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REVISÃO DO PDM DE S. VICENTE
AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA
RELATÓRIO AMBIENTAL
CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE
FEVEREIRO 2019
Rua da Liberdade Lote 5 Loja 1, 3020-112 COIMBRA – NIPC: 507104145 – Capital Social 58.500 € - Telef: 239 493 119– [email protected] – www.sinergiaeambiente.pt 2
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AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA
REVISÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO VICENTE
Relatório Ambiental
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ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9
2 EQUIPA TÉCNICA ....................................................................................................... 11
3 OBJETIVOS E METODOLOGIA DA AAE ......................................................................... 12
3.1 Objetivos ............................................................................................... 12
3.2 Metodologia ........................................................................................... 12
3.2.1 Consideração de Alternativas ............................................................. 14
3.2.2 Evolução da Situação Atual Sem a Implementação do Plano ............ 14
3.2.3 Envolvimento Público e Institucional .................................................. 15
4 OBJETO DE AVALIAÇÃO ............................................................................................. 16
4.1 Objeto e Objetivos estratégicos ............................................................. 16
4.2 Antecedentes ........................................................................................ 19
5 QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO .................................................................... 20
6 FATORES CRÍTICOS DE DECISÃO ................................................................................ 24
7 ANÁLISE DE INCOMPATIBILIDADES E SINERGIAS ........................................... 29
8 ANÁLISE POR FATOR CRÍTICO DE DECISÃO ................................................................. 33
8.1 Ordenamento do Território .................................................................... 33
8.1.1 Situação Existente e Análise Existencial ............................................ 35
8.1.2 Efeitos Esperados .............................................................................. 50
8.1.3 Síntese de Oportunidades e Riscos ................................................... 64
8.1.4 Diretrizes de Gestão e Medidas de Minimização dos Efeitos do
Plano .................................................................................................. 64
8.1.5 Quadro de Governança para a Ação .................................................. 65
8.1.6 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo ...................................... 65
8.2 Qualidade Ambiental ............................................................................. 66
8.2.1 Situação Existente e Análise Tendencial ............................................ 67
8.2.2 Efeitos Esperados .............................................................................. 83
8.2.3 Síntese de Oportunidades e Riscos ................................................... 86
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8.2.4 Diretrizes de Gestão e Medidas de Gestão e Medidas de
Minimização dos Efeitos do Plano ...................................................... 87
8.2.5 Quadro de Governança para a Ação .................................................. 87
8.2.6 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo ...................................... 88
8.3 Riscos Naturais e Tecnológicos............................................................. 89
8.3.1 Situação Existente e Análise Tendencial ............................................ 90
8.3.2 Efeitos Esperados .............................................................................. 99
8.3.3 Síntese de Oportunidades e Riscos ................................................. 103
8.3.4 Diretrizes de Gestão e Medidas Minimização dos Efeitos do
Plano ................................................................................................ 103
8.3.5 Quadro de Governança para a Ação ................................................ 104
8.3.6 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo .................................... 104
8.4 Biodiversidade ..................................................................................... 106
8.4.1 Situação Existente e Análise Tendencial .......................................... 108
8.4.2 Efeitos Esperados ............................................................................ 136
8.4.3 Síntese de Oportunidades e Riscos ................................................. 150
8.4.4 DIRETRIZES DE GESTÃO E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DOS EFEITOS
DO PLANO ......................................................................................... 151
8.4.5 Quadro de Governança para a Ação ................................................ 151
8.4.6 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo .................................... 152
9 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA ................................................... 155
10 SÍNTESE DE DIRETRIZES DE GESTÃO E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DOS EFEITOS DO
PLANO .................................................................................................................... 159
11 QUADRO DE GOVERNANÇA PARA A AÇÃO GERAL ...................................................... 164
12 PLANO DE SEGUIMENTO E CONTROLO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ....................... 168
13 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 173
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 175
ANEXOS 1
ANEXO I – QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO ........................................................................ 2
ANEXO II – PARECERES DAS ERAE ................................................................................................ 2
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ANEXO III – RESPOSTA ÀS RECOMENDAÇÕES EFECTUADAS PELAS ERAE ........................................ 1
ANEXO IV – ALTERAÇÕES NOS INDICADORES PROPOSTOS .............................................................. 1
ANEXO V – ORIENTAÇÕES DE GESTÃO SUSCEPTÍVEIS DE TRANSPOSIÇÃO PARA O PDM ................... 4
ANEXO VI – ACÇÕES, ACTIVIDADES OU PROJECTOS NAS ÁREAS INTEGRANTES DO SISTEMA NACIONAL
DE ÁREAS CLASSIFICADAS SUJEITOS A PARECER DO ICNF ............................................ 7
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1 INTRODUÇÃO
O Plano Diretor Municipal de São Vicente, entrou em vigor em 2002, com a publicação da
Resolução do Governo Regional da Madeira n.º 3/2002/M, de 25 de Julho (tendo sido
publicado no Diário da República nº 125, Série I-B, de 17 de Setembro de 2002).
Obteve parecer favorável da Comissão de Acompanhamento e foi alvo de discussão pública,
cujos resultados foram devidamente ponderados, verificando-se ainda sua conformidade com o
POTRAM (Plano Regional de Ordenamento de Território da Região Autónoma da Madeira).
Ao passarem alguns anos desde a sua entrada em vigor, surgiu a necessidade de elaborar
uma análise da evolução dos principais indicadores sociais, económicos e ambientais e do
atual enquadramento jurídico, bem como uma avaliação do cumprimento dos objetivos a que o
PDM se propôs e da adequabilidade do seu regulamento na prossecução dos referidos
desideratos.
A decisão de dar início à sua revisão foi motivada, em primeiro lugar, pela incapacidade do
documento em vigor cumprir um dos que seriam os seus principais objetivos: contribuir para um
modelo coerente de desenvolvimento do concelho de São Vicente, mediante a definição das
orientações gerais do planeamento e da gestão urbanística.
O PDM anterior foi elaborado sobre uma base socioeconómica (demografia, emprego, turismo,
etc.), territorial e cartográfica desatualizada (rede viária, investimentos públicos e
equipamentos, etc.) que foi sofrendo consideráveis transformações, ao longo dos anos. Esta
situação foi criando óbvios constrangimentos à gestão urbanística e à política de
desenvolvimento concelhio.
A especificidade do concelho, resultante da sua inserção numa região insular ultraperiférica e
de um povoamento denso e marcadamente disperso com uma vivência cultural própria, obriga
a um esforço de planificação global, sobretudo da ocupação do solo, do desenho urbano e de
atualização sistemática das intervenções e das condições do território.
A forte intervenção ao nível da estrutura viária, criou casos de vias construídas ou em fase de
construção que não constam do atual plano, podendo este fator permitir uma nova visão do
território e potenciar ele próprio uma nova definição ao nível de zonamento e ordenamento. Do
mesmo modo, foram criadas novas estruturas e equipamentos de utilização coletiva, gerando
novos fluxos e dinâmicas.
É sentida a necessidade de adaptar o PDM aos diplomas e regimes jurídicos entretanto
aprovados ou em fase de adaptação à RAM e que produzem alterações profundas ao
enquadramento que serviu de base à elaboração do atual PDM.
Acrescem ainda os aspetos que arvoram da própria gestão urbanística e contacto concreto
com as aspirações dos munícipes. Concretamente assinala-se a desatualização ou
inadequação ao nível das definições, índices e parâmetros urbanísticos.
Concretamente, com a atualização cartográfica poder-se-á proceder a uma reavaliação das
tendências de ocupação territorial e nomeadamente proceder a:
Eventual reclassificação de solos;
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Eventual redefinição dos limites de espaços;
Revisão da estratégia de delimitação dos espaços industriais;
Adequação de exemplos concretos de incorreções de delimitação no atual PDM;
Reavaliação da edificabilidade associada a espaços agrícolas;
Reapreciação da classificação de “prados naturais” em áreas com edificação dispersa.
Por outro lado, existe a necessidade de atualizar a Planta de Condicionantes, procedendo à:
Delimitação das áreas da Reserva Ecológica Regional e de Reserva Agrícola Regional
(de acordo com o regime transitório estabelecido para a RAM);
Definição da Cartografia do ruído;
Compatibilização da Planta de Condicionantes com a Cartografia Municipal de
Suscetibilidade ao Risco.
Devem ser agora definidas as estratégias a prosseguir, que deverão traduzir as principais
opções de desenvolvimento económico, social, cultural e ambiental, favorecendo ou
condicionando a utilização do território pelos diversos setores de atividade e defendendo e
valorizando os recursos existentes, no sentido de um desenvolvimento consistente, equilibrado
e sustentável.
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2 EQUIPA TÉCNICA
A elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do PDM de São Vicente
encontra-se a cargo da empresa SINERGIAE Ambiente, Lda., sob a coordenação do Dr. Nuno
Vilela.
Dado o âmbito multidisciplinar do exercício de avaliação, a AAE envolveu uma vasta equipa de
técnicos especializados de modo a assegurar a elaboração dos vários domínios específicos
envolvidos (Quadro 1).
Quadro 1 – Equipa Técnica envolvida na elaboração da AAE.
Nome Formação
Coordenação Nuno Vilela Lic. em Biologia; MSc Economia
Ecológica
Apoio à Coordenação Mário Agostinho Lic. Biologia; MSc Ecologia
Ordenamento do Território
Nuno Fernandes Lic. em Geografia
Carolina Rosa Lic. Engenharia do Ambiente
Qualidade Ambiental
Riscos Naturais e
Tecnológicos
Património Cultural
Patrícia Monteiro Lic. em Engenharia do Ambiente, MSc
em Gestão Ambiental
Carolina Rosa Lic. Engenharia do Ambiente
Biodiversidade Mário Agostinho Lic. Biologia; MSc Ecologia
Sistemas de Informação
Geográfica Nuno Fernandes Lic. em Geografia
Avaliação Ambiental Estratégica
Revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente
Relatório Ambiental
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3 OBJETIVOS E METODOLOGIA DA AAE
3.1 OBJETIVOS
Os objetivos da avaliação ambiental estratégica são definidos no art. 2º do DL nº 232/2007, de
15 de junho, postulando este que tais consistem na «…identificação, descrição e avaliação dos
eventuais impactes significativos no ambiente resultantes de um plano ou programa, realizada
durante um procedimento de preparação e elaboração de um plano ou programa e antes do
mesmo ser aprovado ou submetido ao procedimento legislativo, concretizada na elaboração de
um relatório ambiental e na realização de consultas, e a ponderação dos resultados obtidos na
decisão final sobre o plano ou programa e a divulgação pública de informação respeitante à
decisão final».
O objetivo da elaboração do Relatório Ambiental da revisão do Plano Diretor Municipal de São
Vicente, dando cumprimento à legislação em vigor, é identificar, descrever e avaliar as
consequências das opções estratégicas, concretizadas no conteúdo do plano (peças escritas e
desenhadas), ao nível dos seus impactes de natureza estratégica, designadamente
oportunidades e ameaças de índole ambiental.
A presente AAE pretende também definir um quadro de Diretrizes de minimização dos efeitos
negativos, um quadro de Governança para a ação e ainda um Quadro de Seguimento/Controlo
da implementação do plano, com vista ao acompanhamento das oportunidades e ameaças
previstos no âmbito da presente.
3.2 METODOLOGIA
A abordagem desenvolvida no presente Relatório Ambiental sobre a revisão do Plano Diretor
Municipal de São Vicente seguirá a estrutura e diretrizes metodológicas previstas no Guia de
Boas Práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica publicado pela Agência Portuguesa de
Ambiente (Partidário, 2007) e no Guia da Avaliação Ambiental dos Planos Municipais de
Ordenamento do Território publicado pela DGOTDU (Cunha et al., 2008).
A metodologia consistiu, numa primeira fase, na proposta dos Fatores Críticos para a Decisão,
ou seja dos fatores ambientais mais preponderantes na avaliação ambiental a realizar. A
escolha dos fatores críticos para a decisão e análise ambiental do plano contemplou a
consideração das seguintes etapas:
Opções Estratégicas da proposta do PDM em revisão que traduzem os objetivos
estratégicos do objeto de avaliação;
Definição do Quadro de Referência Estratégico (QRE) para a Avaliação Ambiental
Estratégica (AAE);
Consideração das principais problemáticas ambientais do município.
Avaliação Ambiental Estratégica
Revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente
Relatório Ambiental
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Na sequência dos passos anteriores são definidos os Fatores Críticos de Decisão para a
análise do ponto de vista ambiental e da sustentabilidade sobre a proposta de revisão do Plano
Diretor Municipal.
Após a identificação dos Fatores Críticos serão descritos os critérios e indicadores utilizados na
análise de cada um deles.
Ao nível do presente Relatório Ambiental, a análise levada a cabo em cada Fator Crítico, sobre
as opções estratégicas da proposta de revisão do plano, será estruturada do seguinte modo:
1. Descrição e Objetivo
2. A Situação existente e as principais tendências
3. Efeitos Esperados, oportunidades e riscos ambientais
4. Diretrizes para seguimento e Medidas de gestão
5. Quadro de Governança para ação
6. Plano de Seguimento e Quadro de Controlo
Em cada Fator Crítico será efetuada uma análise de índole pericial, qualitativa, recorrendo à
elaboração de uma análise SWOT (Strength/Forças Weakness/Fraquezas
Oportunities/Oportunidades Threats/Ameaças). Posteriormente serão analisados os diferentes
indicadores definidos para cada Fator Crítico de decisão com vista à avaliação dos efeitos das
opções estratégicas da presente proposta de plano no alcance dos objetivos contemplados no
Quadro de Referência Estratégico.
Ainda do ponto de vista metodológico, destaca-se o importante contributo providenciado pelas
entidades com responsabilidades ambientais específicas (ERAE), cujas recomendações
trouxeram maior abrangência e acuidade/assertividade à análise ambiental efetuada,
particularmente importante numa fase inicial de implementação do procedimento de AAE a
PMOT em Portugal.
Os respetivos pareceres emitidos por cada uma das ERAE1 encontram-se reproduzidos no
Anexo II. O Anexo III refere também quais as sugestões/recomendações que foram acatadas e
incorporadas na análise do presente Relatório Ambiental, bem como a respetiva justificação
quando tal não acontece.
Refira-se ainda que desde o Relatório de Fatores Críticos produzido até à elaboração do
Relatório Ambiental, também por iniciativa da equipa responsável pela AAE foram
1 Refira-se que a larga maioria das ERAE consultadas não emitiram os respetivos pareceres em conformidade com o
nº3 do art. 3º do D. L. n.º 232/2007, de 15 de junho, no que diz respeito ao prazo estabelecido (20 dias). Todavia, as
respetivas recomendações foram tidas em consideração e nortearam a estrutura, bem como o conteúdo do presente
Relatório Ambiental, pela mais valia que constituíram, não fazendo uso do nº4 do art. 3º do mesmo diploma.
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abandonados e/ou adicionados indicadores na análise de cada Fator Crítico. Essas alterações
constam no Anexo IV.
3.2.1 Consideração de Alternativas
A proposta de ordenamento foi um processo evolutivo e construtivo. As opções não incluídas
nesta proposta final de ordenamento deveram-se à não viabilidade / necessidade das mesmas,
ou à sua desatualização (principalmente no caso do solo rural, em que o ordenamento
retratado no PDM em vigor está significativamente diferente da utilização do solo, e as
orientações à data da sua elaboração estão ultrapassadas por estudos mais recentes).
3.2.2 Evolução da Situação Atual Sem a Implementação do Plano
O cenário de não implementação do plano agora revisto é bastante inverosímil, face à
obrigatoriedade de iniciar o processo de revisão do PDM em vigor devido à necessidade de
adequação à evolução, a médio e longo prazo, das condições ambientais, económicas, sociais
e culturais, que determinaram a respetiva elaboração do mesmo, tendo em conta os relatórios
sobre o estado do ordenamento do território - Decreto-Lei nº. 80/2015, referente ao Regime
Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial.
O PDM de São Vicente em vigor apresenta uma série de circunstâncias que sustentam a sua
revisão: a desatualização da base cartográfica, o desfasamento, entre diferentes escalas de
trabalho e delimitação das diversas tipologias de espaços existentes, a emergência de novos
Instrumentos de Gestão Territorial e de novos enquadramentos legislativos e orientações
estratégicas, a desadequação do modelo de desenvolvimento territorial e a reavaliação
estratégica das ações previstas no atual PDM, a sensibilização para a relevância fundamental
do âmbito do Ordenamento do Território na Qualidade de Vida das Populações, de uma forma
sustentada; a necessidade de análise, hierarquização e projeção assertiva e otimizada das
redes de infraestruturas e equipamentos.
A não implementação do Plano agora em revisão impediria o enquadramento do PDM com um
conjunto de Planos sectoriais que entraram em vigor após a sua aprovação e desse modo,
entraria em incumprimento com as disposições vigentes a nível do ordenamento do território. A
título de exemplo, assinala-se a impossibilidade de enquadramento da Rede Fundamental de
Conservação da Natureza (DL nº. 142/2008, 24 de julho), da redefinição de tipologias e limites
da Reserva Ecológica Municipal no Concelho (DL nº. 166/2008, de 22 de agosto) e da criação
da Estrutura Ecológica Municipal (Artigo 14º DL nº. 380/1999 de 22 de setembro), entre outros,
o que resultaria num grave desajuste com a atualidade nacional a nível do ordenamento do
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território, com consequências a nível legal, dificultando a instalação de novas atividades
económicas e o desenvolvimento do município de um modo geral.
Em conclusão, pode-se dizer que a não implementação do plano agora revisto teria
consequências graves a nível do ordenamento do município, condicionando a implementação
de projetos e iniciativas adequadas à realidade atual do município e promovendo a
incompatibilidade com outros mecanismos de ordenamento do território.
3.2.3 Envolvimento Público e Institucional
Na reunião preparatória, realizada a 3 de julho de 2009, estabeleceu-se que o procedimento de
Alteração do Plano Diretor Municipal de São Vicente teria como base legal o Decreto
Legislativo Regional n.º 43/2008/M, de 23 de dezembro, que regula o Sistema Regional de
Gestão Territorial da RAM, ficando também definida a composição da Comissão de
Acompanhamento (CA), que veio a ser constituída através do Despacho n.º 3/2010, publicado
no Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira (JORAM), II Série, n.º 20, de 2 de fevereiro
de 2010, e que devido a alterações no regime de organização e funcionamento do Governo
Regional da madeira, foi alterada pelo Despacho n.º 51/2011, publicado no JORAM II Série,
n.º147, de 3 de agosto de 2011, e respetiva Declaração de Retificação, e pelo Despacho n.º
73/2011, publicado no JORAM II Série, n.º217, de 22 de Novembro de 2011, cuja composição
integra:
Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais;
Vice-presidência do Governo;
Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes;
Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos;
Câmara Municipal de São Vicente;
Assembleia Municipal de São Vicente;
Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM;
Sociedade de Desenvolvimento do Norte da Madeira S.A..
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4 OBJETO DE AVALIAÇÃO
4.1 OBJETO E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
O objeto da presente Avaliação Ambiental Estratégica incide sobre os propósitos da revisão do
Plano Diretor Municipal de São Vicente, que apresenta como visão estratégia de acordo com o
Relatório do Plano:
“Assumem especial importância a promoção do desenvolvimento sócio-económico, a
qualificação ambiental e a promoção da qualidade de vida das populações residentes e
visitantes, que passa por uma mais equilibrada gestão e aproveitamento do património
construído e natural, em consonância com a capacidade e aptidão do meio.”
O novo PDM de São Vicente deve mostrar-se um instrumento flexível e atento à realidade em
constante mutação, dando resposta às atuais exigências de contenção e colmatação,
reabilitação e renovação urbanas, e de valorização e salvaguarda do meio natural. Só assim se
poderá manter válido e ajustado durante o seu período de vigência, contribuindo para uma
eficaz gestão urbanística e para uma equilibrada gestão dos recursos e complementaridade de
investimentos.
Como meios para atingir o objetivo global do modelo de desenvolvimento foram propostos
ainda seis eixos estratégicos:
I. Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos Instrumentos de Gestão
Territorial de âmbito nacional e regional;
II. Definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação, uso e transformação do
solo;
III. Valorização do mundo rural:
- Fomento das atividades agrícolas;
- Assumir e defender a paisagem humanizada, como fator capital de manutenção e
valorização do produto turístico;
- Otimização das infraestruturas e contenção da edificação dispersa;
IV. Proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais:
- Delimitação da estrutura ecológica municipal, com vista à salvaguarda e equilíbrio dos
ecossistemas;
- Promoção turística sustentada dos espaços naturais, de acordo com o seu potencial
turístico e capacidade de carga;
- Promoção dos recursos turísticos de mar e montanha;
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- Promoção do uso racionalizado da água e da utilização de fontes energéticas
renováveis;
V. Valorização do património e qualificação urbana:
- Valorização e qualificação dos espaços públicos nos aglomerados urbanos;
- Delimitação de Unidades Operativas de Planeamento e Gestão com vista à
salvaguarda e valorização de centros históricos/núcleos originais;
- Inventariação do património edificado;
VI. Promoção da identidade e da coesão territorial:
- Criar diferenciação pela qualidade, no âmbito da vocação turística;
- Consolidação de uma rede urbana equilibrada e sustentada, solidária e consistente;
- Criar uma estratégica de captação de investimento, de fixação de casais jovens e de
quadros;
- Propiciar condições de equidade económica, social e territorial no acesso aos bens,
serviços e equipamentos.
No seguimento destes objetivos e no sentido de pormenorizar cada um dos aspetos que
estarão em jogo na implementação da estratégia, definiram-se vinte objetivos específicos:
I Salvaguardar os territórios vulneráveis a riscos naturais ou tecnológicos condicionando a
ocupação humana e associando-os a programas municipais de emergência e cartografia de
risco e à Estrutura Ecológica Municipal;
II Salvaguardar as paisagens com regimes especiais de conservação, nos termos dos Planos
de Ordenamento e Gestão das ZEC do Maciço Montanhoso Central e da Laurissilva;
III Associar estratégias de reconversão florestal de áreas degradadas com introdução de
espécies autóctones e controlo de espécies infestantes;
IV Potenciar o turismo associado à Paisagem;
V Manutenção e aproveitamento dos valores da paisagem e das ocorrências patrimoniais para
o fomento das atividades turísticas ligadas ao património e cultura e das atividades desportivas
de natureza, como recurso identitário e de valorização do território;
VI Conter o desordenamento associado à edificação dispersa e de grande heterogeneidade ao
nível morfotipológico;
VII Investir na promoção dos espaços verdes em contexto urbano e na qualificação dos
espaços públicos na generalidade do concelho;
VIII Aferição de novos parâmetros urbanísticos e usos para a edificabilidade da paisagem rural,
dos núcleos urbanos e da realidade edificatória dispersa;
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IX Reclassificação e requalificação do solo, adaptando-se a visão estratégica à realidade atual
e à capacidade de carga dos solos e à dinâmica funcional dos lugares;
X Definição de novas estratégias de planeamento urbano sustentado para os aglomerados
urbanos, valorizando os centros cívicos das freguesias, bem como procurando enriquecer e
estabilizar o tecido urbano. O PDM deverá ser concebido para sustentar desenvolvimentos em
Planos de Urbanização e Planos de Pormenor, para o desenvolvimento do desenho e
composição urbana;
XI Enquadramento dos novos fluxos socio-económicos, surgidos em consequência das novas
redes de infraestruturas, equipamentos e locais de maior potencial turístico e de lazer;
XII Integração paisagística de infraestruturas com vista à diminuição do impacto negativo na
paisagem das novas vias, as obras de contenção de terras ou de regularização de linhas de
água;
XIII Reponderação estratégica de localização e enquadramento de atividades empresariais;
XIV Estabelecimento de critérios de integração paisagística de edifícios associados a Indústria
extrativa e transformadora e equipamentos de utilização coletiva que ocupam grandes
superfícies, localizando-se muitas vezes em áreas de interesse turístico ou na proximidade de
núcleos urbanos;
XV Evitar a proliferação de focos de dissonância paisagística, tendo em conta das diretrizes
definidas pelo PRPA;
XVI Promoção de índices crescentes de permeabilidade e estabelecimento de critérios de
integração paisagística de estufas;
XVII Desenvolver o conceito de Turismo em Espaço Rural;
XVIII Requalificação das zonas urbanas históricas, e o património edificado;
XIX Reforço da requalificação e valorização do património cultural edificado e não-edificado e
ambiental;
XX Dignificar o mundo rural, com a promoção das práticas culturais e de investimento integrado
em turismo em espaço rural com estratégias diferenciadoras de captação de investimento e
fixação de população, no sentido de reverter dinâmicas de abandono e desertificação.
Na seguinte análise estratégica serão utilizados os eixos estratégicos como sendo os objetivos
estratégicos do plano, uma vez que os objetivos específicos são de elevado número, não
facilitando a análise e compreensão do relatório. Assim, o Quadro de Referência Estratégico
fará correspondência com os eixos estratégicos do plano, apresentados anteriormente.
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4.2 ANTECEDENTES
O Plano Diretor Municipal de São Vicente, entrou em vigor em 2002, com a publicação da
Resolução do Governo Regional da Madeira n.º 3/2002/M, de 25 de Julho (tendo sido
publicado no Diário da República nº 125, Série I-B, de 17 de Setembro de 2002).
Obteve parecer favorável da Comissão de Acompanhamento e foi alvo de discussão pública,
cujos resultados foram devidamente ponderados, verificando-se ainda sua conformidade com o
POTRAM (Plano Regional de Ordenamento de Território da Região Autónoma da Madeira).
Ao passarem alguns anos desde a sua entrada em vigor, surgiu a necessidade de elaborar
uma análise da evolução dos principais indicadores sociais, económicos e ambientais e do
atual enquadramento jurídico, bem como uma avaliação do cumprimento dos objetivos a que o
PDM se propôs.
A decisão de dar início à sua revisão foi motivada, em primeiro lugar, pela incapacidade do
documento em vigor cumprir um dos que seriam os seus principais objetivos: contribuir para um
modelo coerente de desenvolvimento do concelho de São Vicente, mediante a definição das
orientações gerais do planeamento e da gestão urbanística.
Ao contrário, tem sido este, uma das razões apontadas para o parco impulso de
desenvolvimento, principalmente ao nível das intenções de edificação, mormente nos centros
urbanos.
O Plano Diretor Municipal é o principal instrumento de gestão territorial de nível municipal para
o município de São Vicente e incide sobre todo o território concelhio. É com base neste
instrumento, no quadro do Plano de Ordenamento Territorial da Região Autónoma da Madeira
(POTRAM) que serão orientadas as estratégias de atuação da autarquia, bem como as
condições e propósitos da ocupação do solo municipal.
A Comissão de Acompanhamento da Revisão do PDM de São Vicente foi publicado no DR 2.ª
série n.º 11 de 30 de outubro de 2008 através do despacho 6/2008/m da SRES n.º 4. Esta é
representada pelos seguintes elementos: Câmara Municipal de São Vicente, Assembleia
Municipal de São Vicente, Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, Vice-
presidência do Governo Regional da Madeira, Secretaria Regional do Turismo e Transportes,
Secretaria Regional dos Assuntos Sociais, Polícia da Segurança Pública, Instituto do Desporto
da Região Autónoma da Madeira, Associação dos Portos da Madeira, Instituto habitacional da
Madeira, Serviço de Proteção Civil da Madeira, Sociedade de Desenvolvimento.
Em 2009 deu-se início ao procedimento da Revisão do PDM de São Vicente, através do Aviso
n.º 1625/2009 publicado em Decreto Regional 2.ª série n.º 11 de 16 de janeiro de 2009.
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5 QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO
O papel do Quadro de Referência Estratégico é o de enquadrar a presente proposta de Plano
Diretor Municipal em análise no quadro estratégico de planos, programas e estratégias de
ordem superior, que servem de referencial à avaliação ambiental estratégica.
Deste modo foram selecionados um conjunto de planos, programas e estratégias para nortear
a presente avaliação ambiental estratégica, tais como:
Plano de Ordenamento Territorial da Região Autónoma da Madeira - POTRAM
Plano Regional da Água da Madeira - PRAM
Plano Regional da Política de Ambiente - PRPA
Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira - POT
Plano de Desenvolvimento Económico e Social 2014 – 2020 - PDES
Plano de Política Energética da Região Autónoma da Madeira – PPERAM
Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central - POGMMC2
Plano Estratégico de Resíduos da Região Autónoma da Madeira – PERRAM
Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira – POGLM2
Programa operacional da Região Autónoma da Madeira 2014-2020 – (Programa
Madeira 14-20)
Plano de Ação para a Energia Sustentável – PAES
Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – (PGRH10)
Plano de Gestão dos Riscos de Inundações da Região Autónoma da Madeira – PGRI –
RAM
No Anexo I constam os diferentes planos, programas, estratégias, e respetivos objetivos
estratégicos, que englobam o Quadro de Referência Estratégico da presente Avaliação
Ambiental Estratégica sobre a Revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente.
As matrizes que se encontram no Anexo I apresentam a correspondência entre os objetivos
estratégicos de cada um dos programas, planos e estratégias que compõem o Quadro de
Referência Estratégico com os objetivos estratégicos assumidos na proposta de revisão do
PDM de São Vicente, ao nível da manifestação de diferentes graus de ligação/convergência
dos respetivos objetivos estratégicos, enquadrada numa escala que varia entre fraca, média ou
forte.
2 Estes planos encontram-se em sintonia estratégica com o Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região
Autónoma da Madeira; este último foi considerado na análise a jusante ao Quadro de Referência Estratégico.
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O
Quadro 2 procura sumarizar a informação relativa à convergência do Quadro de Referência
Estratégico e dos objetivos estratégicos da revisão do PDM, não dispensando a consulta do
Anexo I.
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Quadro 2 – Síntese da convergência entre o Quadro de Referência Estratégico e os objetivos estratégicos do PDM de São Vicente em revisão.
QRE
I. Adequação ao quadro de desenvolvimento local do
estabelecido nos IGT de âmbito nacional e regional
II. Definição das principais regras a que devem obedecer a
ocupação, uso e transformação do solo
III. Valorização do mundo rural
IV. Proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais
V. Valorização do património e qualificação urbana
VI Promoção da identidade e da coesão territorial.
POTRAM
PRAM
PRPA
POT
PDES
PPERAM
POGMMC
PERRAM
POGLM
Programa
Madeira 14-20
PAES
PGRH10
PGI-RAM
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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6 FATORES CRÍTICOS DE DECISÃO
Os FCD consistem nos fatores ambientais que, combinados com objetivos/questões
estratégicas do plano e ainda com o Quadro de Referência Estratégico (QRE), se prefiguram
como sendo prioritários na Avaliação Ambiental Estratégica, tornando-se preponderantes e
fundamentais, ao contrário dos restantes que poderão ser considerados menos importantes ou
secundários para uma análise de índole estratégica (Figura 1 – Integração dos Fatores Críticos de
Decisão na estruturação de uma AAE:
Os fatores ambientais definidos na alínea e) do n.º 1 do art. 6º do D.L. nº 232/2007, de 15 de
Junho – biodiversidade, população, saúde humana, fauna, flora, solo, água, atmosfera, fatores
climáticos, bens materiais, património cultural, incluindo o património arquitetónico e
arqueológico e a paisagem – representam o exemplo do espectro ambiental disponível.
De entre os fatores ambientais legalmente estabelecidos foram considerados na proposta de
Fatores Críticos, a estabelecer no âmbito da presente AAE, os mais preponderantes para a
análise ambiental a efetuar sobre a proposta de revisão do PDM de São Vicente.
Figura 1 – Integração dos Fatores Críticos de Decisão na estruturação de uma AAE:
OE – Objetivos estratégicos da Revisão do PDM; FA – Fatores Ambientais; QRE – Quadro de Referência Estratégico; FCD – Fatores Críticos para a Decisão. (Adaptado de Partidário, 2007)
Importa referir, ainda que de um modo subjetivo, os problemas ambientais mais representativos
ao nível do município São Vicente, podem ser resumidos em:
Vulnerabilidade ao Risco Natural (erosão, inundação e incêndios);
FCD
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Degradação Florestal e expansão de espécies exóticas;
Dispersão populacional e orografia acentuada que proporcionam uma baixa cobertura
de rede de drenagem;
Atendendo aos Objetivos estratégicos do PDM proposto, ao Quadro de Referência Estratégico
definido, ao conjunto de fatores ambientais legalmente instituídos e às principais problemáticas
do ponto de vista ambiental identificadas no município de São Vicente, consideram-se na
presente AAE da proposta de Revisão do PDM de São Vicente os seguintes Fatores Críticos
de Decisão:
Ordenamento do Território
Qualidade Ambiental
Riscos Naturais e Tecnológicos
Biodiversidade
O Quadro 3 evidencia a relação entre os Fatores críticos escolhidos e os fatores ambientais
constantes no D.L. n.º 232/2007.
Quadro 3 – Relação entre fatores ambientais presentes na legislação e os fatores críticos escolhidos na presente avaliação ambiental estratégica do PDM de São Vicente.
Fatores ambientais
constantes no DL n.º
232/2007
Ordenamento do Território
Qualidade Ambiental
Riscos Naturais e
Tecnológicos Biodiversidade
Biodiversidade √ √
Fauna √
Flora √ √
Paisagem √ √ √ √
Património Cultural
√
Água √ √ √ √
Solo √ √ √
Saúde humana √ √
Atmosfera √ √
População √ √
Bens materiais √ √
Fatores climáticos
√ √
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O Quadro 4 efetua a correspondência entre os Fatores Críticos selecionados para a presente
AAE e os planos, programas e estratégias do Quadro de Referência Estratégico.
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Quadro 4 – Relação entre os Fatores Críticos selecionados e os diferentes planos, programas e estratégias considerados no Quadro de Referência Estratégico.
Quadro de Referência Estratégico
Fator Crítico
Ordenamento do Território
Qualidade Ambiental
Riscos Naturais e Tecnológicos
Biodiversidade
Plano de Ordenamento Territorial da Região Autónoma da Madeira - POTRAM √ √ √
Plano Regional da Água da Madeira – PRAM √ √
Plano Regional da Política de Ambiente - PRPA √ √ √ √
Programa de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira - POT √
Plano de Desenvolvimento Económico e Social - PDES √ √
Plano Política Energética da Região Autónoma da Madeira - PPERAM √
Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central - POGMMC √ √
Plano Estratégico de Resíduos da Região Autónoma da Madeira - PERRAM √
Plano de Ordenamento e Gestão da Lauríssilva da Madeira - POGLM √ √
Programa Operacional da Região Autónoma da Madeira 2014-2020 – Programa Madeira 14-20
√ √
Plano de ação para a Energia Sustentável √ √
Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – RH10 √ √ √
Plano de Gestão dos Riscos de Inundações da Região Autónoma da Madeira – PGRI-RAM
√ √ √ √
Avaliação Ambiental Estratégica Revisão do PDM de São Vicente
Relatório Ambiental
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Partindo dos objetivos dos planos, programas e estratégias que compõe o Quadro de
Referência Estratégica, e após a integração dos Fatores Ambientais para obter o conjunto de
Fatores Críticos para a Decisão, foram definidos os seguintes Objetivos de Sustentabilidade da
AAE (Quadro 5).
Quadro 5 – Objetivos de Sustentabilidade definidos para a presente AAE e respetiva associação aos diferentes planos, programas e estratégias do QRE e Fatores Críticos de Decisão.
Objetivos de Sustentabilidade Quadro de Referência
Estratégico FCD
OS1 - Promover a equidade territorial, sustentabilidade ambiental e fixação da população nos sistemas urbano e rural.
POTRAM OT
OS2 - Valorização dos recursos humanos, culturais e naturais. POT OT
OS3 - Promover o desenvolvimento sustentável conciliando com a promoção do bem-estar social e económico.
PDES, Programa Madeira 14-20 OT
OS4 - Promover uma gestão sustentável da água, através do seu uso eficiente e da redução das cargas poluentes no meio hídrico, garantindo a sua monitorização.
PRAM, PGRH10 QA
OS5 - Promover a eficiência energética e a redução das emissões de CO2.
PPERAM,PAES QA
OS6 - Promover uma gestão sustentável dos resíduos urbanos e industriais.
PERRAM QA
OS7 - Promover a qualificação territorial, saúde pública e segurança de pessoas e bens.
PRPA RIS
OS8 - Prevenção da ocorrência de situações de risco natural. POGMMC, PGRI-RAM, PROF-
RAM RIS, BIO
OS9 -Salvaguarda de recursos e valores naturais com vista a garantir a conservação da natureza e da biodiversidade, bem como a manutenção e valorização das características das paisagens naturais.
POGLM, PROF-RAM BIO
(OT – Ordenamento do Território, BIO – Biodiversidade, QA – Qualidade Ambiental, RIS – Risco Naturais e Tecnológicos)
Avaliação Ambiental Estratégica
Revisão do Plano Diretor Municipal de Alcanena
Relatório Ambiental
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7 ANÁLISE DE INCOMPATIBILIDADES E SINERGIAS
No presente ponto serão analisadas potenciais incompatibilidades e sinergias que possam
ocorrer entre os Objetivos estratégicos do próprio PDM (Quadro 6), bem como entre os
Objetivos estratégicos do PDM e os Objetivos de sustentabilidade da AAE (Quadro 7). As
potenciais incompatibilidades e sinergias identificadas serão alvo de uma análise mais atenta
adiante no Relatório Ambiental.
Quadro 6 - Matriz de Incompatibilidades e Sinergias entre Objetivos estratégicos do PDM de São Vicente.
OE I
OE II OE II
OE III B OE III
OE IV C D OE IV
OE V OE V
OE VI A OE VI
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA REVISÃO DO PDM:
Objetivo Estratégico (OE I) – Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos IGT de âmbito
nacional e regional
Objetivo Estratégico (OE II) – Definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação uso e transformação
do solo
Objetivo Estratégico (OE III) – Valorização do mundo rural
Objetivo Estratégico (OE IV) – Proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais
Objetivo Estratégico (OE V) – Valorização do património e qualificação urbana
Objetivo Estratégico (OE VI) – Promoção da identidade e da coesão territorial
INCOMPATIBILIDADES E SINERGIAS:
A – Sinergia entre a adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos IGT de âmbito nacional e regional e a coesão territorial.
B – Sinergia entre a definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação uso e transformação do solo e a valorização do mundo rural com o fomento das atividades agrícolas.
C – Sinergia entre a valorização do mundo rural com a valorização do produto turístico e a promoção turística.
D – Potencial conflito entre a valorização do mundo rural com a proteção e aproveitamento dos valores e recursos naturais.
