revisÃo e atualizaÇÃo oab - verbo jurídico

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1 REVISÃO E ATUALIZAÇÃO OAB DIREITO TRIBUTÁRIO PÁGINA ONDE SE LÊ LEIA-SE 1089 A anterioridade aplica-se somente quando ocorrer instituição ou aumento de tributo. Via de regra, caso não haja disposição em contrário, a redução do tributo importa em vigência imediata. As taxas e a contribuição de melhoria obedecem ao princípio da anterioridade. São exceções ao princípio da anterioridade: A anterioridade aplica-se somente quando ocorrer instituição ou aumento de tributo. Via de regra, caso não haja disposição em contrário, a redução do tributo importa em vigência imediata. As taxas e a contribuição de melhoria obedecem ao princípio da anterioridade. Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. São exceções ao princípio da anterioridade: 1096 O princípio informador das taxas é o princípio da retributividade que assevera que a finalidade da taxa é compensar, ressarcir a pessoa política pelo ato prestado. Portanto, deve haver uma correlação entre o custo da atuação estatal e o valor cobrado a título de taxa. O princípio informador das taxas é o princípio da retributividade que assevera que a finalidade da taxa é compensar, ressarcir a pessoa política pelo ato prestado. Portanto, deve haver uma correlação entre o custo da atuação estatal e o valor cobrado a título de taxa. Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. Súmula 545, STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. 1101 A doutrina conceitua imunidades tributárias como hipóteses de não- A doutrina conceitua imunidades tributárias como hipóteses de não-incidência

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Page 1: REVISÃO E ATUALIZAÇÃO OAB - Verbo Jurídico

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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO OAB DIREITO TRIBUTÁRIO

PÁGINA ONDE SE LÊ LEIA-SE

1089 A anterioridade aplica-se somente quando ocorrer instituição ou aumento de tributo. Via de regra, caso não haja disposição em contrário, a redução do tributo importa em vigência imediata. As taxas e a contribuição de melhoria obedecem ao princípio da anterioridade.

São exceções ao princípio da anterioridade:

A anterioridade aplica-se somente quando ocorrer instituição ou aumento de tributo. Via de regra, caso não haja disposição em contrário, a redução do tributo importa em vigência imediata. As taxas e a contribuição de melhoria obedecem ao princípio da anterioridade.

Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

São exceções ao princípio da anterioridade:

1096 O princípio informador das taxas é o princípio da retributividade que assevera que a finalidade da taxa é compensar, ressarcir a pessoa política pelo ato prestado. Portanto, deve haver uma correlação entre o custo da atuação estatal e o valor cobrado a título de taxa.

O princípio informador das taxas é o princípio da retributividade que assevera que a finalidade da taxa é compensar, ressarcir a pessoa política pelo ato prestado. Portanto, deve haver uma correlação entre o custo da atuação estatal e o valor cobrado a título de taxa.

Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. Súmula 545, STF: Preços de

serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.

1101 A doutrina conceitua imunidades tributárias como hipóteses de não-

A doutrina conceitua imunidades tributárias como hipóteses de não-incidência

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1 “Pois bem. Quando a não-incidência decorre de expressa disposição constitucional, que vede ao legislador ordinário competente instituir determinado tributo, alcançando certa realidade ou pessoa, estamos diante da figura da imunidade. Neste caso, a vedação – por estar contida no próprio texto da Lei Maior – apresenta-se como ‘limitação constitucional ao poder de tributar’ de que são titulares União, Estados, Distrito Federal e Municípios.” (BOTTALLO, Eduardo Domingos. Fundamentos do IPI.. São Paulo, RT, 2006, pp. 107-108) 2 CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22.ed. São Paulo, Malheiros, 2006, p. 682. 3 “Pois bem. Quando a não-incidência decorre de expressa disposição constitucional, que vede ao legislador ordinário competente instituir determinado tributo, alcançando certa realidade ou pessoa, estamos diante da figura da imunidade. Neste caso, a vedação – por estar contida no próprio texto da Lei Maior – apresenta-se como ‘limitação constitucional ao poder de tributar’ de que são titulares União, Estados, Distrito Federal e Municípios.” (BOTTALLO, Eduardo Domingos. Fundamentos do IPI.. São Paulo, RT, 2006, pp. 107-108) 4 CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22.ed. São Paulo, Malheiros, 2006, p. 682. 5 CTN, art. 14: “O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9.º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão”. 6 CTN, art. 14: “O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9.º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão”.

