revista design-se
DESCRIPTION
Revista digital com conteúdo estudado no semestre da matéria de Linguagem Visual na Universidade Estácio de Sá, Campus Praça XITRANSCRIPT
1
DESIGN SE!
2
E agora, será que escolhi a profissão certa?
Em meados de 2013 a Forbes divulgou um
estudo com a lista de profissões menos rent-
áveis nos EUA. E imagina quem estava lá?
Nosso querido Design Gráfico, com um dos
8 piores níveis salariais do país. Ou seja, se
nos Estados Unidos o quadro é preocupante,
imagina em terras tupiniquins...
Então, o que fazemos?
De um modo ou de outro, a mudança desse
panorama passa por discussões sérias, onde
cada lado vai ter que apresentar argumentos
sólidos para convencer o outro. Porque, indo
cada um para um lado, como está, não iremos
a parte alguma.
Não é bem assim...
Vejamos. A pesquisa diz que estamos na base
da cadeia alimentar. Somos devorados por
todos. No cenário atual ainda somos uns dos
primeiros a ser descartados quando a situ-
ação aperta nas empresas.
Isso transformou o setor numa certa meca,
um local de sonhos, onde as empresas mais
parecem clubes, cheias de gente interes-
sante, inteligente, com valores pessoais tão
grandes… E dura, sem grana.
É preciso que se saiba, que estamos entre as
áreas mais demandadas da economia atual.
O design exerce um papel cada vez maior
da escolha de compra do consumidor. Em al-
guns casos, é o fator central. Muito dinheiro
é feito sob o nosso valioso trabalho.
Trabalhe por dinheiro!
Existem diretores de arte num estúdio de
médio porte recebendo por volta de R$
3.000,00 , bruto. E para merecer esse salário,
ele vai ter que dominar o pacote master Ado-
be, saber HTML, CSS, PHP, ter noção de al-
gum software de programação, animação 3D
e edição de vídeo.
É preciso aprender a dizer não. E isso é mais
difícil do que se espera.
Afinal, como deixar passar aquele job de logo
para um Pet Shop que surgiu de repente, mas
que a dona não tem grana no momento para
te pagar? Como recusar aquele pedido de re-
disign da marca de uma pizzaria em troca de
um mês de pizza grátis? Ou como deixar de
pegar o catálogo só porque o dono da empre-
sa quer que você também tire fotos da linha
de produtos inteira dele, mesmo você expli-
cando que não sabe fotografia?
Seu cliente precisa saber que você trabalha
por dinheiro, assim como ele. Que você está
comprometido com o sucesso daquele proje-
to para que ele ganhe dinheiro, e te procure
novamente. Então você precisa cobrar o sufi-
ciente para que, se um dia tiver seu dia com-
pletamente lotado de trabalhos, esteja bem
de vida. O quão bem de vida? Aí é contigo.
Cada um com seus sonhos...
Projete a imagem de si que você quer que os
outros vejam
Saiba que seu cliente tem uma visão de você.
E que você o ajudou a construir essa visão.
Regulamentação
Em novembro de 2014 a Comissão de
Assuntos Sociais aprovou o projeto que
regulamenta a profissão de designer. Pela
proposta, fica vedada a entrada no mercado
de trabalho de pessoas sem a adequada qual-
ificação para realizar atividades envolvendo
desenhos industriais, pesquisa, magistério,
consultoria e assessoria, conexas aos de-
senhos. Além disso, o fruto do trabalho do
designer passa a ser protegido pela Lei dos
Direitos Autorais.
A decisão somente seguiu o caminho natural
de qualquer profissão. O difícil é achar que
isso ajuda a mudar qualquer coisa desse pan-
orama. Ok, temos uma lei que diz que precis-
ará de diploma para exercer a profissão, mas
e daí?
Se o mercado não valoriza uma profissão por
si só, uma lei vai fazer isso?
Alguém acha que a Regulamentação vai obri-
gar um patrão pagar R$ 10.000 para um di-
retor de arte?
