revista leal moreira nº 35

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ano 9 número 35 ano 9 número 35 www.revistalealmoreira.com.br www.revistalealmoreira.com.br O crítico musical mais influente do O crítico musical mais influente do Brasil fala sobre o cenário Brasil fala sobre o cenário nacional e o bom momento paraense nacional e o bom momento paraense Nelson Motta Nelson Motta Letícia Isnard Letícia Isnard Ferran Adriá Ferran Adriá Zenaldo e Belém 400 anos Zenaldo e Belém 400 anos

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Nelson Motta, O crítico musical mais influente do Brasil fala sobre o cenário nacional e o bom momento paraense. Mais Letícia Isnard, Ferran Adriá, Zenaldo e Belém 400 anos...

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Page 1: Revista Leal Moreira nº 35

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nº 3

5Leal M

oreira

ano 9 número 35ano 9 número 35 www.revistalealmoreira.com.brwww.revistalealmoreira.com.br

O crítico musical mais infl uente doO crítico musical mais infl uente doBrasil fala sobre o cenárioBrasil fala sobre o cenário

nacional e o bom momento paraensenacional e o bom momento paraense

Nelson MottaNelson Motta

Letícia IsnardLetícia IsnardFerran AdriáFerran Adriá

Zenaldo e Belém 400 anos Zenaldo e Belém 400 anos

Leal Moreira, amor e arte.

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HOJE

NORTE

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índice

dicas pg 16Anderson Araújo pg 30Celso Eluan pg 55especial sapatos pg 58tech pg 68em OFF pg 94horas vagas pg 100confraria pg 112Felipe Cordeiro pg 114especial agenda LM pg 116Arthur Dapieve pg 128destino pg 132enquanto isso pg 142vinhos pg 152decor pg 154falando nisso pg 160especial - CasaCor Para pg 162institucional pg 172Nara Oliveira pg 186

capaNelson Motta, por Darian Dornelles

ca

pa

FERRAN ADRIÁAlquimista, empreendedor, gênio. Ferran Adriá, o chef que foi considerado o melhor do mundo por cinco vezes, fala de seu período sabático e dos planos para o futuro.

Perfi l

Letíc

ia Isna

rd

go

urm

et

Na primeira de uma série de entrevistas especiais, o pre-feito eleito, Zenaldo Coutinho, divide seus planos de gestão para a capital paraense, às vésperas de seus quatro sécu-los de existência.

Belé

m|

40

0 a

no

s

O amor e a internet não são mais os mesmos e ainda assim se complemen-tam e podem resultar em belas histórias de amor.

comportamento

galeria

De Kafka às cervejas mais famosas do mundo. Entenda os motivos que tornam Praga um destino obrigatório e culturalmente imperdível.

destino

NELSON MOTTAO mais infl uente crítico musical do país foi partícipe e obser-vador dos mais importantes movimentos musicais no globo nas últimas cinco décadas. Motta anda caído de amorespela cena paraense.

A atriz, que recentemente deu um show de atuação na nove-la “Avenida Brasil” na pele da infantil Ivana, em uma entrevista surpreendente. Conheça a cientista social que arranca elogios quando o assunto é atuar.

Dilermando Cabral e suas inesquecíveis [e inesperadas] camadas de cor

A Revista Leal Moreira 35 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

www.revistalealmoreira.com.br

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Segurança e lazer em perfeita harmonia.

Artes meramente ilustrativas que poderão ser alteradas sem prévio aviso, conforme exigências legais e de aprovação. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas com sugestões de decoração. Medidas internas de face a face das paredes. Os móveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas plantas, não fazem parte integrante do contrato. Registro de Incorporação: Protocolo nº 208.842 Matrícula (RI): 17.555 Livro: 2-k.o. (RG) em 01/11/2012.

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No Umarizal. Razão e emoção.

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Caro leitor,

Chegamos ao fi nal de mais um ano e, ao olhar para trás, percebemos que temos muito a co-

memorar. A Leal Moreira vive um momento especial, de retomada de valores, de sua própria

reinvenção. Celebramos a conquista de mais um prêmio “Top de Marketing” que confi rmou: a

Leal Moreira é a empresa, em seu segmento, mais querida e lembrada pelos paraenses – o

que muito nos orgulha e nos motiva a trabalhar sempre para ser os melhores no que fazemos.

Em relação à Revista Leal Moreira, nossa tiragem aumentou para 15.000 exemplares e

transformamos cada edição em um recorde comercial. No ano vindouro, teremos mais moti-

vos para festejar: a publicação completará dez anos de existência.

Portanto, este número 35 da Revista Leal Moreira já chega às suas mãos com um certo

gosto de novidade – convidamos o prefeito eleito, Zenaldo Coutinho, a abrir uma série de en-

trevistas especiais sobre os 400 anos de Belém. Até 2016, quando a cidade será uma senho-

ra quatrocentona, nosso objetivo é ouvir personalidades que possam falar sobre ideias para

devolver o viço à capital paraense, ao mesmo tempo em que a equipe que faz a Revista Leal

Moreira também vai colaborar com sugestões. Esperamos que, até lá, o amor à Santa Maria

de Belém do Grão Pará seja renovado e incontestável.

O jornalista e crítico musical Arthur Dapieve volta às nossas páginas e, em sua reestreia, fala

de cinema. Outra estreia é a do músico Felipe Cordeiro, que também passará a escrever uma

coluna sobre música.

Quem também fala sobre música, nesta edição, é o multifacetado Nelson Motta_ produtor,

escritor, crítico, entre tantas outras ocupações_ que comenta sobre o cenário musical paraen-

se. Já a atriz Letícia Isnard, que deu vida à Ivana, na novela “Avenida Brasil”, vai surpreender

você. Falando em surpresas, o chef Ferran Adriá, eleito por cinco vezes o melhor do mundo,

revela as impressões do Pará, seus planos durante um período sabático e os segredos de

uma receita exclusiva do ElBulli. Um presente aos nossos leitores.

Outra novidade em nossas páginas é a seção “Em OFF” – profi ssionais revelam seus hobbies

e, nesta estreia, o arquiteto paraense Joaquim Meira promete encantar a todos.

A revista 35 – a última de 2012 – está repleta de assuntos interessantíssimos. Confi ra cada

uma delas nas páginas a seguir. E não esqueça: as matérias sinalizadas com códigos QR têm

material exclusivo no site www.revistalealmoreira.com.br

Um feliz ano novo a todos. Que tenhamos o olhar voltado para o futuro, em busca de novos

horizontes e conquistas cada vez maiores.

Um grande abraço e boa leitura.

André Moreira

Criação Madre Comunicadores AssociadosCoordenação Door Comunicação, Produção e EventosRealização Publicarte EditoraDiretor editorial André Leal MoreiraDiretor geral Juan Diego CorreaDiretor de criação e projeto gráfi co André LoretoGerente de conteúdo Lorena FilgueirasEditora-chefe Lorena FilgueirasProdução editorial Camila BarbalhoFotografi a Dudu MarojaReportagem: Alan Bordallo, Camila Barbalho, David Salvador Ibarz, Dayse Freitas, Leila Loureiro, Leonardo Aquino, Lucas Ohana, Thiago Freitas, Tyara De La-Rocque. Colunistas Anderson Araújo, Arthur Dapieve, Celso Eluan, Felipe Cordeiro, Nara Oliveira e Raul ParizottoAssessoria de imprensa Lucas OhanaConteúdo multimídia: Max AndreoneRevisão Marília Moraes e André MeloGráfi ca Santa MartaTiragem 15 mil exemplares

Comercial Gerente comercial Daniela Bragança • (91) 8128.6837Contato comercialThiago Vieira • (91) 8148.9671Adriane Campos • (91) [email protected]

FinanceiroContato (91) [email protected]

Fale conosco: (91) 3321-6864 [email protected]@lealmoreira.com.brwww.revistalealmoreira.com.brfacebook.com/revistalealmoreira

Revista Leal Moreira é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refl etem, necessariamen-te, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.

Tiragem e distribuição auditadas por

João Balbi, 167. Belém - Paráf: [91] 4005-6800

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Construtora Leal MoreiraDiretor Presidente: Carlos MoreiraDiretor Financeiro: João Carlos Leal Moreira Diretor de Novos Negócios: Maurício MoreiraDiretor de Marketing: André Leal MoreiraDiretor Executivo: Paulo Fernando MachadoDiretor Técnico: José Antonio Rei MoreiraGerente Financeiro: Dayse Ana Batista SantosGerente de RH: Waldemarina NormandoGerente de Relacionamento: Alethea Assis

Revista Leal Moreira

editorial

expediente

Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fi ca sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode fazer simulações de compras.

Escreva para: [email protected] João Balbi, 167 • Nazaré • Belém/PA - Brasilcep: 66055-280

Redes sociais:Siga: twitter.com/lealmoreiraCurta: facebook.com/lealmoreira

Atendimento:A Leal Moreira dispõe de atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 h e das 14h às 18:30h

On-line:

Telefone:++55 91 4005 6800

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Você vai descobrir onde encontrar presentes

cheios de estilo para ser feliz o ano inteiro.

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Os produtos mais desejados da Casa Cor estão na Yamada: a mais alta tecnologia, artigos com design exclusivo, os requintados sabores do mundo no empório e os lançamentos das grandes marcas do mercado. Escolha o melhor, você e sua casa merecem. Presente é na Yamada.

Presentes pra ser felizPresentes pra ser felizPresentes pra ser felizPresentes pra ser feliz

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Belém

Xico do BacalhauPara quem aprecia as tradições portuguesas, o Xico do Bacalhau é um lugar especial na cidade.

Especialista em artigos lusitanos, a loja apresenta um conceito diferenciado: os clientes degustam à

vontade os produtos antes da venda. Além do bacalhau, alheira de Mirandela, chouriços em vinha

d’Alhos, leitão assado à moda da Bairrada, presunto ibérico e azeites são algumas das iguarias

encontradas no espaço. Bem localizado, o espaço ainda oferece degustação diária de bolinhos de

bacalhau, que podem ser acompanhados por um bom vinho do Porto – também apreciado gratuita-

mente. Ideal para comprar os itens da ceia de fi m de ano.

Trav. Dom Romualdo de Seixas, esquina com a Domingos Marreiros - Ed. Connext, loja 06 – Umarizal • 91 3223.0908

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Le Monde Restô

Boteco Modesto

Aliando gastronomia contemporânea com um leve toque regional, o Le Monde Restô é uma boa

pedida para gourmets em geral. Inaugurado no mês passado, o lugar é simples, bem localizado e

aconchegante. Elegantemente decorado, o espaço alia o charme minimalista a bons serviços de

atendimento. A cozinha é assinada pelo experiente chef Ronaldo Baez. É aconselhável fazer reserva

com antecedência: as mesas são concorridíssimas. Recomendamos escolher do cardápio o risoto de

frutos do mar ao aroma de paella.

Dos mesmos donos do Baronesa, Cortiço e Maricotinha, o Boteco Modesto é uma das boas novida-

des deste fi nal de ano. O espaço, recém-naugurado, vem ganhando destaque entre os frequentado-

res da boemia em Belém. Localizado em um dos pontos mais agitados da cidade, o lugar chama a

atenção pelo charmoso visual inspirado pela década de 20 – perceptível no envidraçado e no toldo

retrô. A decoração é sofi sticada e com leve ar saudosista, reforçado pela iluminação intimista. Nos

fi ns de semana, há apresentações de música ao vivo – que variam entre pequenos shows acústicos

para embalar o jantar e bandas de repertório dançante para depois da meia-noite.

Trav. Benjamin Constant, 1313. Entre Av. Braz de Aguiar e Av. Nazaré • 91 3222.8065

Trav. Almirante Wandenkolk, esquina com Av. Senador Lemos – Umarizal • 91 8171.2259

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AquavitCozinha em movimento. Assim se defi ne

o restaurante Aquavit. Idealizado pelo chef

dinamarquês Simon Lau (dos pratos ao

projeto arquitetônico), o lugar se especia-

lizou na gastronomia nórdica – porém feita

apenas com matéria-prima brasileira, fres-

ca e da estação, proporcionando misturas

sempre surpreendentes. Não há cardápio

fi xo: a cada seis semanas, um menu com-

pletamente novo é apresentado aos clientes,

composto de cinco pratos e cinco taças de

vinho previamente harmonizadas. O concei-

to, embasado no equilíbrio entre a cozinha

contemporânea europeia e os produtos típi-

cos do cerrado, rendeu ao Aquavit um lugar

no seletíssimo rol de restaurantes que osten-

tam três estrelas no Guia Brasil. Para com-

pletar, a espetacular vista para o Plano Pilo-

to, o Lago Paranoá, o Palácio da Alvorada e

a reserva ecológica do Parque Dom Bosco

tornam a experiência, no mínimo, especial.

Brasil

Inspirado na fi losofi a iogue, o místico restaurante Chakras é um verdadeiro trans-

porte para a transcendental Índia. O lugar é rico em cores, luzes e ambientes

luxuosos, estimulando o aspecto sensorial antes mesmo de se provar a primeira

refeição. A gastronomia é contemporânea – com enfoque, naturalmente, na cu-

linária asiática. Destaque para o espaço La Suíte, o primeiro Dorming Restaurant

da América Latina: no lugar das mesas, suntuosas camas abrigam o jantar. O

ambiente inteiro pode ser reservado para festas particulares. Se não for o caso,

vale a pena reservar uma cama e pedir um menu degustação, assinado pelo chef

Nilson Castro. Ocasionalmente, ainda há performances e música típica – tudo

para vivenciar o clima de nobreza indiana. Recomendamos experimentar o fricassê

de lagosta com cuscuz marroquino, harmonizado com um vinho selecionado es-

pecialmente pelo sommelier exclusivo da casa.

Chakras

www.revistalealmoreira.com.br

Setor de Mansões Lago Norte. ML12 Conj. 1 Casa 5 - Brasília/DF • 61 3369.2301 • www.restauranteaquavit.com

Rua Doutor Melo Alves, 294 - Jardim Paulista, São Paulo • 11 3062.8813 • www.chakras.com.br

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mundo

East Sixth Street, 78701 – Austin, Texas • 512 614.4972 • www.easytigeraustin.com

83

Easy Tiger

Se você é do tipo que prefere comer no bar a

beber no restaurante, o 83 é um lugar que você

precisa conhecer. Divertido, inusitado, cheio de

cores e referências, o lugar eleva os drinks e pe-

tiscos típicos de barzinho à condição de luxo. O

fruto da parceria de dois grandes grupos mun-

diais – os designers do The Stripe Collective e os

administradores do Deliciae Hospitality – tem

todo tipo de informação visual: pop-art nas pare-

des, chão de zig-zag, uma parede de fi tas K7 e

alto-falantes esculpidos em madeira como su-

porte para o balcão são bons exemplos. Tudo

tem certo ar de homenagem à década de 80,

como o próprio nome sugere, mas sem abrir

mão da modernidade e do frescor. Do cardá-

pio, sugerimos provar a polenta assada com

presunto de Parma, mozzarella e molho pesto.

Em algum ponto equidistante entre bar e padaria, o

Easy Tiger é uma boa pedida para qualquer horário.

Localizado no centro de Austin, o lugar é especia-

lizado em pães caseiros e outros produtos de bou-

langerie, parecendo mesmo uma simples – porém

charmosa – mercearia americana. Engana-se, po-

rém, quem se deixa levar pelo exterior pacato com

toldo branco. Depois das seis da tarde, os clientes

descem as escadas e chegam ao local onde fun-

ciona o Beer Garden: um bonito jardim a céu aberto,

com mesas de ping-pong e um delicioso clima de

informalidade. O visual interno também não deixa a

desejar: planejado pela arquiteta das celebridades

Veronica Koltuniak, o Easy Tiger é arrojado e mo-

derno, com seus tons de cinza e bronze propícios

tanto para um lanche breve quanto para a boemia

das noites texanas. É muito bem recomendado o

sanduíche artesanal de salmão defumado, feito no

pão nove grãos com pepino e cream cheese.

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83 Club Street, Singapore 069451 • 6220.4083 • www.83clubstreet.com

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perfil

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loucuraAdorável

Imagine esta cena: uma atriz, da novela que

revolucionou a recente história da teledra-

maturgia brasileira, agenda entrevista por

meio de uma rede social. Não se detenha,

exercite sua imaginação e vá um pouco além:

imagine essa mesma atriz te receber pra en-

trevista, com cabelos molhados pós-banho e

te sugerir andar até o café da esquina usando

vestido e chinelos. Achou surreal? Não quando

o assunto é Letícia Isnard – o sucesso não su-

biu à cabeça que compõe um corpo com pés

tão fi ncados no chão.

Quem se depara com a linda mulher de olhos

azuis, totalmente low profi le, pode se assustar ao

constatar que é ela, sim, a mesma pessoa que

encarnou a personagem Ivana, que encantou

a todos com sua extravagância e o seu voca-

bulário infantil, na novela Avenida Brasil, febre

que parou o país, como só as fi nais de copa do

mundo justifi cam.

A ingênua irmã do protagonista Tufão [vivido

na mesma trama pelo ator Murilo Benício] não

caiu de paraquedas na bem-sucedida saga de

João Emanuel Carneiro. Letícia Isnard constrói

a sua carreira de atriz há 17 anos, carregando

um currículo admirável para quem tem apenas

38 anos.

A carioca Letícia foi bailarina clássica e con-

temporânea profi ssional, paixão que exerceu

desde os 11 anos de idade até o momento em

que, nas palavras da própria Letícia, “o cor-

po não era mais sufi ciente, eu precisava me

expressar por meio da fala”. Paralelamente à

dança, Letícia cursou dois anos da faculdade

de Direito, mas se formou Bacharel em Ciên-

cias Sociais na PUC-RJ, sendo Mestre em So-

ciologia com concentração em Antropologia

pelo Programa de Pós-Graduação em Socio-

logia e Antropologia no IFCS/UFRJ em 2001,

quando ganhou uma bolsa da Organização

Internacional Social Science Research Councial para

cursar o Doutorado em NY, projeto desviado de

sua vida em função do trágico 11 de setembro.

E as “co-incidências” do destino continuaram

andando de mãos dadas com a persistência e

determinação da escorpiana Letícia. Integrante

da Companhia de Teatro “Os Dezequilibrados”

desde 2001, atuou em várias peças, como

“Bonitinha, mas ordinária” (20001/2002), “Que-

ro ser Romeu e Julieta” (2006), entre outras,

quando, em 2011, foi indicada ao Prêmio Shell

de Melhor Atriz com a peça argentina, que tra-

duziu e produziu, chamada “A Estupidez”, de

Rafael Spregelburd e dirigida por Ivan Sugaha-

ra.

Não menos intenso é o seu caminhar pela

televisão - e, mais recentemente, pelo cinema

– , já que a carismática atriz caiu nas graças

do povo, que se surpreende ao vê-la dentro de

um ônibus ou andando calmamente pelas ruas

de Botafogo, onde mora. Eu pergunto a ela,

observando o burburinho que se forma com a

sua presença em torno da nossa mesa, “agora

que a atriz de teatro fi cou famosa, o que mais

falta a você?”. “Quero formar uma família, ca-

sar e ter fi lhos”. Sim, Letícia é uma mulher co-

mum, e, por isso mesmo, tão especial.

E foi assim, em meio ao burburinho, tendo

um cenário paradisíaco ao fundo, que Letícia

bateu um papo com a Revista Leal Moreira.

Com os pés muito fi ncados ao chão, Letícia Isnard concilia duas carreiras apa-rentemente distintas e consegue dedicar a ambas a mesma paixão. Conheça um pouco da socióloga que arranca elogios quando o assunto é atuar.

»»»

Leila Loureiro Van Gonçalves / divulgação

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Impossível não iniciarmos o papo lembrando da personagem Ivana, na novela global “Avenida Bra-sil”. Mas, antes da Ivana, você fez muitas participa-ções em séries da Globo, correto?

Sim, muitas pessoas não correlacionam as per-

sonagens, mas fi z parte do elenco fi xo do progra-

ma “Minha Nada Mole Vida”, em 2006/2007, com

Luiz Fernando Guimarães, ator que admiro muito;

também atuei na novela “Beleza Pura” (2008) e na

minissérie “Afi nal, o que querem as mulheres?”

(2010) de Luiz Fernando Carvalho. Além de peque-

nas participações em Força Tarefa (2011), Tapas e

Beijos (2011), Grande Família (2010), Cilada (2009),

Toma lá dá cá (2009), entre outros, todos na Rede

Globo de Televisão.

E como a socióloga Letícia Isnard se tornou atriz?Sempre tive o desejo de atuar, mas, na minha

família, não existiam artistas e perdi meu pai mui-

to cedo, portanto, havia a ideia de investir em algo

que fosse fi nanceiramente mais seguro. Daí veio

a carreira acadêmica, que eu levava em paralelo

com o teatro, consequência da carreira de bai-

larina profi ssional até os 23 anos. Na verdade, a

minha vida acadêmica já estava impregnada pela

arte, tanto que, muito envolvida pela ideologia co-

munista, o meu tema de dissertação do mestrado

foi “o uso do teatro nos projetos sociais”, focando

na adequação do discurso marxista de transforma-

ção ao cenário artístico, ou seja, o que a arte tem

a ver com cidadania? Como a arte política estava

inserida neste contexto de não mais transformar a

sociedade, mas o indivíduo?

E nesse cenário acadêmico você já atuava?Sim, mas acabei priorizando o mestrado, porque

era o que me bancava. Era uma fase muito difícil

de medos e dúvidas sobre qual caminho escolher.

E, pelo visto, essa escolha mudou de rumo...Isso. Quando terminei o mestrado, fui seleciona-

da para a bolsa de doutorado em Nova Iorque, para

pesquisar a transmissão da memória da ditadura

para gerações que não viveram os períodos dita-

toriais, sendo que o meu enfoque era voltado para

essa transmissão de memória no teatro brasileiro

contemporâneo, que é escasso no Brasil. Era um

belo projeto que acabei engavetando, em razão do

acontecimentos de 11 de setembro [de 2011]

Mais uma obra do destino?Acredito que sim, pois logo nesse período o Ivan

Sugahara (diretor teatral) me convidou pra fazer

parte da companhia de teatro “Os dezequilibra-

dos”, e então encenei “Bonitinha, mas ordinária”,

do Nelson Rodrigues, para um público de 30 pes-

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soas (risos), e aí foi preciso muita coragem pra mu-

dar de caminho e abandonar a carreira acadêmica.

E começou a se dedicar só ao teatro?Sim, eu já estava mais engrenada na companhia e

fi quei direto só com “Os dezequilibrados”, época em

que eu fi z o cadastro na Globo, sendo que, 5 anos

depois, eles me chamaram pra refazer o cadastro e

fui selecionada pra fazer o seriado “Minha nada mole

vida”, em 2006, com o Luis Fernando Guimarães. Foi

o meu primeiro trabalho na emissora.

O primeiro de muitos outros.Exato. Fiz várias participações em séries globais

como “A grande Família”, “Tapas e Beijos” e “As

Brasileiras”, mas sempre em paralelo com o teatro.

Nunca deixei de produzir porque eu acredito no ato

de arregaçar as mangas e correr atrás, tanto é que,

de 3 anos pra cá, eu comecei a traduzir peças ar-

gentinas, como “Mulheres ensaiam Cavalos” e foi

quando pintou “A estupidez”, do Rafael Spregelburd.

O espetáculo pelo qual você foi indicada ao Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2011, certo? E soube que nasceu de muita insistência sua...

Sim, inscrevi esse espetáculo [A Estupidez] em to-

dos os editais durante 5 anos e foi um grande su-

cesso. Uma personagem de comédia ser indicada

ao Shell me surpreendeu, já que geralmente indicam

monólogos ou dramas...um prêmio tão respeitado

serve de estímulo, de reconhecimento.

E como surgiu o convite para você interpretar a Iva-na, de Avenida Brasil?

Então, após todas as participações na Globo, no

fi nal de 2011 o Luciano Rabelo, produtor de elenco

da novela, me ligou chamando pra fazer um teste e

te confesso que fui bem desacreditada, porque se

imagina que as novelas de horário nobre já têm um

elenco fechado, escolhido a dedo, mas foi quando

quebrei a cara, pois eles me escolheram.

E como foi a construção da personagem?Depois que eu fui escolhida é que eu peguei a si-

nopse e fi quei sabendo que a personagem era “gor-

da e feia” (risos). E os colegas de elenco olhavam pra

mim e diziam “tá errada essa escalação, é isso mes-

mo?”. Mas não tem o menor problema, incorporei a

Ivana, com sua ingenuidade e suas expressões in-

fantis, e a caracterização e o fi gurino ajudaram muito

com aquelas roupas inadequadas, exageradas pra

TV, o cabelo, sapatos...e, claro, seguindo a ideia de

que “o ator é um bom ladrão”, copiei muito ao meu

redor: a energia solar de uma tia minha, a movimen-

tação das peruas na rua... »»»

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Você tinha noção da importância que a Ivana ganharia na trama?

Nunca imaginei que haveria esse espaço pra

mim, achei que estivesse ali a serviço do co-

letivo e como minha formação veio da dança

[e já fi z muito corpo de baile na minha vida],

eu estava ali tranquila pra fazer a minha par-

te; mas, ao fi m da novela, quando eu agrade-

ci ao João Emanuel Carneiro (autor da novela

Avenida Brasil) pelo meu papel, ouvi dele que

a Ivana foi ganhando força a cada capítulo por

conta da atriz. Acredito que seja daí o sucesso

da novela, na minha opinião. O autor deixou a

Amora [Mautner, uma das diretoras da novela]

orquestrar a loucura que era aquilo.

Vocês construíram aqueles personagens de forma muito humana. O que a Letícia levou para a Ivana?

Na verdade, nós fazíamos exercícios de im-

provisação a cada cena, não era simplesmente

criar “cacos”. Levei pra Ivana os fl orais, imagi-

nando que ela era uma ex-fumante, e, por isso,

ansiosa, descontava tudo na comida... Enfi m,

esse trabalho foi uma grande escola que durou

10 meses.

O que você aprendeu nesses 10 meses? Muita coisa! Estar ali com aqueles atores

consagrados, todos já estabelecidos e muito

generosos, dando chance para os novos bri-

lharem; um ambiente de igualdade e criativi-

dade. Um simples “bater texto” com o Juca de

Oliveira - olha que privilégio - já era enrique-

cedor. Ao fi nal, sentimos muita falta daquela

rotina, daquelas piadas, acredito que foi uma

virada de carreira pra todo mundo do elenco.

Foi um grande encontro.

E quais os seus planos futuros?Estou em cartaz com a peça “Tarja Preta”,

no Rio de Janeiro, com texto da Adriana Fal-

cão, dirigida pelo Ivan Sugahara, e também no

elenco da próxima novela das 19h, “Sangue

Bom”, da Maria Adelaide Amaral, dirigida pelo

Denis Carvalho, além de um longa, com estreia

prevista para junho de 2013, chamado “Mato

sem cachorro”, do Pedro Amorim.

E o que você gosta de fazer nas horas vagas, se é que elas existem.

