revista 11 last · campismo de vila chã, vila do conde, nos próximos dias 30 de dezembro de 2008...

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12 Clube Português de Autocaravanas Praça Pública ... Companheiros do C.P.A. É com imenso pesar que contínuo a verificar cada vez mais a dificuldade que em certas localidades bastantes conhecidas, se nos deparam situações motivadas por um ou mais “CACIQUES”, é o caso do Snr. Presidente da Junta de Freguesia da ERICEIRA que no seu bem entender põe e dispõe, conforme a sua vontade. Há meses atrás, no corrente ano, foi retirado o sinal de proibição de Esta- cionamento de Autocaravanas que se verificava no recinto junto à Capela de S. Sebastião e logo diversos companheiros estacionavam no local, mas foi “sol de pouca dura.” No domingo seguinte estacionou um Furgon, transfor- mado em Auto-vivenda, transportando alguns jovens que logo fizeram um acampamento, abrindo toldos, mesas, cadeiras e o clássico churrasco. Achei estranho viso que foram os únicos confesso que devido à situação anterior (proibição) cheguei a pensar, se não teriam sido enviados por alguém bem perto (Parque de Campismo, o dono do tal Restaurante “amigo dos Autoca- ravanistas” que se situa sobre a estrada de acesso ao cais, etc...), acontece ~ que na 2° feira seguinte logo foi instalado um sinal de interdição a Autoca- ravanas. Faz-me pensar que já estaria preparado para esta eventualidade. Não devia ser esta actuação de um individuo que se intitula democrata, mas sim um DITADOR, visto que não respeita o cidadão comum e contribuinte com os mesmos direitos que os restantes. Estes casos que se verificam de- veriam ser punidos pelas autoridades, após 1º aviso com coimas elevadís- simas, só assim se poderá educar esses abusadores, não é justo que pague o justo pelo pecador. Um outro caso passou-se na quadra da Páscoa /2008 na muito frequentada vila de Porto Covo. Junto a outro Restaurante cujo proprietário ex-Autocaravanista (segundo consta) após alvorada de um belo dia, deparou-se-nos um monte de lixo (resto de cascas de batatas, garrafas plásticas de detergente e garrafões) material que decerto foi oferta do mesmo dono, só um restaurante é que consome tanta batata. Assistiu-se a uma tentativa de comprometer as vá- rias Autocaravanas estacionadas no chamado QUINTAL, (no local junto). No dia seguinte, foram logo colocados os postes com cabos de aço , vedando o acesso a autocaravanas, assim como no dito QUINTAL, logo após a Páscoa. Daí para a frente, nota-se nalguns elementos da povoação uma má vontade de nos acolher. Muitos companheiros já evitam este local. Será que nas épocas baixas, voltam a precisar de nós? Só o tempo o dirá. A titulo de informação: A área de serviço para Autocaravanas de Fronteira encontra-se desactivada (portão fechado). Esta área de serviço tinha sido inaugurada pelo PORTAL DO CAMPING CAR. José Alcobia Acabei de ser sócio do “CPA”... Nº1646 Acabei de receber o meu 1º número da revista “O autocaravanista”... Partindo do pressuposto que posso e devo dar o meu contributo para a melhoria deste boletim informativo para que este não se fique só quase pela exclusividade de anúncios de Autocaravanas e afins, começo por dizer que todos os companheiros deveriam colaborar mais sobretudo com análises, ideias, críticas construtivas, informações que cada um colhe nas suas viagens que podem ser úteis para todos, enfim tudo o que possa enriquecer este boletim que, obviamente deveria ter um espaço mais amplo para este tipo de opiniões mas que me pareceu pelo que li no existente na ”Praça pública” somos aconselhados a ser breves (pelo que vejo só tem direito a uma página...). Entendo também que deveriam seguir uma vertente mais pessoal dando as boas vindas e enumerar os novos sócios e para não alongar-me quero referir que quanto aos artigos que li referentes às novas áreas de serviço para pernoita, deveriam também referir os custos de utilização, porque os há os carotes e os gratuitos... tudo tem de ser contabilizado, por vezes, acho, evitamos uma paragem em determinado local por julgarmos cara quando o não é ou temos uma surpresa ao ter de pagar uma continha que bem vistas as coisas dava para uma noite de Hotel. Saudações Manuel Correia de Sá Caros amigos, Foi com enorme prazer e orgulho que soube que o 38º Encontro CPA – Zona Norte se irá realizar no Parque de Campismo de Vila Chã, Vila do Conde, nos próximos dias 30 de Dezembro de 2008 a 01 de Janeiro de 2009. Com enorme prazer pelo facto de, como campista residente há já alguns anos no Parque de Campismo de Vila Chã, poder receber tantos auto-caravanistas (um sonho meu a realizar no futuro), verdadeiros companheiros pelo gosto do campismo. Com enorme orgulho pelo facto de terem escolhido o “nosso” parque para tal evento. Na realidade, o “nosso” parque, embora muito familiar e pequeno na sua dimensão é enorme na amizade e convivência entre os campistas. Gostamos de lá estar e mais ainda, gostamos de bem receber quem, esporadicamente, nos escolhe para pernoitar, descansar e se divertir. Assim, como responsável pelo nosso clube “Piratas da Recolha” (clube criado pelos jovens utentes do parque e responsável pela animação e actividades realizadas durante o período da época balnear, com maior relevância para as acções de limpeza das nossas praias) venho, desde já, dar-vos as boas vindas e desejar a todos uma óptima viagem até ao nosso encontro. Um abraço Nuno Araújo

