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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Carlos Eduardo Dias Sanhudo Manaus, Amazonas Janeiro, 2011 Revisão taxonômica e relações filogenéticas do Grupo Strigatus de Cyphomyrmex Mayr, 1962 (Formicidae: Myrmicinae: Attini)

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

Carlos Eduardo Dias Sanhudo

Manaus, Amazonas

Janeiro, 2011

Revisão taxonômica e relações filogenéticas do

Grupo Strigatus de Cyphomyrmex Mayr, 1962

(Formicidae: Myrmicinae: Attini)

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

ALUNO: CARLOS EDUARDO DIAS SANHUDO

ORIENTADOR: DR. CLAUDIO RUY VASCONCELOS DA FONSECA

CO-ORIENTADOR: DR. ANTÔNIO MAYHÉ-NUNES

Tese apresentada como parte

dos requisitos para obtenção do

título de Doutor em Ciências

Biológicas, área de Concentração

em Entomologia.

Manaus, Amazonas

Janeiro, 2011

Revisão taxonômica e relações filogenéticas do

Grupo Strigatus de Cyphomyrmex Mayr, 1962

(Formicidae: Myrmicinae: Attini)

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Sinopse:

É apresentada a descrição e redescrição de espécies do gênero Cyphomyrmex, grupo

Strigatus, baseadas na morfologia externa. Também é proposta uma hipótese filogenética

para as espécies deste grupo.

S194 Sanhudo, Carlos Eduardo Dias Sanhudo

Revisão taxonômica e relações filogenéticas do Grupo Strigatus de

Cyphomyrmex Mayr, 1962 (Formicidae: Myrmicinae: Attini) / Carlos

Eduardo Dias Sanhudo. --- Manaus : [s.n.], 2011.

104 f. : il. color.

Tese (doutorado) --- INPA, Manaus, 2011.

Orientador : Cláudio Ruy Vasconcelos Fonseca

Coorientador : Antonio José Mayhé-Nunes

Área de concentração : Entomologia.

1. Formicidae. 2. Attini. 3. Taxonomia. 4. Filogenia. 5. Hymenoptera.

I. Título.

CDD 19. ed. 595.796x

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Banca examinadora

Dr. Antônio Carlos (Unb)

Dra. Beatriz Coelho (UFTO)

Dr. Carlos R. F. Brandão (MZUSP)

Dr. Célio Ubirajara Magalhães Filho (INPA)

Dr. Eduardo Andrade B. de Almeida (FFCLRP – USP)

Dr. Jacques M. C. Delabie (CEPLAC)

Dr. Jorge Diniz (UFG)

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Dedicatória __________________________________________________________

Ao meu Irmão, por muitas vezes, Rodrigo, a minha cunhada Ilone

e aos meus sobrinhos Matheus e Clara

dedico este trabalho.

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“Em algum lugar algo incrível espera

para ser conhecido”

Carl Sagan

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Agradecimentos ___________________________________________________________________

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a

Pós-Graduação em Entomologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

(INPA) pela bolsa de doutorado para realização deste trabalho.

Ao meu orientador Prof. Dr. Claudio Ruy Vasconcelos, pela confiança, incentivo,

sinceridade e por todo conhecimento compartilhado.

Ao meu co-orientador Dr. Antonio José Mayhé-Nunes, pelo ensino e apoio ao

longo desses anos e por possibilitar a realização deste trabalho.

Ao professor Dr. Carlos Roberto Ferreira Brandão, pelo apoio desde o início

deste estudo, cedendo espaço em seu laboratório e, principalmente, pelas conversas

valiosas que formaram o pano de fundo de minha tese.

Aos curadores e pesquisadores que colaboraram com o empréstimo de material,

em especial ao Dr. Iyes Quintet e Dr. Jacques Delabie.

Em especial, aos colegas Dra. Simone Policena Rosa, Dr. Flavio, Rodrigo Feitosa

e Maurício Martins da Rosa, por compartilharem seus conhecimentos fazendo críticas e

sugestões importantes na elaboração deste trabalho.

Agradeço enormemente à estudante de biologia Lívia Prado, pela ajuda na

obtenção das fotos.

À funcionária do Museu de Zoologia da USP, Lara Guimarães pelo auxílio na

obtenção das imagens de microscopia eletrônica de varredura.

Também agradeço a todos os colegas do Museu de Zoologia da Universidade de

São Paulo; Rogério Rosa da Silva, Rodrigo Gonçalves & Nicole, Ricardo Kawada,

Eduardo Almeida, Laura Prado, Guilherme, Flavia “Brasa”, Matheus, Paola; minha

amiga da “Costa Rica”, Lucas, Ramom e Tiago Carrijo por tornarem minha estada em

São Paulo muito agradável e por todo auxílio constante que me foi dado.

Ao companheiro de montanha Tacio Philip pelas viagens, escaladas e amizade.

Aos colegas do INPA Dr. Márcio Barbosa e Rafael, pela amizade que mesmo

distante sempre me auxiliaram.

A Camila Yumi Mandai, pela cumplicidade, pela paciência, pelo apoio constante e

incansável.

Meu sincero agradecimento.

Carlos E. D. Sanhudo

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Sumário Resumo ............................................................................................................................... 2

Abstract .............................................................................................................................. 2

Introdução.......................................................................................................................... 3

Aspectos gerais da tribo Attini ........................................................................................ 3

Aspectos gerais do gênero Cyphomyrmex....................................................................... 6

Histórico .......................................................................................................................... 7

Proposta desta tese .......................................................................................................... 9

Material e Métodos.......................................................................................................... 10

Procedência do material zoológico................................................................................ 10

Material para estudo ...................................................................................................... 11

Microscopia eletrônica de varredura ............................................................................. 11

Imagens digitais............................................................................................................. 12

Mapas de distribuição.................................................................................................... 12

Terminologia e descrições............................................................................................. 13

Medidas ......................................................................................................................... 13

Análise filogenética....................................................................................................... 15

Resultados e Discussão.................................................................................................... 16

Chave de identificação para as espécies do Nicterimyrma (operárias) ......................... 52

Lista comentada dos caracteres ..................................................................................... 55

Análise filogenética....................................................................................................... 67

Novos registros das espécies de Nicterimyrma ............................................................. 69

Conclusões........................................................................................................................ 70

Referências....................................................................................................................... 71

Tabela 1. Matriz de caracteres....................................................................................... 77

Tabela 2. Medidas tomadas das operárias das espécies estudadas ............................. 78

Pranchas........................................................................................................................... 79

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Resumo

Neste trabalho realizei uma revisão de Cyphomyrmex grupo Strigatus e testei o

monofiletismo de gênero. Encontrei dados morfológicos que sustentam a transferência

de Cyphomyrmex (grupo strigatus) para um novo gênero. Assim elaboramos uma

chave de identificação para as espécies deste novo gênero ainda não formalmente

descrito. Descrevemos duas espécies novas, simonimizamos uma e confeccionamos

mapas de distribuição. Os resultados foram corroborados com as análises filogenéticas.

Palavras-chave: Attini, Cyphomyrmex, formiga, grupo strigatus, filogenia,

taxonomia

Abstract

We present a revision of Strigatus group of Cyphomyrmex and we tested the

monophyly of the genus. We found that the morphological data support the change of

Cyphomyrmex (Strigatus group) to a new genus. With this result we produced an

identification key to the species belonging to the new genus still not described. We also

described two new species, provided the synonim to one of the species and made a

distribution map. Finally, the results were comproved through the phylogenetic analysis.

Key-words: Attini, Cyphomyrmex, ant, Strigatus, phylogeny, taxonomy

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Introdução

Todas as espécies de formigas estão agrupadas em uma única família,

Formicidae, composta por 21 subfamílias atuais e quatro extintas, com mais de 12000

espécies descritas, pertencentes a aproximadamente 350 gêneros (Agosti & Johnson

2005). Apesar do monofiletismo, de Formicidae ser reconhecido desde 1989 (Baroni

Urbani), as relações filogenéticas dentro de Formicidae não estão completamente

compreendidas (Brady et al,.2006). Grande parte dos grupos de Myrmicinae, que é a

maior subfamília de Formicidae com 24 tribos, sendo 19 na região Neotropical (Baroni

Urbani 2000), ainda não atingiu estabilidade taxonômica (Bolton et al., 2006). Este é o

caso da tribo Attini, que são as formigas cultivadoras de fungos.

Aspectos gerais da tribo Attini

A tribo Atinni é composta por 15 gêneros e mais de 230 espécies de formigas

(Klingenberg & Brandão 2009). Elas são predominantemente neotropicais, tendo sua

distribuição latitudinal limite entre 44°S e 40°N, não ocorrendo no Chile e em algumas

ilhas das Antilhas (Weber 1982). A maioria das espécies de Attini tem coloração

críptica e apresenta comportamento de tanatose. Elas são geralmente inconspícuas e

escavam ninhos pouco visíveis no solo e em tronco de árvores; vivem em colônias

relativamente pequenas, com algumas dezenas de operárias e apresentam movimentos

geralmente lentos. Como substratos para seus jardins de fungos, utilizam material

vegetal fresco: folhas e flores; matéria orgânica em decomposição: vegetais semi-

apodrecidos, sementes, fezes e carcaças de outros insetos (Mariconi 1970; Della Lucia

1993; Mayhé-Nunes 1995).

A dependência de fungos como fonte alimentar, por sua vez, parece ter surgido

apenas uma vez em formigas (Mueller et al. 2001). Até recentemente, o monofiletismo

dos Attini era apoiado apenas por sua capacidade de cultivar fungo em jardins quase

estéreis (Mayhé-Nunes 1995), e por três caracteres morfológicos da pré-pupa (Schultz

& Meier 1995): labro relativamente curto e estreito; mandíbulas intumescidas, quase

retas, subcônicas; e a presença de vestígios de pernas como fendas abertas no

tegumento. A primeira apomorfia para adultos da tribo foi proposta apenas em 2001,

por Brandão & Mayhé-Nunes, que observaram que apenas as fêmeas de Attini

apresentam uma seta média inserida no ante-clípeo, ou na junção do ante-clípeo com a

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borda anterior do clípeo propriamente dito.

Os gêneros de Attini foram, primeiramente, divididos por Kusnezov (1964) em

dois grupos: Paleoattini, englobando Apterostigma, Myrmicocrypta e Mycocepurus e

Neoattini para todos os outros gêneros, incluindo as formigas cortadoras de folhas,

Acromyrmex e Atta. Tal divisão, que foi baseada em morfologia, foi recentemente

confirmada em dois estudos com informações morfológicas e moleculares realizado por

Mayhé-Nunes (1995) e Schultz & Brady (2008), respectivamente. De acordo com

Schultz & Brady (2008), os gêneros de Paleoattini divergiram do seu ancestral comum

no Eoceno, há cerca de 40-45 milhões de anos, o que explicaria as diferenças

morfológicas marcantes entre eles. Entretanto, apesar da separação antiga e grandes

diferenças, eles compartilham apomorfias que suportam o monofiletismo do grupo, com

Apterostigma como clado irmão do clado formado por Myrmicocrypta + Mycocepurus

(Mayhé-Nunes 1995).

Já a história evolutiva de Neoattini, que é o grupo com maior número de

espécies, é menos compreendida, principalmente o início da evolução do grupo.

Klingenberg & Brandão (2009) e Schultz & Brady (2008), utilizando morfologia de

operárias e a dados moleculares, respectivamente, demonstraram que a classificação dos

Neoattini basais não expressava sua filogenia. Klingenberg e Brandão (op. cit.)

rearranjaram as espécies anteriormente incluídas em Mycetophylax em três gêneros:

Mycetophylax, Kalathomyrmex e Paramycetophylax. Adicionalmente, Schultz e Brady

(2008) propuseram que Kalathomyrmex seria clado irmão de todos os outros Neoattini,

não tendo parentesco próximo com as outras espécies antes incluídas em Mycetophylax.

Até o presente trabalho não existia uma proposta filogenética com resolução e suporte

aceitáveis para os outros gêneros de Neoattini basais: Cyphomyrmex, Mycetarotes e

Mycetosoritis. Assim, atualmente muitos gêneros da tribo não têm uma posição

filogenética definida.

Um dos fatores que contribuem para este quadro é a ausência de resolução

taxonômica de alguns grupos de espécies e a falta de definição dos limites genéricos

destes grupos (Mayhé-Nunes & Meneguete 2000). Estudos com ênfase em Attini

geralmente tratam de espécies com importância econômica privilegiando alguns grupos

de espécies de formigas cortadeiras Acromyrmex e Atta (Gonçalves 1961; Mariconi

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1970; Vasconcelos 1988; Mayhé-Nunes 1991; Mendes et al. 1992; Maciel et al. 1995;

Vasconcelos & Cherret 1995; Forti & Barreto 1997; Vasconcelos & Cherret 1997;

Moutinho 1998; Vasconcelos 1999; Verchot et al. 2003), pois são importantes pragas da

produção vegetal (Araújo 1997; Pereira 1999; Sanhudo & Diehl-Fleig 1999).

Conseqüentemente, os gêneros do grupo Paleoattini são pouco estudados (Wheeler

1907; Weber 1982; Mayhé-Nunes 1995; Oliveira et al. 1995b; Latkke 1997; Leal &

Oliveira 1998; Mayhé-Nunes & Jaffe 1998; Araújo et al. 2002; Solomon et al. 2004).

Porém, nas duas últimas décadas as pesquisas sobre outros aspectos importantes

relacionados aos Attini, como sua filogenia e relações com microorganismos foram

bastante intensificadas.

Dentre os gêneros de Attini que foram revisados estão: Apterostigma Mayr, com

48 espécies, revisado por Lattke (1997,1999); Cyphomyrmex Mayr, com 37 espécies,

incluindo espécies descritas por Mackay & Baena 1993 e Schultz et al. 2002, revisado

por Kempf (1964, 1966) e parcialmente por Snelling & Longino (1992); Mycetacroicus

Brandão & Mayhé-Nunes, com apenas quatro espécies no Brasil (Brandão & Mayhé-

Nunes 2001, 2008); Mycetarotes Emery, com quatro espécies no Brasil, revisado por

Kempf (1961) e por Mayhé-Nunes (1995); Mycetosoritis Wheeler, com seis espécies,

revisado por Kempf (1968); Trachymyrmex Forel, revisado por Brandão & Mayhé-

Nunes (2002); Acromyrmex Mayr, revisado por Gonçalves (1961) Atta Fabricius,

revisado por Borgmeier (1969); Mycocepurus Forel, com revisão em andamento por

Rabeling; Myrmicocrypta F. Smith, com revisão em andamento por Sosa-Calvo;

Sericomyrmex Mayr, revisado por Wheeler (1916).

A análise filogenética mais completa de Attini foi realizada por Mayhé-Nunes

(1995b). Naquele trabalho, o autor definiu os clados

(Apterostigma+Mycocepurus+Myrmicocrypta) e (Acromyrmex+Atta+Trachymyrmex).

Atualmente, é aceito que nas Attini os gêneros Apterostigma e Myrmicocrypta são

grupos basais, enquanto que Atta, Acromyrmex e Trachymyrmex são grupos derivados

(Schultz & Méier 1995; Brandão & Mayhé-Nunes 2001). O gênero Cyphomyrmex,

porém, por seu hábito distinto de cultivar leveduras, atualmente ocupa uma posição

intermediária (Chapela et al. 1994).

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Aspectos gerais do gênero Cyphomyrmex

Até o presente trabalho, Cyphomyrmex inclui 37 espécies (Kempf 1972; Smith

1979; Brandão 1991; Snelling & Longino 1992, Mackay & Baena 1993; Schultz et al.

2002), com a maior distribuição geográfica entre os gêneros da tribo Attini. As espécies

de Cyphomyrmex formam pequenas colônias com um número baixo de operárias,

geralmente entre dez e cem indivíduos, sempre monomórficas (Weber 1972). Os ninhos

são construídos no chão da floresta, embaixo de galhos ou madeira em decomposição.

Alguns ninhos são encontrados em palmeiras ou em troncos de árvores. A principal

característica morfológica do gênero é a carena frontal amplamente expandida. A

pilosidade é decumbente e constituída, geralmente, por cerdas simples. Os olhos

compostos estão localizados no meio da cabeça, na região lateral e as antenas têm onze

segmentos, sem clava antenal.

Em Cyphomyrmex, Kempf (1964: 1965) reconheceu dois grupos distintos de

espécies: Strigatus e Rimosus. Ele incluiu no grupo Strigatus 15 espécies: C. auritus, C.

biggibosus, C. bruchi, C. daguerrei, C. faunulus, C. lectus, C. lilloanus, C. morschi, C.

nemei, C. ocultus, C. olitor, C. paniscus, C. plaumanni, C. strigatus e C. vallensis. As

espécies deste grupo apresentam uma carena pré-ocular que se estende para trás até o

canto occipital. Elas estão restritas ao Sul da América do Sul, entre 20°S e 30°S graus

da latitude. Até o presente trabalho apenas C. biggibosus e C. faunulus eram conhecidas

da região mais ao norte da América do Sul.

Já o grupo Rimosus possui 23 espécies: C. bicarinatus, C. bicornis, C. castagnei,

C. cornutus, C. costatus, C. dixus, C. flavidus, C. foxi, C. hamulatus, C. kirbyi, C.

laevigatus, C. longiscapus, C. major, C. minutus, C. muelleri, C. nesiotus, C. peltatus,

C. podargus, C. rimosus, C. salvini, C. transversus, C. vorticis, C. wheeleri. Estas

espécies foram revisadas por Snelling & Longino em 1992. Este grupo apresenta uma

carena pré-ocular curvada medianamente acima dos olhos, porém não se junta com a

carena pós-ocular. As espécies ocorrem entre o norte da América do Sul e a América

Central, com os seguintes representantes na região Neártica: C. flavidus, C. minutus, C.

rimosus, C. wheeleri. O grupo Rimosus é o único em Attini com espécies capazes de

criar fungos na forma de jardins de leveduras, que consistem em nódulos pequenos e

irregulares, encontrados na forma selvagem em vida livre. O mesmo fungo que aparece

como levedura nos ninhos destas Cyphomyrmex cresce na forma de micélio quando

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criado por outros Attini (ou na cultura artificial, dependendo das condições).

Histórico

O gênero Cyphomyrmex foi proposto por Mayr (1862), com base em uma única

espécie, C. minutus. Posteriormente, Weber (1938) erigiu o subgênero Cyphomannia,

tendo como espécie-tipo Cyphomyrmex laevigatus.

Em 1887, Mayr descreveu C. auritus, C. kirby e C. strigatus, e sinonimizou C.

steinheili sob C. rimosous minutus.

Emery (1887), Ern. André (1892) e Forel (1893) descreveram C. morschi, C. foxi

e C. olitor, respectivamente.

Em 1894, Emery acrescentou as espécies C. rimosus, C. fuscus, C. transversus e

C. bigibbosus, e sinonimizou C. deformes com C. rimosus minutus e C. diformes com

C. rimosus.

Forel (1895) e Pergande (1896) acrescentaram as espécies C. bicornis e C.

flavidus, respectivamente.

Em seguida, Forel descreveu mais quatro espécies, duas em 1899 (C. championi e

C. salvini) e outras duas em 1901 (C. dentatus e C. rimosus var. major).

Em 1907, Wheeler propôs a sinonímia de C. dentatus olindans com C.

transversus.

