revista n21

24
21 JAN.FEV.MAR.3 Ano6 0,70€ mundo h. MOÇAMBIQUE UMA ESCOLA PRIMÁRIA PARA SANCULO; S.TOMÉ ATENDER A DOENÇA COM DIGNIDADE; PORTUGAL INAUGURA- ÇÃO HELPO NO PORTO; MAIS MUNDO PADRINHOS PELO MUN- DO; ESTÓRIAS PADRINHOS VOLUNTÁRIOS; MAIS DO QUE PADRI- NHOS SORRISO COLGATE; QUEM HELPA UM CONTENTOR RUMO A NACALA; IMAIS FADO SOLIDÁRIO NO FAIAL.

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Page 1: Revista n21

21 JAN.FEV.MAR.3 Ano6 0,70€

mundo h.MOÇAMBIQUE UMA ESCOLA PRIMÁRIA PARA SANCULO; S.TOMÉ ATENDER A DOENÇA COM DIGNIDADE; PORTUGAL INAUGURA-ÇÃO HELPO NO PORTO; MAIS MUNDO PADRINHOS PELO MUN-DO; ESTÓRIAS PADRINHOS VOLUNTÁRIOS; MAIS DO QUE PADRI-NHOS SORRISO COLGATE; QUEM HELPA UM CONTENTOR RUMO A NACALA; IMAIS FADO SOLIDÁRIO NO FAIAL.

Page 2: Revista n21

ÍNDICE

EDITORIAL

3

apreensão e otimismo.

PORTUGAL

0

uma estação de encontros.

S. TOMÉ E PRÍNCIPE

8

posto de saúde comunitáio - colónia açoreana.

i MAIS

ESTÓRIAS

4

alcoolismo: um problema que São Tomé não reconhece.

noite de fados no faial.

6

sim! É possível!

1 por todos.

MOÇAMBIQUE

4

os sonhos podem concretizar-se!

MAIS DO QUE PADRINHOS

9

criando (novos) hábitos...

natális.

5

concretização de um sonho.

o mundo para além de nós, em 2013

MAIS MUNDO

padrinhos além fronteiras.

3

6

a realização de uma viagem de sonho...

8

alegria a dobrar.

QUEM HELPA

0

em 20 pés, mais de 580 volumes navegam rumo a moçambique.

Page 3: Revista n21

3

preensão e otimismo são dois sentimentos que nor-

malmente vivem separados… Mas foi assim que a Hel-

po iniciou o ano de 2012: apreensão devido ao contex-

to socioeconómico do país, mas otimismo graças à dedicação

e sacrifício dos nossos padrinhos! Graças a eles conseguimos

fechar o ano de 2012 em linha com o objetivo a que nos tí-

nhamos proposto: somos hoje 4000 padrinhos espalhados por

todo o mundo! Num cenário de crise onde todos somos criati-

vos na gestão do nosso orçamento, o facto de mantermos uma

base sólida de padrinhos demonstra claramente a qualidade do

nosso projeto e a fidelidade dos nossos padrinhos!

Vamos por isso entrar no ano de 2013 com grande determi-

nação e ambição! Em Portugal continuaremos a implementar

projetos comunitários (Veki, Sotão, Brinca, etc…) com o objeti-

vo de dar o nosso contributo para aumentar o índice de desen-

volvimento humano de Portugal. Nesse sentido, inaugurámos

em dezembro passado a segunda casa da Helpo: a nossa sede

no Porto, na estação de São Bento. Um grande passo rumo à

nossa consolidação na zona norte do país, que tão generosa

tem sido com os afilhados da Helpo e que agora, merecida-

mente, recebeu esta resposta. Aguardarmos a visita de todos

os padrinhos, estão formalmente convidados!

Lisboa, Nuno Tavares

EDITORIAL

A

3

APREENSÃO E OTIMISMO.

Moçambique e São Tomé continuarão a ser as nossas zonas de

intervenção. O projeto Helpo é hoje reconhecido como uma

mais-valia para todas as comunidades onde intervimos e é no

mesmo sentido que iremos continuar a caminhar: refeições

quentes, sabão, kits de primeiros socorros, peças de roupa,

cobertores, lanche escolar, géneros alimentícios, calçado, ma-

terial escolar, equipamentos e material desportivo, mobiliário

escolar, uniformes escolares, propinas escolares para os alunos

que frequentam a escola secundária.

Em paralelo, iremos aumentar as fronteiras de comunicação

do projeto Helpo. Com a evolução das tecnologias não é de es-

pantar que tenhamos padrinhos desde os EUA até Macau sem

termos implementado uma estratégia específica para que tal

acontecesse. É neste contexto de evolução que iremos breve-

mente comunicar a marca Helpo de uma forma estruturada e

estratégica no Brasil, país “irmão” e cujas motivações sociais e

solidárias serão certamente interessantes de mobilizar.

Esperamos, assim, com esta estratégia, conseguir continuar a

crescer de uma forma sustentada e, acima de tudo, consolidar

a qualidade do nosso trabalho. Para isso, necessitamos que

continuem a dar a vossa generosa contribuição, que tanto va-

lor tem num mundo tão diferente daquele em que vivemos!

Page 4: Revista n21

4

os sonhos podem concretizar-se!

MOÇAMBIQUE

4 de novembro de 2012 é uma data

que não esquecerei facilmente. Na

aldeia de Sanculo (distrito da Ilha de

Moçambique), em Moçambique, realizou-

-se um antigo sonho meu: inaugurar uma

escola dedicada à minha estimada profes-

sora primária, Adalgisa Tanara Cesaris.

Tudo nasceu em Génova, à mesa de um

café, onde conversava com o meu amigo

Marco, que me apresentou uma amiga

sua, Joana Clemente, da Associação Helpo.

A Joana começou a falar-me do trabalho

da Associação em Moçambique e acabei

por lhe falar do meu sonho “guardado na

gaveta”.

Ao ouvi-la, plantou-se-me um fascínio

pelos projetos concretizados pela Asso-

ciação, e veio-me à cabeça perguntar se

poderia deslocar-me a Moçambique para

ver como poderia ajudar a Helpo.

Em julho de 2011, aterro em Nampula,

onde conheço uma pessoa excecional:

Carlos Almeida. Com ele, passo uma se-

mana emocionante, percorro as aldeias

onde a Helpo já deu início a alguns proje-

tos, e sigo-o na auscultação dos responsá-

veis locais pelas políticas educativas, nas

localidades que necessitam mais urgente-

mente de uma escola primária completa

inexistente. Finalmente, a aldeia identifi-

cada foi Sanculo, localizada na zona conti-

nental do distrito da Ilha de Moçambique

(Classificada como Património Mundial da

Génova, Pietro Fugazza

2

Page 5: Revista n21

5

Humanidade, pela Unesco).

Não parto sem me comprometer com o

Carlos e com Paulino, o chefe da aldeia de

Sanculo, em financiar brevemente a cons-

trução de uma escola. Assim, em novem-

bro de 2011, decido dar início ao projeto

“Gisa for Children”, cujo primeiro objetivo

será angariar fundos para construir uma

escola através da ajuda da Helpo. Após

alguns avanços e recuos, reféns das ques-

tões práticas, iniciaram-se os trabalhos

sob a supervisão do Carlos Almeida, e

depressa se chega à data da inauguração.

24 de novembro foi o dia marcado, com a

presença confirmada de todas as autorida-

des locais e televisões nacionais.

Não podia faltar ao compromisso e assim,

feitas as malas, parto rumo a Moçambi-

que para sentir na pele a concretização do

meu sonho feito realidade.

