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1 P ortugal registrou PIB de US$ 233,5 bilhões em 2009, situando-se como a 35ª economia mundial e a décima da Zona do Euro. Nesse ano, o PIB do país assinalou declínio real de 2,6% como reflexo da crise financeira mundial deflagrada em fins de 2008. Anote-se que no período a economia mundial apresentou retração de 0,6% e a zona do Euro, retrocesso de 3,2%. A população de Portugal registra contingente de 10,6 milhões de habitantes, garantindo ao país renda per capita equivalente de US$ 22 mil, cifra inferior à média da Zona do Euro (US$ 39 mil), porém, significativamente mais alta que a brasileira (US$ 8,2mil) e que a média da América Latina e Caribe (US$ 7,1 mil). O quadro econômico negativo vigente em 2009 repercutiu no desempenho do co- mércio exterior de Portugal, com quedas de 22,6% nas suas exportações e de 23,0% nas importações, interrompendo uma sequência de seis anos consecutivos de acréscimos mais expressivos em ambos os fluxos de comércio. O perfil da balança comercial de Portugal mostra uma série histórica de déficits, os quais se ampliaram moderadamente no período mais recente. Em 2008, o déficit comercial atingiu US$ 34,2 bilhões, caindo no ano seguinte para US$ 26,0 bilhões por conta do menor impulso do comércio externo do país. Portugal registrou PIB de US$ 233,5 bilhões em 2009, situando-se como a 35ª economia mundial e a décima da Zona do Euro. Nesse ano, o PIB do país assinalou declínio real de 2,6% como reflexo da crise financeira mundial deflagrada em fins de 2008. Anote-se que no período a economia mundial apresentou retração de 0,6% e a zona do Euro, retrocesso de 3,2%. A população de Portugal registra contingen- te de 10,6 milhões de habitantes, garantindo ao país renda per capita equivalente de US$ 22 mil, cifra inferior à média da Zona do Euro (US$ 39 mil), porém, signi- ficativamente mais alta que a brasileira (US$ 8,2mil) e que a média da América La- tina e Caribe (US$ 7,1 mil). O quadro econômico negativo vigente em 2009 repercutiu no desempenho do comércio exterior de Portugal, com quedas de 22,6% nas suas exportações e de 23,0% nas importações, interrompendo uma sequência de seis anos consecutivos de acréscimos mais expressivos em ambos os fluxos de comércio. O perfil da balan- ça comercial de Portugal mostra uma série histórica de déficits, os quais se amplia- ram moderadamente no período mais recente. Em 2008, o déficit comercial atingiu US$ 34,2 bilhões, caindo no ano seguinte para US$ 26,0 bilhões por conta do menor impulso do comércio externo do país. Portugal registrou PIB de US$ 233,5 bilhões em 2009, situando-se como a 35ª eco- Novos negócios Tradição e novas parcerias impulsionam o comércio entre Brasil e Portugal TOPO: EDUARDO TEIXEIRA, DIRETOR PREDIDENTE DA ABRAPRESS ACIMA/FOTO CAPA: PROJETO DO MUSEU DO AMANHÃ, UM DOS DESTAQUES DA MODERNIZAÇÃO DO PORTO DO RIO DE JANEIRO (PROJETO PORTO MARAVILHA)

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revista do Encontro de Negócios na Língua Portuguesa realizado no dia 16 de Outubro na cidade do Rio de Janeiro

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Page 1: Revisão VI EENLP

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Portugal registrou PIB de US$ 233,5 bilhões em 2009, situando-se como a 35ªeconomia mundial e a décima da Zona do Euro. Nesse ano, o PIB do paísassinalou declínio real de 2,6% como reflexo da crise financeira mundialdeflagrada em fins de 2008. Anote-se que no período a economia mundial

apresentou retração de 0,6% e a zona do Euro, retrocesso de 3,2%. A populaçãode Portugal registra contingente de 10,6 milhões de habitantes, garantindo ao paísrenda per capita equivalente de US$ 22 mil, cifra inferior à média da Zona do Euro(US$ 39 mil), porém, significativamente mais alta que a brasileira (US$ 8,2mil) eque a média da América Latina e Caribe (US$ 7,1 mil).

O quadro econômico negativo vigente em 2009 repercutiu no desempenho do co-mércio exterior de Portugal, com quedas de 22,6% nas suas exportaçõese de 23,0% nas importações, interrompendo uma sequência de seisanos consecutivos de acréscimos mais expressivos em ambos os fluxosde comércio. O perfil da balança comercial de Portugal mostra umasérie histórica de déficits, os quais se ampliaram moderadamente noperíodo mais recente. Em 2008, o déficit comercial atingiu US$ 34,2bilhões, caindo no ano seguinte para US$ 26,0 bilhões por conta domenor impulso do comércio externo do país.

Portugal registrou PIB de US$ 233,5 bilhões em 2009, situando-secomo a 35ª economia mundial e a décima da Zona do Euro. Nesseano, o PIB do país assinalou declínio real de 2,6% como reflexo dacrise financeira mundial deflagrada em fins de 2008. Anote-se que noperíodo a economia mundial apresentou retração de 0,6% e a zona doEuro, retrocesso de 3,2%. A população de Portugal registra contingen-

te de 10,6 milhões de habitantes, garantindo ao país renda per capita equivalentede US$ 22 mil, cifra inferior à média da Zona do Euro (US$ 39 mil), porém, signi-ficativamente mais alta que a brasileira (US$ 8,2mil) e que a média da América La-tina e Caribe (US$ 7,1 mil).

O quadro econômico negativo vigente em 2009 repercutiu no desempenho docomércio exterior de Portugal, com quedas de 22,6% nas suas exportações e de23,0% nas importações, interrompendo uma sequência de seis anos consecutivosde acréscimos mais expressivos em ambos os fluxos de comércio. O perfil da balan-ça comercial de Portugal mostra uma série histórica de déficits, os quais se amplia-ram moderadamente no período mais recente.

Em 2008, o déficit comercial atingiu US$ 34,2 bilhões, caindo no ano seguintepara US$ 26,0 bilhões por conta do menor impulso do comércio externo do país.

Portugal registrou PIB de US$ 233,5 bilhões em 2009, situando-se como a 35ª eco-

Novos negóciosTradição e novas parcerias impulsionam o comércio entre Brasil e Portugal

TOPO: EDUARDO TEIXEIRA,

DIRETOR PREDIDENTE DA

ABRAPRESS

ACIMA/FOTO CAPA: PROJETO

DO MUSEU DO AMANHÃ,

UM DOS DESTAQUES DA

MODERNIZAÇÃO DO PORTO

DO RIO DE JANEIRO (PROJETO

PORTO MARAVILHA)

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REALIZAÇÃOABRAPRESS – AGÊNCIA BRASILEIRA DE IMPRENSA

PRODUÇÃO EDITORIALABRAPRESS – AGÊNCIA BRASILEIRA DE IMPRENSA

EDITOR-CHEFEBRUNNO BRAGA ([email protected])

EQUIPE DE JORNALISMOJANAINA TOSCAN (ENTREVISTAS)

KIZZY BORTOLO (ATA DA REUNIÃO DE CÚPULA)

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOESTOPIM COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA

WWW.ESTOPIM.COM

DESIGNER RESPONSÁVEL

MARIA EUGÊNIA DUQUE ESTRADA

EDIÇÃO E TRATAMENTO DE IMAGEMESTOPIM COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA

DESIGNER RESPONSÁVEL

MARIA EUGÊNIA DUQUE ESTRADA

FOTOGRAFIACHRISTINA BOCAYUVA

REVISÃOROSANE DE SOUZA

JORNALISTA RESPONSÁVELBRUNNO BRAGA (MTB 050598/00)

É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DOS TEXTOS DESDE QUE

CITADA A FONTE.

TEL: 55 21 2570 2854

WWW.ABRAPRESS.COM.BR

[email protected]

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Sumário ENTREVISTAS ..........................................

4 “O Brasil é hoje o sétimo maior investidor estrangeiro em Portugal”

6 Negócios em sintonia

8 O Rio de Janeiro em seu momento único

SESSÃO DE ABERTURA ............................

10 Presenças de destaque

14 Oportunidade à vista

PANEL 1 ...................................................

16 Estratégia comercial em pauta

26 Mais informação para maiscomércio

PAINLE 2 .................................................

30 Comércio e desenvolvimento

REUNIÃO DE CÚPULA ..............................

41 Campo aberto para novosnegócios

RELAÇÕES COMERCIAIS ..........................

44 Um acordo ambicioso

47 Mercosul-UE: uma relação promissora

ENERGIA ..................................................

48 Tecnologia de ponta

50 Investindo no Brasil

52 Apostando em Portugal

53 Rumo à internacionalização

RELAÇÕES INTERNACIONAIS ...................

54 Por um Rio de Janeiro mais globalizado

FINANÇAS ...............................................

56 “O Brasil é uma prioridadepara o banco Caixa Geral de Depósitos”

INFRAESTRUTURA ...................................

58 Eficiência portuária

60 O lema é modernizar

OP0RTUNIDADES .....................................

62 Prefeitura do Rio cria Agência de Negócios

INVESTIMENTOS ......................................

64 Aviação brasileira além-mar

65 Centenário de conquistas

CONFRATERNIZAÇÃO ...............................

66 Descontração e bons negócios

REPERCUSSÃO ........................................

68 0 6º ENBP na mídia

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Presidente do Conselho das Câma-ras Portuguesas de Comércio no Brasil desde 2008, Rômulo Ale-

xandre Soares comemora os resultados recentes dos investimentos de empre-sas brasileiras em Portugal, sobretudo o aporte de 148 milhões de euros para a construção de duas fábricas no país. No entanto, os desafios atuais con-sistem no aumento do comércio luso-brasileiro, ainda, segundo ele, pequeno frente Às reais potencialidades. Soares falou sobre esse e outros assuntos re-ferentes às relações bilaterais Brasil-Portugal. Acompanhe, a seguir, os prin-cipais trechos da entrevista

“O Brasil é hoje o sétimo maior investidor estrangeiro em Portugal” Rômulo Soares destaca o fluxo de investimentos entre Brasil e Portugal

Qual é a função do Conselho das Câmaras?RÔMULO SOARES - O Conselho dá total apoio às 11 câmaras instaladas no Brasil para que elas possam desempenhar de forma adequada o seu papel. E as câmaras, nes-se aspecto, têm feito muito para que haja incremento nas relações entre Brasil e Portugal. Temos aí o exemplo da Câma-ra de Comércio e Indústria Brasil-Portu-gal, que comemora, em 2011, 100 anos, obtendo bons resultados, apesar das di-ficuldades. Da mesma forma, as câmaras portuguesas no nordeste brasileiro têm, também, tido um excelente trabalho.

Como o senhor avalia o ano de 2011 nas re-lações entre os nossos países?RÔMULO SOARES - Nos primeiros seis me-ses de 2011, as trocas comerciais do Bra-

sil com Portugal tiveram crescimento de50% em relação ao mesmo período de2010, registrando volume de US$ 1,32bilhão. Quanto a investimentos, temosboas notícias. O Brasil é hoje o sétimomaior investidor estrangeiro em Portu-gal. Isso demonstra que diversas empre-sas brasileiras, em diversos setores, es-tão acreditando em Portugal como umaplataforma de inserção na União Euro-péia. Esse é um dado importante, poistorna mais igual o fluxo de investimen-tos entre os países,uma vez que, histori-camente, sempre houve mais presençade empresas portuguesas no Brasil doque no sentido inverso.

E como está o nível de investimentos portu-gueses no Brasil?

ROMULO SOARES, DO CCPCB, EM CONVERSA COM O GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO SÉRGIO CABRAL

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“A realização do 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal: o ambiente de negócios luso-brasileiros no espaço intercomuni-tário da União Europeia e Mercosul pela ABRAPRESS no próxi-mo dia 16 de setembro, no Hotel J. W. Marriot, no Rio de Janei-ro, vem destacar o crescente intercâmbio comercial entre os países membros de ambos os blocos, mas também reforçar a necessidade de aprofundamento da relação econômica entre os blocos. Para além da firmada relação entre Brasil e Portugal, este en-contro visa dialogar as possibilidades de negócios a partir de uma perspectiva global de cooperação internacional e troca de experiências e atuação em diversos mercados. Sede da Copa do Mundo 2014, o Rio de Janeiro recebe novo fluxo de investidores em infraestrutura, transporte, seguran-ça, hotelaria, dentre outros, facilitando a cooperação empre-sarial e o desenvolvimento de novas parcerias. Este encontro ao reunir chefes de Estado, governadores, pre-feitos, embaixadores, cônsules, líderes políticos e empresa-riais, promete delinear novos diálogos e perspectivas para a diplomacia comercial luso-brasileira e sua interação com a Comunidade Europeia e o Mercosul. É com grande ânimo que apoiamos este Encontro de Negócios Brasil-Portugal, fazendo votos para o sucesso dos trabalhos e debates a se realizar.”

RÔMULO ALEXANDRE SOARESPRESIDENTE DO CONSELHO DAS CÂMARAS

PORTUGUESAS DE COMÉRCIO NO BRASIL

RÔMULO SOARES - No sentido inverso, Por-tugal continua a investir muito no se-tor de turismo, com grandes empresas como a Villa Galé e Pestana apostando não somente no turismo de lazer, como, também, no turismo de negócios. . Em energia, há,hoje, investimento signifi-cativo por parte da Energias do Brasil, subsidiária da EDP (Energias de Portu-gal), assim como no setor de telecomu-nicações, com forte presença da Portu-gal Telecom no país. Ou seja, o fluxo de investimentos nos dois sentidos vai muito bem.

Qual é o papel do Conselho das Câmaras nesse processo?RÔMULO SOARES - Em termos de projetos, conseguimos consolidar o que nós já havíamos desenvolvendo nos dois últi-mos anos, no sentido de divulgar o es-paço da língua portuguesa como meio adequado para os sócios das câmaras e em 2010 acabamos focando no acordo entre União Européia e Mercosul que é um outro importante instrumento que poderá facilitar as trocas comerciais en-tre os dois países e a gente espera que Portugal possa ser plataforma competi-tiva e adequada, pela questão da língua e pela questão da proximidade, entre os dois blocos regionais. Encomendamos, ainda, um estudo junto à Funcex para identificarmos o que Portugal e Brasil produzem e vendem no exterior e o que cada um compra do outro. Portugal tem competitividade internacional,mas o Brasil importa pouco os produtos portu-gueses, comprando similares de outros países. Precisamos,então, incentivar mais conhecimento para que consiga-mos alcançar o objetivo de fazer o nosso comércio crescer.

DEPOIMENTO

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Negócios em sintoniaGovernos do Rio e de Portugal acertam parceria durante o 6º ENBP

Ogovernador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi presença de destaque no 6º Encontro de Ne-

gócios Brasil-Portugal. Antes da aber-tura oficial do evento, o governador teve uma reunião a portas fechadas com o ministro-adjunto de Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas, e com o ministro da Economia e do Emprego de Portugal, Álvaro San-tos Pereira. O assunto principal trata-do entre as autoridades presentes foi o possível investimento de uma em-presa portuguesa na recuperação do

sistema de bondes do bairro de San-ta Teresa, um dos principais cartõespostais da cidade do Rio de Janeiro.

O apoio tecnológico no resgate destepatrimônio histórico carioca é apenasuma das múltiplas possibilidades denegócios que se abrem, atualmente,entre Brasil e Portugal. Após o encon-tro, o governador destacou a impor-tância do evento para estreitar os la-ços entre os parceiros comerciais dosdois países. Acompanhe, a seguir, aentrevista concedida à Revista MissãoEmpresarial.

“Aproveitei esse encontro para falarmos

de negócios entre Brasil e

Portugal e dos nossos laços de

amizade”

O GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL, O PREFEITO DO RIO, EDUARDO PAES, O VICE-GOVERNADOR, LUIS FERNANDO PEZÃO E AUTORIDADES PORTUGUESAS TRATAM DA IMPORTAÇÃO DE BONDES

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Como o senhor avaliou a reali-zação do 6º ENBP?SÉRGIO CABRAL – Este foi um en-contro muito importante, quesolidifica as relações entreBrasil e Portugal. Há muito oque se aprofundar nessa rela-ção de séculos. É tanta forçacultural, econômica e social.Hoje em dia, as maiores em-presas portuguesas investemno Brasil, e, particularmente,no Rio de Janeiro. Por outrolado,cada vez mais as empre-sas brasileiras também inves-tem em Portugal. Então, achoque encontros do tipo sem-pre são bons, pois podemosfalar de negócios e promovertroca de conhecimento.

Na conversa que o senhor teve com os representantes do go-verno português, foi possível definir alguma parceria mais concreta? SÉRGIO CABRAL – Entreguei aoministro Miguel Relvas a so-licitação de apoio da empre-sa Carris de Lisboa para darao bonde de Santa Teresa otamanho, a qualidade, a mo-dernidade que ele merece ter.Eles conseguiram isso em Lis-boa. O bonde elétrico fun-

ciona muito bem e eles con-seguiram se modernizar comtradição. É uma empresa esta-tal, por isso não há nenhumproblema legal em fazer oconvênio e contar com essacooperação técnica. Então,vamos trabalhar para firmarmais esta parceria com o go-verno português. Nós temosa obrigação moral e cívica deretornar com este sistema comuma outra feição com uma ou-tra qualidade. Não só para osmoradores do bairro de San-ta Teresa, que tanto lembraos bairros portugueses, comopara todo o povo brasileiro,que ama esse singelo serviçode transporte do Rio de Janei-ro. O bonde vai voltar moder-nizado, com qualidade, comdignidade, e contando com atecnologia dos Carris de Lis-boa, dos elétricos de Lisboa,que aliás, no passado, na dé-cada de 40, já administraramos bondes Santa Teresa. Por-tanto, aproveitei esse encon-tro onde falamos de negóciosde Brasil e Portugal, dos laçosde amizade, do novo governoque vem com tanta disposiçãopara aprofundar as relações denegócios, econômicos, políti-cos e sociais entre dois paísestão irmãos, e aproveitei paraexatamente colocar essa so-licitação que o ministro levacom ele.

Como o senhor avalia as atuais relações bilaterais entre Brasil e Portugal?SÉRGIO CABRAL – Atualmen-te, temos empresas portu-guesas fortemente envolvi-das no setor financeiro, deóleo e gás, das telecomunica-ções, além dos setores tradi-cionais, onde Portugal sem-pre esteve presente. Hoje,nós temos também empre-

sas brasileiras no setor finan-ceiro português, no setor dascomunicações, das teleco-municações, no setor do en-tretenimento, no setor da in-fra-estrutura e acho que nóstemos que aprofundar muitoisso. Uma das provas dissoé o aumento da participaçãonesse processo de aproxima-ção. Hoje, a companhia aéreaoferece quase uma centenade vôos semanais. O Rio deJaneiro tem o maior númerode vôos da TAP no Brasil, ea gente fica muito orgulhosodisso. Então, a nossa obriga-

ção, neste encontro, é buscaresse aprofundamento das re-lações políticas e institucio-nais. Às vezes isso se dá atra-vés de nichos muito singelos,e que são tão caros à cultu-ra e ao patrimônio das nos-sas cidades, como é o casodos bondes de Santa Teresa.Então, empresas como Carrisde Lisboa, Galp, Oi, TAP, res-taurantes, alimentos, servi-ços contribuem para desen-volver uma profunda agendaque esse encontro certamen-te deu conta no desenrolardo seu trabalho.

“As maiores empresas

portuguesas investem

no Brasil e, particularmente,

no Rio de Janeiro”

CABRAL EM PALESTRA DURANTE A SESSÃO DE ABERTUTA

O GOVERNADOR ELOGIOU A REALIZAÇÃO DO 6º ENBP

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O Rio de Janeiro vive um momento único

Presente no 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal – “As relações eco-nômicas luso-brasileiras: oportunida-des e desafios”, o prefeito da cidade ”do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, mos-tra que está muito satisfeito com os rumos do cenário econômico carioca. Segundo ele, os números deixam cla-ro o clima de otimismo vivido pela ci-dade. “São cerca de R$ 10 bilhões de obras em andamento. Tudo isso gera um ambiente favorável para as finan-ças”, disse Paes em entrevista exclu-siva. Ele enfatizou, ainda, que o Rio está mais do que preparado para re-ceber investimentos portugueses. “O Rio de Janeiro vive um momento úni-co, com aumento em mais de cinco ve-zes na capacidade de investimento da cidade”. Confira, a seguir, toda entre-vista concedida pelo prefeito.

O ano de 2011 vem sendo bom para a eco-nomia da cidade?EDUARDO PAES – A cidade vive um mo-mento único, que tem seus reflexospositivos na sua economia. A escolhado Rio de Janeiro para sediar os JogosOlímpicos em 2016 e a Copa de 2014contribuiu muito nesse sentido. Passa-mos a ser a vitrine do mundo e estamostrabalhando duro para aproveitar posi-tivamente essa visibilidade.Criamos aAgência Rio Negócios para promover acidade e atrair investimentos nacionaise internacionais. Ao mesmo tempo, es-tamos transformando a infraestruturado Rio, com obras de mobilidade urba-na e de recuperação de áreas degradadas– como a Região do Porto. São cerca deR$ 10 bilhões de obras em andamento.Tudo isso gera um ambiente favorávelpara as finanças, principalmente dian-te de gestão eficaz das contras públicas– o que já garantiu à prefeitura do Rio ograu de investimento (investment grade)de uma das principais agências de clas-sificação de risco do mundo, um em-préstimo inédito com o Banco Mundialde US$ 1 bilhão e o reconhecimento deser uma das dez metrópoles que melhorreagiram à crise financeira mundial.

Qual foi a sua avaliação do 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal a ser realizado no Rio de Janeiro?EDUARDO PAES – A prefeitura do Rio mos-trou aos empresários portugueses que omomento é o de investir no Rio de Ja-neiro: a cidade vem superando proble-mas antigos, a qualidade de vida estámelhorando, temos mão de obra qua-lificada, as grandes empresas brasilei-ras têm suas sedes aqui, enfim, o nosso

O PREFEITO DO RIO, EDUARDO PAES, CONVERSA COM O MINISTRO DA ECONOMIA E DO EMPREGO DE PORTUGAL, ALVARO PEREIRA

“O empresário português pode

encontrar no Rio todas as

condições para manter seu

negócio”

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“O Rio de Janeiro tem toda a infraestrutura

necessária para o turismo de negócios”

governo deixou claro que o ambiente é propício para iniciarmos um relaciona-mento duradouro e bom para todos.

Esta será a segunda vez que a série – En-contro de Negócios Brasil-Portugal – será realizada no Rio de Janeiro, o que demons-tra a importância da cidade como receptora de eventos internacionais de grande porte. O Rio, além de ser destino do turismo tra-dicional, está se transformando em pólo de atração de turismo de negócios?EDUARDO PAES – O Rio de Janeiro tem toda a infraestrutura necessária para o turis-mo de negócios e esse segmento é im-portante para a economia da cidade, que tem rede hoteleira e centros de conven-ções disponíveis fora do período de gran-des eventos, como carnaval e réveillon.

O senhor já esteve em contato com o em-presariado português?EDUARDO PAES – A prefeitura do Rio, atra-vés da agência Rio Negócios, discu-te com o grupo OnGoing novos inves-timentos ligados à infraestrutura. Para o Grupo Nelson Quintas apresentamos um panorama econômico da cidade e com a Eco-Oil e Quimitécnica Ambien-te estamos discutindo a possibilidade de investimentos na área naval.

O que os empresários portugueses podem encontrar de vantagens para se instalarem e investirem no Rio?EDUARDO PAES – O empresário português pode encontrar no Rio de Janeiro todas as condições para manter seu negócio, como estabilidade econômica e política, além de mão-de-obra qualificada e cen-tros de excelência de produção de co-nhecimento. O Rio de Janeiro vive um

momento único, com aumento em maisde cinco vezes na capacidade de inves-timento da cidade e o alinhamento po-lítico entre as três esferas de governo:municipal, estadual e federal.

O senhor compartilha da opinião de que a crise nos países centrais pode oferecer boas oportunidades de negócios para os pa-íses emergentes, e, assim, beneficiar a eco-nomia da nossa cidade?EDUARDO PAES – A crise nos países cen-trais mostra que os países emergentessão um excelente mercado e o Brasiltem destaque entre eles por sua econo-mia e política estáveis e por sua posiçãode hegemonia na América do Sul.

Quais são os desafios existentes atualmente para que haja melhor desenvolvimento eco-nômico do Rio?EDUARDO PAES – O grande desafio é re-tomar a confiança dos grandes gruposeconômicos nacionais e internacionais.O Rio de Janeiro viveu momentos di-fíceis, com o crescimento da violênciaurbana, a falta de entendimento entreos entes governamentais e com as cri-ses econômicas que o país atravessou.Agora a cidade, graças ao trabalho in-cansável da prefeitura e do Governo do

Estado reduziu seus índices de violên-cia e retomou áreas da cidade que eramdominadas pelo crime organizado. Astrês esferas de governo agora trabalhamalinhadas, com muitas ações conjuntasem muitas áreas. E o Brasil retomou oseu crescimento econômico. Tudo issocontribuiu para que o Rio de Janeiro re-tomasse seu crescimento econômico esocial.

De acordo com estudo publicado, recente-mente, pela empresa de consultoria Mercer, o Rio de Janeiro está entre as 12 cidades mais caras do mundo. Até que ponto esse pode ser um fator inibidor de atração de in-vestimentos para a nossa cidade?EDUARDO PAES – Os preços de produtos eserviços seguem regras de mercado. OBrasil está com uma economia forte ea valorização do Real acaba provocan-do esse tipo de classificação. Isso é mui-to comum e não é impedimento para ocrescimento econômico e social da ci-dade. Mas se você analisar bem a lista,estamos em 12º lugar. São Paulo estáem 10º e há ainda cidades importantescomo Tóquio, Genebra, Zurique e HongKong que estão na nossa frente. Londrese Paris também estão entre as 30 cida-des mais caras do mundo.

PAES: “A CRISE NOS PAÍSES CENTRAIS MOSTRA QUE OS PAÍSES EMERGENTES SÃO UM EXCELENTE MERCADO”

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SESSÃO DE ABERTURA

Reunindo centenas de pessoas no au-ditório principal do hotel J.W. Marriot, no Rio de Janeiro, o 6º Encontro de Ne-gócios Brasil-Portugal trouxe para a solenidade de abertura do evento no-mes de peso no cenário político dos dois países. Os convidados a senta-rem à mesa foram: o ministro da Eco-nomia e do Emprego de Portugal, Ál-varo Santos Pereira; o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral; o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fe-nando Pezão; o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; o côn-sul-geral de Portugal no Rio de Janei-ro, embaixador Antônio de Almeida; o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministé-rio das Relações Exteriores, ministro

Presenças de destaqueNomes ilustres da política brasileira e portuguesa abrem o evento no Rio

“Nos últimos 20 anos, tanto Brasil como

Portugal conquistaram uma capacidade de

fazer negócios muito eficaz e com muito

mais compromisso”SÉRGIO CABRAL

Governador do Rio de Janeiro

Rubens Gama Dias Filho; o encarrega-do de Negócios da Delegação da UniãoEuropeia no Brasil, Juan Victor Mon-tfort; o presidente da Federação dasCâmaras de Comércio Exterior, PauloFernando Marcondes Ferraz; o presi-dente da Câmara Portuguesa de Co-mércio e Indústria do Rio de Janeiro,Paulo Elísio de Souza; e o presidentedo Conselho das Câmaras Portugue-sas de Comércio no Brasil, RômuloSoares, que fez o primeiro pronuncia-mento do encontro.

