São

Paulo, também destacou os 20 anos do pri-

meiro transplante realizado em Alagoas.“A

cirurgia cardíaca no Nordeste fez a região

despontar no Brasil. Esses 20 anos ficam

marcados pela sua grandeza”, ressaltou.

Em relação às cirurgias cardíacas, o

Brasil aparece em segundo lugar, com cer-

ca de 160 mil procedimentos somente na área pública, fi-

cando atrás apenas dos Estados Unidos.

REGISTRANDO

160 MIL

TRANSPLANTES

CARDÍACOS SOMENTE

NA ÁREA PÚBLICA, O

BRASIL APARECE EM

SEGUNDO LUGAR

ENTRE OS PAÍSES

QUE REALIZAM

ESSE TIPO DE

PROCEDIMENTO

Page 6: Revista Santa Casa Nº 2

Odia 13 de agosto de 1988 entrou para a história

da Medicina alagoana e da Santa Casa de Maceió

com a realização do primeiro transplante de ór-

gão humano no Estado. O transplante de rim ocorreu um

ano antes do primeiro transplante cardíaco e marcou toda

uma geração de profissionais da instituição.

O médico François de Oliveira, assessor da Direção Mé-

dica, foi testemunha ocular e um dos membros da equipe

que viajou até o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP)

para conhecer a técnica e trazê-la para Alagoas. "Foram 60

dias de aprendizado", recorda.

O grupo de pioneiros era formado, também, pelos mé-

dicos Lúcio Wanderley, Renato Resende e João Medeiros

(da área cirúrgica) e Arnon Farias, Georgina Lira e Dagmar

Vaz (da área clínica).Ao retornar à capital alagoana, a equi-

pe se empenhou em dotar o centro cirúrgico da Santa Casa

de Maceió com a estrutura e os protocolos necessários ao

transplante.

Com tudo pronto, o grupo esperou pacientemente até

que surgisse um doador. A família de uma jovem de 20 a-

nos, vítima de traumatismo craniano, autorizou o transplan-

te dos rins, beneficiando dois pacientes, um deles foi Eucli-

des Bezerra, 48, natural de Palmeira dos Índios. O procedi-

mento durou quatro horas,

sendo acompanhado, in-

clusive, por uma equipe do

Hospital Real Português,

que, à época, já realizava

esse tipo de transplante.

Com 20 intervenções

no currículo, François de

Oliveira lembra que, à épo-

ca, o SUS remunerava ape-

nas a equipe que implan-

tava o órgão nos pacien-

tes, ficando os profissionais

da sala ao lado responsá-

veis pela retirada do mes-

mo sem qualquer tipo de

pagamento. "Além disso, a

remuneração era irrisória; valia quase nada. Mas, em soli-

dariedade aos demais colegas, até mesmo o nada era re-

partido entre todos. O desejo de realizar o transplante, de

salvar vidas e de trazer para Alagoas esse tipo de serviço

superava a questão financeira", recorda François.

A REMUNERAÇÃO

ERA IRRISÓRIA, MAS

EM SOLIDARIEDADE

AOS DEMAIS

COLEGAS, ATÉ

MESMO O NADA ERA

REPARTIDO ENTRE

TODOS. O DESEJO

DE REALIZAR O

TRANSPLANTE, DE

SALVAR VIDAS E DE

TRAZER PARA

ALAGOAS ESSE TIPO

DE SERVIÇO SUPERAVA

A QUESTÃO

FINANCEIRA.

Pioneirismo em AlagoasRINS

François

de Oliveira

participou

do primeiro

transplante

6

Page 7: Revista Santa Casa Nº 2

7

Até o final do ano, a Santa Casa de Maceió deverá

ser reconhecida pelo Ministério da Educação

(MEC) como instituição de ensino e pesquisa. “O

início da Residência Médica em Pediatria e em Obstetrícia

era um dos últimos requisitos que faltavam para que atin-

gíssemos este objetivo”, confirma o gerente de Ensino e

Pesquisa, Mário Jucá, lembrando a importância que o pro-

vedor Humberto Gomes de Melo conferiu a área de educa-

ção continuada desde o início de sua gestão.

“Os investimentos realizados na Residência Médica

confirmam a vocação histórica da Santa Casa de Maceió

para o desenvolvimento do ensino e pesquisa, mas são a-

penas uma parte do esforço que a instituição vem fazendo

nos últimos anos para ser reconhecida como hospital-esco-

la, como centro de excelência em pesquisa e como pólo de

formação multiprofissional”, acrescentou o renomado ci-

rurgião e professor Mário Jucá.

Um dos principais investimentos foi justamente o Cen-

tro de Estudos Professor Lourival de Mota, unidade presidi-

da pelo médico Duílio Marsíglia, que reúne auditório, salas

de aula, biblioteca com acesso à internet banda larga, salão

nobre e toda infraestrutura em equipamentos e serviços

para a realização de eventos científicos e de formação.

“O Centro de Estudos centraliza todas as ações de e-

ducação continuada e de pesquisa da instituição”, disse o

médico Duílio Marsiglia, referência em Medicina Nuclear

em Alagoas e um dos mais antigos profissionais da institui-

ção em atividade.

O professor Mário Jucá enfatizou a importância do

Hospital Nossa Senhora da Guia e da Unidade Docente

Assistencial Professor Rodrigo Ramalho no aprendizado

dos médicos residentes da Santa Casa como também dos

formandos de outras instituições, como o Cesmac e a

Uncisal.

Jucá revelou ainda que a Santa Casa de Maceió tor-

nou-se espaço de formação multiprofissional em áreas

co-relatas à Saúde, sendo cenário para pesquisas em se-

tores tão distintos como o Marketing e a Engenharia Clí-

nica. “A multidisciplinariedade é uma característica da

saúde moderna, onde profissionais de diferentes áreas

compartilham conhecimentos em prol de um objetivo co-

mum”, ressaltou.

EDUCAÇÃO CONTINUADA

Santa Casa é cenário paraprática multiprofissional

Presidente do Centro de Estudos Professor Lourival de Melo Mota, Duílio Marsíglia, e o gerente de Ensino e Pesquisa, Mário Jucá

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

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Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br8

ASanta Casa de Maceió começa o ano de 2010 cele-

brando três conquistas: o primeiro nível da Acredita-

ção junto à Organização Nacional de Acreditação

(ONA); a autorização do Ministério da Educação para criação

de duas novas especialidades na Residência Médica e os pri-

meiros resultados dos investimentos realizados no Hospital

Nossa Senhora da Guia e na Unidade Docente Assistencial

Rodrigo Ramalho.

Conforme destaca o provedor Humberto Gomes de Melo,

gestor da Santa Casa de Maceió, o grande destaque do ano

é mesmo a acreditação da instituição. "Somos o primeiro

hospital alagoano e a primeira Santa Casa de Misericórdia do

Norte e Nordeste a obter esse reconhecimento", comemora

o executivo.

Em visita à instituição no final de 2009, os auditores do

Instituto Qualisa de Gestão confirmaram que a entidade aten-

de aos parâmetros da qualidade definidos pela Organização

Nacional de Acreditação para a assistência aos pacientes.

Com este certificado, Alagoas passa a integrar o seleto

grupo de 123 hospitais Acreditados em todo o País. "Isso de-

ve ser motivo de orgulho não somente para a Santa Casa de

Maceió, mas para todo o Estado", acrescenta Humberto Go-

mes de Melo.

RESIDÊNCIA MÉDICA - A autorização do Ministério da

Educação (MEC) para a implantação de duas novas especia-

lidades na Residência Médica também foi bastante comemo-

rada. "Com a inclusão da Pediatria e da Obstetrícia, a Santa

Casa de Maceió está a um passo de ser reconhecida como

instituição de ensino e pesquisa pelo próprio Ministério da

Educação. É um dos últimos requisitos para ingressarmos no

seleto grupo de 25 hospitais-escola do País", comemora o

gerente de Ensino e Pesquisa, Mário Jucá.