Que vai impedir que fiquemos trabalhando
até as 3 da matina para entregar layout a tro-
co de pizza (mesmo que na lei seja proibido,
mesmo sem regulamentação nenhuma)?
Que um cliente pague a um designer o sufi-
ciente para que ele possa viver dignamente
e dedique a quantidade de horas necessária
para que ele lhe entregue um trabalho real-
mente de primeira?
Aceite: o mundo sempre vai precisar mais de
médicos, engenheiros e advogados. Se fosse-
mos atacados por alienígenas hoje, iríamos
precisar especialmente dos dois primeiros.
É do jogo.
Mas isso não quer dizer que precisemos gan-
har menos do que a secretária de um médico.
Porque no frigir dos ovos, médicos, advoga-
dos e engenheiros vão ao supermercado, e
resolvem comprar um produto em detrimen-
to do outro porque a embalagem ou a marca
lhe passou mais confiança. Compram carros
porque são mais bonitos. Vestem roupas
que combinam com estilos de vida que um
designer ajudou a criar. Portanto, enquanto
os aliens não chegam, você é sim, parte im-
portante da sociedade em que vivemos, e
merece ser pago pelo que faz.
O que ninguém falou
Junto da lista da Forbes, há uma outra
matéria. Que diz que as profissões ligadas
a arte e ciências estão entre as menos bem
pagas nos EUA.
Na matéria, a frase que chamou a atenção foi:
“Quando conseguem um emprego, o salário
médio é de apenas US$ 28 mil por ano, em
comparação com ganhos iniciais de um en-
genheiro mecânico, de US$ 58 mil anuais”.
Fazendo as contas, US$ 28 mil por ano dá,
em valores de hoje, algo em torno de R$
6000 mensais. O que mostra que aqui, na
brasilândia vamos ter que melhorar um tanto
para ficar “ruim” assim.
Ou seja, se você não quer fazer um cur-
so técnico e mudar de profissão, é melhor
começar a fazer algo para mudar.
Filipe Almeida Diagramação e conteúdo
Maria Aparecida OliveiraIlustração e conteúdo
Editorial
Quem fez
3
Conteúdo
45679
15
Porque estudar linguagem visual?
Níveis de significação da linguagem visual
Características do plano básico
Elementos básicos da linguagem visual
Técnicas visuais
Gestalt
4
Para os que somente veem, a atividade requer pouca energia; os mecanismos fisiológicos são automáticos no sistema nervoso do homem, tudo parece muito natural e simples, sugerindo que não há necessidade de desenvolver nossa capacidade de ver e de visualizar, e que basta aceitá-la como uma função natural. A visão de-fine o ato de ver em todas as suas ramificações. Enxergamos com detalhes, aprendemos e iden-tificamos todo material visual de nossas vidas para manter relação mais competente com o mundo. Aprendemos instivamente a com-preender e a atuar psicofisiologicamente no meio ambiente e, intelectualmente, a conviver e a operar com esses objetos mecânicos tão necessários para nossa sobrevivência. Tudo isso é parte do processo de aprendizagem vi-sual. Para falar ou entender uma língua, não é preciso ser alfabetizado, assim como não é necessário ser visualmente alfabetizado para fazer ou compreender mensagens. Essas fac-uldades são intrínsecas ao homem, e, até certo ponto, acabam por manifestar-se com ou sem o auxílio da aprendizagem de modelos.
No ato de desenhar, pintar ou esculpir, estão implícitos processos de organização de espaço, definição de formas e composição de planos. Para atingir um entendimento mais profundo de tais conhecimentos, faz-se necessário um estudo dos elementos básicos da linguagem visual, das estratégias e opções das técnicas vi-suais. A complexidade das composições visuais se reflete na natureza, percepção e compor-tamentos de cada indivíduo. Acredita-se que tais mecanismos podem contribuir na com-
preensão de métodos capazes de instruir as pessoas, ou contribuir de alguma forma em seu aprendizado nos âmbitos de linguagem (língua falada e escrita).
