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Revisão e Exercícios de História ESA 1-10-12 Só Concursos História ESA Profª Érica Santos Página 1 Contexto da Vinda da Família Real para o Brasil: Entre 1804 e 1816 ocorreram as Guerras Napoleônicas na Europa, durante as quais Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental (1806) proibindo as nações de realizar comércio com a Inglaterra. Portugal nessa época já estava totalmente dependente da economia inglesa e por isso não obedeceu o Bloqueio. Consequentemente a França invade Portugal e a Corte Portuguesa é obrigada a fugir para o Brasil. 1808 é o ano da Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil por volta de 15 mil pessoas. Veja na Foto abaixo qual foi o trajeto da Família Real: Período Joanino (1808 1821) * D. João VI, rei do Reino Português, e a corte de Lisboa são transferidos para o Brasil Rio de Janeiro. Com a chegada da Corte ao Brasil muitas medidas de melhoria foram tomadas, como: * Reforma Urbana, Criação de um Paço Imperial e Reforma do Porto; *Fundação de um Jardim Botânico e criação de Escolas de Medicina (Salvador e Rio de Janeiro); * Trouxeram uma Missão Artística Francesa, representavam a arte e retratavam a vida na colônia, um dos principais artistas foi Jean Baptiste Debret; * Criação da Academia Real de Belas Artes e do Teatro Real de São João; * Estímulo à produção de Café nos arredores do Rio de Janeiro e Criação do Banco Nacional. Além dessas, outras medidas políticas e econômicas foram tomadas nos anos do Período Joanino algumas das quais serviram para apressar o processo de Independência do Brasil: * Abertura dos Portos Brasileiros (em 1808) e consequente Fim do Pacto Colonial que significava o comércio exclusivo com a Metrópole da Colônia. A partir desse fato começa a Independência Econômica em relação à Portugal. * Elevação do Brasil à condição de Reino Unido ao Império Português (em 1816) fazendo com que deixe de ser colônia. Isso ocorreu por causa do Congresso de Viena (contra Napoleão), em que para participar do congresso a coroa não podia estar refugiada na colônia. *Os grandes proprietários da colônia foram amplamente beneficiados com a ampliação das liberdades comerciais. Além de possibilitar o acesso a uma maior gama de produtos industrializados, a abertura dos portos concedeu um visível alargamento dos lucros obtidos com a comercialização dos gêneros agrícolas com as nações da Europa. Nesse sentido, vemos que a administração joanina ganhou uma relativa sustentação política. No entanto, vemos que essa nova página da história brasileira não significava apenas uma nova fase de benefícios. Em Pernambuco, uma revolta de natureza republicana foi contra a elevação dos impostos promulgada por Dom João VI. O aumento das tarifas foi um desdobramento da ampliação dos cargos públicos e o envolvimento em guerras que prejudicavam o equilíbrio das finanças governamentais. PERÍODO JOANINO (1808-1821)

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Revisão e Exercícios de História ESA –1-10-12

Só Concursos História ESA Profª Érica Santos Página 1

Contexto da Vinda da Família Real para o Brasil: Entre 1804 e 1816 ocorreram as Guerras Napoleônicas na Europa, durante as quais Napoleão Bonaparte decretou o

Bloqueio Continental (1806) – proibindo as nações de realizar comércio com a Inglaterra. Portugal nessa época já estava totalmente dependente da economia inglesa e por isso não obedeceu o Bloqueio. Consequentemente a França invade Portugal e a Corte Portuguesa é obrigada a fugir para o Brasil.

1808 é o ano da Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil – por volta de 15 mil pessoas. Veja na Foto abaixo qual foi o trajeto da Família Real:

Período Joanino (1808 – 1821) * D. João VI, rei do Reino Português, e a corte de Lisboa são transferidos para o Brasil – Rio de Janeiro. Com a chegada da Corte ao Brasil muitas medidas de melhoria foram tomadas, como: * Reforma Urbana, Criação de um Paço Imperial e Reforma do Porto; *Fundação de um Jardim Botânico e criação de Escolas de Medicina (Salvador e Rio de Janeiro); * Trouxeram uma Missão Artística Francesa, representavam a arte e retratavam a vida na colônia, um dos principais artistas foi Jean Baptiste Debret; * Criação da Academia Real de Belas Artes e do Teatro Real de São João; * Estímulo à produção de Café nos arredores do Rio de Janeiro e Criação do Banco Nacional. Além dessas, outras medidas políticas e econômicas foram tomadas nos anos do Período Joanino algumas das quais serviram para apressar o processo de Independência do Brasil: * Abertura dos Portos Brasileiros (em 1808) e consequente Fim do Pacto Colonial – que significava o comércio exclusivo com a Metrópole da Colônia. A partir desse fato começa a Independência Econômica em relação à Portugal.