Além da emoção do momento, que me

assaltou ao ver a escola edificada e se pro-

longou por alguns dias, não poderei es-

quecer os rostos e sorrisos dos habitantes

da aldeia de Sanculo e das suas crianças,

os verdadeiros protagonistas desta grande

celebração.

Trouxe comigo, no coração, uma grande

emoção que não esquecerei em toda a

minha vida, e por isso agradecerei sempre

ao Carlos e à Joana, da Associação Helpo,

e ao meu amigo Marco, que me colocou

em contacto com pessoas tão especiais!

Ficha técnica

Zona de ação: Sanculo, Distrito de Ilha de Moçambique, Província de Nampula (a 7 km da cidade da Ilha de Moçambique e a

180 km da cidade de Nampula).

Nº de Beneficiários: As salas de aula de Sanculo irão funcionar este ano como salas anexas da EPC de Jembesse e irão acolher

um total de 440 alunos, divididos por 6 turmas. A partir do ano lectivo de 2014 irá funcionar como Escola Primária Gisa de

Sanculo.

Custos do projeto: 30.000,00€.

Data da inauguração: 24 de Novembro de 2012.

Page 6: Revista n21

6

MOÇAMBIQUE

Sim! É possível!Nampula, Carlos Almeida

A chegada de um voluntário ao terreno envolve sempre mais questões do que a simples decisão de ir e o ato de partir. Muitas pessoas

têm uma visão muito romântica do que é passar um período de meses em África, longe do conforto do lar, pensando apenas no bem

que podem fazer e das coisas positivas que irão receber. Há muita coisa boa para se receber quando se decide ir com tudo e, sobre-

tudo, com o coração cheio para ajudar o próximo, mas a verdade crua e nua, é que nem todas as pessoas se adaptam à dureza da

realidade de África. Não quero com isto dizer que uns são melhores que outros, mas simplesmente que nem todas as pessoas estão

talhadas para sentir certos “pesos” que neste continente são amplificados. É difícil explicar a dureza que por vezes se sente em África

e ainda mais difícil é explicar os seus múltiplos encantos. África não se conta, sente-se, e um dos últimos voluntários a passar uma

temporada em Cabo Delgado já tinha sentido África, literalmente de alto a baixo.

Joaquim Batista já passou a barreira do meio século, mas o seu corpo franzino, o brilho dos seus olhos e a sua postura de quem tem

pilhas alcalinas de longa duração, não deixam enganar: estamos perante um homem todo-o-terreno, de corpo e espírito. Quem não

confiar no golpe de vista e precisar ver o CV, logo percebe que este viajante inveterado tem, entre outras loucuras (saudáveis), o facto

de ser um dos mais famosos adeptos da Seleção Nacional, fundador da Paixão Lusitana, e uma travessia de África de camião, por al-

turas do Mundial de 2010, em que teve oportunidade de visitar Moçambique pela primeira vez e conhecer a sua afilhada na escolinha

do Marrere, em Nampula.

África marcou-o e a Helpo também, por isso decidiu voltar para pôr as mãos na massa:

Carlos Almeida: Quais as motivações que te levaram a abraçar o

projeto de voluntariado de longa duração?

Joaquim Batista: Como pessoa atenta no que respeita a Direitos

Humanos e às difíceis condições de vida dos povos de países

subdesenvolvidos, algumas incursões como “viajante” em países

dos continentes africano, asiático e da América Latina despole-

taram em mim a vontade, que há muitos anos tinha, de poder

ajudar a melhorar as condições de vida dessas pessoas. Se algu-

mas dúvidas houvesse, foram completamente desfeitas em 2010

aquando da visita à minha afilhada na comunidade do Marrere,

onde tive oportunidade de verificar o excelente trabalho que a

Helpo estava a desenvolver. Foi aí que decidi passar da vontade

à prática, criando as condições profissionais para o fazer. Pen-

so que o percurso de vida de um ser humano terá sempre que

passar pela defesa das causas em que acredita, ser solidário e

essencialmente ter capacidade de sair das tão cómodas “zonas

de conforto”. O passo seguinte foi a inscrição e frequência do

workshop “Mais Voluntário”, de preparação para Voluntariado

Internacional, organizado pela Helpo, onde fui selecionado para

uma missão em Moçambique.

C. A. : Quais eram as expectativas antes de conheceres a reali-

dade?

J. B. : Com a formação prestada pela Helpo, e pelo conhecimen-

to anterior de algumas vivências “in loco”, aquando das minhas

viagens, estava minimamente preparado para não criar grandes

expectativas, pois sabia de antemão que a realidade, que iria en-

contrar, exigia uma grande componente psicológica, capacidade

de trabalho e muita dedicação, entreajuda com a equipa Helpo

já instalada no terreno e, essencialmente, disponibilidade para

executar qualquer tipo de tarefa que o momento exigisse.

C. A. : Como foi o choque com essa realidade?

J. B. : A realidade é sempre nua e crua! É óbvio que o conheci-

mento superficial que tinha foi atropelado por uma enxurrada

de necessidades básicas nas comunidades onde a Helpo está a

trabalhar. Só no terreno se consegue perceber as dificuldades

e carências que as populações têm no seu dia a dia. Destaco a

falta de água, que implica a inexistência de cuidados de higiene

básica, em adultos e crianças, e que transversalmente é causado-

ra de inúmeras doenças e impeditiva de uma assídua presença

nas aulas por parte das crianças. De realçar que, em relação a

equipamentos, entrega de materiais e lanches escolares, é notó-

rio o trabalho efetuado pela Helpo. Pedra a pedra, tem construí-

do inúmeras instalações para escolinhas e escolas e, com a ajuda

de todos (equipa Helpo, padrinhos, patrocinadores e financiado-

res), vai-se pintando os rostos das crianças de esperança, felici-

dade e alegria!!!!!

C. A. : Como foi a experiência das vivências e do trabalho na Co-

munidade de Mahera?

J. B. : Todas as diretrizes e tarefas que me foram atribuídas,

foram executadas com todo o gosto e dedicação, mas foi com

enorme entusiasmo que participei na remodelação/reconstru-

ção da Escola Primária Completa de Mahera.

Quando cheguei ao terreno e olhei para um edifício construído

no início dos anos 70, completamente obsoleto, sem portas e

janelas, chapas de zinco danificadas e rotas, com quadros esco-

lares feitos em cavaletes e crianças sentadas no chão a assistir

às aulas, pensei que era possível com as verbas disponibilizadas

Page 7: Revista n21

7

transformar um “monstro” numa “donzela”. Mãos à obra, e com

a ajuda de algumas pessoas da comunidade local e do emprei-

teiro, foi possível tornar o sonho em quase realidade. E só não

foi totalmente realizado, porque, aquando dos acabamentos da

obra, estive ausente da mesma durante um par de dias. Tempo

suficiente para que o meu amigo Sanjane (o empreiteiro) não

executasse as diretrizes deixadas para o efeito: aplicou algumas

grelhas fora de esquadria e deixou a “donzela” um pouco em-

penada! Pormenores de pouca importância que só eu, como um

“perfecionista desmedido”, tomei em consideração.

Quando as paredes foram pintadas e as secretárias colocadas, a

“donzela” engalanou-se e voltou a brilhar! As crianças e a comu-

nidade de Mahera, uma das mais pobres onde trabalhei, preci-

savam e mereceram toda a dedicação e entrega na reconstrução

da Escola.