Além da Acreditação e da Residência Médica, a Santa

Casa de Maceió comemora a expansão do atendimento no

Hospital Nossa Senhora da Guia (ver mapas e gráficos) e na

Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho.

Enquanto o Hospital Nossa Senhora da Guia realiza par-

tos e cirurgias infantis de baixo e médio riscos, a Unidade Ro-

drigo Ramalho reúne, em um mesmo edifício, o ambulatório

e o centro de diagnósticos. Em ambos, o atendimento é exclu-

sivo pelo SUS.

Santa Casa é AcreditadaCONQUISTA

Page 9: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 9

Humberto Gomes de Melo:

provedor da Santa Casa

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Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br10

Os números revelam por que o Hospital Nossa Senhora

da Guia vem recebendo tantos investimentos, apesar do

déficit gerado nas contas da Santa Casa de Maceió. Em seis

meses de atuação, a unidade contabiliza nada menos que

2.946 procedimentos, sendo 1.862 partos (63%), 756 ci-

rurgias pediátricas (25%), 304 curetagens (10%) e 24 co-

nizações (1%).

Segundo relatório assinado pela enfermeira Rejane Pai-

xão, gerente de Unidades Externas, o estímulo ao parto

normal também tem dado resultado: se, em novembro do

ano passado, cerca de 42% dos partos foram normais; em

dezembro, essa participação subiu para 50,7%. Já as cesa-

rianas caíram de 58% para 49,3% no mesmo período.

De igual forma, a unidade obstétrica registrou 224 par-

tos em junho, contra 355 em dezembro, um aumento de

37%. Além de tudo isso, o Centro Obstétrico não registrou

nenhum óbito materno no período (ver gráficos).

REVENDO 2009 - Ao avaliar o ano de 2009, o gestor

da Santa Casa também enfatizou investimentos realizados

na área de convênios e particulares, como a Unidade João

Fireman. Inaugurado no complexo hospitalar, o novo servi-

ço disponibilizou mais 16 leitos para esse público.

Na área de educação continuada e de formação profis-

sional, a lista inclui a própria Residência Médica, o Congres-

so Multidisciplinar, além de diversos encontros científicos,

realizados em hotéis de Maceió e no Centro de Estudos da

instituição.

No setor de responsabilidade social, vários projetos re-

ceberam o apoio da Santa Casa, como a Operação Sorriso,

que promoveu cirurgias de correção de lábio-leporino para

crianças e jovens carentes, e a Caminhada das Vitoriosas,

realizada pela Rede Feminina de Combate ao Câncer.

A instituição também investiu na nova sede da Creche

São Vicente de Paulo; no espaço de convivência para cola-

boradores, inaugurado recentemente; na construção de

uma nova passarela no complexo hospitalar (ainda em an-

damento); no projeto de sinalização de todos os setores,

além de reformas na estrutura física de áreas específicas.

No campo pessoal, o provedor Humberto Gomes de

Melo cita a sua eleição para a presidência da Federação Na-

cional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess),

projetando ainda mais Alagoas no cenário nacional.

A entidade já vinha sendo administrada pelo represen-

tante alagoano, que concluiu a gestão anterior. "A eleição

por unanimidade confirmou que o nosso trabalho está se-

guindo a rota certa", frisou.

A eleição para a presidência da Federação Nacional de

Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) foi a

principal conquista pessoal do provedor Humberto Gomes

de Melo em 2009.

Fonte: Registros do Setor Recepção e Internamento e

Registros de Enfermagem do Centro Obstétrico

Fonte: Registros do Setor Recepção e Internamento e

Registros de Enfermagem do Centro Obstétrico

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11Revista da Santa Casa de Maceió

www.santacasademaceio.com.br

Agestante Rayssa Alves Holanda, de Matriz do Ca-

maragibe, achava que ao ter seu filho numa ma-

ternidade do SUS ficaria “largada numa enferma-

ria lotada de pessoas em camas malcuidadas”. “O que vi

no Hospital Nossa Senhora da Guia foi totalmente diferen-

te”, disse Rayssa, elencando a limpeza e o atendimento

prestado pela equipe de profissionais, com destaque para

as fisioterapeutas, que a atenderam antes, durante e depois

do parto.

Segundo o coordenador do Serviço de Fisioterapia da

Santa Casa de Maceió, Elenildo Aquino, a maternidade é a

única credenciada pelo SUS em Alagoas realizando este

tipo de atendimento no pré e no pós-parto, assim como nas

crianças da Unidade de Cuidados Intensivos e da Pediatria.

“A Santa Casa de Maceió foi a primeira a incluir o atendi-

mento fisioterápico em sua rotina hospitalar acerca de 20

anos”, acrescentou Elenildo.

A líder das fisioterapeutas no Hospital Nossa Senhora

da Guia, Edilma Gomes, explica que as gestantes e puérpe-

ras são estimuladas a fazer exercícios de respiração, de a-

longamento e de relaxamento muscular, assim como a fa-

zer caminhadas após o parto, tudo para melhorar a postu-

ra das pacientes, trazer alívio a dor, agilizar a recuperação e

reduzir o tempo de internação. Junto às crianças da UCI o

foco são os distúrbios respiratórios e motores.

A equipe utiliza ferramentas, como as bolas suíças e ar-

golas, que ajudam nas sessões de fisioterapia e não são

encontradas em unidades do Sistema Único de Saúde.

“Eu gostei foi das massagens”, disse Bruna Gregório,

referindo-se à sessão de massoterapia com equipamento

de raios infravermelhos utilizada pela fisioterapeuta Bár-

bara Rose e único utilizado por uma maternidade do SUS

em Alagoas.

Antes do parto, as fisioterapeutas ensinam exercícios

de respiração e movimentos para facilitar a saída do bebê.

“Quando é necessário também entramos no centro cirúrgi-

co, sempre junto à paciente”, complementou Bárbara Rose,

explicando que além de ajudar as mães fisicamente, a fisio-

terapia traz reflexos também para o lado emocional das

puérperas, além de estimular a amamentação.“Esse acom-

panhamento torna o parto mais fácil porque tranquiliza as

mães e ensina como elas podem nos ajudar no centro cirúr-

gico”, elogia o obstetra Antonio Carlos.

HOSPITAL NOSSA SENHORA DA GUIA

SUS: gestantes são atendidas porfisioterapeutas antes e após parto

Elenildo Aquino: Santa Casa foi pioneira no Estado

ao incluir a Fisioterapia em sua rotina hospitalar

Page 12: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br12

Responda rapidamente. Quantas vezes por semana

você lava o seu pênis? Se a resposta for todos os

dias, você está livre das estatísticas da Sociedade

Brasileira de Urologia (SBU), que apontam a amputação de

mil pênis, anualmente, no Brasil.

"Para evitar o câncer de pênis, é simples: basta lavá-lo

com água e sabão", orienta o renomado urolo-

gista e presidente da secção alagoana da Socie-

dade Brasileira de Urologia, Mário Ronalsa. Se-

gundo ele, um dos principais problemas que le-

vam o paciente a contrair esse tipo de neoplasia

é a fimose - doença que impede que a glande

do pênis seja exteriorizada e possa ser limpa corretamente.

Para tentar evitar o surgimento de novos casos em Ala-

goas, a Santa Casa de Maceió sediou a segunda edição da

Campanha Nacional de Combate ao Câncer de Pênis, com a

realização de 20 cirurgias gratuitas de postectomia (circunci-

são). Conforme Mário Ronalsa, nesse tipo de intervenção ci-

rúrgica é retirado o couro (prepúcio) que cobre a glande.

