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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 1
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL
DA FAZENDA ESTADUAL
MINAS GERAIS
Nº 38
ABRIL/MAIO/JUNHO
2.000
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 2
ITAMAR FRANCO
Governador do Estado de Minas Gerais
JOSÉ AUGUSTO TRÓPIA REIS
Secretário de Estado da Fazenda
JOSÉ BENEDITO MIRANDA
Procurador Geral da Fazenda Estadual
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 3
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL
DIRETOR-PRESIDENTE
José Alfredo Borges
DIRETOR VICE-PRESIDENTE
Marcelo Cássio Amorim Rebouças
CONSELHO EDITORIAL
Alberto Guimarães Andrade
Carlos José da Rocha
Carlos Victor Muzzi Filho
Celso Cordeiro Machado
Celso de Oliveira Ferreira
Elisa Maria Lana Leite
Fernando José Dutra Martuscelli
Francisco de Assis Vasconcelos Barros
Ilma Maria Corrêa da Silva
Luiz Gustavo Combat Vieira
Luiz Ricardo Gomes Aranha
Maurício Bhering Andrade
Misabel Abreu Machado Derzi
Paula Abranches de Lima
Roberto Portes Ribeiro de Oliveira
Ronald Magalhães de Sousa
Sacha Calmon Navarro Coêlho
GERENTE-GERAL
Juliana Junqueira Coelho
ASSISTENTES DE PESQUISA E REDAÇÃO
Márcia Antônia Géa Sampaio
Cláudia Almeida Serva de Lima
Geralda do Socorro França
COLABORADORES DESTE NÚMERO
Élcio Reis
José Alfredo Borges
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 4
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL
Divisão de Pesquisa e Documentação
Av. Álvares Cabral, nº 200 - 10º andar - Sala 1017 - Cep.: 30170-000
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S U M Á R I O
Pág.
1. Doutrina:
1.1. O Autolançamento no ITCD — Élcio Reis ..................... 9
1.2. ICMS - Fornecimento de água tratada – Mandado de Segurança
– Impetrantes (consumidores de água fornecida pela Copasa)
- Ilegitimidade ativa, por não serem sujeitos passivos da
obrigação tributária – Impossibilidade da restituição do
indébito – Ilegitimidade passiva da Fazenda Estadual -
Legalidade da cobrança. (Trabalho Forense) — José Alfredo
Borges .................................................... 39
2. Decisões Judiciais ............................................. 51
3. Ementário de Jurisprudência .................................... 125
4. Índice Geral ................................................... 145
5. Índice/Legislação/Artigos ...................................... 169
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 6
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 7
Os artigos de doutrina assinados refletem o pensamento dos Autores, mas
não, necessariamente, o da Procuradoria Geral da Fazenda Estadual.
DOUTRINA
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 8
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 9
O AUTOLANÇAMENTO NO ITCD
ÉLCIO REIS1
I- RESENHA HISTÓRICA DO IMPOSTO “CAUSA MORTIS”
Paul Hugon2 relata que o imposto de transmissão “causa mortis” passou
a integrar o sistema tributário brasileiro com a vinda de D. João VI para o
Brasil, antes portanto da declaração da independência. O imposto em questão
foi instituído pelo ALVARÁ de 17/06/1809, tornando-se conhecido como
“décima de heranças e legados”. E no Império, com a divisão das rendas
públicas em receita geral e receita provincial, iniciada pela lei de
24/10/1832 e completada pela lei de nº 99, de 31/10/1835, esta decorrente
do Ato Adicional de 1834 (reforma constitucional), a receita do imposto
“décima de heranças e legados” passou a ser das Províncias, mas o
arrecadado no Município da Corte ficou pertencendo a receita geral.
A Constituição Republicana de 1891 outorgou competência exclusiva aos
Estados para o imposto sobre a transmissão de propriedade (causa mortis e
inter vivos). A Constituição de 1891 manteve a mesma denominação genérica,
mas a dicotomia entre os dois impostos prevaleceu nas legislações dos
Estados. Constitucionalmente, a separação entre o imposto de transmissão de
propriedade “causa mortis” e o imposto de transmissão de propriedade “inter
vivos” aparece a partir da Constituição de 1934, com outorga da competência
aos Estados, como a seguir se transcreve os preceitos das Constituições
Federais:
Constituição de 1891
Art. 9º- É da competência exclusiva dos Estados decretar
impostos:
1º- Sobre a exportação de mercadorias de sua própria
produção;
2º- Sobre imóveis rurais e urbanos;
3º- Sobre transmissão de propriedade;
4º- Sobre indústrias e profissões.
Constituição de 1934
Art. 8º- Também compete privativamente aos Estados:
I- decretar impostos sobre:
a) propriedade territorial, exceto a urbana;
b) transmissão de propriedade causa mortis;
1 Procurador da Fazenda Estadual-MG, Advogado e Professor de Direito Tributário na Faculdade de Direito Milton
Campos. 2 HUGON, Paul in O Imposto, Ed 1945, pág. 159/160.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 10
c) transmissão de propriedade imobiliária inter vivos,
inclusive a sua incorporação ao capital de sociedade;
Constituição de 1937
Art. 23- É da competência exclusiva dos Estados:
I- a decretação de impostos sôbre:
a) a propriedade territorial, exceto a urbana;
b) transmissão de propriedade “causa mortis”;
c) transmissão da propriedade imóvel inter-vivos,
inclusive a sua incorporação ao capital de sociedade;
Constituição de 1946
Art. 19- Compete aos Estados decretar impostos sôbre:
II- transmissão de propriedade causa mortis;
Emenda Constitucional nº 18 de 01/12/65
Art. 9º- Compete aos Estados o imposto sobre a
transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por
natureza ou por acessão física, como definidos em lei, e
de direitos reais sôbre imóveis, exceto os direitos reais
de garantia.
§ 1º- O imposto incide sobre a cessão de direitos
relativos à aquisição dos bens referidos neste artigo.
§ 2º- O imposto não incide sobre a transmissão dos bens
ou direitos referidos neste artigo, para sua incorporação
ao capital de pessoas jurídicas, salvo o daquelas cuja
atividade preponderante, como definida em lei
complementar, seja a venda ou a locação da propriedade
imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua
aquisição.
§ 3º- O imposto compete ao Estado da situação do imóvel
sobre que versar a mutação patrimonial, mesmo que esta
decorra de sucessão aberta no estrangeiro.
§ 4º- A alíquota do imposto não excederá os limites
fixados em resolução do Senado Federal nos termos do
disposto em lei complementar e o seu montante será
dedutível do devido à União, a título do imposto de que
trata o art. 8º, nº II, sobre o provento decorrente da
mesma transmissão.
Constituição de 1967 - Artigo 24, I
Art. 24- Compete aos Estados e ao Distrito Federal
decretar impostos sôbre:
I- transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por
natureza e acessão física, e de direitos reais sôbre
imóveis, exceto os de garantia, bem como sôbre direitos à
aquisição de imóveis;
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 11
Emenda Constitucional nº 1/69
Art. 23- Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre:
I- transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por
natureza e acessão física e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como sobre a cessão
de direitos à sua aquisição;
Nova separação dos impostos de transmissão é dada com a Constituição
de 1988, atribuindo-se aos Estados e ao Distrito Federal competência para
instituir o imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer
bens ou direitos (art. 155, I). Houve uma ampliação dos fatos jurídicos
tributários para quaisquer bens ou direitos, móveis ou imóveis. E aos
Municípios foi outorgada a competência para instituir o imposto de
transmissão inter vivos por ato oneroso de imóveis, por natureza ou acessão
física e de direitos a eles relativos (art. 156, II).
II- COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
O Constituinte outorgou a competência aos Estados e ao Distrito
Federal para instituir impostos sobre:
a) a transmissão causa mortis de quaisquer bens ou direitos;
b) a doação de quaisquer bens ou direitos.3
Assim, é da competência exclusiva dos Estados e do Distrito Federal
exaurir os critérios ou aspectos da hipótese de incidência tributária
dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal. Destarte, ao
criar os impostos ao legislador infra-constitucional cabe normatizar as
condições e prazos para o recolhimento com observância única e
exclusivamente dos parâmetros estabelecidos na Constituição, quais sejam:
a) a competência será do Estado ou do Distrito Federal em que os bens
imóveis e respectivos direitos estiverem situados;4
b) a competência será do Estado ou do Distrito Federal em que se
processar o inventário ou o arrolamento ou tiver domicílio o doador, quando
se tratar de bens móveis, títulos e créditos5.
O Constituinte partiu da presunção de que os bens móveis, títulos e
créditos sempre devem estar no local do domicílio do falecido ou do doador.
Entretanto, poderá acontecer que o falecido tenha depósitos em Agências
Bancárias situadas em Estados diversos ou residência em mais de um Estado
ou ainda no Distrito Federal. Destarte, é criticável essa posição de
submeter a competência tributária ao exercício de uma faculdade
(instauração do processo de inventário) ou direito eventual (domicílio do
doador). Na verdade foi outorgado poder aos contribuintes para alterar a
competência tributária, o que consoante princípios garantidores do regime
federativo não é correto. Não há dúvida, o preceito constitucional conflita
com os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil.
Em duas hipóteses foi deixado para a lei complementar regulamentar o
exercício da competência tributária:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
3 Inciso I do artigo 155 da Constituição Federal. 4 § 1º, inciso I do artigo 155 da Constituição Federal. 5 § 1º, inciso II do artigo 155 da Constituição Federal.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 12
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o
seu inventário processado no exterior.6
Ficou estabelecido na Constituição que o imposto em questão terá suas
alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal. A Resolução de nº 9 de
05.05.92 estabeleceu o teto de 8% (oito por cento).
III- JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PARA SAIR DO
SISTEMA ARCAICO DO CPC
A transcrição a seguir da justificação elaborada pelo Procurador
desse trabalho com a qual o Secretário da Fazenda encaminhou o Projeto de
Lei ao Procurador Geral do Estado, encaminhado com mensagem do Governador à
Assembléia Legislativa, demonstra a conveniência das alterações propostas
na defesa do interesse público, cuja implementação teve o mais amplo apoio
dos Desembargadores Presidente e Corregedor de Justiça, do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, com publicação no Diário de Justiça de
explicações e instruções para o fiel e imediato cumprimento da lei
estadual. Cumpre igualmente ressaltar o indispensável apoio dado pela
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, que
patrocinou conferências e debates sobre as inovações introduzidas pela
legislação mineira em sua sede na Capital, por duas vezes, nas Subseções
situadas nas Cidades de Governador Valadares, Uberlândia, Contagem, Caeté,
além da ampla divulgação do texto da lei e do regulamento, fazendo publicar
o Decreto no seu Boletim Técnico de nº 03, maio/97, bem assim o dado pela
Associação dos Advogados de Minas Gerais que patrocinou dois cursos sobre a
matéria. Hoje é uma unanimidade a defesa das alterações por parte dos
advogados mineiros e o reconhecimento do Poder Judiciário de que as
alterações vieram facilitar enormemente a tramitação dos processos
judiciais de inventário e arrolamento de bens, com valorização do exercício
da nobre função do advogado, dando efetividade ao preceituado no artigo 133
da Constituição Federal, consoante o qual “o advogado é indispensável à
administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei”.
A Constituição Federal reparte de maneira exaustiva a competência
tributária entre a União, os Estados Membros, o Distrito Federal e os
Municípios e estabelece princípios garantidores do direito dos
contribuintes. E entre as garantias constitucionais está a do devido
processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, inciso LV).
Assim, no Código Tributário Nacional (lei complementar) está explicitada a
necessidade da formalização do crédito tributário via lançamento,
assegurando-se o direito de defesa.
Todo tributo tem de ser instituído por lei e nela devem estar
estabelecidos os critérios para a incidência, a maneira de calcular, prazos
para o pagamento e previsibilidade para se conceder o parcelamento. Assim
com o ante-projeto estão sendo corrigidas as falhas da lei anterior e
estabelecidas regras claras para o cálculo do ITCD (por quinhão e alíquotas
progressivas), para o pagamento, para o parcelamento e para reduções nas
alíquotas quando o recolhimento se fizer nos prazos que fixa, dissipa
divergências jurisprudenciais e doutrinárias, amplia a base de
contribuintes, observado o princípio constitucional da capacidade
contributiva. Na concessão de isenção, pela primeira vez, uma lei
tributária tem a preocupação com a fixação da família no campo, dando uma
6 § 1º, inciso III do artigo 155 da Constituição Federal.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 13
efetiva contribuição para se inverter o fluxo migratório do meio rural,
sem, entretanto, deixar de conceder isenção para o assalariado de baixa
renda que veio para a Cidade. Assim, são levados em conta a área de
construção e o valor do imóvel residencial urbano; área, valor e existência
de residência familiar no imóvel rural. Cumpre observar que na isenção será
considerado cada quinhão e que não há incidência na meação.
O anteprojeto de lei tem por objetivo elevar a receita tributária,
respeitados os princípios constitucionais, mediante adequado controle pela
informatização, coibindo a sonegação e distribuindo de maneira equânime a
carga tributária pelo estabelecimento de alíquotas progressivas.
As alterações propostas virão dar mais celeridade aos processos de
inventário, de arrolamento, de separação judicial, de divórcio, de partilha
de bens na união estável, possibilitando aumento da arrecadação de imediato
do tributo.
Em síntese, a nova sistemática de arrecadação do ITCD não aumentará a
carga tributária do contribuinte, individualmente, mas acarretará de
imediato um substancial aumento no montante da arrecadação. Admite-se,
inclusive, que haverá diminuição do valor do ITCD para inúmeros
contribuintes, face a adoção de alíquotas progressivas e previsão de
redutores para a antecipação do pagamento”.
IV- DA INCIDÊNCIA DO ITCD
A lei mineira está dividida em capítulos. No Capítulo I, intitulado
da incidência, descreve os fatos jurídicos tributários, explicitando que o
imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou
direitos incidirá:
I- no ato em que ocorrer a transmissão da propriedade de bens ou
direitos, por sucessão legítima ou testamentária;
II- no ato em que ocorrer a transmissão de propriedade de bens e
direitos, por meio de fideicomisso;
III- na doação a qualquer título, ainda que de adiantamento da
legítima;
IV- sobre o montante que exceder à meação na ação de separação
judicial, ou de divórcio e na partilha de bens na união estável;
V- na desistência de herança ou legado, com determinação do
beneficiário;
VI- na instituição ou extinção de usufruto não oneroso;
VII- no recebimento de quantias depositadas em contas bancárias de
poupança ou em conta-corrente em nome do “de cujus”.
Destarte o legislador mineiro explicitou que o imposto incidirá sobre
doação ou transmissão hereditária ou testamentária de bem imóvel situado em
território do Estado e respectivos direitos, bem como sobre bens móveis,
semoventes, títulos, créditos e direitos a ele relativos.
O imposto incidirá ainda quando:
a) o doador tiver domicílio no Estado, no caso de bens móveis;
b) o doador não tiver residência ou domicílio no País, mas o
donatário for domiciliado no Estado;
c) os bens imóveis doados estiverem localizados no Estado.
O legislador mineiro também define que será considerada doação, o ato
ou fato em que o doador, por liberalidade, transmitir bens, vantagens ou
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 14
direitos de seu patrimônio ao donatário, que os aceitará, expressa, tácita
ou presumidamente, incluindo-se as doações efetuadas com encargos ou ônus.
Na doação de bens7 o cálculo do imposto será feito de conformidade com
a mesma sistemática prevista para o cálculo do imposto “causa mortis”, isto
é o contribuinte declara o valor total do bem e aplica as alíquotas
estabelecidas na tabela própria, faixa por faixa. Ocorrerá doação de bens
quando:
a) no processo de inventário, houver renúncia de herança com
designação de beneficiário;
b) na partilha de bens, não for obedecida a igualdade de valor dos
quinhões entre os herdeiros;
c) ao cônjuge sobrevivente couber parte maior do que a metade dos
bens;
d) a divisão de bens não for feita com valor igual para as partes, na
dissolução da sociedade conjugal ou da comunhão estável.
Não há redução de alíquotas para o cálculo do imposto sobre doação de
bens8, porque o prazo para o pagamento é de até 15 dias contados:
a) do trânsito em julgado da sentença judicial, na dissolução de
sociedade conjugal ou da comunhão estável;
b) da data do instrumento particular na partilha de bens na
dissolução de comunhão estável;
c) da data do instrumento particular que tiver formalizado a doação
de bens, títulos, ou créditos;
d) da ocorrência do fato jurídico tributário nas transmissões por
doação de bens, títulos ou créditos que se der de maneira não prevista na
lei.
Na extinção do usufruto e na substituição de fideicomisso9 o imposto é
devido no prazo de até 15 dias contados do ato jurídico determinante da
extinção ou da substituição, ou antes:
a) da lavratura de escritura pública se esta for a forma de extinção
ou substituição;
b) do cancelamento da averbação no Ofício ou Órgão próprio
competente, nos demais casos quando se der a extinção do usufruto .
V- DA NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO E A ISENÇÃO
O Capítulo II, para facilitar o entendimento, sob o título “da não
incidência”, trata das imunidades tributárias10, mas ao não se limitar ao
texto constitucional, quando assegura a não incidência do ITCD para as
entidades sindicais e para as instituições culturais e esportivas, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos legais, em verdade, o legislador
mineiro deu isenção às entidades sindicais patronais, porque o constituinte
deu imunidade tributária para tão somente as entidades sindicais dos
trabalhadores, igualmente concedeu isenção do imposto para as instituições
culturais e esportivas sem fins lucrativos, uma vez que a elas não faz
referência o texto da Constituição Federal.
7 Artigo 6º da Lei 12.426/96 e 10 do Decreto 38.639/97. 8 Artigo 8º, I a VIII da Lei 12.426/96 e 10 e 15 do Decreto 38.639/97. 9 Artigo 8º, II da Lei 12.426/96 e 15, I do Decreto 38.639/97. 10 Artigo150,VI, alíneas “a”, “b” e “c” da Constituição Federal.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 15
Nesse capítulo da não incidência o legislador mineiro também deu
isenção do imposto para os valores transmitidos pelo “de cujus “, quando
resultantes de remuneração oriunda de relação empregatícia, ou de
aposentadoria e pensões.
Destarte, o imposto não incidirá sobre as transmissões “causa
mortis” e doações em que figurarem como herdeiros, legatários ou
donatários:
I- a União, o Estado ou o Município;
II- os templos de qualquer culto;
III- os partidos políticos e suas fundações;
IV- as entidades sindicais;
V- as instituições de assistência social, as educacionais, culturais
e esportivas, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
VI- as autarquias e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público.
No capítulo das isenções mister se faz necessário destacar a isenção
concedida para um único imóvel residencial urbano com área de até 60 metros
quadrados e concedida para um único imóvel rural, residencial e familiar,
cuja área não seja superior a 50 hectares desde que o valor, de cada
imóvel, não ultrapasse a 50.000 UFIR. Cumpre esclarecer que a isenção não é
cumulativa, isto é, ao contribuinte não se concede a isenção para um imóvel
rural e para um seu imóvel urbano,11 porque a finalidade da lei foi de
conceder o benefício para quem tenha uma residência única.
Assim, além das isenções que o legislador mineiro concedeu no
capítulo da não incidência ao reiterar as imunidades constitucionais, ele
explicita que ficará isenta do imposto a transmissão não onerosa:
I- de um único imóvel urbano, residencial, com área construída de até
60m2 (sessenta metros quadrados) e cujo valor não ultrapasse o equivalente
a 50.000 (cinqüenta mil) UFIRs;
II- de um único imóvel rural, residencial e familiar, cuja área não
seja superior a 50ha (cinqüenta hectares) e cujo valor não ultrapasse o
equivalente a 50.000 (cinqüenta mil) UFIRs;
III- de roupas, utensílios agrícolas de uso manual, bem como de
móveis e aparelhos de uso doméstico que guarnecerem as residências
familiares;
IV- de bens ou direitos havidos por doação, cujo valor por quinhão ou
por fração ideal não ultrapasse a 10.000 (dez mil) UFIRs;
V- de bens de herança ou o monte-mor, cujo valor total não
ultrapassar 25.000 (vinte e cinco mil) UFIRs, na sucessão “causa mortis”.
Estabeleceu ainda que, quando se tratar de um único imóvel
residencial familiar, a isenção será total até o valor de 50.000 (cinqüenta
mil) UFIRs e acima desse valor e até 100.000 (cem mil) UFIRs, o imposto
será reduzido em 90% (noventa por cento), desde que a área seja de até 60
metros quadrados se urbano, ou sendo rural a sua área não ultrapasse a 50
hectares.
VI- NOVAS TÉCNICAS DE APURAÇÃO DO VALOR DO ITCD
11 Artigo 3º da Lei 12.426/96 e do Decreto 38.639/97.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 16
O mestre Aliomar Baleeiro12 com precisão ressalta em suas inigualáveis
lições que “à natureza do tributo não repugna, entretanto, que a liquidação
do imposto se proceda por lei, perante a instância administrativa, como o
fazem países e Estados norte-americanos”.
O Estado de Minas Gerais, sob a nossa modesta orientação, com suporte
na lição do mestre Aliomar Baleeiro, instituiu por lei o autolançamento no
ITCD, desvinculando o cálculo e o pagamento do imposto “causa mortis” do
processo de inventário, ou arrolamento, tornando mais fácil e ágil o
recolhimento do tributo, sem burocratização.
Assim, de conformidade com a nova sistemática, a lei possibilita que
o advogado oriente aos herdeiros como proceder, sem estar obrigado ao prazo
de 30 dias para distribuir o processo de inventário ou de arrolamento.
A sistemática adotada veio facilitar enormemente o trabalho dos
advogados, reduzindo o tempo de tramitação dos processos judiciais de
inventário, além de aumentar a arrecadação do tributo, mesmo com
substancial redução das alíquotas.
Tornou-se possível na Capital do Estado de Minas Gerais terminar um
processo de Inventário em cinco dias.
As alterações fundamentais consistem em:
a) permitir que os próprios herdeiros ou interessados preencham uma
declaração de bens, atribuindo-lhes os valores, calculando o imposto,
preenchendo a guia de recolhimento e indo ao estabelecimento bancário para
pagar o tributo, sem ter necessidade de qualquer interferência da
administração fazendária ou do Judiciário;
b) após o pagamento o contribuinte irá à administração fazendária
entregar a declaração de bens juntamente com a comprovação do pagamento do
tributo, oportunidade em que requererá a certidão de quitação do imposto;
c) criação de avaliação contraditória para a hipótese da
administração fazendária discordar dos valores atribuídos aos bens pelos
contribuintes;
d) redução das alíquotas para a antecipação do pagamento do imposto,
como a seguir se explicará.
A lei mineira estabelece que a base de cálculo do imposto será o
valor total dos bens declarados pelo contribuinte deduzido o valor de
meação quando houver. E especifica que a base de cálculo será reduzida
para:
I- 1/3 (um terço) do valor dos bens, na transmissão não onerosa do
domínio útil;
II- 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão não onerosa
do domínio direto;
III- 1/3 (um terço) do valor dos bens, na instituição do usufruto,
por ato não oneroso, bem como no seu retorno ao nu-proprietário;
IV- 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão não onerosa
da nua-propriedade.
Acresce ressaltar que é o contribuinte quem declara o valor total
dos bens e aplica as alíquotas estabelecidas em tabela por faixas de valor.
Destarte em cada faixa de valor será aplicada a respectiva alíquota
12 BALEEIRO, Aliomar in Direito Tributário Brasileiro, 11ª Edição, Editora Forense, pág. 274.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 17
especificada na lei. O valor total do imposto devido será calculado
mediante a soma dos valores apurados em cada faixa.
VII- DA AVALIAÇÃO CONTRADITÓRIA
Na hipótese da administração fazendária não aceitar os valores
declarados pelos contribuintes, ela efetuará a avaliação dos bens e o
cientificará por via postal.
O contribuinte poderá, entretanto, discordar da avaliação fazendária
e pedir avaliação contraditória, indicando assistente técnico ou
apresentando, desde logo, laudo de avaliação. Feito o pedido de avaliação
contraditória, o agente fazendário está obrigado a emitir parecer
fundamentado quanto aos critérios adotados na avaliação que fez.
Apresentado o parecer do agente fazendário e o laudo de avaliação do
assistente técnico indicado pelo contribuinte, o processo seguirá a
julgamento definitivo pela chefia da Administração Fazendária. Proferida a
decisão, cessa a fase administrativa, mas é evidente que ao contribuinte é
assegurado, pelo texto constitucional, o direito de continuar a discussão
em Juízo. Mas essa discussão não será feita nos autos do processo de
inventário, mas no Juízo competente para dirimir controvérsias com a
Fazenda Pública Estadual. Cumpre observar que a discussão em Juízo não
impedirá o encerramento do processo de inventário, eis que o contribuinte
poderá garantir a discussão com o depósito da diferença e obter ordem
judicial para a expedição da certidão negativa de débitos estaduais,
através da antecipação da tutela jurisdicional ou liminar em medida
cautelar. Assim, discordando da avaliação efetuada pela administração
fazendária, a lei assegura ao contribuinte o direito de, no prazo de 10
(dez) dias úteis, contado do momento que comprovadamente tiver ciência do
fato, requerer avaliação contraditória, observando o seguinte:
I- o requerimento deverá ser apresentado à repartição fazendária onde
tiver sido processada a avaliação, podendo o requerente juntar laudo
técnico;
II- não estando o requerimento acompanhado de laudo, poderá o
contribuinte indicar assistente para acompanhar os trabalhos de avaliação a
cargo do órgão responsável pela avaliação impugnada;
III- no prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento do pedido,
sob pena de preclusão, a administração fazendária emitirá parecer
fundamentado nos critérios adotados para a avaliação e, no mesmo prazo, o
assistente, se indicado, emitirá seu laudo;
IV- o requerimento instruído com o parecer e com o laudo do
assistente será encaminhado ao responsável pela administração fazendária, a
quem competirá decidir conclusivamente sobre o valor da avaliação, no
prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.
A respeito dessa nova sistemática adotada pelo legislador mineiro a
Doutora Misabel Abreu Machado Derzi13, nas notas de atualização da obra de
Aliomar Baleeiro, faz com precisão os seguintes comentários:
“Modificando a técnica anterior de apuração de valor no
imposto causa mortis, que se processava no inventário por
meio de avaliação judicial, o Estado de Minas Gerais fez
aprovar a Lei nº 12426, de 27.12.1996. O projeto,
originário do Executivo, é de autoria de Élcio Reis e
13 DERZI, Misabel Abreu Machado - NOTAS na obra de Aliomar Baleeiro, Direito Tributário Brasileiro, 11ª Edição,
Editora Forense, pág. 274.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 18
parece-nos mudar para melhor. O art. 4º da Lei citada, já
em vigor, determina: “A base de cálculo do imposto será o
valor dos bens declarados pelo contribuinte e homologado
pela Administração Fazendária ou apurado mediante
avaliação efetuada pela Fazenda Estadual, expressa em
moeda corrente nacional e em seu equivalente em UFIR”.
A recente lei ainda prevê procedimento administrativo
contraditório, em caso de discordância do contribuinte em
relação ao valor assim apurado. Certamente, a decisão
administrativa nunca será definitiva, pois nenhuma lesão
ou ameaça a direito pode ser excluída por lei da
“apreciação do Poder Judiciário” (art. 5º, XXXV).
VIII- DA REDUÇÃO DAS ALÍQUOTAS PARA A ANTECIPAÇÃO DO RECOLHIMENTO
DO IMPOSTO “CAUSA MORTIS”
A lei estabelece, como tática de política de arrecadação do imposto
“causa mortis”, a antecipação do recolhimento pelos contribuintes, sem ter
de ajuizar o processo de inventário ou de arrolamento de bens, a redução
das alíquotas, proporcionalmente, de conformidade com o momento em que
efetivamente pagar o imposto, mediante a multiplicação de coeficientes que
estabelece sobre as alíquotas previstas para o pagamento após 180 (cento e
oitenta) dias contados da abertura da sucessão.
Assim, a lei estabelece os coeficientes seguintes:
I- 0,75 (setenta e cinco centésimos), quando o pagamento integral
ocorrer até 90 (noventa) dias, contados da data da abertura da sucessão;
II- 0,80 (oitenta centésimos), quando o pagamento integral ocorrer no
prazo de 91 (noventa e um) a 120 (cento e vinte) dias, contados da data de
abertura da sucessão;
III- 0,85 (oitenta e cinco centésimos), quando o pagamento integral
ocorrer no prazo de 121 (cento e vinte e um) a 150 (cento e cinqüenta)
dias, contados da data de abertura da sucessão;
IV- 0,90 (noventa centésimos), quando o pagamento integral ocorrer no
prazo de 151 (cento e cinqüenta e um) a 180 (cento e oitenta) dias,
contados da data de abertura da sucessão.
O êxito da lei mineira se deve em ter estabelecido:
reduções de alíquotas para o pagamento do imposto causa mortis nos prazos
fixados;
na facilidade atribuída ao contribuinte para preencher a guia de
recolhimento e ir ao estabelecimento bancário efetuar o pagamento, sem
necessidade de qualquer controle prévio por parte da administração
fazendária.
Essas providências podem ser tomadas pelos contribuintes ou
interessados antes de ingressar em Juízo com o processo de Inventário ou de
Arrolamento.
O legislador mineiro, em substitutivo ao Projeto remetido pelo
Executivo, adotou critério mais favorável ao contribuinte ao determinar que
o valor total dos bens será decomposto em faixas de valor e que a cada
faixa de valor se aplique a alíquota correspondente. Isto porque o projeto
encaminhado estabelecia a aplicação de alíquotas progressivas sobre os
valores dos quinhões. Quanto maior o valor do quinhão maior a alíquota na
progressão estabelecida.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 19
IX- DOS CONTRIBUINTES DOS IMPOSTOS
A lei enuncia em capítulo específico que são contribuintes do
imposto:
I- o herdeiro ou legatário, na transmissão por sucessão legítima ou
testamentária;
II- o donatário, na aquisição por doação, mas será o doador quando o
donatário não residir e nem for domiciliado no Estado de Minas Gerais se a
doação for de bens móveis, títulos e créditos, ou dos direitos a eles
relativos;
III- o cessionário, na cessão a título gratuito;
IV- o usufrutuário.
X- DO PRAZO PARA PAGAMENTO DOS IMPOSTOS
A lei concede ao contribuinte a faculdade de recolher o imposto
“causa mortis” no prazo que varia de 90 (noventa) a até 180 (cento e
oitenta) dias com redução variável das alíquotas, como acima se demonstrou,
em torno de 25% a 10% do valor total do tributo, caso viesse recolhê-lo
somente após seis meses, contados da data da abertura da sucessão. Isto
quer dizer que o contribuinte, que não se utilizar da faculdade de
antecipação do recolhimento e entender de ajuizar o processo judicial e
esperar a decisão judicial, terá uma carga tributária superior porque
pagará, se ultrapassado o prazo de 180 dias, o tributo mediante a aplicação
das alíquotas sem redução. Então o prazo para o recolhimento do imposto
“causa mortis” sem redução das alíquotas é após a fluência de 180 dias
contados da abertura da sucessão.
Para a hipótese de extinção do usufruto, substituição de
fideicomisso, não há redução de alíquotas e o prazo é de até 15 (quinze)
dias, contados do fato ou do ato jurídico determinante da extinção ou da
substituição. Mas deverá ser pago antes da lavratura da escritura pública.
E antes do cancelamento da averbação no ofício ou órgão competente, nos
demais casos.
Na dissolução da sociedade conjugal, relativo ao valor que exceder à
meação, transmitido de forma gratuita, o prazo é de até 15 (quinze) dias,
contados da data em que transitar em julgado a sentença.
Na partilha de bens, na dissolução de comunhão estável, sobre o valor
que exceder a meação, transmitido de forma gratuita, o prazo é de até 15
(quinze) dias, contados da data da assinatura do instrumento próprio ou do
trânsito em julgado da sentença, ou antes da lavratura da escritura
pública.
Na doação de bens, títulos ou créditos, que se formalizar por
escritura pública, antes de sua lavratura.
Na doação de bens, títulos ou créditos que se formalizar por
instrumento particular, o prazo é de até 15 (quinze) dias, contados da data
da assinatura.
Na cessão de direitos hereditários de forma gratuita antes da
lavratura da escritura pública, se tiver por objeto bem, título ou crédito
determinados;
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 20
No prazo de até 15 (quinze) dias, quando a cessão se formalizar nos
autos do inventário, mediante termo de desistência ou de renúncia com
determinação de beneficiário.
Nas transmissões por doação de bens, títulos ou créditos não
referidos acima, no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da ocorrência do
fato jurídico tributário.
Destarte o ITCD será pago antes da lavratura da escritura pública e
antes do registro de qualquer instrumento.
A alienação de bens, título ou crédito no curso do processo de
inventário, mediante autorização judicial, não altera o prazo para
pagamento do imposto devido pela transmissão decorrente de sucessão
legítima ou testamentária.
Na hipótese de bens imóveis, em que o inventário se processar fora do
Estado, estabelece a lei que a carta precatória não poderá ser devolvida
sem a prova de quitação do imposto devido.
A lei explicita que os prazos para pagamento do imposto vencem em dia
de expediente normal das agências bancárias autorizadas.
Na hipótese de reconhecimento de herdeiro por sentença judicial, os
prazos previstos na lei só começam a ser contados a partir da data do seu
trânsito em julgado. Assim, nessa hipótese, o prazo para a aplicação de
redução das alíquotas é contado do trânsito em julgado da decisão e não da
abertura da sucessão.
XI- DO PARCELAMENTO
A lei também faculta ao contribuinte pagar o tributo parceladamente
nas condições, critérios e prazos estabelecidos em resolução do Secretário
de Estado da Fazenda.
XII- DOS DEVERES DOS CONTRIBUINTES E DOS RESPONSÁVEIS
A lei estabelece que, independentemente da distribuição de processo
judicial de inventário ou arrolamento de bens, os contribuintes devem
apresentar declaração de bens com discriminação dos respectivos valores em
repartição pública fazendária e efetuar o pagamento do ITCD na forma e
prazos estabelecidos.
A declaração será preenchida em modelo específico instituído mediante
resolução do Secretário de Estado da Fazenda.
O contribuinte deverá instruir a declaração com o atestado de óbito
quando for o caso, a prova de propriedade dos bens nela arrolados,
fotocópia do lançamento do Imposto Predial Territorial Urbano -IPTU- ou do
Imposto Territorial Rural -ITR-, conforme seja o imóvel urbano ou rural.
XIII- O CONTROLE DA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO
A legislação mineira possibilita que o controle seja feito através de
técnicas e programas de um sistema integrado de informatização, podendo ser
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 21
por post eletrônico e dependendo dos recursos financeiros avançar até a
mídia ótica.
Assim, institui a obrigatoriedade para os titulares dos Cartórios de
Notas, dos Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas Civis e dos Cartórios
de Registro de Pessoas Naturais prestarem à repartição fazendária, no prazo
de dez dias, informações referentes à escritura pública de doação, de
constituição de usufruto ou de fideicomisso, de alteração de contrato
social, de atestado de óbito.
Institui também o dever para a Junta Comercial do Estado de Minas
Gerais comunicar imediatamente à repartição fazendária a entrada de
qualquer instrumento de alteração contratual.
Estabelece que o registro de formal de partilha, de carta de
adjudicação, expedida em autos de inventário ou arrolamento, de sentença em
ação de separação judicial, divórcio, ou de partilha de bens na união
estável, de escritura pública de doação de bens imóveis, deverá ser
precedido da comprovação do pagamento integral do imposto, mediante
certidão expedida pela repartição da Secretaria de Estado da Fazenda.14
Com a obrigatoriedade da comunicação do atestado de óbito pretende-se
exercer o controle dos prazos estabelecidos na lei para o recolhimento do
imposto, viabilizando a lavratura do auto de infração quando não tiver sido
recolhido.
Com a declaração de bens será possível a organização de um cadastro
na repartição fazendária. Essas previsibilidades legais ainda não foram
totalmente implementadas no Estado de Minas Gerais por insuficiência de
recursos para a adequação do sistema de informatização, mas constam do
programa de modernização da Secretaria de Estado da Fazenda, inclusive da
Procuradoria Geral da Fazenda.
Cumpre observar que o projeto de lei remetido a Assembléia
Legislativa estabelecia regras mais rigorosas tais como:
a) “serão responsáveis pelo pagamento complementar ou integral do
tributo e acréscimos legais, o inventariante, o liquidante, o
administrador, o titular do Cartório de Registro de Imóveis, os
escreventes, os secretários judiciais, os tabeliães e demais funcionários
que praticarem, em razão de seu ofício, atos traslativos de propriedade de
bens sujeitos à incidência do imposto sobre transmissão por “causa mortis”
e doação, antes de comprovado o pagamento, bem como o Juiz de Direito que,
sem ter exigido a certidão de quitação, ordenar a expedição de carta de
adjudicação, formal de partilha, alvarás ou mandados para registro”;
b) “os Titulares dos Cartórios de Notas, dos Cartórios de Registro de
Pessoas Jurídicas Civis e os Titulares dos Cartórios de Registro de Pessoas
Naturais remeterão cópia de escritura de doação, de constituição de
usufruto ou de fideicomisso, de alteração de contrato social, de atestado
de óbito, a repartição pública fazendária, num prazo máximo de dez dias”;
c) “o Oficial do Cartório de Registro de Imóveis não efetuará o
registro do testamento, de formal de partilha, de carta de adjudicação
judicial expedida em autos de inventário ou de arrolamento, ou de ação de
separação judicial, ou de divorcio, ou de partilha de bens na união estável
nem de escritura pública de doação de bens imóveis, sem que o requerente
comprove o pagamento integral do ITCD e demais tributos estaduais, mediante
certidão expedida por repartição da Secretaria de Estado da Fazenda”.
14 Artigos l3, 14 e 15 da Lei 12.426/96 e artigos 20 e 21 do Decreto 38.639/97.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 22
As alterações feitas pela Assembléia Legislativa converteram o
projeto numa lei menos rígida e mais democrática. Louve-se o espírito de
liberdade e de defesa da cidadania dos Parlamentares Mineiros, Este é o
testemunho de um Procurador que, autorizado pelo Secretário da Fazenda,
teve participação efetiva na discussão e redação do substitutivo junto com
as lideranças partidárias, tendo de aceitar a permanência de alguns
equívocos, todavia sem repercussão na implementação das alterações, face a
exiguidade de tempo, eis que as idéias somente se converteram em lei
aprovada às 21:30 horas do dia 22/12/96, última sessão do ano legislativo.
XIV- AS PENALIDADES FIXADAS NA LEI
A sistemática adotada pelo legislador foi diametralmente oposta ao
que estabelecia o projeto de lei, mas é bem razoável e inovadora ao criar
regras penalizantes de cunho educativo do contribuinte, facilitando o
imediato recolhimento do imposto, abrindo para o estudioso do Direito
Tributário perspectivas e horizontes novos.
Assim, estabelece a lei a multa diária de 0,2%, mais juros e correção
monetária até a data do efetivo pagamento nas hipóteses em que tenha havido
recolhimento a menor, falta de recolhimento ou recolhimento do imposto em
divergência com as disposições legais,15 mas dá ao contribuinte o direito
de pagar o tributo no prazo da defesa de 30 dias sem multa.16
A lei assegura ainda ao contribuinte que tenha apresentado defesa, o
direito de pagar o imposto sem multa dentro do prazo de até 10 dias
contados do recebimento da decisão desfavorável.17
Estabelece ainda para o contribuinte que sonegar bens ou direitos,
omitir ou falsear informações na declaração ou deixar de entregá-la, a
obrigatoriedade da imediata lavratura do auto de infração com aplicação da
multa de 20 % sobre o montante do imposto devido e mais a multa moratória
diária de 0,2% até o efetivo pagamento e a remessa de notícia do crime ao
Ministério Público.18
As penalidades no decreto regulamentador estão explicitadas de
maneira bem didática, o que facilita a compreensão do contribuinte. Assim
está dito que a multa diária somente incidirá:
a) a partir do trigésimo primeiro dia inclusive, contado da data
em que o contribuinte tiver sido intimado da lavratura do auto de infração
e não tiver apresentado defesa;
b) após transcorrido o prazo de 10 (dez) dias úteis contados da
data em que o contribuinte tiver sido comprovadamente intimado da decisão
que houver rejeitado sua defesa.19
O decreto regulamentador numa interpretação sistêmica da lei
estabelece que o contribuinte, que tenha deixado de apresentar a declaração
de bens, deve ser intimado para apresentá-la no prazo de 30 dias e após o
decurso desse prazo e de ter também decorrido 180 dias contados da data da
15 Artigo 16 da Lei 12.426/96. 16 Ver artigo 18. 17 Ver artigo 19. 18 Ver artigo 20 da Lei 12.426/96. 19 Parágrafo Único do artigo 22 do Decreto 38.639/97.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 23
abertura da sucessão, é que será lavrado o auto de infração com aplicação
das multas previstas.20
Portanto sobre o montante do crédito tributário apurado por
recolhimento a menor, por falta de recolhimento ou por recolhimento em
divergência com as disposições legais, incidirá multa diária de 0,2% (zero
vírgula dois por cento), mais juros moratórios e correção monetária até a
data do efetivo pagamento.
O agente fazendário que tomar ciência do não-pagamento ou do
pagamento a menor do ITCD deverá lavrar o auto de infração e comunicar o
fato a autoridade competente, no prazo de 24 (vinte quatro) horas sob pena
de sujeitar-se a processo administrativo, civil e criminal, pela sonegação
da informação.
Lavrado o auto de infração, o contribuinte será notificado para pagar
ou apresentar defesa, no prazo de até 30 (trinta) dias.
Na hipótese de bens sujeitos a sobrepartilha, o tratamento tributário
será igual aos demais bens declarados quando da abertura da sucessão ou no
decorrer do inventário, inclusive no que se refere à redução de alíquotas.
Os responsáveis tributários que infringirem o disposto na lei ou
concorrerem, de qualquer modo, para o não-pagamento ou pagamento
insuficiente do imposto, ficam sujeitos às penalidades estabelecidas para
os contribuintes, sem prejuízo de sanções administrativas, civis e penais
cabíveis.
XV- A REGULAMENTAÇÃO DA LEI MINEIRA
A seguir transcreve-se o decreto regulamentador da Lei 12.426 de
27.12.96, que possibilita um entendimento do conjunto das alterações
introduzidas na sistemática para o cálculo, a forma e os prazos para o
pagamento do tributo.
“Decreto nº 38.639, de 04 de fevereiro de 1.997 (Minas
Gerais de 05/02/97) que aprova o Regulamento do Imposto
sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Quaisquer
Bens ou Direitos (RITCD).
CAPÍTULO I - DA INCIDÊNCIA
Art. 1º- O Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e
Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD) incidirá:
I- na transmissão da propriedade de bens imóveis
localizados no Estado, móveis, semoventes, títulos e
créditos, bem como os direitos a eles relativos, por
sucessão legítima ou testamentária;
III- na transmissão da propriedade de bens e direitos
mediante fideicomisso;
II- na transmissão decorrente de doação de quaisquer bens
e direitos, a qualquer título, ainda que em adiantamento
da legítima;
IV- na transmissão do montante excedente da meação, por
ocasião da partilha de quaisquer bens e direitos
20 § 2º do artigo 25 do Decreto 38.639/97.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 24
existentes sob o regime de comunhão, na ação de separação
judicial ou de divórcio;
V- na transmissão do montante excedente da meação, por
ocasião da partilha de quaisquer bens e direitos
adquiridos, no período de convivência estável, por
qualquer um dos conviventes;
VI- na desistência de herança ou legado com determinação
do beneficiário;
VII- na instituição de usufruto não oneroso;
VIII- na extinção de usufruto não oneroso;
IX- no recebimento de quantias depositadas em contas
bancárias de poupança ou em conta-corrente em nome do “de
cujus”.
§ 1º- Nas transmissões “causa mortis”, ocorrerão tantos
fatos geradores distintos quantos forem os herdeiros ou
legatários;
§ 2º- Nas transmissões decorrentes de doações, ocorrerão
tantos fatos geradores distintos quantos forem os
donatários do bem, título ou crédito, ou do direito
transmitido.
§ 3º- Para os efeitos deste artigo, considerar-se-á
doação o ato ou fato em que o doador, por liberalidade,
transmitir bens, vantagens ou direitos de seu patrimônio
ao donatário, que os aceitará, expressa, tácita ou
presumidamente, incluindo-se as doações efetuadas com
encargos ou ônus.
§ 4º- O imposto incidirá sobre a doação se:
1) o doador tiver domicílio no Estado, no caso de bens
móveis;
2) o doador não tiver residência ou domicílio no País, e
o donatário for domiciliado no Estado;
3) os bens imóveis doados estiverem localizados no
Estado.
CAPÍTULO II - DA NÃO-INCIDÊNCIA
Art. 2º- O imposto não incidirá sobre as transmissões
“causa mortis” e decorrentes de doação, em que figurarem
como herdeiros, legatários ou donatários:
I- a União, o Estado ou o Município;
II- os templos de qualquer culto;
III- os partidos políticos e suas fundações;
IV- as entidades sindicais;
V- as instituições de assistência social, as
educacionais, as culturais e as esportivas sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos contidos nos § 1º e
2º deste artigo;
VI- as autarquias e as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público.
§ 1º- O disposto nos incisos III a V deste artigo
subordina-se à observância dos seguintes requisitos pelas
entidades neles referidas:
1) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou
de suas rendas, a título de lucro ou participação no seu
resultado;
2) aplicar integralmente no País os recursos destinados à
manutenção de seus objetivos institucionais;
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 25
3) manter escrituração de suas receitas e despesas em
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar
sua exatidão.
§ 2º- A não-incidência prevista nos incisos II a VI deste
artigo fica condicionada, ainda, a que os bens, direitos,
títulos ou créditos sejam destinados ao atendimento das
finalidades essenciais das entidades neles mencionadas.
§ 3º- O imposto não incidirá sobre as transmissões “causa
mortis” de valores não recebidos em vida pelo “de cujus”,
correspondentes a remuneração oriunda de relação de
trabalho, bem como a rendimentos de aposentadoria e
pensões.
