reunião do grupo de pesquisa mídias, educação e comunidade ... · e preciso quanto a linguagem...

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Instituto Nacional de Educação de Surdos Departamento de Ensino Superior [email protected] Reunião do Grupo de Pesquisa Mídias, Educação e Comunidade Surda Data: 25/04/2016 Local: Sala 107 do prédio do DESU /INES Horário: 16h às 18h Estiveram presentes a Prof.ª Cristiane Correia Taveira e o Prof. Luiz Alexandre da Silva Rosado (líderes), e os seguintes participantes do grupo: 1. Camila da Silva Romão, 2. Maria Inês Ramos, 3 – Stela Santos Fernandes, 4- Viviane de Oliveira Silva, 5 – Pérola Juliana Guimarães da Rocha, 6 – Fabiano Guimarães da Rocha, 7 – Ramon Santos de Almeida Linhares, 8 – Robson de Souza, 9 – Luiz Claudio de Oliveira Antonio, 10 – Glauber de Souza Lemos, 11 – Thiago Moret de Carvalho Ramos. Nossa reunião se centrou em uma introdução sobre o Prefácio e o Capítulo 1 a ser debatido nos próximos encontros; síntese em anexo. As questões que suscitaram norteadores futuros foram as seguintes: - Formas de decupar no vídeo as suas partes: Como marcar os capítulos, as partes do material? Formas de leitura do vídeo? Youtube: ver marcadores. - Elementos novos no vídeo além da fotografia? Uso dos objetos em 3D. - Elementos híbridos no vídeo? Texto com a Libras e a imagem, legendagem - Do vídeo-tradução para o vídeo trabalhado a partir de regras e princípios de composição? Design. - Prática (iconicidade) X Teoria (abstração) - Entendimento do conteúdo pelo surdo como preocupação. - Separar a produção do conhecimento em Libras, o modo que o surdo se apropria, da forma que o vídeo é feito (elementos visuais). - Pode se estar dando grande peso à forma e não à apreensão dos conceitos formais. - Em contrapartida é preciso criar conceitos abstratos sobre a forma, entender elementos visuais na composição dos objetos educacionais. - Como conceituar de maneira abstrata durante um vídeo? - O problema de nos limitarmos ao icônico, ao figurativo e de não avançarmos para formas mais elaboradas de representação visual, da composição visual. Quais seriam?

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Instituto Nacional de Educação de Surdos Departamento de Ensino Superior

[email protected]

Reunião do Grupo de Pesquisa Mídias, Educação e Comunidade Surda

Data: 25/04/2016 Local: Sala 107 do prédio do DESU /INES Horário: 16h às 18h

Estiveram presentes a Prof.ª Cristiane Correia Taveira e o Prof. Luiz Alexandre da Silva Rosado

(líderes), e os seguintes participantes do grupo: 1. Camila da Silva Romão, 2. Maria Inês Ramos,

3 – Stela Santos Fernandes, 4- Viviane de Oliveira Silva, 5 – Pérola Juliana Guimarães da Rocha,

6 – Fabiano Guimarães da Rocha, 7 – Ramon Santos de Almeida Linhares, 8 – Robson de Souza,

9 – Luiz Claudio de Oliveira Antonio, 10 – Glauber de Souza Lemos, 11 – Thiago Moret de

Carvalho Ramos.

Nossa reunião se centrou em uma introdução sobre o Prefácio e o Capítulo 1 a ser debatido nos

próximos encontros; síntese em anexo.

As questões que suscitaram norteadores futuros foram as seguintes:

- Formas de decupar no vídeo as suas partes: Como marcar os capítulos, as partes do material?

Formas de leitura do vídeo? Youtube: ver marcadores.

- Elementos novos no vídeo além da fotografia? Uso dos objetos em 3D.

- Elementos híbridos no vídeo? Texto com a Libras e a imagem, legendagem

- Do vídeo-tradução para o vídeo trabalhado a partir de regras e princípios de composição?

Design.

