revisÃo de geografia – resumo

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http://historiaonline.com.br REVISÃO GEOGRAFIA - UNICAMP 2ª FASE Prof. André REVISÃO DE GEOGRAFIA – RESUMO 1. Relação Homem-Natureza 1.1. Desastres A relação do homem com os desastres evoluiu em diferentes perspectivas: na capacidade da sociedade de dar respostas aos fenômenos de desastres e no seu entendimento. Hoje, diferentemente de até um século atrás, a sociedade, em instâncias públicas e privadas, tem maior capacidade técnica e organizacional de respostas aos desastres. Mais do que tecnologias e protocolos, houve evolução do entendimento da relação da sociedade como produtora e objeto dos desastres. Até os anos 1970 a classificação dos desastres era baseada nas manifestações de fenômenos naturais sobre a sociedade. Assim, temos: Mecanismos físicos: magnitude, localização, duração. Distribuição espacial: área de maior reprodução do fenômeno. Distribuição temporal: freqüência, sazonalidade. Dinâmica de eclosão: desenrolar do fenômeno. Após os anos 1970 o entendimento dos desastres incorporou teorias como o marxismo e o comportamentalismo. Assim, ao invés de as causas serem naturais (exclusiva ou principalmente), as causas e manifestações dos desastres passaram a ser entendidas como resultado de contradições sociais que geram condições de aumento de vulnerabilidade de determinadas populações. Mesmos fenômenos naturais causas, assim, diferentes desdobramentos sociais. Frente ao desastre e a capacidade da sociedade de se organizar para prevenção, socorro e recuperação é possível identificar quatro categorias: Absorção passiva: ausência de consciência dos processos causadores dos desastres e, conseqüentemente, dificuldade de organização para prevenção, socorro e reconstrução. Ajustamento temporário: solidariedade comunitária que atua minimamente frente ao socorro e recuperação; aceitação passiva dos riscos. Redução dos impactos: estratégias gerais que envolvem: infra-estrutura adequada, serviços de alarme e socorro, estratégias de financiamento e recursos materiais de reconstrução. Radicalização de novos comportamentos: identificação das formas de organização sócio-espaciais que mais vulnerabilizam as populações e grupos sociais diversos com vistas a sua eliminação ou adequação. Apesar da evolução social quanto às técnicas e protocolos contra os desastres e formas mais elaboradas de entendimento de suas causas e manifestações, a sociedade acaba, até hoje e de forma generalizada, mais exposta aos problemas dos desastres. Há formação de uma cultura de risco, isto é, as populações acabam desenvolvendo relações habituais com as quais a percepção dos riscos diminui. A Sociedade Ocidental, do meio Técnico-Científico- Informacional, aumenta a capacidade de transformação e degradação da natureza sendo o principal fator desencadeador de desastres na atualidade. São fatores desse processo: Invisibilidade das causas: as populações tem dificuldade de lidar com os desastres pois as causas são difusas em um cenário de globalização, financeirização e estruturas toyotistas de produção. Dispersão dos grupos sociais envolvidos como agentes ou como vítimas dos processos. 1.2. O Espaço Geográfico ESPAÇO GEOGRÁFICO ESPAÇO NATURAL Espaço natural: dinâmica da natureza Espaço Geográfico: dinâmica social A transformação do espaço natural em Espaço Geográfico ocorre mediante o TRABALHO TRABALHO: (...) em seu sentido mais amplo, trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades mentais e físicas 1 . Ou, de forma esquemática: Transformação do meio; Atividade consciente (trabalho demanda projeto de trabalho); Utilização de instrumentos (corpo, objetos técnicos); Caráter social. Os objetos técnicos são recursos para aumentar a capacidade de transformação sobre a natureza. Apresentam: Caráter sistêmico, isto é, funcionam de forma solidária, em ligação necessária, em rede. Carregam intencionalidade, isto é, foram criados para determinada finalidade limitando o uso das pessoas a finalidades próximas da original. Como o trabalho apresenta caráter social, varia de sociedade para sociedade em um mesmo momento histórico e em uma mesma sociedade em diferentes tempos. Na sociedade capitalista a produção de Espaço Geográfico objetiva a reprodução do Capital. Capital é “um dos fatores de produção, formado pela riqueza e que gera renda. É representado em dinheiro. O capital também pode ser definido como todos os meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são utilizados para a produção de outros bens. Assim, o capital de uma empresa ou de uma sociedade, por exemplo, é constituído pelo conjunto de seus recursos produtivos que foram criados pelo trabalho humano” 2 . A sociedade capitalista, no processo de reprodução do capital, é produtora de profundas contradições sociais e ambientais. As linearidades do processo de produção e 1 OUTHWAITE, William e BOTTOMORE, Tom: Dicionário do Pensamento social de século XX, Zahar 2 SANDRONI, Paulo: Novíssimo Dicionário de Economia, Best Seller.

