revista da comunhÃo espÍrita de brasÍlia mediunidade...

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LIBERTAÇÃO REVISTA DA COMUNHÃO ESPÍRITA DE BRASÍLIA ANO 31, Nº 18 - Dezembro/2018 M e d i u n i d a d e e m c a d a u m d e n ó s . . Em algum grau somos médiuns Pág. 03 Relatos mediúnicos de crianças Págs. 04 e 05 Diferentes padrões vibratórios Pág. 07 Comunhão Espírita de Brasília

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L I B E R TA Ç Ã OREVISTA DA COMUNHÃO ESPÍRITA DE BRASÍLIA ANO 31, Nº 18 - Dezembro/2018

Mediunidadeem cada um

de nós..

Em algum grau somos médiunsPag. 03

Relatos mediúnicos de criançasPags. 04 e 05

Diferentes padrões vibratóriosPag. 07

Comunhão Espíritade Brasília

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EXPEDIENTE

Presidente Adilson Mariz de Moraes

Vice-presidente Maria Luiza Bezerra

Assessoria de Divulgação e Realização (ADR)Wagner Tadeu Duarte de Oliveira

Coordenadora de ComunicaçãoWaleska Maux

Reportagem e colaboraçãoAna Cristina Sampaio, Cristiane Lopes,

Marco Tassinari, Waleska Maux, Diva Ferreira

Capa Rodrigo Castro

Diagramação Caio Silva

Projeto gráfico Lucas Ramalho/Caio Silva

Revisão Ana Cristina Sampaio

O Jornal Libertação é uma publicação da Assessoria de Divulgação e Realização (ADR), Comunhão Espírita de Brasília

Avenida L2 Sul, Quadra 604, Lote 27, CEP 70.200-640

Recepção integrada (61) 3048-1801

Livraria (61) 3048-1818

A mediunidade é ainda uma dessas faculdades humanas que o homem comum desconhece, muitos não a conhecem bem e ainda outros insistem em não reconhecê-la. Conforme esclarece a Doutrina Espírita, a mediunidade não é criação do Espiritismo nem exclusividade dos espíritas. Na verdade, a sua existência é tão antiga quanto a presença humana na Terra. A partir do desvelamento acerca da nossa realidade espiritu-al, trazido pelos Espíritos da codificação espírita, a Humanidade adentrou ao, até então, desconhecido mundo dos Espíritos, com suas nuances e especificidades. Descobriu que, além dos cinco sentidos básicos que o corpo biológico lhe oferece para compre-ensão e interação com o mundo físico, detém um sexto sentido que, à sua revelia, lhe põe em contato com seres incorpóreos, mas reais, que nos acompanham diuturnamente, por intermédio de elos invisíveis, criados e mantidos por fatores imponderáveis da nossa realidade existencial, dentre eles – e principalmente –, os nossos pensamentos. Assim, o papel da Doutrina Espírita, no que se refere à fa-culdade mediúnica, não vai além da regulamentação das práticas viáveis e confiáveis de uso dessa faculdade, a fim de que possamos, a partir do conhecimento adquirido junto aos Espíritos, trabalhar de forma responsável junto às forças imponderáveis do mundo espiritual, no sentido de construir pontes para o intercâmbio entre aqueles que experienciam, cada um a seu turno, as duas faces da nossa existência, quais sejam, a material e a espiritual. No último século, os Espíritos que conduzem o projeto de vida no planeta Terra iniciaram a execução de parte dos planos da Espiritualidade Superior, no sentido de acelerar o processo de educação ou aperfeiçoamento dos espíritos condicionados ao orbe terreno, encarnados ou não, haja vista a necessidade de se cumprir o programa evolutivo que é imposto a todos os seres da Criação, orgânicos e inorgânicos, ratificando que na Natureza nada permanece estagnado, tudo é movimento, ação e vida. Neste ponto da nossa caminhada como seres imortais do Universo, desponta a mediunidade como uma importante ferra-menta para a consecução dos planos divinos, principalmente no que se refere à necessidade de conhecimento e esclarecimento de fatos até então mantidos sob o manto da ignorância que nos é peculiar, como o autoconhecimento. Ou seja, aos médiuns é sempre salutar a lembrança de que a mediunidade, antes de ser um instrumento a serviço do outro, é uma ferramenta para o autoaperfeiçoamento. A mediunidade deve significar para o médium a oportunidade de acelerar a sua caminhada na busca de soluções de pendências pretéritas, expiando seu passado e provando a si mesmo que pode fazer melhor o que não foi bem feito, ou até realizar hoje o que foi postergado ontem. Por fim, a mediunidade é o ensejo que nos faculta a tomada de decisões favoráveis ao nosso aprimoramento moral e espiritual, a partir de ações que nos colocam entre aqueles considerados trabalhadores da última hora, com a possibilidade de remissão dos débitos que nos prendem ao passado de equívocos.

