revista de artes marciais cinturao negro outubro 2013

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online Outubro 2013. 265 Ano XXII

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Page 3: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Basta um Basta um CliCCliC

para estar no melhor para estar no melhor

que em Artes Marciais que em Artes Marciais

existe noexiste no teu idioMA…teu idioMA…

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O Mestre Kam Yuen escreveu umcapítulo muito importante da históriadas Artes Marciais, principalmente noOcidente. Este Mestre eramundialmente conhecido por seusconhecimentos de Kung fu eactualmente, por seu método deMedicina Energética Chinesa.

LIANG KAM YUEN

Após uma longa ausência dasnossas páginas, volta RandyWill iams, um clássico do WingChun e sem dúvida um dospioneiros deste estilo,especialmente na Europa.

WING CHUN

"Nas Artes Marciais só há duaspalavras: horizontal e vertical. Seacabares no chão, perdes, sepermaneces em pé, vences…"Com esta frase o personagemde Ip Man abre e fecha uminteressante filme inspirado nasua vida…

CINEMA MARCIAL

Após grande expansão a nívelmundial e com sede naEspanha, foi criada aInternational Bugei Society,entidade que vai regular asoutras Sociedades de Bugei decada zona, assegurando ahomogeneidade de ensino e aqualidade de aprendizagem atodos os alunos, comindependência do país a quepertençam.

SOCIEDADE BUGEI INTERNACIONAL

Alejandro Navarro, por disciplinae técnica se tornou umareferência mundial do KarateKyokushinkai. Carisma,determinação e puro espíritoKyokushin, chegam às páginasde Cinturão Negro, chega…Alejandro Navarro.

KYOKUSHINKAI

O futuro das Artes Marciaisreside nas nossas crianças. Ascrianças e os jovens vão crescere continuar a nossa tradiçãomarcial, por isso devem sereducados, ensinados da melhormaneira possível. Mas muitosinstrutores têm umacompreensão vaga da evoluçãonatural das crianças, assim comode suas capacidades motoras esuas habilidades psicossociais.

CRIANÇAS E ARTES MARCIAIS

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Ki nas Artes de Espada. Paraalguns, é realmente ondecomeçamos a aprender; para outros,uma nova etapa que se desponta.Kansatsu, em japonês, significaobservação. É o momento em que oaluno descobre que pode observar;que entende as movimentaçõesalheias.

BUGEI

Fusei Kise, 10º Dan deOkinawa Shorin RyuKenshin Kan Karate &Kobudo Federation, foi oprincipal discípulo doMestre Hohan Soken(1889-1982), herdeiro datécnica de SokonMatsumura e únicoaluno de seu tio NabeMatsumura. DesdeOkinawa, SalvadorHerraiz, nos oferece umanova crónica na qualaprenderemos mais dahistória do Karate e deseus protagonistas.

KARATE KENSHINKAN

Quase em qualquer conversa entrepraticantes, se discute acerca de se oWing Tsun (ou qualquer outros sistemade Artes Marciais tradicionais) é tãoefectivo, por que motivo o não mostramna “jaula” das MMA. É um assuntorecorrente pelo qual habitualmente meperguntam em muitos dos cursos eseminários que dou.

As armas e ferramentas para adefesa pessoal, como o Kubotan, oPau de algibeira, o Yawara ou o Dulo,estão disponíveis em muitos países.Os paus pequenos e ferramentassimilares vêm sendo utilizados emdefesa pessoal desde muito tempoatrás e destes, em primeiro lugar oPau de algibeira - tem muitasvantagens, mas também tem certascaracterísticas especiais que devemestar em mente quando se usa o Paude algibeira.

SDS-CONCEPT

WINGTSUN

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ara os antigos sacerdotes Shizen, o amorera um dos mais perigosos demónios (Oni);um demónio que nos fazia perder toda possí-vel capacidade de lucidez e que frequente-mente nos conduzia à cegueira e à estupi-dez. Claro que eles se referiam ao amor

como sentimento humano, não como força indiferenciada.O amor como força é aquela que tende à união, à fusãodas partes separadas numa nova unidade. O amor é aforça que põe em marcha um “tandem”, quer dizer, umconjunto onde a soma das forças integrantes, resultasuperior ao valor unitário das partes.

Para os antigos Gregos, o amor era personificado porEros, filho de Caos e irmão de Eris, a sua contraparte, aforça Universal de repulsa. No entanto, Eros e Eris nãoeram bom e mau, como tendem a ser lidos na mentalidadedo simplista. Toda atracção pode resultar em algo positivoou negativo e ao vice-versa. Caos deriva da raiz ghn oughen da linguagem proto-indoeuropeia, que significa "espa-ço" ou "muito aberto". Devido a variações linguísticas, osignificado da palavra se deslocou a desordem, entretanto,falamos de um termo que implica o vazio, falamos do“nada” do qual toda matéria provem em pulsações cons-tantes e que a ciência descobriu recentemente que sustémesse “tijolo cósmico” que é o famoso “bosão de higs”.

Algumas narrações mitológicas falam de Caos como odeus primigénio, que existia antes que todos os deuses eas forças, e descrevem-no como uma “fenda”, um “espa-ço que se abre”. Outros filhos seus foram Hemera, adeusa feminina que personifica o dia, e Ërebo o deus daescuridão.

A dualidade essencial de todas as coisas está presenteem todas as tradições, mas reduzi-la aos conceitos debom e mau, é cair numa das piores armadilhas saduceas.A noção de bom e mau é definitivamente simplificadora econduz indefectivelmente a um minimalismo mental pobree mesquinho; mas então: Por que se impôs?

É fácil imaginar um velho Neandertal dizendo ao seuneto “Erva má!” “Má!” ou talvez “Tabu!”, enquanto comcara de poucos amigos, apontava com seu dedo a umaplanta. E é que isso de bom e mau são fórmulas muitoúteis para transmitir informação, uma receita de uso direc-to e imediato; não obstante, para ver mais além, parapenetrar na compreensão das coisas, estes conceitos sãoclaramente insuficientes. Por exemplo: Essa mesma plan-ta, que talvez não era comestível ou que simplesmentetinha um detestável sabor, resultou depois que em peque-nas doses, era um magnífico remédio para a diarreia, a dorde cabeça ou qualquer outra indisposição. Alguém maisesperto e que não ficou nos limites do conhecido e aceite,alguém, que foi definitivamente um transgressor, podecompreender essa realidade com outro ponto de vista eisso lhe permitiu descobrir esse remédio maravilhoso.

A história da humanidade está cheia de exemplos simi-lares. Toda evolução se baseia na transgressão, mas exis-te a transgressão evolutiva, aquela que age em positivo, ea transgressão involutiva, aquela que o faz em negativo.

Sem a perspectiva do tempo é difícil ver qual o caminhoque resultará em um ou em outro sentido, por isso todaferramenta do passado é uma bússola para dirigir os pas-sos do futuro, a chave reside em como se aplicar. Ummesmo teorema pode levar a decisões completamenteopostas, dependendo da peculiar mistura de coração,valentia e compreensão de quem a aplicar.

Sim, tudo está resolvido, mas ao mesmo tempo tudoestá por resolver, porque a equação humana possui tan-tas variáveis, que é capaz de se tornar a inventar em cadapessoa, de tal maneira que nenhuma possuímos (e repa-rem bem, que somos muitíssimos!) nem sequer igualdadena nossa mais mínima expressão, o ADN. Por outra parte,todos estamos submetidos às mesmas forças Universaise estas nos fazem iguais de uma ou outra maneira, emforma funcional; para todos passa o tempo, todos morre-mos, todos sofremos, etc.…

A vida dos humanos é uma combinação maravilhosa detodas estas constantes e variáveis universais e não pou-cos de nós temos dedicado muito tempo e energia tratan-do de compreende-las. Por isso, toda simplificação bara-ta, seja em forma de moral, seja em forma de religião oude normas, está aí para ser superada, posto que o que oshomens inventaram são só modelos. A vida não cabecompletamente em nenhum deles; há-os, não obstante,uns muito mais certeiros que outros, por mais que todoseles cumpram uma função no Todo; desde o momentoque alguma coisa existe, é porque é necessária. Os redu-cionismos, o simplismo e os redentores são perigosos porisso mesmo, uma coisa é subverter a ordem para quealgo novo possa nascer e outra estabelecer a parvoícecomo modelo. Os mais espertos sempre irão mais além,porque não “engolem” o que lhes servem, porque eles omastigam e mais tarde ou mais cedo o digerem. Todaevolução se baseia nessa atitude questionadora e reflexi-va; do arado romano ao tractor, tem havido muitos inter-mediários, muitos que pensaram que “não era suficiente”.

Mais além de tudo isso, os humanos vivemos enfrenta-dos à ideia do sofrimento não de uma maneira abstractasim muito específica. Os antigos Miryoku pensavam (enão foram os únicos), que sofremos porque não temosalguma coisa; porque conseguimos uma coisa e temosmedo de a perder; porque temos alguma coisa que pare-cia boa, mas resultou que não era tão boa; ou porquetemos alguma coisa da qual não nos podemos livrar. Anatureza do homem é a insatisfação, porque ela é a forçaque o leva a mudar, a evoluir e renovar-se, mas tambémpode ser a que o consuma, o esgote, o deixe vazio eacabe por o estancar.

As forças estão aí e continuarão estando quando tenha-mos ido embora; o que hoje façamos com elas será o quedistinga as nossas experiências que hão de vir, o quemarque os caminhos do futuro, como também foi o quemarcou as pegadas que deixamos no nosso passado.Estas últimas não há quem as modifique, só as ondas dotempo as apagarão das areias da memória, mas o futuro eo presente são nossos e nós seus, para escolher crescer,

“Jamais esqueçamos que o bom não se alcança nunca,senão por meio do melhor”.

Vítor Hugo

“Quero um amor que seja bom, mas bom é só a metade do mau”. George Harrison

P

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para escolher a evolução, para ampliar os limites da nossaconsciência, para despertar a novas realidades, a novasmaneiras de ver, para ampliar a nossa percepção e tambémpara deixar no caminho essas peles sobrantes, cheias detudo aquilo, que não sendo mau, já não é útil. Ligeira éa bagagem do sábio.

Evoluir é transgredir as limitações, transcen-der maneiras de ver minimalistas, deixarpara trás visões pequenas e simplistas.Uma coisa é definir o bom e o mau emfunção do nosso próprio gosto, danossa tendência pessoal; outra muitodiferente estabelecer com issoparadigmas morais, desenhar prin-cípios “pret a porté” para toda agente e depois pretender que“todos” se metam nessemesmo trajo. O bom e o maunão existem e uma das per-versões maiores da sua pró-pria natureza como conceitouniversalizante, é a de per-mitir e incentivar algumasdas maiores aberraçõesrealizadas pelos humanos.A história está cheiadelas…

O sábio olha mais além dobem e do mal, porque não podehaver sábio que o seja, espartil-hado nos ditos princípios.Atemorizados os humanos peranteessa realidade inacessível, legislamoseternamente e para tentar pôr portas aocampo, estabelecemos protocolos e defini-mos parâmetros de bom e mau. Depois vêmas ondas do tempo, riem-se de nós e com ofino salpicar da sua espuma de salitres,apagam tudo.

Nada substitui a consciência de ser e acompreensão, por isso, todo caminhoautêntico deve forçar a transformação daconsciência, para permitir-nos morrer aoque somos e nascer assim ao que nãosomos; nesse trânsito, a dor não é nego-ciável, mas o sofrimento sim.

Alfredo Tucci es Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Bot Jau Yue O Boneco de Madeira“Polvo”

Joang Sau, literalmente "mãoimitada", é o termo chinês para astécnicas de Mook Yan Joang, ou"O Boneco de Madeira". O MookYan Joang é um dispositivo detreino utilizado por muitos estilosdiferentes do Gung Fu chinês,como Choy Lay Fut e Mantisreligiosa, que provavelmente, commais frequência se identifica como sistema de Wing Chun, masagora fiz uma mudançasignificativa na estrutura básicado tradicional Mook Yan Joang,adicionando-lhe mais quatrobraços, por razões que explicareineste artigo. A esta novidade,adicionada ao antigo treino, eudenomino "O Polvo" (Bot JauYue), pois tem sete braços e umaperna. Poderá ser de madeira,plástico PVC, ou inclusivamentede metal.

A primeira forma do Boneco deMadeira foi utilizada no TemploShaolin na antiga China. A lendadiz que para poder graduar-se notemplo, um discípulo teve de abrircaminho através de umcomplicado labirinto de 108Bonecos de Madeira diferentes,alguns dos quais tinham molasque poderiam causar uma lesãofatal quando não erammanipulados correctamente;outros teriam sido preparadosmecanicamente e em segredo.Inclusivamente se diz que algunsdos Bonecos de Madeira eram narealidade monges idosos comarmadura de madeira.

Benefícios do Treino como Boneco de Madeira

A Prática com o Boneco deMadeira beneficia o estudante deWing Chun de muitas maneiras.Em primeiro lugar, o bonecoproporciona ao aluno um parceiro,quando mais ninguém estádisponível para a prática dastécnicas de mão e o movimento

das pernas. Todos os bloqueios,golpes e pontapés, também sepodem executar com atransferência de potência, semmedo de magoar o parceiro.Como o boneco tem poucamobilidade, o estudante aprendemobil idade, quando semovimenta em seu redor com umvariado jogo de pés, ao mesmotempo que intercepta, bate epratica as técnicas de mão para"pontear o espaço", um termouniversal para fechar a distânciaentre dois lutadores.

O treino do Boneco de Madeiratambém pode ser esclarecedorno que respeita ao uso da linhacentral para atacar e defenderdesde todos os ângulos e paraque o aprendiz "modif ique alinha" de um movimento paraoutro. Estes ângulos e o usoadequado da linha central podempermitir a uma pessoa mais débilou de menor tamanho, superaruma força maior pela"transferência de força" e a forçade difusão, devido à estruturaçãoe posicionamento do corpo.Como reza um provérbio doBoneco de Madeira do WingChun: "Seen Wai Yoang DuckHoh Lahng Chue ", que querdizer: "O uso da linha centralserá adequado e por isso difícilde derrotar".

Os braços se situam em umângulo estratégico pararepresentar a posição final deum golpe correctamenteinterceptado, considerando essaposição como um limite exterior.Por exemplo, quando daexecução de um bloqueio PockSau, em vez de imaginar que sãodois golpes em um movimentopara fora desde o centro, o alunodeverá prever do braço superioresquerdo do boneco, umbatimento da esquerda por partedo oponente, cuja mão direita foiafastada da Linha central. Damesma maneira, o braço direitodo boneco pode ser imaginadocomo um batimento da direita

que tenha sido desviado a umponto suficientemente afastadopara bater no aprendiz, mas nãoalém do necessário. Este ponto,limite exterior, vem determinadopelas regras da vantagem dalinha central, a Orientação e o"Ângulo de corte", que f icouanter iormente expl icado emvários l ivros, e se ajusta aoconceito da Economia deMovimentos, do Wing Chun.

O treino Mook Yan Joang ilustrabem as aplicações das trêsformas da mão em “condições delaboratório". Isto é devido àestrutura do próprio boneco.Devido à estrutura de ânguloperfeito incorporada no boneco, oaprendiz é guiado de maneiranatural para executar as suastécnicas com uma estrutura deângulos também perfeita.Qualquer defeito estrutural nomovimento do aluno, temtendência a magnificar-se peloboneco e pode portanto, serfacilmente identif icado ecorrigido. Alem disto, quando serealiza uma técnica de maneirainadequada, por regra geralcausará um pouco de dor aoaprendiz, o que indica que oângulo de contacto ou asuperfície de batimento da mão,do braço ou da perna, não sãocorrectos.

Outra vantagem do treino como Boneco de Madeira é oendurecimento da pele e dosossos da mão, o braço, o ombro,o pé e a perna. Isto se conseguepor meio de "tocar" o tambémdenominado "pacote deenergia". No boneco não se devebater com toda a força aoprincípio, outro sim têm de semarcar os batimentos. Tocandodesta maneira a superfície demadeira do boneco, junto com ouso do Leen Goang Jau( l in imento herbár io) , queeventualmente "guardará" o Chinas cavidades dos ossos, emprevisão da fragilidade óssea navelhice. Mesmo em ao princípio

Wing Chun

Após longa ausência das nossas páginas, volta Randy Williams, um clássico doWing Chun, sem dúvida um dos pioneiros deste estilo, especialmente na Europa. Seuregresso, que previsivelmente constará de uma sua coluna nos próximos numero daRevista, é levado a efeito com todas as honras na capa e em manchete, e com esteartigo dedicado ao Boneco de Madeira de 8 braços. Esperamos que gostem.

Randy Williams e Zoltan Bathory do grupo de Heavy Metal número um dos EE.UU. “Five Finger DeathPunch”, mostram como se pode treinar simultaneamente o bloqueio de braços Boang Sau com oBoneco Polvo. Fotografia tomada entre bastidores durante o festival Mayhem Rock.

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Grandes Mestres

os alunos possam sent i r umpequeno grau de dor e nódoasnegras, após um curto períodode tempo serão capazes deexecutar todos os movimentoscom força e sem molést ias,depois de ter desenvolvido uma"mão de ferro" ou “Teet KiuSau”. Quando o aluno já tem osbraços endurecidos, não só vaipoder interceptar o soco ou opontapé do oponente comotambém poderá magoar o braçoou a perna que o estábloqueando. Isto forma parte doataque simultâneo e do princípiode defesa do Wing Chun (LeenDai Siu Da). Um braço

endurecido tem menosprobabilidades de ser ferido emcombate e pode suportar ummaior impacto, no caso de sernecessário bloquear uma armapesada. Um estudante com umbraço endurecido pelo treino noBoneco de Madeira, tambémpode treinar durante mais tempoe com um contacto mais duronos exercícios com um parceiro,sem padecer dor ou hematomas.Endurecer a pele e os ossos nãoquer dizer formação de calos oudeformação da mão, nemsignifica ter nódoas negras. Esteacondicionamento é fe i topaulat inamente, faz-segradualmente mais longo e maisduro com cada sessão de treino,até que se alcança o resultadodesejado.

O treino com o Boneco deMadeira desenvolve ao mesmotempo a capacidade do estudantepara transferir o poder a umobjecto fixo, evitando flutuaçõesentre movimentos e exercícios demuitos que o sistema tem, com oelemento somado do contacto.Enquanto executa as técnicas deuma maneira mais realista quenas duas primeiras formas demão, flui suavemente de umapara outra, de cima para baixo, daesquerda para a direita.Enquanto libera completamenteo próprio poder no "núcleo" doboneco, o aluno desenvolverá acapacidade de atacar

continuamente com qualquercombinação de ângulo e nível,mantendo a posição e um bomequilíbrio. Isto também permite aopraticante fluir directamente deum movimento para outro, seminterrupção da energia, doimpulso e da velocidade. Mesmoque possa parecer que osmovimentos se tapam um aooutro, na realidade se completacada movimento e então começao seu poder totalmente liberadono boneco, antes do seguintemovimento. Isto será evidente nosom rítmico produzido pelo fluirde movimento correcto. De facto,um verdadeiro mestre de Wing

Chun, pode detectar falhos naestrutura da forma simulada deum estudante, simplesmenteescutando os sons que provocana madeira e o som do seu jogode pernas, sem ter que o ver. Istose deve aos distintos sons eritmos, produzidos pelosmovimentos que estãocorrectamente auto-sincronizadose depois, por sua vez,programados adequadamente noboneco. Um ouvido bem treinadopode detectar o escalonaradequado, deslizamento eliberação do poder só pelo som.

O Boneco pode ser utilizadopara o treino de bloqueios,movimentos defensivos, bati-mentos, pontapés, cotoveladas ejoelhadas, varrimentos e outrasmanobras de pernas, ainda quehaja outras maneiras menosóbvias de utilizar o Boneco. Osseus braços e travessashorizontais se podem usar comouma barra de ballet para esticaras pernas nos diferentes níveis;os pulsos se podem esticarpressionando a palma da mãosobre o tronco do Boneco com ocalcanhar da palma para cima,com os dedos para baixo.Inclusivamente as travessashorizontais se podem uti l izar

como apoio para exercícios derolamento dos pulsos eacondicionamento dosantebraços com pesos. Éimportante ser inovador no uso dopolvo. Tem de se tratar deencontrar novas maneiras deuti l izar todas as partes dodispositivo, incluída a partesuperior, a área atrás da perna einclusivamente as vigas verticais,que se podem rechear e utilizarcomo makiwara.

