revista arquitetura e aço - 35

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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA AÇO & Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 35 setembro de 2013 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 35 setembro de 2013 Hospitais e edificações para a Saúde 9 7 7 1 6 7 8 1 1 2 0 8 1 35 Hospitais e edificações para a Saúde

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Revista Arquitetura e Aço - 35

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ARQUITETURA AÇOARQUITETURA AÇO&Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 35 setembro de 2013Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 35 setembro de 2013

Hospitais e edificações para a Saúde

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Hospitais e edificações para a Saúde

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Informe publicitário

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Pensar em um ambiente hosPitalar é considerar os diferentes tipos de atividades a ser realizadas ao mesmo tempo em uma única edificação, 24 horas por dia e 365 dias por ano. Além do conforto da equipe médica, operacional e administrativa, há de se considerar o bem-estar dos pacientes, e que atendam as evoluções da medicina. Para isso, as edificações na área da saúde requerem projetos flexíveis e passíveis de arranjos e expansões.

Aos profissionais de arquitetura e engenharia cabe a coordenação das ações referentes a cada etapa da obra, assim como todo o programa que envolve o empreendimento e o gerencia-mento dos trabalhos. As edificações hospitalares têm características muito específicas, como destaca o diretor da EMED Arquitetura Hospitalar, Sérgio P. A. Reis, na entrevista. São obras que, em geral, não admitem demolições, quando se fazem necessárias expansões, por exemplo. Por isso a importância de buscar flexibilidade e o uso de tecnologias industrializadas, sendo a cons-trução em aço uma das soluções mais adequadas e eficientes neste sentido.

De certa maneira, todas as obras desta edição ilustram tal conceito. Nossa primeira repor-tagem, sobre um laboratório de análises clínicas, o Fleury, em São Paulo, é um exemplo. A subs-tituição de estruturas convencionais pelo sistema metálico em aço mitigou riscos de erros e, sobretudo, resolveu o problema de falta de espaço no canteiro de obras. Na sequência, com uma configuração bem diferenciada, o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, no Rio de Janeiro, que adotou o sistema modular em aço devido à urgente demanda da região. Ainda do Rio de Janeiro, mostramos a construção de 70 unidades das Clínicas da Família e também a nova unidade da Unimed, em Resende, ambas viabilizadas com o uso do aço.

Outro exemplo é o Hospital Geral de São Carlos, de autoria do renomado arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé). O projeto aproveita a ventilação natural com o uso de sheds, solução valo-rizada no trabalho do arquiteto. Também significativa, a nova unidade do Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, MG, assinada pelo também mestre Siegbert Zanettini. O partido revela um conjunto de sistemas industrializados que minimizou os impactos ambientais da construção, característica marcante nos projetos do arquiteto.

E, ainda, o Centro de Medicina Regenerativa, na Califórnia, um exemplo internacional das soluções e vantagens que a construção em aço pode oferecer aos projetos de edificações para área de saúde.

Boa leitura!

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A evolução dos espaços hospitalares

EDITORIAL

&ARQUITETURA AÇO 1

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sumárioFoto da capa:

Laboratório Fleury, em São Paulo.

Arquitetura & Aço nº 35setembro 2013

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28.26.24. 34.32.

04.

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04. Limitações no lote e no prazo de obra motivaram o uso do sistema estrutural em aço, no labo-

ratório Fleury, em São Paulo. 10. Lelé humaniza projeto do Hospital Geral de São Carlos (SP). 14. Aço

viabiliza a implantação de 70 Clínicas da Família no Rio de Janeiro. 18. Sistemas construtivos indus-

trializados compõem projeto do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro. 22. Em entrevista, Sérgio P. A. Reis

aborda a importância do sistema construtivo em aço em edificações hospitalares. 24. Unimed Resende se

destaca por conceitos de flexibilidade e remanejamento dos espaços. 26. Nova unidade do Mater Dei,

na capital mineira, é projetada inteiramente em aço pelo mestre Zanettini. 28. Os desafios da implanta-

ção do Centro de Medicina Regenerativa, na Califórnia. 32. Outras obras hospitalares referências.

34. Unimed Ribeirão Preto: avanço em tecnologias construtivas.

ENDEREÇOS 35

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4 &ARQUITETURA AÇO

Limitações no terreno e no prazo de entrega da obra motivaram a opção peLo

uso do sistema construtivo em aço na unidade itaim bibi, em são pauLo

Laboratório FleuryLaboratório Fleury

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&ARQUITETURA AÇO 5

Projetado Pelo escritório RoccoVidal e executado pela BKO, a unidade Itaim Bibi dos laboratórios Fleury, em São Paulo, reflete um pouco a filosofia da empresa, preocupada com a qualidade dos espaços em que são oferecidos os serviços de medicina diagnóstica e preventiva. Pensada inicialmente para receber estruturas con-vencionais, a construção, executada com o sistema estrutural em aço, se divide em dois blocos, ocupando três subsolos, térreo e mais cinco pavimentos.

A mudança não foi por acaso, uma vez que, além de quali-dade, uma das solicitações da empresa se referia à redução no tempo de obra. Para se ter ideia, com a mudança foi possível um ganho de prazo de mais de dois meses. Segundo os arquitetos, o material garantiu, também, um processo construtivo mais indus-trializado e com etapas mais bem definidas, mitigando riscos ao possibilitar um melhor planejamento de toda a obra.

Para Carlos Gustavo Marucio, diretor de engenharia da BKO, a execução deste prédio representou um grande desafio para a empresa. “E isso não se deve somente ao curto prazo de servi-ços, mas, principalmente, às características do local”, afirma. A princípio, o laboratório iria ocupar um lote na Avenida Juscelino

À esquerda, fachada principal do edifício, divi-dido em dois blocos. À direita, vista interna da passarela que interliga os dois blocos. Abaixo, detalhe de uma das faces: a volumetria repete o formato do lote

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6 &ARQUITETURA AÇO

TRANSFORMAR NOSSA PAIXÃONA PAIXÃO DOS OUTROS: ISSO É CONFIANÇA, ISSO É SER VALLOUREC.

vallourec.com/br

Fundada como Mannesmann, a V & M do BRASIL agora é Vallourec.Uma marca presente em 21 países, capaz de produzir, com paixão, diversidade e excelência, tubos de aço sem costura que ajudam o país na exploração e produção de petróleo, na infraestrutura de aeroportos, estádios, equipamentos e indústrias. Uma empresa com diversidade de culturas que permite resolver qualquer desafio, em qualquer condição, não importa o mercado, oferecendo soluções sob medida, de forma pioneira. É assim que conquistamos a confiança total dos nossos clientes. Vallourec. A solução para grandes desafios.

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Kubitschek, porém, como a empresa tinha a intenção de construir uma unidade maior adquiriu também um terreno na via detrás, alterando a configuração do projeto.

A questão é que esses dois terrenos retangulares não estão perfeitamente alinhados, e contam com apenas 9 m de interseção entre si. “Ficamos com um espaço muito bem situado, mas com uma grande dificuldade de interligar os lotes. Com isso, o espaço do canteiro acabou limitado porque a construção só tinha um pequeno recuo frontal e outro lateral. Este também foi um fator determi-nante para a escolha da estrutura metálica”, conta Douglas Tolaine, sócio do RoccoVidal e coordenador do projeto.

As estruturasA estrutura principal foi montada em pouco mais de um mês e meio, com a utilização de perfis em W. Contudo, como as opções dis-poníveis no mercado tinham uma capacidade de carga superior ao que era exigido, a Leão & Associados, empresa responsável pelo cál-culo estrutural, definiu que a melhor saída seria a utilização de cha-pas metálicas, cortadas e soldadas, conforme desenho necessário. Para alocar a área de ressonância magnética, a estrutura do bloco do fundo foi executada em concreto até o primeiro andar para minimizar os efeitos de possíveis vibrações no balanceamento dos aparelhos. Com exceção desse pavimento e do poço do elevador,

> Projeto arquitetônico: RoccoVidal P+W

> Área construída: 7.818 m²

> Aço empregado: ASTM A572 GR50

> Volume de aço: 285 t

> Projeto estrutural: Leão & Associados

> Fornecimento da estrutura metálica: Medabil

> Execução da obra: BKO

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2006

> Conclusão da obra: agosto 2008

todo o restante recebeu aço, inclusive as escadas.

