revista mater

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MATER Ed. 01 | OUT/NOV/DEZ/ 2011 Uma publicação do Hospital Santa Brígida CINETOUR ARTIGO Uma viagem pela Itália Síndrome Antifosfolípide e Gestação

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Uma publicação do Hospital e Maternidade Santa Brígida.

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Page 1: Revista Mater

MATEREd

. 01

| OUT

/NOV

/DEZ

/ 201

1

Uma publicação do Hospital Santa Brígida

CINETOUR

ARTIGO

Uma viagem pela Itália

Síndrome Antifosfolípide e Gestação

Page 2: Revista Mater

ÍNDICE

09

12

INSTITUCIONAL

TURISMO

GASTRONOMIA05 PERFIL

04 EDITORIAL

Page 3: Revista Mater

17

21

Expediente

Conselho EditorialAgostinho Noronha

Maria Izabel Checchia Kloss

Direção TécnicaLeônidas Noronha Silva

CRM 11686

Coordenação Editorial e Diagramação

TWK Brandingwww.twkbranding.com.br

Sugestões e Crí[email protected]

www.hmsantabrigida.com.br

Jornalista ResponsávelSilvia Elmor (MTb 4417/18/57)

A MATER é uma publicação trimestral 100% digital,

desenvolvida pelo Hospital e Maternidade Santa Brígida.

A cada edição uma capa exclusiva produzida por artista paranaense.

GASTRONOMIA

ARTIGO

Page 4: Revista Mater

4

É com muita alegria que apresen-

tamos ao corpo clínico do Hospital e

Maternidade Santa Brígida nossa mais

nova publicação: a Revista Mater Santa

Brígida. Idealizada para ser um canal

de comunicação entre a instituição e

seu quadro médico, o periódico possui

uma linha editorial distinta da maioria

das revistas do segmento, pois procura

ir além do discurso institucional.

De periodicidade trimestral, o for-

mato digital da revista permite que o

conteúdo seja lido de maneira ágil e

agradável a qualquer hora e em qual-

quer lugar, de forma a representar o

momento de entretenimento do seu

público. A Revista Mater Santa Brígida

também fomenta publicação de arti-

gos escritos por médicos do HMSB.

Oferece, ainda, conteúdos de interes-

se profissional e casual, como turismo,

gastronomia, entrevistas com perso-

nalidades da área da saúde e notícias

Editorialsobre a instituição. Nesta primeira edi-

ção, contaremos a história do HMSB e

da carreira de Elisa Checchia Noronha

- cofundadora, como justa homena-

gem ao seu centenário. Trazemos,

também, um artigo sobre Síndrome

Antifosfolípide e Gestação, elaborado

pelo especialista Gleden Prates, bem

como curiosidades sobre cinema e tu-

rismo, e ainda dicas de gastronomia da

cucina livornese.

Contamos com a colaboração e

participação de todos para sugestões

e envio de artigos. Expressamos nos-

sos mais profundos agradecimentos

a todos que contribuíram para a con-

cretização desse projeto. Em especial,

aos nossos artistas paranaenses que,

a cada edição, contribuem com uma

ilustração exclusiva para a capa. Es-

peramos que todos possam usufruir

da revista, desenvolvida especialmente

para você.Boa leitura,

A Diretoria

Editorial

Page 5: Revista Mater

5

PERFIL

Uma mulher muito à frente do seu tempoElisa Checchia tornou-se uma das primeiras médicas do Brasil

O ano era 1930, período em que

o Brasil e o mundo passavam por

transformações nos âmbitos polí-

tico, econômico e social que mu-

dariam o rumo da história. Muitos

historiadores afirmam que o período

que compreende os anos de 1930

a 1939 foi o pior do século XX, por

ter-se iniciado com uma grande crise

econômica (Grande Depressão) e fi-

nalizado com o estouro da Segunda

Guerra Mundial.

No entanto, esse cenário muda

quando uma mulher entra para a

história como sinônimo de coragem,

ousadia e pioneirismo – seu nome,

Elisa Checchia Noronha. Elisa nas-

ceu em Curitiba no dia 30 de julho

de 1910, em uma família de imigran-

tes italianos. O pai, Mauro Checchia,

imigrou para o Brasil aos oito anos

de idade. Ela foi uma das primeiras

mulheres a ingressar no curso de

medicina da então Faculdade de

Medicina do Paraná, em 1930. Em

uma turma praticamente de homens,

Elisa se destacou por sua excelente

colocação entre os 44 aprovados,

ocupando a 2ª colocação.