Sinergia
Conflito Potencial
Sem Relação
Avaliação Ambiental Estratégica
Revisão do Plano Diretor Municipal de Alcanena
Relatório Ambiental
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Quadro 7 – Matriz de Incompatibilidades e Sinergias entre Objetivos estratégicos do PDM e os Objetivos de sustentabilidade definidos para a AAE.
OS 1 OS 2 OS 3 OS 4 OS 5 OS 6 OS 7 OS 8 OS 9
OE I
OE II
OE III I V
OE IV III IV
OE V II
OE VI
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA REVISÃO DO PDM:
Objetivo Estratégico (OE I) – Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos IGT de âmbito nacional e regional
Objetivo Estratégico (OE II) – Definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação uso e transformação do solo
Objetivo Estratégico (OE III) – Valorização do mundo rural
Objetivo Estratégico (OE IV) – Proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais
Objetivo Estratégico (OE V) – Valorização do património e qualificação urbana
Objetivo Estratégico (OE VI) – Promoção da identidade e da coesão territorial
SINERGIAS POTENCIAIS IDENTIFICADAS:
I – Sinergia entre a equidade territorial, sustentabilidade ambiental e fixação da população nos sistemas urbano e rural e a
valorização do mundo rural, com o fomento de atividades agrícolas.
II – Sinergia entre a valorização dos recursos humanos, culturais e naturais e a valorização do património e qualificação urbana.
III – Sinergia entre uma promoção sustentável da água e o seu uso racional.
IV – Sinergia entre eficiência energética e a redução das emissões de CO2 e a promoção de fontes energéticas renováveis.
CONFLITOS POTENCIAIS IDENTIFICADOS:
V – Potencial Conflito entre Promover uma gestão sustentável da água, através do seu uso eficiente e da redução das cargas
poluentes no meio hídrico, garantindo a sua monitorização e o fomento das atividades agrícolas.
OBJETIVOS DE SUSTENTABILIDADE DA AAE:
OS1 - Promover a equidade territorial, sustentabilidade ambiental e fixação da população nos sistemas urbano e rural.
OS2 - Valorização dos recursos humanos, culturais e naturais.
OS3 - Promover o desenvolvimento sustentável conciliando com a promoção do bem-estar social e económico.
OS4 - Promover uma gestão sustentável da água, através do seu uso eficiente e da redução das cargas poluentes no meio hídrico,
garantindo a sua monitorização.
OS5 - Promover a eficiência energética e a redução das emissões de CO2.
OS6 - Promover uma gestão sustentável dos resíduos urbanos e industriais.
OS7 - Promover a qualificação territorial, saúde pública e segurança de pessoas e bens.
OS8 - Prevenção da ocorrência de situações de risco natural.
OS9 -Salvaguarda de recursos e valores naturais com vista a garantir a conservação da natureza e da biodiversidade, bem como a
manutenção e valorização das características das paisagens naturais.
Sinergia Conflito Potencial Sem Relação
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Avaliação Ambiental Estratégica Revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente
Relatório Ambiental
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8 ANÁLISE POR FATOR CRÍTICO DE DECISÃO
8.1 ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
O fator crítico do Ordenamento do Território é considerado fundamental dado encontrar-se em
apreciação um instrumento de gestão territorial como um Plano Diretor Municipal.
Pertencendo à Região Autónoma da Madeira, o concelho de São Vicente, dividido por três
freguesias, Boaventura, Ponta Delgada e São Vicente, localiza-se a norte na costa norte da
Ilha da Madeira.
São Vicente é o concelho mais rural do distrito da costa norte da Ilha da Madeira e talvez da
Região Autónoma. E um dos concelhos com pouca atratividade populacional e com elevado
índice de envelhecimento.
Administrativamente faz parte integrante da Região Autónoma da Madeira (RAM),
encontrando-se limitado a nascente por Santana, a Sul por Ponta do Sol, Ribeira Brava e
Câmara de Lobos, a Poente por Porto Moniz e a Norte pelo Oceano Atlântico. São Vicente
situa-se a 32 km do Funchal. O território administrativo do município ocupa uma área de 79
km2,
dividido por três freguesias: São Vicente, Ponta Delgada e Boaventura, que se traduz
numa densidade populacional de 72,61 hab/km2.
Relativamente às acessibilidades rodoviárias, São Vicente e o Sul da Ilha encontram-se
facilitadas após a abertura do túnel da Encumeada (3086 m), a 8 de Outubro de 2000, e da VE
4, que permite um acesso ao Funchal em cerca de 30 minutos. Encontra-se em construção um
troço da Via Expresso que ligará Boaventura Arco de São Jorge, sendo reforçadas as
acessibilidades com o extremo Este da Ilha.
A dinâmica empresarial do concelho de São Vicente é diminuta, devido ao reduzido taxa de
constituição de novas sociedades. Importa referir que no concelho há uma predominância de
micro e pequenas empresas, sendo muito reduzida a presença de empresas de dimensão
superior.
Entre as empresas do concelho há um domínio do sector terciário (49%), o sector primário tem
pouca representatividade (24 %) na dinâmica socio - económica do concelho, por sua vez os
valores do sector secundário são também pouco expressivos (27%) sintomas de uma realidade
onde a indústria não ocupa um peso expressivo. No que respeita ao domínio do sector terciário
no concelho de São Vicente, tipo de serviço com maior peso percentual no concelho é o
comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos (24%), de
seguida o de alojamento, restauração e similares (23,1%). Apesar do sector secundário ser
pouco expressivo o sector da construção civil tem uma representatividade no concelho
(16,1%), enquanto a indústria transformadora (4,5%) tem uma significativa representatividade
no concelho.
Avaliação Ambiental Estratégica Revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente
Relatório Ambiental
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Com este fator crítico de decisão pretende-se avaliar os efeitos da revisão do Plano Diretor
Municipal de São Vicente sobre o ordenamento do território, atendendo aos diferentes usos e
aptidões do solo; avaliar a dimensão de qualificação dos recursos humanos endógenos e sua
relação com a fixação de atividades de valor acrescentado; avaliar a capacidade do Plano
promover uma evolução demográfica positiva e uma melhoria da qualidade de vida, associada
a um desenvolvimento local sustentável e aumento da competitividade do território; avaliar as
redes de transporte previstas nas suas variadas vertentes e avaliar a forma como é promovido
o espaço rural e a sua relação com a estrutura urbana. Pretendem-se identificar possíveis
consequências decorrentes de ações previstas na proposta de revisão do PDM, que possam
vir a ter influência no ordenamento do território, desenvolvimento regional e competitividade,
assim como a melhor forma de as potenciar no caso de serem positivas e de as evitar,
minimizar ou compensar no caso de serem negativas. Este fator crítico de decisão compreende
os objetivos de sustentabilidade, critérios e indicadores que constituem a sua base de análise
para a avaliação ambiental estratégica da revisão do PDM de São Vicente, constantes no
Quadro 8.
Quadro 8 – Objetivos de sustentabilidade, Critérios e Indicadores de avaliação do FCD Ordenamento do Território.
Objetivos de sustentabilidade
Critérios Indicadores
- Promover a equidade
territorial, sustentabilidade
ambiental e fixação da
população nos sistemas
urbano e rural.
- Valorização dos recursos
humanos, culturais e naturais.
- Promover o desenvolvimento
sustentável conciliando com a
promoção do bem-estar social
e económico.
As políticas económicas e as estratégias de desenvolvimento
- Evolução da população;
- Estrutura etária, Saldos naturais e migratórios, Índice
de envelhecimento
- Evolução da oferta de solo industrial e grau de
ocupação;
- Evolução das áreas disponíveis para implementação de
atividades turísticas
- Variação do número de estabelecimentos no turismo
em espaço rural
Instrumentos de gestão territorial
- Verificação da compatibilidade do plano com outros
Instrumentos de Gestão Territorial
- Evolução da ocupação e uso do solo
- Distribuição do tipo de solo afetado pelas áreas de
expansão urbana
Condicionantes, áreas naturais
- Evolução das áreas de Reserva Agrícola Municipal
-Evolução das áreas de Reserva Ecológica Municipal
- Evolução das áreas de Estrutura Ecológica Municipal
Acessibilidades e Mobilidade
- Evolução das condições e tempos médios de acesso à
rede viária principal
- Tipo e estado de conservação da rede viária
- Nº de edifícios públicos com condições de acesso a pessoas com mobilidade condicionada
Avaliação Ambiental Estratégica Revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente
Relatório Ambiental
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A caracterização do FCD Ordenamento do Território será efetuada com base na consulta de
estudos técnicos elaborados no âmbito da elaboração do PDM de São Vicente, de bibliografia
e cartografia temática, publicada pelas entidades competentes na matéria, nomeadamente:
Câmara Municipal de São Vicente;
Instituto Nacional de Estatística (INE);
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza
Turismo da Madeira
Será efetuada uma análise de índole pericial, qualitativa e, sempre que a informação disponível
o permitir, quantitativa, recorrendo também à aplicação inicial da análise SWOT como ponto de
partida da análise dos efeitos esperados.
8.1.1 Situação Existente e Análise Existencial
O Concelho de São Vicente, terá sido desde o século XV o mais importante núcleo de
povoamento do Norte da Ilha da Madeira. Os primeiros locais a serem povoados terão sido São
Vicente e Ponta Delgada, o aumento da população terá contribuído para o desmembramento
de São Vicente da capitania do Machico, sendo elevada a vila e sede de concelho em 1774.
Esta região adquiriu um gradual desenvolvimento económico e social resultante da exploração
vitivinícola e produtora de Madeiras e vime.
Atualmente as ligações entre São Vicente e o Sul da Ilha encontram-se facilitadas, após a
abertura do túnel da Encumeada (3086 m) e da VE 4 permitindo o acesso ao Funchal em
apenas 30 minutos. A via Expresso (em construção) ligará Boaventura a Arco de São Jorge,
sendo reforçadas as acessibilidades com o extremo Este da Ilha.
O sistema de relações funcionais entre os Municípios da Ilha da Madeira (ver Figura 2),
assenta muito claramente numa predominância do concelho do Funchal, que exerce a sua
influência por toda a Ilha, sendo por isso importante o reforço de acessos à capital. O conjunto
dos municípios da Costa Norte estrutura-se em torno de um eixo viário da rede regional
estruturante ER 101/VE1 que percorre toda a ilha junto ou próximo da costa, sendo o túnel da
Encumeada, em São Vicente, o mais forte e direto elo de ligação à costa Sul.
As interdependências existentes entre estes municípios são ainda significativas na medida em
que o centro aglutinador dessa sub-região encontra-se localizado no Funchal e não em
qualquer dos municípios da Costa Norte.
Segundo as orientações do POTRAM, os municípios de Machico e São Vicente assumem um
papel de centros Sub - Urbano (tal como a Ribeira Brava, na costa Sul) criando deste modo
uma estrutura mais equilibrada através do descongestionamento do Funchal.
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Figura 2 - Relações Funcionais da Ilha da Madeira
Fonte: INPLENITUS
Desenvolveu-se um diagnóstico e análise de tendências para caracterizar o FCD Ordenamento
do Território, com o objetivo de pormenorizar este FCD apresentado e de criar uma base de
informação que sustente a avaliação dos efeitos previstos e as medidas sugeridas.
As políticas económicas e as estratégias de desenvolvimento
Evolução da população
Em termos demográficos, o Concelho tem vindo a apresentar um decréscimo populacional. De
acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no Município de São Vicente,
registou-se, no último decénio intercensitário, uma perda populacional de 475 residentes,
correspondente a um crescimento negativo de 8% no momento censitário de 2001/2011.
Esta dinâmica vem suavizar a tendência de decrescimento na década anterior (1991/2001) que
teve um crescimento negativo muito acentuado (-19%) em relação à década de 1981/1991. A
dinâmica demográfica do concelho de São Vicente em relação à Região Autónoma da Madeira
e revela algumas diferenças: enquanto que o concelho teve um crescimento populacional
negativo em todos os momentos censitários, a Região Autónoma, teve um crescimento
populacional positivo em todos os momentos intercensitários (expecto o de 1991/2001 (-3%).
Importa referir que na década de 2001/2011 o crescimento demográfico na Região Autónoma
(9%) foi superior ao do Continente.
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Dados mais recentes do INE continuam a refletir esta tendência de decréscimo de população
havendo registo de 5723 residentes no Município de São Vicente no ano de 2011. (Quadro 9).
Quadro 9 – População residente no Município de São Vicente, entre 1981 e 2011.
UNIDADE TERRITORIAL
População residente Variação da População
1981 1991 2001 2011 1981-1991 1991-2001 2001-2011
Portugal Continental (NUT I) 9833 9867 10356 10562 0,3 5,0 2,0
Região Autónoma da Madeira 248468 253426 245011 267785 2 -3 9
São Vicente 8501 7695 6198 5723 -9 -19 -8
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001 e 2011 (Resultados Definitivos).
De acordo com os dados definitivos do Recenseamento Geral da População (INE, 2011), a
tendência de decréscimo populacional tem vindo manifesta-se tal como na última década
censitária, revelando uma perda populacional na ordem dos -8%. Enquanto o País revelava
uma taxa de crescimento positiva 0,3% e 2% respetivamente, na Região Autónoma revelaram-
se taxas de crescimento negativas na ordem dos 2% e 9% respetivamente, o concelho de São
Vicente apresenta uma perda populacional de cerca de -8%, sendo significativamente inferior à
registada na década censitária anterior.
No que diz respeito à distribuição intra - concelhia da população, o cenário reforça a
importância da freguesia sede de Concelho – São Vicente, como principal ponto de
concentração populacional, com 3336 habitantes em 2001 e 3139 em 2011.
Quadro 10 – Evolução da população residente por freguesia do município de São Vicente (1991 a 2011)
Freguesias
População residente por local de residência
1991 2001 2011
Boaventura 2300 1537 1221
Ponta Delgada 1433 1325 1363
São Vicente 3962 3336 3139
Fonte: INE – Recenseamento da População, anos de 1991, 2001 e 2011 (dados definitivos)
Estrutura etária, Saldos naturais e migratórios, Índice de envelhecimento
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Estrutura Etária
A análise da estrutura etária da população revela um predomínio da população ativa
(aproximadamente 55% da população encontra-se em idade ativa) essencialmente baseado no
acréscimo populacional nas faixas etárias acima dos 25 anos. (Quadro 11).
Entre 2001 e 2008, na área em estudo, assistiu-se à redução do número de crianças e jovens,
motivada sobretudo pela tendência decrescente da taxa de natalidade. Tal como a dinâmica
demográfica negativa, regista-se uma tendência para o envelhecimento populacional. O grupo
etário dos 65 ou mais anos registou, entre 2001 e 2011 uma variação positiva, em todas as
unidades geográficas.
De acordo com os dados refere-se que o número de idosos aumenta rapidamente; de 20% em
2001 para 23% em 2011 no concelho de São Vicente, na Região Autónoma da Madeira o
número de idosos, passa de 14% em 2001 para os 15% em 2011, sendo notória uma
significativa descida do número de idosos (1%) de 2001 para 2011. Inversamente, o número de
jovens dos 0 aos 14 anos diminui drasticamente passando dos 17% em 2001 para 13% em
2001 no concelho de São Vicente, de 19% em 2001 para 16% em 2011, foram esses os
valores apontados para a descida do número de jovens, na Região Autónoma da Madeira.
Estas tendências demográficas também se refletem no Continente.
Quadro 11 – População residente (N.º) por Local de residência e Grupo etário (por ciclos de vida) para os anos de
2001 e 2011.
Grupo
etário
(por ciclos
de vida)
População residente (N.º) por Local de residência, Sexo e Grupo etário (por ciclos de vida)
2001 2008 2011
Continente
Região
Autónoma
da Madeira
São
Vicente Continente
Região
Autónoma
da Madeira
São
Vicente Continente
Região
Autónoma
da Madeira
São
Vicente
0 - 14 1.544,883 4.6901 1 065 1.533,362 43 695 823 1.484120 4.4012 802
15 - 24 1.348,285 3.8860 899 1.135,989 34 370 857 1.079493 3.3091 665
25 - 64 5.312,659 1.25672 2 974 5.654,307 136 924 3.269 5.546220 1.50784 2 958
65 e mais 1.645,595 3.3578 1 260 1.811,651 32 172 1.168 1.937788 3.9898 1 298
Total 9.851,424 2.45011 6 198 10.135,309 247 161 6.117 10.047621 2.67785 5 723
Fonte: INE, Estimativas Anuais da População Residente
Taxa de Natalidade | Taxa de Mortalidade
De acordo com dados do INE, entre 2001 e 2011, apesar de uma tendência recente para
estabilizar, houve um decréscimo da taxa de natalidade no Município de São Vicente, esta
tendência manteve-se até ao ano de 2008 (9,8%). Este indicador compromete a renovação das
populações, o que se reflete diretamente na taxa de crescimento natural, que em 2008
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apresentava um valor de -0,18%, ainda assim com um valor mais favorável que a NUT III
Médio Tejo que teve no mesmo ano um crescimento natural de -0,36%. (Quadro 12).
Por outro lado, a taxa bruta de mortalidade no Município de São Vicente no período
compreendido entre 2001 e 2011 registou um decréscimo, de 12% para 10,6%. (Quadro 12).
Usando a taxa de crescimento natural como um indicador da capacidade de renovação das
populações, verifica-se que em 2011, o município de São Vicente apresentava um crescimento
natural negativo, seguindo a tendência negativa verificada a nível nacional, regional e sub-
regional, mas apresentando um valor e uma variação francamente inferior (-85,3%) (Quadro
12).
Quadro 12 - Taxa Bruta de Natalidade e Taxa Bruta de Mortalidade no Município de São Vicente, entre 2001 e 2011.
Unidade Territorial
Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade Taxa de crescimento natural
2001 2005 2011
Variação
(2001/2011)
%
2001 2005 2011
Variação
(2001/2011)
%
2001 2005 2011
Variação
(2001/2011)
%
Portugal (NUT ) 11,7 10,4 9,1 -22,2 10,3 10,2 9,8 -4,9 1,4 0,01 -0,06 -104,3
Região Autónoma da
Madeira 13,1 12,1 9 -31,3 10,8 11 9,3 -13,9 2,3 0,11 -0,03 -101,3
São Vicente 8,2 8,1 7,6 -7,3 13,7 13,7 15,6 13,9 -5,5 -0,56 -0,81 -85,3
Fonte: INE, Indicadores Demográficos – 1998, 2005 e 2008.
Saldos naturais e migratórios
As taxas de crescimento populacional são explicadas pelo saldo de crescimento natural,
representando o diferencial entre nascimentos e óbitos, e pelo saldo migratório, composto pelo
diferencial entre entradas e saídas de efetivos, refletindo parcialmente o poder de atração do
concelho.
De acordo com as estatísticas do INE, o concelho de São Vicente evidencia uma taxa de
crescimento migratório positiva em 2001 (0,68%), ou seja o número de novos residentes é
superior ao número de pessoas que deixaram o concelho, apresentando uma taxa de
crescimento migratório negativa em 2011 (-1,73).
Índice de Envelhecimento | Índice de Dependência
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No Concelho, o índice de envelhecimento (relação entre a população com 65 ou mais anos e o
grupo dos que têm 14 ou menos anos), entre 2001 e 2011, é marcado por uma variação
positiva, superior à média regional e nacional (Quadro 13).
Quadro 13 – Índice de envelhecimento no Município de São Vicente, entre 2001 e 2011.
Unidade Territorial Índice de Envelhecimento (%)
Variação
2001/2011
2001 2011 (%)
Portugal (NUT I) 104,5 130,6 25,0
Região Autónoma da Madeira 71,6 90,7 26,7
São Vicente 118,3 161,9 36,9
Fonte: INE 2011.
O envelhecimento da população reflete-se também no índice de dependência de idosos
(Quadro 14), o que poderá ser um constrangimento ao desenvolvimento e ao equilíbrio
socioeconómico. No entanto, o índice de dependência de idosos no concelho de São Vicente
em 2011 era de 37,3% diferente valor de 2001 (33,6%), verifica-se que o índice de
dependência de idosos é superior ao registado na Região Autónoma e Portugal Continental em
2001 e 2011.
Quadro 14 – Índice de dependência de idosos no Concelho de São Vicente entre 2001 e 2011.
Unidade Territorial
Índice de Dependência de
Idosos (%)
Variação
2001/2011
2001 2011 (%)
Portugal Continental (NUT I) 24,6 29 5,8
Região Autónoma da Madeira 20,6 20,6 0,0
São Vicente 33,6 37,3 11,0
Fonte: INE, Indicadores Demográficos – 2001 e 2011.
Evolução da oferta de solo industrial e grau de ocupação
O município de São Vicente apenas com 16 unidades industriais (15 unidades industriais de
industrias transformadoras) e uma de unidade industrial extrativa. No que respeita à ocupação
industrial temos apenas o Parque Industrial de São Vicente (situado nas Ginjas).
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Evolução das áreas disponíveis para implementação de atividades turísticas
O concelho de São Vicente situa-se na Região de Turismo da Madeira, região com um vasto
património e com as condições naturais e culturais favoráveis a um desenvolvimento turístico
de qualidade, contudo os indicadores socioeconómicos do concelho indicam que o sector
turístico ainda não se assumiu como estruturante em termos de mecanismo impulsionador da
mudança.
No concelho localiza-se um número significativo de estabelecimentos com capacidade de
alojamento, mas existem unidades de hoteleira clássica, o Hotel Estalagem do Mar, localizado
no Junco – Fajã da Areia (freguesia de São Vicente) com uma classificação de quatro estrelas,
com 99 quartos (91 quartos duplos + 8 suites), tem vista para o mar, com piscina interior e
exterior (de água doce e outra de água salgada) com restaurante self-service, bem como
outras ofertas (sauna, jacuzzi e solário). A outra unidade é o Hotel Estalagem do Vale
localizado na povoação de Feiteiras de Baixo, conta com 42 quartos, possui um restaurante,
um bar, uma cave de vinhos, uma sala de refeições, sala de conferências, biblioteca entre
outras comodidades.
Na tipologia de Hotel Rural temos o Solar da Boaventura, com 30 quartos, dispõe de salas de
estar, de TV, restaurante, bar, esplanadas, amplos jardins e um mini-golfe, dispõe também de
um mini - museu. Ainda espalhados pelo concelho/freguesia temos uma residencial (Calhau),
Guest-House (na freguesia São Vicente) e três unidades de Turismo de Habitação (São, Sitio
do Saramago e Sitio do Passo) e 2 unidades de Turismo no Espaço Rural (Sitio do Lameiro e
Sitio do Laranjal)
Variação do número de estabelecimentos, quartos e da capacidade de alojamento no turismo
rural em espaço rural
A capacidade de alojamento concelhia assenta fundamentalmente em meios complementares
de alojamento: Hotelaria clássica, Hotel Rural, Residenciais, unidades de Turismo no Espaço
Rural e Turismo de Habitação, dispersos pelo município. No (Quadro 15) apresenta-se a
capacidade de alojamento das unidades hoteleiras existentes.
Aliando as boas práticas ambientais ao turismo a Secretaria Regional da Cultura, Turismo e
Transportes, criou uma metodologia de certificação de qualidade ambiental, que se materializa
na atribuição do símbolo Estabelecimento Amigo do Ambiente, a ser utilizado pelas empresas
titulares na sua atividade comercial. Ainda neste sentido a sustentabilidade ambiental constitui,
hoje, uma vantagem competitiva e qualitativa no sector turístico e um fator de extrema
importância para o seu desenvolvimento harmonioso. No concelho de São Vicente a unidade
hoteleira que ganhou este distintivo ambiental de excelência foi o Solar da Bica, por reunir os
requisitos necessários para a obtenção do mesmo.
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Quadro 15 – Capacidade hoteleira no concelho de São Vicente
Tipologia
de Alojamento
Designação
Nº de
estabelecimentos
hoteleiros
Capacidade
de Alojamento
Localização
Estalagens
Estalagem do Mar
2
92 quartos Sítio dos Juncos - Fajã da Areia (São Vicente)
Estalagem do Vale 41 quartos Sítio das Feiteiras (São Vicente)
Hotel
Hotel Apartamento Casa da Capelinha
3
12 quartos Terreiro (Ponta Delgada)
Hotel Monte Mar Palace 110 quartos Feiteiras - Sítio do Montado (Ponta Delgada)
Hotel Rural Solar da Boaventura 30 quartos Sítio do Serrão (Boaventura)
TER
Casa da Beira
3
- - - Sitio das Feiteiras (Ponta Delgada)
Casa do Pico 3 quartos Sitio do Pico (Ponta Delgada)
Solar da Bica 3 quartos Sítio dos Lameiros (São Vicente)
TH
Casa da Piedade
2
7 quartos Sitio do Laranjal (São Vicente)
Casa do Lanço 4 quartos Sitio do Lanço (São Vicente)
Fonte: http://www.visitmadeira.pt/
Gestão Territorial
Verificação da compatibilidade do plano com outros Instrumentos de Gestão Territorial
Na área do município de São Vicente existem os seguintes Instrumentos de Gestão Territorial:
a) Plano de Ordenamento Territorial da Região Autónoma da Madeira - POTRAM
b) Plano Regional da Água da Madeira – PRAM
c) Plano Regional da Política de Ambiente – PRPA
d) Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira – POT
e) Plano de Desenvolvimento Económico e Social 2014 – 2020 – PDES
f) Plano de Política Energética da Região Autónoma da Madeira – PPERAM
g) Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central – POGMMC
h) Plano Estratégico de Resíduos da Região Autónoma da Madeira – PERRAM
i) Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira – POGLM
j) Programa operacional da Região Autónoma da Madeira 2014-2020 – (Programa
Madeira 14-20)
k) Plano de Ação para a Energia Sustentável – PAES
l) Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – (PGRH10)
m) Plano de Gestão dos Riscos de Inundações da Região Autónoma da Madeira – PGRI –
RAM
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Evolução da ocupação e uso do solo
Como se observa, existe uma clara maioria de ocorrência (85,9%) de ocupação florestal,
quando em comparação com outros usos. As razões para essa realidade assentam não só nas
caraterísticas intrínsecas do território da Ilha da Madeira, das suas aptidões e
constrangimentos vários, mas também pela sucessão de circunstâncias históricas e
conjunturais que hoje transparecem a imagem das mudanças socioeconómicas e culturais da
sociedade madeirense.
No caso específico do concelho de São Vicente explica-se pela presença de Floresta Natural
de Laurissilva, (Figura 3) que desde sempre mereceu proteção e preservação, por parte das
entidades públicas. Os restantes tipos de floresta encontram na orografia do terreno e na
humidade do ar condições favoráveis à sua proliferação.
Os dados de ocupação do solo e a sua tradução territorial, assumem uma importância
redobrada quando se trata de territórios como o do concelho de São Vicente. Aqui, a questão
da formulação dos usos, aptidões e funções potenciais, têm de ter em conta a avaliação de
eventuais impactes nas populações e na paisagem.
Figura 3 - Ocupação do solo no concelho de São Vicente
Fonte: CM de São Vicente - Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente
A salvaguarda da Paisagem como produto e recurso turístico assumido e renovado, requer
uma monitorização especial e a consciencialização de que se baseia em territórios em
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equilíbrio frágil, sujeitos a ocupação humana por vezes desordenada e na manutenção de
práticas culturais em aparente desuso.
Propor de forma assertiva novos usos e novas ocupações do solo, subentende ainda a perfeita
noção que a gestão criteriosa de áreas de risco, não é uma opção de planeamento, mas sim
um imperativo de cidadania e sustentabilidade.3
Tendo em conta a especificidade do território concelhio este apresenta um relevo acentuado,
vulnerável a várias tipologias de risco, uma ocupação desordenada e práticas culturais em
desuso. Todos estes factos conjugados com paroxismos climáticos (fenómenos extremos de
precipitação) desencadeiam situações de catástrofes (inundações, movimentos de massa de
vertente)
Quadro 16 - Áreas de estrutura espacial no território - Solo urbano
SOLO URBANO % do município
Espaços Centrais 0,4
Espaços Residenciais 0,0
Espaços de Atividades Económicas (EAE) 0,2
Espaços de Uso Especial - Equipamentos 0,3
Fonte: “Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente” – CM São Vicente
Quadro 17 - Áreas de estrutura espacial no território - Solo rural
SOLO RURAL % do município
Espaços Agrícolas 11,7
Espaços Florestais 11,8
Espaços Naturais 71,5
Áreas de edificação dispersa 1,7
Fonte: “Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente” – CM São Vicente
3 Estudos Sectoriais: “Ocupação do Solo” – Relatório da Revisão do PDM de São Vicente.
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No município de São Vicente, a superfície de solo urbano (Quadro 16) de acordo com o
relatório da revisão do PDM é de 250,2 ha, para espaços centrais é de 28,3 ha e de solo para
espaços residenciais é de 2,9 ha, para os espaços de atividades económicas a área é de 13,8
ha e 25,7 ha para espaços de uso espacial (equipamentos).
No que respeita ao solo rural (Quadro 17) os espaços naturais ocupam a maior área do
concelho (5770,8 ha), seguido das áreas florestais que ocupam uma área de 953,2 ha, os
espaços destinados à agricultura ocupam uma área de 940,4 ha e por fim as áreas de
edificação dispersa ocupam uma área de 134,2 ha.
Em última análise nota-se claramente uma carência nas áreas destinadas ao uso turístico no
concelho de São Vicente, visto que este sector ainda não está bem consolidado no concelho.
Distribuição do uso de solo afetado pelas áreas de expansão urbana
A expansão urbana recairá fundamentalmente sobre o espaço rural, que caracteriza-se por um
relevo acentuado maioritariamente composto por Floresta (Floresta Natural Laurissilva), Maciço
Montanhoso Central e espaços agrícolas.
De acordo com o Relatório de Avaliação do PDM proposto o solo urbano existente é 250,2 ha,
os espaços centrais (espaços urbanos antigos ou históricos) é 28,3 ha, espaços urbanos
consolidados (2,9 ha), espaços de atividades económicas (13,8 ha), espaços urbanos de
expansão e colmatagem (179,5 ha) e espaços de equipamentos/uso espacial (25,7 ha)
perfazendo um total de 250,2 ha de solo urbano.
O meio urbano do concelho caracteriza-se por um dois tipos de povoamento, associado ao tipo
de atividade socioeconómica:
Povoamento concentrado - núcleo de São Vicente e Ponta Delgada
Povoamento disperso: Boaventura Ginjas, Sitio do Serrão
Condicionantes, áreas naturais
Evolução das áreas de Reserva Agrícola Nacional
No que respeita à Reserva Agrícola Nacional (RAN) o Decreto Legislativo Regional nº 18/2011,
de 11 de Agosto, estabelece o regime transitório para a aplicação à RAM do regime jurídico
desta condicionante, aprovado pelo Decreto – Lei nº 73/2009, de 31 de Março, alterado e
republicado pelo Decreto-Lei n.º 199/2015, de 16 de setembro, adotando no artigo 48.º uma
norma de idêntico teor ao artigo 46.º para a REN, totalizando uma área de 1319,85 ha
ocupando 16,4 % do território municipal da costa norte da ilha da Madeira (Figura 4).
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Figura 4 - Reserva Agrícola Municipal no município de São Vicente
Fonte: CM de São Vicente - Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente
O território de São Vicente tem a maioria da sua área classificada como solo rural, podendo
deste facto compreender-se a importância da elaboração de uma estratégia de intervenção que
permita a compatibilização entre os usos afetos ao sistema produtivo de génese rural, com a
necessidade de salvaguardar um conjunto significativo de áreas fundamentais para a
conservação da natureza e sustentabilidade dos ecossistemas locais.
Evolução das áreas de Reserva Ecológica Municipal
Tal como na Reserva Ecológica Nacional esta condicionante foi respeitada pelo Decreto
Legislativo Regional nº 18/2011/M, de 11 de agosto que estabelece um regime transitório para
a aplicação à Região Autónoma da Madeira dos regimes jurídicos das referidas reservas. No
que respeita a área de REN esta ocupa 5546,1 ha ocupando 68,9 % do território municipal da
costa norte da ilha da Madeira (Figura 5)
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Figura 5 - Reserva Ecológica Nacional no município de São Vicente
Fonte: CM de São Vicente - Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente
De acordo com o diploma, “a REN é definida com base no regime jurídico das áreas protegidas
em vigor na Região Autónoma da Madeira” (artigo 2º, n. 2), pelo que integram a REN de São
Vicente as áreas do Parque Natural da Madeira e as áreas que constituem a Rede Natura 2000
no concelho: as Zonas Especiais de Conservação (ZEC) do Maciço Montanhoso Central da
Ilha da Madeira e da Laurissilva da Madeira (também ao abrigo do POGMMC e do POGLM,
respetivamente).
A maior parte da Laurissilva da Madeira encontra-se igualmente integrada no PNM, sendo que
cerca de 310,7 ha estão fora da área do Parque, que, por sua vez, também se estende para
áreas não integradas na RN2000.
As áreas da Rede Natura 2000 são qualificadas pelo PDMSV como “Espaços Naturais – Áreas
de Maior Valor Natural” (salvo situações, como as áreas qualificadas como Espaços Naturais –
Escarpas, que pelas suas características obrigam a um regime de uso do solo ainda mais
restritivo), estando ainda sujeitas ao cumprimento no disposto nos já referidos planos
especiais. As atividades e ocupações do solo na restante área do Parque Natural da Madeira
estão sujeitas a parecer da entidade com a tutela.
Estrutura Ecológica Municipal (EEM)
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A delimitação da Estrutura Ecológica Municipal (EEM) como figura de planeamento
municipal tornou-se obrigatória a partir de 1999, com a aprovação do Decreto-Lei nº 380/99,
que regulamenta o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial. A Portaria nº
138/2005 de 2 de fevereiro determinou a obrigatoriedade de apresentação da Carta da
Estrutura Ecológica nos Planos Diretores Municipais (PDM) e nos Planos de Urbanização (PU)
e o Decreto Regulamentar nº 11/2009, de 29 de maio, definiu os critérios para a sua
delimitação.
Embora resulte de legislação anterior à sua aprovação, o PDM em vigor não prevê este
figurino, pelo que este indicador será desenvolvido apenas no capítulo relativo aos Efeitos
esperados.
Acessibilidades e Mobilidade
Evolução das condições e tempos médios de acesso à rede viária principal
No Quadro 18 estão dispostos os tempos de viagem em transporte individual (TI), do concelho
de São Vicente para outros concelhos vizinhos, bem como a outros pontos da Ilha da Madeira.
De São Vicente ao Funchal a distância é de 34 km, com duração de cerca de 30 minutos.
Analisando os percursos apresentados no supracitado quadro verifica-se que o percurso mais
curto e com menos tempo de viagem é o que vai do concelho de São Vicente a Porto Moniz, o
percurso mais longo é o que vai em direção ao Aeroporto da Madeira (53 km e 40 minutos de
viagem). No que respeita à acessibilidade interna através do transporte individual, os tempos
de viagem são inferiores a 20 minutos para a generalidade dos aglomerados.
Quadro 18 - Duração e distâncias quilométricas inter e intraconcelhias do município de São Vicente.
DISTÂNCIA KM Duração (min) LIGAÇÕES VIÁRIAS
Ratio Km/Min
Funchal 3 Km 28 R101, R104, VR1 1,2
Porto Moniz 16 Km 19 R101 0,8
Ribeira Brava 18 Km 18 R104,R101 1,0
Santana 31Km 38 R101,VE1 0,8
Machico 53 Km 39 R101, R104, VR1 1,4
53Km 60 R101, VR1 0,9
Aeroporto da Madeira 51 Km 40 R104, R101, VR1 1,3
56 66 R101, VE1 0,8
Boaventura 10 Km 11 R101 0,9
8,5Km 8 VE1 1,1
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Ponta Delgada 6,7Km 7 R211, R101 0,9
6,3 6 VE1 1,1
Fonte: http://www.viamichelin.pt/
Hierarquia da rede viária concelhia
A rede viária de São Vicente apresenta uma hierarquia com três níveis de classificação,
apresentando uma correspondência quase sempre direta com a classificação estrutural da
RAM, definida pelo DLR nº 15/2005/M, alterado pelo DLR 1/2013/M, de 2 de Janeiro e pelo
DLR 15/2016/M, de 9 de Agosto. A rede viária de São Vicente está definida de acordo com as
seguintes categorias: Rede Viária Principal; Distribuidora e Local.
A Rede Viária Principal é composta pelas estradas estruturantes na rede viária do Concelho,
nomeadamente na sua ligação a outras sedes de concelho e principais centros de atividade
económica, apresentando uma elevada fluidez de tráfego a velocidades mais elevadas.
Incluem-se aqui, portanto, a ER101 e a ER104, e as respetivas variantes em Via Expresso.4
A Rede Viária Distribuidora é constituída pelas restantes estradas regionais e outras vias
interlocais, consideradas estruturantes, uma vez que estabelecem as ligações entre a Rede
Viária Principal e os principais núcleos populacionais, complementando assim a estrutura
viária.
A rede viária de São Vicente é ainda complementada pelas vias que compõem a Rede Viária
Local: são estradas e caminhos municipais que ligam os vários lugares entre si e às estradas
de nível hierárquico superior. São vias estruturantes locais.
Inclui ruas que atravessam zonas urbanas mas que se revelam fundamentais na mobilidade
desse centro e na sua rápida ligação ao exterior. São assim vias muito díspares entre si, com
variados níveis de tráfego e a diferentes velocidades, e que apresentam perfis variados.
8.1.1.1 Análise SWOT
O Quadro 19 apresenta uma análise SWOT da situação tendencial do Concelho para o FCD
Ordenamento do Território, dando a indicação sobre oportunidades e ameaças ao território
municipal.
4 A Via Expresso integra a Rede Viária Principal, que corresponde a estradas com a velocidade máxima de circulação
de 90 km/h fora das localidades e compostas por uma única faixa com um perfil transversal de 1x2 vias mais bermas,
dispondo, quando se justifica, de uma via adicional para lentos no lado ascendente.
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Quadro 19 - Análise SWOT no âmbito do ordenamento do território.
Forças Fraquezas
Excelente posicionamento geográfico do concelho de
São Vicente na ligação à costa Sul;
Potencial da paisagem de montanha (áreas protegidas)
da Laurissilva, Maciço Montanhoso Central e Parque
Natural da Madeira);
Excelentes acessibilidades ao concelho de Porto Moniz e
Ribeira Brava e daí a toda a costa Sul;
Tendência para o Turismo de natureza e Ecoturismo;
Avançado processo de construção da VE no Concelho;
Crescente investimento na educação/formação;
Adequada exploração do património geológico: Grutas e
Centro de Vulcanismo e Rota da Cal.