KOSHUKURU MAHERA!* (*Obrigado, Mahera)

C. A.: Ficou vontade de repetir a experiência?

J. B. : Se houver, por parte da Helpo, necessidade dos meus prés-

timos em futuros projetos, estou completamente disponível para

repetir a experiência. Aliás, gostaria de deixar o meu agradeci-

mento à equipa em Moçambique e em Portugal, que me deu

um grande apoio na concretização deste sonho.

A grande vantagem deste tipo de experiências é que nós rece-

bemos muito mais do que damos. O contato com as crianças e

adultos é tão enriquecedor, que nos faz pensar: é possível viver

no limiar da pobreza, carente dos bens essenciais (água, comida,

roupa, calçado, etc.) e sempre com um sorriso nos lábios? Sim, é

possível! Esta é a grande aprendizagem da minha experiência.

KIOHRUÁ MOÇAMBIQUE!* (*Adeus, Moçambique)

Ficha técnica

Zona de ação: Mahera, Distrito de Ancuabe, Província de Cabo

Delgado (a 120km da cidade de Pemba).

Nº de Beneficiários: A Escola de Mahera tem um total de 640

alunos, dos quais aproximadamente 170 usufruem destas

salas, divididos por 4 turmas.

Custos do projeto: 6.150,00€.

Data da inauguração: 5 de dezembro de 2012.

Nota: Este projeto foi possível como o especial apoio da GFK.

Page 8: Revista n21

8

“Por norma cada

família ocupa uma

das salas. Dentro

destes armazéns

dorme-se,

cozinha-se, vive-se

o dia a dia”

São Tomé, Tiago Coucelo

posto de saúde comunitário - colónia açoriana.

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Helpo iniciou, em maio do ano

passado, um projeto no âmbito

da saúde em São Tomé e Prín-

cipe. Para isso, estabeleceu uma parce-

ria com a Santa Casa da Misericórdia do

país e começou a prestar o, até então

inexistente, serviço de acompanhamen-

to nutricional no Centro Social de Apoio

à Infância de Ribeira Afonso, distrito de

Cantagalo. Sob a batuta da nutricionista

Elisabete Catarino, identificámos crianças

carenciadas e delineámos toda a nossa

intervenção.

Atuamos no distrito 4 dias por semana,

seja em Ribeira Afonso, seja nas roças

circundantes. As visitas da nossa profis-

sional são feitas em conjunto com uma

equipa médica do Ministério da Saúde,

que se desloca a todas as roças do distrito.

Importanta mencionar que o nosso tra-

balho está a ser elogiado e reconhecido

por diversos parceiros, tendo a Helpo sido

convidada a colaborar diretamente com

o Ministério, na visita a outras roças que

não faziam parte da nossa intervenção ini-

cial, de forma a estendermos a nossa ação

a todo o distrito que, segundo os últimos

sensos, tem 19 000 habitantes.

Nas deslocações que são feitas às roças,

deparamo-nos com situações de pobreza

extrema. Casos que, muitas vezes erra-

A damente, se julga não existirem nesta

ilha paradisíaca. Acredito que muitos dos

turistas que visitam este território não fa-

çam ideia desta vivência, sem produtos e

sem serviços essenciais. São comunidades

isoladas, com acessos difíceis, com falta

de saneamento básico, energia elétrica,

serviços de saúde e outros.

Uma dessas comunidades é a Colónia

Açoreana, uma antiga roça com uma sé-

rie de armazéns que atualmente estão

degradados, mas que ainda servem de ha-

bitação a uma boa parte dos habitantes.

Por norma, cada família ocupa uma das

salas. Dentro destes armazéns dorme-se,

cozinha-se, vive-se o dia a dia. No interior

sente-se intensamente o cheiro a fumo,

a cozinhados e à humidade entranhada.

Também aqui, numa das salas, se localiza

o posto de saúde onde a equipa móvel

intervém.

Nesta comunidade, a Helpo tem 11 das 56

crianças que atualmente fazem parte do

Page 9: Revista n21

9

nosso programa de acompanhamento e

reabilitação nutricional.

O posto sanitário não apresentava as con-

dições mínimas de atuação. A entrada era

feita pelo corredor escuro do armazém, a

sala estava despida de qualquer mobiliá-

rio, a janela encontrava-se danificada e

as paredes e chão estavam em condições

miseráveis.

Assim, após conversa com a Delegada

de Saúde de Cantagalo – Dra. Leila Silva,

grande impulsionadora da nossa interven-

ção -, decidimos avançar para uma pro-

funda remodelação do Posto Sanitário da

Colónia Açoreana.

As obras iniciaram-se a 6 de novembro e

incidiram no melhoramento da sala de

consultas e apetrechamento da sala com

algum mobiliário.

A primeira intervenção foi a abertura de

uma porta para que se possa aceder ao

posto independentemente. O acesso dei-

xa de ser feito pelo corredor escuro, onde

muitas vezes se cozinha e se estende a

roupa. Depois fizemos uma janela maior

para que a sala seja mais arejada e ilumi-

nada. Todas as paredes, teto e chão tam-

bém sofreram uma reabilitação profunda.

Todos os materiais foram comprados e en-

tregues ao pedreiro que, em algumas se-

manas, fez toda a obra que se pretendia.

Por outro lado, foram encomendados a

um carpinteiro local os móveis para equi-

par a sala. Este aspeto também é impor-

tante: entregar a execução dos trabalhos

a um morador da comunidade ou de roça

circundante, porque parte do dinheiro é

devolvido e aplicado na comunidade. Fo-

ram assim encomendados um móvel para

armazenar os medicamentos, uma secre-

tária, bancos, uma porta e uma janela e

um suporte para uma maca.

Esta intervenção comunitária já bene-

ficia, não só as 11 crianças que a Helpo

acompanha, mas os cerca de 300 habitan-

tes da Colónia Açoreana. A melhoria das

condições do posto permite torná-lo num

espaço de dinamização de sensibilizações

sobre saúde. A colocação de uma maca

permite a melhoria da espera em situa-

ções de emergência, assim como a análise

de doentes aquando da visita da equipa

móvel. A colocação de um armário possi-

bilita o armazenamento de alguns medica-

mentos e material de primeiros socor-

ros, que a Luísa, a agente comunitária de

saúde da Colónia Açoreana, pode fornecer

aos habitantes em qualquer necessidade.

A chancela da Helpo nesta obra vem

reforçar a atuação da Associação nas co-

munidades mais isoladas e carenciadas,

numa melhoria que, de outra forma e nos

próximos tempos, não se concretizaria. A

Colónia Açoreana valorizou-se, com a re-

cuperação deste espaço, de uma melho-

ria das suas condições sanitárias, que, de

tão exíguas que são, a tornam numa obra

merecedora da maior atenção e reconhe-

cimento por todos os habitantes.

Ficha técnica

Projecto: Reabilitação do Posto Sanitário da Colónia Açoreana, em parceria com a Delegação de Saúde de Cantagalo,

que forneceu mão-de-obra (parcial) e transporte dos materiais.

Zona de ação: Comunidade Colónia Açoreana, distrito de Cantagalo, São Tomé, São Tomé e Príncipe.

Beneficiários: Habitantes da comunidade da Colónia Açoreana, Roças de Amparo Primeiro, São Lourenço e São Francisco.

Custos do projeto: 404,00€.

