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3Revista Fui Sambar

Estáé a edição de lançamento da Revista Fuisambar, a realização de um sonho de anos pelo idealizador do site, Junio Am-aro. Esta revista almeja levar informação séria e transparente de forma impressa, principalmente, aos amantes e frequenta-dores dos melhores sambas e pagodes da nossa cidade.A revista é produzida pela equipe Fuisam-bar que fez de cada cobertura um momen-to de dedicação e carinho aos aman-tes do samba. É com manifestações afetuosas de pessoas que conhecemos no mundo do samba, do pagode ou vir-tual, que buscamos o de melhor que acontecem nesses espaços. É por isso que decidimos sair do online para o bom e velho papel. Além de continuar a ter um complemen-to na internet, para, assim, dissemi-nar e pulverizar informações a respeito dos sambas e pagodes de Belo Horizonte.Essa publicação concretiza um sonho, cria uma ferramenta de divulgação, sobretudo, para vários músicos e amantes do assunto que deram sua contribuição por meio de textos, entrevistas e com informações esclarecedoras da área. A eles, nosso agradecimento pela confiança. Destaca-se por ser a primeira revista exclusiva sobre o assunto na capital mineira. Retrata as

informações de forma imparcial: publican-do agendas, melhores espaços, músicos e grupos que fazem a alegria da rapaziada que curte esse gênero musical. É resultado da necessidade de se ter um veiculo de comunicação impresso que retrate e mostre o que de melhor está acontecendo.Oportuno agradecer o empenho de todos, principalmente, daqueles que nos apóiam e compartilham conosco seus conhecimen-

tos, dentro desse rit-mo que toma conta das tardes e noites de Belo Horizonte. Esse é o primeiro passo para nos capacitarmos e nos prepararmos para enfrentar o merca-do cultural. Nesse primeiro número buscamos resgatar tudo que marcou as coberturas do site fuisambar, músicos, promoções e artigos. Esperamos que desfrutem e recordem pessoas e momentos in-esquecíveis.Nosso principal objetivo é ter vocês como leitores,

fortalecendo e nos ajudando a melhorar as próximas edições. Nossa missão é fornecer um novo olhar de informação para os adeptos de ritmo que encanta o publico mineiro.

Uma boa leitura a todos!

Por: Flávia Nunes

um novo tempo Revista Fui Sambar é uma publicação informativa trimestral do site www.fuisambar.com.br Presidente: Junio Amaro Jornalista Responsavel: Flávia Nunes - 13788mg Projeto Gráfico, Arte e Diagramação: Junio Amaro | Revisão: Flávia Nunes, Efigênia Souza, Fernanda de Souza. Colaboradores: Ricardo Ricco, Tâmyris Tavares. Tiragem: 5.000

Contato / Publicidade: (31) 9481-9766 | 8556-8718

[email protected]

www.fuisambar.com.br

11 | ele é gente da gente!Netinho de Paula que esteve na terrinha do pão de queijo para prestigiar o show.

12 | o Que noS SepARA?Porque os grupos de pagode de Minas Gerais não se destacam como os do Rio e de São Paulo?.

13 | A SAbedoRiA divinA de um meStRe!

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Nossa missão é fornecer um novo olhar de

informação para os adeptos

de ritmo que encanta

o publico mineiro.

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6 Revista Fui Sambar

FS.: Quando começou seu interesse pela música? Qual sua formação mu-sical?RS.: Bom, desde Bebê tive contato com a música, pois minha mãe me nina-va ao som de um radinho de pilha. Assim crescendo e sendo influenciado pelo

meu pai que sempre foi bem eclético. Ganhei meu primeiro violão ainda criança, assim fui apren-dendo sozinho buscando informações em revistas e em um dicionário de acordes que me auxilia-ram.