Forel (1911, 1912), Santschi (1917) e Man (1922) descreveram as espécies C.

lectus, C. rimosus atratus, C. bruchi e C. costatus, respectivamente.

Em 1922, Emery transferiu Cyphomyrmex asper (Mayr 1887) para Mycetosoritis,

que é um gênero pequeno de cinco espécies proposto por Wheeler em 1907, como um

subgênero de Atta.

Em 1925, Wheeler descreveu mais duas espécies: C. faunulus e C. paniscus.

Aguayo (1932) e Santschi (1933) adicionaram C. rimosus var. arnoldi e C.

daguerrei.

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Em 1940, Weber descreveu as espécies C. hamulatus, C. laevigatus, C. rimosus

breviscapus, C. rimosus flavencens e C. vorticis; também apresentou a primeira chave

conhecida para o gênero.

Kusnezov (1949) acrescentou mais três espécies: C. vallensis, C. rimosus

cochunae e C. lilloanus.

Em 1958, Kusnezov descreveu a espécie C. nemei.

Kempf (1962, 1964, 1966, 1968) apresentou a primeira revisão sintética de

Cyphomyrmex. O autor apresentou uma chave de identificação e propôs a criação dos

dois grupos de espécies: Strigatus e Rimosus, com base na carena pré-ocular, no número

de dentes da mandíbula e no número de tubérculos no pronoto. Além disso, descreveu

as espécies C. plaumanni, C. ocultus, C. peltatus e C. cornutus. Também, sinonimizou

Cyphomannia com Cyphomyrmex, porque sua espécie-tipo foi incluída no grupo

rimosus; sinonimizou C. bigibbosus petiolatus Weber, 1938 com C. faunulus, C.

bigibbosus tumulus Weber, 1938 com C. bigibbosus, C. personatus Santschi, 1923 com

C. morschi, C. quebradae Kusnezov, 1949 com C. olitor, C. rimosus var. pencosensis

Forel, 1914 com C. transversus, C. acutus Weber, 1940 com C. salvini e C.

colombianus Weber, 1940 com C. costatus.

Em 2008, Schultz & Brady demonstraram, em uma filogenia com dados

moleculares, que Cyphomyrmex é parafilético em relação à Mycetophylax, com o grupo

Strigatus mais próximo de Mycetophylax (no sentido Klingenberg & Brandão, 2008)

que dos membros de Cyphomyrmex do grupo Rimosus.

Desde Kempf (1968), o único trabalho de revisão para o gênero foi realizado por

Snelling e Longino (1992), que estudaram apenas o complexo Rimosus. Trabalhos mais

recentes se limitaram à descrição de novas espécies: Mackay & Baena (1993)

descreveram C. castagnei para a Colômbia, e Schultz et al. (2002) identificaram um

complexo de duas novas espécies, C. longiscapus Weber e C. muelleri Schultz &

Solomon. Estas espécies ocorrem em simpatria e são ecologicamente, comportalmente e

morfologicamente similares, porém cultivam fungos simbiônticos distintos,

evidenciando uma especiação críptica.

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Apesar de o gênero Cyphomyrmex ter sido revisado em 1992, por Snelling &

Longino, o estudo é parcial, uma vez que estes autores consideraram apenas o grupo

Rimosus. As espécies do grupo Strigatus, por sua vez, foram revisadas pela última vez

em 1964, por Kempf, que depois se dedicou apenas ao grupo Rimosus. Assim, até o

presente trabalho, o grupo Strigatus de Cyphomyrmex permanecia sem revisão

taxonômica atualizada. Considerando, então, que o desconhecimento das relações

filogenéticas internas dos gêneros da tribo Attini causa a instabilidade na taxonomia dos

níveis superiores desta tribo, e consequentemente da família Formicidae, o objetivo

desta tese foi estudar as relações filogenéticas do gênero Cyphomyrmex grupo Strigatus

(Hymenoptera; Formicidae; Attini), de modo a esboçar estudos taxonômicos e

sistemáticos.

Proposta desta tese

♦ Revisar a taxonomia do gênero Cyphomyrmex grupo Strigatus, descrevendo

eventuais táxons novos e complementando as descrições das espécies nominais a fim de

uniformizá-las com base apenas nas fêmeas não reprodutivas, tendo em vista que apenas

três espécies possuem machos e gines conhecidos, com a proposta de uma nova chave

de identificação para as operárias;

♦ Testar a monofiletismo e investigar as relações de parentesco entre as espécies

do gênero Cyphomyrmex por meio do método da cladística e, com base em seu

resultado, reavaliar a classificação mais adequada para o grupo;

♦ Atualizar as informações sobre a distribuição, o hábito de vida e o

comportamento das espécies de Cyphomyrmex do grupo Strigatus;

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Material e Métodos

Procedência do material zoológico

Foi examinado um total de 300 exemplares do gênero Cyphomyrmex Mayr, além

de espécimes de três espécies de Mycetosoritis Wheeler, uma de Mycetophylax Emery,

uma de Blepharidatta Wheeler e uma de Mycetarotes Emery. Detalhes dos rótulos dos

materiais examinados estão listados junto à descrição de cada espécie no capítulo de

Resultado e Discussão. Optei por registrar os dados das etiquetas ipis literis. Este estudo

foi baseado no exame de material-tipo obtido através de empréstimo solicitado às

instituições.

O material tipo do gênero Cyphomyrmex está depositado nas seguintes coleções,

referidas pelos seguintes acrônimos (Brandão, 2000):

CASC: California Academy of Sciences, San Francisco, CA, USA.

CECL - Coleção Entomológica Ângelo Moreira da Costa Lima. Instituto de

Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil

CPDC: Centro de Pesquisas do Cacau, Itabuna, BA, Brasil.

INPA: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM, Brasil.

LACM: Los Angeles County Museum of Natural History, Los Angeles, CA, USA.

MNRJ: Museu Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil;

MPEG: Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém, PA, Brasil;

MZSP: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

USNM: National Museum of Natural History, Smithsonian Institution, Washington,

D.C., USA.

Foram examinados espécimes adicionais das coleções CECL, CPDL, INPA, MNRJ,

MPEG, MZSP e das seguintes coleções:

IMLA – Fundacíon y Instituto Miguel Lillo, Universidad Nacional de Tucumán,

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11

Tucumán, Argentina.

UECE – Universidade Estadual do Ceará,

UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS, Brasil

Material para estudo

A revisão foi baseada no estudo comparativo da morfologia externa de operárias.

Das 13 espécies estudadas, de apenas três, são conhecidos as gines e machos. Assim, os

machos e gines foram ignorados para este estudo por escassez de material, uma vez que

não era possível realizar um tratamento comparativo. Foi observado o maior número

possível de exemplares disponíveis de Cyphomyrmex. Não foram incluídas nas análises

as espécies C. vallensis, C. nenei e C. occultus. O material-tipo de C. vallensis está

perdido e não foi possível a coleta na localidade-tipo. C. nenei também não teve o

material disponibilizado e C. accultus só é conhecido pelo macho alado. A observação

das estruturas (caracteres diagnósticos) foi realizada sob estereomicroscópio modelo

Leica MZ95, com aumento de 60X.

Microscopia eletrônica de varredura

Esta fase do estudo foi realizada no Museu de Zoologia da Universidade de São

Paulo (MZSP). O microscópio eletrônico de varredura utilizado é o modelo LEO 440®.

Para a produção das imagens o material a ser examinado requer algumas etapas de

preparação denominadas: limpeza, ponto crítico, montagem, metalização e edição de

imagens.

Limpeza do material: o material foi imerso em solução aquosa (destilada) de

detergente comercial a 10% e em seguida submetido ao ultrasom em aparelho

Thornton® a 40 khz, por 10 minutos. O procedimento foi repetido duas vezes apenas

com água destilada.

Ponto crítico: As amostras foram imersas por alguns minutos em três diferentes

soluções, a saber; álcool absoluto; álcool absoluto + acetona a 50% e acetona a 100%.

Em seguida foram submetidas ao aparelho de ponto crítico Bal-Tec CPD 030® e

imersas em acetona a 100%. Neste aparelho é feita a troca gradual de acetona por

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CO2 a uma temperatura de 5° C sob vácuo. Este procedimento promove a desidratação

do material, uma vez que a umidade nele presente pode comprometer a qualidade das

imagens.

Montagem: Cada indivíduo recebeu montagem dupla. Inicialmente, o exemplar

foi fixado com cola de prata a um pequeno triângulo de alumínio, segundo a convenção

para formigas. A região do indivíduo fixada ao triângulo foi a porção ventral do tronco

entre as pernas médias e posteriores. O triângulo foi fixado diretamente sobre a placa

metálica do MEV (stub) com auxílio de uma fita adesiva dupla face de carbono.

Metalização: O material foi mantido sob vácuo em câmara do aparelho

metalizador Bal- Tec SCD 050® que, após a polarização da superfície do material

através de uma corrente de 50 mA, promove uma aspersão de pó de ouro, recobrindo

uniforme e muito finamente a amostra.

As imagens foram obtidas com várias ampliações, que variou de acordo com o

tamanho do espécime.

Imagens digitais

Para todas as espécies analisadas foram produzidas imagens digitalizadas. As fotos

referentes ao mímico de Attini foram produzidas no programa AutoMontage®

(Syncroscopy) no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. As fotos da

Figura 9 foram retiradas de Klingenberg & Brandão (2009). Por último, as fotos do

Quadro 1 foram produzidas diretamente no microscópio esteroscópio.

Mapas de distribuição

As localidades de ocorrência das espécies foram obtidas por meio da literatura

disponível (Kempf 1972; Brandão 1991) e pelos rótulos dos exemplares examinados,

muitos deles recentemente coletados. A partir das coordenadas geográficas de cada

local de ocorrência, foi possível produzir mapas para todas as espécies estudadas. Para

tanto, foi utilizado o programa computacional Arcview® 3.3.

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Terminologia e descrições

Foi utilizada a terminologia adotada por Gonçalves (1961, 1964), Snelling &

Longino (1992) e Bolton (1994) para a morfologia externa. A utilização do termo

“pêlo”, embora seja uma denominação específica para mamíferos, nos estudos de

morfologia de formigas é o termo mais usual para designar “cerdas”, como utilizado no

trabalho de Wilson (1955), que além de utilizar o termo caracteriza os diferentes tipos

de orientação dos mesmos (e.g. decumbentes e eretos). As fêmeas reprodutivas, quando

citadas, foram referidas como “gines”, que segundo De Andrade & Baroni Urbani

(1999) é o termo mais apropriado para designá-las, em detrimento das denominações

“fêmeas” ou “rainhas”.

Os caracteres foram descritos de acordo com a orientação do corpo começando

pelas mandíbulas até a extremidade distal do gáster. Os táxons aqui descritos terão seus

nomes validados apenas após a publicação deste trabalho (teses e dissertações não são

consideradas publicações taxonômicas formais – Artigo 74 do código Internacional de

Nomenclatura Zoológica) e devem, portanto, ser consideras nomina nudo. Por hora.

Após cada descrição são apresentados comentários sobre a taxonomia, distribuição e

biologia das espécies.

Medidas

Todas as medidas citadas ao longo deste trabalho estão na escala milimétrica e ou

foram utilizadas escalas menores para as imagens de microscopia eletrônica de

varredura. As medidas foram tomadas com auxílio de um retículo micrométrico fixado

a uma lente ocular de 16 aumentos, acoplada a um microscópio estereoscópio Leica

MZ9, sob aumento padronizado de 60 vezes. As medidas tomadas foram:

LC – Largura máxima da cabeça: essa medida foi tomada em vista frontal, entre as

margens externas da cápsula cefálica na altura dos olhos compostos.

CC – Comprimento da cabeça: essa medida foi tomada em vista frontal, entre o vértice

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e a borda anterior do clípeo.

LLF – Largura dos lobos frontais: essa medida foi tomada em vista frontal.

CM – Comprimento da mandíbula: tomado da borda externa da base mandibular e o

dente apical.

PC – Profundidade da cabeça: tomada como a largura máxima da cabeça em vista

lateral.

CE – Comprimento do escapo.

CMS – Comprimento do mesossoma: essa medida foi tomada em vista lateral, tomada

do eixo que liga o ponto médio da curva ascendente do pronoto até o ângulo póstero-

inferior da metapleura.

CP – Comprimento do pecíolo: essa medida foi tirada em vista lateral, da inserção do

pedúnculo no propódeo até a inserção do nó ao pós-pecíolo.

CPP – Compromento do pós-pecíolo: essa medida foi tomada em vista lateral, da

inserção no pecíolo até a inserção com o gáster.

CTG – Comprimento do tergo I do gáster: essa medida foi tomada em vista lateral,

começando do limite posterior do pós-pecíolo até o limite final do tergo I. Essa medida

foi adotada uma vez que o gáster é um tagma “telescopado” e, portanto, sua mensuração

pode variar.

CF – Comprimento do fêmur: essa medida foi tomada do fêmur posterior.

CT – Comprimento total: é a soma de CM + CC + CMS + CP + CPP + CTG.

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Análise filogenética

A análise e polarização dos caracteres para determinar as séries de transformação

foram baseadas nos conceitos de Sistemática Filogenética (Hennig 1966; Wiley 1981;

Amorim 2002). O cladograma foi construído a partir de uma matriz de dados, onde as

espécies são as linhas e as colunas os caracteres (tabela 1), editada no programa

Mesquite (Maddison & Maddison 2009) e submetida ao programa TNT (Goloboff et al.

2003) para a construção das árvores. As análises foram feitas por meio de buscas

heurísticas (RAS+TBR) (Swofford 1990) e os números de réplicas foram dobrados

sucessivamente até que suas topologias se mantivessem. Foram geradas 1.000 réplicas,

resultando em 1.000 árvores cuja escolha seguiu o princípio da parcimônia. Para testar

o suporte das árvores geradas foi calculado o índice de Bremer (1994).

Nesta análise, a polarização dos caracteres é baseada no método de comparação

com o grupo externo (Nixon & Carpenter, 1993). Os grupos externos utilizados foram:

Blepharidatta brasiliensis Wheeler, Mycetarotes parallelus (Emery), Mycetophylax

morschi, Mycetosoritis hartmani (Wheeler), Mycetosoritis aspera (Mayr),

Mycetosoritis clorindae (Kusnezov), Cyphomyrmex rimosus (Spinola), Cyphomyrmex

cornutus Kempf, Cyphomyrmex longiscapus Weber, Cyphomyrmex peltatus Kempf,

Cyphomyrmex transversus Emery. A raiz foi posicionada entre Blepharidatta

brasiliensis e os demias grupos externos.

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Resultados e Discussão

Cyphomyrmex foi dividido em dois gêneros, com a transferência das espécies antes

incluídas no grupo de espécies Strigatus para um gênero ainda não formalmente

descrito, designado aqui Nicterimyrma, que inclui Mycetosoritis clorindae e

Mycetophylax morschi. A divisão ocorreu em função dos resultados da análise

filogenética, em que as espécies do grupo Strigatus não formam um grupo monofilético

com as espécies do grupo Rimosus. Aspectos sobre a morfologia das espécies de

Cyphomyrmex, em especial os caracteres da cabeça e o pronoto, já evidenciavam um

táxons muito heterogêneo. Algumas dessas distinções já tinham sido observadas por

Kempft (1964, 1966), que se baseou em muitas delas para separar informalmente o

gênero Cyphomyrmex em dois grupos de espécies.

Apesar de Kempf (1964, 1966) ter notado algumas estruturas que diferenciavam os

grupos, ele não encontrou evidências suficientes para justificar a separação formal dos

dois grupos em gêneros distintos, primeiro por haver o compartilhamento de muitos

caracteres com outros gênreros de Attini e, pela escassez de material coletado na época

do seu trabalho. No presente trabalho, porém, com um número maior de táxons, foram

encontradas estruturas adicionais que tornam os resultados filogenéticos bastante

plausíveis. As estruturas adicionais, que justificam a proposta da divisão, são

especificamente: o número de dentes na margem mastigatória, presença e orientação das

arestas vertexais, projeção pronotal mediana única, presentes apenas nas espécies agora

incluídas no novo gênero e caracterizadas como sinapormorfias nas análises

filogenéticas.

Além da proposta do novo gênero Nicterimyrma, foram propostas a sinonímia de N.

faunula sob N. biggibosa, a inclusão de duas espécies novas, e também duas espécies já

mencionadas acima que já foram descritas como pertencentes a outros gêneros. Assim,

o novo gênero é composto das 10 espécies, já antes incluídas no grupo Strigatus do

gênero Cyphomyrmex, outras duas espécies novas, N.sp.n.1 e N. sp.n.2, e finalmente

por Mycetosoritis clorindae e Mycetoplylax morschi, resultando em 14 espécies.

Abaixo seguem as descrições do novo gênero e das espécies componentes, seguida da

chave de identificação das espécies.

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Nicterimyrma gênero novo

Etimologia: de nicteris (νιχτερισ), substantivo feminino grego= morcego,

relacionado aos ápices dos escrobos antenais (aurículas) bastante pronunciados, que dão

as formigas um aspecto semelhante aos morcegos quando em vista frontal.

Diagnose: formigas monomórficas; 7-9 dentes mandibulares, carenas longitudinais

pareadas no vertex da cabeça retas e paralelas, projeção pronotal mediana única;

escrobos profundos com carena pré-ocular reta formando a margem ventral dos

escrobos perfeitamente circunscritos; gáster liso, tuberculado ou com cristas

longitudinais. Cultivam fungos na forma de hifas.

Espécies incluídas em Nicterimyrma segundo a presente proposta:

Nicterimyrma aurita (Mayr, 1887)

Nicterimyrma bigibbosa (Emery, 1894)

= Cyphomyrmex bigibbosus tumulus Weber, 1938

= Cyphomyrmex faunulus (Wheeler, 1925)

= Cyphomyrmex bigibbosus faunulus Wheeler, 1925

= Cyphomyrmex bigibbosus petiolatus Weber, 1938

Nicterimyrma bruchi (Santschi, 1917)

Nicterimyrma clorindae (Kusnezov, 1949)

Nicterimyrma daguerrei (Santschi, 1933)

Nicterimyrma lecta (Forel, 1911)

Nicterimyrma lilloana (Kusnezov, 1949)

Nicterimyrma olitora (Forel, 1893)

= Cyphomyrmex quebradae Kusnezov, 1949

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Nicterimyrma panisca (Wheeler, 1925)

Nicterimyrma plaumanni (Kempf, 1962)

Nicterimyrma strigata (Mayr, 1887)

Nicterimyrma vallensis (Kusnezov, 1949)

Nicterimyrma sp.n. 1

Nicterimyrma sp.n. 2

Descrições e redescrições das espécies de Nicterimyrma

Nicterimyrma aurita (Mayr, 1887)

Diagnose: Escrobos antenais profundamente impressos; carena preocular se

extendendo posteriormente formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos

occipitais conspicuamente auriculados, base das aurículas menores que seu

comprimento; arestas vertexais presentes; escapos mais delgados na base que no ápice e

alcançando os lobos occipitais; margem do clípeo fendida; pronoto sempre com uma

única projeção cônica mediana; mesonoto com dois pares de projeções cônicas, sendo o

par anterior de maior comprimento; tergo I do gáster com quatro carenas longitudinais;

esterno I do gáster com quilha sagital mediana, fêmur da perna posterior não dilatado

lateralmente.