Verdade, desde Avenida Brasil não parei,

com exceção de alguns poucos dias quando

procuro relaxar, ler algo além de roteiros e ca-

pítulos. Voltei a dançar, a frequentar com mais

assiduidade cinemas e teatros e, principalmen-

te, dormir! Dormir pra mim é um programão!

Falando em dormir, quais os seus sonhos?Como eu tive muitas perdas na minha vida,

além da morte do meu pai quando eu tinha 15

anos, eu quase perdi um irmão para o câncer,

sem contar as inúmeras mudanças de cidade,

escolas, estava sempre perdendo amigos,tudo

isso me transformou em uma pessoa muito

cética, ou seja, nunca faço algo achando que

vou “bombar” ou ganhar prêmios, não espero

nada e aí acabo me surpreendendo, fi co grati-

fi cada e feliz, o que não quer dizer que eu não

tenha ambições.

Algo como a ideia do filósofo francês André Comte-Sponville que escreveu o livro “a felicida-de desesperadamente”, em que se defende que a verdadeira felicidade nunca é esperada?

Isso! Aliás, não conheço. Me dá aqui sua ca-

neta que vou anotar pra pesquisar. [ela anota o

nome do livro]

Eis o resquício da Letícia acadêmica-sociólo-ga-pesquisadora...

(risos) Sim, eu adoro ler, gosto muito de Paul

Auster, Dostoiévski...

Em algum momento, existe um paradoxo da atriz global com a socióloga comunista?

Perdi muito tempo com preconceito da in-

dústria do entretenimento, talvez pela formação

de socióloga, por ser comunista sim, e hoje eu

entendo o poder dessa comunicação, o poder

transformador de uma novela como Avenida

Brasil, por exemplo, que “neurotizou” o país.

Perceber aquelas mulheres que se identifi ca-

vam com a esposa maltratada, insegura e, de

certa forma, somar algo a vida delas. Por mais

que eu venha do teatro, mesmo com uma sala

lotada, jamais conseguirei alcançar o número

de espectadores que se atinge através da TV. E

mais, fi cou claro que o “povão”, a massa, gos-

ta sim da sofi sticação de um bom trabalho de

TV. Acredito que agora é preciso abrir esses

caminhos.

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FAX

Frutos, sementes e raízes que se transformam n

Lançamentos

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m no mais autêntico prazer da cerveja artesanal.

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30

Os antigos não sebeijam

Desde que a viu, manteve os

olhos atentos, a guarda baixa e

a sequência constante e contida

de jabs* à espera do dia do gol-

pe certeiro, da vitória por nocau-

te. Nunca fugiu à luta. Em 34 anos,

a contar do batizado do primeiro fi lho,

nunca deixou de cumprimentá-la, muito

menos pousar, insistente, os olhos no olhar

oliva de senhora respeitável cultivado por ela

desde muito moça. Tudo às claras, em inten-

ção sólida e imbatível dos pacientes, sem se

incomodar em nada com a presença do marido,

agora apartado pela morte. “Que Deus o tenha em

boa memória”.

Divorciado havia seis meses, tempo de resguardo

aceitável na cartilha dos bons costumes, aproveita-

ria a chance negada aos dois pela vida nas últimas

décadas. Enquanto se empertigava diante do espe-

lho do pequeno apartamento de solteiro, onde ago-

ra morava, ele remoia o que ouvira na última pas-

sada pelo bar do Alemão: “não adianta, meu caro,

os antigos não se beijam”. Era um axioma, apesar

de inconspícuo, devido ao comportamento letárgico

para o amor da maioria dos enquadrados na bendi-

ta faixa etária. Os quase setenta anos lhe abateram

com a constatação de que a idade leva para longe

uma das maiores graças de amar.

Arrematou a gravata, olhou para si pela última vez

antes de sair de casa: pouca ruga, nenhuma care-

ca. Não estava mal para idade. Talvez as sobran-

celhas fartas demais, talvez as orelhas parecendo

maiores, talvez o nariz sem a simetria da juventude.

Porém, o geral formava um belo conjunto. Avaliou e

talvez passasse por 55. Até 53. Ainda poderia beijá-

-la, quem sabe, sem a punição da ausência de ós-

culo, o medonho castigo dos senis.

No caminho, ele relembrou os últimos anos. Re-

cordou quando os casais se encontravam na sorte

das eventualidades, dos vestidos desenhando as

formas daquela mãe ainda jovem e, ao rememorar

tantos detalhes, concluiu que o tempo não a ma-

goou em nada, como fez a tantas conhecidas suas.

Ao contrário, o verniz dos anos imprimiu a ela uma

formosura enternecedora de avó com os mesmos

olhos verdes vivos de quem está no começo da

vida. Apertou-lhe a alma a sensação de ser apenas

um amigo tardio, sem privilégio algum dos lábios

nos lábios.

Desceu em frente à casa dela, um buquê discre-

to, anacrônico, nas mãos. A arritmia lhe impôs o

medo de uma síncope, mas era só a ansiedade do

encontro, como em qualquer idade. Cinco minutos

depois do toque na campainha, ela abriu. Sorriso

discreto. Entraram no carro, jantaram, colocaram

pingo nos “is” de séculos. Entenderam por fi m as

voltas e os nós que a vida dá para desfazê-los nas

esquinas mais corriqueiras da existência. Já no fi -

nal, na despedida sem graça de respeitáveis velhos

conhecidos, deixaram as formalidades de lado e se

beijaram no calor de uma adolescência ressuscita-

da para ambos já marcados por tanta experiência.

Ele a ouviu entrar depois de um adeus abafado,

enfeitado de pudor súbito, deslocado, por parte dela.

Caminhou lento até o carro, o peito agora em brasa,

sentindo-se um moleque de 20 anos. Deu a partida

e concordou que o parceiro de copo do bar estava

mais do que certo: de fato, os antigos não se beijam.

Anderson Araújo,jornalista

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comportamento

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Como a internet transformou [e materializou] as histórias de amor no século 21 e garantiu a elas fi nais felizes.

Ele comprou uma camisa nova e vestiu a cal-

ça “de sair” – aquela que não costuma usar

no dia a dia. Ela escolheu o vestido mais

bonito do armário e caprichou na maquiagem. Ele

tirou a barba, que andava mal feita havia algumas

semanas. Ela fi cou um par de horas no salão para

dar “um trato” nos cabelos. Ambos passaram os

perfumes que guardam para ocasiões especiais.

Item a item, obedeceram ao típico protocolo do

primeiro encontro. Precisavam mostrar o melhor

de si na hora em que estivessem frente a frente...

com a tela do computador.

Histórias como essa já não soam absurdas ou

novelescas. A internet transformou nosso compor-

tamento em inúmeros aspectos. Nos relaciona-

mentos afetivos, não poderia ser diferente, para o

bem e para o mal. A rede funciona como media-

dora do processo de conquista; facilita o encontro

entre pessoas com afi nidades em comum; simpli-

fi ca a vida dos tímidos e encurta as distâncias. Por

outro lado, também traz novas nuances ao ciúme

e dá mais munição àquelas pessoas que gostam

de verifi car cada passo dos companheiros. No fi -

nal das contas, ela produz histórias de amor não

muito diferentes das que começaram à moda an-

tiga.

Seduzir por meio da palavra escrita não é uma

novidade ou um privilégio da comunicação on-line.

As cartas românticas e a inquietude gerada pela

chegada delas fi zeram parte da idealização do

amor por muitos séculos, fossem amores impos-

síveis, distantes ou simplesmente anônimos. Elas

foram ridicularizadas por Fernando Pessoa no po-

ema “Todas as cartas de amor” e ansiosamente

aguardadas na canção “Please, mister postman”,

sucesso nas vozes dos Beatles e dos Carpenters.

Mas aquele frio na barriga não acompanha mais

a chegada do carteiro com um novo envelope,

e sim o ruído digital de um novo e-mail na caixa

de entrada ou de uma nova mensagem privada

numa rede social.

“O e-mail e o chat reforçam esse tipo de relações

à distância, dando-lhes uma agilidade que faz

possível mantê-las vivas e fl orescentes de uma

maneira natural”, opina o argentino Diego Levis,

doutor em ciências da comunicação pela Univer-

sidade Autônoma de Barcelona. Grande parte da

obra de Levis se dedica a estudar o impacto da

comunicação digital em nossas vidas. O amor não

poderia fi car de fora. Levis escreveu, em 2005, o

livro “Amores en red - relacciones afectivas en

la era internet”, sem lançamento no Brasil. Foi o

fruto de uma pesquisa que durou quatro anos,

baseada em entrevistas com pessoas que man-

tinham na internet relacionamentos de vários tipos:

namoros, casos extraconjugais, “amizades colori-

das” etc. “Muitas vezes, as relações nascidas ou

desenvolvidas na internet culminam em encontros

muito reais, dos quais podem surgir maravilhosas

histórias de amor, paixões passageiras, amizades

e também momentos desagradáveis adereça-

dos com muita desilusão”, afi rma Levis no livro.

Mas, para o estudioso, a internet rompe com al-

guns parâmetros estereotipados de sedução. “A

Leonardo Aquino Rodrigo Cantalício

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Amor em tempos deweb

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34

internet pode ser vista como um novo espaço de

conquista através do qual, para atrair alguém e

seduzi-lo, nem sempre é imprescindível ter corpo

de modelo ou de atleta, vestir roupas da moda,

nem ter belos olhos ou o sorriso de uma estrela

do cinema. Tampouco é necessário beber álcool

ou tomar qualquer substância para se desinibir. O

anonimato que a tela proporciona elimina todos os

pudores”, explica.

A evolução da própria tecnologia sempre adi-

ciona novas ferramentas às pessoas que creem

na possibilidade de encontrar um grande amor na

frente de uma tela de computador. Hoje em dia,

há websites especializados em formar casais que

dizem usar até métodos científi cos para justifi car a

compatibilidade dos pretendentes sugeridos. Isso

sem falar nas redes sociais, que acabam sendo

uma grande vitrine de nós mesmos na internet. Mas

houve um tempo em que, mesmo sem recursos

tão completos, corações foram unidos on-line.

Foi o que aconteceu com o publicitário Elizio Elu-

an. Ele conheceu a esposa, Stela, numa sala de

bate-papo há onze anos. “Não existia rede social

nessa época. Acho que nem MSN tinha. O que a

gente usava eram as salas virtuais de bate-papo

de um portal, à época. Com “salas” temáticas ou

por cidade, Belém tinha umas dez. E foi em uma

delas que a gente se conheceu”, relembra. Elizio

usava o apelido Djavan no chat e postava letras

de músicas do cantor alagoano para puxar assun-

to. “Na maioria das vezes, virava um papo besta.

Mas, com a Stela, acabou saindo uma conversa

extremamente interessante”, conta. Eram papos

que duravam muitas horas e que geravam mui-

ta ansiedade. “Eu fi cava esperando a Stela entrar

no chat sempre. E, como não rolava nenhum avi-

so sonoro que “denunciasse”, era preciso fi car de

olho. Depois, passamos a nos tratar por nossos

nomes, a trocar e-mails e passamos a nos mostrar

mais, mas nunca de forma deselegante ou chula”,

Elizio e Stela se comunicaram apenas pelo chat

e por e-mail ao longo de três meses, até o dia em

que decidiram se conhecer pessoalmente. Não

deu certo de primeira. O receio de uma decepção

fez com que duas tentativas de encontro acabas-

sem frustradas. Mas, se hoje eles comemoram o

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sucesso da história de amor, é porque houve per-

sistência. “Teve uma noite que não tinha como não

dar certo. Ela me disse o lugar em que estava – a

casa de uma amiga – e eu disse que ia lá. Na mi-

nha cabeça, era começar uma relação ou largar

de vez. E fui com uma estratégia: disse que não

poderia demorar muito. Ou seja, se me decep-

cionasse, já tinha uma desculpa na mão para cair

fora”, revela. Felizmente, Elizio não precisou usar

essa estratégia. “A conversa atravessou a noite. E

eu acho que o fato de termos já conversado bas-

tante antes de nos conhecermos pessoalmente foi

determinante para a naturalidade do primeiro en-

contro. O que atrapalhou os primeiros minutos fo-

ram o nervosismo e a tensão de não corresponder

às expectativas, que eram grandes”, confessa. A

história que começou no chat virou casamento. Eli-

zio e Stela trocaram alianças em 2006 e tiveram

uma fi lha, Maitê, em 2009.

Alguns anos depois de Elizio e Stela se apaixo-

narem numa sala de bate-papo, a história de Fer-

nanda e Rafael Lancellote começou, também em

frente a uma tela de computador, mas nas páginas

do hoje menosprezado Orkut, que um dia já foi fe-

bre no Brasil. Os dois participavam da comunida-

de “Brincando de Arnaldo Antunes”, que reunia fãs

do cantor e compositor ou pessoas que apenas se

divertiam ao fazer jogos de palavras como aque-

les das músicas do ex-vocalista dos Titãs. Rafael

postou um comentário, Fernanda postou logo em

seguida e a curiosidade de um pelo outro surgiu.

“Eu achei interessante a foto dele. Na época, era

uma foto do Cartola. Fiquei curiosa e entrei pra ver.

Vi várias fotos dele com os amigos da faculdade e

com a família e me interessei”, relembra Fernan-

da. Mas existia um senhor obstáculo: a distância.

Fernanda morava em São Paulo, onde trabalhava

como consultora, auditora e professora de marke-

ting e empreendedorismo. Rafael, que é consultor,

auditor e professor de fi losofi a e sociologia, vivia

em São Lourenço, interior de Minas Gerais. Mais

de 300 quilômetros os separavam. Mas nem isso

impediu que a sintonia entre eles surgisse. “A inter-

net ajudou bastante, sem dúvida. Os nossos bate

papos foram muito diretos pelo MSN. Jamais teria

falado assim com alguém em tão pouco tempo. »»»

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Foram treze dias para nos conhecermos pessoal-

mente”, conta.

Aliás, o primeiro encontro entre eles teve um

“quê” de desconfi ança, especialmente da par-

te de Fernanda. “Eu tinha os dois pés atrás. Em

São Paulo, a gente ouve falar de gente que é se-

questrada, cada coisa... Para evitar isso, marquei

o encontro num lugar público (em um shopping),

e combinei com a minha mãe de me ligar em

quinze minutos após a minha chegada lá. Mas

nos vimos e já veio tudo à tona. Não deu medo

algum, foi perfeito”, relembra. Três meses depois,

os dois estavam morando juntos. Hoje, seis anos

depois, e com uma fi lha de três anos aumentando

a família, Fernanda se orgulha da história nascida

na internet. “Até hoje, mesmo com as redes sociais

mais em evidência do que há seis anos, as pesso-

as ainda se surpreendem com a história. Mas, na

época, éramos vistos como malucos. Até minha

irmã, no discurso de nosso casamento, na frente

do padre e da igreja toda, falou: ‘Como a gente

iria imaginar que um namoro do Orkut daria em

casamento?’”, conta.

Se 300 quilômetros já parecem demais para

você, um oceano de distância possivelmente so-

ará como algo impossível de se lidar. Não para a

jornalista Manuelle Maia, de 23 anos. Assim como

Fernanda e Elizio, ela encontrou um casamento

na internet. Mas, enquanto ela estava em Belém,

o noivo estava na Itália. A história começou qua-

se sem querer. “Eu estava me recuperando de

uma relação mal-sucedida e uma amiga minha,

que queria me tirar da fossa, me inscreveu num

site de namoros sem eu saber. Roubou uma foto

do meu Orkut, colocou lá e me deu a senha para

eu preencher o resto do perfi l. Decidi tentar, mas,

no começo. não tinha muita paciência para inte-

ragir”, conta Manuelle. Depois de duas semanas

sem muita atividade no site, Manuelle notou que o

perfi l dela havia sido marcado como interessante

por um usuário. Era o engenheiro italiano Pierlui-

gi Albertini. “Fui xeretar o perfi l dele e gostei por-

que parecia engraçado. Foi isso que me chamou

atenção. Então decidi marcar o perfi l dele como

interessante, assim como ele tinha feito com o

meu antes. Alguns dias depois, ele me escreveu

a primeira mensagem, fazendo as perguntas que

todo estrangeiro faz quando pensa que Brasil é só

samba, fl oresta e futebol”, relembra.

Depois de muita conversa por mensagens pri-

vadas no site e por e-mail, Manuelle e Pierluigi tive-

ram uma prévia de primeiro encontro via Skype,

com as webcams ligadas. E foi uma experiência pa-

recida com a do primeiro parágrafo desta repor-

tagem. “Eu fi z até chapinha e coloquei uma roupa

bacana. E depois de um tempinho, o Pierluigi me

disse que comprou uma calça jeans e que ves-

tiu nessa nossa primeira conversa com webcam.

Como se fosse um encontro cara a cara normal,

mas eu nem vi o tal jeans, e ele nem notou a mi-

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nha chapinha”, conta. Quatro meses depois da

primeira mensagem via internet, os dois, enfi m,

se conheceram pessoalmente. Pierluigi viajou até

Belém e conheceu não apenas Manuelle, como

também a família e os amigos dela. “O único es-

tranhamento foi nos dois primeiros dias, pelo can-

saço da viagem e das mudanças de temperatu-

ra. Além disso, não sabíamos como nos tratar, se

como amigos ou como namorados. Era como se

nos conhecêssemos há anos, mas não nos co-

nhecêssemos. Só que logo percebemos que o

que sentíamos no mundo virtual era o mesmo que

sentíamos no mundo real, e nos tornamos namo-

rados de verdade”, conta. O namoro durou dois

anos, até Manuelle e Pierluigi casarem. A cerimô-

nia religiosa foi no Brasil. E a união civil, na Itália,

onde o casal vive junto com um gato, ao qual eles

tratam carinhosamente por “fi lho”.

Mas a mesma internet que aproxima e apaixo-

na, também potencializa algumas situações que

minam qualquer relacionamento. Uma delas é a

possibilidade de nada ser o que parece. A habili-

dade com as palavras e um pouco de malícia po-

dem transformar uma pessoa em alguém muito

mais atraente (e muito menos mal-intencionada)

do que realmente é. “O chat de texto permite en-

trar numa encenação baseada na construção de

personagens num jogo de suplantações, no qual

todos os participantes sabem que quem está do

outro lado pode ou não ser quem diz ser”, opina

o doutor em comunicação Diego Levis. Manuelle

Maia não descuidou desse ponto de vista. Antes

de aceitar o encontro com o marido Pierluigi, ban-

cou a detetive digital. “Investiguei onde ele mo-

rava, onde viveu antes, sobre a família, consegui

encontrar a tese que fez na universidade, fotos an-

tigas, informações sobre antigos trabalhos. Tudo

eu comparava com o que ele me dizia e via se era

verdade ou não. Até na Interpol e na polícia dos

lugares onde ele viveu eu pesquisei para saber se

havia algum processo contra ele. Por sorte, não

tinha nada e as informações bateram certinho”,

conta.

Outro risco que essa nossa forma de amar traz

é a amplifi cação do ciúme. Ex-namoradas, “gavi-

ões”, check-ins em festas... A internet joga inúmeras

bolas quicando na frente dos casais, o que pode

trazer turbulências nem sempre necessárias. E,

no caso dos casais formados na internet, ainda

existe o conhecimento do risco: quem conheceu

o marido ou a esposa nos chats da vida, pode co-

nhecer outra pessoa, não? “O chat também pode

ser uma via para se distanciar da pessoa amada.

Ou, pelo menos, da pessoa com quem se está

mais ou menos comprometido. Fala-se bastante

disso: homens e mulheres que se sentem enga-

nados quando seus companheiros mantém re-

lações habituais, contínuas por meio da internet.

Uma ambivalente e desconcertante sensação

de ciúmes, alimentada pela existência inquietan- »»»

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te desse alguém ‘sem rosto’ que espera por trás

da tela”, teoriza Diego Levis. Fernanda Lancellote

afi rma tirar de letra. “Às vezes, rola um ciúme sim,

acho que faz parte do relacionamento, né? Lida-

mos bem com isso, já que baseamos nossa rela-

ção em confi ança. Não deixamos de ter cada um

a sua página, afi nal, cada um já teve sua história.

Agora é que temos uma história só”, diz.

O primeiro contato e os riscos de uma aborda-

gem fracassada. A evolução da intimidade até o

ponto de aceitar um primeiro encontro. Ansieda-

de. O desejo de mostrar o melhor de si. A dúvida

para saber se a química vai acontecer. No fi nal

das contas, o início de um relacionamento nascido

na internet não é muito diferente de um totalmen-

te offl ine. Mas a rede sozinha não tece um “felizes

para sempre”. Que o digam as pessoas com co-

nhecimento prático de causa, como Elizio Eluan.

“Acho que a internet agrega as formas tradicionais

de conquista, nunca substitui. Temos familiares

e amigos com histórias parecidas à nossa. Hoje,

existem muito mais ferramentas para uma rela-

ção começar na internet e virar uma grande história

real. Se há mais de dez anos deu certo com a

gente, deve dar muito mais certo hoje”, opina. Al-

guém discordaria?

Leia mais

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Tyara De La-Rocque Daryan Dornelles / divulgação

A serenidade no semblante, a voz tranquila

e a fala pausada em nada lembram a vida

agitada, corrida e cheia de compromissos

de Nelson Cândido Motta Filho - Nelsinho, como é

carinhosamente chamado. Produtor, jornalista, ro-

teirista, crítico, letrista, colunista... é necessário ter

fôlego e disposição para falar dele. Nelson Motta

é muito em muitos. Um homem de fé, que reza,

agradece, pede proteção, humildade e aceitação.

Um buscador de conhecimentos, novidades, ex-

periências e de si mesmo.

Para Nelson, não existe tempo ruim nem espa-

ço para reclamações; a chave está em ir atrás dos

sonhos, se permitir, fazer várias coisas ao mesmo

tempo e deixar que as experiências se comple-

mentem. E, dessa forma, ele traçou o percurso,

“pulando de galho em galho”, como diz, entrando

pelas portas que se abriam, ao invés de lamentar

as que estavam fechadas. Procurou não se apro-

fundar numa só temática, pelo contrário, optou por

transitar entre diversos assuntos e soube explorar

as várias habilidades profi ssionais que possui. As

composições musicais não são poucas, tampou-

co saem de moda: “Bem Que Se Quis”, “Como

uma onda”,”Coisas da Vida”, “Dancin’Days”; to-

das ainda hoje na boca das pessoas e na voz de

talentos da nova geração da música brasileira.

Padrinho musical de Marisa Monte, Elis Regina,

Daniela Mercury – entre outros; parceiro de Lulu

Santos, Ed Motta, Djavan, Dorival Caymmi – entre

outros, conviveu com fi guras como o escritor Nel-

son Rodrigues, o músico Vinícius de Moraes, os

jornalistas Glauber Rocha e Paulo Francis. Nelson

dá muito “pano pra manga” nesse vasto tecido

que é a história cultural brasileira. Difícil é recortar

um pedacinho de assunto numa só reportagem

em meio ao vasto conteúdo que a vida e as obras

de Motta têm.

Hoje, o maior produtor musical do Brasil deixou

o posto de lado, está completamente dedicado à

escrita e olha sem quase nenhum arrependimen-

tos para os muitos ‘chãos’ que percorreu na cami-

nhada profi ssional. Como o próprio Motta disse “A

vida ensina que não se aprende a viver senão vi-

vendo entre o não e o sim”. Nos últimos dez anos,

o jornalista lançou três romances pop – “O Canto

da sereia” (2002), “Bandidos e Mocinhas” (2004) e

“Ao Som do Mar e à Luz do Céu Profundo” (2006),

a biografi a de Tim Maia, “Vale tudo – O som e a

fúria de Tim” (2007), o elogiado “Força Estranha”

(2010) e o mais recente “Primavera do Dragão –

A juventude de Glauber Rocha” (2011). E quem

O homemdas mil faces

Nelson Motta foi partícipe [e testemunha] dos movimentos musicais que sacudiram o país nas últimas cinco décadas. Multifacetado, polivalente e observador atento da cena cultural do Brasil, ele confessa que está caído de amores pelos artistas paraenses.

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Obras de fi cçãoO canto da sereia (2002)Bandidos e mocinhas (2004)Ao som do mar e à luz do céu profundo (2006)Força estranha (2010)

Principais produções musicaisElis ReginaMarisa MonteDaniela MercuryGal Costa

Principais parcerias musicaisLulu SantosGuilherme ArantesEd MottaRita LeeErasmo CarlosDorival CaymmiMarcos Valle

Canções de sucessoComo uma OndaBem que QuisCoisas do BrasilDancing Days

Certas CoisasTudo AzulPerigosaSereia

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acha que a jornada já está cansativa, se engana:

aos 67 anos, Nelson ainda esbanja produtividade!

Atualmente, ele está trabalhando como roteirista de

um longa-metragem sobre a cantora Elis Regina,

com quem viveu um romance, e escreve dois novos

musicais: um sobre a discoteca Dancin’Days e as

Frenéticas e outro sobre a vida de Elis.

Longe dos holofotes, é fi lho de pais vivos, pai de

três mulheres – Joana, do primeiro casamento, Es-

perança e Nina, frutos da união que teve com a atriz

Marília Pera – e avô de duas meninas e um menino.

Também é dono de Max, um gato com quem divide

o apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Simpático e bem humorado, Nelson Motta con-

versou com a Revista Leal Moreira sobre arte, tec-

nologia digital, a relação com a escrita e a admira-

ção que tem pela música e cultura paraenses.

Existe algum fato específico que fez você querer trilhar pelo caminho musical?

Meus pais sempre cultivaram em mim o gosto

pelo futuro e a loucura por aprender – eles cons-

tantemente me estimulavam a buscar o novo onde

quer que eu estivesse: nas artes, política ou no com-

portamento. E a novidade era a bossa nova! Eu que-

ria ser músico, violonista como Roberto Menescal,

meu professor, mas meu talento não deu para tanto.

Em compensação, aprendi muito sobre música, o

que me ajudou quando fui ser compositor, crítico e

produtor musical.

Você acompanhou diversos momentos e transfor-mações na música brasileira, o desenvolvimento do rock no Brasil, o movimento da bossa nova e produziu grandes cantoras, como Marisa Monte, Elis Regina e Gal Costa. Como você analisa o cenário da MPB atu-almente?

Hoje não tenho a menor vontade de me envolver

na produção musical e não tenho acompanhado.

Estou dedicado a escrever um roteiro de um fi lme

e dois musicais de teatro. Têm alguns novos no-

mes que eu adoro, como Criolo, Roberta Sá, Maria

Gadú, Léo Cavalcanti e as paraenses Gaby Ama-

rantos e Lia Sophia.

O que determina a carreira e o sucesso de um artis-ta hoje, em comparação com o passado?

Talento, determinação, inteligência e sorte não

têm época. Podem mudar todos os meios de che-

gar ao sucesso, mas esses sempre prevalecerão.

Talento, determinação, inteli-gência e sorte não têm época. Podem mudar todos os meios de chegar ao sucesso, mas

esses prevalecerão.

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Obras de não fi cçãoMemória musical (1990) Nova York é aqui (1997)Noites tropicais (2000)Vale tudo – O som e a fúria de Tim Maia (2007)A Primavera do dragão (2011)

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A tecnologia digital aumentou a popularização da música na internet, trouxe a pirataria e mudou a forma de se ouvir e comercializar música. Você tem falado bastante a respeito desse processo...

