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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL USO DE SILÍCIO E POTÁSSIO NO CONTROLE DE DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA EM MATO GROSSO EDSON RICARDO DE ANDRADE JUNIOR CUIABÁ - MT 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL

USO DE SILÍCIO E POTÁSSIO NO CONTROLE DE

DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA EM MATO GROSSO

EDSON RICARDO DE ANDRADE JUNIOR

CUIABÁ - MT

2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL

USO DE SILÍCIO E POTÁSSIO NO CONTROLE DE

DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA EM MATO GROSSO

EDSON RICARDO DE ANDRADE JUNIOR

Engenheiro Agrônomo

Orientador: Profo Dr. Daniel Cassetari Neto

Dissertação apresentada à Faculdade de

Agronomia e Medicina veterinária da

Universidade Federal de Mato Grosso para

obtenção do título de Mestre em Agricultura

Tropical, área de concentração em

Propagação, Melhoramento, Manejo de

Espécies Vegetais, Nativas, Cultivadas e

Medicinais.

CUIABÁ - MT

2009

Ficha Catalográfica

Ficha catalográfica elaborada por Sandra Monteiro CRB 1/2371

Andrade Junior, Edson Ricardo de. A553u Uso de silício e potássio no controle de doenças da cultura da

soja em Mato Grosso / Edson Ricardo de Andrade Junior. – Cuiabá: UFMT, 2009.

90 f. Dissertação de (Mestrado em Agricultura tropical) –

Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical, 2009.

Orientador: Prof. Dr. Daniel Cassetari Neto.

1.Controle alternativo. 2. Glycine max. 3. Ferrugem asiática.

I. Título.

CDU 633.34

DEDICO

A meu pai, um esalquiano autodidata;

A minha mãe, meu maior exemplo de luta, força e perseverança junto às

limitações que nos são impostas;

As minhas irmãs Gabrielle e Patrícia pelo apoio incondicional de sempre;

As minhas sobrinhas Maria Lúcia e Bruna, nosso legado;

e aos meus amigos, pelo apoio.

iv

AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária, UFMT/FAMEV, pela oportunidade de realização do curso.

Ao Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) em especial ao Sr.

Álvaro Salles, por permitir que eu conciliasse a função de pesquisador no

mesmo e o curso de mestrado.

Ao professor Dr. Daniel Cassetari Neto pela amizade, brilhante

orientação, apoio e dedicação neste e nos 5 anos de estágio no Laboratório de

Fitopatologia durante minha graduação.

A professora Msc. Andréia Quixabeira pela colaboração neste trabalho,

tanto nos experimentos á campo, quanto no desenvolvido em laboratório.

Aos amigos e então estagiários do laboratório de fitopatologia Eduardo

Vidotti, Mariana Marolli, Aline Pellozo, Joice Corassa, Alessandro Andrade e

Renan Krug, pela amizade, apoio e auxílio no desenvolvimento dos

experimentos.

A amiga e colega de mestrado Mariana Oliveira pelo apoio, paciência e

companheirismo desde os tempos do ginásio escolar.

Aos professores das disciplinas cursadas pelos conhecimentos

transmitidos, meus colegas de curso pela amizade e as funcionárias da

secretaria pelo atendimento prestado.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho.

v

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................vii

LISTA DE TABELAS.....................................................................................viii

Resumo.........................................................................................................01

Abstract..........................................................................................................02

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................03

2. REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................05

2.1Principais doenças da cultura da soja......................................................05

2.1.1 Ferrugem asiática......................................................................05

2.1.2 Mancha Alvo..............................................................................07

2.1.3 Antracnose.................................................................................08

2.1.4 Mela...........................................................................................09

2.2 Controle de doenças................................................................................09

2.2.1 Uso de silício e potássio no controle de doenças......................12

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................17

CAPÍTULO 1 - Eficiência “in vitro” do silício e potássio no controle de

Rhizoctonia solani e Colletotrichum dematium

Resumo.........................................................................................................26

Abstract..........................................................................................................27

4.1INTRODUÇÃO..........................................................................................28

4.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................29

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................30

4.4 CONCLUSÃO..........................................................................................32

4.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................33

CAPÍTULO 2 – Eficiência da adubação de Si E K na Semeadura da cultura da

soja no controle de ferrugem asiática

Resumo.........................................................................................................36

Abstract..........................................................................................................37

5.1INTRODUÇÃO..........................................................................................38

5.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................39

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................39

5.4 CONCLUSÃO..........................................................................................42

vi

5.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................43

CAPÍTULO 3 – Avaliação da aplicação foliar de silício e potássio intercalado a

fungicidas no controle de ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na

cultura da soja

Resumo.........................................................................................................46

Abstract..........................................................................................................47

6.1INTRODUÇÃO..........................................................................................48

6.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................49

6.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................50

6.4 CONCLUSÃO..........................................................................................63

6.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................64

CAPÍTULO 4 – Avaliação da aplicação foliar de silício e potássio associado a

fungicidas no controle de ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na

cultura da soja

Resumo.........................................................................................................66

Abstract..........................................................................................................67

7.1INTRODUÇÃO..........................................................................................68

7.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................68

7.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................70

7.4 CONCLUSÃO..........................................................................................81

7.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................82

8. CONCLUSÃO GERAL...............................................................................84

ANEXOS........................................................................................................85

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1. Ensaio in vitro de Colletotrichum dematium: 1- Testemunha; 2- Carbendazin (2.500 ppm); 3- Adubo Foliar (5.000 ppm); 4- Adubo Foliar (4.000 ppm); 5- Adubo Foliar (2.500 ppm). Figura 2. Ensaio in vitro de Rhizoctonia solani: 1- Testemunha; 2- Carbendazin (2.500 ppm); 3- Adubo Foliar (5.000 ppm); 4- Adubo Foliar (4.000 ppm); 5- Adubo Foliar (2.500 ppm). Figura 3. Curvas de progresso da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) na cultura soja. Várzea Grande-MT, safra 2007/2008. Figura 4. Curvas de progresso da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) na cultura soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008. . Figura 5. Curvas de progresso de mancha alvo (Corynespora cassiicola) na cultura soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008. Figura 6. Curvas de progresso de mancha alvo (Colletotrichum dematium) na cultura soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008.

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58

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Diâmetro médio da colônia (DMC) e índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM) de Colletotrichum dematium e Rhizoctonia solani. Várzea Grande-MT, 2009. Tabela 2. Severidade (% de área foliar infectada) da ferrugem asiática na cultura da soja e Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD). Várzea Grande-MT, safra 2007/2008. Tabela 3. Tratamentos com respectivos ingredientes ativos e doses utilizadas no controle de ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008. Tabela 4. Severidade (% de área foliar infectada) da ferrugem asiática na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008. Tabela 5. Severidade (% de área foliar infectada) de mancha alvo na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008. Tabela 6. Severidade (% de área foliar infectada) de antracnose na cultura soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008. Tabela 7. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para a ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra2007/2008. Tabela 8. Porcentagem de desfolha (R6), Massa de mil grãos (MMG) e Produtividade média na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008. Tabela 9. Tratamentos com respectivos ingredientes ativos e doses utilizados no controle de ferrugem asiática, mancha alvo, antracnose na cultura da soja. Jaciara-MT, safr 2008/2009. Tabela 10. Severidade (% de área foliar infectada) média da ferrugem asiática na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009 Tabela 11. Severidade (% de área foliar infectada) média da mancha alvo na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009. Tabela 12. Severidade (% de área foliar infectada) média da antracnose na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009. Tabela 13. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para a ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura soja. Jaciara-MT, safra 2008/ 2009.

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viii

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Tabela 14. Porcentagem de desfolha (R6), Massa de mil grãos (MMG) e Produtividade média na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009.

80

USO DE SILÍCIO E POTÁSSIO NO CONTROLE DE DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA EM MATO GROSSO

Resumo: Diante da atual tendência mundial em minimizar o uso de pesticidas

na agricultura, com base em uma consciência ecológica e na preservação da

saúde humana, o emprego da nutrição mineral como forma de aumentar a

resistência das plantas às doenças é uma opção viável. Portanto, o objetivo

deste trabalho foi avaliar a eficiência do silício e potássio, em diferentes formas

de aplicação, no controle das principais doenças da cultura da soja: ferrugem

asiática (Phakopsora pachyrhizi), da antracnose (Colletotrichum dematium) e

da mancha alvo (Corynespora cassiicola), em nível campo. Primeiramente foi

realizado um experimento in vitro para avaliar a eficiência do Si e K no controle

do crescimento micelial dos patógenos Colletotrichum dematium e Rhizoctonia

solani onde constatou-se que o adubo foliar (24,13% K2O e 9,02% Si) possui

pouca ação sobre Rhizoctonia solani e nenhuma sobre Colletotrichum

dematium , ou seja, sua atuação ocorre na planta. Posteriormente foi realizado

um experimento a nível de campo, para avaliar eficiência da adubação no

plantio de Si e K no controle de doenças soja. O uso desses nutrientes na linha

de semeadura não foi eficiente no controle da ferrugem asiática, uma que vez

apartir do florescimento, momento de maior incidência da mesma seu efeito

não foi mais observado. Foram realizados também dois experimentos

avaliando a aplicação de adubo foliar contendo Si e K, na parte aérea da

cultura, sendo que no primeiro o objetivo a eficiência do adubo foliar

substituindo aplicações de fungicida no manejo de doenças, já o segundo

experimento teve como objetivo avaliar a eficiência do adubo foliar no uso

associado com fungicidas no controle de ferrugem asiática, mancha alvo e

antracnose. Concluiu-se que o adubo foliar, contendo Si e K, pode substituir 1

aplicação de fungicida (de um total de 3), quando avaliado a severidade do

complexo de doenças estudada, assim como associado a programas de

fungicidas aumentou a eficiência no controle de mancha alvo e antracnose. O

Uso do adubo foliar também proporcionou ganhos de produtividade, tanto para

o uso intercalado quanto associado a fungicidas.

Palavras Chaves: Controle Alternativo; Glycine max; Ferrugem Asiática

USE OF SILICON AND POTASSIUM IN CONTROL OF SOYBEAN CROP DISEASES IN MATO GROSSO Abstract

The soybean has recently experienced a sharp rise in production costs,

especially due to the occurrence of emerging diseases of high severity. Given

the worldwide trend to minimize the use of pesticides in agriculture based on

ecological awareness and preservation of human health, the use of mineral

nutrition as a way to increase plant resistance to diseases is a viable option.

Therefore, the purpose of this study was to evaluate the efficiency of silicon and

potassium in different forms of application, control of major diseases of

soybean, rust, anthracnose and target leaf spot in the field level. It was first

performed an in vitro experiment to evaluate the efficiency of Si and K in the

control of mycelial growth of Colletotrichum pathogens Rhizoctonia solani and

dematium where it was found that the foliar fertilizer (24.13% K 2 O and 9.02%

Si) has little action on R. solani and none on C. dematium, ie, its performance

is on plan. Later an experiment was conducted at the field level to assess the

efficiency of fertilizer in the planting of Si and K in the control of soybean

diseases. The use of these nutrients in the row was not effective in controlling

rust, as the flowering time, wich is expected to elevate the incidence of the

diseases, the product effect was not observed. Were also carried out two

experiments evaluating the application of foliar fertilizer containing Si and K in

shoot culture, and the first order efficiency of foliar fertilizer replacing

applications of fungicide on disease management, the second experiment was

to evaluate the efficiency of foliar fertilizer use associated with fungicides to

control Asian rust, anthracnose and target leaf spot. In conclusion, foliar

fertilizer containing Si and K, can substitute 1 fungicide application (in the total

of 3), when assessed the severity of the complex diseases studied, as well as

programs associated with fungicides increased the efficiency to control target

spot and anthracnose. The use of foliar fertilizer also resulted in productivity

gains, both for use merged, and combined with fungicides.

Keywords: Alternative control; Glycine max; soybean rust

1. Introdução

Com origem no nordeste da China e conhecida desde 3000 anos a.C. a

leguminosa Glycine max (L.) Merill é hoje a mais importante representante da

família Fabaceae. Possui grande adaptabilidade e é cultivada nos dois

hemisférios e nas condições mais variadas de clima e solo (Juliatti et al., 2004).

O grão da soja origina diversos produtos e subprodutos utilizados pela

agroindústria, indústria química e de alimentos. A proteína, contida na semente

de soja dá origem a produtos comestíveis tais como, ingredientes de padaria,

massas, produtos de carne, cereais, misturas preparadas, bebidas,

alimentação para bebês e alimentos dietéticos. A proteína é utilizada também

pela indústria de adesivos e nutrientes, alimentação animal, adubos, formulador

de espumas, fabricação de fibra, entre outros. A soja integral é utilizada pela

indústria de alimentos em geral e o óleo cru se transforma em óleo refinado e

lecitina, que dá origem a inúmeros outros produtos (EMBRAPA, 2006).

O mercado da soja teve um efeito propulsor marcante na balança

comercial brasileira, fazendo com que em 2002 o agronegócio atingisse 41%

das exportações com saldo positivo de 20 bilhões de dólares contra um saldo

negativo de 7 bilhões de dólares dos demais itens de exportação. O complexo-

soja (grão, farelo e óleo, principalmente) lidera a composição do agronegócio

no Brasil com participação em 25% do setor.

Este cenário só foi possível a partir de duas situações distintas e

necessariamente simultâneas: a expansão da soja para o cerrado do Centro-

Oeste e Nordeste brasileiro abrindo fronteiras até então consideradas de baixa

aptidão para a cultura da soja e a atuação conjunta de empresas públicas e

privadas de pesquisa e produção de insumos na geração, adaptação e difusão

de tecnologias que pudessem tornar viável o cultivo deste grão. O Estado de

Mato Grosso lidera a produção brasileira de soja e algodão em área e

produtividade desde a safra 1998/99, assumindo definitivamente seu papel de

comando na agricultura brasileira.

