revista dos bancários 33 - ago. 2013

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1 www.bancariospe.org.br DOS Bancários Revista Ano III - Nº 33 - Agosto de 2013 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco A CAMPANHA NACIONAL DOS BANCÁRIOS JÁ ESTÁ NAS RUAS. MAIS UMA VEZ, A MOBILIZAÇÃO SERÁ FUNDAMENTAL PARA PRESSIONAR OS BANCOS E GARANTIR QUE AS REIVINDICAÇÕES SEJAM ATENDIDAS

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Page 1: Revista dos Bancários 33 - ago. 2013

REVISTA DOS BANCÁRIOS 1

www.bancariospe.org.br

DOS BancáriosRevista

Ano III - Nº 33 - Agosto de 2013 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

A CAmpAnhA nACionAl dos BAnCários já está nAs ruAs.mAis umA vez, A moBilizAção será fundAmentAl pArA pressionAr

os BAnCos e gArAntir que As reivindiCAções sejAm AtendidAs

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2 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Opinião editorial

>>A Campanha Nacional dos Bancários deste ano está em sintonia com os protestos que tomaram conta do país em junho

A voz das ruas e avez dos bancários

DOS BancáriosRevista

Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00Fone: 3316.4233 / 3316.4221Correio eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Presidenta: Jaqueline MelloSecretária de Comunicação: Anabele SilvaJornalista responsável: Fábio Jammal MakhoulConselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Jaqueline Mello e João RufinoRedação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Sulamita EsteliamProjeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno LombardiFoto da capa: Montagem sobre foto de Beto OliveiraImpressão: NGE GráficaTiragem: 12.000 exemplares

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

ÍndiceCampanha nacional 2013

entrevista: Carlos Cordeiro

dia dos Bancários

especial: dia dos pais

teatro: mateus e Catirina

dicas de Cultura

Bancário artista

Conheça pernambuco

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Os protestos que agitaram o Brasil em junho serviram de inspiração para a mídia da Campanha Nacional dos Bancários deste ano, elaborada pelo Sindicato de Pernambuco e que está sendo utilizada pelos demais sindicatos do país. E o mote não poderia ser outro: “Vem pra luta!”.

A multidão que tomou as ruas há menos de dois meses lutou e obteve uma série de conquistas, como a redução das tarifas de ônibus em mais de 60 ci-dades e a derrubada da proposta de emenda constitucional que limitava os poderes de investigação do Mi-nistério Público (PEC-37), além de fazer com que a presidenta Dilma recolocasse na pauta a proposta de realização de um plebiscito sobre a reforma política.

Se a luta do povo rendeu frutos para os brasileiros, a luta dos ban-cários também pode ser vitoriosa.

Por isso é importante que cada funcionário nas agências e departamentos dos bancos se envolva nas mobilizações da Campanha Nacional, que já está nas ruas.

Mas não é só na arte da Campanha dos Bancários que está em sintonia com os protestos de junho. Além das reivindicações por melhores salários e condições de trabalho, a pauta dos bancários também tem as mesmas demandas que se viu nas ruas. Entre elas, as reformas política e tributária, o investimento de 10% do PIB na educação e de 10% do orçamento em saúde, o fim do Fator Previdenciário, por transporte público de qualidade, e pela rejeição do projeto de lei 4330, que precariza as relações de trabalho.

Também temos reivindicações que interessam a toda sociedade e estão diretamente ligadas aos bancos. Como a redução dos juros e tarifas, mais crédito e mais bancários para melhorar o atendimento. O Sindi-cato, inclusive, preparou uma cartilha para os clientes falando sobre essas demandas e convocando todos para participar desta luta, que não é só dos bancários.

Então, vamos todos à luta para que esta seja mais uma Campanha Nacional vitoriosa.

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 3

Capa Campanha nacional

Os bancários deram o pontapé inicial em mais uma Campanha Nacional. A pauta de reivindicações já está com os bancos e as negociações estão em andamento

BANCÁRIOS NA

LUTA

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4 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Mais uma vez, os bancários estão na luta por aumento real de salários, valorização do piso, em defesa do em-

prego e no combate às metas abusivas e ao assédio moral. A Campanha Nacional 2013 já está nas ruas

e as negociações com os bancos estão em andamento.

Mas, para garantir que esta seja mais uma Campanha vitoriosa, a exemplo dos últimos nove anos,

os bancários terão de lutar muito e mostrar aos bancos todo o seu poder de pressão.

“Só a mobilização será capaz de obrigar os bancos a atender nossas reivindicações”, ressalta a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. “Os bancários são uma das categorias mais organizadas e com mais direitos no Brasil. Mas nada veio de graça. Todas as nossas conquistas são fruto de muita luta e este ano não será diferente”, diz Jaqueline.