Page 10: Revista n21

0

PORTUGAL

uma estação de encontros.Porto, Ana Luísa Machado

pós a reivindicação de inúmeros padrinhos por uma

representação da Helpo no norte do país, finalmente,

no passado dia 7 de dezembro, inauguramos o nosso

novo escritório no Porto. Como deverão estar recordados, em

outubro, fizemos um fim de semana onde todos puderam par-

ticipar na adaptação do espaço às nossas necessidades. Depois

disso ainda tivemos de percorrer um caminho de “dificuldades” e

“entraves” até que tudo ficou pronto. Graças à REFER Património

– que nos permite usufruir de um espaço magnífico na Estação

de S. Bento a um preço simbólico -, aos padrinhos pintores, ao

Millenium BCP – que nos cedeu o mobiliário - e ao João e à Lúcia,

que, respetivamente, nos permitiram o acesso e o transporte do

material, conseguimos ter um escritório pronto e digno de rece-

ber todos os nossos amigos e parceiros.

A sessão de abertura estava prevista para as dezoito e trinta, mas

cedo os Padrinhos começaram a fluir em nossa direção, na ânsia

de não perder pitada daquilo que é um escritório mais do que

desejado. Uma casa Helpo pertinho de cada um.

Foi indescritível a emoção de conhecer as vozes que tantas vezes

partilham alegrias e angustias connosco. As vozes passaram a ter

um rosto e esse rosto já fazia parte de nós há anos. Um rosto que

de repente se tornou visível, passou a ter um sorriso e as palavras

passaram a ser mais doces.

Este é um dos ensinamentos de África e da Helpo: a proximida-

de é tudo. O convívio é o melhor remédio para o tempo bem

passado. A família, independentemente de ser a próxima ou a

alargada,- é o que de mais precioso temos. A família Helpo agora

A

alargou-se ao Norte e por isso, queremos transformar todas as

vozes em rostos e em sorrisos. É esse o espirito Helpo. Ajuda, aju-

dar. Com pouco, mas com tanto…

Parceiros institucionais como a Camara Municipal do Porto e o

Consulado de S. Tomé, fizeram questão de marcar presença. A

Sra. Vereadora do Pelouro do Conhecimento e Coesão Social da

Câmara Municipal do Porto, Prof. Dra. Guilhermina Rego, descer-

rou a placa de inauguração e, num discurso conhecedor do nos-

so trabalho, divulgou e enfatizou o que de melhor fazemos que

é, tão só, aquilo a que nos propomos.

O Sr. Cônsul de S. Tomé e Príncipe, Dr. Paulo Patrício, com a mo-

Page 11: Revista n21

déstia, que lhe é reconhecida, agradeceu apenas o convite, dan-

do os parabéns pelo trabalho realizado e manifestou desejos de

que o mesmo continue. O Presidente da Helpo, Dr. Nuno Tavares,

frisou a necessidade de proximidade da Helpo a todos os que a

suportam e que permitem a realização de todas as obras no ter-

reno e junto daqueles que, atualmente, entre portas, precisam,

também e cada vez mais do nosso apoio.

Depois dos discursos, seguiu-se um momento de descontração

com a atuação do grupo de dança do Programa “Por uma esco-

lha”, da Junta de Freguesia de Miragaia. São cerca de 12 jovens,

que lutam contra a exclusão dançando e mostrando que as esco-

lhas podem ser diferentes quando se quer.

Seguiu-se um pequeno cocktail e confraternização.

Tudo isto foi possível graças a uma força enorme que nos impe-

diu de desistir do local ideal. Uma luta que nos é característica,

independentemente do hemisfério ou país onde nos encontra-

mos. Um impulso, que nos leva sempre de encontro a alguém,

seja ele um doador ou um beneficiário. Uma coisa é certa: agora

e mais do que nunca, estamos mais próximos. Por isso, convi-

do todos os padrinhos a visitar o nosso escritório, na belíssima

Estação de S. Bento, no Porto. Queremos que este local seja uma

estação de encontros. Queremos que os comboios, que chegam,

tragam consigo mais um amigo e levem de regresso a casa, um

padrinho.

Page 12: Revista n21

PORTUGAL

o mundo para além de nós, em 2013.Cascais, Joana Lopes Clemente

ma agenda, uma sucessão de dias que se atropelam

mais rapidamente do que nos conseguimos aperceber,

uma fiel vigilante da memória que anualmente conhe-

ce um substituto com a mesma cadência ritmada de seguimen-

to do curso do tempo, imparável. E, na Helpo, um espelho da-

quilo que nos esforçamos por atingir, das conquistas que, ano

após ano, se tornam mais visíveis de quanto foram no passado,

um instrumento de aproximação de padrinhos e afilhados, ta-

lhando distâncias e dando voz a projetos e beneficiários.

Em 2013, a Agenda que levamos até aos nossos padrinhos e

amigos fala-nos de um mundo díspar, dá corpo e forma a ín-

dices absurdos que subsistem como os traços mais cruéis da

pobreza, e confere-nos por fim uma ideia consciente de onde

nos situamos na interminável escala de carências, que a vida é

capaz de discorrer.

Ao contrapormos o caminho que nós, (enquanto parte de um

país que se enquadra no escalão de mais alto Desenvolvimen-

to Humano existente), temos percorrido, àquele que a maioria

das populações no mundo não imagina existir, pretendemos

abrir a cortina que nos tolda o alcance do que a vista nos de-

volve, o reflexo do mundo como ele é: imenso, variado, con-

trastante, desequilibrado.

Em momentos de grande interrogação como aquele em que

vivemos, tendemos a fechar-nos sobre nós próprios, a colocar

a nossa realidade como o centro de gravitação dos nossos

pensamentos e ações e perdemos a noção de que, no mundo

além dos noticiários compostos de estatísticas, índices, percen-

tagens, impostos e subsídios, permanecem pessoas; milhões

e milhões de pessoas, a esmagadora maioria da população

mundial, que vive no mesmo universo desprotegido de sem-

pre, com a agravante de que a comunidade internacional tem

menos disponibilidade para lhes dirigir um pensamento, um

olhar, algum tipo de apoio. E assim, o nosso mundo encolhe,

progressivamente, ajustando-se mais à medida dos nossos pro-

blemas do que à medida do que a realidade de facto guarda

em si.

Ao contrapormos nesta Agenda Helpo 2013, em números, a

nossa realidade à realidade dos países em que trabalhamos,

utilizando os indicadores que integram a unidade de medi-

da do Desenvolvimento, (taxas de mortalidade e mortalidade

infantil, taxas de desnutrição crónica, número de médicos por

habitante, taxas de analfabetismo, progressão dos ciclos esco-

lares, etc.), pretendemos contrariar a tendência de diminuição

da dimensão do nosso mundo, promover um olhar abrangente

que nos ajude também a reposicionar o nosso olhar sobre nós

próprios e sobre a dimensão dos nossos problemas. E sobre-

tudo, não deixar de dar aos nossos dias, um enquadramento

pelo qual nos batemos constantemente: um contexto em que

possamos afirmar que o nosso mundo é humano (também em

2013)!

Nota:

A Agenda Helpo 2013 foi produzida com o apoio financeiro do Pingo Doce e o seu proveito

reverte para a construção de uma ludoteca em São Tomé e Príncipe.-

U

Page 13: Revista n21

3

MAIS MUNDO

padrinhos além fronteiras.Colares, Margarida Assunção

tendendo ao nosso mais recente “estilo de vida”, pro-

vocado pelo actual enquadramento socioeconómico

do país e que todos os dias nos obriga a novos ma-

labarismos contabilísticos, sem acesso a truques de magia ou

direito aos milagres da multiplicação, nunca é de mais subli-

nhar o esforço dos padrinhos e madrinhas. Todos os dias, estes

heróis escolhem oferecer um dia a dia mais digno e com mais

condições (mais um caderno, um lápis, um cobertor, uma rou-

pa, um brinquedo, etc) aos afilhados e afilhadas, que estão lon-

ge - em Moçambique e São Tomé e Príncipe -, através da Helpo.