Vantagens do treino como Boneco Polvo

Vantagem de orientação - Uma

das estratégias mais importantesdo combate Wing Chun é aconhecida como “Vantagem deOrientação". Essencialmente, olutador de Wing Chun se esforçapor se situar atrás do oponente,de tal maneira que possa utilizarsuas duas mãos para atacar oinimigo, enquanto que o oponentepossa usar só uma mão paradefender-se ou contra-atacar, ounenhuma em absoluto. Quando setreina com o boneco tradicionalde três braços, quando o aluno sedeslocou para exterior e obteveesta vantagem, tem de voltar parao centro, perdendo a vantagemque tinha ganho. Mas com opolvo se pode movimentar aindamais para o exterior, melhorandoa sua vantagem de Orientação,posto que trabalha nos braçosexteriores como se continuassepara atacar o oponente situadolateralmente, o que é difícil ouimpossível de defender.

Treino com vários parceiros

Basicamente, os quatro braçosdo polvo se configuram de talmaneira que se tem o equivalentea três "conjuntos" da partesuperior do braço, tal como

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Sequência de estrangulamentos de braços e cabeçaTambém se podem praticar e aperfeiçoar técnicas de estrangulamento usando os braços, o corpo e até as

travessas horizontais do Boneco Polvo. As imagens de 1 a 13 mostram um exemplo de como CRCA Wing Chunutiliza a estrangulação em combate. Os combatentes se situam para o confronto (Foto 1). Quando o oponenteda um passo em frente com o jab, Randy aproveita a linha do golpe, levanta o pé adiantado e bate-lhe embaixo.

"Toque e saída" Chop Kuen soco nas costelas (Foto 2), assegurando-se de que o seu golpe contacta,enquanto o seu próprio pé adiantado e o pé adiantado de seu oponente estão ainda no ar. Sesta maneira, aforça do batimento do adversário será "reutilizada", enquanto a própria força de Randy se magnifica por seupróprio impulso, causando um impacto máximo.

Na imagem 3, Randy utiliza um agarre Fook Sau da esquerda e punho direito à cara. Depois se repete omesmo movimento Fook Da no lado oposto (Foto 4), agarrando o braço do oponente contra o seu peito, para

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aparecem no boneco tradicionalde três braços. Graças aosbraços adicionais, um, dois, três eaté quatro, os alunos podemtrabalhar simultaneamentetécnicas e sequências no Polvo.Por exemplo, uma sequência dedois simples movimentos podeser trabalhada por dois alunos aomesmo tempo nos dois conjuntosexteriores de braços e osaprendizes podem executar osmovimentos de maneira que vãojuntos na mesma direcção, oupodem ir em direcções opostas,de tal maneira que a sua energia

vá de um em contra do outro.Uma terceira pessoa podetrabalhar ao mesmo tempo, nocentro de um conjunto de braços,assim como podia faze-lo com oboneco do Wing Chun. Outroaluno pode trabalhar com a pernaa técnica de chão de joelhos, damesma maneira que usaria obraço baixo de um bonecotradicional, quando está em pé.

Técnicas de luta no solo

Como se disse anteriormente,o a luno pode a joe lhar-se e

Wing Chun

“Outra vantagemdo treino

com o Boneco de Madeira é o

endurecimento dapele e os ossos damão, o braço, o

ombro, o pé e a perna”

evitar que bata com sua mão livre. Dando um passo profundo com seu pé adiantado, Randy levanta ocotovelo do oponente usando Pau Sau (Foto 5), depois lança a sua mão Lon Sau em volta do pescoço dooponente (fotos 6 e 7), já que utiliza outro movimento Sau Pau para começar o estrangulamento. As fotos 8 e 9 mostram a realização do estrangulamento. Movendo-se para um lado, para fazer alavanca(Foto 10), Randy completa um Seep Ma dando um passo em círculo atrás do oponente para derriba-lo,batendo a sua cabeça em contra o chão, sem largar o estrangulamento. (Fotos 11-13),

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utilizar os três braçosbaixos para interceptar,agar rar e bater,enquanto se ut i l iza aperna da mesmamanei ra que seacostuma a uti l izar obraço infer ior de umBoneco de Madei ranormal quando se estáem pé. Pode andar eg i ra r sobre os do isjoe lhos ou só umjoe lho e o pé, paraadqui r i r potênc ia evantagem deorientação.

Gyeuk Chee

Devido aos dosbraços infer ioresadicionais do polvo, oaluno pode prat icar

uma amplia variedadebloqueios de perna,agarres e combinaçõesde pontapés que nãose podem fazer com otradic ional de t rêsbraços. As pernas sepodem mover de BoangGyeuk a Tao ou PockGyeuk, ou usar muitasoutras possíveismanobras e pontapéscom as pernas.

Possuir e treinar como Boneco Polvopoder ia ser debenefício para qualquerar t is ta marc ia l queestiver interessado emmelhorar a sua técnica,endurecer seus braçose melhorar globalmentea sua est ratég ia decombate.

“O treino com o Boneco de Madeira

desenvolve ao mesmo tempo a

capacidade do estudante para transferir opoder a um objecto fixo,

evitando flutuações entre movimentos e

exercíciosde muitos dos movimentos

do sistema, com o elemento somado

de contacto”

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Grandes Mestres

Depois levanta a perna agarrada enquanto fazChum Jahng Sinking, batendo com seucotovelo no lado do joelho para quebrar aperna com uma acção de pressão e puxar(fotos 6 e 7). Seguidamente, levanta o joelhodireito para castigar ainda mais a perna quepontapeia por debaixo (Foto 8). Então, sem pôro pé no chão, Randy pontapeia o joelho basecom Moh Ying Yai Sut Dai Gyeuk (JoelhoInvisível batendo com Pontapé baixo) e depoissalta para fazer um Moh Ying Loy Tiu Yai HauGyeuk, para atacar ainda mais a perna deapoio (Fotos 9 e 10).

Sequência de Aplicação de Gahng/Jom SauGahng/Jom Sau, a machada alta Chop/Bloqueio Baixo com varrimento, pode ser treinada no polvo com

e sem um pontapé. Os mesmos movimentos se podem ver em aplicação no combate em imagens de 1 a 10. Lutadores prontos (Foto 1). Randy desvia um pontapé da direita em rotação do oponente, usandoGahng/Jom Sau (fotos 2 e 3). Randy levanta os braços para um agarre de perna Chum Kiu (Fotos 4 e 5).

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O Mestre Kam Yuen escreveu um capítulo muito importante dahistória das Artes Marciais, especialmente no Ocidente. Este Mestrefoi reconhecido mundialmente por seus conhecimentos de Kung fu eactualmente pelo seu método de Medicina Energética Chinesa. Poucosmestres e versados em Artes Marciais podem alardear de ter sido oMestre dos Jackson Five, Bob Dylan e David Carradine - além deo ter dobrado e coreografado na série de Kung Fu epartilhou seus conhecimentos com Chuck Norris e StevenSeagal.

Também esteve ligado a Bruce Lee; foi aluno e omelhor amigo de Wong Jack Man, que desafiou BruceLee, como o leitor estará lembrado: “Se vencianaquele combate, “O pequeno dragão” teria dedeixar de dar aulas aos caucasianos. Por ironiasdo destino, anos depois, o Mestre Kam Yuencoreografou para Brandon Lee, na segundatemporada da série Kung Fu, dando-lhetambém algumas aulas… Foi actor ecoreógrafo do inacabado projecto de BruceLee “O circulo de Ferro” (“The silent flute”)por tudo isso e mais alguns méritos, BudoInternacional o traz às suas páginas.

Texto; Salvador Múgica & Pedro Conde.Fotos: Salvador Múgica.

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Mestre Liang Kam YuenO Mestre Liang Kam Yuen nasceu

em Hong Kong a 10 de Março de 1941,era o mais novo de 7 homens e 4mulheres. Com 8 anos começou apraticar Kung fu, sendo estudante deSeven Star; estudou Qi Xing Tang Langcom o Mestre Chen Zhen Yi e Tai JiTang Lang com o Mestre Chi Chuk Kai.Segundo nos declara o Mestre Yuen:

“Assim como no Ocidente se começafazendo desporto muito jovem, com ofutebol, o andebol, etc.…, na China, aprática do Kung fu se começa emcriança. Eu comecei com oito anos eaquilo era uma brincadeira, posto quepela idade que tinha, não realizavatreinos intensivos ou de adultos.Normalmente se começa pelo estiloShaolín e depois nos especializamosem algum dos seus estilos; eu meinclinei pela mantis”.

Anos mais tarde, Sifu Liang KamYuen emigrou para os Estados Unidoscom seus pais, onde continuou os seustreinos de Kung fu com o Mestre MonWong, em New York. Tempo depoisestudou Shaolin do Norte com oMestre Wong Jack Man, em SãoFrancisco, aprendendo também comele os estilos Hsing Yi e Baguazhang.

Em 1964 se gradua no InstitutoManhattan com um título em

engenharia, graças ao qual encontrouum trabalho na Lockheed Aircraft,perto de São José (Califórnia), ondeabriu a sua primeira escola de Kung fu,em sociedade com seu amigo, oMestre Paul Eng.

Também trabalhou na HughesAircraft e na US EngenieringCorporation. Em 1969 abandona o seutrabalho de engenheiro e resolvededicar-se por completo às ArtesMarciais.

Depois de uma curta estadia em LosÁngeles, o Mestre Liang Kam Yuenvoltou a Hong Kong para continuarseus estudos em Tai Ji Tang Lang como Mestre Chi Chuk Kai. O Mestre KamYuen treinou dia e noite durante váriosmeses. De regresso aos EstadosUnidos, se instala em Los Ángeles,onde quis parti lhar seus novosconhecimentos com outros praticantes,dando numerosas aulas em locais doYMCA, no Chinatown Recreation Hall,UCLA, USC, (no Estado da Califórnia).

Shifu Liang Kam Yuen fundou o"Shaolin West Healing Center" (Centrode cura Shaolin Oeste" e foi a "TaiMantis Kung Fu Assoc" (Associação deKung Fu Tai Mantis"). Adquire grandefama e é requerido por celebridadespara ensinar, inclusivamente échamado pela Warner Brothers

Estúdios para trabalhar em “Kung-fu”,a série de televisão da ABC.

“Naquela época só se conhecia oKarate e o Judo, nem sequer tinhachegado o Tae Kwon Do, que aoprincipio se chamaria “KarateCoreano”. Comecei a fazer exibições edemonstrações a fim de expandir e dara conhecer o Kung fu. Pensava eu quea melhor maneira de o fazer era chegarao cinema e à televisão, mas naquelesdias nada disto se conhecia e nãoexistia nenhuma possibilidade de ofazer. No entanto, devido à fama queobtive em demonstrações e na minhaparticipação em eventos de ArtesMarciais, quando foram filmar a série,me chamaram”…

Na série é o coreógrafo, participacomo actor em algum capítulo e alémdisto é o duplo de David Carradine:

“Sim, efectivamente, participeiactivamente na série. Ao princípio,coreografamos as lutas a variaspessoas. Após a emissão de algunscapítulos, David começou a vir ao meuginásio e ali percebeu que o querealmente tinha estado fazendo nalutas dos primeiros capítulos, era Judo.Tive que começar a ser o duplo deCarradine, pois então não se sabiaquase nada de Kung-fu. Mas depois defazer o trabalho sujo da série, não tive

Reportagem

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nenhum reconhecimento, pelo queresolvi deixá-lo; então David, como eraa estrela do show e tinha muito pesona série, falou com os directivos daWarner e disse que me queria na série,pelo que prescindiram dos serviços doanterior coreógrafo e me deram essaresponsabilidade”.

A partir daí, oficialmente, o MestreYuen se tornou o Mestre de DavidCarradine:

“Ao principio, David Carradine nãosabia nada de Kung fu. Temos de terem consideração que no início dasérie, praticamente só fazia Judo; mastinha muito boas qualidades erapidamente captava os movimentos.Durante um ano tinha estadopraticando baile, pelo que tinha umaboa elasticidade e coordenação, porisso, conforme foi decorrendo a série,melhorou notavelmente. Era muitodisciplinado, t inha interesse poraprender, apesar de por vezes sermuito chato ter de esperar por ele paracomeçar… Quando acabou a série,continuei a dar-lhe aulas, mas porvezes passava muito tempo de aulapara aula, posto que seuscompromissos profissionais o

obrigavam a viajar por todo o país einclusivamente a outros países.”

Para paliar aquilo na medida dopossível, David Carradine metia oMestre Kam Yuen nos projectos emque participava; entre eles destacamoso seu trabalho como actor ecoreógrafo, junto a Joe Lewis, noinacabado projecto de Bruce Lee,James Coburn e Sterling Silliphant: “Ocírculo de Ferro” (“The silent flute”).Desse combate com o seu aluno oMestre lembra…

”Participei com alguns dos meusestudantes. Havia muitas ideiasinteressantes no libreto; no entanto, oresultado não foi bom; era a primeirafita que dirigia Richard Moore, que nãoestava habituado às Artes Marciaisnem tinha nenhuma experiência emelas, demorava muito tempo em gravaras cenas… Além disso, os combatesnão estavam bem gravados, osângulos não eram os mais adequados”.

Aquele não foi o único filme em queparticiparam juntos, houve alguns mais:

”David Carradine fazia o possívelpara trabalharmos juntos; em algunsdos seus projectos fiz pequenostrabalhos ou colaborações, em outros

participei de maneira mais activa,como no filme “Projet Eliminator” ou nodocumental “Zen and Now: A Dinnerwith David Carradine & Friends”.

O Mestre Yuen se emociona quandofala do seu pupilo, é inevitávelperguntar-lhe acerca da sua morte…

“Aquilo foi um duro golpe, muitodesagradável… Dois dias antes da suamorte tínhamos estado conversando,tinha-lhe dado a minha morada naChina para ele me visitar. Davidconhecia o meu método de MedicinaEnergética Chinesa e seus benefícios,queria ajudar-me a dá-la a conhecer anível mundial. Por desgraça, aqueleencontro nunca aconteceu”.

Esta não foi a primeira vez que oMestre Yuen passaria por esta dor,anteriormente também perdera outroaluno célebre, Michael Jackson.Durante um tempo foi instrutor dos“Jackson Five”:

“Ensinei Shaolin do Norte aosJackson Five durante cinco anos, claroestá, sempre que os seus afazeres opermitiam. Dei aulas aos quatro, masespecialmente a Jermaine, quemostrava muito interesse. Michaeldestacava sobre os irmãos porque era

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muito disciplinado, rápido e por suacoordenação; era o melhor deles”…

Não foi à única celebridade nomundo da música que ele treinou.Também contaram com seusconhecimentos Bob Dylan e sua família:“Bob é genial, tem boa concentração ememória para o Kung-fu. Capta osmovimentos logo de seguida, porque éum génio. Mas os seus meninosprecisam de mais disciplina. Eu devia láter estado todos os dias se realmentequeriam aprender, mas nessa época euia só uma vez por semana. A únicamaneira de chegar a fazer queCarradine e Dylan melhorassemnotavelmente no Kung fu, seria si eutivesse aberto um ginásio em Malibu;mas eu morava em Torrance, que estámais ao Sul. O que realmente era difícilcom Dylan, era que ele tivesse tempopara podermos treinar”.

Outros dos seus alunos célebres foiChuck Norris, mas isto foi muito antesde que o colosso americano fosseconhecido por suas longas-metragens.“A sua casa era relativamente perto domeu ginásio e vinha visitar-me comuma certa frequência, o que muito meagradava. Naquela época, como eutrabalhava na série do Kung fu, queriaque o ajudasse a ter uma sessãofotográfica com David Carradine;Chuck Norris queria ser famoso eprotagonizar filmes e pensava queaquilo lhe poderia servir comopromoção. Chuck Norris é excelentepessoa, temos grande número deanedotas juntos… Nos conhecemosantes dele ser famoso”.

O Mestre Yuen também partilhouseus conhecimentos com StevenSeagal: “Com ele não tratei tanto,naqueles dias ele era muito jovem e seinteressava principalmente pelas ArtesMarciais japonesas, mas também seinteressava por tudo quanto eraoriental e a sua medicina”.

Testemunha de uma época irrepetívela nível marcial, o Mestre Yuen conhecee possui muita informação acerca defactos e acontecimentos históricos dasArtes Marciais; ele era o melhor alunode Wong Jack Man, que desafiouBruce Lee; se vencia aquele combate,“O pequeno dragão” tinha de deixar dedar aulas aos ocidentais… “Wong JackMan não falava muito acerca daquelecombate, rara vez falava dele, faziaalgum comentário, mas nada mais.Não era assunto de presunção… Nóstínhamos uma relação que ia além deestudante e Mestre, éramos muitobons amigos, queríamos fazer coisasboas para o Kung fu, apesar de euestar em New York e ele em SãoFrancisco. Não foi um combateimpressionante; naquela época BruceLee não era tão bom quanto chegou aser depois. Aquele desafio ou duelonão foi como se tem dito para omostrar aos ocidentais, mas para

criticar os métodos de ensinançastradicionalistas chinesas, muitorestringidas e fechadas e não damaneira que ele pensava ser acorrecta. Um prova de tudo quantodigo é que eu fui coreógrafo da sérieKung fu e nunca tive problema algumpor mostrar o Kung fu ao mundo”.

Kam Yuen não presenciou aqueleduelo, mas sempre permaneceu aolado da seu Mestre e amigo…

“Bruce Lee deu a sua vida por fazeraquilo em que acreditava. Teve de tomardecisões difíceis para chegar ondechegou e tem todo o meu respeito porisso. Enquanto foi vivo eu não lheprestava muita atenção, quer dizer, elefazia as suas coisas, as suas ArtesMarciais e eu fazia as minhas. Nosconhecíamos porque um meu parenteera muito seu amigo dele, pelo que nosvimos em alguma ocasião; o entanto epor respeito ao meu amigo e MestreWong Jack Man, evitava intimar comele, me mantinha à distância. Foi depoisde Bruce morrer, quando alcançou afama, quando comecei a dar valor aoque ele fez pelas Artes Marciais e oKung fu. Pode parecer estranho maspor vezes sinto que entro em contactocom o espírito de Bruce Lee e as suasideias, mas não só com ele, tambémcom o dos seus seguidores eadmiradores. Há gente que é da opiniãoque se Bruce fosse vivo, possivelmenteestaria a fazer o que eu faço”…

Por avatares do destino, Kam Yuentrabalhou e ajudou a difundir o Kung fue as Artes Marciais no Ocidente. Asérie estava baseada na ideia originalde Bruce Lee; mais tarde, ajudou amaterializar o seu inacabado projectode “The silent flute” e por último, foi oprimeiro “degrau” na carreiracinematográfica do primogénito deLee:

“Brandon não é que treinasseexclusivamente comigo, simplesmenteeu era o coreógrafo do capítulo pilotoda segunda temporada e tive quecoreografar as suas cenas de luta. Oseu instrutor de luta era Dan Inosanto,para ele, as Artes Marciais significavamalgo muito diferente do que eram parao seu pai. Não era tão serio e dedicadoem seus treinos como era Bruce Lee.Era um jovem muito agradável quecomeçou com as Artes Marciais e quemais tarde quis dedicar-se porcompleto a interpretar e chegar o maislonge possível na sua carreira comoactor, as Artes Marciais não eram aprioridade na sua vida”.

O Mestre Yuen estando no cimo anível marcial, decide deixar tudo ededicar-se por inteiro ao método deMedicina Energética Chinesa.

“Esta maneira de ver as coisas éuma maneira de poder mudá-las, comonunca antes se tinha podido fazer!Fazes as mudanças rapidamente… Porexemplo, quando se treina as

mudanças vêm devagar e tem de sefazer que sejam mais rápidas”.

Em que está baseado o método daMedicina Energética Chinesa? Por quemotivo tem tantos seguidores em todo omundo? O que o faz diferente de outros?

“Está baseado na Lei Universal, naparte física, não na espiritual, porque ésuposto que o nível espiritual está porcima do físico, mas não é assim. Eudirijo a energia que se tem à debilidadeque padecem, para se ser conscientede qual é e assim poder reforçá-la. Oresultado é instantâneo. Levo fazendoisto uns 30 anos”.

Como encaixam em tudo isso asArtes Marciais?

“Acredito que a tradição nas ArtesMarciais é uma boa coisa, mas tem deevoluir. Apesar de alguma coisa termudado, são basicamente como eramdantes, mas há mais coisas que nãoconhecemos que coisas queconhecemos. Assim sendo, é chegadoo momento de sermos mais físicos,posto que somos criaturas desteplaneta. E é preciso separar a menteda parte f ísica e dessa maneirapodemos ver o potencial que secorresponde com o universo físico.Dessa maneira podemos ser tãorápidos como o Universo, porque oUniverso é muito rápido, estácoordenado e é muito forte, de maneiraque temos de corresponder-nos com opotencial físico do Universo e não sómantermo-nos no lado espiritual.Temos de dar confiança às pessoaspara que tenham suficiente energia, aqual se pode obter só se alguém usaas Artes Marciais como caminho.