Na cobertura, que fica mais exposta à ação do tempo, a BKO exigiu o uso de parafusos indicados para áreas de alta corrosão, como orlas marítimas, com o objetivo de diminuir os riscos de des-gaste e a necessidade de manutenção. Os modelos utilizados são autoperfu-rantes, produzidos em aço carbono SAE 1022 e com um tratamento que garante a resistência de até 800 horas sem cor-rosão vermelha.

Já as lajes foram feitas por meio do sistema convencional e autoadensável, sugerido pela Engemix. Quanto aos pavimentos, foram fixados à estrutura em aço, por meio de stud bolt.

No fechamento do edifício foi ado-tado um tipo de vidro translúcido, pro-duto que permite a entrada da luz do sol ao mesmo tempo em que bloqueia a visão da rua para o lado de dentro.

Corte longitudinal

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TRANSFORMAR NOSSA PAIXÃONA PAIXÃO DOS OUTROS: ISSO É CONFIANÇA, ISSO É SER VALLOUREC.

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Na cobertura do Mineirão e em oito estádios de 2014.

vallourec.com/br

Soluções TubularesVallourec.

No Brasil, já são nove estádios que contam com a qualidade dos tubos estruturais de seções circular e retangular da Vallourec. As estruturas tubulares proporcionam amplitude de vãos, garantem elevada resistência e baixo peso próprio, permitindo soluções modernas e inovadoras. Além disso, proporcionam obras com prazo de execução reduzido e evitam desperdício de materiais. Resultado comprovado na nova cobertura do Mineirão.

Vallourec é líder na produção de tubos de aço sem costura no país e abastece os setores de energia, indústria mecânica, automotiva, petrolífera e da construção civil. Vallourec: com a torcida brasileira, faça chuva ou faça sol.

(31) 3328-2874 | [email protected]

Parte da fachada ainda ganhou brises de alumínio em padrão madeira. Nas divisões internas, para garantir maior flexibilidade à construção, o método escolhido foi o drywall.

AmbientesA pequena área de ligação entre os ter-renos fez com o que o projeto fosse dividido em dois blocos. Cada um pos-sui três subsolos, térreo e mais cinco pavimentos. Ambos são unidos por um átrio central que proporciona ilumina-ção natural nas áreas mais internas da edificação. “Em um dia claro, a uni-dade consegue funcionar quase sem usar energia nas áreas comuns”, diz Douglas Tolaine.

Este espaço funciona também como uma pequena galeria de arte, com exposições temporárias. Nos pata-mares subterrâneos estão a garagem, geradores, vestiários e o suporte para o funcionamento de toda a infraestrutu-ra do prédio. No nível da rua se localiza o atendimento, enquanto no primeiro andar foram alocados o café, a área de preenchimento de fichas, o setor de coletas, a parte destinada às crianças e as salas de ressonância magnética e raios X. No terceiro patamar, foi insta-lada a ala para exames femininos, e no quarto e no quinto está a unidade VIP, que trabalha com executivos e check--ups. Ao todo, o laboratório está capa-citado para realizar procedimentos em 21 especialidades médicas. (r.N.) M

Acima, detalhe do brise em padrão madeira. Além de garantir proteção oferece acabamento à fachada. Abaixo, na imagem interna do lobby, entrada abundante de iluminação

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Na cobertura do Mineirão e em oito estádios de 2014.

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Soluções TubularesVallourec.

No Brasil, já são nove estádios que contam com a qualidade dos tubos estruturais de seções circular e retangular da Vallourec. As estruturas tubulares proporcionam amplitude de vãos, garantem elevada resistência e baixo peso próprio, permitindo soluções modernas e inovadoras. Além disso, proporcionam obras com prazo de execução reduzido e evitam desperdício de materiais. Resultado comprovado na nova cobertura do Mineirão.

Vallourec é líder na produção de tubos de aço sem costura no país e abastece os setores de energia, indústria mecânica, automotiva, petrolífera e da construção civil. Vallourec: com a torcida brasileira, faça chuva ou faça sol.

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Projeto humanizadoNo Hospital Geral de são Carlos, arquiteto lelé equilibra soluções do partido arquitetôNiCo ao bem-estar dos usuários

Uma edificação de saúde voltada ao estUdo deve facilitar a relação entre o médico e o residente e garantir o conforto indica-do à recuperação de pacientes. Foi partindo desta premissa que a Prefeitura de São Carlos (SP) encomendou um hospital-escola para a Universidade Federal ao arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), reconhecido por seus projetos para a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. Além do aço, utilizado nas estruturas, um dos traços marcantes deste projeto são os telhados sheds e o sistema de venti-lação natural controlado por acionamento mecânico no forro. Estas soluções são recorrentes nos trabalhos de Lelé e, neste caso, cola-boram para a redução do índice de infecção hospitalar e economia com ar-condicionado.

A partir do estudo realizado pelo arquiteto para a criação do Hospital Geral de São Carlos, um escritório parceiro, o Apiacás Arqui-tetos, desenvolveu o projeto executivo. De acordo com o arquiteto Anderson Freitas, do escritório Apiacás, a área de implantação do hospital tem aproximadamente 45 mil m2. “Trata-se de um terreno público, pertencente ao município que optou por incluir nele a rede

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Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que ocupa uma pequena área do local.”

Foi prevista a construção de quatro edifícios em duas etapas: a primeira contempla 6 mil m2, e já foi entregue. A segunda, iniciada em 2008, prevê mais 20 mil m2 e ainda está em fase de exe-cução. Esta última deve abrigar 14 salas de cirurgia, Unidade de Terapia Intensi-va (UTI) e 220 leitos, salas administrati-vas, centro de estudo e auditório.

ConstruçãoO arquiteto Anderson Freitas conta que na parte mais leve do projeto, como tér-reo e subsolo de ventilação, onde estão os setores de espera e atendimento e as

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salas cirúrgicas, as fundações são dire-tas no solo. Já no setor de internação, as fundações são do tipo strauss.

A estrutura é, em parte, metálica, pré-fabricada e montada in loco. “O pro-jeto possui um embasamento que tem como função criar uma caixa de venti-lação por convecção. Este embasamento é executado em concreto com pilares a cada 2,5 m para apoiar as lajes pré-fabri-cadas, que vencem o mesmo vão. O vão com eixos de 2,5 m foi deliberadamen-te desenhado para evitar que o subso-lo se tornasse um estacionamento de automóveis. Sobre este embasamento, a estrutura é executada em aço, com vãos maiores conforme a resistência da estrutura primária”, explica.

O aço trouxe facilidade de montagem e velocidade na execução das obras dos edi-fícios do Hospital São Carlos, que devem abrigar centro de estudo, serviços técni-cos, emergência, centro cirúrgico, interna-ção e serviços gerais. Abaixo, vista externa do jardim com espelho d´água, recurso para tornar o clima mais ameno

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Segundo Freitas, o aço trouxe ao projeto benefícios como faci-lidade de montagem e velocidade na execução. Foram utilizados perfis em viga I para as vigas de travamento (dos setores de espera e pronto atendimento). Além disso, a cobertura em arco é executada em treliça metálica. A estrutura mista da área de internação (edifício de quatro pavimentos) possui vigas em perfil I metálicas e lajes em concreto, com a vedação, cobertura e brises, estruturados por um arco metálico em perfil I.

Quando perguntado sobre o componente principal da obra, o arquiteto Freitas responde que “o principal componente é o projeto em si”. Ou seja, um edifício hospitalar que tira partido da ventilação natural controlada por um sistema permanente de acionamento mecânico, localizado no forro. “O fato de possuir ventilação natural reduz drasticamente o índice de infecção hospitalar”, destaca. Ele acrescenta que o sistema de ventilação também reduz o uso do ar--condicionado, gerando economia para a administração.

Além disso, optou-se por telhado sheds, com grandes aberturas para iluminação e ventilação. Os sheds ficam acima dos caixi-lhos basculantes em policarbonato translúcido, que guarnecem os tetos e, desta maneira, cria-se um grande colchão de ar ventilado

> Projeto arquitetônico: João Filgueiras Lima (Lelé)

> Desenvolvimento: Brasil Arquitetura e Apiacás Arquitetos

> Área construída: primeira etapa: 6 mil m²; segunda etapa: 20 mil m²

> Volume de aço: 1.300 t

> Projeto estrutural: Eleve Engenharia

> Fornecimento e execução da estrutura metálica: Ala Coberturas

> Execução da obra: MVG Engenharia e Construart

> Local: São Carlos, SP

> Data do projeto: 2004

> Conclusão da obra: sem previsão oficial

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Acima, na sequência de imagens, montagem das estruturas metálicas pré-fabricadas no bloco de serviços

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protegido do sol e da chuva, possibili-tando o controle de ventilação cruzada em cada ambiente, de acordo com o posicionamento dos basculantes.