Mas o sentimento de solidáriedade não tem fronteiras. Refiro-

-me ao conjunto de mais de 90 padrinhos e madrinhas que,

para além da sua vertente solidária, geralmente têm em co-

mum a mesma língua e a mesma identidade lusófona e acom-

panham-nos a partir dos 4 cantos do mundo.

Deste conjunto, saliento 2 subgrupos de padrinhos: os padri-

nhos e madrinhas portugueses, residentes fora de Portugal

(Inglaterra, França, Luxemburgo, Suiça, entre outros) e os pa-

drinhos de outras nacionalidades, na sua maioria oriundos de

países emergentes, como é o caso do Brasil e, curiosa e feliz-

mente, até mesmo de Moçambique.

Os padrinhos portugueses que nos seguem além-fronteiras,

vêem neste projecto uma oportunidade de estar mais perto do

seu país natal, que se traduz numa troca regular de corres-

pondência, de e-mails e telefonemas, possibilitando um apoio

constante a uma criança, também ela noutro canto do mundo.

São padrinhos que se identificam e confiam na intervenção de

uma organização portuguesa - a Helpo, para operar em paí-

ses, de língua oficial portuguesa, onde existem tantas carên-

cias de base e onde Portugal já fez história.

O outro subgrupo, dos padrinhos não portugueses, alguns

conhecem a Helpo no terreno (como é o caso dos padrinhos

moçambicanos) e os outros, na sua maioria, cruzam-se com a

Organização nas redes sociais. Apesar de já existirem alguns

padrinhos moçambicanos, não queiram os nossos restantes

padrinhos achar que moçambique já não precisa de apoio!

Moçambique é um país de fortes contrastes e também é um

país muito grande (cerca de 9 vezes maior do que Portugal).

A todos os padrinhos e madrinhas espalhados pelo mundo

- portugueses, moçambicanos, brasileiros e outros, que com-

pletam o nosso mundo Helpo cada vez mais heterogéneo, o

nosso MUITO OBRIGADO.

A

Page 14: Revista n21

4

ESTÓRIAS

alcoolismo: um problema que São Tomé não reconhece.São Tomé, Elisabete Catarino

laudina, 36 anos, alcoólica, grávida de 36 semanas.

Encontrámo-la sentada na comunidade onde vive, San-

ta Cecília, com um copo de 0,5 L de vinho de palma na

mão, alcoolizada e com edema abdominal nos membros infe-

riores. Em São Tomé, o vinho de palma é a bebida mais con-

sumida. É muito fácil de obter a partir da seiva fermentada da

palmeira. Quem não se der ao trabalho de colher, também não

tem dificuldade em comprar, meio litro tem o custo de apenas

5000 dobras, o equivalente a 20 cêntimos.

Rosinha, síndrome alcoólica fetal, a julgar pelo dismorfismo

facial. A mãe sabe o número de filhos, mas não sabe as suas

idades. Confirmamos no boletim de saúde o que não é óbvio,

a Rosinha tem o peso de uma criança de 7 meses, mas já tem

4 anos. Esta síndrome é uma das consequências e um dos

problemas mais graves relacionados com o consumo de álcool

durante a gravidez. Tem consequências para as crianças a nível

do crescimento, do desenvolvimento intelectual e das compe-

tências sociais em idades posteriores.

Mulheres grávidas e mulheres, que estão a amamentar, conso-

mem sem moderação vinho de palma, cerveja ou cacharamba

(bebida destilada de cana de açúcar e casca de ananás). A nível

nacional não existem números estatísticos que reflitam esta

realidade. O problema ainda não mereceu a devida atenção

das entidades responsáveis e, sendo um problema cujas conse-

quências se refletem principalmente a longo prazo, tende a ser

desprezado perante outros com efeitos mais imediatos. E, pior,

a par da falta de atenção aos malefícios do consumo de alcóol,

vêm os mitos que propiciam esse consumo.

Tânia, 15 anos, mãe adolescente. Confessa-me que bebe duas

ou três vezes por dia. Está a amamentar o Marcos, que agora

tem 13 meses. Não sabia que o álcool passa para o leite, “afi-

nal toda a mãe fica a beber com filho pequeno”, disse-me ela.

Acrescentou ainda aquilo que já sabíamos, que é frequente as

mães ingerirem álcool nos primeiros dias pós-parto, por acha-

rem que assim aumentam a produção de leite.

Pela nossa experiência no programa de acompanhamento nu-

tricional materno-infantil da Helpo, cerca de 40% das mães que

acompanhamos e que estão a amamentar, consomem diaria-

mente álcool em quantidades nocivas para ambos, lactante e

lactente.

Alexandre, há 7 meses tinha 20, muito baixo peso para a idade

e a mãe alcoólica. A Maria, mãe do menino, consumia vinho

de palma logo pela manhã, perdia o discernimento e muitas

vezes esquecia-se de alimentar o filho, apenas o amamentava.

De há 4 meses para cá, parou de amamentar e durante a ma-

nhã esforça-se por consumir menos vinho, o suficiente para se

dedicar a preparar comida que servirá para 2 refeições. Neste

período, o menino aumentou 28% do seu anterior peso, sendo

agora uma criança com peso saudável!

Este país, que controla eficientemente surtos de cólera, pre-

para campanhas de vacinação, de prevenção do VIH e tem um

sistema nacional da saúde preparado para dar resposta a cam-

panhas de rua, que cheguem às roças mais distantes, carece

ainda de dados fidedignos sobre o consumo de álcool que sen-

sibilizem os santomenses para este problema. O excessivo con-

sumo de álcool é um problema de saúde pública não assumi-

do. Em São Tomé, não existe legislação sobre a idade mínima

para a venda de bebidas alcoólicas, sobre a taxa máxima de

alcoolémia para quem dirige um veículo, nem sobre restrições

na publicidade a bebidas alcoólicas.

C

Page 15: Revista n21

5

concretização de um sonho.Cascais, Ilda Costa

uando recebi a confirmação de que poderia ir a Mo-

çambique visitar a minha afilhada e fazer voluntariado

com a Helpo, não “cabia” em mim de contente!

Sabia para onde ia e para o que ia. A oportunidade de poder

conhecer e abraçar a minha afilhada, assim como o de poder

ajudar voluntariamente o Orfanato Provincial de Nampula, que

os Serviços de Ação Social de Nampula chamam de Infantário

(apesar do apoio a crianças e jovens dos 2 aos 18 anos), foi a

concretização de um objetivo há muito desejado!

Parti entusiasmadíssima, cheia de ideias-, ou seja, com expecta-

tivas muito altas. A Ondina (Diretora de Programa do escritório

da Helpo em Nampula) teve o cuidado de alertar-me para uma

realidade muito diferente do que alguma vez eu poderia imagi-

nar. Apesar do meu contacto com alguns países de África, cada

país tem “o seu quê”, e efetivamente dei-me conta de como as

coisas podem ser muito diferentes do que supomos ser.

Eu levava na bagagem algum material didático para trabalhar

com as crianças, desde material escolar, cadernos de ativida-

des, livros de trabalhos manuais, cadernos de exercícios, jogos,

entre outras coisas. Como disse, ia com uma vontade imen-

sa de os “pôr em ação”, com o apoio de todo este material.

Mas qual não foi o meu espanto, e ainda bem que fui alerta-

da, quando verifiquei, que aqueles jovens dos 12 aos 15 anos,

afinal diferiam e muito de qualquer criança que frequentasse o

ensino primário regular em Portugal.