Desde que o Mestre começou aensinar o seu método, tem aparecidoem numerosas publicações e emdiferentes meios de comunicação.Desde então não deixou de mostrar eparti lhar seus conhecimentos ehabilidades mundo afora, ajudandonumerosas pessoas. Na Espanha éonde lhe fizemos esta entrevista.

“Tenho estado em várias ocasiões naEspanha, em Barcelona, Málaga, eMadrid. Com o meu método tenhopodido ajudar a mais de 1.000 pessoasaqui”.

Shifu Liang Kam Yuen actualmentereside em Canoga Park, Califórnia(USA); treina Artes Marciais, ainda quenão de maneira intensa, nemconstante:

“Não as pratico fisicamente, masfaço a acção. Se percebo de qual é omeu ponto fraco quando as levo àacção, melhoro o mesmo no momento.Assim, quase no momento possomelhorar a nível neuro-muscular aforça, a flexibilidade, a resistência, etc.”

O Mestre Yuen viaja por todo omundo ensinando e aplicando o seumétodo de Medicina EnergéticaChinesa.

http://www.statscrop.com/www/y

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The Grandmaster - Histórias do Bosque Marcial

"Nas Artes Marciais só há duas palavras:horizontal e vertical. Se acabas no chão,perdes; se permaneces em pé, vences".

Esta é a frase com que o personagem IpMan abre e fecha este interessante filmeinspirado na sua vida, mas que ao mesmotempo nos permite apreciar certas tradiçõesdentro do denominado “Bosque Marcial” ou“Wulin”, que seguidamente passamos acomentar para todos os nossos leitores.

Enredo:Na China dos anos 30, um velho mestre do Norte,

versado em Baguazhang e l íder da Sociedade deArtistas Marciais Chineses, resolve aposentar-se, masnão sem antes organizar um duelo para encontrar umcandidato idóneo para integrar as ensinanças do Sul dopaís com as do Norte. É assim como Ip Man (TonyLeung), um especialista de Wing Chun de certo renomena comunidade de Cantão, é o escolh ido comocandidato e vence o duelo com bastante comodidade.Perante a derrota do mestre do Norte, a sua filha GongEr (Zhang Ziyi) irá desafiar Ip imediatamente, para tentarassim salvar a honra da sua família. Mas entretanto,durante a sua luta, um vínculo especial despertariaentre eles, o que mudaria o destino de suas vidas, outalvez não…

Palavras do RealizadorO aclamado e particular realizador de Hong Kong, Wong

Kar-Wai apresentou finalmente a sua “ópera magna”, naqual vinha trabalhando mais de dez anos e que foi filmadaao longo dos últimos quatro.

“THE GRANDMASTER” é narração pausada de umtempo pretérito, onde o personagem central não é

exactamente Ip Man mas sim as Artes Marciaispropriamente ditas. Acerca disto o realizar diz:

"Quando me perguntam que género de fita é esta, eudigo que é uma história que trata da preocupação de comopassar o conhecimento marcial para a seguinte geração.Trata das pessoas no círculo tradicional do Wushu, quequerem superar a sua própria habilidade, experiência eessência. Esse é o ponto central desta história”.

Efectivamente, esta artística longa-metragem transmiteuma mensagem muito importante acerca da primeirageração de membros da Sociedade de Artistas MarciaisChineses (Zhonghua Wushi Hui), fundada em 1910, com aintenção de utilizar as Artes Marciais para fortalecer àspessoas e salvar o país, mas que no fundo escondiamideais revolucionários.

“Não só são valores das Artes Marciais, é parte da nossacultura e isto é o que quero contar: de onde vimos, quemfomos no passado” - esclarece Wong.

Acerca do ElencoTony Leung (Ip Man) - Nascido em Hong Kong e

abandonado por seu pai com sete anos de idade, sonhoudesde muito criança ser actor mas o que não sabia é que

Texto: Emilio AlpansequeFotos: Sil-Metropole, Bona Film Group, The

Weinstein Company.

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acabaria sendo uma dasmaiores estrelas de cinema deHong Kong, com mais de 30anos de experiência e mais decem fi lmes em seu haver.Leung, é um dos actorespreferidos do director natural deHong Kong Wong, Kar-Wai,tendo trabalhado com ele emsete ocasiões.

Zhang Ziyi (Gong Er) - Naturalde Pequim, começaria a serconhecida após ganhar umconcurso de dança nacional,com 15 anos de idade. É entãoquando o realizador ZhangYimou a contrata para o filme“The Road Home” (1999). Aforça de sua actuação agradoumuito aos jornalistas do seupaís e em menos de três mesesfoi seleccionada paraprotagonizar a aclamada“Crouching Tiger, HiddenDragon” (2000). Desde então, asua figura se fez muito notávelcom grandes êxitos debilheteira, tanto no cinemachinês como no internacional.

Chang Chen (“The Razor”) -Nascido em Taipei em Outubro de1976 (o ano do Dragão no zodíacochinês), a incursão de Chang naindústria do cinema não foi acidental.O seu pai Chang Kuo-Chu é um dosactores mais famosos de Taiwan e oseu irmão mais velho Chang Han, étambém um conhecido actor. Changalcançaria a fama depois deprotagonizar o filme “Crouching Tiger,Hidden Dragon” (2000). Desde então,Chang tem trabalhado em muitas fitas

“Neste filme há muitos estilos e muitosmestres, mas segundo narra a história,

dadas as circunstâncias de cada um, só uno deles foi capaz de conseguir

transcender a sua arte ao resto do mundo”

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aclamadas pela crítica, colaborando com osmelhores directores e actores.

Acerca da ProduçãoO realizador Wong Kar-Wai é conhecido por

necessitar de muito tempo para acabar seus filmese a sua tendência de não se aderir aos prazos deprodução. O libreto original foi escrito em 2001 eapós uma longa viagem pela China profunda,visitando mais de cem Mestres de Wushutradicional, a fita começaria a ser filmada em 2009,para estrear a 8 de Janeiro do 2013. O conceitooriginal era o de apresentar a dez mestres, em dezcapítulos independentes, mas isto teria resultado um filmedemasiadamente longo e complicado. Diz-se que a equipade produção chegou a ter quatro horas de materialmontado e utilizável, o qual teve de ser reduzido a 130minutos, que é a duração da versão oficial do filme.

É de destacar que o realizador Wong Kar-Wai exigiu aseus três actores principais, praticar Wushu tradicionaldurante três anos, antes de começar a rodagem. TonyLeung se dedicou em cheio à prática do Wing Chun, demãos do mestre Duncan Leung, que tinha sido aluno doverdadeiro Ip Man, com o seu filho Darren e o seu alunoHenry Araneda.

Por sua parte, Zhang Ziyi aprendeu Baguazhang doversado em Wushu moderno e tradicional, Ge Chunyan,membro da equipa original de Wushu de Pequim. E porúltimo, Chang Chen treinou Bajiquan sob a tutela domestre Wang Shiquan de Pequim durante três anos echegou a competir na China, obtendo uma medalha de oiro

em 2009, nos campeonatos nacionais de Bajiquantradicional.

Acerca das cenas de LutaAs sequências de Artes Marciais em THE

GRANDMASTER foram coreografadas pelo legendáriodirector de acção Yuen Woo-Ping, que também foiencarregado da direcção das Artes Marciais de “TheMatrix” (1999), “Crouching Tiger, Hidden Dragon” (2000),“Kill Bill Vol. 1” (2003), “The Forbidden Kingdom” (2008) emuitíssimas outras produções, ao longo da sua carreira demais de quatro décadas. Nesta ocasião, Yuen tambéminterpreta brevemente o papel de Chan Wah-Shun, mestrede Ip Man na vida real.

Sob as instruções de Wong Kar-Wai, as cenas de luta sãorealmente extraordinárias para aqueles que apreciam abeleza técnica de cada estilo, seus movimentos particulares,ou inclusivamente de um só golpe ou posição. Além dos

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estilos já ditos, também podemos verexpoentes de Hung Gar, Xingyi, Mantise mais. O mestre Yuen, junto com odirector de fotografia francês PhilippeLe Sourd, nos deslumbram em váriasocasiões a intensidade e imaginaçãoem umas coreografias de grande estilocinematográfico, em vez de lutastrepidantes, como podem ser as de “Ip Man” (2008) protagonizada porDonnie Yen.

Os combates são encontroselegantes e cerimoniais, em algunscasos demonstrando a ética marcial e orespeito mútuo. De acordo com o lemachave do filme, “tudo reside nosdetalhes”. As câmaras se aproximam emostram a precisão do trabalho depernas, os movimentos das palmas emespiral, os golpes de torção, etc.Lendas do cinema marcial, como BruceLeung, o lutador profissional Cung Le, oversado em Hung Gar, Lau Kar-Wing ouZhou Xiaofei a campeã de Wushu,realmente exigem ao actor Tony Leungutilizar ao máximo seu treino marcial etalento interpretativo. Assim também,Zhang Ziyi e Chang Chen resultamlutadores absolutamente convincentesperante as câmaras.

A nossa CríticaSem dúvida, THE GRANDMASTER

tenta oferecer mais substância do quesimples “porrada” e isto é importante, écoisa a ter em consideração antes dever esta fita. Não é “Ong Bak” (2003) ou“The Raid” (2011), antes sim um filmecontemplativo, em que Wong Kar-Wai,muito na sua linha, utiliza os estilos deWushu tradicional e outros elementosvisuais como ferramentas de expressãode suas ideias. Por exemplo: ospersonagens centrais Ip Man e Gong Errepresentam através do Wing Chun edo Baguazhang respectivamente, suaspróprias atitudes perante a própria vida.O Wing Chun basicamente considera alinha recta como o melhor caminho deataque, enquanto que o Baguazhang éfamoso por seus passos em círculo eenergia em espiral. Isto descreve apersonalidade de Ip Man, que sempre édirecto e olha de frente, enquanto queGong Er não faz mais que apegar-se aoseu passado e evadir-se do seupresente. E este é só um exemplo dogénero de metáforas que o realizadorutiliza.

Nesta fita há muitos estilos e muitosmestres, mas segundo conta ahistória, dadas as circunstâncias decada um, só um deles foi capaz deconseguir transcender a sua arte aoresto do mundo. Nos referimos a IpMan, que nascido em 1893, viveu naépoca do Imperador Guang Xu, a doúltimo Imperador Pu Yi, oestabelecimento da ChinaNacionalista, a II Guerra entre a China

e o Japão e a fundação da RepúblicaPopular da China, momento em quefugiu para Hong Kong onde começariaa ensinar publicamente a arte do WingChun, deixando para trás velhastradições e passando osconhecimentos para geraçõesposteriores, mais além da sua própriavida. É por isto que o nome da fita éTHE GRANDMASTER, em singular.

Cinema Marcial

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Dmitri Skogorev é um dos principaisespecialistas internacionais no ensino das ArtesMarciais Russas, Director da Escola Russa deArtes Marciais "Sibirski Vjun" (SYSTEMA "SV") ePresidente do Centro Internacional de Artes

Marciais Russas. Desde 1988,Skogorev tem sistematizado e

analisado estruturalmente oSistema russo de Artes

Marciais, pesquisandoem psicologia aplicadae bio-energética, o querepercutiu na evolu-ção teórica e práticados programas de"Sibirski Viun". OSistema russo decombate corpo acorpo se aplica emsituações extremas,tanto no âmbitoprofissional como

civil.

REF.: • SKOGOREV2REF.: • SKOGOREV2

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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AUTOR: TIM TACKETT

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AUTOR: RANDY WILLIAMS

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AUTOR: JOAQUIN ALMERIA

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TÍTULO: YAWARA KUBOTAN

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WAGNER MAJOR AVINARDIA, J.L. ISIDRO& SALVATORE OLIVA

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OUTROS ESTILOS

AUTOR: BOB DUBLJANIN

TÍTULO: JKD EFS KNIFE SURVIVALAUTOR: ANDREA ULITANO

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Alexandre, por disciplina e técnica se tornou umareferência mundial do Karate Kyokushinkai.

O seu palmarés é impressionante; estes são sóalguns dos seus triunfos: Campeão do Open do Japão,9 vezes Campeão da Europa e faz apenas umassemanas, Campeão do Mundo dos Pesos Pesados,passando assim a ser o primeiro ocidental aconseguir este título.

Carisma, determinação e puro espíritoKyokushin, chegam às páginas de CinturãoNegro, chega… Alexandre Navarro.

Texto e Fotos: Ricardo Diez Sanchis

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Alexandre NavarroPuro Kyokushinkai!

Cinturão Negro: Alexandre, como foramos teus começos em Karate Kyokushinkai?

Alexandre Navarro: O meu primeiro contacto foi quandocontava 16 anos, numa viagem que fizemos à ilha deFuerteventura. Lá conheci o “culpável” de que hoje existamtantas escolas e pessoas que conhecem e praticamKyokushin no arquipélago das Canárias, o Shihan AntónioRoca, a quem daqui cumprimento, assim como aospraticantes da minha terra. Depois voltei à sua prática com20 anos, quando fui viver à já dita ilha.

C.N.: O que te “prende” ao Kyokushin?A.N.: A sua filosofia de vida, os princípios e valores que

inculca, como são: disciplina, humildade, respeito e umlongo etc., que na sociedade actual tão raros são, aomesmo tempo que necessários resultam, puxar por coragemno momento que se precisa, para sair adiante nas diferentessituações que há na vida e persistir sob pressão.Certamente a sua maneira de combater e aconteça o queacontecer… e no final abraçar-se com quem foi teuoponente durante uns assaltos. Isto é mágico, um respeitomútuo que dá valor ao que fazes e ao que tu és.

C.N.: Como foi a tua primeira competição?A.N.: Por ser a primeira, logicamente tudo era novidades,

não fazia ideia do que iria enfrentar. Foi uma bonitaexperiência que me serviu para começar a perceber ondeme tinha metido.

C.N.: Qual o teu conselho para os que estão pensandoem começar a competir?

A.N.: Que escutem o que os seus mestres lhes dizem; quecom o trabalho árduo as recompensas acabam por chegar;que não usem atalhos para chegar antes porque depoisterão de voltar atrás; trabalhar muito a base, a posição notatame, a maneira de te deslocares; trabalhar em equipa,ajudando o companheiro, aprendendo absolutamente detudo o que acontece à nossa volta e que a fortaleza está noespírito e na fé que tiveres em ti. Sempre lutar pelos teussonhos!…

C.N.: Qual a melhor recordação como praticante deKyokushin e como competidor?

A.N.: Há tantas e variadas… Esses momentos duros quecompartilhas com os companheiros e fazem com que aamizade se faça mais forte, em muitas ocasiões pela dor e osacrifício nos treinos. Pode parecer estranho, mas atravésdos resultados que não foram tão bons quantodesejávamos, é quando melhor temos reflectido e aí secresceu um pouco mais.

C.N.: Quando desceste do tatame depois de conseguiro Campeonato do Mundo, o que foi que sentiste?

A.N.: Satisfação mútua, por mim e pela equipa que meacompanhou ao Japão e pelo grupo que nos apoia,especialmente pelos mais jovens. Estar lá foi especial, éonde se originou tudo.

C.N.: Algum facto curioso das tuas muitas viagens?A.N.: Uma vez, o meu companheiro e amigo Heitor

perdeu o Passaporte no aeroporto de Tóquio. Fomos àpol ícia para pedir ajuda e longe de a recebermos,começaram a interrogar-nos… É claro que nãopercebíamos nada! Sensei Ángel que nos acompanhavatambém não podia acreditar! O ponto culminante foiquando um agente abriu a nossa bagagem e encontrou umpacote de gófio (cereal moído que temos nas i lhasCanárias). Deve ter pensado que era alguma coisaesquisita e ficou muito nervoso perguntando o que era

aquilo… O Heitor abriu o saco e meteu um dedo (ressaltoque um “dedo” seu é como quatro meus) e literalmenteobrigava ao então estupefacto agente a prová-lo. Ele senegava à vez que retrocedia. Um espectáculo! Nãoparamos de rir durante vários dias. Finalmente apareceu opassaporte… e deixaram-nos levar o nosso o gófio…. Háuma entrevista em Inglês que acerca disto me fizeram eque está na rede. Faz cinco anos disto e ainda se riem demim no meu Dojo. Humor transalpino, que assim ochamam… Crazy situation!!!

C.N.: Fala-nos do teu Mestre Ángel Romero, semdúvida, um dos “responsáveis” pelos teus êxitosdesportivos…

A.N.: O meu Mestre, em ocasiões pai, em outras irmão enas mais das vezes amigo e irmão de batalhas, é umsonhador que contagia a sualoucura e luta pelo que pensaser justo. Muito tenhoaprendido dele e não só deKarate.

C.N.: Agora, vivendo umanova etapa da tua vida emCosta Rica, como te tensadaptado lá?

A.N.: Já quase estou lá fazano e meio. Tudo surgiu deuma conversa casual com oBranch Chief Erik Golberd eaqui estou. Estou a ser muitobem tratado, me apoiam emtudo. Dou muito valor ao quetenho conseguido nestes 15meses últimos. Daqui queroagradecer tanto a ele como aMário Hernández pelaconfiança prestada, assimcomo a toda a equipahumana do IKOKyokushinkaikan Costa Rica.

C.N.: Desejas dizer maisalguma coisa?

A.N.: Lembrar-me doShihan Daniel Lorente, que sempre está aí, apoiandoà selecção. Animar os júnior que vão por muito bomcaminho e a todo o grupo Iko Espanha, pela suaentrega. Aos meus irmãos de batalha, onde quer queestiverem, mandar-lhes um grande abraço àdistância.

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e entre as numerosas estratégias decombate desenvolvidas pelos Mestres deLuta siameses em um período de váriosséculos, que vai desde inícios dos anos 1600até o passado Século XX, destacam-se astécnicas avançadas normalmente

denominadas conjuntamente como Look Mai Muay Thai. Cada uma delas, de maneira similar ao que acontece

com as estratégias mais simples denominadas Mae Mai(ou Técnica Fundamental), contêm muitos princípios decombate que quando decifrados, proporcionam ao lutadortailandês uma ampla experiência técnica à qual poderrecorrer em cada ocasião. Vejamos agora em detalhe oLook Mai N º1, conforme o código universal aceite portodos os Arjarn tailandeses.

A técnica tem por nome Erawan Sochi Nga, o quetraduzido literalmente significa: "Erawan (o elefante brancode três cabeças) bate com os colmilhos".

Uma análise superficial desta acção nos mostra como"só" um ou mais socos ao rosto ou ao corpo do inimigo,evitam assim seu ataque selvagem. Na realidade, cada MaiLook entranha todo um mundo de tradições culturais, detécnicas ancestrais, de conhecimentos médicossofisticados e de Arte Marcial.

A técnicaO elefante é um animal enorme, dotado de uma potência

excepcional, de facto é capaz de arrancar uma árvore.Estas técnicas nascem de observar como utiliza seuscolmilhos com o propósito de desviar, bater, segurar equebrar.

O uso da trompa para bater em um ambienterelaxado, ainda que poderoso, foi copiado pelostailandeses e utilizado para desenvolver o Tae oupontapé mortal, típico do Muay Thai, no qual aperna se lança esticada, sem contracção, nem adobrar, como acontece nas técnicas de pontapéde outros estilos orientais.

Os colmilhos do elefante são armas mortais eassim as imitam os golpes com os punhos debaixo para cima (precisamente o golpe verticaldo Erawan Soei Nga) ou com os cotovelos paracima ou para baixo. Além dos golpes, a trompase utiliza também para sentir, calcular e tirarramos ou qualquer objecto que se encontrarem frente do elefante: da mesma maneira, seagarram as pernas do oponente e empurrampara causar a sua devastadora queda.

Finalmente, a pata do elefante podeesmagar qualquer coisa com efeitosdestrutivos; assim o golpe de calcanharsobre um adversário caído por terra éfrequentemente uma técnicadefinitiva.

Os pontos vitaisO osso da mandíbula ou

maxilar inferior forma a parte

inferior do rosto e mantém em seu lugar os dentes. Onervo dentário inferior, ramo mandibular do nervo trigémeo,entra no forame mandibular e corre para afrente no canalmandibular, proporcionando sensibilidade nos dentes.

Uma forte pancada nesta zona, especialmente se é comum ângulo de 45° (como é o caso do batimento com atécnica de Erawan Sochi Nga), pode provocar uma fracturade mandíbula. Quem a padecer sentirá uma dor aguda eterá dificuldades para abrir a boca, poderá até sentir umintumescimento dos lábios e do queixo.

A deslocação da mandíbula pode ter lugarsimultaneamente com a fractura (ou mesmo em ausênciade fractura), se o golpe resultasse directo à parte mais altado osso (em direcção à orelha).