incidência constitucionalmente qualificadas1 ou, ainda, como regras negativas de competência tributária2. As imunidades estão dispostas na Constituição, portanto não podem ser criadas ou revogadas por lei complementar.

constitucionalmente qualificadas3 ou, ainda, como regras negativas de competência tributária4. As imunidades estão dispostas na Constituição, portanto não podem ser criadas ou revogadas por lei complementar. Entretanto, conforme entendimento firmado pelo STF, os requisitos para o gozo da imunidade devem estar previstos em lei complementar (STF. Plenário. ADI 2028/DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855). STF. Plenário. RE 566622/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/2/2017 (Info 855).

1102 Da Imunidade das Entidades Sindicais dos Trabalhadores

Forte no artigo 150, VI, c, da CRFB/1988, o legislador constitucional, portanto, desonerou de impostos as organizações dos empregados, estimulando a defesa coletiva de seus interesses trabalhistas. Saliente-se que não gozam de imunidade as entidades sindicais patronais, as dos empregadores. Ao vedar a instituição de imposto (espécie do gênero tributo) sobre propriedade, sobre renda ou serviços, as entidades sindicais dos trabalhadores estão imunes, por exemplo, dos impostos sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA. A imunidade do artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 não veda a instituição e cobrança de taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios, somente dos impostos. Para gozar da imunidade, deve o sindicato atender os requisitos de lei nos termos do artigo 14 do CTN5.

Da Imunidade das Entidades Sindicais dos Trabalhadores

Forte no artigo 150, VI, c, da CRFB/1988, o legislador constitucional, portanto, desonerou de impostos as organizações dos empregados, estimulando a defesa coletiva de seus interesses trabalhistas. Saliente-se que não gozam de imunidade as entidades sindicais patronais, as dos empregadores. Ao vedar a instituição de imposto (espécie do gênero tributo) sobre propriedade, sobre renda ou serviços, as entidades sindicais dos trabalhadores estão imunes, por exemplo, dos impostos sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA. A imunidade do artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 não veda a instituição e cobrança de taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios, somente dos impostos. Para gozar da imunidade, deve o sindicato atender os requisitos de lei nos termos do artigo 14 do CTN6.

Destaca-se, ainda, o entendimento pacificado pelo STF na Súmula Vinculante 52: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel

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pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas”.

1103 Da Imunidade das Instituições Sociais sem Fins Lucrativos

O artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 também concede imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços às instituições sociais sem fins lucrativos. As instituições sociais são aquelas voltadas aos direitos sociais, nos termos do artigo 6.º da CRFB/1988, quais sejam: direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância e à assistência aos desamparados. Para o gozo dessa imunidade, devem ser atendidos os requisitos da lei, nos termos do artigo 14 do CTN, salientando que não haverá ofensa a tal dispositivo caso as instituições assistenciais venham a cobrar por seus serviços, ou mesmo, tenham sobras financeiras.

Da Imunidade das Instituições Sociais sem Fins Lucrativos

O artigo 150, VI, c, da CRFB/1988 também concede imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços às instituições sociais sem fins lucrativos. As instituições sociais são aquelas voltadas aos direitos sociais, nos termos do artigo 6.º da CRFB/1988, quais sejam: direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância e à assistência aos desamparados. Para o gozo dessa imunidade, devem ser atendidos os requisitos da lei, nos termos do artigo 14 do CTN, salientando que não haverá ofensa a tal dispositivo caso as instituições assistenciais venham a cobrar por seus serviços, ou mesmo, tenham sobras financeiras.

Súmula 730, STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

1103 Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF na internet, proponho a seguinte tese: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.

Da Imunidade dos fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil

Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF na internet, proponho a seguinte tese: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.

Súmula 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Da Imunidade dos fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil

1133 O fato gerador se dá com o desembaraço aduaneiro, que se inicia com a declaração de importação. O contribuinte é o importador, o destinatário de remessa internacional indicado pelo remetente, bem como o adquirente da mercadoria entrepostada.