Boas acessibilidades Regionais (VE4 e VE2);
Território dominado por vales profundos e desníveis
abruptos, que condicionam a urbanização;
Desenvolvimento condicionado de algumas zonas pelas
áreas Protegidas e Classificadas;
Vulnerabilidade ao Risco Natural;
Baixo nível de escolaridade da População, baixo poder de
compra reduzido e disparidade de rendimentos.
Grande número de vias internas desenvolvidas em locais
com caraterísticas pouco acessíveis;
Desenvolvimento insípido do Turismo em Espaço Rural;
Pouca diversificação de oferta hoteleira.
Oportunidades Ameaças Consolidar a proteção ambiental e da paisagem através
da introdução da EEM.
Potencial pedagógico, turístico e socioeconómico das
Grutas de São Vicente.
Desenvolvimento das relações funcionais com outros
Municípios, podendo assumir-se como um importante
centro suburbano, de capital costa Norte;
Aumento da proliferação de espécies vegetais invasoras;
Perigo potencial de incêndios florestais;
Saída das populações para outros concelhos.
Sobre utilização de levadas, percursos e visitas a locais
protegidos;
Descaraterização do tecido urbano e do edificado, e sua
dispersão no território.
8.1.2 Efeitos Esperados
As políticas económicas e as estratégias de desenvolvimento
As opções estratégicas previstas do Plano pretendem contribuir para promover a equidade
territorial, sustentabilidade ambiental e a fixação da população nos sistemas urbanos e rural,
qualificação ambiental e a promoção da qualidade de vida das populações residente e
visitantes, que passa por uma mais equilibrada gestão e aproveitamento do património
construído e natural em consonância com a capacidade de adaptação do meio, opções que
vão de encontro aos objetivos de sustentabilidade definidos quer no, POTRAM e PDM de São
Vicente.
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As opções estratégicas promovidas pela revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente
pretendem contribuir para potenciar o desenvolvimento local do município estabelecido nos IGT
(Instrumentos de Gestão Territorial) de âmbito nacional e regional (Eixo Estratégico I) e
estímulo à valorização do produto turístico assente no eixo estratégico III (valorização do
mundo rural), bem como a proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais
(Eixo estratégico IV).
Evolução da população
De acordo com as projeções demográficas efetuadas para o concelho de São Vicente, no
âmbito da revisão do PDM, foram estabelecidos três cenários de projeções demográficas:
Tendencial, Tendencial Decrescente e Negativo.
No cenário tendencial verifica-se um decréscimo de população de 2011 para 2021. Em 2011
tinha-mos 5723 habitantes e em 2021 o concelho de São Vicente passará a contar com 5675
habitantes, correspondendo a uma taxa de variação negativa (-0,8%).
No cenário Tendencial Decrescente, em 2021 o concelho terá 4863 habitantes correspondendo
a um decréscimo de -15%. Por fim no cenário negativo em 2021 o concelho terá 4062
habitantes correspondendo a um decréscimo de -70%.
No entanto verifica-se que todos os cenários apontam para uma realidade de perda
demográfica no concelho: segundo a análise dos indicadores censitários de 1991, 2001 e 2011
e os resultados estimados pela Direção Regional de Estatística da Madeira referentes a 2009
indicam que o concelho perde sobretudo população nas faixas etárias infanto-juvenis. Este
aspeto está sobretudo relacionado com a Taxa de crescimento Natural (-0,88%) negativa,
resultado de uma taxa de natalidade de 5,4% face a uma taxa de mortalidade de 14,2%,
tratando-se de valores superiores aos registados pelas médias nacional e regional.
Contudo os resultados apontam para uma baixa capacidade de atração de novas populações,
nomeadamente população em idade ativa. Neste contexto verifica-se que a taxa de
crescimento efetivo de São Vicente era negativa em 2009 (-0,29%) não se assumindo como
uma constante, contribuindo mesmo para um cenário de perda.
As opções estratégicas previstas do Plano, de uma maneira geral pretendem contribuir para a
desenvolvimento socioeconómico, qualificação ambiental e a promoção da qualidade de vida
da população residente e visitantes, de onde se destacam medidas como as que prevêem a
melhoria da mobilidade e acessibilidades, a reabilitação e construção de equipamentos
coletivos criadas novas estruturas e equipamentos de utilização coletiva, gerador novos fluxos
e dinâmicas. Estas opções vão de encontro aos objetivos definidos no POTRAM.
De uma forma geral, os Objetivos Estratégicos não contribuem para a fixação e atração de
população, dado que promovem mais o desenvolvimento local estabelecido nos IGT
(instrumentos de Gestão Territorial) de âmbito nacional e regional; definição das principais
regras a que devem obedecer a ocupação uso e transformação do solo; valorização do mundo
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rural; proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais; valorização do
património e qualificação urbana e promoção da identidade e da coesão territorial.
Salienta-se o facto de serem os objetivos de sustentabilidade (OS I) que promovem a fixação
de população nos sistemas urbano e rural, bem como o OE (Objectivo Especifico XX) inerente
a políticas de atracção/fixação de população este objetivo especifico promove a identidade e a
coesão territorial, estando previstas estratégias de captação de investimento, de fixação de
casais jovens e de quadros.
Estrutura etária, Saldos naturais e migratórios, Índice de envelhecimento
Estrutura etária
A análise da estrutura etária revela a continuação da tendência para a diminuição dos grupos
etários mais jovens e um aumento dos grupos de idade adulta, idades que correspondem a um
maior índice de fertilidade. Este fenómeno deve-se à diminuição das taxas de natalidade e ao
aumento da esperança de vida, resultante naturalmente da melhoria das condições de vida que
o município tem vindo a verificar.
O crescimento desejado só será efetivo se forem criadas as condições necessárias para a
fixação desta população jovem, o que parece ser intenção da autarquia, uma vez que nos
objetivos específicos (XX) promovem a identidade e a coesão territorial, estando previstas
estratégias de captação de investimento, de fixação de casais jovens e de quadros.
Perspetiva-se a tendência para a um ligeiro incremento da população em idade ativa,
decorrente das medidas e ações preconizadas nas opções estratégicas identificadas do
indicador anterior.
Saldos naturais e migratórios
É previsível que a taxa bruta de natalidade mantenha uma variação negativa, seguindo as
tendências da Região Autónoma relativamente à taxa bruta de mortalidade é também previsível
que mantenha a mesma tendência de diminuição, face aos avanços a nível da medicina que
têm permitido o aumento da longevidade média dos indivíduos e à implementação de medidas
de apoio social às populações mais idosas.
A taxa de crescimento natural, dependente do balanço entre estas duas variáveis, deverá
continuar a verificar um saldo negativo, esperando-se que possa ser atenuada pela diminuição
da taxa bruta de mortalidade e aumento da natalidade, indo ao encontro do Objetivo de
Sustentabilidade 1 que procura a fixação da população e a equidade territorial.
A taxa de crescimento natural, dependente do balanço entre estas duas variáveis, deverá
continuar a verificar um saldo negativo, esperando-se que possa ser atenuada pela diminuição
da taxa bruta de mortalidade e aumento da natalidade, indo ao encontro do OS I que promove
a equidade territorial e a fixação da população nos sistemas urbano e rural.
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Índice de envelhecimento
Identifica-se como possível fator de risco o índice de envelhecimento, visto que o concelho não
possui grande capacidade de atração de nova população idosa e o subsequente
envelhecimento demográfico.
Face ao exposto nos indicadores anteriores e com vista a combater o envelhecimento da
população, os objectivos de sustentabilidade I e especifico XX promovem a fixação da
população (casais jovens e de quadros). Essas estratégias serão impulsionadoras de uma
possível renovação/rejuvenescimento da população.
Evolução da oferta de solo industrial e grau de ocupação
O Relatório de Avaliação do PDM em vigor no concelho faz pouca referência à oferta de solo
industrial e o seu grau de ocupação. Verifica-se que no concelho de São Vicente a atividade
industrial tem pouca expressividade no concelho, visto ser predominantemente rural e grande
parte do concelho é ocupado por solo rural. No entanto os objetivos estratégicos da Revisão do
PDM não preveem qualquer evolução da oferta de solo industrial considerando-se não haver
efeitos significativos, positivos ou negativos da implementação do Plano.
Evolução das áreas disponíveis para implementação de atividades turísticas;
O setor turístico ainda não se assumiu como sector estruturante em termos de mecanismo
impulsionador da mudança. No PDM em vigor não tinham áreas disponíveis para
implementação das atividades turísticas. Na proposta de Revisão do PDM será expectável o
surgimento de novas áreas para implementação de atividades turísticas. Neste sentido os OE
(Objetivos Estratégicos) da Revisão do PDM preveem-se medidas para potenciar o turismo: OE
III (Valorização do mundo rural) que tem como objetivo a defesa da paisagem humanizada
como fator capital de manutenção e valorização do produto turístico, no OE IV (Proteção e
aproveitamento racional dos valores e dos recursos naturais) visa a promoção dos recursos
turísticos de mar e montanha.
Nos objetivos específicos estão previstas medidas que potenciem o turismo, como se pode
verificar no OE IV (Potenciar o turismo associado à paisagem) e XVII (Desenvolver o conceito
de Turismo em Espaço Rural).
Variação do número de estabelecimentos no turismo rural;
De acordo com o Regulamento da proposta de revisão do PDM, em solo rural são admitidas as
seguintes tipologias: Turismo em Espaço Rural (TER); Turismo de Habitação (TH) e Turismo
da Natureza (TN); Hotéis isolados de categoria não inferior a 3 estrelas que contribuam para a
valorização económica e ambiental que garantam a qualidade arquitetónica e correta inserção
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territorial e paisagística da respetiva área que estejam associados a temáticas tais como
turismo de saúde, desporto, da natureza, turismo social, educativo e cultural, entre outras.
Tal como já foi referido os OEs (Objetivos Estratégicos) pretendem fomentar o turismo no
âmbito do OE III - Valorização do mundo rural: este incide mais na defesa da paisagem
humanizada como fator capital de manutenção e valorização do produto turístico e no Objectivo
Especifico XVII (Desenvolver o conceito de Turismo Rural) tal como já foi referido
anteriormente, com o aparecimento de novas áreas destinadas a implementação das
atividades turísticas na proposta de revisão do PDM, o número de estabelecimentos no turismo
rural poderá aumentar, diversificando assim a oferta de estabelecimentos TER.
Gestão Territorial
Verificação da compatibilidade do plano com outros Instrumentos de Gestão Territorial
Na área do município de São Vicente existem Instrumentos de Gestão Territorial eficazes,
mencionados na situação existente do referido indicador.
A proposta de plano não contraria o Programa Nacional de Política de Ordenamento do
Território e integra as orientações definidas no Plano de Ordenamento Territorial da Região
Autónoma da Madeira e dos demais planos em vigor à data da elaboração do Relatório da
Revisão do PDM de São Vicente.
O OE I (Objectivo Estratégico da Revisão do PDM de São Vicente prevê a adequação ao
quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos Instrumentos de Gestão Territorial de
âmbito nacional e regional.
Evolução da ocupação e uso do solo
Verifica-se que, sendo a área total do território de São Vicente é de 8040,83 ha, a área total de
solo urbano proposto é cerca de 251,4 ha e a área de solo rural de 7630,3 ha (Figura 7). O solo
urbano proposto na revisão do PDM ocupa apenas 8,4% da área total do município (Figura 6)
O Quadro 20 apresenta as áreas correspondentes à estrutura espacial do território na
componente de solo urbano, quantificando as áreas afetas a cada um das tipologias.
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Quadro 20 - Áreas da estrutura espacial do território - solo urbano
SOLO URBANO % do
município
Espaços Centrais 0,1
Espaços Residenciais 2,5
Espaços de Atividades Económicas (EAE) 0,3
Espaços de Uso Especial - Equipamentos 0,2
Espaços Urbanos de Baixa Densidade 2,1
Fonte: “Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente” – CM São Vicente
Figura 6 –Solo urbano no concelho de São Vicente
Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente” – CM São Vicente
O Quadro 21 apresenta as diferentes tipologias empregues na classificação do solo rural.
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Quadro 21 - Estrutura espacial do território - solo rural
SOLO RURAL % do município
Espaços Agrícolas 16,8
Espaços Florestais de Mistos 1,8
Espaços Florestais de Conservação 0,9
Espaços Naturais 74,5
Espaços Afetos a atividades industriais 0,1
Espaços Culturais 0,8
Espaços de Ocupação Turística 0,1
Espaços de Equipamentos e outras
Estruturas 0,1
Áreas de edificação dispersa 1,8
Fonte: “Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente” – CM São Vicente
Relativamente ao total de solo urbano, concluiu-se que cerca de 8,4 % deste se encontra
urbanizado e apenas 5.2% é urbanizável, (isto significa que apenas 5.2 % do total do solo
urbano será destinado a urbanização programável e terá de ser infraestruturado).
Os Espaços de Urbanos de baixas densidades são os que ocupam a menor área de solo
urbano, perfazendo uma percentagem de 2,5 % do perímetro urbano proposto. Os Espaços
Centrais e os Espaços Residenciais em Solo Urbanizável, ocupam uma área de 31,7 ha,
equivalente a 0,4 % do Perímetro Urbano proposto.
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Figura 7 - Solo rural no concelho de São Vicente
Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente” – CM São Vicente
Os objetivos estratégicos da Proposta de PDM (OE II) apontam, de uma maneira geral, para a
definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação, uso e transformação do
solo.
Distribuição do uso de solo afetado pelas áreas de expansão urbana
O crescimento urbano no concelho tem acontecido com o suporte da rede viária, assistindo-se
ao aparecimento de zonas de maior concentração nas sedes de freguesia, embora com
carácter bastante diferenciados, pois as freguesias de São Vicente e Boaventura continuam a
promover a bipolarização do sistema de povoamento do concelho.
De acordo com o Relatório de Avaliação do PDM proposto o solo urbano existente é 250,2 ha,
o solo urbano previsto é 251,4 ha e os espaços centrais (espaços urbanos antigos ou
históricos) é 4,9 ha, espaços urbanos consolidados (194,8 ha), espaços de atividades
económicas (21,6 ha), espaços verdes (11,8 %) e espaços de equipamentos (18,3 ha)
perfazendo um total de 251,4 ha de solo urbano.
Os efeitos significativos da Revisão do PDM apontam para alterações no solo urbano, mais
concretamente contração das áreas de espaços centrais e espaços de uso especial em
detrimento disso verifica-se um aumento de área destinado a espaços residenciais e espaço de
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atividades económicas. Os objetivos estratégicos da Proposta de PDM (OE II) apontam, de
uma maneira geral, para a definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação,
uso e transformação do solo.
Condicionantes, áreas naturais
Os valores e recursos naturais e os ecossistemas mais sensíveis dos territórios foram
integrados nas figuras de proteção previstas no regulamento da revisão do plano como a REN,
a RAN e a EEM, que contribuem para a valorização e manutenção do funcionamento dos
serviços ecológicos de áreas fundamentais para a sustentabilidade e equilíbrio ecológico do
território.
Evolução das áreas de Reserva Agrícola Nacional
No que respeita à Reserva Agrícola Nacional (RAN), o seu regime jurídico foi aprovado pelo
Decreto – Lei n.º 73/2009, de 31 de Março, adotando no artigo 48.º uma norma de idêntico teor
ao artigo 46.º para a REN. Prevê-se que a RAN irá ocupar uma área de 2257,11 ha passando a
ocupar 28 % do território municipal da costa norte da ilha da Madeira.
No âmbito do processo de revisão do PDM de São Vicente, iniciou-se, simultaneamente, o
processo de redelimitação da RAN em vigor (Quadro 22). Este procedimento permitiu elaborar
correções, atualizações e ajustar a RAN à nova realidade urbana e aos novos meios de
representação gráfica (Figura 8).
Quadro 22 – Áreas de RAN do município de São Vicente
RAN em vigor
(ha)
RAN bruta
(ha)
Reserva Agrícola Nacional 1319,85 2257,11
Fonte: Planta de Ordenamento da proposta de revisão do PDM de São Vicente – CM São Vicente
No âmbito do processo de afetação das áreas de RAN, esta é aumentada em 937,26 ha,
(Figura 8).
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Figura 8 - Reserva Agrícola Nacional do município de São Vicente
Fonte: CM de São Vicente - Relatório 1 da proposta de revisão do PDM de São Vicente
Com a publicação do Decreto-lei nº 73/2009, de 31 de Março que aprova o novo Regime
Jurídico da RAN, foram introduzidas alterações que levaram à reapreciação das áreas de RAN
e a reformulação destas com os perímetros urbanos, incluindo as áreas de RAN integradas na
Estrutura Ecológica Urbana.
Com estas alterações pretende-se apostar na requalificação ambiental e nos recursos naturais
(OEIII) e preservar a qualidade do espaço público (OEVI).A afetação das áreas de RAN,
traduzir-se num aumento das áreas de espaço agrícola, acentuando ainda mais a ruralidade do
concelho de São Vicente.
Evolução das áreas de Reserva Ecológica Nacional
O Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, que estabelece o regime jurídico da Reserva
Ecológica Nacional (REN), prevê, no artigo 46.º, a sua aplicação às Regiões Autónomas dos
Açores e da Madeira, sem prejuízo da respetiva adequação à especificidade regional a
introduzir por decreto legislativo regional.
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A aplicação do regime da REN no território da Região Autónoma da Madeira constitui uma
redundância, atendendo às óbvias especificidades orográficas, urbanísticas, demográficas e
sociológicas, ainda mais quando os propósitos a salvaguardar já se encontram tratados em
diversos instrumentos regionais, nomeadamente o Plano de Ordenamento do Território da
Região Autónoma da Madeira — POTRAM, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º
12/95/M.
Figura 9 - Reserva Ecológica Municipal do município de São Vicente
Fonte: CM de São Vicente - Relatório da proposta de revisão do PDM de São Vicente
Do ponto de vista ambiental, vai ao encontro do objetivo estratégico IV, uma vez que aposta na
proteção e aproveitamento racional dos recursos naturais.
Estrutura Ecológica Municipal (EEM)
O figurino da Estrutura Ecológica Municipal (EEM) não estava previsto no regulamento do PDM
em vigor. No âmbito do processo de Revisão do PDM de São Vicente, foi criada a Estrutura
Ecológica Municipal (EEM) (Figura 10) iniciando-se, simultaneamente, o processo de
reformulação da Reserva Agrícola Nacional (RAN) e da Reserva Ecológica Nacional (REN) em
vigor.
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A Estrutura Ecológica Municipal visa a identificação das áreas, valores e sistemas
fundamentais para a proteção e valorização ambiental dos espaços rurais e urbanos,
designadamente as áreas de reserva ecológica, a salvaguarda dos ecossistemas e processos
biofísicos bem como a compatibilização das funções de proteção, regulação e enquadramento
com os usos produtivos, o recreio e bem-estar das populações.
A Estrutura Ecológica Municipal (EEM) é constituída pelo conjunto de áreas que, em virtude
das suas características biofísicas ou culturais, da sua continuidade ecológica e do seu
ordenamento, têm por função principal contribuir para o equilíbrio ecológico e para a proteção,
conservação e valorização ambiental e paisagística e do património natural dos espaços rurais
e urbanos.
É identificada e delimitada nos planos diretores municipais, em coerência com a estrutura
regional de proteção e valorização ambiental definida nos planos regionais de ordenamento do
território e com as orientações contidas nos planos sectoriais que contribuam para os objetivos
definidos.
A sua incidência reflete-se nas diversas categorias de solo rural e urbano com um regime de
uso adequado às suas características e funções, não constituindo uma categoria autónoma.
A EEM existe em continuidade no solo rural e no solo urbano. No solo rural, a EEM
compreende as áreas de solo afetas à Rede Fundamental de Conservação da Natureza no
território do município, as áreas naturais sujeitas a riscos e vulnerabilidades e ainda outras
áreas de solo que sejam selecionadas e delimitadas em função do interesse municipal,
nomeadamente por razões de enquadramento, proteção e valorização ambiental, paisagística
e do património natural.
No interior dos perímetros urbanos, a EEM compreende os espaços verdes de utilização
coletiva e outros espaços, de natureza pública ou privada, que sejam necessários ao equilíbrio,
proteção e valorização ambiental, paisagística e do património natural do espaço urbano,
nomeadamente no que respeita a:
a) Regulação do ciclo hidrológico (preservação da permeabilidade do solo e criação de áreas
de retenção, no quadro da prevenção de cheias urbanas);
b) Regulação bioclimática da cidade (redução das amplitudes térmicas e manutenção do teor
de humidade do ar);
c) Melhoria da qualidade do ar (diminuição da concentração da poluição atmosférica nos
centros urbanos);
d) Conservação da biodiversidade (manutenção de habitats).
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Figura 10 - Estrutura Ecológica Municipal do concelho de São Vicente
Fonte: CM de São Vicente
Os valores e recursos naturais e os ecossistemas mais sensíveis do território foram integrados
em figuras de proteção como a REN, a RAN e a EEM que contribuem para a valorização e
manutenção do funcionamento ecológico de áreas fundamentais para a sustentabilidade e
equilíbrio ecológico do território. A afetação de uma vasta área concelhia à EEM contribui para
a consolidação de corredores verdes e para a criação de condições favoráveis à promoção dos
serviços ecológicos, como a biodiversidade, a recarga de aquíferos, o controlo do escoamento
hídrico, entre outros.
A criação da EEM, além de uma obrigação no âmbito da elaboração do plano, está também em
consonância fundamentalmente com o Objetivo Estratégico IV (Proteção e aproveitamento
racional dos valores e recursos naturais (Delimitação da estrutura ecológica municipal, com
vista à salvaguarda e equilíbrio dos ecossistemas).
Os efeitos significativos da criação deste figurino de planeamento na Revisão do PDM de São
Vicente são sobretudo a salvaguarda dos ecossistemas, salvaguardar os territórios vulneráveis
a riscos naturais condicionando a ocupação humana no território concelhio.
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Acessibilidades e Mobilidade
Evolução das condições e tempos médios de acesso à rede viária principal
A rede viária no concelho de São Vicente, integra-se em espaços canais que têm por objetivo
garantir as adequadas condições de funcionamento ou de execução da rede e que
compreendem a plataforma da via e as faixas de proteção non aedificandi que a lei estipula (à
data da elaboração do Plano, o DLR n.º 15/93/M, de 4 de Setembro, com as alterações
introduzidas pelo DLR n.º 10/96/M, de 4 de julho, pelo DLR n.º 25/2010/M e pelo DLR nº
41/2012/M) e ainda as definidas no Regulamento do Plano.
A rede viária do concelho da São Vicente é hierarquizada da seguinte forma: Rede Principal:
Via Expresso; Rede Distribuidora: Vias Interlocais e Rede Local: Vias Locais e Caminhos.
A sua hierarquia preconizada é constituída por três níveis que foram descritos no indicador
“Hierarquia da rede viária concelhia”, na Situação Existente do presente relatório.
No concelho de São Vicente encontram-se já construídos vários troços da VE1 (via expresso)
ligando São Vicente a Santana. Está prevista a ligação entre Boaventura e Arco de São Jorge
(Santana), apesar de esta ainda estar em fase de adjudicação. Estas
recuperações/construções da rede viária irão contribuir/contribuem certamente para o
encurtamento das distâncias e a contração do tempo de viagem entre o concelho de São
Vicente e os concelhos limítrofes da costa Norte da Ilha Madeira, possibilitando melhores
ligações a outros pontos do território insular.
Hierarquia da rede viária concelhia.
A hierarquia da rede viária é constituída pelos seguintes níveis, Nível I, II e III, a descrição foi
efetuada na Situação Existente do presente relatório.
Apesar de poder interferir com solos integrados em REN, poderá constituir uma oportunidade
de melhoria de alguns fatores ambientais a nível municipal. As vias que interferem com os
supracitados solos são a Rede viária principal e a distribuidora, estando previsto a construção
da ligação da rede viária principal que irá atravessar solos contemplados em áreas de REN.
Neste ponto o OE (objetivos específicos) XII prevê a integração paisagística de infra-estruturas
com vista à diminuição do impacto negativo na paisagem das novas vias, as obras de
contenção de terras ou de regularização de linhas de água.
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8.1.3 Síntese de Oportunidades e Riscos
O Quadro 23 resume as oportunidades e ameaças associadas aos Objetivos Estratégicos do
PDM de São Vicente para o fator crítico Ordenamento do Território.
Quadro 23 – Resumo de oportunidades e ameaças para o FCD Ordenamento do Território.
Objetivos Estratégicos da revisão do PDM de São Vicente
Critérios de
Avaliação do FCD OE I OE II OE III OE IV OE V OE VI OE VII OE VIII
Políticas
económicas e as
estratégias de
desenvolvimento
Gestão Territorial
Condicionantes áreas
naturais
Acessibilidades e
Mobilidade
- Interação muito favorável
- Interação ligeiramente favorável ou nula
- Interação desfavorável
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA REVISÃO DO PDM:
OE I – Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos Instrumentos de
Gestão Territorial de âmbito nacional e regional;
OE II – Definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação, uso e
transformação do solo;
OE III – Valorização do mundo rural;
OE IV – Protecção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais;
OE V – Valorização do património e qualificação urbana;
OE VI – Promoção da identidade e da coesão territorial;
8.1.4 Diretrizes de Gestão e Medidas de Minimização dos Efeitos do Plano
Para fator crítico Ordenamento do Território são definidos objetivos no sentido de promover um
correto ordenamento decorrente da revisão do PDM. De acordo com as potenciais
oportunidades ou riscos, decorrentes da implementação da revisão do PDM de São Vicente,
foram propostas diretrizes para a potenciação das oportunidades e minimização dos riscos
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identificados. O Quadro 49 resume as diretrizes de gestão e minimização dos efeitos da
revisão do PDM de São Vicente.
8.1.5 Quadro de Governança para a Ação
O reconhecimento de um quadro de governança para a ação é fundamental para o sucesso da
implementação do Plano Diretor Municipal de São Vicente, uma vez que identifica as
responsabilidades institucionais dos vários intervenientes na AAE, em todo o processo de
implementação do próprio Plano.
Entendendo-se governança “como o conjunto de regras, processos e práticas que dizem
respeito à qualidade do exercício do poder, essencialmente no que se refere à
responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia”, (Partidário 2007), identifica-
se um quadro de governança (vide Quadro 50) para o Município de São Vicente, que garanta o
cumprimento dos objetivos definidos relativamente ao Fator Crítico Ordenamento do Território,
bem como à concretização das diretrizes propostas.
No âmbito do FCD Ordenamento do Território foram identificadas as seguintes entidades com
responsabilidades ao nível da implementação do Plano:
Secretaria Regional do Ambiente;
Câmara Municipal de São Vicente
Juntas de Freguesia do concelho de São Vicente
Turismo da Madeira
População em Geral
8.1.6 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo
Com vista à correta implementação e acompanhamento do PDM de São Vicente revisto e a
potenciação das suas opções estratégicas, optou-se por adotar um conjunto de indicadores no
Plano de seguimento e controlo que podem diferir dos utilizados na análise e avaliação da
Situação existente e Efeitos esperados, mas que foram adaptados no sentido de os melhor se
ajustarem à função de indicadores de seguimento/monitorização do plano, tendo-se optado
para o FCD Ordenamento do Território os indicadores de seguimento constantes do Quadro
51.
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8.2 QUALIDADE AMBIENTAL
No âmbito deste fator crítico pretende-se avaliar a contribuição do PDM de São Vicente para a
preservação e valorização da qualidade do ambiente local, através de uma análise que avalia
as oportunidades e ameaças, que correspondem aos impactes de natureza estratégica,
positivos e negativos face aos critérios ambientais: abastecimento de água, drenagem e
tratamento de águas residuais, recursos hídricos, resíduos, recolha e tratamento de resíduos
sólidos urbanos (RSU), poluição sonora, qualidade do ar e eficiência energética. Pretende-se
deste modo inferir acerca dos efeitos da revisão do Plano Diretor Municipal de S. Vicente sobre
as infraestruturas de abastecimento e saneamento básico, avaliando como é promovida a
gestão adequada da água, das águas residuais, dos resíduos, como é tida em conta a saúde
pública, avaliar/analisar o modo como se promove a redução das cargas poluentes no meio
hídrico a par da aplicação de uma estratégia específica paras as atividades económicas e
avaliar a forma de promoção do território assegurando ganhos ambientais e de saúde pública.
Com a análise deste fator crítico pretende-se identificar possíveis consequências decorrentes
de ações previstas na proposta de revisão do PDM, que possam vir a ter influência na
qualidade ambiental, bem como o modo de as potenciar no caso de serem positivas e de as
evitar, reduzir ou compensar no caso de serem negativas.
Este fator crítico compreende os critérios e indicadores, e que estabelecem o âmbito da
avaliação e o grau de pormenor da informação analisada. Os indicadores apresentados foram
ajustados à disponibilidade de informação, às medidas e indicadores previstos nos Planos que
constituem o QRE e à sua relevância enquanto indicadores de uma monitorização futura do
plano.
A análise deste FCD efetuada no âmbito da Avaliação Ambiental Estratégica terá por base os
indicadores constantes do Quadro 24.
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Quadro 24 – Associação entre Objetivos de Sustentabilidade e os Critérios e indicadores de avaliação definidos no
Fator Crítico Qualidade Ambiental.
Objetivos de Sustentabilidade Critérios Indicadores
OS4 - Promover uma gestão sustentável da água, através do seu uso eficiente e da redução das cargas poluentes no meio
hídrico, garantindo a sua monitorização.
OS5 – Promover a eficiência energética e a redução das
emissões de CO2.
OS6 – Promover uma gestão sustentável dos resíduos
urbanos e industriais.
Abastecimento de água
- Cobertura da rede de abastecimento de água
- Percentagem do número total de análises realizadas à água tratada cujos resultados estão em
conformidade com a legislação
- Percentagem de perdas na rede de abastecimento de água
Drenagem e tratamento de águas residuais
- Cobertura da rede de drenagem de águas residuais
- Eficiência do tratamento realizado
- Reutilização de águas residuais tratadas
Recursos hídricos - Qualidade da água balnear
Recolha e tratamento de RSU
- Cobertura da rede de recolha de RSU
- Cobertura e número de equipamentos da recolha seletiva e reciclagem de resíduos
- Quantificação da recolha seletiva de resíduos
Poluição sonora
- Atividades ou instalações com impacte em termos de poluição sonora
- Evolução das zonas sensíveis e zonas mistas ao longo da aplicação do plano
- Nº de queixas apresentadas pelos munícipes relativas ao ruído
Eficiência energética
- Edifícios autárquicos alvo de RCESE/RCCTE com classe igual ou superior a B
-
-Edifícios autárquicos alvo de microgeração
8.2.1 Situação Existente e Análise Tendencial
Desenvolveu-se um diagnóstico e análise de tendências para caracterizar o FCD Qualidade
Ambiental, com o objetivo de pormenorizar a informação apresentada e de criar uma base de
informação que sustente a avaliação dos efeitos previstos e das medidas propostas.
Além de diversa legislação temática, as fontes de informação utilizadas com vista à análise
deste Fator Crítico compreendem ainda:
Plano Regional da Água da Madeira (PRAM)
Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais
Mapa de Ruído do Município de S. Vicente (2014)
SNIRH – Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos
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DRAmb – Direção Regional do Ambiente da Madeira
Abastecimento de Água
As redes de abastecimento de água iniciam-se com as captações ou pontos de entrega de
água, de onde esta é conduzida, através de condutas, a reservatórios, a partir dos quais se faz
a distribuição de água para as respetivas áreas de influência.
As áreas de influência, constituem uma ferramenta importante para o processo do
planeamento, particularmente, para a delimitação das áreas de urbanização programada. Se
por um lado, uma área de urbanização programada deve, por norma, coincidir com a área de
influência das redes de água, já a área de influência não deve constituir por si só, um
argumento para se poder edificar.
Em São Vicente, a ARM - Águas e Resíduos da Madeira S.A.,é a responsável pela gestão em
alta do sistema de abastecimento de água, sendo a Câmara Municipal a responsável pela
gestão da rede de distribuição. No meio urbano, cerca de 90% do consumo de água destina-se
a outros usos (usos domésticos, administração pública, beneficência, comércio e serviços
diversos), 4% destina-se ao turismo e 6% à indústria. De referir que, em todos os destinos, o
consumo verificado é inferior às necessidades (dados referentes aos levantamentos efetuados
aquando da elaboração do Relatório Técnico do PRAM, nos anos 2001 e 2002).
No concelho de São Vicente são identificadas infraestruturas dos sistemas adutores dos
Socorridos e dos Tornos.
Do Sistema Adutor dos Socorridos, fazem parte a Levada da Fajã dos Rodrigues, a Galeria
de Captação da Fajã da Ama e o Sistema Elevatório da Encumeada, inaugurado em 2005. O
Sistema Adutor dos Socorridos garante o abastecimento público dos municípios da Ribeira
Brava e Câmara de Lobos, assim como o regadio a partir do Canal Norte que abrange a área
agrícola desses dois concelhos.
Do Sistema Adutor dos Tornos, no concelho de São Vicente, fazem parte a captação na
Ribeira de João Fernandes (única captação de superfície deste sistema adutor), a Levada dos
Tornos (incluindo o seu Túnel 0) e a Casa de Abrigo da Fajã do Penedo. O Sistema de
Aproveitamento dos Tornos é o principal responsável pelo abastecimento do Funchal.
Os dois sistemas adutores referidos são, portanto, redes hidráulicas que transferem para sul
caudais captados nas encostas viradas a norte e nordeste, para regadio e abastecimento
urbano. Trata-se de complexos sistemas adutores, que comportam inclusive centrais mini-
hídricas (a mini-hídrica de Santa Quitéria, no Funchal, no sistema dos Socorridos, e a Mini-
hídrica das Terças, no concelho do Funchal, no sistema dos Tornos) e grandes extensões em
túnel. Não são, portanto, sistemas adutores para abastecimento de São Vicente, antes
garantem a captação e condução de água para a costa Sul, onde esta não é tão abundante
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O Sistema Elevatório da Encumeada destina-se a captar as águas do túnel rodoviário da
Encumeada e elevar a totalidade do caudal drenado (30 l/s) para o canal do lanço Norte do
Sistema. A captação no túnel é uma captação de origem subterrânea, com drenos. A Estação
Elevatória localiza-se nas proximidades do emboquilhamento norte da referida infraestrutura
rodoviária e tem 2 grupos eletrobomba. A conduta, elevatória, tem 200mm de diâmetro e uma
extensão de 1300m.
No que diz respeito à captação de água que abastece a população do Concelho, verifica-se a
existência de 26 captações sob responsabilidade da Câmara Municipal de São Vicente – 2
subterrâneas, 22 com origem em água de nascente (ribeiras) e as restantes 2 com outras
origens.
O Decreto-Lei n.º 382/99, de 22 de setembro, estabelece normas e critérios para a delimitação
de perímetros de proteção das captações de águas subterrâneas destinadas ao abastecimento
público. O município de S. Vicente não possui nenhuma captação de água com perímetro de
proteção.
Cobertura da rede de abastecimento de água
Nos anos de 2001 a 2002, as redes públicas de abastecimento de água serviam 5 888
habitantes do concelho de São Vicente, o que corresponde a um Índice de Atendimento de
95%. Este valor encontrava-se muito próximo da média verificada na Região, na altura, sendo
que os objetivos do PRAM apontavam um Índice de 95% para 2006 e de 97% para 2012
(dados da DREM, referentes a 2010, indicam que 99,5% da população residente na Região se
encontra servida por abastecimento domiciliário de água). De acordo com dados fornecidos
pela câmara municipal de São Vicente nos últimos 5 anos a população servida por rede pública
é 100%. O abastecimento de água cobre, portanto, a totalidade do Concelho.
Percentagem do número total de análises realizadas à água tratada cujos resultados estão em
conformidade com a legislação
O Município de S. Vicente tem dado cumprimento às suas obrigações legais, uma vez que
realiza as análises requeridas pela legislação.
Trimestralmente a Câmara Municipal publica sob a forma de Editais, os resultados analíticos do
controlo efetuado à água fornecida aos munícipes a partir da rede de distribuição de água no
concelho. Através da análise do Quadro 30 verifica-se que em 2012, todos os trimestres
apresentaram incumprimento ao nível de bactérias coliformes e Escherichia Coli, no 2º
trimestre desse ano, além dos parâmetros anteriores, deu-se incumprimento de Clostridium
perfringers, Enterococos, sinal claro de contaminação microbiológica da água e de riscos em
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termos de saúde pública. Em 2013, verifica-se a mesma situação do ano anterior,
incumprimentos a nível de parâmetros microbiológicos.
Os incumprimentos aos parâmetros microbiológicos verificados, devem-se a intervenções
efetuadas na rede pública de abastecimento e nos sistemas de tratamento de água para
consumo humano.
Quadro 25- Dados de 2012 e 2013 referentes ao incumprimento das análises à água para consumo humano.
Ano Trimestre % Análises em incumprimento
Parâmetros em incumprimento
2012 1º 19 Bactérias coliformes, Escherichia coli
2012 2º 3 Clostridium perfringers, Enterococos, Bactérias coliformes, Escherichia coli
2012 3º 7 Bactérias coliformes, Escherichia coli
2012 4º 8 Bactérias coliformes, Escherichia coli
2013 1º 31 Bactérias coliformes, Escherichia coli
2013 2º 2 Bactérias coliformes, Escherichia coli,
Enterococos
2013 3º 3 Bactérias coliformes, Escherichia coli
2013 4º 5 Bactérias coliformes, Escherichia coli
A percentagem do número total de análises realizadas à água para consumo público, cujos
resultados estejam em conformidade com a legislação em 2012 é 90,25% e em 2013 é
89,75%.
Percentagem de perdas de água na rede de abastecimento
As perdas de água constituem uma das principais fontes de ineficiência na gestão de
abastecimento de água.
O município de São Vicente para o ano de 2008 apresenta 60% de perdas de água na rede de
abastecimento.
Em 2008, o PRAM, apresentou a questão das perdas de água como um problema por
solucionar. De salientar que se tratam normalmente de fugas de água tratada, por elevadas
pressões na rede ou pela sua antiguidade e má conservação, aliadas a desadequados serviços
de manutenção. Assim, verifica-se ainda uma elevada percentagem de consumos não
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faturados/não contabilizados, pela ausência de instrumentos de apoio à gestão. Ou seja,
nessas perdas incluem-se as fugas e os consumos não contabilizados, em parte por questões
relacionadas com a tipologia das próprias redes. O PRAM, em 2008, referia valores na ordem
dos 32% e 30%, respetivamente (ou seja, um total de 60%).
