revista logosofia
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Revista de Logosofia e sobre a Pedagogia Logosófica e o Colégio LogosóficoTRANSCRIPT
Elementos básicos da
LOGOSOFIA
Edição comemorativa do VI Endel – Encontro Nacionaldos Docentes de Escolas Logosóficas
Publicação Cultural da Fundação Logosófica Nº 13
Editorial
Uma concepção de educação baseada no conhecimento de si mesmo
O cultivo dos sentimentos
A correção da conduta da criança
Criando defesas para a mente
O valor pedagógico de uma explicação
A importância do ambiente escolar na formação da criança e do jovem
O poder da observação
Reflexões sobre o desafio de educar as novas gerações
Ensinando a ser bom, mas não ingênuo
Os estímulos e a formação do caráter
O sublime encanto da imaginação nos primeiros anos da infância
Os pensamentos, o pensar e a formação da consciência
A formação do professor
Uma palavra final
Glossário de alguns conceitos que fundamentam o processo educativo logosófico
Sumário
Diretores: Dalmy Gama e Flávio Friche Passos - MTb 2015/MG
Subdiretora: Joana Melo Bomfim PassosSecretária: Eliane Amélia C. Vieira MartinsEditores de Textos e Projeto Gráfico: Renato Ribeiro e Verônica CavalieriColaboradores: Kleber Pereira Gonçalves e
Maurício Saraiva de Abreu ChagasTiragem: 30.000 exemplaresAno: 2008
Publicação cultural da Fundação Logosóficaem Prol da Superação Humana
LOGOSOFIACaso queira receber gratuitamente as próximas edições, acesse o site www.logosofia.org.br, seção “Cadastro de Interessados”, e preencha seus dados.Se preferir, envie pelo correio para Coordenação de Divulgação Nacional – Rua Piauí, 742 – Funcionários – CEP 30150-320 – Belo Horizonte/MG.
Os textos entre aspas foram extraídos da Pedagogia Logosófica, de autoria de Carlos Bernardo González Pecotche – Raumsol, criador da Logosofia.
Os artigos que compõem esta revista podem ser reproduzidos livremente, desde que sejam mencionados a fonte e o nome do autor.
EXEMPLARES DE CORTESIA
Editorial
Uma concepção de educação baseada no conhecimento de si mesmo
O cultivo dos sentimentos
A correção da conduta da criança
Criando defesas para a mente
O valor pedagógico de uma explicação
A importância do ambiente escolar na formação da criança e do jovem
O poder da observação
Reflexões sobre o desafio de educar as novas gerações
Ensinando a ser bom, mas não ingênuo
Os estímulos e a formação do caráter
O sublime encanto da imaginação nos primeiros anos da infância
Os pensamentos, o pensar e a formação da consciência
A formação do professor
Uma palavra final
Glossário de alguns conceitos que fundamentam o processo educativo logosófico
Sumário
Diretores: Dalmy Gama e Flávio Friche Passos - MTb 2015/MG
Subdiretora: Joana Melo Bomfim PassosSecretária: Eliane Amélia C. Vieira MartinsEditores de Textos e Projeto Gráfico: Renato Ribeiro e Verônica CavalieriColaboradores: Kleber Pereira Gonçalves e
Maurício Saraiva de Abreu ChagasTiragem: 30.000 exemplaresAno: 2008
Publicação cultural da Fundação Logosóficaem Prol da Superação Humana
LOGOSOFIACaso queira receber gratuitamente as próximas edições, acesse o site www.logosofia.org.br, seção “Cadastro de Interessados”, e preencha seus dados.Se preferir, envie pelo correio para Coordenação de Divulgação Nacional – Rua Piauí, 742 – Funcionários – CEP 30150-320 – Belo Horizonte/MG.
Os textos entre aspas foram extraídos da Pedagogia Logosófica, de autoria de Carlos Bernardo González Pecotche – Raumsol, criador da Logosofia.
Os artigos que compõem esta revista podem ser reproduzidos livremente, desde que sejam mencionados a fonte e o nome do autor.
EXEMPLARES DE CORTESIA
É com alegria que lançamos esta edição especial da Revista Logosofia,
respondendo a solicitações crescentes de estudiosos – sejam pais, professores ou
pedagogos – que buscam conhecer algo mais sobre a Pedagogia Logosófica.
Há séculos, o homem busca conhecer-se e aperfeiçoar-se. Diversos caminhos têm
sido sugeridos. Fragmentos importantes de conhecimento incorporam-se à vida
do homem e é por meio da educação que o progresso e o aperfeiçoamento
humanos serão mais eficazes, contribuindo para a real felicidade dos seres em geral.
A Pedagogia Logosófica – instituída pela Logosofia, ciência criada pelo humanista
González Pecotche (1901–1963) – oferece uma proposta importante e inovadora
na área educacional. Trata-se de conduzir os processos educativos tendo em conta
a formação mental, moral e espiritual do ser humano, tanto do educador quanto do
educando.
A infância e a juventude, etapas formativas do caráter e preparatórias do espírito
para as lutas que a vida requer, merecem, pois, a mais acentuada dedicação por
parte dos pais e dos professores.
Nos Colégios Logosóficos, onde se aplica a Pedagogia Logosófica, é oferecido aos
alunos um ambiente de alegria, afeto, amparo e tranqüilidade. Procura-se despertar
neles, desde a mais tenra idade, a vontade de ser melhores e de contribuir para o
bem da humanidade.
Sem imposições de nenhuma natureza, mas sempre mediante o estímulo ao pensar
e ao sentir, os Colégios Logosóficos oferecem aos educandos concepções claras
sobre o homem, a vida, o Universo, Deus e as Leis Universais, sem nenhuma idéia
que limite esses conceitos. Assimilados gradualmente até a juventude, esses e
outros conceitos devem ainda evoluir com o passar dos anos e vão representar a
base moral da vida do indivíduo e da humanidade da qual faz parte.
Para a Pedagogia Logosófica, o ser humano possui recursos que o tornam apto a
participar do processo de sua própria educação. Assim, essa educação, que muitas
vezes é uma tarefa difícil, delicada e árdua, passa a ser também nobre e elevada,
desenvolvendo-se de forma natural, contínua, agradável e profunda.
É imprescindível que o educador queira conhecer-se e superar-se, antes de
pretender ensinar o educando a realizar essa tarefa. No processo educativo, estão
em colaboração constante essas duas psicologias. Cada um parte de onde está. Daí
a complexidade e beleza deste processo: envolve educador e educando.
Encontramos alguns desses temas no estudo e na documentação do VI Encontro
Nacional de Docentes de Escolas Logosóficas (Belo Horizonte, 2008), com
centenas de trabalhos apresentados. Educadores de todas as unidades do Sistema
Logosófico de Educação do Brasil, da Argentina e do Uruguai estão muito felizes
com os resultados alcançados ao longo de quase 50 anos de experiência.
O fato de sabermos que há ainda muito a investigar e aplicar dentro desta
Pedagogia é para nós um grande estímulo ao aprimoramento da arte de educar,
pois esta concepção de educação só se concretiza na medida em que os educadores
vão sendo capazes de aplicar em si mesmos ensinamentos tão especiais sobre a
formação mental, moral e espiritual do ser humano.
E já que falamos de estímulos para a formação humana, nada mais oportuno que
deixar com os educadores que nos lêem esta estimulante mensagem da Logosofia:
“Conseguir que as gerações futuras sejam mais felizes que a nossa
será o prêmio mais grandioso a que possamos aspirar. Não haverá
valor comparável ao cumprimento dessa grande missão, que consiste
em preparar para a humanidade futura um mundo melhor”
É com alegria que lançamos esta edição especial da Revista Logosofia,
respondendo a solicitações crescentes de estudiosos – sejam pais, professores ou
pedagogos – que buscam conhecer algo mais sobre a Pedagogia Logosófica.
Há séculos, o homem busca conhecer-se e aperfeiçoar-se. Diversos caminhos têm
sido sugeridos. Fragmentos importantes de conhecimento incorporam-se à vida
do homem e é por meio da educação que o progresso e o aperfeiçoamento
humanos serão mais eficazes, contribuindo para a real felicidade dos seres em geral.
A Pedagogia Logosófica – instituída pela Logosofia, ciência criada pelo humanista
González Pecotche (1901–1963) – oferece uma proposta importante e inovadora
na área educacional. Trata-se de conduzir os processos educativos tendo em conta
a formação mental, moral e espiritual do ser humano, tanto do educador quanto do
educando.
A infância e a juventude, etapas formativas do caráter e preparatórias do espírito
para as lutas que a vida requer, merecem, pois, a mais acentuada dedicação por
parte dos pais e dos professores.
Nos Colégios Logosóficos, onde se aplica a Pedagogia Logosófica, é oferecido aos
alunos um ambiente de alegria, afeto, amparo e tranqüilidade. Procura-se despertar
neles, desde a mais tenra idade, a vontade de ser melhores e de contribuir para o
bem da humanidade.
Sem imposições de nenhuma natureza, mas sempre mediante o estímulo ao pensar
e ao sentir, os Colégios Logosóficos oferecem aos educandos concepções claras
sobre o homem, a vida, o Universo, Deus e as Leis Universais, sem nenhuma idéia
que limite esses conceitos. Assimilados gradualmente até a juventude, esses e
outros conceitos devem ainda evoluir com o passar dos anos e vão representar a
base moral da vida do indivíduo e da humanidade da qual faz parte.
Para a Pedagogia Logosófica, o ser humano possui recursos que o tornam apto a
participar do processo de sua própria educação. Assim, essa educação, que muitas
vezes é uma tarefa difícil, delicada e árdua, passa a ser também nobre e elevada,
desenvolvendo-se de forma natural, contínua, agradável e profunda.
É imprescindível que o educador queira conhecer-se e superar-se, antes de
pretender ensinar o educando a realizar essa tarefa. No processo educativo, estão
em colaboração constante essas duas psicologias. Cada um parte de onde está. Daí
a complexidade e beleza deste processo: envolve educador e educando.
Encontramos alguns desses temas no estudo e na documentação do VI Encontro
Nacional de Docentes de Escolas Logosóficas (Belo Horizonte, 2008), com
centenas de trabalhos apresentados. Educadores de todas as unidades do Sistema
Logosófico de Educação do Brasil, da Argentina e do Uruguai estão muito felizes
com os resultados alcançados ao longo de quase 50 anos de experiência.
O fato de sabermos que há ainda muito a investigar e aplicar dentro desta
Pedagogia é para nós um grande estímulo ao aprimoramento da arte de educar,
pois esta concepção de educação só se concretiza na medida em que os educadores
vão sendo capazes de aplicar em si mesmos ensinamentos tão especiais sobre a
formação mental, moral e espiritual do ser humano.
E já que falamos de estímulos para a formação humana, nada mais oportuno que
deixar com os educadores que nos lêem esta estimulante mensagem da Logosofia:
“Conseguir que as gerações futuras sejam mais felizes que a nossa
será o prêmio mais grandioso a que possamos aspirar. Não haverá
valor comparável ao cumprimento dessa grande missão, que consiste
em preparar para a humanidade futura um mundo melhor”
6 7
concepção apóia uma educação baseada no
conhecimento de si mesmo, sendo efetiva a
partir da realização desse conhecimento pelo
próprio educador.
Para a Logosofia, o ser humano possui uma
configuração biopsicoespiritual, ou seja, além
de sua natureza biológica ou física, possui os
mecanismos psicológico e espiritual. Nessa
concepção, a articulação harmônica e
equilibrada das partes psicológica e espiritual
cumpre funções importantes no processo de
aprendizagem ao longo da vida.
é favorecer a formação integral
do educando, estimulando e orientando o
desenvolvimento da inteligência e da
sensibilidade em todas as fases do processo
educativo da criança, do adolescente e do
jovem. Um dos resultados mais importantes
da aplicação dessa linha pedagógica é o
desenvolvimento harmônico dos organismos
físico, psicológico e espiritual do indivíduo.
Para alcançar esses resultados, o educando é
estimulado a cultivar e desenvolver seu
potencial intelectual e sensível.
No aspecto intelectual, o conjunto das
faculdades que formam a inteligência, com
suas funções de pensar, entender, observar,
raciocinar, recordar, imaginar, refletir, etc.,
deve funcionar na plenitude de seu potencial.
O trabalho pedagógico que se realiza com as
crianças e adolescentes nas escolas que
aplicam a Pedagogia Logosófica tem por
finalidade promover o desenvolvimento
equilibrado dos recursos da inteligência, e não
Um dos objetivos da Pedagogia
Logosófica
apenas da memória e da imaginação, como
geralmente ocorre, com maior ou menor
ênfase, na educação tradicional.
Uma concepção de educação baseada no
conhecimento si mesmode O desenvolvimento
equilibrado da
mente e da
sensibilidade
favorece a formação
de seres mais felizes,
que se relacionam bem
consigo mesmos, com
os semelhantes e com o
mundo em que vivem
Uma linha pedagógica pode ser vista como o
estudo de ideais educacionais, segundo uma
determinada concepção de vida, e dos meios mais
eficientes para realizar estes ideais. Neste sentido, toda
pedagogia apóia-se em uma concepção de ser
humano e de mundo, como base para a construção de
seus ideais educacionais.
A Pedagogia Logosófica fundamenta-se na
Logosofia, ciência que traz concepções originais
sobre o homem, a vida, Deus, o Universo e suas Leis.
Neste artigo, são focalizados aspectos da concepção
de homem ensinada pela Logosofia e como esta
Os resultados da aplicação
da Pedagogia Logosófica na
educação da infância e da
adolescência vêm-se
evidenciando na formação
de jovens e adultos com
marcada disposição para o
estudo, para a
aprendizagem, capazes de
pensar por conta própria e
ser livres na mais ampla
acepção da palavra
Eduardo Fernandes Barbosa*
No aspecto sensível, a sensibilidade é
outro pólo importante da configuração
psicológica humana. Neste campo, o
trabalho docente concentra-se em ensinar
os alunos a fazerem uso dos recursos da
sensibilidade e dos sentimentos. O conceito
que orienta esta forma de ensinar é o de que
não basta ser inteligente; é necessário ser
inteligente e sensível, pois os sentimentos –
como o de gratidão, de afeto, de amizade, de
generosidade, simpatia e respeito, entre
outros – são fatores equilibrantes da
conduta e facilitadores de uma convivência
saudável e de entendimento mútuo. Assim,
o desenvolvimento equilibrado da mente e
da sensibilidade favorece a formação de
seres mais felizes, que se relacionam bem
consigo mesmos, com os semelhantes e
com o mundo em que vivem.
6 7
concepção apóia uma educação baseada no
conhecimento de si mesmo, sendo efetiva a
partir da realização desse conhecimento pelo
próprio educador.
Para a Logosofia, o ser humano possui uma
configuração biopsicoespiritual, ou seja, além
de sua natureza biológica ou física, possui os
mecanismos psicológico e espiritual. Nessa
concepção, a articulação harmônica e
equilibrada das partes psicológica e espiritual
cumpre funções importantes no processo de
aprendizagem ao longo da vida.
é favorecer a formação integral
do educando, estimulando e orientando o
desenvolvimento da inteligência e da
sensibilidade em todas as fases do processo
educativo da criança, do adolescente e do
jovem. Um dos resultados mais importantes
da aplicação dessa linha pedagógica é o
desenvolvimento harmônico dos organismos
físico, psicológico e espiritual do indivíduo.
Para alcançar esses resultados, o educando é
estimulado a cultivar e desenvolver seu
potencial intelectual e sensível.
No aspecto intelectual, o conjunto das
faculdades que formam a inteligência, com
suas funções de pensar, entender, observar,
raciocinar, recordar, imaginar, refletir, etc.,
deve funcionar na plenitude de seu potencial.
O trabalho pedagógico que se realiza com as
crianças e adolescentes nas escolas que
aplicam a Pedagogia Logosófica tem por
finalidade promover o desenvolvimento
equilibrado dos recursos da inteligência, e não
Um dos objetivos da Pedagogia
Logosófica
apenas da memória e da imaginação, como
geralmente ocorre, com maior ou menor
ênfase, na educação tradicional.
Uma concepção de educação baseada no
conhecimento si mesmode O desenvolvimento
equilibrado da
mente e da
sensibilidade
favorece a formação
de seres mais felizes,
que se relacionam bem
consigo mesmos, com
os semelhantes e com o
mundo em que vivem
Uma linha pedagógica pode ser vista como o
estudo de ideais educacionais, segundo uma
determinada concepção de vida, e dos meios mais
eficientes para realizar estes ideais. Neste sentido, toda
pedagogia apóia-se em uma concepção de ser
humano e de mundo, como base para a construção de
seus ideais educacionais.
A Pedagogia Logosófica fundamenta-se na
Logosofia, ciência que traz concepções originais
sobre o homem, a vida, Deus, o Universo e suas Leis.
Neste artigo, são focalizados aspectos da concepção
de homem ensinada pela Logosofia e como esta
Os resultados da aplicação
da Pedagogia Logosófica na
educação da infância e da
adolescência vêm-se
evidenciando na formação
de jovens e adultos com
marcada disposição para o
estudo, para a
aprendizagem, capazes de
pensar por conta própria e
ser livres na mais ampla
acepção da palavra
Eduardo Fernandes Barbosa*
No aspecto sensível, a sensibilidade é
outro pólo importante da configuração
psicológica humana. Neste campo, o
trabalho docente concentra-se em ensinar
os alunos a fazerem uso dos recursos da
sensibilidade e dos sentimentos. O conceito
que orienta esta forma de ensinar é o de que
não basta ser inteligente; é necessário ser
inteligente e sensível, pois os sentimentos –
como o de gratidão, de afeto, de amizade, de
generosidade, simpatia e respeito, entre
outros – são fatores equilibrantes da
conduta e facilitadores de uma convivência
saudável e de entendimento mútuo. Assim,
o desenvolvimento equilibrado da mente e
da sensibilidade favorece a formação de
seres mais felizes, que se relacionam bem
consigo mesmos, com os semelhantes e
com o mundo em que vivem.
curriculares oficiais, como para o processo
de formação consciente dos valores mentais,
morais e espirituais na vida do educando.
implica identificar e ter domínio
dos elementos que configuram a psicologia
humana. Assim, quando nos propomos, por
exemplo, incentivar o aluno a pensar, alguns
dos requisitos para que o docente tenha êxito
neste objetivo são: ter experimentado o
esforço que representa o ato de pensar com
uma finalidade específica; ter identificado os
fatores que favorecem e os que dificultam o
exercício desta função da inteligência; ter
compreendido o que representa o uso da
função de pensar nos diversos aspectos da
vida, especialmente naqueles que se aplicam
à realidade que vive a criança ou o adoles-
cente; etc.
A aplicação desta concepção de
educação
A Pedagogia Logosófica é uma
concepção de educação que requer a
participação ativa e consciente do educador
nos processos de ensino e de aprendizagem.
Portanto, a aplicação desta pedagogia na
educação da criança e do adolescente
depende da realização, pelo educador, de
processos que conduzem ao conhecimento
de si mesmo, ou seja: o domínio do próprio
mecanismo psicológico e mental.
Assim, o conhecimento da realidade interna
do educador, de agentes causais do
comportamento, dos fatores que movem a
vontade e dos recursos mentais e sensíveis da
psicologia humana é condição para práticas
educativas orientadas pela Pedagogia
Logosófica. Por isso, o ponto de partida para
tornar efetiva a prática desta linha pedagógica
é a formação docente que habilite o profes-
sor e o aluno a participarem, de forma volun-
tária e consciente, dos processos de ensino e
de aprendizagem. Isso vale tanto para o
ensino e aprendizagem dos conteúdos
Atuando dessa forma, o docente se
habilita para apresentar ao aluno algo
concreto que faz parte de sua experiência,
reforçando a ação docente com o incentivo
dos resultados que ele mesmo já experimen-
tou e cujo processo de realização lhe é familiar.
Essa forma de atuar difere muito da posição
docente que se limita apenas a repetir o que foi
estudado ou aprendido de forma intelectual
sobre a psicologia do aluno, sem vinculação
com a própria realidade psicológica.
Aplicar uma proposta inovadora como esta
requer um corpo docente disposto a especia-
lizar-se em certos cultivos, pois a educação a
ser praticada é, antes de tudo, uma educação
pelo exemplo. Portanto, o professor há de se
dispor a realizar em si mesmo aquilo que
queira que os alunos venham a realizar, em
termos dos valores pedagógicos propostos.
Neste contexto, a aplicação da Pedagogia
Logosófica requer um processo de formação
docente fundamentado em conceitos e
princípios claramente definidos, sobre os
quais a Logosofia fartamente se pronuncia,
devendo todos eles ser vivenciados e
experimentados pelo educador.
na educação da
infância e da adolescência vêm-se eviden-
ciando na formação de jovens e adultos com
marcada disposição para o estudo, para a
aprendizagem, capazes de pensar por conta
própria, de ser livres na mais ampla acepção
da palavra. São pessoas que mostram
valorizar a vida com noção clara de sua
transcendência, de sua importância para si e
para os demais, conduzindo-a com acerto,
equilíbrio e sensatez e colaborando ativa e
conscientemente para a melhoria da
sociedade em que vivem.
Os resultados da aplicação da
Pedagogia Logosófica
Diante de uma proposta
pedagógica assim, com
projeções de elevada
transcendência para a
educação da humanidade,
surge a questão: como se
realizam os ideais
educacionais propostos pela
Logosofia?
A aplicação da
Pedagogia Logosófica
requer um processo de
formação docente
fundamentado em
conceitos e princípios
claramente definidos,
sobre os quais a
Logosofia fartamente se
pronuncia*Doutor em Ciência da Computação/
Professor Associado da UFMG/ Autor de livros sobre Projetos/
Diretor-Geral do Colégio Logosófico – Unidade Cidade Nova – BH
8 9
curriculares oficiais, como para o processo
de formação consciente dos valores mentais,
morais e espirituais na vida do educando.
implica identificar e ter domínio
dos elementos que configuram a psicologia
humana. Assim, quando nos propomos, por
exemplo, incentivar o aluno a pensar, alguns
dos requisitos para que o docente tenha êxito
neste objetivo são: ter experimentado o
esforço que representa o ato de pensar com
uma finalidade específica; ter identificado os
fatores que favorecem e os que dificultam o
exercício desta função da inteligência; ter
compreendido o que representa o uso da
função de pensar nos diversos aspectos da
vida, especialmente naqueles que se aplicam
à realidade que vive a criança ou o adoles-
cente; etc.
A aplicação desta concepção de
educação
A Pedagogia Logosófica é uma
concepção de educação que requer a
participação ativa e consciente do educador
nos processos de ensino e de aprendizagem.
Portanto, a aplicação desta pedagogia na
educação da criança e do adolescente
depende da realização, pelo educador, de
processos que conduzem ao conhecimento
de si mesmo, ou seja: o domínio do próprio
mecanismo psicológico e mental.
Assim, o conhecimento da realidade interna
do educador, de agentes causais do
comportamento, dos fatores que movem a
vontade e dos recursos mentais e sensíveis da
psicologia humana é condição para práticas
educativas orientadas pela Pedagogia
Logosófica. Por isso, o ponto de partida para
tornar efetiva a prática desta linha pedagógica
é a formação docente que habilite o profes-
sor e o aluno a participarem, de forma volun-
tária e consciente, dos processos de ensino e
de aprendizagem. Isso vale tanto para o
ensino e aprendizagem dos conteúdos
Atuando dessa forma, o docente se
habilita para apresentar ao aluno algo
concreto que faz parte de sua experiência,
reforçando a ação docente com o incentivo
dos resultados que ele mesmo já experimen-
tou e cujo processo de realização lhe é familiar.
Essa forma de atuar difere muito da posição
docente que se limita apenas a repetir o que foi
estudado ou aprendido de forma intelectual
sobre a psicologia do aluno, sem vinculação
com a própria realidade psicológica.
Aplicar uma proposta inovadora como esta
requer um corpo docente disposto a especia-
lizar-se em certos cultivos, pois a educação a
ser praticada é, antes de tudo, uma educação
pelo exemplo. Portanto, o professor há de se
dispor a realizar em si mesmo aquilo que
queira que os alunos venham a realizar, em
termos dos valores pedagógicos propostos.
Neste contexto, a aplicação da Pedagogia
Logosófica requer um processo de formação
docente fundamentado em conceitos e
princípios claramente definidos, sobre os
quais a Logosofia fartamente se pronuncia,
devendo todos eles ser vivenciados e
experimentados pelo educador.
na educação da
infância e da adolescência vêm-se eviden-
ciando na formação de jovens e adultos com
marcada disposição para o estudo, para a
aprendizagem, capazes de pensar por conta
própria, de ser livres na mais ampla acepção
da palavra. São pessoas que mostram
valorizar a vida com noção clara de sua
transcendência, de sua importância para si e
para os demais, conduzindo-a com acerto,
equilíbrio e sensatez e colaborando ativa e
conscientemente para a melhoria da
sociedade em que vivem.
Os resultados da aplicação da
Pedagogia Logosófica
Diante de uma proposta
pedagógica assim, com
projeções de elevada
transcendência para a
educação da humanidade,
surge a questão: como se
realizam os ideais
educacionais propostos pela
Logosofia?
A aplicação da
Pedagogia Logosófica
requer um processo de
formação docente
fundamentado em
conceitos e princípios
claramente definidos,
sobre os quais a
Logosofia fartamente se
pronuncia*Doutor em Ciência da Computação/
Professor Associado da UFMG/ Autor de livros sobre Projetos/
Diretor-Geral do Colégio Logosófico – Unidade Cidade Nova – BH
8 9
O sistema sensível ou sentimental. A
Pedagogia Logosófica estabelece que o
cultivo dos sentimentos na infância e na
adolescência é um investimento na felicidade,
na paz, em vidas equilibradas.
E por que essa afirmação?
Porque os sentimentos equilibram a vida
psíquica; infundem traços de humanidade às
atitudes dos homens; sustentam os propósitos
e as palavras de honra que muitas vezes a
mente esquece; criam laços existenciais
propícios à convivência entre seres com dife-
rentes modalidades psicológicas.
Quantas sociedades foram constituídas com
esforços, abnegações, lutas e sacrifícios, e
mais tarde desfeitas pela ausência de
sentimentos... Quantos seres humanos
conquistaram troféus nas áreas econômica,
tecnológica e científica, mas se tornaram
prisioneiros da falta de afeto e, por isso,
isolados de seus semelhantes?
Como seria a vida humana se, desde criança,
cada um compreendesse que tudo na vida
deve ser feito com gosto, com o mesmo
gosto e amor que vêem estampados em todas
as coisas criadas por Deus?
A Pedagogia Logosófica foi criada com o objetivo de educar para a vida. Integra o
seu extraordinário plano de educação o cultivo dos sentimentos em todas as
etapas da formação humana
Sendo a mente da criança “terra virgem e
fértil”, como ressalta a Logosofia, terra onde
tudo que é plantado tem amplas possibili-
dades de florescer e dar bons frutos, que valor
pedagógico assume a semeadura dos grandes
sentimentos edificadores da paz e da
felicidade no mundo?
Muito se tem escrito sobre a superficialidade
das relações entre os homens na vida social. É
visível que a sociedade atual se encontra,
geralmente, dominada pelo jogo de interesses,
pelo consumismo, pelas árduas lutas em
busca da sobrevivência e, em conseqüência,
por variadas estratégias direcionadas à
conquista do poder, da riqueza, do prazer e da
fama. A evidência dessa realidade no mundo
de hoje desafia os recursos pedagógicos de
quem tem, em suas mãos, a tarefa de educar.