O fato gerador se dá com o desembaraço aduaneiro, que se inicia com a declaração de importação. O contribuinte é o importador, o destinatário de remessa internacional indicado pelo remetente, bem como o adquirente da mercadoria entrepostada.

Trata-se de um imposto com finalidade extrafiscal, pois interfere diretamente na economia do país e é utilizado como meio

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de controle das importações. Por essa razão, a Constituição Federal em seu art. 153, §1º, facultou ao Poder Executivo a alteração das respectivas alíquotas, desde que atendidas as condições e limites legais (exceção ao princípio da legalidade). Assim, como para o Imposto de Importação, essa competência não é privativa do Presidente da República, sendo possível outorga-la à Câmera de Comércio Exterior (RE 570.680/RS).

Destaca-se novamente ser o presente imposto exceção ainda aos princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal.

Por fim, o lançamento do imposto em questão ocorre por homologação, modalidade em que o contribuinte tem participação essencial para a arrecadação do tributo.

1133 Trata-se de imposto não muito oneroso, em face da busca em fomentar a exportação, no Brasil.

Trata-se de imposto não muito oneroso, em face da busca em fomentar a exportação, no Brasil.

Assim como II, trata-se de imposto com finalidade extrafiscal, razão pela qual também é exceção aos princípios da legalidade, da anterioridade e da anterioridade nonagesimal. Seu lançamento também ocorre por homologação.

1133 13.1.3. IMPOSTO DE RENDA

O artigo 43 do Código Tributário Nacional dispõe que:

13.1.3. IMPOSTO DE RENDA

O IR é um imposto de finalidade fiscal, pois visa a arrecadação de recursos para o Estado. Conforme o art. 153, §2º, I, da CF, ele obedece aos princípios da generalidade (alcança todas as pessoas), universalidade (alcança todas as espécies de rendimentos) e progressividade (rendimentos elevados sofrem incidência de alíquotas maiores).

Relembrando, a majoração do presente imposto obedece ao princípio da anterioridade, mas é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Ademais, seu lançamento ocorre por homologação.

O artigo 43 do Código Tributário Nacional dispõe que:

1134 Ora, nesse sentido, se o imposto de renda incide sobre acréscimos patrimoniais, não incide sobre indenizações, como programa de incentivos à aposentadoria, já que indenização não é renda.

Ora, nesse sentido, se o imposto de renda incide sobre acréscimos patrimoniais, não incide sobre indenizações, como programa de incentivos à aposentadoria, já que indenização não é renda.

Súmula 587, STF: Incide imposto

de renda sobre o pagamento de serviços

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técnicos contratados no exterior e prestados no Brasil.

Súmula 586, STF: Incide imposto de renda sobre os juros remetidos para o exterior, com base em contrato de mútuo.

Súmula 585, STF: Não incide o imposto de renda sobre a remessa de divisas para pagamento de serviços prestados no exterior, por empresa que não opera no Brasil.

Súmula 584, STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.

1134 Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele

equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele

equiparar; III - o comerciante de produtos sujeitos

ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;

IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

13.1.5. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS

Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele

equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele

equiparar; III - o comerciante de produtos sujeitos

ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;

IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

O IPI é um imposto utilizado para aquecer a economia ao reduzir a sua incidência, evidenciando seu efeito extrafiscal de intervenção do Estado na economia. Apesar de ser exceção ao princípio da anterioridade, ele se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal. Seu lançamento ocorre por homologação.

Destaca-se o disposto no art. 153, §3º, da CF quanto ao IPI:

§ 3º - O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da

essencialidade do produto; II - será não-cumulativo, compensando-

se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;

III - não incidirá sobre produtos

industrializados destinados ao exterior. IV - terá reduzido seu impacto sobre a

aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.

Além de não incidir sobre os produtos industrializados destinados ao exterior, também não incide sobre:

- Livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, d);

- Ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (art. 153, § 5º);

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- Energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais no País (art. 155, § 3º).

O STF já decidiu, no julgamento do RE 723.651/RS com repercussão geral, que é legítima a incidência do IPI na importação de automóveis por pessoas físicas para uso próprio.

Súmula 495, STJ - A aquisição de bens integrantes do ativo permanente da empresa não gera direito a creditamento de IPI.