Entre as principais reivindicações para a Campanha 2013 estão o re-ajuste salarial de 11,93% (inflação

#vempralutaBANCÁRIO

É hora demostrar anossa forçaBancários têm de lutar e pressionaros bancos para garantir que asreivindicações sejam atendidas

Capa Campanha nacional

projetada do período mais aumento real de 5%), elevação do piso ao va-lor do salá-rio mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.860,21), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral (veja mais na página 6).

sAlário e empregoDe 2004 para cá, os bancários encerraram

todas as campanhas com aumento real de salá-rios, valorização da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e do piso, e com a incorporação de

novos direitos.No acumulado do período, a luta dos bancários

rendeu 85,3% de reajuste salarial, valor 16,2% acima da inflação. No piso, a valorização foi ainda maior: 116,2% de aumento, o que representa 35,6% a mais que a inflação.

Para Jaqueline, apesar da grande conquista que

os bancários obtiveram na úl-tima década com a valorização dos salários, parte deste ganho foi

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 5

perdido por conta da estratégia nefasta utilizada pelos bancos

com o emprego dos seus funcionários.

“O sistema finan-ceiro nacional tem se des-tacado quando o assunto é a

rotatividade no emprego. De tempos em tempos, os bancos demi-

tem os bancários que ganham melhores salários e contratam outros com ganhos menores. Isso

tem achatado os vencimen-tos dos bancários e diluído

o aumento real nos salários conquis-tados com

muita luta. É por isso que as nossas reivindicações sobre em-prego terão um peso muito grande nesta Campanha”, explica Jaqueline.

Dados levantados pelo Dieese (Departamento Inter-

sindical de Estatística e Estu-dos Socioeconômicos) mos-

tram que a remuneração média dos bancários hoje é menor que

em 2000. Há treze anos, o salário médio dos bancários

era de R$ 4.961,77. Em 2011, último dado disponível,

a remunera-ção média

caiu le-vemente para R$

4.743,59.

rendA Enquan-

to a remu-neração m é d i a

dos ban-cários segue estagnada, o lucro dos ban-

cos cresceu espantosos 128% de 2002 para cá. A parte conquistada pelos funcionários nesta lucratividade também caiu. Em 2002, os bancários ficavam com 43% do lucro, enquanto os acionistas abocanhavam 34%.

Em 2011, a parte dos funcionários caiu para 38%, enquanto a dos acionistas subiu para 40%.

“Hoje, um executivo da diretoria do Itaú ganha 234,27 vezes mais que

um funcionário recebe com o piso. No Santander, o executivo ganha 145,67

vezes o piso. E essa desvalorização dos bancários é inversamente proporcional ao aumento do trabalho nos bancos”, ressalta Jaqueline.

Considerando apenas um dos indica-dores de produtividade, cada bancário

abria 83 contas correntes em 1996.

Em 2011, eram 302 contas abertas por cada bancário. Isso mostra que o trabalho aumentou, mas a parte que o empregado recebe do lucro caiu.

Condições de trABAlhoMais do que salário, os bancários tam-

bém lutam nesta Campanha Nacional por melhores condições de trabalho. A falta de funcionários é gritante em todas as agências e departamentos dos bancos, o que tem sobrecarregado os empregados e obrigado os trabalhadores a realizarem horas-extras sistematicamente (horas que muitas vezes são burladas e não pagas pelos bancos).

“Só os três maiores bancos privados do país, o Itaú, Bradesco e Santander, somaram lucros astronômicos de R$ 15,905 bilhões nos primeiros seis meses deste ano. Mas eles continuam demitindo milhares de bancários. Juntos, eliminaram 5.988 postos de trabalho neste período, prejudicando não só o emprego dos ban-cários como o atendimento ao cliente”, diz Jaqueline.

Além de exigir mais contratações e o fim da rotatividade, os bancários

também lutam por outras reivindicações que visam melhorar as condições de

trabalho. Entre elas se desta-cam o fim das metas abusivas e do assédio moral.