* Elevação do Brasil à condição de Reino Unido ao Império Português (em 1816) fazendo com que deixe de ser colônia. Isso ocorreu por causa do Congresso de Viena (contra Napoleão), em que para participar do congresso a coroa não podia estar refugiada na colônia. *Os grandes proprietários da colônia foram amplamente beneficiados com a ampliação das liberdades comerciais. Além de possibilitar o acesso a uma maior gama de produtos industrializados, a abertura dos portos concedeu um visível alargamento dos lucros obtidos com a comercialização dos gêneros agrícolas com as nações da Europa. Nesse sentido, vemos que a administração joanina ganhou uma relativa sustentação política. No entanto, vemos que essa nova página da história brasileira não significava apenas uma nova fase de benefícios. Em Pernambuco, uma revolta de natureza republicana foi contra a elevação dos impostos promulgada por Dom João VI. O aumento das tarifas foi um desdobramento da ampliação dos cargos públicos e o envolvimento em guerras que prejudicavam o equilíbrio das finanças governamentais.

PERÍODO JOANINO (1808-1821)

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Insurreição Pernambucana (1817) O conflito interno mais grave ocorrido durante o período de V. João VI no Brasil foi à chamada Revolução Pernambucana de 1817. Movimento autonomista de inspiração republicana e maçônica (Associações secretas, organizadas em torno das ideias liberais e do espírito de fraternidade. Também chamadas de lojas maçônicas, tiveram forte atuação no processo de independência), foi fruto do forte sentimento nativista que grassava em Pernambuco desde a expulsão dos holandeses em 1654. Em 6 de março de 1817, um grupo de revolucionários assumiu o poder na província, declarando-a uma república separada do resto do Brasil. O novo regime só durou até maio, quando tropas portuguesas invadiram Recife e debelaram o movimento. Seus três principais lideres (entre eles o padre Miguelinho) foram fuzilados. A Relação de Dependência com a Inglaterra Em contrapartida, em 1810 foi assinado um Tratado Comercial o qual vinculou a economia Brasileira à da Inglaterra. O Tratado era favorável aos produtos ingleses (era uma forma de Portugal pagar as dívidas ao país) pois dava taxas de importação preferenciais aos ingleses (de 15%) enquanto para Portugal a taxa era de 16% e de 25% para os outros países. Além disso, a coroa portuguesa teve que afirmar o fim do Tráfico Negreiro em 15 anos (essa atividade dava muitos lucros). Pode-se dizer que estabeleceram-se relações Imperialistas ou Neocolonialistas com a Inglaterra. Política Externa Guiana Francesa (1808-1817): depois de declarar

guerra a França ao chegar ao Brasil, D. João ordenou a invasão e ocupação da Guiana Francesa, com o apoio militar inglês, o território foi facilmente conquistado e só devolvido mais tarde, no contexto das negociações políticas entre Portugal e França após a derrota de Napoleão em 1815.

Banda Oriental (1811-1821): seguindo instruções de D. João, tropas lusobrasileiras ocuparam a chamada Banda Oriental (atual Uruguai). Por trás da ação havia o velho desejo português de fixar a fronteira brasileira no rio da Prata, associado ao interesse de Carlota Joaquina, mulher do príncipe e herdeira do trono espanhol, na defesa do império colonial hispânico contra os movimentos de independência.

Fatores da Independência do Brasil – Resumo - Internos - crescimento quantitativo da colônia; arrocho do pacto colonial; ideal emancipacionista; Tentativas de libertação (Inconfidência Mineira, Conjuração Baiana, Revolução Pernambucana de 1817) - Externos - Revolução Industrial, Iluminismo, Liberalismo Econômico, Ascensão política da Burguesia; Expansão Napoleônica e Bloqueio Continental; Invasão de Portugal por tropas francesas. Revolução Liberal do Porto (1820) – estourou por conta da crise econômica de Portugal e Domínio político por

Beresford. Tinham o objetivo de criar uma Constituição para o país, expulsar Bereford, volta de D.João a Portugal e recolonização do Brasil. * D.Pedro fica no Brasil como príncipe regente. Uma data importante foi o Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) * Em 7 de Setembro de 1822, apoiado pela elite, D.Pedro declara o Brasil independente, mas na verdade essa proclamação foi uma forma de deixar o poder do Brasil ainda nas mãos de Portugal, afinal D. Pedro era o herdeiro do trono português. Houve Poucas mudanças após proclamação da Independência, ou seja há uma manutenção das estruturas coloniais: permanece a escravidão e a Monarquia (fato único nas Independência da América), ausência de participação do povo e “apoio” da Inglaterra.