13.1.5. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS

1135 Cumpre ressaltar, entre suas principais características, que se trata de um imposto flexível, que não obedece aos princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal.

Cumpre ressaltar, entre suas principais características, que se trata de um imposto flexível, que não obedece aos princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal em razão de sua finalidade eminentemente extrafiscal. Seu lançamento ocorre por homologação.

Além da incidência do imposto sobre as operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, o IOF também incide sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. Nesse caso haverá incidência exclusiva do IOF, conforme prevê o art. 153, §5º, da CF:

§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial,

sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - trinta por cento para o Estado, o Distrito

Federal ou o Território, conforme a origem; II - setenta por cento para o Município de

origem.

Súmula 664, STF: É

inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei 8.033/90, que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros - IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança.

1135 13.1.6. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL

13.1.6. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL

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Nos termos do artigo 29 do Código Tributário Nacional, tem-se que:

Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.

Art. 30. A base do cálculo do imposto é o

valor fundiário. Art. 31. Contribuinte do imposto é o

proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

Tem como característica a progressividade, em face do critério da utilização do imóvel.

O ITR incide sobre propriedades territoriais fora da zona urbana dos municípios, possuindo caráter eminentemente extrafiscal em razão de ser usado para estimular a produtividade das propriedades rurais ao estabelecer alíquotas progressivas para propriedades improdutivas. Entretanto, a alteração de suas alíquotas se sujeita aos princípios da anterioridade e anterioridade nonagesimal.

Não incidirá ITR sobre as pequenas glebas rurais, cujo conceito será definido em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel.

Nos termos do artigo 29 do Código Tributário Nacional, tem-se que:

Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.

Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.

Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

A base de cálculo do imposto, então, é o valor fundiário, não sendo contabilizadas benfeitorias e construções. Seu lançamento é por homologação.

Outra característica importante do ITR é que pode haver delegação de sua capacidade tributária ativa para os municípios que optarem por fiscalizar e cobrar o respectivo imposto, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal, conforme previsão no art. 153, § 4º, III, da CF/88. Atenção! A competência tributária continue sendo da União. Nesses casos, os municípios receberão a totalidade do que foi arrecadado. Caso não optem por assumir a sujeição ativa, recebem 50% do montante arrecadado, relativamente aos imóveis neles situados.

1136 O contribuinte do imposto é: a) nas doações: o doador domiciliado no país; o donatário, quando o doador não for residente no país; b) nas transmissões “causa mortis”, o beneficiário ou recebedor do bem ou direito transmitido. É um imposto real, e, portanto, o Supremo Tribunal Federal está, em sede de repercussão geral (RE 562045), debatendo

O contribuinte do imposto é: a) nas doações: o doador domiciliado no país; o donatário, quando o doador não for residente no país; b) nas transmissões “causa mortis”, o beneficiário ou recebedor do bem ou direito transmitido.

O Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral (RE 562045), entendeu

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se é possível a sua progressividade, sob a alegação dos contribuintes de que não há amparo constitucional.

admissível a progressividade das alíquotas do presente imposto, tornando possível graduá-lo conforme a capacidade contributiva de cada um.

Apresenta finalidade arrecadatória (fiscal) e obedece aos princípios da legalidade, da anterioridade e da anterioridade nonagesimal.

A base de cálculo do ITCMD será o valor venal dos bens ou direitos transmitidos, conforme dispõe o art. 38 do CTN. Seu lançamento ocorre por declaração, pois a autoridade administrativa lança o tributo com base em informações prestadas pelo próprio contribuinte.

O Estado competente para tributar essa transmissão será, em se tratando de bens imóveis e respectivos direitos, o da situação do bem ou ao Distrito Federal, não importando se a transmissão é causa mortis ou doação. No que se refere aos bens móveis, títulos e créditos, devemos primeiramente saber a que título ocorreu a transmissão, pois se foi por sucessão causa mortis o imposto cabe ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, mas se foi por doação compete ao Estado onde tiver domicílio o doador. A CF/88 (art. 155, § 1º, III) também prescreve que o ITCMD terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar se o doador tiver domicilio ou residência no exterior ou se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior.

Súmula 590, STF: Calcula-se o

imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor.

Súmula 331, STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida.

Súmula 115, STF: Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o imposto de transmissão "causa mortis".