Recorde no comércioSoares inciou a sua palestra enfatizan-

do a importância do evento para que ofluxo de comércio luso-brasileiro cres-ça de forma sustentada. Ele lembrou da

DA ESQUERDA PARA DIREITA: PAULO E. SOUZA, JUAN VICTOR MONTFORT, ANTÔNIO DE ALMEIDA, EDUARDO PAES, RÔMULO SOARES, SÉRGIO CABRAL, ÁLVARO PEREIRA, LUIZ FERNANDO PEZÃO,

RUBENS GAMA FILHO E PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ

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iniciativa da CCPCB na orga-nização e no sucesso do V Encontro de Negócios na Lín-gua Portuguesa, realizado nacidade de Fortaleza (CE),em2009. “Em Fortaleza, eu tiveoportunidade de dizer que oConselho das Câmaras Portu-guesas de Comércio sente-setotalmente à vontade em pro-por e participar do debate emtorno do tema Acordo UniãoEuropeia-Mercosul. Mais doque estar à vontade, senti-mos o dever de fazê-lo,com afinalidade de contribuir paralegitimar Portugal como in-terlocutor privilegiado no di-álogo intercomunitário”, dis-se Soares.

Ele ressaltou que o idio-ma comum representa umagrande vantagem no contex-to do entendimento do mer-cado da UE, uma vez que in-formações sobre o acesso aesse mercado é compreendi-do sem auxílio de intérpretese outros custos de transação.Além disso, Soares disse es-tar otimista nas relações co-merciais entre Brasil e Portu-gal. Para ele, apesar da criseinternacional que insiste empermanecer, vários indica-dores permitem assegurarque Brasil e União Europeiaavançam no aprofundamentodos contatos comerciais, eco-nômicos e sociais. “Os dadosdivulgados, recentemente,pelo MDIC, mostram que astrocas comerciais deste anoentre Brasil e UE registramrecordes positivos”, disse So-ares.

No caso específico de Portu-gal, Rômulo Soares informouque as exportações e importa-ções entre este país e o Bra-sil cresceram mais de 50% emcomparação com 2010, regis-trando, assim, um recorde his-

tórico, de acordo com Soares.Apesar do resultado auspicio-so em termos percentuais eleconsiderou, entretanto, pe-queno o volume de comérciobilateral, mostrando-se aindamuito longe do seu verdadei-ro potencial. “O volume dastrocas comerciais registradasentre Brasil e Portugal não al-cançam 1% das trocas comer-

ciais do Brasil com o resto domundo. Conforme estudo rea-lizado há dois anos pelo CCP-

CB constatou-se que Portugaltem um enorme potencial nãoaproveitado de exportaçõespara o Brasil”. De acordo comesse estudo, a participaçãoportuguesa como fornecedorade produtos para o Brasil é deapenas 0,4% do total, ao mes-

mo tempo que grande partedos exportadores não portu-gueses está localizada em pa-íses que possuem tratamentotarifário semelhante ao apli-cado aos produtos portugue-ses. “As câmaras portuguesasde comércio no Brasil estãocontribuindo para alterar emelhorar essa realidade”, co-mentou.

PLATÉIA COMPARECEU EM PESO AO 6º ENBP

O PREFEITO DO RIO, EDUARDO PAES; E O GOVERNADO DO ESTADO DO RJ, SÉRGIO CABRAL, MOMENTOS ANTES DE COMEÇAR O 6º ENBP

Page 12: Revisão VI EENLP

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SESSÃO DE ABERTURA

A importância do diálogoMas, enquanto no comér-

cio bilateral verifica-se a ne-cessidade de incremento nastrocas, Soares informou queno setor de investimento ex-terno a realidade é mais ani-madora. Ele revelou que oestoque de capitais europeusno Brasil são expressivos emdiversos setores da economiae várias empresas europeiaspassaram a ter no Brasil ati-vos relevantes no últimosdez anos, tendo as mesmasempresas participando doprocesso de modernização doEstado brasileiro. “Sucedeu-se o mesmo com Portugal eo estoque de investimentosportugueses no Brasil superahoje os US$ 11 bilhões. O quenão vemos no comércio exte-rior, vemos no investimentoexterno direto. Ele contribuipara o desenvolvimento desetores econômicos em cres-cimento no Brasil, como asenergias renováveis.

Quanto às negociações so-bre o acordo Mercosul-UniãoEuropeia, o palestrante lem-brou que é preciso avaliarcom cautela o que o acordo

de livre-comércio causariaem ambas as economias, emespecial nos setores da agri-cultura, serviços e manufatu-rados. “Visto que o estágio dedesenvolvimento de ambosos blocos é diferente, inclusi-ve em âmbito intercomunitá-rio, é importante considerarque um produto brasileiroimportado por uma empresaportuguesa pode ser vendidosem dificuldade a qualqueroutro país do bloco europeu.O mesmo não ocorre no Mer-cosul. Todavia, é importanteo diálogo para a percepçãodas diferenças, a análise dasações de salvaguarda tem-porárias, compensatórias emitigadoras apropriadas àproteção dos interesses ra-zoáveis de ambos os blocos”,avaliou.

Em sua conclusão, ele afir-mou que é preciso ambos osblocos precisam estar aten-tos às necessidades de suaspopulações e comprometidocom o desenvolvimento sus-tentável de todos os paísesque integram o Mercosul e aUnião Europeia. “A promo-ção de um debate público so-

bre o acordo entre o Merco-sul e a União Europeia é umaatitude correta da sociedadecivil”, concluiu.

Rio empreendedorO prefeito da cidade do Rio

de Janeiro, Eduardo Paes, foio palestrante seguinte. Co-meçando seu discurso comênfase ao progresso e desen-volvimento econômico al-cançados pelo Rio, o prefei-to disse que tanto a cidadequanto o estado do Rio con-seguiram criar um climaamigável para o empreendi-mento. “Nestes momentosde turbulência econômica naEuropa, o Brasil surge comouma oportunidade para aeconomia europeia, da mes-ma forma que ainda perma-necem as oportunidades denegócios brasileiros no con-tinente europeu. Portugal éa nossa porta de entrada naEuropa e na África, em fun-ção da história da coloniza-ção portuguesa naquela re-gião. Portanto, não tenhodúvidas de que essas rela-ções têm que ser, cada vezmais, intensificadas”, disse,

finalizando, assim, a sua par-ticipação e passando a pala-vra para o governador do Riode Janeiro, Sérgio Cabral.

Aprofundamento nas relações

O governador teceu elogiosà organização do 6º ENBP.Em um breve relato histórico,ele lembrou que a aproxima-ção bilateral foi impulsiona-da, primeiramente, pelo pro-cesso de redemocratizaçãoportuguesa e, num segundomomento, pela redemocrati-zação brasileira. “Ambos ospaíses viveram longos perí-odos de autoritarismo queatrasaram muito os nossospaíses. Nos últimos 20 anos,tanto Brasil e Portugal con-quistaram uma capacidadede fazer negócios e de in-tercambiar de uma manei-ra muito eficaz e com muitomais compromisso. Vemos,hoje, empresas portuguesasfortemente envolvidas nosetores financeiro, de óleo egás, das telecomunicações e,sem esquecer de mencionar,os setores tradicionais, nosquais Portugal sempre estevepresente. Por outro lado, te-mos, também, empresas bra-sileiras no mercado portu-guês, com destaques no setorfinanceiro, da comunicação,do entretenimento e da infra-estrutura. Temos que apro-fundar muito mais. A nossaobrigação neste encontro ébuscar esse aprofundamentonas relações políticas e insti-tucionais e, também, buscarnichos importantes para acultura e patrimônio das nos-sas cidades. Podemos, então,desenvolver uma profundaagenda que este encontro,com certeza, dará conta”,concluiu o governador.

“Os dados divulgados, recentemente, pelo MDIC mostram que as trocas comerciais deste ano entre Brasil e UE registram recordes positivos”RÔMULO SOARESPresidente do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil

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CONFERÊNCIA MAGNA

por as potencialidades de terinvestimentos em solo portu-guês para adentrar no merca-do da UE.

Relação estratégica O ministro abriu a palestra

elogiando o alto nível das re-lações Brasil-Portugal que,na sua avaliação , passa porum processo de “redescober-ta mútua”. “Não me enganeiquando escrevi que haviauma nova estrela no mundoeconômico globalizado e queela se chamava Brasil. O tãoanunciado futuro do Brasil éhoje presente. O Brasil é umexemplo a seguir, não só pe-los extraordinários índicesde desenvolvimento econô-mico registrados na últimadécada, mas, também, pelaforma como tem sabido con-duzir e reduzir as desigual-

dades sociais. Todos nós te-mos o que aprender com queo Brasil tem construído nosúltimos anos”, considerouo representante do governoportuguês. Para ele, Portu-gal e Brasil têm uma relaçãoprivilegiada, em função dasproximidades culturais “Per-tencemos, acima de tudo,ao mundo da lusofonia. Porisso, existe um sentimentode mútuo pertencimento quedevemos aprofundar. Nósachamos que navegar é pre-ciso no mundo da lusofonia”,disse.

Ele informou aos presen-tes que os investimentos en-tre os dois países permane-cem exíguos, apesar de todoo progresso visto nos últi-mos anos. “Nos últimos 30anos, Portugal investiu 27bilhões de euros no Brasil,

sendo que em 2010 o total deinvestimento português emterras brasileiras foi de 650milhões de euros. Por outrolado, o investimento brasilei-ro em Portugal tem sido bemmais modesto. Em 30 anos, oBrasil investiu apenas 2,5 bi-lhões de euros, ou seja, dezvez menos. Mas, felizmenteessa fraca corrente de inves-timentos vivida em três dé-cadas começa a dar sinais deque está entrando numa cur-va ascendente. Nesse senti-do, é importante referir que,nos últimos dois anos, o Bra-sil investiu tanto em Portu-gal como nos últimos 30 anosque precederam”,analisou oministro.

Em âmbito comercial, oquadro atual mostra que ain-da há muita margem para au-mentar o fluxo. “Embora te-nha havido uma melhoria nasrelações comerciais entre osnossos países, Portugal e Bra-sil ainda não cumprem o po-tencial comercial e de inves-timento que existem entre asnações irmãs. Por isso existemuita massa de manobra parafomentarmos e acarinharmosa relação estratégica e históri-ca que existe entre os nossospaíses”, disse.

Oportunidade à vista

“Embora tenha havido uma melhora nas relações comerciais entre os nossos países, Brasil e Portugal ainda não cumprem o potencial comercial e de investimentos” ALVARO PEREIRAMinistro da Economia e do Emprego de Portuga

Mesmo em crise, o ministroda Economia e do Empregode Portugal comenta sobreas vantagens e oportunida-des para empresas brasilei-ras no país

As oportunidades existen-tes para as empresas brasi-leiras no continente europeusão inúmeras. Mas, ter Portu-gal como parceiro, faz-se es-sencial para dar início e me-lhor adequar-se às exigênciase modelos de negócios exis-tentes na zona do Euro. Den-tro dessa visão, o 6º ENBPconvidou o ministro da Eco-nomia e do Emprego, ÁlvaroSantos Pereira, para proferirpalestra na Conferência Mag-na do evento, cujo tema foi:“Portugal – Ponte entre a Eu-ropa e a América do Sul”. Ex-

ALVARO PEREIRA DISSE QUE O BRASIL TEM SABIDO CONDUZIR A SUA ECONOMIA

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Privatizações

de a Europa viver, atualmen-te, uma grave crise da dívidasoberana, questionamentossobre a validade de se inves-tir no mercado português ga-nham força e,por isso, torna-se urgente a necessidade dese buscar internacionaliza-ção de empresas por em Por-tugal. “Este é o momento ide-al para desenvolver parceriasde negócios e conduzir es-tratégias empresariais. As-sim como o Brasil soube sereinventar com o audaz Pla-no Real, conseguiu sobrevi-ver a crise financeira de 1998e se destaca, hoje, como umimportante player no cenáriointernacional, estou certo deque Portugal irá sobrevivera crise atual e viverá, dentroem breve, um novo ciclo deinvestimento e desenvolvi-mento”, previu.

Dentro dessa visão otimis-ta, o ministro disse que o go-verno português entende quea turbulência financeira atu-al é uma oportunidade paraque Portugal se reforme. “Asaída para a crise demanda-rá uma agenda de reformasque tornará mais saudável aeconomia portuguesa. Então,eu não tenho dúvidas de quePortugal sairá da crise maisdinâmico, mais produtivo emais competitivo”, avaliou.Santos Pereira lembrou quepara que tal seja possível, ogoverno português trabalhaem alterações profundas nalegislação do país nos âmbi-tos da atração para o inves-timento, da restruturaçãode empresas e da legislaçãotrabalhista, objetivando tor-nar Portugal cada vez maiscompetitivo e inovador. “Háquem veja na crise europeia

uma ameaça para paísescomo Portugal. Não negamosque ela exista. No entanto, aoimplementarmos um corajo-so programa de reformas e aofazermos todos os esforçospara ultrapassar a crise atu-al, acreditamos que este mo-mento difícil se tornará umagrande oportunidade paraPortugal. Tenho certeza deque conseguiremos ser bemsucedidos”, afirmou.

Segundo informou o confe-rencista, o programa de pri-vatizações será uma formade abrir Portugal ao mundo ede tornar o país mais interna-cionalizado. “Contamos como Brasil nesse processo. Aprivatização ocorrerá nos se-tores da indústria naval, ae-ronáutica, transportes, ener-gia e construção civil. Temosum claro interesse em estar-mos mais presentes aqui damesma forma que queremosque o Brasil esteja em Portu-ga”, comentou.

Porta de entrada na UEA posição cultural e geográ-

fica privilegiada de Portugaltambém foi mencionada peloministro como fator deter-minante para que empresasbrasileiras aportem investi-mento nesse país europeu.“Através da União Europeia,Portugal passou de um paísde economia pequena para setornar membro da maior eco-nomia do mundo, com maisde 500 milhões de consumi-dores. Aprofundamos radi-calmente a nossa integraçãona rede de negócios, forta-lecemos o enquadramentoempresarial e passamos a teracesso aos fundos estruturaisdo bloco, dando às empresasde Portugal maior potencialde alavancagem”, disse.

O ministro acrescentou quePortugal pode, ainda servircomo país parceiro para fazerinvestimentos no continenteafricano. “Além do mercadoeuropeu, as empresas brasi-leiras podem, também, esta-belecer parcerias estratégicasna África. Muitos empresáriosbrasileiros já compreenderamque para entender melhor omercado africano lusófonoé necessário conversar comempresários portugueses quelá estão instalados há muitotempo. É importante ressaltarque o continente africano estácrescendo economicamente.Sejamos, então, ambiciosos.Está nas nossas mãos aprovei-tar todas essas sinergias entreos nossos países irmãos, con-cluiu Santos Pereira.

“A saída para a crise demandará uma

agenda de reformas que tornará mais

saudável a economia portuguesa”

ALVARO PEREIRAMinistro da Economia e do Emprego de Portugal

PerfilEx-docente na Simon Fraser Univer-

sity, em Vancouver, no Canadá, Ál-

varo Santos Pereira assumiu o car-

go de ministro em junho de 2011.

Formado em economia pela Univer-

sidade de Coimbra, ele é colunis-

ta regular em várias publicações

e tem diversos livros editados. Sua

última obra foi “Portugal na Hora

da Verdade”, na qual Pereira iden-

tifica as causas da atual crise que

assola o país europeu.

Para enfrentar os atuais problemas

econômicos de Portugal, o ministro

defende a redução dos gastos pú-

blicos, o respeito aos fundamentos

econômicos para a diminuição do

déficit orçamentário. Esta foi a sua

primeira viagem ao Brasil como Mi-

nistro de Estado.

MINISTRO ÁLVARO PEREIRA CONCEDENDO ENTREVISTA A JORNALISTAS

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PAINEL 1

“A União Europeia é o maior investidor

no Mercosul, totalizando um

valor acumulado de € 167 bilhões”

JUAN VICTOR MONFORTMinistro Conselhiro da

Delegação da UE no Brasil

Desenvolver estratégias voltadas para a melhoria dos canais comerciais en-tre o Mercosul e a União Europeia é ta-refa a ser desempenhada com auxílio de órgãos de governos e das empre-sas. De fato, ao se buscar uma agen-da comum que possa trazer benefícios mútuos, as populações dos dois blo-cos terão muito a ganhar com o de-senvolvimento das economias. Dessa forma o tema do painel Os avanços, desafios e a agenda empresarial em torno do“Acordo União Europeia/Mer-cosul” reuniu palestrantes que expu-seram pontos pertinentes ao debate em torno do assunto.

Estratégia comercial em pautaGrandes expectativas de negócios dentro do Acordo Comercial UE-Mercosul

Oministro Conselheiro da Delega-ção da União Europeia no Brasil,Juan Victor Monfort, abriu os tra-

balhos do painel. De início, ele classifi-cou o tema da sessão de bastante atual,sobretudo num contexto de crescimentomoderado da economia mundial. “Cabeao comércio o papel de impulsiona-dor da atividade econômica”. Lembrouque esse debate já ocorre desde meadosda década de 1990 no âmbito das rela-ções entre Mercosul e União Europeia.“A origem das negociações entre UniãoEuropeia e Mercosul remonta o Acordo-Quadro de Cooperação de 1995, em quea gradual e recíproca liberalização docomércio constituía um dos objetivosa serem alcançados pelas partes. Pos-teriormente, em 1999, por ocasião da

DA ESQUERDA PARA DIREITA: ANTONIO SARAIVA (CIP), LIGIA DUTRA SILVA (APEX), JUAN VICTOR MONTFORT (UE), DEBORAH VIEITAS (CGB) E FRANCISCO MANTERO (ELO)

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realização da Primeira Cimeira União Europeia-América Latina, foi formal-mente aprovado o lançamento das nego-ciações União Europeia-Mercosul, sen-do plenamente consagrado o objetivo de um acordo comercial entre as duas regiões”, afirmou o diplomata. Desde então, segundo Montfort, ficou reco-nhecida a importância do acordo para o incremento das trocas entre entre os dois blocos. “Não obstante a paralisação das negociações, as partes sempre es-tiveram conscientes do estímulo que o acordo tem para o crescimento da União Europeia e, também, para o desenvolvi-mento econômico ainda mais rápido do Mercosul”, analisou.

Em sua avaliação, o acordo contempla três grandes capítulos: político, coope-ração e comercial. De acordo com o di-plomata, o capítulo político é ambicioso e importante. “A UE e o Mercosul com-partilham muitos valores em termos de matéria política e de relações interna-cionais. Entre estes, quero destacar o estabelecimento do Estado de Direito, o respeito aos direitos humanos, a demo-cracia, a supremacia do Direito Interna-cional e o multilateralismo nas relações internacionais. O acordo aspira institu-cionalizar o diálogo político já existen-te e reforça a nossa cooperação nos as-suntos a que já me referi”, assinalou. Já no capítulo sobre cooperação, Monfort falou que os dois blocos negociantes es-tão comprometidos em procurar esta-belecer, sob bases contratuais, o espí-rito cooperativo já existente em temas variados como meio ambiente, energia, educação. “Na atualidade, a UE desen-volve em conjunto com o Mercosul um programa de cooperação orçado em € 50 milhões, que cobre três grandes eixos: o apoio à institucionalização e à integra-ção econômica do Mercosul, com ênfa-se à integração aduaneira; a promoção de um sistema integrado de normas sa-nitárias e fitossanitárias; o programa de monitoramento macroeconômico, que permite a cooperação entre os bancos centrais do Mercosul; e o projeto para a harmonização de normas técnicas e de proteção ao meio ambiente”, detalhou.

Por fim, em sua análise, o eixo de coope-ração entre os blocos tem um forte com-ponente social e educativo,sobretudoem relação ao processo de integração doensino a distância e também do setor deaudiovisual.

Quanto ao capítulo comercial, o di-plomata enfatizou a complexidade exis-tente nas negociações sobretudo quan-to a temas considerados sensíveis paraos dois blocos. “Essa complexidade sedá tanto do lado da política agrícola eu-ropéia quanto do lado da política in-dustrial e de serviços do Mercosul. Emfunção da resistência desses setores, oprocesso de maior liberalização comer-cial tem sido revisado de forma frequen-te”, avaliou.

Monfort disse, também, que as diver-gências de prioridades também repre-sentam um grande obstáculo para o acor-do. Segundo o diplomata, em função dasua natureza abrangente e ambiciosa, oacordo deverá liberalizar a maior partedo comércio entre o Mercosul e EU combase nas regras existentes na Organiza-ção Mundial do Comércio (OMC), aindaque salvaguarde alguns itens sensíveisaos parceiros. “Temos, pela frente, umaagenda bastante extensa. Existem, toda-via, outros interesses objetivos de na-tureza complementar que contribuempara a avaliação convergente em relaçãoaos mecanismos do acordo”.

MultilateralismoNo nível das relações bilaterais Mer-

cosul-UE, o diplomata destacou, em nú-meros, a dimensão das trocas comer-ciais e do investimento entre os blocos.“A União Europeia é o maior parceiroeconômico do Mercosul, representan-do 21% do total do comércio do blocosul-americano. Já o Mercosul é o oitavomaior parceiro da União Europeia, repre-sentando 2,7% do total de comércio fei-to pela UE em 2009. Hoje, tanto o Brasilquanto (como) o Mercosul tem um volu-me de comércio com a UE que represen-ta quase o dobro das trocas comerciaiscom os Estados Unidos”, revelou.

Mencionando o ambiente para investi-mentos, o palestrante considerou os últi-mos resultados bastante expressivos. “AUE é o maior investidor no Mercosul, to-talizando um valor acumulado de € 167bilhões, fazendo com que esse total sejamaior do que os investimentos da UE naÍndia, China e Rússia somados. E o re-forço do investimento do Mercosul naUE é igualmente bem-vindo e desejado”,comentou. Acrescentou que as expecta-tivas quanto ao avanço das negociaçõesdo acordo não servirão como um desin-centivo para o multilateralismo, já que asrelações globais exercem papel crucialpara o comércio internacional e funcio-nam como motor do crescimento e de-senvolvimento econômicos.

“A UE e o Mercosul compartilham

muitos valores em termos de

matéria política e de relações

internacionais”JUAN VICTOR MONTFORT

Ministro Conselheiro da Delegação da UE no Brasil

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O crescimento e dinamização das eco-nomias resultantes do acordo terão sus-tentação gerada pelo comércio e pelo in-vestimento, traduzindo-se na criação de mais emprego e renda para a população. “Vivemos hoje um momento crucial, em que os efeitos perniciosos da cri-se financeira atual se fazem sentir nos dois lados do oceano Atlântico com in-tensidades distintas. Mas, não é a hora de baixarmos a cabeça. A construção e o sucesso da UE fizeram-se, também, pela derrubada das barreiras do comércio in-ternacional, colocando as empresas de diferentes países num espaço mútuo de integração. É tempo de lançar mão dos instrumentos que dispomos para apro-fundar a dimensão econômica que nos une e,assim, contribuir para o relança-mento das nossas economias. Não deve-mos, todavia, subestimar as dificulda-des, (das próximas etapas,) mesmo que estejamos próximos do momento de tro-ca das concessões para a liberalização comercial”.

Ele reconheceu que as negociações ainda apresentam dificuldades diver-sas, mas disse acreditar no sucesso para a conclusão do acordo. “Essa interliga-ção tem um valor estratégico para am-bas as partes e justifica, por si só, uma reforçada vontade política que leve à sua conclusão com ganhos tangíveis. Por todas essas razões, a União Euro-peia e o Mercosul continuarão a traba-lhar em conjunto para a conclusão das negociações, tendo em vista o desenvol-vimento de soluções sustentadas capa-zes de responder aos desafios que temos pela frente”, concluiu.

Defendendo a iniciativa privadaO presidente da Confederação da In-

dústria Portuguesa (CIP), Antonio Sa-raiva, foi o segundo palestrante do pai-nel. Ele apresentou a instituição como a principal representante das empresas portuguesas. “Cerca de 90 associações fazem parte da CIP, incluindo as sete câ-maras de comércio e indústria. Ela re-presenta, portanto, todos os setores da atividade econômica do país, reunindo mais de 160 mil empresas, que empre-

gam 1,2 milhão de trabalhadores e fatu-ram perto de € 100 milhões, anualmen-te”, afirmou Saraiva.

O palestrante classificou a entidade que preside como defensora da inicia-tiva privada e da economia de mercado. “As empresas privadas não são só os au-tores da economia, mas, também, o prin-cipal fator de estabilização da sociedade civil. A CIP tem o dever de apontar os caminhos para a sociedade civil buscar soluções para seus próprios problemas. O emprego da maioria dos portugueses depende de empresas da iniciativa pri-vada, e é também do esforço do trabalho e da criatividade de milhares de empre-sas nacionais que as exportações depen-dem”, afirmou. De acordo com Saraiva,

o crescimento da economia portuguesaestá atrelado à forma sustentada, em umambiente propício à atividade empresa-rial. “De outro modo, não conseguire-mos vencer”, disse.

No campo social, Saraiva destacou oprograma Fazer Acontecer, desenvolvi-do pela CIP. Trata-se de uma atividadede investimento multidisciplinar dentroda agenda de revitalização urbana. “Nascondições atuais, é uma ótima oportuni-dade para impulsionar o setor de cons-trução civil, criar (criando) emprego eviabilizar (viabilizando) negócios, atra-vés da reforma de estruturas existentesque se encontram subutilizadas. Esta-mos desenvolvendo em Portugal váriasiniciativas neste setor, com o objetivode reabilitar as cidades, requalificar oscentros urbanos e recuperar edifíciosdegradados. As nossas estimativas indi-cam que, num período de 20 anos, ire-mos criar 500 mil postos de trabalho econtribuir com € 900 milhões/ano parao PIB português”, enfatizou.

Parcerias luso-brasileirasPara o empresário, a expertise portu-

guesa no processo de revitalização deáreas urbanas para a realização de gran-des eventos pode ser aproveitada peloBrasil, que prepara a Copa do Mundo

“Os investidores internacionais

apontam a situação geográfica central de Portugal no Atlântico como fator positivo”

ANTONIO SARAIVA Presidente da Confederação

da Indústria Portuguesa (CIP)

SARAIVA CONSIDERA QUE O BRASIL É UM PARCEIRO ESTRATÉGICO NO DESENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS

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que vamos propor a assinatura de proto-colos com associações empresariais bra-sileiras, destinados a promover as siner-gias necessárias e a valorizar os recursos já disponíveis”. Quanto ao processo de internacionalização das empresas por-tuguesas, Saraiva considera que o Brasil pode ser um parceiro estratégico para o desenvolvimento das empresas por-tuguesas na economia mundial e glo-balizada. “Apesar da crise financeira internacional ter produzido impactos diversos em Portugal e no Brasil, veri-fica-se que ambos estão empenhados no processo de internacionalização da sua atividade econômica e de suas em-presas. Neste duplo contexto, a atuação conjunta permite enfrentar os desafios da atual situação da economia mundial e da nova dinâmica de globalização, na qual o nível de concorrência é bem mais intenso, fazendo com que os blocos co-merciais se movimentem e consolidem posições relativas através de estabeleci-mento de acordos bilaterais e multilate-rais”, avaliou.

O presidente da CIP reafirmou a im-portância do enfrentamento do atual en-quadramento econômico desfavorável, apostando nas vantagens competitivas da economia portuguesa para reforçar a internacionalização. “A CIP considera fundamental a definição de uma estraté-gia consolidada do país para o processo de internacionalização de suas empre-sas, que deverá conjugar Portugal en-quanto membro ativo da política externa comunitária, com esforço de participa-ção na CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e, assim, fomentar a diversificação das nossas exportações, explorando as múltiplas oportunidades de negócios que se abrem nas econo-mias emergentes. Segundo ele, em 2010, a UE representava 75% do volume total do comércio externo português. “Esta característica não se revela positiva na atual conjuntura em que os principais parceiros europeus de Portugal (Espa-nha, Alemanha, França e Reino Unido) apresentam desempenho econômico re-lativamente fraco”, afirmou.