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REVISÃO GEOGRAFIA - UNICAMP 2ª FASE

Prof. André

REVISÃO DE GEOGRAFIA – RESUMO 1. Relação Homem-Natureza 1.1. Desastres A relação do homem com os desastres evoluiu em diferentes perspectivas: na capacidade da sociedade de dar respostas aos fenômenos de desastres e no seu entendimento. Hoje, diferentemente de até um século atrás, a sociedade, em instâncias públicas e privadas, tem maior capacidade técnica e organizacional de respostas aos desastres. Mais do que tecnologias e protocolos, houve evolução do entendimento da relação da sociedade como produtora e objeto dos desastres. Até os anos 1970 a classificação dos desastres era baseada nas manifestações de fenômenos naturais sobre a sociedade. Assim, temos: Mecanismos físicos: magnitude, localização, duração.

Distribuição espacial: área de maior reprodução do fenômeno.

Distribuição temporal: freqüência, sazonalidade.

Dinâmica de eclosão: desenrolar do fenômeno. Após os anos 1970 o entendimento dos desastres incorporou teorias como o marxismo e o comportamentalismo. Assim, ao invés de as causas serem naturais (exclusiva ou principalmente), as causas e manifestações dos desastres passaram a ser entendidas como resultado de contradições sociais que geram condições de aumento de vulnerabilidade de determinadas populações. Mesmos fenômenos naturais causas, assim, diferentes desdobramentos sociais. Frente ao desastre e a capacidade da sociedade de se organizar para prevenção, socorro e recuperação é possível identificar quatro categorias:

Absorção passiva: ausência de consciência dos processos causadores dos desastres e, conseqüentemente, dificuldade de organização para prevenção, socorro e reconstrução.

Ajustamento temporário: solidariedade comunitária que atua minimamente frente ao socorro e recuperação; aceitação passiva dos riscos.

Redução dos impactos: estratégias gerais que envolvem: infra-estrutura adequada, serviços de alarme e socorro, estratégias de financiamento e recursos materiais de reconstrução.

Radicalização de novos comportamentos: identificação das formas de organização sócio-espaciais que mais vulnerabilizam as populações e grupos sociais diversos com vistas a sua eliminação ou adequação.

Apesar da evolução social quanto às técnicas e protocolos contra os desastres e formas mais elaboradas de entendimento de suas causas e manifestações, a sociedade acaba, até hoje e de forma generalizada, mais exposta aos problemas dos desastres. Há formação de uma cultura de risco, isto é, as populações acabam desenvolvendo relações habituais com as quais a percepção dos riscos diminui. A Sociedade Ocidental, do meio Técnico-Científico-Informacional, aumenta a capacidade de transformação e

degradação da natureza sendo o principal fator desencadeador de desastres na atualidade. São fatores desse processo:

Invisibilidade das causas: as populações tem dificuldade de lidar com os desastres pois as causas são difusas em um cenário de globalização, financeirização e estruturas toyotistas de produção.

Dispersão dos grupos sociais envolvidos como agentes ou como vítimas dos processos.