Súmula 114, STF: O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da homologação do cálculo.

Súmula 113, STF: O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação.

Súmula 112, STF: O imposto de

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transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

1136 13.2.2. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO, AINDA QUE AS OPERAÇÕES SE INICIEM NO EXTERIOR (ICMS)

O ICMS, nos termos do artigo 155, II da Constituição Federal, assim está disposto:

13.2.2. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO, AINDA QUE AS OPERAÇÕES SE INICIEM NO EXTERIOR (ICMS)

O presente imposto apresenta finalidade fiscal, sendo uma das principais fontes de renda dos estados. Ainda, é um tributo real (incide sobre coisas) e proporcional (suas alíquotas não variam em função da base de cálculo). Também é, em regra, um imposto plurifásico, ou seja, incide sobre todas as etapas de produção da mercadoria. A exceção fica por conta do ICMS-Combustíveis em que a incidência do ICMS será monofásica (ocorrerá apenas uma vez).

A incidência plurifásica do ICMS tem por consequência o princípio da não cumulatividade (aplicável também ao IPI), nos termos do art. 155, § 2º, I. Segundo ele, compensa-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado.

Pode ser classificado também como um tributo indireto, visto que quem sofre o ônus tributário (o consumidor final) não é a mesma pessoa que efetua o recolhimento do imposto, pois todos esses custos são repassados na hora da venda do produto final. Seu lançamento ocorrerá por homologação.

O ICMS, nos termos do artigo 155, II da Constituição Federal, assim está disposto:

1138 Importa destacar que a Lei Kandir, Lei Complementar 87/96, trata da matéria, sendo aplicável a todos os Estados-Membros, que devem obedecê-la em suas legislações estaduais.

Importa destacar que a Lei Kandir, Lei Complementar 87/96, trata da matéria, sendo aplicável a todos os Estados-Membros, que devem obedecê-la em suas legislações estaduais.

Súmula Vinculante 48: Na entrada

de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.

Súmula Vinculante 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.

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Súmula 662, STF: É legítima a incidência do ICMS na comercialização de exemplares de obras cinematográficas, gravados em fitas de videocassete.

Súmula 660, STF: Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do imposto.

Súmula 576, STF: É lícita a cobrança do imposto de circulação de mercadorias sobre produtos importados sob o regime da alíquota "zero".

Súmula 574, STF: Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do imposto de circulação de mercadorias sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em restaurante ou estabelecimento similar.

Súmula 573, STF: Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato.

Súmula 570, STF: O imposto de circulação de mercadorias não incide sobre a importação de bens de capital.

Súmula 569, STF: É inconstitucional a discriminação de alíquotas do imposto de circulação de mercadorias nas operações interestaduais, em razão de o destinatário ser, ou não, contribuinte.

Súmula 557, STF: Na importação de mercadorias do exterior, o fato gerador do imposto de circulação de mercadorias ocorre no momento de sua entrada no estabelecimento do importador.

Súmula 536, STF: São objetivamente imunes ao imposto sobre circulação de mercadorias os produtos industrializados, em geral, destinados à exportação, além de outros, com a mesma destinação, cuja isenção a lei determinar.

Súmula 391, STJ: O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada.

Súmula 166, STJ: Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.

Súmula 163, STJ: O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.

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1139 13.2.3. IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS AUTOMOTORES

Nos termos do que dispõe o artigo 155, III da Constituição Federal, tem-se o IPVA, a saber:

“ O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)”

13.3. IMPOSTOS MUNICIPAIS

13.2.3. IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS AUTOMOTORES

Imposto de finalidade fiscal, cumpre destacar ainda o fato de a alteração de sua base de cálculo (e não alíquota) estar excepcionada do princípio da anterioridade nonagesimal. Assim, conclui-se que a majoração das alíquotas do IPVA obedece aos princípios da anterioridade e anterioridade nonagesimal.

Nos termos do que dispõe o artigo 155, III da Constituição Federal, tem-se o IPVA, a saber:

“ O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)”

Tendo como base de cálculo o valor do veículo, o STF já decidiu, no RE 466.480-AgR, que a permissão do inciso II não se confunde com progressividade, pois “não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a capacidade contributiva”.

Cumpre destacar que o princípio da não discriminação com base na procedência ou destino, previsto no art. 152 da CF, veda a aplicação de alíquotas diferenciadas para veículos nacionais e importados.