Superar a criseSaraiva também comentou sobre o

programa de ajustamento financeiroportuguês que visa, através de execuçãode reformas estruturais e de uma fortepolítica de consolidação orçamentária,restabelecer os equilíbrios macroeco-nômico e, por conseguinte, recuperaro crescimento da economia portugue-sa. “Estamos convictos de que a Euro-pa irá conseguir vencer as dificulda-des, encontrando soluções inovadorasque assegurem as condições favoráveisao investimento. Em termos empresa-riais, a escassez do financiamento temsido a consequência mais negativa parao fraco nível de crescimento doméstico.Muitas empresas enfrentam esses desa-fios através de uma clara aposta em suainternacionalização”.

O empresário português lembrou queos investidores internacionais frequen-temente apontam a situação geográficacentral de Portugal na região atlânticacomo fator positivo, já que o país conse-gue ficar próximo do Mercosul, dos Es-tados Unidos, do México e da África. “Aaposta nesta centralidade é concretiza-da forte empenho, na disponibilizaçãoe no funcionamento de infraestruturas

que direcionam o desenvolvimento eco-nômico para as relações com o resto daUnião Europeia”.

O presidente da CIP elogiou os setoresde telecomunicações, de energia e de lo-gística de Portugal, nos quais o nível decobertura das infraestruturas é bem ava-liado dentro do contexto europeu. Alémdisso, ele revelou que há grandes opor-tunidades nos setor de inovação, tecno-logia da informação, energia, turismo,biotecnologia, saúde, serviços aeronáu-ticos, entre outros.

O potencial das relações bilateraisluso-brasileiras também foi ressaltadopor Saraiva. Ele explicou que a escas-sez de financiamentos para empresasportuguesas no âmbito da UE , aliada àbusca da internacionalização das em-presas brasileiras acaba por fazer comque as privatizações previstas pelo go-verno português possam promover in-tensa aproximação no relacionamentobilateral. Segundo ele, a forte e repen-tina procura por recursos humanos pe-las empresas brasileiras alia-se a dispo-nibilidade de mão de obra do mercadoportuguês, seja na forma de contrataçãodireta, seja através de prestação de ser-viços de apoio às empresas. “A língua e

PARTICIPAÇÃO DA UE NAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS

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a cultura em comum constituem fatores decisivos neste tipo de complementari-dade”, salientou.

Neste cenário, o presidente da CIP ob-serva que a agenda empresarial luso-brasileira pode ser analisada sob várias perspectivas. Ele relatou que as negocia-ções para o acordo Mercosul-UE abran-gem setores que passam por questões aduaneiras, de comércio de bens e ser-viços, do investimento, da regulamen-tação, da tributação, da concorrência pública, dos direitos de propriedade in-telectual e resolução de litígios. “Num outro plano, a perspectiva UE-Brasil, que constitui um processo político no

rais, visa ao reforço do desenvolvimento econômico”, concluiu.

Promoção comercialA palestrante seguinte foi a analista de

Gestão e Negócios da Agência de Pro-moção de Exportações e Investimentos (Apex), Lígia Dutra Silva. Ela iniciou a sua participação, informando aos par-ticipantes as funções e os objetivos da Apex para a promoção do comércio ex-terior brasileiro. “ A Apex tenta abar-car toda a cadeia de produção e auxi-liar as empresas brasileiras no processo de exportação e de internacionaliza-

ção. Temos cinco principais eixos quesão: prestar informação qualificada dasempresas brasileiras; qualificá-las paraa exportação; promovê-las comercial-mente, através de realização de missões,feiras e eventos; e ações de posiciona-mento de imagem e apoio à internacio-nalização das empresas brasileiras”.

Dentro desse foco, a representante daApex disse que a agência, recentemen-te, deu início ao processo de abertura deescritórios comerciais fora do Brasil. Elacitou o escritório de Bruxelas, aberto emparceria com a Confederação Nacionalda Indústria (CNI). “O escritório tem umduplo objetivo: acompanhar as decisõespolíticas do Parlamento da ComissãoEuropeia, repassando essas informaçõespara o empresariado brasileiro de formamais qualificada; e, ao mesmo tempo,dar apoio de infraestrutura necessáriopara a empresa entrar no mercado eu-ropeu”.

A palestrante revelou que a participa-ção das exportações brasileiras no mer-cado europeu está diminuindo. “Análi-ses do setor de inteligência comercialda Apex apontam que tanto a partici-pação dos produtos europeus no Brasilquanto dos brasileiros na Europa estáem declínio. Isso não quer dizer que aquantidade de produtos vendidos tenhadiminuído, mas na proporção total temse verificado uma queda. Essa partici-

FONTE: MDIC/APEX-BRASIL ELABORAÇÃO: UICC APEX-BRASIL

DESEMPENHO E META DE CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE MAUFATURADOS E SEMIMANUFATURADOS

PARA A UE – 2008/2014

DESEMPENHO E META DE CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A UE – 2008/2014

FONTE: FDI MARKETS ELABORAÇÃO: UICC APEX-BRASIL

INVESTIMENTO BRASILEIRO DIRETO (IBD) ANUNCIADO NA UNIÃO EUROPEIA POR SETOR – 2003/2010

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PAINEL 1

“Estamos convictos de que a Europa irá

conseguir vencer as dificuldades,

encontrando soluções inovadoras que

assegurem as condições ao investimento”

ANTONIO SARAIVA,Presidente da Confederação

da Indústria Portuguesa (CIP)

pação tem sido substituída fundamen-talmente pela China. Esse declínio traça um lado negativo para o Brasil, porque revela que a nossa participação no setor de produtos manufaturados e semi-ma-nufaturados, que têm alto valor agrega-do, não estão conseguindo entrar com força na UE”, analisou.

Apesar disso, Lígia Dutra Silva revelou que a Apex fez uma projeção positiva da participação brasileira no mercado eu-ropeu: após uma queda de participação das exportações brasileiras para a Euro-pa em 2009, prevê-se um aumento em 2011, 2012 e 2013. “Ainda é um cresci-mento modesto em relação à real poten-cialidade. Mas, a perspectiva de aumen-to de vendas de manufaturados para a UE é maior do que para outros setores. Por isso, o nosso escritório em Bruxe-las tem acompanhado de perto as nego-ciações do acordo Mercosul-UE”, disse, acrescentando que, nos últimos anos, o volume de investimentos de empresas brasileiras na Europa aumentou, a des-peito da crise. “Com o crescimento da economia brasileira, a tendência é que se aumente o investimento direto no continente europeu. No ano de 2010, o total de investimentos na Europa foi de US$ 688 milhões, e o principal destino desse valor foi Portugal”.

De acordo com a análise da palestran-

te, o principal desafio no acordo Mer-cosul-UE é fazer com que o ritmo da liberalização acompanhe a capacida-de de acomodação dos setores que vão ser envolvidos neste acordo. Da mesma forma, faz -se necessário trabalhar para que as oportunidades sejam benéficas para os dois lados. “Existe um estudo de avaliação de impacto de sustentabilida-de comercial do acordo que diz que os seus resultados econômicos vão ser be-néficos aos dois lados. A UE terá mais benefícios do que o Mercosul no setor de manufaturados e, por outro lado, o setor agrícola do Mercosul é o que vai apresentar mais ganhos”, disse, finali-zando a sua participação.

Entrando na UEApós a palestra da representante da

Apex, a palavra ficou a cargo de Fran-cisco Mantero, presidente da Direção da ELO – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Econômico e Coope-ração. Ele iniciou o seu discurso desta-cando a importância do acordo de Co-tonu, firmado entre a União Europeia e outros 79 países da África, Caribe e da região do oceano Pacífico. No acor-do, o mundo lusófono está representa-do por Portugal, os cinco países de lín-gua portuguesa na África e um país da região do Pacífico. “Esse acordo reúne

mais de 100 países e um orçamento de €45 bilhões. Dos oito países membros da CPLP o Brasil é o único que não faz par-te do Acordo de Cotonu, disse. O presi-dente da ELO disse que os empresários brasileiros podem, ao se instalarem em Portugal, usufruir das vantagens previs-tas no Acordo de Cotonu. “Ele facilita o acesso das empresas a investimentos no sistema revolving fund, orçado em € 4,5 bilhões, que financia projetos de em-presas europeias na África, Cribe e Pa-cífico. As empresas brasileiras não têm acesso a esse fundo, em função da sua não participação no acordo.

FinanciamentoA última palestrante do painel foi Dé-

borah Stern Vieitas, diretora-presidente do Banco Caixa Geral – Brasil. Ela ex-pôs os movimentos realizados pelo gru-po Caixa Geral Português no Brasil, em Portugal e no resto do mundo, enfati-zando o papel das entidades financeiras existentes no Mercosul e na União Eu-ropeia que auxiliam o processo de cres-cimento econômico regional. São elas: as organizações multilaterais, que se fo-cam investimentos de longo prazo; as agências de crédito à exportação; e os bancos comerciais e de investimento, que fazem financiamentos em diversos prazos, promovem assessoria financei-

LIGIA DUTRA SILVA REVELOU QUE A APEX FEZ UMA AVALIAÇÃO POSITIVA DA PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA UNIÃO EUROPEIA

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Ações de promoção comercial a serem executadas pela Apex-Brasil na União Europeia no período 2011/2014

Ação Descrição Nº de ações

Feira InternacionalEvento onde empresários brasileiros expõem produtos e serviços exportáveis ao público visitante.

202

Mercado Foco

Ação Integrada da Unidades da Apex-Brasil que visa oferecer soluções aos diferentes níveis de clientes em mercados que apresentam oportunidades de negócios.

03

Projeto de Complexo

Evento de promoção conjunta de setores produtivos brasileiros sinérgicos com vistas ao fortalecimento da posição comercial brasileiraem mercados estratégicos.

02

Missão Empresarial

Consiste na visita de uma delegação empresarial brasileira a determinado mercadocom o objetivo de participar de agendas de negócios e visitas técnicas.

12

Prospecção de Inteligência

Evento em que analistas de inteligência comercial conferem in loco as oportunidades comerciais para exportadores brasileiros em mercados selecionados.

12

Projeto Imagem

Consiste na vinda de jornalistas e formadoresde opinião internacionais com o objetivo depromover a imagem do Brasil como parceiro comercial.

05

Projeto VendedorConsiste na ida de empresários brasileirosaos mercados compradores para agenda de negócios com importadores locais.

12

Projeto CompradorConsiste na vinda de compradores internacionais ao Brasil para agenda denegócios com empresários brasileiros.

15

Promoção em Ponto de Venda

Consiste em um conjunto de ações de marketingque são executadas em parceria com empresasvarejistas, com vistas a aumentar a visibilidadee o consumo de determinado produto ou marca junto ao consumidor final no ambiente decompras.

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ra ligada a investimentos em diferentes países, permitem o acesso ao mercado de capitais nacional e internacional e, muitas vezes, participam como co-fi-nanciadores, junto com as organizações multilaterais, agências de crédito à ex-portação ou, até mesmo, com os seus próprios recursos. Entre as instituições multilaterais de crédito existentes nos blocos, a executiva citou o Banco Euro-peu de Investimentos (BEI), o NIB (Ban-co de Investimento dos Países Nórdicos) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em relação à Caixa Geral de Depósi-tos, a executiva informou que o banco é a maior instituição financeira de Portu-gal e está presente em 24 países. “A CGD

simboliza muito bem as principais rela-

ções de Portugal. O banco tem uma ati-vidade muito relevante em parceria cominstituições multilaterais e com agênciasde crédito à exportação”.A palestrantecomentou, ainda, que a Caixa atua ofe-recendo garantias ou participando dofunding nas operações de financiamen-to, possuindo, inclusive, linhas especiaisde apoio à exportação. “Além desses pro-dutos, a CGD está comprometida com a

internacionalização das empresas portu-guesas, e, por intermédio de suas empre-sas de private equity e venture capital,investe cerca de 500 milhões, auxilian-do, também, as exportações das empre-sas. Em nosso país, temos o banco CaixaGeral -- Brasil, que é um agente repas-sador de recursos do BNDES e que pode,portanto, dar apoio às empresas brasilei-ras”, assinalou. A representante do ban-

“A CGD simboliza muito bem as principais relações de Portugal. O banco tem uma atividade muito relevante em parceria com instituições multilaterais e com agências de crédito à exportação”DÉBORAH STERN VIEITASDiretora-presidente do Banco Caixa Geral – Brasil

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PAINEL 1

co afirmou que a instituição financeira tem se direcionado, no Brasil para aten-der setores onde o investidor português tem se destacado como o imobiliário, ho-telaria, logística e serviços.

A palestrante lembrou que empresas brasileiras podem se beneficiar da pre-sença do CGD em várias partes do mun-do. Uma vez que a instituição está pre-sente no continente africano e na Ásia, regiões nas quais verifica-se índices ex-pressivos de crescimento econômico e grandes oportunidades de negócios, o banco pode agir como ente facilitador. “Aqui, no Brasil, a Caixa Geral tem se focado em ser um motor de desenvolvi-mento dos negócios entre Brasil, Portu-gal e África. Somos um banco de ataca-do e de investimento que trabalha com grandes empresas brasileiras, portugue-sas e espanholas. Trabalhamos também com investidores institucionais e pesso-as físicas residentes no Brasil. Nós temos uma atividade de banco de investimen-to que consideramos ser de grande apoio para as empresas brasileiras interessadas no programa de privatização de Portugal, que oferece grandes oportunidades”.

“As empresas brasileiras instaladas em Portugal podem se beneficiar do Acordo de Contonu” FRANCISCO MANTEROPresidente da Direção da ELO

Presidente Dilma viaja a Bruxelas para a Cúpula Brasil-UE

No início do mês de outubro, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff,esteve presente na 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, na Bélgica, onde rei-terou a preocupação com os impactos da crise econômica internacional.Dilma defendeu a parceria estratégica com o bloco como alternativa paraamenizar os prejuízos causados pela crise. Ela destacou que o Brasil estádisposto a colaborar com os europeus no que for necessário. Em outra fren-te, Dilma apresentou propostas para destravar um acordo de livre comér-cio entre Mercosul e União Europeia, cujas negociações foram suspensasem 2006.

Para a presidente, um dos mercados que deveriam ser abertos aos brasi-leiros na Europa é o setor de serviços. Porém, há resistências dos europeus,que temem a competição.

Ela lembrou, ainda, que o desenvolvimento sustentável não pode ser ex-cluído da pauta de discussões. O assunto é o principal tema da Conferên-cia Rio+20, que ocorrerá no Rio de Janeiro entre 28 de maio e 6 de junhode 2012. Será a maior conferência mundial sobre preservação ambiental,desenvolvimento sustentável e economia verde.

Paralelamente, Dilma tratou dos temas que interessam às negociaçõesenvolvendo Mercosul e União Europeia. Há articulações para que seja fe-chado, ano que vem, um acordo de livre comércio entre os dois blocos eco-nômicos. Segundo especialistas, com o acordo, as possibilidades de negó-cios e de geração de empregos serão multiplicadas.

FOTO: ROBERTO STUCKERT FILHO / PR

PRESIDENTE DILMA DESEMBARCANDO EM BRUXELAS PARA CÚPULA BRASIL-UE

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PAINEL 1

Convidado para proferir a palestra de encerramento da primeira parte do 6º Encontro de Negócios, o cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, embai-xador António de Almeida Lima.

Brasil-Portugal não é tão otimista, sobre-tudo em função da falta de conhecimentodas conjunturas econômicas nos dois paí-ses. “Estou há cinco anos no Rio de Janei-ro e posso sintetizar que o problema atualnas nossas relações é a falta de informa-ção mútua. Não há informações atualiza-das sobre a realidade de cada país. E ocomércio bilateral sofre, naturalmente,desse defeito. A corrente comercial nãorepresenta nem a relação histórica nem opotencial que existe e que foi bem expos-to pelos palestrantes”, considerou.

Ele destacou, no entanto, o importantepapel da comunidade portuguesa para amanutenção do comércio entre os doispaíses e que foi, segundo Almeida Lima,o sustentáculo nessas relações. “É bomlembrar que, no final do século XIX,

Odiplomata classificou como muito interessantes as exposições feitas durante os trabalhos realizados no

período da manhã. Para ele, as aborda-gens desenvolvidas pelos representantes de instituições governamentais e priva-das da relação econômica bilateral e mul-tilateral deram uma perspectiva abran-gente naquilo que é oferecido aos agentes econômicos que promovem a relação econômica luso-brasileira. No entanto, ele observou que a realidade das relações

“Não há informações atualizadas sobre a

realidade de cada país. E o comércio bilateral sofre, naturalmente,

desse defeito. A corrente comercial

não representa nem a relação histórica nem o potencial que existe e que foi bem exposto

pelos palestrantes”

EMBAIXADOR ANTONIO D ALMEIDA LIMA CÔNSUL-GERAL DE PORTUGAL NO RIO DE JANEIRO: “O PROBLEMA ATUAL DAS NOSSAS RELAÇÕES É A FALTA DE INFORMAÇÃO MÚTUA”

Mais informação para mais comércioDesconhecimento mútuo desfavorece a aproximação entre Brasil e Portugal

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mais de 50% do comércio brasileiro es-tava nas mãos dos portugueses, assim como mais de 70% do capital que cir-culava na praça. Isso significa, do ponto de vista histórico, que a presença por-tuguesa no Brasil, nos setores do inves-timento e do comércio, foi, até muito tarde, profícua. Mas, ao longo do século XX, essa participação foi decaindo, pois a economia brasileira cresceu e buscou novos parceiros comerciais, contribuin-do, assim, para o comércio do país. Hoje, o comércio bilateral Brasil-Portugal é de apenas 20% daquilo que Portugal tem com Angola”. No entanto, o diploma-ta reconheceu que, nos últimos 15 anos, os investidores portugueses avançaram para o mercado brasileiro, aproveitando as grandes oportunidades, sobretudo no processo de privatizações realizadas re-centemente no Brasil. “O que é mais in-teressante é que entre o final do século XX e início do século XXI, empresários portugueses mostraram para os brasilei-

ros o quanto são capazes de apresentarpropostas novas que não são apenas ocomércio do bacalhau e do azeite”, dis-se. Ele elogiou, ainda, o aumento do in-vestimento brasileiro em Portugal e pre-viu que com o processo de privatizaçõesdo país europeu a tendência é que o flu-xo de investimentos brasileiros aumenteainda mais. “Espero que esse programade privatizações tenha o mesmo sucessoque teve no Brasil”, afirmou

O crescimento do intercâmbio uni-

EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL NA GESTÃO AEROPORTUÁRIAA ANA é um grupo empresarial com 33 anos de experiência no planeamento, construção, desenvolvimento, operação e gestão aeroportuária. Estamos presentes em mais de 20 aeroportos em Portugal e na América Latina.

Com uma forte aposta na inovação, desenvolvemos processos e tecnologias que tornam mais eficiente e seguras as operações nos aeroportos. Para que sejam, cada vez mais, motores de riqueza e desenvolvimento.

versitário foi outro ponto destacadopor Almeida Lima em sua palestra. Deacordo com o diplomata, cada vez maisestudantes portugueses procuram fazerperíodos de sua formação no Brasil, damesma forma que muitos estudantesbrasileiros estão procurando as univer-sidades portuguesas para graduação epós-graduação. “No campo educacio-nal, estou muito satisfeito, porque a ju-ventude está aproveitando as oportuni-dades que estão surgindo.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ): ANTONIO ALMEIDA DEFENDE MAIS INTERCÂMBIO ESTUDANTIL

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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CÂMARA BRASIL PORTUGALNO CEARÁ – COMÉRCIO,INDÚSTRIA E TURISMOPresidente: Jorge Duarte Chaskelmann

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Ed. Casa da Indústria – FIEC

Aldeota, Cep: 60.120-901

Fortaleza/CE

CÂMARA PORTUGUESA DECOMÉRCIO NO BRASIL – BAHIAPresidente: Antonio Coradinho

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 71 2103-8073

Endereço: Rua Fonte do Boi, 216, Hotel

Pestana, loja F

Rio Vermelho, Cep:41.940-360

Salvador/BA

CÂMARA PORTUGUESA COMÉRCIO DO BRASIL – MINAS GERAISPresidente: Fernando Meira Ribeiro Dias

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 31 3213-1557

Endereço: Av. do Contorno, 4520/ 7º andar

Funcionários, Cep: 30.110-916

Belo Horizonte/MG

CÂMARA BRASIL PORTUGALDE PERNAMBUCOPresidente: Armênio Ferreira Diogo

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 81 3221-8571

Endereço: Rua da Aurora, nº 1225, 1º andar

Santo Amaro, Cep: 50.040-090

Recife/PE

CÂMARA DE COMÉRCIO BRA-SIL PORTUGAL PARANÁPresidente: Antonio Athayde

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 41 3027-3303

Endereço: Rua Dr. Faivre, 123,

Centro , Cep: 80060-140

Curitiba/PR

CÂMARA PORTUGUESA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA DO RIO DE JANEIROPresidente: Paulo Elísio de Souza

E-mail: atendimento@camaraportuguesa-rj.

com.br

Telefone: 55 21 2533-4189

Endereço: Av. Graça Aranha, nº1/6º andar

Centro, Cep: 20.030-000

Rio de Janeiro/RJ

CÂMARA PORTUGUESA DE COMÉRCIO DE SÃO PAULOPresidente: Manuel Rodrigues

Tavares de Almeida Filho

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 11 3340-3333

Endereço: Av. Liberdade, 602/2º andar

Cep: 01.502- 001

São Paulo/SP

CÂMARA PORTUGUESA DE COMÉRCIO DO BRASIL – PARÁPresidente: Reginaldo Ferreira

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 91 3241-0265

Endereço: Trav. Quintino Bocaiúva, 1588

Edifício FIEPA, Bloco A, 2º andar

Cep: 66.035-190

Belém/PA

CÂMARA PORTUGUESA DE COMÉRCIO NO BRASIL/DFPresidente: Fernando Pedro de Brites

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 61 3225-6630

Endereço: SCLS 302 Bloco B Loja 22

CEP: 70.3338-520

Brasilia/DF

CÂMARA PORTUGUESA DE COMÉRCIO NO BRASIL/RSPresidente: Joaquim Firmino

E-mail: [email protected].

br; [email protected]

Telefone: 55 51 3211-1274

Endereço: R. Andrade Neves, 155/Conj. 134

Cep: 90.010-210

Porto Alegre/RS

CÂMARA BRASIL PORTUGAL DORIO GRANDE DO NORTE/RN Presidente: Silvio de Araújo Bezerra

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 84 3206-5362

Endereço: Rua Raimundo Chaves, 2182/Sala

101, Empresarial Candelária,

Bairro Candelária, Cep: 59.064-390

Natal/RN

CÂMARA DE COMÉRCIO, IN-DÚSTRIA E TURISMO BRASIL PORTUGAL- SANTA CATARINAPresidente: Mauricio Aristoteles Freitas

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 51 5812-3792

Endereço: Rod. SC 401, Km 8,9 N° 8600,

Bairro Santo Antônio de Lisboa, Corpo Park –

Bl. 2 Sl. 2, CEP: 88.050- 000

Florianópolis/SC

CÂMARA PORTUGUESA DE CO-MÉRCIO NO BRASIL NA PARAÍBAPresidente: Antônio Manoel Soares de Almeida

E-mail: [email protected]

Telefone: 55 83 9969.6627

Endereço: Av. João Machado, n° 310/sala 102

Bairro de Jaguaribe

João Pessoa/PB

Câmaras Portuguesas no Brasil

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29

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PAINEL 2

O painel As Oportunidades e Apoio ao Comércio Exterior e aos Investimentos Bi-laterais levantou temas de extrema importância para o incremento dos investi-smentos e do comércio Brasil-Portugal. As informações divulgadas pelos pales-trantes demonstram que as relações estão num bom nível, não obstante a criseeconômica vivida pelos portugueses.

Comércio e desenvolvimentoDados apontam os avanços no campo de negócios entre Brasil e Portugal

Representando a empresa brasi-leira de maior valor de mercado, o gerente executivo para a área internacional da Petrobras, Fer-

nando José Cunha, fez exposição sobre a presença da petrolífera no exterior e, mais precisamente, em Portugal. Segun-do Cunha, com a dimensão que Petro-bras tem hoje, a empresa precisa, cada

vez mais, se expandir para fora do Bra-sil. “Sendo uma empresa de atuaçãointernacional, temos focos muito bemdefinidos, e Portugal está enquadradocomo um desses alvos. A nossa presençatem sido crescentemente ativa no mer-cado português. A importância do paíseuropeu para a Petrobras envolve váriossegmentos. Um deles é o de exploração

DA ESQUERDA PARA DIREITA: MAURICIO DO VAL (MDIC), LUIS BRITES FLORINDO (AICEP), IABEL ABOIM (CGB), JOAO TABAJARA (MRE), MARCIO S. FORTES (MULTITERMINAIS), FABIO M. FARIA (AEB)

“É bom explicar que, em relação ao

comércio exterior de serviços, há um elemento grave de

dificuldade, que é a falta de visibilidade”

MAURÍCIO DO VALdo MDIC

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e produção”, disse. O executivo expli-cou que e a estatal brasileira atua no país europeu, em conjunto com a Galp Energia (estatal petrolífera portuguesa) e a Partex, em sete blocos exploratórios no offshore. “Isso é de uma importância fundamental porque, atualmente, Portu-gal importa praticamente todo o petró-leo que consome. A Petrobras atua na

África, nos Estados Unidos, no Japãoe em mais 24 países no exterior, entreescritórios de representação financeirae atividades operacionais, mas em Por-tugal temos intensa força exploratória,para tentar descobrir petróleo e gás nomar português”, assinalou.

Trabalho em conjuntoAs iniciativas para o setor de bio-

combustíveis também foram apontadascomo bastante promissoras pelo expo-sitor. Cunha revelou que há, em curso,um programa de desenvolvimento deprodução de biodiesel, a partir de óleode palma (dendê). Trata-se de uma usi-na de biodiesel própria, o projeto Biodie-sel Pará, e de um projeto de produção debiodiesel em Portugal, em parceria coma Galp Energia, denominado projeto Be-lém. A estratégia de suprimento das uni-dades de biodiesel prevê o plantio depalma em áreas ocupadas, com atuaçãoem uma das regiões mais afetadas pelodesmatamento no Estado do Pará.

‘Além deste projeto, as duas empresastambém estão trabalhando na explora-ção do pré-sal no Brasil”, disse o gerenteda Petrobras, acrescentando que as es-tatais de petróleo estão conversando arespeito de buscar sinergia no campo dorefino e da logística. “Não há nada con-creto, mas estamos conversando. Eu di-

ria que o Estado e as empresas de Portu-gal têm nos procurado frequentementepara estabelecer parcerias, e é isso quenós queremos. Consideramos o merca-do português importante para as preten-sões da Petrobras no exterior . Quere-mos incrementar, cada vez mais, essasrelações”, concluiu.

Setor terciárioO segundo expositor do painel foi o

diretor de Comércio e Serviços do Mi-nistério do Desenvolvimento Indústriae Comércio Exterior (MDIC) do Brasil,Maurício do Val. Em sua exposição, orepresentante do governo federal brasi-leiro apresentou números e tendênciasdo comércio bilateral Brasil-Portugal.De início, ele informou que o setor ter-ciário representa 68% do comércio bra-sileiro, sendo que 70% dos empregosdiretos formais estão nesse setor e maisda metade dos investimentos diretos noBrasil estão direcionados para ele. Emtermos comparativos, Maurício do Valindicou que o peso do setor terciário emPortugal apresenta índices percentuaissemelhantes aos do Brasil.