A imagem que evidencia o
desamparo sensível de alguns seres humanos
é a de um recipiente sem fundo. Tudo que é
depositado nele se esvai, não permanece.
Nas relações humanas edificantes, constru-
tivas, duradouras, é o afeto que alicerça,
Vínculo sensível entre docente e
discente.
conserva tudo, inclusive o conteúdo dos bons
momentos e dos fatos vividos.
A Pedagogia Logosófica foi criada com o
objetivo de educar para a vida. Integra o seu
extraordinário plano de educação o cultivo
dos sentimentos em todas as etapas da
formação humana: infância, adolescência,
juventude e idade adulta. Para isso, ensina
que, na configuração do ser humano,
encontra-se o sistema sensível ou sentimen-
tal, formado pela sensibilidade e pelos
sentimentos. No âmbito da sensibilidade,
vamos encontrar as faculdades de sentir,
amar, querer, agradecer, perdoar, consentir,
compadecer e sofrer. Essas faculdades criam
e sustentam os sentimentos, intervêm em sua
A conservação dos
sentimentos na vida é
uma arte, contém
segredos, é um dos
tantos conhecimentos
em que a Pedagogia
Logosófica se baseia
para ativar, no homem,
as faculdades sensíveis
O cultivo
Sueli Moraes Martins*
sentimentos dos
10 11
RespeitoRespeito r tG a idãoGratid
ãolA egrial rA eg ia
BondadeBondadeAmizademA izade
GenerosidadeGeneros dadei
AfetoAfeto
CamaradagemCamaradagem
O sistema sensível ou sentimental. A
Pedagogia Logosófica estabelece que o
cultivo dos sentimentos na infância e na
adolescência é um investimento na felicidade,
na paz, em vidas equilibradas.
E por que essa afirmação?
Porque os sentimentos equilibram a vida
psíquica; infundem traços de humanidade às
atitudes dos homens; sustentam os propósitos
e as palavras de honra que muitas vezes a
mente esquece; criam laços existenciais
propícios à convivência entre seres com dife-
rentes modalidades psicológicas.
Quantas sociedades foram constituídas com
esforços, abnegações, lutas e sacrifícios, e
mais tarde desfeitas pela ausência de
sentimentos... Quantos seres humanos
conquistaram troféus nas áreas econômica,
tecnológica e científica, mas se tornaram
prisioneiros da falta de afeto e, por isso,
isolados de seus semelhantes?
Como seria a vida humana se, desde criança,
cada um compreendesse que tudo na vida
deve ser feito com gosto, com o mesmo
gosto e amor que vêem estampados em todas
as coisas criadas por Deus?
A Pedagogia Logosófica foi criada com o objetivo de educar para a vida. Integra o
seu extraordinário plano de educação o cultivo dos sentimentos em todas as
etapas da formação humana
Sendo a mente da criança “terra virgem e
fértil”, como ressalta a Logosofia, terra onde
tudo que é plantado tem amplas possibili-
dades de florescer e dar bons frutos, que valor
pedagógico assume a semeadura dos grandes
sentimentos edificadores da paz e da
felicidade no mundo?
Muito se tem escrito sobre a superficialidade
das relações entre os homens na vida social. É
visível que a sociedade atual se encontra,
geralmente, dominada pelo jogo de interesses,
pelo consumismo, pelas árduas lutas em
busca da sobrevivência e, em conseqüência,
por variadas estratégias direcionadas à
conquista do poder, da riqueza, do prazer e da
fama. A evidência dessa realidade no mundo
de hoje desafia os recursos pedagógicos de
quem tem, em suas mãos, a tarefa de educar.
A imagem que evidencia o
desamparo sensível de alguns seres humanos
é a de um recipiente sem fundo. Tudo que é
depositado nele se esvai, não permanece.
Nas relações humanas edificantes, constru-
tivas, duradouras, é o afeto que alicerça,
Vínculo sensível entre docente e
discente.
conserva tudo, inclusive o conteúdo dos bons
momentos e dos fatos vividos.
A Pedagogia Logosófica foi criada com o
objetivo de educar para a vida. Integra o seu
extraordinário plano de educação o cultivo
dos sentimentos em todas as etapas da
formação humana: infância, adolescência,
juventude e idade adulta. Para isso, ensina
que, na configuração do ser humano,
encontra-se o sistema sensível ou sentimen-
tal, formado pela sensibilidade e pelos
sentimentos. No âmbito da sensibilidade,
vamos encontrar as faculdades de sentir,
amar, querer, agradecer, perdoar, consentir,
compadecer e sofrer. Essas faculdades criam
e sustentam os sentimentos, intervêm em sua
A conservação dos
sentimentos na vida é
uma arte, contém
segredos, é um dos
tantos conhecimentos
em que a Pedagogia
Logosófica se baseia
para ativar, no homem,
as faculdades sensíveis
O cultivo
Sueli Moraes Martins*
sentimentos dos
10 11
tRespei oe tResp i o Gr ta idãoGratid
ãoAlegriaAlegria
BondadeBondadeAmizademA izade
GenerosidadeGenerosidade
feA tofetA o
CamaradagemCamaradagem
“A arte de educar consiste em
começar ensinando-se primeiro a si
mesmo.” Eis uma orientação da Pedagogia
Logosófica que, aparentemente, aponta para
uma obviedade. De fato, ela destaca algo que
muitos educadores, pais ou professores já
puderam comprovar em suas práticas: para
saber ensinar é preciso, antes de tudo, saber
aprender. Não se pode dar o que não se tem,
não se pode ensinar um caminho que não se
percorreu. Nada tão claro! Mas isso não
significa, absolutamente, que a tarefa seja
simples, como veremos a seguir.
Comecemos pelo fato de que não basta saber
algo; é preciso saber ensinar, é preciso
saber como ensinar. Isso envolve toda
uma docência, um tato, dosagem,
inteligência.
Para saber ensinar é preciso, antes de tudo, saber aprender. Não se pode dar o
que não se tem, não se pode ensinar um caminho que não se percorreu. Nada
tão claro! Mas isso não significa, absolutamente, que a tarefa seja simples
Dulce Regina Feu Alvim Moreira*
Sob esse enfoque, daremos com as formas
corretas e com as formas equivocadas de
atuar ao tratarmos de corrigir a conduta da
criança. As corretas são aquelas que
constroem, enquanto que as outras,
geralmente, são as que apenas reprimem.
Mais do que dizer
“não faça isto!”, é
preciso possibilitar que
o educando saiba a
forma correta de se
comportar
A Correção Conduta da Criança
daformação, dão-lhes vigor, ampliando-os e
conservando-os no curso da vida. Conhecer
cada uma delas – como são e como
funcionam – confere ao docente a posse de
inestimáveis recursos pedagógicos.
As ações docentes acompanhadas dos
sentimentos propiciam o vínculo sensível
entre docente e discente, e também são
poderosos estímulos que podem mover o
educando a se empenhar no cultivo dos
grandes sentimentos.
É importante
destacar que a conservação dos sentimentos
na vida é uma arte, contém segredos, é um
dos tantos conhecimentos em que a
Pedagogia Logosófica se baseia para ativar, no
homem, as faculdades sensíveis.
A Logosofia afirma que “tal como acontece
com os pensamentos, os sentimentos
requerem uma consagração íntima por parte
Multiplicando os afetos.
daquele que se dedique a seu cultivo, devendo
esforçar-se por conservá-los e incrementá-los,
enobrecendo-os gradualmente. Os sentimen-
tos se perpetuam pelo estímulo incessante da
causa que lhes deu origem.” Semelhantes a
uma planta, os sentimentos necessitam ser,
diariamente, alimentados com atitudes, gestos
e palavras para serem conservados e terem
vida no interno do ser humano.
Nos braços que acalentam os bebês,
encontram-se os mais belos e nobres senti-
mentos: o divino amor materno; a gratidão a
Deus pela graça de gerar um filho; o respeito à
vida que lhe foi entregue em confiança, para
ser cuidada, para ser amparada...
Entretanto, com o correr da idade do bebê, os
braços têm que se fazer gigantes, porque os
sentimentos precisam desdobrar-se em novas
e variadas formas de manifestação, crescer
com a criança, com o adolescente que já se
encaminha para a etapa adulta. Criados laços
sensíveis entre pais e filhos, entre alunos e
professores, e também entre os colegas,
passam estes a ocupar um lugar especial no
coração, na consciência e na vida de cada um,
multiplicando os afetos, atraindo mais e mais
amigos.
Dessa forma, a convivência humana ganha
matizes delicados, representados nos gestos
mais nobres, belos, justos, puros e
* Pedagoga pela PUC-MG / Pós-graduada em Docência do Ensino Superior / Diretora Pedagógica do Colégio
Logosófico – Unidade Cidade Nova – BH
12
“A arte de educar consiste em
começar ensinando-se primeiro a si
mesmo.” Eis uma orientação da Pedagogia
Logosófica que, aparentemente, aponta para
uma obviedade. De fato, ela destaca algo que
muitos educadores, pais ou professores já
puderam comprovar em suas práticas: para
saber ensinar é preciso, antes de tudo, saber
aprender. Não se pode dar o que não se tem,
não se pode ensinar um caminho que não se
percorreu. Nada tão claro! Mas isso não
significa, absolutamente, que a tarefa seja
simples, como veremos a seguir.
Comecemos pelo fato de que não basta saber
algo; é preciso saber ensinar, é preciso
saber como ensinar. Isso envolve toda
uma docência, um tato, dosagem,
inteligência.
Para saber ensinar é preciso, antes de tudo, saber aprender. Não se pode dar o
que não se tem, não se pode ensinar um caminho que não se percorreu. Nada
tão claro! Mas isso não significa, absolutamente, que a tarefa seja simples
Dulce Regina Feu Alvim Moreira*
Sob esse enfoque, daremos com as formas
corretas e com as formas equivocadas de
atuar ao tratarmos de corrigir a conduta da
criança. As corretas são aquelas que
constroem, enquanto que as outras,
geralmente, são as que apenas reprimem.
Mais do que dizer
“não faça isto!”, é
preciso possibilitar que
o educando saiba a
forma correta de se
comportar
A Correção Conduta da Criança
daformação, dão-lhes vigor, ampliando-os e
conservando-os no curso da vida. Conhecer
cada uma delas – como são e como
funcionam – confere ao docente a posse de
inestimáveis recursos pedagógicos.
As ações docentes acompanhadas dos
sentimentos propiciam o vínculo sensível
entre docente e discente, e também são
poderosos estímulos que podem mover o
educando a se empenhar no cultivo dos
grandes sentimentos.
É importante
destacar que a conservação dos sentimentos
na vida é uma arte, contém segredos, é um
dos tantos conhecimentos em que a
Pedagogia Logosófica se baseia para ativar, no
homem, as faculdades sensíveis.
A Logosofia afirma que “tal como acontece
com os pensamentos, os sentimentos
requerem uma consagração íntima por parte
Multiplicando os afetos.
daquele que se dedique a seu cultivo, devendo
esforçar-se por conservá-los e incrementá-los,
enobrecendo-os gradualmente. Os sentimen-
tos se perpetuam pelo estímulo incessante da
causa que lhes deu origem.” Semelhantes a
uma planta, os sentimentos necessitam ser,
diariamente, alimentados com atitudes, gestos
e palavras para serem conservados e terem
vida no interno do ser humano.
Nos braços que acalentam os bebês,
encontram-se os mais belos e nobres senti-
mentos: o divino amor materno; a gratidão a
Deus pela graça de gerar um filho; o respeito à
vida que lhe foi entregue em confiança, para
ser cuidada, para ser amparada...
Entretanto, com o correr da idade do bebê, os
braços têm que se fazer gigantes, porque os
sentimentos precisam desdobrar-se em novas
e variadas formas de manifestação, crescer
com a criança, com o adolescente que já se
encaminha para a etapa adulta. Criados laços
sensíveis entre pais e filhos, entre alunos e
professores, e também entre os colegas,
passam estes a ocupar um lugar especial no
coração, na consciência e na vida de cada um,
multiplicando os afetos, atraindo mais e mais
amigos.
Dessa forma, a convivência humana ganha
matizes delicados, representados nos gestos
mais nobres, belos, justos, puros e
* Pedagoga pela PUC-MG / Pós-graduada em Docência do Ensino Superior / Diretora Pedagógica do Colégio
Logosófico – Unidade Cidade Nova – BH
12
O educador pode, por exemplo, no
intuito de corrigir, utilizar a fórmula
fácil do temor,
-
-
da ameaça ou a da
promessa. Pode, também, apontar o erro e
ficar nisso, na censura, no castigo. É o
procedimento mais comum e, por vezes, o
que traz resultados mais imediatos.
Entretanto, quando se atua dessa forma,
não se propicia o mais importante na alma
do educando: a compreensão do erro ante a
visão clara da conduta correta a ser adotada,
o que abre espaço para o estímulo sincero de
mudar. Durante a correção, o educando
deve ser tocado em seu entendimento,
importantíssima faculdade da mente que é
peça básica em qualquer mudança que se
queira empreender. O ato de reprimir a má
conduta, sem produzir na criança a vontade
de mudar, costuma causar depressão,
tristeza, insegurança, ressentimento e a
sensação de ter sido injustiçada. Se a criança
é de temperamento tímido, verá acentuada a
falta de confiança em si mesma; porém, se
seu temperamento é mais agressivo, rebelde
ou argumentador, por falta da compre
ensão, insistirá na prática do erro, às vezes
explicitamente, às vezes de forma camu
flada, dissimulada.
Em vez de simplesmente reprimir, o ideal é
que o educador aprenda a corrigir, o que
significa ensinar a eliminar o erro e propiciar
o acerto. Isso implica educar para a vida, e
não para o momento. Implica ter segurança
daquilo que se ensina, visando, acima de
tudo, ao bem do educando, e não ao seu
bem-estar imediato.
Por outro lado, são duas
psicologias que estão em jogo: a de quem
ensina e a daquele que recebe a correção. É
indispensável, pois, um conhecimento dessas
duas psicologias.
Em um clima de afeto, na certeza de se estar
ao lado da criança e não contra ela, é possível
fazê-la pensar, para que surja a vontade de
mudar, fator indispensável, pois é ela mesma
quem, de fato, fará culminar o processo da
correção. A criança é quem se corrige, com os
elementos e recursos postos à sua disposição.
O educador poderá ensinar, aconselhar,
encaminhar, exigir, mas a verdadeira correção
só se inicia no momento em que ocorre a
compreensão do erro, a vontade de mudar e,
c o m p l e t a n d o o q u a d r o, a
compreensão clara da
conduta certa a ser
adotada. Assim,
mais do que dizer
“não faça isto”, é
p r e c i s o
possibilitar que o
A verdadeira correção deve ser feita
com afeto e com o sincero empenho
de ajudar.
A orientação da criança é, acima de tudo,
responsabilidade dos próprios pais.
Quando são muitos os que a educam, sem que
entre eles haja a devida unidade de
pensamento e ação, a criança se torna
caprichosa, manhosa. A escola entra como
complemento dessa orientação, como
importante auxiliar. Os pais, ainda que muito
ocupados no atendimento às exigências
profissionais, não podem delegar a outros
essa tarefa que a própria vida lhes confiou. Se
o ideal for difícil de cumprir, que se cumpra o
máximo que lhes for possível.
À criança devem ser dados conceitos
reais, evitando tudo que é falso. Isto facilita
correções no futuro. É importante propiciar
que as crianças adquiram bons hábitos e que
queiram ser boas. Evitar, também, tudo o que
estimule a violência: brincadeiras, brinquedos,
revistas, filmes, jogos, etc. Quando o assunto
são os desvios, também vale a fórmula do
mais vale prevenir que remediar.
Para a educação de uma criança, é impres-
cindível que lhe sejam transmitidos
conceitos reais do que é o homem, do que
é Deus e suas Leis, do que é o Universo. Os
conceitos formados ao longo da vida são os
orientadores da conduta. É importante que os
educandos cresçam gostando da boa conduta,
que se sintam felizes e estimulados, que não
tenham vergonha de ser obedientes aos
princípios de disciplina e de bem, sendo
cumpridores, generosos, gratos, etc.
É importante saber corrigir os caprichos
da criança, não atendê-los. O excesso de
consentimento e de tolerância faz a criança sentir
gosto em suas exigências, e, por esse caminho,
essas exigências crescem até se converterem em
caprichos. Por isso, não se deve mimar a criança
nem atender seus caprichos. Permiti-los costuma
ser a via de formação de um futuro ditador.
Devemos, sim, dar amor e amparo à criança, mas
sempre dentro do natural, e aplaudir sempre suas
ações boas, valorizando seus acertos, ainda que
pequenos.
A criança deve viver, dentro do possível, num
ambiente tranqüilo, de alegria. Alegria que
não significa agitação nem euforia. Quantas
vezes pode-se ensinar brincando! A alegria deve
ser tal qual uma música de fundo na vida do
educando, para que ele seja incentivado a pensar
e desenvolver, sem pressões, seu potencial
hereditário, muitas vezes adormecido por falta
de estímulos.
Antes de corrigir, escutar. Parece algo tão
simples, mas exige do educador consciência na
hora de atuar. A impulsividade leva,
freqüentemente, a um exagero na reação diante
do erro do educando, sem se ouvirem antes suas
razões.
Diálogo. Conversar não é sinônimo de
monólogo. Conversar constantemente vai
criando confiança. O educando tem de saber que
tem o direito de perguntar sempre que não
entender por que deve fazer isto ou aquilo. Deve
aprender a obedecer inteligentemente, ques-
Há aspectos básicos que, segundo a Pedagogia Logosófica, fundamentam a atuação
acertada no processo de correção da conduta de uma criança, seja quem for o
educador da vez. Dentre esses aspectos, destacaremos aqui os seguintes:
15
À criança devem ser dados conceitos reais, evitando
tudo que é falso. Isto facilita correções no futuro
14
O educador pode, por exemplo, no
intuito de corrigir, utilizar a fórmula
fácil do temor,
-
-
da ameaça ou a da
promessa. Pode, também, apontar o erro e
ficar nisso, na censura, no castigo. É o
procedimento mais comum e, por vezes, o
que traz resultados mais imediatos.
Entretanto, quando se atua dessa forma,
não se propicia o mais importante na alma
do educando: a compreensão do erro ante a
visão clara da conduta correta a ser adotada,
o que abre espaço para o estímulo sincero de
mudar. Durante a correção, o educando
deve ser tocado em seu entendimento,
importantíssima faculdade da mente que é
peça básica em qualquer mudança que se
queira empreender. O ato de reprimir a má
conduta, sem produzir na criança a vontade
de mudar, costuma causar depressão,
tristeza, insegurança, ressentimento e a
sensação de ter sido injustiçada. Se a criança
é de temperamento tímido, verá acentuada a
falta de confiança em si mesma; porém, se
seu temperamento é mais agressivo, rebelde
ou argumentador, por falta da compre
ensão, insistirá na prática do erro, às vezes
explicitamente, às vezes de forma camu
flada, dissimulada.
Em vez de simplesmente reprimir, o ideal é
que o educador aprenda a corrigir, o que
significa ensinar a eliminar o erro e propiciar
o acerto. Isso implica educar para a vida, e
não para o momento. Implica ter segurança
daquilo que se ensina, visando, acima de
tudo, ao bem do educando, e não ao seu
bem-estar imediato.
Por outro lado, são duas
psicologias que estão em jogo: a de quem
ensina e a daquele que recebe a correção. É
indispensável, pois, um conhecimento dessas
duas psicologias.
Em um clima de afeto, na certeza de se estar
ao lado da criança e não contra ela, é possível
fazê-la pensar, para que surja a vontade de
mudar, fator indispensável, pois é ela mesma
quem, de fato, fará culminar o processo da
correção. A criança é quem se corrige, com os
elementos e recursos postos à sua disposição.
O educador poderá ensinar, aconselhar,
encaminhar, exigir, mas a verdadeira correção
só se inicia no momento em que ocorre a
compreensão do erro, a vontade de mudar e,
c o m p l e t a n d o o q u a d r o, a
compreensão clara da
conduta certa a ser
adotada. Assim,
mais do que dizer
“não faça isto”, é
p r e c i s o
possibilitar que o
A verdadeira correção deve ser feita
com afeto e com o sincero empenho
de ajudar.
A orientação da criança é, acima de tudo,
responsabilidade dos próprios pais.
Quando são muitos os que a educam, sem que
entre eles haja a devida unidade de
pensamento e ação, a criança se torna
caprichosa, manhosa. A escola entra como
complemento dessa orientação, como
importante auxiliar. Os pais, ainda que muito
ocupados no atendimento às exigências
profissionais, não podem delegar a outros
essa tarefa que a própria vida lhes confiou. Se
o ideal for difícil de cumprir, que se cumpra o
máximo que lhes for possível.
À criança devem ser dados conceitos
reais, evitando tudo que é falso. Isto facilita
correções no futuro. É importante propiciar
que as crianças adquiram bons hábitos e que
queiram ser boas. Evitar, também, tudo o que
estimule a violência: brincadeiras, brinquedos,
revistas, filmes, jogos, etc. Quando o assunto
são os desvios, também vale a fórmula do
mais vale prevenir que remediar.
Para a educação de uma criança, é impres-
cindível que lhe sejam transmitidos
conceitos reais do que é o homem, do que
é Deus e suas Leis, do que é o Universo. Os
conceitos formados ao longo da vida são os
orientadores da conduta. É importante que os
educandos cresçam gostando da boa conduta,
que se sintam felizes e estimulados, que não
tenham vergonha de ser obedientes aos
princípios de disciplina e de bem, sendo
cumpridores, generosos, gratos, etc.
É importante saber corrigir os caprichos
da criança, não atendê-los. O excesso de
consentimento e de tolerância faz a criança sentir
gosto em suas exigências, e, por esse caminho,
essas exigências crescem até se converterem em
caprichos. Por isso, não se deve mimar a criança
nem atender seus caprichos. Permiti-los costuma
ser a via de formação de um futuro ditador.
Devemos, sim, dar amor e amparo à criança, mas
sempre dentro do natural, e aplaudir sempre suas
ações boas, valorizando seus acertos, ainda que
pequenos.
A criança deve viver, dentro do possível, num
ambiente tranqüilo, de alegria. Alegria que
não significa agitação nem euforia. Quantas
vezes pode-se ensinar brincando! A alegria deve
ser tal qual uma música de fundo na vida do
educando, para que ele seja incentivado a pensar
e desenvolver, sem pressões, seu potencial
hereditário, muitas vezes adormecido por falta
de estímulos.
Antes de corrigir, escutar. Parece algo tão
simples, mas exige do educador consciência na
hora de atuar. A impulsividade leva,
freqüentemente, a um exagero na reação diante
do erro do educando, sem se ouvirem antes suas
razões.
Diálogo. Conversar não é sinônimo de
monólogo. Conversar constantemente vai
criando confiança. O educando tem de saber que
tem o direito de perguntar sempre que não
entender por que deve fazer isto ou aquilo. Deve
aprender a obedecer inteligentemente, ques-
Há aspectos básicos que, segundo a Pedagogia Logosófica, fundamentam a atuação
acertada no processo de correção da conduta de uma criança, seja quem for o
educador da vez. Dentre esses aspectos, destacaremos aqui os seguintes:
15
À criança devem ser dados conceitos reais, evitando
tudo que é falso. Isto facilita correções no futuro
14
É certo que pensar no futuro das
crianças e adolescentes sempre
promove, em pais e educadores, uma
grande apreensão. O cenário no qual se
desenvolverão essas vidas que tanto
dependem de nossa ação educativa se mostra,
nos tempos atuais, muito pouco alentador, ao
caracterizar-se pela presença de mil fatores
adversos, perigosos, e por uma indissimulável
ausência de valores éticos e morais.
Como proteger as crianças e adolescentes
dessa realidade que os cerca e na qual terão de
saber viver, sem que incorramos no seu
cerceamento, sem criar os filhos ou alunos
numa redoma? Como prepará-los para se
defenderem dos pensamentos negativos da
época, ensinando e estimulando atitudes que
contribuam para a constante superação de
suas condutas, com repercussão positiva em
suas vidas e no exemplo que poderão oferecer
aos demais?
Como educar para a vida, tendo em vista
valores permanentes e não apenas aqueles
valores que contemplam as necessidades ou
os estímulos do momento?
foi tão necessário, útil e
instrutivo o conhecimento das defesas mentais
A Logosofia assinala que nunca, como
nos tempos atuais,
defesasCriando
mentepara a
A Logosofia assinala que nunca, como nos tempos atuais, foi tão necessário, útil e
instrutivo o conhecimento das defesas mentais que cada indivíduo pode instituir,
para preservar-se dos males que constantemente ameaçam sua integridade
física, moral e espiritual
Lúcia Maria Soares de Andrade*
uma bala docinha?
É importante saber esperar o resultado. A
mudança na conduta sempre exige um processo,
e esse processo exige um tempo, maior ou
menor. Evidentemente, em nenhum caso deverá
ser uma espera excessiva.
Elimina-se o erro com o acerto. A criança
precisará saber, bem sabido, que vai
experimentar muito mais satisfação fazendo o
bem do que fazendo o mal. Com isso, aprende-
rá a ser valente, a enfrentar os erros, a não
escondê-los ou dissimulá-los, a buscar o acerto.
A boa colocação do educador diante do erro da
criança infundirá nela confiança ante o futuro.
tionando, sim, mas não mais do que o neces-
sário; a argumentação tem de ser respeitosa, e a
palavra final da autoridade tem de ser acatada.
Quando a criança comete um erro, fica eviden-
te que ela necessita de uma explicação,
que deve chegar ao seu entendimento, e o
educador tem de ter segurança do que transmite.
A correção afetuosa e amiga não
constrange, não expõe a criança. Principal-
mente no caso de uma falta mais grave, é
preciso que a criança esteja sozinha no
momento da correção. (Se possível, nem
mesmo outros adultos deverão estar presentes.)
Esquecer isso é incorrer numa ação que
deprime e humilha a quem recebe a correção.
Nesse ambiente de confiança, é possível que o
educando pense, reflita, para que ele mesmo,
ajudado pelo docente, queira e enxergue a
melhor forma de agir.
É de todo recomendável uma enérgica
doçura. Muitas vezes, será preciso também
usar da energia para corrigir a criança, mas a
energia sem violência, usada com a consciência
de que se está fazendo o melhor para o filho,
para o aluno. É a enérgica doçura, que não
pressiona ninguém, que estimula a fazer. Usar
esta técnica exige, por parte de quem educa, um
controle dos próprios pensamentos: ser sereno,
ter tato, ser firme, medir o tom de voz... O
afeto nos faz dar, após uma correção às
vezes severa, uma palavra doce de
compre-ensão e carinho, para
que os racio-cínios feitos
penetrem e se fixem.
Depois do remédio
amargo, quem não aprecia
Como se vê, “a arte de educar consiste
em começar ensinando primeiro a si
mesmo". É uma arte envolvente, complexa
e profunda. Incidem nela vários fatores. Os
educadores são diferentes entre si. Cada
criança é única. Não há normas rígidas a
serem seguidas, mas há fundamentos
essenciais a serem considerados.