por Adilson Mariz de MoraesPresidente da Comunhão Espírita de Brasília

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O médium Chico Xavier, por meio do espírito Emmanuel, na obra O Consolador, afirma que a missão mediúnica tem os seus percalços e as suas lutas dolorosas, mas é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus filhos misér-rimos. E esclarece: “sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento reno-vador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo”. Já Allan Kardec, em O Livro dos Espí-ritos, explica que os espíritos, de uma forma ou de outra, influenciam na vida de todos os seres humanos muito mais do que se imagina. “A tal ponto que, de ordinário, são eles, os espíritos, que vos dirigem”, relatou Roscio.

Somos todos médiuns

A doutrina espírita, em suas di-versas obras, mostra que todos os espíritos encarnados são, em algum grau, médiuns. Em O Li-

vro dos Médiuns, Allan Kardec afirma que “a mediunidade é inerente ao homem e não um privilégio exclusivo”, ou seja, é apenas mais um dos sentidos que qualquer ser humano tem, como o de ver, ouvir ou falar. No entanto, a mediunidade não se ma-nifesta em todos os seres humanos da mesma forma, nem no mesmo grau de intensidade. Geralmente, os médiuns possuem aptidões diferentes, alguns desenvolvem a mediuni-dade de efeitos físicos, outros são sensitivos, auditivos, falantes, videntes, sonâmbulos, curadores, *pneumatógrafos, escreventes, psicógrafos, entre outros.

De acordo com Roscio Maia, médium e pa-lestrante espírita, quanto mais evoluído o espírito, melhores condições tem de servir e fazer o bem, “usando esta maravilhosa ferra-menta”. Ele explicou que todos são médiuns, mas muitos não aceitam essa condição, porque pode exigir sacrifícios e provações. “Todos nós temos dificuldade em aplicar o nosso plane-jamento reencarnatório. No nível evolutivo em que nos encontramos, temos dificuldade de servir e fazer o bem no limite de nossas forças”, ressaltou Maia.

“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium” (Allan Kardec)

Róscio Maiapor Fernanda Quintanilha

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*Haydée Pereira Bastosadaptado por Diva Ferreira

A criança é um espírito reencarnado. Portanto, traz conhecimentos e conquistas anteriores que irão influenciar o processo do seu desenvolvimento, para compor a sua personalidade atual.