entReviStA RAFA di SouZA

16 ANOSde estrada com

Rafa Di Souza

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FS.: Além de tocar, você também produz ou com-põe?RS: Sim. Participei dire-tamente na produção de grupos mineiros como: Um Gole a Mais, com a canção “Voltando pra casa”, Gru-po Desafio que era liderado pelo Pedrinho (Na Real) e também o Cassinho (Papo di Bakana).Já como compositor tenho algumas canções gravadas e sendo executadas nas na principais rádios de BH. São elas: “É só deixar rolar” que eu foi gravada pelo grupo Os Neguinhos, “É minha cara” gravada recepelo Grupo Vo-cação, “Não vem marolar” gravada pelo Papo Di Baka-na e “Malandro Nova Era” gravada pelo Magnatas do Samba.O trabalho de compositor vem dando certo e con-timuo trabalhando om músicos como: Guh Silva, Jota Pê (Grupo VPC) Melão e Fumaça (Os Neguinhos), Betinho Moreno e Juninho Sousa

FS.: Quais foram e ainda são as suas influências musicais? O que gosta de ouvir?RS.: Cresci ouvindo de tudo, mas a Black Music com cer-teza é a minha maior influên-cia. São eles: Earth,Wind and Fire, Kool and the Gang, Barry White, Michael Jack-son, Tower of Power...O ver-dadeiro funk e não poderia deixar de citar a música brasileira na voz de grandes

músicos como: Ed Motta e a Bossa Nova que também contribuiu para a minha cul-tura musical.

FS.: Qual música não pode faltar na roda de samba ou pagode que você participa?RS.: Em especial “Um lin-do sonho” do Grupo Fundo de Quintal.

FS.: Alguma banda marcou a sua adolescência?RS.: Foi o Grupo Kiloucu-ra. Os caras marcaram época, fazendo um pagode inovador, com harmonias e arranjos arrojados. Aqui-lo tudo era Maravilhoso, o Kiloucura foi um divisor de águas no pagode.

FS.: Como você avalia o samba e o pagode em nosso estado e cidade (tanto na questão técnica, letras, esti-los, evolução)?RS.: Nos últimos dez anos estamos tendo um avanço considerável na valori-zação dos artistas locais em relação ao público. Hoje

você pode escutar a música de uma banda local sendo executada na rádio, ou sen-do cantada em uma roda de samba. Isso é bom! As ban-das estão se profissionali-zando cada vez mais, bus-cando alcançar a qualidade de nível nacional. Agora falando em compositores temos grandes talentos, tais

como: Fabinho do Terreiro, Ricardo Barrão, Eduar-do Gatão, Evair Rabello, Cabral, Nonato. E também a galera da nova geração que esta vindo com toda força e com grandes com-posições como: Guh Silva, Cassinho, Thiago Fersan, Thiago Lisboa, Betinho Moreno, Juninho Sousa. Acredito que o que falta é mais incentivo do poder público pra cultura em nos-sa cidade

FS.: Quais os próximos pla-nos do Rafa de Souza den-tro da música?RS.: Hoje sou produtor mu-sical e violonista na Banda

Papo di Bakana e estamos com a carreira em ascensão. Vamos lançar em breve o 1º CD. Pretendo continuar na banda, tendo em vista que agora o trabalho está se consolidando.

FS.: O que a família signifi-ca para você nesse processo de formação?RS.: Sempre dei valor a Família e aprendi que é a base de tudo. Estou adoran-do à sensação de ser pai, estou curtindo muito junta-mente com a minha esposa Fernanda. Meu filho, Lucas Gabriel foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida e está me ajudando a amadurecer.

FS.: Deixe uma mensagem aqui para aqueles que son-ham em um dia trilhar esse caminho da música e para os nosso internautas do site fui sambar.

RS.: Primeiro agradecer a toda Equipe do Fui Sam-bar pela oportunidade. A galera que pretende ser um artista, primeiramente ame o que você faz, estude bastante. Acho que são os princípios básicos para se ter um futuro promissor. Abraço a todos os naveg-antes do Fui sambar, a gente se encontras nos sambas da vida, pois “ O show tem que continuar”.