"Quando o prepúcio está fechado, forma-se um es-

megma (sebo) - potencialmente cancerígeno -, por isso a

importância do tratamento do problema ainda na infân-

cia", complementou. Dentre os 20 pacientes submetidos à

cirurgia através da campanha, dois possuíam câncer de pê-

nis, um deles, inclusive, em estágio avançado.

A iniciativa contou com o apoio da Dire-

ção Médica, que sugeriu a realização anual

do projeto, seguindo os mesmos passos de

outras iniciativas, como a Operação Sorriso.

Para as cirurgias foram reservadas quatro sa-

las, além de profissionais da Santa Casa de

Maceió. A anestesia foi local e cada intervenção teve a du-

ração de cerca de 30 minutos, com o paciente sendo libe-

rado em seguida.

Estiveram presentes à iniciativa, o presidente da Cam-

panha Nacional de Combate ao Câncer,Aguinaldo Nardi, e

o presidente da seccional alagoana da Sociedade Brasileira

de Urologia, Rogério Bernardo.

Campanha alerta homens CÂNCER DE PÊNIS

A CADA 13 DIAS,

UM PÊNIS É

AMPUTADO

NO BRASIL

Urologista Mário Ronalsa:

presidente da secção alagoana

da Sociedade Brasileira de Urologia

Page 13: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 13

ASanta Casa de Maceió traz para Alagoas a mais

moderna tecnologia a laser aplicada no tratamen-

to do cálculo urinário. O equipamento foi cedido à

instituição, a título de comodato, em reunião do provedor

Humberto Gomes de Melo com representantes da empre-

sa especializada Endomedical.

“A cirurgia endoscópica a laser é a última palavra em

tratamento para casos de cálculo urinário que exijam inter-

venção cirúrgica”, explicou o urologista Mário Ronalsa,

presidente da secção alagoana da Sociedade Brasileira de

Urologia.

Além de cômoda e segura – por ser minimamente in-

vasiva e permitir o rápido retorno do paciente a sua rotina

normal -, a técnica a laser é mais eficiente do que a sua co-

irmã, a ureterorenolitotripsia balística. Esta última abre es-

paço para possíveis intercorrências, já que utiliza um tipo

de feixe de energia que pode lançar a pedra para outras

áreas do sistema urinário ao invés de quebrá-la. No caso do

laser, o calculo é praticamente pulverizado.

O laser também concorre com outra técnica bastante

utilizada: o bombardeamento extra-corpóreo (litotripsia),

que é indicado para pequenos cálculos. Conforme frisou

Mário Ronalsa, o equipamento já está instalado e os pro-

fissionais prontos para atender os pacientes. O procedi-

mento já é coberto pela maioria dos planos de saúde, me-

nos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O especialista alertou, entretanto, que caberá ao médi-

co decidir se o paciente tem indicação para fazer este tipo

de procedimento.“A técnica é indicada para pacientes cujo

cálculo esteja obstruindo o rim ou ureter, provocando for-

tes dores e levando ao comprometimento funcional destes

orgãos”.

No procedimento, o médico conduz o laser até o local

onde está o cálculo por meio de orifícios e do trajeto natu-

ral do aparelho urinário utilizando, instrumentos de visuali-

zação, dentre eles óticas e fibras flexíveis.

“Assim que possuímos uma visualização direta do nos-

so alvo, utilizamos o Holmium laser para pulverizar o cálcu-

lo urinário. Este se reduz a fragmentos de espessura inferior

a 1mm e passa a ser facilmente expelido pela urina”, expli-

ca Mário Ronalsa.

Segundo Sérgio Bergamo,gerente regional de vendas da

Endomedical, outra vantagem do Holmium Lazer é o baixo

índice de retorno do problema e de re-tratamentos.

PIONEIRISMO

Laser elimina cálculo renal

François Oliveira, Alba Barros (Endo Medical),

Humberto Gomes de Melo, Sérgio Bergamo

(Endo Medical) e o urologista Mário Ronalsa

Raios X identifica cálculo renal

Pedras extraídas de pacienteHolmium laser

Page 14: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br14

Éa morte natural, devido a causas cardíacas manifes-

tadas por uma abrupta perda de consciência, dentro

de uma hora do início dos sintomas agudos, como

dor no peito, palpitações e "falta de ar", podendo ocorrer

em indivíduos com ou sem cardiopatia pré-existente. É um

evento considerado dramático e catastrófico dos pontos de

vista social, econômico e psicológico porque, geralmente, a-

comete o indivíduo na sua fase mais produtiva de vida,

onde representa um papel financeiro e emocional, causan-

do frustração entres os familiares e amigos.

No aspecto epidemiológico, a morte súbita cardíaca é

responsável por cerca de 400 mil mortes/ano nos EUA. Es-

tima-se que, no Brasil, ocorram, pelo menos, 250 mil mor-

tes súbitas por ano, ou seja, quase 700 pessoas morrem to-

dos os dias, no Brasil, devido à morte súbita.

Esse tipo de morte pode acometer desde recém-nasci-

dos até adultos sadios, atletas ou portadores de doenças no

coração. Nos adultos, as principais causas são as doenças

das artérias coronárias (infarto agudo do miocárdio), sendo

o fator mais importante, as quais ocorrem em cerca de 80%

dos casos, principalmente em pessoas acima dos 35 anos,

enquanto que, nos indivíduos abaixo dessa faixa etária, as

principais causas são as doenças congênitas, como cardio-

miopatia hipertrófica - respondendo por até um terço dos

eventos fatais -, seguidas da anomalias das artérias coroná-

rias e de causas primariamente elétricas, como displasia

arritmogênica, taquicardia ventricular adrenérgica, síndrome

do QT longo congênito ou adquirido, síndrome de Brugada

e síndrome de Wolff-Parkinson-White, sendo, esta última,

atualmente, curável por meio da ablação.

A causa mais comum de morte súbita cardíaca entre os

jovens parece ser a cardiomiopatia hipertrófica, geralmen-

te familiar, a qual está associada a um espessamento da

parede ventricular. A morte pode ocorrer sem aviso ou ser

precedida por palpitações ou vertigens, principalmente du-

rante uma atividade física vigorosa. Em nosso meio, não

podemos deixar de citar a doença de Chagas, que geral-

mente ocorre com a presença de arritmias ventriculares

complexas ou bloqueios no coração, podendo levar à mor-

te súbita prematura dos seus portadores.

Morte súbita cardíacaEdvaldo Xavier Jr.

Edvaldo Xavier Jr., cardiologista responsável pelo

Serviço de Arritmia e Eletrofisiologia Cardíaca

Imagem apresenta

os eletrodos e o

CDI no coração

Page 15: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 15

A prevenção da morte súbita passa desde a prevenção

da doença coronariana e seus fatores de risco, como hiper-

tensão arterial, diabetes, obesidade, sedentarismo, taba-

gismo, e, nos pacientes de maior risco, como os portado-

res de infarto agudo do miocárdio prévio, síncopes acom-

panhadas de arritmias e insuficiência cardíaca avançada, é

fundamental a realização de avaliações cardiológicas fre-

quentes, principalmente nas pessoas com quadros de des-

maios ou histórico familiar de morte súbita; esta última po-

de ser outro fator preditivo importante na avaliação de pos-

síveis candidatos à parada cardíaca.

Muitos doentes com esse tipo de

história, especialmente os mais jo-

vens, têm cardiomiopatia hipertrófi-

ca, síndrome do QT longo ou síndro-

me de Brugada associada. O proble-

ma é que, geralmente, esses indiví-

duos são completamente assinto-

máticos; na maioria das vezes, a pri-

meira manifestação da doença já é a

morte súbita.

