revista portuguesa e brasileira de - redalyc.org · ntes da revolu,oo industrial, o rnais frequente...
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Revista Portuguesa e Brasileira de
Gestão
ISSN: 1645-4464
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa
Portugal
Pereira, Elisabelh; Fernandes, António Jorge
As actuais tendencais empresariais como fontes de vantagem competitiva
Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, vol. 4, núm. 2, abril-junio, 2005, pp. 30-38
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa
Lisboa, Portugal
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=388541364004
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A R s
s e ais e enciomo fontes de uantage
por Elisabeth Pereira e António Fernandes
sar"a"pe "tiu
REsumo: AadaIJta~(jo euolutiua constante das emllresas lis nouas tendencias geradas por 1II11 contexto exterior cadauez mais complexo eem constante mudan~a, torna arealidade enuoluente da actiuidade emllresarial fortementealeatória eas preuisoes mais falfueis, Ilelo (IUe éum imperatiuo lIara que as emlJl'esas consigam crescer eprosperar. Assim, na no~(jo actual de empresa, é Ilreciso integrar, numa persllectiua relacional, uariiÍueis até agora ignoradas. Estas nouas uariiÍueis criam comlletencias, factores de competitiuidade e, atraués destes, uantagens comlletitiuas que se traduzem em uantagens comparatiuas aniuel regional, nacional ou até internacional que Ilermitem lisemlJl'esas ganhar terreno 11 concorrencia no actual ambiente de grande riualidade.Palavras-chave: Vantagem Competitiva, Tendencias Empresoriois, Empreso, Cultura da Empresa, Objeclivos da Empresa
TillE: Current mflnflgerifll trends flS sources of competitiue flduantageABSTRACT: The constflnt eUfllufltiue fldalltfltion of the firms to the new tendencies generoted by an exterior enuironment more flml more comlllex flnd inllermanent change, malles the inuoluing refllity of the firm-related actiuity strongly I'flndom flnd the preuisíons more fflllible, so, it is fln imlleratiue to firms to groluth flnd Ilrosller. Thus, inthe flctualnotion of firm it is needful to integrote, in fl relationfll perspectiue, ufll'iflbles untilnolu underestimflted.These uariables create comlletencies, fflctors of comlletitiueness flnd, through these, comlletitiue aduflntflges, whichtrflnslflted in comllfll'fltiue flduflntages in aregional, national 01' internfltionfllleuel, luhich flllolU firms to gflin groundto comlletition in the flctUfll enuironment of greflt riualry.
Key words: Competitive Advonlage, Monagerial Trends, Theory of the Firm, Organizalional Culture, Objeclives of Ihe Firm
nntes da Revolu,oo Industrial, o rnais frequente ero o
produtor, individual, na maioria dos casos, adquirir as
matérias-primas e o resultado do produ<;áo desfinovo
-se 00 consumo próprio ou a monter a continuidade de um
empreendimento (om objectivos comerciais. Com o
Revolu<;ao Industrial, o acto de produ<;ao, e a sua conse
quente vertenfe comercial e empresarial, alterou-se profun
damente em resultado do progresso tecnologico.
Alguns dos factos que estiveram na base das Illodifi
ca<;óes observadas no vida comercial e empresarial foram
as inven<;6es tecnológicas, a explora<;ao intensiva do solo,
o desenvolvimento nos transportes de pessoas, de maté-
rias-primas e de mercadorias, o progresso dos meios de
comunica<;ao, que conjuntamente levaram a uma allera<;ao
radical na forma de produ,ir e de negociar dos empresas,
reflectindo-se num grande crescimento do volume de negó
cios e permitindo atingir índices de desenvolvimento nunca
antes igualados, que tiveram como consequencia a prolife
ra,oo empresarial e a subida do nível de vída das fornílíos(Ashton, 1977).
Até algumas décadas atrás, as no<;6es de empresa
baseavam-se na ideia simplista de que esta resulfava da
¡un,oo de tres factores de produ,oo fundalllentaís: terra, tra
balho e capital. Poder-se-ia, entño, definir empresa corno
30 IREUISTn PORTUGUESR EBRASllElHA DE GESTAO
ARTIGOS
«As empresas constituem urna das mais complexaseadmiráuels inslilui~íles sociais que acrealiuidade
eaengenhosidade humana construfrilm.As empresas de hoje sao diferentes das de onteme, prouauelmente, amanhll eno futuro distante
apresentarao diferen~as ainda maiores.»(Chiauenilto, 19821
uma organizm;óo em que se combinavam v6rios faclores de
produ,ao sob o conlrolo de umo ou mais pessoas, tendocomo obieclivo maximo a obten,ao de lucro pela vendo de
bens e servic;os que produzio ou adquiría.
