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GOIÁS INDUSTRIAL ENtREvIStA “Brasil não pode mais adiar a reforma tributária”, declara Armando Monteiro ANO 56 # 227 maio 2009 Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás

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GOIÁSINDUSTRIAL ENtREvIStA

“Brasil não pode mais adiar a reformatributária”, declara Armando Monteiro

ANO 56

# 227maio 2009

Revista do Sistema Federação dasIndústrias do Estado de Goiás

de somente dois dias e, nos Estados unidos,de seis dias. No ambiente de negócios de181 nações, o Brasil ocupava a 125ª posição,seis lugares abaixo da que mantinha em2006, à frente apenas do Equador, da Bolíviae Venezuela, na América latina.

Assim, nosso País requer umasimplificação ampla das normas em vigor,com o estabelecimento de puniçõesseveras para o descumprimento das novasregras. São necessários processos ágeis,rápidos e transparentes em todas as áreas,inclusive no Judiciário.

Quanto mais participantes tivermosnessa cruzada, mais estaremos ajudando amelhorar o ambiente dos negócios no Brasil.E isso não pode demorar mais.

3GOIáS INduSTrIAl

instruções normativas, etc) e legislativos(projetos de lei).

Por iniciativa da Federação dasIndústrias do Estado de Goiás, acampanha será agora reforçada eampliada com a realização de semináriosregionais e participação de especialistas,acadêmicos, representantes do setorpúblico e da iniciativa privada. Seu foco:formatar um documento propondodesburocratização em todos os níveis,capaz de extirpar normas excessivas eexigências descabidas, para facilitar a vidadas empresas e das pessoas físicas.

Segundo o Instituto Brasileiro dePlanejamento Tributário (IBPT), dapromulgação da vigente Constituição,em outubro de 1988, a igual mês doano passado, mais de 3,7milhões de normas forameditadas pelos governosfederal, estaduais e municipais.Os municípios foram oscampeões da burocratização,responsáveis por quase 70%delas. No total, 6,36% dessasnormas dizem respeito a matériastributárias.

Pelos estudos da InternationalFinance Corporation (IFC), doBanco Mundial, em 2008, aabertura de um empreendimentono Brasil demorava, em média, 152dias. Na Austrália, esse tempo era

Paulo Afonso Ferreirapauloafo [email protected] rg.br

A principal matéria desta ediçãomostra aspectos surpreendentes do malque a burocracia faz ao Brasil,emperrando seu desenvolvimentoeconômico e social.

Não basta mostrar o erro, éessencial indicar como removê-lo, porisso a Confederação Nacional daIndústria se desdobra no esforço desensibilizar o Poder Central para aadoção de medidas capazes de, pelomenos, diminuir os impactos negativosdessa realidade que se agrava ano a ano,dificultando a operação das empresas,desviando recursos produtivos paraáreas não-produtivas e incentivando ainformalidade.

A CNI criou o Projeto Corte aBurocracia (www.cni.org.br), lançadoem junho do ano passado, durante oFórum Nacional da Indústria. Seuobjetivo é apresentar soluçõesconcretas aos Poderes constituídos e àsociedade para os problemasenfrentados pelo setor produtivo,decorrentes de normas e regulamentosque burocratizam demasiadamentenossa atividade econômica.

Com base nas sugestões recebidasde todos os setores, teremos assugestões de medidasinfraconstitucionais que poderãoaperfeiçoar atos administrativos(decretos, resoluções, portarias,

O mal que a burocracia faz ao Brasil

palavra do presidente

O País requer simplificação ampla das normas, com o estabelecimento de punições severas para o descumprimento das novas regras

CApA26 Estimativas do instituto Brasileiro de planejamento tributário(iBpt) indicam que os excessos da burocracia consomem, todos osanos, alguma coisa próxima a r$ 38 bilhões. isso representa 1,5% dofaturamento das empresas, que são obrigadas a despender 2.600horas por ano, mais de 108 dias apenas para lidar com obrigaçõestributárias acessórias. por sugestão da Fieg, a Confederação nacionalda indústria (Cni), em parceria com outras federações regionais, vaipatrocinar uma campanha para retirar a economia do atoleiro depapéis em que foi enredada nos últimos anos.

índiceCOnStruçãO Civil22 Os programas Minha Casa, Minha vida, do governofederal, e Moradia Digna, a ser implantado numa parceriaentre a união e o governo estadual, deverão injetar naindústria da construção goiana algo perto de r$ 3 bilhõesentre 2009 e 2011. na verdade, não há prazos fixos, mas asmetas daqueles programas preveem a construção de 50mil moradias, preferencialmente para famílias com rendade até três salários mínimos. Apenas o pacote da habitaçãolançado em abril pelo governo federal deverá representar acriação de 50 mil empregos em Goiás, estima roberto EliasFernandes, presidente do Conselho temátic deinfraestrutura da Fieg.

Domingos SávioGomes de Oliveira,

diretor-tesoureiro daFieg e um dos líderes

da campanha contra osexcessos da burocracia

GOiáS MOStrAMODA40 Depois de 16 anos fora dacomunicação, a indústriagoiana de vestuáriomovimenta-se para realizar aGoiás Mostra Moda, destinadaa atrair compradores eprodutores de moda daqui ede fora, designers renomados,revendas e atacadistas. A feira,a ser realizada entre os dias 23e 26 de junho, é umapromoção do Sindicato dasindústrias do vestuário doEstado de Goiás (Sinvest), emparceria com Fieg, Sinroupas,Sebrae, Senai, Senac,Secretaria de indústria eComércio do Estado, Agicon,universidades Estadual eFederal de Goiás, universo eassociações de lojistas dasAvenidas 85 e Bernardo Sayãoe do Shopping Flamboyant.

AGEnDA MuniCipAl11 A Federação das indústriasdo Estado de Goiás (Fieg) e aCâmara de Goiânia pretendemreeditar a experiência quepropiciou a reformulação doplano Diretor de Goiânia. Asduas instituições começam adedicar esforços para construira Agenda Municipal legislativa,que deverá incluir temas queconciliem os interesses maioresda cidade e o desenvolvimentodas atividades produtivas.

EntrEviStA8 O país precisará, agora mais do que nunca,de realizar uma reforma tributária quemodernize e simplifique o sistema decobrança de impostos, alinhando a economiabrasileira às mais desenvolvidas do mundo,defende o presidente da Cni, ArmandoMonteiro neto. A reforma, argumenta, vaipreparar a economia brasileira para opróximo ciclo de crescimento, que virá, maisdia, menos dia, na sequência da crise que hojefragiliza os maiores mercados globais.

COrAçõES DE OurO44 Em noite memorável, ogovernador Alcides rodrigues e aprimeira-dama raquel rodriguesrecepcionaram, nos salões dopalácio das Esmeraldas, a noitedos Corações de Ouro, eventopromovido pela Mineração SerraGrande, joint-venture daAngloGold Ashanti e Kinross, emparceria com governo estadual,Fieg, Organização das voluntáriasde Goiás (OvG) e a OrganizaçãoJaime Câmara. Durante o jantarbeneficente, quando foramapresentadas as joias da coleçãoAuDitiOnS, atingiu-se umaarrecadação próxima a r$ 1milhão, destinados ao Setor detransplante de Medula Óssea(StMO) do Hospital Araújo Jorge(HAJ), da Associação de Combateao Câncer em Goiás (ACCG).

SESi/SEnAi14 literalmente sobre rodas, Sesi eSenai, instituições do Sistema Fieg,conseguem estender ao interior deGoiás sua política de formação ecapacitação de profissionais e suasações de responsabilidade einserção social, suprindo demandasdo mercado em geral e deempresas como a MineraçãoMaracá (foto) no norte do Estado.no ano passado, o Sesi atendeu a490 indústrias, em 73 municípiosgoianos, levando, por meio deunidades móveis e fixas, tratamentoodontológico, atividades esportivase culturais, cursos de educaçãoalimentar, prevenção em saúde esegurança no trabalho, sempre emparceria com seus clientes.

direção

José Eduardo de Andrade Neto

Coordenação de jornalismo

Joelma Pinheiro

Edição

lauro Veiga Filho

Subeditor

dehovan lima

reportagem

Andelaide Pereira, Célia Oliveira,

Geraldo Neto, débora Orsida,

Jávier Godinho

Colaboração

Welington da Silva Vieira

Fotografia:

Sílvio Simões

Projeto gráfico

Wesley Cesar

diagramação e produção

Clarim Comunicação e Marketing

rua S-6 nº 129, Sala 01,

Setor Bela Vista

(62) 3242-9095

www.clarimcomunica.com.br

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Superintendência da Fieg

(62) 3219-1470

(62) 3219-1720

Fotolito e impressão

Gráfica Kelps

As opiniões contidas em artigos assinados são de

responsabilidade de seus autorese não refletem necessariamente

a opinião da revista

GOiASinDuStriAlSistema FiEG Conselhos temáticos

Federação das Indústrias do Estado de Goiás

Presidente:Paulo Afonso Ferreira

Av. Araguaia, nº 1.544, Ed. AlbanoFranco, Casa da Indústria - Vila NovaCEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 3219-1300Fax (62) 3229-2975

Home page:www.sistemafieg.org.br

[email protected]

NúClEO REGIONAl DA FIEG EM ANáPOlIS

Presidente: Waldyr O’dwyer

Av. Engº roberto Mange, nº 239-A,Bairro Jundiaí, CEP 75113-630,Anápolis-GOFone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565

E-mail: [email protected]

SESIServiço Social da IndústriaDiretor Regional:Paulo Afonso FerreiraSuperintendente:Paulo Vargas

SENAIServiço Nacional de AprendizagemIndustrialDiretor Regional: Paulo Vargas

IElInstituto Euvaldo LodiDiretor Regional: daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

ICQ BRASIlInstituto de Certificação Q ualidade BrasilDiretor Regional: daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

Diretoria da FiEG

PresidentePaulo Afonso Ferreira

1º vice-presidentePedro Alves de Oliveira

2º vice-presidenteWilson de Oliveira

3º vice-presidenteIvan da Glória Teixeira

1º secretárioHélio Naves

2º secretárioluiz Gonzaga de Almeida

1º tesoureirodomingos Sávio Gomes de Oliveira

2º tesoureiroAntônio de Sousa Almeida

DiretoresCésar HelouSegundo Braoios Martinez ubiratan da Silva lopes Marley Antônio da rocha Joviano Teixeira Jardim Frederico Martins Evangelista Jorge luiz Biasuz Meister Aluísio Quintanilha de Barros João Essado Flávio Paiva Ferrari Eduardo Cunha Zuppani laerte Simão luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio rassi Sávio Cruvinel Câmara Elton Teles de Campos José luiz Martin Abuli Eurípedes Felizardo Nunes Aldrovando d. de Castro Júnior José Magno Pato domingos Vilefort Orzilroberto Guimarães Mendes raimundo Viana dutra Carlos Alberto diniz Humberto rodrigues de oliveira Mário renato G. de Azeredo

Conselho FiscalWaldyr O’dwyerdaniel VianaHeno Jácomo Perillo

Conselho de representantesjunto à CNIPaulo Afonso FerreiraSandro Antônio Scodro MabelConselho de

representantes junto à FiegAbílio Pereira Soares Júniorálvaro Otávio dantas MaiaAurelino Antônio dos SantosCarlos Alberto dinizCarlos Alberto Vieira SoaresCarlos José de Moura JúniorCarlos Queiroz de Paula e SilvaCarlos roberto VianaCésar HelouCyro Miranda Gifford Júniordaniel Vianadomingos Sávio G. de Oliveiradomingos Vilefort OrzilEdilson Borges de SousaEduardo Cunha ZuppaniEduardo GonçalvesElton de Teles CamposEmílio Carlos BittarErnani Martins AlmeidaEurípedes Felizardo NunesFábio rassiFlávio Paiva FerrariFrancisco Gonzaga PontesFrancisco de Paula e SilvaHenrique Wilhem Morg de AndradeHélio NavesHeno Jácomo PerilloJaime CanedoJair rizziJairo FrançaJoão EssadoJoaquim Cordeiro de limaJorcelino José Nunes NetoJosé Alves PereiraJosé Antônio VittiJosé divino ArrudaJosé Francisco de SouzaJosé luiz Martin AbuliJosé Magno PatoJosé romoaldo Maranhão NetoJosé Vieira Gomide Júniorlaerte Simãoleonardo Jayme de Arimatéaleopoldo Moreira Netoluiz Carlos de Mouraluiz Gonzaga de Almeidaluiz rézioManoel Paulino BarbosaMário drummond dinizMarley Antônio rochaMário renato Guimarães AzeredoMoacyr rabello leite NetoNelson Pereira dos reisOnofre Andrade PereiraOrizomar Araújo de SiqueiraPaulo Afonso FerreiraPedro Alves de OliveiraPedro de Souza Cunha Júniorroberto Elias de lima Fernandesrubens luiz BernardesSandro Antônio Scodro MabelSávio Cruvinel CâmaraSebastião Elias BarbosaSegundo Braoios Martinezubiratan da Silva lopesValdenício rodrigues de AndradeWellington Soares CarrijoWilson de Oliveira

Desenvolvimentotecnológico e InovaçãoPresidenteIvan da Glória Teixeiravice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho temático de Meio AmbientePresidenteHenrique W. Morg de Andradevice-Presidentedomingos Sávio Gomes de Oliveira

Conselho temático de InfraestruturaPresidenteroberto Elias de lima Fernandesvice-PresidenteCélio de Oliveira

Conselho temático de PolíticaEconômicaPresidenteBeyle de Abreu Freitasvice-PresidenteMarley Antônio da rocha

Conselho temático de Relaçõesdo trabalhoPresidenteOrizomar Araújo de Siqueiravice-Presidentericardo roriz

Conselho temático de Micro ePequena EmpresaPresidenteHumberto rodrigues de Oliveiravice-PresidenteCarlos Alberto Vieira Soares

Conselho temático deResponsabilidade SocialPresidenteAntônio de Sousa Almeidavice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho temático deAgronegóciosPresidenteAndré luiz Baptista lins rochavice-Presidenterodrigo Penna de Siqueira

Conselho temático de ComércioExterior e Negócios InternacionaisPresidenteHeribaldo Egídiovice-PresidenteAlberto Borges

Conselho temático Fieg JovemPresidenteAlexandre Costavice-PresidenteMarduk duarte

Rede Metrológica GoiásPresidenteHeribaldo Egídio

expediente

SIAGOSindicato das Indústrias do Arroz noEstado de GoiásPresidente: Pedro Alves de Oliveirarua T-45, nº 60 - Setor Bueno -CEP 74210-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]

SIFAÇúCARSindicato da Indústria de Fabricaçãode Açúcarno Estado de GoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André luizBaptista lins rocharua C-236, nº 44 - Jardim América- CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 / Fax (62)3251-1045

SIFAEGSindicato das Indústrias deFabricação de álcool no Estado deGoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André luizBaptista lins rocharua C-236, nº 44 - Jardim América- CEP 74290-130 - Goiânia- GOFone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 - [email protected]

SIMESGOSindicato da Indústria Metalúrgica,Mecânicae de Material Elétrico do SudoesteGoianoPresidente: Eurípedes FelizardoNunesrua Costa Gomes, nº 143 - JardimMarconal - CEP 75901-550 - rioVerde - GOFone/Fax (64) 3613-4810

SINROUPASSindicato das Indústrias deConfecçõesde roupas em Geral de GoiâniaPresidente: Edilson Borges deSousarua 1.137, nº 87 - Setor MaristaCEP 74180-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]

SINDUSCON-GOSindicato da Indústria daConstrução no Estado de GoiásPresidente: roberto Elias de limaFernandesrua João de Abreu, nº 427 - SetorOeste - CEP 74120-110 - Goiânia-GOFone (62) 3095-5155/Fax 3095-5176/[email protected]

Outros endereços

SIAASindicato das Indústrias daAlimentação de AnápolisPresidente: Wilson de Oliveira

SICMASindicato das Indústrias daConstrução e do Mobiliáriode AnápolisPresidente: ubiratan da Silva lopes

SINDIFARGOSindicato das IndústriasFarmacêuticas no Estado de GoiásPresidente: Eduardo Gonçalves

SIMEASindicato das IndústriasMetalúrgicas, Mecânicase de Material Elétricode AnápolisPresidente: Elton de Teles Campos

SINDICERSindicato das Indústrias deCerâmica no Estado de GoiásPresidente: laerte Simão

SIvASindicato das Indústrias do Vestuáriode AnápolisPresidente: José Vieira Gomide Júnior

Anápolis

SIAEGSindicato das Indústrias deAlimentação no Estadode GoiásPresidente: Sandro Antônio ScodroMabelFone (62) 3224-4253 / Fax 3224-9226 - [email protected]

SIEEGSindicato das Indústrias Extrativas doEstado de Goiás e do distrito FederalPresidente: Nelson Pereira dos reisFone (62) 3212-6092/Fax [email protected]

SIGEGOSindicato das Indústrias Gráficas noEstado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 3223-6515/Fax [email protected]

SIMAGRANSindicato das Indústrias de rochasOrnamentais do Estado de GoiásPresidente: Carlos Queiroz de Paula eSilvaFone/Fax (62) 3223-6667

