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Revista da Educação Superior do Senac-RS V.10 - N.2 - Dezembro 2017 - ISSN 1984-2880

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Revista da Educao Superior do Senac-RS

V.10 - N.2 - Dezembro 2017 - ISSN 1984-2880

E x p e d i e n t e

Revista da Educao Superior do Senac-RS

V.10 N. 2 Dezembro de 2017 ISSN 2177-4986 verso eletrnica

Senac Servio Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Sul

Presidente do Sistema Fecomrcio e Presidente do Conselho Regional do Senac:Luiz Carlos Bohn

Diretor Regional:Jos Paulo da Rosa

Gerente do Ncleo de Educao Profissional:Roberto Sarquis Berte

Diretores das Faculdades Senac-RS:- Elivelto Nagel da Rosa Finkler- Mariangela Iturriet da Silva

Conselho Editorial:- Anna Beatriz Waehneldt Senac - Departamento Nacional - Avelino Francisco Zorzo PUCRS- Claisy Maria Marinho-Arajo UNB- Daniel Gomes Mesquita UFU- Dieter Rugard Siedenberg UNIJU- Edegar Tomazzoni UCS- Fbio Gandour IBM- Fernando Vargas Cinterfor (Colmbia)- Francisco Aparecido Cordo CNE, Conselho Nacional

de Educao- Jacques Alkalai Wainberg PUCRS- Jorge Antonio Menna Duarte UniCEUB- Jose Clovis de Azevedo Centro Universitrio Metodis-

ta, do IPA- Leda Lsia Franciosi Portal PUCRS- Margarida Maria Krohling Kunsch USP - Marilia Costa Morosini - PUCRS- Milton Lafourcade Asmus FURG- Patrcia Alejandra Behar UFRGS - Regina Leito Ungaretti Fundao Escola Tcnica Li-

berato Salzano Vieira da Cunha- Susana Gastal - UCS

Comisso Editorial:- Roberto Sarquis Berte - Presidente- Miriam Mariani Henz- Ariel Fernando Berti- Cludia Mallmann- Cludia Maria Beretta- Cludia Zank- Clcio Falco Araujo - Paulo Roberto Gomes Luzzardi- Pietro Dolci

Editora Cientfica:- Maria Araujo Reginatto

Reviso em ingls:- Julio Carlos Morandi

Reviso e normalizao:- Ivelize Cardoso Gonalves- Giuliano Karpinski Moreira

Projeto Grfico e Diagramao:- Paula Jardim- Jaire Passos

Periodicidade:Semestral (julho e dezembro)

Avaliadores do ano: Adilene Gonalves Quaresma Centro Universitrio

UNA MG Aline de Campos Senac-RS Arcangelo dos Santos Safanelli Universidade Federal

de Santa Catarina UFSC Brbara Regina L. Costa Universidade Positivo Breno Terra Instituto Federal Fluminense RJ Carine Winck Lopes Senac-RS Carmem Angela Straliotto Secretaria de Educao Rio

Grande do Sul Clara Prates Machado Senac-RS Cludia Ceclia Serafini Mallmann Senac-RS Cludia Griboski Universidade de Braslia UNB Claudio Lima Ferreira Universidade Estadual de

Campinas SP Cristina Alba W. Torrezzan Universidade Federal do

Rio Grande do Sul UFRGS Daiane Padula Paz Senac-RS Dbora Ferreira Coelho Senac-RS Debora Valletta Universidade Federal do Rio Grande

do Sul UFRGS Denise Macedo Ziliotto Centro Universitrio La Salle

UNILASALLE Canoas Diogo Reatto Universidade Estadual Paulista Jlio de Mes-

quita Filho Faculdade de Odontologia de Araatuba SP Eduardo Coletto Piant Senac-RS Fernanda Cristina Foss De Zorzi Senac-RS Flavio Perazzo B. Mota Universidade Federal da

Paraba UFPB Francisco Ximenes Crislida Consultoria Empresarial Giovana Fernanda Justino Bruschi Federao das

Indstrias do Estado do Rio Grande do Sul FIERGS Giovani Forgiarini Aiub Instituto Federal de Educa-

o, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Sul IFRS Campus Feliz

Guilherme Bertoni Machado Senac-RS Gulherme Mendes Tomaz dos Santos Centro Uni-

versitrio La Salle Canoas Henrique Luiz Caproni Neto Universidade Federal de

Juiz de Fora UFJF Honor Almeida Neto Universidade Luterana do

Brasil ULBRA Canoas Irapu Pacheco Martins Universidade Federal do Rio

Grande FURG RS Ivelize Cardoso Gonalves Senac-RS Jacqueline Zapp Senac-RS Jader Eduardo Corso Senac-RS Jordan Nassif Leonel Senac-MG Josemery Alves Universidade Federal do Rio Grande

do Norte RN Luis Gustavo Patrucco Senac-RS Manfredo Carlos Wachs Instituto Superior de Educa-

o Ivoti ISEI Mrcia H. Vieira PUCRS Margareth Fadanelli Simionato IPA-RS Maria Christina Menezes do Prado Senac-RS Maria Maira Picawy Faculdade Cenecista Nossa Se-

nhora dos Anjos FACENSA Mariana Recena Aydos Senac-RS Marlis Morosini Polidori IPA-RS Mnica Bragaglia Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira INEP/MEC Renata Fernandes Guzzo University of Houston Sys-

tem UHSA Estados Unidos Sandra Andrea A. Maria Universidade Federal do Rio

Grande do Sul UFRGS Silvana Corbellini Universidade Federal do Rio Grande

do Sul UFRGS Tas Fim Alberti Universidade Federal de Santa Maria

UFSM - RS Tatiana Vargas Maia Centro Universitrio La Salle Canoas Vanessa Chimirra Universidade Anhembi Morumbi SP

Para submisso de artigos, os autores devem cadastrar-se na plataforma SEER, no link: http://seer.senacrs.com.br/index.php/RC/user/register

Competncia Revista da Educao Superior do Senac-RS. Fone: 51.3284.2308 E-mail: [email protected]

Os contedos dos artigos so de responsabilidade exclu-siva dos autores.Indexada em ICAP (Indexao Compartilhada de Artigos de Peridicos) e Latindex (Sistema Regional de Informacin en Lnea para Revistas Cientficas de Amrica Latina, el Caribe, Espaa y Portugal).

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

Competncia: Revista da Educao Superior do Senac-RS [recurso eletrnico] / Servio Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Sul. - Vol. 1, n. 1 (dez. 2008) - Porto Alegre: SENAC-RS, 2008-.

v.: il. ; 28 cm.

Semestral (jul. e dez.)Nota: A edio de julho de 2009 v.2, n.1 ISSN online 2177-4986

1.Tecnologia da Informao 2. Gesto 3. Negcio 4. Moda 5. Turismo 6. Meio Ambiente 7. Ensino Superior 8. Educao I. Servio Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Sul II. Ttulo

CDU 001

E d i t o r i a l

Revista da Educao Superior do Senac-RS

Em 2017, a Competncia adotou o DOI Digital Objetct Identifier em seus artigos. Essa identificao uma grande conquista para a revista, possvel pela parceria entre a ABEC Associao Brasileira de Editores Cientficos e Crossref, agncia certificadora. A formao do DOI ocorre a partir de uma sequncia articulada que apresenta um prefixo para identificar o responsvel pela publicao e um sufixo para o volume da revista e nmero do artigo. Com essa identificao possvel a pre-servao digital dos textos publicados. Alm de aumentar a visibilidade dos documentos, o DOI certifica os registros de publicaes no currculo Lattes dos autores.

Neste nmero da Competncia, destacamos algumas contribuies que tratam sobre o uso de tecnologias na educao, como o texto que aborda a importncia desses recursos para a internacionalizao do ensino superior. Ainda neste contexto, o uso das Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs) por estudantes universitrios e uma experincia de interveno pedaggica educacional que articula a educao cientfica e tecnolgica com a educao ambiental compem essa seo temtica. O protagonismo do estudante como responsvel pela construo ativa de seus objetivos e a importncia da formao empreendedora tambm so temas que contemplam a edio. A experincia de uma rede institucional para construo de um mapa cultural de uma capital brasileira e um modelo de auxlio para escolha de municpios para instalao de polos de educao a distncia so resultados de estudos apresentados. Encontramos, tambm, uma reflexo sobre a relao do gnero fluido com a moda. Seguindo nesta rea, uma anlise sobre o estado da arte da reciclagem das embalagens PET e sua aplicabilidade e relao com o design sustentvel.

Finalizo, convidando a todos para conferir o novo projeto grfico da Competncia, que a partir desta edio ser disponibilizada somente em formato eletrnico. O projeto contempla altera-es na diagramao, na fonte, alm de acrscimos de informaes sobre o artigo. Tais mudanas esto adaptadas s tendncias desse tipo de publicao e visam proporcionar uma leitura mais agradvel e uma busca mais facilitada aos pesquisadores. Fechamos o ano de 2017 com a reali-zao de atualizaes importantes para a Competncia. Em 2018, comemoraremos os 10 anos da publicao e esperamos que seja igualmente construtivo. Desejamos a todos uma boa leitura!

