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Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133 1 Revista Ano XX - Abril 2015 - Nº 147 ASEF NA LUTA SEMPRE! Editorial - Usina Santa Cruz pág. 02 Notícias ASEF pág. 03 Direitos do Trabalhador pág. 04 De olho na Saúde pág. 06 De olho na Água pág. 07 Na Luta pela PLR pág. 08 FAO - Mundo pág. 10 Paralisação pág. 11 XXXII ENTFU pág. 12 Opinião pág. 14 Filie-se pág. 15 Ano XX - Abril 2015 - Nº 147 ASEF NA LUTA SEMPRE!

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Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133

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Revista

Ano XX - Abril 2015 - Nº 147ASEF NA LUTA SEMPRE!

Editorial - Usina Santa Cruz pág. 02

Notícias ASEF pág. 03

Direitos do Trabalhador pág. 04

De olho na Saúde pág. 06

De olho na Água pág. 07

Na Luta pela PLR pág. 08

FAO - Mundo pág. 10

Paralisação pág. 11

XXXII ENTFU pág. 12

Opinião pág. 14

Filie-se pág. 15

Ano XX - Abril 2015 - Nº 147ASEF NA LUTA SEMPRE!

Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133 Ano XVI - Novembro 2011 - Nº 133

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Revista Revista

Editorial - Capa

Sede própria:Rua Capistrano de Abreu,12Botafogo-Rio de Janeiro-RJSede Administrativa:Rua Real Grandeza, 219Anexo - sala 302CEP: 22281-035Tel.: (21) 2579-3956/ 2286-2368Fax.: (21) 2286-4931/ MO - 855706E-mail: [email protected]: www.asef.com.br

* O conteúdo e qualidade dos anúncios publicados, são de responsabilidade dos anunciantes.

Alex Gomes C. CarvalhoAlexsandre M. LopesAntonio dos S. MagalhãesÁttila de Castro FilhoDaniel Olavo Orsida BrumDorivê Pires da SilvaErick Sampaio da SilvaJefferson B. de FariaJordan Drumond PimentaJorge Luiz FerreiraJosé Carlos V. de MirandaLuiz Fernando P. de SouzaMiguel Nunes do N. Filho

Editor Responsável:Ernesto G. Parés -MTB8529Yuri W. A. dos Santos36234 - SRTE/RJ

Projeto Gráficoe DiagramaçãoRicardo AntonioBarbedo Nogueira

Envio Edição Eletrônica:5.000 exemplares

Distribuição: Internet

Narciso de O. CardosoRoberto de C. PanissetSérgio Mussi MottaSeverino Regis da SilvaWilliam Vidal GonçalvesYara Argolo VianaYuri W. A. dos Santos

Secretaria:José MatiasLucia ElayneRaquel FerreiraRicardo Barbedo

Diretoria:

Notícias ASEF

ASEF URGENTE!Em seguimento ao boletim Linha Viva de 14/10/2014, “SINTERGIA-RJ e ASEF na luta pelo

direito dos trabalhadores”, e, de acordo com nossas propostas de campanha da atual gestão,no ano de 2013, “ASEF na luta dos concursados”, mantemos firmemente a luta por essescompanheiros. Já fizemos várias tentativas de negociações com a diretoria de Furnas comopode ser visto abaixo pelos ofícios e mobilizações sindicais:

Trabalhadores(as) que se aposentaram de novembro de 2012 à 2014A direção do SINTEGIA-RJ, em conjunto com aASEF, entrou com uma série de ações em defesadesses companheiros. Nesse sentido, estamoslistando abaixo as ações em andamento e osinteressados devem procurar a secretaria daIntersindical, na ASEF, para tomar conhecimentodas mesmas e, se for o caso, aderir ao processoque lhe disser respeito.

DIVISOR 200:Furnas calcula incorretamente as horas extras

de seus funcionários que trabalham em regimede 40 horas semanais, pagando valor menor doque o devido. A ação tem por objetivo cobraressas diferenças.

AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO:Podem entrar com a ação trabalhadores

admitidos por Furnas até outubro de 1991. De

acordo com consulta feita à equipe deadvogados do doutor Max, existe um Decreto(05/91), que regulamenta o Programa deAlimentação do Trabalhador (PAT), que decretouque as empresas vinculadas ao mesmo nãoteriam seus auxílios alimentação vinculados aosalário. Mas a natureza salarial do tíquetealimentação tem previsão na CLT, desde muitoantes de 1991.