SINCAFÉSindicato das Indústrias de Torrefaçãoe Moagem deCafé no Estado de GoiásPresidente: Sávio Cruvinel CâmaraFone (62) 3212-7473/Fax [email protected]

SINDAGOSindicato dos Areeiros do Estado deGoiásPresidente: Ernani Martins de AlmeidaFone/Fax (62) 3223-6667

SINDIAlFSindicato das Indústrias de Alfaiataria eConfecçãode roupas para Homens no Estadode GoiásPresidente: daniel VianaFone (62) 3223-2050

SINDIBRItASindicato das Indústrias Extrativas dePedreirasdo Estado de GO, TO e dFPresidente: Moacyr rabello leiteNetoFone/Fax (62) [email protected]

SINDICAlCESindicato das Indústrias de Calçadosno Estado deGoiásPresidente: Flávio FerrariFone (62) 3225-6412/Fax [email protected]

SINDICARNESindicato das Indústrias de Carnes ederivados noEstado de Goiás e distrito FederalPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 3229-1187 e [email protected]

SIMElGOSindicato das Indústrias Metalúrgicas,Mecânicas ede Material Elétrico do Estado deGoiásPresidente: Orizomar Araújo deSiqueiraFone/Fax (62) [email protected]

SIMPlAGOSindicato das Indústrias de MaterialPlástico no Estadode GoiásPresidente: Aurelino Antônio dosSantosFone (62) [email protected]

SINDICURtUMESindicato das Indústrias de Curtumese Correlatos do Estado de GoiásPresidente: João EssadoFone (62) 3213-4900/Fax [email protected]

SINDIGESSOSindicato das Indústrias de Gesso,decorações, Estuques e Ornatos doEstado de GoiásPresidente: José luiz Martin AbuliFone (62) [email protected]

SINDIlEItESindicato das Indústrias de laticíniosno Estado de GoiásPresidente: César HelouFone (62) 3212-1135/Fax [email protected]

SINDIPÃOSindicato das Indústrias de Panificaçãoe Confeitariano Estado de GoiásPresidente: luiz Gonzaga de AlmeidaTelefax (62) [email protected]

SINDIREPASindicato da Indústria de reparaçãode Veículos eAcessórios no Estado de GoiásPresidente: José Francisco de SouzaFone (62) [email protected]

SINDMÓvEISSindicato das Indústrias de Móveis eArtefatos deMadeira no Estado de GoiásPresidente: Manoel Paulino BarbosaFone/Fax (62) [email protected]

SINDtRIGOSindicato dos Moinhos de Trigo daregião Centro-OestePresidente: André lavor PagelsBarbosaFone (62) [email protected]

SINCAlSindicato das Indústrias de Calcário,Cal e derivados no Estado de GoiásPresidente: José Antônio VittiFone/Fax (62) [email protected]

SINPROCIMENtOSindicato da Indústria de Produtos deCimentodo Estado de GoiásPresidente: Marley Antônio da rochaFone (62) 3224-0456/Fax [email protected]

SINDQUÍMICASindicato das Indústrias Químicas eFarmacêuticasno Estado de GoiásPresidente: Eduardo Cunha ZuppaniFone (62) 3212-3794/Fax [email protected]

SINvEStSindicato das Indústrias do Vestuáriono Estado de GoiásPresidente: José divino ArrudaFone/Fax (62) [email protected]

Sindicatos com sede na Federação das indústrias do Estado de Goiás - FiEG

sindicatos

Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GOCEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e [email protected]

8 GOIáS INduSTrIAl

Goiás Industrial – A CNI projeta crescimen-to nulo para o PIB em 2009. Quais fatores justi-ficam essa projeção da entidade?

Armando Monteiro – A crise financeira inter-nacional impactou a economia brasileira, reverten-do as boas expectativas dos empresários e dos con-sumidores. A escassez de crédito e a recessão seve-ra na economia mundial derrubaram o volumedos investimentos e das exportações.Adicionalmente, houve uma forte deterioração doemprego, o que se reflete no consumo das famílias.A forte retração de 3,6% no Produto Interno Bruto(PIB) do País no último trimestre de 2008 explicitaa intensidade dos impactos da crise global sobre aeconomia brasileira. Por isso, a CNI estima que ataxa de crescimento do País neste ano será zero.

Goiás Industrial – Neste cenário, o que sepode esperar para a atividade industrial ao

longo dos próximos meses? Quais os setoresque serão mais afetados pelas restrições exter-nas e domésticas?

Armando Monteiro – As dificuldades com ocrédito e com as exportações levaram à suspensãode parte da produção em segmentos importantesda indústria. Essa situação adversa para todas asatividades atinge especialmente os segmentos vol-tados à exportação e à produção de bens de consu-mo duráveis. Previsões da CNI indicam que o PIBindustrial terá uma queda de 2,8% neste ano. A re-tomada da atividade da indústria e dos demais se-tores depende, em grande parte, da recuperação dademanda externa, das condições de crédito e daconfiança dos agentes econômicos.

Goiás Industrial – De que forma os inves-timentos serão afetados pela crise e qual oimpacto que isso terá nas perspectivas de mé-

Contra a crise, menos impostos

“A retomada da atividadeda indústria e dos demais

setores depende, emgrande parte, da

recuperação da demandaexterna, das condições

de crédito e da confiançados agentes econômicos”

entrevista com Armando Monteiro Netopresidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

n Lauro Veiga Filho

Empresários e a sociedade parecem concordar pelo menos em um ponto, assinala o presidente da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. “O Brasil não pode mais adiar a reforma tributária”. E este seria omomento preciso para isso, em plena crise. Exatamente porque uma reforma que modernize e simplifique o sistema dearrecadação de impostos, adequando-o a padrões internacionais, contribuiria para preparar o País para a fase deretomada do crescimento, que deverá chegar, mais dia, menos dia.

Em entrevista à Goiás Industrial, Monteiro Neto aponta avanços na proposta de reforma tributária que tramita noCongresso, citando a desoneração de investimentos e das exportações e a simplificação na cobrança de impostos comoo ICMS, mas identifica a necessidade de avanços, especialmente na tributação sobre consumo e nos mecanismos paraaproveitamento de créditos tributários. Ele defende, ainda, a introdução de regras que impeçam o aumento e a criaçãode tributos.

As previsões da CNI para a economia, levando-se em conta o cenário vislumbrado no começo do ano, indicamqueda de 2,8% para o PIB industrial neste ano, com recuo de 4,4% para os investimentos e perda de 20% nasexportações, o que reduziria o superávit comercial para uS$ 18 bilhões, o que embute queda de 27% frente aos uS$24,7 bilhões registrados em 2008, ligeiramente acima dos uS$ 17 bilhões projetados pelo Banco Central.

9GOIáS INduSTrIAl

dio e longo prazo para a economia e paraa indústria?

Armando Monteiro – Com a redução dademanda, os investimentos devem recuar4,4% neste ano, atingindo toda economia. ASondagem Especial da CNI mostra que maisda metade das empresas não completou osplanos de investimentos previstos para 2008por causa das incertezas econômicas, daqueda na demanda, da escassez e do altocusto do crédito.

Goiás Industrial – Qual a expectativada CNI em relação ao mercado de trabalhopara este ano?

Armando Monteiro – Uma consulta fei-ta pela CNI em março indica que 80% dasempresas adequaram o quadro de pessoalao cenário de crise, seja com demissões,

corte de serviços terceirizados ou suspensãode contratações planejadas. Em diversos se-tores, empresários e trabalhadores têm fe-chado acordos que visam à preservação depostos de trabalho no curto prazo. A dete-rioração do mercado de trabalho, com redu-ção da oferta de empregos, queda da rendado trabalhador e aumento da informalidade,é um dos efeitos nefastos da crise econômi-ca. Nossa previsão é de que a taxa de de-semprego continuará subindo até meadosdo segundo trimestre e fechará o ano emtorno de 7,7%.

Goiás Industrial – A CNI participados debates em torno da redução dosspreads bancários. Quais as medidas su-geridas pela instituição para o País en-frentar a questão?

Armando Monteiro – O aumento dospread bancário em janeiro, mês em quehouve uma forte redução na taxa de juros,indica que as condições de crédito conti-nuam precárias e que as diferenças cobradaspelos bancos dos tomadores de empréstimosestão vinculadas à aversão ao risco do crédi-to. Entendemos que a redução consistentedos spreads bancários requer ações coorde-nadas do governo e dos bancos. Tais açõesenvolvem a desoneração tributária das ope-rações de crédito, a revisão dos compulsó-rios, o incentivo à concorrência entre as ins-tituições financeiras. Outra medida impor-tante para reduzir os custos dos empréstimosé a criação do cadastro positivo. A mudançaque melhore o uso da informação sobre o to-mador de financiamento e que diminua osriscos de inadimplência.

“O governo precisa promover umvigoroso ajuste fiscal, que corte os

gastos correntes e privilegie osinvestimentos. O Brasil também

deve retomar a agenda dasreformas estruturais para

aumentar a competitividade dasempresas e preparar a economia

para o período pós-crise”

10 GOIáS INduSTrIAl

Goiás Industrial – O governo bra-sileiro adotou uma série de medidaspara minimizar os efeitos na crise. Aseu ver, essas medidas caminham nadireção correta?

Armando Monteiro – Todas as medi-das governamentais que visam à reativa-ção do crédito e à sustentação da deman-da são positivas, mas precisam ser apro-fundadas. A redução do Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI) sobre osveículos e, mais recentemente, de itenspara construção civil desonera setores im-portantes para a recuperação da produçãoe do emprego. A indústria automobilísti-ca, por exemplo, responde por quase umquarto de toda a produção industrial doPaís, e a construção civil é grande empre-gador de mão-de-obra. Esses incentivosdevem ser complementados com a inten-sificação dos cortes nos juros básicos daeconomia e a redução dos spreads bancá-rios. O governo precisa promover um vi-goroso ajuste fiscal, que corte os gastoscorrentes e privilegie os investimentos. OBrasil também deve retomar a agenda dasreformas estruturais para aumentar acompetitividade das empresas e preparara economia para o período pós-crise.Precisamos aprovar a reforma tributária,modernizar a legislação trabalhista e mu-dar as regras da Previdência Social.

Goiás Industrial – Qual a posiçãoda CNI em relação à proposta de re-forma tributária em tramitação noCongresso? Há chances de aprovaçãoda reforma ainda neste ano?

Armando Monteiro – Há um con-senso na indústria e no restante da so-ciedade de que o Brasil não pode maisadiar a reforma tributária. A moderniza-ção do sistema de arrecadação de impos-tos é imprescindível para adequar asnormas brasileiras aos padrões interna-cionais, fortalecer a economia diante dacrise e preparar o País para um novo ci-clo de crescimento. O desenho do novo

sistema deve contemplar a isonomia nocampo tributário e rever a tributação sobre oconsumo. A proposta em tramitação noCongresso Nacional contém avanços impor-tantes na direção da simplificação do siste-ma, da desoneração dos investimentos e dasexportações. Também reduz os encargos so-bre a folha de salários, promove a substitui-ção de alguns tributos federais pelo IVA-Federal e propõe o fim da cumulatividade.Simplifica e harmoniza o Imposto sobreCirculação de Mercadorias e Serviços(ICMS) por meio da adoção de uma legisla-ção federal única e melhora os mecanismosde utilização de créditos tributários e de ga-

rantias aos contribuintes. Mas há pontos queprecisam ser aperfeiçoados ao longo da dis-cussão da matéria no plenário da Câmarados Deputados. Entre as mudanças necessá-rias estão a maior agilidade nos mecanismosde utilização dos créditos tributários, a não-permissão da sistemática de cobrança pordentro e o estabelecimento de uma regra queimpeça o aumento e a criação de tributos.

Goiás Industrial – A OMC projetaqueda recorde no comércio mundial e jáse percebe uma movimentação dos paísesem direção à adoção de medidas protecio-nistas. Quais os riscos que o acirramentodo protecionismo pode trazer para o Paíse para a indústria?

Armando Monteiro – Cresce, em algunspaíses, a tendência de adoção de medidas derestrições comerciais para minimizar os efei-tos da crise. Mas a imposição de barreiras ta-rifárias e não-tarifárias agravará ainda mais ascondições do comércio internacional, que es-tá fragilizado com a queda na demanda. O re-crudescimento do protecionismo deixarápaíses como o Brasil, que exporta para todo omundo, mais vulneráveis à crise. Por isso, éfundamental que os países renovem e inten-sifiquem os esforços para resgatar o processonegociador da Rodada Doha da OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC). Um acordoequilibrado e a definição de novas bases parao comércio multilateral ajudarão a reativar omercado internacional e contribuirão para arecuperação da economia global.

Goiás Industrial – Qual a expectativada CNI em relação às exportações da in-dústria para 2009?

Armando Monteiro – O cenário é de for-te contração do comércio mundial. As condi-ções de crédito continuarão restritas e a de-manda se manterá baixa, o que reduzirá asexportações brasileiras. Esperamos uma que-da de 20% nas vendas externas deste ano emrelação a 2008. As importações também de-vem cair na mesma proporção e o superávitcomercial ficará em US$ 18 bilhões.

“ENTENdEMOS QuE A rEduçãOCONSISTENTE dOS SPrEAdSBANCárIOS rEQuEr AçõES

COOrdENAdAS dO GOVErNO EdOS BANCOS, ENVOlVENdO A

dESONErAçãO TrIBuTárIA dASOPErAçõES dE CrédITO, A

rEVISãO dOS COMPulSórIOS, OINCENTIVO à CONCOrrêNCIA

ENTrE AS INSTITuIçõESFINANCEIrAS”

11GOIáS INduSTrIAl

agenda legislativa municipal

ESPAçO PArA A POlíTICAFieg e Câmara de Vereadores de Goiânia lançam agenda com temas deinteresse do empresariado, na primeira versão do gênero em todo o País

Nunca foi tão urgente falar sobre política,praticar política, por mais espinhoso que o te-ma tenha se tornado nos últimos tempos, afir-mou o presidente da Câmara de Goiânia, ve-reador Francisco Vale Júnior (PMDB), durantereunião-almoço na sede da Federação dasIndústrias do Estado de Goiás (Fieg) para olançamento da Agenda Legislativa Municipal,ainda em fase de construção.

“O País nunca precisou tanto de política”,insistiu Vale Júnior, porque talvez essa seja aúnica possibilidade de o Brasil enfrentar suacrise institucional, por paradoxal que possa pa-recer, criando novas formas de intermediaçãocom a sociedade. Nesse sentido, prosseguiu opresidente da Câmara, a agenda legislativa, quecomeça a ser montada, traz a possibilidade decriação de um novo modelo de governança,com participação pública e democrática de re-presentantes do Poder Legislativo municipal eda classe empresarial.

Num cenário de crise econômica, declarouPaulo Afonso Ferreira, presidente da Fieg, “es-te é um momento de unidade das instituiçõesque participam do processo decisório no País eas decisões da Câmara de Vereadores afetamtodos e cada um de nós de forma direta.” Umdos objetivos da agenda, a primeira do gêneroem todo o País e que vai consolidar os temas deinteresse do empresariado em discussão naCâmara, será abrir espaço para “o debate fran-co e aberto, reeditando a experiência bem-su-cedida na tramitação do Plano Diretor deGoiânia”, reforçou Paulo Afonso.

Vale Júnior, que participou do encontro naFieg acompanhado de praticamente todos osvereadores goianienses, sugeriu que haverá es-paço na Câmara para a criação de uma “legisla-

ção pró-desenvolvimento para a capital doEstado, de forma a dinamizar a economia domunicípio, estimular a geração de empregos ea consequente melhoria na qualidade de vidada sociedade.” O presidente da Câmara citou,igualmente, o processo de montagem do PlanoDiretor, ocorrido quando ainda era secretáriomunicipal. O debate de opiniões, no caso,“contribuiu para enriquecer o processo, per-mitindo a conciliação de pontos de vista diver-sos e a consolidação de um projeto que respei-ta os interesses da cidade sem prejudicar o de-senvolvimento econômico.”

Em seu discurso, Paulo Afonso lembrouque o avanço industrial deverá respeitar a voca-ção de Goiânia, adequando-se a formas não po-luentes de produção, o que favoreceria, porexemplo, a instalação de confecções. Mas, neste

caso, será preciso pensar em soluções para o se-tor de lavanderia, que faz parte do processo deprodução de roupa. “Podemos pensar em for-mas de incentivar a instalação de uma grande la-vanderia, em área definida, com sistemas ade-quados de tratamento de efluentes, para atenderà indústria de confecções como um todo.”

Em outro exemplo, o presidente da Fiegindicou a possibilidade de estimular a implan-tação de estacionamentos subterrâneos ou aconstrução de edifícios-garagem, de forma asolucionar a falta de espaços no Centro da ca-pital. Paulo Afonso defendeu ainda a necessi-dade de mudanças na área ambiental, de formaa que as multas, “transformadas em instru-mento de arrecadação, não estrangulem a ati-vidade empresarial. Deus criou a natureza paraservir ao homem”, arrematou.