A cultura da soja tem apresentado, nos últimos anos, um grande

dinamismo no tocante ao complexo de doenças, o qual tem potencial para

causar redução na produtividade das lavouras. O uso de fungicidas tornou-se a

mais importante medida de controle para proteger o potencial produtivo da

lavoura de soja contra esse complexo, que pode reduzir a produtividade em até

70% (EMBRAPA, 2006). Antracnose, mancha alvo e a partir do ano de 2001 a

ferrugem asiática, consistem nas enfermidades mais importantes desse

complexo de doenças, nas áreas de plantio do cerrado do Centro-Oeste e

Nordeste do Brasil (ALMEIDA et al., 2005).

Na safra 2002/2003 a maioria dos estudos sobre o controle de doenças

da cultura da soja foram relacionados à aplicação de fungicidas, principalmente

do grupo dos triazóis e das estrobilurinas. O uso constante de fungicidas com

modo de ação específico pode favorecer a seleção de populações resistentes

do patógeno. Sendo assim, é necessário alternar produtos com diferentes

mecanismos de ação (KIMATI, 1997) e desenvolver outras estratégias no

controle da doença. Uma alternativa para reduzir o número de aplicações de

fungicidas seria fornecer à planta uma nutrição mineral equilibrada e suficiente

para ativar mecanismos de defesa. A nutrição mineral pode contribuir para

reduzir a taxa de progresso de doenças e retardar o início de epidemias. Entre

os elementos minerais, o silício foi responsável por resultados promissores,

favorecendo a redução da intensidade de doenças tais como: oídio em pepino,

brusone em arroz e cercosporiose em café (MENZIES et al., 1991; POZZA et

al., 2004; SEEBOLD et al., 2004; SANTOS et al., 2005).

Portanto, os objetivos deste trabalho foram estudar: o efeito do silício e

potássio, em meio artificial, no crescimento micelial de Rhizoctonia solani e

Colletotrichum dematium; bem como o uso de silício e potássio, aplicado no

sulco de semeadura e aplicado via foliar intercalado e associado a fungicidas,

na redução da severidade das principais doenças da cultura da soja em

condições de campo.

2. Revisão de Literatura

O potencial de rendimento da soja pode ser afetado por diversos fatores,

dentre os quais, destacam-se a fertilidade do solo, a disponibilidade hídrica, a

população de plantas, a época de semeadura, o potencial produtivo do cultivar

e o ataque de agentes nocivos como plantas daninhas, pragas e doenças

(CASA & REIS, 2004).

A ocorrência das doenças depende da interação de três fatores: o

hospedeiro suscetível (no caso a variedade de soja com suas variações

genéticas), o patógeno (proveniente de diferentes fontes de inóculo: sementes

infectadas, vento, planta hospedeira, restos de cultivo), e o ambiente,

caracterizado pelo clima (umidade do ar, temperatura, precipitação, horas de

molhamento) e o solo (estrutura física, nutricional e biológica) (CARRARO et

al., 2003)

Os danos e as perdas causadas pelas doenças dependem da freqüência

de ocorrência e da intensidade, governadas principalmente pelas condições

climáticas predominantes na região de cultivo e pelo tipo de prática cultural

adotada pelo produtor (CASA & REIS, 2004). Aproximadamente 40 doenças

causadas por fungos, bactérias, nematóides e vírus já foram identificadas na

cultura da soja no Brasil. Esse número continua aumentando com a expansão

da soja para novas áreas e como conseqüência da monocultura (EMBRAPA,

2006).

2.1- Principais Doenças da Cultura da Soja

2.1.1. Ferrugem

A ferrugem da soja é causada por duas espécies de fungo do

gênero Phakopsora: Phakopsora meibomiae (Arhtur), causadora da ferrugem

“americana” e Phakopsora pachyrhizi Syd & P. Syd, causadora da ferrugem

“asiática” (EMBRAPA, 2006). Para o estado de Mato Grosso, apenas a asiática

é de importância econômica (ALMEIDA et al., 2005).

Atualmente, a ferrugem asiática é a principal doença da cultura da soja e

destaca-se por aumentar significativamente os custos de produção. Na safra

2003/04, a ferrugem asiática provocou perdas estimadas em U$ 2 bilhões

(AGRIANUAL, 2006).

Os sintomas iniciais da ferrugem são caracterizados por minúsculos

pontos (1-2 mm de diâmetro) mais escuros que o tecido sadio da folha, de uma

coloração esverdeada a cinza-esverdeada. Devido ao hábito biotrófico (nutre-

se do tecido vivo das plantas) do fungo, em cultivares suscetíveis, as células

infectadas morrem somente após ter ocorrido esporulação. Devido a isso, as

lesões são facilmente visíveis no inicio da infecção (YORINORI et al., 2002).

No local correspondente ao ponto escuro, observa-se, inicialmente, uma

minúscula protuberância, semelhante a uma ferida (bolha) por escaldadura,

sendo esta o início da formação da estrutura de frutificação do fungo. A medida

que ocorre a morte dos tecidos infectados, as manchas aumentam de tamanho

e adquirem coloração castanho-avermelhada (YORINORI et al., 2002).

As lesões são mais numerosas na base e nas bordas dos folíolos das

folhas baixeiras, por serem áreas com maior umidade e por haver microclima

favorável a germinação, penetração e infecção dos tecidos foliares

(FUNDAÇÃO MT, 2006).

Segundo Yorinori et al. (2002), progressivamente as urédias adquirem

cor castanho-clara a castanho-escura, abrem-se em minúsculos poros,

expelindo os uredosporos. Os uredosporos, inicialmente de coloração hialina,

tornam-se bege e acumulam-se ao redor dos poros ou são carregados pelo

vento. O número de urédias por lesão pode variar de uma a seis.

Os sintomas da ferrugem podem ser confundidos com os da septoriose

(mancha parda) ou do crestamento bacteriano, a diferença está na presença do

halo amarelado ao redor das pontuações característicos destas duas doenças

e ausente na ferrugem (YORINORI et al., 2002).

Segundo Fundação MT (2006), à medida que aumenta a quantidade de

lesões ocorre amarelecimento generalizado das folhas e, conseqüentemente,

uma aceleração da desfolha, principalmente se a doença encontrar condições

favoráveis ao seu desenvolvimento. Isso, certamente causará redução no

número de vagens por planta, no número de grãos por vagem e no peso dos

grãos e, assim, interferindo na produtividade. As perdas variam em função da

intensidade da infecção e da fase em que os primeiros sintomas ocorrem, pois

a ferrugem pode ocorrer em diferentes estádios vegetativos e reprodutivos da

soja e, quanto mais cedo ocorrer a infecção, maiores poderão ser os danos.

Para que ocorra ferrugem na soja é necessário a presença de umidade

nas folhas por períodos prolongados por, no mínimo de seis horas, associado a

dias nublados, chuvosos e/ou alta umidade relativa do ar. As temperaturas

médias ótimas para o desenvolvimento da doença são, em torno, de 18 a 26 ºC

(JULIATTI et al., 2004).

A disseminação da ferrugem é feita unicamente através da dispersão

dos uredosporos pelo vento, principalmente em dias secos e sem umidades

nas folhas, Este fungo pode atingir longas distâncias e provocar grandes

epidemias (YORINORI et al., 2002).

2.1.2. Mancha Alvo

A mancha alvo é causada pelo fungo Corynespora cassiicola (Berk. &

Curt) e está presente em todas as regiões produtoras de soja do país

(YORINORI et al., 2002). Esse fungo também causa, em algumas situações, a

podridão radicular.

Segundo Embrapa (2000), a ocorrência da mancha alvo é constatada,

normalmente, nas folhas mais velhas. Surtos severos têm sido observados

esporadicamente, desde as zonas mais frias do sul ás chapadas do cerrado.

Os sintomas da mancha alvo em cultivares suscetíveis são lesões nas

folhas, hastes e vagens, e as tolerantes apresentam somente lesões foliares

com baixa severidade. Nas folhas, a doença inicia-se com a formação de

pequenas pontuações de coloração castanho-avermelhada, com halo amarelo,

que evoluem para grandes manchas arredondadas, de coloração castanho-

clara, atingindo até 2 cm de diâmetro. A ocorrência de anéis concêntricos é

comum, isto é, lesões com alternância de áreas castanho mais claras com

áreas mais escuras com centro da lesão sempre mais escuro (FUNDAÇÃO

MT, 2006).

Cultivares suscetíveis podem sofrer completa desfolha prematura,

apodrecimento das vagens e intenso manchamento das hastes (EMBRAPA,

2000).

Segundo Fundação MT (2006), essa doença pode ocorrer em qualquer

fase do ciclo da soja e as condições favoráveis são alta umidade e

temperatura, sendo a disseminação feita através de sementes infectadas,

restos culturais, solo e vento.

2.1.3. Antracnose

Segundo Yorinori et al. (2002), essa doença é causada pelo fungo

Colletotrichum dematium (Pers. Ex Fr.) Grove var. truncata (Schw.) Arx, e

infecta a cultura em qualquer fase do seu ciclo, sendo os sintomas mais

evidentes nas vagens.

A antracnose é uma das principais doenças da soja nas regiões de

cerrado. Sob condições de alta umidade, causa apodrecimento e queda das

vagens, abertura das vagens imaturas e germinação dos grãos em formação.

Pode causar perda total da produção, mas com maior freqüência, causa alta

redução do número de vagens e induz a planta á retenção foliar e haste verde

(EMBRAPA, 2000).

Após o “fechamento” ou cobertura total da lavoura pelas folhas de soja,

os primeiros sintomas observados são lesões nas nervuras e posteriormente

estrangulamento dos pecíolos na parte sombreada. As vagens infectadas no

estádio inicial de formação (R3) adquirem coloração castanho-escura e negra e

ficam retorcidas e sem granar. Quando atingem a vagem durante a granação (a

partir de R5.1), as lesões se iniciam como estrias negras, que evoluem e

atingem toda a vagem, as quais se abrem, permitindo a germinação e o

apodrecimento prematuro dos grãos (FUNDAÇÃO MT, 2006).

Em períodos de alta umidade, as partes infectadas ficam cobertas por

pontuações negras que são as frutificações (acérvulos) do fungo. Dessas

pequenas pontuações surgem estruturas, denominadas setas. As sementes

infectadas apresentam manchas deprimidas, de coloração castanho-escuras.

Plântulas originadas de sementes infectadas apresentam necrose dos

cotilédones, a qual pode se estender para o hipocótilo causando o tombamento

das plântulas. O fungo sobrevive nas sementes e nos restos de cultura

(YORINORI et al., 2002).

Segundo Embrapa (2000), as condições favoráveis para o aumento da

incidência de antracnose são: a alta população de plantas, alta umidade,

temperaturas elevadas, alta precipitação, cultivo contínuo da soja,

estreitamento das entre-linhas, uso de sementes infectadas e deficiência

nutricional, principalmente, de potássio.

A antracnose ocorre em qualquer fase do ciclo da cultura da soja e tem

sua disseminação através de sementes infectadas, restos culturais, vento e

chuva (EMBRAPA, 2006).

2.1.4 Mela ou Requeima da Soja

Essa doença é causada pelo fungo Rhizoctonia solani Kuhn

(Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk), infectando toda a parte aérea tanto

da cultura da soja quanto na cultura do feijão (folhas, pecíolos, ramos laterais,

flores e vagens). Além da desfolha, causa severo abortamento de flores e

vagens, quando ocorre no início do desenvolvimento destas estruturas. As

lesões iniciam como pontos de encharcamento, evoluindo rapidamente para

grandes manchas e reboleiras de plantas mortas, com coloração marrom

acentuado. As folhas e pecíolos infectados ficam pendentes ao longo da haste

ou caem sobre plantas vizinhas, propagando as doenças (FUNDAÇÃO MT,

2009).

Ainda, segundo o mesmo autor, a esta doença ocorre durante qualquer

fase do ciclo da soja, principalmente após o florescimento, sendo condições

favoráveis para sua disseminação: alta população de plantas, altas umidade e

temperatura.

2.2. Controle de doenças

O uso de medidas integradas de controle ou o Manejo Integrado de

Doenças (MID) definido por Kimati & Bergamim Filho (1995) é essencial na

obtenção de sucesso na redução dos danos provocados pelas doenças de

plantas, embasado em três alicerces definidos: uso de medidas de baixo custo

para o agricultor, de baixo impacto ambiental e que apresentem alta eficiência.

A relação da possibilidade de uso de medidas associadas de controle para

cada grupo de doença, definida por MacNew em 1960, determina que sejam

associadas técnicas de controle genético, cultural, químico, físico e biológico,

em diferentes graus de prioridade, de acordo com o processo patogênico em

questão, atingindo o patógeno, o hospedeiro e o ambiente de maneira

adequada.

Patógenos de introdução recente no Brasil, a partir do ano de 2001, a

exemplo do nematóide do cisto da soja (Heterodera glycines Ichinohe) e da

ferrugem asiática da soja (P. pachyrhizi), bem conhecidos em outras regiões de

cultivo têm direcionado as pesquisas em Fitopatologia para a obtenção de

variedades geneticamente resistentes, para o manejo do ambiente de cultivo

(manutenção de níveis adequados de adubação, população de plantas menos

adensada, plantio de variedades adaptadas às condições de cada região) e

para a redução no potencial infectivo e de severidade dos organismos

fitopatogênicos (controle químico e biológico).

Doenças já conhecidas há bastante tempo e doenças emergentes

(novos processos patogênicos) tem acompanhado a expansão da cultura da

soja, tornando-se o aspecto fitossanitário como o fator mais limitante na

obtenção de altos índices de produtividade (REIS & BRESOLIN, 2004).

Segundo o mesmo autor, existem diversas formas de controle e manejo

de doenças em soja como: rotação de culturas, evitar perdas na colheita,

semeadura da soja na época recomendada, evitar o prolongamento do período

de semeadura, monitoramento constante da lavoura, respeitar as condições

climáticas durante as aplicações, procurar fazer rotação de classes de

fungicidas quando for realizar mais de uma aplicação,utilizar fungicidas

recomendados e eficientes, aumento do espaçamento, diminuição da

densidade de plantas e uma adubação equilibrada.

Os nutrientes minerais exercem importantes funções no metabolismo

vegetal, influenciando não somente o crescimento e a produção das plantas,

mas também o aumento ou a redução da resistência a determinados

patógenos.

Diante da tendência mundial em minimizar o uso de pesticidas na

agricultura, com base em uma consciência ecológica e na preservação da

saúde humana, o emprego da nutrição mineral como forma de aumentar a

resistência das plantas às doenças é uma opção viável.