- Prática (iconicidade) X Teoria (abstração)

- Entendimento do conteúdo pelo surdo como preocupação.

- Separar a produção do conhecimento em Libras, o modo que o surdo se apropria, da forma

que o vídeo é feito (elementos visuais).

- Pode se estar dando grande peso à forma e não à apreensão dos conceitos formais.

- Em contrapartida é preciso criar conceitos abstratos sobre a forma, entender elementos visuais

na composição dos objetos educacionais.

- Como conceituar de maneira abstrata durante um vídeo?

- O problema de nos limitarmos ao icônico, ao figurativo e de não avançarmos para formas mais

elaboradas de representação visual, da composição visual. Quais seriam?

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Próximo encontro em 9 de maio de 2016; estaremos nos transferindo para a sala do 2º andar:

Laboratório de Produção de Material Didático e Brinquedoteca (no mesmo andar do Auditório).

Anexo 1

DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. Martins Fontes: São Paulo, 2003. Prefácio e

Capítulo 1. p. 1-28.

“EXPANDIR NOSSA CAPACIDADE DE VER SIGNIFICA EXPANDIR NOSSA CAPACIDADE DE ENTENDER UMA

MENSAGEM VISUAL, E, O QUE É AINDA MAIS IMPORTANTE, DE CRIAR UMA MENSAGEM VISUAL” (p. 13)

Imagem. Dondis constata um retorno da imagem ao centro a partir da expansão da fotografia e

depois do cinema, da televisão e dos computadores, que permitem a qualquer pessoa a geração

própria de imagens; não sendo mais um ato exclusivo do artista talentoso e instruído.

Fotografia. Os meios técnicos, como a máquina fotográfica, retiraram de um grupo seleto de

artistas a capacidade de registrar e expressar as imagens do mundo a sua volta. Os longos

estudos e o talento especial se tornaram irrelevantes.

Impressos. Com a fotografia, a imagem assume o centro nas publicações impressas, deixando

que os fatores visuais fossem apenas um apoio. Em muitas situações o verbal hoje tem função

de acréscimo ao conteúdo das imagens. A cultura se deslocou para o nível icônico.

Percepção. Deseja-se sair da ideia de que a mensagem visual depende somente de uma

inspiração não-cerebral, partindo-se para a análise de seus elementos básicos, das estratégias e

opções das técnicas visuais e as implicações psicológicas e fisiológicas da composição criativa.

Distinção. A comunicação visual não é obra da intuição e do acaso, não é algo irracional, porém

ela não pode ser comparada diretamente às estruturas já estabelecidas da linguagem verbal e

sua gramática/sintaxe. São processos distintos, sendo que ela jamais será um sistema tão lógico

e preciso quanto a linguagem escrita.

Alfabetismo. O alfabetismo visual tem como requisito a compreensão da sintaxe visual, tal como

o alfabetismo verbal em que, uma vez compreendido os elementos e princípios básicos, o

potencial de se expressão se torna virtualmente infinito.

Elementos. Entre os elementos mais básicos do estudo da forma estão: cores, tons, linhas,

texturas e proporção e técnicas expressivas como reiteração, simetria e ênfase.

Simples. É preciso iniciar o alfabetismo visual pelos elementos mais simples: o ponto, a linha, a

forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a proporção, a dimensão e o movimento.

Combinação. O alfabetismo visual se preocupa com a forma inteira, o efeito cumulativo da

combinação de elementos selecionados, com a manipulação das unidades básicas e sua relação

formal e compositiva com o significado pretendido.

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Gestalt. Pela abordagem da Gestalt, “o significado pode encontrar-se não apenas nos dados

representacionais, na informação ambiental e nos símbolos, inclusive a linguagem, mas também

nas forças compositivas que existem ou coexistem com a expressão factual e visual” (p. 22). Ou

seja, é preciso perceber o todo da mensagem, o conteúdo fortemente influenciado pela forma

(relação composição-significado).