Daqui resulta uma capitação de 590 litros/habitante. dia, uma das mais elevadas no contexto
nacional.
Por outro lado, verificam-se consumos excessivos, consequência dos baixos tarifários e por
razões de natureza sociocultural.
Drenagem e Tratamento de Águas Residuais
O sistema de drenagem de águas residuais do concelho de S. Vicente, tem como entidade
gestora a própria Câmara Municipal, assim como da exploração e manutenção das
infraestruturas de destino final.
É da responsabilidade do Governo Regional (SRA) a conceção e construção das
infraestruturas de tratamento (emissários, EE e ETAR).
A rede de águas residuais na área de intervenção é assegurada por uma rede de coletoras
com 3,6 km de extensão, que serve os habitantes do Centro Histórico e da zona envolvente.
As águas recolhidas são enviadas para a Estação de Tratamento de Águas Residuais de São
Vicente, localizada na antiga Fábrica das Águas, cujo sistema está dimensionado para
abranger uma população de cerca de 7 247 habitantes.
Cobertura da rede de drenagem de águas residuais
No Concelho de S. Vicente os baixos índices de drenagem e de tratamento de águas residuais
na RAM, que foram de 64% e 62%, respetivamente, no ano de 2007, estando aquém do
estabelecido pelo PRAM, que para o ano de 2012 estabelecia o atendimento com drenagem e
tratamento só com sistemas públicos em 75%. (Os 2% de diferença entre os índices referidos
dizem respeito, portanto, à população servida por sistema de drenagem, mas cujas águas são
depositadas no meio recetor sem qualquer tipo de tratamento).
No concelho de São Vicente, no ano de 2001, existiam apenas redes públicas de drenagem de
águas residuais na vila de São Vicente e na freguesia da Boaventura, que beneficiavam cerca
de 400 habitantes (corresponde a 7% da população).
As insuficiências na rede acabam por conduzir a situações de descarga ilegal para o solo e
para as linhas de água, originando problemas ambientais e de saúde pública, como dá conta o
Plano Regional da Água.
Reutilização de águas residuais tratadas
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As crescentes preocupações relativamente à escassez de água levam à necessidade de uma
urgente reflexão sobre a sua aplicação. O uso eficiente da água representa uma efetiva
economia para os consumidores, empresas e a sociedade de um modo geral. A reutilização
das águas residuais tratadas reflete o encontrar de uma fonte de água alternativa para
aplicações não potáveis.
De acordo com a Câmara Municipal de S. Vicente, nenhuma ETAR efetua a reutilização de
água residual tratada.
Recursos Hídricos
O concelho de São Vicente possui uma rede hidrográfica bastante ramificada, do tipo
dendrítico, com ribeiras encaixadas em vales estreitos e por vezes profundos, complementada
por um complexo sistema de aquíferos de natureza vulcânica e do seu aproveitamento através
de levadas.
Os inúmeros cursos de água presentes no concelho caracterizam-se por um regime não
permanente e torrencial, com caudal abundante no Inverno que diminui no Verão, e elevada
capacidade de transporte sólido.
Por outro lado, a zona costeira ou subcosteira desenvolve-se em escarpas, cuja elevação
aumenta significativamente com a altitude em centenas de metros, o que se verifica sobretudo
no limite Oeste do concelho entre a Ribeira de São Vicente e a Ribeira do Inferno.
Estas características são motivadas por fatores climáticos (precipitação, humidade),
geomorfológicos (declive e relevo), geológicos (solo, subsolo, e tectónica).
No PRAM foram definidas três Unidades Hidrológicas de Planeamento para a Ilha da Madeira:
UHP Vertente Norte (325,8 km²) – unidade onde se encontra inserido na totalidade o
concelho de São Vicente;
UHP Vertente Sul Oeste (182,2 km²);
UHP Vertente Sul Este (234,1 km²).
A Ribeira de São Vicente tem a sua origem na Boca da Encumeada, a uma altitude de 1007
m próximo do Pico do Ferreiro, e a 1515 m do Pináculo. Esta ribeira apresenta como principais
afluentes, a Ribeira Grande na margem direita e a Ribeira Seca na margem esquerda. A área
da bacia é 48,16 Km2.
A Ribeira do Inferno, nasce no Paúl da Serra a cerca de 1530 m de altitude, percorre o
concelho de São Vicente, em vale profundo e apertado, ladeada por vertentes escarpadas,
desde a cota 349 m na extremidade de jusante até 1237 m a montante. As margens são
compostas pela vertente do Montado dos Pessegueiros, na margem esquerda e pelo Monte do
Espigão, na margem direita. Esta ribeira conflui entre a Ladeira da Vinha e a Fajã do Rente no
caminho de São Vicente para o Seixal, delimitando o concelho na extremidade Oeste.
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A Ribeira do Porco ou Ribeira da Boaventura, que percorre longitudinalmente a zona Este
do concelho e tem origem nas vertentes Norte do Pico de Milhafre e Pico da Parteira,
respetivamente, a cerca de 1710 m e 1728 m de altitude; as ribeiras do Ursal e de João
Fernandes afluem à ribeira de Boaventura, respetivamente na margem esquerda e na margem
direita.
A Ribeira da Camisa nasce na Lage Negra e atravessa a freguesia de ponta Delgada pelo
lado oeste.
Os Ribeiros de S. Nicolau ou Ribeiro do Hilário que nasce nas serras da Primeira Lombada.
Na área que irá ser sujeita a alteração apenas se verifica a presença da Ribeira de São
Vicente, cuja bacia hidrográfica abrange a maior parte da zona e a Ribeira do Espigão.
Figura 11 - Linhas de água principais e secundárias do concelho de São Vicente
Fonte: Adaptado de Relatório de Revisão do PDM São Vicente (Estudos de Caracterização - Biofísico, 2014
Em suma, as linhas de água principais constituem aproximadamente 42 Km e as linhas de
água secundárias perfazem um total de 176 Km.
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Qualidade da água balnear
O concelho de S. Vicente, possui duas praias, a Praia de Ponta Delgada e a Praia Naval de
São Vicente. A praia de Ponta Delgada é classificada, sendo regida pela Diretiva 76/160/CEE,
de 8 de dezembro de 1975, transposta pelo Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto, que define
e monitoriza a qualidade das águas balneares. A zona balnear da Ponta Delgada situa-se no
Norte da Ilha da Madeira, no Concelho de S. Vicente. Integra uma pequena praia (extensão
frente praia é 131 metros) de calhau rolado e areia escura, protegida por um enrocamento.
Dentro da delimitação da água balnear existe um corredor para o trânsito de embarcações de
recreio.
Possui uma área de solário com acesso ao mar por escadas, duas piscinas de água salgada,
uma das quais para crianças, com equipamento lúdico e rampa de acesso para utentes com
mobilidade reduzida. Desde 2007 é galardoada com a Bandeira Azul.
Durante a época balnear são monitorizados indicadores de contaminação fecal, nas águas
balneares identificadas, de acordo com a legislação em vigor, Decreto-Lei 135/2009, de 3 de
Junho. As águas balneares são classificadas de acordo com os níveis destes indicadores na
água. No Quadro 26 constam os resultados da monitorização das água balnear.
Quadro 26 – Classificação da água balnear da Praia de Ponta Delgada
Avaliação da Qualidade da água balnear entre 2006 e 2011
Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Classificação Boa* Boa* Boa* Boa* Boa* Boa**
* Classificação segundo o Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto
** Classificação segundo o Decreto-Lei n.º 135/09, de 3 de Junho, que substitui o anterior
Fonte: DRAmb, 2012
Em 2013, a classificação da qualidade da água balnear é excelente, havendo assim um
melhoramento da qualidade da água da Praia de Ponta Delgada em relação aos anos
anteriores.
Recolha e Tratamento de RSU
A gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é assegurada na generalidade por sistemas
municipais e multimunicipais constituídos na sua maioria por ecopontos, ecocentros, estações
de transferência e instalações de valorização / eliminação de resíduos (aterro sanitário,
incineradora, central de compostagem, central de triagem).
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Com a importância de uma política de RSU, ajustada aos compromissos de uma redução de
gases com efeito de estufa assumidos no âmbito do Protocolo de Quioto, foi criado o PERSU
(Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos). Este visa a aplicação de medidas que
permitam aumentar a eficiência e a eficácia das práticas de gestão de RSU, na prossecução de
uma otimização global e integrada, e de um cada vez menor recurso à deposição em aterro
através da maximização da reciclagem e, subsidiariamente, de outras formas de valorização.
Cobertura da rede de recolha de RSU
O Concelho de S. Vicente encontra-se totalmente coberto por uma Rede de recolha de
Resíduos Sólidos. A ARM - Águas e Resíduos da Madeira S.A., é a entidade responsável pela
gestão do sistema de transferência, triagem, tratamento e valorização dos resíduos.
É para a ETZO (Estação de Tratamento da Zona Oeste) que se destinam os resíduos sólidos
indiferenciados recolhidos no concelho de São Vicente, sendo que as embalagens de papel, o
vidro e os resíduos de plástico e metal também são encaminhados para Porto Novo, para a
Estação de Triagem.
A recolha de resíduos, quer indiferenciados, quer para reciclagem, cobre todos os lugares do
Concelho.
Os serviços camarários dispõem de 6 carros, que fazem a recolha indiferenciada às segundas
e quintas-feiras, sendo que a recolha seletiva é feita às terças, quartas e quintas-feiras.
Os arruamentos e principais espaços públicos dos núcleos urbanos encontram-se ainda
equipados de papeleiras.
A recolha e o tratamento dos RSU abrange a quase totalidade dos aglomerados urbanos do
concelho (93,75%), mas com frequências de recolha diferenciadas de acordo com a produção
de RSU e as necessidades de cada lugar.
Em termos de produção de resíduos sólidos indiferenciados, a nível concelhio, de acordo com
o Quadro 27 registou-se uma diminuição no concelho entre os anos de 2012 a 2014.
Quadro 27 – Evolução da Produção Anual de RSU no concelho.
Ano Produção Anual de RSU (em ton)
2012 1 598,96
2013 1 521,44
2014 1 487,04
Fonte: CM São Vicente
Cobertura e número de equipamentos da recolha seletiva e reciclagem de resíduos
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De acordo com os dados fornecidos pela autarquia existem 64 ecopontos completos
(vidrão+papelão+embalão) para o presente ano localizados nos pontos de maior concentração
habitacional, o que corresponde a 87 hab/ecoponto5.
Quantificação da recolha seletiva de resíduos
No Quadro 28 apresenta-se a evolução da produção anual de recicláveis (em toneladas) no
concelho. Ao longo dos anos tem-se verificado uma tendência crescente da reciclagem.
Entre o ano 2012 e o ano 2014 a recolha seletiva de resíduos no concelho, de uma forma geral
teve um decréscimo bastante significativo nos vários tipos resíduos. Nestes últimos três anos
nota-se uma elevada diminuição na recolha de embalagens de vidro.
Quadro 28 – Evolução da Produção Anual de Recicláveis (em toneladas) no concelho.
Ano Vidro Papel/Cartão Embalagens Total
2012 114,02 48,66 18,10 180.78
2013 89,12 47,94 20,88 157.94
2014 77,90 50,18 18,58 146.66
Fonte: CM S. Vicente, 2015
Poluição Sonora
O ruído é uma das principais causas da degradação da qualidade do ambiente urbano. Os
transportes são os principais responsáveis, embora o ruído de atividades industriais e
comerciais possa assumir relevância em situações pontuais.
O Regulamento Geral do Ruído, aprovado pelo Decreto-Lei nº 9/2007, de 17 de janeiro, refere
que “os planos municipais de ordenamento do território asseguram a qualidade do ambiente
sonoro, promovendo a distribuição adequada dos usos do território, tendo em consideração as
fontes de ruído existentes e previstas. Compete aos municípios estabelecer nos planos
municipais de ordenamento do território a classificação, a delimitação e a disciplina das zonas
sensíveis e mistas.”
A Câmara Municipal de S. Vicente procedeu em 2014, à conversão e adaptação do Mapa de
Ruído do Concelho, para o novo Regulamento Geral do Ruído, conforme o disposto no
5 5589 Habitantes. Fonte: INE – Dados 2011
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Decreto-Lei nº9/2007, de 17 de janeiro. (Figura 12 e
Figura 13).
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Figura 12 – Excerto da Carta de Ruído do concelho de São Vicente, indicador de ruído Lden.
Fonte: Adaptado do Mapa Ruído de São Vicente, 2015
Figura 13 – Excerto da Carta de Ruído do concelho de São Vicente, indicador de ruído Ln. Fonte: Adaptado do Mapa Ruído de São Vicente, 2014.
Atividades ou instalações com impacte em termos de poluição sonora
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Da análise dos resultados obtidos apresentam-se as principais conclusões:
A principal fonte de ruído do Concelho é o tráfego rodoviário, verificando-se na VE4 e
na ER101, os valores mais significativos de Tráfego Médio Horário, nos 3 períodos de
referência. Verifica-se que os níveis sonoros ao longo destas rodovias numa faixa até
25 metros, são excedidos, para zonas mistas.
O ambiente sonoro no município é calmo, ficando todo o Concelho (à exceção da
imediata envolvência ao longo das faixas rodoviária da VE4, VE2, ER101 e ER228)
enquadrado nos limites definidos para Zona Mista, em ambos os períodos de
referência.
Evolução das zonas sensíveis e zonas mistas ao longo da aplicação do plano
De acordo com a legislação vigente, a delimitação e disciplina das zonas sensíveis e mistas é
da competência das Câmaras Municipais e deverá ser prevista aquando da elaboração dos
planos municipais de ordenamento do território, que estabelecem a conceção da organização
urbana.
As zonas sensíveis são áreas definidas em Plano Municipal de Ordenamento do Território
como vocacionadas para uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou similares ou espaços
de lazer, existentes ou revistos, podendo conter pequenas unidades de comércio e de serviços
destinadas a servir população local, tais como cafés, sem funcionamento no período noturno.
Por sua vez, as zonas mistas são áreas definidas em Plano Municipal de Ordenamento do
Território, cuja ocupação seja afeta a outros usos, existentes ou previstos, para além dos
referidos anteriormente na definição de zona sensível.
Na sequência da Adaptação do Mapa de Ruído do concelho de S. Vicente ao novo
Regulamento Geral do Ruído, no âmbito da revisão do Plano e à definição da Câmara
Municipal de Zonas Sensíveis e Mistas, de acordo com a legislação em vigor, nomeadamente,
o Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro, foram delimitadas as Zonas Sensíveis e Mistas.
Estas foram definidas como sendo:
Zonas Sensíveis correspondem aos Espaços de Equipamentos e para equipamentos
de caráter religioso, ensino, saúde;
Zonas Mistas correspondem às restantes categorias integradas em perímetro urbano,
exceto espaços de e para Industria e Estrutura Ecológica Urbana.
No entanto não existe representação cartográfica das mesmas. Foi propositadamente
elaborada, pela Sinergiae Ambiente, a representação das zonas sensíveis e mistas, para a
análise deste indicador.
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De acordo com o mapa das zonas sensíveis e mistas, verifica-se que as Zonas Sensíveis
ocupam 282,4 ha e as Zonas Mistas ocupam 7599,3 ha do município (Figura 14).
Figura 14 – Mapa Zonas Sensíveis e Mista
Fonte: Adaptado do Mapa de Ruído do concelho de São Vicente, 2015
Nº de queixas apresentadas pelos munícipes relativas ao ruído
De acordo com os dados fornecidos pela Câmara Municipal de São Vicente não há registo de
queixas relativas ao ruído.
Eficiência Energética
No sentido de atuar sobre as emissões de gases com efeito de estufa para atmosfera, a
redução do consumo de energia através da melhoria da Eficiência Energética e a aposta nas
energias renováveis constitui, por conseguinte, uma das soluções possíveis para minimizar a
problemática das alterações climáticas.
A Eficiência Energética constitui uma importante área de ação na redução dos gastos
energéticos ao nível dos Edifícios, dos Transportes e em Iluminação pública, por exemplo. o
Plano Nacional de Eficiência Energética (PNAEE), do qual surgem os programas Eficiência
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Energética no Estado – E3 e Programa Mais – Autarquia Mais, assim como o Plano de ação
para a Energia Sustentável, transpõem medidas que irão atuar diretamente na redução do
consumo energético nos serviços, permitindo assim à autarquia obter mais valias económicas,
sociais e ambientais, através de medidas implementadas tanto no âmbito da Certificação
Energética em Edifícios, da microgeração, como na utilização de biocombustíveis na frota da
autarquia, contribuindo também para a diminuição da dependência energética do país.
No concelho de São Vicente encontra-se no Paul da Serra – Bica da Cana, um parque eólico
de origem privada, verificando-se assim, o aproveitamento das energias renováveis.
Edifícios autárquicos alvo de RCESE/RCCTE com classe igual ou superior a B-
A certificação energética dos edifícios e o consequente aumento da eficiência energética dos
mesmos contribuiria significativamente tanto para a redução dos custos associados ao
consumo de energia, como numa maior eficiência relacionada com a utilização de recursos. De
acordo com as disposições contidas no Regulamento das Características de Comportamento
Térmico dos Edifícios (RCCTE) e no Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização
dos Edifícios (RCESE), existem edifícios de serviços do Estado em que certificar o
desempenho energético, a qualidade de ar interior e identificar as medidas corretivas ou de
melhoria de desempenho representam uma obrigatoriedade (Decreto-lei nº78/2006, de 4 de
abril e D.L. nº79/2006, de 4 de abril)
No município de S. Vicente ainda não há resultados da certificação energética obrigatória
aos edifícios, no entanto, todos os projetos em execução neste momento preveem a
implementação RCESE/ RCCTE.
Edifícios autárquicos alvo de microgeração
A produção de energia proveniente sistemas fotovoltaicos (por exemplo) – microgeração –
permite obter vantagens ambientais e socioeconómicas pelo facto de não haver emissões de
CO2 resultante da conversão de energia solar em eletricidade, contribuindo significativamente
para a redução do elevado consumo proveniente de fontes fósseis, com a consequente
geração de gases que provocam o efeito de estufa.
No que respeita a sistemas de microgeração, o município de S. Vicente ainda não possui
nenhum sistema implementado em edifícios autárquicos.
8.2.1.1 Análise SWOT
O Quadro 29 apresenta uma análise SWOT da situação tendencial do Concelho para o FCD
Qualidade Ambiental, dando a indicação sobre oportunidades e ameaças ao território
municipal.
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Quadro 29 – Análise SWOT no âmbito do fator crítico Qualidade Ambiental
Forças Fraquezas
- Elevada cobertura da rede de RSU;
- Boa qualidade, em geral, das águas balneares;
- Cobertura da rede de equipamentos da recolha seletiva de
resíduos acima da meta comunitária;
- Os perímetros de proteção das captações de
abastecimento público não se encontram aprovados (ilha da
Madeira);
- Multiplicidade de Fossas sépticas individuais;
- Eficiência Energética: inexistência de certificação
energética e sistemas de microgeração em edifícios da
autarquia;
-Perdas significativas de água no sistema de abastecimento
Oportunidades Ameaças
- Melhoria da classificação da qualidade da água balnear da
Praia de Ponta Delgada;
- Substituição de fossas sépticas;
- Estabelecimento de estratégias municipais para as
energias renováveis;
- Redução das perdas na rede de distribuição de água
- Conjuntura económica desfavorável a investimentos nas
infraestruturas de abastecimento de água e saneamento.;
- Potencial contaminação dos recursos hídricos e solo
provenientes da fraca cobertura do sistema de drenagem e
tratamento de águas residuais.
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8.2.2 Efeitos Esperados
Abastecimento de água
Cobertura da rede de abastecimento de água
Neste domínio não se encontram previstas quaisquer intervenções futuras no sistema,
prevendo-se durante a vigência da revisão do Plano a manutenção da situação presentemente
existente.
Com o estabelecimento do Objetivo de Sustentabilidade 4 prevê-se que será assegurada, a
manutenção da taxa de cobertura da rede de abastecimento de água (100%), indo ao encontro
das metas definidas no PEAASAR II, que define a continuidade e qualidade do serviço.
Percentagem do número total de análises realizadas à água tratada cujos resultados estão em
conformidade com a legislação
A percentagem do número de análises realizadas à água tratada cujos resultados estejam em
conformidade com a legislação, em 2012 é 90,25% e em 2013 é 89,75%. Prevê-se que este
valor não obtenha melhorias, uma vez que o plano não prevê medidas nesse sentido. De
acordo com a meta estabelecida pelo PEAASAR (99%) o município de S. Vicente não cumpre
a meta estipulada pelo referido Plano.
Ao nível dos objetivos de sustentabilidade da avaliação ambiental estratégica, o plano prevê
promover uma gestão sustentável da água, através do seu uso eficiente e da redução das
cargas poluentes no meio hídrico, garantindo a sua monitorização (OS4).
Percentagens de perdas de água na rede de abastecimento de água
O município de S. Vicente apresenta 60% de perdas de água no sistema de abastecimento, no
entanto o Plano prevê medidas no sentido de reduzir perdas de água. De acordo, com o
objetivo de sustentabilidade 4, tem o intuito de promover uma gestão sustentável da água,
através do seu uso eficiente e da redução das cargas poluentes no meio hídrico, garantindo a
sua monitorização.
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Drenagem e Tratamento de Águas Residuais
Cobertura da rede de drenagem de águas residuais
O Plano prevê o esforço de estabelecer uma gestão sustentável da água, através do seu uso
eficiente e da redução das cargas poluentes no meio hídrico, garantindo a sua monitorização
(OS4).
Reutilização de águas residuais tratadas
Não se prevê a reutilização das águas tratadas por parte do município, situação que fica em
confronto com as medidas preconizadas no PNUEA e com o objetivo de sustentabilidade 4 na
gestão sustentável da água, através do seu uso eficiente.
Recursos Hídricos
Qualidade da água balnear
Refere-se as ações previstas no Relatório da Proposta da Revisão do Plano Diretor Municipal
de S. Vicente, a requalificação da frente do mar, salvaguarda em relação à integração
paisagística, ambiente e ao risco natural dos eventuais acessos e estruturas de apoio, vão de
encontro com o objetivo de sustentabilidade 1, como ações que preservam e valorizam o
ambiente numa ótica de sustentabilidade ambiental. Assim, como a salvaguarda de recursos e
valores naturais com vista a garantir conservação da natureza e da biodiversidade, bem como
a manutenção e valorização das características das paisagens naturais (OS9).
Recolha e Tratamento de RSU
Cobertura da rede de recolha de RSU
O município nos últimos anos possui uma cobertura de 100%. Com isto, prevê-se a
manutenção da política até aqui seguida, com a colocação de contentores e frequência de
recolha diferenciada de acordo com a produção de RSU e as necessidades de cada lugar. O
plano promove uma gestão sustentável dos resíduos urbanos e industriais (OS6).
Cobertura e número de equipamentos da recolha seletiva e reciclagem de resíduos
As melhorias implementadas na cobertura e frequência de serviços de recolha e a consequente
melhoria da consciência ambiental dos munícipes tiveram e continuam a ter um papel
fundamental para que a recolha seletiva de resíduos seja cada vez mais bem-sucedida.
O município de S. Vicente possui 64 ecopontos, o que equivale a uma cobertura de 87
hab/ecoponto, valor que fica acima da meta comunitária que prevê 1 ecoponto por cada 500
habitantes. Prevê-se que o município de S. Vicente mantenha este valor.
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Quantificação da recolha seletiva de resíduos
Quanto à quantidade de recicláveis, espera-se que este número aumente, sendo previsível o
município reforçar as ações de sensibilização da população.
Poluição Sonora
Atividades ou instalações com impacte em termos de poluição sonora
No caso de se verificar a degradação do ambiente sonoro do Concelho, provocada pelo
aumento de tráfego, devem-se acautelar medidas preventivas para o futuro. As mais indicadas
passam pelo controlo de tráfego, redução de viaturas pesadas (utilizando os circuitos
alternativos disponíveis) e controlo de velocidade.
Evolução das zonas sensíveis e zonas mistas ao longo da aplicação do plano
Durante a vigência do novo PDM, com a elaboração dos planos que estão atualmente previstos
será efetuada uma classificação das zonas sensíveis e zonas mistas respeitantes. De acordo
com a legislação vigente, caso esta nova classificação difira da do PDM, obrigará à alteração
do plano diretor municipal em vigor.
Nº de queixas apresentadas pelos munícipes relativas ao ruído
Não se prevê qualquer alteração neste indicador ou que possam surgir focos de aumento dos
níveis de ruído a que está exposta a população.
Eficiência Energética
Edifícios autárquicos alvo de RCESE/RCCTE com classe igual ou superior a B-
Dos Programas Eficiência Energética no Estado – E3 e Programas Mais – Autarquia Mais,
resultantes do PNAEE, surgem medidas que impulsionarão as metas a atingir de 20% dos
Edifícios/serviços públicos serem de classe igual ou superior a B-.
Pelo facto de não haver ainda resultados da certificação energética obrigatória aos edifícios,
não é possível avaliar o nível de eficiência energética dos edifícios da Autarquia. Considerando
importante a conclusão deste procedimento, no sentido de averiguar o caminho rumo ao
encontro das metas estabelecidas pelo PNAEE e pelo PAESI.
Contudo, sugere-se a análise deste indicador na fase de seguimento do plano, de modo a fazer
cumprir as metas estabelecidas pelo PAESI e pelo PNAEE, nomeadamente no que refere aos
Programas Eficiência Energética no Estado – E3 e Programa Mais – Autarquia Mais.
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Edifícios autárquicos alvo de microgeração
A implementação de sistemas de microgeração em edifícios autárquicos iria permitir não só a
redução da fatura energética da autarquia, como iria intervir positivamente na atribuição da
classe energética do próprio edifício (RCESE/RCCTE).
Dos programas Eficiência Energética no Estado – E3 e programas Mais – Autarquia Mais,
resultantes do PNAEE, surgem medidas que permitirão atingir metas de 20% das escolas e
50% dos equipamentos desportivos possuírem equipamentos de energias renováveis
(microgeração, por exemplo).
Pelo facto de não haver sistemas de microgeração implementados em edifícios da autarquia,
tal deixa o município mais distante de uma sustentabilidade energética mais desejável,
contribuindo para um aumento dos impactes ambientais associados ao consumo de energia
fóssil.
Refere-se como efeito positivo, o Parque Eólico em Paúl da Serra traduzindo-se numa melhoria
da Eficiência Energética do município apostando nas energias renováveis, constitui por
conseguinte, uma das soluções possíveis para minimizar a problemática das alterações
climáticas, o que vai de encontro com o objetivo de sustentabilidade 5, promover a eficiência
energética e a redução das emissões de CO2.
8.2.3 Síntese de Oportunidades e Riscos
O Quadro 30 resume as oportunidades e riscos associados aos Objetivos Estratégicos do PDM
de São Vicente para o fator crítico Qualidade Ambiental.
Quadro 30 – Resumo de oportunidades e riscos para o FCD Qualidade Ambiental.
Objetivos Estratégicos da revisão do PDM de S. Vicente
Critérios de
Avaliação do FCD OE I OE II OE III OE IV OE V OE VI
Abastecimento de
água
Drenagem e
tratamento de
águas residuais
Recursos hídricos
Recolha e
tratamento de
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RSU
Poluição sonora
Qualidade do ar
Eficiência
energética
- Interação muito favorável
- Interação ligeiramente favorável ou nula
- Interação desfavorável
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA REVISÃO DO PDM:
OE I – Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos IGT de âmbito
nacional e regional;
OE II – Definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação uso e transformação
do solo;
OE III – Valorização do mundo rural;
OE IV – Proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais;
OE V – Valorização do património e qualificação urbana;
OE VI – Promoção da identidade e da coesão territorial.
8.2.4 Diretrizes de Gestão e Medidas de Gestão e Medidas de Minimização dos Efeitos do Plano
Para o fator crítico Qualidade Ambiental são definidas diretrizes de gestão ambiental no sentido
de minimizar os potenciais efeitos negativos sobre o ambiente decorrentes da revisão do PDM.
De acordo com as potenciais oportunidades ou riscos, decorrentes da implementação da
revisão do PDM de São Vicente, foram propostas diretrizes para a potenciação das
oportunidades e minimização dos riscos identificados. O Quadro 49 resume as diretrizes de
gestão e minimização dos efeitos da revisão do PDM de São Vicente.
8.2.5 Quadro de Governança para a Ação
O reconhecimento de um quadro de governança para a ação é fundamental para o sucesso da
implementação do Plano Diretor Municipal de S. Vicente, uma vez que identifica as
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responsabilidades institucionais dos vários intervenientes na AAE, em todo o processo de
implementação do próprio Plano.
Entendendo-se governança “como o conjunto de regras, processos e práticas que dizem
respeito à qualidade do exercício do poder, essencialmente no que se refere à
responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia”, (Partidário 2007), identifica-
se um quadro de governança (vide Quadro 50) para o Município de S. Vicente, que garanta o
cumprimento dos objetivos definidos relativamente ao Fator Crítico Qualidade Ambiental, bem
como à concretização das diretrizes propostas.
No âmbito do FCD Qualidade Ambiental foram identificadas as seguintes entidades com
responsabilidades ao nível da implementação do Plano:
Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais
Direção Regional do Ambiente da Madeira - DrAmb
Água e Resíduos da Madeira, S.A - ARMCâmara Municipal de S. Vicente
Juntas de Freguesia do concelho de S. Vicente
População em Geral
8.2.6 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo
Com vista à correta implementação e acompanhamento do PDM de São Vicente revisto e a
potenciação das suas opções estratégicas, optou-se por adotar um conjunto de indicadores no
Plano de seguimento e controlo que podem diferir dos utilizados na análise e avaliação da
Situação existente e Efeitos esperados, mas que foram adaptados no sentido de melhor se
ajustarem à função de indicadores de seguimento/monitorização do plano, tendo-se optado
para o FCD Qualidade Ambiental os indicadores de seguimento constantes do Quadro 51.
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8.3 RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS
O concelho de São Vicente apresenta uma orografia acidentada, as cotas mais baixas
encontram-se na freguesia de Ponta Delgada e foz da Ribeira de São Vicente, nas áreas
imediatas de contacto entre o mar e as encostas escarpadas e abruptas, bem como nos leitos
e foz das ribeiras. Cerca de 50% do território do concelho tem declives acima dos 45º e parte
significativa acima dos 65º, que correspondem às áreas de maior altitude onde se encontram
vales profundos, ligados ao pontos mais altos por escarpas profundas.
Ao nível da geomorfologia, o concelho de São Vicente está integrado nas Unidades
Geomorfológicas do Maciço Vulcânico Central ou Maciço Central e Parte Ocidental da Ilha ou
Planalto do Paúl da Serra ou Maciço Ocidental.
A ocorrência de cheias, com características de cheias repentinas, resultam da combinação das
condições morfológicas, em particular do relevo da superfície e, consequentemente, dos vales
dos cursos de água, e das condições meteorológicas, com ênfase para o regime de
precipitações que propicia a ocorrência de precipitações com curtas durações e intensidades
excecionais. O concelho de São Vicente apresenta risco de erosão hídrica “elevado” a “muito
elevado”. Verifica-se a existência de diversos episódios resultantes da erosão dos solos, como
os deslizamentos de massa e os desabamentos/queda de blocos, sendo que quando estes
ocorrem sobre os sistemas fluviais, constitui risco elevado aquando de episódios de
precipitação intensa. As zonas de maior perigosidade localizam-se nas áreas de maior declive,
nomeadamente nos taludes de toda a zona costeira dado a grande altura e declive acentuado.
O concelho de São Vicente regista uma sismicidade apenas por efeitos secundários de sismos
ocorridos nos Açores e em Portugal Continental. A suscetibilidade de ocorrência de sismos de
magnitude elevada é bastante reduzida.
Os riscos tecnológicos não têm sido relevantes no Município de São Vicente, no entanto o
transporte e armazenamento de combustíveis, incluindo a venda a retalho, assim como de
explosivos e matérias perigosas aumenta, aumentando a probabilidade de acidentes, existindo
assim a possibilidade de marés negras causadas por derrame de hidrocarbonetos no mar.
Existe ainda a probabilidade de ocorrerem acidentes de viação de naufrágios, que possam ter
custo ao nível de vidas e materiais (RPDMSV - Biofisico, 2013).
Com o fator crítico Riscos Naturais e Tecnológicos pretende-se avaliar o contributo do PDM
para a prevenção e minimização dos riscos naturais, nomeadamente incêndios florestais,
erosão dos solos e cheias, risco sísmico, riscos poluição/contaminação e de explosão.
Pretende-se avaliar o modo como o ordenamento territorial proposto na revisão do PDM
promove a redução da vulnerabilidade dos espaços florestais presentes no concelho, propõe
normas que regulem as intervenções no espaço florestal, assegura as necessidades de áreas
vulneráveis a riscos naturais e tecnológicos e incentiva à preservação e valorização de
ambientes fragilizados e vulneráveis.
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Este fator crítico compreende os critérios e indicadores constantes no Quadro 34, que
estabelecem o âmbito da avaliação e o grau de pormenor da informação analisada. Os
indicadores aqui apresentados foram ajustados à disponibilidade de informação, às medidas e
aos indicadores previstos nos Planos que constituem o QRE e à sua relevância enquanto
indicadores de uma monitorização futura do plano.
Quadro 31 – Objetivos de sustentabilidade, critérios e indicadores de avaliação do FCD Riscos Naturais e
Tecnológicos.
Objetivos de sustentabilidade Critérios Indicadores
OS7 - Promover a qualificação territorial,
saúde pública e segurança de pessoas e
bens.
OS8 - Prevenção da ocorrência de
situações de risco natural.
Incêndios
- Evolução do número de ignições e área ardida
- Áreas urbanizáveis inseridas em
locais com risco de incêndios
Erosão dos Solos
- Evolução da área com risco de erosão
- Percentagem de áreas urbanizáveis
inseridas em locais com risco de
erosão
Risco de cheias
- Evolução da área com risco de cheias
- Áreas urbanizáveis inseridas em
áreas com risco de cheias
Além de diversa legislação temática, as fontes de informação utilizadas com vista à análise
deste Fator Crítico compreendem ainda:
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Câmara Municipal de São Vicente (Estudos de caracterização do Município, entre
outras fontes de informação relevante a nível municipal)
Será efetuada uma análise de índole técnico-pericial, dominantemente quantitativa, no entanto,
sempre que a informação disponível não o permitir, a análise será qualitativa, recorrendo-se
também à aplicação de uma análise SWOT sobre a situação atual do território.
8.3.1 Situação Existente e Análise Tendencial
Desenvolveu-se um diagnóstico e análise de tendências para caracterizar o FCD Riscos
Naturais e Tecnológicos, com o objetivo de pormenorizar a informação apresentada e de criar
uma base de informação que sustente a avaliação dos efeitos previstos e das medidas
propostas.
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Além de diversa legislação temática, as fontes de informação utilizadas com vista à análise
deste Fator Crítico compreendem ainda:
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, 2012;
Plantas de Condicionantes, REN, 2014;
Secretariaria Regional do Ambiente
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza
Incêndios
Evolução do número de ignições e área ardida
Dada a existência de áreas de floresta e das características do território, o risco de incêndio
(Quadro 32) florestal tem algum destaque, sobretudo pelas características da floresta,
nomeadamente das áreas ocupadas por floresta exótica (que apresenta uma maior
suscetibilidade à ocorrência de incêndios florestais), e pelo seu valor.
Quadro 32- Evolução do nº de incêndios no concelho da Madeira
Variáveis
Nº de Ignições
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
São Vicente 16 17 16 25 10 17 20 30 7 14
Ponta Delgada 4 3 5 5 5 1 4 3 1 3
Boaventura 8 9 6 15 5 5 7 16 6 5
Total de Ignições 28 29 27 45 20 23 31 49 14 22
Área Ardida (m2) 46000 38000 43000 55000 19000 22000 31000 48000 18000 27000
Fonte: Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz, 2015
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Áreas urbanizáveis inseridas em locais com risco de incêndios
À data da realização do presente relatório foram disponibilizados o mapa de perigosidade de
incêndio florestal do município, datado de 2012 (Figura 15) e o PMEPCSVV (Plano Municipal
de Emergência de Proteção Civil de São Vicente) de 2012.
A análise deste indicador será efetuada no capítulo dos Efeitos esperados.
Figura 15 - Mapa de Risco de Incêndio Florestal
Fonte: Relatório do Plano Revisão do PDM de São Vicente, 2014.
Erosão dos solos
O Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional (REN) foi instituído pelo Decreto-Lei n.º
321/83, de 5 de julho, o qual sofreu alterações sucessivas entre as que se destacam o Decreto-
Lei n.º 93/90, de 19 de março e o Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de setembro.
O atual Regime Jurídico da REN é estabelecido pelo referido Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22
de setembro, na redação que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 239/2012, de 2 de
novembro, e regulamentado pela Portaria n.º 419/2012, de 20 de dezembro, cujo Anexo I –
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estabelece as condições e requisitos para a admissão dos usos e ações, referidos nos n.º 2 e 3
do respetivo art.º 20.o, isto é, que sejam compatíveis com os objetivos de proteção ecológica e
ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais de áreas integradas na REN.
Segundo o n.º 1 do artigo 2.o do regime jurídico em vigor, a REN “é uma estrutura biofísica que
integra o conjunto das áreas que, pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e
suscetibilidade perante riscos naturais, são objeto de proteção especial”. A RCM n.º 81/2012,
de 3 de outubro, aprova as orientações estratégicas de âmbito nacional e regional e permite a
plena aplicação das disposições constantes no Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto.
Evolução da área com risco de erosão
O controlo da erosão é fundamental para a preservação do meio ambiente, pois o processo
erosivo faz com que o solo perca as suas capacidades e propriedades nutritivas,
impossibilitando o crescimento da vegetação no terreno atingido e causando sérios
desequilíbrios ecológicos e danos materiais. A prevenção da erosão do solo requer assim a
utilização de um conjunto de práticas capazes de impedir a perda da camada superficial do
solo, que é a mais fértil. Para além disso, durante o processo de erosão há um arrastamento de
elementos, verificando-se não só uma perda quantitativa do solo, mas também uma diminuição
da qualidade do solo, o que afeta a produtividade dos povoamentos, trazendo graves
consequências económicas.
O território da ilha da Madeira e consequentemente do concelho de São Vicente, apresenta
risco de erosão hídrica “elevado” a “muito elevado”, tal deve – se aos acentuados declives, as
características do solo rico em matéria orgânica e a estrutura de agregação, granulometria e
comportamento químico daqueles solos, mas também, ao longo processo de deflorestação e a
recessão da atividade agrícola, com a consequente degradação das estruturas de contenção
dos solos - poios - construídas ao longo de seculos.