Paulo Afonso e vereadores: momento de unidade das instituições que tomam decisões no País

12 GOIáS INduSTrIAl

iel

CONFIABIlIdAdE à PrOVA

Mais do que um aspecto mercadológico, a validade dos ensaios e calibrações garante à sociedade resultados confiáveis

nCélia O liveira

“Considero os programas interlaborato-riais muito importantes, já que conseguimosnos avaliar quanto aos resultados, nossos prin-cipais produtos.” A opinião do gerente técnicoda Engeval Metrologia Industrial, o engenhei-ro José Mário Ribeiro, expressa o valor dosProgramas de Comparação Interlaboratorial,que servem de bússola a laboratórios de dife-rentes segmentos.

Por constituírem um meio de avaliar edemonstrar à sociedade a confiabilidade dosdados produzidos por um laboratório, essesprogramas, planejados e desenvolvidos porRedes Metrológicas, também verificam o de-sempenho de um método analítico, atribuemvalor de referência a um material, melhor co-nhecimento da natureza dos desvios cometi-dos, o monitoramento de metodologias e dacalibração/aferição de equipamentos, detec-ção de necessidade de treinamento, aprimo-ramento dos serviços prestados e, ainda, ser-vem de benchmarking.

Nesse sentido, a Rede Metrológica Goiás,organismo articulador na prestação de serviçosde ensaio e calibração, sediada no InstitutoEuvaldo Lodi (IEL Goiás), planeja para esteano a realização de quatro rodadas deComparação Interlaboratorial para diferentesáreas, visando dotar os laboratórios, de acordocom a NBR ISO/IEC 17025, de procedimentosde controle e qualidade.

O presidente do Conselho da Rede

Metrológica Goiás, Heribaldo Egídio, lembraque, no ano passado, excelentes resultados fo-ram alcançados, tanto com as rodadas interla-boratoriais (água, semente e balança), quantocom os seminários e cursos. “Um laboratório

comprometido com a confiabilidade de seusresultados emitidos participa de intercompara-ções, pois as utiliza como ferramenta para sa-ber se seus resultados estão satisfatórios ou nãoem relação a outros laboratórios do mesmosegmento”, comenta. Heribaldo explica tam-bém que a Rede Metrológica Goiás oferecerácontinuamente oportunidades para que os la-boratórios goianos atendam ao setor produtivocom mais confiabilidade.

CUltURA MEtROlÓGICAImportantes no processo de assegurar a

qualidade de um resultado de análise, osProgramas de Comparação Interlaboratorial,um serviço permanente ou planejado pelasRedes Metrológicas estaduais, são, consequen-temente, um esforço de difundir a cultura me-trológica em âmbito interno dos laboratórios.

O presidente da Rede de Goiás explica que,muitas vezes, os controles diários podem in-cluir erros sistemáticos que nem sempre sãoperceptíveis. “As comparações permitem queos participantes validem seus resultados”, dizHeribaldo Egídio.

Outra questão que define a necessidade ea diversificação dos interlaboratoriais é oavanço da tecnologia e outros recursos mate-riais, o que exige do setor produtivo prepara-ção e adaptação. Essa realidade não pode serimprovisada, ao contrário, demanda qualifi-cação, treinamento e recursos humanos habi-litados, conhecedores de normas e procedi-mentos específicos.

“Para a Engeval participar doprograma foi bastante

interessante e já estamosbuscando a participação emoutros programas em nível

nacional. Espero que a redeMetrológica Goiás continue

promovendo esses programase inove em outras áreas.”

Engº José Mario RibeiroGerente técnico/Engeval

Metrologia Industrial

“Os programas são de extremaimportância, porque, primeiro,

passa-se a conhecer oprocesso de análise e o que se

pode melhorar. é maisconfiabilidade analítica.”

Aline Vieira PeixotoBioquímica, técnica de análise

laboratorial/Saneago

13GOIáS INduSTrIAl

REdE MEtRológicA goiÁsRodadas de Programas de Comparação Interlaboratorial 2009

Etapas doprograma

Para um Programa de ComparaçãoInterlaboratorial começar a ser planejado, épreciso um coordenador e laboratórios par-ticipantes. O primeiro define a natureza e opropósito do programa, os itens de ensaio ecomo esses serão obtidos e encaminhadosaos participantes. O coordenador ainda de-cide os ensaios e as operações a serem efe-tuadas, as metodologias a serem utilizadas,a duração do programa, as datas de enviodos itens de ensaio, quais serão os laborató-rios participantes, a elaboração do manualde instrução para os participantes, as técni-cas e os modelos estatísticos a serem usa-dos no tratamento dos dados. O laborató-rio inscrito deve executar os ensaios se-guindo as instruções do coordenador doprograma, encaminhar os resultadosobtidos para o mesmo, verificar sua si-tuação em relação ao conjunto de par-ticipantes e efetuar ações corretivas,quando for o caso.

O programa se baseia em qua-tro etapas: planejamento do pro-grama, preparação das amostras,execução dos ensaios e avaliaçãode desempenho dos laboratórios.

Os objetivos são: estimular labo-ratórios na busca pela garantia da quali-dade; determinar o desempenho individualdos laboratórios em relação aos ensaiospropostos, tanto dentro do próprio labora-tório quanto entre os outros participantes;reforçar o interesse na garantia da qualida-de, fornecendo uma base para as ações cor-retivas no laboratório cujos dados não atin-jam o nível de aceitação requerido; e aten-dimento à NBR ISO/IEC 17025, por partedos laboratórios.

MassaInscrições: 13 a 31/07Calibrações: 03 a 14/08Envio dos resultados: até 21/08 Entrega dos relatórios: 25/09

ÁguaInscrições: 17/08 a 04/09Calibrações: 08 a 18/09Envio dos resultados: até 25/09Entrega dos relatórios: 23/10

PressãoInscrições: 28/09 a 02/10Calibrações: 05 a 19/10Envio dos resultados: até 30/10 Entrega dos relatórios: 30/11

14 GOIáS INduSTrIAl

sesi/senai

PrESENçA NO NOrTE

Criadas para dinamizar a atuação do Sistema Fieg, unidades e açõesmóveis levam formação profissional e responsabilidade social ao interior

15GOIáS INduSTrIAl

n Andelaide Lima

Localizado na Região Norte do Estado, opequeno município de Alto Horizonte, a 341quilômetros de Goiânia, experimenta fase decrescimento socioeconômico desde a instalaçãoda Mineração Maracá na cidade, em 2005.Integrante do grupo canadense Yamana Gold, amineradora entrou em operação em novembrode 2006, produzindo concentrado de cobre eouro. No ano passado, foi considerada a terceiramaior empresa exportadora de Goiás, segundodados da Superintendência de ComércioExterior, da Secretaria de Indústria e Comércio.Atualmente, a Mineração Maracá trabalha naexpansão de sua unidade industrial para au-mentar em 50% a capacidade de produção.

Apesar do pouco tempo de implantação, amineradora tem contribuído com o crescimen-to do Estado, ao gerar emprego e renda na re-gião. Para tanto, investe forte no desenvolvi-mento da população local com a estruturaçãode atividades de educação profissional, lazer,saúde, esporte e responsabilidade social, realiza-das por meio de ações móveis coordenadas pelaUnidade Integrada Sesi Senai Sama, de Minaçu,também no Norte de Goiás.

Distante 240 quilômetros de AltoHorizonte, a unidade integrada atua ainda emoutros 21 municípios.

Acima, Mineração Maracá,com produção prevista em 5,5toneladas de ouro, investe em

expansão. Ao lado, jazida acéu aberto movimenta 202 mil

toneladas por ano deconcentrado de ouro e cobre

16 GOIáS INduSTrIAl

sesi/senai

Parceira do Senai antes mesmo de suainauguração, a Mineração Maracá recorreu àinstituição para construir seu complexo in-dustrial em Alto Horizonte. Para trabalharno canteiro de obras da mineradora, mais de600 profissionais foram qualificados peloSenai em diversos cursos na área de constru-ção civil, ministrados gratuitamente para apopulação. A empreitada contou ainda coma participação da prefeitura e as atividadesforam realizadas em ação móvel daFaculdade de Tecnologia Senai RobertoMange, de Anápolis. Com o início das ope-rações, a empresa passou a ser atendida pelaUnidade Integrada Sesi Senai Sama, que ofe-rece no município formação profissional emcursos que vão da aprendizagem industrial àhabilitação técnica.

“Investir na comunidade à qual está in-serida faz parte das principais diretrizes daempresa. Ao aproveitar a mão-de-obra local,promovendo a capacitação profissional dapopulação e a qualidade de vida do trabalha-dor, a empresa ganha em produtividade econtribui para sustentabilidade da região.Para isso, buscamos parceria com Sesi eSenai, referências em suas áreas de atuação.Com o apoio das instituições, a mineradoraalcançou um nível de excelência surpreen-dente, considerando o seu pouco tempo de

operação”, avalia o gerente administrativo ede recursos humanos da Mineração Maracá,Eugênio Tadeu Costa.

OPORtUNIDADE DE EMPREGOWerley Rodrigues, de 18 anos, trabalha

diariamente das 23 horas às 5h30 da manhãdo dia seguinte como vigilante noturno.Mesmo cumprindo uma jornada exaustiva,ele ainda encontrou disposição para fazer o

da aprendizagem à habilitação

“Investir na comunidadeà qual está inserida faz

parte das principaisdiretrizes da empresa”

tadeu costa, gerente administrativo e de recursos

humanos da Mineração Maracá

Primeira turma : Werley Rodrigues enfrenta30 quilômetros de estrada todos os dias

Keith Danila: distância “não me impede dequerer crescer profissionalmente”

Aline Ribeiro: curso representa umpassaporte para o mercado de trabalho

17GOIáS INduSTrIAl

curso de aprendizagem em eletroeletrônica.Werley integra a primeira turma de jovensaprendizes mantidos pela Mineração Maracácomo alunos cotistas para atender à chama-da Lei da Aprendizagem, que regulamenta acontratação de adolescentes.

Morador de Campinorte, ele ainda en-frenta 30 quilômetros de estrada para assistiràs aulas em Alto Horizonte. “Não é fácil, masas vantagens oferecidas pela empresa, alémda oportunidade de ter uma profissão, medão forças para continuar”, pondera.

Aspirante ao curso de engenharia de mi-nas, Keith Danila Neves, apesar da timidez, édeterminada e sabe bem o quer da vida. Aos16 anos, ela faz o 3º ano do ensino médio ànoite e, pela manhã, se dedica às aulas daaprendizagem. “Moro em Nova Iguaçu deGoiás, que fica a 17 quilômetros de AltoHorizonte, mas isso não me impede de que-rer crescer profissionalmente. O curso é ex-celente e representa um diferencial competi-tivo para o mercado de trabalho”, acredita.

Para Aline Ribeiro, de 18 anos, aaprendizagem em eletroeletrônica é umaporta aberta para o emprego. “Com o cur-so, teremos melhores condições de dispu-tar uma vaga na própria empresa ou emoutra indústria. O importante é que oaprendizado conquistado é um passaportepara o trabalho”, diz.

Realizada ano passado, a seleção para aaprendizagem em eletroeletrônica mobili-zou a cidade de Alto Horizonte. Ao todo,320 pessoas disputaram as 16 vagas ofereci-das. Além da bolsa de estudos, a MineraçãoMaracá assina a carteira de trabalho dosaprendizes e banca o transporte aos alunosque moram fora do município.

As atividades são realizadas no Centrode Treinamento da mineradora, que, em bre-ve, poderá abrigar um Núcleo Integrado SesiSenai. “Nossa intenção é construir novasinstalações ou reformar a que temos para aimplantação de mais serviços e produtos de-senvolvidos pelas instituições, principal-mente na área de educação profissional”, in-forma Eugênio Costa.

Ensino sobre rodasEstacionada ao lado do Centro de

Treinamento, a Unidade Móvel de MecânicaDiesel é a sala de aula dos alunos que partici-pam do curso de qualificação profissional emmecânica de máquinas pesadas. Auxiliar demanutenção na Mineração Maracá, JhoneyBatista aprovou a maneira especial de assistiràs aulas. “A diferença para o ensino tradicionalé que estamos dentro de uma carreta, mas naunidade móvel temos tudo que precisamos pa-ra a realização das atividades práticas. O cursotem contribuído muito no desempenho de mi-nhas funções na empresa”, destaca.

Para o borracheiro Lionir Siqueira Lima,há quatro anos trabalhando na mineradora, ocurso tem significado especial em sua carreira.Graças à qualificação, ele será promovido amecânico. “O mercado está cada dia mais com-petitivo e a empresa tem incentivado aquelesque buscam melhorar sua capacitação. Sinto-me recompensado por ter dedicado parte domeu dia ao curso.”

José Alves da Silva e Roberto CarlosGuerbari ocupam a função de lubrificador namineradora. Animados com os conhecimentosadquiridos na qualificação, eles pretendem darcontinuidade à formação profissional partici-pando de outros cursos. “As aulas fizeram a di-ferença em minhas atividades na empresa.Além disso, o instrutor está sempre esclarecen-do as dúvidas que surgem durante o dia-a-dia

do nosso trabalho, o que facilita muito oaprendizado”, diz José Alves.

DESAFIODesde que concluiu o ensino médio em

1993, Francisco José da Cruz, de 35 anos, nun-ca mais havia frequentado uma sala de aula. Aoportunidade de retornar aos estudos surgiuem setembro de 2007, com a implantação dahabilitação técnica em eletrônica em AltoHorizonte. Funcionário da Mineração Maracána área de manutenção mecânica, ele sempreteve vontade de fazer um curso técnico. “Coma chegada do Senai à cidade e o apoio financei-ro da empresa, pude realizar um sonho após fi-car 14 anos sem estudar. O desafio está sendogrande, mas o retorno é recompensador”.

Unidade móvel: turma de qualificação em mecânica de máquinas pesadas na Mineração Maracá

Aula prática: empregados da mineradoraparticipam de curso para qualificação emmecânica diesel

18 GOIáS INduSTrIAl

sesi/senai

Metalurgia: treinamento de pessoal para a unidade de exploração de níquel da Anglo American

Outro exemplo de ação móvel na RegiãoNorte vem da Unidade Integrada Sesi SenaiNiquelândia. Em maio de 2008, a unidade ini-ciou o curso técnico em metalurgia, destinadoà formação e ao aperfeiçoamento de profissio-nais para atuar na unidade industrial de explo-ração de minério de níquel da AngloAmerican, localizada em Barro Alto, cidade vi-zinha. A usina da mineradora no municípiodeve ficar pronta em 2010 e irá produzir 36mil toneladas anuais de ferroníquel, por umperíodo de 26 anos.

Os alunos foram selecionados na própriacomunidade de Barro Alto e são mantidos pelaAnglo American, que financia o curso, além dealimentação e uniforme, com possibilidades decontratação após o término da habilitação.Para assistir às aulas na cidade vizinha, o grupoenfrenta, de segunda a sexta-feira, 120 quilô-metros de estrada, com transporte pago pelaprefeitura de Barro Alto.

Operador de máquinas em uma indústria

de cerâmicas, Cleiber José Gomes vive expec-tativa de mudar de emprego com a conclusãodo curso. “A empresa investe na formação demão-de-obra porque precisa de profissionaiscapacitados, mas se não conseguir uma vagana mineradora já me sinto realizado por estarentre os selecionados para a habilitação. Como certificado em mãos, terei maiores chancesno mercado de trabalho”, acredita.

Colegas de turma e de serviço, FernandoDias e Adriano Pires dos Santos trabalham naárea de amostragem da Anglo American. Elesapostam na habilitação técnica para crescer naempresa. “Trabalhar o dia inteiro e estudar ànoite é muito cansativo, mas o esforço é re-compensado pelo excelente nível de atividadesdesenvolvidas durante o curso e pela oportuni-dade de ascensão profissional”, diz Adriano. AVotorantim Metais também mantém uma tur-ma na habilitação técnica em metalurgia.

Inaugurada em 2006, a Unidade IntegradaSesi Senai Niquelândia é fruto de parceria bem-sucedida entre as duas instituições, as minera-doras Anglo American e Votorantim Metais e aprefeitura local. Além de Barro Alto, a unidadeatua também em outros 13 municípios.

Formação para o emprego

Cleiber José Gomes: “A empresa investe naformação de mão-de-obra porque precisade profissionais capacitados”

nunidade Móvel de refrigeração

nunidade Móvel de Mecânica Automotivapesada (Diesel)

nunidade Móvel de Mecânica Automotivaleve (álcool/Gasolina)

nunidade Móvel de Eletroeletrônica

nunidade Móvel de panificação

nunidade Móvel de informática

nHidráulica e pneumática

CONtAtO:

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19GOIáS INduSTrIAl

uma das três maiores minas de metais básicos doBrasil, a Mineração Maracá indústria e Comércioemprega 617 trabalhadores diretos e outros 923terceirizados. Segundo dados da Secretaria deplanejamento e Desenvolvimento do Estado (Seplan),este ano a mineradora deverá produzir entre 140 mile 155 mil onças de ouro e entre 145 milhões e 150milhões de libras de cobre . Esses produtos sãoobtidos a partir da movimentação de 202 miltoneladas anuais de concentrado de cobre e ouro,que são transportadas e exportadas via portos devitória (ES). Os principais compradores são paíseseuropeus e asiáticos. Com base no Canadá, o grupo Yamana Gold produzouro, outros metais preciosos e cobre. A empresapossui áreas para produção de ouro em estágio dedesenvolvimento, em pesquisa e direitos sobre áreasno Brasil, Chile, México, na Argentina, AméricaCentral e nos Estados unidos. O grupo conta comnove minas em exploração e três projetos emdesenvolvimento. As unidades da empresa no Brasil

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ficam em Goiás, Mato Grosso e na Bahia. A meta daYamana é atingir a produção sustentável de cerca de2 milhões de onças de ouro em 2012.