O ser humano possui várias habilidades, como a inteligência, a força de vontade, a memória, a capacidade de ver, ouvir, e também a me-diunidade, que é inerente a todos nós. Ela nada mais é do que uma aptidão natural que possibilita a comunicação entre encarnados e os desencarnados. Para o Espiritismo, a mediunidade é uma missão, representa um compromisso anterior-mente assumido, sendo, especialmente, um instrumento para a espiritualização da pessoa. Não há uma idade determinada para a eclosão da mediunidade. Ela pode manifestar-se em crian-ças, adolescentes, adultos ou com mais idade. Na fase infantil, o desabrochar da mediuni-dade é quase sempre natural porque a criança tem facilidade de perceber a presença dos espíritos e com eles manter um convívio fácil e espontâneo, já que o processo reencarnatório conclui-se até os sete anos. Nesses primeiros anos de vida física o espírito mantém vínculos bastante estreitos e mais ou menos intensos com o mundo espi-ritual, a sua pátria de origem. A presença de espíritos amigos e do seu espírito protetor é mais próxima, no intuito de sustentá-lo nes-se recomeço. A partir do sétimo ano de vida terrena o espírito, gradualmente, se torna mais consciente de suas potencialidades e, na adolescência, "o espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era" (questão 385 de "O Livro dos Espíritos").

Crianças percebem mais facilmente a

presença dos espíritos

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Em geral, pode-se dizer que a criança apresen-ta indícios de mediunidade quando começa a mencionar a presença, no lar, de pessoas que ninguém percebe, a não ser ela própria. Bas-tante comum é a presença do amiguinho in-visível com o qual conversa e brinca. Às vezes, diz estar vendo pessoas idosas, e alguns pais apresentam fotos de familiares desencarna-dos entre os quais a criança identifica um em particular que, para surpresa da família, vem a ser o avô ou a avó, ou outro parente qualquer.

É preciso ter conhecimentoUma criança, por mais inteligente e evoluída, se não estiver preparada para conviver com a mediunidade não terá a condição necessária para entendê-la. O fenômeno mais comum de mediunidade na infância é a vidência de desencarnados familiares da atual ou de outras vidas, cujas presenças no campo mediúnico da criança, por conta em geral da boa relação que tiveram em outra vida, evoca-lhe recordações agradáveis, transmitindo-lhe bons fluidos, bem como lhe infundem confiança e tran-quilidade para enfrentar os desafios futuros.Os bons espíritos nos influenciam para o bem e os espíritos inferiores transmitem sugestões para os vícios, ações desonestas, violentas, desequilibradas.

"A obsessão é a ação persistente que um espíri-to mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais". (Allan Kardec, E.S.E. cap. XXVIII, it.81). Todos nós podemos sofrer essa influência que está vin-culada ao padrão vibratório e moral.

Relatos de crianças médiunsNo relato de crianças médiuns, temos os casos de Chico Xavier, Divaldo Franco, dentre ou-tros. No passado, à época de Kardec, temos as irmãs Fox, que iniciaram ouvindo os ruídos na casa para onde se mudaram e que, apesar de assustá-las, não provocaram males maiores. A pequena Kate, aos 14 anos, foi a iniciadora ao falar ou desafiar o espírito de Charles Richet, que respondia suas perguntas. Teve início aí o despertar das pessoas e de Kardec, trazendo à humanidade a codificação, a verdade: os mortos vivem, se comunicam e nos ensinam por meio dos médiuns.

Parece que na maioria das vezes os pais es-timulam a criança prejudicando-a, achando que é algo inusitado e aí, sim, acabam crian-do problemas às vezes até fazendo a criança dizer que está vendo ou sentindo algo, irreal no momento, mas que poderá, sim, acarretar uma obsessão. A presença de crianças em reuniões mediúnicas de desobsessão é uma ocorrência que deve ser evitada, em face do desequilíbrio que pode ser gerado. Antigamente algumas crianças auxiliaram Kardec, mas precisamos lembrar que o tempo era outro, as crianças tinham responsabilidades diferentes das atuais, e foi uma época de des-cobertas. Hoje, há necessidade de mais preparo para, no caso de ter a mediunidade, estarem aptas a assumir o compromisso sem desgaste. Os recursos que devem ser utilizados em indícios de mediunidade na infância são: a prece, o Culto do Evangelho no lar, o trata-mento espiritual (se for o caso, indicado pelo atendimento fraterno da Casa Espírita), a fre-quência às aulas de evangelização, a harmonia no lar, a atenção e o amor.