Se o golpe é dado enquanto se tem a boca aberta (nemque seja ligeiramente) aumentarão as possibilidades deluxação mandibular. No pior dos casos, uma forte pancadana mandíbula também pode causar lesões traumáticas nocérebro (intracraneal).

DA técnica do ataque devastador do

Elefante Branco

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Ki nas Artes deEspada

Para alguns, é realmente ondecomeçamos a aprender; paraoutros, uma nova etapa que sedesponta. Kansatsu, em japonês,significa observação. É o momentoem que o aluno descobre quepode observar; que entende asmovimentações alheias.

É a separação da mente e docérebro. Explico:

O cérebro é apenas uma partedo sistema nervoso central -embora seja a mais complexa.Consiste de uma massa de tecidosnervosos que ocupa a maior partedo crânio e que desempenha, entreoutras funções, a do raciocínio e ada linguagem. Tem a forma de umovóide com a porção maisalargada voltada para trás. Pesaem média 1.100 gramas. O ladoesquerdo do cérebro comanda olado direito do corpo e o ladodireito do cérebro comanda o ladoesquerdo do corpo. O ladoesquerdo do cérebro é lógico,enquanto o lado direito é intuitivo.

Para os mestres do Haragei eantigos especialistas na arte decombater com a espada, pode serdescrito como um castelo de trêsandares. O 1º andar -subconsciente - é a "residência denossos impulsos automáticos",simbolizando o sumário vivo dosserviços realizados. O 2º andar -consciente - é o "domínio dasconquistas actuais", onde seerguem e se consolidam asqualidades nobres que estamosedificando. O 3º andar -superconsciente - é a "casa dasnoções superiores", indicando aseminências de que nos cumpreatingir. Para que nossa menteprossiga na direção do alto, éindispensável o equilíbrio destastrês zonas de nosso cérebro.

A mente é a orientadora desseuniverso microscópio (o cérebro),em que bilhões de corpúsculos eenergias multiformes se consagrama seu serviço. Dela emanam ascorrentes da vontade,determinando vasta rede deestímulos, reagindo ante asexigências da paisagem externa,ou atendendo às sugestões daszonas interiores. Diversos mestresdo Zen e seguimentos maismísticos da cultura japonesa,estabelecem um caminho internona mente que se localiza entre oobjectivo e o subjectivo, ela éobrigada pela Divina Lei aaprender, verificar, escolher, repelir,aceitar, recolher, guardar,enriquecer-se, i luminar-se,progredir sempre. Do planoobjectivo, recebe-lhe os atritos eas influências da luta directa; daesfera subjectiva, absorve-lhe ainspiração, mais ou menos intensa,das inteligências desencarnadasou encarnadas que lhe são afins, eos resultados das criações mentaisque lhe são peculiares.

No caminho do Kenjutsu, aindaque permaneça aparentementeestacionária, a mente prossegue oseu caminho, sem recuos, sob aindefectível actuação das forçasvisíveis ou das invisíveis.

Muitos alunos que se tornaramgrandes professores, descobriramnesta forma de observação que,durante um combate, vida e mortese misturam; o valor do Ma-Ai seencontra na separação dossentimentos que são exteriorizadosem forma de “tempo e distância”entre o oponente, ocasionando adistância perfeita, exacta!

Toda forma dentro do ponto devista aplicativo não somente naprática da espada, necessita deuma preparação; ou formas que possibil itam um maior

entendimento, Sujimichi, que anosdepois também foi chamado deKyoju-h, refere-se aos métodos deexercícios preparatórios para asformas estudadas especificamentepara a guerra.

Dividem-se primariamente nagraduação de Shoden em:

Iwa (Chõku; tõ-sa; en-põ;) Hendõ (Shita; Ue; Jõge; Sayu;

chikaku) Matsu (Chõku; tõ-sa; en-põ;)

“Ele entra e sai diante dos seusolhos,

Respondendo aos fenómenos,seguindo as emoções.

Quando está despreocupado,sem obstrução,

Todos os esforços têm sucesso.”(Hsin-wang-ming por por Fu-yu -

497-569)

O aluno é concebido como umser dinâmico, que a todo momentointerage com a realidade, operandoactivamente com objectos epessoas. Essa interacção com oambiente faz com que construa“estruturas mentais” e adquiramaneiras de fazê-las funcionar. Oeixo central, portanto, é ainteracção organismo-meio e essainteracção acontece através dedois processos simultâneos: aorganização interna e a adaptaçãoao meio, funções exercidas peloorganismo ao longo da vida.

No passado, era através destesexercícios que os grandes mestresconstruíam a personalidade marcialde cada aluno. Devemos pensarque o processo de desenvolvimentoé influenciado por factores como: maturação (crescimentobiológico dos órgãos), exercitação(funcionamento dos esquemas eórgãos que implica na formação de

“(...) A iluminação não perturba a pessoa, Assim como a lua não perturba a água.

Uma pessoa não bloqueia a iluminação,Assim como a gota de orvalho não bloqueia a lua no céu. (...)”

Mestre Zen Dogen

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hábitos), aprendizagem social(aquisição de valores, linguagem,costumes e padrões culturais esociais) e equilíbrio (processo deauto regulação interna doorganismo, que se constitui nabusca sucessiva de reequilíbrioapós cada desequilíbrio sofrido).

É aí que podemos verconstruídas as diversas identidadesrelativas a diferentes “Ryu”. Isto é:para construir esse conhecimento,as concepções da relação Senpai-Kohai combinam-se às informaçõesadvindas do meio (Ryu), na medidaem que o conhecimento não éconcebido apenas como sendodescoberto espontaneamente pelaaluno (kohai), nem transmitido deforma mecânica pelo meio exteriorou pelos adultos, mas, comoresultado de uma interacção, naqual o sujeito é sempre umelemento activo, que procuraactivamente compreender o mundoque o cerca e que busca resolver asinterrogações que esse mundoprovoca e compreender a aplicaçãodas energias nas artes tradicionais.

Na história da prática com aespada, alguns mestres maistradicionais obrigavam seus alunos a praticar muito com oBokut em Makiwara, pneus, feches amarrados de bambus...Incessantes, exaustivos, muitosmovimentos repetidos, e muitaênfase na respiração. Logicamenteque todos estes exercícios visamfortalecer o impacto da espada nabusca da aquisição de um corte perfeito.

Por outro lado, deve-se avaliarem extrema relevância a fluênciada energia corporal. Repetir apenaso movimento sem entender seusprofundos motivos é transformarsua essência em uma colecção derepetidos gestos.

O movimento descendente quevai de encontro ao Makiwara (queestá na horizontal), representa aforça do corpo, nesta caso, geradapelo Hara em forma de corte. Para

isso, o Haragei trabalha o Hara demaneira que suas contracções eexpansões gerem um movimentoproduzindo calor que surge nocentro do corpo, seguindo pelacoluna vertebral até as mãos.

Os mestres do passado,sobretudo, por volta da metade doSéculo XIX, estudavam o calor deuma maneira científica e racional. Ocalor era reconhecido como umaespécie de movimento dasmoléculas da matéria. Haja vista osespadeiros que conheciam bemesta teoria quando aplicavam seusconhecimentos na manufactura desuas espadas. Os exercícios deHaragei, neste caso da prática emMakiwara, buscam os dois estadosdeste calor: vapor e sólido.

Nos sólidos, ainda acredita-seque as moléculas vibram ouoscilam em torno de pontos fixosno interior do Hara e porconseguinte, do sangue, fazendocom que muitos, através destaconsciência, adicionassem em suaalimentação subsídios para ofortalecimento da energia corporal.Quando a energia do Hara era vistasob o elemento água, estemovimento correspondia a umcalor em forma de líquido. Assim,neste estado “l iquoso”, seumovimento era menos restrito, poisas moléculas eram capazes de sedeslocarem além das outras, comrelativa facilidade. Para os mestresmais estudiosos, é no elementoque produz o vapor através doHara que o movimento molecularse torna o maior de todos. Daí avaloração do KI em forma de vapor.Profundamente se chegou à umaconclusão de que, como asmoléculas gasosas eram muitodistanciadas, seu movimento nãoera afectado essencialmente porqualquer atracção entre asmoléculas. Cada moléculasimplesmente deslocava-se emlinha recta até que chocasse comoutra molécula que estivesse emsuas trajectórias seja do próprio KI,

seja de outro processo iniciado.Para o impacto do treino daespada, os mestres faziam porcumprir um método que repetiamdeterminadas vezes todos oselementos, a fim de fortalecer arelação do Hara com todos eles. Aintenção é uti l izar o Hara emelemento “terra”, de maneira queele, após o início do elemento fogo,seja aplicado de maneira que o Kiflua em forma e vapor até as duasmãos que dirigirão a espada rumoao makiwara. Isso faz com que,através do vapor, o movimentomolecular é relativamente livre dasforças de atracção inter-moleculares. As moléculas sedisparam livremente pelo espaçovazio, colidindo umas com asoutras, e com as vias dos braçosfortalecidos pelo exercício doimpacto. Os braços recebem umbombardeio contínuo, à medidaque as moléculas os atingem esaltam. Cada impacto dessesproduz uma pequenina força sobreas paredes ósseas, somando-setodas elas para formar uma forçamédia constante, por unidade deárea.

Assim, a prática somente peloexercício fortalecerá apenas ocorpo físico. O real motivo doimpacto está na concentração dasforças em forma de energia duranteo impacto ou corte. É sabido portodos os mestres e praticantes deHaragei, que diversos cortesexigem diversos tipos derespiração e eixos relacionados aoHara. Falando em umaprofundidade maior, quando umaárea se torna carregada, o fluidoenergético é liberado na correntesanguínea e se dirige para aquelasáreas de forma que, gradualmente,mantenham aquela carga e apressão acerca da energia KI,distribuindo-a para todo o corpo eno caso do Kenjutsu, depositadanas extremidades, que prolongadapela presença da espada, entra emconflito com o aço da espada.

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“Estiramento das costas” Prishthásana

Quando já se iniciou o equilíbrio deenergias de lado a lado com as posiçõesanteriormente ditas, podemosdesenvolver o equilíbrio de energia dafrente para trás e o controlo doscaminhos e os centros.

O cérebro já aumentou o conhecimentoe as l igações neuronais das zonaslaterais. Isto servirá para estimular a zonacentral, esta posição ajuda a desenvolvermais o conhecimento espacial e o físico.Os centros de alerta na glândula pineal oupinhal (também denominados "terceiravisão") produzem a serotonina, umderivado da melatonina, uma hormonaque afecta a modulação do sono/vigília eas funções estacionais, assim como odesenvolvimento sexual. Esta glândulacomunica o sistema endócrino com osistema nervoso, já que transforma emsinais hormonais, os sinais dos nervos dosistema simpático (essencialmenteresponsável de que o corpo estejapreparado para a acção) e do sistemanervoso periférico.

A actividade pinhal diminui na luzbrilhante, por isso os níveis de melatoninasão menores durante o dia. Crescem denoite, se incrementam dez vezes,provocando-nos o sono. No entanto, aluz brilhante não afecta directamente àglândula pinhal, em vez disso, se introduzdesde os caminhos visuais para estimularo hipotâlamo, que manda sinais àglândula pinhal através das conexões dosnervos junto à medula espinhal.

A exposição de retina à luz, setransmite primeiro à parte do hipo tálamo,(uma zona do cérebro bem conhecida porcoordenar os sinais do relógio biológico).As fibras do hipo tálamo descendemdesde à medula espinhal e em últimotermo, aos gânglios cervicais superiores,de onde os neurónios post-ganglionaresascendem à glândula pineal. Por isso, a

pineal é similar à medula adrenal, nosentido em que traduz em sinaishormonais, os sinais do sistema nervososimpático.

Quando o praticante se inclina paratrás nesta posição, os olhos(inclusivamente fechados) recebem maisluz desde cima (especialmente emexteriores). Isto serve para inibir aprodução de melatonina e aumentar oestado de vigília, de alerta e consciênciado praticante. O estiramento e oarqueamento da espinha no interior, juntocom a compressão desde o exterior,ajudam a transmitir sinais e as transiçõespara as zonas hormonais.

Com o estiramento da zona abdominalse conseguem muitos benefícios para opraticante, que vão do sensorial àdinâmica funcional dos órgãos internos.Quando nos esticamos nesta posição,abrimos o torso relaxando a pressãosobre os órgãos internos, para uma maiorfuncionalidade, circulação e transmissãodos nervos. Especialmente se temos umtrabalho sedentário, no qual estamossentados muitas horas ao dia, os órgãos,pulmões e intestinos se comprimem einibem da sua apropriada ou óptimafunção. Incrementar a actividade e afunção derivada desta posição, tambémajudará a permanecer alerta e activodurante o dia.

Mas o factor mais crucial radica noaumento dos elementos sensoriais que sederiva desta posição e que estárelacionado com os Chakras da partefrontal do corpo. Nas fibras de cadamúsculo há receptores sensoriaisdenominados células fusiformes dosmúsculos, que detectam em primeirolugar, as mudanças na longitude domúsculo. Estes receptores sensoriaismandam ao sistema nervoso a informaçãosobre a longitude, mediante os neuróniossensoriais e accionam a actividadeneurovegetativa reflexiva do corpo.

Esta informação pode ser processadapelo cérebro, para determinar a posiçãodas partes do corpo e a respostaautomática dos reflexos do mesmo.Quando o músculo se estica, a fibrasprimárias sensoriais das célulasfusiformes dos músculos respondem aambas mudanças de velocidade elongitude, para transmitir esta actividadeà medula espinhal em forma demodificações, no modo de potenciais deacção. Assim também, as fibrassecundárias responderão as mudançasde longitude do músculo (mas com ummenor constituinte de sensibilidade àvelocidade) e transmitem este sinal àmedula espinhal, comprimindo o canalprincipal do Shushuma.

Este incremento da capacidadesensorial é importante, posto que aposição abre os Chakras frontais parabaixo, para o perineu. Posto que osChakras são importantes portassensoriais para relacionar-se com asvibrações do mundo exterior, esteaumento da sensibilidade, através dascélulas musculares fusiformes,incrementa enormemente as mensagensneurológicas reflexivas no conhecimentodo corpo e a relação com essasvibrações. Isto ajuda ao praticante a sermais conhecedor e receptivo àsflutuações exteriores e transmissões deenergia que aumentam a actividade física.

Estiramento das costas -Prishthásana

Dar um passo para fora para situar-senesta posição com os pés ligeiramentemais abertos que a largura dos ombros,permite que a energia suba através docalcanhar do pé, passando pela carainterna das coxas até o Shushuma(criando e centrando a concentração daprincipal linha de energia).

Os nervos motores não sãonecessários para equilibraro corpo de lado a lado,como nas posiçõesanteriores, passando assimo corpo ao modo sensorial.Dando um passo para fora,para situar-se nestaposição com os pésapontando para a frente, seproduz a maior contracçãomuscular na base daespinha. A seguir, quandonos inclinamos para trás seprovoca uma compressãodos músculos da espinha eos nervos, para inibir asacções motoras. Estacompressão e inibição quevai directamente à base daespinha dorsal, inibirá emgrande medida o Ida e oPingala (permitindo assim aestimulação do Shushuma)posto que já estãocomprimidos em duasdirecções (posição de ladoa lado, assim como de cimaa baixo, posto que o corpoestá inclinado para trás).

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As mãos se situam atrás das pernas, o que serve para inibir o efeito deestabelecimento do corpo, o que por sua vez serve para reter a acção deconhecimento, preparação e resposta do indivíduo. Isto, em conjunção com todos osChakras traseiros que estão selados devido ao arqueamento da espinha e acompressão de lado a lado causada pela posição dos braços, conduz os Chakrasfrontais à concentração que alimenta o Shushuma.

O estiramento do torso estimula o primeiro Chakra com uma inserção devibrações geradas pela terra, o que por sua vez e seguidamente activa oShushuma e o Chakra frontal. A posição do pé centra e estimula o aspectosensorial do cérebro e mais adiante abre os receptores energéticos do corpo, paraa entrada sensorial e a abertura correcta do Chakra, assim como para a mudança aomodo receptivo ou sensorial. O estiramento activa as células fusiformes dosmúsculos, assim como os nervos, alcançando o modo sensorial completo.

Quando nos inclinamos para trás, sentiremos o subida da energia pelacara interna dos músculos até o perineo (primeiro Chakra); a energiase recebe directamente da terra. Esta ascensão continua durante ainclinação para trás. Seguidamente, a energia estimula o segundoChakra e o reconhecimento da nossa sexualidade. Quando aenergia chega ao plexo solar ou terceiro Chakra, o sentimento deforça e de nós próprios foi alcançado ao completo. Inclinando-nos mais e abrindo o peito ou quarto Chakra, sentiremos agoraa receptividade e a paz interior. Quando o quinto Chakra, nagarganta, estiver aberto, teremos uma sensação inebriante degozo, posto que as nossas emoções vibram ao mais alto nível.Quando a Terceira Visão ou sexto Chakra está aberto,sentiremos que uma onda de claridade se instala na nossamente, no nosso corpo e na nossa alma, enquanto chegamos aestar em harmonia com as nossas comunicações e vibraçõesinternas. Finalmente, quando se abre o sétimo Chakra ouChakra Coronário, sentiremos a união do nosso conhecimento evibrações internas, com o universo e chegaremos a conhecer asnossas zonas vibratórias espaciais, que se agitam subtilmente, aténos encherem completamente de vigor.

Respiração e Intenção Para começar, situar-nos com os pés juntos e inspirar

profundamente pelo nariz, permitindo fluir a energia para ochão. Durante a inalação, sentir o ar ou a energia fluir parabaixo e para o centro, através do perineo até oscalcanhares, onde se instala. Então, quando damos umpasso para fora com os pés um pouco mais abertos que olargura dos ombros, deitamos fora o ar, devagar, esentimos a onda de energia subindo até a cabeça, pela parteinterior das pernas e a espinha dorsal.

Inspiramos devagar quando começamos a inclinar-nos,coordenando isto com o lento estiramento, dirigindo o nossoconhecimento até a abertura sucessiva dos Chakras. Quando formosdeixar de sentir todas as aberturas e sensações das vibrações,exalamos lentamente. Isto vai relaxar todo o nosso corpo para,seguidamente, comprimir e fechas as costas, posto que imediatamentese estica a parte frontal do corpo, posto que os Chakras se abrem maispara diante.

Gozem do que são capazes de conseguir e o que acabam deexperimentar, posto que poucas vezes na vida se recebe o conhecimentocomo uma oferta. Tudo no universo tem vibração, mas a maioria dos seresnunca chegarão a conseguir este nível de conhecimento ou unidade com ele!Isto realmente pode mudar as nossas vidas!

Próximo número: “Posição de triângulo” Trikonásana

Texto: Evan PantaziCarolina Lino - Instrutora de Yoga - Ponta Delgada, Ilhas AçoresFoto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Açores

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O futuro das Artes Marciais reside nas nossas crianças. As crianças e os jovens crescem econtinuam a nossa tradição marcial, por isso devem ser educados e ensinados da melhor maneirapossível. Mas muitos instrutores têm uma vaga compreensão da evolução natural das crianças,assim como das suas capacidades motoras e das suas habilidades psico-sociais.

Pensando nisto, aqui têm uma guia básica do que e como se têm de ensinar Artes Marciais àscrianças:

Texto e Fotos: Jesse Enkamp

O que se precisa saber acerca de...

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Crianças de 7 a 9 anosFísico: Os crianças de 7 a 9 anos de

idade têm uma grande necessidadefísica de mover-se, porque a esta idade,os seus corpos estão começando aautomatizar os movimentos físicos - Istoquer dizer que elas sentem de maneira

natural o impulso de mover-se em todasas maneiras possíveis. No entanto, oscrianças destas idades têm osmúsculos pouco desenvolvidos e a suacapacidade para dominar a tensão dosmúsculos é muito limitada. O mesmosucede com a sua capacidadeanaeróbica. As diferenças de género

são quase inexistentes nestas idades.Mentalidade: Quando se trata da

evolução psico-social nas idades de 7 a9 anos (algumas crianças podemparecer serem de mais ou menos idade,dependendo do seu crescimento), a suacapacidade social não estácompletamente desenvolvida, o que

Ensinar Artes Marciais a crianças

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quer dizer que resulta difícil para elasestarem em um grupo de pessoasdiferentes, com necessidadesdiferentes. Por outras palavras, sãomuito mais egoístas e para elas éprimordial a sua segurança e confiançapessoal. O seu sentido do bem e o malestá começando a desenvolver-se, juntocom a sua capacidade para seguir asregas e instruções, inclusivamente a suacapacidade auditiva, quando tentamseguir instruções faladas, está em umnível baixo.

