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REPÚBLICA FE'D E-RATIVA DO BRAS·IL DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO- I ANO XXVIII - NQ 121 CAPITAL FEDERAL SAnADO, 13 DE OUTUBRO DE 1973 CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 1 9, da Constituição, e eu, Antônio Carlos Konder Reis, l?-Vice-Presidente, no exercício da Presidência, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO N'J 62, DE 1973 Aprova texto do Decreto-lei nv 1.285, de 6 de setembro de 1973 Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n? 1.285, de 6 de setembro de 1973, que "altera texto do Decreto-lei n? 717, de 30 de julho de 1969, e dá outras providências". Senado Federal, em 11 de outubro de 1973 - Antônio Carlos Konder Reis, 1 9 -Vice-President e, no exer- cício da Presidência. Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55 § 1Q, da Constituição, e eu, Antô- nio Carlos Konder Reis, lQ-Vice-Pmsidente, no exercício da Presidência, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO NI) 63, DE 1973 Aprova o texto do Decreto-lei n Q 1.284, de 1973 Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n Q 1.284, de 23 de agosto de 1973, que "declara de interesse da Segurança Nacional, nos termos do artigo 15, § 1\\ alínea b, da Constituição, o Município de Anápolís, do Estado de Goiás, e dá outras providências". Senado Federal, em 11 de outubro de 1973 - Antônio Carlos Konder Reis, 19-Vice-Presidente, no exer- cício da Presidência. DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- 128. a DA 3. a SESSi\O LEGISLATIVA DA LEGISLATURA EM 11 DE OUTUBRO DE 1973 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata ait sessão anterior IH - Leitura do Expediente PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n.v 1.583, de 1973 !Do Poder Executivo) - Men- sagem n.O 347/73 - Dispõe sobre a retribuição do Grupo-Direção e Assistência Intermediárias e outras providências. . Parecer n,o 84, de 1973 (Da Comissão de Constituição e Jus- tiça) - Opina, contra os votos dos Srs. Lisâneas Maciel, Laerte Vieira e Miro Teixeira, pelo arquivamento da Consulta S/N.o, de 1972, do Sr. Emílio Gomes, sobre ocorrência de incompatibilidade entre o mandato de Deputado Federal e o de Diretor Regional do SENAI. Mensagem n.v 343, de 1973 (Do Poder Executivo) - Submete à consíderacão do Congresso NaGional o texto do Acordo de Inter- câmbio Cultural e Cientifico, firmado entre o Governo da Repú- blica Federativa do Brasil e o Governo da República do Equador, em Quito, a 12 de j ul110 de 1973. Mensagem n.? 344, de 1973 mo Poder Executivo) - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Convênio entre a República Federativa do Brasil e o Banco Interamericano de De- senvolvimento sobre Privilégios e Imunidades do Banco, assinado em Brasllia, a 21 de janeiro de 1972. Projeto de Lei n.o 1.580, de 1973 mo Sr. Oantídío Sampaio) - Acrescenta. altera e revoga dispositivos do Decreto-lei D.o 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e dá outras providências. Projeto de Lei n.o 1.581. de 1973 (Do Sr. Alteu Gasparini) - Institui laudo de avaliação na aquisição de moradia com finan- ciamento do Banco Nacional da Habitação. IV - Pequeno Expediente ATHIÊ COURY - Obtenção por alfaiate brasileiro de prêmio em Congresso Mundial de Alfaiates, em Londres. FRANCISCO AMARAL - Inauguração de Clínica Geriátrica "Qui-Gi-Gana", em Campinas, São Paulo. MANOEL DE ALMEIDA - 142.0 aniversário dl\. Policia Militar de Minas Gerais.

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Page 1: REPÚBLICA FE'DE-RATIVA DIARIO DO …imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD13OUT1973.pdf · mona no Estado do Ceará. ALCIR PIMENTA - Hora de abrandamento no rigor revolu-' cíonárío,

REPÚBLICA FE'D E-RATIVA DO BRAS·IL

DIARIO DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO- I

ANO XXVIII - NQ 121 CAPITAL FEDERAL SAnADO, 13 DE OUTUBRO DE 1973

CONGRESSO NACIONALFaço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 19, da Constituição, e eu, Antônio

Carlos Konder Reis, l?-Vice-Presidente, no exercício da Presidência, promulgo o seguinteDECRETO LEGISLATIVO

N'J 62, DE 1973

Aprova ~ texto do Decreto-lei nv 1.285, de 6 de setembro de 1973

Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n? 1.285, de 6 de setembro de 1973, que "altera textodo Decreto-lei n? 717, de 30 de julho de 1969, e dá outras providências".

Senado Federal, em 11 de outubro de 1973 - Antônio Carlos Konder Reis, 19-Vice-President e, no exer­cício da Presidência.

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55 § 1Q, da Constituição, e eu, Antô­nio Carlos Konder Reis, lQ-Vice-Pmsidente, no exercício da Presidência, promulgo o seguinte

DECRETO LEGISLATIVONI) 63, DE 1973

Aprova o texto do Decreto-lei n Q 1.284, de 1973

Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei nQ 1.284, de 23 de agosto de 1973, que "declara deinteresse da Segurança Nacional, nos termos do artigo 15, § 1\\ alínea b, da Constituição, o Município de Anápolís,do Estado de Goiás, e dá outras providências".

Senado Federal, em 11 de outubro de 1973 - Antônio Carlos Konder Reis, 19-Vice-Presidente, no exer­cício da Presidência.

CÂl\fAR~.\. DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - 128.a ~ESSÃO DA 3.a SESSi\O LEGISLATIVA DA t»LEGISLATURA EM 11 DE OUTUBRO DE 1973

I - Abertura da Sessão11 - Leitura e assinatura da ata ait sessão anterior

IH - Leitura do ExpedientePROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n.v 1.583, de 1973 !Do Poder Executivo) - Men­sagem n.O 347/73 - Dispõe sobre a retribuição do Grupo-Direçãoe Assistência Intermediárias e dá outras providências. .

Parecer n,o 84, de 1973 (Da Comissão de Constituição e Jus­tiça) - Opina, contra os votos dos Srs. Lisâneas Maciel, LaerteVieira e Miro Teixeira, pelo arquivamento da Consulta S/N.o, de1972, do Sr. Emílio Gomes, sobre ocorrência de incompatibilidadeentre o mandato de Deputado Federal e o de Diretor Regional doSENAI.

Mensagem n.v 343, de 1973 (Do Poder Executivo) - Submeteà consíderacão do Congresso NaGional o texto do Acordo de Inter­câmbio Cultural e Cientifico, firmado entre o Governo da Repú­blica Federativa do Brasil e o Governo da República do Equador,em Quito, a 12 de j ul110 de 1973.

Mensagem n.? 344, de 1973 mo Poder Executivo) - Submeteà consideração do Congresso Nacional o texto do Convênio entre aRepública Federativa do Brasil e o Banco Interamericano de De­senvolvimento sobre Privilégios e Imunidades do Banco, assinadoem Brasllia, a 21 de janeiro de 1972.

Projeto de Lei n.o 1.580, de 1973 mo Sr. Oantídío Sampaio) ­Acrescenta. altera e revoga dispositivos do Decreto-lei D.o 3.689,de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e dá outrasprovidências.

Projeto de Lei n.o 1.581. de 1973 (Do Sr. Alteu Gasparini) ­Institui laudo de avaliação na aquisição de moradia com finan­ciamento do Banco Nacional da Habitação.IV - Pequeno Expediente

ATHIÊ COURY - Obtenção por alfaiate brasileiro de prêmioem Congresso Mundial de Alfaiates, em Londres.

FRANCISCO AMARAL - Inauguração de Clínica Geriátrica"Qui-Gi-Gana", em Campinas, São Paulo.

MANOEL DE ALMEIDA - 142.0 aniversário dl\. Policia Militarde Minas Gerais.

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7162 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACiONAL (Se~ão n Outubro de 1973

ANTONIO PONTES - "Dia da ortança",VASCO AMARO - 31.a Exposição Agropecuária de Alegrete,

Rio Grande do Sul.JOSÊJHADDAD - Solidariedade da Bancada federal da ARENA

do Estado do Rio de Janeiro ao Govcrnadcr Raymundo Padílha,

FABIO FONSECA - As professoras primárias e o projeto denovo Estatuto do Magistério Público do Es tado de Minas Gerais.

REZENDE MONTEIRO - Atuação da SUDECO no sudestegoiano.

ROZENDO DE SOUZA - Escolha do Sr. Geraldo Alves Pereiracomo Operário-Padrão 73.

JOAO LINHARES - Portaria n. o 3.280. do Ministério do Tra­balho, que permite o parcelamento de dívidas das Prefeituras Mu­nicipaâs para com o I~'PS.

ADHEMAR GHJSI - Programa de Desenvolvimento do litoralsul de Santa Catarina.

CARDOSO DB ALMEIDA - Exportação das futuras safrasagrícolas.

PAULO ABREU - Produeão de álcool-motor e de melaço.Próximas eleições parlamentares.

UBALDO BAR~M - 25.0 aniversário da emancipação política.de Amambaí, Mato Grosso. Instalação de ';lOsto da Receita Federalno Municipio. .

PADRE NOBRE - Conflito ínternaelonal no Oriente Médio.ARIO THEODORO - Ineficiência dos serviços da Cia. Tele­

fônica Brasileira na Baixada Fluminense.NóSSER ALMEIDA - Significação dos projetos MOBRAL e

MINERVA.FERREIRA DO AMARAL - Necessidade da presença do Go­

verno no interior do Paraná.MARCO MACIEL - 21 anos da Universidade Católica de per­

nambuco,NORBERTO SCHMIDT - Projeto que altera olimite máximo

de idade para ingresso na função pública no Rio Grande do Sul.MARCONDES GADELHA - Alta do custo de vida.JOSÉ BONIFACIO NErO - Amparo técnico e financeiro às

escolas particulares.AMAURY MüLLER - Disparidades eeonômícas regionais. Mor­

talidade infantil.WILSON BRAGA - Construção de açudes e perfuração de

poços na região semiárida do Nordeste.JAISON BARRETO - Plano de Interiorizacão da Medicina.CÉSAR NASCIMENTO - Alienação de terreno doado ao IPASE

em Florianópolis. Santa Catarina.ANTôNTO BRESOLIN - Conclusão do ramal ferroviário L-35,

Rio Grande do Sul.SIQUEIRA CAMPOS - A emenda Ilc1élio Martins e a ndepen­

dêncía do Poder Legislativo.CÉLIO MARQUES FERNANDES -- Recomendacões da Comissão

de Direito de Trânsito do Simpósio Nacional de Trânsito.FLORIM COUTINHO - Segundo Oongresso dos Servidores

Civis do Brasil. Situação de servidores da ECT.AMARAL DE SOUZA' - Criacâo do Banco do Desenvolvimento

do Estado do Rio Grande do SufJOEL FERREiRA - Asfaltamento da estrada Manaus-Ita­

coatira, Amazonas.WILMAR DALLANHOL - Instalação de Tribunal Regional do

Trabalho em Santa catarina.JORGE FERRAZ - Não-ampliação, pelo INPS, de convênios

para prestacão de assistência médico-odontológica.JERôNIMO SANTANA - Expropriaqão de terras em Porto Ve­

lho e Guajará-Mirim, Território de Rondônia.JUAREZ BERNARDES - Necrológio do Sr. João Bernardes

RabeIo.ILDJi:LIO :MARTINS - Esclarecimentos sobre a aplicação do

DL n.o 477.JOSÉ CAMARGO - Encampação do serviço telefônico de Moji

das Cruzes, Estado de São Paulo, pela TELESP.MOACYR CHIES SE - Ir Mostra de Artes Visuais e Concursos

Literário, Musical e Teatral de 1973. no Estado do Rio de Janeiro.FREI'J.'AB NOBRE - Cartilha Orçamento do Lar.

HILDEBRANDO GDIMARli:ES - Exploração industrial da ma­mona no Estado do Ceará.

ALCIR PIMENTA - Hora de abrandamento no rigor revolu-'cíonárío,

OLIVIR GABARDO - Reivindicações do magistério no "Diado Professor".

JOSÉ SALLY - Construção da Avenida Litorânea.

PEDRO FARIA - Nomeação do nr. Antônio Carlos PereiraJúnior para o cargo de Diretor da Divisão Nacional de Lepra,

HERMES MACEDO - 'rurismo e propaganda do Brasil noexterior.

BRAGA RAMOS - Administração Emílio Gomes, Paraná.V - Grande Expediente

:MAURíCIO TOLEDO - Homenagem ao magistério brasileiropelo transcurso do "Dia do Professor". Renúncia do Vice-Presidentedos E~tados Unidos.

BRASíLIO CAIADO - O assassínio da menor Ana Lídía Bragae a juventude iniciada em tóxicos. .

THALES RAMALHO - Oarta de D. Niomar Moniz Sodré Bit-tencourt. .

FLORIM COUTINHO - Funcionamento irregular de consórciode automóveis em Porto Velho. Utilização de menores na guardade veículos em estacionamentos pagos no Dlstrlto Federal.VI - Ordem do Dia

CIi;LIO MARQUES FERNANDBS, ANTôNIO BRESOLIN, JOAoLINHARES, WIL:MAR DALLANHOL, ATHIft COURY, LEO SIMõES- Apresentação de proposições.

PRESIDENTE - Comunicação sobre conferência do sociólogoGilberto Freyre, no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Depu­tados, sobre "Ligações do Legislativo com o Executivo".

RAIMUNDO PARENTE - Parecer da Comissão de LegislaçãoSocial ao Projeto n.o 1.368-C, de 1973.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Discussão do Projeto n. O

1.368-0, de 1973.

NINA RIBEIRO - Bncaminhamento de votação do Projeton.O 1. 368-C, de 1973.

NINA RIBEIRO - Encaminhamento de votação do Projeton.? 1. 545-A, de 1973.Projeto n.O 1 368-C, de 1973 - Aprovado.

Projeto n," 1.497-A, de 1973 - Adiado.Projeto n.? 1. 545-A, de 1973 - Aprovado.

Projeto de Resolução n.o 90, de 1973 - Aprovado.NINA RIBEIRO (Como Líder) :.- Defesa do consumidor.

ELOY LENZI (Como Líder) - Fechamento de Diretório Aca­dêmico no Rio Grande do Sul. Apreensão de jornais acadêmicos.

VII - Comunicações das LiderançasRAIMUNDO DINIZ - 165.° aniversário do Banco do Brasil.

JUAREZ BERNARDES - Situação do magistério primário emGoiás.VIII - Designação da Ordem do Dia.

IX - Encerramento2 - MESA <Relacão dos membros)3 - LiDERES E VICE-LiDERES DE PARTIDOS (Relação dos

membros)4 - C01\nSSõES (Relação dos membros das Comissões :ferma.-

nentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

5 - ATA DA MESA6 - ATO DA MESA"I - GRUPO BRASILEIRO DA UNIÃO INTERPARLAMENTilR

8 - ASSOCIAÇÃO INTER:fARLAMENTAR DE TURISMO - Con­vocação

9 - INSTITUTO DE :fREVIDl1:NCIA DOS CONGRESSiSTAS ­Atas

10 - ATAS D.'iS COMISSõES

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Outubro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se\lio I) Sâbado 18 '1183

ATA DA 128.a SESSÃOEM 11 DE OUTUBRO DE 1973

PRESIDENCIA DOS SRS. ADERBAl JUREMA, 1.0.VICE-PRESIDENTE, FERNANDO GAMA, 2.o·VICE­

PRESIDENTE, E PETRôNIO FIGUEIREDO,2.o-SECRETÁRIO

I - As 13:30 horas comparecem os Srs.:'Flávio Marcílio

Aderbal JuremaFel'lllmdo GamaDayl de AlmeidaPetrónío FigueiredoJose Carlos FonsecaDto oneremVinicius cansançãoTt>(Jtonio NetoJoão CasteloJarmund Nasser

AcreNosser Almeida - ARENA; Ruy Lino ­

MDB.Amaii:onas

Joel Ferreira - MDB; Leopoldo Peres ­Al1ENA; l1aimundo Parente - ARENA; Vi­nicius Câmara - AI/,ENA.

ParáAmérico Brasil - ARENA; Júlio Viveiros

-.: MDB; Juvêncio DIas - ARENA; Sebas­till.o Andrade - ARE:N'A.

Maranhão

Freitas Dínía - MDB; Henrique de LaRUllqUé ARENA; Nunes .FreireARENA.

Piauí

Correia Lima - ARENA; Dyrno Pires ­ARENA; Pinheiro Machado - ARENA. ~

Ceará

Edilson Melo Távora - ARENA; Hílde­brando Guimarães - ARENA; Josias Go­mes - ARENA (SE); Leão Sampaio ­ARENA; Paes de Andrade - MDB; Parsí­tal Barroso - ARENA.

Rio Grande do NorteAntônio Florêneio - ARENA; Grlmaldí

Ribeiro - ARENA: Henrtque Eduardo Alves- MDB; Pedro Lucena - MDB; Vingt Ro­sado - ARENA.

Pernambuco

Airon Rios - ARENA; - Carlos AlbertoOlívelra - ARENA; Gonzaga Vasconcelos- ARENA; Magalhães Melo - ARENA;Marco Maciel - ARENA; Ricardo Fiuza ­ARENA; Thales Ramaiho - MDB.

Alagoas

José Alves - ARENA.Sergfpe

Luiz Garcia - ARENA; PtlSOOS PôrtoARENA; Raimundo Diniz - ARENA.

Bahia

D,ialma Bessa - ARENA; Ivo BragaARENA; João Alves - ARENA; LornantoJúnior - ARENA; Manoel Novaes - ARE­NA; Odulfo Domingues - ARENA; PriscoViana - ARENA; Rogério Rêgo - ARENA;Ruy Bacelar - ARENA.

• Espirito SantoArgilano Dario - MDB.

i Rio de 1aneiroAlair Ferreira - ARENA; Alberto LatI­

r nas - MOa; Ario Theodoro - MOB; José; Haddad - ARENA; José Sally - ARENA;

\Márcio Paes - ARENA; Moacir Chicsse ­

-.4RENA; Osmar Leitão - ARENA; Rozen-

do de Souza - ARENA; Walter Silva ­MDB.

Guanabara

Alcir Pimenta - MDS; Bezerra de No­rões - MDB; Célio Borja - ARENA; FlexaRibeiro - ARENA; Florim Coutinho ­MbB; José Bonifácio Neto - MDB; Lísâ­neas Maciel - MDB; Marcelo Medeiros ­MDB; Nina Ribeiro - ARENA; OsnellíMartinellí ARENA; Rubem Medina -MDB. .

l\linas Gerais

Athos de Andrade - ARÉlNA; AurelianoChaves - ARENA; Bento Gonçalves­ARENA; Fábio Fonsêea - MDB; FernandoPagundes Netto - ARENA; Geraldo Frei­re - ARENA; Homero Santos - ARENA;Jairo Magalhães - ARENA; José Macha­do - ARENA; Manoel1'aveira - ARENA;Murllo Badaró - ARENA; Nogueira de Re­zende - ARENA; Padre Nobre - MDB;Paulino cícero ~ ARENA; Taneredo Ne­ves - MDB.

São Paulo

Alfeu Gasp>i.tini - ARENA; Athiê oourv- MDB; Cantidio Sampaio - ARENA; car­doso de Almeida - ARENA; Díogo Nomura- ARENA; Faria Lima - ARENA; l!'ran­cisco Amaral - MDB; Freitas Nobre ­MDB; Herbert Levy - ARENA; Ildé1ia Mar­tins - ARENA; Mário Tel1es - ARENA;Maurício Toledo - ARENA; Monteiro deBarros - ARENA; Paulo Abreu - ARENA;Paulo Alberto - ARENA; RuydarmeidaBarbosa - ARENA; Salles Filho - ARENA;Silvio Lopes - AREt\A;.

GoiásAnapoüno de Faria -- MDB; Ary Valadão

- ARENA; Brasília Caiado - ARENA; Jua­rez Bernardes - MDB; Rezende Monteiro- ARENA; Siqueira Campos - ARENA.

l\'1ato Grosso

Gastâo Müller - ARBNA; Marcilio Lima ­ARENA; trbaldo Barérn - ARENA.

Paraná

Agostinho Rodrigues - ARENA; AntônioAnníbellí - MD:I3; Antônio Ueno - ARE­NA: Ar,!! de Lima - AR:E:NA; Arthur San­tos - ARENA; Braga Ramos - ARE~

NA (SE); ítalo Conti - ARENA; Luiz Los­so - ARENA (SE); Mário Btamm -.ARE­NA; Olívlr Gabardo - MDB; Roberto Gal­vani - ARENA; Túlic Vargas - ARENA.

Santa Oatarlna

Abel Ávila - ARENA; Adhemar Ghisí ­ARElNA; Aroldo Carvalho - ARENA; OesarNascimento - MDB; Francísco Grillo ­ARENA; Jaíson Barreto - MDB; João Li­nhares - AH.ENA; Lacrte Vieira - MDB;Pedro Colin - ARENA; Willnar Dallanhol- ARENA.

Rio Grande do Sul

Aldo Fagundes - MDB; Amaury Müller- MDB; Antônio Brcsolin - MDB; CélioMarques Fernandes - ARENA; Getúlio Dias- MDB; Hal'ry sauer - MDB; Helbert dosSantos - ARENA; José Mandellí - MDB;Sinval Guazzelli - ARENA; Vasco Amaro- ARENA; Victor Issler - MDB.

Amapá.

Antônio Pontes - MOB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.

Roraima

Silvio Botelho - ARENA.

o SR. PRESIDENTE (Petrônio Figueire­do) - A lista de presença acusa o compa­recimento de 158 srs. Députados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos

trabalhos.O Sr. secretário procederá à leitura da

ata da sessão anterior.11 - O SR. ANTÔNIO BRESOLIN, ser­

vindo como 2.0~Secretário, procede à leiturada ata da sessão antecedente, a qual é,sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Petrônio Figueire­do) - Passa-se à leitura do expediente.

Não há expediente a ser lido.PARECER

N.o 84, de 1973(Da Comissão de Constituição e Justiça)

Opina, contra os votos dos 81'S. Li­sâneas Maciel, Laerte Vieira e MiroTeixeira, pelo arquivamento da Consul­ta S/N.o, de 1972, do Sr. Emílio Gomes,sobre ocorrência de incompatibilidadeentre o mandato'de Deputado Federal eo de Diretor ltcgional do SENAI.

A ~_omi8São de Constituição e JUstiça, emreumao de sua Turma "B", reallsada em 27de setembro de 1973, opinou contra os vo­tos dos Srs. Deputados Lísãneas Maciel,Laerbe Yieil'a e Miro Teixeira, pelo arquiva­mento da Consulta s/nP!72, do Sr. EmílioGomes, nos termos do parecer do Relator.O Sr. Deputado Ferreira do Amaral abate­ve-se de votar.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tacos: Lauro Leitão, Presidente; José Sally,~elator; Altair Chagas, Arlindo Kunzlcr,Elcio Alvares, Ferreira do Amaral, João Li­nhares, José Alves, José Bonifácio Neto,Larete Vieira, Lisâneas Maciel. Luiz Braz,Mário Mondino e Miro Teixeira.

Sala da Comissão. em 27 de setembro de1973. - Lauro Leitão, Presidente - JoséSally, Relator.

I e II - Relatórió e Voto do RelatorSenhor Presidente:O Deputado Emílio Gomes, ainda no

exercícío do seu mandato, apresentou àcasa Consulta S/N, de 1972, indagando daocorrência de íneomiatíbílidnde entre omandato de Deputado Federal e o de DiretorRegional do SENAI.

Vindo a esta Comissão, coube-me a hon­rosa tarefa de relatá-la. Acontece, todavia,que estava reunindo material de estudopara oferecer o meu Parecer, quando ocor­reu a eleição do ilustre parlamentar para agovernanca do Paraná. em substítuícão aosaudoso Governador Parigot de Souza.

A Consulta, pois. em relação ao interes­sado se me afigura de toda prejudicada.Assim, proponho que a proposição seja de­volvida à Presidência da Câmara dos Depu­tados, para os fins previstos no disposto don.O 3 da alínea b do art. 17 do ReglmentoInterno.

s.m.i.Sala das Comissões. em 27 de setembro

de 1973. - Deputado José Sally.REQUERIMENTO

S/N.o, de 1972(Do 81', Emílio Gomes)

Senhor Presidente:A Con.stituicão Federal diz em seu art.

34, inciso I, letras a e b:"Art. 34. Os Deputados e Senadoresnão poderão:I - desde a expedição do diploma:a) firmar ou manter contrato com nes­SOa de direito público, autarquia, em-

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'1164 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)' Outubro de 19'73

presa pública, sociedade de economiamísta ou empresa concessionária de ser­viço público, salvo quando ° contrataobedecer a cláusulas uniformes;b) aceitar ou exercer cargo, função ouemprego remunerado nas entidadesconstantes da alínea anterior."

Em razão deste dispositivo indaga-se: odeputado federal está incompatibilizadopara.o exercício do cargo de Diretor Regio­nal do Serviço Nacional de AprendizagemIndustrial (SENAI)?

A proibição constitucional incide quandoocorrem duas condições:

a) receber o parlamentar remuneração;b) que essa remuneração seja paga por

pessoa de direito público, autarquia, empre­sa pública, sociedade de economia mista cuempresa concessionária de serviço público.

O SENAI é uma entidade de direito pri­vado (art. 2.0, Decreto-lei n,? 9.403, de :!5de junho de 1946) e recebe eontríbuícõesdos estabelecimentos industriais enquadra­dos na Confederação Nacional da Indústria,bem como aqueles referentes aos transpor­tes, àI} comunicações e à pesca (idem, art.3.°), também, todas essas entidades de di­reito privado.

Observa-se, pois, que o SENAI não temqualquer característica das entidades cons­tantes da norma constitucional.

Nestas condições, requeiro a V. Ex.a sejadeclarado se há ou não qualquer incompa­tibilidade entre a nomeação de Diretor Re­,gional do SENAl, ainda que o titular docargo receba remuneração, e o exercícío domandato de deputado federal.

Sala das Sessões, em 21 de novembro de1972. - Deputado Emílio Gomes.

MENSAGEMN.O 343, de 1973

(Do Poder Executivo)Submete à consideração do Congresso

Nacional o texto do Acordo de Inter­câmbio Cultural e Científico, firmadoentre o Governo da República Federati­va do Brasil e o Governo da Repúblicado Equador, em Quito, a 12 de julhode 1973.

(As Comissões de Relacões Exterio­res, de Constituição e Justiça e deE<iucação e Cultura.)

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

De conformidade com o disposto no art.44, item I, da Constituição Federal, tenhoa honra de submeter à alta apreciação deVossas Excelências, acompanhado de l~x­

posição de Motivos do Sr. Ministro de f!:s­tudo das Relações Exteriores, o texto doAcordo de Intercâmbio Culturai e Científi­co, firmado entre o Governo da Repúb'JcaFederativa do Brasil e o Governo da :!:te­:pública do Equador, em Quito, a 12 de julhode 1973.

Brasília, em 9 de outubro de 1973. -- EmÍ­lio G. Médici.

;EXPOSIÇãO DE MOTIVOS DCINTIDAM-IIIDAliARC/381/640 íB46) CB40), DE 4 DEOUTUBRO DE 1973, DO MINISTÉRIO DASRELAÇÕES EXTERIORES.

;'A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Emílio oarrestazu(Médici,~residente da República.

Senhor Presidente:Tenho a honra de submeter [ -alta ii:óre­

eíação de VQssa ljlxçelênc~a o anexo texto

do Acordo de 'Intercâmbio Cultural e Cien­tífico entre o Brasil e o Equador, celebradoem Quito, em 12 de julho de 1973, duranteminha visita ao Equador.

2, O Acordo que, na data de sua entradaem vigor, substituirá o Convênio vigente,de 24 de maio de 1944, constitui um instru­mento mais ágil e moderno e, portanto,

. apto a disciplinar e orientar os fatos-novossurgidos do intercâmbio cultural entre osdois países nas últimas três décadas.

3. O presente ato contém medidas ino­vadoras no que se refere a estudantes-con­vênio e à aproximação das emissoras ofi­ciais de rádio e televisão no intuito de di­fundir os valores culturais e as atraçõesturisticas das Partes. Inova, igualmente, noque respeita às facilidades para a entradae saída de instrumentos científicos e técni­cos, material didático e pedagógico, livrose documentos que contribuam para o eficazdesenvolvimento das relações culturais en­tre o Brasil e o Equador.-

4. A par dessas medidas, o Acordo con­templa as disposições habituais em instru­mentos dessa natureza, tais como a conces­são mútua de bolsas de estudo de pós-gra­duação, o reconhecimento de diplomas etítulos, as facilidades para a organizaçãode exposições artísticas e outras manifesta­ções culturais e a cooperação no campo dacriação artística em geral.

5. Submeto, pois, o incluso Projeto deMensagem para que Vossa Excelência, seassim houver por bem, encaminhe ao Con­gresso Nacional, para exame e aprovação,o Acordo em apreço.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência, Senhor Presidente, osprotestos do meu mais profundo respeito.- Mário Gibson Barboza.

ACORDO DE INTERCAMBIO CULTURALE CIENTíFICO ENTRE A REPÚBLICA:FEDERATIVA DO BRASIL E A REPÚ-

BLICA DO EQUADOR

OS Governos da República Federativa doBrasil e da República do Equador, conscien­tes de que as relações culturais entre seuspovos devem encontrar novos caminhos deatualização e desenvolvimento que estejamde acordo com as necessidades e as possi­bilidades que lhes oferece o progresso daciência e da cultura, convieram em celebraro presente Acordo de Intercâmbio Culturale Científico:

Artigo I

As Partes Contratantes se comprometema promover o intercâmbio cultural e cien­tífico entre o Brasil e o Equador, apoiandoa ob-ra que, em seus respectivos territórios,realizam as instituições consagradas à di­fusão do idioma, da educação, das ciênciase dos valores culturais da outra Parte.

Artigo 11As Parte.~ Contratantes se comprometem

a promover e estimular, através de seus or­ganismos competentes, a cooperação entreas respectivas instituições de nível superior,intensificando o intercâmbio de professo­res e profissionais por meio de cursos deaperfeiçoamento. especialização e extensão,bem como de atividades de pesquisa cíen­tifica.

Artigo IHDentro do programa bilateral de coopera­

ção cultural e científica, cada Parte Con­tratante comunicará, anualmente e por viadiplomática, a relação dos cursos de pós­graduação e de aperfeiçoamento e os pro­jetos de pesquisas científicas que realizará,indicando o número de bolsas de estudos aserem oferecidas, em cada especialidade, a

graduados, profissionais liberais, cientistase artistas da outra Parte, previamente se~

lecíonados por concurso de merecimento.Artigo IV

Cada Parte Contratante dará a conhecer.anualmente, por via diplomática, o númerode estudantes-convênio da outra Parte quepoderá obter matrícula, sem prestação deexames de admissão, na primeira série deseus estabelecimentos de ensino superior,isentos de todas as taxas escolares.

Os estudantes beneficiados por essa me­dida serão selecionados por uma ComissãoMista.

Tais estudantes só poderão obter trans­ferência para estabelecimentos similares deseu país de origem ao fim de um períodomínímo de dois anos letivos, com aprovaçãointegral, respeitada a legislação vigente so­bre a matéria em cada Parte.

Artigo VOs diplomas e os títulos para o exercício

de profissões liberais e técnicas, expedidospor instituições de ensino superior de umadas Partes a naturais da outra, devida­mente autenticadas, terão plena validadeno país de origem do interessado, satisfei­tas as formalidades legais de cada Parte.

Artigo VI

A transferência de estudantes de um dospaíses para estabelecímentos de ensino dooutro será condicionada à apresentação decertificado de aprovação de estudos realiza­dos, devidamente reconhecido e legalizadopelo país de origem, por parte do interes­sado.

A revalidação e a adaptação realízar-se-ãode conformidade COm a legislação em vi­gor no país onde os estudos tiverem pros­seguimento.

Em qualquer caso, a transferência fica su­bordinada à prévia aceitação da institui­ção de ensino na qual o estudante desejeingressar.

Artigo VII

Cada Parte Contratante, uma vez satis­feitas as exigências legais internas de ca-

- da país, facilitará a apresentação de ex­posições ou manifestações relativas à vidacultural, artística e técnica da outra Partee estimulará, através de seus organismoscompetentes, a cooperação mútua nos cam­pos da literatura, música, teatro, artesplásticas, eínematografía e folclore. Na me­dida de possível, ambas as Partes se esfor­çarão em reduzir ou isentar de impostos aapresentação de espetáculos artísticos dequalquer natureza, promovidos pela outraParte.

- Artigo VIII

As Partes Contratantes promoverão, emtermos de reciprocidade, a aproximação en­tre suas emissoras oficiais, a fim de rací­litar a transmissão de programas radiofô­nicos a de televisão, destinados a difundirseus valores culturais e suas atrações turís­ticas.

Artigo IX

Cada Parte Contratante favorecerá, deacorde com suas disposições legais vigentes,o ingresso, em seu território, de filmesdocumentários, artísticos e educativos ori­ginários da outra Parte.

Artigo X

Cada Parte Contratante facilitará, deacordo com suas disposições legais vígen­tes, a livre circulação de jornais, revistas epublicações de caráter cultural da outra.Parte.

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Outubro de 1973 DTARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 '1165

Artigo XI

Cada Parte Contratante estimulará atra­vés dos organismos oríciats competentes oupelo sistema de co-edição, a tradução epublicação das, principais obras literárias,técnicas e científicas de autores da outraParte.

Artigo XII

Cada Parte Contratante facílítará, deacordo com suas disposições legais vigen­tes, a admissão em seu território, bem comoa saida eventual, de instrumentos científi­cos e técnicos, material didático e peda­gógico obras de arte, livros e documentosde ca~áter cultural que contribuam para oeficaz desenvolvimento das atiivdades com­preendidas no presente Acordo, ou que, des­tinando-se a exposições temporárias, devamretornar ao território de origem, respeitan­do-se, em todos os casos, as disposições queregem a proteção do patrimônio cultural decada um dos países.

Artigo XIIIPara velar pela aplicação do presente

Acordo e a fim de adotar quaisquer medi­das necessárias para promover o ulteriordesenvolvimento das relações culturais ecientíficas entre as duas Partes, constituir­se-á uma Comissão Mista brasileiro-equa­toriana.

A Comissão Mista será integrada porrepresentantes do Ministério das RelaçõesExteriores, do Ministério da Educação, daCasa de Cultura Equatoriana, do ConselhoNacional de Pesquisas ou órgão equivalen­te e da Missão diplomática acreditada jun­to ao País em que se realizar a reunião,podendo ser a esta agregados os técnicos eassessores que se considerem necessárlos,

A Comissão Mista terá, entre outras, asseguintes atribuições:

a) avaliar periodicamente o funciona­mento do Acordo nos dois países;

b) apresentar sugestões aos dois Gover­nos com relação à execução do Acordo emseus pormenores e dúvidas de interpre­tação;

c) formular programas de intercâmbiocultural, científico, técnico e educacional;

d) recomendar às Partes assuntos de in­teresse mútuo dentro dos limites do Acordo.

A Comissão Mista se reunirá uma vez porano, alternadamente em Brasília e Quito.

Artigo XIV, O presente Acordo substituirá, desde adata de sua entrada em vigor, o ConvênioCultural entre o Brasil e o Equador, cele­brado na cidade do Rio de Janeiro, em 24de maio de 1944,I Artigo XV

O presente Acordo entrará em vigor trin­ta dias após a troca dos instrumentos deratificação, a efetuar-se na cídade de Bra­sília, e sua vigência se estenderá até seismeses depois da data em que tiver sido de­nunciado por uma das Partes Contratantes.

Em fé do que, os Ministros das RelaçõesExteriores do Brasil e do Equador assiname .selam o presente Acordo em dois exem­plares igualmente autênticos, nas línguaspor-tuguesa e espanhola.

Feito na cidade de Quito, aos doze diasdo mês de julho de mil novecentos e se­tenta e três.

Pelo Governo da República Federativa do:Bl'asil - a) Mário Gibson Barbeza,

Pelo Governo da República do Equador ­a) Antonio José Lucio Paredes.Of. n.o 462 - SAP/73

A Sua Excelência o SenhorDeputado Dayl de Almeida:MD. Primeiro-Secretário da Câmara dosDeputadosBrasília - DF

Em 9 de outubro de 1973.Excelentíssimo Primeiro-Secretário:Tenho a honra de encaminhar a essa Se­

cretaria a Mensagem do Excelentissimo Se­nhor Presidente da República, acompanhade Exposição de Motivos do Sr. Ministrode Estado das Relações Exteriores, relativaao texto do Acordo de Intercâmbio Culturale Científico, firmado entre o Governo daRepública Federativa do Brasil e o Gover­no da República do Equador, em Quito, a12 de julho de 1973.

Aproveito a oportunidade para renovara Vossa Excelência protestos de elevada es­tima e consideração. - João Leitão deAbreu, Ministro Extraordinário para os As­suntos do Gabinete Civil.

MENSAGEMN.o 344, de 1973

(Do Poder Executivo)Submete à consideração do Congres­

so Nacional o texto do Convênio entrea República Federativa do Brasil e oBanco Interamerícann de Desenvolvi­mento sobre Privilégios e Imunidadesdo Banco, assinado em Brasília, a 21de janeiro de 1972.

(Às Comissões de Relações Exteriores,de Constituicáo e Just.ica e de Econo­mia, Indústria e Comércio'>

Excelentissimo Senhores membros doCongresso Nacional:

Em conformidade com o disposto no art.44, item I, da Constituição Federal, tenhoa honra de submeter à elevada considera­ção de Vossas Excelências, acompanhadode Exposição de Motivos do Sr. Ministro de ­Estado das Relações Exteriores, o texto doOonvênío entre a República Federativa doBrasil e O Banco Interamerícano de Desen­volvimento sobre Privilégios e Imunidadesdo Banco, assinado em Brasília, a 21 dejaneiro de 1972.

Brasilia, em 9 de outubro de 1973.EXPOSIÇãO DE MOTIVOS DEA/C/DAI/

382/924 (040) (B46), DE 4 DE OUTUBRODE 1973, DO MINISTÉRIO DAS RELA­ÇÕES EXTERIORES

A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Emílio Garrastazu Mé­dici,p"p~idente da República.

I:>enhor Presidente,Tenho a honra de submeter à alta eonsí­

deracão de Vossa Excelência o texto do"Convênio entre a República Federativa doBrasil e o Banco Interamericano de Desen­volvimento sobre Privilégios e Imunidadesdo Banco", assinado em Brasília, em 21 dejaneiro de 1972, em complementação aoAto Constitutivo do Banco, aprovado peloDecreto Legislativo n.? 18, de 1959.

2. O Convênio em questão, elaborado deacordo com outros em vigor entre o Go­verno brasileiro e organismos internacio­nais, estabelece condições apropriadas e jus­tas para o exercício das atividades dos fun­cionários e técnicos do Banco Interameri­cano de Desenvolvimento e os privilégios eimunidades nele contemplados são consa­grados pela prática ínternaeíonal;

3. Nessas condições, e tendo em vista odisposto no art. 44, item I, da ConstituiçãoFederal, cumpre-me submeter à alta apre­ciação de Vossa Excelência o anexo projetode Mensagem que encaminha o Convênioà aprovação do Congresso Nacional,

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência, Senhor Presidente, osprotestos do meu mais profundo respeito.- Mario Gibson Barbeza,

CONV:ffiNIO ENTRE A REPÚBLICA FE­DERATIVA DO BRASIL E O BANCO IN­TER-AMERICANO DE DESENVOLVIMEN­TO SOBRE PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES

DO BANCOO Governo da República Federativa do

Brasil (doravante denominado "Governo"),eO Banco Interamerícano de Desenvolvi­

mento (doravants denominado "Banco"),Considerando:

Que é prática dos organismos internacio­nais dedicados a promover o desenvolvi­mento econômico e social da América Lati­na celebrar Convênios com os Governos na­cionais a fim de estabelecer condições favo­ráveis ao exereíelo das atividades dos fun­cionários de tais organismos no cumprimen­to de seus objetivos;

Que o Banco tnteramencano de Desenvol­vimento é um organismo internacional de­dicado a contribuir para o desenvolvímen­to econômico e social dos países da AméricaLatina; e

Que o Convênio Constitutivo do Bancofoi aprovado pelo Decreto Legisiativo n.O

18, de 1959,

Convieram no seguinte:Artigo I

, O Governo concederá aos funcionários doBanco os Drivilégios e imunidades estabele­cidos no presente Convênio. Os nomes daspessoas escolhidas pelo Banco como benen­.cíárlas dêsses privilégios e imunidades se­rão submetidos ao Ministério das RelacõesExteriores para aprovação. '

Artigo II

As autoridades brasileiras competentesnão oporão restrições de imigração e deregistro de estrangeiros às pessoas a seguirindicadas. assim como a seus dependentesfamiliares:

a) funcionários do Banco;b) técnicos contratados pelo Banco.O presente artigo não se aplicará aos ca­

sos de interrupção geral dos transportes enão impedirá a plícacão efetiva das leisvigentes, nem eximirá tais pessoas da Justaaplicação de regulamentos quarentenáríose sanitários.

Artigo lU

Os funcionários e técnicos contratados denacionalidade não brasileira, a que se refe­re o artigo anterior gozarão, no territóriodo país, dos seguintes privilégios e ímu­niddes:

a) imunidade em relação a processos ju­diciais e administrativos correspondentes aatos praticados no desempenho de suas ati­vidades oficiais, salvo se o Banco renunciara essa prerrogativa;

b) facilidades para repatriação e direitoà proteção das autoridades brasileiras-fa­cilidades e direito extensivos a dependentesfamiliares-iguais aos desfrutados pelosmembros de Misseôs diplomáticas, em pe­ríodos de tensão internacional;

c) isenção de quaisquer impostos sobrevencimentos e emolumentos pagos pelo

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'U6G Sábado 13 DlARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)' Outubro de 1973

f3anco ou rendimentos procedentes do ex­terior.

O Banco abrirá mão da imunidade dequalquer funcionário Oll técnico contratadonos casos em que o exercicio de tal imuni­dade impeça o curso da Justiça,

Artigo IV

a) Os funcionários do Banco que prestemserviços no pais, e que não sejam de nacio­nalidade brasileira, poderão importar, den­tro dos seis meses seguintes ao seu ingressono Brasil, com a finalidade de tomar possede seu cargo pela primeira vez, livres dopagamento de emolumentos consulares, di­reitos aduaneiros, taxas e gravames cone­xos, que não constituam despesas de arma­zenagem, capatazia e outros relativos aserviços análogos, os móveis e objetos deU50 pessoal e doméstico destinados à suainstalação inclusive um veiculo de uso pes­soal;

b) os técnicos de nacionalidade não bra­sileira contratados pelo Banco, gozam dosprivilégios previstos na alínea a deste arsí­go, para a importação de móveis e objetosde uso pessoal e doméstico destinados à suainstalação e, também, caso o prazo do res­pectivo contrato seja igual ou ~"n"rior aum ano, de um automóvel;

c) os funcionários e técnicos contratadosdo Banco, de nacionalidade brasileira, quetenham prestado serviços ao Banco no ex­terior, por mais de doís anos, desfrutarão,])01' ocasião de seu regresso definitivo aopais, das mesmas isenções mencionadas naletra a) do presente artigo, durante os seismeses seguintes à data em que hajam ces­sado suas funções. Para os efeitos de im­portação e transferência do veiculo de usopessoal, aplicar-se-ão as normas vigentespara os funcionários do Ministério das Re­lações Exteriores acreditamos no ex terror,quando de seu regresso ao pais;

d) com respeito à transferência de pro­priedade dos veiculas a que se referem asletras a) e b) do presente artigo, aplicar-se­ão as normas estabelecidas para o CorpoDiplomático acreditado no Brasil.

Artigo V

Além dos privilégios especificados no pre­sente Convênio, o funcionário que sejs oRepresentante do Banco no pais, desde quenão sej a de nacionalidade brasileira e nãotenha residência permanente no Brasil,gozará das isenções, privilégios e imunida­des reconhecidos os representantes de or­ganismos internacionais e de assistênciatécnica em exercício de suas funções nopais.

Artigo VI

Aos funcionários do Banco beneficiadospelo presente Convênio será Iorrieclda car­teira de identidade que eertifique sua vin­culação com o Banco e que solicite às auto­rídades brasileiras prestação de assistên­cia e colaboração.

Artigo VII

O presente Convênio não limitará nemprejudicará de qualquer modo o alcancedos privilégios e imunidades concedidos noConvénio Constitutivo do Banco.

Artigo VIII

O presente Convênio entrará em vigor nadata em que o Governo da República Fe­derativa do Brasil notificar ao Banco suaaprovação, em conformidade com os dis­positivos constitucionais, e poderá ser de­nunciado por qualquer das partes, med.antenotificação escrita, cessando seus efeitos 6(seis) meses a contar da data do recebi­mento da notificação de denúncia.

Em testemunho do que, os abaixo assi­nados, representantes devidamente designa­dos pelo Governo e pelo Banco, assinaramo presente Convênio, em dois exemplares,igualmente autênticos, em idioma portu­guês, na cidade de Brasília, aos vinte e umdias do mês de janeiro de mil novecentose setenta e dois.

Pela República Federativa do Brasil. ­a) Mario Gibson Barboza,

Pelo Banco Interamericano de Desenvol­vimento. - a) Ewaldo Correia Lima.Of. n.o 463 - SAP/73.

Em 9 de outubro de 1973.Excelentíssimo Senhor Primeiro-Secretá­

rio:

Tenho a honra de encaminhar a essaSecretaria a Mensagem do ExcelentíssimoSenhor Presidente da República, acompa­nhada de Exposição de Motivos do SenhorMinistro de Estado das Relações Exteriores,relativa ao texto do Convênio entre a Re­pública Federativa do Brasil e o Banco In­teramerícano de Desenvolvimento sobrePrivilégios e Imunidades do BaiICo, assina­do em Brasília, a 21 de janeiro de 1972.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência protestos de elevada esti­ma e consideração. - João Leitão de Abreu,Ministro Extraordinário para os Assuntos doGabinete Civil.A Sua Excelência o SenhorDeputado Dayl de AlmeidaM.D. Primeiro-Secretário da Câmara dosDeputadosBrasília - DF.

PROJETO DE LEIN.O 1.580, de 1973

(Do Sr. Cantidio Sampaio)

Acrescenta, altera e revoga disposi­tivos do Decreto-lei n.o 3.689, de 3 deoutubro de 1941 (Código de ProcessoPenal), e dá outras providências.

(A Comissão de Constituicão e Jus-tiça'> >

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Como § 2.0 , acrescente-se ao

art. 408 do Decreto-lei n.o 3.689, de 3 deoutubro de 1941, o seguinte parágrafo. re­numerados os atuais §§ 2.0 , 3.0 e 4.0 como§§ 3.0, 4.0 e 5.0 ;

"Art. 408, , ......•••...•.•.

§ 2.0 Se o réu for primário e de bonsantecedentes, poderá o juiz deixar dedecretar-lhe a prisão ou revogá-la, ca­so já se encontre preso."

Art. 2.0 O art. 474 do Decreto-lei núme­ro 3.689, de 3 de outubro de 1941, passa avigorar com a seguinte redação:

"Art. 474. O tempo destinado à acusa­ção e à defesa será de noventa mi­nutos, para cada uma, e de trinta mi­nutos para a réplica e outro tanto para.a tréplica."

Art. 3.° O art. 594 do Decreto-lei núme­ro 3.689, de 3 de outubro de 1941, passaa vigorar com a seguinte redação:

"Art. 594. O réu não poderá apelarsem recolher-se à prisão, ou prestarfiança, salvo se for primário e de bonsantecedentes, assim reconhecido nasentença condenatória, ou condenadopor crime de que se livre solto."

Art. 4.° O art. 596 do Decreto-lei núme­ro 3.689, de 3 de outubro de 1941, passaa vigorar com a seguinte redação:

"Art. 596. A apelação da sentençaabsolutória não impedirá que o réuseja posto imediatamente em liberda­de."

Art. 5.° Fica revogado o § 2.°, do art. 596do Decreto-lei n.o 3.689, de 3 de outubrode 1941.

Art. 6.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

Art. 7.0 Revogam-se as dísposíções emcontrário. .

JustificaçãoCom as modificações propostas ao Códi­

go de Processo Penal, este proj eto de leitem em mira um duplo objetivo: possibili­tar que os réus primários e de bons ante­cedentes se livrem e apelem soltos e abre­viar o tempo gasto nos julgamentos pe­rante o júri.

O sistema vigente parece-nos demasia­damente rígido, tratando por igual todosos réus pronunciados ou condenados, sempermitir ao Juiz o prudente exame dasvariadas clrcunstãneías de que se revestecada caso particular, nem propiciar-lhe acriteriosa distinção entre os acusados. Anatureza mesma de alguns delitos, aliadaà personalidade do réu e a inúmeras outraspeculiaridades, facilmente sensíveis aosolhos experimentados do Juiz, deveriam en­sej ar a não decretação da prisão prevenü-va ou o apelo em liberdade. .

Podendo apelar ou livrar-se solto, oacusado continuarIa útil à sociedade e aosseus dependentes; estaria a salvo do conví­vio com perigosos tacínoraa, autênticos pro­fessores de crime; melhor suportaria a an­gustiante morosidade do processo-crime. Etudo isso sem quebra na garantia de efetivaadministração da lei penal.

A lei penal adjetiva atual, norteada porinexplicável excesso de zelo, chega ao absur­do de remeter ao cárcere, ou lá manter,réus que obtiveram sentença absolutóriapendente de recurso, se ao delito em julga­mento a lei cominar pena igual ou superiora oito anos, não sendo unânime a decisãodos jurados (art. 598 e seu § 2.°).

Abrandado o rigor da lei, teriam anda­mento processos bloqueados pela ausênciados réus, que se furtam à intimação dasentença de pronúncia. Os acusados acom­panhariam seus julgamentos e se apresen­tariam para recorrer de uma eventual sen­tença condenatória.

Acreditamos firmemente, e daí a inicia­tiva desta proposição, que a tendência doDireito Penal moderno é no sentido de li­bertar-se' de conceitos anacrônicos, ditadospelos excessos de um formalismo embolo­rado, para adaptar-se à realidade social domundo em que vivemos.

Por fim, restringindo o tempo destinadoao debate, à réplica e à tréplica, nos ple­nários de júri, visamos impedir estéreistorneios de oratória em que, comumente,se empregam tanto a acusação quanto adefesa, em prejuízo da celeridade dos jul­gamentos. Talvez, com a adoção desta me­dida, possam ser julgados dois ou mais pro­cessos em um só dia, o que contribuiria paradiminuir o gigantesco volume de processosaguardando julgamento pelo Tribunal doJúri,

Sala das Sessões - Deputado CantídioSampaio.

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, Outubro de 1973 DIARIO DO CONG!lESSO NACIONAL <Seção I)" Sábado 13 716'1

vitorioso nosso País, seria sobremaneirahonroso para nós. Mas no Congresso Mun­dial de Alfaiates realizado em Londres -

- indiscutivelmente a Capital dos mais fa­mosos alfaiates do universo - no qual oBrasil foi consagrado campeão, chega aconstituir motivo de inexcedível orgulho na­cional.

Pois foi o que ocorreu, na primeira quin­zena de setembro, na Capital inglesa, emcuja Exposição de Vestuário triunfou o Bra­sil, com os ternos confeccionados por OdilonB. Santos, da cidade de Santos.

Na qualidade de Chefe da Delegação denosso País, a Odilon Santos foi oferecida aoportunidade de saudar o Presidente da­quele conclave, e os Chefes das demais De­legações presentes.

Falou, então, o líder da classe, não so­mente tecendo louvores aos verdadeiros ar­tistas mundiais que se dedicam a essa pro­fissão, mas sobretudo desenvolvendo consi­derações referentes 3:0 progresso lndustl'ialdo Brasil nos últimos anos,

E informou à atenta assembléia que, em­bora apenas 8% da produção do País sejadestinada à exportação, já nos perfilamosentre os principais exportadores do mundo.Que as cifras atuais relativas à importa­ção e exportação se elevaram de US$ 3,5 bi­lhões de dólares em 1968. para US$ 10 bi­lhões no ano corrente. Que esses númerosacentuavam a importância do Brasil comocliente individual para o Mercado Europeu,e evidenciavam as possibilidades latentes docrescimento do intereâmbio comercial como resto do mundo. E enfatizou havermoselevado, nos últimos três anos, a exporta­ção de manufaturados de mais 30% porano. Que nessa gigantesca ofensiva em quese empenhava nosso governo, passamos aexplorar matérias-primas destinadas à in­dústria de roupas, entre as quais se so­bressaiam o algodão, fibras sintéticas, sedae couro. Que nossa população, que já ultra­passa 100 milhões de habitantes, aumentade ano para ano o poder aquisitivo, impul­sionando a demanda de roupas feitas emtodos os níveis de preço. E que nossas in­dústrias manufatureíras, em face nessa re­alidade, vêm instalando fábricas modernasque produzem roupas não somente para oconsumo interno, mas também em quanti­dade e qualidade em condições de suprir omercado externo, onde já gozam de ótimoconceito.

Esse estrondoso sucesso nacional na ter-ra dos maiores alfaiates do mundo. Sr. Pre­sidente, sobre representar razão de júbilointenso, traduz o adiantamento da tecnolo­gia brasileira no setor, e abre perspectivasimensas para as exportações pátrias.

Saindo da área de exportação de maté­rias-primas - em que temos tradição ­para a de manufaturados, revelamos haverrompido as seculares grilhetas que nos [un­giam à economia colonial.

E quando lembramos, Sr. Presidente, quefoi um santista que conseguiu, como alfaia­te na pátria dos alfaiates, chamar a aten­ção do mundo que compareceu em Lon­dres ao Congresso Mundial de Alfaiates, so­bre esses fatos, experimentamos dupla sa­tisfação: como paulista e como brasileiro.

Notáveis alfaiates produzem verdadeírasobras de arte no Rio de Janeiro e na Ca­pital bandeirante, cidades essas em que obem vestir constitui preocupação dos ca­valheiros de bom gosto, dos que primam porse apresentar elegantemente trajados sem­pre em dia com a moda nacional e a lon­drina.

Justificativa

É inegável que todo adquirente de imó­vel não é um técnico no assunto. Os despro­tegidos da fortuna são os que mais sofremas conseqüências desta falta de recursosespecializados. Por sua vez, as sociedades deconstrução e as imobiliárias que atuam nes­se ramo são as mais beneficiadas com esseestado de coisas. Muitas são as transacõesimobiliárias em que o adquirente de casaprópria paga mais do que valê, consideran­do-se as peculiaridades da situação do imó­vel e o material de construção empregado.

Os recursos do Banco Nacional da Habí­tacão tornar-se-ão mais abundantes naexigência do laudo de avaliação. Da mesmaforma, o adquirente que já faz enormessacrífíelos para conseguir morada, terá res­guardada e protegida a aplicacão dos seusrecursos financeiros, amealhados sempre acusta de ingentes esforços.

O próprio Banco Nacional da Habitaçãoreconhece a tnvíabílídade de um laudo deavaliação emitido pelos seus técnicos, emvirtude da descentralização defendida poraquele organismo e pelo fato do mesmo nãoestar aparelhado para tal função. As pre- .feituras municipais têm seções especializa­das para este trabalho, pois o imposto pre­dial é calculado com base no valor do imó­vel fixado por tais repartições .

. li: de grande alcance o propósito desteprojeto, pois vem salvaguardar a bolsa po­pular daqueles que desejam, de um dia pa­ra o outro, fazer dessas transações um meiode enriquecimento violentamente rápido,com reflexos negativos no atingimento dosfins para os quais o BNH foi criado.

Sala das Sessões, 5 de outubro de 1973. ­Alfeu Gaspartní,

IV - O SR. PRESIDENTE (Petrônio Fi­gueiredo) - Está finda a leitura do expe­diente.

Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Athiê Coury.

O SR. ATlIIF.: COURY (Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, um Con­gresso de Alfaiates levado a efeito em qual­quer lugar, no estrangeiro, de que saisse

PROJETO DE LEIN.o 1.58], de 1973

(do Sr. Alfeu Gasparfnl)

Institui laudo de avaliação na aqui­slcão de moradia eom financiamento doBanco Nacional da Habitação.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Economia, Indústria e Co­mércio e de Flnançaa.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 No processo de aquisição de mo­

... adía com financiamento do Banco Nacio­nal da Habitação, deverá constar obrigato­riamente laudo de avaliação do imóvel.

Parágrafo único. A pedido do adquiren­te, a Prefeitura Municipal do Município on­de o imóvel estiver localizado, fornecerá olaudo aqui referido.

Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor 90 (no­venta) dias depois de sua publicação.

Art. 3.° São revogadas as disposições emcontrário.

tmedtatamente em liberdade, salvo nos pro­cessos por críme a que a lei comine penade reclusão, no máximo, por tempo igualou superior a oito anos.

' "' .

CAPíTULO UI

Da Apelação

Art. 596. A apelação de sentença abso­lutória não impedirá que o réu seja posto

Art. 594. O réu não poderá apelar Semrecolher-se à prisão, ou prestar fiança, sal­vo se condenado por crime de que se livresolto....................... _ .

LIVRO mDas Nulidades e dos Recursos em Geral

..... .

............................................

." .

TiTULO II

Dos Recursos em Geral

.............................................

...........................................

CAPíTULO II

Do Processo dos Crimes da Competênciado Júri

SEÇãO IDa Pronúncia, da Impronúncfa e

da Absolvição Sumária

: .

LEGISLAÇlíO CITADA, ANEXADA

PELO SETOR DE PREPARAÇÃOE CONTROLE DE PROPOSZÇÕES

DECRETO-LEI N,o 3.689DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Código do Processo Penal

LIVRO II

Dos Processos em EspécieTiTULO I

Do Processo Comum

[ .

SEÇÃO IVDo Julgamento pelo .JÚri

Art. 408. Se o juiz se convencer da exís-'téncía do crime e de indícios de que o réuseja o seu autor, pronunciá-lo-á, dando osmotãvos do seu convencimento.

S 1.0 Na sentença de pronúncia o juizdeclarará o dispOSItIVO legal em cuja san­çáo julgar incurso o réu, mandará lançar­lhe o nome no rol dos culpados, recomen­dá-lo-á na prisão em que se achar, ouexpedirá as ordens necessánas para suacaptura.

§ 2.0 Se o crime for afiançável, será,desde logo arbí trado o valor da fiança,

-que c{)nstará do mandado de prisão.§ 3.0 O juiz não ficará adstrito à elas­

sificacão do crime, feita -ia queixa ou de­núncia embora tique o réu sujeito à penamais g'rave. atendido, se for o caso, o dis­posto no art. 410 e seu parágrafo.

§ 4.° Se dos autos constarem elementosde culpabilidade de outros índlvíduos nãocompreendidos na queixa ou na denúncia,o juiz, ao proferir a decisão de pronúnciaou Irnpronúncla, ordenará que os autos vol­tem ao Ministério Público, para adítame n­to da peça inicial do processo e demaisdiligências do sumário.

1'···········································Art. 474. O tempo destinado à acusação

e à defesa será de três horas para cadauma e de uma hora para a réplica e outrotanto para a tréplica.

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Outubro de 19737168 Sábado 13 'DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Set}io I)

"'- Inglaterra, que trádicionalmente ex­porta figminos dos últimos ditames da mo­da masculina, passará agora a importarmodelos brasileiros, surpreendida que fi­cou com a arte nacional, e as criações san­tistas que convenceram os julgadores doimportante certame a nos conferir a palmade maiores alfaiates do mundo.

Registrando, pois, Sr. presidente, fato tãoauspicioso, cumprimentamos efusivamentea Odilon B. Santos, o verdadeiro promotordesse triunfo excepcional, e felicitamos atoda a laboriosa e artista classe dos taylorsnacionais, pelo esforço e obras com os quais.tanto concorreram para o êxito ora reco­lhido pelo Brasil no exterior.

Era, Sr. Presidente, o que tínhamos paradizer (Muito beml)

O SR. FRANCISCO AMARAL - (Pronun­cia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Se..nhores Deputados, acontecimento singular,mas de grande importância no campo damedicina geriátrica brasileira, vem de serregistrado recentemente, para maior orgu­lho meu, na -Idade de Campinas, que tenhoa honra de representar nesta Casa do oon­gresso Nacional.

Inaugurou-se ali, no quilômetro 7 da ro­dovia "Santos Dumont", que liga a cidadeao aeroporto de Víracopos, a primeira Clí­nica Geriátrica (e Campinas, altamentecapacitada para desenvolver trabalho mé­dico sério e profícuo em prol da saúde etranqüilidade espiritual das pessoas de ida­de avançada.

Com o sugestivo nome de "Qui-si-sana"e tendo por lema "um lar acima de tudo",a clínica dispõe de médicos de vários espe­cialidades, como psícoterapêutas, laborata­ristas, deterapia ocupacional, de clínica ge­ral, etc., estando devidamente aparelhadae localizada numa área de nada menos deoito alqueires. A área construída, com ca­pacidade para 100 leitos e instalações clini­co-hospitalares as mais modernas, é de2.100 metros quadrados.

Com problemas de saúde que se acentuamna razão direta dos avances e conquistasda medicina, eis que esta tênde a fazer au­mentar os índices percentuais de particl­pação das pessoas idosas nas populações, avelhice e suas doenças, a partir do começodeste século, começaram a trazer preocupa­ções sociais de grande monta. Não preo­cupações no sentido de considerá-la umembaraço ou um fardo difícil de ser carre­gado, mas no sentido, justamente, de Pr<J­picíar que as pessoas em idade provectaconsigam sobreviver em bom estado de saú­de e sem grandes problemas de ordem psi­cológica causados estes, na maioria das ve­zes, pelo desajuste entre gerações

E as doencas físicas próprias da idadeavançada, tais como distúrbios cardíovas­culares, reumatismos, diabetes e o câncer,além de outras como as pulmonares e uro­lógicas, cedo fizeram que parte conside­rável da medicina se dedicasse a encontrarsuas causas mais comuns e as formas decombatê-las eficazmente, ainda que em or­ganismos já debilitados pelo efeito dosanos.

A Clíníca "Qui-si-sana" é uma dessasmanírestacões médicas destinadas a prolon­gar a longevidade das pessoas, de tal mo­do que elas se sintam, em seu saudável eacolhedor ambiente, bem do físico e do es­pírito, mediante não só o emprego de mo­dernas técnicas médicas, como também deorientação psicológica, tudo de modo a per­mitir possam essas pessoas reencontra]' averdadeira motivação de viver, ou a chamada vida, apesar da idade avançada.

Fazendo parte do empreendimento e sen­do mesmo um dos seus mais entusiastas

idealízadores, está o DI'. Ismael GrÍpp, res­peitável médico de Campinas e uma de suasfiguras humanas mais caras, pela sériedadee carinho que em toda a sua vida tem de­dicado ao sacerdócio abraçado.

De seu discurso proferido no ato inau­gural da Clínica "Qui-si-sana", ocasião emque falou pela direção do empreendimento,destaco os objetivos do novo estabeleci­mento que ele, dr. Gripp, chamou carinho­samente de "Lar da Velhice":

1.0 - ajudar os velhos a viverem maispositivamente, motivando-os segundo suastendências a se entregarem a atividadespelas quais tenham preferência;

2.° - dar assistência médica e psicológi­ca adequada. Há várias especialidades mé­dicas na organização, com lima disponibi­lidade de atendimento variado aos pacien­tes. Além disso, é plano da organizaçãoinstalar, brevemente, uma "sala de terapiaintensiva", para acidentes cardíovasculares,bem como um serviço de fisioterapia;

3.0 - proteger as pessoas mais idosas dosmales e perigos a que estão mais sujeitas,tais como a solidão, a vida agitada dosgrandes centros urbanos poluídos, a perigo­sa excitação emocional, praticamente ine­vitável aos que são obrigados a convivere depender de pessoas mais jovens e a en­frentar as realidades da sociedade humanaagitada, agressiva, indiferente e egoísta,

Empreendimentos como o aqui noticia­do, dignificam a classe médica de Oarnpi­nas, da qual o Dr. Ismael Gripp é umdos mais ilustres representantes, ao mesmotempo que fazem crescer no conceito dopovo brasileiro o já grande prestígio da­quela cidade como centro médico de largaimportância e eficiência.

Agora são as pessoas idosas que passama ter ali um lugar ideal para os seus tra­tamentos especializados.

Meus cumprimentos, pois, à Clínica Ge­riátrica de Campinas e aos seus idealiza­dores que, a par de realizarem um traba­lho de notável importância para a cidade,oão também mostras soberbas de solidarie­dade humana para com uma das raíxasetárias da população mais necessitadas deamparo e compreensão: a velhice. (Muitobem!)

O SR. MANOELDE ALMEIDA - (Pronun­cia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Se­nhores Deputados, ontem, se tivesse tidooportunidade, teria usado esta tribuna, pa­ra congratular-me com o Coronel VicenteGomes da Mota, seus oficiais e praças, pe­la passagem do 142.0 aniversário da Po­lícia Militar mineira. Faço-o, hoj e.

A rigor, o marco que define o ponto deorigem da corporação deveria situar-se, notempo, em época bem anterior, pois quevem de 1719, a marca histórica de seus ser­vícos à. sociedade da antiga provtncía. Oatá de 1831, na regência Feijó, não signifi­cou maís do que uma rerormulação ínstrtu­cional, uma espécie de mudança de re­gime, aproveitando o que já existia e vinhade longe: oficiais, praças, instalações, ma­terial e, o mais importante, tradição de ser­vícos. como polícia dos caminhos, dos bur­gos e povoados, do património moral, dagênese de civilização.

Mas não estamos aqui para a controvér­sia da história e, sim, para o culto de quan­tos deram sua existência, às vezes em bata­lhas de sangue, visando à preservação devalores de toda sorte, de acumulação deconceitos e princípios que resultam quasesempre de sacrifícios ínarráveís de herois­mos desconhecidos.

Na apreciação qualitativa dos serviçosprestados à sociedade, tornou-se norma

aceita, na tranqüilidade da tradição, quecertas profissões são nobres e meritórias;outras, são simplesmente composição noquadro das necessidades, sem qualquer real­ce conceítuatívo , DIscordo do pensamento,pela probreza de extensão e profundidade.O valor da contribuição humana não semede pelo altiplano em que se exerce, maspela perfeita integração verificada nos ob­jetivos e fins da tarefa.

De qualquer forma, se fossemos hierar­quizar o esforço. humano poucos poderiam,em qualidade, igualar-se à excelência dafunção policial.

O policial, perfeitamente ajustado e in­terado em sua função, exerce missão trans­cendente. Ele é médico, quando aplica so­corros de urgência ou toma medidas pro­fiiáticas de proteção da integridade física;ele é bacharel e juiz, quando, às vezes, so­zinho, age com bom senso e aplica os co­nhecimentos da lei, julga e decide, onde sóele é autoridade, evitando conflitos, salvan­do a integridade familiar; ele é agrônomoe engenheiro, quando evita a destruição daflora e da fauna e toma medidas de mteli­gêncía, suprindo a ausência do técnico, noscasos de acidentes, nos conhecidos males dacivilização; ele é o educador - e o é sem­pre - porque sua missão possui conteúdoessencial de obra educativa, nos colégios,nas ruas, nos matos, na missão precípua;

Dizia eu, há tempos, na minha juventu­de, quando me preocupava, seriamente, emlobrigar um corpo de princípios socío-psíeo­pedagógico, de ação orgânica e integradapara a Policia Militar, objetivando criarnovos hábitos e nova mentalidade nos ser­viços à sociedade, dizia eu, que "aos invésde vigiar e reprimir, devia ir a policia, a06poucos, substituindo essa divisa pelo edu­car e assistir".

Vejo, hoje, com brados de alegria íntima,que os meus alunos de ontem perseguema meta sublime. Estão eles, distribuídos,desde o Comando-Geral, chefia do Estado­Maior, pelas unidades e serviços, transmitin­do em cadeia, aos novos, a filosofia da ban­deira que empunharam nos idos de1950-51-52: polícia - proteção do homem.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, experi­mento a sensação de justo orgulho peloscaminhos certos e seguros que constituemo roteiro dos milicianos de Tiradentes.

E a oportunidade não me permite fugir aodever de me congratular com o GovernadorRondon Pacheco, pela eteméríde tão gra­ta ao povo mineiro, e pela feliz escolha querealizou de oficiais de grande mérito, paraconduzir, com firmeza e lucidez, os destinosda sua gloriosa milícia. (Mui1io hem!)

O SR. ANTôNIO PONTES - (Ylonunciao seguinte díseurso.) Sr presidente, srs.Deputados, a cada ano, no dia 12 de ou­tubro, comemora-se o Dia da Criança.

Discursos, homenagens, festas, presentes,demonstrações de emoção e enternecimentojamais faltaram, marcando em cada datacomo esta a Iembranca e a reverência ca­rinhosa das gerações realizadas e atuantes,bem como daquelas em vias de serem con­sumidas pela ação inexorável do tempo, poraqueloutra que representa a esperança eque irá fatalmente ocupar o seu lugar.

É possível até que as pessoas adultas, emvenerando as crianças no dia que lhes édedicado, o façam sempre em razão de umdesejo justificave~mente recôndito de vol­ver à infância, readquíríndo-Ihe, ainda quenas asas da fantasia, os descompromíssose a pureza próprios de uma idade que temo condão de tornar aceitável a vida, ape­sar de todas as incongruências ou desen­cantos que exsurgem da sua realidade.

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-Outubro de 19'13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)11

Sábado 13 '1169

Mas, porque nem tudo são flores e por­que não se pode fugIr à realidade, senãoque momentaneamente, penso que o sig­nificado de uma efeméride como esta nãodeveria circunscrever-se ou exaurir-se emhomenagens, discursos e presentes.

Aos homens públicos e aos que, dentreestes, têm o poder de comando e decisão,creio que melhor sería aproveitar a pas­sagem de mais um "Dia da Criança" paraponderar sobre os deveres do Poder Públicopara com a infância deste País, sopesandoo que em seu favor tem sido realizado e,sobretudo, capacitando-se de que há muitoainda por fazer, se realmente desejam paraesta Pátria um futuro de progresso e liber­dade e bem-estar social.

País jovem ainda - quase um retratoda grande maioria dos que o habitam ­mas com imensas faixas populacionais maldistribuídas economicamente e, por issomesmo, talvez, marcado por problemas so­ciais de difícil solução.

A mortalidade infantil, capítulo negro davida de certas regiões brasileiras, que temprojetado desairosamente o nosso Pais emestudos estatístãccs divulgados freqüente­mente por organismos ínternactonaís res­peitáveis - a Organização Mundial de Saú­de, por exemplo - e que tem deslustradooutras atividades e conquistas norvcnturahonrosas de nossa sociedade e da admínis­tração pública, inclusive, no setor eco­nômico.

O Ministério da Saúde, justamente o ór­gão a que é deferida a competência gover­namental de combater suas causas, valedizer. as doencas endêmicas c-u epidêmicasque contribuem decisivamente para o cres­cimento dos índices alarmantes de perdi­mento de vidas humanas mal desabrocha­das, até bem pouco tempo vinha se mos­

.trando um dos menos eficientes comparti-mentos da máquina administrativa estatal.

E, em conseqüência disso, alguns poucosdos quase quatro mil Municípíos brasilei­ros. dispõem de estabelecimentos sanítáríosespecializados - postos de puericultura ­para atendimento das populações infantis.