20 GOIáS INduSTrIAl

sesi/senai

Aonde a indústria estálazer, saúde, esporte, cultura, responsabilidade social e educação formam um cardápio de serviços que o Sesi oferece às indústrias goianas

lazer e tênis de mesa: trabalhadores da Maracá, em Alto Horizonte, no intervalo do almoço

Centro de vivência: trabalhadores fazem a sesta para recuperar forças e retomar o trabalho

nDébora O rsida

É com o objetivo de chegar à indústria,onde ela estiver, que o Sesi desenvolve suasatividades, ao longo de 56 anos de atuaçãoem Goiás. Em 2008, foram mais de 490 in-dústrias atendidas, em 73 municípios, comações que a instituição leva para dentro daempresa por período determinado, facilitan-do o acesso do trabalhador.

São unidades móveis e fixas para trata-mentos odontológicos, atividades esportivase culturais, cursos de educação alimentar,ações educativas e preventivas em saúde e se-gurança no trabalho, além da ginástica naempresa e educação básica com salas de au-las dentro do ambiente de trabalho, em par-ceria com os clientes.

Paulo Vargas, superintendente do SesiGoiás, destaca que a instituição busca estarcada vez mais perto do trabalhador. “Alémdas unidades móveis, que vão ao encontrodos clientes, trabalhadores da indústria eseus dependentes também podem participardas programações de cursos e atividades es-portivas e culturais que as unidades fixas ofe-recem nas cidades do interior e em Goiânia.”

O superintendente salienta que o Sesitem o compromisso de oferecer, em espe-cial, programas que elevem a qualidade devida do trabalhador em seu ambiente detrabalho e, assim, contribuam para a me-lhoria das condições de competitividade daempresa industrial. “Com intensidade cadavez maior de ações, o Sesi revigora o princí-pio da cidadania empresarial. Além de pro-mover atividades nas áreas de saúde e res-

21GOIáS INduSTrIAl

ponsabilidade social, a instituição tambémdesenvolve atividades em esporte, lazer,cultura e educação”, explica.

MENtE SÃ EM CORPO SÃOEsse antigo provérbio é uma realidade

para os trabalhadores da Mineração Maracá,em Alto Horizonte, Região Norte de Goiás,que exercitam mente e corpo em busca deuma vida mais saudável e disposta. Assim co-mo se dedicam ao aperfeiçoamento profissio-nal em cursos do Senai, eles também partici-pam de atividades de lazer promovidas peloSesi, como ginástica laboral, práticas esporti-vas, massagens e recreação. “A prática de es-portes é fundamental para vida. É precisosempre buscar o equilíbrio entre o físico e amente”, destaca o gerente geral da MineraçãoMaracá, Paulo Henrique Paiva de Almeida.

Integrante da equipe de futebol sete más-ter da empresa, ele é um grande incentivadordo esporte entre os colaboradores.“Trabalhamos muito e quando estamos naquadra é um momento de integração, alémde cuidarmos da saúde, voltamos para o tra-balho com outra disposição.”

O Sesi está presente dentro da MineraçãoMaracá com os professores de educação físi-ca Willian Félix de Oliveira e Absair Ferreira,que realizam diariamente a ginástica laboral.“Começamos o dia com alongamento, acor-dando os músculos para o trabalho. Todos oscolaboradores participam desse momento evão para seus postos mais animados e moti-vados”, explica Willian Félix.

Para Wesley Yuri de Souza, coordenador deRecursos Humanos, investir nessas atividades éimportante para a prevenção de doenças ocu-pacionais, estratégia que tem apresentado re-sultados positivos. Um exemplo é a participa-ção da empresa nos Jogos do Sesi. Yuri contaque, em 2007, a empresa foi representada nacompetição por sete pessoas. “No ano passado,já levamos 27 trabalhadores-atletas a Goiânia evoltamos para Alto Horizonte com três meda-lhas e a expectativa, agora, é de levarmos 50 re-presentantes da Mineração Maracá para osJogos do Sesi, em setembro deste ano”, prevê.

Eldson Sousa e Silva : primeiro passo para aempresa participar dos Jogos do Sesi

Yuri Souza: equipe conquistou três medalhasno Jogos do Sesi e tem fôlego para mais

José Dantas: “Jogar bola é um momento dedesconcentração e de confraternização”

Dyego Mendes: “Momento para cuidardo corpo e da mente”

Atletas da vidaO empenho da empresa na área de espor-

tes tem boa repercussão entre os colaborado-res. José Pereira Dantas, de 44 anos, nasceu noRio Grande do Norte e veio para Goiás em1978. Trabalhou no serviço militar e, desde1986, atua na área de mineração. NaMineração Maracá há dois anos, ele hoje é su-pervisor de minas e comanda 58 colaborado-res. É um apaixonado por esporte.

“Trabalhamos muito, temos metas a cum-prir e um dia-a-dia de várias atividades. Jogarbola é um momento de descontração e confra-ternização”, diz José Dantas. Para o técnico eminformática Dyego da Silva Mendes, 21 anos,uma das atividades mais importantes do Sesi é aginástica laboral. “É um momento para cuidar-mos do nosso corpo e mente. Não é apenas umalongamento, mas um instante que paramos pa-ra relaxar e cultuar o nosso bem-estar.”

Em 2007, Eldson Sousa e Silva, 22 anos, to-mou a iniciativa de reunir um grupo de amigos,formou o time de futsal da Mineração Maracá efoi para Goiânia participar dos Jogos do Sesi. “Aempresa nos deu o uniforme e o transporte.Fomos sem muita pretensão e ganhamos a me-dalha de prata”, conta todo orgulhoso.

A SAúDE COMEÇA PElA BOCAOutra ação do Sesi, o serviço de odontolo-

gia é oferecido às indústrias por meio de unida-des móveis ou com a instalação de gabineteodontológico dentro da empresa. A AngloAmerican, localizada em Niquelândia, foi umadas primeiras indústrias na região a instalarconsultório odontológico para atender seus co-laboradores. “Há mais de 20 anos a empresaoferece esse serviço a trabalhadores e depen-dentes, o que proporciona melhor qualidadede vida, bem-estar e autoestima para eles”, dizTiago Ferri, gerente da Unidade Integrada SesiSenai Niquelândia.

O odontólogo Marcos Vinícius MachadoFerrarini conta que a unidade odontológicaatende cerca de 400 pessoas por mês e realizamais de 600 procedimentos.

22 GOIáS INduSTrIAl

construção civil

COrrIdA PElA MOrAdIA POPulAr

Estado deverá receber 50 mil novas unidades até 2010 ou 2011, com investimentos que poderão se aproximar dos r$ 3 bilhões até lá

Se a iniciativa privada demonstrar a mesma agilidade revelada du-rante a fase de anúncio do “pacotão da moradia popular”, Goiás poderáreceber uma injeção entre R$ 1,5 bilhão a R$ 1,7 bilhão, embora algunsmais afoitos animem-se a arriscar quantias mais próximas dos R$ 3 bi-lhões, quando incluídas outras linhas federais e mais recursos do gover-no estadual. As contas, na verdade, assim como os prazos para a realiza-ção dos investimentos, estão em aberto desde que o governo federal con-firmou, em meados de abril, as regras do programa Minha Casa, MinhaVida (leia quadro).

Programado para financiar a construção de 1 milhão de moradiaspopulares em todo o País, num prazo indeterminado, o pacote contri-buiria para eliminar quase 13% de um déficit habitacional calculado em7,935 milhões de moradias, número que representava 14,5% do total de

domicílios registrados em 2006 pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), segundo a Fundação João Pinheiro.

Para o Estado, o déficit habitacional projetado chegaria a 202,27 milmoradias, representando 11,6% do total de domicílios goianos e 2,55%do déficit brasileiro. O programa prevê a construção de 27.613 unidadesem Goiás, o que seria suficiente para solucionar quase 14% daquele défi-cit, segundo o presidente do Conselho Temático de Infraestrutura daFieg, Roberto Elias de Lima Fernandes.

Apenas a construção das residências para famílias de renda mais bai-xa, incluindo o custo dos terrenos, exigirá R$ 34 bilhões, dos quaisFernandes estima que R$ 1,5 bilhão terão Goiás como destino, permitin-do a geração de 50 mil empregos no Estado e 1,5 milhão em todo o País.Quando o orçamento passa a considerar os investimentos necessários

Em obras: programafederal deverá abrir quase50 mil novos empregos no setor da construção

23GOIáS INduSTrIAl

em obras de infraestrutura e em regularização fundiária, o volume de re-cursos aproxima-se dos R$ 60 bilhões, a serem liberados pela CaixaEconômica Federal, responsável pela contratação e liberação dos em-préstimos, até 2011. O cronograma da Caixa prevê a liberação de R$ 15bilhões neste ano, mais R$ 30 bilhões em 2010 e, finalmente, outros R$15 bilhões no ano seguinte, cobrindo faixas de renda familiar entre três(R$ 1.395) a 10 salários mínimos (R$ 4.650).

“A indústria da construção em Goiás está de fato animada com oprograma, já que o setor sempre pediu mais crédito e mais subsídiospara moradias populares e menos burocracia”, declara Fernandes. ACaixa assumiu o compromisso de reduzir o prazo de análise das pro-postas de financiamento de projetos habitacionais de 120 para 45 dias,assim como promete aprovar e contratar o financiamento direto aosmutuários em 15 dias.

Marley Antônio da Rocha, vice-presidente do Conselho Temático dePolítica Econômica da Fieg, reage cautelosamente e ainda conserva umpé atrás. “O combate ao déficit habitacional deve ser um projeto de Paíse não apenas de um governo. Precisamos de programas de longo prazopara o setor, que enfrenta enorme dificuldade para planejar investimen-tos com base apenas em programas governamentais.”

Rocha levanta um exemplo concreto: para colocar uma nova linhade produção em condições operacionais, o empresário precisa de no mí-nimo um ano. Se começar agora, a expansão estará pronta em meadosde 2010, quando o País estará mergulhado no processo eleitoral.“Haverá mercado para essa produção daqui a um ano? O próximo go-verno manterá o programa?”, questiona.

Como solução, Fernandes lembra que a Comissão de Constituição eJustiça e de Cidadania da Câmara Federal já aprovou a proposta deemenda constitucional (PEC 285/08 ou PEC da Moradia) que destina2% do orçamento da União para a moradia popular.

PRinciPAis MEdidAs do PAcotE dA cAsA PRóPRiAAnunciado em 25 de março pelo governo federal, o programa Minha Casa, Minha Vida prevê:

Regras gerais

n Recursos de R$ 34 bilhões para 1 milhão de moradiaspopulares (R$ 25,5 bilhões da União, R$ 7,5 bilhões doFGTS e R$ 1 bilhão do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social). Para Goiás, estão previstas 27.613

unidades e recursos de R$ 1,5 bilhão a R$ 1,7 bilhãonMais R$ 1 bilhão para o Fundo Garantidor da Habitação Popular

(FGHab) bancar a inadimplência do mutuário, em caso de perda deemprego, durante um período que varia entre 12 e 36 meses. O benefíciovale para quem pagou ao menos seis prestações

n Isenção dos custos de registro de imóveis nos cartórios para famílias comrenda de até três salários mínimos, com desconto de 90% para quemrecebe mais de três a seis salários e de 80% na faixa de seis a dez salários

Famílias até três salários mínimos

nBeneficiados serão selecionados por Estados e municípioscom base nas informações do Cadastro Único para ProgramasSociais do Governo Federal (CadÚnico)nAs prestações só começam a ser pagas quando o morador

ocupar o novo imóvelnConstrução de 400 mil casas, com parcela mínima de R$ 50 por mês e

comprometimento máximo de 10% da renda (R$ 139). Prazos de até dezanos, com correção anual pela Taxa Referencial (TR)

n Subsídio para o financiamento será integral e haverá isenção do pagamentodo seguro de vida

n Serão priorizados os portadores de deficiência e os idososnO registro do imóvel será emitido "preferencialmente" em nome das mulheres

Três a dez salários mínimos

nConstrução de 600 mil moradias (400 mil entre três e seis e200 mil até dez salários), com prestações de no máximo 20%da renda familiarnO valor máximo do imóvel a ser financiado, em Goiás, será

de R$ 39 mil para casas e de R$ 42 mil para apartamentosn Redução do seguro e acesso a um fundo garantidor para refinanciamento

de parte das prestações em caso de perda do empregonO pagamento será feito em até 30 anos, com taxas de juros que variam

conforme a renda: 5% mais TR para a faixa entre três a cinco saláriosmínimos; 6% mais TR, entre cinco e seis salários; e de 8,16%, além da TR,para famílias com renda entre seis e dez salários mínimos

Em Goiás

n Prevista a construção de 27.613 unidades, num investimentoem torno de R$ 1,5 bilhão, com estimativa de criação de 50 milempregosn Para construtoras:

n Linha de financiamento de R$ 5 bilhões com recursos da União, a custossubsidiados pelo Tesouro Nacional, mais R$ 1 bilhão por meio do CartãoBNDES. A Caixa Econômica Federal responderá pela contratação, peloacompanhamento da obra e pela liberação dos recursos

n Redução de impostos federais sobre faturamento e lucros com investimentosem moradias populares

Incentivo: famílias com renda de até três salários mínimos terãoprestação máxima de R$ 50 na compra da casa própria

24 GOIáS INduSTrIAl

A caminho, 15mil moradias

A corrida pela casa própria já está nas ruas,com a adesão de 15 prefeituras, com projetos járelacionados pela Agência Goiana de Habitação(Agehab), que será responsável pelo cadastra-mento das famílias no Estado. Fernandes esperaatrair 50 municípios ainda neste ano. Com cin-co projetos na capital, quatro na região daGrande Goiânia e aqueles 15 no interior, a previ-são da Agehab é iniciar ainda neste ano a cons-trução das primeiras 15 mil unidades.

Ao todo, o Estado deverá receber 50 mil no-vas residências até o final de 2010 ou início de2011, resultado das 27.613 incluídas no MinhaCasa, Minha Vida e mais 22.387 financiadas pe-lo Programa Moradia Digna, numa parceria en-tre a Agehab, prefeituras e União. Neste segun-do caso, seriam mais R$ 1,25 bilhão – incluindoo dinheiro para o pacote habitacional recém-lançado, a soma sobe para algo entre R$ 2,7 bi-lhões a R$ 2,9 bilhões em dois ou três anos.

De acordo com Fernandes, um convêniotécnico firmado entre Sinduscon-GO, Agehabe Caixa deverá facilitar o cadastramento deprojetos e de famílias e acelerar a liberaçãodos recursos. A velocidade das obras ficarápor conta da capacidade empreendedora etecnológica da iniciativa privada. O sindicato,com base naquele acerto, vai indicar à Caixaconstrutoras em situação contábil e tributáriaregular, com atestado de qualificação noPrograma Brasileiro de Qualidade eProdutividade do Habitat (PBQP-H), que esti-mula práticas de desenvolvimento sustentávelem áreas urbanas, e análise de risco de créditofavorável – segundo os critérios da Gerênciade Risco de Crédito (Geric) da Caixa.

“As prefeituras deverão providenciar osterrenos e o Estado, a infraestrutura de sanea-mento básico, por meio da Saneago, e deenergia elétrica, via Celg. A Caixa tem R$ 5bilhões para financiar essa infraestrutura”,completa Fernandes.

“A indústria da construção em Goiás está de fato animada com o programa,

já que o setor sempre pediu mais crédito e mais subsídios para moradias

populares e menos burocracia”Roberto Elias de lima Fernandes, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Fieg e do Sinduscon-GO

construção civil

25GOIáS INduSTrIAl

lembra bem o cientista político norte-americano– favorece a corrupção e dificulta a aprovaçãode leis. Pior ainda, como diz também Fukuyama,se vivemos numa constelação partidáriadestituída de qualquer senso de disciplina. Avelha história: o líder de partido vota pelabancada, o que muitas vezes obriga opresidente da república a fazer acordosparalelos. dá assim para se pensar no melhor,se não isso, a aspirar-se à postura ética nacondução dos grandes negócios nacionais?

O empresariado produz, o povo seconforma com os preços em alta, a saúdepública fragilizada, a educação sucateada, e assimficam todos na espera de uma ação política maisconsequente. Mais ainda num momento comoeste, em que, apesar de tudo, o cenário noEstado de Goiás ainda é o do crescimento.

atualizada sobre tudo o que está aí, da criseà realidade da prática política. Em recenteedição da revista Veja, na entrevista dasPáginas Amarelas, o cientista político norte-americano Francis Fukuyama põe o dedo naferida acerca do comportamento do Poderlegislativo no Brasil. Autor do emblemáticoO Fim da História e o Último Homem, livrolançado em 1992 e no qual defende a ideiade que os sistemas políticos encontraramna democracia liberal sua expressãoevolutiva final, Fukuyama nos chama parauma realidade complexa, que é essa detodo presidente da república ter que secompor com o Congresso se quisergovernar. Composição que, não raro,representa na verdade a concessão,quando não a barganha, modelo que –

reynaldo rocha Jo rnalista

Goiás tem sido um exemplo para oBrasil. Até a eclosão da crise financeiramundial, em setembro de 2008, seucrescimento vinha andando acima damédia nacional. Houve problemas nosmeses seguintes, mas o início do segundotrimestre do ano traz notícias alentadoras.Começa do cadastro do emprego formal:Goiás continua na frente. Nas empresas,mantém-se o ritmo, com a superação deobstáculos à custa de empenho e,sobretudo, da boa gestão. Mesmo assim,o Estado se debate com a questãopolítica. Como vamos ficar daqui para2010, quando a população vai serchamada para eleger o presidente darepública, o governador do Estado, doissenadores, os 17 deputados federais e os41 deputados estaduais?