Ao analisar a corrente de comércio, odiretor do MDIC disse que os cinco prin-cipais produtos exportados para Portu-gal são commodities. Já na parte da im-portação dos produtos portugueses, ele

JOSÉ DA CUNHA FALA DA PARCERIA ENTRE A PETROBRAS E

SUAS CONGÊNERES PORTUGUESAS

MAURICIO DO VAL, DO MDIC, ASSINALOU O PROGRESSO DAS

EXPORTAÇÕES DE BENS DE BRASIL E DE PORTUGAL

VARIAÇÃO PERCENTUAL DE SERVIÇOS

FONTE: MDIC

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PAINEL 2

revelou que há uma concentração um pouco menor, mas com uma diversida-de de produtos também tímida. “A des-peito disso, reconheço que as exporta-ções brasileiras evoluíram, bem como as exportações de Portugal para o Brasil, em termos de bens e mercadorias. Te-mos sempre que levar em conta essa in-formação para traçar alguns movimen-tos que podem ser feitos para melhorar o fluxo de comércio e de investimentos entre os dois países, diante de um cená-rio de histórico persistente”.

Na projeção percentual do comércio de bens entre os dois países, o pales-trante revelou que as exportações bra-sileiras para Portugal cresceram 18% em 2010 em relação a 2009, enquanto as exportações portuguesas para o Bra-sil cresceram 33% no mesmo período. Em sua análise, o cenário e o histórico das relações comerciais de bens e mer-cadorias entre os dois países mostram possibilidades de expansão das exporta-ções de bens do Brasil. “Se levarmos em conta a forte concentração nestes prin-cipais produtos e ainda considerarmos o tamanho do mercado de consumo de Portugal, essa expansão é muito possí-vel”, avaliou.

Quanto às exportações portuguesas, apesar de não haver um universo mui-to amplo de bens e mercadorias expor-táveis, o palestrante afirmou que elas são mais desagregadas do que a pauta brasileira para Portugal, embora as ven-das brasileiras sejam três vezes maio-res quando comparadas às exportações portuguesas para o exterior. “Mas, se considerarmos o tamanho do Estado brasileiro e o momento de crescimento econômico que o nosso País está viven-do, as perspectivas de aproximação e redução do déficit português são muito prováveis, assinalou o representante do governo brasileiro.

Comércio de serviçosO comércio de serviços brasileiro foi

tratado por Maurício do Val durante a sua palestra. “É bom explicar que, em relação ao comércio exterior de servi-ços, há um elemento grave de dificul-

dade, que é a falta de visibilidade. Não existem estatísticas que tratem da ex-portação e importação de serviços, nem no Brasil nem no resto do mundo. O que existem são referências da conta de serviços embutidas na balança de paga-mentos. Isso acaba funcionando mui-to bem para verificar os ingressos e as saídas de divisas no setor de serviços e servem para identificar os comprome-timentos da balança de transações cor-rentes de cada país. Contudo, tem efeito limitado de orientação de política de co-mércio exterior de serviços”.

Ao considerar essa dificuldade, o executivo relatou que o governo bra-sileiro decidiu desenvolver um siste-ma de comércio exterior de serviços, com previsão de ser implantado em janeiro de 2012. “Esse sistema foi ela-borado em parceria entre a Secretaria de Comércio de Serviços do MDIC e a Receita Federal. Com o sistema, passa-remos a ter facilidade na identificação de oportunidades e de competitivida-de em relação a alguns países, além de condições mais favoráveis para defi-nir política de apoio incisivo para al-guns nichos exportadores brasileiros de serviços”, observou. Para ele, o se-tor de serviços tem elevado potencial de competitividade em muitos merca-dos. “O sistema se prestará, também, para quebrar as resistências que envol-vem as negociações comerciais no setor de serviços. No nosso entendimento,

“O Rio possui um interessante número de universidades, escolas de graduação e de pós-graduação de primeira categoria”ANTONIO CARLOS DIASAgência Rio Negócios

INVESTIMENTOS ESTADUAIS (% RECEITA CORRENTE LÍQUIDA)

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PAINEL 2

a baixa evolução existente no comér-cio de serviços é fruto da carência de informação”,completou.

InformatizaçãoOutro fator importante na aferição de

dados informatizados sobre o comércio de serviços é a reversão da ideia de que o Brasil é um país protecionista, avalia o representante do MDIC. “Ora, mais de dois terços das exportações são resul-tantes do processo de internacionaliza-ção das empresas e o Brasil sempre foi receptivo para a instalação de multina-cionais. O mesmo se dá na participação de profissionais estrangeiros no merca-do de trabalho brasileiro. A concessão de vistos para trabalhadores de outras partes do mundo é bastante significati-va”, comentou.

Com relação ao fluxo de serviços bra-sileiros com Portugal, Maurício do Val chamou a atenção para a diversificação na participação de diversos segmentos, sendo que o Brasil tem posição defici-tária em relação a Portugal na conta de serviços. “Na variação percentual de serviços, observa-se o grande cresci-mento das importações de serviços de Portugal em 2010, que ficou 65% maior em comparação a 2009. Os dados indi-cam que a presença comercial e de in-vestimento português, sobretudo no setor terciário, foram provocadas pelas medidas inteligentes das empresas por-tuguesas. Mostram, inclusive, tendên-cia de crescimento do superávit portu-guês no setor de serviços, por conta das características da economia brasileira atual”. Maurício do Val acrescentou que se for considerado, dentro da conta de serviços, influências determinadas pelo arrendamento de equipamento, pelo turismo e pela construção, ter-se-á um elemento determinante bastante favorá-vel para Portugal em seus investimentos no Brasil.

Em sua análise, essa situação deficitá-ria com Portugal não é entendida como fator negativo pelo governo federal bra-sileiro. “O governo brasileiro não vê como negativa a situação de déficit com país nenhum e, tampouco, considera uma situação de recepção de investi-mentos como uma ameaça às empresas brasileiras. O investimento estrangeiro no Brasil é, e deve continuar sendo con-

siderado muito bom, porque só assim asempresas brasileiras terão condições dese qualificar”, concluiu.

Fazer negócios no RioApós o término da exposição do repre-

sentante do MDIC, foi a vez do diretorde negócios da Agência Rio Negócios,Antônio Carlos Dias, fazer a sua expo-sição no painel. Ele contou, de início,um pouco da história da agência: elafoi criada na gestão do prefeito do Rio,Eduardo Paes, com o intuito de mostraro dinamismo do Rio de Janeiro e atrairinvestimentos empresariais. Resultanteda parceria público-privada (prefeitu-ra do Rio de Janeiro com a AssociaçãoComercial do Rio de Janeiro), a AgênciaRio Negócios tem como finalidade pro-fissionalizar a captação de recursos eadvogar em favor do ambiente de inves-timento, facilitando a instalação de em-presas na cidade. “Fazemos a promoçãocomercial da cidade do Rio de Janeirocomo destino de oportunidade de negó-cios. A Agência Rio Negócios planeja eaponta as áreas estratégicas competen-tes para alocação de recursos na cidade.A ideia é focar em energia, telecomuni-cações, moda, cinema, software, turis-mo e industrial”, detalhou.

Em seguida, Carlos Dias informou quea localização geográfica do Rio de Janei-ro abarca, num raio de 500 quilômetros,56% do PIB nacional. Possuindo a se-gunda população do país, o Rio ostentaboa infraestrutura e alinhamento políti-co nas três esferas governamentais (mu-nicipal, estadual e federal), o que cria,na visão do palestrante, um clima polí-tico amistoso para a execução de proje-tos e investimentos. “O Rio de Janeiropassou por uma adequação fiscal, temuma política fiscal otimizada, o que fezcom que a cidade alcançasse o invest-ment grade. Esse reconhecimento con-tribuiu para aumentar em cinco vezes acapacidade de investimento na cidadenos últimos três anos”, disse.

Aporte de investimentosAo enumerar dados coletados pela Se-

cretaria de Desenvolvimento Econômi-

FONTE: BNDES

PERSPECTIVA DE INVESTIMENTOS – INDÚSTRIA

Investimento por setor 2006/2009

2011/2014

Crescimentono período

Crescimento atual

O & G 205 378 84% 13,0%

Mineração 60 62 4% 0,9%

Siderurgia 28 33 17% 3,2%

Química 22 40 78% 12,3%

Veículos 25 33 31% 5,6%

Eletroeletrônicos 20 29 48% 8,2%

Papel e celulose 18 28 52% 8,7%

Textil 9 12 39% 9,0%

Total 387 614 59% 9,7%

INVESTIMENTOS NO RJ ATÉ 20020

Setor USD Bi

Óleo & Gás 50,0

Logística 24,7

Infraestrutura 12,6

Aço 12,1

Energia 8,9

Petroquímica 8,8

Indústria Naval 5,7

Indústria de Transformação 4,8

Serviços 0,8

Telecomunicações 0,5

Total 128,9FONTE: PREFEITURA, SEDEIS

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centemente, como a mais atraente pararecepção de investimentos na AméricaLatina e quarta no mundo, segundo es-tudo do jornal Financial Times. “Outrogrande fator de atração da cidade é a suaexcelência acadêmica. O Rio possui uminteressante número de universidades,escolas de graduação e de pós-gradua-ção de primeira categoria, concentrandono núcleo urbano que é o maior númerode formação de mão de obra qualificadano Brasil. Destaque para profissionaisda área de engenharia, matemática, fí-sica, química e tecnologia da informa-ção”, afirmou Dias, acrescentando que oRio de Janeiro recebe 46% dos vistos detrabalho do Brasil.

Com a proximidade da realização doseventos esportivos, Antonio Carlos Diasressaltou a importância da Copa doMundo (2014) e dos Jogos Olímpicos(2016) como meio de desenvolvimentoeconômico da cidade. Para ele, o rea-parelhamento do transporte urbano demassa economicamente viáveis configu-ra-se entre as mais urgentes necessida-des de investimento. A implantação dosistema de transportes BRTs (Bus RapidTransit) fará com que, até 2015, cerca de50% da população carioca tenha aces-

so a transportes de massa. Hoje, apenas16% dos habitantes da cidade são aten-didos”. Dias citou, ainda, a construçãodo Porto Maravilha, ambicioso projetoque visa à revitalização urbana da zonaportuária e que será utilizado para aten-der à demanda por espaços comerciaisda cidade. “Esse projeto está orçado emR$ 7 bilhões, todo ele com recursos deorigem privada. Todos esses projetosque têm com objetivo abraçar a cidadee criar novos eixos de transporte econô-mico, gerando oportunidades e desen-volvimento de longo prazo para Rio deJaneiro”, disse, finalizando, assim, a suaparticipação.

Atratividade da UE continua em altaLuís Miguel Brites Florindo, admi-

nistrador-executivo da Agência parao Investimento e Comércio Externo dePortugal (AICEP), foi o terceiro pales-trante do painel. De início, ele desta-cou o acordo comercial UE-Mercosulcomo fundamental para aumentar astrocas comerciais de produtos brasilei-ros e portugueses. Contudo, em funçãodo atraso para a conclusão da negocia-ção do acordo, as empresas dos dois pa-íses já estão se adiantando nesse pro-

Investimentos estrangeiros diretos em 2010/2009

“O recurso natural de maior qualidade de Portugal é a sua

mão de obra. Portugal tem talento e isso

se dá em razão de o país ter investido na

qualificação dos seus recursos humanos”

LUIS BRITES FLORINDOAICEP

LUIS BRITES FLORINDO, DA AICEP, DEFENDEU AS VANTAGENS

DO INVESTIMENTO DIRETO EM PORTUGAL

A cidade do Rio de Janeiro ocupa a 1a posição na América Latina

Amér

ica

Latin

a

# País de destino

Invest. (USD B)

% / 2009

1 Brasil 41,15 20%

2 México 12.87 -44%

3 Peru 10.96 -14%

4 Colômbia 8.32 346%

5 Chile 7.99 -28%

# Cidade dedestino

Invest. (USD B)

% / 2009

1 Rio de Janeiro (BR) 7.27 600%

2 Cienfuegos (CU) 5.80 n/a

3 Lurin (Peru) 3.00 n/a

4 São Paulo (BR) 2.73 189%

5 Suape (BR) 1.78 10352%

... e a 4a do mundo

Mun

do

# País de destino

Invest. (USD B)

% / 2009

1 China 77.17 -12%

2 US 54.67 -22%

3 India 42.90 -13%

4 Brasil 41.13 20%

5 Australia 36.28 157%

# Cidade de destino

Invest.(USD B)

% / 2009

1 Gladstone (Aus) 16.00 3101%

2 Singapore 12.98 55%

3 Shanghai (CH) 8.37 1%

4 Rio de Janeiro (BR) 7.27 600%

5 Cienfuegos (Cub) 5.80 n/a

co do Estado do Rio de Janeiro, Dias re-velou que o estado receberá, até 2020, investimentos da ordem de US$ 160 bi-lhões. Adicionalmente, a capital flumi-nense vai receber R$ 40 bilhões em pro-jeto para o desenvolvimento urbano. “É interessante mencionar que grande par-te desse montante é de origem da inicia-tiva privada”.

Sede de 50% das empresas que ope-ram no mercado de capitais no Brasil, a cidade do Rio de Janeiro foi indicada, re-

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PAINEL 2

ç g p

ção com grandes centros universitários mundiais que permitem o intercâmbio de estudantes e professores e fazem com que o país tenha centenas de doutoran-dos. Estes concluem os seus estudos em diversas universidades renomadas, aju-dando as empresas a fomentar a inova-ção e lançamento de novos produtos”.

Dentro desse perfil, o representante da AICEP revelou que Portugal é, atualmen-te, o quarto país da UE que mais possui PhDs por mil habitantes. “Portugal tem centros de ciência e tecnologia de exce-lência, como a Embraer tem testemu-nhado ao longo dos últimos anos. Neste campo, é possível identificar no país múl-tiplas oportunidades, sobretudo em pro-jetos de parcerias com centros de vários países do bloco europeu”, disse o exposi-tor. Ele informou, ainda, que as exporta-ções portuguesas para o Brasil são bastan-te concentradas no setor de serviços de engenharia, software e arquitetura, áreas nas quais muitos empresários brasileiros têm investido na fase de expansão econô-mica em que o país se encontra.

Além da mão de obra, o setor de in-fraestrutura de Portugal é outro atrativo para o investimento no país, de acordo com representante da AICEP. Ele citou o

porto de Sines como um dos que maisoferece vantagem competitiva na Euro-pa, em razão de ter uma zona industrialcom dois mil hectares disponíveis e umcomplexo petroquímico próximos à áreade operação portuária. “Em breve, o por-to de Sines será um dos poucos da Euro-pa a receber navios super-post Panamá(navios com capacidade média entre oitomil e nove mil TEUs). Portanto, não é porfalta de infraestrutura que o comércio bi-lateral deixa de ser incrementado”, expli-cou, acrescentando que a rede integradade logística portuguesa está praticamen-te completa (portos, aeroportos,rodoviase telecomunicações).

Ao completar a sua exposição, BritesFlorindo teceu elogios ao ambiente denegócios de Portugal, classificando-ocomo desburocratizado e 100% informa-tizado. “Isso dá agilidade aos processos,pois reduz custos, poupa tempo e facilitaos negócios. Hoje, é possível abrir umaempresa em Portugal em apenas umahora. O país europeu oferece, ainda, in-centivos fiscais e linhas de financiamen-tos dentro das facilidades existentes naUE”, disse, sem esquecer de mencionara qualidade de vida do país como dadoimportante para o investimento. “Temosuma rede de escolas internacionais dis-ponível, sistema de saúde de alto nível,e,também, segurança pública eficiente.Portugal é um dos países mais segurosdo mundo, oferece, ainda, uma grandevariedade de eventos culturais. É bomestar em Portugal”, concluiu.

Portal Brasil GlobalnetA apresentação do portal Brasil Glo-

balnet foi o tema da exposição do che-fe da Divisão de Informação Comercialdo Ministério das Relações Exteriores(MRE) do Brasil, João Tabajara de Oli-veira Júnior. Localizado no endereço:http://www.brasilglobalnet.gov.br, , oportal é administrado pelo Departamen-to de Promoção Comercial do MRE. Osite atua como agregador de uma redeglobal de negócios, reunindo setores depromoção comercial no exterior, locali-zados em embaixadas e consulados bra-sileiros pelo mundo. “O portal aproxima

Acordos bilaterais celebrados entre Portugal e Brasil facilitam negócios

Acordo• Sobre a Facilitaçãode Circulação de Pessoas

Acordo de Segurança Social e • Respectivo Ajuste Administrativo

Acordo de Alteração•

Acordo de Cooperação • no Domínio Turístico

Acordo de Contratação•Recíproca de Nacionais

Tratado de Amizade• Cooperação e Consulta

Convenção Destinada a Evitar• a Dupla Tributação e a Prevenir a Evasão Fiscal em matéria deImpostos Sobre o Rendimento

Acordo Quadro de• Cooperação

Acordo para a • Prommoçãoe Proteção Recíprocade Investimentos

Acorde de• Cooperação Econômica e Industrial

2006 2007 2008 2009 2010

Como importadorPosição 14a 17a 13a 11a 10a

% 0,71 0,67 0,82 0,93 1,20

Como exortadorPosição 8a 8a 9a 10a 10a

% 2,19 2,30 2,12 1,73 1,84

Importância do Brasil nos Fluxos Comerciais de Portugal

FONTE: INE – INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA/PROTUGAL

2006 2007 2008 2009 2010 Var % 06/10

2010 jan/fev

2011 jan/fev

Var % 10/11

Exportações 254.642 258.186 319.807 294.500 440.701 16,7 55.205 97.612 76,8

Importações 1.232.969 1.381.192 1.363.316 887.528 1.046.500 -1,6 117.507 145.177 23,5

Saldo -978.327 -1.123.006 -1.043.509 -593.028 -605.799 – -62.303 -47.565 –

Coeficiente de cobertura

20,7% 18,7% 23,5% 33,2% 42,1% – 47,0% 67,2% –

Evolução da balança comercial bilateral

Notas:(a) Média aritméticadas taxas de crescimento anuais do período 2006-2010(b) Taxa de variação homóloga

FONTE: INE – INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA/PROTUGAL

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37

Com 177 anos de história a ACL foi pioneira do associativismo empresarial em Portugal e assume-se como um lugar de convívio empresarial que promove o desenvolvimento das empresas e do comé-rcio nacional e internacional.Independente do poder político, conta com centenas de empresas Associadas de todo o País, de todas as dimensões e das mais diversas áreas de actividade.

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38

PAINEL 2

ONU (Organização das Nações Unidas),e conseguem, ainda, manter contatocom todos os setores de promoção co-mercial no exterior”, informou.

O diplomata fez referência à facilida-de de pesquisa do site, por intermédiode ferramentas, através nas quais as pró-prias empresas podem desenvolver bus-ca de mercado de inteligência comercialou ter acesso às inúmeras outras feitaspor companhias contratadas pelo setorde promoção comercial no Brasil e noexterior. “Temos um link no qual apre-sentamos o ambiente econômico brasi-leiro para as empresas estrangeiras quetêm interesse em investir no Brasil. In-formações sobre feiras internacionaistambém estão disponibilizadas no site,que enumera, inclusive, as instituiçõesque estarão presentes. O portal oferece,ainda, informações sobre produtos a se-rem exportados e importados”.

Oliveira Junior concluiu a sua partici-pação revelando que o portal não focaapenas na questão de legislação, masensina como exportar para diversos pa-íses e blocos, informa os aspectos dacultura local e enumera os indicadoreseconômicos e sociais. “Esses guias sãoatualizados de dois em dois anos. Asnovidades que estão por vir se referem

e consegue manter cadastradas empre-sas interessadas em fazer negócios com o Brasil, promovendo informações de oportunidade de investimentos”. De acordo com Oliveira Junior, o cadastro no portal é simples e totalmente gratui-to . “Ao se cadastrar,o usuário terá aces-so a 55 mil empresas estrangeiras e 15 mil brasileiras. Dentro desse espaço, as empresas se descobrem, ficam saben-do de licitações internacionais, inclu-sive em concorrências promovidas pela

“Consideramos o mercado português

importante para as pretensões da

Petrobras no exterior”JOSÉ CUNHA

Gerente Executivo para Área Internacional da Petrobras

O DIPLOMATA JOÃO TABAJARA DE OLIVEIRA JR, FALA SOBRE O CONTEÚDO DO PORTAL BRASIL GLOBALNET

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à criação de um módulo que cuida de atração de investimentos, planejamento estratégico e internacionalização de em-presas”, finalizou.

Dados comparativosMaria Isabel Aboim, superintendente

do Banco Caixa-Geral Brasil, foi a expo-sitora seguinte. Ao iniciar a sua apresen-tação, ela levantou dados comparativos entre Brasil e Portugal. Em sua análise, Portugal é um país que , historicamen-te, sempre teve presença internacional. Já o Brasil tem tradição de ser um país fechado, sendo que o aumento da pre-sença brasileira no comércio exterior é recente. “Hoje, exportar já faz parte das estratégias das empresas brasileiras, as-sim como investir no processo de inter-nacionalização”, declarou a executiva.

Em relação ao fluxo comercial Bra-sil-Portugal, Isabel Aboim avaliou que, apesar de ainda ser pequeno, as expor-tações brasileiras para este país euro-peu refletem a pauta de vendas inter-nacionais que o Brasil tem com o resto do mundo, com grande destaque para as commodities. Portugal, ao contrá-rio, apresenta performance diferente. Isso porque o Brasil é um comprador de produtos tradicionais do país europeu,

como vinho e azeite, o que não ocorrecom as exportações portuguesas paraoutros países da Europa, que compramprodutos de maior valor agregado, comomaquinário e produtos de tecnologiaeletro-eletrônicos.

O bom momento econômico do Brasil foidestacado pela executiva. Ela disse que opaís recebeu, em 2010, US$ 48 bilhões eminvestimento estrangeiro direto. “O siste-ma bancário robusto, um mercado internodinâmico e empresas em expansão fazemcom que as oportunidades de investimen-to sejam bastante amplas e diversificadas.E o Brasil tem tido boa capacidade de res-posta à crise internacional,embora estaseja muito grave. Os principais focos deinvestimentos no Brasil estão nos setoresde petróleo e gás, mineração, energia elé-trica, telecomunicações, ou seja, setoresnos quais Portugal já investe com grandeforça”, concluiu.

Logística inteligenteA empresa de logística Multiterminais

completa, em 2011, 25 anos. Márcio Set-te Fortes, diretor da empresa, que temsede no Rio de Janeiro, foi o seu repre-sentante no 6º ENBP. Ao iniciar a suaexposição, o executivo informou à pla-teia que a o grupo Multiterminais, que

engloba várias empresas do ramo da lo-gística, começou a sua operação voltadapara armazenagem de carga alfandegá-ria com terminal retroportuário no Riode Janeiro, e depois atuando na área deportos secos. “Nós somos precursoresnessa modalidade logística no Brasil.No final dos anos 90, o grupo partici-pou do processo de concessão de servi-ços portuários para a iniciativa privada.No Rio, a Multiterminais opera num ter-minal de contêneires, através da empre-sa MultiRio, e num terminal de veículos(MultiCar), mas tem também operaçõesnos estados de São Paulo e de Minas Ge-rais”, declarou Sette Fortes. Em relaçãoaos portos secos, a empresa tem opera-ções na cidade do Rio de Janeiro, de Re-sende (RJ) e de Juiz de Fora (MG).

Ele explicou que o grupo Multiter-minais atua em três áreas de operação,dentro da estratégia de logística integra-da da empresa, nas áreas de terminalmarítimo, de recuperação retroportuá-ria e de terminais de portos secos. Deacordo com o executivo, a empresa vemdemonstrando bons resultados nos úl-timos anos em função do crescimentodas exportações brasileiras e, também,das importações. “Essa condição revelaa necessidade de se ter mais dinamis-

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PAINEL 2

mo nos portos brasileiros e exige que o grupo Multiterminais invista, cada vez mais,no aumento da operacionalidade e da eficiência portuária”, disse. Nesse processo, o palestrante assegura que os investimentos estão destinados aos se-tores de segurança e informatização dos movimentos de cargas no porto, assim como no aumento da área para atraca-ção de navios de grande porte. “Isso porque um porto moderno é aquele que liga a inteligência a um bom escoamen-to para a parte interior e permite a boa chegada do navio nos terminais, tudo a preços competitivos”, avaliou.

SinergiaNo que diz respeito à logística integra-

da, a Multiterminais atua, de forma sinér-gica, nas operações de porto e terrestres. Dessa forma, o executivo explicou que os trabalhos de supply chain, Just in time, just in sequence, rastreamento de carga, entre outros encadeiam a rede de logística

de maneira inteligente e com eficiência. A Multiterminais também atua no se-

tor de siderurgia, sendo contratada pelaThyssen Krupp para operar no proces-so de armazenagem e administração doporto da siderúrgica no Rio de Janeiro.No local, a empresa trabalha no descar-regamento de carvão e carregamento deplacas de aço para exportação pelo por-to. Sette Fortes revelou, ainda, que omais recente projeto da empresa foi aconstrução e operação do aeroporto naZona da Mata, no estado de Minas Ge-rais, que é destinado para passageiros epara transportes de carga.

Em favor da desburocratizaçãoFábio Martins Faria, vice-presidente

executivo da Associação de ComércioExterior do Brasil (AEB), representou aentidade no evento e ressaltou que umadas principais bandeiras da instituiçãoé a luta pela desburocratização do Bra-sil. “A criação de um ambiente de negó-

MÁRCIO SETTE FORTES, DA MULTITERMINAIS, FALA SOBRE OS INVESTIMENTOS DA EMPRESA

ARLINDO VARELA RESSALTOU A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E PORTUGAL

Perspectivas do investimento no Brasil (por setor)

SetoresValores (R$ bilhões) Crescimento

2006-2009 2011-2014 % % a.a.

Indústria 387 614 58,7 9,7

Petróleo e gás 205 378 84,3 13

Extrativa mineral 60 62 3,3 0,7

Siderurgia 28 33 16,8 3,2

Química 22 40 81,2 12,6

Veículos 25 33 31,4 5,6

Eletroeletrônica 20 29 46,0 7,9

Papel e celulose 18 28 51,6 8,7

Têxtil e confecções 9 12 39,1 6,8

Infraestrutura 247 380 53,8 9,0

Energia elétrica 104 139 34,0 6,0

Telecomunicações 62 72 1,5 2,8

Saneamento 26 41 56,9 9,4

Ferrovias 20 60 202,1 24,7

Transp. rodoviário 30 51 71,4 11,4

Portos 5 18 225,1 26,6

Edificações 353 607 72,0 11,5

Total 987 1601 62,2 10,2

cios mais ágil é o ponto chave que to-dos deveriam estar se debruçando hoje.A grande reflexão que temos que fazer,agora, é a de como enfrentar o desafioda competitividade, sobretudo em mo-mento de crise. Mas estamos otimistas,pois o Brasil tem qualidades competi-tivas inegáveis. Somos bem represen-tados pelo setor de agronegócios e emoutras áreas nas quais estamos nos des-tacando no exterior”, concluiu.

Arlindo Catóia Varela, conselheiroda Câmara Portuguesa de Comércio eIndústria do Rio de Janeiro, foi o últi-mo palestrante do evento. Ele ressaltoua importância das relações comerciaisBrasil-Portugal e a necessidade de am-pliar e diversificar a pauta de importa-ção de produtos portugueses “Pedimosa todos para valorizar o produto portu-guês e melhorar a nossa relação na áreadas trocas comerciais, ajudando os nos-sos irmãos portugueses nesta época degrave crise”, concluiu.

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REUNIÃO DE CÚPULA

Aabertura da reunião ficou a car-go do presidente do Conselhodas Câmaras Portuguesas deComércio no Brasil – CCPCB,Rômulo Alexandre Soares, que

pontuou os objetivos da reunião, ressal-tando a importância de tornar públicasas questões debatidas no encontro. Cadaparticipante tratou de temas específicosnos quais verificaram-se as potenciali-dades de fortalecimento da relações decomércio e investimentos luso-brasilei-ras. O encontro foi divido em três partes,cujos temas foram: Promoção Comercial– ações atuais e futuras, Infra-estruturaaeroportuária e preparativos para megaeventos e Cooperação Industrial e Tec-nológica. “A reunião foi muito proveito-

sa. Os temas tratados foram de alto nívele o resultado foi além das expectativas”,disse Rômulo Soares, após o término doencontro. Acompanhe, a seguir, o resu-mo das apresentações feitas por cadaparticipante da reunião:

AberturaA abertura da reunião foi feita pelo

presidente do Conselho das CâmarasPortuguesas de Comércio no Brasil –CCPCB, Rômulo Alexandre Soares, quepontuou que dentre os objetivos da reu-nião, um deles é também registrar ostemas discutidos, a fim de divulgá-lo,posteriormente, na Delegação da UniãoEuropéia.