“Só no ano passado, mais de 21 mil bancários foram afastados do trabalho com problemas de saúde. Cerca de 25% desses trabalhadores sofriam com transtornos psíquicos, que estão direta-mente relacionados à pressão diária pela venda de produtos e o ritmo estressante de trabalho. Outros 27% se afastaram em razão de lesões por esforços repetitivos (LER/Dort). Temos de lutar pelo fim das metas abusivas e do assédio moral porque eles estão acabando com a saúde física e mental

#vempralutaBANCÁRIO

Capa Campanha nacional

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dos bancários”, afirma Jaqueline.

unidAdeComo ocorre todos os anos desde

2004, a campanha dos bancários é uni-ficada, com os funcionários dos bancos públicos e privados lutando lado a lado pela mesma pauta de reivindicações, que é negociada na mesa da Fenaban. Mas os pontos específicos serão tratados em negociações à parte, que ocorrem para-lelamente com cada banco. As primeiras rodadas das discussões específicas com a Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste também já estão marcadas. Com os bancos privados, as negociações já estão ocorrendo.

moBilizAçãoMobilização. Esta é a palavra de ordem

para garantir mais conquistas na Campa-nha Nacional deste ano. E os bancários sabem que sem pressão as reivindicações

não saem do papel. “Historicamente nun-ca foi fácil negociar com os bancos. As instituições financeiras sempre tentam fechar um acordo rebaixado. Além de ignorar as reivindicações dos bancários, as empresas ainda tentam retirar alguns direitos já conquistados. Nos últimos anos, temos quebrado a intransigência dos bancos na mesa de negociações e garantimos grandes acordos graças à nossa mobilização”, explica Jaqueline.

A presidenta do Sindicato lembra que as greves têm fei-to parte de todas as campanhas dos ban-cários desde 2003. “Na última década, não há um ano sequer sem greve. Infeliz-mente, esta tem sido a única linguagem que os banqueiros

entendem. O Sindicato, como sempre, aposta nas negociações para solucionar os impasses. Mas os bancos têm dificul-tado os debates e todos os anos temos de ir à greve. Esperamos que para este ano as empresas tenham amadurecido e que as discussões sejam produtivas. Caso contrário, vamos parar novamente. Por isso, é importante que os bancários mantenham-se mobilizados desde já”, explica Jaqueline.

prinCipAis reivindiCAçõesREAJUSTE SALARIAL11,93% (5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%)

PLRTrês salários mais R$ 5.553,15

PISOR$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese)

VALES ALIMENTAÇÃO, REFEIÇÃO, 13ª CESTA E AUXÍLIO-CRECHE/BABÁR$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional)

MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHOFim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários

EMPREGOFim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que libera geral e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas

PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS (PCCS)Para todos os bancários

AUXÍLIO-EDUCAÇÃOPagamento para graduação e pós

PREVENÇÃO CONTRA ASSALTOS E SEQUESTROSFim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários

IGUALDADE DE OPORTUNIDADESContratação de pelo menos 20% de trabalhadores afrodescendentes

Capa Campanha nacional

A AgendA polÍtiCA dA CAmpAnhA nACionAlCombate ao Projeto de Lei (PL) 4330, que precariza as relações de trabalho

Reforma política, para democratizar o Estado

Reforma tributária, para corrigir as injustiças

Marco regulatório da mídia visando democratizar os meios de comunicações

Conferência Nacional do Sistema Financeiro

Investir 10% do PIB na educação

Investir 10% do orçamento em saúde

Fim do Fator Previdenciário

Transporte público de qualidade

ACompAnhe o diA-A-diA dA CAmpAnhA nACionAl em

www.BAnCAriospe.org.Br

jAqueline mello

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mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto. É por isso que a defesa do emprego é uma das principais bandeiras da Campanha Nacional deste ano. O setor que mais lucra na economia não pode continuar fechando postos de trabalho e concentrando renda da forma escancarada como faz hoje. Queremos o fim das demissões imotivadas e mais contratações para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes.

A luta contra o Projeto de Lei 4330, que escancara a terceirização do país, também faz parte da Campanha Na-cional deste ano. Os bancários serão muito prejudicados se este projeto for aprovado?

Estamos combatendo junto com a CUT e as demais centrais sindicais o PL 4330 que, se for aprovado, vai liberar a terceirização para todas as áreas, o que significa a possibilidade de terceirizar caixas e gerentes nos bancos. Não é à toa que o representante da Fenaban lidera a bancada dos empresários nas negociações da mesa quadripartite que discute o projeto. O substitutivo do deputado Arthur Maia ainda legaliza os correspondentes bancários. O Brasil vai virar um país de trabalhadores terceirizados se o PL for aprovado.

Como está a mobilização dos bancários para esta Campanha?Os bancários estão mais mobilizados que na greve do ano passado, inclusive pelo momento

em que estamos vivendo. Esta Campanha não será apenas por questões corporativas, vamos lutar contra o PL 4330 da terceirização e por toda a pauta colocada pelas centrais sindicais. Também batalharemos pelas reformas que o país precisa, sobretudo a política e a tributária. E, claro, vamos continuar lutando pela realização da Conferência Nacional do Sistema Fi-nanceiro, pois temos de discutir que bancos queremos para o país.