O contribuinte é o proprietário do veículo automotor e seu lançamento é realizado de ofício.

13.3. IMPOSTOS MUNICIPAIS

1140 O IPTU tem como principais características: a) ser um imposto real, que admite a progressividade fiscal e extrafiscal; b) nos termos do artigo 32, parágrafo 2º do CTN, da área de expansão urbana, onde será também cobrado o IPTU; c) o contribuinte é o proprietário, o titular, como também o seu possuidor, a qualquer título.

O IPTU tem como principais características: a) ser um imposto real, que admite a progressividade fiscal e extrafiscal; b) nos termos do artigo 32, parágrafo 2º do CTN, da área de expansão urbana, onde será também cobrado o IPTU; c) o contribuinte é o proprietário, o titular, como também o seu possuidor, a qualquer título.

No tocante aos princípios constitucionais, o IPTU fica sujeito tanto à anterioridade como à anterioridade nonagesimal, excetuadas as majorações da base de cálculo do tributo, que constituem exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal.

Quanto ao contribuinte do IPTU, o

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entendimento do STJ (REsp 325.489) é o de que, para ser considerado assim considerado, o indivíduo deve exercer a posse sobre o imóvel com animus domini (animus definitivo), que quer dizer intenção de ser dono. Dessa forma, sumulou-se entendimento no sentido de que o locatário ou comodatário de imóvel não pode ser considerado como contribuinte do IPTU.

Quanto à progressividade extrafiscal do respectivo imposto, tem-se que o art. 182 da CF/88 confere ao Poder Público municipal a competência para executar a política de desenvolvimento urbano, com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Nessa senda, § 4º do art. 182 permitiu ao Poder Público municipal exigir, mediante lei específica, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamento. Caso contrário, entre outras penas, é permitido cobrar o IPTU progressivo no tempo. Trata-se, portanto, da progressividade extrafiscal do IPTU, cujo objetivo é estimular o cumprimento da função social da propriedade, sob pena da progressão do tributo incidente sobre o imóvel. Destaca-se, entretanto, que essa não é a primeira medida a ser tomada pelo poder público, devendo primeiro ocorrer o parcelamento ou edificação compulsórios.

Essa modalidade de progressividade existe desde a promulgação da CF/88, ao contrário da progressividade das alíquotas do IPTU com base no valor venal do imóvel (progressividade fiscal) que só passou a existir com o advento da EC 29/00. De acordo com esta, a progressividade ocorre com base no valor dos imóveis, permitindo que o município cobre alíquotas maiores para imóveis urbanos mais caros.

O IPTU é um imposto lançado de ofício (sem participação do sujeito passivo) e normalmente incide no dia 01 de janeiro de cada ano.

Por fim, destaca-se que a EC 29/00 incluiu o inciso II, no § 1º, do art. 156, da CF/88, possibilitando que as alíquotas do IPTU sejam diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

Súmula 668, STF: É

inconstitucional a lei municipal que tenha

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estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. Súmula 589, STF: É

inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte. Súmula 583, STF: Promitente-

Comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. Súmula 539, STF: É constitucional a

lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. Súmula 614, STJ: O locatário não

possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos. Súmula 397, STJ: O contribuinte do

IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. Súmula 160, STJ: É defeso, ao

município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

1140 13.3.2. IMPOSTO TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS

Disposto no artigo 156, II, da CRFB/1988, é de competência dos municípios, incidindo sobre a transmissão, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de bens imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. É imposto cobrado por ocasião da compra e venda de bens imóveis.

O contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como a lei dispuser, bem como a base de cálculo é o valor venal do imóvel. As alíquotas são fixadas por lei municipal.

13.3.2. IMPOSTO TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS

Disposto no artigo 156, II, da CRFB/1988, é de competência dos municípios, incidindo sobre a transmissão, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de bens imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. É imposto cobrado por ocasião da compra e venda de bens imóveis.

Destaca-se que o ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

O contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como a lei dispuser, bem como a base de cálculo é o valor venal do imóvel. As alíquotas são

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fixadas por lei municipal e o município competente para a cobrança desse imposto é aquele da situação do bem.