Os elementos aqui expostos representam
uma parte apenas da ampla concepção da
Pedagogia Logosófica. Não são – fica claro! –
aplicados isoladamente. Misturam-se e
complementam-se na aplicação diária e
objetivam formar um ser humano feliz e
consciente de sua responsabilidade diante da
própria vida e diante da sociedade em que
vive.
* Bacharela e licenciada em Letras, Línguas Neolatinas pela UFMG / Assessora Educacional do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH
16 17
É certo que pensar no futuro das
crianças e adolescentes sempre
promove, em pais e educadores, uma
grande apreensão. O cenário no qual se
desenvolverão essas vidas que tanto
dependem de nossa ação educativa se mostra,
nos tempos atuais, muito pouco alentador, ao
caracterizar-se pela presença de mil fatores
adversos, perigosos, e por uma indissimulável
ausência de valores éticos e morais.
Como proteger as crianças e adolescentes
dessa realidade que os cerca e na qual terão de
saber viver, sem que incorramos no seu
cerceamento, sem criar os filhos ou alunos
numa redoma? Como prepará-los para se
defenderem dos pensamentos negativos da
época, ensinando e estimulando atitudes que
contribuam para a constante superação de
suas condutas, com repercussão positiva em
suas vidas e no exemplo que poderão oferecer
aos demais?
Como educar para a vida, tendo em vista
valores permanentes e não apenas aqueles
valores que contemplam as necessidades ou
os estímulos do momento?
foi tão necessário, útil e
instrutivo o conhecimento das defesas mentais
A Logosofia assinala que nunca, como
nos tempos atuais,
defesasCriando
mentepara a
A Logosofia assinala que nunca, como nos tempos atuais, foi tão necessário, útil e
instrutivo o conhecimento das defesas mentais que cada indivíduo pode instituir,
para preservar-se dos males que constantemente ameaçam sua integridade
física, moral e espiritual
Lúcia Maria Soares de Andrade*
uma bala docinha?
É importante saber esperar o resultado. A
mudança na conduta sempre exige um processo,
e esse processo exige um tempo, maior ou
menor. Evidentemente, em nenhum caso deverá
ser uma espera excessiva.
Elimina-se o erro com o acerto. A criança
precisará saber, bem sabido, que vai
experimentar muito mais satisfação fazendo o
bem do que fazendo o mal. Com isso, aprende-
rá a ser valente, a enfrentar os erros, a não
escondê-los ou dissimulá-los, a buscar o acerto.
A boa colocação do educador diante do erro da
criança infundirá nela confiança ante o futuro.
tionando, sim, mas não mais do que o neces-
sário; a argumentação tem de ser respeitosa, e a
palavra final da autoridade tem de ser acatada.
Quando a criança comete um erro, fica eviden-
te que ela necessita de uma explicação,
que deve chegar ao seu entendimento, e o
educador tem de ter segurança do que transmite.
A correção afetuosa e amiga não
constrange, não expõe a criança. Principal-
mente no caso de uma falta mais grave, é
preciso que a criança esteja sozinha no
momento da correção. (Se possível, nem
mesmo outros adultos deverão estar presentes.)
Esquecer isso é incorrer numa ação que
deprime e humilha a quem recebe a correção.
Nesse ambiente de confiança, é possível que o
educando pense, reflita, para que ele mesmo,
ajudado pelo docente, queira e enxergue a
melhor forma de agir.
É de todo recomendável uma enérgica
doçura. Muitas vezes, será preciso também
usar da energia para corrigir a criança, mas a
energia sem violência, usada com a consciência
de que se está fazendo o melhor para o filho,
para o aluno. É a enérgica doçura, que não
pressiona ninguém, que estimula a fazer. Usar
esta técnica exige, por parte de quem educa, um
controle dos próprios pensamentos: ser sereno,
ter tato, ser firme, medir o tom de voz... O
afeto nos faz dar, após uma correção às
vezes severa, uma palavra doce de
compre-ensão e carinho, para
que os racio-cínios feitos
penetrem e se fixem.
Depois do remédio
amargo, quem não aprecia
Como se vê, “a arte de educar consiste
em começar ensinando primeiro a si
mesmo". É uma arte envolvente, complexa
e profunda. Incidem nela vários fatores. Os
educadores são diferentes entre si. Cada
criança é única. Não há normas rígidas a
serem seguidas, mas há fundamentos
essenciais a serem considerados.
Os elementos aqui expostos representam
uma parte apenas da ampla concepção da
Pedagogia Logosófica. Não são – fica claro! –
aplicados isoladamente. Misturam-se e
complementam-se na aplicação diária e
objetivam formar um ser humano feliz e
consciente de sua responsabilidade diante da
própria vida e diante da sociedade em que
vive.
* Bacharela e licenciada em Letras, Línguas Neolatinas pela UFMG / Assessora Educacional do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH
16 17
que cada indivíduo pode instituir, para
preservar-se dos males que constantemente
ameaçam sua integridade física, moral e
espiritual. Tais defesas se situam além dos
conhecimentos curriculares, definindo-se
como recursos de efeitos positivos e
instantâneos. Sua posse e utilização consciente
pela pessoa dependem de conhecimentos que
ela venha a adquirir de sua realidade interna.
Esses conhecimentos, unidos ao uso da
faculdade de pensar, permitem que ela
conheça seus próprios pensamentos, saiba
selecioná-los para servir-se dos melhores,
criando pensamentos próprios em vez de usar
sempre dos alheios. Ao fazê-lo, estará de posse
de uma chave para dominar seu campo mental
e estabelecer suas defesas mentais, protegendo
a si mesma onde quer que se encontre.
A Pedagogia Logosófica, além de oferecer os
recursos para a correção da conduta, atua na
prevenção do erro. Ao apresentar às crianças e
adolescentes, numa medida justa e inteligente,
a realidade do mundo interno de cada um,
estimula a melhor conduta, o cultivo dos
valores morais e éticos. Ensina a ver que todos
possuem, em potencial, os recursos para
superar suas limitações, dando-lhes condições
de desenvolver esses recursos e enfrentar os
desafios da vida com mais valentia e
segurança.
Ao apresentar às crianças e
adolescentes, numa medida justa
e inteligente, a realidade do
mundo interno de cada um, a
Pedagogia Logosófica estimula a
melhor conduta, o cultivo dos
valores morais e éticos
*Graduada em História UPIS – BSB / Pós-graduada em Administração Escolar UNIVERSO – BSB / Diretora do Colégio
Logosófico – Unidade Brasília
Dentre os inúmeros recursos da Pedagogia Logosófica que podemos utilizar em benefício da criação das defesas mentais, destacamos os seguintes:
No terreno de tais realizações
pedagógicas, o cultivo do conhecimento
transcendente adquire um significado especial.
Saber como pensar e ensinar como pensar no
Criador, na Criação, no ser humano e sua
configuração interior enseja uma progressiva e
constante ampliação do conceito de vida por
parte da criança e do adolescente. Permite, por
esse caminho, que cada um consiga traçar com
mais acerto seus objetivos. O bom e estimu-
lante futuro que todos almejam para si já não
estará em perigo diante da realidade dos
desvios em que a humanidade se encontra
atualmente, num mundo imerso em conflitos e
infeliz.
A formação de defesas mentais deverá
iniciar-se ainda na infância. Isto significa
que a ação educativa que conduz a esse fim
deve penetrar no mundo interno da criança e
do adolescente. O ser em formação precisa
compreender o mundo que o cerca, saber
analisá-lo, saber o que fazer por vontade
própria diante de todas as situações, saber por
que deve ou não acatar tal ou qual norma ou
orientação.
pensar;pensar;
que cada indivíduo pode instituir, para
preservar-se dos males que constantemente
ameaçam sua integridade física, moral e
espiritual. Tais defesas se situam além dos
conhecimentos curriculares, definindo-se
como recursos de efeitos positivos e
instantâneos. Sua posse e utilização consciente
pela pessoa dependem de conhecimentos que
ela venha a adquirir de sua realidade interna.
Esses conhecimentos, unidos ao uso da
faculdade de pensar, permitem que ela
conheça seus próprios pensamentos, saiba
selecioná-los para servir-se dos melhores,
criando pensamentos próprios em vez de usar
sempre dos alheios. Ao fazê-lo, estará de posse
de uma chave para dominar seu campo mental
e estabelecer suas defesas mentais, protegendo
a si mesma onde quer que se encontre.
A Pedagogia Logosófica, além de oferecer os
recursos para a correção da conduta, atua na
prevenção do erro. Ao apresentar às crianças e
adolescentes, numa medida justa e inteligente,
a realidade do mundo interno de cada um,
estimula a melhor conduta, o cultivo dos
valores morais e éticos. Ensina a ver que todos
possuem, em potencial, os recursos para
superar suas limitações, dando-lhes condições
de desenvolver esses recursos e enfrentar os
desafios da vida com mais valentia e
segurança.
Ao apresentar às crianças e
adolescentes, numa medida justa
e inteligente, a realidade do
mundo interno de cada um, a
Pedagogia Logosófica estimula a
melhor conduta, o cultivo dos
valores morais e éticos
*Graduada em História UPIS – BSB / Pós-graduada em Administração Escolar UNIVERSO – BSB / Diretora do Colégio
Logosófico – Unidade Brasília
Dentre os inúmeros recursos da Pedagogia Logosófica que podemos utilizar em benefício da criação das defesas mentais, destacamos os seguintes:
No terreno de tais realizações
pedagógicas, o cultivo do conhecimento
transcendente adquire um significado especial.
Saber como pensar e ensinar como pensar no
Criador, na Criação, no ser humano e sua
configuração interior enseja uma progressiva e
constante ampliação do conceito de vida por
parte da criança e do adolescente. Permite, por
esse caminho, que cada um consiga traçar com
mais acerto seus objetivos. O bom e estimu-
lante futuro que todos almejam para si já não
estará em perigo diante da realidade dos
desvios em que a humanidade se encontra
atualmente, num mundo imerso em conflitos e
infeliz.
A formação de defesas mentais deverá
iniciar-se ainda na infância. Isto significa
que a ação educativa que conduz a esse fim
deve penetrar no mundo interno da criança e
do adolescente. O ser em formação precisa
compreender o mundo que o cerca, saber
analisá-lo, saber o que fazer por vontade
própria diante de todas as situações, saber por
que deve ou não acatar tal ou qual norma ou
orientação.
pensar;pensar;
O valor pedagógico
explicaçãoGraciela Ranieri de Castro Ribeiro*
vida... e também dos perigos ocultos
entre as folhas de cada dia na vida de todos
nós!
Tudo o que ofereçamos à criança deverá, pois,
estar cercado de todo o cuidado e atenção.
A Pedagogia Logosófica recomenda que devemos
apresentar a ela imagens construtivas, relacionadas
ao bem.
A explicação, quando oportuna e adequada à faixa
etária, propicia sempre elementos de alto valor
para a mente. Seja criança ou jovem, a mente
precisa das explicações para desenvolver-se,
explicações que se transformam em matéria-prima
para o trabalho mental, que habilitam o ser a
chegar a conclusões e também a desenvolver o
gosto pela lógica.
Inserir no trabalho educativo o uso das
explicações, para que o educando pense e tenha
elementos para ampliar seu entendimento, é fator
fundamental na formação de um ser
humano que saiba pensar e atuar
bem na
de uma
Eu observava aquela mãe que seguia
com os olhos sua criança bem
novinha, brincando livre e confiante
naquele jardim onde normalmente
havia lagartas. Num dado momento,
não podendo mais se conter, veio a
advertência, num tom de voz acima
do habitual:
– Filhinha, cuidado com as lagartas!
Imediatamente, a criança correu
na direção da mãe, estampando
na fisionomia um grande susto.
*Pedagoga pela UFMG / Professora da Educação Infantil do Colégio Logosófico
– Unidade Funcionários – BH
20 21
O episódio me fez recordar uma das diretrizes que
a Pedagogia Logosófica apresenta a quem se
dispõe a educar-se para, então, poder educar outro
ser: um filho, um aluno... Refere-se à atenção que se
deve dar às causas – muitas vezes em nós – das
nossas atuações docentes e aos efeitos que elas
produzem.
Por que a forma de atuar daquela mãe amedrontou
a filha?
Numa análise ainda que superficial do fato,
percebe-se que não foi oferecido à mente daquela
criança nenhum elemento de defesa. Apenas
houve o alerta para um perigo: a lagarta, que ela
talvez pouco conhecesse. A sugestão do medo
precipitou-se e sobrepôs-se ao gesto educativo que
apontaria para um cuidado que esclareceria uma
situação, que ensinaria uma defesa.
Deve-se sempre ter em conta que a mente da
criança é muito sensível. Nela, as imagens que o
adulto oferece fixam-se com extrema facilidade.
No caso do quase-grito da mamãe, pode-se bem
concluir qual estímulo e qual conteúdo foram
recebidos pela criança, assim como quando se
ameaça com a repreensão do pai, com imagens do
castigo, do inferno.
Oferecer às crianças diretrizes e elementos para
que as faculdades da inteligência funcionem em
harmonia, sem agitação ou abalo, sem sugestões
negativas, é uma tarefa desafiadora que se
apresenta para os adultos. Tudo, principalmente as
atuações docentes, deve contemplar o fato de que,
na idade infantil, a inteligência está em pleno
desenvolvimento: entendimento, razão, a faculdade
de pensar...
Diante de qualquer oportunidade ou situação, seja
num jardim, num supermercado ou numa reunião
de família, não se pode negar à criança uma
explicação; explicação bem dada, sem muitos
rodeios. Os conhecimentos que a criança ouve e
aprende vão formando sua razão, possibilitando-
lhe pensar mais e melhor.
Uma das tantas formas de explicar é conversar com
a criança sobre fatos semelhantes ao que ela esteja
vivendo, ou que tenha vivido recentemente,
utilizando elementos que facilitem seu
entendimento. Outra forma é ajudá-la a estabelecer
relações entre os acontecimentos, levando-a a
perceber que o que se faz agora terá alguma
conseqüência no futuro, mesmo que este futuro
que ela consiga enxergar seja daí a uns poucos
minutos.
Outra técnica muito eficaz é levar o delicado
mecanismo mental da criança a movimentar-se,
por meio da análise do que ela vive, e fazer isso com
imagens claras e acessíveis, com estímulos sempre
positivos.
As crianças gostam das explicações, diríamos
mesmo que elas clamam por isso! Um docente
atento aos maravilhosos resultados que ações
simples como a descrita podem promover nas
crianças descobre que a explicação atenua temores,
defende contra excessos negativos da imaginação,
ilumina inteligências, aquece e aproxima corações...
Uma boa explicação, temperada com o amor da
mamãe ou da professora, amplia o quadro da
verdade que a criança já pode perceber e estimula
nela a formosa aventura do querer saber –
saber a verdade das coisas, das
lagartas, das tantas belezas da
O valor pedagógico
explicaçãoGraciela Ranieri de Castro Ribeiro*
vida... e também dos perigos ocultos
entre as folhas de cada dia na vida de todos
nós!
Tudo o que ofereçamos à criança deverá, pois,
estar cercado de todo o cuidado e atenção.
A Pedagogia Logosófica recomenda que devemos
apresentar a ela imagens construtivas, relacionadas
ao bem.
A explicação, quando oportuna e adequada à faixa
etária, propicia sempre elementos de alto valor
para a mente. Seja criança ou jovem, a mente
precisa das explicações para desenvolver-se,
explicações que se transformam em matéria-prima
para o trabalho mental, que habilitam o ser a
chegar a conclusões e também a desenvolver o
gosto pela lógica.
Inserir no trabalho educativo o uso das
explicações, para que o educando pense e tenha
elementos para ampliar seu entendimento, é fator
fundamental na formação de um ser
humano que saiba pensar e atuar
bem na
de uma
Eu observava aquela mãe que seguia
com os olhos sua criança bem
novinha, brincando livre e confiante
naquele jardim onde normalmente
havia lagartas. Num dado momento,
não podendo mais se conter, veio a
advertência, num tom de voz acima
do habitual:
– Filhinha, cuidado com as lagartas!
Imediatamente, a criança correu
na direção da mãe, estampando
na fisionomia um grande susto.
*Pedagoga pela UFMG / Professora da Educação Infantil do Colégio Logosófico
– Unidade Funcionários – BH
20 21
O episódio me fez recordar uma das diretrizes que
a Pedagogia Logosófica apresenta a quem se
dispõe a educar-se para, então, poder educar outro
ser: um filho, um aluno... Refere-se à atenção que se
deve dar às causas – muitas vezes em nós – das
nossas atuações docentes e aos efeitos que elas
produzem.
Por que a forma de atuar daquela mãe amedrontou
a filha?
Numa análise ainda que superficial do fato,
percebe-se que não foi oferecido à mente daquela
criança nenhum elemento de defesa. Apenas
houve o alerta para um perigo: a lagarta, que ela
talvez pouco conhecesse. A sugestão do medo
precipitou-se e sobrepôs-se ao gesto educativo que
apontaria para um cuidado que esclareceria uma
situação, que ensinaria uma defesa.
Deve-se sempre ter em conta que a mente da
criança é muito sensível. Nela, as imagens que o
adulto oferece fixam-se com extrema facilidade.
No caso do quase-grito da mamãe, pode-se bem
concluir qual estímulo e qual conteúdo foram
recebidos pela criança, assim como quando se
ameaça com a repreensão do pai, com imagens do
castigo, do inferno.
Oferecer às crianças diretrizes e elementos para
que as faculdades da inteligência funcionem em
harmonia, sem agitação ou abalo, sem sugestões
negativas, é uma tarefa desafiadora que se
apresenta para os adultos. Tudo, principalmente as
atuações docentes, deve contemplar o fato de que,
na idade infantil, a inteligência está em pleno
desenvolvimento: entendimento, razão, a faculdade
de pensar...
Diante de qualquer oportunidade ou situação, seja
num jardim, num supermercado ou numa reunião
de família, não se pode negar à criança uma
explicação; explicação bem dada, sem muitos
rodeios. Os conhecimentos que a criança ouve e
aprende vão formando sua razão, possibilitando-
lhe pensar mais e melhor.
Uma das tantas formas de explicar é conversar com
a criança sobre fatos semelhantes ao que ela esteja
vivendo, ou que tenha vivido recentemente,
utilizando elementos que facilitem seu
entendimento. Outra forma é ajudá-la a estabelecer
relações entre os acontecimentos, levando-a a
perceber que o que se faz agora terá alguma
conseqüência no futuro, mesmo que este futuro
que ela consiga enxergar seja daí a uns poucos
minutos.
Outra técnica muito eficaz é levar o delicado
mecanismo mental da criança a movimentar-se,
por meio da análise do que ela vive, e fazer isso com
imagens claras e acessíveis, com estímulos sempre
positivos.
As crianças gostam das explicações, diríamos
mesmo que elas clamam por isso! Um docente
atento aos maravilhosos resultados que ações
simples como a descrita podem promover nas
crianças descobre que a explicação atenua temores,
defende contra excessos negativos da imaginação,
ilumina inteligências, aquece e aproxima corações...
Uma boa explicação, temperada com o amor da
mamãe ou da professora, amplia o quadro da
verdade que a criança já pode perceber e estimula
nela a formosa aventura do querer saber –
saber a verdade das coisas, das
lagartas, das tantas belezas da
Juliana Zaroni Rabelo de Morais*
A ambiente escolar
formaçãocriança e do jovem
na da
importância do
Não se deve esquecer a força que a figura docente exerce no
ambiente da escola, servindo como exemplo de conduta, esforço e
perseverança na busca do conhecimento
O mundo passa por um momento crítico,
em que não são poucos os sinais de declínio da
cultura vigente. Cotidianamente, a grande maioria
das pessoas vive sua rotina voltada para o acúmulo
de capital, de bens materiais e para o desen-
volvimento de hábitos e costumes que estimulam
a falta de vontade, a inércia e a despreocupação em
relação aos aspectos superiores da vida, como par-
tes de um todo cada vez mais competitivo, indivi-
dualista e intolerante.
Nesse cenário, os educadores tentam desenvolver
sua atividade, visando à formação de seres que
possam reagir a tal situação, estimulando não só o
estudo das disciplinas que compõem o currículo
escolar, mas o exercício das faculdades da
inteligência e da sensibilidade, para que se tornem
seres que pensem e sintam de maneira mais ampla.
Porém, a tarefa não é fácil. Como “competir” com
elementos que estimulam tão fortemente o
consumo desenfreado, a cultura do fácil, o
descrédito aos semelhantes? E tudo isso
influenciando de maneira negativa a formação de
crianças e jovens? Como evitar que pensamentos
de violência, rivalidade e desrespeito – tão
divulgados nos dias atuais – tirem força do
processo educativo do aluno?
A Pedagogia Logosófica preconiza que o ambiente adequado para o
crescimento da criança e do jovem deve ser cálido, agradável,
marcado pela compreensão e pela ausência de agressões
Um dos aspectos apresentados pela
Pedagogia Logosófica é a importância
do ambiente para a formação das crianças;
este deve ser propício à utilização de seu
livre- arbítrio, de maneira consciente, e
constituir-se num convite constante para
que ela sinta vontade de contribuir para a
reestruturação da sociedade em que vive.
Desse modo, propiciar na sala de aula um
ambiente de tolerância e de respeito, onde o
afeto e a liberdade possam prevalecer nas
relações, é uma maneira de transformar a
escola no campo experimental de um novo
modo de relacionamento.
A Pedagogia Logosófica preconiza que o
ambiente adequado para o crescimento da
criança e do jovem deve ser cálido,
agradável, marcado pela compreensão e
pela ausência de agressões. Dessa maneira,
entende-se que a conduta docente, se
marcada por atitudes gentis, equilibradas e
alegres, estimula a colocação mais adequada
do aluno perante os colegas e, sobretudo,
perante si mesmo. Afinal, não é possível
oferecer a terceiros aquilo que não se é
capaz de exercitar na própria psicologia.
23
Juliana Zaroni Rabelo de Morais*
A ambiente escolar
formaçãocriança e do jovem
na da
importância do
Não se deve esquecer a força que a figura docente exerce no
ambiente da escola, servindo como exemplo de conduta, esforço e
perseverança na busca do conhecimento
O mundo passa por um momento crítico,
em que não são poucos os sinais de declínio da
cultura vigente. Cotidianamente, a grande maioria
das pessoas vive sua rotina voltada para o acúmulo
de capital, de bens materiais e para o desen-
volvimento de hábitos e costumes que estimulam
a falta de vontade, a inércia e a despreocupação em
relação aos aspectos superiores da vida, como par-
tes de um todo cada vez mais competitivo, indivi-
dualista e intolerante.
Nesse cenário, os educadores tentam desenvolver
sua atividade, visando à formação de seres que
possam reagir a tal situação, estimulando não só o
estudo das disciplinas que compõem o currículo
escolar, mas o exercício das faculdades da
inteligência e da sensibilidade, para que se tornem
seres que pensem e sintam de maneira mais ampla.
Porém, a tarefa não é fácil. Como “competir” com
elementos que estimulam tão fortemente o
consumo desenfreado, a cultura do fácil, o
descrédito aos semelhantes? E tudo isso
influenciando de maneira negativa a formação de
crianças e jovens? Como evitar que pensamentos
de violência, rivalidade e desrespeito – tão
divulgados nos dias atuais – tirem força do
processo educativo do aluno?
A Pedagogia Logosófica preconiza que o ambiente adequado para o
crescimento da criança e do jovem deve ser cálido, agradável,
marcado pela compreensão e pela ausência de agressões
Um dos aspectos apresentados pela
Pedagogia Logosófica é a importância
do ambiente para a formação das crianças;
este deve ser propício à utilização de seu
livre- arbítrio, de maneira consciente, e
constituir-se num convite constante para
que ela sinta vontade de contribuir para a
reestruturação da sociedade em que vive.
Desse modo, propiciar na sala de aula um
ambiente de tolerância e de respeito, onde o
afeto e a liberdade possam prevalecer nas
relações, é uma maneira de transformar a
escola no campo experimental de um novo
modo de relacionamento.
A Pedagogia Logosófica preconiza que o
ambiente adequado para o crescimento da
criança e do jovem deve ser cálido,
agradável, marcado pela compreensão e
pela ausência de agressões. Dessa maneira,
entende-se que a conduta docente, se
marcada por atitudes gentis, equilibradas e
alegres, estimula a colocação mais adequada
do aluno perante os colegas e, sobretudo,
perante si mesmo. Afinal, não é possível
oferecer a terceiros aquilo que não se é
capaz de exercitar na própria psicologia.
23
* Bacharela e licenciada em Língua Portuguesa e Literatura / Professora do Colégio Logosófico – Unidade Rio de Janeiro
A instabilidade mental, tão comum na
juventude, perde força quando os
alunos se vêem acolhidos pela escola,
sentindo-se estimulados a realizar as
tarefas escolares, a respeitar os
companheiros e seus professores.
Estimular a organização do espaço
físico da escola e o cultivo de
pensamentos conciliadores, permitindo
que a tolerância, o afeto e o respeito
funcionem como elementos de coesão
em tudo o que envolve o processo de
aprendizado, é instituir um ambiente
que haverá de nutrir esse processo.
Permite-se, assim, a atuação da
consciência, sobretudo se a mente, livre
da influência de pequenos conflitos, for
preservada quanto à livre atuação das
faculdades da inteligência. Este esforço
de organização interna tem como
resultado a redução da influência do
instinto na conduta dos alunos.
favorece a educação de crianças e
jovens, permite gerar energias que
proporcionem à mente melhores
condições para o desenvolvimento do
ser, estimulando o pensar e o sentir
conscientes.
Um ambiente de serenidade,
bem-estar e limpeza moral
Ainda que isso não seja fácil, não se deve
esquecer a força que a figura docente exerce
no ambiente da escola, servindo como
exemplo de conduta, esforço e perseveran-
ça na busca do conhecimento; é preciso que
o professor seja exemplo de alguém
empenhado em sua própria superação e
verdadeiramente dedicado à tarefa de
contribuir para a superação dos demais.
Cabe ao professor estimular o aluno
mediante uma postura diferenciada, inspirá-
lo com atuações que favoreçam não só o
seu processo de aprendizagem, mas
também o seu próprio desenvolvimento
como ser humano.
Afinal, não há tarefa que nos deixe mais
felizes e realizados do que a de favorecer
que os demais também possam ser muito
felizes.
Entretanto, para que a harmonia
prevaleça nos ambientes, apesar dos
inúmeros estímulos negativos aos
quais a juventude está exposta
atualmente, dificultando o processo
de aprendizado e a atuação
docente, é fundamental que o
professor exercite, em sua própria
psicologia, os aspectos aqui
mencionados
Para a Pedagogia Logosófica, a observação é uma faculdade da mente
que, bem utilizada, se faz eminentemente aperfeiçoadora das qualidades
humanas, ou seja, leva a pessoa a superar tudo quanto deva ser superado,
permitindo colher elementos úteis ao próprio bem e ao bem dos demais
Valéria Aparecida Mendonça*
Oobservação
poder da
Voltando o olhar à história da
humanidade, constatamos que a
observação tem sido um importante recurso
utilizado pelo ser humano em suas
descobertas e invenções. Em diversos
momentos da História, ele soube usar essa
grande prerrogativa, o que lhe possibilitou
extrair da Natureza – expressão da inteligência
de Deus e sua maior fonte de inspiração –
conhecimentos que o levaram a criar coisas
maravilhosas, tanto em benefício
próprio quanto no da humanidade.