CAPÍTULO III - DA ISENÇÃO
Art. 3º- Ficará isenta do imposto a transmissão não
onerosa:
I- de um único imóvel urbano, residencial, com área
construída de até 60m2 (sessenta metros quadrados) e cujo
valor não ultrapasse o equivalente a 50.000 (cinqüenta
mil) UFIR;
II- de um único imóvel rural, residencial e familiar,
cuja área não seja superior a 50 ha (cinqüenta hectares)
e o valor não ultrapasse o equivalente a 50.000
(cinqüenta mil) UFIR;
III- de roupas, de utensílios agrícolas de uso manual,
bem como de móveis e aparelhos de uso doméstico que
guarnecerem as residências familiares, a que se referem
os incisos anteriores;
IV- de bens e/ou direitos, transmitidos por doação, cujo
valor recebido por donatário não ultrapasse o equivalente
a 10.000 (dez mil) UFIR;
V- de bens de herança ou do monte-mor, cujo valor total
não ultrapasse 25.000 (vinte e cinco mil) UFIR, na
sucessão “causa mortis”.
§ 1º- Quando se tratar de um único imóvel residencial e
familiar a isenção será total até o valor de 50.000
(cinqüenta mil) UFIR, observadas as demais condições do
artigo, bem como o disposto no artigo 12 deste
Regulamento.
§ 2º- O valor da UFIR deverá ser o vigente na data da
avaliação.
CAPÍTULO IV - DO CÁLCULO E DO PAGAMENTO
SEÇÃO I - DA DECLARAÇÃO DE BENS
Art. 4º- Na transmissão “causa mortis”, antes do
ajuizamento do inventário ou arrolamento, o herdeiro
poderá protocolizar, junto à repartição fazendária,
declaração, com a relação de todos os bens, com
respectivos valores e herdeiros, instruída com:
I- fotocópias comprobatórias de propriedade;
II- fotocópias de guias de “Imposto Predial Territorial
Urbano” (IPTU);
III- fotocópias de guias de “Imposto Territorial Rural”
(ITR);
IV- valor da meação, se for o caso.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 26
§ 1º- É necessário que o contribuinte apresente sua
declaração de bens com os respectivos valores para obter,
após o pagamento integral do imposto, a certidão negativa
de débitos.
§ 2º- O herdeiro, inventariante ou terceiro interessado
poderá calcular o ITCD na forma da lei, efetuando de
imediato o pagamento integral, ou requerendo o
parcelamento, antes da homologação da declaração de bens
apresentada à Administração Fazendária.
§ 3º- O Documento de Arrecadação Estadual poderá ser
preenchido pelo próprio contribuinte, não necessitando de
visto da Repartição Fazendária para sua quitação em
estabelecimento bancário autorizado, observando-se o
seguinte:
1) o disposto no artigo 11 deste Regulamento, na hipótese
de pagamento integral;
2) o disposto no artigo 9º deste Regulamento, após
decorridos mais de 180 (cento e oitenta) dias, contados
da data da abertura da sucessão.
Art. 5º- Na doação de quaisquer bens ou direitos, o
doador ou o donatário apresentará a declaração e efetuará
o pagamento, conforme o disposto no “caput” do § 3º do
artigo 4º e nos artigos 10 e 16, IV e V, deste
Regulamento.
Art. 6º- Na separação judicial, qualquer das partes
poderá apresentar a declaração da totalidade dos bens,
especificando os valores, calculando o ITCD incidente
sobre o montante excedente à meação e efetuando o
recolhimento do imposto, na forma e prazo fixados na
legislação vigente.
Art. 7º- Na partilha de bens da união estável, qualquer
dos conviventes poderá apresentar a declaração da
totalidade dos bens partilháveis, com seus respectivos
valores, calculando o ITCD incidente sobre o montante
excedente à meação e efetuando o recolhimento do imposto,
na forma e prazo fixados na legislação vigente.
Art. 8º- Na instituição ou extinção de usufruto não
oneroso, o usufrutuário ou o nu-proprietário apresentará
a declaração do bem, com o respectivo valor, calculará o
ITCD e efetuará o pagamento, na forma e prazo fixados na
legislação vigente.
SEÇÃO II - DA APLICAÇÃO DAS ALÍQUOTAS
Art. 9º- Na transmissão “causa mortis”, o cálculo do ITCD
será efetuado pela aplicação das alíquotas previstas na
Tabela “A”, decompondo-se o valor total dos bens da
seguinte forma:
I- até 20.000 (vinte mil) UFIR, será aplicada a alíquota
de 1% (um por cento);
II- de 20.001 (vinte mil e uma) a 40.000 (quarenta mil)
UFIR, será aplicada a alíquota de 1,5% (um vírgula cinco
por cento);
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 27
III- de 40.001 (quarenta mil e uma) a 80.000 (oitenta
mil) UFIR, será aplicada a alíquota de 2% (dois por
cento);
IV- de 80.001 (oitenta mil e uma) a 160.000 (cento e
sessenta mil) UFIR, será aplicada a alíquota de 3% (três
por cento);
V- de 160.001 (cento e sessenta mil e uma) a 350.000
(trezentos e cinqüenta mil) UFIR, será aplicada a
alíquota de 4% (quatro por cento);
VI- de 350.001 (trezentos e cinqüenta mil e uma) a
650.000 (seiscentos e cinqüenta mil) UFIR, será aplicada
a alíquota de 5% (cinco por cento);
VII- de 650.001 (seiscentos e cinqüenta mil e uma) a
1.000.000 (um milhão) de UFIR, será aplicada a alíquota
de 6% (seis por cento);
VIII- sobre a quantia que ultrapassar 1.000.000 (um
milhão) de UFIR, será aplicada a alíquota de 7% (sete por
cento).
Parágrafo único- O imposto devido será o total da soma
dos valores apurados na forma dos incisos anteriores.
Art. 10- Na transmissão por doação, o imposto devido será
o total da soma dos valores apurados em cada faixa,
resultantes da aplicação das alíquotas constantes da
Tabela “B”.
SEÇÃO III - DAS REDUÇÕES DE ALÍQUOTAS
Art. 11- Na transmissão “causa mortis”, haverá redução de
alíquotas, quando o contribuinte efetuar o pagamento
integral do ITCD, dentro dos seguintes prazos:
I- em até 90 (noventa) dias, contados da data da abertura
da sucessão, as alíquotas serão reduzidas a 0,75 (setenta
e cinco centésimos), conforme Tabela “A 1”, em anexo;
II- em até 120 (cento e vinte) dias, contados da data de
abertura da sucessão e após transcorrido o prazo a que se
refere o inciso anterior, as alíquotas serão reduzidas a
0,80 (oitenta centésimos), conforme Tabela “A 2 ”, em
anexo;
III- em até 150 (cento e cinqüenta) dias, contados da
data da abertura da sucessão e após transcorrido o prazo
previsto no inciso anterior, as alíquotas serão reduzidas
a 0,85 (oitenta e cinco centésimos), conforme Tabela “A
3”, em anexo;
IV- se o pagamento se der em até 180 (cento e oitenta)
dias, contados da data da abertura da sucessão e após
transcorrido o prazo previsto no inciso anterior, as
alíquotas serão reduzidas a 0,90 (noventa centésimos),
conforme Tabela “A.4”, em anexo.
Art. 12- O imposto incidente sobre a base de cálculo
compreendida entre 50.001 (cinqüenta mil e uma) e 100.000
(cem mil) UFIR, será reduzido de 90% (noventa por cento),
na hipótese de transmissão “causa mortis” ou por doação
de um único imóvel residencial e familiar, nos termos do
artigo 3º, § 1º, incisos I e II, deste Regulamento.
SEÇÃO IV - DA BASE CÁLCULO
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 28
Art. 13- A base de cálculo do imposto será o valor venal
dos bens, declarado pelo contribuinte e homologado pela
administração fazendária ou o apurado mediante avaliação
efetuada pela Fazenda Pública Estadual, expressa em moeda
corrente nacional e em seu equivalente em UFIR.
Parágrafo único - Nos casos a seguir especificados, a
base de cálculo do imposto será:
1) 1/3 (um terço) do valor dos bens, na transmissão não
onerosa do domínio útil;
2) 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão
não onerosa do domínio direto;
3) 1/3 (um terço) do valor dos bens, na instituição do
usufruto por ato não oneroso;
4) 1/3 (um terço) do valor dos bens, no retorno do
usufruto ao nu-proprietário;
5) 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão
não onerosa da nua-propriedade.
SEÇÃO V - DA AVALIAÇÃO DOS BENS DECLARADOS
Art. 14- Recebida a declaração de bens, a repartição
fazendária:
I- formará o Processo Tributário Administrativo (PTA);
II- efetuará análise da declaração de bens apresentada;
III- na hipótese de discordância dos valores
apresentados, efetuará a avaliação dos bens e
cientificará, via postal, o contribuinte da não
homologação da declaração apresentada, bem como de sua
retificação.
§ 1º- O contribuinte poderá, no prazo de 10 (dez) dias,
contado da data do recebimento da intimação, requerer
avaliação contraditória, sob pena de ficar precluso o seu
direito, observando-se o seguinte:
1) o requerimento de avaliação contraditória deverá ser
protocolizado na repartição fazendária em que tiver sido
expedida a carta de intimação;
2) poderá, ainda, anexar laudo técnico ao seu pedido de
avaliação contraditória, ou indicar assistente técnico
para acompanhar os trabalhos de avaliação.
§ 2º- A Administração Fazendária (AF) emitirá, no prazo
máximo de 15 (quinze) dias, contado da data do
recebimento do pedido de avaliação contraditória, parecer
fundamentado quanto aos critérios adotados para a
avaliação.
§ 3º- O assistente técnico, indicado pelo contribuinte,
apresentará o seu laudo dentro do mesmo prazo de que
trata o parágrafo anterior, sob pena de não mais poder
apresentá-lo.
§ 4º- O parecer fazendário e o laudo do assistente serão
juntados ao PTA e, em seguida, o processo deverá ser
encaminhado à Chefia da Administração Fazendária para
decisão conclusiva, sobre o valor da avaliação, no prazo
máximo de 15 (quinze) dias, contado do recebimento dos
autos.
SEÇÃO VI - DOS PRAZOS DE PAGAMENTO
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 29
Art. 15- O ITCD será pago:
I- na extinção do usufruto e na substituição de
fideicomisso, no prazo de até 15 (quinze) dias, contado
do fato ou do ato jurídico determinante da extinção ou da
substituição, observado o seguinte:
a- antes da lavratura, se por escritura pública;
b- nos demais casos, antes do cancelamento da averbação
ou do registro no ofício ou órgão competente;
II- na dissolução da sociedade conjugal, relativamente
ao valor que exceder a meação transmitida de forma
gratuita, no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da
data em que transitar em julgado a sentença;
III- na partilha de bens, na dissolução de comunhão
estável, relativamente ao valor que exceder a meação
transmitida de forma gratuita, no prazo de até 15
(quinze) dias, contado da data da assinatura do
instrumento próprio, ou do trânsito em julgado da
sentença, ou antes da lavratura da escritura pública;
IV- na doação de bens, títulos ou créditos, que se
formalizar por escritura pública, antes de sua lavratura;
V- na doação de bens, títulos ou créditos, que se
formalizar por escrito particular, no prazo de até 15
(quinze) dias, contado da data da assinatura;
VI- na cessão de direitos hereditários de forma gratuita:
a- antes da lavratura da escritura pública, se tiver por
objeto bem, título ou crédito, com determinação de
beneficiário;
b- nos prazos previstos no artigo 11 deste Regulamento,
na hipótese de pagamento integral, quando a cessão se
formalizar nos autos do inventário, mediante termo de
desistência ou de renúncia com determinação de
beneficiário;
VII- nas transmissões por doação de bens, títulos ou
créditos não referidos nos incisos anteriores, no prazo
de até 15 (quinze) dias, contado da ocorrência do fato
jurídico-tributário.
§ 1º- O ITCD será pago antes da lavratura da escritura
pública e do registro de qualquer instrumento, nas
hipóteses previstas na Lei nº 12.426, de 28 de dezembro
de 1996, e neste Regulamento.
§ 2º- A alienação de bem, título ou crédito no curso do
processo de inventário ou arrolamento, mediante
autorização judicial, não altera o prazo para pagamento
do imposto devido pela transmissão decorrente de sucessão
legítima ou testamentária.
§ 3º- Na hipótese de bens imóveis, em que o inventário se
processar fora do Estado, a carta precatória não poderá
ser devolvida sem a prova de quitação do imposto devido.
§ 4º- Os prazos para pagamento do imposto vencem em dia
de expediente normal das agências bancárias autorizadas.
§ 5º- Na hipótese de reconhecimento de herdeiro por
sentença judicial, os prazos previstos neste Regulamento,
serão contados a partir da data do seu trânsito em
julgado.
CAPÍTULO V - DO CONTRIBUINTE
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 30
Art. 16- O contribuinte do imposto será:
I- o herdeiro ou legatário, na transmissão por sucessão
legítima ou testamentária;
II- o donatário, na aquisição por doação;
III- o cessionário, na cessão a título gratuito;
IV- o usufrutuário;
V- o doador, quando o donatário não residir nem for
domiciliado no Estado, na hipótese de doação de bens
móveis, títulos e créditos, bem como dos direitos a eles
relativos.
CAPÍTULO VI - DO PARCELAMENTO
Art. 17- O parcelamento do ITCD será concedido conforme
condições, critérios e prazos estabelecidos em Resolução
do Secretário de Estado da Fazenda.
§1º- O parcelamento não gera direito adquirido para o
contribuinte.
§2º- O requerimento de parcelamento do imposto constitui-
se em confissão de débito.
CAPÍTULO VII - DA EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE REGULARIDADE
E NEGATIVA DE DÉBITOS ESTADUAIS
Art. 18- O contribuinte, que estiver em dia com o
pagamento das parcelas mensais relativas ao parcelamento
do ITCD, poderá requerer certidão de regularidade quanto
ao débito do imposto, junto à repartição fazendária.
Parágrafo único- A validade da certidão de que trata o
“caput” será de 90 (noventa) dias.
Art. 19- O registro de formal de partilha, de carta de
adjudicação judicial expedida em autos de inventário ou
de arrolamento, de sentença em ação de separação
judicial, de divórcio ou de partilha de bens na união
estável, de escritura pública de doação de bens imóveis
deverá ser precedido da comprovação do pagamento integral
do ITCD, mediante certidão negativa de débitos estaduais,
expedida por repartição fazendária da circunscrição em
que estiverem situados os bens.
Parágrafo único- Na hipótese de existência de débito
tributário, o contribuinte será intimado a comprovar o
pagamento, como condição indispensável para a expedição
da certidão negativa de débitos estaduais.
CAPÍTULO VIII - DAS INFORMAÇÕES
CARTORIAIS E DA JUCEMG
Art. 20- A Junta Comercial do Estado de Minas Gerais
(JUCEMG) deverá comunicar, imediatamente, à Procuradoria
Geral da Fazenda Estadual a entrada de qualquer
instrumento de alteração contratual.
Art. 21- No prazo de 10 (dez) dias, contado da prática do
ato, deverão comunicar à repartição pública fazendária:
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 31
I- os titulares dos Cartórios de Notas sobre as
escrituras lavradas e referentes a:
a) doação;
b) instituição de usufruto;
c) instituição de fideicomisso;
II- os titulares dos Cartórios de Registro de Pessoas
Jurídicas Civis sobre o registro de alteração de contrato
social;
III- os titulares dos Cartórios de Registro de Pessoas
Naturais sobre atestados de óbitos, podendo remeter uma
via dos mesmos.
Parágrafo único- Os serventuários mencionados neste
artigo são obrigados a exibir à fiscalização fazendária
livros, registros, fichas e quaisquer outros documentos
que estiverem em seu poder, entregando-lhe, se
solicitadas, fotocópias ou certidões de inteiro teor dos
documentos, cabendo-lhes reclamar o ressarcimento pelas
despesas efetuadas.
CAPÍTULO IX - DAS PENALIDADES
Art. 22- Sobre o montante do crédito tributário, apurado
por recolhimento a menor, por falta de recolhimento ou
por recolhimento em divergência com as disposições
legais, incidirá multa diária de 0,2% (zero vírgula dois
por cento), mais juros moratórios e correção monetária,
se houver, até a data do efetivo pagamento.
Parágrafo único- A multa diária incidirá :
1) a partir do trigésimo primeiro dia inclusive, contado
da data em que o contribuinte tiver sido intimado da
lavratura do auto de infração, na hipótese de não
apresentação de defesa;
2) após transcorrido o prazo de 10 (dez) dias úteis,
contado da data em que o contribuinte tiver sido
comprovadamente intimado da decisão que houver rejeitado
sua defesa.
Art. 23- O agente fazendário, que tomar ciência do não
pagamento ou de pagamento a menor do ITCD, deverá lavrar
o auto de infração e/ou comunicar o fato à autoridade
competente, caso não o seja, no prazo de 24 (vinte
quatro) horas, sob pena de sujeitar-se a processo
administrativo, civil e criminal, pela sonegação da
informação.
Art. 24- Lavrado o auto de infração, o contribuinte será
intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, pagar o
débito ou apresentar defesa.
Parágrafo único- No prazo previsto no “caput”, o
contribuinte poderá pagar integralmente o débito sem
multa, ou requerer parcelamento, hipótese em que não
haverá exclusão de multa.
Art. 25- O contribuinte que sonegar bens ou direitos,
omitir ou falsear informações na declaração ou deixar de
entregá-la ficará sujeito à imediata lavratura do auto de
infração, com aplicação da multa de 20% (vinte por cento)
sobre o montante do imposto devido e multa moratória
diária de 0,2% (zero, vírgula dois por cento) até o
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 32
efetivo pagamento e, ainda, à remessa de noticia do crime
ao Ministério Público.
§ 1º- O disposto neste artigo não se aplica à hipótese de
bens sujeitos a sobrepartilha, os quais terão o
tratamento tributário dispensado aos demais bens
declarados, quando da abertura da sucessão ou no decorrer
do inventário ou arrolamento, inclusive no que se refere
à redução de alíquotas.
§ 2º- O agente fazendário, tomando ciência de que o
contribuinte não apresentou a declaração, deverá intimá-
lo para efetuar a entrega, no prazo de 30 (trinta) dias,
contado da intimação.
§ 3º- Transcorrido o prazo fixado no parágrafo anterior
e, após 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da
abertura da sucessão, bem como após os prazos de que
trata o artigo 15 lavrar-se-á o auto de infração,
aplicando-se as multas previstas neste Regulamento,
conforme o caso.
Art. 26- Os responsáveis tributários, relacionados no
artigo 15 da Lei nº 12.426, de 27 de dezembro de 1996,
que infringirem o disposto neste Regulamento ou
concorrerem, de qualquer modo, para o não-pagamento ou
pagamento a menor do imposto, ficarão sujeitos às mesmas
penalidades previstas para os contribuintes, sem prejuízo
de sanções administrativas, civis e penais cabíveis.
CAPITULO X - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
RECOLHIMENTO DO ITCD COM INCIDÊNCIA
ANTERIOR À LEI Nº12.426/96
Art. 27- Para fins de regularização perante à Repartição
Fazendária, fica facultado aos contribuintes do ITCD,
cujos fatos jurídicos-tributários sejam regidos por
legislação anterior à vigente:
I- apresentar declaração de bens, com seus respectivos
valores e relação de herdeiros;
II- apresentar fotocópia do comprovante de pagamento do
ITCD;
III- calcular o imposto;
IV- preencher o Documento de Arrecadação Estadual (DAE);
V- pagar o imposto, sem visto da repartição fazendária,
em estabelecimento bancário autorizado;
VI- requerer certidão negativa de débitos estaduais.
§ 1º- O prazo para pagamento sem multa, juros e correção
monetária e a regularização prevista neste artigo
encerrar-se-á, impreterivelmente, em 30 de junho de
1.997.
§ 2º- O contribuinte a que se refere este artigo poderá
requerer parcelamento do ITCD, nos termos de Resolução do
Secretário da Fazenda.
Art. 28- Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 29- Revogam-se as disposições em contrário,
especialmente o Decreto nº 29.251, de 28 de fevereiro de
1989.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 33
TABELA “A” (a que se refere o artigo 9º deste
Regulamento)
ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”
Pagamento integral/após 180 (cento e oitenta) dias
contados da data da abertura da sucessão
-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-
VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %
até 20.000 1,00
de 20.001 a 40.000 1,50
de 40.001 a 80.000 2,00
de 80.001 a 160.000 3,00
de 160.001 a 350.000 4,00
de 350.001 a 650.000 5,00
de 650.001 a
1.000.000
6,00
Acima de 1.000.000 7,00
TABELA “A1” (a que se refere o inciso I do art.1 deste
Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”
Pagamento integral/até 90 (noventa) dias contados da data
da abertura da sucessão
-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-
VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %
Até 20.000 0,75
de 20.001 a 40.000 1,13
de 40.001 a 80.000 1,50
de 80.001 a 160.000 2,25
de 160.001 a 350.000 3,00
de 350.001 a 650.000 3,75
de 650.001 a
1.000.000
4,50
acima de 1.000.000 5,25
TABELA “A2” (a que se refere o inciso II do art.11 deste
Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”
Pagamento integral/até 120 (cento e vinte) dias contados
da data da abertura da sucessão
-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-
VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %
até 20.000 0,80
de 20.001 a 40.000 1,20
de 40.001 a 80.000 1,60
de 80.001 a 160.000 2,40
de 160.001 a 350.000 3,20
de 350.001 a 650.000 4,00
de 650.001 a
1.000.000
4,80
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 34
Acima de 1.000.000 5,60
TABELA “A3” (a que se refere o inciso III do art. 11
deste Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”
Pagamento integral/150 (cento e cinqüenta) dias contados
da data da abertura da sucessão
-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-
VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %
até 20.000 0,85
de 20.001 a 40.000 1,28
de 40.001 a 80.000 1,70
de 80.001 a 160.000 2,55
de 160.001 a 350.000 3,40
de 350.001 a 650.000 4,25
de 650.001 a
1.000.000
5,10
acima de 1.000.000 5,95
TABELA “A4” (a que se refere o inciso IV do art. 11 deste
Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”
Pagamento integral/ até 180 (cento e oitenta) dias
contados da data da abertura da sucessão
-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-
VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %
até 20.000 0,90
de 20.001 a 40.000 1,35
de 40.001 a 80.000 1,80
de 80.001 a 160.000 2,70
de 160.001 a 350.000 3,60
de 350.001 a 650.000 4,50
de 650.001 a
1.000.000
5,40
acima de 1.000.000 6,30
TABELA “B” (a que se refere o art. 10 deste Regulamento)
ITCD - NA TRANSMISSÃO POR DOAÇÃO
-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-
VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %
até 10.000 1,50
de 10.001 a 20.000 2,00
de 20.001 a 40.000 3,00
de 40.001 a 100.000 4,00
acima de 100.000 5,00
XVI- REGRAS DE TRANSIÇÃO
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 35
A lei, em suas disposições transitórias, estabeleceu regras de
transição do sistema anterior para a nova modalidade de cálculo do imposto,
facultando ao contribuinte, que estava em débito, regularizar a sua
situação, apresentando a declaração de bens, pagando o imposto sem
acréscimo de multa, juros e correção monetária, no prazo fixado no
regulamento.21
O decreto fixou o prazo até 30 de junho de 1997, sendo que,
posteriormente, através de outro decreto, o prazo foi prorrogado até
31/12/97.
A regra de transição se faz necessária para possibilitar o pagamento
do imposto em relação aos processos de inventário ou arrolamento ajuizados,
sem ter de aguardar a avaliação de bens ou, ainda, decisão judicial.
É evidente que as alíquotas a ser aplicadas serão as que vigiam à
época da ocorrência do fato jurídico tributário, no caso do imposto causa
mortis, a data do óbito.
Para não deixar dúvida de interpretação do texto da lei, o decreto
regulamentador22 explicitou a documentação necessária, impossibilitando
eventual exigência da exibição dos autos do processo do inventário ou do
arrolamento ou ,ainda, fotocópias de peças.
Assim, deixa claro que o contribuinte basta apresentar:
I- declaração de bens, com seus respectivos valores e relação de
herdeiros;
II- fotocópia do comprovante de pagamento do ITCD.
Também explicitou o regulamento que ao contribuinte está assegurado:
o direito de calcular o imposto;
preencher a guia de recolhimento;
pagar o imposto sem necessidade de visto da autoridade fazendária;
requerer a certidão negativa de débitos estaduais.
XVII- AS REGRAS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
A regra do parágrafo segundo do artigo 1.034 do C.P.C. introduzida
pela lei 7.019 de 31/08/1982, na seção IX - do arrolamento - acata a
repartição de competência tributária exaustivamente feita na Constituição
Federal. Malgrado sejam completamente despiciendas regras de matéria
tributária postas no Código de Processo Civil, pode se admitir, a título de
lembrança, apenas uma regra estabelecendo a exigência da apresentação da
comprovação do pagamento do tributo e da certidão negativa, o que,
entretanto, já consta de exigência no artigo 192 do Código Tributário
Nacional.
Mas, também, poder-se-á dar aos artigos do Código de Processo Civil,
conforme sugestões encaminhadas ao Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira
em l6/10/96, uma redação mais adequada, como a seguir se demonstra:
“Art. 1.007- Sendo capazes todas as partes não se
procederá à avaliação dos bens do espólio, cabendo à
21 Artigo 22 da Lei 12.426/96. 22 Artigo 27.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 36
Fazenda Pública efetuar o lançamento do imposto “causa
mortis” na forma prevista na lei tributária.
Art. 1.008- Somente será feita avaliação de bens
declarados quando houver discordância por parte de
herdeiros.
Art. 1.012- As partes serão ouvidas no prazo comum de
cinco dias sobre as últimas declarações de bens.
Art. 1.013- No inventário não serão conhecidas ou
apreciadas questões relativas ao lançamento de eventuais
diferenças de taxa judiciária e de tributos incidentes
sobre a transmissão da propriedade dos bens do espólio.
§ 1º- A taxa judiciária, se devida, será calculada com
base no valor total dos bens conforme declaração do
inventariante na petição inicial, devendo ser
complementada no curso do processo na hipótese de ser
feita avaliação dos bens em valores superiores quando
pedido por qualquer dos herdeiros.
§ 2º- O imposto “causa mortis” será pago na forma, prazo
e como dispuser a legislação tributária.
§ 3º- Eventual diferença de taxa judiciária quando devida
será apurada pelos meios adequados ao lançamento de
crédito tributário em geral.
Art. 1.026- Comprovado nos autos do inventário o
pagamento do imposto “causa mortis” e juntada a certidão
negativa de débitos tributários federal, estadual e
municipal o juiz julgará por sentença a partilha e
homologará de plano em se tratando de partilha amigável,
celebrada entre partes capazes, nos termos do art. 1.773
do Código Civil.
XVIII- CONCLUSÕES
1ª- As regras atualmente insertas no capítulo IX - Do Inventário e
Da Partilha - no Código de Processo Civil, não impossibilitam que os
Estados e o Distrito Federal alterem suas legislações tributárias para
estabelecer nova sistemática de cálculo e prazos para o recolhimento do
imposto sobre a transmissão causa mortis, face a competência tributária
outorgada pelo Poder Constituinte;
2ª- Não é da competência do legislador federal estabelecer regras no
Código de Processo Civil pertinentes a tributos que aos Estados e ao
Distrito Federal cabe instituir e arrecadar.
3ª- As Procuradorias Gerais dos Estados, ou da Fazenda, na defesa do
interesse público cabe elaborar projeto de lei alterando a sistemática de
cálculo, forma e prazos para o recolhimento dos impostos cuja competência
está outorgada pelo inciso I do artigo 155 da Constituição Federal, a
exemplo do que já fez o Estado de Minas Gerais.
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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 39
EXMO. SR. DR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DE EXECUÇÕES FISCAIS
A FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA C/C
REPETITÓRIA nº 024.95.014171-3, contra si proposta por MATERNIDADE
OCTAVIANO NEVES S.A E OUTROS, não se conformando, data venia, com a v.
sentença de fls. 155/159, que acolheu a postulação inicial in totum, vem,
com base nos artigos 513 e seguintes do CPC, interpor contra a mesma
APELAÇÃO para o Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, pelos motivos
e fundamentos de fato e de direito adiante elencados, que constituem parte
integrante da presente.
Requer a V.Ex.ª se digne recebê-la e mandá-la processar, na forma da
lei.
Belo Horizonte, 17 de novembro de 2000.
P.d. JOSÉ ALFREDO BORGES
Procurador da Fazenda Estadual
OAB/MG – 21.350
__________
APELAÇÃO NA AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETITÓRIA nº 024.95.014171-3
3ª VARA DE EXECUÇÕES FISCAIS
Autores : MATERNIDADE OCTAVIANO NEVES S.A. e OUTROS
Ré : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 40
RAZÕES DA APELANTE
EGRÉGIA CÂMARA
I - TEMPESTIVIDADE
1. A Ré, ora Apelante, foi intimada da sentença por publicação datada
de 19 de outubro de 2.000, tendo o prazo de 30 (trinta) dias para apelação
(artigo 508 c/c artigo 188, ambos do CPC) se iniciado em 20 de outubro,
pelo que expirará em 20 de novembro de 2.000, por força da prorrogação
legal, eis que nos dias 8 e 19 de novembro, sábado e domingo, não há
expediente forense. Tempestiva, portanto, a presente apelação.
II - DA AÇÃO PLEITEADA E SEUS FUNDAMENTOS: ANTECEDENTES
2. Os Autores, aqui Apelados, à alegação de que seria indevida a
cobrança do ICMS sobre o fornecimento de água para eles efetuado pela
COPASA – COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS, e com fundamento nisto,
postularam, pela presente, a declaração da ilegalidade da cobrança; bem
como a condenação da Apelante/Ré na restituição dos valores recolhidos
(pagos) pela COPASA a título de ICMS sobre fornecimento de água tratada, e
que lhes (aos Apelados) teria sido repassado (transferido) pela COPASA,
contribuinte de direito, nas contas de água.
3. As alegações em que os Apelantes basearam sua afirmativa de
ilegalidade do ICMS sobre o fornecimento de água pela COPASA são de que:
- água não é mercadoria;
- fornecimento de água é serviço que só pode ser remunerado
por
tarifa, ou, quando muito, por taxa, nunca por imposto, como
o
ICMS.
4. Sem consistência jurídica tais alegações, data venia, e em total
colisão com o Sistema Constitucional Brasileiro, e a legislação dele
integrativa.
5. Conquanto isto, o Juízo de primeiro grau julgou procedente o
pedido, tanto para declarar ilegal a cobrança do tributo em questão, como
para condenar a Apelante a restituir aos Apelados o valor recolhido pela
COPASA a título de ICMS.
III – DA SENTENÇA RECORRIDA
6. A sentença de primeiro grau recorrida, invocando como fundamento
o artigo 23, incisos II e IX da Constituição Federal, mais as disposições
dos Decretos Estaduais nºs 32.809/91 e 33.611/92, que cuidam das atividades
da COPASA e da remuneração das mesmas, entendeu que o fornecimento de água,
por se configurar como serviço público remunerado mediante tarifamento, não
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 41
poderia ser considerado como atividade de comércio, nem a água considerada
mercadoria, o que afastaria a incidência do ICMS.
7. Ademais disto, aduziu o Juízo de primeiro grau que a cobrança do
ICMS sobre fornecimento de água não teria previsão legal, mas somente em
Decreto e Resolução do Executivo, o que implicaria ofensa ao princípio da
legalidade.
8. Desacertada, data venia, a sentença de primeiro grau, havendo que
ser reformada, eis que sem fundamento jurídico que a sustente, a par de
colidir frontalmente com a Constituição Federal, no dispositivo que contém
a regra matriz do ICMS, bem como a legislação integrativa da Carta Magna,
de nível complementar. Isto sem falar na disciplina legal a respeito da
matéria, em seus aspectos tributários, abrigada na legislação estadual.
9. Antes de entrar no mérito, contudo, de se enfrentar duas
preliminares, levantadas no primeiro grau de jurisdição, mas
desconsideradas, sem qualquer fundamento para tanto, pela sentença
recorrida.
IV – ILEGITIMIDADE ATIVA
10. A presente ação é, na verdade, repetitória, tão-somente, eis que
o pedido de declaração de ilegalidade do ICMS, como afirmam os próprios
Autores na inicial (item 7, fls. 5), é apenas pressuposto para a condenação
da Ré na restituição pedida. A declaração de ilegalidade do ICMS, pois, não
integraria o decisum e sim o seu fundamento, a sua motivação.
11. Mesmo porque, a declaração mencionada, na amplitude como
postulada pelos Autores, seria uma declaração em abstrato, eis que sem
referência a fatos certos já acontecidos, e, sim, alcançando situações
descritas genericamente, presentes, passadas e futuras. Tal declaração
judicial com efeito normativo, e, portanto, prospectivo, contudo, não é
prevista no nosso regime jurídico, salvo na via do controle concentrado de
constitucionalidade, que não é o caso presente. Se pedida, portanto, seria
um pedido juridicamente impossível.
12. Trata-se, pois, de uma ação repetitória de indébito tributário,
tão-somente.
13. Acontece que os Apelados, que se apresentam eles próprios como
consumidores da água fornecida pela COPASA, não têm titularidade ativa para
postular o ICMS devido por tal fornecimento, eis que não são sujeitos
passivos da obrigação tributária, únicas pessoas, segundo o Código
Tributário Nacional, que podem postular a restituição do indébito
tributário, conforme determinam os artigos 165 e seguintes do referido
diploma legal, que é a lei de normas gerais de Direito Tributário,
integrativa do texto constitucional, e de caráter nacional.
14. Assim dispõe, expressamente, o artigo 165 do CTN, ao regular o
pagamento indevido:
“Artigo 165 - O sujeito passivo tem direito, independente
de prévio protesto, a restituição total e parcial do
tributo (indevidamente pago) ...” (parênteses e grifos
não são do original).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 42
15. Ora, os Apelados não são parte, não são sujeitos passivos nas
relações jurídicas tributárias que se instauraram com o fornecimento de
água pela COPASA para eles. As partes nestas relações jurídicas, conforme
determina a Lei Mineira nº 6763, de 26|12|75, com a redação dada pela Lei
nº 9758, de 10|02|89 (artigos 14 e 15, inciso X ); o Regulamento do ICMS
aprovado pelo Decreto 29.273, de 14|03|89, vigente á época dos fatos aqui
narrados (artigos 31, caput e § 1º, item 10), bem como o Regulamento do
ICMS atualmente em vigor, aprovado pelo Decreto Estadual nº 38.104/96
(Anexo IX, artigo 107), são, de um lado, como sujeito ativo, o Estado, e de
outro, como sujeito passivo, o fornecedor da água, no caso a COPASA.
16. Só a COPASA, portanto, sujeito passivo da obrigação tributária,
poderia postular a restituição, se indevida mesmo fosse a cobrança do
tributo no fornecimento de água.
17. Digno de relevo, ainda, que na conformidade do que determina o
artigo 6º do CPC, ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio,
salvo quando autorizado por lei. Inexiste qualquer disposição legal
autorizando os Apelados a postularem em nome próprio, como o fizeram,
direito de restituição que, se existente, caberia à COPASA. Carecedores os
Apelados da ação proposta, portanto, por ilegitimidade ativa para a
postulação repetitória de indébito tributário.
V – ILEGITIMIDADE PASSIVA
18. Por outro lado, se a COPASA repassa, ou não, no preço da água
por ela fornecida, o ICMS que deve recolher ao Estado por tal fornecimento,
é uma estipulação decorrente do contrato de fornecimento – relação de
direito privado entre a COPASA e os consumidores, como os Apelados– que
nada tem a ver, juridicamente, com a relação jurídica tributária, que se
instaura entre a Companhia e o Estado em virtude da incidência da norma
tributária.
19. Nas relações jurídicas entre a COPASA e os Apelados, consumidores
da água por ela fornecida, o Estado (aqui Apelante, com a designação de
FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS) não é parte, não podendo, assim,
sofrer efeitos jurídicos delas decorrentes, que não o atingem.
20. Se é indevida a inclusão do ICMS (pago ao Estado pela COPASA) no
fornecimento de água que faz aos adquirentes do produto, no caso os
Apelados, a parte legítima para responder sobre este indébito é a COPASA,
que faz o repasse, e não o Estado, que não é parte na relação jurídica
subjacente, como demonstrado.
21. Por outra, o repasse feito pela COPASA, do ICMS que paga pelo
fornecimento da água, que é um dos itens do seu custo, é legítimo, posto
que o ICMS é um imposto tipicamente de repercussão (imposto indireto, para
os que adotam este critério de classificação), ou seja, vai sendo
transferido as adquirentes sucessivos, até chegar ao consumidor final, no
caso os Apelados. Ou seja, o repasse é da natureza mesmo desse imposto.
22. Assim, se indevido fosse o tributo em questão -- e na verdade
isto não ocorre, pois tal operação é legitimamente tributada pelo ICMS,
face à regra matriz constitucional – e daí se extraísse a conclusão de ser
indevido, também, o repasse – pelo que importaria de enriquecimento sem
causa à COPASA – a pessoa hábil para figurar no polo passivo em ação na
qual se postulasse a devolução do repasse efetuado, ou seu ressarcimento,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 43
seria quem auferiu o repasse, ou seja, a COPASA, e não a Apelante, que não
fez repasse a quem quer que seja.
23. O que resulta disso é que a Apelante é ilegítima passivamente
para responder por devolução ou reembolso de repasse de encargo de imposto
que não fez, sendo, por este motivo, parte ilegítima passivamente para a
ação, pela qual postularam os Apelados a devolução mencionada, isto se
admitido como tal o objeto da presente ação. Daí, carecedores os Apelados
da ação proposta, por ilegitimidade passiva da Apelante para responder por
repasse indevido que não fez.
VI – NO MÉRITO – DESACERTOS DA SENTENÇA RECORRIDA – LEGITIMIDADE DA
INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE O FORNECIMENTO DE ÁGUA
24. Sem qualquer consistência, data venia, as alegações em que os
Apelados escoraram sua afirmativa de ilegalidade da cobrança do ICMS sobre
o fornecimento de água, e que acabaram sendo acolhidas pela sentença
recorrida.
25. Começa que, contrariamente ao decidido pelo Juízo de primeiro
grau, água, quando fornecida (vendida) por quem a extrai e trata com esta
finalidade, de fornecimento aos consumidores que dela necessitem, é
mercadoria, segundo o conceito elaborado pelo Direito Comercial, e adotado
pelo Direito Tributário. Aliás, a lei instituidora do ICMS não teria nem
como adotar outro conceito que não o do direito comercial, conforme
determina expressamente o artigo 110 do Código Tributário Nacional, já que
usado este para definir a competência tributária do Estado no que toca tal
imposto.
Veja-se.
26. AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA (Novo Dicionário da Língua
Portuguesa, Ed. Nova fronteira, RJ, 1ª edição, 6ª impressão, p. 913) define
mercadoria como aquilo que é objeto de comércio; mercancia, ou aquilo que
se comprou e se expôs à venda. Apesar da singeleza da definição, que não
nos dá uma notícia completa da coisa, é útil para enfatizar esta qualidade
extrínseca, ou seja, a destinação à venda, para se conceituar um bem como
mercadoria. Neste sentido, se bem que com maior riqueza de detalhes, é a
definição de ANTENOR NASCENTES e CALDAS AULETE.
27. Do ponto de vista jurídico não é de outra forma. DE PLACIDO E
SILVA (Vocabulário Jurídico, Forense, RJ, 3ª edição, 1974, volume III) diz
que o termo mercadoria é derivado do latim merx, do que se formou mercari,
e “...exprime propriamente a coisa que serve de objeto à operação
comercial. Ou seja, a coisa que constitui objeto de uma venda. É
especialmente empregado para designar as coisas móveis, postas em
mercado... A rigor, pois, mercadoria é designação genérica dada a toda coisa móvel,
apropriável, que possa ser objeto de comércio... A coisa que não está para a venda não é mercadoria...” (Grifos não originais)
28. A par das qualidades intrínsecas ressaltadas pelo eminente
mestre, nota-se a ênfase na qualidade extrínseca de destinação ao comércio.
29. Outro não é o ensinamento do PAULO DE BARROS CARVALHO (Hipótese de
Incidência do ICMS, parecer, p.23), para quem, nas províncias do Direito,
designa-se por tal vocábulo -- MERCADORIA -- “... a coisa móvel, corpórea,
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 44
que esta no comercio, equivale a dizer, entre os bens susceptíveis de
negociados”.
30. PONTES DE MIRANDA (Comentários á Constituição de 1967, com Emenda nº 1, de
1969, 9ª edição, SP, Ed. Revista dos Tribunais, Tomo II, p. 505) inclui no conceito de mercadoria até os bens imóveis.
31. O que importa, contudo é que, as qualidades intrínsecas do bem
(coisa móvel, corpórea, fungível) não são da essência do conceito de
mercadorias, que se estrutura em torno de sua destinação, qualidade
extrínseca.
32. Nesse sentido é o magistério do clássico JOSÉ XAVIER CARVALHO DE
MENDOÇA (Tratado de Direito Comercial Brasileiro, 5ª edição, RJ, Livraria
Freitas Bastos, 1955, volume V, p. 10 e 28), assim manifestado: “As coisas,
quando objeto da atividade mercantil, por outra, quando objeto de troca, de
circulação econômica, tomam o nome específico de mercadorias...A coisa,
enquanto se acha na disponibilidade do industrial, que a produz, chama-se
produto, manufato ou artefato; passa a ser mercadoria logo que é objeto de
comércio do produtor ou do comerciante por grosso ou a retalho, que a
adquire para revender a outro comerciante ou ao consumidor. E conclui o
ilustre comercialista: “A mercadoria está portanto, para a coisa, como a espécie para
o gênero. Todas as mercadorias são necessariamente coisas; nem todas as coisas, porém,
são mercadorias. Não há, como se vê, diferença de substância entre coisa e mercadoria; a
diferença é de destinação.” (Grifos não originais)
33. Este o conceito de mercadoria elaborado no âmbito do direito
comercial. Pergunta-se, então: teria o direito tributário, ao se referir ao
termo, alterado o conceito de mercadoria firmado pelos comercialistas, como
CARVALHO DE MENDONÇA, WALDEMAR FERREIRA, FRAN MARTIS, RUBENS REQUIÃO, e
outros?
34. Não há, nem na Constituição nem na legislação
infraconstitucional, nada que autorize se fale em outro conceito de
mercadoria para o direito tributário. Destarte, também no âmbito do direito
tributário descabe falar-se em outro conceito de mercadoria que não aquele
adotado, à unanimidade, pelos comercialistas. Neste sentido prelecionam os
tributaristas pátrios.
35. Afirma CARLOS DA ROCHA GUIMARÃES (Isenção e não-incidência tributárias –
Imposto sobre circulação de mercadorias – Alienação fiduciária, in Revista de Direito Administrativo nº 110, outubro/dezembro de 1972, p. 355/361) que o conceito
de mercadoria, para efeito de incidência de ICM – antecessor do ICMS, e
que, no que toca à incidência sobre operações relativas à circulação de
mercadorias, era idêntico ao atual ICMS -- não se deduz de qualquer
propriedade física inerente à coisa. “’E uma característica que lhe advém
do uso que dela se faça... É, pois, um atributo que lhe advém do fato de
ser objeto de comercialização.
36. Endossando tal orientação, temos BERNARDO RIBEIRO DE MORAES,
GERALDO ATALIBA, JOSÉ SOUTO MAIOR BORGES, GERALDO DE CAMARGO VIDIGAL, YLVES
JOSÉ DE MIRANDA GUIMARÃES, RUBENS GOMES DE SOUZA, HUGO DE BRITO MACHADO e
outros, de igual coturno.
37. No caso específico da água tratada fornecida, vem se sucedendo,
também, as manifestações doutrinárias e jurisprudenciais no sentido da
legitimidade da incidência do ICMS sobre tal fornecimento.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 45
38. Em trabalho pioneiro a respeito da matéria, datado de 1991, HUGO
DE BRITO MACHADO (Regime jurídico da venda de água, in Revista Jurídica da
Procuradoria Geral da Fazenda Estadual nº 05, Governo do Estado de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG, janeiro/março de 1992, p. 9/16 – cópia anexa),
já defendia o eminente Autor que o fornecimento de água não se enquadra
como serviço, enquadrando-se, sim, como operação relativa à circulação de
mercadoria, e sujeita ao ICMS.
39. Na mesma trilha as decisões judiciais anexadas ao memorial de
razões finais de fls. e fls. apresentado no primeiro grau de jurisdição,
uma de segundo grau, proferida no julgamento da Apelação Cível nº 20.099-8,
pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais e outra de primeiro grau,
proferida no julgamento da Ação Declaratória nº 024.90.687269-2, pelo Juízo
da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte .
40. E não poderia ser outro o entendimento, data venia. É que,
sendo a água extraída e canalizada pela COPASA exatamente para fornecê-la
aos consumidores interessados e necessitados de tal produto, é
indubitavelmente, mercadoria, enquadrando-se o seu fornecimento, portanto,
na regra matriz do ICMS insculpida no artigo 155, inciso II, da
Constituição Federal; e subsumindo-se, pois, na hipótese de incidência do
ICMS, tal como definida pela lei mineira instituidora do tributo, a Lei nº
6763/75, na redação dada pela Lei Estadual nº 9.758, de 10/02/89, em seu
artigo 5º.
41. E, se instituída por lei, cai por terra a outra alegação, também
acolhida pela sentença recorrida, de que o ICMS sobre a água fornecida pela
COPASA teria sido instituído por Decreto.
42. O que fez o Decreto regulamentador foi explicitar, detalhar,
descrever, exemplificativamente, de forma mais específica, para maior
facilidade de aplicação da norma de tributação, algumas operações – não
todas -- que se enquadram no campo de incidência do ICMS, segundo a
definição legal, nada mais. E isto é tarefa típica de regulamento –
explicitar o comando legal para a sua cômoda e fiel aplicação.
