revista acesso

12
ANO I | Edição nº01 | Novembro 2013 >> Educação, saúde , transporte e mercado de trabalho: a realidade das pessoas com deficiência >> Carolina Borsato, deficiente visual, é estudante de jornalismo na Faculdade de Comunicação Artes e Design do CEUNSP

Upload: fabio-duran

Post on 10-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

A Revista Acesso abrange assuntos relacionados aos portadores de deficiência, surgiu a partir de um trabalho de Fotojornalismo, disciplina do curso de Jornalismo da FCAD/CEUNSP.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Acesso

Força de Vontade e Superação

Conheça a história de Evaldo Jr. e outras pessoas que superaram a deficiência para viver melhor

ANO I | Edição nº01 | Novembro 2013

>> Educação, saúde , transporte e mercado de trabalho: a realidade das pessoas com deficiência

>> Carolina Borsato, deficiente visual, é estudante de jornalismo na Faculdade de Comunicação Artes e Design do CEUNSP

Page 2: Revista Acesso

EDIT

OR

IAL Força de Vontade e

Superação

>>O Esporte na inclusãosocial de deficientesPágina 03

>>Educação:Direito de todosPágina 04

>>A vida de umdeficiente visualPágina 05

>>Saúde para osdeficientes paulistasPáginas 06 e 07

>>Há oportunidadesde trabalho paradeficientes?Páginas 08 e 09

>>Transporte:Dificuldades aindaenfrentadas pelosdeficientesPágina 10

>>Carta aberta:Legislação eDeficientesPágina 11

ÍNDICEA Revista Acesso, que abrange assuntos relacionados aos por-tadores de deficiência, surgiu a partir de um trabalho de Foto-jornalismo, disciplina do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Artes e Design do CEUNSP de Salto (SP). Segundo a Organização Mun-dial da Saúde, deficiência é um termo atribuído a ausência ou perda, total ou parcial, de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Uma pessoa pode apresentar defi-ciência física, auditiva, visu-al, mental, intelectual, ou múltipla, que podem ser percebidas no nasci-mento da criança, ou adquirida no decorrer da vida.

Nesta edição procuramos mos-trar como é a vida de um defi-ciente, qual é a realidade encon-trada na área da saúde, esporte, educação, transporte, mercado de trabalho, enfim, seguimen-tos que fazem parte da vida cotidiana de qualquer pessoa. Também mostraremos projetos sociais que utilizam de diversas ferramentas para combater a exclusão social dos portadores de deficiência. Os entrevistados para esta edi-ção são exemplos de Força de

Vontade e Superação, tema desta primeira publica-

ção. Leia, inspire-se, emocione-se.

POR FÁBIO DURAN

Page 3: Revista Acesso

ESPO

RTE

O Projeto PCD (Pessoas com Deficiência), foi cria-do em 2006 pela Prefeitura de Indaiatuba – interior de São Paulo. O projeto conta com a participação de 32 deficientes, cujo objetivo é a inserção do mesmo e a participação em atividades esportivas e de lazer.

Evaldo Santana Penha Ju-nior, 23 anos, é um dos alu-nos que participa do projeto de natação. Junior entrou no projeto após ter perdido os movimentos da pernas, aos 16 anos, vítima de um as-salto. Seu pai o incentivou a entrar na natação, pois até então, fazia apenas muscula-ção e fisioterapia. Com a for-ça de vontade ele é o atleta que representa a cidade de Indaiatuba nos campeonatos.

Para ele o beneficio da na-tação o ajudou muito em sua autoestima, na própria reabi-litação e que gasta bastante energia no esporte. Junior deixa a seguinte mensagem de reflexão: “Ninguém preci-sa ficar parado, então mete a cara, faça o que gosta e seja feliz, sem ter medo do que as pessoas vão achar ou não”.

O Esporte na inclusãosocial de deficientesPOR JÉSSICA BARBOSA

03Categorias dos Jogos Paraolimpicos 2013

Foto

: Jés

sica

Bar

bosa

Page 4: Revista Acesso

EDU

CAÇ

ÃO

A Constituição Federal de 1988, artigo 205 começa dizendo: “A educação, di-reito de todos...”. Exis-tem ainda duas leis que regulamentam e com-plementam o direito a educação por todos.

Na cidade de Sorocaba (SP) a Fundação Melanie Klein é uma das instituições que ajuda a garantir esse direito aos porta-dores de deficiências mentais ou múltiplas e com dificulda-des no aprendizado. Atenden-do a alunos entre 6 e 30 anos, dá a eles a oportunidade de al-fabetização e socialização.