É impressionante o extraor-
dinário avanço já alcançado pelo
homem em todas as áreas do
domínio científico e tecno-
lógico, numa demonstração
da potência da mente com
que foi dotado. Por outro
lado, o descontentamento, a desorientação e a
insatisfação, experimentados por muitos
diante da vida, têm sido cada vez mais
generalizados entre as pessoas. É uma
situação que evidencia um paradoxo: apesar
do progresso científico-tecnológico no
campo material, esse mesmo homem nos
parece cada dia mais triste e carente.
24
* Bacharela e licenciada em Língua Portuguesa e Literatura / Professora do Colégio Logosófico – Unidade Rio de Janeiro
A instabilidade mental, tão comum na
juventude, perde força quando os
alunos se vêem acolhidos pela escola,
sentindo-se estimulados a realizar as
tarefas escolares, a respeitar os
companheiros e seus professores.
Estimular a organização do espaço
físico da escola e o cultivo de
pensamentos conciliadores, permitindo
que a tolerância, o afeto e o respeito
funcionem como elementos de coesão
em tudo o que envolve o processo de
aprendizado, é instituir um ambiente
que haverá de nutrir esse processo.
Permite-se, assim, a atuação da
consciência, sobretudo se a mente, livre
da influência de pequenos conflitos, for
preservada quanto à livre atuação das
faculdades da inteligência. Este esforço
de organização interna tem como
resultado a redução da influência do
instinto na conduta dos alunos.
favorece a educação de crianças e
jovens, permite gerar energias que
proporcionem à mente melhores
condições para o desenvolvimento do
ser, estimulando o pensar e o sentir
conscientes.
Um ambiente de serenidade,
bem-estar e limpeza moral
Ainda que isso não seja fácil, não se deve
esquecer a força que a figura docente exerce
no ambiente da escola, servindo como
exemplo de conduta, esforço e perseveran-
ça na busca do conhecimento; é preciso que
o professor seja exemplo de alguém
empenhado em sua própria superação e
verdadeiramente dedicado à tarefa de
contribuir para a superação dos demais.
Cabe ao professor estimular o aluno
mediante uma postura diferenciada, inspirá-
lo com atuações que favoreçam não só o
seu processo de aprendizagem, mas
também o seu próprio desenvolvimento
como ser humano.
Afinal, não há tarefa que nos deixe mais
felizes e realizados do que a de favorecer
que os demais também possam ser muito
felizes.
Entretanto, para que a harmonia
prevaleça nos ambientes, apesar dos
inúmeros estímulos negativos aos
quais a juventude está exposta
atualmente, dificultando o processo
de aprendizado e a atuação
docente, é fundamental que o
professor exercite, em sua própria
psicologia, os aspectos aqui
mencionados
Para a Pedagogia Logosófica, a observação é uma faculdade da mente
que, bem utilizada, se faz eminentemente aperfeiçoadora das qualidades
humanas, ou seja, leva a pessoa a superar tudo quanto deva ser superado,
permitindo colher elementos úteis ao próprio bem e ao bem dos demais
Valéria Aparecida Mendonça*
Oobservação
poder da
Voltando o olhar à história da
humanidade, constatamos que a
observação tem sido um importante recurso
utilizado pelo ser humano em suas
descobertas e invenções. Em diversos
momentos da História, ele soube usar essa
grande prerrogativa, o que lhe possibilitou
extrair da Natureza – expressão da inteligência
de Deus e sua maior fonte de inspiração –
conhecimentos que o levaram a criar coisas
maravilhosas, tanto em benefício
próprio quanto no da humanidade.
É impressionante o extraor-
dinário avanço já alcançado pelo
homem em todas as áreas do
domínio científico e tecno-
lógico, numa demonstração
da potência da mente com
que foi dotado. Por outro
lado, o descontentamento, a desorientação e a
insatisfação, experimentados por muitos
diante da vida, têm sido cada vez mais
generalizados entre as pessoas. É uma
situação que evidencia um paradoxo: apesar
do progresso científico-tecnológico no
campo material, esse mesmo homem nos
parece cada dia mais triste e carente.
24
Temos de lembrar que, lamenta-
velmente, muitas das conquistas da
ciência e da tecnologia constituem, hoje,
perigos que atingem muitos, em especial
nossas crianças e jovens. Diante disso, é
natural que algumas reflexões venham a
nossa mente:
Por que muitas descobertas e invenções, ao
invés de colaborarem para a felicidade do
ser humano, têm trazido a ele tantos
problemas? Se o benefício desses avanços
era tão evidente, e se os esforços empre-
endidos obedeceram a inspirações quase
sempre tão nobres, o que faltou? Será que o
erro está na tecnologia? Na ciência? Ou no
uso que fazemos de seus frutos?
Novamente, temos de fazer prevalecer a
observação, mas a observação consciente-
mente praticada, dirigida desta vez para o
próprio ser interno, onde sempre é fácil
constatar a existência de movimentos
favoráveis e desfavoráveis à felicidade de
cada um de nós. Vemos, ali, a presença de
bons pensamentos, assim como a resis-
tência que pensamentos antigos e negativos
contrapõem ao nosso propósito de ser
melhores, de fazer sempre o bem, valendo-
nos dos elementos positivos colhidos dessa
mesma observação e das demais experi-
ências da vida.
de
favorecer a vida do ser humano, é preciso
que a observação se volte tanto para o que
está fora, a Natureza e o mundo, como para a
realidade que palpita dentro de nós mesmos,
constituída por sistemas, mecanismos,
Para que todo conhecimento cum-
pra seu papel fundamental
A criança deve iniciar-se no aprendizado
da utilização da observação de forma
ampla, ou seja, observando com os olhos
voltados para fora e para dentro,
encontrando nesse poder um dos
elementos fundamentais para uma vida
realmente produtiva e feliz
* Pedagoga pela UFGO / Especialista em Orientação Educacional UFGO /
Pós-graduada em Matemática UFGO / Diretora Pedagógica Geral – Unidade Goiânia
27
energias, recursos, etc. Essa realidade interior
não pode estar dissociada do mundo que nos
cerca, e nosso olhar deve conduzir a
observação e a inteligência nas duas direções.
É essa observação dos fatos e coisas do
mundo íntimo que nos facultará a utilização,
em benefício próprio e de todos, dos co
nhecimentos que tenhamos adquirido
A criança tem, desde a mais tenra idade, a
faculdade de observar muito desenvolvida.
Com que facilidade e rapidez ela percebe
qualquer novidade no espaço que a rodeia,
atentando para detalhes da nossa forma de
vestir, de pentear, ou para aspectos de nossa
fisionomia... Cabe a nós, educadores,
contribuir para o aprimoramento dessa
observação, a fim de que ela cumpra
finalidades superiores em termos de
aperfeiçoamento individual. Que a criança
aprenda, também, a voltar esse olhar para
dentro de si mesma, que se encante com as
maravilhas que ali podem ser observadas e
conhecidas, assim como se encanta com a
cena de um animalzinho cuidando de sua
prole ou com o desabrochar de uma flor.
Um outro aspecto da observação diz
respeito ao grande valor que ela adquire na
convivência com os demais. Quando somos
capazes de perceber na fisionomia do
semelhante aquilo que ocorre em sua
intimidade, colocamo-nos em sintonia com
seu pensar e sentir, podemos ser mais
bondosos em nossos julgamentos, mais
estimulantes em nossas ações.
-
.
A isso devemos acrescentar que as
observações efetuadas sobre os demais
devem também contribuir para o nosso
melhoramento individual, pois da obser-
vação justa e inteligente surge a capacidade
para corrigir os próprios defeitos. Cada se-
melhante se converterá num espelho no qual
cada um haverá de ver projetada sua
imagem.
Dessa forma, a observação possui uma
função específica: para a Pedagogia
Logosófica, trata-se de uma faculdade da
mente que, bem utilizada, se faz eminen-
temente aperfeiçoadora das qualidades
humanas, ou seja, leva a pessoa a superar
tudo quanto deva ser superado, permitindo
colher elementos úteis à prática do bem, a
começar pelo bem que se faz a si mesmo.
A observação é também uma faculdade que
alimenta as demais, oferecendo a elas
muitos elementos que favorecem o seu
movimento, como é o caso das faculdades
de refletir, entender e pensar. A criança deve
iniciar-se no aprendizado de sua utilização
de forma ampla, ou seja, observando com
os olhos voltados para fora e para dentro,
encontrando nesse poder um dos elementos
fundamentais para uma vida realmente
produtiva e feliz.
Temos de lembrar que, lamenta-
velmente, muitas das conquistas da
ciência e da tecnologia constituem, hoje,
perigos que atingem muitos, em especial
nossas crianças e jovens. Diante disso, é
natural que algumas reflexões venham a
nossa mente:
Por que muitas descobertas e invenções, ao
invés de colaborarem para a felicidade do
ser humano, têm trazido a ele tantos
problemas? Se o benefício desses avanços
era tão evidente, e se os esforços empre-
endidos obedeceram a inspirações quase
sempre tão nobres, o que faltou? Será que o
erro está na tecnologia? Na ciência? Ou no
uso que fazemos de seus frutos?
Novamente, temos de fazer prevalecer a
observação, mas a observação consciente-
mente praticada, dirigida desta vez para o
próprio ser interno, onde sempre é fácil
constatar a existência de movimentos
favoráveis e desfavoráveis à felicidade de
cada um de nós. Vemos, ali, a presença de
bons pensamentos, assim como a resis-
tência que pensamentos antigos e negativos
contrapõem ao nosso propósito de ser
melhores, de fazer sempre o bem, valendo-
nos dos elementos positivos colhidos dessa
mesma observação e das demais experi-
ências da vida.
de
favorecer a vida do ser humano, é preciso
que a observação se volte tanto para o que
está fora, a Natureza e o mundo, como para a
realidade que palpita dentro de nós mesmos,
constituída por sistemas, mecanismos,
Para que todo conhecimento cum-
pra seu papel fundamental
A criança deve iniciar-se no aprendizado
da utilização da observação de forma
ampla, ou seja, observando com os olhos
voltados para fora e para dentro,
encontrando nesse poder um dos
elementos fundamentais para uma vida
realmente produtiva e feliz
* Pedagoga pela UFGO / Especialista em Orientação Educacional UFGO /
Pós-graduada em Matemática UFGO / Diretora Pedagógica Geral – Unidade Goiânia
27
energias, recursos, etc. Essa realidade interior
não pode estar dissociada do mundo que nos
cerca, e nosso olhar deve conduzir a
observação e a inteligência nas duas direções.
É essa observação dos fatos e coisas do
mundo íntimo que nos facultará a utilização,
em benefício próprio e de todos, dos co
nhecimentos que tenhamos adquirido
A criança tem, desde a mais tenra idade, a
faculdade de observar muito desenvolvida.
Com que facilidade e rapidez ela percebe
qualquer novidade no espaço que a rodeia,
atentando para detalhes da nossa forma de
vestir, de pentear, ou para aspectos de nossa
fisionomia... Cabe a nós, educadores,
contribuir para o aprimoramento dessa
observação, a fim de que ela cumpra
finalidades superiores em termos de
aperfeiçoamento individual. Que a criança
aprenda, também, a voltar esse olhar para
dentro de si mesma, que se encante com as
maravilhas que ali podem ser observadas e
conhecidas, assim como se encanta com a
cena de um animalzinho cuidando de sua
prole ou com o desabrochar de uma flor.
Um outro aspecto da observação diz
respeito ao grande valor que ela adquire na
convivência com os demais. Quando somos
capazes de perceber na fisionomia do
semelhante aquilo que ocorre em sua
intimidade, colocamo-nos em sintonia com
seu pensar e sentir, podemos ser mais
bondosos em nossos julgamentos, mais
estimulantes em nossas ações.
-
.
A isso devemos acrescentar que as
observações efetuadas sobre os demais
devem também contribuir para o nosso
melhoramento individual, pois da obser-
vação justa e inteligente surge a capacidade
para corrigir os próprios defeitos. Cada se-
melhante se converterá num espelho no qual
cada um haverá de ver projetada sua
imagem.
Dessa forma, a observação possui uma
função específica: para a Pedagogia
Logosófica, trata-se de uma faculdade da
mente que, bem utilizada, se faz eminen-
temente aperfeiçoadora das qualidades
humanas, ou seja, leva a pessoa a superar
tudo quanto deva ser superado, permitindo
colher elementos úteis à prática do bem, a
começar pelo bem que se faz a si mesmo.
A observação é também uma faculdade que
alimenta as demais, oferecendo a elas
muitos elementos que favorecem o seu
movimento, como é o caso das faculdades
de refletir, entender e pensar. A criança deve
iniciar-se no aprendizado de sua utilização
de forma ampla, ou seja, observando com
os olhos voltados para fora e para dentro,
encontrando nesse poder um dos elementos
fundamentais para uma vida realmente
produtiva e feliz.
Liara Sia Moreira Salles*
Onde estamos? Temos de saber sobre nós mesmos.
Onde estamos nós, educadores, e onde está a criança
ou o jovem que queremos educar? Segundo sejam
nossa capacidade, nossos recursos e, com base nisso,
nosso empenho na ação educativa, assim será a
influência que poderemos exercer sobre o educando
Educar as novas gerações constitui,
cada vez mais, um desafio, pela
complexidade de fatores que interferem no
dia-a-dia das crianças e jovens e – por que
não? – também no cotidiano dos pais e
professores. Afinal, estamos num período
de franca decadência de conceitos e valores
em todo o mundo...
O desafio de educar nossas crianças e
jovens é, pois, altamente instigante! Com
ele, a vida nos traz inúmeros motivos para
observar, pensar, refletir, aprender sempre.
Vida é luta que move à ação, à conquista, e,
por isso mesmo, o desafio de educar
adquire maior transcendência e se
transforma em uma grande oportunidade.
Nossos filhos ou alunos, como seres
humanos, valem muito mais que qualquer
outro bem material. Ninguém diz o
contrário. Sendo assim, vale indagar: se
tanto nos organizamos para prover nossos
lares e nossas escolas dos itens materiais
mais apropriados, como temos nos
organizado para educar nossos filhos e
alunos? Que temos feito para ir além dos
aspectos físicos ou da formação acadêmica,
atendendo ao educando em sua configu-
ração física, psicológica e espiritual?
Reflexões sobre o desafio de
nd aSabe o onde
o he aquerem s c g r,
pr c o nhe isam s co ecer
s c nd õ rnossa o iç es pa a
e o e i ,p rc rr r o cam nho
conhecer nossa
medida
Para a Logosofia, essa questão abre o cenário da verdadeira educação, e, para atendê-
la, precisaremos de um plano de ações em todos os sentidos.
Três pontos são essenciais e se destacam neste plano:
qual é a imagem do ser humano
ideal para nós.
é o ponto de partida, consistindo, por um
lado, na nossa própria realidade; por outro, na realidade
biopsicoespiritual do educando, criança ou jovem, sem
deixar de considerar um só instante os diversos fatores
externos que também fazem parte deste onde estamos, que
são os ambientes em que vivemos (no lar ou na sociedade
em geral), os acontecimentos mundiais, as adversidades ou
fatalidades que podem ocorrer, entre tantos outros.
os recursos para irmos de um ponto a
outro, de onde estamos até aonde queremos chegar.
1.º) Aonde queremos chegar –
2.º) Onde estamos –
3.º) Com que contamos –
geraçõeseducar as novas
28 29
Liara Sia Moreira Salles*
Onde estamos? Temos de saber sobre nós mesmos.
Onde estamos nós, educadores, e onde está a criança
ou o jovem que queremos educar? Segundo sejam
nossa capacidade, nossos recursos e, com base nisso,
nosso empenho na ação educativa, assim será a
influência que poderemos exercer sobre o educando
Educar as novas gerações constitui,
cada vez mais, um desafio, pela
complexidade de fatores que interferem no
dia-a-dia das crianças e jovens e – por que
não? – também no cotidiano dos pais e
professores. Afinal, estamos num período
de franca decadência de conceitos e valores
em todo o mundo...
O desafio de educar nossas crianças e
jovens é, pois, altamente instigante! Com
ele, a vida nos traz inúmeros motivos para
observar, pensar, refletir, aprender sempre.
Vida é luta que move à ação, à conquista, e,
por isso mesmo, o desafio de educar
adquire maior transcendência e se
transforma em uma grande oportunidade.
Nossos filhos ou alunos, como seres
humanos, valem muito mais que qualquer
outro bem material. Ninguém diz o
contrário. Sendo assim, vale indagar: se
tanto nos organizamos para prover nossos
lares e nossas escolas dos itens materiais
mais apropriados, como temos nos
organizado para educar nossos filhos e
alunos? Que temos feito para ir além dos
aspectos físicos ou da formação acadêmica,
atendendo ao educando em sua configu-
ração física, psicológica e espiritual?
Reflexões sobre o desafio de
Sabendo aonde
equeremos ch gar,
rp ecisamos conhecer
nossas condições para
,percorrer o caminho
conhecer nossa
medida
Para a Logosofia, essa questão abre o cenário da verdadeira educação, e, para atendê-
la, precisaremos de um plano de ações em todos os sentidos.
Três pontos são essenciais e se destacam neste plano:
qual é a imagem do ser humano
ideal para nós.
é o ponto de partida, consistindo, por um
lado, na nossa própria realidade; por outro, na realidade
biopsicoespiritual do educando, criança ou jovem, sem
deixar de considerar um só instante os diversos fatores
externos que também fazem parte deste onde estamos, que
são os ambientes em que vivemos (no lar ou na sociedade
em geral), os acontecimentos mundiais, as adversidades ou
fatalidades que podem ocorrer, entre tantos outros.
os recursos para irmos de um ponto a
outro, de onde estamos até aonde queremos chegar.
1.º) Aonde queremos chegar –
2.º) Onde estamos –
3.º) Com que contamos –
geraçõeseducar as novas
28 29
Iniciemos refletindo sobre o
objetivo: aonde chegar. Qual é o
objetivo da educação que vamos
oferecer? Como é a imagem ideal do
ser humano que queremos ajudar a
formar?
Queremos educar um ser humano
para que seja bom, eficiente e muito
feliz! Sabemos que ele tem de ser
valente, generoso, inteligente, sensí-
vel... E o que mais? Precisa ser
também um bom profissional, um
bom pai ou mãe de família, um cida-
dão correto, alguém útil à sociedade e
a si mesmo...
Realmente, queremos contribuir para
a formação de um indivíduo muito
bom; se fosse possível, quase perfeito!
Entretanto, considerando que não
somos educadores perfeitos, o que
podemos e devemos fazer é educar
uma pessoa que queira aperfeiçoar-se,
e aperfeiçoar-se em termos integrais;
que queira ser melhor em tudo, que
considere a vida como um todo, que a
considere como um campo experimental
para o próprio aperfeiçoamento; que tam-
bém queira servir à humanidade, fazer o
bem, porque esta é uma exigência natural
do espírito humano, uma exigência que
tem muito a ver com a moral, a ética e a
felicidade.
Onde estamos? Onde estamos nós,
educadores, e onde está a criança ou o
jovem que queremos educar? Segundo
sejam nossa capacidade, nossos recursos
e, com base nisso, nosso empenho na ação
educativa, assim será a influência que
poderemos exercer sobre o educando.
De quais recursos dispomos? Que modali-
dades possuímos? Que tempo temos para
essa tarefa?
Sabendo aonde queremos chegar, precisa-
mos conhecer nossas condições para per-
correr o caminho, conhecer nossa medida e,
se esta for insuficiente, saber o que devemos
fazer para ampliá-la.
Temos de saber sobre nós mesmos.
A escola de nossos filhos também deve ser
escolhida com o necessário cuidado, com a
consciência dos objetivos que queremos
alcançar.
É preciso recordar que estaremos escolhen-
do com os olhos sempre postos na imagem
ideal, ou seja, aonde queremos chegar! É
preciso também ter em conta o mundo onde
vivemos, com tudo o que ele apresenta como
fatores positivos e negativos que influem na
educação da infância e da juventude. Os
olhos do educador precisam estar sempre
bem abertos a tudo que ocorre, para
trabalhar com cada um dos aspectos
oferecidos pelo mundo. E, nesse mundo,
estão os amigos de nosso educando, os quais,
especialmente na adolescência, são reais
companheiros e podem colaborar ou
dificultar a ação educativa que queremos
desenvolver.
No trabalho com o
conhecimento
transcendente,
um recurso muito
destacado é o do
uso de imagens
analógicas,
que favorecem a
compreensão
do que se quer
ensinar
E onde nosso educando está?
Como ele é? É uma criança, um
adolescente? O que já sabemos sobre a
constituição psicológica e espiritual de
um ser humano nessa ou naquela idade?
Como é o NOSSO filho, o NOSSO
aluno? Como é sua realidade interna, sua
mente, sua sensibilidade? Segundo a
realidade observada, levantaremos
nossas estratégias educacionais visando o
ideal a alcançar.
E chegamos ao terceiro ponto de nosso
plano: o que se refere aos recursos com
que contamos para ir de onde estamos
até aonde queremos chegar.
Afinal, quais são os recursos docentes, as
técnicas, que podemos utilizar para
responder bem a este desafio de educar?
PECOTCHE, no livro Deficiências e
Propensões do Ser Humano, ensina como
identificar e classificar as nossas próprias
falhas caracterológicas. Explica que
algumas deficiências psicológicas podem
ter origem congênita, na própria herança,
ou surgir por dificuldades experimen-
tadas na infância, por omissões ou erros
no processo educativo. Aprendendo a
identificar em nós tais deficiências,
podemos não só debilitá-las, mas
também observar com superior efici-
ência como elas influem em nossos
educandos, para ajudá-los de maneira
mais eficaz. Por conseguinte, o primeiro
passo é o trabalho que o educador realiza
em si mesmo.
31
Iniciemos refletindo sobre o
objetivo: aonde chegar. Qual é o
objetivo da educação que vamos
oferecer? Como é a imagem ideal do
ser humano que queremos ajudar a
formar?
Queremos educar um ser humano
para que seja bom, eficiente e muito
feliz! Sabemos que ele tem de ser
valente, generoso, inteligente, sensí-
vel... E o que mais? Precisa ser
também um bom profissional, um
bom pai ou mãe de família, um cida-
dão correto, alguém útil à sociedade e
a si mesmo...
Realmente, queremos contribuir para
a formação de um indivíduo muito
bom; se fosse possível, quase perfeito!
Entretanto, considerando que não
somos educadores perfeitos, o que
podemos e devemos fazer é educar
uma pessoa que queira aperfeiçoar-se,
e aperfeiçoar-se em termos integrais;
que queira ser melhor em tudo, que
considere a vida como um todo, que a
considere como um campo experimental
para o próprio aperfeiçoamento; que tam-
bém queira servir à humanidade, fazer o
bem, porque esta é uma exigência natural
do espírito humano, uma exigência que
tem muito a ver com a moral, a ética e a
felicidade.
Onde estamos? Onde estamos nós,
educadores, e onde está a criança ou o
jovem que queremos educar? Segundo
sejam nossa capacidade, nossos recursos
e, com base nisso, nosso empenho na ação
educativa, assim será a influência que
poderemos exercer sobre o educando.
De quais recursos dispomos? Que modali-
dades possuímos? Que tempo temos para
essa tarefa?
Sabendo aonde queremos chegar, precisa-
mos conhecer nossas condições para per-
correr o caminho, conhecer nossa medida e,
se esta for insuficiente, saber o que devemos
fazer para ampliá-la.
Temos de saber sobre nós mesmos.
A escola de nossos filhos também deve ser
escolhida com o necessário cuidado, com a
consciência dos objetivos que queremos
alcançar.
É preciso recordar que estaremos escolhen-
do com os olhos sempre postos na imagem
ideal, ou seja, aonde queremos chegar! É
preciso também ter em conta o mundo onde
vivemos, com tudo o que ele apresenta como
fatores positivos e negativos que influem na
educação da infância e da juventude. Os
olhos do educador precisam estar sempre
bem abertos a tudo que ocorre, para
trabalhar com cada um dos aspectos
oferecidos pelo mundo. E, nesse mundo,
estão os amigos de nosso educando, os quais,
especialmente na adolescência, são reais
companheiros e podem colaborar ou
dificultar a ação educativa que queremos
desenvolver.
No trabalho com o
conhecimento
transcendente,
um recurso muito
destacado é o do
uso de imagens
analógicas,
que favorecem a
compreensão
do que se quer
ensinar
E onde nosso educando está?
Como ele é? É uma criança, um
adolescente? O que já sabemos sobre a
constituição psicológica e espiritual de
um ser humano nessa ou naquela idade?
Como é o NOSSO filho, o NOSSO
aluno? Como é sua realidade interna, sua
mente, sua sensibilidade? Segundo a
realidade observada, levantaremos
nossas estratégias educacionais visando o
ideal a alcançar.
E chegamos ao terceiro ponto de nosso
plano: o que se refere aos recursos com
que contamos para ir de onde estamos
até aonde queremos chegar.
Afinal, quais são os recursos docentes, as
técnicas, que podemos utilizar para
responder bem a este desafio de educar?
PECOTCHE, no livro Deficiências e
Propensões do Ser Humano, ensina como
identificar e classificar as nossas próprias
falhas caracterológicas. Explica que
algumas deficiências psicológicas podem
ter origem congênita, na própria herança,
ou surgir por dificuldades experimen-
tadas na infância, por omissões ou erros
no processo educativo. Aprendendo a
identificar em nós tais deficiências,
podemos não só debilitá-las, mas
também observar com superior efici-
ência como elas influem em nossos
educandos, para ajudá-los de maneira
mais eficaz. Por conseguinte, o primeiro
passo é o trabalho que o educador realiza
em si mesmo.
31
Não há receitas nem medidas únicas;
nossa atuação deve ser equilibrada e ativa,
sempre inspirada em conhecimentos reais. É
preciso dar muitos elementos e ensinar a
pensar. Nossa atuação educativa não precisa
ser tão forte como um holofote, a ponto de
atordoar com sua luz intensa e impedir que os
educandos caminhem com as próprias
pernas, nem tão tênue como a chama de uma
vela, dificultando a visão do caminho que
precisa ser seguido. Equilíbrio! Aí está uma
das palavras-chave em educação!
Entre as leis que fundamentam a Pedagogia
Logosófica, está a Lei de Analogia. Por isso,
especialmente no trabalho com o conheci-
mento transcendente, um recurso muito
destacado é o do uso de imagens analógicas,
que favorecem a compreensão do que se quer
ensinar.
Num trabalho realizado com alunos de 6
anos, por exemplo, que apresentavam
dificuldades naturais de convivência entre si,
foram enfocados os conceitos de amizade e
de simpatia. Entre os registros realizados em
conjunto, pelos próprios alunos, vale
destacar:
Fizemos uma analogia da amizade com o ímã.
Se quisermos ter bons amigos perto de nós,
temos também que ser bons, alegres, educados
e simpáticos. Aprendemos que a amizade é
muito importante na vida das pessoas.