Desta forma, é importante que o futuro design-er “saiba ver”, busque entender os símbolos e os significados, compreenda o contexto e faça uso das técnicas de composição para constru-ir e comunicar de forma clara e objetiva. O al-fabetismo visual tem sido e sempre será uma extensão da capacidade exclusiva que o homem tem de criar mensagens.
Por que estudar linguagem visual?
5
Representacional
Trata-se de um modelo de construção mental, aquilo que é visto e identificado com base no meio ambiente e na experiência, não existe um modelo previamente construído. A apresentação é co-locada em cima de uma estrutura abstrata.
Simbólico
“O vasto universo de sistemas simbólicos codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual atribuiu significados” (DONDIS, 1997). A representação simbólica é feita a partir da simpli-ficação e redução de detalhes visuais. Para que seja eficaz, um símbolo não deve ser apenas visto e reconhecido, mas lembrado e até mesmo reproduzido. Porém, quanto mais abstrato o símbolo, mais intensa deverá ser sua penetração na mente do público para educá-lo quanto ao seu signifi-cado. O símbolo deve ser simples e referir-se a um grupo, ideia ou atividade.
Abstrato
É a qualidade sinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes visuais básicos e ele-mentares, enfatizando os meios mais diretos, emocionais e mesmo primitivos da criação de men-sagens. “Todos esses níveis de resgate de informações são interligados e se sobrepõem, mas é pos-sível estabelecer distinções suficientes entre eles, de tal modo que possam ser analisados tanto em termos de seu valor como tática potencial para a criação de mensagens quanto em termos de sua qualidade no processo da visão” (DONDIS, 1997).
Níveis de significação da linguagem visual
A mensagem visual pode ser expressa e percebida em três níveis de significação:
6
O plano básico é o espaço com-positivo. Tem por finalidade es-tabelecer com o leitor visual a transmissão de sensações. Suas características são: O formato, orientação, centro perceptivo, centro geométrico, e peso visu-al. A distribuição dos elementos no plano básico podem, por ex-emplo, expressar a sensação de peso quando posicionado acima ou abaixo do centro perceptivo; pontos de atenção, quando posi-cionados no meio ou na área in-dicada pela composição ou até mesmo força, quando se opõe aos padrões de entrada da imagem.
Características do plano básico
ÁR
EA
DE
EN
TR
AD
A E
SA
ÍDA
DIR
EC
ION
AM
EN
TO
DE
LE
ITU
RA
Velocidade - A favor do sentido da leitura
Potência - Contra o sentido da leitura
USO
DO
CE
NT
RO
PE
RC
EP
TIV
O
Centro perceptivo
Centro geométrico
7
Elementos básicos da linguagem visual
Elementos que, quando articulados, tornam viável a comu-nicação visual são eles: ponto, linha, forma, textura, tom, cor, escala, dimensão, direção e movimento. “A estrutura da obra visual é a força que determina quais elementos visuais estão presentes, e com qual ênfase essa presença ocorre.“ (DONDIS,
1997).
Ponto: O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e mínima. Qualquer ponto tem grande poder de atração visual sobre os olhos. Quando próximos, ligam-se e tornam-se capazes de dirigir o olhar e juntos criam linhas, forma, tom, cor, textura, dimensão, escala e movimento.
Linha: A proximidade dos pontos torna pos-sível a identifi cação individual, aumentando a sensação de direção e transforma-se no ele-mento visual linha.
A linha é um elemento visual inquieto, pos-sui grande energia. Pode adotar diversas tra-jetórias e expressões.
Forma: Existem três formas básicas, o quadra-do, o círculo e o triângulo equilátero, são pla-nas, bidimensionais e simples. A forma é a artic-ulação de uma linha.