FÉRIAS:A CLT determina que o trabalhador deva

receber o valor integral das férias + 1/3, 48 horasantes do seu início, de forma que tenha dinheiropara aproveitar o seu período de descanso, sobpena de pagamento de férias em dobro.Consideramos que com frequência Furnasdescumpre tal previsão da CLT.

Reunião com o presidente Flávio DecatItem 3 da pauta: “Recente demissões de

trabalhadores de Furnas” Item 3.1 da pauta:“Liminares judiciais e editais de concursos

públicos realizados por Furnas”.

DATA OFÍCIO TEMA

Ofício nº 177/2012 –Sintergia-RJ30/05/2012

“Trabalhadores que passaram noconcurso público realizado pela Eletrobrás -

Furnas e foram aprovados”

18/06/2012 Furnas / RS.G.E. 067.2012A empresa pede maiores esclarecimentos sobreo ofício 177 mas não agendou nenhuma reunião

08/10/2012 Sintergia-RJ nº 338/2012

Entrega a presidência de Furnas documentoselaborados pelo grupo representante dos funcio-

nários concursados, sobre “Os editais, vagas,salários respectivos aos cargos e tempos deexperiência que variavam entre 1 e 10 anos”.

21/12/2012 Panfleto da ASEF “O problema dos concursados ...porque um tratamento diferenciado?”

07/01/2013 Panfleto da ASEF“Isonomia de tratamento e reconhecimento

da experiência profissional”

19/08/2014 Sintergia-RJ nº 187de 19/08/2014

A Usina de Santa Cruz temcapacidade instalada atual-mente de 932 MW, distribuídospor quatro unidades geradorasa vapor. Sua construção,iniciada na década de 60, foifundamental para a interligaçãoentre o sistema elétrico do Riode Janeiro e as demais regiõesdo país. Localizada à margemdireita do Canal de SãoFrancisco, na região do PóloIndustrial de Santa Cruz (RJ), ausina participa, em conjuntocom outras importantesunidades industriais, doprogresso da região.

Na primeira etapa daconstrução, foram instaladasduas unidades geradoras de 82MW cada. Esta obra foi iniciadapela Companhia Hidrelétrica doVale do Paraíba - CHEVAP,empresa que foi extinta,passando para a responsa-bilidade de FURNAS aconclusão das obras e aoperação da usina. Aprimeira unidade entrou emoperação comercial emsetembro de 1967, tendo sidoinaugurada oficialmente, em 11de maio de 1968. Após estudosrealizados por FURNAS, ausina teve sua capacidade

instalada aumentada para 600MW, com a construção de maisduas unidades a vapor de 218MW cada, que entraram emoperação comercial respecti-vamente em fevereiro e agostode 1973.

Em dezembro de 2004, foiinstalada uma nova unidadeturbogeradora a gás, dispo-nibilizando ao sistema elétriconacional mais 175 MW. Umasegunda unidade similar (175MW) entrou em operação em2010.

As unidades 11 e 21 (turbinasa gás), atualmente, funcionam emciclo aberto através da queima degás natural ou óleo dieselespecial.

As unidades 1 e 2encontram-se em fase demodernização, para operaçãoem ciclo combinado através dautilização do vapor produzidoem caldeiras de recuperaçãocom reaproveitamento do calordos gases de escape dasturbinas a gás. Suas caldeirasoriginais, que utilizavam óleo B1para geração de vapor, foramdesmontadas em 2008. Aprevisão de conclusão dasobras do ciclo combinado éagosto de 2015.

As unidades 3 e 4 estão coma operação suspensa pelaresolução 3.263 de 19/10/2012,aguardando estudo de viabi-lidade técnica para retorno àoperação. Estas unidadesoperam em ciclo convencionalatravés do vapor gerado emcaldeiras aqua-tubulares queutilizam como combustívelprincipal o óleo B1.

Toda a geração da usina estásob a responsabilidade dasduas turbinas à gás que operamsem interrupção, fornecendo340 MW ao sistema elétricointerligado: energia confiável ebem próxima dos centrosconsumidores.