A instituição, além de contar com professores especializa-dos em educação especial, oferece outros serviços aos alunos. Antonio Pacheco Filho diretor administrativo e finan-ceiro da Melanie Klein conta, “Temos trabalhos com psico-logia, fisioterapia, terapia ocu-pacional e fonoaudiologia, que são oferecidos gratuitamente aos alunos como complemen-tação dos trabalhos de aula”.

Com um total de 110 alunos sendo atendidas, as turmas variam entre 8 a 15 pesso-as, o que facilita o maior de-senvolvimento de todos. In-felizmente ainda há uma fila de espera para alguns que precisam ser atendidos.

Além da Melanie Klein po-dem ser encontradas outras instituições que tem como objetivo a inclusão de de-ficientes. Como a ASAC – Associação Sorocabana de atividades para deficientes visuais, a APADAS – As-sociação de Pais e Amigos

dos Deficientes Auditivos de Sorocaba ou a ADDS - Associação Desportiva dos Deficientes de Sorocaba.

Para existir, as instituições enfrentam algumas dificul-dades, entre elas, a finan-ceira. “A maior dificuldade que temos é a financeira” diz Pacheco, “e não só nossa, na realidade, quase todas as escolas e instituições de ca-ridade têm essa dificuldade.”

Ao lado você encontra Asso-ciações de Sorocaba, inte-rior de São Paulo, que aju-dam as pessoas portadoras de deficiência no combate a exclusão social.

Conheça a Fundação Melanie Klein e outras Organizações Sociais de assistência à pes-soa com deficiência e ajude!

Direito de todosPOR KATHY MANFREDINI

Fundação Melanie KleinRua Miami, 321Jd América - Sorocaba/SPTel.: (15) 3202.7976 / 3202.2742

ASAC – Associação Soro-cabana de atividades para deficientes visuaisRua Sete de setembro, 344Centro - Sorocaba/SPTel.: (15) 32322786

APADAS – Associação de pais e amigos dos deficien-tes auditivos de SorocabaAv. Sen. Roberto Simonsen, 885Jd. Santa Rosália - Sorocaba/SPTel.: (15) 32330962

ADDS – Associação des-portiva dos deficientes de SorocabaRua Vicente Lazáro Filho , 99Wanel Ville II – Sorocaba/SPTel.: (15) 41412337

Foto

: Rep

rodu

ção/

Inte

rnet

04

Page 5: Revista Acesso

CO

TID

IAN

O

05

Um problema que atinge par-te da população mundial é a cegueira. Trata-se da perda de visão que pode ser total ou parcial. Isto pode ocorrer de repente ao longo do tempo.

Segundo estatísticas, esti-ma-se que cerca de 37 mi-lhões de pessoas no mundo

A vida de umdeficiente visualPOR NERIVAN SILVA

são deficientes visuais. Es-tudos indicam que pessoas com baixa visão se aproxima dos 124 milhões. Destes dois grupos, cerca de 2/3 são mu-lheres. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE) em 2010, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com

deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão.

A cegueira tem muitas causas. Entre as pr inci-pais estão: Acidentes ou fer imentos na super fície do olho (queimaduras quí-micas ou lesões em espor-tes), Diabetes, Glaucoma e Degeneração macular .

Carolina de Sousa Borsato, 25, residente em Indaiatu-ba, interior de São Paulo, estudante de jornalismo na Faculdade de Comunicação Artes e Design do CEUNSP, em Salto (SP), perdeu a vi-são aos seis anos. Carolina fala de suas dif iculdades em razão da deficiência. “As dif iculdades são muitas: não posso atravessar uma rua sozinha; a dependência das pessoas para algumas atividades; e, principalmen-te, a falta de solidarieda-de das pessoas em muitas ocasiões”, diz Carolina.

De fato, parece que a socie-dade ainda não se habilitou para a convivência e, sobretu-do, para a aceitação daqueles que são deficientes visuais. Carolina vai mais longe ao di-zer que a forma como, muitas vezes, tem sido tratada é forte evidência de que o preconcei-to ainda é crônico na socieda-de e que, portanto, esse fator é responsável pelo empobre-cimento da autoestima e po-tencial do deficiente visual.

> Leia a Carta Aberta deCarolina Borsato na página 11Fo

to: F

ábio

Dur

an

Page 6: Revista Acesso

SAÚ

DE Saúde para

os deficientespaulistas

Segundo, a enfermeira Karina Letticia Dantas Brito 32 anos, residente em São Paulo, exis-te programas de saúde, o de-ficiente físico é protegido por várias leis Federais, Estadu-ais e Municipais.