EXERCÍCIOS

1-(Questão 27 ESA/2007) No dia 22 de Janeiro de 1808, D.João Chegou a Bahia.Seis dias depois,cumpriu o que havia prometido aos ingleses:

A. Elevar o Brasil a categoria de Reino Unido a Portugal e

Algarves.

B. Decretar o Bloqueio Continental contra a França.

C. Permitir a indústria no Brasil

D. Decretar a abertura dos portos brasileiros às nações

amigas.

E. Decretar o Tratado de Tordesilhas.

2-(ESA/2010) A elevação do Brasil à categoria de Reino

Unido a Portugal e Algarves foi uma medida tomada pelo

Regente D. João, com o objetivo

A) de aumentar seu poder pessoal, pois ele passou a

dominar um Império que englobava as colônias espanholas

na América.

B) de unificar as Coroas de Portugal e Espanha, que era

denominada pelos portugueses de país de Algarves.

C) de melhorar a defesa do Brasil contra as constantes

invasões de franceses e ingleses, que saqueavam as nossas

cidades litorâneas.

D) de obter o reconhecimento da dinastia de Bragança por

parte do Congresso de Viena, reunido na Europa e dirigido

pelos países que derrotaram Napoleão.

E) de satisfazer a cobiça das elites brasileiras, que, com essa

medida, tiveram acesso às minas de prata de Potosí, na

Bolívia.

3-(ESA 2011) No ano de 1817, na Província de

Pernambuco, deu-se uma revolta contra o governo de D.

João VI que ficou conhecida como

A) Revolução Liberal.

B) Cabanagem.

C) Confederação do Equador.

D) Revolta dos Alfaiates.

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Só Concursos História ESA Profª Érica Santos Página 3

E) Revolução Pernambucana.

4-(ESA 2011) A elevação do Brasil à categoria de Reino

Unido a Portugal e Algarves, em 1815, está ligada ao(à):

A) desejo de D. João de agradar os ingleses.

B) projeto de implantação do regime monárquico no país.

C) assinatura do Tratado de Fontenebleau com a Espanha.

D) ação das sociedades maçônicas estabelecidas no Rio de

Janeiro.

E) necessidade de legitimar a representação de Portugal no

Congresso de Viena.

5-(UERJ-2009) O impacto da vinda da Família Real

portuguesa para o Brasil implicou alterações significativas

para a cidade do Rio de Janeiro que se prolongaram

durante todo o período conhecido como "joanino". Essas

alterações produziram uma nova dinâmica socioeconômica

e redefiniram, em vários aspectos, a inserção da cidade no

contexto internacional.

Uma função urbana associada a essa nova inserção está

indicada em:

(A) crescente pólo turístico em função da chegada da

Missão Artística Francesa

(B) expressivo núcleo comercial articulado à nascente rede

ferroviária brasileira

(C) principal porto brasileiro relacionado à importação

legal de manufaturas britânicas

(D) importante centro religioso decorrente da instalação do

Tribunal da Santa Inquisição

Gabarito

1-D

2-D (O Congresso de Viena não estava disposto a

reconhecer uma dinastia que morava numa colônia, por

isso o regente D. João, para não precisar voltar para

Portugal, a metrópole, elevou o Brasil à categoria de

Reino Unido a Portugal e Algarves. Bibliografia. KOSHIBA,

Luiz, PEREIRA, Denise Manzi Frayze. História do Brasil: no

contexto da história ocidental. COTRIM, Gilberto. História

Global: Brasil e Geral.)

3-E - Segundo Cotrim, “Revolução Pernambucana (1817):

em Pernambuco (...) isso serviu para dar início a

uma revolta contra o governo de D. João VI, que ficou

conhecida como Revolução Pernambucana”.

Justificativas das alternativas que não respondem a

questão.

A) a Revolução Liberal ocorreu na cidade do Porto em

1820.

B) a Cabanagem ocorreu no Pará em 1835.