Exemplos de associações das formas:
• Círculo: proteção, infi nitude;
• Quadrado: retidão, honestidade, precisão;
• Triângulo equilátero: ação, confl ito, tensão;
Direção: Todas as formas básicas expressam três direções visuais básicas e signifi cativas: o quadrado, a horizontal e a vertical (equilíbrio); o triângulo, a diagonal (é dinâmica); o círculo, a curva (abrangência, à repetição). Todas as
forças direcionais são de grande importância para a intenção compositiva voltada para um efeito e um signifi cado defi nidos.
Tonalidade: A partir do uso da linha é pos-sível representar um esboço rápido. Já um projeto elaborado, ou até mesmo uma repre-sentação da realidade, deve recorrer ao uso da justaposição de tons, ou seja, de intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vis-ta. O meio em que vivemos é tridimensional, e o tom é um dos melhores instrumentos de que dispõe o visualizador para indicar e expressar essa dimensão.
Escala: Promove a noção de tamanho compar-ativo. Todos os elementos visuais são capazes de se modifi car e de se defi nir uns aos outros. Em termos de escala, os resultados visuais são fl uídos e não absolutos.
Dimensão: A dimensão existe no mundo real. “A ilusão pode ser reforçada de muitas manei-ras, mas o principal artifício para simulá-la é a convenção técnica da perspectiva. Os efeitos produzidos pela perspectiva podem ser inten-sifi cados pela manipulação tonal”, através do claro-escuro, a variação de luz e sombra.
Textura: A textura é o elemento visual que com frequência serve de substituto para as qualidades de outro sentido: o tato. Na ver-dade, porém, podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão, ou ainda mediante uma conjugação de ambos.
“
8
Onde existe uma textura real, é possível per-cebê-la a partir do tato ou até mesmo da visão, pois não é representado como tom e cor, mas de uma forma específi ca, que permite à pele e ao olho uma sensação individual.
Movimento: O movimento é com frequência implícita na composição visual, uma vez que se usa uma imagem estática para passar a sen-sação de movimento.
Cor: A percepção da cor é o mais emocional dos elementos específi cos do processo visu-al, ela tem grande força e pode ser usada com muito proveito para expressar e intensifi car a informação visual.
Associação da cor
• Material
Quando se refere à cor de superfície de objeto ou algo muito importante na mensagem a ser transmitida. Exemplo: Natureza com verdes e marrons ou à água azul.
• Sensorial
Refere-se ao uso dos sentidos para a descrição da cor. Exemplo: Cores frias, quentes, ácidas, leves, etc.
• Cultural
Usa o que já é sabido em termos de comuni-cação através da cor pelo público alvo da men-sagem. Exemplo: Luto (branco/preto), cores de meninas (rosa) e meninos (azul).
Cores como luz – Sistema aditivo
Vermelho, Verde e azul (RGB). A mistura destas cores cria o branco. As secundárias do sistema aditivo são as cores: ciano, magenta e amarelo (CMY).
Cores como pigmento – Sistema subtrativo
Ciano, magenta e amarelo (CMY). A mistura de-stas cores cria o preto. As secundárias do siste-ma subtrativo são as cores: vermelho, verde e azul.
Sistema HSB :
A matiz (Hue) é determinada pela posição de uma cor no espectro de luz. Ou seja, é a cor, propriamente dita.
A saturação (Saturation) é a intensidade ou a pureza da cor, que perde saturação ao aproxi-mar-se do cinza.
O brilho (Brightness) é defi nido pela quanti-dade de claro/escuro presentes na cor. As tona-lidades variam do preto ao mais claro possível.
Cores complementares são as cores diametral-mente opostas no círculo cromático.
Sistema HSB
Círculo Cromáti co
9
Técnicas visuais
O conteúdo e a forma são os componentes básicos, irredutíveis de to-dos os meios. O conteúdo é fundamentalmente o que está sendo dire-ta e indiretamente expresso; é o caráter da informação, a mensagem.