Não é possível generalizar o efeito de um nutriente para todas as

combinações patógeno-hospedeiros. Os elementos funcionam como parte de

um complexo sistema de reações interdependentes, as quais influenciam a

patogênese, estando dependente das características físicas e químicas dos

solos, clima, fontes e quantidades dos nutrientes usados.

Apesar do grande número de informações disponíveis sobre o controle

de doenças de plantas com nutrição mineral, existem relativamente poucos

trabalhos com aplicação desses resultados em sistemas integrados de

controle, principalmente nas regiões tropicais, onde essa alternativa

possibilitaria reduzir o uso de pesticidas aliado a um aumento da produtividade

das culturas e da qualidade dos produtos.

A nutrição mineral das plantas exerce uma influência menor nas plantas

altamente resistentes e naquelas altamente suscetíveis a doenças. Entretanto,

em variedades com resistência quantitativa ou parcial o efeito da nutrição da

planta é maior, reduzindo a severidade de doenças a níveis significantes em

certos casos (ZAMBOLIM et al, 2001).

A regra geral é que quando um nutriente é essencial a uma espécie de

planta, este deve ser fornecido em quantidades e em equilíbrio com outros

nutrientes também essenciais, pois a deficiência pode acarretar maior

severidade de determinadas doenças. Porém, após a manifestação dos

sintomas na planta, a aplicação do nutriente isoladamente, sem a associação

com outras práticas de controle, dificilmente resultará em redução na

severidade da doença, principalmente em se tratando de culturas de ciclo

curto. Além disso, não se corrigem deficiências nutricionais nas plantas

empregando-se macronutrientes em pulverização, pois são requeridos em

grande quantidade, sendo, portanto recomendados via solo, já os

micronutrientes podem ser aplicados via foliar, pois são requeridos em

pequenas quantidades pela planta (ZAMBOLIM et al, 2001).

Ainda segundo o mesmo autor, a nutrição das plantas determinará em

grande parte sua resistência ou suscetibilidade às doenças, suas estruturas

histológicas ou morfológicas, as funções dos tecidos em reduzir a atividade

patogênica, a virulência e habilidade do patógeno sobreviver. A deficiência dos

nutrientes ao redor do ponto de infecção, tão necessários para sintetizar

compostos químicos e barreiras físicas, pode resultar em suscetibilidade da

planta a doenças.

Por outro lado, a resistência pode surgir quando nutrientes essenciais à

atividade patogênica estão ausentes. Os elementos minerais estão envolvidos

em todos os mecanismos de defesa como componentes integrais ou

ativadores, inibidores e reguladores de metabolismo. Portanto, o conhecimento

da fonte e função dos elementos minerais na planta torna-se necessário antes

de se estudar seu papel na resistência (ZAMBOLIM & VENTURA, 1993).

.

2.2.1. Uso de Silício e Potássio no Controle de Doenças

Treze elementos minerais são geralmente essenciais para o crescimento

das plantas. A deficiência ou excesso de um elemento influencia grandemente

a atividade de outros e exerce efeito catastrófico com conseqüências que

repercutem no metabolismo da planta. Também deve ser lembrado que a

presença de um elemento no solo não implica necessariamente que está

disponível para o crescimento da planta. Sua disponibilidade é função da

quantidade do elemento no solo, sua forma e sua solubilidade, capacidade

assimilativa da planta e o meio ambiente, tais como pH, umidade e temperatura

(HUBER, 1980).

O equilíbrio dos nutrientes no solo pode ser tão importante como a

presença de um outro elemento. De um modo geral, o nitrogênio, fósforo,

potássio e cálcio são os elementos minerais mais limitantes; entretanto, o cloro

é o único elemento que não é limitante em condições naturais (ZAMBOLIM et

al, 2001).

Com isso uma opção para controle de doenças é o uso de silício e

potássio. O potássio, de um modo geral, reduz a susceptibilidade das plantas

tanto a parasitas obrigatórios quanto a facultativos. Na maioria dos casos, o

efeito do potássio está restrito na faixa de deficiência do elemento, isto é,

plantas deficientes em potássio são mais suscetíveis do que plantas com níveis

suficientes de potássio (HUBER & AMY, 1985).

A baixa fertilização de potássio pode reduzir a resistência de várias

espécies de plantas ao ataque de patógenos (ZAMBOLIM & VENTURA, 1993).

Esse fato tem sido verificado em algodão e tomate em relação á Murcha de

Verticilium (MARSCHNER, 1986; PENNYPACKER, 1990). A elevada

susceptibilidade de plantas deficientes em potássio a certas doenças está

relacionada com as funções metabólicas desse elemento. Em plantas

deficientes, a síntese de compostos de elevado peso molecular (proteínas,

amido e celulose) é diminuída, enquanto compostos orgânicos de baixo peso

molecular, acumulam-se. Em plantas deficientes em K, um aumento no seu

fornecimento conduz a um aumento no crescimento e diminui o conteúdo de

compostos orgânicos de baixo peso molecular, até o ponto em que o

crescimento é máximo. Porém, aumento no nível de K na planta, além do

ótimo, não causa efeitos substanciais nos constituintes orgânicos e nem na

resistência a doenças (ZAMBOLIM & VENTURA, 1993).

O silício (Si) não é considerado elemento essencial às plantas, pois de

acordo com o critério direto de essencialidade, um elemento é considerado

essencial quando faz parte de um composto ou participa de uma reação

necessária para a sobrevivência da planta. Já no critério indireto, um elemento

é essencial quando, na sua ausência, a planta não completa seu ciclo de vida,

não pode ser substituído por nenhum outro elemento, tem efeito direto no

crescimento e desenvolvimento das plantas e não exerce nenhum papel

neutralizador de efeitos físicos, químicos ou biológicos desfavoráveis para a

planta (JONES & HANDRECK, 1967; MALAVOLTA, 1980; MARSCHNER,

1995; MALAVOLTA et. al., 1997; MENGEL & KIRKBY, 2001).

Mesmo não sendo essencial, a absorção e o acúmulo de Si pelas

plantas trazem inúmeros benefícios (MARSCHNER, 1995). Foram relatados

benefícios às plantas de abóbora, pepino (HECKMAN et al., 2003; MIYAKE &

TAKAHASHI, 1983), algodão (GAMA et al., 2004; LEMES et al., 2004), café

(POZZA et al., 2004; SANTOS et al., 2005) e a várias olerícolas, como o

tomate (MIYAKE & TAKAHASHI, 1978; LANA et al., 2002), a cenoura

(JULIATTI, et al., 2003), a alface (SOBRINHO et al., 2004) e as ornamentais,

como a rosa (VOOGT & SONNEVELD, 2001).

Os efeitos benéficos do silício podem ser divididos em físicos e

fisiológicos. Os físicos são devido ao acúmulo do Si na parede celular das

plantas, reduzindo a perda d’água, melhorando a arquitetura das plantas e

constituindo barreira física à penetração de fitopatógenos e de insetos

(BOWEN et al., 1992; EPSTEIN, 1994; BÉLANGER et al., 1995;

MARSCHNER, 1995; DATNOFF et al., 1997; POZZA & POZZA, 2003;

SANTOS et al., 2005). Já os benefícios fisiológicos são relacionados à maior

atividade fotossintética e resistência ao ataque de fitopatógenos e pragas, uma

vez que o Si induz uma série de reações metabólicas nas plantas, resultando

na formação de compostos com atividade antimicrobiana (MENZIES et al.,

1991).

Devido à formação de uma camada dupla de sílica abaixo da cutícula, as

plantas mantêm as folhas mais eretas, promovendo maior aproveitamento da

luz. Assim, quanto maior a exposição das folhas à luz, maior é a biossintese da

clorofila e, conseqüentemente, maior a eficiência na interceptação de luz e

transmissão de elétrons para os fotossistemas I e II, da fase fotoquímica da

fotossíntese (TAIZ & ZEIGER, 2004).

Os benefícios do uso de Si são utilizados na adaptação a condições de

estresse bióticos (ataque de patógenos) e abióticos (estresse hídrico, toxidez

de metais pesados e salinidade) (EPSTEIN, 1999; ROGALLA & RÖMHELD,

2002; HECKMAN et al., 2003; ZHU et al., 2004).

O Si é absorvido pelas plantas como ácido monosilícico (H4SiO4), porém,

seu teor na planta é variável entre as espécies (EPSTEIN, 1994).

O transporte do Si a longa distância, em plantas, é limitado ao xilema

(BALASTRA et al., 1989).

Segundo Yoshida (1975), no interior da planta, 99% do Si acumulado

encontram-se na forma de ácido silícico polimerizado e o restante na forma

coloidal ou iônica. A precipitação do Si na planta pode ocorrer tanto na parte

aérea quanto nas raízes (HODSON & SANGSTER, 1988) e, uma vez nesta

forma, o Si não sofre redistribuição (RAVEN, 1983).

Existem vários trabalhos relatando a correlação de Si e a redução de

doenças em plantas. O exemplo clássico do papel do silício na resistência de

plantas a doença refere-se ao patógeno Pyricularia grisea (Cooke) Sacc.,

agente causal da brusone do arroz. A presença de compostos orgânicos quem

contêm silício na parede celular de plantas de arroz exerce resistência ao

ataque de enzimas produzidas pelo patógeno. Há, portanto, uma relação direta

entre conteúdo de silício e resistência ao patógeno em arroz. Entretanto, nem

todas as espécies de plantas mostram acúmulo de silício quando são atacadas

por patógenos; o acúmulo parece ocorrer somente em interações incompatíveis

de patógeno-hospedeiro (ZAMBOLIM et. al, 2001).

O uso de silicato de cálcio e sódio é freqüente nos cultivos protegidos de

pepino e roseira na Europa para controle de lesões no caule, causadas por

Botrytis cinerea (Belanger et al., 1995) A redução na incidência da murcha-de-

fusarium em plantas de pepino requer a aplicação de 2 a 4 t/ha de silicato de

cálcio ou de 2,25 a 4,5 t/ha de silicato de potássio (MIYAKE & TAKAHASHI,

1983). De acordo com Cherif & Belanger, (1992) o uso de silicato de cálcio na

solução nutritiva controlou a podridão-das raízes causada por Pythium ultimum.

Rodrigues (2000) relatou que a fertilização silicatada contribuiu,

significativamente, para a redução de severidade da queima-das-bainhas do

arroz, causada por Rhizoctonia solani. Encontrou também relação entre o

incremento no teor de Si na planta e a redução das variáveis, no número total

de lesões e na área abaixo da curva do comprimento relativo de lesões totais.

O silicato de sódio e de cálcio nas dosagens de 0,31; 0,63 e 1,26

gramas de Si por quilo de substrato proporcionaram redução da incidência da

cercosporiose do cafeeiro (Cercospora coffeicola Berk & Cooke) e aumento no

teor de lignina nas folhas até a dose de 0,52 g de Si kg-1 de substrato (Santos,

2005).

Pepineiros cultivados em solução nutritiva contendo silicato de sódio e

inoculados com o fungo Podosphaera xanthii syn. Sphaerotheca fuliginea

(Schlecht: Fr.) Poll apresentaram menor número de colônias por folha, menor

área da colônia e redução do poder germinativo dos conídios comparados com

plantas não supridas com Si (MENZIES et al., 1991).

Limoeiro-cravo inoculado com Phytophthora nicotianae var. parasitica

(Dastur) Waterh e cultivado em solução nutritiva com 100 mg/kg de SiO2, na

forma de metassilicato de sódio, apresentaram redução do comprimento das

lesões em 49,12% e 20,53%, aos 4 e 7 dias após inoculação, respectivamente

(FAGGIANI, 2002).

Segundo Camargo (2007), a cana-de-açúcar apresenta respostas

positivas á fertilização silicatada, seja em cana planta ou cana soca, quanto ao

aumento de produtividade. Esse aumento de produtividade é causada por uma

melhor capacidade fotossintética, proporcionada pelo posicionamento mais

eretos das folhas, maior tolerância a estresse hídrico e também por uma menor

incidência de doenças e pragas.

O efeito do silício, também tem sido observado em várias espécies

vegetais, especialmente quando estas estão submetidas a estresse biótico ou

abiótico, porém não afetou a tolerância de Brachiaria decumbens e Brachiaria

brizantha ao déficit hídrico, mesmo essas sendo plantas acumuladoras de Si

(MELO et al., 2003).

Porém em trabalhos com tomateiro, não houve efeito das doses de

silicato (silicato de cálcio e potássio) sobre a requeima do tomateiro e a

produtividade, porém houve uma menor produção de frutos não comerciais,

que são os danificados, com manchas ou de tamanho menor (LANA et al.,

2003; PEREIRA et al., 2003; DUARTE, et al., 2007).

O efeito do Si também foi relatado para plantas de soja, classificadas

como acumuladoras intermediárias desse elemento. O fornecimento de 40

mg/L de silicato de potássio, via solução nutritiva, aumentou a resistência ao

cancro da haste agente etiológico Diaporthe phaseolorum f. sp. meridionalis e

promoveu redução em até 90% das lesões (LIMA, 1998).

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CAPÍTULO 1 - EFICIÊNCIA “IN VITRO” DO SILÍCIO E POTÁSSIO NO

CONTROLE DE Rhizoctonia solani e Colletotrichum dematium

EFICIÊNCIA “IN VITRO” DO SILÍCIO E POTÁSSIO NO CONTROLE DE

Rhizoctonia solani e Colletotrichum dematium

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do silício e potássio, em

meio artificial, no crescimento micelial de Rhizoctonia solani e Colletotrichum

dematium. Os tratamentos utilizados no ensaio foram: testemunha (sem adição

de tratamento), fungicida carbendazin (na dosagem de 2.500 ppm) adubo foliar,

contendo 35,1%P2O5 e 25,7% K2O, (nas dosagens de 5.000, 4.000 e 2.500

ppm). As placas, contendo os patógenos, foram mantidas em câmara de

incubação a 22ºC ± 2ºC e fotoperíodo de 12 horas por 10 dias, onde a cada

dois dias, foi feita a medição do diâmetro da colônia, obtendo-se uma média do

diâmetro da colônia, e posteriormente determinando o índice de velocidade de

crescimento micelial (IVCM). O delineamento experimental foi de blocos ao

acaso com 8 tratamentos e 3 repetições, sendo cada parcela composta por 7

placas de Petri. As médias entre os tratamentos foram comparadas pelo teste

de Tukey a 5% de probabilidade. A maior redução no crescimento micelial e o

menor IVCM para ambos os patógenos foi proporcionada pelo fungicida

carbendazin. Os tratamentos com as diferentes dosagens do adubo foliar não

apresentaram diferença significativa quando comparado a testemunha (sem

tratamento) para o diâmetro médio da colônia e IVCM para o Colletotrichum

dematium. Com relação a Rhizoctonia solani, os mesmos apresentram um

comportamento intermediário, superior a testemunha, porém, inferior ao

desempenho alcançado pelo fungicida, demonstrando que o adubo foliar nas

dosagens avaliadas, não possuem ação sobre o patógeno Colletotrichum

dematium e pouca ação sobre Rhizoctonia solani.