Pensamos em nossos amigos e nas coisas boas
que fazemos com eles. Estamos descobrindo
que, para os nossos amigos ficarem felizes,
devemos cultivar o respeito no trato com eles.
de suma utilidade,
dizem respeito à correção dos erros. Entre os
conceitos trabalhados está o de redenção de si
mesmo. Os erros são naturais no processo de
aperfeiçoamento, mas têm suas implicações e
responsabilidades. É preciso ensinar às
crianças e aos adolescentes que cada um pode
e deve ser seu próprio redentor. Que saibam
que dentro de si mesmos está a possibilidade
de cometer cada vez menos erros, o que já é
um princípio de redenção. Em seguida, surge a
prática regular de ações acertadas, baseada na
Outros recursos oferecidos pela
Pedagogia Logosófica,
Lei de Repetição. Este, por sinal, é outro
princípio relevante da Pedagogia Logo-
sófica: repetir o que se quer ensinar com
inteligência, com criatividade, repetir su-
perando a vez anterior!
Algo que também merece destaque se
refere à administração consciente dos
estímulos positivos. Que nossa ação
educativa se oriente sempre pelo estímulo,
e não pela repreensão, feita geralmente
com palavras bruscas e violentas. A
tendência comum é dar mais ênfase aos
erros do que aos acertos. Pergunte-se
quanto tempo é gasto no comentário
sobre uma prova escolar quando o filho
chega com um resultado negativo. E
quanto tempo é dedicado aos comen-
tários, quando ele obtém sucesso? Quanto
tempo gastamos com os parabéns? A
ênfase deve recair nos acertos: nos nossos,
nos dos alunos e nos dos nossos filhos.
Assim, tais acertos passam a ser fonte de
novos estímulos, podendo ser repetidos e
aperfeiçoados.
E, quando chegam os acertos, é
importante ensinar à criança e ao jovem que não
devem ser egoístas, guardando esse ouro só para
si. Eis aí outro estímulo: o de estender o bem
aos demais, ou seja, ensinar o que se aprendeu.
Além de influir no cultivo de valores
psicológicos e morais, tal procedimento ajuda
na fixação do que foi aprendido. Aprender
generosamente, como assinala a Pedagogia
Logosófica, é muito estimulante e também
constitui um dos trabalhos relevantes que se
realiza no Colégio Logosófico, onde as crianças,
desde pequenas, e os adolescentes são
estimulados a ensinar o que aprendem.
32 33
A Logosofia oferece
conhecimentos para que
sejamos melhores educadores, e
começa por nos ensinar a realizar
em nós um processo de lapidação
interna. É esse processo que
queremos ver como realidade em
nossos alunos, em nossos filhos, pela
convicção de que nesse caminho
irão conquistando a
verdadeira felicidade!
* Pedagoga pela UEMG / Especialista em
Psicopedagogia / MBA em Gestão de Instituições
Educacionais pela PUC / Diretora Pedagógica do
Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH /
Vice-Coordenadora do Colegiado do Sistema
Logosófico de Educação
Não há receitas nem medidas únicas;
nossa atuação deve ser equilibrada e ativa,
sempre inspirada em conhecimentos reais. É
preciso dar muitos elementos e ensinar a
pensar. Nossa atuação educativa não precisa
ser tão forte como um holofote, a ponto de
atordoar com sua luz intensa e impedir que os
educandos caminhem com as próprias
pernas, nem tão tênue como a chama de uma
vela, dificultando a visão do caminho que
precisa ser seguido. Equilíbrio! Aí está uma
das palavras-chave em educação!
Entre as leis que fundamentam a Pedagogia
Logosófica, está a Lei de Analogia. Por isso,
especialmente no trabalho com o conheci-
mento transcendente, um recurso muito
destacado é o do uso de imagens analógicas,
que favorecem a compreensão do que se quer
ensinar.
Num trabalho realizado com alunos de 6
anos, por exemplo, que apresentavam
dificuldades naturais de convivência entre si,
foram enfocados os conceitos de amizade e
de simpatia. Entre os registros realizados em
conjunto, pelos próprios alunos, vale
destacar:
Fizemos uma analogia da amizade com o ímã.
Se quisermos ter bons amigos perto de nós,
temos também que ser bons, alegres, educados
e simpáticos. Aprendemos que a amizade é
muito importante na vida das pessoas.
Pensamos em nossos amigos e nas coisas boas
que fazemos com eles. Estamos descobrindo
que, para os nossos amigos ficarem felizes,
devemos cultivar o respeito no trato com eles.
de suma utilidade,
dizem respeito à correção dos erros. Entre os
conceitos trabalhados está o de redenção de si
mesmo. Os erros são naturais no processo de
aperfeiçoamento, mas têm suas implicações e
responsabilidades. É preciso ensinar às
crianças e aos adolescentes que cada um pode
e deve ser seu próprio redentor. Que saibam
que dentro de si mesmos está a possibilidade
de cometer cada vez menos erros, o que já é
um princípio de redenção. Em seguida, surge a
prática regular de ações acertadas, baseada na
Outros recursos oferecidos pela
Pedagogia Logosófica,
Lei de Repetição. Este, por sinal, é outro
princípio relevante da Pedagogia Logo-
sófica: repetir o que se quer ensinar com
inteligência, com criatividade, repetir su-
perando a vez anterior!
Algo que também merece destaque se
refere à administração consciente dos
estímulos positivos. Que nossa ação
educativa se oriente sempre pelo estímulo,
e não pela repreensão, feita geralmente
com palavras bruscas e violentas. A
tendência comum é dar mais ênfase aos
erros do que aos acertos. Pergunte-se
quanto tempo é gasto no comentário
sobre uma prova escolar quando o filho
chega com um resultado negativo. E
quanto tempo é dedicado aos comen-
tários, quando ele obtém sucesso? Quanto
tempo gastamos com os parabéns? A
ênfase deve recair nos acertos: nos nossos,
nos dos alunos e nos dos nossos filhos.
Assim, tais acertos passam a ser fonte de
novos estímulos, podendo ser repetidos e
aperfeiçoados.
E, quando chegam os acertos, é
importante ensinar à criança e ao jovem que não
devem ser egoístas, guardando esse ouro só para
si. Eis aí outro estímulo: o de estender o bem
aos demais, ou seja, ensinar o que se aprendeu.
Além de influir no cultivo de valores
psicológicos e morais, tal procedimento ajuda
na fixação do que foi aprendido. Aprender
generosamente, como assinala a Pedagogia
Logosófica, é muito estimulante e também
constitui um dos trabalhos relevantes que se
realiza no Colégio Logosófico, onde as crianças,
desde pequenas, e os adolescentes são
estimulados a ensinar o que aprendem.
32 33
A Logosofia oferece
conhecimentos para que
sejamos melhores educadores, e
começa por nos ensinar a realizar
em nós um processo de lapidação
interna. É esse processo que
queremos ver como realidade em
nossos alunos, em nossos filhos, pela
convicção de que nesse caminho
irão conquistando a
verdadeira felicidade!
* Pedagoga pela UEMG / Especialista em
Psicopedagogia / MBA em Gestão de Instituições
Educacionais pela PUC / Diretora Pedagógica do
Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH /
Vice-Coordenadora do Colegiado do Sistema
Logosófico de Educação
Certa vez, ao preparar-me para uma conversa com pais de alunos adolescentes
sobre o que é ser bom nos dias de hoje, repassei mentalmente algumas das muitas
perguntas que as pessoas têm sobre esse assunto. Perguntas embaraçosas, muitas
vezes, como estas:
Afinal de contas, como ensinar a ser bom num mundo povoado de maldades? E essa
história de fazer o bem sem olhar a quem, quanto vale? E quanto vale ser bom? O
simples ato de não fazer o mal significa que estamos quites com as leis da
consciência, ou as leis da vida?
Ensinando a ser bom, mas não ingênuo
Afinal de contas, como ensinar a ser bom num mundo povoado de maldades?
Mas as dificuldades das pessoas vão além: O
bem é uma invenção do homem ou um
mandado divino? E o mal? Um e outro são
relativos? Como ensinar nossos filhos a ser
generosos, pessoas de bem, sem fazê-los
resvalar para a ingenuidade? No frigir dos
ovos, o que é mesmo ser bom?
Sabemos que só boa intenção – ainda que
seja muito boa – não basta. Fazer o bem
exige conhecimento. É definitiva a lição que
avulta na história de quem sai pela floresta
em busca de uma planta medicinal que não
conhece, com a bondosa intenção de curar a
outrem. A seguir dependendo de boas
intenções, sem o respaldo do conhecimento,
o doente seguirá com a doença.
Mas que tipo de conhecimento é necessário
possuir para fazer o bem? Das matemáticas?
Sim. Sem esse conhecimento, o engenheiro
não pode fazer os cálculos para a construção
de tantas coisas. Conhecimento de geogra-
fia? Também. A menina que previu o
tsunâmi, ao recordar-se do que havia apren-
dido na escola, salvou muitas vidas. E o que
falar do bem trazido ao mundo pelos
conhecimentos da medicina, da informática,
da mecânica, etc.?
Mas há uma outra categoria de conhecimen-
tos que é imprescindível cultivar. São eles os
que habilitam a pessoa a discernir entre o
bem e o mal, a determinar, a cada passo, a
medida certa de uma conduta, o momento
adequado para uma palavra, a forma eficaz
Conhecimento do mundo interno.
de esboçar um gesto de bem, a fórmula
inteligente do ser bom sem cair na
ingenuidade.
Referimo-nos ao conhecimento que a
pessoa pode ter de seu mundo interno, a
começar pelo conhecimento da própria
mente, pois é nela que as atuações boas e
más têm seu berço.
Mas esse voltar os olhos para o mundo
interno, como tudo mais, exige conhe-
cimento. Se aprendermos a fazê-lo conosco,
certamente saberemos fazê-lo com nossos
filhos.
A um adolescente que certa vez
me procurou, entristecido, dizendo que os
colegas não quiseram incluí-lo num grupo
de trabalho, perguntei: Mas por que fizeram
isso? Com o conhecimento que eu já tinha
das características psicológicas mais
marcantes desse adolescente, pude conduzi-
lo com reflexões até um exame sincero e
valente de sua conduta.
Causas do bem e do mal que
fazemos.
“Todo gesto generoso, todo
oferecimento de ajuda,
ainda que nas coisas mais
simples, cultiva a simpatia
e desperta sadias reações
de amizade e sinceridade”
34 35
Simone Castro de Miranda Raposo*
Certa vez, ao preparar-me para uma conversa com pais de alunos adolescentes
sobre o que é ser bom nos dias de hoje, repassei mentalmente algumas das muitas
perguntas que as pessoas têm sobre esse assunto. Perguntas embaraçosas, muitas
vezes, como estas:
Afinal de contas, como ensinar a ser bom num mundo povoado de maldades? E essa
história de fazer o bem sem olhar a quem, quanto vale? E quanto vale ser bom? O
simples ato de não fazer o mal significa que estamos quites com as leis da
consciência, ou as leis da vida?
Ensinando a ser bom, mas não ingênuo
Afinal de contas, como ensinar a ser bom num mundo povoado de maldades?
Mas as dificuldades das pessoas vão além: O
bem é uma invenção do homem ou um
mandado divino? E o mal? Um e outro são
relativos? Como ensinar nossos filhos a ser
generosos, pessoas de bem, sem fazê-los
resvalar para a ingenuidade? No frigir dos
ovos, o que é mesmo ser bom?
Sabemos que só boa intenção – ainda que
seja muito boa – não basta. Fazer o bem
exige conhecimento. É definitiva a lição que
avulta na história de quem sai pela floresta
em busca de uma planta medicinal que não
conhece, com a bondosa intenção de curar a
outrem. A seguir dependendo de boas
intenções, sem o respaldo do conhecimento,
o doente seguirá com a doença.
Mas que tipo de conhecimento é necessário
possuir para fazer o bem? Das matemáticas?
Sim. Sem esse conhecimento, o engenheiro
não pode fazer os cálculos para a construção
de tantas coisas. Conhecimento de geogra-
fia? Também. A menina que previu o
tsunâmi, ao recordar-se do que havia apren-
dido na escola, salvou muitas vidas. E o que
falar do bem trazido ao mundo pelos
conhecimentos da medicina, da informática,
da mecânica, etc.?
Mas há uma outra categoria de conhecimen-
tos que é imprescindível cultivar. São eles os
que habilitam a pessoa a discernir entre o
bem e o mal, a determinar, a cada passo, a
medida certa de uma conduta, o momento
adequado para uma palavra, a forma eficaz
Conhecimento do mundo interno.
de esboçar um gesto de bem, a fórmula
inteligente do ser bom sem cair na
ingenuidade.
Referimo-nos ao conhecimento que a
pessoa pode ter de seu mundo interno, a
começar pelo conhecimento da própria
mente, pois é nela que as atuações boas e
más têm seu berço.
Mas esse voltar os olhos para o mundo
interno, como tudo mais, exige conhe-
cimento. Se aprendermos a fazê-lo conosco,
certamente saberemos fazê-lo com nossos
filhos.
A um adolescente que certa vez
me procurou, entristecido, dizendo que os
colegas não quiseram incluí-lo num grupo
de trabalho, perguntei: Mas por que fizeram
isso? Com o conhecimento que eu já tinha
das características psicológicas mais
marcantes desse adolescente, pude conduzi-
lo com reflexões até um exame sincero e
valente de sua conduta.
Causas do bem e do mal que
fazemos.
“Todo gesto generoso, todo
oferecimento de ajuda,
ainda que nas coisas mais
simples, cultiva a simpatia
e desperta sadias reações
de amizade e sinceridade”
34 35
Simone Castro de Miranda Raposo*
Num lindo esforço, ele identificou em si a
causa principal de tudo, uma causa interna.
Reconheceu ter o hábito de brincar
enquanto todos trabalhavam, de ser quase
sempre impontual, indiferente quanto ao
aprendizado, preocupando-se tão-somente
com o resultado final: a nota que seria
distribuída.
Chegados a esse ponto, pude ajudá-lo na
formulação de um plano de mudanças, cujo
modelo retirei de trabalhos análogos que eu
já fizera comigo mesma, orientada pela
Pedagogia Logosófica.
A técnica de mergulhar nos exige, sempre,
um conhecimento, seja em águas que nos
prometem ostras ou emoções, seja no
mundo interno próprio, onde estão as causas
do bem e do mal que fazemos com nossas
palavras, nossos gestos e ações.
Outro
ponto importante nesse afã pedagógico é o
de ensinar a pensar. Quem pensa não é
ingênuo. Quem possui mais conhecimentos
pensa melhor. É o caminho traçado pela
análise do vivido, pela reflexão sobre o
observado, pela solução dos porquês.
Mas, para ensinar isso, também temos que,
primeiro, aprender. É necessário o
conhecimento para que exercitemos nosso
pensar e ensinemos esse exercício, com
eficiência, aos menores.
E tudo começa com a distinção entre o ato
de pensar e os pensamentos como entidades
autônomas, como ensina a Logosofia, cuja
Raciocínios vigorosos e férteis.
pedagogia é pródiga no estímulo dado à
alma juvenil para a vivência consciente do
sentimento de camaradagem, do afeto
fraterno, da bondade verdadeira, que não se
confunde com o sentimentalismo ou com a
ingenuidade.
É uma pedagogia que leva em conta ser
"muito importante que o espírito de
colaboração presida constantemente o
ânimo do ser na juventude. Dulcificará,
assim, a existência daqueles que o rodeiam e
desfrutará, por sua vez, o bem que outros
possam oferecer-lhe; para tudo isso, bastará
tão-somente usar do sentimento de
fraternidade humana. Todo gesto generoso,
todo oferecimento de ajuda, ainda que nas
coisas mais simples, cultiva a simpatia e
desperta sadias reações de amizade e
sinceridade”.
Crianças e adolescentes necessitam sempre
de estímulos sadios e nobres, vindos de
quem já os tenha; necessitam de raciocínios
vigorosos e férteis sobre sua conduta,
vindos de quem já aprendeu a fazê-los.
Nos dias que correm, é cada vez mais
urgente orientá-los sobre as experiências
instrutivas das lutas diárias, sobre o modo de
conduzir-se e, principalmente, sobre a
importância que a edificação do futuro tem
para eles mesmos e para a sociedade.
Importância da edificação do futuro.
* Pedagoga UEMG / Assessora Educacional do Ensino Médio no Colégio Logosófico – Unidade
Funcionários – BH
Caráter em formação. Como podemos conceituar o
caráter? Qualidade inerente a uma pessoa? Conjunto de
traços psicológicos? Modo de ser? Temperamento?
Índole?
E, quando dizemos formação do caráter, a que nos estamos
referindo? Podemos influir na formação do caráter de
alguém, de um aluno? Ou será que todos nascemos com o
caráter já definido, sendo, portanto, imutável?
Pensamos que não. Sabemos que podemos mudar, que nossos
alunos, nossos filhos, podem mudar, e encontramos na Pedagogia
Logosófica elementos inestimáveis para favorecer, para orientar essa
mudança. Entretanto, cabem aqui outras perguntas:
Temos o direito de interferir na formação do caráter de
uma criança, de um adolescente, ou isto significaria
moldar esse indivíduo? É possível favorecer uma
mudança positiva sem moldar, sem limitar?
E ainda: Na criança o caráter está em formação, mas... e no
adolescente?
Os estímulos e a formação do
caráterMayra de Castro Miranda Araújo*
36 37
Os primeiros estímulos que a criança recebe gravam-se em sua retina mental
com muita intensidade, porque sua mente é terra virgem e fértil. E, se esses
estímulos se repetem com freqüência, vão contribuindo para a formação do seu
caráter, influenciando toda a sua vida!
Num lindo esforço, ele identificou em si a
causa principal de tudo, uma causa interna.
Reconheceu ter o hábito de brincar
enquanto todos trabalhavam, de ser quase
sempre impontual, indiferente quanto ao
aprendizado, preocupando-se tão-somente
com o resultado final: a nota que seria
distribuída.
Chegados a esse ponto, pude ajudá-lo na
formulação de um plano de mudanças, cujo
modelo retirei de trabalhos análogos que eu
já fizera comigo mesma, orientada pela
Pedagogia Logosófica.
A técnica de mergulhar nos exige, sempre,
um conhecimento, seja em águas que nos
prometem ostras ou emoções, seja no
mundo interno próprio, onde estão as causas
do bem e do mal que fazemos com nossas
palavras, nossos gestos e ações.
Outro
ponto importante nesse afã pedagógico é o
de ensinar a pensar. Quem pensa não é
ingênuo. Quem possui mais conhecimentos
pensa melhor. É o caminho traçado pela
análise do vivido, pela reflexão sobre o
observado, pela solução dos porquês.
Mas, para ensinar isso, também temos que,
primeiro, aprender. É necessário o
conhecimento para que exercitemos nosso
pensar e ensinemos esse exercício, com
eficiência, aos menores.
E tudo começa com a distinção entre o ato
de pensar e os pensamentos como entidades
autônomas, como ensina a Logosofia, cuja
Raciocínios vigorosos e férteis.
pedagogia é pródiga no estímulo dado à
alma juvenil para a vivência consciente do
sentimento de camaradagem, do afeto
fraterno, da bondade verdadeira, que não se
confunde com o sentimentalismo ou com a
ingenuidade.
É uma pedagogia que leva em conta ser
"muito importante que o espírito de
colaboração presida constantemente o
ânimo do ser na juventude. Dulcificará,
assim, a existência daqueles que o rodeiam e
desfrutará, por sua vez, o bem que outros
possam oferecer-lhe; para tudo isso, bastará
tão-somente usar do sentimento de
fraternidade humana. Todo gesto generoso,
todo oferecimento de ajuda, ainda que nas
coisas mais simples, cultiva a simpatia e
desperta sadias reações de amizade e
sinceridade”.
Crianças e adolescentes necessitam sempre
de estímulos sadios e nobres, vindos de
quem já os tenha; necessitam de raciocínios
vigorosos e férteis sobre sua conduta,
vindos de quem já aprendeu a fazê-los.
Nos dias que correm, é cada vez mais
urgente orientá-los sobre as experiências
instrutivas das lutas diárias, sobre o modo de
conduzir-se e, principalmente, sobre a
importância que a edificação do futuro tem
para eles mesmos e para a sociedade.
Importância da edificação do futuro.
* Pedagoga UEMG / Assessora Educacional do Ensino Médio no Colégio Logosófico – Unidade
Funcionários – BH
Caráter em formação. Como podemos conceituar o
caráter? Qualidade inerente a uma pessoa? Conjunto de
traços psicológicos? Modo de ser? Temperamento?
Índole?
E, quando dizemos formação do caráter, a que nos estamos
referindo? Podemos influir na formação do caráter de
alguém, de um aluno? Ou será que todos nascemos com o
caráter já definido, sendo, portanto, imutável?
Pensamos que não. Sabemos que podemos mudar, que nossos
alunos, nossos filhos, podem mudar, e encontramos na Pedagogia
Logosófica elementos inestimáveis para favorecer, para orientar essa
mudança. Entretanto, cabem aqui outras perguntas:
Temos o direito de interferir na formação do caráter de
uma criança, de um adolescente, ou isto significaria
moldar esse indivíduo? É possível favorecer uma
mudança positiva sem moldar, sem limitar?
E ainda: Na criança o caráter está em formação, mas... e no
adolescente?
Os estímulos e a formação do
caráterMayra de Castro Miranda Araújo*
36 37
Os primeiros estímulos que a criança recebe gravam-se em sua retina mental
com muita intensidade, porque sua mente é terra virgem e fértil. E, se esses
estímulos se repetem com freqüência, vão contribuindo para a formação do seu
caráter, influenciando toda a sua vida!
Bens preciosos. Para responder a essas
perguntas, é preciso considerar a constituição
biopsicoespiritual do ser humano. No
momento de nascer, cada pessoa tem, latentes
em si mesma, impressas em sua herança
individual, as características conquistadas até
aquele instante, assim como as prerrogativas
inerentes ao seu grau de evolução. Essa
herança é como se fosse um grande arquivo
onde são guardados os bens espirituais,
conquistados nas diversas etapas de sua
existência.
A partir daí, esse potencial – com o qual todos
nascemos – será influenciado constantemente
pelos estímulos que recebe e, conforme seja
sua índole, positiva ou negativa , esse potencial
vai se enriquecendo ou desvanecendo. Podem-
se acrescentar valores ao grande arquivo,
multiplicá-los ou deixá-los como em sua
origem; podem-se ainda colocar nele apenas
entulhos ou – quem sabe? – usufruir os bens
preciosos que guarda.
Seria uma equação mais ou menos assim:
Cada termo dessa equação tem um valor
específico e único. Esta realidade pode ser
observada com clareza num lar com mais de
um filho: cada um tem sua herança, sua
modalidade, e, se somarmos a essas
características os mesmos estímulos, os resul-
tados serão diferentes! Podemos, ainda,
acompanhar situação diversa: crianças com
potenciais parecidos e que recebem estímulos
diferentes apresentam, posteriormente, resulta-
dos bem diferentes também.
Ser humano (educando) =
herança individual +
estímulos que recebe(no lar, na escola, nos relacionamentos e na vida em geral)
Analisando uma planta, constatamos que
todos os fatores podem influir no seu
crescimento; entretanto, nenhum deles pode
ir além das possibilidades impressas na
semente original, é um crescimento
condicionado às características da semente.
Não há como, por mais adequadas que sejam
as condições, fazer nascer uma laranjeira de
uma semente de maçã, por exemplo; mas
podemos, sim, favorecer o surgimento de
uma macieira linda e forte, ou deixar crescer
uma outra, anãzinha, fraca, que venha a dar
poucos frutos... Isso vai depender dos
elementos que envolverem o cuidado com a
planta.
Detendo nosso olhar na coluna correspon-
dente à criança e ao adolescente que estão
sob nossa responsabilidade, veremos,
analogamente, uma herança que deve ser
conhecida, respeitada, que determina certas
características e possibilidades. Não há como
exigir uma mudança que fuja à modalidade
expressa na herança de alguém, mas vemos
um campo de atuação rico e de suma
importância para a construção do futuro de
cada indivíduo, isto é, para esta planta em que
cada um se vai transformando ao longo de
muitas primaveras... No espírito humano há
ainda a possibilidade de se realizarem
transformações extraordinárias, capazes até
mesmo de dar nascimento a uma nova linha
genealógica.
As tendências negativas trazidas como
herança tanto podem ser corrigidas,
amenizadas, como podem arraigar-se. As
Região mental e sensível muito sutil.
positivas, por sua vez, podem solidificar-se, ser
superadas e enaltecidas ou, lamentavelmente,
podem também se perder.
Portanto, os estímulos que a criança e o
adolescente recebem são decisivos no
desenvolvimento de suas tendências. Esses
estímulos são importantes nas duas fases da
vida do ser humano e até mesmo em nós,
adultos; mas, na criança, os estímulos exercem
um fator especial, pois todas as coisas a
impressionam profundamente, de tal forma
que, segundo sejam os estímulos, assim serão
as reações que apresenta. Já no adolescente, no
jovem, no adulto, as coisas repercutem de
forma e intensidade diferentes.
A repercussão dos estímulos varia de acordo
com a idade e as características psicológicas do
indivíduo que está sob nossa influência; assim
como acontece com uma planta, a criança é
aquela mudinha bem delicada que pode
murchar com apenas uma breve exposição ao
sol forte, pois ela possui uma região mental e
outra sensível muito sutis. Veremos melhor essa realidade fazendo uma analogia entre o que acontece a uma
planta e a uma criança ou adolescente:
Em sua herança encontram-se impressas as características individuais, suas modalidades, possibilidades...
Influem no seu desenvolvimento:
ambiente do lar, da escola as orientações que recebeo que ouve e vêconceitos que vão formando seu caráteras más influências que recebeas repreensões e correçõesos limites que lhe são impostosetc.
Em sua semente encontram-se impressas as características individuais de sua espécie, suas possibilidades...
Na planta Na criança/No adolescente
Influem no seu crescimento:
solo onde é plantadaa luz que recebe
a água o aduboas pragasos controladores das pragasas podas etc.
38 39
Herança que deve ser conhecida e respeitada
Cada criança e cada
adolescente devem
receber estímulos
segundo sua
necessidade, sua
modalidade e
capacidade
Bens preciosos. Para responder a essas
perguntas, é preciso considerar a constituição
biopsicoespiritual do ser humano. No
momento de nascer, cada pessoa tem, latentes
em si mesma, impressas em sua herança
individual, as características conquistadas até
aquele instante, assim como as prerrogativas
inerentes ao seu grau de evolução. Essa
herança é como se fosse um grande arquivo
onde são guardados os bens espirituais,
conquistados nas diversas etapas de sua
existência.
A partir daí, esse potencial – com o qual todos
nascemos – será influenciado constantemente
pelos estímulos que recebe e, conforme seja
sua índole, positiva ou negativa , esse potencial
vai se enriquecendo ou desvanecendo. Podem-
se acrescentar valores ao grande arquivo,
multiplicá-los ou deixá-los como em sua
origem; podem-se ainda colocar nele apenas
entulhos ou – quem sabe? – usufruir os bens
preciosos que guarda.
Seria uma equação mais ou menos assim:
Cada termo dessa equação tem um valor
específico e único. Esta realidade pode ser
observada com clareza num lar com mais de
um filho: cada um tem sua herança, sua
modalidade, e, se somarmos a essas
características os mesmos estímulos, os resul-
tados serão diferentes! Podemos, ainda,
acompanhar situação diversa: crianças com
potenciais parecidos e que recebem estímulos
diferentes apresentam, posteriormente, resulta-
dos bem diferentes também.