Actualmente, o noc;60 de firma é muito mais abrangente,
dotada de urna existencia prépria condicionada pelo contex·to exterior envolvente, comparativamente 00 que acontece
(om uol organismo VIVO.
Para Roldao (1998, p. 5), uma empresa representa um
conjunto de meios que «se movirnenta por objectivos (implí
citos ou explícitos) num dodo contexto enquadrante, orienta·da internamente por uma cultura e aginda segunda proceso
SOS, senda através do seu sistema de informac;óo que reoge
00 contexto de uma formo mois ou menos flexível e mois ou
menos integrado)),
As empresas tem um importante papel na economia de
um país. Além do objeclivo de satisfazer necessidades proveo
nientes da l10tureza humano, quer de ordem económico,
social, cultural, fécnica ou malerial, sao os empresos,
enquanto institui)óes sociais e económicas, e nao os gover
nos, que criam e distribuem a maior parte da riqueza de
urna economia, que inovam, comercializam e elevam os
padraes de vida (Ghoshal, Bartletl e Moran, 2000).
Actualmente, as empresas operam num meio complexo de
tecnologias e mercados convergentes, numo acérrima con·
correncia e num ambiente de inovo)oo constante que podetornar obsoletos, num curio espo)o de tempo, produlos,
equipomentos e eslruturas induslriais. Peronte isla, os recur
sos empresorta;s que mais se deslacam deixam de ser os
financejros poro passarem a ser o conhecimento e as com·
pelencias das recursos humanos (Cardoso, 1999; Drucker,1992; Ridderstr6le, 2000; Roldao, 1998).
Numo lógica de economia organizacional turbulenta, a
vantagem competitiva estó associada ó capacidade da em
presa melhorar, sistematicamente, como resposta as cons·
lantes pressaes da mercado (Thersmar e Thaening, 2000).A evalu)oo empresarial acorrida no último século con
tribuiu para uma melhoria sustentada e sem precedentes dos
níveis de vida dos cidadaos, motivada em grande parte pela
capacidade das empresas em promoverem a produtividade
e criarem novas produtos e servi)os, assim como pela cada
vez maior tendencia paro preocupo~óes sociais e ambientais. Pelo que se constata que existe forte correla,ao positiva
entre o crescimento de uma economio e a eficácia, dimen
sao e performance das empresas nela operantes. O bem-es·
tar social parece estar cada vez mais associodo 00 bem-es·
tar empresarial.
As acluais tendenciaso contexto exterior é complexo e cada vez mais volátil,
abrongendo fado um conteúdo s6cio·polílico.económico,
envalvido por uma conjunlura em conslante mudon~o e
Etlsabolh T. [email protected] em Economio¡ Assisten!e Convidado do Departamento de Economio, Gestao e Engenhorio Industriol do Universidode de Aveiro, Aveiro, Portugal.Mos/er in Economics; Inviled Assistonl Professor o( Deportment of Economics, Monogemen/ ond Industrial Engineering of Aveiro Universily, Aveiro, Portugal.
Antóllio Jorge [email protected] em Ciencias Económicos e Empresariois; Professor Auxiliar do Departamenlo de Economio, Gestao e Engenharia Industrial do Un;versidode de Aveiro,Aveiro, Portugal.PhD jn Enterprise and Economic Sciences¡ Assjstonf Pro'essor o, Deporlment o, Economics, Monagement ond Indusfrial Eng;neering of Aveiro Un;versity, Aveiro,Porlugal.
NotaComunicac;ao opresentoda nos Primeiros Jornodas Politécnicos de Engenharia Mecánico, Automóvel, Geslao Industrial e Ambiental (adoptado).
Recebido em Janeiro de 2005 e aceite em Morc;o de 2005.Received ;n Januory 2005 and occepted in Morch 2005.
IIBR/JUII2005 131
A R s
evolu~ao, o que lomo as previs6es empresariais extremo
mente aleatórios. Tal facto condiciono o crescimento e o
prosperidode dos empresas que só o conseguirao se se 50U
berem adaptar as novas exigencias deste contexto em cons·
tonte tronsformo~áo.
