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Uma publicação do Hospital e Maternidade Santa Brígida.TRANSCRIPT
MATEREd
. 01
| OUT
/NOV
/DEZ
/ 201
1
Uma publicação do Hospital Santa Brígida
CINETOUR
ARTIGO
Uma viagem pela Itália
Síndrome Antifosfolípide e Gestação
ÍNDICE
09
12
INSTITUCIONAL
TURISMO
GASTRONOMIA05 PERFIL
04 EDITORIAL
17
21
Expediente
Conselho EditorialAgostinho Noronha
Maria Izabel Checchia Kloss
Direção TécnicaLeônidas Noronha Silva
CRM 11686
Coordenação Editorial e Diagramação
TWK Brandingwww.twkbranding.com.br
Sugestões e Crí[email protected]
www.hmsantabrigida.com.br
Jornalista ResponsávelSilvia Elmor (MTb 4417/18/57)
A MATER é uma publicação trimestral 100% digital,
desenvolvida pelo Hospital e Maternidade Santa Brígida.
A cada edição uma capa exclusiva produzida por artista paranaense.
GASTRONOMIA
ARTIGO
4
É com muita alegria que apresen-
tamos ao corpo clínico do Hospital e
Maternidade Santa Brígida nossa mais
nova publicação: a Revista Mater Santa
Brígida. Idealizada para ser um canal
de comunicação entre a instituição e
seu quadro médico, o periódico possui
uma linha editorial distinta da maioria
das revistas do segmento, pois procura
ir além do discurso institucional.
De periodicidade trimestral, o for-
mato digital da revista permite que o
conteúdo seja lido de maneira ágil e
agradável a qualquer hora e em qual-
quer lugar, de forma a representar o
momento de entretenimento do seu
público. A Revista Mater Santa Brígida
também fomenta publicação de arti-
gos escritos por médicos do HMSB.
Oferece, ainda, conteúdos de interes-
se profissional e casual, como turismo,
gastronomia, entrevistas com perso-
nalidades da área da saúde e notícias
Editorialsobre a instituição. Nesta primeira edi-
ção, contaremos a história do HMSB e
da carreira de Elisa Checchia Noronha
- cofundadora, como justa homena-
gem ao seu centenário. Trazemos,
também, um artigo sobre Síndrome
Antifosfolípide e Gestação, elaborado
pelo especialista Gleden Prates, bem
como curiosidades sobre cinema e tu-
rismo, e ainda dicas de gastronomia da
cucina livornese.
Contamos com a colaboração e
participação de todos para sugestões
e envio de artigos. Expressamos nos-
sos mais profundos agradecimentos
a todos que contribuíram para a con-
cretização desse projeto. Em especial,
aos nossos artistas paranaenses que,
a cada edição, contribuem com uma
ilustração exclusiva para a capa. Es-
peramos que todos possam usufruir
da revista, desenvolvida especialmente
para você.Boa leitura,
A Diretoria
Editorial
5
PERFIL
Uma mulher muito à frente do seu tempoElisa Checchia tornou-se uma das primeiras médicas do Brasil
O ano era 1930, período em que
o Brasil e o mundo passavam por
transformações nos âmbitos polí-
tico, econômico e social que mu-
dariam o rumo da história. Muitos
historiadores afirmam que o período
que compreende os anos de 1930
a 1939 foi o pior do século XX, por
ter-se iniciado com uma grande crise
econômica (Grande Depressão) e fi-
nalizado com o estouro da Segunda
Guerra Mundial.
No entanto, esse cenário muda
quando uma mulher entra para a
história como sinônimo de coragem,
ousadia e pioneirismo – seu nome,
Elisa Checchia Noronha. Elisa nas-
ceu em Curitiba no dia 30 de julho
de 1910, em uma família de imigran-
tes italianos. O pai, Mauro Checchia,
imigrou para o Brasil aos oito anos
de idade. Ela foi uma das primeiras
mulheres a ingressar no curso de
medicina da então Faculdade de
Medicina do Paraná, em 1930. Em
uma turma praticamente de homens,
Elisa se destacou por sua excelente
colocação entre os 44 aprovados,
ocupando a 2ª colocação.