Conselho: Quando ensinam criançasde 7 a 9 anos, tratem de seconcentrarem nos jogos. Podemorganizar uma grande variedade deexercícios, movimentos e l ições -Tentem ser o mais esclarecedorespossível e dar sempre as instruções demaneira breve e curta. É mais efectivomostrar claramente de maneira visual àscrianças, que explicar por palavras.Nesta fase é importante pôr emdestaque o trabalho de equipa, semincentivar a mentalidade competitiva. Asregras devem esclarecer e estabelecerbem o que é bom e o que é mau, comotêm de se comportar no dojo e para oque se devem usar e para o que não sedevem usar as Artes Marciais, etc.

Crianças de 10 a 12 anos

Físico: Os crianças de 10 a 12 anosmelhoraram notavelmente a suacoordenação. Isto significa que se lhespodem ensinar tarefas cognitivas maisdifíceis, além de lhes pedir movimentosfísicos, enquanto se desenvolveenormemente a sua função respiratória.Nestas idades começam a notar-se asdiferenças de género, mesmo que aindanão estejam completamentedesenvolvidas.

Mentalidade: A estas idades, além deterem melhorado a coordenação,também começou a desenvolver-se acapacidade de pensar de maneira lógicae abstracta. Isto quer dizer que se podepedir a elas que uti l izem estascapacidades nos exercícios, para tervantagens nas melhoras nestas áreas.Além disto, a sua capacidade paracooperar aumenta junto com o desejode mais treino e competição. Por outraspalavras, a mentalidade de “tribo” estágradualmente ocupando o lugar damentalidade do “eu”, mesmo que aindaexista no indivíduo.

Conselho: Mais uma vez, quando seensinar a este grupo, terá de haver umagrande variedade nas lições (comoacontece com os crianças de 7 a 9anos) mas sem ser confusos. Ascrianças destas idades geralmentetentam praticar muitos desportosdiferentes, portanto, o nosso trabalhoserá fazer com que continuempraticando as nossas Artes Marciais.Tentem incorporar treino técnico nestaetapa, junto com mais detalhes sobre atécnica, além de um pouco de táctica e

treino baseado nos diferentes cenários.É vital que sejamos consistentes nasnossas acções e palavras conduzindoas aulas, posto que nestas idades,equidade e justiça são conceitos muitoimportantes para as crianças.

Jovens dos 13 aos 15 anos

Físico: Surpreendentemente, paramuitos professores, treinadores einstrutores, os jovens dos 13 aos 15 anoscomeçam a decair em muitas áreas - isto

se observa principalmente nacoordenação (que fica pior) e na agilidade(que diminui). Neste ponto, os jovens queganharam troféus com facilidade,poderiam começar a perder a suamotivação, por isso é preciso que osinstrutores compreendam que a esta idadesão naturalmente necessárias asmudanças, especialmente na sua estruturafísica, posto que aumenta especialmente asua altura e o seu peso. Também aumentamassivamente a sua capacidade aerobica,além de aumentarem as diferenças entreos géneros.

O que se precisa saber acerca de...

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Mentalidade: Passam muitas coisaspela cabeça dos jovens quando têmentre 13 e 15 anos. Nesta etapa éhabitual que se sintam inseguros, postoque tratam gradualmente de identificarsua própria maneira de ser, a suaidentidade. Isto será expressado dediferentes maneiras, dependendo dascircunstâncias, mas o mais importante éque os jovens começam a necessitar asua independência e temos de serreceptivos perante essa necessidade.

Conselho: O grupo vai ter tendência aestar cada vez mais desunido, posto que

surgem cada vez mais diferenças físicase mentais entre os indivíduos.Entretanto, por fortuna melhora acapacidade de resolver problemas e terdiscussões teóricas, o que quer dizerque podemos falar mais com o grupo.Como líderes, este aspecto de manter odiálogo é mais importante que nunca,visto que os jovens nos vão ver comoum pilar de confiança e segurança nadinâmica de suas vidas. Portanto,faremos os exercícios de técnicas maisfáceis, não adicionaremos muitosmovimentos complicados e

procuraremos não estressar em demasiaos nossos estudantes. No entanto,temos de aumentar a duração e aintensidade das aulas, porque os jovensestão em plena puberdade e far-lhes-ábem um bom pontapé no traseiro.

Jovens entre os 16 e os 18 anos

Físico: Quando os garotos têm de 16a 18 anos, já estão a pontos de setornarem adultos. Fisicamente isto semanifesta de muitas maneiras: os

pulmões e os sistemas respiratóriosestão ao nível máximo, assim como acapacidade de lidar com o aumentode ácido láctico nos músculos. Nestaetapa, a maioria dos jovens homens(entre 18 e 19 anos) e as jovensmulheres (entre l5 e 16 anos)geralmente já cresceram por completo(especificamente em seu tamanho) eas diferenças entre géneros setornaram um factor definitivo.

Mentalidade: Quando os jovensalcançam estas idades, os seusconhecimentos também aumentam,portanto começam a questionar muitasdas nossas ensinanças com maisfrequência e em um nível mais profundoque anteriormente. A percepção eaceitação da sua gradualmenteestabelecida identidade, também estátendo lugar, assim como umpronunciado sentido da independência.

Conselho: Nesta etapa é apropriadoaumentar a dose de treino (tanto ovolume como a frequência e aintensidade). Como instrutor, podemosdar aulas mais duras, tanto física comomentalmente, assim como organizartreinos de força e outros treinossuplementares (de cardio, porexemplo). Também é importante que osjovens se mantenham flexíveis, postoque se estão fazendo adultos medianteexercícios de agilidade e estiramentos.

Obviamente há muito a dizer acercade ensinar crianças e têm sido criadosmuitos cursos em vídeos acerca damatéria, no entanto, acostumam afalar do básico.

Lembrem-se de que as crianças eos jovens gostam da variedade (masnão até o ponto de ficaremconfundidos). Como treinadoresdevemos ter isto em consideração,para poder manter o interesse e amotivação dos jovens o tempo todo.

Também temos de tratar de ver oassunto globalmente: a maioria dosjovens vêm treinar para se divertirem,aprender coisas boas, deixarem-se ver,se exibirem (os jovens adoram seexibirem), fazer novos amigos - nuncadevemos negar-lhes essa possibilidade.Por outras palavras, os jovensnecessitam tanto a seriedade como adiversão.

Como líderes, o nosso trabalho éfazer esta diferença e manter oequilíbrio.

Boa sorte!

Ensinar Artes Marciais a crianças

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Auto-defesa

As armas e ferramentas para a defesa pessoal, comoKubotan, Pau de algibeira, Yawara ou o Dulo, estãodisponíveis em muitos paises. Os paus pequenos eferramentas similares vê sendo utilizados na defesapessoal desde faz muito tempo e destas, em primeiro lugaro Pau de algibeira tem muitas vantagens, mas tambémcertas características especiais a ter em consideraçãoquando se usar o Pau de algibeira.

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O Kubotan eoutras armas

defensivas - pros e contrasdo uso de armas

e elementossimilares para a

defesa pessoal

Texto: Peter Weckauf & Irmi HanzalFotos: Mike Lehner

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S.D.S. Concept: Sempre Armado

O uso com êxito do Kubotan ou oYawara para a defesa pessoal, dependede alguns importantes factores.

• Só se podem usar na curta distância.• Só funcionam quando usadas para

bater ou pressionar.• A sua efectividade perante ataques

com armas é limitada (pensem emfacas, machados ou paus).

• Portar simplesmente o kubotan nãoé nenhuma garantia de segurança, écrucial praticar para ser bem usado.

As armas e ferramentas de defesasão só para isso, foram pensadas edesenhadas para a defesa e para maisnada. Entretanto, quem quer que sejaque portar alguma, vai ter dificuldadeem esclarecer que não faz tenção deusá-las. Este facto pode acarrtarproblemas legais em alguns paises.

Desvantagens potenciaisdas armas defensivas

• São ilegais em muitos paises.• São facilmente identificadas como

armas.

• Seu usoleva consigoa l g u m a sd e s v a n t a g e n s(alcance, perigopotencial parapessoas nãoinvolucradas)

• Nem sempreestão disponíveis.

• Não sãolegais em todosos lugares, algumas linhas aereas, porexemplo, não autorizam levar umKubotan nas bagagens de mão.

• Uso específico e restringido,dependendo das características daferramenta (r ígida, f lexível, peso,tamanho, material, etc.).

• Seu uso pode ser exagerado oudesproporcionado

• Nem sempre são uteis.Em alguns paises o uso ou mesmo

possuir certas “armas” é ilegal. Poroutra parte, portar e usaresferográficas, colheres, acendedores -objectos quotidianos - não ocasionarealmente nenhum problema e seconsidera proporcionado e facilmentejustificável em um tribunal.

“Em alguns paises

se permite a defesa

perante um ataque

sempre e quando a

vida, a saúde,

a integridade física,

a liberdade,

a propriedade ou a

integridade pessoal

estejam em perigo.

A defesa deve ser

imediata e

apropriada”

Page 63: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

“Por isso é melhorpensar bem em quemomentos levar a

termo uma defesa equais são as armascom as que se está

preparado paradefender-se emsituações de

perigo”

Page 64: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Alguns pensamentosacerca da defesa pessoal

Em alguns paises se autoriza adefesa frente a um ataque, sempre equando a vida, a saúde, a integridadefísica, a liberdade, a propriedade ou aintegridade pessoal estiverem emperigo. A defesa deve ser imediata eapropriada. O momento ulter ior échave na defesa pessoal, no caso dese terem usado armas. Seu usodesproporcionado pode ter

consequências legais, por isso émelhor pensar bem em que momentoslevá-las a termo e quais são as armascom que se está preparado paradefender-se em situações de perigo.

S.D.S.-Concept - um sistema para uso dearmas e objectos quotidianos

Quando imaginei o S.D.S.-Concept,f iz a mim próprio umas simples

“Imaginem quealguem quisesse

aprender astécnicas mais

importantes dedefesa pessoal

em quatro horas”

Page 65: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

perguntas. Imagina que alguemquisesse aprender as técnicas maisimportantes de defesa pessoal emquatro horas. O que necessitaria desaber essa pessoa? Socos? Pontapés?Derribamentos? Pontos de pressão?Agarres? O que faria sentido para umprincipiante?

Todas estas perguntas me levaram apensar no conceito de que o uso deferramentas de defesa pessoal eelementos similares para a defesa

pessoal efectiva, melhorariamdrasticamente as possibilidades de êxitonuma situação perigosa. Oermitam-meinsistir na importância das "não armas",ou por outras palavras, os objectos deuso quotiduano.

Este é um dos conceitos básicos doS.D.S.-Concept, modificar e desafiar amentalidade e a criatividade do usuário.Casi todos os objectos se podem usarpara defenderse em uma situação deemergencia.

Por tanto, o S.D.S.-Concept nãosó enseña técnicas e mais tácticas,s ino que pr imero e sobre todoenseña:

• A percibir e reconocer ciertosobjectos como elementos de defesapessoal em uma determinadasituação.

• A ser flexível na aplicação dastécnicas usando varios objectos,considerando os principios e conceitosdo S.D.S.-Concept.

Page 66: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

• A adaptar rápidamente as técnicasa qualquer ferramenta disponible,dependiendo da situação.

A quién se adapta oS.D.S.-Concept?

Devido à simples ideia de utilizarobjectos quotidianos, se adapta aqualquer pessoa, especialmente àquelasque se sentem débeis ou inferioresnuma briga ou perante um ataque.

Portar uma ferramenta defensiva ouqualquer objecto útil para a defesa,pode melhorar notavelmente a nossasensação de segurança. Pode serusado de maneira muito efectivaquando o usuário estiver bem treinado.É discreto e pode permitir claramenteao usuario mover-se com confiançadesde a sua casa até o carro, desde oestacionamento ao lugar de trabalho,nos parques públicos, nas lojas, noscaixeiros dos bancos, nos bares, nosestádios, inclusivamente em casa.

ConclusãoAs ferramentas para a defesa estão

disponíveis de maneira imediata. Mesmoassim é crucial compreender que aferramenta em si não pode proteger umapessoa e não deve proporcionar umafalsa sensação de segurança. O queconta é o uso correcto e apropriado daferramenta. Só então teremos ocasiãode nos defendermos e mantermos anossa integridade física.

S.D.S.-Concept e outros sistemas

O S.D.S.-Concept não se opõe a outrossistemas, outro sim os complementa eenriquece mediante o uso de objectospara a defesa pessoal. Muitos instrutoresreconhecidos internacionalmente ensinamo S.D.S.-Concept, além de Krav Maga,Kapak, Tae Kwon Do, Wing Tsun e outrasdisciplinas, fazendo que o S.D.S.-Conceptconstitua uma significativa melhora dopróprio sistema e escola.

“As ferramentaspara a defesa estão

disponíveis deimediato.

Ainda assim écrucial compreender

que a ferramentaem si não podeproteger uma

pessoa e não deveproporcionar umafalsa sensação de

segurança”

Page 67: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

“O S.D.S.-Conceptnão se opõe a

outros sistemas,outro sim os

complementa eenriquece

mediante o uso deobjectos para adefesa pessoal”

Os próximos cursos realizar-se-ão de 23 a 27 de Outubro de 2013 e em Março de 2014.Para mais informação vejam: www.sds-concept.com

Page 70: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

inceramente, bempoderia ter denominadoeste Capítulo “A nossasociedade foi vernavios…”. E não é quepoderia ir ou

possivelmente irá ver navios; antessim já foi e já faz muito… Naquelesanos em que eu nasci, a nossaeducação e os nossos princípiosinculcados pelos nossosantepassados, pais ou professores,nos levavam no sentido do respeito,civismo, esforço, sacrifício, fortalezapara lutar perante as adversidadespróprias do nosso destino, etc. Nãopodemos negar que durante toda aexistência do ser humano, a maldadetem estado sempre presente. Os setepecados capitais são umaclassificação dos vícios iniciados nasprimeiras ensinanças do Cristianismo,para educar seus seguidores acercada moral cristã.

Um vício capital é aquele que temum fim excessivamente desejável, demaneira tal que em seu desejo, umhomem comete muitos pecados,todos os quais se diz serem originadosnaquele vício como a sua fonteprincipal. Os pecados ou vícioscapitais são aqueles aos que anatureza humana está principalmenteinclinada. A Luxúria, a Gula, a Avareza,a Cobiça, a Preguiça, a Ira, a Inveja e aSoberba são os 7 Pecados Capitais.

O problema da nossa actualsociedade é que cada vez há menosseres que respeitem a natureza e seinclinam por optar ser “úteis” à nossasociedade em geral, os própriosdirigentes da nossa sociedade são osque têm vulnerado e esquecido quasepor completo, as consequências queacarreta o facto de viver em constantepecado. Na nossa história se têm vividoguerras de diverso tipo, até a própriareligião matou em nome de Deus. Anossa actual crise mundial é umaconsequência da corrupção mundial depolíticos, religiosos, monarcas, reis,ricos, famosos e daí para baixo.

O ser humano realizou muitosgrandes avances a favor dasociedade. Lamentavelmente e emcontraste com isto, os idiotas,incompetentes, oportunistas, falsáriose ignorantes não só não contribuemcom nada bom ao nosso meio comotambém sujam, destroem e provocamretrocessos em todos os aspectos.

Parece fácil solucionar o assunto dosofrimento dos nossos semelhantesque vivem na miséria, dos enfermos edos necessitados. No entanto,ninguém faz nada por eles. Aobsessão do poder faz os políticosolharem para outro lado, como se oassunto não fosse com eles.

Basta com observar o nossopequeno meio famil iar, para nosapercebermos de quanto temosmudado os objectivos da nossaformação. Se conseguimos que osnossos fi lhos estude, sejamresponsáveis e tenham obtido algumatitulação profissional, sejam boaspessoas e estejam contribuindo emalguma coisa à nossa sociedade,então poderíamos sentir-nosorgulhosos de ser chefes de família.Poderíamos dizer que temos razõespara ser felizes em algum sentido.

Normalmente, a questão não seráassim tão fácil. De um lar com quatrofilhos, talvez um tenha conseguidouma titulação profissionaluniversitária, outro esteja trabalhandolugar relevante e outro ande a fazerpor aí de parvalhão, com o seuSmartphone, Tablet e roupa de marca,mas isso sim, trabalhando ominimamente possível. Conheçocasos em que de cada três filhos, umou nenhum não superou seus estudoselementares. A fim de contas, paraquê? - dizem - si depois não vouencontrar emprego.

É verdade em muitos casos, queDirectores de Cinema, Arquitectos ouEngenheiros sejam uns fracassadosna profissão escolhida, mas pelocontrário, há também aqueles quesem título algum se esforçam eprocuram outros caminhos paraconseguir um lar, uma família e cobrirsuas necessidades mínimas. Não énem a época nem o país para oCinema, também o não está sendopara os arquitectos ou novosengenheiros, que estão emigrando aoestrangeiro, onde existem maispossibilidades. Mas recordemos queisto tem acontecido sempre. Isso deemigrar para procurar e conseguir ummelhor bem estar para si mesmo e osseus, é já uma questão da história.

A preguiça actual é um dosprincipais pecados capitais que estãodestruindo a nossa sociedade. Aavareza e a inveja vão atrás.

Quando cheguei a Espanha em

1976, quase não existiam pessoas daraça negra. No entanto, viajava aLondres e lá já os havia por todo lado.Também Indianos e de outros países econtinentes. Nunca me incomodaramas diversas raças do nosso planeta,pelo contrário, acho-as muitointeressantes. Sou descendente deuma raça índia do Sul do Chile e nomeu andar pelo mundo tenho podidoconviver e conhecer muitas dediversos continentes. O problema nãosó é hoje o facto de que a Espanha, aItália e outros países estejam cheiosde gente da América do Sul (eu souum deles), Africanos, Marroquinos,Romenos, Búlgaros, Russos,Libaneses, etc., o problema é que ofaçam com respeito ao país que osrecebe, lhes proporciona um teto esustento para ele e os seus. Cada serdeste planeta tem direito a procurarum amanhã melhor, mas para oconseguir deve dar o melhor de simesmo; não o pior.

A obesidade mórbida (e não falareiaqui das drogas) é outro dos actuaisproblemas da nossa sociedade. Domesmo modo, nos anos 70 naEspanha havia gente gorda, mas nãoobesa. Era raro ver o que já entãoexistia nos Estados Unidos, porexemplo. Desgraçadamente, com achegada à Espanha das grandessuperfícies comerciais,denominadas “Malls”,também nos chegaramos “fast food” e emconsequência acomida elaborada, rápidae supérflua. Comida que faz malquando ingerida em excesso, queprovoca a degeneração do nossometabolismo e nos transforma emseres com pouca mobilidade, commuitas l imitações de acção, decansaço, falta de metas, falta deentusiasmo e com a única obsessãode continuar ingerindo porcaria auto-destrutiva. Na nossa actual sociedade,a gordura mórbida, a incorporação demáfias de países diversos, a falta deemprego para profissionais, paragente capaz e gente com vontade defazer coisas; a suja polít ica, acorrupção em diversos sectores, aavareza, cobiça, luxúria, gula e toda aporcaria à que estamos submetidos,nos está levando ao final do nossolimite. Alguma coisa devíamos fazer…- digo eu!

A Coluna do Kenpo

EVOLUÇÃO, INVOLUÇÃO

S

Page 71: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

“A preguiça actual é umdos principais pecados

capitais que estãodestruindo a nossa

sociedade. A avareza e a inveja

vêm a seguir”

Page 72: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Fechando o EspaçoDesde a nossa época da pré-histórica

de homens das cavernas, temosdesenvolvido o nosso instinto natural desobrevivência afastando-nos do perigo.Durante milhares de anos nos temosprogramado para evitar ser magoados,pondo distância entre os nossos corpose aquilo que possa causar-nos dor oulesões. Muitos dos leitoresimediatamente vão relacionar estaafirmação, com a famosa resposta “lutaou foge”, ainda que isto em um sentidomuito geral… Aquilo do que pretendofalar tem a ver com este conceito, oassunto deste artigo é muito breve eespecífico: Trata acerca do reflexoautomático de mover-se para um ladoou para fora, perante um possívelbatimento, tanto seja o mesmo com amão, com um pé ou com uma arma.

Usaremos alguns dos exemplos parailustrar com detalhe o que quero dizer.Imaginemos que temos alguém perto eque agita uma pasta de documentossobre a nossa cabeça. Qual havia deser a nossa reacção? Agoraobservemos um pugilista treinado;reparemos em como ele tenta evitar osgolpes cobrindo-se, esquivando,interceptando, deslizando-se, safando-se, etc.… A maioria dos movimentosse complicam devido ao uso adequadodo jogo dos pés. Estamos a ver adiferença? Infelizmente, quase nenhumde nós (¡incluindo os Artistas Marciais!)somos pugilistas treinados comcentenas de horas de prática decombate no ringue. A maioria de nós,quando de repente nos lancem umgolpe, nos moveremos instintivamentepara trás ou lateralmente, para evitarsermos atingidos e oxalá que assimseja… Se não nos desequilibramos epossuímos habilidades para a defesapessoal, poderemos sermos capazesde contra-atacar imediatamente, antesde que o nosso atacante nos lancemais pancadas.

