revista orixas e africanos - abril de 1997

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“0.11' ASE AWOD IM ” í . c P “NKOSISIKELA1’AFJHKA E 0 BRASIL” “Olha o poder da pele negra” * ^ O'' “Deus abençoe a Africa e o Brasil” ÒRÍSÀ* & AFRICAI OS ÓRGÃO OFICIAL DE DIVULGAÇÃO DO CULTO E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA Ano X - Edição n9 41 - Diretor-Presidente: Adhemar D'Ómolu - Editor Chefe: Nelson N. Neto - Diretora-Administrativa: Rose D'Dangbé os Nigérib

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Revistas Orixas e Africanos de Abril de 1997

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Page 1: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

“0.11' ASE AWO DIM ” 0»í .cP “NKOSISIKELA1’AFJHKA E 0 BRASIL”“Olha o poder da pele negra” * ^ O '' “Deus abençoe a Africa e o Brasil”

ÒRÍSÀ* & AFRICAI OSÓRGÃO OFICIAL DE DIVULGAÇÃO DO CULTO E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRAAno X - Edição n9 41 - Diretor-Presidente: Adhemar D'Ómolu - Editor Chefe: Nelson N. Neto - Diretora-Administrativa: Rose D'Dangbé

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Page 2: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

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Page 3: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

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Savalou, terra dos Djedje Mahi e Ouidah, ponto de partida dos escravos para o Novo Mundo.

às suas origens!

Page 4: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

2 m m s- a r u c a d o c ABRIL/1997

EditorialCarOs leitores!Há sempre uma razão para enveredarmos por um

outro caminho em busca de uma mudanças; quando se pensa em mudar alguma coisa, temos sempre a certeza que será para melhor, pois se assim não fosse, para que então efetuar uma mudança?

No mundo da tecnologia informativa, o impor­tante não é vencer, e sim competir. Em agosto de 1989 ao lançarmos o primeiro número de nosso jo r­nal, o fizemos com muito sacrifício. M ais tarde, tivemos uma parada obrigatória. No limiar de 1992, reiniciamos os nossos trabalhos com a mesma espe­rança e a mesma garra, embora soubéssemos que iríamos encontrar muitas dificuldades, principal­mente a financeira. Mas graças a ajuda de inúmeros zeladores e anunciantes, chegamos até o número 33 na cor tradicional que o preto e branco (PB).

No final de 1995, realizamos uma outra façanha, que foi editar o nosso jornal em cores (Edição 34); Hoje, estamos buscando uma nova forma e uma

nova maneira de levar até aos senhores, as notícia, cu ltu ra e os aco n te c im en to s do C u lto A fro Brasileira em formato de Revista.

Para nós, é um a escalada m uito grande, pois , estamos realizando uma das mais difíceis tarefas, ■ que é fazer e por em circulação uma Revista volta­da especialmente para a divulgação do Culto e da Cultura negra.

Não somos o primeiro e também não seremos o últim o à realizar este tipo de trabalho, m ais o importante de tudo, é realizar uma mudança, m a is l que seja pra melhor, e acreditamos que essa mudan­ça, alcançará esse objetivo.

Para tanto, esperamos continuar a receber a soli­dariedade irrestrita de nossos Zeladores e de nos­sos Anunciantes, pois graças a eles, é que de hoje em diante estarem os apresentando aos olhos do mundo este novo visual, este novo Layout de pági­nas, pois, o que ontem era um modesto jornal, hoje passa a ser uma revista.

SumárioPovo de Candomblé, volta às suas origens! - P. 1Disk Santo - P. 03Osvaldo Mutalê - PP. 04 e 05Iniciação dentro da Umbanda na T. E. S. Francisco de Assis - PP. 06 e 07Abassá de Azunsu - P. 09 Danielle de Yemonja - PP. 10, 11 e 12 Nossas Ervas Medicinais - P. 13 Coluna da Mulher - P. 14Nação Jeje perde seu Guerreiro Branco - PP. 15, 16 e 17 Nossos Deuses Africanos - Exu Elegbará - PP. 18, 19 e 20 Cheif lyalode Ifafunke Motunra-io Olagbaju Yeye Oshun Of Lagos-Land - Lagos Nigéria - PP. 21, 22 23 e 24 A grande festa da Cigana Rainha das Estradas - P 25 Tiãozinho de Oxóssi - PP. 26, 27 e 28 EsoterismoVamos falar dos Ciganos - P. 29 As velas na mitologia Cigana - P. 29 Aries - O signo do mês - PP. 30, 31 e 32 Aromaterapia - Perfumes - P. 33No Caderninho da Kriz & Sociais de Rose D’Dangbé PP. 34 e 35 Religião - P. - 36Vânia de Freqüen recebe obrigação de 3 anos - P. 37 Marina de Oxaguiã tira mais um barco - P. 38 Ebâmi Loiá “Lelê do 40” , recebe obrigação de 21 anos - PP. 39 e 40

0 R15AS £• AFRICANOJornal Òrisàs & Africanos - Artes Gráficas e Editora Ltda - ME

Diretores Responsáveis: Rose D'Danc)bé & Adhemar Costa ÒRISÀS & AFRICANOS - “OJU ASE AWO DÚDU”

Órgão Oficial de Divulqação do Culto e da Cultura Afro-BrasileiraO E S P A Ç O

Fundado no dia 16 de agosto de 1986, por Adhemar B. da Costa Registrado no INRI, sob o ns 100542945, em 07 de maio de 1987

EDITOR CHEFE: Nelson Noronha Netto DIRETORA ADMINISTRATIVA - Rose D’Dangbé

EDITOR E REPÓRTER FOTOGRÁFICO - Adhemar D’Omolu Administração, Redação e Circulação

Rua do Governo, 408 S/202 - Realengo - RJ - CEP. 21770/100

338-0173Os textos, fotografias

e demais criações intelectuais publicadas neste exemplar, não podem ser utilizados,

reproduzidos, apropriados ou

estocados em sistema de banco de dados ou processo similar, em

qualquer forma ou meio-mecânico, eletrônico, microfilmagem, fotocópia, gravação etc.

Sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais. Produção Gráfica: Editora SAVIR - Telefax: 627-4269 Todos os direitos sobre matéria, reportagem e fotos

desta edição, são reservados à:Jornal Òrisàs & Africanos - Artes Gráficas e Editora Ltda - ME

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ABRIL/1997 O li f E A f . f:- f im c p . im 3

Osvaldo Mutalê recebe obrigação de 14 anos

OA b a s s á de O x ó ss i M u ­talê, que fica

lo c a liz a d a à R ua A lexandre A m aral,160 - J d . T erra Firme - Santíssimo - CEP 23098-120, vi­veu nos dias 08 e 15 de d e z e m b ro , m o ­mentos de rara beleza e e sp le n d o r , p o is o Babalorixá Osvaldo M utalê pode realizar o seu grande sonho, que fo i f e s te ja r a obrigação de seu 14 anos, dada pelo seu zelador Odé Taió.

C om o sabem os m uito bem , re ceb e r uma obrigação atual­mente, está sendo uma co isa m u ito d if íc il , levando-se em consi­deração que, a atual falta de numerário por p arte de quem quer que seja, está levando muitos filhos-de-santo a adiarem a realização da m esm a, p o r esse motivo, mesmo tendo já seus 21 anos de santo raspado, pode somente naquela data, o zelador receber a de 14 anos.

DAS GRANDES PRESENÇAS

Foi uma festa mui­to concorrida, tanto a re a liz a d a no d ia 08 q uan to a no d ia 15, que co n to u com o comparecimento de vários irmãos-de- santo, de todos os seus fdhos, e ami­gos, que foram participar da grande festividade em louvor a Oxóssi e a Oxum, entre elas estavam: Nenen de Nanã, Ekédi M ariza de Ewá, Jô de Oyá, Ekédi Adilceia da Oxun, Josilene

de Iansã, Arlindo de Xangô, Coquinho de Oxóssi, Waldo de Oxóssi, Sônia de Xangô, M ônica de Ogun, D ayse de Yemanja, Marcley de Logun, Geraldo de Onira, E lair dos Santos, Gelson G uim arães, R o b er to do Ogun, Juvenal, Nininha de Oxalá, M aria do

Socorro , E kéd i D e- n ize de O b a lu a iê , Fomo Regina de Ian­sã, Fomotinho D ani­el de O xaguiã, S a l­vador, D o fo n itin h a J a n a in a da O xun, A lvan ir, R en a ta da Oxun, Margana, M í­riam , A n a C ris tin a da Oxun, Maria A pa­rec id a de X a n g ô , S erg in h o da O xun, Ana Lúcia da Nanã, Serginho de Ogunté, L á za ro de X angô, Ogã Acarajé, Sandra, Z élia , F á tim a da Oxun, Sônia, Izabel, Vilma da Oxun, N il- céia de Nanã, Maria do Carmo, Valter de Oxalá, Conceição de Oxalá, Alex de Oxós­si, N euza de Iansã , Sueli de Iansã, Diogo Sérgio , A na L úcia , O lin d in a S a n tana , Angélica, Sueli, Alice, Alice de Xangô, Ekédi V aléria de O xóssi, Maria Rosa, Sônia de Iansã e Ogã César de Oxóssi; dos filhos da casa: C onceição de Xangô, Diná de Oxa­lá, A d r ie n e (M uta- kevi de Iansã); Nor­m a (M u ta c o s s u n de O s s â im ) ; B e r - n a d e te (M utaloxun da Oxun); Fábio (Mu- tairá de Xangô); Dir- ce (M uta O dé A roci de Oxóssi); Fabiano (M u ta O dé G ongo- birô de Oxóssi); R o­

n a ld o d e O gu m , A cy de Ia n sã , M arco de Ogum, Wilson de Iansã, S érg io de X angô, A na de Ogum , Ricardo de Oxumarê, Sandoval de Oxóssi, Wanderley de Xangô, Wal- la ce de O x ó ssi, V in íc iu s e M ar- quinho do Ogun.

Page 6: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

4 q m w .z {:■ A ri ifCANOí ABRIL/1997

As entradas triunfais de Oxóssi e de Oxum

Tanto no dia 08 quanto no dia 15, o que os convidados pude­ram presenciar foi um espetá­

cu lo m arav ilh o . O dé Taió sem pre p re sta tiv o , fez tudo o que poderia fazer para que o brilhantismo do ritual não fosse empanado, e isso ele conse­guiu, graças a seu esforço como tam­bém, de seus filhos e netos, que deram tudo de si.

No dia 08, depois das apresenta­ções h ab itu a is , ch eg o u o g rande m omento do Orixá patrono adentrar ao barracão devidamente paramenta­do, a fim de tomar o tradicional rum,

Oxum Rainha de Oyó, Deusa das águas doces, rios, lagos,

cachoeiras e também da riqueza e da beleza

e quando isso ocorreu, o Orixá rece­beu uma grande ovação por parte de todos os presentes. O svaldo teve o p ra z e r de d a r a seu pai O xóssi M utalê, uma vestim enta riquíssima, em reconhecimento a obrigação de 14 anos recebida.

No dia 15, quando foi comemorado os 7 dias de sua obrigação, foram ren­didas as justas e merecidas honrarias sua mãe Oxum , e a m esm a ganhou uma indumentária digna do seu título - Não só de Rainha de Oyó, como tam­bém, de Deusa das águas doces - rios, lagos, ca ch o e ira s - bem com o da riqueza e da beleza. E mais uma vez os assistentes prestaram-lhe as devidas homenagens, e em altas vozes grita­vam a sua saudação Ora ieiê ôôô - Eri ie iê ôôô. E ela m ostrou toda a sua be leza e seu fa sc ín io , dançando e fazendo os seus atos característico, - como se estivesse banhando-se, pen- teando-se, perfumando-se e colocando as suas ricas jó ias. E para m ostrar todo o seu carinho e respeito, os seus filhos jogaram pétalas de flores e per­fume no Orixá. Depois de toda essa

saudação, a mesma iniciou a sua des­pedida, deixando nas mentes de todos os conv idados p resen tes, a doce e meiga lembrança de sua presença, e a e s sê n c ia do p erfu m e que ex a lav a ainda no ar..

Em ambas as festas, o Babalorixá Osvaldo Mutalê, fez questão de ofe­recer aos seus convivas, um jan ta r digno de um rei e de uma rainha,

onde os mesmos se deliciaram com uma farta e sofisticada qualidades de iguarias, que foi acompanhado com vinho, refrigerante e cerveja.

Essa festa em homenagem a obriga­ção de 14 anos do Babalorixá O s­va ld o M u ta lê , f ica rá a rq u iv ad a e entrará na história das grandes festivi­dade de candom blé rea lizad as no Estado do Rio de Janeiro. ■

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ABRIL/1997 O [USAS í' AFRICANOS 5

Nação Jeje M ahi perde o seu Guerreiro Branco

Muitos ainda não estão acreditando, mas o fato ocorreu, e foi

um choque para todos que compareceram ao Ilê de São Bento a fim de comprovarem se era ou não verdade, e ao chegarem lá, puderam consta­tar a triste e dolorosa perda, morreu Luiz D’Jagun.

permaneceu nove anos em casa de Ilber mas não raspou o seu santo com ele, isso foi m otivado por causa do seu Exu, tendo no entanto, assen­tado o seu santo, e com o seu centro de Umbanda que ficava localizado à Rua Coimbra n° 450, onde ele cuidava de mais de setenta médiuns.

QUEM FOI ESTE HOMEM?

NASCE O “MITO LUIZ DE JAGUN”

Dona Ercília, achou por bem, não mexer em seu Orixá, embora soubesse que o mesmo era filho de Obaluaiê.

Aos 15 anos de idade, Dona Ercília encaminhou-o à Casa do Caboclo Roxo, que ficava situado na Praça Seca, a partir daí, o mesmo passou a freqüentar o Terreiro, que era de Umbanda, - Omo- locô -, passando então a receber os seus Guias esp irituais , Exu da Pedra e Caboclo da Lua Alta.

Quando tinha seus 18 anos, Luiz pas­sou a freqüentar algumas casas de can­domblé, mas os seus Orixás ainda não haviam se m anifestado, em bora o mesmo sentisse influência de Oxumarê, Obaluaiê e Oxalá, e foi nesse estado que ele chegou até à casa de Ilber de Azauani, e tomou o seu primeiro Bori. Nessa oportunidade estavam presente o já falecido Jorge D’Yemanjá que ajuda­va muito o Ilber e a Ekédi Tereza. Luiz

Luiz nasceu às 15 horas do dia 24 de fevereiro de 1947, numa segunda feira de carna­val, na Beneficência Espanho­la, na rua do Riachuelo; Mais tarde os seus pais foram morar na Ilha do G overnador; na Tijuca e de lá mudaram para a Rua Belisário Pena, na Penha, onde o mesmo passou a maior parte de sua infância e de sua juventude.

Luiz foi empresário; Cria­dor do primeiro Vídeo de Can­domblé no Brasil; Foi enredo de Escola de Samba; Im or­talizado no Museu da Imagem e do Som; Criador de vários eventos; Produtor Carnavales­co; Radialista - apresentador do mais antigo programa do Culto Afro “Despertar do Candom­blé”, iniciado na Rádio Continental e levado ao ar atualmente pela Rádio Tamoio - e Escritor.

INÍCIO DE SUA VIDA ESPIRITUAL

Sua vida espiritual iniciou-se aos 9 anos de idade no Terreiro de Umbanda de Dona Ercília, da Vovó Maria Baiana, que ficava localizado nos fundos de sua residência. Mas a sua via espiritual ficou mais aguçada, foi quando aos 4 anos de idade, pode acompanhar os seus pais em uma viagem à Portugal, e ao chegar lá, teve o privilégio de colocar as suas pequeninas mãos no túmulo de São Bento.

Quando já estava com seus treze anos de idade, Luiz sentiu a necessida­de de cuidar de sua parte espiritual, mas

Em 18 de maio de 1974, Luiz foi raspado por seu Zezinho da Boa Viagem, econtinuou a cuidar se seus (70) filhos e transferiu-se do número 354 para o número 450 da mesma Rua Coimbra, onde inaugurou a sua primeira casa de Candomblé, pois o espaço era maior.

AS GRANDES FRASES DITAS COM ORGULHO

- Sou filho de Zezinho da Boa Viagem; neto de Antônio Pinto “Tata Fomutinho”, que vem ser do Kwê Cejà Undê, sou bisneto de Gaikú “Maria Angorense”.

- Na claridade há sempre uma sombra, eu sou a luz com certeza!

- Hei! Menino me chama o Machado!

FAZER O SANTO

Doutra feita, ao ser perguntado como ele se sentiu após fazer o seu santo, Luiz enfatizou:

- Fazer Santo para mim, fo i um novo horizonte; as mãos de meu zelador foram leves, e eu consegui não só um amigo, mais sim, um pai.

O mundo do Santo, prosseguiu Luiz, me trouxe novas amizades; e ao abrir a minha casa, eu fu i privilegiado pêlos Orixás, pois, ao recolher os meus pri­meiros barcos, eu pude contar com a presença de meu zelador.

Tanto assim, que no convite de minha feitura, fiz questão de colocar essa peque­nina frase muito significativa: - “Nada se modifica, tudo se Transforma”. a»

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6 ABRIL/1997

A prim eira hom enagem

Em 1975, na segunda edição do Jornal Ritual e Magia, do fina­do José D ias R oxo, L uiz foi

eleito como:- “A maior revelação jovem de 75 no

Candomblé do Rio de Janeiro.• A CRIAÇÃO DO “ILÊ DE SÃO BENTO” - Ao completar um ano de santo ele conversou com o seu zelador e decidiram reco lher o seu prim eiro barco, sendo Humberto de Oxóssi o seu Rumbono, depois deste, mais vinte e um barcos foram recolhidos, e das setenta pessoas que o acompanha­va, sessenta e três lhe esperaram e fizeram santo com ele.

Como o espaço físico tornou-se pequeno, Luiz resolveu comprar - sem dinheiro - um o sítio localiza­do na Estrada do Quafá 678, em Santíssimo, com aproximadamente 5.000 metros quadrados. Os seus amigos acharam aquilo uma loucu­ra, pois o terreno era uma mata fechada e ele estava sem dinheiro.Mas mesmo assim ele topou a briga e durante muito tempo, com­prando com sacrifício, material de demolição, ele conseguiu construir a Casa de Jagun, surgindo assim o Ilê de São Bento, onde ele con­seguiu uma grande façanha, ras­pando mais de 676 filhos-de- santo, confirm ando inúm eros Ogãns e Ekédis, de seus filhos de santo surgiram muitos netos.• CANDOMBLÉ NÃO SE FAZ SOZINHO - Uma vez esse repórter per­guntou-lhe, como ele se sentia em ter sobre os seus ombros, a grande respon­sabilidade de cuidar de tantas pessoas que lhe procuravam e de seus inúmeros filhos. E com aquele sorriso matreiro, Luiz me respondeu:

- Olha! E uma coisa que eu não sei explicar. Sei que é muito difícil cuidar de tantas pessoas; de ficar aqui às vezes enclausurado; perdendo a minha moci­dade; deixando de me divertir. Mais eu sou fe liz assim mesmo. E como todo mundo sabe, casa de candomblé é assim mesmo, e candomblé não se faz sozinho.

Muitas pessoas - inclusive as que estão dentro do candomblé - falam mal de nossa religião, mas para mim o can­domblé é uma família, e terá sempre os mesmos problem as que uma grande família tem, há ciúme entre os próprios irmãos, pois um acha que eu dou mais atenção há um do que há outro, mas para isso, o dirigente, tem que saber conduzir essas pessoas que fazem parte

da família.Mas quando existe uma dificuldade,

todos se dão às mãos e se ajudam. E é por essa razão que volto afirmar a você, meus filhos-de-santo, são muito bons; são solidários e se respeitam entre si, as casadas sempre trazem os seus maridos, formando desta maneira, uma grande comunidade.• O INÍCIO E O FIM DA “CHICAXOXA” - Com o falecimento do Doté Luiz de Jagun, termina um dos quadros mais polêmico de um programa de rádio,

que é o famoso “Chica Xoxa”. Algum tempo atrás, Luiz me confidenciou que o objetivo do quadro polêmico “Chica Xoxa”, era apenas brincar com as pes­soas sem citar nome de ninguém, há não se estivesse autorizado para tal. Ele fazia a coisa de uma maneira jocosa, e sempre que isso ocorria, a “pessoa” encaixava direitinho a carapuça em sua cabeça. Além desse quadro que agora se encerra com o falecimento de Luiz, ele também levava ao ar os seguintes: Ativando os Axés; Folheando um livro chamado Axé e Como vai você, esses quadros tinham com objetivo louvar e reveren­ciar os Axés de todas as nações, bem como, enaltecer o Candomblé e valori­zar o povo-do-santo.