Elisa Checchia prosseguiu os
estudos com todas as dificuldades
enfrentadas por uma mulher diante
de uma sociedade conservadora e
machista naquela época. Em 1935,
já com formação em Clínica Geral,
Elisa Checchia no dia de sua formatura
Uma mulher muito à frente do seu tempo
6
segue para capital paulista com o
objetivo de residir na Maternidade
de São Paulo, do médico e profes-
sor, Raul Carlos Briquet. Em 1937,
casa-se com seu colega de classe,
Leônidas Noronha, com quem teve
três filhos: Brígida, Maria Aparecida
e Agostinho.
Após três anos de acompanha-
mento em São Paulo, Elisa regressa
a Curitiba, em 1939. Nesse mesmo
ano, a médica aceita clinicar em
Rolândia, no interior do estado do
Paraná. Diante dos novos desafios
– a cidade ainda era circundada por
mata fechada e não possuía rede de
água e esgoto –, Elisa e Leônidas en-
frentam uma grave epidemia de tifo.
Para solucionar o problema, o casal
estuda as causas da epidemia, cuja
Uma mulher muito à frente do seu tempo
Elisa: uma das duas únicas estudantes mulheres da turma de 1930
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PERFIL
origem permeava a falta de hábitos
de higiene, uma vez que poços, que
seriam destinados à coleta de água,
eram utilizados como fossas sani-
tárias, onde os dejetos contamina-
vam o solo e as nascentes de rios.
Com essa descoberta, foi possível
implantar uma política informativa e
educacional sobre medidas de higie-
ne à população da cidade.
Após um longo período em
Rolândia, Elisa e sua família retor-
nam a Curitiba, em 1954. No ano de
1955, a médica introduz no País um
dos cursos pioneiros no atendimen-
to à gestante – o curso Parto Sem
Medo Santa Brígida. Elisa ministrava
o curso, a princípio, em seu consul-
tório. Hoje, o curso é administrado
pela obstetra Virginia Merlin e pela
psicóloga Liliam Gusso, e já atendeu
mais de 17 mil pacientes. O curso
orienta pais e mães sobre o desen-
volvimento do bebê, as mudanças
físicas e psicológicas das gestantes
e da nova família.
““
Elisa introduziu o méto-
do DIU no Paraná, inovou
com o curso para gestan-
te e fundou um hospital e
maternidade
Uma mulher muito à frente do seu tempo
8
Durante a década de 1960, a
ideia de construir um hospital foi
amadurecendo, principalmente
pela necessidade de um ambien-
te hospitalar na região do bairro
Água Verde. Por isso, nos anos de
1970, a família Checchia inaugura
o Hospital e Maternidade Santa
Brígida, onde exerceu a presidên-
cia durante dez anos.
Elisa Checchia sempre buscou
a atualização e a inovação do seu
trabalho. Em uma de suas viagens
à Alemanha, após um encontro
com o médico patologista Stro-
etz Hidelgard, Elisa introduziu no
Paraná o método contraceptivo
do dispositivo intrauterino (DIU),
o que se tornou um marco para a
história da medicina do estado do
Paraná.
Por seus feitos e trabalhos con-
tínuos pela sociedade curitibana,
Elisa Checchia foi homenageada
com títulos importantes, como:
presidência da Associação Brasi-
leira de Mulheres Médicas e mem-
bro do Conselho Nacional dos
Direitos da Mulher. No ano 2000,
a Câmara Municipal de Curitiba
homenageou-a com projeto de lei
ordinária que denomina um logra-
douro com seu nome. Esse logra-
douro encontra-se, hoje, na Cida-
de Industrial de Curitiba.