Fazer e consumir arte musical se tornou bem mais

fácil e acessível, bastam talento e um laptop! Com a

tecnologia digital, a música se banalizou, qualquer

pessoa pode fazer música sem saber música. O

comércio globalizado de música, legal e pirata, aca-

bou com a ilusão de glamour da música popular e a

vulgaridade se tornou um valor indispensável ao su-

cesso de massa. O próprio tecnobrega, de Belém,

criou um novo modelo de negócios na era digital,

instituindo a pirataria de si mesmo como meio bara-

to de popularizar artistas e fazer dinheiro com apre-

sentações ao vivo. O resultado é todo esse sucesso

local, regional e até nacional, de bandas e artistas

do tecnobrega que souberam conquistar milhares

de consumidores ao vender, a preços acessíveis, a

música que eles desejavam.

Você é um escritor em tempos de internet. Como as duas coisas podem se misturar de maneira positiva?

Me animo com desafi os e novidades. Fico exci-

tado quando vou trabalhar numa linguagem nova

para mim. O importante é que meu trabalho possa

alegrar, divertir, emocionar, ajudar e esclarecer um

pouco as pessoas; é a minha ambição máxima!

Quando você olha para trás e vê todos os seus re-gistros, sejam eles na música, literatura ou no jorna-lismo, qual é a sensação?

Há muito tempo, fi z uma escolha: ao invés de

mergulhar profundamente em um assunto, prefi ro

navegar superfi cialmente por vários. Se fosse obri-

gado a fazer uma só coisa a vida inteira, enlouque-

ceria de tédio. Sou um homem de superfície, o que

não é nem bom nem ruim, é apenas uma caracte-

rística. As nossas experiências se complementam

As letras de música ajudam na escrita, a faculda-

de de designer, na formação de projetos, a vivência

como crítico musical auxilia na produção de discos,

a literatura na dramaturgia e o jornalismo ajuda em

tudo!

Há algum arrependimento?Nunca briguei com nenhum artista com quem

trabalhei, pelo contrário, sempre fi quei amigo. Me

arrependo apenas de ter perdido tempo com cha-

tos querendo me mostrar músicas e que eu fi zesse

deles estrelas...(risos)...se bem que a praga conti-

nua...(risos). »»»

O próprio tecnobrega, de Belém, criou um novo modelo de ne-

gócios na era digital, instituindo a pirataria de si mesmo como meio barato de popularizar ar-

tistas e fazer dinheiro com apre-sentações ao vivo.

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Existe algo que mais te marcou nesse trajeto?Minha sensação é a de que fui conduzido

como uma onda no mar, algumas vezes surfan-

do nela, outras, levando “caldo”. Não sou pes-

soa de “determinação cega”, entrei pelas portas

que se abriram, ao invés de reclamar das que

estavam trancadas. Além disso, sou um ho-

mem de muita fé!

Os projetos atuais, quais são?Estou desenvolvendo o roteiro de um lon-

ga sobre a vida de Elis. Além disso, escrevo

dois novos musicais – um sobre a discoteca

Dancin’Days e as Frenéticas e outro sobre a vida

de Elis Regina, dirigido pelo João Fonseca.

Em entrevistas, você tem falado bastante sobre o seu encantamento pela música do Pará, espe-cialmente pelos trabalhos de Gaby Amarantos, Lia Sophia, Felipe Cordeiro e Gang do Eletro. O que diferencia a música paraense e qual a impor-tância no panorama da música brasileira?

Foi o Hermano Vianna quem chamou minha

atenção para esta cena, há uns quatro anos.

Depois fui a Belém e conheci tudo aquilo – a

maravilhosa Lia Sophia, Gang do Eletro, Felipe

Cordeiro, a fabulosa Gaby Amarantos, Luê So-

ares, Félix, do La Pupunha, o produtor Waldo

Squash. O Pará tem músicos incríveis, levadas

diferentes, ritmos variados, forte infl uência cari-

benha. Eles têm um frescor e uma vitalidade!

É atualmente a cena musical mais interessante

do Brasil.

Você já teve a oportunidade de conhecer Be-lém. O que te chamou atenção na cidade?

A beleza da cidade, o carinho e a simpatia

das pessoas – e principalmente o talento mu-

sical e diversidade. Claro, a cidade também é

linda, a parte antiga, os sobrados, as igrejas,

tudo bem conservado, melhor do que muitas

capitais, como Salvador, por exemplo. Gosto de

freqüentar as Docas.

Provou algo da culinária típica? Sou alérgico a qualquer tipo de peixes e crus-

táceos, então fi co prejudicado em Belém.

Dançou carimbó? (risos)Nunca dancei nada! (risos) Fui dono de cinco

discotecas, mas não gosto de dançar. Adoro ver

as pessoas dançando e adoro música dançan-

te... sentado, no meu lugar....(risos)

De cima para baixo: Lia Sophia, Gang do Eletro, Gaby Amarantos e Felipe Cordeiro. Esses são alguns dos nomes que não saem do playlist do produtor Nelson Motta.

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2 e 3 quartossendo 1 suíte

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TORRE PARNASO: Registro de Imóveis do 2º Ofício Belém PA – Livro 2 – J T. Matrícula 11.472 R.3, Protocolo nº 188.509, de 18 março de 2011. TORRE TRIUNFO: Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis do 2º Ofício – Comarca de Belém – R.1/9099JL, em 26/3/2010. Protocolo 179.191. TORRES DUMONT: Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis do 2º Ofício – Comarca de Belém – Livro 2-DX, mat. 29 Incorporação R.10, em 9/12/2010. Protocolo 185.757. TORRES FLORATTA: Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis do 2º Ofício – Comarca de Belém – R1/8130JH, em 26/11/2009. Protocolo 176.465. TORRE VITTA HOME: Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis do 2º Ofício - Comarca de Belém - RG/9679JN, em 16/06/2010. TORRE VITTA OFFICE: Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis do 2º Ofício - Comarca de Belém - RG/9680JN, em 16/06/2010. Protocolo 181.328. SONATA RESIDENCE: R03 M M 445 FLS 445- 25/10/2005, Cartório de Registro de Imóveis, 2º Ofício.

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Celso Eluanempresá[email protected]

O julgamento do Mensalão estava com cara de

novela das 20h: as pessoas acompanhando com

atenção e torcendo pelo mocinho; atores procuran-

do o melhor desempenho; imprensa atenta e reper-

cutindo tudo; apostas de como seria o fi nal. Enfi m,

um autêntico folhetim.

O país se compraz e dorme satisfeito com o resul-

tado: os bandidos são condenados e o xerife é pro-

movido. Há alento e esperança no ar; agora, somos

um ‘país sério’, desacreditando De Gaulle. A Justiça

se faz presente e os corruptos desaparecem. Mas,

como nos contos de fadas, depois do fi nal feliz, vem

a vida real e o ‘felizes para sempre’ parece mais

distante que o prometido.

Sou dos que não assistem à novela e nem acredi-

tam em fi nal feliz, portanto sou cético quanto às mu-

danças que esse julgamento possa trazer ao Brasil.

Não creio que algo vá mudar nesse quesito, pois as

raízes estão submerisosas e muito bem fi ncadas. A

começar pelo processo eleitoral, se o voto é um di-

reito da democracia e você é obrigado a votar, tem

algo errado.

Em segundo lugar, vem o monstro burocrático do

Estado, com tantos tentáculos, que mais parece um

Big Brother, decidindo se podemos atravessar uma

rua ou sobre o preço do feijão. Ironicamente, é essa

tentativa de regular tudo que acaba propiciando o

surgimento das vias indiretas para resolver os pro-

blemas: o nosso famoso ‘jeitinho’.

Para ilustrar, um dia estava à mesa com alguns

prefeitos e ouvi relatos interessantes. Muitas cida-

des do interior precisam contratar médicos a peso

de ouro, já que, pelo maior salário ofi cial, não con-

seguiriam nem um curandeiro, muito menos um

médico para atender a população do município. De

onde vem a diferença para salários que facilmente

ultrapassam R$ 20 mil e são múltiplos do próprio

salário do prefeito?

Segurança pública é assunto do Estado, o muni-

cípio não tem e nem pode ter orçamento para esse

gasto. Mas é comum o Estado designar um efetivo

da PM para a localidade e pedir ao prefeito que pro-

videncie casa, carro e combustível para os policiais,

pois não há disponibilidade de verba do Estado. De

onde podem tirar esse custeio? Ou fi cam sem po-

liciamento?

A legislação engessa tanto o administrador pú-

blico, que qualquer compra de material ou serviço

torna-se um infortúnio no Ciclo do Inferno de Dante.

Muitas vezes, para acelerar um processo, acaba-

-se por criar atalhos tortuosos. Fica o dilema moral,

segue-se toda a legislação e os prazos se esgotam

e nada fazemos ou buscamos. A maioria, para não

correr riscos nem assumir responsabilidades, pre-

fere seguir a burocracia e explica-se por que tudo

no âmbito do Estado é lento, ininteligível, enervante.

Do atendimento nos hospitais, onde não há mate-

riais básicos e médicos capacitados, à tortuosa e

eterna lentidão judiciária, tudo fi ca prejudicado pe-

las amarras que a Lei impõe. Tem que se prevenir

de tantas possibilidades de fraudes que os 99% dos

bem-intencionados pagam pelo 1% de aproveitado-

res, para usar uma numerologia que os movimen-

tos sociais gostam de citar.

Até o momento, só citei casos em que não há má

fé nem interesses escusos, tudo muito republicano.

Mas, como diz o ditado, “onde passa boi, passa

boiada”, se esses atalhos utilizados para prover o

bem público são abertos, transformam-se em ave-

nidas para aqueles de má fé.

E mais. O poder executivo é vigiado e muitas ve-

zes controlado pelo Legislativo. Se os nobres legis-

ladores quiserem, param a administração pública e

o ônus político é do executivo. E nem precisam usar

atalhos, a legislação já é cheia de algemas para

aprisionar quem quiser fazer algo. Nesse quadro, o

chefe do executivo tem que negociar se não quiser

pagar os custos políticos da inanição, ou mesmo

sofrer um impeachment.

Eis aí o mensalão novamente. Por isso, sou des-

crente. Enquanto tivermos um Estado que movi-

menta quase 40% do PIB, essa onipresença é por

demais tentadora. Certamente, enquanto estou

escrevendo ou você está lendo, pelo menos 20%

da arrecadação dos impostos está indo pro ralo da

corrupção e esse julgamento nada mudou. Só mu-

dará quando tivermos um estado menor e não mais

cheio de leis e amarras que só sofi sticam os golpes

que solapam a própria legislação. Mas, para isso,

você, leitor, terá que acreditar que não precisa do

Estado para se intrometer em tudo na sua vida e

não apenas fi car falando deste ou daquele político

que provisoriamente ocupa aquele posto. O proble-

ma não é a pessoa – é o processo. Enquanto não

acreditarmos nisso, fi caremos caçando corruptos

como quem caça ratos no lixo. Ou retira-se o lixo,

ou os ratos não desaparecerão.

Para isso, quero lembrar do amigo Habib Fraiha,

autor de um livro sobre a brava atuação de Oswaldo

Cruz em Belém no início do século XX para debelar

a epidemia de febre amarela. O renomado cientista

teve que desalojar famílias, provocar muito descon-

forto, tal como já havia feito na capital da República

de então, o Rio de Janeiro. Mas venceu a luta contra

o mosquito transmissor e contra a epidemia.

Da mesma forma, não se debela a corrupção

apenas prendendo-se os corruptos ou corruptores,

seria como matar o rato e deixar o lixo. Temos que

debelar o transmissor e, para isso, é preciso acabar

com o ambiente onde ele prolifera, um orçamen-

to bilionário. E esse, como mostrou Oswaldo Cruz,

não é um processo em que a Lei seja sufi ciente. É

preciso muito sacrifício, luta e aceitação. Sem isso,

não há fi nal feliz.

SANEAMENTO SOCIAL

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especial

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Dentre os itens considerados “essenciais” à construção da autoestima feminina [e masculina], os sapatos encabeçam a lista e ambos os sexos não poupam neste quesito.

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Thiago Freitas Dudu Maroja

SíndromedeCinderela

Eles podem ser sapatilhas ou saltos altos, em modelos para ambos os sexos. Quando o assunto é sapato, não há limites aos que consideram calçados indispensáveis à autoestima e há muito tempo, o assunto deixou de ser exclusividade “delas”.

Foi um verdadeiro escândalo – de fazer in-

veja a um roteiro hollywoodiano. A primei-

ra-dama de um país asiático, cuja popu-

lação morria de fome e vivia na miséria, ganhou

as primeiras páginas e manchetes de jornais

quando o marido, líder da nação, foi deposto e

teve de sair das Filipinas. O palácio onde ambos

viviam foi revirado e nele encontrados milhares

de pares de sapatos [muitos dos quais nunca

sequer haviam sido usados]. Ainda nos closets

de Imelda Marcos ,também foram encontrados

perfumes e vestidos caríssimos, comprados,

supostamente, com dinheiro público desviado

dos cofres, segundo as acusações da época.

Imelda Marcos tornou-se símbolo de um con-

sumismo desenfreado. Após a revolta popular

que depôs seu marido, o ditador Ferdinand Mar-

cos, o casal foi exilado e, imagine a perplexidade

dos revolucionários ao encontrar três mil pares

de sapatos, número [com o perdão à seriedade

dos eventos, à época] de dar inveja a qualquer

consumista de plantão. Quase três décadas de-

pois do golpe popular que pôs fi m à ditadura dos

Marcos, Imelda retornou às Filipinas [ao contrá-

rio do marido, que morreu no exílio] e montou

um museu, em Marikina, onde estão expostos

770 pares de marcas como Gucci, Carles Jour-

dan, Christian Dior, Chanel, Prada e Louboutin.

Da vida real para a fi cção, outra personagem

personifi cou essa compulsão por sapados: a co-

lunista Carrie Bradshaw, interpretada pela atriz

Sarah Jessica Parker, do seriado Sex and the

City. Para ela, os sapatos são uma espécie de

amuleto que acompanham as angústias e feli-

cidades do cotidiano. Achar o par perfeito é o

lema de vida da personagem, que não mede

esforços [e por vezes, nem o limite do cartão de

crédito] em prol do “salto”. Ficção ou não, o es-

tilista Manolo Blahnik [por quem a personagem

Carrie Bradshaw nutre uma verdadeira admira-

ção e, por que não dizer, a marca de predileção

da própria] e fundador da famosa marca de sa-

patos que ostenta seu nome, certa vez afi rmou

que “sapatos são a maneira mais rápida de uma

mulher conseguir uma transformação instantâ-

nea”. Verdade ou não, até hoje não se sabe ao

certo o poder que esse item exerce sobre elas.

Recentemente, o jornal inglês “Daily Mail” re-

velou uma pesquisa sobre o assunto e o resulta-

do revelava que quase metade das 3 mil entre-

vistadas julgam outras mulheres pelo que elas

estão calçando. A pesquisa relevou outro dado

interessante: a estimativa de gastos com sapa-

tos ao longo de uma vida, contando que uma

mulher viva até os 70 anos, é de 16 mil libras,

ou seja, quase R$ 43 mil. Para tentar descobrir

o real signifi cado dos sapatos e revelar algumas

histórias curiosas, a Revista Leal Moreira convi-

dou algumas pessoas a abrir seus closets e falar

abertamente dessa paixão. »»»

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O poder de um salto alto.Declaradamente apaixonada por sapatos, a fotó-

grafa Noélia Neves possuiu uma coleção de apro-

ximadamente 200 pares. Mesmo bem longe dos

3 mil modelos da fi lipina Imelda Marcos, a quan-

tidade está acima do normal, mas a explicação

está na ponta da língua. “Eu me considero uma

mulher baixa e, quando estou de salto, sinto que

os centímetros a mais me valorizam muito, além

de me sentir mais sensual. Sou vaidosa e minha

autoestima se eleva bastante. Um salto me deixa

mais confi ante, mais poderosa e muito mais femi-

nina”, explica. Há alguns anos, por conta de um

problema de saúde, ela precisou fi car alguns me-

ses sem usar qualquer tipo de sapato alto, o que

a motivou a tomar uma decisão sensível. “Hoje, se

eu compro seis pares, separo três pra doar para al-

guém que precise. Um sapato pode mudar a vida

de uma mulher”, revela.

Noélia conta que todos os seus amigos já sabem

dessa sua paixão e, nas datas comemorativas, o

que ela mais ganha é, sem dúvida, sapatos “Meu

closet virou uma espécie de museu. Todos que vão

ao meu apartamento fi cam namorando meus sa-

patos”, acrescenta. Contudo, a restrição pelo con-

sumo desenfreado vem por parte dos familiares. “É

inevitável. Meus pais brigam pelo exagero e sem-

pre falam que é desperdício de dinheiro. No entan-

to, acabam me elogiando quando me veem com

um salto lindo”, diz entre risos. Os modelos são os

mais diversos possíveis: “tenho muitos diferentes,

de trançar na perna, com brilhos, cores diferentes,

mas o ultimo é um luxo, 21 cm que parece um

cristal, todo transparente”, aponta.

As várias formas de cada modelo, os saltos fasci-

nantes e a própria moda em si,que é acompanhar

as tendências, combinar e ‘descombinar’ com ou-

tros acessórios é, segundo Noélia, como fazer má-

gica com os pés. Ela já fez algumas loucuras para

conseguir um par irresistível – a “extravagância”

mais recente envolveu um par exclusivo do designer

Fernando Pires, que custava cerca de 1.500 reais.

Para comprar o tão desejado calçado, ela precisou

utilizar seu poder de persuasão. “Logo quando o vi,

fi quei apaixonada pelo modelo, mas uma mulher

já tinha se apoderado. Então, me aproximei dela e

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comecei a falar que ele não era nada de exclusivo,

pois na véspera estava num evento e tinham duas

mulheres usando o mesmo modelo e da mesma

cor. Ela pensou e largou o sapato na hora. Eu não

pensei duas vezes, corri e paguei. Quando estava

saindo, a mulher estava louca da vida porque per-

cebeu o que fi z. Saí de mansinho”, relembra.

A fotógrafa confessa que, até agora, esta sua

paixão não lhe trouxe qualquer malefício, mas é

preciso fi car atenta ao delírio do consumo. “Por

enquanto, consigo lidar de forma saudável. Mas

confesso que de vez em quando, faço algumas

estripulias”, frisa, acrescentando que, em uma via-

gem para o Rio, ela trouxe mais de 20 pares na ba-

gagem. Questionada sobre quais são os próximos

pares para entra para a coleção, ela é categórica.

“Todos pelos quais eu me apaixonar e meu dinhei-

ro puder comprar”, brinca.

Um modelo para cada ocasião Entre sapatilhas, rasteirinhas, saltos e sapatos

sociais, a jornalista Ana Paula Azevedo possui mais

de 100 pares. Ela conta que, desde criança, era

apaixonada por qualquer tipo de sapato e, com o

tempo, esse vício só foi crescendo. “Quando eu

era pequena, eu via minha mãe se arrumando e

fi cava completamente encantada quando ela colo-

cava um salto alto. Como toda a menina, esperava

ela virar as costas e sempre experimentava alguns

modelos”, relembra. Hoje, a jornalista transmite

essa sua paixão para a sua afi lhada, de apenas

10 anos. “Compro vários sapatos e sapatilhas para

ela que simplesmente adora! Mas acredito que ela

ainda não está na fase de usar salto alto”, pondera.

Mesmo com uma rotina bem corrida, a jornalista

não dispensa um belo par de saltos altos. “Mesmo

com uma roupa simples, você coloca um salto alto

e já consegue chamar atenção. Quando sei que

vou ter que fi car muito tempo em pé, eu uso uma

sapatilha básica, mas o salto sempre esta lá dis-

ponível para qualquer emergência”, revela. Segun-

do Ana Paula, não é possível afi rmar que o motivo

que leva as mulheres à compulsão por sapatos

seja um só, mas a causa é sempre a mesma: uma

fuga dos problemas reais. “Acho que o importante

é saber o limite. O exagero defi nitivamente não é »»»

1 – Christian Louboutin - Preço: $ 4.645

2 – Gucci - Preço: $ 3.750

3 – Gianmarco Lorenzi - Preço: $ 3.348

4 - Tabitha Simmons - Preço: $ 2.190

5 – Balmain - Preço: $ 2.725 dólares.

6 - Christian Louboutin - Preço: $ 2.445.

7 – Gucci - Preço: 2.295 dólares

8 - Rick Owens - Preço: $ 2,073.60

9 - Jimmy Choo - Preço: $ 1.995

10 - Giuseppe Zanotti - Preço: a partir de $2.000,00

Fonte: justluxe.com

Os 10 sapatos mais caros do mundo

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saudável. No mais, um par de sapatos sempre é

bem-vindo”, acredita.

Eles também amam sapatos?Para o estudante de arquitetura, Felipe Quincó,

os sapatos têm o poder de contar histórias e re-

lembrar momentos especiais. “A maioria dos sapa-

tos que tenho compro em viagens, então, cada um

me lembra um lugar, alguém ou alguma situação

única. Nunca considerei fazer uma coleção, mas

sempre amei comprar sapatos e sempre estou

pesquisando novos modelos e marcas, difi cilmen-

te saio de um dia de compras sem um par”, diz

Felipe, que contabiliza o número de pares em seu

armário: 50 modelos. O estudante tem um carinho

especial por todos eles e prefere os de cores mais

claras e, acredite, eles estão sempre limpos. “Cui-

do muito bem deles! Sempre procuro comprar sa-

patos de cores e materiais variados para combinar

com qualquer situação ou roupa que eu use. Sim,

sou muito vaidoso e detalhista”, garante.

Mas do que uma terapia, Felipe acredita que

comprar sapato já foi e ainda é motivo de muita

diversão. “Não acho que eu seja um consumidor

desenfreado. Comprá-los não prejudica em nada

a minha vida, então, a maioria das vezes que gosto

do sapato, acabo comprando. Mas também não

saio comprando sapatos loucamente por aí, com-

pro quando gosto mesmo!”, diz. O estudante tem

vários sapatos antigos que, segundo ele, sempre

são os mais confortáveis, o que difi culta o desape-

go. “Quase todos os sapatos que tenho, sei onde

comprei e quanto custou. O mais antigo é um mo-

cassim bege e azul. Toda vez que calço, vejo que

ele já está superantigo, mas não consigo me des-

fazer dele. É conforto total”, detalha.

O vício por sapatos vem de família e foi um traço

herdado do pai, o empresário Edgar Quincó. “Ele é

um homem extremamente vaidoso, sempre anda

impecável e combinando tudo. Acho o máximo e

admiro isso nele, pois, apesar da vida super cor-

rida, sempre viajando, ele sempre está arrumado

elegantemente sempre. Meu pai é meio exagera-

do e tem muitas roupas, sapatos... e fui criado as-

sim...”, conta Felipe, que explica ainda que seus

familiares já estão acostumados. “Todos encaram

isso normalmente, meus primos e eu sempre esta-

mos mostrando as novidades adquiridas uns para

os outros”, acrescenta.

O interesse por sapatos, até um tempo atrás,

era exclusivamente feminino. Felipe acredita, po-

rém, que o homem contemporâneo se tornou cada

O sapatos do estudante Felipe Quincó “têm histórias para contar”, segundo ele.

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vez mais vaidoso, e isso fez com que a indústria da

moda fi casse superaquecida. “Hoje, o homem en-

contra uma variedade enorme de acessórios e rou-

pas, e isso faz com que ele também ceda e acabe

comprando um pouco mais, como a mulher. Há op-

ções de sapatos de várias cores, modelos, materiais

e isso faz com que ele perceba que não existe só

sapato preto de bico quadrado para usar”, comple-

ta. Para os amigos e familiares, Felipe deixa uma

dica para os presentes de fi m de ano. “Estou de olho

em um Stubbs & Wootton e, claro, sapatos da Zara,

modelos lindos!”, ri.

Compradores compulsivos.Segundo a psicóloga e neuropsicóloga Márcia

Araújo, doutoranda em “Teoria e Pesquisa do Com-

portamento”, o desejo em si é saudável. A questão

é não deixar que ele se torne patológico. “O malefí-

cio surge quando há um descontrole do impulso de

consumir, o que pode caracterizar uma compulsão.

Muitos compradores compulsivos têm distúrbios de

humor, ansiedade excessiva e depressão”, analisa a

profi ssional que acrescenta que as “crises” de con-

sumo podem ser desencadeadas por perdas afe-

tivas ou situações que estimulem o sentimento de

menos-valia.

Até os dias de hoje, há pouco consenso sobre o

tratamento apropriado para o comprador compulsi-

vo. No entanto, alguns estudos indicam que as téc-

nicas da terapia cognitivo-comportamentais podem

ser úteis. “Elas incluem geralmente três componen-

tes principais: habilidades de resolução de proble-

mas para ajudar a gerar respostas diversifi cadas ao

estresse, técnicas de reestruturação cognitiva para

corrigir os pensamentos irracionais associados ao

comportamento impulsivo e a prevenção de recaí-

das para ajudar a identifi car situações de alto risco

e gerar planos alternativos”, detalha a psicóloga que

frisa que, em alguns casos , pode haver a necessi-

dade de terapia medicamentosa.

Não é fácil conviver com uma pessoa que apre-

sente um comportamento compulsivo, dessa forma,

é primordial a busca por informações sobre o pro-

blema, aprender o máximo sobre o transtorno, suas

causas e seu tratamento. “Alguns não aceitam se-

rem portadores de algum problema, julgam-se ca-

pazes de controlar o impulso na hora que quiserem

e não procuram ajuda. Família e amigos podem

ajudar ao mostrar a necessidade de tratamento”,

completa Márcia.A fotógrafa Noélia Neves assume que cometeu loucuras para ter os tão desejados saltos em mãos.

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CamadasreveladorasO fotógrafo Dilermando Cabral revela impressões escondidas sob camadas de cores. As pesquisas pessoais renderam belíssimas imagens do cotidiano

Quarenta anos de fotografi a ainda é pouco para

Dilermando Cabral. Dotado de muito talento,

curiosidade, obstinação e alguma sorte, o fo-

tógrafo nunca desperdiçou uma porta aberta. A disposi-

ção para experimentar caminhos novos e a coragem de

abandonar os antigos fi zeram dele um dos profi ssionais

mais versáteis de Belém – e, provavelmente, um dos

que mais tem história para contar.

A relação com as imagens veio de muito cedo, mais

por conta da imaginação do garoto do que da vontade

profi ssional. Observador e inventivo, folhear álbuns de

fotografi a era a principal diversão de Cabral na infância,

fato ao qual ele atribui suas primeiras percepções no

ramo. “De seis fi lhos, eu era o único homem. Não tinha

companhia para brincar. Meu passatempo era abrir as

gavetas onde meu pai guardava os álbuns de fotos”,

conta. “Passava horas deitado, observando aquelas

imagens, viajava em cima de cada foto que eu olhava”.