Os fechamentos do hospital-escola foram executados em alvenaria, com painéis metálicos e naturalmente em vidro onde existem caixilhos. Já os revestimentos selecionados resultaram do sistema construtivo adotado. “Se o fechamento é metálico, fica aparente; se é alvenaria, é revestido com arga-massa e pintado. Nos casos das áreas molhadas, foram aplicados azulejos. O piso é sempre cerâmico de alta resis-tência, com exceção da área cirúrgica, onde é eletrostático”, explica.

Em relação às dificuldades de exe-cução da obra, o arquiteto afirma que todo o projeto possui suas peculiarida-

des. “Lógico que por se tratar de um hospital, isso toma uma pro-porção maior em função das muitas tecnologias disponíveis para o bom funcionamento de um equipamento deste porte”, conta.

Uma das definições dadas pelo arquiteto Lelé para edificações voltadas à saúde é que “um projeto de um hospital, por sua com-plexidade técnica e, principalmente, por sua função de abrigar o ser humano em um momento de fragilidade física e psíquica, exige a integração de fatores que determinarão a qualidade da obra e o retorno social do investimento”.

De certa maneira, esta é uma das características do projeto do Hospital Geral de São Carlos, ou melhor, das obras com essa tipologia assinadas por Lelé. “O projeto previu a humanização dos locais de maior permanência de pacientes ou de funcioná-rios, tais como esperas, boxes de observação, descanso de médi-cos e de enfermeiras, administração, entre outros setores. Isso ocorreu por meio da integração de terraços, solários e áreas ajar-dinadas internas ou externas”, conclui Anderson Freitas. Apesar da obra se encontrar em estágio avançado, devido à necessidade de paralisação dos trabalhos, o projeto não tem data exata de entrega. (m.c.s.) M

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O formato em arco das estru-turas em aço deu origem ao prédio destinado à internação

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Sem conhecer o terreno exato onde Seriam inStaladaS aS clínicaS da Família, no rio de Janeiro, proJeto arquitetônico

priorizou eStrutura em aço, modulada e vedada com placaS também em aço e com iSolamento termoacúStico

a serviço da saudeAço

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&ARQUITETURA AÇO 15

O aço foi a solução arquitetônica encontrada para colocar em práti-ca o plano de instalação das Clínicas da Família, no Rio de Janeiro. Isso porque o projeto exigia um sistema construtivo modular que se adaptas-se a qualquer tipo de terreno. A idea-lização foi do arquiteto Jozé Candido Sampaio de Lacerda Júnior em parce-ria com Alexandre Pessoa, da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe), órgão da Secretaria de Obras da Prefeitura do Rio.

Segundo a Prefeitura, tratam-se de unidades de saúde que têm como objetivo principal ampliar a assistên-cia dos programas de atenção básica a partir de uma estratégia de caráter pre-ventivo, atuando principalmente nas regiões menos favorecidas da cidade, como a zona oeste.

“Apesar de mapeadas as áreas da cidade onde as 70 Clínicas da Família seriam implantadas, não se conheciam ainda os terrenos. Dentro desta variá-vel, havia ainda a necessidade de uma construção rápida e de fácil manu-tenção, que oferecesse conforto aos usuários e aos profissionais de saúde”, explica Lacerda.

A estrutura de aço modulada e veda-da em painéis de aço com isolamento termoacústico (pré-construídas e racio-nalizadas de acordo com as opções de transporte entre a fábrica e o canteiro de obras) permitiu rápida construção com baixo índice de desperdício, fato que ajudou no ganho em escala. O sistema modular foi construído sobre fundação em radier, revestido com piso industrial de alta densidade e eleva-da resistência à abrasão e a impactos,

sendo o revestimento comum a todas as áreas das Clínicas. Para se ter ideia da rapidez, a construção de cada unidade pode ser executa-da em cerca de 40 dias.

Ainda de acordo com Lacerda, a vantagem é que o sistema permite a sua multiplicação em diversas configurações e áreas, conforme a peculiaridade de cada terreno. A unidade básica do projeto das Clínicas da Família é a sala de consultas de 7,5 m2, que agrupada duas a duas deu origem à modulação básica de 5 m2, posteriormente adaptada, devido à modulação das placas de veda-ção, para 4,90 x 4,80 m, com mais 2,90 m de circulação periférica, ficando finalmente o módulo final com 4,90 x 7,80 m. “Seu módulo básico tem, portanto, 390 m2, com 24 m2 de área construída”, diz o arquiteto.

Para o projeto, foram criadas duas variações: os módulos de consultórios, que são ainda adaptados para depósitos, áreas admi-

Espécie de arcos (tubos de aço), cuja função é evitar a incidência direta da luz solar na edificação

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nistrativas, exames, observação etc.; e o módulo de conexão, na forma de um quarto de círculo – que pode ser usado de forma con-vencional de conexão, ou de forma isolada, dando origem a um ele-mento semicircular individual – que abriga áreas administrativas, reuniões e auditórios. A área edificada de cada Clínica da Família varia entre 1.500 m2 e 3.500 m2.

“Fiz os dimensionamentos, pré-dimensionamentos e outros detalhes para viabilizar a estrutura e minimizar os custos”, lem-bra Leonardo Perazzo, responsável pelo cálculo estrutural da obra. Segundo ele, os módulos-padrão (de 4,90 m x 7,80 m) são estrutura-dos com seis pilares, apoiando vigas perfis de chapas dobradas. As telhas, forros e os painéis de fechamentos laterais foram projetados em aço zincado pré-pintado, com isolamentos termoacústicos. Os tubos calandrados de apoio dos brises possuem diâmetro de 60 mm.

Ainda de acordo com Perazzo, como a estrutura é muito leve, com cargas nos pilares inferiores a 400 kgf, o projeto permitiu fun-dações do tipo radier, de espessura de 15 cm, sobre o solo preparado e nivelado. “Outra grande vantagem do sistema é que enquanto se concretam as fundações, os módulos já podem ser fabricados, reduzindo os prazos de entrega da construção”, afirma.

Soma-se à lista de benefícios do uso do aço no projeto a adap-tação da edificação e reformas (desmontagem e remontagem de espaços) com o mínimo de interferência e transtornos na utilização normal do edifício.

> Projeto arquitetônico: JC & S Arquitetos Associados – Jozé Candido Sampaio de Lacerda Júnior e Alexandre Pessoa, da RioUrbe (Empresa Municipal de Urbanização, órgão da Secretaria de Obras da Prefeitura do Rio)

> Área construída: 390 m²

> Aço empregado: aço zincado pré-pintado (nas telhas, forros e painéis de fechamentos laterais); vigas perfis de chapas dobradas; tubos calandrados (de apoio dos brises) de 60 mm

> Volume de aço: aproximadamente 11, 7 t para áreas de 390 x 30 m²

> Projeto estrutural: Leonardo Perazzo

> Fornecimento da estrutura metálica: Hunter Douglas (brises); Danica Corporation/MBP Metalúrgica Barra do Pirai (painéis termoacústicos, cobertura e isolamento)

> Execução da obra: Volume e Engetécnica

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2009

> Conclusão da obra: 2011

SustentabilidadeTodo o projeto foi concebido com princípios da arquitetura sustentável, incluindo sistemas de reuso de água e maior aproveitamento da ilumina-ção natural. A implantação de jardins internos em todas as unidades, por exemplo, permite a ventilação cruzada natural em todos os compartimentos das Clínicas, bem como o aproveita-mento da iluminação natural. “Mas não é só isso. Eles também garantem maior conforto aos usuários e profis-sionais, privilegiando a vista de uma

A base do sistema construtivo é o aço, empregado na estrutura, cobertura e fechamento

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área verde que articula as circulações internas e gera, ainda, um espaço de espera mais agradável com maior qualidade paisagísti-ca”, complementa o arquiteto Jozé Lacerda.

Para aumentar a eficiência do sistema de condicionamento de ar, foi idealizada uma espécie de colchão, resultado do afastamento do telhado em relação à cobertura das salas – estratégia que incen-tiva a circulação de ar e evita a incidência direta de raios solares.