Um outro quadro que passou há ser até motivo de bate boca dentro e fora do Candomblé, era No tempo da antiga. Ao apresentar esse quadro, ele chamava à atenção de todos para as normas e éti­cas de respeito que o povo-do-santo devia cultivar.

• ASSIM O POVO Q UIS...O S MELHORES DO CANDOMBLÉ - Afim de valorizar mais ainda o povo do candomblé, Luiz que tinha uma imagi­nação muito grande, criou várias coisas importantes no sentido de difundir a nossa religião, e uma delas foi o tão polêmico vídeo sobre a cultura afro- brasileira falando sobre o dia-a-dia de uma casa de candomblé. Esse vídeo foi lançado em todo Brasil. Nesse vídeo quis Luiz mostrar não só a sua ativida­de na área cultura, como também, valo­

rizar o culto e as pessoas. Pois segundo as suas palavras, o Pai- de-santo é na realidade um psi­cólogo; um advogado; e um con­selheiro, onde tem como finalida­de, desenvolver uma ação social da maior importância.

Em 1994 Luiz apresentou no Scala pela primeira vez um dos grandes show - onde pode reunir mais de três centena de adeptos do culto e da cultura afro-brasileira - intitulado Assim o povo quis...os melhores do Candomblé, que segundo as suas palavras, tinha o objetivo de mexer com a mente das pessoas, no sentido de que as mesmas não tivessem vergonha de dizer que eram condomblécistas. Esse show foi apresentado nos anos de 95 e 96, sendo que, em 24 de setem bro de 1996 foi no Imperator, e o seu objetivo era prem iar inúm eros Zeladores,

Ekédis, Ogãns e C om unicadores do Rádio e da Imprensa que difundem a religião.• OS VINTE E UM ANOS DE LUIZ AO SOM DE ÓRGÃO E VIOLINO -No dia 27 de maio de 1995 quando comemorou os seus 21 anos de feitura. O Doté Luiz de Jagun, organizou uma das maiores festas de candomblé já reali­zada no Estado do Rio de Janeiro, sendo por nós registrado como “o maior espe­táculo do semestre” Nessa oportunida­de foi registrado que mais de 2.500 pes­soas comparecerem ao Ilê de São Bento,- entre os mais famosos Zeladores do Rio de Janeiro - que puderam pela pri­meira vez, aguardar o início de uma festa religiosa ao som de músicas suá­veis executadas por uma organista e quando terminou a festa religiosa, o Dote convidou-os para participarem do Jour Gras, sendo os mesmos recebidos ao som de Violino. As comemorações pelos seus 21 anos, só term inou na segunda-feira. ^

1

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ABRIL/1997 ORÍSAS £'• A FR IC A N O S 7

Luiz é internado e operado

Logo depois das comemo­rações dos seus 21 anos de santo, o Doté Luiz foi

internado e subm etido a uma intervenção cirúrgica, e nessa época muitas pessoas do can­dom blé ficaram preocupadas pelo seu estado de saúde, mas graças à Deus o mesmo se saiu bem e retornou às suas ativida­des espirituais. E quando reali­zou o seu tradicional Olubajé, e ao responder uma pergunta for­mulada por nosso reportagem, o mesmo enfatizou:

- O meu pai Jagun provou que me quer muito e que eu sou um bom filho. Tudo que tenho e tudo que sou, agradeço a ele; sei que a vida é uma constante guer­ra, e graças ao meu Pai Jagun, vou vencendo às batalhas que me são impostas: mais eu sou filho de quem? Não é de um Guerreiro! Agora mesmo acabei de ser presenteado, e todos que me conhecem sabem qual fo i o presente, eu mesmo fiz questão de informar ao meu público e o meu presente, também deu ampla repercussão ao assunto, - esse presente era o retorno ao Ilê de sua filha Gina de Iansã - Portanto, a vida é isso que eu disse, uma constante guerra, onde nos que somos filhos de Orixá e guerreiros, temos que saber lutar e esperar, pois, a paciência, é uma dádiva dos grandes sábios.• LUIZ ORGANIZA PASSEATA DE PROTESTO - No dia 12 de outubro de 1995, um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, num gesto impensado ou querendo se promover, diante das come­ras de TV chutou a Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Esse gesto gerou as mais discutidas polêmicas entre cató­licos e espíritas do Brasil.

No dia 14 de novembro, o Doté Luiz de Jagun organizou e colocou no centro nervoso da cidade - Av. Rio Branco e Presidente Vargas - inúmeros adeptos do Candomblé e da Umbanda do Rio de Janeiro, com o seguinte lema: - Deus é um só! Agredir a religião dos outros, também é violência.

Esse ato praticado pelo finado Luiz, mostrou a sua eterna preocupação com a nossa religião, tendo em vista que, o ato praticado pelo pastor, foi uma afronta aos seguidores da religião católica, da umbanda e do candomblé, tendo em vista ser N.S. da Aparecida a padroeira

do Brasil.• LUIZ É IM ORTALIZADO NOMIS - Numa deferência toda especial entre tantos zeladores ae santo existentes no Estado do Rio de Janeiro, o Doté Luiz de Jagun em 1995 foi convidado a prestar os seus depoimentos e tornou-se assim im ortalizado no M useu da Imagem e do Som. Nessa oportunida­de, com pareceram inúm eros filhos, netos-de-santo e amigos, que foram levar o seu apoio e a sua estrita solida­riedade.• SEU ÚLTIM O DESEJO DEVE SER RESPEITADO - Nossa reporta­gem tomou conhecimento que, antes de falecer, o Doté Luiz de Jagun havia feito um testamento, no qual doava todo o espaço do Ilê de São Bento, para uma Entidade Filantrópica “Azilo dos L eprosos” , e que, um O ficial de Justiça deu o prazo de 90 dias para desocuparem o espaço físico. Em se tratando de testamento, a vontade do testamentário deve ser respeitada.

Não nos cabe entrar no mérito da questão, pois seus herdeiros legítimos - Ekédi Alda e Ialorixá Fátima D’Oxa- guiã, devem respeitar o desejo, que quando em vida, Luiz manifestou.• CANDOMBLECISTAS SE DESPE­DEM DO “GUERREIRO BRANCO”- Nos dias 20 e 21 de fevereiro, inúme­ros adeptos do Candomblé e da Umban­da, comparecerem ao Ilê de São Bento e ao Cemitério do Caju, a fim de presta­rem às suas últimas homenagem a esse bravo guerreiro, que iria completar no dia 24\2\97 cinqüenta anos de idade. Tudo já estava preparado para ser a

Doté Luiz D ’Jagun 24 Fevereiro 47 20 Fevereiro 97

m aior festa , onde vários am igos já tinham inclusive, recebido o convite para participarem da festividade.

Mais isso não pode acontecer, e ao invés de rirem e se divertirem, todos que com pareceram ao Ilê de São Bento desta vez, foram para chorar e lamentar a perda tão irreparável.

Sabem os perfeitam ente que não somos imortais; que estamos apenas de passagem, mas mesmos assim, é uma situação muito triste, muito dolorosa. Para alguns, foi apenas mais um que par­tiu, mais para os seus familiares; para os seus filhos-de-santo e para o Candom­blé não.

O povo-do-santo sabe muito bem o que perdeu, e por algum tempo ainda irá se lembrar de suas brincadeiras, - da C hica Xoxa - de seu gesto, de sua maneira de ser; das grandes festas reali­zadas no Ilê de São Bento, enfim... não devemos blasfemar conta os desígnios de Oxalá, porque irmão, você criou uma lenda, onde a frase era: Assim... O povo quis, os melhores do Candomblé.

Permita-me plagiar essa sua frase e com tristeza dizer: - “Assim”... Jagun quis, levou um dos melhores do Jeje Mahi”

Descanse em paz Luiz, e queira receber onde você estiver, essa humil­de homenagem, deste seu irmão que também é um “Guerreiro Düdü” e de sua irmã Rose D’Dangbé.

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8 oRfCAc & /¡.rnrc/i.Mos ABRIL/1997

NOSSAS ERVAS MEDICINAIS

Existe pessoas que não gostam de usar determinado tipo de remédio e prefe­rem as nossas queridas plantinhas comumentes chamadas ervas medicinais.

Como sabemos muito bem, o uso de plàntas medicinais requer no entanto, um certo cuida­do, pois como diz o velho ditado, o que é bom para um não é para outro; mas no fundo mesmo elas não causam nenhum mal - depen­dendo do seu uso certo. Ao adquirir ervas medicinais, tenha sempre o cuidado de que as mesmas estejam bem frescas e em bom esta­do. Se por ventura você não for usá-la ime­diatamente, coloque-as na geladeira enroladas em papel jornal e na última gaveta, a fim de que a mesma não venha queimar-se com a temperatura baixa. Mais é aconselhável que você deve usá-las o mais rápido possível, pois muitas ervas perdem a substância da sua essência.Chá - Ensinar a fazer chá soa até ridículo. Afina, pode existir alguém neste mundo que não seja capaz de preparar uma bebida quen­te com um punhado de folhas? E pouco pro­vável. Mas quando se trata de chás medici­nais, não custa nada relembrar algumas regri- nhas básicas para que o resultado do trata­mento seja o melhor possível.* Use sempre bule de louça ou vidro. Os de metal, além de oxidarem o conteúdo, podem desprender partículas não muito saudáveis.* Prefira, sempre que possível, ervas frescas. Descarte as mofadas ou amareladas.

* Não se deve adoçar os chás. Mas se você não conseguir tomá-lo, use, pelo menos, mel puro ou açúcar mascavo. Refinado, jamais.Tome o chá, no máximo, 15 minutos depois de preparado. Não guarde o resto. Ele perde as propriedades.Use água filtrada ou mineral sem gás para fazer seus chás. Assim, você diminui a quan­tidade de produtos químicos usados em seu tratamento.

COMO PREPARÁ-LO Infusão ou tisana - É usada para os chás de flores ou folhas. Quando a água levantar fer­vura, apague o fogo, jogue as ervas e abafe. Ao jogas as ervas na água quente, o processo de fervura se renova por alguns segundo. As infusões são feitas de uma só erva ou de mis­turas. Depois de 10 a 15 minutos, o chá pode ser tomado.Decocção - E feita com as partes duras da p lanta: raiz , caule, casca ou sem ente. Coloque tudo na chaleira e ferva em fogo baixo até começar a sentir bem o cheiro da planta. Em seguida, apague o fogo, deixe o chá esfriar naturalmente, coe e beba. Maceração -Não vai ao fogo. Mistura-se as ervas na água, v inagre, óleo ou vinho. Aguarde-se um certo tempo, que pode ser de algumas horas ou semanas. A maceração feita em água não deve ser consumida depois de 12 horas por causa da formação de bacté­rias.

Dicas do Bem ViverEnfarte do miocárdio - Como preventivo, ingira freqüentemente cebolas assadas, fri­tas ou sob forma de sopas.

Artrite, ciática e reumatismo - Cozinhe folhas e flores de verbena em um pouco de vinagre. Assim que tiver evaporado, colo­que a verbena sobre um tecido e aplique a cataplasma quente sobre a parte dolorida.

Problemas com os olhos - Se os seus olhos estão avermelhados porque você passou da conta na bebida, ou porque não dormiu bem, coloque em um copo cheio de água recém-fervida 1 colher das de chá de flores de camomila ressecadas. Deixe as flores na água por cinco minutos e, em seguida, coe a mistura, de preferência usando um pequeno tecido bem fino. Espere a mistura esfriar e banhe os olhos.

Inflamações de dentes e garganta -Macere um punhado de cocleária seca por 5 dias em lOOml de álcool 60°. Filtre e tome 10 gotas em 1 cálice de água morna.

Tosse - Coloque 5 ameixas em meio litro de água fria e ferva por 10 minutos em fogo baixo. Adoce com mel, beba o líquido em pequenos goles e coma os frutos.

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Page 11: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

ABftlL/1997 9

lyaolóòrisá Danielle D'Yemen ¡a tira mais um barco

Òsóòsi, Osun e Yemonja

Mais uma vez as portas do Ilê Ase Yemonja Solú Tuyagba Omi foram abertas, a fim de

que, os ilustres adeptos do culto afro- brasileiro e altas autoridades, pudessem ultrapassar o umbral, a propósito de participarem da grande festa realizada no dia 26 de janeiro.

Essa jovem Ialorixá, a cada dia que passa, vem despontando no cenário Candomblecista do Estado do Rio de Janeiro, tanto assim que, nas festas que são realizadas em sua casa, aparecem sempre novos convidados, mostrando desta m aneira que, não só os novos como também os antigos zeladores vão lhe p restig iar e conhecer o Grande Palácio de Yemonja, localizado à Rua Soldado Cristóvão Garcia - Quadra 20- lote 8 - Vila leda - Campo Grande.

No dia 26 por exemplo, além de seu zelador Antônio Carlos de Oxóssi; de sua genitora Zanir de Logunedé, e dos filhos da casa que são as figuras mar­cantes em todas as festas realizadas no llê, nossa reportagem constatou a pre­sença das seguintes personalidades do candom blé e do mundo a rtístico : Ia lo rixá R egina Célia do A x é Opô Afonjá; Guilherme de Ogum” avô de san to de D a n ie lle ”; C ândido de Bagan; Atriz Léa Vibranovisk; Mina Karê, Ozéias de Iansã, Cafunjaname; M atam ba Lesô; Ivo n e te “Ia la x é ”; Tânia da Oxun Bauila; Ogã Acioli; Ekédi Rosimere de Oxóssi; Carlinho de O gun; O lodo Obá W illiam de Oxaguiã; Jaune’s de Ogun; Paulo de Xangô; Robson de Guiã; Ana Carolina de Ia n sã ; M aria Isa b e l de N anã; Namia de Xangô; Marcelo; Márcio de Oxóssi; Carla do Ogun; Anastácia de Obaluaiê; Antônio de Ogun; Cleusa de Logun; Nádia de Ogun; Andreia de Iansã; Zeli da Oxun; Jorge de Jagun; Kátia de Iansã; Adriana de Xangô; E u ze lv i de O xum arê; João de Yemanjá; Marli da Oxun; Valdete de O xalá; A n tô n io C arlos de O gun; Ju d ite de O baluaiê; A lexa n d ra de Obaluaiê; Rosilene de Oxóssi; Rogério de E xu ; L ú cia de O xóssi; Iara de Iansã; Ivia de Iansã; Ana da Oxun; E kéd i K átia de Ia n sã ; P aulo de Logun; Lurdes de Oxóssi; Ekédi Daise

de O gun; X im ene de Óba; N eli de Oyá; L u iz A lb erto de O xaguia; V alqu iria de Oyá; M arcos de Yemanjá; Fábio de Omolu; Bárbara de Obaluaié; Tuca de Yemanjá; Daniel de Odé; Bruno de Logun; Álexandra,

noiva do Yaô da O xun; L idivan de O xóssi; W alter de O xalá; E kéd i Jo rg e te de O xóssi; Jo rg e L u iz de Xangô; Dengo de Xangô; M anoel de Ogum; Graça da O xun; L uciani de Iansã. &

“O que importa é moderar

a confiança com cautela e segurar o valor com

a vigilância’

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10 GRfSAS & A FR í CA MOS ABRIL/1997

A f o v o s /« ¿ T s os sews Orunkó’sinda que tenha sido realizada em dia de domingo, a festa foi bem concorrida, embora tenha

chovido em alguns m om entos, mas mesmo assim, além das pessoas acima citadas, haviam outros convidados. Eram 18:50 hs quando ocorreu a pri­meira saída do novo barco, vindo na ordem tradicional do barco, vindo à frente Osóòsi, seguido de Osun e de Yemonja.

N essa p rim eira ap resen tação ao público, podia-se ver como deveria ser as d em ais , ten d o em v is ta que a Ia lo r ix á D a n ie lle e o B ab a lo rix á Antônio de Oxóssi - seu zelador -, rea­lizaram o tradicional ritual dentro da nação Efã, onde foram cantados inú­meros oríki’s “cântico de louvor que con ta os a tr ib u to s e fe ito s de um Orixá”.

Na segunda saída, que ocorreu às 20:15 hs, mais uma vez pudemos ver a simplicidade estampada no semblante da Ialorixá Danielle, aliada com a res­ponsabilidade, levando-se em conside­ração que chegara o grande momento

da fe s ta , que é o u v ir o nom e dos Iaô’s.

Coube ao Babalorixá Guilherme de O gum , p e d ir o O runkó do Iaô de Oxóssi, e isso ocorreu às 20:17 hs; às 20:20 hs, a Ialorixá Regina Célia de Yemonja, pediu ao Iaô que desse o seu Orunkó para que todos os presentes pudessem ouvir; e finalmente às 20:24 hs, coube ao B ab a lo rix á A n tô n io Carlos solicitar o Orunkó do Iaô de Yemonja.

Como sabemos muito bem, quando ocorre esse fato - já citado por mim em inúmeras reportagem -, às pessoas novas e até às antigas de santo, viram em seus O rix ás , m o stran d o desta forma, a força do Axé. Isso ocorreu em casa de Danielle e ocorrerá sempre em todas as casas de santo, pois faz p a r te do r i tu a l C an d o m b lec is ta . Depois que os novos Iaô’s deram os seus O ru n k ó ’s, os m esm os fo ram recolhidos, a fim de trocarem as suas indumentárias, e posteriormente retor­narem ao salão, a fim de tomarem o tradicional rum.

Antônio vira em seu pai OxóssiO utro m om ento m arcan te da

festa , fo i quando G uilherm e de Ogun, virou Oxóssi na cabeça do B abalorixá Antônio, seu filho-de- santo. Esse ato foi afim de prestar as devidas homenagem não só a An­tônio, que estava completando seus 29 anos de santo de Antônio, como também a seu Pai Oxóssi.

Quando isso ocorreu, vários zela­dores que estavam presentes assistin­do a festa, também viraram em seus Orixás, entre esses zeladores estavam Cândido de Bagan, Marcelo de Iansã e C arm em de O xum arê, em bora, tenha havido outros mais, que não nos foi possível anotar os seus nomes.

Tão logo isso ocorreu, os Orixás foram recolhidos, a fim de trocarem as suas indumentárias, enquanto isso, foi feito uma pequena pausa, ocasião em que foi servido aos convidados, aque­les gostosos salgadinhos, acompanha­dos do tradicional refrigerante.

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ABRIL/1997 èiisM b m m u m iiA entrada triunfal dos Orixás

Depois da tradicional pausa, che­gou o momento triunfal da festa, foi quando todos os O rixás

adentraram ao salão, devidamente para­m entados, vindo à frente Oxóssi de Antônio, seguido dos dem ais até ao mais novo Iaô. Foi um espetáculo de rara beleza, onde mais uma vez pude­mos constatar o bom gosto das confec­ções ap resen tadas e usadas pêlos Orixás. Aliás, a esse respeito, a Ialorixá Danielle está de parabéns, porque a cada dia que passa, ela mostra ao públi­co o seu bom gosto, aliado com a sim­plicidade, não importa se é Iaô ou quem for ã sua casa, pois, os Orixás quando vão para o salão a fim de tomarem o tradicional rum, adentram ao salão ricamente paramentados, dentro de uma simplicidade, pois vestimenta de Orixá não é fantasia de carnaval. E de um a um, o público que a essa altura superlo­tava o barracão, pode assistir as tradi­cionais danças dos Orixás e fazer coro nas mais lindas cantigas..