E quais as expectativas para a Campanha?A conjuntura é favorável para a Campanha dos bancários por conta dos balanços dos

bancos. Os resultados são invejáveis, com aumento dos lucros e rentabilidade na casa dos 18%, acima dos outros setores da economia e do sistema financeiro internacional. Agora, precisamos lutar para que os bancos atendam nossas reivindicações. Como diz o slogan da Campanha deste ano: “vem pra luta bancário, vem pra luta bancária!”

Entrevista Carlos Cordeiro

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf--CUT), Carlos Cordeiro, tem

uma difícil missão nas próximas semanas. Como coordenador do Comando Nacional dos Bancários, ele será um dos responsáveis pelas negociações com os bancos sobre as demandas dos funcionários para a Campanha deste ano. Nesta entrevista, Carlão, como é conhecido, fala sobre as perspectivas e desafios da Campanha.

O que você pode destacar da pauta de reivindicações dos bancários para a Campanha deste ano?

Como sempre, queremos a valorização dos salários e do piso. Mas a garantia de em-prego e a melhora das condições de trabalho também estão entre os pontos principais. Os bancários não aguentam mais as demissões, o assédio moral e as metas abusivas. Não podemos admitir que nossa categoria conti-nue adoecendo física e psicologicamente por causa dos bancos.

As demissões, a rotatividade e a terceiri-zação estão entre os principais problemas enfrentados pelos bancários hoje. Isso tem impacto também nos salários, não?

Sim, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam demitindo traba-lhadores e empregando a rotatividade para reduzir os salários. Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso desde 2004, a média salarial da categoria di-minuiu neste período. Esse é o mais perverso

Na luta por umbanco mais justo

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8 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Dia dos Bancários memória

Você que dá duro, cotidianamente, merece, ao menos, um dia de refresco. A gente sabe disso e, então, o Sindicato prepara grande festa para o sábado, 31, no Clube de Campo, em Aldeia. É a

celebração do Dia dos Bancários, fixado em 28 de agosto, que, como sempre acontece, permeia mais uma Campanha Nacional para renovação da Convenção Coletiva da Categoria.

A Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Sindicato - que organiza o evento pela entidade – adianta que não faltarão música ao vivo, chopp e muita alegria. Então, melhor seguir a recomendação do secretário Adeílton Filho, e reservar espaço em suas agendas para a celebrar a data da categoria: “Afinal, o bancário trabalha duro o ano inteiro, nada mais justo do que comemorar o dia dedicado aos trabalhadores do ramo”, acentua o diretor.

O 28 de agosto lembra o início da maior greve da história dos bancários, em 1951, quando os trabalhadores da área pararam 69 dias por melhores salários e condições de traba-lho. Dentre outros pontos, reivindicavam aumento salarial de 40%, piso profissional e adicional por tempo de serviço. As conquistas foram parciais. Entretanto, o movimento colocou em xeque a Lei de Greve do governo Eurico Gaspar Dutra, e inaugurou nova era para a organização dos trabalhadores. Inclusive, serviu para impulsionar a criação do Dieese (De-partamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeco-nômicos), órgão de assessoramento das entidades sindicais.

“A greve de 1951 é um marco na história de luta e mo-bilização dos bancários e dos trabalhadores do Brasil. Os grevistas foram duramente reprimidos, enfrentaram e su-peraram a truculência da polícia, foram agredidos e presos, mas obtiveram conquistas importantes”, sublinha Jaqueline Mello, presidenta do Sindicato.

Fique atento ao sítio eletrônico do Sindicato para garantir seu convite para a festa e aproveitar a tranquilidade e as opções de lazer do Clube de Campo dos Bancários.

Um dia pra vocêFesta para celebrar o Dia dos Bancários será em 31 de agosto, no Clube de Campo

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Especial dia dos pais

A doce alegria de ser pai

Dois jovens bancários que planejaram cuidadosamente o nascimento dos filhos contam suas aventuras como paisde primeira viagem

Thiago Cordeiro, bancário do Bradesco há nove anos e casado há quatro, sempre teve vontade de ter um filho.

Mas não tinha coragem. O casal sempre achava que não era o momento ideal. Ítalo Cavalcanti, bancário do Itaú há nove anos e casado há dez, também adiou durante muito tempo a decisão

da paternidade. Era preciso concluir a faculdade. Era preciso terminar de pagar o apartamento.

Hoje, ambos esbanjam alegria com seus primeiros bebês. Maria Aline, de um ano e dois meses, e Ítalo Filho, 10 meses, são filhos de quem planejou cuida-dosamente a tarefa de ser pai. E, por isso, a executa com zelo, compartilhando responsabilidades.

Thiago faz questão de dizer que vive, hoje, o melhor momento de sua vida: seja a afetiva, na profissão ou na família. Aline, a filhinha, tem um lugar importante nesta felicidade. E, para deixar ainda mais alegre este superpai, adivinhe qual foi a primeira palavra pronunciada pela pequena? - Papá.