Me. Maria Araujo ReginattoEditora da Revista Competncia

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R e s u m o

No sculo XXI, a globalizao passa a exercer uma forte influncia na Educao Superior, e o atual cenrio mundial globalizado e interconectado demanda egressos qualificados para atuar nesse contexto. Passam a ser exigncias do mundo do trabalho competncias globais, interculturais e o uso de tecnologias da informao e comunicao (TICs). Portanto, tanto as TICs como a internacionalizao devem estar presentes e atuantes no processo de ensino e aprendizagem da educao superior. Estudos sobre internacionalizao do ensino superior indicam que para que uma universidade seja considerada internacionalizada esta deve prover uma experincia educacional internacional para todos os seus alunos. A mobilidade acadmica ainda est restrita a um percentual limitado da populao global de estudantes, seja pela dificuldade de ausncia de suas origens, seja por indisponibilidade de recursos financeiros. Assim sendo, as TICs podem ser utilizadas para apoiar alunos no desenvolvimento de perspectivas internacionais, interagindo com pessoas de outras culturas e engajando-se ativamente em um aprendizado intercultural. Este artigo objetiva discutir como as TICs podem apoiar os avanos de internacionalizao do ensino superior, bem como provocar reflexes acerca do assunto e dos desafios interpostos s instituies de ensino superior que se propem a cumprir o seu papel de formar cidados globais.

A b s t r a c t

In the 21st century, globalization strongly influences Higher Education and the current globalized and interconnected world scenario demands qualified graduates to work in this context. Global skills, intercultural competencies and the use of information and communication technologies (ICTs) become demands of the working market. Therefore, both ICTs and internationalization must be present and active in higher education teaching and learning process. Studies on internationalization of higher education indicate that for a university to be considered internationalized, it must provide an international educational experience for all its students. Academic mobility is still limited to a small percentage of the global student population, either because of the difficulty of absence of their origins or due to unavailability of financial resources. Thus, ICTs can be used to support students in developing international perspectives, interacting with people from other cultures, and actively engaging in intercultural learning. This article aims to discuss how ICTs can support higher education internationalization progress, as well as to incite reflections on the subject and the challenges presented to higher education institutions that aim to fulfill their role of educating global citizens.

Informaoes do artigoRecebido em: 22/07/2017Aprovado em: 04/10/2017

Palavras-chaveEnsino Superior.TICs. Internacionalizao.Internacionalizao do Ensino Superior.

Keywords:Higher Education.ICTs.Internationalization.Higher Education Internationalization.

Autoras* Doutoranda pelo programa de Ps-graduao em Educao pela PUC- RS. Mestre em Gesto e Neg-cios, com nfase em internacionaliza-o da educao, pela Unisinos - RS. Diretora acadmico-administrativa de Internacionalizao no Senac-RS. email: [email protected].

** Ps-Doutora na Utexas/Austin. Pesqui-sadora 1 A. CNPq. Coord. a CEES/PUCRS. - Centro de Estudos em EDUCAO Superior.

Como citar este artigo:SILVA, C. C.C.; MOROSINI, M.C. As tec-nologias da informao e comunicao como apoio evoluo da internaciona-lizao do ensino superior. Competncia, Porto Alegre,v. 10, n. 2, dez. 2017.

As tecnologias da informao e comunicao como apoio evoluo da internacionalizao do ensino superior

Information and communication techhologies as support for development of higher education internationalization

Carla Camargo Cassol da Silva* e Marlia Costa Morosini**

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1 ContextualizaoNos ltimos anos, instituies de ensino superior (IES) tm se tornado cada vez mais internacionais em suas atividades, como resultado da globalizao da economia, da informao e da sociedade. A globaliza-o passa a impelir o surgimento de novos formatos de IES, influencian-do a docncia e discncia, a reelaborao de currculos e as exigncias sociais, que levam em conta no apenas mecanismos internacionais, mas tambm as necessidades de cada pas. A internacionalizao das universidades, portanto, passa a ser um dos componentes emergentes. Nas palavras de Morosini (2012, p.202), a qualidade em contextos glo-balizados marcada, na maioria dos casos, pela internacionalizao, via intercmbio estudantil e docente, e/ou currculos internacionalizados e num estgio mais aprimorado via redes colaborativas.

Para WIT (2011), o futuro da educao superior ser de parcerias internacionais estratgicas em pesquisa, ensino e transferncia de conhecimento entre universidades, para que possam gerenciar os desafios que a globalizao demandar. Na verdade, possvel afirmar que a globalizao j os demanda. Hudzik (2011, p.10) afirma que [...] para tornar-se uma instituio de educao superior de distino no sculo XXI requerida sistemtica ateno institucional para a internacionalizao e para engajamento institucional no exterior. O cumprimento do papel social das IES se d a partir da entrega de profissionais qualificados para o exerccio de sua profis-so, de forma a contribuir para o desenvolvimento econmico-so-cial local e global. Desse modo, torna-se uma exigncia do prprio mundo do trabalho o conhecimento e a preparao para relaes com estrangeiros e culturas diversas por parte dos estudantes.

H expectativas das Universidades tornarem-se atores cha-ves na economia do conhecimento global, e a internacionaliza-o identificada como resposta chave para a globalizao (WIT e HUNTER, 2014, p.5). A importncia da internacionalizao em IES, portanto, torna-se incontroversa.

Muitos autores trazem conceitos e definies para interna-cionalizao do ensino superior, mas o mais amplamente aceito o de Knight (2008, p.21): o processo de integrar uma dimenso internacional, intercultural ou global na proposta, funes ou en-trega da educao superior. O termo processo utilizado para enfatizar a relao contnua e prolongada da atividade, inferindo a necessidade de se ter um mtodo e/ou procedimento. Assim, possvel distingui-la de aes isoladas e institucionalmente no integradas, consideradas como sinnimo de internacionalizao (MIURA, 2009, p.2). O verbo integrar atribui um sentido de que necessrio um engajamento de todas as partes interessadas, sejam internas ou externas, a partir das parcerias firmadas.

Hudzik (2011, p.6) traz o conceito de Internacionalizao Abrangente (Comprehensive Internationalization) como um com-promisso, confirmado atravs da ao, de infundir perspectivas

internacionais e comparativas atravs das misses de ensino, pesquisa e servios do ensino superior. Segundo o autor, a inter-nacionalizao abrangente moldar o ethos e os valores da IES, estando no DNA do ensino superior. Para tanto, fundamental que essa perspectiva seja adotada por lideranas institucionais, governana, equipes docente e discente e por todas as unidades de suporte e servios acadmicos. um imperativo institucional, no apenas uma possibilidade desejada (HUDZIK, 2011, p.6).

Ao corroborar com Hudzik (2011), Robson (2011, p.619) conside-ra o conceito de internacionalizao transformadora, exigindo uma abordagem holstica, em que as universidades se tornam comuni-dades de esprito internacional, e no simplesmente instituies com aumento do nmero de estudantes internacionais e atividades internacionais. Para o autor, a estratgia de internacionalizao responsvel far-se- pela incorporao de abordagens inovadoras para o desenvolvimento curricular, de apoio ao estudante e de me-canismos e iniciativas de desenvolvimento acadmico (p.614).

Ainda na perspectiva de cumprimento do papel social das IES, a partir da entrega de profissionais qualificados para o exerccio de sua profisso, tambm o contexto dinmico do ensino superior demanda uma integrao inovadora de alfabetizao digital (ANNABI; MULLER, 2016, p.17). No possvel afirmar que um egresso est qualificado sem desenvolver competncias para o uso de TICs. uma realidade atual no mercado de trabalho, na maioria das profisses. Assim sendo, segundo Annabi e Muller (2016), uma vez que as habilidades digi-tais dos aprendizes j estiverem avanadas, o currculo dever sofrer modificaes para integrar a tecnologia, a fim de permitir que os alu-nos se engajem em formas mltiplas de aprendizado. Portanto, tanto as TICs como a internacionalizao devem estar presentes e atuantes no processo de ensino e aprendizagem da educao superior.

Muitos autores argumentam que tecnologias da informao e comunicao so cruciais para a globalizao do ensino superior e em processos de internacionalizao. Isso porque implicam oportu-nidades para a integrao alm do tempo e espao, possibilitando que entidades distribudas trabalhem como unidades em tempo real (THUNE; WELLE-STRAND, 2005).

Observa-se que a ampla definio de internacionalizao e as atividades envolvidas nesse processo continuam alterando--se e expandindo-se, enquanto o desenvolvimento tecnolgico oferece formas novas criativas de engajamento entre fronteiras (ACE, 2013, p.1).

2 A Internacionalizao AcessvelDepois de decorrido algum tempo de atividades internacionais, muito possivelmente em funo do fenmeno globalizao e da abertura do Brasil para o mercado mundial, datado na dcada

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de 80, a mobilidade de estudantes aumentou de forma signifi-cativa, impelindo as IES a encontrarem formas de articular suas atividades de forma mais sistemtica e tambm de beneficiar a si, comunidade acadmica e sociedade atravs da internacio-nalizao. No entanto, dados os conceitos de internacionalizao j discutidos, pode-se perceber que a mobilidade acadmica uma e apenas uma parte do processo de internacionalizao.