Elisa Checchia prosseguiu os

estudos com todas as dificuldades

enfrentadas por uma mulher diante

de uma sociedade conservadora e

machista naquela época. Em 1935,

já com formação em Clínica Geral,

Elisa Checchia no dia de sua formatura

Uma mulher muito à frente do seu tempo

Page 6: Revista Mater

6

segue para capital paulista com o

objetivo de residir na Maternidade

de São Paulo, do médico e profes-

sor, Raul Carlos Briquet. Em 1937,

casa-se com seu colega de classe,

Leônidas Noronha, com quem teve

três filhos: Brígida, Maria Aparecida

e Agostinho.

Após três anos de acompanha-

mento em São Paulo, Elisa regressa

a Curitiba, em 1939. Nesse mesmo

ano, a médica aceita clinicar em

Rolândia, no interior do estado do

Paraná. Diante dos novos desafios

– a cidade ainda era circundada por

mata fechada e não possuía rede de

água e esgoto –, Elisa e Leônidas en-

frentam uma grave epidemia de tifo.

Para solucionar o problema, o casal

estuda as causas da epidemia, cuja

Uma mulher muito à frente do seu tempo

Elisa: uma das duas únicas estudantes mulheres da turma de 1930

Page 7: Revista Mater

7

PERFIL

origem permeava a falta de hábitos

de higiene, uma vez que poços, que

seriam destinados à coleta de água,

eram utilizados como fossas sani-

tárias, onde os dejetos contamina-

vam o solo e as nascentes de rios.

Com essa descoberta, foi possível

implantar uma política informativa e

educacional sobre medidas de higie-

ne à população da cidade.

Após um longo período em

Rolândia, Elisa e sua família retor-

nam a Curitiba, em 1954. No ano de

1955, a médica introduz no País um

dos cursos pioneiros no atendimen-

to à gestante – o curso Parto Sem

Medo Santa Brígida. Elisa ministrava

o curso, a princípio, em seu consul-

tório. Hoje, o curso é administrado

pela obstetra Virginia Merlin e pela

psicóloga Liliam Gusso, e já atendeu

mais de 17 mil pacientes. O curso

orienta pais e mães sobre o desen-

volvimento do bebê, as mudanças

físicas e psicológicas das gestantes

e da nova família.

““

Elisa introduziu o méto-

do DIU no Paraná, inovou

com o curso para gestan-

te e fundou um hospital e

maternidade

Uma mulher muito à frente do seu tempo

Page 8: Revista Mater

8

Durante a década de 1960, a

ideia de construir um hospital foi

amadurecendo, principalmente

pela necessidade de um ambien-

te hospitalar na região do bairro

Água Verde. Por isso, nos anos de

1970, a família Checchia inaugura

o Hospital e Maternidade Santa

Brígida, onde exerceu a presidên-

cia durante dez anos.

Elisa Checchia sempre buscou

a atualização e a inovação do seu

trabalho. Em uma de suas viagens

à Alemanha, após um encontro

com o médico patologista Stro-

etz Hidelgard, Elisa introduziu no

Paraná o método contraceptivo

do dispositivo intrauterino (DIU),

o que se tornou um marco para a

história da medicina do estado do

Paraná.

Por seus feitos e trabalhos con-

tínuos pela sociedade curitibana,

Elisa Checchia foi homenageada

com títulos importantes, como:

presidência da Associação Brasi-

leira de Mulheres Médicas e mem-

bro do Conselho Nacional dos

Direitos da Mulher. No ano 2000,

a Câmara Municipal de Curitiba

homenageou-a com projeto de lei

ordinária que denomina um logra-

douro com seu nome. Esse logra-

douro encontra-se, hoje, na Cida-

de Industrial de Curitiba.