Maria Aline é uma criança muito tranquila. Nunca precisou ir à emergência. Nunca deixou os pais acordados durante uma noite inteira. Acordava nos primeiros meses, quando estava apenas mamando. E, ainda que amamentar fosse uma tarefa materna, Thiago fazia questão de estar junto.

Com Ítalo, a história é parecida. O pai estava ao lado da mãe a cada vez que ele acordava. A diferença é que o garotinho acordava muito mais que Aline. “Nos primeiros meses, era de duas em duas horas. E, hoje, ele ainda acorda de três a quatro vezes por noite”, conta o papai. Quando ainda mamava, ambos acordavam, mas o bebê não queria conversa com o pai. Agora, o primeiro que ouvir o cha-mado, levanta para atendê-lo. “Geralmente sou eu, que tenho o sono mais leve”, conta o bancário.

Italozinho já engatinha a casa inteira e se prepara para dar os primeiros passinhos. “É trabalhoso, mas é muito bom ser pai. Se soubesse, tinha sido há mais tempo. Meu filho é fantástico”, diz o pai. >>

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10 REVISTA DOS BANCÁRIOS

responsABilidAdes CompArtilhAdAs

Thiago e Ítalo acompanharam cada etapa da paternidade. Estavam com a companheira em cada exame pré--natal. Entraram com elas na sala de parto. Acordavam, e acordam, a cada choro do bebê. Deram juntos o primeiro banho, e outros mais. Dividem respon-sabilidades. “Quando a gente sai pra trabalhar, minha sogra fica com Aline. Como eu chego mais cedo em casa, fico brincando com ela no playground do prédio”, conta Thiago.

No caso de Ítalo, o bebê fica no berçário enquanto os dois trabalham, ambos como bancários. As ativida-des são quase todas compartilhadas. “Quando é pra fazer uma mamadeira de leite, tanto eu quanto a mãe podemos fazer. Mas alimentação mais sólida

eu não sei preparar. Então, fico brin-cando com ele enquanto ela prepara a comida”, diz.

Thiago já sabe decoradas as músicas da Galinha Pintadinha e Patati Patatá. Ítalo adora passear com a esposa e o filhinho na Parque da Jaqueira. Juntos, eles também vão à praia. Mas o peque-no Ítalo ainda não tomou seu primeiro banho de mar. “Eu sou o mais medroso, o que diz: - é melhor ainda não...”, confessa o pai.

Thiago e Ítalo são exemplos de que a cultura da paternidade, aos poucos, começa a mudar. Que a tarefa de cuidar das crianças já não é mais vista apenas como função materna. O problema é que para que, de fato, a cultura mude, as leis e políticas também precisam acompanhar este processo. E esta é uma luta antiga do Instituto Papai.

desejo, direito e Compromisso

O Instituto surgiu há 16 anos, a partir da constatação de que o enfoque das políticas públicas voltadas à questão da gestação na adolescência era sem-pre voltada às meninas. “Não havia lugar para o jovem pai - na rede de saúde, nas leis, nas políticas públicas. Ele nunca era escutado”, conta Sirley Vieira, que integra a equipe pedagógica da entidade.

Hoje, o grupo continua trabalhando com os jovens a questão do planeja-mento familiar e da paternidade, mas incorporou outros temas, como saúde sexual e reprodutiva, diversidade sexual e prevenção à violência.

Além do trabalho com os jovens, o grupo realiza várias campanhas, a exemplo da “Paternidade: desejo, direi-

Especial dia dos pais

ÍtAlo: “É trABAlhoso, mAs É muito Bom ser pAi. se souBesse, tinhA sido há mAis tempo”

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to e compromisso”. Lançada todo ano no mês dos pais, ela busca envolver os homens em questões relacionadas ao cuidado e fazê-los refletir sobre a pa-ternidade enquanto direito da criança, da mulher e do próprio pai; enquanto compromisso e responsabilidade com o filho; e enquanto ação que está inserida no campo do desejo. Ou seja, é possível ser feliz não sendo pai, mas a paterni-dade também traz benefícios para o homem e é preciso refletir muito sobre o real desejo de se ter um filho, antes de dar um passo adiante.

Outra campanha do Instituto, “Dá licença, eu sou pai” propõe a ampliação

da licença-paternidade. “A lei reflete esta ideia equivocada de que cuidar é coisa apenas de mulher. A nossa luta é para que a licença-maternidade seja uma licença-parental, para mãe e pai. Mas, como sabemos que esta é uma luta mais longa, queremos, pelo menos, que a licença-paternidade seja estendida para 30 dias”, afirma Sirley.