Ser humano (educando) =
herança individual +
estímulos que recebe(no lar, na escola, nos relacionamentos e na vida em geral)
Analisando uma planta, constatamos que
todos os fatores podem influir no seu
crescimento; entretanto, nenhum deles pode
ir além das possibilidades impressas na
semente original, é um crescimento
condicionado às características da semente.
Não há como, por mais adequadas que sejam
as condições, fazer nascer uma laranjeira de
uma semente de maçã, por exemplo; mas
podemos, sim, favorecer o surgimento de
uma macieira linda e forte, ou deixar crescer
uma outra, anãzinha, fraca, que venha a dar
poucos frutos... Isso vai depender dos
elementos que envolverem o cuidado com a
planta.
Detendo nosso olhar na coluna correspon-
dente à criança e ao adolescente que estão
sob nossa responsabilidade, veremos,
analogamente, uma herança que deve ser
conhecida, respeitada, que determina certas
características e possibilidades. Não há como
exigir uma mudança que fuja à modalidade
expressa na herança de alguém, mas vemos
um campo de atuação rico e de suma
importância para a construção do futuro de
cada indivíduo, isto é, para esta planta em que
cada um se vai transformando ao longo de
muitas primaveras... No espírito humano há
ainda a possibilidade de se realizarem
transformações extraordinárias, capazes até
mesmo de dar nascimento a uma nova linha
genealógica.
As tendências negativas trazidas como
herança tanto podem ser corrigidas,
amenizadas, como podem arraigar-se. As
Região mental e sensível muito sutil.
positivas, por sua vez, podem solidificar-se, ser
superadas e enaltecidas ou, lamentavelmente,
podem também se perder.
Portanto, os estímulos que a criança e o
adolescente recebem são decisivos no
desenvolvimento de suas tendências. Esses
estímulos são importantes nas duas fases da
vida do ser humano e até mesmo em nós,
adultos; mas, na criança, os estímulos exercem
um fator especial, pois todas as coisas a
impressionam profundamente, de tal forma
que, segundo sejam os estímulos, assim serão
as reações que apresenta. Já no adolescente, no
jovem, no adulto, as coisas repercutem de
forma e intensidade diferentes.
A repercussão dos estímulos varia de acordo
com a idade e as características psicológicas do
indivíduo que está sob nossa influência; assim
como acontece com uma planta, a criança é
aquela mudinha bem delicada que pode
murchar com apenas uma breve exposição ao
sol forte, pois ela possui uma região mental e
outra sensível muito sutis. Veremos melhor essa realidade fazendo uma analogia entre o que acontece a uma
planta e a uma criança ou adolescente:
Em sua herança encontram-se impressas as características individuais, suas modalidades, possibilidades...
Influem no seu desenvolvimento:
ambiente do lar, da escola as orientações que recebeo que ouve e vêconceitos que vão formando seu caráteras más influências que recebeas repreensões e correçõesos limites que lhe são impostosetc.
Em sua semente encontram-se impressas as características individuais de sua espécie, suas possibilidades...
Na planta Na criança/No adolescente
Influem no seu crescimento:
solo onde é plantadaa luz que recebe
a água o aduboas pragasos controladores das pragasas podas etc.
38 39
Herança que deve ser conhecida e respeitada
Cada criança e cada
adolescente devem
receber estímulos
segundo sua
necessidade, sua
modalidade e
capacidade
Podemos tomar um outro exemplo: Que
diferença existe nas repercussões da falta d´água
numa mudinha e numa árvore já formada?
Certamente, uma diferença enorme!
Voltando-nos aos humanos: Representa o
mesmo para uma criança pequena ou para um ser
adulto assistir, por exemplo, a uma discussão
entre seus pais?
Os primeiros estímulos que a criança recebe
gravam-se em sua retina mental com muita inten-
sidade, porque sua mente é terra virgem e fértil. E,
se esses estímulos se repetem com freqüência, vão
contribuindo para a formação do seu caráter,
influenciando toda a sua vida!
Do acervo da Pedagogia
Logosófica, colhemos o seguinte:
“Desde o princípio até certa idade da vida – e
muitas vezes até o fim – sempre haverão de
predominar os primeiros estímulos, que se
prolongarão pela ação de outros estímulos
similares que o próprio caráter vai atraindo pela
força do hábito.”
Por esse motivo, a fase da infância é tão especial
para a vida. Deve merecer dos pais e educadores
uma atenção muito particular, o maior cuidado, o
maior zelo, a maior delicadeza no trato, a maior
dedicação, para que os primeiros anos se fixem
como fonte de inspiração para os anos que se
seguirão.
Que tipo de estímulos as crianças devem receber?
E os adolescentes? A Pedagogia Logosófica orienta
no sentido de que esses estímulos sejam sempre
naturais, positivos, nunca artificiais ou negativos.
Estímulos naturais.
Estímulos negativos.
Estímulos positivos.
Que exemplos de
estímulos negativos podemos citar?
Achar graça nas coisas erradas que a criança faz.
Fazer comentários depreciativos sobre pessoas a quem ela deve respeitar.
Ceder a seus caprichos.
Ameaçá-la ou atemorizá-la de diversas formas: Vou contar pro seu pai!; Desse jeito
você vai perder o ano; Vou levá-lo pra tomar injeção; Lá vem o guarda...; A professora é brava!...; Já, já, você vai para a Diretoria; Da próxima vez, você leva uma suspensão...
Poderíamos comparar esses recursos aos agrotóxicos: resolvem o problema na hora, mas deixam graves conseqüências!
Tratá-la com violência, seja com palavras, com o olhar ou mediante as imagens que lhe são oferecidas na escola ou no lar, na televisão...
Permitir que assista a cenas e filmes inadequados, que veiculam imagens terríveis do mal como sendo normais.
E que exemplos de
estímulos positivos podemos recordar?
Observar tudo de belo que existe à sua volta: a Natureza, as boas atuações de outras pessoas.
Estimular a busca de ideais.
Oferecer-lhe bons exemplos de toda ordem, como o entusiasmo e o gosto pelo trabalho, a alegria de viver e a boa disposição diante das lutas.
Estimular o saber olhar para dentro de si mesmo ao analisar o que vive.
1.
2. -
3.
4.
5.
6.
1.
2.
3.
4.
-
40 41
5.
6.
7
8
Relatar histórias de meninos que querem ser bons, falar de exemplos de benfeitores.
Fazer referências às coisas boas que desfrutamos e à gratidão que devemos cultivar por elas.
Analisar e valorizar os acertos.
Estudar situações observadas em outros seres, mas que podem ser vivenciadas por todos nós, estabelecendo em sua mente pensamentos já pensados.
Entretanto, será que esta classificação dos
estímulos – positivos e negativos – está
correta? As coisas acontecem sempre desta
forma? O estímulo positivo é sempre positivo?
E o negativo é sempre negativo? Existem
alguns que sempre são negativos ou positivos
em quaisquer circunstâncias, mas é certo que
cada criança, cada adolescente, deve receber
estímulos segundo sua necessidade, sua
modalidade e capacidade. Daí a importância de
que o adulto responsável sempre pense o que é
melhor em cada circunstância.
.
.
É preciso pensar nessas
delicadas e preciosas
plantinhas que são
nossas crianças, esses
seres que cada um
de nós tem sob sua
responsabilidade
Podemos tomar um outro exemplo: Que
diferença existe nas repercussões da falta d´água
numa mudinha e numa árvore já formada?
Certamente, uma diferença enorme!
Voltando-nos aos humanos: Representa o
mesmo para uma criança pequena ou para um ser
adulto assistir, por exemplo, a uma discussão
entre seus pais?
Os primeiros estímulos que a criança recebe
gravam-se em sua retina mental com muita inten-
sidade, porque sua mente é terra virgem e fértil. E,
se esses estímulos se repetem com freqüência, vão
contribuindo para a formação do seu caráter,
influenciando toda a sua vida!
Do acervo da Pedagogia
Logosófica, colhemos o seguinte:
“Desde o princípio até certa idade da vida – e
muitas vezes até o fim – sempre haverão de
predominar os primeiros estímulos, que se
prolongarão pela ação de outros estímulos
similares que o próprio caráter vai atraindo pela
força do hábito.”
Por esse motivo, a fase da infância é tão especial
para a vida. Deve merecer dos pais e educadores
uma atenção muito particular, o maior cuidado, o
maior zelo, a maior delicadeza no trato, a maior
dedicação, para que os primeiros anos se fixem
como fonte de inspiração para os anos que se
seguirão.
Que tipo de estímulos as crianças devem receber?
E os adolescentes? A Pedagogia Logosófica orienta
no sentido de que esses estímulos sejam sempre
naturais, positivos, nunca artificiais ou negativos.
Estímulos naturais.
Estímulos negativos.
Estímulos positivos.
Que exemplos de
estímulos negativos podemos citar?
Achar graça nas coisas erradas que a criança faz.
Fazer comentários depreciativos sobre pessoas a quem ela deve respeitar.
Ceder a seus caprichos.
Ameaçá-la ou atemorizá-la de diversas formas: Vou contar pro seu pai!; Desse jeito
você vai perder o ano; Vou levá-lo pra tomar injeção; Lá vem o guarda...; A professora é brava!...; Já, já, você vai para a Diretoria; Da próxima vez, você leva uma suspensão...
Poderíamos comparar esses recursos aos agrotóxicos: resolvem o problema na hora, mas deixam graves conseqüências!
Tratá-la com violência, seja com palavras, com o olhar ou mediante as imagens que lhe são oferecidas na escola ou no lar, na televisão...
Permitir que assista a cenas e filmes inadequados, que veiculam imagens terríveis do mal como sendo normais.
E que exemplos de
estímulos positivos podemos recordar?
Observar tudo de belo que existe à sua volta: a Natureza, as boas atuações de outras pessoas.
Estimular a busca de ideais.
Oferecer-lhe bons exemplos de toda ordem, como o entusiasmo e o gosto pelo trabalho, a alegria de viver e a boa disposição diante das lutas.
Estimular o saber olhar para dentro de si mesmo ao analisar o que vive.
1.
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Relatar histórias de meninos que querem ser bons, falar de exemplos de benfeitores.
Fazer referências às coisas boas que desfrutamos e à gratidão que devemos cultivar por elas.
Analisar e valorizar os acertos.
Estudar situações observadas em outros seres, mas que podem ser vivenciadas por todos nós, estabelecendo em sua mente pensamentos já pensados.
Entretanto, será que esta classificação dos
estímulos – positivos e negativos – está
correta? As coisas acontecem sempre desta
forma? O estímulo positivo é sempre positivo?
E o negativo é sempre negativo? Existem
alguns que sempre são negativos ou positivos
em quaisquer circunstâncias, mas é certo que
cada criança, cada adolescente, deve receber
estímulos segundo sua necessidade, sua
modalidade e capacidade. Daí a importância de
que o adulto responsável sempre pense o que é
melhor em cada circunstância.
.
.
É preciso pensar nessas
delicadas e preciosas
plantinhas que são
nossas crianças, esses
seres que cada um
de nós tem sob sua
responsabilidade
Entre as coisas capazes de
produzir um verdadeiro
encantamento em nós,
adultos, está o observar
uma criança abraçando sua
boneca com carinho,
ouvindo-a dizer coisas que
somente um coração de
mãe sabe expressar:
– Não chore, filhinha, a mamãe
está aqui e vai cuidar de você...
O que uma cena como
esta nos sugere?
O sublimeimaginação
nos primeiros
infância
encanto
anos da
Gizella Yamara de Oliveira Almeida*
da
42 43
Delicadas e preciosas plantinhas. Bem,
nossos educandos, sejam alunos ou filhos,
passam muitas horas em nossa companhia. E
quanto amor lhes dedicamos! O que temos feito
por eles? O que mais podemos fazer para ajudá-
los a enriquecer sua bagagem interna, para
contribuir mais na formação do seu caráter?
Voltando a uma das perguntas feitas no início
deste artigo: Podemos e devemos oferecer
muitos estímulos positivos ou isto seria moldar
os educandos segundo nossos critérios?
O que acontece a uma planta que não recebe
cuidados, cuja terra não é adubada, da qual não se
tiram as ervas daninhas, que vai crescendo sem
orientação ou estaca para sustentá-la?
Pensemos em nossos discentes: se não lhes
oferecermos os estímulos que julgamos
adequados, outros farão isto por nós, e os
resultados poderão ser muito diferentes daqueles
que, em princípio, idealizamos.
É preciso pensar nessas delicadas e preciosas
plantinhas que são nossas crianças, esses seres
que cada um de nós tem sob sua responsa-
bilidade. É preciso pegar a pá, o ancinho, o
rastelo, muito adubo, para desfrutarmos a ventu-
ra de observar, de participar dessa alquimia,
permitindo que cada educando transforme e
enriqueça sua herança individual, com estímulos
positivos e naturais, alcançando a tão almejada
felicidade!
Sejamos bons jardineiros!
* Pedagoga pela UEMG / Pós-graduada em Pedagogia Empresarial / Pós-graduada em Metodologia do Ensino Fundamental I pelo CEPEMG / Mestranda em educação tecnológica CEFET-MG / Vice-Diretora Pedagógica do
Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH
Em uma turma de alunos (adoles-centes de 15 e 16 anos), as profes-soras de Biologia e de Química desenvolveram um trabalho sobre as drogas no Brasil, que tinha entre seus objetivos o de oferecer estímu-los positivos diante da vida, evitando qualquer tipo de depen-dência química. Foram feitas pesquisas, debates, conversas e entrevistas, e até um seminário com a presença de uma delegada de entorpecentes, uma psicóloga e um professor de Ética e Cidadania. Elas relatam o seguinte:
Experimentando uma grande responsabilidade como professoras, no sentido de acercar elementos a nossos alunos, debruçamo-nos com muito carinho sobre o projeto As drogas no Brasil, com a consciência de que, muito, muito mais do que uma mera pesquisa e levantamento de dados, deveríamos trabalhar no sentido de que nossos alunos do 2º ano do Ensino Médio experimen-tassem dentro de si mesmos a força do conhecimento dos aspectos químicos e biológicos que envolvem o uso de drogas, e também de toda questão ética e social que elas envolvem.
Este foi nosso grande incentivo, inspiradas no ideal de fazer o bem, o verdadeiro bem a nossos alunos, pensando em cada qual como um ser humano que tem, em suas mãos, a possibilidade de construir um futuro muito feliz para suas vidas!
Entre as coisas capazes de
produzir um verdadeiro
encantamento em nós,
adultos, está o observar
uma criança abraçando sua
boneca com carinho,
ouvindo-a dizer coisas que
somente um coração de
mãe sabe expressar:
– Não chore, filhinha, a mamãe
está aqui e vai cuidar de você...
O que uma cena como
esta nos sugere?
O sublimeimaginação
nos primeiros
infância
encanto
anos da
Gizella Yamara de Oliveira Almeida*
da
42 43
Delicadas e preciosas plantinhas. Bem,
nossos educandos, sejam alunos ou filhos,
passam muitas horas em nossa companhia. E
quanto amor lhes dedicamos! O que temos feito
por eles? O que mais podemos fazer para ajudá-
los a enriquecer sua bagagem interna, para
contribuir mais na formação do seu caráter?
Voltando a uma das perguntas feitas no início
deste artigo: Podemos e devemos oferecer
muitos estímulos positivos ou isto seria moldar
os educandos segundo nossos critérios?
O que acontece a uma planta que não recebe
cuidados, cuja terra não é adubada, da qual não se
tiram as ervas daninhas, que vai crescendo sem
orientação ou estaca para sustentá-la?
Pensemos em nossos discentes: se não lhes
oferecermos os estímulos que julgamos
adequados, outros farão isto por nós, e os
resultados poderão ser muito diferentes daqueles
que, em princípio, idealizamos.
É preciso pensar nessas delicadas e preciosas
plantinhas que são nossas crianças, esses seres
que cada um de nós tem sob sua responsa-
bilidade. É preciso pegar a pá, o ancinho, o
rastelo, muito adubo, para desfrutarmos a ventu-
ra de observar, de participar dessa alquimia,
permitindo que cada educando transforme e
enriqueça sua herança individual, com estímulos
positivos e naturais, alcançando a tão almejada
felicidade!
Sejamos bons jardineiros!
* Pedagoga pela UEMG / Pós-graduada em Pedagogia Empresarial / Pós-graduada em Metodologia do Ensino Fundamental I pelo CEPEMG / Mestranda em educação tecnológica CEFET-MG / Vice-Diretora Pedagógica do
Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH
Em uma turma de alunos (adoles-centes de 15 e 16 anos), as profes-soras de Biologia e de Química desenvolveram um trabalho sobre as drogas no Brasil, que tinha entre seus objetivos o de oferecer estímu-los positivos diante da vida, evitando qualquer tipo de depen-dência química. Foram feitas pesquisas, debates, conversas e entrevistas, e até um seminário com a presença de uma delegada de entorpecentes, uma psicóloga e um professor de Ética e Cidadania. Elas relatam o seguinte:
Experimentando uma grande responsabilidade como professoras, no sentido de acercar elementos a nossos alunos, debruçamo-nos com muito carinho sobre o projeto As drogas no Brasil, com a consciência de que, muito, muito mais do que uma mera pesquisa e levantamento de dados, deveríamos trabalhar no sentido de que nossos alunos do 2º ano do Ensino Médio experimen-tassem dentro de si mesmos a força do conhecimento dos aspectos químicos e biológicos que envolvem o uso de drogas, e também de toda questão ética e social que elas envolvem.
Este foi nosso grande incentivo, inspiradas no ideal de fazer o bem, o verdadeiro bem a nossos alunos, pensando em cada qual como um ser humano que tem, em suas mãos, a possibilidade de construir um futuro muito feliz para suas vidas!
Lâmpada de Aladim. Há na criança, desde pequenina, notável capacidade de
registrar e reproduzir situações de sua vivência diária. Nos primeiros anos da
infância, algumas faculdades da inteligência se destacam, por sua prepon-
derância sobre as demais: a memória, a observação e a imaginação. Neste artigo,
abordaremos algo da forte influência que a faculdade de imaginar exerce nas
ações da criança.
Logosoficamente, imaginação significa imagens em ação. Imaginar é, pois, um
recurso precioso da mente humana, que não poucos estudiosos, escritores, pais
e educadores identificaram, louvaram, usaram – e usam – para se adequarem ao
gosto infantil.
Para a criança, a imaginação é sua lâmpada de Aladim, sua vara de condão ou seu
superpoder, que faz abrir as portas de um mundo onde tudo obedece ao menor
movimento de seus sentimentos, de sua vontade ou de seus caprichos. Ali tudo
pode acontecer. Com esse poder, a criança afasta-se habilmente da realidade,
protegendo-se de situações que sua incipiente razão ainda não pode discernir ou
compreender.
Poder que protege. Com que sublimes objetivos foi dotada a mente da
criança de condições tão favoráveis, tanto para afastar-se da realidade quanto
para reproduzir fragmentos dessa mesma realidade? Que segredos encerram tais
prerrogativas?
A Pedagogia Logosófica expressa que a imaginação tem, na infância, uma
função protetora. Essa função permite que a criança vá, paulatinamente, se
adaptando ao mundo, desde o seu nascimento até o momento em que os
primeiros movimentos de seu entendimento e de sua razão – com o auxílio dos
conhecimentos que vai adquirindo – possam dar à sua mente incipiente
condições para compreender o mundo e as coisas que a rodeiam.
O conhecimento da configuração da mente
infantil permite aos adultos, sejam pais ou
professores, selecionar as imagens a serem
oferecidas à criança e, mais ainda, respeitar o seu
pequeno mundo particular
Tal realidade deve inspirar, no adulto que a acompanha, o respeito que merece
tudo aquilo que Deus criou e estabeleceu como sendo o processo natural de um
crescimento sadio. Interferências nesse processo, introduzindo imagens
contrárias à pureza de tudo que povoa o mundo infantil, podem desvirtuar o
poder que, em princípio, protege e ampara a criança em todos os momentos de
sua vida.
É comum ver as crianças se relacionando com um
amiguinho imaginário ou expressando em brincadeiras o reflexo de uma
situação de sua vida real. É que ela usa a sua imaginação para suprir a falta de
seres e de coisas reais. Desconhecendo essa realidade, corre-se o risco de
estimular em excesso esse recurso da mente infantil, invalidando sua função
primordial nesta etapa da vida: adaptar a criança ao mundo real, tornando
menos brusco o contato de sua delicada psicologia com a realidade na qual deve
viver.
Com o passar dos anos, a criança amplia suas possibilidades físicas e mentais; o
adulto pode ajudá-la nesse crescimento psicológico, estimulando-a cons-
tantemente a que observe, reflita, pense, aumentando assim suas energias,
criando recursos para defender-se do mal e sendo capaz de fazer o bem aos
demais.
O conhecimento da configuração da mente infantil permite aos adultos, sejam
pais ou professores, selecionar as imagens a serem oferecidas à criança e, mais
ainda, respeitar o seu pequeno mundo particular, não introduzindo nele
elementos estranhos à sua vida cotidiana, natural, sem artifícios.
O acompanhamento amoroso e atento dessa ação educativa permite que, no
decorrer dos anos da infância e da adolescência, vá surgindo o indivíduo capaz
de pensar por si mesmo, e de criar, com base em elementos reais, as condições
de uma vida equilibrada, tendo todo o seu potencial mental e sensível apto para
torná-lo um ser humano útil à sociedade e ao mundo.
Pensar por si mesmo.
* Pedagoga pela FUMEC BH /Especialista em Psicopedagogia UEMG / Diretora do Colégio Logosófico – Unidade Uberlândia
44 45
Lâmpada de Aladim. Há na criança, desde pequenina, notável capacidade de
registrar e reproduzir situações de sua vivência diária. Nos primeiros anos da
infância, algumas faculdades da inteligência se destacam, por sua prepon-
derância sobre as demais: a memória, a observação e a imaginação. Neste artigo,
abordaremos algo da forte influência que a faculdade de imaginar exerce nas
ações da criança.
Logosoficamente, imaginação significa imagens em ação. Imaginar é, pois, um
recurso precioso da mente humana, que não poucos estudiosos, escritores, pais
e educadores identificaram, louvaram, usaram – e usam – para se adequarem ao
gosto infantil.
Para a criança, a imaginação é sua lâmpada de Aladim, sua vara de condão ou seu
superpoder, que faz abrir as portas de um mundo onde tudo obedece ao menor
movimento de seus sentimentos, de sua vontade ou de seus caprichos. Ali tudo
pode acontecer. Com esse poder, a criança afasta-se habilmente da realidade,
protegendo-se de situações que sua incipiente razão ainda não pode discernir ou
compreender.
Poder que protege. Com que sublimes objetivos foi dotada a mente da
criança de condições tão favoráveis, tanto para afastar-se da realidade quanto
para reproduzir fragmentos dessa mesma realidade? Que segredos encerram tais
prerrogativas?
A Pedagogia Logosófica expressa que a imaginação tem, na infância, uma
função protetora. Essa função permite que a criança vá, paulatinamente, se
adaptando ao mundo, desde o seu nascimento até o momento em que os
primeiros movimentos de seu entendimento e de sua razão – com o auxílio dos
conhecimentos que vai adquirindo – possam dar à sua mente incipiente
condições para compreender o mundo e as coisas que a rodeiam.
O conhecimento da configuração da mente
infantil permite aos adultos, sejam pais ou
professores, selecionar as imagens a serem
oferecidas à criança e, mais ainda, respeitar o seu
pequeno mundo particular
Tal realidade deve inspirar, no adulto que a acompanha, o respeito que merece
tudo aquilo que Deus criou e estabeleceu como sendo o processo natural de um
crescimento sadio. Interferências nesse processo, introduzindo imagens
contrárias à pureza de tudo que povoa o mundo infantil, podem desvirtuar o
poder que, em princípio, protege e ampara a criança em todos os momentos de
sua vida.
É comum ver as crianças se relacionando com um
amiguinho imaginário ou expressando em brincadeiras o reflexo de uma
situação de sua vida real. É que ela usa a sua imaginação para suprir a falta de
seres e de coisas reais. Desconhecendo essa realidade, corre-se o risco de
estimular em excesso esse recurso da mente infantil, invalidando sua função
primordial nesta etapa da vida: adaptar a criança ao mundo real, tornando
menos brusco o contato de sua delicada psicologia com a realidade na qual deve
viver.
Com o passar dos anos, a criança amplia suas possibilidades físicas e mentais; o
adulto pode ajudá-la nesse crescimento psicológico, estimulando-a cons-
tantemente a que observe, reflita, pense, aumentando assim suas energias,
criando recursos para defender-se do mal e sendo capaz de fazer o bem aos
demais.
O conhecimento da configuração da mente infantil permite aos adultos, sejam
pais ou professores, selecionar as imagens a serem oferecidas à criança e, mais
ainda, respeitar o seu pequeno mundo particular, não introduzindo nele
elementos estranhos à sua vida cotidiana, natural, sem artifícios.
O acompanhamento amoroso e atento dessa ação educativa permite que, no
decorrer dos anos da infância e da adolescência, vá surgindo o indivíduo capaz
de pensar por si mesmo, e de criar, com base em elementos reais, as condições
de uma vida equilibrada, tendo todo o seu potencial mental e sensível apto para
torná-lo um ser humano útil à sociedade e ao mundo.
Pensar por si mesmo.
* Pedagoga pela FUMEC BH /Especialista em Psicopedagogia UEMG / Diretora do Colégio Logosófico – Unidade Uberlândia
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Os pensamentos,e a pensar
da consciênciaMarinelva Bonassi Machado*
formaçãoocontra os ditadores da casa mental. Era uma
luta interna, invisível aos olhos físicos. Chico
era um menino muito valente! (...) Sua pequena
mente já possuía grandes virtudes... (...) Quem
iria vencer a luta?(...) Mais um tempo e...
Chico abriu a porta. (...) Quanta alegria tinha
em seus olhos! Chico tinha vencido!
Ao identificar
um pensamento na própria mente, a criança,
como o adulto, tem a prerrogativa de ser
dona de seus atos, podendo autorizar ou não a
atuação do pensamento identificado. Este
conhecimento favorece o aumento dos
acertos, aumentando, também, a confiança
de cada um em si mesmo. Podemos dizer que
é um poder que confere a seu possuidor a
possibilidade de conquistar a verdadeira
liberdade, a liberdade interna! A Logosofia
ensina que o segredo da paz está nos
pensamentos. Mudando os pensamentos,
podemos mudar a vida.
O cultivo da inteligência.
Ensinar a criança a perceber os movimentos
e atuações de um pensamento em sua vida ou
na vida do outro, a conhecer a natureza dos
pensamentos e identificá-los, é colaborar no
processo de conhecimento de si mesmo e na
formação da consciência individual.
Durante a infância, contrariamente ao que
algumas pessoas podem pensar, ou seja, que a
mente ainda é inapta para compreender
certas manifestações da vida adulta, a mente
pode captar e compreender, sem maior
esforço, muitas dessas manifestações, pois o
próprio espírito da criança facilita isso.