UTE - SANTA CRUZUTE - SANTA CRUZ

Revista

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Revista Revista

Direitos do Trabalhador Direitos do Trabalhador

Problemas psicológicos esuicídios se tornaramfreqüentes desde a escaladaneoliberal no mundo dotrabalho. Desde a onda deprivatização do final dosanos 1980 e começo de1990, começaram a emergirepisódios de transtornosmentais e suicídiosenvolvendo trabalhadoresdas empresas atingidas,independente da atividadeexercida. Para privatizar, erapreciso sanear, que significademitir: daí foram criados osPDVs (Planos de DemissãoVoluntária). Ostrabalhadores aceitavam porfalta de escolha, e o impactonaqueles que ficavam eraterrível. As ideias neoliberaisna organização da produçãocriaram grande tensão noambiente de trabalho,agravada pela aumentandoa violência moral epsicológica no ambiente dotrabalho.

Chefe x MetasO estímulo acentuado à

competitividade favorece umambiente violento no qual oassédio se torna normal,especialmente devido àpressão pelo cumprimentode metas, mais umanovidade da gestão “flexível”cuja hierarquia não secaracteriza pela presençade um chefe, mas de metas.As metas em si não sãonovidade, elas nos

Os trabalhadores estão ficando doentesacompanham desde adécada de 1990 comoferramenta de gestãoimportada do modelojaponês da Toyota “just intime”, a gestão sem estoque.No início acreditava-se quea gestão sem estoque erauma maneira de reduzir ouaté eliminar osalmoxarifados, reduzirpessoal e transportadores,mas não é só isso: a fábricavai produzir aquilo que jávendeu.

Por exemplo hoje ausina (UTE, hidráulica oueólica) vende a energia quevai produzir nos próximosanos de forma que ademanda “empurre” aprodução, mas como issoafeta ao trabalhador? Ésimples: o mercado tem seusaltos e baixos. Com ocrescimento da demanda, énecessário trabalhar alémda hora, e os abusoscomeçam a surgir.

A jornada flexível temcomo principal aliada a“ferramenta” banco de horase poderá estar associada àparticipação nos lucros eresultados. Nunca otrabalho é simplesmente aexecução: o trabalhador

enfrenta uma série devariações de si próprio, aolongo do tempo, e entre aspessoas. O trabalho édesenvolvido por sereshumanos, não podemosesquecer.

A organização do trabalhotem deixado o funcionárioinsatisfeito. Falta de reco-nhecimento, metas cada vezmais difíceis e inatingíveissão alguns dos motivos.Atualmente há sobrecargade trabalho nas áreasregionais de Furnas,redução do número deoperadores nas usinas esubestações desconside-rando a NR-10, fragilizandoa segurança e a operaçãodo sistema. Na subestaçãode Jacarepaguá existe umadivisão cuja função é ocontrole de carga da áreaRio (despacho de cargas).Os operadores daquelaseção têm cada vez mais

funções e, com a auto-matização das subestações,eles têm cada vez maisresponsabilidades comooperadores do sistema.Recentemente um operadordaquele setor da empresasofreu um enfarte domiocárdio e, felizmente,passa bem.

A gestão flexível é umataque feroz ao sindicalismocomo organização da classetrabalhadora, faz com que otrabalhador acredite nalógica individualista comomelhor para ele, porém otrabalho em casa é ocaminho para a tercei-rização. No “Home Office” otrabalhador pode se aci-dentar, adoecer, e não seráconsiderado que há relaçãoentre uma coisa e a outra,uma vez que o trabalhadorestará em casa e não existefiscalização nestas con-dições.

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Revista Revista

De olho na Saúde

Foi divulgada no site de Furnas a saída da administração do plano de saúde de Furnas,mudando para a FRG. Mas muito antes desta publicação, a ASEF havia emitido um ofício paraa FRG, solicitando maiores esclarecimentos sobre os possíveis impactos desta mudança.

Existem várias incertezas a respeito deste processo e asprincipais são:a) Quais são as garantias de que esta mudança dará certo?b) Se não der certo, como ficará o plano de saúde?c) Como será a governança?

A ASEF tem mantido diálogo permanente com a empresa, com as associações e sindicatosque representam os trabalhadores e aposentados, no sentido de acompanhar esta mudançapara torná-la o mais transparente possível.