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Page 1: REVISTA 11 last · Campismo de Vila Chã, Vila do Conde, nos próximos dias 30 de Dezembro de 2008 a 01 de Janeiro de 2009. Com enorme prazer pelo facto de, como campista residente

12 Clube Português de Autocaravanas

Praça Pública ...Companheiros do C.P.A.

É com imenso pesar que contínuo a verificar cada vez mais a dificuldade que em certas localidades bastantes conhecidas, se nos deparam situações motivadas por um ou mais “CACIQUES”, é o caso do Snr. Presidente da Junta de Freguesia da ERICEIRA que no seu bem entender põe e dispõe, conforme a sua vontade.

Há meses atrás, no corrente ano, foi retirado o sinal de proibição de Esta-cionamento de Autocaravanas que se verificava no recinto junto à Capela de S. Sebastião e logo diversos companheiros estacionavam no local, mas foi “sol de pouca dura.” No domingo seguinte estacionou um Furgon, transfor-mado em Auto-vivenda, transportando alguns jovens que logo fizeram um acampamento, abrindo toldos, mesas, cadeiras e o clássico churrasco. Achei estranho viso que foram os únicos confesso que devido à situação anterior (proibição) cheguei a pensar, se não teriam sido enviados por alguém bem perto (Parque de Campismo, o dono do tal Restaurante “amigo dos Autoca-ravanistas” que se situa sobre a estrada de acesso ao cais, etc...), acontece ~ que na 2° feira seguinte logo foi instalado um sinal de interdição a Autoca-ravanas. Faz-me pensar que já estaria preparado para esta eventualidade.Não devia ser esta actuação de um individuo que se intitula democrata, mas sim um DITADOR, visto que não respeita o cidadão comum e contribuinte com os mesmos direitos que os restantes. Estes casos que se verificam de-veriam ser punidos pelas autoridades, após 1º aviso com coimas elevadís-simas, só assim se poderá educar esses abusadores, não é justo que pague o justo pelo pecador.

Um outro caso passou-se na quadra da Páscoa /2008 na muito frequentada vila de Porto Covo.