43. Seria um despropósito, e contrário ao princípio da repartição de
funções consagrado na Carta Magna, que a lei tivesse que descrever todas as
espécies de mercadorias. Nem o Decreto o fez. É uma exigência absurda,
calcada no entendimento equivocado, data venia, dos Apelados e do Juízo de
primeiro grau, a respeito do princípio da legalidade e da função da lei
tributária, na descrição da hipótese de incidência do tributo.
44. Algumas considerações ainda se impõem com relação aos fundamentos
da sentença recorrida. Os incisos II e IX do artigo 23 da Constituição
Federal, com base nos quais entendeu o Juízo de primeiro grau que o
fornecimento de água se configuraria como serviço público remunerado
mediante tarifamento, pelo que não poderia ser considerado como atividade
de comércio, não autorizam, de forma alguma, tal conclusão deles extraída
pela sentença.
45. Como se vê pela leitura dos dispositivos mencionados, nem de
serviços públicos cuidam os mesmos; e o fato de se mencionar saúde pública,
em um deles, não transforma, evidentemente, todas as atividades a ela, à
saúde pública, relacionadas em atividades de serviço público.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 46
46. Serviço público, no Brasil, é o que é assim definido por norma
específica, e submetido ao regime próprio dos serviços públicos, tal como
determinado pelo artigo 175 da Constituição Federal.
47. Na Constituição Federal, nos incisos XI e XII do artigo 21, já
temos algumas atividades definidas como de serviço público, e submetidas ao
regime específico. São elas, resumidamente: serviços de telecomunicações,
produção e fornecimento de energia elétrica, serviços de transporte, aéreo,
ferroviário, aquaviário e rodoviário.
48. Quanto ao fornecimento de água, não é ali mencionado, mas, pelo
que se extrai do Código de Águas, mais especificamente de seu artigo 43,
que submete o aproveitamento de águas com o fim de higiene a regime
próprio, típico de serviço público, pode o conjunto das atividades que
resultem no fornecimento de água ser considerado como serviço público, sim.
Tais atividades seriam as desempenhadas pela COPASA.
49. A indagação a se fazer, então, é se isto – a submissão da
atividade, como um todo, a um regime de serviço público – excluiria a
tributação da mesma. A resposta é não. A circunstância da atividade estar
submetida ao regime jurídico específico dos serviços públicos, não
interfere em nada na tributação. O que importa para o direito tributário é
se a situação ou operação -- considerada em seu todo ou em seus
desdobramentos -- se quadra ou não na hipótese de incidência de imposto
instituído por lei, com base na Constituição Federal. E só.
50. Tanto assim é que os serviços públicos de transporte e
comunicações, conceituados pela própria Carta Magna como serviços públicos,
como visto linhas atrás, são normalmente tributados, e pelo mesmo ICMS
(Constituição Federal, artigo 155, inciso II), que ganhou o S em sua sigla
exatamente por isto.
51. Reforça ainda a tributação dos serviços públicos, se subsumidos
em alguma norma de incidência de tributo instituído por lei, a
circunstância de que a Constituição Federal, exclui da imunidade recíproca
tributária os serviços em que haja pagamento de tarifa pelo usuário (artigo
150, § 3º). Então, no caso aqui presente, mesmo que o fornecimento de água
fosse feito pelo próprio Estado, estaria o mesmo excluído da imunidade. Não
seria tributado somente pela circunstância de que não teria sentido o
Estado tributar-se a si mesmo.
52. Agora, no caso da COPASA, ainda que se trate de empresa pública
instituída pelo Estado, é outra pessoa, e vai ser submetida ao regime
tributário aplicável às atividades por ela desenvolvidas.
53. De se ressaltar, ainda, que nos termos do artigo 173, § 2º, da
Constituição Federal
“As empresas públicas e as sociedades de economia mista não
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado”
54. Vai daí que, nem se quisesse poderia o legislador estadual dar
tratamento diferenciado ao fornecimento de água pela COPASA, pelo fato de
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 47
ser ela empresa pública, em sentido amplo, constituída sob a forma de
sociedade de economia mista, instituída pelo Estado.
55. Por derradeiro, mas não menos importante, de se salientar que as
atividades desenvolvidas pela COPASA, conforme os termos do Regulamento
aprovado pelo Decreto nº 32.809, de 29/07/91 (artigo 3º), em seu todo, das
quais resultam o fornecimento de água, quando muito teriam que ser
consideradas como atividades mistas.
56. E não se pode esquecer que a própria Lista de Serviços tributados
pelo imposto municipal sobre serviços (anexa ao Decreto-lei nº 406, de
31/12/68, com a redação dada pela Lei Complementar nº 56, de 15 de dezembro
de 1987), no caso de atividades mistas, sempre ressalva a incidência do
ICMS sobre a parte da atividade que se traduza em fornecimento de
mercadorias, como anotado em diversos itens da mesma (itens 32, 34, 38, 42,
dentre vários outros). Há que se ressaltar, todavia, que as atividades
desenvolvidas pela COPASA não se enquadram em nenhum item da Lista de
Serviços tributados pelo ISS.
57. Desta forma, sendo mercadoria, e objeto de uma operação jurídico-
mercantil, de venda pela COPASA aos Autores, incidente o ICMS na espécie –
fornecimento de água por tal entidade -- pelo que legítima a exigência do
imposto feita à COPASA, e devido o pagamento do ICMS, tal como efetuado, ao
Estado. E legítimo, também, o repasse de tal encargo tributário feito pela
COPASA aos Apelados, nas contas de água fornecida a eles, eis que não há
regra legal alguma que vede tal repasse.
58. Descabido, portanto, também no mérito, o pedido de restituição
feito pelos Apelados.
59. Pelo exposto, espera e confia a Apelante que seja provido seu
recurso, e reformada a sentença de primeiro grau, para, reconhecendo a
ilegitimidade ativa dos Apelados, julgá-los carecedores da ação proposta,
extinguindo o processo sem julgamento do mérito; ou, se ao mérito se
chegar, para julgar a ação improcedente, com o que estarão restabelecidos o
DIREITO e a JUSTIÇA.
Belo Horizonte, 17 de novembro de 2000.
P.d. JOSÉ ALFREDO BORGES
Procurador da Fazenda Estadual
OAB/MG nº 21.350
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 48
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 49
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 50
DECISÕES JUDICIAIS
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 51
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.162.196-0/00 - COMARCA DE DIVINO
APELANTES: VELERSON FERREIRA DE AMORIM E SUA MULHER
APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE
EMENTA: EMBARGOS DE TERCEIRO - TRANSFERÊNCIA SUCESSIVA DE BEM MÓVEL -
CLARA INTENÇÃO DE FRUSTRAR A EXECUÇÃO - RECONHECIMENTO DA INEFICÁCIA
DA ALIENAÇÃO - IRRELEVÂNCIA DA BOA-FÉ DO COMPRADOR - SENTENÇA MANTIDA
- RECURSO DESPROVIDO.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 52
unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.
Belo Horizonte, 04 de abril de 2000.
DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE - Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:
V O T O
Conheço do recurso, presentes os requisitos de admissibilidade.
Velerson Ferreira de Amorim e esposa opuseram embargos de terceiro,
nos autos da ação de execução movida pela Fazenda Pública Estadual contra
Laticínios HL Ltda. e outros, alegando serem legítimos proprietários do
terreno rural, com área de 67.500 m2, e respectivas benfeitorias, situada
no imóvel denominado Fazenda Rochedo, objeto de penhora na referida ação.
Alegaram os embargantes terem adquirido o mencionado imóvel de
Aloísio Augusto Hotz, conforme escritura pública lavrada em 08.03.95,
pessoa estranha à execução movida, inexistindo por parte deles qualquer
ânimo de fraude.
Disseram, ainda, que a compra efetivada constituiu um ato jurídico
perfeito, inexistindo, à época, qualquer ação, protesto de título ou débito
tributário em nome do vendedor do imóvel que, segundo diversas certidões,
estava livre de qualquer gravame.
A Fazenda Pública Estadual, em sua contestação, assegura que na
transmissão do imóvel ocorreu indisfarçável fraude à execução, eis que o
devedor primitivo transferiu-o a seu irmão, Aloísio Augusto Hotz, que, por
seu turno, apesar de intimado a não fazê-lo, vendeu o imóvel aos
embargantes.
O MM. Juiz Sentenciante julgou improcedente o pedido dos embargos,
reconhecendo a ocorrência de fraude à execução, e, por isto, declarando
subsistente a penhora.
Inconformados, Velerson Ferreira de Amorim e sua esposa interpuseram
o presente recurso de apelação, insistindo nas mesmas teses defendidas na
peça exordial.
Contra-razões apresentadas às fls. 62/66, pugnando pela manutenção de
sentença.
A douta Procuradoria-Geral de Justiça deixou de opinar em respeito à
Súmula nº 189 do STJ.
Não merece reparos a decisão de primeiro grau.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 53
Do acurado exame dos autos colhe-se que o devedor Hélcio Hotz, depois
de validamente citado para responder a uma ação de execução que lhe movia a
Fazenda Pública Estadual, fundada na CDA nº 154/148-6, alienou a seu irmão
Aloísio Augusto Hotz o único bem que possuía. Este último, mesmo depois de
intimado a não dispor do imóvel sob litígio, solicitada que já tinha sido
sua penhora, vendeu-o aos ora apelantes.
Ao assim agir, visava o devedor frustar a execução que lhe era
movida, em flagrante e inadmissível fraude à execução prevista no art. 593
do CPC, fato, aliás, já perfeitamente reconhecido por sentença trânsita.
Ora, como sabido, em casos da espécie a força da execução continua a
atingir o bem alienado tornando a alienação inteiramente ineficaz, como se
não tivesse existido.
Esta ineficácia, reconhecida em relação à primeira venda, contamina
de forma insanável todas as demais, tornando-as também ineficazes.
Irrelevante a boa-fé, se é que existiu, porque a intenção fraudulenta
recai sobre o próprio bem, não sobre a relação entre comprador e vendedor.
Neste sentido vale relembrar escólios do sempre acatado Humberto
Theodoro Júnior ao pontificar acerca da caracterização da fraude à
execução:
“Não se requer, por isso, a presença do elemento subjetivo da fraude
(concilium fraudis) para que o negócio incida no conceito de fraude de
execução. Pouco importa, também, a boa-fé do adquirente. No dizer de
Liebman, ‘a intenção fraudulenta está in re ipsa; e a ordem jurídica não
pode permitir que, enquanto pende o processo, o réu altere a sua posição
patrimonial, dificultando a realização da função jurisdicional’.” (Manual
de Direito Processual Civil, Ed. Saraiva, 4ª Edição, pág. 111, v. 2).
Pelo exposto, confirmando a bem lançada sentença, nego provimento ao
recurso.
Custas “ex lege”.
O SR. DES. PÁRIS PEIXOTO PENA:
V O T O
De acordo.
O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:
V O T O
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 54
De acordo.
S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.169.379-5/00 - COMARCA DE JUIZ DE FORA
APELANTES: MENDES JÚNIOR SIDERURGIA S/A, NOVA DENOMINAÇÃO DE SIDERÚRGICA
MENDES JÚNIOR S/A E OUTROS
APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA
EMENTA: ICMS - OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO - PRODUTOS SEMI-ELABORADOS
Em se tratando de produtos semi-elaborados, é justo que sofram a
incidência de ICMS na sua remessa para o exterior.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 55
unanimidade de votos, EM REJEITAR PRELIMINARES E DAR PROVIMENTO PARCIAL AO
RECURSO.
Belo Horizonte, 04 de abril de 2000.
DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA - Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
Proferiram sustentação oral, pelos apelantes, o Dr. Rodolfo de Lima
Gropen, e, pela apelada, o Dr. José Alfredo Borges.
O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:
V O T O
É DE SE CONHECER DO RECURSO.
Versam os autos sobre embargos opostos a execução fiscal, julgados
improcedentes e, não se conformando, os embargantes recorreram, alegando
que a execução é nula por ausência de liquidez e certeza da CDA exeqüenda;
que houve entendimento equivocado da recorrida, porquanto os produtos que
fabrica e exporta não são considerados como semi-elaborados, já tendo a
recorrente protocolado reclamação junto à Administração Fazendária, o que
suspende a exigibilidade do crédito tributário; que os diretores da
embargante não têm legitimidade para figurarem no pólo passivo da presente
demanda, pois não são pessoalmente responsáveis pelo crédito exeqüendo; que
o ICMS não incide sobre os produtos industrializados, a teor do artigo 155,
II, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal; que os produtos exportados pela
apelante não se enquadram na definição de semi-elaborados prevista na Lei
Complementar nº 65/91; que para um produto ser considerado semi-elaborado,
ele precisa preencher, cumulativamente, os três requisitos previstos no
artigo 1º da referida lei complementar; que o artigo 2º desta lei delegou
ao CONFAZ poderes para estabelecer regras de apuração do custo industrial e
para listar os semi-elaborados; que a delegação conflita com o princípio da
separação dos Poderes, sendo, assim, inconstitucionais o artigo 2º da Lei
Complementar nº 65/91, bem como o Convênio ICMS nº 15/91; que a perícia
constatou que os produtos exportados pela embargante não atendem a dois dos
três requisitos do artigo 1º da citada lei complementar, não podendo, pois,
serem considerados semi-elaborados; que os honorários arbitrados são
excessivos.
Não merece acolhida a alegação de nulidade da execução, eis que a CDA
exeqüenda contém todos os requisitos legais exigidos, gozando, pois, de
presunção de certeza e liquidez, que pode ser ilidida apenas por prova
inequívoca e segura, o que não ocorreu no caso dos autos, sendo irrelevante
o fato de a embargante, então apelante, ter oferecido reclamação contra a
inclusão de produtos de sua fabricação entre os semi-elaborados, porquanto
a reclamação que suspende a exigibilidade do crédito tributário é a que
visa impugnar o lançamento, não se confundindo, pois, com a interposta pela
recorrente, pelo que É DE SE REJEITAR ESTA PRELIMINAR.
No que se refere à ilegitimidade passiva dos sócios da embargante,
igualmente não procede a alegação, eis que são eles que agem em nome da
empresa, praticando atos de gestão e representação, carreando para si a
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 56
responsabilidade dos atos necessários ao funcionamento daquela, não
podendo, agora, pretender serem excluídos da lide, mesmo porque a simples
omissão no pagamento do tributo constitui infringência legal, e devem
responder pessoalmente por tal violação, conforme vêm entendendo os
tribunais, razão pela qual É DE SE REJEITAR TAMBÉM ESTA PRELIMINAR.
No mérito, apesar da extensa peça apelatória, a questão centra-se ao
exame do enquadramento ou não dos produtos siderúrgicos não-planos (fio-
máquina, fio-máquina com outras ligas e vergalhão (barra) para concreto
armado) exportados pela embargante, ora apelante, como sendo produtos semi-
elaborados ou não, para efeito da incidência do ICMS, na forma do artigo 1º
da Lei Complementar nº 65/91.
O artigo 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal confere à lei
complementar a definição dos produtos semi-elaborados excluídos da
imunidade tributária para exportação.
Para atender tal disposição, a Lei Complementar nº 65/91 definiu os
produtos semi-elaborados que podem ser tributados pelos Estados e pelo
Distrito Federal, fixando em seu artigo 1º determinados parâmetros para a
conceituação de tais produtos e, no seu artigo 2º, caput, inciso II,
estabeleceu caber ao CONFAZ elaborar lista de produtos industrializados e
semi-elaborados.
Assim, os produtos que se encontrarem dentro dos parâmetros definidos
nos incisos, I, II ou III do artigo 1º da Lei Complementar nº 65/91 não
podem ser classificados como produtos industrializados, conforme faz crer a
apelante.
Em reunião do CONFAZ foi celebrado o Convênio ICMS nº 15/91, que
fixou, nos moldes do estabelecido pela Lei Complementar nº 65/91, a lista
de produtos semi-elaborados para efeito de incidência do ICMS nas suas
operações de exportação. A lista anexa ao Convênio ICMS nº 07/89 continuou
sendo aplicável com alterações que lhe foram introduzidas pela inclusão dos
produtos classificados no Código de Nomenclatura Brasileira de Mercadorias
- Sistema Harmonizado - NBM-SH, publicado no DOU de 28.11.88.
Desta forma, a lista de produtos semi-elaborados, dentre os quais se
incluem aqueles exportados pela recorrente, anexa ao Convênio nº 15/91, o
qual convalidou o Convênio nº 07/89, confeccionada pelo CONFAZ ao comando
também da Lei Complementar nº 65/91, escapa ao crivo do Judiciário que,
mesmo se baseado em prova pericial, não detém competência para alterá-la,
uma vez que o cerne da questão radica-se no domínio legislativo e do
direito.
Não há, pois, que se falar em inconstitucionalidade do artigo 2º da
Lei Complementar nº 65/91 e nem do Convênio nº 15/91, porquanto, mesmo
antes da edição da referida lei complementar, era válida a regulamentação
do ICMS na exportação de semi-elaborados, feita através de legislação
estadual (art. 34, § 8º, ADCT da CF) e com base no Convênio nº 66/88.
Igualmente improcedente é a pretensão da embargante/apelante de que
as condições impostas pela lei complementar, para definição de produto
semi-elaborado, sejam cumulativas, porquanto, muito embora haja
entendimentos contrários, porém não uníssonos, assim não determina a lei,
não podendo o intérprete distingui-la em seu próprio benefício, e como os
produtos exportados pela apelante não atendem a dois dos três requisitos do
artigo 1º da Lei Complementar nº 65/91, conforme por ela própria
reconhecido e como também apurado pela perícia (fls. 189/210, com os
esclarecimentos de fls. 242/246), legítima é a exigência do Fisco Estadual,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 57
não merecendo, portanto, qualquer reforma a sentença recorrida.
Quanto aos honorários advocatícios temos que, realmente, excessiva
está a verba arbitrada, mesmo se considerarmos o trabalho e tempo
dispendido pelos procuradores das partes, a teor do disposto no artigo 20,
§§ 3º e 4º, do CPC, merecendo, nesta parte, ser modificada a sentença.
Pelo exposto, É DE SE DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, para tão-
somente fixar a verba honorária em 10% (dez por cento) sobre o valor do
débito, devidamente atualizado, permanecendo os demais termos da sentença.
Custas na proporção de 90% (noventa por cento) para os apelantes e
10% (dez por cento) para a apelada.
O SR. DES. GARCIA LEÃO:
V O T O
De acordo.
O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:
V O T O
Peço vista.
S Ú M U L A: PEDIU VISTA O VOGAL, APÓS VOTAREM O RELATOR E O
REVISOR REJEITANDO PRELIMINARES E DANDO PROVIMENTO
PARCIAL AO RECURSO.
_________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
Assistiram ao julgamento, pelos apelantes, o Dr. Joaquim Falci
Castelões, e, pela apelada, o Dr. José Alfredo Borges.
O SR. DES. PRESIDENTE:
O julgamento deste feito foi adiado na sessão do dia 28/03/00, a
pedido do Vogal, após votarem o Relator e o Revisor rejeitando preliminares
e dando provimento parcial ao recurso.
Com a palavra o Des. José Brandão de Resende.
O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:
V O T O
I - Rejeito também as preliminares de acordo com o voto do eminente
Relator.
II - A questão em debate, no mérito, não é nova nesta Câmara, tendo
eu, por mais de uma vez, manifestado opinião, que termina por abrigar,
enquanto inaplicável a Lei Complementar nº 87/96, a tese favorável à
tributação dos produtos semi-elaborados, desde que esses, dada sua
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 58
finalidade, se caracterizem como elementos destinados à fabricação de
produtos acabados, mesmo que atendam aos requisitos que identificam um
produto semi-elaborado, nos termos do art. 1º da Lei Complementar nº 65/91.
Permito-me, por isso, servir-me do voto que proferi na apelação nº
114.645-5, também como vogal do eminente colega Des. Antônio Hélio Silva.
Ei-lo, mutatis mutandis:
Tal como deixou esclarecido o douto Ministro Marco Aurélio do egrégio
STF, na ADIn nº 600-2 proposta pelo Governo de Minas Gerais, a
interpretação correta à definição de produtos semi-elaborados se faz pela
incidência, cumulativa, dos 3 incisos do art. 1º da Lei Complementar nº
65/91.
Com efeito, se os elementos produzidos pela embargante (produtos
siderúrgicos não-planos denominados fio-máquina, fio-máquina com outras
ligas e vergalhão (barra) para concreto armado - fls. 190-TJ, item 1-)
escapam à definição complexa marcada pelas três condições dos citados
incisos, como afirma a apelante (fls. 347-TJ, item 3), sustentando-se nos
esclarecimentos adicionais retirados do exame pericial (fls. 242/246-TJ),
há de se reconhecer, pelo menos em tese, não se tratar de produtos semi-
elaborados.
Sem embargo desse entendimento, verifico, como já fiz em relação a
outros produtos siderúrgicos de espécies iguais ou semelhantes, que estamos
a enfrentar um fato científico e material inarredável, a confirmar serem
também as peças em questão produtos de finalidade industrial intermediária,
aplicáveis como matéria-prima para a confecção de produtos finais.
Neste sentido, indagado (quesito 13) pela apelante se os seus
produtos se caracterizavam como “utensílios ou produtos finais capazes, por
si só, de satisfazerem alguma necessidade humana imediata sem que, para
isso, necessitem sofrer mais elaboração?”, o perito oficial respondeu (fls.
193-TJ):
“Os produtos siderúrgicos fio-máquina, fio-máquina com outras ligas
não se constituem em utensílios ou produtos finais, devendo sempre sofrer
algum tipo de transformação mecânica seguida, geralmente de tratamentos
superficiais, para a obtenção de produtos tais como: arames, parafusos,
telas soldadas, arames farpados, pregos, etc. Já o vergalhão para concreto
armado tem uso direto na construção civil.”
Não se trata, portanto, os elementos tributados, de produtos
industrializados acabados a extremar-se do conceito de produto
industrializado semi-elaborado, este um produto intermediário, em processo,
sem mais serventia imanente que não a de servir à fabricação de um outro
produto intermediário ou acabado.
Ora, se, acabados ou não, todos os produtos passam pelo processo
industrial, impõe-se a ilação de que os produtos semi-elaborados, além de,
logicamente, intermediários, não têm, em si, e por isso, outra finalidade
senão a de servirem à fabricação de um produto final.
Assim, posicionando-se diante da questão, tenho que, embora fujam dos
critérios definidores estabelecidos nos incisos do art. 1º da Lei
Complementar nº 65/91, mas não sendo, por si mesmos, produtos
industrializados acabados, tal como objetiva a imunidade constitucional,
são produtos semi-elaborados sujeitos à incidência do ICMS nas operações de
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 59
exportação.
Considero que assim entendendo não estou a julgar contra a lei, mas,
por uma questão de justiça, suprindo-a diante do fato concreto, vez que os
semi-elaborados em questão, por se tratar de matéria-prima intermediária
destinada a fabricação de novos produtos, merece a inscrição feita na lista
dos produtos industrializados semi-elaborados aprovada pelo CONFAZ, na
forma do art. 2º da LC - 65/91.
À vista do exposto, ponho-me de acordo com o voto do eminente colega
Relator, inclusive quanto à redução dos honorários para 10% do valor do
débito.
Custas pela apelante.
S Ú M U L A: REJEITARAM PRELIMINARES E DERAM PROVIMENTO PARCIAL AO
RECURSO.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.156.626-4/00 - COMARCA DE BELO HORIZONTE
APELANTE: ATLANTIS COSMÉTICOS BELEZA LTDA.
APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. CARREIRA MACHADO
EMENTA: EXECUÇÃO FISCAL – CDA – TAXA SELIC – JUROS – MULTAS -
APLICAÇÃO – POSSIBILIDADE.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a QUARTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.
Belo Horizonte, 13 de abril de 2000.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 60
DES. CARREIRA MACHADO - Relator.
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. CARREIRA MACHADO:
V O T O
Conheço do recurso. Próprio, tempestivo, regularmente preparado e
processado.
Atlantis Cosméticos e Beleza Ltda., inconformada com a respeitável
sentença de fls. 93/95-TJ, que julgou improcedentes os presentes embargos à
execução em apenso, que lhe é movida pela Fazenda Pública do Estado de
Minas Gerais, subsistente a penhora efetivada, e condenou-a ao pagamento
das custas judiciais e de honorários advocatícios arbitrados em 10% sobre o
valor da execução, dela apelou, insurgindo-se contra o inacolhimento de
seus embargos e redargüindo nulidade do título executivo, alegando não
preencher a CDA que a lastreia os requisitos do artigo 2º, § 5º, inciso II,
da Lei 6.830/80, pelo que faltam-lhe os requisitos de certeza e liquidez,
atraindo, por isso, aplicação do art. 203 do Código Tributário Nacional no
que estatui ser causa de nulidade da inscrição e do processo de cobrança
dela decorrente a omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo
anterior; insurge-se, também, contra a aplicação da taxa SELIC sobre o
valor do débito em execução; alega que a taxa de juros na forma cobrada
excede o previsto no parágrafo 3º do artigo 192 da Carta Magna; insurge-se,
também, contar a multa lançada na CDA, alegando que ela foge do princípio
da gradação da penalidade e tem natureza confiscatória.
Não tem razão a Apelante.
Um simples passar d’olhos na Certidão de Dívida Ativa que ampara a
execução - fls. 03 do apenso - é suficiente para se entender que não passa
de mera falácia a alegação de que ela não preenche os requisitos do artigo
2º, § 5º, II, da Lei 6.830/80, uma vez que nela está contido o valor
originário da dívida, o seu termo inicial e a forma de calcular os juros de
mora e demais encargos legais, de forma clara e objetiva, “in verbis”: “A
partir de 01.12.96, será aplicada a taxa de juros de mora prevista na Res.
2.816/96, alterada pela Res. 2.825/96”, sendo suficientes estes registros
para atender o que determinado no mandamento legal referido.
No que se insurge contra a incidência da taxa SELIC sobre o débito em
execução, a título de mora, melhor sorte não assiste à Apelante.
A aplicação da referida taxa, “in casu”, encontra guarida na
Resolução nº 2.816, de 23 de setembro de 1.996, do Exmo. Sr. Secretário de
Estado da Fazenda do Estado de Minas Gerais, que é fundamentada no artigo
226 e seu parágrafo único, da Lei estadual nº 6.763, de 26 de dezembro de
1.975, que consolida a legislação tributária do Estado de Minas Gerais e dá
outras providências estabelecendo, “in verbis”:
“Sobre os débitos decorrentes do não recolhimento de tributo e multa
nos prazos fixados na legislação, incidirão juros de mora
equivalentes à Taxa Referencial Diária - TRD - acumulada, calculados
do dia em que o débito deveria ter sido pago até o dia anterior ao de
seu efetivo pagamento.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 61
Parágrafo único: Na falta da TRD, os juros serão obtidos tomando-se
por base os mesmos critérios adotados para cobrança dos débitos
fiscais federais.”
A aplicação da taxa SELIC como juros de mora encontra guarida na Lei
Federal nº 9.065/95, que dá nova redação a dispositivos da Lei 8.981, de 20
de janeiro de 1.995, que altera a legislação tributária federal e dá outras
providências e estabelece em seu artigo 13, “in litteris”:
ART. 13 - A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a
alínea “c” do parágrafo único do ART. 14 da Lei número 8.847, de 28
de janeiro de 1994, com a redação dada pelo ART. 6 da Lei número
8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo ART. 90 da Lei número 8.981,
de 1995, o ART. 84, inciso I, e o ART. 91, parágrafo único, alínea
“a.2”, da Lei número 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC
para títulos federais, acumulada mensalmente.
Este mandamento remete o intérprete ao art. 84, I, da Lei 8.981 que
estabelece:
“Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da
Receita Federal, cujos fatos geradores vierem a ocorrer a partir de
1º de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação
tributária serão acrescidos de:
I - juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do
Tesouro Nacional relativa à Dívida Mobiliária Federal Interna;”...
Considerando que o Direito Tributário rege-se em observância estrita
ao princípio da legalidade, a incidência dos juros de mora, pela forma
lançada, - equivalência à taxa SELIC -, encontra guarida na legislação
supratranscrita.
Não vinga, também, a alegação de que os juros de mora fogem do que
estabelece o § 3º do artigo 192 da Constituição Federal, porque conforme
entendimento pretoriano pacífico, referido mandamento depende de
regulamentação legal para ser aplicado, uma vez que como já pacificado pelo
excelso Supremo Tribunal Federal, intérprete máximo da Carta Magna, no
julgamento da ADIN 4-7, “Não é auto-aplicável a norma do § 3º, do art. 192,
da Constituição, que limita a taxa de juros reais a 12% ao ano.”
Do mesmo modo, desprovida de fundamento a alegação de que a multa
lançada na CDA foge do princípio da gradação da penalidade e tem natureza
confiscatória, porquanto ela tem previsão legal no inciso II do artigo 56
da Lei nº 6.763, de 26 de dezembro de 1.975, que consolida a legislação
tributária do Estado de Minas Gerais.
Com estas razões, nego provimento ao recurso.
Custas pela Apelante.
O SR. DES. ALMEIDA MELO:
V O T O
De acordo.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 62
O SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI:
V O T O
De acordo.
S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
AUTOS Nº 02498 040700-1
AUTOR: R2V2 Informática Ltda.
RÉUS : Estado de Minas Gerais, Município de Belo Horizonte e Município de
Nova Lima
EMENTA: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – PRELIMINAR DE
INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO REJEITADA - O ICMS é um imposto cujo
lançamento é por homologação, cabendo ao fisco, posteriormente,
homologar ou não o pagamento. -- ICMS – ISS - PROGRAMAS DE COMPUTADOR
(SOFTWARE) – CIRCULAÇÃO - Em se tratando de programas de computação
feitos em larga escala e de maneira uniforme, não se destinando a
determinado usuário, sendo colocados no mercado para a aquisição de
qualquer um do povo, sujeitam-se ao ICMS.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 63
Vistos, etc...
1. RELATÓRIO
R2V2 INFORMÁTICA LTDA., nos autos qualificada, ingressou em juízo com
a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO contra o ESTADO DE MINAS
GERAIS, MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE e MUNICÍPIO DE NOVA LIMA, alegando em
síntese que comercializa softwares de produção em larga escala, não
individualizados, destinados ao público em geral.
Esclarece que o Município de Belo Horizonte, com base no item 24 da
lista anexa do DL 406/68, vem cobrando ISSQN sobre os produtos
comercializados pela Autora.
Esclarece, ainda, que também o Estado de Minas Gerais vem exigindo,
com base no art. 44, do RICMS, o pagamento de ICMS incidente sobre a venda
dos softwares.
Discorre sobre a conceituação dos programas, conforme entendimentos
do Fisco Municipal e Estadual, se seriam serviço ou mercadoria.
Requer o depósito do maior tributo exigido e a procedência do pedido.
Junta documentos de fls. 14/41.
A inicial foi emendada para inclusão como Réu do Município de Nova
Lima (fls. 43/44).
O Município de Nova Lima apresentou contestação (fls. 72/75) onde
sustenta que o software não pode ser considerado simples suporte
informático, devendo sobre ele incidir o ISSQN a ser recolhido aos seus
cofres, já que ali situa-se a sede da Autora.
O Município de Belo Horizonte também ofereceu defesa (fls. 89/91),
argumentando que a própria legislação considera a operação com o “software
de prateleira” como hipótese de incidência do ISSQN, conforme DL 406/68,
art. 8º combinado com o item 24 da lista anexa.
Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação
(fls. 93/97), aduzindo preliminarmente que a Autora não juntou
demonstrativo dos valores das vendas efetuadas para se aferir se o depósito
foi ou não integral.
No mérito, sustenta que o bem, por não ser individualizado mas, sim,
produzido em larga escala e de maneira uniforme, é mercadoria, devendo
incidir o ICMS sobre o valor das vendas efetuadas pela Postulante.
A Representante do Ministério Público ofereceu parecer final às fls.
167/170, opinando pela extinção da obrigação em relação à Requerente e,
quanto ao mérito da obrigação tributária, que seja declarado sujeito ativo
o Estado.
2. FUNDAMENTOS
Registro, por oportuno, que o rito especial foi desconsiderado,
tomando o feito rito ordinário. No entanto, como não houve qualquer
prejuízo às partes e tendo os Réus abordado toda a questão sob exame, não
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 64
há nulidades a declarar.
O Estado de Minas Gerais argüi em contestação preliminar de que os
depósitos teriam sido efetuados a menor.
Segundo a Autora, os depósitos foram efetuados levando-se em conta o
maior imposto exigido, que é o ICMS.
O ICMS é um imposto cuja lançamento é por homologação, ou seja, o
sujeito passivo antecipa o pagamento, sem prévio exame da autoridade
administrativa (art. 150, CTN). Portanto, é do contribuinte o dever de
quantificar o tributo e recolhê-lo aos cofres públicos. Posteriormente, o
Fisco, verificando os fatos realizados, homologa (extinguindo o crédito
tributário) ou não o pagamento efetuado.
Evidente que, em se tratando de cálculo complexo, não há como o Juízo
precisar se houve ou não o depósito a menor. No entanto, como a extinção da
obrigação neste caso não implica em extinção do crédito tributário em si,
já que posteriormente a Fazenda Estadual homologará ou não os lançamentos
(depósitos judiciais), a questão não tem qualquer repercussão prática.
Por outro lado, a alegação de que o depósito não foi integral
depende, para ser admitida, da indicação do montante que o Réu entende
devido (art. 896, parágrafo único, CPC).
O fato é que, indiscutivelmente, a sentença em casos em que se
discute quem é o credor da obrigação pecuniária, fatalmente terá um cunho
declaratório.
Assim, rejeito a preliminar suscitada.
Verificando o conteúdo das contestações apresentadas, conclui-se que
todos os Requeridos sustentam ser cada um o sujeito ativo da obrigação
tributária.
Aplica-se, outrossim, o disposto no art. 898, CPC, devendo ser
declarada a extinção da obrigação do devedor.
Passo a examinar a questão da hipótese de incidência tributária.
O ICMS é um imposto estadual que incide sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (art. 155, CF). O ISSQN é
um imposto de competência dos Municípios que tem como fato gerador a
prestação, por empresa ou profissional autônomo, de serviço constante da
lista anexa ao DL 406/68 (art. 8º daquele diploma legal).
No caso em tela, o Estado defende a incidência de ICMS, argumentando
que se trata de operação de venda (circulação de mercadoria). Já os
Municípios-Réus sustentam ser caso de cobrança de ISSQN, já que a venda dos
programas de informática significariam prestação de serviço.
A prestação de serviços é um contrato de natureza civil mediante o
qual uma pessoa se obriga a prestar serviços a outra, eventualmente, em
troca de determinada remuneração. Assim, significa a existência de um
negócio jurídico entre duas partes (os contratantes), cuja formação
bilateral é antecedida de um acordo de vontades.
Assim, a empresa ou pessoa física que contrata com um profissional de
informática a execução de um programa específico, para atender às suas
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 65
necessidades, mediante um pagamento pactuado, faz nascer o fato gerador do
imposto municipal.
Por outro lado, se um programa desenvolvido por um profissional sem
uma destinação específica para determinada pessoa ou empresa, é
comercializado em larga escala nas lojas especializadas, necessariamente
tem que ser equiparado à mercadoria.
Nesse sentido os seguintes julgados:
“TRIBUTÁRIO. ICMS. ISS. PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE).
CIRCULAÇÃO. 1. Se as operações envolvendo a exploração econômica de
programa de computador são realizadas mediante a outorga de contratos
de cessão ou licença de uso de determinado “software” fornecido pelo
autor ou detentor dos direitos sobre o mesmo, com fim específico e
para atender a determinada necessidade do usuário, tem-se
caracterizado o fenômeno tributário denominado prestação de serviços,
portanto, sujeito ao pagamento de ISS (item 24, da lista de serviços,
anexo ao DL 406/68). 2- Se, porém, tais programas de computação são
feitos em larga escala e de maneira uniforme, isto é, não se
destinando ao atendimento de determinadas necessidades do usuário a
que para tanto foram criados, sendo colocados no mercado para
aquisição por qualquer um do povo, passam a ser considerados
mercadorias que circulam, gerando vários tipos de negócio jurídico
(compra e venda, troca, cessão, empréstimo, locação, etc.),
sujeitando-se, portanto, ao ICMS” (STJ, RESP 123022/RS, julg. em
14/08/1997).
“Mandado de Segurança. Recurso. Tributário. Software. Programas de
Computador. Tributação pelo ISS ou pelo ICMS. Atividade intelectual
ou Mercadoria. Distinção. Inviabilidade na via estreita do Mandado de
Segurança Preventivo.
Os programas de computação, feitos por empresas em larga escala e de
maneira uniforme, são mercadorias de livre comercialização no
mercado, passíveis de incidência do ICMS. Já os programas elaborados
especialmente para certo usuário, exprimem verdadeira prestação de
serviços sujeita ao ISS. Cumpre distinguir as situações, para efeito
de tributação, aferindo-se a atividade da empresa. Não, porém,
através de mandado de segurança, ainda mais de caráter preventivo,
obstando qualquer autuação futura” (STJ, ROMS 5934/RJ, julg. em
04/03/1996).
Pelos documentos juntados aos autos, verifica-se que a Autora tem
como objetivo social “comercializar e distribuir programas nacionais e
estrangeiros, para utilização em computadores e processadores eletrônicos
de toda natureza”.
Portanto, não há dúvida que, no exercício de sua atividade comercial,
deverá a Postulante recolher aos cofres do Estado o ICMS, não se
vislumbrando “in casu” a existência de prestação de serviços.
3. DISPOSITIVO
Ante o exposto, julgo procedente o pedido de consignação para
extinguir a obrigação tributária da Autora, de recolher o ICMS sobre as
vendas dos “softwares” por ela efetuadas no período dos depósitos,
ressalvando-se, no entanto, o direito de o credor (Estado de Minas Gerais)
homologar os lançamentos ou eventualmente reclamar diferença de
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 66
recolhimento a menor do imposto ou mesmo penalidades sem virtude de
intempestividade no depósito.
Declaro credor do imposto o Estado de Minas Gerais, que poderá
levantar os depósitos efetuados nos autos.
Condeno os Municípios-Réus a pagarem as custas processuais e
honorários advocatícios em favor da Autora e do Estado de Minas Gerais, que
fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor depositado, para cada um deles.
Sujeita esta sentença ao duplo grau de jurisdição, decorrido o prazo
legal, independentemente da interposição de recursos voluntários, subam os
autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado, com as cautelas
necessárias.
P.R.I.
Belo Horizonte, 17 de abril de 2.000.
Cláudia Regina Guedes Maia Sadi Juíza de Direito da 3ª Vara de Execuções Fiscais do Estado
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.150.889-4/00 - COMARCA DE CARATINGA
APELANTE: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
APELADO : PAULO ALVES BOTELHO
RELATOR : EXMO. SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA
EMENTA: EXECUÇÃO FISCAL. ICMS E MULTAS. DÉBITOS DE SOCIEDADE
COMERCIAL POR QUOTAS E INDIVIDUAIS DE UM DOS SÓCIOS. APENSAMENTO DOS
AUTOS DA EXECUÇÃO COMUM, PROMOVIDA À EMPRESA E SÓCIOS, E DAS
INDIVIDUAIS, PROMOVIDAS APENAS A UM DESTES. EMBARGOS OPOSTOS PELO
SÓCIO ISOLADO, DE QUEM FORAM PENHORADOS BENS EM GARANTIA DE TODAS AS
EXECUÇÕES. SENTENÇA QUE OS ACOLHE AO FUNDAMENTO DA FALTA DE
COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PATRIMÔNIO DA SOCIEDADE SUSCETÍVEL DA
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 67
GARANTIA DO JUÍZO. REFORMA EM REEXAME OFICIAL, DADO COMO PREJUDICADO
O RECURSO DA FAZENDA PÚBLICA. CASO EM QUE A PENHORA GARANTE DÍVIDAS
INDIVIDUAIS DO EMBARGANTE E EM QUE NÃO CONSTA DO CONTRATO SOCIAL A
EXISTÊNCIA DE BENS DA SOCIEDADE DE QUE ELE FOI CO-GERENTE.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a SEGUNDA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM REFORMAR A SENTENÇA, PREJUDICADO O APELO
VOLUNTÁRIO.
Belo Horizonte, 25 de abril de 2000.
DES. RUBENS XAVIER FERREIRA - Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA:
V O T O
Conquanto não determinada, conheço da remessa oficial do feito,
imposta pelo art. 475, II, do CPC, também conhecendo do recurso da Fazenda
Pública, interposto e processado com observância dos requisitos de sua
admissibilidade.
O reexame compulsório dos autos é exigível à vista de sentença neles
proferida, agasalhadora de embargos opostos por PAULO ALVES BOTELHO a
execuções que a FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO lhe promove e também à PEIXARIA E
COMÉRCIO GOLFINHO LTDA., de que figura como sócio cotista, e à consócia
MARIA DAS GRAÇAS BADARÓ por crédito de ICMS e multas devidas nos exercícios
de 1989 a 1992.
No caso, a execução comum, promovida à sociedade e sócios, é apenas
uma, sendo as duas outras promovidas só ao embargante, individualmente.
Os embargos foram oferecidos após o apensamento dos respectivos autos
e neles o embargante fez expressa referência a tal fato (fls. 02).
E a sentença acabou por lhes dar agasalho ao fundamento de a penhora
ter recaído apenas em imóvel do embargante, sem comprovação da inexistência
de bens da sociedade co-executada a servirem de garantia prioritária do
Juízo.
Vê-se desde logo que tal conclusão peca por sua generalização, uma
vez que supostos bens da sociedade não poderiam servir de garantia a
débitos particulares do sócio.
E nota-se que as inscrições, constantes dos títulos executivos
constituídos pelas certidões da dívida ativa, nos três autos, são
diferentes: o embargante tem inscrição diversa da empresa que ele pertenceu
ou a que ainda pertence.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 68
Por outro lado, embora não trazido aos autos o contrato constitutivo
da sociedade, deles consta o espelho de seu registro no Departamento
Nacional de Registro do Comércio, permitindo ver que de suas cláusulas não
figura a existência de patrimônio da empresa (fls. 20-21-TJ). Então,
competia ao embargante comprovar que a sociedade efetivamente tem
patrimônio suscetível da garantia.
Ainda pelo mesmo documento de observação que a gerência da sociedade
incumbia a ambos os sócios.
E a falta de recolhimento de tributos devidos pela entidade social
redunda em abuso ou má-administração de sua gerência.
À luz de tais considerações, reformo, em reexame necessário, a
sentença para julgar improcedentes os embargos, invertendo os ônus da
sucumbência. Dou como prejudicado o recurso da embargada.
O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:
V O T O
De acordo.
O SR. DES. PINHEIRO LAGO:
V O T O
De acordo.
S Ú M U L A: REFORMARAM A SENTENÇA, PREJUDICADO O APELO VOLUNTÁRIO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 288.971/SP (2000/0013759-6)
RELATOR : O EXMO. SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO
AGRAVANTE: RAMBERGER E RAMBERGER LTDA.
AGRAVADA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
DECISÃO
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DECISÃO DO TRIBUNAL “A QUO”
CONSOANTE JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STF E DO STJ. SÚMULA Nº 83,
DESTA CORTE.
1. Não se admite recurso especial quando a tese adotada pelo
acórdão recorrido encontra-se de acordo com a jurisprudência
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 69
dominante do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal
Federal. Incidência da Súmula nº 83, desta Corte.
2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do CPC).
Vistos, etc.
Cuida-se de agravo de instrumento interposto por Ramberger e
Ramberger Ltda., no intuito de reformar decisão que negou seguimento a
recurso especial, sob os fundamentos de ausência de prequestionamento e não
comprovação do dissídio jurisprudencial.
A Fazenda do Estado de São Paulo moveu execução fiscal contra a
agravante, tendo os embargos do devedor por esta opostos sido rejeitados.
Interposta apelação, recebida com efeito apenas devolutivo, o Juízo de
primeiro grau determinou o prosseguimento da execução, com o reforço da
penhora efetivada e a realização de leilões. Em face de tal decisão, a
empresa manejou agravo de instrumento para o egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, que manteve o despacho agravado por considerar que,
sendo a Certidão de Dívida Ativa um título executivo extrajudicial, a
execução fiscal tem caráter definitivo, ainda que a apelação interposta nos
embargos do devedor não tenha sido julgada. Assim, é possível o reforço de
penhora e a realização de leilões.
A agravante, então, interpôs embargos declaratórios, afinal
rejeitados, com o escopo de prequestionar o art. 11, da Lei nº 6.830, de 22
de setembro de 1980, os arts. 611 e 667, do Código de Processo Civil, e o
art. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal.
Nas razões do recurso especial, alega-se violação aos seguintes
dispositivos legais:
- do Código de Processo Civil:
“Art. 586. A execução para a cobrança de crédito fundar-se-á sempre
em título líquido, certo e exigível.
§ 1. Quando o título executivo for sentença que contenha condenação
genérica, proceder-se-á primeiro à sua liquidação.
§ 2º. Quando na sentença há uma parte líquida e outra ilíquida, ao
credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e a liquidação
desta.”
“Art. 588. A execução provisória da sentença far-se-á do mesmo modo
que a definitiva, observados os seguintes princípios:
I - corre por conta e responsabilidade do credor, que prestará
caução, obrigando-se a reparar os danos causados ao devedor;”
“Art. 611. Julgada a liquidação, a parte promoverá a execução,
citando pessoalmente o devedor”.
“Art. 667. Não se procede à segunda penhora, salvo se:
I - a primeira for anulada;
II - executados os bens, o produto não bastar para o pagamento do
credor;
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 70
III - o credor desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os
bens, ou por estarem penhorados, arrestados ou onerados.”
“Art. 680. Prosseguindo a execução, e não configurada qualquer das
hipóteses do art. 684, o juiz nomeará o perito para estimar os bens
penhorados, se não houver, na comarca, avaliador oficial, ressalvada a
existência de avaliação anterior (art. 655, § 1º, V).”
“Art. 683. Não se repetirá a avaliação, salvo quando:
I - se provar erro ou dolo do avaliador;
II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve diminuição
do valor dos bens;
III - houver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem (art. 655,
§ 1º, V).”