Em Brasília, numa situação quase queinédita, vemos a representação política doEstado avançar rumo a posições-chave. Osenador Marconi Perillo é hoje vice-presidente do Congresso. O senadordemóstenes Torres preside a estratégicaComissão de Constituição e Justiça doSenado. E os deputados federais ronaldoCaiado (dEM), Sandro Mabel (Pr) e JovairArantes (PTB) lideram na Câmara asrespectivas bancadas. Para completar, adeputada federal Iris Araújo é a atualpresidente nacional do PMdB. Há espaço,portanto, para Goiás avançar ainda mais.

requer-se, no entanto, uma reflexão

Cenário do crescimento

artigo

dá assim para se pensar no melhor, se não isso, a aspirar-se àpostura ética na condução dos grandes negócios nacionais?

26 GOIáS INduSTrIAl

capa

27GOIáS INduSTrIAl

ExcEssos da burocracia

imobilizam EmprEEndEdorEs

E gEram dEspErdício dE

Esforços E dE rEcursos,

consumindo r$ 38 bilhõEs

todos os anos

28 GOIáS INduSTrIAl

n Lauro Veiga Filho

burocracia, etimologica-mente, deriva das palavras bureau, de origem francesa, e krátos, equi-valente grego para “poder”. Usada pelos franceses, inicialmente, paradenominar os forros das escrivaninhas em repartições públicas, bureaupassou a designar todo e qualquer escritório. Ao pé da letra, portanto,o termo significa o poder das repartições públicas. Ao longo do tempo,a burocracia assumiu status de um sistema hierarquizado de adminis-tração da coisa pública, com regras rigorosas de procedimento e roti-nas supostamente inflexíveis, conforme define o Aurélio.

Na teoria, a burocracia deveria representar um conjunto de con-ceitos racionais que visam conferir eficiência às organizações, sustentaWelington da Silva Vieira, coordenador técnico da Federação dasIndústrias do Estado de Goiás (Fieg). Na prática, o sistema “não é ra-cional e nem eficiente”, emenda, diante das distorções e dos excessospraticados em nome da suposta necessidade de estabelecer mecanis-mos de controle sobre a sociedade.

“Em si, a burocracia não pode ser vista como um mal, porque elaestabelece normas de funcionamento úteis para qualquer organiza-ção”, reforça Vieira. A questão se complica quando a receita começa adesandar com a introdução de normas e regulamentos em cascata,adotados de forma isolada, sem uma visão mais ampla, com exigênciasem duplicidade, resultando em custos desnecessários e sobretrabalhopara empresas e para o cidadão, diagnostica Vieira.

Os excessos da burocracia, conforme mostram estudos de organis-mos internacionais, como o Banco Mundial (Bird), afligem não só oBrasil, mas uma série de outros países. Razões históricas, relacionadasa uma certa “herança lusitana”, enumera Gilberto Luiz do Amaral, pre-sidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), tor-nam o quadro mais conturbado no País.

Assim como a coroa portuguesa buscava controlar sua colônia àdistância, por meio de normas burocráticas, o setor público brasileiro,na visão de Amaral, tenta monitorar a sociedade na base do papelório.“Temos hoje uma situação em que o papel tem maior valor do que osfatos, com todos os custos exigidos para o acompanhamento desseprocesso, o que envolve a mobilização de pessoal, equipamentos, con-fecção de impressos e outros esforços”, relaciona Amaral.

Nos seus cálculos, a burocracia parece consumir o equivalente a1,5% do faturamento bruto das empresas, “fora o tempo que os empre-sários são obrigados a dedicar ao setor, as centenas de milhares de ca-

minhões paralisados em postos fiscais e milhões de pessoas emfilas para cumprir regras impostas pela burocracia”. Ainda de acordocom Amaral, todos os anos, o País joga no cesto de lixo da burocraciaem torno de R$ 38 bilhões, um gasto que não contribui para a produ-ção de um único parafuso.

Levantamento realizado pelo IBPT aponta a edição de mais de3,776 milhões de normas entre 5 de outubro de 1988, quando foi pro-mulgada a Constituição em vigor, e 5 de outubro do ano passado – umnúmero, portanto, já ultrapassado pela “fúria legisferante” que acome-te os governos em todos os níveis (federal, estadual e municipal).Quase 70% dessas normas, num total de 2,629 milhões, tiveram ori-gem nos municípios.

Em média, 517 normas foram editadas todos os dias, o que repre-senta 774 normas por dia útil. Do total de normas editadas no Brasilnestes 20 anos, cerca de 6,36% se referem a matérias tributárias, numtotal de 27.752 normas tributárias federais (11,55%), 75.441 estaduais(31,41%) e 137.017 municipais (57,04%), aponta o estudo.

Em campanha, pEladEsburocratização

Em 8 de junho do ano passado, a Confederação Nacional daIndústria (CNI) lançou o projeto Corte à Burocracia, conseguindo aadesão de oito federações e duas associações do setor, a Fieg incluída.A proposta era abrir um canal para que a sociedade apresentasse suasqueixas e sugestões para combater o excesso de burocracia. Todo ma-terial seria condensado em um documento a ser encaminhado ao go-verno pela CNI, com a devida cobrança de providências e soluções.

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tEmos hojE uma situação Em quE o papEltEm maior valor do quE os fatos, comtodos os custos Exigidos para oacompanhamEnto dEssE procEsso”

Gilberto luiz do Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário“

Por sugestão da Fieg, a campanha será agora reforçada e am-pliada, com a realização de seminários regionais e participação deespecialistas, acadêmicos, representantes do setor público e da ini-ciativa privada. O foco será o mesmo: formatar uma proposta quepermita desburocratizar o País em todos os níveis, extirpando nor-mas excessivas, exigências descabidas, simplificando a vida de em-presas e pessoas físicas.

“Já tivemos, no País, até mesmo um Ministério daDesburocratização. Isso ajudou, mas não atingiu a essência do pro-

blema”, afirma o presidente da Fieg, Paulo Afonso Ferreira. Ele de-fende uma simplificação ampla das normas em vigor, com o estabe-lecimento de punições severas para casos de descumprimento dasregras. Atualmente, prossegue, “em qualquer tipo de processo, fi-camos à mercê da vontade e do humor de um burocrata. A perso-nalização da autoridade, processo estimulado pela burocracia exa-gerada, facilita desmandos”. Por isso, entende Paulo Afonso, “osprocessos devem ser ágeis, rápidos e transparentes em todas asáreas, inclusive no Judiciário.”

30 GOIáS INduSTrIAl

os procEssos dEvEm sEr ágEis,rápidos E transparEntEs Em todasas árEas, inclusivE no judiciário”Paulo Afonso Ferreira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Go iás (Fieg)“tributos ExigEm

108 dias dEtrabalho

O relatório "Doing Business 2009", elaborado pela InternationalFinance Corporation (IFC), agência do Banco Mundial (Bird) dedi-cada ao financiamento da iniciativa privada em países em desenvol-vimento, avaliou o ambiente de negócios em 181 países em 2008, eapresenta o Brasil em 125º lugar, seis posições abaixo do ranking de2006, à frente apenas de Equador (136º), Bolívia (150º) e Venezuela(174º lugar), na América do Sul.

De acordo com a IFC, a abertura de um empreendimento no Paístomava 152 dias, até então, sem alteração em relação às edições ante-riores do relatório. Na Austrália, são gastos apenas dois dias no mes-mo processo, enquanto nos Estados Unidos, qualquer empreendi-mento pode começar a funcionar em seis dias. No Chile e naArgentina, sempre de acordo com o relatório “Doing Business”, otempo para iniciar um empreendimento varia de 27 a 32 dias, res-pectivamente, frente a 28 dias no México e 40 dias na China. Origemsuposta da vocação cartorial brasileira, em Portugal, uma empresacomeça a funcionar, na média, em seis dias.

Trabalho realizado pela Subsecretaria de Estudos Econômicos daSecretaria de Fazenda do Rio de Janeiro avaliou o tempo despendido por35.829 empresas, abertas entre janeiro de 2005 e julho de 2007, para ini-ciar efetivamente sua operação. Na média, aquelas empresas consumi-

ram 161 dias. Para evitar distorções, calculou-se o prazo mediano paraabertura de um negócio e descobriu-se que metade das empresas acom-panhadas precisou de até 88 dias, ainda acima da média observada nosprincipais concorrentes do País lá fora.

A avaliação do ambiente de negócios pela IFC leva em considera-ção um menu diversificado de procedimentos e políticas, envolvendodez áreas que afetam as transações e os investimentos no lado real daeconomia. São elas: a abertura de novos negócios, o volume de per-missões e licenças para a construção de empreendimentos, as normasem vigor para contratações e dispensas de empregados, facilidades (oudificuldades) para registro de propriedades, para acesso a créditos, pa-ra exportar ou importar mercadorias e bens e para encerrar um em-preendimento (o que inclui a garantia de recuperação ao menos par-cial dos recursos investidos em negócios falidos), alem de regras paraproteção a investidores, tempo e custos para pagamento de tributos esegurança jurídica dos contratos.

No quesito tributos, por exemplo, o Banco Mundial criou uma em-presa fictícia (TaxpayerCo.) e encomendou a especialistas uma avaliaçãosobre o custo tributário e da burocracia nesta área. Esse custo, que che-gou a representar 147,9% do lucro bruto em 2006, ficando abaixo apenasde Serra Leoa e Burundi, foi reduzido para 69,4% no ano passado. Issocolocou o Brasil no 145º lugar, à frente pelo menos do México (146º).Uma empresa brasileira gasta 2.600 horas por ano (mais de 108 dias oupraticamente 30% de um ano) para atender a obrigações tributárias aces-sórias, diante de 196 horas na Alemanha e 187 horas nos Estados Unidos.

Na Argentina, as empresas se obrigam a dedicar 453 horas para tratardo recolhimento de impostos e de todo o papelório envolvido, mas oscustos da tributação consomem o correspondente a 108,1% do lucro. NoMéxico e na Alemanha, novamente, o porcentual do lucro consumidopelos tributos atinge 51,5% e 50,5%.

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simplificar, massEm dEsrEgular

Ao contrário do que sugere o senso comum, adesregulação não é o caminho sugerido pela expe-riência internacional. Ao contrário, foi a ausênciade controles eficientes que empurrou o sistema fi-nanceiro global para sua pior crise. A chave para oproblema está na regulação mais eficiente, comsimplificação de procedimentos e formalidades, re-dução de exigências, fixação de metas de gestão ede qualidade, com redução do tempo e dos custosda burocracia, e uso intensivo da informática.

Estima-se que o Brasil poderia ganhar o cor-respondente a 2,2 pontos porcentuais de cresci-mento do Produto Interno Bruto (PIB) se conse-guisse replicar o desempenho do Chile, por exem-plo. Ainda na comparação com a economia chile-na, dizem os especialistas do IFC, caso os brasilei-ros conseguissem descomplicar a burocracia, a fa-tia da economia informal em relação ao PIB pode-ria recuar no equivalente a 9 pontos porcentuais.

O Chile ocupa o 40º lugar no ranking da IFC,que indica os países onde é mais fácil (ou mais di-fícil) desempenhar atividades empreendedoras,85 postos à frente do Brasil. Por lá, as empresasprecisam realizar a metade dos procedimentosexigidos dos concorrentes brasileiros e a aberturade novos negócios ocorre em 27 dias. As empre-sas chilenas consomem 12% do tempo gasto pe-las brasileiras para lidar com questões tributárias.Como nem tudo é perfeito, mesmo numa daseconomias mais festejadas pelas escolas econô-micas mais liberais, os custos para permissões elicenças de construção são duas vezes maiores doque no Brasil, embora estas possam ser obtidasem tempo mais curto (155 dias no Chile, diantede torturantes 411 dias no Brasil).

Da mesma forma, para fazer valer os contratosna Justiça, as empresas chilenas despendem o cor-respondente a 28,6% dos valores atribuídos aos

processos, diante de 16,5% no Brasil. Oschilenos pagam mais caro, mas as soluções são da-das em prazo menor – 480 dias, frente aos 616 diasenfrentados pelas empresas brasileiras.

A informatização poderia acelerar processose reduzir custos. Em Cingapura, os advogadosque recorrem à Suprema Corte podem consultarna tela do computador o tempo previsto para ma-nifestação dos juízes sobre cada processo e sãoavisados, via celular, quando o juiz estiver prontopara atender às partes em disputas comerciais ouem processos envolvendo contratos corporativos.O país ocupa o 14º no ranking de segurança doscontratos, consumindo 150 dias para dirimircontendas judiciais.

A simplificação e o uso da informática ajuda-riam a eliminar absurdos, como descreve o presi-dente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral. “Para vo-cê protocolar um pedido na Receita Federal, preci-sa juntar fotocópia autenticada de toda a docu-mentação exigida. E isso se repete todas as vezesem que se apresenta um requerimento, gerandoum volume de papéis para os quais já não espaçofísico disponível, o que impede empresas e cida-dãos de exercerem seus direitos.”

A abertura e cadastramento de empresas, sus-tenta Amaral, poderiam ser feitos pela internet,com posterior fiscalização da Receita e dos órgãoscompetentes. “Atualmente, o fisco não fiscaliza,mas exige papéis. A premissa é de que todos sãodesonestos até prova em contrário”, alfineta, paraacrescentar que, na Inglaterra, todo o cadastra-mento de empresas é realizado por meio da redemundial de computadores. “O empreendedor abresua empresa, começa a funcionar e a recolher im-posto. Se os tributos não forem pagos, aí sim oFisco pode entrar em ação, numa fórmula mais ra-cional que a brasileira.”

Na classificação do IFC, o Reino Unido surgena 8ª colocação quando se trata de abrir um negó-cio. Se seus concorrentes brasileiros precisam rea-lizar 18 procedimentos e esperar 152 dias, a aber-tura de uma empresa no Reino Unido exige meiadúzia de passos e apenas 13 dias.

32 GOIáS INduSTrIAl

os prazos (na árEaambiEntal) são imprEvisívEis.a licEnça podE dEmorar dEsEis mEsEs a um ano”Marley Antô nio da Ro cha ,v ice-presidente do C onselho Temático de Po líticaEconômica da Fieg e presidente do S indicato da Indústria de Produto s de C imentodo Estado de Go iás (S inpro cimento )“

falta EnErgia,

sobram alvarásProgramado desde 2004, o projeto teve de

ser postergado e deveria começar a deslanchara partir de setembro de 2008. Se os últimosobstáculos forem superados até maio, comoaposta o presidente do Grupo Pirineus e dire-tor-tesoureiro da Fieg, Domingos Sávio Gomesde Oliveira, a nova planta da AraguaiaMineração e Indústria, uma das empresas dogrupo, poderá entrar em operação entre feve-reiro e março do ano que vem.

Será a primeira planta em todo o Centro-Oeste e a quarta no País a produzir o carbonatode cálcio precipitado, produto com aplicaçõesnas indústrias de cosméticos, de tintas, de pa-pel e celulose, fumo e no setor farmoquímico.O investimento deverá variar entre R$ 18 mi-lhões a R$ 20 milhões, com recursos próprios.

Oliveira queixa-se do emaranhado buro-crático no setor. “No caso de uma empresa co-mo a minha, de pequeno porte na mineração,temos de lidar com 14 alvarás e a regulação doExército, da Polícia Federal, do DepartamentoNacional de Produção Mineral (DNPM), doIbama, da Agência Ambiental do Estado, doMinistério da Agricultura, da Secretaria daFazenda e do CREA.”

O licenciamento ambiental demora umano e meio, reclama. “O DNPM só libera a la-vra mediante a apresentação do licenciamentoambiental. Mas, para expedir a licença, aAgência Ambiental exige a portaria de lavra, oque cria um círculo vicioso.”

a longamaratona pElos guichês

Com muita “esperteza” e grande dose dedeterminação, um empresário pode vencer osobstáculos da burocracia em quatro meses,

mas este é um caso raro, na visão de JoséEvaristo dos Santos, presidente da Federaçãodo Comércio de Goiás (Fecomércio). A exten-sa maratona imposta aos empreendedores co-meça já a partir da escolha de um ponto co-mercial para instalar seu negócio, conformedescreve Santos.

Em primeiro lugar, além de negociar como dono do imóvel e acertar o valor do aluguel,o empreendedor deve rumar à prefeitura pararealizar uma consulta prévia sobre o local es-colhido, providenciar licença de uso do solo,liberada, em média, em 90 dias, e tentar obtero alvará de funcionamento. Nesse intervalo, jádeverá ter contratado um contador para pro-videnciar e correr atrás da papelada exigida noprocesso de licenciamento, o que já significanovos custos, antes mesmo de o negócio co-meçar a andar, prossegue Santos.