C) a Confederação do Equador ocorreu em Pernambuco no

ano de 1916.

D) a Revolução dos Alfaiates, também conhecida por

Conjuração Baiana, ocorreu em 1798.

4-E -A assertiva remete à necessidade de melhorar a

representação de Portugal no Congresso de Viena.

Bibliografia.COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e

Geral.

Justificativas das alternativas que não respondem a

questão.

A) A questão remete à reorganização política da Europa

após a derrota definitiva de Napoleão Bonaparte,

logo a assertiva está errada.

B) Totalmente improcedente, pois já se tratava de uma

monarquia.

C) Esse Tratado foi assinado entre a França e a Espanha

com vistas à invasão de Portugal pelos

franceses em 1807.

D) A ação da maçonaria no Brasil está ligada aos

movimentos de independência.

5-C

Comentário da questão:

Um dos aspectos mais significativos da vinda da Família

Real portuguesa para o Brasil, em 1808, foi a transformação

do Rio de Janeiro em capital do Império português. Isso fez

da cidade o centro de todas as atividades desenvolvidas

pela política joanina, tanto interna quanto externamente, o

que redundou num crescente aumento de sua importância

e no consequente avanço do cosmopolitismo e da

civilização no Brasil. Uma função urbana que teve grande

destaque, justamente por realizar a combinação entre ação

interna e externa, foi a de principal porto brasileiro, tendo

em vista vários tratados assinados com a Inglaterra.

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Revisão e Exercícios de História ESA –1-10-12

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Período Joanino 1792 10 de fevereiro D. João assume a regência do reino de Portugal em lugar da rainha D. Maria I, impedida de governar por motivo de insanidade. 1799 13 de julho D. João torna-se oficialmente Príncipe Regente de Portugal. 1804 18 de maio Na França, Napoleão Bonaparte é proclamado imperador. 1806 21 de novembro Napoleão decreta o Bloqueio Continental, que fecha os portos dos países europeus ao comércio inglês. 1807 11 de agosto Portugal é intimado pela França a cortar relações com a Inglaterra. 25 de setembro Portugal é forçado a aderir ao Bloqueio Continental. 20 de outubro Carta régia ordena o fechamento dos portos portugueses aos navios ingleses. 22 de outubro Convenção secreta entre Portugal e Inglaterra trata da transferência da monarquia portuguesa para o Brasil e da ocupação da ilha da Madeira por tropas inglesas. Nesta convenção, a Inglaterra compromete-se a escoltar a família real em caso de viagem ao Brasil. 27 de outubro Espanha e França assinam o Tratado de Fontainebleau, que prevê a partilha de Portugal entre os dois países. 24 de novembro O Conselho de Estado português, presidido pelo Príncipe Regente, decide transferir a Corte para o Brasil. 26 de novembro Por meio de um decreto, D. João informa ao povo os motivos de sua partida com a família real para o Brasil. 27 de novembro O Príncipe Regente D. João e a Corte embarcam para o Brasil, mas a frota parte somente dois dias depois, em 29 de novembro. 29 de novembro A frota portuguesa parte para o Brasil e Lisboa é ocupada por tropas francesas. 1808 9 de janeiro As naus portuguesas cruzam a linha do Equador. D. João é o primeiro governante europeu no hemisfério sul. 22 de janeiro A frota portuguesa chega a Salvador, na Bahia. 23 de janeiro Desembarque da família real e do Príncipe Regente D. João em Salvador, na Bahia. 28 de janeiro D. João assina a carta régia que abre os portos brasileiros ao comércio com nações aliadas. 18 de fevereiro Decisão nº 2 cria a Escola de Cirurgia no Hospital Real, em Salvador. 23 de fevereiro Decreto cria na cidade do Rio de Janeiro uma cadeira de Ciência Econômica e nomeia José da Silva Lisboa, deputado e secretário da Mesa de Inspeção da Agricultura e Comércio da cidade da Bahia, para ocupá-la. 24 de fevereiro Decreto autoriza o estabelecimento da Companhia de Seguros Boa Fé, a primeira no país e dedicada ao seguro marítimo. D. João parte com sua esquadra para o Rio de Janeiro. 7 de março D. João e a Corte chegam ao Rio de Janeiro. Parte da família real é alojada no convento dos frades carmelitas. Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares, é nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. 22 de março O Príncipe Regente ordena a conquista da Guiana Francesa. 1º de abril Alvará revoga a proibição de manufaturas no Brasil. 7 de abril Decreto cria o Real Arquivo Militar, atual Arquivo Histórico do

Exército. 22 de abril Alvará cria o Tribunal da Mesa do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens 5 de maio D. João cria a Real Academia dos Guardas-Marinhas no Rio de Janeiro, atual Escola Naval, autorizando sua instalação nas hospedarias do Mosteiro de São Bento. 13 de maio Decretos criam a Impressão Régia, a Guarda Real e uma fábrica de pólvora.