Esforço. A capacidade de ver, reconhecer e compreender se sobrepõe aos demais sentidos,

porém nós o aceitamos sem nos darmos conta de que ele pode ser aperfeiçoado ou até

ampliado – vivenciamos a capacidade de ver com algo automático e natural, sem um esforço

maior em compreende-la.

Realidade. Ver é nos aproximarmos da experiência real, do caráter direto da informação, a

máxima aproximação da natureza. Dondis usa como exemplo a alunissagem em 1969: ver era

mais importante do que ler ou ouvir falar sobre. Voltam-se todos para o modo icônico.

Conflito. A classificação das artes visuais em duas polaridades, as belas-artes e as artes

aplicadas, não gerou nenhum consenso e vem variando ao longo da história, com definições que

se deslocam e se modificam. A conflito se estabelece entre a utilidade e a estética, vistos muitas

vezes como aspectos excludentes, sendo que a utilidade está ligada às artes aplicadas, como o

desenho industrial. O conflito também inclui o modo de fabricação entre o artesanato e a

produção mecanizada.

Arte. A arte inclui um tema, emoções, paixões e sentimentos. O tema se modifica com a

intenção, comunicando algo especifico ou abstrato, havendo, no fim das contas, uma função ou

utilidade nos objetos criados, em maior ou menor grau. O que varia é o grau de objetividade da

obra (exemplo do design de avião) e de subjetividade do artista (exemplo do pintor de cavalete).

Pensamento-imagem. Formamos imagens mentais, recriamos ao lembrar de lugares, criamos

coisas novas pela imaginação. As imagens mentais nos levam a abstração e simbolização que

nos levam aos conceitos e às representações, como a escrita. Hoje vivenciamos o retorno à

imagem.

Escrita. Na escrita latina, por exemplo, passamos progressivamente de imagens

representacionais a símbolos abstratos de correspondência fonética que precisam ser

aprendidos.

Escola. A escola, ao apresentar produtos visuais aos alunos, tem reforçado o caráter passivo de

receptores, delegando à visualidade e às artes um caráter meramente recreativo e ilustrativo. O

desenvolvimento de métodos constitutivos de aprendizagem visual são ignorados nas escolas.

Há uma descrença sobre metodologias que permitam alcançar o alfabetismo visual através da

compreensão dos elementos básicos da sintaxe visual.

Níveis. Três níveis dos dados visuais. 1. Input visual através de sistemas simbólicos. 2. O material

visual representacional, em desenho ou pintura, por exemplo, como experiência direta. 3. A

estrutura abstrata, a composição elementar, a forma de tudo aquilo que vemos.

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Técnicas. As técnicas são os agentes do processo de comunicação visual (entre a intenção e o

resultado), é com elas que a solução visual adquire forma. A mais dinâmica das técnicas visuais

é o contraste, que está na polaridade oposta à harmonia.

Áreas. Cinco áreas de análise de definição. 1. As forças estruturais na relação entre estímulos

visuais e organismo humano. 2. Os elementos visuais e seu caráter. 3. As técnicas e seus modos

de configuração. 4. O significado pretendido. 5. O meio em que a obra estará.

Pintura rupestre (indicando o nível representacional da linguagem).

http://media.escola.britannica.com.br/eb-media/53/42153-050-8B839173.jpg

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Homem na lua em 1969, com transmissão na TV (importância da imagem).

http://150anos.dn.pt/files/2014/07/Imagem-3485546.jpg

Capela sistina e a questão da obra de arte – Utilidade e estética? Utilidade ou estética?

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https://minhavidaem4malas.s3-sa-east-1.amazonaws.com/2015/03/capela-sistina-edcf.jpg

David de Michelangelo e questão da obra de arte como expressão do belo.

http://www.econ.ohio-state.edu/jhm/arch/david/David_von_Michelangelo.jpg

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O alfabeto ao longo do tempo e sua progressiva passagem para o nível abstrato.

https://anakabum.files.wordpress.com/2010/01/escrita.jpg