Em caso de riscos ambienteais, o licen-ciamento ambiental é obrigatório. “Os pra-zos, aqui, são imprevisíveis. A licença po-de demorar de seis meses a um ano”, de-clara o vice-presidente do Conselho

Temático de Política Econômica da Fieg epresidente do Sinprocimento, MarleyAntônio da Rocha.

Nas etapas seguintes, o empresário devepercorrer a Secretaria Municipal deDesenvolvimento Econômico (Sedem), casoseu empreendimento esteja sediado emGoiânia, o Corpo de Bombeiros, a VigilânciaSanitária para obter todas as licenças e conse-guir o alvará de funcionamento. Ao mesmotempo, terá de se dirigir à Junta Comercial pa-ra registrar a empresa e, na sequência, rumarpara a Secretaria da Fazenda e para a ReceitaFederal. Objetivo: comprovar a regularidadefiscal dos sócios atuais e dos antigos donos doponto, além de incluir a empresa nos cadas-tros do Fisco estadual e da Receita.

Depois de tudo, o empresário deve retor-nar à Sefaz para obter autorização para impri-mir documentos fiscais, para em seguida in-vestir na aquisição de um equipamento emis-sor de cupom fiscal. Resta inscrever-se noINSS e no sindicato patronal da categoria deseu negócio.

33GOIáS INduSTrIAl

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fúria lEgisfErantE

Ano População* Normas Normas Habitantes Habitantesgerais tributárias por norma por normaeditadas editadas geral tributária

1985 a 137.178.106 457.141 29.713 300 4617

04/10/1988

1989 140.706.106 543.998 118.922 259 1183

1990 143.242.121 641.917 123.893 223 1156

1991 145.536.683 751.043 129.072 194 1128

1992 147.891.960 889.986 134.467 166 1100

1993 150.259.389 1.060.864 140.087 142 1073

1994 152.638.901 1.259.776 145.943 121 1046

1995 155.030.430 1.498.564 152.043 103 1020

1996 157.433.909 1.787.127 158.398 88 994

1997 159.849.274 2.126.681 165.019 75 969

1998 162.276.460 2.479.285 171.916 65 944

1999 164.715.404 2.782.984 179.102 59 920

2000 167.166.043 2.896.208 186.588 58 896

2001 169.628.317 3.014.739 194.388 56 873

2002 172.102.165 3.139.908 202.513 55 850

2003 174.587.528 3.267.654 210.977 53 828

2004 177.084.348 3.315.947 219.796 53 806

2005 179.974.626 3.434.805 225.626 52 798

2006 182.502.265 3.510.804 229.616 52 795

2007 183.987.291 3.628.013 235.900 51 780

2008 189.612.814 3.776.364 240.210 50 789

*população: a) 1985 a 1988 = média da população projetada pelo iBGE, no dia 1º dejulho de cada ano

b) 1989 e 1990 = população projetada pelo iBGE, no dia 1º de julho de cada ano

c) 1991 a 2008 = estimativa da população pelo iBGE

Fonte: instituto Brasileiro de planejamento tributário (iBpt)

34 GOIáS INduSTrIAl

encomex

PrIMEIrOS PASSOSEmpresas de pequeno porte “aprendem” o caminho das pedras no

mercado internacional e engrossam número de exportadores em Goiás

Vencedora do Prêmio Goiás de Inovaçãona categoria micro e pequena empresa, em2008, a Pctel Eletrônica quase desistiu de ex-portar, tamanho os problemas que enfrentou,confessa Alexandre Costa, diretor geral da em-presa. Sem a orientação necessária, a empresacometeu erros estratégicos por desconhecermercados e não estar familiarizada com proce-dimentos e trâmites na área de comércio exte-rior.“Se fôssemos exportar apenas software, tu-do seria muito mais simples. Mas produzimosequipamento eletrônico e, neste caso, as bar-reiras são maiores”, reconhece Costa.

O empresário aderiu aos cursos de ca-

pacitação em comércio exterior, oferecidospelo Centro Internacional de Negócios daFieg (CIN), em parceria com Ministério deDesenvolvimento, Indústria e ComércioExterior (Mdic) e outras instituições, e co-memora o quinto ano de exportações em2009, quando pretende destinar ao merca-do externo perto de 15% de sua produçãode gravadores telefônicos.

Disponível apenas para grandes prestado-ras de serviços, até então, a Pctel desenvolveuum equipamento adequado para empresas demenor porte e tem conseguido assegurar seuespaço lá fora. Tanto que foi premiada como

uma das empresas de destaque em exportaçõesdurante o 132º Encontro de ComércioExterior, programa do Mdic criado para esti-mular a formação de cultura exportadora entreas empresas. A primeira edição do ano do en-contro foi realizada entre os dias 28 e 30 deabril em Goiânia, numa parceria entre o minis-tério, o Instituto Mercadológico das Américas(IMA) e Secretaria de Indústria e Comércio deGoiás (SIC). Além da Pctel, foram tambémpremiadas as empresas Art’s Coração de JesusLtda, Nonna Pasqua Alimentos Ltda e aScitech Produtos Médicos Ltda, todas goianase de portes entre pequeno e médio.

Ivan Ramalho, do Mdic: “trabalho intenso e permanente para consolidação de uma cultura exportadora no Brasil”

35GOIáS INduSTrIAl

Capacitação e “instinto animal”Em entrevista à Goiás Industrial, o secre-

tário executivo do Mdic, Ivan Ramalho, desta-cou o forte incremento da corrente de comérciobrasileira nos últimos cinco anos, com saltoacumulado de 250%, para valores próximos aUS$ 371 bilhões no ano passado, relacionandoesse desempenho ao “trabalho intenso e perma-nente para consolidação de uma cultura expor-tadora no País, especialmente entre pequenas emédias empresas.” Os Encontros de ComércioExterior, disse ele, fazem parte dessa estratégia,cujo sucesso depende, sob vários aspectos, daparticipação e da disposição do empresariado –o que economistas classificam como o “instintoanimal” dos empresários.

A exportação deve ser encarada comopeça fundamental na estratégia de cresci-mento das empresas, reforçou o diretor daSecretaria de Comércio Exterior do Mdic,Fábio Martins Faria. “Ao exportar, a empre-sa incorpora novas tecnologias, testa a qua-lidade de seus produtos e pode aprimorá-los, preparando-se para crescer.”

Gennaro Salvemini, diretor da NonnaPasqua, há nove anos no mercado, alimentavaplanos de exportar sua produção desde a cria-ção da empresa, que processa o baru, fabrican-do castanhas torradas e bebidas à base do fruto,típico do Cerrado. “Estávamos esperando que aempresa se desenvolvesse, alcançando escala econsolidando uma rede de suprimento de ma-téria-prima.” Hoje, a Nonna Pasqua mantémum cadastro com 250 famílias que colhem o ba-

ru entre o final de maio e o começo de outubro,época de safra da castanha, nas regiões deJussara, Piranhas e Baliza.

No ano passado, a produção da amêndoaatingiu 500 quilos por mês e a meta para 2009será alcançar uma tonelada mensal, metadedestinada ao mercado externo, para a Europa,preferencialmente. Para chegar lá, Salveminivem trabalhando num planejamento para de-senvolver mercados no exterior, depois de fir-mar presença no País, com uma carteira de 150clientes, entre lojas e redes de supermercadosespecializadas. Antes disso, o empresário inves-tiu no desenvolvimento do primeiro equipa-mento elétrico – segundo ele – para quebra dofruto e extração da castanha de baru.

As amêndoas serão embarcadas em emba-lagens a vácuo, exclusivas para exportação, deacordo com Salvemini. “Fizemos uma primeiraoperação-piloto em abril deste ano, com a ven-da de 20 quilos para a Itália, por meio do pro-grama Exporta Fácil, dos Correios. Mas há po-tencial para ampliar esses embarques para umatonelada por mês”, projeta, animado.

POR CONtA PRÓPRIACom uma ideia na cabeça e muita determi-

nação, Rui Carlos Silva, diretor comercial daArt’s Coração de Jesus, de Uruaçu, onde produz380 modelos de produtos religiosos, empregan-do 50 pessoas diretamente e outras 150 de for-ma indireta, decidiu, por conta própria, partici-par de feiras religiosas na Europa e nos EstadosUnidos. Resultado: “Fomos a microempresagoiana que mais exportou em 2008, destinandomais de 50% da produção de nossa indústriapara 15 países”, comemora Silva.

Sua primeira investida lá fora, registra o em-presário, aconteceu em 2002, nos EstadosUnidos. Depois dali, ele já percorreu os princi-pais santuários marianos na Europa, incluindoLourdes e Fátima, entre os mais conhecidos.“Na primeira vez, não sabia nem falar inglês”,lembra-se. O avanço das vendas externas, acre-dita Silva, deve-se ao diferencial do seu produto.

viana, do CIN: demanda por cursos e pela pós-graduação em gestão em comércio exterior

Puxadas pela soja e pelosembarques de carnes, maisrecentemente, as exportaçõesgoianas saltaram quase 11 vezesna última década, destaca o

secretário de Indústria e Comércio, Luiz MedeirosPinto, saindo de US$ 381,669 milhões em 1998para US$ 4,092 bilhões no ano passado. Noperíodo, 120 novas empresas passaram a figurarno rol de exportadores, que chegou a incorporar271 empresas em 2008 – mas havia somado 286exportadores um ano antes. O total de produtosincluídos na pauta de exportações do Estado

triplicou, pulando de 315 para 982também nos últimos dez anos.

Ao contrário da tendência geral,Goiás foi um dos poucos Estadosonde as vendas externas nãocaíram neste ano, mantendo-se

virtualmente estabilizadas (avanço de 0,6% nacomparação entre o primeiro trimestre de 2009e igual período do ano passado). Comoresultado, a participação do Estado nasexportações brasileiras avançou para 2% notrimestre, diante de 1,6% em 2008. Mas a pautacontinua excessivamente concentrada. Apenas

26 empresas exportadorasresponderam por 90,5% dasvendas externas totais do Estadono primeiro trimestre.

Para o gerente do CentroInternacional de Negócios da Fieg

(CIN), Plínio César Lucas Viana, que falou sobre atendência de internacionalização das empresas, a132ª edição do Encontro de Comércio Exterior,agora reformulado para abrigar maior número depalestras, oficinas e cursos, superou suasexpectativas. O estande do CIN no evento registroumais de 50 atendimentos, de técnicos eempresários interessados nos cursos oferecidospela entidade e, em especial, na pós-graduaçãoem gestão em comércio exterior, cuja segundaturma deverá se iniciar em setembro, em parceriacom a Faculdade de Tecnologia Senai deDesenvolvimento Gerencial (Fatesg).

suPERAndo ExPEctAtiVAs

“Ao exportar, a empresa incorporanovas tecnologias, testa a qualidade

de seus produtos e podeaprimorá-los, preparando-se

para crescer.”

Fábio Martins Faria,

diretor da Secretaria de ComércioExterior do Mdic

36 GOIáS INduSTrIAl

indústria de carnes

37GOIáS INduSTrIAl

FrIGOríFICOS NACOrdA BAMBA

n Lauro Veiga Filho

Quem projetou o futuro imediato da indústria da carne no Brasilcom base no cenário montado para o setor há apenas dois anos errouredondamente em suas previsões. Àquela altura, todos os prognósticossugeriam que a expansão vigorosa experimentada pela indústria do se-tor desde 2004 teria continuidade ainda por um bom período, a despei-to do ciclo de alta dos preços da arroba do boi gordo, iniciado em 2008.

Na verdade, a reviravolta ocorreu antes mesmo que a crise finan-ceira global contaminasse a economia brasileira e refletiu, em grandeslinhas, uma mistura de negócios financeiros de alto risco, alguma dosede má gestão, custos mais altos e um mercado internacional cada vezmais arisco, com o incremento de exigências sanitárias especialmenteno mercado europeu.

A crise financeira jogou lenha na fogueira ao decretar o encolhi-mento da demanda em tradicionais importadores das carnes brasilei-ras e o aumento da inadimplência externa, com o surgimento de casosde calotes e de rompimento unilateral de contratos. “O endividamentoem dólares derrubou frigoríficos exportadores. Quem permaneceu nomercado, casos do Friboi, Bertin e Marfrig, tende a se fortalecer”, ante-cipa o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados noEstado de Goiás e Distrito Federal (Sindicarne), José Magno Pato.

Crescimento acelerado eleva endividamento e reviravolta no mercado,aqui dentro e lá fora, empurra grandes do setor para as cordas

Independência: em dificuldades, frigorífico paralisa unidade que já foi do Goiascarne, em Senador Canedo

A fila dos pedidos de recuperação judicial,instituto que substituiu a tradicional concordata,foi aberta ainda em setembro do ano passado, an-tes que a crise financeira aportasse por aqui, peloMargen, que já havia anunciado a suspensão dasoperações em suas 16 unidades, além de 3,5 mildemissões, depois de uma tentativa frustrada defusão com o Quatro Marcos, também em dificul-dades atualmente. Além desses dois, os gruposArantes Alimentos, FrigoEstrela, Independência,no caso mais badalado pela imprensa, eInternational Food Company (IFC) também re-correram à nova Lei de Falências, com pedido derecuperação judicial.

Os anúncios resultaram no fechamento demeia centena de plantas de abate, especialmenteem Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,conforme balanço preliminar da AssociaçãoBrasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O presi-dente da entidade, Péricles Salazar, estima que300 mil animais deixarão de ser abatidos a cadamês, perto de 9% do total de abates contabiliza-dos pela associação para todo o País. Até o iníciodeste ano, a Abrafrigo trabalhava com uma pro-jeção de queda de 7% no consumo interno em2008, estimado em 5,207 milhões de toneladasde carne, em carcaça equivalente, para uma pro-dução de 7,328 milhões de toneladas (6% me-nor) e exportações de 2,150 milhões de tonela-das (queda de 2%).

Em Goiás, José Magno Pato prevê queda en-tre 4,5 mil a 5 mil cabeças na escala diária de ma-tança e um aumento da saída de animais vivospara abate em São Paulo. Essa redução somentenão afetou a oferta interna de carne, fazendo ospreços subirem, porque o mercado externo não

esteve comprador no início do ano. Além disso,acrescenta Pato, houve aumento no consumo do-méstico de frangos e suínos.

Embora considere ainda muito cedo para ar-riscar previsões, o presidente do Sindicarne ante-cipa que o Brasil deverá observar tendência seme-lhante ao processo experimentado pelos EstadosUnidos, pela Austrália e Argentina, todos grandesprodutores de carne bovina. “Haverá uma ten-dência de concentração entre os frigoríficos dedi-cados à exportação”, prevê, ao afirmar que as em-presas que recorreram à Lei de Falências dificil-mente deverão retomar as vendas externas.

CRÉDItO ESPECIAlNo dia 16 de abril, o Conselho Monetário

Nacional (CMN), em reunião extraordinária,aprovou a criação de uma linha especial parafinanciamento de capital de giro para a agroin-dústria, com alvo preferencial para a indústriade carnes (bovinos, aves e suínos). Com tetode R$ 10 bilhões, a serem supridos pelo BancoNacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), o empréstimo terá dois anosde prazo, incluindo 12 meses de carência, ju-ros de 11,25% ao ano e poderá ser contratadoaté 31 de dezembro deste ano.

Nem bem teve sua criação confirmada pe-lo governo, a nova linha, um socorro a um se-tor que fez apostas arriscadas no futuro, vemgerando polêmica. “O País precisa preservar omercado externo, fonte de divisas em moedaforte”, defende José Magno Pato, presidentedo Sindicarne. Na sua avaliação, que coincidecom a argumentação apresentada peloMinistério da Fazenda, o crédito vai favorecertoda a cadeia, facilitando a normalização dasrelações entre abatedouros e fornecedores.

Numa contradição apenas aparente, aAbrafrigo opõe-se frontalmente a nova injeção derecursos do BNDES em benefício de alguns den-tre os maiores frigoríficos exportadores do País.“Isso corresponde a socializar os prejuízos e pri-vatizar os lucros”, sustenta Péricles Salazar, presi-dente da associação. Os empréstimos se justifica-riam apenas e exclusivamente se fossem destina-dos a um acerto de contas com os criadores, víti-mas de calotes nos últimos meses.

38 GOIáS INduSTrIAl

indústria da carne

O polêmico socorro ao setor

A criseinternacional,agravada desde aquebra do banco deinvestimentoslehman Brothers,no dia 15 desetembro de 2008,fez apenas piorar ocenário paraaqueles frigoríficosque haviamrealizado apostaselevadas demais emrelação ao cacife deque dispunham.

O esboço deuma reação

O mercado espera uma gradual retomada dasexportações de carne bovina, diante da perspecti-va de interrupção da tendência de baixa a partirde março. Mas as apostas maiores estão centrali-zadas no segundo semestre, se a crise internacio-nal começar de fato a dar sinais de recuo. OSindicarne já vislumbra a expectativa de melhoranas exportações, diante da redução nos estoquesna Europa, o que já estaria causando alguma rea-ção nos preços externos.