MUITOS PROJETOS, MUITAS CONQUISTAS
Uma mulher muito à frente do seu tempo
9
No final da década de 1960, um
grupo de cinco médicos, três farma-
cêuticos e dois comerciantes, todos
membros da família Checchia, pre-
ocupados em atender os pacientes
que procuravam os médicos da fa-
mília em situações de emergência ou
em trabalho de parto, resolveram ide-
alizar o Hospital e Maternidade Santa
Brígida, nome dado em homenagem
à matriarca, Brigida Somma Chec-
chia. O HMSB foi fundado em 17 de
abril de 1973, com sede em uma área
pertencente à família Merlin, no bairro
Água Verde, iniciando as atividades
com 60 leitos para atendimentos clí-
nicos, cirúrgicos e obstétricos. Desde
a sua inauguração, o HMSB passou
por muitas ampliações e transforma-
ções. À medida que a procura por
atendimento aumentava, o Hospital e
Maternidade Santa Brígida ampliava
seu espaço físico e também se aper-
feiçoava tecnologicamente, e cada
vez mais profissionais especializados
integravam o seu corpo clínico. O es-
HMSB 38 anos: o início de um sonhoPrimeiro capítulo de uma história escrita por muitos profissionais
HISTÓRIA
HMSB 38 anos: o início de um sonho
Fachada do Hospital e Maternidade Santa Brígida
10
paço, que antes era de 3.600m², hoje
atinge aproximadamente 6.000m².
Uma das primeiras e mais impor-
tantes medidas tomadas pelo grupo
foi a discussão e o estabelecimento
de uma padronização de condutas
no atendimento médico. Isso ajudou
a uniformizar a atenção a ser dada
às pacientes, de forma a qualificar o
acompanhamento médico à gestante
e ao bebê. Tais medidas foram pri-
mordiais para a excelência no aten-
dimento, tornando o Hospital e Ma-
ternidade Santa Brígida referência em
Curitiba.
Elisa Checchia Noronha
Lucia Checchia Franklin
Antônio Checchia
Miguel Checchia
Nicolau Checchia
Mauro Checchia Russo
Marisa Checchia Russo
Agostinho Checchia Noronha
Nilson Santos
Aberlado Elias da Silva
HMSB 38 anos: o início de um sonho
FUNDADORES
Hall de entrada
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CURTAS
Vários espaços do Hospital e Maternidade Santa Brígida estão passando por
reformas. O projeto estrutural prevê, em até dez meses, a reforma de 12 apar-
tamentos. Duas unidades e o centro de materiais já foram concluídos. Nos
próximos meses, o refeitório, o lactário e o pronto-atendimento também serão
reformados.
REFORMAS ESTRUTURAIS
NOVAS AQUISIÇÕES
CRESCIMENTO CONSTANTE
Durante o ano de 2011, o HMSB tem investido em novos equipamentos. As
aquisições incluem a compra de berços aquecidos e respiradores para a UTI
neonatal. Além da compra de capinógrafo para monitoramento e maior segu-
rança de pacientes no centro cirúrgico.
O mês de agosto foi marcado pelo recorde de faturamento do HMSB. Desde
fevereiro, o crescimento médio mensal é de 6%. O aumento é resultado do tra-
balho contínuo da equipe profissional. Com o faturamento nas receitas, serão
feitos novos investimentos em equipamentos e reformas na instituição.
HMSB 38 anos: o início de um sonho
12
TURISMOA Itália é um país que sabe presentear seus turistas. Dono de uma
arquitetura primorosa, paisagens fabulosas e gastronomia farta, o
país inspira qualquer um que ali esteja. E inspira também a arte. As-
sim são as cidades italianas. Assim é Livorno, na Toscana.
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Noites brancas em uma Livorno enegrecidaCidade é cenário em clássico italiano
O longa-metragem Noites Bran-
cas, clássico neorealista italiano, do
diretor Luchino Visconti, premiado
com o Leão de Prata no Festival
Internacional de Veneza, em 1958,
teve seu enredo ambientado na ci-
dade portuária de Livorno, na região
da Toscana. A cidade, que serve de
pano de fundo para a película, foi
parcialmente construída, em Roma,
no Teatro 5 da Cinecittà — um com-
plexo de teatros e estúdios respon-
sável pela maior parte da produção
cinematográfica italiana. Apesar da
construção parcial, a cidade ceno-
gráfica ganha os mesmos aspectos
da original: canais, vielas, pontes,
monumentos, prédios históricos, lu-
gares públicos como a via Grande,
via della Madonna e parte do quar-
tiere Venezia (La Venezia Nuova).