1.2. O Espaço Geográfico

ESPAÇO GEOGRÁFICO ESPAÇO NATURAL Espaço natural: dinâmica da natureza Espaço Geográfico: dinâmica social A transformação do espaço natural em Espaço Geográfico ocorre mediante o TRABALHO TRABALHO: (...) em seu sentido mais amplo, trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades mentais e físicas1. Ou, de forma esquemática:

Transformação do meio;

Atividade consciente (trabalho demanda projeto de trabalho);

Utilização de instrumentos (corpo, objetos técnicos); Caráter social. Os objetos técnicos são recursos para aumentar a capacidade de transformação sobre a natureza. Apresentam:

Caráter sistêmico, isto é, funcionam de forma solidária, em ligação necessária, em rede.

Carregam intencionalidade, isto é, foram criados para determinada finalidade limitando o uso das pessoas a finalidades próximas da original.

Como o trabalho apresenta caráter social, varia de sociedade para sociedade em um mesmo momento histórico e em uma mesma sociedade em diferentes tempos. Na sociedade capitalista a produção de Espaço Geográfico objetiva a reprodução do Capital. Capital é “um dos fatores de produção, formado pela riqueza e que gera renda. É representado em dinheiro. O capital também pode ser definido como todos os meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são utilizados para a produção de outros bens. Assim, o capital de uma empresa ou de uma sociedade, por exemplo, é constituído pelo conjunto de seus recursos produtivos que foram criados pelo trabalho humano”2. A sociedade capitalista, no processo de reprodução do capital, é produtora de profundas contradições sociais e ambientais. As linearidades do processo de produção e

1 OUTHWAITE, William e BOTTOMORE, Tom:

Dicionário do Pensamento social de século XX, Zahar 2 SANDRONI, Paulo: Novíssimo Dicionário de Economia,

Best Seller.

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consumo em contexto de Obsolescência Programada evidenciam contradições ambientais. Obsolescência Programada é objetivo do processo de produção para aumentar o descarte e consumo de novas mercadorias. A Obsolescência pode se enraizar na precarização da qualidade, na incapacidade funcional ou no desejo, despertado pela propaganda, de consumo de novas mercadorias. Há crescimento constante dos volumes de produção, consumo e descarte de mercadorias. O sistema planetário finito e o processo de produção linear demonstram a insustentabilidade ambiental. A reciclagem, usual solução para problemas ambientais, está inserida como etapa do processo de produção capitalista. Assim, não se traduz como solução de fato da insustentabilidade ambiental. São fatores que evidenciam as limitações estritas do processo de reciclagem:

Limites teóricos e práticos de reciclagem: há materiais que não podem ser reciclados; há materiais como limites de ciclos de reciclagem; há restrições de circuitos econômicos e sociais de coleta e destinação de reciclagem. A tabela abaixo mostra um exemplo desses limites no município de Itaúna, Minas Gerais.

A reciclagem consome energia e novos materiais

A reciclagem não reduz o consumismo, principal causados dos problemas ambientais. Na verdade, incentiva o consumo na medida em que cria ilusões de benefícios socioeconômicos (catadores, usinas de reciclagem, comércio do material) e ambientais.

2. Política e meio geográfico: o Ambientalismo Para que os problemas ambientais tornem-se um problema político há necessidade de percepção desses problemas pela sociedade. O que parece óbvio torna-se complexo na medida que a percepção de um problema depende do grau de distribuição de Recursos Políticos. Os Recursos Políticos são fatores com os quais os grupos de pressão têm capacidade de se estruturar com objetivo de atuar sobre as estruturas de poder. Entre esses Recursos encontram-se: educação formal, acesso à informação e renda. Assim, a distribuição de Recursos Políticos ocorre de modo desigual em diferentes grupos de países: Desenvolvidos e Subdesenvolvidos. Enquanto a pressão ambientalista tem origens no pós-Guerra nos países desenvolvidos, nos países pobres essa pressão tornou-se mais intensa nos anos 1970/80. A pressão ambientalista, entretanto, ocorre em conjunto com novas demandas sociais denominadas “direitos coletivos”: do consumidor, de minorias étnicas, religiosas,