A perspectiva de retomada das exportações decarne bovina e suína para a Rússia e o reconheci-mento pelo Chile dos principais Estados brasileirosprodutores de carne bovina como livres de aftosacom vacinação parecem reforçar a expectativa doSindicarne. Os dados da Secretaria de Relações

Internacionais do Agronegócio, do Ministério deAgricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), parao primeiro trimestre do ano apontam uma leve re-dução na intensidade da queda das exportações decarne bovina. Em relação a igual período do anopassado, as vendas externas recuaram 26,3%, o quese compara com um tombo de 34,7% no primeirobimestre. Em volume, a queda chegou a 17,2%,frente a perdas de 25,3% no acumulado dos primei-ros dois meses deste ano. Entre janeiro e março des-te ano, o País exportou 284,08 mil toneladas de car-ne bovina e obteve receitas de US$ 862,85 milhões.

Em Goiás, as exportações de carne bovina con-gelada e fresca caíram, respectivamente, 52,96% e44,85% no primeiro trimestre, para US$ 77,832 mi-lhões e US$ 13,289 milhões. Em volume, o embar-que de cortes congelados encolheu 32,4%, comtombo de 30,4% nos preços médios; enquanto asvendas de carne bovina fresca ou resfriada foram10% maiores em volume, com preços representan-do a metade dos valores médios anotados nos trêsprimeiros meses de 2008.

A crise internacional, agravada desde a quebrado banco de investimentos Lehman Brothers, nodia 15 de setembro de 2008, fez apenas piorar ocenário para aqueles frigoríficos que haviam reali-zado apostas elevadas demais em relação ao cacifede que dispunham. A partir da entressafra de2006, anota Fabiano Tito Rosa, diretor da ScotConsultoria, o ciclo de baixa dos preços da arrobainiciou uma reversão, refletindo anos de preçosaviltados e de matança de fêmeas.

A Scot Consultoria estima que o rebanho teriaencolhido em quase 12 milhões de cabeças entre2005 e 2008, gerando alta nos preços da arroba. Oaumento de custos, já que a matéria-prima respon-de por 80% a 90% dos desembolsos totais da in-dústria, prossegue Tito, e a ociosidade elevada, oque dificulta a diluição de custos fixos e variáveis,já criavam um cenário complicado para os frigorí-

ficos, antes mesmo da crise econômica explodir. Omercado ainda refletia um movimento “natural ecíclico” da pecuária de corte, que costuma alternarperíodos de alta e de baixa de preços a cada três oucinco anos. “Aqueles que ainda não aprenderamisso podem desistir da atividade”, afirma.

Sobreveio a crise financeira mundial, comseus reflexos para a economia brasileira. “A per-da de receitas, que já vinha ocorrendo, intensifi-cou-se”, diagnostica. Aqui, entra em operaçãooutro mecanismo realimentador da crise: a pro-dução que deixou de ser exportada passou a serdesovada aqui dentro, a preços cada vez maisbaixos, gerando uma verdadeira guerra por mer-cados entre os frigoríficos. “A situação agravou-se para quem estava alavancado e ficou maisgrave ainda para quem estava endividado emdólar”, acrescenta Tito.

39GOIáS INduSTrIAl

O ciclo pecuário e o gargalo do crédito

Magno Pato: tendência de maiorconcentração entre indústriasexportadoras de carne

Péricles Salazar: linha especialpara capital de giro elitiza ocrédito no setor

tito Rosa: quem não aprendeua conviver com os ciclos dosetor pode desistir da atividade

40 GOIáS INduSTrIAl

goiás mostra moda

dE VOlTA AOS HOlOFOTES

Goiás Mostra Moda pretende reconduzir o Estado à posição de um dosprincipais polos geradores de moda do País, atraindo clientes daqui e de fora

Depois de uma década e meia literalmente fora da comunicação, aindústria do vestuário tenta se reinventar com a realização da GoiásMostra Moda, que pretende reposicionar o Estado como um dos pólosgeradores de moda no País, atraindo compradores nacionais e interna-cionais, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário doEstado de Goiás (Sinvest), José Divino Arruda.

Em parceria com a Fieg, o Sinvest pretende atrair quase uma centenade expositores para o Centro de Convenções de Goiânia, onde a feira se-rá realizada entre os dias 23 e 26 de junho deste ano, com apoio de enti-dades como Sinroupas, Sebrae, Senai, Senac, Secretaria de Indústria eComércio do Estado, Agicon, universidades Estadual e Federal de Goiás,Universo e associações de lojistas das avenidas 85 e Bernardo Sayão e doShopping Flamboyant.

De acordo com Arruda, o setor de confecções reúne pratica-mente 4 mil empresas em todo o Estado, que produzem mensal-mente em torno de 6 milhões de peças, entre modinha, modaspraia, feminina e íntima, além das linhas infantil e jeans wear, entreoutras. Na estimativa do Sinvest, um porcentual não muito distante

de 90% dessas empresas são de micro e pequeno porte e estão con-centradas em Goiânia, Jaraguá, Jataí, Trindade, Catalão, Anápolis,Rio Verde, Goianésia e Aparecida de Goiânia.

O setor, que já foi o terceiro maior centro de modas do País e ocupamodesta nona colocação atualmente, responde por um terço do PIB in-dustrial goiano e emprega 35 mil pessoas diretamente, gerando outros63 mil empregos indiretos – o que soma a nada desprezível marca de 98mil postos de trabalho, em números aproximados.

A mostra deverá reunir, além de indústrias de confecções, compra-dores e lojistas, representantes de revendas, estilistas e designers reno-mados, além de fornecedores de matérias-primas e equipamentos. “AGoiás Mostra Moda será o ponto de partida para uma revolução no setorem Goiás”, adianta Arruda.

O presidente do Sinvest destaca, na área tributária, a decisão recentedo governo estadual de reduzir a alíquota interna do Imposto sobreCirculação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para 7%, baixando para ze-ro o imposto nas transações interestaduais, o que deverá contribuir, espe-ra Arruda, para ampliar a capacidade de competição da indústria local.

Suely e Guilherme: pulverização de clientes pode ser um trunfo lorena, da Jean Darrot: “Devemos manter os pés no chão em 2009”

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Tecnologia e negóciosDurante os quatro dias da feira, os quase 15 mil visitantes esperados

poderão participar de uma dúzia de palestras, cursos, oficinas e workshops sobre temas relacionados à indústria de confecções e a técnicas dedesign, além de conferir tendências e as novidades do setor. Ao longo deuma série de desfiles programados para todos os dias do evento, com aparticipação de convidados especiais, o mundo da moda será apresenta-do à linha de alto verão para 2010.

Mas nem só tecnologia e tendências serão atrações durante a mostra.A cargo do Sebrae, serão organizadas rodadas de negócios, onde produ-tores de moda, compradores e fornecedores serão colocados frente afrente, ampliando as possibilidades de geração de novos negócios e mes-mo de investimentos, conforme espera o Sinvest. “Há um horizonte am-plo a ser explorado, inclusive na área de turismo de negócios, fortementeassociado à indústria da moda”, lembra José Divino Arruda.

PARA QUEBRAR O GElOTodos os meses, o departamento de criação da Jan Darrot apresenta

ao mercado mais de uma centena de novos modelos, o que exige um in-tenso trabalho de atualização e um esforço para atender às exigências domercado e acompanhar as últimas tendências no mundo da moda.“Fazemos uma coleção mensal e esta tem sido nossa estratégia para aten-der ao mercado de atacado e varejo”, declara Lorena Costa Alves FreireLima, diretora executiva da empresa.

A Jean Darrot foi uma das primeiras confecções a confirmar presen-ça na Goiás Mostra Moda, fechando a contratação de um dentre os quase100 estandes da feira. Lorena adianta que é grande a expectativa em rela-ção à feira, principalmente diante da possibilidade de divulgar a marcapara todo o País, atingindo, ainda, revendedores e lojistas de Goiás.

Com 14 lojas em Goiás, 10 das quais em Goiânia, e 1 em Belo

Horizonte, a Jean Darrot produz 1,6 mil peças de jeans por dia, carro-chefe no portfólio de produtos da empresa, num total de 33,6 mil peçaspor mês. Lorena acrescenta que a empresa atua em praticamente todasas linhas, incluindo modinha, com jaquetas e macacões, entre outros,malharia, moda masculina e feminina. A fábrica está instalada emTrindade, onde emprega 375 funcionários, outros 70 trabalham nas lojasda marca e 30 operam no setor de criação, em Goiânia.

No ano passado, a confecção realizou 166 contratações, mas comoperdeu outros 120 empregados, por conta da tradicional rotatividade nosetor, a força de trabalho total foi reforçada com a abertura de 46 novasvagas. Ao longo do ano, a empresa conseguiu ampliar as vendas em qua-se 29% na comparação com 2008, em volume. Mas, diante da estratégiacomercial escolhida para consolidar seu mercado e abrir novos espaços,o faturamento registrou aumento mais modesto, na faixa dos 10%.

“Em 2009, estamos tentando manter o que alcançamos no anopassado. Se conseguirmos crescer será ótimo. Mas este será um anodifícil e temos que manter os pés no chão”, antecipa a empresária. Oano até que começou bem, mas em fevereiro já começou a derrapar e,em março, os resultados não foram tão bons. A queda de receitas, acu-mulada no primeiro trimestre, atingiu 5%, na comparação com igualintervalo de 2008, aponta Lorena, que espera vendas melhores emmaio, devido ao Dia das Mães.

Como reflexo do desempenho mais do que favorável alcançadono ano passado, a Jean Darrot investiu não só em contratações, mastambém na compra de máquina eletrônica de bordado. “A enco-menda foi feita em 2008, mas a máquina foi instalada em fevereirodeste ano”. Diante do novo cenário na economia, a empresária jáadianta: novos investimentos e contratações serão definidos apenasquando o mercado der uma resposta firme, demonstrando capaci-dade de crescimento mais duradouro. Mesmo assim, futuras ex-pansões deverão privilegiar regiões mais próximas à base da indús-tria, onde a marca já é conhecida.

José Divino Arruda, no lançamento da mostra: elogios à redução do ICMS Homenagem ao governador Alcides Rodrigues: alívio tributário

42 GOIáS INduSTrIAl

goiás mostra moda

A alternativa estrangeiraHá 24 anos no mercado, instalada na Rua 74, na região central de

Goiânia, a Guilherme Calafiori Moda Praia vem buscando uma saída ex-terna para enfrentar o momento de desaquecimento no mercado domés-tico. Nas últimas semanas, cresceram as consultas pela internet de clien-tes fora do Brasil, com destaque para Inglaterra, Portugal e Itália, relataGuilherme Calafiori, dono da empresa, juntamente com sua esposa, adesigner Suely Calafiori.

Desses primeiros contatos resultou uma operação de venda para omercado português, ainda em volume pouco expressivo, mas que sinali-za a possibilidade de novas transações mais à frente, espera Guilherme.O mercado externo não é propriamente uma área desconhecida para aconfecção. Pelo contrário. A empresa, especializada em moda praia mas-culina e feminina, com produção mensal de 2,5 mil peças e capacidadepara produzir 4 mil peças por mês, se necessário, destina em média 40%desse volume para exportações. “Nossos principais mercados, lá fora, es-

tão na Europa, em Israel e no Japão”, afirma Guilherme.De acordo com Suely, o crescimento realizado em 2008, quando a

empresa cresceu em torno de 18% na comparação com 2007, deve sercreditado, em grande parcela, ao avanço das vendas externas.“Trabalhamos com uma linha de produtos diferenciados, com qualidadecomprovada e design avançado”, reforça Suely, indicando que perto de80% de seus consumidores são mulheres. A confecção controlada pelocasal emprega 15 pessoas diretamente e desenvolve um trabalho de in-serção social com cooperativas de trabalhadores, utilizando pessoas deterceira idade e portadores de necessidades especiais.

A empresa vai se dedicar, neste ano, ao projeto de fidelização de suacarteira de clientes, que soma em torno de 1,8 mil varejistas e atacadis-tas, 45% dos quais localizados na Região Sudeste do País. “A pulveriza-ção de nossa carteira foi construída ao longo do tempo e hoje é um trun-fo para que a empresa possa continuar crescendo”, destaca Guilherme.

43GOIáS INduSTrIAl

memória

PIONEIrA EM MOdA JOVEMComo um técnico em máquinas de costura decidiu deixar São Paulo paracriar, em Goiânia, uma das primeiras confecções da capital

“QuANdO CHEGuEI A GOIâNIA PElA PrIMEIrAVEZ, EM 1966, FuI NuMA FESTA dO TêNIS CluBE,

rEduTO BAdAlAdO dA éPOCA AQuI EMCAMPINAS. QuANdO APArECI COM MINHA

CAMISA FlOrAl, QuE Eu MESMOENCOMENdAVA NOS MOldES dO VISuAl ElVIS

PrESlEy, FIZ O MAIOr SuCESSO”

n Renata Do s Santo s

A história do empresário Antônio Meneguello confunde-se com atrajetória da indústria de confecções em Goiânia e começou muito antesda Bulk, criada por ele há três décadas. Em 1967, ao lado de TetsuShiraishi, o empresário abriu a Criações Sayonara, na Rua BenjaminConstant, em Campinas. Sua primeira empresa ainda daria origem àTom’s Jeans, no mesmo bairro, e à O Bicão (1970), na Rua do Lazer, noCentro, esta última mais elitizada e que também pode ser consideradaum dos marcos do mercado goianiense de moda.

Desde o primeiro estabelecimento, na velha Campinhinha, que co-meçou com apenas duas vendedoras e chegou aos 300 funcionários,nos anos 80, auge das confecções locais, até chegar à equipe atual, redu-zida para 50 pessoas, já como Bulk Confecções, o empresário contabili-za uma vasta experiência no ramo e boas histórias. A decisão de trocarSão Paulo por Goiânia veio no final dos anos 60. Aos 27 anos, AntônioMeneguello já atuava na capital paulista como técnico de máquinas decosturas da marcas Singer e União Especial, o que lhe permitiu um trân-sito pelas maiores fabricantes de roupa da época, concentradas no eixoRio-São Paulo, e o desejo de abrir um negócio de moda jovem.

Naquela época, Meneguello foi convidado a visitar Goiânia por umtio, então comerciante de autopeças. Ele e muitos outros chegaram im-pulsionados pelo crescimento de Brasília. O chamariz maior, segundoMeneguello, era o volume de dinheiro que circulava em função dos ne-gócios gerados pela demanda local e pelos investimentos, decorrentes daimplantação da nova capital federal.

Revolução: camisas ao estilo Elvis Presley fizeram sucesso nos anos 60

Antônio Meneguello, da Bulk Confecções: a águia com labaredas,símbolo da grife, conquista espaços a partir de Campinas

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\\\ Na festa Corações de Ouro, que movimentou o Palácio dasEsmeraldas dia 23 de abril e arrecadou 1 milhão de reais para oHospital do Câncer, a atriz Priscila Fantin não foi a única celebridadeda noite. Além de Elisa Joenck (fo to abaixo), que desfilou com ovestido de ouro patrocinado pela Anglo Gold Ashanti (Serra Grande),a passarela contou com outras beldades como deborah Secco,danielle Winits, Natália Guimarães e os apolos Cauã reymond eCássio reis. Colírio para convidada (o) nenhum reclamar!

AnFitRiõEs

\\\ Hélcio Guerra e mulherCordélia, da Anglo Gold Ashanti(Serra Grande), esbanjaramsimpatia na noite beneficenteem prol do Hospital do Câncer.à coluna, Hélcio fez questão deagradecer "mais uma acolhida dePaulo Afonso e integrantes daFieg na empreitada importanteque marca nova fase de umatrajetória de 20 anos em Goiás,do grupo de mineração." Suamulher também chamouatenção ao circular pela festacom seu vestido longo em azulroyal, criação de Beth Paixão, deBelo Horizonte, e bela joia derosália Nazareth. residente nacapital mineira, Cordéliaconfessou que, em Goiânia pelaprimeira vez, não teve tempode realizar um desejo: conhecerestilistas goianos. "Quero voltarcom mais tempo", disse.

noVA FAsE

\\\ Criseide dourado, diretora doHospital Araújo Jorge, era só felicidadeno evento no Palácio das Esmeraldas.Também contentes com o resultadoda noite, os médicos César Bariani eAdriano Moraes eram outrosconvidados ilustres. Ambos seempenham nos novos projetos, quenão se restringem ao aumento donúmero de transplantes de medulaóssea, mas visam consolidar ohospital em instituição nos moldes dosgrandes centros. A ideia é que, commelhores diagnósticos graças ao novolaboratório de biologia molecular, cadavez menos pessoas precisem sair deGoiânia em busca de tratamento.

soRRisos

\\\ Acompanhado da mulherSolange, Paulo Afonso Ferreiracirculou pela festa com sorriso norosto, acompanhado de robsonAndrade, presidente da Federaçãodas Indústrias do Estado de MinasGerais e da sua mulher, CristianaParizzi de Andrade.