A parede externa conta com um grande pano de vidro, dividi-do em duas partes: uma maior, com um pano fixo fosco para não comprometer a privacidade das consultas; e quatro menores, duas inferiores, também fixas, e duas superiores do tipo maxim-ar, as quais trabalham em conjunto com as maxim-ar instaladas na parede oposta (a de entrada dos consultórios) e forçam a circulação cruzada. Como proteção do grande pano de vidro fixo, foram instalados brises soleils, que variam conforme a orientação solar.

O caimento das águas dos telhados é feito para a parte externa das Clínicas, sendo a água captada nas calhas perimetrais e armazenada em compartimento separado no chamado castelo d'água. (C.E.) M

1 - Telha termoacústica

2 - Colchão de ar

3 - Ventilação cruzada

4 - Brise soleil

5 - Estrutura em aço e vedação em placas

de aço com isolante térmico

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Maternidade em Bangu

IdealIzado a partIr de um programa de necessIdades da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro foi construído em Bangu, na zona oeste da cidade, em uma área de 13.251 m2, antes ocupada por uma antiga praça. O projeto arquitetônico, de autoria da Arqhos Consultoria e Projetos, previu um edifício monobloco com três pavi-mentos. Com o objetivo de reduzir o tempo da obra, optou-se por uma estrutura em aço modular com poucas vigas de transição. Já a cober-tura do prédio foi executada com laje pré-moldada sob telhas metá-licas trapezoidais, aplicadas em estrutura convencional de madeira.

Inicialmente, a obra havia sido concebida pela construtora Andra-de Gutierrez com estrutura de concreto convencional, com prazo de finalização de dois anos. Contudo, devido à demanda por vagas hospitalares naquela região e a preocupação por parte do cliente, a equipe de engenharia estudou soluções que pudessem acelerar o processo construtivo, visto que a unidade deveria ser entregue em apenas um ano. Assim, com o auxílio do escritório de arquitetura,

que é especializado em projetos hospi-talares, e um calculista de estruturas, o projeto inicial deu lugar a outro, que contemplou tecnologias mais moder-nas, como estrutura em aço, steel frame e drywall. Os ganhos com a mudança foram velocidade construtiva e baixa quantidade de resíduo gerado.

ExecuçãoPara não causar transtornos à comu-nidade vizinha durante o período de obras, além de evitar riscos de abalo a um antigo viaduto que faceia a praça, utilizaram-se estacas tipo hélice con-tínua para a execução das fundações. Com exceção das lajes, a estrutura é

AntecipAção nA entregA dA obrA estimulou A construtorA A substituir sistemAs convencionAis por Aço modulAr

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totalmente em aço, com ligações sol-dadas e não aparafusadas. A fim de garantir agilidade nesta etapa da obra, utilizou-se, ainda, um projeto em pré--laje treliçada com armação superior em tela soldada.

Segundo dados da construtora Andrade Gutierrez, o principal com-ponente do projeto é a estrutura em aço modular com pouquíssimas vigas de transição. Para atender aos prazos e exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os fecha-mentos externos previstos no projeto inicial também tiveram de ser substi-tuídos por steel frame, com o uso de placas cimentícias. Já os internos são

em drywall, exceto as escadas e o poço do elevador, que foram exe-cutados em alvenaria. Nos ambientes secos, o drywall é pintado. Enquanto nas áreas molhadas, utilizou-se azulejo.

Ao todo, utilizaram-se mais de 40 mil m2 de chapas de drywall como divisórias internas e radiológicas, assim como também nos forros e balcões de atendimento. Entre os produtos utilizados estão os sistemas de forros modulados removíveis e de revestimento viní-lico. Para a sala de radiologia, foram especificadas chapas que pos-suem aditivos especiais para a blindagem radiológica, além de terem resistência a impactos e isolamento acústico.

Todos os acabamentos empregados na implantação da unidade aliam a facilidade de assepsia assim como de manutenção. Foram utilizados também pisos de manta vinílica, aplicada sobre a arga-massa de regularização, com rodapé do mesmo material. Para as áreas de atendimentos, a opção foi por piso cerâmico antiderrapante nas áreas molhadas e piso de alta resistência, com rodapé no mesmo material, nas áreas técnicas, de serviço e nas circulações.

Acima, à direita, etapa da montagem das estruturas em aço. Abaixo, na fase de fechamento, o uso de painéis com placas cimentícias

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> Projeto arquitetônico: Arqhos Consultoria e Projetos - Arquiteto Celso Girafa

> Área construída: 9.300 m²

> Aço empregado: ASTM A572 GR50 e ASTM A36

> Volume de aço: 702 t

> Projeto estrutural: Casagrande Engenharia

> Fornecimento da estrutura metálica: SLX Estruturas Metálicas

> Execução da obra: Construtora Andrade Gutierrez

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: março 2011

> Conclusão da obra: julho 2012

Conforto ambientalOs ambientes voltados para as fachadas possuem ventilação e ilu-minação naturais, de modo a permitir maior conforto ambiental aos usuários. Já para as áreas que não possuem estes requisitos adotou--se um sistema de ventilação e exaustão mecânicas. As fachadas voltadas para norte e oeste acomodam grandes painéis de proteção solar do tipo brise soleil em forma de réguas de alumínio.

Os ambientes de atendimento, internação e de média a longa permanências possuem sistema de condicionamento de ar, sendo que nas áreas críticas, do ponto de vista da assepsia, são previstos sistemas de filtragem do ar conforme legislação sanitária.

Divisão internaO hospital conta com três pavimentos, sendo que o térreo é secionado por via interna de serviços e acesso ao estacionamento sob o viaduto existente, que se localiza junto ao terreno em sua fachada norte.

Ao todo, existem nove consultórios, duas salas de procedimento, uma sala de ultrassonografia, uma de cardiologia, uma de raios X e outra de mamografia. Além disso, três salas de cirurgia, seis de parto, 26 enfermarias, Unidade Intensiva Neonatal, Unidade Inter-mediária Neonatal, refeitório, alojamento de mães, hospital dia, entre outros espaços.

No pavimento de cobertura foram projetadas áreas técnicas: local para torres de resfriamento, sala para equipamentos de ar--condicionado, sala para equipamentos de vácuo clínico e ar com-primido medicinal, casa de bombas e barrilete, reservatório supe-rior e casa de bombas de incêndio.

O objetivo desta unidade de saúde é oferecer atendimento exclusivo a gestantes e crianças recém-nascidas, com serviços como acompanhamento pré-natal, partos normais e cirúrgicos, internação pós-procedimentos e internação intensiva, assim como primeiros socorros. (m.c.s.) M

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Abaixo, vista de uma das salas de pro-cedimentos, cuja fachada possui entra-da de iluminação e ventilação naturais

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Sérgio P. A. reiS, dire-tor da EMED Arquitetura Hospitalar, fundada em 1989, fala sobre a impor-tância da participação dos profissionais de arquitetura e engenha-ria em todas as etapas da criação de uma edifi-cação na área da saúde, desde o projeto, passan-do pelo planejamento e gerenciamento da obra. Para ele, neste tipo de empreendimento não é

indicado demolir para realizar uma expansão, por exemplo, pois as atividades nunca param. Neste sentido, o sistema estrutural em aço é perfeito: “A modulação proporcionada pelo aço é a palavra-chave na área hospitalar, seja em projetos novos ou de expansão, uma vez que possibilita rearranjos interessantes e novas concepções de layout, ainda que uma parte das instalações esteja em plena atividade e, claro, sem contar a longevidade da construção”.

AA – Como é pensar um projeto na área hospitalar? SR – É bem complexo. Não é como projetar um edifício corporativo convencional. O cliente desta área é leigo em relação ao tipo de tra-balho que desenvolvemos, e por isso é imprescindível e necessário ter profissionais com know-how em gerenciamento de obras desta tipolo-gia. Logo nos primeiros projetos do escritório, percebemos que as cons-truções ficavam órfãs nesta etapa. Assim, além de projetar, passamos a acompanhar também a construção de todos os empreendimentos hospitalares. Posso dizer que, atualmente, por acompanharmos todas as etapas do processo acabamos nos envolvendo com as obras de uma forma muito natural.