“Art. 685. Após a avaliação, poderá mandar o juiz, a requerimento do
interessado e ouvida a parte contrária:
I - reduzir a penhora aos bens suficientes, ou transferi-la para
outros, que bastem à execução, se o valor dos penhorados for
consideravelmente superior ao valor do crédito do exeqüente e acessórios;
II - ampliar a penhora, ou transferi-la para outros bens mais
valiosos, se o valor dos penhorados for inferior ao referido crédito.
Parágrafo único. Uma vez cumpridas essas providências, o juiz mandará
publicar os editais de praça.”
“Art. 736. O devedor poderá opor-se à execução por meio de embargos
que serão autuados em apenso aos autos do processo principal.”
“Art. 791. Suspende-se a execução:
I - no todo ou em parte, quando recebidos os embargos do devedor
(art. 739, § 2º).”
“Art. 793. Suspensa a execução, é defeso praticar quaisquer atos
processuais. O juiz poderá, entretanto, ordenar providências cautelares
urgentes.”
- da Lei nº 6.830/80:
“Art. 13. O termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos
bens penhorados, efetuada por quem o lavrar.
§ 1º. Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública,
antes de publicado o edital de leilão, o juiz, ouvida a outra parte,
nomeará avaliador oficial para proceder a nova avaliação dos bens
penhorados.
§ 2º. Se não houver, na comarca, avaliador oficial ou este não puder
apresentar o laudo de avaliação no prazo de 15 (quinze) dias, será nomeada
pessoa ou entidade habilitada, a critério do juiz.
§ 3º. Apresentado o laudo, o juiz decidirá de plano sobre a
avaliação.”
Aduz-se, ainda, divergência jurisprudencial com julgados de Tribunais
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 71
pátrios.
Às fls. 164/166, foi oferecida contraminuta, pugnando-se pela
manutenção da decisão guerreada, pelos mesmos argumentos nela expendidos.
Relatados, decido.
No tocante à interposição do especial com base na alínea “a”, do
permissivo constitucional, verifico que dos dispositivos legais apontados
como violados apenas os arts. 667, 685 e 588, do CPC, foram
prequestionados. Isso porque, apesar de a agravante ter oposto embargos de
declaração, o Tribunal ‘a quo’ não reconheceu qualquer vício no acórdão
embargado. Logo, incide na presente hipótese a Súmula 211 do Superior
Tribunal de Justiça: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a
despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo
tribunal ‘a quo’.” Para que fosse conhecido o recurso especial, quanto à
parte não prequestionada, mister seria a sua interposição, pela agravante,
aduzindo também ofensa ao art. 535, do CPC, que trata do cabimento dos
embargos de declaração.
Entretanto, não obstante o prequestionamento de parte da legislação
federal, o agravo de instrumento não merece ser provido, pois o acórdão
objurgado se afina com a jurisprudência pacífica desta Corte, que entende
ser de natureza definitiva a execução fiscal, eis que fundada em título
extrajudicial (CPC, art. 587 c/c 585, VI). Destarte, mesmo que penda de
julgamento a apelação interposta nos embargos do devedor, a execução terá
prosseguimento normal, inclusive com a realização de leilões.
Nesse sentido, confira-se os seguintes precedentes do Superior
Tribunal de Justiça:
“Processual Civil. Agravo de Instrumento. Embargos à Execução Fiscal.
Leilão. Título Extrajudicial. Execução Definitiva. CPC, Art. 587.
1. Improcedentes os Embargos interpostos contra a execução, ainda que
pendente de recurso, a execução prosseguirá como definitiva.
2. Multifários jurisprudenciais.
3. Recurso improvido.” (REsp 103043/AL, Rel. Min. Milton Luiz
Pereira, 1ª T., unânime, DJ 10/08/98, p. 15).
“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL (CERTIDÃO
DE DÍVIDA ATIVA DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO). EMBARGOS À EXECUÇÃO.
IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO. NATUREZA DA EXECUÇÃO:
DEFINITIVA. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.
I - POR SER A EXECUÇÃO FISCAL EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO
EXTRAJUDICIAL (QUAL SEJA, A CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA), NÃO HÁ QUE SE FALAR
EM PROVISORIEDADE DA EXECUÇÃO, AINDA QUE PENDENTE RECURSO DE APELAÇÃO
CONTRA A SENTENÇA QUE JULGOU IMPROCEDENTES OS EMBARGOS. EM SUMA, É SEMPRE
DEFINITIVA A EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL.
II - INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 520, V, E 587 DO CPC E DO ART. 1, DA LEI
N. 6.830/80.
III - PRECEDENTES DO STJ: RESP N 52.186/SP, RESP N. 57.689/GO, RESP
N. 53.324/SP, RESP N. 58.270/RS, RESP N 38.687/GO E RESP N. 71.504/SP.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 72
IV - PRECEDENTES DO STF: RE N. 95.583/PR.
V - CONCLUSÃO N. LI DO SIMPÓSIO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL DE 1975.
VI - RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.”
(REsp 117610/SP, Rel. Min. Adhemar Maciel, 2ª T., DJ 06/10/97, p.
49934).
“PROCESSUAL CIVIL. QUESTÃO PRELIMINAR DECIDIDA POR ACÓRDÃO DO STJ
ACOBERTADO PELO MANTO DA PRECLUSÃO MÁXIMA. ARESTO RECORRIDO PROFERIDO POR
TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU QUE JULGOU A MESMA QUESTÃO ANTES DA PROLAÇÃO DO
ARESTO DESTA CORTE. DECISÃO QUE DEVE PREVALECER: A PROTEGIDA PELA PRECLUSÃO
MÁXIMA. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS À ARREMATAÇÃO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA
DOS EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO. PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO
EXECUTIVO: POSSIBILIDADE, TENDO EM VISTA A DEFINITIVIDADE DA EXECUÇÃO
FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL. RECURSO PROVIDO. CAUTELAR IMPROCEDENTE.
(...)
III - A execução fiscal é definitiva, pelo que o processo pode ser
levado a cabo, ainda que pendente recurso de apelação contra a sentença que
julgou improcedentes os embargos oferecidos pelo executado.
(...).” (REsp nº 28473/SP, Rel. Min. Adhemar Maciel, 2ª T., DJ
29/09/97, p. 48165)
Colaciono, ainda, julgado do Colendo Supremo Tribunal Federal:
“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FORÇADA. NA PENDÊNCIA DE APELAÇÃO OPOSTA
À SENTENÇA QUE JULGARA IMPROCEDENTES OS EMBARGOS DO DEVEDOR, PODE TER
PROSSEGUIMENTO, EM CARÁTER DEFINITIVO, E NÃO APENAS PROVISÓRIO, A EXECUÇÃO
CONTRA O DEVEDOR POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL (CPC, ART. 587).” (RE 95583/PR,
Rel. Min. Décio Miranda, 2ª T., unânime, DJ 15/06/84, p. 9794)
Com fulcro na alínea “c”, do inciso III, do art. 105, da Constituição
Federal, igualmente não poderá ser admitido o recurso especial, visto que,
conforme demonstrado acima, o acórdão recorrido encontra-se em consonância
com o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça. Logo, incidente a
Súmula nº 83, desta Corte, segundo a qual “não se conhece do recurso
especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no
mesmo sentido da decisão recorrida”.
Posto isto e amparado no art. 544, § 2º, do CPC, NEGO provimento ao
presente agravo.
Publique-se. Intimações necessárias.
Brasília, 25 de abril de 2000.
MINISTRO JOSÉ DELGADO – Relator.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 73
AGRAVO Nº 000.172.713-0/00 - COMARCA DE VARGINHA
AGRAVANTE: CIA. BRAS. DE PETRÓLEO IPIRANGA
AGRAVADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO
EMENTA: ICMS. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIRIGENTES DE EMPRESA. INFRAÇÃO
LEGAL, CONSISTENTE NA FALTA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO DEVIDO.
RESPONSABILIDADE CARACTERIZADA.
A C Ó R D Ã O
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 74
Vistos etc., acorda, em Turma, a QUINTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.
Belo Horizonte, 27 de abril de 2000.
DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO - Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO:
V O T O
Cuida-se de agravo interposto contra decisão que indeferiu pedido de
exclusão de execução de três dirigentes da agravante, ao fundamento
resumido de não terem praticado ato com excesso de poderes, infração de
lei, contrato ou estatuto.
Argumenta a agravante não serem seus dirigentes, integrantes da CDA,
responsáveis pelo crédito tributário, que se restringe à empresa.
Em arrazoado instruído com lições doutrinárias e precedentes
jurisprudenciais postula a recorrente a reforma da decisão, com provimento
do recurso.
A agravada, por seu turno, impugna a pretensão da recorrente
solicitando o improvimento, com a confirmação do ato hostilizado.
Dispensa-se a intervenção do Ministério Público em obediência ao
enunciado na Súmula 189 do STJ.
Em apertada síntese, esta a exposição.
Decide-se:
Conheço do agravo.
Assenta-se a discussão no art. 135 do C.T.N.
Afasta-se a incidência de qualquer hipótese do art. 134 ao caso em
exame.
Impõe-se ao Judiciário analisar cada suposição de admissibilidade
para a caracterização da responsabilidade pela obrigação tributária.
A presunção de certeza e de liquidez conferida à CDA, embora possa o
título ser desconstituído através de embargos acolhidos, como se vê na
espécie, traduz infração tributária, consistente na não retenção e
recolhimento de ICMS incidente sobre venda de derivados de petróleo a
contribuintes mineiros.
Com efeito, arreda-se a situação relativa a excesso de poderes como
também deve se afastar a infração de contrato social ou estatutos,
permanecendo, em conseqüência, para exame a infração de lei.
Sobre respeitar os ensinamentos doutrinários e precedentes
jurisprudenciais referidos na peça recursal, inclino-me para outra
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 75
corrente, inclusive com apoio em julgado desta Câmara, Apel. Cível nº
6.735-5, rel. Des. Cláudio Costa, mencionado na impugnação fazendária.
Colho parte de voto produzido no Eg. STJ: “Obrigação essencial a todo
administrador é a observância do pagamento dos tributos, no prazo
consignado na legislação pertinente. Em se cuidando, no caso, de débito
relativo a ICMS, é de se presumir que os gerentes da empresa, embora tenham
recebido dos consumidores finais esse imposto, nas operações realizadas,
retardaram recolhimento aos cofres da Fazenda, com evidente infração à lei,
porquanto a sonegação de tributo constitui crime tipificado em legislação
específica.” (REsp. 68.408/95-RS, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU
24.6.96, pág. 22736).
Mais recentemente o mesmo STJ decidiu: “O sócio-gerente tem a
obrigação de recolher os impostos devidos pela empresa. Se não o faz,
responde pessoalmente pelo débito. Recurso provido.” (REsp. 149.266-PR,
rel. Min. Garcia Vieira, “in” DJ 04.05.98, pág. 91).
Assim, em tese, inexistindo recolhimento do ICMS, pago pelo
consumidor final, ocorreu apropriação indébita, sujeitando-se o obrigado
tributário às sanções legais, caracterizando-se a infração de lei a que se
refere o art. 135 do C.T.N.
Do exposto, diante de infração de lei, a responsabilidade está
definida, não merecendo censura o ato.
Nego provimento ao agravo.
Custas pela agravante.
O SR. DES. HUGO BENGTSSON:
V O T O
De acordo.
O SR. DES. CLÁUDIO COSTA:
V O T O
De acordo.
S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 291.843/SC (2000/0018217-6)
RELATOR : O EXMO. SR. MIN. JOSÉ DELGADO
AGRAVANTE : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
AGRAVADOS : CARLOS DE OLIVEIRA MARIOTTI E OUTROS
D E C I S Ã O
PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO
POR ESTAR EM CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE.
CPC, ART. 557, “CAPUT”.
1. Com o advento da Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 76
557, caput, do CPC, permitiu-se ao relator negar seguimento a recurso
que contraria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou
de Tribunal Superior.
2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do CPC).
Vistos, etc.
Cuida-se de agravo de instrumento interposto pela Caixa Econômica
Federal - CEF no intuito de reformar decisão que inadmitiu recurso especial
sob o fundamento de que a sua apreciação demandaria reexame de prova.
A agravante, ao interpor o especial, entendeu que o acórdão recorrido
violou o art. 557, do Código de Processo Civil, haja vista ter confirmado
decisão monocrática que negou seguimento à apelação, por entender que a
sentença encontrava-se em consonância com a jurisprudência dominante do
Superior Tribunal de Justiça, a respeito da inclusão de “expurgos
inflacionários” no cálculo de atualização de contas vinculadas ao FGTS.
Alega que a matéria não se encontra sumulada, motivo pelo qual o relator
não poderia ter negado seguimento ao apelo.
O aresto recorrido recebeu a seguinte ementa:
“PROCESSUAL CIVIL. ART. 557 DO CPC. MANIFESTAMENTE INFUNDADO O AGRAVO
PROPOSTO COM FUNDAMENTO NO § 1º. CABIMENTO DA MULTA PREVISTA NO § 2º.
1. A decisão ora agravada está plenamente de acordo com a hipótese
prevista no “caput” do art. 557, do CPC, com a nova redação introduzida
pela Lei 9.756/98, editada com a finalidade de agilizar o julgamento dos
recursos perante os tribunais, em atendimento aos anseios da comunidade
jurídica.
2. Se o agravo interposto é manifestamente infundado, deverá a
agravante ser condenada à multa prevista no § 2º do art. 557 do CPC.
3. Improvido o agravo e condenada a agravante - CEF a pagar ao
agravado multa de 10% sobre o valor corrigido da causa.”
Não foi apresentada contraminuta, conforme certidão de fls. 77.
Relatados, decido.
Não merece prosperar o agravo em exame.
Verifica-se, das razões do recurso especial interposto, que a
agravante pleiteia a reforma do aresto com base na antiga redação do art.
557, do CPC. Confira-se:
“NEGATIVA DE VIGÊNCIA DE LEGISLAÇÃO FEDERAL.
Dispõe o art. 557, “caput”, do CPC:
“O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível,
improcedente, prejudicado ou contrário à súmula do respectivo tribunal ou
tribunal superior”.
Para melhor entender a controvérsia é preciso deixar assentado o
fundamento da r. decisão que deu sustentação ao ingresso com o Agravo de
Instrumento, a saber:
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 77
“Não há como processar validamente o presente recurso, porquanto
flagrantemente contrário, tanto nas questões preliminares como no agravo
retido e na questão de fundo, à MACIÇA JURISPRUDÊNCIA deste Tribunal e do
Egrégio Superior Tribunal de Justiça.” (salientamos)
Nesse passo já está delineada a negativa de vigência ao art. 557, do
CPC, porque a norma restringe a interposição de recurso contra súmula,
silenciando quanto à espécie adotada na r. decisão (maciça jurisprudência).
E a norma é taxativa, corporificando em “numerus clausus” a
impossibilidade de recorrer.
Assim, valendo-se a Exma. Juíza Relatora de hipótese outra, não
prevista na Lei, por certo que a ineficácia de sua aplicação deverá ser
declarada.”
Ocorre que, com o advento da Lei 9.756, de 17 de dezembro de 1998, o
caput do art. 557, do Código de Processo Civil, passou a ter a seguinte
redação:
“Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente
inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou
jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal
Federal ou de Tribunal Superior.”
Assim, a mencionada lei, visando a conferir maior celeridade ao
processamento dos feitos nos tribunais, alargou o campo de atuação do
relator, permitindo que o mesmo negue seguimento, também, a recurso em
confronto com jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou de
Tribunal Superior.
Sobre tal assunto já se pronunciou esta Corte:
“I - PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO PROFERIDA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.
AGRAVO DECIDIDO PELO PRÓPRIO RELATOR. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO “NOVO”
ART. 557 DO CPC.
1. “O ‘novo’ art. 557 do CPC tem como escopo desobstruir as pautas
dos tribunais, a fim de que as ações e os recursos que realmente precisam
ser julgados por órgão colegiado possam ser apreciados o quanto antes
possível. Por essa razão, os recursos intempestivos, incabíveis, desertos e
contrários à jurisprudência consolidada no tribunal de segundo grau ou nos
tribunais superiores deverão ser julgados imediatamente pelo próprio
relator, através de decisão singular, acarretando o tão desejado
esvaziamento das pautas. Prestigiou-se, portanto, o princípio da economia
processual e o princípio da celeridade processual, que norteiam direito
processual moderno.
2. O “novo” art. 557 do CPC alcança os recursos arrolados no art. 496
do CPC, bem como a remessa necessária prevista no art. 475 do CPC. Por
isso, se a sentença estiver em consonância com a jurisprudência do tribunal
de segundo grau ou dos tribunais superiores, pode o próprio relator efetuar
o reexame obrigatório por meio de decisão monocrática (REsp 156.311/Adhemar
Maciel)”. (REsp 205342/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, 1ª T., DJ
20/03/2000, p. 39).
Destarte, não houve qualquer violação ao art. 557, do CPC, visto que
já se encontra pacificada, no Superior Tribunal de Justiça, a matéria
referente à inclusão dos expurgos inflacionários no cálculo de atualização
das contas vinculadas ao FGTS.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 78
Posto isso e amparado pelo art. 544, § 2º, do CPC, NEGO provimento ao
presente agravo.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília, 27 de abril de 2000.
MINISTRO JOSÉ DELGADO - Relator.
RECURSO ESPECIAL Nº 109.709 - RIO GRANDE DO SUL (1996/0062345-7)
RELATORA : MIN. ELIANA CALMON
RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
RECORRIDO : NORBERTO IGNÁCIO GUILOW
D E C I S Ã O
TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - SÓCIO-GERENTE - RESPONSABILIDADE (ART.
135, INCISO III DO CTN) - PRECEDENTES - RECURSO PROVIDO (ART. 557, §
1º, “A” DO CPC).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 79
Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão que, em ação
de execução fiscal, afastou a responsabilidade do sócio-gerente de empresa
de responsabilidade limitada, desfeita irregularmente, relativamente aos
débitos previdenciários.
Rechaçou o Tribunal de Apelação a tese de que o não-recolhimento
devido do tributo caracterizaria a infração à lei, concluindo que não
restou evidenciada a conduta culposa do executado, ora recorrido.
Inconformado, com base nas alíneas “a” e “c” do permissivo
constitucional, alega o INSS que houve negativa de vigência ao art. 135,
inciso III do CTN, além de dissídio jurisprudencial.
Opinou o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL pelo provimento do recurso.
DECIDO:
O STJ pacificou o entendimento que o não-recolhimento do tributo
devido pelo sócio-gerente constitui infração à lei, mormente quando há
dissolução irregular da empresa devedora, conforme demonstram os arestos a
seguir transcritos:
TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA DE BENS - RESPONSABILIDADE DO
SÓCIO - ARTIGOS 135 E 136, CTN.
O sócio responsável pela administração e gerência de sociedade
limitada, por substituição, e objetivando responsável pela dívida fiscal
contemporânea ao seu gerenciamento ou administração, constituindo violação
à lei o não-recolhimento de dívida fiscal regularmente constituída e
inscrita. Não exclui a sua responsabilidade o fato do seu nome não constar
na certidão de dívida ativa.
Multiplicidade de precedentes jurisprudenciais (STF/STJ).
Recurso provido.
(REsp. n. 33.731/MG, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, Primeira Turma,
por unanimidade, DJ de 06/03/95, pág. 4318).
TRIBUTÁRIO - RESPONSABILIDADE DO SÓCIO POR DÍVIDA DA SOCIEDADE
LIMITADA - REQUISITOS NECESSÁRIOS - PRECEDENTES.
O sócio-gerente de uma sociedade limitada é responsável, por
substituição, pelas obrigações fiscais da empresa a que pertencera, desde
que essas obrigações tenham fato gerador contemporâneo ao seu
gerenciamento, pois que age com violação à lei o sócio-gerente que não
recolhe os tributos devidos.
Precedentes da Corte.
Recurso improvido.
(REsp. 34.429/SP, Rel. Min. César Asfor Rocha, Primeira Turma, por
unanimidade, DJ de 06/09/93, página 18.019).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 80
PROCESSUAL CIVIL E COMERCIAL - RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS POR
DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS DA EMPRESA - PENHORABILIDADE DAS QUOTAS DE SÓCIO DE
LIMITADA.
O não recolhimento de tributo devido pela pessoa jurídica constitui
infração à lei, o que enseja responsabilidade dos sócios-gerentes.
São penhoráveis, em execução, as quotas do sócio-gerente de sociedade
por quotas de responsabilidade limitada e tal penhorabilidade não atenta
contra o princípio da affectio societatis.
Recurso improvido.
(REsp. n. 211.842/MG, Rel. Min. Garcia Vieira, Primeira Turma, DJ de
06/09/1999, página 60).
TRIBUTÁRIO E PROCESSO CIVIL.
1. Execução fiscal contra empresa devedora que, desfeita
irregularmente transfere a responsabilidade tributária para o sócio-
gerente.
2. Citação do sócio-gerente serodiamente realizada, prescrição
qüinqüenal em seu favor.
3. Recurso especial conhecido, mas improvido.
(REsp. n. 55.862/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, por
unanimidade, DJ de 10/04/2000, página 71).
Assim sendo, com respaldo no art. 557, § 1º-A do CPC, DOU PROVIMENTO
AO RECURSO ESPECIAL, para reformar o acórdão recorrido, determinando o
prosseguimento da execução contra o sócio-gerente.
Brasília, DF, 03 de maio de 2000.
MINISTRA ELIANA CALMON
Relatora
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.168.037-0/00 - COMARCA DE BELO HORIZONTE
APELANTE: PEPSERV PADRE EUSTÁQUIO PEÇAS SERVIÇOS LTDA.
APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI
EMENTA: PARCELAMENTO – MULTAS – JUROS – TAXA SELIC – APLICAÇÃO –
POSSIBILIDADE.
A C Ó R D Ã O
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 81
Vistos etc., acorda, em Turma, a QUARTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.
Belo Horizonte, 04 de maio de 2000.
DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI - Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI:
V O T O
Cuida-se de recurso de apelação aviado por Pepserv – Padre Eustáquio
Peças e Serviços Ltda., em face da r. sentença de f. 63/64, TJ, proferida
pelo MM. Juiz de Direito da 6ª Vara da Fazenda Pública desta comarca, nos
autos da ação anulatória de débito fiscal promovida por aquela em desfavor
da Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais, julgada improcedente.
Em sede de razões recursais, acostadas às f. 69/80, TJ, asseverou a
autora, inicialmente, que, diante da incidência de multas que variavam de
50 a 100% do valor do crédito tributário, requereu o parcelamento de seu
débito, o que lhe proporcionou redução da penalidade para o patamar de 48%.
Entretanto, não obstante a redução obtida, disse que o percentual da multa
exigida continua insuportável, caracterizando confisco, especialmente se
considerada a atual estabilidade econômica. Destarte, em virtude de exceder
os justos limites, fixou que restaram violados diversos preceitos
constitucionais. Destacou mais, que a imposição da multa, que entende
confiscatória, ofende a livre iniciativa e a sua própria atividade, por
cercear-lhe o direito de exercê-las, ofendendo, vez mais texto
constitucional, cabendo, assim, ao Poder Judiciário, pronunciar-se contra
esse abuso.
Além disso, prosseguiu, alegou que também é ilegal a correção
monetária mensal incidente sobre o crédito tributário com base na taxa
“Selic”, uma vez que esta não tem por finalidade a indenização do Estado
pelo pagamento intempestivo dos tributos, mas hedionda remuneração dos
cofres públicos, isto é, frente ao seu caráter remuneratório e não de juros
de mora, circunstância essa que impossibilita a sua cobrança. Ainda que
tida como se juros moratórios fosse, aportou que a referenciada taxa
“Selic” permaneceria na seara da ilegalidade, porquanto em rota de colisão
com a norma insculpida no art. 192, § 3º, da Carta Política, que dispõe que
os juros não podem ultrapassar 12% a.a., sob pena de se incorrer em crime
de usura. Acresceu, outrossim, neste sentido, que o CTN, em seu art. 161, §
1º, também veda a cobrança de juros superior a 1% ao ano.
Noutro passo, criticando a decisão fustigada, fixou que, diversamente
do por ela entendido, demonstrou a incidência da multa e dos juros abusivos
através dos documentos colacionados com a sua peça de ingresso. Inclusive,
aludiu que requereu a produção de prova pericial, a fim de apurar-se o
valor real devido, porém, sua pretensão fora indeferida, o que atesta a
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 82
contradição existente entre ambas decisões, isto é, entre esta última,
indeferitória, e a da sentença.
Por derradeiro, tecendo longos comentários acerca da possibilidade de
postular pela repetição do indébito, mormente porque autorizado pelo
disposto no art. 165 do CTN, rematou suas razões recursais pugnando pela
reforma do decisum, à finalidade de prover seu pleito, dessarte, pela
anulação das multas e correção monetária abusivas de que foi vítima, além
da restituição do indevido por ela pago.
Contra-razões às f. 84/88, TJ, em que a apelada esgrima os argumentos
recursais defendidos pela recorrente, suplicando pelo improvimento do
presente apelo.
Por entender como impróprio, deixou a representante do Ministério
Público de 1º grau de apresentar parecer recursal, consoante depara-se de
seus argumentos lançados às f. 93/97, TJ.
Certificação do preparo recursal às f. 100, TJ.
Instada a manifestar-se, a douta Procuradoria-Geral de Justiça fê-lo
às f. 106/108, TJ, pela manutenção da sentença alvejada.
Relatei.
Passo a decidir.
Presentes os pressupostos de admissibilidade do presente recurso,
dele conheço.
Apertada síntese dos autos revela que a apelante almeja a reforma do
decisum, à finalidade de se declarar nula a imposição de multa de
revalidação, por considerá-la confiscatória, por isso inconstitucional, ao
tempo em que protestou pela ilegalidade da correção monetária mensal sobre
o crédito tributário pela taxa “Selic” e UFIR, e sua limitação a 12% (doze
por cento) ao ano, pela aplicação do disposto no art. 192, § 3º, ou então,
pela regra contida no art. 161, § 1º, do CTN.
Entrementes, não se lhe socorrem as assertivas recursais expendidas
em prol de sua tese, porquanto, efetivamente, desprovidas de qualquer
demonstração fático-jurídica a transmitir-lhes foros de verossimilhança.
Vejamos.
Com propósito, noticia a apelante em sua petição inicial, item 02,
que requereu “um parcelamento do crédito tributário relativo aos AIS acima
descritos, junto à ré, com redução das multas a 48% (quarenta e oito por
cento) para pagamento em 12 (doze) parcelas e 48 (quarenta e oito)
parcelas”. No item 03 frisou que “o crédito tributário originário do
parcelamento se constitui do ICMS e de multas que variavam de 50%
(cinqüenta por cento) a 80% (oitenta por cento) do valor principal”,
ressalvando no item 04 que “é lógico, que, com o parcelamento o percentual
dessas multas ficariam reduzidas a 48% (quarenta e oito por cento),
entretanto, ainda são exorbitantes e confiscatórias.” Discorrendo ainda
sobre os substratos fáticos relativos a sua postulação, arrematou no item
05 assinalando que “... se a autora deixar de pagar o parcelamento, as
multas retornarão aos seus percentuais originais.”
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 83
Lado outro, anoto que a recorrente informou estar cumprindo a
pactuação, mediante o regular recolhimento das parcelas.
Pois bem.
Verifica-se, no caso em baila, que a apelante não se insurgiu contra
o valor do imposto ou demais consectários, mas, tão-somente, contra o
parcelamento de seu débito, especialmente no que tange às verbas
acessórias, ao fundamento de que ilegais e inconstitucionais.
Como é notório, a multa de revalidação tem caráter punitivo e
objetiva fazer com que o contribuinte evite a prática de qualquer ato
relativo ao descumprimento da obrigação tributária nos moldes determinados
em lei, motivo por que deve a mesma ser elevada, sem que tal configure
caráter confiscatório. Efetivamente, atua ela como mecanismo de inibição.
Releva demarcar, como aquilatado supra, que a apelante pleiteou e obteve
redução das multas perante o fisco. Também, registro que o que a Carta
Maior, em seu art. 150, IV, veda é a utilização do tributo com efeitos
confiscatórios, ou seja, nada referenciou acerca de multa. Em realidade,
tenho que o percentual estipulado para as multas está perfeitamente
compatível com os princípios legais aplicáveis, motivo pelo qual rechaço a
assertiva de qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade quanto a tanto.
Referentemente ao outro argumento, de ilegalidade da correção
monetária mensal incidente sobre o crédito tributário com base na taxa
“Selic” e UFIR, da mesma forma, infiro pela impossibilidade de albergá-lo,
visto que a apelante não trouxe ao processo qualquer elemento, um início de
prova, de suas ocorrências nos autos. Sequer um demonstrativo. E essa era
imprescindível, se considerado o fato de que a apelante pleiteou o
parcelamento de sua dívida, inclusive efetuando o pagamento de algumas
parcelas. Outrossim, não se olvide que a apelante conformou-se contra o
indeferimento de realização de prova pericial por ela requerida. Com
efeito, laborou a apelante em sede de meras alegações, o que, a toda
evidência, é insuficiente ao reconhecimento deste seu pleito.
Por último, no que tange a limitação dos juros em 12% a.a., de se ter
em conta que o art. 192, § 3º, da CF, não é auto-aplicável, dependendo de
regulamentação, conforme iterativa jurisprudência da Corte Maior, e que, na
esteira do raciocínio supra, também não cuidou a apelante de demonstrar o
alegado excesso previsto no § 1º do art. 161 do CTN.
Ante o exposto, nega-se provimento ao presente apelo, logo, mantendo-
se incólume a r. decisão recorrida, por seus próprios e jurídicos
fundamentos.
Custas recursais pela apelante.
O SR. DES. HYPARCO IMMESI:
De acordo.
O SR. DES. BADY CURI:
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 84
De acordo.
S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.
EMBARGOS INFRINGENTES (C. CÍVEIS) Nº 000.121.668-8/01
(NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 121.668/8) – COMARCA DE BELO HORIZONTE
EMBARGANTE: MOINHO SUL MINEIRO S/A
EMBARGADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA
EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES. AIR. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS
MORATÓRIOS. Os juros moratórios deverão ser contados na forma da Lei
Civil, conforme estatui a Lei nº 4.414 de 24-09-1964. – ART. 161 DO
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 85
CTN. O art. 161 do CTN refere-se ao devedor contribuinte, sujeito
passivo da obrigação tributária, e não a dívidas da Fazenda Pública,
no caso, a Estadual, que segundo a Lei 4.414/64, pagará os juros
civis. Embargos rejeitados.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda a SEGUNDA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na
conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, EM REJEITAR
OS EMBARGOS, VENCIDOS O REVISOR E O SEGUNDO VOGAL.
Belo Horizonte, 09 de maio de 2000.
DES. RUBENS XAVIER FERREIRA – Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA:
V O T O
Trata-se de embargos infringentes contra o v. acórdão de fls.
129/143-TJ em que a eminente Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível deste
Tribunal, composta pelos Desembargadores Sérgio Lellis Santiago – Relator,
Pinheiro Lago – Revisor e Abreu Leite – Vogal, concordou em quase tudo na
ação de repetição de indébito contra o Estado de Minas Gerais, movida por
Moinho Sul Mineiro S/A; apenas divergindo no tocante aos juros de mora, em
que o Des. Sérgio Lellis Santiago, acompanhado pelo Vogal Des. Abreu Leite,
fixava-os em 6,0% a.a, enquanto o eminente Revisor em 1.0% a.m ou 12% a.a.
Ainda divergem quanto ao vencimento dos juros moratórios: enquanto o
Relator e o Vogal entendiam sobre as parcelas restituíveis, o eminente
Revisor considerava-os vencíveis a partir do trânsito em julgado da decisão
definitiva que os determinou.
Data venia de entendimentos contrários, inclusive no Superior
Tribunal de Justiça, creio que a razão está com os votos majoritários.
O art. 161 do Código Tributário Nacional trata de pagamento do
contribuinte do imposto e não de repetição de indébito tributário, tanto
que o parágrafo segundo do art. 161 preleciona:
“Parágrafo 2º - o disposto neste artigo não se aplica na
pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo
legal para pagamento do crédito”.
Por esta razão, entendo que a Lei nº 4.414, de 24 de setembro de
1964, não foi revogada pelo art. 161 do CTN, que disciplina os créditos
devidos à Fazenda Pública, enquanto a primeira “regula o pagamento de juros
moratórios pela União, pelos Estados, Distrito Federal, Municípios e
Autarquias”, sendo que o seu artigo 1º estatui:
“A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
autarquias, quando condenados a pagar juros de mora, por este
responderão na forma do direito civil”.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 86
Com estes humildes adminículos, acompanho o Relator e o Vogal para
rejeitar os embargos.
O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:
V O T O
Tenho entendido, conforme recursos anteriormente julgados, que à
repetição de imposto, indevidamente cobrado, aplicam-se os mesmos juros
previstos para a mora fiscal, em atendimento ao princípio da igualdade
tributária.
No caso, o § 1º do art. 161, c/c art. 167 do Código Tributário
Nacional, determina para os tributos o juro de mora de 1% ao mês, sendo que
o contribuinte estava obrigado à mesma taxa moratória quando vigia a Lei nº
9.751/88, art. 5º, inciso I (AIR).
Nesta oportunidade, acolho os embargos, acompanhando o voto
minoritário do em. Des. Revisor da Apelação nº 121.668-8.
O SR. DES. SÉRGIO LELLIS SANTIAGO:
De acordo com o Relator.
O SR. DES. PINHEIRO LAGO:
Acolho os embargos, nos termos do voto que proferi quando do
julgamento da apelação, data venia.
O SR. DES. ABREU LEITE:
Rejeito os embargos.
S Ú M U L A: REJEITARAM OS EMBARGOS, VENCIDOS O REVISOR E O
SEGUNDO VOGAL.
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 000.178.209-3/00 - COMARCA DE BELO HORIZONTE
AGRAVANTE: EMBRATEL - EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A
AGRAVADA : FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL
RELATOR : EXMO. SR. DES. ORLANDO CARVALHO
EMENTA: TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - IMPOSSIBILIDADE.
1. Não se pode em sede de Medida Cautelar impedir a fiscalização de
exercer sua função, determinada por lei, bem como de o Fisco estadual
exercer suas atividades. Também sem qualquer depósito, não se pode
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 87
impedir eventual execução fiscal e suspender a exigibilidade de
créditos tributários, resultando em temerária antecipação de tutela.
2. O STF, em decisão do Pleno datada de 11.02.98, nos autos da ADC nº
4, deferiu liminar para cassar, com efeito vinculante, as decisões
concessivas de antecipação da tutela contra a Fazenda Pública.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.
Belo Horizonte, 16 de maio de 2000.
DES. ORLANDO CARVALHO - Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
Assistiu ao julgamento, pela agravante, o Dr. Sérgio Introcaso
Capanema Barbosa.
O SR. DES. ORLANDO CARVALHO:
V O T O
Conheço do recurso, presentes os pressupostos que condicionam sua
admissibilidade. Dele conhecendo, nego-lhe provimento, com respeito às
razões elencadas pela agravante.
EMBRATEL - EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A interpõe agravo
de instrumento com pedido que se lhe atribua efeito suspensivo, nos autos
da Medida Cautelar em curso perante a 3ª Vara de Execuções Fiscais do
Estado de Minas Gerais, nesta Comarca, inconformada com a decisão que lhe
indeferiu a medida liminar pleiteada.
Alega a agravante que a liminar objetivada no juízo monocrático não
tem caráter meramente satisfativo, mas preventivo, resguardando-a até o
julgamento final da ação principal, contra os atos da fiscalização
estadual.
Não se evidenciando o “periculum in mora” indeferiu-se a liminar de
suspensividade, determinando-se a instrução do recurso.
A agravada respondeu às fls. 133/138. Em síntese reforça que quer a
agravante, na verdade uma antecipação da tutela a ser perseguida na ação
principal, e não um provimento cautelar preparatório e acautelatório de
direitos, com a manutenção de uma situação congelada no tempo, até que
sobrevenha o provimento postulado na principal.
A d. Juíza, às fls. 141/142 manteve a decisão hostilizada.
Não merece provimento o recurso.
A ação originária onde proferida a decisão agravada é uma medida
cautelar requerida pela agravante contra a agravada na qual se postulou que
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 88
“a Fiscalização Estadual fique privada de efetuar qualquer lavratura de
auto de infração ou qualquer outra modalidade de constrição”; bem como que
fique suspensa a exigibilidade do crédito tributário decorrente de
exigência ligada ao “aproveitamento do crédito do ICMS na aquisição de bens
destinados ao ativo imobilizado e materiais de uso e consumo da agravante”.
Com acerto fundamentou a d. Juíza:
“O que se pretende, em última análise, é impedir a fiscalização de
exercer sua função, determinada por lei, bem como de o Fisco estadual
exercer suas atividades. Também sem qualquer depósito, pretende impedir
eventual execução fiscal e suspender a exigibilidade de créditos
tributários.
A medida provisória, na forma pleiteada, se traduz em verdadeira
antecipação dos efeitos da tutela a ser perseguida na ação principal contra
a Fazenda Estadual, extrapolando os limites da cautelar preparatória”.
Ausentes os requisitos legais, a liminar requerida foi indeferida”.
“Data venia”, não procedem os argumentos trazidos pela recorrente
quando diz que sofrerá constrições de difícil reparação caso promova o
aproveitamento de créditos sem o devido amparo judicial.
Não há como atender ao pedido da agravante que pretende, com o que
chamou de atribuição de efeito suspensivo ativo ao agravo, de atribuir-lhe
efeito modificativo (ativo), concedendo o Tribunal, liminarmente, a liminar
que lhe foi negada pelo Juízo de primeiro grau na decisão agravada.
Não há, por fim, qualquer risco a ensejar deferimento de liminar. A
leitura do pedido contido na inicial, constata-se que o objetivo da medida
provisória é impedir a fiscalização de sua contabilidade, atividade estatal
que se traduz em poder-dever, bem como suspender a exigibilidade de
eventuais créditos tributários, sem que se efetue qualquer depósito na
forma do art. 151, II, CTN.
Ademais, também como já dito na decisão agravada e confirmado no
agravo interposto, o que se pretende como “liminar” na verdade é
antecipação da tutela final, incabível não só porque ausentes os requisitos
do art. 273, CPC, como também porque o STF, em decisão do Pleno datada de
11.02.98, nos autos da ADC nº 4, deferiu liminar para cassar, com efeito
vinculante, as decisões concessivas de antecipação da tutela contra a
Fazenda Pública.
Pelo exposto, nego provimento ao recurso.
Custas “ex lege”.
O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 89
V O T O
De acordo.
O SR. DES. GARCIA LEÃO:
V O T O
De acordo.
S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 295.349/MG (2000/0024910-6)
RELATOR : O EXMO. SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO
AGRAVANTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
AGRAVADOS: ORLANDO GONÇALVES DA SILVA E OUTROS
AGRAVADA : UNIÃO
D E C I S Ã O
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 90
PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO
POR ESTAR EM CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE.
CPC, ART. 557, “CAPUT”.
1. Com o advento da Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art.
557, caput, do CPC, permitiu-se ao Relator negar seguimento a recurso
que contraria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou
de Tribunal Superior.
2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do CPC).
Vistos, etc.
Cuida-se de agravo de instrumento interposto pela Caixa Econômica
Federal - CEF no intuito de reformar decisão que inadmitiu Recurso
Especial, onde se discute a inclusão dos expurgos inflacionários nas contas
vinculadas ao FGTS.
A agravante, ao interpor o especial, entendeu que o acórdão recorrido
violou o art. 557, do Código de Processo Civil, haja vista ter confirmado
decisão monocrática que negou seguimento à apelação, por entender que a
sentença encontrava-se em consonância com a jurisprudência dominante do
Superior Tribunal de Justiça a respeito da inclusão de “expurgos
inflacionários” no cálculo de atualização de contas vinculadas ao FGTS.
Alega que a matéria não se encontra sumulada, motivo pelo qual o Relator
não poderia ter negado seguimento ao apelo.
O aresto recorrido recebeu a seguinte ementa:
“PROCESSO CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL - FGTS - EXPURGOS INFLACIONÁRIOS
- APLICAÇÃO DO ART. 557 DO CPC - INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS DERRADEIROS.
1. Não cabe à agravante discutir sobre tese jurídica já sedimentada e
que serviu de apoio ao uso do art. 557 do CPC.
2. No agravo regimental deve-se atacar a impropriedade ou ilegalidade
do ato da Relatora.
3. Inexiste restrição em aplicar o Relator o art. 557 do CPC, negando
seguimento a embargos infringentes.
4. Tratando-se de tese jurídica sedimentada no órgão fracionário,
está o Relator autorizado pelo legislador processual a subtrair do
Colegiado a apreciação do recurso.
5. A decisão que nega seguimento a recurso não impede a interposição
de recurso especial ou extraordinário porque substitui o julgamento
colegiado, encontrando-se fundamento do julgado nos precedentes
transcritos.
6. Agravo regimental improvido.”
Não foi oferecida contraminuta, consoante certidão de fl. 46.
Relatados, decido.
Não merece prosperar o agravo em exame.
Verifica-se, das razões do recurso especial interposto, que a
agravante pleiteia a reforma do aresto com base na antiga redação do art.
557, do CPC. Confira-se:
“Data venia”, restaram violados pelo v. aresto recorrido os arts.
557, do Código de Processo Civil, assim redigido, “verbis”:
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 91
“Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente
inadmissível, improcedente, prejudicado ou contrário à súmula do respectivo
tribunal ou tribunal superior”.
A apelação cível é posta na ordem jurídica como mais um recurso na
via ordinária a disposição das partes, não sendo defeso obstar o seu
conhecimento, mesmo porque o esgotamento dos recursos na instância
ordinária é pressuposto de admissibilidade dos recursos dito excepcionais,
dirigidos às Cortes Superiores.
Por outro lado, o ordenamento jurídico permite o julgamento sumário
de inadmissão da apelação cível ou de qualquer outro recurso, apenas nas
hipóteses estritas do art. 557, do CPC, ou seja se os mesmos forem
manifestamente inadmissíveis, improcedentes, prejudicados ou contrários à
súmula do respectivo tribunal ou tribunal superior. Assim, ressai evidente,
“data venia”, que somente quando este for contrário à súmula do Tribunal
respectivo ou de Tribunal Superior é que o Relator tem a faculdade de
rejeitá-lo por decisão interlocutória.
No caso em tela negou-se seguimento à apelação cível, sob o
fundamento de que a tese defendida se contrapõe a entendimento assente da
jurisprudência do Tribunal Regional Federal, pouco importando se esse está
sumulado ou não.
Assim posta a questão, conclui-se forçosamente que o v. aresto
recorrido contrariou a inteligência do artigo 557, “caput”, do Código de
Processo Civil, estando, assim, a merecer reforma via do presente recurso
especial para que os autos retomem à Quarta Turma para deliberação de seus
membros acerca dos embargos infringentes”.
Ocorre que, com o advento da Lei 9.756, de 17 de dezembro de 1998, o
caput do art. 557, do Código de Processo Civil, passou a ter a seguinte
redação:
“Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente
inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou
jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal
Federal ou de Tribunal Superior.”
Assim, a mencionada lei, visando a conferir maior celeridade ao
processamento dos feitos nos tribunais, alargou o campo de atuação do
Relator, permitindo que o mesmo negue seguimento, também, a recurso em
confronto com jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou de
Tribunal Superior.
Sobre tal assunto já se pronunciou esta Corte:
“I - PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO PROFERIDA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.
AGRAVO DECIDIDO PELO PRÓPRIO RELATOR. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO “NOVO”
ART. 557 DO CPC.
1. “O ‘novo’ art. 557 do CPC tem como escopo desobstruir as pautas
dos tribunais, a fim de que as ações e os recursos que realmente precisam
ser julgados por órgão colegiado possam ser apreciados o quanto antes
possível. Por essa razão, os recursos intempestivos, incabíveis, desertos e
contrários à jurisprudência consolidada no tribunal de segundo grau ou nos
tribunais superiores deverão ser julgados imediatamente pelo próprio
relator, através de decisão singular, acarretando o tão desejado
esvaziamento das pautas. Prestigiou-se, portanto, o princípio da economia
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 92
processual e o princípio da celeridade processual, que norteiam direito
processual moderno.
2. O “novo” art. 557 do CPC alcança os recursos arrolados no art. 496
do CPC, bem como a remessa necessária prevista no art. 475 do CPC. Por
isso, se a sentença estiver em consonância com a jurisprudência do tribunal
de segundo grau ou dos tribunais superiores, pode o próprio relator efetuar
o reexame obrigatório por meio de decisão monocrática (REsp 156.311/Adhemar
Maciel)”. (REsp 205342/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, 1ª T., DJ
20/03/2000, p. 39).
Destarte, não houve qualquer violação ao art. 557, do CPC, visto que
já se encontra pacificada, no Superior Tribunal de Justiça, a matéria
referente à inclusão dos expurgos inflacionários no cálculo de atualização
das contas vinculadas ao FGTS.
Posto isso e amparado pelo art. 544, § 2º, do CPC, NEGO provimento ao
presente agravo.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília, 19 de maio de 2000.
MINISTRO JOSÉ DELGADO - Relator.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.174.336-8/00 - COMARCA DE UBERLÂNDIA
APELANTES: 1ª) MINASCOR IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE CORREIAS E ROLAMENTOS
LTDA.;
2ª) FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
APELADAS : AS MESMAS
RELATOR : EXMO. SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 93
EMENTA: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - MULTA DE REVALIDAÇÃO - JUROS DE
MORA.
A multa de revalidação e os juros de mora são devidos por imposição
legal e trata-se de instituições distintas.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM CONFIRMAR A SENTENÇA NO REEXAME NECESSÁRIO,
ALTERANDO, ENTRETANTO, O SEU DISPOSITIVO, PREJUDICADOS OS RECURSOS
VOLUNTÁRIOS.
Belo Horizonte, 30 de maio de 2000.
DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA - Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:
V O T O
Versam os autos sobre embargos opostos a execução fiscal, julgados
parcialmente procedentes e, não se conformando a embargante recorreu,
alegando que houve capitalização de juros, o que é ilegal; que o crédito
tributário está prescrito; que no processo administrativo foi-lhe cerceada
a defesa; que muito embora já tenha sido reduzida a multa, ainda assim
continua excessiva, configurando verdadeiro confisco e excesso de execução.
A embargada também recorreu da parte em que foi reconhecida
sucumbência recíproca, alegando que os pedidos da embargante foram
rejeitados in totum; que a redução da multa decorre imediata e
automaticamente da superveniência da Lei nº 12.729/97; que, no momento do
auto de infração, bem como no da propositura da execução, vigia a Lei nº
6.763/75 que impunha a multa de 100% (cem por cento); que não houve
qualquer controvérsia sobre o direito do contribuinte de redução de multa,
em virtude da lei nova.
Embora não manifestado pelo MM. Juiz a quo, É DE SE CONHECER DA
REMESSA OBRIGATÓRIA, BEM COMO DOS RECURSOS VOLUNTÁRIOS.
Inicialmente, temos que a dívida ativa regularmente inscrita goza da
presunção de certeza e liquidez, sendo relativa esta presunção, que pode
ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a
quem aproveite, nos termos dos artigos 3º e seu parágrafo único da Lei nº
6.830/80, e 204 e seu parágrafo único do CTN.
Na espécie em exame, a embargante não conseguiu ilidir a presunção de
certeza e liquidez da CDA exeqüenda, cujo débito refere-se ao não
recolhimento de ICMS e, apesar de ter declarado a existência do imposto a
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 94
pagar, deixou de recolhê-lo efetivamente.
Não há que se falar em prescrição do crédito tributário, uma vez que
o auto de infração foi emitido em 24.04.91 e recebido na mesma data,
conforme se constata às fls. 30, tendo a embargante requerido o
parcelamento da dívida por diversas vezes (fls. 32, 55 e 116/120), o que
interrompe a prescrição, a teor do disposto no parágrafo único, inciso IV,
do artigo 174 do CTN.
De se ressaltar que o último pedido de parcelamento é datado de
31.01.95 (fls. 116 destes autos e 29 dos autos de execução), verificando-se
nos autos em apenso que a embargante foi citada em 28.09.97 (fls. 36v).
Não há, pois, que se falar em prescrição do crédito tributário, o
que, aliás, somente foi alegado pela embargante em suas razões recursais.
No processo administrativo foi a embargante notificada (fls. 30) da
existência do auto de infração, o qual foi preenchido em consonância às
exigências legais, com o demonstrativo do crédito tributário (fls. 31),
tendo a embargante confessado a dívida, inclusive com pedido de
parcelamento (fls. 32), o qual foi renovado sucessivamente e, no entanto,
não foi recolhido o tributo exigido.
De mais a mais, trata-se de crédito não contencioso, eis que a
executada reconheceu, confessou, admitiu e escriturou seu valor, mas, não
pagou no prazo legal, tendo sido notificada para fazê-lo, com os acréscimos
legais, não havendo, pois, que se falar em qualquer irregularidade no
processamento do PTA.
Quanto aos juros de mora na base de 1% (um por cento) ao mês, estão
amparados em lei (Lei nº 6.763/75) e podem ser aplicados mensalmente nos
termos da Resolução nº 2.816/96, modificada pela Resolução nº 2.825/96.
Com relação à multa de revalidação, é devida por imposição legal, em
caráter punitivo ao contribuinte inadimplente, sendo esta uma conseqüência
imediata da ação do Fisco, e de acordo com a Lei nº 12.729/97, que alterou
a Lei nº 6.763/75 quanto ao seu percentual, é devida na proporção de 50%
(cinqüenta por cento) do valor reclamado, conforme entendeu o Julgador.
Entretanto, a redução da referida multa é automática e processa-se
pelo sistema de apuração do crédito tributário, no ato do pagamento, quando
o contribuinte arcará com a penalidade já reduzida, segundo a lei vigente.
De se considerar que, sobre tal questão, não houve controvérsia,
aliás, quando da lavratura do auto de infração e mesmo mo momento da
propositura da ação executiva e da interposição dos embargos, vigia a Lei
nº 6.763/75, impondo a multa no percentual de 100% (cem por cento), pelo
que nada se cogitou a respeito, não se tratando, pois, de sucumbência
recíproca, pelo que deve ser alterado o dispositivo do decisum.
Pelo exposto, em reexame necessário, É DE SER CONFIRMAR A SENTENÇA,
alterando, entretanto, o seu dispositivo para julgar totalmente
improcedentes os embargos opostos à execução fiscal, ficando a embargante
responsável pela totalidade das custas processuais e honorários do
procurador da embargada, os quais ficam arbitrados em 10% (dez por cento)
do valor executado, prejudicados os recursos voluntários.
Custas ex lege.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 95
O SR. DES. GARCIA LEÃO:
V O T O
De acordo.
O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:
V O T O
De acordo.
S Ú M U L A: CONFIRMARAM A SENTENÇA NO REEXAME NECESSÁRIO,
ALTERANDO, ENTRETANTO, O SEU DISPOSITIVO, PREJUDICADOS
OS RECURSOS VOLUNTÁRIOS.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.183.156-9/00 – COMARCA DE UBERLÂNDIA
APELANTE : LAURO PAULA CARVALHO CIA. LTDA.
APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 96
EMENTA: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – REFORÇO DA PENHORA – CONTAGEM DO
PRAZO PARA EMBARGAR. O prazo para oposição de embargos à execução
fiscal é de 30 dias, contados da intimação da penhora e não da
juntada aos autos do respectivo termo, nos termos do art. 16, III, da
Lei 6.830/80. Não se reabre o prazo para apresentação de embargos à
execução em caso de substituição ou ampliação de penhora, ou mesmo no
caso de nova penhora, salvo a hipótese de anulação do processo de
execução.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a QUINTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.
Belo Horizonte, 01 de junho de 2000.
DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO – Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO:
V O T O
Trata-se de embargos à execução fiscal promovida pela Fazenda Pública
do Estado, opostos por Lauro de Paula Carvalho e Cia. Ltda., cuja sentença
rejeitou-se liminarmente por intempestividade, daí resultando o presente
recurso.
Insurge-se a apelante contra a r. decisão, sustentando que com a
reforma do CPC ficou expresso que o prazo para oposição de embargos inicia-
se da juntada do mandado de intimação e/ou precatória nos autos, vigindo
esta norma para todas as execuções, tendo, assim, sido obedecido o prazo.
O recurso foi regularmente contra-arrazoado às f. 16/19-TJ,
defendendo o acerto da r. decisão e requerendo a aplicação de multa à
apelante por litigância de má-fé.
Dispensa-se a intervenção da Douta Procuradoria de Justiça, por força
da Súmula 189 do Eg. STJ.
Em síntese, este é o relatório.
Conheço do recurso, dada a presença dos pressupostos de
admissibilidade.
Não merece prosperar o inconformismo da apelante.
As alterações trazidas pela Lei 8.953/94, dando nova redação ao art.
738, I, do CPC, não se aplicam à execução fiscal, regida por lei especial,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 97
não derrogada pela norma geral, vigorando, assim, o inciso III do art. 16
da Lei de Execução Fiscal.
O prazo para oposição de embargos à execução fiscal é de 30 dias,
contados da intimação da penhora e não da juntada aos autos do respectivo
termo, como insiste a apelante; logo, irrelevante a data da juntada.
No presente caso, a penhora realizou-se em abril de 1993, tendo o
último coobrigado sido citado em 03/junho/94, conforme se verifica às f. 12
verso-TJ, aí iniciando-se a contagem do prazo de trinta dias para embargar.
Ocorre que os embargos somente foram apresentados em 23 de
novembro/98, totalmente intempestivos.
Houve reforço da penhora, sendo os executados intimados desta em
08/outubro/98, mas, conforme melhor orientação jurisprudencial e
doutrinatária, “não se reabre o prazo para apresentação de embargos de
execução em caso de substituição ou ampliação de penhora ou mesmo no caso
de nova penhora, salvo a hipótese de anulação do processo de execução
incluindo essa fase processual” (Lei de Execução Fiscal Comentada, Manoel
Álvares e outros, Ed. Revista dos Tribunais, 2ª edição, p. 157/158).
Com essas considerações, nego provimento à apelação e mantenho a r.
decisão hostilizada.
Custas pela apelante.
O SR. DES. HUGO BENGTSSON:
V O T O
De acordo.
O SR. DES. CLÁUDIO COSTA:
V O T O
De acordo.
S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.
RECURSO ESPECIAL Nº 253.900 - SÃO PAULO (2000/0031324-6)
RELATOR : MIN. FRANCISCO FALCÃO
RECORRENTE: PEZPAN COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 98
RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
EMENTA: ICMS – MERLUZA – INCIDÊNCIA. – Não há isenção na importação
de merluza de país signatário de acordo internacional. – Precedentes
do STJ.
D E C I S Ã O
Vistos, etc.
Cuida-se de Recurso Especial interposto com fulcro no artigo 105,
inciso III, “a” e “c” da Carta Magna, contra v. Acórdão que dispensa
tratamento à questão da incidência do ICMS sobre a importação da merluza
proveniente de país signatário do GATT, tendo a r. decisão sido assim
ementada: “Incide ICMS na operação de importação de merluza proveniente de
País signatário do GATT ou da ALALC”. (fls. 184)
A recorrente sustenta violação a diversos dispositivos legais e aduz
a ocorrência de dissenso jurisprudencial com relação a julgados de outros
Tribunais, inclusive desta Corte.
Relatados, decido.
Tenho que a pretensão da recorrente não merece guarida.
Sobre o assunto, existem precedentes no Superior Tribunal de Justiça
admitindo a tese dos importadores de merluza no sentido de que o pescado
não é encontrado em águas brasileiras, motivo pelo qual sua importação deve
ser isenta do ICMS, da mesma forma que o bacalhau, incidindo, por
interpretação analógica, as Súmulas nº 71 e nº 20 deste Tribunal.
No entanto, esse posicionamento encontra-se superado.
Com efeito, a Primeira e Segunda Turmas desta Corte vêm decidindo que
o ICMS incide nas operações de importação de merluza conquanto dados do
IBAMA revelam a possibilidade deste tipo de pescado povoar águas oceânicas
do sul do País, afastando-se, no caso, a incidência da Súmula nº 20/STJ.
Confira-se, a respeito, o REsp nº 89.626/SP, Min. Rel. Peçanha Martins, DJU
de 09/03/1998, pág. 0062; AGREsp nº 220.840/SP, Min. Rel. José Delgado, DJU
de 29/11/1999, pág. 0133 e AGREsp nº 218.123/SP, Minª. Relª. Nancy
Andrighi, DJU de 08/05/2000, pág. 0083, REsp nº 156.300/RJ, Min. Rel.
Peçanha Martins, DJU de 29/05/2000, pág. 38 e REsp nº 247.161/SP, Min. Rel.
Humberto Gomes de Barros, DJU de 08/05/2000, este último assim ementado:
“TRIBUTÁRIO - ICMS - MERLUZA - INCIDÊNCIA.
I - Não há isenção na importação de merluza de país signatário de
acordo internacional.
II - Precedentes do STJ.”
Por compartilhar da mesma linha de entendimento já consagrada em
ambas as Turmas da Primeira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, NEGO
PROVIMENTO ao presente recurso, com fulcro no art. 557, caput, do CPC,
combinado com os artigos 38 da Lei 8.038/90 e 34, XVIII do RISTJ.
Publique-se. Intimem-se.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 99
Brasília(DF), 07 de junho de 2000.
MINISTRO FRANCISCO FALCÃO - Relator
AGRAVO Nº 000.096.254-8/00 – COMARCA DE MESQUITA
AGRAVANTE: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AGRAVADOS: MAROMBA INDÚSTRIA LTDA.;
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 100
BDMG BANCO DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS S/A
RELATOR : EXMO. SR. DES. CAMPOS OLIVEIRA
EMENTA: CRÉDITO TRIBUTÁRIO – NOMEAÇÃO DE BEM HIPOTECADO – DIREITO DE
PREFERÊNCIA – INVERSÃO DE PRIVILÉGIO – INADMISSIBILIDADE. O crédito
tributário prefere a qualquer outro, ainda que gravado de ônus real
ou cláusula de inalienabilidade, sendo, por isso, incabível sua
substituição, sob pena de inversão de direito de preferência que têm
os créditos tributários. Interpretação dos arts. 184 e 186 do CTN.
Recurso provido.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a QUINTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM DAR PROVIMENTO.
Belo Horizonte, 08 de junho de 2000.
DES. CAMPOS OLIVEIRA – Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
Proferiu sustentação oral, pela agravante, o Dr. Marcelo Cássio
Amorim Rebouças.
O SR. DES. CAMPOS OLIVEIRA:
V O T O
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pela Fazenda Pública do
Estado de Minas Gerais, nos autos da Execução que propôs contra Maromba
Industrial Ltda., perante o Juízo da Comarca de Mesquita, inconformada com
o despacho que lhe indeferiu o pedido de adjudicação do bem penhorado, ao
entendimento de que o referido despacho é ilegal e não pode prosperar, pois
preferiu o direito da ora agravante, dando preferência ao credor
hipotecário.
Juntou os documentos de fls. 25 a 44, sem pedido de efeito
suspensivo.
Sem preparo, na forma da lei.
Não recebi o agravo, mas acrescento que a Turma Julgadora negou
provimento ao agravo regimental interposto pela agravante.
Houve oposição de embargos de declaração, que foram rejeitados.
A agravante interpôs recurso especial, que não foi admitido, o que
ensejou a interposição de agravo de instrumento para o eg. Superior
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 101
Tribunal de Justiça, que lhe deu provimento, dando provimento também ao
Recurso Especial, determinando o prosseguimento do presente agravo.
Intimada, a agravada não ofereceu resposta, pedindo a agravante “a
inclusão do nome do “BDMG” (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) como
agravado interessado e também de seus advogados” (fls. 163), o que foi
indeferido (fls. 166), ensejando a interposição de agravo regimental (fls.
168/170).
A douta Procuradoria-Geral de Justiça entendeu desnecessária sua
intervenção, em parecer da lavra do Dr. Alberto Vilas Boas.
A Turma Julgadora deu provimento ao agravo regimental, vencido o
Relator (fls. 183/192), o que me obrigou a determinar a intimação do BDMG,
que nada alegou (fls. 203).
Novamente ouvida, a douta Procuradoria-Geral de Justiça ratificou
parecer anterior.
É o relatório.
Conheço do recurso, por estarem presentes os pressupostos de sua
admissibilidade, anotando que a discussão gira em torno do indeferimento do
pedido de adjudicação do bem penhorado à agravada, vendo-se, segundo o r.
despacho hostilizado, que
“o credor hipotecário concordou com a adjudicação mediante
condição que não foi aceita pela exeqüente”,
determinando o Juízo, no referido despacho, que cabe
“a exeqüente indicar outro bem do Devedor que esteja livre de
ônus” (fls. 3).
Não obstante afirmar, ali, que
“não cabe discutir neste momento o direito de preferência na
classificação dos créditos”,
o douto Magistrado nada mais fez que dar preferência ao credor hipotecário,
em detrimento de crédito tributário, pois dispõe o art. 186 do CTN:
“O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a
natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os
créditos decorrentes da legislação do trabalho”.
E assinala Tavares Paes que
“O privilégio do crédito tributário é absoluto, com a ressalva
dos créditos trabalhistas, por medida de Justiça. Os Tribunais
dão amplo curso ao entendimento do artigo” (Comentários ao
Código Tributário Nacional, 4ª Ed., RT, p. 281).
E por sua vez, dispõe o art. 184 do CTN:
“Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens,
que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito
tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 102
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da
constituição do ônus ou da cláusula, excetuados os bens e rendas
que a lei declare absolutamente impenhoráveis”.
E sobre esse artigo, comenta o citado autor:
“... o Fisco, além dos privilégios especiais sobre determinados
bens, previstos em lei, tem para responder sobre seu crédito a
totalidade dos bens e rendas do devedor, não lhe sendo oponível
a existência de ônus real (hipotecas, penhores, penhoras, etc.),
inclusive as cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade.
Privilégio amplo e geral, excetuados, como reza o dispositivo in
fine, “os bens e rendas que a lei declare absolutamente
impenhoráveis”. Sobre a eficácia deste artigo, acórdãos do STF:
RE 74.856, 1ª Turma, Rel. Min. Trigueiro, JTACSP, 27:135, e RE
74.632, Rel. Min. Xavier de Albuquerque, JTACSP, 25:29” (ob.
cit., pág. 280).
Note-se que, intimado, o credor hipotecário nada alegou.
Com tais considerações, dou provimento ao agravo e reformo o despacho
hostilizado, para deferir a adjudicação pedida.
Custas, ex lege.
O SR. DES. ALUÍZIO QUINTÃO:
De acordo.
O SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO:
De acordo.
S Ú M U L A: DERAM PROVIMENTO.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL Nº 164.097 – SP
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 103
(2000/0034595-4)
RELATOR : MINISTRO GARCIA VIEIRA
EMBARGANTE: COMERCIAL GENTIL MOREIRA S/A
EMBARGADA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. PRODUTOS FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES.
RECOLHIMENTO ANTECIPADO. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.
LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA.
Considera-se legítima a exigência do recolhimento antecipado, do
ICMS, incidente sobre operações realizadas no comércio de produtos
farmacêuticos e hospitalares, pelo regime de substituição tributária.
D E C I S Ã O
COMERCIAL GENTIL MOREIRA S/A opõe embargos de divergência,
insurgindo-se contra acórdão de lavra da C. 2ª Turma, cuja ementa traz o
seguinte teor:
“TRIBUTÁRIO. ICMS. PRODUTOS FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES.
RECOLHIMENTO ANTECIPADO. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGITIMIDADE DA
EXIGÊNCIA.
CONSIDERA-SE LEGÍTIMA A EXIGÊNCIA DO RECOLHIMENTO ANTECIPADO, DO
ICMS, INCIDENTE SOBRE OPERAÇÕES REALIZADAS NO COMÉRCIO DE PRODUTOS
FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES, PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.”
Aponta dissídio verificado entre o v. acórdão embargado e o proferido
pela E. 1ª Turma quando do julgamento do REsp. 59.513/SP, que revela o
entendimento segundo o qual:
“TRIBUTÁRIO. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. ICMS INCIDENTE SOBRE A VENDA DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES NOVOS.
1. SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO E RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO. DISTINÇÃO. O
SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO É A PESSOA, NÃO VINCULADA AO FATO GERADOR,
OBRIGADA ORIGINARIAMENTE A PAGAR O TRIBUTO; O RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO É A
PESSOA, VINCULADA AO FATO GERADOR, OBRIGADA A PAGAR O TRIBUTO SE ESTE NÃO
FOR ADIMPLIDO PELO CONTRIBUINTE OU PELO SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO,
CONFORME O CASO. 2. BASE DE CÁLCULO POR ESTIMATIVA. A BASE DE CÁLCULO NO
ICMS PODE SER ESTABELECIDA POR ESTIMATIVA DESDE A LEI COMPLEMENTAR N. 44,
DE 1986.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS.” (fls. 493)
Requer provimento, prevalecendo o entendimento adotado pelo v.
acórdão paradigma.
Os embargos foram admitidos às fls. 517.
Impugnação (fls. 519).
Após breve relato, passo a decidir.
Pacificou-se o entendimento nesta Primeira Seção no sentido de que o
regime de substituição tributária é previsto pela própria Constituição
Federal vigente (art. 155, inc, XII, letra ‘b’), nas leis e convênios
firmados pelos Estados, com base no artigo 34, parágrafos 3º e 8º do ADCT.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 104
O Convênio nº 66/88, artigo 25, item I, estabelece que a lei poderá
atribuir a condição de substituto tributário a:
“industrial, comerciante ou outra categoria de contribuintes, pelo
pagamento do imposto devido na operação ou operações anteriores.”
Este convênio, com força de lei complementar (ADCT, art. 34,
parágrafo 8º), autorizou os Estados a “exigir o pagamento antecipado do
imposto, com a fixação, se for o caso, do valor da operação ou da prestação
subseqüente” a ser efetuada pelo próprio contribuinte (art. 2º, parágrafo
3º), não contrariando os artigos 121 e 128 do CTN, com os quais se
harmoniza, na instituição desta substituição tributária, sendo legítima a
exigência fiscal, com base em lei estadual editada com suporte no citado
Convênio nº 66/88. Neste sentido, os Embargos de Divergência nos Recursos
Especiais nºs. 62.382-SP, DJ de 01.12.97, relator Min. Ari Pargendler e
47.235-RS, DJ de 13.04.98, relator Ministro Hélio Mosimann e o Recurso
Especial nº 120.546, DJ de 13.10.98, do qual fui relator.
Assim, estando o v. acórdão embargado em harmonia com nossa
jurisprudência, é caso típico de aplicação da Súmula 168 deste Superior
Tribunal de Justiça, segundo o qual:
“NÃO CABEM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA, QUANDO A JURISPRUDÊNCIA DO
TRIBUNAL SE FIRMOU NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃO EMBARGADO.”
Pelo exposto, com fundamento no artigo 557 caput do CPC com nova
redação dada pela Lei 9756, de 17/12/98, nego seguimento aos embargos de
divergência.
Brasília, 8 de junho de 2000.
MINISTRO GARCIA VIEIRA, Relator
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 105
EMBARGOS INFRINGENTES (C. CÍVEIS) Nº 000.119.581-7/01 (EM APELAÇÃO) –
COMARCA DE BELO HORIZONTE
EMBARGANTE : COMMERCE DESENVOLVIMENTO MERCANTIL LTDA.,
NOVA DENOMINAÇÃO DE COMMERCE DESENVOLVIMENTO MERCANTIL S/A.
EMBARGADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS – OPERAÇÕES IMPLICATIVAS DE SAÍDA DE
MERCADORIAS POR PREÇO INFERIOR AO DE ENTRADA. PRETENSÃO DO
CONTRIBUINTTE AO CREDITAMENTO DA DIFERENÇA DO IMPOSTO, ADUZIDA EM
EMBARGOS À EXECUÇÃO. SENTENÇA QUE A DESACOLHE. APELO DESPROVIDO POR
MAIORIA DE VOTOS. EMBARGOS INFRINGENTES EM BUSCA DA PREVALÊNCIA DO
VOTO VENCIDO, FUNDADO NO PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE DO IMPOSTO E
DE LHE CONSTITUIR A BASE DE CÁLCULO O VALOR DA OPERAÇÃO. REJEIÇÃO.
ENTENDIMENTO DOS VOTOS MAJORITÁRIOS FIRMADOS NA ADEQUABILIDADE DO
ART. 76 DO RICMS AO ART, 4º, III, DO CONVÊNIO ICM 66/88 E AO DEC-LEI
Nº 406/68, QUE NÃO CHOFRA A REGRA CONSTITUCIONAL DA NÃO-
CUMULATIVIDADE.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda a SEGUNDA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na
conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, EM REJEITAR
OS EMBARGOS, VENCIDO DO PRIMEIRO VOGAL.
Belo Horizonte, 13 de junho de 2000.
DES. RUBENS XAVIER FERREIRA – Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
Proferiu sustentação oral, pela Embargante, o Dr. Igor Mauler
Santiago e pela Embargada, o Dr. Alberto Guimarães Andrade.
O SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA:
V O T O
À vista da divergência verificada no acórdão de fls., entre os votos
do Relator, reformando, no mérito, a sentença apelada, e os do Revisor e
Vogal, confirmando-a em sua conclusão desagasalhadora do intento da
apelante, aduzido em embargos à execução, de reconhecimento do direito a
creditamento escritural de ICMS em operações de saída de mercadorias por
preço inferior ao de entrada, opôs-lhe a recorrente embargos infringentes
em busca da prevalência do voto isolado.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 106
Insiste a embargante no argumento de invalidade constitucional do
art. 76 do RICMS/91 por ofensa ao princípio da não-cumulatividade do
tributo, assegurado pelo art. 155, § 2º, I, combinado com o art. 146, III,
“a”, da Constituição Federal e com os arts. 2º, I, do Dec-Lei nº 406/68 e
4º, III, do Convênio ICM 66/68.
O entendimento dos votos majoritários descansa na previsão do art. 76
do RICMS/91, inadmitindo, para efeito de incidência do imposto, valor
inferior ao do custo da mercadoria ou da prestação do serviço, e na do art.
13 do Convênio ICM 66/88.
O voto do Revisor, seguido pelo do Vogal, reporta-se a precedentes
deste Tribunal nas Apelações Cíveis de nºs 14.034/9 e 84.069/2, citados às
fls. 147-150-TJ.
Tendo como válida a conclusão dos votos prevalecentes e acompanho-a
por seus próprios fundamentos.
Com efeito, não é a exigência do Fisco, no caso, que violenta o
princípio da não-cumulatividade do imposto, mas a pretensão da própria
contribuinte, segundo cuja lógica chegaria a um momento em que só teria
direito ao seu creditamento, sem nada ter que recolher.
E a se admitir o comércio em pauta de prejuízo, com operações de
venda por preço inferior ao de custo, chegar-se-á a um resultado que só
poderá ser o da falência, como se disse no aresto.
As regras dos arts. 146, III, “a”, e 155, § 2º, I, da Carta Federal e
2º, I, do Dec-Lei nº 406/68 e 4º, III, do Convênio ICM 66/68 têm
aplicabilidade em situações implicativas do reconhecimento da atividade
normal, positiva, do comerciante ou do industrial, enfim, de todo e
qualquer contribuinte, e não de sua atividade normal ou negativa.
Por isso, não se pode falar, em linha de princípio geral, da
desconformidade com aquelas regras dos arts. 76 do RICMS/91 e 13 do
Convênio ICM 66/88.
De resto, sendo o valor do imposto acrescido ao da mercadoria,
finalmente suportados pelo consumidor, chegaria um instante, a se orientar
pela lógica da recorrente, em que, não vindo a falir o contribuinte,
haveria ele de provar que ao preço de venda final não foi acrescido o
montante do imposto por ele pago na entrada da mercadoria.
Com estas achegas, desprezo os embargos.
O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:
V O T O
A questão versada nos autos está regulada pelo art. 76 do RICMS que
estabelece a proibição de o valor tributável ser inferior ao custo da
mercadoria.
Tal dispositivo não está em confronto com a Constituição Federal e
encontra amparo no art. 4º, inciso III, do Convênio ICM 66/88 e no Decreto-
Lei nº 406/68, que tem força de Lei Complementar.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 107
A previsão legal busca proteger os créditos fiscais, condicionando-os
à base de cálculo pelo preço de custo da mercadoria, inclusive para
obstaculizar operações fictícias e lesivas à Fazenda Estadual.
Nesta conformidade, acompanho o em. Relator e desprezo os embargos.
O SR. DES. PINHEIRO LAGO:
Sr. Presidente.
O meu entendimento a respeito da matéria já tem sido expendido em
várias ocasiões, em outros julgamentos desta Câmara. Em que pesem as
respeitáveis colocações do voto que acaba de ser proferido pelo em.
Relator, continuo mantendo o mesmo entendimento, e peço licença para não
aduzir, nesta oportunidade, porque seria mera repetição.
Assim, estou acolhendo os embargos e mantendo o voto proferido por
ocasião do julgamento da apelação.
O SR. DES. ABREU LEITE:
O que ouvimos da sustentação oral brilhante, feita pelo ilustrado
patrono da embargante, é de que era seu costume, na época, adquirir
mercadorias por um preço a prazo e vendê-las à vista, por preço inferior ao
da aquisição, aplicando, de imediato, o dinheiro das vendas em
investimentos para obter lucro.
Trata-se de uma verdadeira confissão de aplicação financeira que se
destina, nada mais nada menos, do que com ela obter a sonegação de imposto
através do creditamento de ICMS, o que, de forma indireta, vem confirmar
aquilo que já sustentei no voto que proferi por ocasião da apelação e que,
de resto, é público e notório, ou seja, as grandes empresas comerciais
fazem promoções para atrair o consumidor, promoções comerciais em que
afirmam baixar o preço da mercadoria abaixo da própria compra para, com
isso, atraí-lo a compras outras e promover seu comércio.
Ouvimos, também, da tribuna, o ilustre patrono da Fazenda Pública
sustentar o adágio popular de “não se pode fazer cortesia com o chapéu dos
outros”. E é isso, em resumo, o que se vê consolidado na fundamentação do
voto que proferi e que ficou agora enriquecido pelo douto voto proferido
pelo Relator destes Embargos, a que dou inteira adesão para, também,
rejeitá-los.
O SR. DES. LÚCIO URBANO:
Acompanho o em. Relator.
S Ú M U L A: REJEITARAM OS EMBARGOS, VENCIDO O PRIMEIRO VOGAL.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 108
RECURSO ESPECIAL Nº 257.900 – SÃO PAULO – (2000/0043155-9)
RELATORA : MIN. NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE: EXPOL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.
RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. PREQUESTIONAMENTO.
IMPORTAÇÃO DE MERLUZA. INEXISTÊNCIA DO PESCADO NO TERRITÓRIO
NACIONAL. PREMISSA FÁCTICA EXIGIDA PARA O RECONHECIMENTO DA ISENÇÃO.
PROVA NEGATIVA SOBRE QUESTÃO CONTROVERSA. INVIABILIDADE EM SEDE DE
RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 7/STJ.
I – Não supera o âmbito da admissibilidade o Recurso Especial que não
se reveste do indispensável prequestionamento.
II – À vista da possibilidade de captura de merluza nas costas
brasileiras, entendendo o Tribunal a quo que o referido pescado não
goza do benefício isencional relativo ao ICMS nas operações que o
importam dos países signatários do GATT, descabe em sede de Recurso
Especial, revolver a matéria fáctica para concluir se a recorrente
tem ou não direito à isenção postulada. Aplicação da Súmula 7 do
Colendo Superior Tribunal de Justiça.
III – Precedentes.
IV – Recurso Especial a que se nega seguimento, com arrimo no “caput”
do art. 557 do Código de Processo Civil.
D E C I S Ã O
Cuida-se de Recurso Especial, interposto por EXPOL IMPORTAÇÃO E
EXPORTAÇÃO LTDA. contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo que deixou de reconhecer à recorrente o direito,
postulado em sede de Mandado de Segurança, à isenção do ICMS na importação
de merluza originária de país signatário do GATT/ALADI.
Alega a recorrente que o entendimento contrário adotado pelo acórdão
recorrido malferiu o art. 98 do CTN, de acordo com a orientação exarada
pelas Súmulas 575 do C. Supremo Tribunal Federal e 20 do E. Colendo
Superior Tribunal de Justiça, além de divergir de precedentes de outros
tribunais.
Postos os fatos, decido.
Discute-se, in casu, a isenção de ICMS na importação de merluza
filetada de País signatário do GATT, digladiando-se as partes entre a
alegação de que esta existe em volume comercializável nas costas
brasileiras em contrapartida à afirmação de que o pescado não é capturado
no Brasil, pelo que cabível é a isenção pleiteada.
O debate entrava, portanto, na prova, isto é, a saber se existe ou
não merluza no território nacional, em que quantidade, e, ainda, se a
respectiva operação de importação destina-se à sua industrialização ou à
revenda do pescado em estado natural.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 109
Neste sentido, decidiu o Tribunal a quo que:
“... Com efeito, conforme ficou decidido na Apelação Cível nº 11.420-
5/0, voto desse Relator, em que foi juntado documento, do Departamento de
Pesca e Aquicultura – DEPAQ/DIREN/IBAMA, que “esclarece que o pescado
Merluza “MERLUCCIU HUBBSI” não é capturado pela frota brasileira de pesca e
o produto consumido no Brasil é proveniente de importações levadas a efeito
principalmente da Argentina e do Uruguai” (fl. 24) e, ainda, documentos da
Divisão de PESCA Marítima que comprovam que existe merluza em águas
brasileiras, sendo em tudo aplicável ao presente caso.
Com efeito, o artigo 8º, Anexo I, Tabela II, item 24 do RICMS
(Decreto Estadual 33.118/91) isenta do imposto as “saídas internas de
pescado, exceto crustáceo, molusco, adoque, bacalhau, merluza, pirarucu,
salmão e a rã (Convênio ICMS 60/91 – Decreto 33.921/91, art. 1º)”.
Ora, se há em águas brasileiras a merluza, e aqui é ela capturada,
conforme informação prestada pela Divisão de Pesca Marítima, na Apelação
acima mencionada, e se o similar nacional é tributado, logo, não há razão
jurídica para isentar a mercadoria estrangeira.
Contudo, a pretensão da impetrante depende de prova em relação à
existência ou inexistência de similar nacional da merluza, daí que, não se
pode falar, então em direito líquido e certo da impetrante.
...
Do exposto, dá-se provimento aos recursos.”
Estabelecida como foi a questão no acórdão recorrido, inviável se
revela o conhecimento do Recurso Especial, visto que, para se verificar, no
caso em concreto se o impetrante tem ou não direito à isenção postulada
ter-se-ia que adentrar ao exame da matéria fáctica, revolvendo a prova, o
que é vedado em sede de Recurso Especial.
Neste sentido, são os seguintes julgados:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – ICMS – IMPORTAÇÃO DE MERLUZA –
ISENÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA – REEXAME – SÚM.
7/STJ.
- HAVENDO A POSSIBILIDADE DE SER COLHIDA A MERLUZA EM ÁGUAS MARÍTIMAS
BRASILEIRAS, O IMPORTADOR DO REFERIDO PESCADO NÃO TEM DIREITO A ISENÇÃO DO
ICMS, COMO CONCEDIDO AO IMPORTADOR DO BACALHAU.
- DESCABE, EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL, O REEXAME DE DECISÃO DO
TRIBUNAL A QUO, SE ESTA ENCONTRA-SE SEDIMENTADA EM FATOS E PROVAS
CONSTANTES DOS AUTOS, CONFORME ENTENDIMENTO DESTA EG. CORTE, CONSOLIDADO NA
SÚM. 7.
- RECURSO NÃO CONHECIDO. RESP 89626/SP; DJ: 09/03/1998, Relator Min.
PEÇANHA MARTINS.
Tributário – ICMS – Isenção – Importação de Merluza – Acordo do GATT
– Recurso Especial – Lei nº 8.038/90 (art. 26, Parágrafo único) – Súmulas
7/STJ, 282 e 356/STF.
1.Sem o prequestionamento da disposição legal soerguida como
afrontada, são aplicáveis as Súmulas 282 e 356/STF.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 110
2. Fortificada a motivação do julgado na falta de prova da
inexistência de merluza nas águas territoriais brasileiras, levanta-se o
óbice da Súmula 7/STJ.
3. Recurso não conhecido. (RESP 242054/SP; DJ: 22/05/2000, Rel. Min.
MILTON LUIZ PEREIRA).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL MANIFESTAMENTE INCABIVEL. MERLUZA.
ICMS. ISENÇÃO. REEXAME DE PROVA. SÚMULA 07/STJ. APLICABILIDADE IN CASU.
1.Centrada a fundamentação do acórdão recorrido na existência ou
inexistência de Merluza nas águas territoriais brasileiras, exsurge a
impossibilidade de apreciação da matéria na via do recurso especial.
2. Agravo regimental improvido. Decisão unânime. AGA 222469/SP; DJ:
06/09/1999, Relator Min. DEMÓCRITO REINALDO.
Por outro lado, o art. 98 apontado como violado não foi objeto de
apreciação pelo tribunal a quo, nem foram opostos embargos de declaração
com o fito de suprir a mencionada exigência, razão pela qual, ressente-se o
especial do prequestionamento indispensável à sua admissibilidade.
Forte em tais razões, com espeque no art. 557, “caput” do Código de
Processo Civil NEGO SEGUIMENTO ao Recurso Especial.
Brasília, 20 de junho de 2000.
MINISTRA NANCY ANDRIGHI, Relatora
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 111
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 208.533-1 – MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
AGRAVANTE: TRANSPORTADORA GIRASSOL LTDA.
AGRAVADO : ESTADO DE MINAS GERAIS
EMENTA: ICMS – EXPORTAÇÃO – TRANSPORTE INTERESTADUAL OU
INTERMUNICIPAL – INCIDÊNCIA DO IMPOSTO – NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO
QUE VISAVA A SUBIDA DO RE – ACÓRDÃOS DO STF NO MESMO SENTIDO DO
ACÓRDÃO DO TJ RECORRIDO.
DECISÃO
1. Trata-se de Agravo de Instrumento que visa a subida de Recurso
Extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, da Constituição
Federal de 1988, contra acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que
considerou exigível o ICMS sobre o serviço de transporte de produtos
destinados a exportação.
2. Em caso semelhante, decidiu a 1ª Turma no julgamento do R.E. nº
196.527-MG, DJU de 13.08.1999, de que foi relator o eminente Ministro ILMAR
GALVÃO:
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. SERVIÇO UTILIZADO NO TRANSPORTE
INTERESTADUAL OU INTERMUNICIPAL DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
DESTINADOS AO EXTERIOR. PRETENDIDA NÃO-INCIDÊNCIA DO ICMS. ART.
155, § 2º, X, A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Benefício restrito às operações de exportação de produtos
industrializados, não abrangendo o serviço utilizado no
transporte interestadual ou intermunicipal dos referidos bens.
Recurso não conhecido.”
3. No mesmo sentido, a 2ª Turma no julgamento do RE 212.637-MG, DJU,
17.09.99, rel. Ministro CARLOS VELLOSO.
4. Isto posto, valendo-me dos fundamentos desses precedentes e com base
no § 1º do art. 21 do RI/STF, no art. 38 da Lei 8.038, de 28.05.1990 e no
art. 557 do C.P.C., nego seguimento ao agravo.
5. Publique-se. Intimem-se.
Brasília, 21 de junho de 2000.
Ministro SYDNEY SANCHES
Relator
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 112
AGRAVO REGIMENTAL (C. CÍVEIS) Nº 000.189.669-5/01 NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Nº 189.669-5/00 – COMARCA DE BELO HORIZONTE
AGRAVANTE: MASSA FALIDA COLCHOMAR LTDA., REP/ P/ SÍNDICO
AGRAVADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RELATOR : EXMO. SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA
EMENTA: EXECUÇÃO FISCAL. - A Fazenda poderá exigir que os sócios
coobrigados cumpram a obrigação tributária, não se lhes aplicando os
mesmos direitos da massa, previstos na lei falimentar, quanto à não
incidência, no crédito tributário, das parcelas referentes à multa de
revalidação e aos juros.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
Belo Horizonte, 27 de junho de 2000.
DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA – Relator
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:
V O T O
É DE SE CONHECER DO RECURSO.
Inconformada com a decisão de fls. 35/36, que negou seguimento ao
recurso de agravo de instrumento, por improcedente, nos termos do artigo
557, caput, do CPC, a recorrente avia agravo regimental, alegando que a
decisão hostilizada não encontra suporte legal; que o só fato de a massa
figurar no pólo passivo da execução justifica a exclusão da multa; que a
massa foi citada para responder a execução, sendo evidente a procedência da
exceção de pré-executividade; que há no feito um litisconsórcio unitário
com os sócios da empresa falida; que o artigo 6º da Lei de Falências
estabelece que são eles responsáveis solidariamente pelo prejuízo que
causarem aos credores; que está evidente o interesse processual; que os
bens pertencentes à empresa falida passaram a fazer parte do acervo da
massa; que o pagamento do crédito tributário está sendo exigido da massa;
que esta não se opõe ao pagamento, apenas não concorda com as incidências
da multa de revalidação e dos juros.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 113
Conforme cristalinamente constou na decisão atacada, apesar de não
haver dúvida quanto à ilegalidade da incidência de multa de revalidação e
juros em crédito tributário exigido da massa falida, in casu, a teor do
disposto no artigo 135, inciso III, do CTN, a Fazenda poderá exigir que os
sócios coobrigados cumpram a obrigação tributária, não se lhes aplicando os
mesmos direitos da massa, previstos na lei falimentar, quanto à não
incidência, no crédito tributário, das parcelas acima referidas, as quais
só não são exigidas contra a massa, nos termos expressos do parágrafo
único, inciso III, do artigo 23 do Decreto-lei nº 7.661/45 em consonância
com o artigo 112 do CTN, e do artigo 26 da Lei de Falências.
Assim, não merece prosperar a pretensão recursal, haja vista que, ao
contrário do afirmado pela recorrente, a execução foi proposta também
contra os sócios da empresa falida e não somente contra esta, não havendo,
pois, possibilidade, neste instante, da exclusão dos créditos da multa e
dos juros, conforme pretendido, pelo que a execução deve prosseguir com a
efetivação da citação dos coobrigados, tal como foi determinado pelo juiz
singular e, somente nos casos de habilitação do tributo na falência, é que
serão excluídas as parcelas em questão.
Irrelevantes, pois, as razões recursais, incapazes de alterar a
decisão de fls. 82/83, a qual fica mantida, por seus próprios fundamentos.
Pelo exposto, É DE SE NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
Custas ex lege.
O SR. DES. GARCIA LEÃO:
V O T O
De acordo.
O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:
V O T O
De acordo.
S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 114
PROCESSO Nº 024990726234
AUTORA: CERBRAN BEBIDAS LTDA.
RÉ : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AÇÃO ORDINÁRIA
EMENTA: ICMS/SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – PEDIDO DE ESTORNO PERANTE A
SUBSTITUTA DOS EXCESSOS COBRADOS NO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO – RITO
ORDINÁRIO – BUSCA COMANDO DE NATUREZA DIVERSA DO CARÁTER DECLARATÓRIO
DA DEMANDA – TERCEIRO ALHEIO AOS LINDES DA DISPUTA TRAVADA NOS AUTOS
– EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM EXAME DE MÉRITO – ART. 267, V, CPC.
S E N T E N Ç A
Vistos, etc.
CERBRAN BEBIDAS LTDA., qualificada, move contra a FAZENDA PÚBLICA DO
ESTADO DE MINAS GERAIS, igualmente qualificada, ação ordinária, ao
fundamento, em resumo, de que, adquirindo, como substituída tributária, da
“Brahma”, bebidas para comercialização a consumo, sujeita-se ao
recolhimento antecipado pela substituta tributária do ICMS, calculado sobre base de cálculo estimada, ou pautada, pelo fabricante, ou pelo fisco,
na qual inseridos insumos vários, estranhos à efetiva realização da venda e
saída dos produtos, tais como IPI, frete, carreto, e outros, sendo que, por
isso, não se pode tornar definitiva a base estimada, que haverá de ser
conferida com a base realizada e, havendo diferença a maior, em favor do
contribuinte, importará em crédito do imposto pago a mais, em respeito ao
princípio da não-cumulatividade e da imediata restituição pelo fato gerador
a tanto não realizado, pelo que pede a procedência da medida, de modo seja
estornado o crédito seu junto à Brahma, com correção monetária, pretendida
antecipação de tutela para mesmo fim esta negada por despacho irrecorrido
juntados documentos.
Citada, a ré oferta contestação, fls. 114, sustentando, em
preliminar, que a autora não arca com o pagamento do tributo, que é
recolhido pela “Brahma”, formulado, pois, pedido vago e inespecífico, além
de ter sido formulado, pedido de caráter normativo para o futuro, portanto
impossível juridicamente, advertida, mais, carência da ação pela autora,
por ilegitimidade das partes, no mérito sustentado o caráter definitivo da
base de cálculo estimada na substituição tributária, pelo pedido da
extinção do processo, ou a improcedência da ação, juntados documentos,
tendo sido ofertada réplica às fls. 180, com manifestação do MP, fls. 211,
pretendida, pela autora, produção de prova pericial (fls. 215/217).
É O RELATÓRIO. DECIDO.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 115
Após preciso arrazoado, com o qual alinhavados fundamentos da causa
de pedir e nesta posicionada a natureza essencial da postulação inconformidade com arbitramento definitivo de base de cálculo estimada para
o regime fiscal, da substituição tributária para frente, a que se sujeita a autora decide-se por formulação do seguinte pedido, ou do conteúdo
material do “decisum” que busca com o ajuizamento:
“....propõe....a presente ação de rito ordinário, objetivando assegurar seu direito de:
A) ESTORNAR PERANTE A “BRAHMA” OS EXCESSOS DO ICMS COBRADO NO REGIME DE
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .....para o que deve ser o réu compelido a admitir esse estorno..” (FLS. 52/53, item “125”, letra “a”, “in verbis”).
A ação foi dirigida à Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais –
exclusivamente.
O procedimento contábil-fiscal, do creditamento de valores do ICMS,
por contribuinte do imposto, sujeita-se, sabe-se, à sistemática do
autolançamento, ou do autocreditamento, submetendo-se, “ex vi legis”, a
somente posterior conferência e homologação pelo fisco.
Logo, a conduta material de autolançar-se, de autocreditar-se do
imposto ainda quando objetivada com amparo de prévia disposição judicial que a autorize, não foge à sistemática procedimental da lei, que, repita-
se, autoriza e determina ao próprio contribuinte, nunca a terceiro, nem
mesmo ao fisco, aliás ainda longe da ação fiscal de controle estrito e
episódico do ato em si do creditamento, a incumbência de fazê-lo com mão
própria e, em havendo norma judicial pré-fixa para tal, o de fazê-lo “secundum” o dispositivo da sentença judicial.
Desse modo, a sentença, tratando-se de intuito ao reconhecimento de
um dado direito de creditamento, nada mais trará, ou editará, do que
dispositivo puramente norteador do “iter” a ser seguido, no âmbito
material-contábil-fiscal (escritural, como se caracteriza o lançamento do
ICMS), pelo próprio contribuinte do imposto, a quem cabe, diga-se uma vez
mais, a prerrogativa unilateral de lançá-lo em sua escrita.
Diz-se isso para acentuar-se, aqui e com objetividade, que a natureza
da sentença judicial – conseqüentemente do procedimento judicial que a
busque – não terá outro condão do que o de apenas declarar a existência (ou
inexistência) de certa relação jurídico-tributária, que autorize, ou vede,
um dado agir fiscal.