A prevenção desse tipo de morte pode ser de dois

tipos: primária ou secundária. Na prevenção primária, o tra-

tamento é realizado nos pacientes que jamais sofreram u-

ma parada cardíaca, mas são portadores de patologias

que, certamente, poderão causar a morte, a exemplo da

síndrome de Brugada, que pode ser responsável por surgi-

mentos de arritmias ventriculares fatais, sabidamente apre-

sentando elevado índice de mortalidade. Nesses casos, so-

mente o implante de um dispositivo chamado Cardiodesfi-

brilador (CDI) poderá oferecer uma prevenção eficaz.

Nas pessoas que já foram recuperadas de uma parada

cardíaca, muitas vezes, quando diagnosticadas com arrit-

mias potencialmente letais, a prevenção é dita secundária,

devendo ser implantado o Cardiodesfibrilador (CDI).

A abordagem desses pacientes inclui a realização de u-

ma história clínica detalhada, atentando para o fato da e-

xistência de casos de morte súbita na família, principalmen-

te em indivíduos jovens, assim como a realização de exa-

mes complementares fundamentais, como eletrocardiogra-

ma, holter, teste ergométrico, ecocar-

diograma e, muitas vezes, a realiza-

ção de exames específicos, como os

estudos eletrofisiológicos e o catete-

rismo cardíaco. A realização de pro-

cedimentos terapêuticos, a exemplo

de ablação por cateter, angioplas-

tias, implantes de "stents", cirurgias

de revascularização miocárdica, as-

sim como os implantes de marcapas-

so ou desfibrilador (CDI) - anteriormente citados -, represen-

tam o tratamento e, consequentemente, a prevenção do

desfecho final, que seria a morte súbita. Enfim, também se-

ria importante se existissem leis que regulamentassem a

implantação de Desfibriladores Externos Automáticos

(DEA), que são autoexplicativos, podendo ser manuseados

por qualquer indivíduo em locais com grande aglomeração

de pessoas, como estádios de futebol, shoppings centers, es-

tações de metrô e aeroportos, buscando, assim, diminuir os

elevados índices de morte súbita no nosso País.

Cardioversor- Desfibrilador

Implantável (CDI)

EQUIPE DE ARRITMIA – ELETROFISIOLOGIA E ESTIMULAÇÃO CARDÍACA DA SANTA CASA DE MACEIÓ

DR. EDVALDO XAVIER JR.

DR. ALFREDO AURÉLIO MARINHO ROSA

DR. HEMERSON CASADO GAMA

DR. CARLOS EMÍDIO DA MOTA

DRA. RITA VÉRAS

DRA. ELIANE BUGARIN

DRA. MÔNICA FARIAS

DR. ROGÉRIO CORRÊA

DR. JOSÉ WANDERLEY NETO

Reversão de um evento fatal (Taquicardia

Ventricular Polimórfica) através da aplicação

de um choque interno de 19 joules pelo CDI em

paciente portador de Síndrome de Brugada

Page 16: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br16

Nada menos que 250 mil brasileiros morrem, todos

os anos, de morte súbita no País. Já o Acidente

Vascular Cerebral (AVC) é responsável por 10%

do total de óbitos no mundo, alerta a Organização Mundial

da Saúde. Muitas vidas poderiam ser salvas se hospitais e

serviços de emergência preparassem os seus profissionais

para a identificação antecipada dos sintomas e a adoção

de tratamentos preventivos.

É justamente para capacitar os cerca de 900 profission-

ais ligados à área assistencial que a Direção Médica da

Santa Casa de Maceió decidiu investir no curso Suporte A-

vançado de Vida em Cardiologia (ACLS), realizado pelo

Centro de Treinamento da Sociedade Brasileira de Cardio-

logia, seguindo projeto desenvolvido pela American Heart

Association.

"O ACLS foi ministrado a médicos e enfermeiros que

atuam em áreas críticas, como UTI e Emergência 24 Horas.

Os participantes do curso atuarão como multiplicadores

junto aos profissionais dos demais setores, seguindo os

protocolos e especificidades de cada área", disse Osvaldo

Liberal, coordenador do ACLS pela Santa Casa de Maceió e

presidente da SantaCoop.

Osvaldo Liberal anunciou, também, que a Santa Casa

de Maceió formou a primeira turma de instrutores de ACLS

de Alagoas. O grupo terá a missão de prosseguir com os es-

tudos de suporte avançado de vida em Cardiologia para,

em breve, implantar um núcleo em Alagoas para ministrar

cursos de ACLS.

Osvaldo Liberal disse, ainda, que todos os profissionais

que lidam com os pacientes, incluindo assistentes sociais,

psicólogos, fisioterapeutas e até nutricionistas, devem estar

aptos a identificar sintomas de morte súbita, de arritmias

cardíacas ou de AVC e adotar os protocolos previstos.

"São segundos que podem salvar uma vida ou impedir

sequelas, por isso, todos devem estar preparados", acres-

centou o cardiologista Francisco Souto, diretor do Centro de

Treinamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia e coor-

denador do ACLS.

Santa Casa investe em curso ACLS

TREINAMENTO

Page 17: Revista Santa Casa Nº 2

17

Ainda de acordo com ele, a cada 26 segundos,

uma pessoa é vítima de parada cardiorrespiratória

nos Estados Unidos. "Os números no Brasil, apesar

de escassos, não diferem muito dos observados en-

tre os norte-americanos", disse.

Conforme explicou Osvaldo Liberal, coordena-

dor do projeto pela Santa Casa de Maceió, ter uma

equipe capacitada em ACLS representa um diferen-

cial para a instituição no atendimento às emergên-

cias, lembrando que poucos profissionais detêm

essa capacitação avançada.

No curso, com custos que beiram os R$ 50

mil, são utilizados manequins "inteligentes" -

avaliados em R$ 40 mil -, que simulam diversas

situações de emergência, como parada cardior-

respiratória, taquicardias e Acidente Vascular

Cerebral.

O médico Osvaldo Liberal articulou a iniciativa Treinamento utiliza manequim

Aula prática com

desfibrilador

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

Page 18: Revista Santa Casa Nº 2

Contabilizando 756 cirurgias infantis em seis meses

de atividades, a unidade pediátrica do Hospital

Nossa Senhora da Guia comemora o início das ci-

rurgias de Otorrinolaringologia, sob a responsabilidade do

cirurgião João Paulo. Quem comemorou também foram os

pais das 150 crianças com indicação cirúrgica atendidas na

Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho,

que aguardavam ansiosas o fim da greve dos médicos no

Estado.

De acordo com o coordenador da unidade pediátrica, o

cirurgião Luciano Agra, a ideia é fazer do hospital um cen-

tro de referência no Nordeste, razão de os planos de expan-

são de especialidades médicas estarem em franco anda-

mento. Ele explicou, entretanto, que por enquanto a unida-

de realiza apenas procedimentos de pequeno e médio por-

tes, que não exijam o suporte de Unidade de Terapia Inten-

siva (UTI).

Segundo ele, o hospital poderia realizar cirurgias de

grande porte, porém seria necessário que os gestores públi-

cos negociassem com a Santa Casa de Misericórdia uma re-

muneração que viabilizasse a implantação de UTIs neona-

tal ou pediátrica, o que permitiria a expansão dos serviços

à população, principalmente nas áreas de Cirurgia Neona-

tal, Videolaparoscopia Pediátrica, Urologia Pediátrica e On-

cologia Cirúrgica Pediátrica. “Se os gestores públicos apo-

iarem essa iniciativa, poderemos, muito em breve, ser refe-

rência na cirurgia pediátrica”, destaca Agra.

Além de Otorrinolaringologia, o Hospital Nossa Senho-

ra da Guia realiza, atualmente, cirurgias gerais - com os mé-

dicos Luciano Agra, Walter Ferreira e Henrique Normande -

e plásticas, como as de lábio-leporino, com André Mendon-

ça e Joaquim Diegues.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br18

EM MEIO À GREVE...