Os que têm, não podem postá-lo comeficácia, eis que, desaparelhados humanae materialmente, carecem por igual daquantidade necessária de vacinas e outrosmedicamentos essenciais ao combate dedoenças causadas pelo mal maior e perma­nente que é a subnutrição ou a desnutri­ção.

A previdência social, que tem o deverlegal de prestar assistência médtca aos de­pendentes de seus filiados, e, pois, às crian­ças filhas de segurados, abrange com seusbenefícios e serviços, por enquanto, apenasuma parcela da população brasileira e,mesmo em relação a essa parcela, não temainda condieôes para fazer que tal aten­dimento seja tão pronto e eficiente quantodesejável.° servlco médico do FUNRURAL, con­

quanto signifique uma válida experiênciatendente a levar o homem e a família docampo o benefício social da assistência mé­dica, paga ainda o pesado tributo da íncí­plência, de sorte que não tem podido co­lher resultados significativamente compa­tíveis com os motivos sociais que levaramÊl. sua criação.

Bem sei que o Governo e o Poder Públiconão estão insensíveis ou omissos quanto àsquestões aqui suscitadas. Na área do Mi­nistério da Saúde, recentemente tirado daInércia que o caracterizava, cuidam-se de_planos plurianuais de vacinação da popu­'Iação infantil e busca-se através da açãodo nóvél Instituto Nacional de AlimentaçãoUNAM) propiciar alimentação eficiente àscrianças brasileiras, principalmente às que

se encontram em idade pré-escolar e es­colar.

Só desejo, neste "Dia da Criança" e numaadequada homenagem a ela, que esses eoutros programas governamentais sejam defato dinamizados em benefício dar. crian­ças brasileiras e, enfim, das gerações dofuturo. (Muito bernl ) ./

O SR. VASCO AMARO - (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, S1's.Deputados, sábado, dia 6, estava em Osório,no litoral gaúcho, assistindo à inauguraçãoda sede do sindicato rural, quando se ins­talava ali um ambulatório médico e umgabinete dentário. ótimas instalações. Pres­tigiosas presenças, como a do Presidenteda Assembléia Lelgslativa e do DeputadoJúlio Brunelli, combativo representante daregião.

Seguiu-se o tradicional churrasco gaúcho,servido por lindas prendas do C.T.G., quan­do fomos agasalhados na Estância Paraíso,do ilustre ruralista meu companheiro delutas José Artur Raupp.

Daqui enviamos nossas congratulações aodinâmico e prestigioso Presidente do Sin­dicato Rural de Osório, Sinval Antônio Ri­beiro: que se vem revelando de um dina­mismo e de um espírito de liderança in­comparáveis.

De Osório rumamos para Tramandai,juntamente com o Presidente da Confe­deração Nacional de Agricultura, onde fo­mos recepcionados pelo interventor daqueleMunicípio praíano, o Eng,> Agr.> Aury Oli­veira, que vem realizando uma magníficaadministração.

Mas, Sr. Presidente, cortando o solo gaú­cho de Leste a Oeste, viajando toda a noi­te, domingo pela manhã chegávamos àlegendária Alegrete, para assistirmos ali asua 31.a Exposição Agropecuária; a La rea­lizou-se em 13 de maio de 1920 e teve comoorador oficial o grande e Inesquecível líderruralista, estadista de escol, diplomata epolítico que foi, sem dúvida, Joaquim Fran­cisco de Assis Brasil.

Mais uma vez nos foi dado admirar acapacidade, a inteligência e o espírito deluta do nosso pecuarista, desse homem tãoincompreendido, que tem lutado contratudo e contra todos, que não desanima, quenão se abate e que, por isso mesmo, de anopara ano, apresenta com justificado orgu­lho os frutos de seus esforços: a invejávelposição do Município no cená elo rurícolanacional, com exemplares, bovinos, ovinose equinos dos mais altos padrões zootécní­coso

.Ali estivemos com Adolfo Guerra Gomes,Presidente do Sindicato Rural, e com lide­res da estirpe de Mário Altamirando Be­

.reza, Ary Faria Marimon, Daniro Antunesda Silva, Celso Paim, Franquilin Jorgens,Delcy Dorneles, Dr, Lauro Macedo, JoãoCarlos Pereira Rodrigúes, Eduardo MacedoLinhares, Inácio Bica de Freitas, Sílvio Do­mingues Alves e José Pinto de Medeiros,sempre acompanhado pelo prestigioso ebrilhante colega, o Deputado Estadual Joa­quim Milano e pela figura querida e po­pular do Dr, Mário Thaddeu.

Damos, a seguir, os primeiros resultadosdos julgamentos, classificando as cabanhasque obtiveram as primeiras colocações:

FECHADO PARA TREZE E MEIO ••• ,.. .j"OVINOSRaea Merino Australiano _ Puros dePedígree - Classe A - 1.° prêmio Cam­peão Borrego e Reservado de GrandeCampeão da, raça - Criador DanielAnzaneIlo, Oab. Santa Edwigis - uru­fguaían~. '

1.° Prêmio Campeão Carneiro e Gran-, de Campeão da Raça - Criador Dr,

Lauro Dorneles de Macedo, CabanhaAzul - Quaraí.

1.° Prêmio Oampeã Borrega e GrandeCampeã da Raça, Criador Dr, Ivo Fer­reira da Costa, Oabanha Querência,QuaraL

1.° Prêmio e Campeão Borrego, tatua­dos S. O., classe B. Oabanha São Ma­noel, expositora Srà. Maria de LourdesBica de Medeiros.

1.0 Prêmio Carneiro e Grande Campeão8.0. 2.R categoria, Cabanha Azul, Dr,Lauro Macedo, Quarai.

Raça Corriedalle - Puros de Pedígree- Classe A-Lo prêmio, Campeão Bor­rego e Grande Campeão da Raça - Ca­banha Alegria, Livramento, ExpositorCond. Rural João e Dinarte oanabar­1'0 Cunha.

1.0 Prêmio e Campeão Carneiro, 2 ....Categoria, Cabanha Santa Agusttnha,Alegrete, de Raul Vaucher de Souza.

1.° Prêmio, Campeã Borrega e GrandeCampeã da Raça, do mesmo expositore Cabanha.

1.0 Prêmio, Campeão Borrego e GrandeCampeão 8. O., Tatuados, Cabanha SãoMarcos, Ignacio Bica de Freitas, Ale­grete.

1.0 Prêmio Campeão Carneiro e Reser­vado de Grande Campeão S.O. - oa­banha Pedreiras, Sebastião Bica deFreitas, Alegrete.

Raça Bomney March - Tatuados 8,0.

- 1.° Prêmio. Campeão Carneiro eGrande Campeão S.O., Cabanha Pe­dreira, Sebastião B. Freitas, Alegrete.Raça Ideal - Puros Pedigree - 1.0 Prê­mio Campeão Borrego e Grande Cam­peão da Raça, Cabanha São Marcos,Ignácio B. Freitas, Alegrete.1.0 Prêmio e Campeão Carneiro, 2.a Ca­tegoria, Cabanha Polearth, de JoaquimRodrigues de Souza - Alegrete.1.0 Prêmio, Campeã Borrego. e GrandeCampeã da Raça, Cabanha Boa Vista,de Antônio José Lima de Quadros. uru­guaiana.

1.0 Prêmio, Campeão Borrego e GrandeCampeão S.O .. Cabanha São Marcos,Ignácio Bica de Freitas, Alegrete.BOVINOSRaça Santa Gertrudís _ 1.0 Prêrnlo,Campeão Terneiro c Grande Campeãoda Raça, Cabanha Esperança, Dr, Edu­ardo Assis Brasil. Alegrete .

1.0 Prêmio. Campeã Terneira e GrandeCampeã da Raça, do mesmo expositor eCabanha, igualmente o 1.° Prêmio Cam­peã Vaquílhona e Reservada de Gran­de Campeã da Raça.

Raça Red Poli - 1.0 Prêmio CampeãoTerneiro e Grande Campeão da Ra­ça e 1.0 Prêmio, Campeã Vaquilhona eGrande Campeã da Raça, Cabanha Co­lorado, do Sr. Silvio Domingues Alves- Alegrete.Raça Hereford - 1.0 Prêmio, CampeãTerneira e Grande Campeã da Raça,Cabanha São Manoel, da Sra. Maria deLourdes Blea de Medeiros.

Raça Poll Hereford - 1.° Prêmio, Cam­pão Terneiros e Reservado Grande Com­peão da Raça; 1.° Prêmio e Campeão2 anos; 1.0 Prêmio, Campeão Senior eGrande Campeão da Raça e 1.0 Pré-

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71'1tt Sáballo 13 DIA RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I> Outubro de 1973

mío e Campeão Terneira, todos animaisda Oabanha Capivari, do Sr. UlissesJorge Nurad - Alegrete.Raça Chal'olez - 1.0 prêmio Campeão2 anos e Grande Campeão - CabanhaBranca, Dr, João Carlos Giudice ­Quaraí.1.0 Prêmio Campeã Terneira e GrandeCampeã da Raça, Cabanha Sá Bríto,Dr. Adolpho Guerra Gomes - Alegrete.1.0 Prêmio, Campeã vaquilhona e Re­servada de Grande Campeã da Raça,Cabanha Branca, Quaraí, do Dr, JoãoCarlos Giudice.Raça Sinmental-Fleckvieh - 1.0 Prê­mio Campeão Terneiro e Grande Cam­peão da Raça, 1.0 Prêmio, campeã ter­neíra e grande campeã da raça; e 1.0Prêmio Reservada de Campeã Ternei­1'0, e Reservada de Grande Campeã.Criador e expositor Dr, Wilhelm Brase,Quaraí.

EQUINOS1.0 Prêmio Reservado de Campeão Po­trilho e Reservado de Grande Campeão,Estância Vista Alegre, de Migue lSchmidt Neto, Alegrete.

1.0 Prêmio 2.8 Categoria, Estância SãoJosé, José Horácio M. da Cunha, Ale­grete.1.0 Prêmio, Potrilho, Grande Campeãoe Melhor Exemplar da Raça; 1.0 Prêmioe Grande Campeão Cavalo; 1.° Prêmio,Campeã Potranca e Grande Campeã daRaça, todos os animais da EstânciaVista Alegre, do Sr. Miguel Schmié,tNeto, Alegrete. .

1.0 Prêmio e Campeã Égua, Estância f3.José, José H. Martins da Cunha - Ale­grete.1.0 Prêmío e Reservada de Campeã ÉguaEstância DIamantina, Sérgio UH 5­ses Nogueira de Oliveira - Alegrete,"

Aproveitando nossa passagem por Alegre­te, fomos até os nossos brilhantes e estím a­<los amigos de "A Gazeta" levar-lhes nossoscumprimentos, pois que estava ela comemo­rando os seus 91 anos de publicação inin­terrupta do mais' antigo jornal do Esta­do, que se edita na nossa longínqua fron­teira oeste, fundado pelo Barão de Ibíro­cay, Luiz de Freitas Vale, jornal que, comojá assinalamos noutra oportunidade, destamesma tribuna, tinha por objetivo lutar pe­la emancipação dos escravos. E note-se queo Barão de Iboroeay, passando por João deDeus Perez, por Heitor Galant, ainda seudiretor honorário, continua hoje com essesmoços inteligentes e cultos, que honram ojornalismo patricio - Hélio Ricciardl, l3a­muel Marques c Maurício Goldemberg - namesma linha, reta, lutando a boa luta, peloaperfeiçoamento das nossas instituições de­mocráticas, pelo progresso da região, do RioGrande e do Brasil.

Parabéns, Alegrete, por contares com lí­deres como os por nós citados. quer aquelesque se dedicam às lides - duras lídes ­rurais e políticas, quer aqueles que no jor­nalismo bem informam e bem orientam.(Muito bem l)

O SR. JOSÉ HADDAD - (Sem revisão doorador.) Sr. Presidente, 81'S. Deputados, as­sumo à tribuna à fim de proceder à leitura,para que fique em nossos Anais, de umanota da bancada federal da ARENA do Es­tado do Rio de Janeiro, da qual tenho ahonra de, no momento, ser o coordena­dor.

O teor da nota é o seguinte:"A Bancada Federal da ARENA do Es­tado do Rio de Janeiro, em reuniãoocorrida hoje, dia 10 de outubro, comofaz freqüentemente, resolveu:a) reafirmar sua unidade política eespírito de coesão partidária, voltadospara os altos interesses nacionais e doEstado do Rio, que representa;b) reafirmar seu apreço e solidarieda­de ao Senhor Governador RaymundoPadilha pelo seu trabalho à frente doGoverno e devotado espirito partidário,pois que tem desenvolvido permanenteatuação no sentido da unidade e parti­cipação efetiva do Partido.

Era o que tinha a dizer. (Muito beml)

O SR. FABIO FONSECA - (Pronuncia oseguinte díseurso.) Sr. Presidente e 81'S.Deputados, antiga reivtndícação do profes­sorado brasileiro é a críacão da Ordem dosProfessores, para impedir-que arrivistas pe­netrem em sua classe, desvalorizando-a eviciando-a.

A exemplo do que ocorre com outras ca­tegorias profissionais, como a dos médicos,advogados, engenheiros, odontólogos, far­macêuticos etc., que têm seus ConselhosFederais e Regionais e não permitem maisa exlsténcía de elementos pseudo-profis­sionais querem de há muito os nossosprofessores que a SUl>. classe, pelas peeulía­rídades de especialização que exige - etanto mais exige na medida em que cuidado ser humano em seu fazer-se - reque­rendo conhecimentos espeCIficas de rüoso­fia, psicologia. sociologia e humanismo, nãocontínuí sendo invadida, como sempre ofoi, por profissionais de outras áreas, quan­do não de autodidatas sem qualquer for­mação legal.

l!: comum ver-se nc magistério, mormen­te no de 2.0 ciclo, como proríssionaís libe­rais, apenas por serem portadores de di­plomas de cursos superiores. interferem di­retamente na área especifica do profes­sor. onde a habilitação é exigida por leique não se cumpre.

É verdade que existem os Conselhos Fe­derais e Estaduais de Educação, mas es­tes não pertencem à classe dos professorese, sim, ao Ministério da Educação e Cultura,não defendendo, portanto, os interesses daclasse ou o resguardo de seu nome, masatendendo a interesses de manutenção daordem social através do estabelecimentode eurriculos, programas e objetivos.

O problema se posterga indefinidamen­te. Quando da elaboração da Lei n.O fj. 692,de Reforma do Ensino. o assunto foi no­vamente procrastinado, sob a alegação deque o "Estatuto do Magistério" viria solu­cionar essa sentida e antiga reivindicação.

Aos professores só ficou, mesmo, a opçãosindical, tão restringida em suas funçõessocíaís, só tolerada na medida em que man­tém a mentalidade "trade uníonísta", istoé. na medida em que se volta apenas paraa reivindicação de aumentos salariais, sen­do a classe, muitas vezes, impedida detransmitir o conhecimento que tem sobreo homem, a sociedade e a história.

11: certo que essa procrastinação visa a darpermanência ao nefelibatismo do ensino nonosso Pais, desde seus' primórdios ancoradona improvisação que se agrava com a dls­Iepsia dos programas quantitativos que con­somem, como se fossem reações leucemói­des, os mais variados recursos, inclusive osque emanam da Loteria Esportiva, todo elevoltado a não beneficiar o livro didá ti couniformizado pu a rede oficial de ensino.

Eu, como o poeta Ataulfo Alves, "não 3'81onde andará minha protessorínha, que me

ensinou °bê-a-bá", Sei somente que a vejo,injustiçada como sempre, nas novas pro­fessorinhas de hoje. Sei, somente, que elame ensinou a fazer, do nada algo, se hojealgo sou, ela é parte desse mesmo algo;acho que a ciência do ensinar é a ordemimanente e nunca transcendental ou me­tafísica.

Existe, portanto, razão de sobra para quea Profa. Maria 'I'elma Lopes Cançado, Pre­sidente da Associação dos Professores Pri­mários do meu Estado, venha novamentea se decepcionar, assim como suas lidera­das, em face do projeto enviado pelo Gover­nador Rondon Pacheco à Assembléia Le­gislativa mineira. Causa espécie essa pro­vidência, já que o Governo Federal prepa­ra, por sua vez, lei que cria o "Estatutodo Magistério". Como, em passado recente- e mesmo até nos dias que correm - oGoverno de meu Estado descumpre a leifederal que estabeleceu salário-mínimo pa­ra as professoras em todo o terrttórío nacio­nal, é de crer-se que essa antecipação visa,nove mente, a descumprir o planejado Es­tatuto do MagIstério federal.

Dentro do ponto de vista da Profa. MariaTeIma, o projeto enviado à Assembléia, notocante ao art. 16 e seus li§ 1.0 e 2.0, nadavem beneficiar a protessora que foi consi­derada inapta para a função. Ao contrário:retira-lhe os qüínqüêmos e gratificações.Além disto, a divisão ou a ínstituctonalíza­çáo dos quatro príncipíos que orientam o.projeto torna estanque a profissão de pro­fessora. O primeiro deles diz que "permi­tiu a justIça salarial", com uma carreira.inicial de Cr$ 360,00 mensais, enquanto emoutros Estados a carreira inicial é três ve­zes o salário-mínimo, Perguntaríamos seessa írrísóna pecúnra é satisfatória para asnecessidades mínimas de uma pessoa hu­mana. Se, especialmente, em se tratandode professora, que se esgota rapidamente,pois as nossas crianças, com excesso deenergia que possuem, extenuam muito ra­pidamente a atividade física da profes­sora, esgotando-a intelectualmente, comorepor as energias com apenas Cr$ 360,00mensais, quando Se sabe que não só os gli­cideos, como as proteínas anelam pelo olhoda cara?

Para a líder das professoras do meu Es­tado, Maria TeIma Lopes Cançado, o pro­jeto do novo Estatuto do Magistério Públi­co do Estado de Minas Gerais, além de lí-­mitar a carreira, dividida agora em com­partimentos estanques. chega ao absurdode estabelecer caSOJ de redução de venci­mentos.

Realmente, o Governo do meu Estado pa­rece predestinado a antecipar, com seu novoEstatuto do Magistério, que foi encaminha­do à Assembléia Legislativa de Minas, o fu­turo Estatuto do Magistério, que está sendoelaborado pelo MEC. (Muito bem!)

O SR. REZENDE MONTEIRO - (Sem re­visão do orauor.) Sr. Presidente, srs, Depu­tados, desta tribuna queremos congratular­nos com o Superintendente da SUDECO Dr,Nélson Jairo Faria, pela grande contribui­ção que vem dando ao sudoeste goiano.Daqui mesmo apelamos algumas vezes paraque a antiga Fundação Brasil oentral, legi­tima detentora dos terrenos da cidade deAragarças, fizesse doação deles àquela mu­nicipalidade, para que esta os doasse ouvendesse à população de Aragarças. Ali Sr.Presidente, em Aragarças, os velhos habi­tantes, os pioneiros daquela gleba não pas­savam de posseiros e capatazes da SUDECO,a antiga Fundação Brasil Central. Hoje, oSuperintendente Nélson Jairo Faria já con­seguiu do Conselho Deliberativo da SUDEGOa doação à Prefeitura de Aragarças dos ter­renos que lhe. pertenciam.

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Outubro de 1§13 DIARIO no CON'GRESSO NACIONAL (Seção n Sábado 13 nu

o Departamento Estadual de Estradas deRodagem de Goiás celebrou convênio com,""' SUDECO, o primeiro firmado em toda ahistória da existência do DER-GO. A ...•SUDECO contribuiu com 2 milhões de cru­zeiros, aproximadamente, para a conserva­ção da BR-158, no trecho Jatai a Aragar­:ças, Tenho dirigido vários apelos ao Mi­nistro Mário Andreazza e ao Diretor-Geraldo DNER, para que coloquem essa estrada<em plano prioritário de asfaltamento tre­cho Jataí-Barra do Garças.

Ainda mais, Sr. Presidente: o Dr. NelsonJairo Faria, em convênio feito com o mes­mo DNER, contribuiu aproximadamentecom 2 milhões de cruzeiros, para a conser­vação da BR-070, no percurso de Goiás atéI!l, cidade de Aragarças, Além da sua contri­buíção no sudoeste goiano, já destinou ver­ba para que fosse feito um convênio entreo DER-GO e a SUDECO, a fim de que seconstruísse a linha de transmissão da Usinade Lajeado, no norte goiano, da cidade dePorto 'Nacional até Gurupi. Esta linha detransmissão virá contribuir extraordinaria­mente para o desenvolvimento da grandecidade de Gurupi.

Assim, Sr. Presidente, desta tribuna en­viamos os nossos agradecimentos ao !3upe­rtntendente da SUDECO. Dr. Nélson JairoFaria, pela grande contribuição que temdado ao sudoeste goiano, bem como a todoo Estado de Goiás. (Muito bem!)

O SR. ROZENDO DE SOUZA - (Sem re­visão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, o Sr. Geraldo Alves Pereira, operárloda Pu Pont do Brasil S.A., onde trabalhahá 25 anos, foi escolhido o Operário-Pa­drão 73, numa promoção do Serviço Socialda Indústria e de "O Globo", representan­do a Região sul-fluminense.

Externando sua opinião sobre o papel daIndústria no desenvolvimento do Pais, ovencedor do concurso assim se manifestou:

"A indústria é a base econômica da Na­ção. Nos últimos nove anos, graças auma política financeira e sócio-econô­mica inteligente, estabeleceram-se con­dições de desenvolvimento da índústríaatravés de incentivos, criando oportu­nidade para a mão-de-obra. Os incen­tivos às exportações, em volume semprecrescente, projetaram as empresas na­cionais no exterior."

Sr. Presidente, como homenagem ao re­prescntante da Região sul-fluminense, leio,para que conste dos Anais, o seu currículo:

"SERVIÇOS:Veio para Barra Mansa em 1948, en­trando para C. M. Barbará onde tra­balhou de fevereiro a agosto de 1948como servente de pedreiro.Em 23-8-48 transferiu-se para a DuPont do Brasil onde se encontra atéhoje.Foi fichado como servente, depois pro­movido a operador da Area de Acidos,mais tarde operador de NG, transferi­do para Area de Explosivos onde ope­rou a prímíera máquina de cartuchoda Fábrica e também foi o primeiro amanusear os primeiros cartuchos paraexplosivos em 1950. Foi transferido pa­ra o Laboratório, iniciando no campode teste de Explosivos, passando depoispara o Laboratório Central onde correutodos os setores de análises. J!J semprelembrado como analista para testes ini­ciais de novos produtos como, DUCO,DUPONOL, FREON, etc. Conhece todasanálises do Laboratório e também dosprodutos concorrentes, principalmentede Explosivos.

A serviço da firma esteve COmo analis­ta:1. Em navios no Rio de Janeiro paraapanhar amostras para análises.2. Fábrica G. E. no Rio (análises deHF).3. Fábrica Mantiqueira (Lorena) tes­tes explosivos.4. Estágio na Vidrolabor - testes deexplosivos.5. J!'ábrica de aparelhos de vidros. Co­nneeímentos que estão sendo aplica­dos na recuperação de pequenas peçasde vidro em Goiaba!.Hoje está classificado como analista­chefe do Laboratório Central.Participação:a) Associação Atlética Goiabal.1. Membro fundador em 19532. Membro do Conselho Deliberativo3. Membro do Conselho Fiscal em1957/58

4. Diretor de Relações Públicas em19611625. Díretor Social em 1972.b) Cooperativa1. Fundador da Cooperativa de Consu­mo do Goíabal Clube.2. Conselho Fiscal da Cooperativa em1957/58.

S. Sócio ·Fundador da Oooperatíva dosSindicalizados e Circulistas de BarraMansa, em 1965.

I4. Fundador da Caixa Beneficente dosOperários da Fábrica Goiabal (CABE­GO).

5. Diretor-Tesoureiro da CABEGO.c) Sindicato1. Diretor-Tesoureiro (2,°) do Sindica­to dos Trabalhadores nas IndústriasQuímicas e Farmacêuticas de BarraMansa de 1971 a 1974.2. Participou da Comissão para aquísí­ção de terreno para o Sindicato em23-9-67.3. Presidente da Comissão para reno­vação de contrato de trabalho, com aPu Pont do Brasil S.A.d) Social1. Sócio do Clube Municipal de BarraMansa.e) Profissional1. Membro do Conselho Deliberativo doCAFOP, (Es,cola Profissional - 73175.2. Membro do Conselho Fiscal (suplen­te) da CAFOP - 72/73.f) Congressos1. Participou como representante doSindicato e da Du Pont na Semanade Prevenção de Acidentes:1.1. XXI Semana - Niterói de 20 a26-11-67.1.2. XXV Semana - Petrópolis de 22 a26-5-72.

'g) CIPA

1. Membro da CIPA mu- Pont) em1971/72.2. Membro da Sub-Comissão de SI'P'U­rança.3. Participa da comissão de Sugestões(Encarregado) .h) Comunitário

1. Participou como membro da Comis­são de Construção do Salão paroquialde Santa Clara.2. Secretário da Comissão de Obras daIgreja de Santa Clara.3. Coordenador Geral no Bairro SantaClara dos trabalhos de comunidade, co­mo representante da matriz de São Se­bastião.4. Promoveu conferências, entre elas ado Diretor do Posto de Saúde de BarraMansa, para falar sobre H:Jiene e Po­luição.5. Promoveu reuniões com as Oárltas deBarra do Piraí, para discutir problemasda Comunidade.6. Partícípou de todos os cursos minis­trados pela Paróquia de São Sebastiãozíe Barra Mansa."

Era o que tinha a dizer. (Muito heml )

O SR. JOãO UNHARES - (Pronuncia oseguinte díscurso.) Sr. Presidente, srs,Deputados, temos recebido insistentemen­te, inúmeras cartas das pl:efeituras muni­cipais de meu Estado e até de outras uni­dades da federação no sentido de dirigir­mos apelo ao Ministro do Trabalho e Pre­vidência Social para a prorrogaeâo ou rea­bertura do prazo para o parcelamento dasdívidas existentes junto ao INPS.

Cumpre esclarecer que, muito embora aPortaria Ministerial n.? 3.311/71, que pre­viu o parcelamento das dívidas sociais paracom o INPS contraídas pelas empresas, pre­feituras etc. desde que requerido até de­zembro de 1971 e posteriormente revigora­da até fins de 1972, os pedidos de recom­posição da citada divida que as prefeiturasencaminharam no corrente ano foram aten­didos até pelo próprio Presidente da men­cionada autarquia <INPS), tendo em vistaexpressa delegação que fizera o Ex.m O Sr.Ministro do Trabalho e Previdência Social,Prof. Júlio Barata.

Eís que agora, através de recente Porta­ria, de n,v 3.280, de setembro, o MinistroJúlio Barata, evidenciando sua sensibili­dade aos inúmeros apelos que lhe chegavamdos interessados ou por intermédio de par­lamentares, entendeu de assegurar, umavez mais, aquele direito ao parcelamento,que, como dissemos, neste ano eram deferi­dos a critério da autoridade credora.

E revigorou, por outro lado, a delegaçãode poderes para apreciar aquelas solicita­ções ao Presidente do INPS, simplificando,desta forma, o funcionamento do proces­so. Assim, as prefeituras municipais, en­tidades turrístícas, clubes esportivos ama­dores, terão nova chance de regularizarseus débitos para com o INPS, desde que orequeiram até dezembro do corrente ano,prazo fixado na aludida Portaria Míníste­rial de '11.0 3.380, de 13-9-73. Convém res­saltar que tal medida do titular da Pastado Trabalho e Previdência Social é alta­mente salutar, pois que, tendo-se realiza­do em janeiro do corrente ano, por fOl'çadas eleições de 15 de novembro de 1972, aalteração, a mudança nos governos muni­cipais, muitos dos atuais prefeitos encon­traram vultosos débitos da admínístracãomunicipal com o INPS e o orçamento· de1974 já em vigor. Fácil imaginar o trans­torno, a dificuldade para iniciar seu go­verno, com a obrigação inadiável de satis­fazer o crédito do INPS.

Daí por que queremos, ao registrar e me­lhor divulgar a benéfica Portaria n.o 3.3BO,que permitirá, especialmente, às prefeitu­ras, parcelar até cento e cinqüenta vezes adivida junto ao INPS desde que o requeiramaté dezembro do corrente ano, ao mesmotempo manifestar nosso aplauso ao Minis-

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'172 Sábado 13

Júlio Barata, que, sem dúvida alguma, gra­ças a sua dedicação, profundo conhecimen­to da problemática da previdência e assis­tência social, é um dos mais notáveis au­xiliares do Presidente Médici. - (Muitobem!)

O SR. ADHEMAR GHISI - (Pronunciao seguinte discurso) Sr. Presidente, Srs.Deputados, a Superintendência do Desen­volvimento do Sul - SUDESUL - e o Go­verno catarínense, apresentaram no últi­mo sábado, dia 6, aos Ministérios do In­terior e das Minas e Energia o Programade Desenvolvimento do Litoral Sul deSanta Catarina, em solenidade marcadapara a tarde daquele dia, na cidade deLaguna, a legendária Capital da Repúbli­ca Juliana, à qual estivemos presentes naqualidade de representantes da Câmara Fe­deral, na companhia do ilustre DeputadoJoão Vargas.

Na ocasião, o Governador Colombo SalIese o Superintendente da SUDESUL, Sr. Pau­lo de Freitas Mello, expressaram aos prefei­tos da região, autoridades federais, esta­duais e municipais, bem corno a técnicos dosdois Municípios, o sobjetivos fundamentaisdo Programa, apresentando os dados do di­mensionamento do complexo industrial car­boquímíco que se pretende ímplantar naárea e as providências requeridas para o su­primento de água às indústrias.

O Programa de Desenvolvimento do Li­toral Sul de Santa Catarina vai beneficiaruma área da mais de mil e quinhentos qui­lômetros quadrados, abrangendo 32 muní­eípíos e população superior a SOO mil ha­bitantes. A carência de água destaca-SE)como fator limitante, no que tange a via-obilidade técnica de instalação até do com­plexo carhoquímíco, razão por que um dostrês subprojetos do Programa trata espe··cíficamente de melhor forma de suprímen­to de água potável e industrial à zona.

Segundo fontes governamentais, a SU··DESUL contribuirá com dois milhões decruzeiros para a implantação do complexoindustrial e, além disso realizará. em con­junto com a Universidade Federal do RioGrande do Sul, um estudo hidrológico visan­do a definir o melhor manancial para su­prir de água a região de Laguna,' Imaruíe Imbituba, cidades componentes daquela.míerorregíão.

A SUDESUL já concluiu os estudos refe­rentes ao projeto de urbanização da áreaindustrial de Imbituba, a fim de adequá­la às condições impostas pelo empreendi­mento. O Programa, no seu conjunto, resul­ta de acordo firmado entre a SUDESUL eo Governo do Estado, em 1972, visando adefinir, em regime de mútua colaboração,um plano de desenvolvimento para a região,tendo como principal instrumento a cría­ção, ali, de um pólo industrial, com carac­terísticas de elemento índutor de cresci­mento econômico e social.

Desejaríamos, na oportunidade,' focali­zar' um dos projetos mais importantes dequantos o Governo Federal, particularmentecom a colaboração de órgãos estaduais, pre­tende implantar na região sub-bariga-verde,destinado a constituir-se numa das maíspositivas e dinâmicas realizações de quan­tas ali deverão corporificar-se nos próximostrês anos. Trata-se.do efetivo aproveitamen­to dos rejeitos piritosos do carvão de SantaCatarina e sua industrialização. Para tamo,permitam os ilustres pares que passe adissertar sobre esse importante tema, domaior interesse para o desenvolvimer.toeconômico-social do noso País, tema esteque constitui um dos pontos especificamen­te abordados pelos partícipes do encontro

JnARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção n

de Laguna, a que antes aludimos, atravésdo General Danilo Montenegro, Presidenteda Indústria carboquímíca de Santa Ca­tarina S/A (ICC).

OS REJEITOS PIRITOSOS DO CARVãODE SANTA CATARINA - SUA'

INDUSTRIALIZAÇãO1. O Enxofal no Panorama NacionalAté a presente data, o consumo brasi­leiro de enxofre é, praticamente, todoatendido pela importação.A demanda vem crescendo em virtudeda expansão de nossa indústria quími­ca, particularmente no setor de ferti­lizantes. O consumo que em 1964 era de140 mil toneladas, passou para qua­se 370 mil toneladas em 1972.

O Brasil foi, nessa segunda metade doséculo, duramente atingido pelas cri­ses por que passou o mercado de en­xofre, perturbado com elevados preçose suprimentos insuficientes, não poden­do, portanto, continuar à mercê dasconjunturas internacionais e das deci­sões dos monopolistas estrangeiros.O desenvolvimento brasileiro está a exi­gir a maior estabilidade e segurançano abastecimento dessa matéria-prima,altamente estratégica para o cresci­mento industrial e para o aumento daprodutividade agrícola.Em se tratando de um problema de tãomagna ímportâncía, afetando a Segu­rança Nacional, o Governo. como nãopoderia deixar de ser, tomou providên­cias aeauteladoras, estabelecendo dire­trizes tendentes a amenizar o indesej á­vel grau de dependência em que se en­contra o País.Não tendo sido encontradas no Brasil,até o presente ocorrências de enxofre, oesforço do Governo foi dirigido para aexploração de duas fontes de maior sig­nificado econômico: xisto do Iratí e osrejeitos piritosos do carvão de SantaCatarina.Potencialmente, sabemos, é o xisto doIr-atí, a mais expressiva fonte de enxo­fre até agora conhecida no Brasil.

A exploração industrial do xisto doIrati está a cargo da PETROBRÁS queem suas pesquisas desenvolveu um pro­cesso especial de retortagem denomina­do PETROSIX.Já se encontra em funcionamento em .São Mateus do Sul, no Estado do Para­ná, a Usina Protótipo do tratí, visandofixar condições para o processamentoindustrial do xisto.O carvão nacional é, na realidade, de­pois do xisto, a mais importante reser­va de enxofre que G Brasil dispõe.Considerando-se, apenas, a região car­bonífera de Santa Catarina, onde asocorrências de carvão com cerca de 8%de enxofre ultrapassam a 1.2 bilhão detoneladas, pode-se estimar o potencialde enxofre associado a essa reserva em100 milhões de toneladas.Aproximadamente, 50 milhões de tone­ladas desse enxofre poderão ser recupe­rados para atendimento das necessi­dades nacionais.O aproveitamento dos rejeitas píritososconstitui a rigor um imperativo da Se­gurança Nacional, no limite em queoferece uma atenuação, significativa dadependência critica em que o Brasil per­manece em relacâo aos fornectmentosestrangeiros dessa matéria-prima bási­ca - o enxofre.

Outubro de 1973

.ti utilização industrial dos reieítos pí­rítosos do carvão de Santa Catarina éo principal objetivo da Indústria Car­boquímíea Catarinense S.A.-ICC, em­presa sucessora da Siderúrgica de San­ta Catarina S.A. - SIDESC.2. Indústria Oarboqnímíca Oatarmcn-

se S.A. - ICCConstituída pela União, na forma daLei n.o 4.122, de 27-8-1962, alterada,posteriormente, pela Lei n.O 4.509, de30-11-1964, para operar com base nocarvão nacional, a Siderúrgica de San­ta Catarina S.A. - SIDESC, empresade economia mista vinculada ao Minis­tério das Minas e Energia, teve, em1967, na gestão do Exmo. Sr. MinistroGeneral José Costa Cavalcanti, seu pro­grama de implantação rerormulado, emface não só das diretrizes estabelecidaspelo Governo no setor siderúrgico, comotambém da necessidade imperiosa de, emse tratando do aproveitamento integraldo carvão minerado, contribuir para asolucão do problema do enxofre, maté­ria-prima de alto significado estraté­gico e da qual o Brasil é carente.Fixou-se, então, como primeira eta­pa a ser atingida pela Empresa, o apro­veitamento industrial das piritas carbo­nosas. .Concluídos os estudos básicos e de via­bilidade .téeníco-econônnea, pode a Em­presa, em 1968, com segurança, definirseu complexa fabril, dimensionando-ode modo a promover anualmente umarecuperação de cerca de 100.000 t emtermos de enxofre elementar.

Aprovadas as diretrizes básicas do pro­jeto, a orientação então estabelecidafoi consolidada na atual gestão do Exm.?Sr. Ministro das Minas e Energia, Prof.Dr, Antonio Dias Leite Júnior que, netoDecreto-lei n.o 631, de 16-6-1969, esta­beleceu como principal objetivo da so­eíedade a implantação de um complexoindustrial baseado no aproveitamento docarvão mineral e das piritas carbonosasde Santa Catarina, dando à Empresauma denominação mais de acordo comsuas reais atividades - Indústria oar­boquímtca oatannense S.A. - ICC.

3. Projeto de Imnlantação

O aproveitamento da Indústria Carbo­quírníea Catarinense S.A.-ICC, emimplantacão em Irnbituha, compreende,por conseguinte, uma fábrica de ácidosulfúrico com capacidade para produ­zir 300.000 t/ano consumindo exclusi­vamente matéria-prima nacional, - osrejeites piritosos resultantes do bene­ficiamento do carvão de Santa Catari­na -. tendo anexa uma outra terme­létrica de quase llMw que, utilizando opróprio calor gerado no processo, pro­duzirá energia elétrica para usopróprio e de terceiros bem como umaunidade para produção de ácido fosfo­rico - 110.000 t/ano em termos deP20S. O Produto final a ser comerciali­zado será o ácido fcsfórico.

4. Dimensões do ProjetoPara se ter uma idéia das dimensõesdeste projeto basta lembrar que a pro­dueão brasileira de ácido sulfúrico, resul­tante de aproximadamente 30 fábl'icas,operando com enxofre importado, fc.iem 1970, de cerca de 600.000 t.Por consegumte, as 300.000 t/ano queserão produzidas pela ICC vão consti­tuir um ponderável e expressivo incre­mento que vai beneficiar o setor desteinsumo básico. c

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Outpbro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção D' Sábado 13· "I1"1:l

5. ImportânciaO empreendímento assume especialimportância considerando-se que o Bra­sil é carente de enxofre, matéria-primaessencial à indústria química, particu­larmente, a indústria de fertilizantes,de alto valor estratégico e cuja importa­ção que vem se processando em rítímocrescente já ultrapassou a cifra anualde US$ 10 milhões.A ICC irá consumir 252.000 t/ano depirita carbonosa, substituindo com estamatéria-prima nacional cerca de .100.000tlano de ENXOFRE importado.

. lí: interessante frisar que a ICC vai as­sim contribuir para o aproveitamentointegral do carvão de Santa Catarina.COJ:X).o se sabe, 'do beneficiamento docarvão resultam 3 fracões: a l.a o car­vão metalúrgico toalmente absorvidopelas grandes siderúrgicas instaladas noPaís; F. 2.a - o carvão vapor que estásendo consumido na termeletricidade;e finalmente a 3.a - o rejeito piritoso,rico em enxofre, que será a matéria­prima a ser usada pela ICC para produ­ção de ácido sulfúrico.Por outro lado, a industrialização dorejeito pírítoso vai contribuir para li so­lução do grave problema de contamina­ção do meio ambiente da região, mo­tivada pela sua degradação, quando de­positado ao ar livre como aconteceatualmente, com produção de gases tó­xicos e produtos ácídos e conseqüentepoluição da atmosfera, dos cursosd'água e das áreas de estocagem e adja­centes. A tendência desta situação éagravar-se com o plano de expansão dasiderurgia brasileira que, exigindo maio­res quantidades de carvão, determinaráo aumento da fração do rejeito piritosoresultante do seu beneficiamento.

6. Capital Social - Recursos Recebi­dosDe acordo com a Lei número 4,509 de30-11-64, o capital social da ICC foi fi­xado em Cr$ 20 milhões o qual foi total­mente integralizado em 1971.A Empresa recebeu, ainda, do GovernoFederal por conta do futuro aumentode capital, a importância de Cr$ ....16.405 803,25 na qual está Incluído ovalor do terreno situado em Imbitubaonde está sendo edificado o seu con-junto industrial. .

7. 'I'otal dos Investimentos - RecursosNecessáriosO empreendimento da ICe, segundo asprevisões vigorantes em julho último,alcançava a cifra de Cr$ 212 milhões,dos quais ors 52 milhões seriam obtidospor financiamento e Cr$ 160 milhõesatendidos com os recursos próprios daEmpresa.S. Aumento do Capital SocialA fim de fazer face aos altos investi­mentos exigidos pelo empreendimento,a ICC desde 1970 vem pleiteando juntoao MME o aumento de seu capital social(Relatórios de 1970/71/72).Na exposição de motivos que foi entre­gue ao MME em junho último, a ICCenfatizou a urgência do sanclonamentode uma lei que permitisse o aumento doseu capital social e, ainda, a necessí­dade inadiável do recebimento de re­cursos já em 1974 num montante decrs 105 milhões, a fim de evitar a para­lização das obras.Nenhuma dotacão orcamentáría foi

.destínada à ICe' no corrente exercício.".

t. Andamento do Projeto

Além do contrato no valor de 2,5.00 bl­lhões de ienes (quase US$ 10 milhões),dos quais 90% financiados, assinadocom a MITSUBI8HI em 30-3-73, a ICCassinou contratos com as firmas na­cionais TERSAN, TECN080LO e CIHABpara realização dos serviços de terraple­nagem, drenagem, sondagem, estaquea­mento e obras de construção civil. Ostrabalhos estão em pleno' andamentoem Imbituba.

Para não haver interrupção no cro­nograma, novos contratos deverão serassinados, antes do fim do corrente ano,implicando em novos comprometimen­tos financeiros.10. Futura Situação da EmpresaCoerente com a filosofia adotada paraa extinção da CPCAN e transferência desuas atividades para o CNP, cogita-seno MME da transformacão da ICC emuma subsidiária da PETROQUISA..Justifica-se esse procedimento dizendo­se que os objetivos da ICC são delimi­tados em magnitude e se restringem aoâmbito estadual não devendo portantoconstituir meta do Governo Federal. Aliderança do empreendimento deveriaestar afeta ao Governo Estadual ou aalguma entidade privada.Há cerca de 2 anos a ICC vem sendoencarada sob este prisma e desde o fimdo ano passado estão em estudo as me­didas a serem adotadas para a passa­gem da ICC de Sociedade de EconomiaMista para Subsidiária da PETRO­QUISA

Sr, Presidente, Srs. Deputados, eram estasas informações que julgamos de nosso devertrazer ao conhecimento do Congresso Na­cional, na oportunidade em que se abremnovas e alentadoras perspectivas para odesenvolvimento da r' ,.;' ') sul-catarinense,que temos a honra de representar na Câ­mara dos Deputados. (Muito bem!)

O SR. CARDOSO DE AtMEIDA - (Semrevisão do orador.) Sr. Presidente, 81'S.Deputa dos, quero desta tribuna encarecer aatenção do Governo Federal, principalmentedo Ministro da Fazenda. Sr. Delfim Nettosobre o seguinte assunto: o Secretário deComércio dos Estados Unidos anunciou queantecipou, em pronunciamento. que as exí­~ências para licenciamento de exportaçãoImpostas ao produtor agrícola neste serãopromovidas a 1.0 de outubro de 1973. Dentreos artígos envolvidos estão o soja carecede algodão, óleos vegetais, gordura' animale alimentos proteinícos para gado, comotambém forragem, trígo, arroz, algodão etantos outros produtos que os EstadosUnidos, o maior produtor agrícola do mun­do. abriram à exportação. O Brasil, que teminteresse em exportar - e seus produtossão grandes concorrentes dos norte-ame­ricanos - deve antecipar-se colocando des­de jã o algodão, a soja, a torta de soja etodos os que deverão ser produzidos paravenda futura. Muitas safras algodoeiras sãovendidas em outubro, novembro e dezembropara serem entregues quando colhidas, emmarço e abril. O Brasil não deve suspendernenhuma exportação, mas, como os EstadOSUnidos, deve abrir todas as perspectivaspara saída das suas mercadorias e fazercom que os comerciantes brasileiros nego­ciem agora no exterior sua produção, poisna época da futura safra poderá existiruma situacão difícil. Cabe à assessoria dofuturo Presidente da República, Gen. Er­nesto Geisel, ter em mente que a safra doano que vem será colhida na vígência donovo Governo, não devendo existir nessaépoca dificuldade para sua colocação, afim de que a agricultura progrida e o País

atínja as metas de exportação que deseja.}jJ necessário desde já a liberdade absolutade exportação e de colocação no exteriordos produtos da futura safra, (Muito bem!)

O SR. PAULO ABREU - (Pronuncia oseguinte discurso.) Sr. Presidente, 81'S.Deputados, ninguém ignora, hoje mais doque nunca, os malefícios do alcóolísmo e apreocupação com os psicotrópicos não a'nulaaquela, bem mais antiga, na cívílízacão oci­dental, com o aumento crescente dó etílís­mo, em todos os países do mundo.

A ingestão do álcool produz os piores efei­tos psicossomáticos; principalmente o deri­vado de cana, consumido sob a forma decachaça, ingressa, imediatamente, na eco­nomia orgânica, diluindo-se quase integral­mente no sangue e atacando, conseqüen­temente, todo o sistema nervoso. Dentreos males provocados no individuo, a come­çar pela criação de dependência, destacam­se a redução da capacidade para o traba­lho. produtivo, a predestinação à violência,ou a bulia completa, para culminar com odelirium tremens, ou o coma alcoólico, atéa morte.

Dentre os males provocados na descen­dência, destaca-se a epilepsia, do petit malao grand mal, além de variadas seqüelasque transformam o filho do alcoólatra numelemento parcial ou totalmente incapaz pa­ra o trabalho produtivo. quando não capazdas maiores violências e atentados aos in­divíduos e à comunidade, permanentesclientes dos hospitais e dos presídios.. Diante desse quadro desolador, não é pos­

sível cruzarmos os braeos. Reconhecemosque nenhum Estado, até hoje, resolveu oproblema. Mas acreditamos possível reduzira incidência do alcoolismo, mediante pro­vidências estatais, que coíbam índlretamen­~e, no ~rasil,' a. produção de cachaça, quee a bebida alcoolica de maior consumo pelapopulação mais pobre do Pais.

Alegam os crentes' no Estado aétlco queo imposto incidente sobre a caehaea carretacopiosos recursos' para o Erário.' Mas, nodia em que se fizer um estudo estatísticoracional e eficiente, chegar-se-á, muito fa­cilmente, à conclusão de que as rendasauferidas com essa taxacão são muito me­nores do que os' recurso.'; despendidos peloEstado no combate às seqüelas do seu con­sumo.

Em primeiro lugar. ela recalca a capaci­dade física e mental de grande massa detrabalhadores, reduzindo a sua produtiví­dade e, conseqüentemente. fazendo decaira produção brasileira, principalmente no se­tor primário. Em segundo lugar, enquantomais consumida a pinga, maior a necessi­dade de se construírem penitenciárias ehospitais, para onde vão, inelutavelmente,os alcoólatras. .- Basta que vejamos o número de aciden­

tes fatais, de trânsito, com apreciáveis per­das humanas e de material, provocados pormotoristas alcoolizados. Os jornais regis­tram, nos dias de carnaval, quando aumentao consumo de cachaça e outras bebidas, osalto verifieado na curva da crímínalídadenos grandes centros. Também nas feiras doInterior do País. o número de crimes é mui­to maior do que em outros dias, porque,paralelamente, cresce o consumo da ca­chaça.

Proibir o seu fabrico, de maneira total,não é possível e já tivemos o exemplo da"Lei Seca", nos Estados Unidos, quando acrlmínalídade duplicou em Chicago e ou­tras cidades maiores daquele País.

Mas é bem possível reduzir a produçãode cachaça. Basta que o Governo provi­dencie no sentido ou de Iímítar o seu ra-

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71'14 Sábado 13 mARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'1!

bríeo, ou de destinar incentivos especiaisà fabricação do álcoolmotor e do melaQ?,o primeiro reduzindo o consumo da gasoli­na o 8egu~do de grande aplicação nas ra­çõés do gado vacum, produzindo, de mís­:tura com uréia, °maior ganho de peso dosrebannos.

Não queria terminar este discurso sem,antes, citar uma sugestão feita a um jornalpor um leitor de Campinas, o Sr. EmilianoJosé Mathias:

"Leio nos jornais que o Brasil poderátornar-se um dos maiores fornecedoresmundiais de álcool, pcís o Japão acabade suspender a fabricaçáD do produtoem seu território, por causa de proble­mas de poluição; os Estad08 trnídoeandam utilizando todo o melaço de ca­na. na produção de rações para animaisSegundo o noticiário, o IAA autorízoua exportação de 85 milhões de litros, novalor de lliO milhões de dólares, o qUE:considero um montante sensacional.Acho, -porém, que o Era:sil deveria .daJ·uma de numüae, e aplicar o maximode álcool possível na gasolina impor­tada. Dizem que um bom "batíamo" deálcool, cientificamente dosado. eleva lLoctanagem da gasolina."

Eis de um paulista ínteressado, a justi.fic açã,o, em termos despretensiosos, ma~Válidos, da tese que vimos sustentando hámuito tempo.

De um lado há escassez de carne pauo consumo int~rno e para a exportação, in­fluindo no custo de vida e provocando re­percussõea em nossa balança de pagamen­.tos: do outro, cresce, a cada dia, a necessi­dade nacional de combustíveis, enquanto amaior parte do consumido pelo Brasil re­sulta da importação do petróleo.

Sr. Presidente, em 1943 e até 1941i, pas­samos a utilizar, com êxito, o alcooimotor,quando era dificílimo, por efeito do úítímoconflito mundial, importar o petróleo. 're­mos, assim, uma experiência válida e um atécnica aprimorada, nesse setor. Ademaisé tão fácil produzir a cachaça como o me­laço, absolutamente necessário para a cria­ção do gado confinado, com excelente gll.­nho de peso, podendo importar no aumentoimediato de pelo menos vinte por cento emnossas disponibilidades de carne.

Haverá quem diga, Sr. Presidente, que sópropugnamos a redução da produção de C3.­chaça, ficando liberados o vinho, a cervejae a importação de uísque, gim, rum e ou­tras bebidas alcoólicas. 'I'rata-se, no caso,de produtos acessíveis, praticamente, àclasse média, bem mais capaz de conheceros maíerícios do álcool e, por isso mesmo,tornar-se voluntariamente abstêmia.

Fica, aqui, a nossa sugestão: adote o Go­verno providências encorajando a produ­ção de álccolmotor e de melaço e cremosque o consumo de pinga se reduzirá a umterço do atual, contidos, na mesma propor­.ção, o malefício que provoca, tanto naeconomia nacional como no aumento dacurva de crímínaüdade e no paralelo cresci­mento daa necessida<1es hospitalares doPais.

outro assunto, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados. Há alguns problemas, nas duas Ca­sas do Congresso Nacional, que afetam, in­-distintamente, os representantes do pOV<J edos Estados, afluindo para os mesmos obje­tivos tanto os Deputados e Senadores daARENA quanto os do MDB. Quando se tra­ta de defender as prerrogativas do PoderLegislativo, todos nos entendemos muitobem, ocorrendo dlscordãncías quanto àforma ou à oportunidade, mas nunca noque diz respeito à. essência das proposi­ções.

Agora, de igual modo, estamos entendidos,os parlamentares da Maioria e da Minoria,quanto ao problema das eleições para a re­novação de um terço do Senado e da tota­lidade da Câmara, ante o anúncío de quealguns Governadorea pretendem disputar aindicação partidária, enquanto os seus Se­cretários de Estado manifestam sua dispo­sícãc de conquistar mandatos eletivos, sejana Câmara Federal, nas Assembléías Legis­lativas ou nas Câmaras Municipais de maiorrelevo.

Acontece que o prazo de desíncompatí­bilizagão, determinado por lei vigente, nãoé túo extenso de molde a impedir que osmembros do Poder Executivo, no Estado,possam utilizar a máquina administrativaem suas mãos, em proveito próprio e elei­toral. Desincomnatibilizados, deixarão, noscargos que antes ocupavam, colegas e ami­gos até pelos mesmos índicados, capazes dedar continuidade e cobertura ao favoritismoanterior, pagando adesões com beneríciospúblicos ou particulares.

Sr. Presidente, trata-se de uma disputadesigual. Os que pleiteam a reeleição ou sãoconvocados "a enfrentá-la pela escolha eeonríanca do Partido, não dispõem de "be­nesses" 'que o Executivo pode distrtbuír, atéperdulariamente. Eis, então, o favoritismofinanciado diretamente pelos cofres públi­cos, solapando as bases eleitorais dos queexercem mandatos legislativos, num poderdesarmado de qualquer coerção ou de meiosque propiciem favores.

Tal a situação d08 parlamentares, em ge­ral, diante dos Secretários de E.stado.

Quanto aos Senadores, de qualquer Par­tido, pretendentes à renovação dos seusmandatos, careceriam de condições para en­frentar o Governador renunciante, escolhi­do para cumprir mandato de quatro anose não de três e meio, interrompida a tarefaadministrativa e provocada a sua desconti­nuidade, em detrimento dos interesses dosrespectivos Estados. E, num plano maiorainda, Ministros que podem deixar as suaspastas quando as ocupam há menos de umano ...

Parece-nos que esse afastamento, embusca de um mandato parlamentar, impli­ca detraír um compromisso assumido como atual Presidente da República que os in­dicou à escolha das Assembléias, por via deuma deliberação partidária, para o cumpri­mento integral do seu mandato.

Aceitamos aquela escolha Indireta, sob opálio da Emenda Constitucional que sus­pendeu a eficácia do dispositivo legal re­fm'ente à escolha" em eleições diretas, dosGovernadores. Mas temos em que, para jus­tificar essa exceção à letra da Lei Maior,a conduta dos Governadores e de seus Se­cretários de Estado, deve colocar-se à al~

tura das altas intenções que comandaramaquela decisão do Governo, referendada pe­lo Congresso Nacional.

:ll; tempo de exigir-se desses homens aque­la grandeza de atitudes que o civismo nosimpõe: se obtiverem um mandato quase semdisputa, cumpram-no até o termo constitu­cional, em nome dos interesses do Estadoe até para o fortalecimento das agremia­ções partídárías, não forçando os Diretó­rios às decisões capazes de produzír o de­sagrado de quantos preferiram servir aoPoder Legislativo, onde praticamente nãose permite a afirmação pessoal, a propa­ganda permanente, o realce de valores queo exereícío das tarefas administrativas pro-

.pícía Mil gestores dos negócios públicos,numa época marcada pelo reforço do Po­der Executivo.

Dai o nosso apelo que, se aceito, evitará,nas indicações dos Diretórios partidários,disputas tão acirradas a ponto de prejudt­car a própria unidade das agremiações po­líticas, mais do que nunca necessitadas de

~OeSã(). (Muito beml)

O SR. UBALDO BARÉM - (Sem revisãodo erador.) Sr. presidente, 8rs. Deputados,dia 28 passado o Municipio de Amambaí, noEstado de Mato Grosso, comemorou 25 anosde sua emancipação polítíca, Estivemospresente aos festejos e às solenidades pro­movidas pela municipalidade, a cuja frentese encontra o Sr, Orlando FioI.

Amambaf, hoje, desfruta privilegiada si­tuação no sul do E.stado de Mato G1'os]o,mercê da sua grande produção pccuáría,estimada em mais de 200 mil cabeças, alémdo plantio de soja, trigo, milho e arroz.

Ao assinalarmos a nossa passagem poraquele munícípío, queremos dar curso aapelo que nos foi feito pelo Presidente daCâmara de Vereadores local, Sr. LaurínoAlbuqUfrrque, no sentido de que .nos empe­nhássemca junto ao Ministro da li'azenda,Sr. Delfim Netto, para. que providênciassejam tomadas tendo em vista a instalaçãode uma agência ou de um -posto da ReceitaFederal em Amabaí. Com isso, será concre­tizada grande aspiração dos habitantes da­quela comuna, que passarão a gozar do prí­vílégío de possuír um posto da Receita Fe­deral, pois, do contrário, terão que deman­dar Ponta Porã, distante 100 km, para re­solver seus problemas nscaís,

Era o que tinha a dizer. (Muito bemt)

O SR. PADRE NOBRE - (Pronuncia oseguinte ãíseursn.) Sr. Presidente, srs,Deputados, guerra é retrato do ódio que seaninha na alma dos homens. :É triste eSJ;1e­táeulo do egoísmo que expulsa o sentímen­to da fraternidade humana. Guerra é ins­trumento da ambição para a conquísta dosbens materiais à custa de vidas que sópertencem a Deus. Assim eu vejo as guerras.Assim eu as entendo.

Faz poucos dias Irrcmpeu, após uma tré­gua de seis anos, mais um conflito interna­cional no Oriente Médio, como fruto dpódio, do egoísmo e da ambição - essesconstantes e tantas vezes milenares assas­sinos da humanidade.

Parecia-nos que, após os sangrentos diasde 1967, pudessem as nações árabes e aisraelense cuidar de recolher das suas rui­nas a grande lição da pa:ll, do desenvolvi­mento, da cultura e do progresso, recons­truindo suas cidades, suas universidades,seu futuro, enfim. Eis senão quando fomostomados pelas dolorosas notícias de que odemônio da morte acordava a humanidadecom bombas a desafiarem uma nação paraos campos de luta e para a corrida àsarmas.

Era o dia magno de um povo todo entre.gue ao sagrado recolhimento da sua reli­gião. Era o "Yom kíppur", celebrado pelosilêncio das ruas e pelas preces dos lares.

Por mais contraditório, era o "Dia do Per­dão" quebrado e vilipendiado pela Invasãodo ódio que mata o perdão e acende a vin­gança.

Não há data que possa justificar o iníciode uma guerra. Mas, mesmo que houvesse,jamais poderíamos compreender que essafosse coincidir com o "Dia do Perdão". Eupreferia afirmar que o perdão é estado deespírito permanente, apenas com uma datamarcada para ser exteriormente celebrado.O que não consigo compreender é que oódio tenha sequer um dia com díretto a seaninhar no coração da humanídade.

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Outubro de 1973 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Sábado 13 7175

Foi uma agressão. De alguma parte nas­ceu o ato do agressor. Impossível é admitir­se que, no mesmo instante, em um mesmolugar, dois povos se tenham encontrado.Houve, é claro, quem agrediu e quem foiagredido. Foi uma agressão covarde a um,ft.:lovo que poderia estar psicologicamentepreparado, mas que, naquele dia, estavaentregue ao seu bíblico preceito de recolhi-mento e de oração. •

Mas, por que ainda nesta quase noite doSéculo XX os homens buscam resolver osseus problemas servindo-se da morte comoinstrumento e do ódio como terrível moti­vação?

Por que a inteligência humana, que tantoavançou no tempo e no espaço das conquis­tas científicas, ainda continua tão primi­tiva na busca das suas próprias soluções?

Eu penso, Sr. Presidente, que os conselhosinternacionais só poderão justificar a suaexistência quando conseguirem impor àconsciência dos povos e das nações a forçada razão sobre a forca assassina das armas.Estou convencido de que, enquanto asassembléias internacionais não tiveremação de paz sobre os conflitos que irrompemaqui e ali, são órgãos falidos que se desmo­ralizam e se destroem, As guerras, que emnenhuma hipótese se deviam justificar, fi­cassem elas ao menos como conseqüênciafatal sobre o impossível de todos os esfor­ços da razão para dissuadir aos homens depraticá-la.

Que ajam os homens responsáveis pelapaz entre os povos junto aos órgãos paraisto criados, no sentido de removerem asarmas o ódio a morte, conversando e estu­dando' sobre tOdos os meios que corrijam osdesentendimentos e estabeleçam a paz entrenações e gentes do mundo inteiro. No caso,as fronteiras permanentes entre Israel e ospaíses árabes podem ser fixadas por nego­ciações e não por ataques do tipo "PearlHarbor".

A idéia de se chegar a soluções pela guer­ra é idéia malsã. A única ídéla válida é aPaz, a Fraternidade e o Amor, pela qual,somente, nós teremos o essencial direito deDOS chamarmos irmãos.

A guerra nos irmana aos animais.Somente a paz nos dignifica como ho­

mens.Vale a pena encerrar o meu discurso com

palavras do Papa Paulo VI, ontem profe­ridas: "Mais uma vez as guerras nos trazemdesencantos. Existem meios para que elasencontrem soluções mais adequadas."(Muito beml )

O SR. ARJO THEODORO - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente, 81'S. Deputados,nossa presença hoje nesta tribuna se pren­de a um pronunciamento que tízemos hátrinta dias, sobre o péssimo serviço que aCompanhia Telefônica Brasileira vem de­senvolvendo na Baixada Fluminense, emparticular no município de São João de Me­riti.

Aquela época falávamos que a CTB, de­poís de encampar os serviços telefônicos daCompanhia Telefônica de Meriti, ao invésde aprimorá-los tornou-os piores, de talforma que quase não se conseguia falarmais para aquela região do Estado do Riode Janeiro.

Merecendo a eonslderaeão do Sr. Presi­dente da Cia. Telefônica, S. s.a através deofício, prestou-nos alguns eselareeímentos,tentando, de alguma torma, refutar ínror­mações que havíamos daqui prestado.

Todavia, Sr. Presidente, o que ocorreu foiexatamente o contrário: S. s.a nos disse)1uQ os índlces de Interrupção, nos quatro

últimos meses, não atingiram 12%, e que nomês de agosto foram, no máximo, de 9%;ainda mais, explicou-nos S. s.a que os índi­ces por nós fornecidos - cerca de 28% ­eram exatamente da antiga Companhia, enão da atual CTB.

Mas aqui estamos para dizer a S. S,a que,lamentavelmente, os índices pioraram bas­tante. Anteriormente, quando pedíamos umaligação para a Baixada, principalmentepara Meriti. respondiam-nos que, por esta­rem os troncos ocupados, era ravor chamarmais tarde. Não nos diziam quando ligarnem se incumbiam de, quando desocupadosos troncos, atender ao nosso chamamento. Ainformação agora é a de que os troncos, hámais de 30 dias, estão todos com defeitos.Ou o Sr. Presidente da Companhia Telefô­nica Brasileira não conhece, na sua exten­são, o problema que aflige toda a Baixadae, particularmente, São João de Meriti, ou,então. a sua informação não está funda­mentada em dados autênticos.

Por isso, acreditando na sua boa vonta­de, endereçamos-lhe um apelo, no sentidode que, atestando a veracidade das nossaspalavras, resolva definitivamente o proble­ma telefônico da Baixada. Caso contrárioesperamos as providências do Sr. Ministrodas Comunicações, já que se fala tanto nosistema DDD e na ação da EMBRATEL.

Esperamos que a Baixada, que já sofrepor não ter o Estado do Rio um Governoatuante, pelo menos possa encontrar apoiono plano federal.

Aqui fica o nosso protesto e o nosso apeloao 81'. Ministro das Comunicações, ao Pre­sidente da Companhia Telefônica Brasileiraou a quem possa resolver esse angustianteproblema da Baixada Fluminense. (Muitobem l)

O SR. NOSSER ALMEIDA - (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, os projetos MOBRAL e Mínerva,colocados em execução pelo Ministro daEducação, 81'. Jarbas Passarinho, consti­tuem pólos dídátleos impartantes do mo­mento brasileiro. O primeiro projeto, quese refere ao ensino elementar, e o segundo.pertinente ao de nível médio, definem-secomo iniciativas marcantes, cujos reflexospositivos já se fizeram .sentír em todo oâmbito nacional.

A questão da educacão no Brasil estevepraticamente insolúvel durante extensasépocas, não pasasndo de um problema de

. ordem pública de §iignificação não consi­derada.

Gerações e gerações foram sacrificadas,ou se extraviaram entre as sombras daignorância. Belas vocações se perderamporque o. Poder Público, não esclarecido,então, sobre a dimensão de suas responsa­bilidades, permitiu que se retardasse a mar­cha sócio-econômica do País.

A História das Nações já deixou evidenteque, sem instrução, jamais seria possívelerigir-se a estrutura de uma civilização.

Com o plano do Ministro Jarbas Passari­nho, constata-se que consideráveis parcelaspopulacionais incorporam-se à faixa ativada pátria.

Creio que, no âmbito das tarefas revolu­cionárias, a obra educacional do MinistroJarbas Passarinho inscreve-se em termosprioritários.

Os projetos MOBRAL e Minerva caracte­rizam uma vitória nacional.

Salvando as gerações atuais do atraso, doanalrabetísmo, a Revolução, na gestão doSr. Jarbas passarinho, leva o Brasil a seusgloriosos rumos.

Este, o 110SS0 raciocínio. (l\iuito bemO

O SR. FERREIRA DO AMARAL - (Pro­nuncia o seguinte dtscurso.) Sr. Presidente,81'S. Deputa dos, há muitos anos ouvimosfalar que o Paraná é o Eldorado brasileiro,em termos de fertilidade do solo. Todos sa­bemos da imensurável contribuição dadapelas regiões produtoras de café ao atualestágio de desenvolvimento alcançado peloPaís.

Foi o ouro verde e o pioneirismo de al­guns patrícios que, após desbravarem o Es­tado bandeirante, cruzaram o rio Paraná­panema e vieram implantar uma nova civi­lização no meu Estado.

Quem percorrer o norte e o oeste do Pa­raná ficará surpreendido com as grandescidades em plena escalada para consegui­rem o titulo de metrópoles. Maringá, Lon­drina, Apucarana, Rolândia e mais Para­navaí, Clanorte, Umuarama, Cruzeiro doOeste são o exemplo vivo do espírito indô­mito de luta daqueles homens criadores deprogresso. que se ajustam ao refrão da mú­sica popular: "Fazem a hora e não espe­ram acontecer".

Estes prolegômenos eu faço antes de en­trar no assunto que me traz a esta tribuna. 'Não me encontro aqui, no dia de hoje, pararetratar apenas o norte e o oeste do Pa­raná, mas para acusar o descaso do Governono atendimento de regiões que tanto têmcontribuído para o desenvolvimento globaldo Pais.

Venho de um fim de semana de visitaspoliticas ao interior do Estado. Ení três diascorri vastos caminhos, abraçando compa­nheiros, ouvindo reivindicações. tentandoexercer com dignidade a representação queme foi outorgada pela gente da minha ter­ra.

Dois dias de chuva e as regiões agrícolasdo Paraná sofrem colapsos indescritíveis emtermos de transportes.

J!: digno de nota o abandono de estradasvitais para o Brasil. A Rodovia do Café,se assim ainda se pode chamar a estradaPonta Grossa-Londrina, está inteiramenteesburacada, mal sinalizada, embora sejauma das vias de maior movimento de vei­culas de todo o Pais. Logo após a inaugura­ção da rodovia, entre os quílómetros 285 e286, na serra do Cadeado, existe um trechode aproximadamente 300 metros, onde o as­falto foi levado pelas águas. Toda vez emque se faz a viagem, fica-se na expectativa:terá ou não sido pavimentado o pequenosetor da rodovia? Infelizmente, a decepçáose renova - não se tomam providências.A BR-86, estrada ligando Umuarama a Ma­rmgá, via que poderia ser classificada desegurança nacional. sofreu um deslizamentoem julho de 1971. na altura da cidade deCianorte. Vários Governadores se têm su­cedido no Executívo do Estado. as autorí­dades cruzam a região quase diariamente,já estamos no término do acidentado man­dato iniciado por Leon Peres. seguido porParigot de Souza e que será terminado porEmílio Gomes, e nada foi feito. O atual Go­vernador é homem sensível, honesto e temsaúde; talvez agora este apelo seja aten­dido.

A rodovia ligando Maringá a.Paranavaí,asfaltada, teve também um deslizamentode barreira na altura de Mandaguaçu. Ràquatro anos surgiu o problema, até agoranenhuma solução. Tudo isto com relação aestradas consideradas tronco.

Mas o apelo não é só com relação a ro­dovias asfaltadas. Qualquer chuva inter­rompe a ligação entre o asfalto e os mu­nicípios produtores.

Oonelto o Governo, na pessoa de EmílioGomes, homem acostumado às campanhaspolíticas, a dar um giro pelo interior do

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':176 Sábado 13

Estado. Envie o Diretor do DER e o titularda Secretaria de Transportes às regiões queacabei de mencionar, após 11m dia de chu­vas. Constatarão in loco a fragilidade e oabandono das pontes e dos caminhos querepresentam tanto para tanta gente ho­nesta e trabalhadora. Os municípios neces­sitam de apoio do DER para empedraremas subidas, onde os veículos atolam commaior facilidade.

Talvez o Governo Federal pudesse au­xiliar o Paraná no atendimento da grandee laboriosa classe dos agricultores do oestedo Estado. Fixo esta região especifica porque a natureza de seu solo arenoso misto ­zona de soja. milho, trigo, café e gado - émais sujeita à erosão.

Seria válida a presença do ilustre Minis­tro dos Transportes nas estradas que citei,como também seria de extrema utilidadeque o Ministro do Interior sentisse in locoo problema da erosão em Cíanorte, Pararia­vaí, Urnuarama, Cruzeiro do Oeste e maisalém das pequenas cidades e vilas.

Vamos organizar a Caravana da Grati·dão, composta pelo Governador, Mi1?istros.políticos e classes produtoras para, Juntos,constatarmos e retribuirmos um pouco osacrifício daquela terra e daquela gente q1!E:tanto progresso têm criado para o Brasil,região que uecessíta um po_uco de sangue,por já ter doado tanto em tão pouco tempode vida.

Era o que tinha a dizer. (Muito bem l)O SR. MARCO MAClEL - (Pronuncia I)

seguinte díseurso.) Sr. Presidente, srs,Deputados, a Universidade Católica de Per­nambuco está comemorando a passagem do21.0 aniversário de sua existência. Dela nãose pode dizer que se trata, meramente, deuma organização de ensino superior, com­posta de determinado número de cursos ouescolas; antes, constitui-se numa verda­deira comunidade universitária, integrandoem suas atividades professores e aluno:"conforme o sábio espírito das primeiras ins­tituições medievais: universitas - magts­trorum et scholarium.

Obedecendo a uma criteriosa e lúcidaorientação, possui o seu complexo univer­sitário 25 cursos diferentes, com 17 licen­ciaturas, 9 bacharelados e 9 outras car­reiras de nível técnico ou profissional, nosquais se encontram matriculados quaseB.OOO alunos, contribuindo, dessarte, parareduzir o deficit da oferta de matrículas donosso ensino superior, pois, ocioso desta­cal', graças à indispensável colaboracâo dasuniversidades e escolas superiores da redeparticiJar - como a Universidade Católieade Pernambuco - que abrigam mais de50% do alunato de nível superior, foi queultrapassamos, a constrangedora posição de1950, quando havia apenas um universitá­rio para cada 10.000 habitantes, e chegamoshoje a uma população de 700 mil estudantesde nível superior.

Localizada na cidade do Recife, a Uni­versidade Católica de Pernambuco é centrouniversitário de expressão regional: tantoassim é que seus estudantes provêm não sóda Capital e do interior do Estado, mas detodo o Nordeste, particularmente dos Es­tados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande doNorte.

Além da ajuda do Ministério da Educa­ção e Cultura, a UNICAP conta com o au­xilio de fundações e instituições culturaisestrangeiras, o que lhe tem permitido aexecuçâo de permanente e constante pro­grama de expansão, voltado, de modo sepedal, para a melhoria qualilativa dos ní­veis de ensino e pesquisa.