O ITBI incide apenas sobre os modos derivados de aquisição da propriedade (como contrato ou sucessão hereditária, ou seja, relação entre pessoas), não incidindo quando o modo de aquisição foi originário (sem alienante voluntário, como desapropriação e usucapião). Ademais, a CF/88 estabeleceu imunidade (art. 184, § 5º) de impostos federais, estaduais e municipais sobre as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Conforme entendimento do STJ (REsp 1.188.655/RS), incide ITBI sobre a arrematação judicial de bem imóvel em leilão público (hasta pública).

O fato gerador desse imposto ocorre com o registro da transmissão da propriedade no Cartório de Registro de Imóveis, não sendo considerado o mero registro do contrato de compromisso de compra e venda no Cartório de Títulos e Documentos. Seu lançamento ocorre por declaração.

Súmula 656, STF: É

inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

Súmula 329, STF: O imposto de transmissão inter vivos não incide sobre a transferência de ações de sociedade imobiliária

Súmula 328, STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos sobre a doação de imóvel.

Súmula 110, STF: O imposto de transmissão inter vivos não incide sobre a construção, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre o que tiver sido construído ao tempo da alienação do terreno.

Súmula 111, STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos sobre a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir à finalidade da sua desapropriação.

Súmula 108, STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos sobre o valor do imóvel ao tempo da alienação e não da promessa, na conformidade da legislação local.

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1140 13.3.3. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS O imposto ora analisado, disposto no artigo 156, III, da CRFB/1998, incide sobre os serviços, excetos os serviços de comunicação e transporte intermunicipal e interestadual. O contribuinte é o prestador de serviços. A alíquota é fixada por lei municipal. Há que ser observado, ainda, nos termos do artigo 156 da Constituição Federal, a saber:

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Logo, nas exportações de serviços para o exterior, há imunidade constitucionalmente prevista. Ademais, convém ressaltar que há de ser observada a Lei Complementar 116/2003, bem como sua lista anexa, que traz o rol de atividades consideradas “serviços”, para o fim da incidência do ISS.

13.3.3. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS

O imposto ora analisado, disposto no artigo 156, III, da CRFB/1998, incide sobre os serviços de qualquer natureza não compreendidos no campo de incidência do ICMS, excetuando os serviços de comunicação e transporte intermunicipal e interestadual, desde que definidos em lei complementar, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. Nesse caso, a lei responsável é a LC 116/03 que deve ser observada em conjunto com sua lista anexa.

Os serviços tributáveis são definidos em lei complementar, mas a instituição efetiva do tributo ocorre por meio de lei ordinária municipal. Cumpre destacar que os serviços, para serem tributáveis, devem ser destinados a terceiros, conforme se verifica no seguinte precedente:

TRIBUTÁRIO. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. CONSTRUÇÃO FEITA PELO INCORPORADOR EM TERRENO PRÓPRIO. ISS. NÃO INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A TERCEIRO. 1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, não incide ISS na hipótese de construção feita pelo próprio incorporador, haja vista que, se a construção é realizada por ele próprio, em terreno próprio, não há falar em prestação de serviços a terceiros, mas a si próprio, o que descaracteriza o fato gerador. (STJ, AgRg REsp 1.295.814/MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, Julgamento em 03/10/2013)

O contribuinte é o prestador de serviços. A alíquota é fixada por lei municipal. Há que ser observado, ainda, nos termos do artigo 156 da Constituição Federal, a saber:

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e

mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Em cumprimento ao dispositivo constitucional, o art. 2º, I, da LC 116/2003, dispõe:

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Art. 2º O imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços para o

exterior do País;

Por outro lado, o imposto incidirá, caso os serviços sejam desenvolvidos no Brasil, desde que tenham seus respectivos resultados verificados aqui, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.

A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, tendo alíquota máxima de 5% e mínima de 2% pela lei complementar. A LC 157/16 definiu, ainda, que o ISS não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima de 2%.

O lançamento é por homologação, pois o contribuinte, a cada fato gerador, fica obrigado a calcular o valor do imposto devido e antecipar o pagamento sem o prévio exame da autoridade administrativa. Súmula Vinculante 31: É

inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis. Súmula 167, STJ: O fornecimento

de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se apenas a incidência do ISS. Súmula 138, STJ: O ISS incide na

operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.