AA – Como é a atuação da equipe para que as obras aconteçam de uma maneira natural? SR – Além do projeto arquitetônico propriamente dito, temos um departamento de engenharia que cuida do desenvolvimento dos empreendimentos, administração da obra, bem como da captação dos recursos financeiros. E o mais interessante é que, com isso, o cliente acata a maioria das sugestões ou indicações, o que é muito bom porque

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temos a liberdade de indicar o sistema construtivo ou material mais apropriado. É um mercado que tem esta caracterís-tica. Até porque estamos lidando com profissionais especializados em saúde, e que não entendem de projeto, tampouco de construção. Por isso, delegam à equipe de arquitetura toda a responsabilidade, do início ao fim, como citei em relação ao gerenciamento. É uma parceria de muita confiança.

AA – Por se tratar um local onde o fluxo de pessoas é intenso, nas edificações na área da saúde como deve ser tratada a questão dos materiais? SR – Diferente das demais construções, um hospital funciona 24 horas por dia, 365 dias ao ano. O afluxo de público externo é intenso. E o público interno necessita de cuidados muito peculiares. Então, temos de ficar atentos aos deta-lhes de acabamento, por exemplo, pois estes fazem toda a diferença. Desde a escolha da manta vinílica com vedações específicas no piso, até as soluções para o sistema de ventilação, entre outros. Devemos, acima de tudo, compatibilizar em um único edifício as necessidades humanas e as evoluções tecnológicas da medicina. Sem contar que o edifício deverá ter uma vida útil longa e ainda ser flexível às adaptações.

AA – E por falar em materiais, de que maneira o sistema estrutural em aço contribui com as obras hospitalares?SR – Atualmente, considero o uso de estruturas metálicas fundamental às obras hospitalares. O aço está presente em praticamente todas as situações. É indicado nos projetos novos, uma vez que o plano diretor prevê ampliações

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futuras, e, neste caso, nada substitui a eficiência e rapidez do sistema metálico. Na maioria das vezes, consideramos in- viável o uso das estruturas convencio-nais devido ao desconforto proporciona-do pelos resíduos causados no canteiro de obras. Frente a isto, sem dúvida, o aço é o material que mais nos atende de maneira positiva. A sugestão parte do escritório, que expõe, conceitua e apre-senta as vantagens e desvantagens.

AA – O uso de sistema construtivo em aço na área da saúde tem conquistado adeptos?SR – Precisamos ser realistas, pois, infe-lizmente, no Brasil ainda há muito que se explorar a respeito do uso do aço, cujos benefícios são inúmeros. Devido à falta de mão de obra qualificada, e também de informação e, em alguns casos, em fun-ção do custo, o sistema acaba não sendo tão aplicado. Mas, na área hospitalar, na medida do possível, vem sendo dis-seminado. Nessa tipologia, quanto mais se consegue montar os sistemas fora do canteiro, melhor será a qualidade da obra e menor o prazo de execução. Em minha opinião, a modulação proporcionada pelo aço é a palavra-chave, seja em projetos novos ou de expansão. O sistema possibi-lita diversas concepções de layout, ainda que uma parte das instalações esteja em plena atividade e, claro, sem contar a lon-gevidade da construção.

AA – A maioria das unidades da Unimedque o escritório tem projetado recebeuestrutura em aço? Por quê? SR – O projeto mais recente é o da Unimed de Ribeirão Preto, em São Paulo, cuja obra deve ter início ainda este ano. Saindo das fundações, pilares e vigas projetamos

tudo em aço com lajes em steel deck. Adotaremos, ainda, fechamento externo em painéis unitizados. A solução trará agilidade, rapidez e qua-lidade à obra, além de diminuição no número de empresas no canteiro. Nosso objetivo é levar ainda mais tecnologia a esta etapa executiva.

AA – Esta obra pode ser considerada, então, uma das mais significati-vas quanto ao uso do sistema construtivo em aço? SR – Sem dúvida. Esta obra traz uma quebra de paradigma para o escritório. A partir daí, as demais serão executadas com as mesmas soluções. Ao todo, são mais de 20 mil m2 de construção em que estão sendo adotadas todas as tecnologias de ponta, sobretudo as que envol-vem sistemas metálicos em aço.

AA – Quais foram os principais avanços na arquitetura das unidades da Unimed desde a primeira obra em aço, em 1989? SR – Eu acho que os avanços não estão muito vinculados à etapa de projeto, mas sim à profissionalização por parte do cliente. A empre-sa, hoje, entende a importância do planejamento. Compreende, por exemplo, a necessidade da compatibilização dos projetos, bem como o gerenciamento. Antigamente encontrávamos dificuldades em mostrar ao contratante a complexidade dos sistemas que envolviam cada fase da obra, e isto interferia até mesmo na hora de indicar os melhores sistemas. Atualmente não. Porém, apesar de atuarmos no Brasil todo, com a projeção de unidades em diferentes cidades, cada obra é uma obra distinta. Cada qual com sua administração. O traba-lho é individualizado para cada cliente. O que serve para uma, não serve, necessariamente, para a outra. Cada rede hospitalar tem carac-terísticas e especificidades muito próprias, além disso são muitas as variáveis que envolvem um projeto, como localização, quantidade de hospitais naquela região e por aí vai. Mas as tecnologias de ponta chegam para acompanhar os aparatos tecnológicos usados como instrumentos de tratamento.

AA – Qual a preocupação da equipe a cada projeto recebido? Quantos estão em andamento? SR – Identificar junto ao cliente a vocação do empreendimento. Digo que isto é o mais importante. Como citei, a cada obra de hospital, uma vocação diferente. Daí a equipe se fixa na programação do empreendimento e estuda todas as possibilidades. Uma vez forma-tado o programa, damos início ao projeto que atende às expectativas do contratante. A Unimed é apenas um dos segmentos atendidos; atualmente o escritório tem cerca de 30 projetos em andamento na área hospitalar. (N. F.) M

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Com mais de 9.600 m2 de área Construída, o Hospital Unimed Resende é considerado um dos maiores complexos hospitalares da região das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. Assinado pelo escritório EMED Arquitetura Hospitalar, de São Paulo, o projeto de arquitetura aproxima-se de uma linguagem com soluções menos rígidas e mais humanizadas.

Enquanto o projeto paisagístico está em sintonia tanto com as áreas externas quanto internas, as áreas sociais, como a recepção, a sala de espera e a cafeteria, utilizam boa iluminação e ventilação, rompendo com a sensação de frieza e austeridade destes ambien-tes. Já a topografia do terreno foi utilizada a favor da organização dos espaços. Foram criados dois níveis de acesso: um pelo subsolo, que possibilita a entrada ao pronto atendimento, emergência, apoio técnico e logístico; outro no térreo, onde funciona a entrada de visi-tantes e pacientes eletivos.

Soluções

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Novo prédio da UNimed, em reseNde, foi peNsado a partir de coNceitos de flexibilidade e possíveis remaNejameNtos dos espaços

“A partir desta implantação, as áreas foram distribuídas nos pavimen-tos de acordo com as atividades afins. Por exemplo, no térreo foram instala-dos os serviços auxiliares de diagnós-tico e terapia e o setor administrativo, o qual, pensando na flexibilidade da edificação e em uma possível expansão futura, poderá ser realocado, permitin-do a acomodação de novas tecnologias e serviços médicos”, explica o arquiteto Fernando Brito, do EMED.

Segundo o profissional, para con-seguir maior agilidade na execução da obra, menor desperdício de materiais

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O edifício distribuído em cinco pavimentos é composto por estru-tura mista em aço e concreto

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e, consequentemente, menor geração de resíduos, foi escolhida uma solução estrutural mista, composta por pilares metálicos e vigas mistas aço-laje de concreto sobre steel deck, em um total de 420 toneladas. A solução construti-va atende a uma planta distribuída em cinco pavimentos, além da cobertura, mais áreas para reservatórios, barrilete e casas de máquinas.

“A escolha da estrutura mista se deve ao fator economia e redução da altu-ra das vigas, permitindo um aprovei-tamento adequado do gabarito (altura total) do edifício”, afirma o engenheiro Marco Antonio Marini, responsável pelo projeto estrutural. Já a utilização de steel deck para as lajes, de acordo com Marini, permitiu a liberação imediata de acesso

hospitalares

Acima, vista do lobby; o uso de grandes esquadrias com vidro duplo laminado garante a entrada de iluminação natural nos espaços

> Projeto arquitetônico: EMED Arquitetura Hospitalar

> Área construída: 9.605,77 m²

> Aço empregado: ASTM A572

> Volume de aço: 420 t

> Projeto estrutural: Marco Antonio Marini Engenharia Estrutural

> Fornecimento da estrutura metálica: BMC Estruturas Metálicas

> Execução da obra: EMED Arquitetura Hospitalar

> Local: Resende, RJ

> Data do projeto: 2010

> Conclusão da obra: 2013

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às áreas inferiores da obra, uma vez que não foram utilizados os esco-ramentos tradicionais das estruturas de concreto armado.

