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ATADEREUNIAO Ref.: Procedimento Investigatorio Criminal n. MPRJ 2012.00964028

Origem: Promotoria de Investigagao Penal de Volta Redonda e 19* Promotoria de Investigagao Penal da Capital

Aos seis dias do mes de dezembro de 2012, as 13 horas e 30 minutos,

reuniram-se na sede do GAEMA do Ministerio Publico do Estado do Rio de Janeiro,

localizada na Travessa do Ouvidor, n* 38, os representantes do Instituto Estadual do

Ambiente - INEA, Dra. Ana Cristina Henney, Diretora de Licenciamento Ambiental -

DILAM, Caue Bielschowsky, Analista Ambiental/Geologo do Nucleo de Avaliagao de

Areas Contaminadas - NAAC, e Dr. Daniel Cortez, Ouvidor do INEA, os representantes

do GAEMA, Dr. Daniel Lima Ribeiro, Dr. Leonardo Yukio D. S. Kataoka e Dra. Flavia

Monteiro de Castro Brandao, e os representantes do Grupo de Apoio Tecnico do

Ministerio Publico - GATE, Fernando Gongalves e Luciana Bianco, para tratar do caso

Volta Grande IV, de responsabilidade da CSN - Companhia Siderurgica Nacional.

A presente reuniao foi realizada para tratar especificamente de questoes

envolvendo o ingresso do INEA no polo ativo da agao civil publica n-

002333440.2012.8.19.0066, em curso na 3^ Vara Civel da Comarca de Volta Redonda,

especialmente quanto a confluencia de posicionamento tecnico do INEA com os

pedidos liminares e definitivos formulados pelo Ministerio Publico na referida agao.

O INEA concordou com o ingresso no polo ativo e adesao aos pedidos liminares

e definitivos formulados na referida demanda, servindo como supervisor tecnico das

medidas determinadas na agao civil publica pelo Excelentissimo Senhor Doutor Juiz de

Direito da Vara Civel da Comarca de Volta Redonda - RJ e em cooperagao com outras

instituigoes vinculadas as Secretarias de Estado e do Municfpio de Volta Redonda

GAEMA Grupti do At*.ia:Ao Cspc-idoliza"? e-e*. Mo o Arrhien:--

1 . RISCO INTOLERAVEL A SAUDE HUMANA

O principal ponto debatido na reuniao foi quanto a possivel existencia de risco

a saude humana na area residencial em nivel intoleravel devido a presenga de

substancias carcinogenicas e nao carcinogenicas, nos termos dos incisos XIV e XV do

art. 6^ da Resolugao CONAMA n^ 420/2009, ou seja, aquele associado a probabilidade

de ocorrencia de um caso adicional de cancer em uma populagao exposta de 100.000

indivfduos e aquele associado ao ingresso diario de contaminantes que seja igual ou

inferior ao ingresso diario toleravel a que uma pessoa possa estar exposta por toda a

sua vida, respectivamente.

Foi de consenso que a compreensao deste ponto principal e fundamental para

que se justifique a incompatibilidade da permanencia de pessoas residindo no

Condomfnio Volta Grande IV.

Foi admitida pelo INEA, representado pelo Analista Ambiental do NAAC e pela

Diretora da DILAM, a possibilidade de existencia de risco intoleravel a saude humana

na area residencial, diante dos resultados tecnicos apresentados no Relatorio

Investigagoo Detalhada - Etopa 1_NDB Celulas de Residues I E II e Boirro Residencial

Volta Grande IV, localizadas no Municipio de Volta Redonda - RJ, elaborado pela

consultora Nickol do Brasil Ltda. em fevereiro de 2012, mesmo que nao se tenha

conclufdo o diagnostico do passivo ambiental da area residencial, uma das etapas de

avaliagao de risco a saiide humana. Isto, pois, nas areas comuns do Condominio Volta

Grande IV, como as prafas e ruas, onde foram coletadas amostras de solo superficial,

foram identificadas substancias quimicas acima dos Valores de Investiga^ao - VI,

estabelecidos na Resolu?ao CONAMA 420/09, caracterizando-a como area

contaminada sob intervengao - ACL

O INEA manifestou que, apos a analise dos resultados do Relatorio supracitado,

foi determinado a CSN em abril de 2012, por meio de notificagao, dentre diversas

outras medidas necessarias para o gerenciamento da area contaminada, que fossem

realizadas medidas emergenciais para a eliminagao da via de exposigao por^errt^ato

GAEM Oru(K< do cVja;5o rspc-cialtzan'a e n Me c A.-r-("ie^:c:

dermal com o solo superficial contaminado, como a impermeabilizagao das areas onde

foram detectadas concent ra tes acima do VI.