Comecei logo pela dificuldade de comunicação. Alguns não

falavam português. Depois foi-me dito que tinham apenas 3

horas de ensino na escola por dia. Tanto os do 1º ano, como

os do 5º ou 8º ano. As salas são aproveitadas desta forma para

poderem dar aulas a todos. Os professores são pessoas que

não foram além do ensino secundário. Quem saiba ler ou es-

crever já pode lecionar, e eu pergunto: “Esperar o quê?”, ou

como eles tantas vezes o dizem: “Fazer o quê?”. Hoje com-

preendo como é que a minha afilhada, que tem 12 anos, não

consegue escrever-me uma única carta.

A dificuldade que tive em ensinar/insistir com as crianças para

aprenderem as letras e os números, foi sem dúvida um dos

grandes desafios para quem ia com tanta vontade de reali-

zar inúmeras atividades lúdicas. Embora difícil, e por vezes

ininteligível de como é que não compreendiam o que estava

a ensinar, não podia desistir. Eles mereciam a minha vontade,

aceitavam a minha persistência e sorriam do meu desânimo.

Por tudo isso, sim, valeu a pena o meu esforço!

Permaneci 2 meses, mas faltou-me pelo menos mais 1, para

conseguir ensinar melhor as contas de subtrair e multiplicar

(faltaram as de dividir) aos meninos do 6º e 7º anos, assim

como terminar o abecedário com os três irmãos, que não fa-

lavam português, e que nunca andaram na escola por terem

sido deixados no Infantário a meio do ano letivo. Ficaram-se

pelo “a,e,i,o,u” e os números até 10, embora o mais velho,

com 10 anos, tenha aprendido o abecedário até ao “i” e os nú-

meros até 20. Esta aprendizagem permitirá que sejam inscritos

no 1º ano do próximo ano letivo, a 20 de janeiro.

Em nome destes meninos, entre tantos outros apadrinhados

ou não, que a Helpo obstinadamente insiste em apoiar, em

nome dos padrinhos, entre os quais me incluo, OBRIGADO Hel-

po pelo vosso trabalho! Sim, o nosso mundo é humano. Bem

hajam!

Q

Page 16: Revista n21

6

ESTÓRIAS

a realização de uma viagem de sonho….Loures, Susana Pinto / Vilamoura, Patrícia Baltazar

Após um ano de projeto de uma viagem a São Tomé e Príncipe de duas amigas de infância, eis que a 23 de outubro de 2012

se concretiza a nossa tão esperada viagem!

Sabíamos que não conseguíamos imaginar nem perspetivar o que íamos encontrar, e isso deixava-nos cada vez mais ansio-

sas por conhecer aquela realidade.

Com a grande ajuda da Helpo, começou a fazer sentido equacionar esta viagem, dado que ambas iríamos ter oportunidade

de conhecer os nossos afilhados e proporcionar-lhes um dia diferente, para eles e para os restantes meninos das suas esco-

las.

Visita a Monte Café

Em São Tomé, encontrámo-nos com o

Tiago e a Elisabete e eu tive o tão es-

perado encontro com o meu afilhado

Valdemiro Nana da Fonseca, situado na

escola primária da Roça Monte Café, dis-

trito de Mézochi.

Fomos muito bem recebidas pelo dire-

tor da escola e tivemos oportunidade

de conhecer todos os professores que

estavam a lecionar naquele momento e

conversar com cada um deles, por bre-

ves instantes. Vimos como é distribuída

a refeição quente a todas as crianças

e visitámos a horta que foi feita com a

ajuda da Helpo no infantário da Roça do

Monte Café, que fica ao lado da escola

primária.

Confesso que os sentimentos, naquele

momento, são muitos e difíceis de des-

crever. A emoção é enorme e a madri-

nha é o centro de todas as atenções das

crianças. No entanto, o meu afilhado é o

mais apático e na minha opinião, pensa

que ele é o motivo de toda aquela agita-

ção e acaba por não saber disfrutar da-

quele encontro como os outros o fazem.

Como já estava preparada para esta rea-

ção dele, sabia que não podia invadir o

seu espaço e tentei ao máximo deixá-lo

à vontade e proporcionar-lhe uma boa

visita da sua madrinha, com algumas

ofertas para ele, tentando conhecer os

seus gostos, os seus desejos e sonhos.

Com a grande ajuda do Padrinho Nuno

Barquinha, foi possível entregar 150 es-

tojos iguais, que incluíam 6 lápis de cor,

um afia, 3 lápis de carvão e 4 canetas a

todos os alunos que estavam presentes

na escola, no turno da tarde. E deixei

também, ao coordenador da escola, giz,

borrachas, canetas de feltro, lápis de

cor e 100 cadernos que foram entregues

posteriormente à nossa visita.

No entanto, apesar de darmos este ma-

terial escolar e de todas as crianças nos

agradecerem por isso, o mais gratifican-

te são sem dúvida as suas expressões

faciais de alegria e de agradecimento

para connosco, ao receberem estes pre-

sentes. Pois são genuínas e espontâneas

ao fazê-lo e deixam-nos completamente

desarmadas, com um sorriso constante

nas nossas caras.

Page 17: Revista n21

7

Visita a Santa Catarina

Como as emoções são muitas, só 2 dias

depois de chegarmos a São Tomé, fomos

a Santa Catarina, visitar o meu afilhado

Danilo Neto. Chegámos sob uma chuva

torrencial, o que é muito frequente no

norte de São Tomé, daí a importância de

capas para a chuva para aqueles meni-

nos não chegarem molhados à escola.

Fomos muito bem recebidas pelo diretor

da escola, um homem muito inovador e

atento, que nos mostrou as instalações,

assim como a horta, que fizeram na

escola, com a ajuda da Helpo, de onde

já tiram alguns legumes para as suas

refeições diárias. Entretanto, chegou o

Danilo, acompanhado pela sua simpáti-

ca mãe e irmã ainda bebé. Como eu já

esperava, ele estava muito assustado e

tentei deixá-lo à vontade, dando-lhe os

presentes que levava, e mostrando que

só o queria ajudar um pouco a melhorar

o seu dia a dia de criança. Não consegui

arrancar-lhe um sorriso, mas ele con-

seguiu mostrar a sua gratidão, quando

chegou a hora de ir para a sala de aula

e me deu a mão para o levar até à sua

carteira. Aqui sim, senti que os gestos

valem mais que mil palavras. “Obrigada,

Danilo, por fazeres parte da minha vida.

Se por uns segundos eu mudei a tua, po-

des ter a certeza, que mudaste a minha

também.”

Esta viagem preenche-nos de uma forma tão intensa e única, que só mesmo estando em contato com o povo santomense

é possível perceber as diferenças que há entre o norte e o sul da ilha a nível de formas de estar, hábitos diários, como por

exemplo, a pesca, o lavar roupa no rio e o facto de serem mais ou menos extrovertidos com uma máquina fotográfica di-

recionada para eles. Percebemos, também, o quanto é possível ser feliz com tão pouco, e verificar que a felicidade vem de

dentro de nós e não de fora.

A todos os padrinhos e madrinhas da Helpo, se tiverem oportunidade de irem visitar os vossos afilhados - o que já por si é

uma viagem impar-, não deixem de ter a possibilidade de desfrutar dos ambientes e das belezas naturais, que o país de São

Tomé e Príncipe apresenta, tais como: fazer uma refeição na casa da Dona Tété, de visitar as Roças de São João dos Ango-

lares, a Roça Agostinho Neto, a Roça de Monte Café ou a Roça Diogo Vaz, as várias cascatas, e para quem for apreciador do

verdadeiro sabor do chocolate, passar pela casa do Cláudio Corallo e fazer uma degustação do cacau nos vários estágios da

sua transformação.