• Oxóssi suspende Ogã - Durante o transcurso da festa, pudemos também assistir Oxóssi virado do Babalorixá Antônio Carlos, suspender o seu novo Ogã, - Antônio Carlos de Oxaguiã, que vem há ser esposo da fu tu ra Ekédi, que será confirmada no próxi­mo dia 17 de maio de 1997 - foi um ato não esperado pelo público presente, e que abrilhantou mais ainda a festa, porque o futuro Ogã irá sempre lembrar que foi suspenso no dia da saída dos três Iaôs.

Mais tudo que é bom dura pouco, e depois que todos os Orixás - Oxóssi,Oiá, Oxum, Yemanjá - receberam o tradicional, a festa foi chegando ao seu final. E quando isso ocorre, nota-se na fisionomia dos convidados, a grande tristeza , pois a luz que em anou em todos os momentos, estava prestes a se apagar, a fim de dar lugar a outro cená­rio, que é a confraternização entre os convidados, momento em que é servidoo tradicional jantar.

Foi lindo, muito lindo, e temos cer­teza que essa festa entrará para os anais da história do candomblé no Rio de Janeiro. Valeu Ialorixá Danielle, que sua Mãe Yemonjá possa lhe dar muitos anos de vida e saúde, a fim de que você continue a ajudar aqueles que batem em sua porta, pois você é uma das poucas zeladores que vive para o santo e não vive do santo. Axé! muito Axé. ■

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12 O m AS ft AFRICA M i ABRIL/1997

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Page 15: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

ABRIL/1997 ORfSAS & Arrrt€ftw<js 13O Culto Afro - 1 ° ò R i s À

Exu ElegbaráBem meus queridos leitor, a partir

desta nova edição, vamos apri­morar os nossos conhecimentos,

vou atender os inúmeros pedidos de nossos leitores, que concerne em falar sobre os nossos Deus Africanos, que são os nossos O risàs. É um a honra m uito grande, falar sobre as nossas divindades oriundas das regiões africa­nas e que fazem parte da nossa religião afro-brasileira.

• XIRÊ “SIRÉ” - Muitos freqüenta­dores de candomblé ouvem falar nessa palavra, e poucos sabem o seu signifi­cado na essência da palavra. Ela tam­bém é confundida como Oro” parte da cerimônia ritual que tem a finalidade de “acordar” os orixás = toques mais intensos, cânticos especiais”. O Xirê é a ordem em que são tocadas, cantadas e dançadas as invocações aos Orixás, no início das cerimônias festivas ou inter­nas das casas de candomblé.

Na abertura do Xirê quem vem na frente é Exu, pois ele é o primeiro a ser invocado e enviado para cham ar os demais Orixás, tendo em vista ser o mesmo o m ensageiro de todos eles, pois Exu é o guardião dos templos, das casas, das cidades e das pessoas. Mas para que isso ocorra, é necessário que seja efetuada a primeira e tradicionais cerimônia que chama-se “Padê”.

• PADÊ - Existem dois tipos de Padê; o primeiro é o ritual propiciatório, com oferenda a Exu, realizado antes do iní­cio de toda cerimônia pública ou priva­da dos cultos afro-brasileiros, que tam­bém é chamado de despacho de Exu. “Enviar Exu, por meio de oferendas de comidas, bebidas, cânticos e sacrifício animal, aos orixás, para levar-lhe pedi­dos e ao mesmo tempo impedi-lo de perturbar a cerimônia que será realiza­da e neutralizar as suas tendências a p ro vo ca r m a l-en ten d id o s entre os serem humanos e em suas relações com os deuses e, a té mesmo, dos deuses entre si.

O despacho ou padê é feito antes de qualquer cerimônia afro-brasileira reli­giosa, exceto na Casa Grande de Minas. De manhã cedo é sacrificado um galo e os seus exés são colocados ao lado do assentamento de Exu, e também é colo­cados três oberós com farofa (dendê, água, mel e otim) Não confundir Padê com despacho ou ebó.

Conclusão, o Padê tem por finalida­de pedir ao mensageiro Exu, que é o elemento dinâmico e de comunicação, que proteja a cerimônia que vai ser rea­lizada, pois ele tem o poder de viajar de um mundo para outro, tendo em vista que, ele representa a continuidade da vida e o poder da multiplicação dos antepassados. Após ser realizada a tra­dicional cerimônia, quando lhe é ofere­cida a respectiva oferenda, o mesmo vai ao encontro dos Deuses e chama-os, pois ele pode deslocar-se instantanea­mente para qualquer lugar, seja qual for a distância, pois usa o sei instrumento poderoso que é o Ogo. “M acete de madeira escura, esculpido de formato de um - falo (Pênis) terminando por um gorro recurvo para trás, enfeitado de búzios e contas. É objeto mágico de Exu (e um dos seus instrumentos, no Candom blé), tendo a facu ldade de transportá-lo, em segundos, a lugares

longínquos, e de atrair, por um poder magnético, objetos situados a distân­cia igu a lm en te grande, segundo a crença africa­na. E também chamado de cacete nodoso com o qual Exu ataca seus inimigos. O fa lo antigam ente era adorado p ê lo s an tigos como símbolo da fecundi­dade da n atureza), dai, nasce a crença que, Exu é que preside o ato sexual, que garante a expansão da vida”.

Em síntese, no candom­blé tradicional ele é o men­sageiro en tre os nossos Deuses e os homens. Por essa razão, ele é o elemento dinâmico de tudo que exis­te, e o princípio de comuni­cação e expansão, sendo por tanto, o princípio de vida individual.

• INVOCAÇÃO À EXU NO M O ­MENTO DO PADÊ - Em alguns ter­reiros tradicionais, o padê pode ser bem complexo, no entanto, o mais comum é realizado da seguinte forma: “é coloca­da no centro do salão do candomblé, uma quartinha com água e uma vela acesa; em seguida éfeita há invocação há Exu, com cantos e danças ao redor da referida quartinha de barro e da vela acesa, onde são feitos os pedidos. A invocação a Exu é feita geralmente pelas seguintes cantigas:I aInã inã mo jubá ê é mo jubá Inã inã mo jubá ê agô mo jubá 2aA ji qui barabô é mo jubá auá cô xê A ji qui barabô é mojá ê omóde có é có quiBarabô mo jubá élébara Exú lonã 3aBará ô bébé Ti rir í Lónã Exú Tiriri Bara ô bébé Tiriri Lónã Exú TiririrÒdara lô xorô ódara lô xorô lónã Odara lô xorô ê lô xorô ódara lô xorô lónã 5aElébára exú ô xa querê querê Ekésã bará exú ô xa querê querê.

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14 W t M . ü fi- AFIííCAMOC ABRIL/1997

O despacho do padê de Exu

Existem várias invocações e sauda­ções para Exu, mais as citadas acima, são as mais comuns. Logo

depois desta saudação, chegamos ao momento do despacho do padê de Exu, e nesse momento o Ogã canta as seguin­tes cantigas:Xônxô óbé, xônxô óbé Odara cô lòrí éru larôiê Xônxo óbé, ódara cô lôlí ébó Agô umbó umbó larôiê Agô umbó umbó larôiê

Após esse momento, a quartinha com água é levada para fora pela lá Morô ou pela Dagã e a água é derramada sobre a terra, propiciando os ancestrais míti­cos. Em seguida são entoados outros cânticos, que através deles, são demons­trados a alegria pela aceitação da ofe­renda.

• PADÊ DE CUIA - Existe também, o tradicional Padê de Cuia. Porém essa cerim ônia só pode ser realizada em casa de candomblé que têm pelo menos 7 anos de inaugurada, ou seja, casa de raiz. Nesse padê, é cultuado os ances­trais, que são invocados no padê.

• FALANDO SO BRE ÈSÜ OU ELÉGBARA - Existe muitas coisas que se pode falar do primeiro Orixá do Siré que é Exu, embora exista pessoas que o defina como sendo um orixá ou um ebora de múltiplos e contraditórios aspectos, principalm ente por ser ele uma figura controvertida do panteão afro-brasileiro. De caráter irascível, astucioso, grosseiro, vaidoso, indecen­te, gosta de suscitar dissensões e dispu­tas, de provocar acidentes e calamida­des públicas e privadas.

Por possuir essas qualidades, os pri­meiros missionários, assustados compa- raram-no ao diabo cristão, que lhe dão chifres, garfos, tridentes, lanças, capa verm elha e preta e cartola fazendo dele, o símbolo de tudo o que é malda­de, perversidade, objeção, ódio, em oposição à bondade, à pureza, à eleva­ção e ao amor de Deus.

• EXU UM SERVIDOR - Se for tra­tado com consideração, ele mostrará o seu lado bom, reagindo favoravelmen­te, mostrando dessa maneira ser um serviçal prestativo, e ser o mais huma­no dos orixás, ou seja: nem completa­m ente m au, nem com pletam en te bom. Essa particularidade vem do princípio de que cada ser humano tem um Exu que o protege e que assegura o seu desenvolvimento, como também.

cada orixá tem seu Exu servidor e parti­cular, ’’Esse particular vem da teoria da nação Jeje-Mahi, pois o legbanô, que encarna o L egbá do p ró p rio Vodun, pois acreditam os daomeianos que cada Vodun tem o seu próprio Legbá, ou o seu poder o cu lto ” que tom a nome especial. Mas para que isso ocorra, é necessário que as pessoas não o esqueça, oferecendo-lhe sempre um sacrifício ou uma pequena oferen­da, caso contrário, poderá esperar todas as catástrofes.

• PESSOAS USAM ORGULHOSA­M ENTE O SEU NOME - Aqui no Brasil, existem várias pessoas que usam0 seu nome, entre essas pessoas pode-

1 Cada ser humanotem o seu Exu

ê O mais humanoI dos Orixás

mos citar os nomes de Gardel de Exu Marabô e de Mazinho do 7 Capas,embora, existam outras mais, mas essas duas são as mais populares. No entan­to, na Á frica, há pessoas que usa orgulhosamente nomes como Esúbíyú (concebido por Exu) ou Esütósin que significa (Exu merece ser adorado). Isso tudo se deve por ter ele duas coisas primordiais, que são as qualidades e os defeitos, bem como ainda, ser dinâmico e jovial..

• EXU E SUA DESCENDÊNCIAPara muitos, Exu é tido como filho mais novo de Oxalá, entretanto, no mito yorubá, dizem que ele é o filho primogênito. Este fato deve-se a pre­p onderância do rito da nação Jeje Mahi “Jeje Mar rim ” , pois nessa nação Exu chama-se Legbá, Elegbará e par­tindo dessa premissa, Legbá é para os daomeanos o filho mais novo de Mawú e Lisa, e para os descendentes dessa nação, o último filho de uma família, é tido como o mais sábio e o mais esper­to, e essa característica quem tem é jus­tamente Exu.

Vamos a b rir aqui um pequeno parêntese, a fim de que se possa falar desses dois Voduns daomeianos que são Mawu-Lisa, e que estão entre os grandes deuses ”Os dois deuses cone­xos Mawu-Lisa estão ligados ao culto

do céu. Mawu tem atributos andrógi­nos, mas os sacerdotes daomeianos lhe dão sempre características femininas. Lisa tem, ao contrário, atributos mas­culinos. Mawu é também uma expres­são geral para poder e fo rça e seu culto significa o culto geral das enti­dades celestes. Na mitologia daomeia- na, há contudo, a referência a um Criador, que não fo i Mawu, nem Lisa. Era Nana-Buluku (que através dos Yoruba, passou ao Brasil com o nome de Nananburucu ou Nanan, que deu nascim ento a dois gêm eos, Mawu, mulher que comanda a noite e Lisa, homem que comando o dia. Passaram assim Mawu a significar a lua, e Lisa, o sol. Os dois irmãos coabitam em cer­tas ocasiões, quando há, por exemplo, o eclipse da lua. Mawu e Lisa tiveram quatorze filhos, outros tantos deuses ou Voduns do panteão daomeiano”. (Texto tirado do livro da coleção de Arthur Ramos (as culturas negras).

• EXU O REI DE KÊTO - Existe uma lenda que diz que, Exu teria sido um dos com panheiros de O düduà. quando da sua chegada a Ifé. Naquela época ele cham ava-se Esü Obasin. Mais tarde conforme conta a lenda, ele passou a ser um dos assisten tes de Orumilá, que preside a adivinhação pelo sistema de Ifá. Segundo ainda nos conta a lenda Exu tomou-se o Rei de Kêto sob o nome de Esu Alákétu.

• EXU EMBRIAGA OXALÁ - Exuteve inúmeros desentendimentos e bri­gas com vários Orixás, nem sempre saindo vencedor. Entre essas brigas ele obteve seus sucessos e seus insucessos nas relações com Oxalá, ao qual fez passar alguns maus instantes, em vin­gança por não haver recebido certas oferendas, quando Oxalá foi enviado por Oludamáre - o deus supremo -, para criar o mundo. Exu provou-lhe uma sede tão intensa que Oxalá bebeu vinho de palma em excesso, ficando completamente embriagado.

• OXALÁ APODERA-SE DA CA- BACINHA DE EXU - Outra lenda nos conta que houve uma disputa entre Exu e Oxalá, a fim de saber qual dos dois era o mais antigo e, em conseqüência, o mais respeitável. Oxalá provou sua superioridade durante um combate ceio de peripécias, ao fim do qual ele apo­derou-se da cabacinha que encerra o poder de Exu. transform ando-o em seu servidor.

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ABRIL/1997 £• AFtífCAKfO n 15

O grande massacre provocado por Exu

Entre várias lendas contadas por diversos pesquisadores, existe essa que é digna de ser relatada.

Nela os senhores leitores irão ver como Exu é maquiavélico. “Certo dia Exu foi a procura de uma rainha abandona­da a bastante tempo por seu marido e disse-lhe: - Traga-me alguns fios da barba do rei e corte-os com esta faca. Eu lhe farei um amuleto que lhe trará de volta o seu marido.

Instantes depois, ele foi à casa do filho da rainha, que era o príncipe her­deiro. Este vivia numa residência situa­da fora dos limites do palácio do rei, pois naquela época o costume assim o determ inava, a fim de prevenir toda tentativa de assassinato de um soberano por um príncipe impaciente por subir ao trono. Ao chegar na casa do príncipe disse-lhe: - O rei vai partir para a guer­ra - e pede o seu compa- recim ento esta noite no palácio, acompanhado de seus guerreiros. Dali par­tiu para o palácio e disse ao Rei: - A ra inha , magoado pela sua frieza, deseja m atá-lo para se vingar, cu idado , esta ngite.

Finalm ente chegou a noite. O rei deitou -se , f in g iu d o rm ir e v iu , logo d ep o is , a ra in h a aproxim ar uma faca de sua garganta. O que ela queria era cortar um fio da barba do rei, mas o m esm o ju lg o u que ela dese ja assassin á -lo . O rei desarmou-a e ambos lutaram, fazendo grande a lg azarra . O p rín c ip e , que chegava ao palácio com seus g u e r re iro s , escutou gritos nos aposentos do rei e correu para lá.

Vendo o rei com a faca na mão, o mesmo pensou que ele queria matar sua mãe. Por seu lado, o rei, ao ver o seu filho penetrar nos seus aposentos, no meio da noite, armado e seguido por seus guerreiro, acreditou que eles dese­javam assassiná-lo. Gritou por socorro e a sua guarda pessoal acudiu-o, desen­cadeando assim uma trem enda luta, com um triste final, pois houve um massacre generalizado.

Como se pode ver nessas pequenas

lendas, que Exu representa tanto a ordem como a desordem. Para que isso não ocorra, é necessário que as pessoas não o esqueça, oferecendo-lhe sempre um sacrifício ou uma pequena oferen­da, caso contrário, poderá esperar todas as catástrofes.

• EXU NO JOGO DE IFÁ - Sendo de categoria diferente dos demais Ori­xás, Exu é importante e essencial, pois sem ele nada se pode fazer, tendo em vista que, as suas funções são as mais diversas, entre elas estão: leva pedidos; traz as respostas dos deuses; fa z com que sejam aceitas as oferendas,, abrin­do os caminhos ao bom relacionamento do mundo natural com o sobrenatural, ao lado de Ogun pelas estradas, e prin­cipalmente nas encruzilhadas que são os seus lugares preferidos, onde contro-

la a passagem das influências benéficas e nefastas. A sua im portância é tão grande que, no jogo do oráculo “Ifá” é ele quem traz as respostas. Pois foi-lhe dado o poder de ser o mensageiro, entre os Orixás e os homens por intermédio dos búzios, inclusive, em Salvador-BA, há um conjunto de 16 búzios que tem o nome de Exu Bará, onde é praticada a adivinhação.

• ASSENTAMENTO, OFERENDAS E SAUDAÇÃO - Na África o lugar consagrado a Exu é constituído de um

pedaço de ped ra porosa , cham ada Yangi, ou por um montículo de terra grosseiram ente m odelado na form a humana, com olhos, nariz e boca assi­naladas com búzios; ou então ele é representado por uma estátua, enfeitada com fieiras de búzios, tendo em suas mãos pequenas cabaças àdó, contendo os pós por ele utilizados em seus traba- lnos. Seus cabelos são presos numa lona trança, que cai para traz e forma, em cima, uma crista para esconder a lâmina de faca que ele tem no alto do crânio.

É cultuado em casa separada e as oferendas lhe são feitas em primeiro lugar; seu dia é segunda feira; come feijão preto, galo e bode, de preferência na cor preta; pipocas, farofa de dendê, carnes assadas, mel, cachaça, cerveja e vinho.

Se há algo que não se deve dar para Exu é o óleo branco àdí, que é extraído das am êndoas contidas nos caroços do dendê, pois esse óleo tem a reputação de ser cheio de violência e de cólera. A sua saudação é Laroiê. Sonso abè kò lóri erü = A lâmina sobre a cabeça é afiada, ele não tem pois cabeça para carregar far­dos

• A LG U NS NOM ES DE EXUS - Os nomes dos Exus variam de acor­do com a nação e o seu culto, dessa forma pode­rem os en co n tra r os seguintes Exus: Agbô, Alaketu; Ajelu, Akessan, Bará ou Elegbará Vira; Lalu; Inã; Jelu; Lonã;

M arabô; Odara; Ojíxe; O lòbe; e Xoxoroquê, etc. Na Umbanda, existe uma quantidade enorme de Exus, essa relação será dada na reportagem sobre Umbanda.

Bibliografia consultada: As culturas negras no novo mundo; As culturas negras, de Arthur Ramos; Orixás, de Pierre F. Verger; Negros Bantos, de Edson Carneiro e de Exu a Oxalá, Prof. Fernandes Portugal.

No próximo capítulo, falaremos do segundo Orixá “Ogun). ■

Cerimônia realizada em casa de Nádia da Oxum e Victor de Oxalá

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16 ò r í s à s a f r k a n o s ABRIL/1997

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ABRIl/1997 OEtSflS i'-- AFEÍCANOS 17

A grande festa da Cigana Rainha das Estradas

“Que a Magia do Povo Cigano, fluidifique seus caminhos

com muitas Luzes...”Cigana R ainha das Estradas

O Babalorixá Flávio da Oxum realizou no dia 23 de fevereiro, em seu

Ilê, a primeira festa em home­nagem a Pombagira Cigana Rainha das Estradas de sua filha Lurdes de Ogum. Na oportunidade o B abalorixá explicou aos convidados que, a festa não era uma festa cigana,- embora ele estivesse prestan­do uma homenagem ao povo cigano - e sim, da Pombagira cigana de sua filha e aos de­mais Exus que aparecessem.

Essa explicação foi oportu­na, tendo em v ista que foi armada uma linda tenda ciga­na, e dentro da mesma, foi co­locado comidas típicas, presen­tes, doces e as tradicionais lem­branças cigana.

• A festa - Como sabemos muito bem, festa de Exu é sem­pre uma surpresa, e a realizada em casa de Sérgio não poderia ser diferente, o toque foi todo em Angola, e na oportunidade pudemos apreciar alguns convi­dados como, Gardel de Exu, que se fez acompanhar de sua esposa; Robson de Guiã, acompanhado de vários filhos seus e Grei de Oxóssi que desde cedo aguardavam o início da festa, participarem da roda, dançando e cantando em louvor aos Exus.