Em São Paulo a Secretaria Estadual da Pessoa com de-ficiência desenvolve projetos buscando garantir os direitos da pessoa com deficiência e também tem o objetivo de es-

clarecer a população.

Um exemplo é o pro-jeto Deficiente Sau-

dável do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”. Atualmente, o Programa De-ficiente Saudável tem parti-cipado ativamente de ações que envolvem o poder público, como eventos junto às Secre-tarias Estaduais e Municipais da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, e desen-volve parcerias com entidades para a capacitação de pessoas com deficiência. Além disso, participa de ações em parce-ria com diversas entidades en-volvidas no movimento pelos direitos, integração e inclusão da pessoa com deficiência.

POR LINCONL DANTAS

No Brasil muitas pessoas po-dem estar se perguntando: Existe algum programa de saúde especifico para defi-cientes? Quais são os índi-ces de pessoas com deficiên-cia? Qual tipo de deficiência predominante? E quanto ao atendimento e espaço físico, estão de acordo com as devi-

das exigências da lei? Exis-tem aparelhos e máquinas adaptadas para deficientes? Existe tratamento adequado e especializado?

Para responder tais ques-tões, entrevistamos algumas pessoas que moram nas ci-dades de São Paulo e Tatuí.

São Paulo/SP

Foto

s: R

epro

duçã

o/In

tern

et

06

Page 7: Revista Acesso

Em junho, o IBGE divulgou os dados do seu levantamento de 2010 relacionados às pessoas com deficiência, que mostrou que 6,7% da população brasileira declararam possuir pelo menos uma deficiência severa no país.

O Censo investigou, no questio-nário da amostra, as deficiências visual, auditiva, motora e mental, portanto, excluindo deficiência mental/intelectual, foram verifi-cados ainda os graus de severi-dade: alguma dificuldade, gran-de dificuldade e não consegue de modo algum. Em São Paulo, 2.759.004 pessoas declararam ter alguma deficiência, cuja po-pulação residente com deficiên-cia visual é de 2.274.466.

Em relação ao atendimento e espaço físico, se estão de

Para a enfermeira Pauliane de Melo, 32 anos, residente em Tatuí-SP, os pacientes com al-guma necessidade especial po-dem receber tratamento espe-cifico no CEP/CAR, desde que referenciados por médico. Para os casos mais severos, múlti-plas deficiências há o suporte do PAD (Programa de Atendi-mento Domiciliar) que oferece cuidados de enfermagem, mé-dico e fisioterapia, além de as-sistência farmacêutica.

Há ainda a APODET, entidade fi-lantrópica que atende a pessoas com diversas deficiências e fun-ciona através de voluntariado e do-ações.

acordo com as devidas exigên-cias da lei e se existem apa-relhos e máquinas adaptadas para deficientes?

Karina, afirma: “Os Serviços públicos estão sendo adapta-dos para o atendimento dos pacientes deficientes físicos. Mas muita coisa ainda precisa ser melhorada. Um bom exem-plo são as calçadas nas ruas, que não tem a menor condição para atender os pacientes ca-deirantes e com deficiência vi-sual. Existem vários aparelhos e máquinas que são adaptados para o atendimento do paciente deficiente físico. Pose-se citar como exemplo macas ginecoló-gicas que abaixam e levantam, cadeiras de rodas cada vez mais funcionais, tomógrafos, móveis, entre outros.”

Tatuí/SPEm relação, ao tratamento ade-quado e especializado e se as pessoas que possuem defici-ência precisam ser tratadas em outros municípios? Há uma ajuda financeira ou transporte para o deslocamento dessas pessoas? Pauliane responde: “Em geral para o procedimento e ou trata-mento mais complexos os porta-dores de necessidades especiais são encaminhados para centros de referências principalmente na cidade de Sorocaba (SP)”

A Prefeitura Municipal de Tatuí fornece o transporte até as ci-dades onde forem realizados os tratamentos através de vans e ônibus fretados.

07

Page 8: Revista Acesso

MER

CAD

O D

E TR

AB

ALH

O

08

Maria de Fátima Barbosa, 53, Faxineira

Fátima como é conhecida por todos, é mãe de Thiago Barbosa Neto, de 20 anos, Estudante da APAE de Boi-tuva (SP). Thiago foi adotado por Fátima aos quatro meses de vida e quando completou 5 anos, a mãe notou que ele tinha um atraso mental.

Hoje com 20 anos ela faz de tudo para que ele leve uma vida normal, inclusive na colocação no mercado de trabalho. Para trabalhar ele precisa de se adaptar no ambiente e do acompanha-mento de sua psicóloga para que esta adaptação seja mais fácil.