Nunca antes se viuuma estiagem tãointensa como estavivenciada pelosbrasileiros da

região Sudeste. As populaçõesque vivem no bioma daCaatinga convivem com aescassez de água há séculos,e na região Norte ocorreu umadas maiores cheias dos riosdos últimos anos. Na regiãoSudeste, onde vivem asmaiores parcelas dapopulação, a estiagem é muitointensa, afetando não só oabastecimento de água dascidades de São Paulo - capitale interior - como também oabastecimento do Rio deJaneiro, bem como a geraçãode energia elétrica.

O principal rio do nossoestado é o Paraíba do Sul, quenasce em São Paulo. Aproposta do governador de SP,Geraldo Alckmin, é de bombearas águas da represa do Jaguaripara a represa de Itabainha,represa essa que vai suprir osistema da Cantareira, queabastece cerca de 14 milhõesde pessoas. Acontece que a

Plano de saúde:

Furnas para FRG.

Estresse hídricorepresa Jaguari tem comoafluente o rio Paraíba do Sul:consequentemente, essamedida vai reduzir a vazão dorio, que já está baixa. Paraconfirmar, basta ver o nível dealgumas represas do sistemade Furnas como Funil, queopera com menos de 10% donível da sua barragem, o menorem 36 anos.

As águas do Paraíba do Sulsão bombeadas para abarragem de Santa Cecília, emBarra do Piraí, e esta barragemvai abastecer o sistemaGuandu, levando água para oRio de Janeiro (capital e regiãometropolitana).

Devido a esta forte estiagem,as cidade que ficam na foz doParaíba do Sul já sentem asalinização da água captada norio, pois agora com vazãomenor, o mar empurra o rio paradentro do estado. Caso sejafeita esta transposição daságuas do Paraíba, o governadordo estado de São Paulo estarátransferindo o problema deescassez hídrica de São Paulopara o estado do Rio deJaneiro, afetando não só o

abastecimento de água, comotambém a geração de energiaelétrica, a agricultura e ofuncionamento do parqueindustrial.

Problemas climáticos comoeste são provocados por nósmesmos. Mas como? Odesmatamento do biomaAmazônico provoca seca naregião Sudeste, pois a florestaque poderia fornecer umidadepara a atmosfera pelaevapotranspiração virou cinzas,as matas ciliares que protegemas margens dos rios e suasnascentes transformam-se empasto e outros usos para oagronegócio, intensificando ofenômeno da seca que agorabate à nossa porta, mas quenossos representantes dopoder executivo fingem não ver.

Já deveríamos ter tomadomedidas de racionamento e senossos governantes estãoesperando que acabe todo oestoque de água das barragenspara tomar uma providência, aprovidência terá que partir denós mesmos.

Yuri W. Alves dos Santosé Geógrafo.

De olho na Água

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Revista Revista

Na luta pela PLR Na luta pela PLR

A prática de umaremuneração variável,chamada de Participação nosLucros e Resultados (PLR), éconhecida há vários anos evem sendo praticadamundialmente. Teoricamente,serviria para incentivar ostrabalhadores a cumpriremmetas e estratégias traçadaspelas grandes empresas. Ouseja, o trabalhador sótem direito a receber seaquelas metas foremcumpridas.

No final da década de1970, quando omovimento sindicalressurgia no Brasildepois de uma longanoite de silêncio, asprimeiras atividadessindicais colocaram empauta a discussão da PLRcomo forma de combater oarrocho salarial imposto noperíodo. Não podemosesquecer que, naquelaépoca, os reajustes salariaisde todas as categorias eramfeitos por Decreto do GovernoFederal, sem direito adiscussão por parte dossindicatos. O cálculo era feitocom base em uma “inflaçãofutura”, prevista peloseconomistas do Ministério daFazenda e nada mais.

Apesar de prevista desdea Constituição de 1964, aPLR só foi regulamentada apartir de 1993, com a ediçãode uma Medida Provisória.

A luta pela PLR não é de hoje!(Ernesto Germano)

Mas apenas em dezembro de2000 foi assinada a Lei daPLR. Mas, já no seu primeiroArtigo, a Lei deixava claro queera um “ instrumento deintegração entre o capital e otrabalho e como incentivo àproduti-vidade”. Ou seja, erapara desviar as lutas dostraba-lhadores dos seusobjetivos principais,

integrando capital e trabalhopara incentivar a produção.