Palavras Chaves: Controle Alternativo; Antracnose e Mela

EFFICIENCY IN VITRO OF SILICON AND POTASSIUM IN CONTROL

Rhizoctonia solani and Colletotrichum dematium

Abstract: The aim of this study was to evaluate the effect of silicon and

potassium, in artificial conditions, in the growth of Rhizoctonia solani and

Colletotrichum dematium. The treatments used in the test were: control (no

added treatment), fungicide carbendazin (at a dose of 2,500 ppm) foliar fertilizer

containing 35.1% P 2 O 5 and 25.7% K 2 O, (at doses of 5000 , 4000 and 2500

ppm). The plates containing the pathogen were maintained in incubation

chamber at 22 º C ± 2 ° C and a photoperiod of 12 hours, for 10 days, where

every two days, the diameter of the colony was measured, resulting in an

average diameter of the colony, and subsequently determining the MGI (speed

rate of mycelial growth). The Experimental design was randomized blocks with

8 treatments and 3 replications, in wich each plot consisted of 7 Petri dishes.

The means of the treatments were compared by Tukey test at 5% probability.

The highest reduction in mycelial growth and the lowest MGI to both pathogens

was provided by the fungicide carbendazin. Treatments with different doses of

the leaf fertilizer did not show statistical difference when compared to control

(without treatment) for the diameter of the colony and MGI to Colletotrichum

dematium. The pathogen Rhizoctonia solani presented an intermediate

performance, more control, but lower than the performance achieved by the

fungicide, showing that the foliar fertilizer, in the avaluated doses, has no action

on the pathogen Colletotrichum dematium and little action on Rhizoctonia

solani, or their actions (induced resistance) occurs in the plant.

Keywords: Alternative control; Anthracnose; Mela

4.1 Introdução

O potencial de rendimento da soja pode ser afetado por diversos fatores,

entre os quais, destaca-se a fertilidade do solo, disponibilidade hídrica,

população de plantas, época de semeadura, potencial produtivo do cultivar e

pelo ataque de agentes nocivos como plantas daninhas, pragas e doenças

(CASA & REIS, 2004).

Segundo os mesmos autores, os danos e as perdas causadas pelas

doenças dependem da freqüência de ocorrência e da intensidade que incidem

sobre as culturas, governadas principalmente pelas condições climáticas

predominantes na região de cultivo e pelo tipo de prática cultural adotada pelo

produtor (CASA & REIS, 2004).

Atualmente o método de controle de doenças mais utilizado é o químico,

porém esse uso constante de produtos com mesmo modo de ação pode

resultar em resistência por parte dos patógenos (KIMATI, 1997), logo uma

alternativa seria o uso na nutrição mineral para ativar o mecanismo de defesa

da planta.

Uma opção para controle de doenças é o uso de silício e potássio. O

potássio, de um modo geral, reduz a susceptibilidade das plantas tanto a

parasitas obrigatórios quanto a facultativos (HUBER & AMY, 1985).

Os efeitos benéficos do silício podem ser divididos em físicos e

fisiológicos. Os físicos são devido ao acúmulo do Si na parede celular das

plantas, reduzindo a perda d’água, melhorando a arquitetura das plantas e

constituindo barreira física à penetração de fitopatógenos e de insetos

(BOWEN et al., 1992; EPSTEIN, 1994; BÉLANGER et al., 1995;

MARSCHNER, 1995; DATNOFF et al., 1997; POZZA & POZZA, 2003;

SANTOS et al., 2005). Já os benefícios fisiológicos são relacionados à maior

atividade fotossintética e resistência ao ataque de fitopatógenos e pragas, uma

vez que o Si induz uma série de reações metabólicas nas plantas, resultando

na formação de compostos com atividade antimicrobiana (MENZIES et al.,

1991).

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do silício e potássio, em

meio artificial, no crescimento micelial de Rhizoctonia solani e Colletotrichum

dematium.

4.2 Material e Métodos

O experimento foi realizado no laboratório de fitopatologia do Centro

Universitário de Várzea Grande (UNIVAG) em Várzea Grande-MT, utilizando

isolados Colletotrichum dematium e Rhizoctonia solani, ambos pertencentes a

coleção da referida instituição, provenientes do município de Campo Novo do

Parecis-MT.

Os tratamentos utilizados no ensaio foram: testemunha (sem adição de

tratamento), fungicida carbendazin (na dosagem de 2.500 ppm) adubo foliar,

contendo 24,13% K2O e 9,02% Si, (nas dosagem de 5.000, 4.000 e 2.500

ppm), ou seja 1,0; 0,8; 0,5 mL p.c./ha respectivamente.

Os tratamentos foram adicionados ao meio BDA (200 g de batata, 20 g

de dextrose e 20 g de ágar) com temperatura suportável ao tato, com o auxilio

de micropipeta. As diferentes misturas de BDA + produtos representantes de

cada tratamento foram distribuídas em placas de Petri de 10 cm de diâmetro.

Após o resfriamento do BDA contendo os tratamentos, adicionou-se um disco

de micélio de 5 mm de diâmetro dos respectivos fungos, separadamente, em

cada placa. As placas foram mantidas em câmara de incubação a 22ºC ± 2ºC e

fotoperíodo de 12 horas por 10 dias. O período de incubação foi determinado

em função do tempo (dias) necessário para que os fungos no tratamento

testemunha atingissem o crescimento micelial em toda a área da placa de

Petri.

Durante o período de incubação foi realizada a medição do diâmetro da

colônia a cada dois dias, obtendo-se uma média do diâmetro da colônia, e

determinando também o índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM),

segundo fórmula utilizada por Oliveira (1991).

IVCM = C1/N1+ C2/N2 + ... + Cn/Nn

Onde:

IVCM = índice de velocidade de crescimento micelial;

C1, C2 e Cn = crescimento micelial na primeira, segunda e n-enésima avaliação;

N1, N2 e Nn = número de dias de avaliação.

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 5 tratamentos

e 3 repetições. Cada parcela foi constituida de 7 placas de Petri. As médias

entre os tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

4.3 Resultados e Discussão

A maior redução no crescimento micelial de Colletotrichum dematium,

observada através do diâmetro médio da colônia foi proporcionada pelo

fungicida carbendazin, considerado padrão no controle deste patógeno, que

diferenciou significativamente dos demais tratamentos, o mesmo se repetiu

para o patógeno Rhizoctonia solani (Tabela 1).

Tabela 1 – Diâmetro médio da colônia (DMC) e índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM) de Colletotrichum dematium e Rhizoctonia solani. Várzea Grande-MT, 2009

Tratamentos Colletotrichum dematium Rhizoctonia solani

(dosagem ppm) DMC (mm) IVCM DMC (mm) IVCM

1 - Testemunha 4,53 b 10,75 b 5,06 c 17,06 c

2- Carbendazin (2.500) 2,33 a 5,67 a 1,04 a 3,58 a

3- Adubo Foliar (5.000) 4,27 b 10,01 b 3,88 b 14,03 b

4- Adubo Foliar (4.000) 4,42 b 10,39 b 4,00 b 14,25 b

5- Adubo Foliar (2.500) 4,53 b 10,67 b 4,31 b 14,97 b

CV % 4,4 3,23 2,69 1,87 Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)

Na avaliação do IVCM e DMC do fungo Colletotrichum dematium,

observou-se que somente o fungicida carbendazin proporcionou controle do

desenvolvimento do patógeno. O adubo foliar nas três dosagens avaliadas não

interferiu no crescimento do fungo, igualando-se ao tratamento testemunha.

O fungo Rhizoctonia solani, foi controlado somente pelo fungicida

carbendazin, que proporcionou redução do IVCM e DMC. Nessa avaliação o

adubo foliar em todas as dosagens estudadas reduziu discretamente o

desenvolvimento do fungo sendo superior a testemunha.

Os resultados aqui apresentados sugerem que o adubo foliar contendo

Si e K, não possui ação direta sobre os fungos Colletotrichum dematium e

Rhizoctonia solani, ou seja, sua atuação provavelmente ocorre na planta

(indução de resistência)

Rodrigues (2000) relatou que a fertilização silicatada contribuiu,

significativamente, para a redução de severidade da queima-das-bainhas do

arroz, causada por Rhizoctonia solani. Encontrou também relação entre o

incremento no teor de Si na planta e a redução das variáveis, no número total

de lesões e na área abaixo da curva do comprimento relativo de lesões totais.

Esses resultados estão de acordo com Silva et al. (2009), que

estudando diferentes fontes e concentrações de potássio no crescimento

micelial e esporulação de Didymella bryonidae in vitro, observaram que as

diferentes fontes de potássio: nitrato, sulfato e cloreto, não inibiram o

crescimento micelial do fungo, responsável pela podridão gomosa, uma das

doenças mais importantes na cultura do meloeiro e da melancia.

Já Bezerra et. al. (2009), estudando o efeito de silicato de potássio no

desenvolvimento de Corynespora cassiicola in vitro, observou que o patógeno

foi altamente sensível ao silicato de potássio, inibindo 100% do crescimento

micelial.

1 2

3

4 5

Figura 1 – Ensaio in vitro de Colletotrichum dematium: 1- Testemunha; 2- Carbendazin (2.500 ppm); 3- Adubo Foliar (5.000 ppm); 4- Adubo Foliar (4.000 ppm); 5- Adubo Foliar (2.500 ppm).

Figura 2 – Ensaio in vitro de Rhizoctonia solani: 1- Testemunha; 2- Carbendazin

(2.500 ppm); 3- Adubo Foliar (5.000 ppm); 4- Adubo Foliar (4.000 ppm); 5- Adubo Foliar (2.500 ppm).

4.4 Conclusões

O fungicida Carbendazin, considerado padrão, reduziu significativamente

o crescimento micelial de Colletotrichum dematium e Rhizoctonia solani;

O adubo foliar (contendo 24,13% K2O e 9,02% Si) não exerceu controle

sobre o patógeno Colletotrichum dematium e pouco controle sobre

Rhizoctonia solani.

1 2

3

4 5

4.5 Referências Bibliográficas

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CAPÍTULO 2 - EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO DE SI E K NO PLANTIO DA

CULTURA DA SOJA NO CONTROLE DE FERRUGEM ASIÁTICA.

EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO DE SI E K NO SEMEADURA DA CULTURA DA

SOJA NO CONTROLE DE FERRUGEM ASIÁTICA.

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de silício e potássio,

aplicado no sulco de semeadura, na redução da severidade de ferrugem

asiática na cultura da soja em condições campo. O delineamento experimental

foi de blocos ao acaso com 10 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos

constituíram-se de KCl nas dosagens de 56, 84, 112, 168 e 224 Kg/ha e KCl

nas doses de 56 + 3% de Si, 84+ 3% de Si, 112 + 3% de Si, 168 + 3% de Si e

224 + 3% de Si Kg/ha, sendo que os tratamentos foram depositados no sulco

de semeadura. Foram realizadas avaliações de severidade de ferrugem

asiática nos estádios R1, R3, R5.1 e R5.3, utilizando a porcentagem de área foliar

infectada, constituindo-se a AACPD (Área Abaixo da Curva de Progresso da

Doença). O efeito da adubação de Si e KCl na semeadura, na redução de

severidade de ferrugem asiática na cultura da soja foi observada apenas até o

estádio R1, demonstrando que adubação de silício e potássio no plantio não

foi eficiente na redução da severidade de ferrugem asiática da soja, uma que

vez a partir do florescimento, momento de maior incidência desta doença seu

efeito não foi mais observado.

Palavras Chaves: Controle Alternativo; Glycine max e Phakopsora pachyrhizi.

EFFICIENCY OF FERTILIZATION OF SI and K IN SOYBEAN CROP TO CONTROL THE SOYBEAN RUST.

Abstract: The aim of this study was to evaluate the use of silicon and

potassium in soybean yield, applied in the furrow, in reducing the severity of

soybean rust in field conditions. The experimental design was randomized

blocks with 10 treatments and 4 replicates. The treatments consisted of KCl in

doses of 56, 84, 112, 168 and 224 kg / ha and KCl at rates of 56 + 3% Si, 84 +

3% Si, 112 + 3% Si, 168 + 3% de Si and 224 + 3% Si kg / ha and treatments

were deposited in the planting furrow. Was evaluated the severity of rust at

stages R 1, R 3, R 5.1 and R 5.3, using the percentage of infected leaf area, as the

AUDPC (area under the curve of progress of the disease). The effect of

fertilization on Si and KCl at sowing, in reducing the severity of soybean rust on

soybeans was observed only to the R 1 stage, demonstrating that fertilization of

silicon and potassium in the row was not effective in reducing disease severity

of Asian soybean rust, as the flowering time of highest incidence of the disease

effect was not observed.

Keywords: Alternative control; Glycine max and Phakopsora pachyrhizi.

5.1 Introdução

A cultura da soja tem apresentado, nos últimos anos, um grande

dinamismo no tocante ao complexo de doenças que tem potencial para causar

redução na produtividade das lavouras (EMBRAPA, 2006). Atualmente, a

ferrugem asiática tornou-se séria ameaça a esta cultura por ser altamente

destrutiva. Existem poucos estudos referentes a formas alternativas de controle

desta doença, sendo este limitado à aplicação de fungicidas. A nutrição mineral

pode contribuir para reduzir a taxa de progresso da doença e retardar o início

da epidemia. Entre os elementos minerais, há relatos na literatura que o Si

proporcionou redução de doenças em várias culturas.