A mãe explica que é difícil conseguir emprego para o filho, pois há muito precon-ceito, agora ele é encostado pelo INSS, por encaminha-mento da psicóloga.

Repórter: Ele já sofreu al-gum tipo de preconceito?

Fátima: Sim, pedi a ele para ir ate a lotérica pagar uma con-ta, chegando lá, a atenden-te não quis receber, eu tive que ir lá para pagar a conta. A psicóloga me instruiu a processa-la, porem não quis prejudicar a pobre coitada.

Repórter: No serviço ele também sofreu preconceito?

Fátima: Não, no serviço não, pois na empresa que ele tra-balhou tinha muitas crianças

Há oportunidades detrabalho para deficientes?POR LEIDIANE RODRIGUES

Com apenas um ano e qua-tro meses Graziela recebeu o diagnostico de Meningite, uma doença que pode levar a óbito, e quando não chega a levar a morte deixa sérias sequelas, ela tem paralisia do lado esquerdo do corpo. “Mas não me atrapalha em nada, para estudar, para tra-balhar, realmente em nada”, assegura Graziela.

Atualmente ela trabalha na loja de sua mãe, mas diz que não tem dificuldades de en-

contrar trabalho, e acha até mais fácil, e já trabalhou em grandes empresas como a Crystal (Cervejaria Petrópo-lis), Banco Itaú e Lojas Cem. E que não sofre e nunca so-freu preconceitos, principal-mente no emprego, nem por parte dos companheiros e nem pelos clientes.

Graziela diz que não precisa de adaptações no local de trabalho em equipamentos, “eu trabalho como as pessoas normais, apesar da paralisia”.

Graziela dos Santos Lima Ferreira, 23 anosEstudante de Ciências Contábeis

Foto

: Lei

dian

e R

odrig

ues

Page 9: Revista Acesso

09

que são deficientes como ele. Eles são preparados para os receberem.

Thiago foi encaminhado há uma empresa por sua psicó-loga para trabalhar, porém por sua deficiência não con-seguiu manter seu emprego. Ele estava sem fazer nada quando sua líder chegou e pediu para que ele fizesse seus afazeres, Thiago res-pondeu que estava cansado, e que iria quando ele qui-sesse. A mãe detalha que por causa da deficiência, na mente dele ele trabalha ape-nas quando quer e diz que a empresa deveria ser mais tolerante, e ter dado mais uma chance a ele.

Fátima conta que ele pen-sa que para comprar algo

o que ele quer, não precisa de dinheiro. Thiago conhece todas as letras do alfabeto, porém não sabe ler e nem escrever, para escrever é necessário soletrar as pa-lavras. “Ele não conhece as horas, não sabe datas. Mas tenho esperanças que um dia ele possa aprender a ler. Para nós ele é adulto, mas na cabeça dele, ele é crian-ça ainda”, desabafa a mãe.

Empresas com cem ou mais funcionários devem contratar deficientes

A legislação estabelece que uma empresa com cem ou mais empregados deva preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas portadoras de deficiência

Foto

: Rep

rodu

ção/

Inte

rnet

ou beneficiário, indepen-dentemente do tipo de de-f iciência ou de reabilitação, na seguinte proporção:

Até 200 empregados: 2%De 201 a 500 empregados: 3%De 501 a 1.000 empregados: 4%De 1.001 em diante: 5%

De acordo com o Decreto 914/1993 pessoa portadora de deficiência é aquela que apresenta, em caráter per-manente, perdas ou anorma-lidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológi-ca, ou anatômica, que gerem incapacidade para o desem-penho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.

Page 10: Revista Acesso

TRA

NSP

OR

TE

10

No Brasil ainda se tem um grande problema envolven-do transporte para deficien-tes físicos. Seja o transpor-te público ou até mesmo transporte próprio, onde as pessoas não respeitam os locais indicados para esta-cionamento de pessoas com necessidades especiais.

João, cadeirante, sofre dia-riamente para conseguir es-tacionar seu carro nas vagas destinadas a ele e outros ca-deirantes na cidade de Salto. Isso ocorre pela falta de res-peito dos demais motoristas

Dificuldades aindaenfrentadas pelos deficientes

que estacionam nessas va-gas. Além desse problema, outro encontrado é a dificul-dade no acesso a calçadas, já que apenas nas principais ruas da cidade pode-se no-tar que são adaptadas para os cadeirantes.