Isto fica claro no Artigo 2ºda referida Lei quando afirmaque “A participação noslucros ou resultados seráobjeto de negociação entre aempresa e seusempregados”. Ou seja, nãoestabelece a participação dossindicatos nessa negociaçãoe apenas diz que na“comissão paritária” danegociação pode ter “um”representante do sindicato.

Teoricamente, há umagrande diferença entre o queseja “Participação nos Lucros”e “Participação nosResultados”. A primeira

significa a participação dosempregados em parte dosresultados econômicos daempresa, depois de deduzidosos custos e despesasoperacionais. A segunda é aque estabelece as metasorganizacionais a seremcumpridas (produção, venda,etc.).

Acontece que a Lei 10.101/00 é muito superficial epermite uma série dei n t e r p r e t a ç õ e sdiferenciadas por partedas empresas que vãoadotar aquela que maisinteressa. Em muitosdos acordos queconhecemos, em váriossetores da indústria, asempresas negociamapenas um cálculo de

“X” vezes o salário dotrabalhador, em caso dasmetas serem cumpridas. Hámuitos casos conhecidos ondeas empresas concedem a PLRna forma de um “abono”estabelecido no AcordoColetivo, sem qualquer vínculocom as metas de produção.

Curiosamente, a Leiassinada pelo então senadorAntonio Carlos Magalhães nãotraz qualquer indicação depunição para empresas quedeixarem de negociar a PLRe nem garante aos sindicatose aos trabalhadores o direitode terem acesso aosverdadeiros números daempresa. Em geral, as

negociações baseiam-se nosnúmeros que a empresaapresenta, sem direito decontestação.

Pelo que sabemos,acompanhando denúncias devários sindicatos, há práticaserradas no pagamento da PLRpor parte da empresa e atémesmo ilegalidade em algunscasos que nunca chegam aosjornais ou à Justiça. Algumasempresas conhecidas pagama PLR dos seus executivos naforma de “bônus”,contrariando a Lei.

Qual a diferença? É bemsimples.

Como falamos acima, oArtigo 2º estabelece que “Seráobjeto de negociação entre aempresa e seus empregadosmediante procedimentosescolhidos de comumacordo”.

Não acontecendo isso, opagamento é caracterizadocomo “gratificação” e nãoestaria isento de impostos(INSS, FGTS e IRRF), comodiz a Lei, inclusive aintegração nos reflexostrabalhistas (13º salário, férias,DSR, Aviso Prévio).

No nosso caso, comoempresa estatal federal,estamos também presos aoutras diretrizes na hora denegociar a PLR. Nossoembate é com a ResoluçãoCCE n° 10, de 30/05/1995, doConselho de Coordenação eControle das EmpresasEstatais.

É aqui que as “regras” parao pagamento da PLR serãodefinidas. Pelo que sabemos,

havia uma demanda grandenas empresas estatais, o quelevou o Governo a tentarcoordenar e disciplinar aquestão. Havia uma grandepressão das empresas estataisem implantar programas dePLR, mas as opiniões epropostas eram muito diversas.Uma delas seria a dedistribuição de lucros, depoisdo exercício findo.

O que deveria ser umasolução acabou se tornandoum problema para ostrabalhadores nas empresasestatais. A Resolução CCE n°10 tem, entre outros itens,alguns que não facilitam muitoa negociação: 1) definiçãodos itens que haverão de sercontabilizados antes daapuração da parcela departicipação nos lucros ouresultados; 2) limitação daparcela de PLR ao máximo de25% dos dividendos pagos aosacionistas; 3) definição doscritérios que impedem queuma empresa estatal possa terum programa de PLR; 4)previsão do conteúdo mínimoque deverá estar especificadonos programas; e 5) previsãoda participação dos membrosdos órgãos superiores daempresa, e de controle internoe externo, na verificaçãoquanto à observância pelaempresa das presentesnormas.

Bem, a briga pela PLR nãoé nova. Mais uma vez estamosenfrentando o problema deforma organizada (veja amatéria sobre a paralisaçãono setor elétrico).