MUITOS PROJETOS, MUITAS CONQUISTAS

Uma mulher muito à frente do seu tempo

Page 9: Revista Mater

9

No final da década de 1960, um

grupo de cinco médicos, três farma-

cêuticos e dois comerciantes, todos

membros da família Checchia, pre-

ocupados em atender os pacientes

que procuravam os médicos da fa-

mília em situações de emergência ou

em trabalho de parto, resolveram ide-

alizar o Hospital e Maternidade Santa

Brígida, nome dado em homenagem

à matriarca, Brigida Somma Chec-

chia. O HMSB foi fundado em 17 de

abril de 1973, com sede em uma área

pertencente à família Merlin, no bairro

Água Verde, iniciando as atividades

com 60 leitos para atendimentos clí-

nicos, cirúrgicos e obstétricos. Desde

a sua inauguração, o HMSB passou

por muitas ampliações e transforma-

ções. À medida que a procura por

atendimento aumentava, o Hospital e

Maternidade Santa Brígida ampliava

seu espaço físico e também se aper-

feiçoava tecnologicamente, e cada

vez mais profissionais especializados

integravam o seu corpo clínico. O es-

HMSB 38 anos: o início de um sonhoPrimeiro capítulo de uma história escrita por muitos profissionais

HISTÓRIA

HMSB 38 anos: o início de um sonho

Fachada do Hospital e Maternidade Santa Brígida

Page 10: Revista Mater

10

paço, que antes era de 3.600m², hoje

atinge aproximadamente 6.000m².

Uma das primeiras e mais impor-

tantes medidas tomadas pelo grupo

foi a discussão e o estabelecimento

de uma padronização de condutas

no atendimento médico. Isso ajudou

a uniformizar a atenção a ser dada

às pacientes, de forma a qualificar o

acompanhamento médico à gestante

e ao bebê. Tais medidas foram pri-

mordiais para a excelência no aten-

dimento, tornando o Hospital e Ma-

ternidade Santa Brígida referência em

Curitiba.

Elisa Checchia Noronha

Lucia Checchia Franklin

Antônio Checchia

Miguel Checchia

Nicolau Checchia

Mauro Checchia Russo

Marisa Checchia Russo

Agostinho Checchia Noronha

Nilson Santos

Aberlado Elias da Silva

HMSB 38 anos: o início de um sonho

FUNDADORES

Hall de entrada

Page 11: Revista Mater

11

CURTAS

Vários espaços do Hospital e Maternidade Santa Brígida estão passando por

reformas. O projeto estrutural prevê, em até dez meses, a reforma de 12 apar-

tamentos. Duas unidades e o centro de materiais já foram concluídos. Nos

próximos meses, o refeitório, o lactário e o pronto-atendimento também serão

reformados.

REFORMAS ESTRUTURAIS

NOVAS AQUISIÇÕES

CRESCIMENTO CONSTANTE

Durante o ano de 2011, o HMSB tem investido em novos equipamentos. As

aquisições incluem a compra de berços aquecidos e respiradores para a UTI

neonatal. Além da compra de capinógrafo para monitoramento e maior segu-

rança de pacientes no centro cirúrgico.

O mês de agosto foi marcado pelo recorde de faturamento do HMSB. Desde

fevereiro, o crescimento médio mensal é de 6%. O aumento é resultado do tra-

balho contínuo da equipe profissional. Com o faturamento nas receitas, serão

feitos novos investimentos em equipamentos e reformas na instituição.

HMSB 38 anos: o início de um sonho

Page 12: Revista Mater

12

TURISMOA Itália é um país que sabe presentear seus turistas. Dono de uma

arquitetura primorosa, paisagens fabulosas e gastronomia farta, o

país inspira qualquer um que ali esteja. E inspira também a arte. As-

sim são as cidades italianas. Assim é Livorno, na Toscana.

Page 13: Revista Mater

13

Noites brancas em uma Livorno enegrecidaCidade é cenário em clássico italiano

O longa-metragem Noites Bran-

cas, clássico neorealista italiano, do

diretor Luchino Visconti, premiado

com o Leão de Prata no Festival

Internacional de Veneza, em 1958,

teve seu enredo ambientado na ci-

dade portuária de Livorno, na região

da Toscana. A cidade, que serve de

pano de fundo para a película, foi

parcialmente construída, em Roma,

no Teatro 5 da Cinecittà — um com-

plexo de teatros e estúdios respon-

sável pela maior parte da produção

cinematográfica italiana. Apesar da

construção parcial, a cidade ceno-

gráfica ganha os mesmos aspectos

da original: canais, vielas, pontes,

monumentos, prédios históricos, lu-

gares públicos como a via Grande,

via della Madonna e parte do quar-

tiere Venezia (La Venezia Nuova).