O modesto registro que ora faço, Sr.Presidente, Srs. Deputados, para o conheci-

mARIO no CONGRESSO NACIONAl. <Seção I)

mente do País e desta Casa, do trabalho querealiza a Universidade Católica de Pernam­buco, visa a dar um testemunho da grandezada missão que ela desempenha como instru­mento do desenvolvimento regional nordes­~ino. Aliás, diz com acerto, o seu atual Rei­tor, Monsenhor Rubens Gondim Lóssio:

"A Universidade Católica, pela suamesma denominação, se comprometecom a inspiração e orientação cristã.Situada no tempo e no espaço, porém,ela projeta o tipo de Universidade doseu País, tomando uma expressão re­gional ajustada à realidade local, decuja problemática participa."

Era o que tinha a dizer. (Muito beml )O SR. NORBERTO SCHMIDT - (Pro­

nuncia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, ocupo hoje esta tribunapara registrar um acontecimento suma­mente importante e, com certeza, fadado areceber os maiores elogios de todos os rio­grandenses. Trata-se do projeto de leienviado pelo Governador. Euclides Trichesà Assembléia Legislativa e que dispõe sobrea alteracão do limite máximo de idade paraingresso na função pública.

Realmente, meus prezados pares, a ini­ciativa do' Chefe do Executivo gaúcho, am-,plíando o limite de idade de 40 para 45anos, vem amenizar sobremaneira o pro­blema da absorção da capacidade ociosa docrescente número de pessoas situadas emfaixas etárias superiores.

Estabelece, ainda, o projeto de lei que aaposentadoria compulsória do servidor pú­blico admitido com idade superior a 35 anosimportará na percepção de proventos pro­porcionais ao tempo de serviço, consoantevem ocorrendo atualmente. O Executivo fi­xará por decreto, dentro dos limites esta­belecidos, as idades mínimas e máximas es­pecificadas para cada cargo, enquanto queos servidores extranumerários ou contrata­dos que tenham ingressado ou reingressadono serviço público com idade inferior ao li­mite máximo e nele tenham permanecidoininterruptamente não ficarão sujeitos aolimite superior para provimento nos cargospúblicos.

Sr. Presidente e srs, Deputados, permi­tam-me utilizar aqui, solicitando suastranscrições nos Anais da Casa, um edito­rial do jornal O Globo e outro do jornalZero Hora, recentemente publicados e queressaltam a iniciativa do Governador Tri­ches, demonstrando claramente o seu reco­nhecimento nacional.

Finalizando esta intervenção, Sr. Presi­dente. congratulo-me com a administracãodo Chefe do Executivo rio-grandense, en­viando o meu aplauso e dizendo da minhaalegria pelo projeto, que soube reconhecera necessidade imperiosa de criar-se novosempregos a um maior número de pessoas jáou ainda em condtcões de executar trabalhoprodutivo e util à coletividade.

Eis os artigos a que me refiro:"opOR'rUNIDADES DE TRABALHO

O Governador do Rio Grande do Sulvai encaminhar projeto à AssembléiaLegislativa do Estado ampliando o li­mite de idade para o ingresso no ser­viço público, que é atualmente de 40anos.Os notáveis avances da Medicina e daHigiene vêm operando uma crescentelongevidade do homem e, como tal,alargando a sua faixa de exístêncíaútil. Desse acréscimo surgiu o proble­ma da boa utilização do poder margi­nal da força de trabalho, que não podeser relegada a uma ociosidade compul­sória quando até a economia dos paí-

Outubro de 1973

ses superdesenvolvídos se volta para aplena mobilização dos seus recursos hu­manos. Nl implicações sociais dessa no­va realidade, eis o que propõe atender,na esfera do acesso ao serviço público,o projeto do Governador Euclides Tri~

ehes.A ampliação da longevidade produtivae a necessidade de corresponder à de­manda de emprego das novas geraçõesconvergem para a questão do alarga­mento da estrutura ocupacional, comoúnica alternativa capaz de suprir asnecessidades de trabalho das duas raí­xas etárias. A política de "rendiçãode guarda", que preconiza a substitui­ção obrigatória dos aposentados pelosjovens, não constitui solução desejável,por importar em despir um santo paravestir outro. Já o presidente da con­rederacão das Associações Comerciaisdo Brasil observou que "o art. 49 doProjeto de reforma da Previdência po­derá afastar dá iniciativa privada acontribuição técnica e a larga expe­riência de especialistas que, até agora,têm sido recrutados para atuar em se­tores dinâmicos do empresariado comoconselheiros e orientadores". A idademadura, portanto, nem sempre cons­titui 'uma contra-ínrücacão: dispõe demercado próprio.Um milhão e duzentos mil empregosnovos precisam ser criados no Brasiltodos os anos, pela simples exigência docrescimento demográfico vegetativo.Mas não é, certamente, vedando o tra­balho a certas parcelas sociais aindaválidas que abriremos vagas para oscontingentes recém-chegados. A escalaquantitativa e qualitativa de empregosé que deve crescer, acompanhando ofluxo do desenvolvimento nacional, paraestar ao nível da. demanda, sem discri­minações antínaturaís e antí-humanís­tas. Vários países do Ocidente já põemem prática inclusive a estratégia damodalidade ou rotatividade profissio­nal, que tem o mérito adicional de di­versificar a capacitação para o tra­balho, evitando que a rotínízaeão im­plique perda de produção e produtivi­dade.

Não é simples encontrar o ponto decompatibilização dos interesses ocupa­cionais dos jovens com os dos adultostendendo à velhice. A automação, ert­ando o chamado desemprego tecnológi­co, limita mais o campo do trabalho doque a permanência e111 serviço dos queatingiram o tempo de aposentadoria.A implantação de novos pólos de de-.senvolvímento no País, levando emconta que a mão-de-obra é o fatormais abundante da economia brasilei­ra, contribuirá sensivelmente para omelhor tratamento das crises ocupa­cionais.

Em vez de medidas restritivas ou imo­bilistas, procuremos sempre o caminhodas soluções criadoras. próprias do tipode sociedade aberta e justa que dese­jamos para o Brasil.""LIMITE DE IDADEJá foi entregue à Assembléia Legisla::tíva o projeto-de-lei do Executivo queeleva para 45 anos o limite de ídadepara ingresso na função pública. Pro­jeto pioneiro no pais. é a primeira ini­ciativa prática por parte de um Gover­no para resolver problema que já setornou crônico e sério no pais, Até oenvio da proposição à consideração doLegislativo, as autoridades brasileiraslimitavam-se a dar conselhos às empre­sas privadas, para que dessem opor-

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Outubro de 1973 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão I) 5ábado 13 1111:':-

tunidades de emprego aos maiores de35 anos.Com a iniciativa do governador EIICli­des Triches, por outro lado, espera-seque as empresas dc economia mistacontroladas pelo Estado, ao publicaremanúncios de procura de funcionários,eliminem a exigência até 35 anos deidade, como tem sido feito habitual­mente;' afinal, se administração pú­blica passa a considerar aptos a inte­grar os seus quadros de pessoal os ci­dadãos com até 45 anos, não seria com­preensível que as empresas de economiamista continuassem a impor o antigolimite.Espera-se também que as administra­cões municipais do RiCl Grande do Sulsigam o exemplo do Governo do Esta­do e que nas demais unidades da Fe­deracào e na admtnístracão federalseja 'adotado o mesmo critério, benefi­ciando milhões de brasileiros capacita­dos a dar sua contribuição profissional,mas que por uma imposição carente dequalquer espécie de base, estão margi­nalizados no mercado de trabalho.

Há tempos, quando foi manifestada aintenção do governador :E:ucJides Tri­ches de alterar o limite de idade, foilembrado nestas colunas - e convémrelembrar - o paradoxo da legislaçãobrasileira pertinente ao assunto: pre­sidente da República, senador e gover­nador têm obrigatoriamente de ser maio­res de 35 anos. Já um escriturário,início de carreira, só é consideradocapacitado para ingressar nos quadrosda administração pública até 35 anos.O Rio Grande, agora, dá um exemploao país. Que se espera seja seguido."

Era o que tinha a dizer. (Muito beml )O SR. MARCONDES GADELHA - (Pro­

nuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, a campanha "Diga não àinflação", iniciada pelo Governo há algunsmeses e disseminada em todo o Brasil,através de todos os meios de comunicação,está sendo agora consumida ou digerida embenefício próprio pelos supermercados, pe­las grandes cadeias de lojas - justamenteas entidades sobre as quais se propunhaincidir, despertando no povo o hábito depechinchar.

A primeira vista este fato não passariade mais uma esquisitice da sociedade deconsumo, esta gigantesca avestruz mecâní­ca, que tudo incorpora e tudo digere, e .tudoassimila e joga tudo numa vala comum, in­clusive os valores mais nobres da civiliza­ção, inclusive os seus defensores e inclusiveos seus con testadores.

Ocorre que entre nós a sociedade de con­sumo ainda não atingiu esta sofisticaçãoneantizante e, se a referida campanha estátendendo a cair no vazio, deve ser pela ra­zão mais corriqueira de não encontrar res­paldo nos fatos e se achar em visível con­tradição com a realidade.

Ora o problema do controle inflacioná­rio co~tinua sendo, na melhor das hipóte­ses, uma grande incógnita para quantos sepreocupam com a estabilidade econômicado Pais. Vozes oficiais aínda insistem napromessa inicial, de um limite, em torno de12%, para a alta do custo de vida, como sea álgebra reservasse algum segredo parasurpreender o senso' comum no fim do ano.

Observa-se que há uma escassez quasegeneralizada de matérias-primas e gênerosalimentícios, compartimentada em crises,conforme a importância do produto, mas

em verdade sugestiva de um fenômeno am­plo, que está escapando aos controles doGoverno.

Assim, fala-se de uma crise do aço, umacrise do trigo, uma crise da carne, uma crisedo leite, uma crise do feijão, uma crise dopapel, uma crise dos metais não ferrosos, eassim por diante. Estes produtos. pela suaquase onipresença, pela universalidade doseu consumo, hão de ter uma influênciaponderaI muito grande nos cálculos do cus­to de vida e já permite urna intuição deque 12% é uma faixa muito estreita paracomportar o caudal .ntlacíonárío dos diasque correm.

Por outro lado, uma pesquisa recente rea­lizada em Brasília revelou um aumentomédio de 100% nos preços dos gêneros deprimeira necessidade, só no último trimestre.O feijão, por exemplo, subiu de Cr$ 4,00p:u:a Cr$ 9,00, ou seja. 12ú.~\; o arroz .au­mentou de Cr$ 8,45 (o saco de 5 quilos)para Cr:!! 13,60; a dúzia de ovos saltou deCr$ 2,00 para Cr$ 4,20 e a carne. este luxode primeira necessidade, prossegíu na suamarcha assensional de sempre: a alcatrapassou de Cr$ 9,00 para Cr$ 11,00 e o filémignon chegou a atingir Cr$ 19,00, sendovendido no momento a Cr$ 16.50.

Donas de casa referem que já não secompra com o mesmo dinheiro a metadedo que se comprova três meses atrás. Eainda ontem S. Ex.a o Sr. Ministro da Agri­cultura anunciava um novo aumento parao li tro de leite ...

De tudo isto, Sr. Presidente, Srs. Depu­tados vem-nos a impressão de que o Go­verno' cometeu uma temeridade. ao estimarem cifra tão acanhada o limite de variaçãode custo de vida e acabou incorrendo noerro que tanto procurou evitar, de criar ex­pectativas exacerbadas. O próprio argu­mento da absorção da inflação externa,verossímil em tese, não socorre co~o des­culpa, porqunto já devia estar previsto, noinstante em que se formulou a meta.

Seria hora. talvez, de se começar umarevisão da estratégia e do próprio conceitode luta antíínflactonáría - diversos meca­nismos monetários financeiros e psicosso­ciais empregados ~o combate à inflação jáproporcionaram o grau máximo de. com­pressão do êmbolo, pelo lado dos meios depagamento. Sobra um resíduo estrutural,decorrente da rigidez da oferta real de bel~s,

que será resolvido enquanto o Gove~no naose dispuser a examinar em profundIdade. oproblema da distribuição da renda SOCIaldo País (Muito beml)

O SR. JOSÉ BONIFÁCIO NETO - (Pro­nuncia o seguinte ãíscurso.) Sr. Presidente,todos queremos o desenvolvimento da edu­cação. abrangendo os vários graus e seto­res. 11: através dela que o nosso progressose pode solidificar.

As medidas voltadas à difusão do ensinotêm merecido o nosso aplauso, como criticastêm recebido aquelas que ensejam o cre~­

cimento do número de estudantes em detrí­mento da qualidade do que se ensina.

Certa. sem dúvida, a política de expandira gratuidade escolar, nos primeiros graus,facilitando a todos indistintamente oaprendizado.

Todavia não se pode esquecer o papeldesempenhado pelo ensino particular. Sãocolégios e mais colégios, muitos tradicio­nais, que, através dos anos" enfrenta~do

toda sorte de dificuldades, tem oferecidoum alto padrão de produtividade.

Essas dificuldades, Sr. Presidente, têmaumentado, nos últimos tempos, e mais se

acentuaram, agora, com as exígêncías darecente reforma, às quais devem tais es­tabelecimentos adaptar-se.

Aparece uma capacidade ociosa nessasescolas; que podem produzir mais do queestão. Uma correta e inteligente aplicaçãodo sistema de bolsas viria preservar a vidadessas casas de ensino, muitas das quais,com a redução das matrículas, se vêm obri­gadas a dispensar professores e emprega­dos e a arcar com o ônus de pesadas inde­nizações.

Não estamos, com efeito, em condição depoder relegar o concurso dos colégios par­ticulares. Há pouco. o próprio Governo ex­pediu decreto voltado ao amparo técnico efinanceiro de tais escolas. Urge regulamen­tar o diploma, para que ele não permaneçano papel apenas.

Se é exato que o indice de escolaridadeascende. de ano para ano, melhor se tornaconservar. ao lado dos estabelecimentos ofi­ciais. os particulares, A demanda de vagasterá atendimento mais consentãneo com arealldnde e a própria qualidade do ensinoficará mais assegurada. por via da utiliza­cão de uma rede maior de recuros humanoséspecializados.

Sr. Presidente. a nova lei, dando ênfaseao ensino profissional. determina a criaçãode laboratórios e de oficinas. por exemplo.São obras custosas. Como fazê-Ias os par­tículares, ante a concorrõncía da rede ofi­cial. que provoca, entre aqueles, a evasãode aluno?

A desequilibrar os orcamentos surgem,ainda, as despesas para com o INPS. NaGuanabara. onde pulsa o coracão do Bra­sil, e que é o nosso maior centro de cultura,o fenómeno já se apresenta alarmante. Vá­rios colégios particulares se acham ameaça­dos de cerrar as portas.

Por que não ocorrer o Poder Público àsituação? De um lado, bem pode o Minis­tério da Educação - que tem polpuda verba,speeífica para isso - auxiliar financeira­mente esses estabelecimentos, dentro de umcritério racional de [ustíca. E de outro oINPS, como credor, bem poderia parcelar osdébitos existentes. relevando multas. jurose, principalmente, a correcão monetária, aqual tanto avolumá o problema.

Vivemos. Sr. Presidente, a proclamar quenão há melhor investimento que o feito naeducacão. Aliás. o dinheiro aí posto é rece­bido na base de verdadeira. correeão mone­tária, em termos de progresso.

Não fiquemos, porém. nas palavras. Pro­curemos preservar, realmente, o todo. o con­junto. que se dedica a esse setor. Ele devefuncionar harmonícaments, para que sejamcolhidos 08 resultados desej ados.

A obra, Sr. Presidente, é. na verdade, amais patriótica e precisa, pois, ser cuidadacom todo desvelo e com o máximo respeitoà realidade. (Muito bem!)

O SR. AMAURY MÜLLER - (Pronunciao seguinte discurso.) Apesar da desgastadaretórica oficial, que nega o óbvio e dis­simula a verdade, as disparidades econô­micas regionais são hoje tão grandes quantono passado.

E tudo está' a índícar que o hiato entrea riqueza do Centro-Sul, especialmente deSão Paulo, e a pobreza do Norte-Nordestetende a agravar-se ainda mais.

Somente o Estado de São Paulo, queabrange cerca de 20% da população brasi­leira, responde por um terço da arrecada-ãonacional, apresentando uma renda mérüaper capita anual comparável a muitos paí­ses desenvolvidos.

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71'18 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIôNAL (Seção I)' .. .,Outubro de 197:1

Já os Estados nordestinos, de Alagoas aoMaranl1ão, registram, em contraste, umasituação diametralmente oposta: eoncen­tram mais de um quinto da população e,no entanto, recebem menos de 10% da re­ceita total. A renda média per capita anualda região é inferior a 200 dólares.

Mas, em verdade, sob essa aparência degrandeza do Centro-Sul, vive e respira umapopulação cada vez mais próxima da mí­séría generalizada.

Basta lembrar, por exemplo, que o núme­ro de favelados e de verdadeiros párlas so­ciais tem aumentado sensivelmente nos úl­timos anos. Apenas em Porto Alegre, filaisde 1QO mil pessoas acotovelam-se em case­bres e pardlelros, nas mais lamentáveiscondições de hígíene e saúde, completamen­te à margem de qualquer conquista social.Essa multidão de miseráveis representanada menos de 10% do número total dehabitantes da capital gaúcha.

Em razão do baixo padrão alimentar, queresulta fundamentalmente de salários derisco e de fome, sabidamente incompatíveiscom a própria dignidade humana, o povobrasileiro é dizimado, em grande parte, pordoenças de massa, já extintas ou controla­das na maioria das nações em processo dedesenvolvimento.

Entre 1970 e 1971, de cada 1.000 criançasnascidas vivas em Recife, nada menos de263 não alcançavam o primeiro ano devida. Dentre as 14 principais capitais bra­sileiras, Inclusive São Paulo, apenas PortoAlegre regístratva indices de mortalidade1nfantil próximos dos paises desenvolvidos(39 por 1.000 nascimentos). Esse dado, en­tretanto .apresenta, hoje, certo agravamen­to, com ligeiro aumento da taxa de crian­ças mortas antes de completar o primeiroaniversário.

O Comitê de Pediatria Social, reunido emSalvador da Bahia, em sua Carta de Prin­cípios, reconhece que os "atuais sacrifíciosimpostos à população infantil brasileirapodem ser míntmíaados, desde que sejamestabelecidos padrões humanos de desen­volvimento econômico e social".

Para os pediatras desse organismo, a ver­dadeira situação da criança braslieira podeBel' medida pelo seguinte quadro:

"Grandes contingentes de populaçãojovem, determinando a existência deuma pirâmide demográfica do tipo sub­desenvolvido (52,7% da população bra­sileira tem menos de 19 anos);Baixos níveis de renda, acompanhadosde desigual distribuição (em 1969. dos29 milhões de pessoas economicamenteativas, apenas 0,4% obtinham rendasmensais acima de Cr$ 2.000,00, ao passoque 71% ganhavam menos de Cr$ 200,00por mês);Taxas de mortalidade geral pouco sa­tisfatórias. Enquanto na Suécia 2,7%dos óbitos correspondem a crianças me­nores de 1 ano. 87,7% dos mortos apre­sentavam idade superior a 50 ano s. NoBrasil, as médias são de 44,2% e 19,6%,respectivamente para menos de 1 anoe mais de 50 anos;Taxas elevadas de mortalidade infantile de natimortalidade (nos Estados Uni­dos, 3,9% dos óbitos são de eríancascom menos de 4 anos. No Rio de Janei­ro esse índice é de quase 15%);

Taxas altamente desfavoráveis de mor­bldade e mortalidade por causas redu-

tíveis, em particular pela pediatria pre­ventiva;Altos coeficientes de desnutrição, re­sultantes do baixo consumo de vitami­nas e proteínas de origem animal."

No Brasil, o consumo de leite é de apenas104 mililitros diários, ou seja, mais de 10 ve­zes inferior ao da Finlândia, cerca de 7vezes menor do que o do Canadá e muitoabaixo da Tchecoslováquia (500mililitros pordia).

Em face das constantes elevações docusto de vida e diante da completa deterio­ração dos salários, não há como modificarsubstancialmente esse quadro desolador, amenos que os tecnocratas governamentaisdíspcnham-se a reformular, em profundi­dade, a atual política econômico-financeira.

O surrado jargão "concentrar para cres­cer", hoje desacreditado, não pode conti­nuar justificando o sacrifício de milhões debrasileiros. (Muito bem!)

O SR. WILSON BRAGA - (Pronuncia oseguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, um dos fenômenos que maiscaracterizam a 7AJna sertaneja do nordestebraslleíro é o reduzido índice de precipita­ção pluviométrica, agravado com o fato deas chuvas ocorrerem em período muito cur­to. Em razão disso, pouco chove. Entre duasépocas invernosas consecutivas há um in­tersticio sensível marcado por estiagem pro-longada, .

Cumpre, pois, ao homem lançar mão dosrecuros ao seu alcance para obtencão devolume de água capaz de atender: nessafase, às necessidades mínimas de vida hu­mana, dos animais e das plantas.

Na margem dos grandes rios perenes,como o São Francisco, a solução torna-semuito facilitada, pois ali existe água abun­dante, energia elétrica também farta, deforma a propiciar o atendimento mais sim­ples daquelas necessidades acima referidas.

Em outras regíões, tem-se de recorrer aprocessos diversos, também comuns, de cap­tação de água, como a construção de bar­ragens ou o bombeamento de água do sub­solo.

No primeiro caso, é fundamental a exi­gência de local com topografia favorável aofechamento de boqueirão, bem como da ba­cia hidrográfica capaz de alimentar a baciahídráulíca, mantendo esta com volume deágua suficiente para o atendimento daque­las necessidades mais prementes a que mereferi antes.

A perfuração de poços artesianos repre­senta para a região uma solução mais ade­quada, não somente devido ao lençol deágua volumoso que ali existe como tambémpelo fato de que, sendo o poço subterrâneoe não freático, ou seja, superficial, não ficaa água ali contida sujeita a processo de sa­Ilnízação, como ocorre no caso de açuda­gem, o que a torna imprestável ao uso comobeb1.da ou para a irrigação da maioria dasespécies vegetais.

O Departamento Nacional de Obras Con­tra as Secas sempre foi sensível a esse pro­blema de captação de água, oferecendo vá­rias facilidades para que tal prática pudes­se ser adotada em escala sempre crescente,tanto que, para facilitar a sua execucão,foram criados vários processos capazes- deatrair o interesse de maior número de pro­prietários rurais da região.

Além de fazer o trabalho financiado, oDepartamento adotou uma fórmula sul ge­nerís, que consistia em somente cobrar dointeressado 50% das despesas realizadas,assumindo o próprio DNOCS o encargo res­tante, a título de cooperação. .r

Tal solução atingiu com efeito seus obje­tivos, surgindo interesse generalizado dosproprietários rurais para perfuração de po­ços e construção de açudes em suas fazen­das.

A supressão desse. processo de íneentíva­ção foi, na época, recebida com tristeza,como seria de esperar. Houve, no entanto,profunda compreensão, em face do inte­resse patríótíco demonstrado por todos OS'brasileiros, desejosos de contribuir pararetirar o País daquele estado de extrema'dificuldade econômico-financeira que o as­solava nos idos de 1963, 1964 e 1965. Acimado interesse individual, que efetivamentefora preterido, havia o supremo interessedo Pais.

Hoje, no entanto, garças às provídénclasadotadas pelo Governo federal, o Brasil es­tá efetivamente com suas finanças equili­bradas e, em conseqüência, o Tesouro Na­cional encontra-se muito fortalecido.

ll':, pois, hora oportuna para se fazer umreexame do problema, para se adotar no­vamente aquele processo de cooperação,mesmo que não seja com aquela larguezaanterior, generalizando-se o atendimentopara quaisquer proprietários rurais que en­tão o solicitassem.

Creio que a construção de pequenos açu­des e a perfuração de poços, por cooperação,somente devem atender àqueles proprietá­rios rurais cuja área de terra, na regiãosemi-árida, não seja superior a 100 hecta­res. O custo da perfuração de um poço nosistema atual torna essa medida proibitiva

~ para tais cidadãos, desde que a despesa su­pere a casa dos Cr$ 5.000,00. Não padecedúvida que, para os pequenos proprietáriosdas terras localizadas na zona sertaneja,ta1 custo representa uma dificuldade insu­perável. Não têm eles condições de pagaresse valor total, que representa uma despe­sa muito elevada, absorvendo parte subs­tancial da sua renda anual, mesmo contan­do com ° financiamento do Banco do Brasil.

A medida interessa sobremodo à economiado Pais, não somente pelas vantagens queo aumento da produção oferece ao eráríocomo também pelo princípio, hoje consa­grado, de que a manutenção dos recursosnaturais é trabalho do maior interesse na­cional, em razão dos múltiplos beneficiosdecorrentes dessa providência.

Em, face disso, constitui norma genera­lizada que ao Poder Público cabe o deverde contribuir com parte das despesas paraa captação e manutenção de tais recursos,toda vez que os gastos para essa finalidadevierem superar a capacidade de pagamentodo proprietário. No caso em espécie, a divi­são equitativa das despesas entre o proprie­tárío e o DNOCS é a medida mais indicada,pois quem conhece a região sertaneja donordeste sabe muito bem como é ínüma a.renda auferida por um proprietário ruralque tenha menos de 100 hectares ao seudispor. Acresce, ainda, a circunstância deque, nesse total de 100 hectares, parte daárea não pode nem deve ser utilizada, pornela existirem atloraments graníticos, ou,em outras hipóteses, por causa da extremasuperficialidade do solo arável, onde exis­tem os princípios nutritivos das plantas emcondições de imediata absorção.

Venho, pois, nesta oportunidade, solicitarao Titular do Ministério do Interior, o ilus­tre Ministro Costa Cavalcanti, ao Sr. Dire­tor do DNOCS, nr. José 'Lins de Albuquer­que, ambos cidadãos nordestinos. conhece­dores profundos da região, que determinemo reexame do problema ora ventilado, deforma a se restabelecer o processo da co­opração com os proprietários de terras si­tuadas na zona seca do nordeste, de arcaigualou inferior a 100 hectares, na COll.'J-

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Outubro de 19'73 DJARIO DO CONGRF:SSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 '71'7'

trução de pequenos açudes e na perfuraçãode poços mediante a cobrança, a prazo, deapenas metade das despesas respectivas, fi­cando a outra metade incorporada às des­pesas normais do próprio DNOCe, desdeque tais serviços são feitos com pessoal ecom maquinaria daquele Departamento.

O meu apelo, Sr. Presidente, 81's. Depu­tados, encontrará certamente plena resso­nância no espírito esclarecido daquelesilustres homens públicos que, espero, have­rão de ordenar a adoção da fórmula ora su­gerida, a qual propiciará aos sertanejos pe­quenos proprietários de terra, a cportuní­dade de também se beneficiarem daquelasprovidência.;; governamentais. (Muito beml )

O SR. JAISON BARRETO - (Sem revi­são do orador.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, a assessoria do Ministél'io da Saúdeentendeu que deveria responder às críticasfeitas ao Plano de Interíoríaaçâo da Medi­cina, que, publicadas em O Estado de 8ã.oPaulo, de 10 do corrente mês, relatam emdeterminado trecho:

"Os assessores do Ministro vêem nascriticas do Deputado Jaíson Barreto ademonstração de desconnecímento dealguns dados importantes sobre a as­sístêncía médica do Pais."

Ora, Sr. Presidente, Srs. Deputados, eume permitiria dar alguns conselhos à as­sessoria do Sr. Ministro da Saúde, porque,se- há algum MinIStério em condições defalar em desconhecimento da realidade na­cional, é exatamente o Ministério da Saúde.

O comentário que Iíz, reforçado, Inclusl­ve, pelos incidentes ocorridos na Faculdadedli! Ciências da Saúde da UnB, comprova averacidade e a validade das minhas entí­cas. Quando se faz uma crítica 11. qualidadedo ensino Para a formação desses proüssío­naís da saúde, o Plano de Interíorízação doMinistério, nos termos em que está ideali­zado, fica maculado pela :;otitude demagó­gica de quem, Infelizmente, ainda não com­preendeu que o País está a necessitar deuma filosofia de saúde, de uma política na­cional de saúde realmente consentânea comas necessidades do País. A ida de um pro­fissional mal formado para o interior doBrasil, sem a estrutura paramédica neces­sáría, fará apenas com que o material hu­mano existente nessas localidades seja sim­plesmente usado como cobaia. Dai existiremaqueles que defendem a ínteríoríaação deequipes de saúde com treinamento préviopata conhecer a realidade do local, comassistência efoetiva, por exemplo, da Centralde Medicamentos, com todo o aparato capazde. permitir uma atividade médica real­mente efetiva,

DIria mais, em resposta ao Sr. Ministroda Saúde, que o pais está a exigir que setomem providências no sentido de regula­mentar a lei do seguro-saúde, que existedesde 1966, sem que nenhum Ministro sedisponha a regulamentá-la, Que se façaaquilo que hoje a consciência médica doPais está a exigir: o bloqueío da mercantí­lízação da saúde, que cada vez se elevamais, com o beneplácito inclusive do Minis­tério da Saúde, que coloca na sua Coorde­nadoria de Assistência Hospitalar alguémprofundamente vinculado a esses interes­ses.

Eis a minha primeira resposta, porque,na próxima semana, no Grande Expedien­te, analisarei mais detidamente a atividadedo MinistériQ da Saúde. (Muito beml)

O SR. CESAR NASCIMENTO - (Pro­nuncia o seguinte discurso.) 81'. Presidente,Srs. Deputados, há 23 anos o governo deSanta Catarina doou ao IPASE excelenteterreno em Florianópolis para a construção

de Um hospital que atendesse aos oito milfuncionários públicos federais lá existentes.

Até hoje nada foi feito. E, agora, se falano loteamento do terreno, situado no Mor­ro do Geraldo, o que constitui autênticoabsurdo.

A Associação dos servidores Públicos doEstado de Santa Catarina - ASPSC, quecongrega OS servidores do Estado e da União,vem lutando por melhor assistência aos ser­vidores públicos em Santa Catarina. O pro­blema é ali agravado pela decísão do IPASEde não manter convênios com hospitais, es­pecialmente aqueles onde há trabalhos depesquisa. A deficiência da assistência doIPASE aos 8.000 segurados que possuí emSanta Catarina é alarmante: nas clínicasginecológicas só são admItidas o máximode quatro consultas por mês. Isto bem ca­racteriza a situação lá existente.

O IPASE não pode continuar ignorandoos problemas dos servidores federais, seussegurados, completamente privados da as­sistência médico-hospitalar a que tem di­reito e para a qual contribuem, nada justi­ficando o seu desconhecimento por parte doInstituto. :Por intermédio da ASPSO, reívín­dicam medidas urgentes que mudem o pa­norama atual, passando o IPi\.SE a- dar aseus segurados e familiares a assistência aque está obrigado por lei.

A primeira medida está no aproveitamen­to do excelente terreno que foi doado aoIPASE há 23 anos e que de forma algumapoderá vir a ser loteado. Nele deve o Ins­tituto construír um hospital ou ambulatório,a fim de atender aOS seus segurados, quenão podem continuar no abandono em quese acham. Não é admissível que se prolon­gue a absurda situação existente no meuEstado: urge que o IPASE se redima doabandono em que tem deixado seus segu­rados A alíenaçâo do terreno que lhe foidoado não pode se consumar, pois constitui­ria verdadeiro crime social.

k\.colhelldo o clamor dos servidores públi­cos de Santa Catarina, faço, desta tribuna,apelo ao Ministro Júlio Barata para que m­terfira no assunto, impedindo o loteamen­to do terreno doado ao IPASE e determinan­do que este estude, com urgência, a. cons­trução de um hospital ou ambulatório nolocal, para o atendimento dos servidores públreos de Santa Ca.tarina. (Muito uemr)

O SR. ANToNIO BRESOLIN - (Pronun­cia o seguinte díseurso.) Sr. Presidente eSrs. Deputados, há muitos anos venho lu­tando em favor da conclusão da L-35, im­portante ramal ferroviário que encurta aestarada de ferro entre Passo Fundo e Por­to Alegre em 390 quilômetros.

O importante ramal, que atende aos in­teresses de mais de oitenta Municipios deuma das rcgíões que mais produz no Bra­sil, teve seus trabalhos suspensos quando61% das obras já se encontravam concluí­das. No trecho entre Passo Fundo e RocaSales, que falta ser concluído - 156 quilô­metros - as obras de arte, aterros, cortesda serra etc. estão ultimados. Naturalmen­te, abandonadas há tanto tempo, as intem­péries, a erosão e as capoeiras danificaramparte das obras, onde foram investidos mi­lhões de cruzeiros do povo.

No desdobramento do meu trabalho, nes­te longo espaço de tempo, fui o porta-voznesta Casa de Prefeitos, Vereadores, im­prensa, Universidade de Passo Fundo, en­tidades de classe etc. Transcrevi, para for­talecer meus pronunciamentos, dois am­plos e profundos estudos realízados pelaUniversidade de Passo Fundo, brilhante pa­recer exarado pelo Ministro Clóvis Pestana,editoriais dos jornais Correio do Povo, de

Porto Alegre, Diário da Manhã, de PassoFUndo, Diárío de Notieías, de Porto Alegrede outros importantes órgãos e emissoras;sobretudo da região. Transcrevi e comen­tei da tribuna também correspondências da.~ssociação Comercial, da Cooperativa Tri­t~cola, da Associação dos Lojistas de oara­zínho, da Associação de sementes, da Asso­ciação das Indústrias, do Olube de Direto­res Lojistas de Passo Fundo e de várias ou­tras entidades.

Anualmente, venho apresentando emen­d.as à proposta orçamentária com o obje­tIVO de canalizar recursos para a conclusãoda importante obra. Ainda neste ano estouapresentando emenda com este objetivo.~epois de longos e penosos trabalhos, de­

pOIS de luta sem quartel, o Ministro MárioAndreazza acaba ,de declarar à imprensa quedentro de dois ou três anos a L-35 estaráconcluída. É esta uma notícia altamenteauspiciosa. O empreendimento vai benefi­ciar o Rio Grande do Sul e o Brasil, facili­tando o escoamento da produção de uma re­gião ríquisslma , Num preito de verdadeirajustiça, queremos deixar consignados aquios nossos calorosos aplausos ao PresidenteMédici e. de modo especial, ao Ministro dosTr!\nsportes, pela oportuna e patriótica ini-ciativa. '

As autoridades, entidades de classe e povodaquela região estão vibrando com a noti­cia. Ainda ontem recebemos o "seguintet~ex: '

"Deputado Antonio BresolinCâmara d08 DeputadosBrasília - DF

Q Clube de DIretores Lojistas de PassoFundo em nome de seus associados eda coletividade passofundenss envia aVossa Excelência o seu penhorado agra­decimento e suas justas e merecidas ho­menagens pelo eficiente desempenho einteresse demonstrado para a conetusãoda L~35 vg denominada ROdovia doTrigo pt A qual conclui da contribuirápara o progresso e desenvolvimento demais ele cem municípios ganchos ptEfusivas saudações - Clélio Enio Scies­sere - Presidente."

Pelo feliz evento, congratulo-me com asautoridades, entidades de classe e povo dePasso Fundo e ela Região. Oonttnuareí aointeiro dispor de todos (Muito bemlj

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - (Pronun­cia o "seguinte discurso.) 81'. Presidente,S~s: Deputados, creio na fidelidade pal'ti­dária e propugno por ela. Todavia, nãoposso confundi-la com submissão. com ser­vilismo, muito menos com passíonalísmo eescravização.

Entendo que, como preceituam nossas leistodos nós, seja lá qual for a bandeira par­tidária sob cujos auspícios combatamos, es­tamos adstritos ao dever da fidelidade àquí­lo que for decidido legitimamente pelos ór­gãos supremos de nossas agremiações.

Mas não misturo fidelidade COm práticade eunuco. Idéias, quaisquer Deputados po­dem oferecê-Ias ao exame do Congresso Na­cional. Debatê-las, estudando-as seriamen­te, é mesmo de nosso dever. Se convémaprová-las ou não. é assunto que depen­derá da consciência de cada um, desde quenão ocorra o veto legal oposto por quempossa fazê-lo, nos estritos termos da lei.

Não há ofensa nem insubordinação naapresentação de quaisquer preposições ló­gicas que tendam a regular fatos ou a di­rimir situações. Todos nós, representantesdo povo, sabemos que a lealdade e a disci­plina devem prevalecer, no momento de de­cidir '. E todos, sem exceções, temos sido

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'1180 Sábado U DlARIO DO CONGRESSO NACIDNAL (Seção nr

Outubro de 1973

!léls à liderança, que interpreta o pensa­mente oficial do Partido.

Mas é impossível que se pretenda de nósoutros a covardia, a dubiedade, o medo ­talvez mesmo o pavor.

Fui sempre - e espero em Deus que nãohei de mudar - um apologista da liberda­de. Não da liberdade licenciosa, que é avil­tante e covarde, mas, sim, da liberdade res­ponsável, segundo a ética e segundo a lei.

Não entendo, por isso mesmo, possa '11mparlamentar ser constrangido a não ofere­cer sugestões para exame e decisão. Quan­to a nós os da ARENA, o sistema sabe quenão lhe 'temos negado solidariedade, ínclu­síve num ou noutro erro, num ou noutroengano. Mas seria exigir demasiado que nosimpuséssemos a obrigação de abdicar do sa­grado direito da advertência, antes da con­sumação.

A ser assim, jamais o Poder Legislativorecuperarâ a majestade que não lhe devefaltar Imposibilitado até mesmo de suge­rir, Plenário e Comissões se tornarão imen­sos vazios, contrários ao interesse da Re';>ú­blíca, da Democracia e da Revolução.

Se o Partido pode, decidindo por seus ór­gãos superiores, declarar que tal _ou qualprojeto não lhe merece a aprovaçao, certode que as Bancadas, na Câmara e no Se­nado, não lhe faltarão com o seu voto e asua solidariedade, por que, então, perg un­to, pretender que o representante do povonão possa propor ao exame e à Interpreta­ção de seus iguais aquela idéia que lhe pa­rece necessária e urgente?

O nobre Deputado Ildélio Martins, com aemenda constitucional que elaborou e parala. qual está colhendo o número legal de as­sinaturas que lhe permitam a tramltacão,não fez mais, inclusive, do que dar conteú­do prático ao pensamento oficialmente ex­pendido pelo Presidente desta Casa, o 81'.Flávio Marcílio, que, com toda a clareza,disse da necessidade de resguardarem-se,democraticamente, as prerrogativas do Par­lamento.

Assinar a emenda Ildélio Martins, pois,nem é praticar rebeldia, nem participar deinsubordinação. É, apenas, recordar a cer­tos setores que dominam áreas e poderesdentro do Legislativo, e a quem parece in­teressar que este continue a figurar, peran­te a opíníâo pública, como órgão manietado,como dócil instrumento constituido de co­vardes e de serviçais, que assim não é,

Debata-se o problema, estude-se o casoem todos os seus ângulos, examine-se aproposição com isenção e com patriotismo.Acaso o Partido vete a iniciativa, por seuspoderes competentes, então o nosso voto se­rá fiel e será partidário. Mas negar a apre­sentacão da idéia e a sua discussão, é de­masiado.

Por isso e por tudo quanto se possa infe­rir de minhas palavras. assinei a emendaIldélio Martins. E por ela votarei. A menosque meu Partido a ela se oponha ~ em ra­zão de interesses relevantes - hipótese emque não lhe faltará minha solidariedade.(Muito bemt)

O sn. CÉLIO MARQUES FERNANDES _(Pronuncia o seguinte discurso) Sr. Presi­dente. 81'S. Deputados. a Comissão de Direitode Trânsito do Simpósio Nacional de Trân­sito promovido pela Comissão EspeciaJ deSegurança de Veículos Automotores e Trá­fego da Câmara dos Deputados, da qualsou um dos membros, apreciando as di­versas proposições oferecidas, houve porbem aprovar as seguintes conclusões:

1. Recomenda-se a adoção de um horá­rio fixo para motoristas proüssíonaís, de

oito horas, quando em automóveis de pas­sageiros (particulares ou táxis), máquinasoperatrizes, tratores e guindastes, e de seishoras, quando em ônibus, trolley bus e ca­minhões, e ainda, a modificação do art. 155do Código'Nacional de Trânsito, a fim depermitir à categoria C de condutor profis­sional de veiculo automotor, condutores commenos de 21 anos de idade e sem contardois anos de exercício efetivo da profissão,desde que sej a este diplomando por escalaespecializada.

2. Recomenda-se a introdução na legis­lação penal de dispositivos que considerema responsabilidade solidária de proprietá­rios de veículos automotores, gerentes, che­fes de garagem e encaregados de manuten­ção de veículos de transporte de passagei­ros ou carga. Recomenda-se, ainda, a in­trodução de dispositivos na Lei de Contra­venções Penais que determinem a puniçãopara esses responsáveis, quando obriguema dirigir veículo (que não ofereça plenascondições de segurança ou que exija de tra­balhador jornada superior a seis horas detrabalho mesmo que extraordinárias, nas ati­vidades consideradas penosas, insalubres ouperigosas, pela legislação previdenciária. Re­comenda a Comissão, também, a introduçãona legislação trabalhista de dispositivo quedesfigure a caracterização de falta grave,na hipótese de recusa do motorista profis­sional em trabalhar com veiculo automotorque não ofereça plenas condíçõea de segu­rança ou em jornada extraordinária alémda normal. E, finalmente, o acréscimo aoart. 77 do Código Nacional de Trânsito deparágrafos que disponham sobre a entregade vale-carta ao condutor de veiculo auto­motor quando tiver o documento de habílí­taçâo a preendido para a realízacão de exa­mes de verificação de capacidade física,mental e técnica, salvo casos expecionais,que especifica.

3. Recomenda-se a necessáría atualí­zaçâo da legislação que rege o sistema de.trânsito no Brasil, a fim de que fiquem cla­ramente definidas as competências dos ór­gãos competentes, assim como atribuir aosComandantes das Policias Militares a com­petência para planejar o policiamento os­tensivo fardado, do qual o polícíamr-nto detrânsito é apenas uma modalidade. Outros­sim. faz-se necessária a represento cào dasPolícias Militares nos Conselhos Estaduaisde Trânsito.

4 Recomenda-se para a obtenção decerf.írlcado de Diretor de Auto Escola a exi­gência de qualidade de motorista profissio­nal, bons antecedentes profissionais. certi­dões negativas de débitos por multas ou in­frações de trânsito e bons antecedentespenais.

Recomenda-se, ainda, para a concessão deCertificado de Instrutor de Auto-Escola acondição de ser motorista profissional cembons antecedentes profissionais, idade mini­ma de vinte e um anos, dois anos de expe­riência profissional comprovada, escolari­dade mínima correspondente à 5.§ série do1.0 grau, certidão negativa de débitos e mul­tos, bons antecedentes penais, aprovação emexame psieotécntco e certificado de conclu­são de curso de treinamento especializado.

5. Recomenda-se a inclusão do tipo san­guíneo e RH no documento de habilita­ção.

6. Recomenda-se a renovação de dispo­sitivos do Título rr, Livro I, do Código deProcesso Penal vigente, (art. 4.0 usque 23)no que concerne ao inquérito policia} e aoconceito de autoridade policial, tendo emvista a necessidade de aceleramento do pro­cesso penal referente aos direitos de trân­sito, estabelecendo-se a unidade de acãopolicial no local do evento; a revogação deLei 11.° 4.611, de 2-4-1965, a adoção de sín-

dícâncla sumária no local do acidente, en­caminhada diretamente ao Procurador daComarca do evento, como elemento hábilpara a propositura da ação penal; e a ado­ção de processo especial para os delitos detrânsito, com rito sumaríssimo, sendo queos mais leves, ou seja, as atuais contra­venções e as lesões corporais teriam o julga­mento de plano.

7. Recomenda-se a criação de ConselhosComunitários de Segurança nos Munlcipícs,

8, Recomenda-se a representação dasPolícias Militares nos Conselhos Estaduaisde Trânsito através da modificação da alí­nea c do art. 3.° do Código Nacional deTrânsito, acrescendo-se- uma letra no art.7.° desse diploma legal.

9. Recomenda-se a revisão dos disposí­tivos do Código Nacional de Trânsito, quetratam da caracterização das infrações, suapunição e seus respectivos índices e limi­tes a fim de adaptá-los à legislação cor­respondente, mediante revisão de índicesde multas casos de retenção e apreensaode veiculo~ e ainda amplo funcionamentodo registro nacional de veículos (RENA­VAM) e a criação de registro nacismal deprontuários e carteiras de habllítaçâo iRE­NACH).

10. Recomenda-se a adoção de medi.dãsem relação àquela que mantiver motorístaa seu serviço, dele exigindo,.ha~itualmente.

prestacão de trabalho superior as suas for­ças, bem como sejam previstos como erímeza entrega de veículo automotor a pessoa naohabilitada e dirigir veículo automotor estan­do com o documento de habilitação apreen­dido ou cassado; recomenda-se a criação dedispositivo legal que obrigue à constataçãoda embriaguez do motorista, bastando paradiagnóstico que se proceda ao exame desangue ou ao emprego de aparelho de aralveolar; deve ser dada nova redação aoart. 97 do Código Nacional de Trânsito, es­tabeleeendo-se novas modalidades de cas­sação do documento de habilitação; pro­põe-se a revogação, pura e simples, da Lein.O 4.611, de 2-4-1965.

11. Recomenda-se a proibição de vendade bebidas alcoólicas à margem das estra­das' introducão imediata dos alcoômetros(bafômetros): nos postos da Polícia Rodo­viária' determínacâo de índice de alcoole­mia ein motoristá que excederem os índi­ces de velocidade regulamentar; e, final­mente íntroducão de termo de compromis­so do' motorista para deixar-se examinar.

12. Recomenda-se acrescer ao art. 37 doCódigo Nacional de Trânsito três parágrafosproibindo a fabricação, importação e ve.ndaem todo o território nacional de equipa­mentos e - acessórios cujo uso tenha sidoproibido pelo CONTRAN. preevndo-se a im­portação e a circulação de veículos já pro­vidos desses equipamentos.

13. Recomenda-se a modificação da re­daeâo do art. 123 do Código Nacional dsTrânsito, para que, nos casos de acidente,seja obrigatória a lavratura do auto de Ila­grande. dispensada a fiança e livrando-sesolto quando o condutor promover socorrointegral e adequada à vítima.

14. Aprovam-se sugestões para uma re­gulamentação do trânsito de veículos.

15. Recomenda-se a aprovação do an­teprojeto de lei oferecido pelo Conselho Fe­deral da OAB que difine as infrações pe­nais relativas à circulação de veículos, re­gulando o respectivo processo e julgamen­to, com restrições, sendo que alguns dosparticipantes da Comissão de Direito deTrânsito do Simpósio, expressamente con­denaram os artigos 8.°. alíneas d e e, alíneasa, b e c, 10, 12 e 14, § 2.°.

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Outubro de 1973 D1ARIO DO CONGRESSO 'NACION.'\L (Seçao I) Sábado 13 '1181

16. Recomenda-se a criação de cursossuperiores de Engenharia, de Medicina e deDireito de Trânsito.

17. Recomenda-se a transformação dosatuais Departamentos Estaduais de Trân­sito em autarquias.

18. Recomenda-se ao Conselho Nacionalde Trânsito seja modificada a parte do Có­digo Nacional de Trânsito, no que se refe­re aos exames de habilitação.

. 19. Recomenda-se a eríacão (Te um Fun­do Nacional de Trânsito (FUNTRAN).

20. Recomenda-se a centrallzecão do re­gistro de carteiras de habilitação e certifi­cado de registro dos veículos.

21. Recomenda-se o estabelecimentopelo Governo Federal de íncentícos finan­ceiros e fiscais para a construção de edifí­cios-garagem no País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.(Muito bem!)

O SR. FLORIM COUTINHO - (Pronunciao seuginte dlseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, no período de 22 a 28 de outu­bro próximo será realizado na Guanabarao "s.egundo Congresso Nacional dos Servi­dores Civis do Brasil" - ativos e inativos- que obejtiva ao atendimento de diver­sas reivindicações para a melhoria das eon­dições de vida dos servidores; de padrõesde trabalho: assessoramento com a admi­nistração pública e outras provldêncías.Dentre elas, a reclassificação dos tuncío­náríos do Ministério do Exército, um dosmaiores quadros que labutam para o Ser­viço Administrativo do Brasil, que até estadata não tiveram os seus cursos de trei­namento iniciados, e que vêm seus colegasdos Ministérios da Marinha, Aeronáutica,Fazenda e Justica com provas de classifi­cação marcadas para o mês corrente.

Sr. Presidente, srs. Deputados, desta Tri­buna, faço um apelo ao Sr. Presidente daRepública, ao Sr. Ministro do Exército edemais autoridades, a fim de que, com ur­gência. tenham aqueles servidores do Exér­cito, com vencimentos baixos, o novo en­quadramento, para melhor assistirem finan­ceiramente suas famílias.

Outrossim, o aproveitamento também dosfuncionários contratados do Exército, ossubstitutos daqueles primeiros, pois os co­nheço bem de perto, quando tive a satis­racão, por três décadas, de ombrear-meem várias repartteões em que militei naminha vida militar, e os sei eficientes edevotados.

Lembro também ao Exm.O Sr. Presidenteda República que o 13 o salário é uma con­quista consagrada na Iegislaçâo trabalhis­ta. O Estado com sua aeao moderadorade equilíbrio social, obrigá o pagamentodesse ueneticlo ao trabalhador. Trabalha­dores, Sr. Presidente. não são aqueles so­mente que têm o particular como patrão.O Estado também possui os seus trabalha­dores, os seus assalariados, que são os ser­vidores civis e militares da União. A valo­rízacão desses servidores economicamente,é sem dúvida a forma de estímulo ao tra­balho e ao cumprimento de suas responsa­bilidades. O serviço público deixou de ser,com a Revolução de Março, o cabide deempregos, o foco de corrupção e o sinôni­mo de negligência.

O Programa de Reforma Administrativafederal, desenvolvido pela Fundação Ge­túlio Vargas e Ministério do Planejamento,não pode fugir ao estudo e pagamentodo 13.0 salário aos funcionários federais,como medida preliminar da valorização dafunção pública.

Poderá S. Ex.a. o Sr. Presidente da Re~

'Pú)JJica, vir ao encontro da maior e mais

justa reivindicação de seus comandados, an­tecipando a sua mensagem ou decreto, con­cedendo a tão almejada e justa melhoria.

l!: necessário que a Revolução se voltepara este aspecto de incentivo ao homem,que é peça fundamental do sistema damáquina administrativa do Estado. Essapolítica influirá por irradiação às adminis­trações estaduais, onde o problema é maiscruciante.

O próprio Governo implantou o Progra­ma de Assistência aos servidores Públicos- PASEP - o qual constitui o primeiropasso para a extensão do 13.0 salário aofuncionalismo, como meio de aumentar arenda do servidor.

Sr. Presidente, no atual estágio de nos­so desenvolvimento rápido, há necessida­de de consumo para maior velocidade dodinheiro; o consumo do assalariado é sim­plesmente aquele imprescindível à alimen­tação, o Vestir, a educação e a moradia.São eSSa:.'l necessidades mínimas, as condi­ções de valorização do homem, não va­lendo, portanto, como medida inflacioná­ria, porque gera velocidade na riqueza na­cional.

O Exm.o Sr. Presidente da República, Ge­neral Emílio Garrastazu Médici, o primeiroe mais elevado titular da função pública,antecipe-se à formalização dessa principalreivindicação dos funcionários civis e mí­lit.ares, concedendo-lhes a extensão do 13.0salário. Não existe S. Ex.a também margína­lízados os humildes servidores eívis do Exér­cito, que até o presente momento não tive-

• ramo repíto. os seus cursos de treinamentoiniciados, quando seus companheiros de ou­tros Ministérios já os tiveram, e até mes­mo. como os do Ministério da ,Justiça, comas provas de classífícacão marcadas paraesta quinzena de outubro.

Sr. PI'€siõente, S1'S Deputados. não possodeixar também, desta tribuna. como filhode um simples cat-teiro dos ocrreíos, comoex-estafeta. de fazer 11m anelo veementeao Exm.? Sr. Presidente da Renúbllca paraos 63 mil brasileiros homens e mulheres,funcionários núblícos da União. regidos pe­lo Estatuto. Falo do nosso Carteiro daqueleque nos traz as noticias esperadas. São 63mil funcionários, servindo em três áreas depessoal da ECT - a postal, a te1E'!,Táfica ea burocrática - ameaçados de perder a re­classiJicação federal

A elaboração do quadro foi entregue auma firma paulista, que ainda não termi­nou o trabalho. Após a sua conclusão, ha­vemos de ter a aprovacão do quadro, es­tabelecimento das condições de opção e, fi­nalmente, a definição do INPS sobre a con­tagem ou não do tempo de serviço anteriorpara os funcionários que requererem a apo­sentadoria imediatamente deoois da oncâopela CLT.

Segundo informações fidedignas, a elas­sificacão de cargos permitiria aos funcio­nários duplicar ou mesmo triplicar os seussalários, mas que a opção pela CLT dariana rescisão do contrato de trabalho, nãosendo de Interesse da ETC, nem do pessoal.nem da própria administração.

Sr. presidente, faço um apelo urgente aoSr. Presidente da República, no sentido dacriação, pelo DASP, de um Grupo de Tra­balho para solucionar o problema dos fun­cionários, através de uma legislação cons­trutiva e que estenda aos servidores daETC os beneficios prováveis da Lei n.? ...•5.645/70.

Assim, Sr. Presidente, com este apelo aoSr. Presidente da República, quero lembrar,como representante do povo da Guanabaranesta Casa, em resumo, o seguinte:

- A enorme massa de contratados doServiço Público Civil da União .será be-

neficiada pelo Novo Plano de Classifica­ção de Cargos; os milhares de aposenta­dos do funcionalismo federal terão direitossalariais iguais aos dos funcionários ematividade, desde que seus cargos preen­cham os requisitos necessários à transpo­posição para as novas Categorias Funcio­nais, dentro do Plano. isto é, ativos e ina­tivos recebem a mesma coisa.

Só a projeção do Plano (Lei n.> ••....••5.645/70) sobre a ETC, poderá decidir aquestão dos 63 rml funcionários do antigoDCT. onde, na opinião da maíoría de seusservidores, não é a melhor solução a opçãopela CLT.

Como disse, uma projeção semelhante ou,talvez, uma revisão ou emenda dentro daprópria Lei n.o 5.645. acabará se impondopara solucionar o problema angustiante ejusticeiro dos milhares de servidores apo­sentados, cujos cargos não concorrem àtransposição imediata.

Era o que tinha que dizer. (Muito bem!)O SR. AMARAL DE SOUZA - (Pronun­

cia o seguinte díseurso.) Sr. Presidente, aAssembléia Legislativa gaúcha, em sessãorealizaâa no dia 27 de setembro passado,aprovou projeto de lei que autoriza a cons­tituição do Banco de Desenvolvimento doEstado do Rio Grande do Sul.

O fato deve merecer registro da bancadaarenísta de nosso Estado na Câmara dosDeputados, pois transcende de simples acon­tecimento regional para tornar-se eventode interesso nacional. pelas repercussões po­sitivas que terá no próprio desenvolvimen­to brasileiro.

O ilustre Governador Euclides Triches,com a criação do BADESUL, não apenas in­corpora mais uma importante iniciativa aoacervo de realizações e obras de seu dinâ­miro Governo, como. especialmente, dotao Rio Grande do Sul de um instrumentoeconômlco-financelrc indispensável a umprogresso integral e seguro.

Desejamos, assim, desta tribuna, expres­sar nossa satisfação e apresentar nossascongratulações ao povo e Governo do RioGrande do Sul, por esta medida de tanta.significação para o próprio Brasil. (Muitobem!)

O SR. JOEL FERREIRA - ~"em reVI""'\)do orador.) Sr. Presidente, no meu Estado,o único Municipio ligado por estrada à Ca­pital é o de' Itacoatiara. Há cerca de 10anos, foi implantada uma estrada, em ca­ráter embrionário, doe apraxímadamente 386km. Mas o Estado ainda não conseguiu as­faltá-la, para facilitar o tráfego daquelesque, principalmente nos fins de semana,demandam Itacoatiara.

Por esta razão, dirijo um apelo ao Sr.Ministro dos Transportes, no sentido de in­cluir, no Plano Rodoviário Nacional, a es­trada Manaus-Itacoatiara, no Estado doAmazonas.

Era o que tinha a dizer. (Muito bem!)O SR. WILMAR DALLANHOL - (Sem re­

visão do orador.) SI' Presidente, existe aSUDESUL, cuja jurisdição abrange os Esta­dos do Paraná, Santa Catarina e Rio Gran­de do Sul, com sede em Porto Alegre; aSuperintendência da Receita Federal aten­de aos Estados do Paraná e Santa Cata­rina, tendo sua sede em Curitiba, assimcomo a Delegacia Regional; o MEC temigual jurisdição e sede na mesma localida­de; a Delegacia Regional da Rede Ferro­viária Federal, idem; a Fundação da CESP,da mesma maneira: A SUNAB, idem; DNAEEDepartamento Nacional de Água e EnergiaElétrica, com igual jurisdição e sede; TRT,Tribunal Regional do Trabalho, tem sede

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718! Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Outubro de 1973

.em Porto Alegre e jurisdição no Paraná,Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Sr. presidente, fala-se agora na criaçãode novos Tribunais Regionais do Trabalho.11: imperioso que se instale um Tribunal Re­gional do Trabalho em Santa Catarina.Nesse sentido, pedimos seja transeríta acoluna "Opinião", do Jornal de Santa Ca­tarina:

"O Tribunal Superior do Trabalho estápreparando um anteprojeto criando tri­bunais regionais em Curitiba e Bra­sUia.Santa Catarina, em função de sua in­dustrialização acelerada, vem apre­sentando um movimento crescente dereclamações trabalhistas em sua~ jun­tas de conciliação e julgamento. 11 se­gunda instância dessas questões é oTribunal Regional do Trabalho, emnosso caso, sediado em porto Alegre,É fácil de imaginar os transtornos cau­sados pela distância que nos separa dacapital gaúcha, nos casos de apelaçãode sentença, que não são poucos. Daia conveniência de termos aqui no es­tado nosso Tribunal Regional.Há cerca de dois anos, quando aqui es­teve pela última vez, na qualidade depresidente do TRT de Porto Alegre, ohoje ministro do T8T Carlos AlbertoBarata e Silva manifestou simpatia pe­la idéia, baseado exatamente no movi­mento das nossas JCJs.A oportunidade para reivindicar-mosum tribunal para Santa Catarina pare­ce a melhor possível, pois o TribunalSuperior do Trabalho está preparandoum anteprojeto nesse sentido, bene­ficiando o paraná e o Distrito Federal.Bastaria o envio de memorial detalha­do àquela corte, solicitando a inclusãodo nosso estado.É evidente que uma causa desse portedeve contar com o apoio maciço. nãosó do governo do estado, como da pr~­pria justica do trabalho, tanto atravesdas juntas de conciliação e [ulgamentode Santa Catarina, como do proprioTribunal Regional de porto Alegre. Isso,sem falar na influência dos nossosdeputados e senadores, cujo prestigiomuito poderá contribuir para que serealize esse sonho das classes trabalha­dora e empresarial."

Era o que tinha a dizer. (Muito beml)

O SR. JORGE FERRAZ - (Pronuncía oseguinte díseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, há muito tempo venho ouvindodos apressados defensores do Governo ­e mesmo deste, via de incessante e bemdifusa publicidade - os mais rasgados elo­gios à assistência previdenciária.

A previdência social no Brasil, dizem asmesmas fontes, aos poucos e principal­mente após o movimento revolucionário demarço de 1964, vai atingindo a plenitude.dos objetivos consignados em seu estatutobásico, a Lei n.? 3.807, de 26 de agosto de1960, que são:

"M~egUrar aos seus associados, ou se··gurados, os meios indispensáveis de ma ..nutenção, por motivo de idade avança­da, incapacidade, tempo de serviço,prisão ou morte daqueles de quem de..pendiam economicamente, bem como aprestação de serviços que visem á pro­teção de sua súde e concorram para oseu bem estar."

Entretanto, não é bem isso o que aconte­ce e o povo do País inteiro - do qual oGoverno parece estar alheado em termos de

realidade social - sofre dia a dia nos ema­ranhados burocráticos da instituição pre­videnciária os desencantos de um serviçoinadequado, desaparelhado e desatualizado.

Ainda agora chega-nos a notícia de queo Instituto Nacional de Previdência Socialnão está autorizando ampliação de convê­nio para prestação de assistência médico­odontológica aos associados de sindicatos,assim como não está aprovando novos con­vênios.

A conseqüência é a queixa generalizadaentre os sindicatos.

Na verdade, quando o Governo lançou afórmula dos convênios, logo passou a con­siderá-la a grande salvação, eis que ime­diatamente a identificou como uma alter­nativa viável de descentralização previden­ciária.

Os sindicatos - inúmeros pelo Pais afora- acreditaram nas boas intenções governa­mentais e entregaram-se à inovação, bus­cando contribuir para proporcionar aos seusassociados aqueles benefícios previdenciá­rios relacionados com assistência médico­odontológica, de ordinário tão difíceis dealcançar fartos e prontos, como o exige odireito de quantos mês a mês, ano apósano, recolhem religiosamente a sua con­tribuição.

Hoje esses sindicatos encontram-se empânico, porque, evidentemente, a demandaaumentou a partir da instalação dos con­vênios e o órgão previdenciário, ao contrá­rio de mantê-los à altura das promessas edas esperanças alentadas, simplesmente re­tarda - em alguns casos há mais de umano - a aprovação de aditivos ou novosconvênios.

Será que o INPS já não acredita na fór­mula por ele mesmo engendrada?

Ou será que a louvação dos áulícos doGoverno é um pouco prematura, visto queainda persistem os mesmos entraves buro­cráticos a tornar longínqua a possibilidadede uma eficaz assistência previdenciária?

Isso, por certo, não é bom para os sindi­catos e para os seus associados, que estãoem vias de chegar a nova frustração. Mas,não é bom também para o INP8 e para oGoverno. (Muito bem!)

O SR. JERôNIMO SANTANA - (Pronun­cia o seguinte díseurso.) Sr. presidente, Srs.Deputados, são inúmeras as denúncias quefizemos desta tribuna sobre as expropria­ções de terras nos Municípios de Porto Ve­lho e Guajará-Mirim. São expropriaçõessumárias cujo rito é desconhecido de qual­quer legislação dos povos civilizados. Poder­se-ia dizer que se informam num rito tri­bal, tribal mesmo. Os prazos dados pelosPrefeitos, quando convocam os donos dosterrenos para se manifestarem sobre assuas preterições no lote que pretendem ex­propriar. são de dois dias. Anulam-se cartasde aforamento, querendo com isso anularseus efeitos ou as benfeitorias e os traba­lhos daqueles que beneficiaram o lote. Essesatos tornaram-se meios de perseguiçõesodientas contra aqueles que não pertencemàs correntes políticas dos donos das Pre­feituras nos Territórios. Tomam os terrenosde uns para dá-los a outros, desde que se­jam afilhados ou protegidos pessoais dosPrefeitos. Essas iniciativas deixam os ci­dadãos donos de propriedades nos Territó­rios sem o mínimo de segurança e garantia.Esses atos de expropriações são mais amiú­de praticados contra elementos da oposi­ção. Não se tem notícia mesmo de expro­priações decretadas contra os correligio­nários dos Prefeitos: pura paixão e perse­guições injustificadas. O exemplo do que

fizeram e fazem com Walmir Morais provaaté onde chegam a paixão e os casos pes­soais que se valem das administrações mu­nicipais para terem guarida.

Leio documentos denunciando mais essasarbitrariedades e ilegalidades ao Sr. Pre­sidente da República e ao Sr. Ministro daJustiça.

A ditadura territorial nada respeita, nemmesmo os direitos de propriedade.

Eis os documentos:"ALTO MADEIRA"APELOFrancisco Pereira Caldas, p()r intermé­dio do "Alto Madeira" vem apelar aoSr. Prefeito da Capital, dentro da razãoe do direito, no sentido de que seja re­visado o processo de seu lote de terrasque foi 'começado com todas as benfei­torias nele existentes, tendo nesse sen­tido já encaminhado requerimento aessa Prefeitura e até ',oje sem soluçãoou despacho.Para maior orientação, segue a publi­cação do Ato que anula a Carta de Afo­ramento, publicado no Diário Oficialde Rondônia, no dia 9 de dezembro. de1966, n.O 291.

DECRETO N.o 327,DE 21 DE NOVEMBRO DE 1900

Anula a Carta de Aforamenton, o 2.051, expedida em 26 de,'.se­tembro de 1952, para fins de utili­dade pública.

O Prefeito Municipal de Porto Velho,usando das atribuições que lhe confereo art. 9.0, item lU, do Decreto-lei Fe­deral n.? 5.839, de 21 de setembro de1943, eConsiderando que o foreiro de terras éobrigado, de acordo com o que dispõe a.cláusula 4a, da Lei n.a 27, de novembrode 1915 a ceder para servidão pública,sem estrépito judicial, sem ônus ouqualquer embaraço com a administra­ção, salvo indenização de benfeitoriasúteis;Considerando que a Prefeitura Munici­pal de Porto Velho está utilizando aárea rural, na remoção de laterita pi­çarra, para revestimentos de logradou­ros da Cidade;Considerando que a referida área éaforada em favor de Francisco PereiraCaldas, conforme carta de aforamenton,> 2.051, expedida em 26 de setembrode 1952.Decreta:Art. 1,0 Fica a nu 1a d a a Carta deAforamento n.O 2.051, expedida em 26de setembro de 1952, referente à áreade terras rural.Art. 2.° Fica revertida ao PatrimônioMunicipal a área de terras para finsde utilidade pública.Art. 3,0 O presente decreto entraráem vigor na data de sua publicação, re­vogadas as disposições em contrário.Prefeitura Municipal de Porto Velho,21 de novembro de 1966."

"Ministério do InteriorTerritório Federal de Rondônia

Prefeitura Municipal deGuajará-Mirim

DECRETO N.o 377,DE 8 DE NOVEMBRO DE 1972

Anula ato da Prefeitura l\Iunici­pal de Guajará-Mirim.

O Prefeito Municipal "le Guajará-Mi­rim, no uso de suas atribuições legais, e

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outubro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)" Sábado 13 7183

Considerando que esta Prefeitura con­cedeu aos Senhores Melquíades Alves.dos Santos, a Carta de Aforamento n.?511, correspondente ao lote de terrasn.o 20 da quadra n,v 47, e Carlos Ma­riano Noya, a Carta de Aforamento n.?1.679, correspondente ao lote de terrasn.O 18 da quadra n.O 21;

Considerando que, de acordo com a Lei0.° 5.812, de 13 de setembro de 1943,Decreto-lei n.? 9.760, de 5 de setembrode 1946, Lei n.v 5.597, de 12 de setem­bro de 1955, e demais disposições delei atinente à matéria, nào é esta Pre­feitura competente para expedir Cartade Aforamento sobre terrenos da União;Considerando que, segundo a SúmulaJurisprudencial n.? 473, publicada noDiário da Justiça n.? 235, Ano XLIV, de11 de dezembro de 1969, "A Admínts­traçáo pode anular sem: próprios atos.quando eivados de vícios que os tornamilegais, porque deles não se originamdireitos";DECRETA:

-Art. 1.0 Ficam cancelados os Titulosde Terras n.ss 511 e 1.679, correspon­dentes aos lotes de terras n.o, 20 daquadra n.O 47 e 18 da quadra n.? 21,respectivamente todas as averbacõesneles contidas. -

Art. 2.° Este Decreto entrará em vigorna data de sua publicação, revogadasas disposições em contrário.Ruy Rodrigues de Almeida, PrefeitoMunicipal - Waldir Rocha Leal, Dir.'da Div. de Administração."

"Ministério do InteriorTerrítólio Federal de Rondônia

Prefeitura Municipal deGuajará-Mirim

Edital de Chamamento

De ordem do Senhor Prefeito Munici­pal, convidamos a foreira do lote deterras n.o 12 da quadra n.? 47, Sra.Hortência da Silva, para comparecer aesta Prefeitura, a fim de' responder pe­lo abandono do lote acima referido,dentro do prazo de 3 (três) dias, a par­tir da publicação deste, sob pena doTítulo de Terras n.o 444, corresponden­te ao lote em tela, ser cancelado.

Secretaria da Prefeitura Municipal deGuajará-Mlrtm, em 27 de julho de 1973.

Júlio Alves de Araújo, Secretário.

Ministério do InteriorTerritório Federal de Rondónia

Prefeitura Municipal deGuajará-Mírím

EditalA Prefeitura Municipal de Guajarâ­Mirim, convida o Sr. José Teixeira daSilva, foreiro do lote de terras n." 18da quadra n. O 47, para responder peloabandono do referido terreno, dentrodo prazo de 2 (dois) dias, a partir da pu­blicação deste, bem como os herdeiros deMelquíades Alves dos Santos, paraapresentar documento hábil que provea posse do citado lote de terras,. noprazo de 2 (dois) dias, findo o qual será otítulo do mesmo anulado e cedido aquem estiver em condícões de construir.

Guajará-Mtrím, 28 cie julho de 1973.- Anúsia Saldanha Guerreiro, Dir. daDív, de Administração."

Era o que tinha a dizar. (Muito beml)

O SR. JUAREZ BERNARDES - (Pro­nuncia o seguinte discurso.) Sr, Presidente,Srs. Deputados, a notícia correu tão célerequanto triste; tombava mais um bravo des-

bravador dos sertões de Goiás, João Ber­nardes Rabêlo. Eloe, que foi Prefeito de Ca­valcante e Alto Paraíso e representou comdignidade e altivez o povo goiano na As­sembléia Legislativa, deixou marcas inde­léveis na sua passagem pela vida terrena.Não passou em brancas nuvens. Seja comohomem público ou na iniciativa privada,revelou-se sempre, antes de tudo, um ho­mem devotado à causa pública, dedicandotoda sua vida a servir aos seus semelhan­tes, principalmente aos mais humildes.

João Bernardes Rabêlo foi sem dúvidaalguma o grande propulsor do progressoda região mais pobre do Estado de Goiás, onordeste goiano. Graças a sua luta incan­sável, seja na abertura de estradas, no in­centivo à agricultura, especialmente noplantio de trigo, no amparo ao trabalhodiuturno da classe garimpeira, foi Bernar­des Rabêlo inegavelmente, um exemplo aseguir pelas gerações vindouras. Homem depoucas letras, dimensionou o futuro, im­plantando uma nova mentalidade nas no­vas gerações de moços.

Quantos hoje' se encontram em posiçoesde destaque graças as suas metas deseri­volvírnentístas para o nordeste goiano. No­vos horizontes se abriram a muitos quemuitas vezes mal compreenderam o "velhocapitão", se assim podemos cognomlná-lo,pelo seu comando inequívoco na sua regiãoesquecida e abandonada pelos oovemosestaduais.

Todos lhe devotavam respeito pela sin­ceridade de suas palavras, pelo timbre fir­me da sua voz e pela honestidade e às ve­zes até agressívidade dos seus propósitos,mas voltados sempre para o bem-estar ,dasua região e da sua gente.

Foi-se João Bernardes Rabêlo, mas ficouo seu exemplo. que há de perpetuar-se parasempre entre os que ficaram. Os jovens,principalmente, que ele sempre procurouajudar, incentivando-os, hão de convir queoutros da têmpera de João' Bernardes pre­cisam aparecer para que a região não fiqueórfã, esquecida como sempre o foi pelosGovernos estaduais. (O orador é abraçado.)