Pediatria inicia cirurgias infantis de Otorrinolaringologia

Page 19: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 19

Com 35 leitos pediátricos e um centro cirúrgico exclu-

sivo, com capacidade para cerca de cinco mil cirurgias/ano,

o Hospital Nossa Senhora da Guia surpreende até profissio-

nais de renome nacional, como o médico carioca Sérgio

Muniz de Brito. “Poucos hospitais oferecem, no Brasil, essa

quantidade de leitos pediátricos para cirurgia”, elogiou o

especialista em visita à unidade.

Como o hospital ainda não está cadastrado no sistema

de marcação de consultas do município (Cora), o encami-

nhamento de pacientes tem sido realizado por meio de mé-

dicos vinculados ao hospital ou através das Secretarias Mu-

nicipais de Saúde. Podemos afirmar “que é uma demanda

espontânea, face à carência que existe na área de cirurgia

pediátrica”, afirma Luciano Agra.

O Hospital Nossa Senhora da Guia é a unidade mater-

no-infantil da Santa Casa de Maceió dedicada exclusiva-

mente às gestantes e aos pacientes infantis do SUS. O hos-

pital conta com duas recepções climatizadas, ambientação

decorada, dois centros cirúrgicos, 74 leitos, sendo nove da

Unidade de Cuidados Intermediários, além de uma integra-

da equipe multidisciplinar.

Cirurgião Luciano Agra planeja expansão

Page 20: Revista Santa Casa Nº 2

20

INSTITUTO DA MULHER

Tecnologia agiliza exame de icterícia

OServiço de Neonatologia da Santa Casa de Mace-

ió adotou uma moderna tecnologia para medir, a-

través da pele, o nível da substância que provoca

a ecterícia: a bilirrubina. O teste é rápido, indolor e, depen-

dendo do nível observado, deve ser confirmado por meio de

exame de sangue.

"Na grande maioria dos casos, não há necessidade de

tratamento, porém, quando o nível da substância está mui-

to elevado, o recém-nascido deve ser internado e tratado

em um aparelho com luz chamado de fototerapia", expli-

cou a neonatologista Délia Herrmann.

Tratamentos com chás, água-de-coco, medicamentos pa-

ra o fígado e até o banho de sol não trazem nenhum benefí-

cio nem ajudam a baixar o nível da substância no sangue.

A alta hospitalar deve ocorrer 48 horas após o parto,

com retorno ambulatorial de 48h a 72h após a alta, para a

avaliação das condições de amamentação, da icterícia e de

outras possíveis intercorrências, segundo recomendações

da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Academia Ame-

ricana de Pediatria.

Neonatologista Délia Hermann e

o equipamento de fototerapia

Page 21: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 21

A icterícia é uma patologia comum em recém-nascidos.

Refere-se à cor amarela da pele e do branco dos olhos, cau-

sada pelo excesso de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é

um pigmento normal, na cor amarela, gerado pelo metabo-

lismo das células vermelhas do sangue. A criança fica icté-

rica quando a formação de bilirrubina é maior do que a

capacidade do seu fígado de metabolizá-la.

Os sinais da icterícia normalmente aparecem no se-

gundo ou terceiro dia de vida. Começa pela cabeça e

progride para a face, atingindo também o tórax, o abdô-

men e, finalmente, as pernas. O branco dos olhos do re-

cém-nascido também poderá ficar amarelo. O acúmulo

desse pigmento acima de certos limites é extremamen-

te tóxico para o sistema nervoso, podendo causar lesões

graves e irreversíveis.

Há vários tipos de icterícia em recém-nascidos. A ic-

terícia fisiológica ocorre em mais de 50% dos recém-

nascidos devido a uma característica própria do bebê,

levando a um metabolismo lento da bilirrubina. Geral-

mente desaparece entre a primeira e a segunda semana

de vida. Já a icterícia da prematuridade ocorre com mui-

ta frequência em bebês prematuros, uma vez que eles

levam muito mais tempo para excretar a bilirrubina de

forma eficaz.

Criança em sessão

de fototerapia

Page 22: Revista Santa Casa Nº 2

22

NOSSA SENHORA DA GUIA

Unidadedesestimulamamadeira no pós-parto

Uma batalha invisível vem sendo travada nos bastido-

res de maternidades, supermercados e farmácias de

todo o País. Trata-se da Norma Brasileira de Comer-

cialização de Alimentos para Lactantes e Crianças da 1ª In-

fância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). A luta diz

respeito ao estímulo do comércio de leite em pó para lactan-

tes em detrimento ao aleitamento materno.

De um lado estão fabricantes de fórmulas infantis, redes

varejistas de supermercados, farmácias e alguns médicos, que

receitam indiscriminadamente esse tipo de leite nas materni-

dades; do outro, o Ministério da Saúde, a Vigilância Sanitária

e os profissionais de saúde, inclusive médicos, que tentam es-

timular o aleitamento materno em todo o País. É o caso da e-

quipe do Hospital Nossa Senhora da Guia, que adotou uma

política de aleitamento materno visando integrar a rede de

hospitais da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC).

Para receber o selo IHAC, o Hospital Nossa Senhora da

Guia precisa cumprir os dez passos da Declaração Innocenti,

que inclui a capacitação de todos os profissionais da unidade

para o estímulo ao aleitamento materno, proibição de chupe-

tas e mamadeiras, ampla divulgação dos benefícios da ama-

mentação por meio de cartazes e folhetos, dentre outros.

"Aqui, todos estão atentos para que as puérperas ofere-

çam o peito ao filho e não tragam mamadeiras ou chupetas

para o hospital, incluindo a segurança, a recepção, a copa,

além dos profissionais de Enfermagem, da equipe multidis-

ciplinar, da Obstetrícia e da Pediatria", disse a enfermeira

Zara Cristina.

Page 23: Revista Santa Casa Nº 2

23

Norma proíbe agrado de fabricantes de leite a profissionais de saúde

A NBCAL é um conjunto de normas que contribuem para a a-

dequada nutrição dos recém-nascidos e de crianças até os 3 anos

de idade por meio da regulamentação da promoção comercial dos

alimentos para lactentes e crianças da primeira infância. A norma

proíbe promoção comercial, oferecimento de amostra grátis e pro-

pagandas enganosas de alimentos artificiais e utensílios para a ali-

mentação de crianças pequenas.

A portaria do Ministério da Saúde nº 2051, de 9 de novembro

de 2001, proíbe inclusive que funcionários das empresas que pro-

duzem ou comercializem esses produtos abordem direta ou indire-

tamente as gestantes, as mães, suas famílias ou presenteiem os pro-

fissionais da saúde. "Nenhum profissional da unidade pode ser ho-

menageado ou receber qualquer benefício dessas empresas", aler-

tou Zara Cristina.

Por meio de resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sa-

nitária (Anvisa), a norma regulamenta as informações contidas nos

rótulos dos produtos. Pode-se citar como exemplo a proibição de fo-

tos e desenhos de crianças em embalagens de fórmulas infantis ou

leites de qualquer natureza.

Outro dado importante é que os comerciantes são obrigados a

expor cartazes com frases de advertência que reforçem a importân-

cia do aleitamento materno exclusivo ate o sexto mês de vida,

alternado com outros alimentos, até os 2 anos ou mais.Além disso,

deve informar sobre os riscos do desmame precoce e que esses pro-

dutos podem causar.

Enfermeira Zara Cristina

Page 24: Revista Santa Casa Nº 2

Quarto terapêutico é o único de Alagoas

CÂNCER DE TIREÓIDE

Estima-se que 60% da população brasileira tenha nó-

dulos na tireóide em algum momento da vida. Em

média, 5% dos nódulos detectados são cancerosos,

sendo benignos em mais de 90% dos casos, conforme da-

dos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Meta-

bologia.

Cerca de 85% dos pacientes com doença diagnostica-

da em estágio inicial se mantêm vivos graças à iodoterapia,

tratamento que, em Alagoas, é realizado apenas na Santa

Casa de Maceió. O hospital é o único no Estado a dispor

do chamado quarto terapêutico.