A negação do lugar do pai não apa-rece apenas na lei. De acordo com a Lei Federal N° 11.108, o SUS (Sistema Único de Saúde) é obrigado a permitir a presença de um acompanhante, junto com a mulher, durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato. O acompanhante

deve ser indicado pela mulher. Contudo, há muita resistência das instituições de saúde e dos profissionais em fazer cum-prir esta lei. A resistência é ainda maior no caso do acompanhante ser o pai.

Por conta disso, o Papai lançou a cam-panha “Pai não é visita”. “Há dois anos, fizemos um levantamento e nenhuma das maternidades da rede pública no Recife permitia ao pai ser acompanhan-te”, conta Sirley. E completa: “A gente percebe que, hoje, já se fala mais aber-tamente neste lugar do homem como cuidador. No entanto, ainda há muito a avançar. E as leis e políticas públicas precisam garantir este avanço”.

Especial dia dos pais

thiAgo já sABe deCorAdAs As músiCAs dA gAlinhA pintAdinhA e pAtAti pAtAtá

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12 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Imagine entrar no teatro e se deparar com um casal discutindo a relação, ali, diante de todos! Pois é isso que fazem Mateus e Catirina - ou seria

Catirina e Mateus ? - na comédia 25 Anos de Muganga, que comemora as bodas de prata da dupla rememorando os bons momentos e, por assim dizer, lavando a roupa suja em público. Claro, têm pro-porcionado boas e fartas gargalhadas em

25 Anos de Muganga

turnê pelo Brasil.A saga da dupla mais hilária na tradição de cultura popular nordestina já fez rir o

público de Cuiabá (MT) e Natal (RN) e, agora em agosto, deve chegar a Mossoró, também no Rio Grande do Norte. Por ironia, a parceria do casal de personagens, que nasceu no Recife, e há duas décadas e meia faz sucesso em todo Pernambuco, ainda não conseguiu pauta nos teatros da capital para celebrar com os conterrâneos. Sequer para uma única apresentação, como de resto tem acontecido na turnê.

“A falta de teatros é coisa séria, não só por aqui, mas o espetáculo só tem nos dado alegria”, observa José Brito, que forma com Ivan Leite a mais duradoura das parce-rias de Catirina, personagem que incorpora desde o início dos anos 80: “Sou o sétimo

Teatro mateus e Catirina

Os atores José Brito e Ivan Leite celebram no palco o casamento do humor com coisa séria

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Mateus. É pra você ver como Catirina é raparigueira...”, brinca Ivan.

O encontro não foi obra do acaso, mas a estreia se deu em “voo cego”, num impro-viso que caracteriza as apresentações da dupla, ainda hoje, complemento indissoci-ável do roteiro. O convite veio de Alberto Braynner, ator e bailarino. Era o Mateus, então - e agora é produtor do grupo, há seis anos organizado na MC Produções, que hoje emprega 40 atores e tem outras cinco pessoas na linha de produção (www.mcproducoes.com).

“Ele queria voltar a dançar, me sondou se toparia assumir o personagem e me convidou para assistir o espetáculo que faziam numa casa chamada Delírios & Delícias, na Ilha do Retiro. Cheguei mais cedo, para ser apresentado ao Brito, e então o Braynner disse: ‘Tem espetáculo, estou afônico e tu vai fazer...’ Argumentei que não sabia o texto, e ele disse que ‘era só muganga, improviso’ e que ele sopraria para mim e o Brito ajudaria... Entrei assim, de turista, com a Catirina me corrigindo em cena, quando eu dava uma informação errada. Funcionou. Daí que, até hoje, a Catirina é bem informada e o Mateus é burro”, conta Ivan.

O espetáculo chamava-se “Era Assim Hoje”, e nascera alguns anos antes com o Grupo Retornança de dança e teatro dirigido por Deise Caraciolo. Agregava performance e danças tradicionais como caboclinho, coco e maracatu. “Entre uma apresentação e outra, entrava Mateus e Catirina, para preencher espaço. A du-pla se destacou e passou a ser chamada para apresentações-solo. Era assim no Delírios & Delícias, cujos donos, olha só que coincidência, eram ex-bancários”, explica Brito.

teAtro dos BAnCários fez esColA

Um mergulho no tempo, entre risos e emoções explícitas. Bate-papo que remete, necessariamente, aos tempos de fundação do Teatro dos Bancários, cenário

de reuniões e mobilizações da categoria, de embates políticos fecundos e de ma-nifestações culturais de todos os matizes.

José Brito, ex-bancário do Banorte, foi assessor cultural do Sindicato do fim dos anos 80 até o início dos 2000. Tempos de criação do Teatro dos Bancários, com-preendido como espaço físico, na sede, mas ferramenta móvel e estratégica das campanhas da categoria, na rua e agências bancárias do Recife e região. Fez escola.