Medidas da operária.- Comprimento total 4.1-4.8 mm.; comprimento da cabeça

1.01-1.25mm; largura da cabeça 0.85-0.99mm; comprimento do tórax 1.28-1.47mm;

comprimento do fêmur posterior 1.2-1.47mm.

Descrição da operária: Marrom amarelada, um pouco mais escura na região

das arestas vertexais. Tegumento liso e opaco no corpo todo. Cabeça com poucos pêlos

simples e decumbentes, mais concentrados e mais grossos nas arestas vertexais,

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bases das antenas e extremidades dos lobos frontais; pernas com pilosidade simples e

decumbente; gáster com pêlos decumbentes mais grossos e mais concentrados nas

quatro carenas longitudinais do tergo I.

Cabeça em vista frontal (fig.1A) com largura e comprimento iguais; borda

externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; superfície dorsal lisa;

margem mastigatória com nove dentes. Borda anterior do clípeo discretamente

bilobada; margem mediana com um par de pequenas projeções laterais dentiformes,

melhor visto em vista lateral (fig.1B) entre a borda anterior e a base dos lobos frontais

retangulares e bem desenvolvidos, não alcançando a margem interna dos olhos

compostos. Carena frontal e preocular extendida até os lados posteriores da cabeça,

delimitando escrobos antenais profundamente impressos, terminando como projeções

auriculadas evidentes, com o comprimento maior que sua base. Projeção supraocular

distinta. Arestas vertexais presentes e cobertas de pêlos mais grossos e longos que no

restante da cabeça. Olhos convexos com perfil externo ultrapassando a borda lateral da

cabeça em vista frontal. Escapos antenais, não ultrapassam as bordas das projeções

auriculares; mais delgados na base que no ápice, cobertos de pêlos, esses mais longos e

grossos que aqueles do restante da cabeça.

Mesossoma (fig. 1 B-C). Projeções e cristas mesossomais variando em forma,

podendo ter extremidades rombas ou agudas. Dorso pronotal marginado, na frente, dos

lados e na região transversa e ângulos humerais; lados antero-inferiores com um

projeção triangular plana; margem lateral inferior reta; uma única projeção mediana

pronotal em forma de cone mais compridas que as projeções pronotais laterais mais

curtas, podendo ser visualizadas, em vista frontal. Mesonoto com dois pares de

projeções com extremidade romba quase tão longas quanto as projeções pronotais

laterais e as segundas projeções mesonotais, mas um pouco mais robusta. Margem

anterior do catepisterno lisa e sem projeções. Face basal do propódeo marginada por

uma crista de cada lado com uma projeção triangular alta, em vista de lado, no seu terço

basal.

Cintura e gáster (Fig. 1B-C). Dorso do nó peciolar liso com um par de projeções

truncadas; esterno sem quilha sagital. Pós pecíolo com o comprimento maior que sua

largura, em vista dorsal (fig. 1 C), de mesma espessura atrás e na frente e com uma

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depressão mediana dorsal, com a margem póstero-dorsal bilobada (i.e. com um par

carenas longitudinais e projeções dentiformes). Gáster, em vistal dorsal, suboval; tergo

I do gáster com quatro carenas longitudinais. Esterno I do gáster com quilha sagital

mediana.

Discussão taxonômica: N. aurita assemelha-se a N. panisca, N. plaumanni e N.

strigata por possuírem o tergo I do gáster com carenas e aurículas bem desenvolvidas.

Entretanto, entre essas espécies, apenas o N. aurita apresenta a margem anterior do

clípeo fendida.

História natural: ninhos construídos em troncos caídos. Todos exemplares

foram obtidos em amostras de serapilheira ou com pitfall.

Material examinado: BRASIL. Bahia, Itororo, Faz. Engenho Novo,

20.vii.2000, Lacau col., #2001 (3 operárias),[CPDC]; BRASIL. Bahia- Itati, Serra das

Piabas, -13˚57’26’’S 40˚01’51’’W, alt. 880m, 16-19.xi.2004, Lacau, L. & S. Jahyny, J.

cols. (1 operária), [CPDC]; BRASIL. Bahia, Itati, Serra das Piabas, -13˚57’26’’S

40˚01’51’’W, alt. 880m, 16-19.xi.2004, Lacau, L. & S. Jahyny, J. cols., #4 (1 operária),

[CPDC]; BRASIL, Espírito Santo- Santa Tereza, 24.ii.1997, 400m alt.,

mt.for.WLBrown col. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Minas Gerais -Araponga,

11.xi.1990, G.A.R. Melo col. (3 operárias), [CECL]; BRASIL, Santa Catarina-

Harmônia, H. Lunderwaldt col., M.P. 15.454, nr. 2019 (2 operárias), [MZSP]; BRASIL,

Santa Catarina- Blumenau, 27˚06’15’’S 49˚09’14’’W, 20-27.x.2000, Silva, R.R. col. (2

operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo, São Paulo, Parque Estadual da Cantareira,

30.xi.1992, J.L.M Diniz col. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo, São Paulo,

Parque Estadual da Cantareira, 30.xi.1992, J.L.M Diniz col. (1 operária), [MZSP];

BRASIL. São Paulo, São Paulo, Parque Estadual da Cantareira, 30.xi.1992, J.L.M

Diniz col., #2 (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo- São Paulo, Parque Estadual

da Cantareira, 30.xi.1992, J.L.M Diniz col. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo-

São Paulo, Parque Estadual da Cantareira, 30.xi.1992, J.L.M Diniz col. (1 operária),

[MZSP]; BRASIL. São Paulo-Alto da Serra, em pau podre, 12.xii.1928, Spitz col.,

nr.4861 (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo- São Paulo, Parque Estadual da

Cantareira, 30.xi.1992, J.L.M Diniz col. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL, Rio de

Janeiro- Floresta da Tijuca, Guanabara, 22.ii.1962, C.A. Campos Seabra col. (coleção

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Campos Seabra) (2 operárias), [MNRJ]; BRASIL, Rio de Janeiro- Teresópolis,

PNSO,22˚27’12’’S 42˚59’53’’W, 23-27.xi.1999, Rocha, Dietz, Silva cols. (1 operária),

[MZSP];;

Nicterimyrma biggibosa (Emery, 1894)

= Cyphomyrmex bigibbosus tumulus Weber, 1938

= Cyphomyrmex faunulus (Wheeler, 1925)

= Cyphomyrmex bigibbosus faunulus Wheeler, 1925

= Cyphomyrmex bigibbosus petiolatus Weber, 1938

Diagnose: Escrobos antenais profundos; carena preocular se extendendo

posteriormente formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos occipitais

conspicuamente auriculados, as aurículas com a base maior que seu comprimento;

arestas vertexais presentes; escapos alcançam os lobos occipitais; pronoto sempre com

uma única projeção cônica mediana; margem látero-inferior do pronoto com uma

projeção mediana aguda; mesonoto com 2 projeções cônicas; propódeo desarmado;

tergo I do gáster podendo apresentar um par de tubérculos, sendo em alguns indivíduos

tendo duas projeções cônicas e proeminentes.

Medidas da operária: Comprimento total 3.2-3.4mm; comprimento da cabeça

0.75-0.83mm; largura da cabeça; 0.67-0.75mm; comprimento do tórax 0.93-1.04mm;

comprimento do fêmur posterior 0.83-0.91mm.

Descrição da operária: Marrom amarelada com cabeça e gáster mais escuros,

em especial as margens dos lobos frontais e as arestas vertexais. Tegumento, incluindo

o escrobo antenal, opaco, com poucos pêlos simples, decumbentes, um pouco mais

abundantes na cabeça, sendo mais concentrados no escapo antenal, margem do lobo

frontal e arestas vertexais, nas pernas, pós-pecíolo e no gáster.

Cabeça em vista frontal (fig.2A) com largura e comprimento iguais. Borda

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externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; superfície dorsal

longitudinalmente lisa, com maregem mastigatória com 8-9 dentes; Borda anterior do

clípeo quase reta, com um fraco entalhe mediano; margem mediana com um par de

pequenas projeções laterais dentiformes, melhor vistos em vista lateral entre a borda

anterior e a base dos lobos frontais retangulares e expandidos. Área frontal impressa

com as margens dos lobos frontais e das arestas vertexais com maior pilosidade que no

restante da cabeça. Carena frontal e preocular extendida até os lados posteriores da

cabeça, delimitando escrobos antenais profundamente impressos, terminando como

projeções auriculadas com a base maior que seu comprimento. Ausência de projeção

supraocular. Olhos convexos com perfil externo ultrapassando a borda lateral da cabeça

em vista frontal. Escapos antenais, quando presentes no escrobo, ultrapassam as bordas

das projeções auriculares; com o ápice de maior espessura que a base, sendo cobertos de

pêlos mais longos e grossos que no restante da cabeça.

Mesossoma (fig. 2B-C). Todas as projeções e cristas mesossomais rombas.

Dorso pronotal marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos

humerais; lados antero-inferiores com um projeção triangular plana; margem inferior

lisa; uma única projeção mediana pronotal em forma de cone que se estende além da

ponta das projeções pronotais laterais mais curtas que aponta obliquamente em direção

externa, em vista frontal (Fig. 2A); mesonoto com um par de projeções com

extremidade romba pouco protundentes; propódeo desarmado, não marginado por uma

crista na sua face basal. Margem anterior do catepisterno com uma carena longitudinal

pouco elevada. Constrições metanotais estreitas, mas distintamente impressas.

Cintura e gáster (Fig. 2B-C). Dorso do nó peciolar sem projeções, subquadrado,

ocasionalmente meio transverso, seus cantos anteriores, em vista dorsal, arredondados;

os lados subparalelos em vista dorsal, sem dentículos laterais conspícuos; esterno sem

quilha sagital. Pós-pecíolo de maior comprimento que sua espessura, em vista dorsal, de

mesma largura atrás e na frente, com uma depressão mediana superficial, em vista

dorsal, com borda postero-dorsal bilobada (i.e. com um par de projeções discretas).

Gáster, em vista dorsal, suboval, tergo I podendo ou não ter um par de tubérculos

robustos, variando quanto à protundência (veja quadro 1 A-J). Esterno I do gáster com

quilha sagital.

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23

Discussão taxonômica: Na última revisão de Cyphomyrmex Grupo Strigatus,

Kempf (1964) questiona a validade de Cyphomyrmex faunulus devido à variação em

grau de seus caráteres diagnósticos com C. biggibosus. As principais diferenças

morfológicas entre essas espécies são impressões nas bordas do pós-pecíolo. Em C.

biggibosus as bordas são profundamente esculpidas, em vista dorsal, na margem

posterior e C. faunulus a borda posterior do pós-pecíolo é reta.

O estudo do material reunido no presente trabalho sugere que tais diferenças não

justificam a separação entre essas espécies, corroborando com as observações de

Kempf. As diferenças encontradas entre essas espécies são contínuas e graduais,

podendo ser encontrados indivíduos com projeções bem conspícuas e indivíduos com

projeções intermediárias e até atenuadas.

No Quadro 1 é apresentada uma seqüência de imagens de pós-pecíolo e o tergo I

do gáster, em vista dorsal, de espécies de Nicterimyrma faunula (Fig. 6A-C) e

Nicterimyrma biggibosa (Fig. 2A-C) mostrando a seqüência de graus de projeções na

margem posterior do pós-pecíolo. Além disso, na imagem J pode-se visualizar duas

projeções grandes e globosas no tergo I do gáster. Essas projeções podem variar de

indivíduo para indivíduo dentro da própria colônia. É importante lembrar que essas

espécies ocorrem em simpatria e que tais semelhanças podem refletir primeiramente a

distância geográfica das espécies e não necessariamente seu isolamento reprodutivo. Por

isso, é proposto aqui a sinonímia de Nicterimyrma faunula em Nicterimyrma biggibosa.

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Quadro1. Sequência de imagens de pós-pecíolo e o tergo I do gáster, em vista dorsal,

de espécies de N. faunula (A, C, E, G, I) e N. biggibosa (B, D, F, H, J) mostrando a

sequência de graus de projeções na margem posterior do pós-pecíolo.

História natural: o primeiro caso de parabiose entre Attini foi descrito para

Apterostigma urichii Forel e Cyphomyrmex faunulus em uma cavidade em tronco podre

ao norte de Manaus, Estado do Amazonas. (Sanhudo et al., 2008) Essa espécie nidifica

em troncos caídos no chão da floresta ou em galhos e troncos de árvores.

Material examinado: BRASIL. Amapá- Serra do Navio, ii.x.1957, K. Lenko leg.

col. (4 operárias), [MZSP]; BRASIL. Amapá- Serra do Navio, 2.x.1957, K. Lenko col.,

leg. (4 operárias), [MZSP]; BRASIL. Amazonas- Manaus, Mata de Acariquara,

03.vi.2006, C.E.D. Sanhudo & T. Izzo cols.( 1 operária), [INPA]; BRASIL. Amazonas -

Manaus, PDBFF, 22.ix.2004, Sanhudo col. (2 operárias), [INPA]; BRASIL. Amazonas-

Manaus, PDBFF, 3.vi.2007, Sanhudo col., 10 (5 operárias), [INPA]; BRASIL.

Amazonas-Manaus, PDBFF, 3.vi.2007, Sanhudo col. (3 operárias), [INPA]; BRASIL.

Amazonas-Manaus, PDBFF, 3.vi.2007, Sanhudo col. (3 operárias), [INPA]; BRASIL.

Amazonas-Manaus, PDBFF, 3.vi.2007, Sanhudo col. (4 operárias), [INPA]; BRASIL.

Amazonas-Manaus, PDBFF, 3.vi.2007,Sanhudo col. (3 operárias), [INPA]; BRASIL.

Amazonas-Manaus, viii.1962, K.Lenko col., 2194 (4 operárias), [MZSP]; BRASIL.

Amazonas-Manaus, viii.1962, K. Lenko col. 2194 (4 operárias), [INPA]; BRASIL.

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Amazonas-Manaus, PDBFF, 27-29.ix.2004, C.E.D. Sanhudo col. (1 operária),

[INPA];BRASIL. Amazonas-Manaus, PDBFF, 28.ix.2004, C.E.D. Sanhudo col. (1

operária), [INPA]; BRASIL. Amazonas-Manaus, viii.1962, K. Lenko col, 2198 (4

operárias), [MZSP]; BRASIL. Amazonas-Manaus, viii.1962, K. Lenko col, 2198 (4

operárias), [MZSP]; BRASIL. Amazonas-Manaus, PDBFF, 3.vi.2007, Sanhudo col. (5

operárias); - Manaus, PDBFF, 3.vi.2007, Sanhudo col. (3 operárias), [INPA]; BRASIL.

Pará-Belém, APEG, 29.xii.1969, N. Rosa col. #1809 (3 operárias), [CPDC]; BRASIL.

Pará-Belém, Mata da CEPLAC, 27.10.2001. S. Lacau col (3 operárias), [CPDC];

BRASIL. Pará– Porto Trombetas, viii.1992, #37, J.D.Majer col. (1 operária), [MZSP];

BRASIL. Mato Grosso-Diamantina, Fazenda Junqueira Vilela, km. 3 E casa, for., jul.

17-18, 1973, W.L. Brown col. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Tocantins- Lizarda,

22.ix.2006, Feitosa & Silva cols. (1 operária), [MZSP]; GUIANA FRANCESA, Saint

Elie – L3, iiv.2002, J.Orivel & J. Le Breton cols. (1 operária), [CPDC]; GUIANA

FRANCESA, Petit Saut, 25.vi.2000, S. Durou, J. Delabie, A. Dejean, A. Gibernau cols.

(3 operárias), [CPDC]; GUIANA FRANCESA, Paracou, xi.1996, B. Corbara, A.

Dejean & J. Orivel cols. (3 operárias), [CPDC]; GUIANA FRANCESA, Basse Vie-

forêt, 04.vii.1999, S.Durou col. (5 operárias), [CPDC]; GUIANA FRANCESA, Petit

Saint Basse Vie, vi.vii.2000, S. Durou, J. Delabie, A. Dejean, A. Gibernau cols., BM.

9B (2 operárias, [CPDC]; GUIANA FRANCESA, Petit Saint Basse Vie, vi.vii.2000, S.

Durou, J. Delabie, A. Dejean, A. Gibernau cols., BM.1E (2 operárias), [CPDC];

GUIANA FRANCESA, Petit Saint Basse Vie, vi.vii.2000, S. Durou, J. Delabie, A.

Dejean, A. Gibernau cols., BM.5AB (3 operárias), [CPDC]; GUIANA FRANCESA,

Petit Saint Basse Vie, vi.vii.2000, S. Durou, J. Delabie, A. Dejean, A. Gibernau cols.,

BM. 6EB (2 operárias), [CPDC]; GUIANA FRANCESA, Maripasoula, vii.1999, A.

Dejean, M. Gibernau, S. Durou, P. hagné & D. Labat cols. (4 operárias) [CPDC];

GUIANA FRANCESA, Petit Saut, 25.vi.2000, Dejean, Durou, Giberneau & Delabie

cols, [CPDC]; GUIANA FRANCESA, Maripasoula, vii.i.1999, A. Dejean, M.

Gibernau, S. Durou, P. Chagné & D. Labat cols. (4 operárias), [CPDC]; GUIANA

INGLESA, Rio Orinoco, 2˚42’, 29.vii.1936, N. A. Weber col., 609 (1 operária),

[CPDC].

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Nicterimyrma bruchi (Santschi, 1917)

Diagnose: Escrobos antenais profundamente impressos; lobos frontais

arredondados, ultrapassando a margem interna do olho; carena preocular se extendendo

posteriormente formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos occipitais

arredondados, não formando aurículas; arestas vertexais ausentes; escapos ultrapassam

os lobos occipitais; mandíbula reticulada; margem mastigatória da mandíbula com 5

dentes, uma diastema longa entre o segundo dente apical e o terceiro dente basal (fig.

3A); pronoto e mesonoto sem projeções; tergo I do gáster liso.

Medidas da operária: Comprimento total 3.3mm; comprimento da cabeça

0.75mm; largura da cabeça 1,1mm; comprimento do tórax 1.66 mm; comprimento do

fêmur posterior 0.66mm.

Descrição da operária: Marrom escura, um pouco mais clara nas pernas e

extremidades das antenas. Tegumento, incluindo o escrobo antenal, áspero, opaco, com

raros pêlos simples, decumbentes, um pouco mais abundantes nas pernas e cabeça, em

especial no escapo antenal.

Cabeça em vista frontal (fig.3A) com a largura maior que seu comprimento.

Mandíbulas com tegumento reticulado; borda externa das mandíbulas lisa, curvadas

interiormente na ponta; margem mastigatória com 5 dentes, uma diastema longa entre o

segundo dente apical e o terceiro dente basal. Borda anterior do clípeo conspicuamente

fendido; com a margem mediana com um par de pequenas projeções laterais

dentiformes conspícuas, melhor visto em vista lateral (fig.1B) entre a borda anterior e a

base dos lobos frontais arredondados e bem desenvolvidos, alcançando a margem

interna dos olhos compostos. Carena frontal e preocular extendida até os lados

posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais profundamente impressos, com

occipício arredondado, sem projeções auriculadas. Escapos antenais ultrapassando os

lobos occipitais. Ausência de arestas vertexais. Olhos convexos com perfil externo

ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal. Projeção supraocular indistinta.