O problema com este cenário é que:(A) Não controlamos a reacção

autonómica “esquivar e mover-se” e (B) estamos na posição defensiva e

não temos o equilíbrio óptimo. Por outras palavras, o nosso

atacante acaba de tomar o controlodo confronto e é ele quem está demaneira agressiva e dramáticafechando o espaço (fechando adistância entre ele e nós). E sepudéssemos treinar para reverter asituação? E se pudéssemos aprendera tomar a iniciativa e sermos capazesde fechar o espaço, adquirir um maiorequilíbrio e escolher o ângulo para nosdefendermos ou contra-atacar?

O Combat Hapkido nos ensinajustamente isto! No nosso treinopraticamos fechar o espaço até quese torna uma reacção natural einstintiva. Não é coisa que se possa

aprender em uns poucos dias, masrealmente não é difícil. Com paciênciae muitas repetições (como na maioriadas técnicas das Artes Marciais!)desenvolveremos a velocidade e acoordenação necessárias.

Temos de destacar que o elementoessencial para sermos bem sucedidosexecutando isto é… a relaxação! Osmovimentos tensos e rudes podemfazer-nos mais lentos, afectar o nossoequilíbrio e fazer-nos gastar mal anossa preciosa energia.

Fechar o espaço implica intuiçãopara contra-atacar, jogo de pésavançando contra o agressor, mas emum ângulo vantajoso para nosdefendermos e contra-atacar. Temosde empregar mãos e braços… Não seempregam em um esforço lento eineficaz para “bloquear” o golpe,simplesmente para desviá-lo, redirigi-lo e depois segurar ou inclusivamenteagarrar a extremidade do adversário.

Devido ao “ângulo seguro” para oqual nos movemos, tomaremos ocontrolo da luta, decidiremos o quedepois aconteça: Podemos lançar umsoco, um pontapé, usar pontos depressão, luxações, derribamentos ouinclusivamente estrangulamentos.Também podemos decidir o nível deforça que vamos empregar consoanteas circunstâncias e as possíveisimplicações legais e morais. A“orientação principal” de qualquersistema respeitável de defesa pessoal,seria “Que não te batam!” e fechandoo espaço, em vez de nos mover-nospara trás ou em volta, se consegueisso de uma maneira simples einteligente, por estar numa posiçãomais segura e eficaz.

Outra grande vantagem de fechar oespaço é que o atacante não esperaisso. Devido ao que de início dizíamosdo “homem das cavernas”, amentalidade do atacante está

programada para esperar a reacção“normal” de alguém que é atacado:mover-se para trás e afastar-se dapossível dor ou lesão. A última coisaque o atacante podia esperar é quefechássemos o espaço e nosmovimentássemos na sua direcção,em um ângulo subtil… Claro está!

Outra vantagem imediata é queconseguimos restringir a mobilidade doatacante e limitar severamente as suaopções (de dar socos, pontapés, etc.).Além disto, do ponto de vistapsicológico, mandamos umamensagem metafórica muito clara: “Eunão sou uma vítima! Escolhes-te apessoa errada!”

No entanto, os estudantes devemsaber que fechar o espaço não é aresposta para todo tipo de ataque,nem é a resposta desejável para todopossível cenário. Se esse fosse o caso,devemos de aprender qualquer outracoisa? Simplesmente existem muitassituações e muitas variáveis e umArtista Marcial inteligente sabe queuma táctica em especial não serve emtodos os casos. Uma táctica completade defesa pessoal deveria incluir

“Fechar oespaço implicaintuição paracontra-atacar,jogo de pés emfrente contra o

agressor, mas em um

ângulo vantajosopara nos

defendermos econtra-atacar”

Page 73: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

retiradas tácticas, falso submetimento,armas improvisadas, etc.… Fechar oespaço deve de ser só uma das muitasarmas do arsenal da defesa pessoal.

Se existe uma coisa que sempredevemos saber e recordar é que o piorde um ataque é a sua imprevisibilidade.Isto é a única coisa certa! A violênciaé imprevisível, por isso é tãodifícil estar pronto para ela.Assim sendo, treinemarduamente, pratiquem muito efaçam muitas repetições paraquando chegar o momentosaberem como fechar ou nãofechar o espaço!

Page 74: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

O WingTsun e as modas...

Comecei a praticar Artes Marciais fazagora 35 anos. Conheci diferentessistemas de Artes Marciais e algunsdesportos de contacto e como élógico..., tenho visto passar as modas.Imagino que aqueles que levam muitosanos neste nosso mundo, sabem do queestou a falar. Não é coisa relacionadoexclusivamente com o mundo das ArtesMarciais mas com a própria sociedade,sempre desejosa de procurar “novascoisas”, sensações novas...

Meu incansável interesse porconhecer em profundidade o mundo dasAAMM, me tem levado a conhecermuitos sistemas. Estar sempreobservando o ecossistema ArtesMarciais me tem proporcionado ter umaperspectiva sobre os diferentes estilosque têm ido chegando à Europa. Omundo das Artes Marciais se tornou fazanos, uma incessante chegada de umestilo de moda e da iniludível passagemdo mesmo... Em algum momento dessecontinuo surgimento de esti los,sistemas, revoluções e novas criaçõesque se têm ido introduzindo nestemundo que admite quase tudo o quevem do “Oriente”, teve lugar umamistura nada positiva: Artes Marciais eDesportos de Contacto.

Como consequência disso e pormotivos que não alcanço bem acompreender (penso que alguma coisatem a ver com a entrada das ArtesMarciais nos Ginásios), vivemos ocomeço de uma tendência um tantoestranha que constituiu a mistura em ummesmo saco, dos esti los de ArtesMarciais e os Desportos de Contacto.

Esta mistura de “agua e azeite” éespecialmente curiosa se vemos eanalisamos em profundidade ambosmundos. Descobriremos que apesar deque podem ter uma estética parecida(parece óbvio por serem técnicas que tê,a ver com a luta entre humanos, sãoabsolutamente diferentes. Acredito nãose necessário entrar em muitos detalhespara explicar que os desportos decontacto são evoluções mais ou menosacertadas das Artes de Guerra ao mundodesportivo, ou dito de outra maneira,métodos suaves ou adoçados, parapoder fazer combates com adversários,sem o risco de matar ou morrer.

Um professor de Kendo com o quemme une uma boa amizade e por quemsinto um profundo respeito, meexplicava como o “Ken-jutsu” passou aser “Kendo” e se houve umatransformação de uma técnica de guerrapara uma ARTE de guerra, cuja principalconsequência é a mudança do papel dopraticante: A espada se trocou por umshinai (espada de cana típica da práticado Kendo). Essa “pequena mudança”gera uma mudança muito maior nanatureza das nossas disciplinas. Umamudança GRANDE porque transforma

um inimigo em um adversário (no piordos casos). Ou inclusivamente, a uminimigo em um parceiro para a prática;mas acima de tudo nos “PERMITEMORRER MIL VEZES” em um treino. Éou não é maravilhoso? Uma autênticatransformação por uma pequenamudança...

Toda esta exposição eu a utilizo parasituá-lo a si, querido leitor, em um pontode partida lógico para o pensamentoque na coluna deste mês querotransmitir aos praticantes de Wing Tsune também aos praticantes de ArtesMarciais em geral.

A razão é a actual e crescentecomparação entre esti los de ArtesMarciais e Desportos de Contacto. O nocaso actual, a crescente moda das MMA(Mixed Martial Arts).

Quase em qualquer conversa entrepraticantes, se fala acerca de se o WingTsun (ou qualquer outro sistema de ArtesMarciais tradicionais) são tão efectivosporque o não mostram na “jaula” deMMA. É um assunto recorrente pelo qualacostumo a ser indagado em muitos doslugares onde dou os cursos e seminários.Realmente éuma discussãotão antigacomo estúpida,p o r q u ep r e t e n d emisturar termose conceitos quepouco ou nadatêm a ver.Como dizia nocomeço dacoluna de hoje, as modas neste mundotêm ido mudando e o que hoje é acomparação com as MMA, faz vinte anosera com o BJJ da família Gracie e unsalguns anos atrás com os pugilistas,

Wing Tsun

“Quase emqualquer conversaentre praticantesse discute acercade se o Wing Tsun(ou qualquer outro

sistema de Artes Marciais

tradicionais) sãotão efectivos,porque não o

mostram na “jaula”das MMA”

Page 76: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Wing Tsun

etc... Lembro-me de que quando era criança epraticava Judo e Sambo, me interessava muito aresposta à pergunta de quem venceria em umcombate, um judoca ou um carateca?... Poisbem, essa inocente pergunta é muito similar àque hoje apresentamos.

Se bem as pessoas que conhecem pouco ofundo das Artes Marciais ou simplesmente sãoadmiradores das mesmas, que observam desdefora das salas de treino, podem ver que existemparecidos no que respeita à estética entre osdesportos de contacto e as Artes Marciaisclássicas, o certo é que é que entre elas existeum abismo.

Poderíamos afirmar que os desportos decontacto actuais são em muitos casos e salvoalguma excepção (Boxe clássico, Luta Greco-Romana, etc..., que são inclusivamente maisantigos que as Artes Marciais mais antigas), sãoas evoluções das Artes Marciais submetidas aum processo de “adoçar” (parecido ao que noJapão sofreu um dia o Kendo frente ao KenJutsu), pelo qual se tenta que a prática nospermita chegar a um “combate amigo”, a umconfronto onde não magoemos irreparavelmenteo adversário ou não sermos magoados nóspróprios. Para isso se delinearam uma série deregras e condições e acima de tudo, a divisãomediante sexos e categorias de peso, que temcomo objectivo proteger o praticante.

No meu livro “Alto Nível”, que escrevi para aeditora “Budo International”, tento explicaralguns destes conceitos e o motivo de existiremcategorias de peso em desportos de contactocomo o Boxe. Penso que é a chave paraperceber esta estéril discussão e acima de tudopara compreender uma ideia muito maisimportante, que explicaremos um pouco maisadiante, neste mesmo artigo.

Imaginemos um combate entre Lennox Lewis(112kg) e Sérgio “Maravilha” Martínez... (72kg).Estaremos de acordo que apesar da maiormobilidade e velocidade de “Maravilha”, ele teriamuitos problemas para alcançar Lewis comgolpes potentes. Ou dito de outra maneira, paraque os golpes magoassem… Pelo contrário,qualquer golpe de Lewis que chegasse a SérgioMaravilha conseguiria um efeito devastadorsobre o “pequeno” pugil ista argentino. Opugilista de menos peso conseguiria alcança-lo,sem dúvida, com grande número de golpes,devido à sua enorme capacidade de movimentoe a sua agilidade, mas os golpes de um punhometido numa luva de Boxe e dados a umadversário que pesa 30kg mais, não seriammuito eficazes. Entretanto, imaginemos agora omesmo combate mas no que se eliminam asluvas e o Sérgio pudesse utilizar golpes comdedos aos olhos, batimentos de canto da mão àzona do pescoço, etc... (golpes definitivos) eoutro tipo de golpes que completariam a sua jáenorme capacidade de movimento, controlo dadistância, etc..., estaremos de acordo que todaessa capacidade, unida à habil idade de“Maravilha”, conseguiriam que uma pessoa deum peso inferior pudesse fazer frente de maneirabastante contundente, a um adversário de umpotencial superior. Acredito que é um exemplomuito gráfico da enorme diferença entreDesportos de Contacto e Artes Marciais.

Pensar acerca deste combate fictício é paratentar fazer ver a estas pessoas que conhecem

Page 77: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

“Se bem os olhos das pessoas queconhecem pouco ou não conhecem a

fundo as Artes Marciais, podem ver queexistem parecidos no que diz respeito à

estética, entre os desportos decontacto e as Artes Marciais

clássicas, o certo é que existe umabismo entre elas”

Page 78: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

pouco a arte marcial, que é muito dif íci lnocautear alguém utilizando golpes de punho,quando o adversário é superior em peso.Aqueles que afirmam que o Wing Tsun e outrasArtes Marciais tradicionais nunca demonstraramnada no mundo do MMA ou nos Desportos deContacto, afirmam uma coisa totalmenteinconsistente. É o mesmo que afirmar que oRemington Magnum nunca demonstrou a suaeficácia no MMA… São coisas total eabsolutamente diferentes, mesmo que decombate se trate ou de combater se trate…

Quando realizei o trabalho de pesquisa edocumentação para a série de livros queactualmente escrevo para a revista BudoInternational, uma das coisas que mais chamou aminha atenção, foi o pensamento de um velhomestre Okinawa-Te, que afirmava que os ataquesde punho são muito pouco util izados emKarate... Como assim??? (perguntei a mimpróprio em voz alta). O mestre o justificavaexplicando que quando se começou no Japão aensinar às crianças a Arte nas escolas, se viramobrigados a “fechar o punho” para nãomagoarem os parceiros de práticas. Quer dizer,“esconderam” os dedos nos golpes do canto,golpes com os dedos aos olhos e palmas, queeram muito perigosos, para que as crianças nãose magoassem entre si. E como esconderam osdedos nos golpes de mão aberta? Em um punho!Não negarão que não é um assunto curioso.

Esta explicação sempre me pereceu muitointeressante e me levou-me a pensar acerca doWingTsun e das formas do nosso sistema, queseriam como os livros de sabedoria ou os vade-mécum do nosso sistema. A minha surpresaaumentaria quando tomei consciência do pouconúmero de golpes de punho que existem nasformas. Se virmos com profundidade qualquerdelas, observaremos que efectivamente existemgolpes ou maneiras de bater utilizando ospunhos, mas se tentamos totalizar os golpes depunho que fazemos nas formas, veremos quenão constituem mais de um 10 ou um 15% detodo o arsenal técnico do estilo WingTsun. E oresto? Bem..., o resta está constituído porgolpes de dedos, de cantos, palmas, cotovelos ejoelhos. O por outras palavras, estáconfigurado por golpes denominados definitivos.

Apesar da minha reflexão de hoje não ternenhum interesse em avivar esta poucoprodutiva discussão entre praticantes de ArtesMarciais e Desportos, e sim tudo pelo contrário,gostaria sim de fazer reflectir em outra direcção.Gostaria de ficar com o lado bom das coisas.Inclusivamente mesmo que seja destasdiscussões pouco inteligentes...

Sob o meu ponto de vista, seria muitoconveniente fazer a reflexão com as ArtesMarciais clássicas e muito em especial, com onosso sistema... Por que se bem são mundosdiferentes e ABSOLUTAMENTEINCOMPARÁVEIS, resulta muito curioso que umpraticante de qualquer dos Desportos deContacto que constituem o que hoje se conhececomo Artes Marciais Mistas, seja capaz derealizar Sparring e defender com os argumentosdesses sistemas, um confl ito com outrosadversários, apesar de que as regras e asnormas desportivas os façam ter uns lógicoslimites. Como é possível que nos dias de hoje,os desportos de contacto ou as Artes Marciais

Wing Tsun

“A moda das MMApassará como

antes passaramoutras, mas isso

não deve levar-nosa esquecer o que

fomos e o quesomos”

Page 80: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Wing Tsun

mistas parecem bastante mais eficazes que ossistemas das Artes Marciais Tradicionais?

Na minha opinião a imensa maioria das ArtesMarciais mais tradicionais se têm concentradotanto em aspectos culturais, históricos,folclóricos, etc.., da Arte, que esqueceram totale absolutamente o aspecto Marcial. Siobservarmos a maneira de mover-se ou derealizar um exercício de combate, é fácilconstatar como seria muito dif íci l queaplicassem essas técnicas “definitivas” a umadversário de certa entidade. No sistema que eupratico há casos em que os praticantes chegamquase a fazer coisas que só funcionariam emum videojogo ou em um mal filme de acção. Porregra geral, também são defensores da tradição,aqueles que acostumam ocultar aquilo quefazem em um halo de mistério ou secretismo edeclarando-se a si mesmos os defensores epossuidores da única e autêntica verdade,salvaguardas do estilo ou dos estilos (isto éválido para muitos sistemas de luta).

Chegado a este ponto, consideroabsolutamente positiva a irrupção das MMAhoje. A razão? Penso que fizeram com quemuitos praticantes sérios de Artes Marciais“ponham os pés no chão” e voltem a treinar deuma maneira lógica, estruturada e com as ideiase os objectivos muito claros. Parece lógicopensar que as Artes da Guerra, forjadas nocampo de batalha, pensadas por e para abatalha, devem de continuar sendo eficazes emum confronto. Então, o que foi que aconteceu?Entraremos nisso em sucessivos artigos em quevamos tentar dar solução a este dilema. Nem épreciso dizer que me interessa especialmente osistema que eu pratico, e é a ele que querotentar dar um ponto de vista que melhore aactual situação.

Parece óbvio afirmar que a situação actual dasociedade não permite o evolução e prática dastécnicas definitivas e da maneira de treinar defaz duzentos anos na China, mas eu proponhoum equilíbrio entre a Arte e o aspecto Marcial.Essa busca do justo equilíbrio situará o estiloWingTsun no lugar em que deve de estar.

Por onde começar? Simples: Praticamos WingTsun!Vejamos de novo as bases do WingTsun, as

estruturas, as formas. Pratiquemosdeslocamentos, Chi Sao, exercícios, estratégias.Desenhemos sistemas de treino diferentes.Diferentes pontos de vista (todos podem serinteressantes), mas o que é muito importante:Jamais Esquecer que WingTsun foi um estilo deBoxe chinês pensado por e para o combate.Para que os homens e mulheres pequenaspudessem vencer homens grandes, mas afinal,um estilo de combate. Jamais esqueçamos_isto,porque caso contrário..., estaremos dando cadavez mais motivos aos que teimam em compararcoisas incomparáveis!!!

A moda das MMA passará, como passaramoutras anteriormente, mas isso não deve fazer-nos esquecer o que fomos e o que somos.Devemos transmitir a semente do conhecimentode uma arte que chegou até nós e que devemostransmitir a gerações futuras. É uma obrigaçãomuito delicada na que não podemos esquecer oporquê, o para que e o como... Estaríamosfaltando ao respeito àqueles que antes de nósentregaram a sua vida à arte que praticamos.

Page 82: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

Page 83: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Este DVD de primeiros auxílios é uma ferramenta indispen-sável para todos os praticantes de Artes Marciais que tardeou cedo encontram situações em que é preciso “ajudar”. Emcada escola em que houver lutas, combates, ou simples-mente contacto físico duro, algum estudante ou instrutor foialcançado por um golpe ou sofreu alguma lesão. Talvez

tenha sido nocauteado, tenha tido dificuldades res-piratórias, cãibras musculares, tonturas, náu-

seas, ou qualquer outra mal estar provo-cada por um treino lesivo. Os “aciden-

tes” são uma realidade y devem sertratados o antes possível posto que

a disfunção causada pode dupli-car a provocada por um simplesacidente. Assim sendo, nãodeveria ser esta informaçãoobrigatória para todo “instru-tor” visando preservar asegurança e bem estar dosestudantes? Este DVD é oprimeiro de uma série de tra-balhos do Mestre Pantazi,dedicados a esse “outrolado” do Kyusho, esse ladoque presta atenção às ciên-

cias da “energia”, da saúde edo bem estar, não só aplicáveis

no Dojo, como também no dia adia com os nossos seres queridos

e as pessoas que temos em volta.

REF.: • KYUSHO19REF.: • KYUSHO19

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Page 84: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Fusei Kise, 10º Dan de OkinawaShorin Ryu Kenshin Kan Karate &Kobudo Federation, foi o principaldiscípulo do mestre Hohan Soken(1889-1982), o herdeiro datécnica de Sokon Matsumura.

Hohan foi o único aluno de seutio Nabe Matsumura, neto estedo legendário Bushi Sokon.

Salvador Herraiz, desde ocoração de Okinawa,aprofundou na história destepeculiar Mestre, Fundador doKenshinkan e nos ofereceuma nova crónica em queaprenderemos mais dahistória do Karate e deseus protagonistas.

SEGUINDO OS PASSOS DE MATSUMURA

Texto e Fotos: Salvador Herraíz 7º Dan de Karate (Yomitan, Okinawa)

Esquerda: Homenagem a Salvador HerraizSokon Matsumura em seu túmulo,em Shuri, em 2009.

Page 85: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

En la foto de arriba: FuseiKise, Hohan Soken y el aus-traliano Barry Packman.