Na comunicação visual, porém, o conteúdo nunca está dissociado da forma. Uma mensagem é composta tendo em vista um objetivo: contar, expressar, explicar, dirigir, inspirar, afetar. Para se atingir esse objeti-vo, fazemos escolhas de formatos das mensagens através das quais se pretende reforçar e intensificar as intenções expressivas, para que se possa deter o controle máximo das respostas. A composição é o meio interpretativo de controlar a reinterpretação de uma mensagem visu-al por parte de quem a recebe. O significado se encontra tanto no olho do observador quanto no talento do criador.“ (DONDIS, 1997).
“
10
Oposição
Compreendemos melhor certas informações. Atráves da oposição podemos classificar e com-preender o sabor doce e salgado, liso com o ás-pero, e o frio com o quente.
Contraste de direção
A direção da escala, por exemplo, pode colocar o olho ao manipular a força a proporção do objeto e contradizer tudo aquilo que esperamos ver.
Contraste tonal
A divisão de um campo em partes iguais pode também demonstrar o contrateste tonal, uma vez que o campo é dominado pelo peso dos tons.
Contraste de escala
A escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também através das relações com o campo ou com o am-biente.
Contraste de cor
Através dele temos o entendimento da diferença do sabor e de quantidade. As matizes se con-trapõem na mesma associação sensorial; quente e frio, que são as matizes complementares, se-gundo no espectro cromático, em posição de posicionamento
Usamos o Contraste de linha nas escolhas das famílias e estilos em um arranjo tipográfico. E também quando fazemos uma ilustração.
Contraste: A importância ou ausência de contraste começa no nível básico da visão, através da presença ou ausência de luz. É a força que torna visível as estratégias da composição visual para aguçar o significado, drama-tiza o significado e pode torná-lo mais importante e mais dinâmico. É a técnica mais importante para o controle visual da mensagem bi ou tridimensional.
CO
NT
RA
STE
DE
ESC
ALA
CO
NT
RA
STE
DE
CO
R
A cor é a parte mais emotiva do processo visual.
11
Contraste de dimensão
Pode passar uma mensagem visual leve ou pesa-da. Os efeitos produzidos podem ser intensifica-dos pela manipulação tonal, através do claro-es-curo.
Contraste de formas
A função principal da técnica é aguçar, através do efeito dramático, mas ela pode, ao mesmo tempo e com muito êxito, dar maior requinte à atmosfera e às sensações que envolvem uma manifestação visual.
O contraste tem grande importância quando é necessario destacar o que é importante ou principal na mensagem visual, mas cabe ao projetista distribuir as informações e deixar claro o que é de destaque, dentro do contexto de muitas informações parecidas a serem transmitidas.
CO
NT
RA
STE
DE
LIN
HA
CO
NT
RA
STE
DE
FO
RM
AS
12
Equilíbrio x Instabilidade
Depois do contraste, o equilíbrio é o elemen-to mais importante das técnicas visuais. O equilíbrio é uma estratégia de design em que existe compensação mútua dos pesos ou das forças visuais que atuam na configuração de um objeto. No equilíbrio, os pesos visuais se distribuem “igualmente”. Em lados, localizações ou direções opostas.
O Equilíbrio pode ser obtido numa manifes-tação visual de duas maneiras: simétrica e as-simetricamente.
A Simetria é um equilíbrio axial. Eixos: horizon-tal, vertical e diagonal. Dá origem a duas ou mais formulações visuais, opostas e iguais.
Assimetria é ausência de simetria axial. Lados desiguais. Complicado conseguir equilíbrio vi-sual. Requer o ajuste de muitas forças visuais. Cria e valoriza efeitos plásticos. Composições interessantes.
A Instabilidade é a ausência de equilíbrio e uma formulação visual extremamente inquietante e provocadora. As forças que atuam sobre o objeto não conseguem se equilibrarem mutu-amente. O objeto visualmente desequilibrado parece acidental, passa a sensação de ser algo transitório e instável.