COrAçõESdE OurO

gente da indústriarenata dos Santos

45GOIáS INduSTrIAl

\\\ Miss Goiás Anielly Campos exibe a joia de50 mil reais arrematada por Sandro Mabel e umgrupo de empresários. A criação de Siron Francofoi doada novamente para o Hospital AraújoJorge, para ser rifada.

cAusA nobRE

\\\ um “ato humano de dignidade”,classificou a primeira-dama raquelrodrigues. Ela comemorava omontante de 1 milhão de reaisarrecadados numa série de ações queenglobou o desfile da Noite Coraçõesde Ouro. Os recursos têm comodestino a montagem do laboratório edo ambulatório do Hospital doCâncer, entre outras iniciativas.

MoMEnto

\\\ A empresária Erika Franco, filha deSiron, representou o pai no evento daAngloGold Ashanti (Serra Grande) aolado da filha Camila, de 13 anos. Maisque outros convidados de sua mesa, elaficou visivelmente emocionada quandoa apresentadora Glória Maria falou deseu pai com intimidade e carinho.

EncontRo

\\\ Com a mulher Edilene, Fábiorassi, vice-presidente do Sindicatodas Indústrias Extrativas de Pedreirasdo Estado de Goiás, Tocantins edistrito Federal, se divertia ao ladode amigos na Noite dos Coraçõesde Ouro. Não ficou de fora dasconversas a recente redução do IPIque beneficiou a categoria nem anecessidade urgente de redução deimpostos como PIS e Cofins, cargasainda mais onerosas para a indústriado setor. O tema estará na pauta do5º Encontro Nacional de Mineração,previsto para ribeirão Preto (SP), aser conferido por Fábio rassi eMoacyr rabelo, presidente doSindibrita.

\\\ Geovar Pereira, da Omega dornier, e amulher Carmem (fo to ao lado ) explicaram

que o colar idealizado por Siron Francoconsumiu 40 dias de trabalho de sua equipe.

"A execução de uma joia desenhada peloartista é muito diferente da materialização de

um desenho que Siron faz para uma esculturaconvencional", explicou o empresário. Geovar

também observou que, muitas vezes, aspessoas trabalham tanto que não observam,no seu dia-a-dia, a necessidade de ajudar opróximo. Ele concluiu que o colar, feito em

ouro 750, seria doado para uma causa nobree que o empresariado deve colaborar mais

com iniciativas do tipo.

\\\ Henrique Meirelles confirmoupresença na festa beneficente na"casa do governador" e realmentecumpriu o prometido. Aexpectativa de sua chegada jágerava burburinhos, quando elesurgiu no evento depois da meia-noite. Vindo direto de BuenosAires, seguiu direto para a mesado governador Alcides rodrigues.Ficou 40 minutos e foi emboramuito antes do final, discretocomo sempre.

cERRAdo

\\\ Arquiteta roseana Costa, dadomani, também roubou a cena nafesta Corações de Ouro. Ela assina ospingentes presenteados aos 250convidados vips da festa. Ouro, doadopela Serra Grande, e quartzo rosareluziam-se na joia inspirada noCerrado, na forma de uma flor de ipê.

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mineração serra grande

MAIS (E NãO MENOS) INVESTIMENTOS

Mineradora acelera projetos para expandir a produção de ouro, investindo r$ 120 milhões para instalar sua quarta mina em Crixás

Depois de oscilar abaixo dos US$ 300 poronça na Bolsa de Metais de Londres até 2001, oouro experimentou escalada vertical nos anosseguintes, tendência que não foi interrompidapela crise financeira internacional. Ao contrário.Depois de oscilar entre US$ 760 e pouco maisde US$ 800 entre setembro e outubro, segundoo site kitco.com, os preços do metal escalaramaté US$ 943 na média anotada em fevereiro, re-cuaram para US$ 890 no balanço inicial dos pri-meiros 20 dias de abril e caminhavam para US$910 no fechamento do mês, quase 34% acima

da média negociada em abril de 2007.“A crise global afeta todos os setores, inclu-

sive a indústria do ouro. O setor apenas sofreimpacto menor”, afirma Hélcio Guerra, presi-dente da Mineração Serra Grande, uma joint-venture resultante da associação entre aAngloGold Ashanti e a canadense Kinross, queconcentra suas operações em Crixás, no Nortegoiano, onde explora ouro em três unidades einicia agora a implantação de sua quarta mina –a terceira em subsolo. A Serra Grande, com pro-dução anual em torno de 5 toneladas, é a maior

produtora e exportadora de ouro do Estado.Dois fenômenos têm contribuído para dar

sustentação ao mercado de ouro. O primeiroderiva da “fuga para a qualidade” dos investi-dores, cada vez mais avessos ao risco nummercado que parece demonstrar capacidadeinédita de destruição de ativos. O segundo fa-tor diz respeito à estratégia adotada pelos ban-cos centrais ao redor do mundo, que decidi-ram limitar a venda de seus estoques de ouro,como forma de proteger as reservas e amenizaro impacto das oscilações e turbulências que

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têm atingido o mercado do dólar. De uma forma ou de outra, o comporta-

mento das cotações do metal nos últimos anose as projeções para o futuro estimularam osacionistas da Mineração Serra Grande a incre-mentar investimentos. “O preço em ascensãogera a oportunidade para que as empresas pro-movam o crescimento de suas operações”, re-força Guerra. Nos últimos dois anos, afirmaCamilo Lélis Farace, gerente geral de operaçõesda mineradora, foram destinados R$ 20 mi-lhões para pesquisa mineral no entorno deCrixás, o que permitiu acrescentar 400 mil on-ças (perto de 12,9 toneladas) às reservas medi-das. Nos próximos quatro anos, 2009 incluído,mais R$ 94 milhões serão investidos em explo-ração e pesquisas de recursos minerais.

Nova mina em Crixás

No ano passado, a mineradora iniciou oprojeto de expansão da produção e do proces-samento de minério, ampliando sua capacida-de em 44%, de 800 mil para 1,150 milhão detoneladas por ano. Entre 2008 e o final do pri-meiro trimestre deste ano, quando a implanta-ção foi concluída, o investimento somou R$50 milhões. “Em abril, a mina entrou em ope-ração total”, acrescenta Farace. Ainda assim, aprodução esperada para este ano deverá alcan-çar 4,8 toneladas de ouro, abaixo do volumeproduzido em 2008, quando foram extraídaspouco mais de cinco toneladas.

Ainda em 2009, a Serra Grande investiráR$ 120 milhões no desenvolvimento e na im-plantação da mina Palmeiras, a quarta na re-gião de Crixás, o que deverá ampliar a produ-ção para 5,8 toneladas depois do início da ope-ração, prevista para 2010, com projeção paraatingir mais de 6,4 toneladas em 2013.

A ampliação da capacidade instalada le-vará a empresa a contratar mais 160 pes-soas neste ano, elevando o total de empre-gos diretos para 900, num acréscimo de22%. Considerando-se as três centenas depostos de trabalho indiretamente geradospela mineradora, são 1,2 mil funcionáriosempregados no total.

A valorização do metal deverá permitir

que a Serra Grande aumente seu faturamentoem quase 12% até o final de 2009, somandoperto de R$ 300 milhões. No ano passado, asreceitas haviam alcançado R$ 268 milhões. Aempresa destina toda sua produção ao merca-do externo e, apenas no primeiro trimestredeste ano, exportou US$ 24,878 milhões, cres-cendo 51,8% em relação aos primeiros trêsmeses de 2008, quando suas vendas já haviamsaltado 569,6%, para US$ 76,396 milhões.

Guerra: aversão ao risco e estratégia dosbancos centrais em todo o mundosustentam preços do metal

EstratégIa sustEntávElO presidente da Mineração Serra Grande,

Hélcio Guerra, esteve em Goiânia no dia 23 deabril para participar da Noite dos Corações deOuro, evento no qual foram apresentadas ascriações que participaram da quarta edição doAuDITIONS, maior concurso de design de joiasem ouro do mundo. Esses produtos estiveramexpostos pela primeira vez em Goiânia, noShopping Flamboyant, até 2 de maio.

Numa parceria entre a mineradora, ogoverno de Goiás, a Fieg, Organização dasVoluntárias de Goiás (OVG) e a OrganizaçãoJaime Câmara, um jantar realizado no Paláciodas Esmeraldas arrecadou fundos destinados à

ampliação e modernização do Setor deTransplante de Medula Óssea do HospitalAraújo Jorge , da Associação de Combate aoCâncer em Goiás.

O concurso, observa Guerra, permite o“casamento” entre estratégia de mercado e apolítica de sustentabilidade social daMineração Serra Grande. “Grande parcela doconsumo mundial de ouro físico deve-se àdemanda do setor de joalherias. O AuDITIONSpermite promover a cadeia e agregar valor aonosso negócio, ao mesmo tempo em queolhamos para a sustentabilidade social denossa operação”, comenta.

Exploração de ouro em Crixás:produção deverá crescer para

mais de 6,4 toneladas em 2013

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economia e infraestrutura

Pacto federativo sob ameaçaPrimeiro vice-presidente do Senado,Marconi Perillo vai àFieg para falar dereforma tributária, criseeconômica einvestimentos públicos

A agenda já era ampla, complexa o sufi-ciente para impedir que seus temas fossemesgotados em um encontro único, num só fi-nal de dia. O senador Marconi Perillo (PSDB-GO), primeiro vice-presidente do Senado,chegou à Casa da Indústria, sede da Fieg, porvolta das 17 horas de quinta-feira, dia 16 deabril, para uma “reunião administrativa”, co-mo descreveu Paulo Afonso Ferreira, seu an-fitrião, promovida pelos conselhos temáticosde Infraestrutura, Política Econômica,Agronegócio, Comércio Exterior e NegóciosInternacionais da entidade.

Depois do cerco costumeiro da imprensa,Perillo ouviu rápida exposição de cada um dospresidentes dos quatro conselhos temáticos,que seguiram um roteiro bastante próximo,com um ou outro atalho. Após as apresenta-ções de praxe pelo presidente da casa, RobertoElias de Lima Fernandes, presidente doConselho Temático de Infraestrutura, sugeriuque os representantes da bancada goiana noCongresso articulassem entre si “uma forteunião” para destravar projetos e obras públicasque Fernandes considera estratégicas para oEstado. A exemplo do aeroporto e do terminalde cargas de Goiânia.

Em nome do agronegócio, André Baptista

da Rocha voltou a insistir em soluções para ogargalo logístico que penaliza o setor e impedeganhos de competitividade. Marley Antônio daRocha, vice-presidente do Conselho Temáticode Política Econômica, cobrou ousadia doCongresso para que as reformas estruturais ca-minhem, permitindo criar um ambiente de ne-gócios mais saudável. Na área de comércio exte-rior, Heribaldo Egídio lembrou o salto realizadopelo Estado na área das exportações, que cres-ceram dez vezes na última década, mas acres-centou que a crise internacional interrompeu oque parece ter sido o maior ciclo de crescimentoexperimentado pela economia brasileira, crian-do desafios para o País e para o Estado.

Perillo comentou rapidamente os efeitosda crise sobre as economias brasileira e goiana,ironizando o presidente Luiz Inácio Lula daSilva, que havia menosprezado o impacto darecessão mundial sobre o Brasil. “A marolinhavirou uma tsunami”, afirmou Perillo. Masalongou-se ao comentar o projeto de reformatributária relatado por seu colega de bancada,deputado federal Sandro Mabel.

A proposta de federalizar o ICMS, disse osenador, representa uma “punhalada de morteno pacto federativo.” Em sua opinião, os go-vernos estaduais não podem abdicar do direitode fazer gestão tributária, lembrando que aUnião já concentra 73% da arrecadação totalde impostos no País e recorre ao subterfúgiodas contribuições para burlar a Constituição enão compartilhar receitas com Estados e muni-cípios. “Devemos, ainda, olhar com muita cau-tela a tributação no destino, porque Goiás égrande produtor de matérias-primas, alimen-tos, energia elétrica”.

“Quero ser convencido de quea reforma tributária não trará

perdas para Goiás”

Marconi Perillo,senador, ao faltar para

lideranças empresariais na Fieg

49GOIáS INduSTrIAl

A HOrAdO SElOFabricantes concluem as etapas iniciais do programa e entram na sua fasefinal, preparando-se para a certificação das empresas e de seus produtos

qualidade de lajes

Pioneiro no País, conforme descreve o presidente do Sindicatoda Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Goiás(Sinprocimento), Marley Antônio da Rocha, o Programa Goiano deQualidade de Lajes Pré-Fabricadas (PGQL) entra na reta final e 17entre as 21 empresas participantes começam a ser auditadas peloICQ Brasil, contratado para realizar a certificação final. Dessas,completa Tatiana Jucá, gerente técnica do ICQ Brasil, 16 empresasjá passaram pela etapa de auditoria in loco e estão agora à espera doensaio do produto pelo laboratório credenciado.

De acordo com Rocha, o Laboratório Carlos Campos fará osensaios tecnológicos para aferir a qualidade das lajes. “As empresasmudaram seu perfil e modernizaram-se, preparando-se para ofere-cer ao mercado um produto de maior qualidade e segurança”, ava-lia o presidente do Sinprocimento. O PGQL é resultado de associa-ção entre sindicato e Fieg, e integra o Programa de Apoio àCompetitividade das Micro e Pequenas Empresas Industriais(Procompi), desenvolvido pela CNI e pelo Sebrae.

O ineditismo do programa está em sua concepção diferenciada,já que não se limitou a comprovar a qualidade do produto final.Desenvolvido em várias etapas, o PGQL envolveu desde a adminis-tração de cursos e palestras sobre boas práticas de produção, técni-cas recomendadas, gestão da qualidade do processo, gestão estraté-gica, financeira e de marketing, até qualificação na área comercial e

capacitação em saúde laboral e segurança no trabalho.Os fabricantes de lajes, retoma Tatiana, puderam estabelecer

“critérios objetivos de qualidade, desde a concepção do produto,na fase de projeto, até o pós-venda, criando, além disso, formasapropriadas de armazenamento da matéria-prima e layout da fábri-ca, com locais determinados para carga e descarga, produção e curadas peças até o empilhamento de vigotas prontas para transporte.”A produção passou a ser monitorada de forma efetiva, as etapas deprodução foram padronizadas, o que permitiu não só ganhos deprodutividade, mas também redução de desperdícios e do retraba-lho, o que se traduz em custos mais baixos.

Fabricantes de aço, cimento e outros produtos também foramincorporados ao programa. Tatiana ressalta empresas e fornecedo-res perceberam “que a qualidade das lajes treliçadas depende tam-bém da qualidade dos demais componentes.”

Um dos grandes méritos do programa, destaca Tatiana, talveztenha sido reunir empresários, que até então se viam como con-correntes, para debater questões relacionadas à qualidade de seusprodutos. “Atualmente, empresários e sua equipe de produção,em sua maior parte, encontram-se mais preparados para exporseu produto. E nota-se que foi criado um senso crítico com rela-ção a materiais, fornecedores e às suas próprias rotinas”, acres-centa a gerente do ICQ Brasil.

tatiana Jucá: empresas estão mais preparadas para expor seu produto

50 GOIáS INduSTrIAl

BentoGonçalvestradicional palco delançamentos mundiaisde máquinas, acessóriose ferramentas para aindústria de móveis, aedição deste ano daFeira internacional deMáquinas, Matérias-primas e Acessórios para a indústria Moveleira (FiMMABrasil) atraiu um grupo de 40 empresários goianos (foto), organizados peloSindmóveis. realizado em Bento Gonçalves (rS) entre 23 e 27 de março, oevento gerou negócios em torno de r$ 500 mil para o grupo.

giro pelos sindicatosguia

Sindibrita

nOvA DirEçãO

O Sindicato das indústrias Extrativas de pedreiras do Estado de Goiás, tocantins e Distrito Federal(Sindibrita) empossou a nova diretoria para o período 2008/2001 (foto). Sob presidência deMoacyr rabello leite neto, participam ainda do comando do sindicato os empresários Fábiorassi, primeiro vice-presidente, Wellignton de Oliveira Blanc, segundo vice, e os secretários AlcyrMendonça Júnior e uilson José pinto.

SindmóveisSalão mundial

Missão empresarial goiana,organizada pelo Senai Goiás epelo Sindicato da indústria deMóveis e Artefatos de Madeira(Sindmóveis-GO), em parceriacom o Sebrae-GO, participouda 48ª edição do Salãointernacional do Móvel,realizado entre 19 e 26 deabril, em Milão, na itália. Amaior feira do gênero nomundo reuniu mais de 2 milexpositores, numa área de 220mil m², onde foramapresentadas as principaistendências e novidades nasáreas de tecnologia deprodução, design e novosmateriais. Além daparticipação no salão, acomitiva goiana participou deencontros com consultores edesigners do setor, conheceuo centro de formaçãoprofissional Giuseppe terragnie visitou outras feiras, inclusivedo setor de maquinário.

SimplagotecnologiaO Sindicato das indústrias deMaterial plástico no Estado deGoiás (Simplago) promoveu,em abril, na Escola Senai vilaCanaã, o Simpósiotecnológico do processo deimpressão Flexográfica.participaram supervisores,líderes, impressores eprofissionais da área.

Simelgo e SinvestpalestraA crise internacional , suasorigens e perspectivas. Esse foitema de palestra do professorJean-Marie lambert, professorde Direito internacional dauniversidade Católica de Goiáse doutor em relaçõesinternacionais pelauniversidade de liège(Bélgica), promovida peloSimelgo e pelo Sinvest, no dia30 de abril.