Construído segundo normas do Conselho Nacional de

Energia Nuclear, o quarto terapêutico possui paredes blin-

dadas com barita (concreto especial), porta de chumbo, pi-

so impermeável, dois leitos, wc exclusivo e decoração hu-

manizada.

Questionado sobre o uso de concreto e de chumbo na

estrutura do quarto, o médico nuclear André Gustavo frisa

que a iodoterapia utiliza iodo radioativo em pacientes que

tiveram câncer de tireóide e foram submetidos à retirada ci-

rúrgica da glândula. "Sendo um radiofármaco, é preciso

que o paciente permaneça em isolamento por até 48 horas

até que o elemento radioativo seja eliminado pela urina e

pelas fezes", explicou.

Os especialistas em Medicina

Nuclear, Marcelo Farias

e André Gustavo

24

Page 25: Revista Santa Casa Nº 2

25Revista da Santa Casa de Maceió

www.santacasademaceio.com.br

"O iodo radioativo, nesses pacientes, funciona como

forma de prevenção. Muitas vezes, a glândula tireóide é re-

tirada, mas podem ficar alguns pedaços de tecido tireoi-

deano ou mesmo de células cancerosas que não puderam

ser abordados durante a cirurgia", assegura o também mé-

dico nuclear Marcelo Farias.

A iodoterapia está disponível tanto para os pacientes

do SUS como de convênios e particulares. Implantado pelo

médico nuclear Duílio Marsíglia e reativado em 2006, o

quarto terapêutico da Santa Casa de Maceió recebeu, so-

mente no ano de 2009, mais de 130 pacientes, com uma

média de quatro tratamentos por semana.

DOENÇA - Com predominância sobre o público femi-

nino, os nódulos na tireóide podem ser benignos ou malig-

nos, sendo identificados pelo próprio paciente por meio de

autoexame. Em famílias com histórico de hipertiroidismo, a-

conselham-se exames periódicos de ultrassonografia, mas

caberá ao médico indicar o melhor tratamento e o momen-

to certo para realizar a cirurgia de retirada da tireóide.

TIREÓIDE - A tireóide é uma glândula localizada na

parte anterior do pescoço, que produz os hormônios T3 (tiio-

dotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todo o organismo

regulando o crescimento, a digestão e o metabolismo.

Quando a tireóide não funciona adequadamente, pode

liberar hormônios em excesso (hipertireoidismo) ou em

quantidade insuficiente (hipotireoidismo). De maneira ge-

ral, quando a glândula está hiperfuncionante, ocorre uma

aceleração do metabolismo em todo o organismo, poden-

do ocorrer agitação, diarréia, taquicardia, perda de peso e

outros sintomas. Ao contrário, quando a glândula está hi-

pofuncionante, podem ocorrer cansaço, fala arrastada, in-

testino preso, ganho de peso, dentre outros.

A glândula secreta hormônios

vitais que regulam

os batimentos cardíacos,

o sistema nervoso, os pulmões

e o consumo de energia

Veia jugular

Tireóide

Traquéia

Artéria carótida

Page 26: Revista Santa Casa Nº 2

26

AUnidade Docente Assistencial Professor Rodrigo

Ramalho iniciou as suas atividades em agosto de

2009, centralizando os ambulatórios Geral e de

Cardiologia do Sistema Único de Saúde

(SUS), além do Laboratório de Análises Clíni-

cas e do Serviço de Radiologia.

Localizada na Avenida Assis Chateau-

briand, em Maceió, o complexo realizou

2.027 consultas ambulatoriais entre julho e

20 de dezembro de 2009, sendo a Geriatria

(com 309 atendimentos), a Pneumologia

(305) e a Cirurgia Geral (241) as especialida-

des mais requisitadas. No mesmo período, o

setor cardíaco realizou 3.342 atendimentos

ambulatoriais e 781 exames.

Conforme antecipa a gerente de Unida-

des Externas, Rejane Paixão, a grande novidade para 2010

é a instalação de um equipamento que permitirá a digitali-

zação dos exames da Radiologia. O serviço, inclusive, é um

dos mais solicitados, com a realização de

1.913 exames, ficando atrás apenas do La-

boratório de Análises Clínicas (29.240) e das

mamografias (6.367).

“Além de garantir conforto aos pacientes

do SUS, a Unidade Rodrigo Ramalho será um

espaço para ensino e pesquisa, confirmando

a vocação da Santa Casa de Maceió para for-

mar novos profissionais e fazer ciência”, dis-

se o coordenador médico da unidade, Ed-

mundo Guilherme.

No decorrer do ano, os médicos residen-

tes da Cirurgia Geral, da Clínica Médica, da

Anestesiologia, da Otorrinolaringologia e da Ortopedia es-

tarão em sala de aula na Unidade Docente Assistencial. Ho-

je, parte do atendimento já é de responsabilidade dos mé-

dicos residentes. O próprio gerente de Ensino e Pesquisa,

Mário Jucá já utiliza as instalações da Unidade Professor

Rodrigo Ramalho para dar aulas a estudantes da Uncisal.

Diferentemente do que muita gente pensa, a residência

médica é um curso de pós-graduação para médicos autori-

zado pelo Ministério da Educação, e não um simples está-

gio em Medicina.

Conforme frisou o provedor Humberto Gomes de Melo,

a unidade foi denominada docente assistencial para ser um

espaço dedicado ao desenvolvimento de profissional dos

residentes e para a realização de pesquisas médicas.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

RODRIGO RAMALHO

Unidade centraliza Ambulatório e Cardiologia

Edmundo

Guilherme,

coordenador

médico

COM 309

ATENDIMENTOS, A

GERIATRIA LIDERA

O RANKING DE

CONSULTAS NO

AMBULATÓRIO DA

SANTA CASA DE

MACEIÓ, QUE

PASSOU A

FUNCIONAR

NA UNIDADE

RODRIGO

RAMALHO

Page 27: Revista Santa Casa Nº 2

27

A Unidade Rodrigo Ramalho realiza consultas ambula-

toriais em Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ortopedia, Cardio-

logia, Proctologia, Cirurgia Digestiva, Dermatologia, Geria-

tria,Alergologia, Otorrinolaringologia, Reumatologia, Psico-

logia, Fisioterapia, além de Cirurgia Oncológica e Cardioló-

gica. O Centro de Diagnóstico, por sua vez, oferece Cardio-

logia, Radiologia, Mamografia, Ultrassonografia, além do

Laboratório de Análises Clínicas.

A gerente Rejane Paixão explica que a marcação de

consultas na Nefrologia é realizada no próprio Rodrigo Ra-

malho, mas que o atendimento continua sendo prestado no

Setor de Nefrologia da Santa Casa. A marcação de consul-

tas e o acesso aos demais serviços podem ser feitos nos

postos de saúde, através do sistema Cora, ou na recepção

da própria unidade.

Com 309 atendimentos, a Geriatria lidera o ranking de

consultas no Ambulatório da Santa Casa de Maceió, que

passou a funcionar na Unidade Rodrigo Ramalho.

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

Rejane Paixão: gerente de Unidades Externas

Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho, na praia do Sobral

Page 28: Revista Santa Casa Nº 2

28

Um relatório da Organização Mundial de Saúde

(OMS) prevê que até 2030 o mundo terá 27 mi-

lhões de pessoas com câncer e será obrigado a

enterrar outras 17 milhões por causa da doença. Ainda se-

gundo a entidade, 45% destes óbitos poderão ser evitados

se houver o diagnóstico precoce acompanhado por ações

de prevenção.

É justamente para falar de prevenção que a equipe do

projeto Oncologia na Estrada vem realizando encontros in-

formativos, que reuniram, em 2009, mais de 1200 profis-

sionais do Programa Saúde da Família em municípios ala-

goanos como Murici, Pilar, Maceió, Piaçabuçu e Penedo.