Assim, na no~60 de empresa é preciso integrar, numo
perspectivo relacional, variáveis oté aqui rnenosprezodos,
nomeodomente: o quolidode; o inovo~áo 00 nível do
processo de fabrico, de moteriais, de coloco<;oo no merco
do; o espírito de iniciativo dos dirigentes; o quolidode dos
recursos humanos da empresa (seleq;60, forma~ao, moti·
vaC;ao, envolvimento); a nafureza das relac;óes que se eslabelecem entre empresas (cooperac;óo, pareerías, ...1 e eom
os clientes poro quem se produz; o ontecipo~áo dos neces·
sidodes futuros do mercado por vio do marketing; os políti·cas de benchmorking¡ faclores ecológicos e ombientais; a
tecnologio (uola dos principais vontagens comparativos dos
empresas ossociodo 00 know-J¡ow do eapitol humano); e o inter
nacionalizac;óo. Estas exemplos de novas variáveis a considerar,
criam competencias, fadores de competitividade e, através
destes¡ vantagens competitivas que se lraduzem em vanfagens
comparativas a nível regional, nacional ou olé internacional que
permitem 6s empresas ganhar terreno 6 concorrencia num
ambiente de grande rivalidade, como é o que vivemos sob o pri
mado dos oligopólios e do canearrencio monopolístico.
Hoje em dio, os empresas fem consciencia que o lucro nao
é apenas um dos objeclivos de todos os seus esfon;os e si·
nergias, conforme prefendiam os economistas c1ássicos. Tem
vindo a crescer as preocupo<;óes dos empresas com uma
melhor quolidode dos seus produtos e servi~os, com o for
mac.;ao e o aperfei<;oomenfo dos seus recursos humanos¡
com meios de comunicac.;ao infernos e externos mais efi·
cazes, com uma melhor qualidade da informac.;ao aos con
sumidores, com umo melhor resposte 6s exigencias eres
centes destes e com o sensibilizo~áo crescente dos cidodáos
para factores ecológicos e ambientois. Esta último preocu
pac.;ao exige que as empresas fomem medidas no sentido de
melhororem o estético e o enquodromento dos seus edifí·
cios, nao destruírem espa<;os verdes, evitorem a poluic.;ao
sonora¡ nao contominarem o ambiente, e envolverem-se em
componhos de protec~áo ou de sensibilizo~áo ambiental.A firma é considerada como delentora e criadora de um
conjunlo de recursos propnos e únicos (Borney, 1991;
Pelerof, 1993; Wernerfelt, 1984), senda que o importancia
dos recursos e competencias empresariois próprias reside no
seu volar, eseassez, possibilidode de imito~áo imperfeito e
dificuldode de substitui~áo (Borney, 1991; Powell, 2001), ou
seja, a posic.;ao no mercado resulta da aquisir;áo e desen
volvimenfo de activos idiossincráficos críticos, geradores de
utilidode.Nesto linha de rociocínio, um desempenho superior sus
tentado é concebido como um fenómeno específico da
empresa, derivado dos recursos e dos competencias que
geram rendas económicas em virtude do seu valor, escassez,
e imito~áo imperfeíto (Powell, 2001 j.
II uilnlilgem comlletltiuilUma empresa possui vanlagem competitivo quando
implementa uma estrotégio de criac.;ao de volar que nao é
simultaneamente implementado por outro concorrente
actual ou potencial (Borney, 1986, 1991, 1995; Porter,
1985) ou quondo lem ocesso o olguns activos - tongíveis
e jntangíveis - oos quais os seus concorrentes nao tem
ocesso (Cosson, 1990). Segundo Porler (1985), o van·
togem competitiva de uma empreso provém do sua
copocidode em criar volar paro o cliente, de formo que o
volar do produto ou servi~o excedo o custo do crio~áo
poro o empresa.
Por seu lodo, Porter e Millar (1985) argumentom que se
crio vantogem competitivo quando os empresas obtem
novas formas de superar o SUD concorr€!I1cia. E para Flynn¡
Schroder e Sakokiboro (1995), o vontogem competitivo de
umo empresa é fraduzida pelo forma como esto cria valor
paro os seus clientes, de forma distinta das empresas con
correntes, o que Ihe permite evidenciar-se na competic.;ao a
várias dimens6es e estabelecer e sustentar urna posic.;ao
defensóvel no mercado.