Baseado na obra homônima do

escritor russo Fiódor Dostoiévski,

Noites Brancas é um filme com o

roteiro livre do conto original —

Visconti transpôs a história de São

Noites brancas em uma Livorno enegrecida

TURISMO

Marcello Mastroianni e Maria Schell, em cena de Noites Brancas

Page 14: Revista Mater

14

Petersburgo de 1848 para província

italiana de 1957, onde Mario (Mar-

cello Mastroianni), um funcionário

público recentemente chegado à

cidade, interessa-se pela jovem Na-

tália (Maria Schell), que anseia pela

volta do seu amado. As razões que

levaram Visconti a ambientar Livor-

no no filme são as mais variadas,

mas, sobretudo, pela extraordinária

relevância do tema e a importância

de certos diálogos contextualizados

na atmosfera do local.

O cenário onírico e poético con-

dicionam a história em um ambiente

austero e enegrecido, onde o me-

lodrama concentra-se em um canal

próximo à Fortezza Nuova, e é man-

tido refrigerado em alto estilo e em

baixa temperatura emocional, sob

uma noite branca de inverno. Quan-

do todos imaginam que, finalmente,

o casal ficará junto, o retorno do

amado inverte o final tão esperado

a um amor condenado à ilusão.

Noites brancas em uma Livorno enegrecida

Cena noturna de Noites Brancas

Page 15: Revista Mater

15

Fortezza Nuova

Construído no final do século XVI, foi

alterado ao longo dos anos durante

as reformas da Venezia Nuova. Hoje,

a fortaleza é usada como um espaço

público verde e sede de eventos.

Chiesa di Santa Caterina

Iniciada em 1720, a igreja foi aberta

ao culto somente em 1753.

Bottini dell’Olio

Antigo armazém construído no final

do século XVII. Hoje, abriga inúmeras

exposições, enquanto o piso supe-

rior é uma casa.

Palazzo di Giustizia

Originalmente abrigava uma igreja e

um convento. Em 1857, tornou-se a

sede do Tribunal de Distrito.

VENEZIA NUOVA

A ‘Nova Veneza’ é um bairro de

Livorno, o único remanescente do

pós-guerra, que manteve grande

parte das suas joias arquitetônicas,

como igrejas e palácios. O bairro re-

presenta o verdadeiro centro históri-

co da cidade, o qual, desde 1986, na

virada de julho a agosto, torna-se o

núcleo de um tradicional festival fol-

clórico da cidade, o Effetto Venezia,

onde as ruas são tomadas por barra-

cas, espetáculos e eventos culturais.

Noites brancas em uma Livorno enegrecida

TURISMO

O QUE VISITAR NO BAIRRO

Fortezza Nuova, em Livorno

Page 16: Revista Mater

16

VIA GRANDE

Palazzo del Picchetto

Palácio que delimita o lado norte e o

lado ocidental da Piazza Guerrazzi.

Chiesa di Santa Barbara

Primeira da cidade construída no final

do século XVI na área onde ficava a

igreja medieval de Santa Giulia.

O ‘Grande Caminho’ é uma rua

no quartiere Venezia, encomenda-

da pela família Médici para expan-

dir a cidade de Livorno por meio de

uma fortaleza destinada a ser a sa-

Piazza Grande

Praça onde existem alguns edifícios

importantes como o Duomo e o Pa-

lazzo Grande. Após bombardeio da

Segunda Guerra Mundial, durante a

reconstrução, a praça teve sua ex-

tensão aumentada.

O QUE VISITAR NO BAIRRO

ída do tráfego do Porto Médici, na

Piazza della Repubblica. Conheci-

da como Via Ferdinanda ou Via Na-

poleone, desde a Segunda Guerra

Mundial é denominada Via Grande.

Noites brancas em uma Livorno enegrecida

Vista panorâmica de Via Grande Via Grande

Page 17: Revista Mater

17

VIA DELLA MADONNA

Chiesa della Madonna

Seus trabalhos de construção come-

çaram em 1607. O projeto foi concluído

em pouco tempo com o título de Santa

Maria, San Francesco e Santi Cosimo

e Damiano. No entanto, em 1638, a

igreja foi consagrada apenas como Im-

macolata Concezione di Maria.