Baseado na obra homônima do
escritor russo Fiódor Dostoiévski,
Noites Brancas é um filme com o
roteiro livre do conto original —
Visconti transpôs a história de São
Noites brancas em uma Livorno enegrecida
TURISMO
Marcello Mastroianni e Maria Schell, em cena de Noites Brancas
14
Petersburgo de 1848 para província
italiana de 1957, onde Mario (Mar-
cello Mastroianni), um funcionário
público recentemente chegado à
cidade, interessa-se pela jovem Na-
tália (Maria Schell), que anseia pela
volta do seu amado. As razões que
levaram Visconti a ambientar Livor-
no no filme são as mais variadas,
mas, sobretudo, pela extraordinária
relevância do tema e a importância
de certos diálogos contextualizados
na atmosfera do local.
O cenário onírico e poético con-
dicionam a história em um ambiente
austero e enegrecido, onde o me-
lodrama concentra-se em um canal
próximo à Fortezza Nuova, e é man-
tido refrigerado em alto estilo e em
baixa temperatura emocional, sob
uma noite branca de inverno. Quan-
do todos imaginam que, finalmente,
o casal ficará junto, o retorno do
amado inverte o final tão esperado
a um amor condenado à ilusão.
Noites brancas em uma Livorno enegrecida
Cena noturna de Noites Brancas
15
Fortezza Nuova
Construído no final do século XVI, foi
alterado ao longo dos anos durante
as reformas da Venezia Nuova. Hoje,
a fortaleza é usada como um espaço
público verde e sede de eventos.
Chiesa di Santa Caterina
Iniciada em 1720, a igreja foi aberta
ao culto somente em 1753.
Bottini dell’Olio
Antigo armazém construído no final
do século XVII. Hoje, abriga inúmeras
exposições, enquanto o piso supe-
rior é uma casa.
Palazzo di Giustizia
Originalmente abrigava uma igreja e
um convento. Em 1857, tornou-se a
sede do Tribunal de Distrito.
VENEZIA NUOVA
A ‘Nova Veneza’ é um bairro de
Livorno, o único remanescente do
pós-guerra, que manteve grande
parte das suas joias arquitetônicas,
como igrejas e palácios. O bairro re-
presenta o verdadeiro centro históri-
co da cidade, o qual, desde 1986, na
virada de julho a agosto, torna-se o
núcleo de um tradicional festival fol-
clórico da cidade, o Effetto Venezia,
onde as ruas são tomadas por barra-
cas, espetáculos e eventos culturais.
Noites brancas em uma Livorno enegrecida
TURISMO
O QUE VISITAR NO BAIRRO
Fortezza Nuova, em Livorno
16
VIA GRANDE
Palazzo del Picchetto
Palácio que delimita o lado norte e o
lado ocidental da Piazza Guerrazzi.
Chiesa di Santa Barbara
Primeira da cidade construída no final
do século XVI na área onde ficava a
igreja medieval de Santa Giulia.
O ‘Grande Caminho’ é uma rua
no quartiere Venezia, encomenda-
da pela família Médici para expan-
dir a cidade de Livorno por meio de
uma fortaleza destinada a ser a sa-
Piazza Grande
Praça onde existem alguns edifícios
importantes como o Duomo e o Pa-
lazzo Grande. Após bombardeio da
Segunda Guerra Mundial, durante a
reconstrução, a praça teve sua ex-
tensão aumentada.
O QUE VISITAR NO BAIRRO
ída do tráfego do Porto Médici, na
Piazza della Repubblica. Conheci-
da como Via Ferdinanda ou Via Na-
poleone, desde a Segunda Guerra
Mundial é denominada Via Grande.
Noites brancas em uma Livorno enegrecida
Vista panorâmica de Via Grande Via Grande
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VIA DELLA MADONNA
Chiesa della Madonna
Seus trabalhos de construção come-
çaram em 1607. O projeto foi concluído
em pouco tempo com o título de Santa
Maria, San Francesco e Santi Cosimo
e Damiano. No entanto, em 1638, a
igreja foi consagrada apenas como Im-
macolata Concezione di Maria.