Arestas vertexais ausentes. Olhos convexos com perfil externo ultrapassando a borda

lateral da cabeça em vista frontal. Escapos antenais ultrapassam os occipícios

arredondados; não engrossam em direção ao ápice e são cobertos de pêlos mais longos e

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grossos que no restante da cabeça.

Mesossoma (fig. 3 B-C). Dorso pronotal marginado, na frente, dos lados e na

região transversa e ângulos humerais; lados antero-inferiores sem projeção; margem

latero-inferior reta; ausência da projeção mediana pronotal única; mesonoto sem

projeções; propódeo armado com duas projeções dentiformes. Margem anterior do

katepisternum lisa e sem projeções. Face basal do propódeo marginada por uma crista

de cada lado com uma projeção triangular alta, em vista de lado, no seu terço basal.

Cintura e gáster (Fig. 3B-C). Dorso do nó peciolar com um par de projeções

agudas; esterno sem quilha sagital. Pós-pecíolo robusto, sem depressão mediana, bem

com a largura pronunciadamente maior que seu comprimento, em vista dorsal (fig. 3 C),

não variando em espessura, com a margem posterior dorsal bilobada (i.e. com um par

carenas longitudinais discretas na margem posterior dorsal, sem projeções). Gáster, em

vista dorsal, suboval, tergo I do gáster liso. Esterno I do gaster sem quilha sagital.

Operária: Cyphomyrmex bruchi Santschi, 1917f: 282. Parátipo, 1 w. Argentina,

Buenos Aires, La Plata; C. Bruch col.; no. 631.

Discussão taxonômica: uma das principais características morfológicas dessa

espécie é a ausência de projeção pronotal mediana, característica também compartilhada

por N. morschi, N. lilloana e N. lecta. Entretanto, N. bruchi é a única espécie, nesse

gênero, que apresenta margem mastigatória da mandíbula com diástema. Na descrição

de Kempf (1964), ele faz um breve comentário “sign of wear?” sobre os dentes serem

vestigiais ou estarem desgastados, porém não concluiu que tipo de dentição essa espécie

apresentava.

História natural: desconhecida.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais.-Viçosa, 9.ii.1996, A. Mayhé col.

(5 operárias), [UFRRJ]

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Nicterimyrma clorindae (Kusnezov, 1949)

Diagnose: Tegumento rugoso com pilosidade abundante; pêlos mais espessos no

gáster.; escrobos antenais reticulados profundamente impressos; carena preocular se

extendendo posteriormente formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos

occipitais arredondados, arestas vertexais ausentes; escapos mais delgados na base que

no ápice, não alcançando os lobos occipitais; margem do clípeo reto; pronoto sempre

com uma única projeção cônica mediana; mesonoto marginado lateralmente.

Descrição da operária: Marrom amarelada, com o gáster mais pigmentado.

Tegumento rugoso, com exceção dos escrobos antenais que tem o tegumento reticulado,

opaco com pêlos abundantes, simples e decumbente no corpo todo, mais abundantes e

mais grossos na região do gáster.

Cabeça em vista frontal (fig.4A) com largura e comprimento iguais; borda externa

das mandíbulas lisa, levemente curvadas interiormente na ponta; superfície dorsal

reticulada; margem mastigatória com sete dentes. Borda anterior do clípeo liso; margem

mediana com um par de pequenas projeções laterais dentiformes discretas, entre a borda

anterior e a base dos lobos frontais arredondados e bem desenvolvidos, não alcançando

a margem interna dos olhos compostos. Carena frontal e preocular extendida até os

lados posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais profundamente impressos e

reticulados, com occipício arrendondado, não formando projeções auriculadas. Arestas

vertexais ausentes. Olhos convexos com perfil externo ultrapassando a borda lateral da

cabeça em vista frontal. Escapos antenais não ultrapassam as bordas laterais superiores

da ; mais delgados na base que no ápice, cobertos de pêlos.

Mesossoma (fig. 4B-C). Projeções e cristas mesossomais variando em forma,

podendo ter extremidades rombas ou agudas. Dorso pronotal marginado, na frente, dos

lados e na região transversa e ângulos humerais; lados antero-inferiores com um

projeção triangular; margem lateral inferior reta; uma única projeção mediana pronotal

em forma de cone, podendo ser visualizadas, em vista frontal. Mesonoto marginado

lateralmente. Margem anterior do catepisterno lisa e sem projeções. Face basal do

propódeo marginada lateralmente, com duas projeções triangulares altas, em vista

lateral, no seu terço basal.

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Cintura e gáster (Fig. 4B-C). Dorso do nó peciolar rugoso com um par de projeções

inferiores laterais agudas; esterno sem quilha sagital mediana. Pós-pecíolo com o

comprimento aproximadamente duas vezes menor que sua largura, em vista dorsal (fig.

4C), de mesma espessura atrás e na frente e com uma depressão superficial mediana

dorsal, com a margem postero-dorsal discretamente bilobada (i.e. com um par carenas

longitudinais e projeções dentiformes). Gáster, em vistal dorsal, suboval; tergo I do

gáster rugoso. Esterno I do gáster sem quilha sagital mediana.

Discussão taxonômica: N. clorindea e N. sp.n. 2 são as únicas que possuem os

escapos antenais curtos, não ultrapassando os limites da margem occipital. Essas duas

espécies podem ser facilmente distinguidas uma da outra; N. sp. n. 2 possui o tegumento

reticulado na cabeça, mesossoma, pecíolo, pós-pecíolo e tergo I do gáster, enquanto N.

clorindae apresenta reticulação apenas na região do escrobo antenal.

História natural: é a única espécie de Attini que apresenta registro de hibernação,

nas estações mais frias, em que as operárias utilizam micélios do fungo como cobertura

para o corpo (Mueller et al. 2010).

Nicterimyrma daguerrei (Santschi, 1933)

Diagnose: Escrobos antenais profundamente impressos, reticulados e levemente

brilhantes; escapos antenais ultrapassam os lobos occipitais; lobos frontais não

ultrapassam a margem interna do olho; carena preocular se extendendo posteriormente

formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos occipitais auriculados não

projetados; presença de arestas vertexais; mandíbula com estrias longitudinais; pós-

pecíolo robusto com a largura maior que seu comprimento, levemente arredondado.

Medidas da operária: Comprimento total 3,4 mm; comprimento da cabeça 0,8

mm; largura da cabeça 0,75 mm; comprimento do tórax 1,01 mm; comprimento do

fêmur posterior 0,85 mm.

Descrição da operária: Marrom claro, com cabeça e gáster mais pigmentados.

Tegumento levemente rugoso e opaco, porém reticulado e brilhante no escrobo antenal.

Com pêlos simples, decumbentes, mais abundantes na cabeça, em especial nos lobos

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frontais e escapo, e no gáster, em que na região do pigídeo existe uma pilosidade mais

abundante, longa e ereta. Fêmur da perna posterior não dilatado.

Cabeça em vista frontal (Fig.5A) com a largura maior que seu comprimento.

Mandíbula com estrias longitudinais, curvadas interiormente na ponta; margem

mastigatória com 8-9 dentes simétricos. Borda anterior do clípeo conspicuamente

fendido; margem mediana com um par de pequenas projeções laterais dentiformes

discretas, melhor visualizadas em vista lateral (Fig.5B) entre a borda anterior e a base

dos lobos frontais triangulares e bem desenvolvidos, não alcançando a margem interna

dos olhos compostos. Carena frontal e preocular extendida até os lados posteriores da

cabeça, delimitando escrobos antenais profundamente impressos, com occipício

auriculados, não projetados. Projeção supraocular indistinta. Presença de arestas

vertexais. Escapos antenais ultrapassam as bordas das projeções auriculares. Escrobo

antenal reticulado e levemente brilhante. Olhos convexos com perfil externo

ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal. Presença de arestas vertexais.

Mesossoma (Fig. 5B-C). Projeções e cristas mesossomais vestigiais. Dorso

pronotal marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos humerais; uma

única projeção mediana pronotal vestigial de maior comprimento que as projeções

pronotais laterais mais curtas, podendo ser visualizadas em vista frontal (Fig. 5A); lados

ântero-inferiores retos, sem uma projeção triangular plana; margem inferior lisa.

Margem anterior do catepisterno lisa e sem projeções. Mesonoto com dois pares de

projeções com extremidade romba, mais curtas que as projeções pronotais laterais,

sendo o primeiro par se extendendo como carenas longitudinais e o segundo par de

projeções mesonotais um pouco mais robusta, vestigial; propódeo armado. Face basal

do propódeo marginada por uma crista baixa de cada lado. Projeções posteriores

propodeais mais curtas que a distância entre suas bases interiores.

Cintura e gáster (Fig. 5B-C). Dorso do nó peciolar liso com um par de projeções

vestigiais; esterno sem quilha sagital mediana. Pós-pecíolo de maior largura que

comprimento, em vista dorsal (Fig. 5 C), de maior espessura atrás que na frente de

formato arredondado em vista lateral (Fig. 5B), com a margem dorsal inferior reta (i.e.

sem um par de carenas longitudinais e projeções dentiformes na margem posterior

dorsal). Gáster, em vista dorsal, suboval, tergo I do gáster sem projeções. Esterno I do

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gáster sem quilha sagital mediana.

Operária: Cyphomyrmex daguerrei Santschi, 1933f:118. Parátipo, 1 w.

Argentina, Buenos Aires, Rosas, F.C. Sud; Juan B. Daguerre col.; (sem data).

Discussão taxonômica: morfologicamente similar a Nicterimyrma sp.n. 2,

porém com tegumento reticulado apenas nos escrobos antenais e escapos mais longos,

ultrapassando os lobos occipitais.

História natural: desconhecida, com poucos exemplares coletados. Uma das

amostras desse material foi obtida por meio de amostras de “pitfall” nos campos de

cima da serra, no município de Cambará do Sul, Rio Grande do Sul.

Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul-Cambará do Sul, Emília

Zoppas de Albuquerque col. (1 operária), [UNISINOS].

Nicterimyrma lecta (Forel, 1911)

Diagnose: Tegumento com pequenos poros arredondados, escrobos antenais

profundamente impressos, reticulados e opaco; lobos frontais ultrapassam a margem

interna do olho; carena preocular se extendendo posteriormente formando a margem

basal dos escrobos antenais; lobos occipitais auriculados não projetados; presença de

arestas vertexais; borda latero-inferior do pronoto com uma projeção aguda (fig.6B).

Medidas da operária: Comprimento total 2,7-2,8mm; comprimento da cabeça

0,64-0,67mm; largura da cabeça 0,59-0,61mm; comprimento do tórax 0,8-0,83mm;

comprimento do fêmur posterior 0,59-0,61mm.

Descrição da operária: Marrom amarelada clara. Tegumento áspero, opaco,

com pequenos poros arredondados, regularmente espalhados por todo o corpo e mais

visíveis na regição frontal da cabeça e dorso do gáster; escrobo antenal reticulado.

Poucos pêlos simples, decumbentes, um pouco mais abundantes na cabeça, escapo,

pernas e gáster . Fêmur da perna posterior dilatado.

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Cabeça em vista frontal (Fig.7A) com a largura maior que seu comprimento.

Borda externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; superfície dorsal

lisa; margem mastigatória com oito dentes. Borda anterior do clípeo contínua; margem

mediana com um par de pequenas projeções laterais dentiformes discretas, melhor visto

em vista lateral (Fig.7B) entre a borda anterior e a base dos lobos frontais arredondados

e bem desenvolvidos, ultrapassando a margem interna dos olhos compostos. Carena

frontal e preocular extendida até os lados posteriores da cabeça, delimitando escrobos

antenais profundamente impressos e reticulados, com occipício auriculados, não

projetados. Projeção supraocular indistinta. Presença de arestas vertexais. Olhos

convexos com perfil externo ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal.

Escapos antenais não ultrapassando os lobos occipitais e tão delgados na base quanto no

ápice.

Mesossoma (Fig. 7 B-C). Projeções e cristas mesossomais variando em forma.

Dorso pronotal não marginado, na frente, nem dos lados. Pronoto elevado em relação ao

mesonoto e sem projeção mediana única (Fig.7B); borda latero-inferior do pronoto com

uma projeção aguda (Fig.7B); região mesonotal com um par de carenas longitudinais e

um par de projeções laterais, ambos vestigiais; margem anterior do katepisternum lisa e

sem projeções. Face basal do propódeo marginada por uma crista inconspícua robusta

de cada lado com uma projeção triangular, em vista lateral, no seu terço basal. Dorso

propodeal desarmado.

Cintura e gáster (Fig. 7B-C). Margem inferior do dorso peciolar com um par de

projeções truncadas discretas; esterno sem quilha sagital. Pós-pecíolo de mesma largura

e comprimento, em vista dorsal (Fig. 7 C), com espessura maior posteriormente que

anteriormente, sem uma depressão longitudinal mediana dorsal distinta, com a margem

posterior dorsal bilobado (i.e. com um par de projeções dentiformes não protundentes).

Gáster, em vista dorsal, suboval, tergo I do gáster sem projeções, com pequenos poros

arredondados regularmente distribuídos. Esterno I do gáster sem quilha sagital.

Operária: Atta (Cyphomyrmex) olitrix lectus Forel, 1911e: 295. Síntipo, 11 w.

Brasil, São Paulo, São Paulo, Ipiranga; H. Lüderwaldt col.; [18.iv.1903], (MP #

12714/Coll. Borgmeier # 290).

Discussão taxonômica: N. lecta apresenta as aurículas ocipitais não projetadas

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semelhante a N. lilloana, porém difere desta por apresentar uma projeção aguda na

borda latero-inferior do pronoto.

História natural: os ninhos são encontrados em áreas abertas de campos,

semelhantes aos de Mycocepurus goeldii. As colônias são monogínicas com

aproximadamente 80 indivíduos.

Material examinado: BRASIL. Amazonas-Manaus; Reserva Dimona,

23.vii.2003, Sanhudo col. (5 operárias), [INPA]; Brasil. Distrito Federal, Tabatinga,

Fazenda Cooperbrás, Pitfall 2003-2004, Schimdt F. G. V., (1 operária), [CPDC].

BRASIL. Santa Catarina - Seara, Solo Winkler, (24° 07’S 52° 18’W), vi- vii. 1999.

Rogério R. Silva, (3 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo- Jataí, # 12197, sem data,

Silvestre, R. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Tocantins-Lizarda, 22.ix.2006, Feitosa R.

& R. Silva (09°30’S 46°47’W), (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Tocantins, Palmeiras

do Tocantins, (06° 40’S 47° 31’W) 1-9.vi.2005, Feitosa & Silva col. (1 operária),

[MZSP];

Nicterimyrma lilloana (Kusnezov, 1949)

Diagnose: Escrobos antenais profundos; lobos frontais ultrapassam a margem

interna do olho; carena preocular se extendendo posteriormente formando a margem

basal dos escrobos antenais; lobos occipitais auriculados não projetados; sem arestas

vertexais; pós-pecíolo duas vezes mais largo que comprido; região do pigídeo com

maior pilosidade, com pêlos mais longos e eretos.

Medidas da operária: Comprimento total 2,85mm; comprimento da cabeça

0,71mm; largura da cabeça 0,97mm; comprimento do tórax 1,8mm; comprimento do

fêmur posterior 0,7mm.

Descrição da operária: Marrom avermelhado. Tegumento opaco, áspero com

pequenos poros inconspícuos, incluindo o escrobo antenal; poucos pêlos simples,

decumbentes, regularmente distribuídos por todo o corpo, com exceção da região do

pigídio que apresenta pilosidade mais abundante com pêlos eretos e mais compridos.

Fêmur da perna posterior dilatado lateralmente.

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Cabeça em vista frontal (fig.8A) com largura maior que seu comprimento. Borda

externa da mandíbula lisa, não curvadas interiormente na ponta; margem mastigatória

com 8 dentes. Margem anterior do clípeo fendida; margem mediana com um par de

pequenas projeções laterais dentiformes, melhor vistas em vista lateral (fig.8B), entre a

borda anterior e a base dos lobos frontais levemente arredondados e bem desenvolvidos,

ultrapassando a margem interna dos olhos compostos. Carena frontal e preocular

extendida até os lados posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais

profundamente impressos, com occipício auriculados, não projetados. Projeção

supraocular indistinta. Ausência de arestas vertexais. Escapos antenais não

ultrapassando os lobos occipitais e mais grossos no ápice que na base. Olhos convexos

com perfil externo ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal.

Mesossoma (fig. 8B-C). Mesossoma sem projeções ou cristas. Dorso pronotal

não marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos humerais; lados

antero-inferiores sem uma projeção triangular plana; margem latero-inferior reta; sem

projeção mediana pronotal única; mesonoto sem projeções. Margem anterior do

katepisternum lisa e sem projeções. Propódeo desarmado.

Cintura e gáster (Fig. 8B-C). Dorso do nó peciolar liso sem um par de projeções;

esterno sem quilha sagital mediana. Pós-pecíolo com a largura pelo menos duas vezes

maior que seu comprimento, em vista dorsal (fig. 8 C), mais estreito posteriormente que

anteriormente e sem uma depressão longitudinal mediana, em vista dorsal; com a

margem posterior dorsal bilobada (i.e. com um par de projeções rombas). Gáster,

quando vista de cima, suboval, tergo I do gáster sem projeções. Esterno I do gáster sem

quilha sagital mediana. Região do pígideo com pilosidade mais abundante e longa.

Discussão taxonômica: N. lilloana apresenta as aurículas ocipitais não

projetadas semelhante a N. lecta, porém difere desta por apresentar a borda latero-

inferior do pronoto reta, sem projeção.

História Natural: desconhecida.

Material examinado: ARGENTINA- Salta- Chaco Ocidental, Los Colorados.

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Nicterimyrma morschi (Emery 1888)

Diagnose: Tegumento rugoso com pilosidade esparsa, espessa e esbranquiçada,

mais fina e densa na região do pigídeo. Escrobos antenais reticulados profundamente

impressos; carena preocular se extendendo posteriormente formando a margem basal

dos escrobos antenais; lobos occipitais arredondados, arestas vertexais presentes;

escapos ultrapassando os lobos occipitais; margem do clípeo reto.

Descrição da operária: Marrom-avermelhada com mandíbulas, antenas e pernas

marrom amareladas. Tegumento rugoso, com excessão dos escapos antenais que é

reticulado, coberto por pêlos esbranquiçados, decumbentes, grossos e esparsos no corpo

inteiro.

Cabeça, em vista frontal (Fig. 9A), com largura menor que seu comprimento; borda

externa das mandíbulas lisa, levemente curvadas interiormente na ponta; superfície

dorsal lisa; margem mastigatória com nove dentes. Borda anterior do clípeo reta;

margem mediana com um par de pequenas projeções laterais dentiformes discretas,

entre a borda anterior e a base dos lobos frontais arredondados e bem desenvolvidos,

não alcançando a margem interna dos olhos compostos. Carena frontal e preocular

extendida quase até os lados posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais

profundamente impressos e reticulados, com occipício arrendondado, não formando

projeções auriculadas. Arestas vertexais presentes. Olhos convexos com perfil externo

ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal. Escapos antenais retos,

ultrapassando as bordas laterais superiores da cabeça; tão delgados na base quanto no

ápice, cobertos de pêlos.