Junto a outro Restaurante cujo proprietário ex-Autocaravanista (segundo consta) após alvorada de um belo dia, deparou-se-nos um monte de lixo (resto de cascas de batatas, garrafas plásticas de detergente e garrafões) material que decerto foi oferta do mesmo dono, só um restaurante é que consome tanta batata. Assistiu-se a uma tentativa de comprometer as vá-rias Autocaravanas estacionadas no chamado QUINTAL, (no local junto). No dia seguinte, foram logo colocados os postes com cabos de aço , vedando o acesso a autocaravanas, assim como no dito QUINTAL, logo após a Páscoa. Daí para a frente, nota-se nalguns elementos da povoação uma má vontade de nos acolher. Muitos companheiros já evitam este local.

Será que nas épocas baixas, voltam a precisar de nós? Só o tempo o dirá.

A titulo de informação: A área de serviço para Autocaravanas de Fronteira encontra-se desactivada (portão fechado).

Esta área de serviço tinha sido inaugurada pelo PORTAL DO CAMPING CAR.

José Alcobia

Acabei de ser sócio do “CPA”... Nº1646Acabei de receber o meu 1º número da revista “O autocaravanista”...Partindo do pressuposto que posso e devo dar o meu contributo para a melhoria deste boletim informativo para que este não se fique só quase pela exclusividade de anúncios de Autocaravanas e afins, começo por dizer que todos os companheiros deveriam colaborar mais sobretudo com análises, ideias, críticas construtivas, informações que cada um colhe nas suas viagens que podem ser úteis para todos, enfim tudo o que possa enriquecer este boletim que, obviamente deveria ter um espaço mais amplo para este tipo de opiniões mas que me pareceu pelo que li no existente na ”Praça pública” somos aconselhados a ser breves (pelo que vejo só tem direito a uma página...).Entendo também que deveriam seguir uma vertente mais pessoal dando as boas vindas e enumerar os novos sócios e para não alongar-me quero referir que quanto aos artigos que li referentes às novas áreas de serviço para pernoita, deveriam também referir os custos de utilização, porque os há os carotes e os gratuitos... tudo tem de ser contabilizado, por vezes, acho, evitamos uma paragem em determinado local por julgarmos cara quando o não é ou temos uma surpresa ao ter de pagar uma continha que bem vistas as coisas dava para uma noite de Hotel.

Saudações Manuel Correia de Sá

Caros amigos, Foi com enorme prazer e orgulho que soube que o 38º Encontro CPA – Zona Norte se irá realizar no Parque de Campismo de Vila Chã, Vila do Conde, nos próximos dias 30 de Dezembro de 2008 a 01 de Janeiro de 2009. Com enorme prazer pelo facto de, como campista residente há já alguns anos no Parque de Campismo de Vila Chã, poder receber tantos auto-caravanistas (um sonho meu a realizar no futuro), verdadeiros companheiros pelo gosto do campismo. Com enorme orgulho pelo facto de terem escolhido o “nosso” parque para tal evento. Na realidade, o “nosso” parque, embora muito familiar e pequeno na sua dimensão é enorme na amizade e convivência entre os campistas. Gostamos de lá estar e mais ainda, gostamos de bem receber quem, esporadicamente, nos escolhe para pernoitar, descansar e se divertir. Assim, como responsável pelo nosso clube “Piratas da Recolha” (clube criado pelos jovens utentes do parque e responsável pela animação e actividades realizadas durante o período da época balnear, com maior relevância para as acções de limpeza das nossas praias) venho, desde já, dar-vos as boas vindas e desejar a todos uma óptima viagem até ao nosso encontro.

Um abraço Nuno Araújo

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Por esses caminhos fora ... CroáciaCroácia 2008 ( Croácia, Dalmácia e outras Ácias )

Quando chega a altura de se mar-carem as férias, nós, os que ainda não estamos reformados pensamos sempre: quanto tempo podemos fazer de férias consecutivas? Qual é o sítio mais perto que nos falta ver? Este ano de 2008, o tempo era de três semanas e o destino escolhido foi a Croácia. Nas reuniões preliminares alguém se lembrou: já que “estamos” na Croácia, porque não regressar pela Bósnia, visitando Mostar e Sarajevo?