O SR. ILDÉUO MARTINS - (Pronunciao seguinte díscnrso.) Sr. Presidente, srs,Deputados, por solicitação da douta Lide­rança desta Casa, em reunião do Congressoreproduzo perante este Plenário os esclareci­mentos que prestei sobre a posição do Mi­nistro Jarbas Passarinho frente ao Decreto­lei n,? 477, objeto de' crítica na Câmara dosDeputados.

Foi assim que me expressei:A diversidade dos trabalhos desta Câ­

mara, distribuindo-se pelas Comissões. peloPlenário, além daquela que as margínammas integram a própria vida parlamentar,obrigando-nos a entrevistas com autorida­des fora e as vezes distantes da nossa sede,impediu-me de estar presente neste Ple­nário quando dos pronunciamentos doDeputado Lisâneas Maciel a respeito daaplicação do Decreto-lei n.> 477.

Contribuiria, no entender desse Deputado,o Ministro da Educação e Cultura, o hon­rado Ministro Jarbas Passarinho, para aimplantação de um regime de terror no:MEC, com fundamento nesse diploma legal.

Por certo que S. Ex.a está definitivamentemal informado. Ao contrário do que se afir­ma e do que se diz nesse e em outros pro­nunciamentos do mesmo conteúdo acusa­tório, uma pesquisa séria, um levantamentohonesto revelarão que esse diploma nuncaencontrou no :Ministro Jarbas Passsarinhomaiores repercussões e nenhum prazer ainjustiças. E a bem da verdade é necessárioque se esclareça a esta Casa que foi S. Ex. lL

sustentado num inalterável equilíbrio dt

emoções, que disciplinou o tumulto inten­cional que buscava incentivo no Decreto­lei n.O 477.

Exatamente diante das clamorosas distor­çõ.es. que chegaram à sua consideração, oMinístro Jarbas Passarinho cuidou de fixarem termos incontroversos as limitacões deambíto de atuação desse diploma e do esta­tuto disciplinar próprio das escolas, defí­mndo as infrações puníveis por um e outro.

Todo o trabalho realizado nesse sentido,incentivado na sensibilidade que as distor­ções provocam, foi consagrado em parecerjudicioso da Consultoria Geral da Repú­blica, a que o Ministro Passarinho levou assuas inquietações e a solução que lhe ditoua sua consciência.

Neste primeiro passo tranqüilizou-se oborborínho dos panglocianos avessos quedivisavam até mesmo nas reivindicacõeBmais justas e mais serenas de estudantes eprofessores sintomas de subversão à ordemjurídica ou contestação ao regime revolu­cionário.

Depois, cuidou S. Ex." de alterar o pró­prio processo no diploma em foco. que sópermitia recursos ao Ministro nos casos deabsolvição dos índigitados.

Mas S. Ex.a, que dignificou dois Ministé­rios. não se conformou com a frieza da letraque expressava as normas agrupadas nessalei e adentrou-lhe o espírito, com percuscíêri­eia equlllbrada de O1'f'ffi tom a consciênciado poder responsável e abriu, na lei, as por­tas do seu Gabinete. para a consideração desua consciência julgadora de última ins­tância. aos recursos que passaram a serviáveis das decisões calcadas nesse Decreto-lei. Todas. .

Não testemunho essas fatos que enobre­cem o Ministro Jarbas Passarinho por ouvirdizer. por obrigação de ofício. por encar­gos de Liderança ou por bajulacão que asrenego. Faço-o porque participei das inqule­tacóes desse homem diante dos excessos quevínhamos conhecendo, ele e eu, em relaçãoao tema.

Faço-o porque conheci a sua deliberaçãoperemptória de pôr fim a conturbações quelevavam à sufocação os estatutos discipli­nares das escolas pela facilidade que en­contravam os interessados na aplicação danorma excepcional.

Faço-o porque foi também comigo que S.Ex.a discutiu o tema e tracon, como normaa ser cumprida. essa estrutura de que acabode ocunar-me em esclarecimento necessárioa esta'Casa.

Estou conveneido de que a autoridade queme dá o meu comportamento nesta Casaobrigará uma ponderação melhor e maisequilíbrio quando se houver de julgar aquio honrado Ministro Jarbas Passarinho, quetem dado à causa pública o melhor de seu,com humildade e com renúncia. (Muitobem!)

O SR. JOSe OAMARGO - (Pronuncia oseguinte discurso.) Sr. Presidente. Srs.Deputados Mogi das Cruzes é um dos maisprósperos Municípios do Estado de SãoPaulo. O vertiginoso progresso que tem al­cançado nos últimos anos é. sobretudo, fru­to do esforço de sua laboriosa população.Apesar do alheiamento do Governo do Es­tado, qUB tantas promessas fez ao povodaquela cidade quantas deixou de cumprir,a todas relegando ao esquecimento, Mogídas Cruzes não cessa de queimar etapaspara o seu desenvolvimento, confiante naforça de trabalho de seu povo e na exce­lente localização do Municipio. É o primeiroprodutor agrícola do Estado e sua receita jáalcança a de São José dos Campos.

Mogi das Cruzes dispõe de excelente rede...J2alli:j);ia. três universidades onde estudam

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':184 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Outubro de 197~

mais de 18.000 jovens. Tudo isso como partede um programa que visa a dotar aqueleMunicípio de toda uma tntra-estrutura quepermita alçá-lo entre os maiores e maisricos de São Paulo. O esforco nesse sentidorealizado pelo povo e por ~ seus represen­tantes, através de anos seguidos, tem sidolargamente compensado pelo intenso pro­gresso que as estatísticas atestam. Apesarde lutar com enormes dificuldades em co­municação, pois os últimos governos esta­duais nada fizeram para dotar aquela ci­dade de modernas rodovias, seu povo não sedeixou abalar. Muito ao contrário, descrente'da ação governamental. sua população eseus administradores enfrentaram, por con­ta própria. problemas cuj as solução deveriatocar ao Estado.

Assim é que Mogí das Cruzes está desti­nada a tornar-se num dos maiores centrosindustriais do Estado. Sua localização privi­legiada garante o seu futuro, desde que dis­põe de um povo altaneiro e que sabe o quequer. Sua contribuição para a receita doEstado e da União tem crescido a cad a ano.apesar de Quase nada vil' recebendo deambos.

Agora, Mogi das Cruzes está-se sentindotolhida em sua ânsia de progresso, em de­corrência de problema cuja solucão é ím­praticável ao seu povo. Trata-se de seusistema telefónico, não mais eondízente comsuas necessidades. Há muito a 1'ELESP de­veria ter encampado a Companhia Tele­fónica de Mogi das Cruzes, pois foi criadapara a unificação dos serviços teleíônlcosem São Paulo, conforme planejamento 60Ministério das Comunicações. Para cumprirsuas finalidades a TELESP já assumiu ocontrole acionário de numerosas compa­nhias telefónicas de município bem menoresdo que Mogi das Cruzes, que é o único doGrande São Paulo ainda fora do controleda TELESP. Esta foi criada para resolvero problema telefônico do Estado, em ter-omos adequados ao nosso avanço .em comu­nicações. Não se compreende, assim. porqueainda não está atuando em Mogi das cruzes,,que está seriamente prejudicada pela defi­ciência do seu servico telefônico, tornadoobstáculo ao seu vertiginoso crescimento. Aencampacâo desses ser,,:iços pela T~LE~Pconstitui, 'hoje, a princípal relnvíndícacãodos mogíanos, indispensável que é a manu­tenção do ritmo de desenvolvnuento de suacidade. Neste sentido formulamos apelo aosseus dirigentes, bem como ao Minis;ro dasComunicações. uma vez que se trata demedida inadiável e decisiva para aqnalaregião do Estado de São Paulo! Destaca-seainda dos vários motivos que recomendama incorporação da Companhia Telefônicade Mogí das Cruzes à TELESP a reconhe­cida incapacidade daquela empresa paralltualizar os seus scrvícos teletômcos aoSistema de DDD, já impíantado C0111 gran­de sucesso em numerosas cidades do inte­rior paulistano. As exigências do progressorecomendam esssa medida. o comércio, aindústria, os profissionais liberais, todas asclasses produtoras, os serviços médicos ehospitalares, o nobre povo em geral. nãopodem ficar privados do conforto e da se­gurança desse notável sistema de comu­nícacão. O atraso das medidas de atualí­zaçãà redundará em prejuízo incalculáveisque o Poder Público pode e deve evitar.(Muito bem l)

O SR. MOACYR CHIESSE - (Pronunciao seguinte discurso.) 81', Presidente, 81'S.Deputados, no dia 21 de setembro próximopassado teve lugar a solenidade de entregados prêmios aos vencedores da II Mostrade Artes Visuais e dos Concursos Literário,Musical e Teatral de 1973, no Palácio doGoverno, em Niterói.

O vencedor do Prêmio Literário "AdelinoMagalhães" foi o escritor Osmar Rodrtgues

Marques, com a obra inédita o "Sino deMadagascar" e o escritor Roberto Reis, coma obra publicada "A Dor da Bruxa".

Mereceram ainda destaque com mençõeshonrosas os escritores Domingos Pellegrino.Jr., com a obra inédita "O Homem Verme­lho"; José Fernando de Marra Carbonieri,com a obra inédita "Conrado Honórío eOutros Contos"; Iderval P. Garcia, com aobra inédita "Portais da Cidade Adulta";Dr, O. Oarneiro Giffoni, com a obra inédita"Várzea do Desterro" e José Couto Pontes,com a obra publicada "Deste Lado do Ho­rizonte" .

O vencedor do Prêmio Teatral foi Hum­berto Nóbrega, com a obra inédita "Os CãesUivam à Lua", tendo merecido mençãohonrosa as obras: "Os Filhos de Caim"ünedita i, de autoria de Romeu Crusoe dosSantos; "As Sementes da Independência"(obra publicada), de autoria de Geir Cam­pos, e "As Figuras da Praça" (obra inédi­ta), de autoria de Virgínius da Gama eMelo,

O vencedor do Prêmio Musical "JoséPaulo Silva" foi Cláudio Sa11toro, com aobra "Interações Assíntônícas", tendo me­recido mencâo honrosa as obras "Pseudo­podes", de .Íamary Oliveira, e "Mutationen4, 5, 6, 7", de Cláudio 8antoro.

Foi vencedor do prêmio musical "AlbertoCosta" com a obra "4 Per-as Breves ParaPiano.' Violino e víoloncelo'', o Sr. MuriloTertuliano dos Santos.

Foram vencedores do Prêmio Guignard:Cláudio Valéria Teixeira, José Altino de Le­mos Coutinho, Ligia Emília Sacras PintoFerreira, Ana Maria Maiolino Herscha­mann, Marlene Hori, Manfredo Souza Neto,LU1Z Carlos Miranda Lindenberg e EleonoraAffonso.

Vencedores do Prêmio "Batista da Cos­ta": Therezinha do Menino Jesus AzevedoZaluar, João Carlos Galvão, Tais de Azam­buja Pena, Abelardo Brunet Zaluar e HildaHelena Eisenlohr oamnortortto .

Vencedores do Prêmio "Modestino Kan­to": Marília Franz e Angelo Pígnataro,

Mencão honrosa: Aline Cesário Alvlm,Astréa Ei-Jaick e Humberto Medeiros.

81'. Presidente. 8rs. Deputados, a II Mos­tra de Artes Visuais e dos Concursos Lite­rário, Musical e Teatral de 1973, realizadospelo Governo do Estado do Rio de Janeiro,constituem mais uma demonstracão doapoio e do prestígio que o eminente Go­vernador Raymundo Padilha vem dando àcultura no meu Estado.

Merece "eal destaque o fato de teremsido todos os prêmios entregues aos ven­cedores, em dinheiro, sendo o de maior va­lor na importância de Cr$ 18.816,00.

Congratulo-me, pois, com os organizado­res de tão importante certame e com osvencedores e demais participantes, que de­ram o máximo de si para o brilhá dessamagnifica realização.

Era o que tinha a dizer. (Muito beml)O SR. FREITAS NOBRE - (Pronuncia

o seguinte discurso.> Sr. Presidente, srs,Deputados, tivemos ocasião de examinar osíndices constantes de uma singular Carti­lha de Poupança intitulada "Cartilha Or­çamento do Lar", de autoria do OoronelPéric1es Augusto Machado Nunes, e queestá sendo distribuída pelo BNH.

, É uma peça que merece ser lida, relida,meditada. '

E se usamos da palavra é para sugerirque o Governo não límite sua distribuiçãoaos que são abarcados pela rede do BNH.

Que cada operário, cada brasileiro recebaessa Cartilha preparada com o objetivo de

incentivar a poupança dentro da campa­nha do Ministério da Fazenda sob o slogando "diga não à inflação", :

A Cartilha distribu:ida pelo Governo,através do BNH, sugere uma tabela de gas­tos mensais dentro da qual uma famíliamédia com uma renda mensal de Cr$ 740,00deva comportar-se.

São 21 itens deste ABC da Poupança,mobralízando os incrédulos e onde não fal­tam sequer os conselhos para os que co­mem demasiadamente, agravando a des­pesa do item "alímentaçào" ou para os quenão fiscalizam a esposa que esquece as lu­zes acesas, a televisão ligada, a geladeiraaberta e que não aproveita na outra re­feição a sobra da anterior ...

Limito-me a transcrever os índices ofi­ciais para cada um dos gastos mensais deuma famDia média (provavelmente 'casale dois filhos), que ganha Cr$ 740,00 pormês: Cr$

Para alimentação (mercado, açou-gue, padaria etc.) , I 250,00

Para moradia .. ,................. 180,00Para estudos (matriculas, mensalí- ".

dades, livros, cadernos etc.) ~ 6.00

Para vestuário 15,00Para serviços (médico, dentista,

farmácia, tinturaria, mecânica,Ian terneiro, luz, gás, telefone,água etc.> ·;43,OG

Para diversões (clubes, cinemas,teatros, restaurantes etc.) :20.00

Para empregados (cozinheira, lava-deira etc.) 15,00

Para crediários (prestação de carro,eletrodomésticos e outros) 15,00

Para oorlgacões sociais (impostos,taxas, INPS etc.) .. ,............ S9,20

Para transportes (passagens, alu­guel de garage, gasolina, estacio­namento, lubrificação, oficinaetc.) ·40,00

Pela singular e milagrosa Cartilha, a fa­mília média que ganha Cr$ 740,00 mensaisainda teria economizado Cr$ 80,30, admi­tindo-se que para o item Outros EventuaisCompromissos, cujo valor não foi indicado,a importância destinada seria de Cr$ 16,50.

Todos estes dados e indices de deapesaado orcamento doméstico tinham o objetivode demonstrar que ainda seria possível aobrasileiro limitado nesse orçamento apücarsuas "economias" em cadernetas de pou­pança e letras imobiliárias, ajudando oBNH...

Que o Governo distribua a mãos cheiasnas fábricas, nas oficinas, nas escolas, essamilagrosa Cartilha, multiplicadora dos di­nheiros e dos pães, reeditando sem qualquercerimônia o ensinamento milenar do extra­ordinário acontecimento que marcou oCristianismo primitivo! (Muito bem!)

O SR. HlLDEBRANDO GUIMARÃES(Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, o Ceará é o quartoprodutor de mamona, sendo que, ultrma­mente, sua produção tem oscilado entre 20a 30 mil toneladas de sementes por ano,apresentando um aproveitamento de 500quilos por hectare.

Mesmo assim, apraz-me verificar que autilizacão de processos racionais de cultivopoderá' indicar uma média de até 2.000quilos/hectare. Assim, com um cultivo dis­tribuído por 23 municípios do Estado, aprodução se encontra entre pequenos agrí­cultorés, o que é de salientar.

Agora, para alegria dos cearenses, doisgrupos empresariais japoneses e um norte-

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Outubro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13, "1185

americano manifestaram interesse em rea­lizar estudos sobre a exploração industrialda mamona em nosso Estado, tendo em vistaas grandes perspectivas oferecidas por essalavoura azeiteira.

Esses grupos econômicos desejam fazerum levantamento da área especialmentecultivada e a produção anual para efeitode amadurecer futuros empreendimentosindustriais.

Por todos estes motivos, na qualidade derepresentante do povo cearense nesta Casa,sinto-me feliz e mesmo jubiloso em levarao conhecimento do povo brasileiro estagrande perspectiva que se abre para o nos­80 querido Ceará. (Muito bem!)

O SR. ALClR PIMENTA - (Pronunciao seguinte dtseurso.) Não há negar que averdadeira conscientização popular do querealmente representamos no concerto dasnações teve início, entre nós, nos Idos de1960, ocasião em que a instalação soleneda nova Capital brastleíra no planalto goia­no dimensionou adequadamente, na cons­ciência e no coração de cada brasileiro, arelevância do papel de cada qual para arealização plena dos nossos anseios de li­berdade e de progresso., Não lograram, porém, os dois governantesque se seguiram, manter o ritmo desenvol­vimentista que vínhamos experimentando.A transição de um período prolongado deuma agricultura primária e rudimentar pa­ra. uma fase de incipiente industrialização'haveria de ensejar grandes crises sociais,uma vez que não houve para tanto a ne­cessária preparacão, que seria a elevaçãodo poder aquisitivo do povo, o que por certoabriria campo para a criacão de um mer­cado consumidor interno capaz de absor­ver a nascente produção industrial, origi­nando-se daí o radicalismo com que se fe­riram os debates políticos de então, quandoas correntes em luta se colocaram eu' \)0­sieões diametralmente opostas, uma defen­dendo a necessidade da ímplantacâo domercado interno, enquanto outra fazia ojogO dos interesses estrangeiros em nossoPaís. O episódio da renúncia do Sr. JânioQuadros precipitou, porém, os acontecimen­tos. Frustrando as esperanças de milhõesde brasileiros que a ele confiaram o seuvoto, na esperança de ver mudada a estru­tura social e política brasileira, a atitudedo ,qlscutído homem público reacendeu ape­tites e paixões políticas, despertando emalguns políticos, eternos aspirantes ao po­der, o desejo de a ele ascender pela forçadas armas. já que lhes faltavam condiçõespolíticas para disputá-lo eleitoralmente.

.f\'contece, então, o que todos sabem.A crise social agrava-se dia a dia. Suce­

dern-se acalorados debates políticos, con­sumindo grande parte do tempo de homensque, no exercício de cargos executivos, pou­co podiam executar, enquanto o povo car­pia as suas mágoas, procurando influir nosacontecimentos.

Enquanto circunscreveu o então Presi­dente da República a sua atuação politicaà defesa intransigente das aspirações po­pulares, encontrou Sua Excelência respaldonas Forças Armadas, que lhe garantiam aação em tudo que parecesse representar orumo certo para a materialização dos seusobjetivos. Todavia, a presença no Governode elementos supostamente comprometidoscom a subversão e, ainda, as constantesagitações de rua, em diversos pontos do

,País, motivaram a reação de um grupo demilitares. o que culminou com o movimen­to revolucionário de 31 de março, em cujavigência ora nos encontramos.

Deflagrada, portanto, há quase dez anos,sob a alegação de que era necessário, nãosó impedir a proliferação de idéias extre-

mistas entre nós, mas também educar ohomem público brasileiro para as suas al­tas atribuições, a Revolução se tem man­tido dentro da linha doutrinária que a ins­pirou, não se alterando fundamentalmentea sua diretriz. com todos os dispositivos le­gais, que instituiu, em pleno vigor.

Decorrido todo esse tempo e em face dosresultados positivos que não se cansa deproclamar, cremos que já é hora de umabrandamento no rigor inicial, para quepudesse ela própria sentir, de forma maispalpável, até que ponto atingiu o objetivocolimado no que toca à reformulacão dosconceitos do homem público brasileiro emreferência à participacão na vida nacional.

A continuar dentro dos padrões que seimpôs. nem mesmo os seus executores po­derão avaliar o progresso alcancado. umavez que os instrumentos de ação ..de quese valem impedem uma análise mais pro­funda, sabendo-se como as medidas excen­danais tolhem a desenvoltura da atividade'política.

Considerando-se, por outro lado, que es­tamos às vésperas de um novo Governo,entendemos que nenhuma oportunidadeseria mais propícia para essa transforma­ção, permitindo o Governo que a acão po­lítica transcorresse dentro da sua habitualnormalidade, punindo. porém, como seriadever de qualquer Governo, os que se en­tregassem a excessos. para que se não com­prometesse a obra desenvolvimentista a quese procura dar curso.

Temos certeza de que o General ErnestoGeisel, com a merecida respeitabilidade deque desfruta, não só na classe que tantonobilita, senão também no consenso geralda Nação, bem poderia iniciar uma quartaetapa na consolidação da administraçãorevolucionária, cujo objetivo há de ser umdesenvolvimento que se não restrinja aomeramente material, mas evidencie, tam­bém, um amadurecimento político de todoo povo. a cumprir sempre a parte que lhecabe na obra de soerguimento nacional.

Eis o a que deve aspirar o Governo porinstalar-se, o que de modo algum o desfi­guraria, do ponto de vista político, em re­lação aos seus antecessores, entendendo-seque a cada um deles competiu realizar umaetapa na regeneração de costumes que sepropuseram implantar.

Condenando a subversão e a corrupção,esta por ser contrária à moral e aquelapor se chocar com a índole cristão do nossopovo, queremos um desenvolvimento gra­dual e harmônico, que não esteja a exigirsaerltícãos desmedidos do homem brasileiro,em cuio proveito e sob cuja inspiração sedeve elaborar o plano de ação governa­mental a ser executado nos próximos anos.Qualquer tentativa desenvolvimentista que

se não ajuste às aspirações populares gerafatalmente sérias distorções sociais quecumpre aos governos evitar. (Muito bem l)

O SR. OLIVIR GABARDO - (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, comemora-se a 15 de outubro o"Dia do Professor".

É a oportunidade que se nos apresentapara prestarmos a nossa homenagem e onosso reconhecimento à valorosa e sofridaclasse, pela sublime missão que vem reali­zando na formação das novas gerações, nopreparo e no encaminhamento da Naçãobrasileira ao seu grande destino histórico.

É também a oportunidade válida paraexpor e debater idéias e princípios de umaboa política educacional, mas também depôr em relevo a pungente realidade vivi­da em nossas escolas e por nossos dedica­dos professores.

Nenhum pais encontrará desenvolvimen­to efetivo e duradouro se não der à educa-

ção a mais alta prioridade. Na substancialaplicação dos recursos visando à eficiên­cia, modemísaçãc, formação de recursoshumanos altamente qualificados e, sobre.tudo, na ampla democratização do ensino,em todos os graus, está o caminho a todopaís que busca o mais elevado desenvol­vimento, segurança e felicidade de seu povo.

Acredito, porém. que nenhum programade Política educacional terá consistênciaou condição de êxito se não enfrentar, deforma realística e corajosa, a questão domagistério.

Pouco ou de nada valerão as reformas ad-,ministrativas e eurrículares, sofisticadasinstalações materiais em prédios e laborá­torios, bem equipadas bibiiotecas e camposesportivos, S€ tudo isso não for vivificadopela presença constante e ínsubstítuível epelo Trabalho fecundo do professor.

Esta a Iíçâo que tem sido enfatizada pe­los grandes vultos da pedagogia.

Não se pode pretender alcançar um; altonível de erícíêucía em nossas escolas se nãodermos ao professor condições efetivas detrabalho, não apenas em termos de efici­entes instalações e equipamentos. de cursosde aperfeiçoamento mas, sobretudo, de umajusta remuneração, de bons salários, e pa­gos em dia.

Esta é condicão básica de uma efetivavalorização do educador.

A baixa remuneração recebida pelo pro­fessor impede-o de exercer, com eficiênciae COI11 tranqüilidade psicológica, a sua subli­me tarefa de educar Em última instância,o grande problema é sempre o homem queutiliza e humaníza o objeto pelo trabalhode seu espírito e de suas mãos.

O que desejamos sinceramente é que aidéia de "bico" que está ligado ao magis­tério brasileiro, em razão de sua baixa re­muneração, seja eliminada, Que ao profes­sor, principal ~ insubstituível instrumentode capacitação cultural. técnica e científicado povo brasileiro. sejam dadas condiçõesque há muito reclama e não lhe são con­cedidas.

Esperamos que as justas reivindicaçõesdo magistério brasileiro e, em especial, doparanaense, se tornem uma efetiva reali­dade, Que a reforma em seus Estatutos,nele abrigando as válidas sugestões conti­das nos vários memoriais; efetivação dosprofessores suplementaristas, conforme pre­ceitua a Constituicão Federal e saláriosmais compatíveis com a alta missão quedesempenham sejam realidades palpáveis enão uma triste e cansativa expectativa,que em nada abona os responsáveis pela;condução da nossa política educacional.

Desejo que conste deste meu pronuncia­mento memorial da Assocíacão dos Profes­sores do Paraná, publicado -no ano passa­do, retratando a realidade do magistéiro alireinante e cuja situação ainda hoje per­dura:

"A Associação dos Professores do Para­ná, após o que ficou decidido no IVEncontro de Magistério, reallzado nomês de maio em Curitiba, resolveu tor­nar público moção de protestos 110S se­guintes termos:"O Brasil do futuro depende do nívelde educação de seu povo. A afirmaçãode que o melhor investimento de uma.nação é o que realiza na educação nãoé uma verdade a mais, entre tantasoutras e que terminam por se esvazíanem slogans, É mais do que isso: é !liúnica saida a um país que pretendesair de seu estado de subdesenvolví­JlTIenW. •

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7186 Sábado ts nJARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1973

Mas - parece - pretende-se melhoraro Ensino, reestruturá-Io, atualizá-lo, di­narmzá-Io, com abstração do professor,prmcípaí e insubstituivel instrumento- ao menos por ora - desse prvcessode edificação da capacidade cultural denosso povo, rumo ao futuro.O magistério, com efeito, sempre foi

,marginalizado e disso, tradicionalmen­te, lucraram os que fazem da políticaúm meio de influência e de favoritis­mo, aproveitando-se doa desorganizaçãoda classe dos professores e da boa-fédesses, caracterizado 'mais pela preo­cupação de ensinar, que defender seupão-de-cada-dia. Não é à-toa que se falada dignidade, do dasprenmmento I~ doidealismo do professor. Esses predica­dos pertencem ac professor, mas nempor isso se podia humilhá-lo, como sem­pre se o humilhou impondo-lhe situa­ções através de pressões poütrcas, deameaças, de preterições em favor deprotegIdos, levando-o pouco a pouco aodesencanto, quando não ao desespero,

Em 1968 o magistério paranaense le­vantou-se contra essa "tradicão" e so­freu então lamentável coação publici­tária e política, no sentido de dividir

__ e esvaziar o movimento, cuja bandeirasígníficava "o ensino para os profes­sores",Conseguimos efetivamente alguma coisanessa oportunidade, e de modo especiala demoeratízacâo na escolha das dire­ções de estabelécimentos escolares atra­vés da decantada lista tríplice. Mas es­sa mesma lista tríplíce. no Governo an­terior, nos foi miseravelmente tornadapela iniciativa de alguns Deputado,; quesó pensaram e pensam em poluir o ma­gistério e malsínar a educação, redu­zindo-a a uma massa eleitoreira e "empersonalidade.E apesar de nossos protestos - E'Ilde­reçados dos quatro cantos do Estado ­o Governo atual nada fez para resta­belecer o que então legitimamente con­quistáramos, aumentando-se mesno ­nos corredores palacianos - idéias con­trárias a esse restabelecimento.

Essa omissão e silêncio é expressão ma­nifesta da insensibilidade do Governo doParaná para com os problemas do m~­

gístérío, cujo Governo, inclusive, se poeem evasivas, em argumentos que absolu­tamente nos convencem e que de íormaalguma podemos aceitar como algo ra~

zoável; e tais sã" os de que se esta"estudando" a reforma do estatuto doprofessor de que ainda se está "ímplan­do" a ndva "estrutura" do ensino edi­tada pelo Governo Federal.Isso, porém, nada justifica; não I) des­culpa; não convence.Não justifica o fato de que professorasprímârlas, dezenas delas, muitas deze­nas, estej am há dez anos ainda no ní­vel inicial da carreira.Em verdade, a professora primária nãotem perspectivas, esmagada que está.espremida em apenas quatro níveis deacesso e entre os quais é irrisória adírerenca real em vencimentos. Não'podendô fazer carreira, não pode pro­gredir, Ninguém entende que ela exer­ce uma profissão altamente responsá­vel, e que exige qualificação e dedica­ção singular.Para tais injustiças não existem justi­ficações; nem reforma de estatuto, nem.implantação de novo sistema de ensino;nada, absolutamente nada, justifica is­so, mesmo porque tudo se reduz a umproblema radicalmente simples e que o

"aboninho" de forma alguma -resolveuou contemporizou,

A professora primária, aquela que temmãos a formação intelectual da crian­ça, é uma derrotada, uma desiludida;não possui condições psicológicas paraeomunícar otimismo, esperança, umavez que ela mesma sente, ela mesmaamarga uma triste e contundente rea­Iídade: "a de náo ter futuro" para siprópria.Daí que vimos a público para denun­ciar essas injustiças, cansados já de pe­ticionar através de protocolos e audiên­cias. Angura-se-nos por enquanto ­como o único meic de provocar uma so­lução do tipo das que logo são neu­tralízadas pela inflação e desfeitas pelaarbitrariedade dOE que têm o poder dedecidir.O professor deve cumprir as leis, os re­gulamentos, as portarias, as instruçõese um sem número de ordens, que aca­bam por reduzt-Ic a uma máquina dedar aulas, sem cogrtacào do lado huma­no. Mas quem respeita as leis que pro­tegem o professor? Porventura não é delei e direito a paridade de vencimen­tos entre os Triw Poderes? E quem CU111­pre aqui no Estado do Parana?

Poderá responder-se:

- A paridade está em estudos.Sim, é verdade, está em estudo, há mui­tos anos ...

Absurdo isso!Enganar-se os que pensam que as por­tarias do Sr. Secretário da Educacao eCultura, a respeito de distribuição deaulas suplementares, são respeitadas nointerior. Existem os protegidos, o filho­tísmo, como existem "aulas fantas­mas".Não sabemos até que ponto as autori­dades conhecem a realidade, mas o fatoé que "muita coisa" irregular está acon­tecendo no ensino, o que nos leva adescrer cada vez mais.

Dirão alguns: mas isso é um escân­dalo?

Não, não é uma escândalo, é um estadode coisas, que nos persegue há muitosanos e para cuja solução em vão te­mos batido nas portas do Governo.

As mjustícas Se acumulam, mas comopoucos reagem, e ainda individualmen­te, nada acontece Só na chegada a de­sesperança aumenta.Indiferença e medo. Interesses políticose explorações. primárias da ingenuidadedo professor, Tude perimte que o pro­fessor suplementarísta continui sendoum verdadeiro párta na Ordem Juridica,sej a órfão de uma legislação condigna­da com seu estado profissional; permiteque se implante no Estado, num cres­cente assustador, a figura do professorcontratado, sem entretanto, dar-lhe ga­rantias mínimas de estabilidade, agra­vando sobremaneira os tentáculos dasubmissão e da corrupção que existemem relação aos demais professores.

Triste tudo Isso, triste saber que nin­guém faz nada por nós, senão nós mes­mos, obrigando-nos a quebrar até certoponto a imagem do professor somentevoltado às coisas do ensino. Muitospolíticos só pensam em nos engabelare manter-se sob o tacão de sua influ­ência; O Governo só quer nos "conver­sar".As situações estão aí, patéticas e vexa­tórias. Ridicularizando nossa empátía

de progresso e de pujança econômica,de retidão admír.íst.rattvas, de bons pro­pósitos e etc., etc., etc.Graças a Deus os professores do Para­ná se uniram. Já pusemos fim às dis­senções internas - que eram mera­mente formais e não de conteúdo - ehoje constituímos uma unidade de 14associações que cobrem todo o Estado esob uma única denominacão: "Associa­çâo dos Professores do Paraná",

O professor, desde as barrancas do rioParaná, até o litoral Atlântico em to­dos os seus recantos e límites, está ago­ra organizado e pensa de uma mesma eúnica forma: realizar seus direitos edenunciar as injustiças,

Que esta denúncia seja a última;

Que os nossos direitos sej am efetiva­dos;Que haja sinceridade de propósito;Que as "reformas" não constituammeios para protelar as soluções;Que o Magistério fique livre das ínflu­ênclas politacas:

Que a educação seja, realmente, a prí­m~ira preocupação da AdministraçãoPública;

Que o professor seja amparado na suaprofissão, moral e econômícamente:Quais as soluções para esse estado decoisas?

Continuaremos a esperar?

Até quando!

Londrina, 17 de junho de 1972".Era o que tinha a dizer. (Muito heml )

O SR. JOSÉ SALLY - (Pronuncia o se­guinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, a construção da avenida Litorânea,ligando a cidade de Santos ao Rio de Ja­neiro, integrando em solo fluminense aBR-101, está acarretando sérios prejuízosaos transportes verificados na RJ-14, queliga o Municipio de Itaguaí a Mangaratíba,

Com as chuvas que ali caem torrenciais,o trânsito e o tráfego se tornaram ímpra­tícávcís, ficando a linda e progressista ci­dade de Mangaratiba completamente ilhadado Estado do Rio de Janeiro.

Sem transportes, a população, por meuintermédio, apelou ao Sr. Presidente da RedeFerrovIária Federal S,A. para que fosse res­tabelecído o tráfego dos trens entre o Riode Janeiro e a cidade de Ibícuí, como so­lução capaz de minorar o drama ali ,re­gístrado,

Como a situação se agrava, sofrendo apopulação a falta de gêneros de primeiranecessidade, e considerando que os reparosna estrada só poderão ser ultimados a longoprazo. venho a esta tribuna para de novoapelar ao Sr. Ministro dos Transportes e aoSr, Presidente da Rede Ferroviária FederalS.A. no sentido de que se estenda a linhade trens até Mangarattba, atendendo aotráfego de passageiros e de mercadoriascom destino àquela cidade do sul do Estadodo Rio de Janeiro.

Confessamos aorcdítar no futuro progres­so daquela importante região, logo estejaconcluída a Rodovia Rio-Santos. Até lá,no entanto, haveremos de pagar o nossotributo. Todavia, é do nosso dever envida.rtodos os estercos no sentido de minorar adifícil situação' ali experimentada.

Sempre lutei, desde que cheguei a estaCasa, em 1966, pela construção da Rio·­Santos, A região vinha progredindo e estavaa exigir, por fatores óbvios, o salutar em­preendimento. Ademais, a mesma constl-

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Outubro de 1973 mARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçiio I) Sábado 13 7187

tuír-se-ía, em uma opção para ?' trânsitoentre São Paulo e o Rio de Janeiro.

Tivemos ensejo de aplaudir o Sr. Ministrodos Transportes pela efetivação deste sonhoacalentado por quantos ali trabalh~1l!- e seinteressam pelo bem-estar da eoletlvidade.

Nesta oportunidade, sentimos ser do nos­so dever formular o presente apelo em nomedo município que temos a honra de repre­sentar na esfera federal, e porque tivemoso privilégio de ser majoritário nos dois úl­timos pleitos.

Se necessário, voltaremos a focalizar ou­tros aspectos da região, seriamente abaladacom tudo que vem ocorrendo à margem doseu progresso e desenvolvimento. (Muitobeml)

O SR. PEDRO FARIA - (Pronunera oseguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados a critica oposicionista não deve serinterpretada, apenas, como partícípaçãonegativa no governo de uma naçao demo­crática. As Minorias oposicionistas, no seupapel fiscalizador, representam e~ormecontribuição ao progresso de um pais emdesenvolvimento como o nosso.

Destarte, essa Oposição que critica paraajudar a construir, também pode louvarquando o fato for merecodor dos encômios.

Sr. Presidente, nesta qualidade, de repre­sentante de uma parcela ponderável doeleitorado oposicionista do Estado da Gua­nabara venho a esta tribuna apresentar asminhas congratulações ao Exmo Sr. Minis­tro da Saúde pela feliz escolha do Dr, An­tônio Carlos Pereira Júnior para a DivisãoNacional de Lepra.

O novo diretor dessa importante Divisãodo Ministério da Saúde, embora muito jo­vem, pois conta apenas 30 anos de idade,é portador de excelente bagagem profis­sional no campo dermatológico. Detentor,por duas vezes, do "Prêmio Orestes Diníz" e"Prêmio Souza Araújo", por trabalhos sobrea' pesquisa e a terapêutica da lepra nosXXVI e XXVII Congressos de Dermato­lqgia. ~, ainda, o jovem médico, I;1r?fessorcatedratico da Faculdade de Medícína daFundação Universitária Sul-fluminense,onde goza de elevado conceito, tanto nocorpo docente, como no meio dos acadêmi­cos de Medicina daquela importante uni­dade de ensino superior.

'I'enho a certeza, Sr. Presidente; que meantecípo ao êxito do trabalho que será de­senvolvido pelo Dr. Antônio Carlos PereiraJúnior à frente da Divisão Nacional deLepra, certo de que estou contribuindo paraestimular a organicidade dos planos do Go­verno, dando oportunidade a jovens capazesde contribuírem com sua juventude, comsua cultura e acima de tudo com o seu amorà Pátria, para o desenvolvimento do nossoBrasil. (Muito bem!)

O SR. IIERMES MACEDO - (Pronunciao seguinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, por diversas vezes, nos últimosanos, falando desta mesma tribuna, tive­mos oportunidade de examinar detidamentea problemática complexa do turismo na­cional, focalizando as suas imensas pos­sibilidades e potencialidades - que atéhoje não foram aproveitadas, em toda aplenitude e, inclusive, sugerindo a adoçãode diversas medidas concretas, com vistasà expansão das nossas receitas cambiaisproduzidas pela chamada "indústria semchaminés".

Uma das sugestões que mais freqüente­mente preconizamos foi, precisamente, aintensificação da propaganda do nosso Paísno exterior, que até hoje tem sido bastantelimitada. para não dizer nula. Ora, é evi­dente que a divulgação do Brasil em países

da Europa e da América, principalmente,constitui um fator de primordial importân­cia para o desenvolvimento de uma ativi­dade econômica que constitui autêntica"exportação invisível".

Em vista dessa nossa posição já antiga,sentimo-nos particularmente satisfeitos aotomar conhecimento, através da palavraautorizada do Presidente da EMBRATUR,Paulo Manoel Protásio, de que as primeiraspromoções do Brasil começarão a ser apre­sentadas a partir do mês de janeiro dopróximo ano em dezenas de Capitais eu~o­péías e norte-americanas. Essas promoçoesservirão de base para o desenvolvimentoda nova politica do turismo, caracterizadapela concentração de recursos privados eoficiais para atrair o turista estrangeiro.

I

Trata-se, com efeito, de uma iniciativaque já estava tardando demasiadamente ecuja execução criteriosa certamente propi­ciará o desejável crescimento do afluxo deturistas ao nosso País. Desse modo, logopoderemos assistir à redução do deficit queatualmente apresenta a atividade turísticaem nosso País, de vez que os gastos dosnacionais, no exterior, superam largamenteas receitas deixadas pelos alienígenas quenos visitam. Entretanto, a médio prazo,tudo leva a crer que o atual defidt seráeliminado e que um crescente superavitcomeçará a equacionar-se.

Apenas se recomenda que as campannasa serem desenvolvidas no exterior primempela objetividade e pelo bom gosto. Deverãoser mostrados enfaticamente os principaisaspectos que nos definem e singularizam,no concerto da comunidade internacional:as belezas naturais, o fascínio das grandesmetrópoles, o encanto das cidades colo­niais, o acervo dos museus, as modernasrealizações da arquitetura, a cultura, a his­tória, o folclore, a culinária, a beleza dasmulheres, a cordialidade do povo, e tantose tantos outros aspectos que merecem serconhecidos e apreciados.

Não há dúvida que a meritória iniciativada EMBRATUR é tomada num momentoextremamente favorável. A imagem do nos­so pais no exterior nunca foi melhor do queagora. A perfermanee da nossa economiaestá sendo objeto de freqüentes elogios. Omilagre brasileiro suscita a admiração desocíológos e economistas do mundo inteiro.Por tudo isso, as campanhas que irão de­senrolar-se, 11a Europa e na América doNorte, hão de certamente encontrar umclima de simpatia e uma receptividade que.se traduzirá, a curto prazo, no incrementoapreciável das correntes turisticas que de­mandam o Brasil. (Muito heml)

O SR. BRAGA RAMOS - (Pronuncia oseguinte díseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, muitos perguntam sobre o Pa­raná, querendo saber do novo Governo láinstalado.

Não preciso dizer palavra alguma sobreo homem que hoje comanda os destinos domeu Estado. Emilio Gomes é de todos co­nhecido. Durante duas legislaturas e meiaserviu ao Parlament-o brasileiro na Câmarados Deputados, onde desempenhou várias eimportantes missões.

A longa experiência de vida pública, aseriedade e lucidez de sua atuação, a con­siderável vivência dos problemas políticosnacionais, tudo isso acrescentado à sua in­teligência e ao seu civismo, fízeram-rio des­pontar como um dos bons nomes dentre osquais deveria ser escolhido o novo Gover­nador, a quem caberia suceder ao eminentee saudoso Prof. Pedro Viriato Parigot deSouza, cuja obra só se 'deteve ante a fa­talidade da morte.

De fito, Srs. Deputados, nem a longa en­fermidade o deteve: do próprio leito, ondea doença o consumia impiedosa e cruel, ain­da sustentava as rédeas do comando e tei­mava cumprir até o fim o seu dever. Muitose usa -esta expressão. No entanto, poucasvezes ela terá correspondído totalmente à.realidade, como no caso Parigot de Souza.

O Brasil inteiro acompanhou o dramadesse homem, cujo amor ao dever terá pa­ralelos em nossa história polítíca, mas ne­nhum que o supere. Quem hoje vaí aoParaná encontra, com freqüência, coladoaos pára-brtsas dos automóveis, um slogancujo sentido somente agora os paranaensescompreendem em toda a profundidade: "OParaná é um dever. Estamos cumprindo-o".

l1: realmente emocionante verificar-se atéque limites o cumpriu o ilustre Governadordesaparecido. Pode-se dizer que esse slogannasceu do espírito inquebrantável de umhomem obstinado, até a morte, em serviro seu Estado. Compete ao eminente Gover- :nadar Emílio Gomes tudo fazer para queo Paraná não se desvie do.curso de seu pro- 'gresso. Estou tranqüilo em que o eonsegut­rá. No entanto, S. Ex.a sabe, mais que nin­guém, que dispõe de pouco tempo e já anun­ciou, em curiosa e sugestiva inovação, queo tempo de sua administração se medirápor horas, dias e semanas; não mais :pormeses, nem por anos. Isso define a pressa.que tem em executar os planos existentese os que virão, visando à nossa grandeza.De certo modo, isso responde às perguntasde muitos sobre o comportamento do atua.Igoverno.

Mas não é tudo. Montando uma equipeconstituída de políticos e de técnicos, o Go­vernador Emílio Gomes valorizou, sobremo­do, o poder polítíco que lá vinha sendo, ca­da vez mais, fagocitado - e uso a expres­são en, seu sentido literal, pois a fagocitoseé mecanismo de defesa contra agentes es­tranhos - pela tecnocracia exagerada.

Daí decorre uma grande responsabilida­de: ,preciso, é urgente provar ao Paraná,provar ao Brasil, a perfeita compatibilidadeque existe entre o político e o técnico naadministração pública, desde que cada qualconheça a sua posição e saiba respeitar ado outro e as decisões sejam fruto do diá­logo que tenha por meta invariável o atín­gímento do bem comum.

O Governo do Paraná tem à frente umgrande desafio. E está contando com umaestrutura capaz de vencê-lo. Enriquecendoo seu staff com a presença de políticos mí­Iítantes - e destaco, entre eles, os ilustresDeputados otãvto Cesário e Zacharias Se­leme, que esta Casa fartamente conhece, eo Deputado Estadual Cândido Martins deOliveira - S. Ex.a restituiu ao governo oconteúdo político indispensável de que sevinha ressentindo há algum tempo.

Assim estruturada, a administração háp01!lCO inaugurada em meu Estado atingirá,em cheio, os seus objetivos, pelo bem de to­dos os paranaenses e para a reafirmaçãoda classe política brasileira, .no Paraná.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.(Muito bem l)

V - O SR. PRESIDENTE (Petrônio Fi­gueiredo) - Passa-se ao Grande Expe­diente.

Tem a palavra o Sr. Maurício Toledo.O SR. MAURíCIO TOLEDO - (Pronun­

cia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, no dia 15 de outubro pró­ximo serão prestadas, como de justiça e dedireito, as homenagens de praxe ao pro­fessorado brasileiro, comemorando-se emtodo território nacional, o ";Dia do Profes­sor".

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'7188 Sábado 13

Mais uma vez será uma data consagradaao elogio e ao reconhecimento a quem muitodevemos pelo trabalho em prol da culturae' do desenvolvimento do País.

Nada mais justo, pois, que a homenagemespecial que a Câmara dos Deputados pres­tará, naquele dia, aos mestres.

Todavia, entendo que já basta de tantashomenagens Iírícas, tantas celebrações sim­bólicas e festividade moral, pois, fatiga tan­ta consagração teórica. .

O essencial é que se somem àquelas ho­menagens as providências materiais, que sedêem à nobre classe os direitos que lhecompetem, que se lhes assegurem condi­ções até mesmo de sobrevivência, enfim,que se lhes ponha ao alcance das mãosaquele mínimo indispensável à própria exis­tência.

Há um número sem fim de mestres, so­bretudo do ensino primário, ainda receben­do salários abaixo dos níveis mínimos.

Há o professorado de humanídades, cujosproventos ridículos obriga seus integrantesa acumular certa "carga horária", além desuas forças.

E que dizer dos professores uníversttarios,cujos vencimentos não estão condizentescom as suas responsabilidades'?

E quanto ao dírelto à. aposentadoria vo­luntária, assegurado, anteriormente, aos 25anos de serviço, com proventos proporcio­nais, e que lhes foi retirado pela atual OartaMagna, como se a profissão não fosse pe­nosa e desgastauoral

Eis porque falo que chega de homenagensapenas líricas; e eis porque digo serem ne­cessárias homenagens reais.

Relembro à Casa o fato de que o Paísestá vivendo a campanha da Reforma Fe­deral do Ensino de 1.0 e 2.° graus, decreta­da pela Lei n.o 5.692, de 11 de agosto de1972.

No corpo dessa lei, e visando à fixação denormas condizentes com a realidade nacio­nal, exige-se que cada Unidade da Fe­deracão tenha o seu Estatuto do Maglstérío,no qual devem ser definidos os direitos eos deveres do professorado. Esta, sem dúvi­da, a primeira providência, para que se pos­sam traçar, em definitivo, .as díretrízes per­manentes do ensino.

Sr. presidente, 81'S. Deputados, doi" anosjá decorreram sob a vigência da Lei n.?5 .692 e, desgraçadamente para o ensinobrasíleíro, a maioria dos Estados ainda nãoaplícou as disposições daquele diploma le­gal.

Faz poucos dias, o Ministro Jarbas Pas­sarinho, falando à imprensa, quando de seuregresso da Europa, reafirmou os propósi­tos do Governo Federal, no sentido da legl­tima valorízação profissional dos professo­res. Mas, de certo modo, tudo ainda estápor fazer, neste sentido.

Enquanto não se assentarem, tambémnos Estados, com o auxílio e a influênciado Ministério da Educação e Cultura, asbases legais e materíaís para a ínadíávelvalorização do professorado, será humana­mente Impossível dar-se ao ensino dE' todosos níveis aquela pujança e aquele valor quenão podem deíxar de ter, de modo a que sepossa. promover a preparação do homembrasileiro em função das necessidades pre­sentes e futuras.

Recentemente, li um esplêndido trabalho,de autoria do ilustre Prof, Danílo Dacás,Diretor Regional da Educação ~ VII/DRE/Bauru, São Paulo ~ vinculado à Secret.ariade Educação do meu Estado. Trata -se de

DTARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

publicação intitulada "A Importância doEducador - O homem da Revolução o Ar­quiteto do nosso Desenvolvímento e' o Re­volucionário da Educação". Êl um valiosotrabalho, que reúne os mais alevantados einsuspeitos testemunhos internacionais ebrasileiros, recordando mesmo texto de des­tacado Jornalista patrício que merece sermencionado:

"O desafio brasileiro tenta mostrar queexiste uma esperança: a de queimaretapas. Pois se a década de quarentamarcou a entrada do Brasil na era doaço, se a de cinqüenta representou onosso ingresso no mundo do petróleoe se a de sessenta foi a do automóvel,a de setenta será a da Tecnologia e ada Educação com a implantação da re­forma do ensino."

Cumpre aos governos, acima de todos nósrealizar o preceito legal, criando as condi~ções que realmente permitam que a décadados anos setenta seja, de fato a da Tec-nologia e da Educação. '

O Centro do Professorado Paulista, ve­lha Associação já quase cínqüentsnáría eselhpre incansável na luta pelos direitos danobre classe, pelo seu ilustre e dinâmicoPresidente, Deputado Estadual Solon Bor­ges dos Reis, remeteu, em setembro últimoao Sr. Presidente da República, um exten~.'10 e bem fundamentado memorial, atravésdo qual põe a nu as dificuldades imensascom que se defronta o professorado de Sã<JPaulo. Leio-o, Sr. Presidente, para que cons­te de nossos Anais:

"São Paulo, 14 de setembro de 1973.Excelentissimo SenhorGeneral Emílio Garrastazú MédiciDigníssimo Presidente da República Fe­derativa do BrasilBrasília - DF.Senhor Presidente:O Centro do Professorado Paulista, quehá 43 anos trabalha pela educação epelos professores, não só em sua SedeCentral na Capital, mas também nas40 Sedes Regionais que mantém no In­terior do Estado de São Paulo, colabo­rando com os poderes públicos emnumerosos empreendimentos de inte­resse comum, vem à presença de VossaExcelência, por decisão tomada em reu­nião ordinária da Diretoria, reiterar,com a devida Vênia, em nome de seussessenta e dois mil associados e de todoo magistério do Estado, os termos domemorial levado a Brasília por umadelegação de dirigentes do CPP emoutubro do ano passado, no sentido deque sela encaminhada Mensagem Pre­sidencial ao, Congresso Nacional, nostermos do artigo 103 da Constituição daRepública Federativa do Brasil (Emen­da Constitucional n.o 1, de 17 de outu­bro de 1969), propondo Lei Comple­mentar que permita o restabelecimentoda aposentadoria facultativa, com ven­cimentos proporcionais ao tempo deserviço, aos professores que, tendo in­gressado no magistério público antes de24 de janeiro de 1967, contem pelo me­nos i25 anos de trabalho docente.

Entre outras razões que fundamentama justiça desta solicitação e o interessepúblico que ela contém, permitimo-noslembrar as seguintes:1 - os profesosres que já haviam in­gressado no magistério público antes daConstituição de 24 de janeiro de 1967,tinham uma expectativa de direito nosEstados em que as respectivas Consti­tuições, como era o caso do- Estado deSão Paulo, previa a aposentadoria fa­cultativa com vencimentos proporcío-

Outubro de 1973

naís ao tempo de serviço, depois de 25nos 25 anos de trabalho docente.2 - a função docente é particularmen­te exaustiva, cabendo uma exceção àregra estabelecida quanto ao tempo enatureza de serviço para aposentadoria,conforme preceitua o mencionado arti­go 103 da Constituição Federal, cum­prindo notar que, com o advento do di­reito à educação simultâneamente coma explosão demográfica, o Estado vê-secompelido a preterir o preceito pedagó­gico de classes com matrículas limita­das, para adotar, como expediente ine­vitável de caráter econômico, um limi­te de mais de 40, chegando às vezes, oumesmo ultl:apasando, o número de 50alunos por classe;3 - suprimido pela Constituição de 24de janeiro de 1967 o direito à aposen­tadoria facultativa, com vencimentosproporcíonats, aos professores com maisde 25 anos de trabalho docente, as esta­tísticas registram agora um alto índicede afastaDlento de professores paratratamento da saúde, readaptação oumesmo aposentadoria por doença, entreos que contam aquele tempo de serviço,o que representa um ônus improdutivopara os cofres públicos;4 - o Governo Federal manteve, paraos professores do ensino particular, aaposentadoria facultativa com venci­mentos proporcionais, depois de 25 anosde trabalho docente, continuando o l\-li­nistério do T.l'abalho a considerar pe­nosa a função docente;5 - o empenho em que patrioticamen­te se encontra o Governo Federal deimplantar 110 pais a Reforma Nacionaldo Ensino de 1.0 e 2.° Graus só teráperspectiva de êxito com a partíeípaçãoefetiva dos educadores, e para isso arenovação dos quadros docentes seriaaltamente favorecida pela medida plei­teada que é, assim, de evidente interes­se público;

6 - para ingresso no antigo magis­tério primário, no caso do Estado deSão Paulo e de outros Estados donosso país, antes da aprovação em con­curso de títulos e provas é praticamen­te indispensável a prestação de váriosanos de serviço, nem sempre remune­rado, trabalhando assim o professorcomo substituto efetivo sem que essetempo, útil à admínístração e ao ensi­no, tenha sido até hoje contado parafins de aposentadoria, como já quer aJustiça: a l.a Câmara Cível-do Tribunalde Justiça do Estado de São Paulo pro­feriu decisão entendendo que o tempode serviço prestado como substituto écontado para efeito de aposentadoria,salientando a referida Corte que deveser contado não apenas o período cor­respondente aos dias de efetiva substi­tuição, mas também todo o período emque o professor fica à disposição do es­tabelecimento de ensino.Esta entidade, que luta pela educaçãoe pelo ensino, e que muito tem colabo­rado com as autoridades constituídas,através do desenvolvimento de umaprogramação de interesse público, ga­ba-se da responsabilidade, e até do es­crúpulo, com que, promovendo a uniãoe defesa do professorado, só sustentaperante os poderes públicos reivindica­ções prévia e exaustivamente estudadasque, atendendo à classe representada,tenham sempre em vista o bem comum.É assim sendo que dirige este apelo aVossa Excelência, na certeza de que, aoconsiderá-lo, o Governo Federal o farána alta conta em que tem os educado-

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res e levando em consideração a coinci­dência entre os interesses dos mestres eas aspirações nacionais.Renovamos a Vossa Excelência a mani­festação do nosso maior apreço e danossa grande consideração pessoal,subscrevendo-nos pelo Centro do Pro­fessorado Paulista. - Sólon Borges dosReis, Presidente."

O Sr. Célio Marques Fernandes - NobreDeputado, V. Ex.a faz muito bem em trazeresse assunto a debate, principalmentequando se aproximam os festejos do Diado Professor. Não adianta apenas Festejar­se o Dia do Professor. Há também que lu­tar pelos seus direitos. Encontramos, pelointerior do Brasil, professores primárioscom ordenados miseráveis muitas vezes.Assim que tomei posse nesta Câmara, tiveocasião de aqui levantar esse problema.Procurado depois pelo 81'. Ministro JarbasPassarinho, perguntou-me S. Ex.a o que eudesejava tivessem as professoras primárias.Disse apenas que esperávamos tivessem umvencimento condigno com a função que exer­ciam. E, assim, pelo seu trabalho - que foirealçado por S. Ex.a - hoje em dia o .~u­ntcípío que não pagar ao menos o salárío­mínimo ao seu professor primário não re­cebe as cotas a que fazem jus. Mas falaV. Ex.a que são necessárias outras conces­sões, porque, se .o professor não se sentirgarantido na sua profissão de transmitire educar. não terá condições de exercê-laa contento. El há de se atentar para o fatode que o professor, para estar atualizado,tem de comprar lívros, muitas vezes caris­símos, Ora, dizem alguns, o professor podeir às bibliotecas. Acontece que em muitoscasos o professor se encontra em lugaresque não dispõem de biblioteca. Por isso,nobre Deputado Mauricio Toledo, quero fe­licitá-lo e dizer que estou solidário com V.Ex.e. nesta luta que empreende de melhorescondições para o professor.

O SR. MAURíCIO TOLEDO - Muitoobrigado, nobre Deputado Célio MarquesFernandes, pela solidariedade valiosa deV. Ex.e. - que, aliás, nunca me faltou ­neste pronunciamento que estou fazendo,reivindicando homenagens materiais paraos professores, porque, como disse. homena­gens líricas, homenagens simbólicas nãolhes resolvem a situacão. Eles as receberãoaos montes agora, dia 15 próximo, mascontinuarão na mesma situação penosa.E é por isso que estou aqui, pois, como profes­sor. com a experiência que tenho do ensino,eonheco de perto a vida sofrida do profes­sor e posso falar de cátedra.

Continuo, sr. Presidente. MeSmo em meuEstado, com todo o seu potencial de rique­zas não é das melhores a situação dos pro­fes~ores. Naquela Unidade acontece atéfato que parece fantasia de quem o relata,mas que, na verdade, é tristemente real.

Em São Paulo criou-se o professor a titu­lo-precário, contratado à margem da oon­solidacão das Leis do Trabalho, sem quais­quer dlreítos a estabilidade, a férias, ao 13.0salário e demais garantias legais.

Essa classe de professores a titulo-pre­cário equivale a 80% do professorado pau­lista.

Acresce ainda que a cada final de anoletivo, mesmo' de semestre, em alguns ca­sos, fica sem saber se será reconduzido, ounão. É mais do que óbvio que não se podepretender construir um corpo dc professo­res capacitados, que possa cumprir a suaaltíssimo missão pedagógica e social, embase precárias e inseguras.

A Associação dos Professores do EnsinoSecundário e Normal Oficial do Estado deSão Paulo",::, 4.PENOESp ~~ m:.o.m.Qyeu ~a

aeão trabalhista contra o Estado, que foij-ulgada procedente, reconhecido assim o di­reito desses professores.

Registrei esse acontecimento na Câmarados Deputados, através de um pronuncia­mento publicado no "Diário do CongressoNacional", de 18 de setembro de 1973, n.o105, fls. 5.749.

A APENOE8P, através de seu eminentePresidente Prof. Rubens Bernardo, naotem medido esforços em defesa de se\!;s as­sociados merecendo destaque a atuação deseu Departamento Juridico, a cuja frenteestá o Dr , Raul SChwinden.

Ao lirismo abundante dos discursos e dascelebraçôes, das festas e das solenidades,emprestemos, se é que desejamos ser úteisaos professores e ao Brasil, o timbre dasrealidades que lhes faltam, amparando-os,assistindo-os, dando-lhes, por fim, aquelascondições mínimas a que têm direito.

A melhor homenagem que se pode em­prestar ao professor é criar e manter ascondícões dentro das quais ele possa cum­prir o· seu dever.

Sr. presidente, considero encerrado o te­ma do meu discurso sobre os professores.

Permita-me V. Ex.e. e .os Srs. Deputados,trazer ainda ao conhecimento desta Casamatéria publicada no Jornal de Brasrlia dehoje sobre a renúncia do Vice-Presidentedos Estados Unidos, 8piro Agnew. Diz a pu­blicação:

"A inesperada confissão de culpa deAgnew, como o Juiz Federal d~ Balti­more, Estado de Maryland, considerou arenúncia do Vice-Presidente, represen­tou uma das mais dramáticas vitóriasdo combativo jornalista americano, dosquais o jornal "Washington Post estevesempre na vanguarda, quase ao mesmotempo em que eram reconhecidas suasprovas do escândalo do Watergate."

Vejam, Sr. Presidente e Srs. Deputados,o que representa a liberdade de Imprensanum país.

No ano passado, em 16 de junho, fiz umpronunciamento nesta Casa cujo tema foi"Liberdade de Imprensa com Responsabili­dade". Assistimos nos Estados Unidos a es­ta liberdade de imprensa com responsabi­lidade. Destaco um trecho desse meu pro­nunciamento:

"O elogio sem freios e o silêncio perma­nente sobre falhas e omissões do Gover­no podem ser igualmente danosos paraos melhores interesses do Pais."

Este escândalo americano. que veio estar­recer o mundo, se tivesse ocorrido em ou­tro lugar talvez não tivesse merecido a tre­menda d'ivulgação que recebeu da impren­sa mundial. É sabido que os governos ame­ricanos tiveram sempre certa prevençãocontra os países latino-americanos, achan­do-os um império de corrupção. Hoje, esta­mos constatando que também na Américado Norte a corrupção é um fato concreto.Não fosse a liberdade de imprensa, de quetambém precisamos no Brasil. liberdadecom responsabilidade, o povo americanonão teria tomado conhecimento desses es­cândalos do submundo do Gúverno.

Era o que tinha a dizer. (Muito beml)O SR. BRASíLIO CAIADO - (Pronuncia

o seguinte discurso.) Sr. Presidente, 81's.Deputados, Brasília vem acompanhando,com atenção e expectativa, as investiga­ções sobre o brutal assassínio da menor AnaLídia, que gerou tantas intranqüilidades etantas indagacões na cidade. E o que osjornais revelam, desde o crime, é muito~iOl qljP o C.mnJ;J, é muito mais espantoso

que o episódio de Ana Lídía, por si só játão macabro.

As investigações, até o momento, não le­varam a um criminoso, mas levaram à de­núnola de uma situação psíco-socíal, na Ca­pital da República, que está a merecer toda.a atenção e todo o rigor. Refiro-me ao no­ticiário sobre juventude viciada em tóxicos,que surgiu como trágico pano de fundo nasdíhgêneías policiais.

As investigações não mostraram até o mo­mento quem matou Ana Lidia, mas compro­vam que existem dezenas, centenas de cri­minosos neste Pais, entupindo milhares dejovens de entorpecentes. de barbitúricos, dealucinógenos, de maconha. Basta ver asidades: são jovens adolescentes. em plenaidade escolar, que se ligam e se interligamnos grupos de fumantes de maconha ou deviciados em drogas perigosas, que criam de­pendência e destroem personalidades.

As drogas, às vezes, não induzem direta­mente ao crime. Existem drogas que ape­nas destroem, que entorpecem, que tornamo ser humano "passívo, aparentemente telíz,mas verdadeiramente semimorto, "desliga­do", como dizem as próprias vitimas.

Mas essas drogas têm preço. No começo émais fácil encontrar. o preço é mais baixo.As poderosas quadrilhas precisam aumen­tar o quadro de consumidores, e os jovens,as crianças. são os clientes de amanhã. Pa­ra os criminosos, os que comercializam asdrogas. o grande mercado é a juventude.Principalmente se esses criminosos juntamao lucro o interesse político de destruir asestruturas sociais e familiares, a base psi­cológica e cristã de uma boa parte da gera­ção que amanhã cuidará deste Pais.

Sabemos que existe combate às drogas,que existe uma preocupação a este respeito,encontrando-se em execução uma políticasobre o assunto. Mas reiteramos que é pre­ciso reforçar a ação, atacar de frente e demaneira cada vez mais intensa os que ven­dem a morte ou a inércia aos jovens, os queescolheram Brasilia, estrategicamente, co­mo um mercado diferente. pois no DistritoFederal vivem os fílhos das autoridades bra­sileiras. dos Três Poderes. Para os que que­rem destruir. o trunfo é maior. pois as ví­timas estão ligadas ao esforço que procuraconstruir o Brasil novo.

Utilizo esta tribuna para um brado dealerta que não deve chegar apenas aos po­liciais e ao Judiciário mas. principalmente,aos chefes de família, às mães. Devemosser, temos a obrigação de ser realistas. Nos­sos filhos estão próximos e nem sempre osvemos. Sabemos que existem viciados, queexistem traficantes. que existem jovens de­sesperados por dinheiro para comprar dro­gas, mas não temos coragem de admitir queum filho nosso pode ser um deles.

As autoridades policiais v-enho pedir maisação, às autoridades familiares ven!l0 pe­dir mais realismo. mais eompreensao . Asinvestigações de Brasília podem não chegara um criminoso, mas servirão, no mínimo,para reunir autoridades policiais e milita­res em torno do grave problema dos tóxicos.Afinal de contas, os que produzem e ven­dem as drogas são tão anormais e perigosos,tão odiosos e destrutivos como aquele des­conhecido que assassinou Ana Lídia. A úni­ca diferenca é que esses outros criminososdestroem mais lentamente suas vitimas.

Este, 8r. Presidente, Srs. Deputados, oregistro que desejava fazer nesta Casa...Obrigado. (Muito heml )

O SR. THALES RAMALHO - (Pronunciao seguinte discurso.) 81'. Presidente. 81'S.;Deputados, recebi, de D. Niomar Monís 80­Q.l.:f ;em..ellc.ourJ;.. uma c.a'rt~,,;

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719t Sábado lS D1ARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1973

Tenho o dever de lê-la desta tribuna, por­que ela está vinculada ao pronunciamentopor mim feito, nesta Casa, em 8 de agostodo corrente ano, denunciando o crime quese vem cometendo, impunemente, contra oCorreio da Manhá, e à defesa que o Depu­tado Nina Ribeiro pretendeu fazer, tambémdeste lugar, da mais desgraçada das em­preitadas: a da destruição de um dos maio­res jornais deste Pais.

Sr. Presidente, vou proceder à leitura dacarta e, como se trata de um documento,não concederei apartes ..

O Sr Nina Ribeiro - Concede V. Ex.·um aparte?

O SR. THALES RAMALHO - Não con­cedo.

O SR. PRESIDENTE (Petrõníe Ftgueire­do) - O orador já anunciou que não oer­mítírá apartes.

O Sr. Nina Ribeiro - Então, não deviater-me citado nomrnalrnente .

O SR. THALES RAMALHO - Eis a car-w" Sr. Presidente:

"Rio de Janeiro, 27 de setembro de 1973

Exmo. Sr.Deputado Thales RaUlfllhoD.D. Secretário-Ger~l do MDBPalácio do CongressoBrasíliaSenhor Deputado,Estes últimos dlas, vi derramado sohrepáginas inteiras da imprensa o prolí­xo discurso de um Deputado de nomeNina Ribeiro, na defesa do grupo eco­nômico comandado pelos 81's. MauricioNunes de Alencar e Frederico A. Go­mes da Silva. A peca oratória preten­de ser uma réplica à denúncia feita porV. Ex.R , em 8 de agosto último, sobre odescalabro a que foi levado o Oorreieda Manhã pelos empreiteiros de obraspúblicas que tem na ela. Metropnlit.a­na de Construcões seu carro-chefe.Apó;; 42 dias de Irenética movimenta­ção, os Srs. Ma.urlclo & Fl'ederko en­contraram afinai o congressista idealpara os seus objetivos, capaz de assumira advocacia de crime tão índetensável.Esga réplica, entretanto não replicacoisa alguma. Os pontos básieos daacusação levantada por V. EX.R e se­cundada em apartes por Vtce-Lfderesde ambos os Partidos como os Depu­tados arenistas Grlmaldl Ribeiro e ÉI­cio Alvares, e os emedebíatas MarcosFreire. Llsàneas Maclel, Argilano Darioe J G de Araújo Jorge - permanece­ram sem contestacão. ReferianH5e elesà degradação moral e física daquela fo­lha; às dívidas de nulhões e milhõesde cruzeiros eontraídas, e não pagas,pelos Srs. Maurício & I!'rederieo ..• untoao INP8. Fundo de Garantia, PIS eoutros órgãos públicos, assim como àsdemissões, sem justa causa e sem in­denizações, de centenas de profissio­nais de imprensa: PnIim, à destruícâoprogressiva de uma grande empresa,orgulho do jornalismo brasueíro.Em verdade, Os 81's. Mauricio & I"rede­rico receberam um jornal de prestigio,respeitado e digno, com ampla cireula­ção, o qual se acha hoje reduz.do ainexpressivo boletim de oito páginas,sem leitores e sem anúncios, sem no­ticias e sem opinião. Pode alguém pro-var o contrário? IOs Srs. Maurício & Frederico assumi­ram contratualmente o compromisso depagar os débitos que, pelos motivos po­líticos conhecidos, levaram o Corr,elo ela.,

Manhã a pleit':lar e obter concordata,e de manter rigorosamente em dia to.:.das as obrigações financeiras resultan­tes de sua administracão. Em vez dis­so, triplicaram as dívidas exístentes aoassumirem a direçâO do jornal. Podealguém provar o contrário?OS 81'S. Maurício & Frederico demiti­ram empregados em massa, não os in­denizando, deixando que recorressemà Justiça do 'trabalho e Impondo-lhes- enquanto tramitavam 0& processos- privações, dificuldades e humilha-ções. E quando os reclaman tes obtêmganho de causa, os chefes da Metro­polítana, em lugar de pagar o que de­vem, dão em penhor Iínotlpos, máqui­nas de calcular, aparelhos de ar re­frigerado é até linhas telefônicas. numa.atitude de chicana e de escárnio paracom os trabalhadores e os JUIzes e dealienação indébita de bens que não lhespertencem.Pelo contrato, os Srs, Maurício & Fre­derico se obrigaram a pagar li Oorreieda Manhã S.A. uma parcela mensalpela utilização do titulo, da oficina

. gráfica, das viaturas, dos móveis e. utensílios e dos' ímóvcís em que fun-cionam a sede, agências e sucursais.Entretanto já faz um ano, desde se­tembro de 1972. que eles cessaram porcompleto o pagamento dessa obrigaeão,Além disso. compraram CI titulo do )01'­nal Última Hora e colocaram tambémesse jornal em todas as rtependéncíasdas sedes do Correio da Manhã, usan­do e abusando desses bens. sem pagaruni só centavo, num ato de total usur­pação. Mesmo na crônica do~ bandosrora da lel r, dlfícil encontrar exemplode assalto mais despudorado e sobretu­do mais atrevido. tendo em vista que épraticado bem na vizinhança do edi­fício da Policia Central.Enquanto os 81'S. Mauricio & Fredericoficam a dever milhões aos corres pú­blicos e à empresa que lhes cedeu ti­tulo e ínstalacôes, utilizam esses mes­mos milhões para ampliar seu patri­mônio pessoal. Basta lembrar que, nopróprio Correio da Manhã de 5 de ou­tubro do ano passado, na coluna"Painel", o redator fazia alarde daprosperidade dos chefes do grupo, es­crevendo com indisfarcada euforia: "Ocontrole acíonárío da 'Companhia Me­tropolitana de Construções, a qníntamaior empresa do Brasil no seu setor ­de acordo COm levantamento especialda revista Visão - passou a ser detidoexctusívaruente pelos 81'S. Frederico Go­mes da Silva, Mauricio Nunes de Alen­car e Luiz Carlos Taques de Mesquita."Denúncias desse teor têm sido feitasreiteradas vezes, com dados concretos,dooumen tos e informacões fidedignas,tanto em jornais e revistas como emreuniões do Smdicato dos JornalistasProfissionais e da Associação Brasileirade Imprensa, em notificações e açõesna Justiça e finalmente no Parlamen­to. A tudo isso os 81'S. Maurício & Fre­derico têm reagido com o silêncio, adesconversa. as ameaças, sem enfren­tar as questões concretas. Era de es­perar uma resposta cabal: que alguém,ao ocupar a tribuna, levasse provas nasmãos. Ou então que contestasse, uma um, OB fatos citados por V. Ex.a Omteltz defensor da Metropolitana nãoo fez nem poderia fazê-lo.Aeumpliciado com seus constituintes,passou ao largo das imputações objeti­vas, com as mesmas manobras despís­

~tltdoras, limitando-se a ler copiosas e,

maçadas páginas com citações e alga­rismos. para demonstrar o óbvio: a cri­se mundial da imprensa escrita. Em no­me dessa crise, busca justificar os ca­lotes de seus àmigmf, e contra os inte­resses do Estado e do povo - a quedeveria servir como Deputado, inclusi­ve como membro do partido governis­ta - apadrinhar aqueles Que manipu­lam, para seus negócios pessoaís, di­nheiros em realidade pertencentes aoerário público, a contribuintes da pre­vidência soctal e a particulares.O Sr. Nina Ribeiro manteve os cabe­cilhas do grupo, cujo patrocínio eleassume, no mais rigoroso anonímato,Ao chamá-los apenas de "os atuais di­rígentes", "pessoas", "arrendatáríos' eaté "derensores elo jornal", parece re­ferir-se a fantasmas, a seres invisíveise tnomtnáveís. Quem são esses cabeci­lhas é POl' que transltam na" sombras?Acontece que aos 8rs. Mauricio &FreãerirlJ j li não interessa por a cabeeanas janelas do Correíc da Manhã - etsque sua preocupaçáo maior é fugir aopagamento dos débitos e à devoluçãodos bens usurpados. Com a mentalidadede novos ricos ainda presos ao submun­do de onde se originaram. alguns chefesda CH>' Metropolitana de Construçõeschantageíam com a afirmativa de quepodem comprar tuco neste Pais ..', Jus­tiça, Parlamento, Governe e jornais! Ébastante síntomátíco que prefiramgastar centenas de milhares de cruzei­ros em preparar semelhantes peças fiem divulgá-Ias pela imprensa, a saldarao menos alguns dos seus débitos. Masdívidas náo se pagam com injúrias, ecalúnias Por outro lado. o dínheíro nàotem c dom de transfigurar vilões emheróis.Toda essa onda, pois, se quebrará -napraia. Posso adiantar a V. 1l:x." que to­mei severas provídêncías junto ao Po­der :tudiciário para que fique confil/ju­rads em definitivo e de forma solidáíiaa rcaponsabüídade dos principais mern­bros d~sse grupo pot, todas as obrlgaçgesassumídas e contraídas. 1!:stou levandotodos eles ao banco dos réus, na lI."Vara Civel do Estado da Guanabaraonde iniciei ação declaratória cnn trápessoas flsicas e jurídicas ligadas I\n­tre si. tendo à frente Mauricio NunesdI' Alencar e Frederico GOmes da Silvae a Cla. Metropolitana de Construcões.É certo que, aplicando os mais dívcranstruques, desde viagens ao exterior atéo ocultamente em seus escritórios e opernoite fora de casa. eles tratam deescapar ao braço longo do Poder Ju­diciário. Mas já estão sendo pilhados esabem que não poderão continuar im­punes por muito tempo. Frustradas asmanobras para ludibriar a Justiça, ex­travasaram sua fúria Desse discurso,em que falsificação e intrigas se casa­ram no afã de .tisnar minha posição,que sempre foi clara, aberta, leal, fran­ca, inteiriça.