Tratando-se, como aqui se trata, de intuito de creditamento de
diferença dita paga a maior do ICMS base de cálculo efetiva x base de
cálculo estimada (ou pautada) e repetindo-se que o creditamento se
realizará sempre pela via escritural do autolançamento, a ser implementado
pelo próprio contribuinte, sujeito o procedimento a somente posterior
conferência e homologação pela autoridade fiscal, a sentença a tanto
buscada e o processo que a realize - terão, de ordinário e compulsório, caráter puramente declaratório-normativo do específico agir, cujo
implemento, “in concretu”, ainda assim se fará realizar por ação da própria
parte.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 116
Jamais podendo-se cogitar, na espécie, de qualquer comando
cominatório ou condenatório direto ao réu à Fazenda Pública arrecadante
do tributo o preceito (puramente declaratório) nada mais fará do que forrar, com os efeitos da “res judicata”, o específico agir fiscal-
contábil, sujeito a autônomo e unilateral comando do próprio contribuinte.
Não se irá - e nem se admitirá – impor, em sede tal, ao fisco,
edição, pela sentença, de obrigação (negativa ou positiva), sujeita a
cumprimento específico.
Impor-se-lhe-á, tão somente, respeito a um dado efeito ínsito da
declaração – positiva ou negativa – prestada, ainda que por esta se venha a
ferir, de qualquer modo, a estrutura básica da relação jurídico-material-
obrigacional tributária, que o insira, como titular (ou sujeito ativo) da
obrigação.
Arbitrados esses imprescindíveis pressupostos, tem-se, na espécie,
que a “causae petendi” alinhada na inicial invoca a necessidade de
acertamento judicial de uma dada relação jurídica tributária – que submete,
na forma da lei, a autora a um certo regime fiscal junto à ré (o de
substituição tributária para frente) – de modo tenha ela, a postulante
(substituída), reconhecido acesso à adoção de determinada providência
tributária, qual a de creditar-se, ela própria e pela via do citado
autolançamento, de valores do ICMS que venha a apurar como decorrência de resultados (positivos) da subtração, da base de cálculo estimada, daquela
efetivamente realizada quando da venda de seus produtos a consumo.
Esse intuito assume, repita-se uma vez mais, feitio, exclusivamente,
declaratório, como declaratória – da inexistência de relação jurídico-
tributária-obrigacional, no que sobeje, da estimativa, a base de cálculo
efetiva ou real, ou, da existência desse vínculo jurídico apenas nos
limites efetivos da realização concreta da base – também se fará a
sentença.
Seus efeitos (os da sentença) não poderão alcançar, nos limites em
que inclusive buscada a formação expressa da relação processual, outros
consectários, menos ainda atingir diversos obrigados, que não tenham, com a
estrita e objetiva vinculação tributária alinhada e debatida pelas partes –
aqui, fixada, apenas, entre a autora-contribuinte e a ré-tributante –
vínculo jurídico direto.
Claro, que, tratando-se, como se trata, de substituição tributária, a
declaração judicial que venha a amparar o direito do substituído – aqui, a
autora – terá o condão de repercutir-lhe (à mesma autora) no trato futuro,
que vier a ter, com a substituta (o industrial ou fornecedor da mercadoria
sujeito ao recolhimento antecipado do ICMS).
Mas, isso não implica em que a declaração judicial, estrita, à
modalidade pretendida para o autolançamento do crédito apurável como
resultado positivo da subtração – da base realizada à base estimada –
atinja, patrimonial e diretamente, e por obra direta da sentença, já a
substituta.
Fosse assim, ter-se-ia de considerar a hipótese do litisconsórcio
passivo obrigatório – entre a substituta e a substituída – ou, até, a
exclusiva legitimação passiva da primeira, para o debate declaratório.
A declaração, que eventualmente ampare aqui a substituída tributária
(a autora), lhe conferirá, ainda no estrito conceito do autocreditamento,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 117
também o direito de operacionalizar, nos termos estritos da lei (Lei
6763/75 e do RICMS), o crédito do imposto e, a seguir, sua compensação
direta, com impostos devidos “a posteriori” do creditamento (pelo princípio
constitucional da não-cumulatividade), ou mesmo a extração da nota de
transferência do crédito, a ser, depois de conferida e admitida pelo fisco
(mas como expressão real do crédito autorizado pelo efeito da sentença
declaratória, e não como comando direto desta), enviada, a reconhecimento,
ao substituto, para o fim da compensação respectiva, com impostos futuros
(decorrentes de futuros fatos geradores do mesmo imposto) – sendo a
transferência, ou a extração da nota de transferência, procedimento fiscal
expressamente previsto e regulamentado no RICMS, como de encargo concreto,
também, do próprio contribuinte.
Assim, a sentença declaratória possível, em hipótese tal, não poderá,
jamais, assumir o condão de avocar alcance de “...estornar perante a BRAHMA
os excessos do ICMS cobrado no regime de substituição tributária...” (fls.
53).
Restrita aos lindes da presente e específica disputa – essencialmente
declaratória – fixada a lide, na espécie e segundo o trato dado pelo
própria causa de pedir, entre autora (substituída) e ré (a Fazenda Estadual
tributante), a sentença buscada não pode comandar qualquer providência
direta, sobretudo ao terceiro (substituto) que não integrou, como, de fato,
não poderia integrar, a presente relação processual, em que se quer acertar
a relação jurídico-material (tributária) existente apenas entre as partes
litigantes (o fisco e a autora).
Menos, ainda, poderá fazê-lo acerca de determinações de caráter
cominatório ou condenatório (como o de ordenar “estornos” de “excessos do
ICMS cobrado”), dado o caráter essencial e exclusivamente declaratório,
informado pela própria natureza da causa de pedir.
Procurei, por isso e com esforço, contornar o problema que o
“petitum” alinhavado no item “125” assim acarreta, dispondo-me, quanto
possível, a afastar o anátema condutor do processo, segundo o qual
“sententia debete ese conformis libello” e que o pedido seja
restritivamente interpretado (art. 293/CPC).
Busquei a possibilidade do empréstimo de princípios de fungibilidade
do “petitum” e do processo – “damihi factum dahbo tibi ius”, “jura novit
curia” – mas o modo hermético, dissociado da essência causal dos
fundamentos arrolados, como o foram, com arrojo, na inicial, fornecem à
estrutura formulada na letra “a”, item “125”, fls. 53, feitio muito próprio
e particular em relação à causa essencial da demanda, a torná-lo (ao pedido
final) acolhível somente como tal e com violação da natureza essencial da
ação e da causa de pedir, ou violador, eventual acolhimento diverso, da
regra ditada, de modo cogente, pelo art. 460/CPC.
Ou se comanda, como elegeu a autora, o “estorno”....perante a
BRAHMA...” dos “...excessos do ICMS cobrado...”, ou não se estará cuidando,
com a objetividade desejada na postulação, do pedido “strictu” da inicial.
E, esse pedido, não equivale, nem proximamente, a qualquer das
hipóteses declarativas admissíveis pela lei – no art. 4º, I, do CPC – com
ele visado, repita-se, comando ordenatório de providência material, a
terceiro não integrado à relação processual presente.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 118
Portanto, a causa de pedir arrolada pela inicial indica, com
exclusividade, solução puramente declaratória da lide, nos termos da
propugnação alternativa do art. 4º, do CPC.
O pedido da ação – cujo título, ou “nomen iuris”, limitando-se à
indicação de rito a observar-se no trâmite respectivo (ordinário) – busca
comando de natureza diversa do caráter declaratório da demanda, indo, mais,
à própria meta de imposição, a terceiro alheio aos lindes da disputa
travada no processo, de efeitos diretos do julgado.
THEOTÔNIO NEGRÃO, “in CPC Anotado, Saraiva, 28ª edição, pág. 77”:
“Para que possa obter pronunciamento jurisdicional sobre a existência
ou inexistência de uma relação jurídica, o autor haverá de explicitá-la,
deduzindo todos os seus termos. Impossibilidade de a sentença emitir comandos
genéricos, não referidos a uma situação concreta, perfeitamente identificável.” (RTFR
164/119)
O defeito apontado arrosta, para o pedido, efeito inibitório da
cognição básica da exordial, por dissociação entre ele (o pedido) e a causa
de pedir, e pela própria impossibilidade, em si, do comando por ele
pretendido – art. 295, parágrafo único, II e III, do CPC – aspectos que
privam o processo de elementar pressuposto de desenvolvimento válido (a
higidez e cognoscibilidade da petição de ingresso – art. 267, IV, do CPC).
ISTO POSTO, julgo extinto o processo, sem enfrentamento do mérito,
condenando a autora no pagamento das custas processuais e no de honorários
advocatícios, estes em importe equivalente a 10% (dez por cento) do valor
atualizado atribuído à causa.
P.R.I.
Belo Horizonte, 28 de junho de 2000.
FERNANDO NETO BOTELHO
Juiz de Direito
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 119
RECURSO ESPECIAL Nº 81.686 – SÃO PAULO (1995/0064461-4)
RELATORA : MIN. NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE: SUZUKI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA.
RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
RECURSO ESPECIAL – TRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO –
FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE – SÚMULA 284 DO STF – ALEGAÇÕES DE OFENSAS À
CF – RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
Alegações de ofensas a dispositivos da Constituição Federal
escapam ao âmbito de competência atribuído a esta Corte Superior, ex
vi do disposto nos arts. 102, inc. III e 105, inc. III, da
Constituição Federal.
Recurso a que se nega seguimento.
D E C I S Ã O
SUZUKI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA. interpôs recurso
especial em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo.
A hipótese versa sobre ação de repetição de indébito pelo rito
ordinário, em que se busca o reconhecimento de inexistência de relação
jurídico-tributária com o Estado. Busca-se, ainda, a declaração da
ilegalidade na incidência da correção monetária no crédito apurado, bem
como na antecipação do prazo de pagamento do débito tributário, tal qual
instituído pelo Convênio ICMS nº 92/89, pela lei estadual (SP) nº 6.374/89
e pelo decreto estadual (SP) nº 30.356/89.
O aresto vergastado deu o seguinte deslinde à matéria:
“Efetivamente a fixação das datas de vencimento dos tributos não se
submete à reserva legal, como demonstra a simples leitura dos arts. 96 e
160 do Código Tributário Nacional, um e outro se referindo a “legislação”,
com o conteúdo que tem para o Direito Tributário, de abranger a um só tempo
as leis e os Decretos.
Consoante já proclamou esta mesma Egrégia Câmara nas Apelações Cíveis
n.ºs 229.035-2/7, de Marília e 235.642-2/6, desta Capital, tampouco existe
afronta ao art. 97 do Código Tributário Nacional, cediça Lei Complementar à
Constituição Federal, recepcionada pela nova Carta Política, aonde não se
encontra estendida a reserva legal para a fixação das datas de vencimento
da obrigação tributária.
(...)
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 120
“Cabe ao Decreto, em matéria de imposto, dispor sobre prazo para pagamento,
local para pagamento, escrituração fiscal e demais detalhes relativos à
execução da lei tributária.”
(...)
Cabe, portanto, ao Poder Legislativo editar normas, leis, que dêem
cumprimento ao disposto na Constituição Federal no tocante ao Sistema
Tributário Nacional, mas só isso.
A questão menor, de administração e/ou política tributária, de
administrar o imposto já fixado pela lei, estabelecendo as obrigações
tributárias de caráter secundário dele resultantes, toca aos Estados, a
cada interessado, ao Poder Executivo, através da edição de decretos e/ou
regulamentos para as leis tributárias.
Nem é diferente, outrossim, o que se colhe da interpretação
sistemática do Código Tributário Nacional.
Inicialmente, nos termos de seu art. 96: “A expressão ‘legislação
tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,
os decretos e as normas complementares que versem, ao todo ou em parte,
sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.”
Assim sendo, quando o seu art. 160, caput se remete de maneira
expressa à “legislação tributária”, verbis, “Quando a legislação tributária
não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre 30 (trinta)
dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do
lançamento”, simplesmente não se pode ler como dizendo respeito
exclusivamente às leis, sob pena de se incidir em gravíssimo e inadmissível
vício, de induvidosa negativa de vigência a ambos os dispositivos, 96 e 160
do CTN, restringindo de maneira inadmissível, de modo incompatível com
quanto neles se dispõe, o sentido expresso de seu comando, de permitir que
também por Decretos se disponha sobre a data para o pagamento do imposto!
Dessa forma, inclusive, o notável ALIOMAR BALEEIRO, “Direito
Tributário Brasileiro”, 4ª ed., Forense, RJ, pág. 482 interpreta a matéria:
“A regra do art. 160 é supletiva: no silêncio da legislação
tributária (arts. 96 a 100), o vencimento ocorrerá dentro de 30 dias,
contados daquele em que o sujeito passivo for notificado do lançamento.”
Não há falar, sob outro aspecto, em violação ao art. 150, inciso I da
Constituição da República, pois lá se proíbe “exigir ou aumentar tributo
sem lei que o estabeleça” e aqui se está, simplesmente, reduzindo o prazo
para o pagamento, sempre, do mesmíssimo imposto, sempre em igual valor, sem
haver qualquer aumento, na alíquota ou na sua base de cálculo.
Por último, o entendimento agora sufragado, da inexistência de
irregularidade qualquer, na antecipação da data para o recolhimento do ICMS
vem sendo iterativamente sancionado pelo Egrégio Superior Tribunal de
Justiça, na sua missão político/Constitucional de zelar pela unicidade de
interpretação e aplicação do denominado Direito Federal, aqui se tratando
das normas do Código Tributário Nacional:
(...)
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 121
O art. 144 do Código Tributário Nacional diz que o “lançamento
reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”.
Ora bem, interpretando esse dispositivo, está o Egrégio Superior
Tribunal de Justiça, de competência atribuída pela própria Constituição
Federal, proclamando que a simples redução do prazo para pagamento do
tributo, rigorosamente como na espécie dos autos, pelo seu valor nominal,
em matéria de ICM/ICMS, não implica em violação ao art. 144 do Código
Tributário Nacional e em alteração da obrigação tributária, de maneira a
demonstrar a improcedência da pretensão da Apelada.
E, chega-se, aqui, ao ponto fulcral da questão, visto inexistir
violação qualquer ao princípio da não-cumulatividade característico do
ICMS.
Mas, em primeiro lugar, não há, absolutamente, alteração da base de
cálculo do imposto, ou seja, o substrato que será oferecido à tributação, o
qual, de maneira gritante, venia concessa, permanece rigorosamente o mesmo.
De outro lado, tampouco se pode aceitar como verdadeira a assertiva
de tornar-se mais oneroso o tributo pela antecipação da data de seu
pagamento.
Não, jamais, no sistema do ICMS, pois como sabido, o tributo integra
o preço e a Apelada não desembolsa dinheiro próprio, senão, apenas repassa
para a Fazenda do Estado o valor do imposto, integrante do preço e já
recebido de seu comprador, o contribuinte de fato.
O que ocorre, portanto, não é, de modo algum, aumento de ônus para o
contribuinte, apenas redução do prazo em que poderá girar em seu próprio
proveito dinheiro de terceiro, de um lado, do contribuinte de fato, de
outro, da Fazenda do Estado, nas hipóteses em que no período de apuração
haja saldo devedor do tributo.
Por fim, mesmo que o tributo não seja quitado na data antecipada,
sujeitando-se o contribuinte à atualização monetária, não haverá violação
ao princípio da não-cumulatividade do imposto.
Nesse sentido já proclamou o Pretório Excelso, RTJ 121/228, que a
correção monetária não constitui compensação ou reparação, mas visa ao
valor devido, que deve ser atualizado conforme o poder aquisitivo que
representa, no curso das flutuações da moeda, ou ainda, como bem salientou
em lúcido v. acórdão o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, Relator o
Exmo. Sr. Ministro VICENTE CERNICCHIARO (Agr. Regimental no Agr. de
Instrumento nº 1.992/SP, 2ª Turma, DJU de 02.04.90, pág. 2.454: “A correção
monetária ajusta o valor formal ao substancial do débito. Cumpre atualizá-
lo no ato do pagamento. Caso contrário, considerada a desvalorização diária
da moeda, acarretará enriquecimento sem causa do devedor).”
Tal, pois, a natureza jurídica desse instituto, genuinamente
brasileiro, da correção monetária, para acompanhar a até recentemente,
incontrolada e diária inflação. “É ressabido que o reajuste monetário visa
exclusivamente a manter no tempo o valor real da dívida, mediante a
alteração de sua expressão nominal. Não gera acréscimo ao valor nem traduz
sanção punitiva. Decorre do simples transcurso temporal, sob regime de
desvalorização da moeda” (STJ, 1ª Turma, Rec. Esp. nº 16.509/SP
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 122
(91.0023643-8), DJU 26.04.93, pág. 7.171) – não há falar em acréscimo,
aumento do imposto sem lei que o permita ou em violação do princípio a ele
incito, da não-cumulatividade, de conteúdo manifestamente diverso, por isso
mesmo que o valor do imposto em si não se altera, mas apenas a sua
expressão monetária, pontos em que tampouco tem procedência o recurso,
firme, nesse sentido, a orientação pretoriana: “Tributário – ICMS. Correção
monetária. Lei Estadual nº 6.374/89, convênio 92/89. I- Não constitui
majoração do tributo, a atualização do valor monetário da respectiva base
de cálculo” (STJ, 2ª T., Rec. Esp. nº 28.159-7/SP (92.0025860-3), DJU
26.04.93, pág. 7.195) ou ainda, “O recolhimento do tributo corrigido
monetariamente não significa majoração, mas simples preservação do poder
aquisitivo da moeda, garantindo que o fisco perceba a integralidade do
débito, inexistindo vulneração aos princípios da não-cumulatividade e da
legalidade tributária” (STJ, 1ª T., Rec. Esp. nº 28.665-0/SP, DJU 1º.03.93,
pág. 2.496).”
Opostos embargos de declaração, foram os mesmos rejeitados.
O recurso especial foi interposto com fulcro na alínea ‘a’ do
permissivo constitucional, por ter o aresto recorrido contrariado os arts.
2º, 22, inc. IV, 155, par. 2º, inc. I, 150, incs. I, IV da Constituição
Federal, 34, par. 8º, 25, do ADCT, 3º, par. 1º, do Decreto-Lei nº 406/68, e
a Lei Federal nº 7.799/89.
Houve interposição simultânea de recurso extraordinário para o STF.
Contra-razões ao recurso especial às fls. 370/375.
Os recursos foram admitidos na origem.
Assim relatado, passo a decidir.
O presente recurso especial não possui condições de ultrapassar o
juízo de admissibilidade.
Depreende-se da petição de interposição do apelo extremo, que o
recorrente deixou de apontar expressamente o dispositivo
infraconstitucional que entende violado, apenas mencionando que o aresto
objurgado fere a Lei Federal nº 7.799/89. Destarte, é imperioso reconhecer
a deficiência na fundamentação do mesmo, incidindo na espécie o óbice da
Súmula 284 do STF.
Ademais, o recorrente cuidou de apontar como violados dispositivos da
Constituição Federal, o que escapa ao âmbito de competência atribuído a
esta Corte Superior, ex vi do disposto nos arts. 102, inc. III e 105, inc.
III, da Constituição Federal.
Forte em tais razões, nego seguimento ao recurso especial, porquanto
apresenta deficiência em sua fundamentação e por não ser o recurso especial
sede de alegações de violação à Magna Carta.
Publique-se. Intime-se.
Brasília/DF, 03 de julho de 2000.
MINISTRA NANCY ANDRIGHI, Relatora
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 123
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 124
EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 125
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 126
AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍVEIS – ICMS –
ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO
A legitimidade do Ministério Público é para cuidar de interesses
sociais difusos ou coletivos e não para patrocinar direitos individuais
privados e disponíveis. - O Ministério Público não tem legitimidade para
promover a ação civil pública na defesa de contribuintes, que não são
considerados consumidores. - Recurso provido.
(Recurso Especial nº 248.281 – SP – (2000/0013055-9) Rel.: Min.
Garcia Vieira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Ministério
Público do Estado de São Paulo. Interes.: Companhia Energética de São Paulo
– CESP. 1ª Turma, STJ - 02-05-00).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 - PÁG. 127.
AÇÃO DECLARATÓRIA – VALOR DA CAUSA – FIXAÇÃO POR ESTIMATIVA –
IMPOSSIBILIDADE – ARTS. 258 E 260 DO CPC – PRECEDENTES
1. Na ação declaratória, ainda que sem conteúdo econômico imediato, o
valor da causa deve corresponder à relação jurídica cuja existência ou
inexistência pretende-se ver declarada. - 2. Inteligência dos arts. 258 c/c
260 do CPC. – 3. Recurso especial improvido.
(Recurso Especial nº 166.007 – SP - (1998/0014945-7) Rel.: Min.
Francisco Peçanha Martins. Recte.: Festo Máquinas e Equipamentos
Pneumáticos Ltda. Recda.: Centrais Elétricas Brasileiras S/A – ELETROBRÁS.
2ª Turma, STJ – 15-02-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 80.
AGRAVO – EXECUÇÃO FISCAL – DETERMINAÇÃO DE PENHORA SUSTADA –
IMPOSSIBILIDADE
Pela sistemática da lei de execução fiscal, o despacho positivo da
inicial importa, automaticamente, ordem para citar e, após, determinar a
penhora, desde que não haja pagamento da dívida, nem garantia da execução
(LEF, art. 7º). - Na hipótese sub examine, após regular citação, o
executado não pagou a dívida nem garantiu a execução, razão por que a
penhora deve determinar ato contínuo e não torná-la sem efeito e determinar
a manifestação do exeqüente quanto ao valor irrisório do débito. – Com
efeito, cabe ao exeqüente a faculdade de recorrer ou não ao Judiciário para
cobrar seus créditos. – Ademais, a partir da intimação da penhora é que
correrá o prazo para opor embargos à execução, única oportunidade em que se
poderá alegar matéria de defesa. – Recurso provido para anular a decisão,
determinando-se, conseqüentemente, o prosseguimento da execução.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 127
(Agravo de Instrumento nº 96.02.04168-4 – Rel.: Des. Fed. Benedito
Gonçalves. Agte.: Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia
do Espírito Santo – CREA/ES. Agdo.: José celso dos Santos. 4ª Turma,
TRF/2ª Região - 13-10-99).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-04-00 – PÁG. 616.
AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCESSO DE PENHORA –
ATRIBUIÇÃO DE VALORES
I. No caso dos autos, a execução tem objeto expropriar bem do devedor
a fim de satisfazer o direito do credor, no caso a Fazenda Pública. Como o
devedor não indicou bens a penhora, o exeqüente, como lhe compete, indicou
a relação dos bens o qual deveria recair a penhora. Competia, portanto, ao
juiz, simplesmente, determinar a penhora de tantos bens quanto bastem para
o pagamento da dívida, cabendo ao Oficial de Justiça, na fase de avaliação,
nos termos do art. 13 da Lei 6.830/80, promover a avaliação desses bens. –
II. Agravo a que dá provimento, para que prossiga a penhora, sem
necessidade de indicação do valor dos bens pelo exeqüente.
(Agravo de Instrumento nº 99.02.20753-7 38500 AG RJ – Rel.: Juiz
Federal Convocado Guilherme Diefenthaeler, em substituição a Juíza do TRF-
2ª RG., Maria Helena. Agte.: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
Agda.: Carpintaria e Mercenaria Cruz de Malta Ltda. 3ª Turma, TRF/2ª Região
– 01-12-99).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-04-00 – PÁG. 331.
AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA SOBRE O FATURAMENTO
DA EMPRESA – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES
1. Assiste ao credor o direito de recusar os bens oferecidos à
penhora pelo devedor sempre que, em face da difícil comercialização dos
mesmos, se estiver diante da possibilidade de se frustar o procedimento
executório. - 2. Nos termos dos precedentes deste Tribunal, é admissível a
penhora sobre o faturamento da empresa, desde que não ultrapasse o
percentual de 30% (trinta por cento). - 3. Agravo provido.
(Agravo de Instrumento nº 1999.04.01.025758-1 - PR – Rel.: Juiz José
Luiz B. Germano da Silva. Agte.: União Federal (Fazenda Nacional). Agda.:
Empresa Gráfica Daunus Ltda. 1ª Turma, TRF/4ª Região – 14-03-00).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-04-00 – PÁG. 18.
AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
– PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊNIOS
ICM NºS 09/75, 11/81 E 24/81, ARTS. 178, 179, § 2º, DO CTN –
PRECEDENTES STF E STJ
A isenção conferida pelo Convênio 9/75 não é condicionada nem a
termo, podendo ser revogada a qualquer tempo, inexistindo direito
adquirido. – Agravo no recurso especial a que se nega provimento.
(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 49.664 – SP -
(1994/0016824-1) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Agte.: Centrais Elétricas do
Pará S/A – CELPA. Agda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ –
23-05-00).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 139.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 128
AGRAVO REGIMENTAL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREQUESTIONAMENTO
IMPLÍCITO – AUSÊNCIA – ARTIGO 267, § 1º, DO CPC – INTIMAÇÃO PESSOAL
PARA COMPLEMENTAÇÃO DE PREPARO – PRECEDENTES DESTA CORTE – DISSÍDIO
NÃO CONFIGURADO
I. Para estar presente o requisito do prequestionamento não basta que
a parte alegue malferimento de determinada norma. É preciso que sobre ela
se pronuncie expressamente o Eg. Tribunal a quo (Súmula 211/STJ), o que, in
casu, não ocorreu. – II. Descabe o cancelamento da distribuição do feito
sem a prévia intimação pessoal da parte para, em 48 horas, complementar o
pagamento das custas (art. 267, § 1º, CPC). Precedentes desta Corte. - III.
Divergência jurisprudencial não configurada. - IV. Agravo Regimental
improvido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 262.015 – RJ -
(1999/0083945-5) – Rel.: Min. Waldemar Zveiter. Agte.: Maria da Graça Xuxa
Meneghel. Agdo.: O R. despacho de fl. 75. 3ª Turma, STJ – 02-05-00).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 159.
AGRAVO REGIMENTAL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREQUESTIONAMENTO DE
QUESTÕES SURGIDAS NO ACÓRDÃO – AUSÊNCIA – DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE
– IRRECORRIBILIDADE – ARTIGO 504 DO CPC – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL
NÃO CONFIGURADA
I. É indispensável o prequestionamento, ainda que a questão tenha
surgido no próprio aresto impugnado, hipótese em que se exige a
interposição de Embargos Declaratórios, a fim de que ela seja examinada e
decidida. Precedentes desta Corte. – II. Em se tratando de mero despacho de
expediente que apenas determinou a substituição do título executivo
trocado, não há que se falar em recurso, já que, não causando gravame, não
implica em sucumbência (art. 504, CPC). – III. Divergência jurisprudencial
não configurada. - IV. Agravo Regimental desprovido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 252.492 – RJ -
(1999/0064448-4) – Rel.: Min. Waldemar Zveiter. Agte.: Mercearia Padaria
Tarcísio Miranda Ltda. Agdo.: O R. despacho de fl. 50. Parte: Banco do
Brasil S/ª 3ª Turma, STJ – 27-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 167.
AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO A AGRAVO DE
INSTRUMENTO PARA FINS DE FAZER SUBIR RECURSO ESPECIAL – PENHORA -
APÓLICE DA DÍVIDA PÚBLICA - ORDEM PREVISTA NO ARTIGO 11 DA LEI
6.830/80 - PRECEDENTES
1. Agravo Regimental interposto contra decisão que, com base no art.
544, § 2º, do CPC, entendeu em não emprestar caminhada a agravo de
instrumento intentado para fazer subir recurso especial, negando-lhe,
assim, provimento. – 2. Acórdão a quo que, em ação executiva fiscal, negou
provimento a agravo de instrumento, confirmando decisão de Juiz de 1º grau,
que indeferiu a nomeação à penhora de Apólice da Dívida Pública. – 3. Não
tendo a devedora obedecido a ordem prevista no art. 11, da Lei nº 6.830/80,
visto que em primeiro lugar está o dinheiro e não os Títulos da Dívida
Pública, é lícito ao credor e ao julgador a não aceitação da nomeação à
penhora desses títulos, pois a execução é feita no interesse do exeqüente e
não do executado. Precedentes. Agravo regimental improvido.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 129
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 282870 – SP -
(2000/0002684-0) – Rel.: O Exmo. Sr. Min. José Delgado. Agte.: Cosmoquímica
Indústria e Comércio Ltda. Agda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma,
STJ – 25-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 89.
AGRAVO REGIMENTAL – NÃO CONHECIMENTO – INTERPOSIÇÃO VIA FAX – JUNTADA
INTEMPESTIVA DO ORIGINAL – RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VIGÊNCIA DA
LEI Nº 9.800/99
I. Em relação aos recursos interpostos através de fac-símile, a
jurisprudência sedimentada no âmbito da Corte Especial do STJ (EDcl no CC
nº 14.324) orientou-se no sentido de que não se conhece de recurso
interposto via fax, quando o original é anexado aos autos fora do prazo
recursal. Atualmente, a matéria se encontra disciplinada na Lei nº 9.800/99
que determina seja o original juntado, até 5 dias, contados do término do
prazo para a interposição do recurso. Tal exegese, contudo, não se amolda à
hipótese dos autos, eis que a interposição do agravo regimental antecedeu a
edição e a vigência da mencionada lei. - II. Agravo regimental não
conhecido.
(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 162.154 – SP -
(1998/0005189-9) – Rel.: Min. Waldemar Zveiter. Agte.: José Carlos de
Camargo Campos. Agdo.: O R. Despacho de fls. 202. 3ª Turma, STJ –
03-12-99).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 17-04-00 – PÁG. 57.
COMPENSAÇÃO – TRIBUTO LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO – CERTIDÃO NEGATIVA
I. Nossa jurisprudência assentou-se no sentido de que, em se tratando
de compensar tributo lançado por homologação, a vontade unilateral do
contribuinte não basta para o exonerar. É que “O lançamento da compensação
entre crédito e débito tributário efetiva-se por iniciativa do contribuinte
e com risco para ele. O Fisco, em considerando que os créditos não são
compensáveis, ou que não é correto o alcance da superposição de créditos e
débitos, praticará o lançamento por homologação (previsto no art. 150 do
CTN).” (REsp 171490/Humberto) – II. A circunstância de o contribuinte em
atraso com o pagamento de tributo afirmar que está compensando créditos
seus para com o Estado, não obriga este a passar certidão negativa em favor
daquele. (RESP 173637/Humberto).
(Recurso Especial nº 207.112 – RS - (1999/0020927-3) – Rel.: O Exmo.
Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS. Recdo.: TMR Impressos Ltda. 1ª Turma, STJ – 15-02-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 03-04-00 – PÁG. 115.
COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS – AÇÃO CAUTELAR – INADMISSIBILIDADE
É inadequada a ação cautelar para requerer compensação de tributos,
tanto pela sua satisfatividade, como pela ausência de demonstração de
perigo na demora, uma vez que a autoridade fazendária não pode impingir
constrição num direito que é futuro, qual seja o de compensar créditos
tributários inexistentes à época do ajuizamento da ação.
(Embargos de Divergência em REsp nº 183.627 – SP - (1999/0030342-3) –
Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Instituto Nacional do Seguro Social –
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 130
INSS. Embdo.: Ricordi Brasileira S/A. 1ª Seção, STJ – 10-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 132.
CRÉDITO – CONSTITUIÇÃO – LANÇAMENTO – NOTIFICAÇÃO – DECLARAÇÃO –
EXIGIBILIDADE – MULTA – CORREÇÃO MONETÁRIA
A constituição definitiva do crédito tributário ocorre com o
lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. Em se tratando de
débito declarado pelo próprio contribuinte e não pago, não tem lugar a
homologação formal, sendo o mesmo exigível independentemente de notificação
prévia ou instauração de procedimento administrativo. – É devida a correção
monetária sobre as multas que são aplicadas sobre o montante devido. –
Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 247.562 – SP - (2000/0010613-5) – Rel.: Min.
Garcia Vieira. Recte.: Fundesp Comércio e Indústria Ltda. Recda.: Fazenda
do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ – 02-05-00).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 – PÁG. 126.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 535, I E II, CPC) – EMENTA DESAJUSTADA À
QUESTÃO JURÍDICA RESOLVIDA – CONTRADIÇÃO INEXISTENTE
1. Demonstrado que a ementa do Acórdão está desajustada à questão
jurídica examinada e resolvida, adequa-se novo resumo, assim dirigido:
— “Tributário, Painéis Eletrônicos. Produção, Comércio e Instalação. ICMS.
ISS. Decreto-Lei 406/68 – Arts. 2º, I, e 8º - item 48. Decreto-Lei 834/69.
– 1. A preponderância do valor do negócio jurídico representado pela venda
dos painéis eletrônicos sobre aquele da mão-de-obra é critério objetivo de
convencimento. Dito critério tem servido para o fim de separar as
hipóteses, facilitando a interpretação dos ítens da Lista de Serviços. – 2.
A venda de produto fabricado por empresa industrial, seguida de instalação
pela vendedora (a mesma que vende e instala, em operações comprovadamente
contínuas ou simultâneas, certo que o adquirente não forneceu material
algum (‘exclusivamente’ – item 48 – Lista de Serviços – Dec. Lei 834/69),
evidenciada a preponderância daquela atividade econômica (venda), constitui
fato imponível sujeito à incidência do ICMS e não do ISS. – 3. Recurso
provido.” – 2. Embargos parcialmente acolhidos para ajustamento da ementa
ao conteúdo do julgado e desacolhidos quanto à sugerida contradição.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 125.851 – MG -
(1997/0022280-2) – Rel.: Min. Milton Luiz Pereira. Embte.: Fazenda Pública
do Estado de Minas Gerais. Embte.: Tecnologias Associadas Ltda. Embdo.: Os
mesmos. 1ª Turma, STJ – 24-02-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 71.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRIBUIÇÃO PARA O IAA – FATO IMPONÍVEL –
SAÍDA FÍSICA DA MERCADORIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL E NÃO O TEMPO
DE EMISSÃO DA NOTA FISCAL OU CELEBRAÇÃO DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE
OMISSÃO – EMBARGOS REJEITADOS
(Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento nº 258.948 – MG -
(1999/0077369-1) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Companhia Industrial
e Agrícola Oeste de Minas. Embda.: Fazenda Nacional. 2ª Turma, STJ –
23-05-00).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 131
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 151.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ICMS – MANDADO DE SEGURANÇA – DEPÓSITO
JUDICIAL PARA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO –
SOBRESTAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS – OMISSÃO INEXISTENTE
I. Se a decisão monocrática expressamente declara a impossibilidade
de extinção do processo de execução fiscal face a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário alcançada pelo depósito do débito em
sede de mandado de segurança impetrado com vistas à delimitação do seu
valor e determina o seu sobrestamento até a respectiva decisão final,
inexiste razão para condenar-se o vencido em honorários advocatícios, visto
que, não há extinção do processo em curso. II. Ausente qualquer omissão na
decisão embargada impõe-se a rejeição dos embargos declaratórios.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 85.706 – SP -
(1996/0001663-1) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Nestlé Industrial e
Comercial Ltda. Embda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ –
02-05-00).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 136.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – OPERAÇÃO DE
VENDAS DE VEÍCULOS AUTOMOTORES – OMISSÃO QUANTO AO ENTENDIMENTO DE
QUE INEXISTE LEI ESTADUAL RESPONSABILIZANDO O COMERCIANTE AO
RECOLHIMENTO ANTECIPADO DO TRIBUTO
I. A cobrança antecipada do ICM encontra amparo nos Convênios 66/88 e
107/89, que têm força de lei e encontram-se harmonizados com o disposto no
art. 34, § 8º, do ADCT e demais dispositivos legais pertinentes. Assim
sendo, a falta de expressa remissão na Lei 8.933/89 à responsabilidade dos
comerciantes dedicados à venda de veículos automotores pelo recolhimento
antecipado do ICMS, sob o regime de substituição tributária, não macula de
ilegalidade a respectiva exação. – II. Embargos acolhidos apenas para
afastar a alegação de ilegalidade na exação do tributo, questionada pela
alegação de ausência de lei estadual instituidora do regime de substituição
tributária às revendedoras de veículos automotores.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 88.385 – Paraná –
(1996/0009894-8) – Relª: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Sampdoria Veículos e
Peças Ltda. Embdo.: Estado do Paraná. 2ª Turma, STJ – 09-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 136.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – NECESSIDADE DE EXAME DAS QUESTÕES
PLEITEADAS PELA PARTE – ANULAÇÃO
1. A prestação jurisdicional há que ser entregue em sua plenitude. É
dever do magistrado apreciar as questões que lhe são impostas nos autos,
assim como à parte ter analisado os fatos postos ao exame do Poder
Judiciário. – 2. O exame dos acórdãos que formam a decisão hostilizada
detona a conclusão de que os questionamentos suscitados pela recorrente
foram examinados, caracterizando-se, assim, a omissão indicada. - 3. Impõe-
-se, conseqüentemente, a decretação da nulidade do acórdão proferido nos
embargos de declaração para que, com exceção da prescrição, da caducidade e
da ilegitimidade de parte, o egrégio Tribunal “a quo” examine e decida
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 132
sobre os pontos jurídicos levantados pelo Estado de São Paulo, no corpo da
petição dos embargos de declaração. - 4. Recurso conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 245474/SP (2000/0004226-9) – Rel.: O Exmo. Sr.
Min. José Delgado. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdos.:
Fortaleza Empreendimentos Gerais Ltda. e outro. 1ª Turma, STJ – 28-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 71.
EMBARGOS DE DECLARAÇAO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS – PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – ISENÇÃO –
OMISSÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Os embargos de declaração consubstanciam instrumento processual
destinado a expurgar do julgamento obscuridade, contradições ou omissões
sobre tema cujo pronunciamento se impunha manifestar o julgador. - Há
omissão a ser sanada, pois tendo sido dado provimento ao recurso especial,
nada se consignou acerca dos honorários. Assim, acolhem-se os embargos de
declaração opostos, tão-somente no efeito aclareador, para sanar a referida
omissão, consignando a inversão dos ônus da sucumbência.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 149.575 – SP -
(1997/0067374-0) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Fazenda do Estado de
São Paulo. Embdo.: Siteltra S/A Sistemas de Telecomunicações e Trafego. 2ª
Turma, STJ – 23-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 140.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SUBSTITUIÇÃO
TRIBUTÁRIA – EMPRESA DEDICADA À COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS –
CONTRADIÇÃO APARENTE NO DECISUM DO ACÓRDÃO EMBARGADO
1. Os embargos de declaração não se prestam à correção de error in
iudicando nem tão pouco à impugnação do entendimento sufragado pelo voto
condutor do acórdão hostilizado. Sua função específica é integrar o
julgamento, esclarecendo-o, quando presentes omissão de ponto fundamental,
contradição entre a fundamentação e a conclusão ou obscuridades na
motivação. Havendo, pois, contradição aparente no decisum do acórdão
embargado, devem ser acolhidos os embargos declaratórios opostos, para na
esteira do entendimento do voto condutor expurgar do julgado o vício
inquinado.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 104.672 – SP -
(1996/0052542-0) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Fazenda do Estado de
São Paulo. Embdo.: Posto Papai Noel Ltda. 2ª Turma, STJ – 09-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 137.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – SUCUMBÊNCIA: ÔNUS
1. Vencido o embargante em sede de recurso especial, deve arcar com a
sucumbência. - 2. Custas e honorários impostos à FAZENDA ficam invertidos
em desfavor da empresa. – 3. Embargos acolhidos.
(Embargos de Declaração no REsp nº 57.800 – SP - (1994/0037700-2) -
Relª.: Min. Eliana Calmon. Embte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Embdo.:
Kiz Fachadas Promocionais Ltda. 2ª Turma, STJ – 28-03-00).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 133
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 91.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – BASE DE CÁLCULO –
VALOR DA CONDENAÇÃO
Determina o artigo 20, parágrafo 3º do CPC, que os honorários de
advogado serão fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o
valor da condenação. Embargos recebidos.
(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 71.124 – DF -
(1999/0068707-8) – Rel.: Min. Garcia Vieira. Embte.: Chapeco Avícola S/A.
Embda.: Fazenda Nacional. 1ª Seção, STJ – 06-12-99).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 - PÁG. 64.
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁCITA –
PRAZO – INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E
173 – RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO
Nos tributos sujeitos à homologação, a prescrição do crédito
tributário ocorre em cinco anos, contados do fato gerador, acrescidos de
mais cinco anos, a partir da homologação tácita. – Recurso especial
conhecido e provido. Decisão unânime.
(Recurso Especial nº 225.817 – SP - (1999/0070392-8) – Rel.: Min.
Franciulli Netto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.:
Laboratório Universal Indústria e Comércio Ltda. 2ª Turma, STJ – 16-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 19-06-00 – PÁG. 135.
EXECUÇÃO – EXCESSO DE PENHORA – BEM IMÓVEL – QUESTÕES DE FATO –
AUSÊNCIA DE OFERECIMENTO DE BENS À PENHORA – APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº
07 DO STJ
Consta do aresto ser o imóvel penhorado constante de universalidade
de bens, muitos gozando de indiscutível autonomia, questão de fato não
passível de exame no Especial (Súmula nº 07 do STJ). Não foi garantida
execução, nem se comprovou a existência de outros bens. – Recurso
improvido.
(Recurso Especial nº 248.156 – SP – Rel.: Min. Garcia Vieira. Recte.:
Manikraft Guaianazes Indústria de Celulose e Papel Ltda. Recda.: Fazenda do
Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ – 02-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 – PÁG. 127.
EXECUÇÃO – PENHORA DE DINHEIRO DISPONÍVEL EM CAIXA DE INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA – POSSIBILIDADE – RESSALVA QUANTO ÀS RESERVAS TÉCNICAS
MANTIDAS JUNTO AO “BANCO CENTRAL DO BRASIL”
- Segundo a jurisprudência traçada pelo STJ, é possível recaia a
penhora sobre o numerário disponível no caixa da instituição financeira,
excluídas apenas as reservas técnicas mantidas junto ao “Banco Central do
Brasil”. – Recurso especial conhecido e provido parcialmente.
(Recurso Especial nº 234.239 – SP - (1999/0092664-1) – Rel.: Min.
Barros Monteiro. Recte.: Milton Duarte Coelho – Espólio. Recdo.: Banco do
Brasil S/A. 4ª Turma, STJ – 15-02-00).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 134
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-05-00 – PÁG. 147.
EXECUÇÃO FISCAL – APENSAMENTO DE VÁRIOS PROCESSOS – DESNECESSIDADE DO
REQUERIMENTO SER FORMULADO POR AMBAS AS PARTES – FACULDADE QUE
DEPENDE DE APENAS UMA DAS PARTES – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 28 DA LEI
Nº 6.830/80 (LEI DE EXECUÇÃO FISCAL) – RECURSO NÃO CONHECIDO
1. Para o requerimento de apensamento de várias ações de execução
fiscal, que tramitam contra um mesmo devedor, a lei não exige que seja
formulado por ambas, mas, sim, que ocorra por iniciativa de uma das partes.
– 2. Há de haver cautela na interpretação da letra da lei, para que não
ocorra um exacerbado rigorismo interpretativo que afaste o hermenêuta do
melhor processo de compreensão da vontade real do legislador. – 3. Recurso
não conhecido, por unanimidade.
(Recurso Especial nº 217.948 – SP - (1999/0048852-0) – Rel.:
Franciulli Netto. Recte.: S/A Lanifícios Minerva. Recda.: Fazenda do Estado
de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 28-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-05-00 – PÁG. 147.
EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA – TÍTULO EXTRAJUDICIAL -
CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL –
AUSÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO
A execução fundada em título extrajudicial tem caráter definitivo,
ainda mais no caso em apreço, em que já houve a expedição da carta de
adjudicação, a qual se pretende obstar por meio de recurso especial, que
não possui efeito suspensivo, e que teve negado seguimento, pendendo,
unicamente, a apreciação do agravo de instrumento. – Afronta aos arts. 587
e 542, § 2º, do Código de Processo Civil. – Recurso conhecido e provido,
para declarar definitiva a execução fiscal. Decisão unânime.
(Recurso Especial nº 142.495 – SP - (1997/0053645-9) - Rel.: Min.
Franciulli Netto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.:
Laboratório Climax S/A. 2ª Turma, STJ - 11-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 15-05-00 – PÁG. 149.
EXECUÇÃO FISCAL – CITAÇÃO POR EDITAL – POSSIBILIDADE APÓS O
EXAURIMENTO DE TODOS OS MEIOS POSSÍVEIS À LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR –
ART. 8º, III, DA LEI Nº 6.830/80 – PRECEDENTES
1. Recurso Especial interposto contra v. Acórdão que entendeu que a
citação editalícia somente dar-se-á quando forem exauridos todos os meios
possíveis para a localização do devedor, nos termos do art. 8º, III, da Lei
nº 6.830/80. – 2. A citação por edital integra os meios a serem esgotados
na localização do devedor. Produz ela efeitos que não podem ser
negligenciados quando da sua efetivação. - 3. O Oficial de Justiça deve
envidar todos os meios possíveis à localização do devedor, ao que, somente
depois disso, deve ser declarado, para fins de citação por edital,
encontrar-se em lugar incerto e não sabido. Assim, ter-se-á por nula a
referida citação se o credor não afirmar que o réu está em lugar incerto ou
não sabido, ou que isso seja certificado pelo Oficial de Justiça (art. 232,
I, do CPC), cujas certidões gozam de fé pública, somente ilidível por prova
em contrário. - 4. Ocorre nulidade de citação editalícia quando não se
utiliza, primeiramente, da determinação legal para que o Oficial de Justiça
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 135
proceda as diligências necessárias à localização do réu. - 5. “Na execução
fiscal, não sendo encontrado o devedor, nem bens arrestáveis, é cabível a
citação editalícia.” (Súmula nº 210/TFR). - 6. Precedentes dos Colendos
STF, TFR e STJ. - 7. Recurso desprovido.
(Recurso Especial nº 247.368 – RS - (2000/0010076-5) – Rel.: O Exmo.
Sr. Min. José Delgado. Recte.: Fazenda Nacional. Recdo.: Flomac
Distribuidora de Ferragens Ltda. 1ª Turma, STJ – 02-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00.
EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS – SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN –
RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA – TR – EXCLUSÃO
DA MULTA
1. Evidenciada a ocorrência de sucessão, por ocupar a Embargante o
mesmo local da empresa devedora, ter o mesmo nome de fantasia e desenvolver
igual atividade, não basta para elidir a presunção simples contrato de
arrendamento. 2. É entendimento desta Corte que a falta de recolhimento do
tributo ou contribuição social à época própria, por constituir infração à
lei, leva à responsabilidade subsidiária do sócio-gerente, nos termos do
art. 135 do CTN. 3. Não prospera pedido de nulidade da CDA quando os
Embargantes deixam de apresentar prova inequívoca capaz de afastar a
liquidez e certeza do título executivo. 4. Sobre débitos vencidos, é
possível a aplicação da TRD desde fevereiro de 1991, uma vez que a nova
redação do artigo 9º da Lei nº 8.137/91 dada pela Medida Provisória nº 298,
transformada na Lei nº 8.218, de 29.08.91, não violou o princípio do ato
jurídico perfeito e do direito adquirido, pois não houve alteração de data
e sobre os débitos já se aplicava a TR (ADIN nº 835-8) – 5. A multa tem
caráter de pena, pessoal e subjetiva, não podendo o sucessor sofrer punição
aplicada ao sucedido, sendo cabível a sua exclusão do montante do débito.
(Apelação Cível nº 2000.04.01.006479-5 – PR – Rel.: Juiz Élcio
Pinheiro de Castro. Aptes.: Frigorífico Novo Paranavaí Ltda e Outro. Apdo.:
Instituto Nacional do Seguro Social. TRF/4ª Região - 09-03-00).
IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-04-00 – PÁG. 274.
EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS À EXECUÇÃO – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ICMS –
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E
173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – DECADÊNCIA NÃO
CONFIGURADA – CONTAGEM DO PRAZO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –
PRECEDENTES
1. O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento firmado que o
prazo decadencial para a constituição do crédito tributário não tem início
com a ocorrência do fato gerador, mas, sim, depois de cinco anos contados
do exercício seguinte àquele em que foi extinto o direito potestativo da
Administração de rever e homologar o lançamento. 2. Não configurada a
decadência no caso em exame – cobrança de diferença de ICMS em lançamento
por homologação -, porquanto o fato gerador ocorreu em junho de 1990, e a
inscrição da dívida foi realizada em 15 de agosto de 1995, portanto, antes
do prazo decadencial, que só se verificará em 1º de janeiro de 2001 (6/90 –
fato gerador/ + 5 anos = 6/95 – extinção do direito potestativo da
Administração/ 1º/01/96 – primeiro dia do exercício seguinte à extinção do
direito potestativo da Administração/ + 5 anos = prazo de decadência da
dívida/ 15/08/95 – data em que ocorreu a inscrição da dívida/ 1º/01/2001 –
limite do prazo decadencial). – 3. Recurso conhecido e provido. Decisão
unânime.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 136
(Recurso Especial nº 198.631 – SP - (1998/0093273-9) – Rel.: Min.
Franciulli Neto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recda.:
Cooperativa de Produtos de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
Ltda. – COPERSUCAR. 2ª Turma, STJ – 25-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁGS. 100/101.
EXECUÇÃO FISCAL – INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDA
PÚBLICA – ARTIGO 25 DA LEI Nº 6.830/80 – EXTEMPORANEIDADE DE
SUBSTITUIÇÃO DE BENS PENHORADOS NÃO CARACTERIZADA – RECURSO PROVIDO
1. A teor do artigo 25, da Lei de Execuções Fiscais – (Lei nº
6.830/80), é mister que a intimação do representante da Fazenda Pública, na
execução fiscal, seja feita pessoalmente. A intimação pela via postal é
contra legem. - 2. Não realizada a intimação pessoal do representante da
Fazenda Pública, não há cogitar de extemporaneidade, porquanto sequer
iniciou-se a contagem de prazo. - 3. Recurso provido, por unanimidade.
(Recurso Especial nº 151.675 – MG - (1997/0073424-2) – Rel.: Min.
Franciulli Netto. Recte.: Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais.
Recda.: Usina Boa Vista Ltda. 2ª Turma, STJ – 14-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 79.
EXECUÇÃO FISCAL – LEI POSTERIOR – APLICABILIDADE - MULTA MORATÓRIA –
REDUÇÃO
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito quando lhe cominar
punibilidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua
prática. - A lei não faz distinção entre multa moratória e punitiva.
Tratando-se de execução fiscal ainda não definitivamente julgada, pode a
Lei nº 9.399/96, do Estado, ser aplicada ao caso concreto. - Recurso
improvido.
(Recurso Especial nº 246.775 – SP - (2000/0007893-0) – Rel.: Min.
Garcia Vieira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Sucupira
Móveis Ltda. 1ª Turma, STJ – 06-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 72.
EXECUÇÃO FISCAL – MASSA FALIDA – VERBA HONORÁRIA – POSSIBILIDADE DA
COBRANÇA – PRECEDENTES
1. É legítima a condenação dos honorários advocatícios nas execuções
fiscais contra a massa falida. – 2. A restrição contida no art. 208, § 2º,
do Decreto-lei 7.661/45 (Lei de Falência), só é aplicável nos processos
familiares. – 3. Recurso especial conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 214.483 – RS - (1999/0042391-7) – Rel.: Min.
Francisco Peçanha Martins. Recte.: Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS. Recdo.: Componentes para Calçados São Luiz Ltda. 2ª Turma, STJ –
18-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRI0 DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 – PÁG. 143.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 137
EXECUÇÃO FISCAL – MULTA – REDUÇÃO DE 30% PARA 20% - ARTIGO 106 DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – LEIS PAULISTAS 6.374/89 E 9.399/96 –
MULTA MORATÓRIA E PUNITIVA – DISTINÇÃO – NÃO CABIMENTO – RECURSO NÃO
CONHECIDO
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 106 estabelece que a lei
nova mais benéfica ao contribuinte aplica-se ao fato pretérito, razão por
que correta a redução da multa para 20% nos casos, como na espécie, em que
a execução fiscal não foi definitivamente julgada. – Não cabe distinguir
multa moratória e multa punitiva, se a lei preocupou em fazê-lo. – Recurso
especial não conhecido. Decisão unânime.
(Recurso Especial nº 182.386 – SP - (1998/0053126-2) – Rel.: Min.
Franciulli Netto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Nelson
Abell Prebill e Companhia Ltda. 2ª Turma, STJ – 25-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 99.
EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA – BENS GRAVADOS POR CÉDULA DE CRÉDITO
INDUSTRIAL – PREFERÊNCIA
O crédito tributário tem preferência sobre sobre bem gravado com ônus
proveniente de cédula de crédito industrial.
(Agravo no AI nº 1999.04.01.063635-0 - RS – Rel.: Juiz Élcio Pinheiro
de Castro. Agte.: Banco do Brasil S/A. Agdo.: Despacho de fls. 99/101.
Interes.: União Federal (Fazenda Nacional) / Merino S/A Peles e Confecções.
2ª Turma, TRF/4ª Região – 17-02-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-04-00 – PÁG. 278.
EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA – DEPÓSITO DE TDA’s – IMPOSSIBILIDADE –
CTN, ART. 151, II – CPC, ART. 655 – LEI 6.830/80 (ART. 11)
1. Desatendida pelo executado a ordem legal estabelecida para a
penhora, a constrição legal deve seguir o específico ordenamento (art. 11,
Lei 6.830/80). – 2. Inadmissível a nomeação e penhora de TDA’s sem cotação
na Bolsa de Valores. A execução é feita no interesse do exeqüendo e a
penhora serve de garantia ao sucesso da cobrança forçada. – 3. Multifários
precedentes jurisprudenciais. – 4. Recurso provido.
(Recurso Especial nº 152.047 – SP - (1997/0074481-7) – Rel.: Min.
Milton Luiz Pereira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recda.:
Pirassununga S/A Indústria e Comércio de Papel e Papelão. 1ª Turma, STJ –
21-03–00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁGS. 71/72.
EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA – EXCESSO – AVALIAÇÃO – MOMENTO PROCESSUAL
ADEQUADO PARA AFERIÇÃO DO EXCESSO OU REDUÇÃO DA CONSTRIÇÃO JUDICIAL –
NÃO RECONHECIMENTO DO EXCESSO PELO V. ACÓRDÃO RECORRIDO – INCABÍVEL
EXAME DA MATÉRIA FÁTICA, QUE DEVE SER ANALISADA PELA INSTÂNCIA
ORDINÁRIA – INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
– RECURSO NÃO CONHECIDO
1. O excesso de penhora deve ser aferido mediante realização de
avaliação dos bens constritos judicialmente. - 2. Não havendo
reconhecimento do excesso pelo v. acórdão recorrido, do excesso de penhora,
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 138
não cabe a esta Corte Superior de Justiça, em sede de recurso especial,
examinar a questão, porquanto trata-se de matéria de fato. – 3. Incidência
da Súmula nº 7, deste Egrégio Superior Tribunal de Justiça. – 4. Recurso
não conhecido. Decisão unânime.
(Recurso Especial nº 201.855 – SP -(1999/0006471-2) – Rel.: Min.
Franciulli Netto. Recte.: Sanpress Comercial de Tubos e Conexões Ltda.
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 28-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-05-00 – PÁG. 133.
EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO DE 30% DO VALOR DO DÉBITO PARA INTERPOSIÇÃO DE
RECURSO ADMINISTRATIVO – CONSTITUCIONALIDADE
A exigência do depósito de 30% da exação fiscal – previsto no art. 10
da Medida Provisória nº 1.608-98 – como condição de procedibilidade de
recurso administrativo não viola o texto constitucional, na medida em que
inexiste garantia ao duplo grau de jurisdição administrativa (RE nº
169077), além de restar aberta a porta do Judiciário, onde o Recorrente
pode fazer valer seu eventual direito sem este depósito. Assim, se a parte
preferir discutir o débito no âmbito administrativo, deve se submeter às
condições impostas para tanto.
(Apelação em Mandado de Segurança nº 1999.04.01.115714-4 - RS – Rel.:
Juiz Vilson Darós. Apte.: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
Apdo.: Universal Leaf Tabacos Ltda. Remte.: Juízo Substituto da 3ª Vara
Federal de Porto Alegre/RS. 2ª Turma, TRF/4ª Região – 17/02/00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 12-04-00 – PÁG. 82.
ICMS – COBRANÇA PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA –
POSSIBILIDADE – BASE DE CÁLCULO POR ESTIMATIVA – ADMISSIBILIDADE –
PRECEDENTES – RECURSO IMPROVIDO
I. É legítima a cobrança antecipada do ICMS pelo regime de
substituição tributária, sendo a base de cálculo do imposto estabelecida
por estimativa. II. Inteligência do art. 155, par. 2º, XII, “b”, da
CF/1988, do art. 34, par. 8º, do ADCT, do Convênio ICMS 66/88, do art. 121
do CTN e do Del. 406/1968, com a redação dada pela Lei Complementar
44/1983. - III. Precedentes da Seção de Direito Público do STJ: EREsp
37.361/SP, EREsp 35.958/SP, EREsp 56.770/SP e EREsp 59.513/SP. – IV. Não
provimento do recurso.
(Recurso Ordinário em MS nº 8.756 – Goiás – (1997/0051774-8) - Rel.:
Min. Francisco Falcão. Recte.: Anderpa Distribuidora e Atacadista de
Alimentos Ltda. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Impdo:
Secretário de Fazenda do Estado de Goiás. Impdo.: Diretor da Receita
Estadual da Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás. Impdo.: Diretor da
Receita Estadual da Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás. Recdo.:
Estado de Goiás. 1ª Turma, STJ – 04-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 60.
ICM – CREDITAMENTO DIFERIDO
1. O diferimento do crédito do ICM não implica em transferência do
encargo do vendedor para o comprador. – 2. Não importando em transferência,
não há favor fiscal em benefício do vendedor. – 3. Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 34.615 – SP – (1993/0011877-3) – Relª.: Min.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 139
Eliana Calmon. Rectes.: Embrasol S/A Empresa Brasileira de Óleos e outro.
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 21-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG 90.
ICMS – CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – CUMULATIVIDADE – ISONOMIA – CORREÇÃO
MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL – RECURSO
ESPECIAL NÃO CONHECIDO
1. Em relação aos créditos de ICMS lançados extemporaneamente,
erguidos os princípios da não-cumulatividade, da isonomia e da analogia,
vinca-se tema preponderantemente constitucional, exame inadequado à via
Especial. – 2. Precedentes jurisprudenciais. – 3. Recurso não conhecido.
(Recurso Especial nº 164.865 – RS - (1998/0012179-0) – Rel.: Min.
Milton Luiz Pereira. Recte.: Estado do Rio Grande do Sul. Recdo.: Calçados
Bortolossi Ltda. 1ª Turma, STJ – 24-02-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 73.
ICMS – DESCONTOS INCONDICIONAIS – BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS, é o valor da operação, o que é definido no momento em que
se concretiza a operação. – O desconto incondicional não integra a base de
cálculo do aludido imposto.
(Recurso Especial nº 63.838 – BA - (1995/0017842-7) – Relª.: Min.
Nancy Andrighi. Recte.: Fazenda Pública do Estado da Bahia. Recdo.: Paes
Mendonça S/A. 2ª Turma, STJ – 09-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 136.
ICMS – ENTRADA E SAÍDA DE CANA-DE-AÇÚCAR – DIFERIMENTO – ÁLCOOL
CARBURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/89
(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO)
1. A quebra, por evaporação, não repercute na incidência do ICMS a
ser recolhido, nem afeta o diferimento, acertado que o recolhimento deve
ser feito sobre a quantidade de cana-de-açúcar que entrou na usina, sem
consideração com o álcool produzido. – 2. Precedentes jurisprudenciais. –
3. Recurso a que se nega provimento.
(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 182.255 – SP -
(1998/0052830-0) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Agte.: Destilaria Mandu S/A.
Agda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 02-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 139.
ICMS – FORNECIMENTO DE MERCADORIAS PARA EXECUÇÃO DE PROJETO
CONSIDERADO DE INTERESSE PÚBLICO – CONVÊNIOS 9/75, 11/81, 24/81 E
26/83 – PROTOCOLO ICM 13/81
1. Os convênios têm em comum a inexistência: a) de qualquer prazo ou
termo vinculando o Estado; b) de condicionamento ou contraprestação para os
interessados ou o Estado na obtenção ou fruição de vantagem, constituindo
liberabilidade revogável, sem as peias do direito adquirido à isenção. – 2.
A revogação com efeitos retroativos amiúda ou molda como aspectos
secundários as razões erguidas pelo contribuinte para colocar a isenção na
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 140
alcatifa da perenidade. A significação maior está na natureza constitutiva
de típica liberalidade fiscal. – 3. Precedentes jurisprudenciais. – 4.
Recurso provido.
(Recurso Especial nº 121.433 – SP - (97/0014064-4) – Rel.: Min.
Milton Luiz Pereira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdos.: Sisco
Sistema e Computadores S/A e outro. 1ª Turma, STJ – 17-02-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 70.
ICMS – MERLUZA – INCIDÊNCIA
I. Não há isenção na importação de merluza de país signatário de
acordo internacional. – II. Precedentes do STJ.
(Recurso Especial nº 247.161 - SP - (2000/0009438-2) – Rel.: O Exmo.
Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo.
Recdo.: Expol Importação e Exportação Ltda. 1ª Turma, STJ – 04-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 73.
ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
O regime de substituição tributária, por antecipação de ICMS, não
agride o Ordenamento Jurídico.
(Recurso em Mandado de Segurança nº 10.575 – ES - (1999/0009388-7) –
Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Comercial Age
Ltda. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo. Impdo.:
Secretário de Fazenda do Estado do Espírito Santo. Recdo.: Estado do
Espírito Santo. 1ª Turma, STJ – 04-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 60.
IMPOSTO DE RENDA – FÉRIAS E LICENÇA-PRÊMIO – RESTITUIÇÃO – PRESCRIÇÃO
- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O direito de pleitear a restituição do imposto de renda extingue-se
com o decurso do prazo de 05 anos, contados, nas hipóteses dos incisos I e
II do artigo 165 do CTN, da data da extinção do crédito tributário. – Nas
causas em que for vencida a Fazenda Pública, os honorários de advogado
podem ser fixados em porcentagem inferior ao mínimo legal. – Recurso
improvido.
(Recurso Especial nº 245.521 – DF - (2000/0004729-5) – Rel.: Min.
Garcia Vieira. Recte.: Jair Hanauer e outros. Recda.: Fazenda Nacional. 1ª
Turma, STJ – 23-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 71.
MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA – AÇÃO DECLARATÓRIA – ICM – CREDITAMENTO
– CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊNCIA DE NORMA LEGAL
PROIBITIVA
- Não cabe ação cautelar objetivando provimento mandamental genérico,
determinando a abstenção, pelo Fisco, da lavratura de qualquer auto de
infração referente ao recolhimento do ICM. – Inexiste norma legal a amparar
provimento judicial que proíba a autuação fiscal, conduta lícita da
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 141
Administração. – Caráter satisfativo da medida cautelar, que antecipa a
força da ação declaratória ajuizada. – Recurso conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 56.253 – RS - (1994/0032989-0) – Rel.: Min.
Francisco Peçanha Martins. Recte.: Estado do Rio Grande do Sul. Recdo.:
Sulina Alimentos S/A. 2ª Turma, STJ – 02-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 78.
PARCELAMENTO DO DÉBITO – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MULTA – EXCLUSÃO –
IMPOSSIBILIDADE
1. A teor da Súmula 208/TFR, “a simples confissão da dívida,
acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia
espontânea”. - 2. A exclusão da responsabilidade da multa só ocorre quando
a denúncia espontânea vem acompanhada do tributo devido acrescido dos juros
de mora ou do depósito da quantia arbitrada, se o montante depender de
apuração. – 3. Recurso especial não conhecido.
(Recurso Especial nº 178.969 – SP - (1998/0045355-5) – Rel.: Min.
Francisco Peçanha Martins. Recte.: Permental S/A Metais Perfurados. Recda.:
Fazenda Nacional. 2ª Turma, STJ – 06-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 81.
PENHORA – ARGÜIÇÃO DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO
EXECUTADO, DE SUA MULHER E DO DEPOSITÁRIO – RECUSA DOS MESMOS EM
FIRMAR O AUTO – FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – MULTA
DO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO
Ausência de assinaturas no auto de penhora em virtude da recusa do
executado (depositário) e de sua mulher de o fazerem após a leitura feita
pelo oficial de justiça. Certidão do meirinho que goza de fé pública.
Argüição da irregularidade apenas após o julgamento da apelação, em sede de
aclaratórios. Inexistência de afronta aos arts. 664 e 665, inc. IV, do CPC.
– Mantém-se a multa prevista no art. 538, parágrafo único, da Lei
Processual Civil, quando justificado pelo Acórdão o cunho manifestante
protelatório dos embargos de declaração. Matéria nova aventada pelo
devedor, sem que no ponto o tenha sido para fins de prequestionamento. -
Recurso especial não conhecido.
(Recurso Especial nº 122.748 – MG - (1997/0016778-0) – Rel.: Min.
Barros Monteiro. Recte.: José Carlos Silva – Firma Individual. Recdo.:
Unibanco União de Bancos Brasileiros S/A. 4ª Turma, STJ – 21-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 163.
RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO FISCAL – ICMS – ERRO NO PREENCHIMENTO DE
GUIA DE RECOLHIMENTO – ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 1.531 DO CC –
APLICAÇÃO CONDICIONADA À MÁ-FÉ DO CREDOR - APLICABILIDADE DA SÚMULA
159 DO STF
I. A sanção do art. 1531 apresenta caráter de exceção e é imposta
apenas nos casos de comprovada malícia da parte (Aplicação da Súmula 159 do
STF). Justificado o equívoco da Fazenda em ajuizar execução fiscal para
cobrança de dívida registrada como não paga, por equívoco do contribuinte
ao preencher a guia de recolhimento do ICMS, despropositada se revela a
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 142
imputação da pesada penalidade perpetrada pelo susomencionado dispositivo,
visto que, da exação não se infere nenhum propósito doloso manifesto pelo
Fisco no sentido de causar prejuízo ao contribuinte. – II. Recurso provido.
(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 130.854 – SP -
(1997/0031722-6) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Agte.: Fazenda do Estado de
São Paulo. Agdo.: Equipesca Equipamentos de Pesca Ltda. 2ª Turma, STJ –
23-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 140.
RECURSO ESPECIAL – EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA SOBRE O FATURAMENTO DE
EMPRESA (30%) – AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO – DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA – PRECEDENTES – RECURSO ESPECIAL NÃO
CONHECIDO
1. Os preceitos legais tidos por violados não foram objeto de
apreciação no v. acórdão recorrido, razão pela qual não ocorreu o
necessário prequestionamento, atraindo a incidência das Súmulas 282 e 356
do Colendo Supremo Tribunal Federal. – 2. Não é possível alegar divergência
jurisprudencial quando o acórdão paradigma não é suficientemente claro
acerca da matéria objeto do dissídio. – 3. Recurso Especial não conhecido.
Decisão unânime.
(Recurso Especial nº 199.332 – SP - (1998/0097638-8) – Rel.: Min.
Franciulli Netto. Recte.: Alcazar e Silva Ltda. Recda.: Fazenda do Estado
de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 06-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 82.
RECURSO ESPECIAL – INTEMPESTIVIDADE
1. É intempestivo o recurso especial apresentado antes da publicação
do acórdão, sem que seja confirmado após a concretização de tal ato. – 2.
“A interposição do recurso que se antecipa à própria publicação formal do
acórdão revela-se comportamento processual extemporâneo e destituído de
objeto. O prazo para interposição do recurso contra a decisão colegiada
começa a fluir, ordinariamente, da publicação da súmula do acórdão do órgão
oficial (...). A simples notícia do julgamento efetivado não dá início ao
prazo recursal” (ADI nº 374-7/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJU de
19.02.93)”. – 3. É obrigatória a apresentação da certidão de intimação do
acórdão recorrido, em sede de agravo de instrumento, para que se possa
abrir o seu conhecimento. – 4. Agravo regimental improvido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 242107 – DF -
(1999/0040442-4) – Rel.: O Exmo. Sr. Min. José Delgado. Agtes.: Cherubim
Rosa Filho e Cônjuge. Agda.: União. 1ª Turma, STJ – 25-04-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 82.
RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO JUDICIAL –
SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC – SUCEDÂNEO
RECURSAL
1. Face ao disposto no art. 588/CPC, com a redação da Lei 9.139/95,
inadmissível mandado de segurança para suspender os efeitos de agravo ou de
apelação. – 2. Inacabível o “writ” como substitutivo de recurso já
interposto com a mesma finalidade. – 3. Recurso ordinário improvido.
(Recurso em Mandado de Segurança nº 11.261 – SP - (1999/0094249-3) –
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 143
Rel.: Min. Francisco Peçanha Martins. Recte.: Restaurante Il Primo Amore
Ltda. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Impdo.: Juízo
de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo - SP. Recda.:
Fundação Parque Zoológico de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 16-05-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 139.
RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ICMS – SISTEMA ESPECIAL DE
CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA
SECRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE – SONEGAÇÕES FISCAIS
COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA
DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA –
INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA
1. A Portaria nº 438/92 da Secretaria de Fazenda do Estado de
Pernambuco, editada com supedâneo em leis estaduais, não padece de
ilegalidade. – 2. Comprovadas irregularidade fiscais referentes à sonegação
de tributos, a inclusão da empresa no sistema especial de controle e
fiscalização não implica em violação de direito líquido e certo. – 3.
Ausente a prova pré-constituída da apreensão de mercadorias com o fito de
impor a cobrança de tributo, o mandado de segurança é inviável. – 4.
Recurso ordinário improvido.
(Recurso em Mandado de Segurança nº 9.293 – PE - (1997/0091027-0) –
Rel.: Min. Francisco Peçanha Martins. Recte.: Pessoa de Melo Indústria e
Comércio S/A. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.
Impdo.: Secretário da Fazenda do Estado de Pernambuco. Recdo.: Estado de
Pernambuco. 2ª Turma, STJ - 21-03-00).
IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 77/78.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 144
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ÍNDICE GERAL
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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 145
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 146
ÍNDICE GERAL
- DOUTRINA:
- O Autolançamento no ITCD -- Élcio Reis ......................... 9
- ICMS - Fornecimento de água tratada – Mandado de Segurança -
Impetrantes (consumidores de água fornecida pela Copasa) – Ile-
gitimidade ativa, por não serem sujeitos passivos da obrigação
tributária – Impossibilidade da restituição do indébito – Ilegi-
timidade passiva da Fazenda Estadual – Legalidade da cobrança.
(Trabalho Forense) -- José Alfredo Borges ...................... 39
- DECISÕES JUDICIAIS:
- AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – PRELIMINAR DE INSUFICIÊNCIA
DO DEPÓSITO REJEITADA - O ICMS é um imposto cujo lançamento é
por homologação, cabendo ao fisco, posteriormente, homologar ou
não o pagamento. -- ICMS – ISS - PROGRAMAS DE COMPUTADOR
(SOFTWARE) - CIRCULAÇÃO – Em se tratando de programas de compu-
tador feitos em larga escala e de maneira uniforme, não se des-
tinando a determinado usuário, sendo colocados no mercado para
a aquisição de qualquer um do povo, sujeitam-se ao ICMS. (Sen-
tença da Juíza de Direito da 3ª Vara de Execuções Fiscais do
Estado, Dra. Cláudia Regina Guedes Maia Sadi – Ação de Con-
signação em Pagamento - Autos nº 02498.040.700-1 - MG). ....... 62
- AIR – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – JUROS MORATÓRIOS - (EMBARGOS IN-
FRINGENTES) - Os juros moratórios deverão ser contados na forma
da Lei Civil, conforme estatui a Lei nº 4.414 de 24-09-1964.
-– ART. 161 DO CTN – O art. 161 do CTN refere-se ao devedor
contribuinte, sujeito passivo da obrigação tributária, e não a
dívidas da Fazenda Pública, no caso, a Estadual, que segundo a
Lei 4.414/64, pagará os juros civis. Embargos rejeitados.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 147
(Embargos Infringentes (C. Cíveis) nº 000.121.668-8/01 (na
Apelação Cível nº 121.668/8) – Comarca de Belo Horizonte -
TJ/MG). ....................................................... 84
- CRÉDITO TRIBUTÁRIO – NOMEAÇÃO DE BEM HIPOTECADO – DIREITO DE
PREFERÊNCIA – INVERSÃO DE PRIVILÉGIO – INADMISSIBILIDADE. O
crédito tributário prefere a qualquer outro, ainda que gravado
de ônus real ou cláusula da inalienabilidade, sendo, por isso,
incabível sua substituição, sob pena de inversão de direito de
preferência que têm os créditos tributários. Interpretação dos
arts. 184 e 186 do CTN. Recurso provido. (Agravo nº 000.096.254
-8/00 – Comarca de Mesquita – TJ/MG). ......................... 99
- DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO POR ESTAR EM
CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE. CPC,
ART. 557, “CAPUT”. (PROCESSUAL CIVIL). – 1. Com o advento da
Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art. 557, caput, do
CPC, permitiu-se ao relator negar seguimento a recurso que con-
traria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou
de Tribunal Superior. – 2. Agravo de instrumento improvido
(art. 544, § 2º, do CPC). (Agravo de Instrumento nº 291.843 –
SC – (2000/0018217-6) - STJ). ................................. 75
- DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO POR ESTAR EM
CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE. CPC,
ART. 557, “CAPUT”. (PROCESSUAL CIVIL). – 1. Com o advento da
Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art. 557, caput, do
CPC, permitiu-se ao relator negar seguimento a recurso que con-
traria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou
de Tribunal Superior. – 2. Agravo de instrumento improvido
(art. 544, § 2º, do CPC). (Agravo de Instrumento nº 295.349 -
MG – (2000/0024910-6) – STJ) .................................. 89
- EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – REFORÇO DA PENHORA – CONTAGEM DO
PRAZO PARA EMBARGAR. O prazo para oposição de embargos à execu-
ção fiscal é de 30 dias, contados da intimação da penhora e não
da juntada aos autos do respectivo termo, nos termos do art.
16, III, da Lei 6.830/80. Não se reabre o prazo para apresenta-
ção de embargos à execução em caso de substituição ou ampliação
de penhora, ou mesmo no caso de nova penhora, salvo a hipótese
de anulação do processo de execução. (Apelação Cível nº
000.183.156-9/00 – Comarca de Uberlândia – TJ/MG). ............ 95
- EXECUÇÃO FISCAL – CDA – TAXA SELIC – JUROS – MULTAS - APLICAÇÃO
- POSSIBILIDADE. (Apelação Cível nº 000.156.626-4/00 - Comarca
de Belo Horizonte – TJ/MG). ................................... 59
- EXECUÇÃO FISCAL. (A) Fazenda poderá exigir que os sócios
coobrigados cumpram a obrigação tributária, não se lhes apli-
cando os mesmos direitos da massa, previstos na lei falimentar,
quanto à não incidência, no crédito tributário, das parcelas
referentes à multa de revalidação e aos juros. (Agravo Regimen-
tal (C. Cíveis) nº 000.189.669-5/01 no Agravo de Instrumento nº
189.669-5/00 – Comarca de Belo Horizonte – TJ/MG). ............ 111
- EXECUÇÃO FISCAL – ICMS E MULTAS – DÉBITOS DE SOCIEDADE COMER-
CIAL POR QUOTAS E INDIVIDUAIS DE UM DOS SÓCIOS - APENSAMENTO
DOS AUTOS DA EXECUÇÃO COMUM, PROMOVIDA À EMPRESA E SÓCIOS, E
DAS INDIVIDUAIS, PROMOVIDAS APENAS A UM DESTES. EMBARGOS OPOS-
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 148
PELO SÓCIO ISOLADO, DE QUEM FORAM PENHORADOS BENS EM GARANTIA
DE TODAS AS EXECUÇÕES. SENTENÇA QUE OS ACOLHE AO FUNDAMENTO DA
FALTA DE COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PATRIMÔNIO DA SOCIEDADE
SUSCETÍVEL DA GARANTIA DO JUÍZO – REFORMA EM REEXAME OFICIAL,
DADO COMO PREJUDICADO O RECURSO DA FAZENDA PÚBLICA – CASO EM
QUE A PENHORA GARANTE DÍVIDAS INDIVIDUAIS DO EMBARGANTE E EM
QUE NÃO CONSTA DO CONTRATO SOCIAL A EXISTÊNCIA DE BENS DA SO-
CIEDADE DE QUE ELE FOI CO-GERENTE. (Apelação Cível nº
000.150.889-4/00 – Comarca de Caratinga – TJ/MG). ............. 66
- EXECUÇÃO FISCAL - SÓCIO-GERENTE – RESPONSABILIDADE (ART. 135,
INCISO III DO CTN) PRECEDENTES – RECURSO PROVIDO (ART. 557,
§ 1º, “A” DO CPC). (Recurso Especial nº 109.709 – RS – (1996/
0062345-7) – STJ). ............................................ 78
- ICMS – Exportação – Transporte interestadual ou intermunicipal
- Incidência do imposto – Negado seguimento ao agravo que visa-
va a subida do RE – Acórdãos do STF no mesmo sentido do acórdão
do TJ recorrido. (Agravo de Instrumento n. 208.533-1 – MG -
STF). ......................................................... 110
- ICMS – MERLUZA – INCIDÊNCIA. – Não há isenção na importação de
merluza de país signatário de acordo internacional. – Preceden-
tes do STJ. (Recurso Especial nº 253.900 – SP – (2000/
0031324-6) – STJ). ............................................ 97
- ICMS – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA – DIRIGENTES DE EMPRESA – INFRAÇÃO
LEGAL, CONSISTENTE NA FALTA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO DEVIDO –
RESPONSABILIDADE CARACTERIZADA. (Agravo nº 000.172.713-0/00 -
Comarca de Varginha – TJ/MG). ................................. 73
- ICMS – OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO – PRODUTOS SEMI-ELABORADOS. Em se
tratando de produtos semi-elaborados, é justo que sofram a in-
cidência de ICMS na sua remessa para o exterior. (Apelação Cí-
vel nº 000.169.379-5/00 – Comarca de Juiz de Fora – TJ/MG). ... 54
- ICMS – OPERAÇÕES IMPLICATIVAS DE SAÍDA DE MERCADORIAS POR PREÇO
INFERIOR AO DE ENTRADA – PRETENSÃO DO CONTRIBUINTE AO CREDITA-
MENTO DA DIFERENÇA DO IMPOSTO, ADUZIDA EM EMBARGOS À EXECUÇÃO –
SENTENÇA QUE A DESACOLHE – APELO DESPROVIDO POR MAIORIA DE VO-
TOS – EMBARGOS INFRINGENTES EM BUSCA DA PREVALÊNCIA DO VOTO
VENCIDO, FUNDADO NO PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE DO IMPOSTO
E DE LHE CONSTITUIR A BASE DE CÁLCULO O VALOR DA OPERAÇÃO – RE-
JEIÇÃO – ENTENDIMENTO DOS VOTOS MAJORITÁRIOS FIRMADOS NA ADE-
QUABILIDADE DO ART. 76 DO RICMS AO ART. 4º, III, DO CONVÊNIO
ICM 68/88 E AO DEC-LEI Nº 406/68, QUE NÃO CHOFRA A REGRA CONS-
TITUCIONAL DA NÃO-CUMULATIVIDADE (TRIBUTÁRIO). (Embargos In-
fringentes (C. Cíveis) nº 000.119.581-7/01 (em Apelação) – Co-
marca de Belo Horizonte – TJ/MG). ............................. 104
- ICMS – PRODUTOS FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES – RECOLHIMENTO AN-
TECIPADO – REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – LEGITIMIDADE DA
EXIGÊNCIA. (TRIBUTÁRIO). - Considera-se legítima a exigência do
recolhimento antecipado do ICMS, incidente sobre operações rea-
lizadas no comércio de produtos farmacêuticos e hospitalares,
pelo regime de substituição tributária. (Embargos de Divergên-
cia no Recurso Especial nº 164.097 – SP - (2000/0034595-4) -
STJ). ......................................................... 102
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 149
- ICMS - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – PEDIDO DE ESTORNO PERANTE A
SUBSTITUTA DOS EXCESSOS COBRADOS NO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO –
RITO ORDINÁRIO – BUSCA COMANDO DE NATUREZA DIVERSA DO CARÁTER
DECLARATÓRIO DA DEMANDA – TERCEIRO ALHEIO AOS LINDES DA DISPUTA
TRAVADA NOS AUTOS – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM EXAME DE MÉRITO –
ART. 267, V, CPC. (Sentença do Juiz de Direito, Dr. Fernando
Neto Botelho - Ação Ordinária – Processo nº 024990726234 - BH). 113
- MULTA DE REVALIDAÇÃO – JUROS DE MORA - (EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL). A multa de revalidação e os juros de mora são devidos
por imposição legal e trata-se de instituições distintas. (Ape-
lação Cível nº 000.174.336-8/00 – Comarca de Uberlândia –
TJ/MG). ....................................................... 92
- PARCELAMENTO – MULTAS – JUROS – TAXA SELIC – APLICAÇÃO - POS-
SIBILIDADE. (Apelação Cível nº 000.168.037-0/00 – Comarca de
Belo Horizonte – TJ/MG). ...................................... 80
- RECURSO ESPECIAL – DECISÃO DO TRIBUNAL “A QUO” CONSOANTE JURIS-
PRUDÊNCIA DOMINANTE DO STF E DO STJ. SÚMULA Nº 83, DESTA CORTE.
(PROCESSUAL CIVIL). 1. Não se admite recurso especial quando a
tese adotada pelo acórdão recorrido encontra-se de acordo com a
jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça e do
Supremo Tribunal Federal. Incidência da Súmula nº 83, desta
Corte. – 2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do
CPC). (Agravo de Instrumento nº 288.971 – SP - (2000/0013759-6)
– STJ). ....................................................... 68
- RECURSO ESPECIAL – TRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO –
FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE – SÚMULA 284 DO STF – ALEGAÇÕES DE
OFENSAS À CF – RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. – Alegações de
ofensas a dispositivos da Constituição Federal escapam ao âmbi-
to de competência atribuído a esta Corte Superior, ex vi do
disposto nos arts. 102, inc. III e 105, inc. III, da Constitui-
ção Federal. – Recurso a que se nega seguimento. (Recurso Espe-
cial nº 81.686 – São Paulo – (1995/0064461-4) – STJ). ......... 118
- RECURSO ESPECIAL – TRIBUTÁRIO – ICMS – PREQUESTIONAMENTO – IM-
PORTAÇÃO DE MERLUZA – INEXISTÊNCIA DO PESCADO NO TERRITÓRIO NA-
CIONAL – PREMISSA FÁCTICA EXIGIDA PARA O RECONHECIMENTO DA
ISENÇÃO – PROVA NEGATIVA SOBRE QUESTÃO CONTROVERSA – INVIABILI-
DADE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL – SÚMULA 7/STJ. - I - Não su-
pera o âmbito da admissibilidade o Recurso Especial que não se
reveste do indispensável prequestionamento. - II - À vista da
possibilidade de captura de merluza nas costas brasileiras, en-
tendendo o Tribunal a quo que o referido pescado não goza do
benefício isencional relativo ao ICMS nas operações que o im-
portam dos países signatários do GATT, descabe em sede de Re-
curso Especial, revolver a matéria fáctica para concluir se a
recorrente tem ou não direito à isenção postulada. Aplicação da
Súmula 7 do Colendo Superior Tribunal de Justiça. - III- Prece-
dentes. - IV- Recurso Especial a que se nega seguimento, com
arrimo no caput do art. 557 do código de Processo Civil.
(Recurso Especial nº 257.900 – São Paulo – (2000/0043155-9) –
STJ). ......................................................... 107
- TRANSFERÊNCIA SUCESSIVA DE BEM MÓVEL – CLARA INTENÇÃO DE FRUS-
TAR A EXECUÇÃO – RECONHECIMENTO DA INEFICÁCIA DA ALIENAÇÃO -
IRRELEVÂNCIA DA BOA-FÉ DO COMPRADOR – SENTENÇA MANTIDA – RE-
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 150
CURSO DESPROVIDO (EMBARGOS DE TERCEIRO). (Apelação Cível nº
000.162.196-0/00 – Comarca de Divino – TJ/MG). ................ 51
- TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA – IMPOSSIBILIDADE.
1. Não se pode em sede de Medida Cautelar impedir a fiscaliza-
ção de exercer sua função, determinada por lei, bem como de o
Fisco estadual exercer suas atividades. Também sem qualquer de-
pósito, não se pode impedir eventual execução fiscal e suspen-
der a exigibilidade de créditos tributários, resultando em
temerária antecipação de tutela. – 2. O STF, em decisão do Ple-
no datada de 11.02.98, nos autos da ADC nº 4, deferiu liminar
para cassar, com efeito vinculante, as decisões concessivas de
antecipação da tutela contra a Fazenda Pública. (Agravo de Ins-
trumento nº 000.178.209-3/00 – Comarca de Belo Horizonte –
TJ/MG). ....................................................... 86
- EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA:
“A”
- AÇÃO CAUTELAR – COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - INADMISSIBILIDADE (STJ) 128
- AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍVEIS – ICMS – ILE-
GITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO (STJ) ............................. 125
- AÇÃO DECLARATÓRIA – MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA – ICM – CREDITAMEN-
TO – CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊNCIA DE NORMA LEGAL
PROIBITIVA (STJ) ................................................... 139
- AÇÃO DECLARATÓRIA – VALOR DA CAUSA – FIXAÇÃO POR ESTIMATIVA – IMPOS-
SIBILIDADE – ARTS. 258 E 260 DO CPC – PRECEDENTES (STJ) ............ 125
- AGRAVO – EXECUÇÃO FISCAL – DETERMINAÇÃO DE PENHORA SUSTADA – IMPOS-
SIBILIDADE (TRF/2ª R.) ............................................. 125
- AGRAVO DE INSTRUMENTO:
- Agravo regimental – Prequestionamento implícito – Ausência – Arti-
go 267, § 1º do CPC – Intimação pessoal para complementação de
preparo – Precedentes desta corte – Dissídio não configurado (STJ) 126
- Agravo regimental – Prequestionamento de questões surgidas no
acórdão – Ausência – Despacho de mero expediente – Irrecorribili-
dade – Artigo 504 do CPC – Divergência jurisprudencial não confi-
gurada (STJ) ..................................................... 127
- Execução fiscal – Excesso de penhora – Atribuição de valores (TRF/
/2ª R.) .......................................................... 125
- Execução fiscal – Penhora sobre o faturamento da empresa – Possi-
bilidade – Precedentes (TRF/4ª R.) ............................... 126
- AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMEN-
TOS – PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊ-
NIOS ICM NS. 09/75, 11/81 E 24/81, ARTS. 178, 179, § 2º, DO CTN –
PRECEDENTES STF E STJ (STJ) ........................................ 126
- AGRAVO REGIMENTAL:
- Agravo de instrumento – Prequestionamento implícito – Ausência -
Artigo 267, § 1º, do CPC - Intimação pessoal para complementação
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 151
de preparo – Precedentes desta Corte – Dissídio não configurado
(STJ) ............................................................ 126
- Agravo de instrumento – Prequestionamento de questões surgidas no
acórdão – Ausência – Despacho de mero expediente – Irrecorribili-
dade – Artigo 504 DO CPC – Divergência jurisprudencial não confi-
gurada (STJ) ..................................................... 127
- contra decisão que negou provimento a agravo de instrumento para
fins de fazer subir recurso especial – Penhora – Apólice da dívida
pública – Ordem prevista no artigo 11 da Lei 6.830/80 – Preceden-
tes (STJ) ........................................................ 127
- Não conhecimento – Interposição via fax – Juntada intempestiva do
original – Recurso interposto antes da vigência da lei nº 9.800/99
(STJ) ............................................................ 127
- ÁLCOOL CARBURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – ICMS – ENTRADA E SAÍDA
DE CANA-DE-AÇÚCAR – DIFERIMENTO – CF, ART. 21, VIII - LEI 6.374/89
(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ............ 138
- APENSAMENTO DE VÁRIOS PROCESSOS – EXECUÇÃO FISCAL – DESNECESSIDADE
DO REQUERIMENTO SER FORMULADO POR AMBAS AS PARTES – FACULDADE QUE
DEPENDE DE APENAS UMA DAS PARTES – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 28 DA LEI
Nº 6.830/80 (LEI DE EXECUÇÃO FISCAL) – RECURSO NÃO CONHECIDO (STJ) 132 - APÓLICE DA DÍVIDA PÚBLICA – PENHORA - ORDEM PREVISTA NO ARTIGO 11 DA
LEI 6.830/80 – AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO
A AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA FINS DE FAZER SUBIR RECURSO ESPECIAL –
PRECEDENTES (STJ) .................................................. 127
- ARGÜIÇÃO DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE
SUA MULHER E DO DEPOSITÁRIO – PENHORA – RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR
O AUTO – FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – MULTA DO
ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EM-
BARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) .................. 140
- ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE SUA MULHER E DO DEPOSITÁRIO (ARGÜIÇÃO
DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE) – PENHORA – RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR
O AUTO – FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – MULTA DO
ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EM-
BARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) .................. 140
- ATO JUDICIAL – SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC -
SUCEDÂNEO RECURSAL – RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) 141
“B”
- BASE DE CÁLCULO:
- Honorários advocatícios – Valor da condenação – Embargos de diver-
gência (STJ) ..................................................... 131
- ICMS – Descontos incondicionais (STJ) ............................ 138
- por estimativa – Admissibilidade – ICMS – Cobrança pelo regime de
substituição tributária – Possibilidade – Precedentes - Recurso
improvido (STJ) .................................................. 137
- BEM(NS):
- Extemporaneidade de substituição de ... penhorados não caracteri-
zada – Execução fiscal – Intimação pessoal do representante da Fa-
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 152
zenda Pública – Artigo 25 da Lei nº 6.830/80 - Recurso provido
(STJ) ............................................................ 134
- gravados por cédula de crédito industrial – Preferência - Penhora
- Execução fiscal (TRF/4ª R.) .................................... 136
- imóvel – Questões de fato – Ausência de oferecimento de bens à
penhora – Aplicação da Súmula nº 07 do STJ – Execução – Excesso de
execução (STJ) ................................................... 132
“C”
- CANA-DE-AÇÚCAR (ENTRADA E SAÍDA DE) – ICMS – DIFERIMENTO – ÁLCOOL
CARBURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/
89 (ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ......... 138
- CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA -
TÍTULO EXTRAJUDICIAL – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL - AU-
SÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ....... 133
- CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL (BENS GRAVADOS POR) – PREFERÊNCIA -
EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA (TRF/4ª R.) .............................. 136
- CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA – EXECUÇÃO FISCAL – TÍTULO EXTRAJUDICIAL -
CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL - AU-
SÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ....... 133
- CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA/CDA (REQUISITOS DA) – TR – EXCLUSÃO DA
MULTA – EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS – SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN -
RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE (TRF/4ª R.) ...................... 133
- CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO (FÉ PÚBLICA DA) - PENHORA - ARGÜIÇÃO
DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE SUA MULHER
E DO DEPOSITÁRIO - RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR O AUTO - MULTA DO
ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC - CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EM-
BARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) .................. 140
- CERTIDÃO NEGATIVA – COMPENSAÇÃO – TRIBUTO LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO
(STJ) .............................................................. 128
- CITAÇÃO POR EDITAL – POSSIBILIDADE APÓS O EXAURIMENTO DE TODOS OS
MEIOS POSSÍVEIS À LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR – ART. 8º, III, DA LEI Nº
6.830/80 – EXECUÇÃO FISCAL - PRECEDENTES (STJ) ..................... 133
- COMBUSTÍVEIS (EMPRESA DEDICADA À COMERCIALIZAÇÃO DE) – ICMS - SUBS-
TITUIÇÃO TRIBUTÁRIA - CONTRADIÇÃO APARENTE NO DECISUM DO ACÓRDÃO
EMBARGADO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL (STJ) ....... 131
- COMPENSAÇÃO – TRIBUTO LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO – CERTIDÃO NEGATIVA
(STJ) .............................................................. 128
- COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS – AÇÃO CAUTELAR – INADMISSIBILIDADE (STJ) .. 128
- CORREÇÃO MONETÁRIA:
- Descabimento – ICM – Creditamento – Inexistência de norma legal
proibitiva – Medida Cautelar Preparatória – Ação Declaratória
(STJ) ............................................................ 139
- ICMS – Crédito extemporâneo – Cumulatividade – Isonomia - Questão
jurídica de natureza constitucional – Recurso especial não conhe-
cido (STJ) ....................................................... 137
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 153
- Multa – Crédito – Constituição – Lançamento – Notificação – Decla-
ração – Exigibilidade (STJ) ...................................... 128
- CREDITAMENTO DIFERIDO – ICM (STJ) .................................. 137
- CREDITAMENTO – ICM – CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊN-
CIA DE NORMA LEGAL PROIBITIVA – MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA - AÇÃO
DECLARATÓRIA (STJ) ................................................. 139
- CRÉDITO – CONSTITUIÇÃO – LANÇAMENTO – NOTIFICAÇÃO – DECLARAÇÃO -
EXIGIBILIDADE – MULTA – CORREÇÃO MONETÁRIA (STJ) ................... 128
- CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – ICMS – CUMULATIVIDADE – ISONOMIA - CORREÇÃO
MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL - RECURSO
ESPECIAL NÃO CONHECIDO (STJ) ....................................... 137
- CRÉDITO TRIBUTÁRIO (DEPÓSITO JUDICIAL PARA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDA-
DE DE) – SOBRESTAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS – OMISSÃO INEXISTENTE – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ICMS –
MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ......................................... 129
- CRÉDITO TRIBUTÁRIO - ICMS – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊN-
CIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E 173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NA-
CIONAL – DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA – CONTAGEM DO PRAZO - EXECUÇÃO
FISCAL – EMBARGOS À EXECUÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECE- DENTES (STJ) ....................................................... 134
- CUMULATIVIDADE – ICMS – CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – ISONOMIA - CORREÇÃO
MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL – RECURSO
ESPECIAL NÃO CONHECIDO (STJ) ....................................... 137
“D”
- DÉBITO (PARCELAMENTO DO) – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MULTA – EXCLUSÃO -
IMPOSSIBILIDADE (STJ) .............................................. 139
- DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA – CONTAGEM DO PRAZO – CRÉDITO TRIBUTÁRIO
- ICMS – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150,
§ 4º E 173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – EXECUÇÃO FIS-
CAL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECEDEN-
TES (STJ) .......................................................... 134
- DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO A AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA FINS DE
FAZER SUBIR RECURSO ESPECIAL (AGRAVO REGIMENTAL CONTRA) – PENHORA -
APÓLICE DA DÍVIDA PÚBLICA – ORDEM PREVISTA NO ARTIGO 11 DA LEI 6.830
/80 – PRECEDENTES (STJ) ............................................ 127
- DENÚNCIA ESPONTÂNEA – PARCELAMENTO DO DÉBITO – MULTA – EXCLUSÃO -
IMPOSSIBILIDADE (STJ) .............................................. 139
- DEPÓSITO:
- judicial para suspensão da exigibilidade de crédito tributário -
Sobrestamento da execução fiscal – Condenação em honorários advo-
catícios – Omissão inexistente – Embargos de declaração – ICMS -
Mandado de segurança (STJ) ....................................... 129
- de TDA’S – Impossibilidade – Penhora – CTN, art. 151, II – CPC,
art. 655 – Lei 6.830/80 (art. 11) – Execução fiscal (STJ) ........ 136
- de 30% do valor do débito para interposição de recurso administra-
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 154
tivo (Exigência de) – Constitucionalidade (TRF/4ª R.) ............ 136
- DESCONTOS INCONDICIONAIS - BASE DE CÁLCULO - ICMS (STJ) ............ 138
- DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE - IRRECORRIBILIDADE – ARTIGO 504 DO CPC
- AGRAVO REGIMENTAL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREQUESTIONAMENTO DE
QUESTÕES SURGIDAS NO ACÓRDÃO – AUSÊNCIA – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCI-
AL NÃO CONFIGURADA (STJ) ........................................... 127
- DIFERIMENTO – ICMS – ENTRADA E SAÍDA DE CANA-DE-AÇÚCAR – ÁLCOOL CAR-
BURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/89
(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ............ 138
- DIREITO LÍQUIDO E CERTO (INEXISTÊNCIA DE) – SONEGAÇÕES FISCAIS COM-
PROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – ICMS – SISTEMA
ESPECIAL DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92
DA SECRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE - AUSÊNCIA DE
PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA - RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA -
INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ........................ 141
- DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍVEIS – ICMS – ILEGITIMIDADE DO MINISTÉ-
RIO PÚBLICO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA (STJ) ............................. 125
“E”
- EMBARGOS – EXECUÇÃO FISCAL – SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN – RESPONSA-
BILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA – TR – EXCLUSÃO DA
MULTA (TRF/4ª R.) .................................................. 133
- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
- (Art. 535, I e II, CPC) – Ementa desajustada à questão jurídica
resolvida – Contradição inexistente (STJ) ........................ 129
- Contribuição para o IAA – Fato imponível – Saída física da merca-
doria do estabelecimento comercial e não o tempo de emissão da no-
ta fiscal ou celebração do contrato – Ausência de omissão – Embar-
gos rejeitados (STJ) ............................................. 129
- ICMS – Mandado de Segurança – Depósito judicial para suspensão da
exigibilidade de crédito tributário – Sobrestamento da execução
fiscal – Condenação em honorários advocatícios – Omissão inexis- 129
tente (STJ) ......................................................