Quando se fizeram as contas aosquilómetros, davam mais de 8.500. Que fazer? Mais contas e programar as ligações até “às férias”.Para que as contas aos quilómetros por dia começassem mais calmas, conseguimos adicionar mais dois dias às três semanas. Antes de ter a tendência de começar a pormenorizar os tempos/quilómetros vou resumir: saímos dos nossos empregos numa quarta-feira para a “concentração” em Vila Fernando e regressámos a Lisboa na tarde do domingo antes de voltarmos ao trabalho. Este parágra-fo foi só para não criar suspense se conseguiríamos chegar a tempo de ir trabalhar na segunda-feira.Saímos cedo na Quinta Feira de Vila Fernando e fomos dormir a Saragoça, ficando perto de Aix-en-Provence naSexta Feira e Sábado em Bolonha. A correria inicial termina finalmenteno Domingo, ao fim de ± 2.500quilómetros, quando chegámos à Eslovénia, ao Parque de Campismo perto das Grutas Postonska Jama em Postojna, que visitámos na Segunda Feira.Finalmente, começaram as férias nos Balcãs, de que tanta gente tem re-ceio, mas que viemos a confirmar nãohaver razão para isso, ali transita-se livremente, como é normal num país da Europa Central (ou quase).Faltavam-nos três semanas, para voltarmos ao trabalho; era tempo de gozar as férias nestes 850 Kms de costa Adriática até ao Montenegro, a que podemos chamar 850 Kms de “Portinhos da Arrábida”, tal é a sua beleza natural.

Conforme o planeado, saímos da Eslovénia por Koper em direcção a Porec e Rovini; a parte mais a norte do Mar Adriático, a Istria, com o ob-jectivo de seguirmos para Pula, onde iríamos visitar o mais bem conser-vado Coliseu Romano, fora de Itália. Seguimos depois para a Côte-d’Azur croata, entre Opatija e Rijeka, onde o império austro-húngaro passava férias.Continuamos pela “Jadranska Magis-trala” a magistral estrada marginal em direcção a Zadar.Decidimos ficar mais um dia emDrage, afastando-nos um pouco da estrada marginal e entrarmos pela Croácia profunda, passando pelos cumes do Mali Alan a mais de 1500 metros. Aí vimos os primeiros vestí-gios da guerra, que há tão pouco tempo acabou, e que as casas com marcas das rajadas e as zonas de-struídas não nos deixam esquecer. Pela primeira vez vimos a indicação de minas junto à estrada e uma al-deia, Medvida, completamente destruída e abandonada.Continuamos em frente para um dos parques naturais que este pais mantém de forma impecável: Krka, classificado desde finais do séculoXIX.

Depois de uma viagem/ligação de barco, demos uma volta pelas som-bras do parque à volta das cascatas, mesmo com o ambiente fresco deu para nos cansar e estava na hora de descansar um pouco...Lá seguimos para Sibenik, Trogir

(bela cidade medieval) e Split a seg-unda maior cidade da Croácia, onde visitámos o centro histórico, do tem-po do imperador Diocleciano ou Dio-cleto (Século I).É hora de continuar a seguir para sul e logo descobrimos Omis, uma pas-sagem entre montanhas onde desa-gua um rio, local de abrigo dos pi-ratas, perdão dos corsários, porque estes eram a favor do povo deste pais e atacavam os “venezianos” estes sim os piratas.De novo na estrada a caminho de Dubrovnik. E chegámos à pérola do Adriático, conforme lhe chamou Lord Byron. A cidade dentro das muralhas é uma pequena jóia e conforme li

algures: Vive-se o tempo todo num postal ilustrado. Não circulam car-ros, só peões. Nota-se o trabalho magnífico e a quantidade de horasque foram gastas na reconstrução da cidade, depois da guerra (1995). A cidade renasceu com a ajuda dos melhores artesãos da Europa. Não parece novo nem turístico, apenas magnânimo.Está na hora de começar a “subir”, já com saudades deixamos esta maravilhosa cidade; iniciamos o re-

gresso por mais um país: a sofrida Bósnia; que vos levaremos a visitar no próximo boletim.