Mesmo em pases onde a internacionalizao j um processo desenvolvido e amplamente praticado, o foco na mobilidade acad-mica percebido. Maringe (2009) realizou um estudo exploratrio, em seis universidades localizadas no Reino Unido, cujos principais objetivos eram: 1) identificar como a internacionalizao concei-tuada nas instituies estudadas; 2) identificar evidncias da inte-grao estrutural do processo de internacionalizao nos servios das universidades; e 3) compreender os desafios que as instituies enfrentam na busca pela integrao do conceito de internacionali-zao como um amplo elemento estratgico daquelas instituies. O estudo indica que h uma falha na execuo do processo de internacionalizao do ensino superior, uma vez que, embora a internacionalizao seja identificada como objetivo estratgico pelas universidades estudadas, h uma variedade de barreiras que trabalham contra a integrao do conceito de internacionalizao cultura institucional. Segundo o autor, uma das principais barreiras a nfase exacerbada em iniciativas de mobilidade humana em detrimento de esforos de integrao cultural.

No h dvidas de que a mobilidade acadmica fomenta a com-petncia internacional. No entanto, estudos e dados mostram que essa mobilidade est restrita a um percentual bastante limitado da populao global de estudantes (ACE, 2013, p.2), seja pela dificulda-de de alguns estudantes de se ausentarem de suas origens, seja por disponibilidade de recursos financeiros, uma vez que, para pases do hemisfrio sul, distncia e desvalorizao cambial so fatores que oneram consideravelmente.

Ramanau (2016) argumenta que uma universidade internacio-nalizada deveria prover uma experincia educacional internacional para todos os seus alunos, em um ambiente inclusivo e acolhe-dor. E que, portanto, as tecnologias de informao e comunicao (TICs) poderiam ser utilizadas de forma efetiva para assistir a alunos no desenvolvimento de perspectivas internacionais, interagindo com pessoas de outras culturas e engajando-se ativamente em um aprendizado intercultural.

Em estudo de 2010, realizado pela Associao Interna-cional de Universidades (IAU International Association of Universities), recursos financeiros insuficientes foi citado como o obstculo interno mais significativo para a internacio-nalizao (ACE, 2013, p.1). No entanto, o uso de comunicao

virtual para conectar estudantes e professores alm das fron-teiras tem provado ser uma opo acessvel, flexvel e econo-micamente vivel para um crescente nmero de instituies nos Estados Unidos e no mundo todo. Como muitos programas de mobilidade, aulas virtualmente conectadas podem prover um aprendizado global significativo e experincia intercultural (ACE 2016, p.1). Ou seja, o uso de TICs pode ser uma opo vlida para minimizar barreiras que dificultam a evoluo do processo de internacionalizao do ensino superior.

Assim, distncia e tempo no precisam mais ser barreiras para a exposio e conscincia internacional para qualquer aluno com acesso a um modem e um computador. Desse modo, todos os es-tudantes agora podem ser considerados internacionais em termos de mobilidade virtual (LEASK, 2004, p.337).

Alguns autores preconizam que as tecnologias da informao e comunicao so vistas como um dos fatores mais importantes para a expanso continuada da internacionalizao e podem at mesmo tornar-se substitutas da mobilidade internacional (PHILSON, 1998; FAVA-DE-MORAES; SIMON, 2000, LEASK, 2004).

A atual sociedade global interligada, baseada em novas tecnologias digitais, afetou o processo de educao e adicionou dinmicas trans-ferncia de informaes e gerao de conhecimento. No estamos mais restritos a tempo e lugar. Ademais, a tecnologia da informao reduz diretamente os custos e aumenta as possibilidades de cooperao de interao acadmicas. Aprendizagem virtual possibilita que instituies de ensino superior se aproximem de estudantes, professores e pesqui-sadores em pases estrangeiros, sem mov-los fisicamente (MAGZAN; ALEKSIC-MASLAC, 2009, p.4).

TICs e internacionalizao, portanto, esto inquestiona-velmente conectadas.

3 Possibilidades Prticas de internacionalizao no ensino superior incluem reforma curricular, aumento de programas de mobilidade, ampliao de cam-pi, ingls como lngua de instruo, em pases onde no a lngua oficial, e tecnologia da informao (ZUPANC; ZUPANC, 2009; YANYAN, 2010). Ou seja, a tecnologia da informao uma parte do todo, que certamente pode apoiar o processo, mas por si s no garante uma perspectiva internacional no ensino.

De acordo com Leask (2004, p.340), o uso de tecnologias da informao e comunicao em programas educacionais no assistiro [sic] necessariamente internacionalizao, mas cer-tamente oferece diversas oportunidades para todos os alunos e colaboradores da IES.

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Segundo a autora, algumas dessas oportunidades incluem o envolvimento da comunidade acadmica em:

Uso da tecnologia, para estabelecer contatos internacionais e redes de relacionamento em suas reas;

Visitas virtuais de palestrantes convidados com perfil inter-nacional que virtualmente abordam tpicos especficos em determinados momentos do programa;

Projetos individuais ou em grupo com foco em assuntos e estudos de caso internacionais;

Tarefas que requerem o desenvolvimento de habilidades em dinmicas de grupo e o estabelecimento de relaes de trabalho com pessoas de diferentes contextos culturais, por exemplo, tarefas que requerem a anlise de reportagens de jornais internacionais de perspectivas culturais diferentes, en-trevistas virtuais com alunos de outras culturas e profissionais que j atuaram no mercado internacional;

Localizar, discutir, analisar e avaliar informaes de variadas fontes internacionais on-line e off-line;

Oportunidades virtuais para analisar assuntos, metodologias e solues possveis associadas com atuais reas de debate dentro da disciplina, por meio de perspectivas culturais di-versas;

Acesso a fontes internacionais virtuais como revistas, con-ferncias e associaes profissionais;

Simulaes virtuais nas quais os estudantes tm a oportu-nidade de aprender atravs de participao ativa em um ambiente virtual controlado.

Discusses, sncronas ou assncronas, em grupo, que co-nectam alunos de culturas diferentes fazendo com que completem atividades, solucionem problemas, obtenham perspectivas internacionais sobre determinados assuntos

Estabelecimento de redes de relacionamento internacional; Frum virtual, em que os alunos podem discutir diferenas cultu-

rais e regionais em valores e concepes que afetam a disciplina ao mesmo tempo em que podem afetar a ao dos indivduos;

Variados projetos de grupo para avaliao que exijam dos alunos atividades virtuais ou via correio eletrnico com pes-soas de outros grupos culturais com o objetivo de comparar e contrastar perspectivas em questes profissionais;

Atividades virtuais em grupo que examinem de que maneira interpretaes culturais especficas de aplicabilidade social, cientfica ou tecnolgica podem incluir ou excluir ou ainda favo-recer ou desfavorecer as pessoas de grupos culturais diferentes.

Ou seja, ao aproveitar as oportunidades que as TICs propor-cionam, incorporando possibilidades para o desenvolvimento de um trabalho colaborativo virtual, no apenas as necessidades dos alunos de desenvolver suas competncias e habilidades de gerenciamento do seu aprendizado sero supridas, como tambm podero ser criadas oportunidades para incorporar atividades que fomentem a conscincia e sensibilidade para com diferen-

as interculturais (RAMANAU, 2016). As TICs podem, portanto, ser usadas como parte de atividades internacionais existentes, como complementariedade e como instrumento que promova a integrao de perspectivas internacionais no campus (THUNE; WELLE-STRAND, 2005).

So diversas possibilidades que surgem a partir do uso de TICs como apoio ao processo de internacionalizao. A Zagreb School of Economics and Management (ZSEM), uma faculdade privada que atua na rea de negcios na Crocia, graas s videoconfern-cias, oportuniza aos seus alunos assistir palestras de educadores e melhores especialistas de negcios do mundo todo. A primeira videoconferncia, realizada em 2004, exibiu um discurso de boas--vindas do presidente do conselho da faculdade, Joseph Bombelles, professor emrito na Universidade John Carroll University, em Cle-veland (Ohio, Estados Unidos). A partir de ento, deu-se continui-dade s videoconferncias como parte dos cursos de Marketing e Gesto, em que professores internacionais convidados passaram a apresentar, aos alunos da SZEM, experincias e prticas de mer-cado vividas e praticadas em outras partes do mundo (MAGZAN; ALEKSIC-MASLAC, 2009). Atualmente a ZSEM tem como premissa que as TICs geralmente servem como uma ferramenta eficaz para apoiar e coordenar as atividades internacionais da faculdade. Alm de ser uma forma rpida, econmica, com transcendncia de tempo e distncia e oportunidade de aprendizagem intercultural, para a ZSEM, a implementao eficiente de TICs possibilita a extenso de relaes internacionais, apoia na adoo de padres de qualidade internacional e estreita relacionamentos com instituies estran-geiras (MAGZAN; ALEKSIC-MASLAC, 2009, p.8).