Foi neste clima maravilhoso que, ao aproximar-mos das 02 hs da m adrugada, pudem os apreciar a entrada no recinto da anfitriã da grande festa. Pombagira Cigana, usando uma roupagem lindíssima, saia longa, larga e franzida, blusa com seu tradicional decote e bordado ao redor, em cor azul, ostentando na cabeça uma belo arranjo e os seus tradicionais ador­nos color, brinco e pulseiras.

Mais tarde, foram chegando outros Exus - Pom bagira T ranca-R uas, Ciganinha e Pombagira Molambo, que tomou a cabeça de Sérgio. Dai por dian­te a festa ganhou outro clima, pois todos que chegavam e tomavam a cabeça das

pessoas, retiravam-se do salão a fim de trocarem a sua indumentária.

Molambo deu entrada no salão com uma roupa muito bonita, uma saia rica­mente bordada, de fazenda importada, como as demais, a mesma também usava suas ricas jóias.• Convidados e Ogãs fazem a festa -Como sempre gosto de frisar, e como também já disse acima, festa de Exu é algo que por mais que se tente explicar, não encontramos uma razão. O clima é totalmente, torna-se contagiante, e os Ogãs como também a assistência, lou­

vam os m esm os, com uma vibração fora do comum. E isso foi o gostoso da festa, por­que, foram cantados uma imensidade de pontos de Exu, e todos foram respondidos pêlos convidados presente. E a festa só terminou ao raiar do dia, quando Molambo se des­pediu e a anfitriã também.

• A lauta ceia e a comemora­ção do aniversário - Durante a festa, foi oferecido aos convi­dados, punch e as tradicionais iguarias, não só do tipo cigano como tam bém do triv ial comum, onde os convivas puderam se deliciar ao sabo­rearem as mesmas, que foram acom panhadas de cerveja e refrigerante. Na oportunidade, foi festejado o aniversário de Lurdes, e como sempre, não poderia de modo algum, ser cantado o tradicional parabéns e distribuído as fatias de bolo.

• M eus agradecim entos -Quando a festa religiosa termi­nou, nossa reportagem pergun­tou a Lurdes como ela se sentia depois de haver realizado o seu sonho, e meio encabulada a mesma enfatizou:

- Foi sem sombra de duvida alguma, uma festa maravilho­sa, onde eu fiz de tudo para que ela corresse bem e que os convidados pudessem se sentir bem. Q uero m ais um a vez agradecer ao meu zelador, por

ter me presenteado com esse evento em louvor a minha Pombagira, pois ante­riormente, pudemos realizar uma festa em louvor a seu Tranca-Ruas, e foi sem sombra de duvida alguma uma grande festa.

Na oportunidade, o B abalorixá Sérgio da Oxum, aproveitou a ocasião para agradecer a Tâmara da Oxum, a sua Mãe carnal, a Bete, que organizou a linda mesa, onde continha as iguarias, tanto salgada quanto os doces, e a todos que foram lhe prestigiar e participar da festa de sua filha. ■

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18 O M S A S l AFRICANOS ABRIL/1997

Arnaldo recebe o seu DekáJagun confirma Diogo de Obaluaiê como seu Ogã

oi realizado no dia 09 de março, na Tenda Espíri-

. ta Nanã Burukê, que fica localizada à Rua Manoel Luiz, 176 - Vila Valverde - N.Iguaçu - RJ, a grande festa em que, o Babalorixá Arnal­do Pereira - Dofono de Jagun recebeu das mãos de seu zelador - B abalorixá H elder M oraes - Doté Egbonmi Iwin Obá Silojú Ai Irá, que reside em Bragança - São Paulo - o seu tão esperado Deká.

A festa foi bastante concor­rida, e pudemos notar que além dos inúmeros filhos-de- santo de Arnaldo - mais de 100 o nos tornou impossível anotar os seus nomes -, encon- travam-se no local vários con­vidados - do Rio e de São Paulo, que vie­ram prestigiar o grande acontecimento, entre os mesmos estavam: Jorge de Jagun (avô de santo de Arnaldo); Cláudio de Oxalá, Sérgio de Ogun, Marivaldo de Yemanja, Ana da Oxun, Gilberto da Oxun, Celso de Oxóssi Luiza de Iansã, Iara de Ogun, Reta de Ogun, Alzira de Osun, Zeze de Ogun, Zeze de Ogun, Sonia de Ogun, Edna de Ogun, Guara de Oxun, W alber de Ogun, Liliam de Iansã, Alzenira de Oxóssi, Deise de Ogun, Maurício de Nanã, José Luiz de Ogun, Célia de Oxun, Ogãs: Ramon de Oxala, Marcos de Oxumarê, Nilson de Yemanja, Guto de Obaluaiê, Roberto de Oxóssi; W aldineia de Ogunjá, Cima de Oxóssi, Ogã Douglas de Ogun, Ogã Juperci de Oxaguiã, Ivone de Logun, Marcos de Azauane, José Augusto “Zezão de Omolu”; Benta da Oxun, Mônica de Oxóssi, Nelma de Oxumarê, Hait de Iansã, Luiz Carlos, Percilia da Oxun, Fábio de Logun, Gelson de Oxóssi, Marco de Tempo, João Carlos de Obaluaiê, Santiago de Oxaguiã, Edilson de Omolu, Marina de Nanã, Anderson de Ajagunã, Alexandre de Jagun, Ogã Jorge de Ogun e Marcelo de Oxaguiã.

• A entrega do Deká - A festa iniciou-se às 18 horas, e como sabemos perfeita­mente, ela segue o seu curso normal, pois é feito o tradicional Xirê e é no meio deste que geralmente ocorre alguma ceri­mônia especial. Quando nos aproximáva­mos das 19:30 hs, ocorreu a tradicional saída, vindo à frente o Doté Helder, seguido de Arnaldo, da Mãe Pequena da

casa e de alguns filhos-de-santo. Ao che­gar no centro do barracão, Doté Helder fez uma pequena preleção, na qual expli­cou a finalidade da festa, que era a entre­ga do Deká à seu filho. E às 19:34 hs, Arnaldo recebeu a sua Cuia e em seguida foi colocado em seu pescoço o tradi­cional Runjefe. Nesse momento o seu Vodum passou em sua cabeça e os Ogãs cantaram as tradicional canti­gas em louvor ao ato. O Vodun pas­seou pelo salão, exibindo a Cuia e foi recolhido a fim de trocar a sua indu­mentária, aproveitando esse momen­to, foi feito uma pequena pausa.

• A entrada de Jagun e a confir­mação do Ogã Diogo - Tão logo ter­minou o pequeno intervalo, Jagun adentrou ao salão, devidamente para­mentado e de braço dado com Diogo, a fim de confirmá-lo como seu Ogã. Depois da apresentação de praxe o mesmo deu o Morunkô pelo qual Diogo deverá ser doravante chamado e respeitado dentro dos barracões de can­domblé. Em seguida o Vodun tomou o tradicional Rum, e depois despediu-se de todos e foi recolhido.

Foi uma festa simples, mais não se pode deixar de dizer que houve uma coisa muito bonita de se ver, pois embora seja um barracão onde é tocado mais a Umbanda, os assistentes se portaram de uma maneira impar, merecendo por isso os mais calorosos elogios.

• Quem é Arnaldo de Jagun - Ao ter­minar a cerimônia religiosa, nossa repor­tagem pode participar das comemorações,

onde foi servido um excelente strogonofe de frango. No meio do jantar, tivemos a honra de entrevistar o anfitrião.OA - Arnaldo, quanto tempo de santo você tem?AJ - Eu estou com 32 anos de Umbanda e 20 anos de santo raspado.OA - E porque somente hoje, você resol­veu finalmente receber o seu Deká? A J - E uma responsabilidade muito gran­de e que deve ser bem pensado e ter con­dições para que não falte nada para o Orixá.OA - Quantos filhos de santo você atual­mente possui, porque pudemos ver que a sua casa estava cheia, e eles são todos seus filhos?AJ - Olha! Eu tenho aproximadamente uns 200 filhos de santo e junto com eles eu venho tocando Umbanda, que é mais para o Omolocô.OA - Arnaldo, como você daqui pra fren­te irá resolver os problemas de seus filhos?AJ - Bem! Os que tiverem problema de santo, logicamente serão raspados, por­que a partir de hoje, eu estou oficialmente

gabaritado para resolver este problema, embora, estando com os meus 20 anos de santo raspado, já poderia ter feito alguma coisa, mas resolvi esperar o recebimento de meu Deká.OA - E como você esta se sentindo hoje, depois de sua festa?AJ - Estou muito feliz, com o meu cora­ção transbordando de alegria, pois como você pode ver, estão presentes meu Pai- de-santo; meu Avô-de-santo, vários irmãos e filhos-de-santo. Por essa razão, gostaria de aproveitar essa oportunidade para agradecer do fundo de meu coração, a presença de todos, por estarem compar­tilhando dessa minha alegria.

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ABRIL/1997 m i h i [:■ 19

lyalode Ifafunke Motu N ra -lo O iagbaju

Yeye Oshun O f Lagos-Land - Lagos Nigéria

No dia 24 de fevereiro, nossa reportagem foi até a residên­c ia do B ab a lo rix á N iva ld o

“ G en in h o ” de O yá , e co n seg u iu e s ta re p o r ta g e m e s p e c ia l co m a ly a lo d e I f a fu n k e M o tu N ra - lo O iagbaju - Yeye O shun O f Lagos- L and - L agos N igéria , que estava hospedada em casa do aludido zela­d o r, e se f a z ia a c o m p a n h a r d as seguintes personalidades nigerianas: I fa ta y o O la g b ju , q ue re s id e em São Paulo; Ifasanu O lagbju, resi­d e n te a tu a lm e n te em C o rr ie te s - C a p i ta l d a A rg e n t in a e P r in c e O lu so la J o h n so n , q ue re s id e em São Paulo; A lém das personalidades

a c im a , f a z ia m -s e p r e s e n te s os B abalorixá G rey D ’O dé e A rthur D ’Logun

Antes de responder as perguntas que foram feitas de im proviso, res­peito da Cultura e do Culto Afro, a Iyá fez um a saudação aos Orixás, a fim de que os m esm o s p u d essem dar perm issão para tal, na m esm a foram saudados além dos O rixás - alguns zeladores radicados no Rio e em São Paulo, com o por exemplo: N iv a ld o ; Jo s é M e n d e s ; B id a de Yemanja; B ira de X angô. E la tam ­bém saudou todos os B abalorixás, Ialorixás e Om os Orixás do Brasil - Rio, Salvador (BA) - São Paulo etc.

Ao responder a pergunta formula­do pelo zelador Grey, que gostaria de saber a respeito da dúvida que paira a respeito dos Orixás, se é um vento ou é um ancestre, a Iyá enfatizou:

Orixás são coisas muito boas ele nasce ju n to com o Ori e o eledá. Inclusive, salientou, eu nasci junto com o Orixá e fu i cria­da junto com os mesmos. Na vida da gente e cada pessoas que esta no mundo, tem o seu eledá, e ao nascer tem os Orixás junto com a sua cabeça. Quero deixar claro que o Orixá é uma coisa muito importante para cada pessoas que esta nesse mundo.

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20 M S AS !■■■ AJRÍCAK'GS ABRIL/1997

Após às explicações dadas pela a Iyá, o Babalorixá Geninho referiu-se a respeito do Orixá Odé, que é cultuado aqui no Brasil, e que é considerado como Rei de Ketu, atual republica de Benin. A fim de ilustrar mais os $eus conhecimentos, Geninho perguntou a Iyá se na Nigéria, Odé ainda é conside­rado Rei.

A esse respeito, a Iyalode Ifafunke deu a seguinte explicação: - O Orixá Odé é o mesmo que o povo brasileiro aceita ; E le é na verdade o R ei de Alaketu. Inclusive na Africa, Odé fica junto com a família de Ogun.

O Babalorixá Arthur de Logun antes de formular a sua pergunta, diri­giu-se a Iyá nos seguintes termos: “Iyá Oshun, em primeiro lugar é um prazer enorme, tê-la mais uma vez em nossa casa, pois a senhora sabe muito bem disso, pois a quase sete anos que nós nos conhecemos, nossa Mãe africana.

A minha pergunta é a seguinte: - A seis anos atrás quando houve o quarto congresso de trad ição e cu ltu ra do Orixá em São Paulo, quando nós nos conhecimentos, o Onin de Ilê Ifé teve um sonho, e ele disse nesse sonho que todos os povos do candomblé e de tra­dição Iorubá, deveriam se unir contra as perseguições, só que infelizmente, não é isso que nós estamos vendo hoje no Brasil. Quais são as suas palavras sobre a união do povo do candomblé, pois, as outras religiões estão se unin­do, e muitas delas, estão se unindo con­tra nos.

Ao enfatizar a pergunta formulado por Arthur; a Iyalode Ifafunke disse: Essa pergu n ta é m uito im portante para mim, o sonho do Baba Omin Ifé, é na realidade resolver os problemas que são muitos dentro do culto dos Orixás, nós Babalorixás devemos nos unir e lutar, não devemos querer ser um mais do que o outro, pois desta maneira, não encontraremos paz entre nós mesmos. Esse sonho que ainda não se tornou realidade, é devido a essa fa lta de união entre os irmão, cabe cada um respeitar o outro, seja ele grande ou pequeno.

Para que as pessoas entendam o que eu quero dizer, vou c ita r um exemplo:

O Babalorixá Nivaldo é de Oyá, às pessoas que são de Oyá, devem tomar abenção a ele que é de Oyá, nós temos que pedir abenção a ele.

O mesmo exemplo serve para os f ilh o s-d e -sa n to do A rth u r de

Logunedé, que devem tomar abenção a ele. E infelizm ente isso não está acon tecendo aqui no pa ís , porqu e cada um fica com ciúme ou inveja do outro, porque um fica pensando: - Ele tem e eu não tenho, e outras coisas m ais. Esses são os p rob lem as que a tu a lm en te estão acon tecen do . O melhor é que todos devem se respeitar mutualmente, e com isso haverá paz, prosperidade e progresso.

Ao ser perguntada se conhecia per­sonalidades do candomblé, radicadas aqui no Brasil, que dizem que vão à Nigéria - Africa, e que receberam títu­los ou cargos, a Iyá disse o seguinte:

Eu quero agradecer a sua pergun­ta, pois a mesma é muito importante para todos os pais-de-santo do país, vou responder com o devido respeito a pergunta form ulada. Em prim eiro, quero dizer que a primeira pessoa que nós conhecemos lá na Africa e que fo i lá, é a Mãe Bida que reside aqui no R io de Jan eiro e M ãe C aitana de

Salvador - BA, que já faleceu e que Deus a guarde; Depois fo i o Professor José Mendes de São Paulo, que fo i sagrado Saloro de Oshogbô; Otumbá da terra de Ido-Osun, em cerimônias oficiais realizadas nos Palácios do A taojá, em Oshogbô, do A taojá o f Oshogbô Land e no Palácio do Oludo, em Ido-Oshun, inclusive esteve pre­sen te nas referid a s cerim ôn ias o Embaixador do Brasil.

Eu não vou d ize r que conheço outros pais-de-santo, inclusive isso pode gerar polêmica e alguns ficarem com inveja deles. Eu acho que o melhor é dizer a verdade, a fim de que as pessoas fiquem sabendo quem fo i e quem não foi.

Existe outras pessoas que já foram e já receberam títulos, que eu pessoal­mente não sei, as que eu conheço são as que fa le i anteriormente, embora também exista o professor Bia que já fo i à A frica; B eto e F rancisco da Oshun, eles conhecem a minha casa, estiveram em Lagos, Oshogbô, Oyó e Abeokuta.

O im portante de tudo é que nós Babalorixás, estejamos sempre unidos, e devemos viver como irmãos, e ser uma fam ília unida, pois não adianta um ficar com ciúme do outro, porque a gente nasceu de uma mulher e de um homem, pois somos na realidade uma família, pois fo i Olodumaré que nos mandou para o mundo.

É sabido que aqui no Brasil, as pes­soas não reconhecem o cargo e o título que o Professor José Mendes, eu gosta­ria de saber da senhora, qual é na reali­dade o cargo e o título que ele possui.

Eu quero agradecer mais unta vez a todos vocês, e principalm ente pelas perguntas que me estão fazendo. A respeito do Professor José Mendes, eu pessoalmente não sei como ele é aqui no Brasil, só uma coisa que eu posso con ferir, é que o P ro fesso r J o sé Mendes fo i na Africa e recebeu títulos e certificados. Agora, eu não sei se as pessoas daqui aceitam ou não aceitam, porque eu não moro aqui no país. O que eu sei na realidade, é que ele fo i lá e recebeu o Titulo de Obá Oludô Of Brazil Land, inclusive eu estava pre­sente na referida cerimônia, em que ele recebeu.

Ao responder a pergunta formulado pelo Babalorixá Nivaldo, a respeito do culto há alguns orixás, que dizem aqui no Brasil, que na Nigéria não são mais cultuados, como: Nanã, Ossâin e Ewá,

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ABRIl/1997 òm m a- m iw ã m 21a Iyá respondeu o seguinte:

N iva ldo , sobre a sua pergunto referente ao orixá Ewá, que p esso a s daqu i dizem que ela não existe mais na Nigéria - Africa, isso não é verdade, lá tem Ewá. Lá tam bém tem O ssâim , que não é um orixá. Ossâim é um espíri­to, por exemplo: Bira que está aqui no Rio de Janeiro e fo i lá na Africa, ele pegou Ossâin lá no Ojô, e aquele Ossâim está na casa dele.Sobre Nanã, ela também existe na Africa, ela está na terra de Abeokuta, e existe muitos filhos de Nanã lá.Se algumas pessoas dizem que Nanã, Ewá e Ossâim não estão lá, isso é comple­tamente errado.

Complementando a res­posta, o Babalorixá Arthur de Logun informou aos pre­sentes que, o que foi dito é que, Ossâim, não é um orixá ao ponto de ser cultuado como os demais orixás, como Oxum, Oyá etc. Ele é apenas um espírito que cuida e toma conta de todas as folhas - Ewé e de todas as árvores, ele é apenas um espírito da floresta.

Mais quando nós estamos usando as folhas, estamos usando também o espí­rito de Ossâim. E é por isso que nós cultuam os Ossâim que é o dono do nicho na África.

• Orixá Egbe - Durante a entrevista que nos foi concedida pela Iyalode Ifafunke, o Babalorixá Arthur, lem­brou que, no quarto congresso realizado em São Paulo, que o Orixá que tomou conta do evento, foi o orixá Egbe, e que aqui no Brasil não se cultua mais, e como é que é cultuado e cuidado o refe­rido orixá Egbe. Se você quer saber, entre em contato com ele ou com a Revista Òrisàs & A fricanos.

O lfatayo Olagbaju, reforçando a resposta, enfatizou que, no Brasil, a única pessoa que ele sabe que tem e cuida de Egbe, é o Professor José Mendes Ferreira, - Baba Ifá Bemi - que reside em São Paulo, e que Egbe está na frente da casa dele.

Q uero tam bém co m p le ta r uma outra coisa a respeito de Egbe, não sotos eles que ficam fo ra da casa, como p o r exem plo: Oxun da casa;

Xango da casa; Ogun da casa. Esses Egbe, tem alguns que andam, que não gostam de ficar na casa e gostam de ficar na mata; tem alguns também que ficam na terra, no fundo da terra, que cria água, igual a água da Oxun, por exemplo, pra pessoas, pra mulher que nunca fica grávida, se ela conhecer alguém que tem o Egbe, ela de ir até lá e beber a água de Egbe, que esta na mata ou está dentro da terra, e tenho certeza que, depois de dois meses ela irá engravidar. Para fin a liza r , eu quero dizer que o orixá Egbe não pode ser criado dentro de casa.

O Babalorixá Arthur D ’Logun, que fala corretamente ingles, foi muitas das vezes o interprete, e traduziu o que o Ifasanu Olagbju, falou a respeito dos Orixas que, por volta de 2.500 anos atrás,ou mais, antes do cristianismo, antes do islamismo, os Orixás tinham corpo e corpus carnais, que eles anda­vam sobre a terra, porém, cada um com as suas funções diferentes.