Mesossoma (Fig. 9B-C). Projeções mesossomais rombas. Dorso pronotal, em vista

lateral, discretamente marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos

humerais; lados antero-inferiores com um projeção triangular plana; borda lateral

inferior com uma projeção dentiforme. Mesonoto com um tubérculo mediano

arredondado. Margem anterior do catepisterno lisa e sem projeções. Face basal do

propódeo com duas pequenas projeções arredondadas.

Cintura e gáster (Fig. 9B-C). Dorso do nó peciolar com um par de lobos inferiores

laterais; esterno sem quilha sagital mediana. Pós-pecíolo com o comprimento

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aproximadamente igual a sua largura, em vista dorsal (Fig. 9C), de mesma espessura

atrás e na frente e com uma depressão mediana dorsal, com a margem postero-dorsal

discretamente bilobada (i.e. com um par carenas longitudinais). Gáster, em vistal dorsal,

suboval; tergo I do gáster rugoso com pilosidade regularmente espassada. Esterno I do

gáster sem quilha sagital mediana.

Discussão taxonômica: N. morschi apresenta arestas vertexais paralelas que é uma

sinapormorfia que define o gênero Nicterimyrma. Nos resultados obtidos por Schultz &

Brady (2008) com estudos filogenéticos moleculares Cyphomyrmex faunulus (grupo

Strigatus) se posiciona como grupo-irmão de Cyphomyrmex morschi (grupo Strigatus) +

Mycetophylax conformis, indicando uma proximidade entre essas espécies.

História natural: N. morschi nidifica exclusivamente em solo arenoso das praias do

litoral sul da América do Sul. As colônias apresentam em média 120 operárias

(Klingenberg & Brandão 2009).

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Morrete, Fazenda Oliveira,

xii.1975 ,V. P. Daniel, #12212, (1 operária), [MZSP]; H. v. Ihering [11419], (1

operária), (Syntype), [MZSP]; BRASIL, Rio de Janeiro: Cabo Frio, viii.1926, T.

Borgmeier, (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina, Pântano do Sul, 9.iv.2003,

C. Klingenberg; R. R. Silva & B. C. Lopes, (9 operárias), [MZSP]; BRASIL; Santa

Catarina: Florianópolis, Praia da Joaquina, 8.iv.2003, C. Klingenberg; R. R. Silva & B.

C. Lopes, (29 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo, Itanhaém, 15–19.vii.1961, A.

Guedes & F. Grossmann, (3 operárias), [MZSP]; BRASIL; São Paulo: Itanhaém,

vi.1914, Luederwaldt, [18862, 18867], (3 operárias), [MZSP]; BRASIL; São Paulo, São

Vincente, Praia Grande, 18.xii.1955, W. W. Kempf, [# 1496], (1 operária), [MZSP];

BRASIL. São Paulo, Mongaguá, Praia Grande, 18.vi.1960, W. W. Kempf, (1 operária),

[MZSP].

Nicterimyrma olitora (Forel, 1893)

Diagnose: Escrobos antenais profundos; lobos frontais não ultrapassam a

margem interna do olho; carena preocular se extendendo posteriormente formando a

margem basal dos escrobos antenais; lobos occipitais auriculados levemente projetados;

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presença de arestas vertexais; mesossoma arredondado; margem latero-inferior do

pronoto com uma projeção aguda; pós-pecíolo com a largura pelo menos duas vezes

maior que seu comprido; tergo I com rúgulas, distribuídas de forma uniforme.

Medidas da operária: Comprimento total 2,6 mm; comprimento da cabeça

0,64 mm; largura da cabeça 0,56 mm; comprimento do tórax 0,78 mm; comprimento do

fêmur posterior 0,59 mm.

Descrição da operária: Marrom claro amarelado. Tegumento opaco, áspero

com pequenos poros inconspícuos, incluindo o escrobo antenal; poucos pêlos simples,

decumbentes, regularmente distribuídos por todo o corpo, com exceção da região do

pigídio que apresenta pilosidade mais abundante com pêlos eretos e mais compridos.

Fêmur da perna posterior dilatado.

Cabeça em vista frontal (Fig.10A) com comprimento maior que sua largura.

Borda externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; margem

mastigatória com 8 dentes. Margem anterior do clípeo fendida; margem mediana com

um par de pequenas projeções laterais dentiformes, melhor visto em vista lateral entre a

borda anterior e a base dos lobos frontais ovalados e bem desenvolvidos, quase

ultrapassando a margem interna dos olhos compostos. Carena frontal e preocular

extendida até os lados posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais

profundamente impressos, com occipício auriculados, levemente projetados, com

aurículas com a base maior que seu comprimento. Projeção supraocular indistinta.

Presença de arestas vertexais. Escapos antenais não ultrapassando os lobos occipitais,

com a base mais delgada que o seu ápice. Olhos convexos com perfil externo

ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal.

Mesossoma (Fig. 10 B-C). Mesossoma levemente curvado com projeções e

cristas robustas. Dorso pronotal não marginado, na frente, dos lados e na região

transversa e ângulos humerais; margem latero-inferior com uma projeção aguda; uma

única projeção mediana pronotal vestigial, que não chega se projetar obliquamente em

direção externa, em vista frontal; Região mesonotal com projeções vestigiais na forma

de carenas (fig.10C). Margem anterior do catepisterno lisa e sem projeções. Face basal

do propódeo não marginada; dorso do propódeo armado com projeção dentiforme.

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Cintura e gáster (Fig. 10B-C). Dorso do nó peciolar liso, sem projeções; esterno

sem quilha sagital mediana. Pós-pecíolo com a largura pelo menos duas vezes maior

que seu comprimento, em vista dorsal (fig. 10C), e de maior espessura na frente que

atrás, sem uma depressão longitudinal mediana, em vista dorsal; com a margem

posterior dorsal bilobada (i.e. com um projeções robustas). Gáster, em vista dorsal,

arredondado; tergo I do gáster rugulado. Esterno I do gáster sem quilha sagital mediana.

Operária: Cyphomyrmex olitor Forel 1893h:605. Síntipo, 6 w. 1 g.Argentina,

Tucumán, Quebrada Cainzo, Tafi Viejo; N. Kusnezov col.; iv.1948; (no. 1595).

Discussão taxonômica: N. olitora apresenta a região do mesossomo com

projeções discretas e a margem anterior do clípeo fendida. Essa espécies difere de N.

biggibosa que apresenta a região do mesossomo com projeções conspícuas e clípeo com

margem anterios contínua.

História natural: Essas formigas nidificam diretamente no solo formam colônias

pequenas com no máximo 30 indivíduos. Nessa espécie foi registrado pelo presente

autor o primeiro caso de mirmecomorfismo em Attini (C.E.D. Sanhudo obs. pess.). O

mímico era uma ninfa de Alydidae (Heteroptera) e estava dentro do ninho de N. olitora

Além da semelhança morfológica, a ninfa apresentava também alguns padrões

comportamentais característicos de Attini basais, como deslocamento lento e o

comportamento de tanatose quando perturbada Quadro2.

Quadro 2. Comparação da morfologia, em vista dorsal, entre a operária de N.

olitora e o inquilino mimético Alydidae: A - ninfa de Alydidae em vista dorsal

(seta mostrando a “falsa” cintura semelhante o pecíolo e pós-peciolo); B -

operária de N. olitora em vista dorsal.

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Material examinado: BRASIL. Ceará-Ubajara +/- 840m, P46, #7, 03˚52’S;

40˚57’W, vii.2004, Y.Quinet col. (1 operária), [UECE]; BRASIL. Espírito Santo -Santa

Teresa, Estação Biológica Santa Lucia, 19˚58’09’’S 40˚32’15’’W, 20-24.i.2002,

Winkler 23, Shoereder, J.H. & Ribas, C.R. cols. ( 2 ope rárias), [MZSP]; BRASIL,

Goiás- Alto Paraíso, Faz. Bona Espera, Mata de galeria, 1-7.vii.1991, C.R.F. Brandão,

M.L. Françoso & A.A.Reis cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL Goiás -Alto Paraíso,

Faz. Bona Espera, Mata de galeria, 1-7.vii.1991, C.R.F. Brandão, M.L. Françoso &

A.A.Reis cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Minas Gerais- Lavras, fragmento, 06 a

12.2002, Santos, M.S. & Dias, N.S. cols. (3 operárias), [CPDC]; BRASIL. Mato Grosso

do Sul -Bonito, Parna Serra da Bodoquena, Fz. Harmonia, 4º EXP., 21˚17’09,8’’S

56˚41’45,5’’W, 8-17.x.2006, Winkler A20, Silvestre, R. et al. cols. (1

operária),[MZSP];BRASIL. Paraná- Rio Azul, 1000m alt., x.1959, F. Plaumann col.,

#3165 (3 operárias), [MZSP]; BRASIL. Paraná- P.Vitória, 1ª coleta, Wassen, N. col.

(1 operária), [CPDC]; BRASIL. Rio de Janeiro- Petrópolis, 1025m, 7.ii.1993, A. Mayhé

col., #48 (2 operárias), [UFRRJ]; BRASIL. Rio Grande do Sul- Barros Cassal, 700m.

alt., ix.1960, F.Plaumann col., #3606 (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do

Sul- Cambará do Sul, Mata de Araucária, armadilha nr. 3, 6.ii.2002, E. Zoppas col. (1

operária), [UNISINO]; BRASIL. Rio Grande do Sul- Barão de Cotegipe, vii.1960, F.

Plaumann col. #3764 (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina- Seara, 24˚07’S

52˚18’W, transecto I Winkler, vi-vii.1999, Rogério R. Silva col. (2 operárias), [MZSP];

BRASIL. Santa Catarina- Seara, 24˚07’S 52˚18’W, solo Winkler, vi-vii.1999, Rogério

R. Silva col. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina -Blumenau, P.E.

Nascentes, 27˚06’15’’S 49˚09’14’’W, 20-27.x.2000, transecto I Winkler 13, Silva &

R.R., Eberhart, F. cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina -Blumenau,

P.E. Nascentes, 27˚06’15’’S 49˚09’14’’W, 20-27.x.2000, transecto I Winkler 18, Silva

& R.R., Eberhart, F. cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina -Seara,

24˚07’S 52˚18’W, transecto I Winkler, vi-vii.1999, Rogério R. Silva col. (2 operárias),

[MZSP]; BRASIL. Santa Catarina- São Bento do Sul, APA Rio Vermelho,

26˚21’51’’S 49˚16’16’’W, 30.ii-04.iv.2001, transecto II Winkler 44, Silva, R.R. &

Eberhardt, F. cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo-São Paulo, Parque

Estadual da Cantareira, núcleo Engordador, 23˚21’27’’S 46˚29’42’’W, 12-22.v.2003, R.

Feitosa & A. Soliva cols. Winkler 23 (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo-

Cunha, PE Serra do Mar, Núcleo Cunha Indaia, 21-22.iv.2001, Winkler 7, A.A.

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Tavares & R.R. Silva cols. (1 operária), [MZSP].

Nicterimyrma panisca (Wheeler, 1925)

Diagnose: Escrobos antenais profundamente impressos; carena preocular se

extendendo posteriormente formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos

occipitais conspicuamente auriculados, as aurículas de largura maior que seu

comprimento; presença de arestas vertexais; escapos ultrapassam os lobos occipitais;

um par de projeções clipeais parelas conspícuas; pronoto sempre com uma única

projeção cônica mediana, com a borda latero-inferior com uma projeção mediana aguda;

mesonoto com 2 pares de projeções cônicas,aproximadamente do mesmo tamanho;

propódeo com duas projeções agudas.

Medidas da operária: Comprimento total 4,5mm; comprimento da cabeça

1,07mm; largura da cabeça 0,98mm; comprimento do tórax 1,36mm; comprimento do

fêmur posterior 1,25mm.

Descrição da operária: Marrom escuro, com as pernas e antenas menos

pigmentadas. Tegumento, incluindo o escrobo antenal, opaco e ápero. Com poucos

pêlos simples, decumbentes, um pouco mais abundantes no escapo antenal. Poucos

pêlos simples e decumbentes, com maior concentração na cabeça, pernas e gáster.

Cabeça em vista frontal (fig.11A) com largura e comprimento iguais. Borda

externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; margem mastigatória com

8-9 dentes; Borda anterior do clípeo levemente fendido; margem mediana com um par

de projeções laterais dentiformes evidentes, visto tanto em vista frontal quanto lateral

(fig.11A-B) entre a borda anterior e a base dos lobos frontais bem desenvolvidos, não

alcançando a margem interna dos olhos compostos. Carena frontal e preocular extendida

até os lados posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais profundamente

impressos, terminando como projeções auriculadas de largura maior que seu

comprimento. Projeção supraocular indistinta. Presença de arestas vertexais. Olhos

convexos com perfil externo ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal.

Escapos antenais, ultrapassam as bordas das projeções auriculares; com base e ápice da

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mesma espessura.

Mesossoma (fig. 11B-C). Projeções e cristas mesossomais com extremidades

agudas. Dorso pronotal marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos

humerais; margem latero-inferior com uma projeção aguda; uma única projeção

mediana pronotal em forma de cone mais compridas que as projeções pronotais laterais

mais curtas, podendo ser visualizada em vista frontal (fig. 11A); mesonoto com dois

pares de projeções com extremidades agudas quase tão longas quanto as projeções

pronotais laterais. Margem anterior do katepisternum lisa e sem projeções. Face basal

do propodeo marginada; Projeções posteriores propodeais mais curtas que a distância

entre suas bases interiores.

Cintura e gáster. Dorso do nó peciolar liso sem um par de projeções truncadas;

esterno sem quilha sagital mediana. Pós-pecíolo com largura maior que seu

comprimento, em vista dorsal, sendo de espessura muito maior que a do pecíolo, com a

margem posterior dorsal bilobada (i.e. com um par de carenas longitudinais. Gáster,

quando vista de cima, suboval, tergo I do gáster com marginado lateralmente.

Operária: Cyphomyrmex paniscus Wheeler, 1925. Parátipo, 1 operária, Brasil.

Discussão taxonômica: N. panisca pode ser confundido com N. aurita, porém

em N. panisca os escapos antenais ultrapassam os lobos ocipitais e a margem do ante-

clipeo é contínua diferindo de N. aurita onde os escapos não ultrapassam os lobos

ocipitais e a margem do ante-clipeo é fendida ou bilobada.

História natural: desconhecida.

Material examinado: BRASIL, Bahia- Ilhéus, CEPEC-CI, 28.i.1993, M. Fürst

col. #558 (2 operárias), [CPDC].

Nicterimyrma plaumanni (Kempf, 1962)

Diagnose: Escrobos antenais profundamente impressos; carena preocular se

extendendo posteriormente formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos

ocipitais conspicuamente auriculados, as aurículas com a largura igual ao seu

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comprimento; presença de arestas vertexais; escapos não ultrapassam os lobos

occipitais; um par de projeções clipeais parelas conspícuas; margem latero-inferior do

pronoto com uma projeção aguda; mesonoto com 2 pares de projeções robustas,

aproximadamente do mesmo tamanho; propódeo com duas carenas; pós-pecíolo tão

largo quanto longo; tergo I do gáster com quatro carenas longitudinais e uma quilha

sagital.

Medidas da operária: Comprimento total 3,2-3,4mm; comprimento da cabeça

0,82-0,91mm; largura da cabeça 0,69-0,79mm; comprimento do tórax 0,98-1,07mm;

comprimento do fêmur posterior 0,72-0,83mm.

Descrição da operária: Marrom escuro com pernas menos pigmentadas e gáster

mais pigmentado. Tegumento, incluindo o escrobo antenal, rugoso, opaco, com poucos

pêlos simples, decumbentes, regularmente distribuídos por todo o corpo, porém, um

pouco mais abundantes nas antenas e pernas. Fêmur da perna posterior dilatado.

Cabeça em vista frontal (fig.12A) com a largura igual ao seu comprimento.

Borda externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; margem

mastigatória com 8 dentes simétricos. Borda anterior do clípeo contínua; margem

mediana com um par de projeções laterais dentiformes evidentes, podendo ser visto

tanto em vista lateral quanto frontal, entre a borda anterior e a base dos lobos frontais

retangulares e bem desenvolvidos, não alcançando a margem interna dos olhos

compostos. Carena frontal e preocular extendida até os lados posteriores da cabeça,

delimitando escrobos antenais profundamente impressos, formando projeções

auriculadas bem desenvolvidas com largura igual ao comprimento. Projeção supraocular

indistinta. Presença de arestas vertexais. Olhos convexos com perfil externo

ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal. Escapos não ultrapassam os

lobos occipitais; engrossam em direção ao ápice.

Mesossoma (fig.12B-C). Projeções e cristas mesossomais rombas. Dorso

pronotal marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos humerais;

lados antero-inferiores com uma projeção triangular plana; uma única projeção mediana

pronotal em forma de cone mais comprida que as projeções pronotais laterais mais

curtas, podendo ser visualizadas em vista frontal; borda latero-inferior pronotal com

uma projeção aguda. Mesonoto com dois pares de projeções com extremidade romba,

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aproximadamente do mesmo tamanho. Margem anterior do katepisternum lisa com uma

carena longitudinal de cada lado. Propódeo com duas projeções carenadas.

Cintura e gáster (Fig. 12B-C). Dorso do nó peciolar liso sem projeções; esterno

sem quilha sagital. Pós-pecíolo de espessura igual ao seu comprimento, em vista dorsal

(fig. 12 C), de largura levemente maior atrás que na frente e com uma depressão

superficial longitudinal mediana dorsal; margem posterior dorsal reto (i.e. sem um par

carenas longitudinais e/ou projeções dentiformes. Gáster, em vista dorsal, suboval, tergo

I do gáster com quatro carenas longitudinais. Esterno I do gaster com quilha sagital

mediana.

Operária: Cyphomyrmex plaumanni Kempf, 1962b:31. Holotipo, w. Brasil,

Santa Catarina, Nova Teutônia; F. Plaumann col.; x.1955. Parátipo, 1 w. Brasil, Rio

Grande do Sul, Erechim; F. Plaumann col.; vii.1960. Parátipo, 2 w. Brasil, Paraná, Rio

Azul; F. Plaumann col.; ix.1960.

Discussão taxonômica: N. plaumanni pode ser confundida com N. strigata, uma

vez que ambas apresentam o tergo I do gáster carenado e os escapos não ultrapassam os

lobos ocipitais. Porém em N. plaumanni as projeções clipeais são agudas e apresentam o

mesmo comprimento de suas distâncias; em N. strigata as projeções clipeais também

são conspícuas e agudas, mas diferem por apresentarem o dobro da distância de seus

comprimentos.

História natural: desconhecida, alguns indivíduos foram coletados em amostras

de serapilheira.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina-Seara (transecto I), 24˚07’S

52˚18’W, vi.vii.1999,Rogério, R. Silva col. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa

Catarina - Seara (solo), 24˚07’S 52˚18’W, vi.vii.1999,Rogério, R. Silva col. (1

operária),[MZSP]; BRASIL. Santa Catarina - Seara (solo), 24˚07’S 52˚18’W,

vi.vii.1999,Rogério, R. Silva col. (2 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina-

Seara (transecto I), 24˚07’S 52˚18’W, vi.vii.1999,Rogério, R. Silva col. (1

operária),[MZSP]; BRASIL. Santa Catarina- São Bento do Sul (transecto II),

26˚21’51’’S 49˚16’16’’W, 30.iii-04.iv.2001, R. R. Silva & F. Eberhardt cols. (1

operária), [MZSP].