Outro exemplo do uso de TICs para o apoio da internacionaliza-o o projeto denominado International Leadership in Educational Technology (ILET). Em 2001, o projeto foi selecionado por agncias de fomento na Europa e nos Estados Unidos para criar um modelo de ambiente virtual intercultural para programas de doutorado des-tinados a preparar futuros lderes de tecnologias educacionais. O ILET objetiva criar uma comunidade de aprendizado transatlntica para estudantes de graduao em seis universidades diferentes trs eu-ropeias e trs norte-americanas. As seis universidades so Iowa State University, University of Florida, University of Virginia, Institution of Education in the University of London, Aalborg University in Dina-marca e University of Barcelona na Espanha. O projeto concentra a colaborao democrtica de professores e alunos de todas as univer-sidades participantes. Essa abordagem inovadora fornece um modelo personalizado para estudos no exterior com estgios e experincias interculturais mediadas pela tecnologia. Colaborao a chave para o sucesso do modelo, uma vez que seis diferentes universidades esto envolvidas. No projeto, estudantes de doutorado so motivados e recebem apoio para negociar com uma ou mais universidades para aprimorar seus programas de estudos. Eles usam websites, correio eletrnico e outras tecnologias para negociar estgios e experincias

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de estudos com as universidades parceiras. Nesse processo, docentes e alunos tornam-se sensveis ampla variedade de ambientes acad-micos e culturais. O projeto ILET tambm possui tecnologias hbridas no programa de doutorado e criou um ambiente virtual e intercultural de aprendizagem em que as seis universidades participam, atravs de grupos anuais de leitura virtual, de cursos de vero com carga-horria reduzida para experincias acadmicas interculturais e programas de estgios no exterior (DAVIS; CHO, 2005).

Isso posto, possvel afirmar que, de fato, a internacionalizao abrangente, na qual as universidades tentam prover desenvolvimento pessoal e profissional para todas as pessoas enquanto cidados globais, pode alcanar seus objetivos com o apoio da educao a distncia e de TICs (VAJARGAH; KHOSHNOODIFAR, 2013, p.148). Portanto, as TICs podem promover o aprendizado colaborativo internacional virtual, agrupando as quatro dimenses essenciais da mobilidade virtual real: 1) o exerccio colaborativo de professores e alunos; 2) o uso de interao e tecnologia virtual; 3) existncia de potenciais dimenses internacio-nais; e 4) integrao com o processo de aprendizado (WIT, 2013).

4 DesafiosComo j abordado, sabe-se que atualmente a tecnologia est de-sempenhando uma funo fundamental na preparao de futuros educadores e no ensino superior, com avanos significativos para a globalizao. Tambm pode-se afirmar que o aprendizado via web tornar-se- cada vez mais proeminente no ensino superior com o uso de tecnologias educacionais. Consequentemente, as equipes docentes precisam estar preparadas para trabalhar em um ambiente internacional (VAJARGAH; KHOSHNOODIFAR, 2013, p.148). E virtual.

Integrar tecnologias no currculo a fim de aprimorar o apren-dizado global e experincia intercultural dos alunos pode ser de-safiador. Requer tempo adicional e criatividade do corpo docente, alm de depender de conectividade e equipamentos adequados para uso da internet, dentre outras questes. Embora TICs ofere-am oportunidades ricas e nicas para a internacionalizao, as equipes frequentemente no conhecem todo o potencial de uso ou no se sentem confortveis em us-las como instrumento de ensino e aprendizagem e alguns so reticentes em investig-las e experiment-las (LEASK, 2004, p.345).

De acordo com Ramanau (2016), equipes que esto ensinan-do em programas internacionais devem ter, alm das habilidades e conhecimentos bsicos necessrios para ser um professor de sucesso em qualquer ambiente (tais como conhecimento da rea, gesto de sala de aula, habilidade de definir claramente os objetivos de aprendizagem, elaborao de um programa adequado), habilidades adicionais, como de ter uma ampla conscincia cultural, habilidade de fazer uso de informaes

e exemplos internacionais, e a habilidade de conduzir um grupo em que uma ampla variedade de estilos de aprendiza-gem e de comunicao se fazem presentes. Em um ambiente internacional virtual, ainda outra dimenso acrescentada: a habilidade de fazer tudo o que j foi mencionado utilizando todas as ferramentas virtuais disponveis.

Nesse sentido, importante destacar a importncia do docen-te no processo e sua preparao para atuar nesse novo contexto. Faz-se necessrio capacit-los e desenvolv-los para que possa atuar de forma a promover um ambiente de ensino e aprendiza-gem que possibilite aos alunos desenvolverem as competncias e habilidades exigidas no atual cenrio. Investimentos so necess-rios: recursos financeiros e humanos, bem como tempo para essa preparao. Entretanto, esse investimento no ser suficiente se no houver motivao docente. Sim, ele precisa acreditar e en-gajar-se na proposta. E isso depende de outros fatores, que no esto sob domnio das instituies, gestores e estudantes. Eis um desafio que precisa ser considerado.

Contudo, no apenas os docentes precisam estar engajados. Entregar uma competncia global para todos os alunos reque-rer programas de iniciativas criativas e intencionais que envol-vem diversos atores do campus e perpassa todos os aspectos da experincia do aluno (ACE, 2013, p.3). Ou seja, necessrio o engajamento de toda a comunidade acadmica, com apoio da sociedade. A diversidade e a amplitude de atores envolvidos demonstra a complexidade do processo.

Ao considerar tendncias nascentes em tecnologia e o con-tnuo impacto que a globalizao tem trazido para o ensino superior, parece claro que um processo de integrao de tec-nologia, que enfatiza a conexo e o aprendizado colaborativo e social, uma prtica de internacionalizao eficaz. Entretanto, tal apelo deve ser apoiado por uma avaliao integral das ne-cessidades da instituio e recursos disponveis. (BILLINGHAM; GRAGG; BENTLEY, 2013, p.25)

, portanto, necessrio que a IES tenha claro quais so os seus objetivos de internacionalizao, para que os esforos sejam direcionados nesse sentido, evitando aes isoladas e desarticuladas na instituio. Tambm importante destacar que nem todas as IES tm a mesma disponibilidade de recursos humanos, financeiros e tecnolgicos para a implementao de TICs e do processo de internacionalizao. Em muitos pases em desenvolvimento, h IES que sequer possuem conexo web. Essa uma realidade que precisa ser considerada e, portanto, avaliada, uma vez que a internacionalizao abrangente no se aplica na abrangncia em que a teoria prope.

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Sabe-se que, por mais de uma dcada, o ensino superior tem passado por um rpido processo de integrao tecnolgica. Tambm a internacionalizao se mostra como indispensvel para que o ensino superior cumpra a sua misso de preparar egressos para o mundo global interconectado em que vivemos. No entanto, dos estudos disponveis sobre ambos temas, poucos correlacionam a integrao de tecnologia e a internacionaliza-o especificamente. Assim sendo, so necessrios estudos que apontem para essa direo.

5 Consideraes FinaisA internacionalizao um tema muito relevante, mas ainda incipiente no Brasil. No entanto torna-se indispensvel pensar no assunto quando se trata de educao superior, uma vez que ser exigido que nossos egressos tenham desenvolvi-do competncias tcnicas, comportamentais, tecnolgicas e interculturais.

Muitos so os desafios interpostos s IES brasileiras que buscam desenvolver a internacionalizao como um processo contnuo, que abrange todos os nveis e servios da instituio. Barreiras como idioma, localizao geogrfica, extenso territorial, reconhecimento da comunidade acadmica acerca da importn-cia e da relevncia da internacionalizao para a qualificao da sociedade, entre outros, mostram que o caminho a ser percorrido laborioso.

Todavia, observa-se que as tecnologias de informao e co-municao possibilitam a distribuio e o acesso informao, em qualquer fuso, em qualquer lugar no mundo. Materiais de professores, relatrios de pesquisa, planos de aula, contedos diversos, podem ser distribudos para locais distantes. A informa-o est apenas um clique distante. Tambm o acesso internet possibilita interaes virtuais com o mundo de forma fcil e com custo baixo. O uso de TICs torna-se fundamental para a evoluo da internacionalizao do ensino superior em nosso pas.

Contudo, h desafios como engajamento, estrutura, inves-timentos, capacitao de recursos humanos que tambm pre-cisam ser considerados. O uso de TICs pode apoiar a evoluo do processo de internacionalizao. O uso de TICs pode apoiar a evoluo da educao em nosso pas, assim como a internacio-nalizao do ensino superior tambm poder fazer essa evoluo acontecer. Porm, nem juntas nem isoladas as TICs e a internacio-nalizao da educao superior resolvero por completo o pro-blema da educao no nosso pas. Esse s poder ser minimizado com a priorizao, antecedida pela conscientizao.

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R e s u m o

O objetivo do presente estudo foi analisar o uso das Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs) por estudantes universitrios de Administrao, matriculados em uma disciplina de negcios em ambientes virtuais, utilizando a metodologia ativa de Aprendizagem Baseada em Problemas, ou Problem Based Learning (PBL), bastante conhecida e referenciada na literatura cientfica. Participaram da pesquisa 51 estudantes de Administrao de uma universidade privada do interior do estado de So Paulo. Os dados para a anlise do uso das tecnologias foram obtidos por meio de entrevistas, considerando tanto os recursos de hardware como de software empregados no apoio realizao das atividades da disciplina. De modo geral, os resultados apontaram que os estudantes entrevistados buscaram escolher os recursos mais adequados para realizao das atividades acadmicas, dentro do conjunto de tecnologias que lhes eram acessveis e familiares, deixando, no entanto, de explorar novas tecnologias potencialmente relevantes no apoio ao processo de aprendizagem.

A b s t r a c t

The objective of this study was to analyze the use of Information and Communication Technol-ogies (ICTs) by university students of Business Management, enrolled in a course of business in virtual environments, using the Problem Based Learning (PBL) active methodology, well known and referenced in the scientific literature. A total of 51 Business students from a private university in the interior of the state of So Paulo participated in the study. The data for the analysis of the use of technologies were obtained through interviews, considering both the hardware and software resources used as support to carry out the activities in the course. In general, the results pointed out that the students interviewed chose the most adequate resources to carry out the academic activities, within the set of technologies that they had access to and were familiar with, but failed to explore new technologies potentially relevant in supporting the learning process.