O silício é considerado um elemento útil e benéfico às principais

gramíneas: arroz (RODRIGUES et al., 2001; BARBOSA FILHO & PRABHU,

2002; BERNI & PRABHU, 2003), cana-de-açúcar, milho, trigo (COSTA et. al.

2007), sorgo, aveia, milheto e forrageiras e muitas não-gramíneas: feijão

(BARBOSA FILHO & PRABHU, 2002; NASCIMENTO et al., 2005; MORAES et

al., 2006), soja, tomate (PEREIRA et al., 2003), brássicas, alface e café

(POZZA et. al., 2004; REIS & GUIMARÃES, 2008), pois seu acúmulo no tecido

vegetal forma uma barreira mecânica na epiderme da folha dificultando a

penetração de patogênos (fungos e bactérias), sendo que quanto maior a dose

de silicato utilizada menor foi a severidade das doenças, além de aumentar os

rendimentos dos grãos, o pH, os teores de Ca e Mg trocáveis e Si solúvel nos

solos (RODRIGUES et al., 1999). Um exemplo é que folhas de arroz afetadas

por brusone continham menos Si do que folhas sadias, sugerindo um efeito do

Si sobre a resistência das plantas de arroz a doenças (BERNI & PRABHU,

2003).

Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de silício e potássio,

aplicado no sulco de semeadura, na redução da severidade de ferrugem

asiática na soja em condições de campo.

5.2 Material e Métodos

O experimento foi instalado no Campo Experimental do Centro

Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), na safra 2007/2008, com a cultivar

de soja Garça Branca. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso

com 10 tratamentos e 4 repetições . Os tratamentos constituíram-se de KCl nas

dosagens de 56, 84, 112, 168 e 224 Kg/ha e KCl nas dosagens de 56 + 3% de

Si, 84+ 3% de Si, 112 + 3%, 168 + 3% de Si e 224 + 3% de Si Kg/ha, sendo

que os tratamentos foram depositados no sulco de semeadura.

Cada parcela foi composta por 5 linhas de 5 metros, espaçadas de 0,45

m entre si, sendo a área útil, utilizadas nas avaliações, as 3 linhas centrais

com 4 metros de comprimento (descontando-se 0,5 m de cada extremidade).

As avaliações de severidade de ferrugem asiática foram realizadas nos

estádios R1, R3, R5.1 e R5.3, utilizando a porcentagem de área foliar infectada,

constituindo-se a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD)

proposta por Campbell & Madden (1990), conforme fórmula abaixo:

AACPD = Σ {(yi + yi+1) / 2} x {ti+1 – ti}

Onde:

yi = severidade da doença no tempo t

ti = intervalo de tempo entre as avaliações da severidade

Os dados foram submetidos a análise variância e as médias dos

tratamentos comparados pelo teste de tukey a 5% de probabilidade.

Os demais tratos culturais (controle de pragas, plantas daninhas e

adubação) realizados foram os mesmos para todos os tratamentos, de acordo

com as recomendações técnicas para a cultura as soja.

5.3 Resultados e Discussão

Na avaliação da severidade de ferrugem asiática, realizada no estádio

R1 (início do florescimento) o tratamento KCl (224 Kg/ha) + Si (3%) apresentou

menor porcentagem de área foliar infectada, sendo esse tratamento o que

recebeu a maior quantidade de KCl e Si na semeadura. Todos os outros

tratamentos se comportaram de forma intermediária, sendo que o KCl (168

Kg/ha) e o KCl (112 Kg/ha) apresentaram uma maior severidade da doença

(Tabela 2)

Nos três estádios seguintes não houve diferença significativa entre os

tratamentos, o que demonstra que a adubação com KCl e Si não influenciou na

severidade da ferrugem asiática, incluindo o tratamento KCl (224 Kg/ha) + Si

(3%), que na primeira avaliação, se destacou dos demais.

Tabela 2 – Severidade (% de área foliar infectada) da ferrugem asiática na cultura da soja e Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD). Várzea Grande-MT, safra 2007/2008

Estádios de desenvolvimento da soja

Tratamentos (doses em kg/ha)

(R1) (R3) (R5.1) (R5.3) AACPD

1 KCl (56) 11,0 ab 22,5ns 34,5 ns 68,4 ns 1215 ab

2 KCl (84) 11,0 ab 23,8 36,8 65,5 1299 b

3 KCl (112) 14,0 b 26,3 34,5 63,8 1426 b

4 KCl (168) 14,0 b 25,0 32,3 66,0 1361 b

5 KCl (224) 9,3 ab 21,8 29,3 57,8 1295 b

6 KCl (56) + sílica (3%) 12,0 ab 19,0 29,3 67,4 1316 b

7 KCl (84) + sílica (3%) 11,0 ab 21,3 29,0 56,5 1161 ab

8 KCl (112) + sílica (3%) 12,0 ab 24,0 31,3 61,8 1257 ab

9 KCl (168) + sílica (3%) 8,8 ab 23,5 32,3 58,9 1202 ab

10 KCl (224) + sílica (3%) 7,0 a 20,8 31 66,9 1087 a

CV (%) 24,43 23,73 15,8 10,29 6,68 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%); ns = não significativo

Os resultados obtidos demonstram que o efeito da adubação no sulco de

semeadura se estendeu apenas até o estádio R1 (início do florescimento), ou

seja, a adubação com KCl e Si não foi eficiente na redução da severidade da

ferrugem asiática, uma vez que apartir do florescimento, estádio de maior

incidência da doença não houve diferença significativa entre os tratamentos.

Os resultados obtidos estão de acordo com Oliveira et. al. (2006), que

concluiu que a adubação com diferentes níveis de potássio no solo não foi

suficiente na redução da severidade de ferrugem asiática na cultura da soja.

Com relação à Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD), observou-se que os tratamentos que possuiam Si na adubação,

proporcionaram os menores valores, com exceção dos tratamentos KCl (56

Kg/ha) e KCl (56 Kg/ha) + Si (3%), que recebeu a menor quantidade de Si. A

menor AACPD foi proporcionada pelo tratamento KCl (224 Kg/ha) + Si (3%),

que recebeu a maior dose de Si.

Esses resultados estão de acordo com Roese et al. (2009) os quais

avaliando o efeito de silício na adubação de base sobre a severidade de

ferrugem da soja, utilizando metassilicato natural de cálcio nas doses de 0,

100, 200, 400 e 600 Kg/ha, não encontraram diferenças significativas entre os

tratamentos tanto para a severidade de ferrugem quanto para produtividade. Já

Lima (2006), avaliando a incidência de ferrugem asiática em soja em função de

fungicidas e doses de silício em casa-de-vegetação, observou que as plantas

tratadas com 448 mg de Si/Kg de solo, na ausência de fungicida, reduziram em

28,89% o número de folhas lesionadas comparadas à testemunha (sem Si e

sem fungicida).

Moraes (2004) também observou redução na incidência de doenças,

quando elevou-se a dose de Si de 0 para 882 mg/kg de substrato, sendo neste

caso antracnose na cultura do feijoeiro, destacando que o fejoeiro pertence à

mesma família da soja (leguminosae).

Na figura 3 está representada as curvas de progresso da ferrugem

asiática dos tratamentos 1 (menor dose de KCl), 5 (maior dose de KCl), 6

(menor dose de KCl com 3% de Si) e 10 (maior dose de KCl com 3% de Si).

Pode-se observar que até o estádio R5.1 a severidade da doença nos

tratamentos com Si era menor, o que demonstra perda de ação do Si ao longo

do desenvolvimento da cultura da soja.

0

10

20

30

40

50

(R1)

(R3)

(R5.

1)

(R5.

3)

Estádios de desenvolvimento da soja

Se

ve

rid

ad

e d

a d

oen

ça

(%)

1- KCl (56) 5- KCl (224)

6- KCl (56) + Si (3%) 10- KCl (224) + Si (3%)

Figura 3 - Curvas de progresso da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) na cultura da soja. Várzea Grande-MT, safra 2007/2008.

5.4 Conclusões

O efeito da adubação com Si e KCl na semeadura, na redução de

severidade de ferrugem asiática na cultura da soja foi observada apenas

até o estádio R1, sendo assim não foi eficiente na redução da severidade

de ferrugem asiática da soja, partir do florescimento.

5.5 Referências Bibliográficas

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CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE SILÍCIO E

POTÁSSIO INTERCALADO A FUNGICIDAS NO CONTROLE DE FERRUGEM

ASIÁTICA, MANCHA ALVO E ANTRACNOSE NA CULTURA DA SOJA

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE SILÍCIO E POTÁSSIO

INTERCALADO A FUNGICIDAS NO CONTROLE DE FERRUGEM ASIÁTICA,

MANCHA ALVO E ANTRACNOSE NA CULTURA DA SOJA

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso de

adubo foliar, contendo Si e K, de forma intercalada com fungicidas no controle

de ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura da soja em

condições de campo. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com

4 repetições e 10 tratamentos. As aplicações dos tratamentos, um total de 3,

foram realizadas com intervalo de 15 dias, a 50 cm acima da cultura, utilizando-

se um equipamento de pulverização costal de pressão constante (CO2). As

avaliações de severidade de ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose

ocorreram quando a cultura se encontrava nos estádios R1, R3, R5.1 e R5.3,

onde foi avaliada o severidade da doença (porcentagem de área foliar

infectada), constituindo-se Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD) Foi avaliado também no a porcentagem de desfolha (estádio R6),

massa de mil grãos e produtividade (sc/ha). Para ferrugem asiática, na

avaliação final realizada em R5.3, a menor severidade foi encontrada nas

parcelas que receberam o tratamento 2- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5

L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3/

Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 e o tratamento 3 Epoxiconazole +

Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3 /Tebuconazole

(0,5) L/ha) em R5.1, o mesmo comportamento foi observado para antracnose.

Já para mancha alvo, na avaliação final, a menor severidade foi observada nas

parcelas que receberam aplicação do tratamento 8 Adubo Foliar (0,5 L/ha) em

R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3/ Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5

L/ha) em R5.1. O tratamento 3 Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/

Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3 /Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 proporcionou

ganho de produtividade em torno de 15 sc/ha, demonstrando que além de uma

redução na severidade das doenças, houve ganhos de produtividade quando

substituiu-se uma aplicação de fungicida por uma de adubo foliar, contendo

24,13% K2O e 9,02% Si, na seqüência acima descrita.

Palavras Chaves: Controle Alternativo, Phakopsora pachyrhizi, Corynespora

cassiicola; Colletotrichum dematium.

EVALUATION OF FOLIAR APPLICATION OF SILICON AND POTASSIUM

INTERMEDIATE WITH FUNGICIDES ON CONTROL OF SOYBEN RUST,

ANTHRACNOSE AND TARGET LEAF SPOT OF SOYBEAN.

Abstract: The purpose of this study was to evaluate the efficiency of the use of

foliar fertilizer containing Si and K, so interspersed with fungicides to control

soybean rust, anthracnose and target leaf spot in soybean under field

conditions. The experimental design was a randomized block design with 4

replicates and 10 treatments. The applications of treatments, a total of 3, were

carried out within 15 days, 50 cm above the crop, using a backpack spray

equipment of constant pressure (CO 2). Assessments of severity of rust,

anthracnose and target leaf spot occurred when the culture was at stages R 1, R

3, R 5.1 and R 5.3, where it was evaluated the disease severity (percentage of

infected leaf area), becoming AUDPC (area under the curve of progress of the

disease) was also evaluated in the percentage of defoliation (stage R 6),

thousand grain weight and yield (bags / ha). For rust, the final evaluation for R

5.3, the lowest severity were found in treatment that received 2 epoxiconazol +

pyraclostrobin (0.5 L / ha) for R 1 / Tebuconazole (0.5 L / ha) + Carbendazim

(0.5 L / ha) for R 3 / Tebuconazole (0.5) L / ha) for R 5.1 and in treatment 3

epoxiconazol + pyraclostrobin (0.5 L / ha) for R 1 / Foliar Fertilizer (0.5 L / ha) for

R 3 / Tebuconazole (0.5) L / ha) for R 5.1, the same behavior was observed for

anthracnose. As for target spot in the final assessment, the lowest severity was

observed in treatment 8 Foliar Fertilizer (0.5 L / ha) for R 1 / Foliar Fertilizer (0.5

L / ha) for R 3 / Tebuconazole (0.5 L / ha) + Carbendazim (0.5 L / ha) for R 5.1.

Treatment 3 epoxiconazol + pyraclostrobin (0.5 L / ha) for R 1 / Foliar Fertilizer

(0.5 L / ha) for 3 / Tebuconazole (0.5) L / ha) in R 5.1 presented a productivity

gain of around 15 sc / ha, showing that in addition to a reduction in disease

severity, there were gains in productivity when it replaces a fungicide

application for a foliar fertilizer containing 24.13% K 2 O and 9.02% Si, as

described above.

Keywords: Alternative Control, Phakopsora pachyrhizi, Corynespora cassiicola; Colletotrichum dematium.

6.1 Introdução

A cultura da soja tem apresentado, nos últimos anos, um grande

dinamismo no tocante ao complexo de doenças que tem potencial para causar

redução na produtividade das lavouras. O uso de fungicidas tornou-se a mais

importante medida de controle para proteger o potencial produtivo da lavoura

de soja contra esse complexo, que pode reduzir a produtividade em até 70%

(EMBRAPA, 2006).

Antracnose, mancha alvo e a partir do ano de 2001 a ferrugem asiática,

consistem nas enfermidades mais importantes desse complexo de doenças,

nas áreas de plantio do cerrado do Centro-Oeste e Nordeste do Brasil

(ALMEIDA et al., 2005).

Novas técnicas, como o uso de nutrição mineral, foram introduzidas no

manejo integrado de doenças na cultura da soja. Os nutrientes são fatores

ambientais que podem ser manipulados com relativa facilidade e usados como

complemento no controle, uma vez que exercem importantes funções no

metabolismo vegetal, influenciando tanto no crescimento, na produção, como

nos mecanismos de defesa das plantas aos patógenos, sendo o silício, apesar

de não fazer parte da lista dos elementos essenciais, um elemento cada vez

mais utilizado nessa prática (CASSETARI et al., 2008).

