revista advogados m&n n.46, artigo: reflexÕes sobre os partidos polÍticos

2

Click here to load reader

Upload: marcoaureliochagas

Post on 28-Jul-2015

84 views

Category:

Social Media


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: REVISTA ADVOGADOS M&N n.46, artigo: REFLEXÕES SOBRE OS PARTIDOS POLÍTICOS

Entrevista: As dificuldades da advocacia portuguesa

Page 2: REVISTA ADVOGADOS M&N n.46, artigo: REFLEXÕES SOBRE OS PARTIDOS POLÍTICOS

REFLEXDES SOBRE OS PARTIDOS POLITICOS

0 s partidos politicos sao entidades representati­vas formadas por seg-

mentos populares de alguma sig­nificavao.

Os partidos politicos nascem inspirados em ideais nobres, mas, ao longo do tempo, desviam-se da rota eleita para dar acolhida as ambiv5es de seus dirigentes que, infelizmente, esquecidos de suas promessas de outrora, se lanvam pela senda da especulavao, seme­ando o descredito a medida que os desacertos culminam na desorga­nizavao, impondo suas normas arbitnirias.

Nao se viu muitas vezes -adverte o pensador Gonzalez Pecotche - como os partidos poli­ticos absorvem a vontade do chefe de Estado, impondo-lhe suas deci­soes e mandados? E nao e por acaso o temor de ser abandonado pelos que o levaram ao poder o que o faz ceder as suas exigencias ou as daqueles que lhe prestaram seu concurso ou lhe serviram nos momentos febris da luta?

Partidos politicos sao, muitas vezes, divisionistas.

Os recentes movimentos popu­lares que levaram as pessoas as ruas em passeatas pressionam os partidos politicos e tencionam der­ruba-los, colocando em serio risco a sobrevivencia desses agrupa­mentos.

Ha partidos que giram em tomo de pessoas que assumem a sua direvao e ha os que orbitam em movimentos que aglutinam aspi­rav5es comuns, sustentadas por individuos que encamam seus pos­tulados ou ideais politicos.

Desses agrupamentos surgem pessoas que, sem a devida ilustra­vao, experiencia e cultura, sao con-

28 www.advogadosmn.com.br

duzidas por entusiasmos passio­nais a ocupar altas posiv5es publi­cas ou representativas.

Politicos despreparados e sem qualquer condivao de representar os anseios da populavao dao a pauta da necessidade premente de se instituir uma formayao em cul­tura politica aberta a todos os cida­daos, sem excevao.

Os partidos politicos precisam­se organizar - no entender do pen­sador Pecotche- sobre as bases de urn ideal patri6tico que implique uma interpretavao fiel das necessi­dades e anelos do povo; necessi­tam ter uma orientavao definida e clara para disciplinar as massas e educa-las no civismo, a fim de que cumpram suas funv5es cidadas.

Longe dessa aspiravao estao os atuais partidos politicos que exis­tem em nosso pais e nao mais representam, como vis to, pelas evi­dencias do clamor publico, expressado nas manifestav5es em recentes passeatas, os anseios do povo brasileiro, interessado nas mudanvas de rumo da nave demo­cratica que devera doravante sul­car mares revoltos em direvao a urn horizonte promissor, em supe­ravao constante, na busca de dias melhores para todos os cidadaos deste pais.

Os movimentos que levaram as ruas os chamados "manifestan­tes", em sua maioria de jovens, bra­davam, em unissono, que nao aguentavam mais os desmandos, a corrup9ao, a improbidade dos poli­ticos despreparados para o exerci­cio do cargo.

A patria brasileira clama e reclama pelo aporte altruista e desinteressado de homens e mulheres capazes que, com uma compreensao superior e amplitude

de miras, destinem suas inteligen­cias e energias em favor de seu engrandecimento em todas as ordens.

Ficou evidente que ha uma carencia de uma formavao s6lida em cultura politica, a fim de que o voto passe a ter o real valor de ele­ger urn representante digno que saiba conduzir os destinos do seu povo com honradez e elevada determinavao.

Chegou a hora de se pensar na instituivao de uma "Escola de Edu­cavao e Cultura Politica", aberta a todos os cidadaos do nosso pais, sem excevao, para prepara-los, conduzindo-os aos pincaros de uma democracia forte que nao admita essas maze las que corroem as bases de nossas instituiy5es democraticas e coloquem em xeque a soberania nacional.

E democracia forte e democra­cia energica e ativa, superior em seus destinos, generosa e reta, aper­feivoada que ordene a vida de nos saN avao sob sa bias normas.

Ha que se aspirar a urn regime democratico que se mantenha fiel e firme em seus principios sobera­nos, que se empenhe em eliminar, de vez, a corrup9ao e a fraude e sus­tente o imperio do dire ito e da jus­tiva.

Compartilho, portanto, a ideia do pensador Carlos Gonzalez Pecotche que diz: "0 civismo, em sua mais elevada expressao moral, deve encamar o espirito coletivo e construir uma forva em marcha em direvao a conquista dos mais altos val ores da consciencia nacional."

Marco Aurelio BicaU10 de Abreu Chagas e advoga­do, assessor juridico da ACMINAS - Assoc ia9ao Comercial de Minas. Articulista, conferencista e radialista. Colunista da Revista Advogados Mer­cado & Neg6cios.