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Revista Revista

ParalisaçãoFAO - Mundo

FAO: falta de água afetará

dois terços da população

mundial em 2050Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

A escassez de águaafetará dois terços da população mundial em 2050 devido ao uso

excessivo de recursoshídricos para a produção dealimentos, alertou hoje (14) aOrganização das NaçõesUnidas para Alimentação eAgricultura (FAO).

A informação está norelatório Rumo a um futurocom segurança hídrica ealimentar, feito pela FAO eapresentado hoje, no segundodia do 7º Fórum Mundial daÁgua (FMA), que ocorre emDaegu, na Coreia do Sul, atésexta-feira (17).

Atualmente, cerca de 40%da população do planetasofrem com a escassez deágua, uma proporção queaumentará até dois terços em2050, alerta o documento.

Esse aumento serácausado pelo consumoexcessivo de água para aprodução de alimentos e paraa agricultura. Segundo a FAO,atualmente há regiões doplaneta em que se utiliza maiságua subterrânea do que aarmazenada de forma natural.O relatório cita, entre essasáreas, a Ásia Meridional eOriental, o Oriente Médio, a

África do Norte e a Américado Norte e Central,acrescentando que emalgumas regiões “a agriculturaintensiva, o desenvolvimentoindustrial e o crescimentourbano são os responsáveispela contaminação das fontesde água.

A FAO pediu aos governosde todo o mundo que “atuempara assegurar que aprodução agrícola, pecuária ede peixes seja feita de formasustentável e que ajudem apreservar os recursoshídricos”.

“As seguranças alimentar ehídrica estão estreitamenteligadas”, declarou o presidentedo Conselho Mundial da Água,Benedito Braga, ao apresentaro relatório. Ele defendeu umaagricultura centrada nasustentabilidade mais do quena rentabilidade imediata.“Acreditamos que com odesenvolvimento dos enfoqueslocais e os investimentosadequados, os líderesmundiais podem assegurarque haverá volume suficiente,qualidade e acesso à águapara garantir a segurançaalimentar em 2050 e maisalém”, disse Braga.

De acordo com odocumento, em 2050 serão

necessários 60% a mais dealimentos no mundo, enquantoa agricultura continuará a sero maior consumidor de água.

Mesmo com o aumento daurbanização, em 2050 grandeparte da população mundialcontinuará a ganhar a vidacom a agricultura, apesar deo setor ser afetado com aredução do volume de águadisponível devido àcompetição com as cidades eas indústrias.

Nesse cenário, osagricultores e, sobretudo, ospequenos agricultores terãode encontrar novos caminhos“por meio da tecnologia e daspráticas de gestão” paraaumentar a produção, comdisponibilidade limitada deterra e de água, destaca odocumento.

Os trabalhadores doSistema Eletrobras semobilizaram fortemente emtodas as empresas durante odia nacional de luta, em defesado pagamento da PLR embases justas. As informaçõesque chegaram ao comando doColetivo Nacional dosEletricitários dão conta que omovimento atingiu mais de 90%de adesão, inclusive com aparticipação dos operadores.Apenas os serviços essenciaisforam mantidos, comodetermina a Lei.

A Eletrobras, os ministériosde Minas e Energia e tambémdo Planejamento deveriamreavaliar a conjuntura nacional,dar mais atenção aostrabalhadores do setor elétrico,pois mesmo nesse momento decrise, a categoria com muitoempenho e esforço diário,conseguiu manter uma situaçãode normalidade, gerandoenergia para a população,afastando qualquer risco deracionamento.

Os resultados do balanço daEletrobras mostram claramente,que apesar do momento difícilno setor, que, diga-se depassagem, não foi gerado

Trabalhadores do Sistema Eletrobras

realizaram forte paralisação(Matéria na página da FNU, 01/04/15)

pelos trabalhadores, houve umamelhora de 50% no resultadoeconômico, comparado a 2013,dando um sinal de recuperaçãono horizonte.

O CNE avalia comoaltamente positivo o resultadodessa paralisação, pois o graude adesão e de unidademostrou mais uma vez que ostrabalhadores querem uma PLRcondizente com seucomprometimento com ofortalecimento do SistemaEletrobras.

A categoria permanecerá emestado de mobilização, até quehaja por parte da Holding umasinalização para a discussão deuma proposta . Até mesmoporque, com a publicação do

balanço não existe mais adesculpa de se não negociarpor não haver númerosconcretos.