A aplicação de silicato de potássio na cultura da soja e milho

proporcionou aumentos em produção, não só devido ao controle de doenças

(principalmente a ferrugem), mas também pelo efeito na nutrição e

metabolismo das plantas, devido ao aumento da eficiência fotossintética

(RODRIGUES et al., 2007).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso de adubo foliar,

contendo Si e K, de forma intercalada com fungicidas no controle de ferrugem

asiática (Phakopsora pachyrhizi), mancha alvo (Corynespora cassiicola) e

antracnose (Colletotrichum dematium) na cultura da soja em condições de

campo.

6.2 Material e Métodos

O experimento foi instalado na Fazenda Filadélfia (Grupo Bom Futuro),

em Campo Verde, na safra 2007/2008, com a cultivar de soja Monsoy 9056

RR. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com10 tratamentos e

4 repetições (Tabela 3). Cada parcela foi constituida de 5 linha de 5 metros de

comprimento, espaçadas de 0,45 m entre si, sendo considerada a área útil as 3

linhas centrais com 4 metros de comprimento (descontando 0,5 m de cada

extremidade).

Tabela 3 – Tratamentos com respectivos ingredientes ativos e doses utilizadas no controle de ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008

Ingrediente Ativo (dose L/ha)

Tratamento 1a. Aplicação 2a. Aplicação 3a. Aplicação

1 Testemunha

2 Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5)

Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

Tebuconazole (0,5)

3 Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5)

Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Tebuconazole (0,5)

4 Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5))

Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5)

Tebuconazole (0,5)

5 Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

Tebuconazole (0,5)

6 Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Tebuconazole (0,5)

7 Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

8 Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5))

Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

9 Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5)

Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

10 Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

As aplicações dos tratamentos, um total de três realizadas com intervalo

de 15 dias, foram realizadas a 50 cm acima da cultura, utilizando-se um

equipamento de pulverização costal de pressão constante (CO2) com uma

barra de 2 metros de comprimento com 4 bicos tipo cone vazio, operando com

uma pressão de 50 psi e volume de calda de 200 L/ha.As aplicações foram

realizadas nos estádios R1, R3 e R5.1. As condições climáticas durante as

aplicações foram consideradas boas, com umidade do ar em torno de 80%,

temperaturas inferiores a 30°C e velocidade do vento inferior a 10 Km/h e sem

ocorrência de chuvas. Cada aplicação foi precedida de uma avaliação e 15 dias

após a última aplicação foi realizada a avaliação final.

As avaliações de severidade de ferrugem asiática, mancha alvo e

antracnose ocorreram quando a cultura se encontrava nos estádios R1, R3, R5.1

e R5.3, onde foi avaliada a severidade da doença (porcentagem de área foliar

infectada), constituindo-se Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD) proposta por Campbell & Madden (1990), conforme fórmula abaixo:

AACPD = Σ {(yi + yi+1) / 2} x {ti+1 – ti}

Onde:

yi = severidade da doença no tempo t

ti = intervalo de tempo entre as avaliações da severidade

Foi avaliado também, no final do experimento, a porcentagem de

desfolha (no estádio R6), massa de mil grãos (MMG) e produtividade (sc/ha).

Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias dos

tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os demais tratos culturais (controle de pragas, plantas daninhas e

adubação) realizados foram os mesmos para todos os tratamentos, seguindo o

padrão da propriedade.

No Anexo 1, há a temperatura mínima, máxima e a precipitação durante

a execução do experimento.

6.3 Resultados e Discussão

Na avaliação inicial, no estádio R1, não foi observada diferença

significativa entre os tratamentos, o que demonstra que a distribuição da

ferrugem asiática na área do experimento era homogênea, conforme Tabela 4.

Tabela 4 – Severidade (% de área foliar infectada) da ferrugem asiática na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008

Estádio de desenvolvimento da soja

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de

aplicação) R1 R3 R5.1 R5.3

1-Testemunha 4,1ns

52,1 c 72,6 d 100,0 e

2- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

3,6 14,8 a 20,4 a 30,0 a

3- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

3,4 13,1 a 29,8 ab 37,3 ab

4- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

4,8 32,5 b 62,3 cd 68,0 cd

5- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

3,9 30,8 b 35,8 b 47,3 b

6- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

3,9 31,8 b 54,0 c 69,8 cd

7- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

4,4 32,1 b 43,8 bc 70,0 cd

8- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

2,6 32,5 b 64,3 cd 66,3 c

9- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

4,3 30,8 b 60,5 cd 81,5 d

10- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

2,6 32,5 b 56,0 c 81,3 cd

CV (%) 31,66 15,16 10,76 9,45

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%) ; ns = não significativo

Na avaliação realizada no estádio R3, os tratamentos 2 e 3,

Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1 se diferenciaram dos demais,

sendo que esses tratamentos receberam na primeira aplicação fungicida, já os

demais tratamentos, que receberam Adubo Foliar, contendo 24,13% K2O e

9,02% Si, não diferiram significativamente entre si, porém, diferiram

significativamente do tratamento da testemunha, que não recebeu aplicação.

No estádio R5.1, foram observados que os menores índices de

severidade foram alcançados novamente pelos tratamentos 2 - Epoxiconazole

+ Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5

L/ha) em R3 e 3 - Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar

(0,5 L/ha) em R3. Os tratamentos 5 - Adubo Foliar (0,5 L/ha) em

R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3 e 7 - Adubo Foliar

(0,5 L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3 não

diferiram significativamente do tratamento 3 -Epoxiconazole + Piraclostrobin

(0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3, sendo que estes receberam

aplicação dos fungicidas Tebuconazole e Carbendazin na segunda aplicação.

Na avaliação final de severidade, no estádio R5.3, todos os tratamentos

diferiram significativamente da testemunha. O tratamento 2 - Epoxiconazole +

Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5

L/ha) em R3/ Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1, apresentou uma menor

severidade da doença. Seguido pelo tratamento 3 - Epoxiconazole +

Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3 /Tebuconazole

(0,5) L/ha) em R5.1, que não diferiu do tratamento citado acima e recebeu uma

aplicação de Adubo Foliar (2ª. Aplicação). O Tratamento 5 - Adubo Foliar (0,5

L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3/

Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 que também recebeu uma aplicação de

Adubo Foliar (1ª. Aplicação) apresentou um baixo índice de severidade.

Com isso observou-se, com o tratamento 3 - Epoxiconazole +

Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3 /Tebuconazole

(0,5) L/ha) em R5.1 que poderíamos substituir uma aplicação de fungicida por

uma de Adubo Foliar, na seqüência acima descrita.

Esses resultados estão de acordo com Reis & Guimarães (2008), que

usando de silicato de potássio na dose de 4 L/ha, obteve eficiência semelhante

ao fungicida epoxiconazole + piraclostrobin no controle da ferrugem e mancha

de Phoma e Ascochyta no cafeeiro. Porém Roese et. al. (2009), estudando

efeitos de indutores abióticos de resistência no controle de ferrugem da soja,

observaram que o tratamento com cinco aplicações de silicato de potássio não

diferenciou significativamente da testemunha.

Aquino et.al. (2008) também não encontraram eficiência no silicato de

potássio para o controle de ramulária no algodoeiro, obtendo índices de

severidade e produtividade próximos da testemunha.

Os resultados deste experimento podem ser observado na Figura 4,

onde a área abaixo da curva de progresso da doença dos tratamentos 3 e 5 foi

significativamente inferior a da testemunha e próxima do obtido pelo tratamento

que recebeu apenas aplicação com fungicida (tratamento 2).

0

20

40

60

80

100

(R1)

(R3)

(R5.

1)

(R5.

3)

Estádios de desenvolvimento da soja

Se

ve

rid

ad

e d

a d

oe

a (

%)

Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3

Tratamento 4 Tratamento 5

Figura 4 - Curvas de progresso da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008.

Para a mancha alvo, na primeira avaliação, não foi observada diferença

significativa entre os tratamentos, o que demonstra que a doença estava

presente na área de forma homogênea (Tabela 5).

Tabela 5 – Severidade (% de área foliar infectada) de mancha alvo na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008

Estádio de desenvolvimento da soja

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) R1 R3 R5.1 R5.3

1-Testemunha 3,0ns 13,5 b 28,8 c 35,6 b

2- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

2,9 9,5 ab 5,1 a 18,3 ab

3- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

4,1 8,0 a 8,1 ab 24,5 ab

4- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

3,6 10,8 ab 12,3 b 25,0 ab

5- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

2,5 12,1 ab 6,1 a 20,4 ab

6- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

4,0 12,0 ab 15,0 b 26,5 b

7- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

3,9 19,5 c 7,6 ab 25,9 b

8- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

3,8 10,9 ab 16,9 b 14,4 a

9- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

3,9 7,5 a 14,5 b 24,5 ab

10- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

3,6 14,0 b 16,0 b 30,6 b

CV (%) 29,12 16,85 16,61 18,21

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%); ns = não significativo.

No estádio R3 as menores porcentagens de severidade da doença foram

observadas nas plantas das parcelas que receberam aplicação de fungicida na

primeira aplicação, Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) e nas parcelas

que receberam o tratamento 9, Adubo Foliar (0,5 L/ha).

No estádio R5.1, os menores índices de severidade para a mancha alvo,

foram obtidos nas plantas das parcelas que receberam os tratamentos 2 -

Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Tebuconazole (0,5 L/ha) +

Carbendazin (0,5 L/ha) em R3 e 5 - Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R1/

Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3. Os tratamentos 3 -

Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3

e 7 - Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin

(0,5 L/ha) em R3, não diferiram significativamente dos tratamentos 2 e 5, porém

foram semelhantes aos demais tratamentos em relação a severidade média da

mancha alvo nas plantas avaliadas, exceto em relação ao tratamento

testemunha.

Na avaliação final de severidade de mancha alvo o único tratamento que

diferenciou significativamente da testemunha foi o 8 - Adubo Foliar (0,5 L/ha)

em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3/ Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin

(0,5 L/ha) em R5.1, demonstrando que com duas aplicações de Adubo Foliar (1ª

e 2ª) e uma de fungicida (3ª), nessa ordem, atingiu-se um menor nível de

severidade da mancha alvo.

Esses resultados concordam com os resultados obtidos por Bezerra et.

al. (2009), os quais estudando o efeito de silicato de potássio no

desenvolvimento de Corynespora cassiicola in vitro observaram que o

patógeno foi altamente sensível ao silicato de potássio, inibindo 100% do

crescimento micelial, demonstrando que o produto possui ação sobre esse

patógeno.

Na Figura 5, pode-se observar que o tratamento 8 – Adubo Foliar (0,5

L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3/ Tebuconazole (0,5 L/ha) +

Carbendazin (0,5 L/ha) em R5.1 apesar de apresentar porcentagem de

severidade da doença elevada na segunda (R3) e terceira (R5.1) avaliações,

essa porcentagem era menor que o da testemunha. Após uma aplicação do

fungicida Tebuconazole + Carbendazin (3ª. Aplicação) ao final do experimento

foi o tratamento que apresentou menor índice de severidade da doença , ou

seja para a mancha alvo, segundo os dado obtidos nesse experimento, o

adubo foliar substituiu duas aplicações de fungicida.

0

10

20

30

40

(R1)

(R3)

(R5.

1)

(R5.

3)

Estádios de desenvolvimento da soja

Se

ve

rid

ad

e d

a d

oe

a (

%)

Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3

Tratamento 5 Tratamento 7 Tratamento 8

Figura 5 - Curvas de progresso de mancha alvo (Corynespora cassiicola) na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008

Assim como para as doenças anteriores, no momento da instalação do

experimento havia uma infestação de antracnose homogênea na área, o que

pode ser observada pelos dados obtidos na avaliação no estádio R1, os quais

não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos (Tabela 6).

Tabela 6 – Severidade (% de área foliar infectada) de antracnose na cultura soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008

Estádio de desenvolvimento da soja

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação)

R1 R3 R5.1 R5.3

1-Testemunha 2,1ns 8,3 b 17,8 c 36,4 b

2- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

1,6 3,8 a 6,0 a 14,8 a

3- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

1,6 4,4 ab 9,3 ab 17,1 a

4- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

2,8 9,1 b 12,4 b 21,3 ab

5- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

2,0 11,0 b 9,8 ab 18,9 ab

6- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

1,8 11,0 b 16,6 bc 30,5 ab

7- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

2,5 11,5 b 7,3 a 23,4 ab

8- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

2,4 9,0 b 13,8 bc 24,4 ab

9- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

2,5 10,0 b 15,4 bc 27,1 ab

10- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

2,6 11,5 b 17,4 c 31,8 ab

CV (%) 57,74 19,08 14,22 30.39

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%) ; ns = não significativo.

Na avaliação realizada no estádio R3, as plantas das parcelas que

receberam os tratamentos com o fungicida, Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5

L/ha), na primeira aplicação, diferiram significativamente da testemunha.

Na avaliação seguinte (estádio R5.1) os destaques foram as parcelas que

receberam os tratamentos 2 - Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em

R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3; 5 – Adubo Foliar

(0,5 L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3 (uma

aplicação de fungicida e uma de adubo foliar) e 7 – Adubo Foliar (0,5 L/ha) em

R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3 (uma aplicação de

fungicida e uma de adubo foliar).

Na avaliação final de severidade de antracnose novamente somente as

parcelas que receberam os tratamentos 2 - Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5

L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3/

Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 e 3 - Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5

L/ha) em R1/Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3/ Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1

diferenciaram significativamente da testemunha, destacando que o último

possuiu uma aplicação de adubo foliar (2ª.), o que pode ser observado mais

claramente na Figura 6.

0

10

20

30

40

(R1)

(R3)

(R5.

1)

(R5.

3)

Estádios de desenvolvimento da soja

Se

ve

rid

ad

e d

a d

oe

a (

%)

Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3

Tratamento 5 Tratamento 7

Figura 6 - Curvas de progresso de antracnose (Colletotrichum dematium) na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra2007/2008.