raciais. O novo conjunto de demandas aumentou o congestionamento do sistema político abrindo margem para atuação do Terceiro Setor, caracterizado como organização social pública não-estatal. As entidades ambientalistas do Terceiro Setor (ONG’s) aumentam e sistematizam a pressão sobre as estruturas políticas tradicionais e atuam diretamente para mitigar os problemas ambientais. 3. Problemas ambientais 3.1. Efeito estufa Fenômeno de retenção de energia térmica na atmosfera efetivado por substâncias com capacidade de reação com a radiação infravermelha emitida pela superfície: vapor d´água, metano, gás carbônico (“gases-estufa”). O registro de amento de temperatura dos últimos dois séculos é resultado, segundo o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU (IPCC/ONU), de aquecimento global antropogênico, isto é, causado pelas atividades econômicas da sociedade capitalista. A intensificação do aquecimento global pode causar alterações climáticas diversas como aumento ou redução das chuvas, alteração dos períodos chuvosos, intensificação dos verões ou dos invernos. Como consequência imediata, a produção agropecuária, mais sensível às condições climáticas, pode ser afetada com redução da produção e aumento de preços. 3.2. Buraco na camada de ozônio O Ozônio ocorre naturalmente na estratosfera. Enquanto a estratosfera se estende entre 12 e 60km de altitude, a ozosfera encontra-se entre 25 e 30km. O ozônio estratosférico e importante retentor de radiação ultravioleta do sol, causadora de câncer. A liberação de clorofluorcarbonos (CFC”s) pela indústria, especialmente de refrigeração, tem degradado o ozônio, principalmente sobre o continente antártico. 3.3. Degradação do solo São processos de degradação do solo: Lixiviação: processo pelo qual os elementos químicos do solo migram, de forma passiva, das camadas mais superficiais de um solo para as camadas mais profundas, em decorrência de um processo de lavagem devido à ação da água da chuva ou de irrigação, tornando-se indisponíveis para as plantas. Nas regiões de clima úmido, os solos tornam-se estéreis com poucos anos de uso, devido, em grande parte, aos efeitos da lixiviação. A lixiviação também ocorre em vazadouros e aterros de resíduos, quando são dissolvidos e carreados certos poluentes ali presentes para os corpos d'água superficiais e subterrâneos. Laterização: Processo de intemperismo próprio de climas quentes e úmidos que culmina na formação de laterito. Na laterização, a sílica e os catiônios são lixiviados com conseqüente concentração de sesquióxidos de Fe e Al, os aniônios sendo fixados pelo clóide mineral. Os solos originados por este processo são chamados lateríticos. Quando a laterização é quase total, o solo se chama laterito, após desidratação originam-se crostas, cangas e

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concreções limoníticas (ricas em Fe2O3) e bauxitos (ricos em Al2O3). Erosão: Ação da água no desenvolvimento dos processos erosivos pode ocorrer na forma de ataque direto, quando ela atinge o solo na superfície, desagregando-o e possibilitando o transporte de partículas menores, ou ainda em subsuperfície, afetando a massa de material inconsolidado. No primeiro caso, sua ação está relacionada ao início do escoamento superficial, gerando formas erosivas associadas aos fluxos de escoamento difuso e concentrado, sendo os principais processos a erosão em lençol, ravinas e voçorocas. Salinização: O termo salinidade se refere à presença, no solo, de sais solúveis. Quando a concentração de sais se eleva a ponto de prejudicar o rendimento econômico das culturas, diz-se que tal solo está salinizado. A salinização do solo afeta a germinação e a densidade das culturas, bem como seu desenvolvimento vegetativo, reduzindo sua produtividade e, nos casos mais sérios, levando à morte generalizada das plantas. O processo de salinização (concentração de sais na solução do solo) ocorre, de maneira geral, em solos situados em região de baixa precipitação pluviométrica e que possuam lençol freático próximo da superfície. De um modo geral, os solos situados em regiões áridas, quando submetidos à prática da irrigação, apresentam grandes possibilidades de se tornarem salinos, principalmente caso não possuam um sistema de drenagem adequado. Desertificação: Redução da umidade do solo em regiões áridas, semi-áridos ou subúmidas causada por fatores naturais ou antrópicos com consequências climáticas, hidrológicas, fitogeográficas e socioeconômicas. 3.3. Água Uso excessivo da água doce de baixo custo de potabilização: águas correntes superficiais que correspondem a 0,006% do total do planeta. Principais usos: agropecuário (70%) e industrial (20%). Apesar do uso da água ser mais intenso como meio de produção, as principais formas de pressão da sociedade incidem sobre o uso doméstico da água (10% do total). 4. Urbanização O processo de urbanização pde ser entendido, ao menos, de duas formas: Caráter quantitativo: Crescimento da população nas cidades superior ao da população rural. Caráter qualitativo: Alterações nas estruturas sociais que resultam da industrialização na própria sociedade ou da influência de processos econômicos externos caracterizadas por Proletarização;