Informaoes do artigoRecebido em: 23/07/2017Aprovado em: 01/10/2017

Palavras-chaveTecnologia da informao e Comunicao.Metodologia ativa.Aprendizado baseado em problemas. Gesto.

Keywords:Information and communication technology.Active methodology.Problem based learning.Management.

Autores* Doutor em Psicologia e Mestre em Cincia da Informao pela Pontifcia Universidade Catlica de Campinas. Professor do Centro de Economia e Administrao da Pontifcia Univer-sidade Catlica de Campinas. email: [email protected]

** Doutora e Mestre em Psicologia pela University of Georgia. Ps-dou-torado pela University of Georgia e pela University of Buffalo. Professora da Ps-Graduao Stricto Sensu em Psicologia da Pontifcia Universidade Catlica de Campinas.email: [email protected]

Como citar este artigo:ROZA, R.H.; WECHSLER, S.M. O uso das tecnologias da informao e co-municao por estudantes universi-trios de Administrao. Competncia, Porto Alegre, v. 10, n. 2, dez. 2017.

O uso das tecnologias da informao e comunicao por estudantes universitrios de AdministraoThe use of information and communication technologies by university students of business management

Rodrigo Hiplito Roza* e Solange Muglia Wechsler**

Revista da Educao Superior do Senac-RS

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V.10 N. 2 Dezembro de 2017 ISSN 2177-4986 verso eletrnica

1 ContextualizaoAs Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs) so consi-deradas um vasto conjunto de recursos tecnolgicos destinados ao tratamento, organizao e disseminao de informaes (TAKAHASHI, 2000). Esse conjunto de recursos tecnolgicos abran-ge computadores, tablets, smartphones, sistemas operacionais, aplicativos diversos, navegadores (browsers), redes computacio-nais, sistemas de telecomunicaes e a internet, dentre outros. Alm disso, importante salientar que as TICs fazem parte de uma realidade mais ampla, marcada por profundas transformaes no apenas no mbito tecnolgico, mas tambm social, econmico e cultural (CASTELLS, 2010), citada por alguns autores como socie-dade da informao (SILVA; CAF; CATAPAN, 2010; PINHO, 2011) ou sociedade da aprendizagem (POZO, 2004; COUTINHO; LISBA, 2011), dentre outras nomenclaturas.

Antes da difuso da expresso tecnologia da informao e comunicao, outros termos j haviam sido empregados com significados similares, como tecnologia da informao, sistema de informao e processamento de informao (BUCKLAND, 1991). Sistema de informao, no entanto, geralmente assume um sen-tido mais amplo, abrangendo pessoas e processos, ao passo que processamento de informao tem um sentido mais restrito, vol-tado ao modo como a informao processada por meio dos recursos tecnolgicos. No caso especfico do termo tecnologia da informao, embora ainda bastante utilizado, o acrscimo da palavra comunicao foi realizado com o propsito de ressaltar a importncia de ambas as tecnologias, da informao e da co-municao, na atual sociedade (STEVENSON COMMITTEE, 1997).

As aplicaes das TICs, embora bastante exploradas no mbito de negcios (LAUDON; LAUDON, 2011; CHAFFEY, 2014), estendem--se s mais diversas reas da sociedade, como sade, entretenimen-to, gesto pblica, desenvolvimento sustentvel e educao. Na educao, em particular, as tecnologias possuem o potencial de apoiar o processo de ensino e aprendizagem, viabilizando novas formas de acesso informao e ao conhecimento (ROZA, 2017). Em metodologias ativas, como a Aprendizagem Baseada em Proble-mas (Problem Based Learning PBL), por exemplo, as TICs tm sido destacadas como importantes ferramentas de apoio aprendiza-gem (BERTONCELLO; CORDEIRO; BORTOLOZZI; RODRIGUES, 2008; OSMAN; KAUR, 2014). No entanto, conforme apontado por Mansell e Tremblay (2013), importante destacar que, para promover o acesso ao conhecimento, preciso muito mais do que fornecer acesso aos recursos tecnolgicos ou informao digital. O acesso ao conhecimento envolve necessariamente a aprendizagem, sendo que sua aquisio ocorre parcialmente por meio de experincias.

Considerando a evoluo das TICs e as modalidades educa-cionais a elas associadas, Coll e Monereo (2010) destacaram trs etapas de desenvolvimento das tecnologias da comunicao,

marcadas pelas linguagens natural, artificial e virtual. Na primei-ra etapa, o sistema de comunicao a transmisso oral, o que implica a coincidncia dos interlocutores no espao e no tempo. Algumas modalidades de educao e mtodos de ensino e apren-dizagem dessa etapa so a imitao, a declamao, a transmisso e a reproduo de informao.

O surgimento da escrita marca a segunda etapa, como res-posta necessidade de registrar, transmitir e compartilhar infor-maes, o que, apesar de no exigir a presena dos envolvidos na comunicao no mesmo local e ao mesmo tempo, por si s tambm no garante a superao de grandes distncias geogr-ficas. importante destacar que a escrita, assim como a leitura, transformaram as capacidades cognitivas dos indivduos no que se refere ao tratamento da informao (LALUEZA; CRESPO; CAMPS, 2010). Nessa etapa, tm-se o ensino centrado em textos, o emprego de livros didticos e incio de um ensino a distncia, ainda que por correspondncia.

Na terceira etapa, encontram-se os sistemas de comunicao analgica, abrangendo a inveno do telgrafo, seguida do telefo-ne, do rdio e da televiso, que permitiram a superao dos limites espaciais, culminando com troca de informaes em nvel global. Porm, apenas em um segundo momento dessa terceira etapa que surgem os sistemas de comunicao digital, com a criao dos computadores, sua interconexo em redes e o advento da internet. A parir desse momento, os sistemas de comunicao digital, incluindo as j mencionadas redes de computadores e a prpria internet, passam a ser utilizados no ensino apoiado por computador e no e-learning (COLL; MONEREO, 2010).

Neste sentido, verifica-se no somente o crescimento do e-le-arning, caracterizado pelo uso das tecnologias na aprendizagem e no ensino distncia baseado em Web, mas tambm o advento de novas derivaes e prticas adjacente como o b-learning, que combina aprendizagem online e presencial, de forma mista (OKADA, BARROS, 2010), e o open-learning, que busca promover o acesso amplo a materiais e tecnologias e o uso de diferentes contedos e metodologias, para um pblico diversificado em locais, culturas e contextos distintos (OKADA, 2007). Nota-se, ainda, o surgimento do m-learning, em que a aprendizagem mediada por dispositivos mveis (KEARNEY; SCHUCK; BURDEN; AUBUSSON, 2012).

Dada as diversificadas possibilidades de uso dos recursos tecnolgicos na educao e na aprendizagem, este estudo op-tou por se concentrar nas tecnologias que so utilizadas por iniciativas dos prprios estudantes universitrios para realizao de suas atividades acadmicas. Para tanto, foram selecionados estudantes de uma disciplina de negcios em ambientes virtu-ais, utilizando a metodologia PBL. Trata-se de uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem, centrada no aluno (CACHINHO,

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2012), fundamentada no pressuposto de que a aprendizagem um processo de construo de significados e no simplesmente de recepo de informaes (ESCRIVO FILHO; RIBEIRO, 2008). Nela, o aluno desempenha um papel ativo e preponderante em sua prpria educao (TOLEDO JNIOR et al., 2008). A escolha de uma disciplina que adota tal metodologia ocorreu com o intuito de se investigar estudantes que estivessem em uma condio de protagonismo no que se refere aprendizagem, no apenas nas situaes e assuntos abordados na disciplina, mas tambm no uso das TICs.

2 Mtodo2.1 ParticipantesPara este estudo, foram selecionados 51 estudantes universitrios de Administrao, de uma universidade privada do interior do estado de So Paulo, matriculados em uma disciplina de neg-cios em ambientes virtuais, utilizando a metodologia ativa PBL. A disciplina em questo, denominada Administrao em Am-bientes Virtuais, foi oferecida no ltimo ano da graduao em Administrao. Todos os alunos eram usurios comuns das TICs, familiarizados com o uso dos recursos tecnolgicos.

2.2 MaterialFoi utilizado um roteiro semiestruturado para a realizao de en-trevistas com os participantes do estudo. O roteiro apresentava duas questes centrais, que deveriam ser consideradas no contex-to das atividades da disciplina de negcios em ambientes virtuais:

1. quais dispositivos so utilizados (desktop, notebook, tablet, smartphone, outros);

2. quais programas, servios e redes so utilizados.

A questo 2, em particular, considerou os subtpicos sistemas operacionais, navegadores, e-mail, aplicativos de um modo geral, servios da Web e rede, de comunicao de dados, para os quais os participantes poderiam indicar os nomes dos recursos utilizados. Por se tratar de um roteiro semiestruturado, as questes serviram como norteadoras das entrevistas, apresentando elementos es-senciais a serem abordados, sem restringir, no entanto, a explo-rao de outros aspectos correlatos e relevantes que pudessem surgir durante os dilogos com os participantes da pesquisa.