INSTABILIDADE
SIM
ET
RIA
ASS
IME
TR
IA
13
Regularidade x Irregularidade
A Regularidade no design constitui na dis-tribuição uniformidade de elementos, apre-sentando uma maneira constante e invariavel
Seu oposto é a Irregularidade, que, enquanto estratégia de design, inclui elementos inesper-ados, variando e quebrando a repetição de pa-drões ao longo da imagem.
REGULARIDADE
IRREGULARIDADE
14
Atividade x Estase
Atividade é a técnica que reflete o movimento através da representação ou da sugestão. Uso de inclinações, atividades, dinamismo e movi-mento .
A Estase parece imóvel, a força imóvel da rep-resentação estática, passiva, estável e calma.
ATIVIDADE
ATIVIDADEESTASE
15
Simplicidade x Complexidade
A Simplicidade se caracteriza por envolver a uniformidade da forma elementar, livre de complicações, elaborações ou forma detalha-das; ultilizando formas fáceis de serem assimi-ladas, lidas e compreendidas rapidamente.
A Complexidade implica quase sempre, uma complicação visual graças à presença de nu-merosas grupos na mesma mensagem, junção, tanto nas partes como do todo em si. Geral-mente, o objeto apresenta baixa pregnância da forma.
Unidade x Fragmentação
Em unidade os elementos compostos formam uma tonalidade percebida de imediato pelo ob-servador.
A Fragmentação é a decomposição dos elemen-tos da imagem em partes separadas, que se rel-acionam entre si mas conservam seu caráter individual.
Economia x Profusão
A Economia é a elaboração da imagem com a presença de unidades mínimas de meios de comunicação visual, aproveitando o próprio vazio.
A Profusão é uma técnica visual que está asso-ciada, geralmente, ao poder da riqueza, por ex-emplo, nos estilos formais gótico, barroco, art dèco, etc. Apresenta-se arregada de elementos visuais infinitamente detalhados a um design básico, os quais, em termos ideais, atenuam e embelezam através da ornamentação exagera-da.
Exagero x Minimização
O Exagero trata-se de uma técnica que amplia e intensifica a mensagem, no todo ou em partes definidas do objeto. Quando bem utilizados, podem conferir um caráter de riqueza visual e de chamamento de atenção à mensagem ou ao objeto.
A Minimização é uma técnica econômica de or-denação visual, com elementos em condições mínimas, que ocupam pouco espaço no contex-to.
Previsibilidade x espontaneidade
A Previsibilidade sugere alguma ordem ou pla-no convencional ma experiencia ou na razão,
sendo possível prever de antemão como será toda a mensagem.
A Espontaneidade predomina a liberdade su-gerindo uma falta aparente de planejamento visual. É uma técnica voluntária. É carregada de uma grande carga emotiva e impulsiva em que os elementos trabalhados ou articulados são inseridos de maneira livre.
Transparência x Opacidade
Transparência é a técnica em que ultiliza recur-sos visuais que permitem ver através do que está na frente. É utilizada para transmitir leve-za e delicadeza ao objeto. Neste caso, a per-cepção de transparência que passa uma sen-sação muito próxima de realidade dos objetos visualizados.
A Opacidade é das mais óbvias e, naturalmente, implica o bloqueio ou ocultação de elementos visuais em partes do todo. Bloqueio total, o ocultamento. dos elementos que são visual-mente substituídos.
Exatidão x Distorção
A Exatidão é a técnica natural da câmera, a opção do artista. Técnica de criação de ima-gens, procurando reproduzir exatamente as características do objeto ou modelo apresen-tado. Nossa experiência visual e natural das coisas é o modelo do realismo nas artes visuais.
A Distorção é a modificação da visão realista. Rompe com a visualidade esperada. Reforça o realismo, dramatiza e pretende controlar seus efeitos desviadores dos contornos regu-lares.
Planura x Profundidade
A Planura trata-se da eleminação de aspectos da tridimencionalidade, eliminando a aparên-cia de volume e profundidade, uso da ausência de perspectiva.