Mas isso não adianta. Tampouco adian­ta o estranho esforço do Deputado Nina.Ribeiro de acobertá-los por meio do es­tabelecimento de falsa identidade egrosseira confusão entre o Estado e osespertalhões que o caloteiam, entre oststema polítíco vigente e seus inescru­pulosos aproveítadores. O expediente égasto e vão. Já em carta de 7 de feve­reiro deste ano, destinada aos 8TS.Mauricio & Frederico, pulverízeí-o emtermps que vale a pena repetir aqui:"Dentro do mesmo espírito extorsíonís­~, os senhores vão ao ponto de atirmal:

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que estão agindo por ordem de chefesdas Forças Armadas e de autoridadesfinanceiras, com o propósito de arrasaro Correio da Manhã. Essa é outra pa- .tranha, que tampouco nos amedronta."A opinião pública brasileira e interna­cional sabe que o Correio da Manhã,ao longo de sua existência de setentaanos, muitas vezes teve choques com asautoridades públicas. Mas essas auto­ridades, civis ou militares, no passadocomo no presente, sempre reconhece­ram a lealdade de nossas atitudes e aaltura de nossos propósitos. De nossapãrte não cometemos a injustiça nema ingenuidade de acreditar nessa versãode que as atuais autoridades militaresqueiram utilizar-se de meios tão íneom­pativeis com sua formação de soldado,como a emboscada e o tiro pelas costas,para destruir qualquer órgão da im­prensa brasileira, sobretudo um órgãoda qualidade e relevância do Correioda Manhã.E foi com essa convicção que, mesmonuma fase de críticas severas a certosfatos ocorridos sob o Governo do Mare­chal Castello Branco, a ele nos dirigimosem carta para denunciar ameaças con­tra nosso jornal. Através do MinistroLuiz Viana Filho, chefe de sua CasaCivil, o Presidente Oastello Branco nosrespondeu, em data de 24 de abril de1965, afirmando principalmente o se­guinte:"Quanto à participação do Governo Fe­deral, por ação ou omissão, em ato quese destine a cercear a liberdade do Cor­reio da Manhã, não será necessárioacrescentar palavra já que, apesar eleobstinada oposição desse jornal, nenhu­ma restrição sofreu por parte dos ór­gãos do Governo Federal, de acordocom as normas invariavelmente seguidasno particular.""Caso ainda deseje o Correio da Manhãqualquer garantia, poderá solicitá-la,pois será considerada com o necessáriocuidado, do mesmo modo que, anuncia­das as fontes, até agora mantidas emsigilo, tornar-se-ão todas as providên­cias cabíveis."

Não nos deixamos impressionar, pois,quando tais senhores querem envolveras autoridades deste Pais, militares ecivis, em seus negócios privados, comose elas fossem guardiãs de suas escurase inconfessáveis atividades.

Não adianta tampouco o apelo à ca­lúnia, como essa deslavada ínvencíoní­ce de que o Correio da Manhã, sob mi­nha gestão, deixava de pagar a seus.trabalhadores, enquanto eu inauguravaum "nababesco apartamento novo emParis". Isso bem mostra a qualidade dos"fatos" e dos "argumentos" dessa gente,a desfaçatez com que mente, intriga,

difama e calunia. Mostra também, aomesmo tempo, a irresponsabilidade deseu advogado parlamentar. E aqui ficao meu repto: ou o Deputado Nina Ri­beiro prova o que afirmou, no prazo de42 dias - pois esse parece ser o tempoque ele acha necessário para dar umaresposta - e neste caso eu lhe passareiescritura definitiva, irrevogável, intei­ramente grátis, desse "nababesco apar­tamento novo em Paris", ou ele se re­trata, confessando não haver lido o dís­curso antes de pronunciá-lo, e .renun­dando em conseqüência ao mandatoparlamentar. Se não aceitar o repto,então que o julguem, no devido tempo,seus eleitores e, desde logo, os leitoresde seu discurso.

Quanto aos ataques a minha atitudepolítica, eu só poderia recebê-los comorgulho, na tranqüila certeza de haverhonrado fielmente a tradição de lutasdo jornal pelas liberdades públicas e osinteresses nacionais. Essa tradicão temum preço, que foi paga não apenas pormim, mas por todos os eminentes bra­sileiros que tiveram a honra de dirigirI() Correio da Manhã, a começar por seufundador, Edmundo Bittencourt, e porseu sucessor, Paulo Bittencourt. passan­do por meu próprio pai, Antonio MonizSodré de Aragão.Mas aqueles que, por capricho das cir­cunstâncias, vieram a editar, nos últi­mos anos, um jornal de tradição tãogloriosa e tão acima do nível intelectuale mora1 deles, não são capazes de dis­cernir tais coisas. Dai essa incompati­bilidade de posições, de atitudes e decomportamento.Ante adversários de quilate tão infe­rior, cujas fichas de golpes e atividadesilícitas a Nação talvez venha a conhe­cer um dia, cumpre-me levar esta lutaaté o fim, de modo a demonstrar queo crime nem sempre compensa. Paratanto sei que continuarei a contar como apoio da parte mais lúcida e maishonrada dos 'membros dos poderes pú­blicos, como é, entre muitos outros, ocaso de V. Ex."Era isto, Sr. Deputado Thales Ramalhoque pediria a V. Ex." transmitisse áseus pares, da tribuna parlamentar.Faço-o em testemunho da verdade, quehá de afinal triunfar, pois assim comoo ouro não teme a ferrugem, tambéma verdade não teme as calúnias e in­trigas, nem se deixa macular por elas.

Com o meu melhor apreco, NiomarMoniz Sodré Bittencourt.'"

Era o que tinha a dizer. (Muito bem!Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Thalles Ra­maüio, O Sr. Petrõnio Figueiredo, 29·Se­cretário, dei..ra a cadeira da Presiâén-:eia, que é ocupada pelo Sr. Aderbal Ju»1·em!l. 1°·Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _Tem a palavra o Sr. Florim Coutinho.(Pausa.)

O SR. FLORIM COUTINHO - (Sem revi­são do orador.) Sr. Presidente, srs, Depu­tados, antes de abordar o assunto que metraz à tribuna, vou ler telegrama proceden­te de Porto Velho, fazendo referência adiscurso que pronuncíeí nesta Casa.

Eis o texto:"Deputado Florim CoutinhoCâmara FederalBrasília - DF

Congratulo-me com resposta dada porVossência caso advogado Rubens, viti­ma grupo Rio Preto já apelamos Pre­sidente República Ministro justiça,Consórcio firma Rondauto EH caso de'polícia. Apelamos Vossência junto Mi­nistro Fazenda determinar fechamentoQuarto Consórcio Ford Wi1lys funcio­namento Irregular, Somente pretendemliquidação 50 ou 8() por cento no afas­tamento. Apelamos Deputado FlorimCoutinho face sermos vítimas destegrupo. Abraços Walmi Moraes"

Aqui fica este registro, Sr. Presidenté,para conhecimento do Sr. Ministro da Jus­tiçato Pas~ ~gorA, a ~pQrdar outro as­~_ «,

Sr. Presidente, srs, Deputados, seguindomaus exemplos. pois prática idêntica jávem sendo ,adotada na Guanbara e em ou­tros EstadoS; o Governo do Distrito Federalacabou de instituir o estacionamento deveículos, em determinados logradouros, con­tra o pagamento de taxas.

Aqui, para fazer com que a incômoda pí­lula seja deglutida com mais facilidade,perpetrou-se o absurdo sob a inspiração deproteger os menores abandonados.

Para começar uma rapida linha de racío­cínío, pergunto ao Sr. Governador de Bra­sília: a quem compete amparar os menoresdesvalidos? Seu Governo, através da Secre­taria de Serviço Social, ou os proprietáriosde veículos que, para terem o direito de comeles trafegar pelas vias públicas pagam ele­vadissimas importâncias sob denominaçãode taxa Rodoviária? '

Outrossim, pelo que li nos jornais, talmedida iria amparar. apenas, 24 menores,quando é de conhecimento geral que pelasruas de Brasília, dia e noite, circulam mi­lhares de menores famintos e maltrapilhos.O qUE' irá fazer S. Ex.", o Governador deBrl>s:li;;> para amparar o restante'! Certa­mente irá criar novas modalidades de ex­torquir dinheiro da população da capitalpara amparar outros grupelhos de menores.

Em lugar de enviar menores para escolasde primeiras letras ou profissionais. o Go­verne, do Distrito Federal pretende colocá­los em plena via pública, enfrentando sol echuva, na ingrata tarega de guardadores deautomóveis.

Sr. Governador, tenho certeza de queuma medida tão infeliz como esta só podeter sido determinada sem o conhecimentode V. E.x" Tanta insensibilidade e tantaleviandade no tratamento de assunto de ta­manha importância chocou' profundamentea opinião pública de Brasília.

Lugar de criança é na escola e no lar.Atirá-los às ruas para cumprir serviço tãopesado é cometer verdadeiro crime.

Era o que tinha a dizer (Muito bem!)O SR. PRESIDENTF. (Aderbal .Jurema) ­

Está findo o tempo destinado ao Expedien­te.

Vai-se passar à Ordem do Dia.Comparecem mais os Srs:

AcreJoaquim Macêdo - ARENA.

ParáEdison Bonna - ARENA; Gabriel Her­

mes - ARENA; João Menezes - MDB.

MaranhãoAmérica de Souza - ARENA; Eurico Ri­

beiro - ARENA.Piauí

Heitor Cavalcanti - ARENA; Paulo Fer­raz - ARENA.

CearáAlvaro Lins - MDB; Januário Feitosa ­

ARENA; Jonas Carlos - AR~NA; ozírísPontes - MDB; osstan Araripe - ARENA.

Rio Grande do NOrteDjalma. Marinho - ARENA.

ParaíbaAlvaro Gaudêncio - ARENA; Antônio

Mariz - ARENA; Cláudio Leite - ARENA;Janduhy Carneiro - MDB; Marcondes Ga~

À~Ula ...,.. :MDB; Wilson Braga - ARENA.

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7192 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)' Outubro de 1973

Pernambuco

Fernando Lyra - MDB; Josias Leite ­ARENA; Lins e Silva - ARENA; MarcosFreire - MDB.

AlagoasGeraldo Bulhões - ARENA; José Sam­

paio - ARENA; Oceano Carleial .- ARE­NA.

Bahia

Edvaldo Flores - ARENA; FernandoMagalhães - ARENA; Francisco Pirto ::­MDB; Hannequim Dantas - ARENA; JoaoBorges - MDB; José Penedo - A~,ENA;

Luiz Braga - ARENA; Ney Ferreira ­MDB; Theódulo de Albuquerque - AR.ENA;Tourinho Dantas - ARENA; Vasco Neto _.ARENA; Wilson Falcão - ARENA.

Espírito Santo

~lcio Álvares - AREi'ifA; José Carlos Fonsêca - ARENA; Oswaldo Zanello - ARE­NA.

Rio de JaneiroAdolpho Oliveira - MDB; Brígido Tinoco

- MDB; Daso Coimbra - ARENA; Harnrl­ton Xavier - MDB; José da Silva Barros- ARENA; Peixoto Filho - MDR

Guanabara

Euripides Cardoso de Menezes - ARE~~:Francisco Studart - MDB; JG de Aral~JoJorge - MDB; Léo Simões - MDB; MireTeixeira - MDB; Pedto Faria - MDB.:Pedro Faria - NillB; Reynaldo santana- MDB.

Minas Gerais

Altair chagas - ARENA; Batista Miran··da - ARENA; Bias Fortes - ARENA: Car­los ootta - MDB; Delson scarano - A~E­NA' Elias Carmo - ARENA; FrancelmoPereira - ARENA; Hugo Aguiar - ARENA:Jorge Ferraz - MD.B; Jorge Vargas - ARF.­NA' José Bonifácio - ARENA; Manoel deAl~eida - ARENA: NaJlarro Vieira - ARE­NA' Ozanan Coêlho - ARENA; RenatoAzel:edo - MDB.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - ARENA;Aldo Lupo - ARENA; Amaral F'urtariARENA' Arthur Fonsêca - ARENA; Bal­dacci Filho - ARENA; Bezerra de Mello_ ARENA' Braz Nogueira - ARENA, Cha­ves Amarànte - ARENA; Henrique Turner- ARENA: ítalo Fitipaldi - ARENA; JoáoArruda - MDB; José Camargo - MDB;Pacheco Chaves - MDB; Plínio Salgado ­ARENA" Roberto Gebara - ARENA San­tilli Sobrinho - MDB; Sylvio Venturolli ­ARENA: Sussumu Hirata - ARENA: Ulys­ses Guimarães - MDB.

GoiásFernando Cunha -. MDB; HenriQ 1le

Fall.';tolle - ARENA; José Freire MDB;Wilmar Guimarães - ARENA.

Mato GrossoEmar,uel Pinheiro - ARENA; Garcia

Netto - ARENA.Paraná

Alencar Furtado - MDB; Arnaldo Bu­sato - ARENA; Ferreira do Amaral ­ARENA; Flávio Giovine - ARENA; Her­mes Macêdo - ARENA.

Santa Catarina

Albino Zeni - ARENA; Francisco Líbar­doni - MDB.

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - ARENA: Alceu Col­

],P'?S . - MDB: Amaral de Sousa -- ARENi\.;Arlindo Kunzler - ARENA; Arnaldo Prieto

- ARENA; Cid Furtado - ARENA; ClóvisStenzel - ARENA; Eloy Lenzi - MDB;Jairo Brum - MDB; Lauro Leitão - ARE­NA; Lauro Rodrigues - MDB; Mário Mon­dino - ARENA; Nadyr Rossetti - MDB;Noberto Schmidt - ARENA.

VII - ORDEM DO DIAO SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema)

A lista de presença acusa o comparecimentode 274 Srs. Deputados.

Os Srs. Deputados que tenham proposi­ções a apresentar poderão fazê-lo.

O SR. ANT6NIO BRESOLIN - Re­querimento no sentido de que seja con­signado nos Anais da Casa voto de re­gozijo pela passagem do "Dia do Agrô­nomo."

O SR. CÉLIO Y-ARQUES FERNAN­DES - Requerimento no sentido de queseja consignado em Ata voto de con­gratulações com o Prof. Tiago Würth,Presidente Regional da Sociedade Pes­talozzí para o Rio Grande do sut, pelomuito que vem fazendo em benefíciodos excepcionais no Instituto Pesta­lozzí. em Canoas.

O SR. JOÃO LINHARES - Requeri­mento no sentido de que seja consig­nado voto de regozijo pela ocorrênciado Jubileu de Prata da Rádio Chapecó,no próximo dia 14.

O SR. ATHIJÊ J. COURY - Projetode lei que concede aposentadoria pro­porcional aos 25 anos de serviço ao se­gurado do sexo feminino filiado aoINPS.

O SR. WILMAR DALLANHOL - Pro­jeto de lei que revoga o ~ 3.0 do art. 67da Lei n.O 5.682. de 21 de julho de 1971- Lei Orgânica dos Partidos.

O SR. LÉO SIMõES - Projeto de leique dispõe sobre a profissão de Secretá­rio.

O SR. PRESIDENTE (Adcrbal Jurema) ­Vai-se passar à votação da matéria que estásobre a Mesa e a constante da Ordem doDia.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte:

REQUERIMENTO

Exmo. Sr. Presidente da Câmara dosDeputados.

Requeiro a V. Ex.a seja designada umaComissão para representar a Câmara dosDeputados nos festejos da Exposição FeiraAgropecuária do Estado do Amazonas, arealizar-se no período de 20 a 28 do correntemês.

Sala das Sessões, em 10 de outubro de1973. _. Raimundo Parente.

O SR. PRESIDENTE (Adcrbal Jurema) ..,...OS 81'S. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE C\élerbal Jurema)- Em conseqüência, designo para compo­rem a Comissão Externa os Srs. RaimundoParente, Delson Scarano, Oswaldo Zanello,Vinicius Câmara e Joel Ferreira.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte:

REQUERIMENTOSr. Presidente:Nos termos regimentais, requeiro para

que parte do expediente do próximo dia 9de novembro de 1973, seja destinada às ho-

menagens ao Touring Club do Brasil, pela.passagem do seu Cinqüentenário de fun­dação.

Sala das Sessões, 11 de outubro de 1973.- Deputado José Camargo.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Ad!'rbal Jurema) _

Antes de inicial' a Ordem do Dia. a Mesacomunica ao plenário que, em prossegui­mento às comemorações do Sesquicente­nário do Poder Legislativo, hoje, às 17 horas,no Auditório "Nereu Ramos", rar-se-á ouviro sociólogo brasileiro Gilberto Freiyre, quefalará sobre "Ligações do Legislativo como EXecutivo".

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _Discussão única das emendas do Se­

nado ao Projeto de Lei n. O 1.368-D, de1973, que "dá nova redação ao Art. 27do Decreto-lei n.o 18, de 24 de agostode 1966, que dispõe sobre o exercício daprofissão de Aeronauta". - Pendentede pareceres das Comissões de Consti­tuição e Justiça, de Trabalho e Legia-

. lação Socíal e' de Finanças.O SR. PRESIl)ENTE (Aderbal Jurema) ­

.dá sobre úa Mesa os seguintes pareceres aoProjeto n.? 1.368-D, de 1973:

COMISSÃO DE CONSTITUIÇãOE JUSTIÇA

Relatório

O Projeto n.'" 1.368-C/73, ao ser aprecia­do pelo Senado Federal, ganhou na Comis­são da Legislação .ocíal as Emendas n.OS1 e 2-CLS, que foram aprovadas pelo Ple­nário, e, agora são submetidas à alta con­sideração da Câmara dos Deputados.

Nesta Comissão devemos observar a cons­titucionalidade e jurídícídade das emendaspropostas.

A de n.o 1, reza:

"No ~ 3.0 do art. 27 do Decreto-lei n.O18. de 24 ele agosto de 1966. a que serefere o art. 1.0 do projeto. onde se lê:

"2 (dois) meses de salário",leia-se:

"4 (quatro) meses de salário."

A Emenda n.o 2 objetiva acrescentar aoart. 1.0 do projeto, os seguintes parágra-fos: .

"§ - O aeronauta transferido, em ca­ráter permanente, não poderá ter outratransferência, do mesmo tipo, sem queocorra o intersticio de 2 (dois) anos.""§ - Ultrapasse "1-0 o prazo a que serefere a letra a do § 1.°, a transferên­cia provisória será transformada empermanente, ficando o empregadorobrigado ao r~ gamento da ajuda decusto referida no § 3.°"

É o- relatórlo.Parecer

Endossamos por .njeíro a manifestaçãoda Comissão de Constituição e Justiça doSenado Federal. pela constitucionalidade ejuridicidade das emendas propostas ao Pro­jeto n.? 1.368-C, de 1973, oriundo da Câmarados Deputados.

Por outro lado, ousamos afirmar que omérito das mesmas é indiscutível. Repara­se, com essas medidas, uma grave injustiçaque sofriam os aeronautas.

É o nosso parecer, s. m. j.

Sala da Comissão, 10 de outubro de 1973.- Deputado ítalo Fittipaldi, Rd~~or.

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, Outubro de 1973E

DIARIb DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 '7193

COMISSÃO DE CONSTITUIÇãOE JUSTIÇA

Parecer ela Comissão

A Comissão de cons-tituição e Justiça, emreunião de sua Turma "A", realizada em10-10-73, opinou, unanimemente, pela cons­titucionalidade, juridicidade e, quanto aomérito, pela aprovação das emendas doPlenário ao projeto n.? 1.368-C/73, nos ter­mos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Srs. Deputados:Lauro Leitão, Presidente; ítalo Fittipaldi,Relator-Substituto; Amaral de Souza, Ar­lindo Kunzler, Célio Bcrja, HildebrandoGuimarães, José Alves, José Sal1y, LaerteVieira, Lísâneas Maciel, Mário Mondino,Ruydalmeida Barbosa e Ubaldo Barem.

Sala da Comissão, 10 de outubro de 1973.- Lauro Leitão, Presidente - ítalo Fitti­paldi, Relator-Substituto.

COMISSãO DE FINANÇAS

I - RelatórioPelo Oficio n.o 338, de 8 de outubro de

1973, o Senado Fed~ral remete à Câmarados Deputados autógrafos das emendasapresentadas ao Projeto n.O 1.368-C, de1973, que "dispõe sobre o exercício da pro­fissáo de Aeronauta".

Sáo elas do seguinte teor:"N.o 1(Corresponde à Emenda n.? 2-CLSl

No § 3.0 do art. 27 do Decreto-lei n.O 18,de 24 de agosto de 1966, a que se refereo art. 1.0 do Projeto, onde se lê:

"2 (dois) meses de salário",

leia-se:

"4 (quatro) meses de salário.""N.o 2

(Corresponde à Emenda n.? 1-CL::JJ

Ao art. 27 do Decreto-lei n.O 18, de 24de agosto de 1966, referido no art. 1.0do Projeto, acrescentem-se os seguintesparágrafos :"§ - O aeronauta transferido, em ca­ráter permanente, não poderá ter ou­tra transferência, do mesmo tipo, semque ocorra o interstício de 2 (dois)anos,""§ - Ultrapassado o prazo a que seretere a letra a do § LO, a transferênciaprovisória será transformada em per­manente, ficando o empregador obriga­do ao pagamento da ajuda de custoreferida no § 3.°"

A Emenda n,o l' euída de estabelecer odireito de o aeronauta perceber, nos casostransferência permanente, além da remu­neração devida, ajuda de custo nunca infe­rior ao valor de ~ meses de salário. Há, pois,uma elevação de mais 2 meses com relaçãoao projeto do Poder Executivo.

A emenda, sob o ponto de vista das fi­nanças, interfere no planejamento eco­nômico e financeiro das companhiasaéreas, eis que as obriga a arcar com des­pesas que certamente sacrificarão os seusprogramas de metas e ações. l!l a imposiçãode um pesado ônus que muitas delas nãopoderão suportar. Além do mais, para nós,fere o princípio constitucional da liberdadede iniciativa.

Somos pela Sua rej eíçâo,

A Emenda n.o 2 acrescenta dois parágra­fos ao art. 27 do Decreto-lei n.o 18/1966. Oprimeiro deles fixa condições para as ocor­rências de transferência em caráter ver-manenta, .

Somos, igualmente, de parecer contrárioà sua aprovação. É que o interstício de 2(dois) anos que a emenda manda observartrará dificuldades para o remanejamentodo pessoal aeronauta. As empresas aéreas,pela própria dinamicidade de seus servi­ços, não podem ficar à mercê de prazosdilatados para proceder ao deslocamentodos aeronautas.

Não há objeções a fazer quanto ao se­gundo parágrafo da Emenda n,v 2.

11 - Voto do Relator

Nestas condições, somos de parecer pelarej eíção da Emenda n.v 1 e do primeiro pa­rágrafo da Emenda D.o 2. Pela aprovaçãodo segundo parágrafo da Emenda n,o 2.

l!l o parecer, s. m. J.Sala da Comissão, em 10 de outubro de

1973. - Deputado Adhemar de Barros Fi­lho, Relator.

COMISSãO DE F11'-TANÇAS

Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças, em sua reumaoordinária do dia 11 de outubro de 1973,apreciando as emendas do Senado ao Pro­jeto de Lei n.> 1. 368-B, de 1973, do PoderExecutivo. opinou, por unanimidade, pelarejeição da Emenda n,? 1 e do primeiroparágrafo da Emenda n,v 2 e pela aprovaçãodo segundo parágrafo da Emenda de n.v 2,conforme parecer do Relator, DeputadoAdhemar de Barros Filho.,

Jl'.stiveram presentes os srs, Deputados:Ivo Braga, Vice-presidente, no exercício daPresidência; Harry Sauer, .Ildélío Martins,Florim Coutinho, Aldo Lupa, Athiê JorgeCoury, Homero Santos, Adhemar de BarrosFilho, Tourinho Dantas, Arthur Santos,Wilmar Guimarães, Victor Issler, CésarNascimento, Joel Ferreira, Ozanam Coelho,Fernando Magalhães, Leopoldo Peres, JoãoCastelo e Norberto Schmidt.

Sala da comíssãó, em 11 de outubro de1973. - Deputado Ivo 8ra{a, Vice-Presi­dente no exercício da Presidência - Depu­tado Adhemar de Barros Filho, Relator.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Tem a palavra o Sr. Raimundo Parente, pa­ra proferir parecer em substituição à Co­míssão de Trabalho e Legislação Social, naqualidade de Relator designado pela Mesa.

O SR. RAIMUNDO PARENTE - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, o Projeto de Lein. o 1.368, de 1973, oriundo de Mensagem doPoder Executivo, foi inicialmente examina­do pela Câmara dos Deputados, que o apro­vou sem. alterações.

Em sua tramitação pelo Senado Federal,recebeu a proposição duas Emendas da Co­missão de Legislação Social, afinal refe­rendadas pelo Plenário da Câmara Alta.

As emendas do Senado, ora em exame,destinam-se: 1) a elevar de 2 para 4 me­ses de salário o montante da ajuda de custoa ser pago ao aeronauta removido em cará­ter permanente; 2) a determinar que otransferido na forma acima indicada nãosofra outra remoção do mesmo tipo, sema ocorrência do interstício de 2 anos; e, portim, a declarar que, vencido o prazo de 126dias, a transferência provisória será consi­derada permanente, com as obrigações dairesultanteso

As remoções - ou transferências, con­:forme as denomina o projeto - que im­portem em mudanças de domicílio causaminúmeros transtornos ao empregado e seusfamiliares. Justo, portanto, que, verificada anecessidade de a empresa deslocar o aero­nauta de sua base, para fazê-lo residir nou­tra localidade, seja a este concedida, pelomenos, razoável eobertura financeira.

O projeto original propunha que, alémdo fornecimento de passagens e do trans­porte de bagagens, fosse paga ao empre­gado transferido em caráter permanenteuma ajuda de custo nunca inferior a 2 me­ses de salários.

A elevação do montante da citada ajudade 2 para 4 meses de salário cobrirá melhoras despesas oriundas da reinstalação doaeronauta e de sua família noutra cidade.

Por seu turno, a proibição de nova trans­ferência antes de decorridos 2 anos da an­terior servirá de obstáculo a freqüentesmudancas de domicilio, obviamente desas­trosas para o empregado e seus dependen­tes.

Finalmente, o esclarecimento de que,vencido o prazo de 120 dias - estabelecidocomo limite para as transferências provisó­rias - a remoção passará a ser consideradapermanente, com o pagamento das vanta­gens resultantes dessa nova condição, re­forca a dísttncáo entre o deslocamento oca­sional e o definitivo (letras a e b do § 1.°),impedindo que interpretações tendenciosasvenham a facilitar o descumprimento danorma principal.

Opinamos, pois, pela aprovação das Emen­das do Senado ao Projeto de Lei n.O 1.368,de 1973, por entender que estas. sem des­caracterizar a proposição governamental,contribuirão para o aperfeiçoamento damesma. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Proferidos os pareceres, passa-se à dis­cussão da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Tem a palavra o Sr. céüo Marques Fer­nandes, para discutir o projeto.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES ­(Sem revisão do orador.) Sr. Presidente enobres Deputados, o projeto de lei que ago­ra retorna do Senado dispõe sobre o exer­cício da profissão de Aeronauta. O Senado,procurando sanar aquilo que a Câmara po­deria ter resolvido por intermédio de algu­mas emendas, objetiva melhorar o projetoora em discussão. A solução desse assuntode há muito era esperada pelos aeronautasbrasileiros. Falo com conhecimento de eau­sa, porque tenho um filho que é comandan­'te de avião numa das companhias aéreas.Havia uma preocupação geral entre os ae­ronautas, em torno dos trâmites finais des­se projeto. Diziam-se prejudicados porque,no estudo inicial dos trabalhos que delinea­ram a estrutura da Mensagem que veio aesta Casa, os aeronautas foram equipara­dos aos oficiais da FAB. nas vantagens enos direitos. Mas tivemos ocasião de deba­ter o assunto nesta Casa e enfatizamos nãoser possível um funcionário civil de deter­minada companhia - um comandante porexemplo - que raramente é transferido. tera mesma ajuda de custo que recebe umoficial da FAB.

Sr. Presidente, também possuo um irmãoque é Coronel da Aeronáutica. A grandedisparidade que havia foi agora corrigida.ao serem equiparados os funcionários dascompanhias, os da classe dos aeronautas,aos oficiais da FAB. Mas esqueceram-se deque os oficiais da Aeronáutica são seguida­mente promovidos. Daí a razão de não te­rem ajuda de custo maior que a anterior­mente paga aos runeíonáríos da AviaçãoCivil. Reduzida essa ajuda, tornaram-semuito apreensivos os comandantes e fun­cionários mais graduados, pois. ao seremtransferidos para outra base - por exem­plo do Rio de Janeiro para São Paulo, deSão Paulo para Porto Alegre ou de Portl)Alegre para Salvador - recebiam ajuda.bem maior, porque toda a família tinhague acompanhá-los. O senado procura, com

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'2194 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeÇão I)' Outulil'o de 1973'

as emendas, solucionar em parte esse pro­blema,

Mas o projeto, da forma como saiu aquida Câmara, não agradou, em linhas gerais,aos aeronautas. Tanto isso é verdade queo jornal da própria classe não fez referén­cías mais detalhadas à proposição que hojeretorna com emendas, algumas das quaísdeverão ser aprovadas, pois vísam la. me­lhorar o projeto. No senado, o órgão dírí-

. gente dos aeronautas, pôde ser melhor con­sultado. Nesta Casa, porém, não foi dada aacolhída esperada às emendas que os aero­nautas eonsíderavam indispensáveis.

Vim a esta tribuna, Sr. Presidente, nomomento em que será definitivamente re­solvido esse problema, para dizer que o 8e­nado procurou melhorar o projeto, emboranão na totalidade, pois ainda existe umdesequilíbrio muito grande em relação àStransferências que terão os funcionários.Em linhas gerais, a matéria volta a estaeMa com a mesma substância com quedaqui saiu. Apenas no aspecto das trans­ferências provisórias e permanentes é que oSenado procurou melhorar a ajuda de custo_ se é que podemos chamá-la assim - ~II!-­portância correspondente a 25% do saláríorecebido na base. O projeto original nãotinha essa correspondência, era bem maisreduzido.

Era o que queria dizer, Sr. preside:o.te.(Muito bem!). O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Não havendo mais oradores inscritos, decla­ro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matérla.O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurems,) ­

'Tem a palavra o 81'. Nina Ribeiro, para en­caminhar a votação.

O SR. NINA RIBEIRO - (Encaminha­mento de votação. Sem revisão do orador.)Sr. Presidente, de longa data acompanha­mos as dificuldades, os percalços que têmrealmente angustiado a briosa classe dosaeronautas. Buscou-se, por Intermédio daproposição em epigrafe, melhorar as suascondições. Não foi possível, no entanto,atingir condição ideal reclamada pela elas­se como um todo, cada um sabendo das suasdificuldades em particular. As emendas doSenado 'Vieram proporcionar um aperfei­coamento melhorando a idéia original doprojeto, c~nforme foi; inclusive, evidenci~~oda tribuna pelo eminente Deputado CehoMarques Fernandes. Não desej ando atrasara tramitacão normal da matéria. pronun­ciamo-nos' em síntese, favoravelmente àsemendas do Senado, muito embora tenha­mos de nos ater aos limites do possível, sematingir, por certo, aquela condição óti11l;asonhada pelos aeronautas e por todos nosque somos, evidentemente, sensíveis às suaslegitimas reivindicações. Neste sentído, vo­taremos favoravelmente. (Muito beml)

.o SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­O Senado F'edcra.I, ao apreciar o projeto,ofereceu ao mesmo as seguintes EmE'ndas:

n» 1

No § 3.0 do art. 27 do Decreto-lei n.? 18. de24 de agosto de 1966, a que se refere o art.1.0 do projeto, onde se lê:

"2 (dois) meses de salário",Leia-se:

"4 (quatro) meses de salário".N.O 2

Ao art. 27 do Decreto-lei n,o 18, de 24 deagosto de 1966·. referido no art. 1.0 do Pro­jeto, acrescentem-se os seguintes parágra­Ias:

"§ _ O aeronauta transferido, emcaráter permanente, não poderá ter OU-

tra transferência, do mesmo tipo, semque ocorra o interstício de 2 (dois)anos.

§ - Ultrapassado o prazo a que serefere a letra "a" do § LO, a transferên­cia provisória será transformada empermanente, ficando o empregador obri­gado ao pagamento da ajuda de custoreferida no § 3.0"

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Em votação o primeiro parágrafo da Emen­da n.O 2, do Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Os sra. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Adel'bal Jurema) _

Em votação o segundo parágrafo da Emen­da 2 do Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Adel'bal Jurema) _Os 81's. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) -Discussão única do Projeto n.O 1.497-A,

de 1973, que dispõe sobre a concessãode benefícios pelo INP8 ao jogador pro­!i~sic:nal de futebol e dá outras provi­dêncías: tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela consti­tucionalidade e [urldícidade; e das Co­missões de Trabalho e LegisÍação Sociale de Finanças, pela aprovação. Parece­res às emendas de Plenário: da Comis­são de Constituição e Justiça pela cons­titucionalidade das de n.OS 1, 3, 8, 9, 10 e,com subemenda, da de n.? 5 e pela in­constitucionalidade das de n. 08 2, 4, 6, 7,11 e 12; da Comissão de Trabalho e Le­gislação Social, pela rejeição, contra osvotos dos Srs. Wilmar Dallanhol, IldélioMartins e Fernando Cunha, no que serefere às Emendas de n.os 2 e 8 e doSr. Francisco Amaral, em separ~do,quanto às Emendas de n.os 2, 3, 5, 6, 8 e9; e. da Comissão de Finanças. pela re­jeição, contra o voto do Sr. César Nas­

. cimento. - (Do Poder Executivo) -Mensagem n.O 287/73. - Relatores: Srs.João Linhares, José da Silva Barros eAdhemar de Barros Filho.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIMENTO·

Sr. Presidente:

Na forma regimental, requeiro a V. Ex.lI.o adiamento da discussão por 1 (uma) ses­são do Projeto n.o 1 497-A, de 1973.

Sala das Sessões, 11-10-73. - Aldo Fa­gundes,

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Os srs, que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa. \

.Aprovado.Em conseqüência, o projeto sai da Ordem

do Dia.O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) -

Discussão única do Projeto n.o ..•••1.545-A, de 1973. que dispõe sobre a re­tribuição dos membros do MinistérioPúblico, e dá outras providências; tendopareceres; da Comissão de Constituicãoe Justiça, pela constitucionalidade e JU­rldícídade, com adoção da emenda daComissão de Finanças; da Comissão deServiço Público, pela aprovação, comemendas, com restrições do Sr. Maga­lhães Melo no que se refere à emendade n.O 1; e, da Comissão de Finanças,

pela aprovação, com emenda. PARECE­RES AS EMENDAS DE PLENARIO: daComissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade da de n.o 1, comsubemenda da Comissão de Serviço Pú­blico e, pela inconstitucionalidade dasde n.Os 2 e 3; da Comissão de ServiçoPúblico, pela aprovação da de n. O 1, comsubemenda e, pela prejudicialidade dasde n.va 2 e 3; e, da Comissão de Finan­ças, pela aprovação. - (Do Poder Exe­cutivo) - Mensagem n. o 322173. - Re­latores: srs. Altair Chagas, Lauro Ro­drigues e Ildélio Martins. (Votação Se­creta).

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Não havendo oradores inscritos, declaro en­cerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) -.

Em Plenário foram oferecidas as seguin­tes Emendas:

N.O 1

Ao Art. 2.0 dê-se a seguinte redação:"Art. 2.0 As atuais ocupantes doscargos do Ministério Público menciona­dos nos Anexos I e II desta Lei, queestiverem percebendo, mensalmente,importância superío rao valor da retri­buição decorrente da aplicação destaLei, será assegurada a respectiva di­ferença."

N.o 2

Ao Art. 2.0 , dê-se a seguinte redação:"Art. 2.0 - Em decorrência da aplica­ção desta lei, nenhum ocupante dosatuais cargos do Ministério Público,constantes dos Anexos I e II, SOfreráredução do que legalmente perceber àdata da vigência desta lei, sendo-lheassegurada a percepção da respectivadiferença."

N.o3Adite-se ao art. 2.0 do Projeto-de-Lei n.o

1.545/73, o parágrafo único nos seguintestermos:

Parágrafo único: "Aos demais ocupan­tes de cargos do Ministério Público daUnião, constante dos anexos da pre­sente lei, aplica-se o disposto neste ar­tigo."

O SR. PRESIDENTE (AderbaI Jurema) ­Em votação o parecer da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela inconstitucionali­dade das Emendas n.vs 2 e 3, de Plenário.·

O· SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.Em conseqüência, ficam prejudicadas as

Emendas n.os 2 e 3, de Plenário.O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­

A Comissão de Serviçc Público, ao apreciaro projeto, ofereceu ao mesmo as seguintesEmendas:

N.~ 1Dê-se ao inciso r, do Anexo l, a seguinte

redação:I - Junto a Justiça comum

VencimentoDenominação do Cargo Mensal

Cr$

Procurador-Geral da República .• 9.600,00Subprocurador-Gel'al da República 8.200,00Procurador da República de l.a

Categoria •.•••... .!., •••••••0.... 5.700.00

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;Outubro de 197~ ) mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 '7195

procurador-Geral da República e de Pro­curador da República, que estiverem perce­bendo, mensalmente, importância superiorao valor da retribuição decorrente da apli­cação desta Lei, é assegurada a diferencaenquanto neles estiverem investidos. -

Art. 3.° O cargo de Subprocurador-Geraljunto à Justiça Militar passa a ser de pro­vimento em comissão quando ocorrer a va­cância, e conseqüente extinção, do atualcargo de provimento efetivo de igual deno­minação.

Art. 4.0. As despesas decorrentes da apli­cação desta Lei serão atendidas pelos re­cursos orçamentários próprios do MinistérioPúblico.

Art. 5,° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

Art. 6.° Revogam-se as disposições emcontrário.

Procurador da RepúLEca !_.2 ')

Categoria 5.300.00Procurador da República de 3.a

Categoria 4.700,00

Procurador-Geral de Autarquia - 6.100,00Procurador Autárquico de 1.'" Ca-

tegoria 5.300,00Procurador Autárquico de 2.11 C:a-

tegoría , 4. . 700,00

Procurador Autárquico de 3.a C.l-teg.ma ' , .. , :l'.900,00

N.o 2

Suprima-se do art. 4.°, a seguinte ex­pressão: "do Ministério Público".

N.o 3

Acrescente-se o seguinte artigo ondecouber:

"Art..... - O vencimento que serviráde base à revisão do provento será ofixado para a classe da Categoriafuncional que houver absorvido o cargode denominação e símbolo iguais ouequivalentes aos daqueles em que seapresentou o funcionário."

O SR. PRESIDENTF. (Aderbal Jurema) ­.Êm votação o parecer da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela Inconstrtuctonalída­

1 de das emendas da Comissão de Serviço Pú-blico. .

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

. Aprovado.Em conseqüência, ficam prejudicadas as

emendas da Comissão de Serviço PúbHco.O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­

A Comissão de Finanças, ao apreciar o pro­jeto, ofereceu ao mesmo e vou submetera votos a seguinte Emenda:

Acrescente-se o seguinte artigo, ondecouber:

"Art. Os proventos do Ministério Pú­blico serão revistos, na forma do dis­posto no art. 10 e seus parágrafos doDecreto-lei n,> 1.256, de 26 de janeirode 1973."

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Rejeitada.O SE. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _

A Comissão de servico Público, ao apreciar'as Emendas de Plenário, ofereceu à de n.o 1a. seguinte Subemenda:

Art. 2.° Aos que sstãverem percebendo,mensalmente, importância superior ao va­lor de retribuição decorrente da aplicaçãodesta lei, é assegurada a diferença enquan­to neles estiverem investidos.

O SE. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _Vou submeter a votos o seguinte:

\

PROJETON.o 1. 545-A, de 1973

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os vencimentos dos membros do

Ministério Público da União são os constan­tes do Anexo I desta Lei.

§ 1.0 Os vencimentos dos membros doMinistério Público junto' à Justiça do Dis­trito Federal e dos Territórios e junto aoTribunal de Contas da União são os cons­tantes do Anexo II desta Lei.

§ 2.° A parte variável da remuneraçãoprevíeta no Decreto-lei n.o 1.025, de 21 deoutubro de 1969,as parcelas correspondentesils diárias de que trata a Lei n.? 4.019, de

20 de dezembro de 1961,e respectivas absor;cões, a gr"1-iZ!c;'.--;r o de representação de quetratam o artigo 12 da Lei n.1> 5.843, de 6de dezembro de 1972, e o parágrafo único doartigo 9,0 do Decreto-lei n,o 1.256, de 26 dejaneiro de 1973, bem assim a gratificaçãoinstituída pelo artigo 12 do Decreto-lei n.o113, de 25 de novembro de 1967, percebidas,em cada caso, pelos membros do MinistérioPúblico, ncam absorvidas pelos vencimentosfixados nos Anexos I e Ir desta Lei.

§ 3.° A partir da vigência desta Lei, ces­'sará o pagamento das vantagens a que serefere o parágrafo anterior, bem assim detodas as outras que venham sendo perce­bidas, a qualquer titulo, pelos ocupantes doscargos relacionados nos Anexos, ressalvados,apenas, o salárío-famiha e a gratificaçãoadiciona' por tempo de serviço.

Art. 2.° Aos atuais ocupantes dos cargosde Procurador-Geral da República, de Sub-

Anexo I

(Artigo 1.° da Lei n.? ,de de de 1973)

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIAOn Junto à Jutiça Comum

Denominação do Cargo

Procurador-Geral da República .................•..•.................•.•Subprocurador-Geral da República .Procurador da República de Primeira Categoria .Procurador da República de Segunda Categoria .Procurador da República de Terceira Categoria ..•...•...•........•.....•

11) Junto à Justiça Militar

Denominação do Cargo

Procurador-Geral da Justiça Militar ....................................•Subprocurador-Geral da Justiça Militar .................................•Procurador de Primeira Categoria , ................•Procurador de Segunda Categoria .Procurador de Terceira Categoria .......................................•Advogado de Ofício de 2." entrância .Advogado de Ofício de 1." entrância .............•.....•....••..•.....•.•DI) Junto à Justiça do Trabalho

Denominação do Cargo

Procurador-Geral da Justiça do Trabalho .Procurador do Trabalho de Primeira Categoria .Procurador do Trabalho de Segunda Categoria ...................•........Procurador Adjunto .............................•........................

Anexo II

(§ 1.° do artigo 1.0 da Lei n.? ,de de de 1973)

I) Ministério Público junto à Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Denominação do Cargo

Procurador-Geral .............•.......•...•.•.•........................•.Subprocul'ador ..•.....•...•.•...•.•.•••.....•.............•.•.•..........Curador .........•••.•.•.......•.•.•.•.••..•..............................Promotor Público ...••........•.........•....••.•........................Promptor Substituto •.•••.......•...•.•...•.•..••..•......•.•...•........Defensor Público ..................................•.....•.....•...•.•...•11) Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União

Denominação do Cargo

Procurador-Geral ......•.......•.•.•.••.•••.•..•..•........•....•...•••.•Adjunto de Procurador ..

VencimentoMensal

Cr$

9.660,008.200.005.700005.300004.700,0l>

VencimentoMensal

Cr$

8.200,006.200005 300,004.900.'04.200.003.300.003.000,00

VencimentoMensal

Cr$

8.200005.300004.900004.200,00

MensalVencimento

Cr$

7.200.006.100.005.300,004.700.003.900,003.300,00

VencimentoMensal

Cr$

8.200005.300,00

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7196 Sábado 13 DlARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19~"

ParáAmérico Brasil - ARENA; João Menezes

_ MDB' Júlio Viveiros - MDB; JuvéncioDias -' ARENA; Sebastião Andrade ­ARENA.

,.I

o SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurenlll,) ­Tem a palavra o Sr. Nina Ribeiro, paraencaminhar a votação.

O SR. NINA RmEIRO - (Encaminha­mento de votação. Sem revisão do orador.)Sr. presidente, a rejeição da emendada Comissão de Finanças, que acabamos devotar, se prende ao fato de ela tratar dematéria já regulada suficientemente emlei.

Quanto aos itens anunciados por V. Ex.acuja votação será feita por escrutínio se­creto, conforme o Regimento, desde já nospronunciamos favoráveis 'a ambos, isto é,ao Projeto e à Submenda da Comissão deServiço Público. Por economia processualpode Q, votação ser feita num só escrutinioembora a envelope contenha duas cédulascom a palavra sim, traduzindo o nosso votofavorável à referida Submenda e ao Pro­jeto.

Este será o sentido do nosso voto. (Muitobem!)

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Em votação o proleto e a Subemenda daComissão de Serviço Público, à EmendanP 1, de Plenário.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Nos termos do Regimento Interno, a vota­ção será procedida por escrutínio secreto.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­Vai-se proceder à chamada e conseqüentevotação.

Os Srs. Deputados que votarem a favor,depositarão na urna a sobrecarta contendoas cédulas Sim e os que votarem contradepositarão na urna aquela contendo asNão.

O SR. VINWmS CANSANÇãO, servindocomo 1.°-Secretário, procede à chamada no­mmal,

O SR. PRESIDENTE (Aderbal .Jurema) ­Responderam a chamada l,lominal e vota­ram 190 Srs. Deputados, numero que COIn­cide com o de sobrecartas encontradas naurna.

Votaram os Srs. Deputados:Acre

Joaquim Macedo - ARENA; Nasser AI·meída - ARENA.

Amazonas

Joel Ferreira - MDB; Raimundo Pa­rente - ARENA; Vinicius Câmara. - ARE-NA. .

MaranhãoEurico Ribeiro - ARENA; Freitaa Diniz

- MDB; Henrique de La Roeque -- ARE­NA; Nunes Freire - ARENA.

PiauíCorreia Lima - ARENA; Pinheiro Ma­

ehado - ARENA.Ceará

Edison Melo Távora - ARENA; Hilde­brando Guimarães - ARENA; ,Josias Go­mes - ARENA (SE); Leão Sampaio ­ARENA; Ossían Ararípa - ARENA; Paesde Andrade - MDB; Parsifal BaJ:roso ­ARENA.

Rio Grande do Norte/Djalma Marinho - ARENA; Vingt RQ.

:sadQ ~ ARENA.

ParaíbaAlvaro Gaudêncio - ARENA; Antônio

Mariz - ARENA; Cláudio Leite - ARENA;Janduhy Carneiro - MDB; Marcondes Ga­delha - MDB; Petrônio Figueiredo - MDB;Teotônio Neto - ARENA; Wilson Braga ­ARENA.

PernambucoAderbal Jurema - ARENA; Carlos Al­

berto Oliveira - ARENA; Fernado Lyra- MDB; Gonzaga Vasconcelos - ARENA;Marco Maciel - ARENA; Marcos Freire ­MDB; Ricardo Fiuza - ARENA; ThalesRamalho - MDB.

AlagoasJosé Alves - ARENA; Vinicius Cansan­

ção -·MDB.Sergipe

Luiz Garcia - ARENA; Passos PôrtoARENA; Raimundo Diniz - ARENA.

Bahia

Djalma Bessa - ARENA; Edvaldo Flôres- ARENA; Fernando Magalhães - ARE­NA; Francisco Pinto - MDB; HanequimDantas - ARENA; Ivo Braga - ARENA;João Alves - ARENA; João Borges - MDB;José Penedo - ARENA; Lomanto Júnior ­ARENA; Luiz Braga - ARENA; ManoelNovaes - ARENA; Ney Ferreira - MDB;Odulfo Domingues - ARENA; Prisco Viana- ARENA; Rogério Rêgo - ARENA; RuyBacelar - ARENA; Theódulo de Albuquer­que - ARENA; Vasco Neto - ARENA; Wil­son Falcão - ARENA.

Espírito Santo

Argilano Dario - MDB; José Tasso deAndrade -- ARENA.

Rio de Janeiroário Theodoro - MDB; Brígida Tinoco

- MDB; Daso Coimbra - ARENA; José daSilva Barros - ARENA; José Sally - ARE­NA; Márcio Paes - ARENA; Osmar Leitão- ARENA; Rozendo de Souza - ARENA.

Guanabara

Célio Borja - ARENA; Eurípedes Car­doso de Menezes - ARENA; Flexa Ribeiro- ARENA; Florim Coutinho - MDB; JoséBonifácio Neto - MDB; Léo Simões ­MDB; Lísáneas Maciel - MDB; MarceloMedeiros - MDB; Nina Ribeiro ARE­NA; Pedro Faria - MDB.

Minas Gerais

Altair Chagas - ARENA; Athos de An­drade - ARENA; Bias Fortes - ARENA;Carlos Cotta - MDB; Delson Scarano ­ARENA; Elias Carmo - ARENA; FábioFonseca - MDB; Francelino Pereira ­ARENA; Geraldo Freire - ARENA; HugoAguiar - ARENA; Jairo Magalhães ­ARENA; Jorge Ferraz - MDB; Manoel deAlmeida - ARENA; Manoel Taveira ­ARENA; Murilo Badaró - ARENA; Navar­1'0 Vieira - ARENA; Nogueira de Rezende- ARENA; Ozanan Coelho - ARENA; Pa­dre Nobre - MDB; Paulino Cícero - ARE­NA; Renato Azeredo - MDB; Sinval Boa­ventura ARENA; Tancredo Neves ­MDB.

São Paulo

Alfeu Gasparini - ARENA; Amaral Fur­lan - ARENA; Cantidio Sampaio - ARE­NA; Carcloso de Almeida - ARENA; ChavesAmarante - ARENA; Díogo Nomura ­ARENA; Faria Lima - ARENA; Ildélio Mar­tins - ARENA; João Arruda - MDB; JoséCamargo - MDB; Maurício Toledo - ARE·NA; Monteiro de Barros - ARENA; PachecoChaves - MDB; Paulo Alberto - ARENA;Roberto Gebara - ARENA; Santilli Sobri~

nho ~ MDª; Ulysses Guimarães - MDB.,

GoiásAnapolino de Faria - MDB; Ary Valadão

- ARENA; Brasílio Caiado - ARENA; Fer­nando Cunha - MDB; Henrique Fanstone- ARENA;' Jarmund Nasser - ARENA;José Freire - MDB; Juarez Bernardes ­MDB; Rezende Monteiro - ARENA; Si­queira Campos - ARENA; Wilmar Guima­rães - ARENA.

Mato Grosso

Emanuel Pinheiro - ARENA; Garcia.Netto - ARENA; Gastão Müller - ARE­NA; Marcílio Lima - ARENA; Ubaldo Ba­rem - ARENA.

Paraná

Agostinho Rodrigues - ARENA; AlencarFurtado - MDB; Antônio Ueno - ARENA;Ary de Lima - ARENA; Braga Ramos _ARENA (SE); Fernando Gama - MDB;Ferreira do Amaral- ARENA; Hermes Ma­cedo - ARENA; ítalo Conti - ARENA; LuizLosso - ARENA (SE); Mário stammARENA; Roberto Galvani - ARENA.

Santa CatarinaAbel Ávila - ARENA; Adhemar Ghisi ­

ARENA; Albino Zeni - ARENA; AroldoCarvalho - ARENA; cesar Nascimento ­MDB; Dib Cherem - ARENA; FranciscoGrillo - ARENA; Jaison Barreto - MDB;João Linhares - ARENA; Laerte Vieira ­MDB; Wilmar Dallanhol - ARENA.

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - ARENA; Alceu Col·

lares - MDB; Aldo Fagundes' - MDB;Amaral de Sousa - ARENA; Amaury Mül­ler - MDB; Antônio Bresolin - MDB; ar­lindo Kunzler - ARENA; Arnaldo Prieto ­ARENA; Célio Marques Fernandes - ARE­NA; Cid Furtado - ARENA; Clóvis Stenzel- ARENA; Daniel Faraco - ARENA; EloyLenzi - MDB; Getúlio Dias - MDB; HarrySauer - MDB; Helbert dos Santos - ARE­NA; Jairo Brum - MDB; José Mandelli ­MDB; Lauro Leitão - ARENA; Mário Mon­dlno - ARENA; Nadyr Rossetti - MDB;Norberto Schmidt - ARENA; SinvalGuazzelli - ARENA; Vasco Amaro - ARE­NA; Victor Issler - MDB.

Rondônia

Jerônimo 'santana - MDB.Roraima

Silvio Botelho - ARENA.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ;...Vai-se proceder à apuração.

Convido para servirem de eserutínadcresos Srs. Petrônio Figueiredo e Vinícius can­sanção'.

Procede-se à apuração. "O Sr. Aderbal Jurema, 19-Vice-Presi.

dente, deixa a cadeira da Presidência,que é ocupada pelo Sr. Fernando Gama,29-Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) _Procedida a apuração foi verificado o se­guinte resultado:

Votação da SubemendaSim ......................• 182Em branco............. ..• 8Total............. ........• 100

. A subemenda foi aprovada.Fica prejudicada a Emenda n,v 1, de Ple-

nário.Votação do ProjetoSim................... •.••• 1B2Em branco 8

Total...................... 190O projeto foi aprovado.

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Outubro f!e 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 719'1'

Vai à redação final.O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) -

Discussão única do Projeto de Reso­lução n,> 90, de 1973, que altera os arti­gos 140, 186 e 203 da Resolução n.O 67,de 1962, que reestrutura os Serviços daSecretaria da Câmara dos Deputados edá outras providências. (Da Mesa.) ­Relator: Sr. Dayl de Almeida.

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) ­Não havendo oradores inscritos, declaro en­cerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) ­

Vou submeter a votos o seguinte:PROJETO DE RESOLUÇAO

N.o 90, de 1973

Art. 1.0 O art. 140 da Resolução n.? 67,de 1962, fica acrescido do seguinte pará­grafo único:

"Art. 140. . ................•.•...••• o"Parágrafo único. Para efeito de apo­sentadoria e disponibilidade, computar­se-á integralmente o tempo em que ofuncionário esteve afastado em licençapara tratamento da- própria saúde."

Art. 2.0 Os incisos I e Ir do art. 186 daiRe.solução n.O 67, de 1962, passam a vigorarcom a seguinte redação:

"Art. 186. 0.00 oo' o o 00.

I - quando acometido de tuberculoseativa, alienação mental, neoplasía ma­ligna, cegueira, lepra, paralisia irreversí­vel e incapacitante, cardiopatia grave,doença de Parkinson, espondíloartroseanquílcsante, nefropatía grave, estadosavançados de Paget (osteíte deforman­te), com base nas conclusões da medici­na especializada;rI - quando invalidado em conseqüên­cia de acidente no exercício de suasatribuições, ou em virtude de doençaprofissional."

Art. 3.° O art. 203 da Resolução n.O 67,de 1962, passa a vigorar com a seguinteredação:

"Art. 203. A autoridade que tiver ciên­cia de irregularidade no serviço é obri­gada a .promover-lhe a apuração ime­diata e, se necessário, providenciar, porsi ou através de comunicação ao órgãocompetente, a abertura de processoadministrativo, assegurando-se aoacusado ampla defesa.§ 1.0 O processo precederá a aplicaçãodas penas de suspensão por mais de 30dias, destituição de função, demissão ecassação de aposentadoria ou disponi-bilidade. .§ 2.° É competente para determinar aabertura do processo o Diretor-Geral.§ 3.0 Promoverá o processo uma co­missão designada pelo Diretor-Geral ecomposta de três funcionários.§ 4.° Ao designar a comissão o Dire­tor-Geral indicará dentre seus mem­bros o respectivo presidente.§ 5.° O presidente da comissão desig­nará o funcionário que deverá servircomo secretário.§ 6.° A comísâo, sempre que necessá­rio, dedicará todo o tempo aos traba­lhos de inquérito, ficando seus mem­bros, nessa hipótese, dispensados doIserviço durante o curso das diligên­cias e elaboarção do relatório.§ 7.° O prazo para o inquérito será desessenta dias, prorrogáve; pq~ mais

trinta, pela autoridade que tiver deter­minado a instauração do processo, noscasos de força maior.§ 8.° A comissão procederá a todas asdiligências convenientes, recorrendo,quando necessário, a técnicos ou pe-ritos. '§ 9.° Ultimada a instrução, citar-se-áo indiciado para, no prazo de dez dias,apresentar defesa, sendo-lhe facultadavista do processo na Secretaria.§ 10. Havendo dois ou mais indiciados,o prazo será comum e de vinte dias.§ 11. Achando o indiciado. em lugarincerto, será citado por edital, com pra­zo de quinze dias.§ 12. O prazo de defesa poderá serprorrogado pelo dobro, para diligênciasreputadas imprescindíveis.§ 13. Será designado ex officio, sem­pre que possível, funcionário da mesmaclasse e categoria para defender o indi­ciado revel.§ 14. Concluída a defesa, a Comissãoremeterá o processo à autoridade com­petente, acompanhado de relatório, noqual concluirá pela inocência ou res­ponsabilidade do acusado, indicando sea hipótese for a última, a disposiçãolegal transgredida.§ 15. A decisão do processo caberá:a) ao Diretor-Geral, quando a pena aser aplicada for de advertência, repre­ensão, destituição de função, ou sus­pensão e multa até 30 dias;b) ao Primeiro-Secretário, quando a pe­na a ser aplícada for de suspensão pormais de 30 dias;c) à Mesa da Câmara, quando a-pena aser aplicada for de demissão e cassaçãode aposentadoria ou de díspombilídade,

§ 16. No caso de alcance ou malversa­ção de dinheiro público, apurado eminquérito, o afastamento em razão desuspensão preventiva, se prolongará atéa decisão rínal do processo administra­tivo.§ 17. Tratando-se de crime, a autori­dade que determinar o processo admi­nistrativo providenciará a instauraçãode inquérito policial.§ 18. Caracterizado o abandono docargo ou função e ainda no caso do§ 9.° do art. 200 será o fato comunicadopelo Departamento de Pessoal ao Dire­tor-Geral, que procederá na formadeste artigo.§ 19. Quando a infração estiver capi­tulada na lei penal, será remetido oprocesso à autoridade competente, fi­cando traslado na Câmara.§ 20. Em qualquer fase do processoserá permitida a intervenção de defen­sor constituído pelo índícíádo,

§ 21. O funcionário só poderá ser exo­nerado a pedido após a conclusão doprocesso administrativo a que respon­der e desde que reconhecida a sua ino­cência."

Art. 4.° Esta resolução entrará em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

AIlrovac1ooVai à promulgação.O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) ­

Nps termos do inciso ;U do art. la do Regi-

mente lutemo, concedo a polavra ao Sr.Nina Ribeiro, na qualidade de Líder daAliança Renovadora Nacional.

O SR. NINA RIBEIRO - (Como LíderSem revisão do orader.) Sr. Presidente, srs:Deputados, D, Niomar Moniz SOdré quetambém se diz Bittencourt, enderecou 'cartaao Sr. D~putado ~hales Ramalho, que a leudesta tribuna, Nao tem ela eondíeões derefutar ninguém, ou de dizer ou fázer al­guma coisa. Do longo discurso que aquiprcnuncíamos anteriormente, só entendeude lançar um repto a respeito da existênciade um apartamento em Paris. Se ela oconseguiu de presente ou de qualquer for­ma, a rigor, não me interessa. Todos sãotestemunhas nesta Casa de que, citado no­minalmente, pedi o aparte e não o obtive.Oportunamente voltarei ao tema. No mo­mento, quero apenas declarar que o longodiscurso que aqui pronunciei, invocandonão apenas o caso do Correio da Manhã,mas também da imprensa mundial - po­demos dizer assim - só encontrou um de­talhe para despertar o desci o de repto,com o que já estamos satisfeitos. Dito isto,vamos ao assunto que me trazia origínal­mente à tribuna e que se reiere a mais umcapitulo da defesa do consumidor.

O eminente' General Ernesto Geisel emrecente pronunciamento nesta Casa, alertoua opinião pública do País para os perigosinerentes ao funcionamento das empresasmultínaeíonaís , Com notável zelo, com aexperiência de homem público que possuicom o autêntico natlvlsmo que caracteriza ~patriotismo de todos nós, S. Ex." levantou ahipótese da dúvida sobre serem as empresasmultínacíonaís um bem ou um mal. Essasempresas, representadas por seu acervoeconômico e tecnológico, se- reguladas :ieforma explícita e em ordem a sedimentare incrementar o progresso de um país come.o nosso, evidentemente serão benvindas; se,ao contrário, querem espoliar pretendendoaproveitar as imperfeições da legislação pá­tria, simulando toda sorte de negócios oufalsidades, a fim de empanar nosso desen­volvimento e aguçar as diferenças de dís­tríbuíeâo de renda, então serão malditas e,como tal, devem ser contidas.

Como prova do que dissemos, o ProfessorHelmut Al'mt garante, por exemplo, queuma associação celerada, naquele sentidohistórico da soeíetas sceleris, um grupo comos piores objetivos foi integrado pela Gene­ral Eletric, OSRAM, Tóquio Eletric, Phil1ip.~

e outras empresas multínaeíonaís e naeío-.naís, com o fito de conseguir, após acordossucessivos, reduzir o tempo de vida útil da,lâmpada elétrica de 5 mil horas para 1.20()jhoras.

Ora, Sr. Presídente, Sr8. Deputados, aquitemos um lamentável exemplo do quantopode o poder econômico, que não respeitaa si próprio, realmente abjeto, que visa aexplorar, a ilaquear a boa-fé do pfibllco,contrariando uma tendência válida deaperfeiçoamento, no sentido de expor umproduto aperfeiçoado, que inclusive tenhamaior duração. Ao invés gastam o seu tem­po e o seu esforco para fazer justamente ocontrário, isto é, diminuir a vida útil dalâmpada, a fim de aumentar o número devendas e com isso arrancar parcelas aindamais nababescas de lucros, que já são ci­clópicos.

Sr. Presidente, não é preciso invocar oslaudos técnicos que tenho em meu poder.Cito apenas dois fatos bastante elucidati­vos. Em conversa com modesto operário deuma dessas fábricas, cuja identidade in­clusive deixarei de revelar, para que ele­não perca o emprego, disse-me que, decerta feita, saiu uma partida de lâmpadascom duração maior, talvez com filamentomais resístente, detalhe que fazia com que

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':198 Sábado 13'I

'DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) dutubro de 1973

custassem mais a queimar. Pois bem, essapartida não foi levada à comercialização.AI; lâmpadas foram afastadas do mercadopara que os consumidores não ficassem malacostumados, de acordo com a cínica deeta­ração do dirigente da fábrica.

Sr. Presidente, herdei de meu avô umacasa no Município de Petrópolis. Pois bem,nesse prédio quase centenário, possuo lâm­padas alemãs, do tempo da Primeira GuerraMundial, que ainda funcionam perfeita­mente. Portanto, lâmpadas de 1914, quepermanecem tecnicamente válidas, pois atéhoje continuam acendendo. Paradoxalmen­te, as atuais vendidas no mercado são fei­tas para queimar de semana em semana.Vejam V. Ex.as a que ponto chega esse po­der realmente lesivo, realmente fraudulento,realmente imoral dos grupos multinacionais,que vêm para cá em ordem auferir parce­las maiores de lucro, não obstante explo­rando a minguada bolsa dos consumidoresbrasileiros.

O Sr. Aleeu Collares - Estou habituado.8 ver a defesa de V. Ex.", permanente, doconsumidor brasileiro. Mas observo que, deuns tempos a esta parte, V. Ex." muda alinguagem, parece que levado por um pro­cesso indutivo da expressão utilizada pelofuturo Presidente da República, que diz nãosaber se as multinacionais se constituemnum bem ou num mal. Antes dessa aberí.ura- a discussão de um dos problemas maisimportantes para a economia do pais: ­recordo quantas vezes a Oposição estevenaquela tribuna, denunciando o capital es­trangeiro espolíador e de quantos e quantoso defenderam, achando que há necessidadede que o capital estrangeiro venha a inves­tir na economia nacional. Vi, constatei, que,em determinado momento, quando falúva­mos, alguém, respondendo pela Lider~Lnça

da ARENA, dizia que as portas da economianacional poderiam ser abertas ao capitalestrangeiro para ajudar mais o desenvol­vimento econômico do Pais. E veja V. Ex.aque o Ministro Delfim Neto está procedendoassim, Não há díscíplínação do capital es­trangeiro, A chamada rmiltínaeional é ape­nas um colorido diferente para o capitalestrangeiro. É ele que muda de cor, corno ocamaleão, para dar o bote melhor, maiscerteiro e mais prático no que deseja. Nãose pode, de forma nenhuma, sequer imagi­nar que o investimento estrangeiro Venhasem a preocupação maior, que é a do lucro,o maior lucro no menor tempo, com menorrisco. Esta a preocupação única e exclusivade qualquer tipo de capital estrangeiro, Oque cabe é disciplinarmos através de esta­tuto, quais os setores da economia nacionalque podem receber o investimento essran­geíro, de tal forma que não venha ele aprejudicar o frágil capital nacional, hojejá altamente prejudicado com as chamadasmultínacíonats, que, como já disse, se cons­tituem apenas num apelido que o capitalestrangeiro está utilizando para a explo­ração dos países subdesenvolvidos. Dír-se-áque o índice de investimento do capitalestrangeiro nos paises subdesenvolvidos émuito pequeno em relação ao investimentoque fazem nos países desenvolvidos. Ocorreque esses pequenos investimentos que sãofeitos pelas multínacíonaís nos países sub­desenvolvidos representam, para a sua eco­nomia frágil, um volume extraordínérío deinvestimentos que, se não cuidado, que, senão disciplinado, comprometerá efetiva­men a sua economia, fazendo com que elaviva permanentemente na dependência dedecisões que não estão dentro do se 1 ter­ritório.

O SR. NINA RIBEmo - Eminente Depu­tado Alceu ooüares, sempre que V. Ex."assoma à tribuna, merece de nós todos amáxima atenção. Mas se V. Ex." houvessedado ao seu modesto colega a mesma aten-

cão que ele lhe devota, veria que estoutranqüilo quanto a esta matéria, porquenão há nenhuma contradição no que dize­mos agora ou no que proferimos em dis­cursos anteriores.

Repetimos e reiteramos que, numa épocaem que vemos até a China romper as suasmuralhas e buscar não apcnas comércio,mas investimentos do exterior para o de­senvolvimento do seu processo econômicointerno; numa hora em que vemos fábricasinteiras americanas serem montadas emterritório soviético; numa hora em que ve­mos títulos de crédito russos serem jogadosno Ocidente, em operações tipicamente ca­pitalistas e bancárias, em ordem a canali­zar a poupança ocidental para desenvolvera indústria soviética, não nos parece lícitoquerer o isolamento com relação ao restan­te do mundo, porque o desenvolvimento sefaz ou com a poupança interna, ou com apoupança externa.

A expressão "milagre", repudiada pormuitos, sobretudo em termos de economia,evidentemente não pode explicar estas ex­pressões equivalentes, algo que se pareçacom o crescimento do nosso Produto Nacio­nal Bruto. Portanto, o que temos que fazernesta matéria é, sem dúvida, complemen­tar as poupanças internas com aquilo queos economistas chamam "hiato de recur­sos" e canalizar no exterior todo aquele ca­pital que é benvíndo, porque disciplinadoaos interesses nacionais, porque controladoaqui no Brasil, porque condicionado aos an­seios maiores da Pátria brasileira. Virá co­mo alavanca poderosa, a permitir que te­nhamos maior número de empregos. E ­diga-se de passagem - precisamos de cer­ca de 2 milhões de novos empregos todos osanos.

De modo que não há contradição em pro­curar o eminente Ministro Delfim Neto ­ou nós outros, que defendemos sua politicanesta Casa - situar a expansão bancáriabrasileira na colocação de títulos de créditoda nossa economia no exterior e atingir, in­clusive, o Extremo-Oriente. Este fato real­mente demonstra o alto grau positivo docrescimento da economia brasileira, o quenão é propaganda bombástica, porque osórgãos internacionais - até poderíamoschamá-los "shylocklanos", porque só se mo­vem pelo lucro, não têm nenhuma razãoidealista e querem apenas a reprodução deseus investimentos - vêem e vêem mesmono Brasil uma pujança enorme no cresci­mento nosso em matéria econômica.

Se aceitarmos essas poupanças e Se ascondicionarmos aos interesses. nacionais,evidentementee que esse impulso será legi­timo, porque vai abreviar o queimar de eta­pas que nos separam de outros centros maisdesenvolvidos. Agora, se se levantam dúvi­das, como o eminente Gen. Ernesto Geiselfez, se se apontam também certos abusos decompanhias e grupos poderosos, multinacio­naís, companhias estrangeiras e até com­panhias nacionais também, em ordem a 11a­quear a boa-fé e explorar o grande público,seja no setor das lâmpadas, dos eletrodo­mésticos, que abordaremos a seguir, no se­tor dos remédios, no setor, enfim, de múl­tiplas atividades, estaremos fazendo o quê?Apenas cumprindo o nosso mandato e exi­gindo que esses interesses econômicos legí­timos, pelo ideal do bem comum, devam sercontidos nos limites da lei da moralidadepública, para que não venham a lucrar des­mesuradamente em detrimento da popula­ção em geral.