Ainda segundo o engenheiro, a escolha das soluções de arqui-tetura e do projeto estrutural foi feita em comum acordo com o cliente. Assim, para os fechamentos internos, utilizou-se drywall quase em sua totalidade devido à flexibilidade de suas modulações, visando ainda arranjos futuros.

“Outra preocupação para a escolha destas soluções por se tra-tar de um hospital, é a necessidade de estar atento à legislação de proteção e combate a incêndio, e também à sobrecarga adotada para a estrutura, considerando a flexibilidade dos espaços e possí-veis remanejamentos de áreas com equipamentos que demandem estrutura reforçada”, complementa o arquiteto Fernando Brito.

Para alcançar a estética desejada, a fachada recebeu esquadrias com sistema silicone glazing, com vidros duplos laminados com película de proteção entre eles, que compõe com peitoris revestidos por placas de alumínio composto (ACM). O resultado é um projeto que não apenas atende às necessidades do ambiente hospitalar, como também proporciona ao paciente a possibilidade de trata-mento em um espaço seguro e humanizado. (C.a.) M

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Projeto ecoeficiente Nova uNidade do Hospital Mater dei, eM Belo HorizoNte, está seNdo executada coM estrutura iNteiraMeNte eM aço, eNtre outras tecNologias capazes de MiNiMizar iMpactos aMBieNtais da coNstrução

A novA unidAde do HospitAl MAter dei localiza-se no terreno do antigo Mercado Distrital da Barroca, na Avenida do Contorno, na capital mineira. Com aproximadamente 67 mil m2, a edificação, que receberá estrutura em aço, é composta por 19 pavimentos e dois subsolos – executados em steel deck. O objetivo é oferecer 300 leitos e todos os serviços de um complexo hospitalar, como Pronto Socorro, Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e Centro Cirúrgico.

De acordo com o arquiteto Siegbert Zanettini, autor do projeto, várias condicionantes o levaram a optar pelo uso do aço. “Tendo a ecoeficiência e a sustentabilidade como uma de suas marcas, o

edifício foi projetado para receber tec-nologias limpas, não só no que se refe-re à parte estrutural, mas também em fechamentos externos”, afirma Zanetti- ni. A intenção, segundo ele, é que as vedações sejam feitas com a instala-ção de painéis de vidro ou de alumínio composto (ACM), com montagem exe-cutada a partir de módulos de piso a piso. O mesmo conceito se estende às

Acima, à esquerda, fachada do hospital, na etapa de fechamento. À direita, detalhe da estrutura metálica de acesso de veículos para garagem superior, na parte oposta à fachada da Av. do Contorno. Na sequência, estrutura metálica da cobertura da marquise e imagem do hospital após a conclusão das obras

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ções tecnológicas. “Foram consideradas as facilidades de operação e manutenção dos vários sistemas por meio de shafts visitáveis, assim como a obtenção de um canteiro limpo, seguro e com o mínimo de resíduos. A interação com o entorno e a necessidade de acessos diferenciados para os vários níveis, devido às grandes inclinações do terreno, também se tornaram determinantes para a escolha de determinados sistemas.”

Do subsolo ao quinto pavimento, localizam-se todas as funções de prevenção, cura e tratamento; do 6º andar ao 11º, os pavimentos de garagem, e, do 12º ao 19º, todo o setor de internação, conectados aos andares inferiores por vários grupos de elevadores e escadas. Com o declive acentuado do lote, o acesso à edificação foi feito por níveis diferentes. Os sistemas automatizados de energia, água fria e quente, vapor e condensação, ar-condicionado e exaustão, lógica, luz e voz, bem como controles de aferição e consumo também inte-gram o conjunto de soluções adotadas no novo edifício.

Flora preservadaComo em todas as obras do arquiteto, alguns aspectos arquitetôni-cos garantiram ecoeficiência à obra e merecem destaque, como a integração do partido à intensa vegetação local. Árvores de grande porte do entorno, por exemplo, foram preservadas a fim de ofere-cer agradável sombreamento ao edifício, auxiliando também na diminuição das cargas térmicas das áreas internas. Para Zanettini, soluções simples como esta deveriam ser utilizadas em qualquer projeto, já que integram os preceitos de uma boa arquitetura. “Vale ressaltar, ainda, as áreas ajardinadas em dois níveis, instaladas nas coberturas dos blocos mais baixos, um destinado ao restaurante, lazer e capela ecumênica e outro aos pacientes e como local de passeio”, explica o arquiteto.

Segundo a Codeme Engenharia, empresa responsável pelo pro-jeto das estruturas metálicas, para a montagem da parte estrutural, foram utilizados, além da já citada laje steel deck (MF-50), pilares de aço em perfil I e vigas mistas, laminadas e soldadas, com estrutura contraventada. O arquiteto também fez questão de indicar o uso do aço de maior resistência à corrosão.

De acordo com o presidente e fundador do Mater Dei, José Salva-dor, uma das peculiaridades deste projeto é mesmo sua localização privilegiada, em região com farta arborização. Para isso, a institui-ção comprou cerca de 20 casas do entorno. Inclusive, junto com o arquiteto decidiu manter e incorporar ao projeto uma árvore da espécie jequitibá de quase 300 anos. (C.e.) M

> Projeto arquitetônico: Zanettini Arquitetura

> Área construída: 67 mil m²

> Aço empregado: ASTM A36, ASTM A572 GR50 e aço de maior resistência à corrosão

> Volume de aço: 4.200 t

> Projeto estrutural: Codeme Engenharia S.A.

> Fornecimento da estrutura metálica: Codeme Engenharia S.A.

> Execução da obra: Departamento de Engenharia – Mater Dei

> Local: Belo Horizonte, MG

> Data do projeto: 2010

> Conclusão prevista: 2014

áreas internas, que terão divisórias em drywall, além de pisos de permanên-cia, repouso e lazer em manta vinílica. “Além disso, temos de trabalhar com um prazo relativamente curto, pois a meta do hospital é atender imprete-rivelmente à cidade na Copa de 2014”, acrescenta.

Além de todos os fatores citados, devido às dimensões do novo hospi-tal e sua localização, o estacionamento também demandou atenção especial, uma vez que serão necessárias 800 vagas de veículos, além de área res-trita à carga e descarga de caminhões. “Esta exigência inviabilizaria a cons-trução de sete pavimentos de garagem no subsolo devido ao alto custo. Daí a solução para que fossem dispostos na parte central do prédio. Mas isso só foi possível com a adoção do sistema em aço; do contrário, não teríamos tal fle-xibilidade”, destaca o arquiteto, com-pletando que em um hospital deste porte é preciso trabalhar com evolu-

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Parte das montanhasAço estruturAl possibilitou A implAntAção do Centro de mediCinA regenerAtivA dA universidAde dA CAlifórniA, em são frAnCisCo, em terreno desAfiAdor

Focada na área de saúde e seguindo a filosofia de que os inves-timentos em pesquisa, educação e nos cuidados com os pacientes convergem em grandes avanços, a Universidade da Califórnia, em São Francisco (UCSF), apostou em um campo promissor e contro-verso de pesquisas com células-tronco embrionárias humanas. A partir deste objetivo, a instituição abriu, em 2005, uma concorrên-cia para a construção do Edifício de Medicina Regenerativa Ray e Dagmar Dolby (RMB), com 80 mil m2. O escritório vencedor, Rafael Viñoly Architects, enfrentou o desafio de inserir o projeto em um terreno estreito e acentuadamente inclinado no campus Parnassus, no sopé norte do Monte Sutro. De acordo com a equipe de arqui-tetura, uma das solicitações era a integração do novo edifício a outro preexistente, erguido nos anos 1960. Já implantação em lote íngreme ocorreu devido à falta de outros espaços disponíveis no campus da Universidade. Assim, com forma sinuosa e horizontal,

a edificação, que tem cerca de 200 m de comprimento segue justamente as características da topografia local.