Tais factos, justificam a existência de diversos episódios resultantes da erosão dos solos, como
os deslizamentos de massa e os desabamentos/queda de blocos, sendo que quando estes
ocorrem sobre os sistemas fluviais, constitui risco elevado aquando de episódios de
precipitação intensa.
As zonas de maior perigosidade localizam-se nas áreas de maior declive, nomeadamente nos
taludes de toda a zona costeira dado a grande altura e declive acentuado.
A ocupação da faixa litoral com edificações e as vias de comunicação são as que com maior
frequência correm o risco de serem afetadas, sobretudo as vias de comunicação que
frequentemente no Inverno são cortadas por queda de blocos.
Na freguesia de São Vicente, as zonas de ocorrência de escorregamentos ficam situadas
fundamentalmente na zona da Achada do Til e Vargem onde habitações e estradas têm no
passado sofrido danos consideráveis.
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As zonas mais vulneráveis a queda de blocos são as zonas da costa. Na freguesia de
Boaventura, tem sido sobretudo afetadas as vias de comunicação por escorregamentos e
queda de blocos e são sobretudo nos taludes de maior declive que acontecem.
Na freguesia de Ponta Delgada os escorregamentos não acontecem com frequência e são a
queda de blocos que causam maiores problemas nos taludes costeiros.
Outro aspeto que se reveste de grande importância é o recuo das arribas costeiras, devido a
erosão provocada pelas ondas e vagas. A erosão costeira provocada essencialmente pelas
correntes marítimas e pela ação das ondas constitui um problema, em alguns casos grave,
sobretudo na zona entre a Vila e Ponta Delgada.
Existe um recuo acentuado tendo já causado a destruição de habitações e vias de
comunicação.
De acordo com a REN delimitada, o concelho de São Vicente apresenta uma área de 64025,4
ha de área com risco de erosão, o que equivale a aproximadamente 87% de área do município.
Apresenta-se na Figura 16 e Quadro 33 as áreas com risco de erosão da REN.
Figura 16 - Áreas com risco de erosão no concelho de São Vicente
Fonte: Relatório do Plano Revisão do PDM de São Vicente, 2014.
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Quadro 33 – Áreas com diferentes níveis de risco de erosão no concelho São Vicente
Risco de Erosão (sobreposição com a REN) Área (ha) %
Baixo 10117,6 15,8
Moderado 7419,9 11,5
Elevado 46487,9 72,6
Total 64025,4 100
Fonte: Adaptado do Plano Municipal de Emergência, 2012
Percentagem de áreas urbanizáveis inseridas em locais com risco de erosão
O risco de erosão no concelho está associado a zonas de vertente. A erosão nestas zonas
pode ser hídrica, devido a precipitações e cursos de água, ou pode surgir provocada por
movimentos de massa.
Os movimentos de vertente dependem de fatores condicionantes (fatores permanentes, que
associados à força da gravidade, podem despoletar o movimento) e de fatores
desencadeantes, resultantes de alterações e normalmente associados a atividade humana.
A análise deste indicador será tratada no capítulo dos Efeitos esperados.
Quadro 34 - Susceptibilidade de Movimento de Massa de Vertente no concelho de São Vicente
Susceptibilidade de Movimento de Massa de Vertente Área (ha)
Baixa 2100,3
Moderada 2173,6
Elevada 3604,4
Fonte: CM de São Vicente, 2015
Risco de cheias
Evolução da área com risco de cheias
As zonas ameaçadas pelas cheias são constituídas pela “área contígua à margem dos cursos
de água, que se estendem até à linha alcançada pela maior cheia que se produza no período
de um século, ou pela maior cheia conhecida, no caso de não existirem dados que permitam
identificar a anterior”.
As consequências nefastas de tais ocorrências são potenciadas pela insuficiente manutenção
das condições de escoamento em alguns dos cursos de água a que, no caso dos cursos
principais, se associa por vezes uma ocupação intensa das margens e zonas adjacentes.
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São inúmeros os episódios de chuva muito intensa, que associadas a carga solida transportada
dos leitos e vertentes das ribeiras, levam a inundações que deixam um rasto de lama, areia,
calhaus e lixo.
Na freguesia de São Vicente, existem zonas de grande vulnerabilidade, onde já aconteceram
eventos catastróficos no passado, nomeadamente e mais recentemente no Rosário e Achada
do Til.
Nesta zona, como na generalidade da freguesia, o aumento da edificação de casas e
infraestruturais fundamentais com vias de comunicação que intercetam linhas de água torna-as
vulneráveis sobretudo em momentos de grande precipitação.
Na freguesia de Boaventura, apesar da ocupação do leito da Ribeira ser praticamente
inexistente e portanto não causar grande perigo, os declives muito acentuados dos taludes
representam um risco elevado da ocorrência de fluxos de terra e lama que podem atingir
habitações e sobretudo vias de comunicação como já aconteceu no passado, nomeadamente
em 1979, quando 5 pessoas morreram.
A freguesia de Ponta Delgada e a que tem um nível de perigosidade mais baixo em relação a
fluxos lamacentos e de detritos, no entanto nas zonas de maior declive esses eventos podem
acontecer, afetando sobretudo vias de comunicação.
De acordo com a delimitação da REN Bruta, o concelho de São Vicente apresenta 38,29 ha de
zonas ameaçadas pelas cheias (Figura 17).
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Figura 17 - Zonas Ameaçadas por Cheias
Fonte: Adaptado do Plante de Condicionantes da Revisão do PDM, 2014
Áreas urbanizáveis inseridas em áreas com risco de cheias
As cheias são fenómenos naturais, extremos e temporários, provocados quer por precipitações
moderadas e permanentes, quer por precipitações repentinas e de elevada intensidade. Esta
precipitação provoca um aumento do caudal das linhas de água, originando um extravase e a
inundação de margens e zonas circunvizinhas. Os prejuízos destes fenómenos são
normalmente avultados e têm um forte impacte no tecido socioeconómico da região afetada,
pelo que a prevenção e mitigação deste risco é de extrema importância.
A análise deste indicador será tratada no capítulo dos Efeitos esperados.
8.3.1.1 Análise SWOT
O Quadro 35 apresenta uma análise SWOT da situação tendencial do Concelho para o FCD
Riscos Naturais e Tecnológicos, dando a indicação sobre oportunidades e ameaças ao
território municipal.
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Quadro 35 - Análise SWOT no âmbito do fator crítico Riscos Naturais e Tecnológicos
Forças Fraquezas
- A floresta tem um grande contributo na redução dos riscos
naturais (erosão do solo, movimentos de massa de
vertentes, etc…)
- Elevado risco de incêndio
- Risco elevado da erosão dos solos
Oportunidades Ameaças
- Valorização do papel ambiental da floresta, nas políticas
nacionais;
- Promoção dos espaços naturais do concelho;
- Atualização do Plano Municipal de Defesa da Floresta
Contra Incêndios;
- Manutenção das condições de escoamento em alguns dos
cursos de água.
- Potencial contaminação de captações de água para consumo
humano com elementos poluentes;
- Aumento da erosão dos solos devido aos incêndios e
precipitações fortes.
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8.3.2 Efeitos Esperados
Incêndios
Evolução do número de ignições e área ardida
Com a proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais (OE IV), mais
especificamente com as medidas ao nível do Planeamento e Ordenamento Florestal, poderá
ser suscetível de apresentar efeitos positivos com a criação de condições necessárias à
diminuição da área ardida.
Áreas urbanizáveis inseridas em locais com risco de incêndios
Confrontando as áreas com perigosidade de incêndio alta ou muito alta classificadas no
PMEPCSVV (Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de São Vicente) com as áreas
cuja urbanização é possível programar, previstas na planta de ordenamento da proposta de
revisão do PDM de São Vicente, conclui-se que existe sobreposição maioritariamente na
classe de risco “Baixo” ocupando 91% do concelho correspondente a uma área de 8825,37 ha,
as áreas urbanas inseridas na categoria mais baixa, não estão diretamente sob a ameaça de
incêndio. A classe de risco “Elevado” ocupa 30,9 % correspondendo a uma área de 2484,84
ha. (Figura 18).
Todas as áreas de solo urbanizável sobrepostas com áreas de perigosidade alta ou muito alta
de incêndio situam-se no interior dos perímetros urbanos propostos, pelo que, respeitam o
disposto no artigo 16º, do Decreto-Lei nº 17/2009, de 14 de janeiro6: “a construção de
edificações para habitação, comércio, serviços e indústria fora das áreas edificadas
consolidadas, é proibida nos terrenos classificados nos PMDFCI com risco de incêndio das
classes alta ou muito alta”.
Este indicador vai de encontro ao OS 8 proposto para a revisão do PDM de São Vicente
(Prevenção da ocorrência de situações de risco natural)
6 , que procede à republicação do Decreto-lei nº 124/2006, de 28 de junho
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Figura 18 - Solo Urbanizável inserido em locais com perigosidade de incêndio
Fonte: Adaptado de PMEPCSVV (Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de São Vicente).
Erosão dos solos
Evolução da área com risco de erosão
O Objetivo Estratégico IV permite a proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos
naturais. A reflorestação e preservação da floresta permitirá minimizar o processo de erosão
dos solos promovido em parte pelos incêndios que ocorrem no concelho. Este objetivo vai de
encontro aos preconizados no PMDFCI e PNDFCI.
Percentagem de áreas urbanizáveis inseridas em locais com risco de erosão
Confrontando as áreas com risco de erosão, delimitadas na PMEPCSVV (Plano Municipal de
Emergência de Proteção Civil de São Vicente), com os solos urbanizáveis previstos na planta
de ordenamento da proposta de revisão do PDM de São Vicente, verifica-se que não existe
sobreposição de solo urbanizável com as áreas de risco de erosão de categoria
“Elevada”, existindo apenas sobreposição em áreas de baixo risco (5058.41 ha) ocupando
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63% do território, verifica-se também a sobreposição das áreas urbanas em áreas de risco
moderado (483.15 ha) ocupando 6% do território concelhio.
Figura 19 - Áreas com Risco de Erosão em solo urbano
Fonte: Adaptado de PMEPCSVV (Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de São Vicente)
Risco de Cheias
Evolução da área com risco de cheias
O princípio orientador de qualificação urbanística e ambiental promoverá o ordenamento
concelhio com a elaboração e conclusão de diversos planos e com a articulação com outros
planos existentes para o concelho. No que diz respeito a este indicador, o PGRI – RAM e os
objetivos nele emanados serão um complemento e uma mais valia
na salvaguarda e redução do risco de cheias De modo a não haver um aumento das áreas com
risco de cheias deverão ser definidas no regulamento medidas de minimização dos efeitos das
cheias, através da adoção de normas específicas para a edificação, bem como sistemas de
proteção e drenagem e medidas de recuperação das condições de permeabilidade dos solos.
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Em caso de acidente grave, catástrofe ou calamidade compete ao Director do Plano de
Emergência acionar e coordenar todas as operações de Protecção Civil na área do Concelho,
de modo a prevenir riscos, atenuar ou limitar os seus efeitos, minimizar a perda de vidas e
bens, procurando o mais rapidamente possível restabelecer as condições normais de vida
Áreas urbanizáveis inseridas em áreas com risco de cheias
Confrontando as zonas ameaçadas pelas cheias delimitadas com os perímetros urbanos da
Planta de ordenamento da proposta de revisão do PDM de São Vicente, verifica-se que existe
sobreposição de solo urbano em 4.36 ha em áreas com risco de cheia (Figura 20).
Figura 20 - Áreas urbanizáveis inseridas em locais com Risco de Cheia.
Fonte: Adaptado de PMEPCSVV (Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de São Vicente)
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8.3.3 Síntese de Oportunidades e Riscos
O Quadro 36 resume as oportunidades e riscos associados aos Objetivos Estratégicos do PDM
de São Vicente para o fator crítico Riscos Naturais e Tecnológicos.
Quadro 36 – Resumo de oportunidades e riscos para o FCD Riscos Naturais e Tecnológicos.
Objetivos Estratégicos da revisão do PDM de São Vicente
Critérios de Avaliação do FCD OE I OE II OE III OE IV OE V OE VI
Incêndios
Erosão do Solo
Cheias
- Interação muito favorável
- Interação ligeiramente favorável ou nula
- Interação desfavorável
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA REVISÃO DO PDM:
I – Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos IGT de âmbito
nacional e regional
II – Definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação uso e
transformação do solo
III – Valorização do mundo rural
IV – Proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais
V – Valorização do património e qualificação urbana
VI – Promoção da identidade e da coesão territorial
8.3.4 Diretrizes de Gestão e Medidas Minimização dos Efeitos do Plano
Tendo-se identificado as principais oportunidades e riscos decorrentes da revisão do PDM de
São Vicente, foram estabelecidas diretrizes para a potenciação das oportunidades e
minimização dos riscos identificados. O Quadro 49 resume as diretrizes de gestão e
minimização dos efeitos negativos da revisão do PDM de São Vicente.
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8.3.5 Quadro de Governança para a Ação
O reconhecimento de um quadro de governança para a ação é fundamental para o sucesso da
implementação do Plano Diretor Municipal de São Vicente, uma vez que identifica as
responsabilidades institucionais dos vários intervenientes na AAE, em todo o processo de
implementação do próprio Plano.
Entendendo-se governança “como o conjunto de regras, processos e práticas que dizem
respeito à qualidade do exercício do poder, essencialmente no que se refere à
responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia”, (Partidário 2007), identifica-
se um quadro de governança (vide Quadro 50) para o Município de São Vicente, que garanta o
cumprimento dos objetivos definidos relativamente ao Fator Crítico Riscos Naturais e
Tecnológicos, bem como à concretização das diretrizes propostas.
No âmbito do FCD Riscos Naturais e Tecnológicos foram identificadas as seguintes entidades
com responsabilidades ao nível da implementação do Plano:
Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM
Secretaria regional do Ambiente e dos Recursos Naturais
Câmara Municipal de São Vicente
Juntas de Freguesia do concelho de São Vicente
População em Geral
8.3.6 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo
Com vista à correta implementação e acompanhamento do PDM de São Vicente revisto e a
potenciação das suas opções estratégicas, optou-se por adotar um conjunto de indicadores no
Plano de seguimento e controlo que podem diferir dos utilizados na análise e avaliação da
Situação existente e Efeitos esperados, mas que foram adaptados no sentido de os melhor se
ajustarem à função de indicadores de seguimento/monitorização do plano, tendo-se optado
para o FCD Riscos Naturais e Tecnológicos os indicadores de seguimento constantes do
Quadro 51.
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8.4 BIODIVERSIDADE
O município de São Vicente apresenta uma elevada riqueza ao nível dos ecossistemas e das
comunidades biológicas presentes na área do seu território. No que concerne à flora e
vegetação, a Ilha da Madeira pertence à região Macaronésia. A principal característica da
vegetação do concelho rege-se pela presença da floresta Laurissilva. Esta floresta, de
caraterísticas higrófilas, subtropical húmida e praticamente impenetrável quando atinge o seu
clímax, desenvolve-se entre os 600 e os 1300 metros de altitude, sendo mais expressiva neste
concelho e outros da costa norte, devido à maior persistência de nevoeiros. Apresenta-se
pluriestratificada e é constituída, predominantemente, por árvores e arbustos de folhagem
persistente e folhas verde-escuras. Tal como a flora do PNM, a sua fauna, também é
riquíssima, claramente associado ao facto de se localizar em meio oceânico e da presença da
floresta Laurissilva.
A importância dos valores ecológicos presentes no concelho está patente no facto de a parte
norte do seu território encontrar-se integrada no Sistema Nacional de Áreas Classificadas
(SNAC), apresentando três classificações distintas:
Parque Natural da Madeira (PNM), criado pelo Decreto Legislativo Regional
nº14/82//M, de 10 de novembro;
ZEC - Sítio de Importância Comunitária PTMAD0001 - Laurissilva da Madeira sob
Regulamento do Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira.
ZEC - Sítio de Importância Comunitária PTMAD0002 - Maciço Montanhoso Central
da Ilha da Madeira, sob Regulamento do Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço
Montanhoso Central da lha da Madeira.
Zona de Proteção Especial “Laurissilva da Madeira” – Decreto Regulamentar
Regional n.º 3/2014/M, de 3 de março de 2014.
Boa parte do território do concelho de São Vicente está classificado como Parque Natural da
Madeira, caracterizando-se por uma grande riqueza, quer ao nível dos recursos naturais, quer
ao nível de valores rurais e paisagísticos, possuindo Reservas Naturais Integrais, Reservas
Naturais Parciais, Reserva Geológica e de Vegetação de Altitude e Reservas de Recreio e
Montanha.
As áreas da Floresta Laurissilva compreendem cerca de 70% do território do concelho,
encontra-se bem conservada, devendo no entanto ter-se em atenção potenciais infestações,
sobretudo de incenseiro e tabaqueira, nos limites do Parque Natural e de maracujá-banana na
freguesia de Ponta Delgada, na área da Caldeira de São João.
O Maciço Montanhoso Central apresenta-se com alguma expressividade no Concelho de São
Vicente, incluindo a zona do Areeiro e a Zona do Paúl da Serra. O Maciço Montanhoso do Paúl
da Serra situa-se, também acima dos 1400 metros de altitude.
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A análise deste FDC tem em consideração critérios e indicadores relativos à componente dos
valores naturais e rede fundamental para a conservação da natureza, mas também às
componentes de floresta e paisagem, por desempenharem também um importante papel no
suporte dos valores naturais. Pretende-se assim avaliar os principais efeitos da estratégia
associada à Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) a nível dos principais valores naturais
presentes no concelho (Quadro 37).
Além de diversa legislação temática, as fontes de informação utilizadas com vista à análise
deste Fator Crítico compreendem ainda:
Plano Sectorial da Rede Natura 2000;
Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva;
Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira;
Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira
Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade;
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza
Plano Municipal de Emergência
Câmara Municipal de São Vicente (Estudos de Caracterização e Diagnóstico no âmbito
da revisão do PDM).
Será efetuada uma análise de índole pericial, predominantemente quantitativa, porém, sempre
que a informação disponível não o permitir, a análise terá uma índole qualitativa. Será efetuada
uma análise SWOT sobre a situação atual do território, evidenciando os seus pontos fortes e
fracos no que respeita aos critérios analisados no âmbito deste FCD.
Quadro 37 – Associação entre Objetivos de Sustentabilidade e os Critérios e indicadores de avaliação
definidos no Fator Crítico Biodiversidade.
Objetivos de Sustentabilidade Critérios Indicadores
OS8 - Prevenção da ocorrência
de situações de risco natural.
OS9 -Salvaguarda de recursos e
valores naturais com vista a
garantir a conservação da
Áreas de Conservação da Natureza Classificadas
- Potenciais conflitos com a Rede Natura
2000 e PNM;
- Número de Planos de Gestão e/ou de Ação propostos ou em vigor.
Diversidade de Espécies e Habitats de Interesse Conservacionista
- Diversidade de espécies com estatuto de
proteção;
- Diversidade de habitats com estatuto de
proteção.
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Objetivos de Sustentabilidade Critérios Indicadores
natureza e da biodiversidade,
bem como a manutenção e
valorização das características
das paisagens naturais.
Estrutura Ecológica
Municipal (EEM)
- Área ardida e representatividade da
mesma sobre a EEM;
- Potenciais conflitos com a EEM.
Gestão e Conservação da
Floresta
- Área de Espaço Florestal de
Conservação;
- Área de total de Espaço Florestal
convertida em áreas urbanas/urbanizáveis,
industriais, equipamentos e infra-
estruturas;
Paisagem
- Expressividade do solo rural
transformado em solo urbano/urbanizável e
industrial;
- Intrusões na paisagem em área
sensíveis.
A análise deste Fator Crítico tem em consideração critérios e indicadores relativos à
componente da floresta e da paisagem, por desempenharem também um importante papel no
suporte dos valores naturais. Será efetuada uma análise de índole pericial, qualitativa e,
sempre que a informação disponível o permitir, quantitativa, recorrendo também à aplicação
inicial da análise SWOT como ponto de partida da análise.
8.4.1 Situação Existente e Análise Tendencial
A Ilha da Madeira insere-se na região da Macaronésia (classificação biogeográfica para a
vegetação), que também inclui os Arquipélagos dos Açores, das Canárias e de Cabo Verde.
A vegetação da ilha e consequentemente do concelho de São Vicente, caracteriza-se por se
encontrar distribuída por andares de vegetação, mais ou menos, estratificados por altitudes,
relacionadas com as variações climáticas.
A flora da ilha é constituída por 1226 espécies, sendo flora indígena de 780 táxones, sendo 234
táxones endémicos da Macaronésia e 157 táxones endémicos da ilha.
Relativamente aos endemismos macaronésios, na ilha da Madeira estão presentes 234
endemismos, 176 espécies, 136 géneros e 60 famílias. Desses endemismos 156 são
exclusivos da província Madeirense, 78 são comuns aos arquipélagos macaronésios, 9 só aos
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arquipélagos dos Açores e da Madeira e 3 são só dos arquipélagos dos Açores, Madeira e
Canárias.
A principal característica da vegetação do concelho rege-se pela presença da Floresta
Laurissilva. Esta floresta, de características higrófilas, subtropical húmida e praticamente
impenetrável quando atinge o seu clímax, desenvolve-se entre os 600 e os 1300 metros de
altitude, sendo mais expressiva neste concelho e outros da costa norte, devido à maior
persistência de nevoeiros.
Apresenta-se pluriestratificada e é constituída, predominantemente, por árvores e arbustos de
folhagem persistente e folhas verde-escuras.
As árvores de maior porte, típicas desta floresta, são as lauráceas, nomeadamente o til
(Ocotea foetens), o loureiro (Laurus novocanariensis), o vinhático (Persea indica) e o
barbusano (Apollonias barbujana), entre outras como o pau branco (Picconia excelsa), o
folhado (Clethra arborea), o aderno (Heberdenia excelsa), o perado (Ilex perado) e o cedro da
Madeira (Juniperus cedrus).
No que diz respeito aos arbustos, abundam as urzes (Erica arborea e Erica scoparia) e a uveira
(Vaccinium padifolium), enquanto que no estrato abaixo encontramos fetos, musgos, líquenes e
outras plantas de pequeno porte.
Ao nível das herbáceas, sobressaem as flores coloridas, onde a luz consegue penetrar, como é
o caso das leitugas (Sonchus fruticosus), do piorno (Teline maderense), dos ranúnculos
(Ranunculus cortusifolius), das estreleiras (Argyranthemum pinnatifidum ssp. pinnatifidum), das
perpétuas (Helicrysum melaleucum), dos gerânios (Geranium palmatum) e dos massarocos
(Echium candicans), que coexistem com alguns endemismos, a saber, a rosada orquídea da
serra (Dactyloriza foliosa) e uma outra de flores brancas (Goodyera macrophyla).
Nas áreas abrangidas pelo Maciço Montanhoso pode-se encontrar urzes, musgos e líquenes
coloridos mas, nos sítios mais abrigados, podemos encontrar também pequenos núcleos
compostos pela arméria (Armeria maderensis), a violeta amarela (Viola paradoxa), a erva arroz
(Sedum Farinosum), o ranúnculo (Ranunculus cortusifolius), o piorno (Teline maderense), a
selvageira (Sideritis candicans), o massaroco (Echium candicans), o goivo da serra (Erysimum
bicolor) e uma espécie rara de orquídea (Orchis scopulorum).
O modelo de vegetação natural da Ilha da Madeira, desenvolvido por Capelo et al., defende a
existência de seis séries de vegetação, na Ilha da Madeira, tendo em conta o clima, tipo de
solo e altitude.
Assim sendo no concelho dominam sobretudo as seguintes séries de vegetação natural:
- Série do Zambujal (Mayteno umbellatae – Oleo maderensis sigmetum);
- Série do Matagal de Marmulano (Helichryso melaleuci – Sideroxylo marmulanae sigmetum);
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- Série da Laurissilva do Barbusano (Semele androgynae – Apollonio barbujanae sigmetum,
faciação com Myrto commnis – Hypericetum canariensis e faciação com Globulario salicinae –
Ericetum maderinicolae);
- Série da Laurissilva do Til (Clethro arboreae – ocoteo foetentis sigmetum);
- Série do Urzal de altitude (Polysticho falcinelli – Erico arboreae sigmetum)
No seu conjunto e sintetizando, o concelho de São Vicente apresenta uma vegetação
constituída sobretudo por culturas agrícolas, espécies florestais exóticas e algumas indígenas,
um manto de espécies endémicas e prados naturais, distribuindo-se as diferentes formações
vegetais com uma certa zonalidade.
As baixas altitudes, inferiores a 600m, estão presentes as áreas agrícolas que de
genericamente são explorações de pequenas dimensões, correspondentes a áreas mais ou
menos declivosas, em regra armados em socalcos artificiais. As culturas mais comuns são a
cana-de-açúcar, vinha, castanheiro, citrina, figueiras, nespereiras, nogueira e prunóideas. Os
cereais cultivados são sobretudo milho e o trigo e hortícolas diversas com destaque para a
batata e batata-doce.
Presentes em altitudes que variam entre os 200 e 250 m, mas também a altitudes na ordem
dos 1600 m, verificam-se as áreas florestais onde ocorrem manchas de espécies exóticas
frequentemente compostas por Pinus pinaster (pinheiro bravo) e Eucaliptus sp. (Eucalipto), e
Acacia dealbata (Acácias) referenciando-se também as manchas de espécies autóctones à
base de Laurus novocanariensis (Loureiro). Este tipo de cobertura vegetal desenvolve-se em
superfícies florestais desordenadas, com elevada carga de combustíveis, o que aumenta a
suscetibilidade à ocorrência de incêndios florestais. São superfícies caraterizadas por um
regime de propriedade disperso – minifúndio – e, na sua maioria, privado, nas quais importa
implementar uma gestão florestal adequada. Não obstante, estes povoamentos florestais
exóticos contribuem significativamente para a proteção dos recursos naturais solo e água.
A Floresta Laurissilva localiza-se sobretudo acima dos 400 m de altitude, onde se encontra a
floresta de loureiros associada a espécies como Ocotea foetens e Clethra arborea entre outros.
As zonas planálticas (“Achadas”) e encostas declivosas com altitudes da ordem dos 1000 m,
ocorrem essencialmente prados naturais, cuja composição florística é dominada por espécies
herbáceas à base das gramíneas rasteiras e um estrato mais ou menos contínuo de fetos
dominado por Pterdium aquilinum, não raramente associado a tufos arbustivos dispersos em
especial Erica sp. Thymus caespititus.
É também possível verificar a ocorrência de outras espécies a altitudes superiores, de 1200 a
1500 m, como a Erica arborea, Laurus azorica, Myrica faia e Vaccinium padifolium.
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Na categoria da Flora, há a destacar as árvores monumentais e emblemáticas, existentes no
concelho. Encontram-se três árvores que foram catalogadas como monumentais e um núcleo
que foi catalogado como emblemático. Catalogada como árvores monumental, encontra-se no
concelho, no centro da Vila de Ponta Delgada, uma das maiores Canforeiras (Cinnamomum
camphora) da ilha, com cerca de 21m de altura e 5m de PAP, com mais de 100 anos de idade.
Também consideradas árvores monumentais, foram o Til (Oceatea foetens), com mais de 100
anos e mais de 20 m de altura, e o Carvalho Comum (Quercus robur) com mais de 150 anos,
ambas localizadas na freguesia de São Vicente.
Como árvores emblemáticas, encontramos o núcleo de Palmeiras (Phoenix canariensis x
dactylifera) centenário de São Vicente, localizado no adro da Igreja Matriz.
Tal como a flora da Ilha, a sua fauna, também é riquíssima, claramente associado ao facto de
se localizar em meio oceânico e da presença da floresta Laurissilva.
A fauna que podemos encontrar no concelho, divide-se em terrestre, costeira e marinha. É
difícil identificar as espécies exatas que podemos encontrar no território do concelho, uma vez
que as espécies se dividem pela ilha de forma, quase regular, como tal parte-se do contexto da
ilha.
A fauna terrestre, está claramente associada aos tipos de floresta, nomeadamente à floresta
Laurissilva, existindo um conjunto de espécies bastantes relevante.
Mamíferos terrestres:
Os mamíferos terrestres com maior expressividade no território são:
- Morcegos, nomeadamente o Morcego da Madeira (Pipistrellus maderensis);
- Coelho Bravo (Oryctolagus cuniculus);
- Furão (Mustela putorius));
Répteis terrestres:
- Osga (Tarentola mauritanica);
- Lagartixa-da-madeira (Teira dugesii dugesii);
Aves terrestres:
Destacam-se as mais representativas:
- Pombo Trocaz (Columba trocaz) - Espécie emblemática e protegida pelo Anexo I da Directiva
das Aves;
- Andorinha da Serra (Apus unicolor);
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- Andorinha do Mar (Apus pallidus brehmorum);
- Bis-Bis (Regulus madeirensis);
- Cagarra (Calonectrisdiomedea borealis);
- Melro preto (Turdus merula cabrerae);
- Manta (Buteo buteo harterti);
- Lavandeira (Motacilla cinerea schmitzi);
- Toutinegra (Sylvia atricapila););
- Corre Caminhos (Anthus berthelotii madeirensis);
- Tentilhão (Fringilla coelebs maderensis);
- Canário da Terra (Serinus canaria canaria);
- Galinha d´´agua (Gallinula choloropus);
- Coruja das Torres (Tylo alba);
- Francelho (Falco tinnunculus canariensis);
- Fura bardos (Accipiter nisus granti)
- Papinho (Erithacus rubecula rubecula);
- Patagarro (Puffinus puffinus puffinus);
- Pintassilgo (Carduelis carduelis);
- Pardal da Terra (Petronia Petronia madeirensis);
- etc.
Insetos:
Os insetos representam 75% de todas as espécies animais da ilha, sendo 20% dos mesmos
endémicos, dos quais se destacam:
- Almirante Vermelho da Macronésia (Vanessa vulcania Godart);
- Almirante Vermelho Europeu (Vanessa atalanta);
- Ariana da Europa (Pararge aegeria aegeria);
- Cerca de 800 espécies de Escaravelhos;
- Cerca de 500 espécies de Abelhas, Vespas e Formigas;
- Cerca de 400 espécies de Mosquitos e Moscas;
- Cerca de 320 espécies de Borboletas e Mariposas.
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Moluscos Terrestres:
Podem-se encontrar cerca de 290 espécies, de 31 famílias e 84 géneros, de que se destacam
várias espécies de caracóis endémicos da Ilha da Madeira.
Fauna Costeira
De acordo com a localização, profundidade e características, a zona costeira encontra-se
dividida em subunidades:
- Zona supralitoral: é a zona que faz a transição entre o dominio terrestre e o amr, encontrando-
se povoamentos característicos de Litorinas (Littorina striata) e de Crustáceos isópodes (Ligia
italicai);
- Zona médiolitoral: encontra-se Craca (Chtamalus stellatus), Lapa (Patella piperata), algas
cianófitas, pequenos poliquetas, crustáceos e outros gastrópodes, alguns peixes como o Caboz
(Coryphoblennius galerita);
- Zona infralitoral: algas fotófilas, Enguias do jardim (Heteroconger longissimus), Raias (Raja
clavata), Ratões (Taeniura grabata), Políquetas, crustáceos decápodes, moluscos gastrópodes
e bivalves;
- Zona circalitoral: encontram-se espécies de peixes como Pargo (Pagrus Pagrus), Encharéu
(Pseudocaranx dentex), Tem-te em pé (Lapros aper), etc.
Fauna Marinha
A fauna marinha ou oceânica, apresenta semelhanças à fauna marinha europeia e
mediterrânica. Destacam-se várias espécies de aves marinhas, cetáceos, peixes, crustáceos e
tartarugas, dos quais se destacam:
Peixes:
- Peixe Espada Preto (Aphanopus carbo);
- Peixes lagartixa (Macrouridae);
- Bodião (Sparisoma cretense);
- Castanheira Branca (Chromis limbata);
- Castanheira Preta (Abudefduf luridus);
- Atum Albacares (Thunnus albacares);
- Atum Patudo (Thunnus obesus);
- Atum Rabil (Thunnus thynnus);
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- Atum Voador (Thunnus alalunga);
- Boga (Boops boops);
- Caboz (Gobius paganellus);
- Cavalo Marinho (Hippocampus);
-etc.
Crustáceos:
- Camarão das Poças (Palaemon elegans);
- Caranguejo (Percnon gibbesi);
- Caranguejo Aranha (Stenorhynchus lanceolatus);
- Caranguejo de moçâmedes (Chaceon affinis);
Mamiferos marinhos:
- Baleia Tropical (Balaenoptera edeni);
- Boca de Panela (Globicephala macrorhynchus);
- Cachalote (Physeter macrocephalus);
- Foca-monge do Mediterrâneo ou lobo-marinho (Monachus monachus);
- Golfinho comum;
- Golfinho Pintado;
- Roaz;
- etc
Poderão ainda ser encontradas nas linhas de água doce da Laurissilva da Madeira espécies
piscícolas, tais como: Enguia (Anguilla anguilla), Truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) e a
Truta Fário (Salmo trutta).
Nas áreas de transição ocorre também a Lagartixa (Lacerta duguesii), espécie endémica da
Madeira pertencente à herpetofauna terrestre.
Rede Fundamental de Conservação da Natureza (RFCN)
A Lei n.º 11/1987 de 7 de abril define as bases da política de ambiente e enquadrou, nas
últimas duas décadas, toda a legislação produzida sobre conservação da natureza e
biodiversidade. Desta Lei resultou a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da
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Biodiversidade (ENCNB - Resolução de Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de outubro).
Da ENCNB destaca-se a opção estratégica relativa à constituição da Rede Fundamental de
Conservação da Natureza e do Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC), integrando
neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas (D.L. n.º 19/1993, de 23 de fevereiro).
A Rede Fundamental de Conservação da Natureza (RFCN) resulta do D.L. n.º 142/2008, de 24
de Julho, sendo composta pelas áreas nucleares de conservação de natureza e da
biodiversidade integradas no SNAC, pelas áreas de reserva ecológica nacional (REN), de
reserva agrícola nacional (RAN) e do domínio público hídrico (DPH) enquanto áreas de
continuidade que estabelecem ou salvaguardam a ligação e o intercâmbio genético de
populações de espécies selvagens entre as diferentes áreas nucleares de conservação. A
RFCN contribui para uma adequada proteção dos recursos naturais e para a promoção da
continuidade espacial, da coerência ecológica das áreas classificadas e da conectividade
(corredores ecológicos) das componentes da biodiversidade em todo o território, bem como
para uma adequada integração e desenvolvimento das atividades humanas.
As áreas afetas ao SNAC no território de São Vicente encontram-se na Figura 21 e no Quadro
38.
Figura 21 – SNAC no território de São Vicente.
Fonte: Câmara Municipal de São Vicente – Carta de Condicionantes (Revisão do PDM de São Vicente)
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Quadro 38 - Áreas afetas ao SNAC no Município de São Vicente.
SNAC Área (ha)
Maciço Montanhoso Central 555,72
Laurissilva da Madeira 4823,11
Parque Natural da Madeira 5227,94
Fonte: PNSAC.
Parque Natural da Madeira (PNM)
O PNM foi criado pelo Decreto Legislativo Regional nº14/82//M, de 10 de novembro (Figura 22).
Contempla zonas com diferentes estatutos de proteção, desde o mais elevado que
corresponde às reservas totais e parciais, até ao mais baixo, a zona de transição (Figura 23).
Esta zona estende-se por toda a periferia e representa cerca de 60% da área de PNM, tendo a
função de tampão, isto é, de absorver os impactes das intervenções humanas, sendo
essencialmente rural.
Inclui, igualmente, zonas de paisagem protegida, as quais apresentam panoramas naturais,
seminaturais e humanizados de grande valor estético, resultado de uma intervenção
harmoniosa do Homem no ambiente (sitio on-line do Parque Natural).
Figura 22 – Mapa do PNM no concelho de São Vicente.
Fonte: Câmara Municipal de São Vicente – Carta de Condicionantes (Revisão do PDM de São Vicente)
Avaliação Ambiental Estratégica Revisão do Plano Diretor Municipal de São Vicente
Relatório Ambiental
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Figura 23 – Delimitação do Parque Natural da Madeira
Fonte: Relatório do PDMSV.
Sítio – Laurissilva da Madeira - Código – PTMAD0001
A ZEC (Zona Especial de Conservação) Sítio de Importância Comunitária Laurissilva da
Madeira foi criada pelas Resoluções do Conselho do Governo Regional nºs
874/2009, de 23 de
julho e 1412/2009, de 19 de novembro e Declaração de Retificação n.º 13/2009, de 27 de
novembro. Encontra-se regulamentada pelo Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da
Madeira (POGLM) sob a responsabilidade da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos
Naturais. Esta zona de elevada importância natural é classificada como Reserva Biogenética e
Património Mundial Natural.
O POGLM estabelece regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais e ações e
atividades a promover na sua área de intervenção, com vista a garantir a conservação da
natureza e da biodiversidade, bem como a manutenção e valorização das características das
paisagens naturais. Constituem objetivos gerais do POGLM:
a) Assegurar a conservação da natureza e valorização do ambiente;
b) Fomentar a participação ativa da população e dos visitantes na fruição, divulgação e
preservação do espaço natural;
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Constituem objetivos específicos do POGLM:
a) Manter os ecossistemas existentes em equilíbrio e em bom estado de conservação;
b) Conservar e proteger espécies raras e ameaçadas;
c) Proteger a biodiversidade e a paisagem;
d) Conservar os valores fundamentais como o solo e a água;
e) Promover a partilha de conhecimentos e o intercâmbio técnico através do desenvolvimento
de projetos científicos;
f) Diminuir o risco e perigo de incêndios;
g) Controlar a introdução e a proliferação de espécies invasoras;
h) Controlar as pressões decorrentes da atividade humana;
i) Fomentar adequada articulação da atividade económica com a defesa e valorização do
Património natural;
j) Fomentar o turismo de natureza e atividades de recreio e lazer;
l) Regulamentar as atividades de fruição;
m) Melhorar o nível de conhecimento do local através do incremento de atividades de
divulgação e sensibilização ambiental;
n) Melhorar as condições de receção e informação aos visitantes;
o) Controlar a capacidade de carga do meio;
p) Acompanhar e avaliar a concretização das medidas de gestão propostas;
São definidos como eixos estratégicos de atuação:
a) A salvaguarda do património natural do SIC;
b) A valorização de recursos e valores naturais provendo a sua utilização de forma sustentada;
c) A promoção das oportunidades de recreio e lazer e da atividade turística associada à
salvaguarda do Património natural.