Continuação 1808 1º de junho Começa a circular O Correio Braziliense, considerado o primeiro jornal brasileiro, apesar de ser publicado em Londres. Fundado e editado por Hipólito José da Costa, circula até dezembro de 1822. 10 de junho Decreto declara guerra à França. 13 de junho Decreto incorpora à Coroa o engenho e terras da lagoa Rodrigo de Freitas para a construção de uma fábrica de pólvora e cria o Jardim de Aclimação, atual Jardim Botânico, com o objetivo de aclimatar as especiarias vindas das Índias Orientais. Suas primeiras plantas vieram das ilhas Maurício, trazidas por Luiz de Abreu Vieira e Silva, que as ofereceu a D. João. Entre elas estava a Palma Mater, palmeira plantada em 1809 pelo próprio D. João, cuja espécie passou a ser conhecida como "palmeira real". 15 de junho Alvará condecora a Sé Catedral do Rio de Janeiro com o título de Capela Real. 28 de junho Alvará cria o Erário Régio e o Conselho da Fazenda. 4 de agosto Decreto manda estabelecer na cidade do Rio de Janeiro um banco para permuta de barras de ouro. 20 de agosto Alvará determina que todas as igrejas do Brasil paguem uma quantia em benefício da Capela Real. 23 de agosto Alvará cria Tribunal da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. 1º de setembro Decreto manda vir da Ilha dos Açores 1.500 famílias para a capitania do Rio Grande do Sul. Alvará proíbe o uso do ouro em pó como moeda no Brasil. 10 de setembro Começa a circular a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso no Brasil, que publicava atos oficiais e transcrição de notícias estrangeiras. 20 de setembro Alvará atenua castigos dados aos escravos encontrados com instrumentos de minerar nos limites da demarcação diamantina. 27 de setembro Decreto aprova nomeação de Censores Régios. 4 de outubro Provisão proíbe publicação de qualquer impresso sem a licença da Mesa do Desembargo do Paço. 11 de outubro O Jardim de Aclimação recebe o nome de Real Horto. 5 de novembro Decreto cria a Escola Anatômica Cirúrgica e Médica no Hospital Militar do Rio de Janeiro, posteriormente Faculdade de Medicina da cidade. 25 de novembro Decreto permite a concessão de sesmarias aos estrangeiros residentes no Brasil. 1º de dezembro Tropas navais portuguesas, com apoio de esquadra inglesa, desembarcam na costa da Guiana Francesa. 15 de dezembro Tropas lusitanas travam combate na Guiana e

apreendem duas embarcações francesas no Rio Aproak. 1809 1º de janeiro A Quinta da Boa Vista, assim conhecida devido ao belo panorama que se tinha da Baía de Guanabara, é doada à família real pelo comerciante português Elias Antônio Lopes. 5 de janeiro Eclode uma insurreição de escravos no Recôncavo Baiano. 12 de janeiro O governador francês da Guiana assina a rendição na cidade de Bourda, após sucessivas conquistas portuguesas na região. 18 de abril Alvará ordena que se iguale o valor das moedas de prata e cobre, de acordo com o seu peso e tamanho, em todo o território do Brasil. 11 de dezembro O Banco do Brasil inicia suas operações instalado em prédio da antiga rua Direita, atual rua 1º de Março. 1810 A primeira remessa de caixotes trazendo parte do acervo da Real Biblioteca chega no início de 1810 ao Brasil. 19 de fevereiro Assinatura dos Tratados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade entre Portugal e Inglaterra.