Um pouco mais tarde, em meados da década de 70,

viajou de férias para o Rio de Janeiro com a mãe. Na

ocasião, o pai deu um dinheiro para que ele comprasse

um presente para si. Escolheu uma câmera. “Ela era

tosca, de plástico. O resultado era terrível, eu não tinha

nenhuma noção e a máquina não ajudava”, ri com a

lembrança. Foi o primeiro passo em direção à carreira

que lhe motivaria a dedicação de uma vida.

As condições ruins não o impediram de registrar tudo

o que via pela frente. Ao contrário: o instigou a fazer me-

lhor. Pegava emprestada a máquina da irmã, a câme-

ra do pai, e ia experimentando. Passaram-se uns anos

até que veio o primeiro convite profi ssional. “Um amigo

publicitário viu umas fotos minhas e me convidou pra fa-

zer uma série de fotos para uma campanha publicitária.

Não pensei duas vezes”. Enquanto trabalhava nas ima-

gens comerciais, seguiu fazendo seus próprios regis-

tros. Não tardou muito para que chamasse atenção de

outro importante nome da comunicação: em 76, após

um convite, assumiu o cargo assistente de cinegrafi s-

ta em uma emissora de TV local, recém-inaugurada.

Lá, vivenciou várias funções completamente novas. “Fui

operador de moviola, cheguei a editar material, trabalhei

no laboratório, aprendi a revelar fi lme de cinema, fui pra

câmera de estúdio... um curso prático completo”, diz.

Dois anos depois, veio um novo convite da mesma

empresa. Dessa vez, para atuar como repórter fotográ-

fi co no jornal impresso. Mais uma vez, disse sim. Com

apenas 19 anos, passou por todas as editorias. “Fiz so-

cial, polícia, matérias especiais, cultura... Ali foi minha

faculdade de jornalismo”. Ficou lá por pouco mais de

um ano. Depois, voltou para a Mendes Publicidade,

cujo estúdio de fotografi a fi cou sob sua responsabilida-

de. Nesse trabalho, ganhou prêmios e know-how para

montar seu próprio estúdio, além de dedicar tempo

para as pesquisas e interesses pessoais.

O conforto da vida menos corrida não foi argumento

bom o sufi ciente para manter Dilermando afastado da

correria do jornalismo. Com a queda do mercado pu-

blicitário em meados da década de 80, começou a fa-

zer alguns trabalhos para a sucursal da Veja. Em 85, foi

convidado a fi car na editora Abril, no lugar de João Ra-

mid, após sua transferência para o sudeste. Novamen-

te, o “sim” foi a resposta imediata. “Foi uma experiência

Camila Barbalho arquivo pessoal

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72A Praça Batista Campos ganhou contornos surpreendentes, após exposição à uma lente infravermelha

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Nas duas imagens acima, as escamas do pirarucu, o gigante vermelho da Amazônia. Ao lado, mais resultados do uso da lente infravermelha.

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desgastante, complicou até meu casamento.

Eu cobria muitos problemas agrários, precisa-

va viajar... Tive que adiar o batizado da minha

fi lha mais velha quatro vezes”, relembra. Três

anos depois, saiu. Cansado e sentindo falta da

família, resolveu retomar o estúdio, onde fi cou

até que recebesse o “chamado” [mais um] do

fotojornalismo, área em que atua até hoje.

Perguntado sobre o que o levou a aceitar to-

dos os convites que recebeu, Dilermando res-

ponde de um jeito simples, porém sábio, que

“toda experiência nova vale a pena. Tive opor-

tunidade de conhecer outros lugares, de apren-

der linguagens diferentes entre publicidade,

cinema, fotojornalismo...”. As diferentes áreas

de conhecimento lhe proporcionaram pluralida-

de – além de um acervo documental valioso.

“Tenho muito material da Amazônia, milhares

de negativos arquivados, muitas fotos inéditas”,

orgulha-se, mais ainda por perceber que tudo é

resultado do seu próprio esforço e do aprovei-

tamento das chances que teve. “Me virei. Com-

prei meu primeiro equipamento com dinheiro

emprestado, somado aos bicos que fi z fotogra-

fando casamento, batizado... antigamente era

assim. Não tinha curso de fotografi a no Brasil.

Você tinha que ser autodidata e encontrar por-

tas abertas”.

A falta de fonte de aprendizado teórico, aliás,

nunca foi um obstáculo defi nitivo para o profi s-

sional. Apesar dos poucos livros e referências,

a pesquisa sempre foi parte forte de seu traba-

lho – e seu meio de nunca estagnar. Um forte

exemplo disso é que ele foi o responsável pela

montagem do primeiro laboratório colorido do

jornal O Liberal, ainda manual, abrindo as por-

tas para a era da digitalização fotográfi ca – um

sistema que durou anos, até a modernização

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completa do parque gráfi co. “Ficaria muito caro

sustentar um minilaboratório tecnológico por-

que ele teria que ser terceirizado, então, monta-

mos esse. E, modéstia à parte, foi o melhor. Um

laboratório excelente, de custo reduzido, onde

poderíamos ampliar fotos de qualquer tama-

nho”, explica. O espaço facilitou bastante o tra-

balho e fez surgir a fi gura do editor de fotografi a

em Belém. “Os fotógrafos tiravam várias fotos

iguais e todas eram reveladas, porque estavam

no mesmo fi lme. Muito dinheiro estava sendo

desperdiçado. Compramos um Fujix, um apa-

relho que ligava na televisão. Cortávamos o ne-

gativo de seis em seis fotos e projetávamos na

TV. Só a foto escolhida era revelada, no nosso

próprio laboratório”.

A curiosidade, a ousadia e o interesse pelo

novo foram fatores determinantes para os re-

sultados que Dilermando alcançou em seus

projetos pessoais. Sistemas de solarização por

fi lme, inversão de fotografi a por traço, fotogra-

fi a infravermelha e grafi smos são algumas das

refi nadas técnicas que o fotógrafo descobriu e

passou a dominar, após muita obstinação e ex-

perimentalismo. “Sofri muito para chegar a esse

ponto. Não tinha ‘sites de busca’ para perguntar

como fazer”, diverte-se. A fotografi a com infra-

vermelho, por exemplo, é a mais trabalhosa.

“Levei dias para descobrir que infravermelho só

rende bem com a máquina no tripé, longa ex-

posição, com o ISO lá embaixo”, explica. E esse

está longe de ser o único elemento de difi culda-

de: “o outro ‘porém’ é que, quando a foto apa-

rece no computador, ela é totalmente vermelha.

Você tem uma foto vermelha, que é colorida

por baixo. Aí tem que equalizar todos os espec-

tros luminosos, indo e voltando, até chegar a

um bom resultado. Vai trabalhar nos canais de

cores”, ensina. O processo é demorado: horas

por foto, às vezes até dia. “Mas o resultado é

único”. Já o grafi smo, material criativo que

também é recorrente nos seus trabalhos, é fruto

de um critério mais empírico: “grafi smo está em

todo lugar, deixa a minha mente aguçada. Por

exemplo, estou aqui, conversando com você, e

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Leia mais

Veja mais imagens exclusivas do fotógrafo Dilermando Cabral.

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começo a ver grafi smos no ambiente”.

As fotos feitas com essas técnicas, de visual im-

pressionante, vêm servindo de teste para um pro-

jeto maior – que ainda está em fase de planeja-

mento. Cabral planeja mesclar os conhecimentos

em uma expedição dupla. “Quero ir ao Marajó, fa-

zer o levantamento da vida do caboclo, do vaquei-

ro marajoara. Depois, irei à Austrália, fotografar o

cowboy do deserto australiano. Quero traçar um

paralelo entre os segmentos”, empolga-se. “O que

eu quero mostrar é que, apesar das culturas e dos

lugares diferentes, os hábitos são universais. O ser

humano é um só”. A ideia surgiu depois de uma

série de viagens feitas em 2003, em que ele pode

observar esses aspectos das pessoas. “Fotogra-

fei pessoas em Nova Iorque por 20 dias. Depois,

passei um mês viajando de ônibus pela Europa re-

gistrando os costumes. O último lugar foi o Japão.

É impressionante como o ser humano leva uma

vida de formiga”, comenta. O novo projeto está no

aguardo de patrocínio, e depois deve gerar uma

exposição.

Dilermando destaca o saldo de todos os anos

voltados para a fotografi a: “alegrias, coisas hilárias,

coisas tensas, experiências incríveis, condições

lamentáveis...”. Espectador das mudanças ocorri-

das no mundo e na sua própria profi ssão, ele de-

fende que a modernização não é vantajosa para o

ramo caso limite o profi ssional. “A fotografi a cres-

ceu, mas se banalizou. Qualquer um pode com- »»»

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prar qualquer câmera. Isso é ótimo, por um lado.

Desperta o interesse nas pessoas. Mas a era digital

não está fazendo grandes fotógrafos. Hoje, tem mui-

to programa que ajuda, mas a real ferramenta do

fotógrafo é o conhecimento de laboratório, a criati-

vidade”, acredita ele, que também afi rma que o fo-

tógrafo tem que saber fazer sua própria revelação.

“Antes, a gente tinha que saber de muita coisa: den-

sidade, temperatura, tipo de papel... Eu, por exem-

plo, fazia meus reveladores, fazia sépia com a mão,

lavava a foto com sal para não amarelar”, conta. Na

opinião dele, é função dos profi ssionais mais anti-

gos repassar esses pequenos truques para os mais

jovens, que não os descobriram empiricamente. E

arremata “é uma bobagem não ensinar os macetes

que a gente aprende. Quem pensa que não deve, já

não é um bom fotógrafo”.

Sobre o mercado brasileiro, Cabral demonstra

certo ressentimento. A desvalorização do profi s-

sional de fotografi a, a seu ver, transforma o retrato

em uma arte marginalizada. “Fotografi a é tão arte

quanto uma pintura. É triste que, no Brasil, não se

veja assim. Aqui, ela não tem o mesmo valor que

na Europa, nos Estados Unidos. Eles sim valorizam

a arte”, opina ele, que negocia fotos para bancos de

imagem no mundo todo. Para Dilermando, respeitar

a linguagem da grafi a com luz é respeitar a histó-

ria da humanidade. “A foto será, no futuro, o que as

pinturas rupestres foram na pré-história. É como o

homem do futuro vai ver quem nós fomos”, defende,

com a autoridade de quem – por quarenta anos – viu

o mundo (e a fotografi a) mudar.

Os detalhes, que geralmente passam despercebidos, ganham cores e destaques nas obras de Cabral.

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No dia primeiro de janeiro de 2013,

um novo prefeito assumirá a gestão

da capital paraense. A contagem re-

gressiva, a partir daí, está defl agrada – mais

três anos e Belém será uma senhora “qua-

trocentona” e o prefeito eleito, Zenaldo Cou-

tinho, estará à frente do maior município [em

número de habitantes] do estado.

A expectativa é enorme, pois quem é bele-

nense [por origem ou adoção] anseia por ver

sua cidade recuperar o viço de outrora, quan-

do vivenciou o ciclo da Borracha, que legou

a Belém o epíteto de “francesinha do Norte”,

tal era sua semelhança com a Paris do mes-

mo período e de um arrojado planejamen-

to do intendente-geral [cargo equivalente ao

do prefeito nos dias atuais], à época, Antônio

José Lemos [1897 a 1912].

Na aurora do século XX, Lemos, conside-

rado por seus estudiosos um político hábil e

homem sensível, era um visionário, uma vez

que iniciou as políticas públicas higienistas

[saneamento básico] e mandou reformular o

Código de Posturas do Município. A revolução

urbana foi o gatilho inicial que movimentou

outras revoluções: sanitárias, arquitetônicas e

comportamentais.

A elite usava fraque, cartola, vestidos sobre

numerosas anáguas, chapéus e luvas. No

esplendoroso Theatro da Paz, companhias

europeias encenavam espetáculos que não

chegavam ao Rio de Janeiro, então capital do

Brasil. As sessões do Olympia [a mais antiga

sala de cinema ainda em funcionamento no

país] eram o ponto de encontro da high so-

ciety paraense.

E Lemos, maranhense de nascimento, po-

rém com um amor incondicional por Belém,

foi, talvez, o grande responsável pela revolu-

ção que Santa Maria de Belém do Grão Pará

viveu naqueles dias. O intendente, entretanto,

não estava só. Para suprir a ausência de es-

tudo e o peso de um sobrenome tradicional

[Antônio Lemos só possuía o liceu – o ensino

médio dos dias atuais, mesclado ao ensino

profi ssionalizante – e chegara a Belém como

taifero da Marinha do Brasil], cercou-se de

nomes importantíssimos das ciências e de

intelectuais que o ajudaram a levar em frente

seu projeto visionário.

O tempo não foi generoso com a cidade. O

belo projeto de Lemos foi engolido pela de-

cadência, pela ausência da continuidade de

seus planos. A cidade explodiu e, portanto,

cresceu desordenadamente. Não havia estu-

do para abrir ruas e elas foram abertas como

feridas expostas. A cidade deu as costas

para o rio – a orla da cidade [talvez um dos

maiores ressentimentos e críticas habituais

de seus moradores] foi tomada por ocupa-

ções irregulares.

A Revista Leal Moreira “abre suas portas”

pela primeira vez, em quase dez anos de

existência, para o gestor da cidade falar so-

Rumo

400anos

Da Redação

A Revista Leal Moreira abre suas portas [e páginas] para um movimento de resgate do amor a Belém. Na rota que nos conduz aos quatro séculos de existência, o primeiro entrevistado de uma série de reportagens especiais é o prefeito eleito, Zenaldo Coutinho.

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Dudu Maroja

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Em meio ao caos, Belém ainda guarda símbolos que remetem à abundância [ e melhor tratamento] de tempos passados, como os túneis das mangueiras e o mercado de São Brás.

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bre seus planos para Belém. O motivo? A

“Feliz Lusitânia” precisa voltar a sorrir. E foi

com esta proposta – ouvir as intenções do

prefeito eleito – que convidamos o advoga-

do Zenaldo Coutinho, 51 anos, a inaugurar a

série de matérias especiais que a RLM fará

sobre os caminhos que nos levam aos qua-

tro séculos, pelos próximos três anos.

Como cidadão belenense e usando uma frase que o senhor usa em seu plano de go-verno, como devolver o título “Metrópole da Amazônia” para Belém?

Tem que ser um conjunto de ações, ações

estruturantes, de políticas públicas de inclu-

são social e de envolvimento com a comu-

nidade e o povo em geral. Isso passa pelos

serviços públicos e eu vou citar o mais sim-

ples: limpeza pública, que é fundamental.

Belém não é uma cidade limpa. E isso passa

pela questão, obviamente, da saúde pública.

Passa igualmente pela valorização da nossa

cultura, que tem uma riqueza extraordinária

e precisa ser valorizada, induzida, apoiada...

evidenciada. Passa pela identifi cação, estí-

mulo, valorização e aprimoramento dos nos-

sos talentos, de áreas como esporte e edu-

cação. Uma cidade tem que ter evidenciada

sua identidade e isso decorre de sua cultura,

de sua história e também do momento que

se vive, do que está se produzindo na cida-

de – aí entra a cultura, entra o esporte... a

gastronomia. Como nós queremos retomar

o título de “Metrópole da Amazônia” se nós

somos a pior capital em termos de arboriza-

ção no país? Como compreender uma ci-

dade, na Amazônia, sem árvores? Imagino,

por exemplo, aos quatrocentos anos, que já

tenhamos a nossa “Bienal das Artes”.

Ah, então o senhor pensa em uma Bienal das Artes?

Sim. Começaremos no fi nal do primei-

ro ano e teremos um grande momento em

nossos 400 anos. Tem que ser uma cidade

onde as pessoas se sintam, na rua, estan-

do na própria casa. A gente precisa ter essa

‘patrimonialização’ coletiva da cidade.

Como incutir esse sentimento em nossa gente?

Diria que, quando a gente tem o poder

público prestando seus serviços com re-

gularidade, com efi ciência, teremos a boa

contaminação, o bom contágio para envol-

ver as pessoas na contraprestação desses

serviços. Vou te dar um exemplo: no shop-

ping center, ninguém joga lixo no chão. Pri- »»»

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meiro, porque o chão está limpo; segundo,

porque tem gente olhando; terceiro, porque

eu não vou passar vergonha; mas, na rua, as

pessoas jogam o lixo no bueiro e por várias

razões: a cidade não está limpa, a rua está

suja, ou seja, não se sente o compromisso

com a qualidade daquela rua, pois não tem

ninguém olhando.

O senhor não acha que essas situações se-jam um reflexo da nossa pouca auto-estima?

O paraense tem muito orgulho de ser para-

ense. O que precisamos é transformar esse

orgulho em nossas práticas cotidianas. E

isso passa do poder público para o cidadão.

O senhor pensa em estimular algum tipo de campanha para valorizar esse sentimento?

Nós precisaremos ter, dentro de Belém,

movimentos culturais – e não somente do

material, do patrimônio palpável – em prol do

prazer de morar em Belém, de sermos par-

tícipes da história. Como prefeito, quero ser

um grande mobilizador, quero atrair e mo-

bilizar pessoas, as comunidades a me aju-

darem a fazer isso. E quero começar com

as coisas simples: uma cidade limpa, com

jardins bonitos, bem cuidados. Consolidar

parcerias com a sociedade civil – a exemplo

dos “amigos da praça Batista Campos”, que

vigia, cuida... Se a gente conseguir estabe-

lecer essa corresponsabilidade com a quali-

dade de vida na cidade, teremos uma cida-

de melhor. E é nisso que aposto: a união do

povo, neste momento de reconstrução, será

fundamental.

E o que pensa o cidadão Zenaldo? O que tem de melhor em Belém? E o que mais o entristece, ao ponto de o senhor achar que é algo que deve ser trabalhado urgentemente?

O que eu mais gosto em Belém é a gen-

te de Belém. É o que mais me dá alegria; o

nosso povo, que é extremamente acolhedor,

alegre, orgulhoso de ser paraense. Lembro

que foi esse mesmo povo que foi às urnas

votar contra a divisão do Estado. 96% dos be-

lenenses disseram “não” à divisão do Pará

em um claro apoio à nossa unidade. Outra

coisa que me encanta em Belém é o nosso

patrimônio histórico e arquitetônico, nossos

prédios, nossa cidade velha, a nossa culi-

nária. Eu adoro comer bem (risos). Encanta

a água que banha a cidade, nossos rios, a

possibilidade de a gente poder retomar essa

ligação com a água, com o rio. Quer um as-

pecto interessante? O belenense não tem o

hábito de passear de barco no rio. Para os

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ilhéus, esse é o meio de transporte do dia a

dia, mas, para quem vive no continente, é algo

fora do comum. Meu objetivo é criar linhas do

que eu vou chamar de “ônibus do rio”, vá-

rios pequenos portos, interligados às paradas

de ônibus, fazendo transporte intermodal, de

modo que você possa sair do Jurunas para o

Guamá em um ônibus de rio, ou seja, pode-

mos ter um transporte complementar do rio,

integrado ao transporte rodoviário.

E o que o entristece em Belém?A falta de cuidado com a nossa cidade,

ver crianças e jovens dependentes químicos,

morando nas ruas, mendigando a sobrevi-

vência deles. Me entristece muitíssimo uma

saúde que não funciona, ver gente morrendo

na porta do Pronto-Socorro. Aí a gente vê, de

maneira generalizada, o mau trato multiplica-

do, a violência...

O senhor mencionou Lemos, um dos ges-tores mais apaixonados por Belém, portanto, não posso deixar de perguntar sobre nossas mangueiras...

Há que se lembrar que, na época do Le-

mos, Belém vivia o apogeu do ciclo da bor-

racha: a cidade recebia grupos de ópera que

não iam para o Rio de Janeiro, por exemplo;

as famílias de posses mandavam lavar suas

roupas em Paris... Lemos, portanto, é uma

referência importante. Atualmente, temos um

trânsito caótico e até hoje a cidade não tem

um plano viário global, é um absurdo! A ques-

tão das mangueiras, embora você coloque

como um problema pontual, entendo ser um

problema simbólico – as mangueiras, as cal-

çadas, as pedras portuguesas, as pedras de

lioz, a nossa cidade velha... Ou a gente leva

as mangueiras para toda a cidade e retoma

o conceito de “cidade das mangueiras”, ou

cuidamos dos exemplares centenários que

ainda temos, ampliando, com essências na-

tivas, a arborização da cidade. Até porque as

mangueiras, embora sejam lindas e sirvam

de alimento pra muita gente, são exóticas – a

mangueira veio da Índia. E nós temos tam-

bém belas e grandes árvores daqui da região

que poderiam ser plantadas. Mas é priorida-

de iniciar a arborização – é impensável que

a capital do Pará detenha o título de capital

menos arborizada no Brasil.

Há uma grande expectativa acerca de sua gestão, afinal, o senhor estará à frente da prefeitura quando Belém completar 400 anos. Quatro anos, entretanto, é um período muito curto para sanear o passivo e ainda pensar em soluções para o futuro. O senhor está traba-lhando com metas factíveis? »»»

Leia mais

Baixe e leia o plano de gestão do prefeito eleito Zenaldo Coutinho.

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Page 90: Revista Leal Moreira nº 35

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Eu tenho essa consciência e, durante a

campanha, deixei claro que não conseguiria

resolver tudo em apenas quatro anos, mas

farei o máximo possível. Tanto que, desde o

resultado das eleições, já entrei no processo

de transição: quis me apropriar de informa-

ções, não tirei folga, nem me permiti uma

semana de férias (risos). Tenho conversado

com outros prefeitos, inclusive, e visitado

outros exemplos [de fora] de sucesso. Já fi z

reuniões sobre o BRT, a Estrada Nova, saú-

de, educação. Eu tenho a esperança de, ao

fi nal dos meus quatro anos à frente da pre-

feitura, dizer “falta muito, mas muito já foi fei-

to”. Essa é minha expectativa.

Seus planos para a educação ...Ampliar e melhorar a educação funda-

mental, fazendo gradualmente a entrada do

tempo integral. Investir na qualifi cação pro-

fi ssional é fundamental – que a gente con-

siga instituir a escola técnica municipal, ins-

tituir vestibular de excelência para os alunos

de ensino público, além ampliar o número

de creches.

Seus planos para a Saúde...Começar com a ampliação do programa

“Saúde da Família”. Colocar para funcionar

corretamente os postos de saúde e prontos

socorros com remédios e médicos. Inicial-

mente, essas são minhas prioridades. Em

seguida – e eu até já articulei uma emenda

com a bancada federal – a construção do

Pronto-Socorro de Icoaraci, onde há uma

das grandes demandas e já no ano que vem

construir duas UPAs.

O que o senhor pensa para o patrimônio histórico e arquitetônico?

Estimular a iniciativa privada e que a gente

possa preservar o patrimônio. Retomar al-

guns contatos que foram suspensos e can-

celados com o BID, o programa “Monumen-

ta” e com o Ministério da Cultura.

Para a cultura...Quero que tenhamos nossa “Bienal das

Artes”. Apoiar a cultura popular. Tenho o pro-

jeto de fazer o Teatro Municipal de Belém.

Dar evidência aos nossos talentos locais,

aproveitar esse momento em que Belém

tem as atenções da mídia e fazer com que

a prefeitura também seja partícipe desse

movimento, e, ainda, trabalhar junto com o

Governo. E vamos lembrar que temos mo-

Os casarios, muitos dos quais datam de séculos anteriores, precisam de cuidados urgentes. O tempo não foi generoso com o patrimônio histórico e arquitetônico da cidade. Ao lado, o mercado de carne Francisco Bolonha e o relógio, todo em ferro, no Ver-O-Peso.

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vimentos locais naturais: nossas quadrilhas,

os bois, os pássaros, o carnaval de rua e

precisamos encontrar locais para que eles

possam ser exercidos.

O senhor nunca cogitou dar ao mercado de São Braz uma destinação como um grande centro gastronômico? A exemplo de outras capitais, como São Paulo, Curitiba..?

Já conversaram comigo a respeito. Outra

ideia é de que ali pudesse ser o Teatro Mu-

nicipal de Belém. Mas é importante lembrar

que lá há uma ocupação comercial, pelo

menos quinhentas pessoas trabalham e ti-

ram o sustento de lá. Mas, para isso, é pre-

ciso pensar em outras alternativas, dar um

outro local para que essas pessoas possam

trabalhar ou colocaremos 500 famílias em

risco. Ainda não amadureci essa ideia, mas

é prioridade dar dignidade àquelas pessoas.

Nos seus raros momentos livres, como o senhor aproveita seu tempo?

Gosto de passar meu tempo com minha

família. Gosto de jogar tênis, futebol. Gosto

de ler. Tenho múltiplos prazeres, graças a

Deus. Gosto de escrever e até tenho livro de

poesias publicado. Também sou fotógrafo

amador [risos].

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eu Belém

Da redação

Nas próximas edições, e pelos três anos que nos separam do aniversário de 4 séculos de Belém, a equipe que faz a Revista Leal Moreira

também vai discutir e sugerir soluções para que nossa cidade volte seja o que sempre sonhamos [e o que ela merece]. Nesta estreia é desejo

coletivo que os belenenses tenham pelo patrimônio “público” o mesmo amor que dedicam à sua própria casa. Que façamos de nossas ruas e

mangueiras lugares mais cheios de amor e pratiquemos o zelo!

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Steve Jobs, Mick Jagger, o lutador Anderson Silva, além de imagens de trabalhos e lugares cotidianos - as formas se revelam para o arquiteto Joaquim Meiira.

em OFF

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OFFEm

“Agora todo mundo é artista”. Essa é

uma das frases mais proferidas depois

que as redes sociais [Instagram, de pre-

ferência] viraram verdadeiras “galerias” para

“obras” virtuais. Esse era um dos pensamen-

tos que poderia também ocorrer ao arquite-

to Joaquim Meira, de 35 anos. Ele confessa

que não conseguia entender o que levava

uma pessoa a investir centenas de dólares,

ou muitos reais, em um iPad, por exemplo,

se o objetivo fosse somente o de observar

fotos. “Isso daí é inútil para mim”, pensava

Meira.

Até que em janeiro de 2012, um objeto

de 9,5 polegadas de altura, 7,31 de largura

e uma espessura de 9,4 mm caiu em seu

colo. Era o famigerado iPad, o tablet da Ap-

ple. Para Meira, a comparação entre o iPad

e uma folha de papel foi inevitável – o for-

mato e a interação com a interface fi sgaram

o arquiteto. “A gente toca nisso pela primeira

vez e percebe que se trata de um produto

de altíssima tecnologia, que, apesar de não

vir acompanhado de um manual de instru-

ções, sabe-se como mexer perfeitamente”,

diz, sem esconder o encanto que o universo

eletrônica e suas múltiplas possibilidades lhe

causaram. De posse do iPad, Meira passou

a exercitar sua criatividade em várias verten-

tes, utilizando aplicativos do tablet para dese-

nhos profi ssionais e croquis e para incursões

pessoais no campo artístico.