Idealizado pelo oncologista clínico Divaldo Alencar,

com o apoio da coordenadora do Serviço de Oncologia Clí-

nica, Andréa Albuquerque Costa, o projeto põe na estrada

a equipe do Centro de Oncologia e Hematologia Lourival

Nunes da Costa.A iniciativa conta com o empenho de uma

equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos,

assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos e terapeutas

ocupacionais.

Além do diagnóstico e da prevenção, são debatidos te-

mas como encaminhamento do paciente com diagnóstico

de câncer, papel da equipe multidisciplinar no tratamento

do paciente oncológico, papel do Serviço Social na atenção

ao doente com câncer, medidas individuais de prevenção,

epidemiologia e rastreamento de possíveis casos visando

identificar a doença ainda no estágio inicial entre outros.

“Observamos que muitos pacientes com câncer

chegam à Santa Casa de Maceió em estágio muito avança-

do da doença, o que poderia ser evitado se fosse realizado

o diagnóstico precoce”, diz Andréa Albuquerque, que exe-

cuta o projeto junto com Alencar.

Andréa Albuquerque relata que o trabalho está tendo

boa receptividade por parte dos gestores municipais que,

por meio das suas Secretarias de Saúde, se encarregam de

reunir e motivar as equipes do PSF para as palestras.

Divaldo Alencar lembra que a execução do projeto é

totalmente patrocinada pela Santa Casa de Maceió, ca-

bendo ao município reservar o local do evento. Ao térmi-

no das palestras, alunos da Liga de Oncologia da Univer-

sidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) apli-

cam um questionário que facilitará o entendimento das

dificuldades enfrentadas em cada localidade visitada e

no Estado como um todo. Os municípios interessados no

projeto podem entrar em contato com o Centro de

Oncologia da Santa Casa de Maceió pelos telefones

2123-6379 ou 2123-6966.

Exames preventivos podem evitar 45% dos óbitos por câncer

Oncologia na Estrada

Oncologista Divaldo Alencar

Revista da Santa Casa de Maceiówww.santacasademaceio.com.br

Page 29: Revista Santa Casa Nº 2

29

Segundo projeção da Organização Mundial de Saúde

(OMS), em 2010, o câncer deverá ser a primeira causa de

morte em todo o mundo. “Em 2007, 7,6 milhões de pes-

soas morreram de câncer no mundo; no Brasil, somente em

2010, surgirão mais de 489 mil novos casos. Diante disso,

acreditamos que só a prevenção terá um impacto significa-

tivo contra a incidência da doença”, diz Divaldo Alencar.

“As pessoas ainda têm a falsa ideia de que é muito difí-

cil o acesso aos serviços de tratamento. Ao contrário, exa-

mes muitos simples podem significar o diagnóstico em

tempo hábil para o tratamento eficaz”, diz Andréa Albu-

querque e exemplifica: “o Papanicolau, para a detecção do

câncer de útero, a mamografia e o exame de próstata são

alguns exemplos básicos de exames que podem evitar ou

detectar precocemente esses tipos de câncer, que possuem

o índice de maior incidência no Nordeste, e facilitar o en-

caminhamento imediato do paciente para o tratamento”,

completou.

Evento reuniu profissionais do Programa Saúde da Família do município de Cajueiro

Exames previnem câncer

Page 30: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br

Reunidos no I Fórum de Ética e Responsabilidade

Médica - promovido pela Santa Casa de Maceió -,

juízes, procuradores e médicos encontraram uma

alternativa para minimizar a chamada judicialização da

saúde: a adoção da câmara setorial da saúde, composta

por representantes da sociedade civil e profissionais de

diversas especialidades.

O termo judicialização da saúde é um neo-

logismo muito usado por profissionais e insti-

tuições do setor para identificar a excessi-

va interferência de decisões do Judiciário

em questões que poderiam ser equa-

cionadas por outros meios, como a

mediação.

"Santa Catarina criou uma câ-

mara setorial, que vem oferecendo

suporte técnico aos magistrados. O

juiz consulta um dos especialistas do

colegiado antes de conceder a limi-

nar; tudo de forma célere", disse o pro-

motor de Justiça aposentado Marcos

Robson, a quem coube discutir o tema

no evento.

Principal articulador do fórum, o

médico Hélvio Chagas Ferro lembrou

que muitos juízes assinam liminares sem o embasamento

técnico necessário, quase sempre, sob pressão de advoga-

dos, o que leva a decisões questionáveis. "Os magistrados

precisam de apoio técnico para auxiliá-los.A Câmara Seto-

rial pode ser uma solução", resumiu o especialista após o

fórum.

Foi o caso da médica Ana Murai, coordenadora da Cen-

tral Estadual de Regulação do Rio de Janeiro, presa no ano

passado por não cumprir a ordem da Justiça determinando

a internação de uma paciente mesmo se não houvesse va-

ga. "O órgão regulador não é dono dos leitos. Se o juiz sou-

besse disso, não teria mandado prender a médica", disse

Antônio de Pádua, membro do Conselho Regional de Me-

dicina de Alagoas.

O promotor Marcos Robson

fez outro alerta sobre os prejuízos

da judicialização da saúde. Citan-

do dados do Rio de Janeiro, em

2007, foram gastos R$ 48 milhões

em medicamentos e procedimen-

tos devido a decisões judiciais e a-

penas R$ 102 milhões em obras de saneamento.

"Enquanto o saneamento reflete sobre a vida de

milhões de pessoas, as liminares individuais bene-

ficiam poucas pessoas", salientou.

Quando se fala em liminares na área da

Saúde, há casos curiosos e até mesmo folclóri-

cos. Um deles foi a decisão de um juiz que obrigou

um secretário de Saúde a comprar a conhe-

cida pomada Hipoglós a pedido de um pa-

ciente, sob pena de ser preso no prazo de

48 horas.

Em outro caso, um juiz obrigou o

Estado a entregar, durante um ano, 90 comprimidos de via-

gra a uma paciente. Ela solicitava um medicamento vasodi-

latador, como o Viagra, para reduzir a hipertensão capilar

pulmonar e a obstrução da válvula mitral. Após procurar

outro especialista, a paciente descobriu que o caso reque-

ria uma cirurgia para desobstrução da artéria ou implanta-

ção de uma prótese. "O que faço com o Viagra?", pergun-

tou a paciente sob o olhar surpreso do médico.

Câmara setorial pode minimizar judicialização da Saúde

Ética médica

30

Page 31: Revista Santa Casa Nº 2

Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 31

Evento reúne entidades médicas e do Judiciário

Hélvio Ferro e Alfredo Marinho Rosa em evento que reuniu juízes, promotores e médicos

O provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Go-

mes de Melo, ouviu seguidos elogios dos médicos e dos re-

presentantes da Justiça, do Ministério Público, do Conselho

Regional de Medicina, da Sociedade Alagoana de Medicina

e do Sindicato dos Médicos presentes ao encontro. "Trata-

se de um momento importante para a classe médica, pois

estamos lançando as bases de um diálogo permanente

com os agentes da Justiça", acentuou.

Membro do Conselho Regional de Medicina, o médico

Alfredo Marinho Rosa destacou a importância de encon-

tros como o Fórum de Ética para se criar um espaço de dis-

cussão entre operadores de direito e médicos. Ele acredita

que a discussão sobre ética e responsabilidade de juízes e

médicos traz benefícios não somente para os profissionais

das duas áreas, mas principalmente para o público-alvo de

ambas: o cidadão.

Já o diretor médico da Santa Casa de Maceió,Artur Go-

mes Neto, frisou que a crescente demanda de ações na Jus-

tiça e no Conselho Regional de Medicina levou a institui-

ção a convidar entidades do setor e representantes da Jus-

tiça para iniciarem um diálogo que, segundo o especialista,

deverá se repetir nas próximas edições do fórum.