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Nicterimyrma strigata (Mayr, 1887)

Diagnose: Escrobos antenais profundamente impressos; carena preocular se

extendendo posteriormente formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos

occipitais conspicuamente auriculados, as aurículas de largura maior que seu

comprimento; arestas vertexais presentes; alcançam os lobos occipitais; olhos com mais

de 50 omátideos; um par de projeções clipeais parelas conspícuas; pronoto sempre com

uma única projeção cônica mediana; margem latero-inferior do pronoto com uma

projeção mediana aguda; mesonoto com duas pares de projeções cônicas, sendo o par

anterior o mais longo; Tergo I do gáster com quatro carenas longitudinais.

Medidas da operária: Comprimento total 2.9-3.7mm; comprimento da cabeça

0.75-0.89mm; largura da cabeça 0.67-0.8mm; comprimento do tórax 0.91-1.17mm;

comprimento do fêmur posterior 0.72-0.98mm.

Descrição da operária: Marrom amarelada, menos pigmentada nas pernas.

Tegumento liso e opaco no corpo todo. Cabeça com poucos pêlos simples e

decumbentes, mais concentrados e mais grossos nas arestas vertexais, bases das antenas

e extremidades dos lobos frontais; pernas com pilosidade simples e decumbente com

maio abundância de pêlos que no restante do corpo; gáster com pêlos decumbentes mais

grossos e mais concentrados nas quatro carenas longitudinais do tergo I. Fêmur da perna

posterior não dilatado.

Cabeça em vista frontal (fig.14A) de largura igual ao seu comprimento. Borda

externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; superfície dorsal lisa;

margem mastigatória da mandíbula com nove dentes. Borda anterior do clípeo contínua;

margem mediana com um par de evidentes projeções laterais dentiformes, melhor

observadas em vista lateral ou frontal, entre a borda anterior e a base dos lobos frontais

retangulares e bem desenvolvidos, não alcançando a margem interna dos olhos

compostos. Carena frontal e preocular extendida até os lados posteriores da cabeça,

delimitando escrobos antenais profundamente impressos, terminando como projeções

auriculadas de maior largura que seu comprimento. Projeção supraocular indistinta.

Arestas vertexais presentes, e assim como a margem dos lobos frontais, cobertas de

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pêlos mais grossos e mais longos que no restante da cabeça. Olhos convexos com perfil

externo ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal. Escapos antenais não

ultrapassam as bordas das projeções auriculares; são mais delgados na base que no ápice

e são cobertos de pêlos mais longos e grossos que no restante da cabeça.

Mesossoma (fig. 14 B-C). Projeções e cristas mesossomais com extremidades

rombas. Dorso pronotal marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos

humerais; com uma única projeção mediana pronotal em forma de cone que se estende

além da ponta das projeções pronotais laterais mais curtas que aponta obliquamente em

direção externa, em vista frontal (fig. 14A); margem latero-inferior do pronoto com uma

projeção mediana aguda (fig.14B); região mesonotal mais baixa em comparação ao

pronoto, com dois pares de projeções sem extremidade aguda, sendo que o primeiro par

se extende mais longitudinalmente que o segundo par, mais posterior; propódeo armado

com um par de projeções cônicas.

Cintura e gáster (fig. 14B-C). Nó peciolar subquadrado, sem projeções dorsais,

cristas longitudinais no dorso apenas vestigial; Pós-pecíolo de largura igual ao seu

comprimento, com a face anterior moderadamente levantada na direção vertical, e com

uma depressão longitudinal mediana dorsal; margem posterior dorsal bilobado (i.e. um

par de carenas longitudinais e um par de projeções dentiformes). Tergo I do gáster com

quatro quilhas longitudinais. Esterno I do gaster com quilha sagital mediana.

Discussão taxonômica: N. strigata semelhante a N. panisca, porém em N.

strigata os escapos antenais não ultrapassam os lobos ocipitais.

História natural: Essas formigas nidificam em troncos caídos e apresentam

aproximadamente de 30 a 40 indivíduos na colônia.

Material examinado: BRASIL. Bahia- Itacaré, 14˚18’33’’S 39˚00’70’’W,

25.vi.1998, Santos, J.R.M. dos col. #359 (3 operárias), [CPDC]; BRASIL. Bahia-

Barrolândia-Belmonte, CEPLAC, CEPEC, EGRDB, 16˚08’S 39˚15’W, 13-18.x.2002,

L.Ramos & S. Lacau cols. #2147? (1 operária), [CPDC]; BRASIL. Bahia- Monte

Pascoal, 16˚52’0,3’’S, 39˚55’0,3’’W, 18.vii.1997, Santos, J.R.N. col. #628 (1 operária),

[MZSP]; BRASIL. Bahia- Porto Seguro, E.E. Pau Brasil, 16˚23’33’’S 39˚10’99’’W,

16.vi.2000, Winkler 43, Santos & J.R.M, Soares, J.C cols. (1 operária), [MZSP];

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46

BRASIL. Bahia- Ilhéus, 14˚47’50’S 39˚03’82’’W, 4.ix.1997, Santos, J.R.M. col., #635

(2 operárias), [CPDC]; BRASIL. Minas Gerais - Lavras, fragmento, vi-xii.2000, Santos,

M.S. & Diaz, N.S. cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Minas Gerais - Lavras,

fragmento, vi-xii.2000, Santos, M.S. & Diaz, N.S. cols. (2 operárias), [MZSP];

BRASIL. Minas Gerais- Lavras, fragmento, vi-xii.2000, Santos, M.S. & Diaz, N.S.

cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Pará- Canaã dos Carajás, Gruta Cris 37, 29.vii-

06.viii.2008, Andrade col. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Paraná-Tunas, Parque das

Lauraceas, 21-29.ii.2001, 24˚51’16’’S 58˚43’00,4’’W, Transecto I Winkler 22, Silva &

Eberhardt cols. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Paraná -Tunas, Parque das Lauraceas,

21-29.ii.2001, 24˚51’16’’S 58˚43’00,4’’W, Transecto I Wnkler 13, Silva & Eberhardt

cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do Sul- Barros Cassal, 700m. alt.,

ix.1960, F.Plaumann col., #3602 (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina-

Blumenau, PE Nascente, 27˚0,6’15’’S 49˚09’14’’W, 20-27.x.2000,solo 8 Winkler,

Silva, R.R. & Eberhardt, F. cols (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina-

Palhoça, PE Serra do Tabuleiro, 27˚44’28’’S 48˚41’50’’W, 02-10.vi.2003, Silva, R.R.,

Dietz, B.H. & Tavares, A. cols., Winkler 5 (3 operárias), [MZSP]; BRASIL. Santa

Catarina- São Bento do Sul, APA Rio Vermelho, 26˚21’51’’S 49˚16’16’’W, 30.iii.-

04.iv.2001, transecto I Winkler 1, Silva, R.R & Eberhardt, F. cols. (1 operária),

[MZSP]; BRASIL. Santa Catarina- Blumenau, PE Nascente, 27˚0,6’15’’S

49˚09’14’’W, 20-27.x.2000,transecto I Winkler 34, Silva, R.R. & Eberhardt, F. cols (1

operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina- Blumenau, PE Nascente, 27˚0,6’15’’S

49˚09’14’’W, 20-27.x.2000, solo 10 Winkler, Silva, R.R. & Eberhardt, F. cols (1

operária), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina - Blumenau, PE Nascente, 27˚0,6’15’’S

49˚09’14’’W, 20-27.x.2000,solo 8 Winkler, Silva, R.R. & Eberhardt, F. cols (2

operárias), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina- Blumenau, PE Nascente, 27˚0,6’15’’S

49˚09’14’’W, 20-27.x.2000,solo 8 Winkler, Silva, R.R. & Eberhardt, F. cols (2

operárias), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina - Blumenau, PE Nascente, 27˚0,6’15’’S

49˚09’14’’W, 20-27.x.2000,transecto I Winkler 35, Silva, R.R. & Eberhardt, F. cols (2

operárias), [MZSP]; BRASIL. Santa Catarina- São Bonifácio, PE Serra do Tabuleiro,

27˚49’0,6’’S 48˚54’41’’W, 08-13.iii.2004, Winkler I, Silva, R.R., Dietz, B.H. &

Albuquerque, N. cols (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo- Salesópolis, E. B. B.,

5-7.vii.1997, transecto I Winkler 16, C.I. Yamamoto col. (1 operária), [MZSP];

BRASIL. São Paulo- Picinguaba, PE Serra do Mar, 23˚20’10’’S 44˚50’15,3’’W, 30.iii-

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47

04.iv.2001, Winkler 44, Brandão, C.R.F & Eq. cols. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL.

São Paulo - Ilha da Vitória, 16-27.iii.1964, Exp.Dep.Zool. #4061 (1 operária), [MZSP];

BRASIL. São Paulo - Ribeirão Grande, PE Intervales, Base Barra Grande, 05.ii.1999,

transecto 2 Winkler 13, A.A.Tavares col. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo-

Iguape, E.E Juréia –Itatins, Núcleo Rio Verde, 24˚32’39’’S 47˚14’0,8’’W, 5-

14.iii.2001, Winkler 23, A.A.Tavares col. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo-

Picinguaba, PE Serra do Mar, 23˚20’10’’S 44˚50’15,3’’W, 30.iii-04.iv.2001, Winkler 9,

Brandão, C.R.F & Eq. cols. (3 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo - Praia Grande,

PE Serra do Mar, núcleo Pilões, Cubatão, 23˚58’31’’S 46˚32’24’’W, 26-27.v.2001,

Winkler 1, A.A.Tavares, R.R. Silva cols. (3 operárias),[MZSP]; BRASIL. São Paulo-

Picinguaba, PE Serra do Mar, 23˚20’10’’S 44˚50’15,3’’W, 30.iii-04.iv.2001, Winkler

14, Brandão, C.R.F & Eq. cols. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo - Miracatu,

Serra do Mar, Clube de pesca e Cia, 04-07.ix.2004, Winkler 10, Feitosa, R.M. col. (1

operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo- Miracatu, Serra do Mar, Clube de pesca e Cia,

04-07.ix.2004, Winkler 10, Feitosa, R.M. col. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São

Paulo- Miracatu, Serra do Mar, Clube de pesca e Cia, 04-07.ix.2004, Winkler 11,

Feitosa, R.M. col. (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. São Paulo - Miracatu, Serra do

Mar, Clube de pesca e Cia, 04-07.ix.2004, Winkler 7, Feitosa, R.M. col. (1 operária),

[MZSP]; BRASIL. São Paulo- Miracatu, Serra do Mar, Clube de pesca e Cia, 04-

07.ix.2004, Winkler 11, Feitosa, R.M. col. (2 operárias),[MZSP]; BRASIL. São Paulo -

Miracatu, Serra do Mar, Clube de pesca e Cia, 04-07.ix.2004, Winkler 1, Feitosa, R.M.

col. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo - Miracatu, Serra do Mar, Clube de

pesca e Cia, 04-07.ix.2004, Winkler 6, Feitosa, R.M. col. (1 operária), [MZSP];

BRASIL. São Paulo - Picinguaba, PE Serra do Mar, 23˚20’10’’S 44˚50’15,3’’W, 30.iii-

04.iv.2001, Brandão, C.R.F & Eq. cols. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo-

Salesópolis, E. B. B., 20-26.v.1997, Winkler 10A, C. Klingenberg & C.I. Yamamoto

col. (1 operária), [MZSP]; BRASIL. São Paulo - Tapiraí, 24˚01’55’’S 47˚27’56’’W, 08-

14.i.2001, transecto I Winkler 32, Silva & Eberhardt cols. (1 operária), [MZSP];

BRASIL. Tocantins -Palmeirante, Mata Ciliar, Cerradão, 07˚52’25,3’’S 47˚57’07,4’’W,

10-15.xii.2001,transecto I Winkler 5, Albuquerque & Silva cols. (1 operária), [MZSP].

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48

Nicterimyrma sp.n. 1

Diagnose: Escrobos antenais profundamente impressos; cristas frontais

longitudinais presentes e paralelas; carena preocular se extendendo posteriormente

formando a margem basal dos escrobos antenais; lobos occipitais conspicuamente

auriculados; projeções mesonotais proeminentes e não afiadas; pronoto geralmente com

uma única projeção cônica mediana. Nó peciolar subtriangular; Tergo I do gáster com

micro tubérculos regularmente distribuídos.

Medidas da operária (holótipo). Comprimento total 2,2 mm; comprimento da

cabeça 0,74 mm; largura da cabeça 0,57 mm; comprimento do tórax 1,3 mm;

comprimento do fêmur posterior 0,78 mm.

Descrição da operária: Marrom escura com o gaster mais claro; tegumento

coberto com pequenos poros arredondados, rugosidade levemente afiada no mesossoma,

reticulada nos fêmures, pecíolo e parte do escrobo antenal; mesossoma coberto por

escassos pêlos curtos decumbentes concentrados na extremidade das projeções

promesonotais, abundantes, finos e curvados na base da antena, pêlos eretos mais

longos e abundantes na extremidade do gáster.

Cabeça em vista frontal (Fig.15A) com o comprimento maior que sua largura.

Borda externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; superfície dorsal

longitudinalmente estriada, com oito dentes na borda mastigatória. Borda anterior do

clípeo quase contínua, com um fraco entalhe mediano; margem mediana com um par de

pequenas projeções laterais dentiformes, melhores vistas em perspectiva lateral

(Fig.15B) entre a borda anterior e a base dos lobos frontais arredondados e bem

desenvolvidos, não alcançando a margem interior dos olhos compostos. Carena frontal e

preocular extendida até os lados posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais

profundamente impressos, terminando como projeções auriculadas protundentes, com

aurículas de maior comprimento que a sua largura. Projeção supraocular indistinta.

Olhos convexos com perfil externo ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista

frontal. Escapos antenais, quando presentes no escrobo não ultrapassam as bordas das

projeções auriculares, mais delgados na base que no ápice, cobertos por pequenos

tubérculos forrados de pêlos.

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49

Mesossoma (Fig. 15B-D). Todas as projeções e cristas mesossomais robustas.

Dorso pronotal marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos

humerais; margem latero-inferior com uma projeção aguda; uma única projeção

mediana pronotal em forma de cone tão longas quanto as projeções pronotais laterais

mais curtas, podendo ser vistas em vista frontal (Fig. 15A); pares anteriores das

projeções mesonotais quase tão longas quanto as projeções pronotais laterais e as

segundas projeções mesonotais, mas um pouco mais robustas. Margem anterior do

katepisternum lisa e sem projeções. Constrições metanotais estreitas, mas distintamente

impressas. Face basal do propodeo marginada por uma crista de cada lado com uma

projeção triangular alta, em vista lateral, no seu terço basal.

Cintura e gáster (Fig. 15B-D). Dorso do nó peciolar com um par de projeções

truncadas em forma de dentes; os lados subparalelos em vista dorsal, sem dentículos

laterais conspícuos; esterno sem quilha sagital. Pós-pecíolo com a largura maior que seu

comprimento, em vista dorsal, de mesma espessura atrás e na frente e com uma

depressão longitudinal mediana dorsal, com borda postero-dorsal reta. Gáster, quando

vista de cima, suboval, tergo I com tubérculos uniformemente distribuídos na superfície

do esclerito (veja Fig. 15C). Esterno I do gáster sem quilha sagital mediana.

Operária: Brasil, Estado do Amazonas, Manaus: Reserva Florestal Adolfo

Ducke [02º 55’ S; 59º 58’ W], 15.vi.2007, J. S. Araújo col. [INPA].

Discussão taxonômica: A espécie lembra Gen. Nov.1 asper pela presença de

uma projeção pronotal e escrobos mais profundos, mas difere em outros estados de

caracteres como os lobos frontais menos expandidos, escapos não incrustados em

direção ao ápice, forma distinta das projeções mesonotais, e tubérculos menores no

tergo I do gáster. O mesonoto de N. clorindae não tem projeções e tem escrobos mais

superficiais.

História natural; desconhecida. Foi coletada a primeira vez no aparelho bucal

de um amblipígio em Manaus, AM.

Material examinado: BRASIL. Amazonas -Manaus: Reserva Florestal Adolfo

Ducke [02º 55’ S; 59º 58’ W], 15.vi.2007, J. S. Araújo col.(1 operária); [INPA];

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50

BRASIL. Bahia - Mascote (Pimenta), Mata A57, 19.iii.1999, [153438s 0392436w], (1

operária), [CPDC].

Nicterimyrma sp.n. 2

Diagnose: Tegumento reticulado; escrobos antenais profundamente impressos;

carena preocular se extendendo posteriormente formando a margem basal dos escrobos

antenais, os quais são reticulados; lobos occipitais arredondados; ausência de arestas

vertexais; escapos antenais não alcançam os lobos occipitais; borda anterior do clípeo

contínua; pronoto com uma projeção mediana aguda; mesonoto com um par de carenas

longitudinais; propódeo com um par de projeções agudas; pós-pecíolo

aproximadamente com a largura 4 vezes maior que o pecíolo.

Medidas da operária: Comprimento total 2,84mm; comprimento da cabeça

0,73mm; largura da cabeça 0,9mm; comprimento do tórax 1,81mm; comprimento do

fêmur posterior 0,62mm.

Descrição da operária: Marrom clara com cabeça e gáster mais pigmentados.

Tegumento rugoso, opaco e reticulado por todo o corpo. Corpo com poucos pêlos

simples, grossos e decumbentes, mais abundantes na cabeça (maior concentração nas

antenas); mais grossos e abundantes nas pernas e gáster.

Cabeça em vista frontal (fig.13A) de mesma largura que seu comprimento.

Borda externa das mandíbulas lisa, curvadas interiormente na ponta; borda mastigatória

com 8 dentes simétricos. Borda anterior do clípeo contínua, margem mediana com um

par de pequenas projeções laterais dentiformes discretas entre a borda anterior e a base

dos lobos frontais arredondados e bem desenvolvidos, quase alcançando a margem

interna dos olhos compostos. Carena frontal e preocular extendida até os lados

posteriores da cabeça, delimitando escrobos antenais profundamente impressos e

reticulados, não formando aurículas, mas occipícios arredondados. Projeção supraocular

indistinta. Ausência de arestas vertexais. Olhos convexos com perfil externo

ultrapassando a borda lateral da cabeça em vista frontal. Escapos não alcançam os lobos

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occipitais, e se tornam mais delgados em direção ao ápice.

Mesossoma (Fig. 13 B-C). Projeções e cristas mesossomais com extremidades

agudas. Dorso pronotal marginado, na frente, dos lados e na região transversa e ângulos

humerais; uma única projeção mediana pronotal em forma de cone que se estende além

da ponta das projeções pronotais laterais mais curtas que aponta obliquamente em

direção externa, em vista frontal (Fig.13A); margem latero-inferior do pronoto reta

(Fig.11B). Mesonoto com um par de carenas longitudinais. Margem anterior do

katepisternum lisa e sem projeções. Propódeo com um par de projeções agudas.