O princípio consciente, para a Logosofia,
inicia-se na vida da criança quando esta
começa a discriminar os pensamentos do ato
de pensar, quando começa a não se deixar
manejar por pensamentos alheios, como
vivencia o personagem Chico, do livro infantil
de Zolet (p.6 – 12, 2003), nestes trechos da
história Chico - o valente:
Quando chegou em casa estava já sem forças
para lutar contra os pensamentos que queriam
mandar o Chico fazer coisas feias... Um deles
era o pensamento ditador, inimigo das
crianças. (...) Ele mandava o Chico pedir tudo
com o grito, chorando, mandando fazer as
coisas que queria, sem respeito, sem afeto e
suavidade. (...) Chico lutou feito Hércules
O pensar é uma faculdade da inteligência que
precisa ser cultivada, o mesmo acontecendo com as
faculdades de raciocinar, julgar, intuir, entender,
observar, imaginar, recordar, predizer, etc
46 47
Mente apta. Mas como tratar com a criança sobre
algo aparentemente tão complexo quanto o
pensamento?
A Logosofia afirma que o universo dos pensamentos,
como parte que é do mundo mental, é tão real quanto
a própria realidade física. Os pensamentos são
entidades autônomas, têm vida própria, migram de
uma mente para outra e podem ser vistos. Podem ser
vistos pelos olhos do entendimento, como o
pensamento de timidez ou de entusiasmo que se
desenha na fisionomia, nas atitudes ou na conduta
dos seres em diferentes situações cotidianas.
A Pedagogia Logosófica
permite que a criança,
desde cedo, aprenda a
conhecer os pensamentos
que existem em sua mente,
identificando-os em suas
ações.
Possibilita, ainda, diferençar
os próprios dos alheios,
os positivos e de índole
superior dos negativos,
de índole inferior
Os pensamentos,e a pensar
da consciênciaMarinelva Bonassi Machado*
formaçãoocontra os ditadores da casa mental. Era uma
luta interna, invisível aos olhos físicos. Chico
era um menino muito valente! (...) Sua pequena
mente já possuía grandes virtudes... (...) Quem
iria vencer a luta?(...) Mais um tempo e...
Chico abriu a porta. (...) Quanta alegria tinha
em seus olhos! Chico tinha vencido!
Ao identificar
um pensamento na própria mente, a criança,
como o adulto, tem a prerrogativa de ser
dona de seus atos, podendo autorizar ou não a
atuação do pensamento identificado. Este
conhecimento favorece o aumento dos
acertos, aumentando, também, a confiança
de cada um em si mesmo. Podemos dizer que
é um poder que confere a seu possuidor a
possibilidade de conquistar a verdadeira
liberdade, a liberdade interna! A Logosofia
ensina que o segredo da paz está nos
pensamentos. Mudando os pensamentos,
podemos mudar a vida.
O cultivo da inteligência.
Ensinar a criança a perceber os movimentos
e atuações de um pensamento em sua vida ou
na vida do outro, a conhecer a natureza dos
pensamentos e identificá-los, é colaborar no
processo de conhecimento de si mesmo e na
formação da consciência individual.
Durante a infância, contrariamente ao que
algumas pessoas podem pensar, ou seja, que a
mente ainda é inapta para compreender
certas manifestações da vida adulta, a mente
pode captar e compreender, sem maior
esforço, muitas dessas manifestações, pois o
próprio espírito da criança facilita isso.
O princípio consciente, para a Logosofia,
inicia-se na vida da criança quando esta
começa a discriminar os pensamentos do ato
de pensar, quando começa a não se deixar
manejar por pensamentos alheios, como
vivencia o personagem Chico, do livro infantil
de Zolet (p.6 – 12, 2003), nestes trechos da
história Chico - o valente:
Quando chegou em casa estava já sem forças
para lutar contra os pensamentos que queriam
mandar o Chico fazer coisas feias... Um deles
era o pensamento ditador, inimigo das
crianças. (...) Ele mandava o Chico pedir tudo
com o grito, chorando, mandando fazer as
coisas que queria, sem respeito, sem afeto e
suavidade. (...) Chico lutou feito Hércules
O pensar é uma faculdade da inteligência que
precisa ser cultivada, o mesmo acontecendo com as
faculdades de raciocinar, julgar, intuir, entender,
observar, imaginar, recordar, predizer, etc
46 47
Mente apta. Mas como tratar com a criança sobre
algo aparentemente tão complexo quanto o
pensamento?
A Logosofia afirma que o universo dos pensamentos,
como parte que é do mundo mental, é tão real quanto
a própria realidade física. Os pensamentos são
entidades autônomas, têm vida própria, migram de
uma mente para outra e podem ser vistos. Podem ser
vistos pelos olhos do entendimento, como o
pensamento de timidez ou de entusiasmo que se
desenha na fisionomia, nas atitudes ou na conduta
dos seres em diferentes situações cotidianas.
A Pedagogia Logosófica
permite que a criança,
desde cedo, aprenda a
conhecer os pensamentos
que existem em sua mente,
identificando-os em suas
ações.
Possibilita, ainda, diferençar
os próprios dos alheios,
os positivos e de índole
superior dos negativos,
de índole inferior
* Pedagoga / Especialista em Fundamentos Educacionais / Mestre em Ciências da Saúde
Humana / Coordenadora Pedagógica do Colégio
Logosófico – Unidade Chapecó
Os pressupostos da Pedagogia
Logosófica exigem um olhar atento,
sensível e compreensivo à formação
e ao desenvolvimento do ser
humano como um todo, ou seja,
sobre sua conformação biopsico-
espiritual. Uma pessoa vista de
forma indivisível, que possui corpo,
instinto, mente, sensibilidade,
espírito... Um indivíduo cultural e
social, que pode desenvolver sua
própria individualidade; um ser com
identidade, um cidadão participativo
que procura melhorar o lugar onde
vive e colabora efetivamente com a
humanidade, começando por sua
parcela mais próxima: ele mesmo!
Conversamos com a criança sobre a importância de
ser grato; dissemos-lhe que a ingratidão pode deixar
os seres indiferentes, amargurados, sem amigos... Que
a gratidão faz com que a pessoa se sinta ainda mais
humana, mais próxima de Deus, mais feliz... É o bem
que responde ao bem recebido. Que, diante daquela
atitude com o colega, teria de fazer algo, porque ele
ficara triste e chateado. Depois da conversa, a criança
fez um desenho; observei que se empenhava, inserindo
muitas cores. Terminou, dobrou a folha, nos
abraçamos, e ela retornou para a sala de aula. Na
tarde seguinte, vi que me esperava sorridente e
saltitante, na entrada da escola, e foi logo dizendo:
– Ó, eu fiz para o Fulano! É uma surpresa pro meu
colega Fulano, mas eu quero mostrar pra você antes.
Abri o envelope, feito de papel de presente –
provavelmente por ela própria –, era o desenho do dia
anterior, e, junto dele, a dobradura de um coração.
– Foi minha mãe que me ensinou!, disse, referindo-se
à dobradura.
Abaixei-me, olhamo-nos nos olhos por um instante e,
felizes, nos cumprimentamos, brincando com as mãos.
Estavam ali representados o exemplo de um esforço de
redenção de si mesmo, um gesto de gratidão da
criança pela atitude de amor ao ser corrigida, e a
minha alegria pela oportunidade de estar vivendo
aquele momento e ter podido colaborar comigo
mesma e com aquele espírito em evolução.
De um conjunto de anotações feitas por uma
docente do Colégio Logosófico, retiramos o registro
da vivência, transcrita a seguir, que descreve como
foi realizada a correção da conduta de uma criança de
5 anos. Segundo sua professora, a pequena havia
desprezado e jogado ao chão um presente que
ganhara de um colega:
As ilustrações deste artigo são de autoria de Marlowa P. Marin e foram extraídas do livro Chico - o valente, de Jaqueline Miotto Zolet.
Conversamos sobre a importância de ser grato, dissemos que a
ingratidão pode deixar os seres indiferentes, amargurados, sem
amigos... Que a gratidão faz com que a pessoa se sinta ainda mais
humana, mais próxima de Deus, mais feliz...
49
Identificar a atuação de um pensamento é
algo diferente quando comparado ao
movimento de pensar, porque este último
pressupõe um processo mental, a ação de
criar. Favorecer o ato de pensar na criança é
um dos itens preponderantes na aplicação da
Pedagogia Logosófica. Seu autor orienta para
que se aprenda a pensar em momentos de
alegria, de bem-estar, de otimismo e
entusiasmo, não em momentos de tristeza e
pessimismo, para que a faculdade de pensar
cumpra seu verdadeiro objetivo: abrir
possibilidades ao entendimento com a
atração de pensamentos úteis, assim como
com a criação de novos pensamentos.
O pensar é uma faculdade da inteligência
que precisa ser cultivada, o mesmo
acontecendo com as faculdades de racio-
cinar, julgar, intuir, entender, observar,
imaginar, recordar, predizer, etc. Daí a
importância de uma educação que promova
o desenvolvimento harmônico das facul-
dades mentais da criança e do adolescente,
não privilegiando determinadas faculdades –
como as de memorizar e imaginar, por
exemplo – , em detrimento de outras.
Unido a isso, a Pedagogia
Logosófica também oferece elementos
imponderáveis para que possamos estimular
no educando o desenvolvimento das
faculdades do sistema sensível – sentir, querer,
consentir, sofrer e amar –, desper-tando e
ativando a sensibilidade da criança e do
adolescente.
Com o propósito de buscar o equilíbrio entre
a cabeça e o coração, ou seja, entre a mente e a
sensibilidade, o docente logosófico insere, em
diferentes situações de aprendizagem,
imagens mentais, analogias, perguntas e
reperguntas, relatos de histórias de vida,
contos e outros recursos pedagógicos, tudo o
que constitui ações que permitem ao educan-
do ampliar o seu mundo, o mundo interior em
sua realidade psicológica e espiritual.
Olhar atento.
* Pedagoga / Especialista em Fundamentos Educacionais / Mestre em Ciências da Saúde
Humana / Coordenadora Pedagógica do Colégio
Logosófico – Unidade Chapecó
Os pressupostos da Pedagogia
Logosófica exigem um olhar atento,
sensível e compreensivo à formação
e ao desenvolvimento do ser
humano como um todo, ou seja,
sobre sua conformação biopsico-
espiritual. Uma pessoa vista de
forma indivisível, que possui corpo,
instinto, mente, sensibilidade,
espírito... Um indivíduo cultural e
social, que pode desenvolver sua
própria individualidade; um ser com
identidade, um cidadão participativo
que procura melhorar o lugar onde
vive e colabora efetivamente com a
humanidade, começando por sua
parcela mais próxima: ele mesmo!
Conversamos com a criança sobre a importância de
ser grato; dissemos-lhe que a ingratidão pode deixar
os seres indiferentes, amargurados, sem amigos... Que
a gratidão faz com que a pessoa se sinta ainda mais
humana, mais próxima de Deus, mais feliz... É o bem
que responde ao bem recebido. Que, diante daquela
atitude com o colega, teria de fazer algo, porque ele
ficara triste e chateado. Depois da conversa, a criança
fez um desenho; observei que se empenhava, inserindo
muitas cores. Terminou, dobrou a folha, nos
abraçamos, e ela retornou para a sala de aula. Na
tarde seguinte, vi que me esperava sorridente e
saltitante, na entrada da escola, e foi logo dizendo:
– Ó, eu fiz para o Fulano! É uma surpresa pro meu
colega Fulano, mas eu quero mostrar pra você antes.
Abri o envelope, feito de papel de presente –
provavelmente por ela própria –, era o desenho do dia
anterior, e, junto dele, a dobradura de um coração.
– Foi minha mãe que me ensinou!, disse, referindo-se
à dobradura.
Abaixei-me, olhamo-nos nos olhos por um instante e,
felizes, nos cumprimentamos, brincando com as mãos.
Estavam ali representados o exemplo de um esforço de
redenção de si mesmo, um gesto de gratidão da
criança pela atitude de amor ao ser corrigida, e a
minha alegria pela oportunidade de estar vivendo
aquele momento e ter podido colaborar comigo
mesma e com aquele espírito em evolução.
De um conjunto de anotações feitas por uma
docente do Colégio Logosófico, retiramos o registro
da vivência, transcrita a seguir, que descreve como
foi realizada a correção da conduta de uma criança de
5 anos. Segundo sua professora, a pequena havia
desprezado e jogado ao chão um presente que
ganhara de um colega:
As ilustrações deste artigo são de autoria de Marlowa P. Marin e foram extraídas do livro Chico - o valente, de Jaqueline Miotto Zolet.
Conversamos sobre a importância de ser grato, dissemos que a
ingratidão pode deixar os seres indiferentes, amargurados, sem
amigos... Que a gratidão faz com que a pessoa se sinta ainda mais
humana, mais próxima de Deus, mais feliz...
49
Identificar a atuação de um pensamento é
algo diferente quando comparado ao
movimento de pensar, porque este último
pressupõe um processo mental, a ação de
criar. Favorecer o ato de pensar na criança é
um dos itens preponderantes na aplicação da
Pedagogia Logosófica. Seu autor orienta para
que se aprenda a pensar em momentos de
alegria, de bem-estar, de otimismo e
entusiasmo, não em momentos de tristeza e
pessimismo, para que a faculdade de pensar
cumpra seu verdadeiro objetivo: abrir
possibilidades ao entendimento com a
atração de pensamentos úteis, assim como
com a criação de novos pensamentos.
O pensar é uma faculdade da inteligência
que precisa ser cultivada, o mesmo
acontecendo com as faculdades de racio-
cinar, julgar, intuir, entender, observar,
imaginar, recordar, predizer, etc. Daí a
importância de uma educação que promova
o desenvolvimento harmônico das facul-
dades mentais da criança e do adolescente,
não privilegiando determinadas faculdades –
como as de memorizar e imaginar, por
exemplo – , em detrimento de outras.
Unido a isso, a Pedagogia
Logosófica também oferece elementos
imponderáveis para que possamos estimular
no educando o desenvolvimento das
faculdades do sistema sensível – sentir, querer,
consentir, sofrer e amar –, desper-tando e
ativando a sensibilidade da criança e do
adolescente.
Com o propósito de buscar o equilíbrio entre
a cabeça e o coração, ou seja, entre a mente e a
sensibilidade, o docente logosófico insere, em
diferentes situações de aprendizagem,
imagens mentais, analogias, perguntas e
reperguntas, relatos de histórias de vida,
contos e outros recursos pedagógicos, tudo o
que constitui ações que permitem ao educan-
do ampliar o seu mundo, o mundo interior em
sua realidade psicológica e espiritual.
Olhar atento.
25
Educar, cuidar, informar e repassar legados culturais e sociais é tarefa da
sociedade e das instituições que esta mesma sociedade autoriza a fazê-lo.
No caso, a escola é uma das autorizadas a cumprir esta nobre missão. Nela
destacam-se dois personagens principais: o aluno e o professor, com fun-
ções definidas, ações determinadas e resultados esperados
A formação do
professorMarise Nancy Alencar*
Em toda parte do mundo tem-se falado da
importância de se formar o professor. É
como se, resolvido o problema da formação
do profissional da educação, estivessem
resolvidos todos os demais problemas. Há
um pouco de engano nisso!
Os sinais que aparecem ano a ano nos levam
a entender que a escola de um futuro
próximo será cada vez mais um espaço de
convivência e troca de saberes; será uma
escola das relações, lugar onde o aluno e o
professor se sentirão estimulados a
permanecer e a estender aos demais aquilo
que forem capazes de realizar.
*Pedagoga pela UEMG/Especialista em Alfabetização e Educação Infantil CEPEMG/Especialista em Docência do
Ensino Superior UCAM-RJ/ Mestranda em Educação Tecnológica CEFET-MG / Coordenadora Pedagógica do
Curso Infantil do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários
50 51
25
Educar, cuidar, informar e repassar legados culturais e sociais é tarefa da
sociedade e das instituições que esta mesma sociedade autoriza a fazê-lo.
No caso, a escola é uma das autorizadas a cumprir esta nobre missão. Nela
destacam-se dois personagens principais: o aluno e o professor, com fun-
ções definidas, ações determinadas e resultados esperados
A formação do
professorMarise Nancy Alencar*
Em toda parte do mundo tem-se falado da
importância de se formar o professor. É
como se, resolvido o problema da formação
do profissional da educação, estivessem
resolvidos todos os demais problemas. Há
um pouco de engano nisso!
Os sinais que aparecem ano a ano nos levam
a entender que a escola de um futuro
próximo será cada vez mais um espaço de
convivência e troca de saberes; será uma
escola das relações, lugar onde o aluno e o
professor se sentirão estimulados a
permanecer e a estender aos demais aquilo
que forem capazes de realizar.
*Pedagoga pela UEMG/Especialista em Alfabetização e Educação Infantil CEPEMG/Especialista em Docência do
Ensino Superior UCAM-RJ/ Mestranda em Educação Tecnológica CEFET-MG / Coordenadora Pedagógica do
Curso Infantil do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários
50 51
Perguntas como estas muitas vezes
fazem parte do repertório dos educadores que
já tiveram algum contato com docentes que
aplicam esta Pedagogia ou que visitaram uma
das unidades educacionais do Sistema
Logosófico de Educação, ou que conhece-
ram algum dos seus alunos ou ex-alunos. E
sempre surgem depois da participação em
cursos sobre esta forma de conceber a
educação, no contato com o acervo
pedagógico encontrado em livros, revistas e
demais publicações da Fundação Logosófica.
E são perguntas cada vez mais freqüentes, e
insistentes, porque não é fácil expressar ou
explicar, num ato meramente discursivo, o que
é e o que pode o educador realizar com o
auxílio da Pedagogia Logosófica. Penetrar em
seus segredos implica penetrar na própria
vida, na vida própria. É necessário sentir; é de
todo necessário experimentar.
Não sendo isso possível, ficam as muitas
evidências que a boa observação consegue
captar, ao perceber, por exemplo, na
fisionomia do educando, o encantamento
de quem é feliz por estar se descobrindo
como um ser humano cada vez melhor –
melhor para si mesmo, melhor para a
humanidade da qual faz parte!
são os
conceitos originais apresentados pela
Logosofia, como o de vida, de liberdade, de
defesas mentais e de pensamentos, de Deus
e de Leis Universais, de conhecimento de si
mesmo, entre tantos outros. A tudo isso e a
tudo o mais que signifique um saber
adquirido, se alia o aporte precioso que a
sensibilidade humana oferece.
O trabalho, pois, baseia-se em duas forças: o
conhecimento e o afeto, considerado este
como a expressão mais elevada e consciente
do amor. Aquele que se propõe aplicar as
diretrizes desta Pedagogia sente-se
constantemente estimulado ao cultivo de
valores internos e à prática do bem.
A base do trabalho pedagógico
Uma
palavrafinal
Francisco Liberato Póvoa Filho*
Afinal, o que é mesmo a
Pedagogia Logosófica?
É realmente uma nova
forma de educar? O que ela
se propõe? Em que se
baseia? Que resultados já
pode apresentar ao mundo?
“A Pedagogia Logosófica
é a pedagogia do bem-dizer,
do bem-pensar, a pedagogia
da felicidade, porque,
ao mesmo tempo
que ensina, faz feliz”
Os que se acham envolvidos neste trabalho são conscientes de que se
encontram ainda realizando as primeiras
investigações e experiências sobre uma concepção cujas vastas
projeções vão muito além do já realizado pela atual geração de educadores
25
52 53
oferecer múltiplas oportunidades para o
desenvolvimento das faculdades da inteligência;
ensinar o ser humano a compreender, amar e
respeitar o Autor da Criação e a descobrir sua
Vontade através de suas Leis;
favorecer a realização, pelo educando, do
conhecimento de si mesmo, do mundo mental
que o rodeia e que permeia seu ser, e tudo
quanto existe;
despertar no educando a vontade de ser
melhor, de buscar o aperfeiçoamento de si
mesmo como tarefa primordial da vida;
fomentar atividades úteis e o nascimento de
pensamentos construtivos;
possibilitar ao educando a formação do
conceito da própria responsabilidade como ser
inteligente e dono de uma vida que deve
dignificar com o exemplo;
preparar o ser humano para as altas funções
da vida superior, cujo conhecimento e domínio
profundo a Logosofia ensina a realizar;
desenvolver no ser humano o domínio
profundo das funções de estudar, de aprender,
de ensinar, de pensar e de realizar, que resultará
em aptidões individuais de incalculável
significado para o futuro pedagógico na
educação da humanidade.
Entre os objetivos da Pedagogia Logosó-
fica, adequados, naturalmente, à capacida-
de de cada faixa etária, podemos, na forma
breve que se espera de uma revista, men-
cionar os seguintes:
Perguntas como estas muitas vezes
fazem parte do repertório dos educadores que
já tiveram algum contato com docentes que
aplicam esta Pedagogia ou que visitaram uma
das unidades educacionais do Sistema
Logosófico de Educação, ou que conhece-
ram algum dos seus alunos ou ex-alunos. E
sempre surgem depois da participação em
cursos sobre esta forma de conceber a
educação, no contato com o acervo
pedagógico encontrado em livros, revistas e
demais publicações da Fundação Logosófica.
E são perguntas cada vez mais freqüentes, e
insistentes, porque não é fácil expressar ou
explicar, num ato meramente discursivo, o que
é e o que pode o educador realizar com o
auxílio da Pedagogia Logosófica. Penetrar em
seus segredos implica penetrar na própria
vida, na vida própria. É necessário sentir; é de
todo necessário experimentar.
Não sendo isso possível, ficam as muitas
evidências que a boa observação consegue
captar, ao perceber, por exemplo, na
fisionomia do educando, o encantamento
de quem é feliz por estar se descobrindo
como um ser humano cada vez melhor –
melhor para si mesmo, melhor para a
humanidade da qual faz parte!
são os
conceitos originais apresentados pela
Logosofia, como o de vida, de liberdade, de
defesas mentais e de pensamentos, de Deus
e de Leis Universais, de conhecimento de si
mesmo, entre tantos outros. A tudo isso e a
tudo o mais que signifique um saber
adquirido, se alia o aporte precioso que a
sensibilidade humana oferece.
O trabalho, pois, baseia-se em duas forças: o
conhecimento e o afeto, considerado este
como a expressão mais elevada e consciente
do amor. Aquele que se propõe aplicar as
diretrizes desta Pedagogia sente-se
constantemente estimulado ao cultivo de
valores internos e à prática do bem.
A base do trabalho pedagógico
Uma
palavrafinal
Francisco Liberato Póvoa Filho*
Afinal, o que é mesmo a
Pedagogia Logosófica?
É realmente uma nova
forma de educar? O que ela
se propõe? Em que se
baseia? Que resultados já
pode apresentar ao mundo?
“A Pedagogia Logosófica
é a pedagogia do bem-dizer,
do bem-pensar, a pedagogia
da felicidade, porque,
ao mesmo tempo
que ensina, faz feliz”
Os que se acham envolvidos neste trabalho são conscientes de que se
encontram ainda realizando as primeiras
investigações e experiências sobre uma concepção cujas vastas
projeções vão muito além do já realizado pela atual geração de educadores
25
52 53
oferecer múltiplas oportunidades para o
desenvolvimento das faculdades da inteligência;
ensinar o ser humano a compreender, amar e
respeitar o Autor da Criação e a descobrir sua
Vontade através de suas Leis;
favorecer a realização, pelo educando, do
conhecimento de si mesmo, do mundo mental
que o rodeia e que permeia seu ser, e tudo
quanto existe;
despertar no educando a vontade de ser
melhor, de buscar o aperfeiçoamento de si
mesmo como tarefa primordial da vida;
fomentar atividades úteis e o nascimento de
pensamentos construtivos;
possibilitar ao educando a formação do
conceito da própria responsabilidade como ser
inteligente e dono de uma vida que deve
dignificar com o exemplo;
preparar o ser humano para as altas funções
da vida superior, cujo conhecimento e domínio
profundo a Logosofia ensina a realizar;
desenvolver no ser humano o domínio
profundo das funções de estudar, de aprender,
de ensinar, de pensar e de realizar, que resultará
em aptidões individuais de incalculável
significado para o futuro pedagógico na
educação da humanidade.
Entre os objetivos da Pedagogia Logosó-
fica, adequados, naturalmente, à capacida-
de de cada faixa etária, podemos, na forma
breve que se espera de uma revista, men-
cionar os seguintes:
* Bacharel e licenciado em Geociências pelo Instituto de Geociências da UFMG/ Instrutor e Consultor em Gestão / Autor e co-autor de livros didáticos de Geografia e outros na área de Gestão de Instituições Educacionais/ Diretor-Geral do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH/ Coordenador do Colegiado do Sistema Logosófico de Educação
54 55
A proposta desta linha pedagógica é realizar tudo isto em
meio a uma grande alegria, experimentada por quem educa e por
quem é educado. Temos evidências de como esta prática tem se
constituído em um grande bem para muitas crianças, jovens e
respectivas famílias.
Os que se acham envolvidos neste trabalho são conscientes de que
se encontram ainda realizando as primeiras investigações e
experiências sobre uma concepção cujas vastas projeções vão
muito além do já realizado pela atual geração de educadores, mas
são conscientes de que os frutos de sua ação pedagógica vão se
mostrando tanto maiores e tanto melhores quanto maior e melhor
tenha sido a assimilação e a prática desses novos conhecimentos.
Fica aqui o convite para que os leitores conheçam mais a Logosofia
e, – quem sabe? –, que muitos se unam aos educadores que a
aplicam, nessa maravilhosa trilha da investigação e experimentação
aberta pela Pedagogia Logosófica ao descortinar uma nova forma
de conceber, sentir e viver a vida!
de alguns conceitos que fundamentam o processo educativo logosófico
Conhecimento
Cultura
Sabido é que tudo o que o homem conhece, possui e faz foi retirado por ele de uma única e exclusiva fonte: a Natureza. Para tanto, utilizou-se de sua inteligência, mediante o uso das faculdades de observar e de pensar. O saber acumulado através dos tempos é o que tem tornado factível a evolução humana, como também tem propiciado a sobrevivência e a expansão do conforto do homem.
Contudo, todo esse conhecimento, cultivado e transmitido
através das gerações, não tem sido suficiente para tornar o
homem um ser mais equilibrado, mais feliz, verdadeiramente
mais humano.
Adquiriu ele conhecimentos que lhe permitem explorar o
universo, conhecer outras galáxias, porém não possui
conhecimentos que lhe permitam viajar dentro de si mesmo,
explorando o que existe nesse infinito microcosmo. Enfim, seus
olhos e microscópios ultra-sensíveis se especializaram na ciência
do mundo físico, mas ele jamais correlacionou esses conheci-
mentos com a sua vida interna, sua vida mental.
A Logosofia é a ciência que vem preencher essa lacuna, abrindo
para o homem as mais amplas perspectivas de saber, de pesquisa
e de estudo de sua própria vida mental e espiritual, acercando-o
de conhecimentos de ordem transcendente.
Cultura é a soma de conhecimentos, conceitos, pensamentos e
idéias que dão conteúdo e corpo a uma civilização, que a
evidencia por meio das mais variadas formas de manifestação,
científica ou artística, nos padrões de comportamento e atitudes
de toda uma sociedade.
A Logosofia está dando nascimento no mundo a uma nova
cultura, ativa, construtiva e reformadora, porque traz um
conjunto de conhecimentos superiores que determinam uma
nova forma de sentir e de conceber a vida, uma nova forma de
comportamento do homem diante de si mesmo, diante dos
semelhantes, da vida e de Deus.
Glossário
Deus
Educação
A busca de Deus é inerente ao homem, por sua natureza
espiritual, e está relacionada com sua necessidade de penetrar
nos grandes conhecimentos que lhe expliquem o significado da
vida e da própria existência.
