revista arquitetura & aço 17

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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA AÇO & Instituições de Ensino II Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 17 março de 2009 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 17 março de 2009

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Page 1: Revista Arquitetura & Aço 17

ARQUITETURA AÇOARQUITETURA AÇO&

Instituições de Ensino II

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 17 março de 2009Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 17 março de 2009

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LOCAL DE APRENDIZADO E DE TROCA DE IDEIAS, escolas e universidades são carregadas de valores socioculturais, e dão novos significados às comu-nidades em que estão inseridas. E, assim como as instituições que abrigam, também a arquitetura destes espaços deve se pautar pela criatividade e diálogo com o contexto, fugindo dos modelos padronizados.

Em consonância com estes princípios, trouxemos, nesta edição, exem-plos de arquitetura escolar que investem nas estruturas em aço para com-por projetos mais leves e comprometidos com a estética. As edificações que aqui apresentamos foram todas construídas com agilidade e, mais impor-tante, se moldaram às diferentes necessidades de seus ocupantes.

Situadas em regiões menos favorecidas economicamente, as Escolas Estaduais Jardim Angélica, em São Paulo, e Jardim Aureny III, no Tocantins, são importantes referências arquitetônicas locais. As estruturas metáli-cas ajudaram a criar projetos que funcionam como espaço de ensino e interação comunitária.

Já os projetos da Unicsul e Universidade Anhembi Morumbi, na capi-tal paulista, e da Unimep, no interior do Estado de São Paulo, também se apoiam no aço para criar espaços adequados aos cursos que abrigam, e adaptáveis a diferentes tipos de uso. Nos três casos, o aço possibilitou erguer, em pouco tempo, obras que se destacam na paisagem. Em Minas Gerais, o campus Lagoa do Piau, com apelo ambientalmente correto, faz bela mescla de aço com madeira de reflorestamento.

Mas não é só nas estruturas que o aço faz a diferença. Em uma repor-tagem especial, mostramos como alguns elementos metálicos – brises, escadas, coberturas etc. – podem modificar e dar mais leveza a um projeto. E, trazemos também uma intervenção bem-sucedida na Escola Estadual Barão de Monte Santo, em Mococa (SP). Construída no início do século XX e restaurada quase 80 anos depois, a escola tem no passado e no presente o aço como um elemento construtivo essencial. Boa leitura!

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Fazendo a diferença

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sumário16.12. 18.

08. 24. 26. 28.

Foto de capa:

detalhe da fachada do Anexo I

da Unicsul, no campus

do Jardim Anália Franco

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04.

Arquitetura & Aço nº 17

março 2009

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04. Bela combinação de aço e madeira no Campus Lagoa do Piau, no interior de Minas Gerais. 08.

Estruturas em aço agilizaram a construção dos edifícios da Universidade Anhembi Morumbi na Vila Olímpia, em

São Paulo. 12. Anexo I da Unicsul, no Jardim Anália Franco, aposta nas estruturas em aço. 16. Em Lins,

aço ajuda a enfrentar o calor em um dos blocos da Unimep. 18. Coberturas, brises e outros elementos

em aço dão toque especial a projetos em São Paulo. 24. No Tocantins, Escola Estadual Jardim Aureny III,

com estruturas metálicas, tem projeto funcional e fácil de ser reproduzido. 26. Restauração da Escola Barão

de Monte Santo, no interior de São Paulo, contou com um aliado fundamental: o aço. 28. Em Guarulhos,

estruturas em aço dão leveza à Escola Estadual Jardim Angélica III.

ENDEREÇOS 31

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EM CARATINGA, no interior de Minas Gerais, o Campus Lagoa do Piau é um bom exemplo de harmonia entre arquitetura e sustentabilidade ambiental. Integrante do Instituto Doctum, das Faculdades Integradas de Caratinga, o projeto do arquiteto Sylvio de Podestá para o campus aposta em materiais ambientalmente corretos. E, por isso, o aço, matéria-prima que pode ser facil-mente montada, desmontada e reciclada, foi fartamente utili-

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Harmonia ambientalEM MINAS GERAIS, NO CAMPUS LAGOA DO PIAU, ESTRUTURAS EM AÇO FAZEM BELA

COMPOSIÇÃO COM MADEIRA DE REFLORESTAMENTO E DÃO TOQUE ESPECIAL A UM PROJETO

QUE PRIMA PELO RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

zado, ao lado da madeira de eucaliptovinda das áreas de reflorestamento existentes na região.