A ideia de carregar debaixo do braço um

instrumento que permitisse, por exemplo,

O arquiteto Joaquim Meira fala de um hobby recém-descoberto e exercitado cotidianamente: impressionantes e delicados traços feitos no tablet

Alan Bordallo

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desenhar livremente, conservando o traço

que aprendeu na arquitetura, acrescido de

elementos de pintura como aquarela - com

um peso aproximado de 652 gramas - rea-

tivou em Joaquim paixões e hábitos antigos,

como o gosto pela arte. “Posso levar meu

iPad e sentar numa praça para desenhar

uma igreja sem ter que levar pincéis, ca-

valetes, tintas, sem sujar as mãos. É como

resgatar um hábito ancestral”, compara. A

arte, aliás, sempre foi um tema presente na

vida do arquiteto. Aos seis anos, começou a

formar um arcabouço artístico e cultural com

visitas frequentes ao tio Rui Meira, o artista da

família. Na casa do parente, ele costumava

pintar, moldar argila e “fazer arte”, de modo

bem característico, como só as crianças bem

sabem. O pai, Aurélio Meira, era consumidor

e entusiasta das artes. Sua casa sempre foi

frequentada por artistas e as discussões in-

teressavam os ouvidos atentos de Joaquim.

A escolha pela arquitetura, que normal-

mente atiça a sensibilidade adormecida de

quem a pratica, refl etiu o interesse de Jo-

aquim pela expressão de formas bonitas.

Durante seu crescimento, ele exercitou seu

olhar sob várias formas de expressão: gosta-

va de pintar, fazer aquarela, esculpir, fotogra-

far. Mas, em determinado momento, todas

essas práticas foram deixadas em segundo

plano, ofuscadas por compromissos profi s-

sionais. “Só quando peguei este ‘troço’, fui

me reinteressar por esse mundo”, diz, es-

nobando e desdenhando do iPad, em uma

manifestação velada de sua dependência

do objeto. “O Steve Jobs é realmente o pai

e o rei das inutilidades indispensáveis. Basta

consumir um pouco do ‘ópio’ da tecnologia

para veres o quanto aquilo é necessário para

ti. Quando estou sem o iPad, me sinto até

agoniado. Parece que não tenho nada para

fazer”, confessa.

A abstinência que Joaquim demonstra

provém da intensidade de sua relação com

o instrumento. Como se trata de um disposi-

tivo portátil, qualquer hora é hora e qualquer

lugar, lugar para usar. O primeiro desenho

que ele fez no iPad, aliás, usando o aplicativo

“Paper” surgiu do nada. “Nunca tive interes-

se em desenhar fi guras humanas, mas um

dia, olhando o aparelho, vi que a tela tinha

dimensões parecidas com as de um retra-

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to. Então, uma vez, de memória, resolvi fa-

zer um desenho de um arquiteto depois de

ver o documentário do Álvaro Ciso. Comecei

a riscar e, quando vi, saiu o rosto. Dali em

diante, comecei a fazer de várias pessoas. A

inspiração vem de qualquer coisa cotidiana”,

diz ele, que normalmente utiliza uma foto

para reproduzir grafi camente. Em sua gale-

ria, estão ilustres e desconhecidos: Joaquim

desenhou colegas, parentes e seus animais

de estimação, além de celebridades, como

o roqueiro Mick Jagger, o poeta Vinícius de

Morais, o lutador Lyoto Machida, o físico Al-

bert Einstein.

Os retratos se juntam a outras gravuras.

Desenhos vetorizados de paisagens cotidia-

nas, como a passagem da Berlinda de Nos-

sa Senhora de Nazaré, durante a procissão

do Círio, dividem espaço com projetos e cro-

quis arquitetônicos. Fotos despretensiosas de

paisagens urbanas, com a intervenção de

Joaquim, se transformam em ambientes so-

turnos, pouco iluminados, que lembram ce-

nas de fi lmes de terror ou suspense.

Qualquer coisa pode se tornar alvo da in-

tervenção de Joaquim quando o arquiteto

tem no colo seu inseparável iPad - e qual-

quer tempinho livre de suas obrigações. “Isso

é o ócio criativo visto de uma outra maneira.

Quando desenho ou manipulo imagens, faço

isso sem pretensões.

Às vezes, a pretensão é a de ajudar com

um anúncio ou algo do tipo, mas não faço

para buscar reconhecimento nem nada”, diz

ele, que passou a cuidar da identidade visual

da chocolateria administrada pela esposa.

Desde que retomou o hábito de desenhar,

Joaquim já percebeu evolução em sua téc-

nica - embora não tenha qualquer compro-

misso com a excelência. “Não faço isso para

fi car melhor. Mas algumas vezes percebo

que termino com mais agilidade um dese-

nho. O que melhorou mesmo foi a forma

como encaro as coisas. Consigo resolver

dez coisas ao mesmo tempo e estou bem

mais organizado. Essas práticas me abriram

um panorama de possibilidades inesgotá-

vel”, diz Meira, que, apesar de ter também

inúmeras fontes de inspiração - o próprio

iPad é uma delas -, refuta com veemência o

rótulo de “artista”. “Não sou artista. Não faço

isso pelo ofício. É um hobby”, fi naliza.

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O Natal desperta fantasias e abre contagem para um novo ano.

E nós, da Leal Moreira, desejamos a todos boas festas e um 2013 inesquecível.

MaM iss vvala oro ccom nnome e e sosobrb enome.e

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O clássico completa 90 anos mais atual e surpreendente do que nunca. Nosferatu é um marco do expres-sionismo alemão. Produzido em 1922, o filme foi baseado em outro clássico, “Dracula”, de Bram Stoker. Como não conseguiu os direitos autorais com os herdeiros de Stoker, o diretor F.W. Murnau terminou por conduzir uma versão independente, cuja narrativa preserva o enredo original de Stoker.À época, conta-se, Murnau foi processado por violação de direitos autorais e a justiça ordenou a destrui-ção das cópias do filme, mas como elas já haviam sido largamente distribuídas, os rolos ficaram guarda-dos até a morte da viúva de Bram Stoker. E foram esses rolos que passaram por um minucioso processo de restauração para chegar às lojas e locadoras recentemente. Para nossa sorte. Nosferatu ganhou uma refilmagem, em 1979, sob o nome “Nosferatu: Phantom der Nacht”, com a direção de Werner Herzog.

E o cenário é a São Petersburgo do século XIX. A aristocrática Anna Karenina (vivida pela atriz Keira Knightley) é casada com Alexei Ka-renin (Jude Law), um rico funcionário do governo. Ao viajar para Moscou, para encontrar [e consolar] a cunhada, que vive uma crise no casamento devido à infidelidade do marido, ela conhece o conde Vronsky (Aaron Johnson), que passa a cortejá-la. Apesar da atração que sente, Anna o repele e decide voltar para casa. Não se dando por vencido, Vronsky a encontra na estação do trem, onde confessa seu amor. Anna resolve se separar de Karenin, só que o marido se recusa a lhe conceder o divórcio e ainda a impede de ver o filho deles.Esta refilmagem é um encontro de superlativos – cenários e figu-rinos luxuosos, além de um time de intérpretes de primeira linha.

horas vagas • cinema

CINEMA INDEPENDENTE

HITCHCOK

NOSFERATU

ANNA KARENINA

MINHA QUERIDA ANNE FRANK

DVD

DIC

A

INTE

RNET

DESTAQUE

CLÁ

SSIC

OS

O maior portal – sem fins lucrativos – de cinema independente traz uma gama de informações aos fãs, curiosos e filmmakers. Programação, prêmios, oficinas, eventos e publicações específicas. Uma bela fonte de informação. Todo em inglês.Site: http://www.ifp.org/

O filme que retrata Hitchcock no auge de sua carreira, quando o cineasta de-cidiu usar seu próprio dinheiro para produzir “Psicose”, e promete arrepiar. Por várias razões: da caracterização de Anthony Hopkins, que vive o diretor [ou seria o próprio?] ao mergulho na intimidade de um dos maiores nomes do cinema e de seu casamento com Alma Reville [vivida por Helen Mir-ren, A Rainha]. O elenco conta ainda com nomes estrelados como Scarlett Johansson [que interpreta a atriz Janet Leigh, protagonista de “Psicose”]e Jessica Biel, que “incorpora” Lina Crane, também em Psicose. Com roteiro de John McLaughlin, “Hitchcok” chega ao Brasil em fevereiro 2013. Progra-ma obrigatório.

Originalmente concebido para a TV, o filme é uma coprodução da Itália com a Hungria e foge do tra-dicional “O Diário de Anne Frank” [que também já ganhou outras refilmagens]. O filme é primoroso: fo-tografia caprichada, trilha musical de Ennio Morrico-ne e um elenco que funciona. Sem ser emocional, o filme conta a história de Anne Frank, antes de a famí-lia se esconder em Amsterdã, e depois, quando ela e a mão são enviadas para um campo de concentração. Especial ênfase para a amizade com Hannel Goslar, que é mencionada várias vezes no diário da menina. Direção de Alberto Negrin. Com Rosabell Laurenti Sellers, Emilio Solfrizzi, Gaspar Meses, Peter Vegh, Marta Egri, Mari Nagy, Panna Szurdi.

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Clementina de Jesus – Rainha QueléO documentário em homenagem à cantora Clementina de Jesus, que também era conhecida como “Rainha Quelé”, tem todos os ingredientes para encantar o público. Empatia, uma história real e músicas de quilate. Negra, pobre, com pouca educação formal, dona de casa, empregada doméstica, gênio musical, dona de uma voz marcante única e de sorriso inesquecível. Descoberta tar-diamente, só após os 60 anos de idade, passou a cantar com outros ídolos da MPB, como Pixinguinha e Paulinho da Viola. O belo documentário [e jus-tíssima] homenagem traz depoimentos de Martinho da Vila, Lecy Brandão, Paulinho da Viola, João Bosco e Cristina Buarque, dentre outros.

horas vagas • música

Dmusic.com

Lollapalooza 2013

Rock in Rio 2013

VÍDEO

DIC

A

INTE

RNET

CONFIRA

CLÁSSICO

Desde 1998, o site atualiza diariamente o ranking dos 22 melhores artistas. colocando para baixar seus álbuns.www.dmusic.com

Pearl Jam, The Killers, The Black keys, Queens of the Stone Age e Planet Hemp. Essas são algumas das atrações confir-madas para a edição 2013 do Lollapalooza. O público, em polvorosa, vai conferir de perto o retorno do Planet Hemp, ou The Killers, que, conforme promessa dos produtores, traz seu “show mais poderoso” ao Brasil. O primeiro lote de ingressos para o festival esgotou-se rapidamente, então, melhor correr para garantir o seu. Dias 29, 30 e 31 de março de 2013, no Jockey Club de São Paulo. Site do evento:www.lollapaloozabr.com/

Após o sucesso da edição de 2013, o Rock in Rio volta em 2013 com força total. A quinta edi-ção do festival no Rio, organizado pela primeira vez em 1985, será realizada nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro de 2013 na Cidade do Rock, em Jacarepaguá. Diferentemente de 2011, quando cerca de 100 mil pessoas circularam pela Cidade do Rock por dia, na quinta edição, a capacidade do espaço será reduzida para 85 mil pessoas. A cada anúncio de venda de ingressos, eles se esgotam rapidamente. O ingresso, chamado de Rock in Rio Card, garante a entrada do público antes do anúncio das atrações. Após o anúncio da programação, o com-prador pode escolher em qual dia vai utilizar as suas entradas. A venda será limitada a quatro cartões por pessoa, sendo uma meia-entrada. Bruce Springsteen, Metallica e Iron Maiden são as atrações confirmadas. Site oficial: http://rockinrio2013.com.br/

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Discografia dos Beatlestotalmente remasterizada em vinil

Os fãs apaixonados pelos Beatles têm motivos de sobra para sorrir à toa – a EMI anunciou recentemente o [re] lançamento dos discos dos “4 ra-pazes de Liverpool”. Se a boa nova já provocou frisson entre os apaixona-dos pelo quarteto, preste atenção aos detalhes: os LPs terão reproduções “fac-símile” e, por isso, contarão com todos os detalhes presentes nos discos originais, como o pôster do quarteto no The White Álbum (Álbum Branco), os encartes recortáveis de Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band e os encartes interiores dos álbuns.Segundo a EMI, os LPs poderão ser adquiridos de forma individual ou todos juntos em uma caixa limitada a 50 mil exemplares. Além de toda coleção reunida, essa edição especial também será acompanhada de um livro (The Beatles at the Beeb) de 252 páginas escrito pelo produtor Kevin Howlett, o qual destaca uma série de imagens inéditas.Além disso, a edição trará “lados A e B” que não foram incluídos nos álbuns, canções de EP e algumas raridades. Com esse nostálgico lança-mento, a gravadora completa sua coleção de reedições dos Beatles que foi iniciada em 2009 com as remasterizações em CD, os quais já vende-ram mais 17 milhões de cópias.

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horas vagas • literatura

TUDO SOBRE FOTOGRAFIA

Freddie MercuryThe Great Pretender

DIÁLOGOS IMPOSSÍVEIS

CLARICE NA CABECEIRAJornalismo

ERNEST HEMINGWAYBox Exclusivo

Este é para os amantes da fotografia. Totalmente organizado em ordem cronológica, este livro procura traçar um panorama da evolução fotográfica, com seus estilos e movimentos. Traz ainda os nomes mais importantes e representativos de cada gênero, oferecendo uma cuidadosa análise de suas obras. A obra traz ain-da a cronologia dos principais acontecimentos, visando ajudar a compreender o contexto sociocultural em que as fotos foram pro-duzidas. História, diferenças entre fotografia etnográfica, registro documental, fotografia de vanguarda, publicitária, a erótica e o nu, entre outros estilos.Editora: Sextante.http://www.livrariacultura.com.br/scripts/comum/pop_capagg.asp?548/30367548

Sean O’Hagan fez um mergulho profundo na história da música inglesa e o resultado é esta bela briografia sobre Freddie Mercury, o cantor mais icô-nico de sua geração. Popular, brilhante e de carisma inquestionável, o líder do Queen fez sucesso tanto no grupo quanto em carreira solo. Seus fãs se ressentiram da perda dele, em 1991; entretanto Mercury deixou para o mun-do um legado de gravações, nem todas lançadas. O vigésimo aniversário da morte de Freddie Mercury traz, em comemoração à sua vida e produção artística, a reedição de “Barcelona”, o inovador álbum que ele gravou com Montserrat Caballé, no momento em que se fala da expectativa do filme sobre o próprio (com Sacha Baron Cohen vivendo Mercury). Além disso, o Queen permanece sendo uma das bandas mais populares na história. O livro, rica-mente ilustrado, celebra um dos nomes mais importantes e influentes na cena musical britânica. Biografia toda em inglês. Editora Insight Editions.

Que Luis Fernando Veríssimo é um atento observador do cotidiano, disso não há dúvidas. Mas a delícia de ler “Diálogos Impossíveis” reside no ‘absurdo’ que marca a existência humana, retratada nas crônicas do autor. Imagine o diálogo de Don Juan tentando seduzir a própria Morte ou a conversa cotidiana de um casal que se desentende na hora de dormir. Mais Luis Fernando Veríssimo, impossível. Editora Objetiva.

Raio-x da produção jornalística de Clarice Lispector. Enquanto trabalhava sua ficção, a escritora manteve intensa atuação na im-prensa. Foram cerca de cinco mil textos, entre fragmentos de fic-ção, crônicas e colunas femininas para diversos jornais e revistas, além de mais de 100 entrevistas com diferentes personalidades. A coletânea, organizada por Aparecida Nunes, vai em busca do estilo de Lispector e traça um panorama do jornalismo brasileiro a partir da produção dela para a imprensa. Editora Rocco.

A Editora Bertrand traz box exclusivo com quatro livros de Ernest Hemingway: O Velho e o Mar, considerada a obra-prima de Hemingway; Por Quem os Sinos Dobram, uma história de guerra, ambientada durante a Guerra Civil Espanhola; Adeus às Armas, mais uma história de amor, em meio à guerra e Paris é uma Festa, um retrato das doces recordações do jovem Hemingway.

CLÁSSICO

DICA

LAN

ÇA

MEN

TO

CONFIRA

DESTAQUE

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horas vagas • Rio & Sampa

Thriller Live é uma grandiosa celebração à obra do maior astro pop de todos os tempos e vai marcar a sua vida. Só o álbum Thriller, gravado por Michael Jackson, atingiu 750 milhões de cópias. O espetáculo, que chega ao Brasil no começo de 2013, tem a missão de transportar o público para as várias fases e dé-cadas de sucesso da carreira do rei do pop, desde The Jackson 5. A ideia do espetáculo Thriller Live surgiu a partir das celebrações anuais que Adrian Grant, fã e amigo de Michael Jackson, realizava na década de 90, “The Anual Michael Jackson Celebration”. Em 2001, o Rei do Pop chegou a assistir pessoalmente a essa cele-bração que completava 10 anos de acontecimento.Thriller Live já foi visto por mais de dois milhões de espectadores e até hoje é ovacionado pelas plateias em Londres e em mais de 23 países da Ásia e Europa.

Rio de Janeiro: de 22/02 a 07/04 – no Citybank HallSão Paulo: de 09/05 a 23/06

Informações, preços e ingressos: www.ticketsforfun.com.br/

Mostra revela desenhos do paisagista Burle Marx Apesar de ter se arriscado por diversas vezes nas artes plásticas, foi nos projetos paisagísticos que Roberto Burle Marx (1909-1994) fez de seu nome uma referência. Apelidado de “poeta dos jardins” pela pintora modernista Tarsila do Amaral, ele concebeu, por exemplo, as áreas verdes do Aterro do Flamengo e do Museu de Arte Moderna carioca; o Eixo Monumental, em Brasília; e o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Uma faceta menos conhecida de sua obra é apresentada em “Roberto Burle Marx: a Figura Humana na Obra em Desenho”, mostra com 138 trabalhos que tem início na quarta (14), no Centro Cultural Correios.O rico acervo de ilustrações, a maioria desconhecida do grande público, abrange a produção de Burle Marx desde 1919, quando ele tinha apenas 10 anos, até a década de 40.

Serviço:Rio de Janeiro: “Roberto Burle Marx”, no Centro Cultural Correios. Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro, 2253-1580. Terça a domingo, 12h às 19h. Grátis. Até 6 de janeiro.

A adaptação da Broadway para O Rei Leão - O Musical será apresentada pela primeira vez no Brasil, a partir de 7 de março de 2013. Encenada em 15 países e traduzida para oito línguas diferentes, a adaptação do filme O Rei Leão é um dos musicais mais aguardados de 2013 e já arrecadou US$ 4,8 bilhões pelo mundo. Foi a produção de maior sucesso da Broadway. Em São Paulo, as apresentações acontecem de quarta a domingo, com duas sessões por dia, aos finais de semana.Serviço: Os ingressos podem ser adquiridos pelo site da Tickets for Fun (www.ticketsforfun.com.br) ou pelo telefone 4003-5588 com a taxa de conveniência. Na bilheteria do Teatro Renault, não há taxa inclusa.

Fontes: vejario.abril.com.br / www.ticketsforfun.com.br / http://www.guiadasemana.com.br

O REI ESTÁ VIVO

MUITO ALÉM DO JARDIM

REI LEÃO NO BRASIL

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horas vagas • New York

KEANE O grupo volta ao Radio City Music Hall após uma longa ausência. No setlist, as estrelas são as músicas do novo álbum, Strangeland. Dia 31 de janeiro, às 20h.Informações e ingressos no site: http://www.radiocity.com/

Centenas de jazz fests ocorrem nos Estados Unidos durante todo o ano. Além do tradicionalíssimo fest de Nova Orleans, merece destaque o Syracuse Jazz Festival, em New York e que comemora, em 2013, 31 exitosas edições A programação contempla apresentações solo e de grupos de todo o país e deve acontecer em junho, mas a correria por informações e ingressos inicia em fevereiro. Melhor se antecipar.Site: www.syracusejazzfest.com

Um dos mais tradicionais endereços de New York, a Metropolitan Opera House, no Lincoln Center, apresenta uma programação extensa de espetáculos em janeiro e fevereiro de 2013. “O Barbeiro de Sevilha”, “Turandot”, “Rigoletto”, “Don Carlo” e “Carmen” são algumas das joias da programção.Informações completas [e ingressos] no site: http://bit.ly/WVVS4gSite: www.lincolncenter.org

Radio City Music Hall

Syracuse Jazz Festival

ÓPERA

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horas vagas • iPad

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NIGHTSTAND CENTRAL

NETFLIX

CHROME

REAL RACING

Não há um app nativo do You Tube no IOS 6, nem um app oficial na App Store. O Jasmine é o primeiro a oferecer duas interfaces belíssimas, uma para o dia e outra para a noite, ideal para não ferir os olhos com o quarto escuro. Mas a personalização não fica só aí - você ainda pode aumentar o tamanho das fontes, marcar os vídeos como “já vistos” anteriormente e muito mais. Além disso, ele ainda suporta a reprodução em playlists, reproduz somente o áudio dos vídeos em background, e permite reproduzir um vídeo em loop (repetir).Se você possui uma conexão lenta, ainda poderá escolher a quali-dade do vídeo, basta ir em Settings > Advanced > Stream Quality > Always Ask (dentro do App). Dessa forma o app sempre vai questionar sobre a qualidade do vídeo e isso é genial. Com o Jasmine você pode logar em sua conta, ter acesso aos seus con-teúdos, canais e tudo mais, assistir a vídeos, conhecer mais sobre o autor de um vídeo, deixar comentários, adicionar aos favoritos, adicionar à alguma playlist e também compartilhar por e-mail ou redes sociais.

Custo: Free

Incrivelmente, o iPad não vem com um aplicativo de relógio e alar-me. O Nightstand Central não é somente um relógio e alarme com suas músicas, mas possui um timer para desligar e ainda mostra a previsão do tempo e suas fotos como se fosse um porta-retrato em pano de fundo. As fotos podem ser escolhidas dos seus álbuns, o aplicativo mostra as fotos alternadas se você quiser, dentro das inúmeras opções de configurações.

Custo: US $ 0,99

Com Netflix ,você consegue assistir a milhares de filmes e séries de TV online no seu iPad... e com legendas! Ele é um serviço de assinatura de filmes, séries, e você paga 14,99 reais mensais para assistir a tudo que quiser via streaming. Você pode assistir no seu computador ligado à tv ou no seu dispositivo iOS, iPhone ou iPad, que também pode ser ligado à TV. Se você não é assinante do Netflix, vale a pena experimentar, pois o primeiro mês é grátis.

Custo: Grátis no primeiro mês.

O navegador Chrome para iPad é muito similar ao da versão desktop, com a barra de endereço unificada com busca (e você pode até usar outras empresas, como Bing, da Microsoft, para trazer resultados de busca) e abas na parte de cima do navegador, como se fossem cartas de um baralho e podem ser organizadas na tela como tal.Outro recurso legal no Chrome é a habilidade de poder usar voz para fazer buscas, do mesmo jeito que no Pesquisa Google;como no Sa-fari, também há o modo privado, chamado de navegação anômina no Chrome, que não deixa rastro nenhum de sua visita e exclui todos os cookies usados depois que todas as janelas anônimas são fechadas. As abas do Chrome ficam azuis para você ter certeza de que está realmente anônimo.

Custo: Grátis

Real Racing é um jogo de corrida em que seu iPad é tanto a tela do jogo quanto o volante do carro. A versão traz 30 modelos de carros reais famosos, como BMW, Shelby e Corvette. Além disso, possui modo singleplayer com 10 horas de jogo e multiplayer local com 4 jogadores (usando AirPlay para jogarem todos na sala é muito divertido) ou online com até 16!

Custo: $ 2,99

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CLICQ’ UPA Maison Veuve Clicquot tem uma interessante linha de acessórios para bebidas que valoriza ainda mais a clássica champanhe da marca. Dentre taças, pequenas geladeiras e outros artefatos, merece destaque o Clicq’ Up – uma espécie de balde para bebida e gelo. Até aí, nada demais. A grande graça é que ele é dobrável. O designer belga Mathias Van de Walle se inspirou na arte do origami para criar o conceito. Charmoso, prático e divertido, o Clicq’ Up é um objeto surpreendente e fácil de usar, guardar e arrumar – além de ser sustentável, usando um tipo de papel cartão impermeável e reciclável. Perfeito para viagens ou para uma noite festiva na casa dos amigos. Além de, claro, trazer a marca-símbolo da nobreza europeia estampada no inconfundível amarelo da empresa.

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007 - COLEÇÃO BOND 50Pensada para os amantes do cinema, a Coleção Bond 50 conta meio século de história do agente secreto mais famoso do mundo. São 22 filmes – de “Contra o Satânico Dr. No” até “Quantum of Solace” – em BluRay, remasterizados com a mais alta qualidade de imagem e áudio, mais 130 horas de bônus com bastidores, extras e outros conteúdos novos e exclusivos. Os longas vêm em uma elegante caixa, cuja frente é decorada pelos seis atores que interpretaram o célebre perso-nagem. Dentro, eles são divididos em três porta-CDs bem produzidos – com espa-ço reservado para abrigar o recém-lançado “Operação Skyfall”. Imperdível para os apaixonados pelo ícone do MI-6.

Onde: www.saraiva.com.brPreço sugerido: R$ 699,90

Não tem jeito: os jogos de tabuleiro voltaram à baila. E se engana quem pensa que se trata de diversão para criança – eles estão melhores, mais complexos e amparados por histórias mais sólidas. Um ótimo exemplo disso é o jogo Axis & Allies 1942: Second Edition. O ambiente é a primavera de 42, em plena Segunda Guerra Mundial, mais precisamente no momento histórico da expansão do Eixo. A ideia é controlar completamente uma das potências aliadas – forças militares, a economia irregular, os futuros ataques, a resolução de conflitos – com o objetivo de libertar ou ocupar as maiores cidades do mundo. Geopolítica, estratégia e entretenimento para os aficionados por história.

Onde: www.boardgames.com.br/Preço sugerido: R$289,90

BOOK CASE PARA iPADO diálogo entre o antigo e o moderno vem movendo as ideias de designers e profissionais do estilo no mundo todo. E poucas coisas casam tão bem nesse sentido quanto o Book Case para iPad: capas famosas da literatura reproduzidas à mão dão o charme old but gold a esse item tecnológico tão pre-sente nos nossos dias. É possível escolher modelos como o de Guerra e Paz, de Leo Tolstoy, e Orgulho e Preconceito, de Jane Austen – além dos contos de fada, de Hans Christian Andersen ou da Teoria da Relatividade, de Einstein. Proteção duradoura e visual cool. O ontem e o hoje em um charme só.

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Felipe CordeiroMúsico

ESCUTA INQUIETAQuando virou do dezenove pro vinte, muito mu-

dou na escuta e a música deixou de ser exclusi-

vidade de dois importantes ambientes ideais: o

teatro, a igreja. Abrigando o som, a cidade moder-

na (esta ideia falida) obrigou-o a ser mais ruidoso,

como quem cobra uma taxa por se apropriar de

uma casa imprópria.

Na verdade, passou a se ouvir mais o próprio

som da cidade industrial e mudou-se o pacto, em

vez do pacto com o silêncio - que o som clássi-

co possuía ao reverberar na caixa acústica ideal

da sala do teatro e da igreja - o pacto agora foi

estabelecido com o ruído. Nascia a harmonia de

Schoenberg, o jazz, o rock e um projeto de música

eletrônica.