Essa a colocação que fazemos, fizemos ereiteramos a cada instante. Não há contra­dição alguma, eminente Deputado AlceuOollares. Nós realmente enfatizamos o pro­gresso do nosso modelo econômico. Nós

achamos benvindos os interesses que nosvêm ajudar a desenvolver a economia, masrepudiamos todo e qualquer excesso e todaforma de querer controlar a nossa economiaem detrimento dos interesses nacionais eem favor de interesses alienígenas. Essa anossa colocação, que é um denominador co­mum de todos nós, porque, nesse ponto, te­nho certeza, a posição V. Ex." é perfei­ta, honesta e sincera, mas a nossa não o émenos também.

O Sr, Eloy Lenzi - Permita-me, nobreDeputado. V. Ex." afirmou que o desenvol­vimento econômico só poderá ser incre­mentado através do investimento. E os re­cursos para o investimento só poderemosobter com a poupança interna. A comple­mentação dos recursos que aqui nos falta­rem, poderemos buscar no exterior. Minhaobjeção em torno da orientação econõmícaimprimida pelo Governo Revclucíonárto resi­de basicamente nesse setor. l1: que esses re­cursos que o Ministro Delfim Neto vai bus­car lá fora para investir no Brasil são in­discriminados. S. Ex.a não tem cautela nadiscriminação desses recursos. Conforme oestudo a que se procedeu, existem, atual­mente, no Brasil, 217 empresas multínacío­naís, transacíonaís e internacionais operan­do nos trinta principais setores, precisa­mente os mais nobres da economia brasi­leira. Entre elas destacamos os bancos deinvestimentos e os bancos comerciais, a pe­troquímica - agora está havendo qualquerrestrição a este respeito - a indústria far­macológica, a indústria metalúrgica, a in­dústríà automotora etc. Em razão disso, no­bre Deputado - desculpe-me se o aparte élongo, mas já o encerro - em 1971, somen­te as fábricas automotoras absorveram 85%dos dez bilhões de cruzeiros da poupançabrasileira, ou seja, 8 bilhões e 500 milhões.Os lucros fabulosos obtidos pelas empresasestrangeiras aqui radicadas são enviadospara o exterior, em .çonseqüêneía da remes­sa de royalties e know how, uma nova for­ma de exploração econômica dos países sub­desenvolvidos, e atingem neste ano, impor­tância superior a 2 bilhões e 500 milhões dedólares.

O SR. NINA RIBEIRO - Nobre e emi­nente Deputado Eloy Lenzi, agradeço a V.Ex." o aparte. O assunto do meu discursoera vazado em outros termos, à deefsa cioconsumidor. V. Ex.a chamou-se à dis­cussão em termos estritamente econômicos.Não fugirei ao repto, por assim dizer.

O Sr. Eloy Lenzi - V. Ex." falou emmultinacionais.

O SR. NINA RIBEIRO - Não há dúvida.mas exatamente para enfocar o aspecto emque procuram elas descumprir o sentidoqualltativo dos produtos que oferecem aopúblico. V, Ex." aparteou-me exatamentepara dizer que o ingresso desses capitais e$­trangeiros está como que hipertrofiado 'avulnerar determinados setores. V. Ex. eí-,tou o setor bancário, por exemplo. Se háum setor que está rawavelmente bem pro­tegido é exatamente o setor bancário. Po­demos dizer, eminente Deputado, que o se­tor bancário é dos menos vulneráveis.

O 81'. Eloy Lenzi - Refiro-me ao setorbancário de investimento e não aos demais.

O SR. NINA RmEIRO - Respondendo aV. Ex.", chamaria sua atenção para ositens que vou ferir, especificamente os queV. Ex.a aflorou no aparte. V. Ex.a há dever que esses recursos estranhos, que vêmdo exterior - se não me falha a memória.não trouxe os dados aqui escritos porquenão vinha discutir essa matéria - não atin­gem 8%' do nosso Produto Nacional Bruto.l1: o que pudemos estudar há alguns dias.V. EX,a aflorou o exemplo também da ín-

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Outubro de 1973 DIÃRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado 13 7199

dústrla automobilística. Sinto-me muito àvontade para falar porque em dezenas dediscursos - sem exagero - nestes 3 anosde mandato parlamentar, na presente Le­gislatura, tenho reprovado os excessos dasfábricas de automóveis no Brasfl , ..

O Sr. Eloy Lenzi - Meus cumprimentosa V. Ex."

O SR. NINA RIBEIRO - ... que não res­peitam os limites minimos da garantía ine­rente à pessoa humana, como o fazem nasterras de origem, nos Estados Unido~ daAmérica ou na Alemanha. Elas montam fá­bricas no Brasil sem respeitar esses mesmosrequisitos, como que a proclamar a esdrú­xula e despicienda tese que nos provoca re­volta, qual seja, a de que o consumidor ouusuário brasileiro mereceria menos respeitona sua incolumidade física ou na sua pró­pria vida do que o usuário alemão ou ame­rícano , Então V. Ex." me [ará a justíea nosentido de que eu aqui não tenho poupadocriticas, e até reiteradas, a essas compa­.nhías. Mas quando V. Ex." diz que elas ca­nalizaram cerca de 30% da poupança na­~ional, é preciso especificar isso Deputado,Eloy Lenzi. Não foram 80% ma~ menos do

.que isso, de acordo com estimativas que V.Ex.'" bem conhece. O que também deve serdito, em contrapartida, por um primado dejustiça, é que essas fábricas evidentementepagaram salários, pagaram impostos. V.'~x." sabe que os impostos acumulados, rei­terados em cascata de cada peça, de um

.eonjunto de automóveis, está a atingir per­··to de 40% do seu valor. Esta canalízacào de-dívísas da poupança nacional da ordem de80% foi redistribuída sob a forma de salá­rios e também sob a forma de pagamento deimpostos. V. Ex.a não pode isolar na Eco­nomia, que é um contexto global, um item edaí tirar todas as conclusões impedindouma visão de conjunto, porque'essa canali­zação de poupança não é tão alta - permi­to-me discordar de V. EX.e - mas é eviden­temente de vulto. Não negamos que a in-

. dústría automobilistíca nacional esteja en­, tre as dez maiores do mundo - é de vultonão apenas nacional mas internacional. Elaporém, redístríbuí, também, internamente:

O SI', Eloy Lenzi - Mas os lucros foram.rernetidos ao país de origem sob a forma deEuyalties e dividendos.

O SR. NINA RIBEIRO - V. Ex.a não querpagar royalties? V. Ex." terá que redesco­brir o automóvel, inventar um carro novo,

. completamente novo; terá que redescobrir omotor à explosão; terá que redescobrir acarroceria, e teremos então uma patentenacional e não pagaremos royalties. Mas se

'V. Ex." acha que os investimentos em pes­quisa para conseguir veículos inteiramentenovos são melhor negócio do que pagarroyalties, então pode evidentemente enve-

, redar por esse setor.O Sr. Eloy Lenzi - A importação de tec­

nologia é um verdadeiro absurdo e a últimamodalidade de exploração.

O SR. NINA RIBEIRO - Agora, o que nãopode haver é um diálogo paralelo. V. Ex."me interrompe quando ainda estou respon­dendo ao seu aparte anterior. Assim não épossível, não há ordem.

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) _Solicito ao nobre Deputado Eloy Lenzí querespeite o Regimento da Casa uma vez queo orador não lhe concedeu 'um segundoaparte.

O Sr. Nina Ribeiro - Pelo menos até en­cerrar a resposta ao aparte anterior, Sr.Presidente.

O Sr. Eloy Lenzi - Estou aguardando.

O SR. NINA RIBEIRO - Sr. Presidente,quero ponderar a S. Ex.a o Deputado Eloy

Lenzi que a economia tem que consideraro fator tempo, o fator disponibilidade decapital e também o fator trabalho obvia­mente. Se S. Ex." não quer pagar ~oyaItiesporque isso dá dividendos, então redescubraa pólvora, os remédios, os artefatos. Vamosinventar tudo de novo e, assim, não paga­remos royalties a ninguém. Só que isso vailevar 200 anos. Agora, se queremos produzirjá não apenas automóveis, aviões a jato'supersônicos, não há outro caminho a nãoser pagar àqueles que já os descobrir mantes de nós. Tudo isso, eminente Depu­tado Eloy Lenzí, contendo a remessa deKn...w how e as retríbuícôes a título, de auxí­lio tecnico. Não há a menor dúvida. V. Ex."há de sentir que nosso desejo é realmentepoupar, canalizar nossos recursos, inclusi­ve obrigando a reinvestir-se no País. Opensamento de V. Ex." não é discordantedo nosso. Mas precisamos ser prátíccs erealistas, pois se formos pelo caminho dafantasia, da imaginação, e do devaneio, nãoobteremos lucro prático. V. Ex." poderá ve­rificar que países socialistas como a Rússiae a China, cujas economias eram isoladas,planificadas, estão a transigir barbara­mente, a ponto de realizar operações niti­damente capitalistas, de lançar títulos decrédito, A Rússia lança, hoje, nos EstadosUnidos, por intermédio de vários bancos,títulos de crédito como financiamento desua indústria, É o contribuinte americano,capitalista e reacionário, que está a finan­ciar a construcâo da indústria sovtétrca.A Ford está a montar na Sibéria uma fá­brica de caminhões; a FIAT, uma fábricade automóveis, em pleno território soviético.Veja V. Ex." a contradição existente nomundo moderno. Que fariam Lerrine ouMarx se ressuscitassem? Talvez morressemoutra vez, imediatamente.

Concedo aparte ao Deputado Eloy Lenzi.Solicito-lhe, por obséquio, seja breve, poisestou a afastar-me completamente do leitooriginal de meu discurso.

O Sr. Eloy Lenzi - Mas em assunto detamanha importância, permita-me V. 'Ex.'t,o aparte não pode ser tão pequeno.

O SR. NINA RIBF.IRO - É um prazerouvir V. Ex."

O Sr. Eloy Lenzí - A esta altura, não seímais se V. Ex." é a favor das multínacío­naís, operando indiscriminadamente noBrasil, ou se é contra elas.

CO SR. NINA RIBEIRO Sou a favordo progresso brasileiro.

O Sr. moy Lenzi - Em alguns momen­tos, V. Ex." apresenta restrições e sugere,em seu pronunciamento, cautela no tocanteao advento do capital estrangeiro. Em ou­tros, V. Ex." deefnde as multinacionais ecita o exemplo da injeção de capital es­trangeiro dentro dos limites de territóriosde países comunistas. Digo a V. Ex." quenão sou inteiramente contrário ao adventodo capital sstra•.geiro no Brasil, desde queele concorra para o desenvolvimento indus­trial de nosso País. Mas sou contrário aoadvento indiscriminado de capital estran­geiro, às empresas multinacionais em nú­mero excessivamente elevado e que já do­minam inteiramente a rede industrial denosso País e nossa exportação de manufa­turados. A favor delas, inclusive, o GOvernobrasileiro está subsidiando a exportação detodos os manufaturados, principalmente osproduzidos pelas empresas multínacíonaís,retirando da exportação todos os impostos.Assim, se colocarmos nos pratos da balançaas vantagens, que são muito menores, e asdesvantagens que as empresas multlnacío­naís oferecem ao Brasil, verificaremos queo prato que indica desvantagens baixaráimediatamente, porque elas são maioresque as vantagens,

O SR. NINA RIBEIRO - Agradeço a V.Ex." o aparte e peço licença ao Sr. Presi­dente, contraríando meus hábitos, para nãoconceder mais apartes, tendo em vista quesequer comecei a expor o assunto que metrouxe à tribuna.

Respondendo ao nobre Deputado EloyLenzi, quero ponderar a S. Ex." que ternosafinidade em vários pontos de vista, tal­vez mais do que S. Ex." possa imaginar,nas limitações de um aparte. Somos todosfavoráveis ao rápido desenvolvimento na­cional. Por isto, o que faltar de poupançainterna terá de ser complementado atra­vés de recurso externo, na medida em quea poupança externa for condicionada esempre controlada pelos interesses maioresda pátria brasileira. Neste sentido, o eapt­tal estrangeiro é benvíndo, porque abre­viará nossas etapas de desenvolvimento.Mas se vier com intuito espolíatívo, comoocorre com algumas indústrias já ínstala­das no Brasil - como no exemplo que hádias citamos, da KIBON, que não respeita.sequer os direitos trabalhistas, que imaginapretensos contratos de depósito para nãoreconhecer aos vendedores das carrocinhasos direitos trabalhistas fundamentais, o di­reito ao aviso prévio, a ter carteira assina­da, ao 13.0 salário e outros - evidentemen­te tal atitude merecerá reprovação unânimedos representantes dos partidos políticos,de qualquer facção ideológica nesta Casa.Seria atentatória, não apenas ao brio e aosinteresses nacionais. mas ao próprio sentt­do de patriotismo. Assim, também, retar­dar ou impedir o rápido processo de desen­volvimento brasileiro, só para não se pagarroyaltv, seria um capricho. Isto nos força­ria à caricata situação de ter de redesco­brir a pólvora e todos os outros artefatosque ainda não constam de patente brasi­leira. E levaríamos talvez talvez dois outrês séculos para atingir a situação de na­ção altamente desenvolvida. É apenas o bomsenso em matéria política que faz com queprevaleçam em nossa terra sempre os in­teresses nacionais, mas sem cair naquelejacobinismo xenófobo. Evidentemente, nãodigo_seja essa a posição de V. Ex.". e nemseria conveniente a qualquer interesse Iegt­timamente brasileiro.

Voltando ao tema da defesa do consu­midor, quero agradecer aos dirigentes eorganizadores de um simpósio que se rea­lizou em São Paulo sobre a defesa do con­midor. Convidaram-me a comparecer àqueleconclave, juntamente com eminentes vul­tos, como os Senadores Franco Montoro e

,José Líndoso. Lá, apresentariamos os pro­jetos que oferecemos à tramitação nestaCasa: o de n. O 897/72, que dispõe sobre a.proteção ao consumidor, e do n.? 70/71,no sentido da criação do Conselho de De­fesa do Consumidor. Entretanto, por deve­res inerentes à Vice-Líderança. não pudeir. Mas acompanhei atentamente com en­tusiasmo, os trabalhos e as conclusões aque chegaram eminentes pessoas que par­ticiparam daquela reunião, de modo a po­liciar melhor e a exigir, de forma maisacentuada e perfeita, o cumprimento deprincipios básicos, fundametais, que con­cernem à quantidade, à qualidade. à segu­rança e à durabilidade dos produtos expos­tos à venda, ao mercado de modo geral.

Sínto-me sumamente reconhecido porqueilustres figuras, como as dos SenadoresFranco Montara e José Líndoso, vêm dar,agora, todo respaldo, na sua eminente dig­nidade, no grande trabalho realizado, àtese que, desde o início de. nosso mandato,particularmente, procuramos defender nes­ta Casa. nos múltiplos pronunciamentosfeitos e na elaboração de projetos de leique nos levaram, inclusive, ao Exterior. Fo-

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7200 Sábad() 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) outuj}~o de 1973

mos compulsar, à nossa própria custa, os_-modelos apresentados na Suécia, na Fran­ça e em outros países, e que visam a pro­'reger o consumidor no comércio em geral,l) contribuinte e também o usuário contraatos arbitrários, atos evidentemente repro­váveis até do Poder público, como é o caso00 DETRAN da Guanabara, que inclusiveatinge as raias do caricato, não fosse real­mente tenebroso ver o enriquecimento Ih­cito do Erário por formas desse jaez. Refr­re-me a um expediente do DETRAN daGuanabara, que aplicou multa a carro queainda estava na fábrica. Parece até piada,parece até dito chistoso ou de mau gosto,mas a notícia está efetivamente alícerçadana realidade dos fatos, pois foi publicada nosjornais. O Volkswagen GB-FA-1725, emplaca­do no DETRAN em meados de dezembro doano passado, recebeu notificação de multa

ano passado, recebeu notificação de multa porinfração às leis do trânsito, quando estavaem estacionamento proibido, fato que ocor­reu um mês antes, e ainda estava na fá­rríca. Seu proprietário, Sr. Francesco Ale­grini, entrou cem recurso na Comissão deJulgamento de Autuações, pagando Cr$18,00 de taxa, apesar de a multa ser deCr$ 26,90. Argumentou o referido cidadãoque não desejaria pagar a referida multaporque na época apontada como J;jlndo sidocometida a infração seu carro se encon­trava exatamente em São Bernardo doCampo, na fábrica da firma. Pois bem, foia seguinte a decisão altissonante e peremp­tória do Conselho: "Indeferido o pedido, amulta deverá ser paga." A tanto leva oarbítrio e a irresponsabilidade do DETaAN.

Infelizmente, no Estado da Guanabaraisto acontece, não isoladamente, mas comfreqüência. Desta forma, abusa-se do con­tribuinte, que é explorado e extorquido..Háoutro caso semelhante ao que acabei derelatar. A proprietária de uma Vemaguete,que há dois anos foi semídestruída na Ave­nida Brasil e que se encontra imobilizadadesde o desastre, primeiro numa oficina edepois num quintal, foi multada por umainfração que teria cometido há dois me­ses. Mas o carro se encontra sub judice, emvirtude de a colisão ter dado origem a umlongo processo. Apesar dísso, a taxa rodo­viária vem sendo paga anualmente. A mul­ta foi emitida em nome de outra pessoa,mas com endereço da propríetárta do veí­culo, Ivone dos Anjos Geraldes de Almeida,que recebeu a notificação e se recusa apagar. Mas terá de fazê-lo, porque real­mente esse organismo é insensível a qual­quer tipo de reclamação. Ainda no outrodia, também mostramos, desta tribuna fo­tocópia de um documento, de uma multade infração a ser cometida ainda em no­vembro de 1973. O computador, alimenta­do não se sabe de que forma, nem por quem,já conseguiu dons proféticos, dons quíro­mãntícos, como se fosse bola de cristal,porque já adivinhou que aquele usuário,que o proprietário do carro que citei outrodia, especialmente, com fotocópia em mãos,vai cometer, em novembro próximo, naquelahora e naquele dia, também especificamen­te, uma infração de trânsito no Estado daGuanabara.

Positivamente, 81's. Deputados, esses falosnos causam pasmo. Esse capítulo da defesado consumidor nos leva realmente muitíssi­mo longe, nâo acaba mais, porque há errosacumulados, Reiteradamente abusos sãopraticados, infrações de elementar sentidoético nu moral são cometidas Desrespeitamas leis existentes, que por vezes não sãotambém aplicadas. Há dessuetude a muitosexpedientes legais.

Individualmente, ficamos perplexos dian­te desta situação, que também causa admi­ração a largos setores da opinião pública,

não apenas no Brasil, mas em outros paí­ses do mundo. Por exemplo: há pouco tem­po, o campeão do consumerísrno, advogadoRalph Nader, dos Estados Unidos, investiucontra um dos monstros tentaculares, assimchamados, os poderosos fabricantes do"Hamburger", popular sanduíche, e os acio­nou pelo fato de distribuírem o produtocheio de impurezas, de vermes, de germespatogênicos, causadores de doenças e outrosmales. Agora vemos, infelizmente, os mausexemplos- serem imitados no Brasil. Obser­vem esta notícia de um periódico da Gua­nabara:

"Carioca comeu a carne de mats de du­zentos cavalos. Quadhilha roubavacavalos e vendia a carne para a Salsi­charia "Santa Cruz", na Cidade deDeus. No meio ia também a carne deanimais encontrados mortos por doen­ca ou atropelamento. A carne tambémera vendida em feiras-livres, principal­mente na Baixada. Quilo a Cr$ 3,50 eraatração principal. Chefão e três cúm­plices presos quando desossavam égua."

Chega-se ao cúmulo de aproveitar ani­mais mamíferos, de pouca idade, colocar suacarne justamente para fazer pasta para"Hamburger" e, com iS30. ílaquear a boa-fédo grande público, desrespeitand:0-se osprincipias mais comesinhos, inc1usive dasaúde. Tomei conhecimento de que o emi­nente colega de Partido, Deputado Carlosde Brito, da Guanabara, propõe a criaçãode uma Comissão Parlamentar de Inquéri­to para investigar a situação do mercadoda carne naquele Estado. O Deputado Car­los de Brito informou que enviou três amos­tras de carne para um laboratório que vaianalisá-los. Ele quer saber se a colocaçãode produtos químicos prejudiciais à saúdeestá sendo feita nos matadouros. nos frigo­ríficos ou nos açougues. Em verdade, as de­núncias que temos recebido e que hoje jásão do conhecimento público, mostram queo uso de sulfatos, de nitratos, de nttrítos,sobretudo na chamada carne congelada, es­tá servindo para disfarçar seu mau aspectoe mau cheiro. Esta prática visa a forçarvenda, não obstante provocar males gra­víssimos que chegam inclusive. a ser clas­sificados como causadores do próprio cân­cer.

O, Sr.•José Mandelli - Em race {leS~8 de­núncia, pergunto a V. Ex." onde estão asautoridades sanitárias federais.

O SR. NINA RIBEIRO - Nobre DeputadoJosé Mandelli, V. Ex.a há de admitir quenossa atuação como Deputado, quer do Go­verno, quer da Oposição, não é inútil. So­mos ccautores do bem público. Estamosaqui também para chamar a atenção, paraajudar, para estimular, inclusive para 'l,€­provar a omissão de autoridades como asda Guana.bara, que realmente não cumpremdispositivos e que fogem, como o fez o Se­cretário competente, às explicações que asAssembléias Legislativas estão 'a reclamar.

Por outro lado, cumpre-nos também, porum primado de justiça, dar a divulgação de­vida ao pensamento de eminentes técnicos,como o Professor Mário Tavelras, não paraintranqüi!izar a opinião pública, mas tam­bém para preveni-la, para colocá-la emguarda contra os reais perigos que podemaflígi-la, no momento em que se alimenta.Por isso é que, de acordo com o professorcitado, não são apenas os suIfitos utilizadosprincipalmente para conter o mau cheiroda carne em processo de deterioração, mas

.também os nitritos e nitratos empregadospara melhorar sua cor, que compõem o ar­senal de aditivos altamente tóxicos e even­tualmente cancerígenos, mobilizados peloscomerciantes desonestos. Apoiando-se emtabelas internacionais indicadoras do nívelde tolerância do organismo humano a essa

substância, ele assegura que o sulfato desódio espalhado indiscriminadamente so­bre a carne congelada representa volumemuito acima desse nível máximo, uma es­pécie de "dose para elefante" em compara­ção com os índices considerados assimilá­veis. Em seguida, evidencia-se, pelo tra­balho conceituado de outros eminente téc­nicos na matéria, que os indices suportá­veis de outros produtos químicos reprova­dos em outros países são inteira e ímpunen­te ultrapassados no Brasil, o que, sem dú­vida, é um escândalo, um escárnio atenta­tório à saúde pública dos brasileiros.

Não bastasse isto, Sr. Presidente vemoshoje uma organização no Rio Grinde doSul, tentando ao menos reparar os exces­sos desastrosos causados pela talidomida.Sabemos que, em outros países indeniza­çôes já foram pagas a muitas pessoas sa­crificadas por essa droga diabólica. Infeliz­mente, no Brasil, as pessoas que foram vi­'tímas desse embuste, desse engano, desseveneno, podemos assim dizer, ainda não re­ceberam a satisfação que merecem. É o casode Valéria Vicente Ribeiro, que seria umajovem normal, se sua mãe não tivesse to­mado "Sedim" durante a gravidez. Aos 13anos, aluna aplicada e dona de uma cali­grafia invejável, Valéria tem os braços e'pernas deformados pela talidomída. Mas éuma garota tranqüila, que passeia, brinca,e estuda como qualquer companheira da sua.idade. No entanto, a luta de Maria Adélia eAmérica Ribeiro, seus pais, para que cres­cesse sem complexos, foi muito grande. Ago­ra, com medo de que sua morte deixe a me-onina desamparada. eles resolveram entrarpara a Associação Brasileira de Pais e Amí-,'gos das Crianças Vítimas da Ta1idomida eIutar por uma indenização junto ao Gover­no alemão, cujos laboratórios lançaram adroga no mercado. A luta agora é aindamais árdua, pois a própria Associação Mé­dica carioca dificulta as coisas, negando in- 'formações. ASSIm como os pais de Valéria,'vários outros tentam resolver o problemaatravés do Governo alemão, que é o únicoa possuir uma legislação a este respeito. NoBrasil, até hoje, a droga não foi oficial­mente proibida, embora nenhum laborató­rio a coloque no mercado.

Este, o fato que está a exigir a atençãodos brasileiros que moram ou nasceramno Rio Grande do Sul e em outros pontosdo território nacional, no sentido elemen­tar não só de solidariedade humana, comotambém de respeito à incolumidade física.11: preciso apurar o grau de responsabüída-'de de laboratórios situados em países quese dizem desenvolvidos, que são ricos, masque infelizmente causaram males terríveis'em todo o mundo e agora Iarnentavelmen->te fogem ao dever de reparar, ou ao me­nos tentar reparar o grande mal que pro­vocaram. .

Poderíamos, ainda, por certo, alongar bas­tante aquilo que dissemos a respeito da car­ne. No entanto, o eminente Presidente jános adverte de que atingimos o final donosso tempo. Iríamos entrar num capítuloda maior importância e que diz respeito à"margarina. De acordo com trabalhos fei­tos pelo eminente médico Aldo Rangel, queanalisou a margarina, contém ela produ­tos químlêos comprovadamente danosos aoorganismo humano. Há também a ressaltaro aspecto de fraude aos consumidores, quan­do imita o produto semelhante, a manteiga,com uma coloração artifical, colocada nosempórios ao lado dos laticínios, evidente­mente para forçar sua venda. A utilizaçãoda margarina priva de proteínas de origemanimal o organismo humano, sobretudoaquele em desenvolvimento, pois contém,infelizmente, uma dose elevada de produtosquímicos comprovadamente lesivos à saúdee ao organismo do homem. . .'

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Outubro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 7201

Sr. Presidente iríamos também aflorar_ mas deixamos para outra ocasião - ocapítulo das etiquetas, o capítulo das garan­tias, o capitulo da fraude, do desrespeitoàqueles que compram eletrodomésticos. Citoexemplos aqui mesmo de Brasília, dandonome aos bois. Refiro-me à fírma Phílco,que promete garantia aos eletrodomésticosque vende e não possui, na Capital da Re­,pública, peças de reposição. São inúmeras,centenas as cartas que tenho coíecíonaôoaqui de Brasília e de outros pontos do ter­ritório nacional, de pessoas que empregamsuas parcas economias comprando eletro­domésticos, desde televisão até geladeiras,ou outros produtos. No entanto, quando re­correm à garantia. porque os aparelhos vêmdefeituosos, têm de esperar largo espaço detempo, que ultrapassa até a própria garan­tia. É a fraude, o estelionato, o crime, aimoralidade. Sãó firmas que, embora gran­des, anunciantes em larga escala, não res­peitam o direito sagrado, o direito elemen­tar de garantia ao consumidor. Brasileiros,temos nós, neste momento, um anseio vá­lIçio de ver a nossa indústria desenvolver­se sobretudo ao constatar que as vendasdé eletrodomésticos nos oito primeiros me­sas deste ano superaram em 45,3% o com­parativo de igual período do ano passado.Nem por isso, contudo, a despeito do au­mento de seus lucros, mudaram essas fir­mas seu comportamento em relação ao res­pelto integral que devem aos direitos Iegi­tímos de consumidor nacional.

J1: esta a nossa tese, são esses os exem­plos que se multiplicam quase todos os dias"desta tribuna a exigir que, a vexemplo doque são obrigadas a observar em seus paí­ses de origem, tais empresas respeitem,também no Brasil, os mesmos principias dalegislação e sobretudo da moral. (Muitobem! Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) ­Nos termos do inciso Ir do art. 10 do Regi­mento Interno, concedo a palavra ao Sr.E.J.oy Lenzi, na qualidade de Líder do Mo­vimento Democrático Brasileiro.'O SR. ELOY J~ENZI (Como Líder. Sem

revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, lá se vão quase 10 anos da cha­mada Revolução de Março de 1964. O qua­dro político de hoje, nas suas linhas essen­cíaís, ainda é o mesmo que se implantouno País logo depois do movimento político­militar de marco de 64. As liberdades públí­C<lS foram suprimidas ou reduzidas a limi­tes mínimos; as liberdades individuais tive­ram uma reducão drástica. Também o Con­gresso Nacional sofreu uma legítima cas­tração. As Instituições então vigorantes fo­ram praticamente destruídas e, no seu lu­gar, outras foram implantadas por forçado chamado movimento revolucionário quedizem ser de março, mas que, na realidade,é de 1.0 de abril de ,1964. Tudo isso se fez,e muito mais ainda, em nome da segu­ranca nacional e do desenvolvimento eco­nômico do País. Muitas injustiças aconte­ceram, Sr. Presidente, durante o chamadoprocesso de consolidação política do movi­mento revolucionário. Não vamos discutiresse assunto; apenas me refiro a ele paraconcluir que depois de quase dez anos, delã a esta parte, o quadro politico brasileiropermanece ainda mais ou menos o m.e~mo.

Ainda se cassam mandatos de POhtICOS,ainda se baixam decretos considerando Mu­nicípios como áreas de interesse da segu­ranca nacional, sem critérios, sem motivosjustirícados e, o pior de tudo, sem expli­cação à sociedade brasileira.

Tudo isso também é feito em nome dodesenvolvimento econômico e da segurançanacional. É de se estranhar, Sr. Presidente,!li. esta altura dos tempos, que no Brasil ­que até 1964, com pequenos hiatos de tem..

po, a partir da proclamação da Repúblicaera um País civilista, era um País governa­do por civis, onde se emprestava ao povobrasileiro o crédito que ele merece - hojejá não se fale mais em democracia. O PoderExecutivo, tanto no âmbito federal quantono estadual, não fala mais em democracia,mas sim em segurança nacional e desen­volvimento econômico. Em segurança na­cional, como se houvesse risco à segurançada nossa Pátria. Não se sabe de onde venhaou de onde possa partir alguma coisa se­quer que possa gerar um estado psicológicode insegurança ao Brasil. Esse fato, daomissão da palavra democracia por partedas autoridades maiores da nossa Repú­blica, merece da nossa parte, de todos oshomens de boa-vontade, quer pertençameles ao MDB, quer à ARENA, um raciocí­nio e a formação de um juízo.

O Sr. Raimundo Diniz - Nobre DeputadoEloy Lenzí, V. Ex.a, ao externar o seu pen­samento há poucos momentos, falou que seestaria instaurando a insegurança psico­lógica - e foi essa a razão de eu haverpedido este aparte a V. Ex." Quero divergirde V. Ex.a Para mim, e não entro em outrosdetalhes da sua oração, está-se instituindo,realmente, uma segurança nacional. Já tiveoportunidade de, alguns dias atrás, dessatribuna, quando analisava o problema doColégio Eleitoral, expressar-me mais oumenos nos termos que vou repetir agora:acho que houve um profundo desenvolvi­mento tecnológico no mundo e que a dou­trina política não acompanhou esse desen­volvimento tecnológico. Nós nos atrasamos- quando digo nós, digo os políticos detodo o mundo - e estamos procurando, emtodos os quadrantes, as novas formulaçõesdoutrinárias que possam levar o povo aoencontro desse processo tecnológico. E citoa V. Ex.a um exemplo recente. Está V. Ex.alembrado que na Tchecoslováquia, há pou­cos anos, houve uma belíssima experiênciaque não deixaram fosse adiante. Hoje,Deputado Eloy Lenzi, estou convicto - ab­solutamente convicto - de que se realiza,neste País, uma experiência. Não podemosesperar resultados a prazo imediato. Os re­sultados virão a médio e longo prazos. Estouconvicto, Deputado Eloy Lenzi, de que oshomens que compõem o Governo, auxiliadosinclusive pelas ponderações, e pelos pro­testos da Oposição, que serão componentespara a formulação dessa doutrinação nova,chegarão, em não longo tempo, a uma solu­ção que poderá servir de exemplo para todoo mundo. Era o que tinha a dizer a V. Ex.a

O SR. ELOY LENZI - Como honra à Jus­tiça, devo lembrar a V. Ex.a que em SanDomingo tentaram uma experiência, comoa Tchecoslováquia tentou, e também nãodeu certo.

Com relação ao não acompanhamentoaqui, no Brasil - no seu aparte, V. Ex.adisse que o Brasil não acompanhou o desen­volvimento ínternacíonal. .•

O Sr. Raimundo Diniz - Não o Brasil; adoutrina política internacional não acom­panhou o desenvolvimento tecnológico in­ternacional. Fixo em termos gerais.

O SR. ELOY LENZI - A doutrina políticainternacional?

O Sr. Raimundo Diniz - As doutrinaspolíticas. Não existe doutrina nacional. Adoutrina, por si só, é ínterancíonal; é detodos - erga omínís,

O SR. ELOY LENZI - Devo dizer a V.Ex.a, com todo respeito que me merece, queas doutrinas políticas fora do Brasil a mimnão interessam e penso que não devem in­teressar a ninguém desta República. O quedeve merecer a nossa preocupação e o nossokaDalho, acll.QJW. é, excíusívamente, a me...

lhor doutrina, a melhor filosofia a ser apli­cada em nosso País.

O Sr. Raimundo Diníz - Talvez eu nãome tenha feito entender. Quando falo emdoutrina política, refiro-me à doutrina decaráter geral. Preciso melhor: penso queno momento há uma profunda falênciatanto do capitalismo quanto do comunismoou socialismo. Procura-se encontrar umafórmula nova, uma tentativa. É a essa ex­periência que eu me refiro.

O SR. ELOY LENZI - Volto, Sr. Pre­sidente, a falar sobre democracia e sobre oquadro político atual, que é o meu assuntono momento. Dizia, e reafirmo, que a de­mocracia no Brasil, além de [á, não maisexistir, a ela não mais se referem as maio­res autoridades e os escalões superiores doPoder Executivo. Esquecem-se os donos daRepública do momento um fator econômicoe político reconhecido em todo o universo.Não há país desenvolvido e civilizado noOcidente que não saiba que o caminho doverdadeiro desenvolvimento econômico é omesmo da democracia. Só poderemos obtero almejado desenvolvimento econômico, sa­dio e brasileiro. se restaurarmos a democra­cia neste País. Posso dizer que - mais pararesponder ao aparte do nobre e ilustre colegaRaimundo Diniz - da maneira como astâodirigindo a orientação econômica desta Re­pública, vamos acabar, como diz o gaúchoda coxilha rio-grandense, "dando com osburros n'água". No Brasil há um desenvol­vimento econômico no setor industrial ape­nas, mas é um desenvolvimento econômicoque ocorre no Brasil mas não do Brasil.

O Sr. Jerônimo Santana - Apenas paralembrar ao nobre colega que já o Manifestodos Mineiros, tão saudado e conhecido detodos aqueles que queiram analisar a nossaHistória Política. consagrava que desen­volvimento não é incompatível com liber­dade. E a prova mais evidente tivemos noGoverno do Presidente Juscelino Kubits­check, cuja obra desenvolvimentista real­mente atingiu todos os quadrantes do País.O Presidente Juscelino percorreu o País esacudiu o gigante. O seu Programa de Me­tas era realmente revolucionário para aépoca em que assumiu o comando da Na­ção. V. Ex.a pode verificar que só a metada construção de Brasília era mais expres­siva, mais importante e de maior arrojodo que essas alardeadas obras desenvolvi­mentistas, como a Transamazônica e outras.Com a realização destas tenta-se justificarum estado de exceção, que é um engodo,mais um escapismo, pois não há justificati­va para tal, a não ser que se queira utilizaro sofisma para publicidade, que para umaobra desenvolvímentlsta é necessário o Es­tado de exceção, o vigor de um AI-5. OAI-5, por exemplo, não dá, em nenhum dosseus artigos, poderes ao Presidente da Re­públíca ou aos órgãos de seguranca paraprender os terroristas. Verifica V. Ex.a queexiste toda uma legislação ordinária, todoum esquema de segurança que, mesmo dei­xando de vigorar o AI-5, não desaparecerádo País. São forças permanentes: órgãos deInformação, Polícias Militares e Judiciária,órgãos de informação do Exército e da Ma­rinha, Polícia Especial, todas as Forças Ar­madas estão aí. O crime de -terrorísmo exis­te, a sua configuração está catalogada noCódigo Penal.

Estava previsto, portanto, já antes doAI-5, na nossa legislação ordinária. Parase prender terroristas existe um aparelhode segurança, uma organização formada.Então, a justificativa de se manter umalegislação de exceção a título de combateratos de terrorismo é sofisma, porque o Go­verno tem dispositivos de segurança parasufocar atos dessa natureza. V. Ex.a vê queA tese peca pela base. Tomemos como

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exemplo o ooverno do Presidente JuscelinoKubitschek, que, além de Brasília, construíuas rodovias Brasília-Acre e Brasília-Be­lém, cujas quilometragens somadas ultra­passam a da festejada Transamazônica. VêV. Ex.·, portanto, que não há íncompatí­bilidade entre desenvolvimento e liberdade.

O SR. ELOY LENZI - Muito obrigado,nobre Deputado Jerônimo Santana, ,elo seuaparte, que é subsídio valioso a este mo­desto pronunciamento. Reafirmando o queV. Ex.a diz, repito que, de acordo com eco­nomistas de renome internacional, parahaver verdadeiro desenvolvimento eccnômí­co-social no Pais é preciso que haja de­mocracia.

Mas, Sr. Presidente, voltando ao assuntoque me trouxe a esta tribuna, informaram­me de Porto Alegre, por telefone, que nodia 5 deste mês o Reitor da Universidadedo Estado do Rio Grande do Sul, DT. IvoWolf, numa açao conjurta CDm a PolíciaFederal, ordenou o fechamento do Diretó­rio Acadêmico da Faculdade de CiênciasEconômica da URGS, Inclusive lacrandoa porta da sede do Diretório. Baixou-seuma portaria criando uma comissão para seaferir responsabilidades estudantis relati­vamente à aplicação do Decreto-lei 11.° 477.Na mesma portaria, o Reitor Ivo Wolf or­denou a apreensão do periódico chamadoJornaleco, editado pejo referido DiretórioAcadêmico. Como de costume, a Reitorianão deu satisfação aos estudantes do seuprocedimento violento, mas mandou publi­car uma nota na imprensa de Porto Alegre,onde informava à opinião pública que aapreensão da 11." edição do Jornaleco foiefetuada porque a mesma trazia matériapolítica., Então, este é o crime, Sr. Presidente. Osestudantes publicaram um artigo que o Rei­tor classificou de político. Por isso, ordenouo fechamento do Diretório Acadêmico e aapreensão da tiragem daquele jornal.

O Sr. Raimundo Diniz - Há de com­preender V. Ex.", ilustre Deputado EloyLenzí, que não tenho dados para refutar ainformação que V. Ex." transmite à Casano momento. Mas tomarei as providênciaspara saber o real desenrolar dos fatos, evoltarei à tribuna para dar as devidas ex­plicações.

O Sr. Jerônimo Santana - V. Ex." deveter verírícado que JS jornais de ontem di­ziam que, numa entrevista com o Ministroda Educação, S. Ex.a se propunha a re­nunciar ao seu mandato de Senador e aoseu cargo de Ministro de Estado SI, lheprovassem que algum aluno foi punido como Decreto-lei n.? 477. E tenta-se fazer pre­valecer, desde 64, a tese de que estudantedeve estudar, não podendo participar dapolitica, movimentar os seus Diretórios.Excelência, o estudante, componente elo po­VO brasileiro, eleitor, também recebe oreflexo negativo da política do Governo,também sofre com o aumento vertiginoso docusto de vida. É uma parcela da populaçãoq"e pensa, que se está preparando paraBel" a nossa elite do futuro. Alegar que osestudantes não podem participar da vidapolítíca do País é inconcebível. O estudan­te, pela sua pureza, pelo seu não compro­metimento com interesses ou grupos eco­nômicos, são os que têm mais condições emais desenvoltura para dizer a verdadeneste Pais. Temos noticia de que, no Terrí­tório de Rondônia, onde a Universidade doRio Grande do Sul tem um campus avan­çado, há um verdadeiro desfile de profes­sores dessa Universidade, inclusive do Sr.Ivo Wolf, que está sempre lá dando entre­vistas nos jornais e apresentando soluçõesde bolso para os problemas do Território,Bem conhecer a realidade da Amazônia. De

40 em 40 dias aparece uma nova equipe deestudantes que, embora não conhecendo acidade, tem trânsito pela Zona Franca edepois volta ao Rio Grande do Sul. Então,estão instituindo um processo permanentede turismo, valendo-se das necessidades doTerritório de Rondônia, para passearem naAmazônia, a pretexto de prestarem serviçonesses campí avançados. Ainda irei provar,desta tribuna, a inutilidade desses eampíavançados, porque já tenho a documenta­ção em meu poder. Organizam cursos deférias, durante dois meses, estabelecendoagora uma espécie de licenciatura curta e,no período de aulas, entram em férias. Éuma inversão total dos valores. Tudo issoocorre numa região em que há muita difi­culdade em matéria fie ensino. Fazemturismo e querem ensiná-lo ao povo doTerritório de Rondônia. .

O SR. ELOY LENZI - Sr. Deputado Je­rônímo Santana, obrigado a V. Ex." peloaparte. Concordo com o nobre colega tam­bém sobre o fato de que o Governo quer,com esse turismo oficial aos estudantes,buscar a simpatia dos mesmos em seu pro­veito. Dizia-se até, em Boa Vista, o que in­teressava não era que os estudantes tra­balhassem, mas que se esquecessem decombater o Governo, ou de rormar ao ladoda Oposição contra o Governo. A finali­dade do Projeto '1ondon era mais fazerturismo pelo Brasil afora, trazendo esee«estudantes a esses mestres das universida­des para passear nessas regiões onde estãosituados os campi avançados.

Prosseguindo, Sr. Presidente, no tema so­bre que me propus discorrer, isto é, a de­núncia do fechamento do Diretório Aca­dêmico da Faculdade de Ciências Económi­cas da Universidade do Rio Grande do Sule da apreensão do Jornaleco, desejo tam­bém destacar a apreensão de um boletimimpresso pelo Conselho Estadual dos Estu­dantes de nível superior do Rio Grande doSul, no mês de agosto, pelo mesmo ReitorIvo Wolf, inclusive a apreensão, naquelamesma oportunidade, de uma tiragem deum outro jornalzinho publicado pelos es­tudantes da Faculdade de Engenharia dePorto Alegre.

O Sr. Amaury Müller - Quero felicitarV. Ex." pela oportunidade do tema que abor­da e pela maneira corajosa, aliás, tipicados parlamentares da Oposição, CJm queexpõe o temor, o verdadeiro pavor dos es­tudantes brasileiros, em face desse malsi­nado e nitidamente fascista Decreto-lei n.o477, que pretende sufocar a verdade e oidealismo da mocidade brasileira. Acabo dereceber telefonema de estudantes da Fa­culdade de Ciências Econômicas. da Uni­versidade Federal do Rio Grande do Sul,exatamente no momento em que V. Ex."abordava o fechamento arbitrário do Di­retório Acadêmico daquele instituto de en­sino superior, numa manifestação de pre­potência típica dos regimes de força, emque eles manifestam sua apreensão e re­ceio de que o Reitor Ivo Wolf venha a aplí­car o Decreto-lei n.O 477, excluindo-os desua Faculdade e impedindo-os, por 3 anos,de continuarem seus estudos. Informarammesmo que uma Comissão constituída dosLideres da ARENA e do MDB da AssembléiaLegislativa do Estado esteve com o ReitorIvo Wolf. Este, apesar do arrazoado, nãoquis dar ouvidos aos representantes do po­vo. Disse que o processo seguiria seu cursoe, se os estudantes estivessem enquadradosno Decreto-Ieí n.? 477, seriam punidos. En­tão, nobre Deputado Eloy Lenzi, de vivavoz, eis o meu mais veemente protesto pelamaneira com que se conduz o Reitor daUniversidade Federal do Rio Grande do Sul,que, afinal de contas, deveria ter um mini­mo de consideração para com os estudantes.

Já não bastou o fechamento do DiretórioAcadêmico e a apreensão do Jornaleco, ór­gão oficial daquela entidade estudantil, eagora vem o Reitor ameaçar os estudantescom a expulsão da universidade, prívun­do-os de continuarem seus estudos. V. Ex."faz muito bem em denunciar à Casa e àNação mais esse ato arbitrário de quem de­veria estar pensando que os estudantes, quea mocidade não deveria ser conduzida pe­los caminhos falsos da demagogia, que temcaracterizado esses governos de abril im­plantados a partir de 64. Deveria estar aolado dos moços, assegurando-lhes os seusdireitos para que pudessem dizer, sem re­ceio, que o Pais não vai tão bem quantodizem os arautos governamentais e que oestudante precisa conhecer a realidade bra­sileira, sob pena de, amanhã, SBr um pro­fissional alienado.

O SR. ELOY LENZI - Muito obrigado aV. Ex." pelo aparte.

O Sr. Juarez Hernardes - Nobre Depu­tado Eloy Lenzi, quando V. Ex." aborda oproblema estudantil, toca a nossa alma,porque também somos professor e temoslonga vivência no meio estudantil. Ontem,nobre Deputado, ouvimos um desmentidodo Exmo. Sr. Ministro da Educação. S. Ex."'afirmou que raríssimas vezes o Decreto-Iêln.o 477 foi aplicado. Mas, o terror está nes­se decreto, nas mãos dos reitores, a prea­síonar os estudantes. Por que não acabamcom essa arma? Se tem todas as prerro­gativas para prender um subversivo, por

. que não acabam com essas leis de excecãos

. Mas não, só vemos a esnada sobre a' Caí­beça de quantos protestam contra o regíme,

O Sr. Jerônimo Santana - Só não apli­cam contra eles mesmos.

O Sr. Juarez Bernardes - Daí por quenotamos a juventude completamente frus­trada e afastada das lutas políticas. Nãoadianta, Sr. Deputado, o chamamento quea ARENA faz, convocando os jovens, porqueeles não aparecem, não acreditam nessafarsa que aí está. Muito obrigado. '

O SR. ELOY LENZI - Eu que agradeçoa V. Ex." o aparte.

Sr. Presidente, em agosto de 1962, 'f.oicriado, no Rio Grande do Sul, o ConselhoEstadual dos Diretórios Acadêmicos daqueleEstado. A finalidade desse Conselho seriatratar dos problemas que afetam a classede modo geral e buscar a solução para seusproblemas. Esse Conselho, reunido, emagosto deste ano, decidiu examinar os se­guintes aspectos: reforma agrária, ensinopago e as restrições às atividades estudan­tis que são impostas basicamente pelo De­creto-lei n.O 477. As· conclusões daqueleSimpósio estudantil estão aqui. '

Pois bem. O jornal da Faculdade de EJ;l­genharia publicou aspectos das conclusõesdaqueles estudos. Foi o suficiente para queo Reitor Ivo Wolf apreendesse os exempla­res daquela tiragem do jornal e chamasseseveramente a atencào dos estudantes res­ponsáveis pela sua' circulação. Agora, re­pito, o mesmo Reitor, abusando e reabu­sando das suas funções de censor e de exe­cutor do Decreto-lei n.O 477, está provocan­do a intranqüilidade no seio estudantil denivel universitário do meu Estado. Mesmoque a comissão criada pelo Reitor não ti­vesse aplicado os dispositivos do Decreta-lein.o 477, aqueles estudantes, pelo simplesfato de terem a edição do seu jornal apre­endida, pelo simples fato de terem fechadoa sede do seu Diretório Acadêmico, já so­freram uma punição - e, na certa, umapunição injusta.

O Sr. Alfeu Gasparini - Nobre DeputadoEloy Lenzi, no meu gabinete de trabalho,através do serviço de som, ouvia atenta­mente o discurso em que V. Ex.a enfoca o

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Outubro de 1973 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Ir Sábado 13 7203

problema estudantil e ouvi também o apar­te do nobre Deputado Jerônimo Santana.Ora, nobre Deputado, permita-me V. Ex.1I

discordar, em parte, do seu discurso e in­teiramente do aparte do Deputado Jerôni­mo Santana, que é um Parlamentar inteli­gente, combativo, mas que, perdoe-me,nessa oportunidade falhou. O representantede Rondônia, que muito admiro, pela suacombatividade e inteligência, não foi fielao trabalho desenvolvido pelos estudantesdo Projeto Rondon. Sou testemunha oculare participante mesmo da ação desses es­tudantes pois, na condição de ConselheiroEstadual; representando a Assembléia Le­gislativa do Estado de São Paulo, pude bemde perto ver o magnífico trabalho que oProjeto Rondon vem prestando ao País todoe, de modo especial, às populações menosfavorecidas. Demais, nobre Deputado EloyLenzi, se não fosse esse trabalho de levarassistência às populações menos favoreci­das do País, restaria um ainda maior:aquele de conhecer o seu País - para nãoacontecer o que ocorreu recentemente naComissão de Constituição e Justiça, quandoO' Deputado Ji:lcio Alvares dava um parecersobre projeto relativo ao Nordeste, recla­mou o Deputado José Alves, dizendo queu Deputado :Élcio Alvares não conhecia oNordeste. Ora, Deputados Eloy Lenzi e Je­rônimo Santana, se não bastasse o serviçoque esses moços prestam, só o fato de oestudante brasileiro conhecer a sua terra,para, no futuro, poder melhor discutir seus-problemas e lhes dar soluções, é suficiente':para desfazer o equívoco lamentável do no­bre Deputado Jerônimo Santana, por exem­plo, que chamou os rondonístas de turistas.

, O SR. ELOY LENZI - Lá no Rio Grandedo Sul, e creio que em todo o Brasil, temosa máxima satísfacão em receber a visitade estudantes de outros Estados da Federa­ção brasileira. A hospitalidade río-gran­dense se sente eufórica' em acolher a es­tudantada do País que para lá se dirige,através do Projeto Rondon ou fora dele.Mas, na minha região, mais precisamente,na minha cidade, Lagoa Vermelha, ondetêm ido caravanas de estudantes, eles têmsido recepcionados com festividades, comgrandes bailes, com torneios gaúchos, comuma série de' coisas, que promovemoscom prazer, mas lá essa estudantada aindanão fez nada; está fazendo é turismo mes-

.mo, Não sei se em Rondônia também ocorre~sso, Mas diz o Deputado Jel'ônimo Santanaque acontece a mesma coisa.

O Sr. Nina Ribeiro - Deputado EloyLenzí, sobre o assunto que V. Ex.a traz aesta Casa e que concerne à Universidade

,do Rio Grande do Sul, não tenho porme­nores e, portanto, não poderia discutir nemargumentar com V. Ex." Quanto à invo­cação genérica do Decreto-lei n,O 477, ele

. não é por certo, um instrumento perfeito.E o pi'óprio Ministro Jarbas Passarinho foiquem proclamou não estar satisfeito com

'o referido diploma, muito embora ele nãoseja assim como um "bicho-papão", umafigura tão feia como se procura pintar. Odecreto exige disciplina; é duro, mas con­sagra a favor dos estudantes penas meno­res do que aquelas cometidas - numamesma falta - por um funcionário uni­versitário. Veja V. Ex." que é um critérioaté certo ponto desigual. Se um funcioná­rio, se um bedel de uma universidade, co­mete determinada falta, e se um estudantecomete a mesma falta, este terá uma pena

, menor do que aquele. Por ai se pode cons­tatar que não é algo assim tão terrívelcomo se procura mostrar. Em seguida, gos­taria de ponderar a V. Ex.a que o estudantenão está, asbolutamente, impedido de par­ticipar da vida pública. Só que os instru­mentos válidos são os partidos públicos.

,Os estudantes estão livres para ingressar,lOJ1 nn PJl.l't.irlo c'L> V Ex.a, OU no nosso; E

nesse sentido há um movimento no RioGrande do Sul, em Santa Catarina e emoutros pontos do território nacional, dabancada oposicionista mesmo, que está ademonstrar o que disse. Acredito no galva­nizar nos j avens vocações para a vida pú­blica. Por outro lado, não podemos con­cordar com o aparte que o eminente Depu­tado Amaury Müller deu há poucos instan­tes, a querer exprobrar tudo que se fez,no domínio da Revolução, no que concerneà educação. Ora, nunca se fez tanto pelaedueaeão neste País como agora, sobretudona gestão do honrado Ministro Jarbas Pas-,sarínho. Basta dizer-se que mais de 8% donosso Produto Nacional Bruto é agora apli­cado exatamente em educação. Estamosarrancando das trevas da ignorância e damiséria, pelo ~OBRAL, milhões de brasí­leiros - 6 mílhões agora - a causar invejaa outros países do mundo. Para concluiro aparte, que já vai longo, reconheço, querodizer ao Deputado Jerônimo Santana queda última vez que estive em Rondônia pudeobservar, por coincidência, o campus avan­cado da Universidade do Rio Grande doSul e aqueles bravos gaúchos, moças belas,rapazes sadios, que se estavam enfronha~­do no conhecimento dos problemas Iocaíspara dar apolo, incentiv,? ~ auxilio, às po­pulações rurais de Rondoma. Esta e a ver­dade. Seria grave injustiça da parte doDeputado Jerônimo Santana, como de qual­quer outro, procurar obnubilar, obscurecero esforço altamente meritório de bravosgaúchos, daquela mocidade que, no campusuniversitário avançado de Rondônia, dá omelhor dos seus esforços. Neste instanteS. Ex." deixa de reconhecer um esforço quenão é só da mocidade, mas de todo o povogaúcho, em plagas brasileiras do Norte, eque merece todo o nosso apoio e estímulo.Com estes reparos, agradeço a V. Ex." aconcessão do aparte, reconhecendo, eviden­temente, que muito ainda precisaria serdito em favor da gestão atual, que, no Mi­nistério da Educação, procurou dar todo oseu empenho por melhores dias e oportu­nidades para, os estudantes brasileiros.

O SR. ELOY LENZI - Nobre DeputadoNina Ribeiro, pelo que depreendí do seuaparte, V. Ex." sustenta que o Decreto-lein. O 477 não deve ser encarado como um"bicho-papão", porque é até muito cama­rada.

O Sr. Amaury Müller - Que o digam osquatro estudantes expulsos a menos de trêsanos.

O SR. ELOY LENZI - A pena estipuladaé suave, poderia ser muito maior. Por isto,o 477 é até um instrumento benéfico àorientação da qualidade do ensino superior,principalmente aquela que o Ministro Jar­bas Passarinho está imprimindo à educa­ção da juventude brasileira. No que se refereà qualidade e quantidade, afirma V. Ex.acom veemência, quanto aos investimentos eaplicações feitos no setor, que nunca sefez tanto em favor do ensino superior noBrasil. De certa forma, é verdade, nobreDeputado Nina Ribeiro. E quem deu de­monstração cabal disto foi o Reitor IvoWolff, da Universidade Federal do RioGrande do Sul, fechando violenta e arbi­trariamente o diretório acadêmico, apre­endendo o jomatzínho dos estudantes e se­meando a íntranqüilidade no meio univer­sitário rio-grandense. Esta é uma prova damaneira como está sendo orientada e diri­gida a educação superior da estudantadabrasileira. Feito este reparo ao aparte do

.nobre Deputado Nina Ribeiro, prossigo, Sr.Presidente., O Sr. Nina Ribeiro - Sabe V. Ex." quantos

foram punidos pelo Decreto-lei n.O 477?O SR. ELOY LENZI - Um momento,

nobre Deputado. ooncedí aparte ao colegaAmaury Müller•., ''"-,

O Sr. Amaury Müller - Apenas lembrariaa V. Ex.a que, no Rio Grande do Sul, pelocrime horroroso de terem convidado os es­tudantes para a missa de 30.° dia de umcolega - morto em circunstâncias aindanão esclarecidas, na Base Aérea de Canoas- quatro estudantes da Faculdade de Ciên­cias Econômicas da URGS foram sumaria­mente expulsos mediante aplicação do 477.Quantos mais, ninguém sabe, mas aí estáo exemplo. O crime foi solicitar a seus co­legas comparecessem a um ato de fé cris­tã, à missa de 30.0 dia em memória de umcolega morto em circunstâncias, repito,ainda não devidamente esclarecidas, apesarde decorridos quase três anos. Nobre Depu­tado, aproveitando a oportunidade queV. Ex." me dá, gostaria de lembrar outrofato. Disse o Deputado Nina Ribeiro queos estutlantes teriam os dois partidos parafazer a sua militância política. Por que fe­charam o Jornaleco do Diretório Acadê­mico da Faculdade de Ciências Econômicasda Universidade Federal do Rio Grande doSul? Porque nele continham críticas ao sis­tema econômico vigente.

O SR. ELOY LENZI - Matéria política.O Sr. Amaury lUüller - Os responsáveis

pelo jornal assumiam, naquele momento,uma posição que é característica do MDB.Estavam do lado da Oposição porque nãoaceitavam a mistificação, porque não con­cordavam com o fato de o povo estar pas­sando fome, sem liberdade, e com a pro­paganda oficial, de outra parte, apregoandoaos quatro ventos que o Brasil é um paraísoe que aqui se realiza o milagre brasileiro.Há resposta para isso? Fecha-se um jornale depois um diretório acadêmico em vir­tude das criticas que foram feitas ao sis­tema econômico-financeiro vigente. Ora,isso constitui algum crime? Creio que nãomais tenho noção do que seja crime.

O Sr. Nina Ribeiro - Permite-me, Depu­tado Eloy Lenzi.

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) ­Antes de V. Ex." conceder o aparte, devoinformar que dispõe de 5 minutos paraconcluir a sua oração.

O SR. ELOY LENZI - Dada a exigüi­dade de tempo - o Presidente já me estáadvertindo a esse respeito - não podereiconceder o aparte a V. Ex.a Além disso,ainda preciso responder a outros apartes,o que até agora não me foi possível fazer.

O Sr. Nina Ribeiro - Só queria indagara V. Ex," se sabe quantos estudantes forampunidos pelo 477, tantas vezes aqui invo­cado. Não creio que os motivos alegados peloDeputado Amaury Müller tenham sido su­ficientes.

O Sr. Ministro afirmou que o número deestudantes punidos pelo Decreto-lei nO. 477,em todo o Brasil, foi menor que o dos dedosdas mãos. ]'; a afirmação de S. Ex.a-

O SR. ELOY LENZI - Prossígo, Sr. Pre­sidente, respondendo ao último aparte doDeputado Amaury Müller. A verdade é queos fatos se sucedem e se acumulam, sãotantas as arbitrariedades praticadas porreitores de universidades e por outras au­toridades neste Pais, inclusive da PolíciaFederal, que se torna até difícil, dadas asquantidades buscar os elementos neces­sários para 'responder ao último aparte donobre, ilustre, brilhante Líder Nina Ribeiro.É impossível, pois são inúmeros os atos deviolência praticados por autoridades contraa estudantada brasileira - para não sefalar no resto da população deste País. OMinistro Jarbas Passarinho declarou ontemà imprensa escrita, falada e tel~visada,alto e bom som, que, na sua gestao, queele tivesse conhecimento, jamais o Decreto­lei 11.0 477 fora aplicado injustamente. Cha­mo a atenção de S. EX,a o Sr, Ministro, para

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'2204 Sãbado 13

este último caso, para esta última violênciapraticado pelo Reitor Ivo Wolff contra OEestudantes da URGS. Repito, chamo a aten­ção do Sr. Ministro para esse fato, a fimde que S. Ex.a não permita que dito Reitormal aplique o violento Decreto-lei n.? 477contra aquela estudantada, que é inocente.E quero fazer mais urna denúncia a estePlenário sobre outra violência ainda on­tem praticada pela Polícia Federal, emPorto Alegre, quando prendeu dois jorna­listas da Zero Hora pelo fato de terem di­vulgado matéria referente ao aumento docusto da carne. Parece até que a ímprer-sabrasileira está proibida pelo Ministro daJustiça ou pelas autoridades encarregadasde divulgar matéria referente à alta dopreço da carne.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.(Muito bem! Muito bem! Palmas.)

VII - O SR. PRESIDENTE (FernandoGama> - Vai-se passar ao período desti­nado às Comunicações das Lideranças.

Tem a palavra o Sr. Raimundo Diníz.

O SR. RAIMUNDO DINIZ - (Sem ze­visão do orador.) Sr. presidente, Srs. Depu­tados, encontrava-me inscrito desde a :Je­mana passada para proferir este discurso,quando recebi da Llderanca a grata incum­bência de saudar hoje o Banco do -Brasíl,

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

que está comemorando 165 anos de sua fun­dação, uma vez que o alvará do PríncipeD. João, que reinava no impedimento desua mãe, Rainha Maria n, assinado noRio de Janeiro, tem a data de 12 de outubrode 1808. Ressalto ainda que o Banco do Bra­sil, anteriormente à própria independênciapolítica do Brasil, foi o quarto banco emis­sor a funcionar em todo o mundo. Antesdele só havia três bancos: o da Suécia oda Inglaterra e o da França.

Como disse, por singular coincidênciaestava ínscríto desde a semana passadaexatamente para falar sobre o Banco doBrasil, sobre' a Diretoria da 2.9. Região,aquela que tem a seu cargo os assuntos doNordeste.

l!l quase uma constante, uma tônica per­manente, o desfile de Deputados nordesti­nos nesta tribuna, clamando, solicitando,reclamando medidas em, favor de seculareconomia, atingida através dos têmpos porvariados fatores negativos. Latifúndios im­produtivos ou aemíprcdutrvos. profunda ins­tabilidade climática, acentuado desnível so­cial, séculos de domínio da monocultnra dacana-de-açucar são alguns deles.

Sucedem-se desta tribuna as criticas e assugestões aos órgãos do Governo que têma seu cargo a responsabilidade do fomentoda economia do Nordeste.

Outubl'O de 191&

Criticas muitas vezes válidas, sugestõesquase sempre boas.

Entre críticas e sugestões é necessário, Sr.Presidente, que também se faça justiça; quese proclame o trabalho efetivo e produtivode quantos se empenham denodadamenteem busca de soluções para a dura reali­dade nordestina,

Refiro-me ao Banco do Brasil, especifi­camente à Diretoria da 2.a Região, ao seudínãmíco diretor, Dr, Camilo Calazans, eà excelente equipe por ele constituída. Enão o desejo fazer com palavras, que po­dem ser traduzidas como frutos de amizadeou creditadas ao elogio fácil, mas comnúmeros, com a precisa frieza dos números.

Deliberadamente corro o risco de ser mo­nótono; mas lerei para os nobres colegas osmontantes de aplícação em cada um dosEstados Nordestinos, especificando estasaplicações em seus respectivos setores, to­mando por base o ano de 1968, até 1972.

Isto significa um aumento de aplicaçãona Região Nordestina, de 1968 para 1972,da ordem de 3.150,3 milhóes de cruzeiros,como especificaremos a seguir; tomandoainda, para efeito de verificação da expan­são, o índice 10G,0 para 1968, encontramosem 1972, a marca de 452. Vejamos:

EMPRÉSTIMOS DO BANCO DO BRASIL S. A.SALDOS DE BALANCETE

o-s Milhões

Dezembro de 1968 Dezembro de 1972

Lavoura pecuária Rural CREGE (*) Total Lavoura Pecuária Rural CREGE(*) Total

Maranhão 11,8 7,5 19,3 36,8 56,1 39,5 50,5 90,4 96,4 186,8

Piauí 12,4 70 19,4 31,6 51,0 70,6 42,9 113,6 6,{/,8 183.4

Ceará 44,5 9,7 54.2 81,3 135,5 215,2 80,1 295,3 319,8 615,1

Rio Grande do Norte 29,8 9,4 39,2 52,7 91,9 116,0 17,6 133,6 125,2 258,8

Paraib~ 35,7 10,8 46,5 42,3 88,8 143,1 96,1 239,2 156,6 395,8

Pernambuco 55,7 17,2 72,9 82,3 155,2 314,3 126,7 441,0 426,6 867,6

Alagoas 28,6 5,9 34,5 15,6 50,1 188,3 48,1 236,4 89,4 325,3

Sergipe 7,3 8,1 15,4 20,3 35,7 67,8 72,0 139,8 60,6 200,4

Bahia 62,7 16,7 109,4 122,1 231,5 357,0 231,0 588,0 424,4 1.012,4

Nordeste 288,5 122,5 410,8 485,0 895,8 1.511,8 765,0 2.277,3 1.768,8 4.046,1

BRASIL 2.052,4 645,3 2,697,7 3,75&,6 6.456,3 9.173,9 3.Z29,5 12.503,4 13.943,9 26.447,3

(") CREGE: empréstimos à Indústria, ao oomércío e a Particulares.

EMPRÉSTIMOS DO BANCO DO BRASIL S. A.

AUMENTO DOS EMPRÉSTIMOS íNDICE DE EXPANSãODE 1968 A 1972 DE 1968 A 1972

(Cr$ -'1.ilhões) (1968 = 100,0)

Lavoura Pecuária Rural CREGE (I) Total Lavoura Pecuária Rural CREGE (1) Total

Maranhão 27,7 43,0 71,1 59,6 130,7 335 673 468 262 333

Piauí 58,2 35,9 94.2 38,2 132,4 569 613 586 221 360

Ceará 170,7 70,4 241,1 238,5 479,6 484 826 545 393 454

Rio Grande do Norte 86,2 8.2 84,4 72,5 166,9 339 187 341 238 282

Paraíba 107,4 85,3 192,7 114,3 307,0 400 390 514 370 446

Pernambuco 258,6 L09,5 368,1 344,3 712,4 564 737 605 518 559

Alagoas 159,7 42,2 201,9 73,8 275,7 658 815 685 573 650

Sergipe 60,5 63,9 124,4 40,3 164,7 929 889 9n8 299 561

Bahia 294,3 184.3 478,6 302,3 780,9 569 495 537 348 437

Nordeste 1.223,3 642.7 1.866,5 1.283,8 3.150,3 524 626 554 365 452

BRASIL 7.121,5 2.684,2 9.805,7 10.185,3 19.991,0 447 516 463 371 410

(1) CREGE: empréstimos à Indústria, ao Comércio e a Particulares.

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outubro de 19~3 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)',

Sábado 13 '1205-TT !!:rr D"I ~t,

Verifica-se assim que, no global, a assis­tência financeira do Banco do Brasil àRegião Nordestina o índice relativo à 197~foi de 452, superior ao observado nos em­préstimos do Banco em todo pais, que foi de410; o que significa em termos de propor­ção, 10,2% a mais.

Os empréstimos a agropecuária nordes­tina elevaram-se nos últimos quatro anosem quase 500%, eis que do índice 100 emdezembro de 1968, passaram ao indice 554em 1972, revelando expansão superior em

·100 pontos ao observado no global das ope­rações rurais em todo Pais.

Os valores aplicados em crédito rural, noNordeste, elevaram-se de Cr$ 411 milhõesem 1968, para Cr$ 2,3 bilhões em 1972, ca­bendo destacar que Cr$ 1,3 milhões deste

.total foram concedidos em condições dejuros favorecidos e prazos dilatados, quevão até 12 anos. São operações realizadasao abrigo de sucessivos programas credití­cios instituídos a partir de 1970, tais comoo "Crédito de Emergência", criado em apoioda agropecuária nordestina em ano de seca,programas de recuperação dessa mesmaagropecuária, e por último o PROTERRA,no qual hoje, somente no Nordeste, os cré­ditos do Banco do Brasil já alcançaramcrs 1,5 bilhões.

No setor de índústría e comércio tambémfoi expressivo o crescimento das aplicações,evoluindo no período sob análise, de Cr$485 milhões para o-s 1,8 bilhões, represen­tando expansão, entre 1968 e 1972, do índi­ce 100 para 410.

Até agora limitei-me a transmitir fatos.Passo a tirar algumas conclusões calcadasno esforço que vem desenvolvendo a Dire­toria da 2.a Região - DINOR -, que setraduzem em encorajamento aos produto­res de um modo geral. Refiro-me à serie­dade do trabalho, à objetividade das apli­cações: o crédito como coroamento do cui­dadoso planejamento.

Sente-se o reflexo disto através de sim­ples vista de olhos sobre o resultado finan­ceiro das agências que compõem a rede doBanco do Brasil no Nordeste, no periodosob exame. Vejamos:

No primeiro semestre operavam, na áreanordestina, 156 agências, sendo 58 defici­tárias e 98 superavitárías.

Agora, no primeiro semestre de 1973, ope­rando 170 agências, 20 foram deficitáriase 150 superavrtárras.

Em termos de proporção temos em 196937% de agências deficitárias para 12% em1973.

Isto bem demonstra a justeza e o acertodestas aplicações, que perderam aquele as­pecto, muitas vezes, paternalista, para defato atuarem como um dos principais agen­tes do desenvolvimento daquela região.Estes índices bem demonstram um claroprocesso de recuperação daquelas áreas,através de uma crescente estabilidade decrédito, traduzida numa solvabilidade cadavez maior.

E isto é o resultado do pertinaz trabalhodas agências, mobilizadas para levar adian­te os propósitos desenvolvímentdstas do Go­verno. Deixaram de ser estáticas, J!: comumhoje vermos o gerente do Banco, na maislongínqua região, sugerindo às autoridadesmedidas que resultam em elaboração deprogramas que se transformam em efetivascontríbuícões ao desenvolvimento regional.Esta ação das agências, cito dados, pro­piciou, além da ampla disseminação de in­sumos modernos, a aquisição, pelos produ­tores, de 2.300 tratores na área de umprograma em 1972, o quádruplo das unida-

des financiadas em 1970, e a implantaçãode 145.000 hectares de lavouras permanen­tes, sete vezes mais do que neste ano; osfinanciamentos para eletrificação rural, asáreas de pastagem e as obras de irrigaçãoem 1972 representaram o dobro de idên­ticas operações em 1970.

Mostrar à Casa esta realidade é o objeti­vo deste discurso. Não se diga amanhã queesta tribuna foi apenas um muro de la­mentacões, inclusive desfigurando-se a ima­gem de uma região que, em vez de atrati­vos, apresente apenas um quadro desola­dor a investidores de outras regiões.

Clamemos, estou de acordo, para que oscuidados do Governo se .multipliquem; fo­calizemos os reparos onde devem ser repa­rados; mas tenhamos a sinceridade de re­conhecer e proclamar o que há de certo e

. positivo, conseqüência de trabalho honestoe sério. Este, Sr. Presidente, o trabalho queestão realixando os homens que compõema Diretoria da 2.a Região do Banco do Bra­sil, sues gerentes e funcionários pelo Nor­deste afora.

Sr. Presidente, nesta hora em que o Ban­co do Brasil comemora os seus 165 anos devida, creio que, ter trazido a esta Casa umafaceta do trabalho de uma das suas Dire­torias é a homenagem maior que um Depu­tado do Nordeste poderia prestar àquelainstituição.

E renovo as minhas congratulações ao seuilustre Presidente, Dr. Nestor Jost, pedin­do que transmita a todos quantos compõemaquela notável organização os nossosaplausos e os nossos desejos de um futurocada vez mais próspero. (Muito bem l)

O SR. JUAREZ BERNARDES - (Sem re­visão do orador.) Sr. Presidente, srs, Depu­tados há mais ou menos 2 meses, o Secre­tário de Administração do Estado de Goiásdeclarou à imprensa que 40% do funciona­lismo estadual não percebe sequer o salá­rio-mínimo. Uma professora prímáría, se­gundo as informações, recebe tão-somenteCr$ 190,00.