“No Campus Ecotecnológico do Piau o aço é um velho conhecido – há anos a região é um polo de siderurgia. Por isso, a mão-de-obra local é treinada para

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Esboço do projeto de Sylvio de Podestá, acima, e, à direita, vista aérea da Lagoa do Piau, localiza-da em área de proteção ambien-tal e vizinha ao Parque Estadual do Rio Doce. Nas fotos abaixo, detalhe da implantação do steel deck, à esquerda, e vista frontal do prédio com destaque para a cobertura metálica

este tipo de montagem e boa parte dos componentes existem na região”, afirma Podestá. O metal está presente em toda a estrutura principal da obra e também nas secundárias – telhados e sheds, guarda-corpos e passarelas. Nas telhas, ora o material é empregado com mantas térmicas, no corpo principal do prédio ou do tipo san-duíche, na cobertura dos pátios.

O sistema do projeto é basicamente ortogonal e modular. Sua principal característica é ser uma construção suspensa – algo como uma palafita – que libera o terreno para recuperação ambiental, circulação livre de pequenos animais, instalação e manutenção da

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Na foto maior, se destaca o prédio elevado do terreno, assim idealizado para liberá-lo para a recuperação ambiental. Acima, à direita, detalhe da implantação. Ao lado, projetos dos futuros laboratórios

infra-estrutura hidrossanitária, elétrica, lógica etc., bem como para uma futura ampliação. O sistema tem também função bioclimática, pois permite, em uma região que tem médias muito altas de tem-peratura, a circulação dos ventos que vêm da lagoa - sul/sudeste.

Para Podestá, os sistemas industrializados são mais eficientes do que uma obra convencional. “Esta é uma das maiores quali-dades dos processos industrializados. No nosso caso, optamos ainda por um sistema onde a montagem eliminava qualquer tipo de máquina, como grandes guindastes ou tratores”, afirma. “Portanto, tanto os perfis quanto os painéis celulares e os steel decks foram praticamente montados manualmente. O desloca-mento de grandes máquinas seria possível, mas muito oneroso para uma obra deste porte”, conta.

O resultado final é um projeto que prima pela leveza do pré-dio sobre sua palafita, com um belo contraste entre metal e os troncos roliços de eucalipto, além de algumas cores, que “esquen-tam” o ambiente. Somadas à exuberância natural do lugar, estas

características asseguram o aconche-go esperado em um projeto desse tipo. “Como é ainda o primeiro estágio de um campus sem data de conclusão prevista, esta mistura de materiais e sua postura junto ao ambiente local dão o tom às futuras construções ordenadas pelo plano diretor inicial”, conta o arquiteto. (D.P.) M

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7 &ARQUITETURA AÇO

> Projeto arquitetônico: Sylvio

Emrich de Podestá

> Colaboradores: Gian Paolo

Lorenzetti, Pedro Aragão de

Podestá e Marcos Franchini

(estagiário)

> Área construída: 1.575 m²

> Aço empregado: ASTM A572

> Projeto estrutural: Techneaço

Engenharia Ltda.

> Fornecimento e montagem da

estrutura metálica: Techneaço

Engenharia Ltda.

> Execução da obra: Plante

Engenharia Ltda.

> Local: Caratinga, MG

> Data do projeto: 2005/2006

> Conclusão da obra: 2005/2006

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Elevação pátio laboratórios (a construir)

Elevação laboratórios (a construir)

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Grandiosidade metálicaESTRUTURAS EM AÇO PERMITIRAM CONSTRUIR COM AGILIDADE O CAMPUS

DA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI NA VILA OLÍMPIA

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&ARQUITETURA AÇO 9

AO SER CREDENCIADA como univer-sidade em 1997, a Faculdade Anhembi Morumbi, de São Paulo, investiu em estrutura predial para atender aos anseios acadêmicos. Assim, surgiram os campi do Morumbi, sede do Centro de Design e Moda, e o do Vale do Anhangabaú. Sete anos depois, a uni-versidade decidiu reformular o campus Vila Olímpia. O primeiro edifício teve a sua construção concluída em 2001 e tem um arrojado projeto do arquiteto

Francisco Petracco, cuja imponente fachada em aço patinável, com viga treliçada de 33 m de vão, e a estrutura metálica bem marcada enfatizam a permeabilidade arquitetônica que dá as boas-vindas aos alunos.

Em 2003, iniciaram-se as obras do segundo edifício, que trans-forma a unidade 6 do Campus Vila Olímpia na união dos dois edifícios a partir de um projeto desafiador criado pela arquite-ta Deise Galhanone. O sistema de contenção lateral com placas pré-fabricadas e a estrutura mista entre concreto armado e estruturas metálicas ofereceram a inserção de todo o projeto den-tro das previsões de custo e liberdade para a criação das caracte-rísticas arquitetônicas.

À direita, entrada principal do campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi: projeto de Francisco Petracco usa o aço para dar movimento à fachada. Acima, as colunas metálicas ficam à vista nos fundos do edifício 6. Na página ao lado, da esquerda para a direita: vista aérea do edifício 5; as pontes que ligam o edifício 5 ao 6, e vão interno do edifício 5, que possui a estrutura aparente e uma clarabóia em sua cobertura

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