*Haydée Pereira Bastos é mãe, avó, evan-gelizadora, médium e atendente fraterna da Comunhão Espírita de Brasília há 41 anos.

Na infância, o espírito mantém vínculos estreitos com o mundo espiritual

Textos utilizados como referência: Textos da obra: "Psicologia e mediunidade" de Adenáuer Marcos Ferraz Novaes. Textos da obra: "Mediunidade e obsessão em crianças" de Suely Caldas Schubert.

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M ediunidade e obsessão são processos de intercâmbio com mundo dos espíritos, sendo a primeira de caráter neutro e a

segunda, patológico. A mediunidade não se confunde com obsessão, pois é uma faculda-de humana inata e permite a comunicação com a dimensão espiritual por meio dos vá-rios sentidos do homem, como a visão, audição e olfato. Além da comunicação espiritual, a mediunidade permite ainda aos humanos serem doadores de energias sutis por meio do passe. Já o processo obsessivo, segundo Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, pode ser de três tipos: a simples, a fascina-ção e a subjugação. Esses gêneros obsessivos podem acometer qualquer pessoa em razão da existência de fatores psíquicos desenvolvidos, nesta ou em outras encarnações, que permi-tem a interferência danosa dos espíritos em relação ao encarnado. A obsessão é um inter-câmbio espiritual patológico e independe da existência ou não de mediunidade ostensiva, ou mesmo de grande sensibilidade por parte daquele que sofre obsessão. E não é a mediunidade que condiciona a existência de obsessão e sim a postura moral do indivíduo perante a vida. Existem indiví-duos sem grandes sensibilidades mediúnicas que padecem de graves processos obsessivos,

*Daniel Campos Cavalcante adaptado por Ana Morelli

enquanto outros com grande sensibilidade recebem as influências dos espíritos e não entram em estado de escravização mental obsessiva. A diferença entre os que sofrem ou não a obsessão é o esforço contínuo na adoção do autoconhecimento e o esforço psicológico em uma conduta moral consciente que afasta a má influência espiritual.

Mediunidade e obsessão não devem ser confundidas

Pessoas perturbadas por processos obsessivos afirmam equivocadamente que o problema é da mediunidade. “É que sou médium e não quero trabalhar, por isso tenho problemas”. Trata-se de uma visão sem respaldo na Dou-trina Espírita, pois a mediunidade tem uma finalidade psíquica e evolutiva para a criatura humana. E quando não desenvolve a mediu-nidade, o indivíduo está sujeito a sofrer os efeitos de ter esta faculdade estagnada. Todos têm a liberdade de optar em exercê--la ou não, mas é importante entender que cada escolha tem um custo. Aqueles que culpam a mediunidade por seus desequilíbrios e optam por evadirem-se do compromisso assumido

“Não é a mediunidade que

obsessão e sim a postura moralcondiciona a existência de

do indivíduo perante a vida”

antes de reencarnar, padecem de desconhe-cimento a respeito do fenômeno mediúnico. O sofrimento vivido não está na existência da mediunidade, mas nas sombras espirituais que os seres ainda possuem e condicionam à existência de dores muitas das quais poderiam ser evitadas, caso houvesse investimento no autoaprimoramento espiritual por meio do

exercício da mediunidade. Além disso, a atividade mediúnica permite minimizar débitos anteriores, desta ou de outras vi-das, que são iluminados pela doação ao trabalho espiritual por meio do intercâm-bio mediúnico.Aos que trabalham no campo da mediuni-dade há o aumento da responsabilidade,

pois o seu exercício exige profundo autoco-nhecimento, renúncia e disciplina, para que o indivíduo possa ser uma boa ferramenta de trabalho a ser conduzida pelos espíritos. Além disso, o estudo sobre a atividade mediúnica se faz necessário, uma vez que é serviço ao pró-ximo e, para servir, não basta ter boa vontade. O intercâmbio exige constante investimento no aprimoramento de seu exercício.