Já para Júlia, deficiente visu-al o problema enfrentado é a falta de atenção de motoristas e passageiros dos transpor-tes públicos na cidade. Mui-tas vezes alguns motoristas não param ou então ninguém oferece ajuda para ela subir no o ônibus, o que acaba difi-

Colaboração de Paulo Cezar4º Semestre Publicidade e Propaganda

cultando ainda mais. Para ela isso é ocasionado pelo pre-conceito das pessoas, pois acreditam que por ela ter sua necessidade deveria ficar em casa, essa entre outras coi-sas ela já escutou dentro de transportes públicos.

A acessibilidade ainda é algo a ser sanado na cidade para que um portador de necessidade especial possa ter uma vida normal como a de qualquer outra pessoa, e mesmo sendo pequenos pontos, o atraso que trás para a vida dessas pesso-as é de grande proporção.

Foto

: Fáb

io D

uran

Page 11: Revista Acesso

CAR

TA A

BER

TA

11

Será que as leis voltadas aos deficientes cobrem todas as necessidades? A vida dos de-ficientes gira em torno das leis, até para conseguirem empre-go. Porém, como a fiscaliza-ção não é boa, as leis não são cumpridas da maneira correta.

As empresas não contratam deficientes por livre e espon-tânea vontade. Se não hou-vesse uma lei do governo que obrigue as empresas a contratá-los, não poderiam trabalhar. O preconceito, ape-sar dos projetos do governo de inclusão, continua. Se não fossem as leis, os deficientes nem poderiam estudar se-ria como nos tempos antigos onde deficientes só ficavam dentro de casa, senta-dos ou deitados separados do mundo. Mesmo assim, é possí-vel conseguir emprego sem recorrer à lei. Uma pessoa d e f i c i e n t e visual na

maioria das vezes precisa re-correr à lei, mas aqueles com algum resíduo de visão já tem mais facilidade. Sendo que ela não precisa de muita adapta-ção para poder exercer o car-go com êxito. Uma pessoa de-ficiente visual sem resíduo de visão já precisa de mais aces-sibilidade para poder exercer o cargo e esses equipamen-tos são muito caros.

As leis precisam também obri-gar os espaços da sociedade em geral a colocarem acessi-bilidades os deficientes tam-bém tem direito ao lazer: as-sistir filmes e entender o que passa, as crianças têm direito a irem aos parques infantis e poder saber se algum brin-quedo está em movimento e o

espaço que esse brinque-do percorre. Tudo que um indivíduo que enxerga faz os deficientes tam-bém tem direito de fazer, independente da idade, raça, etc.

Entre todas as idades, as crianças com defi-

ciência são as que mais necessitam de atenção, pois as leis visam mais os adultos. Acessibilidade está presente em todo lugar e de todas as formas. Des-crição dos áudios, blo-gs, páginas de sites, programas c o m p a t í -veis com os leitores de tela, pró-

tese para cadeiras de rodas. Mas se tivessem preços mais acessíveis e mais Associações dispostas a fazer a descrição áudio não só em vídeos, mas em shows, programas de TV, cinema e teatros – por exemplo - as pessoas com deficiência teriam uma ótima qualidade de vida.

Desenhos em alto relevo são ótimos e a descrição mais ain-da, pois nem todo deficiente visual tem noção de imagens. As rampas adequadas no lu-gar dos degraus, as calçadas sem buracos, pois há calçadas que até pessoas que não tem deficiência caem e se machu-cam. As embalagens de todos os produtos deviam estar com as informações - como nome, preço, quantidade, marca, en-fim tudo que tem escrito em tinta. Mas são apenas algu-mas empresas que se preocu-pam com a acessibilidade.

Bulas dos remédios em Brail-le não tem, nem 0800 dos laboratórios para os deficien-tes visuais ligarem e pedirem para que o atendente leia a bula. As passagens precisam ter espaço suficiente para as cadeiras de rodas poderem circular normalmente; os bal-cões guichês e mesas mais baixas para os cadeirantes poderem alcançar. O que me intriga é que os deficientes visuais são obrigados a pro-varem que não enxergam ou que tem visão reduzida, quan-do isso é possível perceber.

Ainda que a legislação seja boa, ainda precisa melhorar muito. E assim, os deficientes poderão viver como pessoas que não tem deficiência.

Legislação e DeficientesPOR CAROLINA BORSATO

Foto

: Pau

lo C

esar

Page 12: Revista Acesso

Editor Chefe:Fábio Duran

Diagramação:Fábio Duran

Repórteres:

Carolina BorsatoJéssica Barbosa

Katelyn BarbozaLeidiane Rodrigues

Nerivan SilvaPaulo Cesar*

Trabado de FotojornalismoProfº Tony Maia

Novembro 2013

2º Semestre de Jornalismo4º Semestre de Publicidade e

Propaganda (eletiva)*