Campo aberto para novos negóciosEncontro levantou temas importantes para as relações luso-brasileiras

Um dos pontos altos do

6º Encontro de Negócios

Brasil-Portugal foi a

Reunião de Cúpula que

reuniu empresários,

representantes

governamentais e

entidades de classes

empresariais dos dois

países.

MESA COM REPRESENTANTES DE EMPRESAS BRASILEIRAS E PORTUGUESAS QUE DISCUTIRAM AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS NOS DOIS PAÍSES

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REUIÃO DE CÚPULA

TEMA 1 – Promoção Comercial – ações atuais e futuras

de toneladas. Segundo o Pre-sidente de DOCAS, até 2014estará pronta a obra do Portodo Rio de Janeiro.

ADALMIR SOUZA, superintendente da Companhia DOCAS do Rio de Janeiro: Souza representou José LuisCacho, presidente da Asso-ciação dos PORTOS DE POR-

TUGAL – APP. Ele falou sobrea Associação dos Portos Portu-gueses e fez sua apresentaçãoem termos de reflexão, pontu-ando os países de línguas por-tuguesa, que fazem parte des-te projeto. O projeto existe háum ano e meio. Segundo ele,Portugal e Angola são os quemais movimentam seus por-tos. Mostrou, através de estu-dos, que o Brasil crescerá mui-to em termos de exportaçãoatravés dos portos brasileiros.O Brasil tem essa liderançaem termos da América Latina.E pontuou que, somente estedado, já justifica a existênciaesta reunião e também a cria-ção da Associação de Portosde Idioma Português.

ANTONIO BACELAR CARRELHAS, pre-sidente do Conselho Sul America-no do Conselho das Câmaras Portu-guesas de Comércio no Brasil: Emsua breve participação, des-tacou a importância dos con-tatos dos presentes com comas Câmaras de Comércio como objetivo de ampliar o flu-xo de comércio e de investi-mentos.

MIGUEL HORTA E COSTA, presidente do Conselho da Confederação Inter-nacional dos Empresários Portugue-ses-CIEP e vice-presidente da Asso-ciação Comercial de Lisboa-ACL: Elerelatou sobre a associaçãoque tem uma voz ativa, tan-to para União Européia, tan-to para o Mercosul, a fim de

unir e tentar criar um espa-ço entre eles, onde grandes emédias empresas de algumaforma possam se aproximare também haver a aproxima-ção desses dois blocos. É umdesafio que ele deixa nestareunião.

JORGE DE PAULA COSTA ÁVILA, presi-dente do Instituto Nacional de Pro-priedade Industrial (INPI): Ávilafalou sobre o registro de mar-cas e patentes em todas ospaíses oficiais de língua por-tuguesa. Ele sugeriu a pos-sibilidade de pedir, virtual-mente, uma solicitação naqual concederia uma gran-de integração entre os paísesonde há a diferenciação pormarcas e patentes.

ANTÔNIO SARAIVA – presidente da Confederação da Indústria Portugue-sa: Saraiva criticou a UniãoEuropéia, que, mesmo com27 países, pouco fazem, se-gundo ele. O presidente daCIP lembrou que Portugalestá fragilizado economica-mente.

TEMA 2 – Infra-estrutura aeroportuária e preparativos para mega eventos

PALESTRANTES:

PALESTRANTES:MINISTRO RUBENS GAMA DIAS FILHO, Diretor do Departamento de Promo-ção Comercial e Investimentos do Mi-nistério das Relações Exteriores: Elecomeçou apresentando umapequena introdução sobre“Promoção Comercial – açõesatuais e futuras”. Trata-se dasmissões comerciais no exte-rior: encontros, seminários eworkshops. O Ministro rela-tou que tem como missão or-ganizar e apoiar o exportadorde pequenas e médias empre-sas. Segundo ele, o Brasil seencontra num grande númerode países da ONU em prol da‘Promoção Comercial’.

JORGE LUÍS DE MELLO, presidente da companhia DOCAS do Rio de Janei-ro: Ele apresentou a compa-nhia falando sobre os portosdo Rio de Janeiro e o seu Pla-no de Expansão. Ele relatouque este ano DOCAS vai su-perar 400 bilhões, ou seja,aumento de quatro vezesmais. Segundo ele, este é umdesafio enorme para a zonaportuária, pois os clientes es-tão cada vez mais distantese isso dispôs, no Brasil, umredesenho da estrutura por-tuária. Apresentou tambémo Porto de Itaguaí que trans-porta, basicamente, granel eminério de ferro. Relatou queo Porto do Rio de Janeiro aca-ba de fazer 100 anos, sendoesse um porto muito impor-tante. Estão investindo nesteporto do Rio de Janeiro qua-se 100 bilhões, atualmente.O porto sai de uma capacida-de de 09 milhões de tonela-das saltando para 25 milhões

NUNO REBELO DE SOUSA, gestor-executivo da EDP Energias do Bra-sil: O executivo disse que aEDP está presente 15 paísesem todo mundo e como todagrande empresa, escolhe ondevai investir e passou a inves-tir fortemente no Brasil e sótem intenção de intensificaressa parceria com o Brasil.

RUBENS GAMA DIAS FILHO

JORGE LUÍS DE MELLO

ADALMIR SOUZA

LUÍS FERNANDO FUCHS

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ANTONIO GUSTAVO MATOS DO VALE, presidente da INFRAERO: mentou sobre o crescimen-to da demanda do tráfego aé-reo. Afirmou que a aviaçãocivil brasileira tem passadopor grandes transformações.A Infraero é o segundo maioraeroportuário em número deaeroportos. Fatura, cerca, de4 bilhões de reais em 2011.Número de passageiros játeve, até junho de 2011, cer-ca de 70 milhões, registrandocrescimento de quase três ve-zes e com o cenário da Copado Mundo, em 2014, tende acrescer ainda mais. Segun-do ele, os investimentos para2014 abrangerão 16 aeropor-tos nas 12 cidades que se-rão sede de jogos da Copa doMundo, com reformas e am-pliações destes aeroportos.Ele mostrou todos os dadose expectativas para o megaevento (Copa do Mundo).

DÉBORAH STERN VIEITAS, diretora-presidente do Banco Caixa de De-pósitos (Brasil): A exectiva ob-servou que a discussãoabordada por Antônio Sarai-va, presidente da Confedera-ção da Indústria Portuguesa,foi de extrema importânciapelas iniciativas e pelas suascolocações nesta reunião. Elaressaltou, ainda, que tem ob-servado que a relação com ogoverno português tem sidoextremamente eficaz, articu-lada e alinhada e, assim, con-seqüentemente, para que sejaobtido sucesso nos negócios.

FRANCISCO MANTERO, presidente da Direção da ELO (Associação Por-tuguesa para o Desenvolvimento e Cooperação): Mantero ressal-tou que o novo Governo por-tuguês está empenhado emfazer a articulação entre os

países de língua portugue-sa, exemplificando o caso deMoçambique, na África.

LUIZ FERNANDO FUCHS, presidente da Embraer na Europa, Ásia e Oriente Médio: O executivo da empre-sa de aviação brasileira disseque a Embaer está localizadaem seis países, com o Brasil.De acordo com ele, a empre-sa preza estar presentes aolado do cliente, atendendo-os de perto. A Embraer estános Estados Unidos há maisde 30 anos e na França, a atu-ação da enpresa completarpa30 anos em 2012. Ele revelouque duas novas fábricas/em-presas da Embraer atenderãoa União Européia, em Évora(Portugal). Trata-se, na ver-dade, de duas fábricas distin-tas. Segundo Fuchs, uma de-las possui equipamentos quesão superiores ao Airbus. Eleafirmou, ainda, que, em maio,a equipe da Embraer concluiuo levantamento das capacida-des de P&D, em Portugal, ealegou que segue em cursoos primeiros projetos no paíse na UE. Garantiu que outrasempresas se instalarão ao re-dor dessas duas empresas queimplantarão em Portugal.

TEMA 3 – Cooperação Industrial e TecnológicaPALESTRANTES

200 empregados, no total. Eleafirmou que a empresa vê oBrasil como um grande país-irmão, visando ótimas parce-rias. Braga da Cruz ressaltouque a empresa possui obrasambientais em Portugal. Paraele, as privatizações em Por-tugal serão grandes e ótimasoportunidades para empresasestrangeiras, como o Brasil.Segundo o executivo, a em-presa pretende se instalar noBrasil, visando como clientesas empresas portuguesas quejá estão aqui em solo brasilei-ro e também, é claro, as em-presas brasileiras.

FRANCISCO DE PAULA COELHO, dire-tor do Banco Europeu de Investimen-tos (BEI): Coelho alegou que oBEI passou a ser o ‘BNDES’da Europa, devido aos em-préstimos. Ele explicou so-bre os seus mutuários, sobreos clientes e investimentosdo banco. O palestrante su-geriu, no âmbito do tema dareunião, que eles poderiamfazer muito mais e apoioua idéia de se realizar novasreuniões a fim de se discutiro ambiente de negócios luso-brasileiros no espaço entre aUnião Européia e o Mercosulcom autoridades e diretoriasde empresas luso-brasileiras.

RICARDO CASTANHEIRA, Diretor para o Brasil da Associação Empresarial EUBrasil: Ele afirmou que suaassociação é sem fins lucra-tivos que representa as ativi-dades políticas, empresariaise acadêmicas. Muitos brasi-leiros que estão na Europa,nas Universidades européiasfazem parte da AssociaçãoEmpresarial EUBrasil. Suge-re que seja criada um bomambiente e relação de traba-lho entre Brasil e Portugal.

MIGUEL BRAGA DA CRUZ, Presidente da CINCLUS Project Management: Bragada Cruz fez uma breve apre-sentação sobre a empresa deorigem portuguesa e afirmouque a Cinclus atua no ramoda consultoria e engenharia,com 28 anos de existência e

DÉBORAH STERN VIEITAS E CARLOS ELY

TEDESCO (CNI-BRASIL)

MIGUEL BRAGA DA CRUZ

MIGUEL FRANCISCO DE PAULA COELHO

RICARDO CASTANHEIRA

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RELAÇÕES COMERCIAIS

Após duas dé-cadas de nego-ciações, que in-cluem avançose retrocessos, aUnião Européia

e o Mercosul estão prestesa fechar um dos mais au-daciosos acordos de livre-comércio já fechados entredois blocos econômicos. Adespeito das atuais dificul-dades enfrentadas na zonado euro, as oportunidadesexistentes a médio e longoprazo existem e trabalharem cima delas exigem co-nhecimento aprofundadosobre esses dois importan-tes mercados regionais.

Um acordo ambiciosoOs dois blocos estudam mecanismos para integrar os mercados

Em 2010, as exportações doMercosul para a União Euro-peia foram de US$ 56,1 bi-lhões e corresponderam a umaparticipação de 23,7% sobre ototal das vendas do Mercosul(extra-bloco). Na comparaçãocom 2009, houve crescimentode 24,3%. No mesmo período,as importações somaram US$50,1 bilhões, com avanço de37% sobre o ano de 2009, eequivaleu a uma participa-ção, coincidentemente igual,de 23,7% do total das com-pras extra-bloco. Com estesresultados, houve superávitde US$ 6 bilhões para o blo-co dos países sul-americanose a corrente de comércio tota-lizou US$ 106,2 bilhões.

Dentro deste cenário, veri-fica-se as relações bilaterais

de comércio exterior e inves-timentos luso-brasileiras eas condições existentes paraque ambos os países consi-gam usufruir das vantagensque surgirão com o fecha-mento do acordo de livre co-mércio.

Brasil torna-se global player de peso

Nos últimos anos, o Brasilvem se consolidando comoum dos mais importantesplayers globais. Em dez anos,as exportações do País deramderam um salto de 263%, aopassar de US$ 55,1 bilhõesem volumes negociados em2000 para os quase us$ 202bilhões em 2010. O marcodeste upgrade pode ser consi-derado o ano de 2003, já que,

entre os anos 2000 e 2002, ocomércio exterior brasileiromanteve regularidade herda-da dos anos 90.

Vários agentes contribuí-ram para esta evolução. Tra-ta-se de um processo que co-meça no início dos anos 90,quando o País abriu o mer-cado para as aquisições doexterior. O principal delesforam os fortes investimen-tos no agronegócio, que teveum boom auxiliado pelo au-mento da demanda interna-cional. Investimentos em se-tores como automobilístico eo aeronáutico também ajuda-ram a aprimorar e ampliar oparque industrial brasileiro.Há que se considerar que boaparte do aumento das expor-tações se deve ao aumento

A PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF E OS PRESIDENTES DO CONSELHO EUROPEU, HERMAN VAN ROMPUY, E DA COMISSÃO EUROPÉIA, JOSÉ MANUEL

DURÃO BARROSO, DURANTE ENCONTRO PARA RETOMADA DAS NEGOCIAÇÕES DO ACORDO UE-MERCOSUL, EM BRUXELAS

A União Européia

segue como o

segundo maior

fornecedor para o

mercado comprador

brasileiro, vendendo,

no total, US$ 39,12

bilhões, em 2010

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das importações, que ajuda-ram a alavancar a competiti-vidade do setor industrial ea sua capacidade de expor-tação.

O principal indicativo donível de maturidade alcança-do pelo Brasil, na última dé-cada, foi a expansão da cor-rente de comércio registradano período. Em 2000, a somade tudo o que foi exportadoe importado no Brasil era deUS$ 111 bilhões. Em 2010,esta cifra superou us$ 383 bi-lhões (crescimento de 345%).O aumento da corrente de co-mércio mostra a intensifica-ção da abertura da economiabrasileira e significa uma po-sição mais confortável paraenfrentar ajustes econômicosocasionados por crises exter-nas - a exemplo do que acon-teceu em 2008.

O saldo comercial seguiupelo mesmo caminho. O Bra-sil saiu de um saldo negativode US$ 700 milhões em 2000para US$ 20 bilhões positivosem 2010, com um ápice deUS$ 44,9 bilhões em 2005.

Em termos de produtos, adiversificação foi realmentepequena. O Brasil continuaforte exportador de maté-rias primas,sobretudo a ven-da de alimentos para o ex-terior. Em 2009, houve umaqueda muito grande do pre-ço das commodities, depoisde um crescimento especu-lativo anterior a 2008. Mas,a tendência é que os preçose a demanda por alimentoscontinuem em ascendênciapara os próximos anos, o quepode impulsionar ainda maisas vendas externas do agro-negócio brasileiro.

Quanto às exportações deprodutos manufaturados, elesresponderam, em 2010, por

53,4% das vendas ao exte-rior, uma participação menorque os 74,5% de 2000. Mes-mo assim, nessa evolução docomércio exterior, o Brasilaprimorou os manufaturadosao tirar proveito do maior in-tercâmbio tecnológico.

O destino das exportaçõestambém teve maior diver-sificação nos últimos anos.O País aumentou presençados seus produtos para paí-ses da América Latina e Ca-ribe, África, Leste Europeue Ásia. Contudo, em 2010, aUnião Européia ficou em ter-ceiro lugar como destino dasexportações brasileiras, atrásde Ásia e América Latina.

Em relação às importa-ções, a União Européia seguecomo o segundo maior forne-cedor para o mercado com-prador brasileiro, vendendo,no total, US$ 39,12 bilhões,em 2010, com 21,5% de sha-re. Dentro da Zona do Euro,a Alemanha aparece como oprincipal parceiro comercialdo Brasil em 2010.

Recuperação do comércio exterior português

O comércio exterior portu-guês apresentou evolução fa-vorável no ano de 2010, comaumento das exportações em16% em relação a 2009, atin-gindo a cifra de 37 bilhões deeuros. As importações tam-bém registraram crescimen-to, marcando 10,5% a maisem relação ao ano anterior,totalizando 57 bilhões de eu-ros. O resultado positivo ve-rificou-se em 21 dos 22 prin-cipais mercados de destino,que absorveram, nos últimostrês anos, mais de 85% dasexportações totais portugue-sas. Angola foi a exceção.

Segundo dados do gover-

no português, as exporta-ções para mercados fora daUnião Européia aumentaram18% e dentro do bloco, 15%.A União Europeia absor-veu 75% das exportações lu-sas. Apesar do desempenhopositivo, a balança comer-cial portuguesa continuou aapresentar saldo negativo de20 bilhões de euros.

A Espanha continua a ser oprincipal cliente português.Em 2010, as importações es-panholas aumentaram 1 bi-lhão de euros, chegando a10 bilhões de euros, ou 27%do total vendido por Por-tugal ao exterior.Seguiram-se Alemanha (13%), França(12%), Reino Unido (5%) eAngola (5%). A Espanha foi,também, o principal forne-cedor de Portugal. Vendeuao país 18 bilhões de euros(31% das importações por-tuguesas). Seguiram-se Ale-manha (14%), França (7%),Itália (6%) e os Países Baixos(5%).

Face à crise econômico-fi-nanceira, o bom desempenhodo comércio exterior ani-mou o Governo português,não obstante a persistênciade elevado saldo negativona balança comercial. Me-lhor desempenho exportadornão será, contudo, suficientepara evitar eventual recursodo país ao FMI e ao Fundo

Europeu de Estabilização Fi-nanceira (FEEF). Deteriora-serapidamente a classificaçãode risco da dívida portugue-sa. Além de saldar o passivocomercial, Portugal teria deapresentar resultados mui-to acima da média. Primei-ro: tornar o comércio exte-rior superavitário. Segundo:produzir superávit capaz deefeito notável sobre as contasdo país.

Do que exporta, a Europaabsorve 75%. Do que impor-ta, fornece 76%. Aparecem,como compradores impor-tantes, Angola, EUA e Brasile, como principais fornece-dores, China, Nigéria e Bra-sil. As exportações original-mente portuguesas (excluídoo comércio intrafirmas en-

Em 2010, as

exportações do

Mercosul para a

União Europeia foram

de US$ 56,1 bilhões

e corresponderam a

uma participação de

23,7% sobre o total

das vendas do bloco

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RELAÇÕES COMERCIAIS

volvendo as filiais das multi-nacionais instaladas no país)continuam, com todos essespaíses, ancoradas em produ-tos primários ou com baixovalor agregado.

Comércio bilateralO Brasil passou, em 2010,

de 11º a 10º importador maisrelevante de Portugal. As ex-portações portuguesas aoBrasil aumentaram 34% emrelação a 2009 e as exporta-ções brasileiras a Portugal18% no mesmo período. OPaís ocupa também a 10ª po-sição entre os fornecedoresde Portugal. O Brasil é hoje oterceiro comprador extraco-munitário de Portugal, atrásde Angola e EUA, e o 3º for-necedor depois de Nigéria eChina. Assim, é considera-do pelas autoridades portu-guesas como alvo prioritárioà diversificação do comércioexterior do país.

A crise financeira oferece-rá, eventualmente, oportuni-dades para ampliar a pauta eas parcerias do comércio bi-lateral. Haja vista, por exem-plo, o aumento da participa-ção dos vinhos portuguesesnas importações brasileiras,apesar da nossa proximida-de de Chile e Argentina, par-ceiros do Brasil no Merco-sul. Também a participaçãode empresas portuguesas deenergia (EDP e Martifer) e te-lecomunicações (PT-Oi) noBrasil poderiam contribuirpara o adensamento e quali-ficação do comércio bilateral.Em sentido contrário, a cons-trução de fábrica da Embraerem Évora e as parcerias entrea Petrobras, a Galp e a Partextambém poderiam favorecernovas correntes de coopera-ção e de comércio.

Para reforçar sua presençano mercado brasileiro, a AI-CEP Portugal Global (Agên-cia para o Investimento eComércio Externo de Portu-gal), promoverá campanhade imagem, destinada à mu-dança na pauta tradicionalde exportações portuguesaspara o mundo, hoje 65% con-centrada em produtos ou ser-viços que incorporariam, se-gundo a AICEP, tecnologiamédia ou alta. Ocorre, entre-

tanto, em Portugal situaçãosemelhante à do Brasil: a in-dústria aqui instalada é partedo processo de transforma-ção de multinacionais em es-cala mundial. Assim, Portu-gal atende primordialmenteà União Europeia e ancilar-mente a mercados extraco-munitários, segundo a estra-tégia das matrizes.

Entre as dez principais fir-mas exportadoras instaladasem Portugal, somente duassão portuguesas: Petrogal(Petróleos de Portugal, em-presa do grupo da Galp Ener-gia) e Portucel Soporcel (ce-lulose e papel). As demaissão: Autoeuropa, Continen-tal Mabor, Repsol, Bosch Car,Peugeot Citroen, Somincor ePhilip Morris InternacionalManagement.

Os principais produtos nocomércio com o Brasil con-tinuam a ser os tradicionaisazeite, bacalhau e vinho (sãoigualmente relevantes os de-rivados. Também as expor-tações brasileiras a Portugalconcentram-se em produtosprimários (petróleo e produ-tos alimentares). O potencialde mudança na qualidade docomércio apresenta-se, emprincípio, reduzido e a possi-bilidade de sua modificação,a partir de investimentos fei-tos por empresas de serviços,está para ser comprovada.

Vale lembrar que, à exce-ção da fábrica da Embraera ser instalada em Évora, asdemais empresas brasileirasde porte representadas emPortugal são grandes cons-trutoras.

Brasil aposta na

competitividade do

agronegócio para

entrar com força no

mercado europeu

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Representante da UE no Brasil destaca a importância dos investido-res brasileiros no processo de recuperação econômica dos países do bloco europeuO ministro-conselheiro Juan Vítor Montfort marcou presença no 6º En-contro de Negócios Brasil-Portugal para reforçar os laços comercias entre os dois países e outras economias que compõem a Zona do Euro. Ele falou à Revista Missão Empresarial e leia os principais tre-chos da entrevista:

Na sua avaliação, qual é a importância do 6º ENBP e como o senhor acredita que este evento pode ajudar a incrementar ainda mais as relações Brasil-Portugal e Brasil-UE ? MONTFORT: Eu acho que essa reunião foi muito relevante. Há uma grande possi-bilidade de incrementar, de aumentar os investimentos, que já são muito im-portantes. As relações entre Brasil e al-guns países europeus, como a Alema-nha, França, e mesmo Portugal, já são muito grandes. Acho que temos muitas possibilidades de dar um salto qualitati-vo porque esse tipo de encontro permite aos homens de negócios se reunirem e fazerem progressos.

Então, apostar no mercado português pode ser uma via de entrada para os negócios do Brasil em outras economias da Zona do Euro? MONTFORT - O sistema que temos na União Europeia é que quando um pro-duto entra num país do bloco, ele tem livre circulação para 27 países e 500 mi-lhões de consumidores. Então, as rela-ções entre Brasil e Portugal, históricas e tradicionais para os investidores bra-sileiros, é uma porta que é muito acessí-vel. E as correntes de investimento en-tre o Brasil e a UE estão aumentando de uma maneira muito importante, seja

são um parceiro muito importante. Es-peramos que o Brasil faça investimentosna UE e que o comércio entre os paísesdos dois blocos, que tem ainda muitaspossibilidades de crescer, continue au-mentando.

O que o senhor acha da possibilidade de o Brasil vir a adquirir eurobônus como forma de ajudar os países da UE em grave crise, como Portugal? MONTFORT: Ainda não temos uma de-cisão sobre a criação do eurobônus. AComissão Europeia pronunciou-se a fa-vor da emissão com certas condições.A CE está trabalhando sobre isso, mas,por enquanto, os eurobônus não exis-tem. Quando eles existirem, todos oscompradores de eurobônus serão muitobem-vindos. Então, o Brasil tem numaposição muito forte neste momento nasua balança de pagamentos, na sua ba-lança corrente. E todas as compras deeurobônus serão muito bem vindas.

Mercosul-UE: uma relação promissora

com Portugal ou em outros países, e estaé uma oportunidade para continuarmosessa corrente de investimentos.

Apesar da crise mundial, as economias eu-ropeias estão tentando se recuperar. O Bra-sil bateu recorde, nos sete primeiros meses de 2011, no seu volume de comércio exte-rior com Portugal. Como o senhor entende a importância do Brasil para ajudar os países da UE nesse processo de recuperação eco-nômica da região? MONTFORT: Não sou especialista em eco-nomia, mas sabemos que estamos nummomento difícil. Contudo, todos temosconfiança de que os problemas serão re-solvidos. Eu acho que a crise apresentatambém muitas oportunidades, e o Bra-sil está num momento muito brilhantedo seu crescimento econômico, Não sóPortugal, mas vários países da UE preci-sam de investimentos estrangeiros. En-tão, é um momento ótimo para que asempresas do Brasil faça investimentosinteressantes na Europa.

O que a UE espera do Brasil?MONTFORT: Bom, somos o primeiro par-ceiro comercial do Brasil. Somos o pri-meiro investidor no Brasil. A União Eu-ropéia investiu mais no Brasil, que emtoda a Rússia, China e Índia juntas. En-tão, para nós, o Brasil e todo Mercosul

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ENERGIA

TECNOLOGIA DE PONTA

Rio terá o maior pólo tecnológico de oléo e gás do mundo

AUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pretende dar ori-gem, até 2014, um dos mais di-nâmicos centros de tecnologia do

mundo, onde representantes serão em-presas de ponta da indústria do petró-leo, energia, além de meio ambiente e tecnologia da informação.

Dentro de uma área de 350 mil metros quadrados, serão estabelecidos centros de pesquisas e tecnologia de algumas das maiores empresas do mundo no se-tor, inclusive concorrentes diretas. A ideia é reunir no mesmo local de desen-volvimento de pesquisas empresas que, em outros lugares do mundo são com-petidoras e que no centro ficaram lado a lado, usufruindo de toda a infraestru-tura do local.

Até o fechamento desta edição, já fo-ram confirmadas para se instalarem no centro tecnológico a Schlumberger, Sie-mens, FMC Technologies, Usiminas, Te-naris Confab, EMC Computer Systems, BR Distribuidora, ESSS Engineering Si-mulation and Software, Ilos Instituto de Logístíca e Supply Chain, PAM Mem-branas. Apesar de não estar adminis-trativamente no parque da UFRJ, a GE (General Electric) também vai integrar fisicamente o complexo – por um acor-do da prefeitura do Rio e do governo do

Estado com o Exército, dono de área de50.000 metros quadrados no Fundão.Neste contexto, o Rio de Janeiro des-ponta como uma força importante paraa atração investimentos, trieinando eformando mão de obra altamente qua-lificada e gerando negócios milionários,aumentando a arrecadação da cidade edo estado do Rio de Janeiro.

Atualmente, a multinacional de ori-gem francesa Schlumberger é a únicajá está instalada, desde novembro de2010, com mais de cem funcionários.Sete novas obras começam neste segun-do semestre, alguns centros estarão ati-vos já em 2012 e, até o fim de 2014 oparque estará instalado.

Ao todo, serão 5.000 funcionários dealto nível técnico – entre engenheiros, ge-ólogos, profissionais de informática, geo-físicos – de diversas nacionalidades, em-bora a predominância seja de cerca de90% de brasileiros, em ambiente global,característico do mundo acadêmico e daciência.