*Daniel Campos CavalcanteVinculado ao Instituto Junguiano de Brasília eInternational Analytical Psicology (Zurique)Integrante da AME-DF e colaborador da AME Brasil Membro Fundador do Centro Espírita Vinha de luzCoordenador do Grupo de Estudos Psicológicosdo Espiritismo

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O espírito Emmanuel, no livro Me-diunidade e Sintonia, psicografa-do por Chico Xavier, escreve no prefácio da obra: "Mediunidade

é força mental, talento criativo da alma, ca-pacidade de comunicação e de interpretação do espírito, ímã no próprio ser. Sintonia é acordo mútuo. Eis porque, examinando a mediunidade e sabendo que a sintonia se lhe faz inerente, se possível ousaríamos perguntar: Sintonia para quê e com quem? ". O palestrante espírita Jefferson Bello-mo explica que uma das questões mais im-portantes no exercício da mediunidade é o padrão vibratório e a sintonia com o mundo espiritual. "Padrão vibratório é a regularidade das nossas vibrações. Podemos vibrar numa modulação saudável ou de desequilíbrio. Boa parte da nossa saúde e de eventos que atraímos para nossa vida é definida pelo nosso padrão vibratório", afirma. Ao citar a obra do espírito André Luiz "Nos Domínios da Mediunidade”, Bellomo orienta que nossa mente é um núcleo de forças inteligentes alimentada por forças similares,

Jefferson Bellomopor Ana Cristina Sampaio

formando assim um modelo de vibração que atrairá desde o arcanjo até o espírito mais embrutecido. "No serviço mediúnico, o tra-balhador espírita não pode entrar no padrão vibratório do espírito manifestante, sob pena de ficarem os dois perdidos no mesmo sofri-mento", enfatiza.

Os diferentes padrões vibratórios A Doutrina Espírita ensina que se reconhece o fruto pela árvore. Desta forma, o desequilíbrio não pode vir de modelos superiores. "Somos influenciados em todos os ambientes. Os espí-ritos superiores semeiam amor, entendimento, sabedoria, a moral e o belo. Já aqueles em de-sequilíbrio trazem revolta, ódio, cizânia, imo-ralidade, ignorância e o gosto duvidoso", diz Bellomo. No entanto, ele pondera que não esta-mos estanques nesta ou naquela faixa, mas nos movimentamos conforme nossos pensamentos entre o equilíbrio e a insanidade. Nesses deslo-camentos, atraímos e repelimos encarnados e desencarnados. "Como afirma o orador baiano Divaldo Franco, diz-me como és que eu te direi com quem andas", sublinha Bellomo.

Equilíbrio emocional:o segredo da boa sintonia

A boa sintoniaCada um escolhe a estação emocional da sua preferência. O interesse define a sintonia. De acordo com André Luiz, todos somos médiuns e nos associamos às energias edificantes, se nos-so pensamento flui na direção da vida superior, ou às perturbadoras e deprimentes. Isso se refle-te na vida e no desencarne, pois sem os limites do corpo físico os desencarnados são atraídos pelas vibrações semelhantes, formando zonas de sofrimento ou de aprendizado, inerente à qualidade moral que emitem e recebem. Por isso, é preciso permanecer na sinto-nia do equilíbrio emocional. Bellomo sublinha que estamos sujeitos à exposição de todo tipo de vibração, mas só acolhemos aquelas que queremos. "O Espiritismo ensina que somos responsáveis pelo que fazemos e/ou deixamos de fazer. Não somos vítimas de nada. Cada fato relevante é eco do que emitimos no passado e, até mesmo, no presente", conclui.