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Revisão e Exercícios de História ESA –1-10-12

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26 de fevereiro Decreto declara contrabando a pólvora comprada fora das fábricas ou administrações reais. 28 de maio Decreto autoriza a construção de um teatro na cidade do Rio de Janeiro. 23 de junho D. João escolhe o Hospital do Convento da Ordem Terceira do Carmo, na rua Direita, atual rua 1º de Março, para acomodar a Real Biblioteca. 27 de junho Decreto ordena a instalação da Real Biblioteca e do Gabinete de Instrumentos de Física e Matemática no andar superior do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, até então ocupado pela enfermaria. 7 de julho Alvará concede favores aos que introduzirem e cultivarem no Brasil especiarias da Índia e outras plantas exóticas. 10 de setembro Carta régia cria a Fábrica de Ferro do Morro de Gaspar Soares, no atual município de Morro do Pilar, em Minas Gerais. 20 de setembro Decreto ordena a compra da chácara de João da Costa Lima, a fim de que seja incorporada à Quinta da Boa Vista. 29 de outubro Decreto determina a mudança da Real Biblioteca para o local onde estão as catacumbas dos religiosos da Ordem Terceira do Carmo, junto à Real Capela. Esta data é oficialmente considerada como a de fundação da Real Biblioteca, hoje Fundação Biblioteca Nacional. 23 de novembro Decreto proíbe a exportação do salitre, necessário para a fabricação de pólvora. 4 de dezembro Carta régia cria a Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, na região de Sorocaba, estado de São Paulo. Considerada pioneira na siderurgia nacional, foi desativada em 1895. Carta régia cria na cidade do Rio de Janeiro a Academia Real Militar, atual Academia Militar das Agulhas Negras, com cursos de matemática, física, química e história natural. 1811 4 de abril Decreto cria a Junta Vacínica da Corte. 14 de maio Início da circulação do periódico Idade d'Ouro do Brazil, primeiro jornal da Bahia, segundo do Brasil. Defendia a monarquia portuguesa e circulou até 24 de junho de 1823. Junho Chega ao Brasil a segunda remessa de caixotes trazendo parte do acervo destinado à Real Biblioteca. Novembro A terceira e última remessa do acervo da Real Biblioteca chega ao Brasil. 1812 26 de janeiro Morre Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares, ex-ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, responsável pela criação da Academia Militar, do Arquivo Militar, da fábrica de pólvora na lagoa Rodrigo de Freitas e da Fábrica de Ferro do distrito de São João do Ipanema, em São Paulo. 22 de agosto Carta régia recomenda aos governadores das capitanias que consigam acionistas para o Banco do Brasil. 3 de novembro Aviso comunica a expansão da Real Biblioteca com a ocupação, também, do pavimento térreo da Ordem Terceira do Carmo. 1813 24 de novembro Alvará regula e institui melhorias nas condições de transporte de escravos vindos da África. 1814 6 de abril Napoleão abdica após a tomada de Paris pelos países da 6ª Coligação. 11 de abril Assinado o Tratado de Fontainebleau que determina o exílio de Napoleão Bonaparte na ilha de Elba. 3 de novembro Abertura do Congresso de Viena reúne representantes de países europeus para discutir a reordenação do mapa político da Europa. 30 de maio Portugal restitui a Guiana à França através da assinatura do Tratado de Paris. 1815 20 de janeiro Assinatura do Tratado de Viena.