O objetivo da UFRJ foi criar na Ilha doFundão um “parque industrial” de exce-lência em alta tecnologia do século 21,aliar a vocação natural do Estado e seintegrar à capacidade da universidade,da Coppe (Instituto Alberto Luiz Coim-bra de Pós-Graduação e Pesquisa de En

Empresas de ponta

do setor de petróleo

vão estabelecer

na Ilha do Fundão,

da UFRJ, o maior

parque tecnológico

de pesquisas em

petróleo, gás e

energia do mundo,

com investimentos

privados de R$ 500

milhões. Será a Ilha

do Petróleo, voltada

para os desafios

do pré-sal

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genharia da UFRJ), otimizando áreas antes desocupadas da Ilha do Fundão.

Infraestrutura instalada de pesquisaUma importante vantagem do parque é a infraestrutura já existente, que inclui – além da própria UFRJ – o segundo mais possante supercomputador da América Latina e o LabOceano, maior e mais pro-fundo laboratório oceânico do mundo, ambos da Coppe. O objetivo é que se re-lacionem e tenham contratos de pesqui-sa com a UFRJ. Para se habilitarem para a licitação, todos apresentam um plano de cooperação com a universidade. “O supercomputador faz parte do pacote de tecnologia do parque. Não tem sentido cada empresa ter o seu se pode usar o nosso”, disse Álvaro Coutinho, coorde-nador do Nacad (Núcleo Avançado de Computação de Alto Desempenho), da Coppe, em entrevista a um importante jornal do Rio de Janeiro.

Também presidente da Associação In-ternacional de Parques Tecnológicos, Maurício Guedes explica que o conceito é o de interação pessoal permanente, em um ambiente de criatividade e inovação. “A integração mais importante não é de máquinas, mas de pessoas. As empresas poderiam até contratar o supercomputa-dor e o laboratório oceânico, mas talvez nem sequer os conhecessem, ou se co-nhecessem não teriam segurança e facili-dade de acesso aos coordenadores, como terão aqui. É a magia do parque tecnoló-gico, não só nos anos 1950, mas mesmo hoje, com a globalização: o convívio pes-soal, o encontro ocasional no restauran-te, essa troca entre estudantes, professo-res, pesquisadores, gente entusiasmada criando empresas. É dessa forma que se cria e gera negócios”, vibra.

O supercomputador e o LabOceano têm como principais clientes a Petrobras e o seu Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Mi-guez de Mello), instituição de pesquisa que lançou a semente inicial do parque. Há décadas na Ilha do Fundão, o Cenpes – apontado pela UFRJ como “grande ân-cora do parque”, embora não faça for-malmente parte do projeto – reúne 1.600

pessoas em desenvolvimento e engenha-ria de projetos. A nova concepção doatual projeto é de 1997 e foi impulsiona-da com a descoberta do pré-sal, que vemganhando, cada vez mais, destaque.

Para entrar na Ilha do Petróleo, as em-presas receberam concessão, median-te licitação, de uso dos terrenos por 20anos, renovável por mais 20, mediante opagamento de aluguel, cujo valor men-sal varia de R$ 3 a R$ 20 por metro qua-drado. Os últimos terrenos disponíveisforam assumidos pela EMC, BG Group– que vai instalar seu centro de pesqui-sa mundial no Rio, segundo a UFRJ – eSiemens, em concorrência vencida emjunho. Os centros de pesquisa vão pa-gar ao parque ainda uma taxa de servi-ço, semelhante a um condomínio, paraa manutenção da área.

Alta tecnologia nasce sobre entulho de obra

Um desafio físico do Fundão era a áreaútil para o empreendimento. A primeiraconcepção arquitetônica previa áreas queseriam alagadas parte do ano, por contados aterros que unificaram a Ilha do Fun-dão, originalmente dividida em oito ilhas.Depois de muitas reuniões, a direção daUFRJ encontrou a solução através de umacordo com a Comlurb, que passou a usara ilha como depósito de entulho de obra.Foram trazidos para o local 100 mil ca-

PRÉDIO DA UFRJ: O LOCAL ABRIGARÁ AS PRINCIPAIS EMPRESAS DE TECNOLOGIA DO MUNDO

“A integração mais

importante não é de

máquinas, mas de pessoas.

As empresas poderiam até

contratar o supercomputador

e o laboratório oceânico,

mas não teriam segurança

e facilidade de acesso aos

coordenadores, como terão

aqui. É a magia do parque

tecnológico”

minhões de entulho. Assim, o parque dealta tecnologia está sendo erguido sobreeste material colado estrategicamente nolocal.

Para a direção do parque tecnológico,a tendência é que o pólo atraia outrasempresas do setor para o Rio. Acredita-se que a uiversidade viverá o fenômenode outras regiões do mundo, repercutin-do os resultados para além das frontei-ras do parque. Para expandir o parque,a UFRJ agora negocia com o ExércitoBrasileiro a cessão de uma área de 240mil metros que lhe pertence na ilha.

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ENERGIA

Há 15 anos no Brasil e pre-sente em sete estados do país, a holding portugue-sa Energias do Brasil– EDP contabilizou, no pri-meiro semestre deste ano,

lucro de R$ 875,4 milhões, represen-tando crescimento de 7,8% em rela-ção ao mesmo período de 2010. Esse resultado, fruto do bom momento da economia interna brasileira, dá ânimo para que a empresa aumente o fluxo de investimentos em projetos de energia no Brasil, sem esquecer de promover políticas de sustentabilidade. Antonio Pita de Abreu é diretor-presidente da Energias do Brasil e falou com a re-vista Missão Empresarial. Ele afirmou que o encontro serviu para consolidar as relações bilaterais luso-brasileiras. “No encontro tivemos a oportunidade de discutir as relações comerciais e o fluxo de investimentos entre os dois países, apontando entraves, soluções e oportunidades para o comércio e in-vestimentos bilateral”. Confira, abai-xo, os trechos da entrevista.

Como foi o ano de 2010 para a EDP - Ener-gias do Brasil?PITA DE ABREU - Contabilizamos um bom desempenho em 2010, tanto do ponto de vista financeiro, como de negócios. No aspecto financeiro, conseguimos manter o ritmo de redução de custos e cumprimos o racional estratégico de crescimento orientado e risco controla-do. Mesmo com o impacto das novas re-gras fiscais, os números se mantiveram

rência a estratégia de investimento comrisco controlado e garantia de rentabi-lidade para nossos acionistas. O índiceEBITDA (lucro antes de juros, impostos,depreciações e amortizações) atingiu R$875,4 milhões entre janeiro e junho, au-mento de 7,8% em comparação ao mes-mo período de 2010. Já a receita líqui-da no primeiro semestre foi de R$ 2,7bilhões, incremento de 12,4% na com-paração com os primeiros seis mesesde 2010. O lucro líquido também se-gue crescendo em 2011. No primeiro se-mestre o montante atingiu R$ 316,5 mi-lhões, alta de 2,5% em relação a 2010.

O senhor poderia falar sobre os mais impor-tantes investimentos da empresa para os próximos anos?PITA DE ABREU - A EDP promoveu um inves-timento da ordem de R$ 283,1 milhõesneste primeiro semestre, dos quais R$145,6 milhões foram investidos em Dis-tribuição, enquanto outros R$ 136,6milhões foram destinados para Gera-ção. Nosso plano de negócios é crescerem geração e continuamos prospectan-do negócios nessa área. Nos próximosanos vamos ampliar nosso parque gera-dor com a entrada em operação em 2012da Termelétrica de Pecém, em parceriacom a MPX, no Ceará. Acabamos de ad-quirir a Usina Hiroelétrica de Energia –UHE Santo Antônio do Jari, com capaci-dade 370 MW. Além disso, continuamosa olhar um conjunto de projetos de PCH,Térmica a gás e eólica para identificara melhor oportunidade. Não sabemosa rentabilidade de cada projeto e nossameta é sempre oferecer bons rendimen-tos aos nossos acionistas.

A demanda por energia está crescendo no Brasil em função do aquecimento da econo-

“A EDP acredita que o

Brasil apresenta todas

as condições para

prosseguir no rumo de

forte desenvolvimento”

PITA DE ABREU, PRESIDENTE DA ENERGIAS DO BRASIL

favoráveis, impulsionados, principal-mente, pela venda de energia. Na área de negócios, concretizamos os planos de desenvolvimento de projetos de ino-vação, como a Mobilidade Elétrica.

E como está sendo 2011?PITA DE ABREU - Em 2011, até esse primei-ro semestre, a EDP vem mantendo sua trajetória de crescimento e eficiência. Nosso plano de atuação segue com coe-

Investindo no BrasilA EDP acredita no potencial energético brasileiro

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mia. Como a EDP está respondendo à atual conjuntura?PITA DE ABREU - O Brasil está em franco de-senvolvimento econômico e cada vez mais precisará de energia firme e capaz de suportar a demanda do crescimento industrial. A EDP acredita que o Brasil apresenta todas as condições para pros-seguir no rumo de forte desenvolvimen-to e de continuado progresso na melho-ria da qualidade de vida de toda a sua população. O setor energético é um dos pilares fundamentais para esse desen-volvimento. A EDP está preparada para contribuir com concretização desse ob-jetivo. Como já mencionei, continua-mos investindo em Geração e Distribui-ção. Ampliaremos nosso parque gerador com a entrada em operação da Termelé-trica Energia Pecém, adquirimos a UHE Santo Antônio do Jari e continuamos analisando um conjunto de projetos de geração de energia para identificar as melhores oportunidades.

Em relação à presença da empresa no Bra-sil, o que o senhor poderia falar dessa rela-ção entre a EDP e o mercado brasileiro?PITA DE ABREU - A subsidiária brasileira re-presenta 21% dos negócios globais da matriz EDP. Esse número expressivo e os resultados apresentados pela com-panhia comprovam a importância es-tratégica do Brasil para os negócios do Grupo. A expectativa da EDP no Brasil é manter o ritmo de alta, com cresci-mento acompanhando o PIB brasileiro, que deve subir na casa dos 3% em 2011.Desde 2005, quando abriu capital na Bolsa de Valores de São Paulo – BM&F/Bovespa, a EDP teve uma valorização de seus papéis em 107%. Ou seja, a EDP é uma empresa com boa performance e história sólida de retorno aos acionistas. Por isso, vamos manter o plano de ne-gócios de crescimento em geração e au-mento de eficiência em distribuição.

De que forma a EDP tem desenvolvido políti-cas de sustentabilidade ambiental?PITA DE ABREU - Como geradora de um pro-duto essencial à população, a EDP se preocupa em oferecer qualidade sem

comprometer as gerações futuras. Porisso, a sustentabilidade é um princípioque a EDP aplica em toda a cadeia de va-lor e está na base da sua estratégia co-mercial. A EDP mantém suas ações noÍndice de Sustentabilidade Empresarial(ISE), da BM&F/Bovespa, pelo quinto anoconsecutivo. Também participamos doprimeiro Registro Público de EmissõesGEE – Gases de Efeito Estufa do Brasil eestamos entre as 35 empresas brasilei-ras que estão na dianteira da economiade baixo carbono e que passaram a re-portar voluntariamente suas emissõesneste registro. Em inovação, destaca-seo EDP 2020 – Prêmio de Inovação e Em-preendedorismo. Com distribuição deR$ 1 milhão ao longo de 10 anos, bus-ca-se estimular o desenvolvimento deprojetos inovadores no setor energético,

energética e redes inteligentes, promo-vendo o desenvolvimento de tecnolo-gias energéticas mais limpas e eficien-tes, assim como o uso racional e seguroda energia. A EDP também mantém oInstituto EDP como uma plataforma derelacionamento com todas as partes in-teressadas na dimensão socioambiental,devendo melhorar a eficácia da atuaçãodas empresas do Grupo EDP no Brasilnesta área. Nele são apoiados projetosque envolvam educação, cultura e meioambiente.

Qual foi a avaliação da emprea e do que se tratou durante o 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal?PITA DE ABREU - Minhas avaliações são asmelhores possíveis. Estivemos ao ladodos principais empresários do Brasil e

promovendo o empreendedorismo. AEDP foi responsável por implantar a pri-meira rede de abastecimento para veí-culos elétricos do Brasil e por desenvol-ver a maior frota deste tipo de veículosdo País por meio da doação de bicicletaselétricas para organizações de seguran-ça pública.

Isso se aplica a iniciativas que visem à efi-ciência energética?PITA DE ABREU - Sim. A EDP também pos-sui uma política de ações de eficiência

de Portugal, além de importantes lide-ranças políticas dos principais paísesda língua portuguesa no mundo. Brasile Portugal têm uma ligação muito for-te e antiga e é natural esperar que nos-sa parceria empresarial se solidifiquecada vez mais, com ganhos para ambos.No encontro tivemos a oportunidade dediscutir as relações comerciais e o fluxode investimentos entre os dois países,apontando entraves, soluções e oportu-nidades para o comércio e investimen-tos bilateral.

A EDP FEZ DOAÇÃO DE BICICLETAS ELÉTRICAS PARA A SEGURAÇA PÚBLICA EM DIVERSOS ESTADOS BRASILEIROS

FOTO: DIVULGAÇÃO

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ENERGIA

Apostando em PortugalPetrobras investe e acredita no potencial energético do país

Uma das maiores empre-sas do mundo e comforte presença interna-

cional, a Petrobras está apos-tando no mercado de ener-gia de Portugal. Atuando emsete blocos de exploração nopaís europeu, a petrolíferabrasileira acredita que há umenorme potencial de energiafóssil em águas profundasportuguesas e que, caso con-firmado, poderá representargrandes ganhos tanto para aempresa como para Portugal.Do ponto de vista técnico, aaposta da empresa reside napossível similaridade geológi-ca entre a costa de Portugal ea costa Leste do Canadá, ondeexistem descobertas de cam-pos de petróleo em produção.A estratégia da estatal brasi-leira, conforme descrita peladireção internacional da em-presa, consiste em utilizar,em Portugal, a sua expertisena exploração em águas pro-fundas, apostando na parce-ria estratégica com a Galp e aPartex, principais players naindústria do petróleo no país.

Portugal importa 100% dopetróleo que consome, cujamédia é de 300 mil barrispor dia, o que faz com queseja cada vez mais importan-te investir em produção e ex-ploração deste combustívelfóssil,mesmo que seja umprojeto de alto risco.

O grande fato relevantepara a Petrobras no processode E&P em Portugal deu-se

após o início das operaçõesde mapeamento sísmico em3D, possibilitando, assim,melhor aferição do subsolopara identificar potenciaisde reservas de petróleo. O lo-cal da operação está situadona bacia do Periche, numaárea que abrange 2 mil km2e com previsão de conclusãodo mapeamento para o iníciode 2011. Através dos resulta-dos desses estudos é que po-derá ser avaliado os méritospara operações de perfuraçãode poços.

Do lado da parceria coma Galp o Brasil, a Petrobrasestá atuando em conjuntocom a petrolífera portuguesaem blocos exploratórios ope-rados pela Petrobras no pré-sal brasileiro, onde as duasempresas são parceiras em30 áreas de concessão Brasil.Sete delas estão localizadas

na Bacia de Santos, onde es-tão localizadas as principaisdescobertas do pré-sal.

BiocombustíveisA parceria com Portugal

também existe no setor debiocombustíveis, a Petrobraslançou, recentemente, dois

projetos de produção de bio-diesel a partir de óleo de pal-ma (dendê). “Trata-se de umausina de biodiesel própria– o projeto Biodiesel Pará –,e de um projeto de produ-ção de biodiesel em Portu-gal em parceria com a GalpEnergia, denominado projetoBelém. A estratégia de supri-mento das unidades de bio-diesel prevê o plantio de pal-ma em áreas ocupadas, comatuação em uma das regiõesmais afetadas pelo desmata-mento no estado do Pará”,disse o gerente executivo daÁrea Internacional da Petro-bras, Fernando José Cunha.Com isso, os projetos trarãobenefícios ambientais, coma recuperação destas áreas,proporcionando proteção desolo, equilíbrio ecológico e areintegração econômica des-tas regiões com pouca ativi-dade produtiva. “Os plantiostambém irão contribuir coma redução de gases de efeitoestufa no ciclo de produçãodo óleo vegetal e na produ-ção de biodiesel”, afirmou orepresentante da Petrobras.Os projetos apresentam im-pactos econômicos e sociaispositivos para a região. Aotodo, serão gerados sete milempregos diretos, sendo cer-ca de 5.250 no setor agríco-la e 1.750 na área industriale de logística e ainda serãoenvolvidos 2.250 agriculto-res familiares no plantio depalma.

“A estratégia de suprimento das

unidades de biodiesel prevê o plantio de

palma em áreas ocupadas, com

atuação em uma das regiões mais afetadas pelo desmatamento no

estado do Pará”

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Rumo à internacionalizaçãoUma das maiores empresas do Brasil, a Eletrobras expande os seus negócios para outro países

rio centro-americano, recém-instalado,que certamente nos ajudará na nova mo-delagem dos futuros escritórios da Amé-rica do Norte e da África”, analisa o exe-cutivo. Ele também se mostra animadocom o mercado da América Central. “Éum mercado interessante porque o con-junto dos países apresenta uma matrizde geração elétrica com elevada poten-cialidade de mudança para uma matrizlimpa e renovável. Com o nosso conhe-cimento em geração deste tipo de ener-gia, podemos ajudá-los a limpar a ma-triz e, ainda, contribuir para melhorara economia de cada um, já que o custoé inferior e terão utilizados insumos lo-cais, sem necessidade de importação”,afirma. “Do nosso lado, podemos apren-der muito com os centro-americanos naárea de integração energética, pois o sis-

tema da América Central é totalmenteinterligado”, completa o executivo.

Em relação a Portugal, apesar de nãohaver conversações concretas que ates-tem parcerias com empresas do país eu-ropeu, o presidente da Eletrobras, Joséda Costa Carvalho Neto, disse, em entre-vista à Revista Missão Empresarial, quehá a ideia de estabelecer negócios porlá. “A Eletrobras, maior companhia deenergia elétrica da América Latina, sen-te-se honrada em participar da 6ª BienalBrasil-Portugal. Não só porque a partici-pação em eventos como esse fazem par-te da nossa estratégia de internaciona-lização, mas também porque, mais quepovos irmãos, Brasil e Portugal são duasnações de destaque no cenário interna-cional”, considerou.

Empresa participante do 6º Encon-tro de Negócios Brasil-Portugal, a Eletrobras é uma empresa em ex-

pansão. Considerada uma das dez mar-cas mais valiosas do Brasil e avaliada em US$ 2,5 bilhões, a Eletrobras é lí-der em valor entre as empresas latino-americanas de energia elétrica e a 16º entre as companhias mundias do setor. Dentro desse perfil, promover avanços de negócios para outros países vem a se tornar uma etapa natural para a consoli-dação do crescimento da empresa.

O processo de internacionalização da Eletrobras teve início em 2009, durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). A partir de então, a empresa vem aumentando sua carteira de negócios, sempre pensando nos mer-cados mais vantajosos para se estabele-cer. “Temos uma carteira diversificada. Além da interligação com o Uruguai, o m o Uruguai, o projeto da usina de Tumarrín, na Nicará-gua, encontra-se na fase final de decisão de início de construção e terminamos o estudo de viabilidade paara a usina de Inambari, no Peru. Há esttudos de pros-pecção de empreendimenntos deee e nergia limpa e renovável no Uruuguaaai, Argenttti-na, Peru, Bolívia, na Guiaanan , SuSS riname, Costa Rica, El Salvador, Esstadddososos UUUniniidododos,ss Angola, Moçambique, Nammíbibia, Nepal eee na Venezuela”, disse o suuperintendente de Operações no Exteriorr da empresa, Sinval Zaidan Gama.

De acordo com Gama, os escritórios que a empresa atualmentte mantém no exterior – Uruguai (Monttevidéu), Peru (Lima) e Panamá (Cidade do Panamá) – mostram-se de grande utiilidade na ob-servação dos mercados reegionais, além de serem uma importantte entrada de propostas de negócios. “Os escritórios servirão como base para oo novo escritó-

Presençççaaa dda EEEllleeetttrobrrrááásss no mundo

ESTUDOS INICIAIS

ESTESTSTUDUDUDO DE PRÉ-VVVIABIABIABILILIIL DADEEE

ESTEES UDOOOS DS DS DE VVVIAIABIA ILIDADE

ESCESCESCRITTTÓRIRRIO NOO O EXTERIOR

PLANO DE DEDE NEGÓCIOS

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Alimentado por um exten-so calendário de eventos, além de ser destino de grandes investimentos nas mais diversas áreas e se-tores, o governo do estado

do Rio de Janeiro está atento às opor-tunidades que vêm surgindo para o de-senvolvimento econômico, sobretudo em relação à vinda de aportes de re-cursos estrangeiros. Neste ponto, o go-vernador Sérgio Cabral resolveu dar, a partir de 2007, mais destaque à área internacional do governo, dotando ela com mais estrutura para que os seus representantes possam agir de forma mais atuante no processo de desenvol-

vimento de políticas que promovam umambiente mais receptivo para investi-mentos. O subsecretário de RelaçõesInternacionais do Rio de Janeiro, PedroSpadale, é um desses agentes e esta-rá, ao lado do governador Sérgio Ca-bral, no 6º ENBP. Ele comentou, entreoutros assuntos, o empenho e compro-misso do governo estadual em colocaro Rio como rota de grandes investimen-tos em setores estratégicos que serãobenéficos não só para o estado, comopara o Brasil como um todo. “Vamosmostrar aos empresários portuguesesque este é o momento de investir no Riode Janeiro”. Confira, a seguir, os prin-cipais trechos da entrevista.

Como vem sendo as relações entre o governo do estado do Rio de Janeiro e outros países?SPADALE – O Rio de Janeiro vive um mo-mento especial que precisa ser devida-mente divulgado em todo o mundo. O Rio sempre teve uma grande vocação cosmopolita, sobretudo a partir da trans-ferência da família real há pouco mais de dois séculos. Nos últimos anos, entretan-to, nossa exposição na mídia internacio-nal ganhou um novo impulso com a re-alização dos megaeventos dos próximos anos e com a pujança econômica do nos-so Estado. Outro fator a ser mencionado é a reestruturação da área internacional do Governo, realizada pelo Governador Sérgio Cabral a partir de 2007. Ganha-

mos celeridade e estrutura para ampliar-mos nossa rede de contatos com parcei-ros estrangeiros, com foco na atração denovos investimentos, estabelecimentode iniciativas frutíferas de cooperaçãotécnica e captação de financiamentos ex-ternos.

O estado do Rio está sendo palco de gran-des investimentos. Como os empresários estrangeiros observam as oportunidades de investimento em nosso estado?SPADALE – O Rio de Janeiro apresenta umaagenda de investimentos estimada em R$186 bilhões – 102 bilhões de dólares – deinvestimentos públicos e privados em di-versas áreas, de acordo com a Federação

“Vamos mostrar aos empresários

portugueses que este é o momento de investir

no Rio de Janeiro”PEDRO SPADALE

Sub-secretário de Relações Internacionais do Rio de Janeiro

Para o governo do estado, o 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal sinaliza a importância do Rio de Janeiro no contexto das relações internacionais

Por um Rio de Janeiro mais globalizado

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das Indústrias do Estado do Rio de Janei-ro (Firjan), com destaque para setores es-tratégicos como petróleo e gás, logística e siderurgia. Em grande parte, esse calen-dário é derivado desse atual cenário de alinhamento entre as esferas federal, es-tadual e municipal dos Governos, o que possibilitou que projetos “engavetados” há anos saíssem do papel e que captás-semos mais recursos para grandes obras, como de infraestrutura, transportes e sa-neamento. A mensagem que estamos passando ao mundo é que o rio é muito mais do que lindas paisagens, carnaval e futebol. Produzimos mais de 80% do petróleo e mais de 50% do gás do Bra-sil, mais de 35% do aço e mais de 10% da indústria automobilística, sem contar que somos o coração da indústria naval brasileira, concentrando mais de metade dos contratos e dos empregos. E em 2010, segundo o Banco Central, nosso estado recebeu 52% de todo o investimento ex-terno direto no país, que bateu recorde de mais de US$ 48 bilhões. Se conside-rarmos que há três anos não recebíamos nem 23% do total. As oportunidades es-tão literalmente em todos os setores.

Quais são as expectativas do senhor e do governo estadual esperam para o 6º Encon-tro de Negócios Brasil-Portugal a ser reali-zado no Rio de Janeiro?SPADALE – São as melhores, sem dúvida. Vamos mostrar aos nossos amigos por-tugueses que o Rio tem se tornado um grande centro de negócios internacio-nais. Os dados recentes já mostram cres-cimento expressivo no comércio bilate-ral entre Brasil e Portugal que, de janeiro a junho de 2011, registrou a cifra de US$ 1,32 bilhão, aumento de 52% em rela-ção ao mesmo período do ano passado. O governo do estado do Rio quer que o 6º Encontro Brasil-Portugal seja uma opor-tunidade de alavancar ainda mais as re-lações comerciais entre os dois países e, mais do que tudo, entre as empresas do Rio de Janeiro e de Portugal.

O que os empresários portugueses podem encontrar de vantagens para se instalarem e investirem no estado do Rio?

SPADALE – Vamos mostrar aos empresá-rios portugueses que este é o momentode investir no Rio de Janeiro. O Estadovem superando problemas antigos, quehá muito preocupavam os investidoresestrangeiros. Estamos trabalhando ardu-amente para tornar o Estado mais célere,transparente e eficiente, melhorando agestão e criando um ambiente favorávelaos negócios. E o melhor indicador queestamos no caminho certo, é o fato deo Rio registrar, ano após ano, númerosrecordes de empresas abertas, além determos sido o primeiro Estado da Amé-rica do Sul a receber o Investment Gra-de, da agência Standard&Poor’s. Agora,com um Estado mais seguro, com qua-lidade de vida e mão de obra qualifica-da, é o cenário perfeito para ampliarmosos investimentos e a corrente comercial.Além disso, o Rio possui, hoje, um paco-te bastante atraente de incentivos fiscaise financeiros para a instalação de empre-sas de setores estratégicos.

O senhor compartilha da opinião de que a crise nos países centrais pode oferecer boas oportunidades de negócios para os pa-íses emergentes, e,assim, beneficiar a eco-nomia do nosso estado?SPADALE – Sem dúvida. Uma das manei-ras de as empresas européias e norte-americanas ultrapassarem essas tur-

bulências é apostarem nos mercadosemergentes. O Brasil, como um todo,e o Rio de Janeiro, em particular, ofe-recem grandes vantagens para as em-presas, como um mercado consumidorcada vez mais amplo e com maior poderaquisitivo, grandes reservas de matériasprimas, ambiente político estável e re-gras empresariais claras.

O que o governo do estado está fazendo para superar os desafios existentes que po-dem representar problemas para o investi-dor estrangeiro?SPADALE – Os desafios são múltiplos e, emboa parte, derivam de um período pro-longado de descaso e abandono vividopelo Estado. Temos que melhorar nos-sa infraestrutura logística pára ampliara competitividade internacional de nos-sos produtos, capacitar ainda mais nossamão de obra para garantir a continuidadedo crescimento e trabalhar para reduzir acarga tributária sobre as operações priva-das. Já avançamos bastante nesses seto-res, como os investimentos em parceriacom o Governo Federal para a melhoria emodernização de portos, rodovias e ferro-vias, qualificando um grande contingen-te de trabalhadores por meio da FAETEC ede programas como o PROMINP e reduzi-mos sensivelmente os tributos para esti-mular novos investimentos.