Um conselho que deixamos a todos os padrinhos, é que vale mesmo a pena fazerem a visita aos vossos afilhados e conhecer

todo o trabalho de campo que é feito pela Helpo, numa realidade tão díspar e tão “rica” de emoções e de meios naturais e

ao mesmo tempo tão “pobre” de tudo aquilo que nós lhes podemos dar.

Parabéns, Helpo, pelo vosso trabalho e muito obrigado por nos deixarem fazer parte deste mundo h.

Page 18: Revista n21

8

ESTÓRIAS

alegria a dobrar.Torres Vedras, Joaquim Batista

e, em maio de 2010, aquando da primeira visita à mi-

nha afilhada Minésia, tive uma alegria muito grande de

poder conhecer e partilhar a felicidade da mesma com

a minha presença, não foi menos intensa a forma como foi o

nosso reencontro em setembro de 2012. Apesar da última visi-

ta ter sido um pouco atribulada, porque a Minésia não estava

presente na Escolinha do Marrere-Nampula, que habitualmen-

te frequentava, encontrando-se ausente dessa comunidade.

Aquando da minha primeira visita, a Minésia vivia na comuni-

dade do Marrere, na companhia da sua avó materna, que tive

a oportunidade de conhecer e com quem dialoguei, vivendo a

sua mãe noutro local.

Com o esforço da Ondina (Diretora da Helpo do programa de

apoio em Nampula) e com o conhecimento do terreno e das

famílias por parte do animador local, conseguimos localizar a

minha afilhada numa comunidade nos subúrbios da cidade de

Nampula.

A surpresa da minha visita e o facto de estarem presentes o

seu ex-animador e a Ondina, criaram alguma estupefacção,

quer na minha afilhada, quer na sua mãe, porque a mesma

tinha a consciência que de alguma forma estava em falta em

relação aos compromissos escolares da Minésia, que pura e

simplesmente não tinha sido matriculada, nem estava a fre-

quentar nenhuma escola.

Da timidez inicial da Minésia, ao sorriso nos lábios, foi uma

fração de segundos. A menina reconheceu-me, descontraiu-se

e o nosso encontro foi espetacular.

Tinha como oferta um bebé chorão de cor negra, que adorou,

e alguns balões, que também foram distribuídos pelas crian-

ças, que entretanto foram chegando.

Após uma conversa com a mãe sobre a necessidade da meni-

na frequentar a escola, e com o compromisso desta, que não

iria falhar nessa responsabilidade em relação à educação da

filha, transmiti-lhe a ideia, que o meu apoio através da Helpo

é e será sempre nesse sentido e que iria estar atento sobre a

matrícula e frequência às aulas do próximo ano escolar, que se

iniciou em janeiro.

Como nada é por acaso, considero que foi muito positiva a

visita, que tive oportunidade de fazer, pelo simples facto de

eventualmente ter criado as condições para que mais uma

criança tenha acesso à educação, apesar de ter a consciência,

que os pais têm sempre o poder de decisão.

Para ti, Minésia, e para todas as Minésias do Mundo, um gran-

de beijinho!

S

Page 19: Revista n21

9

criando (novos) hábitos…Cascais, Sofia Nobre

as comunidades rurais de Moçambique, o exercício de

higienização oral é praticamente inexistente. A escova

dos dentes é substituída por uma raíz, conhecida por

deixar os dentes branquinhos, que, no entanto, não serve as

funções necessárias para a correta higiene oral.

Nas roças de São Tomé e Príncipe, esta prática é igualmente

desconhecida. Não se pratica higiene oral, mas consome-se

muitos doces. Os “brancos” são conhecidos por levar doces, e

de certa forma incentivados para o fazer, porque as crianças

pedem e agradecem, mas os seus dentes não!

Não sendo a higiene oral conhecida, nem praticada, pelo povo

moçambicano e santomense, nas comunidades rurais, é ne-

cessária a sensibilização para a criação de um novo hábito.

Distribuímos escovas e pastas dos dentes e formamos profes-

sores, educadores e crianças no que diz respeito ao processo

de escovagem dos dentes. A escova de dentes é um objeto es-

tranho e a pasta provoca uma sensação diferente na boca: será

para comer?! As crianças pegam desajeitadamente na escova,

os adultos medem desadequadamente a proporção de pasta a

colocar na mesma e rapidamente se percebe que dificilmente

conseguiremos incutir a escovagem dos dentes como uma prá-

tica diária, a curto prazo. Algumas creches comprometem-se a

realizar esta tarefa duas vezes por semana, outras três…

No entanto, para manter este processo, é necessário o reabas-

tecimento deste material.

Durante muito tempo tentámos que uma marca distribuidora

de dentífricos e escovas dos dentes nos oferecesse este tipo de

produtos para distribuirmos em Moçambique e São Tomé. Na

impossibilidade de obter este apoio, lançámos uma campanha

de recolha de bens, onde incluímos as escovas e as pastas dos

dentes, conseguindo uma boa adesão à mesma, através dos

nossos padrinhos e amigos da Helpo. Infelizmente, ainda não

na quantidade necessária.

Sendo um problema recorrente, partilhámos muitas vezes esta

necessidade com os nossos padrinhos. Felizmente, o desaba-

fo chegou ao ouvido certo: uma madrinha, que tinha conhe-

cimentos na Colgate, conseguiu o donativo de 2000 escovas

e pastas dos dentes, que já seguiram rumo a Moçambique e a

São Tomé.

Agradecemos desde já à Colgate, por intermédio da madrinha

Carla, este generoso apoio!

Para garantir a continuidade deste processo, lançámos um

N

produto Helpo: o pin “Eu helpo com…”, neste caso “Eu helpo

com uma escova dos dentes”, com o objetivo de angariar fun-

dos para a aquisição deste produto. Com uma contribuição a

partir de 1,00€, ajuda-se a adquirir uma escova dos dentes, um

lanche escolar ou um kit escolar. Este projeto já nos permitiu a

recolha de 254,00€, apenas para aquisição de escovas e pastas

dos dentes.

Ainda no combate a favor de uma higiene correta e adequada,

outro tipo de produtos, que recolhemos, são os sabonetes. A

utilização de shampoo ou gel duche é uma prática desconhe-

cida para as famílias, que habitam nas comunidades rurais de

Moçambique e São Tomé. Quando recebemos este tipo de

produtos, canalizamos para os programas de apoio em Portu-

gal. Por norma, para a prática do banho, em Moçambique e

São Tomé, distribuímos sabonetes ou barras de sabão - outro

tipo de bens necessários, que fazem parte da nossa lista infin-

dável de recolha de bens.

Este ano, contámos com um grande apoio por parte da madri-

nha Sara Medeiros, com a oferta de 394 sabonetes.

A todos os nossos padrinhos, parceiros e amigos, que nos

apoiam para além do Programa de Apadrinhamento de Crian-

ças à Distância, o nosso MUITO OBRIGADO!

MAIS DO QUE PADRINHOS

Page 20: Revista n21

0

QUEM HELPA

em 20 pés, mais de 580 volumes navegam rumo a moçambique.Cascais, Joana Ferrari

ia sete de janeiro de dois mil e treze, numa manhã

cinzenta de segunda-feira, éramos quatro, apenas

quatro, a esvaziar um armazém e a encher um conten-

tor. Primeiro foi um a um, depois experimentámos o carrega-

mento das caixas em cadeia – mas éramos quatro! Aquele dia

começou sem fim à vista e tínhamos de carregar aquele para-

lelipípedo infinito até ao início dessa mesma noite, do dia sete.