Na Tabela 7 estão apresentados os dados da área abaixo da curva de

progresso das três doenças estudadas, onde observou-se que os tratamentos

que proporcionaram menores áreas foram: 2 - Epoxiconazole + Piraclostrobin

(0,5 L/ha) em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3/

Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 (3 aplicações de fungicidas) e 3 -

Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3/

Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 (duas aplicações de fungicida e uma de

Adubo Foliar). Levando-se em consideração o complexo de doenças estudadas

pode-se sugerir a substituição de uma aplicação de fungicida por adubo foliar,

na seqüência acima descrita.

Tabela 7 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para a ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra2007/2008

AACPD

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) Ferrugem Mancha Alvo Antracnose

1-Testemunha 2475,4 d 861,9 c 633,5 c

2- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

727,1 a 352,6 a 251,1 a

3- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

884,6 a 426,1 ab 322,0 ab

4- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

1835,8 c 522,4 b 469,0 bc

5- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

1288,9 b 415,6 ab 436,6 b

6- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

1715,9 c 591,5 b 612,5 c

7- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

1582,9 bc 588,0 b 443,6 b

8- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

1836,6 c 515,4 b 505,8 bc

9- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

1877,8 c 506,6 ab 562,6 bc

10- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

1826,1 c 659,8 b 644,9 c

CV (%) 8,35 11,75 14,06

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)

Os resultados de desfolha (porcentagem, avaliados no estádio R6),

massa de mil grãos (MMG) e produtividade apenas confirmam os resultados

anteriores, onde os tratamentos 2 - Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha)

em R1/Tebuconazole (0,5 L/ha) + Carbendazin (0,5 L/ha) em R3/ Tebuconazole

(0,5) L/ha) em R5.1 e 3 - Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/Adubo

foliar (0,5 L/ha) em R3/ Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 proporcionaram uma

menor desfolha, uma maior massa de mil grão e uma maior produtividade,

conseqüentemente com maiores ganhos quando comparados a testemunha,

sendo de 17,7 e 15,2 sc/ha respectivamente (Tabela 8).

A produtividade obtida pelas parcelas que receberam aplicação do

tratamento 3 - Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/Adubo foliar (0,5

L/ha) em R3/ Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1 demonstrou que além de uma

redução na severidade das doenças, houve ganhos de produtividade quando

substituiu-se uma aplicação de fungicida por uma de adubo foliar, contendo

35,1%P2O5 e 25,7% K2O, conforme seqüência descrita acima, que além de um

menor custo, não apresenta toxidade tanto para o ambiente (redução do

impacto ambiental causado pelo uso de agroquímicos), quanto para o homem.

Tabela 8 – Porcentagem de desfolha (R6), Massa de mil grãos (MMG) e Produtividade média na cultura da soja. Campo Verde-MT, safra 2007/2008

Desfolha MMG Produtividade. Ganho

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) (%) (g) (sc/ha) (sc/ha)

1-Testemunha 100,0 c 91,2 a 19,3 a -

2- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

62,3 a 103,4 b 37,0 c 17,7

3- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

72,3 ab 108,1 b 34,5 c 15,2

4- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

81,5 b 90,0 a 24,7 ab 5,4

5- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Tebuconazole (0,5)

81,8 b 91,8 ab 24,5 ab 5,2

6- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5)

84,0 b 92,5 ab 22,8 ab 3,5

7- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

83,8 b 94,2 ab 24,2 ab 4,9

8- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Tebuconazole (0,5) + Carbendazin (0,5)

82,5 b 95,6 ab 28,3 b 9,0

9- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

84,8 b 90,5 a 25,0 ab 5,7

10- Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5) / Adubo Foliar - 35,1%P2O5 e 25,7% K2O (0,5)

90,0 bc 91,5 a 25,0 ab 5,7

CV (%) 6,18 5,1 9,04 -

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)

6.4 Conclusão

A adubação foliar com Si e K, quando utilizada intercalada a aplicação

de fungicidas, foi eficiente no controle de ferrugem asiática, mancha alvo

e antracnose, assim como proporcionou ganhos de produtividade

quando comparada a testemunha.

6.5 Referências Bibliográficas

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RODRIGUES, C. R.; RODRIGUES, T. M.; MELO, S. P.; FIGUEIREDO, F. C.

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Suplemento, vol. 34 p.20. 2009.

CAPÍTULO 4 - AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE SILÍCIO E

POTÁSSIO ASSOCIADO A FUNGICIDAS NO CONTROLE DE FERRUGEM

ASIÁTICA, ANTRACNOSE E MANCHA ALVO DA CULTURA DA SOJA

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE SILÍCIO E POTÁSSIO

ASSOCIADO A FUNGICIDAS NO CONTROLE DE FERRUGEM ASIÁTICA,

ANTRACNOSE E MANCHA ALVO DA CULTURA DA SOJA

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso de adubo

foliar, contendo Si e K, aplicado associado a fungicidas no controle de ferrugem

asiática, mancha alvo e antracnose na cultura da soja em condições de campo.

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 8 tratamentos e 4

repetições (programas de fungicidas e programas de fungicidas associados a

adubação foliar – contendo 24,13% K2O e 9,02% Si). O número de aplicações,

de 3 a 4 (variando de acordo como tratamento) foram realizadas em intervalo

de 15 dias entre si a partir do estádio V8 (tratamentos com adubação foliar) ou

R1 (tratamentos com fungicidas), sendo realizadas a 50 cm acima da cultura,

utilizando-se um equipamento de pulverização costal de pressão constante

(CO2). As avaliações de severidade de ferrugem asiática, mancha alvo e

antracnose ocorreram quando a cultura se encontrava nos estádios R3, R4, R5.1

e R5.5, onde foi avaliada o severidade da doença (porcentagem de área foliar

infectada), constituindo-se Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD). Foi avaliado também, a porcentagem de desfolha, massa de mil

grãos e produtividade (sc/ha). Para ferrugem asiática não foi observada

redução na severidade da doença nas plantas das parcelas submetidas aos

tratamentos que associaram fungicidas a adubos foliares, quando comparados

a tratamentos que receberam apenas fungicidas. Para Mancha Alvo e

Antracnose, as menores severidades foram obtidas nas plantas das parcelas

que receberam tratamentos com adição de adubo foliar (24,13% K2O e 9,02%

Si) nos programas de fungicidas, e as maiores produtividades foram também

alcançadas pelas parcelas que receberam os tratamentos que adicionaram

adubo foliar nos programas de fungicidas, com ganhos em torno de 6-8 sc/ha.

Palavras Chaves: Controle Alternativo, Phakopsora pachyrhizi, Corynespora

cassiicola; Colletotrichum dematium.

EVALUATION OF FOLIAR APPLICATION OF SILICON AND POTASSIUM

ASSOCIATED WITH FUNGICIDES ON CONTROL OF SOYBEN RUST,

ANTHRACNOSE AND TARGET LEAF SPOT OF SOYBEAN.

Abstract: The purpose of this study was to evaluate the efficiency of the use of

foliar fertilizer containing Si and K, associated with applied fungicides to control

soybean rust, anthracnose and target leaf spot in soybean under field

conditions. The experimental design was randomized blocks with 4 replicates

and 8 treatments (fungicide programs and programs associated with fungicide

foliar - containing 24.13% K 2 O and 9.02% Si). The number of applications, 3

to 4 (varying according to treatment), were performed with an interval of 15

days each, from the stage V 8 (foliar treatments) or R 1 (fungicides), being

conducted at 50 cm above the crop, using a backpack spray equipment of

constant pressure (CO 2). The ratings of severity of rust, anthracnose and target

leaf spot occurred when the culture was at stages R 3, R 4, R 5.1 and R 5.5, where

it was evaluated the severity of disease (percentage of infected leaf area),

becoming AUDPC (area under the curve of progress of the disease). We

evaluated the percentage of defoliation, thousand grain weight and yield (bags /

ha). For rust there was no reduction in the severity of the treatments associated

fungicide foliar fertilizers, when compared to treatments with only fungicides. As

for Target Spot and Anthracnose, the lowest severities were obtained by

treatment witch added foliar fertilizer (24.13% K 2 O and 9.02% Si) in programs

with fungicides with the highest yields were achieved by treatments that added

foliar fertilizer on fungicide programs, with gains in the throne of 6-8 bags / ha.

Keywords: Alternative Control, Phakopsora pachyrhizi, Corynespora cassiicola;

Colletotrichum dematium.

7.1 Introdução

A cultura da soja é uma das principais fontes de proteína para

alimentação, logo sendo de extrema importância para a economia brasileira.

Diversas doenças acometem essa cultura, sendo que no cerrado as principais

são ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), mancha alvo (Corynespora

cassiicola) e antracnose (Colletotrichum dematium) (Almeida et al., 2005;

EMBRAPA, 2006).

O controle dessas doenças é realizado principalmente com aplicação de

fungicidas, uma vez que a obtenção de cultivares resistentes ainda não foi

alcançada, principalmente para ferrugem asiática (Godoy & Canteri, 2004).

A nutrição mineral é um dos fatores ambientais que podem ser facilmente

manipulados pelo homem, para o controle de doenças em plantas cultivadas.

Uma alternativa é o uso de Si, um elemento não essencial para as plantas,

porém com efeitos benéficos tanto físicos quanto fisiológicos para as mesmas

(Datnoff et al., 2007).

Com isso o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso

de adubo foliar, contendo Si e K, aplicado associado a fungicidas no controle

de ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura da soja em

condições de campo.

7.2 Material e Métodos

O experimento foi instalado na Fazenda Santo Expedito, em Jaciara, na

safra 2008/2009, com a cultivar Monsoy 8527. O delineamento experimental foi

de blocos ao acaso com 8 tratamentos e 4 repetições (Tabela 9). Cada parcela

era composta de 5 linha de 5 metros, espaçadas de 0,45 m entre si, sendo a

área útil, utilizadas nas avaliações, as 3 linhas centrais com 4 metros de

comprimento (descontando 0,5 m de cada extremidade).

Tabela 9 – Tratamentos com respectivos ingredientes ativos e doses utilizados no controle de ferrugem asiática, mancha alvo, antracnose na cultura da soja. Jaciara-MT, safr 2008/2009

Ingrediente Ativo (época de aplicação)

Tratamento 1a. Aplicação 2a. Aplicação 3a. Aplicação 4a. Aplicação

1 Testemunha -

2 Azoxistrobin + Ciproconazole (R1)

Azoxistrobin + Ciproconazole (R3)

Azoxistrobin + Ciproconazole (R 5.1)

-

3

Tebuconazole +Trifloxistrobin e Carbendazin (R1)

Tebuconazole + Trifloxistrobin e Carbendazin (R3)

Tebuconazole +Trifloxistrobin (R 5.1)

-

4 Epoxiconazole + Piraclostrobin (R1)

Epoxiconazole + Piraclostrobin (R3)

Metconazole (R 5.1) -

5 Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (V8)

Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (R3)

- -

6 Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (V8)

Azoxistrobin + Ciproconazole (R1)

Azoxistrobin + Ciproconazole e Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (R3)

Azoxistrobin + Ciproconazole (R5.1)

7 Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (V8)

Tebuconazole + Trifloxistrobin (R1)

Tebuconazole + Trifloxistrobin e Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (R3)

Tebuconazole +Trifloxistrobin (R 5.1)

8 Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (V8)

Epoxiconazole + Piraclostrobin (R1)

Epoxiconazole + Piraclostrobin e Adubo Foliar 1 e Adubo Foliar 2 (R3)

Metconazole (R5.1)

Doses: Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3 L/ha); Tebuconazole + Trifloxistrobin (0,5 L/ha);

Carbendazin (0,5 L/ha); Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha); Metconazole (0,6 L/ha);

Adubo Foliar 1 – 24,13% K2O e 9,02% Si (0,5 L/ha); Adubo Foliar 2 – 35,1% P2O5 e 25,7% K2O

(0,5 L/ha).

O número de aplicações, de 3 a 4 (variando de acordo com o

tratamento) foram realizadas com um intervalo de 15 dias entre si a partir do

estádio V8 (tratamentos com adubação foliar) ou R1 (tratamentos com

fungicidas), sendo realizadas a 50 cm acima da cultura, utilizando-se um

equipamento de pulverização costal de pressão constante (CO2) com uma

barra de 2 metros com 4 bicos tipo cone vazio, operando com uma pressão de

50 psi e volume de calda de 200 L/ha. As aplicações foram realizadas com

umidade do ar em torno de 80%, temperaturas inferiores a 30°C e velocidade

do vento inferior a 10 Km/h e sem ocorrência de chuvas.

Os demais tratos culturais (controle de pragas, plantas daninhas e

adubação) realizados foram os mesmos para todos os tratamentos, seguindo o

padrão da propriedade.

As avaliações de severidade de ferrugem asiática, mancha alvo e

antracnose ocorreram quando a cultura se encontrava nos estádios R3, R4, R5.1

e R5.5, onde foi avaliada o severidade da doença (porcentagem de área foliar

infectada), constituindo-se Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD) proposta por Campbell & Madden (1990), conforme fórmula abaixo:

AACPD = Σ {(yi + yi+1) / 2} x {ti+1 – ti}

Onde:

yi = severidade da doença no tempo t

ti = intervalo de tempo entre as avaliações da severidade

Foi avaliado também, no final do experimento, a porcentagem de

desfolha (no estádio R6), massa de mil grãos (MMG) e produtividade (sc/ha).

Os dados foram submetidos a análise variância e as médias dos tratamentos

comparados pelo teste de tukey a 5% de probabilidade.

As temperaturas médias, mínima e máxima foram em torno de 20 oC e

30 oC, respectivamente, e a média de precipitação diária foi de 5 mm (Anexo

2), ou seja ao longo do desenvolvimento do experimento houve períodos em

que a temperatura ficou acima da faixa ideal para o desenvolvimento da

ferrugem asiática, que é de 18 a 26 oC. A precipitação média também foi

inferior ao ano anterior,onde no mesmo período foi de 8 mm/diários.

7.3 Resultados e Discussão

Na Tabela 10, observa-se que nas avaliações realizadas

respectivamente, nos estádios R3 e R5.1, não houve diferença significativa

entre os tratamentos para severidade de ferrugem. Na última avaliação todos

os tratamentos diferenciaram da testemunha, porém não houve diferença

significativa entre si.