Em vez de optar por uma estrutura vertical – comum para terrenos deste tipo e aplicada nos demais prédios do campus – o arquiteto convenceu a UCSF a estender a área para o oeste, criando um longo prédio horizontal, paralelo ao Centro Médico e que acompanha a inclinação da estrada. O partido resul-tou em uma série de vantagens, tais como maior interação entre os depar-tamentos do novo edifício; unificação do campus, visto que se aproxima do prédio de Saúde Ambiental e Segu-rança, antes parcialmente isolado até a montanha; e oportunidade para a inserção de quatro terraços verdes com tratamento paisagístico.

A adaptação do edificío ao local foi possível graças à utilização da estrutura em aço, que também resultou em beleza e praticidade. Assim, o novo centro foi construído com o uso de treliças espa-ciais de aço de seção quadrada, apoiadas sobre blocos de fundação. Por se tratar

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Acima, um dos destaques do edifício são os quatro terraços com tratamento paisagístico. Estas

coberturas verdes proporcionam agradável vista de todo entorno. Abaixo, imagem do edifício

na encosta. Com 200 m de comprimento, além de estruturas em aço, toda a edificação tem

fechamento executado com chapas de aço corrugado

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Acima, vista da edificação inclinada e sinuosa. Devido às características do terreno, foi implantada com o uso de treliças espaciais de seção quadrada. Abaixo, a principal circulação do edifício é feita por meio de rampas externas, escadas e calçadas estruturadas em aço, ao longo da fachada norte

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de uma região sujeita a abalos sísmi-cos, estes aparelhos de apoio contam com dispositivos capazes de absorver e suportar os impactos de um terre-moto. Os arquitetos explicam, ainda, que esse tipo de solução permite uma movimentação lateral da estrutura de até 58 cm, de tal forma que a edificação como um todo não sofra danos. Além das estruturas, o aço se estendeu aos painéis de fechamento, executados na versão corrugada.

As soluções A treliça espacial HSS (hollow structu-ral section), que em português signifi-ca “tubos estruturais de aço”, forneceu um meio eficiente de acomodar o edi-fício na encosta. A equipe contou com a colaboração inicial do fabricante de aço e também responsável pela mon-tagem das estruturas, o que permitiu que os detalhes de treliça fossem coor-denados com sua fabricação e projeto de construção.

O Centro de Medicina Regenerati-va é destinado aos laboratórios de 25 pesquisadores principais, que se focam no campo de células-tronco. O piso do laboratório é dividido em quatro seg-mentos, que seguem a construção em declive, acompanhando a encosta da montanha. Na parte interna, os nós entre cada segmento são concebidos como áreas de interatividade: uma meia-escada conecta dois níveis de laboratório, e outra ao escritório e o telhado verde, implantado sobre cada escritório. Nestas interfaces, existem salas de descanso com vidros interio-res que maximizam as linhas de visão

nos laboratórios inferiores, aumentando o potencial de interação.Já os laboratórios ocupam um piso plano aberto, voltado para o

sul, que conta com esquadrias de vidros com vista para a encosta da montanha, permitindo a entrada de luz natural. As funções de apoio e áreas centrais compartilhadas ocupam o centro e o extremo norte do prédio, onde não há janelas, de acordo com a necessidade de controle ambiental dos espaços.

O prédio tem uma circulação horizontal fornecida por duas rampas externas ao longo da elevação norte – uma para o nível de laboratório e outra para o de escritório e terraço –, que ficam para-lelas à inclinação do local, ligando os diferentes níveis de piso. Exis-tem também escadas externas que conectam as duas rampas nas quatro principais entradas ao longo da elevação norte. Uma ponte facilita a conexão a três edifícios médicos de pesquisa próximos.

O projeto segue 21 critérios de desempenho ambiental e rece-beu a certificação LEED Gold. Isso foi possível graças aos telhados verdes, um dos destaques deste projeto, que minimizam o efeito de ilha de calor, controlam o escoamento de águas pluviais, iso-lam o edifício e proporcionam uma comodidade ao ar livre para os ocupantes. Adicionalmente houve o emprego de sistemas de água eficientes nos laboratórios e banheiros, sem contar a entrada abundante de iluminação natural a fim de reduzir o consumo de energia. (M.C.S.) M

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Obras-referênciaHospital Márcio cunHa ii> Local: Ipatinga, MG> Data de conclusão: 2005> Área de construção: 7.600 m²> Projeto de arquitetura: Lauro Miquelin e

Marlene Braga (L+M Gets Arquitetura e Construção)

> Colaboração: arquitetos Manoel Fernandes, Ceci Gabriel e Silvana Tersi; engenheiros Giuliano Pacheco, Miguel Elias Filho e Fernando Oliveira

> Projeto estrutural: Jorgeny Gonçalves Engenheiros Associados e Usiminas Mecânica – UMSA

> Construtora: Camargo Corrêa e Saraiva> Fornecimento da estrutura metálica e

steel frame: Usiminas Mecânica – UMSA e Flasan

> Aço empregado: ASTM A36, aço de maior resistência à corrosão e ZAR 230 nos perfis de steel frame

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açãoauditório MoisÉs safra

(Hospital albert einstein)> Local: São Paulo, SP> Data de conclusão: 2010> Área de construção: 2.500 m²> Projeto de arquitetura: Kahn do

Brasil > Projeto estrutural: Alpha

Projetos > Construtora: Serpal Engenharia> Fabricação e montagem da

estrutura metálica: BMC Construções Metálicas

> Volume de aço: 160 t> Aço empregado: ASTM A36

e ASTM A572

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Nos projetos abaixo, o aço garaNte flexibilidade à complexa iNfraestrutrua exigida pela área médica

centro de reabilitação infantil da rede saraH> Local: Rio de Janeiro, RJ > Data de conclusão: 2002> Área de construção: 5.160 m²> Projeto de arquitetura: João

Filgueiras Lima (Lelé)> Projeto estrutural: Roberto Vitorino> Colaboração: Ana Amélia Monteiro,

André Borém, Neuton Bacelar, Josenias dos Santos e Sônia Almeida

> Construtora: CTRS (pré-fabricação em Salvador, BA)

> Fornecimento da estrutura metálica: Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS)

> Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão

Hospital regional do MÉdio paraíba

> Local: Barra do Piraí, RJ> Data de conclusão das

estruturas metálicas: 2012> Área de construção: 24 mil m²> Projeto de arquitetura:

Secretaria Municipal de Planejamento da Prefeitura de Volta Redonda – Arquiteta Claudia Maria Freitas de Amorim

> Projeto estrutural: IHB Engenharia e Consultoria Estrutural

> Construtora: GTO Engenharia> Fabricação e montagem da

estrutura metálica: BMC Construções Metálicas

> Volume de aço: 980 t> Aço empregado: ASTM A36 e

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ACONTECE

O projeto da Unimed em Ribeirão Preto (SP) nasceu de um antigo desejo da empresa de construir um hospital próprio para ampliar a capacidade de atendimento naque-la região. A obra, que teve início em 2012, está sendo executada em um terreno na Rodovia Ribeirão Bonfim, próximo do Tennis Country Club. De acordo com a EMED Arquitetura Hospitalar, empresa responsável pelo projeto arquitetô-nico, construção e gerenciamento do empreendimento, esta unidade representa um avanço no que se refere às tecnologias construti-

vas, se comparadas às demais do grupo. Desde os pilares e as vigas, tudo é em aço, além da execução de lajes em steel deck e do uso de painéis unitizados como fecha-mento externo. Esta primeira fase da obra, cujo tempo estimado é de 24 meses, contempla Pronto Atendimento de Urgência e Emergência, Serviço de Diagnóstico por Imagem, Exames Gráficos, Serviço de Oncologia, Laboratório, Fisioterapia e Reabilitação, 80 leitos de internação, 20 leitos de UTI e dez salas cirúrgicas.

Embora conte com recursos necessários para todos os serviços de um hospital de médio porte, o plano diretor do empreendimento permite ampliações para que a edificação se transforme em uma unidade de grande porte. Já na próxima etapa serão construídas outras unidades de internação e a sede administrativa. Para a última fase do empreendimento está pre-visto um Medical Center. Ao todo, serão 22.250 m2 de área construí-da e estacionamento para 600 veí-culos. A conclusão dos trabalhos deve acontecer em 2015.