O volar represento oquilo que os compradores estáo dis
postas o pagar poro adquirir um determinado bem. A von
togem competitiva permite criar um valor superior que ultra
posse o custo de produ~áo do empresa, dando origem o
uma oferta a pre<;os mois baixos do que o da concorrencia,
gerada por custos mais baixos, por benefícios equivalentes
ou pelo fornecimento de benefícios únicos que compensem
32 IIIEUISTn POIlTUGUESII EBllnSILElIln DE GESTñD
ARTIGOS
um pre,o mois alto. Pelo que, umo dos grandes responsa
bilidades dos gestores estratégicos reside no ovolio,oo
sistemática do capacidade dos recursos e competencias
da SUD empresa eOl acrescentarem confinuamente valor,
foce os mudan,os da envolvente compelitivo (Bomey,
1995).
A vantagem compefitiva é urna conslruflóo multidimensionol
de vorios contribuidores (Flynn, Schraeder e Sakokibaro,1995). Senda que umo mesmo varióvel, enquonto elemento
competitivo¡ pode constituir uol ponto forte, mas, eOl (anjun.
fa com outras variáveis, pode ojudor o empresa o obter von·
togens compelitivos únicos (Hult e Kelchen, 2001) e um
desempenho superior (Bamey, 1991, 1995), em grande parteotravés da utilizor;áo de recursos e competencias organiza
cionais superiores e do estabelecimento de ligo,oes dinómi
cos, relacionois e integrados (Wheelwright e Hoyes, 1985).
Pelo que, vários autores defendern que as empresas devem
perseguir simultaneamente várias vantogens competitivas,
ossegurando¡ desta forma, vme posir;ao mais forle no merca·do e mais difícil de obter pelos concorrentes do que se
Uílrios ílutoreS defendem que ílS empreSílS deuemperseguir simultílneílmente uílriíls uílntílgens
competitiuílS, ílssegufílndo, destíl forma, uma posiCiJomais forte no mercado emais dificil de obter
pelos concorrentes do que se perseguiremalJenílS umíl únicíl uantílgem competitiua.
perseguirem apenas urna único vantagem competitiva (Flynn,
Schroder e Sakokiboro, 1995).
Aempresa como um ser uiuoAlgumas correntes teóricas de economia da empresa
baseiam os conceitos de firmo em ossun~6es provenientesdo Biologio, do Ecologio, do Físico, do conhecimento e da
aprendizogem (Dodgson, 1993; Hodgson, 2002; Krugmon,
1999; Nelson e Winler, 1983; W¡tt, 1997) e entendem os
empresas como se de células se trotossem (Mintzgerg, 1997)(Figura 1). interogindo constantemente com o meio envol
vente através de tracas dos quais depende a sua sobreviven
cia.
flgumlAempresa como um organismo uiuo - arlíllogia entre uma célula euma empresa
Meio ...' ...' ' ..externo ••• •••
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........... "'Membrana
Plasmática
Célula
Fonte: Adoptado de Min/zberg (1997, p. 155)
IlBIl/JUIlI.OOS 33
Meio envolvente sóeio-politieo-eeonómieo
····o;
~ ¡'. l. .
... Nivel operacional ..-•....... ......
.... ..'............Empresa
A R s
Cada uma destas células inlegra-se dentro da tecido
empresarial que, a semelhan~a dos fecidos celulares, representa os diferentes seclores de actividade em que se inte
gram as diferentes empresas. Tombém, a semelhan~a dos
seres vivos, estos células e tecidas tem vma localiza<;ao que
os caracterizo e que se vai incluindo em sucessivos agrupamentas de maior dimensao até chegarem a uma dimens60
global, passando por local, regional, nacional, continental e
internacional.
Esta visao da empresa conseguida por analogíacom os seres vivos - dos mais simples emais pequenos
aos mais complexos eabrangentes -, permiteurna melhor compreensao da firma como veículo
motriz da competitividade empresarialem ambiente de concorrencia.