A bola do jogo está nas mãosdo Governo e da Eletrobras, ostrabalhadores continuarãoabertos à negociação,esperando uma sinalizaçãopara discutir de forma efetiva opagamento da PLR 2014.

O CNE parabeniza cadatrabalhador que compreen-dendo a gravidade domomento, se empenhou aomáximo nessa mobilização dodia 30. Os informes de todos ossindicatos não deixam dúvidaque a categoria esta unida emobilizada em defesa da PLR.Vamos continuar firmes na luta!

NOTA DA ASEFComo era de se esperar, os trabalhadores de Furnas atenderam em massa ao chamado de

paralisação e não houve qualquer surpresa ou problema. Tanto no Escritório Central quanto nasáreas do Rio de Janeiro e nos demais estados, tudo parado! Apenas os serviços essenciaisestavam operando e os diretores da ASEF correram toda a base Rio, esclarecendo oscompanheiros o motivo da paralisação e conclamando para a luta pela PLR de 2015!

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Revista Revista

Como acontece a cadainício de campanha salarial,realizamos o EncontroNacional dos Trabalhadores deFurnas para debater eaprimorar nossa pauta dereivindicações.

A ASEF esteve presentecom uma delegação queparticipou ativamente de todosos debates, apresentadopropostas e debatendo comos expositores sobre váriosassuntos.

No último dia do encontro,a ASEF apresentou aospresentes a proposta de uma“Moção de Solidariedade aostrabalhadores da Petrobras”que, agora mais do que nunca,é preciso divulgar e defender.A moção foi aprovada porunanimidade e aplaudida aofinal do encontro. Leia e passepara seu companheiro.

Moção de solidariedadeaos trabalhadores daPetrobras.

Nós, trabalhadores daEletrobras-Furnas, reunidosno XXXll ENTFU -EncontroN a c i o n a lTrabalhadores de Furnasaprovamos encaminhar aoscompanheiros petroleiros e atodo o povo trabalhadorbrasileiro, a seguinte men-sagem de solidariedade:

1 - Entendemos que adefesa da Petrobras contra aganância privatista e contra osinimigos que tentam denegrira imagem da empresa é umaluta que nós, trabalhadores emenergia, também devemosassumir;

2 - Entendemos que todas

XXXII ENTFU XXXII ENTFUas denúncias contra aempresa devem ser apuradase os envolvidos emc a s o s d e c o r r u p ç ã openalizados;

3 - Entendemos que, assimcomo acontece com aPetrobras e as empre-sas de energia, particu-larmente a nossa empresaFurnas, são também al-vo de cobiça e dos ataquesdos que apostam contra onosso povo;

4 - Assim como definidopela Central Única dosTrabalhadores –CUT,enten-demos que as terceirizaçõesrepresentam a maior ameaçaaos direitos dos trabalhadorese a soberania nacional,porque inibem o desen-volvimento;

5 - Entendemos que, maisdo em qualquer outraoportunidade, é necessário irpar as ruas defender osdireitos adquiridos dostrabalhadores, as empresas, ademocracia e as reformaspolíticas que são urgentes enecessárias.

Por todo o exposto,estamos unidos aos com-panheiros petroleiros, nadefesa dos direitos dps tra-balhadores e da soberanianacional.

DEMOCRACIA, SIM!GOLPE, NÃO!EM DEFESADA PETROBRÁSE DAS NOSSASEMPRESAS ESTATAIS!Foz do Iguaçu,01 de março de 2015.

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Revista Revista

A década de 1980 é conhecidacomo o “princípio do fim”, ou seja,o início do projeto neoliberal e ofim dos direitos trabalhistas noplaneta. Nesta época come-çamos a ouvir os primeirosdiscursos sobre a ineficiência doEstado, sempre mostrado comoum paquiderme, e a necessidadeurgente de privatizar todas asempresas estatais.

O “belo” discurso falava em“flexibilizar” os direitos trabalhistase que todos sairiam ganhandocom isto. Mas, hoje sabemos queo que estava escondido nessaconversa tão convincente era aretirada de direitos históricos,fazendo com que as empresasgastassem menos com os“custos sociais” para poderemacumular mais lucros.