Por: Junio Amaro

“Sempre dei valor a Família e aprendi

que é a base de tudo.

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GARotA Fui SAmbAR

A GAROTAFUI SAmbAR

Já ouviram provavelmente que a beleza é algo relativo, que como somos por den-tro é o que importa e até que a famosa frase “beleza não põe mesa”, é isso é

verdade! Mas que ajuda a abrir o apetite ninguém pode negar! Afinal, cá pra nós, é uma delicia sair por ai arrancando suspiros... E deixando admiradores e

admiradoras em êxtase!Amante convicta de um bom samba, a mineirinha Laila Palluza, garota Fui Sambar 2012/2013, parece cair como uma luva nesta

afirmação. Mesmo cha-mando a atenção por onde passa, a bela acredita que os valores como humil-dade, caráter e inteligência são elementos essenciais e ajudam a compor uma mulher de verdade. E pra acha que ele é só um corpinho bonito, e muito por sinal, se engana, pois a moça é prendada! Aos 26 aninhos, a escorpiana de personalidade forte é coor-denadora de logística com ensino superior completo em administração e mãe do pequeno Yago Gabriel, idade, com quem mora na região noroeste de Belo Horizonte.Infelizmente para os marmanjos de plantão interessados nessa flor, as notícias não são das mel-hores, ela está namorando e muito feliz, pois quando questionada sobre o homem ideal sua resposta foi conclusiva. “Cada mul-her sonha com um homem com as qualidades que ela define ser perfeitas ou não. Não existe pessoa perfeita e se existisse seria péssimo, né? Eu poderia falar todas essas coisas clichês sobre uma pessoa “perfeita”, mas homem perfeito e ideal pra

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mim é aquele que me faça feliz!”, afirmou Laila que há 0 anos namora o profissão/nome.Mesmo como um rotina tão corrida a Laila não abre mão de encaixar na agenda um tempo para se divertir e estar na companhia da família e dos amigos. No quesito ritmo musical, ela é eclética, gosta de pagode, sertanejo, MPB, pop e gos-pel; mas como já era de se esperar, o final de semana sem um samba de quali-dade nas melhores casas da cidade, não é o mesmo! E se tocar a música Fé em Deus, de Diogo Nogueira ou qualquer canção do grupo Raça Negra, banda marcou infância da Laila, fica tudo perfeito!Sonhadora e com uma fé indestrutível, a moça faz a todo instante profundas re-flexões sobre desejos e ide-ias, mas pondera que nada acontece sem uma forcinha lá de cima. “Eu sempre es-tou em processo de buscar, de novos sonhos, ainda há muito que fazer, seja no campo pessoal, sentimental ou profissional. Todos têm sonhos! Mas o que são os nossos sonhos diante de Deus? Por isso sempre

espero e confio em Deus”, afirma ela.

Boa leitora, a Garota Fui Sambar 2012/2013 se de-fine e encerra a entrevista com uma frase da autora Clarice Lispector. “É cu-rioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo”

Por: Efigênia SouzaFichA compLetA

Nome Completo:

Laila palluza moreira diasApelido: não tem

Idade: 26 anosEstado Civil: namorandoNascimento: 07/11/1987

Religião: católicaPrato culinário predileto: Strogonoff

Signo: escorpiãoTime: cruzeiro esporte clube

Sua maior qualidade? Sincera e guerreira.Seu maior defeito:

nervosaÍdolo: meu avô João

(in memoriam)beleza pra você é? coisa de dentro pra fora...