Sítio – Maciço Montanhoso Central - Código – PTMAD0002
A ZEC: Sítio de Importância Comunitária PTMAD0002 - Maciço Montanhoso Central da Ilha da
Madeira foi criada pelas Resoluções do Conselho do Governo Regional nºs 874/2009, de 23 de
julho e 1411/2009, de 19 de novembro e na Declaração de Retificação n.º 13/2009, de 27 de
novembro. Encontra-se regulamentada pelo Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço
Montanhoso Central da Ilha da Madeira (POGMMC) sob a responsabilidade da Secretaria
Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais.
O POGMMC estabelece regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais e as ações e
atividades a promover na sua área de intervenção, com vista a garantir a conservação da
natureza e da biodiversidade, bem como a manutenção e valorização das características das
paisagens naturais.
Constituem objetivos gerais do POGMMC:
a) Assegurar a conservação da natureza e valorização do ambiente;
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b) Fomentar a participação ativa da população e dos visitantes na fruição, divulgação e
preservação do espaço natural;
Constituem objetivos específicos do POGMMC:
a) Manter os ecossistemas existentes em equilíbrio e em bom estado de conservação;
b) Conservar e proteger espécies raras e ameaçadas;
c) Recuperar o coberto vegetal;
d) Proteger a biodiversidade e a paisagem;
e) Conservar os valores fundamentais como o solo e a água;
f) Promover a partilha de conhecimentos e o intercâmbio técnico através do desenvolvimento
de projetos científicos;
g) Diminuir o impacte dos fenómenos erosivos na paisagem;
h) Diminuir o risco e perigo de incêndios, principalmente na zona do Paúl da Serra;
i) Aumento do Investimento em produção de energias renováveis e captação de água;
j) Controlar a introdução e proliferação de espécies invasoras;
l) Controlar as pressões decorrentes da atividade humana;
m) Fomentar adequada articulação da atividade económica com a defesa e valorização do
Património natural;
n) Acompanhar e avaliar a concretização das medidas de gestão propostas;
São definidos como eixos estratégicos de atuação:
a) A salvaguarda do património natural do SIC;
b) A valorização de recursos e valores naturais provendo a sua utilização de forma sustentada;
c) A promoção das oportunidades de recreio e lazer e da atividade turística associada à
salvaguarda do Património natural.
ZPE – Laurissilva da Madeira - Código – PTMAD0001
A ZPE: Zona de Proteção Especial Laurissilva da Madeira” – Decreto Regulamentar Regional
n.º 3/2014/M, de 3 de março de 2014 visando zonas qualificadas como áreas de importância
comunitária em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou
restabelecimento do estado de conservação das populações de aves e dos seus habitats, bem
como das espécies de aves migratórias cuja ocorrência no território regional seja regular.
Potenciais conflitos com o SNAC
Este indicador pretende avaliar a potencial afetação do SNAC pelas propostas presentes na
revisão do PDM. No município de São Vicente as áreas integradas no SNAC ocupam grande
parte do território.
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É de realçar a reduzida expressão de infraestruturas ou aglomerados populacionais dentro do
SNAC, sendo o principal conflito a degradação originada por incêndios nos últimos 10 anos
dentro do SNAC (Ver capítulo “→ Área ardida e representatividade da mesma sobre a
Estrutura Ecológica Municipal”).
Número de planos de gestão e/ou de ação propostos ou em vigor
De acordo com a informação disponível encontra-se em vigor:
Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira
Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central
Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira
Plano Setorial da Rede Natura 2000;
…visando os mesmos a conservação da biodiversidade com incidência no concelho de São
Vicente.
Diversidade de Espécies e Habitats de Interesse Conservacionista
Diversidade de espécies com estatuto de proteção
O Decreto-lei nº49/2005 de 24 de Fevereiro, visa contribuir para assegurar a biodiversidade,
através da conservação ou do restabelecimento dos habitats naturais e da flora e da fauna
selvagem num estado de conservação favorável da proteção, gestão e controlo das espécies,
bem como da regulamentação da sua exploração. Os objetivos previstos anteriormente são
aplicados tendo em conta as exigências ecológicas, económicas, sociais, culturais e científicas,
bem como as particularidades regionais e locais.
Nota: Não foi possível obter a informação da presença e distribuição das espécies protegidas
no interior do município, estando-se a aguardar a receção desta informação por parte do
Município.
Diversidade de habitats com estatuto de proteção
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De acordo com o sítio internet do ifcn.madeira. gov.pt; os habitats presentes no Sito Laurissilva
da Madeira e Maciço Montanhoso Central são:
Habitats de Interesse Comunitário presentes na Laurissilva da Madeira:
- Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica;
- Laurissilvas macaronésicas;
Habitats de Interesse Comunitário presentes no Maciço Montanhoso Central:
- Charcos temporários mediterrânicos;
- Charnecas macaronésicas endémicas;
- Prados mesofilos macaronésicos;
- Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica;
- Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo albi-Veronicion
dillenii;
- Florestas endémicas de Juniperus spp.
Esta listagem representa uma lista potencial já que se refere à totalidade da área destes sítios.
Nota: do mesmo modo que no indicador anterior, não foi possível obter a informação da
presença e distribuição das habitats protegidos no interior do Município, estando-se a aguardar
a receção desta informação.
Estrutura Ecológica Municipal (EEM)
A Estrutura Ecológica Municipal (EEM) foi um figurino introduzido na legislação nacional pelo
D.L. n.º 380/99, de 22 de setembro, constituindo um recurso territorial com vista à salvaguarda
e proteção dos sistemas ecológicos essenciais aos espaços rurais e urbanos. Embora resulte
de legislação mais antiga, a EEM não se encontra contemplada no PDM em vigor (datado de
2002), pelo que este critério e os respetivos indicadores serão desenvolvidos no capítulo da
análise dos efeitos esperados.
Área ardida e representatividade da mesma sobre a Estrutura Ecológica Municipal
No período entre 2006 e 2012, arderam cerca de 605,28 ha no concelho de São Vicente
(Figura 24, Quadro 39) destacando-se pela negativa o ano de 2010 (mais de metade
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correspondente a este período), no qual ardeu uma extensa área do Maciço Montanhoso
Central e na Laurissilva da Madeira.
Figura 24 – Povoamentos florestais percorridos por incêndios no Concelho de São Vicente, 2006-2012.
Fonte: Câmara Municipal de São Vicente – Carta de Condicionantes (Revisão do PDM de São Vicente)
Quadro 39 - Povoamentos florestais percorridos por incêndios no Concelho de São Vicente, 2006-2012.
Povoamentos Florestais percorridos por Incêndios Área (ha)
2006 110,51
2008 58,02
2010 326,09
2012 110,66
Total 605,28
Média 87,47/ano
Fonte: Câmara Municipal de São Vicente – (PDM de São Vicente)
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Visto que a Estrutura Ecológica Municipal não está ainda contemplada, esta apenas será
considerada no âmbito da atual revisão do PDM, pelo que a análise a efetuar será apresentada
no capítulo dos efeitos esperados e terá apenas um valor indicativo. Este valor constituirá a
situação de referência para efeitos do seguimento/monitorização dos efeitos da revisão do
PDM na conservação dos recursos naturais presentes no município e incorporados na EEM.
Potenciais conflitos com a Estrutura Ecológica Municipal
Pela mesma razão supracitada, este indicador será aprofundado no capítulo efeitos esperados.
Gestão e conservação da floresta
A floresta é um sistema biológico que constitui um valioso recurso natural, quer pela sua função
de fornecimento de serviços ecológicos importantes (proteção do solo, recarga de aquíferos,
purificação do ar, sequestro de CO2, suporte de biodiversidade), como pela melhoria da
qualidade de vida da população ao proporcionar espaços lúdicos, de recreio, lazer e beleza
paisagística, bem como uma importante e variada fonte de recursos económicos. No entanto,
sobre este importante recurso florestal ocorrem várias ameaças, como os incêndios florestais, a
doença do nemátode do pinheiro e a propagação das espécies arbóreas exóticas com caracter
invasor. Desta forma, torna-se indispensável formular medidas de planeamento que permitam
um adequado aproveitamento e salvaguarda deste recurso.
A nível florestal, no território de São Vicente predomina a floresta natural Laurissilva, sendo os
povoamentos florestais de produção menos representativos e não havendo até à data de
conclusão do relatório um Plano Regional de Ordenamento Florestal legalmente aprovado
(aprovado em agosto de 2015).
Os povoamentos florestais atualmente existentes no município são apresentados na Figura 25.
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Figura 25 – Mapa dos Povoamentos Florestais no concelho de São Vicente
Fonte: Câmara Municipal de São Vicente – Carta de Condicionantes (Revisão do PDM de São Vicente)
As áreas ocupadas pelas diferentes tipologias florestais presentes no concelho de São Vicente
são apresentadas no Quadro 40.
Quadro 40 – Áreas ocupadas pelos diferentes tipos de áreas florestais no concelho de São vicente.
Povoamentos Florestais Área (ha)
Floresta Natural da Madeira 4551,22
Florestas abertas de outras folhosas 4,33
Florestas abertas de pinheiro bravo com folhosas 5,02
Florestas de espécies invasoras 51,19
Florestas de espécies invasoras com folhosas 32,77
Florestas de espécies invasoras com resinosas 13,99
Florestas de eucalipto 9,07
Florestas de eucalipto com folhosas 146,16
Florestas de outras folhosas 70,44
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Florestas de outras folhosas com folhosas 0,97
Florestas de outras resinosas 0,70
Florestas de outras resinosas com folhosas 55,70
Florestas de pinheiro bravo 109,31
Florestas de pinheiro bravo com folhosas 565,89
Fonte: Câmara Municipal de São Vicente
Neste contexto as florestas são subdivididas em florestas puras ou mistura de folhosas
(sobreiros, azinheiras, outros carvalhos, eucalipto, castanheiros, outras folhosas, invasoras e
floresta natural da Madeira), puras ou mistura de resinosas (pinheiros e outras resinosas) e
florestas mistas. São ainda contabilizadas as zonas com florestas abertas e vegetação
arbustiva e herbácea (vegetação natural e matos, vegetação esclerófita, florestas abertas – de
folhosas, resinosas e mistas - cortes e novas plantações). As zonas descobertas e com pouca
vegetação são áreas naturais com pouca ou nenhuma vegetação em que se incluem áreas
ardidas recentemente, rocha nua, zonas pedregosas, praias e areais.
Assinala-se a presença de áreas com espécies invasoras. Estes núcleos caracterizam-se pelo
domínio de espécies do género Acacia, que originam formações arbóreas muito densas, com
reduzida biodiversidade associada. Todas as espécies deste género são consideradas
invasoras em Portugal, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 565/99, de 21 de dezembro, constituindo
uma ameaça preocupante e crescente para o património biológico e florestal do concelho cuja
possibilidade de expansão deverá ser monitorizada.
Assinalam-se áreas sujeitas ao Regime Florestal (Figura 26) sob gestão direta da Instituto das
Florestas e Conservação da Natureza:
- Regime Florestal Total - Perímetro Florestal do Paúl da Serra: 75,09 ha;
- Regime Florestal Parcial - Perímetro Florestal das Serras de São Vicente, Ponta Delgada e
Boaventura: 3889,39 ha;
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Figura 26 – Localização dos Regimes Florestais existentes no concelho de São Vicente
(fonte: SRA/CMSV, 2014).
Área de Espaço Florestal de Conservação
No PDM em vigor não foi definida uma subcategoria de espaço florestal de conservação, pelo
que serão detalhados nos efeitos esperados as consequências desta nova categoria.
Área total de Espaço Florestal convertida em áreas urbanas/urbanizáveis, industriais,
equipamentos e infraestruturas
A análise deste indicador, que pretende analisar a evolução dos espaços florestais no concelho
em função da sua potencial afetação associada à reclassificação do uso de solo, será efetuada
no capítulo dos efeitos esperados.
Paisagem
O património paisagístico integra, entre outros, os elementos essenciais da paisagem natural –
recursos naturais –, sendo a paisagem, segundo a Lei de Bases do Ambiente (Lei nº 11/87 de
7 de abril, art. 5º do capítulo I): “… unidade geográfica, ecológica e estética resultante da ação
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do homem e da reação da Natureza, sendo primitiva quando a ação daquele é mínima e
natural quando a ação humana é determinante, sem deixar de se verificar o equilíbrio biológico,
a estabilidade física e a dinâmica ecológica …”.Também na mesma Lei (Artigos 17.º, 18.º e
19.º da Lei de Bases do Ambiente, Lei n.º 11/87, de 7 de abril) estão consagrados os
componentes ambientais humanos, de que a paisagem é parte integrante, conjuntamente com
o património natural e construído e a poluição, estando prevista a “proteção e valorização das
paisagens que, caracterizadas pelas atividades seculares do homem, pela sua diversidade,
concentração e harmonia e pelo sistema sociocultural que criaram, se revelam importantes
para a manutenção da pluralidade paisagística e cultural.
As áreas de paisagem com interesse natural são aqueles conjuntos naturais, seminaturais e
humanizados que se destacam pela sua raridade ou pelo papel desempenhado na manutenção
do equilíbrio ecológico e, em simultâneo, evidenciam grande valor estético ou natural, passível
de usufruto para recreio e lazer por parte da população local e turistas.
A paisagem de São Vicente representa um importante recurso, quer económico (turístico) quer
identitário, sendo a sua preservação e promoção particularmente relevante. Os pontos
sensíveis no Município encontram-se representados na Figura 27 e no Quadro 41.
Quadro 41 - Elementos sensíveis da paisagem no Município de S. Vicente.
Código Área sensível Unidade de Paisagem
01 Foz da Ribeira do Inferno
1 – Interface Litoral
02 Fajã do Rente
03 Fajã da Areia
04 Quebradas
05 Ilhéu Vermelho
06 Ilhéu Preto
07 Vila de S. Vicente UP2 - Vales
UP2a – Vale Ribeira de S. Vicente
UP2b – Vale Ribeira do Porco
08 Foz da Ribeira de S. Vicente
09 Pico da Senhora de Fátima
10 Ginjas
14 Ponta Delgada UP3 – Ponta Delgada
15 Primeira Lombada
16 Muralhas
UP4 - Floresta
17 Pico Alto
18 Espigão
19 Rocha das Lapas
20 Lombada das Vacas
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21 Topo da Lombada das Vacas
22 Achada da Madeira
23 Rocha Negra
24 Pico do Cedro
25 Encumeada
26 Chão dos Louros
27 Pico do Jorge
UP5 – Alta Montanha
28 Pico do Casado
29 Pico das Torrinhas
30 Pico da Laje
31 Pico do Ramal
32 Pico das Eirinhas
33 Pico do Coelho
34 Pico do Milhafre
35 Pico do Canário
36 Pico da Escada
37 Pico da Achadinha
38 Topo das Queimadas
39 Pico Ferreiro
40 Bica da Cana UP6 – Paúl da Serra
41 Pico Ruivo do Paul
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Figura 27- Unidades de Paisagem e seus elementos sensíveis no Município de S. Vicente (s/ escala).
Fonte: Estudos Setoriais de Caracterização, 2. SISTEMA BIOFÍSICO (PDM São Vicente)
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Expressividade do solo rural transformado em solo urbano/urbanizável e industrial
A análise deste indicador revela-se pertinente sobretudo na avaliação dos efeitos da revisão do
PDM, na evolução da área de solo rural pelo que a sua abordagem será desenvolvida apenas
no capítulo dos Efeitos Esperados. Este indicador revela-se também bastante útil no
acompanhamento e seguimento dos efeitos do Plano, permitindo avaliar a evolução da área de
solo rural ao longo do período da sua vigência.
Intrusões na paisagem em áreas sensíveis
No concelho de São Vicente assinalam-se as seguintes intrusões na paisagem (Figura 28):
As principais intrusões em áreas paisagisticamente sensíveis e que podem contribuir para a
descaracterização dos elementos paisagísticos estão identificados no Quadro 42 e
correspondem essencialmente a:
Ocorrência de incêndios
Conflitos com solo classificado como urbano
Infraestruturas (produção de energia eólica)
Registam-se assim 28 focos de intrusão, em áreas paisagisticamente sensíveis relativamente à
ocorrência de incêndios. Destas, nos sítios 16, 19, 23, 24, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35 e
39 a área ardida incide diretamente (sobreposta ou bastante próxima) o valor sensível. Dado o
relevo a ocorrência de incêndios afeta facilmente, mas de forma indireta diversos sítios
sensíveis.
Não se consideraram impactes devido a grandes infraestruturas rodoviárias ou infraestruturas
de transporte de energia. É de assinalar que não existem linhas de muito alta tensão
atravessar o município, e os potenciais efeitos na afetação de qualidade visual por linhas de
alta tensão são reduzidos. A pedreira identificada pelas suas dimensões e relevo envolvente
não se revela como uma intrusão paisagística significativa. Foi no entanto identificada uma
intrusão significativa relativa aos impactes das torres eólicas a Sudoeste do Município, que
devido ao relevo as tornam bastantes presentes na paisagem.
Embora identificada não se consideram particularmente significativas as intrusão do solo
urbano já que no geral a edificação mantém um carácter cultural e relativamente pouco densa.
Considera-se exceção a intrusão provocada pela artificialização da Ribeira de São Vicente que
descaracteriza a paisagem natural na sua foz, embora se denote um esforço já efetuado no
sentido de melhorar o seu enquadramento na paisagem.
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Quadro 42 – Intrusões na paisagem identificadas no Município.
Código Área sensível Agente de Intrusão Tipo Nota
01 Foz da Ribeira do Inferno Área Ardida Intrusão indireta
08 Foz da Ribeira de S. Vicente Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão direta
09 Pico da Senhora de Fátima Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão direta
10 Ginjas Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
14 Ponta Delgada Área Ardida Intrusão indireta
15 Primeira Lombada Solo Urbano Intrusão indireta Ponta Delgada
16 Muralhas Área Ardida Intrusão direta
19 Rocha das Lapas Área Ardida Intrusão direta
20 Lombada das Vacas Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
21 Topo da Lombada das Vacas Solo Urbano Intrusão indireta Vários Aglomerados urbanos
22 Achada da Madeira Área Ardida Intrusão indireta Incêndios a Sul do Concelho
23 Rocha Negra Área Ardida Intrusão direta
24 Pico do Cedro Área Ardida Intrusão direta
25 Encumeada Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
26 Chão dos Louros Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
27 Pico do Jorge Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
28 Pico do Casado Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
29 Pico das Torrinhas Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
30 Pico da Laje Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
31 Pico do Ramal Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
32 Pico das Eirinhas Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
33 Pico do Coelho Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
34 Pico do Milhafre Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
35 Pico do Canário Área Ardida Intrusão direta
36 Pico da Escada Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
37 Pico da Achadinha Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
38 Topo das Queimadas Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
39 Pico Ferreiro Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão direta
Intrusão indireta
40 Bica da Cana Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
41 Pico Ruivo do Paul Área Ardida
Solo Urbano
Intrusão indireta
Intrusão indireta
Incêndio junto à Rocha das
Lapas
Vários Parque eólico Infraestrutura Intrusão indireta
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Vários Pedreira Indústria Intrusão indireta
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Figura 28 - Principais valores paisagísticos e potenciais intrusões na paisagem identificadas no concelho de São Vicente.
Fonte:
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8.4.1.1 Análise SWOT
A análise SWOT aplicada neste Fator Crítico vem identificar as Forças, Fraquezas,
Oportunidades e Ameaças previstas na aplicação do PDM em análise (Quadro 43).
Quadro 43 – Análise SWOT no âmbito do fator crítico Biodiversidade.
Forças Fraquezas
- Presença de áreas naturais de elevada importância
conservacionista e turística e áreas relativamente extensas
de floresta autóctone;
- Extensas áreas sensíveis incluídas no Parque Natural da
Madeira e/ou sob regime florestal;
- Presença de Planos de Gestão destas áreas relativamente
rigorosos;
- Pouca expressão de infra-estruturas que constituam
barreiras significativas para a fauna;
- Ausência de povoamentos significativos de espécies
florestais invasoras;
- Características Geológicas e Geomorfológicas (e
topográficas) únicas e identitárias, que albergam espécies e
habitats protegidos, possuindo elevado valor paisagístico e
pouco perturbadas;
- Limites da RFCN frequentemente não coincidentes e
abrangendo espaços cuja ocupação já não possui os
valores que pretendem proteger, dificultando igualmente o
seu ordenamento.
- Expressividade de área afetada por incêndios florestais e
consequente intrusão na paisagem;
- Relevo promove a intrusão paisagística;
- Ribeira de São Vicente artificializada;
- Ausência de um Plano Municipal de Gestão para a
Biodiversidade e para o Controlo/Prevenção de espécies
vegetais Invasoras;
- Desenvolvimento insipido do turismo em espaço rural;
Oportunidades Ameaças
- Possibilidade de valorização da área classificada e dos
valores paisagísticos existentes como foco de atratividade
para o concelho;
- Promoção do aproveitamento dos recursos naturais
presentes de uma forma sustentada, nomeadamente a
aposta no turismo ambiental, aproveitando os recursos
naturais no município;
- Aproveitamento das espécies autóctones para produção
de madeira de qualidade (e.g. folhosas autóctones);
- Possibilidade de minimização de riscos sobre o património
florestal e degradação do património paisagístico, através
do ordenamento das áreas de expansão urbana e industrial
e da sua correta integração paisagística;
- Proteção e valorização dos recursos naturais decorrente
da implementação da EEM;
- Limitações à plantação de monoculturas de crescimento
rápido, reduzindo igualmente o risco de incêndio;
- Elementos biofísicos em bom estado e compatíveis para
realização de educação ambiental, constituindo uma aposta
a longo-termo na cultura de Sustentabilidade do Município;
- Introdução de práticas de produção sustentáveis em SNAC
- Degradação dos espaços florestais, agrícolas e
agroflorestais devido a risco de fogos florestais, abandono,
expansão de doenças e proliferação de espécies florestais
invasoras;
- Construção de novas infraestruturas ou atividades (p.e.
indústria extrativa) geradoras de impactes negativos a nível
dos valores ecológicos e paisagísticos;
- Limitações à competividade decorrentes das limitações em
SNAC ou associadas a outros instrumentos regulamentares;
- Insularidade dificulta a colonização dos valores naturais
existentes noutros territórios, pelo que a destruição de
espécies e habitats se torna mais gravosa;
- Expansão de espécies exóticas invasoras que degradem o
património Floresta Natural da Madeira.
- Erosão do território interior e das zonas costeiras.
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com mais-valias potenciais para os produtores. Exemplo:
http://natural.pt/portal
http://www.icnf.pt/portal/icnf/faqs/bb
8.4.2 Efeitos Esperados
Rede Fundamental de Conservação da Natureza (RFCN)
Potenciais conflitos com a Rede Natura 2000 e o Parque Natural da Madeira
Identificaram-se alguns núcleos populacionais localizam-se no interior dos limites dos SIC e
Parque Natural, pelo que a sua expansão poderia constituir uma ameaça potencial à
integridade do SIC no concelho. De acordo com a planta de ordenamento da revisão do PDM
tal não sucede. De acordo com o planeamento proposto no interior da RFCN ocorrem no
sobretudo espaços naturais, florestais, e agrícolas havendo também espaços culturais.
Foram também identificadas infra-estruturas de produção de energia renovável eólicas,
propostas como áreas de espaço natural.
Os limites cartográficos dos Sítios de Importância Comunitária e do Parque Natural da Madeira
nem sempre são coincidentes, assim como algumas categorias propostas no interior destas
áreas não refletem o grau de proteção que RFCN exige. Embora estes conflitos sejam no geral
de carácter pontual deverá promover-se a articulação entre a RFCN e desta com o PDM
proposto. A título de exemplo surge um espaço de atividades industriais junto às localidades de
Fajã do Penedo e Ribeira que está no interior do SIC Laurissilva da Madeira e fora do Parque
Natural da Madeira. A articulação entre o PDM proposto e os constituintes da RFCN poderia
harmonizar a abrangência dos mecanismos de proteção através do ajuste cartográfico e
consequente processo de inclusões/exclusões, contribuindo assim para uma mais eficaz
regulação da ocupação do território. De modo a regular mais eficazmente as atividades no
interior da RFCN seria também proveitoso classificar os espaços florestais e agrícolas no
interior da mesma como de conservação.
Preveem-se alguns efeitos positivos com a implementação do novo PDM. As ações de
ordenamento e gestão no âmbito do OE II e IV poderão contribuir para minimizar a ocorrência e
os efeitos dos incêndios florestais, e a requalificação de recursos naturais (OE IV), poderá
promover a requalificação e conservação das áreas do município integradas no SNAC, indo
também de encontro aos objetivos de sustentabilidade definidos na AAE para o presente
critério.
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Número de planos de gestão e/ou de ação propostos ou em vigor
De acordo com os dados disponíveis, existem 3 planos de gestão em vigor com vigência no
município de São Vicente, com elevada relevância para a Biodiversidade, desconhecendo-se
outros planos relevantes para o presente critério.
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Diversidade de Espécies e Habitats de Interesse Conservacionista
De acordo com a Resolução do Concelho de Ministros nº 115–A/2008, de 21 de Julho, “Os
regulamentos dos PMOT estabelecem os parâmetros de ocupação e de utilização do solo, de
modo a assegurar a compatibilização das funções de conservação, regulação com os usos
produtivos, o recreio e o bem-estar das populações.” e “Os relatórios dos PMOT e PEOT, na
sua primeira revisão ou alteração posterior à aprovação do PSRN2000, devem especificar o
cumprimento dos objetivos de conservação dos habitats e das populações das espécies em
função dos quais os Sítios e ZPE foram classificados.”
Assim, o Regulamento do PDM de São Vicente, preconiza que na “Rede Natura 2000 – Sítio
da Laurissilva da Madeira e Maciço Montanhoso Central» refere que nas áreas abrangidas por
servidões administrativas e restrições de utilidade pública, a disciplina de uso, ocupação e
transformação do solo inerente à classe de espaço sobre a qual recaem, em conformidade com
a Planta de Ordenamento e presente Regulamento, fica condicionada às disposições legais
que regem tais servidões ou restrições.
No entanto, de modo a manter e/ou promover o estado de conservação favorável dos valores
naturais de interesse comunitário, nas áreas integradas na Rede Natura 2000, deveriam ser
transpostas para o regulamento as Orientações de gestão, preconizadas pelo Plano Sectorial
da Rede Natura 2000 para cada habitat identificado no município de São Vicente,
representadas em Planta de Condicionantes e mencionadas no Relatório. Dado que ainda não
se dispõe de tal informação estas orientações deverão ser propostas em fases posteriores.
Diversidade de espécies com estatuto de proteção
Nota: Não foi possível obter a informação da presença e distribuição das espécies protegidas
no interior do município, estando-se a aguardar a receção desta informação por parte do
Município. De igual modo as orientações de gestão deverão ser avaliadas em fases
posteriores.
Diversidade de habitats com estatuto de proteção
Nota: Não foi possível obter a informação da presença e distribuição de habitats protegidos no
interior do município, estando-se a aguardar a receção desta informação por parte do
Município. De igual modo as orientações de gestão deverão ser avaliadas em fases
posteriores.
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Estrutura ecológica municipal
A análise de efeitos esperados terá em conta os diferentes graus de proteção inerentes à
proposta de EEM apresentada. Esta ocupa uma parte bastante expressiva do território
resultado das características peculiares do território em análise.
Segundo o Regulamento a EEM “é constituída pelo conjunto de áreas que, em virtude das suas
caraterísticas biofísicas ou culturais, da sua continuidade ecológica e do seu ordenamento, têm
por função principal contribuir para o equilíbrio ecológico e para a proteção, conservação e
valorização ambiental e paisagística e do património natural dos espaços rurais e urbanos.”. O
artigo 10º do regulamento proposto relativo ao Regime de uso e ocupação estabelece que “as
áreas integradas na Estrutura Ecológica Municipal regem-se pelo disposto no presente
Regulamento para a respetiva categoria de espaço, sem prejuízo da demais legislação em
vigor aplicável às mesmas áreas, devendo a concretização dos usos admitidos contribuir para
a valorização ecológica e ambiental das mesmas.”
Em termos globais, presidiram à criação da estrutura ecológica municipal os seguintes
princípios:
- Conservar os espaços naturais, agrícolas e florestais de uma forma integrada.
- Promover e salvaguardar as componentes biofísicas: relevo (topografia, declives,
exposições), hidrografia, geologia, solos e diversidade biológica (fauna e flora).
- Preservar a paisagem natural e humanizada da Ilha da Madeira, que faça permanecer no
tempo aspetos culturais, sociais, económicos e naturais.
O estudo e análise para a elaboração da Carta da Estrutura Ecológica Municipal tiveram como
base as seguintes variáveis:
- Variáveis biofísicas naturais: Topografia ou Relevo; Clima; Geologia, Litologia e
Geomorfologia; Pedologia ou Solos; Recursos Hídricos; Recursos Biológicos (Fauna e
Vegetação).
- Variáveis biofísicas antrópicas: Uso do Solo; Paisagem; Património – Recursos Culturais;
Qualidade Física do Ambiente; Riscos.
- Variáveis socio-económicas: Demografia; Habitação; Equipamentos; Atividades Económicas.
A apresentação final da Carta da Estrutura Ecológica Municipal de São Vicente é feita segundo
uma hierarquia, com recurso a três níveis, em que se pretendem salvaguardar os valores
ecológicos mais relevantes:
- Nível 1 – Compreende áreas importantes para o equilíbrio entre o espaço rural e urbano, e
que se regem pela sua manutenção e promoção.
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- Nível 2 – Os valores a salvaguardar neste nível intermédio têm como principal objetivo a sua
valorização.
- Nível 3 – Áreas de elevado valor ecológico e ambiental que necessitam de elevado grau de
proteção.
Área ardida e representatividade da mesma sobre a Estrutura Ecológica Municipal
Após sobreposição da informação disponível (PMEPCSVV7, 2014), verifica-se que cerca de
605,27 ha de área proposta para integrar a Estrutura Ecológica Municipal no âmbito da revisão
do PDM de São Vicente, arderam durante o período de 4 anos compreendido entre 2006 e
2012 (bienalmente), valor que representa cerca de 8,8% (2,2%/ano) da EEM proposta (Figura
29, Quadro 44).
Uma vez que a Estrutura Ecológica Municipal (EEM) é um figurino que será introduzido apenas
no âmbito da presente revisão do PDM, considera-se este valor como representação possível
da área ardida sobre a EEM ao ano, sendo que este indicador deverá ser considerado como
um indicador de seguimento uma vez que permitirá a avaliação da sua afetação por
incêndios, ao longo do período de execução do Plano, constituindo deste modo uma mais-valia
fundamental na fase de controlo e seguimento da AAE.
7 Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de São Vicente.
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Figura 29- Ocorrências de incêndios entre 2006 e 2012 na área proposta para integrar a Estrutura Ecológica Municipal
no âmbito da revisão do PDM de São Vicente (Fonte: DRFCN, 2014).
Os valores de referência para as principais categorias de EEM são:
Quadro 44 - Representatividade das áreas ardidas na Estrutura Ecológica Municipal
EEM PFPI: 2006 PFPI: 2008 PFPI: 2010 PFPI: 2012 TOTAL ha/ano
Nível 1 8,63 28,24 - - 36,87 9,22
Nível 2 11,57 15,73 - - 27,30 6,83
Nível 3 90,31 14,05 326,08 110,66 541,1 135,28
TOTAL 110,51 58,02 326,08 110,66 605,27 151,32
Uma extensão significativa destes incêndios ocorre sobre Floresta Natural da Madeira e sobre
EEM nível 3, o que embora seja normal dado que é onde se encontra a maioria da matéria
combustível, constitui motivo de preocupação para estes ecossistemas autóctones em
RN2000. Outro dos problemas associados aos incêndios é a proliferação de espécies florestais
exóticas e invasoras, como as acácias, uma vez que são espécies de crescimento rápido que
originam formações densas, excluindo a flora e fauna autóctones. Deverão ser tomadas
medidas de precaução para evitar a sua expansão, principalmente em áreas recentemente
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percorridas por incêndios. A área ocupada por florestas exóticas deverá constituir um indicador
de seguimento de frequência quinquenal.
Potenciais conflitos com a Estrutura Ecológica Municipal
O estabelecimento da EEM (Artigo 9º) contribui para atingir objetivos de sustentabilidade do
fator biodiversidade, nomeadamente o OS1, OS2, OS3, OS4, OS8 e OS9. No entanto,
assinalam-se algumas situações de potencial conflito resultantes de propostas na revisão do
PDM (Figura 30).
Identificaram-se situações de conflito na EEM, decorrentes da revisão do PDM, que resultam
de:
Infra-estruturas rodoviárias propostas;
Áreas Urbanizáveis;
Figura 30 – Potenciais situações de conflito com a EEM, decorrentes da revisão do PDM.
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As áreas urbanizáveis propostas são extensas e usualmente associado ao regime de REN
dadas as peculiaridades territoriais no que respeita à geologia e hidrologia.
Quadro 45 – Abrangência da Áreas Urbanizáveis sobre Estrutura Ecológica Municipal.
Áreas urbanizáveis sobre a EEM Área (ha)
Nível 1 462,0
Nível 2 320,8
Nível 3 55.346,7
Embora tenham sido definidos vários níveis de EEM de acordo com a sua importância, o
regulamento proposto não reflete estas diferenças. Não está explicito se existirá potencial
instalação/expansão de parques eólicos no concelho considerada no âmbito das medidas
associadas ao OE VI, que incluem o estudo do potencial de energias renováveis do concelho
(Relatório da Proposta do Plano). Não obstante a sua instalação estará limitada ao
estabelecido em Área Nuclear Estruturante (RN2000) considera-se uma ameaça. Situação
semelhante acontece com áreas de exploração geológica admitida em espaço rural.
Este indicador deverá constituir um dos indicadores para seguimento. Este indicador será
atualizado à medida que se concretizem as potenciais situações de conflitos anteriormente
identificadas ou outras que venham a ser detetadas.
Foram identificadas áreas inseridas na RFCN que não estão incluídas na EEM, tal deverá ser
harmonizado avaliando-se a necessidade de exclusões destas áreas ou a sua necessidade de
inclusão na EEM.
Gestão e conservação da floresta
Área de Espaço Florestal de Conservação
Segundo o regulamento os espaços florestais “Os Espaços Florestais destinam-se à
preservação e regeneração natural do coberto florestal, à preservação e valorização da
paisagem natural, à prevenção e controlo da erosão e garantia da estabilidade e diversidade
ecológica.” Sendo que nos espaços florestais de conservação apenas são “admitidas as
seguintes construções e ocupações:
a) Equipamentos públicos de interesse ambiental;
b) Instalações de vigilância, prevenção e apoio ao combate a incêndios;
c) Parques de merendas e miradouros;
d) Atividades socioculturais, de recreio, de desporto e de lazer, compatíveis com a natureza;
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e) Infraestruturas de saneamento, tratamento de resíduos sólidos urbanos, abastecimento de
água, obras hidráulicas, infraestruturas elétricas e de telecomunicações, aproveitamento de
energias renováveis e rede viária, conforme o disposto no Capítulo VII do presente
Regulamento.”
Os espaços classificados como Espaços Florestais de Conservação propostos ocupam cerca
de 176,88 ha (≈2,2% do território municipal), sendo este um figurino inexistente no PDM em
vigor. Estes localizam-se principalmente em áreas adjacentes aos sítios classificados em Rede
Natura 2000.
Os Espaços Florestais revelam alguma importância na economia local mas também do ponto
de vista da integridade da paisagem e da identidade do território. A atestar esta importância
assinalam-se medidas no âmbito do OE II, IV e VI que visam o apoio ao ordenamento e gestão
dos recursos naturais e sua valorização e orientação turística. A definição destes espaços
representara uma mais-valia ambiental no município, nomeadamente a nível do cumprimento
de funções de proteção e manutenção dos serviços ecológicos. Neste sentido seria proveitoso
propor como espaço florestal de conservação todos os espaços florestais em áreas da RFCN.
Estas medidas vão de encontro aos objetivos de sustentabilidade a nível da biodiversidade
definidos na AAE (OS2, 3, 8 e 9), nomeadamente a valorização dos espaços florestais, o seu
ordenamento sustentável e gestão que contribua para a qualidade da paisagem e minimização
de riscos naturais.
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Figura 31 – Classificação de Espaços Florestais na revisão do PDM.
Área total de Espaço Florestal convertida em áreas urbanas/urbanizáveis, industriais,
equipamentos e infraestruturas
Comparando o ordenamento do PDM em vigor com a proposta presente na revisão do PDM de
São Vicente, constata-se que houve no ordenamento proposto cerca de 40,03 ha que foram
reclassificados, passando de Solo Urbano para Solo Florestal. Em sentido oposto, cerca de 6,8
ha anteriormente classificados como Espaços Florestais foram reclassificados como Solo
Urbano (Figura 32, Quadro 46), contribuindo deste modo para a contenção dos perímetros
urbanos e o acentuar da ruralidade fora destas áreas contribuindo para a paisagem natural e
os OE I, II e IV.
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Figura 32 – Distribuição das áreas classificadas como Solo Florestal no PDM em vigor, das áreas convertidas em Solo
Urbano e das áreas de Solo Urbano no PDM em vigor, convertidas em Espaços Florestais, no âmbito da revisão do
PDM.
Quadro 46 – Variação de Solo Florestal entre o PDM em Vigor e o PDM proposto.
PDMSV em Vigor Proposta de PDMSV Área (ha)
Solo florestal convertido em urbano 6,8
Solo urbano convertido em florestal 40,03
Paisagem
Expressividade do solo rural transformado em solo urbano/urbanizável e industrial
Comparando o ordenamento do PDM em vigor com a proposta presente na revisão do PDM de
São Vicente, a área de Solo Rural reclassificado em Solo Urbano na revisão do PDM atinge
cerca de 71,8 ha. A totalidade deste valor resulta da reclassificação de áreas de solo rural
localizadas essencialmente no interior dos perímetros urbanos agora definidos (Figura 34) e
globalmente em zonas de menor sensibilidade paisagística, pelo que a nível paisagístico, esta
alteração não terá efeitos significativos na paisagem rural.
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Figura 33 – Distribuição das áreas classificadas em categorias correspondentes a Solo Rural no PDM em vigor,
convertidas em Solo Urbano (incluindo áreas urbanas/urbanizáveis, industriais, equipamentos e infraestruturas), no
âmbito da revisão do PDM.