2.3 ProcedimentoPrimeiramente, os estudantes receberam uma explicao sobre as entrevistas, esclarecendo que as questes deveriam ser con-sideradas no contexto da disciplina de negcios em ambientes virtuais. O contexto da disciplina abrangia atividades de pesqui-sas, apresentaes, debates, bem como elaborao de relatrios apoiados na metodologia PBL.

Para uma maior elucidao do contexto citado, cabe ressal-tar que tipicamente os estudantes eram divididos em grupos,

compostos pelos seguintes papis: lder, redator, porta-voz e demais membros. Os grupos partiam de uma situao-proble-ma / estudo de caso e, aps uma anlise inicial, geravam um relatrio parcial, incluindo hipteses e tpicos a serem pesqui-sados. Em seguida, as pesquisas eram conduzidas pelos grupos sob orientao do professor. Ao final das pesquisas, os grupos apresentavam um relatrio final e realizavam apresentaes e debates com os outros grupos. Por fim, o professor realizava um fechamento das atividades, resgatando o que fora abordado pelos grupos, abrangendo os aspectos tericos pertinentes situao-problema / estudo de caso.

Assim, no presente estudo, as entrevistas foram realizadas em grupos com aproximadamente seis estudantes. Esse nmero respeitou a diviso dos grupos j adotada para realizao das atividades coletivas da disciplina. Apesar das entrevistas terem sido realizadas em grupos, as respostas dos participantes foram coletadas uma a uma. Os participantes foram mantidos em gru-pos devido ao fato de, supostamente, muitos dos aplicativos serem usados para comunicao ou realizao de trabalhos co-laborativos, de forma que uma das respostas poderia contribuir para as demais.

O tratamento das respostas relativas questo 1, sobre os dis-positivos utilizados, respeitou as categorias previamente estabe-lecidas, mas tambm considerou a possibilidade do participante apontar outros dispositivos. As respostas relativas questo 2 foram categorizadas dentro de cada subtpico: sistemas ope-racionais, navegadores, e-mail, aplicativos diversos / servios da Web e rede. Todos os dados coletados por meio das entrevistas foram tabulados e posteriormente analisados.

3 Resultados e discusso Para anlise das respostas da questo 1, foram considerados o uso de desktop, notebook, smartphone e tablet. Os participantes puderam apontar mais de um dispositivo, indicando a ordem em que so empregados, do mais utilizado para o menos utilizado (primeira opo, segunda opo e terceira opo). Os resultados dessa questo encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 Dispositivos utilizados pelos estudantesDispositivo 1 opo 2 opo 3 opo

n % n % n %

Desktop 25 49,0 8 15,7 5 9,8

Notebook 11 21,6 14 27,5 8 15,7

Smartphone 15 29,4 18 35,3 7 13,7

Tablet 0 0 0 0 3 5,9

Fonte: Os autores, 2017

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Segundo os dados mostrados na Tabela 1, o dispositivo mais utilizado como primeira opo pelos estudantes foi o desktop, citado por praticamente metade dos entrevistados (49,0%), seguido pelo smartphone (29,4%) e pelo notebook (21,6%). O fato de o desktop es-tar disponvel na universidade, tanto nos laboratrios de informtica como na biblioteca, locais em que algumas aulas so realizadas, pode ter contribudo para esse resultado. Outro fator que pode ter contri-budo parcialmente para um maior uso do desktop a necessidade de preparao de relatrios, que precisam ser digitados e, portanto, so mais facilmente executados em dispositivos com teclados que garantam uma melhor ergonomia. Contudo, em oposio a essa suposio, o segundo dispositivo mais utilizado como primeira op-o foi o smartphone, o que pode ser explicado pela convenincia de estar com o dispositivo em mos, uma vez que quase todos os estudantes possuem e levam o smartphone consigo s aulas, bem como pela mobilidade, j que tal dispositivo pode ser usado mesmo estando em deslocamento pelos espaos da universidade onde esto ocorrendo as atividades da disciplina.

J como segunda opo, o dispositivo mais utilizado foi o smar-tphone (35,3%), seguido pelo notebook (27,5%). Mais uma vez, o uso do smartphone precedeu o uso do notebook. Essa relao de prece-dncia apenas se inverte quando considerados os dispositivos utilizados como terceira opo, porm com percentuais de uso muito prximos: 15,7% para notebook e 13,7 para smartphone. Observa-se ainda que o tablet aparece em ltimo lugar, apenas como terceira opo, tendo sido apontado por somente 5,9% dos estudantes entrevistados.

Na anlise das respostas da questo 2, foram levados em conta os sistemas operacionais, navegadores, e-mail, aplicativos diversos e servios da Web, bem como as redes usados pelos estudantes. A Tabela 2 apresenta os resultados obtidos.

Tabela 2 Programas, servios e redes utilizados pelos estudantes

Categoria Recurso n %

Sistema operacional

Android 21 41,2

iOS 22 43,1

Mac OS 4 7,8

Windows 50 98,0

Navegador

Chrome 49 96,1

Firefox 10 19,6

Internet Explorer 6 11,8

Safari 18 35,3

E-mail

Gmail 26 51,0

Hotmail/Outlook 31 60,8

Terra 1 2,0

Uol 1 2,0

Yahoo 3 5,9

Continua >

Categoria Recurso n %

Aplicativos diversos/outros servios Web

Dropbox 1 2,0

Facebook 13 25,5

Google 49 96,1

Googgle Acadmico 49 96,1

Google Drive 2 3,9

Google Livro 27 52,9

MS Word 51 100,0

MS Power Point 51 100,0

OneDrive 3 5,9

SciELO 13 25,5

Skype 9 17,6

WhatsApp 51 100,0

Rede

3G 20 39,2

4G 11 21,6

LAN Cabeada 43 84,3

WiFi 47 92,2

Fonte: Os autores, 2017

Conforme os dados apresentados na Tabela 2, o Windows, da Microsoft, foi o sistema operacional mais usado, sendo citado por 98% dos estudantes. Nesse caso, existe uma relao com o predomnio do uso do desktop, pois, na biblioteca e nos labora-trios frequentados pelos estudantes entrevistados, o Windows o sistema operacional padro. O sistema operacional da Apple para uso em seus computadores (Mac), que aqui foi identificado genericamente como Mac OS por possuir nomenclaturas diferen-tes dependendo de sua verso, foi o menos utilizado. Os sistemas operacionais Android e iOS, para dispositivos mveis, foram uti-lizados de maneira equilibrada entre os estudantes, sendo men-cionados, respectivamente, por 41,2% e 43,1% dos universitrios.

O Chrome, do Google, foi o navegador mais usado pelos estudantes, sendo apontado em 96,1% dos casos, seguido do Safari, da Apple, com 35,3%. interessante notar que, embora o Internet Explorer (IE) seja o navegador padro da Microsoft, acompanhando o sistema operacional Windows, somente 11,8% dos estudantes disseram utiliz-lo, indicando, nesse caso, uma autonomia dos estudantes na escolha do navega-dor mais adequado a suas necessidades. O servio de e-mail mais utilizado foi o Hotmail / Outlook, da Microsoft (60,8%), acompanhado do Gmail, do Google (51,0%). Outros servios de e-mail tiveram pouca expresso.

Na categoria aplicativos e outros servios da Web, o editor de textos Word e o aplicativo de apresentaes Power Point, ambos da Microsoft, foram escolhas unnimes. Apenas um estudante relatou utilizar uma verso Web do editor de textos da Microsoft, por meio do OneDrive, para realizao de suas atividades acad-micas. Alis, no que se refere a servio de armazenamento em nuvem, o OneDrive, Google Drive e o Dropbox foram citados por

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5,9%, 3,9% e 2,0% dos estudantes, respectivamente, percentuais baixos considerando o potencial desse tipo de ferramenta para realizao de trabalhos colaborativos.

Outro destaque unnime na escolha dos estudantes foi o WhatsApp. O aplicativo de troca de mensagens instantneas e chamadas de voz, para smartphone, foi apontado como de muita importncia para comunicao dos grupos durante a realizao das atividades da disciplina. Outras ferramentas que auxiliam na comunicao tambm foram mencionadas, como o Facebook (25,5%) e o Skype (17,6%). Cabe destacar ainda o servio de buscas do Google, o Google Acadmico, o Google Livro, bem como do ser-vio de buscas do Scientific Electronic Library Online (SciELO), que foram apontados por 96,1%, 96,1%, 52,9% e 25,5% dos estudantes, respectivamente, como ferramentas de apoio a suas pesquisas aca-dmicas no mbito da disciplina abordada no presente estudo.

Por fim, para acesso aos servios da Web e comunicao, as redes mais utilizadas foram a rede WiFi (92,2%) e a rede local (LAN) cabeada (84,3%), disponibilizadas pela universidade. Tambm foram citadas as conexes 3G e 4G, fornecidas pelas operadoras de telefonia mvel celular, por 39,2% e 21,6% dos estudantes universitrios entrevistados, respectivamente.

No que se refere ao contexto da disciplina de negcios em ambientes virtuais, apoiado na metodologia ativa PBL (CACHI-NHO, 2012; ESCRIVO FILHO; RIBEIRO, 2008), verifica-se que na etapa inicial dos trabalhos as TICs foram menos utilizadas, pois tal etapa abrangia a compreenso e definio de estratgias para abordagem da situao-problema / estudo de caso. Na etapa de pesquisas, as tecnologias foram utilizadas com maior intensida-de, para suportar atividades como buscas, seleo, organizao e anlise de informaes, bem como a comunicao entre os integrantes dos grupos. Na etapa de apresentao e debates, por sua vez, os recursos tecnolgicos foram empregadas de forma moderada em relao s outras etapas, destinando-se basica-mente apresentao dos resultados obtidos.