“Inauguramos o teatro da sacada – eu, o Marcos Pereira (presidente do Sindicato na gestão 1988-91) e Jackeline Ruiva (Oliveira, secretária de Cultura da épo-ca). O Sindicato inovou as campanhas salariais, usando os esquetes teatrais para satirizar as condições de trabalho dos bancários e protestar contra os banqueiros. Depois todos os sindicatos, do campo da CUT, passaram a usar o teatro em suas respectivas campanhas. Faltava dia pra tanta agenda e a imprensa passou a se referir a Mateus e Catirina como ‘arroz de festa”, lembra Brito.

A química entre os atores brota da origem e vivência de cada um. Brito é recifense, Ivan é de Barreiros, no interior. Cada qual transfere para o personagem ca-racterísticas de suas raízes e experiências

de vida: “Eu coloco em Catirina várias pessoas da minha família. Ela tem muito da minha mãe e a relação com o Mateus é muito parecida com o relacionamento de pai com mãe. Nos orgulharmos de fazer rir sem nunca usarmos qualquer palavrão. A gente incorpora, verdadeiramente, os personagens, a ponto de, quando eu, por exemplo, dou um baile não sou eu, é a Catirina”, observa Brito.

Cuidadosos com a responsabilidade da imagem, Brito e Ivan se recusam a usar Mateus e Catirina para identificação polí-tica: “A gente acha que o ator pode até em-prestar sua imagem, mas os personagens não podem estar ligados a A ou B. A única vez que fizemos como personagem foi para a campanha dos bancários”, afirma.

As causas sociais são exceção, e o grupo se prepara para abraçar mais uma, como parte da celebração da longevi-dade da dupla. Dia 10 de agosto lança o Projeto Cidadão Modelo, com cinco módulos sobre bulling, drogas, meio ambiente e lixo pessoal, sexualidade. No Clube 17, na Avenida 17 de Agosto, em Casa Forte, Zona Norte do Recife. “É uma forma de retribuir toda a alegria que Mateus e Catirina sempre nos trou-xeram”, ecoa a dupla.

Teatro mateus e Catirina

A duplA fez esColA nAs moBilizAções dos BAnCários

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Cultura dicas

documentaisOrganizado por Schneider Carpeggiani e

com projeto gráfico de Hallina Beltrão, o livro “Documentais – desencontros, lembranças e testemunhos” reúne 32 textos escritos por al-guns dos maiores cronistas brasileiros da atu-alidade. Entre eles estão Raimundo Carreiro, Ronaldo Correia de Brito, Xico Sá, Ricardo Lísias e Fabrício Carpinejar.

ConfiteorCom seu quarto livro de contos, “Confi-

teor”, o escritor Césare García adentra a alma humana com fina ironia. São 19 contos e te-mas como a paternidade e a maternidade; o ca-samento; a busca de um sentido para a vida; os conflitos morais e os enganos trágicos. Uma mistura de desencanto e bom humor em 123 páginas.

LITERATURAr e C o m e n d A d o s

No dia 23 de julho, a sanfona do mestre Dominguinhos calou. Internado desde o final do ano passado, ele nos deixou aos 72 anos. Seu último show foi realizado no dia 13 de dezembro, na terra de Luiz Gonzaga, como parte das comemorações do centenário do rei do baião. Um ano antes de deixar esse plano, Dominguinhos dera entrevista à Revista dos Bancários, na edição de junho de 2012. Não falou sobre o câncer de pulmão,

contra o qual lutava há seis anos. Falou sobre sua iniciação musical, ainda criança; sobre a relação com Luiz Gonzaga; sobre sua trajetória e seu percurso pelos diversos ritmos; seu medo de avião e suas preferências musicais.Esbanjou bom humor e simpatia. Para ler a entrevista, acesse http://www.bancariospe.org.br/revista_bancarios_aparece.asp?codigo=168

Adeus, dominguinhos!

música nas igrejas e praças de olindaA Mimo (Mostra Internacional de Música de Olinda) já

divulgou sua programação deste ano. A partir do início de se-tembro, as igrejas e praças da cidade mostram o que há de me-lhor na música. Entre as atrações programadas estão Gilberto Gil, Jards Macalé, Nelson Freire, Raul de Souza, Fortuna, Ibrahim Maalouf, Omas Sosa, Isaac Karabtchevsky e Nou-velle Vague. Há também mostras de cinema, cursos, debates e exposições. A Mimo ocorre de 5 a 8 de setembro, com acesso gratuito. Confira os detalhes em www.mimo.art.br.