humildade e caráter

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Gente dA Gente

E o samba mineiro entra em destaque outra vez como lançamento do primeiro CD/DVD do grupo Black Samba. O grupo minei-ro com anos de estrada conquistou muitos fãns ao longo das apresentações nas casas de samba pela cidade. O evento aconteceu no Hard Rock Café, e contou com presenças marcantes, como a do sambista Netinho

de Paula que esteve na terrinha do pão de queijo para pres-tigiar o show. O cantor extremamente simpatico concedeu uma entrevista exclusiva para o site Fui Sambar. Vale a pena conferir…Fui Sambar: Netinho, o Rio de Janeiro e São Paulo são considerados berços do samba e do pagode no Brasil, o que você acha e pensa a respeito disso, como você vê hoje o samba e o pagode de Minas especificamente o de Belo Horizonte?Netinho: Isso não existe mais, ouve tempo em que era dificil encontrar uma pessoa que soubesse tocar um pandeiro, tocar um cavaquinho, tocar um contrabaixo, aqui se diferencia do samba do Brasil inteiro porque além de todo mundo saber tocar percussão, Minas tem uma caracteristica de metais que supera todos os outros estados e talvez se assemelhe a Olinda, portanto, não existe mais isso de São Paulo e Rio e acabou, Fundo de Quintal fez escola, Só Preto Sem Precon-ceito, Grupo Raça, depois veio o Raça Negra, o Só Pra Con-trariar, Negritude e hoje millhares de grupos, veio o Exalta Samba, o pessoal do Katinguelê, agente tem aí o Thiaguinho todo mundo aprendeu a tocar bem seu cavaquinho, a tocar bem o seu violão. O samba não pertence mais a estado nenhum, o samba é do povo brasileiro!

Fui Sambar: Os de Paula, quem são Os de Paula?Netinho: É uma mulecadinha ae! Vem pra tentar mostrar o

seu estilo, estilo diferente misturando o samba com o Black Music (musica negra norteamericana), uma negadinha que foi criada não no veneno como eu fui. Meus filhos tiveram uma condição melhor, mas tem a missão de levar a alto esti-ma de representar a galera do gueto, a periferia, juventude e a mulecada. Essa é a função deles!

Fui Sambar: Deixe uma mensagem para o publico do site fuisambar; essa galera que acompanha o seu trabalho des-de da época do Negritude Junior e toda a sua carreira solo, mande um alô para esse povo lindo que é uma galerinha nota 10.

Netinho: Quero mandar um abraços para todos vocês, agradecer demais dizer para você que o trabalho que é desenvolvido é muito bonito, é um trabalho que educa que leva mensagem e pedir para todos os grupos, pessoal que gosta de samba, saber conciliar o samba com a escola pra gente é muito importante ter um povo culto, não dar para viver só de samba, não dar pra viver sem, mas não dar pra viver principalmente sem educação.

Por: Junio Amaro

ele é gente da gente!

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O QUE NOS SepARA?

“Eu não tenho culpa de com-er quietinho,

no meu cantinho boto pra quebrar”. Mineiro é assim, quietinho, prestativo, come pelas beiradas. A tradição é essa, ficar no cantinho e querer ser reconhecido pela música que faz. Concursos para descobrir novos talentos é o que não falta! Sempre à procura de novos grupos, novas vozes para música que se desta-cam como bom vocalista ou pelo belo toque do bandeiro.Você se lembra de quem foi o ganhador do concurso nacional de pagode. Não,

Né?!? Normal que não se lembre, pois o vence-dor teve pouco espaço mesmo depois de vencer o concurso. Há 18 anos, Minas Gerais não importa grupos de pagode com destaque nacional. O último foi o Só Pra Contrariar, que veio de Uberlândia em 1993, com um pagode romântico. Depois disso, outros gru-pos também se destacaram em qualidade e talento. Mas esse destaque foi apenas para os olhos dos amantes do pagode, donos de bares e casas de shows. Grupos como Ty Kere, Nossa Kara, Dêliro, Os

neguinhos, e o próprio Black Samba continuam no anonimato para boa parte do Brasil. Essas são algumas das ban-das que, com seus ritmos, fazem sucessos nas rádios, bares da capital mineira, e ainda abrem shows de grandes sambistas como, Arlindo Cruz, Banda Rev-elação, Alcione, Fundo de Quintal, entre outros. Em 2009, o ex-apresen-tador Netinho de Paula, lançou um concurso a nível nacional para encontrar novos grupos de pagode. O evento teve 15 mil candida-tos e Minas Gerais foi o estado com maior número

de inscritos. A proposta do evento era divulgar o grupo, a banda vencedora teria o privilégio de fazer parte de um CD. Como não era de se espe-rar, quem levou a melhor foram os mineiros. O gru-po Black Samba venceu o concurso, mas não tiveram reconhecimento nacional. Mesmo depois de passado dois anos dessa conquista, o grupo continua tocando nas casas de shows por todo o estado mineiro.