Carregámos, demos saída das caixas, carregámos, amontoá-

mos, arrumámos. Depois chegaram mais braços e, com eles,

mais coragem e vontade de nos mexermos, realizarmos uma

tarefa, ainda sem resultado à vista.

Ao longo do dia, o sol foi subindo, os corpos cansando-se, as

ajudas chegando, o contentor enchendo-se, o armazém esva-

ziando-se, as forças recarregando-se pelo resultado a surgir – e

começou a vislumbrar-se a imagem das nossas crianças lá lon-

ge, onde o contentor há de chegar-, felizes com as surpresas

dos dias, ainda mais ensolarados e bem mais quentes do que

este nosso de janeiro, a receberem mantas e escovas de dentes

e pastas e cadernos e livros e lápis e mais esperança e Helpo,

nas suas mãos pequeninas, que nunca recebem.

Afinal, éramos dezasseis em vez de quatro, eram quinze ho-

ras em vez de toda a noite quando acabámos de preencher

qualquer espaço vago do contentor e o sol aquecia e ilumina-

va a rua cheia de Helpo, caixas e projetos por descortinar ou

inventar do outro lado, à beira-Índico ou nas zonas rurais onde

atuamos. Afinal o contentor encheu-se e ficou longe daquele

ar “infinito” com que se apresentou pela manhã – ainda fica-

ram tantas doações dos nossos padrinhos e amigos por seguir!

Afinal, até parecia sábado em vez de segunda-feira – aquele

dia mais malfadado e cinzento para quem não tem uma causa

que preencha todos os seus espaços – como aqueles do con-

tentor, que foram repletos de coisas, ou de sonhos!

E como diz a música, “com a carga pronta” (e os sonhos) meti-

dos no contentor, segue mais um para Moçambique e “nasce

um novo dia”, com mais “um pouco de fé”. E nós – nós fomos

finalmente almoçar todos juntos, em tom de celebração, feli-

zes e com a sensação de “missão cumprida”!

E porque para fazer chegar todos os bens a todos os beneficiá-

rios, é preciso mais do que qualidades ou capacidades físicas e

logísticas, bem como como força e vontade, a Helpo agrade-

ce à Garland a generosa oferta de mil dólares a descontar no

valor do envio do contentor, cujo custo final acabou por ser,

assim, de 1.206,55 €.

Também a São Tomé têm chegado bens por outras vias – e por

isso agradecemos à Soares da Costa que, a partir do Porto, tem

disponibilizado espaço em diversos contentores, sem qualquer

custo para a Helpo, fazendo chegar os bens necessários ao

nosso escritório em São Tomé.

D

Page 21: Revista n21

i MAIS

a uma atuação de fado pro-

tagonizada pelo grupo de fa-

dos local - Ecos do Fado.

A noite de fados teve lugar

na freguesia de Castelo e

foi possível graças ao grupo

Ecos do Fado, ao patrocina-

dor Continente e às madri-

nhas Helpo e outros volun-

tários, que ofereceram as

comidas e produtos.

Com este evento foi possível

angariar cerca de 2.360,00€,

que se destinaran à compra

dos produtos para o lanche

de Natal das crianças das

comunidades apoiadas pela

Helpo e perspetivar uma se-

gunda noite da fados, que

se prevê realizar no próximo

o passado dia 15 de

dezembro, a ilha do

Faial, nos Açores,

recebeu mais um evento or-

ganizado pelos voluntários

da Helpo. Desta vez, o grupo

de voluntários, liderado pela

madrinha Luísa Borges e

composto na sua maioria por

madrinhas Helpo, promo-

veu um jantar solidário com

atuação musical de Fados.

O momento contou com a

presença de 130 pessoas,

que durante uma noite pu-

deram degustar as comidas

tradicionais da ilha do Faial,

confecionadas pelas madri-

nhas Helpo e por voluntários

e amigos da causa, e assistir

N

noite de fados no faial.

aproveitando a ocasião para

divulgar o trabalho desenvol-

vido e recolher fundos para

os projetos que implementa,

através da promoção do seu

merchandising e artesanato

africano. A grande novidade

o passado mês de

dezembro, entre os

dias 1 e 9, decor-

reu a já conhecida Feira da

Natal de Lisboa, a Natalis. A

Helpo foi mais uma vez con-

vidada para estar presente,

N

guém quis perder a feira “1

por todos”, promovida pela

Helpo, com produtos novos

ou pouco usados a partir de

1,00€.

Esta feira permitiu ajudar

muita gente com bens de

necessidade básica a preços

s duas últimas se-

manas de novembro

causaram muita agi-

tação e animação no escritó-

rio da Helpo!

Desde os nossos simpáticos

vizinhos, aos mais curiosos

que por ali passavam, nin-

A

natalis.

simbólicos e os beneficiários

dos nossos programas de

apoio em Moçambique e São

Tomé, para quem os referi-

dos bens não se adequavam,

com uma recolha de fundos

no valor de 323,00€.

Reflexo das duas edições

já realizadas, os nossos vi-

zinhos e amigos, passam

diariamente na Helpo para

perguntar quando será a 3ª

edição…

Para breve, esperemos!

da Helpo nesta Feira de Natal

foi a promoção da campa-

nha “Eu helpo com…”, um

kit escolar, uma escova dos

dentes ou um lanche escolar,

com uma contribuição a par-

tir de 1,00€. A participação

nesta feira permitiu-nos a

recolha de fundos no valor

de 983,23€. Um especial

agradecimento a todos os

nossos voluntários e demais

pessoas que contribuíram

para esta recolha.

ano.

Os voluntários encontram-se

a preparar novas iniciativas,

que se destinam a apoiar fi-

nanceiramente as atividades

desenvolvidas nas comunida-

des da Helpo.

A todos, muito obrigado

pela dedicação, pela persis-

tência e até breve!

Sónia Borges , madrinha

1 por todos.

Page 22: Revista n21
Page 23: Revista n21

3

FICHA TÉCNICA

Entidade Proprietária e Editor

Associação Helpo

Morada e Redação: Associação Helpo,

Rua Catarina Eufémia 167 A, Fontaínhas,

2750-318 Cascais

Diretor Responsável

António Perez Metelo

Diretora Editorial

Joana Lopes Clemente

Nº de registo no ICS: 124771

Tiragem: 4500 exemplares

Periodicidade:

Trimestral

NIF: 507136845

Depósito Legal: 232622/05

Impressão

ORGAL,Rua do Godim, 2724300-236 Porto

Redação Portuguesa

Sofia Nobre(secretária de redação)Joana Lopes ClementeMargarida Assunção

Colaboradores neste número

Ana Luísa MachadoCarlos AlmeidaElisabete CatarinoIlda CostaJoaquim BatistaJoana FerrariJoana Lopes ClementeNuno TavaresOndina GigaPatrícia BaltazarPietro Fugazza

3

Sofia NobreSónia BorgesSusana PintoTiago Coucelo

Correspondente em África

Carlos AlmeidaDesign

Codex - Design e Relações Públicas

Informações: Associação Helpo

Tel.: 211537687 [email protected]

www.helpo.pt

A responsabilidade dos artigos é dos

seus autores.

A redação responsabiliza-se pelos artigos

sem assinatura. Para a reprodução dos

artigos da revista mundo h, integral ou

em parte, contactar a redação através

de: [email protected].

“ALWAYS LOOK AT THE BRIGHT SIDE OF LIFE”

Page 24: Revista n21

4