No meio do século, um caminho do meio: João

Gilberto. Pacto com o silêncio e com o ruído – como

não imaginar que o violão sincopado de João não

é feito à percussão inteira do samba de um mestre

como Marçal, só que condensada no mínimo?

E é assim, “cantando na direção do que tem de

mais calado”, como ressaltou o crítico Arthur Nes-

trovski sobre o canto de João Gilberto, que o baia-

no faz uma elaboração estilística poucas vezes vis-

ta na música mundial, equilibrando silêncio (mais

nítido) e ruído (sugerido) de modo único. Em Pink

Floyd, King Krimson, Hermeto Pascoal e Caetano

Veloso esse jogo é também nítido.

Mas na mais recente virada do XX pro XXI, há

uma catarse e triunfo talvez do ruído, assim como

do minimalismo cíclico, certamente com a afi rma-

ção intensa da música eletrônica em todo mundo,

inclusive fora dos círculos onde nasceu, a partir das

periferias dos centros urbanos: a cúmbia digital, o

tecnobrega e a fanfarra eletrônica dos países do

leste Europeu.

Escutar o jogo que não se resolve, mas se per-

petua em jogo, faz com que o sujeito de hoje - esta

coisa sem traço defi nido - também afi rme a ideia

de escuta inquieta, aberta para as possibilidades

itinerantes e indecisas da música. Escutar música

é estar inquieto diante do jogo. A escuta inquieta

é a escuta contemporânea, descobre a si mesma

fora de si.

Dá pra dizer que João Gilberto, Pink Floyd, King

Krimson, Hermeto, Caetano, Gang do Eletro, Bom-

ba Estereo e Balkans Beat Box pertecem ao mes-

mo mundo.

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especial

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“Leal Moreira All Colors” é o resultado da intervenção de Jorge Eiró sobre a logomarca da construtora.

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Camila Barbalho Dudu Maroja

Nunca haverá duas pessoas com a mesma

voz – a impressão digital da expressão hu-

mana. Por consequência, o que sai de nós

é único: a complicada equação entre cabeça, cora-

ção e as próprias vivências é contada por um timbre

que não será ouvido em outro lugar. Mas também há

aquela parte de nós que as palavras não alcançam.

Sentimentos e ideias que possuem nuances, cores,

texturas – e cuja defi nição não admite texto que, so-

zinho, empreste signifi cado literal. Muitos guardam

para si essas sensações, por não saber o que fazer

com elas. Outros, com talento e criatividade, encon-

tram na arte outra maneira de falar. Não mais de um

jeito que se possa ouvir: esses artistas pintam, es-

tampam, desenham, esculpem. Mostram aos olhos

o que não tem tradução. Falam com aquela voz que

só diz o que não pode ser dito, de um jeito igualmen-

te singular.

Para incentivar a voz das artes visuais a ecoar cada

vez mais alto, dez artistas foram escolhidos entre

ilustradores, designers, pintores e escultores para fi -

gurar nas páginas do calendário e do caderno Leal

Moreira 2013 - produtos lançados anualmente, e que

são distribuídos para parceiros e clientes. No ano vin-

douro, Carlos Oliveira Filho, Celeste Heitmann, Die-

go Gomes Pereira, Cíntia Ramos, Beta Freitas, Vivi

Huhn, Junior Oliveira, Paulo Azevedo, Rodrigo Can-

talício e Jorge Eiró farão parte do cotidiano de quem

tiver o material em mãos, com suas obras e histórias.

A proposta, em tese, era simples: intervir livremente

no logotipo da empresa – que recentemente foi re-

formulado pelo Departamento de Marketing do Gru-

po, em parceria com a agência Madre, que atende a

Leal Moreira, acompanhando a própria e constante

reinvenção da marca. Você confere os resultados e

o papo com os protagonistas desse projeto nas pró-

ximas páginas.

O processo criativo... e os criadoresForam duas semanas de contato intenso com os

artistas participantes. Entre visitas, reuniões e telefo-

nemas, conversamos sobre amores e dores no exer-

cer da profi ssão, além de visões de arte e planos

para o futuro. Histórias completamente diferentes

conduzidas pela mesma paixão.

O primeiro a receber a Revista Leal Moreira foi o

tímido e divertido Carlos Oliveira Filho. Proprietário da

marca “Égua de Camiseta”, ele conta que, em uma

viagem a São Paulo com alguns amigos, começou

a pensar em roupas que tivessem um tom divertido

e fossem regionais, sem perder a universalidade. A

ideia funcionou tão bem que hoje, além da já consa-

grada grife, ele começa a trabalhar a “Mané Gato”

– sua segunda marca. Para ele, design é mais que

Novos rumos,novas impressõesA Leal Moreira completa 27 anos em 2013 e decide reinventar-se ao modifi car o íco-ne da empresa. Para celebrar o novo período, dez nomes do design e arte paraenses foram convidados a “intervir” na nova logomarca do Grupo. O resultado poderá ser visto nas páginas do Caderno 2013 da empresa.

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Cíntia Ramos

ilustrar. “É agregar conceitos”, sintetiza. Apaixona-

do pelo Pará, planeja, num futuro próximo, expandir

para o mercado nacional. “Eu tenho uma vontade

muito grande de levar o Égua para outras fronteiras.

O Pará está na moda, esse é o momento”, acredita.

Na sua intervenção, Carlos aproveitou os contornos

do ícone para abrigar todos os municípios do Pará,

destacando, em pequenos símbolos, algumas das

características marcantes das cidades. A ideia foi

demonstrar o orgulho que ambas as marcas têm de

ser paraenses.

Em seguida, conhecemos Celeste Heitmann. Nas-

cida em Portugal, ela se mudou para o Pará há 47

anos. Aqui, começou a desenvolver projetos de ca-

ridade junto ao Rotary Club. Para angariar fundos,

decidiu vender suas pinturas – hobby ao qual se de- »»»

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dicava desde a infância. O interesse crescente pelos

trabalhos fez com que a brincadeira virasse profi s-

são. Depois, veio o trabalho com joias e a relação

com o mundo fashion – esta última tão intensa que

a motivou a entrar na faculdade de moda, concluí-

da no ano passado. Doce e carismática, Celeste se

considera hoje mais paraense que portuguesa. “Sou

apaixonada pela Cidade Velha, pelo Ver-O-Peso...

Tenho vivenciado muito a Belle Époque nos meus

trabalhos”. Com a ajuda do marido corretor de imó-

veis, ela chegou à conclusão de que um empreen-

dimento Leal Moreira representa “emoção, cultura,

sensibilidade, transparência e sofi sticação”. Na obra,

retratou esses elementos, representados por azule-

jos portugueses, rendas e pela chave do tão sonha-

do apartamento.

Sonho, aliás, é o que norteia a vida do nosso pró-

ximo designer. Diego Gomes Pereira, dono da marca

“Santos de Casa”, é um sonhador nato. Envolvido

com a arte desde a infância em um colégio semi-

-interno, continuou exercitando a criatividade na Fun-

dação Curro Velho. Era o caminho para, mais tar-

de, estabelecer a grife – fruto da vontade antiga de

propagar a fé coletiva. O foco no sincretismo e na

cultura popular é um refl exo de seu próprio criador,

que é devoto de São Jorge e Iemanjá. Determinado,

ele acredita que o reconhecimento do trabalho é fru-

to da sua perseverança. “Desistir, jamais. O mundo

pode estar caindo e eu tô pronto pra correr mais 90

minutos, com o mesmo pique”, afi rma. Emocionado

com o convite para integrar o projeto, Diego explica

que sua intervenção condiz com a imagem que ele

tem da empresa. “Pensei em proteção, segurança.

É como vejo a Leal Moreira: um anjo protegendo o

espaço de quem mora nos seus apartamentos”.

Também foi na infância que Cíntia Ramos desco-

briu sua paixão profi ssional. Filha de uma família de

artistas, a pintora foi inserida nesse meio desde muito

pequena. “Enquanto outras meninas ganhavam bo-

necas, eu ganhava lápis e pincéis no meu aniversá-

rio”, relembra. Mais tarde, já no fi m da adolescência,

um problema de saúde a deixou de cama. Sua mãe,

então, comprou material para que ela produzisse.

O interesse das pessoas pelos trabalhos criados no

período transformou a menina em profi ssional. Hoje,

Cíntia diz que não gosta de planejar. “Eu vivo o pre-

sente. Tudo vem para sua vida como uma conse-

quência do agora”, defende. Na sua intervenção, a »»»

Celeste Heitmann

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Beta Freitas

Carlos Oliveira Filho

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Veja mais

Veja o vídeo com making of da agenda Leal Moreira 2013.

Diego Gomes Pereira

artista utilizou um personagem recorrente nas suas

obras: o “Planeta Paz”. O conceito sugerido é o de

amor, educação e fraternidade – valores que ela

considera essenciais para a vida em sociedade. A

artista aproveitou para parabenizar a iniciativa: “são

poucas as empresas que incentivam a arte. Achei

muito interessante a proposta”.

Nossa quinta entrevistada foi Beta Freitas, que

nos recebeu em seu apartamento. A designer que

encontrou no metal a sua matéria-prima preferida

faz jus à imagem de mulher independente. Mui-

to bem articulada e de opinião forte, ela aprendeu

artesanato sozinha, observando e experimentan-

do aqui e ali. Mais tarde, fez faculdade de propa-

ganda e marketing e especialização em direção de

arte no Rio de Janeiro e, em seguida, dedicou-se

à ourivesaria. Hoje, Beta trabalha a própria marca,

a “MetalDesign”, com foco em criação de aces-

sórios e objetos de decoração. Perguntada sobre

as difi culdades, ela dispara: “Belém é vanguarda,

criatividade. A gente não pode culpar a mentalida-

de pequena de ninguém. Tem que meter a cara,

é só questão de trabalho”. Como metal é a sua

especialidade, Beta decidiu fazer sua intervenção

com latinhas de refrigerante. Foram utilizadas 60

delas, pintadas de dourado e prateado. A ideia foi

criar um ambiente urbano, luxuoso e sustentável.

“Fiquei feliz com o resultado”, comemora.

Do metal para a moda, encontramos Vivi Huhn

em seu ateliê em uma quinta-feira de manhã.

Agitada, em meio aos tecidos e encomendas, ela

contou que a relação com esse meio surgiu ao ver

a avó costurando. “Passei a vida a vendo transfor-

mar trapo em roupa”. O interesse virou profi ssão

só anos mais tarde, embora a vontade sempre

tenha existido. “Eu sempre quis fazer moda, mas

era muito nova pra ir fazer vestibular fora. Quando

virei mãe, senti necessidade de roupas que caís-

sem bem sem serem grudadas no corpo. Aí, criei

a marca”, relembra. De grande senso prático, or-

ganizada e “muito exigente” (nas palavras de uma

de suas costureiras), hoje a estilista coordena algo

em torno de 40 profi ssionais, entre trabalhadores

diretos e indiretos. Criativa, Vivi criou, para sua in-

tervenção, um padrão gráfi co de olhos gregos, re-

metendo ao universo da sorte, assunto recorrente

nos votos de fi m de ano. “É o que eu desejo para

a Leal Moreira e para quem mora em um de seus

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Vivi Huhn

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Paulo Azevedo

apartamentos: sorte!”.

Junior Oliveira é outro nome da moda que par-

ticipa desse projeto. À vontade entre suas má-

quinas de serigrafi a, ele revela que a criatividade

sempre permeou sua vida. “Eu gostava de brincar

na rua, com brinquedo de montar. Tudo que eu

fazia me levava para o mundo da criação”. O for-

te apreço pelo aspecto gráfi co das coisas o fez

estudar ciência da computação por dois anos.

Foi quando percebeu que o design era o que lhe

deixaria feliz profi ssionalmente. Estudou fora, tra-

balhou vendendo camiseta com um tio, aprendeu

serigrafi a, apaixonou-se pelo processo e pronto,

surge a “Eubelém” – marca que faz sucesso entre

os descolados de Belém. Junior resolveu utilizar,

em sua obra, um elemento muito presente no ar-

tesanato regional: o trançado de palha, em uma

versão modernizada. “Investi em aspectos grá-

fi cos que fi cariam interessantes quando fossem

para o plano físico”, explica, fomentando o diálogo

entre o regional e o global.

Nesse tour das artes visuais, a oitava parada foi

na recém-inaugurada galeria de Paulo Azevedo.

O artista – que associa sua descoberta pessoal da

arte ao momento em que passou por um ateliê

e viu alguém pintando um retrato – pinta fi guras

intensas e abstratas há mais de 25 anos. Ocasio-

nalmente, ele também esculpe, voltado para te-

mas sustentáveis e para o reaproveitamento de

materiais. “A escultura é o descanso da pintura”,

diz, apontando sua linguagem favorita. Com uma

visão bem peculiar dos próprios trabalhos, Pau-

lo costuma falar que nunca termina uma pintura.

“Na verdade, eu escolho o momento de abando-

ná-la, mas nunca a fi nalizo”. Quando perguntado

sobre o futuro, ele é taxativo: “daqui a dez anos,

com certeza, estarei pintando”. Para sua interven-

ção, Paulo se inspirou no visual luxuoso do barro-

co. “Também quis carregar a marca com as suas

próprias cores, que coincidentemente são as que

eu mais uso no meu trabalho”, explica.

Representando o trabalho especial dos ilustra-

dores, entrevistamos Rodrigo Cantalício. Cola-

borador da revista Leal Moreira, ele conta que a

relação com o desenho veio de muito cedo. Mes-

mo assim, desenhar profi ssionalmente não foi a

primeira coisa que lhe ocorreu. “Foi uma série de

pessoas incríveis e caminhos equivocadamente

certos que me fi zeram ver isso como o meu futu-

ro profi ssional”. Morando hoje em Buenos Aires,

Rodrigo continua desenhando o mundo como o

vê, embora hoje sofra infl uências externas. “A difi -

culdade é entender que aqueles desenhos guar-

dados na gaveta de casa agora fazem parte de

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Rodrigo Cantalício

Junior Oliveira

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um mundo bem maior, onde as pessoas veem,

criticam, elogiam, e ainda manter uma sincerida-

de no, estilo apesar disso”, avalia. Para sua inter-

venção, Cantalício baseou-se no seu processo

habitual de criação: “consiste em um movimento

em que pessoa e paisagem se tornam uma única

fi gura, procurando se adaptar ao espaço”, afi rma.

A expedição terminou no ateliê de Jorge Eiró –

pintor, arquiteto e professor dos mais celebrados

no cenário artístico paraense. Escolhido para ser a

capa do caderno, ele comemorou a condição de

padrinho do projeto. “Representar esses colegas

é uma tremenda deferência”. Sorridente em meio

às tintas, Jorge diz que o tempo é que determina

a jornada a ser seguida. “Com 30 anos de es-

trada, tem muitas coisas que só hoje eu percebi,

mas que já estavam lá no início do caminho”. E

aconselha: “persigam desde sempre a sua pró-

pria linguagem, construam seu próprio caminho”.

Para sua obra e pensando na capa de uma agen-

da para durar o ano inteiro, Eiró buscou expressar

seus votos pessoais para a virada do ano. “Queria

que as cores festivas simbolizassem uma cele-

bração do que está por vir. Eu desejo que 2013

seja um ano para se celebrar”, completa.

Dez artistas. Dez sonhos, histórias, caminhos,

estampas, pinturas – vidas que se desenharam

de maneira diferente. A linha que costura todos

esses universos é indestrutível: o amor à arte

como maneira de expressão. E, como quase todo

amor é intraduzível, é preciso olhos atentos e co-

ração aberto para perceber quão única cada voz

de dentro é. E dez vozes de dez corações falam

muito mais alto.

Tel:

91 8

887.

6486

Fax:

913

224.

1203

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Jorge Eiró

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Arthur DapieveEscritor

Escreverei uma obviedade logo nesta minha reestreia na

Revista Leal Moreira: não se faz mais cinema como antiga-

mente. Não me refi ro aos fi lmes em si, que, é claro, hoje

dispõem de um aparato tecnológico impensável no século

passado, aparato que, de quebra, lhes permite enveredar por

gêneros outrora inexistentes. Nem, tampouco, falo da arquite-

tura das salas, que incorporaram avanços como as poltronas

ergométricas e os suportes para copos. Não falo nem mesmo

da migração maciça dos cinemas de rua para os shopping cen-

ters, cheios de seguranças e vagas de estacionamento. Tudo

isso é jogo jogado. Perdeu-se um pouco de charme, admito,

mas ganhou-se em comodidade.

Então, pergunto-me, por que tenho ido pouco ao cinema?

Há uma primeira resposta, igualmente óbvia. Não foram só

os cinemas que se tornaram mais cômodos, ora. A minha

casa – e a sua, tenho certeza – também se tornou mais con-

fortável. Por exemplo: passou o tempo em que as pessoas

iam ao cinema para usufruir de seu ar-condicionado central

no auge do verão; hoje, com as facilidades de crédito, o ar-

-condicionado caseiro está ao alcance de muito mais gen-

te. Ufa, porque o aquecimento global está aí... Além disso,

agora há fi lmes disponíveis não só nos velhos canais de TV

aberta, mas também em dezenas de canais por assinatura,

em DVDs e em Blu-rays (paro aqui apenas porque não estou

entre os que os baixam da internet).

Há, porém, uma resposta menos óbvia, porque pessoal.

Hoje, vou muito pouco ao cinema porque mudou o modo de

se assistir aos fi lmes coletivamente. Nasci em 1963. Ou seja,

quando criança, ainda peguei o tempo em que “ir ao cinema”

soava quase como “ir à missa”. As pessoas botavam suas

melhores roupas e havia todo um cerimonial envolvido. As

salas de exibição fi cavam nas principais avenidas, eram enor-

mes e, como num espetáculo de teatro, tinham cortinas que

se abriam para revelar a tela na qual o fi lme seria exibido. Se

o fi lme fosse muito longo, havia intervalo.

Uma ponte longe demais (1977), do diretor inglês Richard

Attenborough, dramatização de uma operação semifracas-

sada dos “aliados” durante a Segunda Guerra Mundial, ti-

nha 183 minutos. E intervalo após hora e meia de projeção.

(Quem tem paciência para um fi lme de 183 minutos hoje em

dia?) Naquele tempo, enquanto a fi ta rodava, a plateia estava

concentrada no que acontecia com Sean Connery ou Gene

Hackman sob balas de festim alemãs na Holanda. A sala per-

manecia silenciosa e escura, a não ser pela iluminação indire-

ta das granadas cenográfi cas que explodiam na tela.

Por já ser naturalmente dispersivo, sinto falta da concentra-

ção que o cinema me impunha. Um dos grandes baratos era

que ele, de fato, nos fazia esquecer a vida lá fora. Hoje, esse

esquecimento tornou-se uma utopia. A vida lá fora insiste em

entrar na sala escura – por intermédio dos celulares que, mes-

mo quando não tocam (!) e são atendidos (!!), se iluminam ao

serem acionados para a conferência das mensagens.

Outro dia, um conhecido meu tentou argumentar com uma

senhora que, ao seu lado, digitava freneticamente no apare-

lho, aparelho cuja luz atrapalhava a imersão cinematográfi ca

de quem estava em volta. “Mas eu preciso responder...”, foi a

resposta, entre irritada e angustiada. Pouco provável que ela

fosse uma neurocirurgiã à distância ou uma ministra do STF

e de fato precisasse responder bem naquele momento. No

entanto, se a tal senhora sentia que “precisava” responder,

isso era verdade – para ela ou para uma parte do seu incons-

ciente. Volta e meia, as revistas semanais publicam matérias

sobre as novas doenças sociais fomentadas pelo vício em

alta tecnologia.

Na verdade, estamos tão mergulhados neste novo mundo

interconectado que nos solicita a todo instante, por mensa-

gens de e-mail, torpedos ou recados nas redes sociais, que

temos difi culdade de perceber o quanto isso é antinatural.

Contudo, até isso é jogo jogado: ninguém pretende revogar

os avanços tecnológicos dos últimos quinze ou vinte anos.

Resta-nos aprender a aproveitar desses avanços sem que

eles criem exigências humanamente inalcançáveis, sem que

se tornem fonte de ansiedade permanente.

Mas estou me dispersando. De volta ao cinema, rápido, de

volta ao cinema...

Desenvolvi a seguinte tese. Antigamente, assistíamos à TV

como quem ia ao cinema: todos juntos diante de um único

aparelho, na medida do possível quietos etc. Hoje, nos porta-

mos no cinema como se estivéssemos em casa: atendemos

telefones, falamos alto, zapeamos etc. Bem, zapear ainda

não zapeamos, mas temo que, mais cedo ou mais tarde, al-

guém invente uma forma interativa de se ir ao cinema. Cada

poltrona terá botões que permitirão ao espectador assistir ao

fi lme desejado – e trocar quando ele perder o interesse. No

telão, será exibido o fi lme escolhido pela maior parte dos es-

pectadores. De dois em dois minutos, o sistema fará outra

verifi cação e...

Com licença que vou ali registrar uma patente e já volto.CH

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destino

revistalealmoreira.com.br

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Quando Amadeus Mozart se sentia incom-

preendido pelos vienenses, era em Praga

onde ele se refugiava para trabalhar em

suas composições. Os arquivos literários relatam

pelo menos cinco longas temporadas do com-

positor austríaco na capital da República Tcheca,

que, naquela época, já era um grande centro cul-

tural na Europa. Mais de 200 anos depois, Praga

continua mais pulsante do que nunca e o melhor:

a rica produção musical vai muito além do estilo

clássico.

Localizada na Boêmia Central, uma região no

coração da Europa, a cidade sempre foi um ponto

de encontro de culturas por sua localização ge-

ográfi ca estratégica. Até 1992, a chamada “Pa-

ris do Leste” pertenceu à República Federal da

Tchecoslováquia, que unia etnicamente tchecos e

eslovacos. Com a divisão do país em duas repú-

blicas distintas, Praga passou a ser ofi cialmente

a capital da República Tcheca. No mesmo ano, a

cidade foi tombada como Patrimônio Cultural da

Humanidade pela UNESCO.

Situada às margens do rio Moldava (Vltalva,no

idioma tcheco), a cidade dourada, como também

é conhecida por suas características imponentes,

se tornou uma das maiores atrações turísticas do

velho mundo, embora seja uma das menores ca-

pitais europeias, com cerca de 1,3 milhões de ha-

bitantes. O boom de turistas concentrados na parte

mais oriental da Europa transformou a rota Praga-

-Viena-Budapeste em uma das preferidas de via-

jantes em busca de uma vasta programação cul-

tural. Um simples passeio pelo centro da cidade

já revela traços neorenascentistas em muitos dos

prédios construídos no século passado.O estilo

art noveau presente na arquitetura residencial tam-

bém revela a infl uência vienense sobre Praga nos

secúlos XIX e XX.

Mosaicocultural

Dayse Freitas

Arquitetura imponente, cultura ao alcance de todos e uma das cervejas mais fa-mosas do mundo são apenas algumas dos atrativos que garantem à Praga o título de cidade dourada

Arquivo Pessoal

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Praga a péPara contemplar a variedade de estilos arquite-

tônicos e a infi nidade de monumentos no centro

histórico, tudo que um turista precisa é disposi-

ção para caminhar por ruas, praças e charmosas

passagens. Um pouco de paciência na hora de

fazer o registro fotográfi co provavelmente será

necessário, pois, em quase todas as épocas do

ano, a cidade está lotada. Isso também faz com

que cada metro quadrado de cafés, lojas e gale-

rias seja bastante disputado. Portanto, para quem

deseja conhecer o lugar com mais tranquilidade

precisa evitar a alta temporada que vai de junho a

setembro, regra válida para a maioria das capitais

europeias.

O lado prático para o turista é que, apenas ca-

minhando, é possível conhecer toda a parte his-

tórica da cidade, que está dividida basicamente

em quatro áreas: Cidade Velha, Cidade Pequena,

Castelo (Hradcany, é o nome em tcheco) e Cidade

Nova. O roteiro histórico pode começar a partir do

Castelo, que na verdade é um complexo cercado

de palácios, igrejas e mosteiros construídos em

cima de uma colina e que serviam de residência

para os reis, duques e clérigos da Boêmia. É o

lugar que marca a origem da cidade entre os sé-

culos IX e X.

O destaque do Castelo de Praga fi ca por con-

ta da imponente Catedral de São Vito, construída

inicialmente no século XIV e pode ser vista de vá-

rios pontos da cidade. A maior igreja da República

Tcheca erguida em estilo gótico é, sem dúvida,

um dos cartões postais mais bonitos de Praga. A

Catedral de São Vito abrigava os rituais de coroa-

ção e servia como lugar de sepultamento dos an-

tigos reis da Boêmia. Quem passar por lá também

irá encontrar um conjunto de belos mosaicos nas

janelas laterais indicando o trabalho de importan-

tes artistas tchecos do século XX, com imagens

de santos da cultura eslava.

Ainda no castelo, encontram-se importantes

atracões turísticas, como o antigo Palácio Real,

com três andares contruídos em épocas distintas,

a Basílica de São Jorge, a Torre de Pólvora e a

O patrimônio arquitetônico de Praga merece um passeio a pé. A variedade de estilos e infi nidade de monumentos são um convite aos milhares de turistas que visitam anualmente a cidade.

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Viela Dourada, com pequenas casinhas que ser-

viam de moradia para os guardas e artesãos que

cuidavam do castelo. Vale lembrar que, em razão

da grandeza do lugar, o ingresso para os visitantes

é válido por três dias,ou seja, se o turista se sen-

tir cansado no primeiro dia, pode tranquilamente

voltar no dia seguinte e explorar o local com mais

tranquilidade.

Saindo do complexo, a pedida é dar uma volta

pela Cidade Pequena e visitar a igreja de São Ni-

colau, construída no século XVIII em estilo barroco

ou apenas caminhar pela rua Nerudova e apre-

ciar as fachadas residenciais com símbolos que

serviam para identifi car o endereço das casas na

Idade Média. A rua também é muito conhecida

pelo grande número de lojas de souvenirs que pos-

sui, mas redobre a atenção: diferente de outras

áreas da cidade que cobram os preços em coroa

tcheca, quase tudo na Nerudova já é cobrado em

euro, inclusive com preços tabelados em inglês.

Portanto, para quem gosta de pechinchar, vale a

pena investir em ruas com menos movimento.

Na Cidade Pequena, também está localizado

o Museu Franz Kafka, que traz detalhes da vida

de um dos mais importantes escritores do país e

da Europa. A exposição permanente sobre Kafka

traz um rico acervo de fotografi as, manuscritos e

fi lmes que mostram o difícil relacionamento que o

artista tinha com o pai, um comerciante de origem

judia, além de dramas amorosos e o cotidiano do

escritor nos círculos literários de Praga.