Acrescentando e repetindo o que ele já havia dito sobre Ossâin, que pra eles, é um orixá mais não tão grande e tão importante quanto os orixás que nós cul­tuamos, como Xangô,Oxum, Ogum etc. Que ele é apenas um espírito das folhas.

E Iyá Oshun, prosseguiu Arthur, disse também, que tem mais um outro

orixá que eles cultuam na Africa, que é tão importante quanto os outros, e que nós não conhecem os, que se chama Orô.

E que mulher não pode ver ou ouvir Orô, e se por ventura isso ocorrer, ela morre na hora.

O que é finalmente “Abiikú”?Arthur aproveitando que estava com

a palavra, formulou a Iyá Oshun, a seguinte pergunta:

Nós sabemos que a tradução da pala­vra A biikú é nasceu para m orrer. Porém, algumas pessoas erroneamente no Brasil dizem:

- Há! Eu sou Abiku, então eu nasci feita e não preciso ser iniciada.

Nós sabemos que isso é mentira! Justamente pela tradição da palavra - Abiikú = nasceu para a morte.

Então, eu gostaria que a senhora falasse sobre o conceito de Abiikú na África; Quais os casos que ocorrem o Abiikú; E como cuidar do Abiikú, para que, aquela mãe, que está com o espírito de Abiikú no ventre, possa dar a luz a um filho normal e possa criar o seu filho, porque nós sabemos que o Abiikú, é uma criança que nasce e não vinga, ao contrário de que se pensam por aí, que Abiikú, é uma pessoa que já nasceu feita, e que nós sabemos perfei­tamente que isso é mentira! ■

Page 24: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

22 O R fC Aí £• /¡.FRÍCAROS ABRIl/1997

Iniciação dentro da Umbanda na T. E. S. Francisco de Assis

Foi uma grande festa. No dia 19 de janeiro, foi realizado o festejo em homenagem a Oxóssi, na Tenda

Espírita São Francisco de Assis, que tem como zelador o Babalorixá Armando de Oxóssi. Na oportunidade também ocor­reu mais uma in iciacão dentro da Umbanda - acontecim ento raro nos atuais terreiro de Umbanda do Estado do Rio de Janeiro.

Embora seja feito na nação Jeje Mahi, Armando não cansa em dizer que: - a sua maior paixão, é mesmo a Umbanda, pois é nela que ele se encontra, e é nela que vê mais união e mais amor.

• A Umbanda de antigamente - Nafesta realizada em casa de Armando de Oxóssi, nossa reportagem pode constatar a seriedade em que os médiuns adentram ao salão da tenda. Antes porém, vale aqui um adendo, foi construído no salão uma caba­na lindíssima, que foi ricamente decorado com frutas e flores naturais. Na medida em que os médiuns iam chegando os mesmo se posicionavam defronte aos locais sagrados, ajoelhavam-se e rezavam para os seus guias espirituais.

A abertura dos trabalhos, foi outro fato que vale ser registrado, pois atual­mente não se vê mais isso, foi feito as preces de abertura; despacho de Exu; assopro da pemba; cruzamento do ter­reiro com água; prece para Pai Oxalá e posteriormente foi entoado o hino em louvor a Umbanda.

Olha meus caros leitores, essas ceri­mônias foi tão profunda, que muitas pes­soas tinham os olhos cheio d'água, dava mesmo vontade de chorar, pois a emo­ção tomava conta de todos, e é por essa razão que eu disse que, eu pude no dia19 assistir a Umbanda de antigamente.

• A coroação dos Médiuns - Antes de iniciar a solenidade oficial, Armando de Oxóssi fez uma pequena preleção, na explicou aos presentes o significado da festa. Em seguida, os três novos inicia­dos na Umbanda, - Sueli da Caboclo Jurema, Cláudio do seu Tupinambá e Rodrigo do Caboclo Ventania - deram entrada no recinto - embaixo do Alá. Enquanto isso, os seus padrinhos já se encontravam posicionados aguardando a entrada dos mesmos. Para cada um,

tinha o material sagrado sob uma bande­ja. Quando os três chegaram foi realiza­da a cerimônia de coroação que foi algo m uito bonito . Em seguida os três médiuns foram cumprimentados pêlos seus padrinhos, parentes, irmãos e ami­gos, e deixaram o salão.

• Das visitas - Além dos inúm eros filhos-de-santo da casa e de uma assis­tência seleta, que foram participar da grande festividade, Armando recebeu no transcurso da gira, várias visitas, entre elas estavam: A sua Mãe-de-santo, que se fez acompanhar de alguns filhos de santo; Conceição de Onira; Marcos Torres de Oxalá, Janaina de Yemanja, Tânia da Oxun, Jorge Torres de Oxalá, Alexandra de Obaluaiê, Marcela de Yemanja, todos do Centro E spírita Toca do Caboclo A rranca-toco e Antônio Pena de Oxalá.

• A chegada do Caboclo Tabajara -Depois que os três iniciados receberam os seus merecidos cumprimentos, foi ini­ciada a gira de Caboclo e tivemos o pra­zer de assistir a chegada do Caboclo Tabajara e logo depois, do caboclo da zeladora de Armando. No transcurso da festa, foi realizada a cerimônia de batis­mo do pequenino Bruno F. Castro e

Silva. Após esse ato, chegamos final­mente ao grande momento da festa que foi, a entrada dos Caboclo Tupinambá, Ventania e da Caboclo Jurema devida­mente paramentados - diga-se de passa­gem com uma vestimenta lindíssima. Depois de algum tempo, os mesmos ris­caram e cantaram os seus devidos pon­tos. Dando prosseguimento a festa, foi feito uma louvação para a falange de todos os caboclos e vários filhos-de- santo, como também, alguns visitantes, receberam os seus respectivos caboclos.

• A saudação de sua filha Irma - Seexiste uma coisa dentro do santo, é quando alguém tem a coragem de se expressar em público e prestar o seu agradecimento. Este fato ocorreu durante o transcurso da grande festa, e quem pediu permissão para ler um agradeci­mento, foi a jovem Irma, uma das filhas da casa, que assim se expressou:

- Hoje é um momento muito espera­do, momento em que nos reunimos para tentar expressar e traduzir a ti meu Pai Caboclo, toda nossa emoção e sen tim ento , que guardam os, seja durante o decorrer de mais um ano, mas também de muitos outros em que contamos com sua dedicação.

Destes muitos momentos, sempre g?

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ABRIL/1997 O RISAS a- APR [GAWOE 23observas seus filhos na alegria ou na dor, fazendo-nos sentir vossa presença amiga. Começar a falar de ti é realmen­te sempre muito difícil... Na trajetória em busca de uma realização incumbiste um menino de 12 anos teu filho, hoje por certo seu amigo e nosso Pai. Com ele tivestes lágrimas, decepções, dificul­dades para que ele tornasse possível está realização. Ela está aqui diante de todos, com amor ele tornou o sonho possível “A Casa de São Francisco” a sua casa, a casa de todos os que tem esperança e fé; para alegria dele, para seu orgulho e nossa felicidade. O teu nome meu pai, dentro da espiritualida­de, muito nos diz... de lá de dentro das profundezas das águas que são teu refúgio, surge iluminado ora pelo sol, cujos raios refletem a beleza e a luz da tua pedra coral; ora pela lua, que cobre de estrelas teus negros cabelos. Trazendo assim tua vibração sublimada com hum ildade na fig u ra de um Caboclo m enino, bravo, valente, vibrante e guerreiro, que deixa seu brado, e o seu assobio guardados em nossa memória.

Teus olhos de águia... olhar verda­deiro, olhar transparente que faz teus filhos jogarem fora todas as increduli­dades. Tuas palavras são firmes, mas nessa firmeza buscamos a realização de nossos sonhos. No teu conhecimento, teu poder, tua mão amiga, curamos nossas fraquezas dores e medos. Em todos os momentos que estais conosco no perm ite com partilhar contigo da compreensão, da beleza e do respeito à espiritualidade. Ao partir, deixa-nos sempre inebriados com vossa luz! Em nosso coração, fique certo Pai.

Caboclo, deixa a saudade, mas em nosso olhar deixa a certeza de que cada vez que contemplarmos as águas, vere­mos refletida nela a tua imagem de pai.

E com certeza será sempre esta ima­gem que ficará guardada em nossa reti­na; é a imagem do amor que deixas em nosso caminho! E que esse amor que recebemos de ti, nos possamos distri­buir com igualdade, que saibamos doar sem diferenças. Que sejamos dignos de ti Pai Caboclo e do Pai Babalorixá.

Que lembremos como nos é ensina­do por ele e por ti, que nossa mediuni- dade é a nossa missão para que dentro do que for possível, transmitirmos o que temos de melhor, a verdade, a honesti­dade, a honra para que cresça em qua­lidade a parte espiritual e a evolução de nossa religião.

Muito mais teríamos a dizer, mas deixamos não só essas sim ples pa lavras, como dem onstração de nosso agradecimento, res­peito e confiança, amor e alegria com partilhada como tu podes ver por toda tua “Tribo

Tabajara”, onde entre muitos, com certeza, avistas a fig u ra de teus pa is o Cacique Taubaté e a índia Aracy,

a doce fig u ra de Iracema, e a forte presença de Ubirajara.

E é por isso que, essa tua tribo de vestes brancas que aqui está também te agradece!

Seria mesmo impossível não acreditar na espiritua­lidade! Como seria a Umbanda sem um Caboclo Itacolomi dos Tabajaras!

Como seríamos nos seiv. nosso Pai Caboclo!

Por isso te pedim os agora... abençoe-nos, nosso Pai, nosso Amigo!

Obrigado por tudo!Oke Caboclo!!!Após o caboclo ouvir essa emocio­

nante saudação, notava-se lágrimas em seu olhos, e como num passo de mágica, o mesmo dirigiu-se a sua filha, e deu um longo e fraterno abraça, mostrando nesse abraço, toda sua alegria, todo o seu con­tentamento e o seu reconhecimento, por ter ainda entre tantos filhos da terra, alguém que sabe valorizar a espirituali­dade e a Umbanda.

A festa continuou e só terminou de madrugada, onde houve uma farta distri­buição de frutas, o jantar e o congraça- mento entre os filhos.

Salve a Umbanda! A verdadeira Umbanda!!!Armando de Oxóssi. ■

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Page 26: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

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Page 27: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

ABRIL/1997 PRISAS & AFRICANOS

ÁriesO SIGNO DO MÊS

PERÍODO DE 21 DE MARÇO A 21 DE ABRIL

S igno que simboliza o início do Ano Astrológico, pois o verdadeiro Ano Novo não começa em 01/01 e sim

em 21/03, quando o Sol pasa pelo ponto venal que corresponde a zero grau de Aries. Esse evento anual corresponde ao Equinócio da Primavera no Hemisfério Norte, e ao Equinócio de Outono no He­misfério Sul.

Signo do Fogo, cardinal, Aries repre­senta o princípio ou nascimento de todas as coisas. E a ação individual tio mundo.

O Ano de 1997 desafia o ariano a aprender a lidar com as questões exis­tenciais, enfrentando-as. E hora de dei­xar de lado o excesso de idealismo, acei­tando as limitações que da realidade impõe, compreendendo as suas limita­ções e principalmente as limitações dos outros. E o momento de abrir os olhos para outras dimensões.

O signo de Áries, no aspecto simbóli­co, representa o sacrifício. Os rebanhos produzem as crias durante a porção do ano em que o Sol ocupa este signo. O símbolo do Signo é o Carneiro.

O Carneiro simboliza igualmente a Primavera,, quando luz e amor, simboli­zados pelo Sol, derramam-se sobre os filhos da Terra. Mais uma vez o Sol saiu vitorioso sobre o reinado do inverno. O Signo de Áries representa a cabeça e o cérebro do Grande Homem do Cosmos.

As pedras preciosas do Signo são a ametista e o diamante.

Os números felizes são sete e seis.As cores são nuanças de vermelho

brilhante.A melhor situação para sucesso são as

grandes cidades.Áries é a primeira e mais alta emana­

ção da ardente Triplicidade, e está colo­cado na constelação do planeta Marte. Irrad ia in fluência aguda, enérgica, impensada, intrépida e ardente. Não tem medo ou tem or - influência livre de todos e de tudo.

D irig indo-m e a um Á ries, diria: Possui personalidade ativa e dinâmica. A expressão que dá ao espírito e às emo­ções determina o grau real do progresso e do sucesso pessoais, econômicos e

sociais, que experimentará na vida.Tem maneiras naturais encantado

res e bom poder mental; gosta de ver que outros o procuram. Possui a faculdade feliz de lançar mão de diplomacia a fim de atrair outros para se interessarem por você ou por suas idéias e sugestões. Corajoso ao ponto de audacioso, possuir espírito ativo de aventura e empreendi­mento. E inquieto por natureza e gosta de toda espécie de atividade. Há de ser- lhe vantajoso cultivar a compreensão da própria natureza aventureira. Deve evitar tomar parte em empreendimentos insen­satos ou arriscados. Em circunstâncias ordinárias, manifesta disposição afetuo­sa, cortês, e generosa,. Inclina-se fre­qüentemente à generosidade para seu próprio bem, especialmente quando des­perta sentimentos e emoções pessoais. Esta disposição pode levá-lo a mostrar- se extremamente generoso para com pes­soas que não o mereçam enquanto des­preza os que deviam receber maior con­sideração.

E grandemente sensível emocional­mente. O tem peram ento é irritadiço podendo encolerizar-se facilmente por motivos fúteis, que poderiam ser afasta­dos mediante alguns segundos de pensa­mento lógico. Ha diferença entre tempe­ramento irritadiço e deixar-se dominar por ele.

Inclina-se a guardar rancor. Agres­sivo, voluntarioso e resoluto por nature­za. Possui o tipo de personalidade e tem­peramento capaz de fazer ou destrui-lhe o destino. Muitas incompreensões e difi­culdades pessoais surgem por ter tendên­cia impulsiva para se apressar e ficar impaciente.

Deve aprender a ter mais paciência consigo mesmo e com outros.

Aprecia a ação, e será prudente apli­car algum pensamento à sua própria natureza interessante. E pensador inde­pendente, mas isto não significa que seja lógico ou tenha sempre razão na maneira de pensar. E de grande importância pre- caver-se contra a tendência de julgar os assuntos conforme sentimentos e emo­ções pessoas, especialmente quando esti­

ver transtornado. Se adotar princípios de raciocínio sólido, dominará a intolerân­cia e as atitudes eivadas de preconceitos.

Capaz de apoderar-se mentalmente dos menores detalhes de uma proposição antes que o indivíduo comum tenha dis­pensado ao assunto bastante atenção. O único inconveniente dessa percepção rápida está em tomá-lo capaz, em certas ocasiões, de adquirir confiança excessi­va, desprezando detalhes importantes. A percepção rápida é essencial para o tipo especial de personalidade que possui. O pensamento e a ação revelam boa coor­denação entre o espírito e o corpo, sendo essencial ao próprio progresso. A menta­lidade inquieta e ansiosa mostra imagi­nação ativa. Para poder realizar deve aprender a utilizar a imaginação. E capaz de ter idéias originais, possuindo a apti­dão de conduzi-las a conclusões práticas. Tem capacidade para transformar em realidade alguns dos seus sonhos. Aplica-se naturalmente aos assuntos que o interessam. Seu tipo especial de perso­nalidade depende de boa memória, eis que a natureza aventureira inclina-o a encarar muitas situações diversas na vida.

E capaz de adquirir e reter grande volume de conhecimento sem despender grande esforço. Essa aptidão é vantajosa e contribuirá para aumentar o poder e a influência da própria personalidade. Toma-o conversador espirituoso e inte­ressante e será valiosa em qualquer tra­balho ou negócio que pretenda realizar.

A maior dificuldade reside na inclina­ção de agir por impulso. Deve investigar cuidadosamente as idéias impulsivas antes de pô-las em execução. Esforce-se o mais possível por determinar o resulta­do lógico de qualquer idéia impulsiva antes de agir. Desse modo, talvez não haja, evitando prudentemente perdas financeiras ou desilusões pessoais.

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26 Oí: ISA r. fi- AFRICANOS ABRIL/1997

Você traz dentro de si a Voz da Intuição

Dar-lh e -á p rev isão e a ju d á-lo -á a dom inar muitos problemas difí­

ceis e obstáculos no curso da vida. A intuição pode propor­cionar-lhe a feliz faculdade de adivinhar as causas dos fracas sos levando-o a eliminá-las, possi- bilitando-lhe desfrutar da vida progres­sivamente mais bem sucedida.

Há ocasiões em que você sente ins­piração para realizar. A dificuldade consistirá em distinguir entre impulsos ordinários e idéias inspirada.

Muito poucas pessoas compreendem realmente a verdadeira intensidade da atividade mental dos que nascem sob A ries. Em certas ocasiões hão de chamá-lo de precipitado e impetuoso. Tais acusações, se for honesta consigo mesm o, terá de adm iti-las às vezes como verdadeiras. Também é verdade que não pode abafar a própria indivi­dualidade, revelada em tudo quanto faz. Pode, mediante esforço da vontade, exprimir, dirigir, e aplicar os anseios mentais e a energia de maneira pruden­te e progressiva. Devido intensidade da atividade mental, emocional e física, deve prestar atenção ao regime alimen­tício e à saúde. E levado da queimar mais energia mental e física do que o homem médio. Ar fresco, luz do Sol, boa circunvizinhança do lar, regime apropriado, repouso e descanso devem capacitá-lo a evitar muitos achaques comuns a pessoas desse temperamento.

Este Signo rege a cabeça e o rosto - é preciso precaver-se contra os resfria­dos da cabeça a fim de evitar sérias complicações. É preciso dispensar aten­ção aos olhos, não o sobrecarregando de trabalho. É necessário cuidar atenta­mente dos dentes em todas as ocasiões. Há mais possibilidade de afetarem os resfriados os sinus e a garganta do que o peito. Deve exercer moderação na bebida e na comida, para não afetar os rins. As doenças, na maior parte, serão na tu reza aguda e não crônica. Sofrimentos crônicos em pessoas do Signo de Aries resultam, em geral, de simples descuido. Evite tensão mental, emocional, nervosa e física depois dos anos médios da vida. Em geral os nas­cidos em Áries têm boa constituição física e boas faculdades de recuperação.

Parece que há de haver mais de um caso de am or notável na sua vida.

Emocionalmente, é afetuoso, terno e inclinado a apaixona-se. E ex trem am ente sensível em questões amorosas, deve pre­caver-se contra o ciúme desar­razoado . E vite dem asiado

domínio mental ou emocional sobre o objeto de suas afeições, e a

sua vida am orosa tornar-se-á muito mais feliz e harmoniosa. Há indicação de desapontamentos no amor durante os primeiros vinte anos e por perto dos trinta. Há também indicação de incerte­za e instabilidade na vida do lar e nos negócios domésticos durante a primeira metade da vida, devido à sua natureza

Possui também dentro de si o poderda inspiração

aventureira. Ama e respeita os parentes, mas deseja que lhe conheçam a perso­nalidade.

Nos últimos anos de vida há de tor­nar-se m ais firm e em assuntos que entendem com a vida do lar e questões de família. Deseja ter casa em situação proeminente. Notam-se indicações de considerável amor ao prazer, que se exprime em jogos, esportes, aventuras e viagens. Aprecia grandemente as bele­zas da natureza. Gosta da leitura e do teatro.

E agressivo, enérgico e tem natureza determinada com qualidades que lhe permitem seguir diversas carreiras. Há de subir na vida gradativa e deliberada­mente mais do que com espontaneida­de. A personalidade e a constituição mental do Áries médio habilitam para medicina, direito, ensino, construção, contabilidade, venda - na realidade para muitos gêneros de trabalho que deseje realizar, por ter aptidão natural para organizar e dirigir, podendo-se confiar- lhe incumbência e responsabilidades importantes. É leal para com o trabalho. A natureza independente não lhe per­mite tom ar parte em associações, a menos que tenha completa liberdade para fazer t tudo conforme entende. Entre nos negócios por conta própria.