Esta visao da empresa conseguida por ano logia com osseres vivos - dos mais simples e mais pequenos Gas mais
complexos e abrangentes -, permite vme melhor compreen·
sao da firma como veículo motriz da competitividade empre
sarial em ambiente de concorr€mcia. Arazao prende-se com
o facto das células apresentarem uma dependencia das trocas com o exterior, com mecanismos fornecedores, e de elas
próprias efectuarem uma actividade produtiva que represen
ta o objectivo da sua existencia. a seu bom ou mau desem
penho na actividade para que se destinam determina o seu
bom ou mau funcionamento, condicionando também o
sucesso do funciona mento das outras células com os quaisinteragem e do organismo onde se inserem, contribuindo
muitas vezes paro um estado latente de vida ou de morfe.
a mesmo acontece com as empresas: o seu funciona
mento condiciona o sotisfw;:ao dos necessidodes dos seus
clientes internos e externos, por vezes também dos seusfornecedores, e o seu bom desempenho influencia o seu
sucesso, ossim como o sucesso do sector onde se inserem,
da regiao, do país ou do continente.
A partir desto grado,co celular que dá origem aos seres
vivos, devemos ter em conta o evolu~ao que estes tem sofrido 00 longo do tempo, embara em escalas temporais dife
rentes. As empresas surgiram há paucos centenas de anos 1,
e só come~aram verdadeiromente o suo evolu~ao há pouco
[nais de cem onos2, enquanto os seres vivos inicioram o seu
processo evolutivo desde o aparecimento de vida na lerra há
vários milhóes de anos.No entanto, o que é importante oqui frisar é que, peronte
um cenário de evolu~óo, sóo os mois aptos - quer se trote de
células, seres vivos ou empresas -, que melhor se adaptom e
sobrevivem Ó constante mudan~a do meio envolvente, o quejá tem vindo o ser analisado por diferentes autores desde
Maupertius3, Darwin (1859/1996), Lamarck (1809/1994),
Marx (1858/1967), possando por Veblen (1898), Marsholl
(1898/1966), Schumpeter (1926/1934, 1942), Nelson e
Winter (1982), Englond (1997), Mintzberg (1997), Witt
(1 999), Hodgson (2002), enlre outres, independentementedo ambifo da ciencia em que desenvolvem os seus estudos.
Oeste modo, o evolu~óo dos empresas é condicionada
pelos relo~6es estobelecidos com o meio envolvente na
reestrulura~óo, no tomada de decis6es, na organiza~ao, no
planeamento, na gestao, na cria~ao de novos produtos eservi,os, nos novas postas de trabalho ou na oltera,co dos
fun,ces dos seus trabal hadares.
Podemos, entao, apresentar o defini~ao actual de empre
sa como um conjunto de actividades humanas, colectivas e
organizadas, intencionalmente criados e recriadas, regidospor um centro regulador, com o fun~ao de adoptar constan
temente os meios disponíveis a objectivos específicos prede
terminados, tendo em vista o produ~ao de bens e a
presto~ao de servi~os. lendo presente que uma empresa é
um organismo ou organiza~ao social que deve ser vista
como um sistema aberto, nao esquecendo que «uma orgoniza~ao nunca constitui uma unidade pronta e acabada,
mas um organismo vivo e sujeito a mudan~as)) (leixeira,
1998, p. 21).
Da no~ao de empresa apresentada, resulta que esta pode
ser vista de diferentes angulas:• como uma célula social formado por pessoas, que pas
sam nestas organiza~6es grande parte das suas vicios,
onde procurom o comunidade, o identidade e o bem·estar
econámico (Ghoshal, Bartlett e Moran, 2000), e ande se
formam profissionol, social, cultural e moralmente;• como um conjunto de meios, humanos, técnicos e
financeiros, que permitem ó firmo otingir os obiectivos
pré-determinados;
IIEUlsm 1'00ITUGUESn EUllnSILEllln DE GESTñO
ARTIGOS
• como urn sistema de rela~óes em que para o bom fun
cionamento da empresa será necessário colocar os meios
cerios nos lugares certos, e esiabelecer vma rede de
rela<;óes hierárquicas e de comunica<;60 entre os vários
elementos que compóem a firma ou que com ela se rela
cionam, num ambito quer interno quer externo;
• e como um centro de decisóes, porque o contexto onde
o empresa se insere é complexo, senda imprescindível a
todo o momento fazer op<;óes entre as várias alternativas
disponíveis¡ o que, por conseguinte, a torna num conjunto
de centros de decisáo hierarquizados e harmonizados.