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Fusei Kise10º Dan de KarateKenshinkan

Todos sabemos que MatsumuraSokon foi peça fundamental na ulteriorevolução do Karate em Okinawa, até seufalecimento, nos fins do Século XIX.

A herança marcial quetradicionalmente no Japão passa de paispara filhos, tem neste caso uma dasexcepções. Efectivamente, quandoprematuramente morre o filho de Sokon,passa a ser herdeiro do seuconhecimento o seu neto MatsumuraNabe (o cual inclusivamente viajou aotemplo chinês de Shaolin, paracomplementar com suas técnicas oKarate de Okinawa).

Nabe Matsumura (1860-1930) entrouem profundidade na arte secreta dafamília. Mais tarde pasará seu legadomarcial ao seu sobrino, Hohan Soken,nascido em 1889.

Desde 1905, t io e sobrinhoaperfeiçoam as suas técnicas marciais ea partir de 1908, Soken começa aaprender também a urilização do bo edo nunchaku e pouco depois também odos sai e os kama, com o especialistaTsuken Akachu. Também aprende tonfacom outro aluno de Nabe, de nomeKobashigawa. Em 1912, Nabe ensinaHohan o kata Hakutsuru, o maisrepresentativo da linha, além de katascomo Naifhanchi, Passai, Kushanku,Hakkaku, Chinto, Gojushiho, osprimeiros Pinnan e Sanchin.

Hohan Soken denominaria a sua arteMatsumura Seito Shorin Ryu.

Hohan Soken era um especialista queincluia em seu currículo marcial armascomo bo, sai, tonfa, kama, nunchaku,suruchin,… além dos kata, entre osquais se destaca Hakutsuru, que tinhatransmitido Sokon Matsumura a seuneto e herdeiro marcial, como peçafundamental do seu ensino. Da mêsmamaneira que Nabe tinha sido conhecidocomo Nabe Tanme o “Idoso Nabe”, oseu sobrinho seria conhecido comoSoken Tanme.

Tendo nascido na vila de Nishihara, aoNorte de Naha, Hohan viveu naArgentina desde meados da década dosanos 20 e até a finalização da II GuerraMundial.

Interior Kenshinkan dojo.

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Hohan teve vários alunos, entre os que seencontram Seiki Arakaki, Mitsuo Inoue, MasayaKyan, Kosei Nishihira, Yuichi Kuda, KohamaNakazato, Shigenobu,…, mas sem dúvida seriao nosso protagonista de hoje, o Mestre KiseFusei, 10º Dan, o principal deles e um karatekade peculiar apariência.

Em 1990 eu tinha uma certa relação com aInternational Okinawan Martial Arts Union, daqual era na época 4º Dan, e que dirigia FuseiKise, em combinação com o também 10º DanShian Toma, anos atrás seu parceiro de treino.Este último estabelecera a “Zen OkinawaSeidokan Karate Kobudo Federation” em 1984,procedendo a sua técnica do conhecido ShorinRyu e do não tão conhecido Motobu Ryu, deChoyu Motobu (1864-1927) e Seikichi Uehara(1904-2004). Por certo, Toma faleceu não fazpouco tempo, a 30 de Maio de 2013, com 85anos de idade, em Okinawa.

Alguns meses atrás, relendo um livro escritopor Fusei Kise e dedicado por ele, me veio aideia apresentá-lo aos leitores de CinturãoNegro, aproveitando uma das minhas viagens aOkinawa, onde o Mestre reside. E chegou o diae isso fazemos.

Na ilha faz muito calor, como sempre nestaépoca. Um calor muito húmido. Chegamos a

Karaté

Abajo: Hohan Soken observa a Fusei Kiserealizando kata. Soken defendiéndose con tonfa.Fusei junto a su hijo Isao Kise. Salvador Herraizvisitando la tumba de Choken Makabe, enOkinawa, en 2007.

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casa do Mestre Kise e a sua mulher nosabre a porta, enquanto o nosso taxiprocura a maneira de sair das estreitasruas desta parte de Okinawa e de tantasoutras povoações da ilha.

Fusei Kise nasceu na vila de Yomitan,Okinawa, em 1935. Seus pais, Isei eHaruko, não poderam dedicar-lhe muitos

cuidados, o primeiro deles pela suamorte prematura quando Fusei apenascontava três anos de idade, e a sua mãeporque pouco depois se viu obrigada aabandoná-los até um reencontro váriosanos depois, após a II Guerra Mundial.Até esse momento o pequeno esteveaos cuidados de seu tio e da sua avó.

Haruko, a sua mãe, era neta do versadoem To De, Choken Makabe sensei, etambém seu tio Chosaburo já erapraticante. (1769-1825). Makabe eraconhecido como "homem pássaro" porseus extraordinários saltos e piruetas. Ecomo o mundo é pequeno e emOkinawa se conhecem todos, por outra

Fusei Kise em diferentes momentos de sua vida em Karate, em algumas fotos com seumestre Hohan Soken.

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parte dá-se a circunstância de que na actualidade, Chosei, umdescendente de Choken Makabe, é o marido de Hiroko, a irmãmais velha de Masahiro Nakamoto (o Grão Mestre que jáapresentei em meses passados em “Cinturão Negro”. Não é oúnico parentesco entre descendentes de grandes mestres,como já expliquei em outros artigos sobre outros pessoagens.

Mas continuemos com a nossa história de hoje. O facto éque o jovem Fusei Kise se foi familiarizando com o que já seconhecia como Karate e em 1947, com 12 anos de idade,inicia a sua prática. Em 1952, Fusei Kise começa a trabalharcomo electricista nas bases militares que os americanos têmna i lha, especificamente nas de Kuwae, Zukeran e aconhecidíssima de Kadena. Três anos depois casa com suanamorada Yuki, natural da ilha de Ishigaki, em Yaeyama. Nessemesmo ano de 1955, com 20 anos de idade, Kise começa a

sua relação marcial com o Mestre Hohan Soken, sobrinhode Nabe Matsumura (por sua vez, neto do legendárioBushi Sokon Matsumura). Hohan o aceita devido àrecomendação do tio de Fusei, Chosaburo Makabe, deilustre família marcial, como já foi dito. Nesse tempo, Kisejá era 1ºDan, dado pelo Sensei Shingaki.

Em 1958, Fusei Kise começa a ensinar aosestaunidenses Karate (realmente com o nome de Kenpookinawense), na base de Kadena, onde não tarda em tergrande êxito e mais com a abundante chegada defuzileiros navais, devido à guerra de Vietename. De facto,em 1967 deixa o seu trabajo para se dedicarexclusivamente ao Karate. Nsse mesmo ano recebe doseu mestre Hohan Soken, o 7º Dan e o diploma de Shihanda sua escola Shorin Ryu Matsumura Seito Karatedo eabre um dojo na cidade de Koza (o qual nos dias de hojepertence à cidade que tem o mesmo nome que a ilha,Okinawa, cidade situada no Norte de Naha. Este dojo, oAozora (Céu Azul), que ele dirige em associação com oMestre Maeshiro, era um lugar ao ar livre, sem um tectoque os cobrisse. Foram anos de estructuração técnica, emque Fusei Kise recriou os kata Pinnan Sandan, Jondan eGodan (os quais apesar de que existiam em outras linhasde Karate, não existia na que a ele transmitiram), além deoutros como Wansu, Anunku e Seisan.

Para Fusei Kise os objectivos do Karate já são nessaaltura, formar um carácter forte, um corpo capaz de viveruma longa vida com saúde, e pessoas capazes de servir aoutras pessoas e ser respeitadas por todos.

Até 1972, momento em que Okinawa recupera asoberania que desde a II Guerra Mundial controlavam os

estadounidenses, o Karate era praticado muito em privado.Não é que fosse em segredo, mas sim com cautela ediscreção, sem o mostra em públ ico de maneiradesnecessária. Nesse ano, Kise acompanha Hohan Soken nasua visita aos Estados Unidos, organizada pelo karatekaestadounidense Glenn Premru, um ex marine nascido em1942, que se t inha iniciado no Karate em 1956, emPittsburgh, com Larry Williams, do Goju Ryu. Durante a visitaaos Estados Unidos, Soken troca dois kama por um bate debéisbol, com o conhecido jogador Roberto Clemente. EmJunho desse ano, Soken designa Premru para presidente darecentemente criada secção americana da FederaçãoOkinawense de Karate.

Em 1976 Kise deixa a sua associação com Maeshiro eforma a sua própria e já… a coberto, na então vila de Goya

(actual cidade deOkinawa), no edifíciode Kunio Nakone,também karateka(mas de outro estilo).Nesse ano, Hohanlhe confere o 9º Dan.Apesar deinicialmente adoptaro nome de OkinawaShorin Ryu BushiMatsumura SeitoShorin Ryu, poucodepois algumaqueixa de outrosmestres que pensamque se pode levar àconfusão de queseja o Hombu Dojoda l inha

Reportage

m seu

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representativa de Matsumura, junto aofacto do Mestre Kise ter adicionadoformas próprias do seu Karate (nãotransmitidas por Hohan Soken), fazemcom que poucos meses depoismodifique o nome do seu dojo paraOkinawa Shorin Ryu Kenshin KanKarate & Kobudo Federation. Este dojojá é o mesmo que permanece naactualidade e que depois de estar comKise em sua casa, visitaremos hoje. Em1982, a morte de Hohan Soken, emGaja (Nishihara), deixou definitivamenteKise numa linha própria e da sua inteiraresponsabilidade.

Em 1987 Fusei Kise recebe o 10º Dando All Okinawa Shorin Ryu Karate &Kobudo Federat ion, que presideShigeru Tamaei e se concentraespecialmente na evoluçãointernacional da sua organização.Como disse anteiormente, é aí onde eutenho conhecimento dele, primeiroatravés da sua “sucursal” nos EstadosUnidos e hoje dia, aqui me encontro,sentado em um sofá da sua casa.

É uma pessoa muito séria, correcta

mas séria. Não oferecedesnecessariamente a sua confiança ese mantém alerta, acima de tudo é umobservador. Fala pouco e gosta demanter as distâncias com certo orgulho.Não é uma crítica, mas é a sensaçãoque eu tive. De qualquer maneira,suponho eu que quando a confiança émaior o tratamento poderá tornar-semais fluido. Talvez também gosteoferecer uma imagem de duro,consoante com seu peculiar aspecto.Em qualquer caso, parece-me bem e asensação depois de o conhecer de pertoé plazenteira. Não me perguntem osmotivos. As suas característicaspessoais se adivinham no símbolo dasua organização, desenhado por KiroshiKikumura, que inclui como armafundamental do Karate o punho emposição seiken, metido em um círculo(símbolo de harmonia entre gente que serespeita) em cor vermelha(representando a paixão pelo treino docorpo e da mente de maneiraequilibrada. A ambos lados do punhosaem dele um tonfa por um lado, e um

kama pelo outro, representando acultura do povo okinawense.

Hoje, em Aza Goya (Okinawa city),pisar o dojo de Kise minutos mais tardetambém para mim é emocionante. KiseSensei é um mestre muito estricto,conforme dizem os que estudam Karatecom ele. Fala pouco, explica pouco.Quer que as coisas se vão percebendo eassimilando com o tempo e não commuitas explicações. Hoje, apenas doisalunos aperfeiçoam as sua técnicas dekata no tatame do dojo. Fusei Kise gostaque se dediquem meses e meses a ummesmo kata, antes de passar para outro.Dessa maneira se desenvolve apaciência e o espirito de perseverança,resultando numa aprendizagem dura enada fácil.

Para o Mestre Fusei Kise o respeitopelo mestre é básico e principal. Elegosta de recordar um velho adágio quediz assim: “Anda três passos por detrásda sombra do teu mestre… e nunca apises”. Para Kise é mportante não só atécnica conseguida através do treino,mas muito mais a atitude e o

O autor, Herraiz Salvador e estudantesJose L. Pastor Vicky e Ambite, com Kisemestre em casa, em 2012.

Direita, baixo, dentro do dokoKenshinkan em Okinawa.

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comportamento que o aluno tenha. Paraele, a atitude sem o comportamento não émerecedor de consideração, nem de grau,nem de nada. O principal é manter sempreo respeito ao sensei e seguir seusensinamentos de comportamento ao pé daletra.

O seu filho Isao Kise, o segundo decinco irmãos (dois homens e trêsmulheres), será seu sucessor e já trabalhadirigindo a organização. Yuu Nikawadori,Kensho Gibo, Nobuko Akamine,…colaboraram também com o Mestre demaneira muito próxima. Fusei Kise gostade dizer ter sido o primeiro mestre deKarate okinawense em ensinar aosestrangeiros, fuzileiros navais americanosdestacados nas bases okinawenses, comojá antes se disse. Karatekas estrangeiroscomo o argentino Juan Carlos Jocker, oaustral iano Barry Packham ou osestadounidenses Jim McGee, Jerry DeBries,… foram seus colaboradores naevolução da Okinawa Shorin Ryu KenshinKan Karate Kobudo Federation fora deOkinawa, da qual em todo o mundo háquase 60.000 praticantes. Mas um dosmais importantes, talves o mais importanteé John Shipes, 8º Dan, afincado em Texase um dos três directores da organização doMestre Kise nos Estados Unidos, juntocom Greg Lazarus, em New Hampshire eJeff Ader, em Colorado, ambos com omesmo grau que Shipes.

Karaté

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Como Mudaram As Coisas -Uma lição para todos nós

ma coisa que sempre devemos rever e nunca esquecer é anossa base. Não importa se o nosso estilo é duro ou suave,nem a sua origem, assim sea da China, do Japão, da Coreiaou de Okinawa; isto é importante para todos nós.

Parece que quando levamos muito tempo como instrutoresde Artes Marciais, temos a nossa base garantida porque os

movimentos saem de nós de maneira natural. Para os principiantes e osestudantes jovens é muito diferente. Todos usar usar “atalhos”, querem serpromovidos e alcançar um nível mais alto, mas alguns não querem realizar otrabalho rqeuerido para isso conseguir.

Lembro-me bem de como as coisas eram bem diferentes às dos nossos dias,na secção de armas de um torneio. Normalmente tínhamos de fazer doisexercícios, um com a arma comprida e outro com a arma curta. Seempatávamos tínhamos de fazer outro Kata completo, preferivelmente comoutra arma. Lembro-me que antes de fazer o meu Kata com o Bo em frente dojuri, lhes mostrava o meu Bo. Se era demasiadamente ligeiro me tiravam meioponto. O mesmo faziam com a Kama, se não estava afiada tiravam meio ponto.

Antes da era das Artes Marciais extremas, os Kata não incluiam movimentosginásticos. Sinto orgulho em agora termoa estas secções, apesar de que setemos que fazer os movimentos e posições básicas temos de estarfortes. Não nos podemos bambolear, dar passos em falso nemprecipitar-nos. Acho bem darmos pontapés no ar, etc. massempre que se tenham umas boas bases.

As bases são os cimientos de todo sistema de ArtesMarciais. Qué é um Kata senão um conjunto padrãode movimentos para lutar contra um oponenteimaginário? As armas não são mais que umaextensão das nossas mãos.

Quando penso no Kumite não posso deixarde pensar em Sun Tzu e algumas dassuas ensinanças:

“Estuda sempre o teu oponentepara conhecer as suasdebilidades. Faz o inesperado.Não te lances à batalha semsaber o que tens pela frente”.

Para aqueles que tenhamcombatido muito, como eu fiz,faço esta pergunta: Quais asduas técnicas vos têmlevado a vencer, mais queoutras, nos combates dostorneios? O punho de revêse o pontapé frontal é aminha resposta, noentanto, o pontapé frontalquase não se usa hoje eos estudantes têmmuitos problemas paraexecutar o punho derevês. Queremfazer técnicasmais vistosas comopontapés e rotaçãoou mostrar a suaflexibilidade com osseus pontapés.

Nós, como instrutores também somosculpados por frequentemente ensinartécnicas complicadas de alto nível nosseminários, principalmente porque queremosmostrar aos nossos colegas “o que podemosfazer”. Faríamos melhor mostrando técnicasmenos complicadas e dedicanto mais tempo acada técnica, em vez de mostrar vinte técnicasdiferentes.

Quando se ensinam duas ou três técnicas e selhe dedicam mais tempo, os estudantes assimilam

U

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melhor esse conhecimento e podemsair conhecendo bem estas técnicas,em vez de ter visto vinte semrealmente ter aprendido nenhuma.

Anos atrás tive a sorte de ganhar a“Kelly Cup” nas competições do nossoestado. É o maior prémio que se leconcede a um atleta amador. Quandorecebi o prémio me mandaram parauma sala onde se encontravam todosos campeões do estado. Quandocomecei a falar com eles percebi queas suas idades andavam entre os 17 eos 20 anos. Eu tinha 14 anos e pensei:O que posso eu dizer a esta gente?Basicamente isto foi o que su disse:“Todo o pessoal aqui é um verdadeirocampeão e sabe como vencer.Qualquer um de nós pode ensinaralguém a ser um campeão, mostrandoos atalhos do caminho que nos levouanos aprender. No entanto, o que não

podemos ensinar é a ter coração, almae paixão. Talvez o tenham, talvez não.Poderá acontecer que o tenhamsacrificado para conseguir o que agoratêm, por meio do trabalho árduodurante dias e dias, para alcançar avossa meta”.

As Artes Marciais têm percorrido umlongo caminho durante anos, atéchegar ao que hoje são. Há muitosestudantes excelentes, mestres einstrutores com os quais estudar.Simplesmente não se deveriamconcentrar tanto em certos aspectosdo ensino até o ponto de esqueceremas bases e não dedicarem o temposuficiente para mostrá-las. Aqualidade do estudante se reflecte noinstrutor. A nossa meta comoinstrutores é dar aos nossosestudantes a oportunidade de sermelhores que nosotros.

“Todos queremusar “atalhos”,

querem promover-se e

alcançar um nívelmais alto, mas

alguns não queremrealizar o trabalho

requerido para isto conseguir”

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inalmente, após uma grandeexpansão a nível mundial, foicriada a International BugeiSociety, com sede naEspanha - entidade queregulamentará as demais

Sociedades de Bugei de cada área, comoa North American Bugei Society, EuropeanBugei Society e South American BugeiSociety, garantindo a homogeneidade deensino e qualidade de aprendizado porparte de todos os alunos, independentede qual pais pertença.

A extensa grade curricular do Bugei, comum sistema abrangente de 77 matériasvoltadas ao plano físico e mental/espiritual,torna mais do que necessário umasupervisão adequada para essa qualidadede ensino e aprendizagem seja um factorprimordial para todas as sedes. Sendo oBugei uma arte de carácter militar, ele visa,através de suas disciplinas, a melhoria doser humano tanto em seu desenvolvimentofísico (corporal), como mental (espiritual).Em cada disciplina, o Bugei sempre buscaensinar ao indivíduo o cultivo de valorescomo honestidade, compaixão, altruísmo erectidão de carácter.

A difusão dessa fi losofia nacomunidade em geral é de extremaimportância para a construção de umasociedade mais honesta e justa. Osesforços da International Bugei Societyem atingir esse objectivo dar-se-ãoatravés da prestação de serviços quecompreendem desde a promoção decursos e palestras educativas até acolaboração em projectos de outrasentidades que estejam em consonânciacom a filosofia do Bugei.

A explicação para essa extensa gradecurricular se dá a través da estruturaçãodas mesmas. As 18 disciplinas do BugeiJuhapan inspiraram a introdução emfunção de aspectos culturais,aprofundando nos conhecimentosintelectuais, visto que Ogawa Senseisonhava em construir uma espécie de"universidade"que ensinasse toda acultura japonesa tradicional.Muitas teóricas,como fi losofia,m e d i t a ç ã o ,estudos de ki,

pintura, teatro, chá, etc... Além disso, porpossuir uma ligação religiosa mantida atéhoje, conhecida como Ebunto, muitas sãopertencentes a essa cultura, comomitologia, orações, cantigas tradicionais,o que amplia, inevitavelmente, a númerode disciplinas estudadas.

Compreende-se então que para ampliare aperfeiçoar o estudo nas artes antigas,muitas disciplinas foram acrescentadas aolongo dos tempos, algumas inclusiveatingiram sua especialização no Brasilpela nossa linhagem. Muitos se investiu,ao longo de todo esse tempo, em cursose seminários, com professores dasrespectivas áreas, vindos do Japão, paraque o projecto gerasse frutos. Essetrabalho nos leva a um cuidado minuciosopara a manutenção dessas artes.