Foi afirmado pelo INEA que, apesar de a CSN estar realizando o capeamento

das pragas e areas comuns, praticamente todas as outras de te rm ina tes das

notificagoes nao foram realizadas, e que em virtude da falta de dados tecnicos

necessarios para realizar o diagnostico do passivo ambiental de forma conclusiva, nao

ha como garantir que as pessoas residentes do Condominio Volta Grande IV nao estao

expostas a risco intoleravel a saude humana.

Os tecnicos do GATE informaram que os proprios realizaram uma analise

comparando as concent ra tes das substancias qufmicas cancerigenas observadas nas

amostras de solo superficial com os resultados da avaliagao de risco a saude humana

apresentado no Relatorio elaborado pela Nickol em fevereiro de 2012, considerando

as Concent ra tes Maximas Aceitaveis - CMA e os riscos individuals e cumulativos para

o cenario hipotetico residencial. E que a partir desta analise foi observado que na

maioria das amostras de solo superficial coletadas na area residencial ha

concen t ra tes destas substancias acima da CMA, indicando risco real e intoleravel a

saiide humana para diversas substancias carcinogenicas.

Os tecnicos do GATE argumentaram que, mesmo que as areas comuns do

condomfnio Volta Grande IV fossem capeadas, as areas das residencias ainda

persistem sem impermeabilizagao, como os jardins, havendo contato da popula?ao

com o solo superficial potencialmente contaminado, em vistoria foi constatado o

cultivo e consumo de vegetais e criagao de galinhas nestas areas, contrariando as

manifestagoes da CSN. Foi relatado tambem que na vistoria, realizada em epoca de

chuvas, foi observada infiltra?ao da agua subterranea nas paredes de algumas

residencias, possivelmente devido ao afloramento do aquifero superficial, como

observado na praga 225, e que havia odor de produto quimico no interior da

residencia, concluido entao que as casas nao foram projetadas para /ut^a area

contaminada.

GAEMA Foi de consenso que, devido a postura da CSN no processo de licenciamento de

recuperagao e a analise elaborada pelos tecnicos do GATE, o principio da precau^ao ja

justifica a ado?ao das medidas requeridas na a?ao civil publica.

2. REMOCAO DOS RESIDUOS NO SUBSOLO

Foi exposto pelo INEA que, apos a analise do Relatorio de fevereiro de 2012,

em abril de 2012 a CSN foi determinada a realizar estudos que possibilitassem

compreender o diagnostico dos residuos depositados no subsolo, como o material de

coloracao escura e o resfduo roxo, e que tambem pudessem indicar os riscos a saude

humana que as pessoas residentes no condomfnio estariam expostas. Isso porque foi

indicada a possfvel existencia destes residuos no subsolo abaixo das residencias de

parte do condomfnio, em torno de 50 casas.

Seguindo o mesmo raciocfnio, em virtude da falta de resultados tecnicos que

comprovem a ausencia de risco a saiide humana, por f im, em agosto de 2012 o INEA

determinou a CSN a retirada de todos os residuos no subsolo, tanto na area residencial

quanto na area industrial.

O GATE argumentou que os residuos detectados no subsolo constituem fonte

ativa de contaminafao e que por este fato toda a massa de resfduo deve ser removida.

Ficou acordado quanto a necessidade pela remo?ao dos residuos detectados no

subsolo, como o material de coloracao escura e o resfduo roxo, indicados no Relatorio

de fevereiro de 2012, tanto da area industrial como da area residencial.

Foi de consenso que, para que esta obra de engenharia seja realizada com o

controle adequado, as residencias localizadas sobre a massa de resfduos^devem ser

demolidas e seus ocupantes deslocados.

\£*AA£ w

GAEMA 3. CONCLUSAO

Diante da argumentacao tecnica exposta, restou irrefutavel que as unicas

medidas efetivas para salvaguarda da saude da populacao e viabilizacao de

remediacao do meio ambiente sao aquelas requeridas na acao civil publica em

questao, especialmente o pedido de custeio de realocacao das pessoas residentes

sobre a area ja identificada como contaminada e de remocao das fontes ativas de

contaminacao.

Nada mais havendo, encerrou-se a reuniao as 14 horas e 15 minutos.

ANACftlSTINAHENNEY Diretora de Licenciamento Ambiental

Matrfcula n. 27/1396

CAUE BIELSCHOWSKY Analista Ambiental / Geologo

Matrfcula n. 390.551-0

PEREIRA OuvidWdcHfiJEA

MatriculanT390.117-0

DAN I Prom

ARIBEIRO r de Justica EMA

LEONARDO YUKIO D. S. KATAOKA Promotor de Justica

GAEMA

FLAVI NTEIRO DE CASTRO BRANDAO romotora^Te Justica

GAEMA