Apresentada a na,oa geral de empreso actual, temos de
considerar a evolu<;óo da firma em dais aspectos, quando
passamos do plano global poro o plano individual de codourna: no seu próprio horizonte lemporal de vida - no seu
ciclo de vida - de que resulta o estado de desenvolvimento
em que se encontra; e também quanto 00 conjunto de va
lores comportilhado internamente, ou sejo, quanto aculturo
da empresa. E, neste campo, náo podemos esquecer que
cada empresa é um caso, representando um organismo comcaracterísticas próprias que o particularizam dentro das ca
racterísticas geraís abordadas anteriormente.
Acultura da empresaA culturo da empresa diz respeito aos valores, normas,
cren~as e ac~óes próprias de uma organiza~áo e que sáopartilhadas pelos seus membros. Caracteriza-se pelas nor
mas de comportamento diário da empresa e pelos princípios
dos fundamentos filosóficos dos fundadores e dos seus con
tinuadores, refiectindo os seus objectivos e as suas personali
dades transmitidas como heron,o profissional aos trobo
Ihodores do orgonizo,oo.
A cultura da empresa representa, contemporaneamente,uma importante fonte geradora de vantogens competitivas
relevanfe para o sucesso sustentado de uma empresa no
mercado, assim como constitui um dos vários atributos que
diferencia os firmas umas dos outros (Borney, 1986).
A cultura é um parametro subjectivo, quando observado
ou oté descrito, pelo que a suo transmissáo e comunico~áo
deve bosear-se em acontecimentos verídicos, na sua vertente
mais simples, normalmente fe ita através de:
• narrativas históricas - baseadas em factos passados que
ABR/JUn 2005
marcaram positivamente a empresa, por se lratar de uma
fose mois difícil que foi ultrapassodo ou pelo alingir de
ob¡ectivos máximos. Sáo transmitidas interna e externamente (e.g., o periodo conturbado pelo qual possou a
maior empresa privado portuguesa, hoje grupo SONAE,
após a Revolu~áo dos (ravos, a evolu~áo da empresa nas
décadas seguintes e a oscensoo de Belmiro de Azevedo);
• símbolos - representa~6es, obiectos ou eventos que sáorepresentativos da empresa (e.g., logotipos, bandeiras,
ossocia<;60 histórica do símbolo da empresa ceramica
Revigrés Ldo. 00 Futebol Clube do Porto);
• cerimónias e ritos - actividades planeadas que marcam
ocasi6es especiais (e.g., o dio da empresa, o iantar deNatal com todos os trabolhadores e colaboradores);
• slogans - frases que expressam os valores-chave do organiza,oo (e.g., ..TMN: mais perlo do que é imporlonte»).
As culiuras fortes influenciam mais os empregados do que
as culturas fracas ou pouco profundos, o que se deve avários factores: uma maior capocidade poro adaptar a
empresa a mudan~a e mais facilmente atingir os objectivos
predeterminados, o um maior grau de envolvimento e
responsabilidade dos empregados, o uma maior consisten
cia entre os vários valores culturais e também aforma como
estas empresas descortinam caminhos próprios para manteros seus valores culturais e partilhá-Ios com os outros.
Os objecliuos da empresaPara melhor compreendermos as actuais tendencias das
empresas é importante analisarmos os seus objectivos actuais, que, por vezes, podem confundir-se com as tendencias
empresariais uma vez que as particularizam.
Todas as empresas no momento da sua crio<;óo, ou 00
langa dos suas existencias, admitem que tem de atingir
objectivos, uns mais gerais que outres, uns mais auspiciosos
que outres, uns mais daros do que outres e que podem sercompreendidos e interpretados de maneira diferente segun
do os empresas e os seus dirigentes.Quando se questionam os objectivos mois gerais da
empresa, a resposta que usualmente se obtém é de que a
finolidade suprema é o lucro. Esta afirmo~áo forno-se sim
plista nos dios de hojeo Aevolu,oo histórico que desemboco
no actual conceito de empresa e nas suos actuois tendencias,
35
A R s
mostra que diferentes variáveis podern ser tidas corno obiectivos1 juntamente com o lucro, e que estos desempenham um
papel muito importante na orienla,oo da ac,oo da empre
sa, o que faz (om que o lucro, apesar de ser urna finalidade
intermédia indispensável¡ nao seja, como refere Constancio
(1989), "o obiectivo fundamental das empresas" para mobi
lizar os suas energias.