Lembre-se que há de haver ocasiões no princípio em que terá de precaver-se contra o desânimo demasiado fácil.

Há indicações de que será bem suce­dido em questões de dinheiro. Seria boa a capacidade de ganhar, mas inclina-se a gastar generosamente. Deseja possuir o que de m elhor o d inheiro possa adquirir, e gastar dinheiro mais para benefício temporário do que permanen­te. Seu dinheiro, como seu espírito exi­gem m anuseio cuidadoso. D urante períodos financeiros favoráveis da vida, verificará ser vantajoso fazer inversões conservadoras. A natureza aventureira inclina-o à especulação e ao jogo. Talvez não o perceba, mas em tais assuntos inclina-se a trapacear contra si mesmo, devido à própria impetuosida­de. Conseguirá verdadeira sabedoria quando deixar de aventurar-se, gastan­do para satisfação de caprichos pes­soais, fantasia, e impulsos. Seja conser­vador em assuntos financeiros e o dinheiro cuidará de você. Não há outro caminho a percorrer a fim de alcançar segurança financeira e sucesso. Se fizer inversões evite emissões de especula­ção e planos de fazer fortuna rápida.

E excessivamente leal para com os am igos que considera íntim os, e os apo iará pe la fo rça se necessário . Inclina-se a ser generoso para com os amigos íntimos e associados, e os aju­dará de todas as maneiras possíveis quando estiverem em dificuldades. A atitude geral em assuntos sociais é variável, à parte das amizades. Em cer­tas ocasiões agrada-lhe reun ir-se a grande números de pessoas, mas em geral prefere a companhia de poucos amigos leais. Em sociedade é capas de conseguir respeito e boa vontade por parte de muitos, tendo aptidão para chefiar na própria roda. Possui todas as faculdades e qualidade essenciais, men­tais, emocionais e físicas que o capaci­tam para tornar a vida sucesso razoável. Compreenda tais faculdades, a fim de aplicá-las com sabedoria. Cabe-lhe diri­gir-se e às suas energias para o progres­so. Preste atenção às próprias deficiên­cias. Não as receie. Apreenda a conhe- cê-las e procure utilizar as suas ener­gias construtivamente, a fim de tomar- se senhor do próprio destino e coman­dante da própria alma, e ficará sabendo qual a verdadeira significação de felici­dade, êxito e segurança na vida. ^

Page 29: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

ABRIL/1997 oifísa s i- AinrcAjíos 27F

Os Cúspides de AriesAtenção: Se a data do nascimento não estiver dentro dos cúspides do

Se a data do nascimento estiver entre 21 e 23

A pessoa será Áries com tendência Pisces. Os plan­etas que o regem são

Marte e Netuno, o que lhe pro­porciona inteligência excep­cional, compreensão e originali­dade. E cautelosa, estudiosa, afável e perfeita em tudo quando faz. É extremamente ambiciosa e esforçada, mas deseja realizar os próprios planos conforme lhe apraz. Ressente-se quando pretendem forçá-la ou com ela interferir. Deve interessar-se pela mecânica e eletricidade. Gosta de dirigir as atividades dos outros. Até certo ponto discordará da opinião pública geral e sente-se impelida a introduzir novas idéias. Enquanto muitas pessoas considerarem essas idéias como radicais, outras as respeitarão porque revela cor­agem quem as apresenta. A fim de col­her o mais que puder da vida, será pre­ciso dominar a tendência à impaciência e irritação. Gosta de aventura e tem prazer em receber os amigos aos quais demon­stra lealdade. Está destinado a ter êxito de certa maneira notável por meio de carreira inteiramente diferente daquela em que começou no princípio da vida.• Se a data do nascim ento estiver entre 17 e 20 de abril - O indivíduo é Aries com tendências Taurus. Os plane­tas que o regem são M arte e Vênus. Tem todas as indicações de Áries e pou­cas de Taurus, o que o torna ardente,

romântico e resoluto. Terá êxito apesar dos riscos mas não cal­

cará aos pés os direitos do próx­imo. Possuirá temperamento im paciente e nervoso. Será dotado de maravilhosos talen­

tos que a princípio não se reve­larão. Atenderá a cada assunto

por sua vez e provavelmente ficará aborrecido quando observar desordem em roda de si. Terá sentimento moral elevado e será quase inteiramente imune a pensamentos impuros. Fará tudo quan­to puder para salien tar-se no que empreender. Alcançará êxito, conservan­do o respeito de parentes, amigos e asso­ciados em negócios.

OS DECANATOS DE ÁRIES• Data de nascimento entre 21 e 31 de março - O planeta pessoal que o rege é Marte, que é duplamente poderoso sob este aspecto. Marte tende a salientar o lado ditatorial e positivo mais dominante da sua natureza. Manifesta-se a tendên­cia à irritação e impaciência com o próx­imo porque os outros talvez não tenham capacidade de pensar e agir tão rapida­mente. E de grande importância praticar a tolerância, paciência e compreensão. Corpo ativo e natureza impetuosa e viva, revela-se no duplo aspecto do planeta Marte no seu roteiro. É capaz de adquirir e manter grande volume de conhecimen-

Signo, não se aplica o que segue.de março

to sem grande esforço. A personalidade será sempre agressiva, independente, temperamento e perseverante. Evite a tendência a falar demasiadamente mo­nopolizando a conversa. Embora tenha muitas idéias originais, prefere que out­ros as executem. Conseguirá os mel­hores resultados quando lhe permitirem assumir a liderança.• Data de nascimento entre Io a 10 de Abril - O astro pessoal é o Sol, conheci­do como o Governante do Dia. Como dador de vida é o centro do Sistema Solar. O Sol simboliza dignidade, honra e ambição. Causa grande inclinação para mudança e desejo de reforma. Rege o orgulho e as ambições pessoais. Conce­derá boa sorte e contribuirá grandemente para compensar alguns aspectos nega­tivos do planeta Marte.• Data de nascimento ente 10 a 20 de Abril - O planeta pessoal é Júpiter, conhecido como Deus da Fortuna. Tem influência sobre tendências intelectu­ais, morais e simpáticas. Júpiter aju­dará grandemente os aspectos do plan­eta Marte, eis que simboliza a sinceri­dade e a honestidade, e induz os seus súbitos a ficarem genuinamente gen­erosos. Natureza nobre, sempre grata e cortês para com todos, é um dos aspec­tos favoráveis deste astro. E bem ver­dade quando se diz Júpiter é mais feliz e benéfico dentre todos os planetas. Traz boa sorte e êxito. ■

As velas na mitologia Cigana - Utilização e suas coresMuitas pessoas atualmente estão par­

tindo para o Esoterism o, e poucos sabem como usar as velas e para que elas servem. Vamos dar aqui uma pequena ajuda, a fim de que, ao acender a sua vela. você saiba o seu significado.

A vela na cor Branca, é muito usada para as pessoas que estão em busca de paz; de equilíbrio espiritual e toda a serenidade. A cor branca por si só signi­fica a pureza tão esperada entre os humanos.

Se por ventura você deseja ajuda, ou está buscando uma evolução, procure acender uma vela na cor Violeta.

No entanto, se está buscando um equilíbrio mental, você pode acender uma vela na cor Azul, pois ela lhe pro­porciona o equilíbrio desejado, como também, é um calmante. Principalmente quando se está com uma enxaqueca, insônia, ou até mesmo com uma peque­

na dor de garganta ou dor de dente, pegue a sua vela na tonalidade azul. e reze, que ela lhe devolverá a paz procu­rada.

Para aqueles que desejam excitação ou estão querendo um pequeno impulso para irem a luta em busca de vitória e sucesso, deve acender uma vela na cor Vermelha, pois essa cor tem o poder de incentiva o espírito no momento de debilidade física.

Quando se deseja fazer alguma pedi­do aos espíritos da natureza, devemos usar uma vela na cor Verde, pois ela é rica em energia telúrica e repousante. A cor verde é muito empregada em pes­soas que têm problemas cardíacos, pres­são alta, como também, estão com pro­blemas de: úlcera, fígado ou com diag­nóstico confirmado.

Você que estuda muito, e às vezes busca um determinado equilíbrio, deve

usar vela na cor Amarela, ela tem uma grande influência, pois a sua cor mental, devolve a energia na área intelectual e principalmente quando se está estudan­do muito.

Para a falta de entusiasmos e otimis­mo, devemos acender uma vela na cor Rosa. Inclusive ela é calmante e ajuda a combater a asma, febre, bronquite, tos­ses, deficiências digestivas e outras coi­sas mais.

As pessoas que estão com problemas amoroso, deve acender uma vela na cor Rosa, pois é a cor da paixão e do romance. Essa cor é ligada à afetivida- de em geral e muito utilizada pêlos que estão em busca de amor e amizade.

A única cor que não é usada no eso­terismo ou na magia cigana, é a cor Preta, pois ela está ligada a depressão e às forças obscuras do plano astral infe­rior.

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28 O RISAS & A FRÍCANOS ABRIL/1997

VAMOS FALAR DOS CIGANOS

Nascimento, morte e lutoComo todos sabem m uito

bem, falar do povo cigano é realmente algo fascinan­

te, e há coisas que podem e não podem ser falada, por exemplo, falar do nascimento é sem sombra de dúvida uma coisa interessante, por a lista das práticas que envol­vem o nascimento seria tão longa e diversificada quanto as prece­dentes, e constitu iria mais um

A escolha dos nomes

Para escolher os nomes de seus filhos, havia um estudo profundo, levando em consideração que, os nomes permitia encontrar as regras de transmissão em uso nas regiões onde os tsiganos e ciganos são ins­talados. Geralmente os nomes esco­lhidos correspondiam aos santos patronos dos san tuários de um a região, como por exemplo: Danilo, Nicolas, Mirko, que situam as ori­gens ta is com o de O lg a , Id a , Y ochka, B oba, e tam bém com o H ip ó lito , A n g e la , P a u lín ia ou Fernando.

Um especia lista em etnologia européia, após estudar esses nomes, pode encontrar os lugares de nasci­mentos dos nômades através deste ind ício . O utro fato tam bém que deve ser levado em consideração é que, o re ta lham ento que resulta disto antecipou, no calendário plu- r ic u ltu ra l, san to s à im agem da Europa, do mundo de amanha.

No que diz respeito ao sobreno­me que os ciganos usam, servem apenas para mascarar a identidade no mundo exterior ou para distin­guir as pessoas, a fim de evitar o caso de hom ônim os. E ntretanto , nos v ila re jo s da E uropa , ex iste muitos casos de homônimos, por essa razão, a o caso de múltiplos nom es, que são mais freqüentes entre os jovens tsiganos.

inventário de costumes do que de ritos.

Nos kalderash, que são origi­nários da Europa do Leste, as ursitori são três fadas que presi­dem os nascimentos. A presença das fadas ao lado do berço é encontrada no ocidente em vários rom ances da idade m édia, nos quais as três fadas vêm dotar as crianças no seu nascimento.

Essas damas brancas se pare­cem mais com as decentes diretas dos Parques do que com as três deusas da trindade ind iana. (Divindades do destino, identifi­cadas às Moiras gregas. Elas eram três Clotho, Lachésis e Atropos), traduzido para o latim são: Noma, Décima e Marta, que presidiam sucessivamente o nascimento, a vida e a morte dos humanos.

A morte, o luto e o túmuloSe a vida claro que haverá a morte

e depois da mesma vem o luto, sim, o lu to en tre os ciganos, é um a coisa muito rígida, pois eles podem guardar durante um bom período, que chega a a tin g ir a té 15 anos, ex is tin d o um período mínimo que é de 3, 8, 9 dias ou como já falei de 12 a 15 anos.

No tocante ao térm ino do luto, o mesmo pode ocorrer de acordo com a tradição dos tsiganos, e varia entre 6 meses, um ano ou até 3 anos. Os tsi­ganos vindo da Europa Central, tem um costumes muito interessante, eles q u e im am as ro u p a s do d e fu n to e todos os seus bens, mais outras tribos têm o costume de distribuir as roupas aos membros da família. Os ciganos catalãos e espanhóis, aderem o luto fechado costum eiro nos países la ti­nos, m andam rezar m issas para o m orto e as m ulheres se vestem de preto.

De uma maneira geral, os ritos que seguem à morte, nas sociedades tradi­c io n a is , são es tre itam en te lig ad as idéia da vida além da morte, conse­qüentemente à idéia da alma. Os ritos funerários diferem de um grupo para outro, de um região à outra, eventual­mente de um grupo, de um a família para outra e podem variar muito rapi­damente no tempo.

Os ritos funerários cham ados de pomána. é atribuído as mesmas fes­tas, com o m esm o nom e, pom ána,

aos romenos. Num grupo de tsiganos v a la q u es o e sc rito r D .W .P ick e ít, m enciona sim plesm ente com o um a festa para o morto. Já J.P.Liégeois e F. de Vaux de Foletier, em 1971 e 1983, re spectivam en te , descrevem como refeições rituais que geralm en­te acontecem três, nove, quaren ta dias... após a morte.

Em síntese, o pomána é um con­junto de ritos funerários muito com ­plexo que foram estudados nos cam­poneses rom anos pelo m usicó logo C .B ra ilo iu . A lgum as das p rá tic a s desse sis tem a rom eno trad ic io n a l, está: o barquinho com a vela sobre a água, a escolha das velhas pobres, a o ferenda da água, encon tradas em alguns poucos ts ig an o s v indo dos meios turco-valaques, são apresenta­das, há mais de sessenta anos, como sendo ritos funerários comuns a todos os tsiganos e ciganos.

No tocantes aos túmulos, em que, muitos são verdadeiras casa, os m es­mos são freqüentemente imponentes, até m esm o suntuosos, confirm am a crença em outra vida que tem ciúme da alma que mora nesta última resi­dência: a única bem ancorada e enfei­tada, onde as missivas e as fotos são, freqüentemente, em muitas famílias, os únicos documentos. ■

Bibliografia consultada“Os Ciganos, de Nicole M artínez”-

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ABRI1/1997 ofífSAS 6 ¿ f r í c a n o s 29Como comprar sem sair de casa!

DISK SANTO 258-1 573“A sua loja por telefone”

ARTIGOS RELIGIOSOS: • Nacionais e Importados

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Tudo o que você precisa de sua lista de compras sem sair de casa. Entrega gratuita.

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Atenção Nação Candomblecista. “Mais que um negócio, um serviço”

A cada dia que se passa, notamos que pessoas interessadas buscam a facilidade, a responsabilidade e

uma modo fácil de bem servir. Atualmente as coisas estão de uma certa m aneira d ifícil para todos, e muitas vezes como diz a frase inglesa “Time is money” ou seja: Tempo é dinheiro!

Foi pensando nessa frase, que surgiu no mercado já há algum tempo, um ser­viço que está revolucionando o merca­do, oferecendo uma facilidade fora do comum, e está deixando o povo-do- santo satisfeito com a sofisticada presta­ção de serviço. Disk Santo! Mais o que vem há ser isso? E para nos contar o que é esse tipo de serviço, é que nossa repor­tagem procurou Eduardo Ferreira, o Diretor Comercial do Disk Santo.

OA - Como surgiu a idéia do Disk Santo”

EF - Os seus idealizadores são prati­cantes desde 1978, com raiz na Umbanda e hoje, candom blecistas atuantes. Sentiram na própria pele o que era efetuar uma compra de artigos reli­giosos para a realização de suas oferen­das, trabalhos e obrigações. D a í a necessidade de um serviço moderno e competitivo que excluísse o tempo perdi­do com congestionamento, trânsito, pro­cura, espera, estacionamento, etc.

OA - Como fazer para comprar no Disk Santo?

EF - A partir de agora, o cliente não precisará mais se deslocar de sua casa e ir a uma ou mais lojas, você se basta ele ligar para 258-1573, e toda a sua lista será satisfeita integralmente e com uma grande vantagem, a mercadoria será

entregue gratuitamente em sua residência.OA - Geralmente, o comprador deste

segmento do mercado está acostumado a procurar, pechinchar em várias lojas, buscando economizar ao máximo. Qual a estratégia montada pelo Disk Santo, para reverter esta prática?

EF - O fato é que nossa empresa efe­tua esta pechincha para o cliente, com uma diferença, junto aos principais for­necedores do setor. Em conseqüência, costumamos dizer que não temos “com­pradores” e sim, clientes que confiam em nosso serviço e preço.

Alguns, inicialm ente, até fizeram orçamentos para comparação - o que sempre aconselhamos, pois é uma práti­ca saudável - e tiveram uma grata sur­presa. Experimentem! !!

OA - Qual o segredo deste sucesso?EF - Somos obstinados por preços

cada vez mais baixos. Nossa negociação com os fornecedores é direta e o trabalho é árduo, mas o resultado é compensador para os nossos clientes. Pois trabalhamos com margem mínima de lucro a fim de sermos competitivos no mercado.

OA - De zero a dez, qual o grau de dificuldade encontrada na estrutura e funcionamento do serviço?

EF - E difícil uma resposta objetiva a esta pergunta. O importante não era criar um serviço inédito e sim, um servi­ço sério e de responsabilidade como o nosso culto merece. A nossa margem de erro deveria girar em tomo de 0% - zero por cento -. Certamente a satisfação alcançada é fruto deste intenso trabalho preliminar.

OA - Que tipo de problemas enfren­

taram e\ou enfrentam atualm ente?E F - A pergunta é interessante.

Inicialmente o Disk Santo se responsabi­lizava por entregas de animais e confec­ções de roupas, o que causou-nos alguns problemas. Hoje, continuamos oferecen­do o serviço de forma mais profissional, recorrendo a terceirização. O problema era encontrarmos parceiros que comun­gassem com nossa filosofia de trabalho,o que hoje é realizado.

OA - A lém do atendim ento pelo tele­fone, de que form a o povo-do-santo de um modo geral, p o d e c o m p ra r p e lo Disk Santo?

EF - Basta enviar a lista de comprar- com antecedência -, para: Disk Santo - Caixa Postal n° 25.073 - Rio de Janeiro- Brasil - CEP 2552970 - Envie endere­ço e telefone de contato - se tiver -, e fazemos o orçamento de sua lista, sem compromisso.

OA - O Disk Santo oferece alguma opção de pagam ento?

EF - Sim! O Cliente por efetuar o pagamento à vista ou pêlos cartões de crédito VISA ou CREDICARD/MAS- TERCARD.

OA - Para finalizar, qual a diferença do Disk santo em re lação a um a lo ja aberta que tam bém realiza entrega?

EF - Como praticamente não traba­lhamos com estoque, o que interessa aos nossos fornecedores não é a compra que efetuamos, e sim, o volume de nossas vendas. Só compramos o que vendemos. Praticamente as lojas convencionais de artigos religiosos, estão conglomeradas e realizam uma concorrência entre si - no varejo -. Esta é a diferença básica. ■

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30 ò íísàs (:■ miemos ABRIL/1997

Tata-de-lnkice Tiãozinho D'Oxóssi confirma O gãs, Ekédi e lyá Laxe

Axogun Carlos recebe obrigação de 7 anos

Ilê de Oxóssi, do Baba­lorixá Tiãozinho, que fica localizado na Rua

Delfos - Curicica - Jacare- paguá, viveu no período de 18 a 20 de janeiro , uma grande movimentação. Na noite do dia 18, foi come­morada a obrigação de 7 anos do Axogun Carlos, como também, foram con­firmados os novos Ogãs da casa, que são: José Ricar­do de Exu e Vicente Ju­nior de Ogun; Ekédi Cu­ca de Oxumarê e lyá La- xé Laiza de Ewá.

Uma festa deste porte, tem que haver muita orga­nização, em razão de ser muito complexa, pois há vários momentos diferentes, por causa das m odalidades das solenidades. O zelador e toda a sua equipe, trabalham muito nesse período, tendo em vista que, no dia da festa irão receber inúmeros convidados, por esse motivo, tudo tem que estar nos conformes.