ALUNOS DA FAETEC PARTICIPAM DA OLIMPÍDA BRASILEIRA DE ROBÓTICA

FOTO: GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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FINANÇAS

Como é a atuação da Caixa Ge-ral do Brasil? O Banco está vol-tando a investir no país, após um período de afastamento e agora abre uma agência no Rio de Janeiro. O banco tem a fun-ção de fazer uma ponte entre investidores brasileiros e por-tugueses?ISABEL ABOIM – O Banco CaixaGeral é um banco 100% dogoverno português e é umasubsidiária integral destebanco. Ele já teve uma pre-sença local bastante antigae retornou em 2009. A par-tir de então, o banco voltou

“O Brasil é uma prioridade para o banco Caixa Geral de Depósitos”Representante do banco CGB fala sobre a presença da instituição no país

Instituição financeira do governo português, o banco

Caixa Geral investe no crescimento do mercado brasi-

leiro, de olho, principalmente, nas oportunidades que o

Rio de Janeiro está atraindo. Prova disso é a abertura

de uma agência no centro financeiro da capital flumi-

nense ainda este ano. “Existem uma série de projetos,

não só no município do Rio de Janeiro como em todo esta-

do”. A frase é de Maria Isabel Aboim, superintendente da

Caixa Geral do Brasil, o braço brasileiro do do banco portu-

guês Caixa Geral de Depósitos. A executiva participou do 6º

Encontro de Negócios Brasil-Portugal e falou com a Revista

Missão Empresarial.

com um foco grande em in-vestimentos, embora tenhauma carteira múltipla, comtoda a gama de produtos queum banco pode ter no país.O CGB tem foco, principal-mente, em grandes projetos,aproveitando a expertise queo banco já tinha em Portugalem operações estruturadas.Naturalmente, o CGB tem,também, bastante interesseem apoiar toda a comunida-de portuguesa . Para nós, elaé prioritária.

Por que a Caixa Geral do Bra-sil decidiu investir nesta nova agência no Rio de Janeiro? É um pólo propício para investimen-tos neste momento?ISABEL ABOIM – Com certeza.O Rio de Janeiro tem, cla-ramente, atraído uma gamaenorme de investimentosimportantes, não só para aCopa e as Olimpíadas, mas,principalmente, para investi-mentos que tem caráter per-manente, como o setor de pe-tróleo e gás. Isso atrai todauma cadeia produtiva. Há,ainda, a questão (de moder-nização) dos portos, empre-sas com grandes projetos, oPorto Maravilha e uma sériede outro projetos para o mu-nicípio e estado do Rio de Ja-neiro. Tudo isso mais do quejustifica a instalação de umaunidade aqui na cidade.

ISABEL ABOIM AFIRMA QUE A EXPLORAÇÃO DE ÓLEO E GÁS NO BRASIL ATRAI INVESTIDORES GLOBAIS (SAÍDA DA PLATAFORMA P-56 DA ENSEADA

DO BANANAL/RJ, RUMO À PRINCIPAL ÁREA DE PRODUÇÃO NACIONAL, NA BACIA DE CAMPOS).

FOTO: PETROBRAS / DIVULGAÇÃO

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“Vamos mostrar

aos empresários

portugueses que

este é o momento

de investir no Rio

de Janeiro”PEDRO SPADALEPEDRO SPADALE

Sub-secretário de Relações Internacionais do Rio de Janeiro

Como a crise mundial, especial-mente no bloco europeu, tem afe-tado a relação do banco com seus clientes ou novos investidores?ISABEL ABOIM – No caso de Por-tugal, especificamente, a cri-se não se originou nos ban-cos. A crise se originou naquestão do Estado portuguêsque estava extremamente en-dividado, além de ser umpaís com baixas perspecti-vas de crescimento. Ao con-trário dos Estados Unidos,o sistema financeiro portu-guês estava muito saudável.É claro que os bancos estãosendo afetados pela crise. Oscustos de captação subiram,os ratings foram rebaixadosjuntos com o rating de Portu-gal. No caso da Caixa, comoé um banco 100% do gover-no, quando Portugal é rebai-xado, o banco também temseu rating limitado ao coun-try ceiling, então, também érebaixado. Isso eleva o custode captação. Então, até comoum o banco público, ele pro-cura elevar os custos dosseus financiamentos ao míni-mo necessário para que essaoperação não fique prejudi-cada. O Banco Caixa Geral,em si, está muito bem. Porexemplo: por ser, reconheci-damente saudável e bastanteprofissionalizado, em Portu-gal, o banco está recebendoum grande aumento de depó-sitos à vista, recentemente.Isso demonstra a confiançapara o Banco Caixa Geral.

Qual é o grau de interesse da CGD no Brasil?ISABEL AMORIM – O Brasil é umaprioridade para o banco Cai-xa Geral e as empresas por-tuguesas vêem a importânciado dinamismo do mercadobrasileiro. O CGB teve um

aumento de capital no anopassado para potencializar odesenvolvimento das ativida-des brasileiras até 2012. Coma operação, o banco passoude um capital de R$ 123 mi-lhões para R$ 400 milhões, eestá retendo seus lucros. En-tão, o CGB está crescendo deuma forma bastante susten-tada no Brasil.

A Caixa Geral tem expandido seus negócios para outros mercados também, além do brasileiro?ISABEL ABOIM – O banco tem umarede internacional bastanteinteressante, que é compos-ta por bancos na Espanha, noBrasil em Moçambique, Ango-la e África do Sul, mercadosmuito dinâmicos atualmente.

Então, o Banco Caixa Geral tam-bém pode ter um papel impor-tante, podendo passar a atuar como um triangulador dos in-vestimentos entre Mercosul, através do Brasil, a Europa e o continente africano? ISABEL ABOIM – Sim, uma dasgrandes vantagens do banco é,justamente, poder dar às em-presas esse tipo de suporte.Essa triangulação é um ser-viço único que o banco podeprestar às empresas. Não co-nheço nenhum outro bancoque tem este tipo de interna-cionalização e essa relaçãocom estes dois continentes.

Qual é o retrospecto que a senho-ra faz sobre o evento 6º ENBP? A relação bilateral sai fortalecida daqui? Quais os ganhos obtidos neste fórum de discussão?ISABEL ABOIM – Eu acho que osaldo é muito positivo e mui-to interessante. O que se ob-servou foi que há um po-tencial de crescimento nasrelações comerciais entre os

dois países, mas que o gran-de foco mesmo são os in-vestimentos das empresasportuguesas no Brasil e osinvestimentos latentes dasempresas brasileiras em Por-tugal. É interessante notar acomplementaridade, as si-nergias que essas economiaspodem ter, não só pelas afini-dades culturais. O mercadoportuguês está precisando dodinamismo do mercado bra-sileiro. O Brasil está se bene-ficiando do investimento degrandes empresas portugue-sas aqui. São empresas, entreoutras, de porte internacio-nal. Algumas empresas bra-sileiras estão investindo emPortugal por conta da quali-dade da mão-de-obra local.E finalmente, Portugal tam-bém tem um papel importan-te como uma plataforma parao Brasil se internacionalizartanto para a Europa quantopara a África.

Quais são as perspectivas do Banco Caixa Geral para os pró-ximos anos?ISABEL ABOIM – Estamos todosatravessando um momentodifícil. Portugal tem feito um

grande esforço para supe-rar este momento e olhandonum prazo mais longo, natu-ralmente, vê-se que as opor-tunidades serão muitas. Por-tugal está aproveitando estemomento de crise para efetu-ar várias reformas que devemrender bons frutos no futuro,e a complementaridade des-sas duas economias deve,certamente, aproximar aindamais esses dois países.

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Com o tráfego de cargas entre os países de língua portuguesa na casa de dezena de milhões de toneladas/ano e a necessidade de apri-morar os contatos comerciais no mundo lusófono, foi constituída, em março de 2011, a Associação dos Portos de Língua Portuguesa (Aplop), reunindo as administrações portuárias dos países que com-

põem a Comunidade de Países de Língua Portuguesa. A iniciativa é bem avalia-da pelo diretor-presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Jorge Mello. Atuante no processo de formação da Aplop, ele acredita que a associação irá promover grande sinergia e que trará benefícios aos portos no que diz res-peito a troca de informações que podem ser valiosas para o aumento do comér-cio na comunidade lusófona. Mello, que participará do 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal, concedeu entrevista exclusiva.

Como surgiu a ideia de se criar a Aplop?MELLO – Essa parceria começou há seis anos, juntamente quando teve início o processo de modernização da adminis-tração portuária no Brasil, coincidin-do, também, com o cenário vivido por vários países de língua portuguesa que passaram por um processo semelhante. Mas, esse assunto ficou parado e só foi

retomado em 2008, na sequência de umconjunto de encontros de responsáveispor administrações portuárias, inicia-dos em Leixões, Portugal. Foram reuni-ões muito bem sucedidas. O fruto des-ses encontros é que amadureceu a ideiade fazer a Associação, que visa agregartodos os portos dos países que tenhama língua portuguesa como oficial. Atu-almente, a Aplop está em está instaladana sede da APP (Associação dos Portosde Portugal). Já realizamos três encon-tros – Brasil, Cabo Verde e Moçambiquee o próximo será em novembro desteano, em Cabo Verde.

O que a Aplop conseguiu produzir até o mo-mento?MELLO – A Associação é muito nova e ain-da estamos levantando dados e estudosque serão usados em breve para que ostrabalhos de aproximação entre os por-tos fiquem mais eficientes. Então, os es-tudos servirão como um instrumento de

EFICIÊNCIA PORTUÁRIA6º ENBP discutirá parcerias entre portos brasileiros e portugueses

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trabalho valioso, já que mostrará a intera-ção não só entre os países, mas, principal-mente, aponta o potencial de importação e exportação de cada país. Isso fará com que os países amigos tenham maior co-nhecimento a respeito do comércio e pas-sem a se servir de determinadas pautas.

Como estão os resultados da movimentação portuária nos portos administrados por Do-cas Rio?MELLO – Nossa movimentação de cargas está em ascendência. O ano de 2010 foi muito importante, sobretudo para as exportações de commodities, já que a economia mundial esteve aquecida. Registramos crescimento de 10,3% em relação a 2009, com um volume total de movimentação de cargas da ordem de 63 milhões toneladas nos portos do Rio, Itaguaí, Angra dos Reis e Niterói. O per-fil das cargas movimentadas, a exemplo dos exercícios anteriores, apresentou o minério de ferro, a carga de conteineres, produtos siderúrgicos e o Carvão como os principais itens movimentados. O principal item movimentado na CDRJ é o minério de ferro, respondendo este por 70% do total da pauta das exporta-ções. Assim, recuperamos as perdas de 2009, um ano de crise.

Quais foram os avanços obtidos nos últimos anos?MELLO – A infra-estrutura portuária de Docas Rio tem melhorado bastante. Apesar das constantes reclamações refe-rentes à falta de investimentos, é preci-so ressaltar que o porto nunca foi garga-lo para exportação. Na verdade, o porto sempre respondeu positivamente às de-mandas. Então,o que devemos fazer ago-ra é superar as dificuldades existentes e aumentar a capacidade dos nossos por-tos. O Plano Nacional de Dragagem, de-senvolvido pelo governo federal, alcan-çou 15 portos brasileiros e já finalizou a primeira fase. No Rio, em três anos, já foram feitos aumentos de calados em quase todos os portos do Rio e a prova de que estamos conseguindo melhorar a estrutura portuária é de que estamos re-cebendo navios de última geração.

Há também melhorias nas vias de acesso aos portos do Rio de Janeiro?MELLO – Sim. Nós estamos desenvolven-do e modernizando os portos para asoportunidades de novos negócios, ten-do como base o estabelecimento de ins-trumentos de comando e controle parafortalecer a relação Porto-Cidade. OPorto do Rio, que completou 100 anosem 2010, passou por importantes trans-formações ao longo do tempo e hoje seprepara para o futuro, com projetos demelhoria de sua infraestrutura e de ex-pansão. O objetivo é atender a crescentedemanda por maior capacidade de mo-vimentação de mercadorias e de pas-sageiros de cruzeiros marítimos. Paragarantir o desenvolvimento portuário,além da conclusão de obras internas deinfraestrutura nos portos, uma inéditaparceria entre os governos federal, es-tadual e municipal está empenhada emmelhorar as vias de acesso, tanto rodo-viário como ferroviário e marítimo.

Isso também se aplica para os preparativos para os grandes eventos esportivos que o Rio de Janeiro sediará?MELLO – Com certeza. Até 2014, ano da re-alização da Copa do Mundo no Brasil, oPorto do Rio deverá receber investimen-tos de cerca de R$ 1,6 bilhão. Conside-

rada uma obra estratégica, a dragagemaumentará a profundidade dos aces-sos marítimos e permitirá que naviosde maiores calados e porte atraquem noPorto do Rio. O projeto de construção danova área de atracação de navios de pas-sageiros no Terminal da Gamboa prevê aconstrução de três píeres com 30 metrosde largura, formando uma estrutura naforma de um “Y”, de modo a possibilitara acostagem de seis navios simultanea-mente. Os píeres estarão dispostos parapossibilitar espaço de manobra para osrebocadores em atendimento a uma em-barcação de cada lado.

Como o Sr. observou o 6º Encontro de Negó-cios Brasil-Portugal?MELLO – Ficamos satisfeitos com os traba-lhos desenvolvidos no evento. Eu obser-vei grande sinergia entre o 6º Encontrode Negócios Brasil-Portugal e a Aplop.A tratativa dos agentes econômicos que,em última análise, move a nossa pautade relação comercial no mesmo sentidode que pode aumentar a interação en-tre os portos de língua portuguesa vemsomar os esforços já empreendidos. En-tão, nós da Docas Rio observamos commuito otimismo e vamos poder transmi-tir toda a experiência obtida nas conver-sações no âmbito da Aplop.

“O Porto do Rio, que completou 100 anos

em 2010, passou por importantes

transformações ao longo do tempo e hoje

se prepara para o futuro”

JORGE MELLODiretor Presidente da CDRJ

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INFRAESTRUTURA

Como o senhor avalia as re-lações externas do Brasil e de Portugal? As diferenças são muito grandes?VALLE - Eu não diria que houvediferenças no comércio exte-rior entre Brasil e Portugal.Efetivamente, o Brasil pas-sou por um momento econô-mico ruim, complicado, nosúltimos vinte anos, com des-valorização alta, e isso, semdúvida, não dava aos inves-tidores a segurança necessá-ria para que ele investisse nopaís. O Brasil teve uma peno-sa lição de casa nos últimos17 anos. E hoje, nós realmen-te estamos numa situação fi-nanceira macro-econômicamuito estável, que dá ao paísuma certa tranquilidade defazer investimentos lá fora

o equilíbrio das economiasvirá em breve.

O Brasil tem um movimento tu-rístico cada vez maior. Os ae-roportos recebem um afluxo gi-gantesco. Como está o processo de privatização dos aeroportos? Podemos esperar que eles es-tejam preparados para receber grande movimento de passa-geiros que ocorrerá na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos? VALLE - Primeiramente, não es-tamos privatizando os aero-portos. Estamos concedendotrês grandes aeroportos à ini-ciativa privada. Isso é umaquestão meramente econô-mica. Até hoje, o setor públi-co sempre foi o grande inves-tidor dos nossos aeroportos.A Infraero é uma empresa

O lema é modernizarPresidente da Infraero fala sobre o processo de concessão aeroportuária brasileira para a iniciativa privada

e que também faz com queos investidores internacio-nais venham ao Brasil commais certeza, segurança. Por-que não existe investimen-to de longo prazo num paíscom inflação alta. Por outrolado, Portugal, vem passan-do por um momento de dívi-da externa, coisa que nós co-nhecemos muito bem. O paísvai passar por um momentodifícil, de aperto monetário ede conservadorismo macro-econômico forte. Não é umaquestão fácil, acho que comoPortugal nos ajudou no pas-sado, nós temos todas as con-dições de ajudar Portugal nopresente.

O 6º ENBP pode ajudar de algu-ma forma?

VALLE – Ajuda sim, e é de fun-damental importância. É umforo onde as pessoas podemse conhecer e saber da rea-lidade de cada país. Eu te-nho certeza de que pessoasque não conheciam deter-minadas peculiaridades, es-tão conhecendo aqui. Tudose começa através do conhe-cimento e não é a toa que oencontro chegou à sua sex-ta edição. Provavelmente,os outros cinco devem tertido muito sucesso. Então, éum momento extremamenteimportante nas relações en-tre Brasil e Portugal, na me-dida em que Portugal estavamuito bem num período emque nós não estávamos tãobem, e, agora, isso se inver-teu. Mas, tenho certeza, que

Com 38 anos de atuação, a Infraero vem ga-nhando destaque em função das expectativas referentes à administração aeroportuária para os grandes eventos que serão realizados no Bra-sil para os próximos anos. Presente em todos os Estados brasileiros, a empresa é responsável por 66 aeroportos, além de 34 terminais de carga, reunindo uma força de trabalho de aproximada-mente 36.744 profissionais. O presidente da In-fraero, Gustavo Valle, participou do 6º ENBP. Em entrevista concedida à Revista Missão Empresa-rial, ele falou sobre o processo de modernização dos aeroportos brasileiros para os próximos anos e das relações bilaterais de comércio e de inves-timentos entre Brasil e Portugal.

GUSTAVO VALLE ASSEGURA QUE OS AEROPORTOS SERÃO MAIS EFICIENTES NUM FUTURO PRÓXIMO

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pública e, como tal, só elatem investido nos nossos ae-roportos. A decisão do gover-no é muito simples. O nívelde investimento que terá queser feito daqui para a frente,torna impossível que o entepúblico faça esses investi-mentos sozinho. Então, a op-ção do governo foi fazer comque os aeroportos de Guaru-lhos, Campinas e Brasília fos-sem destinados à iniciativaprivada, por meio de conces-são. E dentro desse processo,as empresas terão obrigato-riedade de fazer investimen-tos necessários durante o pe-ríodo de concessão, que nãoestá definido, mas deve serem torno de 25 a 30 anos.

A partir daí, a Infraero,como estatal, poderá reser-var esses recursos para in-vestir nos aeroportos meno-res, nos aeroportos regionais,que também são tão impor-tantes quanto os grandes. En-tão, foi uma decisão eminen-temente econômica mesmo,ao contrário da Espanha, porexemplo, que decidiu ven-der mesmo os dois maioresaeroportos. Nós estamos sóconcedendo. Ao final do pe-ríodo, eles voltam para a ini-ciativa pública ou renova-sea concessão.

Então, é um investimento que tem como meta melhorar, de forma geral, as qualidades dos serviços aeroviários brasilei-ros? VALLE - Esperamos que sim.Pois, sabemos que no Bra-sil existem todas as ques-tões legais inerentes ao or-gão público, que o obrigama seguir determinados pas-sos para realizar qualquercoisa. Dessa forma, além dainiciativa privada fazer os in-

vestimentos, ela também temtudo para ser mais ágil, maisefetiva e talvez, eu reconhe-ço, mais competente do quenós. Além disso, o ente pri-vado vai fazer uma coisa ain-da mais importante para aprópria Infraero, que é a pos-sibilidade dela concorrer nomercado, já que hoje ela temo monopólio. Como é sabi-do, todo o sistema monopo-lista tende a cair um pouco aqualidade do serviço presta-do ao cliente. Então, nós daInfraero vamos ter que acor-dar, porque tem um concor-rente na porta.

Estamos bem próximos da Copa do Mundo e o Rio de Janeiro será a grande vitrine deste evento esportivo. Em relação ao Aero-porto Internacional Tom Jobim, que melhorias estão sendo fei-tas para receber turistas de vá-rias partes do mundo? VALLE – As reformas do Aero-porto Internacional Tom Jo-bim vão ficar prontas antesdo previsto. O que as pessoasainda não se alertaram é quenós vamos ter um evento, noRio de Janeiro, um ano an-tes da Copa do Mundo, queé o encontro da JuventudeCatólica, que o Papa BentoXVI anunciou que vai ser noBrasil. Nós vamos terminaras obras no Terminal 2 que,atualmente, só funciona pelametade. A outra metade estáem obras e deve ficar prontaaté o final de 2012. E toda areadequação do Terminal 1,que já começou, nós deve-mos terminar também ao fi-nal de 2012. De modo que,no início 2013, o Galeão esta-rá pronto. Realmente, duran-te esse período, teremos queaumentar, substancialmente,o pátio de aeronaves e tere-

mos que aumentar o estacio-namento, que no Tom Jobimdeixa a desejar.

Há outras preocupações além dessas citadas?VALLE - Sim. O nosso grandeproblema, na Copa do Mun-do, tanto no Rio de Janeirocomo em São Paulo, ou seja,onde for os jogos da final esemifinal - será o pátio de ae-ronaves. O número de aviõesexecutivos que chegarão paraa Copa do Mundo é muitogrande. Para se ter uma ideia,na semifinal da Alemanha ti-nham mil aeronaves no pá-tio. Nós não temos pátio paramil aviões. Então, nós vamosutilizar pátios dos pequenosaeroportos. Isso porque nãocompensa construir pátiospara um evento, e depois fi-car eles ficarem jogados àstraças. Além disso, devemos

terminar as obras do aeropor-to Santos Dumont, que é umapena que a área de embarqueesteja toda remodelada, e in-felizmente, a área de desem-barque ainda esteja penden-te na justiça. Então, faz partedas nossas metas terminar oSantos Dumont. Eu esperoque a partir de 2013 a gentedeixe de se preocupar com osaeroportos.

“A opção do governo foi fazer com que os aeroportos de

Guarulhos, Campinas e Brasília fossem

destinados à iniciativa privada, por

meio de concessão”GUSTAVO VALLE

Presidente da Infraero

TERMINAL DE CARGA DO AEROPORTO DE MANAUS

LEITORES DE PASSAPORTE - BRASÍLIA

SAGUÃO DO AEROPORTO DE BRASÍLIA

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OPORTUNIDADES

Formada, em 2010, pelo prefeito Eduardo Paes, eque conta com parcerias com o governo do estadodo Rio e de entidades privadas, como a AssociaçãoComercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e a Federaçãodas Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a Agên-cia Rio Negócios nasceu com o intuito de promover,

atrair e facilitar a implantação de novos investimentos nacidade, bem como construir um novo ambiente econômicopara o Rio. E, em um ano de funcionamento, a agência revelanúmeros bastante animadores: em menos de doze meses, oRio recebeu investimentos da ordem de R$ 745 milhões, vo-lume esse superior a meta estabelecida pela agência. Quemanuncia os dados é Antonio Carlos Dias, diretor comercial daRio Negócios, em entrevista à revista Missão Empresarial,durante o 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal. Entre ou-tros assuntos, ele conta que o Rio tornou-se a cidade maisatrativa na América Latina para o investidor estrangeiro eque, até 2020,a cidade atrairá US$ 40 bilhões. Leia, a se-guir, os principais trechos da entrevista realizada no escri-tório da agência, localizado no prédio da ACRJ.

formação para o investidor.É claro que cada investidorapresenta demandas diferen-tes. Há nelas questões de pro-ximidade, de necessidade delogística, de mão de obra etc.Ele passa todos esses requeri-mentos e, por intermédio deum time de profissionais daagência, localizamos as áreasmais propensas para o inves-tidor se estabelecer.

E como tem sido os resultados até o momento a partir da cria-ção da agência?DIAS – Desde a criação da RioNegócios, o Rio alcançou R$745 milhões de investimentospara a cidade. É um númeromuito importante, pois a nos-sa meta anterior era alcançarinvestimentos da ordem deR$ 600 milhões em dois anos.Então, estouramos a meta an-tes do prazo previsto. Alémdisso, realizamos de três roadshows internacionais (Ale-manha, Ásia, Estados Unidos,45 eventos, entre seminários,feiras, congressos, palestras,meetings, almoços, jantarese cafés da manhã corporati-vos, recepcionamos mais de30 missões empresariais es-

Prefeitura do Rio cria Agência de Negócios

Antonio Carlos Dias, diretor comercial da Rio Negócios, fala sobre a atratividade da Cidade para novos investimentos

Quais são os objetivos da Agên-cia Rio Negócios?DIAS – Nós fazemos a divulga-ção do Rio de Janeiro comoum destino de investidoresque querem estabelecer pro-jetos no Brasil e na Améri-ca Latina. Temos uma áreade Business Intelligence quetem como missão definir a

cidade do ponto de vista es-tatístico, por intermédio dedados colhidos de diversoscentros de estudo. Esse tra-balho é muito interessantee oportuno para os investi-dores, pois ajuda-os a enten-der a cidade. Ou seja, junta-mos dados de diversas fontese tornamos relevante a in-

“O nosso papel é

mostrar a força

existente na carteira

de oportunidades

de negócios,

mas, também, na

competência de

estabelecer o processo

produtivo da empresa

dentro da cidade do

Rio de JaneiroANTONIO CARLOS DIAS

Diretor Comercialda Rio Negócios

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trangeiras, atendemos a 262empresas e concretizamos 15novos empreendimentos paraa cidade.

Em relação ao montante de inves-timentos, o senhor acha que eles viriam sem a participação da Rio Negócios nesse processo?DIAS – Acredito que esse mon-tante viria para o Rio, mas,também acho que sem a RioNegócios, ele não viria com avelocidade vista O ambienteatual de investimentos no Rioestá bastante propício, mas aagência teve um papel im-portante para catalizar e ace-lerar esse processo. Muitasempresas que hoje estão nacidade poderiam estar insta-ladas em outras localidades.Um exemplo disso foi a ins-talação de um centro de pes-quisa tecnológica na área deóleo e gás. Entramos na dis-puta com Dubai e vencemosao fazer uma melhor qualifi-cação da estrutura do Rio deJaneiro para atrair esse cen-tro de pesquisa. Esse é umexemplo de como trabalha-mos e damos uma seguran-ça para o investidor de quehá um trabalho sério sendoexecutado e que é muito im-portante para tomada de de-cisão.

O senhor acha que os eventos como Copa do Mundo, Olimpía-das, Rio + 20 entre outros aju-dam a mudar a cara da cidade para atração de investimentos?DIAS – Neste momento, den-tre as localidades que apre-sentam grandes oportuni-dades de investimento é oRio de Janeiro. Vale comen-tar, que é preciso fazer dis-tinção entre as oportunida-des que existem na área dosgrandes eventos e o bom mo-

mento econômico em setoresque não estão ligados a eles.É claro que eles são sinérgi-cos, complementares, masexistem, também, de formaindependente. Isso signifi-ca que a agenda econômicada cidade do Rio de Janeiroé riquíssima do ponto de vis-ta de visibilidade e de proje-tos. Val lembrar que os proje-tos que a Rio Negócios buscaatrair para a cidade são delongo prazo e quando um in-vestidor toma a decisão de seestabelecer na cidade ele cal-cula que ficará por aqui pelospróximos 30 anos e, por isso,muitos deles são independen-tes dos eventos que o Rio se-diará nos próximos anos.

O senhor poderia falar das áre-as de interesse para o investidor estrangeiro aqui na cidade?DIAS – O Rio tem quatro áreasde vocação econômica: ener-gia, já que o Rio é a capital dosetor energético na AméricaLatina; criatividade, vale lem-brar que 85% dos filmes bra-sileiros são rodados na cidadedo Rio de Janeiro; na área damoda, a marca Rio é de reco-nhecimento internacional, es-pecialmente em moda-praia;área de TI, sediando as princi-pais empresas de TI e de tele-comunicação e temos, ainda,um pólo de desenvolvimen-to de software; e por último, ahospitalidade do carioca, quevai desde hotelaria a centrosde convenções.

Em relação a infra-estrutura re-ceptiva, como o Rio vem traba-lhando para receber o turista con-vencional e o turista de negócios?DIAS – Há muitos projetosem andamento. A criação doPorto Maravilha representa-rá um novo momento para

a zona portuária da cidade.Já está sendo construída nolocal uma enorme área deatracação para recepção decruzeiros. Em relação ao ae-roporto, várias companhiaseuropéias e asiáticas estãodescobrindo o Rio como des-tino de turismo e de negóciose muitas delas estão disponi-bilizando vos diretos para acidade. Isso se dá em funçãodo processo de privatização,que promete melhorias naadministração,e na políticade segurança pública que in-tegra o Aeroporto Internacio-nal de forma mais completa.Além disso, enquanto outrosaeroportos no Brasil se en-contram saturados, o aero-porto internacional do Riooferece bastante disponibili-dade de operação.