Cintura e gáster (Fig. 13B-C). Dorso do nó peciolar liso, sem projeções; esterno

sem quilha sagital. Pós-pecíolo de largura aproximadamente 4 vezes maior que o

pecíolo e com pêlos simples, grossos e decumbentes; com a largura maior que seu

comprimento, em vista dorsal (Fig. 13 C), tão largo atrás quanto na frente e com uma

depressão longitudinal mediana dorsal, com a margem posterior dosal bilobada (i.e.

com um par de projeções robustas). Gáster, em vista dorsal, suboval, tergo I do gáster

sem projeções. Esterno I do gaster com quilha sagital.

Discussão taxonômica: esta é a única espécie que apresenta a cabeça, pecíolo,

pós-pecíolo e o gáster com o tegumento totalmente reticulado.

História natural; ninho construído diretamente no solo.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul - Taquara, -29,71547S -

50,83930W, 09.ix.2004, UGM-040909-01, Ulrich Mueller col (1 operária),[MZSP];

BRASIL. Rio Grande do Sul- Taquara, -29,71547S -50,83930W, 09.ix.2004, UGM-

040909-01, Ulrich Mueller col (1 operária), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do Sul -

Taquara, -29,71547S -50,83930W, 09.ix.2004, UGM-040909-02, Ulrich Mueller col (1

operária), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do Sul - Taquara, -29,71547S -50,83930W,

09.ix.2004, UGM-040909-02, Ulrich Mueller col (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Rio

Grande do Sul - Taquara, -29,71547S -50,83930W, 09.ix.2004, UGM-040909-01,

Ulrich Mueller col (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do Sul - Taquara, -

29,71547S -50,83930W, 09.ix.2004, UGM-040909-01, Ulrich Mueller col (2 operárias)

[MZSP]; BRASIL. Rio Grande do Sul - Taquara, -29,71547S -50,83930W, 09.ix.2004,

UGM-040909-01, Ulrich Mueller col (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do

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52

Sul - Taquara, -29,71547S -50,83930W, 09.ix.2004, UGM-040909-01, Ulrich Mueller

col (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do Sul - Taquara, -29,71547S -

50,83930W, 09.ix.2004, UGM-040909-02, Ulrich Mueller col (2 operárias), [MZSP];

BRASIL. Rio Grande do Sul - Taquara, -29,71547S -50,83930W, 09.ix.2004, UGM-

040909-02, Ulrich Mueller col (2 operárias), [MZSP]; BRASIL. Rio Grande do Sul -

Taquara, S29˚42’55,7’’ W50˚50’21,5’’, Ulrich Mueller col (1 operária). [MZSP];

ARGENTINA. RA- Corrientes Iberá, L. Callertere col. (1 operária), [IMLA].

Chave de identificação para as espécies do Nicterimyrma (operárias)

1 Projeção pronotal mediana ausente.........................................................................2

1’ Projeção pronotal mediana presente.......................................................................5

2 Margem mastigatória da mandíbula com diástema e dentes

assimétricos..........................................................................................................N. bruchi

2’ Margem mastigatória da mandíbula sem diastema e com dentes simétricos (com

uniformidade nos tamanhos dos dentes)............................................................................3

3 Escrobo antenal bem desenvolvido........................................................................4

3’ Escrobo antenal incompleto.................................................................. N. morschi

4 Região occipital, em vista frontal, com aurículas não projetadas, borda latero-

inferior do pronoto sem projeção aguda.......................................................... N. lilloana

4’ Região occipital, em vista frontal, com aurículas não projetadas, borda latero-

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inferior do pronoto com projeção aguda............................................................... N. lecta

5 Aurículas, em vista frontal, bem desenvolvidas e projetadas................................6

5’ Região occipital não formando aurículas.............................................................12

6 Tergo I do gáster ornamentado com carenas..........................................................7

6’ Tergo I do gáster sem carenas...............................................................................10

7 Margem anterior do clípeo fendida ou bilobada....................................... N. aurita

7’ Margem anterior do clípeo contínua......................................................................8

8 Escapos antenais ultrapassando os lobos occipitais................................ N. panisca

8’ Escapos antenais não ultrapassando os lobos occipitais.........................................9

9 Projeções clipeais agudas e conspícuas com o mesmo comprimento de suas

distâncias....................................................................................................... N. plaumanni

9’ Projeções clipeais agudas com o dobro da distância de seus

comprimentos.................................................................................................... N. strigata

10 Mesossoma com projeções discretas, margem anterior do clípeo

fendida............................................................................................................... N. olitora

10’ Mesossoma com projeções conspícuas, margem anterior do clípeo contínua....11

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11 Mesonoto com duas projeções cônicas.............................................. N. biggibosa

11’ Mesonoto com dois pares de projeções cônicas...................................... N. sp.n. 1

12 Escapos antenais ultrapassando os lobos ocipitais..............................N. daguerrei

12’ Escapos antenais não ultrapassando os lobos acipitais.......................................13

13 Tegumento reticulado, principalmente na cabeça, pecíolo, pós-pecíolo e

gáster........................................................................................................... N.sp.n. 2

13’ Tegumento reticulado apenas no escrobo antenal...............................N. clorindae

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55

Lista comentada dos caracteres

A seguir, são apresentados os caracteres codificados para a análise filogenética

Caracteres comportamentais

0 Formigas cultivadoras de fungo

0 não cultiva fungo

1 cultiva fungo

Comentário: coletivamente os gêneros de Attini podem ser chamados de criadores

ou cultivadores de fungos como forma de obterem alimento. A dependência de fungos

como fonte alimentar é exclusiva desse grupo de formigas. Com exceção de

Blepharidatta brasiliensis, que não é Attini, todas as demais espécies são cultivadoras

de fungo.

1 Tipo de cultivo de fungo

0 levedura

1 micélio

Comentário: A maioria dos cultivares de fungos dos Attini pertence a

Leucoagaricus e Leucocoprinus (Agaricales: Basidiomycota: Lepiotaceae:

Leucocoprinae), com exceção de algumas espécies de Apterostigma (todas do grupo

Pilosum) que teria secundariamente passado a cultivar os fungos “corais” (Pterulaceae)

porém esse gênero não foi incluído na análise. Em todos esses casos os fungos

cultivados são na forma de micélio, no entanto, um subgrupo do grupo de espécies de

Rimosus de Cyphomymex cultiva fungos leucocoprinaceos na forma de leveduras.

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56

Caracteres morfológicos

2 inclinação do pêlo

0 ereto

1 decumbente

Comentários: são bem evidentes no tegumento ao longo do corpo dos indivíduos.

São considerados eretos os pêlos que não estão deitados ao longo do corpo dos

indivíduos e decumbentes os pêlos que estão deitados no tegumento. São evidentes os

pêlos decumbentes em quase todos as espécies de Cyphomyrmex e evidente os pêlos

eretos no Gen. Nov.1 asper .

3 densidade da pilosidade

0 escasso

1 moderado

2 abundante

Comentários: a abundância da pilosidade é verificada ao longo de todo indivíduo e

estão divididas em três categorias, a saber; escasso: quando a pilosidade é encontrada

apenas em alguns escleritos, e sempre pouco abudante; moderado: quando a pilosidade

é encontrada distribuída em algumas regiões específicas do corpo como cabeça, gáster e

região do pigídio, sempre com poucos pêlos e abundante; quando o tegumento todo é

coberto por pêlos.

4 Tipo de pêlo

0 simples

1 espatulado

Comentários: pêlos simples apresentam ápice agudo e pêlos espatulados

apresentam o ápice aplainado.

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57

5 Margem anterior ante-clipeo

0 continua

1 fendida

Comentário: o ante-clipeo é uma faixa anterior de tegumento liso e brilhante sob o

clípeo. Nesse caso ele pode ser contínuo (e.g. Nicterimyrma lecta) ou ter uma fenda

mediana (e.g. Nicterimyrma daguerrei)

6 Projeção clipeal

0 ausente

1 presente

Comentários: as projeções clipeais são estruturas que se projetam em duas linhas

paralelas laterais (e.g. Nicterimyrma panisca). Podendo estar ausentes em algumas

espécies (e.g. Mycetosoritis hartmannni).

7 Orientação da projeção clipeal

0 divergente

1 paralela

Comentários: quando presentes as projeções podem apresentar duas disposições, a

saber; divergentes, quando estão voltadas para fora em direção às margens externas das

mandíbulas ou paralelas em sentido frontal as mandíbulas.

8 Forma da projeção clipeal

0 dente

1 arestas

Comentários: as projeções clipeais são estruturas salientes com o ápice que podem

estar na forma aguda ou de arestas. Em Nicterimyrma plaumanni essas estruturas do

ápice das projeções estão na forma de arestas.

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9 Expansão dos lobos frontais

0 pouco expandido

1 moderadamente expandido

2 fortemente expandido

Comentários: Os lobos frontais são expansões laterais das arestas frontais em

forma de lâminas que cobrem as inserções antenais. Esse caráter deve ser analisado em

vista frontal. A variação morfológica da estruura foi discretizada em três categorias:

pouco expandido: quando a margem do lobo frontal não alcança as margens internas

dos olhos compostos, moderadamente expandido quando a margem do lobo frontal

alcança a margem interna dos olhos compostos e fortemente expandidos quando a

margem do lobo frontal ultrapassa a margem internas dos olhos compostos.

10 Lobo occipital

0 redondo

1 auriculado não projetado

2 auriculado projetado

3 tridentado

Comentários: são os ângulos postero-laterais em vista frontal da cabeça. Se os

cantos dos lobos occipitais não tiverem nenhuma projeção ou estrutura, são

considerados arredondados como em Nicterimyrma lilloana. Porém, pode apresentar

projeções, em vista frontal, semelhantes a pequenas orelhas como em Nicterimyrma

plaumanni que nesse caso se projetam acima da linha da margem superior da cápsula

cefálica ou podem apresentar pequenas aurículas, mas que não se projetam acima da

margem superior da cápsula cefálica como na espécie Gen Nov.1 asper. O único caso

de lobo occipital tridentado ocorre em Mycetarotes paralellus.

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11 Aresta vertexal

0 ausente

1 presente

Comentários: as arestas vertexais, quando presentes, estão localizadas no vértex da

cápsula cefálica em vista frontal, na porção postero-frontal da cabeça, entre as arestas

frontais e o occipício antes dos lobos frontais. É importante ressaltar que estão sempre

dispostas lado a lado. Esse caráter só está presente em Cyphomyrmex e Nicterimyrma.

12 orientação da aresta vertexal

0 divergente

1 paralela

Comentários: as arestas vertexais podem estar dispostas de forma paralela uma

com a outra como em Nicterimyrma ou com os ápices divergentes como em

Cyphomyrmex.

13 Número de dentes na margem mastigatória das mandíbulas

0 até seis

1 até oito

2 até nove

Comentários: neste caráter, a margem mastigatória das mandíbulas foi dividida em

três estados por intervalos de número de dentes. O primeiro estado inclui as espécies

que apresentem até seis dentes na margem mastigatória Cyphomyrmex grupo Rimosus.

Na segunda categoria estão os indivíduos que apresentem mais que seis dentes ate o

máximo de oito dentes mandibulares (e. g. Nicterimyrma daguerrei) a terceira categoria

estão os indivíduos com mais de oitos dentes mandibulares e.g. Nicterimyrma panisca.

Esse foi um dos caracteres determinantes na separação dos clados entre Nicterimyma e

Cyphomyrmex.

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14 Simetria dos dentes mandibulares

0 assimétrico

1 simétrico

Comentários: As mandíbulas das operárias de formigas são altamente modificadas

e, por esse motivo, determinar as homologias entre dentes é um processo bastante

complicado e sujeito a erros de interpretação. No caso desse caráter, para evitar

homologias duvidosas, eu dividi em dois grandes grupos levando em consideração a

disposição dos dentes na margem mastigatória. Margem mastigatória com dentes

assimétricos apresentam dentes de diversos tamanhos (pelo menos 3 tamanhos) e isso

inclui a presença de diastemas (e.g. Nicterimyrma bruchi) . Já o tipo de dentição

simétrica ocorre quando há apenas dois tamanhos de dentes podendo ser o apical maior

que os demais e nunca ocorre a presença de diastemas; como e. g. Nicterimyrma

daguerrei.

15 Psamóforo

0 ausente

1 presente

Comentários: os psamóforos são cerdas especializadas e utilizadas no transporte de

grãos de areia localizados na região anterior da cápsula cefálica. Este caráter só esta

presente em Mycetosoritis hartmanni

16 Posição dos olhos compostos em vista frontal

0 na região mediana da cabeça

1 próxima das inserções mandibulares

Comentários: a posição dos olhos compostos deve ser observada em vista frontal e

estão relacionadas à posição na cápsula cefálica não incluindo as mandíbulas.

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17 Comprimento do escapo

0 curto

1 médio

2 longo

Comentários: esse caráter foi dividido em três categorias; curto, quando não atinge

os lobos occipitais, e.g. Nicterimyrma clorindae, médio quando alcançam os lobos

occipitais, e.g. Gen. Nov.1 asper e longos quando ultrapassam os lobos occipitais (e.g.

Nicterimyrma paniscus).

18 Número de omatídeos

0 menos de 50

1 mais de 50

Comentários: o número de omatídeos é variável nas espécies. Esse caráter foi

discretizado em duas grandes categorias sendo o primeiro estado o grupo de espécies

que apresentem menos de 50 omatídeos (nesse caso não houve nenhuma espécie com

mais de 40 omatídeos), e.g. Nicterimyrma olitora; o segundo estado apresenta

indivíduos com mais de 50 omatídeos (e.g. Nicterimyrma panisca).

19 Desenvolvimento do escrobo antenal

0 incompleto

1 completo

2 obsoleto

Comentários: escrobo antenal é à cavidade onde se aloja o escapo antenal. Ele

apresenta três categorias, a saber; incompleto quando a estrutura não apresenta uma

cavidade completa sendo que a delimitação da região do escrobo não está bem definida

exemplo Nicterimyrma morschi. Completo quando a cavidade onde se aloja o escapo da

antena é profunda e bem delimitada. E obsoleto o escrobo está limitado à região

próxima as inserções do escapos (e.g. Mycetosoritis paralellus).

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20 Escultura do escrobo

0 liso

1 reticulado

2 rugoso

Comentário: o tegumento interno do escrobo antenal pode variar em sua textura e

aparência, alem disso, pode variar com o restante do tegumento da cabeça. Este caráter

foi dividido em três grandes categorias, liso quando não existe nenhum ornamento no

tegumento e tendo a aparência lisa, reticulada quando o tegumento apresenta uma rede

com aspecto de favo de mel e rugoso quando apresenta um aspecto áspero.

21 Escultura da cabeça

0 liso

1 reticulado

2 rugoso

Comentário: o tegumento da cápsula cefálica pode variar em sua textura e

aparência. Eu dividi em três estados: liso quando não existe nenhum ornamento no

tegumento e tendo a aparência lisa, reticulada quando o tegumento apresenta uma rede

com aspecto de favo de mel e rugoso quando apresenta um aspecto áspero.

22 Borda antero-inferior do pronoto

0 desarmada

1 armada

Comentários: refere-se à margem inferior da expansão do pronoto em vista lateral.

Este caráter pode apresentar projeções agudas (e. g. Nicterimyrma lecta) ou apresentar

uma superfície desarmada (e.g. Cyphomyrmex cornutus).

23 Projeção pronotal

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0 ausente

1 presente

Comentários: este caráter se refere ao pronoto, região dorso-lateral da porção

anterior do mesossoma localizado depois da cabeça. Nessa região podem ocorrer

projeções (e.g. Nicterimyrma plaumanni) ou não ( e.g. Nicterimyrma bruchi).

24 Forma da projeção pronotal

0 um lobo

1 dois lobos

Comentários: quando presente as projeções pronotais podem apresentar duas

categorias, a primeira com um lobo (e.g. Nicterimyrma aurita) ou duas projeções

(e.g.Cyphomyrmex longiscapus).

25 Projeção mesonotal

0 ausente

1 presente

Comentários: mesonoto é a região dorsal da porção mediana do mesosoma,

localizada em entre o propódeo e o pronoto. Nessa região pode haver projeções ( e.g.

Nicterimyrma sp.n 2) ou sem projeções (e.g. Cyphomyrmex cornutus).

26 Forma da projeção mesonotal

0 cônica

1 carenada

Comentários: as projeções mesonotais podem ser na forma de carenas (e.g.

Mycetosoritis hartmanni) ou como projeções cônicas (e.g. Cyphomyrmex longiscapus).

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27 Projeção propodeal

0 ausente

1 presente

Comentários: região dorso-lateral da porção posterior do mesosoma localizado

antes do pecíolo. Nessa região podem estar presentes projeções (e.g. Cyphomyrmex

rimosus) ou ausentes (e.g. C. cornutus).

28 Forma da projeção propodeal

0 acuminada

1 carenada

Comentários: as projeções encontradas nessa região podem ser na forma de dentes

acuminados (e.g. Cyphomyrmex longiscapus) ou na forma de carenas (e.g.

Nicterimyrma olitora).

29 Escultura do mesossoma

0 liso

1 reticulado

2 rugoso

Comentários: o alitronco pode variar quanto a sua esculturação. Esse caráter foi

dividido em três categorias, a saber: liso , quando não há esculturação ou qualquer

rugosidade (e.g. Cyphomyrmex peltatus) , reticulado quando o tegumento forma uma

rede semelhante a um favo de mel (e.g. Nicterimyrma sp.n 2) e rugoso quando apresenta

aspecto áspero e superfície irregular (e.g. Gen. Nov. 1 asper).

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30 largura do pecíolo em relação ao pós-pecíolo

0 menor

1 maior

Comentários: pecíolo é a região nodular do primeiro artículo com o pedúnculo que

une o mesossoma ao gáster e está localizado entre o propódeo e o pós-pecíolo.

Comparativamente o pecíolo pode ser maior ou menor que o pós-pecíolo.

31 Pecíolo

0 sem projeção

1 com projeção

Comentários: pecíolo é a região nodular do primeiro artículo do pedúnculo que

une o mesossoma ao gáster e está localizado entre o propódeo e o pós-pecíolo. O nodo

peciolar pode apresentar projeções (e.g. Gen. Nov.1 asper) ou sem projeções (e.g.

Cyphomyrmex. transversus).

32 Número de projeções peciolar

0 uma

1 duas

2 quatro

Comentários: esse caráter foi dividido em três estados, a saber: uma projeção

peciolar que pode ser dentiforme ou carenada, formando uma espécie de escama como

e.g. Nicterimyrma sp.n. 1 duas projeções dentiformes como em Nicterimyrma clorindae

ou quatros projeções como em Gen. Nov. 1 asper, que é única que apresenta esse estado

de caráter.

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33 Forma do pós- pecíolo

0 reto

1 bilobado

2 carenado

Comentários: pós-pecíolo é o segundo segmento da cintura que une o mesossoma

ao gáster e está localizado entre o pecíolo e o gáster. A margem posterior do pós-

pecíolo, em vista superior, pode ser continua ou reta (e.g. Cyphomyrmex rimosus),

bilobada (e.g Nicterimyrma biggibosa) ou ser carenada (e.g. Nicterimyrma strigata).

Embora esse caráter seja variável em Nicterimyrma bigibbosa, em outras espécies ele se

mantém aparentemente estável.