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Cultura Bancário Artista

Artes musicais e marciais

de heavy metal. Fazíamos muita zoada...”, lembra.O grupo dispersou, mas cada um continuou se aperfeiçoando. Wilker manteve as aulas

de música e também descobriu muita coisa sozinho. Enveredou pelo blues e, junto com os amigos, criou a banda Blues Men, que chegou a se apresentar em algumas casas de show.

Depois de mais um bom tempo de afastamento, os antigos parceiros se reencontraram recentemente e voltaram a tocar juntos, desta vez dando preferência ao rock dos anos setenta. Uma apresentação já está prevista para a segunda semana de agosto, mas o grupo ainda espera a confirmação do lugar. Portanto, convém acompanhar no site do Sindicato a divulgação do evento (www.bancariospe.org.br).

Wilker é bancário há 18 anos, sempre no HSBC. E não tem dificuldades em conciliar as atividades. Pelo contrário. “É uma válvula de escape. A gente convive no banco com uma rotina pesada, de muita pressão e muitas metas, sobretudo na área comercial. A arte me garante o equilíbrio”, afirma.

wilker BezerrA

Desde seis anos de idade, o karatê faz parte da vida de Wilker Be-zerra, bancário do HSBC. As artes marciais, que há 31 anos

o acompanham, se misturam à sua vida e à sua personalidade. “Tenho uma relação muito intensa com o karatê. Eu perdi meu pai muito cedo e as figuras masculinas que são referência para mim são meus professores de karatê”, conta.

Faixa preta, campeão brasileiro e colecionador de títulos, Wilker dá aulas desde os 18 anos. Já passou por várias artes marciais, mas não esconde sua preferência. Segundo ele, existem duas vertentes do karatê: uma mais voltada aos desportos e combate; outra mais artística e filosófica, que busca o conhecimento interior e aperfeiçoamento do caráter. É justamente esta última, o “karatê-do”, a sua preferida. “Trabalhamos com o equilíbrio da respiração e da energia, que a gente chama de ki”, explica.

Quem o vê falar desta forma, imagina uma pessoa sempre calma. Mas, como conta o próprio Wilker, já aos 12 anos, sua mãe tratou de colocar o filho para aprender música para mantê-lo em alguma ocupação, porque ele era “muito treloso”.

O garoto começou estudando violino mas, aos 17 anos, largou o instrumento pela guitarra e enveredou pelo rock. “No começo, meus pais chiaram. Reclamavam das roupas que eu usava, diziam que pa-recia um urubu... reclamavam do barulho que a gente fazia na garagem. Na época, o negócio era imitar as bandas americanas

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Turismo Conheça pernambuco

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Agosto é o mês ideal para visitar Taquaritinga do Norte, a Dália da Serra, a apenas 186 quilô-metros do Recife. É quando

a pacata cidade do Agreste Setentrional realiza a Festa das Dálias, desde 1999 in-serida no roteiro do Festival Pernambuco Nação Cultural, antigo Circuíto do Frio. É tempo, ainda, de curtir temperaturas baixas, que no inverno é de 15º C, em mé-dia, podendo chegar a 9º C à noite, além da natureza pródiga da região.

Este ano a festa acontece de 9 a 13 de agosto, e tem programação diversificada, que inclui oficinas culturais e espetáculos de música. O evento é uma parceria do Go-verno do Estado e da Prefeitura Municipal.

A Dália da SerraNos jardins de Taquaritinga do Norte, dentre todas as espécies, reinam as dálias de di-

ferentes modalidades. Encontraram no clima e na fertilidade do solo local condições propícias para florescer. Daí o apelido carinhoso, atribuído, segundo consta, a partir dos anos 60 do século passado. Curiosamente, não há exploração econômica do cultivo da flor, a exemplo do café orgânico da espécie arábica típica, raridade introduzida ali ainda em 1727.

“Não sei por que, mas o fato é que não se pensou no cultivo comercial das dálias antes. Mas é assunto que nossa secretaria pretende levar a exame da administração”, afirma Magda Lucélia Lopes Reis de Lima, secretária de Turismo do município. Se-gundo ela, os turistas reclamam da falta de oferta comercial de mudas.

Além da beleza das praças e jardins, a topografia acidentada da Dália da Serra é ambiente ideal para a prática do turismo de aventura e de esportes radicais. Destaque para a Serra da Taquara, ponto mais alto de Pernambuco, e onde está a Rampa do Pepê, onde se realiza torneio anual de voo livre.

Há o circuíto de motocross e trilhas para atender andarilhos que não sobrevivem sem uma boa caminhada. Dentre as várias opções de passeio, há o Mirante do Cruzeiro e o Gravatá de Ibiapina.

Tranquilidade, cultura e aventura esperam por você

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