Todos os recursos de hardware e software citados pelos es-tudantes fazem parte das TICs (TAKAHASHI, 2000), que esto na base das transformaes observadas na atual sociedade (CAS-TELLS, 2010). Levando em conta os avanos das TICs e as moda-lidades educacionais relacionadas, tais recursos situam-se em um momento marcado pelos sistemas de comunicao digital (COLL; MONEREO, 2010).

Nesse sentido, mesmo a disciplina de negcios em ambientes virtuais no tendo adotado explicitamente uma abordagem do tipo b-learning (OKADA; BARROS, 2010), os estudantes fizeram espontaneamente uma combinao de aprendizagem online e

presencial. De modo similar, possvel afirmar que, apesar de a disciplina no adotar o m-learning (KEARNEY; SCHUCK; BURDEN; AUBUSSON, 2012) de forma explcita, os estudantes fizeram um uso espontneo de dispositivos mveis no apoio aprendizagem.

5 ConclusesO presente estudo abordou o uso das TICs por estudantes uni-versitrios de Administrao, em uma disciplina de negcios em ambientes virtuais, utilizando a metodologia PBL. Consi-derou, para tanto, o contexto mais amplo de transformaes tecnolgicas, sociais, econmicas e culturais verificadas na atualidade (CASTELLS, 2010) que caracterizam a sociedade da informao ou da aprendizagem. Nesse contexto, os recursos tecnolgicos podem apoiar o processo de ensino e aprendi-zagem, por meio de novas formas de acesso informao e aquisio de conhecimento (ROZA, 2017).

Embora os participantes da pesquisa tenham sido estudantes universitrios de Administrao matriculados em uma disciplina de negcios em ambientes virtuais, as tecnologias abordadas dentro do contedo programtico da disciplina no foram o foco deste estudo. Tampouco o enfoque foi dado aos recursos tecnolgicos de uso obrigatrio pelos estudantes, como o ambiente virtual de aprendizagem da universidade, por exemplo. Apesar de recursos como esse tambm possurem potencial de apoiar aprendizagem, o presente estudo concentrou-se nas TICs (TAKAHASHI, 2000) que so utilizadas por iniciativa dos estudantes, a partir de suas neces-sidades para realizao dos desafios da disciplina, situando-se em uma etapa marcada pela linguagem virtual e, mais especificamente, pelos sistemas de comunicao digital (COLL; MONEREO, 2010).

Outro aspecto que merece destaque o fato de a disciplina adotar a aprendizagem baseada em problemas, PBL. Por se tratar de uma metodologia ativa (CACHINHO, 2012), o estudante teve a possibilidade de assumir o papel de protagonista de sua prpria aprendizagem, utilizando com maior liberdade as TICs para rea-lizao de tarefas como pesquisa, organizao, anlise, registro e compartilhamento de informaes para aquisio e produo de novos conhecimentos, de forma alinhada concepo de apren-dizagem como um processo de construo de significados (ES-CRIVO FILHO; RIBEIRO, 2008). Alm disso, tambm importante destacar que esta pesquisa teve um carter exploratrio e seus resultados se limitam amostra analisada.

Os resultados obtidos neste estudo, por meio da anlise das entrevistas, indicam que o uso dos dispositivos tecnolgicos pelos estudantes para realizao das atividades propostas na disciplina, notadamente o desktop, o smartphone e o notebook, foi influenciado por fatores como disponibilidade, ergonomia

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e mobilidade, associados a tais dispositivos. A disponibilidade tambm foi importante na escolha das redes para os dispositivos mveis, o que no se aplicou ao desktop, uma vez que, nesse caso, os computadores j se encontravam conectados rede lo-cal cabeada da universidade. Tambm no contexto de realizao de atividades acadmicas da disciplina, o uso de software foi guiado pela convenincia, em situaes em que os programas j se encontravam instalados ou eram de uso habitual entre os estudantes, mas tambm pela autonomia, nos casos em que o estudante optou pelo uso de determinados programas e servios da Web, abdicando-se de outros.

Ainda no mbito da disciplina de negcios em ambientes vir-tuais, o uso das TICs pelos estudantes mostrou-se mais intenso na etapa de pesquisas da metodologia PBL. Na etapa inicial e na etapa de apresentaes e debate, o uso das TICs foi baixo e moderado, res-pectivamente. Alm disso, destaca-se o fato de que os estudantes fizeram, de forma espontnea, uso combinado de aprendizagem online e presencial, bem como uso de dispositivos mveis para apoiar o processo de aprendizagem.

De modo geral, foi possvel constatar que os estudantes buscaram usar as TICs que consideraram mais adequadas para o cumprimento das atividades da disciplina, recorrendo, para tanto, quelas a que j possuam acesso e com que tinham familiaridade. No entanto, alguns recursos tecnolgicos, embora pudessem auxiliar no cumprimento das atividades propostas, como os servios de armazenamento em nuvem, por exemplo, foram menos explorados, ficando restritos a poucos estudantes nos grupos entrevistados. Nesse sentido, uma maior troca de informaes e experincias entre os membros dos grupos, ou ainda a indicao de tecnologias por parte do professor no mbito das atividades apoiadas na metodologia PBL, poderia resultar na adoo coletiva de outros recursos tecnolgicos, bem como estimular a explorao de novas tecnologias potencialmente relevantes no apoio ao processo de aprendizagem.

R e f e r n c i a s

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R e s u m o

Apresentamos uma interveno pedaggica de aplicao de tecnologia educacional, que procura articular a Educao Cientfica e Tecnolgica com a Educao Ambiental, considerando os aspectos culturais nas relaes entre os sujeitos e as guas, em diferentes contextos, especialmente no que diz respeito escassez, poluio e m distribuio. Como objeto de anlise, ser apresentado o livro digital Sobre a face das guas: uma fonte de inspirao pedaggica sobre o tema gua, publicado em 2016 pela editora UDESC. Entre os principais resultados alcanados, destaca-se o efetivo envolvimento de pesquisadores e professores de diferentes reas de conhecimento, bem como sua validao prvia junto ao pblico escolar ao qual se destina. Tal interveno tambm corrobora a utilizao criteriosa das tecnologias educacionais na promoo e difuso de contedos e significados, valores e formas de atuao em relao qualidade de vida comunitria.

R e s u m e n

Presentamos una intervencin pedaggica de aplicacin de tecnologa educativa, que busca artic-ular la Educacin Cientfica y Tecnolgica con la Educacin Ambiental, considerando los aspectos culturales en las relaciones entre los sujetos y las aguas, en diferentes contextos, especialmente en lo que se refiere a su situacin, escasez, contaminacin y mala distribucin. Como objeto de anlisis, ser presentado el libro digital Sobre a Face das guas: uma fonte de inspirao pedaggica sobre o tema gua, publicado en 2016 por la Editora UDESC. Entre los principales resultados alcanzados, se destaca la efectiva participacin de investigadores y profesores de diferentes reas de conocimiento, as como su validacin previa ante el pblico escolar al que se destina. Tal intervencin tambin corrobora la utilizacin cuidadosa de las tecnologas educativas en la promocin y difusin de con-tenidos y significados, valores y formas de actuacin en relacin a la calidad de vida comunitaria.

Informaoes do artigoRecebido em: 2017/09/29 Aprovado em: 20/11/2017

Palavras-chaveEnsino a distncia. Material paradidtico. Interdisciplinaridade.gua.

Palabras clave:Enseanza a distancia. Material paradidctico. Interdisciplinariedad. Agua.

Autores* Ps-doutorando no Programa de Ps--Graduao em Educao Cientfica e Tecnolgica da Universidade Federal de Santa Catarina, doutor em Educao Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande.e-mail: [email protected]

** Doutoranda no Programa de Ps--Graduao em Educao Cientfica e Tecnolgica da Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Educao Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande. e-mail: [email protected]

*** Professora do Centro de Educao a Distncia da Universidade do Estado de Santa Catarina, doutora em Neuro-cincias pela Universidade Federal de Santa Catarina. e-mail: [email protected]

Como citar este artigo:FERREIRA, W.; NASCIMENTO, C. C.; CUNHA, I. C. Interveno pedaggica interdisciplinar com tecnologias edu-cacionais sobre as interaes culturais com as guas. Competncia, Porto Alegre, v. 10, n. 2, dez. 2017.

Interveno pedaggica interdisciplinar com tecnologias educacionais sobre as interaes culturais com as guasIntervencin pedaggica interdisciplinar com tecnologias educacionales sobre las interaciones culturales com las aguas

Washington Ferreira*, Carolina Cavalcanti do Nascimento** e Isabel Cristina da Cunha***

Revista da Educao Superior do Senac-RS

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V.10 N. 2 Dezembro de 2017 ISSN 2177-4986 verso eletrnica

mailto:thalassoching%40yahoo.com.br?subject=mailto:carolinacnpq%40gmail.com?subject=mailto:isabel.cunha%40udesc.br?subject=

1 IntroduoApresentamos o processo de criao e utilizao de material paradidtico, sob a forma de um livro digital, denominado Sobre a face das guas: uma fonte de inspirao pedaggica sobre o tema gua1. Essa obra se constituiu em uma interveno pe-daggica de aplicao de tecnologia educacional, articulan-do princpios, contedos e valores compartilhados entre os campos da Educao Cientfica e Tecnolgica e da Educao Ambiental. A transversalidade pretendida se efetiva atravs de um conjunto de propostas pedaggicas, que buscam conside-rar aspectos culturais de diferentes contextos socioambientais nas suas relaes com as guas.