O Caminho de Nossa Senhora é

uma rua no quartiere Venezia, agra-

ciada com esse nome, desde 1607,

por estar situada a chiesa della Ma-

donna, naquela localidade. Contudo,

em 1901, ela foi renomeada Via Gior-

dano Bruno, mas em 1925 recuperou

o nome de Via della Madonna.

Noites brancas em uma Livorno enegrecida

O QUE VISITAR NO BAIRRO

Piazza Grande

Villa della Madonna Palazzo Del Picchetto

TURISMO

Page 18: Revista Mater

18

GASTRONOMIAA cozinha italiana é uma das poucas do mundo que consegue com-

binar simplicidade com sabores memoráveis, temperados de acor-

do com a peculiaridade de cada região da Itália. Um exemplo é a

bistecca alla fi orentina: preparada com ingredientes simples, con-

quistou a Toscana e o mundo.

Page 19: Revista Mater

19

A cozinha italiana é a mais comple-

ta do mundo. É o que afirma o chef

Enzo Ambrosetti, natural de Roma e

professor do curso de Chef de Cui-

sine—Restauranteur do Centro Euro-

peu. Ele afirma que, além de comple-

ta, a culinária da Itália é mais saudável,

pois, diferentemente da França, onde

a base para os pratos são a manteiga

e o creme de leite, a boa culinária ita-

liana leva sempre o tomate e o azeite

de oliva. O chef defende que a cultura

gastronômica do país é muito rica e

ampla, por isso enganam-se aqueles

que associam a comida italiana uni-

camente às massas. Cada lendária

região da Itália tem suas particularida-

des, e o histórico de cada uma delas

influenciou a gastronomia. O passado

de miséria da Toscana, região central

da Itália, onde está localizada a cida-

de de Livorno, fez com que a gastro-

nomia local ficasse conhecida como

“culinária pobre”. O que não desme-

rece os pratos dessa região, mas dá

a eles toda a característica de uma

cozinha que não desperdiça nenhum

dos ingredientes disponíveis no local.

Mangia che te fa bene!A Itália é o país da comida farta e uma infinita qualidade de vinhos

Mangia che te fa bene!

GASTRONOMIA

Bistecca alla fiorentina

Page 20: Revista Mater

20

E o grande símbolo da culinária

da Toscana é bistecca alla fiorentina.

Temperada somente com sal, pimen-

ta-do-reino moída na hora e um ex-

celente azeite de oliva extravirgem, a

bistecca alla fiorentina, como a gran-

de maioria dos pratos com carnes

italianos, é simples, mas nem por isso

menos saborosa. A carne usada é o

T-BoneSteak (nosso filé em T), que

traz de um lado o mignon e do outro

o contrafilé. A peça é cortada com 3

cm de altura e depois de marinada

brevemente, vai ao fogo alto, onde só

é virada apenas uma vez. E o grande

segredo, segundo o chef italiano, é

que a carne só deve ser temperada

depois de ir à grelha, pois, com isso,

ela não perde suas proteínas.

E, para acompanhar um típico

prato italiano, nada melhor do que

um bom vinho do país. A tradição

e a diversidade dos vinhos italia-

nos são incontestáveis. De acordo

com o consultor de vinhos da Porto

a Porto, Flávio Bin, o fato de a Itália

ser no passado uma coletânea de

Estados independentes contribuiu

para o surgimento de uma gama de

vinhos muito diferentes, mesmo em

um território não muito vasto. As di-

ferenças climáticas, e de solo, em

todo o país também fizeram com que

cada região desenvolvesse vinhos

particularmente especiais. Ainda se-

gundo Bin, os vinhos italianos são

gastronômicos, ou seja, excelentes

para harmonizar com os mais diver-

sos pratos. E ele dá a dica: quanto

mais acentuado o sabor do prato,

mais acentuado também deve ser o

vinho. Pratos que levam carne verme-

lha, como é o caso da bistecca alla

fiorentina, vão bem com vinhos tintos

mais encorpados. O consultor indica

dois rótulos, em diferentes faixas de

preço, que acompanham bem a bis-

tecca alla fiorentina:

Mangia che te fa bene!

Page 21: Revista Mater

21

GASTRONOMIA

Mangia che te fa bene!