34 Crista ventral do pós- pecíolo

0 ausente

1 presente

Comentários: a crista ventral do pós-pecíolo deve ser visualizada em vista lateral e

está localizada na região inferior e central do pós-pecíolo (e.g Nicterimyrma biggibosa)

ou ausente (e.g Cyphomyrmex cornutus).

35 Tergo I

0 sem ornamento

1 com ornamento

Comentários: tergo I do gáster é o primeiro e mais largo segmento dorsal do gáster

e está conectado ao pós-pecíolo. Esse tergito pode apresentar ornamentos (e.g.

Nicterimyrma strigata) ou não (e.g. Cyphomyrmex cornutus).

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36 Forma de ornamento no tergo I

0 rugulado

1 carenado

Comentários: quando o tergo I apresenta ornamento pode ser na forma de rúgulas

ou pequenos tubérculos (e.g. Nicterimyrma sp.n 2) ou na forma de carenas (e.g.

Nicterimyrma strigata).

37 Fêmur da perna posterior

0 não dilatado

1 dilatado

Comentários: fêmur é o terceiro segmento das pernas contando da base até o ápice.

Embora o fêmur seja o segmento mais largo das pernas ele pode apresentar uma

dilatação até quatro vezes maior que seu diâmetro na porção proximal (mais próxima ao

trocanter) (e.g. Cyphomyrmex longiscapus) ou sem dilatação (e.g. Nicterimyrma

biggibosa).

Análise filogenética

A análise cladistica com pesagem idêntica resultou em nove árvores igualmente

parcimoniosas (figs. 21-29). Foi decidido neste trabalho não optar por nenhuma

topologia em especial por observar que as relações internas não se alteram muito. O que

se pode observar é que em todas as árvores (inclusive na árvore de consenso estrito:

(fig. 30), que muitas vezes leva à perda de informação, e por isso a interpretação é

considerada a mais conservadora (Wheeler 1995), a interpretação morfológica para a

separação dos grupos de Strigatus e Rimosus de Cyphomyrmex foi corroborada. Assim,

o gênero novo Nicterimyrma forma um clado separado de Cyphomyrmex do grupo

Rimosus. O novo gênero (Gênero Novo 1 asper, figs. 21-30) aparece como linhagem

irmã de Mycetosoritis, Mycetarotes, Cyphomyrmex e Nicterimyrma, de acordo com os

resultados da (Fig. 30). Entretanto, para o reconhecimento deste novo gênero seria

necessário acrescentar mais espécies como grupo externo.

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Embora, o índice de Bremer obtido tivesse um valor baixo, menor que quatro (Fig

.31), foi aceito neste trabalho, que mesmo que haja apenas três caracteres sustentando o

clado, eles foram considerados suficientes, dada a importância dos mesmos. Os

caracteres em questão foram: de número 13, número de dentes na margem mastigatória;

número 19, desenvolvimento do escrobo antenal e número 24, projeção pronotal

mediana única. Valores baixos do suporte de Bremer podem ocorrer quando se usa

dados morfológicos, uma vez que eles são numericamente limitados, principalmente

quando comparados com, por exemplo, dados moleculares. Além disso, um caráter

muito complexo formado por uma estrutura elaborada pode ser mais importante que

outros cinco caracteres de cor, por exemplo (Morgan 1997). Porém, os resultados

obtidos aqui estão em conformidade com os resultados encontrados por Schultz &

Brady (2008) com dados moleculares. Em ambos os trabalhos, é possível reconhecer

que o grupo Strigatus do gênero Cyphomyrmex forma um clado grupo irmão das

espécies do grupo Rimosus do gênero Cyphomyrmex.

Nas árvores obtidas neste trabalho, alguns clados, que se mantém praticamente

inalterados em todas as topologias. Embora o presente trabalho não tenha objetivo de se

fazer inferências sobre a biogeografia das espécies, existem algumas evidências nas

distribuições geográficas (Fig. 16-20) de algumas espécies que dão suporte aos clados

formados na análise filogenética. Assim, no clado de Nicterimyrma bruchi +

Nicterimyrma lilloana, as espécies relacionadas a esse clado apresentam uma

distribuição similiar, ambas apenas em latitudes mais altas.

Outro clado que também de manteve suportado em todas as topologias, inclusive na

árvore de consenso, e cujas espécies aparecem em localidades similares nos mapas de

distribuição produzidos aqui foi o clado N. clorindae + N. sp.n 2. Ambas as espécies

ocorrem em localidades onde predominam as temperaturas mais baixas na estação do

inverno. Embora não haja muitos exemplares coletados de N. clorindae e por isso a

distribuição geográfica desta espécie esteja provavelmente subestimada no mapa de

distribuição, existem evidências de que elas sejam realmente mais restritas a locais de

climas mais frios, uma vez que é a única espécie de Attini que apresenta registro de

hibernação, nas estações mais frias, em que as operárias utilizam micélios do fungo

como cobertura para o corpo (Mueller et al. 2010). Infelizmente não se conhece a

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biologia da espécie N. sp.n.2.

Os resultados obtidos aqui permitiram a separação dos dois grupos de Cyphomyrmex

em dois gêneros distintos. Entretanto, as relações filogenéticas internas do novo gênero

Nicterimyrma só poderão ser esclarecidas mediante um acúmulo de coleta, com dados

que permitam incluir não só as operárias, mas também o fungo, ovos, pupas e larvas,

além dos alados (gines e machos) seguramente identificados, com coletas diretamente

no ninho. Adicionalmente, a inclusão de dados comportamentais em futuras análises

também pode contribuir no entedimento das relações de parentescos dentro de

Nicterimyrma. A adição de tais caracteres se torna essencial, uma vez que o número de

caracteres morfológico é limitado. Dentre caracteres morfológicos que não foram

incluídos neste trabalho em função da necessidade de uma capacitação técnica

preliminar e maior número de exemplares examinados, estão caracteres relacionados à

morfologia do ferrão, utilizado por Brandão et al. (2010) e que se mostrou uma

importante fonte de caracteres.

Por fim, como o objetivo deste trabalho era testar o monofiletismo de

Cyphomyrmex, as árvores obtidas aqui levam a rejeição da hipótese, com a confirmação

de separação do gênero. A proposta do novo gênero, portanto, com bases em distinções

morfológicas é justificada pelos resultados obtidos na análise filogenética.

Novos registros das espécies de Nicterimyrma

A região sul da América do Sul apresenta o maior número de espécies de

Nicterimyrma quando comparada com a região Norte (fig. 16-20). Até a realização deste

trabalho, na Amazônia existia apenas o registro de duas espécies de Nicterimyrma. No

entanto, aqui foi acrescentado novos registros para Nicterimyrma lecta, N. strigata, N.

sp.n. 1, passando para quatro o número de registros para a Amazônia.

Nicterimyrma lecta é uma das espécies com a maior distribuição ocorrendo desde

a Amazônia central até o norte da Argentina. Nicterimyrma daguerrei é a espécie que

possui a distribuição mais ao norte da América do Sul e não ocorrendo baixas latitudes.

Nicterimyrma plaumanni só apresentou registro no sul e sudeste do Brasil.

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Conclusões

● Cyphomyrmex não é um grupo monofilético, sendo Strigatus um grupo natural.

Assim, foi proposto aqui, que o grupo Strigatus de Cyphomyrmex seja elevado ao status

de gênero, designado aqui como Nicterimyrma.

● Nicterimyrma é monomórfico. Os caracteres mais importantes na diagnose do

gênero são; arestas vertexais paralelas, margem mastigatória das mandíbulas com 8-9

dentes, projeção pronotal mediana única. Na identificação das espécies são:

comprimento do escapo antenal, borda latero-inferior do pronoto, escultura do

tegumento, escrobo antenal.

● Foram reconhecidas 14 espécies de Nicterimyrma, sendo duas espécies novas:

Nicterimyrma sp.n. 1 e Nicterimyrma sp.n. 2 e duas espécies antes pertecentes a outros

gêneros: Mycetosoritis clorindae e Mycetoplylax morschi. E por último foi proposto a

sinonímia de Nicterimyrma faunula sob Nicterimyrma biggibosa.

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Tabela 1. Matriz de caracteres

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 B_brasiliensis 0 - 0 2 0 0 0 ? ? 2 2 0 ? 0 0 0 1 1 1 0 0 2 1 0 ? 0 ? 1 0 2 1 0 ? 0 0 0 ? 0 Mycet paralellus 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 3 0 ? 0 0 0 1 2 1 2 0 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 ? 0 Mycetophy morschi 1 1 1 0 0 0 0 ? ? 0 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 ? 1 1 1 0 0 0 0 ? 0 0 0 ? 0 Mycetos hartm 1 1 0 1 0 0 0 ? ? 0 0 0 ? 2 1 1 0 1 0 0 2 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 1 0 0 Cyphomymex rimosus 1 0 1 1 1 0 1 0 0 2 1 1 0 0 0 0 1 2 1 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 0 ? 1 0 0 ? 0 C. cornutus 1 0 1 1 1 1 1 0 0 2 2 1 0 0 0 0 1 2 1 0 1 1 0 0 ? 1 0 0 ? 0 0 0 ? 0 0 0 ? 0 C. longiscaps 1 1 1 2 0 0 1 0 ? 0 2 1 0 0 0 0 1 2 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 ? 1 0 0 ? 1 C .peltatus 1 0 1 1 0 0 1 0 0 2 1 1 0 0 0 0 1 2 1 0 0 0 0 0 ? 1 1 0 ? 0 0 0 ? 1 0 0 ? 1 C. transversus 1 0 1 1 1 0 1 0 0 2 1 1 0 0 0 0 1 2 1 0 0 0 0 0 ? 1 0 1 1 0 0 0 ? 2 0 0 ? 0 Nicterimyrma aurita 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 2 1 1 1 1 0 1 2 1 1 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 ? 2 0 1 1 0 Gen. Nov. 1 asper 1 ? 0 2 0 1 1 1 0 2 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 0 2 0 1 0 1 1 1 0 2 1 1 2 2 0 1 0 1 N. clorindae 1 ? 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 ? 1 1 0 1 0 1 1 1 2 0 1 0 1 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 0 0 N. bruchi 1 ? 1 0 0 0 1 0 0 1 1 0 ? 1 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 ? 0 ? 1 0 0 0 0 ? 0 1 0 ? 1 N. daguerrei 1 ? 1 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 2 1 0 1 2 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 ? 0 0 0 ? 0 N. lecta 1 ? 1 0 0 0 1 1 0 2 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 ? 1 1 0 ? 0 0 0 ? 1 0 0 ? 1 N. lilloana 1 ? 1 0 0 1 1 1 0 2 1 0 ? 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 ? 0 ? 0 ? 0 0 0 ? 1 0 0 ? 1 N. olitora 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 ? 0 0 0 ? 1 N. panisca 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 2 1 1 2 1 0 1 2 1 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 ? 1 1 1 1 0 N. plaumanni 1 ? 1 1 0 0 1 1 1 0 2 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 ? 0 0 1 1 1 N. strigata 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 2 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 ? 0 0 0 ? 2 0 1 1 1 N. bigibbosa 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 2 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 ? 0 0 0 ? 1 1 0 ? 0 N. faunula 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 2 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 ? 0 0 0 ? 1 1 0 ? 0 N. sp. n.1 1 ? 1 1 0 1 1 1 0 0 2 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 N. sp.n.2 1 ? 1 2 0 0 1 1 0 2 0 0 ? 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 ? 1 0 1 0 1

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Tabela 2. Medidas tomadas das operárias das espécies estudadas

Espécie LC CC LLF CM PC CE CMS CP CPP CTG CT CF N

Nicterymyrma aurita 0,8-0,85 0,58-0,64 0,47-0,48 0,35-0,38 0,77-0,82 0,72-0,78 1,11-1,24 0,3-0,35 0,3-0,34 0,92-0,98 3,82-4,1 1,11-1,12 14

Nicterymyrma bigibbosa 0,69-0,80 0,5-0,6 0,38-0,5 0,23-0,26 0,6-0,7 0,6-0,64 0,97-1,07 0,27-0,35 0,3-0,34 0,73-0,88 3,1-3,57 0,82-1,11 14

Nicterymyrma bruchi 0,74 0,64 0,53 0,34 0,67 0,57 1,14 0,27 0,20 0,98 3,60 0,83 1

Nicterymyrma clorindae 0,79 0,53 0,57 0,17 0,79 0,56 1,09 0,25 0,25 1,00 3,55 0,92 1

Nicterymyrma daguerrei 0,79 0,63 0,55 0,25 0,79 0,71 1,22 0,22 0,29 1,03 3,80 1,01 1

Nicterymyrma lecta 0,57-0,86 0,36-0,54 0,5-0,76 0,15-0,22 0,49-0,74 0,53-0,8 0,64-0,96 0,14-0,2 0,17-0,26 0,6-0,9 2,18-3,3 0,62-0,94 4

Nicterymyrma lilloana 0,68 0,47 0,55 0,28 0,77 0,66 0,98 0,15 0,11 0,83 3,12 0,71 1

Nicterymyrma morschi 0,58-0,68 0,39-0,43 0,37-0,41 0,12-0,15 0,35-0,42 0,52-0,54 0,82-0,92 0,2-0,22 0,26-0,27 0,64-0,67 2,42-2,65 0,77-0,81 4

Nicterymyrma olitora 0,55-0,71 0,38-0,44 0,43-0,54 0,22-0,28 0,57-0,73 0,48-0,54 0,78-0,92 0,21-0,25 0,22-0,26 0,65-0,68 2,66-3,1 0,6-0,75 4

Nicterymyrma panisca 0,91-1,02 0,68-0,76 0,56-0,63 0,3-0,34 0,78-0,89 0,7-0,79 1,41-1,59 0,25-0,28 0,31-0,35 1,06-1,2 4,11-4,64 1,41-1,59 2

Nicterymyrma plaumanni 0,51-0,75 0,46-0,6 0,37-0,48 0,31-0,41 0,63-0,97 0,55-0,72 0,88-1,16 0,21-0,27 0,21-0,28 0,81-1,06 3,39-3,93 0,69-0,91 4

Nicterymyrma strigata 0,65-0,78 0,39-0,56 0,39-0,5 0,15-0,18 0,38-0,47 0,48-0,56 0,92-1,12 0,2-0,3 0,25-0,31 0,65-0,88 2,54-3,26 0,75-1,11 4

Nicterymyrma sp.n.1 0,40 0,26 0,25 0,11 0,38 0,42 0,60 0,50 0,09 0,50 2,20 0,49 1

Nicterymyrma sp.n.2 0,51-0,63 0,43-054 0,41-0,51 0,15-0,19 0,52-0,64 0,39-0,49 0,87-0,99 0,16-0,2 0,21-0,26 0,74-0,92 2,65-3,17 0,67-0,84 4

Medidas: LC – largura máxima da cabeça, LLF – largura dos lobos frontais, CM – comprimento da mandíbula, PC – profundidade da cabeça, CC – comprimento da cabeça, CE – comprimento do escapo, CMS – comprimento do mesossoma, CP – comprimento do pecíolo, CPP – comprimento do pós-pecíolo, CTG – comprimento do tergo Ido gáster, CT – comprimento total, CF – comprimento do femur posterior.

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Pranchas

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Figura 1. Operária de Nicterimyrma aurita de São Paulo (Serra da Cantareira), Brasil: A,

cabeça em vista em vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado,

espécime depositado no MZSP.

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Figura 2. Operária Síntipo do Nicterimyrma bigibbosa proveniente da Guiana: A, cabeça em

vista em vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime

depositado no LACM.

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Figura 3. Operária parátipo de Nicterimyrma bruchi da Argentina: A, cabeça em vista em vista

frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime depositado no MZSP.

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Figura 4. Operária parátipo de Nicterimyrma clorindae do Mato Grosso : A, cabeça em vista

frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime depositado no MZSP.

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84

Figura 5. Operária parátipo de Nicterimyrma daguerrei da Argentina: A, cabeça em vista em

vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime depositado no

MZSP.

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85

Figura 6. Operária de Nicterimyrma faunula (= biggibosus) da Venezuela: A, cabeça em vista

em vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime depositado

no MZSP.

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86

Figura 7. Operária síntipo de Nicterimyrma lecta de São Paulo, Brasil: A, cabeça em vista em

vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime depositado no

MZSP.

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87

Figura 8. Operária de Nicterimyrma liloana de Salta, Argentina: A, cabeça em vista em vista

frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime depositado no LACM.

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88

Figura 9. Operária parátipo de Nicterimyrma morschi, Brasil: A, cabeça em vista em vista

frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem retirada de Klingenberg & Brandão (2009),

espécime depositado no MZSP.

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Figura 10. Operária síntipo de Nicterimyrma olitora de Tucumám, Argentina: A, cabeça em

vista em vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime

depositado no MZSP.

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90

Figura 11. Operária parátipo de Nicterimyrma panisca, sem localização, Brasil: A, cabeça em

vista em vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime

depositado no MZSP.

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Figura 12. Operária parátipo de Nicterimyrma plaumanni do Rio Grande do Sul, Brasil: A,

cabeça em vista em vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado,

espécime depositado no MZSP.

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Figura 13. Operária Holótipo de Nicterimyrma sp.n. 2 do Rio Grande do Sul, Brasil: A, cabeça

em vista em vista frontal; B, vista lateral; C, vista dorsal. Imagem de Lívia Prado, espécime

depositado no MZSP.

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Figura 14. Operária de Nicterimyrma strigata do Rio Grande do Sul, Brasil: A, cabeça em vista

frontal; B, vista lateral. Imagem de Christiana Klingenberg, espécime depositado no Staatliches

Museum fur Naturkunde, Karlsruhe, Alemanha.

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Figura 15. Operária Holótipo de Nicterimyrma sp.n. 1 do Amazonas, Brasil : A, cabeça em

vista frontal; B, vista lateral; C, detalhes do gáster; D, vista dorsal, espécime depositado no

INPA.

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Figura 16. Mapa de distribuição das espécies de Nicterimyrma sp.n.2 , Nicterimyrma lecta e Nicterimyrma bruchi).

Figura 17. Mapa de distribuição das espécies do Gen. Nov. 1 asper, Nicterimyrma aurita,

Nicterimyrma biggibosa, Nicterimyrma clorindae e Nicterimyrma daguerrei.

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Figura 18. Mapa de distribuição das espécies de Nicterimyrma olitora e Nicterimyrma sp.n.1

Figura 19. Mapa de distribuição das espécies de Nicterimyrma plaumanni e N. panisca.

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Figura 20. Mapa de distribuição das espécies de Nicterimyrma strigata, Nicterimyrma

lilloana e Nicterimyrma morschi .

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Figuras 21 e 22. Árvores resultantes da análise sem ponderação.

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Figuras 23 e 24. Árvores resultantes da análise sem ponderação.

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Figuras 25 e 26. Árvores resultantes da análise sem ponderação.

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Figuras 27 e 28. Árvores resultantes da análise sem ponderação.

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Figura 29. Árvore resultante da análise sem ponderação.

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Figura 30. Árvore de consenso estrito resultado das nove árvores igualmente parcimoniosas

obtidas sem uso de ponderação; marcas pretas, apomorfias sem reversão; marcas brancas,

apomorfias homoplásticas; número acima das marcas, número do caráter; número abaixo das

marcas, estado do caráter.

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Figura 31. Árvore de consenso estrito com o índice de Bremer (ou índice de decaimento).