Podemos dizer que o objeclivo último comum 6 generali
dade das empresas deve ser orientado para criar riqueza,
ossegurclndo a satisfa~óo de necessidades internas e exter·
nas. Este deve estar presente na cultura da empresa¡ mas
paro a sua consecu~éío, deve considerar-se um conjunto de
objectivos particulares, tais COIl'lO:
• a subsistencia} de curto-prozo, relacionada (om a sobre
vivencia da empresa ou (om a satisfac;óo de necessidades
de curto-prazo, como por exernplo, garantir o pagamento
dos salarios dos lrabalhadores, rnanter a posi,oo da
empresa ern rela~ao a concorrencia;
• a renlobilidade, relocionado cam a eficiente utiliza,oo dos
factores de produ~ao e a sua influencia no crescimento da
produtividade;
• a expansao, relacionado com o crescimento da empresa e
com interesses estratégicos, o qual represento, muitas
vezes, uma garantia de rentabilidade no futuro. Pode ser
vista como por exemplo, amplia~ao do empresa, cons
tru~ao de novas instala~6es, aquisi~60 de novos equipa
mentos mais modernos e produtivos ou aumento da quota
de mercado;
• o servi~o, num sentido muilo abrangente, considerando
nao só a tendencia actual das empresas para preslarem
servi~os cada vez mais completos como resposta as cada
vez maiores exigencias dos consumidores, mas também a
concep~ao de servi~o que permite uma integra~ao empre
sarial positiva no contexto envolvente - quer no que con
cerne aos recursos humanos da empresa (e.g., pela cria
,00 de oportunidades de desenvolvimento e de realiza,oo
pessoal através de evolu~ao profissional, forma~ao, incen
tivos, regalias), como a comunidade ande a empresa se
insere, quer local (e.g., eventos cullurais, desportivos,
ambientais, potrocínios diversos, coopera~6es com institui
,aes), quer nacional.
No caso do servi~o prestado a comunidade, em termos
nacionais, podemos particularizar alguns aspectos: a neces
sidade de exportar, levada a cabo por rneio da actividade
produtiva dos empresas, pesa directamente no Balan~a
Comercial e na Balan~a de Pagamentos, influenciando posi
tivamente a taxa de cambio e o valor da moeda do país
exportador; a ac~ao da empresa de acordo com as políticas
nacionois, quer macro-económicos (e.g., otingir num dado
ano um crescimento do PIB de 3% por vio de um aumento
no VAB; diminuir o défice da Balan,a Comercial em 1,2%),
quer de coopera,oo (e.g., a coopera,oo entre Portugal e os
PALOP).
Os objectivos ora mencionados devem seguir as tend€m
cias evolutivas dos mercados e da sociedade, nao
desprezando a inova~ao que deve ser constante, assim
como os objectivos específicos de cada empresa característi
cos do seu práprio negócio e da sua cultura.
O conjunto de objectivos a ter em conla por cada empre
sa deve ser analisado e discutido periodicarnente, por formo
a uma melhor tornada de decisoo (Drucker, 1954; Odiorne,
1965), percep,oo e adapta,oo do empresa as necessiclades
internas e externas.
Existe uma pressllo constante para que as empresasevoluam no sentido de uma crescente criacllo de valor,trallsmitindo amaior parte do valor gerado aoutros,
aumentando, assim, oexcedente do consumidoreobem-estar social.
As empresas s60 organizo~6es formados por pessoas que
agem de lorma colectiva, tendo por base a valoriza,oo dos
seus motivos e a coordena~ao das suas ac~6es pelos objec
tivos camuns e pelos valores porlilhados (Ghoshal, Barllett e
Moran, 2000). Criam valor acrescentado paro a sociedade
em geral e facilitam a vida das pessoas em parlicular, quan
do desenvolvem e distribuern novos produtos e servi,os ou
encontram melhores formas de fornecer os já existentes. Existe
urna press60 constante para que as empresas evoluam no
sentido de uma crescente cria~ao de valor, transmitindo a
maior parte do valor gerado a outros, aumentando, assim, o
excedente do consumidor e o bem-estor social. Desta forma,
ocorre um processo de "destrui~ao criativa" que funciona como
"motor" do progresso económico (Schumpeler, 1942).