Por: Fernanda de Souza Alexandre

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Versado numa ciência ou arte”, “homem de muito

saber”, “aquele que ensina”. Esses são alguns signifi-cados que se aplicam a palavra mestre de acordo com dicionário Aurélio. Considerando também o título concedido aos con-cluem o curso de mestrado, em que se estuda e conhece em profundidade uma área especifica, pode-se dizer que os mestres são dotados de grande sabedoria. Eles têm a missão generosa de passar para seus admira-dores e aprendizes tudo aquilo que sabem fazer de melhor.Agora, fugindo das reflexões sobre a língua portuguesa e falando de música que é a nossa especialidade não se pode esquecer o saudoso Vi-la-Lobos, e se tratando do cenário mineiro, mestre Jonas e os grandes artistas no qual falaremos mais a frente. Já imagina quem é o assunto em pauta? Sim, a expressão mestre cabe muito bem ao belo-hor-izontino Afonso Marra Filho, mais conhecido como Mestre Afonso, um exímio conhecedor do samba nacional.Esse visionário, espirituoso, bem humorado artista era dono de uma fé irrevogável que o fazia agradecer

todos os dias “pela honra e a glória” de ter nascido sambista. Um paradoxo não acha? Pois na verdade,

agradecidos às entidades divinas são aqueles que tiveram a honra de ouvir suas obras.

Mestre Afonso era também um amante do carnaval, passou por várias escolas de samba da capital mineira como mestre de bateria. Foram 50 anos de carreira, e deles 18 anos dedicados ao carnaval e 18 notas 10, o que originou o apelido de “sambista nota 10”. A receita de tanto sucesso? Técnica, um bom tema, um bom samba, muito ensaio e principalmente sentir a bateria como se fosse um coração pul-sando com toda a força e a garra de uma comuni-dade. E se a bateria era o coração de uma escola de samba, a comunidade para o mestre era o sangue que transpor-tava o oxigênio e nutrientes que mantinham esse corpo, ou seja, a escola, funcionando perfeitamente bem! Entre as principais agremiações mineiras que dividiram seu carnaval com ele, estão a Canto do Alvorada, Bem-Te-Vi e Cidade Jardim. Sem contar as suas andanças e atuações em terras cariocas e em escolas do interior do estado. Este gênio da música mineira acreditava na força das comunidades e no poder dos trabalhos socioculturais para o fortalecimento do carnaval belo-horizontino.O compartilhamento de

meStRe AFonSo

Afonso marra Filho, mais conhecido como mestre

Afonso, um exímio conhecedor do samba nacional

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experiência não parou. Nos últimos anos de vida atuou como colunista, palestrante e produtor dividiu por seis anos seu conhecimento quando colaborou com um programa musical aos domingos na rádio Itatiaia. E sua ligação com carnaval era tão forte que junto ao seu já parceiro Acir Antão, transmitiu os desfiles das escolas de samba de Belo Horizonte e chegaram a

ganhar o prêmio de melhor transmissão da folia mineira.

Conclusão: Não existe con-clusão para os sentimentos e não existe conclusão para uma história que não acabou, sua obra, seu legado é infinito! Mestres sentem amor por tudo àquilo que conhecem, mestres conhecem por que amam, mestres amam por

conhecem e por isso tem autoridade para ensinar e falar sobre. Mestre Afonso era mestre por que amava as pessoas, por que amava o carnaval e por que amava o samba!

Por: Fify Souza

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