A Ponte de Carlos sobre o rio Moldava, constru-

ída no século XIV durante o reinado de Carlos IV,

separa a Cidade Pequena da Cidade Velha. Princi-

palmente em dias ensolarados, é comum encon-

trarmos artesão e músicos que fazem da ponte

uma atração à parte na cidade. Já na Cidade Ve-

lha, o charme fi ca por conta das inúmeras vielas,

entre elas a Karlova, cheia de cafés, restaurantes,

lojas e pequenas galerias de artes que acentuam

ainda mais a erfervescência cultural da Praga. Na

praça da Cidade Velha, estão pontos turísticos im-

portantes, como a prefeitura e o relógio astronô-

mico da Câmara Municipal. A Cidade Nova é o

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Para chegar a Praga saindo de BelémBelém/São Paulo/Amsterdam/Praga ou

Belém/Rio de Janeiro/Paris/Praga

Pode ser feito com a KLM (Royal Dutch Airlines)

www.klm.com (versão em português disponível)

Quem já estiver em trânsito na Europa poderá voar com a com-

panhia low cost Easy Jet a partir de várias capitais europeias

www.easyjet.com

A viagem de trem também pode ser uma forma prática e inte-

ressante de se chegar a Praga saindo de capitais como Berlim

e Viena. Tanto a Alemanha quanto a Áustria fazem fronteira com

a República Tcheca.

www.bahn.de (disponível em inglês)

www.oebb.at (disponível em inglês)

Onde ficarBest Werstern Hotel Meteor Plaza

Endereço: Hybernska 7, Praga 1

Tel:00 (xx)420 224 192 559

Diárias a partir de € 65,00

Site: http://www.hotel-meteor.cz

Para os mochileirosCzech Inn Hostel

Endereço: Francouzská 76, Praga 2

Tel: 00(xx) 420 267 267 600

Diárias a partir de € 9,17

Site: http://www.czech-inn.com/

Old Prague Hostel

Endereço: Benediktská 2, Cidade Velha

Tel: 00 (xx) 420 224 829 058

Diárias a partir de € 12,90

Site: http://www.oldpraguehostel.com/

MoedaCoroa Tcheca (1 euro = aproximadamente 25 coroas)

VistoBrasileiros são isentos de visto para viagens de até 90 dias

Serviço

bairro onde estão concentrados muitos restauran-

tes, hoteís e discotecas da cidade. Lá também se

encontram monumentos como o Museu e o Teatro

Nacional.

Cidade MusicalPraga é, sem dúvida, um lugar que não vive

apenas de seu rico passado cultural. A produção

musical nos dias de hoje mostra que o título de

“Praga Dourada”, usado na época em que Mozart

andava pela cidade, continua mais atual do que

nunca. Um exemplo disso é a grande quantidade

de clubes de jazz espalhados pela cidade. Perso-

nalidades importantes como Bill Clinton já deram

“canjas“ jazzísticas por lá. Muitos artistas contem-

porâneos de todo o mundo também escolheram a

cidade para viver em função da intensa producão

musical.

Por outro lado, a tradição da música clássica

continua tão viva na capital que um dos programas

culturais mais comuns para turistas é aproveitar as

ofertas de concertos de música clássica que são

oferecidos quase todos os dias por vendedores

nas ruas. Uma dica é negociar o preço sempre,

pois, dependendo da época do ano, o valor do in-

gresso pode cair pela metade. Os concertos du-

ram, em média, 1 hora e meia e trazem um mix de

grandes compositores como Vivaldi, Mozart, Bach

e o tcheco Dvorák, por exemplo. Geralmente são

executados em capelas e catedrais espalhadas

pela Cidade Velha. Um programa quase obrigató-

rio em Praga.

E, por falar em programa obrigatório, vale ressal-

tar que Praga possui um bairro judeu muito impor-

tante para a história da cidade e que merece, pelo

menos, uma parte do dia para ser visitado. O bair-

ro Josefov possui uma identidade própria muito

marcante. A área começou a se desenvolver ainda

no século XII com a vinda de comerciantes judeus

para a cidade tcheca. Lá, estão localizadas várias

sinagogas, um museu, um cemitério e ainda res-

taurantes com comida típica da culinária judaica.

www.revistalealmoreira.com.br

A vida noturna de Praga é agitada e oferece opções para todos os gostos e bolsos

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Tradicão BoêmiaNão é por acaso que os tchecos disputam

com os alemães o título de maiores consumi-

dores de cerveja na Europa. Há quem diga até

que nesse quesito os tchecos saem na frente.

O país tem uma tradição que faz com que a

cerveja tcheca (pivo) seja considerada uma das

melhores do mundo. Pilsner Urquell e Budweiser

são apenas algumas das marcas mais conhe-

cidas, mas uma boa cerveja escura também

pode ser degustada facilmente em qualquer

pub da cidade. Para quem não abre mão do ro-

teiro etílico, recomenda-se apenas disfrutar os

bares instalados em porões das casas antigas

ou simplesmente entrar em qualquer Pivo Bar

espalhado pelo centro histórico. O visual rústico

e acolhedor dos bares é convidativo e um ponto

de encontro sagrado para o povo tcheco.

Em matéria de culinária, a tradição boêmia

também oferece opções gastronômicas bem

interessantes. Os pratos com carne de porco

são os preferidos da população , mas nem só

de carne suína vive a cozinha tcheca. O Gulas-

ch, um guisado de carne de vaca acompanha-

do de pedaços de pão (český knedlík), típicos

da cozinha boêmia , também costuma ser ofe-

recido como especialidade em muitos restau-

rantes. O pato ao forno também aparece como

uma recomendação aos visitantes e, se o tu-

rista for paraense, o prato pode ter um sabor a

mais. Depois da jornada gastrônomica, reserve

espaço para sentar em um dos muitos cafés

charmosos de Praga. Aproveite cada minuto

da bebida e lembre-se de que talvez, naquele

mesmo local, estiveram um dia grandes perso-

nalidades da arte e da cultura mundial.Afi nal, ir

à Praga e não sentar em um café é como ir à

Paris e não conhecer a Torre Eiffel.

Os concertos duram, em média, uma hora e são executados nas capelas e catedrais espalhadas pela Cidade Velha. Um programa obrigatório em Praga.

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Todo mundo gosta de confraternizar com amigos e pessoas próximas. Neste ano, o Capital já re-cebeu mais de 100 eventos. Isto representa a procura do público pela qualidade que o local oferece. Nele, são disponibilizados todos os serviços de uma grande casa noturna com as grandes qualidades de um lounge.Com capacidade para aproximadamente 200 pessoas, o Capital Lounge & Bar se torna um ambiente agradável, pois conta com DJs tocando muita música boa, pratos deliciosos feitos pelo Chef paulista Marcos Barros e drinks de primeira preparados pelos barmens. Para o próximo ano, muitas surpresas virão. 2013 será ainda mais TOP!

Av. Braz de Aguiar, entre Quintino Bocaiuva e Benjamin ConstantAv. Conselheiro Furtado, 100 (Casa Cor Pará 2012)Tel: (91) 3249-0056

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O Capital Premium sem dúvida nenhuma marcou o circuito de casas noturnas de Belém em 2012. Com um ambiente totalmente planejado para oferecer conforto e qualidade, ele recebeu as principais festas neste semestre, com um público sempre animadíssimo, se divertindo até altas horas.Em breve, mais um espaço será anexado ao projeto, que continuará mesmo depois que o Casa Cor Pará for encerrado, a Arena Capital. Um ambiente aberto, todo incrivelmente decorado. Será o palco perfeito para receber bandas e grandes eventos, para a capacidade de até mil pessoas. Venha conhecer o Capital Premium!

@Capital_Lounge @Capital_Lounge/CapitalLoungeSiga o Capital Lounge:

http://www.capitalloungebar.com.br

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beu as divertindo atn

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Havanaenquanto isso

Moro em Cuba, em uma pequena cidade chama-

da San Antonio de Los Baños. Aqui, estudo Televi-

são e Novos Meios na Escola Internacional de Cine

y Television de San Antonio de Los Baños, a EICTV.

Vivo em uma parte um pouco isolada, onde a maior

coisa é realmente a escola, mais ou menos a uma

hora de Havana, nossa capital e maior cidade – um

lugar incrível, onde eu estou constantemente. Hava-

na é apaixonante. Primeiro, você se enamora como

turista, é claro, com os olhos de quem vê pela pri-

meira vez as construções dos anos 50, os carros

antigos e todo esse visual. Depois que você está já

há algum tempo e começa a entender um pouco

da dinâmica do lugar, se apaixona pela gente que

faz a cidade e as histórias que eles têm para contar

(e são muitas!). Em cada esquina, existe um centro

cultural, um bar, um teatro, um cinema, um museu,

frequentados sim por turistas, mas em grande parte

pelos próprios cubanos.

A segurança chama muito a atenção de quem

vem por aqui. É o lugar mais seguro em que já es-

tive. A gente caminha tranquilamente pela rua, sem

se preocupar com nada em qualquer hora do dia.

Também merece destaque a quantidade de bons

lugares para se conhecer. Indico o Malecón, que é

uma grande orla onde se vê o mar do Caribe – é

um visual hipnotizante. A maioria dos turistas fre-

quenta a região da “Plaza Vieja” e cercanias, onde

há muitos restaurantes e produtos como souveni-

res. Mas o melhor de Cuba é caminhar e desco-

brir as atrações que agradam a cada um. Sempre

terá uma peça ou um fi lme para ver, mas também

boa música e o que mais você encontrar. O melhor

está nas surpresas. Há períodos mais interessan-

tes, dependendo do que você queira ver. Por exem-

plo, quando a capital recebe como o internacional

de dança e o Festival de Cinema de Havana – que,

em dezembro, lota a cidade com gente de todas

as partes. Fora isso, ainda é bom arrumar um tem-

pinho para conhecer o Museu Nacional de Bellas

Artes, o Teatro Nacional, o Teatro El Público e o Cine

Infanta. Você não vai se decepcionar!

Outra dica bacana é pegar uma pequena em-

barcação e ir ao outro lado, em Casablanca, para

conferir a arquitetura e a vista do outro lado do mar

do Caribe. É bonito e romântico, um passeio ines-

quecível. Quando você se programar para vir visitar

Cuba, fi que atento à época do ano. Aqui, faz calor

quase sempre, por se tratar de um pedaço do Ca-

ribe. Mas, quando chega setembro, as temperatu-

ras caem bastante e fi ca assim até março. Nesse

período, o clima fi ca em torno dos 20 graus. Se a

sua vinda coincidir com esse intervalo, um casaco

é sempre uma boa companhia, principalmente à

noite.

Como fi co aqui até 2015, que é quando me gra-

duo no curso, ainda virão muitas impressões sobre

Havana e sobre os outras regiões de Cuba que pla-

nejo conhecer. Mas posso adiantar que qualquer

vinda, em qualquer momento, vale muito a pena.

Larissa BezerraCineasta

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visite e surpreenda-se

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gourmet

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David Salvador Ibarz AcerbiMoretti PhotographyTradução: Lívia Mendes

Criatividade sem limitesNo que denomina “período de entressafra” do respeitado elBulli, o gênio Ferran Adriá está imerso em sua nova fundação, sem tirar o pé da cozinha latino-americana, da qual se considera um fervoroso admirador.

Um homem à frente do seu tempo; um gênio,

na forma renascentista de entender o termo;

profi ssional brilhante, consagrado internacio-

nalmente em sua profi ssão; um homem inconformista

e sonhador; um menino que, no fundo, continua per-

seguindo seu sonho: criar. Ele, que foi durante cinco

anos eleito o melhor cozinheiro do mundo, carrega

consigo meio século de histórias e comemora seus

raros momentos livres com a família – uma agenda

tão ou mais apertada do que quando reinava atrás dos

fogões do elBulli.

Para o chef Ferran Adriá, o período “sabático” que ele

impôs ao elBulli está longe de ser sinônimo de calma-

ria. Adriá está cheio de projetos e trabalhando na orga-

nização, a “elBulli Foundation”, um centro experimental

sobre a efi ciência em criatividade gastronômica.O se-

tor já espera ansioso, talvez simplesmente para ver o

que nos reserva esse gênio inquieto chamado Ferran

Adriá.

Uma palavra: criatividadeNascido em L’Hospitalet de Llobregat, cidade ane-

xa a Barcelona, Adriá começou na cozinha do restau-

rante de Cala Montjoi, na localidade costeira de Roses

(próximo à França), onde fi cou por mais de 25 anos,

quando em, 1984, decidiu se unir a um projeto, que

só interrompeu em 2011, uma parada, segundo pró-

prio, “para refrescar as ideias”. Quando chegou, o el-

Bulli já contava com duas Estrelas Michellin, mas foi a

“mãozinha” do catalão [“o toque mágico” seria o termo

mais justo] que consagrou o estabelecimento e que

conquistou a terceira estrela (em 1997), proporcionan-

do um reconhecimento internacional nunca visto até

então na gastronomia – tudo graças à essa máxima

que persegue o chef: a criatividade. Destacar a impor-

tância na evolução bem sucedida do restaurante de

seu diretor, Juli Soler, que agora sofre de uma doen-

ça neurodegenerativa e teve de se afastar nessa nova

aventura, não signifi ca que o novo projeto não terá a

presença de Soler. “Sua magia e ilusão sempre esta-

rão conosco”.

O gênio dos fogões recebeu a Revista Leal Moreira

em seu estúdio, de onde coordena a fundação que

vai maravilhar o mundo e que “falará de criatividade e

de vanguarda, do que a gente gosta”, afi rma. “Pode-

ria ter me dedicado a abrir restaurantes e mandar... A

ser empresário! Mas o meu negócio é inventar e que-

ro continuar assim”. Gênio e fi gura simples, longe de

carros caros e mansões de luxo, Adriá tem os pés no

chão e é consciente do que esse novo projeto não é

simples, “mas é o que meu corpo pedia”. E nem será

fácil, “porque estamos começando do zero, sem refe- »»»

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rências, uma vez que é o primeiro centro desse tipo no

mundo”. “Estamos certos de que o projeto começa-

rá a dar seus primeiros passos a partir de 2014, para

quando está prevista sua inauguração”. “Na primavera

de 2013, iniciaremos as obras, mas já estamos tra-

balhando nisso ativamente há um ano”, fala sobre o

grande “monstro” que se erguerá no mesmo terreno

do restaurante. “Deve continuar ligado a Cala Montjoi

[uma vila espanhola, destino luxuoso de férias]”. Ques-

tão de origem.

O “hiato” do elBulli surpreendeu o setor, mas a cabe-

ça de Adriá continua a 120%. “Passamos muitos anos

trabalhando direto e duramente. Precisávamos parar

porque o modelo criativo estava caindo numa rotina

que podia comprometer sua continuidade, por isso,

decidimos nos transformar para gerar uma mudança

que nos motivasse a continuar criando. Agora estou

mais ocupado do que quando estava no eBulli”, diz.

Amazônia: uma experiência fantásticaSobre algumas das viagens que realizou recente-

mente [e que periodicamente o tiram da Espanha], co-

menta ter pisado em solo brasileiro. “Queria e quero

conhecer como se trabalha lá [no Pará] e vou voltar

com certeza”. De maneira mais enfática e empolga-

da, fala de suas conclusões sobre os produtos locais:

“a cozinha brasileira é maravilhosa, chefs como [Alex]

Atala ou Paulo Martins fi zeram muito bem sua gastro-

nomia, gerando uma corrente rica e muito interessante

de novos chefs que, com certeza, vão se deparar com

surpresas positivas num futuro não muito distante. É

e será uma cozinha sábia e criativa, com identidade

própria”. Palavra de chef.

Falando em particular, destaca do Brasil [e de toda

a America do Sul] a variedade de ingredientes “sua

magnífi ca matéria-prima”, como ele defi ne. Sobre a

Amazônia, ele não cansa de repetir que “quando o

mundo conhecer seus produtos, se fará uma revolu-

ção. É a despensa mais impressionante que já vi”, fala

maravilhado. O chef corrobora a tendência e se atreve

a aventurar-se num dos produtos que deve triunfar em

breve internacionalmente, “isso se já não triunfou”: o

tucupi. “Ficou gravado na memória”.

Falando de Atala, Martins ou da cozinha local, Adriá

aposta nela e em seus produtos como motores de

crescimento e desenvolvimento econômico e gastro-

nômico do Brasil. “A cozinha está avançando a passos

fi rmes, somada às disponibilidades técnicas, aos ta-

lentos individuais que há lá”. Por isso, ele aconselha jo-

vens chefs a se dedicarem de corpo e alma à profi ssão

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e às novidades. “Se você ama a cozinha, dedique-se

com gosto, com honestidade e inconformismo. Nunca

por buscar o sucesso. Esse não se busca, se encon-

tra. Se você faz as coisas bem, quando menos espe-

rar, alguém baterá à sua porta”.

Novos projetos, novas cozinhasQuem aconselha é quem começou sem “padri-

nhos”, que passou por diversos restaurantes até en-

contrar aquele no qual poderia prosperar e mostrar o

que tinha dentro de si. Ele foi o responsável pelo pró-

prio caminho. Agora deve continuar caminhando para

encontrar novas vias. “A criatividade não tem limites”,

ele adora essa frase e, por causa dela, Adriá encon-

trou no seu irmão o aliado perfeito para continuar, des-

sa vez em uma segunda linha. Abriu, juntamente com

Albert, que veio a fazer parte da equipe elBulli logo

depois de Ferran, o “Tickets”, em 2010, um revolucio-

nário conceito de bar de tapas (entradas espanholas)

na região de Barcelona e cuja administração tem pre-

enchido parte de seus dias. Adriá está envolvido ainda

na internacionalização do Tickets e na abertura, para

logo, de um novo restaurante, desta vez da cozinha

mexicana. “Nós somos apaixonado por ela”. A coisa

é não parar.

Conta o chef que o Tickets, e seu anexo, 41º, um bar,

“onde também se pode comer” poderão ganhar fi liais

em Londres. “Foi um sucesso porque conseguimos

colocar ao alcance da grande cidade a fi losofi a do el-

Bulli, criando ‘tapas’ modernistas e vanguardistas que

conseguiram envolver o público, tanto nacional, quan-

to estrangeiro. Sem dúvida, a tapa é uma maneira de

ver a gastronomia espanhola facilmente compreensí-

vel em todo o mundo”. Quem diz é embaixador inter-

nacional da ‘tapa’ que, como homem renascentista,

agora está ajudando seu irmão com um novo projeto

parcialmente relacionado a esse formato tão espa-

nhol que se chamará “Jaguar” e nascerá na metade

de 2013, ofertarando um conceito diferente de tapas e

receitas baseadas na cozinha asteca. O “alquimista”

[como também fi cou conhecido no meio] cogita incluir

algum produto brasileiro no menu. “A importância e a

infl uência da cozinha latina no conjunto mundial já são

realidade. E dela compõem-se também a cozinha pe-

ruana e a mexicana, e também – óbvio – a brasileira”.

Com vontade de continuar crescendo, deixamos

Ferran Adriá envolvido com sua nova fundação e acon-

selhando seu irmão Albert, em todos os seus novos

projetos. Também em projetos internacionais e sem

limitações culturais nem gastronômicas. Ou, talvez

uma: “odeio pimenta vermelha”. Um detalhe sem a

menor importância. Coisas de gênio. Gracias, Ferran.

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SORO DE PARMESÃOIngredientes1 kg de queijo Parmigiano Reggiano rallado 900 ml de água

Modo de fazerColocar a água para ferver em uma panela e só então adicione o queijo parmesão ralado.Mexa sem parar, até que se forme uma “massa” com o parmesão.Retire do fogo e deixe em infusão por um período de 1 h.Usando uma gaze nova, coe e leve à geladeira.

BASE PARA O XAROPEIngredientes 100 ml de água 100 g de açúcar

Modo de fazer Misturar os dois ingredientes em uma panela, levar ao fogo até levantar fervura. Leve à geladeira.

MAÇÃ CARAMELIZADAIngredientes1 maçã tipo Golden (de aprox. 150 g)200 g de base para xarope2 g de ácido ascórbico

Modo de fazerMisture o ácido com o xarope.Corte a maçã em rodelas, de modo a obter “folhas” de 0,1 cm de espessura.Rapidamente, mergulhe as maçãs na “solução” de xarope com o ácido. Escorra as “folhas”, uma a uma, e coloque-as sobre uma assadeira, forrada com silpat (*película de silicone, que transforma qualquer assadeira em uma superfi cie antiadherente).Levar ao forno (140º C) por um tempo de 25 minutos até que fi quem crocantes.Espere esfriar e guarde em um recipiente bem fechado e em lugar fresco e seco.

NOZES TOSTADASIngredientes50 g de nozes sem casca

Modo de fazerLeve as nozes ao forno para tostar a uma temperatura de 170 ° C por 7 min.Elas devem fi car crocantes.Quebre-as um pouco, até obter pedaços de cerca de 0,5 cm de diâmetro.

PÃO DE QUEIJOIngredientes1 litro de soro de parmesão (preparação prévia)5 g de lecitina de soja em pó

Modo de fazerEsquente o soro de parmesão a uma temperatura de 45 °C.Adicione a lecitina e misture bem.Com a ajuda de um turmix, emulsione a mistura na parte superior, fazendo com que o má-ximo de ar quanto possível, para que se forme uma textura de espuma que chamaremos de “ar”.Deixe o “ar” estabilizar durante 1 minuto, buscá-lo com uma colher de sorvete grande e ir preenchendo o molde da colher de sorvete.Preencha uma colher de sorvete (medida) por pessoa.Cubra com uma folha de papel manteiga e leve para congelar.

ACABAMENTO E APRESENTAÇÃOIngredientes5 g de framboesas liofi lizadas 4 moldes (bolas feitas com a colher de sorvete) do gelado, envolvido no papel.

ElaboraçãoServir 4 pequenas vasilhas. Acompanham duas outras vasilhas com uma mistura de maçã caramelizada com nozes tostadas e picadas, além das frambroesas liofi lizadas.

receita

“Ar” gelado deparmesão com müsli

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vinho

VINHOS FESTIVOS

As festas de fi nal de ano são um convite à cele-bração e, naturalmente, ao “estourar” de rolhas de vinhos alegres. A Revista Leal Moreira convida você a degustar os rótulos especialmente selecionados para o Natal e Réveillon.

www.revistalealmoreira.com.br

Uvas: 42% Chardonnay, 45% Pinot Noir, 13% Pinot Meunier Graduação: Vol. 13 % - Não safrada Origem: Champagne - FrançaFestivo, refinado, elegante, espiritual, encantador o Champagne é tudo isso e, para celebrar as Festas de fim de ano, nada melhor do que o Gosset Brut Excel-lence, champagne com grande tradição e reconhecimentos. A Maison Gosset foi fundada em 1584 e é provavelmente a mais antiga de toda na região. Com um perfil aromático fascinante e perlage fi-níssimo, o Gosset Brut Excellence tem complexidade para dar e vender; é ime-diato, fragrante e amplo. Desde as primei-ras notas agrumadas até as mais comple-xas, de levedura e amêndoas tostadas, o nariz é infinito. Na boca, é fresco e vivaz, com gosto envolvente e rico. O Gosset Brut Excellence é filho de uma terra úni-ca e extraordinária, múltipla e com uma infinita riqueza onde nascem os maiores espumantes do Mundo. Perfeito para ce-lebrar o melhor que a vida nos oferece.

Onde comprar: Grand Cru.(Indicação da sommelier Ana Luna Lopes)

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Uvas: 40% Xarel.lo, 25% Parellada, 20% Macabeo, 10% Chardonnay e 5% Pinot Noir.Graduação: 12° GREGIÃO: Cataluña - Cava - Vinhedos La Plana (Xarel.lo, Macabeo e Chardonnay), Clos del Serral (Parellada), Vinya Gran (Chardonnay) conduzidos em cordon de royat e Barbera.CLASSIFICAÇÃO LEGAL: Cava D.O.Produção: 120.000 garrafasA colheita exclusivamente manual, com seleção de cachos, garante um vinho Complexo e elegante, com frutas cris-talizadas, brioche e mel. Cremoso, com acidez pungente e admirável persistência. Dissolve em boca, com assustadora cre-mosidade, alicerçada numa vibrante aci-dez mineral. É um vinho que casa mito bem com com frutos do mar e fará toda a diferença à mesa, no momento de sua celebração.

Onde comprar: Decanter

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Uvas: 100% NebbioloGraduação: 14%Origem: Piemonte, ItáliaA história do nascimento do vinho Ba-rolo é antiga e apaixonante. No inicio do século XIX, nos vinhedos da família Falleti Marcheses de Barolo, começou a produção daquele que é conhecido como o maior dos tintos italianos. Seguindo o estilo dos vinhos de Bordeaux, ou seja, secos e não-suaves, como até então os Barolo eram produzidos. A tradição se deve à Marquesa de Barolo, Giulia Col-bert Falletti, de origem francesa, que teve a excelente ideia de contratar o famoso enologo francês Conde Oudart, que mu-dou completamente [com sua experiên-cia] a enologia na região Piemonte, no Noroeste da Itália e fez nascer esse gran-de tinto elaborado com a casta Nebbio-lo. Vinho e história não podem caminhar separados, mas voltando ao presente. Os Barolo continuam a encantar e apaixonar os winelovers por sua complexidade e elegância. O Massolino Barolo DOCG 2007 é elegante, complexo, estagia 30 meses em carvalho francês. No palato, é frutado, potente, suculento, estruturado, com taninos bem domados. Tem um lado sutil, austero, típico dos tintos de classe. Ideal para carnes de caça ou com pratos à base de carne de cordeito, ou para ser de-gustado num momento de comtemplação. Um vinho para grandes momentos como a Ceia de Natal.

Onde comprar: Grand Cru.(Indicação da sommelier Ana Luna Lopes)

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Uvas: 100% ChardonnayGraduação: 12,5° GLCLASSIFICAÇÃO LEGAL: Trento D.O.C.PRODUÇÃO: 560.000 garrafasCom colheita exclusivamente manual, fei-ta em setembro, o Ferrari Perlè Brut 2005 é um vinho de superlativos. Majestoso, elegantíssimo, incrivelmente balanceado e muito saboroso. De coloração palha delicada, brilhante, perlage finíssimo e persistente. Cremoso, de incrível balanço e estupenda mineralidade. Longo final. Casa divinamente com peixes e risotos delicados. Deve ser servido aos 8°C.

Onde comprar: Decanter

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2005

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ExtravaganteNo espaço Leal Moreira, os arquitetos Ana Perlla e José Jr. destacaram na entra-da do lounge um tigre de resina com banho metalizado na cor dourada de uma cliente particular. A peça é marcante por representar a extravagância dos anos 80.

Não está a venda.

Diante de tantas opções, nem sempre é possível apreciar todos

os objetos de decoração da CasaCor. Pensando nisso, a equipe da

Revista Leal Moreira preparou uma seleção especial com dez itens

mais marcantes da mostra no estado. Dos mais perceptíveis aos

menos populares, todos trazem consigo uma parte da essência e

do talento dos profi ssionais envolvidos. Acompanhe:

decor

Inspiraçãoque nãotem fimConfi ra alguns dos conceituados trabalhos do maior evento de arquitetura, design e paisagismo das Américas

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RetrôAs arquitetas Erika Barros, Ludmila Slizys e Zinda Lobato elaboraram a Sorveteria com objetos retrôs dos anos 50 e 60. Dentre os inusitados, a

lambreta do dono de um restaurante de Mosqueiro dava boas-vindas ao público e o inseria no contexto da época homenageada.

Não está a venda.