- ICMS – Substituição tributária – Operação de vendas de veículos
automotores – Omissão quanto ao entendimento de que inexiste lei
estadual responsabilizando o comerciante ao recolhimento antecipa-
do do tributo (STJ) .............................................. 130
- Omissão – Necessidade de exame das questões pleiteadas pela parte
- Anulação (STJ) ................................................. 130
- no recurso especial – ICMS – Saídas de máquinas e equipamentos -
Projetos de interesse nacional – Isenção - Omissão – Honorários
advocatícios (STJ) ............................................... 130
- no recurso especial – ICMS – Substituição tributária – Empresa de-
dicada à comercialização de combustíveis – Contradição aparente no
decisum do acórdão embargado (STJ) ............................... 131
- Sucumbência: ônus (STJ) .......................................... 131
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 155
- EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – BASE DE CÁLCULO
- VALOR DA CONDENAÇÃO (STJ) ........................................ 131
- EMBARGOS À EXECUÇÃO – EXECUÇÃO FISCAL – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ICMS -
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E
173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – DECADÊNCIA NÃO CONFI-
GURADA – CONTAGEM DO PRAZO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECEDEN-
TES (STJ) .......................................................... 134
- EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁCITA -
PRAZO – INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E
173 – RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ................... 132
- EMENTA DESAJUSTADA À QUESTÃO JURÍDICA RESOLVIDA – CONTRADIÇÃO INE-
XISTENTE - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 535, I E II, CPC) (STJ) .... 129
- EMPRESA DEDICADA À COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS – ICMS – SUBSTI-
TUIÇÃO TRIBUTÁRIA – CONTRADIÇÃO APARENTE NO DECISUM DO ACÓRDÃO EM-
BARGADO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL (STJ) ......... 131
- ERRO NO PREENCHIMENTO DE GUIA DE RECOLHIMENTO – ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO
AO ART. 1.531 DO CC – APLICAÇÃO CONDICIONADA À MÁ-FÉ DO CREDOR -
APLICABILIDADE DA SÚMULA 159 DO STF – RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO
FISCAL – ICMS (STJ) ................................................ 140
- EXECUÇÃO:
– definitiva – Execução fiscal – Certidão de Dívida Ativa - Título
extrajudicial - Carta de adjudicação – Recurso especial - Ausência
de suspensividade – Recurso conhecido e provido (STJ) ............ 133
- Excesso de penhora – Bem imóvel – Questões de fato – Ausência de
oferecimento de bens à penhora – Aplicação da Súmula nº 07 do STJ
(STJ) ............................................................ 132
- Penhora de dinheiro disponível em caixa de instituição financeira
- Possibilidade – Ressalva quanto às reservas técnicas mantidas
junto ao “Banco Central do Brasil” (STJ) ......................... 132
- EXECUÇÃO FISCAL:
- Apensamento de vários processos – Desnecessidade do requerimento
ser formulado por ambas as partes – Faculdade que depende de ape-
nas uma das partes – Inteligência do artigo 28 da lei 6.830/80
(Lei de execução fiscal) – Recurso não conhecido (STJ) ........... 132
- Certidão de dívida ativa – Título extrajudicial – Carta de adjudi-
cação – Execução definitiva – Recurso especial – Ausência de sus-
pensividade – Recurso conhecido e provido (STJ) .................. 133
- Citação por edital – Possibilidade após o exaurimento de todos os
meios possíveis à localização do devedor – Art. 8º, III, da Lei nº
6.830/80 – Precedentes (STJ) ..................................... 133
- Determinação de penhora sustada – Impossibilidade – Agravo (TRF/
2ª R.) ........................................................... 125
- Embargos – Sucessão – Art. 133 do CTN – Responsabilidade do
sócio-gerente – Requisitos da CDA – TR – Exclusão da multa (TRF/
4ª R.) ........................................................... 133
- Embargos à execução – Crédito tributário – ICMS – Lançamento por
homologação – Inteligência dos artigos 150, § 4º e 173, inciso I,
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 156
do Código tributário Nacional – Decadência não configurada – Con-
tagem do prazo – Recurso conhecido e provido – Precedentes (TRF/
4ª R.) ........................................................... 134
- Excesso de penhora – Atribuição de valores - Agravo de Instrumento
(TRF/2ª R.) ...................................................... 125
- ICMS – Erro no preenchimento de guia de recolhimento – Alegação de
violação ao art. 1.531 do CC – Aplicação condicionada à má-fé do
credor – Aplicabilidade da Súmula 159 do STF – Recurso especial
(STJ) ............................................................ 140
- Intimação pessoal do representante da Fazenda Pública – Artigo 25
da Lei nº 6.830/80 – Extemporaneidade de substituição de bens pe-
nhorados não caracterizada – Recurso provido (STJ) ............... 134
- Lei posterior – Aplicabilidade – Multa moratória – Redução (STJ) 135
- Massa falida - Verba honorária – Possibilidade da cobrança – Pre-
cedentes (STJ) ................................................... 135
- Multa – Redução de 30% para 20% - Artigo 106 do Código Tributário
Nacional – Leis paulistas 6.374/89 e 9.399/96 – Multa moratória e
punitiva – Distinção – Não cabimento – Recurso não conhecido (STJ) 135
- Penhora:
– Bens gravados por cédula de crédito industrial – Preferência
(TRF/4ª R.) .................................................... 136
- Depósito de TDA’s – Impossibilidade – CTN, art. 151, II - CPC,
art. 655 – Lei 6.830/80 (art. 11) (STJ) ........................ 136
- Excesso - Avaliação – Momento processual adequado para aferição
do excesso ou redução da constrição judicial – Não reconhecimen-
to do excesso pelo v. acórdão recorrido – Incabível exame da ma-
téria fática, que deve ser analisada pela instância ordinária -
Incidência da súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça – Re-
curso não conhecido (STJ) ...................................... 136
- sobre o faturamento de empresa (30%) – Ausência de prequestiona-
mento – Divergência jurisprudencial não comprovada – Recurso es-
pecial – Precedentes – Recurso especial não conhecido (STJ) .... 140
- sobre o faturamento da empresa – Possibilidade – Agravo de ins-
trumento – Precedentes (TRF/4ª R.) ............................. 126
- (Sobrestamento da) – Embargos de declaração - ICMS - Mandado de
segurança - Depósito judicial para suspensão da exigibilidade de
crédito tributário - Condenação em honorários advocatícios - Omis-
são inexistente(STJ) ............................................. 129
- EXTEMPORANEIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE BENS PENHORADOS NÃO CARACTERIZA-
ZADA – EXECUÇÃO FISCAL – INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FA-
ZENDA PÚBLICA – ARTIGO 25 DA LEI Nº 6.830/80 - RECURSO PROVIDO
(STJ) .............................................................. 134
“F”
- FATURAMENTO DA EMPRESA (PENHORA SOBRE O) (30%) – AUSÊNCIA DE PRE-
QUESTIONAMENTO – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA – RECUR-
SO ESPECIAL – EXECUÇÃO FISCAL – PRECEDENTES – RECURSO ESPECIAL NÃO
CONHECIDO (STJ) .................................................... 140
- FATURAMENTO DA EMPRESA (PENHORA SOBRE) – POSSIBILIDADE – AGRAVO DE
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 157
INSTRUMENTO – EXECUÇÃO FISCAL – PRECEDENTES (TRF/4ª R.) ............ 126
- FAZENDA PÚBLICA (INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA) - EXECUÇÃO
FISCAL – ARTIGO 25 DA LEI Nº 6.830/80 – EXTEMPORANEIDADE DE SUBSTI-
TUIÇÃO DE BENS PENHORADOS NÃO CARACTERIZADA – RECURSO PROVIDO (STJ) 134
- FAX (INTERPOSIÇÃO VIA) – AGRAVO REGIMENTAL – NÃO CONHECIMENTO – JUN-
TADA INTEMPESTIVA DO ORIGINAL – RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VIGÊNCIA
DA LEI Nº 9.800/99 (STJ) ........................................... 127
- FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – ARGÜIÇÃO DE NULIDADE
POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE SUA MULHER E DO DEPOSI-
TÁRIO – RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR O AUTO – PENHORA - MULTA DO ART.
538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) ......................... 140
- FÉRIAS E LICENÇA PRÊMIO – IMPOSTO DE RENDA – RESTITUIÇÃO – PRESCRI-
ÇÃO – HONORÁRIOS DE ADVOGADO (STJ) ................................. 139
“G”
- GUIA DE RECOLHIMENTO (ERRO NO PREEENCHIMENTO DE) – ICMS - ALEGAÇÃO
DE VIOLAÇÃO AO ART. 1.531 DO CC – APLICAÇÃO CONDICIONADA À MÁ-FÉ DO
CREDOR – APLICABILIDADE DA SÚMULA 159 DO STF – RECURSO ESPECIAL -
EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............................................. 140
“H”
- HOMOLOGAÇÃO:
- (Lançamento por) – Crédito tributário – ICMS – Inteligência dos
artigos 150, § 4º e 173, inciso I, do Código Tributário Nacional -
Decadência não configurada – Contagem do prazo – Execução fiscal - Embargos à execução - Recurso conhecido e provido – Precedentes
(STJ) ............................................................ 134
- tácita (Lançamento por) – Prazo – Inocorrência da prescrição -
- CTN, artigos 150, § 4º, 156 e 173 – Embargos à execução fiscal -
Recurso especial conhecido e provido (STJ) ....................... 132
- (Tributo lançado por) – Compensação – Certidão negativa (STJ) .... 128
- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
- Base de cálculo – Valor da condenação – Embargos de divergência
(STJ) ............................................................ 131
- (Condenação em) – Omissão inexistente – Embargos de declaração -
ICMS – Mandado de segurança – Depósito judicial para suspensão da
exigibilidade de crédito tributário – Sobrestamento da execução
fiscal (STJ) ..................................................... 129
- Embargos de declaração no recurso especial – ICMS – Saídas de má-
quinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional – Isenção -
Omissão (STJ) .................................................... 130
- Imposto de Renda – Férias e licença-prêmio – Restituição – Pres-
crição (STJ) ..................................................... 139
“I”
- IAA (CONTRIBUIÇÃO PARA O) – FATO IMPONÍVEL – SAÍDA FÍSICA DA MERCA-
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 158
DORIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL E NÃO O TEMPO DE EMISSÃO DA NOTA
FISCAL OU CELEBRAÇÃO DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE OMISSÃO – EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO – EMBARGOS REJEITADOS (STJ) ............................. 129
- ICM/ICMS:
- Ação civil pública – Direitos individuais disponíveis – Ilegitimi-
dade do Ministério Público (STJ) ................................. 125
- Cobrança pelo regime de substituição tributária – Possibilidade -
Base de cálculo por estimativa – Admissibilidade - Precedentes -
Recurso improvido (STJ) .......................................... 137
- Creditamento – Correção monetária – Descabimento – Inexistência de
norma legal proibitiva – Medida cautelar preparatória – Ação de-
ratória (STJ) .................................................... 139
- Creditamento diferido (STJ) ...................................... 137
- Crédito extemporâneo – Cumulatividade – Isonomia – Correção mone-
tária – Questão jurídica de natureza constitucional – Recurso es-
pecial não conhecido (STJ) ....................................... 137
- Crédito tributário – Lançamento por homologação – Inteligência dos
artigos 150, § 4º e 173, inciso I, do Código Tributário Nacional –
Decadência não configurada – Contagem do prazo – Execução fiscal –
Embargos à execução – Recurso conhecido e provido - Precedentes
(STJ) ............................................................ 134
- Descontos incondicionais – Base de cálculo (STJ) ................. 138
- Entrada e saída de cana-de-açúcar – Diferimento – Álcool carburan-
te - Quebra por evaporação – CF, art. 21, VIII – Lei 6.374/89
(art. 113) – DEL 56/66 (art. 4º, parágrafo único) (STJ) .......... 138
- Erro no preenchimento de guia de recolhimento – Alegação de viola-
ção ao art. 1.531 do CC – Aplicação condicionada à má-fé do credor
- Aplicabilidade da Súmula 159 do STF – Recurso especial – Execu-
ção fiscal (STJ) ................................................. 140
- Fornecimento de mercadorias para execução de projeto considerado
de interesse público – Convênios 9/75, 11/81, 24/81 e 26/83 – Pro-
tocolo ICM 13/81 (STJ) ........................................... 138
- Ilegitimidade do Ministério Público - Ação Civil Pública - Direi-
tos individuais disponíveis - ICMS (STJ) ......................... 125
- Mandado de segurança – Depósito judicial para suspensão da exigi-
bilidade de crédito tributário – Sobrestamento da execução fiscal
- Condenação em honorários advocatícios – Omissão inexistente -
Embargos de declaração (STJ) ..................................... 129
- Merluza – Incidência (STJ) ....................................... 138
- Saídas de máquinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional
- Isenção – Omissão – Honorários advocatícios – Embargos de decla-
ração no recurso especial (STJ) .................................. 130
- Saídas de máquinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional
Isenção – Revogação – Convênios ICM nºs 09/75, 11/81 e 24/81,
arts. 178, 179, § 2º, do CTN – Agravo no Recurso Especial – Prece-
dentes STF e STJ (STJ) ........................................... 126
- Sistema especial de controle e fiscalização de tributos - Portaria
nº 438/92 da Secretaria da Fazenda de Pernambuco – Legalidade -
Sonegações fiscais comprovadas – Inclusão de empresa no sistema
especial – Inexistência de direito líquido e certo – Ausência de
prova pré-constituída – Inviabilidade do mandado de segurança -
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 159
Recurso ordinário – Mandado de segurança (STJ) ................... 141
- Substituição tributária:
- ICMS (STJ) ..................................................... 139
– Empresa dedicada à comercialização de combustíveis – Contradição
aparente no decisum do acórdão embargado – Embargos de declara-
ção no recurso especial (STJ) .................................. 131
- Operação de vendas de veículos automotores – Omissão quanto ao
entendimento de que inexiste lei estadual responsabilizando o
comerciante ao recolhimento antecipado do tributo – Embargos de
declaração (STJ) ............................................... 130
- ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍ-
VEIS - ICMS - AÇÃO CIVIL PÚBLICA (STJ) ............................ 125
- IMPOSTO DE RENDA – FÉRIAS E LICENÇA-PRÊMIO – RESTITUIÇÃO – PRESCRI-
ÇÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (STJ) ................................ 139
- INTEMPESTIVIDADE – RECURSO ESPECIAL (STJ) .......................... 141
- INTIMAÇÃO PESSOAL PARA COMPLEMENTAÇÃO DE PREPARO – PREQUESTIONAMENTO
IMPLÍCITO - AUSÊNCIA - ARTIGO 267, § 1º, DO CPC – AGRAVO REGIMENTAL
- AGRAVO DE INSTRUMENTO - PRECEDENTES DESTA CORTE - DISSÍDIO NÃO
CONFIGURADO (STJ) .................................................. 126
- INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDA PÚBLICA – ARTIGO 25 DA
LEI Nº 6.830/80 – EXTEMPORANEIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE BENS PENHORA-
DOS NÃO CARACTERIZADA – EXECUÇÃO FISCAL – RECURSO PROVIDO (STJ) .... 134
- ISENÇÃO – OMISSÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS -
PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL (STJ) ............................... 130
- ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊNIOS ICM NºS 09/75, 11/81 E 24/81, ARTS.
178, 179, § 2º, DO CTN – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS –
PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL - PRECE-
DENTES STF E STJ (STJ) ............................................. 126
- ISONOMIA – ICMS – CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – CUMULATIVIDADE - CORREÇÃO
MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL – RECURSO
ESPECIAL NÃO CONHECIDO (STJ) ....................................... 137
“L”
- LANÇAMENTO:
- Notificação – Crédito – Constituição – Declaração - Exigibilidade
- Multa – Correção monetária (STJ) ............................... 128
- por homologação – Crédito tributário – ICMS – Inteligência dos ar-
tigos 150, § 4º e 173, inciso I, do Código Tributário Nacional -
Decadência não configurada – Contagem do prazo – Execução fiscal –
Embargos à execução - Recurso conhecido e provido – Precedentes
(STJ) ............................................................ 134
- por homologação tácita – Prazo – Inocorrência da prescrição – CTN,
artigos 150, § 4º, 156 e 173 – Embargos à execução fiscal – Re-
curso especial conhecido e provido (STJ) ......................... 132
- LEI POSTERIOR - APLICABILIDADE - MULTA MORATÓRIA - REDUÇÃO - EXECU-
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 160
ÇÃO FISCAL (STJ) ................................................... 135
- LICENÇA-PRÊMIO (FÉRIAS E) – IMPOSTO DE RENDA – RESTITUIÇÃO – PRES-
CRIÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (STJ) ............................. 139
“M”
- MÁ-FÉ DO CREDOR (APLICAÇÃO CONDICIONADA À) – APLICABILIDADE DA SÚMU-
LA 159 DO STF – ICMS – ERRO NO PREENCHIMENTO DE GUIA DE RECOLHIMENTO
– ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 1.531 DO CC - RECURSO ESPECIAL -
EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............................................. 140
- MANDADO DE SEGURANÇA:
- Depósito judicial para suspensão da exigibilidade de crédito tri-
butário – Sobrestamento da execução fiscal – Condenação em honorá-
rios advocatícios – Omissão inexistente – Embargos de declaração –
ICMS (STJ) ....................................................... 129
- Recurso ordinário – Ato judicial – Suspensividade de efeito de re-
curso – Art. 588/CPC – Sucedâneo recursal (STJ) .................. 141
- Recurso ordinário – ICMS – Sistema Especial de Controle e Fisca-
lização de Tributos – Portaria nº 438/92 da Secretaria da Fazenda
de Pernambuco – Legalidade – Sonegações fiscais comprovadas – In-
clusão de empresa no sistema especial – Inexistência de direito
líquido e certo – Ausência de prova pré-constituída – Inviabilida-
de do mandado de segurança (STJ) ................................. 141
- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (SAÍDAS DE) – ICMS – PROJETOS DE INTERESSE
NACIONAL – ISENÇÃO – OMISSÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL (STJ) ............................... 130
- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (SAÍDAS DE) – ICMS – PROJETOS DE INTERESSE
NACIONAL – ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊNIOS ICM NºS 09/75, 11/81 E
24/81, ARTS. 178, 179, § 2º, DO CTN – AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL –
PRECEDENTES STF E STJ (STJ) ........................................ 126
- MASSA FALIDA – VERBA HONORÁRIA – POSSIBILIDADE DA COBRANÇA – EXECU-
ÇÃO FISCAL – PRECEDENTES (STJ) ..................................... 135
- MATÉRIA FÁTICA, QUE DEVE SER ANALISADA PELA INSTÂNCIA ORDINÁRIA (IN-
CABÍVEL EXAME DA) – PENHORA – EXCESSO - AVALIAÇÃO – MOMENTO PROCES-
SUAL ADEQUADO PARA AFERIÇÃO DO EXCESSO OU REDUÇÃO DA CONSTRIÇÃO JU-
DICIAL – NÃO RECONHECIMENTO DO EXCESSO PELO V. ACÓRDÃO RECORRIDO -
INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - EXECUÇÃO
FISCAL – RECURSO NÃO CONHECIDO (STJ) ............................... 136
- MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA – AÇÃO DECLARATÓRIA – ICM – CREDITAMEN-
TO – CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊNCIA DE NORMA LEGAL
PROIBITIVA (STJ) ................................................... 139
- MERCADORIA (SAÍDA FÍSICA DA ... DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL E NÃO O
TEMPO DE EMISSÃO DA NOTA FISCAL OU CELEBRAÇÃO DO CONTRATO) – AUSÊN-
CIA DE OMISSÃO – CONTRIBUIÇÃO PARA O IAA – FATO IMPONÍVEL - EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO – EMBARGOS REJEITADOS (STJ) .......................... 129
- MERCADORIAS PARA EXECUÇÃO DE PROJETO CONSIDERADO DE INTERESSE PÚBLI-
CO (FORNECIMENTO DE) – ICMS – CONVÊNIOS 9/75, 11/81, 24/81 E 26/83 –
PROTOCOLO ICM 13/81 (STJ) .......................................... 138
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 161
- MERLUZA – ICMS – INCIDÊNCIA (STJ) .................................. 138
- MINISTÉRIO PÚBLICO (ILEGITIMIDADE DO) – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPO-
NÍVEIS – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – ICMS (STJ) ........................... 125
- MULTA:
- do art. 538, parágrafo único, do CPC – Caratér procrastinatório
dos embargos de declaração plenamente justificado – Penhora – Ar-
güição de nulidade por ausência de assinaturas do executado, de
sua mulher e do depositário – Recusa dos mesmos em firmar o auto –
Fé pública da certidão lavrada pelo meirinho (STJ) ............... 140
- Correção monetária – Crédito – Constituição – Lançamento – Notifi-
cação – Declaração – Exigibilidade (STJ) ......................... 128
- Exclusão – Impossibilidade – Parcelamento do débito – Denúncia es-
pontânea (STJ) ................................................... 139
- (Exclusão da) – TR – Execução fiscal – Embargos – Sucessão – Art.
133 do CTN – Responsabilidade do sócio-gerente – Requisitos da CDA
(TRF/4ª R.) ...................................................... 133
- moratória - Redução - Lei posterior - Aplicabilidade - Execução
fiscal (STJ) ..................................................... 135
- moratória e punitiva - Distinção - Não cabimento - Execução fis-
cal – Multa – Redução de 30% para 20% - Artigo 106 do Código Tri-
butário Nacional – Leis Paulistas 6.374/89 e 9.399/96 - Execução
fiscal - Recurso não conhecido (STJ) ............................. 135
- Redução de 30% para 20% - Artigo 106 do Código Tributário Nacio-
nal - Leis Paulistas 6.374/89 e 9.399/96 - Multa moratória e puni-
tiva - Distinção - Não cabimento - Execução fiscal - Recurso não
conhecido (STJ) .................................................. 135
“O”
- OMISSÃO:
- (Ausência de) – Embargos de declaração – Contribuição para o IAA -
Fato imponível – Saída física da mercadoria do estabelecimento co-
mercial e não o tempo de emissão da nota fiscal ou celebração do
contrato – Embargos rejeitados (STJ) ............................. 129
- Embargos de declaração no recurso especial – ICMS – Saídas de má-
quinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional – Isenção -
Honorários advocatícios (STJ) .................................... 130
- inexistente – Embargos de declaração – ICMS – Mandado de segurança
- Depósito judicial para suspensão da exigibilidade de crédito
tributário – Sobrestamento da execução fiscal – Condenação em ho-
norários advocatícios (STJ) ...................................... 129
- Necessidade de exame das questões pleiteadas pela parte - Anulação
- Embargos de declaração (STJ) ................................... 130
- quanto ao entendimento de que inexiste lei estadual responsabili-
zando o comerciante ao recolhimento antecipado do tributo – ICMS -
Substituição tributária – Operação de vendas de veículos automoto-
res – Embargos de declaração (STJ) ............................... 130
- ÔNUS: SUCUMBÊNCIA – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ................... 131
- ORIGINAL (JUNTADA INTEMPESTIVA DO) - RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VI-
GÊNCIA DA LEI Nº 9.800/99 - INTERPOSIÇÃO VIA FAX - AGRAVO REGIMENTAL
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 162
- NÃO CONHECIMENTO (STJ) ........................................... 127
“P”
- PARCELAMENTO DO DÉBITO – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MULTA – EXCLUSÃO -
IMPOSSIBILIDADE (STJ) .............................................. 139
- PENHORA:
- Apólice da Dívida Pública – Ordem prevista no artigo 11 da Lei
6.830/80 – Agravo regimental contra decisão que negou provimento a
agravo de instrumento para fins de fazer subir recurso especial -
Precedentes (STJ) ................................................ 127
- Argüição de nulidade por ausência de assinaturas do executado, de
sua mulher e do depositário – Recusa dos mesmos em firmar o auto –
Fé pública da certidão lavrada pelo meirinho – Multa do art. 538,
parágrafo único, do CPC – Caráter procrastinatório dos embargos de
declaração plenamente justificado (STJ) .......................... 140
- Bens gravados por cédula de crédito industrial – Preferência -
Execução fiscal (TRF/4ª R.) ...................................... 136
- Depósito de TDA’s – Impossibilidade – CTN, art. 151, II – CPC,
art. 655 – Lei 6.830/80 (art. 11) - Execução fiscal (STJ) ........ 136
- de dinheiro disponível em caixa de instituição financeira – Possi-
bilidade – Ressalva quanto às reservas técnicas mantidas junto ao
“Banco Central do Brasil” – Execução (STJ) ....................... 132
- Excesso:
– Atribuição de valores - Agravo de Instrumento – Execução fiscal
(TRF/2ª R.) ..................................................... 125
- Avaliação – Momento processual adequado para aferição do excesso
ou redução da constrição judicial – Não reconhecimento do exces-
so pelo v. acórdão recorrido – Incabível exame da matéria fáti-
ca, que deve ser analisada pela instância ordinária – Incidência
da Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça – Execução fiscal
- Recurso não conhecido (STJ) .................................. 136
- Bem imóvel – Questões de fato – Ausência de oferecimento de
bens à penhora – Aplicação da Súmula nº 07 do STJ - Execução
(STJ) .......................................................... 132
- sobre o faturamento da empresa (30%) – Ausência de prequestiona-
mento – Divergência jurisprudencial não comprovada – Recurso espe-
cial – Execução fiscal – Recurso especial não conhecido (STJ) .... 140
- sobre o faturamento da empresa – Possibilidade - Agravo de ins-
trumento - Execução fiscal – Precedentes (TRF/4ª R.) ............. 126
- sustada (Determinação de) – Impossibilidade – Agravo - Execução
fiscal (TRF/2ª R.) ............................................... 125
- PRAZO (CONTAGEM DO) – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ICMS – LANÇAMENTO POR HO-
MOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E 173, INCISO I, DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA - EXECUÇÃO
FISCAL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECE-
DENTES (STJ) ....................................................... 134
- PRAZO – INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁ-
CITA – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E 173 – EMBARGOS À EXECUÇÃO FIS-
CAL – RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ................... 132
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 163
- PREQUESTIONAMENTO:
- (Ausência de) – Penhora sobre o faturamento de empresa (30%) – Di-
vergência jurisprudencial não comprovada – Recurso especial – Exe-
cução fiscal – Precedentes – Recurso especial não conhecido (STJ) 140
- implícito – Ausência – Artigo 267, § 1º, do CPC – Intimação
pessoal para complementação de preparo – Agravo regimental – Agra-
vo de instrumento – Precedentes desta Corte – Dissídio não confi-
gurado (STJ) ..................................................... 126
- de questões surgidas no acórdão – Ausência – Despacho de mero ex-
pediente – Irrecorribilidade – Artigo 504 do CPC – Divergência ju-
risprudencial não configurada – Agravo regimental – Agravo de ins-
trumento (STJ) ................................................... 127
- PRESCRIÇÃO (INOCORRÊNCIA DA) – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁCITA -
PRAZO – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E 173 – EMBARGOS À EXECUÇÃO
FISCAL (STJ) ....................................................... 132
- PRESCRIÇÃO – RESTITUIÇÃO - IMPOSTO DE RENDA – FÉRIAS E LICENÇA-
PRÊMIO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (STJ) ............................. 139
- PROJETO(S):
- considerado de interesse público (Fornecimento de mercadorias para
execução de) – ICMS – Convênios 9/75, 11/81, 24/81 e 26/83 – Pro-
tocolo ICM 13/81 (STJ) ........................................... 138
- de interesse nacional – Isenção – Omissão – Honorários advocatí-
cios – ICMS – Saídas de máquinas e equipamentos – Embargos de de-
claração no recurso especial (STJ) ............................... 130
- de interesse nacional – Isenção – Revogação – ICMS - Saídas de má-
quinas e equipamentos - Convênios ICM nº 09/75, 11/81 e 24/81,
arts. 178, 179, § 2º, do CTN – Agravo no recurso especial - Prece-
dentes STF e STJ (STJ) ........................................... 126
- PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA (AUSÊNCIA DE) – ICMS – SISTEMA ESPECIAL DE
CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA SECRETA-
RIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE - SONEGAÇÕES FISCAIS COM-
PROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA DE
DIREITO LÍQUIDO E CERTO - RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA -
INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ........................ 141
“Q”
- QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – ÁLCOOL CARBURANTE – ICMS – ENTRADA E SAÍDA
DE CANA-DE-AÇÚCAR – DIFERIMENTO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/89
(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ............ 138
- QUESTÃO(ÕES):
- de fato – Excesso de penhora - Bem imóvel - Ausência de ofereci-
mento de bens à penhora - Aplicação da Súmula nº 07 do STJ - Exe–
cução (STJ) ...................................................... 132
- jurídica de natureza constitucional – ICMS – Crédito extemporâneo
- Cumulatividade – Isonomia – Correção monetária – Recurso especi-
al não conhecido (STJ) ........................................... 137
- jurídica resolvida (Ementa desajustada à) – Contradição inexisten-
te – Embargos de declaração (art. 535, I e II, CPC) (STJ) ........ 129
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 164
- pleiteadas pela parte (Necessidade de exame das) – Omissão – Anu-
lação – Embargos de declaração (STJ) ............................. 130
- surgidas no acórdão (Prequestionamento de) - Ausência - Despacho
de mero expediente - Irrecorribilidade - Artigo 504 do CPC - Agra-
vo regimental - Agravo de instrumento - Divergência jurisprudenci-
al não configurada (STJ) ......................................... 127
“R”
- RECURSO ADMINISTRATIVO (EXIGÊNCIA DO DEPÓSITO DE 30% DO VALOR DO DÉ-
BITO PARA INTERPOSIÇÃO DE) – CONSTITUCIONALIDADE (TRF/4ª R.) ....... 136
- RECURSO ESPECIAL:
- (Agravo regimental contra decisão que negou provimento a agravo de
instrumento para fins de fazer subir) – Penhora – Apólice da Dívi-
da Pública – Ordem prevista no artigo 11 da Lei 6.830/80 – Prece-
dentes (STJ) ..................................................... 127
- Ausência de suspensividade - Execução fiscal - Certidão de Dívida
Ativa - Título extrajudicial - Carta de adjudicação - Execução de-
finitiva - Recurso conhecido e provido (STJ) ..................... 133
- Execução fiscal - ICMS – Erro no preenchimento de guia de recolhi-
mento - Alegação de violação ao art. 1.531 do CC – Aplicação con-
dicionada à má-fé do credor – Aplicabilidade da súmula 159 do STF
(STJ)............................................................. 140
- Execução fiscal - Penhora sobre o faturamento de empresa (30%) –
Ausência de prequestionamento – Divergência jurisprudencial não
comprovada – Precedentes – Recurso especial não conhecido (STJ) .. 140
- Intempestividade (STJ) ........................................... 141
- RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.800/99 – AGRAVO RE-
GIMENTAL – NÃO CONHECIMENTO – INTERPOSIÇÃO VIA FAX – JUNTADA INTEM-
PESTIVA DO ORIGINAL (STJ) .......................................... 160
- RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO JUDICIAL – SUSPENSI-
VIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC – SUCEDÂNEO RECURSAL
(STJ) .............................................................. 141
- RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ICMS – SISTEMA ESPECIAL
DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA SE-
CRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE – SONEGAÇÕES FISCAIS
COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA
DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊÑCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA – IN-
VIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) .......................... 141
- RESERVAS TÉCNICAS MANTIDAS JUNTO AO “BANCO CENTRAL DO BRASIL” (RES-
SALVA QUANTO ÀS) – PENHORA DE DINHEIRO DISPONÍVEL EM CAIXA DE INSTI-
TUIÇÃO FINANCEIRA – POSSIBILIDADE – EXECUÇÃO (STJ) ................. 132
- RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA – TR – EXCLU-
SÃO DA MULTA – EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS – SUCESSÃO – ART. 133 DO
CTN (TRF/4ª R.) .................................................... 133
“S”
- SISTEMA ESPECIAL DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – ICMS -
PORTARIA Nº 438/92 DA SECRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALI-
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 165
DADE – SONEGAÇÕES FISCAIS COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SIS-
TEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA
PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA – INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA – RE-
CURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ....................... 141
- SOBRESTAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL – DEPÓSITO JUDICIAL PARA SUSPENSÃO
DA EXIGIBILIDADE DA EXECUÇÃO FISCAL – ICMS – MANDADO DE SEGURANÇA -
CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – OMISSÃO INEXISTENTE – EMBAR-
GOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ............................................ 129
- SÓCIO-GERENTE (RESPONSABILIDADE DO) – REQUISITOS DA CDA – TR -
EXCLUSÃO DA MULTA – SUCESSÃO - ART. 133 DO CTN - EXECUÇÃO FISCAL -
EMBARGOS (TRF/4ª R.) ............................................... 133
- SONEGAÇÕES FISCAIS COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ES-
PECIAL – INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA DE PROVA
PRÉ-CONSTITUÍDA – INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA – RECURSO
ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ICMS – SISTEMA ESPECIAL DE CON-
TROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA SECRETARIA
DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE (STJ) ........................ 141
- SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA:
- (Cobrança pelo regime de) – ICMS – Possibilidade – Base de cálculo
por estimativa – Admissibilidade – Precedentes – Recurso improvido
(STJ) ............................................................ 137
– ICMS:
- (STJ) .......................................................... 139
- Empresa dedicada à comercialização de combustíveis - Contradição
aparente no decisum do acórdão embargado – Embargos de declara-
ção no recurso especial – ICMS (STJ) ........................... 131
- Operação de vendas de veículos automotores – Omissão quanto ao
entendimento de que inexiste lei estadual responsabilizando o
comerciante ao recolhimento antecipado do tributo – Embargos de
declaração (STJ) ............................................... 130
- SUCEDÂNEO RECURSAL – RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA - ATO
JUDICIAL – SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC (STJ) 141
- SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN – RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – RE-
QUISITOS DA CDA – TR – EXCLUSÃO DA MULTA – EXECUÇÃO FISCAL – EMBAR-
GOS (TRF/4ª R.) .................................................... 133
- SUCUMBÊNCIA: ÔNUS – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ................... 131
- SUSPENSIVIDADE (AUSÊNCIA DE) – EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA
ATIVA – TÍTULO EXTRAJUDICIAL – CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFI-
NITIVA – RECURSO ESPECIAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ...... 133
- SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC – SUCEDÂNEO RE-
CURSAL – RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO JUDICIAL
(STJ) .............................................................. 141
“T”
- TDA’S (DEPÓSITO DE) – PENHORA – IMPOSSIBILIDADE – CTN, ART, 151, II
- CPC, ART. 655 – LEI 6.830/80 (ART. 11) – EXECUÇÃO FISCAL (STJ) ... 136
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 166
- TÍTULO EXTRAJUDICIAL – EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA -
CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL – AU-
SÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ....... 133
- TR – EXCLUSÃO DA MULTA – SUCESSÃO - ART. 133 DO CTN – RESPONSABILI-
DADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA - EXECUÇÃO FISCAL –
EMBARGOS (TRF/4ª R.) ............................................... 133
- TRIBUTO(S):
- (Compensação de) – Ação cautelar – Inadmissibilidade (STJ) ....... 128
- lançado por homologação – Compensação – Certidão negativa (STJ) 128
- (Omissão quanto ao entendimento de que inexiste lei estadual res-
ponsabilizando o comerciante ao recolhimento antecipado do) - ICMS
- Substituição tributária – Operação de vendas de veículos automo-
tores – Embargos de declaração (STJ) ............................. 130
“V”
- VALOR(ES):
- (Atribuição de) – Excesso de penhora – Agravo de instrumento -
Execução fiscal (TRF/2ª R.) ...................................... 125
- da causa – Fixação por estimativa – Impossibilidade – Arts. 258 e
260 do CPC – Ação declaratória - Precedentes (STJ) ............... 125
- da condenação – Honorários advocatícios – Base de cálculo – Embar-
gos de divergência (STJ) ......................................... 131
- VEÍCULOS AUTOMOTORES (OPERAÇÃO DE VENDAS DE) – ICMS - SUBSTITUIÇÃO
TRIBUTÁRIA – OMISSÃO QUANTO AO ENTENDIMENTO DE QUE INEXISTE LEI ES-
TADUAL RESPONSABILIZANDO O COMERCIANTE AO RECOLHIMENTO ANTECIPADO DO
TRIBUTO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ............................. 130
- VERBA HONORÁRIA – POSSIBILIDADE DA COBRANÇA – MASSA FALIDA – EXECU-
ÇÃO FISCAL – PRECEDENTES (STJ) ..................................... 135
- ÍNDICE GERAL ....................................................... 145
- ÍNDICE/LEGISLAÇÃO/ARTIGOS .......................................... 169
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 167
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 168
___________________________________________________________________________
ÍNDICE/LEGISLAÇÃO/ARTIGOS
___________________________________________________________________________
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 169
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 170
ÍNDICE/LEGISLAÇÃO/ARTIGOS
PÁG.
- CÓDIGO CIVIL:
- Art. 1.531 ....................................................... 140
- CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL:
- Art. 20, § 3º .................................................... 131
- Art. 232, I ...................................................... 133
- Art. 258 .........................................................
125
- Art. 260 ......................................................... 125
- Art. 267, § 1º ................................................... 126
- Art. 504 ......................................................... 127
- Art. 535, I e II ................................................. 129
- Art. 538, parágrafo único ........................................ 140
- Art. 542, § 2º ................................................... 133
- Art. 544, § 2º ................................................... 127
- Art. 587 ......................................................... 133
- Art. 588 (com a redação da Lei 9.139/95) ......................... 141
- Art. 655 ......................................................... 136
- Art. 664 ......................................................... 140
- Art. 665, inc. IV ................................................ 140
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 171
- CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL:
- Art. 106 ......................................................... 135
- Art. 121 ......................................................... 137
- Art. 133 ......................................................... 133
- Art. 135 ......................................................... 134
- Art. 150 ......................................................... 128
- Art. 150, § 4º ................................................... 132
134
- Art. 151, II ..................................................... 136
- Art. 156 ......................................................... 132
- Art. 165, I e II ................................................. 139
- Art. 173 ......................................................... 132
- Art. 173, I ...................................................... 134
- Art. 178 ......................................................... 126
- Art. 179, § 2º ................................................... 126
- CONSTITUIÇÃO FEDERAL/1988:
- Art. 21, VIII .................................................... 138
- Art. 34, § 8º (ADCT) ............................................. 130
137
- Art. 155, par. 2º, XII, “b” ...................................... 137
- CONVÊNIOS ICM/ICMS:
- 09/75 ............................................................ 126
138
- 11/81 ............................................................ 126
138
- 24/81 ............................................................ 126
138
- 26/83 ............................................................ 138
- 66/88 ............................................................ 130
137
- 107/89 ........................................................... 130
- DECRETOS-LEI:
- 7.661/45, art. 208, § 2º (Lei de Falência) ....................... 135
- 56/66, art. 4º, parágrafo único .................................. 138
- 406/68:
- Art. 2º, I e 8º - item 48 .................................... 129
- com a redação dada pela Lei Complementar 44/1983 ............. 137
- 834/69 – item 48 – Lista de Serviços ............................. 129
- LEI COMPLEMENTAR:
- 44/1983 .......................................................... 137
- LEIS ESTADUAIS:
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 172
- 6.374/89 (SP) .................................................... 135
- 6.374/89, art. 113 (SP) .......................................... 138
- 8.933/89 (PR) .................................................... 130
- 9.399/96 (SP) .................................................... 135
- LEIS FEDERAIS:
- 8.137/91, art. 9º ................................................ 134
- 8.218/91 ......................................................... 134
- 9.139/95 ......................................................... 141
- 9.800/99 ......................................................... 127
- LEI 6.830/80 (LEI DE EXECUÇÃO FISCAL):
- Art. 7º .......................................................... 125
- Art. 8º, III ..................................................... 133
- Art. 11 .......................................................... 127
136
- Art. 13 .......................................................... 126
- Art. 25 .......................................................... 134
- Art. 28 .......................................................... 132
- LEI DE FALÊNCIAS (DECRETO-LEI Nº 7.661/45):
- Art. 208, § 2º ................................................... 135
- MEDIDA PROVISÓRIA:
- 298/91 (transformada na Lei 8.218/91) ............................ 134
- 1.608/98, art. 10 ................................................ 136
- PORTARIA:
- 438/92 (Secretaria da Fazenda de Pernambuco) ..................... 141
- PROTOCOLO ICM:
- 13/81 ............................................................ 138
- SÚMULAS:
- STF:
- 159 ............................................................ 140
- 282 ............................................................ 140
- 356 ............................................................ 140
- STJ:
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 173
- 07 ............................................................. 132
136
- 211 ............................................................ 126
- TFR (extinto):
- 208 ............................................................ 139
- 210 ............................................................ 133
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