São, Isabel, Mário e José Manuel.(Julho 2008)

Clube Português de Autocaravanas 13

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14 Clube Português de Autocaravanas

Por esses caminhos fora ... Um livro para a viagem ... HISTÓRIAS COMO AS DO AVÔ JÃO Nesta época de Natal, quero trazer-vos aqui as memórias de duas crianças que amaram sempre as histórias do avô. Era o meu sogro, João, o avô Jão. Contava cada história! Todas na primeira pessoa, ainda que pudessem ter sido vividas por outros ou até anedotas mais velhas que a vetusta e veneranda Sé de Braga. O curioso dessas histórias, o que as tornava reais e o transformava em protagonista de todas elas era o seu incipit, a sua fórmula inicial - «Uma ocasião…».

No reportório do Avô Jão ganhava especial relevo, surgindo regularmente a espaços vagos entre outras narrativas, uma história em jeito de refrão sobre uma família pobre que era visitada pelo senhor Manuel Germano, à hora do jantar; quando a mulher anunciava ao marido a visita, dizia este – “Ai mu-lher, fecha a porta, que não temos cá comer que chegue para o género humano!”.

As duas crianças, que, por sinal – claro! – são os meus filhos, hoje recém-chegados ao mundo dos adultos, aprenderam assim duas coisas importantes na vida: que nada se compara aos laços que a fa-mília tece e quão grande é o poder de uma boa narrativa na construção da identidade individual.

Talvez por isso, ambos cedo se apaixonaram pela leitura, mesmo antes de saberem ler. Creio que procuravam nas páginas dos livros a continuação dos laços que o avô criara desde cedo. Fazia-lhes falta a magia daquelas palavras e da efabulação fantasiada daqueles textos orais.

E foi num texto escrito que a encontraram. A começar pelo incipit: «UMA OCASIÃO…»: no pequeno livro, escrito por Mário de Carvalho em 1981, Casos do Beco das Sardinheiras.

Segundo o próprio autor, “O Beco das Sardinheiras é um beco como outro qualquer, encafuado na parte velha de Lisboa. Uns dizem que é Alfama, outros que é já de Mouraria” e “A gente que habita o Beco é como as demais, nem boa nem má”; porém, “Todas as fábulas, todos os contares, todas as ima-ginações das sete partidas do mundo penetraram o Beco e enriqueceram consideravelmente a sabedoria dos vizinhos”. “De resto, o que acontece no Beco das Sardinheiras não difere do que se passa noutro lado qualquer, desde Benfica à Ajuda”.

Após este prólogo, surgem então onze pequenos contos, todos acontecidos “ UMA OCASIÃO”.

O primeiro desses contos fala da noite em que a Lua caiu do céu e foi engolida pelo Andrade, se-gundo testemunhou o Zé Metade. O segundo é protagonizado pelo Gigas, o gato viciado em polícias, sobretudo corruptos. Uma corda que surgiu do céu e se estendia dependurada até à terra origina uma enorme confusão no terceiro conto. No quarto, o alarido é causado por uma pedra preta que pesa mais que a Sé de Lisboa. Já no quinto conto, um grupo de rapazes, desses que em Lisboa ainda saíam à rua para brincar depois de chegar da escola, resolve entrar numa gateira, ou seja, num casebre abandona-do e repleto de objectos velhos e estropiados mas cheios de memórias de utilidade. Uma máquina de costura que converte em gelo tudo e todos que lhe cheguem por perto é o elemento-mistério do conto número seis, enquanto a língua estranha que brotou dos lábios do Quim Ambrósio, depois de uma telha ter caído sobre a sua cabeça, constitui o busílis do conto seguinte. Ou a chuva ao domicílio no conto oito, o trombone do Tio Bento no conto nove, o marco-do-correio falante do décimo conto, ou o padre alquimista do conto onze.