Portanto, a IBS é o órgão máximo queregula as escolas e professores de Kaze noRyu Bugei no mundo, com o objectivo denormatizar e fiscalizar a didáctica emetodologia de ensino adoptados pelasmesmas. Cabe a IBS não somente fiscalizar,através da Corregedoria, as actividades edidáctica aplicada nas escolas do Kaze noRyu Bugei mundiais, como tambémpromover e autorizar a formação de Escolase professores; normatizar e actualizar ocurrículo; ministrar cursos para formação deprofessores e instrutores; promoverconvenções, palestras com profissionais dediversas áreas que contribuam para oenriquecimento do conhecimento (sejam daárea médica, filosófica ou marcial),seminários, gashukos, cursos deaperfeiçoamento, viagens de estudo;fiscalizar e avaliar Escolas, professores ealunos regularmente; disponibilizar Bancade Exame para realização deexames de graduação;emitir Diplomas,Certidões eIdentificação aosFiliados.

Os materiaisescritos sãoe l a b o r a d o s ,adaptados e

revisados pelos professores qualificadosdas respectivas disciplinas que, mediantereuniões e análises minuciosas, visamdisponibil izar ao aluno do Bugei ummaterial cuja didáctica seja ao mesmotempo inteligível, compreensível eperfeitamente enquadrada no padrão dequalidade da metodologia da instituição.O mesmo se aplica aos materiaisdidácticos em vídeo ou outros tipos demídia, buscando sempre a melhortecnologia para facilitar o entendimentopor parte dos alunos.

A IBS centralizará o processo depreparação para graduações superiores,terá poder de emitir certif icaçõesinternacionais, formação especial paraprofessores e instrutores, além dos CursosIntensivos de Aprimoramento Técnico eEncontros Internacionais. O corpo dedirectores dos departamentos de Cultura eTradição e Artes Militares será formadoatenderá às respectivas áreas,dinamizando a agenda de Conferências eEventos, personalizando a atenção aosalunos que elegerem estudos específicos.

Outro factor primordial para a IBS seráa integração entre os coordenadores epresidentes das demais sociedades,facilitando a comunicação e os laços deamizade e companheirismo entre oslíderes de cada região - factor primordialpara a harmonia interna das organizaçõese escolas.

De acordo com a directoria, todo aqueleque um dia fez parte de alguma das escolas,poderá entrar em contacto com a Instituiçãoe se informar sobre as documentaçõesnecessárias, tal como cursos específicos,aperfeiçoamentos, e outras actividades.Essa medida visa garantir a regularidade e

seriedade da actuação de todas asoutras Sociedades de Bugei de

cada área.Com a criação da Escola

Superior de Kaze no RyuOgawa Ha, estamoscaminhando cada vezmais para a formaçãoacadémica reconhecidapelo governo europeu.Novos materiais estãosendo produzidos, comsistemas cada vezmais profissionais evanguardistas, para

que o ensino seja o maisprofundo e concreto

possível.

Noticias: Foi criada a Sociedade Internacional de Bugei

F

Page 100: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

Este mês tenho o prazer de vos apresentar uma nova coluna, se bem seu autor ébem conhecido dos leitores mais antigos da nossa publicação. Tem feito vídeosconnosco e com os anos, o seu trabalho ainda tem melhorado mais. Vem partilharcom os nossos leitores os seus conhecimentos e a sua experiência, numa série deinteressantíssimos trabalhos que tratam da sua paixão. É um homem do mundo daEskrima, pesquisador infatigável, Mestre internacional que dirige seminários mundoafora e que sem dúvida fará as delícias dos amantes dos sistemas de luta maisdirectos e contundentes.

Alfredo Tucci

Page 101: Revista de Artes Marciais Cinturao Negro Outubro 2013

minha visão da Eskrimadifere da de outrosinstrutores. Muita genteesquece que a Eskrimase desenvolveu fazmuitos anos nas Filipinas,

para lutar contra o inimigo usandopaus, facas, lanças e espadas, postoque não tinham armas de fogo comoos conquistadores espanhóis. Séculosdepois se tornou um desporto, sem um

propósito de defesa pessoal. Claroestá que se pode praticar Eskrimacomo desporto, mas eu prefiro primeiropraticá-la como Arte Marcial. Eu aadaptei e fi-la acessível para que todosa possam treinar arduamente, à minhamaneira. Respeito a tradição mas nãosomos um museu. A Eskrima necessitater uma resposta contra uma agressãodas dos nossos dias, ser realista eestar preparado para o Século XXI.

Desenvolver a Eskrima é uma dasminhas metas principais, de agoraem diante vamos deixar para trásconceitos de luta obsoletos eineficazes.

Levo anos desenvolvendo o miestilo (Stroeven Combat Systems(SCS)). Comecei treinando LatosaEskrima com Bill Newman, antesde ir às Filipinas. Há gente queainda pensa que aprendi Eskrimanas Filipinas, mas comecei a suaaprendizagem na Holanda. Aprendicom o meu pai luta com faca.Posteriormente treinei nas Filipinascom vários Mestres e tambémaprendi muito com eles. Comolíder do Stroeven Combat System,uma organização internacional quepromove a Eskrima, continuei juntocom a minha equipa deprofessores desenvolvendo váriosesti los de Eskrima. No SCStreinamos luta com pau, com paude algibeira, com faca, com tonfa,machete, karabit, pangamot etomahawk.

No SCS Eskrima praticamosuma Arte Marcial realista edinâmica, que está tomando adianteira na Europa. A luta comfaca joga um papel fundamental naEuropa. Só quando sabemos comousar uma faca, poderemos saberdefender-nos contra uma faca.Todo artista marcial que leve aautodefesa a sério, deveseriamente considerar o facto detreinar com a faca.

Um grande número de pessoaspratica Eskrima nos nossos dias.Nos últimos anos, os diferentesestilos de Eskrima se têm feitomais conhecidos. Estilos como Kalie Arnis são mostrados em filmescomo Rambo, O Caso Bourne ou ATalhada. Nestas fitas se mostra aEskrima em todas as suas facetas.A luta com pau, com faca, commãos nuas, forma parte dorepertório de famosos actorestreinados por profissionais. Elesrepresentam espectacularmente asArtes Marciais e essa é uma dasrazões por ter aumentado tanto asua popularidade.

Talvez inconscientemente, osactores se tenham tornadoembaixadores da Eskrima. Mas aspessoas querem mais realidade,querem elas mesmas aprender

Eskrima. O bom da Eskrima é que temuma grande variedade de técnicas, quepodem servir a qualquer pessoa. Háquem gosta da luta com faca, outros daluta com as mãos nuas, outros a lutacom pau. A Eskrima tem tudo isso. Aosmeus seminários vem muita gente. AEskrima é do agrado de pessoas de todoo mundo. Também os meus cursos deinstrutores têm grande êxito. Cada vezmais professores de outras ArtesMarciais vêem com bons olhos a Eskrimapara a incorporar às suas próprias ArtesMarciais. Ao mesmo tempo tenhoobservado que há quem quandoconhece a Eskrima, só quer praticarEskrima e mais nada. Inclusivamente temacontecido que alguns professores deKrav Maga aprenderam Eskrima e seusprincípios e os têm incorporado ao seupróprio treino.

Algumas organizações de Krav Magatêm aprendido Eskrima, luta com facae pangamot, mas denominam-no KravMaga. Eu considero isto como umacortesia. Os meus seminários paraforças especiais, como o COTComando do Brasil e para o Exércitodas Filipinas, me indicam que estouindo pelo bom caminho.

A Eskrima tem de ser um esti lodinâmico que deve adaptar-se a todasas circunstâncias e necessidades,consoante o espírito do Eskrimador,que usa qualquer arma. Para mim, aEskrima não trata de vistososexercícios, ainda que sejamespectaculares. Os exercícios só sãopara o treino. Quero que os meusestudantes compreendam que se temde praticar a Eskrima de maneirarealista, dura, directa e simples. O seuobjectivo deve ser vencer o oponente omais rapidamente possível.

Nas minhas próximas colunas falareida Eskrima como Arte Marcial e daEskrima como Desporto. O significadoda tradição e o que conforme a minhamaneira de ver, tem de ser preservadoe o que se deve descartar. Falarei daEskrima como luta realista e tratareisobre certas práticas nas ArtesMarciais f i l ipinas. Também falareiacerca da adjudicação de títulos ecomo é fácil tornar-se Grão Mestre.Tratarei da luta com faca, os programasespeciais para o pessoal militar, oPangamot (combate sem armas).Comentarei todas estas coisas erelatarei as minhas experiências nasFilipinas.

Falarei sobre técnicas, princípios econselhos que podem aplicar à vossaEskrima. Uti l izarei o vídeo paraexplicar-lhes o que quero dizer.

Espero que gostem e por agora,dou-lhes as boas-vindas ao mundo daEskrima!

Contacte-nos em: Frans [email protected]: www.knifefightsystem.com

A

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As técnicas do Tigre no ShaolinHung Gar Kung Fu

As técnicas do Tigre servem para desenvolver osossos e os músculos.

As suas técnicas se baseiam na filosofia doelemento fogo. O tigre utiliza garras fortes,técnicas com as quais desgarra e despedaça oseu adversário. O seu ataque é frontal e directo.

Em geral, se considera o estilo do Tigre como omais importante dos Estilos dos Cinco Animais.

Esta afirmação se baseia provavelmente em um errode origem. Muitos praticantes de Hung Gar,

considerando o nome da primeira forma principal “GungGee Fook Fu Kuen”, vêem nela a palavra (o carácter) “Fu”,

o qual significa tigre. A mesma palavra se encontra de novono nome da segunda forma principal do estilo Hung, “Fu Hok

Seung Yin Kuen”. Por isso, partindo desta base, muitospraticantes de Hung Gar pensam que

ao tigre lhe é devida uma especialatenção.

A tradição diz que o nome daprimeira forma se baseia noanimal mais forte damontanha de Ling Nam, aoSul da China, o Tigre. Aafirmação foi e é, que opraticante que exercitaresta forma poderá

vencer inclusivamenteum tigre.

No que respeita àsegunda forma

p r i n c i p a l ,realmente fazreferência àstécnicas dotigre. Osaspectos maisimportantes

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1. + 2. Ervas para Si São fangTrês. + 4. treinamento

5 Bolsa Mãos condicionado6 Dit Da Jow

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Kung Fu

nas técnicas do tigre são o fortalecimento dos músculos, tendões e ossos. Especialmente se fortalecemas extremidades e as costas. Se bate com a parte inferior da palma da mão. Muitas vezes, especialmenteem tempos remotos, se rasgava com as garras, se “desgarrava”. Se atendermos às lendas,não era nada raro arrancar pedaços de carne do oponente.

Das minhas experiencias na aprendizagem das técnicas do tigre

Logo me entusiasmaram as técnicasdo tigre. Mas o verdadeiro valor dastécnicas veio após alguns anos.Primeiro, que todo o corpo deve deestar suficientemente forte. Osdedos e a parte inferior da palma damão têm que alcançar um grau deacondicionamento básico e astécnicas devem ser l impas erealizadas com a adequadaaplicação do corpo.

Segundo parece, os meusalunos sentem isto mesmo.Eles também mostramentusiasmo pelas técnicas eo estilo do tigre. Depressa,muitos compreendem quesem o adequado treino,as técnicas só podemser utilizadas de maneiralimitada.

1 -. 6. Tiger aplicação 11 -. 6. Tiger Aplicação 2

1.-5. Usando Garra de Tigre

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1. - 4. Exercícios básicos no círculo1 -. 11. Aplicações de MMA

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uando aprofundamos noestudo do Kyusho, não sóna adaptação e ciênciamodernas como nasformas e documentosescritos antigos, chegamosdefinitivamente à mesma

conclusão:Pegamos no antigo conceito do mito e

da lenda e o fizemos crível. Já não vemosestas velhas referências a este escurocorpo de conhecimento nas fitas, nostextos antigos e nas histórias passadascomo um mito estendido ao longo dotempo, mas como uma dura realidade.

Os nossos estudos ainda estãoavançando para futuras descobertas, à vezque actualmente lemos as ondas cerebraiscom tecnologias de mapas tridimensionais.Ainda estamos adaptando os estudoshumanos existentes, para aumentar a nossahabilidade para a disfunção e a restauração,com um conhecimento neurológico eanatómico mais profundo. Não só estamosdando à forma de todos os estilos umabase internacional, para provar e dar validezao seu valor real para todos os artistasmarciais, como também continuamosaprofundando na história para desenterraras origens e a maneira em que sedesenvolveu o Kyusho.

Ao longo da história tem havido unspoucos, entre milhões, que destacaram doresto por suas habilidades pioneiras eincríveis. No entanto, a maioriasimplesmente começaram um novométodo, estilo ou processo, pelo qualadquiriram tamanhas habilidades, mas nocentro de tantos deles está a verdadeinegável de que conheciam o Kyusho. Estápresente em seus documentos escritos, emsuas palavras e em suas histórias; está nassuas acções e na “estranha” maneira demover-se como “Idosos”, coisa que muitosconsideravam que era só devido aoprocesso de envelhecimento.

Ueshiba disse: “O Atemi é Aikido emum 80%”. Funakoshi escreveu acercadisto em um dos seus livros, como assimtambém o fizeram muitos outros autores.Em 1921, Choki Motobu estava morandoem Osaka à idade de 52 anos, quandovenceu o famoso pugilista profissionalrusso de nome John Kentelu, em umtorneio aberto a todos, no Butokuden deOkinawa, o que fez dele o lutador maisfamoso do Japão. O pugilista estrangeiromedia 6 pés e ninguém se atrevera adesafiá-lo. Motobu deixou-o KO com umapancada nas fontes, coisa que aconteceutão rapidamente que ninguém soube oque realmente acontecia. Há muitos maispraticantes de Kyusho, mas neste artigovamos concentrar-nos em Seiko Fujita.

Fonte, Wikipedia:Seiko Fujita (1898 - 4 de Janeiro de

1966), nascido Isamu Fujita, foi um artistamarcial japonês, Grão Mestre 14º grau ouSoke de Koga-ryu Ninjutsu é consideradopor alguns como o último ninja verdadeiro.Isamu Fujita nasceu em Tóquio e estudouKoga-ryu Wada Ha ( Koga-ryu Ninjutsu)

com seu avô Fujita Shintazaemo,13º Soke de Koga-ryu. Estudounas Universidades de Waseda eMeij i . Finalizados os estudostrabalhou para uma casa editorade imprensa. Continuouestudando outras Artes Marciais efoi também conhecido comoautor, pesquisador e compiladorde pergaminhos antigos.Conforme dizem algumaspessoas: “Há divisão de opiniõesacerca de se foi um Ninjaverdadeiro ou simplesmente umpesquisador do Budo”.

Durante a Segunda GuerraMundial, Fujita ensinou NanbanSatto-ryu Kenpo na AcademiaMilitar de Nakano (Rikugun NakanoGakko). Fujita trabalhou depoispara o governo como especialistaem segurança e continuou atradição de ensinar o estilo Koga-ryu Wada Ha, entre outras ArtesMarciais. Nos seus alunosdestacados se incluem MotokatsuInoue, Mabuni Kenwa, FujitaniMasatoshi, o actor TomisaburoWakayama e Manzo Iwata, que setornou herdeiro de algum dos seusestilos. Fujita não deixou herdeiropara o Koga-ryu Wada Ha.

Fujita Seiko publicou o “ZukaiTorinawajutsu”, mostrando centenas demaneiras de atar do Hojojutsu dediferentes escolas e outros vários textossobre o Ninjutsu e outras Artes Marciais.Faleceu por causa de uma cirrose,quando contava 68 anos;provavelmente sofria um angioedemahereditário (o que poderia tê-lo excluídoda prática das Artes Marciais, masFujita teria demonstrado habilidade parasuperar alguns sintomas da doença). Asua colecção “Fujita Seiko Bunko”, estáguardada no Museu Iga-Ueno, nocastelo de Odawara.

Um pouco mais de pesquisa históricanos mostra que Seiko Fujita foi um artistamarcial bem conhecido em temposanteriores à Segunda Guerra Mundial.Também estava em contacto com outralenda das Artes Marciais, Kenwa Mabuni.Um dos alunos de Mabuni, Manzo Iwata,foi aluno de Fujita. Seiko Fuita tambémera amigo de Ghioda Gonzo, o filho deUeshiba, e de Konishi Yasuhiro, TairaShinken e muitos outros.

Há algumas partes escuras na suavida, que não estão suficientementebem documentadas, das quais nãosabemos muito. Sabemos sim, que foiinstrutor da Escola Nagano e queesteve em Burma em 1941, realizandooperações secretas. Só 14 homensvoltaram dessas operações e InoueMotokatsu foi um deles e quemobteve o Kaide Menkyo O Kaiden.Menkyo é um termo japonês que querdizer “licença de total transmissão”. Éuma licença usada pela escola Koryue que quer dizer que o aluno aprendeuo suficiente e aprovou todos osaspectos do seu treino de Koryu. No

Q

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sistema de licenças Menkyo, o Kaiden Menkyo é o nível mais altoque existe. Subir de grau não se determina pelos anos de estudomas sim pelo grau de mestria na disciplina. No entanto, atransição do Menkyo para Kaiden requeria geralmente de pelomenos trinta anos de experiência específica. Um portador doKaiden Menkyo é com frequência, ainda que nem sempre, osucessor de facto do Soke do Koryu; Manzo Iwate recebeu oKaiden Menkyo de Fujita. Não existe muita mais informaçãoacerca destes dois homens.

Fujita, ainda sendo uma lenda das Artes Marciais, foi umindivíduo mais que “escuro” e muitas das coisas que acercadele se têm escrito, são controversas. O propósito deste textonão é debater ou discutir a sua linhagem ou carreira, mas simestudar as suas obras literárias, “O SEGREDO DAS ARTESMARCIAIS”, “O MANUAL DE ATEMI”, “O ESTILO PARAMATAR E REVIVER” e destacarmos a sua relevância para aArte e a Ciência do Kyusho.

Muito se tem escrito na actualidade acerca destainformação e em alguns casos não tem sido apresentadacorrectamente. Muitos têm escolhido erroneamente usar ostermos e teorias da Medicina Tradicional Chinesa, mas isto éum paradigma falso. No entanto, como esta circunstânciaainda persiste, este artigo será uma curta exposição de umantigo manual desta arte, tal e como era praticada décadasatrás e por este homem.

À semelhança do antigo “Bubishi” e dos “ApontamentosSecretos” do reputado Hokan Soken, o Kyusho se traduz emmuitos termos médicos ocidentais, que descrevem asestruturas consideradas como objectivos e as consequênciasde atacá-las. Seguidamente, aqui se mostra uma páginatraduzida:

“Este livro mostra os lugares correctos das partesmais eficazes dos órgãos vitais em diagramasanatómicos, o que se baseia no resultado do estudoa longo prazo da anatomia do corpo humano, paraos segredos dos métodos de matar e reviverherdados de cada estilo tradicional. Este livrotambém mostra a maneira mais eficaz de baternesses pontos e as razões da animaçãosuspensa e da perda da consciência, de umponto de vista médico.

Por tanto, quando se estudam os lugares dospontos dos órgãos vitais e a maneira mais eficaz deneles bater, se obterá a maneira de deixar KO osinimigos com um só golpe ou de os reviver à vontade.

Fujita Seiko, Chefe do “Instituto Japonês dePesquisa das Artes Marciais”

E vejamos esta tradução do extracto de um textode Fujita:

“Estas não são simples conjecturas mas simobservações reais no campo de batalha e na experiênciareal da luta à vida ou morte. Isto não é o paradigma daaplicação da Medicina Tradicional Chinesa ou a explicaçãoda teoria como é narrada por muitos 'instrutores deKyusho'; isto é anatomia real, sentimentos reais eobservação realista. Isto não é um comentário acerca daMedicina Tradicional Chinesa para curar em Acupunctura,Shiatsu, Tui Na, etc., antes sim é para dizer que NÃO éKyusho! Inclusivamente o termo Kuysho (AB) se descreveem Kanji muitas vezes ao longo do livro.”

“Eram homens de batalha, onde vida e morte dependiamde seus conhecimentos e habilidades. Necessitavammétodos reais e provados de incapacitação e para matarcom rapidez seus oponentes, para não ter de lutar comeles outra vez. Ninguém sabe o que fizeram em Burma (ese realmente se conhece bem a história japonesa, tudo épossível, inclusivamente os ensaios com prisioneiros deguerra). Da implicação em tais factos em tempos deguerra, pouco se tem falado”.

Temos de compreender que habitualmente havia umconhecimento mais profundo do corpo e as suasfunções, do que aquele que foi transmitido quando asArtes Marciais se tornaram um Desporto ou umnegócio…

Estamos lutando para voltarà simplicidade e à informa-ção experimental, queforam os fundamen-tos das antigas ArtesMarciais.

Estes importanteslivros e apontamen-tos de destacadosantigos Mestres,são uma provados conhecimen-tos do passadoe é chegado omomento deaceitarmos estarealidade e trabal-harmos paraencontrar a maneirade dar-lhes cabimen-to nos estilos que pra-ticamos.

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