Assim como o Brunello, o I Balzi-

ni é um tinto que tem a acidez e os

taninos certos para acompanhar a

bistecca alla fiorentina, contudo não

é tão encorpado quanto o primeiro

rótulo. (R$70)

Esse é o vinho típico da Toscana. A

varietal Sangiovese expressa a quali-

dade do vinho tinto, que é encorpado,

tem bons taninos e uma acidez perfei-

ta para acompanhar a carne verme-

lha. (R$210)

VIN

HO

S

BRUNELLO DI MONTALCINO

I BALZINI GREEN LABEL

Page 22: Revista Mater

22

A Síndrome Antifosfolípide é

uma patologia em que há o aumen-

to dos fenômenos trombóticos,

tanto arterial como venosa e com

riscos de morbidade gestacional.

Esta situação pode causar Res-

trição do Crescimento Intra-útero;

DHEG; Insuficiência placentária;

óbito fetal intra-útero; DPP e, com

mais frequência, abortamentos an-

tes da 10ª semana de gestação.

Estima-se que cerca de 1% a

5% da população apresenta esta

patologia. No caso de portadoras

de colagenoses como LES, a inci-

dência pode aumentar para 34%.

Alguns associam a ocorrência de

24% dos casos de SAF com gesta-

ção por fertilização in vitro.

É sabido que pessoas com SAF

têm um risco de trombose aumen-

tado em diversos órgãos e, especi-

ficamente, no sistema circulatório.

Estudos mostram que até 20%

das pacientes com diagnóstico de

AVC isquêmico, antes dos 50 anos,

apresentaram positividade para

anticorpos antifosfolípides.

O diagnóstico pode ser feito por

meio de exames laboratoriais, po-

rém, são passíveis de resultados

falsos. Para o diagnóstico seguro,

a avaliação da anticardiolipina e do

anticoagulante lúpico são os mais

consistentes.

O tratamento não apresenta um

consenso na literatura mundial. Uti-

lização de corticosteroides, ácido

acetilsalicílico, plasmaferese, entre

outros são medidas cabíveis com

resultados variáveis.

No entanto os resultados mais

promissores e que parecem ser a

tendência mundial estão associa-

dos ao uso de heparina. Justamen-

te porque o tratamento é em geral

Síndrome Antifosfolípide e GestaçãoUma abordagem prática

Síndrome Antifosfolípide e Gestação

Page 23: Revista Mater

23

ARTIGO

Dr. Gleden Teixeira Prates

CRM/PR 10182

Especialista em Gestação de Alto Risco

curriculum

fácil e de poucas complicações,

deveremos considerar de forma

mais flexível o diagnóstico. Isto é,

na dúvida opte pelo tratamento.

A utilização de heparina pode

ter efeitos sobre fígado, rim e pro-

dução de plaquetas da mãe. Por-

tanto é importante periodicamente

uma avaliação da função destes

órgãos bem como dosagem de

plaquetas. Especialmente no dia

da cesariana ou mesmo do parto

uma avaliação quantitativa das pla-

quetas pode prevenir síndromes

hemorrágicas.

A evolução obstétrica em geral é

boa quando o tratamento está ins-

tituído. As complicações nos qua-

dros de SAF não ocorrem nestes

casos. O recém-nascido não so-

fre consequência nem da doença

quando medicada e nem da medi-

cação administrada.

No puerpério a medicação pode

ser descontinuada, uma vez que o

uso de heparina fica reservado às

indicações habituais de risco para

trombose pós-operatória. Em nos-

sa casuística, a evolução favorável

ocorreu em 100% dos casos trata-

dos com, o que mostra uma ten-

dência muito promissora.

Síndrome Antifosfolípide e Gestação

Page 24: Revista Mater

Bina Rikari nasceu em Curitiba

em 1975. Iniciou na pintura aos

15 anos com seu pai Fernando

Ikoma. Formada em Pintura pela

Escola de Musica e Belas Artes do

Paraná, Bina também frequentou

curso de gravura.

A artista participou de diversos

cursos de arte e de exposições

individuais e coletivas, com desta-

que para o 56° Salão Paranaense

- MAC-PR, em 1999, e o Prêmio

Prefeitura Municipal de Jagua-

riaíva, no Primeiro Salão de Artes

Plásticas, no mesmo ano. Bina

também é instrutora de técnicas

de pintura desde 1995.

AR

TIS

TA D

A C

APA

Bina Rikari