Tudo mistérios, alguns a ilustrar a velha confusão entre o Manuel Germano e o género humano. Não sei se a confusão é a mesma da história do avô Jão, mas há traços que não precisam de fundamento para ser de união. Os netos ainda hoje disputam entre si o lugar ideal para este pequeno livro de oiten-ta páginas – “no meu quarto, não no teu!”. E o livro continua a unir memórias – muitas memórias: da infância, do avô e do poder dos afectos.

Assim é que aqui deixo esta proposta para ler ao calor da lareira (ou do aquecedor eléctrico, tanto faz), com os filhos ou os netos ao colo, recriando a magia do Beco das Sardinheiras. Já agora, Avô Jão, tu e o teu presépio de muitos bonequinhos pequeninos continuam connosco todos os natais. Na nossa memória.

A outro nível, todas estas histórias têm evidentemente outra instância de leitura, mostrando meta-foricamente perfis de vários Manuéis Germanos que dão forma a um colectivo a que se costuma dar o nome de género humano, residente num beco (sem saída?) onde só subsistem as plantas mais resis-tentes, como as sardinheiras. É uma maneira de rir de nós próprios, como promete uma das epígrafes referidas pelo autor e que nos remete para outro grande escritor satírico da cultura portuguesa, Gil Vicente: “…De que me rio?/ Rio-me de mil coisinhas,/ nanja vossas, senão minhas”. Bom Natal e boas histórias! Madalena Relvão

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CARTHAGOEra uma vez um jovem alemão de seu nome Karl- Heinz Schuler que em 1979 resolveu começar a fazer a transformação individual e personalizada de veículos. O nome que deu à sua pequena empresa foi “Carthago”.Em 1981 instala-se num armazém de 200 m2 em Ravensbourg (Alemanha)Em 1982 empregava unicamente 3 pessoasEm 1985 o projecto de transformação de um “bus” em Volkswagen a quem deram o nome de Malibu lançou a marca “Carthago” no sucesso.Em 1997 mudam-se para um local maior de 900 m2 e aumentou o seu pessoal para 10 pessoas.O crescimento foi grande e logo tiveram que mudar para um local maior de 2.400 m2.Em 1990 a “Carthago” foi considerada a segunda melhor construtora da Europa de furgons transformados (auto vivendas) com base em Volkswagen.A partir de 1993 alargou os horizontes e começou a fazer Autocaravanas Capucine. Nesta data empregava já 50 pessoas.Com o decorrer dos anos foi evoluindo, aumentando o espaço da fábrica para 5.000m2 de área coberta e 11.000 m2 de área exterior e foi fazendo autocaravanas também tendo como base a Fiat e a Mercedes.Em 1998 já consegue ter em fabricação 7 versões diferentes de autocaravanas sobre Mercedes. Sempre com alta qualidade, esta marca “Carthago” começou a delinear a estratégia da fabricação de modelos Integrais.Lançou o modelo M-Liner em 1999 e em 2000 já produziu cerca de 550 unidades com os seus 100 empregados.Em 2001 parou a produção em Volkswagen dedicando-se unicamente à transformação sobre Iveco e Mercedes e posteriormente em Fiat com chassis Al-ko rebaixado.A nova linha Chic em Capucine e posteriormente em Integral foi e está a ser nos nossos dias um verdadeiro sucesso.Karl-Heinz Schuler sempre à frente do projecto tem o orgulho de festejar o 25º. Aniversário da existência da marca “Carthago”com os seus 110 empregados e com os inúmeros clientes, amigos e fornecedores que ao longo dos anos foram acreditando nesta fabricação.Nos dias de hoje aumentou a produção e por consequência o nº. de empregados que já ascende a 350.É uma fábrica que tem como lema o rigor, a qualidade e o grande acompanhamento dos seus clientes.Boa sorte “Carthago”. Mª. Isabel Mesquita

Era uma vez...

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