Este indicador permite evidenciar tendências evolutivas na paisagem municipal,
nomeadamente o crescimento da malha urbana sobre o espaço rural. O setor primário baseado
na exploração dos recursos existentes e o setor terciário baseado no comércio por grosso e a
retalho; alojamento, restauração e similares. Tal como já foi referido anteriormente o sector
turístico no concelho de São Vicente ainda não está perfeitamente consolidado ainda não
contribuindo plenamente para o desenvolvimento económico do município. Durante o período
de vigência do novo PDM será expectável que a qualidade da paisagem rural existente não
sofra alterações quando a actividade turística no concelho se consolidar.
A definição dos perímetros urbanos representa uma oportunidade para controlo da degradação
paisagística associada à expansão de edificação dispersa, principalmente em áreas rurais e ao
longo dos eixos viários. É de destacar o OE III (Objetivo Estratégico) da revisão do PDM que
visa a valorização do mundo rural (Otimização das infra-estruturas e contenção da edificação
dispersa), e o OE IV que visa a protecção e aproveitamento racional dos valores e recursos
naturais (Promoção turística sustentada dos espaços naturais, de acordo com o seu potencial
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turístico e capacidade de carga) cuja concretização poderá representar a qualificação e
conservação da paisagem rural do município e que estão de acordo com os objetivos de
sustentabilidade definidos na AAE a nível da proteção e promoção dos valores paisagísticos.
Intrusões na paisagem em áreas sensíveis
A revisão do PDM em análise inclui algumas propostas suscetíveis de provocar a degradação
da qualidade paisagística no concelho, incluindo as propostas de Solo Urbanizável, UOPG,
novas estradas e áreas de potencial exploração geológica e a instalação de infra-estruturas de
produção de energia renovável, rede viária e unidades de alojamento turísticas.
Os incêndios florestais e as monoculturas florestais e floresta exótica, constituem também
potencial focos de degradação paisagística, tendo sido analisados no âmbito dos indicadores
Área ardida e representatividade da mesma sobre a EEM e Espaço Florestal, respetivamente.
Identificaram-se 3 situações de potencial intrusão paisagística (Figura 34) associadas à
construção/extensão da rede viária principal, implementação de novas UOPG’s (unidades
operativas de planeamento e gestão) e áreas urbanizáveis resultantes de propostas presentes
na revisão do PDM de São Vicente que podem constituir ameaças à qualidade dos principais
valores paisagísticos identificados e que resultam de:
Construção/extensão da VE 2 que vai desde a proximidade da povoação do Poio
(freguesia de São Vicente) até Serrão (freguesia de Boaventura) estendendo até ao
concelho vizinho (São Vicente);
Definição/implementação de novas UOPG’s;
Áreas urbanizáveis definidas na revisão do PDM;
As UOPG são instrumentos que podem potencialmente incluir usos e regras que conflituam
com a paisagem. No caso de São Vicente estas encontram-se próximos de alguns valores
paisagísticos, no entanto estas apenas têm como objectivo a requalificação/recuperação,
podendo ao invés provocar efeitos positivos significativos na paisagem. Tal como as UOPG’s,
as áreas urbanizáveis identificadas não surtem efeitos significativos na paisagem, (estas
coincidem sobretudo com áreas centrais/núcleos históricos). De acordo com o regulamento da
alteração do PDM as acções previstas são a requalificação e recuperação do património e da
paisagem envolvente.
Não se assinalam assim quaisquer afetações diretas em áreas consideradas de elevado valor
paisagístico, resultantes de propostas de solo urbanizável, nem da proposta extensão de novas
vias.
Tal como já foi referido anteriormente o OE III (Objetivo Estratégico) da revisão do PDM que
visa a valorização do mundo rural (Otimização das infra-estruturas e contenção da edificação
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dispersa), e o OE IV que visa a protecção e aproveitamento racional dos valores e recursos
naturais (Promoção turística sustentada dos espaços naturais, de acordo com o seu potencial
turístico e capacidade de carga) cuja concretização poderá representar a qualificação e
conservação da paisagem rural do município e que está de acordo com os objetivo de
sustentabilidade 9 definidos na AAE a nível da proteção e promoção dos valores paisagísticos.
O fato de se identificarem um número reduzido e não significativo de intrusões é um aspeto
relevante também no estabelecimento da rede de percursos pedestres e do turismo.
A ausência de uma Carta de Valores Paisagísticos acompanhando os estudos de
caracterização da revisão do PDM, constitui uma fraqueza do plano, que seria enriquecido com
a representação dos valores paisagísticos mais significativos e dos locais e orientações para a
sua observação. Por exemplo condicionando infra-estruturas como parques eólicos em zonas
sensíveis, que constituem uma ameaça à integridade da paisagem.
Não obstante a representação nas plantas do sistema biofísico (Estudos de Caracterização) e
a implementação da EEM vão contribuir razoavelmente para a identificação e proteção dos
recursos paisagísticos.
Figura 34 – Localização das potenciais situações de intrusão em áreas de paisagem sensível.
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Este indicador deverá constituir um dos indicadores para seguimento. Este indicador será
atualizado à medida que se concretizem as potenciais situações de conflitos anteriormente
identificadas ou outras que venham a ser detetadas.
Síntese de Oportunidades e Riscos
O Quadro 47 resume as oportunidades e riscos associados aos Objetivos Estratégicos do PDM
da São Vicente para o fator crítico Biodiversidade.
Quadro 47 – Resumo de oportunidades e riscos para o FCD Biodiversidade.
Objetivos Estratégicos da revisão do PDM de São
Vicente
Critérios de Avaliação do FCD OE I OE II OE III OE IV OE V OE VI
Rede Fundamental de Conservação da
Natureza
Diversidade de Espécies e Habitats de
Interesse Conservacionista* - - - - - -
Estrutura Ecológica Municipal
Gestão e Conservação da Floresta
Paisagem
* A concluir quando a informação estiver disponível
- Interação muito favorável
- Interação ligeiramente favorável ou nula
- Interação desfavorável
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA REVISÃO DO PDM:
I – Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos IGT de âmbito
nacional e regional
II – Definição das principais regras a que devem obedecer a ocupação uso e
transformação do solo
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III – Valorização do mundo rural
IV – Proteção e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais
V – Valorização do património e qualificação urbana
VI – Promoção da identidade e da coesão territorial
8.4.3 DIRETRIZES DE GESTÃO E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DOS EFEITOS DO PLANO
Tendo-se identificado as principais oportunidades e riscos sobre os valores naturais e
paisagísticos presentes no município, decorrentes da revisão do PDM de São Vicente, foram
estabelecidas diretrizes para a potenciação das oportunidades e minimização dos riscos
identificados. O Quadro 49 resume as diretrizes de gestão e minimização dos efeitos da
revisão do PDM de São Vicente.
8.4.4 Quadro de Governança para a Ação
O reconhecimento de um quadro de governança para a ação é fundamental para o sucesso da
implementação do Plano Diretor Municipal de São Vicente, uma vez que identifica as
responsabilidades institucionais dos vários intervenientes na AAE, em todo o processo de
implementação do próprio Plano.
Entendendo-se governança “como o conjunto de regras, processos e práticas que dizem
respeito à qualidade do exercício do poder, essencialmente no que se refere à
responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia”, (Partidário 2007), identifica-
se um quadro de governança para o Município de São Vicente, que garanta o cumprimento dos
objetivos definidos relativamente ao Fator Crítico Biodiversidade, bem como à concretização
das diretrizes propostas (Quadro 50).
No âmbito do FCD Biodiversidade foram identificadas as seguintes entidades com
responsabilidades ao nível da implementação do Plano:
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza
Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais
Serviço Regional de Protecção Civil, IP - RAM
Câmara Municipal de São Vicente;
Juntas de Freguesia do concelho de São Vicente;
População em Geral.
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8.4.5 Plano de Seguimento e Quadro de Controlo
Com vista à correta implementação e acompanhamento do PDM de São Vicente revisto e a
potenciação das suas opções estratégicas, optou-se por adotar um conjunto de indicadores no
Plano de seguimento e controlo que podem diferir dos utilizados na análise e avaliação da
Situação existente e Efeitos esperados, mas que foram adaptados no sentido de os melhor se
ajustarem à função de indicadores de seguimento/monitorização do plano, tendo-se optado
para o FCD Biodiversidade os indicadores de seguimento constantes do Quadro 51.
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9 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA
Neste capítulo é efetuada a síntese dos principais efeitos positivos e negativos de natureza
ambiental estratégica identificados no âmbito da Revisão do PDM de São Vicente, através do
Quadro 48.
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Quadro 48 – Quadro síntese de oportunidades e ameaças identificados na AAE.
Oportunidades Ameaças
Ordenamento do
Território
Excelente posicionamento geográfico na ligação à costa Sul; Potencial da paisagem de montanha (áreas protegidas) da Laurissilva, Maciço Montanhoso Central e Parque Natural da Madeira); Excelentes acessibilidades no concelho e aos concelhos vizinhos e daí a toda a costa Sul; Transportes com carreiras regulares para o Funchal passando pelos vários lugares do Concelho. Grande potencial geológico, nomeadamente as grutas de São Vicente; Património arquitetónico de grande valor patrimonial e património cultural com destaque para os socalcos, veredas e levadas.
Território dominado por vales profundos e desníveis abruptos, que condicionam a urbanização; Desenvolvimento condicionado de algumas zonas pelas áreas Protegidas e Classificadas; Vulnerabilidade ao Risco Natural; Baixo nível de escolaridade da População, baixo poder de compra reduzido e disparidade de rendimentos. Grande número de vias internas desenvolvidas em locais com caraterísticas pouco acessíveis; Inexistência de uma política de estacionamento que se estenda a todo o Município e cubra os problemas da população; Inexistência de Central de camionagem e de táxis adaptados. Desenvolvimento insípido do Turismo em Espaço Rural; Pouca diversificação de oferta hoteleira Perigo potencial de incêndios florestais;
Saída das populações para outros concelhos.
Sobre utilização de levadas, percursos e visitas a locais protegidos; Descaraterização do tecido urbano e do edificado, e sua dispersão no território.
Qualidade
Ambiental
- Estabelecimento de estratégias municipais para as energias renováveis.
- Diminuição da percentagem de perdas de água na rede de abastecimento;
- Redução do número de fossas sépticas individuais consequente do aumento da cobertura da rede de
drenagem.
- Conjuntura económica desfavorável a investimentos nas infraestruturas de abastecimento de água e saneamento;
- Elevada percentagem de perdas de água na rede de abastecimento.
Riscos Naturais e
Tecnológicos
- A floresta tem um grande contributo na redução dos riscos naturais (erosão do solo, movimentos de massa
de vertentes, etc…)
- Promoção dos espaços naturais do concelho.
- Valorização do papel ambiental da floresta, nas políticas municipais.
- Atualização do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndio;
- Elevado risco de incêndio
- Risco elevado da erosão dos solos
Biodiversidade
- De um modo geral o regulamento promove a integridade da RFCN e das espécies e habitats protegidas no
seu interior.
- Constituição de Estrutura Ecológica Municipal, com elevada representatividade no território.
- Elevada representatividade da área natural e de área florestal de proteção no concelho e aposta na
diversificação de usos e recursos a explorar em espaços florestais, incluindo lazer.
- Medidas de Gestão do Espaço Florestal e da ocorrência e contenção de incêndios.
- Conservação da paisagem e das áreas de maior valor natural
- Ausência de planos de gestão ou ação para a biodiversidade no município.
- Ausência de conhecimento adequado dos valores naturais (espécies e habitats) e sua distribuição nas áreas do
município não incluídas nos Sítios de Importância Comunitárias presentes.
- Ausência de regimes específicos no interior da EEM adaptados às funções que pretende proteger.
- Suscetibilidade histórica a incêndios florestais sobre EEM e risco de invasão biológica também associada à expansão
após ocorrência de incêndios florestais.
- Ausência de Plantas de Valores Naturais e Paisagísticos e definição de zonas de exclusão para implantação de infra-
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Oportunidades Ameaças
- Preservação da paisagem decorrente do elevado número de pontos de interesse paisagístico, da proposta
de ordenamento, das regras edificatórias e outras contidas (p.e. florestais) no regulamento e das UOPG
propostas com previsível conservação da paisagem rural nos pontos mais sensíveis, e recuperação
paisagística de sítios degradados.
estruturas e atividades com efeitos na paisagem e Biodiversidade.
- Instalação de parques eólicos, áreas de exploração geológica e outras infra-estruturas sobre EEM e sítios de interesse
paisagístico.
- A afluência de turistas pode representar uma ameaça aos recursos biológicos em áreas mais sensíveis.
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10 SÍNTESE DE DIRETRIZES DE GESTÃO E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DOS
EFEITOS DO PLANO
Neste capítulo são elencadas e compiladas as diretrizes de gestão e medidas de minimização
dos potenciais efeitos negativos do novo PDM, para cada um dos Fatores críticos de decisão
(FCD) utilizados na AAE (Quadro 49).
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Quadro 49 - Síntese de Diretrizes de Gestão e Medidas de Minimização dos efeitos do Plano.
Fator Critico para a Decisão
Diretrizes de Gestão e Medidas de Minimização
Ord
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am
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to d
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itó
rio
- Criação de mecanismos de incentivo à recuperação do património edificado existente em detrimento de novas construções;
- Regulamentação do regime de usos e definição dos objetivos pretendidos com a EEM, bem como a representação do seu limite na planta de Ordenamento da revisão do PDM.
- Criação de serviços, de iniciativa pública ou privada, de apoio às empresas que facilitem a intermediação com instituições fornecedoras de serviços avançados de apoio às empresas;
- Fomentar a qualidade de produtos e serviços e a qualidade ambiental das unidades industriais;
- Garantir que no processo de licenciamento de obras, mesmo nas áreas onde já existam compromissos assumidos, se assegure que as canalizações de linhas de água sejam amplas e não apresentam estrangulamentos;
- Assegurar o desassoreamento das linhas de água;
- Promoção de eventos culturais e desportivos de curta duração que, implicando gastos reduzidos geram um conjunto de fluxos turísticos importantes para a manutenção e revitalização deste setor;
- Privilegiar a instalação de atividades que contribuem para a diversificação das atividades produtivas, sobretudo nos setores agrícola e florestal e fomentem a criação de emprego;
- Avaliação sistemática de alternativas para a minimização dos conflitos de usos ou das incidências ambientais provocados pela expansão de infraestruturas em sistemas ecológicos e recursos naturais considerados fundamentais
para a proteção e valorização ambiental do território;
- Promover a requalificação de todos os edifícios públicos, no sentido de proporcionar as condições necessárias a pessoas com mobilidade condicionada;
- Desenvolver campanhas de sensibilização e criar incentivos que contrariem os níveis de abandono escolar e elevem o nível médio de qualificação escolar;
- Fomento de sinergias inter-regionais através da definição de ações comuns, tais como infraestruturação de trilhos e percursos da natureza;
Qu
ali
dad
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mb
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tal
- Assegurar um adequado planeamento, gestão e monitorização da ETAR existente no concelho;
- Melhorar a eficiência de utilização da água, sem por em causa as necessidades vitais e a qualidade de vida das populações, bem como o desenvolvimento socioeconómico;
- Minimização dos riscos de rotura decorrentes da carência de água, em situação hídrica normal, potenciada durante os períodos de seca;
- Sensibilização e formação para o uso eficiente da água;
- Reduzir o consumo de água na rega através da adequação dos volumes às necessidades hídricas das culturas;
- Reduzir o desperdício de água em edifícios, através da adoção das medidas de eficiência hídrica;
- Reduzir o volume de água consumido na rega em jardins e espaços verdes através da reconversão dos métodos de rega;
- Desenvolver e implementar uma estratégia municipal específica orientada para a melhoria da qualidade ambiental das linhas de água do Concelho, em colaboração com os restantes municípios que partilham as mesmas linhas de
água;
- Identificar e resolver as causas de perdas/fugas no abastecimento de água;
- Medidas que visem a preservação das linhas de água e respetivas margens, mais especificamente a promoção do desenvolvimento de vegetação ripícola;
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Qu
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dad
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mb
ien
tal
- Depender o licenciamento urbanístico da capacidade do sistema de drenagem e de um tratamento de efluentes autónomos e que garanta os parâmetros de qualidade de descarga definidos pela autarquia;
- Estabelecer critérios para o licenciamento de iniciativas turísticas, de modo a assegurar a integridade física e paisagística dos ecossistemas;
- Articular o Mapa de Ruído do Concelho com os Mapas de Ruído de Concelhos vizinhos, promover a elaboração de planos municipais de redução do ruído;
- Assegurar o acompanhamento e realização de estudos de impacte ambiental ou de incidências ambientais de todos os projetos enquadrados neste âmbito, como os Planos de urbanização, as Zonas Industriais, e áreas em
expansão a criar com uma área superior a 10 ha. Imposição da existência de Planos de Gestão de Resíduos em Obra para a execução destas obras e fiscalização apertada do seu cumprimento;
- Programar e coordenar as atividades de construção, especialmente as que originam ruído elevado, tendo sempre em atenção as funções desenvolvidas nas zonas próximo da obra (especialmente junto a áreas residenciais);
- Definir um horário de trabalho adequado, com a interdição de realização de atividades de construção que originem níveis de ruído elevado (como exemplo, a circulação de veículos pesados e trabalhos que recorram a maquinaria
ruidosa deverão ser interditos das 20h às 7h, e durante os fins de semana e feriados);
- Implementar um programa de monitorização que permita uma determinação periódica dos níveis de ruído nos estaleiros e nas zonas residenciais adjacentes às obras;
- Introdução de medidas de gestão de tráfego com repercussões ao nível do ambiente acústico;
- Dinamizar a utilização de transportes públicos;
- Integração paisagística nas zonas de fronteira das áreas industriais, de armazenamento e serviços, através da criação de cortinas arbóreas de proteção visual e de poluição sonora e de poluição da qualidade do ar. Estas cortinas
deverão conter uma diversidade de espécies arbóreas e arbustivas e contribuem para a redução dos efeitos do ruído e do vento. Estes espaços deverão ser devidamente conservados de modo a não aumentarem os riscos de
propagação de incêndios florestais;
- Implementar sistemas de Energias renováveis e de Certificação energética em edifícios da autarquia, assim como assegurar a eficiência energética dos mesmos, apelando a um uso racional de energia e à redução de emissões
de CO2;
- Garantir às autoridades competentes informação sobre a localização e identificação dos fatores de risco existentes
- Assegurar um adequado planeamento, gestão e monitorização das ETAR que servem os Parques de Atividades Económicas;
- Encaminhamento das águas residuais provenientes dos Parques de Atividades Económicas para a ETAR (desativação das fossas sépticas, caso exista);
- Elaboração de um Regulamento Municipal para o lançamento de efluentes industriais na rede de coletores (caso o município ainda não o possua);
- Assegurar que, na envolvente dos Parques de Atividades Económicas, os níveis de ruído não ultrapassem o legalmente estabelecido;
- Nos casos, em que na envolvente aos Parques de Atividades Económicas se localizem categorias do Espaços residenciais, deve-se limitar o uso desses lotes a atividades não ruidosas.
Ris
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os - Atualizar o Plano Municipal de Emergência e implementar as medidas de vigilância e de reflorestação de áreas ardidas;
- Assegurar o desassoreamento das linhas de água artificializadas e/ou naturais, uma vez que o assoreamento dos canais promove o aumento da frequência das inundações;
- Promover a limpeza e desobstrução das margens e leitos de linhas de água e dos coletores pluviais, de modo a prevenir a ocorrência de inundações.
- Manter atualizado o Plano Municipal de Emergência e definir para os diferentes tipos de riscos naturais, ambientais e tecnológicos, as áreas de perigosidade, os usos compatíveis nessas áreas, e as medidas de prevenção e
mitigação dos riscos identificados
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Bio
div
ers
ida
de
- Deverão ser harmonizadas as áreas incluídas no PNM e Sítios de Importância comunitária, devendo o município contribuir para este processo através da disponibilização de informação, processos de inclusão e exclusão, do seu
ordenamento e regulamento.
- Deverá ser promovida, dentro do tecnicamente possível, a naturalização da Ribeira de São Vicente ou a minimização da sua intrusão paisagística.
- Desenvolvimento de estudos de caracterização e de distribuição das espécies e dos habitats e espécies com estatuto de proteção ou com interesse conservacionista, presentes no município de São Vicente, dentro e fora do PNM.
- Monitorização da expansão espécies invasoras nas áreas florestais do concelho, principalmente em áreas afetadas por incêndios.
- Apoio à conservação das manchas de plantas autóctones.
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11 QUADRO DE GOVERNANÇA PARA A AÇÃO GERAL
De seguida apresenta-se o Quadro de governança para o PDM de São Vicente (Quadro 50),
destinado a garantir o cumprimento dos objetivos definidos relativamente ao Fator Crítico de
Decisão (FCD) Ordenamento do Território, Qualidade Ambiental, Riscos Naturais e Tecnológicos e
Biodiversidade, bem como à concretização das diretrizes propostas.
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Quadro 50 – Quadro de Governança para a Ação
FCD Entidades Responsabilidades O
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Secretaria Regional do Ambiente e dos
Recursos Naturais
- Manter atualizadas as perspetivas de desenvolvimento urbano do território regional, assegurando o cumprimento das condicionantes regionais nesta matéria.
- Garantir a implementação dos diversos Planos Regionais de Ordenamento do Território.
- Acompanhar a fase de monitorização do Plano.
Governo Regional da Madeira - Articular investimentos de interesse intermunicipal, através, nomeadamente, da contratualização da gestão de projetos comunitários no âmbito do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POTRAM).
Câmara Municipal de São Vicente
- Controlar a dispersão urbana fora dos perímetros urbanos e as tendências de expansão em zonas de risco e/ou em zonas de conflito potencial de uso do solo.
- Garantir a implementação dos diversos Planos Municipais de Ordenamento do Território.
- Controlar os défices infraestruturais existentes, nomeadamente ao nível do saneamento básico.
- Manter atualizadas as perspetivas de desenvolvimento da rede viária municipal, tendo em conta critérios de mobilidade e proximidade funcional.
Direção Regional da Cultura -Manter atualizada a informação disponibilizada.
- Assegurar a gestão e valorização do património cultural arquitetónico e arqueológico
Juntas de Freguesia - Fomentar diferentes formas de participação pública.
População em geral - Contribuir para o alcance das metas estabelecidas.
- Participar ativamente nos processos de decisão, em sede própria, nomeadamente nos processos de Consulta Pública.
Qu
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dad
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tal
Secretaria Regional do Ambiente (SRA)
- Contribuir para a definição da política regional nos domínios do ambiente, do ordenamento do território e dos recursos hídricos, bem como orientar, coordenar e controlar a sua execução.
- Operacionalizar/supervisionar os projetos aprovados e avaliar a sua pertinência e relevância para o cumprimento dos objetivos e metas estratégicas nos domínios do ambiente, do ordenamento
do território e dos recursos hídricos.
ARM- Águas e Resíduos da Madeira
S.A.
- Resolver de modo célere todas as infraestruturas que asseguram a entrada em pleno dos novos equipamentos de saneamento e disponibilizar os dados de monitorização das
redes e equipamentos.
- Assegurar, de forma regular, contínua e eficiente, a transferência, a triagem, o tratamento e a valorização de resíduos sólidos; promover a conceção e assegurar a construção
e exploração das infraestruturas, instalações e equipamentos necessários às referidas atividades.
- Assegurar a reparação e renovação das infraestruturas e instalações de acordo com a evolução das exigências técnicas e no respeito pelos parâmetros sanitários aplicáveis.
Câmara Municipal de São Vicente
- Controlar a dispersão urbana fora dos perímetros urbanos e as tendências de expansão em zonas de risco e/ou em zonas de conflito potencial de uso do solo.
- Garantir a implementação dos diversos Planos Municipais de Ordenamento do Território.
- Controlar os défices infraestruturais existentes, nomeadamente ao nível do saneamento básico.
- Controlar as perdas/fugas de água no abastecimento.
- Adotar práticas quotidianas de valorização ambiental e energética.
- Manter atualizadas as perspetivas de desenvolvimento da rede viária municipal. tendo em conta critérios de mobilidade e proximidade funcional.
- Resolver de modo célere todas as infraestruturas que asseguram a entrada em pleno dos novos equipamentos de saneamento e disponibilizar os dados de monitorização das
redes e equipamentos
Juntas de Freguesia - Fomentar diferentes formas de participação pública.
População em geral - Contribuir para o alcance das metas estabelecidas.
- Adotar práticas quotidianas de valorização ambiental e energética.
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- Participar ativamente nos processos de decisão, em sede própria, nomeadamente nos processos de Consulta Pública de processos de planeamento e AIA.
FCD Entidades Responsabilidades
Ris
co
s
Natu
rais
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ec
no
lóg
ico
s
Secretaria Regional do Ambiente e dos
Recursos Naturais - Manter atualizadas as orientações regionais ao nível das várias políticas sectoriais (FCD) e monitorizar a sua aplicação.
Instituto das Florestas e Conservação
da Natureza - Manter atualizadas as informações sobre risco de incêndios e planos de emergência respetivos.
Organizações Não Governamentais -
ONGAs
- Acompanhar a monitorização da implementação do PDM em matéria de riscos naturais e tecnológicos.
- Participar nos processos de consulta pública dos processos de planeamento e dos procedimentos de AIA.
Câmara Municipal de São Vicente
- Controlar a dispersão urbana fora dos perímetros urbanos e as tendências de expansão em zonas de risco e/ou em zonas de conflito potencial de uso do solo.
- Garantir a implementação dos diversos Planos Municipais de Ordenamento do Território.
- Estabelecer orientações e metas municipais de proteção e requalificação ambiental e assegurar a sua monitorização.
- Monitorizar a evolução dos riscos naturais decorrentes de fenómenos meteorológicos extremos e controlar a expansão urbana em função dos índices de vulnerabilidade municipal.
- Fomentar e apoiar os processos de participação pública.
- Cumprir as medidas que venham a ser impostas na Declaração Ambiental.
- Articular com todas as entidades intervenientes no processo de AAE para que a implementação das ações previstas no PDM decorram de forma sustentável.
Juntas de Freguesia - Fomentar diferentes formas de participação pública.
População em geral - Contribuir para o alcance das metas estabelecidas.
- Participar ativamente nos processos de decisão, em sede própria, nomeadamente nos processos de Consulta Pública de processos de planeamento e AIA.
Direção Regional de Florestas - Fomentar uma gestão adequada dos recursos florestais com vista à prevenção dos incêndios florestais, a multifuncionalidade da floresta e promoção das espécies de crescimento lento e controlo das exóticas invasoras no município.
- Promover uma gestão sustentada dos recursos florestais do município.
Rua da Liberdade Lote 5 Loja 1, 3020-112 COIMBRA – NIPC: 507104145 – Capital Social 58.500 € - Telef: 239 493 119– [email protected] – www.sinergiaeambiente.pt 167
FCD Entidades Responsabilidades
Bio
div
ers
idad
e
Instituto de Florestas e
Conservação da Natureza
- Promover e apoiar ações de conservação dos valores naturais (espécies e habitats) presentes;
- Promover a atualização da cartografia de espécies e habitats de espécies com interesse conservacionista presentes na área dos Sítios de Importância Comunitária e apoiar
estudos da mesma índole que sejam efetuados noutros locais do concelho;
- Acompanhar os processos de avaliação dos efeitos da implementação das estratégias, medidas e ações previstas no Plano, bem como de outras intervenções suscetíveis de
terem efeitos negativos sobre os valores naturais presentes.
- Fomentar uma gestão adequada dos recursos florestais com vista à prevenção dos incêndios florestais, a multifuncionalidade da floresta e promoção das espécies de
crescimento lento e controlo das exóticas invasoras no município.
- Promover uma gestão sustentada dos recursos florestais do município.
Secretaria Regional do Ambiente e
dos Recursos Naturais
- Acompanhar a fase de monitorização do Plano.
- Fomentar e apoiar os processos de participação pública.
- Fiscalizar os Planos de Gestão dos SIC presentes.
Câmara Municipal de São Vicente
- Promover a valorização e conservação do património natural e paisagístico do município.
- Articular com todas as entidades intervenientes no processo de AAE para que a implementação das ações previstas no PDM decorram de forma sustentável.
- Fomentar e apoiar os processos de participação pública.
- Cumprir as medidas que venham a ser impostas na Declaração Ambiental.
- Promover relações interconcelhio que visem a salvaguarda do património natural identificado.
Juntas de Freguesia - Fomentar diferentes formas de organização e participação pública.
População em geral - Participar atempadamente nos processos de decisão, em sede própria, nomeadamente no processo de inquérito público.
- Participar ativamente na conservação dos valores naturais do seu município com vista à promoção de um desenvolvimento sustentável.
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12 PLANO DE SEGUIMENTO E CONTROLO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO
O presente capítulo elenca e compila os indicadores que constituem o Plano de seguimento e
quadro de controlo da implementação do PDM, para cada Fator crítico e respetivos critérios de
análise.
Importa salientar que o Plano de seguimento e controlo que se apresenta é dinâmico, podendo
ser ajustado a qualquer momento, quando justificável, ou complementado com informação de
natureza técnico-pericial relativa a aspetos não englobados pelos indicadores atuais propostos.
O seguimento e controlo da aplicação do PDM, no âmbito da AAE, tem enquadramento
específico no disposto nos nºs 1 e 2 do art. 11º do D.L. n.º 232/2007, de 15 de junho, sendo
determinado também pela entrega anual (periodicidade mínima permitida) desta informação
junto da Agência Portuguesa de Ambiente.
O Quadro 51 representa o conjunto de indicadores (em preparação), para cada Fator crítico de
decisão (FCD) que se considera pertinente no presente com vista ao seguimento da
implementação do plano ao longo dos próximos anos.
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Quadro 51 – Quadro de Seguimento e Controlo da execução da revisão do PDM de São Vicente.
FCD Indicador Unidade Meta em documento
estratégico Valor Base da AAE
Ano a que se refere o Valor
Base/Fonte
Ordenamento
do Território
As Politicas económicas e as estratégias de desenvolvimento
Evolução da população Nº / % - População Residente:5723 (2,1%) 2011/INE
Evolução da oferta de solo industrial e grau de ocupação; Nº
16 unidades (15 industrias transformadoras + 1
extrativas) 2014 – CM São Vicente
Evolução das áreas disponíveis para implementação das atividades turísticas ha 7,2 ha --- 2014 – CM São Vicente
Variação do número de estabelecimentos no turismo em espaço rural Nº 10 Turismo da Madeira (2015)
Instrumentos de Gestão territorial
Evolução da ocupação e uso do solo ha
Solo urbano:250,2 ha
Solo rural:7819,7 há
Solo urbano: 224,8ha
Solo rural: 6635,8 ha 2014– CM São Vicente
Condicionantes, áreas naturais
Evolução das áreas de Reserva Agrícola Municipal ha 1306,9 1319,9 2014/ Proposta revisão do PDM
Evolução das áreas de Reserva Ecológica Municipal ha 5546,1 10542,2 2014/ Proposta revisão do PDM
Evolução das áreas de Estrutura Ecológica Municipal ha -
Estrutura Ecológica Municipal: Estrutura Primária: 827,36 ha Estrutura Secundária: 707,08 ha Estrutura Terciária: 6875,29 ha
2014/Efeitos Esperados – CM
São Vicente
Qualidade
Ambiental
Abastecimento de Água
Cobertura da rede de abastecimento de água % PEAASAR: ≥ 99% 100 2015/ CM de São Vicente
Percentagem do número total de análises realizadas à água tratada cujos resultados estão em conformidade com a legislação
% PEAASAR: ≥ 99% 89,75 2015/ CM de São Vicente
Percentagem de perdas na rede de abastecimento de água % PENUEA ≤20% 60 2015/ CM de São Vicente
Drenagem e tratamento de águas residuais
Cobertura da rede de drenagem de águas residuais % PEAASAR: 85% 75 2015/ CM de São Vicente
Reutilização de águas residuais tratadas % PEAASAR: ≤20% 0 2015/ CM de São Vicente
Recursos hídricos
Qualidade da água balnear Má, Aceitável, Boa,
Excelente - Excelente 2013/ SNIRH
Recolha e tratamento de RSU
Cobertura e nº de equipamentos da recolha seletiva dos resíduos
Cobertura da recolha seletiva ecoponto/Hab 1/500 habitantes 1/87 2015/ CM de São Vicente
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Nº de equipamentos Nº -- 64 2015/ CM de São Vicente
Quantificação de recicláveis ton Aumento de 25% até 2016
PERSU II 146,66
Vidro ton -- 77,90 2015/ CM de São Vicente
Papel/cartão ton -- 50,18 2015/ CM de São Vicente
Embalagens ton -- 18,58 2015/ CM de São Vicente
Poluição sonora
Recetores sensíveis expostos a focos de poluição sonora ha -- Sensíveis: 282,3 ha Mistas: 7599,3 ha 2015/SinergiaeAmbiente
Nº de queixas apresentadas pelos munícipes relativas ao ruído N.º
-- 0 2015/ CM de São Vicente
Eficiência Energética
Edifícios da autarquia alvo de RCESE/RCCTE com classe igual ou superior a B- N.º PNAEE (20%) 0 2015/ CM de São Vicente
Edifícios autárquicos alvo de Microgeração N.º PNAEE (50%) 0 2015/ CM de São Vicente
Riscos
Naturais e
tecnológicos
Incêndios
Evolução anual do número de ignições e área ardida Nº/ha -- 22 ignições /27000 ha ardidos 2014/ABV de São Vicente e Porto
Moniz
Áreas urbanizáveis inseridas em locais com risco de incêndios ha -- Classe alta: 2484,84 2014
Erosão dos solos
Evolução da área com risco de erosão ha --
Baixa: 2100,29 ha
Moderada: 2173,62 ha
Elevada: 3604,44 ha
PMEPCSVV8 - 2014
Percentagem de áreas urbanizáveis inseridas em locais com risco de erosão ha --
As áreas urbanizáveis estão inseridas em áreas de risco:
Baixo: 5058,41 ha (62,9%)
Moderado: 483,15 ha (6%)
PMEPCSVV - 2014
Cheias
Evolução da área com risco de cheias ha -- 38,29 ha PMEPCSVV - 2014
Áreas urbanizáveis inseridas em áreas com risco de cheias ha -- 4,36 ha PMEPCSVV - 2014
Biodiversidade
Rede Fundamental de Conservação da Natureza (RFCN)
Número de planos de Gestão e/ou Ação propostos ou em vigor N.º NA 3 2014/SRA
Diversidade de espécies e habitats*
8 Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de São Vicente
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Diversidade de espécies de fauna com estatuto de proteção presentes no município
Por Definir Diversidade de espécies de flora com estatuto de proteção presentes no município
Diversidade de habitats com estatuto de proteção presentes no município
Estrutura Ecológica Municipal
Situações de conflito decorrentes da revisão do PDM concretizadas ha diminuição
Nível I – 462 ha
Nível II – 320,8 ha
Nível III – 55346,7 ha
2014/ CM de S. Vicente
Representatividade da área ardida sobre a EEM1 ha diminuição
Nível I – 9,22 ha/ano
Nível II – 6,83 ha/ano
Nível III – 135,28 ha/ano
2014/ DRFCN
Gestão e conservação da floresta
Espaço Florestal de Conservação ha/% NA 176,88 ha / ≈2,2% 2014/CMSV
Área ocupada por floresta exótica ha diminuição 97,95 2014/CMSV
Área total de Espaço Florestal convertida em áreas urbanas/urbanizáveis, industriais,
equipamentos e infraestruturas ha diminuição
Solo florestal convertido em urbano - 6,8 ha
Solo urbano convertido em florestal - 40,03 ha
2014/ DRFCN/
2014/CM de São Vicente
Paisagem
Intrusões na paisagem concretizadas e decorrentes da revisão do PDM N.º manutenção 0 (consideradas significativas) 2014/ CMSV
* Sem informação disponível
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13 CONCLUSÕES
A atual Revisão do PDM constitui em si um marco fundamental para o Município de São
Vicente. Desde logo devido à necessidade de adequação à evolução, a médio e longo prazo,
das condições ambientais, económicas, sociais e culturais, nomeadamente a desatualização
da base cartográfica, o desfasamento, entre diferentes escalas de trabalho e delimitação das
diversas tipologias de espaços existentes, a emergência de novos Instrumentos de Gestão
Territorial e de novos enquadramentos legislativos e orientações estratégicas, a desadequação
do modelo de desenvolvimento territorial, a reavaliação estratégica das ações previstas no
atual PDM, a sensibilização para a relevância fundamental do âmbito do Ordenamento do
Território na Qualidade de Vida das Populações, de uma forma sustentada; a necessidade de
análise, e a hierarquização e projeção assertiva e otimizada das redes de infraestruturas e
equipamentos, de modo a promover um modelo de desenvolvimento que esteja de acordo com
as boas práticas da gestão do território.
Ao nível do Ordenamento do território a revisão do PDM procurar ordenar de forma
ambientalmente sustentável o território, de acordo com os seus recursos naturais,
potencialidades e riscos. Salienta-se a criação da Estrutura Ecológica Municipal (EEM), no
âmbito do processo de Revisão do PDM de São Vicente, que trará efeitos positivos
significativos ao nível da salvaguarda dos ecossistemas e territórios vulneráveis a riscos
naturais, condicionando a ocupação humana no território, embora tenham sido identificados
pequenos e pontuais conflitos com entre a EEM e algumas zonas urbanizáveis e infraestruturas
propostas, resultante das peculiaridades territoriais no que respeita à geologia, orografia e
hidrologia locais. Importa referir que o concelho de São Vicente ainda não se consolidou no
sector do turismo, apesar de ter recursos necessários para tal. Outro ponto positivo a destacar
é um dos objetivos propostos para a Revisão do PDM prever a fixação de população em meios
rurais para combater o despovoamento e o envelhecimento (uma das ameaças do concelho).
Os objetivos estratégicos propostos para a Revisão do PDM refletem as especificidades do
território no que respeita à valorização do mundo rural e a proteção dos valores e dos recursos
naturais.
Ao nível da Qualidade Ambiental assinala-se como crítica a elevada percentagem de perdas de
água, assim como a necessidade de melhoria na qualidade da água.
No que diz respeito aos Riscos, o concelho de São Vicente é muito propício a ocorrência de
Riscos Naturais, ocorrência de incêndios e movimentos de massas de vertentes, que se
agravam em dias de fenómenos de intensa precipitação. Portanto, denotam-se potenciais
conflitos pontuais de áreas urbanas/urbanizáveis com áreas de risco de cheia.
Relativamente à Biodiversidade, de acordo com a informação disponível, o Plano apresentado
e o seu ordenamento possuem globalmente uma proteção adequada dos valores naturais e
paisagísticos. Não obstante foram elencadas alguns aspetos e medidas de minimização e
seguimento cuja correção, execução e acompanhamento permitem melhorar o desempenho do
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território municipal. Há ainda a reter a que existe carência de alguma informação importante no
que respeita à distribuição de espécies e habitats que importam avaliar.