A Profundidade imita os efeitos de luz e som-bra intensificando a representação de volume e outros que sugerem tridimensionalidade.
Singularidade x justaposição
Singularidade é o enfoque em um tema isolado e indepedente.
Justaposição é a técnica que coloca estímulos visuais lado a lado estimulando e favorecendo a comparação.
16
Agudez x Difusão
Através da precisão e do uso de contornos bem delineados e visiveis, o efeito final da Agudez é claro e fácil de interpretar. Ao uso do foco, da precisão.
A Difusão é suave, preocupa-se menos com a precisão e mais com a criação de uma atmosfera de sentimento e calor.
Rotundidade x angularidade
Na Rotundidade, predomina o uso de linhas e formas curvas.
Na Angularidade existe o predomínio de linhas e formas curvas ou redondas.
Interseccção x paralelismo
A Interseccção é composta formas tão próximas que compartilham suas áreas.
O Paralelismo trabalha com formas afastadas. Sem compartilhar suas áreas.
17
Gestalt
A psicologia da Gestalt é um movimento que atua na área da teoria da forma. O design utiliza as leis da Gestalt o tempo todo, muitas vezes até de forma inconsciente. Ele ajuda as pessoas a assimilarem informações e entenderem as men-sagens que são passadas.
A Teoria da Gestalt, em suas análises estru-turais, encontrou determinadas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e ideias. Essas leis seriam conclusões sobre o comportamento natural do cérebro, o que acontece no cérebro, não é idêntico ao que acontece na retina. Os Gestalt estudam os elementos que exergamos em determinado momento, e de acordo com os gestaltistas são chamados de padrões, ou outros vários nomes, como: princípios básicos, fatores ou leis da organização da forma per-cepetual. Os elementos são agrupados de acor-do com as características que possuem entre si, como semelhança, proximidade dentre outras. Esses elementos explicam o motivo de vermos as coisas de uma determinada maneira e não de outra.
A ilusão de ótica a “exitação cerebral” se pro-cessa em função da figura. Toma o todo com muito mais importância do que as partes isola-das.
Nos parece maior do que o outro, no entanto são do mesmo tamanho, porque eles são vistos relativo ao que está em volta.
Segundo Gestalt, “o sistema nervoso central deve possuir um dinamismo autorregulador que, a procura de estabilidade, organiza as for-mas em todos coerentes e unificados, buscan-do uma harmonia.”
18
Força externas e forças internas
Forças externas são constituídas pela estimu-lação da retina através da luz proveniente do objeto exterior. Essa força tem origem no obje-to em que olhamos ou melhor, nas condições de luz em que se encontrar.
Forças internas são forças de organização que estruturam as formas numa forma determi-nada, a partir dos condições dadas de estimu-lações. Parecem se processar mediante as “leis gerais” que são respostas constantes obseva-das na maneira de estruturar ou, organizar, o que vemos.
São estas, resumidamente, as Leis da Gestalt:
Semelhança: Eventos semelhantes se agruparão entre si. Esse agrupamento pode ocorrer tanto nos estimulos visuais quanto nos auditivos, se dá por intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma, etc., e se dá em igual-dade de condições.
Proximidade: Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. O aspecto de semelhança é mais forte do que o da proximidade.
Boa continuação: É a impressão visual de como as partes se sucedem através da organização perceptiva da forma, de modo coerente sem quebrar sua trajetória.
Clausura: Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. Estar relacionado ao fechamento visual, tal como se completasse visualmente um objeto incomple-to.
Experiencia passada: Esta associação é im-prescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se ti-vermos consciência prévia de sua existência. A experiência passada favorece a compreensão metonímica. O conhecimento previo nos ajuda, pois ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.
Pregnância: A mais importante de todas, pos-sívelmente, ou pelo menos a mais sintética. Tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada, entendida, memorizada.
O que vemos:(forma simples)
O que não vemos:(forma complexa)
19