• As grandes presenças - Nessa noite, nossa equipe de reportagem constatou que estiveram presente em casa de Tiãozinho, entre filhos da casa e convi­dados, as seguintes pessoas: Rosângela de Iansã, mãe do Ogã Vicente Junior Sônia da Oxun, Axogun Pedrinho de Xangô, Ekédi Sônia de Oxalá, Ogã Luiz Henrique de Ogun, Peji-gã Eurias de Oxalá, Ogã H élio de Exu, Axogun Ururai de Oxóssi; lida de Iansã, Ekédi Jaciara de Xangô, lyá Laxe Janaina da Oxun; Axogun José Maria de Xoroquê; Lurdes de Oxumarê; Elizabete de Ogun, M árcia de Yemanjá “K a iá ”; Ogã Am auri de Oxóssi, Ana Cosme de Ogunjá; Ogã Edivaldo de Xangô; Kely Kristina de Oxóssi, Maria de Fátima de Ossâim; Janaina de Iansã, Luiz de Oxalá, Marcos de Obaluaiê, Virgínia de Oxumarê, Axogun A ntônio Vaz de Yemanjá, Natalina de Iansã, Axogun Delson de Exu; Juraci de Oyá, Lurdes de Obaluaiê, Cilmar de Xangô, Carlos de Oxóssi, Adriana de Ossâim, Tatiane

de Nanã, Valmir de Oxóssi, Rosana de Iansã, Valéria da Oxun, Ana Paula de Bessém, Mateilli de Omolu, Alexandre de Logun, Virgínia de Yemanja, Marilda da Oxun, R euíse de Iansã, Axogun Roberto de Oxaguiã; Olivia de Oba­luaiê, Ekédi Aparecida de Ewá, Carla Mordokh Dassa, de Iansã, responsável pela confecção das roupas usadas, tanto pêlos Ogãs, Ekédi, lyá Laxe e pelo Axogun Carlos; Lídia de Oxumarê e Ana de Oxalá.

• Tiãozinho não é Babalorixá e sim Tata - Tendo em vista que, Tiãozinho foi feito na nação Angola, o mesmo merece ser chamado daqui pra frente não de Babalorixá e sim, de Tata-de-lnkice T iãozinho D ’O xóssi, títu lo que o mesmo merece muito bem, pois, no desenrolar da festa, pudemos ver o seu alto grau de sabedoria dentro da sua nação.

• As entradas marcantes - Eram apro­ximadamente 01:50 hs, quando ocorreu a primeira entrada no salão, dos Ogãs, da Ekédi, da lyá Laxe e do Axogun Carlos de Oxóssi, que recebeu a sua obrigação de 7 anos. Essas entradas ocorreram várias vezes, tanto dos que foram confir­mados quanto ao Axogun, e em cada entrada, os mesmos usavam um traje

diferente, como também, atenderam a ordem do Ta­ta para que fizessem o tra­dicional Ingorossi. Quando isso ocorreu, vários filhos da casa e alguns convida­dos, viraram em seus In- kices. Nessa ocasião, os Inkices que estavam no salão, tomaram o tradicio­nal rum e depois foram des virados.

• Novos Iaôs dão o seu M orunkô - Antes que fosse realizada as tradicio­nais saídas dos novos iaôs, foi feito um pequeno inter­valo a fim de que, os filhos da casa e os convidados, pudessem respirar e reali­

zar alguma necessidade. Mais tarde, o candomblé seguiu o seu curso normal, finalmente chegamos ao momento das saídas dos novos iaôs - O xóssi e Obaluaiê - e as 04:45 hs a Ia lorixá Angela Priscila de Exu, solicitou que o Iaô de Obaluaiê pronunciasse o seu Morunkô; Depois, a Ialorixá Rita de Iansã, solicitou o de Oxóssi. Ao ser pronunciado os Morunkô, houve o que todos nos já sabemos, várias pessoas viraram em seus orixás, mostrando desta forma, o testemunho da feitura dos novi­ços.

Depois desse ato, houve a saudação tradicional, e os Iaôs foram recolhidos a fim de trocarem as suas indumentárias, para quando retornarem ao salão toma­rem rum. Enquanto isso, o candomblé prosseguia e os Ogãs cantavam para os Inkice que estavam no salão, aguardando o retorno dos novos Iaôs.

Ao retomarem ao salão, pudemos ver o bom gosto e à simplicidade, nos para­mentos usados pêlos noviços, e momen­tos depois, os Ogãs começaram a cantar os Orikis e os Inkices tomaram então o rum tão esperado. Foram momentos bonitos e que de fato ficará na história das festas ocorridas em casa do nosso Tata-de-lnkice Tiãozinho D ’Oxóssi, e entrará para os anais do Candomblé no Estado do Rio de Janeiro. ^

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ABRIL/1997 ORISAS [:■ AFRICANOS 31

Tiãozinho realiza

procissão e festa

em louvoi à Oxóssi

omo acontece anualm ente, oTata-de-Inkice Tiãozinho deOxóssi, realizou mais uma vez,

a tradicional procissão em louvor a seu Pai Oxóssi.

Há vários anos esse ato é realizado pelo zelador em questão, e conta sem­pre com o apoio de seus filhos-de-santo e da comunidade de Curicica - Jacare- paguá.

A procissão percorreu várias ruas do bairro e depois retornou ao Reino de O xóssi, após a sua chegada, foi rezada uma santa missa em louvor a São S ebastião , com a p resença de todos os participantes. Durante a cele­bração da missa, Tiãozinho e vários filhos seus puderam receber a santa hóstia. Este ano a mesma foi celebrada pelo M onsenhor Nagui - da Ig reja Ortodoxia - Paróquia de São Sebastião e São Jorge, que fica localizada no bairro de Curica.

• Toque em louvor a Oxóssi - Termi­nada a missa, houve o tradicional toque de candomblé, em louvor a Oxóssi, que é o patrono da casa. Quando o mesmo chegou e adentrou ao salão, houve uma grande salva de fogos de artifícios. Depois de ter recebido a justa e mereci­da homenagem, por parte dos Ogãs da casa, que não pouparam cantigas, o Orixá iniciou a sua despedida, deixando mais uma vez uma doce e terna lem­

brança. Como parte da comemoração, foi oferecido aos presentes um lauto jantar, regado a cerveja e refrigerante.

• Minha boa ação - Depois da festa religiosa, é sempre bom batermos um papo descontraído com o zelador, a fim de sabermos um pouco de sua vida par­ticular, pois existe pessoas que gostam de por pra fora as suas idéias e seus ideais. No dia 20 por exemplo, ficamos sabendo que o Tata T iãozinho de Oxóssi, tinha em mente construir um grande asilo para pessoas velhas como também, um orfanato. Esse fato ainda não ocorreu, salientou Tiãozinho, por­que existe muitas coisas que têm de ser efetuadas, há muitas exigências por parte do governo, e isso fica caríssimo, eu já solicitei de meu advogado, que tomasse umas providências, mais ele veio com uma lista tão grande que eu achei melhor fazer o que venho fazen­do, que é distribuir mensalmente 150 cestas básicas para as pessoas caren­tes, que são rigorosamente cadastradas; trazer crianças de orfanato e dár a elas roupas, café da manhã, almoço, lanche, jantar, brinquedos, passeio etc.

Acredito, prosseguiu Tiãozinho, que fazendo essa caridade, estarei sempre ajudando à alguém, e praticando uma boa ação, porque, construir um orfanato dos moldes que eu tenho em mente, é muito difícil.

•A grande festa de Maria Navalha -Mais um ano, mais um mês, mais um dia. A Maria Navalha tomou a liberda­de de convidar aos amigos, clientes e filh o s-d e-san to , todos aqueles que fazem parte do dia a dia, dentro do ritual espiritualista, para participar da sua festa que será realizada no Sábado de Aleluia - dia 29 de março de 1997 - às 23 horas, na Rua Delfos na 14 - Curicica - Jacarepaguá.

Temos que lembrar de tudo nesse mundo, que as crianças de hoje, são os idosos de amanhã; não adiante olhar só para um, senão não teremos o outro.

Pois se não fossem os idosos, não teríamos o adulto para cuidas da criança e se não fosse a criança; não teríamos o adolescente, o jovem e o velho; portan­to, nós temos que agradar o início, o meio e o fim.

Como agradar? Os jovens de hoje, são o meio; então, temos que cuidar do início que são as crianças e dos melho­res momentos para o resto das suas vidas; que são os idosos.

Esu ma se m i omo elomiranA xé Esu M ojubáBaba mim axéExú não me fa ça m alNo filh o do outroM eu respeito. Exu forças m

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32 ÒRÍSÀS & ftPItCftUOS ABRIL/1997

Marilza de Odé recebe o seu Deká

algum agradecimento, e com o seu sor­riso a mesma enfatizou:

Eu não poderia deixar neste momen­to de agradecer as pessoas que, durante esses 33 anos de santo, me passaram inúmeros conhecimentos, tornando-se assim, o verdadeiro Axé recebido, e essas pessoas fazem parte de minha vida dentro do santo, entre elas estão: Mãe Yinhá de Nilópolis, zeladora de

minha mãe carnal e que me c riou ; Tio C láudio de M uqui das A lm as de Realengo; Joãozinho da Gom éa; D id i de Iansã; B ocuiu de O ssâin ; Ne- zinho de M uritiba; Mãe Gaúcha do Bate Folha; Ogã C aboclo Venta de Axé, do Bogun; Djalma de Lalu, da nação Jeje M ah i; Z é M auro D ’0 - xóssi, do Pantanal; Ekédi A ngelina, do P an tanal; C arlin h os P eji-gã da Oxun.

Quero deixar aqui tam­bém testem unhado , os mais profundos agradeci­mentos aos meus amigos: Gilberto Freire “Gilberto de E x u ”; D oda A k esi D ’O ssâin , de P iritu ba; A derm ã de Iansã , de

Jacarepaguá; Mãe Dalva de Iansã, do Gantois (Lar Santa Barbara); Baba- alááw o “B a b a la ô ” J o sé E duardo Fonseca Junior; Babaalááwo Jorge Buda (a quem eu agradeço por ter me ajudado a fazer meu enxoval de Exú a Oxalá); Paulo da Pavuna; Gina de Oyá; Mãe Neuza, da nação Jeje Mahi; P ai M iúdo, da nação Je je M ahi; minha Mãezinha Criadeira, lyakunle - D iretora da FITACO - F ederação In tern a c io n a l das Tradições aos Cultos dos Òrisàs; meu Pai Pequeno Babaalááwo “Babalaô” King “Adesi- n a ”- fu n dador do Centro C ultural Odudúwà; Ao seu Desuelo,- com seus 80 anos de idade e iniciação em Ifá - pelo seu carinho, pela sua humildade, pelo seu am or e sua dedicação; ao Babalorixá Plínio de Vargem Grande; a Iyá Neide de Arujâ; aos meus filhos, clientes e amigos, que compareceram ao Saara de Odé Ireó.

• Agradecimento especial - Em espe­cial, quero deixar patenteado os mais profundos agradecim entos, ao meu atual zelador Babaalááwo Ifá Bumin do Ogun States - Abeokuta - Nigéria, possuidor do mais alto grau de que um Babaalááwo pode alcançar na Africa, pois de suas mãos pude receber o meu Deká e o meu Irukèrè, símbolo do meu sacerdócio.

Depois de mais de 33 anos de feita no santo, Marilza de

Odé, que foi iniciada em11 de jan e iro de 1964, pelo Babalorixá Jarami- deu O òsàà lü fáà “Oxa- lufã”, conhecido no Par­que José Bonifácio - São João de Meriti - RJ, como João Baiano, pode rece­ber o seu Deká e o seu Irukèrè, símbolo sacer­dotal, das mãos do Baba­alááw o Ifá Bum in do Ogun States - Abeokuta - Nigéria.

• Q uem foi seu p r i­m eiro ze lad or - João B aiano, era filho de M aria Julia - Salvador- BA, fa leceu em 20 de janeiro de 1972; com o seu falecimento, Ifá determinou que a herd eira do Axé seria Iyá Jacira D ’Osun, atualmente com o Ilê Axé no Parque Flora em Miguel Couto - Nova Iguaçu - RJ.

• Meus Agradecimentos - Após o tér­mino de sua festa, nossa reportagem procurou a anfitriã , a fim de saber como ela se sentia e se desejar fazer

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HBRI1/1997 OIHEAE í'r A FRÍCANOS 33PÁGINA DA MULHER /tose D ’Dangbé

Dias não-férteis para qualquer ciclo menstrual

Uns dos temas mais discutido a tu a lm e n te no B ra s il e no mundo, é o controle da nata­

lid a d e . Em a lg u n s p a ís e s e x is te m ed idas d rá s tica s a fim de que a população não cresça em dem asia. M as o que nos in te re ssa m esm o é saber como nós mulheres poderemos evitar uma gravides, pois sabemos muito bem que existem vários m éto­dos - tabelinha, anticoncepcional e a fam osa cam isinha -, no entanto, e x is tem in ú m era s m u lh e re s que ainda não sabem ou não gostam de usar esses preservativos. Tem pessoa que não pode usar pílula de qualquer tipo; outra não se adapta com o anti­quado d ia fra g m a , pois às vezes causam cistite.

Há m ulheres que tem o período menstrual, bastante regular, que é de 28 em 28 dias, em às vezes não sabem como ter relações sexuais neste perío­do, e aqui vai uma pequeno método se for usado corretamente, caso negativo poderá ter algum risco.

• O v u la çã o - A ép o ca em que a mulher pode engravidar - ocorre, em média, 14 dias antes da menstruação seguinte. Num ciclo de 28 dias, signi­fica que a ovulação ocorrer no meio do ciclo, ou seja, no 14° dia. Por medi­da de segurança, devemos acrescentar ou diminuir quatro dias a este número: 14 + 4 = 18 -14 - 4= 10

Por esse cálculo minhas amigas, o período fértil fica entre o 10° dia e 18° dia. E sendo assim, do 1° ao 9° dia, vocês estarão livres para ter relações sexuais, assim como a partir do 18° dia do ciclo.

• Tabelinha ou m étodo de O gino (japonês) e Knaus (austríaco) é 90%segura em mulheres com menstruação regular (sem atrasos ou adiantamen­tos) e que obedecem direitinho à tabe­la de dias férteis e não férteis. Um descuido ou uma conta errada pode significar uma gravides não deseja­da.

• Sinal de Beelings - A margem de segurança sobe para 95% quando a m ulher passa a observar o sinal de Beelings, que caracteriza a época da ovulação. O sina de Beelings é um muco cervical elástico, uma secreção viscosa de cor parda ou clara, seme­lhante à clara de oco, e é percebida pela mulher quando ela se enxuga como papel higiênico.

Esse sinal dura aproxim adam ente de 4 a 5 dias e, quando desaparece, indica que a época da ovulação termi­nou, que a mulher saiu do período fér­til. Algumas mulheres, além do sinal de Beelings, sentem uma pequenina cólica quando a ovulação tem início. O utras notam que, com o sinal de Beelings, aparece também uma estria de sangue.

TABELA DE DIAS ESTÉREIS

Considere L o intervalo mais longo entre as menstruações do anopassado e C o intervalo mais curto

L C dias estéreis

32 32 1° até 13° desde 20°29 27 1" até 8 o desde 17o32 31 1°até 12° desde 2029 26 1° até 7o desde 17°32 30 1° até 11° desde 2029 25 1° até 6o desde 17°32 29 1 ° até 10° desde 2029 24 1 ° até 5° desde 17o32 28 1° até 9 o desde 2029 23 1" até 4 o desde 1 7 o32 27 1° até 8o desde 2029 22 1° até 3 o desde 16°32 26 1° até 7o desde 2028 28 1 ° até 9 o desde 16o32 25 1° até 6° desde 2027 27 1 ° até 8 o desde 16o32 24 1° até 5 o desde 2028 26 1° até 7o desde 16°32 23 1° até 4 o desde 2028 25 1° até 6o desde 16°32 22 1° até 3 o desde 2028 24 1° até 5 o desde 16°31 31 1° até 12° desde 19°

28 23 1° até 4 o desde 16°31 30 1° até 11° desde 19°28 22 1° até 3 o desde 16°31 29 1° até 10° desde 1927 27 1° até 8o desde 15°31 28 1° até 9o desde 19°27 26 1° até 7o desde 15°31 27 1° até 8o desde 19°27 25 1° até 6o desde 15°31 26 1° até 7o desde 19°27 24 1° até 5 o desde 15°31 25 1° até 6o desde 19°27 23 1° até 4 o desde 15°31 24 1° até 5 o desde 19°27 22 1° até 3 o desde 15°31 23 1° até 4° desde 19°26 26 1° até 7o desde 14°31 22 1 °até 3 o desde 19°26 25 1° até 6a desde 14°30 30 1° até 11° desde 18°26 24 1° até 5 o desde 14°30 29 1° até 10° desde 18°26 23 1° até 4 o desde 14°30 28 1° até 9 o desde 18°26 22 1° até 3 o desde 14°30 27 1° até 8 o desde 18°25 25 1° até 6odesde 13°30 26 1° até 7o desde 18°25 24 1° até 5o desde 13°30 25 1 ° até 6o desde 18°25 23 1° até 4 o desde 13°30 24 1° até 5° desde 18°25 22 1° até 3 o desde 13°30 23 1° até 4 o desde 18°24 24 1° até 5o desde 12°30 22 1° até 3o desde 18024 23 1° até 4o desde 12°29 29 1° até 10° desde 17°24 22 1° até 3 o desde 12°29 28 1° até 9 o desde 17°23 23 1° até 4 o desde 11°

* Tabela pu b lica d a orig ina lm en te na Enciclopédia M édica do Lar, Vol.1 - Editora M elhoram entos - e se ­g u n d o a q u a l um a m u lh e r sa d ia pode ter idéia dos dias mais seguros para manter relações sexuais e não engravidar. Os dias indicados são contados a p a r tir do prim eiro dia da menstruação.

Page 36: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

34 o m r n «• AFRÍCAMOS ABRIL/1997

Kelly Kriztina

' .

No Caderninho

da KrizSepultamento

não é festaExiste pessoa que gosta mesmo de

aparecer. Quando foi realizado o sepul­tamento do Doté Luiz de Jagun, teve uma filha de Iansã, - que não é filha da casa - que compareceu no Ilê de São Bento, parecendo que ia mesmo par­ticipar de uma grande festa. Vestiu a sua baiana mais linda, colocou as suas contas e suas altas orelhas.

C laro não é! Foi observada pela m aioria dos presentes, que na boca pequena começaram a criticar o seu traje. Acredito mesmo que essa pessoa, deveria saber que o traje usado para esse tipo de cerimônia, é o mais sim­ples possível, ou seja, roupa de ração.

Agora: Quando for realizado o sir- rum, veja se se manca, e vá apenas de roupa de ração, a fim de não ser criti­cada novamente pelos seus mais velhos.

Se você não sabe! O melhor é ficar de boca fechada - Olha! Foi um verda­deiro vexame. Uma determinada senhora da Umbanda deveria ficar calada, ou apenas prestar a sua homenagem dentro do seu ritual, - Umbanda - cantando o hino da umbanda e enaltecer a figura do finado Luiz. Agora, cantar - ônixê aauurê. é demais. Isso não se canta dentro do Kalundu. O pior de tudo, é que teve gente virando no santo. Essa é demais, e eu que estava bem afastada quando vi aquilo não acreditei. Teve gente da antiga que criticou e disse: Há! É ela! só podia ser ela! É colori, só pode ser colori.

■ Falecimento - É com tristeza e pesar que comunicamos aos nossos leitores, o falecimento do Mejitó Clementino de Bessém, ocorrido no dia 13 de fevereiro de 1997. Clementino era filho de Seu Zezinho da Boa Viagem. O seu falecimen­to tomou de surpresa todos os seus irmãos, Mejitó Clementino era uma pessoa por demais estimada dentro da Nação Jeje Mahi e a companhia fiel do Doté Nelson de Azansu, pois o mesmo fazia parte no seu programa levado ao ar pela Radio Maná Solimões às terças-feiras.■ Quem também nos deixou no dia 16 de dezembro de 1996, foi o Babalorixá Joel de Ogum. Joel, tinha o seu barracão localizado à Rua Rita Batista, no km 40 da Estrada Rio-São Paulo - Campo Lindo.