Em suma, esta nova proposta de Plano traz novas diretrizes de Ordenamento do Território em
diversos critérios nomeadamente ambientais e ecológicos, de natureza geológica, hidrológicos,
orográficos, entre outros, inerentes à realidade do Arquipélago, promovendo assim a
salvaguarda dos recursos naturais e a prevenção de riscos ambientais, fomentando
paralelamente o desenvolvimento sustentável no município.
Coimbra, 25 de Fevereiro de 2019.
P’la Equipa,
Nuno Maria Brilha Vilela
(Biólogo, MSc Economia Ecológica)
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BIBLIOGRAFIA
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para a Energia Sustentável, 2012.
ANPC (2009) Manual para a Elaboração, Revisão e Análise de Planos Municipais de
Ordenamento do Território na Vertente da Proteção Civil
Cabral M.J. (coord.); Almeida, J., Almeida, P.R., Dellinger, T., Ferrand de Almeida, N., Oliveira,
M.E., Palmeirim, J.M., Queiroz, A.I., Rogado, L. & M. Santos-Reis (eds.). 2006. Livro Vermelho
dos Vertebrados de Portugal. 2ª ed. Instituto da Conservação da Natureza/Assírio & Alvim.
Lisboa. 660 pp.
Câmara Municipal de São Vicente (2013), Revisão do PDM de são Vicente - Estudos Setoriais
de Caracterização; Inplenitus
Câmara Municipal de São Vicente (2014), Revisão do PDM de São Vicente – Peças
Desenhadas; Inplenitus
Câmara Municipal de São Vicente (2014), Revisão do PDM de São Vicente – Proposta de
Regulamento; Inplenitus
Câmara Municipal de São Vicente (2014), Revisão do PDM de São Vicente – Relatório do
Plano; Inplenitus
Câmara Municipal de São Vicente, 2012. Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil de
São Vicente (PMEPCSV)
Cunha, A., Coito, A., Oliveira, A. G., Cabral, J., Almeida, L. G., Nunes, A. P. e Marcelino, M.
(2008) Guia da Avaliação Ambiental Estratégica dos Planos Municipais de Ordenamento do
Território. DGOTDU. Associação Portuguesa de Avaliação de Impactes. Lisboa;
GeoAtributo, C.I.P.O.T., Lda, Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da
Madeira (RH10), 2016.
ICNB 2008b Integração das orientações de gestão do Plano sectorial da Rede Natura 2000 nos
Planos Municipais de Ordenamento do Território - Contribuição para um Guia Metodológico
Partidário, M. R. (2007) Guia de Boas Práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica.
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Partidário, M. R. (2007) AAE de Planos de Ordenamento do Território in Workshops temáticos
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Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira – Sítio de Importância Comunitária
– PTMADOOO1, Rede Natura 2000. Instituto das Florestas e Conservação da Natureza.
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Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira – Sítio de
Importância Comunitária – PTMAD0002, Rede Natura 2000. Direção Regional das Florestas
Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira – PROF-RAM,
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza. Secretaria Regional do Ambiente e
Recursos Naturais, 2015.
Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Plano Regional da Água da
Madeira, 2003
Legislação:
Decreto-Lei nº 140/99 de 24 de abril, com os ajustamentos e as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei nº 49/2005, de 24 de fevereiro [que transpõe para a legislação nacional as
Diretivas: a Diretiva Aves (Diretiva do Conselho de 2 de abril de 1979 relativa à conservação
das aves selvagens (79/409/CEE) e a Diretiva Habitats (Diretiva 92/43/CEE) do Conselho de
21 de maio de 1992 relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora
selvagens].
Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de abril, Aprova o Plano Nacional da Água.
Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, estabelece o regime a que fica sujeita a avaliação
dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, transpondo para a ordem
jurídica interna as Diretivas nº2001/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de
junho e 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de maio.
Decreto-Lei nº 80/2015, de 14 de maio, aprova a revisão do Regime Jurídico dos Instrumentos
de Gestão Territorial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro
Decreto Legislativo Regional nº14/82//M, de 10 de novembro, cria o Parque Natural da
Madeira.
Decreto Legislativo Regional n.º 15/2016/M, de 14 de março, procede à egunda alteração ao
Decreto Legislativo Regional n.º 15/2005/M, de 9 de agosto, que procede à classificação das
estradas da rede viária regional
Decreto Legislativo Regional n.º 15/2017/M, de 6 de junho, aprova o Programa de
Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira.
Decreto Legislativo Regional n.º 2/2014/M, de 10 de abril, Aprova o Plano de Desenvolvimento
Económico e Social Regional para o período 2014-2020 designado «Compromisso
Madeira@2020».
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Decreto Regulamentar Regional n.º 3/2014/M, de 3 de março de 2014, cria a ZPE Laurissilva
da Madeira.
Diretiva n.º 2001/42/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 27 de junho de 2001, prevê
a avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente.
Lei n.º 58/2007, de 4 de setembro, Aprova o Programa Nacional da Política de Ordenamento
do Território (PNPOT).
Portaria n.º 187/2007, de 12 de fevereiro, Aprova o Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos
Urbanos 2007-2016 (PERSU II).
Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99, de 9 de julho, Aprova o Programa de Ação
Nacional de Combate à Desertificação (PANCD).
Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de outubro, Adota a Estratégia
Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB).
Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, de 10 de março, Aprova o Plano Nacional de
Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI).
Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de agosto, Aprova a Estratégia
Nacional de Desenvolvimento Sustentável ENDS – 2015 e Plano de Implementação.
Resolução do Concelho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de julho, Aprova o Plano sectorial
da Rede Natura 2000 para o território Nacional.
Resolução do Conselho de Ministros n.º 142/2008, de 24 de julho, que estabelece o regime
jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade e que pretende consolidar a
implantação da política de conservação da natureza em Portugal.
Resoluções do Conselho do Governo Regional nºs 874/2009, de 23 de julho e 1411/2009, de
19 de novembro, cria a ZEC Maciço Montanhosos Central, retificado pela Declaração de
Retificação n.º 13/2009, de 27 de novembro.
Resoluções do Conselho do Governo Regional nºs 874/2009, de 23 de julho e 1412/2009, de
19 de novembro cria a ZEC Laurissilva da Madeira, retificado pela Declaração de Retificação
n.º 13/2009, de 27 de novembro.
Sítios na Internet:
http://www.cm-saovicente.pt
http://insaar.inag.pt
http://insaar.snirh.pt
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http://www.ine.pt
http://www.dgotdu.pt
http://www.iefp.pt
http://www.turismodeportugal.pt
http://www.igespar.pt/
http://natural.pt/portal;
http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/gest-biodiv1/business-biodiversity
http://www.icnf.pt/portal/florestas
http://www.icnf.pt/portal/naturaclas
http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/rn2000/resource/rn-plan-set/hab
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ANEXOS
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ANEXO I – QUADRO DE REFERÊNCIA
ESTRATÉGICO
ANEXO I
Quadro de Referência Estratégico
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O papel do Quadro de Referência Estratégico é o de enquadrar a presente proposta de Plano
Diretor Municipal em análise no quadro estratégico de planos, programas e estratégias de
ordem superior, que servem de referencial à avaliação ambiental estratégica.
Deste modo foram selecionados um conjunto de planos, programas e estratégias para nortear
a presente avaliação ambiental estratégica, tais como:
Plano de Ordenamento Territorial da Região Autónoma da Madeira - POTRAM
Plano Regional da Água da Madeira - PRAM
Plano Regional da Política de Ambiente - PRPA
Programa de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira - POT
Plano de Desenvolvimento Económico e Social 2014 – 2020 - PDES
Plano de Política Energética da Região Autónoma da Madeira – PPERAM
Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central9 - POGMMC
Plano Estratégico de Resíduos da Região Autónoma da Madeira – PERRAM
Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira9 – POGLM
Programa Operacional da Região Autónoma da Madeira 2014-2020 (Programa
Madeira 14-20)
Plano de Ação para a Energia Sustentável - PAES
Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira – (PGRH10)
Plano de Gestão dos Riscos de Inundações da Região Autónoma da Madeira – PGRI –
RAM
9 Estes planos encontram-se em sintonia estratégica com o Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região
Autónoma da Madeira; este último foi considerado na análise a jusante ao Quadro de Referência Estratégico.
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Os objetivos estratégicos dos diferentes planos, programas e estratégias que constituem o
Quadro de Referência Estratégico da presente avaliação ambiental estratégica realizada sobre
a Revisão do PDM de São Vicente são descritos nos quadros que se seguem.
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Plano de Ordenamento Territorial da Região Autónoma da Madeira – POTRAM
O POTRAM estabelece orientações gerais de planeamento e desenvolvimento das intervenções
respeitantes ao uso e ocupação do solo, defesa e proteção do ambiente e do património histórico,
distribuição da população no território e estrutura da rede urbana.
Objetivos Estratégicos:
1. A prossecução de um crescimento populacional equilibrado, de forma a superar inconvenientes
resultantes do êxodo rural;
2. A melhoria dos níveis de educação e de formação profissional e a sua adaptação ao mercado
de trabalho;
3. A organização da rede urbana por forma a assegurar a diminuição das assimetrias regionais;
4. A valorização dos recursos naturais, com respeito absoluto pela paisagem humanizada,
característica do território;
5. A salvaguarda do património natural, histórico e cultural, bem como, de atividades tradicionais;
6. Apoio à modernização de sectores económicos de base artesanal situados em zonas rurais,
visando o fortalecimento e melhoria da eficiência da base produtiva regional;
7. A definição de zonas ordenadas de localização industrial, com adequado sistema de incentivos
ao seu desenvolvimento, visando criar uma base industrial de exportação;
8. A criação de condições inovadoras em matéria de equipamento e de animação que permitam
diferenciar o produto turístico da região e aumentar-lhe a competitividade.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização
do mundo
Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
POTRAM
A prossecução de um crescimento populacional
equilibrado, de forma a superar inconvenientes
resultantes do êxodo rural
A melhoria dos níveis de educação e de formação
profissional e a sua adaptação ao mercado de
trabalho
A organização da rede urbana por forma a assegurar
a diminuição das assimetrias regionais
A valorização dos recursos naturais, com respeito
absoluto pela paisagem humanizada, característica do
território
A salvaguarda do património natural, histórico e
cultural, bem como, de atividades tradicionais
Apoio à modernização de sectores económicos de
base artesanal situados em zonas rurais, visando o
fortalecimento e melhoria da eficiência da base
produtiva regional
A definição de zonas ordenadas de localização
industrial, com adequado sistema de incentivos ao seu
desenvolvimento, visando criar uma base industrial de
exportação
A criação de condições inovadoras em matéria de
equipamento e de animação que permitam diferenciar
o produto turístico da região e aumentar-lhe a
competitividade
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano Regional da Água da Madeira - PRAM
O PRAM é um instrumento de planeamento que visa proteger os recursos hídricos regionais, no contexto geral de desenvolvimento sustentável, qualidade de vida dos habitantes, satisfação das necessidades relativas às atividades económicas e proteção do meio ambiente da Região Autónoma da Madeira (RAM).
O PRAM concretiza a participação da RAM no processo de planeamento dos recursos hídricos, conformando-se com os princípios estratégicos e programáticos do Plano Nacional da Água (PNA), sem colocar em causa as especificidades e idiossincrasias regionais.
Objetivos Estratégicos
1. Contribuir para a resolução ou minimização de atuais e hipotéticas situações de conflito ao nível
do ordenamento do domínio hídrico;
2. Definir o sistema de planeamento e gestão a adaptar para os recursos hídricos.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização
do mundo
Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
PRAM
Contribuir para a resolução ou minimização
de atuais e hipotéticas situações de conflito
ao nível do ordenamento do domínio hídrico
Definir o sistema de planeamento e gestão a
adaptar para os recursos hídricos
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano Regional da Política de Ambiente - PRPA
O PRPA constitui um instrumento de orientação estratégica, que sistematiza e evidencia a coerência das ações e dos investimentos necessários no domínio do ambiente, assim como, facilitar a articulação entre a gestão ambiental e as restantes áreas de Administração Publica e a sociedade civil, num quadro de desenvolvimento sustentável, previsível para a Região Autónoma da Madeira.
Objetivos Estratégicos:
1. Determinar as necessidades de intervenção e estabelecer as propriedades e as linhas de
orientação da política regional em matéria de ambiente.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização
do mundo
Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização do
património e
qualificação urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
PRPA
Determinar as necessidades de
intervenção e estabelecer as propriedades
e as linhas de orientação da política
regional em matéria de ambiente.
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Programa de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira- POT
O POT é um instrumento de gestão territorial do sector turístico, abrangendo todo o território do arquipélago da Madeira, que define a estratégia de desenvolvimento do turismo na Região e o modelo territorial a adotar, estabelecendo os limites e ritmos de crescimento do alojamento, bem como valores para a sua distribuição territorial.
Objetivos Estratégicos
1. Qualificação da oferta atual, ao nível do alojamento de elevada classificação e na oferta
complementar;
2. Dinamização da segmentação da procura;
3. Melhoramento da rentabilidade da oferta existente através de modelos de gestão assentes na
sustentabilidade e que promovam a qualidade de serviço e a redução de custo;
4. Desenvolvimento da cooperação entre o sector público e privado, com vista à requalificação e
otimização dos recursos turísticos;
5. Melhoramento da qualificação em turismo de todos os graus hierárquicos da atividade
(empresários, gestores e os vários quadros operacionais);
6. Consciencialização da população da RAM para a importância do sector do turismo.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
POT
Qualificação da oferta atual, ao nível do alojamento de elevada classificação e na oferta complementar
Dinamização da segmentação da procura
Melhoramento da rentabilidade da oferta existente através de modelos de gestão assentes na
sustentabilidade e que promovam a qualidade de serviço e a redução de custo
Promover a aplicação programada do princípio da responsabilidade partilhada
Desenvolvimento da cooperação entre o sector público e privado, com vista à requalificação e otimização dos
recursos turísticos
Consciencialização da população da RAM para a
importância do sector do turismo
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano de Desenvolvimento Económico e Social 2014-2020 – PDES
O PDES estabelece as prioridades estratégicas e temáticas para a prossecução dos grandes objetivos, apresentando as linhas de orientação, objetivos e as principais medidas a implementar para se atinja o desígnio estratégico assumido pela Região Autónoma da Madeira, definido para o horizonte de 2020. Estratégia definida para manter ritmos elevados e sustentados de crescimento da economia e do emprego, a coesão social e o desenvolvimento territorial.
Objetivos Estratégicos
1. Inserir a RAM nas redes europeias e mundiais de I&D através de incentivos dirigidos à fixação de investigadores e de empresas geradoras de inovação para a Competitividade e o Emprego;
2. Promover a utilização de energias renováveis e a eficiência energética;
3. Alargar da base económica regional com novas atividades exportadoras de bens e serviços de elevado valor acrescentado;
4. Promover a integração de níveis mais elevados de I&D e Inovação no Cluster do Turismo e Lazer, aumentando a sua ligação à economia da Região (sectores tradicionais, cultura e património natural);
5. Promover a inclusão social pela via do trabalho e da iniciativa, renovando nas políticas ativas de emprego e a dinamização da economia social e local;
6. Promover a sustentação dinâmica das atividades económicas instaladas, preparando a sua autonomização gradual dos apoios públicos;
7. Qualificar as redes e sistemas de suporte às atividades humanas, com adaptação às alterações climáticas e prevenção e minimização de riscos naturais, contribuindo para atenuar as assimetrias territoriais;
8. Consolidar o processo de qualificação do potencial humano da Região;
9. Transformar a RAM num polo de excelência na formação de recursos humanos nas áreas chave de especialização regional com relevo para a Hospitality.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização
do mundo
Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
PDES
I&D, Inovação e Energia (Objetivo Estratégico 1 e 2)
Competitividade e Internacionalização (Objetivo
Estratégico 3 e 4)
Coesão Social (Objetivo Estratégico 5 e 6)
Sustentabilidade Ambiental e Coesão Territorial
(Objetivo Estratégico 7)
Formação de competências (Objetivo Estratégico 8 e 9)
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano de Politica Energética da Região Autónoma da Madeira – PPERAM
O PPERAM é um instrumento de política energética, adaptado às novas oportunidades e condicionantes induzidas pelo desenvolvimento regional, pelas tendências do sector energético e pelas preocupações de ordem ambiental. Os objetivos definidos pelo PPERAM cruzam-se com os propósitos relevantes em torno da valorização dos recursos energéticos regionais e da implementação de ações de eficiência e racionalidade energética, tomando em linha de conta características particulares de um sistema insular isolado.
Objetivos Estratégicos
1. Garantia do aprovisionamento, visando solucionar a excessiva dependência do petróleo, e
subsequentemente o risco de rutura do abastecimento;
2. Aumentar a competitividade económica com o intuito de controlar os custos elevados
associados ao aprovisionamento de energia primária e à produção de energia elétrica;
3. Proteção do ambiente de eventuais poluições ao nível do ar, água e solo, assim como, poluição
sonora proveniente das centrais elétricas, e minimizar o impacte visual das instalações de
armazenamento de combustíveis, dos parques eólicos e das linhas aéreas de transporte de
energia elétrica na paisagem.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização
do mundo
Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
PPERAM
Garantia do aprovisionamento, visando solucionar a
excessiva dependência do petróleo, e
subsequentemente o risco de rutura do abastecimento
Aumentar a competitividade económica com o intuito de
controlar os custos elevados associados ao
aprovisionamento de energia primária e à produção de
energia elétrica
Proteção do ambiente de eventuais poluições ao nível
do ar, água e solo, assim como, poluição sonora
proveniente das centrais elétricas, e minimizar o
impacte visual das instalações de armazenamento de
combustíveis, dos parques eólicos e das linhas aéreas
de transporte de energia elétrica na paisagem
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central – POGMMC
O POGMMC tem natureza de regulamento administrativo e com ele se devem conformar os planos municipais e intermunicipais de ordenamento do território, bem como os projetos ou programas, de iniciativa publica ou privada, a realizar em áreas de intervenção abrangente em grande parte dos municípios da ilha da Madeira.
O POGMMC estabelece regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais e as ações e atividades a promover na sua área de intervenção, com vista a garantir a conservação da natureza e da biodiversidade, bem como a manutenção e valorização das características das paisagens naturais.
Objetivos Estratégicos
1. Manter os ecossistemas existentes em equilíbrio e em bom estado de conservação;
2. Conservar e proteger espécies raras e ameaçadas;
3. Recuperar o coberto vegetal;
4. Proteger a biodiversidade e a paisagem;
5. Conservar os valores fundamentais como o solo e a água;
6. Promover a partilha de conhecimentos e o intercâmbio técnico através do desenvolvimento de
projetos científicos;
7. Diminuir o risco e perigo de incêndios;
8. Aumentar o investimento em produção de energias renováveis e captação de água;
9. Controlar a introdução e proliferação de espécies invasoras;
10. Controlar as pressões humanas decorrentes da atividade humana;
11. Fomentar adequada articulação da atividade económica com defesa e valorização do
Património natural;
12. Acompanhar e avaliar a concretização das medidas de gestão propostas.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
POGMMC
Manter os ecossistemas existentes em equilíbrio e em bom estado de conservação;
Conservar e proteger espécies raras e ameaçadas;
Recuperar o coberto vegetal;
Proteger a biodiversidade e a paisagem;
Conservar os valores fundamentais como o solo e a água;
Promover a partilha de conhecimentos e o intercâmbio técnico através do desenvolvimento de projetos
científicos;
Diminuir o risco e perigo de incêndios;
Aumentar o investimento em produção de energias renováveis e captação de água;
Controlar a introdução e proliferação de espécies invasoras
Controlar as pressões humanas decorrentes da atividade humana
Fomentar adequada articulação da atividade económica com defesa e valorização do Património natural
Acompanhar e avaliar a concretização das medidas de gestão propostas.
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano Estratégico de Resíduos da Região Autónoma da Madeira – PERRAM
O PERRAM surgiu no âmbito da Diretiva Quadro dos Resíduos (75/442/CEE, de 15 de Julho de 19875) que, para além de pretender constituir um instrumento estratégico de gestão sustentável de resíduos aplicado à Região Autónoma da Madeira, vem adicionar-se ao quadro institucional iniciado com a apresentação do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos relativo ao Território do Continente.
Objetivos Estratégicos
1. Prevenir a produção de resíduos, atuando quer junto dos produtores, responsáveis pela
comercialização dos produtores, quer junto das populações;
2. Reduzir a quantidade de resíduos a confinar, recuperando, reutilizando e/ou reciclando as
componentes suscetíveis de valorização;
3. Promover a sensibilização das populações e educação ambiental, procurando ampliar
progressivamente a base social de apoio do sistema de gestão de resíduos;
4. Promover a aplicação programada do princípio da responsabilidade partilhada;
5. Privilegiar soluções de tratamento, eficazes e eficientes, tecnologicamente testadas, e
financeiramente sustentáveis, que, direta ou indiretamente, não potenciem impactes ambientais
significativos e que permitam a valorização dos resíduos, quer pela obtenção de um subproduto,
quer pela produção de energia;
6. Criar condições institucionais que assegurem a viabilidade socioeconómica do sistema de
gestão de resíduos.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
PERRAM
Prevenir a produção de resíduos, atuando quer junto dos produtores, responsáveis pela comercialização dos
produtores, quer junto das populações;
Reduzir a quantidade de resíduos a confinar, recuperando, reutilizando e/ou reciclando as
componentes suscetíveis de valorização;
Promover a sensibilização das populações e educação ambiental, procurando ampliar progressivamente a
base social de apoio do sistema de gestão de resíduos;
Promover a aplicação programada do princípio da responsabilidade partilhada;
Privilegiar soluções de tratamento, eficazes e eficientes, tecnologicamente testadas, e financeiramente sustentáveis, que, direta ou indiretamente, não
potenciem impactes ambientais significativos e que permitam a valorização dos resíduos, quer pela
obtenção de um subproduto, quer pela produção de energia;
Criar condições institucionais que assegurem a
viabilidade socioeconómica do sistema de gestão de
resíduos.
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira – POGLM
O POGLM tem natureza de regulamento administrativo e com ele se devem conformar os planos municipais e intermunicipais de ordenamento do território, bem como os projetos ou programas, de iniciativa publica ou privada, a realizar em áreas de intervenção abrangente em parte dos municípios de Porto Moniz, Calheta, Ponta do Sol, Ribeira Brava, São Vicente, Santana, Machico e Câmara de Lobos.
O POGLM estabelece regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais e as ações e atividades a promover na sua área de intervenção, com vista a garantir a conservação da natureza e da biodiversidade, bem como a manutenção e valorização das características das paisagens naturais.
Objetivos Estratégicos
1. Fomentar o turismo de natureza e as atividades de recreio e lazer;
2. Regulamentar as atividades de fruição;
3. Melhorar o nível de conhecimento do local através do incremento de atividades de divulgação e
sensibilização ambiental;
4. Melhorar as condições de receção e informação dos visitantes;
5. Controlar a capacidade de carga do meio.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
POGLM
Fomentar o turismo de natureza e as atividades de recreio e lazer;
Regulamentar as atividades de fruição;
Melhorar o nível de conhecimento do local através do incremento de atividades de divulgação e sensibilização
ambiental;
Melhorar as condições de receção e informação dos visitantes;
Controlar a capacidade de carga do meio.
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Programa Operacional da Região Autónoma da Madeira 2014-2020 (Programa Madeira 14-20)
O PRAM é um instrumento de planeamento que visa proteger os recursos hídricos regionais, no contexto geral de desenvolvimento sustentável, qualidade de vida dos habitantes, satisfação das necessidades relativas às atividades económicas e proteção do meio ambiente da Região Autónoma da Madeira (RAM).
O PRAM concretiza a participação da RAM no processo de planeamento dos recursos hídricos, conformando-se com os princípios estratégicos e programáticos do Plano Nacional da Água (PNA), sem colocar em causa as especificidades e idiossincrasias regionais.
Objetivos Estratégicos10
1. Reforçar a Investigação, o Desenvolvimento Tecnológico e a Inovação;
2. Reforçar a Competitividade das Empresas;
3. Compensar Sobrecustos da Ultraperificidade;
4. Investir em Competências, Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida;
5. Apoiar a Transição para uma Economia de Baixo Teor de Carbono em todos os Setores;
6. Proteger o Ambiente e Promover a Eficiência de Recursos;
7. Promover Transportes Sustentáveis e Eliminar Estrangulamentos nas Redes de Infraestruturas;
8. Promover a Inclusão Social e Combater a Pobreza;
9. Promover o Emprego e Apoiar a Mobilidade Laboral;
10. Reforçar a Capacidade Institucional e a Eficiência da Administração Publica;
11. Melhorar o Acesso às Tecnologias de Informação e da Comunicação, bem como a sua
Utilização e Qualidade.
10 Os objetivos estratégicos elencados correspondem aos eixos prioritários do Programa Madeira 14-20.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
Programa Madeira 14-20
Competitividade e Inovação (Objetivo Estratégico 1 e 2)
Desenvolvimento Sustentável (Objetivo Estratégico 5, 6 e 7)
Formação do Potencial Humano (Objetivo Estratégico 4 e 9)
Coesão Social (Objetivo Estratégico 8)
Capacidade Institucional(Objetivo Estratégico 10 e 11)
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano de Ação para a Energia Sustentável
O Plano de Política Energética da Região Autónoma da Madeira constitui, até à presente data, o
instrumento de planeamento que tem orientado a estratégia adotada de valorização dos recursos
endógenos e de promoção da eficiência energética. Como visão para o futuro, a política energética está
orientada para garantir a segurança do aprovisionamento de energia, assegurar a sustentabilidade
económica e ambiental do sector e a qualidade dos serviços energéticos, e contribuir para a criação de
emprego e valor acrescentado regional e para a competitividade da economia regional.
Objetivos Estratégicos
1. Melhorar a eficiência na conversão e utilização da energia;
2. Aumentar a contribuição dos recursos energéticos renováveis;
3. Diversificar as fontes de energia;
4. Aumentar a capacidade das infraestruturas de armazenamento de energia;
5. Promover produtos e serviços energéticos que favoreçam o desenvolvimento económico, o
valor acrescentado regional e o emprego qualificado;
6. Promover formas de energia com menor teor de carbono.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
Plano de Ação para a Energia
Sustentável
Melhorar a eficiência na conversão e utilização da energia
Aumentar a contribuição dos recursos energéticos renováveis
Diversificar as fontes de energia.
Aumentar a capacidade das infraestruturas de armazenamento de energia
Promover produtos e serviços energéticos que
favoreçam o desenvolvimento económico, o valor
acrescentado regional e o emprego qualificado.
Promover formas de energia com menor teor de
carbono
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira (PGRH10)
Os objetivos ambientais estabelecidos na Diretiva Quadro da Água/Lei da Água, devem ser atingidos
através da execução de programas de medidas especificados em Planos de Gestão de Região
Hidrográfica (PGRH). O planeamento das águas é concretizado através da elaboração e aprovação de
instrumentos de planeamento cujo alcance das medidas propostas varia de acordo com a abrangência
do seu âmbito, visando fundamentar e orientar a proteção e a gestão das águas em Portugal, bem como
a compatibilização das utilizações deste recurso com as suas disponibilidades.
Objetivos Estratégicos
1. Adequar a Administração Pública na gestão da água;
2. Atingir e manter o Bom Estado/Potencial das massas de água;
3. Assegurar as disponibilidades de água para as utilizações atuais e futuras;
4. Assegurar o conhecimento atualizado dos recursos hídricos;
5. Promover uma gestão eficaz e eficiente dos riscos associados à água;
6. Promover a sustentabilidade económica da gestão da água;
7. Sensibilizar a sociedade portuguesa para uma participação ativa na política da água;
8. Assegurar a compatibilização da política da água com as políticas setoriais.
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PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento local
do estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem obedecer
a ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização do
património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
PGRH10
Adequar a Administração Pública na gestão da água
Atingir e manter o Bom Estado/Potencial das massas de água
Assegurar as disponibilidades de água para as utilizações atuais e futuras
Assegurar o conhecimento atualizado dos recursos hídricos
Promover uma gestão eficaz e eficiente dos riscos
associados à água
Promover a sustentabilidade económica da gestão da água
Sensibilizar a sociedade portuguesa para uma participação
ativa na política da água
Assegurar a compatibilização da política da água com as
políticas setoriais
LIGAÇÃO FRACA LIGAÇÃO MÉDIA LIGAÇÃO FORTE
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Plano de Gestão dos Riscos de Inundações da Região Autónoma da Madeira – PGRI – RAM
O Plano de Gestão de Riscos de Inundação da Região Autónoma da Madeira (PGRIRAM) centra-se na redução das potenciais consequências prejudiciais das inundações para a saúde humana, o ambiente, o património cultural, as infraestruturas e as atividades económicas, nas zonas identificadas com riscos potenciais significativos.
Objetivos Estratégicos
1. Aumentar a perceção do risco de inundação e das estratégias de atuação na população e nos
agentes sociais e económicos;
2. Melhorar o conhecimento e a capacidade de previsão para adequar a gestão do risco de
inundação;
3. Melhorar o ordenamento do território e a gestão da exposição nas áreas inundáveis;
4. Melhorar a resiliência e diminuir a vulnerabilidade dos elementos situados nas zonas de
possível inundação;
5. Contribuir para a melhoria ou a manutenção do bom estado das massas de água.
PDM de São Vicente
I. Adequação ao
quadro de
desenvolvimento
local do
estabelecido nos
IGT de âmbito
nacional e regional.
II. Definição das
principais regras a
que devem
obedecer a
ocupação, uso e
transformação do
solo.
III. Valorização do
mundo Rural.
IV. Proteção e
aproveitamento
racional dos
valores e
recursos
naturais.
V. Valorização
do património e
qualificação
urbana
VI. Promoção da
identidade e da
coesão territorial.
PGI-RAM
Aumentar a perceção do risco de inundação e das estratégias de atuação na população e nos agentes
sociais e económicos
Melhorar o conhecimento e a capacidade de previsão para adequar a gestão do risco de inundação
Melhorar o ordenamento do território e a gestão da exposição nas áreas inundáveis;
Melhorar a resiliência e diminuir a vulnerabilidade dos elementos situados nas zonas de possível inundação;
Contribuir para a melhoria ou a manutenção do bom
estado das massas de água
2
ANEXO II – PARECERES DAS ERAE
ANEXO II
Pareceres das Entidades com
Responsabilidades Ambientais
Específicas (ERAE)
3
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ANEXO III – RESPOSTA ÀS
RECOMENDAÇÕES EFECTUADAS
PELAS ERAE
ANEXO III
1. Respostas às Recomendações
Efetuadas pelas ERAE relativamente
ao RFC (e fase de efeitos
significativos)
Avaliação Ambiental Estratégica Revisão do PDM de São Vicente
Relatório Ambiental
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ERAE Recomendações Incorporação Justificação S
RA
- Reformulação/atualização dos Planos/Programas que vigoram atualmente no RA e dos capítulos a que dizem respeito;
- Atualização da legislação á data de entrega do RA;
- Correção das referências aos concelhos de Santana e Ponta do Sol e substituição para São Vicente;
- Atualização da informação relativa à IGA e Valor Ambiente como responsáveis pelo sistema de abastecimento de água
e pela recolha de resíduos e substituição para a ARM - Águas e Resíduos da Madeira S.A.
Acatado
- Atualização da informação relativa às ligações da rede viária;
- Atualização da legislação referida na página 49 do RA;
- Atualização da legislação referida na página 64 do RA;
Acatado
DR
E
No Relatório de Fatores Críticos. Avaliação Ambiental Estratégica Página da 27 (última linha) reformular o texto para:’’
Encontra-se ainda por construir um troço de Via Expresso que ligará Boaventura a Santana e daí a Machico. (…) Não Atacado
Uma vez que a Proposta de Revisão do PDM se encontra
em fase final de elaboração, a aguardar aprovação, e o
Relatório de Fatores Críticos ter sido uma etapa da
Avaliação Ambiental Estratégica datada de (mm) estas
recomendações foram acatadas no Relatório Ambiental.
- Consideração do Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica da Região Autónoma da Madeira no sub-capítulo 8.2.1.; Parcialmente Acatado
O Conteúdo Estratégico do Plano de Gestão de Bacia
Hidrográfica da Região Autónoma da Madeira foi utilizado
ao nível da atualização do Quadro de Referência
Estratégico da presente Avaliação Ambiental Estratégica.
AR
M
- Atualização da informação relativa à cobertura da recolha de RSU;
- Constar na análise SWOT como oportunidade a ‘’redução de perdas na rede de distribuição de água’’;
- Correção da referência ao INAG como entidade com responsabilidade de Implementação do Plano para ARM- Água
de Resíduos da Madeira.
Acatado
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ERAE Recomendações Incorporação Justificação IF
CN
- Retirar a espécie Freira da Madeira (Pterodroma madeira),uma vez que não está referenciada para o Concelho;
- Na referência aos mamíferos marinhos referenciar a foca monge do Mediterrâneo ou lobo-marinho (Monachus
monachus);
- Atualização da figura 24 uma vez que o limite de Concelho não se encontra de acordo com a delimitação da atual
CAOP de 2017;
- Substituição de "sitio oficial do Parque Natural da Madeira," por ‘’sítio internet do ifcn.madeira. gov.Pt’’;
- Acrescentar "... propagação das espécies arbóreas exóticas com caráter invasor" na página 124;
- Retificação da página 125 de "não havendo ate à data de conclusão do relatório um Plano Regional de Ordenamento
Florestal legalmente aprovado (aprovado em agosto de 2015)."
- Substituição de "Direção Regional das Florestas e Conservação da Natureza" por Instituto das Florestas e
Conservação da Natureza"';
- Correção de gralhas no texto.
Acatado
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ANEXO IV – ALTERAÇÕES NOS
INDICADORES PROPOSTOS
ANEXO IV
Alterações nos Indicadores Propostos
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Fator Critico para a Decisão (FCD) Tipo de alteração Alteração efetuada Justificação
Ordenamento do Território Alteração de designação do indicador Alterar a designação do indicador “Tipo e estado de conservação da rede viária”
para “Hierarquia da rede viária concelhia” Considerou-se alterar a designação deste indicador porque não se encontra disponível informação relativa ao estado de conservação da rede viária.
Qualidade Ambiental
Indicador Eliminado “Eficiência do tratamento realizado” A eliminação resulta da constatação da impossibilidade de estimar este indicador proposto
Critério Eliminado “Qualidade do ar” A eliminação resulta da constatação da impossibilidade de estimar este critério proposto
Indicador Eliminado “Evolução das emissões de poluentes” A eliminação resulta da constatação da impossibilidade de estimar este indicador proposto
ANEXO V – Orientações de Gestão
Susceptíveis de Transposição para o PDM
ANEXO V
Orientações de Gestão do Plano
Sectorial da Rede Natura 2000
Suscetíveis de Transposição para o
PDM
Quando a informação sobre a presença e distribuição de habitats protegidos estiver
disponível, deverão ser elencadas as medidas de gestão destes habitats susceptíveis de
ser transpostas para o regulamento do PDM.
ANEXO VI – ACÇÕES, ACTIVIDADES
OU PROJECTOS NAS ÁREAS
INTEGRANTES DO SISTEMA
NACIONAL DE ÁREAS
CLASSIFICADAS SUJEITOS A
PARECER DO ICNF
ANEXO VI
Ações, atividades ou projetos nas áreas integrantes do
Sistema Nacional de Áreas Classificadas sujeitos a
parecer da Secretaria Regional do Ambiente e dos
Recursos Naturais
Ações, atividades ou projetos a desenvolver nas áreas integrantes do Maciço
Montanhoso Central e Laurissilva da Madeira, sujeitas a parecer prévio da Secretaria
Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais (Resoluções do Conselho do Governo
Regional n.os 874/2009, de 23 de julho e 1411/2009, de 19 de novembro e na Declaração
de Retificação n.º 13/2009, de 27 de novembro e 1412/2009, de 19 de novembro)
a) Alterações à morfologia do solo ou do coberto vegetal, com exceção das ações decorrentes
da normal gestão florestal;
b) A instalação de quaisquer infra-estruturas turísticas, desportivas ou de lazer;
c) Atividades de aquicultura ou estabelecimentos conexos;
d) Alteração da rede de drenagem natural das águas, abertura de poços, furos e instalação de
captações de água superficiais ou subterrâneas;
e) Construção de infra-estruturas hidráulicas destinadas ao combate a fogos;
f) Intervenções de regularização da rede hidrográfica;
g) A realização de quaisquer obras de construção, reconstrução, ampliação ou demolição, com
exceção das que estão isentas de licença ou autorização nos termos da legislação em vigor;
h) A abertura de estradas, caminhos e acessos, bem como a beneficiação, ampliação ou
modificação das vias existentes, com exceção das obras de conservação periódicas e
correntes e que não impliquem a alteração da plataforma das estradas e dos caminhos
existentes, bem como dos acessos de carácter agrícola e florestal;
i) Obstrução de qualquer tipo de passagem nos caminhos públicos e de acesso às linhas e
planos de água;
j) A instalação de infra-estruturas de distribuição e transporte de energia elétrica, de
telecomunicações, de saneamento básico ou de aproveitamento energético;
l) Sobrevoo por aeronaves com motor abaixo dos 1000 pés, salvo por razões de vigilância ou
combate a incêndios e operações de salvamento;
m) Recolha de amostras geológicas ou quaisquer atos que contribuam para a degradação ou
destruição do património geológico;
n) A realização de queimadas e fogo controlado;
o) A prática de atividades turísticas e recreativas ou competições desportivas envolvendo, ou
não, veículos motorizados, assim como atividades de animação ambiental;
p) A circulação de veículos de qualquer natureza, exceto quando efetuado no exercício de
atividades agro-florestais ou em missões de manutenção, urgência e socorro, ou nas vias, às
quais se apliquem o código de estrada;
q) A investigação e atividades científicas susceptíveis de causarem efeitos negativos
sobre o ambiente;
r) Filmagens, sessões fotográficas, bem como atividades profissionais em audiovisuais para
fins comerciais ou publicitários em espaços públicos;
s) Instalação de sinalética e de painéis informativos de índole cultural, turística ou publicitária,
com exceção da sinalização específica decorrente das obrigações legais;
t) A venda ambulante;
u) O desenvolvimento da atividade cinegética;
v) A pesca desportiva em águas interiores;
x) A atividade de pastoreio;
z) A atividade de campismo ou caravanismo;
aa) A realização de exercícios militares e de proteção civil