Tabela 10 – Severidade (% de área foliar infectada) média da ferrugem asiática na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009

Estádio de desenvolvimento da soja

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) R3 R4 R5.1 R5.5

1- Testemunha 7,3ns

4,0 b 4,0ns

33,3 b

2- Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

7,5 3,3 ab 2,3 5,3 a

3- Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

6,3 2,5 ab 3,3 4,5 a

4- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Metconazole (0,6)

6,5 2,8 ab 2,3 6,0 a

5- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Adubos Foliares (0,5 + 0,5) 4,5 2,5 ab 2,0 7,0 a

6- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

6,0 2,5 ab 3,5 5,3 a

7- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

6,0 2,3 ab 2,0 4,5 a

8- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Metconazole (0,6)

6,0 2,0 a 2,0 5,8 a

CV (%) 11,02 11,93 13,08 8,4

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%); ns = não significativo

O uso do adubo foliar, contendo 24,13% K2O / 9,02% Si e 35,1% P2O5 /

25,7% K2O, associado ao programa de fungicidas não aumentou a eficiência

de controle de ferrugem asiática. Porém, como pode ser observado pelo nível

de severidade da testemunha na avaliação final, no local do experimento houve

uma baixa severidade da doença, provavelmente devido ao fato das condições

climáticas não terem sido favoráveis a mesma, além de ação de práticas

preventivas como o vazio sanitário, com isso não pode ser observado os

diferentes efeitos dos produtos. Contudo, esses resultados estão de acordo

com Roese et. al (2009), que estudando efeitos de indutores abióticos de

resistência no controle de ferrugem da soja, observaram que o tratamento com

5 aplicações de silicato de potássio não diferenciou significativamente da

testemunha, e Duarte et. al. (2006a), este avaliando o efeito de silicato de

potássio e de fungicidas no controle de ferrugem asiática da soja, também

observaram que os tratamentos que possuíam silicato de potássio não

diferiram da testemunha, mostrando que o mesmo era ineficiente no controle

de ferrugem nas doses testadas (1,2; 2,4; 3,6 e 4,8 Kg/ha)

Concordando ainda com os resultados, Duarte et. al. (2006b), estudando

o efeito de silicato de potássio isolado ou em mistura com fungicidas no

controle da requeima da batata, observaram novamente que o silicato de

potássio não foi eficiente, e não apresentou efeito aditivo no controle da

requeima da batateira.

Por outro lado Madalosso et al. (2006), observaram que a adição de

alguns componentes a calda aumenta o período de proteção do fungicida , no

caso do fungicida epoxiconazole + piraclostrobin os sintomas da ferrugem

asiática apareceram aos 28 dias, e quando foi adicionado óleo vegetal + silício,

os sintomas apareceram os 35 dias, o mesmo comportamento foi observado

para o fungicida azoxistrobin + ciproconazole, quando adicionado óleo vegetal

+ silício.

Nas avaliações da severidade de mancha alvo (Tabela 11), com

exceção da avaliação realizada no estádio R4 as demais apresentaram

diferenças significativas entre os tratamentos.

Nestas avaliações observou-se que as parcelas que receberam os

tratamentos que associaram fungicidas com o silicato de potássio obtiveram

menor severidade de mancha alvo, sendo eles: 6-(Adubos Foliares em V8/

Azoxistrobin + Ciproconazole em R1/ Azoxistrobin + Ciproconazole e Adubos

Foliares em R3/ Azoxistrobin + Ciproconazole em R5.1); 7-(Adubos Foliares em

V8/ Tebuconazole + Trifloxistrobin em R1/ Tebuconazole + Trifloxistrobin

Adubos Foliares em R3/ Tebuconazole + Trifloxistrobin em R5.1) e 8- (Adubos

Foliares em V8/ Epoxiconazole + Piraclostrobin em R1/ Epoxiconazole +

Piraclostrobin e Adubos Foliares em R3/ Epoxiconazole + Piraclostrobin em

R5.1).

O tratamento 5- (Adubos Foliares em V8/ Adubos Foliares em R3)

merece destaque uma vez que também manteve os índices de severidade das

parcelas baixo, não diferenciando significativamente dos melhores tratamentos,

sendo que o mesmo recebeu apenas duas aplicações do Adubo Foliar 1 –

(contendo 24,13% K2O e 9,02% Si e do Adubação Foliar 2 – (contendo

35,1%P2O5 e 25,7% K2O).

Tabela 11 – Severidade (% de área foliar infectada) média da mancha alvo na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009

Estádio de desenvolvimento da soja

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) R3 R4 R5.1) R5.5

1- Testemunha 7,5 abc 13,3ns

26,0 ab 29,5 b

2- Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

8,3 abc 8,8 26,0 ab 25,5 ab

3- Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

9,0 bc 9,5 24,5 ab 23,3 ab

4- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Metconazole (0,6)

10,5 c 12,5 27,5 b 25,0 ab

5- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Adubos Foliares (0,5 + 0,5) 5,3 a 11,0 19,5 a 21,8 ab

6- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

6,8 ab 10,0 25,3 ab 22,8 ab

7- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

5,5 a 9,8 23,0 ab 19,5 a

8- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Metconazole (0,6)

6,78 ab 12,3 21,3 ab 20,0 a

CV (%) 12,62 18,6 12,16 16,3

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%); ns = não significativo

Para antracnose, os tratamentos: 6- (Adubos Foliares em V8/

Azoxistrobin + Ciproconazole em R1/ Azoxistrobin + Ciproconazole e Adubos

Foliares em R3/ Azoxistrobin + Ciproconazole em R5.1); 7- (Adubos Foliares em

V8/ Tebuconazole + Trifloxistrobin em R1/ Tebuconazole + Trifloxistrobin e

Adubos Foliares em R3/ Tebuconazole + Trifloxistrobin em R5.1) e 8- (Adubos

Foliares em V8/ Epoxiconazole + Piraclostrobin em R1/ Epoxiconazole +

Piraclostrobin e Adubos Foliares em R3/ Epoxiconazole + Piraclostrobin em

R5.1) em todas avaliações atingiram menores índices de severidade de

antracnose, comprovando que o uso de fungicidas associados a adubos

foliares aumentou a eficiência no controle de antracnose na cultura da soja

(Tabela 12).

Tabela 12 – Severidade (% de área foliar infectada) média da antracnose na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009

Estádio de desenvolvimento da soja

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) R3 R4 R5.1 R5.5)

1- Testemunha 11,35ns

12,0 b 12,3 ab 29,6 d

2- Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

10,6 10,2 ab 10,8 ab 26,3 bc

3- Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

10,6 10,3 ab 10,9 ab 25,9 bc

4- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Metconazole (0,6)

10,9 10,9 ab 10,9 b 25,8 bc

5- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Adubos Foliares (0,5 + 0,5) 10,6 10,5 ab 9,1 a 26,6 cd

6- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

9,2 9,6 a 9,8 ab 23,3 ab

7- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

10,7 9,1 a 10,4 ab 22,4 a

8- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Metconazole (0,6)

10,6 9,6 a 10,0 ab 23,4 ab

CV (%) 10,6 8,4 8,5 4,5

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%) ; ns = não significativo

Deve-se destacar que ao contrário do que foi observado para mancha

alvo, as parcelas que receberam aplicação do tratamento 5- (Adubos Foliares

em V8/ Adubos Foliares R3) na última avaliação de severidade de antracnose

não diferiu significativamente da testemunha, ou seja não apresentando

eficiência na redução da severidade deste patógeno.

Na tabela 13 observa-se que para o controle das doenças ferrugem

asiática, mancha alvo e antracnose em soja de acordo com AACPD os

melhores tratamentos foram: 6- (Adubos Foliares em V8/ Azoxistrobin +

Ciproconazole em R1/ Azoxistrobin + Ciproconazole e Adubos Foliares em R3/

Azoxistrobin + Ciproconazole em R5.1) e 7- ( Adubos Foliares em V8/

Tebuconazole + Trifloxistrobin em R1/ Tebuconazole + Trifloxistrobin e Adubos

Foliares em R3/ Tebuconazole + Trifloxistrobin em R5.1), demonstrando que

levando em consideração o complexo de doenças estudadas, o uso de adubos

foliares associado a fungicidas aumenta a eficiência no controle de doenças. A

exceção seria a ferrugem asiática que não houve diferença significativa entre

os tratamentos que receberam aplicação.

Tabela 13 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para a ferrugem asiática, mancha alvo e antracnose na cultura soja. Jaciara-MT, safra 2008/ 2009

AACPD

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) Ferrugem Mancha Alvo Antracnose

1- Testemunha 315,2 b 548,2ns 691,2 c

2- Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

133,2 a 523,5 622,4 bc

3- Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

120,4 a 506,8 593,8 ab

4- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Metconazole (0,6)

126,6 a 551 612,3 ab

5- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Adubos Foliares (0,5 + 0,5) 128,4 a 452,6 587,5 ab

6- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

123,0 a 490,6 541,8 a

7- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

106,8 a 455,6 542,5 a

8- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Metconazole (0,6)

115,2 a 465,8 541,8 b

CV (%) 10,07 5,4 10,86

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%) ; ns = não significativo.

Os resultados estão de acordo com Oliveira et al. (2009) e Vidotti et al.

(2009), que concluíram que o uso de nutrientes foliares em associação a

programas de fungicidas, tem se apresentado como alternativa eficiente e

economicamente viável no manejo de doenças foliares nas condições do

cerrado, nas culturas da soja e algodão. Os nutrientes mais expressivos nos

processos de redução da severidade de doenças fúngicas são os silicatados e

os potássicos

Com relação à desfolha, todos os tratamentos diferiram

significativamente da testemunha, porém para massa de mil grãos e

produtividade não foram observadas diferenças significativas (Tabela 14).

Tabela 14 – Porcentagem de desfolha (R6), Massa de mil grãos (MMG) e Produtividade média na cultura da soja. Jaciara-MT, safra 2008/2009

Tratamentos (Programa de aplicação, I.A. com respectivas doses (l/ha) nas seqüência de aplicação) Desfolha

(%) MMG

(g) Produtividade

(sc/ha)

1- Testemunha 91,8 b 142,6ns 24,9ns

2- Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

74,5 a 144,6 29,0

3- Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

72,7 a 143,3 29,6

4- Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Metconazole (0,6) 72,7 a 144,7 31,2

5- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Adubos Foliares (0,5 + 0,5) 77,0 a 141,7 31,9

6- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Azoxistrobin + Ciproconazole (0,3)

74,5 a 144,6 33,5

7- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5) e Carbendazin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Tebuconazole +Trifloxistrobin (0,5)

70,0 a 141,7 31,1

8- Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) / Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5) e Adubos Foliares (0,5 + 0,5) / Metconazole (0,6)

69,7 a 152,8 33,7

CV (%) 7,1 3,9 14,1

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%); ns = não significativo.

É importante ressaltar que apesar de não haver diferença significativa

entre os tratamentos para produtividade (sc/ha), em termos práticos a diferença

entre a testemunha e os tratamentos que receberam aplicação de adubos

foliares associado a fungicidas foi em torno de 6-8 sc/ha, sendo esse um ganho

considerável, além de terem sido as maiores produtividades do experimento.

Os mesmos resultados foram observado por Rodrigues et al. (2007),

onde utilizando duas aplicações de fungicida a produção de soja foi de 26

sacas/ha, quando foram adicionadas duas aplicações de silicato de potássio na

dose de 2 L/ha, a produção foi de 32,8 sacas/ha. Os mesmos autores

observaram resultados semelhantes na cultura do milho, com ganhos de

produtividade de até 17 sacas/ha quando utilizado o silicato de potássio.

Os resultados obtidos neste experimento também estão de acordo com

Verginassi et. al. (2009), avaliando o efeito de aplicações de silício e fungicida

sobre ferrugem asiática da soja, observou que as maiores produtividades foram

alcançadas pelos tratamentos: 100% da dose recomendada de fungicida + 5

aplicações de Si nas folhas e 50 % de fungicida + 7 aplicações de Si foliar,

sendo esses tratamentos também com a menor área abaixo da curva de

progresso da doença.

7.4 Conclusões

A adubação foliar com Si e K, quando utilizada associada a aplicação de

fungicidas, não foi eficiente na redução da severidade de ferrugem

asiática;

A adubação foliar com Si e K, quando utilizada associada a aplicação de

fungicidas, foi eficiente na redução da severidade de mancha alvo e

antracnose, assim como proporcionou ganhos de produtividade quando

comparada a testemunha.

7.5 Referências Bibliográficas

ALMEIDA et al. – Doenças de Soja: Manual de Fitopatologia Vol. 2 –

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8. Conclusões Gerais

Com base nos experimentos anteriormente descritos e nas condições em que

foram conduzidos, concluiu-se:

- O adubo foliar (24,13% K2O / 9,02% Si e 35,1% P2O5 / 25,7% K2O) possui

pouca ação sobre Rhizoctonia solani e nenhuma sobre Colletotrichum

dematium;

- O uso de Si e K como adubo na linha de semeadura não foi eficiente, na

redução da severidade de ferrugem asiática;

- O adubo foliar (24,13% K2O e 9,02% Si) pode substituir 1 aplicação de

fungicida (de um total de 3), na seguinte seqüência de aplicação:

Epoxiconazole + Piraclostrobin (0,5 L/ha) em R1/ Adubo Foliar (0,5 L/ha) em R3

/Tebuconazole (0,5) L/ha) em R5.1, quando avaliado a severidade do complexo

de doenças estudada.

- A utilização do adubo foliar (24,13% K2O / 9,02% Si e 35,1% P2O5 / 25,7%

K2O) associado a programas de fungicidas aumentou a eficiência no controle

de mancha alvo e antracnose;

- O Uso do adubo foliar (24,13% K2O e 9,02% Si), proporcionou ganhos de

produtividade, tanto para o uso intercalado, quanto associado a fungicidas.

Anexos

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Tmin (oC) Tmax (oC) Pp (mm)

Anexo 1. Temperaturas mínima e máxima (oC) e precipitação (mm) no período de 01/01 a 08/04/2008. Campo Verde, MT.

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Tmin (oC) Tmax (oC) Pp (mm)

Anexo 2. Temperaturas mínima e máxima (oC) e precipitação (mm) no período de 01/01 a 09/04/2009. Jaciara, MT.