Ao lado "de um quadro dramático comoeste, vemos o Governo do nosso Estado aconstruir obras faraônicas, como o EstádJOde Serra Dourada, para 85.000 pessoas,quando nós, no Estado de Goiás, dispomosde um estádio que comporta 15.000 pessoase raras, raríssírnas vezes esse estádio Jota,mesmo com o campeonato nacional. Lem­bro-me muito bem de que, quando na Ca­pital paulista se construiu o Pacaemnu, para80.000 pessoas, aquela cidade tinha 14.000.000de habitantes. A nossa Capital tem so­mente 400.000 habitantes. Constrói tambémo Governador do Estado um autódromo.

Sr. Presidente, aqui em Brasília temosum autódromo e, até hoje, nunca ouvi dizerque tivesse havido uma corrida sequer nes­se autódromo, que ainda não foi inaugu­rado. Construir um autódromo em Goiásnão tem sentido. O Governo do Estadoquer ganhar as manchetes nacionais; o Go­verno do Estado procura agradar, procuraentrar na faixa tão a gosto do Sr. Presi­dente da República. Estádio para futebol,autódromo para corrídas de carros e poraí a coisa vai, no meu Estado. Enquantoisso as escolas primárias, os hospitais estãoem completo abandono, completamente de­sassistidos. As professoras percebem min­guados salários e quando reclamam aosseus superiores a resposta é esta: "Se nãoestá satisfeita, peça demissão." .

O Sr. Jerônimo Santana - Nobre Depu­tado, li esta semana com surpresa, no jor­nal Cinco de Março, que o nobre Secretá­rio da Educação e Cultura do Estado de

Goiás também é compositor e se submeteua um concurso de música ou de composiçãoinstituído pela própria Secretaria de Educa­ção. S. s.a tirou o primeiro lugar nesse con­curso que patrocinou. O Cinco de Março.retraído, com letras pequenas, não quis des­tacar o assunto em manchetes. Deu a no­tícia de que o Sr. Hélio Mauro tirou o pri­meiro lugar no concurso que a Secretariade Educação e Cultura patrocinou. Imagi­nem, Srs. Deputados, a preocupação do Se­cretário de Educação e Cultura numa épocadestas, em Goiás. Acompanho de perto asituação de Goiás, porque minha familia to­da ali reside. O Governo Leonino Caiado éum fracasso. S. Ex.a não tem sequer umplano de Governo. Foi investido nas suasfunções com o apoio do Governo Federal,dizendo-se que pretenderia ser o governoque não foi o do Sr. Mauro Borges. O Sr•Mauro Borges, ao tomar posse no Governodo Estado, mandou mensagem à Assembléiainstituindo um plano de Governo. O atualGovernador nada fez nem plano nem obras.Tudo que se está fazendo, embora com atra­so de 10 anos, são obras preconizadas peloGoverno Mauro Borges. Desviaram tudopara não dizer que estavam executando oplano do Governo que havia saído .

Os arautos do Sr. Leonino Caiado sãomuitos. E inclusive o Deputado SiqueiraCampos vem aqui pregar que-o Governadorrealíza um plano de Governo. Mas S. Ex.anão diz qual o plano. Tal plano, isto sim, émuita "matéria paga nos jornais. Não sei ovolume da verba para publicidade. Aliás,ninguém sabe. Deveria criar-se uma comis­são de inquérito só para apurar o valor des­sa publicidade que o Governo de Goiás vemfazendo nos jornais de Brasília, Rio de Ja­neiro, São Paulo e Goiás. Esse é o planode Governo do 81'. Leonino Caiado, impin­gindo publicidade ao -pc·vo. Falar-se nesseplano é mentir de mais ao povo e abusar dapopulação de Goiás, que não tem como sairdessa camisa de força. Ali se implantouuma oligarquia. O Deputado Jarmund Nas­ser vem fixando sua posição de críticas edenúncias veementes contra essa estruturaoligárquica que tomou conta do Estado.

O SR. JUAREZ BERNARDES - Agrade­ço a V. Ex.a o aparte, que incorporo ao meudiscurso.

A concessão de títulos de "cidadão' domeu Estado tornou-se ridícula O puxassa­quísmo virou uma indústria, 11: um negóciomuito sério. A missão principal do Gover­no. aliás, desses governos nomeados, é des­truir o MDB de qualquer maneira. Na ci.dade de Anápolís, por exemplo, tínhamosmaioria. 10 vereadores contra 5 da ARENA;em Goiânia eram 12 contra 5 da ARENA.E o Governo do Estado prometeu os maio­res cargos, desde Procurador até Diretoresde autarquias, Prefeitos e Vereadores queaderissem à ARENA estadual. E isto ocor­reu, pois muitos estão nomeados, numa pro­va evidente de que o Governo. por não rea­lizar uma boa administração, procura cha­mar a si os elementos do MDB para aplau­di-lo. dizendo que realmente é o maior Go­verno que o Estado de Goiás já teve.

O Sr. Anapolino de Faria - DeputadoJuarez Bernardes, todos se recordam quenum de seus primeiros pronunciamentos oPresidente Médici convocou todas as for­ças vivas para a redemocratízaçào da nos­sa Pátria. E a primeira oportunidade queS. Ex." teve de provar que realmente esta­va bem intencionado e tinha força neces­sária no sistema para cumprir o desideratoele a perdeu, transformando as eleícões di­retas em nomeações - porque não chamoisso de eleição indireta, chamo de nomea­ção. E quando S. Ex.a nomeou o Governa­dor Leonino Caiado eu afirmei aqui, e tam-

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'1206 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão n Outubro de 19'73

bém à imprensa e na televisão, que Go'lásnão merecia tal coisa. Era uma infelicida­de muito grande para aquele povo a nomea­ção de um rapaz sem vivência política, semcapacidade administrativa, sem conhecerabsolutamente nada do Estado, pois sempre'Viveu fora dele. Mas, por ser um jovem en­genheiro, nós ainda guardávamos a espe­rança de que pudesse realizar qualquer coi­sa. Demos, então, nosso voto de connança.Infelizmente, passados mais de três anos. jáno fim do seu Governo, até hoje, como dís->se o Deputado Jerônimo Santana, S. Ex."não tem um plano de Governo. Só vede cis­mo, só obras faraônicas, assim mesmo emprojeto, porque estas não estão sendo rea­lizadas. Colaborando com V. Ex.''' querodizer à Nacão que o Estado de Goiás vaimuito mal: Quanto à questão das profes­soras, que V. Ex." está denunc!ando,. V;Ex." poderia ser taxado de suspeito, pois eda Oposição, mas o Deputado Jarmund l"'as­ser, que é da Situação, está escrevendo umasérie de artigos mostrando a calamidade queé o pagamento dos salários das professoras.Elas, além de ganharem um salário abaixodo salário-mínimo, ainda recebem comatraso. Os professores primários e secun­dários foram taxados de "miseráveis de gra­vata". Entendo que o Governo Federal de­veria intervir para resolver este problema.Bolldartzo-me com V. Ex.a no momento emque está denunciando esse estado de cala­midade.

O SF. JUAREZ BERNARDES - Agradeçoa V. Ex." pelo aparte que deu, enfocandoa situação dramática das professoras pri­márias do meu Estado. Com um salário mi­serável como esse, que condições psíquicase materiais tem uma professora dessa :~ara

levar a sua mensagem à criança?Denunciamos, por exemplo, um fato

'ocorrido em Trindade, Estado de Goiás,onde as professoras vivem sob coação e sãomudadas, todos os dias, de um grupo es­colar para outro, por determinação do Pre­sidente da ARENA. Certo dia, uma delasexigiu a ordem por escrito. A Diretora ex­pediu: de acordo com a autorização do Pre­sidente da ARENA local, V. s.a está transfe­rida para o grupo tal. Isso foi publicado; emmanchete em meu Estado. O MDB, há mui­tos anos, não ganhava lá. Tivemos uma be­Iísslma vitória sobre a ARENA. Então. queocorreu? A senhora de um dos cabos elei­torais mais fortes do MDB, que era profes­sora municipal há 20 anos, foi transfflridapara a zona rural. Essa transterêncía foi:l:orçada.

E em Hidrolândia, onde amar é proibido,um arenísta não pode amar um ernedebís­ta. Uma pobre professora, formada, nor­malista, teve a infelicidade de se casal' comum Vereador do MDB de Hidrolândia. Eraela professora na Capital, lugar mais co­biçado para se lecionar, e pediu sua trans­ferência para o interior, porque havia secasado com um Vereador do MDB. Deram­lhe a transferência, cuja Portaria, datadade 3 de agosto, diz:

"O Coordenador-Geral da Superinten­dência Regional resolve remover, a pe­dido, Sônia Gomes Leal, Professora doensino primário, lotada no Grupo Esco­lar "Juscelino Kubitschek de Oliveira",desta Capital, pertencente à 2." Supe­rintendência Regional de Educação eCultura para o Grupo Escolar "JoséAmâncio", do Município de Hídrolân­{lia ,pertencente à La SuperintendênciaRegional." .

Mas o pessoal da ARENA não permitiuque isso ocorresse e o mesmo superínten­{lente, no dia nove - seis dias depois -­baixou outra Portaria, dizendo o seguinte:

"O Sr. Secretário resolve tornar semefeito a Portaria n.o 424, de li de agosto

de 1973, em que remove Sonia GomesLeal, professora do ensino primário, lo­tada no Grupo Escolar "Juscelino Kubi­tschek de Oliveira", desta Capital, per­tencente à 2." Superintendência Regio­nal de Educação e Cultura, para o Gru­po Escolar "José Amâncio", de Hidro­lãndía, pertencente à 1." Superinten­dência Regional, a partir de 1.0 deagosto, devendo a mesma retornar àssuas funções no Grupo Escolar "Jusce­lino Kubitschek de Oliveira", desta Ca­pital, pertencente à 2." Superintendên­cia."

É extremamente dificil conseguir lecio­nar na Capital. Aquela professora o conse­guiu, mas como se easou com um Vereadordo MDB, em seu lugar foi colocada outra,que cursava ainda o segundo ano ginasial.Foi afastada uma normalísta, única e ex­clusivamente para forçá-la a pedir demis­são. Um chefe politico local disse que nãoaceitaria, porque ela era casada com ummembro do MDB e lá não ficaria. E, diga-sede passagem, ela era sobrinha de um ex­Deputado Estadual da ARENA e de um ex­Prefeito da ARENA. A política se envolveem tudo e sacrifica terrivelmente o ensinoem meu Estado. As vezes, deixamos de co­mentar vários fatos, que poderiam ser so­lucionados na área estadual. Já falei pes­soalmente e por telefone com o Sr. Se­cretário e com o Sr. Governador, mas nadase resolve. Então, sou forçado a trazer aquiesta denúncia, para que o Governo da Re­pública dela tome conhecimento.

O Sr. Jerônimo Santana - o Sr. Secre­tário está querendo fazer concurso de com­posição. S. Ex." não se preocupa com aEducação no Estado.

O SR. JUAREZ BERNARDES - Exata­mente. São concursos promovidos por elemesmo e nos quais ele tira o primeiro lugar.

Nobre Deputado, esse Governo pretendeser infalivel. E não é apenas a Oposição queo critica. Como bem disse o nobre DeputadoAnapolíno de Faria, também o criticamveementemente os Deputados JarmundNasser e Henrique Fanstone, da ARENA, emais quatro Deputados estaduais, inclusivesobre mensagem. Associaram-se ao MDB ederrubaram a mensagem enviada à Assem­bléia. E sabem o que fez o Governador?Chamou um dos Deputados Estaduais, cujabase eleitoral era Corumbalba, e lhe disseque se ele não fizesse uma declaração, enal­tecendo as obras governamentais, princi­palmente o PRORURAL do Estado, demiti­ria desde o faxineiro até o ocupante de car­go mais elevado daquele Munícípío. Isto éuma prova evidente de como age o Gover­no do Estado de Goiás. Um arenista o cri­tica e, naturalmente, se chegou a fazê-lo,tem razões de sobra para isso. O Governa­dor forçou-o a firmar uma declaração, di­zendo que S. Ex." está realizando a maioradministração do Estado de Goiás e que,com relação ao PRORURAL, Governo al­gum realizou obra tão importante como oSr. Leonino Caiado.

O Sr. Anapolino de Faria - Nobre Depu­tado, uma das razões apresentadas pelo sis­tema, para justificar a Revolução, era aca­bar com as oligarquias e as familiocracias.Mas, infelizmente, em Goiás, deu-se o con­trário. Acabaram com as Iarnílíocracías,mas revíveram algo do ano de 1930 - o"Caiadismo", sempre tido e havido como o"império do arbítrio", na época dos Caiados.Para nós, não foi surpresa a volta desseimpério. Em Goiás, o Governo age na baseda polícia, do fiscal, da transferência deprofessoras, enfim, de tudo isso que V. Ex.adenuncia nesta Casa. Sr. Deputado, se issoestá acontecendo aqui, nas barbas da Ca-

pital Federal, imagine o que não ocorre nonorte ou no sudoeste do Estado. Isso acon­tece em Goiânia e Anápolis.

E vejam a víolentaçâo que se praticou nocaso, por exemplo, da cassação do Prefeitode Anápolis, e a transrormação do municí­pio em área de interesse da segurança na­cional. Se achavam que Anápolís deveriaser área de interesse da segurança nacio­nal, por que não o fizeram antes das elei­ções? Tiveram da fazê-lo agora, para colocarlá aqueles que durante 30 anos não pude­ram, através do voto popular, livre e inde­pendente, governar a cidade. Tiveram defazer essa víolentação, Por que não o fize­ram antes? Anápolis já era Base Aérea an­tes das eleições. A guerra do Vietnã é nada,perto da luta terrível que tivemos em Aná­polís, quando o Governo usou de todos osartifícios policiais, mas perdeu as eleições,fragorosamente. Não satisfeitos, começa­ram a usar de meios os mais cavilosos, nosentido de influenciar as áreas revolucio­nárias. E o pior é que conseguiram. Cas­saram nosso Prefeito, incluindo o Muni­cípio em área de segurança nacional. Issofoi feito na base do arbítrío, Não é surpresa.Como disse, isso já vinha desde 1930, quan­do a familiocracia foi derrotada pela Re­volução. Agora, revíveu, numa autênticaincoerência. Reviveram as ramílíocracías,as oligarquias.

O SR. JUAREZ BERNARDES - E o que ~pior, nobre Deputado, é que com a cassaçãodo Prefeito de Anápolís, o Governo de Goiáspassou a acenar a todos os Prefeitos doMDB com promessas de proteção para nãoserem cassados.

O Sr. Anapolino de Faria - E intimida­mento,

O SR. JUAREZ BERNARDES - Essa éuma verdade incontestável. Até no tocanteao BNH e aos serviços de água e esgoto, odinheiro só aparece quando o Prefeito é daARENA. Isso é um absurdo, mas está ocor­rendo. Vários Prefeitos já nos advertiramsobre o perigo que correm por causa dascassações. Já foram denunciadas várias ve­zes pressões policiais. Os delegados já estãobaixando Portaria para que os soldados nãobatam tanto nos presos. Tenho em mãosjornais do meu Estado que noticiam taisfatos. Isso, na cidade de Anápolis:

Diz o Cinco de Março:"O Delegado-Geral de Anápolis, nodecorrer da última semana, baixou por­taria proibindo expressamente os es­pancamentos de presos levados a efeitopor policiais. Justificando a medida,explicou o Delegado Joel Mendes Viei"ra que a medida se fez necessária emrazão de uma série de espancamentosali ocorridos e que teriam chegado aseu conhecimento através dos depoi­mentos das próprias vitimas."

O Sr. .Terônimo Santana - Ele deveriaabrir inquérito e punir os espancadores, nãobaixar portaria. .

O SR. JUAREZ BERNARDES - Exata­mente.

O Sr. Jerônimo Santana - Trata-se deabuso de autoridade por falta de exação depoliciais. É o "Esquadrão da Morte" agindoem Anápolis.

O SR. JUAREZ BERNARDES - Prossigoa leitura:

"Chamado a citar nomes, ele se esqui­va, alegando que os casos que ouviuestavam relacionados com os antigosdelegados, não lhe competindo qual­quer atitude diante de fatos passados."

Então, a situação é esta. Hoje, os pró­prios Delegados têm de baixar portariaspara que os policiais não espanquem tantoos presos.

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outubro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado 13 7Z07

Alves

Substituto

CONGRESSO NACIONAL

1

Comissão Mista de Orçamento incumbidade estudo e parecer sobre o projeto deLei n.> 11, de 1973 (CN). que "estima aReceita e fixa a Despesa da União parao Exercicio Financeiro de 1974".

Presidente: Senador João CleofasVice-Presidente: Deputado Oswaldo Zanello

g~~na~s de Odontologia, e dá outras provi­díênclas", - Projeto n.v 1.569, de 1973 _(Do Poder Executivo.) - Mensagem mime­1'0 335/73.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Saúde e de Trabalho e Le­gislação SOcial) (5.° Dia)

2PROJETO N.o 1.570, DE 1973

Dá nova redação às letras c e d do arti­go 68 da Lei de Organização Judiciária Mi­litar. - Projeto n.O 1.5'10, de 1973. - (DoPoder Executivo) - Mensagem TI.o E·34/73.

(A Comissão de Constituição e Jus­tiça) (5.° Dia)

3PROJETO N.o 1.578, DE 1973

Dispõe sobre a respon8abilidade da Uniãono pagamento dos integrantes da PoliciaMilitar e do Corpo de Bombeiros do antigoDistrito Federal, transferidos para o Estadoda Guanabara 'ou neste reincluídos, e dáprovidências correlatas. (Do Poder Executi­vo.) - Mensagem n.O 338173.

(As Comissões de Oonstrtuíeão e Jus­tiça, de Segurança Nacional e deFínançaa.) (2.0 Dia)

4PROJETO N.o 1.579, DE 1973

Dispõe sobre o Regimento de Custas daJustiça Federal. - Projeto n.v 1.579, de1973. - (Do Poder Executivo.) - Men­sagem n.> 339/73.

(As Comissões de Constituicão e Jus­tiça e de Finanças.) (2.° Dia)

5

PROJETO N.o 1.583, DE 1973Dispõe sobre a retribuição do Grupo-Di­

reção e Assistências Intermediárias e dáoutras providências. - (Do Poder Executi­vo) - Mensagem n.o 347/73.

(As Comissões de Constituição e Justiça, deServiço Público e de Finanças.) (1.0 Dla.)

RELATORESDEPUTADOS

RelatorAnexo, órgão e Parte

3PROJETO N.o 1.509-A, DE 1973

Discussão única do Projeto n.o 1. 509-A,de 1973, que dispõe sobre a atividade turfís­tica no País e dá outras providências; tendopareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade e legali­dade; da Comissão de Agricultura e PolíticaRural, pela aprovação, com emendas; e, daComissão de Finanças, pela aprovação. Pa­receres às emendas de Plenário: da Comis­são de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade e legalidade; da Oomíssão deAgricultura e Política Rural, pela aprovaçãoda de n,v 2 e pela rejeição da de n.v 1; e,da Comissão de Finanças, pela aprovaçãoda de n,o 2, contra os votos dos Srs. JoãoCastelo, Aldo Lupa e Homero Santos e pelarejeição da de n.o 1. - (Do Poder Executi­vo l , - Mensagem n.o 296/73. - Relatores:Srs. Dj alma Bessa, Dias Menezes e AthiêJorge Ooury,

AVISOSPARA RECEBIMENTO DE EMENDAS

Em Plenário1

PROJETO N.o 1.569, DE 1973Acrescenta parágrafos ao art. 13 da Lei

n.o 4.324.. de 14 de abril de 1964, que "insti­tui o Conselho Federal e os Oonselhos Re.

missão de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade das de 11.0S 1, 3, 8, 9, 10 e,com subemenda, da de n.o 5 e pela incons­titucionalidade das de n.Ps 2, 4, 6, 7, 11 e 12;da Comissão de Trabalho e Legislação So­cial, pela rejeição, contra os votos dos Srs.Wilmar Dallanhol, Ildélio Martins e Fer­nando Cunha, no que se refere às emendasde n.vs 2 e 8 e, do Sr. Francisco Amaral,em separado, quanto às emendas de n.Ps 2,3, 5, 6, 8 e 9; e, da Comissão de Finanças,pela rejeição, contra o voto do Sr. CésarNascimento. - (Do Poder Executivo) ­Mensagem n.? 287/73. - Relatores: Srs. JoãoLínhares, José da Silva Barros e Adhemarde Barros Filho.

EM TRAMITAÇãO ESPECIALDiscussão

2PROJETO N.o 1.512-A, DE 1973

Discussão única do Projeto n.O 1. 512-A,de 1973, que reajusta o valor da pensão es­pecial concedida ao jornalista Rolando Pe­dreira e dá outras providências; tendo pa­receres: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade e Iurídícídade;e, da Comissão de Finanças, pela aprovação.- (Do Poder Executivo) - Mensagem n.o300/73. - Relatores: srs. Luiz Braz e Ildé­lia Martins,

ORDEM DO DIA

Sessão em 15 de outubro de 1973

1. Câmara dos Deputados Vinicius Cansanção Henrique-Eduardo2. Tribunal de Contas Eurico Ribeiro Rezende Monteiro3. Poder Judiciário Jairo Brum José Camargo4. Aeronáutica . Bento Gonçalves . Milton Brandão5. Indústria e Comércio Ricardo Fiuza Oceano Oarleial

(SEGUNDA-FEIRA) 6. Interior - Parte Geral Joaquim Macedo Baptista MirandaEM URG:ÊNClA 7. Interior - SUDECO José Freire Olivir Gabardo

Discussão 8. Interior - SUDAM Gabriel Hermes Raimundo Parente9. Interior - SUVALE Manoel Novais Wilson Falcão

1 10. Interior - DNOS Furtado Leíte Cláudio LeitePROJETO N.o 1.497-A, DE 1973 11. Interior _ DNOCS Cláudio Leite Furtado Leite

Discussão única do Projeto n.O 1.497-A, 12. Interior - SUDENE Carlos Alberto Manoel Almeidade 1973, que dispõe sobre a concessão de 13. Interior - SUDESUL Mário Mondino Paulo Albertobenefícios pelo INPS ao jogador profissional 14. Interior - Território.3 Sylvío Botelho Manoel Ribeirode futebol e dá outras providências; tendo 15. Marinha Osnelli Martinelll Maia Netopareceres: da Comissão de Constituição e 16. Relações ExterIores Bías Fortes Daso CoimbraJustiça, pela constitucionalidade e [urldtci- 17. Transportes (P.Geral-DNPVN) Renato Azeredo Oziris Pontesdade; e, das Comissões de Trabalho e Legis- 18. Transportes (DNER e DNEF) Alberto Hoffmann Passos PortoIacão Social e de Finanças, pela aprovação. 19. Encargos Gerais' Theódulo de Albuquerque Vingt RosadoPareceres às emendas de Plenário: da Co- _~::_I!I::o"'"-"""""õ""'<l'".m.~I""",:;:::,"'.r."':lM.i':lll_~ll!44Il._'!!!lii!ll:lll:':::;;;;;Q~":;t!....-------------------

Rio de JaneiroLuiz Braz - ARENA.

GuanabaraAmaral Netto - ARENA; Lopo Coêlho­

ARENA.Minas Gerais

Aécio Cunha - ARENA: João Guido ­ARENA; José Maria Alkmim - ARENA;Silvio de Abreu - MDB; Sinval Boaventura- ARENA.

São PaulOAdalberto Camargo - MDB; Dias Mene­

zes - MDB; Orensy Rodrigues - ARENA;Pedroso Horta - MDB; Pereira LopesARENA; Ortiz Monteiro - ARENA.

Mato GrossoLopes da Costa - ARENA.

ParanáAlberto Costa - ARENA; Alípio Carva­

lho - ARENA; João Vargas - ARENA;.José Carlos Leprevost - ARENA; MaiaNetto - ARENA.

Rio Grande do SulDaniel Faraco - ARENA.VIII - O SR. PRESIDENTE (Fernando

Gama) - Levanto a sessão designando paraa Ordinária da próximo segunda-feira, aseguinte:

o Sr. Jerônimo Santana - Isto prova queo Delegado não tem autoridade alguma,nem os policiais lhe obedecem.

O SR. JUAREZ BERNARDES - Em facedo quadro em que estamos vivendo, eon­clamamos para que providências partamdaqui, porque senão não teremos condi­ções de disputar as eleições no próximo ano.(Muito beml )

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama) ­Nada mais havendo a tratar, vou levantara sessão.

Deixam de comparecer os Srs.Pará

stélio Maroj a - ARENA.Maranhão

Pires Saboia - ARENA.Piauí

Milton Brandão - ARENA; Severo Eulá­lia - MDB.

CearáFurtado Leite - ARENA; Manoel Rodri­

gues - ARENA; Marcelo Linhares ­ARENA.

PernambucoEtelvino Lins - ARENA; Geraldo Guedes

_ ARENA; Joaquim Coutinho - ARENA.Sergipe

Eraldo Lemos":'" ARENA; Francisco Rol­lemberg - ARENA.

BahiaNecy Novaes - ARENA.

Espírito SantoDirceu Cardoso - MDB; Parente Frota

- ARENA.

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'7208 Sábado 13=

DIARIO DO CONGRESSO NM'TONU (St'cão J) Outubro lle 1973

Relator

SF:NADORES

TEMARIO

Geraldo MesquitaAlexandre CostaLourival BaptistaArr aral PeixotoDínarte MarizBenjamin Farah

I Heitor DiasVirgílio TávoraJosé LindosoCarlos LindenbergMagalhães PintoEurico RezendeFernando CorrêaCattete Pinheiro

AVISOAo projeto n.o 1. 567, de 1973, não foram

oferecidas emendas, em Plenário.

missão de Minas e Energia.Discussão e votação

Reunião: Dia 8-11-73Hora: 10:00Pauta: Comparecimento do Sr. Ivan Bar­

reto de Carvalho - Diretor-Geral do De­partamento Nacional de Produção Mineral.

COMISSãO DE TRANSPORTES

Reunião: 17-10-73Hora: 10:00Pauta: Comparecimento do Engenheiro

Paulo Müller - Secretário dos Transportesde Santa Catarina.

Reunião: 24-10-73Hora: 10:00Pauta: COmparecimento do Engenheiro

Paulo Nunes Leal - Secretário dos I'rans­portes do Rio Grande do Sul.

Reunião: 25-10-73Hora: 10:00Pauta: Comparecimento do Sr. Antônio

Romeu Neto - Gerente de Relacôes t:>úbli­cas da General Motors do BrasÚ 8/A.

COMISSÃO DE SAúDEReunião: 18-10-73.Hora: 10:00.Pauta: Comparecimento do Prot. Mário

Rroeff. '

COMISSÃO DO POLíGONO DAS SECAS

Reunião: Dia 23-10-73

Hora: 10:00

Pauta: Comparecimento do Dr. AfrânioLages - Governador do ":l:stado de Alagoas.

Reunião: Dia 30-10-73

Hora: 10:00

Pauta: Comparecimento do Dr. Hilbl'rtoMascarenhas Alves da Silva - Presidentedo Banco do Nordeste do Brasil.

Reunião: Dia 8-11-73

Hora: 10:00Pauta: Comparecimento do Dr , Ernani

Aires Sátiro e Souza - Governador do Es­tado da Paraíba.

COI\USSAO DE CI~NCIA E TECNOLOGIA

Reunião: Dia 25-10-73

Hora: 10:00

Pauta: Comparecimento do Comte. Za­ven Boghossían, Diretor-Geral do Departa­mento Nacional de Porto e Rios Navegáveis.

IX - Levanta-se a Sessão às 18horas e 30 minutos.

(DISCURSO DO DEPUTADO ANTôNIOBRESOLIN NA SESSAO VESPERTINADE 9-10-73.)O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Sr. Presi­

dente e Srs. Deputados, não me conformocom o confisco cambial da soja, estabele­cido pela odiosa resolução do Banco Cen­tral. Todos sabem que, para cada grupo dequatro sacas de soja, o produtor foi obri­gado a entregar uma pelo preço de Cr$45,00, posteriormente reduzido pelo expur­go, limpeza, embalagem e ainda o IeM apli­cado pelo Governo do Estado. Conseqüen­temente, o produtor recebeu por saca desoja, quando muito, Cr$ 31,00 ou Cr$ 32,00.

Benj amin FarabMagalhães PintoGeraldo MesquitaCarlos LindenbergEurico RezendeAmaral PeixotoJosé LindosoAlexandre CostaHeitor DiasDinarte MarizLourival BaptistaLourival BaptistaCattete PinheiroFernando Corrêa

Substituto

Dia 16 - às 10 horas1. "A problemática do carvão nacional"

Conferencista: Ministro das Minas eEnergia, Prof. Antônio Dias Leite

Dia 16 - às 15 horas

2. "Produção e Beneficiamento do carvãonacional"Conferencista: Eng.o Álvaro Catão, Pre­sidente do Sindicato Nacional da Indús­tria da Extração do Carvão.

Dia 17 - às 10 horas3. "O carvão no processo do desenvolvi­

mento e Segurança Nacional":a) na Siderurgia

Conferencista: Eng.o Amaro LanariJr., Presidente da Usina Siderúrgicade Minas Gerais - USIMINAS (BeloHorizonte) .

Dia 17 - às 15 horasb) na geração de energia elétrica

Conferencista: Eng.o Mário Lannes daCunha, Presidente das Centrais Elé­tricas do Sul - ELETROSUL (Rlo­GB).

Dia 17 - às 17 horas

c) como matéria-primaConferencista: Eng.o Danilo, Monte­negro, Presidente da Indústria Car­boquimíca Catarinense - ICC (Im­bítuba - SC).

Dia 18 - às 10 horas

4. "As novas tecnologias do carvão e o de­senvolvimento de uma tecnologia pró­pria, adequada ao melhor aproveitamen­to do carvão nacional".

Conferencista: Prot. Bernardo Geisel,Presidente da Aeos Finos Piratini (Por­to Alegre - RS>'.

Dia 18 - às 17 horas

5. Conclusões

Comissão de Redação - Presidente: Depu­tado José Machado, Presidente da Co-

Dia 31-10-73: Dr. Casimira Antônio Ri­beiro, ?residente da Associação Nacional deBancos de Investimento e Desenvolvimen­to - ANBID. Tema: "Bancos de Investi­mento e de Desenvolvimento". Dr, José LuizMoreira de Souza, Presidente-da Associaçãodos Diretores de Empresas de Crédito, In­vestimento e Financiamento - ADECIF.Tema: "Sociedades Financeiras".

COIIUSSAO DE MINAS E ENERGIA

Mesa Redonda sobre aProblemática do Carvão Nacional

OUTUBR0/73

Anexo, órgão e Parte

COMISSAO DE ECONOMIAINDÚSTRIA E COMÉRCIO

'''SEMINARIO DE MERCADO DE CAPI'I:AI8"

Reuniões:

Dia 17-10-73: Dl'. Francisco de Boni. Ne­to, Diretor da Area de Mercado de Capitaisdo Banco Central. Tema: "Controle e Fis­calização do Mercado de Capitais". Dr, Car­los Brandão, Gerente da Divida Pública doBanco Central. Tema: "Mercado de T,ítulosPúblicos".

Dia 24-io-73: Dr. Fernando Carvalho,Presidente da Bolsa de Valores do Estadoda Guanabara. Tema: "Como Operam asBolsas de Valores". nr. Alfredo Rizl:alah,Presidente da Bolsa de Valores do Estadode São Paulo. Tema: "Mercado de AçiJes"...

2

Comissão Mista incumbida de estudo e pa­recer sobre a Mensagem n.o 51, de 1973(CN), que submete à deliberação do Con­gresso Nacional texto do Decreto-lei n.o1.286, de 21 de setembro de 1973, que "mo­difica a legislação do Imposto de Rendadevido pelas pessoas físicas".

COMPOSIÇãO

Presidente: Senador Cattete PinheiroVice-Presidente: Dep. Francisco StudartRelator: Deputado Altair Chagas

CALENDÁRIO

Até dia 23-10-73 - Apresentação do pa­recer, pela Comissão, de acordo com o art.110 do Regimento Comum.

PRAZO

Até dia 23-10-73, na Comissão Mista;Até dia 22-11-73, no Congresso Nacional.

COMISSõES TÉCNICAS

COMISSAO ESPECIAL DESTINADA AESTUDAR GLOBALMENTE O PROBLI~MA

DA POLUIÇAO Al\mI~NTAL

Reunião: Dia 18-10-73.

Hora: 10:00.Pauta: Comparecimento do Almir,ante

Paulo Moreira da Silva

Reunião: Dia 25-10-73.

Hora: 10:00.

Pauta: Comparecimento do Dr, AloysioBezerra Coutinho - Professor da Universi­dade Federal de Pernambuco.

Reunião: Dia 8-11-73.

Hora: 10:00.

Pauta: Comparecimento do Dr, RubensCosta.

1. Senado Federal2. Receita3. Presidência da República4. Agricultura5. Educação6. Exército'lo Fazenda8. Minas e Energia9. Planejamento

10. Trabalho11. Comunicações12. Justica13. Saúdé14. Encargos Financeiros

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Outubro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 7209

Soja total recebida •..............•. , •• "3'1"'............................... 8.204,1 tSoja comprometido com exterior ......._~........................ 5.125 tContingenciamento CACEX 33,33% ...•_.z•••••. _•.••.••••••..•.• 1.667 tVendas mercado Nacional ..:.: 2.400 tReserva de semente ..................••~:. • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.800 tSoja que deixou de entrar unínímo) .. . ....oU."............................ 2.788 t

Essa soja retida se destina praticamente abeneficiar os grupos econômicos, constituí­dos na sua quase totalidade por poderosasorganizações multinacionais, que operam emnossa Pátria, espoliando o povo brasileiro.

Realmente, quando o Sr. Ministro da Fa­zenda esteve nesta Casa, atendendo a con­vocação de minha autoria, S. Ex.a declarou:"O Deputado Antônio Bresolin incorre numgrande equívoco, porque a soja retida sedestina à fabricação de farelo a ser utili­zado por nossos avicultores."

Vejam bem, Srs. Deputados, o equívocoera do ilustre Ministro, porque, no ano pas­sado, o Brasil produziu 2 mílhões e 350 miltoneladas de farelo de soja. Desse total,apenas foram consumidas em nosso País 650mil toneladas. No Rio Grande do 8ul, noano passado, foram produzidas 1 milhão e350 mil toneladas, e, desse total, apenas 350mil toneladas foram consumidas no próprioEstado. O farelo restante e a torta de sojaforam exportados, canalizando avultada ri­queza para os grupos econômicos que ope­ram nesta faixa.

Imaginem, Sr. presidente, 81's. Depu­tados, as somas fabulosas que irão ganharesses grupos econômicos no ano em curso,recebendo a soja ao preço vil de 45 cruzei-

. ros a saca e vendendo depois o farelo e atorta de soja no mercado -xterno por preçobastante compensador, uma vez que a co­tação da soja no exterior é altissima.

Há pouco tempo, visitei vários muntcípíosdo Rio Grande do Sul. Também tenho re­cebido correspondência de outros estadOSprodutores de soja, em que manifestam OSagricultores a preocupação com as sementes,diante do drama que se está criando; poistodos sabem que as cooperativas tritícolasfornecem sementes por preço mals ou me­nos acessível apenas aos seus associados.Grande parte dos plantadores de soja nãosão associados das cooperatívas. Assim, aquase totalidade dos pequenos produtoresnão participa das organizações eooperatt­vistas. Esses elementos, quando vão plantarsoja são obrigados a comprá-la do parti­cula~ pelo preço de 200, 220 e até 250 cru­zeiros a saca.

O Sr. José Mandelli - Nobre Deputado,estou ouvindo com atenção o discurso deV. Ex.a, que trata do problema da soja, es­pecificamente no Rio Grande do Sul. Todosaqueles que se propõem a plantar nesta sa­fra encontram dificuldades absurdas comrelação ao fornecimento de sementes sele­cionadas.

Creio que os órgãos de eonbrole do Go­verno, para estimular aquela plantação quenos dá tantas divisas, deviam adotar o con­.fisco de um por quatro sacos de soja expor­tado. Não se diga que os industriais nãoganham dinheiro com isso. Ao contrário,ganharam mui~ com a industrializaçãodessa semente oleaginosa. portanto, umapelo deveria ser feito no sentido de que oGoverno faça reverter esse confisco em be­nefício daqueles que se propõem a plantar,ao fim de que não tenham de pagar atéCr$ 250,00 por saca de semente de soja.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - A suges­tão é muito oportuna. Agradeço o apartea V. Ex.a, que veio enriquecer o meu modes­to pronunciamento. Há cerca de um mês,na Comissão de Agricultura e Politica Ru­ral, tive oportunidade de debater este as­sunto, tendo recebido grande apoio de to­dos os integrantes daquele órgão técnico.Inclusive a Presidência da Comissão enviouo seguinte telegrama ao Sr. Presidente daRepública, General Emílio Garrastazu Mé­dici:

"Face as tremendas dificuldades ob­tenção semente soja estados produto­res e outros vg tomamos liberdade vgpor indicação Deputado Antônio Bre­solín vs apelar sentido parte cota re­tenção produto estabelecida resoluçãoVossa Excelência Banco Central sejaentregue através cooperativas aos pro­dutores por preço convencionado órgãocompetente pt Medida consubstaneíapolítica de estímulo preconizada peloGoverno e beneficiará sobretudo mí­lhares pequenos produtores pt Estacomissão conta com proverbial atençãoeminente patrício pt Cordiais sauda­ções Juarez Bernardes - PresidenteComissão Agricultura Política RuralCâmara Deputados."

Sr. Presidente e Srs. Deputados, tive aoportunidade de percorrer cerca de 20 mu­nicípios da região que mais produz trigo esoja no Brasil e pude verificar que as co­operativas, os granjeiros, os elementos ex­ponenciais da produção de soja e trigo doRio Grande do Sul, de Santa Catarina e doParaná partãelpam dessa mesma idéia. Hápoucos dias, tratando desse assunto, esteveem Brasília uma comissão representativada Cooperativa Triticola de São Borja, che­fiada pelo seu ilustre e dinâmico presiden­te, que pessoalmente entregou ao 81'. Pre­sidente da CACEX a seguinte correspon­dência:

São Borja ms), 27 de agosto de 1973

Ao EJÇ1Jo Sr.

Diretor-Geral da

Carteira de Comércio Exterior - ""CACEX.

Dâ análise dos dados acima pode-seperceber que mesmo em não se consi­derando as quantidades retidas comosemente, temos insuficiência para aten­der os compromissos firmados, o queinevitavelmente deverá fazer com queesta Administração adote medidas deordem excepcional para o cãso presente.Devido aos altos preços auferidos nacomereíalíaacão, antevê-se um aumen­to considerável da área a cultivar parao próximo ano em todo o Estado e nasdemais regiões próprias do Brasil, po­dendo se afirmar que mesmo com opreço inflacionado, haverá falta de se­mentes de boa qualidade para o plantio.Dessa forma, nossa Cooperativa, já comdificuldades para atender seus compro­missos, deverá utilizar o soja retidocomo semente, acarretando especial­mente para nossa região problemas deredução de área de cultivo.

A Cooperativa Tritícola SamborjenseLtda., dirige-se a V. s.a considerandoos altos interesses do Governo, no sen­tido do desenvolvimento das culturas dobínômío "Soja-Trigo", para solicitar eexpor o que segue:

Considerando o ano agrícola em anda­mento, em que a cultura de soja emnosso município aumentou considera­velmente, passando de 10.000 ha. para25.000 ha, com perspectivas de área acultivar na próxima safra ao redor de60.000 ha. esta Cooperativa com previ­são através de seu Departamento Agro­nõmíco estimou que a produção atíngt­ria a 550.000 sacos de 60 kg, o que real­mente aconteceu.

Isto posto e para assegurar o recebi­mento da produção, conseguiu a Co­operativa, através de contratos firma­dos com seus associados, que o mínimoa receber seria de 260.000 sacos, me­diante financiamento antecípado daprodução.Entretanto, dado ao tumulto verificadona comercialização desta oleaginosa nomercado internacional, diversos produ­tores assocíados da Cooperativa desvia­ram a produção para o mercado para­lelo, acarretando com isso problemaspara nossa Organização, para atendi­mento dos compromissos firmados nomercado Nacional e Internaciona1.

Medidas jurídicas estão sendo tomadaspela Cooperativa através de sua Con­sultoria Jurídica, como seqüestro deprodução daqueles que tinham compro­missos firmados através de contratos,redundando entretanto em fatos poucopositivos no aumento da quantidade areceber.A sltuaçào da Cooperativa face aoscompromissos assumidos pode ser re­sumida da seguinte forma:

10.992 t 10.992 t

Istó posto e a fim de evitar um colapsona exploração desta oleaginosa, comfrancas possibilidades de se estabelecerem nosso município, numa rotação per­feita com outras culturas e evitando-sea tão condenada monocultura, vimospela presente solicitar medidas de or­dem exeepclonal para que as quanti­dades de soja a serem comercializadascom a CACEX, na proporção de 33,33%sobre o soja exportado, possam ser re­tidas por nossa Cooperativa e utiliza­das como sementes. Tal medida, se nãoresolvesse em todo o problema que a'Administração vem enfrentando, ate­nua consideravelmente, porquanto as­seguramos o plantio para o próximoano agrícola dos associados solidárioscom o verdadeiro espírito cooperavísta,Esperamos de Vosso alto espírito deentendtmento dos problemas nacíonaís

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'1216 Sábado ts DJARIO no CONGRESSO NACIONAL (S~ão I) Outubro de 1973

a solução que venha de encontro ao ex-posto. .Finalmente, aproveitamos a oportuní­dade para apresentarmos maís uma veznossos agradecimentos e reiteremosnossas

Atenciosas Saudações."E aquilo que verifiquei em São Borhl

constatei em outros Municípios como Ja··guarí, santiago, São Luís Gonzaga e Oam­po Novo, localidades, todas elas grandesprodutoras de soja. Esperamos que o Go··vemo atente para esse problema com abre..vldade que ~e impõe. Elementos de coope­rativas de Sao Borja estiveram inclusive noMinistério da Agricultura. E o ilustre Mi·nistro Moura Oavalcântí, a despeito deapoiar a iniciativa, só o fez formalmente.Nenhum compromisso assumíu por escrito.Naturalmente as cooperativas não podemdispor das sementes, a não ser através deordem, por escrito, da CACEX ou do Minis,tro da Agricultura.

E, vejam bem - o problema é de muitagravidade - o Banco do Brasil está finan­eíando o plantio de soja na base de 90 cru­zeiros por saca. Mas o plantador em partealguma compra soja a 90 cruzeiros a saca.Quem compra de particular paga 200 a 2500cruzeiros. Os agricultores não têm condl­i/;óes de pagar essa diferença, e as coope­rativas, igualmente, não têm como finan­ciar através do repasse. Isto constitui pro­!blema sério e deve ser resolvido o quantoantes.

Ao longo da caminhada que reaüsamossemana passada, mantivemos muitos con­tatos com dirigentes da ARENA, com ho­mens do MDB. com presidentes de coope­rativas, com elementos do Banco do Brasil.Em toda parte ouvimos o mesmo clamor.

O Sr. Presidente da República deve pau­tar a sua política com base nos pronuncia­mentos feitos nesta Casa sobre as condi­ções reinantes no Rio Grande do Sul, enão continuar orientando a política do soí ae do trigO através dos dados cabalísticosque o Sr. Delfim Netto arranca dos compu­tadores eletrônicos. Esta é a verdade. Quemandar pelo interior do meu Estado, quemfalar com o homem que planta e produz,haverá de trazer para esta Casa nada maisque o pensamento que estou expondo nestahora. Isto no que se refere ao soja.

No dia de hoje desejo falar ainda sobreo trigo. Ninguém se conforma com o preçodo trigo. O Sr. Presidente da República que­considero um gaúcho da melhor cepa, pos­sivelmente é quem mais está sofrendo, por­que vê, de forma precisa, a "fria" em queo Governo entrou devido aos dados que oMinistro Delfim Netto forneceu ao PoderExecutivo. E a maior prova disso está aí eé incontestável: o Governo hoje comprao trigo estrangeiro por preços escorchan­teso Na quase totalidade das cidades do Bra­síl a farinha está sendo vendida no câmbion.egro, e o pior de tudo é que em muitasCIdades aind~ escasseía o pão em grandeescala.•E mais grave que tudo isso, é quea!llanhll;. ou depois, mesmo dispondo de di.V18as, nao sabemos se o Governo brasileiroencontrará onde comprar trigo, porque (osgrandes estoques internacionais estão pra­tícamente esgotados.

Agora, ainda .c~minhando pelo Rlo Gran­d~_ do SU~ e vIs1tando essa magnífica !"E'­grao de Sao Borjn, que é o Município que~~IS produz trigo no Brasil, ou outras re­gtoes, como Tenente Porbala, Coronel Bíca­co! Santo Augusto, enfim, aquela região d'al1!-ml\a ~erra, de .Cruz Alta, em toda parteVI tUgalS maravühosos, prometendo U1r. asafra abundante. '

Se o Governo tivesse atendido ao mE'Uapelo e ao apelo de tantos outros parlí~:.

mentares, ao apeio da FECOTRIGO aoapelo dos órgãos de classe que ('onhe~("m~m proíundídade o problema, hoje essasImensas areas de terra descoberta que na­da p~oduzem estariam cobertas por grandestrlgaís, e o Gover~o teria crescido peranteo povo, pela solução de um problema quetanto ínteressa à nossa Pátria.

O Sr. José Mandelli - Faz bem V. Ex.aem. levar I')B gueixas dós trítícultores naeío­nais aos orgaos do Governo. De fato, nosmeses de março e abril a Federação dasCooperativas do Rio Grande do Sul aFECOTRIGO, bateu às portas do Ministérioda Agricultura, do Ministério da Fazenda edo Conselho Monetário Nacional. Não foiaW!ldida nas suas justas reivindicações.Pleiteava o pagamento nesta safra à ra­zao de 50 cruzeiros por saca de 60 quilos.Entretanto, o Conselho Monetário Nacionalir:edutível, tabelou uma saca de trigo nàpresente safra em Cr$ 40,32; posteríormen­~, dado que esse preço não satisfez aos trí­tleultore.s, aumen~u Cr$ 1,80 para aquelesqp.e ~11~t1Vassem até 85% da área, com reía­çao a safra anterior. Como conseqüênciaficou reduzida a área de plantio do trig.dem 40 011 mais por cento, com o que lógicoa pres-ente safra não atingiu os objetivo~que o Governo desejava, para não precisarImportar, porque, como disse V. Ex.a as sa­fr~s tnternacíonaís não correspondéram. Otl'lg? dcs~osltado em silos, naqueles países,dJlU1~. ~1 um frac~sso na China, na índia,no Méxteo, na Rússia, E esses países tiveramque ~~mprar trigo. Mas veja V. Ex.a a con­tradição deste Governo. O Conselho Mone­tário Nacional não consentiu na elevaçãodo preç,? do produto na hora propícia parao plantío. Entretanto, no mes passado aSUNAB tabelou o trigo em 47 para todo oterritório nacional, com o preço específicode 78. Então, há uma contradição. Essa me­dida devia s~r. tomada a~tes do plantio pa­ra que os trítícultores, diante do preço es­tabelecido, pudessem ampliar as suas"áreasde cultura.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Agradeçoo parte de V. Ex.a, que é um profundo co­nhecedor do problema. Eu disse aqui nestatribuna que a SUNAB -que, via de regra,

. sempre prejudicou o consumidor, agora, comessa intervenção indébita no preço do trigo,passou a prejudicar também o produtor. E,vejam bem, isto é importante, enquanto oGoverno reajusta o preço do trigo na basede 12%, este mesmo Governo permite oreajuste do preço do adubo em 40% de au­mento num ano, três ou quatro reajustesno preço do combustível em um ano queuma colhedeira aumente num' ano Cr'$ .. ,40.000.000,00 e assim por diante. Isto éuma política verdadeiramente paradoxal,que n-enhum homem de bom senso será ca­paz de compreender.

Há poucos dias, antes de viajar, recebium telegrama da Cooperativa Central deGuarapuava, .~o Estado do Paraná, justa­mente na regiao que mais produz trigo na­quele Estado. No telegrama aquela coope­ratíva expressava a. sua grande preocupa­çao d~ que, se nao ~osse reajustado o preçodo tngo em bases Justas, neste ano have­ria comercialização do trigo no câmbio ne­gro e, possivelmente, faltaria semente paraplantar no ano de 1974. Transcrevi o tele­grama nos ~~ais da Câmara, mas viajeisem uma decísâo certa, sem uma eonvíceãorigorosamente exata se aquilo poderia acon­tecer, ~alando particularmente da regiãoque ma~s produz trigo no Brasil, o pensa­mente e rigorosamente este: se o Governo~ao reaju~tar o preço do trigo em basesJustas, muitos dos plantadores não vão en­tregar o seu produto ao Banco do Brasil.Somente aqueles que estão necessitados 6dev~m ao Banco do Brasil. Os outros ven­derão o trigo no câmbio negro e em 1974nao teremos sementes nara p:\Q,nta.t: trigo.

O .Sr. José Mandem - Confirmo a arír­maçao de V. Ex.a. nobre Deputado. No Rioqrande ~o SUl, já na zona da produção. es­~o sentindo a falta do produto. Ainda emJulho deste ano havia racionamento emmuitos municípios. na região produtora detrigo, por incrível que pareça. Mas alémdestas distorções que V. Ex.a aponta, há ou­tras: o preço do arrendamento de terras,para o qual não há controle. O órgão nes­te caso o INCRA, deveria estabelecer' umafiscalização rigorosa com relação ao arren­damento da terra, que se está tornando umaverdadeira extorsão. Já não me refiro à ter­ra qUe se propõe comprar, que atingiu li­mites insuportáveis. Não há mais terra dís­ponível, e aqueles que a vendem valorizam­na demais. A agricultura sofrerá se oINCRA não colocar uma barragem, umatranca na exorbitância que os proprietárioscobram pelo arrendamento de terras. For­çosamente haverá prejuízo para aqueles queirão plantar para as safras futuras.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muitoobrigado por mais este aparte dQ eminentecolega e grande amigo Deputado José Man­delli. Há mais uma particularidade. se oGoverno não reajustar o preço do trigo embases justas e se o trltícultor entregar otrigo ao Banco do Brasil na base do preçoatual, ele não vai conhecer a cor do di­nheiro. O Banco do Brasil, além de reco­lher o produto do empréstimo, juros etc., irácobrar 25% daquilo que o trítícultor ficoudevendo no ano passado, com juros e corre­

-ção mon-etária, e o plantador de trigo, quejá vende o fruto de seu trabalho por poucomais do que o custo dos insumos, aindaficará devendo ao Banco do Brasil. l!: im­possível que o Governo não esteja sentindoisso. Só se o Sr. Presidente da Repúblicanão lê os jornais, ou não lê nada sobre oque se passa nesta Casa, onde denuncia­mos tais fatos. E não o fazemos para com­bater o Governo. Considero-me um Depu­tado de Oposição que presta mais serviçosao Governo do que muitos outros elemen­tos que só sabem bajulá-lo. Estou trazendodados que não são sequer discutiveis, quedesafiam contestação. Conseqüentemellte, éuma contribuição que estou levando ao Sr.Presidente da República. Há um desinte­resse enorme pelos nossos produtores, alémde estarem abandonadas imensas áreas deterras que não foram plantadas. Por exem­plo, na região de Dourados, em Mato Gros­so. 80% da terra não foram plantados. Naregião de Guarapuava, no paraná, 75% nãoforam plantados. Em Santa Catarina maisou menos 50%. Em São Gabriel, no RioGrande do Sul, 65%. Na jurisdição da Coope­rativa de Tapera, no nosso Estado, a dife­ranca é de 8 mil toneladas de trigo. Enfim,acilna de 30 ou 40% da quase totalidadedos municípios. Isso demonstra o desinte­resse dos nossos plantadores. Mas esse de­sinteresse vai além. Há poucos dias, quandovisitei a Cooperativa Tritíco1a de São nor­[a, fui infonnado de que todos os anos,não apenas naquela, mas em outras coope­rativas, os triticultores mais bem orga:l.1­zados aqueles que fazem lavouras racio­nalizadas, plantad~ com ~ari~ho! re?istramessa semente que e depol13 d1stnbUlda aosplantadores no ano seguinte. Hoje esse r~­gistro obedece à orientação da E)ecretanade Agricultura do Rio Grande do Sul eexiste um tempo certo para fazê-Io, Nesteano não apareceram nem 5% dos tnteressa­dos em vender sementes porque o preço naocompensa. E quem me informou esclare­ceu que sobravam multas sementes para oprodutor. Neste ano não há interesse. deninguém em se inscrever. O plano par8; ma;erícâo no dia 30 de setembro fOI reíto al'8v~lia do produtor. Talo desinteresse quese verificou, Sr. Presidente, srs, Deputados,que nós, ao trazermos este depoimento nodia de hoje à Casa, esperamos que os ór..

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Outubro de 197,3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 7211

gãos do Governo efetivamente se capaci­tem daquilo que se está fazendo. Já nãorecorro ao Professor Delfim Netto, porquesei que S. Ex." não vive os problemas daagricultura, nem muito menos da pecuária;vive os problemas das grandes indústrias,das multínaeíonaís, órgãos que muitas ve­zes espoliam o povo brasileiro. Desde o eon­físco cambial da carne ao preço do trigo,desde o confisco da soja, do café, do cacaue da proibição da exportação do algodãoque se está retratando o espírito de umMinistro que não vive os problemas fun­damentais de um Pais como o Brasil, ondesessenta por cento da população vivem nointerior. S. Ex.a não vive sequer o pensa­mento do Sr. Presidente da República, estehomem que lançou a campanha da produ­tividade e adotou o slogan "Plante que oGoverno garante". Onde está esse Governonuma hora como esta, quando se abandonaum setor tão importante como o da triti­cultura nacional?

Sr. Psesídente, quero repetir aqui quequando se fala em triticultura não se de­fende apenas o plantador de trigo. Pelocontrário, hoje a triticultura é um comple­xo que une uma série de atividades. Nomeu Estado e nos Estados produtores de tri­go vivem da triticultura os postos de ga­solina, as casas comerciais que fornecemao plantador de trigo, as oficinas que con­sertam as máquinas, os estabelecimentosbancários, a rede ferroviária e as empre­sas que transportam os produtos. Vivemdeste setor de atividade só no Rio Grandedo 'Sul mais de 350 mil trabalhadores e deacordo cem o depoimento feito pelo Sr.Ary Dionísio de Amorím, Presidente daFECOTRIGO, vivem da triticultura, diretaou indiretamente, três Estados do Sul: Pa­raná, Santa Catarina e Rio Grande doSul.

Mais de duzentas mil famílias e mais dedois milhões de pessoas. Daí a importânciadesse setor. E mais: o Rio Grande do Sul,graças à triticultura, está, hoje, à frente deSão Paulo relativamente à produção de má­quinas e implementos agrícolas. O RioGrande do Sul, Santa Catarina, Paraná eSão Paulo estão inclusive exportando. Tudoisto se deve à triticultura nacional.

O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Depu­tado Antônio Bresolín, creio que V. Ex.a temrazão em sua tese. Ao defender arraigada­mente a concessão de maiores subsidiaspara a triticultura, V. Ex." defende umaatividade importantíssima, de especial real­ce em seu Estado. Não concordo, entretanto,com V. Ex.", quando pretende debitar àsautoridades responsáveis qualquer desnívelna produção de trigo. Sabe V. Ex.a que oSr. Ministro da Fazenda, no lugar em quese encontra V. Ex.", analisou esse proble­ma profundamente. O preço do trigo foicalculado matemàtícamente, justamente.Não a média de produção, mas tomando-sepor base a média de produtividade. S. Ex.'"falou. V. Ex.as puderam interpelá-lo. Nãoo fizeram, e, hoje, em seus discursos canden­tes - no caso unilaterais - procuram der-·rubar a tese que me pareee pacífica. Creioque V. Ex." incorre em lamentável erro aoprocurar dissociar a responsabilidade do Sr.Presidente da República da atuação dos 81'S.Ministros. Nesta República há um únicoresponsável - um maestro que dá o tom.Os Ministros não são donos absolutos desuas Pastas. Todos eles seguem a orienta­ção administrativa do Exm.O Sr. Presidenteda Repl1blica. Não queira V. Ex." lançar aosMinistros a .peeha de que estariam traba­lhando à revelia do Sr. Presidente da Re­pública. Não. A responsabilidade é do Go­verno, que traça a política acertada. V. Ex.asfalam no preço exagerado da terra no RioGrande do Sul, o que se explica porque aprodução que essa terra propicia tem um

valor também exagerado. Nunca vi terravalorizada, se ela nada produz. Além disso,V. Ex." considera o trigo, como faz a ••...FECOTRIGO, e se esquece do soja, planta­ção concomitante, com o mesmo aparelha­mento. Tudo isso, portanto, tem de ser con­siderado. Aplaudo V. Ex.", que cumpre seupapel de representante do Rio Grande doSul, mas espero que, no caso, V. Ex." sejamenos parcial e respeite a atuação equili­brada, objetiva e patriótica dos Ministros,que têm a responsabilidade de dirigir essesetor, procurando os melhores caminhosadministrativos.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muitoobrigado a V. Ex.a Se o eminete amigo ecolega estivesse presente quando inicieiminha oração, teria ouvido o que falei sobreo soja. Não refutei o que disse o Sr. Minis­tro naquele dia porque não me foi garantidotempo para tal. Sabe V. Ex.a que um diaantes do comparecimento do Sr. Ministroa esta Casa, eu havia sido autorizado parafalar durante meia hora. Entretanto, sópude falar durante 15 minutos. E o Sr. Mi­nistro da Fazenda havia feito funcionar oscomputadores quatro dias antes de vir àCâmara. E veio muito mal informado, pro­curando ernbaír a boa fé dos Deputados quenão conhecem a problemática do trigo, di­zendo que os triticultores estavam satisfei­to no Eio Grande do Sul e em outros Esta­dos da Federação, tanto assim que a re­dução da lavoura de trigo não ultrapassariaa casa de 15%. Tive oportunidade de provaro contrário. Hoje, não existe pessoa de boa­fé que não saiba que a redução daquelalavoura foi além de 40%. E ísso se deve,nada mais, nada menos, à politica do Sr.Delfim Neto, que orienta aquele importantesetor de atividades. Não posso culpar o Sr.Presidente da República, pois acredito queum gaúcho da estirpe de S. Ex.a, se se intei­rasse dos fatos que lhe são levados, nãodeixaria de decidir a favor de milhares debrasileiros que, no anonimato, colaborampara a grandeza da Nação. Quero dizermais. Não estou falando em nome do RioGrande do Sul. O assunto que abordo éde âmbito nacional. Se amanhã ou depoisfaltar trigo, não serão apenas os gaúchosque deixarão de comer pão. Todos os brasí­Ieíros ficarão privados desse alimento.

O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Depu­tado, V. Ex.a, quanto mais procura exaltaro Sr. Presidente da República, mais o com­promete em seu julgamento. Não podemosaceitar sua tese, a de que S. Ex!", um gaú­cho, nada entenderia sobre trigo, de queestaria sendo embaído pelos seus Ministros.Creio que V. Ex.", mais uma vez, incorreem Iamentabílíssímo engano. Este Gover­no tem um capitão, 11m dirigente, um res­ponsável, e, sobretudo no tocante aos pro­blemas que dizem respeito ao Rio Grandedo Sul, tem, S. Ex.a uma bagagem extra­ordinária, porque tem vivido os problemasao longo de sua existência. Mas, data veniado respeito que tenho por V. Ex.a , parece­me pouco verossímel que V. Ex.a não tenhacontestado as afirmações contidas no rela­tório escrito do Sr. Ministro da Fazenda, arespeito do trigo. V. Ex.a, mesmo nos quinzeminutos de que dispôs, poderia ter-se atidoao aspecto do preço do trigo. Dizemos mais:na afirmação de que de apenas 15% foi aqueda do plantio, V. Ex.", extraordinárioorador, com sua verve, deve ter-se perdidoem digressões, justamente porque não abor­dou os fatos que aborda hoje no dia em que,ao vivo, o Sr. Ministro da Fazenda poderia,com sua autoridade, responder definitivae terminantemente a V. Ex."

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muitoobrigado ao eminente colega. A dialética doeminente Líder do Governo não convenceninguém, porque não tem qualquer fundo

de veracidade em relação àquilo que digo emuito menos, àquilo que afirmei ao' Minis~tro da Fazenda. O nobre Líder sabe per­feitamente que .contesteí o que S. Ex.a disseneste plenário. Estão aí os Anais da Câ­mara para comprovar. No dia seguinte re­peti meu discurso, e há cerca de um mês oli novamente. Terei imenso prazer, amanhãou depois, de fazê-lo chegar às mãos deV. Ex.", por quem tenho grande estima eadmiração. V. Ex." poderá fazer uma com­paração entre os dados que o Sr. DelfimNetto arrancou do computador, que forjouentre as quatro paredes de seu Gabinete ouque reuniu na roda palaciana, e que emnada configuram ou espelham a realidadebrasileira.

O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Depu­tado, pelo que vejo, a única dialética queconvence é a de V. EX,a A que se contrapõeao seu ponto de vista, a priori, V. Ex." con­dena. Ora, embora V. Ex." sempre nos con­vença, neste ponto e nesta hora sua dialé­tica, pelo seu entusiasmo, parece-me con­vencer somente V. Ex."

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muitoobrigado a V. Ex.", mas não tenho a pre­tensão de convencer um Lider da enverga­dura de V. Ex." Longe de mim tal intenção.Quero apenas levar ao Governo aquilo quemuitos Deputados da ARENA não levam:uma contribuição honesta .e sincera sobre oque se passa no setor da triticultura.

Os elementos em que me baseio não fo­ram forjados em computador eletrônico,mas trazidos da origem, da FECOTRIGO,das cooperativas, do Banco do Brasil quefunciona na região junto aos produtores,junto aos elementos que efetivamente vi­vem sentindo esse problema, que o Governodeve ter o maior interesse em solucionar,com a brevidade que se impõe.

O Sr. Cantidio Sampaio - Agora estoucom V.Ex.a Esse é o seu papel. O papel daOposição é realmente apresentar dados queconflitem com as afirmações do Governo.Mas não são só os dados trazidos por V.Ex.a , mas por nós também. Nós não preci­samos trazer esses dados aqui, porque te­mos acesso ao Governo. Não somos oposi­ção. Podemos apanhar certo número de ele­mentos e levá-los diretamente ao Sr. Mi­nistro. V. Ex." só tem esse veículo; nóstemos outro. Continue V. Ex.a nessa posição.Exagere, porque quanto mais V. Ex.a exa­gerar, tanto mais o Sr. Ministro pode tirara média das afirmações que faz.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Fico sa­tisfeito em ouvir V. Ex.a afirmar que Depu­tados da ARENA levam as reívíndícacõesdiretamente aos órgãos do Governo. SabeV. Ex." que presidi, durante dois anos, a Co­missão de Agricultura e Polícia Rural. Doisterços dos parlamentares dessa Comissãoeram da ARENA. Muitas vezes ouvi da­queles Deputados que não conseguiam nadanos Ministérios. Portanto, o acesso a queV. Ex.a se referiu é um tanto imaginário.

Mas, Sr. Presidente, quero dizer, concluin­do meu pronunciamento, que o faço porquecaminho, porque viajo, porque sinto os pro­blemas da região triticola do Rio Grandedo Sul. Estive há pouco em Santa Catarinae no Paraná. Tenho recebido apelos de ou­tros Estados, para visitá-los e procurar co­nhecer os anseios e necessidades de todosaqueles que trabalham e produzem; e ofaço com imenso prazer e honra. Quero, nãopropriamente como Deputado da Oposição,mas como brasileiro - porque considero oproblema do trigo de uma gravidade espan­tosa - declarar que só aqueles que viajampelo Rio Grande do Sul e pelos demais es­tados produtores de trigo sabem o qllP essecereal significa para o nosso País. Ainda

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'7~U Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1)' Outubro de 1973

agora, parte do trigo plantado está sendoseriamente ameaçada pela "giberela" e pela"septória". E por quê? Porque até hoje nos­sas estações experimentais - que contamcom grandes técnicos - por falta de re­cursos, não têm condições de produzir no­vas vartertades de sementes. No Rio Gran­de do Sul, que cultiva o cereal há tantotempo, ainda se utiliza a variedade conhe­cida por "trigo Fontana" há mais de 20anos. É uma semente que já está superadade há muito. O ano passado estive no Mé­xico, ocasião em que tomei vários depoi­mentos sobre o que se passa naquele País,nesse setor. Lá, pude observar que todasemente é substituída de três em três anos,Onde está o serviço de genética em nossoPaís? Não conhecemos da existência denovas sementes de trigo para facilitar otrabalho do produtor, sementes mais produ­tivas e superiores àquelas que se utllízamatualmente. Não falo como um políticoapaixonado, não falo como um Deputado daOpoSição, mas como um gaúcho, como u...mbrasileiro que está empenhado na soluçãode um problema de vultosa gravidade. Seo Governo não adotar as medidas que nãoeu apenas, mas milhares de gaúchos, cen­tenas de entidades de classe e a imprensavêm preconizando, os resultados não se fa­rão esperar.