“DIZ-ME COMO ÉS QUE EUTE DIREI COM QUEM ANDAS”

Divaldo Franco

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A mediunidade ocorreu cedo na vida de Divaldo Franco, notá-vel médium e orador espírita, de renome internacional. Ele

próprio relata os episódios iniciais de seu intercâmbio com o mundo dos espíritos. Por volta de seus quatro ou cinco anos, já estava recebendo recados espirituais, a princípio de sua avó, Maria Senhorinha, sem ter ideia de quem era e supondo ser uma pessoa como todas as outras. Ela pediu-lhe que desse um recado a Anna - mãe de Divaldo. Obediente, o menino deu o recado, sem entender a razão da surpresa causada pela menção do nome. É que D. Anna perdera a mãe quando do seu parto, portanto nem chegara a conhecê-la e muito menos Divaldo, que nem sabia tratar-se de sua própria avó. Para que não houvesse dúvida alguma, o menino descreveu a "pessoa" com todos os detalhes, o que logo em seguida foi confirmado por uma tia, Edwiges, que disse emocionada: - Anna é mamãe! Daí em diante, os fenômenos mediúnicos se tornaram constantes na vida de Divaldo. Por essa época, ele passou a ter a companhia de um menino e, juntos, passavam horas brincando. Era um in-diozinho e se chamava Jaguaruçu, sendo, como se pode deduzir, invisível às demais pessoas. A mesma precocidade mediúnica surgiu na vida de Chico Xavier, o maior médium psi-cógrafo de que se tem notícia, que, aos quatro anos, conversava com sua mãe, desencarnada. Apraz-nos mencionar ainda a médium Yvonne do Amaral Pereira. A mediunidade

surgiu muito cedo na vida de Yvonne. Segundo depoimento feito por ela e registrado no livro

"Recordações da Mediunidade", ainda na primeira infância, algumas faculdades se apresentaram, como a vidência, a audição e o desdobramento do perispírito. Aos 4 anos, já se comunicava com espíritos desencarnados, via-os e falava com eles, supondo que fossem seres humanos comuns. Entre os 14 e 16 anos, os fenômenos mediúnicos se acentuaram e o convívio com os espíritos era frequente e natural. Uma das características de sua mediunidade era a da lembrança espontânea de vidas passadas, que ela, em desdobramento, recordava como também assistia a cenas do pretérito, tendo ao seu lado espíritos amigos que a orientavam, os quais eram igualmente participantes das mesmas cenas. Tendo sido suicida em anteriores existências, necessitava guardar viva recordação dos sofrimentos decorrentes do fato de pôr termo à vida física. Yvonne cumpriu fielmente a sua missão, tendo sido por longos anos excelente médium, cuja vida foi toda dedicada à Doutrina Espírita, ao bem e à paz. Nesses exemplos citados, verificamos que a faculdade mediúnica surgida na in-fância se desdobrou em tarefas específicas ao longo da vida de cada um. Entretanto, na maioria dos casos, isto não acontece, visto que a faculdade como que se vai esmaecendo, apa-

gando, com o passar dos anos. Isto quer dizer que nem todas as crianças que apresentem indícios de mediunidade terão compromissos nesta área, na idade adulta. Hermínio Miranda explica com muita clareza este aspecto: "Não é sempre que tais faculdades, em crianças, têm o desdobramento previsto nesta ou naquela forma de mediunidade.

Trecho retirado da obra: “Nossos filhos são espíritos” – Herminio C. Miranda

RECADOS DO DIVALDO

“Não é sempre que tais

previsto nesta ou naquela

faculdades, em crianças,

forma de mediunidade”

têm o desdobramento

Como as recordações espontâneas de vidas passadas podem apagar-se, aí pelos dez anos de idade. Nem todas as pessoas dotadas de faculdades mediúnicas têm, necessariamente, tarefas específicas neste campo, ou seja, nem sempre estão programadas para o exercício ativo e pleno no intercâmbio regular entre os espíritos e as pessoas encarnadas".