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&ARQUITETURA AÇO 35

ENDEREÇOS

> Escritórios dE ArquitEturAapiacás arquitetos End.: R. General Jardim, nº 482 São Paulo (SP)Tel.: (11) 3159-1970www.apiacasarquitetos.com.br arqhos Consultoria e ProjetosEnd.: Av.Franklin Roosevelt, n° 126 Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 2220-8453http://arqhos.com.brE-mail: [email protected]

Brasil arquitetura End.: Rua Harmonia, nº 101São Paulo (SP)Tel.: (11) 3815 9511www.brasilarquitetura.com

EMED arquitetura HospitalarEnd.: Rua Sansão Alves dos Santos, nº 76, cj.62São Paulo (SP) Tel: (11) 5505-9700www.emedproj.com.br

Empresa Municipal de Urbanização, órgão da Secretaria de obras da Prefeitura do Rio (RioUrbe)www.rio.rj.gov.br

Kahn do Brasil End.: Rua Doutor Alberto Seabra, nº 850São Paulo (SP)Tel.: (11) 4152-3500www.albertkahn.com

L+M Gets Gestão de Espaços e Tecnologias em SaúdeEnd.: Rua Fidêncio de Ramos, nº 100, 1º andarSão Paulo (SP) Tel.: (11) 3215-8200www.lmgets.com.br

Jozé Candido Sampaio de Lacerda Júnior (JC & S arquitetos associados) Tel.: (21) 3325-0521www.jcsarquitetos.com.brE-mail: jcs@jcsarquitetos. com.br

RoccoVidal P+WEnd.: Rua Eugênio de Medeiros, nº 639, 1º andarSão Paulo (SP) Tel.: (11) 3817-6963www. roccovidal.com.br

Zanettini arquiteturaEnd.: Rua Elvira Ferraz, nº 204 São Paulo (SP)Tel.: (11) 3849-0394www.zanettini.com.br

> ProJEto EstruturALCasagrande EngenhariaTel.: (21) 2247-2122www.cagen.com.brE-mail: [email protected]

Codeme Engenharia S.a. End.: BR 381 – Km 421 – C.P. 281Distrito Industrial Paulo CamiloBetim (MG)Tel.: (31) 3303-9000www.codeme.com.brE-mail: codeme@codeme. com.br

Eleve Engenharia Tel.: (71) 3264-2713

IHB Engenharia e Consultoria EstruturalEnd.: Rua 22, nº 25 Volta Redonda (RJ) Tel.: (24 ) 3342-9956

Jorgeny Gonçalves Engenheiros associados End.: Rua Pitangueiras, nº 430, sala 2São Paulo (SP) Tel.: (11) 5594-0830 E-mail: projetos@jorgeny. com.br

Leão & associados End.: Rua Dr. Renato Paes de Barros, nº 512, cj. 111 São Paulo (SP) Tel.: 3071-3466

Leonardo PerazzoTel.: (21) 2533-39499Cel.: (21) 999-5371

Marco antonio Marini Engenharia EstruturalEnd.: Rua Jandiro Joaquim Pereira, nº 367 São Paulo (SP)Tel.: (11) 3501-1724

> EstruturA MEtÁLicAala Coberturas Tel.: (16) 3969-3351

BMC Estruturas Metálicas End.: Rua Boa Esperança, nº 116 Ribeirão Pires (SP)Tel.: (11) 2331-1657www.bmccm.com.br

Codeme EngenhariaEnd.: BR 381 - Km 421 - C.P. 281 – Distrito Industrial Paulo CamiloBetim (MG)Tel.: (31) 3303-9000www.codeme.com.brE-mail: codeme@codeme. com.br

FlasanEnd.: Av. Barão Homem de Melo, nº 2.400 Belo Horizonte ( MG)Tel.: (31) 3078-2400 www.flasan.com.br

Hunter Douglas www.hunterdouglas.com.br

Danica Corporationwww.danica.com.br

MBP Metalúrgica Barra do Piraí Tel.: (24) 2447-9797 www.mbp.com.br

E-mail: [email protected] Sistemas ConstrutivosTel.: (11) 3573-3322www.medabil.com.br

SLX Estruturas MetálicasTel.: (21) 2671-4271 www.slxestruturas.com.br

Usiminas www.usiminasmecanica. com.br

> coNstrutorAsBKoEnd. Av. Faria Lima, nº 2.066, 9º andarSão Paulo ( SP) Tel.: (11) 3508-1500www.bko.com.br

Construtora andrade Gutierrezwww.andradegutierrez.com.br

Departamento de engenharia do Hospital Mater Deiwww.materdei.com.br

Engetécnica End.: Rua Padre João Manuel, nº 755, 12º andar, cj. 121São Paulo (SP) Tel.: (11) 3082-1777

MVG Engenharia End.: Al. Yayá, nº 465Guarulhos (SP) Tel.: (11) 2453-3723

Serpal Engenharia End.: Av. Ibirapuera, nº 2.332, torre I, 9º andarSão Paulo (SP) Tel.: (11) 5087-6550www.serpal.com

Volume Construções e ParticipaçõesEnd.: Rua Visconde de Inhaúma, nº 77, 18º andarRio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 2206-5500

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36 &ARQUITETURA AÇO

Material para publi ca ção:Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço.É desejável o envio das seguintes informações, em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutu-ral e construtor) e referências do arquiteto (telefone, endereço e e-mail).

expediente

Revista Arquitetura & Aço é uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora.CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) [email protected]

Conselho EditorialFernando José Estrela de Matos – CBCARoberto Inaba – UsiminasRonaldo do Carmo Soares – GerdauSilvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão

PublicidadeRicardo Wernecktel: (21) [email protected]

Roma Editora Rua Simão Álvares, 356, Cj. 12 – 05417-020 – São Paulo/SPTel.: (11) [email protected]

DireçãoCristiano S. Barata

Coordenação EditorialNádia Fischer

RedaçãoCamila Escudero, Cely Andrade, Maria Clara Souza, Nádia Fischer e Rafael Nunes

RevisãoDeborah Peleias

EditoraçãoCibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques e Emílio Fim Neto (designers)

Impres sãoSilvamarts

Endereço para envio de material:Revista Arquitetura & Aço – CBCAAv. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/[email protected]

É per mi ti da a repro du ção total dos tex tos, desde que men cio na da a fonte.É proi bi da a repro du ção das fotos e dese nhos, exce to median te auto ri za-ção ex pres sa do autor.

A&A nº 01 - Edifícios EducacionaisA&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos AndaresA&A nº 03 - Terminais de PassageirosA&A nº 04 - Shopping Centers e Centros ComerciaisA&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 06 - ResidênciasA&A nº 07 - Hospitais e ClínicasA&A nº 08 - IndústriasA&A nº 09 - Edificações para o EsporteA&A nº 10 - Instalações ComerciaisA&A nº 11 - Retrofit e Outras IntervençõesA&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos AndaresA&A nº 14 - Equipamentos UrbanosA&A nº 15 - Marquises e EscadasA&A nº 16 - Coberturas A&A nº 17 - Instituições de Ensino IIA&A nº 18 - EnvelopeA&A nº 19 - Residências IIA&A nº 20 - Indústrias IIA&A Especial - Copa do Mundo 2014A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 22 - Copa 2010A&A nº 23 - Habitações de Interesse SocialA&A nº 24 - MetrôA&A nº 25 - Instituições de Ensino IIIA&A nº 26 - Mobilidade UrbanaA&A nº 27 - Soluções RápidasA&A nº 28 - Edifícios CorporativosA&A Especial - Estação Intermodal de Transporte

Terrestre de PassageirosA&A nº 29 - Lazer e CulturaA&A nº 30 - Construção SustentávelA&A nº 31 - Construções para OlimpíadasA&A nº 32 - Instalações Comerciais IIA&A nº 33 - HotéisA&A nº 34 - Shopping Centers

próxiMa edição: Pontes e Passarelas

NúMeros aNte rio res:Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br

errata: Edição 34, Shopping Centers, na matéria Complexo moderno, a Premo Soluções Construtivas foi responsável pela produção, logística e montagem de todas as estruturas pré-fabricadas do Shopping Estação BH.

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e áreas de manipulação de

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e parenterais

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SUDESTE

São Paulo, SP11 3043-7891

Rio de Janeiro, RJ21 2498-0498

Betim, MG31 3593-5003

NORDESTE

Recife, PE81 2125-1900

NORTE

Belém, PA91 3255-7555

CENTRO-OESTE

Lucas do Rio Verde, MT65 3549-8200

Goiânia, GO62 3582-9001

SUL

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