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Lucas Ohana Dudu Maroja

Oratório históricoUm dos objetos mais contemplados no Antiquários (elabora-do pelos arquitetos Daniel Vinhas e Beth Gaby) foi o oratório do século XVIII de madeira de pinho de riga. A obra, de au-tor desconhecido, foi adquirida pelo antiquário Tutto Vecchio

por meio de uma família pernambucana.

VendasAntiquário Tutto Vecchio • 91 3222.4904

Juicy SalifA beleza e a funcionalidade tornaram o espremedor de laran-jas Juicy Salif um objeto de cobiça tanto na cozinha quanto na sala. A criação do designer Philippe Starck, adotada no Studio do Fotógrafo - do arquiteto Daniel Vinhas -, cumpriu o objetivo

de inovar na mostra.

Vendaswww.alessi.com

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Luminária marítimaO lustre não poderia fi car de fora da decoração náutica do Home Offi ce do Jovem Empresário, espaço do arquiteto Helder Coelho.

A luminária é uma adaptação do farol original da embarcação que pertenceu ao bisavô de Marina Fonseca, proprietária do

Maricotinha Casa.

VendasMaricotinha Casa • 91 3349.4287

Espelho MágicoA arquiteta Vanessa Martins elaborou um espelho mágico de baixo custo em parceria com a empresa gaúcha Cinex para o Loft do Casal de Músicos. Ao desligar a televisão – que fi ca embutida na parede -, o vidro desenvolvido pela Cinex se transforma em espelho.

Não está a venda.

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Mesa temáticaNo Estúdio do Estilista, projetado pelos arquitetos Felipe Souza, Linda Schwei-dzon e Tainah Schweidzon, a mesa de centro destacava-se tanto pela laca amarela quanto pelo efeito visual proporcionado pelo espelho ao lado. O de-signer carioca Zanini De Zanine se inspirou no Palácio da Alvorada, de Oscar Niemeyer, para elaborá-la - semelhança logo percebida pelos arcos.

VendasGaleria Marmobraz • 91 3239.1200

Mesas de barrilAs arquitetas Natália Jacob, Elisa Cardoso, Alana Miranda e Vanessa Maia perceberam nos barris de vinho da Grand Cru uma ótima opotunidade para elaborar mesas do ambiente externo do Adega Bar.

Não está a venda.

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Pequenos e práticosDevido as suas múltiplas funções, garden seats (ou “bancos de jardim”) são ideais para espaços compactos e práticos. No Loft da Jovem Empresária, as arquitetas Patrícia Póvoa, Luciane de Lucena e Láyza Meireles aproveitaram o tom neutro do ambiente para valorizá-los com cores vivas e atrativas.

VendasCasa Amazonas • 91 3224.4006

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ConfortávelPara compor a Sala de Leitura, os arquitetos Maria-no Cintra e Heloisa Ferreira posicionaram a chaise de alumínio polido com encosto de chenile entre duas mesas de apoio. A opção de recliná-la afasta a mo-notonia provinda de posições iguais.

VendasPerfi ni • 91 3224.9207

Painel regionalAs arquitetas Aíla Seguin e Clélia Andrade da Rouparia e La-vanderia utilizaram, na parede, o painel de tecido como uma das estratégias para quebrar o paradigma do azulejo e do branco nas lavanderias. O artista plástico Fábio Gurjão se ins-pirou em elementos regionais, como barcos, peixes e coquei-ros, para ilustrá-lo.

VendasAíla Seguin e Clélia Andrade91 9941.9590 • 91 8869.0339

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falando nisso

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Carlos Alvesarquiteto

A luz pode mudar nossa perspectiva e visão de cenários e a afi rmação é válida para a decoração e design de interiores. Para o arquiteto, urbanista e enge-nheiro civil com experiência de 25 anos, Carlos Alves, a luz pode valorizar o mobiliário, realçar as cores das paredes e deixar o ambiente mais aconche-gante. Confi ra as dicas dele para quem deseja acertar na iluminação e deixar o ambiente [ou lar] mais convidativo.

1 - A primeira preocupação com a iluminação é saber que tipo de luz você quer para o ambiente.

2 - O resultado depende da temperatura da cor da lâmpada (não exatamente da luminária). A fria geralmente não reproduz muito bem a cor do mobiliário, da parede, dos objetos de decoração, enfi m, do ambiente. Em geral, a morna – ou mais quente - valoriza melhor essas áreas.

3 - Nos banheiros, é interessante utilizar luzes mistas (branca e amarela) para realizar com efi cácia atividades rotineiras, como fazer maquiagem, aparar a barba e escovar os dentes. Assim, você consegue reproduzir o tom real da pele. Já na sala, não pre-cisa desse tipo de luz. Pode ter algo mais calmo, tranquilo e aconchegante, até para que a imagem do vídeo tenha uma melhor reprodução de cor.

4 - Algumas opções para utilizar nos ambientes são sancas. Elas têm um efeito mui-to bom por distribuir a luz uniformemente nos espaços. Além disso, têm um custo barato em relação a outro tipo de iluminaria. Outro recurso são iluminações pontuais, como, por exemplo, um abajour para valorizar um canto da sala. Eu gosto muito de usar luminárias assimétricas que jogam luzes mais direcionadas. A conciliação des-ses dois tipos de iluminação (abrangentes e pontuais) é que traz um resultado melhor em qualquer ambiente residencial, exceto cozinha, banheiros e áreas de serviço.

5 – Um recurso atual e contemporâneo é o de iluminação em led. Apesar do custo elevado em relação a convencional, seu baixo consumo de energia acaba compen-sando o custo ao longo do tempo. As fi tas de led têm ótimos resultados em casos como iluminação de prateleiras e em sancas. O único senão do led é com relação à iluminação pontual, que é muito fria. Eu acredito que a tecnologia vai achar uma maneira de transformar sua reprodução de cor tão boa quanto a convencional, mas, por enquanto, ainda não é verdade.

6 - Em ambientes comerciais, temos várias opções para aplicar a iluminação. Uma boutique, por exemplo, precisa de algo que reproduza bem as cores. Uma iluminação muito fria, como a de uma farmácia, não é adequada a ela. Então, mesmo dentro do ambiente comercial, tem que ter a preocupação de o que você quer usar. No caso de escritórios, tem que dar conforto ao profi ssional que trabalha lá o dia inteiro. Nem sempre a iluminação forte, clara e branca traz conforto. É importante que os pontos sejam iluminados, mas não necessariamente brancos ou com excesso de luz.

7 - Se você tiver condições o melhor é consultar um profi ssional da área como um arquiteto de interiores que possa auxiliar na hora de distribuir essa iluminação. Assim, você conseguirá realmente ter o melhor resultado no seu espaço.

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Que tal uma central de mídia para todos os sistemas da casa?

Quer controlar a casa à distância? Tela de projeção ou monitor?

E um sistema de áudio/vídeo multicanal para tornar o

videogame mais irado?

Essas são algumas das perguntas que fazemos para oferecer

soluções inteligentes, de automação e de entretenimento, em

plantas bem detalhadas. São elas que permitem fazer de um

projeto, um sonho realizado. Ah, por falar em sonho realizado,

quando o seu projeto é aprovado, nossa engenharia sempre

acompanha a execução.

Venha conversar conosco. Você também vai gostar das

nossas respostas.

Perguntas bem feitassão mais dametade da resposta. Especialmente em automação ehome theater.

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especial

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eOusadia

inovaçãoLeal Moreira consolida participação na Casa Cor Pará e conquista, pelo segundo ano consecutivo, o prêmio de projeto mais ousado da mostra.

Lucas Ohana Dudu Maroja

Conforto, descontração e bem-estar.

Na CasaCor Pará 2012, o espaço

Leal Moreira conciliou tão bem es-

ses conceitos com ideias inovadoras que

conquistou, pelo segundo ano consecutivo,

o prêmio de projeto mais ousado da mos-

tra. A proposta era apresentar uma síntese

do universo da construtora nesses quase 27

anos de existência em um lounge intimista,

de confraternizações.

O projeto, assinado pelos arquitetos José

Jr. e Ana Perlla, congregava opções aos

mais variados públicos. Para os mais cal-

mos, a reserva dos estofados representava

a quietude ideal à leitura e à contemplação

das referências estéticas. Já o clima de festa

era ressaltado pelo bar, boa música e espa-

ço de sociabilidade.

Na decoração, a predominância de itens

ligados aos anos 80 era uma homenagem

à década de criação da empresa. Os arqui-

tetos a elaboraram com tantos detalhes que

era improvável contemplá-la em sua totali-

dade à primeira vista. Ao entrar no “Mundo

Leal Moreira”, como o espaço foi chamado,

tudo se revelava aos poucos: as percepções

iniciais eram pautadas pelas cores preto e

vermelho e por luzes pontuais. Em seguida,

a iluminação perdia a timidez e revelava um

ambiente até então desconhecido.

Instintivamente, as pessoas tendiam a

olhar logo para um quadro amarelo em três

dimensões onde era retratada a gravidez de

uma mulher, remetendo ao surgimento da

Leal Moreira e à valorização da família. O

curioso era que, para compreender a obra

por completo, o visitante tinha que sentar na

poltrona ao lado, sendo incentivado assim ao

convívio social. “O ambiente trazia consigo

elementos que estimulam os sentidos. Por

exemplo, a luz baixa, a música ambiente, o

bar com o drinque de boas vindas, além do

aroma que convida as pessoas a permane-

cerem no local. Todos esses detalhes faziam

com que os visitantes interagissem uns com

os outros e com o ambiente, além de favo-

recer com que se sentissem à vontade para

se sentar, observar e usufruir do clima des-

contraído,” disse José Jr.

No extremo oposto, uma tela de pintura

acrílica com fotografi a, contextualizava o pú-

blico com o período homenageado. A artis-

ta plástica Cintia Ramos valeu-se de ícones

como David Bowie, fi tas cassete e guitarra

para compor a intervenção; em cores vivas

para ressaltar os contrastes da época. Nem

todas as referências eram suscetíveis a en-

tendimentos instantâneos. Algumas exigiam

um pouco mais de atenção, como os cin-

tos de couro que sustentavam três espelhos

redondos na entrada, fazendo referência ao

estilo “oitentista” do rock. “Nada que você vê

dentro do espaço Leal Moreira está ali por

acaso, sempre tem um conceito por trás”, »»»

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Leia mais

Acesse o código abaixo e confira a exclu-siva animação “Mundo Leal Moreira”

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Page 165: Revista Leal Moreira nº 35

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explicou André Moreira, diretor de marketing

do Grupo Leal Moreira.

Como um dos estandartes da CasaCor

deste ano era tecnologia, duas animações

desenvolvidas pelas agências Madre e Door

Comunicação exibiam na parede central os

valores e ideias da empresa. Para ilustrá-las,

foram utilizadas desde imagens dos colabo-

radores das obras até dos mais badalados

ícones nacionais, como a atriz Camila Pitan-

ga, o arquiteto Oscar Niemeyer, Lázaro Ra-

mos e Caroline Ribeiro.

Com um área total era de 65 m², adotar

estratégias para aproveitá-la ao máximo foi

um desafi o delicioso. Dentre elas, posicionar

uma chaise no meio do lounge e escolher ta-

petes diferentes, como um patchwork, para

dividi-lo em dois. De um lado, duas poltronas

clássicas emolduravam uma mesa pé palito

e fl ertavam com mesas tulipa. Do outro lado,

cujo conceito era de mais modernidade, a

solução foi explorar três estofados, uma

mesa geométrica e dois seats garden, que

serviam tanto de apoio de livros quanto para

assento.

As amigas Olinda Mendes e Marta Ramos

gostaram tanto do espaço que passaram

horas conversando num dos sofás. “Foram »»»

No ambiente, que evoca ícones e infl uências dos anos 80, os arquitetos José Jr. e Perlla valorizaram os detalhes e cores intensas. O lounge Leal Moreira, que conquistou o prêmio de “espaço mais ousado” da Casa Cor Pará 2012, foi um dos espaços mais visitados da mostra.

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arrojados em fazer esse ambiente. Ficou

muito bom, agradável, tanto que a gente

nem queria sair de dentro. Parecia que es-

távamos em casa,” afi rmou Marta. O clima

aconchegante era conduzido pela harmonia

entre os elementos clássicos e contemporâ-

neos. Diante disso, para dar uniformidade e

concordância ao projeto, as paredes perma-

neceram com um tom escuro e, em cada

canto, as mesas de apoio foram iluminadas

por pendentes beges.

Do sofá para um charmoso barSaindo um pouco do tema decoração, um

dos grandes diferenciais do “Mundo Leal Mo-

reira” foi a sofi sticação dos drinques ofereci-

dos aos clientes e visitantes do lounge. Cada

um deles recebeu o nome de um empre-

endimento da Leal Moreira: Unitá, Floratta,

Triunfo, Parnaso e Sonata. A artista plástica e

professora da Universidade Federal do Pará

Rosângela Britto, 47, aprovou a ideia. “Os

drinques associados aos nomes dos imóveis

fazem com que você associe ao estilo que

gostaria de morar. Foi muito inventivo.”

O mais requisitado foi o “Floratta”, que le-

vava purê de gengibre com hortelã, limão si-

ciliano e licor de laranjas harmonizado com

espumante Brut. Outro que fez sucesso foi o

“Parnaso”, feito com nectarina de maçã com

manjericão, uvas Thompson e limão siciliano

harmonizado também com espumante Brut.

Para elaborá-los, o chef em coquetelaria Leo-

nardo Cals desenvolveu técnicas exclusivas.

“A ideia era fazer algo requintado, com que

as pessoas não estão muito acostumadas.

Como esse ano o espaço foi mais intimista,

nós pensamos em trabalhar com o espu-

mante que é uma bebida nobre, de gosto

bem seleto.” »»»

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CasaCor ParáPela segunda vez, a Leal Moreira partici-

pou como patrocinadora da mostra. Isan

Anijar, franqueado da CasaCor no Pará, falou

da importância da parceria. “É a empresa

que mais constrói no estado e constrói para

todos os públicos, mas, principalmente, para

o público ‘A’ e ‘B’, que se identifi ca com a Ca-

saCor. Para nós, é uma honra e uma satis-

fação muito grande ter uma empresa como

essa há dois anos no nosso evento.”

André Moreira explicou a relevância para a

construtora em participar do evento. “A Leal

Moreira trabalha para que seu produto fi nal

seja reconhecido e admirado. Nesse sentido,

a CasaCor cumpre com maestria esse nos-

so objetivo. Isso se traduz ao longo do tem-

po numa performance comercial muito boa »»»

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Segundo o arquiteto José Jr., um dos responsáveis pelo projeto, o lounge Leal Moreira foi concebido para parecer um patchwork

(baseada em índices nacionais) graças a

várias iniciativas que procuram mostrar

para os clientes os valores da empresa,

como transparência, verdade, confi ança,

buscando fazer o melhor sem que isso se

traduza num aumento de preço.”

A CasaCor Pará - maior evento de ar-

quitetura, paisagismo e decoração das

Américas - reuniu este ano 59 ambientes

decorados e assinados por 103 arquite-

tos, designers e paisagistas do Pará. Sem

contar o glamour da mostra, a CasaCor é

um evento marcante para a economia

local. “Primeiro, porque gera mais de mil

empregos diretos durante a fase de sete

a oito meses de obras e de evento. Além

disso, nós recebemos (até a penúltima

semana de novembro) mais de mil e oi-

tocentos turistas de todos os estados”,

ressaltou Isan.

Na primeira edição no estado, a Casa-

Cor Pará foi eleita a segunda maior mos-

tra da franquia. Para isso, foram avaliados

mais de cinquenta itens como faturamen-

to, tamanho da mostra, número de visi-

tantes, acabamento, qualidade da obra,

entrega no prazo. O resultado da edição

deste ano deve ser divulgado no começo

de 2013. “Estamos lutando para ser o pri-

meiro deste ano”, concluiu Isan.

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Foto

: Cíc

ero

Maf

ra.

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A LUZ TRANSFORMA.

Travessa Rui Barbosa, 1866Nazaré - Belém - PA - (91) 3230-4234www.designdaluz.com.br

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Uma das principais formas de alcançar o sucesso é por meio

de grandes parcerias. A Leal Moreira agradece a todos os par-

ceiros que contribuíram para o lançamento de mais um empre-

endimento: o Torre Unitá. Desde os aconchegantes modulados

da SCA, os sofi sticados revestimentos de cerâmica da Metallo,

o refi namento das cortinas da Angela Belei até os produtos de

última geração da SOL Informática, os móveis do Spaço Casa,

bem como a efi ciência dos acessórios da Tramontina; todos são

essenciais para a obtenção do objetivo maior da Leal Moreira:

a satisfação dos clientes. Então, nosso sincero muito obrigado a

todos. vocês!

O SEGREDODO SUCESSO

Institucional

Segurança e lazer em perfeita harmonia.

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174

MÊS DEANIVERSÁRIO

Em comemoração ao mês de aniversário da Grand

Cru em Belém, a Importadora realizou, em novem-

bro, uma programação especial para seus clientes.

Aos sábados, o público pôde conferir eventos temáti-

cos com degustação de vinhos de diferentes regiões,

como tintos espanhóis, brancos argentinos e italianos

da Puglia. No fi m do mês, foram dedicados cinco dias

consecutivos ao Festival Enogastronômico Argentino,

que ofereceu o melhor da gastronomia e grandes vi-

nhos do país. Para encerrar a programação, a Impor-

tadora preparou um jantar harmonizado com o me-

lhor de cada festival ocorrido ao longo do ano, como o

francês e o português. A Leal Moreira apoiou o evento

e sorteou convites [para alguns dos dias especiais]

nas redes sociais da Construtora.

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www.revistalealmoreira.com.br

SITESEm breve, todos os sites do Grupo Leal Moreira serão integrados e padronizados

com uma nova apresentação, para oferecer aos clientes uma melhor compreensão

dos serviços digitais oferecidos. O site principal terá novidades não apenas da constru-

tora, mas da Leal Moreira Imobiliária, Revista Leal Moreira, Clientividade, Catão Leal

Moreira. Outro diferencial será a compatibilidade de acesso com dispositivos móveis,

como celulares e tablets. Enfi m, tudo para deixar você informado sobre os mais diversos

conteúdos, desde o mercado imobiliário até os principais eventos culturais da cidade.

Acesse: www.lealmoreira.com.br

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PONTO DEVENDA E GALERIA

A Galeria Leal Moreira é o novo ponto de vendas da construtora no Boulevard

Shopping – localizado na área de expansão do quarto andar. O público pode conferir

empreendimentos como o Torres Floratta, Torre Triunfo, Torre Parnaso e, é claro, o

próximo lançamento, o Torre Unitá. Além disso, o hall de entrada possui um espaço

exclusivo para exposições de arte. A primeira mostra é sobre as obras dos designers

que ilustraram a Agenda Leal Moreira 2013. Dentre outras atrações, haverá um

evento com condições especiais de pagamento no estande. Aguardem.

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NOVOSGESTORES

O setor de engenharia da Leal Moreira tem um novo diretor:

William Chamas. Pela primeira vez residindo na cidade, William se

identifi cou logo com o clima da empresa. “Essa sensação de família

é primordial para o trabalho. A gente percebe, nas obras, a feição

de satisfação dos profi ssionais”, ressaltou. Já no setor de relaciona-

mento, a nova gerente é Alethéa Assis. “Quando cheguei, fi quei im-

pressionada com a motivação dos profi ssionais no trabalho. Ape-

sar do pouco tempo, já estou muito feliz. Tanto o apoio da diretoria

quando da minha equipe está sendo fundamental para isso”, disse.

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A perfeita mistura entre transparênciae resistência.

O Torre de Farnese é um dos empreendimentos de alto nível da Leal Moreira que tem a segurança e a beleza dos vidros Ebbel. Uma combinação atestada por tantas outras obras de qualidade.

• Aumento de área útil.

• Proteção contra vento, chuva, poluição e maresia.

• Valor e qualidade otimizados, propondo melhor custo/benefício, uma vez que proporciona maior comodidade e conforto.

• Segurança com uso de vidros temperados

• Praticidade em seu manuseio e limpeza.

Rod. BR-316, KM 2Alameda Moça Bonita, nº 14Guanabara • Ananindeua/PA

Fone: [91] 3235.5395 3235.5313

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NATALESPECIAL FAMIGLIA SICILIA

O último mês do ano remete a sentimentos propícios à confraternização: união, har-

monia, felicidade, solidariedade. Pensando nisso, o Famiglia Sicilia realiza uma das

mais tradicionais homenagens natalinas da cidade. Além de se deliciar com um

cardápio especial, você será contagiado com uma comovente apresentação que

sintetiza toda essência do clima de Natal. O patrocínio é da Leal Moreira.

Serviço

Data: Até 26/12

Local: Famiglia Sicilia (Av. Conselheiro Furtado, 1420)

Reservas: 4008-0001

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PREMIAÇÃOMERECIDA

Para comemorar o prêmio de “projeto mais ousado” da CasaCor Pará, a Leal Mo-

reira realizou durante a mostra um coquetel para convidados, parceiros e amigos no

seu lounge. O evento também foi uma oportunidade para o público conhecer o próximo

lançamento da construtora e se encantar com o charme do Mundo Leal Moreira. Na

ocasião, foram servidos petiscos elaborados pelo chef Felipe Gemaque com opções

como pães especiais com creme de queijo, cestinha de bacalhau e tartelete de creme

de tomate com manjericão. A carta de drinks foi elaborada em referência aos prédios da

construtora e assinada por Leonardo Cals.

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184

Check List dasobras Leal Moreira

em andamento concluídoVeja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreiraimobiliaria.com.br

.Torre Parnaso

2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58,40m² e 79,20m² • Cremação • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis)

projeto lançamento fundação estrutura alvenaria revestimento fachada acabamento

Torres Dumont

2 e 3 dorm. (1 e 2 suítes) • 64m² a 86m² • Pedreira • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Marquês de Herval).

Torre Vitta Offi ce

Salas comerciais (31,73 a 42m²) • 5 lojas (61 a 299,62 m²) • 31,73 a 42m² (sala comercial) • de 61 a 299,62m² (lojas) • Marco • Av. 25 de setembro, 2115.

Torre Vitta Home

2 dorm. (1 suíte) • 58,02m² • 3 dorm. (1 suíte) • 78,74 m² • 58 m² e 78 m² • Marco • Travessa Humaitá, 2115 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso).

Torre Triunfo

3 e 4 suítes (170,34 m²) • cobertura (335,18m²) • Marco • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso).

Torres Floratta

3 e 4 dormitórios • 112,53m² a 141,53m² • Marco • Av. 25 de Setembro, 1696 (entre Travessas Angustura e Barão do Triunfo).

Torres Trivento

2 e 3 dorm • 65,37m² a 79,74m² • Sacramenta • Av. Senador Lemos, 3253 .

Torre Résidence

2 ou 3 suítes (174m²) • Cobertura (361m²) • Cremação • TV. 3 de maio, 1514 (entre Magalhães Barata e Gentil).

Torres Ekoara

3 suítes (138m²) • Cobertura (267 ou 273m²) • Utinga • Tv. Enéas Pinheiro, 1700 (entre Av. Alm. Barroso e Av. João Paulo II).

Torre Umari

2 ou 3 dorm. sendo 1 suíte (107m²) • Umarizal • Rua Dom Romualdo de Seixas, 1500 (entre Antonio Barreto e Domingos Marreiros).

Sonata Residence

Uniplex (71m² a 72m²) e Duplex (118m² a 129m²) • Umarizal •João Balbi, 1291 (entre 9 de Janeiro e Alcindo Cacela).

Institucional

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Líder absoluta de mercado na região Norte, há 34 anos.

www.lotusonline.com.br

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www.revistalealmoreira.com.br

Nara OliveiraConsultora empresarial

Vai que abola é tuaDesafios estratégicospara o Pará

Que venha 2013.

Não há como o Pará

deixar de crescer em

um ritmo maior que

o Brasil. O desafi o é

que a riqueza gerada por todas

as oportunidades fi que no Pará. O segmento

agrícola, a indústria de palma em expansão,

o surgimento da indústria de energia limpa no

Pará. A construção de Belo Monte, o segmento

mineral, por quê não? Os portos de Miritituba

e do Guamá, as inúmeras oportunidades surgi-

das por esses projetos mencionados.

Nosso grande desafi o é estrutural: educa-

ção, infra estrutura e logística. O governo atu-

al possui credibilidade, baseia suas ações em

dados e fatos contudo, carece de uma visão

de longo prazo e precisa vender isso para a so-

ciedade. O Pará precisa de um planejamento

estratégico para os próximos 30 anos.

O empresariado paraense é convidado a re-

alizar uma leitura minuciosa desse cenário e

a aproveitar todas as oportunidades que sur-

girão em nosso estado nos anos vindouros.

Nem todo movimento do mercado se constitui

em uma oportunidade. Isso deve ser aderen-

te à missão da empresa, deve estar inserido

em seu campo de atuação. Certamente, deve

haver competência agregada na organização

para receber o novo negócio ou a expansão e

“ colocá-lo para rodar “. Deverá haver pessoas

com senioridade no assunto ou um lugar co-

nhecido onde você possa buscá-las. Se esse

novo negócio se encaixar nesse cenário inter-

no, então você realmente possui uma oportu-

nidade.

Depois de reconhecidas, as oportunidades

precisam ser “trabalhadas”. Expandir um ne-

gócio existente ou começar um novo merece

um plano de ação cuidadoso envolvendo pes-

soas, tecnologia, estrutura física, descrição de

processos e desenvolvimento de uma cadeia

de fornecedores. Uma dica: convide as pesso-

as que lhe ajudam a tocar a empresa para dis-

cutir os problemas e ajudar a criar as soluções.

Um desafi o. Quase a totalidade dessas opor-

tunidades estão vinculadas à industria de base

ou à infra estrutura, mesmo aquelas do seg-

mento de serviços. Assim, elas estão interiori-

zadas e o empreendedor se encontrará com

as peculiaridades das cidades fora da região

da grande Belém.

Outro desafi o. Profi ssionais com qualifi cação

para enfrentar as oportunidades. A vocação

do estado vai ao encontro do fenômeno eco-

nômico denominado apagão de mão de obra.

Profi ssionais de tecnologia, infraestrutura e lo-

gística hoje infl acionam o mercado e são ina-

cessíveis, salarialmente falando, ao empresário

regional. Essa é uma equação difícil de ser fe-

chada e merece criatividade no enfrentamento.

Empreendedores do Pará, bem vindos ao

ano de 2013 e a um estado que oferece cami-

nhos alternativos.

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HOJENORTE

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GE

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nº 3

5Leal M

oreira

ano 9 número 35ano 9 número 35 www.revistalealmoreira.com.brwww.revistalealmoreira.com.br

O crítico musical mais infl uente doO crítico musical mais infl uente doBrasil fala sobre o cenárioBrasil fala sobre o cenário

nacional e o bom momento paraensenacional e o bom momento paraense

Nelson MottaNelson Motta

Letícia IsnardLetícia IsnardFerran AdriáFerran Adriá

Zenaldo e Belém 400 anos Zenaldo e Belém 400 anos

Leal Moreira, amor e arte.