Agora, companheiro, imagineo seguinte: uma empresa quetrabalhe com um número cadavez menor de funcionáriospróprios, usando o máximopossível de trabalhadores semvínculo empregatício, teria muitomaiores possibilidades de lucroe de avançar no novo mercadoque estava sendo construído.

Isto foi o que aconteceu comFurnas e com outras empresas dosetor elétrico nacional. Umprograma para terceirizar osserviços e reduzir os custospróprios, para tornar mais “doce”a privatização.

Os primeiros passos parafacilitar a privatização de serviçosem nossas empresas foramdados durante o governo deFernando Henrique Cardoso, queaprovou algumas leis nessesentido. Mas agora estamosdiante de uma ameaça real, coma aprovação do Projeto de Lei4330 que autoriza terceirizaratividades fins nas empresas. Eaí, ninguém teria qualquersegurança...

Mais uma vez estamos diantede um impasse na empresaFurnas – Centrais Elétricas e é onosso dever avisar a quem pode

Opinião Filie-se

tomar decisões e alertar oscompanheiros trabalhadores parao problema que se apresenta.

Só para recordar, no final dadécada de 1980 Furnasapresentava elevados índices decrescimento, passava a investirem tecnologia própria e contavacom um quadro funcional deaproximadamente 12.500 em-pregados, sendo 7.500 lotados noseu Escritório Central, no Rio deJaneiro.

Em 1990 o projeto do Governopara o setor passa por profundasmudanças, com a eleição deFernando Collor de Melo. Foiimposta uma necessidadeurgente de preparar as empresasestatais para a privatização.Certamente que isto exigia umtrabalho de desmobilizar ostrabalhadores. Surge, nestaépoca um Plano de DemissãoVoluntária, oferecendo vantagensfinanceiras atraentes para ostrabalhadores que aderissem, ecomeça o esvaziamento da nossaempresa.

Considerando que, na época,a idade média dos empregadosde Furnas já era elevada e oincentivo atraente, foi impres-sionante a queda no quadrofuncional da empresa que, poucotempo depois do PDV, viu-sereduzida a um total de aproxi-madamente 2.400 empregados!

Os efeitos dessa medidaforam tão drásticos que, de umahora para outra, Furnas ficoupraticamente impossibilitada decontinuar gerando energia equase causa um colapso nofornecimento da região sudeste.

A crise estabelecida foi tãoséria que a empresa necessitourecontratar alguns dos apo-sentados no PDV para não haveruma paralisação total dasatividades. Dessa forma, atravésde contratos de prestação deserviços, retornaram aos cargoscerca de 600 companheiros quevão reassumir os cargos degerência que antes ocupavam,

mas agora como contratados.Apenas em 1997 é realizado

um novo concurso público externoe a empresa consegue completar,ainda que não satisfatoriamente,seu quadro de pessoal.

Em outras palavras, paraseguir cumprindo o papel comouma das principais geradoras dopaís, Furnas tem em seusquadros, aproximadamente,4.900 empregados assim dis-tribuídos (em números aproxi-mados): 3.115 funcionáriospróprios; 1.280 contratados; 290portadores de deficiência física;220 em serviços gerais (portaria,mensageiros, recepcionistas, etc).

Mas é preciso considerar,ainda, que 49% desses fun-cionários próprios são antigos, ouseja, “aposentáveis” e muitopropensos a um novo plano dedemissão. Isto deixaria a empresacom pouco menos de 1.600funcionários próprios, claramenteinsuficientes para uma empresade extensão nacional! E valelembrar que Furnas é hoje umaempresa muito mais complexa ecom muito mais empreen-dimentos do que tinha há 20 anos,na época das aventurasneoliberais.

Em entrevista concedida em2011, o então ministro de Minas eEnergia, Edison Lobão, disse queo setor elétrico é motivo de orgulhopara todos os brasileiros,afirmando que “é robusto, émoderno, é confiável. Mas não éinfalível”.

No dia 30 de dezembro de2014 a Eletrobras divulgou notadizendo que iria repetir, em 2015,o mesmo orçamento de 2014, ouseja, R$ 14,1 bilhões. Segundo anota, a Eletrobras pretende estarentre as três maiores do mundoem energia limpa e entre as dezmaiores em produção de energiaelétrica.

Furnas diante do futuro.

A pergunta a ser feita é:com quais

trabalhadores?

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