19 de março Napoleão restabelece o império francês após fugir do exílio em Elba, dando início ao período conhecido como "Governo de Cem Dias". 1º de junho Napoleão jura fidelidade à Constituição francesa. 08 de junho D. João ratifica o tratado assinado com a Inglaterra em Viena, em 20 de janeiro, no qual é abolido o tráfico de escravos. 18 de junho Napoleão Bonaparte abdica do trono da França pela segunda vez, após derrota na batalha de Waterloo. 15 de outubro Napoleão é exilado pelos ingleses na ilha de Santa Helena. 20 de novembro O Tratado de Paz entre Áustria, Inglaterra, Prússia, Rússia e França fixa o pagamento de dois milhões de francos a Portugal, como indenização pelos danos sofridos com a guerra. 16 de dezembro Criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. 27 de dezembro Decreto nomeia Antônio de Araújo e Azevedo, ministro e secretário de estado dos Negócios do Reino, como o 1º conde da Barca. 1816 20 de março D. Maria I morre aos 81 anos no Convento dos Carmelitas, no Rio de Janeiro. 26 de março A Missão Artística Francesa, integrada por artistas como Jean-Baptiste Debret, Grandjean de Montigny, Nicolas-Antoine Taunay, Auguste-Marie Taunay, e chefiada por Joachim Lebreton, chega ao Rio de Janeiro. Seis meses mais tarde, reúnem-se ao grupo o escultor Marc Ferrez e o gravador de medalhas Zéphryn Ferrez. 13 de maio Carta de lei cria a bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, incorporando em um só escudo as armas dos três reinos. 30 de maio Chegam ao Rio de Janeiro o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire e o compositor alemão Sigismund Neukomm. 12 de junho O general Carlos Frederico Lecor parte do Rio de Janeiro comandando forças militares luso-brasileiras com a missão de ocupar a Banda Oriental do Uruguai. 12 de agosto Decreto cria a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, dirigida por Joachim Lebreton. A instalação física definitiva acontece em 1826, como Academia Imperial das Belas Artes, atual Escola de Belas Artes. 1817 9 de janeiro Alvará concede a D. Pedro o título de Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. 20 de janeiro Tropas luso-brasileiras ocupam Montevidéu. 6 de março Eclode em Recife a Revolução Pernambucana, movimento republicano que influencia outros estados, também conhecida como a "revolução dos padres". 7 de março Os revolucionários instalam em Pernambuco um governo provisório. 15 de março O governo revolucionário de Pernambuco decreta a libertação de escravos. 26 de março Prisão de Padre Roma, ativista do movimento rebelde, na Barra de Itapoã, na Bahia. 13 de maio Realiza-se em Viena, por procuração, o casamento de D. Pedro com a arquiduquesa Leopoldina da Áustria. 19 de maio Rendição de Recife, fim da Revolução Pernambucana. 12 de junho Fuzilados na Bahia alguns membros do governo provisório da Revolução Pernambucana. 21 de junho Morre Antonio de Araújo e Azevedo, o conde da Barca, ministro e secretário de estado dos Negócios do Reino, entre outras funções. Seus livros são comprados pelo governo e incorporados à Real Biblioteca. 10 de julho Três líderes da Revolução Pernambucana são enforcados no Recife: os capitães Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, José de Barros Lima e o vigário Pedro de Souza Tenório.

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Revisão e Exercícios de História ESA –1-10-12

Só Concursos História ESA Profª Érica Santos Página 6

16 de setembro Alvará estabelece que Alagoas passe a ser uma capitania independente de Pernambuco. 5 de novembro Chega ao Brasil a esposa de D. Pedro, a arquiduquesa Leopoldina da Áustria. 6 de novembro Realiza-se na Capela Imperial o casamento, agora presencial, de D. Pedro com a princesa Leopoldina. 1818 6 de fevereiro D. João VI é coroado rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, durante cerimônia de aclamação no Rio de Janeiro 16 de maio Decreto funda a cidade de Nova Friburgo e autoriza o estabelecimento de uma colônia de 100 famílias suíças na antiga Fazenda do Morro Queimado. 6 de junho Decreto cria o Museu Real, atual Museu Nacional, originalmente instalado no Campo de Santana. 1º de novembro Inauguração da Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, no estado de São Paulo. 1819 26 de janeiro Decisão régia nº 3 isenta os livros importados de taxas alfandegárias. 4 de abril Nasce a filha primogênita de D. Pedro e da princesa Leopoldina, Maria da Glória, futura Maria II de Portugal. 3 de maio Batizada na Capela Real a princesa Maria da Glória, sendo seus padrinhos D. João VI e D. Carlota Joaquina. 11 de maio Decreto anexa o Jardim Botânico ao Museu Real. 13 de maio Aviso régio autoriza a livre entrada na alfândega dos produtos remetidos ao Museu Real. 15 de novembro Os primeiros imigrantes suíços chegam ao Brasil. 1820 24 de agosto Eclode na cidade do Porto a Revolução Liberal. Uma junta provisória é estabelecida para governar Portugal, enquanto as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa são convocadas para elaborar uma nova constituição. 17 de outubro Chega ao Rio de Janeiro a notícia da Revolução Liberal do Porto. 23 de novembro Auguste-Marie Taunay é nomeado professor da cadeira de escultura da Academia de Belas Artes. 10 de dezembro O português Filipe Alberto Patroni chega a Belém do Pará para divulgar as idéias constitucionalistas da Revolução do Porto. 1821 1º de janeiro O Estado do Pará adere à Revolução Constitucionalista de Portugal. 30 de janeiro As Cortes decretam a formação de um Conselho de Regência em Portugal, para exercer o poder executivo em nome de D. João VI. 23 de fevereiro Decreto concede ampla anistia aos presos políticos desde 1807. 18 de fevereiro Decreto determina que o príncipe D. Pedro vá a Portugal. 21 de fevereiro Irrompe a Revolta Constitucionalista na Bahia, com a participação de Cipriano Barata entre outros. 26 de fevereiro Guarnição Militar do Rio de Janeiro declara-se a favor da Revolução Constitucionalista de Portugal. 02 de março Decreto suspende a censura prévia e regula a liberdade de imprensa no Brasil. 20 de abril D. João convoca uma reunião para serem escolhidos representantes brasileiros para a Assembleia Constituinte em Lisboa. 21 de abril Os participantes da reunião convocada por D. João, na Praça do Comércio, para escolher brasileiros para a Assembleia Constituinte em Lisboa exigem uma constituição liberal para o Brasil e a devolução do dinheiro tomado dos cofres públicos pela Coroa. As tropas reais reprimem com violência a manifestação. Em protesto, os comerciantes afixam uma faixa denominando o local "Açougue dos Braganças".