Consumismo;

Aumento das trocas materiais (comércio) e imateriais (informações).

O processo se desenrolou de diferentes formas entre no mundo desenvolvido e nos países pobres:

Urbanização em países ricos: elevado índice de urbanização; concentração populacional em pequenas e médias cidades; ocorrência de grandes cidades (Megalópoles).

Urbanização em países pobres: crescimento desordenado da urbanização; resultado do êxodo rural; urbanização por metropolização; aumento dos problemas sociais (macrocefalia urbana).

4.1. Cidades na Divisão Territorial do Trabalho Sociedade capitalista: especialização da produção em diferentes regiões articuladas por fluxos de mercadorias, pessoas, capitais e informações (DTT). Cidades: pontos de encontro dos fluxos espaciais; interdependência entre as cidades (rede urbana). Hierarquia urbana: escalonamento das cidades com base na capacidade de articulação dos fluxos regionais (área polarizada, isto é, região que depende dos bens e serviços oferecidos por uma cidade) No meio técnico-científico-informacional a importância da cidade na hierarquia urbana relaciona-se com a produção científica-tecnológica, sedes de grandes empresas e bancos, capacidade de produção e difusão de informações. 4.2. As cidades e o capital As cidades modernas funcionam como um ambiente concentrador de atividades para viabilização das necessidades do capital. Aspectos ambientais, sociais e estéticos são negligenciados ou prejudicados. As favelas3 são uma manifestação de contradições ambientais e sociais nas grandes cidades. Mesmo as chamadas cidades planejadas sofrem, com o tempo, os efeitos dos choques entre o planejamento inicial e as necessidades do capital. As imposições do capital fazem o desenvolvimento dessas cidades (Goiânia, Palmas, Belo Horizonte) ser semelhante ao crescimento das cidades espontâneas com mesmas contradições sócio-espaciais. Brasília é uma exceção. A Capital Federal foi criada com um planejamento para viabilizar as necessidades da administração pública. Como a função da cidade é a mesma, meio século depois, suas características foram mantidas, ao menos nas regiões diretamente ligadas ao poder de Estado. São fatores de criação da cidade de Brasília:

Maior segurança;

Povoamento do interior;

Menor interferência por culturas exóticas;

Isolamento da administração pública federal do eixo de maiores tensões políticas, econômicas e sociais do país.

3 O IBGE denomina as favelas como aglomerações

subnormais. São definidas como “É um conjunto

constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais

(barracos, casas...) carentes, em sua maioria de serviços

públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período

recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular)

e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e

densa.”

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4.3. Problemas ambientais das grandes cidades Ilhas de calor: maior aquecimento de algumas regiões de grandes cidades como resultado:

Materiais que facilitam o aquecimento: asfalto, concreto, calçamento.

Quantidade de veículos. No caso de São Paulo, o aquecimento da cidade contribui para canalização da umidade vinda do oceano. A condensação da umidade aumenta a pluviosidade nas áreas centrais com aumento dos casos de inundações e alagamentos. A retenção de água das chuvas é intensificada, também, pela impermeabilização do solo. Inversão Térmica: redução das temperaturas em camadas mais baixas da atmosfera impedindo a formação de correntes ascendentes de ar ocasionando concentração de poluentes.