As indagações relacionadas com este conceito são freqüentes no
ser humano a partir dos seus primeiros anos e o acompanham ao
longo de toda a sua vida.
Ao contemplar a imensidão do Universo, a mente humana é
impelida a se perguntar: de onde vem tudo isto? As respostas a
esta e a outras indagações levam à causa primeira, ao princípio
regulador do universo: DEUS.
O homem buscou sempre sua vinculação metafísica com seu
Criador. Nesta busca, tem percorrido muitos caminhos e
enfrentado muitos sofrimentos, por não ter conseguido
realmente alcançá-la.
Crenças e preconceitos o têm impedido de atingir a razão de ser
de sua existência na Terra: encontrar Deus por meio do conheci-
mento e da evolução.
A concepção de Deus, criador de tudo quanto existe e ao qual se
chega por uma única via, a do conhecimento, é fundamental no
trabalho formativo do ser humano, porque liberta a mente de
temores e preconceitos que limitam sua ação e a impedem de
atingir seu pleno desenvolvimento.
Liberadas as faculdades mentais, pode o homem penetrar em
todos os ramos do conhecimento, que são a expressão da Divina
Sabedoria, e o faz consciente de que com isto está cumprindo
com o supremo mandado do Criador que o fez livre para pensar e
alcançar respostas a todas as indagações que sua mente formula.
Coerente com a concepção de homem que a Logosofia
apresenta, a Pedagogia Logosófica visa à formação integral do
ser humano.
* Bacharel e licenciado em Geociências pelo Instituto de Geociências da UFMG/ Instrutor e Consultor em Gestão / Autor e co-autor de livros didáticos de Geografia e outros na área de Gestão de Instituições Educacionais/ Diretor-Geral do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários – BH/ Coordenador do Colegiado do Sistema Logosófico de Educação
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A proposta desta linha pedagógica é realizar tudo isto em
meio a uma grande alegria, experimentada por quem educa e por
quem é educado. Temos evidências de como esta prática tem se
constituído em um grande bem para muitas crianças, jovens e
respectivas famílias.
Os que se acham envolvidos neste trabalho são conscientes de que
se encontram ainda realizando as primeiras investigações e
experiências sobre uma concepção cujas vastas projeções vão
muito além do já realizado pela atual geração de educadores, mas
são conscientes de que os frutos de sua ação pedagógica vão se
mostrando tanto maiores e tanto melhores quanto maior e melhor
tenha sido a assimilação e a prática desses novos conhecimentos.
Fica aqui o convite para que os leitores conheçam mais a Logosofia
e, – quem sabe? –, que muitos se unam aos educadores que a
aplicam, nessa maravilhosa trilha da investigação e experimentação
aberta pela Pedagogia Logosófica ao descortinar uma nova forma
de conceber, sentir e viver a vida!
de alguns conceitos que fundamentam o processo educativo logosófico
Conhecimento
Cultura
Sabido é que tudo o que o homem conhece, possui e faz foi retirado por ele de uma única e exclusiva fonte: a Natureza. Para tanto, utilizou-se de sua inteligência, mediante o uso das faculdades de observar e de pensar. O saber acumulado através dos tempos é o que tem tornado factível a evolução humana, como também tem propiciado a sobrevivência e a expansão do conforto do homem.
Contudo, todo esse conhecimento, cultivado e transmitido
através das gerações, não tem sido suficiente para tornar o
homem um ser mais equilibrado, mais feliz, verdadeiramente
mais humano.
Adquiriu ele conhecimentos que lhe permitem explorar o
universo, conhecer outras galáxias, porém não possui
conhecimentos que lhe permitam viajar dentro de si mesmo,
explorando o que existe nesse infinito microcosmo. Enfim, seus
olhos e microscópios ultra-sensíveis se especializaram na ciência
do mundo físico, mas ele jamais correlacionou esses conheci-
mentos com a sua vida interna, sua vida mental.
A Logosofia é a ciência que vem preencher essa lacuna, abrindo
para o homem as mais amplas perspectivas de saber, de pesquisa
e de estudo de sua própria vida mental e espiritual, acercando-o
de conhecimentos de ordem transcendente.
Cultura é a soma de conhecimentos, conceitos, pensamentos e
idéias que dão conteúdo e corpo a uma civilização, que a
evidencia por meio das mais variadas formas de manifestação,
científica ou artística, nos padrões de comportamento e atitudes
de toda uma sociedade.
A Logosofia está dando nascimento no mundo a uma nova
cultura, ativa, construtiva e reformadora, porque traz um
conjunto de conhecimentos superiores que determinam uma
nova forma de sentir e de conceber a vida, uma nova forma de
comportamento do homem diante de si mesmo, diante dos
semelhantes, da vida e de Deus.
Glossário
Deus
Educação
A busca de Deus é inerente ao homem, por sua natureza
espiritual, e está relacionada com sua necessidade de penetrar
nos grandes conhecimentos que lhe expliquem o significado da
vida e da própria existência.
As indagações relacionadas com este conceito são freqüentes no
ser humano a partir dos seus primeiros anos e o acompanham ao
longo de toda a sua vida.
Ao contemplar a imensidão do Universo, a mente humana é
impelida a se perguntar: de onde vem tudo isto? As respostas a
esta e a outras indagações levam à causa primeira, ao princípio
regulador do universo: DEUS.
O homem buscou sempre sua vinculação metafísica com seu
Criador. Nesta busca, tem percorrido muitos caminhos e
enfrentado muitos sofrimentos, por não ter conseguido
realmente alcançá-la.
Crenças e preconceitos o têm impedido de atingir a razão de ser
de sua existência na Terra: encontrar Deus por meio do conheci-
mento e da evolução.
A concepção de Deus, criador de tudo quanto existe e ao qual se
chega por uma única via, a do conhecimento, é fundamental no
trabalho formativo do ser humano, porque liberta a mente de
temores e preconceitos que limitam sua ação e a impedem de
atingir seu pleno desenvolvimento.
Liberadas as faculdades mentais, pode o homem penetrar em
todos os ramos do conhecimento, que são a expressão da Divina
Sabedoria, e o faz consciente de que com isto está cumprindo
com o supremo mandado do Criador que o fez livre para pensar e
alcançar respostas a todas as indagações que sua mente formula.
Coerente com a concepção de homem que a Logosofia
apresenta, a Pedagogia Logosófica visa à formação integral do
ser humano.
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56 57
A sua concepção de educação sobrepõe-se, pois, ao ensino dos
conteúdos que compõem os programas oficiais para expandir-se
até as esferas das necessidades espirituais do ser: o conhecimento
de si mesmo, do mundo mental, das leis universais que regem a
vida e o comportamento humanos, o conhecimento de Deus,
aspiração máxima do homem.
Objetiva, assim, uma educação superior, acorde com a condição
também superior do gênero humano.
O método logosófico estabelece que a função de ensinar não
pode ser exercida sem antes haver o ser adquirido os
conhecimentos que tornam possível o exercício dessa função,
respaldando o que ensina com o próprio exemplo. No que se
refere ao conhecimento da vida, afirma a Logosofia que “não se
pode ensinar o que se sabe se, ao fazê-lo, não vai refletida como
uma garantia do saber, a segurança que cada um deve dar com
seu próprio exemplo”.
O ato de ensinar é, para a Logosofia, um dos mais
transcendentes que pode o homem realizar. Consubstancia-se no
ato de ensinar o que se sabe, o que foi aprendido com o estudo e
a própria experiência, e com a posição generosa de ajudar os
demais a adquirir o mesmo saber.
Evidentemente, o ato de ensinar não se circunscreve ao ensino
dos conteúdos que formam os programas de ensino, mas, com
eles, devem fluir os conhecimentos de ordem transcendente,
que são os que atendem ao desenvolvimento mental, moral e
espiritual do ser humano, e não apenas ao seu desenvolvimento
intelectual.
A Logosofia afirma que o homem é um ser indivisível, porém
possuidor de duas naturezas: a física e a espiritual, mecanismo
possível de articular-se em conjunção harmônica:
a natureza física, dotada de um perfeito organismo com
função automática e permanente à margem da vontade, com
dispositivos e sistemas biológicos que atuam e se comunicam
maravilhosamente entre si, e um mecanismo psicológico que se
resume na alma;
a natureza espiritual do homem, ou seja, a que corresponde a
seu espírito, distingue-se da física pelo fato de ser incorpórea e
imperecível.
O organismo físico, corpóreo, visível, nasce e se desenvolve
como base material da existência humana. Acoplada ao físico, a
natureza espiritual, invisível aos olhos, mas tão real quanto o
Funções de ensinar e de aprender
Homem
primeiro, é a que oferece ao ser humano a verdadeira sensação de
existir, de pensar, de amar, de ansiar pela felicidade, de aspirar a
ser melhor e, principalmente, de manter vivas as inquietudes
sobre Deus, sobre a vida e a morte, que, desde a infância,
persistem e pressionam a inteligência.
A ciência logosófica descobre ao homem que o mundo físico é
tão-somente uma manifestação do mundo mental ou metafí-
sico, que o homem deve conhecer para nele identificar as
verdadeiras causas de tudo o que lhe acontece, quer individual,
quer coletivamente.
Esse mundo é tão real e palpável como o físico, e não é vedado
ao homem penetrar nele, desde que o faça por meio da única via
existente: o próprio mundo interno.
A Pedagogia Logosófica dá ao professor um papel principalís-
simo no processo de ensinar e de aprender.
Não pode ser ele um simples transmissor do saber adquirido em
qualquer ramo do conhecimento, mas um ser ativo e criador que
transfunde em sua ação a energia e a criatividade que o
conhecimento confere, bem como o gosto pelo saber.
Sua ação não pode limitar-se somente ao ramo do conhecimento
que ministra, dentro do qual deve propiciar a assimilação, pelo
aluno, dos conhecimentos que lhe são inerentes, por meio da
atividade fecunda das faculdades que formam sua inteligência;
deve expandir-se até os conhecimentos de índole superior, que
são os que formam o aluno internamente e não apenas o
ilustram. Este deve ser sempre o objetivo de toda ação
pedagógica: formar o ser integralmente, para que possa realizar
em si mesmo as altas funções para as quais foi criado.
A Logosofia declara que, em sua conformação psicológica, o
homem está dotado de três sistemas: o mental, o sensível e o
instintivo, que devem desenvolver suas atividades sob forma
harmoniosa e equilibrada, em favor da sua evolução consciente.
Na criança, o mecanismo psicológico está em desenvolvimento
e seu caráter, em formação. Recebe grande influência do meio
em que vive e sua razão, pouco menos que inativa, pela ausência
de conhecimentos que a auxiliem para distinguir os pensamentos
Mundo
Professor
Realidade psicoespiritual da criança e
do adolescente
25
geradores de sua conduta, atua tendendo ora para o bem,
ora para o mal.
“Durante a infância, o espírito se manifesta no ente
físico ou alma da criança para preservá-la dos males que a
espreitam e partilhar com ela momentos muito gratos.” A
criança tudo vê com os olhos do espírito; por isto guarda,
de forma quase indelével, as imagens que a impressionam,
que, às vezes, reaparecem no homem como incentivos ou
inspirações que iluminam sua marcha pelo mundo.
O despertar da puberdade traz como conseqüência o
retraimento do espírito. Isto ocorre porque, nessa idade,
o instinto adquire força, surgem as paixões e o ente
físico se vê, de repente, submerso em um materialismo
da maior crueza. Surgem a rebeldia e a contestação, as
críticas e ironias, os devaneios e ilusões, os estados
extremos de alegria e de tristeza, a insegurança e a
desconfiança diante do futuro e dos adultos. A Logosofia
declara que é possível neutralizar-se a influência do
instinto durante a puberdade e evitar que anule a do
espírito.
Conhecendo o papel que o espírito individual exerce
durante a infância e a adolescência, a educação
logosófica preocupa-se em favorecer suas manifestações
tutelares. Este conhecimento básico permite ao docente
preservar a criança de preconceitos, de crenças e de toda
idéia sugestionante e inibitória que atente contra o
normal desenvolvimento de sua natureza pensante e
demais atributos afins com sua condição superior entre
os seres criados.
Vida é tudo que vibra e respira na Criação Universal. É
uma expressão de força que alenta a existência de tudo
quanto existe. É atividade permanente que foi entregue
ao homem para que ele faça dela o melhor dos usos,
procurando conservá-la, ampliá-la e dignificá-la.
Significa para ele a oportunidade de adquirir e praticar os
conhecimentos num contínuo esforço de adestramento
mental para alcançar níveis mais elevados, acercando-se
passo a passo do Criador.
O homem não pode, assim, perder essa oportunidade
que lhe foi dada por Deus para que aprenda e evolua,
para que lute e se torne forte, já que a vida física é tão-
somente uma parte da educação do ser humano. Por ser
transitória, cessa com a morte. O que se constrói sobre
a vida espiritual permanece, não deixando de existir
quando cessa a vida física.
Vida
Para mais informações, indica-se a bibliografia logosófica mencionada nesta revista e contida nos livros de Logosofia, de autoria de Carlos Bernardo González Pecotche.
EDITORA LOGOSÓFICARua General Chagas Santos, 590 – Saúde
CEP 04146-051 – Fone: (11) 5584-6648
São Paulo – SP
www.editoralogosofica.com.br
A Herança de Si Mesmo
Bases para Sua Conduta
Curso de Iniciação Logosófica
Deficiências e Propensões do Ser Humano
Diálogos
Exegese Logosófica
Intermédio Logosófico
Introdução ao Conhecimento Logosófico
Logosofia Ciência e Método
O Espírito
O Mecanismo da Vida Consciente
O Senhor De Sándara
Coletânea da Revista Logosofia – Tomo 1
Coletânea da Revista Logosofia – Tomo 2
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A sua concepção de educação sobrepõe-se, pois, ao ensino dos
conteúdos que compõem os programas oficiais para expandir-se
até as esferas das necessidades espirituais do ser: o conhecimento
de si mesmo, do mundo mental, das leis universais que regem a
vida e o comportamento humanos, o conhecimento de Deus,
aspiração máxima do homem.
Objetiva, assim, uma educação superior, acorde com a condição
também superior do gênero humano.
O método logosófico estabelece que a função de ensinar não
pode ser exercida sem antes haver o ser adquirido os
conhecimentos que tornam possível o exercício dessa função,
respaldando o que ensina com o próprio exemplo. No que se
refere ao conhecimento da vida, afirma a Logosofia que “não se
pode ensinar o que se sabe se, ao fazê-lo, não vai refletida como
uma garantia do saber, a segurança que cada um deve dar com
seu próprio exemplo”.
O ato de ensinar é, para a Logosofia, um dos mais
transcendentes que pode o homem realizar. Consubstancia-se no
ato de ensinar o que se sabe, o que foi aprendido com o estudo e
a própria experiência, e com a posição generosa de ajudar os
demais a adquirir o mesmo saber.
Evidentemente, o ato de ensinar não se circunscreve ao ensino
dos conteúdos que formam os programas de ensino, mas, com
eles, devem fluir os conhecimentos de ordem transcendente,
que são os que atendem ao desenvolvimento mental, moral e
espiritual do ser humano, e não apenas ao seu desenvolvimento
intelectual.
A Logosofia afirma que o homem é um ser indivisível, porém
possuidor de duas naturezas: a física e a espiritual, mecanismo
possível de articular-se em conjunção harmônica:
a natureza física, dotada de um perfeito organismo com
função automática e permanente à margem da vontade, com
dispositivos e sistemas biológicos que atuam e se comunicam
maravilhosamente entre si, e um mecanismo psicológico que se
resume na alma;
a natureza espiritual do homem, ou seja, a que corresponde a
seu espírito, distingue-se da física pelo fato de ser incorpórea e
imperecível.
O organismo físico, corpóreo, visível, nasce e se desenvolve
como base material da existência humana. Acoplada ao físico, a
natureza espiritual, invisível aos olhos, mas tão real quanto o
Funções de ensinar e de aprender
Homem
primeiro, é a que oferece ao ser humano a verdadeira sensação de
existir, de pensar, de amar, de ansiar pela felicidade, de aspirar a
ser melhor e, principalmente, de manter vivas as inquietudes
sobre Deus, sobre a vida e a morte, que, desde a infância,
persistem e pressionam a inteligência.
A ciência logosófica descobre ao homem que o mundo físico é
tão-somente uma manifestação do mundo mental ou metafí-
sico, que o homem deve conhecer para nele identificar as
verdadeiras causas de tudo o que lhe acontece, quer individual,
quer coletivamente.
Esse mundo é tão real e palpável como o físico, e não é vedado
ao homem penetrar nele, desde que o faça por meio da única via
existente: o próprio mundo interno.
A Pedagogia Logosófica dá ao professor um papel principalís-
simo no processo de ensinar e de aprender.
Não pode ser ele um simples transmissor do saber adquirido em
qualquer ramo do conhecimento, mas um ser ativo e criador que
transfunde em sua ação a energia e a criatividade que o
conhecimento confere, bem como o gosto pelo saber.
Sua ação não pode limitar-se somente ao ramo do conhecimento
que ministra, dentro do qual deve propiciar a assimilação, pelo
aluno, dos conhecimentos que lhe são inerentes, por meio da
atividade fecunda das faculdades que formam sua inteligência;
deve expandir-se até os conhecimentos de índole superior, que
são os que formam o aluno internamente e não apenas o
ilustram. Este deve ser sempre o objetivo de toda ação
pedagógica: formar o ser integralmente, para que possa realizar
em si mesmo as altas funções para as quais foi criado.
A Logosofia declara que, em sua conformação psicológica, o
homem está dotado de três sistemas: o mental, o sensível e o
instintivo, que devem desenvolver suas atividades sob forma
harmoniosa e equilibrada, em favor da sua evolução consciente.
Na criança, o mecanismo psicológico está em desenvolvimento
e seu caráter, em formação. Recebe grande influência do meio
em que vive e sua razão, pouco menos que inativa, pela ausência
de conhecimentos que a auxiliem para distinguir os pensamentos
Mundo
Professor
Realidade psicoespiritual da criança e
do adolescente
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geradores de sua conduta, atua tendendo ora para o bem,
ora para o mal.
“Durante a infância, o espírito se manifesta no ente
físico ou alma da criança para preservá-la dos males que a
espreitam e partilhar com ela momentos muito gratos.” A
criança tudo vê com os olhos do espírito; por isto guarda,
de forma quase indelével, as imagens que a impressionam,
que, às vezes, reaparecem no homem como incentivos ou
inspirações que iluminam sua marcha pelo mundo.
O despertar da puberdade traz como conseqüência o
retraimento do espírito. Isto ocorre porque, nessa idade,
o instinto adquire força, surgem as paixões e o ente
físico se vê, de repente, submerso em um materialismo
da maior crueza. Surgem a rebeldia e a contestação, as
críticas e ironias, os devaneios e ilusões, os estados
extremos de alegria e de tristeza, a insegurança e a
desconfiança diante do futuro e dos adultos. A Logosofia
declara que é possível neutralizar-se a influência do
instinto durante a puberdade e evitar que anule a do
espírito.
Conhecendo o papel que o espírito individual exerce
durante a infância e a adolescência, a educação
logosófica preocupa-se em favorecer suas manifestações
tutelares. Este conhecimento básico permite ao docente
preservar a criança de preconceitos, de crenças e de toda
idéia sugestionante e inibitória que atente contra o
normal desenvolvimento de sua natureza pensante e
demais atributos afins com sua condição superior entre
os seres criados.
Vida é tudo que vibra e respira na Criação Universal. É
uma expressão de força que alenta a existência de tudo
quanto existe. É atividade permanente que foi entregue
ao homem para que ele faça dela o melhor dos usos,
procurando conservá-la, ampliá-la e dignificá-la.
Significa para ele a oportunidade de adquirir e praticar os
conhecimentos num contínuo esforço de adestramento
mental para alcançar níveis mais elevados, acercando-se
passo a passo do Criador.
O homem não pode, assim, perder essa oportunidade
que lhe foi dada por Deus para que aprenda e evolua,
para que lute e se torne forte, já que a vida física é tão-
somente uma parte da educação do ser humano. Por ser
transitória, cessa com a morte. O que se constrói sobre
a vida espiritual permanece, não deixando de existir
quando cessa a vida física.
Vida
Para mais informações, indica-se a bibliografia logosófica mencionada nesta revista e contida nos livros de Logosofia, de autoria de Carlos Bernardo González Pecotche.
EDITORA LOGOSÓFICARua General Chagas Santos, 590 – Saúde
CEP 04146-051 – Fone: (11) 5584-6648
São Paulo – SP
www.editoralogosofica.com.br
A Herança de Si Mesmo
Bases para Sua Conduta
Curso de Iniciação Logosófica
Deficiências e Propensões do Ser Humano
Diálogos
Exegese Logosófica
Intermédio Logosófico
Introdução ao Conhecimento Logosófico
Logosofia Ciência e Método
O Espírito
O Mecanismo da Vida Consciente
O Senhor De Sándara
Coletânea da Revista Logosofia – Tomo 1
Coletânea da Revista Logosofia – Tomo 2
Principais sedes da Fundação Logosófica no Brasil
www.logosofia.org.br
Belo Horizonte - MGRua Piauí, 742 - FuncionáriosCEP 30150-320 - Fone: (31) 3273-1717
Brasília - DFSHCG Norte - Quadra 704 - Área Especial de EscolaCEP 70730-730 - Fone: (61) 3326-4205
Chapecó - SCRua Clevelândia, 1389 D - SaicCEP 89802-411 - Fone: (49) 3322-5514
Curitiba - PRRua Almirante Gonçalves, 2081 - RebouçasCEP 80250-150 - Fone: (41) 3332-2814
Florianópolis - SCRua Deputado Antônio Edu Vieira, 150 - PantanalCEP 88040-000 - Fone: (48) 3333-6897
Goiânia - GOAv. São João, 311 - Alto da GlóriaCEP 74815-280 - Fone: (62) 3281-9413
Rio de Janeiro - RJRua General Polidoro, 36 - BotafogoCEP 22280-001 - Fone: (21) 2543-1138
São Paulo - SPRua General Chagas Santos, 590 - SaúdeCEP 04146-051 - Fone: (11) 5584-6648
Uberlândia - MGRua Alexandre de Oliveira Marquez, 113 - Vigilato PereiraCEP 38408-458 - Fone: (34) 3237-1130
A Fundação Logosófica possui aindacentenas de escolas localizadas nas maisdiversas regiões do País e no exterior.
Oferecer à criança e à juventude, por meio da Pedagogia Logosófica, um amparo e um saber
que favoreçam o desenvolvimento pleno de suas aptidões físicas, mentais, morais e
espirituais, formando as bases de uma nova humanidade, mais consciente frente à própria
vida, à sociedade em que vive e ao mundo.
www.colegiologosofico.com.br
Unidades do Colégio Logosófico González Pecotche
Funcionários – Belo Horizonte/MG
Rua Piauí, 742 – Funcionários
CEP 30150-320
Telefone: (31) 3273-1717
Cidade Nova Belo Horizonte/MG–
Av. José Cândido da Silveira, 330
Cidade Nova
CEP 31170-000
Telefone: (31) 3482-9850
Brasília/DF
SHCG Norte – Quadra 704
Área Especial de Escola
CEP 70730-730
Telefone: (61) 3326-4205
Dois pilares sustentam as ações dos Colégios Logosóficos: o ensino do conteúdo curricular e o trabalho pedagógico de
formação do aluno para a vida, apoiado na concepção logosófica. Esta nova e original linha pedagógica vem
chamando a atenção do meio educacional pela originalidade dos seus princípios e pelos resultados
alcançados no encaminhamento da formação mental, moral e espiritual de crianças e adolescentes. Nos
Colégios Logosóficos encontra-se um ambiente de afeto e de respeito, onde se busca o cultivo de
valores essenciais à vida dos seus alunos, em ampla integração com as famílias. Por isso
mesmo, vêm sendo considerados como uma verdadeira “escola para filhos e pais”.
Sistema Logosófico de Educação
Missão
Chapecó/SCRua Clevelândia, 1389D – SaicCEP 89802-411Telefone: (49) 3323-3847
Goiânia/GOAv. São João, 311 – Alto da GlóriaCEP 74815-280 Telefone: (62) 3281-6088
Rio de Janeiro/RJRua General Polidoro, 36 – BotafogoCEP 22280-001 Telefone: (21) 2543-1138
Uberlândia/MGRua Alexandre de Oliveira Marquez, 113Vigilato Pereira – CEP 38408-458 Telefone: (34) 3237-1130
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Curitiba - PRRua Almirante Gonçalves, 2081 - RebouçasCEP 80250-150 - Fone: (41) 3332-2814
Florianópolis - SCRua Deputado Antônio Edu Vieira, 150 - PantanalCEP 88040-000 - Fone: (48) 3333-6897
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Rio de Janeiro - RJRua General Polidoro, 36 - BotafogoCEP 22280-001 - Fone: (21) 2543-1138
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Uberlândia - MGRua Alexandre de Oliveira Marquez, 113 - Vigilato PereiraCEP 38408-458 - Fone: (34) 3237-1130
A Fundação Logosófica possui aindacentenas de escolas localizadas nas maisdiversas regiões do País e no exterior.
Oferecer à criança e à juventude, por meio da Pedagogia Logosófica, um amparo e um saber
que favoreçam o desenvolvimento pleno de suas aptidões físicas, mentais, morais e
espirituais, formando as bases de uma nova humanidade, mais consciente frente à própria
vida, à sociedade em que vive e ao mundo.
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Funcionários – Belo Horizonte/MG
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CEP 30150-320
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Cidade Nova Belo Horizonte/MG–
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Cidade Nova
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Área Especial de Escola
CEP 70730-730
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Dois pilares sustentam as ações dos Colégios Logosóficos: o ensino do conteúdo curricular e o trabalho pedagógico de
formação do aluno para a vida, apoiado na concepção logosófica. Esta nova e original linha pedagógica vem
chamando a atenção do meio educacional pela originalidade dos seus princípios e pelos resultados
alcançados no encaminhamento da formação mental, moral e espiritual de crianças e adolescentes. Nos
Colégios Logosóficos encontra-se um ambiente de afeto e de respeito, onde se busca o cultivo de
valores essenciais à vida dos seus alunos, em ampla integração com as famílias. Por isso
mesmo, vêm sendo considerados como uma verdadeira “escola para filhos e pais”.
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Uberlândia/MGRua Alexandre de Oliveira Marquez, 113Vigilato Pereira – CEP 38408-458 Telefone: (34) 3237-1130
pesar das
desilusões e dos
enganos sofridos, a
humanidade, mesmo
mergulhada na mais profunda desorientação,
ainda espera e anseia por uma palavra nova.
O conhecimento logosófico focaliza o centro das grandes
interrogações que inquietam o ser humano e propõe uma
análise serena e profunda sobre as causas que detiveram até
hoje a evolução espiritual do homem.
Os livros logosóficos são, pois, portadores da nova
concepção sobre o homem e o Universo apresentada pela
Logosofia, que difere, pela originalidade de seu conteúdo, de
toda outra concepção filosófica ou científica do passado ou
do presente.
Em síntese, os livros logosóficos revelam à mente humana o
que ela não pensou nem imaginou sobre a grande incógnita
da vida e do destino do homem. E lançam os fundamentos de
uma nova cultura para toda a humanidade.