Contrariando inclusive a orientação dealguns elementos de meu Partido, que nãoconcordam em que eu faça isso, quero di­zer que aclredito no Presidente da Repú­blica, acredito que S. Ex.a vai determinar asprovidências cabíveís para solucionar o pro­blema. De maneira alguma posso acreditarque o Governo do Brasil deixe perecer umsetor de atividade tão importante como oda triticultura. Não faço apelo ao Sr. Mí­nístro da Fazenda, porque sei que S. Ex.anão o atende; não o faço ao Sr. Ministro daAgricultura - que é meu amigo -:- porquesei que S. Ex.a tem-se mostrado tambémmuito indiferente em relação ao problemado trigo do Rio Grande do Sul e do BrMil.Faço este apelo aô Sr. Presidente da Ii~e­

pública, falando em nome de todos os que,acreditando no presidente da Repúblka,voltaram a plantar trigo no Rio Grande doSul e no País. Por isso não acredito quetoda essa gente venha a ser abandonada porS. Ex.a pois, amanhã ou depois, poderão 1;0­talmcnte deixar, de uma vez por todas, deplantar trigo no Rio Grande do Sul e noBrasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.(Muito beml )

MESA

ATA DA 26.a REUNIÃO DA MESA,REALIZADA EM 27-9-73

Aos vinte e sete dias do mês de setembrode 1973, às 9 horas, reuniu-se a Mesa daCâmara sob a presidência do Deputa doFlávio Marcílio, presente os Senhores Depu­tados Aderbal Jurema, 1,0 Vice-Presidente,

, Fernando Gama, 2.° Vice-Presidente, Daylde Almeida, Petrônio Figueiredo, José Car­los Fonseca e Dib Cherem, respectivamente,1.°,2.°,3.° e 4.0 Secretários. Havendo núme­ro legal, o Senhor Presidente declara aber­tos os trabalhos. É aprovada a ALa dareunião anterior. I - Pauta do Senhor P re­sidente. A Mesa resolve: a) nomear, MariaMadalena Gonçalves de Araújo, AssessorLegislativo, símbolo CD-DAS-102 .1, do Qua­dro Permanente da Câmara dos Deputados:b) autôrízar as seguintes requisições: deMaria Irene Mota Pereira Lopes, professo­ra, do Estado do Ceará; de Maria Alice Fi­gueiredo de Almeida e Suely Lopes Amortm,professoras, do Estado da Guanabara: e de.Maria Helena Therezinha Aversa Azevedo,Assistente Social, do Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária; c) ratifi­car as dispensas de Secretários Parlamen­tares, dos seguintes Deputados: DeputadoWilson Braga - Heleno Cavalcante da Sil­va; Deputado Bezerra de Mello - IrannyMédici Filho; Deputado Thales Ramalho ­Roseneide Souto Maior e Deputado JoaquimCoutinho - Marcia Girão; d) ratificar asindicações de Secretários Parlamentares, doaseguintes Deputados: Deputado Luiz Losso- Santiago Losso; Deputado Paulo Alberto- Jandyra Lobo de Oliveira; DeputadoWilson Braga - Gilberto da Silva; Depu­tado Thales Ramalho - Maria AméliaCunha de Melo Cavalcanti; Deputado SilvioVenturoli - Silvio José Venturoli Filho;Deputado Bezerra de Melo - América Leitee Deputado Braga Ramos - Oonrado Perei­ra Ramos; e) autorizar a saída do veiculon.O 46-92, para o Deputado Aldo Fagundes,em viagem oficial a Anápolis- Go. Por pro­posta do Senhor Presidente a Mesa resolveconsignar voto de profundo pesar pelo fa­lecimento da Senhora Aracy Leite PereiraLopes, esposa do Deputado Pereira Lopes,ex-Presidente da Câmara, dando-se ciên­cia ao mesmo da manifestação da Mesa.11- Pauta do Senhor 1.° Vice-Presidente. AMesa resolve: a) aprovar o parecer do Rela­tor, pelo encaminhamento, dos requerimen­tos de informações, formulados pelo Depu­tado Francisco Amaral: 1) sobre débitosprevidenciários dos clubes e arrecadaçõesem espetáculos futebolísticos e 2) sobre es­tações do interior (Departamento Nacionalde Estradas de Ferro); b) aprovar o parecerdo Relator, pelo indeferimento, do requeri­mento de informações, do Deputado FlorimCoutinho, sobre despesas de publicidáde ofí­eíal em órgãos da imprensa, do Estado deGoiás. III - Pauta do Senhor 1.o-Secretá ­rio. A Mesa aprova os seguintes pareceresproferidos por S. Ex.a : a) AFASTAMENTOPARA ESTUDO NO EXTERIOR - UbiratanOuvinha Peres, Médico, solicita autorizaçãopara no período de 1 a 26 de outubro, rea­lizar estágio em grandes laboratórios dos Es­tados Unidos da América, sob a supervisãodireta da Amerícan socíety of ClinicaI Pa­thology e do American College of Pathology.(Conclusão). "Esta Secretaria, ao subme­ter a matéria à Mesa, manifesta-se favo­ravelmente à concessão da autorização parao afastamento, ao pagamento da passagemde ida e volta, assim como pagamento deuma ajuda de custo a ser arbitrada pelaMesa, relativa aos dias de duracão doscursos, face às informacões ravoráveís daCoordenação de Assistência Médico-Social";b i AUTORIZAÇÃO para comparecer aoI Congresso Internacional de Informáticaem Strasbourg - França. Cordélia RobalinhoCavalcanti - Diretora do Centro de Do­cumentação e Informação, no período de 2a 30 de outubro do corrente ano. (Conclu­são) ... "Pelo deferimento". c) VEíCULOS- Estacionamento de veiculas junto ao Pa­lácio Tiradentes. (Conclusão). "Com o ob­jetivo, pois de racionalizar a concessão deautorizações para estacionamento de veí­culos na área junto ao Palácio Tiradentes,reservada à. Câmara dos Deputados, é queproponho à Mesa a aprovação de um atocuja minuta faço anexar a esta exposição".A Mesa baixa o Ato n.? :';9/73, que vai trans­crito no final desta Ata; d) GRUPO-TARE­FA. Destinado à implantação do processa­mento' eletrônico de dados do OrcamentoGeral da União. (Conclusão) .... ' "Quan­to ao mérito, opinamos pela constituiçãodo grupo-tarefa face às razões apresenta­das. Analisando o aspecto formal, verifica­se que o item 4 da minuta anexa não atendeao que dispõe o dispositivo da Resolução n.?20, de 1971, segundo o qual no ato que cons­tituir o grupo-tarefa deverá ser fixada agratificação a que fará jus o pessoal ínte-

grante: conforme a minuta, a gratifícacãoserá fixada pelo Diretor-Geral. A partici­pação do Diretor-Geral quanto ao arbitra­mento da gratificação deve ser anterior adecisão daMesa, que receberá a sua suges­tão através da minuta do ato respectívo.,Proponho, pois, que a Mesa fixe, desde já,a gratificação do Coordenador e dos demaisintegrantes do grupo a ser constítuldo",Em eonsequêncía é baixado o Ato n.o 40/73,que vai transcrito no final desta Ata. e)CONTRATO. Contratação de motorista, nosmesmos moldes das anteriores, destinadosàs novas viaturas. (Conclusão) ... "Pelodeferimento". f) EXERCíCIO NO PALÁCIOTIRADENTES: de Marcia de Paula Barros deSão José (por um período de quatro meses)'de Cléa Abrahão de Carvalho (prorrogaçã~de prazo de permanência, até 4 de dezembrodo corrente ano, ocasião que deverá serconcluído trabalho que vem realizando aservidora, devendo a mesma se apresentar,em Brasília, no dia 5 do referido mês); e deNelson Gouveia do Carmo (por 60 dias apartir de 29 de agosto último). "Pelo defe­rimento". g) EXONERAÇãO. Teresa Cris..:.tina dos Reis Marra, Auxiliar Legislativo,PL-lO, a partir de 1.0 de dezembro de 1972(a pedido). "Pelo deferimento". h) TOR­NAR SEM EFEITO nomeação para o cargode Taquígrafo de Debates, em virtude de re­núncia expressa, de de Adolpho Perez. "Pelodeferimento" i) REQUISICãO: de João 1=I.i­beiro de Morais, Técnico·Legislativo, parao Governo do Estado do Pará; e de VictorEduardo Barrie Knapp, Técnico Legislativo,para o Conselho NacIonal de Pesquisas ­"Pelo deferimento"; j) PAGAMENTO - dediárias fora da sede à funcionária MaryenMansur de Siqueira, em razão de prestaçãode serviço externo de interesse da Comissãode Finanças, na cidade de Belo Horizonte,no período de 30-5- a 8-8-73 - "Pelo defe­rimento". Quanto ao processo de João Ro­meiro de Carvalho em que solicita auxíliopara cobrir despesas, com mudança paraBrasília, após exposição de S. Ex.a a Mesaindefere o pedido. IV - Pauta do Senhor2.° Secretário. A Mesa resolve aprovar ospareceres favoráveis deS. Ex.a nos proces­sos de licença para tratamento de saúdedos Deputados: - Italo Fittipaldi - dias1, 2, 20 e 27-8-73 e Necy Novaes - de20-9-73 a 5-12-73. Em seguida, o SI' 4.0 Se­cretário devolve à Mesa o Projeto de Reso­lução n.O 68/73, que dá nova redação ao §l.0 do artigo 42 da Resolução n.? 30, de30-10-1972 (Regimento Interno) o qual lhefora concedido vista. Prosseguindo. são ra­tificados os despachos favoráveis proferidos"ad referendum" da Mesa, nos seguintesexpedientes: A) SAíDA DE VEíCULO ESERVIÇO EXTERNO: 1) da camioneta deplaca n.O OF-4079, dia 6-6-73, para viagemà cidade de Unaí (MG), em atendimentoao Sr. Deputado Arolde Carvalho. Moto­rista Izidoro Basilio de Paiva , Ciente doSI'. 1.0 Secretário; 2) da camioneta deplaca n.? OF-4079, dias 6 e 9-9-73, paraviagem à cidade de Anápolis, em atendi­mento ao Sr. Deputado Aldo Fagundes, Lí­der do MDB. Motorista Pedro de AlcantaraCampos. Autorização do Sr. Presidente, em6-9-73; B) SAíDA DE VEíCULO - das ca­mionetas de placas n.Os OF-4080 e OF-4085,dia 31-8-73, à cidade de Goiânia, em aten­dimento ao Sr. Deputado Mário Stamm,Coordenador-Gera I do Simpósio Nacionalde Trânsito. Motorista - Jaime Borges deOliveira e Miguel Arcanjo Maia Alves, con­tratados pela Confederal S/A. Autorizacãodo Sr. Presidente, em 30-8-73; C) SERVIÇOEXTERNO: 1) de Raimundo de MenezesVieira, de 27 a 28-8-73, para a 2.a Secretaria.Autorização do Sr. 2.0 Secretário, em25-8-73;- 2) de Nancy Barreto, no períodode 10 a 14-9-73, para a l.a Secretaria. A\,lto­rízação do Sr. 1.0 Secretário, em 5-9-73; 3)

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Outubro de 19'73 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)- Sábado 111 7213

.=de Victor Hugo da Costa, de 21 a 23-8-73,para a 4.'" Secretaria. Autorização do Sr.4.° Secretário, em 31-8-73; 4) de Luiz Fer­nando Garcia de Oliveira, Assessor Técnico,no período de 21 a 25-9-73, para a Diretoria­Geral, na cidade do Rio de Janeiro. Autori­zação do Senhor Diretor-Geral; 5) de Evan­dro Pessoa Guerra, Secretário Particular, nodia 4-9-73, para a 1.'" Vice-Presidência.Autorização do Senhor 1.0 Vice-Presidente,em 17-9-73. 6) de Cícero Emidio da Costa,mos dias 30 e 31-8-73, para ° Senhor Depu­,tado Odulfo Domingues. Autorização do Sr.1.0 Secretário, em 10-9-73. D) CESSãO DOPALACIO TIRADENTES - para a oonre­Irência Nacional dos Bispos do Brasil reali­zar a II Exposição Nacional da Bíblia, nasenesmas condições em que se realizou a/Exposição de 1972. Autorização do Sr. Pre­.sidente, em 5-9·73. E) DIVERSOS - Forne­'cimento de diversos materiais para a reali­zação do Simpósio Nacional de Trânsito(Of. SVA - 23/73), da Comissão Especialde Segurança de Veículos Automotores eTráfego). Autorização do Sr. 1.0 Vice-Pre­sídente, no exercício da Presidência, em11-7-73. Processo 838/73, da Comissão Espe­cial de Segurança de Veículos Automotorese Tráfego. Nada mais havendo a tratar, oSenhor Presídente declara encerrados ostrabalhos e eu, Paulo Affonso Martins deOliveira, Secretário-Geral da Mesa lavreia presente Ata que aprovada vai à publica­ção. - Flávio Marcílio, Presidente.

ATO DA MESA N.o 39173

A Mesa da Câmara dos Deputados, nouso de suas atribuições,

"?,esolve:

Art. 1.° A área de estacionamento deautomóveis junto ao Palácio Tiradentes,reservada à Câmara dos Deputados, so­mente poderá ser utilizada por veículosde propri-edade de deputados, assim comopelos pertencentes a jornalistas credencia­dos, funcionários da Câmara com exercíciona Secretaria Administrativa do PalácioTiradentes ou em suas dependências.

§ 1.0 Cinqüenta por cento das vagas exis­tentes ficarão, preferencialmente, reserva­das aos deputados, sendo as demais de livreuso pelos permissionários. .

Art. 2.° Compete ao Diretor-Geral ex­pedir os Cartões de Estacionamento, osquais deverão ser renovados anualmente,até o dia trinta e um de março, salvo noscasos de perda das condições referidas noart. 1.°

§ 1.° Os Cartões de Estacionamento so­mente serão expedidos mediante a com­provação de propriedade do veiculo e de­verão conter a marca do carro, os númerosda chapa e do respectivo certificado depropriedade, assim como o nome do pro­prietário.

§ 2.° Os Cartões de Estacionamento ex­pedidos até a data deste ato caducarãodentro de quinze dias.

Art. 3.° Este Ato entrará em vigor nadata de sua publicação.

Sala das Reuniões, em 27 de setembrode 1973. - Flávio Mal'cílio, Presidente.

ATO DA MESA N.o 40, DE 1973

A Mesa da Câmara dos Deputados, deacordo com os artigos 258 a 261, da Reso­lução n.? 20, de 30 de novembro de 1971;

Resolve constituir Grupo-Tarefa na ror­ma abaixo especificada:

1. Dos objetivos1.1 - Implantação do processamento ele­

f,"''\11ico de dados do Orçamento Geral daUníão, especialmente, das entidades regís-

tradas no Conselho Nacional de Serviço So­cial.

1.2 - Atualização do respectivo registroaté a última Ata expedida pelo retendoConselho.

1.3- Conferencia da publicação emitidapelo PRODASEN.

1.4 - Distribuição aos Senhores Parla..mentares da publicação do trabalho reali­zado, a fim de orientá-los na distribuiçãodas entidades em condições de serem con­templadas com Subvenções Sociais.

2 . Do prazo e duração2.1 - A -duracão dos trabalhos será de

60 (sessenta) días, a contar desta data.

S. Do pessoal Integrante

3.1 - O Grupo-Tarefa será integradopelos seguintes funcionários:

a) Décio Carlos Bastos Nogueira, ponton.? 138, como Coordenador;

'b) Francisco Vicente da Rocha Pinto,porto n.s 236;

c) Alice Pozzi Galderisi, ponto n.v 492;d) osíres Bulhões Amorím, ponto n.? 220.

4. Da gratificação4.1 - Pela execução dos trabalhos de que

trata o presente Ato, cada UI11 dos membrosdo Grupo-Tarefa fará jus a uma gratifica­ção a ser fixada pela Mesa.

Sala das Reuniões, em 27 de setembro de1973. - Flávio Mareílio, Presidente.

ATO DA MESA

A Mesa da Câmara dos Deputados, nouso das atribuições que lhe confere o art. 14item V, do Regimento Interno, cornbínadccom o art. 102 da Resolução n.O &7, de ~

de maio de 1962,Resolve tornar sem efeito, em virtude de

renúncia expressa, a nomeação de AdolphoPerez, para o cargo de Taquígrafo de Deba­tes, símbolo PL-4, do Quadro Permanenteda Secretaria da Câmara dos Deputados,

Câmara dos Deputados, em 27 de setembrode 1973. - Flávio Marcílio, Presidente.

GRUPO BRASILEIRO DAUNIÃO INTERPARLAMENTAR

REUNIãO DA COMISSãO DELIBERATIVAREALIZADA EM 27-9-73

As quinze horas do dia vinte e sete desetembro do ano de mil novecentos e se­tenta e três, em sua sede, reúne-se a Co­missão Deliberativa do Grupo Brasileiroda União Interparlamentar, presentes osSenhores membros Senadores Tarso Dutra,Presidente; Heitor Dias, Secretário; Adal­berto Sena, Guido Mondim e Wilson Gon­çalves e Deputados Raymundo Diniz, Te­soureiro; Paes de Andrade, Padre Nobre,Jairo Brum, Luiz Garcia, Bento Gonçalves,José Sally, Laerte Vieira, Lauro Leitão eAntônio Mariz e mais os Senhores Senado­res José Lindoso e Renato Franco e Depu­tados José Tasso de Andrade, Albino Zenie Cláudio Leite. Havendo número legal, oSenhor Presidente declara abertos os tra­balhos. A seguir, Sua Excelência comunicaque, em razão do cancelamento da Confe­rência de Santiago, fora convocada umaReunião do Conselho· Interparlamentar, arealizar-se em Genebra, de 22 a 26 de ou­tubro próximo, sem comissões de estudo, edeclara que por esse motivo ficava semefeito a constituição da Delegação escolhi­da para participar da 61.'" Conferência In­terparlamentar. Esclarece ainda Sua Exce­lência que, em obediência a disposição es­tatutária, deverão comparecer à 113.'" Reu­nião do Conselho rnterparíamentar, ora

convocada, o Presidente do Grupo os doísrepresentantes brasileiros junto a~ Conse­lho e dois parlamentares a serem indicadosrespectivamente pelos Presidentes da Câ­mara dos Deputados e do Senado Federal,com o que todos concordam. A Comissãoresolve ainda: um) que acompanharão aDelegação os Assessores do Grupo, HélioDutra -ê Heloisa de Souza-Dantas; e, dois)que a ajuda de custo ficará estipulada emhum mil e quinhentos dólares americanos,para os delegados, e hum mil e trezentosdólares americanos, para os assessores, eque a passagem corresponderá ao trechoBrasilia-Genebr~-Brasilia, em primeiraclasse. Prosseguindo nos trabalhos, o Se­n110r Presidente esclarece que, conformeera seu programa de trabalho ao assumira Presidência do Grupo, tem mantido di­versos contatos com representações diplo­máticas sediadas no Brasil visando a umintercâmbio com os Grupos parlamentaresfiliados à União. Assim era seu pensamen­to que os delegados já indicados para par­ticiparem da Conferência de Santiago se­riam escolhidos para integrarem essas de­legações aos países amigos. Sugere quecada delegação seja integrada por seis par­lamentares: quatro da Câmara dos Depu­tados, sendo três da ARENA e um do MDB,e dois do Senado, um representante daARENA e outro do MDB. Com a palavra oSenador Cattete Pinheiro diz julgar essecritério o mais justo e adequado, propor­cionando um intercâmbio muito valioso.Como existem recursos orçamentários,para o atual exercício, que permitem a exe­cução do programa, propõe a aprovação domesmo e que sejam delegados ao SenhorPresidente poderes para realizar as gestões.O Deputado Cláudio Leite indaga da possi­bilidade de oito parlamentares integraremessas delegações. A Comissão Deliberativaresolve que as delegações que participarãodo programa de intercâmbio serão consti­tuídas de sei a oito parlamentares, se asdisponibilidades orcamentárias assim o per­mitirem, e delega poderes ao Senhor Presi­dente para realizar as gestões necessáriaspara a execução do programa. Em seguida,o Senhor Presidente comunica haver rece­bido correspondência de diversos gruposnacionais propondo candidaturas às duasvagas a serem preenchidas na ComissãoExecutiva e para a Presidência do ConselhoInterparlamentar. esclarecendo, entretanto,que nove-s nomes poderão. ser apresentadosaté a Reunião de Genebra. não sendo portan­to possível tomar uma decisão a respeito nomomento. Nada mais havendo a tratar, oSenhor Presidente suspende a. sessão porquinz-e minutos para que se lavre a Ata.Reabertos os trabalhos, às dezesseis horas,é a mesma lida e aprovada. Eu, HeitorDias, Secretário, lavrei a presente Ata. qu'irá à publicação.

ASSOCIAÇÃO INTERPARLAMENTARDE TURISMO

Grupo Brasileiro

CONVOCAÇãO

De ordem do Sr. Presidente, Senador Or­lando Zancaner, fica convocada uma reu­nião da Comissão Diretora do Grupo Bra­sileiro da Associação Interparlamentar deTurismo, de acordo com a letra a, item Ir,do art. 6.° do Regimento Interno, para odia 16 de outubro corrente, terça-feira, às11,00 horas, na Sala do Grupo Brasileiro,23.0 andar do Anexo do Senado Federal.

Brasília, em 11 de outubro de 1973. _Paulo José Maestl'aliJ Secretãrio-Oel'aI'J

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':214 Sáb:uJo 13 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) . Outubro de 19'13

INSTITUTO DE PREVIDl1:NCIADOS CONGRESSISTAS

ATA DA CENTli:SIMA SEXAGÉSIMATERCEIRA REUNIAO ORDINARIA,

REALIZADA EM 29-8-1973

As dezessete horas do dia vinte e nove deagosto de mil novecentos e setenta e três,presentes os Senhores senador Nelson Car­neiro, Deputados Bento Gonçalves, Henri­que La Rocque, Laerte Vieira, José Boni­fácio Neto e Adhemar de Barros Filho, soba presidência do senhor Deputado JoséPassos Porto, reuniu-se o Conselho Delibe­rativo do Instituto de Previdência dos Con­gressistas, a fim de tratar de assuntos di­versos. Lida e aprovada a Ata da reuniãoanterior, são relatados os seguintes proces­sos: de concessão de pensão, do contribuin­te facultativo Nelson Parucker, pelo inde­ferimento, sem prejuízo de o interessadorequerer a continuidade de suas contribui­ções; aprovado o de concessão de auxílio­doença de José Diniz Neto; de RonaldoFerreira Dias, solicitando lhe seja facultadoefetuar o pagamento de contribuições ematraso, relativas a período em que esteveafastado do cargo que ocupa no SenadoFederal, com parecer no sentido de que sedefira o reingresso do requerente, medianteos seguintes pagamentos, feitos integral eimediatamente: a) valor de todas as con­tribuições em atraso (parte do funcionário),acrescidas dos juros de mora; b) idem, deigual quantia referente às contribuições doempregador; c) liquidação total das con­signações em atraso, acrescidas dos juros,elevados em 1% (um por cento) ao mês,além da sua capitalização. Ainda, que sealtere o Regulamento, dando nova redaçãoao artigo 53, de forma a se evitar ca80Sidênticos no futuro e que se notifique aoscontribuintes na mesma situação para que,se não atenderem a estas disposições, sejamcanceladas suas inscrições. O parecer éaprovado pelo Conselho Deliberativo, exce­to quanto ao pagamento total e imediatodo débito, estabelecendo-se que o mes-nopoderá ser dividido em até seis parcelasmensais e sucessivas. A seguir, é aprovadaa Resolução n,o 32, que altera o artigo 53do Regulamento do IPC. Prosseguindo, éfeita apreciação das contas da Presidênciado IPC no exercícío 1972/1973, sendo asmesmas aprovadas nos termos da letra ddo art. 15 da Lei n.o 4.284/63. Em conti­nuação, o Senhor Presidente designa osSenhores Conselheiros Deputados LaerteVieira, José Bonifácio Neto e Adhemar deBarros Filho para, em comissão, estudarema possibilidade de o IPC adquirir imóveis,mediante propostas ao mesmo apresenta­das. li: deferida a inscrição do Senhor Na­bar Tapajós Caldas. Nada mais havendo atratar, às dezoito horas e trinta minutos éencerrada a reunião. E, para constar, eu,Zélia da Silva Oliveira, Secretária, lavreí apresente Ata, que, depois de lida e apro­vada, será assinada pelo Sr. Presidente.

ATA DA Dli:CIMA SEGUNDA REUNIãOEXTRAORDINARIA, REALIZADA

EM 23-8-73

As dezessete horas do dia vinte e três deagosto de mil novecentos e setenta e três,presentes os Senhores Senadores NelsonCarneiro e Cattete Pinheiro e DeputadosHenrique La Rocque e Bento Gonçalves,sob a presidência do Senhor Deputado JoséPassos Porto, reuniu-se o Conselho Delíbe­ratívo do Instituto de Previdência dcs Con­gressistas, a fim de tratar de assuntos di­versos. Lida e aprovada a Ata da reuniãoanterior, são discutidos e aprovados, nostermos dos pareceres dos Senhores Relato­res, os processos de: concessão de pensãoà Senhora Coracy Uchoa Pinheiro, víúva ,do ex-parlamentar e pensionista Israel Pi­nheiro da Silva; concessão de auxilio-doen­ça ao Senhor Deputado Odulpho Vieira

Domingues. Nada mais havendo a tratar,às dezessete horas e cinqüenta minutos éencerrada a reunião. E, para constar, eu,Zélia da Silva Oliveira, Secretária, lavrei apresente Ata, que, depois de lida e apro­vada, será assinada pelo Sr. Presidente.

ATA DA CENTÉSIMA SEXAGli:SIMASÉTIMA REUNIãO ORDINÁRIA,

REALIZADA EM 26-9-73

As dezessete horas do dia vinte e seis desetembro de mil novecentos e setenta e três,presentes os Senhores Senadores NelsonCarneiro e Cattete Pinheiro, e DeputadosBento Gonçalves, Henrique La Rocque eJosé Bonifácio Neto, sob a presidência doSenhor Deputado José Passos Porto, reu­niu-se o Conselho Deliberativo do Institutode Previdência dos Congressistas, a fim detratar de assuntos diversos. Lida e apro­vada a Ata da reunião anterior, são rela­tados favoravelmente, e aprovados, os pro­cessos de concessão de auxílio-doença aosSenhores Deputados José Silva Barros ePaulo Volnei Bernardi Xavier. Nada maishavendo a tratar, às dezessete horas e trin­ta e cinco minutos, é encerrada a reunião.E, para constar, eu, Zélia da Silva Oliveira,Secretária, lavrei a presente Ata, que, de­pois de lida e aprovada, será assinada peloSr. Presidente.

ATA DA CENTÉSIMA SEXAGÉSIMAOITAVA REUNIAO ORDINARIA,

REALIZADA EM 3-10-73As dezessete horas do dia três de' outu­

bro de mil novecentos e setenta e três, pre­sentes os Senhores Deputados Henrique LaRoeque, Laerte Vieira e José BonifácioNeto, sob a presidência do Senhor Depu­tado José Passos Porto, reuniu-se o Con­selho Deliberativo do Instituto de Previ­dência dos Congressistas, a fim de tratarde assuntos diversos. Lida e aprovada aAta da reunião anterior, são relatados fa­voravelmente, e aprovados, os processos deconcessão de auxilio-doença dos Senhores:Ohrysantho Moreira da Rocha, João Batistade Miranda e Simão Vianna da Cunha Pe­reira. Nada mais havendo a tratar, às de­zessete horas e quarenta minutos, é encer­rada a reunião. E, para constar, eu, Zéliada Silva Almeida, Secretária, lavrei a pre­sente Ata, que, depois de lida e aprovada,será assinada pelo Sr. Presidente.

RESOLUÇAO N.o 33173

Eleva o texto estabelecido no art. 1.°da Resolução n.O 20/71, para concessãode empréstimo simples.

O Conselho Deliberativo do Instituto dePrevidência dos Congressistas, na forma doart. 15 da Lei n.o 4.284, de 20 de novembrode 1963;

Resolve:Art. 1.0 Fica elevado, de Cr$ 10.000,00

(dez mil cruzeiros) para Cr$ 15.000,00(quinze mil cruzeiros), o teto de empréstimosob consignação em folha, concedido aosassociados contribuintes do IPC, previstono art. 1.0 da Resolução n.O 20/71.

Art. 2.0 Esta Resolução entrará em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Brasilia, emDeputado José Passos Porto, Presidente. ­Deputado Bento Gonçalves. - DeputadoJosé Bonifácio Neto. - Deputado Henriquede La Rocque.ATA DA CENTli:SIMA SEXAGll:SIMAQUAR­TA REUNIãO ORDINARIA, REALIZADA

EM 5 DE SETEMBRO DE 1973

As dezessete horas do dia cinco de setem­bro de mil novecentos e setenta e três, pre­sentes os senhores Senadores Nelson Car­neiro e-cattete Pinheiro, e Deputados Ben-

to Gonçalves, Henrique de La Rãcque, Laer­te Vieira, Adhemar de Barros Filho, e JoséBonifácio Neto, reuniu-se o Conselho Deli­berativo do Instituto de Previdência dosCongressistas, a fim de tratar assuntos di­versos. Em virtude da ausêncía do SenhorPresidente, Deputado José Passos Porto,nos termos do disposto no art. 11 da Lei n.o4.937, assume a presidência o Senhor Con­selheiro Senador Nelson Carneiro. Lida eaprovada a ata da reunião anterior, sãorelatadas propostas apresentadas pelascompanhias "Construtora e Incorporadorade Goiás Ltda. (CIGLA)", "Denasa Imo­biliária" e "Buriti Empreendimentos Imobi­liários", para aquisição de imóveis peloI.P.C. A comissão designada para estudara matéria é de parecer que a proposta maisfavorável é a de "Buriti EmprendimentosImobiliários". O parecer é aprovado, tendoo Conselho resolvido que, para a soluçãodefinitiva, fosse solicitado à Câmara de Va­lores Imobiliários de Brasília laudo de ava­liação, bem como informações complemen­tares sobre a firma construtora. A seguiré aprovado, nos termos do parecer do Re­lator, processo de aposentadoria por ínva­lidez do contribuinte facultativo José Pe­reira. Nada mais havendo a tratar, às de'­zoíto horas e dez minutos é encerrada areunião. E, para constar, eu, Zélia da SilvaOliveira, Secretária, lavrei a presente ataque, depois de lida e aprovada, será assí­nada pelo Sr. Presidente.

ATA DA CENTÉSIMA SEXAGÉSIMA QUIN­TA REUNIãO ORDINARIA REALIZADA

EM 12 DE SETEMBRO DE 1973

As dezesseis horas do dia doze de setem­bro de mil novecentos e setenta e três, pre­sentes os senhores Senadores Nelson Car­-neiro e Cattete Pinheiro, e os senhoresDeputados Henrique de La Rocque, LaerteVieira, Bento Gonçalves, Adhemar de Bar­ros Filho e José Bonifácio Neto, sob a pre­sidência do Senhor Deputado José PassosPorto, reuniu-se o Conselho Deliberativo doInstituto de Previdência dos Congressistas,a fim de tratar de assuntos diversos. Li­da e aprovada a ata da reunião anterior,são relatados e aprovados os seguintes pro­cessos: de concessão de auxilio-doença dossenhores Edgar Pereira, pensionista, e doSenhor Senador Benjamin Farah; de con­cessão de pensão ao Senhor Emílio Gomes,sendo que o benefício ficará suspenso, nostermos do art. 9.0 da Lei n.o 4.937/66, en­quanto estiver o requerente no exercíciodo cargo de Governador do Estado do Pa­raná. A seguir, o Senhor Presidente comu­nica que, tendo sido verificada a igualda­de de propostas entre as Companhias In­ternacional de Seguros e Sul América Ter­restres, Marítimos e Acidentes, o Institutode Previdência dos Congressistas deveria,também, firmar, com esta, o convênio paraimplantação do seguro coletivo de vida eacidentes pessoais, o que é aprovado peloConselho. Prosseguindo, o Senhor Depu­tado Adhemar de Barros Filho solicita apalavra para apresentar estudo compara­tivo sobre a receita e despesa do I.P.C., noperíodo de janeiro a junho dos anos de1972 e 1973, do qual ressalta uma diminui­ção do deficit da ordem de 40% (quarentapor cento). O Senhor Presidente agradece,esclarecendo ser fato, fruto das medidasque o Conselho vem adotando, no interes­se do I.P.C. Ainda com a palavra, o SenhorAdhemar de Barros Filho apresenta reque­rimento ao Conselho, no qual solicita seja.realizada auditoria contábil e financeira,a partir de dezembro de 1971, a exemploda que foi realizada, de outubro de 1970 ao

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Outubro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 7215

novembro de 1971, pelos técnicos AnteroCarvalho e Célio Biavati, de cujo relatóriotomou conhecimento, aconselhando, inclu­sive, a atualização e exame do projeto dereforma do sistema de contabilidade doI.P.C., proposto por ocasião daquela audi­toria. O requerimento é aprovado e auto­rizado o Senhor Presidente a entrar ementendimentos com os referidos técnicos.Em prosseguimento, o Senhor DeputadoLaerte Vieira, relator da comissão desig­;nada para estudar a aquisição de imóveispelo I.P.C., comunica que as exigências doConselho Deliberativo, para solução finalsobre a proposta da firma Buriti Empre­endimentos rmobüíános, foram satisfeitas,estando em poder da comissão as infor­mações complementares sobre a firmaconstrutora, bem como laudo de avaliaçãodo imóvel pretendido, fornecido pela Câma­ra de Valores Imobiliários de Brasilía, cujosteores são favoráveis e dos quais dá ciên­cia ao Conselho. Diante do exposto, o Con­selho vota, por unanimidade, pela aquisiçãode dois pavimentos-tipo (11. 0 e 12.0 anda­res) no edifício "Palácio do Comércio", emconstrução, pelo preço total de Cr$ ....2.615.000,00 (dois milhões, seiscentos equinze mil cruzeiros), devendo o pagamen­to ser parcelado. O Senhor Bento Gonçal­ves apresenta ao senhor Relator da co­missão, sugestão quanto a esse parcela­mento, no sentido de que a última parcelaseja paga na entrega da obra, em novem­bro de 1974, com a relevância dos juros co­brados pela imobiliária, pedindo seja a mes­ma submetida à concordância dos incorpo­radores do imóvel, o que também é apro­vado. Nada mais havendo a tratar, às de­zoito horas e trinta minutos é encerradaa reunião. E, para constar, eu, Zélia da Sil­va Olíveíra, Secretária, lavrei a presente

ata que, depois de lida e aprovada, seráassinada pelo Sr. Presidente.ATA DA CENTÉSIMA SEXAGÉSIMA SEX­TA REUNIÃO ORDINÁRIA, REALIZADA

EM 19 DE SETEMBRO DE 1973

Às dezessete horas do dia dezenove desetembro de mil novecentos e setenta e três,presentes os senhores Senadores NelsonCarneiro e Cattete Pinheiro, e os senhoresDeputados Bento Gonçalves, .Laerte Vieira,e Adhemar de Barros Filho, sob a presi­dência do Senhor Deputado José PassosPorto, reuniu-se <J Conselho Dellbera civo doInstituto de Previdência dos Congressistas,a fim de tratar de assuntos diversos. Lidae aprovada a ata da reunião anterior, sãorelatados, favoravelmente, e aprovados osseguintes processos: de concessão de au­xílio-doença ao Senhor Deputado AécioFerreira da Cunha; de concessão de pen­são a Sílvia Rodrigues Viegas, filha maior,solteira, de Augusto das Chagas Viegas, ex­parlamentar pensionista deste Instituto,falecido em três de agosto do corrente. Éaprovado o indeferimento ao processo deLeonel Amaro de Medeiros, funcionário doSenado Federal, que solicita ingresso comoassociado do I.P.C., tendo o senhor relatoradotado o parecer do Senhor ConsultorJuridico, Deputado Célio Borja. A seguir, oConselho aprecia proposta da Companhiade Seguros Aliança de Goiás, resolvendo,por unanimidade, considerar a mesma ino­portuna, em virtude de dificuldades ope­racionais quanto ao pagamento desses se­guros, por parte dos contratantes. Prosse­guindo, é relatado processo em que MariaEsther de Holanda Pimentel, beneficiáriado ex-parlamentar e pensionista Franciscode Menezes Pimentel, solicita concessão deauxílío-funeral, cujo parecer é no sentido

de que o mesmo seja convertido em dili­gência, a fim de serem esclarecidas quaisas despesas efetivamente pagas pelo Go­verno do Estado do Ceará. O Senhor Presi­dente. em seguida, faz solicitação aos se­nhores membros do Conselho que já te­nham apreciado o projeto por ele apresen­tado, para modifícações na legislação doIPC, no sentido de que tragam, na próximareunião, as emendas que porventura qui­serem apresentar ao referido projeto. O Se­nhor Deputado Bento Gonçalves pede apalavra para esclarecer que, no tocante àaquisição, pelo Instituto, de dois pavimen­tos no Edifício "Palácio do Comércio", emconstrução, aprovada pelo Conselho Deli­berativo na reunião de doze do corrente,seu voto ficou condicionado a modificação,no contrato, da cláusula que consubstancíaos motivos de força maior para dilataçãodo prazo de entrega da obra, bem como aopagamento antecipado do valor total, poisque considera ainda como medida de segu­rança o pagamento da última parcela sercoincidente com a entrega do prédio. Emseguida, o Senhor Presidente apresenta àapreciação do Conselho sugestão do Se­nhor Deputado Adhemar de Barros Filho,no sentido de que seja designado um deseus membros para, junto com o SenhorPresidente, acompanhar e fiscalizar o flu­xograma da construção do citado edificio,o que é aprovado, tendo sido designado oSenhor Deputado Bento Gonçalves, o qualdeverá ser credenciado junto à companhiaconstrutora, para esse fim. Nada mais ha­vendo a tratar, às dezoito horas e quaren­ta e cinco minutos é encerrada a reunião.E, para constar, eu, Zélia da Silva Oliveira,Secretária, lavrei a presente ata que, de­pois de lida e aprovada, será assinada peloSr. Presidente.

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Outubro de 19737216 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)-----------.MESA

Presidente:Flávio Marcílio

1.°-Vice-Presidente:Aderbal Jurema

2,°_Vice-Presidente:Fernando Gama

1.°-Secretário:Dayl de Almeida

2.o-Secretário:petrônio Figueiredo

3.o-Secret ário:José Carlos Fonseca

4.0 -Secret ário:Dib Oherem

Suplentes de Secretário:l.°-Suplente:

Vinicius Cansanção2.o.Suplente:

Teotonio Neto

3.o. Suplent e:João Castelo

4.o· Suplent e:.Jarmund Nasser

LIDERANÇAS

ARENA - MAIORIA

Líder:Geraldo FreireVice-Lideres:

Cantídio SampaioDamel FaracoClovis StenzelJoâo LinharesMario StammChaves smaranteNina RibeiroHomero SantosBrasílio CaiadoÉlcio álvaresLomanto JúniorMagalhães MeloGrimaldi RibeIroAldo LupoAmérico de SouzaElias CarmoLuiz BrazParsífal BarrosoPaulino CíceroRaimundo DinizSinval GuazzelliTúlio VargasVasco Neto

MDB - MINORIA

Líder:Aldo Fagundes

Vice-Líderes;Alencar FurtadoJoão MenezesMarcos FreIreJosé Bonifácio NetoLisãneas MacielAlceu CollaresArgilano DarioDias MenezesFernando LiraFernando CunhaGetúlio DiasHenrique EduardoJosé CamargoJ.G. de Araújo JorgeJoel FerreiraMarcondes GadelhaOlivir GabardoPeixoto FilhoWalter Silva

Turma "A"

Preside<nte: Juarez Bernardes - MDB

TITULARES

ARENA

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

Siqueira CamposVmgt RosadoVagoVagoVagoVago

Silvio LopesSinval Guazzelli.ubaldo SaremVagoVago

MDB

VagoVago

:MOB

3) COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES

Aldo LupaArnaldo PrietoBento GonçalvesDaso CoimbraJoão GuidoJosé da Silva BarrosManoel Taveira.Osvaldo zsneuoPedro ConinRozendo de SOUlla.

Presidente: SaUel> Filho - ARENA

Vice-Presidente: Amaral de Souza - ARENA

VICe-Presidente: Júlio Viveiros - MDB

Brasmo CaiadoCorreia LimaEtelvino LinsLuiz BragaMaia NetoMonteiro de BarrosOssían Aral'lpe

TITULARES

ARENA

Eloy LenziVagoVago

SUPLENTESARENA

Olivir GabardoSantilli soenunoVictor Issler

VagoVago

SUPLENTE~

ARENA

José Tasso deAnc1radeVagoVagoVago

Aldo FagundesAlencar Furtado

Adernar de Bar-ros Filho

Brasília CaianoCorreia LimaFlávio GiovineGrimald! RibeiroHildebrando GuimarãesMário MondinoRoberto GalvaniMaurício ToledoSussumu Hirata

Dias MenezesFernando CunhaHenrique Eduardo Alves

Alair FerreiraAry VllJadãoAureliano ChavesBatísta MirandaEdison EonnaGabriel Hermes

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horas

Local: Edüício Anexo II - Sala 11 - Ramal:621 - 24§3719 (direto)

Secretária: Eni Machado Coelho

2} COMISSÃO DE CIENCIA E TECNOLOGIA

MDB

Presidente: Fernando Fagundes Neto - ARENAVIce-Presidente: Antônio Florêncio - ARENAVice-Presidente: Alberto Lavínas - MDB

TITULARES

ARENA

Garcia NettoGonzaga VasconcelosLuiz GarciaNina RibeiroVagoVago

MD:&

Turma tlB"

Cardoso de AlmeidaDlOgO NomuraFlávio GiovmeHerbert LevyLomanto JúniorOrensy RodriguesSeb~~tião AndradeVago

MDB

Pacheco ChavesVinicius Cansanção

/lIItônlo BresollnFrl\.Ucl&CO Libardoní

vice-Presidente: José Mandelli - MDB

Turma "B"vice-Presidente: Vasco Amaro - ARENA

COMISSOES PERMANENTES

1) COMISSÁO DE AGRICULTURA E POLfTI(;ARURAL

DivisÃD de Comissões PermanentesGeny Xavier Marques

Local: Anexo II - Telefones: 24-5179 e24-4805 - Ramais: 601 e 619

Pa.ulo Rocha

Local: Anexo II - Ramal 661

Turma "A"-Antônio UenoDeíson ScaranoEdvllJ.do FlôresGeraldo BulhõesNunes FreirePaUlino LopesPaUlo AlbertoVago

Peixoto Fi.lhOVagoVago

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horll.l '

Local: Anexo II - Saía 6 - Ramais 6ãt e 65S

Secretário: Abelardo Frota e Cysue

Aldo Fall:\ltldetJAlencar fi'urtadoJoel Ferreira

REUNIõESREUNIõES

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 liõrbLocal: Anexo TI - Sala - Ramal: 166

Direto: 24-7493 •Secretária: Maria Célia.~~ @ Souza,

Borges

MDB

Antônio Bresolin VagoJoão Arruda VagoVago

SUPLENTES

ARENA

Juvênclo DiasLuiz BragaManoel RodriguesMarcílio LimaMílton BrandãoRuy BacelarSinval BoaventuraVago

Aldo LupoBatista Miranda.Eraldo LemosHanequim Dantas.João GuidoJoaquim CoutinhoJorge VargasJosé Ta.iSO de Andrade

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Ou.tubro ,de 1973 DlARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sábado 13 721'7=

4) COMISSÃO DE CONSTITUICÃO E JUSTlCA',' .. 5) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA ECOMERCIO

6) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Turma "A!' Turma "Bl>Turma. "A" Turma "B'1

AI~air Ohagas Antônio Mariz

AJllmdo Kunzler Élcio Alvares Ámaral Neto Alberto Hoffmann

ceuo Borja Bildebrando Guimarães Braz Nogueira Amaral Furlan

Djalma Bessa Jairo Magalhães Djalma Marínho Braga Ramos

ít!llo Fittipaldi João Linhares Paria Lima Chaves Amarante

José Alves José Bonifácio José Haddad Jonas Carlos

JQsé Sally Ruy D'Almeida Barbosa José Maria Alkimin Luiz Losso

Mário Mondino Ubaldo Barem Márcio Paes Stélio Maroja

Túlio Vargas Vago Sussumu Hirata Vago

Luiz Braz Vago Vago

Vago Vago Vago

Vago

Al/,ENA

Ga-stão Müller

Jarmund Na-sser

Moacyr Chiesse

Murilo Badaró

Oceano Carleial

Parsital Barroso

Plínio Salgado

Henrique Eduardo Alves

JUal'ez Bernardes

Santilli Sobrinha

<&UPLENTES

AH,ENA

Manoel de Almeida

Necy Novaes

Nosser Almeida

Osnelli Martmelli

Ossian Araripe

Paulo Ferraz .

Stélío Maroja

Vago

MDB

Alcll' Pimenta

Bezerra de Norões

Fábio Fonseca .

7) COMISSAO DE FINANÇASPresidente: Jorge Vargas - ARENA

Vice-Presidente: Oziris Pontes - MDB

Turma "8"

Vice-Presidente: Ivo Braga - ARENA

Turma UA'~

TITULARES

ARENA

Presidente: Flexa Ribeiro - ARENA

Vice-Presidente: Mauricio Toledo - ARENA

Vice-Presidente: João Borges - MDB

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horas.

Local: Anexo' Ir - Sala 9 - Ramal: 369.

Secretária: Marta Clélia Orrícc,

Albino Zeni

Antonio Mariz

Arthur Fonseca

Brasílio CaiadO

Ildélio Martins

Jairo Magalhães

LUIZ Braz

MDB

Francisco Amaral OUvir Gabardo

J,G. de Araújo Jorge Vago

Nadyr Rossettí

Alfeu Gasparim

A1'Y de Lima

Bezerra de Mello

Daso Coimbra

Emanuel Pinheiro

Euripides Cardo-so de Menezes

José Pinheiro Machado

José da Silva Barros

Josias Gomes

Magalhães Mello

Marco Maciel

Mário Mondino

Navarro Vieira

Osmar Leitão

Paulíno Cicero

Rogério Rêgo

Wilmar DallanhO)

ARENA

Antônio Fontes Ário Theodoro

Henríque Eduar- João Arrudado Alves

SUPLENTES

Marcondes Gadelha Santilli Sobrinho

Tancredo Neves

MDB

Presidente: Rubem Medina - MDB

ARENA

Vice-Presidente: Arthur Fonseca - ARENA

Turma UB"

Vice-Presidente: Amaury Müller - MDB

TITULARES

Altair Chagas

Antônio Ueno

Batista Miranda

Bento Gonçalves

Oardoso de Almeida

Djalma Bessa

Edvaldo Flôres

Ferreira do Amaral

Hermes Macedo

Januário Feitosa

João Linhares

Alceu Collares

Francisco Pinto

Hamilton Xavier

Severo Eulálto

Luiz Losso

Manoel Taveira

Maurício Toledo

Nogueira de Rezende

Norberto Schmidt ­

Osmar Leitão

Osnelli Martinelll

Parente Frota

Raimundo Parente

1":11val Guazzelli

MDB

ARENA

SUPLENTES

Turma (IA"

TITULARES

Turma "B"

Adhemar Ghis!

Alfeu Gasparíní

Amaral de Souza

Américo de Souza

Arthur Fonseca

Cantidio Sampaio

Cláudio Leite

Emanuel Pinheiro

Gonzaga Vasconcelos

Homero Santos

Jarmund Nasser

José canos Lepl'evost

Pl'esidente: Lauro Leitão - ARENA

Yife-Presidente: Laerte Vieira - MDB

Lisàneas Maciel

Miro Teixeira

Sylvio Abreu

:VagO

:Vice-PreSIdente: Ferreira do Amaral- ARENA-:

MDB

REUNIõES

Tereas, Quartas e Quintas-feiras, às 10 MLocal: Anexo II - Sala 17 - Rmnlll: C}26.

Secretária: Augusta Nauricio

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horatl

Local: Anexo n - Sala 4 - Ramal: ~}

Secretário: Angelo da Vila.

Turma "R"­

Carlos Alberto Oliveil'a

Dyrno Pires

Fernando Magalhães

João Castelo

Leopoldo Peres

Ozanan Coelho

Vago

Vago

Vago

Vago

Vago

Turma "A!'

Adhemar de Bar­ros Filho

Aldo Lupo

Arthur Santos

Homero Santos

Ildélio Martins

Norberto Schmidt

Tourinho Dantas

1 Wilmar Güimarães

IVago

Vago

Jorge Ferraz

Léo Simões

Ruy Lino

Victor Issler

Vago

MDB

REUNIõES

César Nascimento

Dias Menezes

Eloy Lenzi

Barry sauer

José Bonifácio Neto

José Camargo

Marcelo Medeiros

Ulysses Guimarães

A1e'ncar FUrtado

Argilano Dario

Eloy Lenzi

Francisco Studart

J .G. de A1'aújo Jorge

Page 58: REPÚBLICA FE'DE-RATIVA DIARIO DO …imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD13OUT1973.pdf · mona no Estado do Ceará. ALCIR PIMENTA - Hora de abrandamento no rigor revolu-' cíonárío,

Outubro de 1971'1218 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

:MDB SUPLENTES TO) COMISSÃO DE REDAÇÃO

SUPLENTES

Presidente: José Machado - ARENA

Turma ~'AtJ

9) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

MDB

Vice-Presidente - Manoel Taveira - ARENA,-Turma "A"

Presidente: Dyrno Pires - ARENA

Vice-Presiueute: Sylvio Botelho - A1t1!!NA

TlTULARES

A1:tENA

Presidente: Pereira Lopes - ARENA

SUPLENTES

A1:tENA

11) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES

Cantídio SampaioHenrique ue La Hocque

MDBFreitas Diniz

Quintas-feiras, às 10 horas,

Local: Anexo II - Sala n," 14 - Ramal 6'la.

Secretário: José Lyra Barroso. de Ortegai;

Antômo Bresolin

Ary de Lima Raimundo ParenteFra.ncrsco ttollembergPrisco VIana

REUNIõES

Joeí FerreiraThales RamalhoVimcius Cansançâe

MDB

ARENA

Fernando Fagun-des Neto

Francrseo GrilloGabriel HermesJoáo CasteloJosé HaddadLauro LeitãoNorberto SchmidtParente FrotaVagoVago

REUNIõES

Aécio CunhaAntônio FlorêncioArlindo KunzlerArthur SantosBento Gonçalvesltlcío Al varesEuripides Cardo-

so de Menezes

Freitas rnma.rerõnímo SantanaJoão Menezes

Quartas e Quintas-feiras, às 10 horas.Local: Anexo II - Sala n.O 2 - Ramal 665.

Secretário: Wllson Ricardo Barbosa Vlailna.Pacheco ChavesPClXotO FIlhoVImcJUS Cansançãowauer SlIva

Harry SauerJairo BrumJoel FerreiraVago

Hugo AguiarJanuário FeItosa.JoãO AlvesJoaquim MacedoManoel TaveiraMário TellesMilton BrandãoPedro OeltínPlImo SalgadoRoberto GebaraSebastIão Annrade

MDB

ARENA

Athiê CouryCesar NascimenwVictor IaalerVago

Adhemar GhisiAlau Ferreira.Altair ChagasAntônIo MarizArlindo KunzlerAthos de AndradeFaria LimaFeneira do AmaralFurtado LeiteHerbert LevyHermes Macedo -

Adalberto CamargoDias MenezesFlorim counnnoFreitas NobreJose Camargo

RJi.:UNlôES Vice-Presidente: Odulfo Domíngues - ARENA Turma "H"

TITULARES

ARENA

Secretária: Maria Geralda Orríco,

João MenezesPadre NobreReynaldo Sant'AnnaThales Ramalho

José PenedoLeão SampaioLeopoldo PeresMarco MacielMurilo BadaróNorberto ScbmidtOCeano oaneiarOrensy RodnguesOzanam coeínoParsífal BarrosoWl1mar GuimareaVago

Améríco de SouzaElas FortesCélio Marques FernannesCláudio LeiteJose Pinheiro MachadoMarcelo LínnaresPedro Co111nRaymundo DíníaRogério RêgoTeotônio Neto

MDB

MDB

Hamilton XavierJarro BrumJoel Ferreiraozirís Pontes

Vice-Presidente: Brígido Tinoco - MDB

TITULARES

ARENA

Turma "AH

Francisco StudartJose CamargoPedro FariaUlysses Guimarães

SUPLENTES

ARENA

Adhemar GhisiAroldo CarvaJnoHenrique TurnerHermes MacedoJoaqUlm counnnoJosé Carlos LeprevostJ osias Gom esLins e SilvaLapa CoelhoPassos Porto

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:30 horas,Local: Anexo n - Sala 1 - Ramal en.secretária: sylV1a Cury Kramer Benjamin

do Canto

Alfeu GasparilliAlvaro GaudencioArnaldo PrietoAry varadãoDaniel FaracoDiogo NornuraFaria LunaFernando MagalhãesF1exa RibeiroGeraldo Guedes

Adalberto CamargoAldo FagundesAnapolino dp FariaDias MenezesFrancisco Pinto

Turma "8"

José Ta&() de AndradeNogueira de RezendePauiino CiceroPrisco VianaVagoVagoVago

Dirceu CardosoVago

Paulino LopesRoberto GebaraRosendo de SouzaSílvio LopesSIqueira CamposVasco NetoVingt RosadoWilmlu' Dallanhol

MDB

MDB

Jorge FerrazLa uro Rod1'lguesSílvio de Abreu

SUPLENTES

ARENA

REUNIõES,

Quartas-feiras, às 10 horas.Local Anexo II - Sala n. 7 - Ramal 659.Secretária: Helena Ribeiro da CUnha.

TITULARES

,ARENA

Vice-Presidente: Freitas Diniz - MDB

Turma ·'8"

Edilson Melo TávoraFrancisco GrilloJosé SampaioMarco MacielVagoVagoVagoVago

Jerônimo SantanaVagoVago

Antônio PontesJai80n BarretoJoão Arruda

Batista MirandaFrancelino PereiraGarcia NetoMárcio PaesMário stammNosser AlmeidaOceano- CarlealOswaldo ZanelloParente Frota

Athos de AndradeEurico RibeiroEnrique FanstoneJosias LeiteManoel de AlmeidaRicardo FíúzaVago

Antônio AnnibelliMarcelo MedeIros

Turma "B"

MDB

ARENA

8) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA ETOMADA DI: CONTAS

Turma "B"

Presidente: Theódulo de Albuquerque -

Turma "A"

Turma "A" - Quartas-feiras, às 10 horas,

Turma "B" - QUlntas-feiras. as 10 horas.

Local; Anexo II - Sala n.O 16 - Ramais:642 e 643.

Vice-Presidente: Jorge Ferraz - MDB

José Bonifácio NetoPeixoto FilhoRenato Azered<l

Vice-Presidente: Nosser Almeida - ARENA

Turma "A"

Furtado LeiteHeItor CavalcantiJoaquim MacedoManoel NovaesOswaldo ZanelloSinval GuazzelliWilson FalcãoVago

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Outubro de 1973 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado n '1219

12) COMISSAO DE SAODE 14) COMISSAO DE SERViÇO POBlICO 16) COMISSAO DE. TRANSPORTES

Mário MondinoMoacir OmesseMonteiro de BarrosParente FrottaPassos PortoRezende MonteiroVingt Rosado

MDB

Ruy Lino

Rozendo de SOuzaRuy BacelarSilvio LopesVasco NetoVagOVago

MDB

Léo SimõesVagOVago

SUPLENTES

ARENA

Joel FerreiraJúlio Viveiros

SUPLENTESARENA

Sebastião AndradeVagoVagoVago

MDB

António pontes José FreireJG de Araújo Jorge Victor lssler

COMISSOES ESPECIAIS1) COMISSÃO DA AMAZõNIAPresidente: Juvêncio Dias - ARENA

Vice-Presidente: Nunes Freire - ARENAVice-Presidente: Jerônimo Santana - MDB

TITULARES

ARENA

Raimundo ParenteSiqueira :::amposVinicius Câmara

Emanuel PinheiroGabriel HermesJoaquim l\iIacedoNasser Almeida

:Mison BonnaEraldo LemOSJannund NasserLeopoldo Peres

REirNIÕES

Local: Anexo n - Sala n.o a-A - Ramais605, 606 e 616.

Secretária: Diva Yedda Veiga de .l.oemos.

DIVISÃO DE COMISSOES TEMPORARIASGilda Amara de Assis Re;lUblicanoLocal; Anexo II - Ramais

Seção d~ Comissões de InquéritoChefe: Flávio Bastos l:tamos.Local: Anexo n - Ramais 609 610. 613.

Seção de Comissões EspeciaisChefe: Stella Prata da Silva Lopes.Local: Anexo II - Sala 8/B - Ramal 604.

Alair FerreiraBdrlson Melo TávoraEraldo LemosGarcia NettoJosé MachadoJosé SampaiOLeão Sampa.ioMaia. Neto

Presidente: Mário Telles - ARENAVice-Presidente: João Guido - AREJjjAVice-Presidente: Adalberto Camargo - MDB

TITULARES

ARENA

MDB

Alberto Lavinas José Mandell1Amaury Kunzler Nadyr Ross"ttiFrancisco Libardoni Peixoto Filho

REUNIÕES

Quartas e Quintas-feiras. às 10:30 horaa.Local: Anexo li - Sala n.e li - Ramal ô96.Secretária: Yeda Emilia Hooper.

Dias Meneze!'Fernanao .uyra

Abel Avilaarron RIOSAlberto CostaArnaldo Prreto"Bento GonçalVesJuvêneío DiasMário Starnlll

Walter SilvaVago

VagoVagoVagoVagoVagoVago

MDB

Peixoto Filho .VagoVago

MDB

Lauro RodriguesMarcos Freire

Francisco AmaralFrancisco PintoGetúlio Dias

TITULARES

ARENA

Alvaro Gaudêncio Rezende MonteiroDaniel Faraco Roberto GalvaniHenzíque de La Rocque Roberto GebaraJoáo Alves Wihnar DallanholJosé da Silva Barros Wilson Braga.Osmar Leitão Vago

Vago

MDB

Argilano DarioCarlos CottaFernando Cunha

SUPLENTES

ARENA

Adhemar ahis! ndélio MartinsCélio Marques Fernande.útalo ContiCláudio Leite Joaquim MacedoDaso Coimbra José Pinheiro MachadoFernandO Fagun- Jooias Gomes

des Neto Mauricio ToledoGeraldo Bulhões Sussumu HirataHelbert dos Santol Túlio Vargas

MDB

Lisânea.s MacielPedro FariaPeixoto Filho

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10 horas.Local: Anexo II - Sala n." 12 - Rama1694.Secretário: Hélio Alves RibeirO.

REUNIõES

Quartas e QUintas-feiras, às 10 horas.Local: Anexo rr - Sala n.o 15 - Telefone24-8719Secretária.; A1lia relicío Tobias.

15) COMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇÃO \SOCIALPresidente: Cid Furtado - ARENA

Vice-PreSIdente: Raimundo Parente - ARENAVice-Presidente: Alcir Pimenta - MDB

Francisco LibardoniLéo SimõesPedro Lucena.

TITULARES

ARENA

Presidente: Freitas Nobre "- MDBVice-Presidente: Bezerra de Norões - MDBVice-Presidente: Agostinho Rodrigues - Al:(,ENA

Elias oarmoFrancelmo PereiraGrimalfu RibeirOHugo AguiarNecy NovaesMagalháes MelloPaulo AbreuPaulo Ferraz

Getúlio DiasJosé Freire

TITULARES

ARENA

Milton BrandãoOsnelli MartinelliParente FrotaSilvio Venturoll1Sinval BoaventuraVinicius Câmara.

TITULARES

ARENA

Helbert dos Santosr.eão SampaioNavarro VieiraSilvio BotelhoVagoVagoVago

MDB

Laerte Vieira.VagoVago

REUNiõES"

Quartas-feiras, às 10 horas.Locai: Anexo II - Sala 13 - Ramal 689.Secretária: Haydeé Fonseca Barreto.

SUPLENTES

ARENA

Adhemar de Bar- Magalhães Meloros Filho Roberto Galvani

Agostinho Rodrigues Salles FilhoArnaldo Prieto Siqueira CampooBento Gonçalves Teotônio NetoCélio Marques FernandesVingt RosadoEraldo Lemos VagoFlávio GiovineJoão Guido

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10 horas.Local: Anexo II - Sala n.o 10 - Rama1682.secretária: Maria Benedita de Freitas

Brandão.

Clóvis StenzelGeraldo Guedesítalo ContiJanuário FeitosaJoáo VargasJosé PenedoManoel Rodrigues

Presidente: Alipio Carvalho - ARENAVice-Presidente Hannequun Dantas - ARENAVICe-Presidente: Ney Ferreira - MDB

MDB

Florim oouttnho " VagoRuy Lino Vago

Vago

13) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONAL

Alencar FurtadoDias Menezes"Fmncisco Pinto

Athiê CouryFreitas DíniZJG de AraújO Jorge

SUPLENTESAH.ENA SUPLENTES

Airon Rios Juvêncio Dias ~NABraga RamOO Nunes Freire Baldacci Filho José Penedopaso Coimpra Oceano Carleial Carlos Alberto Oliveira José SaUyDrogo Nomura Parsifal BarrOSO Cid Furtado Lopo CoelhoHenrique Fanstone Sylvio venturolll Daso Coimbra Ozanan CoelhoJoáo Alves Theódulo de Albuquer- Eurico RibeirO ViniclUS CâmaraJosé Tasso de Andrade que ... Hildebrando Guimaráes VagoJosias Leite Vingt ROsado ., João Castelo Vago

, Jonas CarlosMDB

Júlio ViveirosMarcondes aadelhaVago

MDB

Anpolino de Faria JaIiduhy CarneiroFábio Fonseca Vago

Albino ZeniAmerico BrasilArnaldo BusatoBaldaccl FilhoCantidio SampaioEraldo LemasFrancisco Rollemberg

Presidente: Jaison Barreto - MDBVice-Presidente: Pedro Lucena - MULIVlce-Presidente: Marcilio Lima - AH.ENA

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'7220 Sábado 13 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)' Outubro de 1973

2) COMISSAO DA BACIA DO SAO FRANCISCO

Presidente: Manoel Novaes - ARENAVice-Presidente: José Sampaio - ARENAVice-PresIdente: Janduhy Carneiro - MDH

Francisco Libardoni_ Getúlio DiasJaison Barreto

TITULARES

ARENA

MDB

Thales Ramalho

Waldemiro Teixeira

SUPLENTES

ARENA

Célio Marques Fer­nandes

TITULARES

6) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ESTU.DAR GLOBALMENTE O PROBLEMA DA po.LUIÇAO AMBIENTAL

Presidente: Faria Lima - ARENA

Vice-Presidente: Aureliano Chaves - ARENA

Relat.or: Monteiro de Barros - ARENA

Ferreira do Amaral

Lauro LeitãoMário MondinoPedro CollinSylvio Venturolli

MDB

4) COMISSÃO DO DESENVOLVIMENTO DA RE·GIAO SUL

Adhemar GhisiAlberto Ho~fmann

Aroldo Calva11' "

Presidente: João Vargas - ARENAVice-Presidente: Antônio neno - AJ:(,ENAVice-Presidente: Eloi Lenzi - MDB

Vinicius Cansançlio ,

Ricardo FiúzaRogério RegoVasco Neto

MDB

TITULARES

ARENA

SUPLENTES

,ARENA

Francisco PintoThales Ramalho

Bento GonçalvesGeraldo BulhõesJosias LeiteLomanto Júnior

3) COMISSAo ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REGlAO CENTRO-OESTE

REUNlOES

Quintas-feiras, às 10:00 horas.Local: Anexo li - Sala n." 3.Telefone: 24-2493 - Ramal 611.Secretário: Carlos Brasil ~e Araújo.

5) COMISSAO DO POUGONO DAS SECAS

Quintas-feiras, às 10 horas.Local: Anexo II - Sala 8-B - Ramais 607

e 608.Secretario: Walter Gouvêa Costa.

MDB

Pacheco Chaves

REUNIõES

QUintM-feiras: às 10 horas.

Local: Anexo 11 - Sala S·A - Ramal 603.

secretaria Maria Tereza de BarrOll Pereira.

ARENA

Mário Telles

7) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO.RAR AS MEDIDAS LEGISLATIVAS N6CESsA.RIAS A INTEGRAÇAO SóCIO-ECONÔMICA ECULTURAL DOS POVOS DA COMUNIDADE ALiNGUA PORTUGUESA, BEM ASSIM TORNARREALIDADE A COMUNIDADE LUSO-BRASI.LEIRA

MDB

JC de Amújo JorgeJosé Mandellí

REUNIõES

SUPLENTES

ARENA

Sinval GuazzelliVasco AmaroWilmar DaUanholVagoVago

Abel AvilaArthur SantosFlávio Gíovíneítalo Conti

Alencar Furtado 'oesar Nascimento

Odulfo DomlnguesPassos PortoPaulino CiceroVago

Walter Silva

Vago

MDB

Djaima BessaFernando MagalhãesGonzaga VasconcelosHomero SantosMarco Maciel

Henrique Eduar­do Alves

Ney Ferreira

Presidente: Ary Valadão - ARENAVice-Presidente: Emanuel Pinheiro - ARENAVice-Presidente: Silvio de Abreu MDB

Presidente: Eraldo Lemos - ARENAVice-Presidente: Oceano Oarleíal - ARENAVice-PI'esidente: Alvaro Lins - MDB

Presidente: Daso Coimbra - ARENA

Vice-Presidente: Furtado Leite - A!tblNA

Relator: João Menezes - MDB

TITULARES

ARENA

TITULARES

ARENA TITULARES

SUPLENTES

ARENA

MDB

Arl(ilano Dario Juarez BernardesFernando Cunha

SUPLENTES

ARENA

Edvaldo Flore.i José SampaioFrancisco Rollemberg Pinheiro MachadoFurtado Leite Prisco VianaGrlmaldi Ribeiro Ruy BacelarHildebrando Guimarães

Rl.ONIõES

MDB

Alcir Pimenta

Alberto Lavinas

Padre Nobre

ARENA

Plínio Salgado

Sinval Boaventura.

Fle'Ka Ribeiro

Oswaldo Zanello

Manoel Taveira

Cardoso de Almeida

João Alves

Euripides Cardo-so de Menezell

Vago

SUPLENTES

ARENA MDB

StéUó Maroja, Henrique Eduardo Alve~

Josias GomesLuiz GarciaManoel de Alm~iàa

Vinicius CansançãoVago

MDB

MDB

. Marcos Freire', Severo Euláül,J

Francelino Pereira.Ianuárío FeitosaJosé AlvesJosé Penedo

Henrique EduardoAlves

Fabio Fonseca~ernando Lyra.

VagoVagoVagoVago

Marcilio Lima __

Rezende MonteiroUbaldo Barém

MDB

José Bon1!ãcl0 Nel~Vago

Brasllio CaiadoGarcia NetoGastão MüllerJarmund Nasser

Carlos CottaDirceu Cardoso

Américo BrasilHenrique FanstonePaulíno LopesSiqueira CamposWilmar Guimarães

REUNIõES

Local: Anexo li - saIa 8-B - Ramal 685.Secretario: Romoaldo Fernandes ArnoIdo,Quinti\{\-~eil'as, ~s 10 horM, -

REUNIOES

Local: Anexo II - Sala 8-A .....~~.Secretália: Vânia Garcia Dóreª'-iQuintas·f~il,:a§.; ~s 1~ ~&lIu,

Quinta.s-felras: às 9 horas.

Local: Anexo n - Sala 8~A - Ramal 604.

secretária.: Maria Helena May Pereira da-, gunha.

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'outubro de 19"3 'DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)' Sábado 13 '7221

TITULARES

8) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO·RAR PROJETO DO CÓDIGO DE ESPORTES

Presidente: Osnelli Martinelli - ARENA

Vice-Presidente: Brígido Tinoco - MDBRelator: Sinval Guazzelli - ARENA

Relator substituto: Fábio Fonseca - MDB

TITULARE!!!

ARENAMoacyr ChiesseRosendo de SOusa.Ruy BacelarUbaldo Barém

MDB

Léo Simões

Abel AbelCélio Marques Fer­

nandesJOão Guido

Presidente: Vasco Neto - ARENAVice-Presidente: José Mandelli - MDB

Relator: Mário Stamm - ARENA

TITULARES

ARENA

SUPLENTES

ARENA

Adalberto CamargoEloy J.Jenzi

12) COMISSÃO ESPECIAL DE SEGURANÇA KVEíCULOS AUTOMOTORES E TRÁFEGO

Leopoldo Peres

Lauro LeitãoNavarro Vieira

Oswaldo Zanello

Túlio Vargas

Presidente: Célio Borja - ARENA

Vice-Presidente: Dirceu Cardoso - MD;Q

Relator:

10) COMISSÃO ESPECIAL PARA FIXAR DIRETRI·ZES E NORMAS DE LEI PARA O TURISMOBRASILEIRO

Alvaro Gaudêncio

Célio Marques Fer-nandes

Délson Scarano

João Alves

Faria Lima.

Luiz Braz_

Lins e SilvaParsifal Barroso

:t:dison BonnaPaulo Alberto

José da Silva BarrOSVago

MOB

ARENA

Fernando Fagun­des Neto

Ruy BacelarMário Telles

MareIO Paes

REUNIõES

Bezerra de Noróes

Quartás-feiras, às 15 horas.Local: Anexo II - Sala 8-B - RamaJs 60S

e 604.

secretário: Darke Oliveira de Albuquexque.

MDB

José Bonifácio Neto Getúlio Dias

13) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR PROJETOS DE LEIS COMPLEMENTARESA CONSTITUIÇÃO

Presidente: José Sampaio - ARENAVice-Presidente: José Bonifácio Neto - MD:B

Relatol'; Ildélio Martins - AR:ENA

MOB

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10:80 horas.

Local: Anexo n - Bala B-A.

Secretãxia: Maria Albertina Ribeiro.

Alfeu Gasparini

Alberto Lavinas

MDB

José Camargo

SUPLENTES

ARENA

Josias Leite

Alc1l' Pimenta.

REUNIÕES

Terças.feiras, às 16 horas.

Local: Anexo II - Sala SoB.

Becretália: Jacy da Nova Amarante. '

Pedro Faria

Pedro Faria.

:MDB

ARENA

SUPLENTES

Argilano Dario

Atluê Coury

'AbelAvila

Relator: Altair Chagas - ARENA

9) COMISSÃO ESPECIAL PARA REVISÃO EATUA·LlZAÇÃO DA LEGISLAÇAO SOBRE DIREITOSAUTORAISPresidente: Norberto Sclunidt - ARENA

Vice-Presidente: Florim coutinho - MDB

Presidente: José Sally - ARENA

MDBFrancelino Amaral ;Alceu CollaresMarcos FreireWalter Silva.

SUPLENTES

ARENA

Jairo B1Uln

Laerte Vieira'Lisâneas MacielRenato Azeredo

TITULARES

ARENA

Adhemar Ghisi Jairo MagalhãesArnaldo Prieto João LinharesArlindo Kunzler José Carlos LeprevostCélio Marques Fer- Magalhães Melo

nandes Marco MacielCláudio Leite Pinheiro MachadoDjalma Bessa ' Raimundo DiniZEurico Ribeiro Túlio VargasFranceljnO Pereira VagoHildebrando GUimarãesIvo Braga.

Necy Novaes

Plínio Salgado

(MOB,

SUPLENTES

ARENA

Alron Rios

RaYll1undo Diniz

Alberto Costa

Mário Mondino_,P'

..,.....Vice·Presidente: JG de Araújo Jorge ... MOB

Relator: Manoel de Almeida - ARENA

TITULARES

ARENA

11) COMISSÃO ESPECIAL PARA ESTUDAR EEQUACIONAR O PROBLEMA DO MENORABANDONADO NO PAiS

ARENAPriscO Vianna

Wilmar GuimarãeS'

Zacharias. ~le!mt.

MOB

Dias Menezes.,l

SUPLENTES

ARENA

TITULARES

Flexa Ribeiro

Mauricio ToledoOsmar Leitão

yago

Freitas Nobre

Walter Silva

nEUNlõEsl

Quintas-feiras, às 9 horas.

Local: Anexo II - Sala 8-A .:. Rroilãi 003.Secretário: Antônio Fernando ªOIEQ§ Ma1Wmi .,

l. MDB

,'úlio Viveiros'

REUNIõES

Quartas-feiras, às 15 horas.

Local: Anexo II - Sala B-B.

~r~~~~ 91!cy Clemente J3,.~p.t'j~

Garcia Neto

:MDB

Francisco StudartREUNIõES

Terças-feiras, às 10 horas.Local: Anexo II - Sala B-A - Rltmal ~1secretário: Mál'io Canillo de Olivelr;\,

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2221 Sábado 11 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção n

ANAIS DO SENADO

Outubro de 19'75

Mês de maiode 1965Mês de maiode 1965Mês de agostode 1965Mês de agostode 1965Mês de setembro de 1965Mês de setembrode 1965Mês de outubro de 1965Mês de janeiro de 1968Mês de fevereiro de 1968Mês de fevereiro de 1968'Mês de marçode 196BMês de marçode 1968Mês de abril de 1968Mês de abril de 1968Mês de maiode 1968Mês de maiode 1968Mês de junho de 1968Mê,s de junho de 1968Mês de julho de 1968Mês dejulho de 1968Mês de agosto de 1968Mês de agostode 1968Mês de setembrode 1968Mês de setembrode 1968Mêsde outubro de 1968Mêsde outubro de 1968Mês de novembro de 1968Mês de novembro de 1968Mês de dezembrode 1968Mês de outubro de 1969Mês de novembrode 1969Mêsde novembro de 1969,Mês de abril de 1970Mês de abril de 1970'Mês de maio'de1970Mês de maíode 1970Mês de junho de 1970Mês de junho de 1970Mês de julho de 1970Mês março/abrilde 1971Mês março/abrilde 1~71

Mêsde maiode 1971Mês de maiode 1971Mês de junho de 1971Mês de junho de 1971'Mêsde julhoele 1971Mês de julho ele 1971 .Mês de agosto de 1971Mêsde agostode 1971Mêsde setembrode 1971Mês de setembrode 1971Mês de outubrode 1971Mês de outubro de 1971Mêsde novembro de 1971Mês de novembro de 1971Mês de abril de W72Mês de abril de 1072Mês de maiode 1972

'Mês de maiode 1972.·~~s de junho de 197Z

,"':'" SESSOES 39' a 50' - tomo I- SESSOES 51' a 62' - tomo II- SESSOES 107'a 117~ - tomo I~ SESSOES l1S' a 130'- tomoII- SESSOES 141'a 142~ - tomo I..:.. SESSOES 143'a 145~ - tomoII- SESSOES 156'a 166' - tomo II- SESSOES r-a 12' (Convocação Extraord.)- 'SESSOES lS' a 27' (Convocação Extraord.)- SESSOES 28' a 34' (Convocação Extraojd.)- SESSOES i- a 15' (l~ e 2~ Seseêee Preparatôrlas e- Vol.I)- SESSOES 16' a 32' - tomo11 '- SESSOES 33' a 42~ - tomo I- SESSOES 43' a 62' - tomo II- SESSOES 63' a 78~ - tomo I- SESSÕES 79' a ]()()' - tomo11- SESSOES 101'a 114' - tomo I- SESSOES 115'a lS2~ - tomoII- SESSOES I' a 10' (Convocação Extraord.)- SESSOES l1'a 24'-tomolI- SESSOES 13S'a 150'- tomo I- SESSOES 151'a 171'-tomoII- SESSOES 172'al88~-tomo I- SESSOES 189'a 209' - tomo II- SESSOES 21O'a231'-tomo I- SESSOES 232'a 262' - tomo11- SESSOES 263'a Z75' - tomo I- SESSOES 276'a 29S'- tomo 11- SESSOES 1~ a 15' -:' tomo I(ConvocMão Extraordinária).:.. SESSOES l~a 7'~tomo I .- SESSOES 8' a 19' - tomo I- SESSOES' ZO'a 36'-lomoII_.SESSOES l' a 12~ - tomo I- SESSOES 13~ a 2~ ..... tomoII- SESSOES .21'a 3Z"-tomo I- SESSOES, 33~a 42~-tomoII

- SESSÕES 43"a 54'-tomo I- SESSOES 55' a 56~ - tomoII- SESSOES 67' a 79~ - tomo I.:.. SESSOES l' a 11'...:. tomo I- SESSOES 12' a 21' - tomoI[:..- SESSOES 22~ a 32' - tomo I- SESSOES 33' a 44~ - tomoII- SESSOES 45' a 56' - tomo i

, - SESSOES 57' a 67~ - tomoII.:.. SESSOES 68' a S1~ - tomo I- SESSOES 82' 8 93~ - tomoII- SESSOES 94'8 103~-tomo I- SESSOES 104'8 115'- tomoII.... SESSOES 116'a 126" - tomo I- SESSOES 127'a 138'- tomoII- SESSOES 139'a 148'- tomo I- 'SESSOES 149'a 157'- tomo11- SESSOES 158'8166'-tomo I- SESSOES 167~ 8 IS7~ - tomoII- SESSOES I' a 12' - tomo I- SESSOES 13' 8 22" - tomo 11- SESSOES 23' a 30' - tomo I- SESSOES 31' a 43'- tomo11..;. SESSOES "14' a ~tofllo I

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