O Brasil se tornou um dos países que mais tem recebido investi-mentos estrangeiro direto nos últimos anos. Como o Rio se co-loca neste cenário?DIAS – O Brasil é hoje destinopara grandes investimentose o Rio de Janeiro é protago-nista nesse processo. Recen-temente, o jornal FinancialTimes divulgou uma pesqui-sa que revela que, em 2010, oRio de Janeiro ficou em quar-to lugar como cidade maisatrativa para investimentosno mundo e em primeiro lu-gar na América Latina. Seobservamos as quatro gran-des áreas que estão em de-senvolvimento, o estado doRio de Janeiro detém grandeparte destes investimentos.O portfólio de investimentospara a economia fluminenseestá calculado em US$ 160bilhões até 2020, sendo quegrande parte deste montan-te virá da iniciativa privada.

Adicionalmente a esse va-lor, a cidade do Rio de Janei-ro atrairá US$ 40 bilhões eminvestimentos para o mesmoperíodo. Então, percebemosque o empresário estrangeiroquer vir para o Rio. A oportu-nidade está aqui. O custo devida está alto, muito em fun-ção da valorização da nossamoeda. Mas, por outro lado,o prêmio por ele estar aqui émuito grande. E o nosso pa-pel é mostrar a força exis-tente na carteira de oportu-nidades de negócios, mas,também, na competência deestabelecer o processo pro-dutivo da empresa dentro dacidade do Rio de Janeiro.

Então, o senhor é bastante oti-mista em relação ao futuro da cidade como centro internacio-nal de negócios?DIAS – Com certeza. Para se teruma boa idéia de como o Rioé atraente, metade dos vistosde trabalho emitidos no Bra-sil são para o Rio de Janeiro.Isso porque na visão do em-presário, a qualidade de vidaé quesito extremamente im-portante na hora em que eledecide investir no Rio. E acidade oferece isso, mesmocom problemas pontuais desegurança pública que, comoestamos vendo, estão sendocontrolados pelo governo doRio.

“O Brasil é hoje

destino para grandes

investimentos e

o Rio de Janeiro é

protagonista nesse

processo”

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64

INVESTIMENTOS

Uma das empresas bra-sileiras que mais sedestacam no exterior,a Embraer está apos-

tando com força no mercadoportuguês. Os vultosos apor-tes para construção de duasfábricas no país demonstramo grande interesse da em-presa brasileira em Portugal.Além de dar maior relevâncianas relações de comércio e deinvestimentos entre os doispaíses, ajudarão a Embraer ater melhor acesso aos paísesintegrantes da União Euro-peia. “Fizemos uma profun-da análise em vários países econcluímos que Portugal se-ria o mais ideal para implan-tar as novas fábricas no con-tinente europeu”, afirmou opresidente da Embraer Euro-pa, Luiz Fernando Fuchs, queesteve presente no 6º ENBP eparticipou da Reunião de Cú-pula do evento.

Com investimentos da or-dem de €$ 48 milhões, asduas fábricas da Embraer – aEmbraer Compósitos e a Em-braer Metálicas – estarão lo-calizadas na cidade de Évora,em terrenos contíguos numaárea de 54km2. As obras paraa construção da primeira uni-dade da fábrica de estruturase componentes de aeronavestiveram início em novembrode 20101 na cidade de Évo-ra. De acordo com Fuchs, aprevisão é de que a unidadefique pronta para o final de

Aviação brasileira além-mar

2011 e a produção começaráem 2013. A empresa de cons-trução portuguesa Ramos Ca-tarino S.A., com sede em Fe-bres, foi selecionada pararealizar os trabalhos de terra-plenagem, fundação e infra-estrutura. “Temos a satisfa-ção de iniciar a construção daprimeira etapa do nosso cen-tro de excelência em Portu-gal”, disse Fuchs. A unidadeterá 30,6 km2 de área cons-truída. A nova fábrica conta-rá com processos de linha demontagem de última geração,seguindo os conceitos de ma-nufatura enxuta (lean manu-facturing) da empresa. Fuchsdestaca que o intuito da em-presa é manter e aprimorar ascompetências do seu centrode excelência junto às orga-nizações locais, tais como po-tenciais fornecedores, centrosde pesquisa e universidades.

Legacy 500Ele revelou que, em Évora,

a Embraer vai produzir prin-cipalmente componentes dedois aviões da aviação execu-tiva, o Legacy 500 e o Legacy450, estando o primeiro maisavançado, com o protótipo aser produzido até ao final doano no Brasil. “O Legacy 500tem uma procura razoável etodo o equipamento e má-quinas estão feitos para esseavião”, afirmou.

Entre as várias peças quesairão das duas fábricas da

Embraer estão o aerofoil tra-seiro, o trem traseiro de esta-bilidade, a empenagem verticaldo avião, partes da fuselageme das asas e vários outros pro-dutos que vão ser feitos emÉvora e embarcados para oBrasil.

Concomitantemente à cons-trução das fábricas, a Embra-er está investindo e forman-do mão de obra local. Fuchsfez questão de elogiar o an-damento do projeto de inves-timentos em Portugal. “Nãoconheço nenhuma linha demontagem em nenhum paísdo mundo tão moderna comoas fábricas de Évora, que ar-rancarão com a tecnologiamais moderna que existe atu-almente”, assinalou o presi-dente da Embraer Europa.

Relevância globalA Embraer é hoje uma das

maiores empresas aeroespa-ciais do mundo e conseguiualcançar, no primeiro trimes-tre de 2011,a receita líquida

de R$ 2,17 bilhões. Além dapresença em Portugal, a Em-braer tem escritórios nos Es-tados Unidos, França, Cin-gapura e China, gerando, nototal, 17 mil empregos diretosno Brasil e no exterior. Comuma base global de clientes eimportantes parceiros de re-nome internacional, há maisde 40 anos a Embraer vemcontribuindo para integrar omundo pela aviação, dimi-nuindo distâncias entre po-vos e oferecendo o que existede mais moderno em tecnolo-gia, versatilidade e confortoem aeronaves.

A Embraer está presente emPortugal desde 2004, quandoadquiriu o controle do capitalda OGMA, empresa de manu-tenção, reparo e produção, lo-calizada em Alverca. A aqui-sição da OGMA foi feita emA

parceria com o consórcio eu-ropeu EADS. Juntas, a Embraere a EADS detém 65% do capi-tal da OGMA e o restante per-A

tence ao governo português.

Embraer investe na construção de duas fábricas em Portugal

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Centenário de conquistas

Como foi a sua gestão na presi-dência da CPCIRJ?VARELA – Quando eu assumi apresidência da Câmara Portu-guesa em 2002, procurei, ini-cialmente, estabelecer umadinâmica que desse destaquea Câmara, e, com isso, puderangariar recursos para saldaros compromissos financei-ros que existiam. O escritórioDomingues e Pinho Conta-dores foi um grande parcei-ro nesse processo, pois mui-to ajudou, juntamente com oRicardo Coelho, do escritó-rio Pinheiro Neto Advogadose Ricardo Pellizzaro da Con-sultoria Pellizzaro Assesso-ria em Comércio Exterior. As-sim, realizamos eventos como patrocínio desses parceirose de outros associados e con-seguimos, desta forma, sane-ar as finanças e preservar opatrimônio da Câmara.Tãologo assumi a presidência daCâmara, reuni-me com o res-ponsável pelo Centro Inter-nacional de Negócios (CIN)da Firjan,Amaury Temporal,

VARELA – Considerando o desejode realizar no Rio de Janeiro oIV Encontro de Negócios Bra-sil-Portugal promovido peloConselho das Câmaras Por-tuguesas no Brasil, trabalheiativamente na elaboração doprograma e na própria organi-zação do evento, e, em 2007,realizamos o IV Encontro deNegócios, que foi um sucesso.Em 2011, para melhor refletira importância dos 100 anos deatuação da Câmara Portugue-sa de Comércio e Industria doRio de Janeiro, tomei a inicia-tiva de pedir à Presidência doConselho de Câmaras Portu-guesas no Brasil que o 6º En-contro de Negócios Brasil-Por-tugal fosse realizado no Riode Janeiro. Fico imensamen-te grato ao Romulo AlexandreSoares, Presidente do Conse-lho, e aos demais presidentesdas Câmaras Portuguesas es-palhadas pelos diversos esta-dos do Brasil que aceitarame aprovaram a iniciativa, Emespecial quero aqui registrarmeu agradecimento ao Joa-

quim Firmino, Presidente daCâmara Portuguesa do RioGrande do Sul que gentilmen-te aceitou transferir o VI En-contro de Negocios que se-ria realizado em Porto Alegrepara a Cidade do Rio de Janei-ro para se comemorar o cen-tenário.

Como o senhor avaliou o 6º En-contro de Negócios Brasil-Por-tugal?VARELA – Neste 6º Encontrode Negócios Brasil-Portugal,pudemos comemorar os 100anos de atuação da CâmaraPortuguesa de Comércio e In-dustria do Rio de Janeiro, quesempre promoveu as relaçõesempresariais entre os dois pa-íses. Neste momento da criseinternacional, temos a obriga-ção de movimentarmos todaa nossa capacidade de traba-lho na promoção da economiaportuguesas, fomentando aexportação de produtos e ser-viços portugueses para que segere mais riqueza e empregoem Portugal.

para que as instituições pu-dessem atuar em conjuntoem tudo que se relacionavacom Portugal. Nesta época,fomos convidados para nosinstalar no edifício da Firjan,no centro do Rio.

E como foram os trabalhos de aproximação com empresas por-tuguesas?VARELA – Anos mais tarde, fa-zendo parte da Diretoria daFederação das Câmaras deComercio Exterior (FCCE),inauguramos um ciclo de Se-minários, iniciando com Por-tugal, sobre as relações em-presariais com os paises queo Brasil tem interesses estra-tégicos. Estiveram presentesvárias empresas portugue-sas. Depois desse, mais ou-tros dois encontros foram re-alizados (2006 e 2010)

O senhor poderia falar sobre o histórico de participação do Rio de Janeiro como cidade anfitriã dos Encontros de Negócios en-tre Brasil e Portugal?

Ex-presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indús-tria do Rio de Janeiro, fala sobre a importância da institui-ção para as relações entre Brasil e Portugal.

Associado à Câmara Portuguesa de Comércio e Indústriado Rio de Janeiro desde 1989, o empresário Arlindo Ca-tóia Varela é um conhecido defensor do incremento das re-lações comerciais entre Brasil e Portugal. Atualmente, eleatua como membro do conselho da Câmara Portuguesa deComércio e Indústria do Rio de Janeiro. Varela falou coma Revista Missão Empresarial sobre a sua experiência naCPCIRJ.

VARELA É UM MEMBRO ATUANTE DA COMUNIDADE EMPRESARIAL LUSO-BRASILEIRA

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CONFRATERNIZAÇÃO

Descontração e bons negóciosEntre um painel e outro os participantes aproveitaram para ampliar sua rede de relacionamentos. O clima de cordialidade deu o tom do evento. Durante o almoço muitos puderam trocar experiências, falar de negócios e amenidades. A hospitalidade carioca aliada à infraes-trutura do local refletiram o ótimo relacionamento entre brasileiros e portugueses, parceiros históricos e que vislumbram maior aproxima-ção no presente e no futuro.

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REPERCUSSÃO

O 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal esteve, também,presente na mídia. Principais veículos de comunicação dosdois países realizaram ampla cobertura jornalística, abor-

O programa que o governoportuguêspretendedivul-

gar na próxima semana quer“reinventar” a economia dopaíseuropeudeformatãopro-fundaquanto oPlanoReal, nadécada de 90, no Brasil, reve-lou ontem, no Rio, o ministroda Economia e Emprego dePortugal, Álvaro dos SantosPereira.Segundoele,oprogra-ma de desregulamentação eabertura representa motivoadicionalparaempresasbrasi-leiras investirememPortugal.Com maior atratividade aosnovos investimentos, o paísibéricoalmejavoltaracrescer.

Oministro, que participounoRio do 6º Encontro Brasil-Portugal, se negou a comen-tar a possível ajuda negocia-da pelos países dos Bric (Bra-sil, Rússia, Índia e China) àsnações europeias em crise. Osocorro, que se daria pormeio da compra de bônus

Ministro português diz no Rio que quer repetir a ‘reinvenção’ provocada pelo Plano Real

Cooperação: Eduardo Paes, Rômulo Soares da Câmara Portuguesa de Com. e Indústria do Rio, Sérgio Cabral e o ministro Álvaro dos Santos Pereira

Pacote deixará Portugal‘atraente’ aos brasileiros

FERNANDO SOUZA

RICARDO REGO [email protected]

O DIA I SÁBADO, 17.77 9.2011 ECONOMIA > 23

0 6º ENBP NA MÍDIAdando os vários temas apresentados durante o evento. Des-sa forma, o evento conseguiu ter grande repercussão nacio-nal e internacional, conforme indicam as imagens abaixo.

Glauber Gonçalves / RIO

APetrobrásestudavenderparti-cipaçõesminoritáriasemblocosdo Golfo do México para cum-prir a meta de desinvestimentode US$ 13,6 bilhões anunciadaem julho, no plano de negóciosda empresa para o período2011-2015. Segundo o gerenteexecutivodacompanhiaparaEs-tados Unidos, África, Europa e

p p

Ásia,FernandoJoséCunha,aem-p

presa não tem uma lista dos ati-vos que devem ser colocados àvenda. Uma definição deve sairno “curto prazo”, disse.Ele ressaltou, no entanto, que

estão fora desse grupo os cam-posdeCascade eChinook, que aPetrobrás opera na região. “Nãotemosuma listaparavender.Es-tamos olhando todos os ativos”,disse, após participar do 6.º en-controdenegóciosBrasil Portu-gal, no Rio.

APetrobrás tem 187 blocos nacosta norte-americana doGolfodoMéxicoeatuacomooperado-ra em 125 deles. A maioria estáemfaseexploratória.AsmaiorespromessassãooscamposdeCas-cade e Chinook (operação pró-pria)edeSaintMaloedeStones,operadosporparceiros, todossi-tuados a uma profundidade de2.500 metros. A estatal ainda éparceira no campo de Tiber, se-gundamaiordescobertadahistó-

ria doGolfo doMéxico.De acordo com Cunha, as in-

formações sobre ativos no exte-riortêmsidorepassadasàgerên-cia de novos negócios da presi-dênciadaPetrobrás, queestá to-candooplanodedesinvestimen-to. Entre as operações no exte-rior das quais a companhia nãopretendesedesfazer, estãoasdeAngola,Nigéria ePortugal.APe-trobrásestáotimistacomasope-raçõesnopaís africanode língua

portuguesa, onde pretende per-furar um poço no pré-sal (bloco26) em 2012.Na Nigéria, a empresa traba-

lha comaChevrone aTotal, quesão as operadoras. SegundoCunha, o óleo produzido lá é de“excelentequalidade”.Aempre-sa está preocupada, porém, comasmudançasqueopaíspretendeimplementarnomarcoregulató-rio. Um dos pontos sensíveis serefere aumpossível aumentona

participação especial paga pelasempresas aogovernonigeriano.Nogrupodepaísescomativos

importantes para a companhia,oexecutivoincluiuPortugal.“Es-tamos lácomseteblocos, vamosperfurar. Portugal deve estarconsumindo hoje uns 300 milbarrispordia.Eles importamtu-do”, disse. A Petrobrás tem par-cerias com a portuguesa Galpem atividades offshore e numprojetodebiocombustíveisparaprodução de óleo de palma.

Petrobrás estuda deixar blocos doGolfo doMéxico

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Veículos de comunicação presentes no 6º ENBP

Redes de televisãoTV RecordRTP

Jornais e agência de notícias:Jornal O GloboJornal O Estado de São PauloJornal O DIAJornal Brasil EconômicoJornal Valor EconômicoJornal do CommércioJornal O FluminenseCanal EnergiaAgência Lusa

Emissoras de rádioRádio Band NewsRádio Tupi FMRádio Guaíba

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GeografiaPaís da América do Sul. A Repúbli-

a Federativa do Brasil tem 26 estados um Distrito Federal e é o quinto maior aís do globo, com uma área de 8 511 65 km2 e uma costa atlântica de 7400

km. Faz fronteira com todos os países da América do Sul, à exceção do Equa-dor e do Chile. A sul do Brasil localiza-se o Uruguai, a sudoeste a Argentina, o Paraguai e a Bolívia, a oeste com o Peru, a noroeste a Colômbia, e a norte a Vene-zuela, a Guiana, o Suriname e a Guia-na Francesa. Entre as principais regiões naturais, merecem realce a Amazônia, uma floresta equatorial da América do Sul, o Pantanal e o Planalto Brasileiro. O Pantanal é uma das maiores planícies do mundo, cobrindo uma área compa-rável à da península Ibérica. Ao Brasil pertence uma área de 150 mil quilôme-tros quadrados no Estado do Mato Gros-so, que todos os anos, entre outubro e março, é inundada pelos rios perten-centes à bacia do Paraguai. O Pantanal foi transformado em reserva ecológica, defendida pela Constituição Brasileira desde 1988, onde vivem 80 espécies de mamíferos, 230 de peixes, 650 de aves e mais de 1100 variedades de borbole-tas. A norte de Cuiabá, ainda no Panta-nal, fica um planalto de terra vermelha onde se encontram cachoeiras, e a leste encontram-se piscinas de água com ele-vadas temperaturas. A lei que defende a fauna e a flora do Pantanal é implacá-vel. Os tempos em que se roubava peixe acabaram e a pesca de rede está proibi-da, assim como a caça a qualquer outro animal.

A Amazônia, também chamada pul-mão da terra, é uma região de floresta equatorial da América do Sul que ocupa 40% da área total do Brasil. A Amazô-nia é formada pela bacia do rio Amazo-nas, com 7 047 000 km2, que é o maior

rio do mundo em volume de água, e aolongo do qual crescem as grandes ex-tensões de floresta. Faz fronteira com asterras altas da Guiana, a norte, com osAndes a oeste, com o planalto central doBrasil a sul e com o oceano Atlântico, aeste. É a floresta mais rica e a que con-tém a maior reserva biológica de todo oglobo. Possui milhões de espécies de in-setos e as mais variadas plantas, árvorese aves, muitas das quais permanecemainda desconhecidas dos cientistas. Avida animal é bastante rica e inclui ma-cacos, jaguares, roedores, manatins e ta-pires, entre outros. A partir do séculoXX, com o crescimento populacional, ohomem foi conquistando cada vez maisterras à Amazônia. Os madeireiros têmaqui um manancial para o seu negócio.Mesmo assim, a Amazônia tem resistidoaos ataques dos homens. Muitos são osgrupos ambientalistas que continuam aerguer a bandeira da defesa e da conser-vação da Amazônia.

No período de 1981 a 1990, o Brasilperdeu em cada ano 36,7 milhares dekm2 de floresta, a maior área do mun-do. Em segundo lugar esteve a Indoné-sia, com 12,1 milhares de km2 ao ano.

EconomiaO Brasil é a maior potência econômica

da América Latina. A modernização queo país tem sofrido nas últimas décadasalterou a estrutura da sua economia, namedida em que a produção de matérias-primas para exportação tem um pesocada vez menor na economia brasileira,ao mesmo tempo que a produção indus-trial e o setor terciário têm sofrido gran-de crescimento. O país possui grandespotencialidades em praticamente todosos setores.

Em termos agrícolas, o Brasil é o maiorprodutor mundial de café, produzindo

BRASIL

ÁREA: 8.511.925 km²

POPULAÇÃO ATUAL: 192.924.526 habitantes em 2010 (fonte: IBGE) - 5ª do mundo

DENSIDADE: 22,66 habitantes por km²

CAPITAL: Brasília, 2.455.903 habitantes (estimativa 2009)

OUTRAS CIDADES IMPORTANTES: São Paulo; Rio de Janeiro; Salvador; Belo Horizonte;Fortaleza; Curitiba; Recife; Manaus; Porto Alegre; Belém

PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Dilma Vana Housseff

VICE-PRESIDENTE: Michel Temer

PRESIDENTE DO SENADO E CONGRESSO

NACIONAL: José Sarney

MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES: Antonio Patriota

MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E

COMÉRCIO EXTERIOR: Fernando Pimentel

DATA DA CONSTITUIÇÃO: Outubro de 1988.Alterações introduzidas posteriormente

TAXAS DE NATALIDADE: 16,56%

TAXA DE MORTALIDADE: 6,17%

EXPECTATIVA DE VIDA: 71,97 anos

IDH: 0,777 (2009)

COMPOSIÇÃO ÉTNICA: brancos, mulatos, mestiços, índios e negros

RELIGIÃO: A maioria da população professa o cristianismo e cerca de 3/4 pertencem à Igreja Católica Romana

LÍNGUA: O português é a língua oficial

UNIDADE MONETÁRIA: Real (BRL)

G

cae pa96km

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também quantidades elevadas de milho, soja, cana-de-açúcar, algodão, trigo, ba-nanas, laranjas e cacau. A pecuária, em especial a criação de bovinos, tem regis-trado um aumento significativo. A ex-ploração florestal constitui, igualmente, uma atividade muito importante, quer na exportação de madeiras preciosas quer no fornecimento de matéria-prima para o fabrico de papel e celulose; a an-tiga produção de borracha natural en-contra-se muito circunscrita.

Quanto aos recursos minerais e ener-géticos, são enormes as reservas de fer-

ÁREA: 91.947 km2

POPULAÇÃO: 10.632.069 (Banco Mundial– 2009)

DENSIDADE POPULACIONAL: 116,7 hab./km2(1o trim. 2009)

DESIGNAÇÃO OFICIAL: República Portuguesa

CHEFE DE ESTADO: Aníbal Cavaco Silva

PRIMEIRO MINISTRO: Pedro Manuel PassosCoelho

DATA DA ATUAL CONSTITUIÇÃO: Aprovada emAbril de 1976. Revisões: Setembro de 1982,

Julho de 1989, Novembro de 1992, Setembrode 1997, Dezembro de 2001, Julho de 2004

e Agosto de 2005

PRINCIPAIS PARTIDOS POLÍTICOS: PartidoSocialista (PS), no governo; Partido Social

Democrata (PSD); Partido ComunistaPortuguês (PCP); Centro Democrático

Social/ Partido Popular (CDS-PP); Blocode Esquerda (BE), Partido Ecologista “Os

Verdes” (PEV)

CAPITAL: Lisboa (população do concelho:509.751, em 2006; da área metropolitana

(19 conselhos).

OUTRAS CIDADES IMPORTANTES: Aveiro,Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal

(Madeira), Ponta Delgada (Açores), Porto,Setúbal.

RELIGIÃO: A maioria da população professao cristianismo o mais de 90% pertence à

Igreja Católica Romana.

LÍNGUA: O português é a língua oficial.Unidade monetária: Euro (EUR).

GeografiaPaís do Sudoeste da Europa. Situado na

parte ocidental da Península Ibérica, abran-ge uma superfície de 92 391 km2. Faz fron-teira a norte e a este com a Espanha e a sule a oeste é banhado pelo oceano Atlântico.0 território português é composto por trêsunidades territoriais: Portugal continental,a Região Autônoma dos Açores e a RegiãoAutônoma da Madeira, tendo estas duasúltimas regiões órgãos de poder próprios,embora subordinados aos órgãos supremosda Nação. Portugal continental administra-tivamente divide-se em 18 distritos: Vianado Castelo, Vila Real, Bragança, Braga, Por-to, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Cas-telo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre,Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro; que porsua vez se subdividem em concelhos, numtotal de 311, e estes ainda em freguesias.

A Região Autônoma dos Açores é cons-

PORTUGALtituída por nove ilhas que se dividem em três grupos: O Ocidental, o Central e Oriental. Do grupo Ocidental fazem par-te as ilhas Flores e Corvo, do grupo Cen-tral as ilhas Graciosa, S. Jorge, Terceira, Faial e Pico e do grupo Oriental as ilhas de S. Miguel, Santa Maria e ilhéu das Formigas. Por sua vez, a Região Autô-noma da Madeira é formada pelas ilhas da Madeira Porto Santo, Desertas e Sel-vagens.

O relevo português completa-se com uma franja de planícies litorais, real-çando-se três grandes conjuntos: a pla-nície da Beira Litoral formada pelas pla-nícies aluviais do Vouga e Mondego, a planície do Algarve e as planícies alu-viais do Tejo e do Sado. Os arquipélagos dos Açores e Madeira têm origem vulcâ-nica e contam com um relevo acidenta-do. Nos Açores as costas marítimas são abruptas e rochosas, ao passo que a re-

ro, estanho, bauxita, carvão, crómio,magnésio, urânio, zinco, ouro, diaman-tes, petróleo e gás natural. A imensarede hidrográfica proporciona um ele-vado potencial hidroeléctrico.

A indústria, concentrada sobretudonos estados do sul e do sudeste, dedica-se ã transformação de produtos agríco-las, pecuários e florestais, produzindotambém maquinaria, automóveis, aço,produtos químicos, têxteis e calçado.O turismo representa uma enorme fon-te de receitas, sendo mais significativono litoral.

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gião interior é extremamente montanho-sa, atingindo-se aqui a altitude máxima de Portugal no Pico, com 2351 metros. A Madeira caracteriza-se por ter uma elevada cadeia montanhosa na parte central da ilha. Os rios mais importan-tes são, do norte para o sul de Portugal continental, o Minho, o Douro, o Tejo e o Guadiana, que nascem em território espanhol o desaguam no Atlântico. En-tre os rios cujo curso é exclusivamente português, destacam-se os rios Cavado, Vouga, Mondego, Sado e Mira.

EconomiaO país apresenta uma elevada tercei-

rização, devido ao desenvolvimento dos serviços e do comércio. O setor terciário emprega mais de metade da população ativa e contribui com aproximadamente 2/3 para o Produto Interno Bruto.

A indústria, o segundo setor mais im-portante tanto no emprego como na produção, encontra-se concentrada em poucos distritos (Braga, Porto, Aveiro, Lisboa e Setúbal) e as suas linhas de orientação econômica têm sido sobretu-do a exportação de produtos com algu-ma tradição industrial no País (têxteis e confecções, calçado, celulose, corti-ça) ou fruto de investimento estrangeiro (indústria automobilística). 0 abasteci-mento do mercado interno tem vindo a perder competitividade face à crescente concorrência de outros parceiros comu-nitários, em especial da Espanha. Dos três setores de atividade, o setor primá-rio é o que atravessa maiores dificulda-des que têm como causas diretas a insu-ficiente modernização, os desequilíbrios na dimensão da propriedade, a falta de preparação técnica da mão-de-obra e a ausência de espírito empresarial por

parte da maioria dos agricultores. Entreas produções que tem conseguido inver-ter essa tendência, merecem referênciao setor vinícola, com uma clara apostana qualidade em detrimento da quan-tidade, a fruticultura, a horticultura ea pecuária. O arquipélago dos Açores,à semelhança de Portugal continental,tem no setor terciário o maior contrihu-to para a formação do Produto InternoBruto. No setor primário, destaca-se apecuária e a pesca. O setor industrialassenta nas indústrias alimentares (lati-cínios, conservas) que transformam ma-térias-primas obtidas na região.

O arquipélago da Madeira tem a suaeconomia centrada no turismo, que di-reta e indiretamente proporciona asmaiores receitas regionais.

PopulaçãoA população portuguesa distribui-se

no território continental de forma desi-gual: a região litoral tem a maioria dapopulação, concentrada principalmentenas duas áreas metropolitanas do país,Lisboa e Porto. A população portugue-sa tem vindo a aumentar, mas com umcrescimento natural (natalidade menosa mortalidade) cada vez menor, levan-do a que o país se encontre envelhecidoe não exista renovação de gerações. Poroutro lado, a esperança média de vidatem vindo a aumentar, tanto nos ho-mens como nas mulheres. O maior cres-cimento da população tem-se verificadonos distritos costeiros principalmen-te Setúbal, Porto, Aveiro e Braga, mascontinua a diminuir nos distritos do in-terior. Nos últimos tempos a imigraçãotem vindo a aumentar em conseqüênciada entrada de africanos provenientesdos PALOP c europeus de Leste.