22 de abril D. João VI nomeia D. Pedro príncipe regente do Brasil. 25 de abril D. João VI parte para Portugal após permanecer 13 anos no Brasil. 5 de maio Os bens da Coroa são declarados bens nacionais e incorporados à Fazenda Nacional. 3 de julho A esquadra levando D. João VI e a Corte de volta a Portugal entra no Rio Tejo. 18 de julho O Congresso Cisplatino vota pela anexação do Uruguai à monarquia portuguesa. 31 de julho Tratado ratifica a anexação de Montevidéu ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, passando a ter a denominação de Província Cisplatina. 15 de setembro Lançado o Revérbero Constitucional Fluminense, periódico político redigido por Joaquim Gonçalves Lêdo e Januário da Cunha Barbosa. Tinha caráter constitucional, sendo favorável à independência do Brasil. Circulou até 8 de outubro de 1822. 29 de setembro As Cortes decretam o regresso imediato do príncipe D. Pedro a Portugal, para realizar uma viagem de estudos por Espanha, França e Inglaterra. 9 de dezembro D. Pedro recebe a notícia dos decretos das Cortes Portuguesas exigindo a sua volta à Europa e anulando quase todas as leis anteriores que igualavam o Brasil a Portugal. 1822 9 de janeiro O príncipe D. Pedro, atendendo a requerimento com cerca de 8.000 assinaturas, não acata decreto para voltar a Portugal e permanece no Brasil. A data fica conhecida como Dia do Fico. 16 de janeiro D. Pedro cria o primeiro gabinete ministerial formado por brasileiros. 18 de janeiro José Bonifácio assume o ministério do Reino e Negócios Estrangeiros. 19 de fevereiro Insurreição na Bahia pela independência brasileira é reprimida por ordem de D. Pedro. 23 de fevereiro Portaria expedida por José Bonifácio de Andrada e Silva determina ao chanceler-mor do reino que todas as leis portuguesas devem ser submetidas ao príncipe regente D. Pedro, antes de seu cumprimento. 9 de abril D. Pedro chega a Vila Rica com o objetivo de conter a resistência da Junta Governativa de Minas Gerais. 25 de abril D. Pedro retorna ao Rio de Janeiro. 4 de maio Decisão nº 40 do reino determina que não se execute nenhum decreto das Cortes Portuguesas sem que conste o "Cumpra-se" de D. Pedro. 11 de maio O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é aberto à visitação. 19 de junho Decisão assinada por José Bonifácio de Andrada e Silva, considerada a primeira lei eleitoral brasileira, estabelece instruções sobre o processo eleitoral para uma Assembleia Constituinte. 3 de julho Decreto cria o Ministério da Justiça do Brasil. 17 de julho Resolução expedida por D. Pedro suspende a concessão de sesmarias. 1º de agosto D. Pedro assina manifesto declarando inimigas todas as tropas portuguesas enviadas ao Brasil. 13 de agosto D. Pedro nomeia provisoriamente D. Leopoldina chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil. 14 de agosto D. Pedro viaja cavalgando para São Paulo. 25 de agosto D. Pedro chega a São Paulo. 2 de setembro A princesa Leopoldina e José Bonifácio enviam cartas a D. Pedro aconselhando-o a romper com Portugal. 7 de setembro D. Pedro, ao voltar de São Paulo, proclama a independência do Brasil às margens do riacho Ipiranga. 12 de outubro D. Pedro retorna ao Rio de Janeiro e é proclamado imperador e "defensor perpétuo do Brasil". 1 de dezembro D. Pedro é coroado imperador do Brasil. Fonte: http://bndigital.bn.br/djoaovi/cronologia.html