O Caminho de Nossa Senhora é
uma rua no quartiere Venezia, agra-
ciada com esse nome, desde 1607,
por estar situada a chiesa della Ma-
donna, naquela localidade. Contudo,
em 1901, ela foi renomeada Via Gior-
dano Bruno, mas em 1925 recuperou
o nome de Via della Madonna.
Noites brancas em uma Livorno enegrecida
O QUE VISITAR NO BAIRRO
Piazza Grande
Villa della Madonna Palazzo Del Picchetto
TURISMO
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GASTRONOMIAA cozinha italiana é uma das poucas do mundo que consegue com-
binar simplicidade com sabores memoráveis, temperados de acor-
do com a peculiaridade de cada região da Itália. Um exemplo é a
bistecca alla fi orentina: preparada com ingredientes simples, con-
quistou a Toscana e o mundo.
19
A cozinha italiana é a mais comple-
ta do mundo. É o que afirma o chef
Enzo Ambrosetti, natural de Roma e
professor do curso de Chef de Cui-
sine—Restauranteur do Centro Euro-
peu. Ele afirma que, além de comple-
ta, a culinária da Itália é mais saudável,
pois, diferentemente da França, onde
a base para os pratos são a manteiga
e o creme de leite, a boa culinária ita-
liana leva sempre o tomate e o azeite
de oliva. O chef defende que a cultura
gastronômica do país é muito rica e
ampla, por isso enganam-se aqueles
que associam a comida italiana uni-
camente às massas. Cada lendária
região da Itália tem suas particularida-
des, e o histórico de cada uma delas
influenciou a gastronomia. O passado
de miséria da Toscana, região central
da Itália, onde está localizada a cida-
de de Livorno, fez com que a gastro-
nomia local ficasse conhecida como
“culinária pobre”. O que não desme-
rece os pratos dessa região, mas dá
a eles toda a característica de uma
cozinha que não desperdiça nenhum
dos ingredientes disponíveis no local.
Mangia che te fa bene!A Itália é o país da comida farta e uma infinita qualidade de vinhos
Mangia che te fa bene!
GASTRONOMIA
Bistecca alla fiorentina
20
E o grande símbolo da culinária
da Toscana é bistecca alla fiorentina.
Temperada somente com sal, pimen-
ta-do-reino moída na hora e um ex-
celente azeite de oliva extravirgem, a
bistecca alla fiorentina, como a gran-
de maioria dos pratos com carnes
italianos, é simples, mas nem por isso
menos saborosa. A carne usada é o
T-BoneSteak (nosso filé em T), que
traz de um lado o mignon e do outro
o contrafilé. A peça é cortada com 3
cm de altura e depois de marinada
brevemente, vai ao fogo alto, onde só
é virada apenas uma vez. E o grande
segredo, segundo o chef italiano, é
que a carne só deve ser temperada
depois de ir à grelha, pois, com isso,
ela não perde suas proteínas.
E, para acompanhar um típico
prato italiano, nada melhor do que
um bom vinho do país. A tradição
e a diversidade dos vinhos italia-
nos são incontestáveis. De acordo
com o consultor de vinhos da Porto
a Porto, Flávio Bin, o fato de a Itália
ser no passado uma coletânea de
Estados independentes contribuiu
para o surgimento de uma gama de
vinhos muito diferentes, mesmo em
um território não muito vasto. As di-
ferenças climáticas, e de solo, em
todo o país também fizeram com que
cada região desenvolvesse vinhos
particularmente especiais. Ainda se-
gundo Bin, os vinhos italianos são
gastronômicos, ou seja, excelentes
para harmonizar com os mais diver-
sos pratos. E ele dá a dica: quanto
mais acentuado o sabor do prato,
mais acentuado também deve ser o
vinho. Pratos que levam carne verme-
lha, como é o caso da bistecca alla
fiorentina, vão bem com vinhos tintos
mais encorpados. O consultor indica
dois rótulos, em diferentes faixas de
preço, que acompanham bem a bis-
tecca alla fiorentina:
Mangia che te fa bene!
21
GASTRONOMIA
Mangia che te fa bene!