36 IREUISm POllrUGUESn EBllnSILElIln DE GEsrAo
ARTIGOS
Thersmar e Thoening (2000) argumentam que as empre·
sos tem conslanlemenle de adaptar os seus produtos e
servi<;os as mudan<;as do mercado, o que implica que as
escolhas da organiza<;áo represenlem um trade·aff enlre efi
ciencia e odaptabilidade. Estes autores menciona m o foclo
da destrui~60 (riolivo aumentar o foxo de obsolescencia dos
procedimentos internos, dos regulomenlos e dos equipo
mentos, fornando-se tombém numo importante determi
nante de orgoniza~áo interna, pelo que os eslruiuros or90
nizacionois das empresas, de forma o serem funcionois,
devem ser endógenos face 00 meio ambiente externo e em
particular as allera<;áes dos produjos e servi<;os no mercada
e da concorrencio. Tal facto, eslá em consonancia (om onovo paradigma organizacional, onde se supoe a existencia
de uma grande flexibilidade, adaptabilidade e reactividade.
ConclusaoPara ter sucesso no mercado, o empresa necessita de ter
vantagens competitivas foce cos seus concorrentes. Estos
vantagens sáo melhor identificadas e exploradas tendo pre
sente o conceito aclual de firmo, que a compara o um
organismo vivo que mantém trocos constantes com o meio
exterior. Senda cada vez mais complexo e vol6til, o meio
obrigo os empresas o enfrentar um processo de permanente
adapta<;áo.
De acordo com as teorias de evolu<;áo das espécies de
Darwin e de Lamarck, s6 sobrevivem as que melhor se adap
tamo A adapla<;áo depende da organiza<;áo da empresa e
do seu sistema de rela~óes internos e externas, do culturo da
empresa, dos objeclivos que se prapáe atingir e da quali
dade dos seus recursos e competencias. Estes faclores devem
estar em consonancia com as fend€mcias ocluais dos merca
dos e da sociedade, pois conjuntamente condicionam o grau
de resposto da empresa os crescentes necessidades de um
mercado cada vez mais bem infarmado, mais exigente e
com uma concorr€mcia global mois aguerrido.
A no<;áo aclual de empresa integra, numo perspectiva
relacional, vari6veis até agora menosprezados - tois como o
qualidade, a inovo~ao, a tecnologio, o espirito de iniciativa
dos gestores, o qualidade dos recursos humanos da empre
sa, a natureza das relo~óes que se estabelecem entre empre
sas e com os clientes, a antecipa~óo das necessidades
futuras do mercado por vio do marketing, as politicas de
bencllmarking, faclores ecológicos e ambientais -, tornando
-se relevante que empresários e gestores estejam sensibiliza
dos para conceptualizar (1 no<;oo de empresa como
abrangente e em constante evolu<;ao com o meio envol
vente.
Posto isto, terminamos com urna síntese feita por Porter
(1993, p. 10), que refere que, para urna empresa ter suceso
so, é preciso «ter uma vontogem competitiva no forma, se jo
através de menores custos ou de produtos diferenciados que
oblem pre<;os elevados. Poro monter a vantagem, os empre
sas precisam de conseguir urna vanfagem competitiva mois
sofisticada com o tempo, oferecendo produtos e selVi<;os de
melhor qualidade ou produzindo com mais eficiencia». Para
tal, clevemos ter presente que «a vantagem competitiva é
gerado pelo processo de inova<;áo e mudan<;all, que esta
(envolve todo o sistema de volores» (culturo), e «que s6 é
mantida pela melhoria constante» colmatada com uma
«abordagem global da estralégia» da empresa.•
nolas1. Cora~a (2001) considero que o primeiro empresa foi consli
tuída no Europa em 1602.2. Aqui estamos o considerar unidades produtivas constituídas
sob a formo empresariol. Claro que, desde que o Homem passoua ter oclividade produtivo e a constituir excedente susceplível detroca, que podemos dizer que existem unidades produtivos que daoorigem a trocos e o mercados, e, se nos basearmos neste pressupasto, emboro os escalos temporois conlinuem tarnbém diferentes,os horizontes temporais alargam-se até a Sociedade Primitivo(Marx, 1858/1967).
3. Mouperlius (1698·1759) foi quem primeiro lon\ou a hip61esede odaptac;ao dos organismos 00 meio.
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