Eles estão rindo de que? - Não sei não! Eu tenho até m edo de fa la r, m ais não posso fic a r ca lad a . E x is te m om entos que as pessoas têm que se m ancar, porque senão, outros sem som bra de dúvida algum a irão com en­tar, e esse com entário por certo não será nada de bom. Vejam as fotos acima, elas estão representando o que?

Será que depois do sepultam ento haveria m otivo para as ex p ressõ es fo to g rá fic a s? E po rq u e tan ta ce rv e jad a? Beberam na verdade o defunto . Agora! Eu gostaria de saber o porque de tanto riso, pra poder rir também. Por certo estão lem brando do finado; de suas brincadeiras; das piadas da Chica Xoxa ou será porque... ^

Page 37: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

ABRIL/1997 m \ m ê AFRICANOS 35■ Zerim “Axexê” Sirrum pra ninguém botar defeito - Quando me contaram eu não acreditei! Mas onde há fumaça existe fogo; O povo aumenta mas não inventa! E até agora ainda estou de queixo caído. Vai ser uma coisa pra ninguém botar defeito mesmo. Primeiro o preço R$ 15.000,00; Depois a comedeira, 100 Kg de camarão; 30 caixas de bacalhau e por último 50 caixas de cerveja. Agora! Quem é que vai pagar essa conta?

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■ Bate-Folha “Kupapa Unsaba” em festa - Será realizado no próximo dia 20 de abril, às 22 horas, a gran­de festa em homenagem aos 50 anos de v id a r e l ig io s a de Mamètu

Mabeji. Rua Edgard Barbosa, 26 - Anchieta - RJ - Ref. Igreja N.S. de Nazaré.

■ A grande festa de Maria Nava­lha - M ais um ano, M ais um m ês, m ais um d ia . A Maria Navalhatom ou a liberdade de convidar aos am igos, clien tes e filhos-de-san to , todos aqueles que fazem parte do dia a dia, dentro do ritual espiritualista, para participar da sua festa que será realizada no Sábado da Aleluia - às 23 h o ra s , na R u a D e lfo s n a 14 - C u ric ica - Jacarep ag u á . Você que adora chu rrasco , não deve perder,

porque fiquei sabendo que vão ser sac rificados 03 bois, no tocan te a bebida, serão nada mais nada menos de q u e 10 b a r r is de 50 l i tro s de chope.

■ Retificação - Na matéria publi­cada na Edição 40 - P. 5, onde se lê “Nação Jeje ganha os novos Mejitó’s”.Leia-se: Rômulo D’Bessém o mais Novo Mejitó- E ssa re tif ic açã o é porque, todas as pessoas que são de Bessém, e quando recebem a obriga­ção de 7 anos, na nação Jeje Mahi, são consideradas Mejitó. No tocante a Sandro D’Odé, o mesmo passa a ocupar o cargo de Doté.

grande festa da Iatemim Lurdes -Ocorrida em casa do

Doté Nelson D, Azunsu no dia 22 de março, sairá na próxima edição.

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Cheguei!Sou a nénem do papai Jair de Ogum

m e&foí v in d a a/oa, e aM aejf&ra

a cA e^ada de uca fi/h a Q ^a/w te/a j ocow vido wo

d ta iO de m avco-, é a noiáo- fw fia /a /y

<¥*>a/xi/cw üvá de W yam -.

m am ãe ^ e ííe ie ij cem vída oa anuaca,

fia w a ¿vem a uuc veü d ên ela j a fiim de

fu ir/ic ffia /yem , d a ̂ eáti/iM </ade ewi Acvm& na^em

a cA e^ada d a 'M w a Aew devm .

Page 38: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

36 ORTSAH ft ArnfCAiNOC ABRIL/1997

AROMATERAPIA

Vamos falar dos perfumesA leister Crowley, 777 diz: “A

sensual sedução do benjoim é inconfundível. A rosa sugere

naturalmente os aspectos mais físicos do símbolo feminino e finalm ente o sândalo é venusiano, em intuição pelo aroma, e em sensibilidade pela cor” .

Também são da maior utilidade os produtos de perfumaria derivados de fontes animais, dos quais os mais usa­dos são o âmbar-cinzento, o almís­car e a algália.

A principa l desvantagem dessas classificações é que elas não oferecem muito que possa ser usado pelo ini­ciante na com posição propriam ente d ita dos perfum es. M esm o assim , ainda são úteis para saber as fontes de onde foram extraídos os materiais. E muito importante - já que a maioria dos perfumes possui base floral - ter uma paleta organizada com um míni­mo de tipos flo ra is. A p artir deles serão criados componente equilibra­dos que servirão de base para outros. Maurer também coloca à disposição do perfumista iniciante uma tabela que pode ser usada como o equivalente à paleta do pintor, m ostrando como combinar fragrâncias florais para pro­duzir perfum es conform e a tabela abaixo. O importante de tudo é que, o acompanhamento dessa tabela ajudará a entender a natureza e força do odor dessas substâncias arom áticas natu­rais.

01 - jasmim02 - néroli03 - rosa04 - cravo05 - flor de trevo

Experimentando toda combinação possível desses grupos básicos, você desenvolverá um conhecimento intu­itivo do seu trabalho. Você pode recri­ar buquês conhecidos, como jasmim- néro!iro£* ou ro sa -ja sm im -c rav o . O u tros d e riv ad o s c lá s s ic o s d essa paleta de óleos essenciais incluem lírio-do-vale/jasmim/cravo, cravo/jas­m im /v io le ta , ilan g u e -ilan g u e /c ra - vo/jasmim e gardênia/lavanda/cravo.

Os odores do mesmo grupo mistu- ram-se muito bem, mas talvez as mis­turas que combinam grupos diferentes sejam m ais in teressan tes Q ualquer uma dessas combinações básicas pode ser melhorada ou acentuada com flo­rais mais complexos ou outros botâni­cos.

Formar esses buquês é, para o per­fum ista, equivalente a trabalhar em e sca la s para o m úsico : um passo necessário para desenvolver a própria

11 - gardênia12 - jacinto13 - mimosa14 - heliotrópio15 - ilangue-ilangue

hab ilidade em cam po tão cria tivo . Graças a um conhecimento adquirido a partir da experiência direta, você pode começar a criar misturas novas acrescentando cada vez mais relevo às suas prim eiras m isturas. Esse é um passo essencial na composição de per­fumes.

Existem várias outras matérias-pri­mas naturais, que seriam demais expor n es te vo lum e. M as se você q u er m esm o fazer seu perfum e ou então deseja mais alguma explicação, é só procurá-la em Perfumes and Their P roduction , de E dw ard S. M aurer (1958) e Natural Perfume Materials, trad u z id o do francês por E dw ard Sagarin em 1949.

Um fato também muito importante é que, no uso mágico dos perfumes, d evem os tra b a lh a r com os ó leos essenciais em sua form a pura, sem c o r tá - lo s com á lco o l. P o is d essa forma, seu aroma, assim, é liberado pelo suave calor do corpo, e não pela evaporação do álcool. A lém disso, eles exercem uma sutil influência no indivíduo, pois parte deles é de fato absorvida para dentro do organismo. Usar produtos naturais no lugar de sin­téticos pode ser esteticam ente mais agradável.

B em , até o p róx im o n ú m ero , quando voltarem os a falar... Dos perfumes.

(Fonte de consulta. A utilização ritual e mági­ca dos perfumes, publicado pela Nova Era - 1993).

No próximo número iremos falar dos “Perfumes Planetários” ■

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G R U P 01 GRUPO 2 GRUPO 3Odores primários Odores primários Florais exóticos simples

06 - violeta07 - lério-do-vale08 - lilás09 - lavanda10 - verbena

Page 39: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

ABRIL/1997 o r iía s m i c p . m s . 37

Doté Nelson D'Azunsu, dá obrigação de 3 anos em Vânia de Freqüem

Como havíamos noticiado, foi realizado no Rumpame Runtologi Nacunda, do Do- té Nelson D’Azunsu, no dia 26 de

fevereiro, a grande festa em home­nagem a obrigação de sua filha - futura “M ejitó” - Vânia de Fre­qüem (Dâni).

Festa em casa do Doté Nelson, nos reserva sempre uma surpresa, e essa não poderia deixar de aconte­cer, pois, embora tenha sido em dia de domingo, e praticamente antes dos festejos de momo, pode-se observar que o barracão tornou-se mais uma vez pequeno para abrigar os inúmeros irmãos, parentes de santo e convivas, que foram dar o seu testemunho e cumprimentar o zelador e sua filha.

Vânia é aquela jovem filha que, embora não aparenta, é por demais dedicada dentro e fora do santo, foi para casa do Doté Nelson, sem sa­ber na verdade o que era fazer santo dentro da nação; Dia após dia, foi se entrosando, aprendendo e vencendo os principais meandros e obstáculos que apareceram em seu caminho.

Por esse motivo, é tida pelo seu zelador, como um bom exemplo, e num futuro bem próximo, será uma representante ilustre da nação Jeje Mahi; Aliados aos seus atributos, como também, pela personalidade impar que possui, Vânia passou a ser digna de todo respeito, pois tem sobre o seus ombros uma grande incumbência, tendo em vista que, o seu Vodun, tem a grande responsa­bilidade de ser, a rainha da nação, já que ela é de Freqüem - “Dâni”- Parte feminina de Dã, a serpente fêmea do arco-íris, em candomblé Jeje. Corresponde à Bessém de Oxumarê. Dã ou Dangbé - Ser­pente sagrada, do Daomei (atual Benin), princípio da mobilidade e da eternidade, representada engo­lindo a própria causa, formando um círculo sem princípio nem fim.

Foi trazida pêlos Jeje para a Bahia e Maranhão. Adotada pêlos nagô, passou a ser, ainda na Africa, Oxumarê, “a serpente do arco- íris”, Seu culto foi bastante difun­dido na Bahia, onde deixou vestí­gios nos ferros de Oxumarê, em form a de serpente, pinturas em parede etc. Em alguns xangôs do nordeste eram conservadas cobras (jibó ias) vivas. Atualmente, em culto afro-indígenas, até no Rio há terreiros cuja Mãe-de-santo dança com cocar e uma jibóia viva no pescoço.

No Maranhão é Dambira - Vodun, chefe da fam ília dos Voduns da terra, cultuado em S. Luiz do M aranhão, na Casa Grande das Minas e em outros candomblés Jeje de outros lugares. E a mesma Dã - Dangbé sendo apenas tobossi de uma noviche. Em candomblé Jeje-nagô do Rio, Dã “m ora” ju n to à árvore da fruta-pão, ao pé da qual ficam seus assentamentos”, em uma cabana (fonte de pesquisa Dicionário de Cultos Afro-Brasileiros “Olga G. Cacciatore”. ^

Page 40: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

38 OlíISâS !■■■ AFEÍCAN-OS ABRIL/1997

Dos grandes momentos da festa

Durante o transcurso da festa, houve momentos de rara beleza, e como sempre* po­demos mais uma vez assistir a che­

gada de vários Voduns, anteceden­do o que seria o grande momento.E isso ocorreu, as saída programa­das mostrou mais uma vez o bom gosto que essa jovem filha-de- santo tem em querer homenagear aquela que tudo é para si. E quando chegou o momento principal, em que Freqüem adentrou ao barra­cão, vários filhos - novos e velhos - foram tomados pelos seus Voduns, mostrando desta maneira, que a Nação Jeje recebia mais uma vez, com todo respeito e honras mereci­das, a sua rainha e o seu rei, pois o Mejitó Rômulo também foi to­mado por seu pai Bessém.

A mesma usava uma indumentá­ria lindíssima, uma fazenda impor­tada, numa tonalidade clara com som breado azul; ostentando os seus barajás de búzios - onde é mostrada a sua origem daomea- na - no seu pano de cabeça, Vânia teve o cuidado de fazer um lindís­simo arranjo todo enfeitado com búzios e guizos, que term inava com uma longa ponta.

Em cada cantiga que era entoa­da, Freqüem mostrava toda a sua galhardia, que terminou com o seu ato principal, quando ela ajoelha-se e faz a ação de dar um bote. Foi um espetáculo digno de ser visto e ser guardado para sempre em nos­sas memória, pois o mesmo foi e será eternamente comentado pêlos convidados que tiveram a honra de apreciá-lo.

Mais uma vez, queremos para­benizar - Doté Nelson de Azunsu - este batalhador, que a cada dia que passa, mostra aos olhos do mundo, o porque que é tão procurado e res­peitado dentro e fora do candomblé no Estado do Rio de Janeiro, sendo por m uitos apontado como o defensor fervoroso e divulgador da Nação Jeje Mahi. ■

Terminada a festa religiosa, foi oferecido aos inúmeros convi­dados, um leve jantar, onde o cardápio foi bem variado, não fal­tando a tradicional bebida gelada; vinho e refrigerante. Os convi­dados depois de alguns momentos iniciaram as suas despedidas, e temos certeza que, aguardaram ansiosamente a nova obrigação, quando poderemos assistir a entrega do Deká, pois quem já fez a de 3 anos, certamente irá fazer a de 7. Porque não!!!

Page 41: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

ABRIL/1997 0 l;[£A£ & AFEÍCAWOC 39

Ebâmi Loiá Lelê do 40', recebe obrigação de 21 anosO dia 21 de dezembro jamais

será esquecido por essa modesta e simples zeladora de Orixá, como também, dos que

participaram de sua grande festa. O seu barracão pode abrigar inúmeros amigos que foram lhe prestar as devidas homenagens em comemora­ção a sua obrigação de 21 anos de santo.

Tendo atualmente como seu zela­dor o Babalorixá Benedicto de Oxalá, Ebâmi Loiá pode concretizar o seu grande sonho, que foi receber das mãos deste modesto e competen­te zelador, a sua obrigação de maiori­dade. Foi uma festa linda, onde mais uma vez este humilde repórter pode apreciar o toque de candomblé tradi­cional, ou seja, candomblé da antiga, pois lá estava a Iyalode mais antiga do Rio de Janeiro, Mãe Chica de Oxalá, que se fez acompanhar de Cláudio de Ogum.

Ebâme Loiá relutou muito para tomar essa decisão, que foi receber a obrigação de 21 anos com o Babalorixá Benedicto de Oxalá, mas tendo em vista que o seu antigo zela­dor estava doente e sendo o atual uma pessoa das mais conceituadas dentro do Rio de Janeiro, Oyá achou por bem que a sua filha desse a cabe­ça a ele.

Foi uma festa que podemos dizer simples, mais com muito gosto, embora estivéssemos tendo estáva­mos às vésperas do natal e muitas pessoas não puderam se fazer pre­sente - por estarem viajando -, por essa razão, o barracão da Ebâmi não ficou superlotado, mais a assistência foi boa, mais no final de tudo, o que vale mesmo e a obrigação e a presen­ça dos amigos fieis.

Entre esses amigos estavam José Carlos de Omolii, Tata de Iansã, Marcos da Oxum, Ekédi Mérida da Oxum, Venilton da Oxum, Dalmir de Ossâin, Jairo de Oxóssi, José Raimundo de Oxóssi, Edyr de Oxalá, Alice da Oxun, Cleide da

Oxun, Osvaldina da Oxun, Morena de Oxumarê, Juçara de Ogun, Ana de Iansã, Ilka da Oxun, Marione de Iansã, Antônio Carlos de Xangô, Márcia da Oxun, Ekédi Fabiana da Oxun, Elaine de Obaluaiê, Eliza de Iansã, Eli de Yemanja, Cecília de

Iansã, Adélia de Xangô, Maria Helena de Xangô, Fabiana de Logun, Míriam de Xangô, Lijiane de Oxalá, Roselaine, Jader de Oxóssi, Edilon de Omolu, Coutinho de Xangô e Jaciara de Ogun, de Salvador-BA.

Page 42: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

40 m m fe / ¡« c a n o s ABRIL/1997

A chegada de Oyá na Roda de Xangô

De n tro do r i tu a l C andom blecista , tem q u e h a v e r

um a seqüência, m orm en­te quando um a filha-de- o rix á e s ta re ceb e n d o a sua o b rig ação de 7, 14 ou 21 anos. De acordo com a sua nação, é feito um ato a fim de que seu orixá tom e a sua cabeça, e n a n a ç ã o Ketu is so ocorre quando é feito a t r a d ic io n a l Roda de Xangô. E foi duran te a re ferida roda que Iansã tom ou a cabeça de nossa querida Ebâmi e com a sua chegada, outros o ri­xás tam bém tom aram a cabeça de seus filhos.

Depois de alguns ins­tan te s , a d o n a da fe s ta re tiro u -se do salão d e i­xando os dem ais orixás a fim de que os m esm os p u d esse m ser re v e re n ­ciados. Foi algo bonito, pois para cada um foram puxadas várias cantigas, e com isso a festa ganhou um novo clima.

Q uando atingíam os 02 horas da m adrugada, a dona da festiv idade, adentrou ao salão, com um a outra indum entária e passou a d istribu ir os seus trad ic io n a is acarajés. Foi m ais um m om ento de beleza, po r­que desde o mais antigo até ao mais novo, todos se curvaram para rece­b e r a co m id a p re d ile ta do o rix á , m ostrando com isso , a hum ildade ex isten te en tre os partic ipan tes da festa.

• Oyá retorna e toma rum -Depois que term inou a distribuição dos aca ra jé s , Ian sã re co lh eu -se a fim de tro ca r a sua indum en tária . Enquanto isso, era servido aos parti­cipantes aqueles salgadinhos acom ­p an h ad o de re fr ig e ra n te e alguns dos p a r tic ip a n te s ap ro v e ita ra m a o p o r tu n id a d e p a ra fu m a r o seu cigarrinho e bater aquele papo com

os amigos presentes.T ão lo g o te rm in o u o p eq u e n o

in te rv a lo , os O g ãs in ic ia ra m o toque, e m ais um a vez tivem os o prazer de ver Iansã adentrar ao salão traz id a por B en ed ic to de O xalá e M ãe C h ica que v in h a à fren te de todos. O público presente foi tom a­do de em oção e lançaram sobre o orixá as tradicionais pétalas de rosa e o v a c io n a v a a su a s a u d a ç ã o Epahei!!! Oyá!!! - Iyá mésàn òrunü! Epahei!!!

D epois que recebeu o seu trad i­c ional e m erecido rum, chegou o m om ento da dona da festa iniciar a sua despedida, e cum prim entando a m ais velha e ao seu novo zelador, ela foi abraçando os convidados de um a um até chegar a vez dos Ogãs. E num clim a m aravilhoso, ela te r­m inou a sua desped ida e adentrou ao rondeme a fim de desvirar.

• Meus agradecimentos - T erm i­

n ad a a fe s ta sag rada, p rocu ram os Ebâme Loiá a fim de cum prim entá- la p ela m agnifica festa , e tam bém para ouvir algum as palavras suas. E quando lhe perguntam os com o ela se sentia, a m esm a naquele seu tom risonho enfatizou:

- Olha nego! Eu estou realmente muito feliz! Digo feliz porque, não é sempre que uma filha de santo pode ter a companhia de seu zela­dor e de uma mais velha, como é o caso de Mãe Chica. Todos sabem muito bem que a minha casa é modesta, é humilde e eu mais ainda, e acredito que todos que vie­ram ver minha mãe Iansã, devem estar satisfeitos. Recebi a minha obrigação e agora o que mais posso dizer? Somente uma coisa: - Obrigado Oyá! Obrigado Pai Benedicto de Oxalá e muito obriga­do mesmo Mãe Chica de Oxalá por ter participado de tudo. E aos meus amigos muito obrigado também. ■

Page 43: Revista Orixas e Africanos - Abril de 1997

r

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Palias na vanguarda da cultura Negro Brasileira, apresenta seus últimos lançamentos

A1IA1R(R0UVEIRA Abraçando um universo de4 376 cantigas de Nação Keto, contendo o texto em Yorubá, sua tradução fonética (pronúncia) e para o português, este é o mais completo trabalho já publicado sobre o tema.

Mais uma vez TÓgun nos presenteia com sua sabedoria g experiência em um livro que,

segundo suas próprias palavras, é dedicado a todas as pessoas desejosas de aprender

os rituais da religião dos Òrisà.

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E L E G U NIn i c i a ç ã o n o C a n d o m b l é

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