A viabilidade do desenvolvimento de tal atividade foi oportu-nizada atravs da parceria entre a Coordenadoria de Aperfeioa-mento de Pessoal de Nvel Superior e a Agncia Nacional das guas, com o lanamento, em setembro de 2015, do Edital ANA-CAPES /DEB N 18/2015, subsidiado pelo Programa de Apoio Produo de Material Didtico para a Educao Bsica Projeto gua. O objeti-vo do referido edital foi fomentar a produo de material didtico para a educao bsica sobre o tema gua, para ser utilizado no Ensino Fundamental II e no Ensino Mdio, e ser disponibilizado em forma de mdias e adaptveis para uso em repositrios online e/ou em rdio, TV, internet, dispositivos mveis (tablets e celu-lares). Entre as exigncias desse edital, em relao aos projetos aprovados estavam: ser desenvolvidos, preferencialmente, por equipes multidisciplinares; ter como referncia os contedos elencados nos Parmetros Curriculares Nacionais do Meio Am-biente, em que se situa a discusso sobre o tema gua; ter um carter interdisciplinar; e garantir a testagem prvia do material didtico produzido (ANA-CAPES, 2015).

O projeto Sobre a Face das guas, submetido pela Univer-sidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), teve vigncia entre os meses de janeiro e dezembro de 2016. Seu objetivo central foi produzir um material paradidtico de hipertexto no formato de ePUB2 contendo textos informativos, forma-tivos e trabalhos artsticos que auxiliasse na reflexo sobre as diferentes relaes do ser humano com a gua, por meio de atividades pedaggicas voltadas tanto para a aprendizagem sobre a importncia das guas e dos seus usos sustentveis quanto para diferentes contedos disciplinares associados ao referido tema. O projeto buscava: elaborar um material didtico interativo, dinmico e acessvel, que possibilitasse aos profes-sores(as) do Ensino Fundamental II e do Ensino Mdio integrar a discusso sobre a importncia e o uso sustentvel da gua aos seus contedos curriculares; articular as diferentes mani-festaes artsticas e culturais com o tema gua s atividades pedaggicas de mediao de aprendizagem; e sensibilizar e problematizar as relaes do ser humano com a gua, consi-derando o contexto temporal e territorial de diferentes grupos

tnico-culturais. As manifestaes artsticas e culturais esto muito mais acessveis hoje em dia e podem ser utilizadas com vis pedaggico, se estiverem ao alcance dos professores como recurso didtico (CUNHA, 2015). Elas, por si mesmas, trazem informaes e geram sentimentos que auxiliam na formao do sujeito; porm, esse potencial pode ser otimizado, na medida em que se propem objetivos de aprendizagem associados a essas informaes e emoes.

No sentido de estimular a relao sustentvel com os recursos de bem comum como, por exemplo, a gua, cabe Educao Cientfica e Tecnolgica e Educao Ambiental, o compromisso com a formao do sujeito, tanto no mbito racional, pragmti-co, quanto no mbito tico e moral estimulando a superao da relao utilitarista que ainda mantemos com os elementos e os fenmenos da natureza. Nessa perspectiva, com diferentes dimenses e aspectos, muitos autores e educadores tm sugeri-do e experimentado uma aproximao da educao com a arte, trazendo, na maioria das vezes, elementos de linguagens artsticas s prticas educativas.

A Transversalidade emerge como alternativa para a construo da Interdisciplinaridade e ao aprofundamento da Transdisciplinaridade, que Edgar Morin indica como uma forma da educao contemplar uma nova leitura do mundo. Isso nos remete compreenso de que o mundo fsico uma rede de relaes, de conexes, e no uma en-tidade fragmentada, em que as partes so analisadas separadas do todo, sem a preocupao com a complexidade existente e com as inter-relaes entre essas mesmas partes. (SANTOS, 2012, p. 169)

A preocupao educacional com as relaes entre os seres humanos e as guas abrange desde a sua (in)disponibilidade e perda de qualidade at a percepo dos aspectos ticos-afeti-vos envolvidos nestas mesmas relaes. A construo de uma percepo prpria, autnoma e emancipatria da relao com a gua no pode ser algo indutivo, maniquesta no sentido de determinar o que certo e errado, ditando comportamentos ade-quados que ns, enquanto adultos, tambm temos dificuldades de praticar. Portanto, torna-se fundamental associar a gua com as diferentes manifestaes culturais, visando a sensibilizar sobre as relaes do ser humano com a gua, por meio de atividades pedaggicas problematizadoras.

2 Resultados e AnliseO desenvolvimento da produo do livro Sobre a face das guas: uma fonte de inspirao pedaggica sobre o tema guas (NASCI-MENTO; FERREIRA; CUNHA, 2016), foi estruturado atravs de um conjunto de etapas processuais (Tabela 1).

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Tabela 1 Etapas e atividades da produo do livro Sobre a face das guas

Etapas Atividades Observaes

A

Pesquisa, seleo e/ou produo de obras artsticas e manifestaes culturais relacionadas com o tema gua.

Desenhos, pinturas, foto-grafias, msicas, filmes, escul-turas, instalaes, contos, poemas, crnicas...

BElaborao das propostas pe-daggicas a partir dos materiais selecionados.

C

Avaliao e contribuio (terica e metodolgica) de especialistas - professores(@s) e pesquisado-res(@s) considerando aspectos conceituais disciplinares

reas envolvidas: arte, ge-ografia, histria, sociologia, filosofia, lngua portuguesa e literatura, ingls, matem-tica, biologia, oceanografia, espiritualidade e religies.

DInsero das contribuies dos(@s) especialistas nas propos-tas pedaggicas.

E Esboo preliminar das propostas em desenvolvimento.

FVideoconferncia nacional de inte-grao dos projetos contemplados mediada pela CAPES.

(abril de 2016)

G Complementao de atividades e propostas pedaggicas.

H Superviso e ajustes da coordena-o do projeto.

I Reviso textual.

J Converso das propostas pedag-gicas editadas. (nos formatos e-Pub e PDF)

K Testagem de validao junto ao pblico usurio.(professores(@s) e alu-nos(@s))

L Reviso final e ps-produo.

MSeminrio nacional presencial de integrao dos projetos contem-plados, junto a CAPES.

(Braslia, DF: novembro de 2016)

Fonte: os autores, 2017.

As sugestes de atividades foram distribudas entre vinte pro-postas pedaggicas de carter informativo e formativo, a partir de manifestaes artsticas e culturais sobre as relaes entre os seres humanos e as guas, todas conectadas a determinados temas e contedos especficos (Tabela 2).

Tabela 2 propostas pedaggicas do livro Sobre a face das guas: uma fonte de inspirao pedaggica sobre o tema gua

Atividades Artes Temas

Cdigo de Hamurabi

Trecho do Cdigo de Hamurabi (considerado o primeiro conjunto de leis da humanidade

CidadaniaDesastres ambientaisCTSMovimentos sociais

O Grito da Boneca

Fotografia de Wa Ching do Esturio da Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul

Poluio hdricaDespejo de resduosPolticas pblicasSaneamento bsico

A Arca Charge El Arca, do argentino Mayer

Mudanas climticasBiodiversidade

Escultura Submersa

Escultura em mrmore do catarinense Pita Camargo, no mar no Reserva Biolgica do Arvoredo, SC.

UCsPoluioBiodiversidade

As guas de Tom e Gonzaga

Msicas Asa Branca, do cantor e compositor Luiz Gonzaga, e guas de Maro, do cantor e compositor Tom Jobim

Mudanas climticasDesigualdades sociaisEscassez da gua

gua Charge do brasileira Jack KaminskiEscassez da guaSustentabilidade

Lenda das Sereias

Samba-enredo Lenda das Sereias_Rainha do Mar do G.R.E.S. Imprio Serrano

Mitologia africanaSincronismo religioso

Meditao da gua

Proposta transdisciplinar para introduo ao tema gua atravs da meditao

Budismo tibetano

O Nascer do Mar

Poema, no titulado, do autor Raul Machado

Impactos ambientais

O Velho e o Mar

Video-animao, a adaptao da obra literria clssica de Ernest Hemingway, publicado em 1952

Ser humano-naturezaSustentabilidadeComunidade tradicional

Continua >

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Atividades Artes Temas

Retirantes

A obra Retirantes, pintada em 1944, por Cndido Portinari

Desigualdades sociaisMovimentos sociais

PrioridadesCharge (no titulada) do alemo, Jan Tomaschoff

Mudanas climticasSustentabilidadeJustia amiental

Hino ao NiloHino em homenagem ao Rio Nilo, no Egito

Cidadania

Rio das Mulheres

Documentrio O Rio das Mulheres pelo olhar de Ivaneide, de 2004

Desigualdade de gneroSustentabilidade

As Primeiras Civilizaes

O