Fórum discute ética e

responsabilidade médica

Page 32: Revista Santa Casa Nº 2

32

Além da faixa etária e do intenso desejo de viver, algo

mais uniu os caminhos do aposentado Manoel Gon-

çalo, 78; da ex-servidora pública Maria do Carmo, 73;

da auxiliar de Enfermagem Marceline Rocha, 54; da costureira

Julieta Lopes e de outros 35 homens e mulheres formandos da

primeira turma do curso de Envelhecimento Ativo da Santa Casa

de Maceió.

Estamos falando justamente desse projeto, que mostrou

aos participantes e à sociedade que é possível envelhecer com

qualidade de vida, bastando ter iniciativa e informações neces-

sárias para atingir esse objetivo. "Concluo o curso com a sensa-

ção de que posso agir como multiplicadora do que foi apresen-

tado aqui", disse Marceline Rocha após receber o certificado de

conclusão do curso no Centro de Estudos Professor Lourival de

Melo Mota.

Esse é o mesmo sentimento que nutre Maria do Carmo,

que, brincando, afirma ter "7.3 anos". Ela destacou que a pales-

tra do oncologista Divaldo Alencar "fechou o curso com chave

de ouro". "Apesar de não ter casos de câncer em minha famí-

lia, a forma como o dr. Divaldo falou sobre a doença me mos-

trou que posso ajudar a quem estiver vivenciando o problema",

afirma Maria do Carmo, confessando o seu desejo de repetir o

curso na próxima turma.

Manoel Gonçalo, por sua vez, tornou-se "porta-voz" do

Grupo de Envelhecimento Ativo, sendo um dos mais atuantes

da turma. "Agora estou lutando para que o município coloque

um ponto de ônibus próximo ao Rodrigo Ramalho (unidade

assistencial na praia do Sobral onde funciona o Ambulatório da

Santa Casa de Maceió)".

Presente à solenidade de conclusão do curso, o provedor

Humberto Gomes de Melo destacou a importância da terceira

idade para a sociedade brasileira. Segundo ele, muitos homens

e mulheres acima dos 60 anos permanecem em atividade e sus-

tentando a família. "Os recursos pagos pela Previdência Social

movimentam a economia de muitos municípios alagoanos, por

isso, os idosos precisam conhecer os seus direitos para que pos-

sam exigir respeito tanto da própria família quanto do poder

público", destacou.

CURSO

Envelhecimento (bem) ativo

Page 33: Revista Santa Casa Nº 2

Idosos emperigo

Os idosos - homens e mulheres com mais de

60 anos - representam 11,6% da população brasi-

leira. Em Maceió, essa proporção é inferior a 10%,

o que mostra que aqui se morre mais cedo.

"Alagoas tem um dos piores indicadores sociais do

País", avalia a geriatra Helen Arruda, coordenado-

ra do projeto.

"Um idoso, em Alagoas, vive nove anos a me-

nos que um do Distrito Federal.A expectativa de vi-

da ao nascer, em nosso Estado, é de 66,7 anos,

contra a média nacional, que é de 77 anos.

Em Alagoas existem cerca de 270 mil pessoas

acima dos 60 anos e, em Maceió, em torno de 67

mil, que precisam de informação para terem mais

qualidade de vida, defenderem os seus direitos e

alcançarem a tão desejada inclusão social".

A equipe do Envelhecimento Ativo: Liliana Gomes,

Felipe Rebelo, Mônica Lessa, Helen Arruda e Maria Lúcia

Geriatra Helen Arruda

em uma das palestras

com o Grupo de

Envelhecimento Ativo

EM ALAGOAS, UM IDOSO

VIVE 9 ANOS A MENOS

QUE NO DISTRITO

FEDERAL. A EXPECTATIVA

DE VIDA AO NASCER

AQUI É DE 66,7 ANOS,

CONTRA A MÉDIA

NACIONAL, DE 77 ANOS

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34

No Brasil, cerca de um milhão de pessoas convivem

com uma doença considerada, a princípio, inofen-

siva, mas que, ao longo dos anos, acaba por ele-

var a massa corporal das suas vítimas para, pelo menos, 40

quilos acima do seu peso normal. Estamos falando da obe-

sidade mórbida.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica

(SBCB), a obesidade mórbida é predominante entre as mu-

lheres, que respondem por cerca de 60% dos casos. Deno-

minada ginecóide, a gordura feminina é menos nociva que

a masculina e costuma se alojar na região do quadril, pro-

vocando doenças como artrose, varizes, entre outras. Em

contrapartida, a gordura masculina, denominada andróide

- mais perigosa - costuma se concentrar na região do tron-

co e está associada a doenças mais sérias, como diabetes,

colesterol e problemas cardiovasculares.

Com cerca de 650 cirurgias bariátricas em seu currícu-

lo, o cirurgião da Santa Casa de Maceió Antônio de Pádua

afirma que a redução do estômago é a melhor alternativa

para devolver a qualidade de vida aos portadores de obesi-

dade mórbida. A cirurgia bariátrica leva o paciente à

diminuição da ingestão de alimentos e, por tabela, à perda

de peso.

"Parece simples, mas não é. Os pacientes que se sub-

metem à cirurgia precisam ser acompanhados por uma e-

quipe multidisciplinar, que inclui endocrinologista, nutricio-

nista, psicólogo e o próprio cirurgião", alertou o especialis-

ta, lembrando que a indicação cirúrgica obedece a uma sé-

rie de critérios clínicos, incluindo o cálculo do Índice de

Massa Corporal (IMC) (leia mais no box).

Um levantamento feito junto a cem pacientes operados

pelo cirurgião Antônio de Pádua revelou que 84% apre-

sentaram melhoras em relação ao diabetes e quase 90%

quanto à hipertensão. "Porém, sem o acompanhamento da

equipe multidisciplinar, muitos acabam voltando a engor-

dar entre quatro e cinco anos após a cirurgia", diz Pádua.

Somente na capital alagoana são realizadas de 25 a 30

cirurgias por mês, número insuficiente frente à demanda e-

xistente. Em Alagoas, a Santa Casa de Maceió está entre os

seis centros habilitados a realizar cirurgias bariátricas, dos

quais, cinco localizados em Maceió e um em Arapiraca. Se-

gundo Antônio de Pádua, a técnica cirúrgica realizada na

Santa Casa é a chamada videolaparoscopia, com a utiliza-

ção de microcâmeras, que são inseridas no paciente por

meio de pequenos orifícios. A técnica reduz o tempo de in-

ternação no pós-operatório, agilizando a recuperação e di-

minuindo os riscos de infecção.

Cirurgia devolve qualidadede vida a pacientes

OBESIDADE MÓRBIDA

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Médico Antonio de Pádua

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Aprenda a calcular

o seu índice IMC

O Índice de Massa Corporal (IMC) é

uma fórmula que indica se um adulto está

acima do peso, obeso ou abaixo do peso

ideal, considerado saudável.A fórmula para

calcular o Índice de Massa Corporal é o

IMC = peso/(altura).

O número resultante da fórmula deve

ser comparado com os da tabela abaixo,

criada pela Organização Mundial da Saúde.

Apesar de facilitar a identificação da obesi-

dade, a própria OMS avisa que o Índice de

Massa Corporal é apenas um indicador e

que não determina de forma inequívoca se

uma pessoa está acima do peso ou obesa,

cabendo ao médico avaliar caso a caso a

necessidade de cirurgia.

CONDIÇÃO IMC EM ADULTOS

Abaixo do peso abaixo de 18,5

No peso normal entre 18,5 e 25

Acima do peso entre 25 e 30

Obeso acima de 30

A obesidade mórbida é predominante

entre as mulheres, respondendo por

cerca de 60% dos casos.

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