Assim como o Brunello, o I Balzi-
ni é um tinto que tem a acidez e os
taninos certos para acompanhar a
bistecca alla fiorentina, contudo não
é tão encorpado quanto o primeiro
rótulo. (R$70)
Esse é o vinho típico da Toscana. A
varietal Sangiovese expressa a quali-
dade do vinho tinto, que é encorpado,
tem bons taninos e uma acidez perfei-
ta para acompanhar a carne verme-
lha. (R$210)
VIN
HO
S
BRUNELLO DI MONTALCINO
I BALZINI GREEN LABEL
22
A Síndrome Antifosfolípide é
uma patologia em que há o aumen-
to dos fenômenos trombóticos,
tanto arterial como venosa e com
riscos de morbidade gestacional.
Esta situação pode causar Res-
trição do Crescimento Intra-útero;
DHEG; Insuficiência placentária;
óbito fetal intra-útero; DPP e, com
mais frequência, abortamentos an-
tes da 10ª semana de gestação.
Estima-se que cerca de 1% a
5% da população apresenta esta
patologia. No caso de portadoras
de colagenoses como LES, a inci-
dência pode aumentar para 34%.
Alguns associam a ocorrência de
24% dos casos de SAF com gesta-
ção por fertilização in vitro.
É sabido que pessoas com SAF
têm um risco de trombose aumen-
tado em diversos órgãos e, especi-
ficamente, no sistema circulatório.
Estudos mostram que até 20%
das pacientes com diagnóstico de
AVC isquêmico, antes dos 50 anos,
apresentaram positividade para
anticorpos antifosfolípides.
O diagnóstico pode ser feito por
meio de exames laboratoriais, po-
rém, são passíveis de resultados
falsos. Para o diagnóstico seguro,
a avaliação da anticardiolipina e do
anticoagulante lúpico são os mais
consistentes.
O tratamento não apresenta um
consenso na literatura mundial. Uti-
lização de corticosteroides, ácido
acetilsalicílico, plasmaferese, entre
outros são medidas cabíveis com
resultados variáveis.
No entanto os resultados mais
promissores e que parecem ser a
tendência mundial estão associa-
dos ao uso de heparina. Justamen-
te porque o tratamento é em geral
Síndrome Antifosfolípide e GestaçãoUma abordagem prática
Síndrome Antifosfolípide e Gestação
23
ARTIGO
Dr. Gleden Teixeira Prates
CRM/PR 10182
Especialista em Gestação de Alto Risco
curriculum
fácil e de poucas complicações,
deveremos considerar de forma
mais flexível o diagnóstico. Isto é,
na dúvida opte pelo tratamento.
A utilização de heparina pode
ter efeitos sobre fígado, rim e pro-
dução de plaquetas da mãe. Por-
tanto é importante periodicamente
uma avaliação da função destes
órgãos bem como dosagem de
plaquetas. Especialmente no dia
da cesariana ou mesmo do parto
uma avaliação quantitativa das pla-
quetas pode prevenir síndromes
hemorrágicas.
A evolução obstétrica em geral é
boa quando o tratamento está ins-
tituído. As complicações nos qua-
dros de SAF não ocorrem nestes
casos. O recém-nascido não so-
fre consequência nem da doença
quando medicada e nem da medi-
cação administrada.
No puerpério a medicação pode
ser descontinuada, uma vez que o
uso de heparina fica reservado às
indicações habituais de risco para
trombose pós-operatória. Em nos-
sa casuística, a evolução favorável
ocorreu em 100% dos casos trata-
dos com, o que mostra uma ten-
dência muito promissora.
Síndrome Antifosfolípide e Gestação
Bina Rikari nasceu em Curitiba
em 1975. Iniciou na pintura aos
15 anos com seu pai Fernando
Ikoma. Formada em Pintura pela
Escola de Musica e Belas Artes do
Paraná, Bina também frequentou
curso de gravura.
A artista participou de diversos
cursos de arte e de exposições
individuais e coletivas, com desta-
que para o 56° Salão Paranaense
- MAC-PR, em 1999, e o Prêmio
Prefeitura Municipal de Jagua-
riaíva, no Primeiro Salão de Artes
Plásticas, no mesmo ano. Bina
também é instrutora de técnicas
de pintura desde 1995.
AR
TIS
TA D
A C
APA
Bina Rikari